Fasc 04 - O Povo no Enem 2012

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04 Ciências Humanas e suas Tecnologias História, Geografia, Filosofia e Sociologia André Rosa, Josias Almeida, Paulo Humberto e Thiago Cavalcanti Universidade Aberta do Nordeste e Ensino à Distância são marcas registradas da Fundação Demócrito Rocha. É proibida a duplicação ou reprodução desse fascículo. Cópia não autorizada é crime. Esta publicação não pode ser comercializada. Disponível no site: www.fdr.com.br/ enem2012 GRATUITO

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04Ciências Humanase suas TecnologiasHistória, Geografia, Filosofia e SociologiaAndré Rosa, Josias Almeida, Paulo Humbertoe Thiago Cavalcanti

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Prezado(a) Leitor(a),

Com o objetivo de exercitar suas habilidades, disponibilizamos este fascículo que aborda conteúdos e exercícios referentes

a Ciências Humanas e suas Tecnologias. Prepare-se para ingressar na faculdade, para isso faça uma leitura atenta e crítica

dos temas aqui elencados os quais serão de grande valia para aqueles que estão preparando-se para exames que exijam

conhecimentos em Ciências Humanas. Aproveite bem para extrair o melhor dos assuntos que estão sendo disponibilizados.

Bom êxito!

Filosofia e Sociologia

Ética e Cidadania

São incomensuráveis as transformações que ocorreram desde as primeiras experiências filosóficas e a instaura-ção da democracia pelos antigos gregos, há 2.500 anos, fruto da evidência da razão, que desmistificou os pre-conceitos míticos e a força das tiranias, mostrando aos cidadãos a origem do poder.

Este, imperial ou monárquico, fundava-se em heran-ças divinas, sendo usurpado aos seus legítimos detento-res, os cidadãos. Mas eis que a persistência do pensa-mento filosófico faz novas descobertas, tanto no campo científico, como na relação ética e na capacidade da ci-dadania de cada um.

Conhecem-se as invasões territoriais em nome da ci-vilização, contactam-se novos mundos e novas vivências; ocorrem derrocadas de impérios e de monarquias; e os cidadãos conhecem outras realidades, que não somente aquelas que o mito e a religião transmitiam dos tem-pos ancestrais. Ocorre o Milagre Grego: a transformação econômica e política - instaura-se a Democracia.

A Matemática e a Medicina conquistam o estatuto de ciência. A primeira com Euclides (primeira metade do séc. III a.C.), a segunda com Hipócrates (460-370 a.C.). As transformações econômico-sociais não pararam e as guerras são o vício da cegueira humana.

Já perto de nós, no tempo, emergem revoluções, movimentos assistêmicos, como o nazismo, o fascis-mo, o comunismo e as duas Grandes Guerras Mun-diais. Ainda mais próximo, conhecemos as Guerras do Golfo, o desmoronamento do Iraque, e a recente guerra entre Israel e o Líbano, etc. Ora, são todas es-tas ocorrências, negativas ou positivas, que não po-dem deixar de incomodar a consciência dos povos e de cada cidadão.

As transformações não param, novos interesses se instalam e a globalização, tão em voga, vai apagando as diferenças positivas que ainda existem entre os povos.

No âmbito político, a sede de poder é insaciável, não olhando meios… ignorando todos os princípios da ética e da cidadania. Vive-se a moda dos grandes impérios empresariais, perde-se o sentido da medida. Tudo muda.

Falar hoje de ética e de cidadania é um imperativo de consciência, é um dever de todos nós. É ter presente o que ocorre neste mundo, cada vez mais globalizado e mais cruel, e tão distante da sua matriz: as pessoas.

Por tudo isso, cabe questionar: que credibilidade atribuir a quem nos promete mundos e fundos, por oca-sião de eleições, uma vez que passadas estas, logo os seus atores esquecem quem lhe preparou o palco?

Cada vez mais, os cidadãos se sentem desampara-dos e entregues à sua sorte e, não raro, ao desespero. Por isso, é necessário dizer a quem se esquece frequen-temente que todos temos uma função a desempenhar, que toda a função, por mais humilde que seja, é neces-sária para o conjunto da vivência humana. Por exemplo, se uns são políticos e desempenham funções a esse nível é porque outros têm a qualidade de eleitores e os ele-gem. Sem a qualidade de uns não existirá a qualidade dos outros. Se não houvesse a doença que falta nos faria o médico? Se o carro não avariasse, como sobreviveria o mecânico? Se a energia elétrica faltasse, como escreveria estas linhas no meu computador?

Vivemos num tempo em que tudo muda muito rá-pido. As novas tecnologias são uma maravilha diabólica criada pelo homem. Mas tanto podem estar ao serviço do Bem como do Mal. Contudo, temos que acreditar em al-guma coisa. Acreditemos no Homem. O ser humano não é mau por natureza. Às vezes, é um pouco esquecido!

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Pelas dúvidas expostas, pelos eventos referenciados, queiramos ou não, estamos todos convocados a fazer uso, quanto baste, da nossa cidadania, lembrando, sem-pre que necessário, aos responsáveis públicos mais es-quecidos, que a ética e a moral não são coisas vãs, nem habilidades de intelectual, mas fazem parte, devem fazer parte efetiva da nossa relação com os outros. Sem a exis-tência do Outro, não existe a afirmação do Eu. (António Pinela, Reflexões, Agosto de 2006 - Adaptado).

Questão comentada Eles andam bem-vestidos, dirigem carros novos, estudam nas melhores escolas e faculdades. Mas foram atraídos para o cri-me. Policiais, promotores e especialistas em segurança pública afirmam que jovens das classes média e alta, os filhos da elite, são responsáveis por uma parcela cada vez maior das ocorrências registradas nas delegacias, tais como: agressões, furtos, porte ou uso de armas, e principalmente tráfico de entorpecentes. No meio policial, esses criminosos são chamados de bico fino. São membros de famílias com alto poder aquisitivo. Con-cluíram o ensino médio, cursam uma faculdade ou até já se formaram. E agem como bandidos. (Correio Braziliense) Considerando o texto acima, o tema nele focado e suas múltiplas implicações, ao julgar os seguintes itens, podemos ter como melhor conclusão queA. autoridades e especialistas lembram que, entre os múl-

tiplos fatores determinantes da ação violenta dos jovens que pertencem a essas classes poderosas, estão as carac-terísticas mais predominantes atualmente: o individualis-mo e o exacerbado apelo consumista.

B. a expressão pitboy, em clara referência a uma raça de cães conhecida por sua ferocidade, não pode ser utilizada a esses garotos, pois sua delinquência é bastante contida e a violência é raríssima.

C. o tipo de jovem que o texto menciona corresponde, no aspecto educacional, ao padrão da juventude brasileira, já que o acesso ao ensino médio e à educação superior praticamente está universalizado.

D. a reportagem traz uma visão bastante parcial da situação,como se tivesse sido feita por pessoas que tenham interesses em conseguir prejudicar esses garotos,que muitas vezes são estereotipados.

E. A criminalidade, segundo o texto, tem aumentado nessa parcela de classe, mas as consequências só afetam a mes-ma classe, sem propagações para outras.

Solução comentadaO conceito de criminalidade não está relacionado somente a uma classe social, quer dizer, todos podem ter a responsa-bilidade criminal e, com isso, devem ser penalizados se, por acaso, quebrarem a condição de ordem e lei. As classes mais

abastardas, em muitas localidades do mundo, sentem-se aci-ma dessa lei e, muitas vezes, praticam delitos que devem ser denunciados pelas vítimas e vermos a justiça agir. Resposta: A

Para aprender mais!1. Se os tubarões fossem homens

Se os tubarões fossem homens, eles seriam mais gentis com os peixes pequenos? Certamente, se os tuba-rões fossem homens, fariam construir resistentes gaiolas no mar para os peixes pequenos, com todo o tipo de alimento, tanto animal como vegetal. Cuidariam para que as gaiolas tivessem sempre água fresca e adotariam todas as providências sanitárias. Naturalmente haveria também escolas nas gaiolas. Nas aulas, os peixinhos aprenderiam como nadar para a goela dos tubarões. Eles aprenderiam, por exemplo, a usar a geografia para loca-lizar os grandes tubarões deitados preguiçosamente por aí. A aula principal seria, naturalmente, a formação mo-ral dos peixinhos. A eles seria ensinado que o ato mais grandioso e mais sublime é o sacrifício alegre de um peixinho e que todos deveriam acreditar nos tubarões, sobretudo quando estes dissessem que cuidavam de sua felicidade futura. Os peixinhos saberiam que este futuro só estaria garantido se aprendessem a obediência. Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixinhos inimi-gos seria condecorado com uma pequena Ordem das Algas e receberia o título de herói.

BRECHT, B. Histórias do Sr. Keuner. São Paulo: Ed. 34, 2006 (adaptado).

A análise textual ironiza muitos momentos em que nossa sociedade tem tido suas contradições, demonstrando éti-ca e valores que pouco respeita e propaga, pervertendo os valores humanos que ela própria criou. É o que ocorre na narrativa do dramaturgo alemão Bertolt Brecht. Por meio da hipótese apresentada, o autor

A. revela a possibilidade de a literatura ser manipula-dora ao retratar, de modo positivo, todas as relações de conflito que existem na nossa sociedade.

B. demonstra a maneira como certos membros da hu-manidade se utilizam de artifícios predatórios para conseguir sua sobrevivência.

C. apresenta a força colonizadora e civilizatória do ho-mem ocidental sempre no momento de valorização, tentando ajudar as outras comunidades como uma forma de civilizá-las e de modernizá-las.

D. confirma uma evolução de uma sociedade pratica-mente perfeita, mas não globalizada, em que todos, fortes ou fracos, terão a mesma oportunidade.

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E. questiona, de maneira irônica, as relações das socie-dades ocidentais capitalistas, que se desenvolveram fundamentadas nas relações de opressão em que os mais fortes exploram os mais fracos.

2. Considere o texto de Paulo Freire.

Adestram-se animais, cultivam-se plantas e educam-se os seres humanos... Poderíamos dizer que o cultivo, o adestramento, a educação passam pela vida. Na história da experiência de viver que caracteriza a experiência de outros animais, das árvores e da experiência humana, nós, homens e mulheres, fomos os únicos capazes de inventar a existência.

