FACULDADES INTEGRADAS PROMOVE CURSO DE...
Transcript of FACULDADES INTEGRADAS PROMOVE CURSO DE...
FACULDADES INTEGRADAS PROMOVE
CURSO DE TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL
ARTIGO CIENTÍFICO
AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DA REGIÃO
ADMINISTRATIVA DE SOBRADINHO I
Estudante: Paulo Marcos dos Anjos da Silva
Orientador: MSc. Luis Carlos Spaziani
BRASÍLIA
2013
Paulo Marcos dos Anjos da Silva
CURSO DE TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL
AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DA REGIÃO
ADMINISTRATIVA DE SOBRADINHO I
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
como requisito parcial do curso de Tecnologia
em Gestão Ambiental, para obtenção do título
de Tecnólogo sob a orientação do professor
MSc Luis Carlos Spaziani.
BRASÍLIA
2013
3
Resumo O presente estudo tem por objetivo avaliar os aspectos ambientais, técnicos e sociais inerentes ao sistema de esgotamento sanitário, a fim de compreender e descrever a situação atual no DF e em especial da região administrativa de Sobradinho I, no que tange a eficiência da aplicabilidade de conhecimentos e o desenvolvimento de novos métodos e tecnologias no intuito de promover a eficiência na redução de extravazamentos de efluentes. A abordagem elenca a importância de um sistema de esgotamento sanitário relacionada às questões sociais, à saúde e a economia bem como a influência do planejamento no que se refere às manutenções preventivas e corretivas e a minimização dos impactos ao meio ambiente. A avaliação tem o intuito de demonstrar os problemas associados à má utilização das redes coletoras e o quantitativo das ocorrências de desobstruções obtido por meio de relatórios. Também foram abordados os problemas típicos decorrentes da falta de um sistema de coleta de esgotos adequado. Salienta a importância dos meios que fazem o sistema de esgotamento sanitário funcionar na sua plenitude, desde a coleta realizada pelos ramais prediais até a disposição final. Ressalta a questão de que todo o processo não requer somente eficiência nas construções das redes coletoras de esgotos, mas também um modelo de manutenção efetiva envolvendo nas atividades executadas, equipamentos adequados e profissionais habilitados no atendimento aos anseios e necessidades da sociedade. Palavras-Chave: Esgotamento Sanitário. Manutenção Preventiva e Corretiva. Tecnologia.
Abstract
The present study aims to assess the environmental, technical and social aspects inherent sewage system in order to understand and describe the current situation in DF and special administrative region of Sobradinho I, regarding the efficiency of the applicability of knowledge and the development of new methods and technologies in order to promote efficiency in reducing extravasations of effluents. The approach enumerates the importance of a sanitary sewage system related to social issues, health and the economy as well as the influence of planning with regard to preventive and corrective maintenances and minimization of impacts on the environment. The evaluation is intended to demonstrate the problems associated with the misuse of collection networks and the amount of occurrences of clearances obtained through reports. Also discussed were the typical problems arising from the lack of an adequate sewage collection. Stresses the importance of the means that make the sewage system function at its fullest, from the collect held by the gross extensions to final disposal. Reaffirms the question that the whole process not only requires efficiency in constructions of sewage collection networks, but also a model of effective maintenance involving the activities performed, appropriate equipment and qualified professionals in meeting the expectations and needs of society.
Keywords: Sanitary Sewage. Preventive and Corrective Maintenance. Technology.
4
1 Introdução
Entende-se que a importância de um trabalho de diagnóstico e análise sobre
problemas no sistema de esgotamento sanitário é subsidiar os gestores na solução dos
problemas existentes nas redes coletoras de esgotos, com o intuito de planejar e evitar
danos ambientais futuros, causados pelo acelerado processo de urbanização.
Neste sentido, a produção de dejetos oriundos das atividades humanas e
industriais precisam ser coletados, transportados, tratados e destinados de forma
adequada sem causar transtornos à comunidade.
Devido à necessidade de prestação de serviços com a devida qualidade à
população, se faz necessário um monitoramento para qualificar e quantificar as
informações obtidas referentes aos trabalhos desenvolvidos pertinentes ao sistema de
esgotamento sanitário.
Dessa forma, o presente estudo tem o objetivo de avaliar e ponderar a eficiência da
aplicabilidade de conhecimentos e o desenvolvimento de novos métodos e tecnologias na
utilização correta do sistema de coleta de esgotos da Região Administrativa de
Sobradinho I, com ênfase na redução de custos operacionais em manutenção de redes
coletoras de esgoto, diminuição de incidências de obstruções, bem como a minimização
de impactos ao meio ambiente decorrentes de extravazamentos de efluentes. Para isso,
algumas medidas são adotadas com o intuito de contribuir para a preservação do meio
ambiente, como também proporcionar qualidade de vida para a sociedade.
2 Metodologia
2.1 Pesquisa Bibliográfica
Pesquisa bibliográfica, para Marconi e Lakatos (2003, p. 183) “abrange toda
bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas,
boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc”.
Segundo Manzo (1971, p.32), a bibliografia pertinente “oferece meios para definir,
resolver, não somente problemas já conhecidos, como também explorar novas áreas
onde os problemas não se cristalizaram suficientemente” e tem por objetivo permitir ao
pesquisador “o reforço paralelo na análise de suas pesquisas ou manipulação de suas
informações” (Trujillo, 1974, p.230). Neste sentido, “a pesquisa bibliográfica não é mera
5
repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo assunto, mas propicia o exame de um
tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras” (LAKATOS,
2003).
2.2 Pesquisa Ação
Para Thiollent (1997), esta metodologia refere-se a um tipo de “pesquisa aplicada,
orientada para elaboração de diagnósticos, identificação de problemas e busca de
soluções”.
