Extratos

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THINK Por que não tomar decisões num piscar de olhos Michael R. Legault Aspectos mais importantes do livro Revoltado com o declínio cultural que estamos enfrentando, o autor afirma ser melhor tomar decisões com conhecimento factual e crítico do que optar por decidir por impulso como outros livros recomendam. O autor afirma que a decadência intelectual está custando tempo, dinheiro, empregos e vidas neste século XXI, gerando menos satisfação e mais disfunção. Inicialmente o autor afirma que a técnica por meio da qual conseguimos tomar decisões acertadas e ser bem-sucedidos no trabalho é um processo mental balanceado e entrelaçado de porções de emoção, observação, intuição e raciocínio crítico. A emoção e a intuição são as partes fáceis, automáticas, enquanto habilidades de observação e raciocínio crítico são as difíceis, adquiridas. Essencial para viabilizar tudo isto é uma base sólida de conhecimento. Quanto maior a base de conhecimento, maior a possibilidade de uma pessoa dominar, após refletir sobre o assunto, uma série de conceitos, modelos e formas de interpretar o mundo. Muitos estudos já comprovaram que grande parte da capacidade cognitiva de uma pessoa é desenvolvida por meio da educação dada pelos pais e dos valores por eles infundidos, que encorajam o desejo de ter uma boa capacidade de raciocínio e induzem hábitos que a promovam. Se a maioria da geração do milênio tem interesse unicamente utilitário ou falta completa de interesse em atividades intelectuais, apresentando até uma conduta hostil a quem promova tais atividades, isto só vem colocar em risco ainda mais a qualidade das decisões empresariais. Lógica, análise, raciocínio dedutivo parecem estar fora de moda, na opinião do autor. Não percebemos que celebridades como Mick Jagger ou Bruce Springsteen são cultos e reflexivos. Acreditamos que o pensamento crítico é incompatível com criatividade. Balizamos-nos por Paris Hilton quando deveríamos conhecer a formação cultural de Bono. Raciocinar, entretanto, é fundamental não só para os nossos empregos, comunidade e interesse nacional, mas também para a nossa identidade como seres humanos, felicidade e satisfação tanto na vida profissional como pessoal. Apenas a mente humana consegue observar os fatos reais, refletir sobre eles, analisá-los e deduzir verdades sobre a realidade para, posteriormente, transformar as conclusões em empreendimentos úteis. Apesar de cientes disto, o poder intelectual humano permanece intocado, negligenciado e até ridicularizado. Quando foi a última vez que alguém mencionou um livro que estava lendo? Muito de nossa habilidade de raciocínio vem da leitura. Não devemos simplesmente existir. Simplesmente existir é a percepção pura, sem conhecimento ou análise crítica. Além disto, devemos evitar “pensar errado”. Pensar errado é o resultado de dois fatores distintos: não saber pensar claramente e não ter vontade de faze-lo.

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THINK

Por que não tomar decisões num piscar de olhos

Michael R. Legault

Aspectos mais importantes do livro

Revoltado com o declínio cultural que estamos enfrentando, o autor afirma ser melhor tomar decisões com conhecimento factual e crítico do que optar por decidir por impulso como outros livros recomendam. O autor afirma que a decadência intelectual está custando tempo, dinheiro, empregos e vidas neste século XXI, gerando menos satisfação e mais disfunção.

Inicialmente o autor afirma que a técnica por meio da qual conseguimos tomar decisões acertadas e ser bem-sucedidos no trabalho é um processo mental balanceado e entrelaçado de porções de emoção, observação, intuição e raciocínio crítico. A emoção e a intuição são as partes fáceis, automáticas, enquanto habilidades de observação e raciocínio crítico são as difíceis, adquiridas. Essencial para viabilizar tudo isto é uma base sólida de conhecimento. Quanto maior a base de conhecimento, maior a possibilidade de uma pessoa dominar, após refletir sobre o assunto, uma série de conceitos, modelos e formas de interpretar o mundo.

Muitos estudos já comprovaram que grande parte da capacidade cognitiva de uma pessoa é desenvolvida por meio da educação dada pelos pais e dos valores por eles infundidos, que encorajam o desejo de ter uma boa capacidade de raciocínio e induzem hábitos que a promovam. Se a maioria da geração do milênio tem interesse unicamente utilitário ou falta completa de interesse em atividades intelectuais, apresentando até uma conduta hostil a quem promova tais atividades, isto só vem colocar em risco ainda mais a qualidade das decisões empresariais. Lógica, análise, raciocínio dedutivo parecem estar fora de moda, na opinião do autor. Não percebemos que celebridades como Mick Jagger ou Bruce Springsteen são cultos e reflexivos. Acreditamos que o pensamento crítico é incompatível com criatividade. Balizamos-nos por Paris Hilton quando deveríamos conhecer a formação cultural de Bono.