A invenção da existência deu-nos a possibilidade de estarmos não apenas no mundo, mas com o mun-do. Eu posso mudar o mundo e é fazendo isso que eu me refaço. É mudando o mundo que eu me transformo também. Homens e mulheres inventam a história que eles e elas criam e fazem. Nós temos de colocar a exis-tência decentemente frente à vida, de tal maneira que a existência não mate a vida e que a vida não pretenda acabar com a existência, para se defender dos riscos que a existência lhe impõe. Isso, para mim, faz parte dessa briga pelo verde. Lutar pelo verde, tendo certeza de que, sem o homem e a mulher, o verde não tem cor.

Adaptado de: <http://www.semasa.sp.gov.br/admin/biblioteca/docs/pdf/LIVRO_GEST_ED_AMB_V1.pdf> acessado em: fev. 2007.

O texto apresentado mostra o ponto de vista do au-tor que está preocupado com a evolução da vida no pla-neta e com os demais conceitos, em que o principal está relacionado à(ao)

A. manutenção do planeta, dependendo da educação formal dos seres humanos.

B. estabilidade entre os polos existentes (natureza X ciên-cia), que podem ser destruídos pela “revolução verde”.

C. invenção da existência provocará grandes catástro-fes naturais no planeta.

D. continuidade da existência humana estará diretamen-te relacionado com a forma que ele constrói sua vida.

E. seres humanos viverão com base nas experiências de outros animais e vegetais.

3. (CP – PRJ 2010) Considere a seguinte passagem de A República de Platão, nas palavras de Glauco:

“Vamos provar que a justiça só é praticada contra a própria vontade dos indivíduos e devido à incapacidade de se fazer a injustiça, imaginado o que se segue. … Ao

que parece não encontraremos ninguém suficientemen-te dotado de força de vontade para permanecer justo e resistir à tentação de tomar o que pertence a outro, já que poderia impunemente tomar o que quisesse no mercado, invadir as casas e ter relações sexuais com quem quisessem, matar e quebrar as armas dos outros. … nada o distinguiria do injusto, ambos tenderiam a fa-zer o mesmo e veríamos nisso a prova de que ninguém é justo porque deseja, mas por imposição…” Segundo essa passagem,

A. os homens são naturalmente justos. B. os homens não têm o que temer. C. a conduta ética depende apenas do medo da punição.D. os atos condenáveis são bons aos olhos de Deus. E. o homem justo jamais age como o homem injusto.

Democracia direta e indireta

A democracia direta e a democracia indireta expõem as mudanças e limitações do sistema representativo.

Ao nos depararmos com o termo “democracia”, muitos apontam esse tipo de governo como sendo aquele que se guia por meio da vontade do povo. Nesse sentido, a população teria o direito de interferir nas es-colhas e nas decisões que afetariam diretamente as suas vidas. Entretanto, o espaço político gerado pela demo-cracia pode ser organizado das mais diferentes formas e deve atender à especificidade de cada povo. É daí que reconhecemos a existência dos modelos de democracia direta e indireta.

A democracia direta pode já ser vista como um tipo de sistema em que os cidadãos discutem e votam direta-mente as principais questões de seu interesse. Na Grécia Antiga, as assembleias populares reuniam a população

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das Cidades-Estado democráticas na Ágora (praça), local onde as leis e as principais decisões eram discutidas e resolvidas. Vale lembrar que, nos moldes gregos, o exer-cício de opinião política estava restrito a uma parcela es-pecífica da população.

À medida que as sociedades se alargavam numeri-camente e a organização social se tornava cada vez mais complexa, vemos que o sistema de democracia direta se mostrava inviável. Afinal de contas, como seria possível contabilizar o voto de toda uma população numerosa, uma vez que as questões a serem decididas não pode-riam estar sujeitas ao registro do voto de cada um dos indivíduos? É nesse instante que temos a organização da chamada democracia indireta.

A democracia indireta estabelece que a população utilize do voto para a escolha dos representantes políti-cos mais adequados aos seus interesses. Desse modo, os cidadãos teriam os seus direitos assegurados por verea-dores e deputados que se comprometeriam a atender os anseios de seus eleitores. No entanto, observando o de-senvolvimento da democracia indireta, vemos que esse compromisso entre os políticos e os cidadãos está sujeito a vários questionamentos.

Visando a escapar do afastamento à norma de-mocrática, observamos hoje a organização de algumas iniciativas interessadas em reforçar o poder de inter-venção do povo por meio do uso do voto. Um desses exemplos pode ser visto na organização do chamado “orçamento participativo”, sistema em que autorida-des de um município anunciam a existência de uma determinada verba e conclamam a população de um bairro ou região para discutir e votar sobre qual a me-lhor destinação dos recursos.

Por Rainer Sousa Graduado em História Equipe Brasil Escola

Questão comentada(Enem 2009 - cancelado) Na democracia estadunidense, os cidadãos são incluídos na sociedade pelo exercício pleno dos direitos políticos e também pela ideia geral de direito de propriedade. Compete ao governo garantir que esse direito não seja violado. Como consequência, mesmo aqueles que possuem uma pequena propriedade sentem-se cidadãos de pleno direito. Na tradição política dos EUA, uma forma de incluir social-mente os cidadãos éA. submeter o indivíduo à proteção do governo.B. hierarquizar os indivíduos segundo suas posses.C. estimular a formação de propriedades comunais.D. vincular democracia e possibilidades econômicas individuais.E. defender a obrigação de que todos os indivíduos tenham

propriedades.

Solução comentada A política internacional estadunidense está sempre querendo demonstrar a estreita relação entre democracia, cidadania e progresso econômico, como uma realidade incontestável.Resposta: D

Para aprender mais!4. Leia os textos a seguir:

Texto 1Discurso do deputado baiano Jerônimo

Sodré Pereira – Brasil 1879 No dia 5 de março de 1879, o deputado baiano Je-rônimo Sodré Pereira, discursando na Câmara, afirmou que era preciso que o poder público olhasse para a con-dição de um milhão de brasileiros, que jazem ainda no cativeiro. Nessa altura do discurso, foi aparteado por um deputado que disse: “BRASILEIROS, NÃO” .

Em seguida, você tomou conhecimento da existência do Projeto Axé (Bahia), nos seguintes termos:

Texto 2Projeto Axé, Lição de cidadania – 1998 – Brasil

Na língua africana Iorubá, axé significa força mágica. Em Salvador, Bahia, o Projeto Axé conseguiu fazer, em apenas três anos, o que sucessivos governos não foram capazes: a um custo dez vezes inferior ao de projetos go-vernamentais, ajuda meninos e meninas de rua a cons-truírem projetos de vida, transformando-os de pivetes em cidadãos. A receita do Axé é simples: competência pedagógica, administração eficiente, respeito pelo me-nino, incentivo, formação e bons salários para os edu-cadores. Criado em 1991 pelo advogado e pedagogo italiano Cesare de Florio La Rocca, o Axé atende hoje a mais de duas mil crianças e adolescentes. A cultura afro, forte presença na Bahia, dá o tom do Projeto Erê (enti-dade criança do candomblé), a parte cultural do Axé. Os meninos participam da banda mirim do Olodum, do Ilé Ayê e de outros blocos, jogam capoeira e têm um grupo de teatro. Todas as atividades são remuneradas. Além da bolsa semanal, as crianças têm alimentação, uniforme e vale-transporte.

Com a leitura dos dois textos, você descobriu que a cidadania

A. é um processo que sempre todos da população tive-ram acesso.

B. foi conseguida com certo imediatismo por todos os ex-escravos.

C. nunca fez com que os negros tivessem reconheci-mento.

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D. ainda hoje continua incompleta para milhões de brasileiros.

E. está relacionada exclusivamente ao processo eleitoral.

5. (Objetivo – adaptado) “Há algum racismo efetivo: quase insignificante como traço negativo da situ-ação social do Brasil. E, ao seu lado, considerável racismo aparente. Quando o abalizado padre Bastos de Ávila – intelectual muito do meu apreço e da mi-nha estima – fala em “racismo brasileiro”, como em recente e longo discurso proferido numa Associação Comercial, comete, a meu ver, um equívoco socio-lógico. O “racismo” que denuncia é antes aparente do que real. Os exemplos de racismo que cita não são, de modo algum, de exato racismo, mas de desi-gualdades de ascensão socioconômica que, atingin-do brasileiros de cor, atingem, em cheio, brasileiros brancos. Brancos, porém pobres. O equivalente do chamado, nos Estados Unidos, “poor white trash”. Fenômeno, portanto, muito mais de classe do que de raça. Ou de classe e não de raça. De que prin-cipalmente resulta o fato de serem raros, no Brasil de hoje, os bispos ou altas autoridades eclesiásticas, homens ostensivamente de cor; almirantes e gene-rais ostensivamente de cor; ministros de Estado ou governadores, ostensivamente de cor; embaixado-res ou plenipotenciários ostensivamente de cor? De um predominante preconceito de raça ou de cor? Parece a alguns analistas mais discriminadores do assunto que não, e sim resultado de um predomi-nante preconceito de classe.

Gilberto Freyre

Na avaliação do clássico sociólogo brasileiro Gilberto Freyre, poderá ser ainda verificado que

A. existe no país um profundo racismo, herança do processo histórico escravocrata.

B. há no Brasil um racismo camuflado por um suposto espírito tolerante.

C. se confunde no Brasil preconceito racial com preconcei-to de classe; este último realmente caracteriza o País.

D. acontece sempre na nação brasileira um racismo seme-lhante ao que existe em outros países, como nos EUA.

E. não há, em geral, preconceitos no Brasil.

6. (Unesp – adaptada) Analise a passagem do legisla-dor Péricles para conclusões seguintes:

“Péricles, governante de Atenas no século V a.C., enaltecendo as glórias da democracia ateniense, decla-

rou: “O poder está nas mãos não da minoria, mas de todo o povo, e todos são iguais perante a lei”. (Tucídi-des, Guerra do Peloponeso.) Na prática da vida política ateniense, a ideia de democracia na época de Péricles, diferentemente da atual, significava que

A. os habitantes da cidade, ricos e pobres, homens e mulheres, podiam participar da vida política.

B. os escravos possuíam direitos políticos porque a es-cravidão constituída por dívida era temporária.

C. os direitos políticos eram privilégios dos cidadãos e vetados aos metecos, escravos e mulheres.

D. os metecos tinham privilégios políticos por sustenta-rem o comércio e a economia da cidade.

E. os pobres e os estrangeiros podiam ser eleitos para os cargos do Estado porque recebiam remuneração.

História

Globalização

A globalização é um fenômeno social que ocorre em escala global. Esse processo consiste em uma inte-gração em caráter econômico, social, cultural e político entre diferentes países.