2.3 Pesquisa Documental
Nessa pesquisa foram utilizados documentos da Companhia (CAESB) para
avaliação dos dados obtidos de períodos anteriores, e assim, fazer uma comparação com
períodos posteriores à utilização de novas tecnologias e conhecimentos. Para Gil (1999,
p.46), “a pesquisa documental tem como vantagem considerar documentos com fonte
estável e rica”.
2.4 Pesquisa de Campo
De acordo com Lakatos e Marconi (2001), “a pesquisa de campo é aquela utilizada
com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema,
para qual se procura resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda,
descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles”. Ainda segundo os autores a
pesquisa de campo consiste na observação de fatos e fenômenos tal como ocorrem
espontaneamente, na coleta de dados a eles referentes e no registro de variáveis que se
presumem relevantes, para analisá-los.
Para Trujillo, (1982, p.229) a pesquisa de campo propriamente dita “não deve ser
confundida com a simples coleta de dados, é algo mais que isso, pois exige contar com
controles adequados e com objetivos preestabelecidos que descriminam suficientemente
o que deve ser coletado”.
6
A metodologia aplicada neste artigo foi realizada por meio de estudos com base
nos parâmetros de interesse sobre o correto funcionamento do sistema coletor de esgotos
da Região Administrativa de Sobradinho I através das seguintes atividades:
a) Pesquisas bibliográficas e documentais; b) Levantamento de campo; c) Mapeamento das sub-bacias que compõem o sistema de esgotos; d) Comparação de resultados obtidos através de relatórios – fonte
CAESB; e) Aprimoramento na utilização de novas tecnologias; f) Caracterização do ambiente de estudo.
A apresentação dos dados obtidos e a comparação do desempenho foram
representadas por meio de gráficos estatísticos condizentes com resultados observados.
3 Desenvolvimento
3.1 Sistema de Esgotamento Sanitário e sua Relevância Socioambiental
Considera-se como sistema de esgotamento sanitário o conjunto de obras e
instalações que tem por finalidade coletar, transportar, tratar, bem como destinar os
efluentes provenientes da população de forma adequada visando o bem-estar das
pessoas e a preservação do meio ambiente. A constituição Federal trata em seu Art. 225
que:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para o presente e futuras gerações.
Os efluentes são transportados por gravidade, ou seja, o escoamento é realizado
através de tubulações seguindo a inclinação do terreno, dessa forma, os projetos para
implantação de um sistema de esgotamento sanitário devem considerar principalmente as
condições topográficas.
A implantação de um sistema de esgotamento sanitário proporciona consideráveis
benefícios ao meio ambiente e à qualidade de vida das populações atendidas e tem por
finalidades:
a) A coleta dos efluentes de forma individual e coletiva; b) A diminuição de ocorrências de doenças associadas com a água contaminada; c) A manutenção da qualidade dos recursos hídricos; d) A eliminação da contaminação do solo; e) O tratamento e a disposição sanitária dos esgotos.
7
3.1.1 Esgotos Domésticos
O resultado da mistura dos dejetos humanos com águas de descargas denomina-
se águas cinzas. Essa massa líquida misturada às águas que são procedentes das
atividades de asseio formam o esgoto doméstico. O esgoto doméstico é basicamente
proveniente de residências, estabelecimentos comerciais e hospitais.
A composição dos esgotos domésticos segundo Von Sperling (1996) é de
aproximadamente 99,9% de água e 0,1% de sólidos orgânicos e inorgânicos, suspensos
e dissolvidos, e microorganismos, esta pequena fração é responsável pela necessidade
de tratamento dos esgotos.
3.1.2 Esgotos Industriais
Considera-se como esgotos industriais todo efluente líquido proveniente de
atividades industriais, desde que sejam cumpridos os padrões estabelecidos para o
lançamento no sistema coletor público de esgoto sanitário (ABNT NBR 9800/87).
A importância do Sistema Esgotamento Sanitário para a sociedade não está
relacionado apenas às necessidades relativas à saúde e higiene, mas também com a
qualidade de vida, no que se refere ao conforto, imposta por um comportamento social
dinâmico.
O estágio atual dos serviços de tratamento de esgotos no Brasil exige o imediato desenvolvimento de sistemas de tratamento e disposição final e águas residuárias, que apresentem ótima relação custo-benefício, simplicidade e rapidez na construção e operação, e que garantam a não poluição das águas de abastecimento (PROSAB,2002).
O objetivo de se implantar um sistema de esgotamento sanitário em uma
determinada localidade ou região está associado a três aspectos principais: saúde, social
e econômico.
No que se refere à saúde, o intuito da implantação do sistema de coleta de esgotos
é de prevenir, controlar, bem como promover a erradicação de doenças de veiculação
hídrica.
No Brasil, devido à falta de medidas práticas no setor de saneamento e educação
sanitária, boa parte da sociedade não tem local adequado para o lançamento dos dejetos
produzidos, favorecendo a transmissão de doenças.
8
Segundo a FUNASA (2004), para cada R$ 1,00 investido no setor de saneamento,
economiza-se R$ 4,00 na área de medicina curativa. Dessa forma, a disposição correta
dos dejetos humanos almeja o controle e a prevenção de doenças a eles relacionadas.
A disposição inadequada dos dejetos humanos favorece o aumento de incidências
de doenças devido à contaminação das águas e solo. O esgoto é composto por resíduos
e pode contaminar o meio ambiente e prejudicar a saúde pública se não receber o devido
tratamento. Portanto, considera-se que a qualidade de vida da população está associada
ao serviço tratamento de esgoto.
O maior problema presente nos esgotos sanitários que contribui para as
ocorrências de doenças é representado pela matéria orgânica, a qual é composta por um
grande número de microrganismos patogênicos transmissores de doenças, oriundos
principalmente dos excrementos humanos.
