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FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Biomedicina Jaqueline Mota Pimenta AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS GLICÊMICOS ATRAVÉS DOS EXAMES DE GLICOSE E HEMOGLOBINA GLICADA EM DIABÉTICOS TIPO 2 ATENDIDOS NA ESF DO BAIRRO CHAPADINHA DE PARACATU-MG Paracatu-MG 2012

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FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Biomedicina

Jaqueline Mota Pimenta

AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS GLICÊMICOS ATRAVÉS DOS EXAMES DE GLICOSE E HEMOGLOBINA GLICADA EM DIABÉTICOS TIPO 2

ATENDIDOS NA ESF DO BAIRRO CHAPADINHA DE PARACATU-MG

Paracatu-MG

2012

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Jaqueline Mota Pimenta

AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS GLICÊMICOS ATRAVÉS DOS EXAMES DE

GLICOSE E HEMOGLOBINA GLICADA EM DIABÉTICOS TIPO 2 ATENDIDOS NA ESF DO BAIRRO CHAPADINHA DE PARACATUMG

Monografia apresentada ao curso de

Biomedicina da Faculdade Tecsoma,

como requisito parcial para a obtenção de

Título de Bacharel em Biomedicina.

Orientadora: MSc. Cláudia Peres da Silva Orientador Metodológico: Geraldo B. B. de Oliveira

Paracatu-MG

2012

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Pimenta, Jaqueline Mota P644a Avaliação dos níveis glicêmicos através dos exames de glicose e

hemoglobina glicada em diabéticos tipo 2 atendidos na ESF do bairro Chapadinha de Paracatu/-MG. / Jaqueline Mota Pimenta. Paracatu, 2012.

83f.

Orientador: Cláudia Peres da Silva Monografia (Graduação) – Faculdade Tecsoma, Curso de Bacharel

em Biomedicina. 1. Diabetes Mellitus tipo 2. Controle glicêmico. 3. Qualidade de

vida. I. Silva, Cláudia Peres da. II. Faculdade Tecsoma. III. Título.

CDU: 616.379.008.64

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Jaqueline Mota Pimenta

AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS GLICÊMICOS ATRAVÉS DOS EXAMES DE GLICOSE E HEMOGLOBINA GLICADA EM DIABÉTICOS TIPO 2

ATENDIDOS NO ESF DO BAIRRO CHAPADINHA DE PARACATU MG

Monografia apresentada ao curso de

Biomedicina da Faculdade Tecsoma,

como requisito parcial para a obtenção de

Título de Bacharel em Biomedicina.

__________________________________________________________

Profª MSc. Cláudia Silva Peres – Faculdade Tecsoma Coordenadora de Curso e Orientadora da Monografia

___________________________________________________________ Profº Geraldo Benedito Batista de Oliveira – Faculdade Tecsoma

Orientador Metodológico

__________________________________________________________ Marden Estevão Mattos Junior

Profº Convidado

Paracatu, 16 de Junho de 2012.

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Dedico aos meus pais Maria José e José

Eustáquio, a minha irmã ludimyla pelo carinho,

apoio, incentivo e dedicação.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus pelo dom da vida e por ter me concedido a

inteligência e a oportunidade de poder estar terminando este curso.

Aos meus pais, Maria José e José Eustáquio pelo apoio e dedicação,

que sempre batalharam muito, sacrificando muitas vezes seus sonhos em favor

dos meus, mamãe e papai o meu muito obrigado amo vocês.

A minha irmã Ludimyla que sempre me proporcionou carinho, atenção

estando sempre ao meu lado nos momentos difíceis em que passei e minha

família em geral (tios, tias, primos e primas, vovós, vovôs, madrinha e

padrinho) pelo apoio, amo todos vocês.

Agradeço também as minhas amigas de república, Kerollen, Patricia,

Lilia e Taise, que de certa forma, foram minha segunda “família” nesses anos

que se passaram, com elas houve momentos felizes, engraçados e tristes

também, além delas queria destacar a minha amiga Ana por sua amizade e

atenção. Não se esquecendo de ressaltar a minha amiga e irmã, de coração

kerollen que amo demais. De tal maneira também a amiga Rayane pela

disponibilidade e companheirismo.

As duas famílias que foram essências na conclusão deste curso, a de

Vandete e da Débora, pelo acolhimento e amor, a dona Nadir (Mãe de Débora)

pela alegria e preocupação; é bom saber que sempre poderei contar com

vocês, o carinho recebido foi tão gratificante que obrigado seria pouco para

agradecer.

A minha coordenadora e orientadora que sempre me auxiliou na

pesquisa, o que facilitou imensamente a conclusão deste trabalho, assim como

a Mara do laboratório Santa Lúcia pelo apoio nas análises laboratoriais.

Igualmente agradeço aos meus professores, colegas e aos funcionários

da faculdade pela amizade e esclarecimentos necessários, saibam que a

convivência com vocês auxiliou a concluir essa trajetória.

A unidade de saúde e os diabéticos tipo de 2 por aceitarem participar

dessa pesquisa, muito obrigado pelo apoio.

Terei sempre um sentimento de gratidão por todas as pessoas que me

apoiaram em cada momento de aprendizagem e superação por que passei,

enfim todos que fizeram e sempre farão parte da minha história.

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RESUMO

O Diabetes Mellitus é uma doença crônica que emergiu para um problema de

saúde pública, na qual destaca-se a Diabetes Mellitus tipo 2 em 90% a 95%

dos casos sendo caracterizada por defeitos na ação e/ou secreção da insulina.

O objetivo desse estudo foi avaliar os níveis glicêmicos através dos exames de

glicose e hemoglobina glicada em Diabetes Mellitus tipo 2 atendido na

Estratégia de Saúde da Família Chapadinha do Município de Paracatu – MG,

no ano de 2012. Foram participante da entrevista e coleta de sangue 21

diabéticos inseridos na Estratégia de Saúde Familiar Chapadinha. A amostra

foi avaliada no período de Maio de 2012, através de um questionário com

perguntas fechadas relacionada ao conhecimento da doença e qualidade de

vida, assim como, a realização da coleta de sangue para os exames. Após a

apuração dos dados, constatou-se que os o controle glicêmico do público alvo

estava inadequado, já que o exame de glicose apontou 48% como níveis

glicêmicos acima de 126mg/dL, bem como, a hemoglobina glicada com 50%

classificados como sem controle, ao passo que ambos correlacionaram

quantos aos resultados. Quanto ao questionário observou-se que o fato de

serem entrevistados levou o público alvo a responderem o que seria correto em

algumas perguntas, entretanto cabe ressaltar que maioria desconhecia o tipo

da sua diabetes como também necessitam de uma ênfase maior na qualidade

de vida. Contudo esses resultados encontrados são significativos a equipe de

saúde, pois demonstra a necessidade de orientações principalmente quanto a

mudanças no estilo de vida, dessa forma, isso implica na importância de uma

equipe multifatorial para uma assistência mais qualificada a esses portadores

em relação a melhora desses níveis glicêmicos.

Palavras Chaves: Diabéticos tipo 2. Controle Glicêmico. Qualidade de vida.

ESF Chapadinha.

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ABSTRACT

The Diabetes Mellitus is a chronic disease that has emerged for a public health

problem, in which point out thetype 2Diabetes Mellitusin 90% to 95% of cases

being characterized by defects in the action and / or insulin secretion. The aim

of this study was to evaluate glucose levels via test of glucose and glycated

hemoglobin in type 2diabetes treated in the Family Health Strategy of the

Municipality of Chapadinha Paracatu - MG, in 2012.Participated in the interview

and blood collection in 21 diabetic inserted Chapadinha Family Health Strategy.

The sample was evaluated in the period May 2012 through a questionnaire with

closed questions related to knowledge of disease and quality of life, as well as

to collect the blood for tests. After verification of the data showed that the

glycemic control of the target audience was inadequate, because the glucose

test showed 48% as glucose levels greater than 126mg/dL, as well as glycated

hemoglobin with 50% classified as not control, whereas both those correlated

results. The questionnaire showed that the fact of being interviewed took the

audience to answer what would be correct in some questions; however it is

noteworthy that most unaware the type of your diabetes, also need a greater

emphasis on quality of life. However these results are significant health team,

as it demonstrates the need for guidelines mainly for changes in lifestyle, thus,

this implies the importance of a multifactorial staff for assistance to those most

qualified individuals in relation to improving these glucose levels

Key-words: Type 2 diabetics. Glycemic Control. Quality of life.FHS Chapadinha

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: Regulação da concentração de glicose...........................................20

FIGURA 2: A diferença entre a ingestão de alimentos em uma pessoa

normal e com diabetes tipo 2..........................................................23

FIGURA 3: Esquema de ação da glicose e insulina como “Chave-

fechadura...................................................................................,,,,,29

FIGURA 4: Moléculas de glicose ligadas à molécula de hemoglobina,

formando a hemoglobina glicada....................................................31

FIGURA 5: Testes tradicionais para avaliação do controle glicêmico...............35

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Valores de referência entre adultos e idosos.................................... 51

Tabela 2: Correlação entre os níveis de hemoglobina

glicada e os níveis médios de glicemia............................................ 67

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1: Distribuição da amostra segundo o gênero ................................ 47

GRÁFICO 2: Distribuição da amostra de acordo com a faixa etária ............... 48

GRÁFICO 3: Distribuição de acordo com Índice de Massa Corporal .............. 49

GRÁFICO 4: Distribuição dos entrevistados de acordo com a escolaridade... 50

GRÁFICO 5: Distribuição da amostra quanto à renda familiar ........................ 51

GRÁFICO 6: Distribuição da amostra quanto o que é ser diabético ............... 52

GRÁFICO 7: Distribuição dos entrevistados como se adquiri a diabetes......... 53

GRÁFICO 8: Distribuição da amostra quanto ao controle da glicemia ........... 54

GRÁFICO 9: Distribuição da amostra em relação ao tipo da sua diabetes .... 56

GRÁFICO 10: Distribuição da amostra quanto ao uso de medicamentos....... 57

GRÁFICO 11: Distribuição da amostra quanto ao consumo de

bebida alcoólica......................................................................... 59

GRÁFICO 12: Distribuição da amostra quanto ao habito de fumar................. 60

GRÁFICO 13: Distribuição da amostra de acordo com pratica de

exercícios ................................................................................. 61

GRÁFICO 14: Distribuição da amostra conforme as orientações

advindas do ESF Chapadinha................................................. 62

GRÁFICO 15: Distribuição da amostra de acordo com os resultados

do exame de Glicose Jejum ...................................................... 63

GRÁFICO 16: Distribuição da amostra de acordo com os resultados

do exame de Hemoglobina Glicada .......................................... 65

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LISTA DE SIGLAS

ADA - American Diabetes Association

DCCT - Diabetes Control and Complications Trial

DM - Diabetes Mellitus

DM1 – Diabetes Mellitus tipo 1

DM2 - Diabetes Mellitus tipo 2

ECA - Enzima Conversora de Angiotensina

ESF- Estratégia de Saúde Familiar

Hb A1C - Hemoglobina Glicada

MG – Minas Gerais

NPH - Neutral Protamine de Hagedorn

OMS - Organização Mundial da Saúde

SBD- Sociedade Brasileira de Diabetes

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 13

1.2 Objetivos ........................................................................................................... 17

1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 17

1.2.2 Objetivos específicos .................................................................................... 17

2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 18

2.1 Aspecto do Diabetes ........................................................................................ 18

2.2 Fisiologia e Fisiopatologia ............................................................................. 19

2.3 Classificação do DM......................................................................................... 21

2.3.1 Diabetes Mellitus tipo 2 ................................................................................ 22

2.4 Tratamento ....................................................................................................... 25

2.5 Diagnóstico ....................................................................................................... 26

2.6 Aspectos Laboratoriais dos Exames utilizados no estudo .......................... 27

2.6.1 Glicemia de jejum .......................................................................................... 28

2.6.2 Hemoglobina Glicada ................................................................................... 30

2.7 Correlações da Glicemia de jejum em relação aos índices de Hemoglobina Glicada ............................................................................................. 33 3 METODOLOGIA .................................................................................................. 36

3.1 Tipos de Estudo ............................................................................................... 36

3.2 Local do Estudo ............................................................................................... 36

3.2.1 Caracterização do município ........................................................................ 37

3.2.2 Caracterização do ESF Chapadinha ............................................................ 37

3.3 Delimitação do público alvo ........................................................................... 38

3.4 Instrumento utilizado ...................................................................................... 38

3.5 Aspectos éticos ............................................................................................... 39

3.6 Desenvolvimento do estudo ........................................................................... 40

3.7 Caracterização da análise bioquímica ............................................................ 42

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................... 46 5. CONCLUSÃO ...................................................................................................... 68 6. SUGESTÃO ......................................................................................................... 71 6. REFERENCIAS .................................................................................................... 72 6. APENDICE ........................................................................................................... 77 6. ANEXO ................................................................................................................. 81

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1 INTRODUÇÃO

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (2006, p.8) “a alta

prevalência de diabetes mellitus emergiu como um problema de saúde pública

nos últimos 20 anos gerando assim cerca de 180 milhões de portadores da

doença em que a estimativa de pessoas com diabetes para o ano de 2030 é de

360 milhões”.

Estima-se que os clínicos estejam diagnosticando em torno de 800 mil novos casos de diabetes tipo 2 (DM2) a cada ano. Pessoas que pertencem ao grupo dos não diagnosticados podem ter a doença por 10 anos sem estarem ciente da doença até que sofram complicações. (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION apud ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011, p.561).

O Diabético Mellitus tipo 2 (DM2) está presente em 90% a 95% dos

casos e caracteriza-se por defeitos na ação e/ou secreção da insulina, visto

que, a maioria dos pacientes com essa forma de diabetes apresenta sobrepeso

e/ou obesidade podendo ocorrer em qualquer idade, porém geralmente

diagnosticado após os 40 anos. Os pacientes não são dependentes de insulina

exógena para sobrevivência, entretanto podem necessitar de tratamento com

insulina para a obtenção de um controle metabólico adequado. (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABÉTES, 2006).

O DM2 caracteriza-se por uma resistência insulínica que evoluiu para progressiva deficiência de insulina. Resulta da interação entre predisposição genética, ainda carente de identificação, além de fatores de risco ambientais, como a obesidade e o sedentarismo. (ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA, 2011, p.3)

Para o diagnóstico são aceitos três critérios, o primeiro deles são os

sintomas, poliúria, polidipsia, fome exagerada, visão embaçada, dificuldade de

cicatrização, fadiga, dores nas pernas ou sintomas vagos como formigamento

nos membros e perda ponderal acrescidos de glicemia casual acima de

200mg/dl que se compreende naquela realizada a qualquer hora do dia,

independentemente do horário das refeições. O segundo critério trata-se de um

a glicemia de jejum igual ou superior a 126mg/dl e o terceiro critério segue de

uma glicemia de duas horas pós-sobrecarga de 75g de glicose que esteja igual

ou acima de 200mg/dl. A presença de hiperglicemia em qualquer dos critérios

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citados acima deve ser confirmado no dia subsequente. (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABÉTES, 2011).

As opções para impedir ou retardar o desenvolvimento de DM2 podem

ser não medicamentosas, com mudança no estilo de vida, manutenção de

hábitos alimentares saudáveis, exercícios físicos regulares e perda de peso

e/ou devem ser associadas às medicamentosas como metformina, visto que

essas opções têm como propósito diminuir e/ou controlar os níveis glicêmicos.

(ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA, 2011).