A globalização é oriunda de evoluções ocorridas, principalmente, nos meios de transportes e nas teleco-municações, fazendo que o mundo “encurtasse” as dis-

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tâncias. No passado, para a realização de uma viagem entre dois continentes, eram necessárias cerca de quatro semanas, hoje esse tempo diminuiu drasticamente. Um fato ocorrido na Europa chegava ao conhecimento dos brasileiros 60 dias depois, hoje a notícia é divulgada em tempo real.

O processo de globalização surgiu para atender ao capitalismo e, principalmente, os países desenvolvidos; de modo que pudessem buscar novos mercados, tendo em vista que o consumo interno se encontrava saturado.

A globalização é a fase mais avançada do capitalis-mo. Com o declínio do socialismo, o sistema capitalista tornou-se predominante no mundo. A consolidação do capitalismo iniciou a era da globalização, principalmen-te, econômica e comercial.

A integração mundial decorrente do processo de globalização ocorreu em razão de dois fatores: as ino-vações tecnológicas e o incremento no fluxo comercial mundial. As inovações tecnológicas, principalmente nas telecomunicações e na informática, promoveram o pro-cesso de globalização. A partir da rede de telecomunica-ção (telefonia fixa e móvel, internet, televisão, aparelho de fax, entre outros) foi possível a difusão de informa-ções entre as empresas e instituições financeiras, ligando os mercados do mundo.

O incremento no fluxo comercial mundial tem como principal fator a modernização dos transportes, espe-cialmente o marítimo, pelo qual ocorre grande parte das transações comerciais (importação e exportação). O transporte marítimo possui uma elevada capacidade de carga, que permite também a mundialização das mer-cadorias, ou seja, um mesmo produto é encontrado em diferentes pontos do planeta.

O processo de globalização estreitou as relações co-merciais entre os países e as empresas. As multinacionais ou transnacionais contribuíram para a efetivação do pro-cesso de globalização, tendo em vista que essas empre-sas desenvolvem atividades em diferentes territórios.

Outra faceta da globalização é a formação de blocos econômicos, que buscam fortalecer-se no mercado que está cada vez mais competitivo.

Por Eduardo de Freitas, Graduado em Geografia

Questão comentada (Enem 2009 - cancelado) O índio do Xingu, que ainda acredita em Tupã, assiste pela televisão a uma partida de futebol que acontece em Barcelona ou a um show dos Rolling Stones na praia de Copacabana. Não obstante, não há que se iludir: o índio não vive na mesma realidade em que um morador do Harlem ou de Hong Kong, uma vez que são distintas as rela-

ções dessas diferentes pessoas com a realidade do mundo mo-derno; isso porque o homem é um ser cultural, que se apoia nos valores da sua comunidade, que, de fato, são os seus.

GULLAR, F. Folha de S. Paulo. São Paulo: 19 out. 2008 (adaptado).

Ao comparar essas diferentes sociedades em seu contex-to histórico, verifica-se queA. pessoas de diferentes lugares, por fazerem uso de tec-

nologias de vanguarda, desfrutam da mesma realidade cultural.

B. o índio assiste do futebol ao show, mas não é capaz de entendê-los, porque não pertencem à sua cultura.

C. pessoas com culturas, valores e relações diversas têm, hoje em dia, acesso às mesmas informações.

D. os moradores do Harlem e de Hong Kong, devido à ri-queza de sua História, têm uma visão mais aprimorada da realidade.

E. a crença em Tupã revela um povo atrasado, enquanto os moradores do Harlem e de Hong Kong, mais ricos, vivem de acordo com o presente.

Solução comentadaNo processo de globalização, os aspectos de economia, po-lítica, cultura e outros setores são afetados, mas existirão certas proteções em algumas comunidades, conseguindo alguns povos combater toda essa força difundida durante os anos por esse sistema. Os meios de comunição serão tam-bém fontes de difusão dessa política, pois darão acessos a muitos povos sobre eventos e informações, mas sempre lem-brando a distinção dos povos, mesmo com tanta aproxima-ção dessas fronteiras.Resposta: C

Para aprender mais!7.

SAL O vizinho Rio Grande do Norte, maior produtor de sal do País, sofre com a concorrência chilena. O Estado produz 5 milhões de toneladas, o que seriam 97% de todo o mercado. Também exporta para a África e os Estados Unidos. Diante da pressão potiguar, o Governo Federal pretende brecar a entrada de sal do Chile no Brasil. O sal chileno está entrando com preços mais baixos que os nacionais.

Jocélio Leal - Vertical S/A - jornal O POVO - 2008)

Baseado no texto que nos mostra uma problemática internacional de dependência em muitos países, como o Brasil, devemos ficar atentos para o fato de que o pro-blema não é recente, tendo suas origens no século XIX,

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com o imperialismo que se transformou com o passar do tempo em globalização. A relação que deve ser estabele-cida é a de que

A. a globalização econômica se caracteriza pela adoção de princípios liberais, tais como abertura de merca-do e Estado máximo.

B. o imperialismo foi o movimento de expansão euro-péia no século XIX em direção aos mercados africa-no e asiático, chegando ao território americano.

C. a expansão imperialista visava principalmente à exploração de metais preciosos e de produtos tro-picais.

D. a globalização econômica coincide com o aprimora-mento de tecnologias informatizadas aplicadas ao processo de trabalho, em todos os setores.

E. a globalização econômica se fundamenta em ideo-logias racistas baseadas no darwinismo social e na superioridade da raça branca.

8. As condições de vida do planeta são as mais proble-máticas possíveis, com as interatividades de proble-mas naturais e socioeconômicos que acabam sendo fatores dos distúrbios mais comuns para uma convi-vência menos prazerosa e longa.

Considerando essa situação comprovada para mui-tas classes sociais, pode-se verificar como fator causador de todos esses problemas

A. a corrupção de muitas lideranças políticas, que per-dem seu nacionalismo para negociar seu país com as multinacionais.

B. o desenvolvimento industrial pode ser o fator mais relevante, pois o surgimento das técnicas mecanicis-tas gera um impacto ambiental e social insuperável.

C. a educação direcionada para o lucro desenfreado, que tornou-se a marca principal do ensino de todas as escolas, em que o entendimento da sociedade é feita apenas na base do dinheiro.

D. a falta de políticas públicas para favorecer os mais desvalidos, principalmente em países como o Brasil, que com seus governos conservadores só beneficia os “descamisados”.

E. o sistema ter misturado um conjunto de fatores, que, com isso, fica difícil de focalizar um ponto principal, para alguns a política é culpada, para outros o sistema financeiro selvagem dará uma contribuição maior.

Leia mais!As primeiras Olimpíadas

Olimpíadas na Grécia Antiga

Foram os gregos que criaram os Jogos Olímpicos. Embora o surgimento desses jogos date de 776 a.C, des-de aproximadamente 2.500 a.C, os gregos já faziam ho-menagens aos deuses, principalmente Zeus. Atletas das cidades-estados gregas se reuniam na cidade de Olímpia para disputarem diversas competições esportivas: atletis-mo, luta, boxe, corrida de cavalo e pentatlo (luta, corrida, salto em distância, arremesso de dardo e de disco). Os vencedores eram recebidos como heróis em suas cidades e ganhavam uma coroa de louros. Os gregos buscavam, por meio dos Jogos Olímpicos, a paz e a harmonia entre as cidades que compunham a civilização grega.

No ano de 392 d.C, os Jogos Olímpicos e todas as manifestações religiosas do politeísmo grego foram proi-bidos pelo imperador romano Teodósio I, após conver-ter-se para o cristianismo.

No ano de 1896, os Jogos Olímpicos foram retoma-dos em Atenas, por iniciativa do francês Pierre de Fredy, conhecido com o barão de Coubertin. Nesta primeira Olimpíada da Era Moderna, participam 285 atletas de 13 países, disputando provas de atletismo, esgrima, luta livre, ginástica, halterofilismo, ciclismo, natação e tênis. Os vencedores das provas foram premiados com meda-lhas de ouro e um ramo de oliveira.

A mitologia grega

Na Antiguidade, as pessoas não podiam explicar os eventos a partir da ciência. Por isso explicavam os acon-tecimentos naturais a partir das histórias de deuses, deu-sas e heróis. Os gregos tinham uma história para explicar a existência do mal e dos infortúnios. Acreditavam que, em certa época, todos os males e infortúnios estiveram presos em uma caixa. Pandora, a princesa mulher, abriu a caixa, e eles se espalharam pelo mundo.

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Os mais antigos mitos gregos falam do caos (con-fusão primitiva), de Gaia (mãe-terra), Ponto (o mar) e Urano (céu). Do casamento de Urano e Gaia, nasce-ram os titãs, ciclopes e gigantes, que personificaram as coisas grandes e poderosas da Terra: montanhas, terremotos, furacões, etc. O mais forte dos titãs, Cro-nos, casou-se com sua irmã Réia, e tiveram seis filhos. Temendo a rivalidade de seus filhos, Cronos devorou-os logo ao nascer, exceto Zeus, que Réia escondeu numa caverna. Quando se tornou adulto, Zeus derrotou o pai e obrigou-o a libertar os ciclopes da tirania de Cronos, e eles, em recompensa, deram-lhe as armas do trovão e do relâmpago.