Algumas doenças estão relacionadas à falta de um sistema de esgotamento
sanitário tais como: ascaridíase, amebíase, cólera, disenteria bacilar e teníase.
Do ponto de vista social, o objetivo refere-se à qualidade de vida da sociedade,
devido à eliminação de odores desagradáveis, promovendo melhorias nos aspectos
visuais e estéticos, como também a recuperação das águas para as práticas de
recreação, esportes e lazer.
Sob o aspecto econômico, a finalidade está relacionada às questões inerentes ao
pleno desenvolvimento humano, tais como: abastecimento, produtividades industrial e
agropastoril, irrigação, geração de energia, navegação, dessedentação de animais, e
outros. Nesse sentido todos se tornam inviabilizados devido o lançamento indiscriminado
dos efluentes nas águas ou no solo.
3.1.3 Legislação Ambiental
No que se refere à Resolução CONAMA N° 001/1986, “considera-se impacto
ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio
ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades
humanas que, direta ou indiretamente, afetam”:
I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população; II - as atividades sociais e econômicas; III - a biota; IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; V - a qualidade dos recursos ambientais.
9
Existem legislações pertinentes ao sistema de esgotamento sanitário que devem ser atendidas, estas, servem como orientação e estabelecem padrões de qualidade para a coleta de esgotos como também para a disposição final nos corpos receptores.
a) RESOLUÇÃO CONAMA nº 357/05 - Dispõe sobre a classificação dos corpos
de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes;
b) RESOLUÇÃO CONAMA nº 430/11 - Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes;
c) DECRETO 18.328/97 – Dispõe do lançamento de efluentes líquidos na rede coletora de esgotos.
3.1.4 Impactos ao Meio Ambiente
3.1.4.1 Ao Solo
Um dos fatores que contribuem de forma significativa para a contaminação do solo
é o lançamento indevido de poluentes, resultado de esgotos depositados sem nenhum
tipo de tratamento ou controle, em que as substancias são capazes de provocar
alterações em sua estrutura natural causando sérios efeitos ambientais.
[...] “os despejos que infiltram no solo, sofrem tratamento, pois ocorre a ação de adsorção e atividade de microorganismos, os quais usam a matéria orgânica contida nos despejos como alimento, convertendo-a em matéria mineralizada (nutrientes) que fica a disposição da vegetação” (COURACCI FILHO ET AL 1999a, p.322).
Figura 01: Contaminação do solo pelo transbordamento de esgoto.
Foto: Tirada pelo autor em 05/02/13
10
3.1.4.2 Às águas
A poluição da água está associada à alteração da natureza do corpo receptor
devido à presença de substâncias contaminantes que, de forma direta ou indireta, resulta
em prejuízos à saúde humana tornando inviável a sua utilização para determinados fins.
A poluição das águas segundo Maciel Filho (1997) deve-se ao fato de “a poluição
da água superficial é mediatamente sentida, mas reversível se for eliminada a fonte
poluidora. A poluição da água subterrânea é lenta e só sensível depois de vários anos,
mas em contraposição é quase irreversível”.
Para Mota (1997) os esgotos domésticos e os industriais são considerados como
as principais fontes de poluição de águas superficiais.
Observa-se que na grande maioria dos núcleos urbanos devido ao grande
aglomerado ainda predomina, como fator de poluição, o lançamento indevido do esgoto
sanitário sem tratamento prévio nos corpos receptores.
A autodepuração segundo Mota (1997) “deve-se à recuperação do corpo d’água
após receber e depurar, através de mecanismos naturais, certa quantidade de matéria
orgânica, sendo uma capacidade limitada que depende das características do manancial
e da quantidade de matéria orgânica introduzida”.
O mesmo autor enfatiza que vários fenômenos contribuem para a autodepuração de um curso d’água: físicos (diluição, turbulência da água, sedimentação, temperatura e luz solar), químicos (reações de oxidação e redução) e biológicos (predatismo, aglutinação e produção de antibióticos e toxinas)”, sendo a diluição um dos mais importantes, pois, quanto maior for a vazão do curso d’água em relação à vazão de esgoto mais elevada será sua capacidade de autodepuração (MOTA,1997). Deve-se considerar que uma água esteja depurada quando as suas características não sejam mais conflitantes com a sua utilização prevista em cada trecho do curso d’água, isto porque não existe uma depuração absoluta (VON SPERLING, 1996).
3.2 Tipos de Sistemas de Esgotamento Sanitário
De forma geral, os tipos de materiais mais aplicados na implantação de coleta e
transporte de efluentes têm sido o PVC, o concreto, o tubo cerâmico, o ferro fundido e o
aço. Este processo pode ser realizado de forma individual ou coletiva.
11
3.2.1 Solução Individual
Para o atendimento unifamiliar recomenda-se a utilização dos sistemas individuais,
os quais são compostos por uma fossa séptica e um sumidouro (poço de infiltração no
solo). Dessa forma, para o bom funcionamento destes sistemas é necessário que o solo
venha apresentar boas condições de infiltração e para não haver risco de contaminação,
o lençol freático deve estar em uma profundidade adequada.
Para o atendimento de uma comunidade são recomendados os sistemas coletivos,
estes, são constituídos de tubulações que recebem os efluentes para transportar de forma
adequada ao destino final.
3.2.2 Solução Coletiva
Quanto à coletividade, os efluentes poderão ser coletados e transportados através
de sistemas unitários ou separadores.