A partir da década de 90 estudos populacionais garantiram evidências

sobre a estreita relação entre o controle glicêmico e o risco de desenvolver

complicações crônicas e assim, nas últimas três décadas ficou claro a

importância da monitorização do controle glicêmico fato este que revolucionou

o tratamento da DM2 já que o individuo que é estimulado a realizar a

monitorização do controle glicêmico acaba participando ativamente do seu

tratamento, facilitando assim a compreensão de suas metas. A cada dia é

crescente o aprimoramento dos instrumentos para verificação da glicemia na

qual está cada vez menos invasiva, com o intuito apenas, de manter um

controle mais preciso afetando assim o mínimo possível da qualidade de vida

desses indivíduos. (ZAJDENVERG, 2004).

Atualmente não se discute mais que o aumento dos níveis glicêmicos

traz grandes complicações ao organismo e se não controlados resulta em

complicações nos tecidos, chegando à perda de funções de alguns órgãos e

dependo do quanto grave for até em falência de múltiplos órgãos. (SUMITA,

2010). Ao passo que Pinto e Oliveira (2004, p.107) também afirmam que “um

bom controle glicêmico nesse tipo de patologia diminui fortemente as chances

de complicações microvasculares, notadamente pela nefropatia, retinopatia,

neuropatia”.

Para avaliação do controle glicêmico é extremante relevante a glicemia

de jejum e a hemoglobina glicada já que esses são capazes de aprovisionar

informações distintas sobre os níveis de glicose sanguínea. (BELUSSO et al.,

2011).

Diante disso, a determinação da glicemia de jejum trata-se de um

procedimento atualmente básico também empregado no monitoramento da

patologia, porém o exame não é capaz de fornecer ao paciente e nem a equipe

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de saúde uma avaliação confiável de um período prolongando, já que, este

revela o nível de glicose sanguínea real na data e hora especifica em na qual

foram coletados, ao passo que o exame de hemoglobina glicada acrescentou

uma nova avaliação da glicemia, pois trata-se da única capaz de medir e

quantificar a glicemia média durante semana e meses. Dessa forma a junção

dos dois exames acrescenta a equipe de saúde e ao DM2 uma ferramenta

extremamente útil no controle da glicemia. (BELUSSO et al., 2011).

O principal carboidrato do sangue é a glicose que é usada como fonte de

energia pelas células do corpo e quando o assunto é glicose, na prática

laboratorial, um dos exames utilizados com maior freqüência na bioquímica é

justamente a glicose sanguínea em jejum que é comumente usado para ajudar

no diagnóstico e no controle da diabetes, ou ainda no controle da hipoglicemia.

A glicemia de jejum é obtida a partir da amostra de sangue de um paciente em

jejum por um período de tempo específico na qual geralmente costuma ser

realizado antes do café da manha, após o paciente ter ficado sem alimentar-se

durante o período de oito horas. (ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011).

Foi descrito por Louis Maillard pela primeira vez em 1912, após muitas

observações, que o produto de uma coloração escura era resultado do contato

prolongado de açucares com aminoácidos, porém só em 1968 com a

descoberta da hemoglobina glicada que realmente foi demonstrado à reação

de Maillard in vitro. (ZAJDENVERG, 2004).

O termo genérico “Hemoglobina Glicada” ou A1C se refere a um conjunto de substâncias formadas a partir de reações entre a Hemoglobina A (HbA) e alguns açúcares. O processo de formação ocorre através da ligação entre a HbA e a glicose sendo um tipo de glicação não-enzimática, contínua, lenta e irreversível. Entretanto, a primeira fase da reação entre a glicose e a hemoglobina é reversível e origina um composto intermediário denominado pré-A1C, HbA1c lábil ou instável, aldimina ou, ainda, base de Schiff. A segunda fase resulta em um composto estável tipo cetoamina, não mais dissociável, agora denominado de HbA1c ou, simplesmente, A1C. A hemácia é livremente permeável à molécula de glicose, sendo que, a hemoglobina fica praticamente exposta às mesmas concentrações da glicose plasmática. A hemoglobina glicada se acumula dentro das hemácias, apresentando, portanto, uma meia vida dependente da delas. A denominação mais adequada e bioquimicamente correta é Hemoglobina Glicada. (GRUPO INTERDISCIPLINAR DE PADRONIZAÇÃO DA HEMOGLOBINA GLICADA, 2009, p.27):

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Na dosagem da hemoglobina glicada, é sempre relevante considerar na

hora da interpretação de um resultado que os níveis médios mais recentes da

glicemia são os que mais influenciam no valor da hemoglobina glicada, visto

que, compreendem em aproximadamente 50% da hemoglobina glicada

formados no mês precedente ao exame, 25% no mês anterior a esse e os 25%

remanescentes, no terceiro ou quarto mês que precede a coleta da amostra.

(BELUSSO et al., 2011).

Alguns fatores podem interferir na dosagem da hemoglobina glicada entre

eles os mais citados pela literatura são: hemoglobinopatias ou situações que

levem a alteração da vida média das hemácias, anemia, usa de vitaminas C

e/ou E, hipertrigliceridemia severa, hiperbilirrubinemia, uremia, alcoolismo, uso

de drogas contendo salicilados, administração de opióides. (GRUPO

INTERDISCIPLINAR DE HEMOGLOBINA GLICADA, 2009)

Diante disso justifica-se que o acompanhamento é crucial nesse tipo de

doença visto que o controle glicêmico é indicado para todos os portadores da

DM2 e partindo desse ponto o presente estudo terá como importante papel

acompanhar e fazer a avaliação níveis glicêmicos dos portadores da DM2

visando apresentar a correlação dos exames de glicose e Hb glicada, pois os

mesmos fornecem informações sobre os níveis de glicose sanguínea e assim

colaborar no monitoramento do controle glicêmico da população alvo da

unidade de saúde com propósito de minimizar possíveis complicações devidas

á falha na manutenção da glicemia.

Em Paracatu (MG), os dados são escassos sobre o assunto, tornando

assim necessário conhecer como está esses níveis glicêmicos, o tratamento

diário desses portadores de DM2, em que possibilitará mostrar a relevância dos

exames no controle da patologia, contudo, contribuir de alguma forma com a

unidade de saúde e consequentemente com esses DM2, com intuito apenas de

ampliar conhecimentos.

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1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

Avaliar os níveis glicêmicos através dos exames de glicose e

hemoglobina glicada (Hb A1c) em DM2 atendidos no ESF do bairro

Chapadinha da cidade de Paracatu - MG, através da correlação

entre os resultados dos exames e apresentar a influência destes no

controle glicêmico de portadores da DM2.

1.2.2 Objetivos Específicos

Realizar no laboratório Santa Lúcia os exames de glicose e

hemoglobina glicada dos DM2 atendidos no ESF do bairro

Chapadinha.

Avaliar o controle glicêmico dos DM2 de acordo com os critérios da

Sociedade Brasileira de Diabetes, (2011) e fazer a correlação dos

resultados dos exames.

Através de questionários abordar fatores de risco, ambientais,

nutricionais e sócio-econômicos que influenciam neste estudo.

Colaborar com a unidade de saúde com o propósito de que este

estudo auxilie em uma melhor assistência aos diabéticos.

Ampliar o conhecimento sobre a DM2 e sua relação com autocuidado

para prevenção de complicações.

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2. REFERENCIAL TEÒRICO

A diabetes mellitus (DM) foi descrita a mais de mil anos, porém o

reconhecimento de suas complicações crônicas só ocorreu após uns cem

anos, através da descrição da retinopatia diabética, em que a principal razão

para todo esse atraso deveu-se á evidência de que essas complicações são

dependentes da duração da DM. (MILECH; RODACKI, 2006).

2.1 Aspectos Gerais do Diabetes

Segundo Henry (2008, p. 249) “o diabetes mellitus constitui um grupo de

doenças na qual as concentrações sanguíneas de glicose se encontram

elevadas como resultado da deficiência na secreção de insulina e/ou ação

anormal da insulina”.

A DM representa um grupo de distúrbios metabólicos comuns que

compartilha o fenótipo da hiperglicemia e dependendo da etiologia da DM

contaremos com vários fatores contribuintes para que ocorra a hiperglicemia

como, por exemplo, a secreção reduzida de insulina, diminuição na utilização

da glicose e maior produção de glicose. O descontrole metabólico que está

associado a DM em sua maioria provoca alterações fisiopatológicas

secundárias em muitos sistemas orgânicos que impõem uma enorme

sobrecarga aos indivíduos com diabetes e ao sistema de assistência a saúde.

(FAUCI et al., 2008).

O risco de complicações crônicas vai aumentando de acordo com a

duração da hiperglicemia e consequentemente essas complicações crônicas

que afetam o sistema orgânico são consideradas a principal causa de

morbidade e mortalidade, na qual são divididas em vasculares e não-

vasculares. As complicações vasculares são subdividas em microvasculares

(retinopatia, neuropatia, nefropatia) e macrovasculares (doença arterial

coronária, doença arterial periférico, doença vascular cerebral), já as

complicações não-vasculares podem ocorrer vários problemas como,

gastroparesia, infecções e alterações cutâneas. (FAUCI et al., 2008).

O atual estágio de transição demográfico-epidemiológica considera a

DM um problema de saúde pública quando comparada a outras doenças

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crônicas e isso não é apenas em países desenvolvidos como também em

países em desenvolvimento. Ao passo que esse crescimento deve em partes

ao envelhecimento populacional e claro as modificações cada vez mais

aceleradas nos hábitos de vida na qual se destacam a falta de exercícios

físicos e uma alimentação saudável. (MORAIS et al., 2010).

A prevalência mundial da DM aumentou drasticamente no transcorrer

das últimas décadas e de acordo com as tendências atuais estima-se que será

mais de 360 milhões de pessoas diabéticas em todo o mundo dados estes

previstos até 2030. (FAUCI et al., 2008).

Os principais tipos de DM são 1 e 2, ambos estão em crescimento

mundialmente, entretanto sobrepõem o tipo 2, devido o aumento da obesidade

e níveis de atividades reduzidas por causa da industrialização, sendo possível

ainda ressaltar que a prevalência entre a faixa etária entre homens e mulheres

é semelhante, porém aumentada entres os homens com idade superior a 60

anos, ao passo que as estimativas projetam para os DM a faixa etária de 45 a

64 anos para 2030. (FAUCI et al., 2008).

O DM2 tem apresentado uma prevalência universalmente crescente,

afetando, cerca de 8% da população dos Estados Unidos e 7,6% da população

brasileira, assim com uma prevalência de 2,7% na população entre 30 a 39

anos e 17,4% entre 60 a 69 anos. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES,

2008).

Esse número tende a aumentar ainda mais devido ao crescimento e ao

envelhecimento populacional, a crescente prevalência de obesidade e

sedentarismo, a maior urbanização, bem como, será cada vez mais importante

quantificar a prevalência para que haja um desenvolvimento e planejamento de

recursos para melhores condições a esses portadores. (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABETES, 2008).

2.2 Fisiologia e Fisiopatologia

Entre as refeições e a noite, ou seja, durante certos estados de jejuns, os

baixos níveis de insulina elevam a produção de glicose e promovem a

produção de gliconeogenese e a glicogenólise hepáticas além de reduzirem à

captação de glicose nos tecidos sensíveis a insulina como, por exemplo,

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músculos esqueléticos e gordura promovendo dessa maneira a mobilização

dos precursores armazenados, como aminoácidos e ácidos graxos livres

(lipólise). (FAUCI et al., 2008).

O pâncreas endócrino tem cerca de 1 milhão de grupos de células, as

ilhotas Langerhans, na qual contêm quatro tipos principais as células β, α, δ e

PP (polipeptídeo, pancreática), essas células podem ser diferenciados por

características estruturais de seus grânulos além do seu conteúdo hormonal,

visto que são as células β que assumem a produzem a insulina. (KUMAR et al.,

2010).

Figura 1: Regulação da concentração de glicose

Fonte: MESTRE, 2010

A insulina é produzida nas células β nas ilhotas pancreáticas e quem

controla a secreção dessa insulina é a glicose. Quando a insulina é secretada e

lançada no sistema venoso portal, cerca de 50% é degradado pelo fígado, visto

que a insulina que não é extraída, penetra na circulação onde une seus

receptores aos locais alvos. (FAUCI et al. 2008).

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A insulina é um hormônio que permite ao corpo converter o alimento em energia, a insulina abre as células do corpo para permitir a entrada da glicose como combustível das células. Quando a glicose não é usada pelas células, ela se acumula no sangue, causando uma condição chamada hiperglicemia. Ao longo prazo, a hiperglicemia causa dano aos vasos sanguíneos, aos tecidos e aos órgãos. (ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011, p.562).

A homeostasia da glicose reflete um equilíbrio entre produção hepática

de glicose e a captação e utilização periférica da glicose, contudo a insulina é o

regulador mais importante desse equilíbrio metabólico ao passo que influxo

neural, os sinais metabólicos e outros hormônios resultam no controle do

suprimento e da utilização de glicose. (FAUCI et al. 2008).

O processo patológico acontece quando a célula das ilhotas pancreáticas

é infiltrada com linfócitos e após a destruição das células β, o processo

inflamatório se enfraquece e as ilhotas acabam por sua vez atrofiadas, visto

que essas células parecem serem susceptíveis ao efeito tóxico de alguma

citocinas, ao passo que os mecanismos que provocam a morte das células são

desconhecidos. As teorias sugerem o inicio de um processo auto-imune dirigido

a uma única célula β que avança para outras células até atrofia chegando

assim a sua morte. (FAUCI et al. 2008).

2.3 Classificações do DM

Existem vários tipos distintos de DM que são causados por uma

interação complexa de fatores genéticos e ambientais, sendo assim,

classificada de acordo com o processo patogênico na qual resulta de

hiperglicemia, em oposição a certos critérios como a idade. As duas principais

categorias de DM são designadas tipo 1 e o tipo 2, ambos são precedidos por

uma fase de homeostasia anormal da glicose á medida que o processo

patogênico progride. (FAUCI et al., 2008).

O DM tipo 1 é caracterizada por uma deficiência absoluta de insulina

causada por ataques auto-imune ás células β do pâncreas na qual as ilhotas de

langerhans tornam-se infiltradas com linfócitos T ativados, levando a uma

condição de diminuição da insulina e assim ao longo de alguns anos esse

ataque auto-imune leva depleção gradual da população de células β e

consequentemente o aparecimento dos sintomas após 80 a 90% das células β

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são destruídas e então é nesse momento que o pâncreas falha ao responder a

ingestão de glicose surgindo assim à necessidade da terapia com insulina para

restaurar o controle glicêmico. (CHAMPE; HARVEY; FERRIER, 2009).

Conforme Champe, Harvey e Ferrier (2009, p. 338) pacientes com DM1

praticamente não têm células β e podem não responder a variação em

combustíveis circulantes nem de manter a secreção basal da insulina.

A DM2 desenvolves-se e modo gradual, ou seja, sem sintomas óbvios,

apresentam de certa forma a combinação de resistência a insulina com

disfunção das células β, porém não necessariamente precisam de insulina para

viver embora a insulina venha a ser necessária para controlar a hiperglicemia

em alguns casos. (CHAMPE; HARVEY; FERRIER, 2009).

De acordo com Champe, Harvey e Ferrier (p.342, 2009) a DM2 é

caracterizada por hiperglicemia, resistência a insulina e relativa diminuição na

secreção da insulina.