Além dos deuses, também os heróis tinham direi-to ao culto. Resultado da união entre um deus e uma mortal (ou vice-versa), eram considerados intermediá-rios entre os deuses e os homens, atribuía-lhes a pro-teção do local onde estavam sepultados. Outros foram homens excepcionais, cujos feitos, muito antigos, se ti-nham transformado em lenda. Temos o caso do Édipo que, após ter sido expulso de Tebas por ter morto o pai sem o ter reconhecido, conseguiu responder à esfinge. Em Atenas, temos Teseu que fora seu fundador e ven-cedor do Minotauro e Hércules, um dos mais populares heróis gregos e considerado como fundador dos Jogos Olímpicos.

Hércules e Hidra Teseu e Minotauro

Questão comentada(Enem 2004) Os Jogos Olímpicos tiveram início na Grécia, em 776 a.C., para celebrar uma declaração de paz. Na so-ciedade contemporânea, embora mantenham como ideal o congraçamento entre os povos, os Jogos Olímpicos têm sido palco de manifestações de conflitos políticos. Dentre os acontecimentos apresentados abaixo, o único que evoca um conflito armado e sugere sua superação, reafirmando o ideal olímpico, ocorreu

A. em 1980, em Moscou, quando os norte-americanos dei-

xaram de comparecer aos Jogos Olímpicos.

B. em 1964, em Tóquio, quando um atleta nascido em Hi-

roshima foi escolhido para carregar a tocha olímpica.

C. em 1956, em Melbourne, quando a China abandonou os

Jogos porque a representação de Formosa também havia

sido convidada para participar.

D. em 1948, em Londres, quando os alemães e os japoneses

não foram convidados a participar.

E. em 1936, em Berlim, quando Hitler abandonou o estádio

ao serem anunciadas as vitórias do universitário negro,

Jesse Owens, que recebeu quatro medalhas.

Solução comentada

O processo armado indicado na questão foi a Segunda Guerra

Mundial.

A opção correta apresenta uma relação direta com o

fato, quando nos lembramos do momento do lançamento

das bombas atômicas e vendo um atleta originário da região

atingida, evidenciamos a superação referida no enunciado.

Resposta: B

Para aprender mais!Apesar de serem vistas como momento de confraternização entre povos, as Olimpíadas modernas foram palco, muitas vezes, de misturas entre esportes e política, transformando--se em demonstração de força ou de superioridade de um país ou de um regime político sobre os demais.

9. (PUC-SP 2005 - Adaptada) Um atleta negro norte--americano chamado Jesse Owens conseguiu qua-tro medalhas de ouro na Olimpíada de Berlim, em 1936; tornou-se, assim, o grande vitorioso dos Jo-gos e atrapalhou a imagem que a Alemanha e seu governante, Adolf Hitler, pretendiam que o evento tivesse. Isso se deu porque

A. a Alemanha estava em guerra com os Estados Uni-dos e não queria que um norte-americano triunfasse em seu território.

B. as concepções raciais do nazismo pregavam a su-perioridade ariana e não admitiam a vitória de um negro sobre brancos.

C. a cidade de Berlim estava cercada por tropas aliadas e os alemães não puderam, em virtude disso, parti-cipar dos Jogos.

D. as propostas políticas do nazismo evitavam misturar esportes e política e Owens, ao receber a medalha, fez um discurso político.

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83Universidade Aberta do Nordeste

E. a Alemanha pretendia demonstrar seu poder por meio de vitórias nos Jogos e, assim, compensar as derrotas na Guerra Mundial.

10. Os Jogos Olímpicos contemplam a tradição de muitos anos, desde a Grécia antiga trazem em seu nome a ideia de força, beleza e habilidade para quem o pratica. Os esportes sempre foram uma forma de transfor-mação e os Jogos Olímpicos é uma junção das qua-lidades nos atletas e da disposição de uma país para sediar esse evento que ocorre a cada quatro anos.

Esse foi um dos caminhos que levaram a China a ser uma referência quando o assunto é esporte. A dedicação e a disciplina dos atletas chineses ganharam destaque entre grandes países como EUA, França, Grã-Bretanha, Japão e outros que são considerados superpotências.

Mas os Jogos Olímpicos não estão relacionados so-mente aos eventos esportivos, base de suas competi-ções, mas também a situações políticas como no tempo do nazismo em que se verificou

A. uma fiel utilização dos jogos para praticar saúde e convivência.

B. uma arma de controle de massas para beneficiar o Estado.

C. um típico instrumento manipulador evidente so-mente na Alemanha.

D. um visível aspecto político ditatorial surgido na América.

E. uma constante forma de governo vista em muitos outros momentos da história.

Formas de organização social, movimentos sociais, pensamento político e ação do EstadoAo longo do tempo, o homem foi moldando o Estado e a organização deste, geralmente para satisfazer o in-teresse de alguns grupos privilegiados. Desde as primei-ras sociedades até as atuais, essas relações sociais entre os diversos sujeitos históricos são moldadas, na maioria das vezes, por forças desproporcionais, na maioria dos casos, os grupos privilegiados, cada um a seu tempo, apropriam-se da força de produção das outras classes, acumulando riqueza. É claro que nem sempre essa re-lação de dominação é tão visível, visto que até as ditas classes dominadas, por vezes, agem como dominantes. Um exemplo disso é o comportamento do grupo que as-cendeu ao poder durante a Revolução Francesa, os jaco-binos, estabelecendo uma política altamente centraliza-

dora, com pouca liberdade de opinião e com truculência política com os “inimigos do Estado”.

Nesse cabo de guerra entre as classes sociais, por ve-zes, alguns desses setores se organizam e passam a lutar para reivindicar seus interesses, sejam políticos, econô-micos, sociais e ou culturais, também existe um rosário de exemplos que ilustram esse processo. Em Roma, os plebeus lutaram contra os patrícios e conquistaram seus direitos. Na Idade Média, diversos movimentos contes-taram a supremacia religiosa da Igreja Católica, os cha-mados movimentos heréticos, na Idade Moderna, movi-mentos como o Renascimento, a Reforma Protestante e principalmente o Iluminismo, marcam essa transição do mundo moderno ao contemporâneo.

Com o advento do pensamento racional o desenvol-vimento urbano e industrial, parte dessa ideologia pro-duzida servia para interpretar as relações sociais entre essas diversas classes. O aumento da hostilidade entre patrões e operários, evidenciado por movimentos, como o Ludismo (quebradores de máquinas) e o Cartismo (es-creveram a carta do povo endereçada aos membros do parlamento, reivindicando melhoria nas condições dos trabalhadores), e o surgimento das trade unions (espécie de sindicatos), paralelo a isso, o desenvolvimento dos meios de comunicação, que permitiam uma divulgação maior de determinados pensamentos, por meio de jor-nais, por exemplo, orientando e formando uma opinião pública, para a conformação ou a confrontação e o au-mento da opressão e da exploração dos homens pelos homens, fez surgir uma ideologia de esquerda, que ten-tava organizar ou, pelo menos, minimizar a situação de exploração e miséria dos trabalhadores.

Destaque em especial para o pensamento Marxista, atribuído ao pensador Karl Marx, que, por meio de suas obras, em particular “O Capital”, tenta orientar, segun-do alguns, o trabalhador para superar o sistema capita-lista explorador e evoluir a sociedade para uma organi-zação comunista, e o primeiro passo seria a consciência de classe, ou seja, identificar-se como pertencente a uma classe e perceber que está sendo explorado.

Questão comentada(ENEM – 2010) O movimento operário ofereceu uma nova resposta ao grito do homem miserável no princípio do século XIX. A resposta foi a consciência de classe e a ambição de clas-se. Os pobres então se organizavam em uma classe específica, a classe operária, diferente da classe dos patrões (ou capita-listas). A Revolução Francesa lhes deu confiança, a Revolução Industrial trouxe a necessidade da mobilização permanente.

HOBSBAWN, E. J. A era das revoluções. São Paulo: Paz e Terra, 1977.

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No texto, analisa-se o impacto das Revoluções Francesa e Industrial para a organização da classe operária. Enquanto a “confiança” dada pela Revolução Francesa era originária do significado da vitória revolucionária sobre as classes dominan-tes, a “necessidade da mobilização permanente”, trazida pela Revolução Industrial, decorria da compreensão de queA. a competitividade do trabalho industrial exigia um per-

manente esforço de qualificação para o enfrentamento do desemprego.

B. a completa transformação da economia capitalista seria fundamental para a emancipação dos operários.

C. a introdução das máquinas no processo produtivo dimi-nuía as possibilidades de ganho material para os operários.

D. o progresso tecnológico geraria a distribuição de riquezas para aqueles que estivessem adaptados aos novos tem-pos industriais.

E. a melhoria das condições de vida dos operários seria con-quistada com as manifestações coletivas em favor dos di-reitos trabalhistas.

Solução comentadaA questão aborda a evolução da organização social das clas-ses trabalhadoras e suas relações com alguns movimentos da história que contribuíram para seu fortalecimento, o texto in-daga sobre a necessidade de uma mobilização permanente desse grupo no contexto da Revolução Industrial, visto que essa última aumentou de forma extraordinária os modos de exploração do trabalhador, característica do modo de produ-ção capitalista, daí a sugestão de que esse modelo só vai dei-xar de ser explorador se for modificado por completo, dito de outra maneira, for destruído. Resposta: B

Leia mais!A VIDA DO OPERÁRIO

A miséria não é uma realidade nova no século XIX, po-rém, o seu tema como objeto de estudo surge neste período. Nem Victor Hugo nem Engels são os primeiros a abordar o assunto, porém ambos em muito contribuí-ram para uma nova ótica sobre a pobreza.

Victor Hugo, em sua obra Os Miseráveis, procura traçar um panorama da sociedade francesa do século XIX, revelando as mazelas do povo e as degradantes si-tuações a que eram submetidos por meio da vida de seus personagens.

Já Engels, para escrever seu livro A situação da clas-se trabalhadora na Inglaterra, visita diversos “bairros de má fama” para observar de perto a situação do proletá-rio. Todos esses bairros que visita são descritos de maneiras muito semelhante, ruas estreitas, tortuosas, sujas, a maioria

sem rede de esgotos. Por algumas vezes, esses bairros se encontram perto de suntuosos palácios dos ricos.