3.2.2.1 Sistema Unitário ou Combinado
Este sistema tem como funcionalidade coletar os esgotos juntamente com as
águas pluviais, este, normalmente não é utilizado devido à exigência de maiores
investimentos iniciais, por necessitar de condutos de diâmetros grandes, como também
por apresentarem algumas desvantagens:
a) As execuções das obras se tornam mais difíceis e demoradas; b) Aumento de extravazamentos em localidades onde há intensidade de
precipitações; c) Ocorrência de poluição dos corpos receptores devido ao lançamento de
esgotos sem tratamento prévio por não haver dimensionamento adequado para tratar toda a vazão (efluentes e águas pluviais) em períodos chuvosos;
d) Odor exalado em determinadas partes do sistema (bueiros).
3.2.2.2 Sistema Separador Parcial
Este tipo de sistema caracteriza-se pela parcela de água de chuva, procedente de
telhados e pátios que são conduzidas juntamente com os efluentes e águas de infiltração
do subsolo para um único sistema de coleta e transporte de esgotos.
12
3.2.2.3 Sistema Separador Absoluto
Este tipo de sistema tem a finalidade de coletar somente os esgotos sanitários e
apresenta como vantagem a redução dos custos na implantação devido à utilização de
canalizações de diâmetros menores, justificando assim a sua viabilidade.
Devido aos defeitos existentes nas tubulações e ligações clandestinas, as águas
das chuvas interferem nos coletores de sistemas separadores, aumentando de forma
considerável o volume e dificultando a operacionalidade dos sistemas.
Salienta-se que as contribuições provenientes do subsolo são chamadas de
infiltração, estas, penetram nos sistemas através de tubulações e componentes que se
encontram com defeitos.
A taxa de infiltração deve ser sempre levada em conta no cálculo da vazão de
acordo com a Norma NBR 9649/86, bem como deve ser observado o tipo de material
empregado na implantação, as características do solo e a maneira do assentamento das
tubulações. Devido a sua grande extensão bem como a falta de manuseio adequado na
sua execução, o coletor predial às vezes pode assumir importância fundamental na
contribuição para taxa de infiltração. O sistema separador poderá ser do tipo
convencional, ou do tipo alternativo.
3.2.3 Componentes do Sistema de Esgotos do Tipo Convencional
A concepção deste sistema é adotada para a coleta do esgoto sanitário de uma
determinada localidade e pode ser construído pelos seguintes acessórios (Adaptado de
TSUTIYA; ALEM SOBRINHO,1999).
a) Ramal predial: responsável pela coleta dos esgotos das residências para a rede coletora;
b) Rede coletora: caracteriza-se pelo conjunto de canalizações destinadas a receber e conduzir os efluentes a um interceptor ou emissário. A rede coletora é composta por coletores secundários e coletores troncos. Os coletores secundários recebem os esgotos provenientes das ligações prediais, ao passo que os coletores troncos recebem toda contribuição dos coletores secundários e conduzem seus efluentes para um interceptor ou emissário;
c) Interceptores: São canalizações que recebem coletores ao longo de seu comprimento, não recebendo ligações prediais diretas;
d) Emissários: São canalizações que não recebem contribuições ao longo do percurso e tem a função de conduzir os efluentes até a estação de tratamento de esgotos ou lançamento final;
e) Sifão invertido: São obras destinadas à transposição de obstáculos pela tubulação de esgoto, funcionando sob pressão;
13
f) Estação elevatória: Conjunto de instalações (tubulações, equipamentos e acessórios) destinadas a transferir os esgotos de uma cota mais baixa para uma cota mais alta.
g) Poços de Visita (PV): São acessórios destinados à inspeção e limpeza das redes coletoras e tradicionalmente são colocados nos trechos iniciais, nas mudanças de direção, material, declividade, diâmetro, bem como nas junções de tubulações e em trechos muito longos.
h) Estação de Tratamento de Esgotos (ETE): Conjunto de instalações que têm por funcionalidade a depuração dos esgotos (redução de cargas poluidoras) antes do seu lançamento.
3.2.4 Sistema Separador Alternativo
Devido ao alto custo inerente à implantação dos sistemas convencionais,
observam-se grandes dificuldades e impedimentos para a realização de um atendimento
mais abrangente às populações, principalmente de baixa renda. Neste sentido, outros
sistemas coletivos de esgotamento sanitário foram criados dentre os quais se destaca o
“Sistema Condominial de Esgotos”.
3.2.4.1 Sistema Condominial de Esgotamento Sanitário
Este tipo de sistema alternativo de coleta de efluentes proporciona à população o
dever de participar no planejamento e nas decisões em conjunto com o poder público, ou
seja, a sociedade tem parcela de responsabilidade na implantação e operação do
sistema, e ainda em muitos casos, auxilia na execução dos serviços.
Salienta-se que conforme a participação da população aumenta consequentemente
os custos serão reduzidos e o sistema se tornará cada vez mais eficiente.
Cabe ressaltar que estes sistemas permitem o atendimento de um maior número
de pessoas e devem ter o tratamento adequado e a disposição final dos dejetos como
etapas significativas na elaboração dos projetos.
Nota-se que a concepção do Sistema Condominial de Esgotos no Brasil, tem uma
melhor aceitação. A elaboração dos projetos possui traçado de rede de condomínios,
porém significa dizer que usualmente a unidade de coleta de esgotos é a quadra ou
quarteirão urbano.
A finalidade desse padrão, portanto, é proporcionar à comunidade um atendimento
pleno, no intuito de fomentar, ao mesmo tempo, a conscientização da população quanto à
importância dos serviços de coleta de esgotos para a saúde humana e sobre os cuidados
necessários para manutenção do sistema.
14
O sistema condominial é composto por três modalidades: ramal de passeio, ramal
de jardim e fundo de lote.
a) Ramal condominial de passeio – Localizado na frente do lote, do lado de fora a uma distância aproximada de 0,70m do muro;
b) Ramal condominial de jardim - Localizado dentro do lote, porém na frente do mesmo;
c) Ramal condominial fundo de lote - Ramal localizado dentro do lote no fundo deste.