A diabetes gestacional, outro tipo de DM, é conhecida como a

intolerância a glicose adquirida durantes a gravidez visto que essa resistência a

insulina está de acordo com as alterações metabólicas que acometem o final

da gestação, entretanto a maioria das gestantes reverte esse quadro após o

parto, porém com grandes chances de desenvolver a diabetes durantes fases

da vida. (FAUCI et al., 2008).

Além dessas citadas temos outras etiologias que podem provocar a DM,

na qual incluem, defeitos genéticos específicos na secreção ou ação da

insulina, anormalidades metabólicas que prejudicam a secreção a insulina,

anormalidades mitocondriais como também caracterizada com bastante

freqüência por endocrinopatias como acromegalias e doença de Cushing além

infecções virais que podem esta implicada a destruições das ilhotas

pancreática sendo esta extremamente rara. (FAUCI et al., 2008).

Nesse trabalho será focado o diabetes mellitus tipo 2 (DM2).

2.3.1 Diabetes mellitus tipo 2 (DM2)

A DM2 é conhecida como uma doença complexa, multifatorial que está

relacionada também com fatores ambientais como o estilo de vida,

sedentarismo e hábitos alimentares que inequivocamente desempenham um

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papel dentro dessa doença. Além disso, temos os fatores genéticos envolvidos

com essa patogenia, que ainda estão em sendo discutidos.

Figura 2: A diferença entre a ingestão de alimentos em uma pessoa normal e com diabetes tipo 2

Fonte: STATION, 2009

Trata-se de dois principais efeitos que caracterizam a DM2, a resposta

diminuída dos tecidos periféricos á insulina, ou seja, a resistência insulínica e a

disfunção da célula β que geralmente manifesta como secreção inadequada de

insulina frente à resistência a insulina e a hiperglicemia. (KUMAR et al., 2010).

Quando temos a incapacidade dos tecidos-alvos de responder

normalmente a insulina chamamos de resistência insulínica na qual esse

mecanismo leva a captação menor de glicose no músculo, glicólise e oxidação

reduzida de ácidos graxos no fígado, além da incapacidade de suprimir a

gliconeogênese hepática. (KUMAR et al., 2010).

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Para superar a resistência á insulina e evitar o acúmulo de glicose no sangue, maiores quantidades de insulinas devem ser secretadas para manter normal o nível de glicose ou ligeiramente elevado. Entretanto, quando a célula beta não pode lidar com a maior demanda por insulina, o nível de glicose se eleva, desenvolvendo-se DM2. Apesar do comprometimento da secreção de insulina que é peculiar ao DM2, existe a presença de insulina suficiente para evitar a clivagem dos lipídeos e a produção acompanhante de corpos cetônicos (SMELTZER; BARE, 2005, p.1222).

A obesidade está relacionada com efeitos profundos na sensibilidade

dos tecidos a insulina comprometendo então a homeostasia sistêmica da

glicose, na qual a essa resistência a insulina indicará uma anormalidade na

sinalização da insulina nos estados em que houver excesso de gordura,

principalmente aquela gordura abdominal. (KUMAR et al, 2010).

Entretanto quando houver uma disfunção das células β teremos um

esgotamento da capacidade de se adapta ás demandas prolongadas da

resistência periférica á insulina, visto que quando as células β se tornam

inadequada há uma progressão para a hiperglicemia na qual os mecanismos

moléculas que levam essa disfunção são multifatorial como, por exemplo,

excesso de NEFAs, sinalização atenuada da insulina predispõem tanto a

resistência quanto a disfunção dessas células. (KUMAR et al, 2010). Ao passo

que outro autor aborda o assunto dizendo que:

O desenvolvimento da resistência insulínica e de um metabolismo alterado da glicose é geralmente um processo gradativo, começando com um excesso de ganho de peso e obesidade. Alguns sugerem que pode haver menos receptores de insulina especialmente no músculo, fígado e no tecido adiposo, nos indivíduos obesos do que nos de peso normal. Entretanto, maior parte da resistência á insulina parece ser provocada por anormalidades nas vias de sinalização que ligam a ativação da insulina parece estar intimamente relacionada com os efeitos tóxicos do acumulo dos lipídios nos tecidos como o músculo esquelético e fígado em conseqüência do ganho excessivo de peso. (GUYTON, 2006, p.974).

O DM2 pode acometer qualquer faixa etária, mas geralmente

desenvolve em pacientes com mais 40 anos de idade em que os principais

fatores de risco para seu desenvolvimento estão relacionados com história

familiar que reflete a base genética e estará intimamente ligada à resistência

insulínica a obesidade. É precisar relembrar que inicio das diabetes pode

passar despercebido durantes anos, pois aproximadamente 75% da população

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detectar a DM2 ao acaso através de exames laboratoriais rotineiros. (BAYNES;

DOMINICZAK, 2010).

2.4 Tratamento

O tratamento é baseado na prevenção de complicações agudas e

crônicas na qual o primeiro passo é mudança no estilo de vida com uma dieta e

exercícios físicos acompanhada dos tratamentos farmacológicos, visto que

investir em programas de prevenção diminui cerca de 58% no desenvolvimento

de DM2, porém, infelizmente apenas 20% desses pacientes conseguem

controlar seu diabetes apenas com medidas preventivas em seu cotidiano.

(BAYNES; DOMINICZAK, 2010).

Os DM2 em algumas situações não necessitam de tratamento com

insulina devido sua síntese de insulina está diminuída, pelos menos em partes,

necessitando assim, apenas de drogas hiperglicêmicas orais, ao passo que se

não for adquirido um controle adequado necessitaram de insulina nas quais

dados relatam que cerca de 5 a 10% dos pacientes tratados com drogas

precisam de insulina para conseguir um controle melhor. (BAYNES;

DOMINICZAK, 2010).

Conforme estudos realizados pela Sociedade Brasileira de Diabetes

(2006), modificar o estilo de vida se torna basicamente duas vezes mais efetiva

do que o tratamento farmacológico, diante disso as políticas de prevenção

devem focalizar em incorporar e incentivar medidas controle dentro da rotina

diária já que está torna uma maneira muito mais saudável.

É importante considerar que o tratamento em longo prazo envolve tanto

mudanças no estilo de vida como também uma avaliação laboratorial continua

do nível do controle glicêmico, ou seja, é necessário um monitoramento que

envolva a mensuração da glicose plasmática pelo paciente e outra advinda do

médico. Essas mensurações refletem um quadro de controle glicêmico de curto

e longo prazo, pois a automonitorização e a hemoglobina glicada estão

associadas a isso. (FAUCI et al., 2008).

O automonitoramento da glicemia é o padrão de assistência no controle

da diabetes já que permite ao paciente monitorar a qualquer momento sua

glicemia; através de uma pequena gota de sangue é possível medir a glicose

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capilar, ao passo que a hemoglobina glicada, exame este pedido pelo médico,

avaliar os níveis glicêmicos em longo prazo, mais precisamente, de 2 a 3

meses precedentes. (FAUCI et al., 2008).

Com base nisso, cabe ressaltar, que o uso do exame glicemia de jejum

ainda está adaptando-se ao monitoramento, pois estudos recentes relatam que

muitos médicos ainda não se atualizaram em relação a junção desses esse

exame e hemoglobina glicada.(SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES,

2009).

2.5 Diagnóstico

A DM produz uma série de complicações com uma ampla variedade de

sinais e sintomas em alguns casos, geralmente os indivíduos DM2 que ainda

não foram detectados podem apresentar complicações crônicas na época em

que está sendo feito o diagnóstico, diante disso será feito uma anamnese na

qual dará ênfase no peso, historia familiar de DM e suas complicações como

também será observados os fatores de risco para doença cardiovascular,

exercícios, tabagismo, uso de etanol e o aparecimento de sintomas

característicos. (FAUCI et al., 2008).

Quando já estabelecido o DM, a avaliação inicial deve incluir os cuidados

prévios com a diabetes considerando tipo de terapia, níveis prévios de

hemoglobina glicada, freqüência de hipoglicemia, exercício e nutrição. (FAUCI

et al., 2008).

Outro parâmetro é o exame físico completo que compreendem o peso ou

IMC (índice de massa corporal), pressão arterial (> 130/80) é considerado

hipertensão para diabetes, exame retiniano e do pé além de verificar a

sensação gerada pela alfinetada são úteis para detectar neuropatia. (FAUCI et

al., 2008).

O Goldman e Ausiello (2009) citam que os atuais critérios da American

Diabetes Association que seguem também das recomendações da Sociedade

Brasileira de Diabetes para diagnóstico da DM são três critérios:

1-Sintomas (poliúria, polidipsia, polidipsia, poliúria, perda de peso, fome exagerada, visão embaçada, infecções repetidas na pele e mucosas, dificuldade na cicatrização de ferimentos, fadiga e dores

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nas pernas, má circulação, perda de peso) de diabetes mais concentração de glicose plasmática casual igual ou superior a 200mg/dl. Casual é definido como qualquer momento do dia sem consideração do tempo da ultima refeição. 2-Glicose plasmática em jejum superior ou igual a 126mg/dl. O jejum é definido como ausência de ingestão calórica por um mínimo de 8 horas. 3-Glicose em 2 horas pós-carga igual ou superior a 200mg/dl durante o teste de tolerância a glicose oral. O teste deve ser realizado conforme descrito pela organização de mundial de saúde, usando uma carga de glicose contendo o equivalente a 75g de glicose anidra dissolvida na água. (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION apud GOLMAN; AUSIELLO, 2009, p.2016).

Os resultados dos exames laboratoriais devem estar relacionados com o

ciclo-jejum em que o melhor momento para avaliar o metabolismo é após um

jejum de 8-12 horas e se a suspeita de diabetes não for confirmada por meio

dessa determinação acima outros testes adicionais devem ser realizados.

(BAYNES; DOMINICZAK, 2010).

Para resumir uma avaliação periódica de um paciente diabético o

médico deveria antes qualquer coisa checar a glicemia e a concentração de

hemoglobina glicada com propósito de avaliar o controle glicêmico. Pediria

também um exame dos olhos (procurando sinais de retinopatia), um EGG

(doença cardíaca coronária) e um exame neurológico (neuropatia) além de

dosar a uréia e creatinina no plasma e a microalbumina/proteína na urina

(nefropatia) como também os lipídios plasmáticos. (BAYNES; DOMINICZAK,

2010).

2.6 Aspectos Laboratoriais dos Exames utilizados no Estudo

O exame laboratorial é um importante instrumento de auxilio ao raciocínio clínico e para a definição da conduta terapêutica, constituindo-se em indicador sensível e objetivo do estado da saúde do paciente. Desta forma, o resultado de um exame laboratorial é uma informação complementar que auxilia na definição do diagnóstico, particularmente, quando este não pode ser esclarecido exclusivamente pelos dados de história clínica e exame físico. Como conseqüência, os exames laboratoriais são responsáveis por 60% a 70% das decisões médicas. (NETTO et al., 2009, p.38).

É importante considerar que tanto no tipo 1 quanto no tipo 2 o objetivo

deve ser de alcançar o melhor nível possível de controle glicêmico, uma

avaliação laboratorial deve determinar em primeiro lugar se o paciente

preenche todos os critérios de diagnóstico e além dessa avaliação laboratorial

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padronizada, o paciente com a doença deve ser submetido a uma triagem para

um melhor tratamento. (FAUCI et al., 2008).

2.6.1 Glicemia de jejum

Em todas as células do corpo, principalmente, no fígado e no músculo

temos a presença do glicogênio forma pela qual armazenamos a glicose na

dieta. Ao passo que seu processo inicia quando a glicose chega ao fígado pela

veia porta e quando surgi à necessidade do uso dessa glicose, como por

exemplo, quando passamos por algum estresse ou jejum; há então a quebra do

glicogênio por meio de um processo enzimático fazendo com que haja a

liberação da glicose para a corrente sanguínea. (ESTRIDGE; REYNOLDS,

2011).

Deste modo, o fígado promove a liberação de glicose para vários órgãos,

incluindo o cérebro, visto que quando o glicogênio não consegue ser quebrado

devido à deficiência de algumas enzimas, este por sua vez, se acumula no

órgão e como já sabemos não liberar a glicose para a circulação acarretando

assim uma série de conseqüências. (TOMMASO, 2003).

Como já foi dito a insulina é um hormônio produzido no pâncreas e que

tem funções de síntese, sendo assim responsável por controlar nossos níveis

de açúcar no sangue que geralmente é ativada quando estes níveis estão

aumentados e quando os níveis de aminoácidos também estão. Os efeitos

metabólicos da insulina são: aumento da captação da glicose (glicose do

sangue para dentro das células), aumento na síntese de proteínas, ácidos

graxos (gorduras), glicogênio (armazenamento de carboidrato) e bloqueio da

quebra de gordura e de proteínas. (ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011).

Para compreendemos melhor, a insulina é responsável por se ligar a um

receptor específico na membrana das células para que a glicose que está fora

consiga entrar, ou seja, a tão abordada resistência à insulina a glicose

acontece quando a glicose não consegue entrar para as células e fica na

corrente sanguínea. (ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011).

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Figura 3: Esquema da ação da glicose e insulina como Chave- fechadura

Fonte: MARTINS, 2011

O exame de glicose serve para determinar a glicose em amostras de

sangue, sendo útil na avaliação do metabolismo de carboidratos. Como já

mencionado é feito através de uma amostra de sangue, obtida pela punção

venosa de cada paciente que precisa está um período de tempo de jejum

equivalente há 8 horas. A amostra de sangue deve ser colhida com fluoreto

visto que os valores de referência considerados normal é de 70 a 100 mg/dl, ao

passo que, seja interpretado como hiperglicemia o valor aproximado a

126mg/dl. O exame atualmente é realizado tanto automatizado como semi-

automatizado através de kit das mais diversas marcas. (ESTRIDGE;

REYNOLDS, 2011).

O principio do kit a ser usado acontece quando a adenosina trifosfato promove a fosforilação da glicose em uma reação catalisada pela Hexoquinase, a Glicose-6-Fosfat, é oxidada a 6-Fosfogluconato na presença da Nicotinamida Adenina Dinucleótide (NAD), em reação catalisada especificamente pela G-6-PDH. Ocorre a produção de um mol de NADH para cada mol de glicose-6-fosfato que é oxidado. A absorbância resultante, medida em 340 nm, é diretamente proporcional à concentração da glicose na amostra. (LABTESTE, 2009, p.1).

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O exame de glicemia de jejum apresentará elevado nós vários tipos de

diabetes primárias, nos estados de intolerância à glicose e nas diabetes

secundárias a várias doenças, como por exemplo, no hipertireoidismo,

hiperpituitarismo e hiperadrenocorticismo, entre outras. Ao passo que valores

diminuídos geralmente ocorrem nas hipoglicemias podendo ser devido a várias

causas. Além disso, a redução da concentração de glicose nos líquidos

corporais está usualmente relacionada aos processos inflamatórios ou

infecciosos. (LABTEST, 2009).

2.6.2 Hemoglobina Glicada (HbA1c)

A hemoglobina (Hb) está presente em todas as células vermelhas do

sangue na qual se trata de uma molécula que transporta o oxigênio dos

pulmões aos tecidos, visto que a principal hemoglobina é a HbA. A glicose

após ser absorvida pelo o trato gastrointestinal que entra na circulação e acaba

sendo utilizada pelas células do corpo para gerar energia e assim durante

períodos de altos níveis de glicose no sangue, as moléculas de glicose por sua

vez acabam por entrar nas hemácias e ligam-se a hemoglobina, formando

assim a HbA1c, também chamada de hemoglobina glicada. (ESTRIDGE;

REYNOLDS, 2011).