As habitações são descritas como úmidas e frias, as pessoas que ali viviam estavam em condições subuma-nas, não tinham quase nenhum móvel, os que o tinham sempre vendiam em busca de dinheiro ou o usavam para aquecimento. A personagem Fantine, do livro de Victor Hugo, é um bom exemplo disso, ela é a personificação da miséria. No início do livro, é descrita como uma mu-lher linda, jovem, “loura e de lindos dentes”. “Como dote possuía ouro e pérola; ouro sobre a cabeça e pé-rolas na boca”. Sempre era muito alegre e dotada de pudor. Porém, o autor desconstrói toda essa imagem à medida que ela vai tornando-se miserável. Desemprega-da, com uma filha para sustentar, Fantine passa pelas situações mais humilhantes possíveis, submetendo-se a trabalhos extremamente penosos e mal remunerados, que não lhe possibilitam pagar suas dívidas, fazendo-a vender os poucos móveis que tinha. Já quase sem ne-nhum bem para vender, decide vender seus cabelos e posteriormente seus dentes, não tendo mais nada de resto, vende sua honra, torna-se prostituta.

Para aprender mais!11. “Desta vala imunda a maior corrente da indústria

humana flui para fertilizar o mundo todo. Deste es-goto imundo jorra ouro puro. Aqui a humanidade atinge o seu mais completo desenvolvimento e sua maior brutalidade, aqui a civilização faz milagres e o homem civilizado torna-se quase um selvagem.”

TOCQUEVILLE, Aléxis de. Apud Hobsbawn, Eric. A Era das Revoluções

O grande desenvolvimento tecnológico vem pro-porcionando muitas facilidades e melhorias para a hu-manidade, mas ainda existe uma parcela dessa mesma população com uma exclusão perceptível. Pessoas que, por falta de oportunidades e recursos, não estão dentro desse conjunto de melhorias, desse mundo digital. A ra-zão que melhor explica esse fato será

A. a acomodação dessa população que sempre espera pelo Estado para lhe favorecer.

B. o fato de não existir ainda meios no sistema capita-lista para a inclusão total da população.

C. a falta do interesse dos mais desvalidos em melhorar,típico da classe.

D. o apego de certas classe ao tradicional,ao antigo e aversão ao moderno.

E. o fato de ficar longe dessa tecnologia e poder ter uma vida bem mais simples e agradável.

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85Universidade Aberta do Nordeste

12. Leia os dois textos seguintes.

“No Ocidente Medieval, a unidade de trabalho é o dia [...] definido pela referência mutável ao tempo natu-ral, do levantar ao pôr do sol. [...] O tempo do trabalho é o tempo de uma economia ainda dominada pelos ritmos agrários, sem pressas, sem preocupações de exatidão, sem inquietações de produtividade”.

Jacques Le Goff. “O tempo de trabalho na ‘crise’ do século XIV”.

“Na verdade, não havia horas regulares: patrões e administradores faziam conosco o que queriam. Normal-mente os relógios das fábricas eram adiantados pela ma-nhã e atrasados à tarde e, em lugar de serem instrumen-tos de medida do tempo, eram utilizados para o engano e a opressão”.

Anônimo. “Capítulos na vida de um menino operário de Dundee”, 1887.

Entre as razões para as diferentes organizações do tem-po do trabalho, pode-se citar

A. a predominância no campo de uma relação pró-xima entre empregadores e assalariados, uma vez que as atividades agrárias eram regidas pelos rit-mos da natureza.

B. o impacto do aparecimento dos relógios mecâni-cos, que permitiram racionalizar o dia de trabalho, que passa a ser calculado em horas no campo e na cidade.

C. as mudanças trazidas pela organização industrial da produção, que originou uma nova disciplina e percepção do tempo, regida pela lógica da produ-tividade.

D. o conflito entre a Igreja Católica, que condenava os lucros obtidos a partir da exploração do trabalhador, e os industriais, que aumentavam as jornadas.

E. a luta entre a nobreza, que defendia os direitos dos camponeses sobre as terras, e a burguesia, que de-fendia o êxodo rural e a industrialização.

13. “O juiz do condado de Broghton, presidindo uma reunião da prefeitura de Nottingham [Inglaterra], em 14 de janeiro de 1860, declarou que, naquela parte da população, empregada nas fábricas de ren-da da cidade, reinavam sofrimentos e privações em grau desconhecido do resto do mundo civilizado... Às duas, três e quatro horas da manhã, crianças de 9 e 10 anos são arrancadas de camas imundas e obrigadas a trabalhar até as 10, 11 ou 12 horas da noite, para ganhar o indispensável à mera subsistên-cia. Com isso, seus membros definham, sua estatura se atrofia, suas faces se tornam lívidas, seu ser mer-

gulha num torpor pétreo, horripilante de se contem-plar [...] O sistema [...] constitui uma escravidão em sentido social, físico, moral e intelectual [...]”.

DECCA, Edgar de. “Fábricas e Homens: a Revolução Industrial e o cotidiano dos trabalhadores”. São Paulo: Atual, 1999.

Os textos expressam

A. a exploração da mão de obra escrava que caracteri-zou a industrialização capitalista, no séculos XIX e XX.

B. as violências impostas aos trabalhadores durante a Revolução Industrial, iniciada no século XVIII.

C. o trabalho escravo e assalariado, nos períodos das Re-voluções Comercial e Industrial, nas colônias inglesas.

D. as características de superexploração do trabalho, ine-rentes ao modelo mercantilista inglês, no século XIX.

E. o capitalismo industrial, iniciado no século XIX, na Inglaterra, com suas relações de trabalho essencial-mente escravocratas.

14. Condições de moradia do operário industrial:

À medida que as novas cidades industriais envelhe-ciam, multiplicavam-se os problemas de abastecimento de água, saneamento, superpopulação, além dos gera-dos pelo uso de casas para serviços industriais, culmi-nando com as estarrecedoras condições reveladas pelas investigações sobre moradia e condições sanitárias, na década de 1840. Essas condições, nas vilas rurais ou nas aldeias têxteis, eram muito precárias, mas a dimensão do problema era certamente maior nas grandes cidades, pela facilidade de proliferação de epidemias.

(...) Os habitantes das cidades industriais tinham fre-quentemente de suportar o mau cheiro do lixo indus-trial e dos esgotos a céu aberto, enquanto seus filhos brincavam entre detritos e montes de esterco. Na ver-dade, alguns desses fatos persistem ainda hoje (década

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de 1960), no panorama industrial do norte e da região central da Inglaterra. (...)

Adaptado de: E. P. Thompson. “A formação da classe operária inglesa”. In: Alceu Pazzinato e Maria Helena Senise. História moderna e contemporânea. São Paulo:

Ática, 2003. p. 102.

As precárias condições de vida operária reveladas por investigações realizadas na década de 1840, na Inglater-ra, são resultantes de um processo marcado pelo avanço tecnológico, grandes transformações nas relações de tra-balho e nas formas de produção. A situação apresentada no texto conduz ao período conhecido como

A. Primeira Revolução Industrial, com desenvolvimento na Inglaterra fortalecendo a economia daquela nação.

B. Liberalismo Econômico, aplicado pelos novos pensa-dores do século XIX, com seus conceitos de fortale-cimento estatal.

C. Segunda Revolução Industrial, expandido por todo o mundo, inclusive pelos ditos países de baixo desen-volvimento.

D. Revolução Gloriosa, movimento que fortaleceu o Es-tado inglês e a monarquia.

E. Terceira Revolução Industrial, processo já concluído, com o desenvolvimento das armas nucleares e com-putadores.

15. ”O duque de Bridgewater censurava os seus ho-mens por terem voltado tarde depois do almoço; es-tes se desculparam dizendo que não tinham ouvido a badalada da 1 hora, então o duque modificou o relógio, fazendo-o bater 13 badaladas.”

Esse texto revela um dos aspectos das mudanças oriundas do processo industrial inglês no final do século XVIII e início do século XIX. A partir do conhecimento histórico, deduzimos que

A. os trabalhadores foram beneficiados com a diminui-ção da jornada de trabalho em relação à época an-terior à revolução industrial.

B. a racionalização do tempo foi um dos aspectos psi-cológicos significativos que marcou o desenvolvi-mento da maquinofatura.

C. os empresários de Londres controlavam com mais ri-gor os horários dos trabalhadores, mas, como com-pensação, forneciam remuneração por produtivida-de para os pontuais.

D. as fábricas, de modo em geral, tinham pouco con-trole sobre o horário de trabalho dos operários, haja vista as dificuldades de registro e a imprecisão dos relógios naquele contexto.

E. os industriais criaram leis que protegiam os trabalhado-res que cumpriam corretamente o horário de trabalho.

Ampliando conhecimentos para o Enem1. Os textos abaixo apresentam duas opiniões, sobre a

importância histórica do continente africano.

Texto 1Escrito pelo filósofo alemão Gerg F. Hegel

(1770 - 1831)“[A África] não tem interesse histórico próprio, senão o de que os homens vivem ali na barbárie e na selvageria, sem fornecer nenhum elemento à civilização.”

HEGEL. Filosofia da história universal. Citado em HERNANDEZ, Leila Leite. A África na sala de aula: visita à história contemporânea. São Paulo: Selo Negro,

2005.p.20.

Texto 2Escrito pela antropóloga Marta Heloisa

Leuba Salum“Para compreendermos a cultura material das sociedades africanas, a primeira questão que se impõe é a imagem que até hoje pendura da África, como se até sua ‘desco-berta’ fosse esse continente perdido na obscuridade dos primórdios da civilização, em plena barbárie, numa luta entre homem e natureza. De fato, a história dos povos africanos é a mesma de toda humanidade: a da sobre-vivência material, mas também espiritual, intelectual e artística, o que ficou à margem da compreensão nas ba-ses do pensamento ocidental, como se a reflexão entre homem e cultura fosse seu atributo exclusivo, e como se natureza e cultura fossem fatores antagônicos.”

SALUM, Marta Heloisa Leuba. África: culturas e sociedades – guia temático para professores. São Paulo: MAE/ USP, 1999.