3.3 Sistemas de Esgotos do Distrito Federal1
De acordo com os dados obtidos do censo demográfico realizado pelo IBGE em
2010, o índice de abrangência com saneamento apropriado à população urbana atinge
um patamar de 88,9% e mais 10,9% é considerado como semi-apropriado. Dessa forma,
considera-se que o Distrito Federal possui o maior índice de cobertura de saneamento
básico em âmbito nacional.
Atualmente, a CAESB, Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal é
responsável por operar e monitorar cerca de 5.169 km de redes de coleta de esgotos e
cada vez mais tem procurado assegurar a qualidade dos serviços prestados à
comunidade bem como contribuir com melhorias para o funcionamento adequado do
sistema de esgotamento sanitário.
Percebe-se que a natureza tem a capacidade de decompor a matéria orgânica
presente nos rios, lagos e no mar. Porém, quando se trata de efluentes, necessita-se de
um tratamento mais eficaz em uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) devido a
grande quantidade dessa matéria, a qual, geralmente, de maneira mais rápida procura
reproduzir a ação da natureza.
3.4 Sistema de Esgotamento Sanitário de Sobradinho I
A área de estudo é uma Região Administrativa situada ao norte do Distrito Federal
a 15°39′03′′S e 47°47′41′′O.
Nesta Região Administrativa, exemplares da fauna e flora do cerrado estão sendo
conservadas em áreas de preservação como:
a) Parques Ecológicos e de Uso Múltiplo - (Parques Vivenciais de Sobradinho e Sobradinho II, Canela de Ema e Jequetibás);
1 Disponível em www.caesb.df.gov.br
15
b) Áreas de Proteção Ambiental - (APA da bacia do rio São Bartolomeu e APA do Cafuringa);
c) Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN (área protegida por iniciativa do proprietário, o Santuário Ecológico Sonhém possui uma área com 126 hectares, localizada na Fazenda Recreio Mugy).
Figura 02: Delimitação da área de estudo
Fonte: Google Earth adaptado pelo autor
Ressalta-se ainda a existência de rios e córregos importantes para o
abastecimento de água de Sobradinho e demais cidades do Distrito Federal, onde se
destacam os rios São Bartolomeu e Paranoá, o córrego Corguinho e o ribeirão
Sobradinho.
3.5 Sub-bacias
Na elaboração do esboço da rede coletora de esgotos são definidas bacias de
esgotamento sanitário2, isto é, são definidas áreas onde é possível recolher e transportar
os esgotos por gravidade.
2 Bacia de esgotamento sanitário é a área a ser esgotada que contribui com o fluxo dos esgotos por
gravidade para um mesmo ponto do interceptor, para uma estação elevatória ou para uma estação de
tratamento de esgotos (RECESA, 2008).
16
Figura 03: Divisão da Região Administrativa em Sub-bacias
Fonte: Google Earth adaptado pelo autor
Atualmente, a área de estudos está dividida em 23 sub-bacias. Para maior
eficiência no desenvolvimento das atividades, as tomadas de decisões são realizadas
com base no comportamento das sub-bacias, significa dizer, que os problemas são
detectados de forma pontual, o que facilita a adoção de medidas para correção imediata
dos problemas.
3.6 Problemas com a utilização indevida do Sistema de Esgotos
O sistema de esgotamento sanitário implantado, objeto deste estudo, tem como
características o “Sistema Convencional de Coleta de Esgotos”.
Salienta-se que as redes de esgotos são projetadas para receber efluentes com
vazões máximas decorrentes do uso da água, ou seja, as águas pluviais (águas
provenientes das chuvas) não deveriam ser lançadas no sistema coletor de esgoto. No
entanto, análises mostram que ações clandestinas e a falta de fiscalização são fatores
17
que contribuem de forma significativa para tais lançamentos e consequentemente a
ocorrência de transbordamentos nas redes coletoras de esgoto.
Figura 04: Ligação irregular no Sistema de Esgotos
Foto: Tirada pelo autor em 25/02/13
Segundo Tsutiya (2004), as ligações irregulares de águas pluviais ao sistema de
esgoto ocorrem com certa frequência e estas, são realizadas pelos próprios moradores ou
profissionais contratados, sobretudo quando as mesmas trazem maiores facilidades ou
maior economia.
As incidências de ligações irregulares clandestinas nas redes coletoras de esgotos
mostram que nem sempre o sistema adotado possa ser considerado do tipo separador
devido ao grande volume de água de chuva, acarretando assim, em sérios problemas
para a manutenção e operação dos sistemas de esgotamento sanitário.
Outros dejetos que contribuem de forma significativa para obstruções nas redes
coletoras são:
a) Lançamento de gordura proveniente de frituras, causam incrustações nas tubulações;
b) Óleos e graxas, decorrentes de lavagens de veículos; c) Lançamento de restos de alimentos, roupas, papéis, plásticos e latas; d) Areia, cascalho e brita, provenientes de restos de construção.
18
Figura 05: Detritos inadequados no Poço de Visita
Figura 06: Retirada de Detritos Inadequados do Poço de Visita
Diante do grande volume de cascalho retirado do sistema coletor de esgoto onde a
metodologia hoje usada para remoção é a utilização de hidrojato de grande e médio porte
a exploração da força hidráulica do próprio sistema coletor tendo em vista que o acúmulo
Foto: Tirada pelo autor em 10/03/13
Foto: Tirada pelo autor em 02/03/13
19
dos materiais no interior das tubulações de esgoto ocorre ininterruptamente
principalmente nos períodos chuvosos.
Figura 07 – Assoreamento do Sistema de Esgotos por Cascalho
3.7 Manutenção Preventiva
Percebe-se que a rede coletora de esgotos necessita de manutenção permanente,
a ausência dessa prática pode acarretar em problemas no sistema, e, consequentemente
toda a população estará sujeita a riscos como também o meio ambiente.
