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Viagem Técnica FERNANDO DE NORONHA Ecoturismo com Mergulho 18 a 22 de setembro de 2006 RELATÓRIO FINAL

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Viagem Técnica

FERNANDO DE NORONHA

Ecoturismo com Mergulho 18 a 22 de setembro de 2006

RELATÓRIO FINAL

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Presidência da República Federativa do Brasil Luíz Inácio Lula da Silva, presidente Ministério do Turismo Walfrido dos Mares Guia, ministro de Estado Secretaria Nacional de Políticas de Turismo Airton Nogueira Pereira, secretário Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico Tânia Brizolla, diretora Benita Monteiro, coordenadora-geral de Regionalização Wilken Souto Marcelo Abreu Daniele Velozo Sebrae Nacional Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas Paulo Tarciso Okamotto, presidente Diretoria de Administração e Finanças Cezar Acosta Rech, diretor Diretoria Técnica Luiz Carlos Barboza, diretor Unidade de Atendimento Coletivo, Comércio e Serviços Vinícius Lages, gerente Dival Schmidt Ilma Ordine Lopes Germana Barros Magalhães Valéria Barros Braztoa Associação Brasileira das Operadoras de Turismo José Zuquim, presidente Monica Samia, diretora executiva Karem Basulto, coordenadora técnica do Projeto Daniela Sarmento Lilian La Luna Priscila Nunes IMB Instituto Marca Brasil Daniela Bitencourt, Diretora Superintendente Alice Souto Maior, Gestora do projeto Adriana Girão Elisangela Barros Márcia Lemos

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Consultores Andréia Pedro Eduardo Fayet José Martins da Silva Júnior Luciane Camilotti Rosiane Rockenbach

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO DO PROJETO VIVÊNCIAS BRASIL ..................................................... 5

APRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL ............................................................................. 7

MAPA DOS PARTICIPANTES DA VIAGEM TÉCNICA ....................................................... 8

PARTICIPANTES DA VIAGEM TÉCNICA....................................................................... 9

ROTEIRO ............................................................................................................ 10

INFORMAÇÕES GERAIS DE FERNANDO DE NORONHA ............................................... 12

Turismo em Fernando de Noronha ...................................................................... 12

Ecoturismo em Fernando de Noronha.................................................................. 15

Mergulho em Fernando de Noronha .................................................................... 16

EQUIPAMENTOS VISITADOS EM FERNANDO DE NORONHA ........................................ 23

MELHORES E BOAS PRÁTICAS OBSERVADAS .......................................................... 35

REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 59

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APRESENTAÇÃO DO PROJETO VIVÊNCIAS BRASIL Aprendendo com o turismo nacional O projeto VIVÊNCIAS BRASIL: aprendendo com o turismo nacional foi formatado em 2005, no âmbito do macroprojeto Brasil, Brasil cujo objetivo é proporcionar a diversificação da oferta turística a partir dos segmentos turísticos. O projeto é uma iniciativa do Ministério do Turismo, por meio da Secretaria Nacional de Políticas, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa) com apoio à gestão, do Instituto Marca Brasil (IMB). Dessa forma, os objetivos do projeto Vivências Brasil estão contextualizados dentro das políticas públicas mais amplas, proporcionando aos nossos destinos o incremento na qualidade da oferta e a melhoria nas práticas da operação, através da realização de viagens técnicas nacionais para a observação da operação e das estratégias de desenvolvimento de produtos turísticos segmentados, que são referência no país. A realização de viagens técnicas para as observações de experiências que possuam boas práticas, na operação da atividade turística com foco na oferta segmentada é vista como uma forma alternativa de encorajar os atores de destinos turísticos à implementação de mudanças na sua maneira de atuar, elevando a qualidade dos serviços prestados. A partir do projeto EXCELÊNCIA EM TURISMO: aprendendo com as melhores experiências internacionais em 2005, foram identificadas melhorias e inovações na gestão dos destinos que tiveram operadores turísticos participantes. Assim, com aprendizado adquirido no projeto EXCELÊNCIA EM TURISMO foi possível verificar a eminente carência de se trabalhar processos similares a este projeto para atender regiões turísticas do Brasil que ainda não estão em estágio avançado para implementação de melhores práticas, mas que já recebem números significativos de turistas do país e do mundo. Nesse caso, o projeto VIVÊNCIAS BRASIL foi idealizado a partir de algumas regiões turísticas do país, que já trabalham o produto turístico de forma madura e satisfatória, podendo se constituir em exemplos de boas práticas que podem e devem ser assimiladas e replicadas nas regiões menos desenvolvidos nesse quesito. Público-alvo Prestadores de serviços turísticos, empresários do setor das regiões e dos roteiros turísticos indicados pelo Programa de Regionalização do Turismo e em conformidade com os projetos da Gestão Estratégica Orientada para Resultados, trabalhados pelo Sebrae. Objetivo Geral Identificar e observar, em destinos nacionalmente reconhecidos, nesse caso Fernando de Noronha, boas e melhores práticas nos segmentos de ecoturismo, aventura, sol e praia, cultural, rural, possibilitando que outros destinos turísticos com vocações semelhantes possam ter como referência as estratégias e modelos levantados e adaptá-los à sua cultura e às suas peculiaridades, com vistas a uma mudança que leve a melhores resultados o desenvolvimento da atividade turística no país. Por meio da organização de seis viagens técnicas, o projeto foca na observação da operação e da estratégia de desenvolvimento de produtos turísticos nos segmentos - tema, que são hoje referências no país. Foca também no aprendizado e no fomento à implementação das boas práticas observadas, visando o aprendizado por parte dos

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participantes e o conseqüente aprimoramento dos serviços, da qualidade e da competitividade dos produtos turísticos brasileiros.

