Exercícios 06 (1)
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INSTITUTO DE QUÍMICA – CCET - UFRN
MÉTODOS ESPECTROSCÓPICOS
LISTA DE EXERCÍCIOS 06
1. Em termos de determinação dos sinais relativos às transições, qual a diferença
básica entre a espectroscopia de UV-Vis ou de IV (duas das espectroscopias de
absorção) e a espectroscopia magnética?
Com as espectroscopias de UV-Vis e de infravermelho estudam-se transições entre estados energéticos próprios dos íons, moléculas ou radicais.
Com os métodos de espectroscopia magnética estudam-se transições entre estados energéticos gerados pela aplicação de campos magnéticos sobre amostras de substâncias.
Métodos de Espectroscopia Magnética:Espectroscopia ZeemanEspectroscopia de ressonância de spin eletrônico (RSE)Espectroscopia de ressonância nuclear magnética (RMN)
2. Em que consiste o efeito Zeeman e qual a sua relação com os métodos de
espectroscopia magnética?
Hendrik Lorentz (1890) – Hipótese: As cargas elétricas constituintes dos
átomos devem interagir com campos magnéticos e o efeito provocado deve
afetar os espectros atômicos.
Peter Zeeman (1896) comprovou essa hipótese (Efeito Zeeman) e observou
que certas amostras submetidas a campos magnéticos geram bandas que
pareciam ser desdobradas a partir de outras que apareciam sem a ação dos
campos magnéticos. Investigando o efeito de campos magnéticos sobre uma
fonte de luz, Zeeman descobriu que uma linha espectral pode se subdividir em
várias componentes. Hoje sabe-se que o efeito Zeeman ocorre devido ao spin
eletrônico total (S).
3. Com os métodos de espectroscopia magnética estudam-se transições energéticas
da região das microondas do espectro eletromagnético. Quais são os fatores
determinantes das energias dessas transições? Um mesmo tipo de transição pode
aparecer em pontos diferentes em aparelhos diferentes?
Os fatores determinantes das energias dessas transições são: Spin nuclear, fator
giro magnético, intensidade do campo aplicado e os efeitos eletrônicos gerados
pela vizinhança.
As freqüências de ressonância dependem do campo magnético aplicado, mas os
deslocamentos não serão afetados.
4. De forma resumida, descreva um espectrofotômetro de RSE e explique a razão da
palavra ressonância nas espectroscopias de RMN e de RSE?
5. Qual razão para espectros de substâncias que apresentam mais de um elétron
desemparelhado apresentarem espectros bastante complexos? O que se faz para
interpretar esses espectros?
Em espécies com mais de 1 elétron desemparelhados ocorrem acoplamentos
dos spins, e os espectros tornam-se bem mais complexos. Então, para facilitar a
interpretação, usam-se as derivadas dos espectros.
b
6. Qual a influência dos spins nucleares sobre os espectros de RSE de uma espécie
radicalar?
A influência dos spins nucleares sobre os espectros de SER está no
acoplamentos que podem ocorrer, ou seja, é a interação do spin nuclear com o
spin do elétron.
7. Como deve ser o espectro de RSE do metil? Usando a equação:
BAmbiente local = BCampo magético + a x MI,z,
Justifique sua conclusão.
Os estados de spin nuclear são quantizados e as energias correspondentes também o são, com intervalos de dimensão muito próximos. Assim, o campo sentido pelo elétron é:
BAmbiente local = Campo sentido pelo elétron, BCampo magético = Campo magnético do aparelho
a = Constante de acoplamento hiperfino MI,z = spin de um núcleo individual na direção z.
No radical metil, o spin nuclear do carbono é zero. Mas cada hidrogênio tem spin nuclear I = ½. O spin total é It =3/2, com 4 acoplamentos:
Devem-se esperar quatro linhas nos espectros de RSE do metil.Devem-se esperar quatro linhas nos espectros de RSE do metil.
8. Que tipos de núcleos apresentam spins nucleares diferentes de zero?
Os núcleos que apresentam pelo menos o numero de massa e/ou o número
atômico ímpar.
9. Qual a razão de ser mais fácil se obter espectros de RMN de 1H do que espectros de 13C dos compostos orgânicos?
10. Construa um diagrama de energias de estados de spin nuclear do boro na ausência
de um campo magnético e sob a ação de um campo magnético.
11. Calcule a freqüência do fóton determinante das transições em núcleos de 31P sob
um campo magnético de 7.000 G.
12. Calcule, também, a freqüência de ressonância do 13C sob um campo magnético de
0,5 T.
13. Qual a razão dos picos correspondentes a cada tipo de núcleo não aparecerem
sempre na mesma posição dos espectros de RMN? (Ou seja: porque os picos
correspondentes ao 1H, nos compostos aparecerem em posições diferentes?)
14. Explique porque a densidade de fluxo magnética sobre um núcleo num
espectrofotômetro não é igual não é igual à densidade de fluxo magnética gerada pelo
equipamento.
15. Apresente algumas razões que justifiquem o uso do tetrametilsilano como
referência em espectroscopia de RMN.
Nos experimentos de RMN normalmente se usa um padrão de referência que, para o 1H, é o tetrametilsilano (Si(CH3)4), escolhido em virtude da sua alta constante de blindagem.