O bom funcionamento das redes coletoras de esgoto depende substancialmente de um adequado programa de manutenção, que deve prever ações de caráter preventivo. Quando ocorrerem problemas ou inconformidades, o programa deve considerar, também, as ações corretivas necessárias (RECESA, 2008).
Para que haja eficiência no funcionamento do sistema de coleta efluentes, são
necessários investimentos em manutenção preventiva, com a aquisição de novos
equipamentos para limpeza das tubulações, bem como a utilização de novas tecnologias
que venham favorecer a redução de extravazamentos de esgotos para os mananciais.
O processo bem planejado das atividades de manutenção preventiva nos sistemas
de esgotamento sanitário, associado a um trabalho sistemático de fiscalização,
orientações efetivas no que diz respeito às instalações internas, monitoramento dos
Foto: Tirada pelo autor em 12/03/13
20
pontos críticos. Tende proporcionar o funcionamento de todo o conjunto que compreende
as redes na sua plenitude. Assim proporcionando melhorias continuas.
3.8 Tecnologias Utilizadas na Manutenção do Sistema de Esgoto
A finalidade de analisar as perspectivas de gerenciamento para o alcance de
resultados satisfatórios é obter respostas para a concretização daquilo que parece
evidente, que é a necessidade de se utilizar a tecnologia mais adequada em cada serviço
executado.
3.8.1 Hidrojateamento
A utilização do hidrojateamento consiste na desobstrução e limpeza de ramais
prediais e redes coletoras de esgoto sanitário por meio de jato d’água de alta pressão.
Figura 08: Caminhão de Hidrojateamento Figura 09: Caminhão de Hidrojateamento
Foto: Tirada pelo autor em 15/03/13 Foto: Tirada pelo autor em 15/03/13
3.8.2 Limpa Fossa
Sistema de sucção utilizado para o esgotamento de fossas, subsolos bem como
para operações de retirada de cascalho do interior das caixas de esgotos.
21
Figura 10: Caminhão Limpa Fossa
Foto: Recesa
3.8.3 Sistema de Inspeção Video Robotizada
A tecnologia utilizada é de origem francesa com adaptações para as condições
físicas do sistema de esgotamento sanitário adotado pelo Brasil. Este sistema tem por
objetivo mostrar a real situação estrutural e operacional das redes inspecionadas através
de imagens capturadas e registradas por um robô, ou seja, proporciona identificar
problemas e anomalias, bem como determina a metragem exata dos danos no interior das
tubulações.
Figura 11: Equipamento utilizado nas Vídeos Inspeções
Foto: Empresa Conter
22
Todas as redes do sistema coletor a serem inspecionadas devem antes passar por
avaliações criteriosas baseadas em relatórios de diagnóstico do sistema informatizado,
onde devem ser consideradas as áreas com maiores incidências relacionadas às
obstruções.
As principais avaliações são realizadas trimestralmente considerando as sub-
bacias, onde são utilizadas como base as obstruções ocorridas para cada 1000 ligações
ativas (OB /10³ LIG-AT).3
Critérios adotados no âmbito das análises:
a) > 35 OB.OC/10³ LIG-AT = Muito crítica b) Entre 30 e 35 OB.OC/10³ LIG-AT = Crítica c) Entre 25 e 30 OB.OC/10³ LIG-AT = Muito alta d) Entre 20 e 25 OB.OC/10³ LIG-AT = Alta e) Entre 10 e 20 OB.OC/10³ LIG-AT = Desejável f) Entre 5 e 10 OB.OC/10³ LIG-AT = redes da sub-bacia com boa qualidade g) Entre 0 e 5 OB.OC/10³ LIG-AT = redes da sub-bacia com alto padrão de
qualidade.
As medidas adotadas têm por finalidade melhorar a produtividade das inspeções
vídeo robotizadas sem perder o padrão de qualidade de forma que essas atividades
sejam direcionadas para os locais com reais necessidades de intervenção corretiva.
Figura 12: 0,00 m Situação interna do PV Figura 13: 5,10 m Rede danificada
3 (OB /10³ LIG-AT) – Critério utilizado para definir obstruções ocorridas a cada 1000 ligações ativas.
Foto: Empresa Conter Foto: Empresa Conter
23
De posse dos relatórios de filmagens são realizadas análises e em sequência,
identifica-se o ponto da rede danificada como mostra a figura 13 para que seja realizada a
devida escavação da vala com a finalidade de substituir a tubulação.
3.9 Substituição e Remanejamento de redes coletoras de esgotos
A substituição e o remanejamento das redes coletoras de esgoto são realizados
mediante análises de viabilidade quanto ao número de obstruções nos trechos, custos,
bem como o tempo de uso, ou seja, verifica-se o estado real das tubulações por meio da
filmagem vídeo robotizada e posteriormente é realizado um comparativo através de
relatórios. A finalidade de todo o processo é reduzir as ocorrências de extravazamentos
de efluentes e prevenir os possíveis impactos ao meio ambiente
Figura 14: Substituição de Rede Coletora de Esgotos
Foto: Tirada pelo autor em 25/03/13
24
3.10 Relatório Comparativo de Controle Interno Sobre Ocorrências de Desobstruções
Gráfico 01 – Representação gráfica do comparativo de desobstruções executadas mensalmente
Fonte: Relatório Mensal PAN – CAESB4
O gráfico 01 apresenta a comparação sintética com base em dados extraídos de
relatórios da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal – CAESB,
correspondente ao período de 2009 a 2012. Considerando as colunas de forma mensal e
ano a ano, notoriamente constata-se que os atendimentos relacionados às ocorrências de
extravazamentos no sistema de esgotos reduziram significativamente. Os dados
coletados para este estudo são quantitativos e qualitativos em uma amostragem que
revelam através de números uma repercussão positiva perante a visão do mercado e dos
clientes.