A leitura, a interpretação e o debate dos textos nos permite compreender que

A. os textos expressam visões semelhantes em relação ao desenvolvimento da civilização africana.

B. os textos divergem visto que para Hegel a civiliza-ção africana é inculta e estéril do ponto de vista civilizatório.

C. a antropóloga Marta Heloisa Leuba Salum concorda com a tese do texto de Hegel a respeito da civilidade africana.

D. os dois textos discordam de uma civilidade em rela-ção aos africanos e concordam com o conceito de barbárie.

E. ambos os textos concordam que as visões sobre os povos africanos são parciais e distorcidas.

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87Universidade Aberta do Nordeste

2. O Rio de Janeiro se tornou neste domingo (7/7/2012) Patrimônio Mundial. É a primeira cidade do mundo a receber esse título da Unesco na categoria Paisa-gem Natural.

A relação harmoniosa entre a natureza e a interven-ção humana é, segundo o Instituto do Patrimônio Histó-rico e Artístico Nacional (Iphan), a âncora da candidatu-ra do Rio. A candidatura listou os principais elementos naturais que tornam original e excepcional a paisagem carioca, como o Pão de Açúcar, Corcovado, a Floresta da Tijuca, Praia de Copacabana e a Baía de Guanabara.

O conceito de paisagem cultural foi adotado pela Unesco em 1992, como uma nova tipologia de reconhe-cimento de bens culturais, dentro da lista de patrimônios mundiais da organização, que já soma 911 itens. Os sí-tios reconhecidos como tal eram áreas rurais, sistemas agrícolas tradicionais, jardins históricos e locais de cunho simbólico, religioso e afetivo.

Além do Rio, o Brasil tem 18 bens culturais e na-turais na lista da Unesco. Estão na lista os conjuntos arquitetônicos e urbanísticos de Ouro Preto (MG) e Brasília, os centros históricos de Olinda (PE), Salvador, Diamantina (MG), São Luís e Goiás (GO), as ruínas de São Miguel das Missões (RS) e o santuário de Bom Je-sus de Matosinhos, em Congonhas (MG). Na relação de bens naturais, constam os parques nacionais do Iguaçu (PR), Costa do Descobrimento (BA/ES), Serra da Capi-vara (PI), Jaú (AM), Pantanal (MT/MS), Veadeiros (GO) e Fernando de Noronha (PE).

Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,unesco-declara-rio--de-janeiro-patrimonio-mundial,894272,0.htm, acesso em: 11 de julho de 2012.

Entre os motivos e os desdobramentos apontados pela notícia sobre a decisão de tornar o Rio de Janeiro patrimônio mundial, podemos deduzir que

A. o Rio de Janeiro não é a primeira cidade brasileira agraciada com esse título nessa categoria, visto que antes dela Recife e Olinda já detinham tal título.

B. o título se refere ao fato de a cidade do Rio de Ja-neiro ter recebido ao longo de sua história pouquís-simas intervenções humanas, mantendo-se quase inalterada.

C. o fato de ser considerado Patrimônio Mundial se deu pelas últimas ações empreendidas pelos gover-nos estaduais e municipais em relação ao combate à violência.

D. para a Unesco, a relação harmoniosa entre natureza e intervenção humana faz do Rio de Janeiro um lu-gar singular e que deve ser preservado.

E. o título não traz impactos, nem positivos nem nega-tivos, para o cotidiano da cidade, pois é meramente simbólico.

3.

Da prática marginal à luta nacional.

Segundo Vieira (1995), essa forma de rebeldia, an-tes utilizada como arma de luta entre inúmeras fugas durante a escravidão, tornou-se um símbolo da resistên-cia cultural do negro. Assim o governo republicano, ins-taurado em 1889, deu continuidade à política da repres-são e associou diretamente a criminalidade à capoeira, como consta no decreto 847 de 11 outubro de 1890, com o título “Dos Vadios e Capoeiras”:

Artigo 402: Fazer nas ruas ou praças públicas exer-cícios de destreza corporal, conhecidos pela deno-minação de capoeiragem: pena de seis meses a dois anos de reclusa.Único: É considerada agravante pertencer a alguma banda ou malta. Aos chefes, ou cabeças, impor-se-à a pena em dobro.

A data histórica é 15 de julho de 2008. Nesse dia, reunidos no Palácio Rio Branco, em Salvador, num ritual bem mais formal que suas irreverentes rodas, dezenas de mestres do Brasil inteiro testemunham a capoeira ser registrada patrimônio cultural imaterial brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A Capoeira é um exemplo de como a visão da socie-dade em relação a determinados assuntos se modifica com o passar do tempo, muitos eventos que ocorreram no passado e eram reprovados pela sociedade hoje al-cançam espaços de expressão não marginalizados. Um dos fatores que, assim como a capoeira, mantém a mes-

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ma relação de um passado marginalizado e a aceitação no presente é

A. o tabagismo, visto como um grande problema social no passado hoje é aceito pela sociedade sem gran-des restrições ao seu uso.

B. a obesidade antes considerada um grande problema social, símbolo da ostentação de alguns, hoje é visto como problema de saúde pública.

C. o homossexualismo visto com reprovação nas socie-dades da Antiguidade, hoje é aceito em todas as instâncias sociais como governo e religiões.

D. os fascismos, reprovados por seus atos no passado, hoje surgem como propostas de solução dos proble-mas dos países europeus em crise econômica.

E. a violência contra a mulher, de certa forma tolerada no Brasil Colonial, hoje, através de leis como a Maria da Penha, é condenada pela sociedade.

4.

Placa na Argentina diz “as Malvinas são argentinas” (Marcos Brindicci / Reuters)

Essa placa contém uma ideia que recentemente vol-tou à cena na Argentina e está ligada

A. às disputas entre argentinos e ingleses pela sobera-nia das Ilhas Malvinas, hoje sob o comando do Reino Unido.

B. ao problema entre argentinos e paraguaios sobre suas fronteiras, desde a derrota na guerra do Para-guai pelo Exército Argentino.

C. a uma área que está dentro dos limites argentinos, mas ainda dominada pela Espanha como resquício do Período Colonial.

D. ao território pertencente originalmente à Inglaterra, mas os argentinos alegam que fazem parte de seus territórios.

E. ao território cedido pelos espanhóis ao Governo In-glês e tomado pelos argentinos na guerra das Malvi-nas, gerando conflitos até hoje na região.

5.

Entre os itens abaixo, um que expressa relação dire-ta com o pensamento implícito na charge é (são)

A. o crescimento do desenvolvimento tecnológico é o maior fator que tem aumentado o desemprego.

B. para manter a economia equilibrada, o estado deve ser pequeno, demitindo e reduzindo o estado.

C. o efeito gerado pela crise econômica europeia e a pouca estabilidade do trabalhador.

D. as crises políticas dos países árabes gerando a falên-cia de muitas empresas, e, como consequência, o desemprego.

E. o momento atual da economia brasileira é marcado pelo grande desemprego.

6. “Revolução! Precavenha-se fazendo suas compras da margarina Elza...” Esta propaganda, estampada no Diário Nacional em 1930, mostra como a pertur-bação da ordem invadia o cotidiano do país naquela época. De fato, entre 1920 e 1930, a ideia de revo-lução permeava o debate político e pairava sobre a sociedade brasileira. Militares demonstraram sua contrariedade em 1922 e em 1924, ao marcharem contra o Governo Federal, e um grupo de rebeldes militares percorreu o país em nome da revolução en-

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89Universidade Aberta do Nordeste

tre 1925 e 1927. Nas grandes cidades, o desconten-tamento de parte da população se manifestava em greves e inquietação.

Disponível em: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/dossie-imigracao-italia-na/quando-perder-e-vencer, acesso em: 11 de julho de 2012.

O texto destaca aspectos relevantes entre o final da República Velha no Brasil e o início da Era Vargas. Sobre esse contexto, um dos movimentos que expressam essas agitações pode ser

A. a eclosão de vários movimentos messiânicos, como o movimento de Canudos, no sertão baiano, lidera-do pelo beato, profeta para seus seguidores, Antô-nio Conselheiro.

B. a Guerra do Contestado, ocorrida entre os estados do Paraná e Santa Catarina, no momento em que um bando armado e organizado pelo beato José Maria invade o Estado de Santa Catarina.

C. a Revolta da Vacina, movimento ocorrido no Rio de Janeiro e que objetivava derrubar o presidente da República Oswaldo Cruz, autor da lei da vacina obri-gatória.

D. a Coluna Prestes, um dos principais movimentos te-nentistas do período que conseguiu agitar pratica-mente todo o país e causou certa reflexão sobre as práticas políticas da República Velha.

E. a Semana de Arte Moderna de São Paulo repercutiu no cenário cultural e patrocinou uma aceitação a fi-gura do revolucionário como porta voz do progresso.

7. Em julho de 1900, a Convenção Constitucional de Cuba iniciou suas deliberações e foi notificada que o Congresso dos EUA pretendia anexar uma emen-da à Constituição cubana. Em 1901, o Secretário da Guerra Elihu Root elaborou um conjunto de artigos como diretrizes para as futuras relações Estados Uni-dos-Cuba.

Artigo III. Que o Governo de Cuba consente que os Estados Unidos possam exercer o direito de intervir para a preservação da independência cubana, a manutenção de um governo adequado à proteção da vida, proprie-dade e liberdade individual, e para cumprimento das obrigações com relação a Cuba imposta pelo Tratado de Paris sobre os Estados Unidos, agora a ser assumida e realizada pelo governo de Cuba.

Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/emenda-platt/emenda-platt. php#ixzz20FHz0LPd

O texto acima está mais diretamente relacionado a (o)

A. processo de independência de Cuba e a Emenda Platt.B. desenvolvimento da Doutrina Monroe e a política da

boa vizinhança.C. Revolução Cubana e a crise dos mísseis.D. renovação do governo cubano e o apoio dos Esta-

dos Unidos.E. guerra de independência e a formação do Zapatismo.

8.