Raciocinar, entretanto, é fundamental não só para os nossos empregos, comunidade e interesse nacional, mas também para a nossa identidade como seres humanos, felicidade e satisfação tanto na vida profissional como pessoal. Apenas a mente humana consegue observar os fatos reais, refletir sobre eles, analisá-los e deduzir verdades sobre a realidade para, posteriormente, transformar as conclusões em empreendimentos úteis. Apesar de cientes disto, o poder intelectual humano permanece intocado, negligenciado e até ridicularizado.

Quando foi a última vez que alguém mencionou um livro que estava lendo? Muito de nossa habilidade de raciocínio vem da leitura. Não devemos simplesmente existir. Simplesmente existir é a percepção pura, sem conhecimento ou análise crítica. Além disto, devemos evitar “pensar errado”. Pensar errado é o resultado de dois fatores distintos: não saber pensar claramente e não ter vontade de faze-lo.

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Nós nos tornamos uma sociedade na qual o primeiro instinto não é pensar claramente e sim, proteger a retaguarda. Não percebemos que o pensamento crítico é encontrar evidência, descobrir seu significado e chegar a uma conclusão a respeito e isto é fundamental para nossa sobrevivência no planeta.

Outra evidência da decadência do pensamento crítico é que cada vez mais pessoas não conseguem compreender o que está escrito. Sabem ler, mas não saber interpretar. A partir disto, existe um retrocesso na capacidade de resolver problemas. Isto é tão grave que está resultando na gradual simplificação de livros escolares e outros materiais didáticos e por conseqüência empobrece ainda mais a habilidade de leitura e de compreensão. Especialistas em leitura descobriram que a média dos jornais americanos é escrita levando em conta o nível de compreensão de um aluno na oitava série.

Uma das qualidades da literatura séria é abrir espaço para várias interpretações. A compreensão que o leitor tem das personagens e das questões sociais abordadas num romance é enriquecida no momento em que ele explora alternativas além das possibilidades sugeridas pelo autor. Isto requer tempo para interromper, refletir e inquirir sobre as questões, explorando-as. Filmes projetam uma quantidade maior de informações sobre determinado assunto, mas não possibilita o espaço (vital) da reflexão. Os meios visuais e digitais existem em profusão para estimular a visão e as emoções, mas não os pensamentos.

Na década de 60, George Gerbner estudou o comportamento dos viciados em televisão e descobriu que, quanto mais uma pessoa assiste televisão, mais suas opiniões, crenças e pensamentos se tornam restritos e homogeneizados. A individualidade, espontaneidade e criatividade decrescem.

A resposta do pensamento crítico está em parte na leitura e reflexão. Na alimentação correta do cérebro de forma que ele venha a estar pronto quando precisarmos dele. O maior quebra-cabeças de todos não é solucionar problemas, mas corrigir o pensamento que causa estes problemas. Não há dúvida de as falhas em atendimento de emergência, como se viu no Furacão Katrina ou no retrocesso do desempenho dos estudantes, a falta de previsão ou combate ao terrorismo mundial, podem ser explicados por erros de lógica. A complexidade e gravidade do âmbito dessas calamidades sugerem um mal-estar intelectual que consiste em mais de um fator: não é apenas o colapso do pensamento mas um rompimento entre pensamento e ação, uma disfunção entre o planejado e o executado, entre o propósito e o resultado.

Mudar a forma de pensar é premente. O padrão hoje é a emoção, o dogma, as manipulações políticas, a falsa ciência, a aversão ao risco e a culpa do pensar. Marqueteiros querem que nos sintamos especiais, indivíduos e ao mesmo tempo em que não sejamos diferentes. As diferenças entre as pessoas são um problema para a cultura de mercado. Porém, a natureza já nos provou que é a diversidade que salva o planeta.

Na medida em que damos espaço para a lógica e a razão deixarem de existir nas decisões tomadas no trabalho, em casa e na sociedade, as pessoas começaram a pensar: Por que vou me dar ao trabalho de melhorar? Por que vou querer evoluir?

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Somos o que pensamos. Se vomitarmos futilidade construiremos empreendimentos e sociedade fútil. A lição mais importante da história da civilização, entretanto, é de que muitas coisas são prováveis, mas nada é inevitável. Estamos de frente a um problema cuja solução cabe a cada um de nós.

Think é um alerta sobre as escolhas cômodas que estamos fazendo em nossas vidas. Mesmo que idealista e em alguns momentos radical, o autor levanta este importante tema que é o enburrecimento da população que inclue nossos funcionários, colegas de trabalho e principalmente a cúpula das empresas que definem a vida e a morte da sociedade de mercado.