4 Disponível em www.caesb.df.gov.br
25
Gráfico 02 – Comparativo de desobstruções executadas anualmente
Fonte: Relatório Mensal PAN - CAESB
No gráfico 02 verifica-se o comportamento do sistema de esgotos no que se refere
à oscilação das ocorrências de desobstruções principalmente nos períodos chuvosos
(março a maio) e (setembro a dezembro), em que constata-se que o aumento dos
serviços é decorrente da contribuição de água de chuva nas redes coletoras de esgotos.
Gráfico 03 – Comparativo de desobstruções executadas anualmente
Fonte: Relatório Mensal PAN - CAESB
No gráfico 03, observa-se por meio da relação comparativa entre os últimos anos
referenciados um decréscimo de 71,84 % nas incidências das obstruções em geral, logo,
26
percebe-se a redução expressiva dos impactos que outrora eram causados à sociedade e
ao meio ambiente. Atribui-se a esse fato a reorganização nas estratégias de manutenção
dos sistemas coletores de esgotos.
4 Discussão
Pelos dados levantados nota-se que a manutenção preventiva associada à
corretiva é uma forma eficiente de zelar pelas redes coletoras de esgoto. Significa dizer
que, não é correto ou adequado agir somente quando a consequência do problema
aparece, para isso é necessário buscar a solução definitiva para a causa do problema.
Neste sentido, ações de cunho paliativo em manutenções podem acarretar
posteriormente em novas manutenções corretivas.
Para se evitar ações não planejadas, é de suma importância a existência de
trabalhos preventivos, ou seja, serviços programados previamente que têm o propósito
manter o pleno funcionamento do sistema de esgotamento sanitário operando de maneira
integral, isto é, com os mesmos aspectos para os quais foi elaborado e implantado.
Para cumprimento da missão em proporcionar a devida qualidade dos serviços
prestados e responsabilidade socioambiental, é necessário incorporar de forma objetiva
metodologias e técnicas no processo de capacitação dos empregados que venham
favorecer a motivação e o profissionalismo, bem como devem ser realizadas aquisições
de equipamentos e materiais que permitam a redução dos custos pertinentes à
implantação e manutenção do sistema de coleta de esgotos para atendimento dos
anseios e necessidades da sociedade sem comprometer o futuro das próximas gerações.
Nesse contexto, a contribuição para a gestão ambiental no Distrito Federal baseia-
se na melhoria contínua dos processos visando a excelência dos serviços oferecidos, na
satisfação das expectativas do cliente e preservação do meio ambiente.
27
5 Considerações Finais
Evidenciou-se que o planejamento deve ser tratado como prioridade nos processos
inerentes às atividades de manutenção no sistema coletor de esgotos devido aos
transtornos que podem ocorrer no ato da execução dos serviços. Dessa forma, observa-
se a necessidade de se planejar para se economizar tempo e recursos financeiros
visando minimizar os impactos causados junto à sociedade e ao meio ambiente.
Verificou-se maior redução em decorrência da utilização de equipamentos
adequados, substituição das redes coletoras devido à questão de diâmetro e tipo de
material aplicado.
Cabe ressaltar sobre a importância de se analisar as ações desenvolvidas para
alcançar o resultado final. Entretanto é importante considerar que as manutenções
preventivas e corretivas no sistema coletor de esgoto é um conjunto de ações integradas
com objetivos comuns.
As ações pertinentes à manutenção, quando executadas de forma eficiente e eficaz
nos sistemas coletores, apresentam no primeiro momento resultados bem interessantes,
e, gradualmente mostram o declínio das ocorrências de extravazamentos de esgotos até
atingir o estágio de equilíbrio, o que significa dizer que a área de estudo hoje se enquadra
no segundo estágio.
Para não retroceder no processo é extremamente necessário tornar as ações cada
vez mais bem elaboradas e planejadas de estágio a estágio para se atingir as etapas
seguintes com resultados significativos.
Não é interessante oferecer para a sociedade somente água tratada sem antes
preocupar-se com o seu destino após o uso. Vale ressaltar a importância dos meios que
fazem o sistema de esgotamento sanitário funcionar na sua plenitude, desde a coleta
realizada pelos ramais prediais até a disposição final.
Todo esse processo não requer somente eficiência nas construções das redes,
como também um modelo de manutenção efetiva e que realmente funcione, ou seja, é
necessário um planejamento estratégico de manutenção que envolva nas atividades
executadas, equipamentos adequados e profissionais habilitados retratando a
preocupação com a sustentabilidade econômica da Companhia e a minimização dos
impactos causados à natureza.
28
6 Agradecimentos
Primeiramente agradeço a Deus, O qual é meu amigo fiel e que me propiciou a
vida e a perseverança para concluir o curso. À minha querida e amada esposa Silvania,
pelo apoio e constante motivação nos momentos de dificuldades e desânimo.
Aos meus filhos Jonny, Kelly e Erick que sempre acreditaram em minha
capacidade. À minha mãe que colaborou de forma significativa para meu aprendizado.
Ao meu orientador professor Luis Carlos Spaziani pela dedicação e ensinamentos
que foram fundamentais para a realização deste trabalho. A todos os demais professores
que deram suas contribuições por meio de seus valiosos conhecimentos e também aos
meus colegas de turma, por me ajudarem nesta conquista. Ao Coordenador do curso de
Gestão Ambiental, Professor Bernardo Tadeu Machado Verano pelo incentivo. Às
Faculdades Integradas Promove de Brasília, pelo importante suporte.
Agradeço também aos amigos de trabalho, Maurício e Lauro e aqueles que, direta
ou indiretamente colaboraram para a concretização deste trabalho. A todos meus sinceros
agradecimentos.