A hemoglobina glicada, também denominada hemoglobina glicosilada ou glico-hemoglobina, é conhecida ainda como HbA1c e, mais recentemente, apenas como A1C. Embora seja utilizada desde 1958 como ferramenta de diagnóstico na avaliação do controle glicêmico em pacientes diabéticos, a dosagem de A1C passou as ser cada vez mais empregada e aceita pela comunidade científica após 1993, depois de ter sido validade através dos dois estudos clínicos mais importantes sobre a avaliação do impacto do controle glicêmico sobre as complicações crônicas do diabetes mellitus. (NETTO et al. 2009, p.31).

A Hb glicada é definida como um grupo de substâncias que é formada

da reação entre a hemoglobina A e um açúcar visto que o componente mais

importante dessa reação é a A1C em que temos um resíduo de glicose ligado

ao um grupo amino terminal (resíduo de valina) de uma ou de ambas as

cadeias beta da HbA. Então a ligação entre a HbA e a glicose é o produto de

uma reação não-enzimática definida com glicação. Na reação a primeira é

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reversível originando em um composto intermediário chamado pré-A1C ou

base de Schiff, já a segunda é irreversível na qual resulta em um composto

estável de nominado de A1C. (SUMITA, 2010).

Figura 4: Moléculas de glicose ligadas à molécula de hemoglobina, formando a hemoglobina glicada.

Fonte: Grupo Interdisciplinar de Padronização da hemoglobina glicada - 2009

A molécula de glicose é permeável a membrana da hemácia, fazendo

com que a hemoglobina presente no seu interior fique exposta a mesma

concentração da glicose plasmática fazendo assim com que a glicação ocorra

em maior, ou menor grau, dependendo do nível de glicemia. A hemoglobina

permanece dentro das hemácias e a sua concentração em um determinado

momento, dependera da taxa de glicêmica média e da meia-vida das

hemácias. (SUMITA; ANDRIOLO, 2010).

A HbA1c é proporcional a quantidade de glicose no sangue e isso deve-

se ao fato que a meia-vida das hemácias é de aproximadamente 60 a 120 dias

e assim o nível de HbA1c está relacionado com a quantidade média de glicose

no sangue equivalente aquele período de tempo, ou seja, representa com mais

precisão os níveis de glicose de 3 a 6 semanas anteriores ao exame.

(ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011).

A hemoglobina glicada é um teste escolhido para a avaliação do controle

glicêmico que fornece o índice das concentrações médias de glicose sanguínea

no período de dois ou três meses antecedentes, visto que atualmente os

métodos foram padronizados para o ensaio da hemoglobina glicada na qual foi

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demonstrado que ter um controle glicêmico adequado está totalmente

associado com a prevenção ou com o retardo na avaliação de complicações no

diabetes. (HENRY, 2008).

É importante ressaltar que ao interpretar o resultado da dosagem da

hemoglobina glicada, é preciso considerar que os níveis médios mais recentes

da glicemia são os que mais influenciam no valor da hemoglobina glicada, visto

que aproximadamente 50% no mês precedente ao exame, 25% no mês

anterior a este e o 25% no terceiro ou quarto meses que precedem á coleta da

amostra. (SUMITA; ANDRIOLO, 2008).

Nos pacientes idosos, o alvo da HbA1C deve ser individualizado. Os idosos em boas condições clínicas e que apresentam complicações microvasculares são os que, provavelmente, mais se beneficiariam de um controle glicêmico intensivo. No entanto, os riscos de um controle glicêmico intensivo, incluindo hipoglicemia, tratamentos concomitantes múltiplos, interações entre as drogas e os seus efeitos colaterais devem ser considerados na equação do risco - beneficio. Nos idosos já fragilizados, indivíduos com esperança de vida limitada e outros nos quais os riscos do controle glicêmico intensivo são maiores do que os benefícios potenciais, um nível de HbA1c de 8% pode ser mais apropriado. (NETTO et al., 2009, p.35).

A dosagem da hemoglobina glicada será de grande relevância na

avaliação do controle da diabetes, sendo assim indicada a todos os portadores,

pois a relação entre os níveis elevados de glicose no sangue e o surgimento de

complicações, ou seja, o descontrole permanente provoca ao decorrer de anos,

varais complicações orgânicas na resultara em danos teciduais, perda de

funções além de falência de múltiplos órgãos. (SUMITA; ANDRIOLO, 2008).

A medida de hemoglobina glicada é um parâmetro que serve de

referência para avaliar o grau de controle glicêmico ao longo prazo de

pacientes diabéticos, entretanto a fatores interferentes que devem ser levados

em consideração, como por exemplo, a principal é a anemia em que estudos

realizados com DM2 anêmicos e não anêmicos o primeiro grupo mostraram

resultados de hemoglobina glicada falsamente diminuídos diante disso é

necessário o rastreamento da anemia nesses DM2 para que não haja

interpretações equivocas do resultado prejudicando assim o controle glicêmico.

(SILVA, 2009).

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2.7 Correlações da Glicemia de Jejum em relação aos índices de

Hemoglobina Glicada

A dosagem da concentração de glicose plasmática é um dos mais

importantes testes laboratoriais do metabolismo energético visto que, quando

os médicos querem saber se a concentração de glicose está normal

(normoglicêmica), muito alta (hiperglicemia) ou muito baixa (hipoglicemia) é

esse exame que é solicitado. Quando as concentrações de glicose se elevam

após alguma refeição é relevante relatar o tempo da amostra sanguínea em

relação a ultima refeição. (BAYNES; DOMINICZAK, 2010).

A glicose plasmática em jejum é muito estável considerando que o

princípio básico por traz do critério do diagnóstico para o DM é a evidência de

que as concentrações mais altas da glicose em jejum são a mais preocupante

devida devido o maior risco de desenvolver complicações, na qual esses

critérios provavelmente serão modificados com pesquisas futuras. (BAYNES;

DOMINICZAK, 2010).

A concentração média de glicose em um paciente diabético pode

também ser avaliada por meio de múltiplas dosagens da concentração de

glicose plasmática, mas isso é um incomodo, já que apenas uma dosagem de

glicemia de jejum associada a hemoglobina glicada torna isso muito mais fácil,

isso porque, a quantidade de hemoglobina glicada é medida como uma

porcentagem da hemoglobina total e isso nada mais é do que a concentração

de glicose de durante três a seis semanas precedentes a sua dosagem.

(BAYNES; DOMINICZAK, 2010).

Claro que é difícil de calcular precisamente, pois em qualquer momento

temos a presença no plasma de populações eritrocitárias de diferentes idades,

sendo importante abordar que o valor da hemoglobina glicada é utilizado como

alvo de terapias. A concentração normal da hemoglobina glicada é de 4% a 6%

em que são recomendados para os diabéticos uma concentração abaixo de 7%

ou mais precisamente 6,5%. (BAYNES; DOMINICZAK, 2010).

A medida da glicose plasmática em jejum é o procedimento básico empregado para o monitoramento de todos os tipos de DM, principalmente pela a sua praticidade. No entanto, este teste não é capaz de fornecer ao paciente e a equipe de saúde uma avaliação quantitativa e confiável da glicemia durante um período prolongado.

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Assim, a determinação de hemoglobina glicada acrescentou uma nova dimensão para avaliação da glicemia, pois uma única medição quantifica a glicemia média durante semanas e meses. (BELUSSO, et al., 2011, p.171).

Esse dois exames são extremamente importantes para avaliação do

controle glicêmico, devido fornecer informações diferentes sobre os níveis de

glicose sanguínea, entretanto quanto se trata da glicemia de jejum este por sua

vez só revelam os níveis glicêmicos na hora e data especifica da coleta ao

passo que a hemoglobina glicada será extremamente relevante, pois se trata

de refletir a glicemia média de dois a três meses precedente a coleta da

amostras. (BELUSSO et al., 2011).

Uma desvantagem da dosagem da glicose plasmática é que a mesma

altera-se rapidamente, portanto, um avanço no monitoramento de pacientes

diabéticos foi à descoberta da avaliação hemoglobina modificado pela glicose.

A hemoglobina nativa (HbA) pode ser convertida para a forma glicosilada

(HbA1c) e tal conversão acontece quando aumenta durante a hiperglicemia

sendo proporcional a concentração da glicose plasmática média. (BAYNES;

DOMONICZAR, 2010).

Dessa forma fica mais simples para explicar aos pacientes os

significados das implicações dos testes de glicemia e hemoglobina glicada

através da comparação a termos já bastante familiares a eles, que utilizam os

serviços bancários, visto que baseia basicamente em testes de glicemia que

revelariam o “saldo atual” da conta bancária, ou seja, a quantidade exata de

glicose sangüínea no momento do teste enquanto que por outro lado, os testes

de A1C revelariam o “saldo médio” da conta bancária durante os últimos dois a

quatro meses. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2008).

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Figura 5: Testes tradicionais para avaliação do controle glicêmico

Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes -2008

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, (2008) a dosagem da

hemoglobina glicada é de suma importância na avaliação do nível do controle

do diabetes mellitus, sendo indicada para todos os pacientes portadores da

diabetes. Hoje, não se discute mais que bom controle glicêmico do DM

(hemoglobina glicada) diminui enormemente as chances de complicações

microvasculares, notadamente: nefropatia, retinopatia e neuropatia.

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3 METODOLOGIA

O método de pesquisa utilizado trata-se de um estudo analítico com

abordagem quantiqualitativa, que segundo Bruggemann e Parpinelli (2008,

p.564) “tais estudos isoladamente, muitas vezes são insuficientes para que se

envolva toda a realidade observada”.

3.1 Tipos de Estudo

Portanto, em tais circunstâncias, foram utilizados como complementares.

O estudo analítico procura esclarecer uma dada associação entre uma exposição, em particular, e um efeito específicos. Os estudos analíticos, em geral, são formulados previamente, de modo a guiar o planejamento, a coleta e análise dos dados, orientando a forma de organizar os grupos e proceder à análise dos dados. Estão usualmente subordinados a uma ou mais questões científicas, as “hipóteses”, que relacionam eventos: uma suposta “causa”, um dado “efeito”, ou “exposição” e “doença”, respectivamente. (TORRES et al., 2010, p.23).

Segundo Richardson e outros, (2010) a pesquisa qualitativa é também

caracterizada como uma tentativa de compreensão detalhada dos significados

e características situacionais apresentadas preocupando-se com a validade

das informações coletadas.

Quando a intenção é garantir a precisão dos resultados evitando dessa

forma a distorção da interpretação e análise dos resultados com o propósito de

garantir uma margem de segurança longe de interferências, em princípio, trata-

se de um método quantitativo na qual geralmente é aplicado junto a métodos

descritivos que tem como finalidade investigar a relação entre a causalidade e

os fenômenos assim como descobrir e classificar a relação entre as variáveis.

(RICHARDSON et al., 2010).

3.2 Locais do Estudo

O estudo foi desenvolvido no município de Paracatu- MG na Estratégia

de Saúde Familiar Chapadinha, mais especificadamente, através de análises

bioquímicas que foram realizadas no laboratório Santa Lúcia, elementos esses

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abordados a seguir.

3.2.1 Caracterização do Município

O nome de Paracatu é originário do tupi-guarani e significa "rio bom".

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

de 2011 a cidade de Paracatu-MG está localizada no noroeste mineiro, a 220

km de Brasília-DF e a 498 km de Belo Horizonte - MG possui uma população

de aproximadamente 84.687 habitantes. Paracatu faz parte da Diretoria

Regional de Saúde de Unaí-Mg, e possui gestão plena de atenção básica no

processo de municipalização da saúde. (INSTITUTO BRASILEIRO DE

GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2011).

O município possui dois hospitais de médio porte sendo um deles o

hospital, São Lucas, que é de punho particular, designado como geral e possui

35 leitos. Conta também com uma policlínica particular, a Policlínica Atenas. O

sistema público de saúde é constituído por 15 unidades, sendo quatro postos

de saúde e doze unidades da ESF (Estratégia de Saúde da Família) que

cobrem 43,08% da população do município. Possui também 01 clínica de

especialidades em saúde da mulher e da criança, um centro de hemodiálise

(adulto), um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e o Hospital Municipal.

Este dispõe de 59 leitos, e é classificado como hospital generalista. (BRASIL,

2011).

3.2.2 Caracterização da Estratégia Saúde da Família (ESF) Chapadinha

A Estratégia de Saúde da Família (ESF) Chapadinha é uma unidade

básica de saúde que está situado na Rua Espírito Santo nº. 07, construída na

administração municipal 1982-1992, sendo está, à segunda unidade de

atendimento a população implantada no município de Paracatu-MG e entregue

a população em abril de 1992, onde cinco anos depois se deu a ativação, que

antes, chamado de Programa Saúde da Família (PSF) Chapadinha. (VIERA

2010).

A unidade de saúde cumpre a responsabilidade pela população a ela

vinculada, onde a população moradora é cadastrada e acompanhada

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regularmente, contribuindo assim com a melhoria das condições de vida da

comunidade envolvidas. Além disso, acontecem as reuniões com os pacientes

cadastrados que são realizadas uma vez por mês, tendo uma participação dos

mesmos. (VIERA 2010).

São formados por uma equipe multidisciplinar, sendo um médico clínico

geral, uma enfermeira, um técnico de enfermagem, dois dentistas (um auxiliar

de consultório dentário e um técnico em higiene dental), cinco agentes

comunitários, um auxiliar administrativo, duas auxiliares de limpeza e três

guardas noturnos. O funcionamento da unidade é de segunda a sexta-feira de

07h00min as 17h00min. (VIERA, 2010).

3.3 Delimitações do público alvo

O público alvo do estudo foram os 92 pacientes portadores de Diabetes

Mellitus (DM) devidamente cadastrados na equipe d o ESF Chapadinha de

Paracatu-MG.

Os critérios de inclusão para a pesquisa consistem em ser portador da

DM2 confirmado pelo prontuário, participante frequente das reuniões realizadas

todos os finais de meses pelo EFS Chapadinha e que tenha idade superior a

18 anos. Conforme Netto e outros (2009, p.35) “as metas ideais para a

hemoglobina glicada em crianças e adolescentes ainda não estão rigidamente

determinadas, diferentemente do que ocorre com os indivíduos adultos”.

Os critérios de exclusão para a pesquisa foi para aqueles que em

prontuário constarem como portador da DM1 e com algum tipo de anemia

relatada, como também os que não estiveram na faixa etária estabelecida, não

responderem o questionário, além da exclusão imediata dos que se negarem a

assinar o termo de consentimento.

Finalmente o público alvo foi 30 DM2 escolhidos a partir dos critérios de

inclusão e exclusão.

3.4 Instrumentos utilizados

Foram utilizados como instrumento de coleta de dados um questionário

estruturado com um roteiro composto de questões discursivas e questões de

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múltipla escolha, oferecendo ao entrevistado (DM2) a liberdade e

espontaneidade das respostas, o que de certa forma tornará a investigação

condizente com o objetivo da pesquisa.

De acordo com Marconi e Lakatos (2010, p.86) “o questionário é um

instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de

perguntas que devem ser respondidas por escritor”.

Para a realização das coletas de sangue foi necessário que o paciente

estivesse em jejum de 8 horas, na qual as coletas de sangue foram obtidas por

punção venosa em que os tubos já estavam com anticoagulante especificado

pelo fabricante, EDTA é o mais usado, para o exame de hemoglobina glicada e

para o de glicose tubos com anticoagulante contendo fluoreto, além disso, as

coletas de sangue foram realizadas com seringas de 10 ml em tubos.