O que se espera de uma naçãoQue o herói é a televisãoQue passa todos os seus meses malMelhora tudo no NatalAté presente dá pra darSó não se sabe o que vai receberPano de prato ou dedalEscolha o mais caro que eu quero verMucama na cama do patrãoMe chama, me chama de negãoPaga salário de pãoMas come o que a população não comeO que se espera de uma naçãoQue o herói é a televisãoQue passa todos os seus meses malMelhora tudo no Carnaval

Mucama, Cidade Negra

Música para muitos é uma forma de expressão não apenas artística, mas reflete características de uma socie-dade, seus anseios e suas frustrações. A letra acima da banda Cidade Negra expressa

A. uma crítica à utilização da mídia de forma a alienar as pessoas.

B. a valorização das mídias como forma de entreter a população e fazê-las esquecer-se da condição mise-rável em que vivem.

C. a valorização dos momentos em que a população ameniza a sua condição de miséria e valoriza o espí-rito coletivo.

D. a defesa de que o Natal e o Carnaval são as únicas datas em que a população ameniza as suas necessi-dades.

E. a crítica à opressão dos patrões sobre os emprega-dos, os quais utilizam a mídia como forma de resis-tência.

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Geografia

Rio+20, sucesso ou fracasso?Num mundo mais aberto e mais democrático, são mais complexos os processos de tomada de decisão, as con-ferências internacionais não têm a intensidade dramáti-ca capaz de satisfazer a nossa fome de espetáculo. No entanto, elas não ocorrem em vão e dispersam semen-tes para além das aparências. No caso das questões do ambiente, foi assim com a Rio-92, com Kyoto e certa-mente será assim também com a Rio+20. O modo de funcionamento dessas conferências reflete a realidade de um mundo mais multipolarizado, em que se multipli-ca sem cessar o número de atores relevantes. Não é mais possível, felizmente, que dois ou três países se reúnam e decidam o destino da humanidade. Os próprios gover-nos, por sua vez, ao falar e ao decidir por seus países, devem respeitar a vontade livre de suas sociedades. O mundo tornou-se claramente mais aberto e muito mais democrático. Nesse mundo, mais opiniões estão sendo levadas em consideração, tornando mais complexos os processos de tomada de decisão. A partir dessas duas premissas, pode-se fazer um julgamento mais equili-brado e mais justo da nossa conferência. É verdade que ela não foi ambiciosa e que renunciou depressa demais a seus objetivos? Não é uma tarefa simples conseguir que 190 governantes, representando 7 bilhões de pes-soas, ponham-se de acordo sobre mudanças nos mo-dos de produção, nos estilos de vida e nas expectativas de crescimento econômico para as próximas décadas. Os próprios termos do problema dificilmente são ma-téria consensual, mesmo entre profissionais e ativistas. Há importantes setores dos movimentos ambientalistas que contestam duramente a “economia verde” que não passa, segundo eles, de mais um disfarce ou uma varian-te do desenvolvimento capitalista. Os objetivos de uma economia sustentável não devem ser impostos por meio de ordens de governos centralizadores, e sim por meio da administração de incentivos que, num ambiente de liberdade, alterem os comportamentos de produtores e de consumidores. Afinal, em que sociedade queremos viver? Como bem disse o negociador-chefe do Brasil, embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, a objeti-vos ambiciosos devem corresponder a recursos também ambiciosos. Uma coisa sem a outra é, no mínimo, in-coerência, disse ele. Eu diria que chega mesmo a ser hi-pocrisia. Os países ricos desenvolveram-se sem as regras e o limites que hoje pesam sobre os países de desen-

volvimento tardio e sem incorrer nos custos que essas restrições implicam. Por isso, se a União Europeia e os Estados Unidos desejam estabelecer objetivos concretos, devem antecipar-se e oferecer uma parte grande dos recursos necessários. O papel da política é agir confor-me a circunstância, avançando ou recuando conforme as condições reais. Nesse sentido, foi prudente recuar em relação aos recursos e aos financiamentos. Entretan-to, pela mesma razão, foi necessário não avançar em compromissos que custarão muito, principalmente para os países em desenvolvimento, que ainda enfrentam si-tuações de extrema pobreza. A preservação dos recur-sos naturais, para que eles possam ser aproveitados de modo duradouro pelas futuras gerações, é uma tarefa importante que deve obrigar a todos nós. Porém, ao olhar para a natureza e para os homens de amanhã, não podemos fechar os olhos para os homens de hoje; para as centenas de milhões de pobres na África, na Ásia e na América Latina, especialmente mulheres e crianças. Para eles, é preciso haver mais crescimento econômico e mais produção de alimentos. Não vamos conseguir isso retrocedendo a formas primitivas de organização da produção, abolindo o uso de novas tecnologias no cam-po, renunciando à engenharia genética e amaldiçoando o desenvolvimento. A Rio+20 é o espelho do Mundo Novo, mais aberto e mais democrático, sem protagonis-mos excessivos. O governo brasileiro mostrou-se um ator apropriado desses tempos novos, exercendo um tipo de liderança serena, lúcida e democrática. Estou convicta de que o Brasil, em todos os aspectos, cumpriu bem o seu papel como anfitrião de uma das conferências mais importantes deste século.

Fonte: Folha de S.Paulo, Kátia Abreu 23/06/2012

Questão comentada (Enem) Em 1872, Robert Angus Smith criou o termo “chuva ácida”, descrevendo precipitações ácidas em Manchester após a Revolução Industrial. Trata-se do acúmulo demasiado de di-óxido de carbono e enxofre na atmosfera que, ao reagirem com compostos dessa camada, formam gotículas de chuva ácida e partículas de aerossóis. A chuva ácida não necessaria-mente ocorre no local poluidor, pois tais poluentes, ao serem lançados na atmosfera, são levados pelos ventos, podendo provocar a reação em regiões distantes. A água de forma pura apresenta pH 7, e, ao contatar agentes poluidores, reage mo-dificando seu pH para 5,6 e até menos que isso, o que provoca reações, deixando consequências.

Disponível em: www.brasilescola.com. Acesso em: 18 maio 2010 (adaptado).

O texto aponta para um fenômeno atmosférico causa-dor de graves problemas ao meio ambiente: a chuva ácida

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(pluviosidade com pH baixo). Esse fenômeno tem como con-sequênciaA. a corrosão de metais, pinturas, monumentos históricos,

destruição da cobertura vegetal e acidificação dos lagos.B. a diminuição do aquecimento global, já que esse tipo de

chuva retira poluentes da atmosfera.C. a destruição da fauna e da flora, e redução dos recursos

hídricos, com o assoreamento dos rios.D. as enchentes, que atrapalham a vida do cidadão urbano,

corroendo, em curto prazo, automóveis e fios de cobre da rede elétrica.

E. a degradação da terra nas regiões semiáridas, localizadas, em sua maioria, no Nordeste do nosso país.

Solução comentadaA chuva ácida é um dos principais problemas ambientais e afeta os grandes centros industriais do mundo, sendo resul-tante da poluição do ar. As queimas de carvão ou de petróleo liberam resíduos gasosos, como óxidos de nitrogênio e de en-xofre. Os poluentes do ar são carregados pelos ventos e viajam milhares de quilômetros; assim, as chuvas ácidas podem cair a grandes distâncias das fontes poluidoras. A reação dessas substâncias com a água forma ácido nítrico e ácido sulfúrico, presentes nas precipitações de chuva ácida. A precipitação áci-da, como mostrada no texto, é corrosiva (devido o PH baixo) e pode corroer estátuas e monumentos. A chuva ácida pode atingir a vegetação e os rios. As consequências disso são o comprometimento da biodiversidade, com a morte de algu-mas plantas e peixes pela acidificação dos rios e dos lagos. Resposta: A

Para aprender mais!16.

O mapa apresenta dados de balanço divulgado pela Comissão da Pastoral da Terra (CPT) sobre o número de pessoas ameaçadas, decorrente de questões agrárias, observa-se que a situação é mais preocupante na(o)

A. Centro-Sul do país, onde a modernização da agro-pecuária intensificou os conflitos fundiários.

B. Nordeste brasileiro devido à não aplicação do Plano Nacional de Reforma Agrária.

C. fronteira com o Paraguai em função da expansão da soja.

D. Amazônia resultante da expansão fronteira agrícola e do clima de impunidade.

E. Polígono das Secas onde a estiagem provoca cons-tantes conflitos entre sem-terra e agropecuaristas.

17. A Norte Energia, empresa responsável pela hidre-létrica de Belo Monte, no Pará, anunciou, na noi-te desta terça-feira (10), ter chegado a um acordo com os índios que ocupam um de seus canteiros de obras. A empresa diz que se comprometeu a reali-zar projetos já previstos no Plano Básico Ambiental (PBA) indígena. Afirmou ainda que irá discutir as de-mais reivindicações, que não constavam no plano, em um comitê que será criado para acompanhar as contrapartidas.

Folha de S. Paulo, 10 de Julho de 2012

Os principais problemas resultantes da construção da hidrelétrica de Belo Monte estão relacionados com

A. as diversas obras que estão sendo implementadas na bacia do rio Tocantins, tipicamente de planície, que resultaram em um grande desastre ambiental.

B. a construção de uma rede de transmissão de ener-gia entre o Amazonas e o Sudeste do país, obra cujo custo é altíssimo, é desnecessária, pois o Sudeste já é autossuficiente em energia.

C. a compatibilização entre a necessidade de amplia-ção da produção de energia, em face do aumento continuo do consumo e da política de conservação do ecossistema amazônico.

D. resistência imposta pelos que são favoráveis à ex-pansão da energia solar e eólica.

E. a falta de mão de obra na Região Amazônica, cuja vocação econômica é a agropecuária.

18. Também conhecido como meteorização, é o conjun-to de fenômenos físicos e químicos que levam à de-gradação e enfraquecimento das rochas. O termo é aplicado às alterações físicas e químicas a que estão sujeitas as rochas na superfície da Terra, porém essa alteração ocorre in situ, ou seja, sem deslocamento do material. Esse fenômeno, junto com a erosão, é de grande importância para a formação e constante

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mudança no relevo terrestre. A conceituação trata de um fenômeno importantíssimo para a Pedologia, que é

A. tectônica das Placas, processo endógeno responsá-vel pela formação edáfica.

B. isostasia, equilíbrio entre o SIAL e o SIMA, que resul-ta na movimentação da litosfera.

C. intemperismo, responsável pela formação dos solos.D. voçoroca, agente exógeno que se concentra nas en-

costas montanhosas.E. epirogênese, responsável pela esfoliação das rochas

e pela consolidação dos solos.