Há várias razões para a escolha do TMS como composto de referência:
• O TMS tem 12 átomos de hidrogênio, e por isso, pequena quantidade do
composto provoca um sinal relativamente forte.
• Uma vez que todos os seus átomos de hidrogênio são equivalentes, há um
único sinal, bem nítido.
• Como o silício é menos eletronegativo que o carbono, os prótons do TMS
estão em regiões de grande densidade eletrônica. Por isso estão muito blindados
e o sinal ocorre numa região do espectro onde poucos átomos de hidrogênio
absorvem energia.
Assim, o sinal do TMS raramente interfere nos sinais de outros prótons.
Depois de o espectro ter sido levantado, pode-se eliminar o TMS facilmente por
evaporação.
16. Como se define o deslocamento químico de um dado próton na espectroscopia de
RMN?
A diferença entre a constante de blindagem do TMS e de outras substâncias é denominada deslocamento químico, d .
d (em ppm) = (sTMS - snúcleo)106
18. Escolha três compostos que apresentem hidrogênios em ambientes diferentes e
descreva os seus espectros de RMN.
19. Como se pode usar a espectroscopia de RMN na proposição de estruturas para os
compostos?
As seguintes informações são obtidas num espectro de RMN 1H: 1) o
número de sinais: indica o número de hidrogênios com ambientes químicos
diferentes; 2) a área de cada sinal: é proporcional ao número de hidrogênios
de cada tipo de ambiente; 3) A posição dos sinais (deslocamento químico):
diz o ambiente químico de cada hidrogênio; 4) a forma do sinal (singleto,
dubleto, tripleto, etc.): indica o número de hidrogênios vizinhos ao núcleo
considerado; 5) a distância entre as linhas do sinal (constante de
acoplamento): informa a intensidade da interação do spin do núcleo
considerado em relação aos seus vizinhos. Com estas informações, é
possível saber se o hidrogênio está ligado a carbono do tipo
sp3, sp2 ou sp, se existe proximidade com grupo hidroxila, carbonila,
ligação dupla e etc.
Também é possível definir a disposição de hidrogênios cis ou trans em
sistemas olefínicos, axial-axilal, axial-equatorial, equatorial-equatorial em
sistemas cíclicos, orto, meta e para em anéis aromáticos entre outros. Além
disso, adquire-se muitas outras informações estruturais.
20. Qual a razão de ácidos carboxílicos geralmente apresentarem deslocamentos
químicos próximos de 10 ppm (ou até maiores), enquanto os hidrocarbonetos não
cíclicos apresentam picos de ressonância de prótons próximos de 1 ppm? Porque os
hidrocarbonetos aromáticos têm deslocamentos químicos na faixa de 6 a 9 ppm?
Muitos ácidos, enóis e aldeídos apresentam δ superiores a 10 ppm, devido a diminuição da blindagem causada pela eletroafinidade do oxigênio.
1. Faça um esboço de como deve ser os espectros de RMN de baixa resolução e de
alta resolução do 2,2dimetilpropano (neopentano).
2. Explique porque, freqüentemente, picos de ressonância apresentam-se divididos
em 2 ou mais picos quando analisados por espectroscopia de RMN de alta
resolução.
3. O que determina a intensidade dos picos de ressonância nos espectros de alta
resolução? Como se determina o número de desdobramentos que pode acontecer
para cada pico de ressonância?
4. Defina as razões de intensidades entre os picos desdobrados em dubletos,
tripletos, quintetos e heptetos.
Para núcleos de spin ½ (1H, 13C), a presença de n núcleos gera o desdobramento de uma absorção em n + 1 absorções individuais.
Os picos gerados pelos desdobramentos têm padrões de intensidade típicos:
1 pico de baixa resolução duplo (dubleto) se desdobra em 2 picos de mesma intensidade.
1 pico de baixa resolução triplo (tripleto) se desdobra em 3 picos cuja razão de intensidade é 1:2:1.
1 pico de baixa resolução quádruplo (quarteto) se desdobra em 4 picos cuja razão de intensidade é 1:3:3:1.
1 pico de baixa resolução quíntuplo (quinteto) se desdobra em 5 picos cuja razão de intensidade é 1:4:6:4:1.
5. Faça esboços de espectros de RMN do butano e do isobutano, obtidos por
espectroscopia de baixa e de alta resolução.
6. Faça um resumo sobre os fenômenos físicos determinantes das absorções ou
liberações de energia radiante estudadas através dos métodos espectroscópicos
de UV-Vis, infravermelho, Raman e RMN.
7. Nas moléculas, quais são os fatores que mais influem nos deslocamentos químicos
dos núcleos ativos na espectroscopia de RMN? Explique porque esses fatores
afetam os deslocamentos químicos. Use exemplos que justifiquem suas respostas.
Observações:
a) Indução magnética ou densidade do fluxo magnético (B) (ou, simplesmente
campo magnético) é o número de linhas de fluxo por unidade de área que
permeiam o campo magnético. A indução magnética é uma quantidade vetorial,
sendo a sua direção em qualquer ponto do campo magnético a direção do
campo naquele ponto.
b) Unidade de densidade magnética no sistema internacional é expressa em
webers por metro quadrado (wbm-2). Um weber por metro quadrado tem o nome
de tesla. 1wbm-2 = 1T.
c) A unidade de densidade magnética no sistema cgs é gauss (G).
1G = 10-4T.