Para a realização das análises laboratoriais dos exames de glicose será

utilizado 10µl do soro após a centrifugação da amostra e para a hemoglobina

glicada será usado 100µl do sangue total visto que antes de iniciar a realização

das análises laboratorial fora utilizados os: EPIs (máscaras, luvas, tocas,

óculos), estantes, micropipeta semi-automáticas, ponteiras, pipeta volumétrica,

pera, cubeta, água deionizada, aparelho Bioplus, banho-maria, tubos de

ensaios, centrífuga e Kits da marca Labtest para a dosagem de ambos os

exames na qual os mesmo foram analisados no Laboratório.

O método utilizado será Cromatografia por Troca Iônica para análise de

hemoglobina glicada na qual o kit comercial é composto por dois reagentes,

tampão (R-1), eluente e hemolizante (R-2), além das colunas para

cromatografia, na qual, deverá ser armazenado este kit entre 15-30ºC. Já para

o para o exame de glicose será utilizado o método Enzimático Colorimétrico

(Reação de Trinder) na qual é composto pelo reagente de cor e o reagente

padrão sendo então armazenado entre 2-8ºC.

3.5 Aspectos éticos

Os procedimentos éticos adotados nesta pesquisa seguiram as

indicações da Resolução 196/96, que trata das normas de pesquisas

envolvendo seres humanos, será levado em consideração o anonimato e o

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sigilo dos participantes, todos os procedimentos metodológicos desse estudo

obedecerão aos padrões estabelecidos pela resolução. (BRASIL, 1996).

Foi solicitada a autorização (APÊNCIDE A) da Secretária Municipal de

Saúde do município de Paracatu-MG e em seguida envida uma cópia a

enfermeira do ESF Chapadinha para o desenvolvimento da pesquisa. E antes

de decidir a data da coleta e aplicação dos questionários, foi realizado o

esclarecimento sobre a pesquisa na qual explicou os objetivos a enfermeira e

as agentes de saúde na qual solicitou a colaboração dos mesmos na

realização da pesquisa. Quanto aos que participaram do estudo foram

informados, através de visitas domiciliares, quanto ao direito à liberdade de

participar ou não da pesquisa, visto que todos os portadores da DM2 que

estivam com faixa etária maior que 18 anos e que aceitaram participar da

pesquisa assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido, cabe

ressaltar que público foi delimitado através dos critérios propostos.

3.6 Desenvolvimento do estudo

A opção por realizar este estudo deve-se devido observar através de

várias leituras o quanto é importante ter um controle glicêmico adequado

quando se é portador da DM2 e diante disso a relevância de exames que só

condicionam na prática de uma melhoria de vida.

Inicialmente realizou-se uma pesquisa bibliográfica, objetivando o

levantamento do assunto abordado, procurando aumentar os conhecimentos a

respeito da patologia e dos exames a ser a realizado, visando subsidiar o

desenvolvimento do estudo, bem como a discussão dos resultados e conclusão

do trabalho. Conforme Marconi e Lakatos (2010, p.57), “a pesquisa bibliográfica

tem como finalidade colocar o pesquisador em contato direto com tudo que foi

escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferências

seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma”.

O estudo foi desenvolvido em Paracatu-MG, no período de janeiro a

junho de 2012 com os portadores de DM2 cadastrados na unidade da

Estratégia de Saúde da Família Chapadinha, após a aprovação do gestor

municipal de saúde para realização deste trabalho assim como o

consentimento da enfermeira

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Com oficio em mãos, da aprovação do estudo, o primeiro passo foi fazer

uma visita o ESF Chapadinha e comunicar a enfermeira sobre realização do

estudo na qual houve o esclarecimento de dúvidas, entre elas, a coleta de

dados e as informações sobre a quantidade de pacientes portadores da DM

cadastrados na unidade de saúde. Objetivando a coleta de dados, foi realizada

uma busca de dados nos prontuários dos diabéticos DM, a fim de consultar

dados como tipo de diabetes, endereço, resultados dos últimos exames, dentre

outros, na qual para um melhor apuramento dos dados contamos com a ajuda

das cinco agentes de saúde assim como a secretaria que demonstrou apta a

ajudar no que fosse preciso. Após análise dos dados em prontuários,

obtivermos um público alvo de 92 diabéticos cadastrados, porém quando

relacionados aos critérios de inclusão e exclusão, restaram apenas 30 DM2.

Com os endereços anotados, o primeiro contato com os diabéticos foi

através de visitas domiciliares na qual foi explicado e justificado os objetivos do

projeto, visando nessas visitas, já determinar a quantidade amostral para esse

trabalho, já que, os que aceitarem participar do projeto já assinaram o Termo

de Consentimento (APÊNDICE B), papel esse que comprova a aceitação em

participar do estudo, concordando em liberar seus resultados, sem a

identificação de ninguém, para discussão e conclusão desse trabalho.

O questionário (APÊNDICE C) já foi aplicado nas visitas domiciliares

visto que aqueles que aceitaram participar do estudo, após assinar termo, já

foram entrevistados pela própria pesquisadora para no caso de haver dúvidas

referentes às perguntas. Nesse mesmo dia já foram avisado sobre o dia da

coleta e orientado em relação às formas adequadas, quanto ao jejum de 8

horas, para a extrema exatidão dos exames.

Finalmente depois de concretizados as visitas na casa dos 30 DM2,

apenas 24 concordaram em participar do estudo, visto que no dia marcado

para a coleta de sangue o público presente foram os 21 DM2. É importante

informar que apuração desses dados aconteceu no mês Maio de 2012.

Por conseguinte, no dia marcado foi realizado no próprio ESF

Chapadinha as coletas de sangue de punção venosa com agulhas e seringas

de 10 ml nos DM2 em que utilizou-se tubos com anticoagulante fluoreto para o

exame de glicose e tubos contendo anticoagulante EDTA para o exame de

hemoglobina glicada, além do garrote para ajudar na coleta, o algodão para

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assepsia do local (veia intravenosa do decúbito dorsal) assim como a análise

de cada braço antes da coleta para uma melhor visualização e

consequentemente uma coleta mais bem sucedida.

Mais precisamente essas coletas foram realizadas em uma sala da

unidade de saúde, visto à medida que as os pacientes chegavam; a fila

formava-se e aos poucos as coletas eram sendo realizada. É importante

considerar que cada paciente tinha seu nome em lista, na qual constava as

suas inicias (junto ao nome completo apenas para que não houvesse

confusão), o número de identificação e nome dos exames a ser realizados.

Todos os pacientes foram orientados a buscar seus exames na recepção após

quinze dias na própria unidade de saúde Chapadinha, com sua carteira de

identidade, e a levar ao médico em sua próxima consulta.

Após a coleta de sangue cada participante se dirigia a uma mesa de

café da manhã composta por frutas variadas, sucos diet., bolachas integrais

assim como um café com adoçante diet.

Cabe aqui ressaltar que para a realização das coletas contarmos com

ajuda de quatro colegas do 8º período que se dispusera a ajudar, visto que é

preciso, pois o público alvo requer limitações individuais.

Depois de realizadas as coletas essas amostras foram imediatamente

levadas, com muito cuidado, ao Laboratório Santa Lúcia para as análises

laboratoriais em que a medida da Glicose de jejum e hemoglobina foi

determinada por kits comerciais da marca Labtest.

3.7 Caracterização da Análise Bioquímica

As realizações das análises laboratoriais foram feitas no mesmo dia da

coleta de sangue no Laboratório Santa Lúcia na qual caracteriza-se as análises

bioquímicas através dos seguintes passos: O primeiro passo deve ser seguido

dos EPIs (máscaras, luvas, tocas, óculos) seguindo da organização dos

materiais a ser utilizado do laboratório como estantes, micropipeta semi-

automáticas, ponteiras, pipeta volumétrica, pera, água deionizada, aparelho

Bioplus, banho-maria, tubos de ensaios, centrífuga e Kits de dosagem de

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glicose e hemoglobina glicada, além finalmente da separação das amostras

biológicas respectivamente ao seu exame.

O exame de glicose é analisado pelo kit Labtest, na qual a bula descreve

o método Colométrico Enzimático em que as amostras de tubo fluoretado

devem ser colocadas na centrifuga por 5 minutos á 3.000 rpm enquanto isso

sugere a identificação dos tubos de ensaio com "Branco" (1), "Teste" (2) e

"Padrão" (3), junto ao número de identificação único para cada DM2 e proceder

da colocação, com ajuda de uma pipeta semi-automática, 0,5 ml do reagente

de glicose no tubo 1, 2, 3, em que após isso deve-se colocar 5µl da amostra

padrão nos tubos 3 e então retirar da centrífuga as amostras colocando 5µl do

soro da amostra no tubo 2 e logo homogeneizar bem e incubar no banho-maria

os tubos durante 10 minutos à temperatura a 37ºC.

Finalmente depois de realizadas com todas as amostras dos DM2 deve

ser feito as leituras da absorbância do Padrão e do Teste lembrando-se de

zerar com o Branco em 505 nm no aparelho semi-automático Bio 2000, onde

os parâmetros do Kit Labtest já estavam devidamente cadastrados (LABTEST,

2006).

Com os resultados das absorbâncias foi realizado o seguinte cálculo:

dividiu a absorbância do Teste pela absorbância do Padrão multiplicando os

resultados por 100 e assim foi dado o resultado em mg /dL. (LABTEST, 2006).

Glicose = Absorbância do Teste x 100 (1)

Absorbância do Padrão

Já os exames de hemoglobina glicada, foram realizados pelo kit Labtest,

visto que a bula descreve o método de Cromatografia por Troca iônica

seguindo de tais etapas, em que primeiro foi a identificação dos tubos de

ensaio com "A1", "A2", junto ao número de identificação único para cada DM2.

O próximo passo é o preparo do hemolisado e eliminação da fração lábil

na qual procede em deixar os reagentes e as colunas em temperatura

ambiente de 21 á 26ºC e em seguida pipetar em tubo de ensaio 50 µl do

sangue total com EDTA, 200µl do hemolisante e agitar deixando em repouso

de 10 a 15 minutos em temperatura ambiente.

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O segundo passo é o preparo da coluna em que se retira a tampa

superior da coluna para romper a lingüeta inferior da mesma na qual precisa-se

do auxilio das extremidades plana de uma pipeta para empurrar o disco

superior da coluna para atingir a resina, é importante ressaltar que não se deve

comprimir a resina visto que deve esperar goteja o liquido contido na coluna até

alcançar o nível do disco, partir daí, desprezar o eluído, e a coluna torna-se

pronta para uso e a cromatografia deverá ser iniciada. (LABTEST, 2009).

A cromatografia proceder em aplicar cuidadosamente 50µl do

hemolisado sobre o disco superior da coluna logo que esse hemolisado

penetrar completamente na resina adicionar sobre a coluna 200µl do tampão e

então assim que o tampão for eluído pela resina adicionar 2 ml do tampão e

logo que esse também for eluído pela resina colocar sobre um tubo de ensaio

seco e limpo, lembrando sempre de desprezar o eluído a cada passo a acima

seguindo o próximo passo que é adicionar sobre a coluna 4 ml do eluente e

recolher o eluído HbA1C. Após esses processos segue da dosagem da fração

de hemoglobina A1C, em que após a eluição homogeneizar o líquido contendo a

fração hemoglobina A1C. E então proceder em fazer a leitura no aparelho semi-

automático BIO2000 para determinar a A1(absorbância do HbA1C do teste)

acertando o zero com água deionizada. (LABTEST, 2009).

Além disso, dever-se fazer a dosagem da hemoglobina total no

hemolisado que procede de homogeneizar bem o hemolisado na será pipetado

em um tudo de ensaio limpo 25µl do hemolisado com 6 ml sendo esta a A2

(absorbância da hemoglobina total do teste). Após esse último passo

homogeneizar bem e fazer a leitura no aparelho visto que cor será estável

durante uma hora também. (LABTEST, 2009).

É importante que os resultados da hemoglobina glicada, correspondam

com a glicose, assim se a glicose não for solicitada é importante fazer para

liberar um resultado mais correto, entretanto o estudo já vai analisar ambos.

(LABTEST, 2009).

Depois de realizadas todos esses procedimentos com todas as amostras

dos DM2 e então, já com os resultados das absorbâncias anotadas, foram feito

o seguinte cálculo: dividiu A1(absorbância do tubo1) por A2 (absorbância do

tubo 2) e multiplicou por 20 resultando assim o valor em porcentagem.

(LABTEST, 2009).

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Hemoglobina Glicada A1 x 20 (2)

A2

Em todos os dois exames em caso de resultados muito elevados e/ou

alterados ao valor de referência houve a repetição para confirmar o resultado,

além disso, observou-se quanto à presença de amostras turva, lipêmica ou

ictérica.

A medida da Glicose de jejum tem seu valor de referência de 70 a 100

mg/dL (Glicemia de jejum normal), 100 a 125 mg/dL (Glicemia de jejum

alterada) e maior ou igual a 126 mg/dL totalmente alterado (Provável Diabetes

Mellitus) já a medida de hemoglobina glicada tem seu valor de referência entre

5% e 8% a partir dos resultados obtidos será classificado o controle glicêmico

de cada DM2 de acordo com os critérios prescritos na SBD, (2011). Estes

critérios tratam-se em classificados em: Objetivo de tratamento (meta atingida)

que deve ser entre 6 a 7%, “Diabéticos com bom controle” com faixa de

referência de 7 a 8% e “Diabéticos sem controle” acima de 8%.

Os resultados então foram digitados e entregue na recepção da unidade

saúde Chapadinha, na forma de laudo (ANEXO A), visto que os voluntários

(DM2) participantes desse estudo foram orientados para que na próxima

consulta ao médico os mesmos levassem seu laudo para que o médico

analisasse, visto que para a entrega foi preciso à carteira de identidade para

que se comprovasse o nome na lista, além disso, foi entregue uma cópia dos

resultados a ESF Chapadinha para que estes resultados colaborem de alguma

forma na assistência a esse público.

Com os resultados em mãos, estes foram digitados em uma planilha do

Programa Microsoft Excel 2007, processados e utilizando-se o mesmo

programa posteriormente, foram dispostos sob a forma de gráficos, discutidos

em cima das referências bibliográficas e assim descritos em uma conclusão.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

O envelhecimento da população brasileira, o aumento na prevalência da

doença, o aumento dos custos da saúde ao tratamento do diabetes são as

conseqüências do diabetes para o sistema de saúde, considerando-se tão

somente, seus aspectos clínicos e econômicos, como também refletem apenas

uma fração dos prejuízos causados aos indivíduos, suas famílias e á

sociedade. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2011).

Cabe ressaltar ainda que além dos custos diretos da doença seja

importante observar os custos indiretos, tais como: morte prematura,

incapacidade, obsenteísmo com diminuição da produtividade, aposentadorias

precoces e desemprego. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2011).

De acordo com Monteiro e outros, (2009) o aumento do DM deve-se aos

fatores crescentes como o sedentarismo, obesidade e envelhecimento da

população dados esses responsáveis pela grande ocorrência da DM2 condição

que representa cerca de 90 % dos casos de diabetes.

O primeiro estudo sobre os custos do tratamento ambulatorial do diabetes na perspectiva do sistema público de saúde brasileiro foi conduzido pela Sociedade Brasileira de Diabetes em oito cidades de diferentes regiões e demonstrou um custo médio de R$ 2.951,00 por paciente/ano, sendo que 63% desses foram decorrentes dos custos diretos (medicamentos, exames, consultas com profissionais de saúde, monitoramento da glicemia capilar, produtos diet) e 37% por custos indiretos (absenteísmo com perda de produtividade, licenças médicas, aposentadorias precoces). (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABÉTES, 2011, p.26).