29
7 Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9649. Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário. Rio de Janeiro, 1986. 7 p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9800. Critérios para lançamento de efluentes líquidos industriais no sistema coletor público de esgoto sanitário. Rio de Janeiro, 1987. 3 p. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm>. Acesso em 12 mar. 2013. BRASIL. Resolução CONAMA n° 001, de 23 de janeiro de 1986. Estabelece as definições, as responsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente. Disponível em < http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res86 /res0186.html>. Acesso em 15 mar. 2013. BRASIL. Resolução CONAMA n° 357, de 17 de março de 2005. Estabelece a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como as condições e padrões de lançamento de efluentes. Disponível em < http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=459.html>. Acesso em 15 mar. 2013 BRASIL. RESOLUÇÃO CONAMA n° 430, de 13 de maio de 2011. Estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes. Disponível em < http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=646.html>. Acesso em 15 mar. 2013 CAESB. Cia. de Saneamento do Distrito Federal.Sistemas de Esgotamento. Disponível em < http://www.caesb.df.gov.br/esgoto/ sistemas-de-esgotamento.html>. Acesso em 15 mar. 2013 CONCEITO DE ESGOTO SANITÁRIO. Disponível em <http:// www.enge.com.br/ esgoto_conceito.htm>. Acesso em 22 mar. 2013. COURACCI FILHO, B.; CHERNICHARO, C.A.L.; ANDRADE NETO, C.O.; NOUR, E.A. Bases conceituais da disposição controlada de águas residuárias no solo. In: Campos, J.R. (ed.) Tratamento de esgotos sanitários por processo anaeróbio e disposição controlada no solo. Rio de Janeiro: ABES/PROSAB, 1999. 435p. DISTRITO FEDERAL. Decreto 18.328, de 08 de junho de 1997 – Dispõe do lançamento de efluentes líquidos na rede coletora de esgotos. Disponível em <http://www.caesb.df.gov.br/legislacao1/decretos/77-decreto-18328.html>. Acesso em 15 mar. 2013 ESGOTAMENTO SANITÁRIO. Disponível em < http://www.brasilengenharia.com.br/ EsgotamentoSanitario548.htm>. Acesso em 22 abr. 2013. FUNASA. Manual de Saneamento. 3. ed.rev. Brasília: 2004. 408p.
30
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. HISTÓRIA DE SOBRADINHO. Disponível em <http://www.sobradinho.com.br/?m =sobradinho-df&a=historia>. Acesso em 22 abr. 2013. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: Atlas, 2001. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003. 311p. MACIEL FILHO, C. L. Introdução à geologia de engenharia . 2 ed. Santa Maria : Editora da UFSM; Brasília: Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, 1997. MANUAL DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO. Disponível em <http://www.quimlab.com.br/ PDF-LA/Manual%20de%20Esgotamento%20Sanit%E1rio.pdf>. Acesso em 22 abr. 2013. MANZO, A. J. Manual para la preparación de monografías: una guía para presentear informes y tesis. Buenos Aires: Humanistas, 1971. MOTA, S. A água. In: MOTA, S. A Introdução à engenharia ambiental. Rio de Janeiro : ABES, 1997. NUVOLARI, Ariovaldo (Coord.); TELLES, Dirceu D'Alkmin; RIBEIRO, José Tarcísio; MIYASHITA, Nelson Junzo; ARAUJO, Roberto. Esgoto sanitário: coleta, transporte, tratamento e reúso agrícola. 1ª. ed. São Paulo: Blücher, 2003. 536p. O ESGOTO: A IMPORTÂNCIA DO TRATAMENTO E AS OPÇÕES TECNOLÓGICAS. Disponível em <http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/bds./>. Acesso em 01 mai. 2013. PROJETO E CONSTRUÇÃO DE SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO. Disponível em < http://www.unipacvaledoaco.com.br/ArquivosDiversos/ projetoeconstrucaode%20_sitemas_de_esgotamento_sanitario.pdf>. Acesso em 01 mai. 2013. PROSAB. Rio de Janeiro: ABES, 2000. RECESA 2008. Operação e manutenção de redes coletoras de esgotos. Disponível
em<http://www.unipacvaledoaco.com.br/ArquivosDiversos/operacaoemanutencaoderedes
coletorasdeesgotos.pdf>. Acesso em 05 mai. 2013.
SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS. Disponível em < http://hidroprojetos.ctlab.ufsm.br/gerhi/downloads/01_SES.pdf>. Acesso em 05 mai. 2013. SISTEMAS DE ESGOTOS. Disponível em <http://ambientes.ambientebrasil.com.br/ saneamento/tratamento_de_efluentes/sistemas_de_esgotos.html>. Acesso em 12 mai. 2013. THIOLLENT, M. Pesquisa-Ação nas Organizações. São Paulo: Atlas, 1997.
31
TRUJILLO, F. A. Metodologia da ciência (3a ed.). Rio de Janeiro: Kennedy, 1974. TRUJILLO, F. A. Metodologia da pesquisa científica. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1982. TSUTIYA, M. T. Sistemas alternativos para coleta e transporte de esgotos sanitários. Saneas, v. 1, 1997. TSUTIYA, M. T. ; ALEM SOBRINHO, P. . Coleta e Transporte de Esgoto Sanitário. São Paulo: Winner Graph, 1999. v. 1. 547 p. TSUTIYA, M. T. . Contribuição de águas pluviais em sistemas de esgoto sanitário no Brasil. 2004. (Apresentação de Trabalho/Seminário) VIDEO INSPEÇÃO. Disponível em < http://www.conterengenharia.com.br/Video-Inspecao/>. Acesso em 19 mai. 2013. VON SPERLING, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. 2. ed. Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental; Universidade Federal de Minas Gerais, 1996. 243p.