19. “A Morte da floresta é o fim da nossa vida”.

Expressão na camisa de Irmã Doroty no ocasião do seu assassinato.

Desde a década de 1970, quando as preocupa-ções ambientais ascenderam à agenda política e al-cançaram uma perspectiva global, a Amazônia vem se constituindo em um dos principais temas do ativismo além-fronteiras.

Keck; Sikkink, 1998

O processo de ampliação da fronteira econômica do Brasil na direção da Região Amazônica, tem gera-do uma grande preocupação entre os ambientalistas que defendem um modelo menos impactante e que seja acompanhado por uma justiça ambiental, que im-plica no(a)

A. adoção de uma política de sustentabilidade como forma de garantir a preservação da biodiversidade da região.

B. intensificação de incentivos fiscais para a formata-ção de uma nova zona de processamento de ex-portação.

C. redirecionamento do agronegócio a partir de uma legislação que proíba a exploração agropecuarista.

D. combate aos povos da floresta, principais responsá-veis pelos impactos ambientais.

E. ampliação do Projeto Calha Norte, que visa ao mo-nitoramento da região.

20.

Texto 1

Texto 2

“WASHINGTON – A companhia British Petroleum (BP), responsável pelo vazamento de petróleo no Golfo do México, anunciou, neste sábado, 29, que a opera-ção para fechar o poço por meio da injeção de fluidos pesados, como lama, não obteve sucesso e que passará a tentar um novo método.”

Fonte Estadão.com.br 29/maio/2010

Texto 3

Texto 4

“Número de focos de queimada no Brasil, acumu-lado desde 1º de janeiro e até a última quinta-feira, 12, chegou a 25.999, ante 14.019 no mesmo período do ano passado, uma variação, em termos relativos, de 85%. De acordo com relatório do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), esta é a primeira variação positiva para o período desde 2007, quando o número de focos superou os de 2006 em 154%. Nos últimos anos, a tendência vinha sendo de queda, com redução de 70% em 2008 e 20% em 2009.”

Fonte: Estadão.com.br 10/Agosto/2010.

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O acidente no Golfo do México e o aumento no número de queimadas no Brasil foram fatos que, além de ocuparem um grande espaço na mídia, geraram uma grande repercussão do ponto de vista ambiental. Com relação às charges e aos textos apresentados, pode-se afirmar que

A. logo após o acidente no Golfo do México, acredi-tava-se que a tragédia era do óleo vazando para a superfície do mar, agora se constata que ele está também se depositando no fundo do mar, em espessas camadas (de talvez uma centena de metros de espessura), aumentando ainda mais os terríveis danos ambientais. Os ecossistemas e habitat afetados pelo vazamento de petróleo no Golfo do México necessitarão de alguns dias para se recuperar.

B. o vazamento de petróleo na região do Golfo do México é uma situação isolada, pois essa região é a única, no mundo, que explora petróleo em águas profundas, sendo a possibilidade desse aci-dente ocorrer em outras áreas praticamente nula. No Brasil, a exploração de petróleo ocorre princi-palmente em terra e em uma pequena parte na porção mais rasa do relevo submarino, no caso, a plataforma continental, e, mesmo assim, com segurança total.

C. o aumento dos focos de queimadas no Brasil, se-gundo especialistas, pode ser atribuído a ações criminosas e especulativas, ao clima seco prolon-gado e ao avanço da fronteira agrícola. Os Es-tados mais afetados estão em área de cerrado, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins e Minas Gerais.

D. a situação piora quando as queimadas atin-gem as regiões que já estão com altos índices de umidade. Com o aumento das temperaturas pelo fogo, a grande quantidade de vapor que tem naquela parcela da atmosfera vai expandir--se mais ainda.

E. segundo relatório do Ministério do Meio Ambiente preparado para a décima edição da Conferência das Partes sobre Biodiversidade (COP-10), que se reali-zou, em outubro deste ano, em Nagoya, no Japão. O governo brasileiro informa que o nosso país cum-priu todas as metas que foram traçadas.

Ampliando conhecimentos para o Enem9.

Sobre a charge, pode-se afirmar que

A. a realização de uma Copa do Mundo e de uma Olimpíada são eventos que se tornam uma excelen-te oportunidade para enfocar os problemas sociais, porém, existe uma certeza absoluta de que, após esses dois grandes eventos, resolveremos a proble-mática social do país.

B. os Jogos Olímpicos não são mais apenas competi-ções entre atletas. São espetáculos dotados de uma capacidade única de alavancar economias e trans-formar cidades. A primeira Olimpíada na América do Sul é uma empreitada grandiosa, modernizadora e civilizatória. O Brasil não utilizará recursos públi-cos na construção das instalações olímpicas, assim como na infraestrutura do Rio de Janeiro.

C. desde a Copa do Mundo em 1950, a experiência nacional em evento do gênero foi o Pan de 2007, também na capital fluminense. Longe de ter sido um fracasso, tampouco foi um sucesso completo. Fora os atropelos de última hora – a maratona para que a infraestrutura estivesse a postos na largada -, a capacidade de organização restou aprovada. En-tretanto, ficaram dúvidas sobre o mau uso de verbas públicas.

D. as competições de vela na Olimpíada brasileira serão disputadas na poluída Baía de Guanabara. A presen-ça de estágios avançados de eutrofização chama-se eutrofização ou eutroficação ao fenômeno causado pelo excesso de nutrientes (compostos químicos ri-cos em fósforo ou nitrogênio) numa massa de água, provocando um aumento excessivo de algas. Na Baía de Guanabara, não atrapalhará a realização de provas olímpicas, tanto pela possibilidade da presen-ça de algas na superfície, como pelo comprometi-mento da balneabilidade de suas águas.

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E. todos esperam que as ações governamentais pos-sam fazer que o legado dos Jogos se traduza em benefícios para a população, principalmente para seus segmentos mais necessitados, tão carentes de oportunidades e políticas públicas de inclusão social, apesar das transformações atingirem apenas a po-pulação do Rio de Janeiro e São Paulo.

10. O Conselho de Segurança das Nações Unidas é a instância da ONU com responsabilidade sobre a se-gurança mundial. É o único órgão capaz de aprovar resoluções mandatórias sobre confrontos interna-cionais. O principal objetivo do Conselho é propor resoluções para os conflitos e as guerras internacio-nais. Para isso, ele pode autorizar uma intervenção militar ou enviar missões de paz para regiões que julgue necessário. Outro papel fundamental e fre-quentemente exercido é a aplicação de sanções de ordem econômica contra países que, no entender do Conselho, violem leis, acordos ou princípios in-ternacionalmente aceitos. A ONU tem sido questio-nada sobre a necessidade de ampliação do Conse-lho de Segurança, porém, atualmente os países que possuem poder de vetar qualquer resolução são

A. Rússia, China, Japão, França e Reino Unido.B. Estados Unidos, Rússia, Alemanha, Reino Unido e

China.C. Itália, Alemanha, Estados Unidos, Japão e Índia.D. Reino Unido, Suécia, Itália, Espanha e México.E. Estados Unidos, França, Reino Unido, China e Rússia.

11. “Durante a crise financeira, a maior parte dos paí-ses Brics conseguiu manter seu crescimento econô-mico e aumentar a cooperação internacional, en-quanto alguns doadores tradicionais reduziram ou ficaram no mesmo patamar de gastos em termos de ajuda externa”, disse à BBC Brasil David Gold, diretor-executivo do Global Health Strategies initia-tives (GHSi), organização internacional responsável pelo relatório.

Fonte: Folha de S. Paulo, 26 de março de2012

Algumas das principais economias emergentes que despertam o interesse dos empresários do mundo são: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (BRICS), na-ções que possuem características comuns, como gran-des disponibilidades de recursos naturais e de mão de obra, além de mercado consumidor em expansão.

É possível concluir que essas economias emergen-tes, formatadas pela sigla BRICS, aponta para

A. a consolidação de economias que, a médio prazo, estarão entre os maiores PIBs do mundo, mesmo sem a superação de seus problemas sociais.

B. a maior participação nas relações comerciais com os países desenvolvidos e a eliminação das desigualda-des sociais.

C. uma forte instabilidade política devido ao fato de o crescimento econômico se efetivar a partir do agra-vamento dos problemas sociais.

D. a adoção de uma política de crescimento econômico sustentável.

E. eliminação do protecionismo comercial adotado pe-las nações em desenvolvimento.

12. “Chegou a hora da verdade para a Europa”, afirmou o economista Domenico Lombardi, do Brookings Institution, defensor de uma atitude mais agressiva por parte do Banco Central Euro-peu (BCE) para evitar uma crise de insolvência de Estados e de bancos e também crítico da demora do continente na tomada de decisões e no seu es-copo limitado. “Eles (os europeus) estão tentando colocar um band-aid em cima de uma ferida grave. Não houve ainda nenhuma iniciativa para tratar as causas desses problemas.”

Agência Estadão, 18 de junho 2012

A grave crise que assola a Europa se origina

A. no processo de expansão da China que fez que eco-nomias tradicionais, como França, Alemanha e Reino Unido, perdessem grandes mercados de consumo.

B. na política de subvalorização do dólar, imposta pelos Estados Unidos, como uma forma de tornar o pro-duto norte-americano mais competitivo.

C. a partir da descolonização da África, durante o úl-timo século, o que fragilizou economias como a da Itália, da Grécia e da Alemanha.

D. no modelo de irresponsabilidade fiscal, que levou economias como a da Grécia, da Itália, da Espanha e de Portugal a um fortíssimo endividamento.

E. no rápido crescimento populacional, o que acarre-tou a ampliação dos gastos estatais nas áreas de saúde, educação e geração de empregos.

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GABARITO FASCÍCULO 3Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Para aprender mais!

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Ampliando conhecimentos para o Enem

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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