O presente estudo teve como número inicial de DM cadastrados no ESF

Chapadinha, em torno de 92 diabéticos, entretanto participaram do presente

estudo apenas 21 DM2, sendo que os demais foram excluídos por não

atenderem aos critérios de inclusão propostos.

O primeiro passo foi à realização da entrevista, aos que se interessava

em participar, através de visitas domiciliares seguida da orientação quanto à

participação a coleta de sangue, visto que todos assinaram o Termo de

Conseqüentimento concordando em serem as amostras do estudo.

A população entrevistada e participante da coleta de sangue é

composta por 14 (67%) pessoas do sexo feminino e 7 (33%) do sexo masculino

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(GRAF. 1) dado esse que se assemelha ao estudo de Assunção e Ursine

(2007) realizado em Belo Horizonte com os 164 diabéticos cadastrados do PSF

do Centro de Saúde Ventosa, na qual a predominância também foi do sexo

feminino com 71,9% restando assim, apenas 28,1% do sexo masculino. De

acordo com Belusso e outros (2011) em seu estudo com 9 pacientes

diabéticos, a prevalência também foi de mulheres, na qual justificou-se o fato

de que as mulheres freqüentam mais o serviço de saúde do que os homens.

Ao passo que Batista e outros (2005, p. 223) completar afirmando que “a

tarefa de providenciar assistência médica à família é vista como atributo

feminino, vindo a aumentar o contato da mulher com o serviço de saúde e a

garantir acesso facilitado”.

Gráfico 1: Distribuição da amostra segundo o gênero

Fonte: Dados coletados em entrevista estruturada na ESF chapadinha - Paracatu-MG,

Maio de 2012

Segundo Valesquez e Agnes (2011) no estudo sobre a hemoglobina

glicada como avaliação no controle glicêmico de pacientes diabéticos

destacou-se o gênero como uma variável que não interfere nos resultados de

hemoglobina glicada, assim como na avaliação do controle glicêmico.

A idade foi entre 40 a 79 anos na qual predominou as faixas etárias de

40-49 anos com 4 (19%), 50-59 anos com 7 (33%), 60-69 anos com 5 (24%) e

finalmente 70-79 anos com 5 pessoas (24%) (GRAF. 2). Em um estudo

multicêntrico de Goldman e Ausiello (2009) sobre o levantamento de nove

capitais brasileiras da prevalência de diabetes no Brasil, resultou na

predominância de 7,6% da população entre 30 a 69 anos com DM2.

67%

33%

Feminino

Masculino

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Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (2006) a DM2 pode ocorrer

em qualquer idade, porém é diagnosticada após 40 anos dado esse que

comprova a predominância a partir dessa idade, enquanto que, o Ministério da

Saúde (2006) apresenta a prevalência da DM2 a partir dos 30 anos.

De acordo com Souza (2008), apesar de ser mais freqüentemente em

pacientes com mais de 40 anos o DM2, ainda sim, com mais precisão, 50%

dos casos desenvolvem-se em pacientes com idade superior a 55 anos.

Gráfico 2: Distribuição da amostra segundo a faixa etária

Fonte: Dados coletados em entrevista estruturada na ESF Chapadinha - Paracatu-MG,

Maio de 2012

Segundo Valesquez e Agnes (2011) é importante ressaltar que à

variação biológica inter-individual em relação à idade, gênero e etnia não

interfere nos resultados dos níveis glicêmicos com efeitos clinicamente

significativos.

Em relação à escolaridade observa-se que maioria dos entrevistados

possuía um baixo índice de escolaridade, cerca de 18 (86%), apresentaram o

1º grau incompleto (GRAF. 3), na qual em um estudo realizado por Grillo e

Gorini (2007) dos 206 DM2, 65,6% dos entrevistados correspondiam ter

apenas o ensino fundamental, abordam ainda que, a relevância de analisar o

grau de instrução deve-se principalmente ao fato de que, a condição em que

encontra-se o nível de escolaridade pode dificultar o acesso ás informações e

consequentemente levar a menores condições de aprendizagem quanto ao

cuidado com saúde, pois geralmente quem é portador da DM2 desenvolvem,

em grande parte, seu auto-cuidado.

19%

33%24%

24%

40-49

50-59

60-69

70-79

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Gráfico 3: Distribuição da amostra segundo a escolaridade

Fonte: Dados coletados em entrevista estruturada na ESF Chapadinha - Paracatu-MG,

Maio de 2012

O nível de escolaridade pode está relacionado com o acesso menor de

informações sobre os cuidados com a saúde devido à falta de compreensão

das mesmas, por isso Bezerra (2007) faz uma relação dizendo que estudar

significa receber mais informações, ou seja, pessoas informadas com alta

escolaridade têm maiores chances de prevenir doenças.

Em relação à renda familiar mensal cerca de 12 (57%) vive com apenas

um salário mínimo e 9 (43%) com renda de 2 a 3 salários míninos (GRAF. 4).

Um grupo com menor nível socioeconômico apresenta pior controle

metabólico devido à disponibilidade ao cuidado, assim como menor

entendimento sobre a doença, ressaltando ainda, que alto custo do tratamento

pode diminuir para aqueles com menor renda, já que, impede de ter acesso a

certas recomendações para um melhor tratamento da doença. (MARQUES;

FORNÉS; STRINGHINI, 2011).

No Brasil, em termos de salário-mínimo, são considerados indigentes quem vivem em extrema pobreza, aqueles com rendas per capita menores de um quarto do salário-mínimo, e pobres, aqueles com até meio salário-mínimo (MARQUES; FORNÉS; STRINGHINI, 2011, p. 199).

Portanto, a maioria dos DM2 do estudo é classificada como pobre ou

indigente na qual foi possível analisar através entrevistas que o baixo nível

socioeconômico completa o desenvolvimento de doenças devido às condições

86%

5%9%

1° Grau Incompleto

2° Grau Incompleto

Analfabeto

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precárias de moradia e alimentação como também dificulta medidas

preventivas no controle da doença.

Gráfico 4: Distribuição da amostra de acordo com renda mensal

Fonte: Dados coletados em entrevista estruturada na ESF Chapadinha - Paracatu-MG,

Maio de 2012

Segundo Marques, Fornés e Stringhini (2011) em seu estudo

observaram que o baixo nível socioeconômico associa a um pobre controle

metabólico na qual relata que esse dado deve ter uma atenção maior quanto à

adoção de medidas de cuidado e prevenção; concluiu ainda, que a baixa renda

familiar influenciou negativamente sobre a qualidade de vida, com tendência a

índice ruim quando a renda for inferior a dois salários- mínimos.

Em relação ao Índice de Massa Corporal (IMC) o Sistema de Vigilância

Alimentar e Nutricional (2008) destaca valores diferenciados para adultos e

idosos, expostos a seguir:

Tabela 1: Distribuição dos valores de referência entre adultos e idosos

Público Baixo Peso Eutrófico Sobrepeso Obesidade

ADULTOS

< 18,5 Kg/m2

>18,5 e

< 25 kg/ m2

<25 e < 30 kg/m2

≥ 30 kg/ m2

IDOSOS

< 22 Kg/m2

≥22 e < 27

Kg/m2

≥ 27 Kg/m2

__

Fonte: Elaborada pela autora

57%

43%

Apenas meio a 1 salário mínimos

Com 2 a 3 salário minímos

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O Índice de Massa Corporal (IMC) é o indicador mais simples do estado

nutricional pessoal e esse dado é calculado através da variável altura e peso

em que o calculo baseia-se na seguinte fórmula:

IMC = Peso atual (kg) (3)

Altura2 (m)

Segundo Monaco (2012) os indivíduos que apresentam baixo peso estão

desnutridos, aqueles que estão entre os dois limitem são eutróficos, ou seja, o

peso é considerado normal e para aquele que estão acima do limite superior

são relatados como acima do peso.

Diante disso os resultados (GRAF. 5) em sua maioria, é composto por

14 (67%) classificados como “sobrepeso”, 3 (14%) como “obesos”, 3 (14%)

“eutroficos” e apenas 1(5%) estava com “Baixo Peso” dados que se associam

ao estudo de Souza (2008) em que dos 127 diabéticos analisados quanto ao

IMC, os resultados obtido tinham como base 83,5% dos pacientes com

sobrepeso, (35,4%) apresentavam com obesidade e finalmente apenas 16,5%

apresentavam IMC adequado.

Gráfico 5: Distribuição da amostra de acordo com IMC

Fonte: Dados coletados em entrevista estruturada na ESF Chapadinha - Paracatu-MG,

Maio de 2012

5%14%

67%

14%

Baixo Peso

Eutrófico

Sobrepeso

Obesidade

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É de suma importância observar que esses dados refletem

mundialmente em relação ao sobrepeso/obesidade principalmente em se

tratando do DM2, dessa forma vale informar que o excesso de peso (IMC ≥30

kg/m2) junto ao acúmulo de gordura na região abdominal, esta associado a um

maior risco de doença aterosclerótica e resistência à insulina. (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABETES, 2008).

Com base no estudo de Belusso e outros (2011) quando analisados o

IMC da sua população de diabetes, identificou-se que 4 apresentaram-se

adequados, 1 com sobrepeso e ainda sim 4 com obesidade, na qual o autor

discute que apesar da sua amostra ser pequena, a população em estudo deve

levar em consideração que o excesso de peso e obesidade está relacionada

com risco de problemas cardiovasculares e resistência a insulina.

Conforme Escobar (2009) percebe-se que o aumento da glicemia está

em paralelo com a subida do IMC, ou seja, a glicemia está relacionada a um

aumento da resistência à insulina e assim associada também ao aumento de

peso.

Quanto aos resultados devido à pergunta “o que é uma pessoa

diabética” a maioria 16 (76 %) respondeu açúcar no sangue contabilizando 1

(5%) considerada acima do peso e finalmente 4 (19%) que desconheciam da

doença. (GRAF.6).

Gráfico 6: Distribuição da amostra conforme “o que é uma pessoa

diabética?”

Fonte: Dados coletados em entrevista estruturada na ESF Chapadinha - Paracatu-MG, Maio de 2012

76%

19%

5% Açúcar no sangue

Não Sei

Pessoas acima do peso

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Dessa forma no estudo de Pace, Nunes e Vigo (2003) que avaliou

através de entrevistas as famílias portadores DM a seguinte questão “o que é

diabetes” na qual usaram como critérios “Corretas” (Problemas no pâncreas,

não produz insulina, não queima açúcar), Parciais” (açúcar no sangue) e “Não

souberam informar”, obtiveram como resultados, dentre esses, a

predominância pela opção “Parcial” como 9 respostas e “Não souberam

informar” com 10 respostas, ou seja, fica claro que os entrevistados possuem

poucas informações sobre os diabetes, sendo assim, o estudo revela que

ações de caráter preventivo no controle da doença ficam prejudicadas, visto

que como prevenir e assumir o cuidado, se a um desconhecimento por parte da

doença.

Quando questionados sobre “como se adquiri os diabetes” os resultados

demonstraram que 13 (62%) têm conhecimento sobre alguns fatores que levam

a diabetes na qual optaram pela alimentação errada, excesso de peso e falta

de exercícios, 5 (24%) escolheram a opção comendo doces, restando então, 3

(14%) que não souberam informar. (GRAF. 7).

Gráfico 7: Distribuição da amostra em relação a “como se adquiri a diabetes?”.

Fonte: Dados coletados em entrevista estruturada na ESF Chapadinha - Paracatu-MG,

Maio de 2012

É preconizado para DM2 que a "Educação" é capaz de gerir

corretamente o entendimento do seu autocontrole, já que, o mesmo deve está

62%

24%

14%

Alimentação errada, excesso de peso e falta de exercícios

Comendo doces

Não sei

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apto, a saber, realizar e interpretar o autocontrole glicêmico alimenta-se

corretamente de acordo com um profissional nutricionista, fazer exercícios

físicos e finalmente ter conhecimentos sobre a terapia que faz uso

correlacionando o exercício físico com a alimentação e a terapêutica.

(SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2010).

Em um estudo realizado no ESF Chapadinha de Paracatu – MG com 30

diabéticos através de entrevistas sobre como se adquiri a diabetes cerca de

40% demonstraram não ter conhecimento sobre o assunto na qual 3 (10%)

relacionam com a ingestão de doces e finalmente 15 (50%) relacionaram com a

alimentação errada, sedentarismo e excesso de peso ao passo que autor

também cita que o fator genético também é relevante ao assunto e que é

desconhecido pelos mesmos. (VIERA, 2010).

Em relação ao controle da glicemia 13 (62%) declararam fazer através

glicemia capilar regularmente, medicamentos e dieta, 7 (33%) apenas pelos

medicamentos totalizando assim com 1 (5%) que relatou fazer apenas quando

se sente mal (GRAF. 8).

Gráfico 8: Distribuição da amostra em relação: “como você controla a sua glicemia?”

Fonte: Dados coletados em entrevista estruturada na ESF Chapadinha - Paracatu-MG,

Maio de 2012

Notamos que houve ainda certo desconhecimento por parte dos

entrevistados sobre a importância da glicemia capilar junto a uma dieta

equilibrada, pois 35% acreditam ser apenas por medicamentos, ao passo que

esse dado pode ser explicado pela afirmação de Oliveira e Rozeno Oliveira

62%

33%

5%

Glicemia capilar, Medicamentos e dieta

Pelos medicamentos

Apenas quando se sente mal

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(2010, p.46) na qual sugere que “os profissionais de saúde devem dar maior

ênfase na atenção primária para intervir precocemente nestes fatores que em

sua maioria estão relacionados ao estilo de vida.”

De acordo com o estudo Wefer e Leite (2005) realizado através de

entrevistas com DM, em que um dos seus questionamentos abordou sobre

como ocorre à manutenção dos níveis glicêmicos evidenciou que uma grande

parte da amostra precisou se adaptar ao estilo de vida, principalmente nos

hábitos alimentares e autocuidado com a doença.

Está hoje confirmada que um bom equilíbrio glicêmico é uma medida fundamental para a prevenção das complicações microvasculares (retinopatia, nefropatia e neuropatia diabéticas) e também das macrovasculares da pessoa com a Diabetes. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2006, p.8).

Existem fatores que colaboram com a manutenção das taxas de glicemia

para portadores os DM2 tais como um controle no consumo de alimentos de

qualidade, uso correto da medicação, realização de testes de glicemia capilar

em horários adequado além de exercícios físicos. (SOCIEDADE BRASILEIRA

DE DIABÉTES, 2006).

A automonitorização glicêmica é a prática do paciente diabético de medir

regularmente a sua própria glicemia através de fitas e/ou aparelhos de uso

doméstico (glicosimêtros), ao passo que isso acaba tornando uma

oportunidade para o diabético assumir o controle da sua própria saúde.

(SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABÉTES, 2006).

O baixo consumo de alimentos ricos em fibras e o elevado consumo de

açúcares e gorduras saturadas compõem um dos principais fatores de risco

para a obesidade, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e outras doenças

e agravos crônicos não transmissíveis. (MARTINS et al. 2010). Esse dado é

extremamente importante devido, ainda 38%, dos DM2 no estudo não

associam o controle da glicemia a uma dieta saudável.

Segundo Martins e outros (2010, p.168) “Os hábitos alimentares

inadequados se apresentaram relacionados com aumento dos níveis de glicose

no organismo”.

Apesar de 62 % dos DM2 opta pela dieta incluída cabe ressaltar que

Martins e outros (2010), em seu estudo com 34 diabéticos e hipertensos

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atendidos no ESF do bairro Novo Horizonte quando investigados sobre o

consumo de alimentos, apresentaram-se inadequada nos aspectos quantitativo

e qualitativo, o que é preocupante, visto que os erros alimentares representam

um risco ao controle de sua doença, podendo inclusive contribuir para o

agravamento da mesma, destacou-se ainda que, a maioria tem um consumo

inadequado de frutas, hortaliças, leite e derivados e, além disso, observou-se

que houve também a redução da hemoglobina glicada com o aumento do

consumo de hortaliças.

Quando questionados sobre qual é o tipo da sua diabetes (GRAF. 9)

percebeu-se que a maioria das pessoas não tinha conhecimento do seu tipo de

diabetes, ou seja, cerca de 14 (67%), notamos ainda que apesar da condição

genética ser um forte fator a DM2, ainda sim, o estilo de vida tem extrema

relevância para o desenvolvimento do DM2, entretanto ainda sim uma pequena

parte 33 % sabia que era DM2.

Segundo Goldman e Ausiello (2009) embora no DM2 o conhecimento

seja relativamente pequeno sobre as anormalidades genéticas especificas, os

fatores pessoais por outro lado, já promovem a expressão da doença de forma

bem mais estabelecida tais como idade avançada, atividade física seduzida e

obesidade principalmente que promovem a expressão da doença em caso de

suscetibilidade a doença.

Gráfico 9: Distribuição da amostra conforme: “Qual é o tipo de sua

diabetes?”

Fonte: Dados coletados em entrevista estruturada na ESF Chapadinha - Paracatu-MG,

Maio de 2012

72%

28%Não Sei

Sei, Sou diabético tipo 2

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De forma no estudo de Viera (2010), dos 30 diabéticos entrevistados 20

(67%) não sabiam o seu tipo, 7 (23%) afirmaram ser do tipo 2 e finalmente 3

(10%) falaram ser do tipo 1 na qual o autor ressalta que os portadores de DM

que compreendem a patologia de forma mais detalhada tem mais facilidade de

participar do tratamento, ou seja, compreende a importância de controlar sua

glicemia, consequentemente geram assim melhores condições ao tratamento.

Quanto questionados sobre o uso de medicamentos 13 (61%) pessoas

fazem o uso de Cloridrato de Metformina e mais outros medicamentos, 3 (14%)

apenas do Cloridrato de Metformina, 2 (10%) apenas o uso de insulina, 1 (5%)

uso de insulina e outros medicamentos e finalmente totalizando com 2 (10%)

com uso de glibene e outros medicamentos (GRAF. 10).

É possível notar que a maioria faz uso de hipoglicemiantes,

principalmente a metformina, visto que todos os pacientes fazem o uso de

outros medicamentos, na qual os mais utilizados pelos DM2 encontram-se nas

mais variadas classes farmacológicas, destacando-se assim o uso de anti-

hipertensivos utilizado por 14 DM2, como o captopril e hidroclorotiazida, além

disso, cabe evidenciar que 1 fazia uso de antiagregantes plaquetários, o ácido

acetilsalicílico (AAS).

Gráfico 10: Distribuição da amostra conforme o uso de medicamentos.

Fonte: Dados coletados em entrevista estruturada na ESF Chapadinha - Paracatu-MG,

Maio de 2012

Uso de Cloridrato

de Metformina

e Outros

Apenas Cloridrato

de Metformina

Apenas uso de Insulina

Uso de Insulina e

Outros

Glibene e Outros

61%

14% 10%5%

10%

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Ao passo que no estudo de Souza, (2008) sobre a qualidade de vida e

controle glicêmico com 127 DM2 demonstrou que os medicamentos mais

usados são metformina (74%), glibenclamida (54%) e insulina NPH (13%)

destaca-se ainda a maioria (58,3%) dos pacientes utilizava como fármaco anti-

hipertensivo, o inibidor da ECA, o captopril, ficando em segundo um diurético, a

hidroclorotiazida (52,8%), contudo a associação de ambos é a mais freqüente

entre dos pacientes (38,6%).

Desta forma Belusso e outros (2011) em seu estudo quanto aos

resultados sobre ao uso de medicamentos utilizados no controle da glicemia,

relataram que quatro usavam a insulina NPH associada a hipoglicemiantes

orais, três estavam somente em uso de hipoglicemiantes, um usava apenas a

insulina e o outro não fazia uso de nenhum medicamento, controlava apenas

com dieta, completa ainda dizendo que os hipoglicemiantes mais usados em

seu estudo foram Metformina, seguido de glibenclamida e glimepririda.

Os pacientes DM2, em sua grande maioria, requerem a utilização de

medicamentos diferentes devido à presença de co-morbidades como

hipertensão, obesidade e depressão, em associação com o diabetes, ao passo

que a pesquisa realizada nos Estados Unidos demonstrou que 50% dos

adultos tratados com medicação antidiabético utilizavam sete ou mais

medicamentos. Lembrando que a razão para utilização de um número grande

de medicamentos por estes pacientes deve-se ao fato de que evidências

comprovam que um controle adequado dos níveis sanguíneos de glicose

contribui sobremaneira para estes pacientes apresentarem-se mais saudáveis.

(SOUZA, 2008).

Segundo Souza (2008) o uso incorreto dos medicamentos, como por

exemplo, tomar em horários inadequados, está relacionado com o descontrole

dos níveis glicêmicos, ou seja, um aumento aos níveis principalmente da

hemoglobina glicada, afirmação está que deve ser levada em consideração.

Segundo o Brasil (2010) os medicamentos mais usados pelos diabéticos

são metformina, glibenclamida, glimepirida devido serem fornecidos

gratuitamente pelo o Sistema de Único de Saúde (SUS) dado esse que consta

na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais.

Cabe ressaltar que muitos desses medicamentos, como por exemplo, a

metformina, este considerado o mais usado nesse tipo de patologia tem como

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função a redução primariamente a produção hepática de glicose e combate a

resistência à insulina, assim como tem um alto potencial de 2% redução para a

hemoglobina glicada. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2011).

Quanto aos resultados sobre o consumo de bebida alcoólica (GRAF. 11)

notarmos que 18 (86%) diz não ingerir e 3 (14%) de vez em quando, ao passo

que, no estudo de Belusso e outros, (2011) sobre avaliação dos níveis de

hemoglobina glicada realizado com 9 pacientes diabéticos quanto ao consumo

de bebidas relatou também em seus resultados que nenhum dos 9 pacientes

dizia fazer o uso de bebida alcoólica.

Gráfico 11: Distribuição da amostra conforme o consumo de bebida alcoólica.

Fonte: Dados coletados em entrevista estruturada na ESF Chapadinha - Paracatu-MG, Maio de 2012

No estudo com 30 pacientes diabéticos em que avaliou o controle

glicêmico através hemoglobina glicada, quando questionados quanto ao uso de

bebida alcoólica todos afirmaram não fazer o uso, dado esse de extrema

relevância para a avaliação do controle glicêmico já que uns dos fatores

descritos que induzem a resultados falsamente diminuídos é o alcoolismo

crônico devido inibem a glicação da hemoglobina. (VELASQUEZ; AGNES.

2011).

Em relação ao habito de fumar, 17 (81%) abordaram não fumar e 4

(19%) relataram fumar todos os dias (GRAF. 12), ao passo que no estudo de

Belusso e outros (2011) dos nove pacientes avaliados quanto ao seu controle

86%

14%

Não

De vez em quando

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glicêmico 3 eram fumantes, diante disso contrapõe dizendo que diabéticos

fumantes têm demonstrado um maior risco em desenvolver doenças

macrovasculares e microvasculares, do que os diabete não fumantes, e

consequentemente maior risco a mortalidade.

Fumar contribui para um controle ineficiente da glicose no sangue, interferindo com nos efeitos da insulina. Também eleva o nível da glicose, o que contribui par um pobre controle da diabetes. O diabético que fuma corre o risco de desenvolver complicações, mais do que os diabéticos não fumantes. Está sujeito a ter um ataque do coração até 2 ou 4 vezes mais. Fumar aumenta em 50% os derrames, contrai as veias, o que pode piorar úlceras do pé. E mais, fumantes diabéticos aumentam o risco de neuropatia de 2 a 12 vezes, e de nefropatia (danos aos rins), em até 40%. (ASSOCIAÇAO DOS DIABÉTICOS DIADEMA-ADD, 2008, p.1).

Gráfico 12: Distribuição da amostra conforme ao hábito de fumar

.Fonte: Dados coletados em entrevista estruturada na ESF Chapadinha - Paracatu-MG, Maio de 2012

Em um estudo sobre a avaliação dos níveis glicêmicos através da

hemoglobina glicada com pacientes diabéticos tipo 1 e 2, observou que há uma

diminuição de 0,07% nos níveis de hemoglobina glicada quando cessado o

fumo durante um ano, ou seja, obtiveram um menor risco ao desenvolvimento

de complicações. (GUNTUN et al., apud BELUSSO et al., 2011).

Em relação à prática de exercícios 8 (38%) praticam exercícios como

caminhada e aeróbica promovida pelo ESF Chapadinha, 5 (24%) dizem fazer

raramente exercícios, totalizando assim com 8 (38%) que não praticam

exercícios (GRAF. 13). Diante disso em um ensaio clinico randomizado,

demonstraram que, os pacientes DM2 submetidos ao treinamento de

81%

19%

Não

Sim (Todos os dias)

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resistência com vários exercícios de intensidade alta (três jogos, três por

semana) obtiveram um declínio de 1,2% na hemoglobina glicada.

(CASTANEADA et al., apud BELUSSO et al., 2011).

Segundo Goldman e Ausiello, (2009) o exercício é um poderoso

adjuvante no tratamento do DM2 ao passo que prática dele facilita a perda de

peso e sua manutenção, colaborando, com o controle glicêmico assim como

também traz efeitos benéficos para menor desenvolvimento de riscos

cardiovasculares.

Gráfico 13: Distribuição da amostra conforme a pratica de exercícios

Fonte: Dados coletados em entrevista estruturada na ESF Chapadinha - Paracatu-MG,

Maio de 2012

Os exercícios físicos têm mostrado um efeito benéfico aos DM2 na qual

em no estudo, avaliação dos níveis de hemoglobina, demonstrou que dos

noves diabéticos, oito praticam exercícios como caminhada, alongamento,

bicicleta ou esteira, destaca-se ainda que, a atividade física aeróbica de três a

quatro vezes por semana de 30-60 minutos mostra resultados de melhoria de

10-20% no valor da hemoglobina glicada, dados esses que influenciam no

controle glicêmico. (BELUSSO et al., 2011).

Em relação à assistência do ESF, identificou-se que grande maioria dos

DM2 recebe orientações da ESF Chapadinha na qual destaca-se 18 (86%)

pessoas, ao passo que destes, 14 diz ser da enfermeira nas reuniões de

diabéticos e hipertensos, 2 diz ser da agente de saúde nas visitas em casa e os

38%

38%

24%Sim

Não

Raramente

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2 restante não sabiam relatar , não se esquecendo de ressaltar que 3 (14%)

abordaram desconhecer sobre qualquer orientação recebida (GRAF. 14).

Ao enfermeiro, cabe educar os pacientes para que eles obtenham conhecimento sobre sua condição aos riscos a saúde, incentivando a aceitação da doença e a implantação das medidas de autocontrole tais como: controle dos níveis glicêmicos através de mudanças nutricionais (conforme a pirâmide alimentar), prática de exercícios físicos, terapêutica medicamentosa, além de medidas preventivas como cuidados com os pés, aferição da pressão arterial regularmente e evitar maus hábitos, como alimentos ricos em gordura, tabagismo e etilismo. (SILVA OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2010, p.44).

Gráfico 14: Distribuição da amostra em relação a orientações recebidas

do ESF Chapadinha

Fonte: Dados coletados em entrevista estruturada na ESF Chapadinha - Paracatu-MG,

Maio de 2012

Um estudo realizado em Paracatu com os pacientes atendidos da ESF

Chapadinha relatou em seus resultados que grande parte, 63% recebe

orientações da ESF, dado esse respectivos aos que freqüentam as reuniões,

na qual o restante desses pacientes abordou a falta de tempo, serviços ou

desinteresse mesmo, como justificativa, para não participar das reuniões, ao

passo que são nessas reuniões que a enfermeira repassa orientações para seu

controle glicêmico. (VIERA, 2010).

A estratégia de educação em saúde tem como papel ajudar o paciente a

conviver melhor com a doença proporcionando uma interação, em que as

ações visam o controle metabólico que sempre depende de alimentações

regulares e exercícios físicos. (SILVA OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2010).

86%

14%

Sim

Não

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Em relação aos exames dos estudos a escolha deve-se ao fato de que

na prática clínica, a avaliação do controle glicêmico é feita através da utilização

de dois recursos laboratoriais tais como, os testes de glicemia e os testes de

hemoglobina glicada, cada um com seu significado clínico específico e ambos

considerados como recurso complementar para a correta avaliação do estado

de controle glicêmico em pacientes diabéticos. (SOCIEDADE DE BRASILEIRA

DE DIABETES, 2009).

Quanto ao exame de glicose sanguínea de jejum será classificado de

acordo com o valor de referência em que é descrito na SBD, (2011), a Glicemia

de jejum no seu estado normal fica entre 70 a 100mg/dL, visto o valor acima

100 ate 125 mg/dL já encontrará alterado e acima de 126 mg/dL considerado

uma glicemia muito alta, comprometida (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETE, 2011).

Gráfico 15: Distribuição da amostra conforme o exame de Glicemia de Jejum

Fonte: Dados estabelecidos bula do teste Labtest Diagnostica S.A.

Diante disso os resultados da glicose de jejum foram 4 (19%) com uma

glicose de jejum normal e 7 (33%) com valores de glicose já considerados

alterados e ainda sim 10 (48%) com valores acima de 126 mg/dL, ou seja, com

níveis altos de glicemia no organismo (GRAF. 15).

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2011) a metas

terapêuticas para o controle glicêmico, conforme recomendação em relação ao

19%

33%

48%

Glicemia de jejum normal -70 a 100 mg/dL

Glicemia de Jejum alterada - 100 a 125mg/dL

Acima de 126 mg/dL

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parâmetro laboratorial quanto à glicemia de jejum normal é aquela entre 70 e

100 mg/dL, uma glicemia de jejum alterada entre 100 e 125 mg/dL e acima de

126 mg/dl considerados com níveis de glicemia muito alto, comprometido.

Segundo Souza (2008, p.9) “a glicemia de jejum alterada refere-se às

concentrações de glicemia de jejum que são inferiores ao critério diagnóstico

para o DM, porém mais elevadas que o valor de referência normal”.

De acordo com Souza (2008) em seu estudo sobre o controle glicêmico

demonstrou que os pacientes quando avaliados através do exame de glicemia

de jejum, apenas um terço (27%), dos pacientes apresentavam níveis

glicêmicos adequado (menor que 110 mg/dL) dado esse que se associa ao

estudo em questão.

Segundo Belusso e outros (2011) a dosagem da glicemia de jejum é um

método capaz de fornecer a glicemia unicamente do momento da coleta da

amostra de sangue, ao passo que a SBD, (2008) também explica que os níveis

de glicemia abordados por esse exame apenas relata os níveis de glicemia

instantânea, ou seja, o saldo atual do estado da glicemia no organismo naquele

momento, ressaltar ainda que a glicemia média estimada é um novo conceito

na avaliação do controle glicêmico e sua utilização, em conjunto, com os

resultados da hemoglobina glicada, está sendo recomendada por entidades

médicas internacionais relacionadas ao diabetes isso devido a sua

variabilidade glicêmica que pode ser considerada como um fator de risco

independente para as complicações do diabetes.

Quanto ao exame de hemoglobina glicada, será de acordo com os

valores de referências da SBD, (2011) na qual descrevem que os níveis

metabólicos dos portadores diabéticos são definidos como: “Objetivo de

tratamento (meta atingida)” devem ser entre 6 a 7%, “Diabéticos com bom

controle” com faixa de referencia de 7 a 8% e “Diabéticos sem controle” acima

de 8%.

Dessa forma dos 21 diabéticos, a metade obteve valores acima de 8%,

ou seja, 11 (50%) são diabéticos classificados como “SEM” controle, 8 (36%)

estão com “META ATINGIDA” para seu tratamento, 2 (14%) estão com “BOM”

controle (GRAF.16).

Segundo a Souza, (2008) os níveis recomendados de hemoglobina

glicada são inferiores a 7%, segundo a American Diabetes Association (ADA),

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pois valores superiores a este estão associados a um risco progressivamente

maior de complicações crônicas, como retinopatia, nefropatia e neuropatia

enquanto que Sociedade Brasileira de Diabetes (2011) preconiza menor ou

igual a 6,5% para a hemoglobina glicada.

Segundo Belusso e outros, (2011) em seu estudo sobre a avaliação dos

níveis glicêmicos através da hemoglobina glicada com nove diabéticos

observou-se quanto aos resultados na análise individual que três dos pacientes

apresentam melhora no controle glicêmico, três mantiveram um bom controle

glicêmico e três obtiveram um péssimo controle glicêmico.

Gráfico 16: Distribuição da amostra conforme o exame de Hemoglobina Glicada

Fonte: Dados estabelecidos pela Sociedade Brasileira de Diabetes, 2011

Ao passo que no estudo de Gomes e outros citado por Belusso e outros,

(2011) ressalta que dos 94 pacientes diabéticos analisados quanto ao nível de

controle glicêmico observou que 51,1% pioraram 13,8% permaneceram com

controle regular ou péssimo, 22,3% obtiveram controle bom ou excelente, visto

que autor expõe, através de seus dados, que observou na sua amostra uma

dificuldade dos portadores em manter a glicemia próxima do normal.

Conforme também Valesquez e Agnes (2011) o descontrole da

população em estudo, avaliada em relação aos níveis glicêmicos foi notada, já

que 38% dos pacientes apresentaram dosagens de hemoglobina glicada acima

de 11,2%, dado esse que também assemelha-se a conclusão do estudo de

14%

36%

50%

Objetivo de Tratamento-Meta Atingida- 6- 7%

Diabéticos com BOM controle -7-8%

Diabéticos SEM controle - acima de 8%

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Scheffel e outros (2004) que teve como resultado o controle comprometido de

68% da população estudada quanto ao risco de complicações crônicas em

DM2.

No estudo de Belusso e outros (2011) observou-se que os pacientes de

instituição urbanas com diabetes e hipertensão atingem apenas 27% dos

valores de referência ideais sobre os níveis de glicemia preconizado pela

Association American Diabetes que baseia-se no valor da hemoglobina glicada

menor ou igual a 7%.

O controle glicêmico é clinicamente fundamentado em uma avaliação

global que deve utilizar tanto os resultados da glicemia em jejum (que reflete o

nível de glicose sanguínea no exato momento da realização do teste), quanto

os resultados da hemoglobina glicada (que refletem os níveis glicêmicos dos

últimos dois ou três meses), pois ambos são métodos importantes e

complementares. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2009).

Diante disso através dos resultados dos exames de glicose de jejum e

hemoglobina glicada é possível perceber que ambos quando correlacionados

apontaram para um índice alto dos níveis de glicemia no organismo, pois tanto

a glicemia de jejum apresentou 48% acima de 126 mg/dL como também a

Hemoglobina glicada classificou a população estudada como 50% sem controle

e assim quando associados à qualidade de vida e fatores para

desenvolvimento dos diabetes, variáveis estas abordadas pelo questionário,

evidencia-se que á sim algumas conclusões e embasamentos que colaboram

com mau controle glicêmico apresentado pelo população.

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Tabela 2: Correlação entre os níveis de hemoglobina glicada e os níveis médios de glicemia

Fonte: Grupo Interdisciplinar de Padronização da Hemoglobina Glicada

Desde 2008 que outros parâmetros vêm sendo desenvolvidos em

relação ao controle glicêmico, um deles é a variabilidade glicêmica um fator de

grande importância para o desenvolvimento isolado para o risco de

complicações, tais parâmetros são pouco aceitos pelos médicos que tratam

das diabetes fato esse devido ainda não estarem familiarizados totalmente com

vantagens deles, diante disso os principais métodos para avaliar a controle

glicêmico consistem em avaliar através dos exames de glicose de jejum e

hemoglobina glicada. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2009).

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5 CONCLUSÃO

Esse trabalho procurou conhecer como se encontrava os níveis

glicêmicos no organismo dos DM2 cadastrados e freqüentes do ESF

Chapadinha, procurando compreender e classificar o controle glicêmico dos

mesmos, através da associação dos fatores de risco e a correlação dos

exames de glicose de jejum e hemoglobina glicada.

Onde foi possível concluir, com base nos resultados obtidos, que a

realidade da população atendida tem em sua maioria a necessidade de formas

de comunicações condizentes com sua condição, já que grande parte tem um

grau de escolaridade mínimo ou são analfabetos, na qual observou pelas

entrevistas a dificuldade em assimilar os ensinamentos, visto que, grande parte

deles não tem conhecimento do tipo de sua diabetes, assim como uma parte

associavam o controle da glicemia da doença apenas ao consumo de

medicamentos.

Diante disso cabe ressaltar que o sistema de saúde tem o deve de estar

preparado para oferecer orientações cientes da realidade apresentada por

estes diabéticos e desta forma planejar formas de orientações conforme o perfil

desses DM2, de maneira que a equipe de saúde seja vista como um apoio para

o tratamento, na qual o portador consegue ver ali sua realidade frente à doença

assim como soluções para melhorar de acordo com condição vivida.

Quanto à prática de exercícios físicos cerca da metade descreveu que

praticar principalmente as aeróbicas, fornecidas pelo ESF Chapadinha, de

qualquer maneira a prática de exercícios parece ser algo exercido por eles.

Quanto habito de consumir bebida alcoólica e fumar a maioria não fazia uso

destes.

Um dos resultados que chamou a atenção foi que a maioria associa a

alimentação errada, excesso de peso e falta de exercícios a como se adquire a

diabetes na qual supõem que há certo conhecimento sobre alguns fatores

relacionados à diabetes, entretanto mais da metade apresentou sobrepeso

sendo possível destacar que o aumento precoce de doenças crônicas não

transmissíveis está associado significativamente com elevados níveis de

gordura corporal.

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Fica claro que, o controle do diabetes não requer apenas o ajuste da

farmacoterapia, mas também outros aspectos como automonitorização dos

níveis de glicose, dietas, prática de exercícios, entre outros, entretanto fazer

dietas requer condições melhores socioeconômicas, dado esse presente na

população em estudo, visto que a maioria vive com uma renda de meio a um

salário mínimo, ou seja, sem muitas condições.

Em fim a avaliação dos níveis glicêmicos, obteve resultados da glicemia

de jejum com valores comprometidos, 48 % acima dos valores de referências

assim como a hemoglobina glicada que resultou em 50% classificados como

sem controle glicêmico, ao passo que quando correlacionados apresentaram

total semelhança, já que ambos encontram-se alterados. Portanto fica clara a

importância dos dois exames no controle glicêmico uma vez que tanto os testes

de glicemia como os de hemoglobina são considerados testes tradicionais para

a avaliação do controle glicêmico de portadores diabéticos.

O controle glicêmico avaliado pelos resultados de hemoglobina glicada e

glicemia de jejum, obteve, respectivamente, metade dos pacientes

classificados como não controlados, dessa forma é relevante considerar,

quanto às respostas ao questionário, que uma parte dos entrevistados podem

ter sido influenciado a responder o que seria correto, pois algumas respostas

encontradas, não são condizentes com resultados dos níveis glicêmicos.

Entretanto cabe ressaltar que apesar disso, houve sim uma associação

entre o IMC, o conhecimento do tipo da sua diabetes, assim como, somente o

uso de medicamentos para controle da glicemia, com os níveis altos de

glicemia, pois esses fatores em conjunto definiram esses DM2 como um

público mais susceptível ao desenvolvimento de complicações.

Em relação às orientações advindas do ESF Chapadinha percebeu-se

que são bem vindas e de grande relevância para o público em estudo, visto

que o sistema de saúde é preparado para oferecer tratamento adequado aos

portadores de doenças crônicas como o diabetes, no que diz respeito à área

física, equipe multiprofissional suficiente, motivada e treinada para atuação nos

programas, estabelecimento de metas e estratégias eficientes, todavia, ainda

nota-se que é preciso uma orientação diferenciada, desta forma espera-se que

este estudo possa contribuir com a equipe da ESF Chapadinha através da

identificação das características das áreas pesquisadas assim como fatores

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associados, fornecendo subsídios para a elaboração de um planejamento de

ações efetivas voltadas para a realidade local, assim como, a busca pelo

controle glicêmico adequado e consequentemente, uma redução dos fatores de

riscos associados a esta patologia.

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6 SUGESTÕES

É importante considerar que a responsabilidade dos pacientes diabéticos

com o seu tratamento compreende a escolha mais importante para a sua

saúde e bem-estar, que deve ser tomadas pelo próprio DM2 e não pelo

profissional de saúde, pois é o paciente que escolhe o que comer se fará ou

não atividade física, se realizará monitorização dos níveis de glicose, escolhas

estas que são determinantes para o controle do diabete, isso porque uma

pessoa que tem um melhor controle glicêmico reduz em sua maioria o risco de

desenvolvimento de complicações com retinopatia, nefropatia e neuropatia.

Diante disso o melhor é o desenvolvimento de práticas de ensino e

atividades educativas continuadas dirigidas ao paciente, ações estas que

possibilitará o melhor conhecimento e adaptação do paciente à doença e acima

de tudo dar uma ênfase maior a desenvolver ações de autocuidado.

Cabe ressaltar que maioria está com sobrepeso, devido a isso é preciso

chamar atenção desses diabéticos para a prática de exercícios físicos já que

este é oferecido pela própria ESF, ou seja, é necessária apenas a participação

frequente, assim como, nas orientações realizadas sempre lembrar que eles

têm baixo nível de escolaridade e que precisam de orientações diferenciadas

para seu entendimento.

Dessa forma a realização de trabalhos como estes assumir uma

relevância frente à unidade de saúde e a população- alvo, assim como,

informações frente a realidade vivenciada pela população acrescentando um

melhor conhecimentos na formação de um acadêmico.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A: Autorização para a coleta de dados para elaboração de

Trabalho de Conclusão de Curso

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APÊNDICE B: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(Conselho Nacional de Saúde, Resolução 196/96)

Eu,________________________________________________DECLARO para fins de

participação em pesquisa, que fui devidamente esclarecido do Projeto de Pesquisa intitulado

“Avaliação dos níveis glicêmicos através dos exames de glicose e hemoglobina glicada em

diabéticos tipo 2 (DM2) atendidos na Estratégia de Saúde da Família (ESF) do bairro

Chapadinha de Paracatu/2011” desenvolvido pela acadêmica Jaqueline Mota Pimenta do

Curso de Biomedicina da Faculdade Tecsoma, quanto aos seguintes aspectos: O presente

estudo justifica-se que o controle glicêmico é indicado para todos os portadores da DM2 e

partindo desse ponto será feito uma avaliação dos níveis glicêmicos através dos exames de

glicose e Hemoglobina glicada, pois os mesmos fornecem informações sobre os níveis de

glicose sanguínea e assim colaboram no monitoramento do controle glicêmico minimizando

possíveis complicações. Em Paracatu (MG), os dados são escassos sobre o assunto, tornando

assim necessário conhecer como esta esses níveis glicêmicos.

Considerando as afirmações acima optou-se por desenvolver este estudo tendo como

objetivo geral, avaliar os níveis glicêmicos através dos exames de glicose e hemoglobina

glicada em DM2 atendidos na ESF do bairro chapadinha de Paracatu/MG, no período de

Janeiro á junho de 2011/2012.

Ao sujeito objeto deste estudo serão garantidos os esclarecimentos que se fizerem

necessários, antes e durante o curso do estudo, bem como o sigilo e privacidade dos dados

confidenciais envolvidos na pesquisa e a liberdade de recusar-se em participar ou cancelar o

seu consentimento sem penalização alguma e sem qualquer prejuízo. Os dados e informações

provenientes deste estudo serão utilizados com fins de produção e apresentação de Trabalho

de Conclusão de Curso (TCC) do Curso de Biomedicina da Faculdade Tecsoma.

DECLARO que após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter

entendido o que me foi explicado, consinto voluntariamente a participação nesta pesquisa.

Paracatu,____ de _____________________________de 20___

_________________________________ Assinatura do Declarante

____________________________________________________________________ Acadêmica do Curso de Biomedicina da Faculdade Tecsoma

Telefone: (038)91742523 Email: [email protected]

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APÊNDICE C: Questionário aplicado aos DM2 da ESF Chapadinha

Questionário

Iniciais do nome:______________

Nº de identificação:____________

1- Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

2- Idades: ( ) 18-20 ( ) 30-39

( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69

( ) 70- 79

3- IMC: Altura:____ Peso :_______

4- Escolaridade ( ) 1º Grau incompleto ( ) 2º Grau incompleto ( ) Analfabeto ( ) Ensino superior

5 - Renda familiar ( ) 1 salário mínimo ( ) 2 a 3 salários mínimos ( ) Acima de 3 salários mínimos

6 - Para você o que é “diabético”? ( ) Açúcar no sangue ( ) Pessoas acima do peso(obesas) ( ) Não sei ( ) Outros__________________________ __________________________________

7- Como se "adquire" o diabetes? ( ) Comendo doces ( ) Alimentação errada, excesso de peso e a falta de exercício. ( ) Não sei. ( )Outros_________________________ _________________________________

8 - Como você faz o controle da glicemia (açúcar no sangue)? ( ) Glicemia capilar, Medicamentos e

Dieta ( ) Apenas quando se sente mal ( ) Pelos medicamentos ( ) Não sei

9- Você sabe qual é o tipo da sua Diabetes Mellitus: ( ) Diabetes Tipo 1 ( ) Diabetes Tipo 2 ( ) Não sei

10-Quais são os medicamentos usados? ( ) Uso de insulina

( ) Cloridrato de metformina ( ) Glibene ( ) Outros:_________________________ __________________________________ __________________________________

11- Consome bebida alcoólica? ( ) não ( ) de vez em quando ( ) só nos finais de semanas ( ) todo dia ( ) sempre que tenho vontade

12-Você fuma? ( ) não ( ) de vez em quando ( ) só nos finais de semanas ( ) todo dia ( ) sempre que tenho vontade

13 - Você pratica exercícios físicos? ( ) Não ( ) Sim ( ) Raramente

Quais: ( ) Caminhada ( ) Faço academia ( ) pratico esportes ( ) não faço

14 - Você recebe orientações do ESF Chapadinha? ( ) Sim ( ) Não

De quem: ( )da agente de saúde que passa na minha casa ( ) da enfermeira nas reuniões do ESF ( ) não sei

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ANEXO

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ANEXO A: Modelo do laudo entregue aos DM2