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APRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL

• Ministério do Turismo Tem como missão desenvolver o turismo como uma atividade econômica sustentável, com papel relevante na geração de empregos e divisas, proporcionando a inclusão social. O Ministério do Turismo inova na condução de políticas públicas com um modelo de gestão descentralizado, orientado pelo pensamento estratégico. Papel no Projeto - Instituidora Propôs o Projeto e acompanha os resultados

• Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Nacional)

Trabalha pelo desenvolvimento sustentável das empresas de pequeno porte, promovendo cursos de capacitação, facilitando o acesso a serviços financeiros, estimulando a cooperação entre as empresas, organizando feiras e rodadas de negócios e incentivando o desenvolvimento de atividades que contribuem para a geração de emprego e renda. Papel no Projeto - Instituidora Propôs o projeto e acompanha os resultados

• Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa) É uma sociedade civil, sem fins lucrativos, fundada em 1989. Sua finalidade é:

• Promover a valorização das atividades desenvolvidas por seus associados, no país e no exterior;

• promover ações que aproximem seus associados das agências de viagens e dos demais segmentos do setor turístico;

• promover o aperfeiçoamento das relações comerciais entre seus associados e transportadoras aéreas, hotéis e demais fornecedores;

• aproximar os associados de entidades congêneres nacionais ou internacionais, delas ou de suas ações promocionais podendo participar;

• promover pesquisas, capacitação e ensino, visando o desenvolvimento institucional;

• promover, por meio de projetos e parcerias, a divulgação de informações, atividades e outras demandas de interesse da entidade e de seus associados em qualquer meio falado, escrito, eletrônico ou virtual, procedendo-se os eventuais registros nos órgãos competentes, se necessário.

Papel no Projeto - Executora Executa as ações previstas no Projeto

• Instituto Marca Brasil (IMB) Realiza articulação entre as entidades parceiras, acompanha tecnicamente a execução e monitora resultados.

Papel no Projeto – Apoio à gestão técnica

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MAPA DOS PARTICIPANTES DA VIAGEM TÉCNICA

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PARTICIPANTES DA VIAGEM TÉCNICA

EMPRESAS

Empresa Participante Destino de Operação

Contato

Andarilho da Luz Caminhadas Ecológicas Terapêuticas

Marcus Paixão Pavani

Belo Horizonte/MG

[email protected]

Canoa da Serra Receptivo

Victor Ponce Nova Friburgo/RJ

[email protected]

Elite Dive Center Daniel Gouvêa Angra dos Reis/RJ

[email protected]

Korubo Expedições

Cinthia Krause Batista

Palmas/TO [email protected]

Maris Turismo e Ecologia

Flávio Andreas Hauser

Maraú/BA [email protected]

Master Turismo Felipe Chiste Dias Belo Horizonte/MG

[email protected]

Sacada Turismo Sandra Rodrigues São Luís/MA [email protected]

EQUIPE TÉCNICA Entidade Participante Localidade Contato Ministério do Turismo/ Roteirização

Marcelo Abreu Brasília/DF

[email protected]

Ministério do Turismo / Segmentação

Karen Basso Brasília/DF [email protected]

Sebrae Germana Barros Brasília/DF [email protected]

IMB/Braztoa Alice Souto Maior Brasília/DF [email protected]

IMB Elisângela Barros Brasília/DF [email protected]

Consultor José Martins as Silva Jr.

Fernando de Noronha/PE

[email protected]

Consultora Benchmarking

Andréia Maria Pedro

São José dos Campos/SP

[email protected]

Cinegrafista Fábio Macedo Fernando de Noronha/PE

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ROTEIRO

Data Local Horário Atividades

18/09 Segunda-feira

Fernando de Noronha

16h30 – 23h30

Chegada e reuniões de apresentação e Pactualização Apresentação dos participantes e no Forte do Boldró Apresentação do Projeto e apresentação destino e roteiro Jantar Hotel Dolphin Apresentação Benchmarking e questionário

19/09 Terça-feira

Fernando de Noronha

7h30 8h30 12h30 13h30 15h 17h 18h30 19h30

Café da manhã Saída de barco para mergulho autônomo com a Operadora de Mergulho Atlantis, para mergulhadores experientes (credenciados) e inexperientes (batismo). Palestra com proprietário sobre operação e excelência (Benchmarking). Almoço no Varandão Visita Operadora Águas Claras e palestra + Palestra Atalaia Visitas técnicas: Morena, Estrela do Mar, Mar Aberto, Algas Marinhas Associação Artesanato Retorno hotel Jantar Restaurante Morena

20/09 Quarta-feira

Fernando de Noronha

5h 8h30 9h 10h 12h 14h 17h 18h

Observar a chegada dos golfinhos no Mirante dos Golfinhos, trilha Golfinhos - Sancho Café da manhã no hotel Museu dos Tubarões Saída de carro para Ilha Tour (sem parada para banho – Mirante da Praia do Leão, Mirante da Ponta das Caracas, Estação Maregráfica do Sueste) Visita técnica e almoço Zé Maria Passeio de barco com mergulho livre Retorno ao hotel Reunião interna do grupo – Pousatur

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19h30 20h30

Jantar Dolphin Palestra sobre golfinhos no Centro de Visitantes do Ibama

21/09 Quinta-feira

Fernando de Noronha

7h30 8h30 11h30 12h30 14h 15h 16h 17h 17h45 18h30 21h

Café da manhã Trilha do Mar de Dentro (Praia da Conceição à Baía dos Porcos – 3 horas) Pausa para banho e troca de roupa Visita técnica e almoço Teju-Açu Apresentação/debate UCs FN (chefe do Parque e da APA) Apresentação/debate Palestra pesquisa em FN (PGR, PCG, Tamar) Apresentação/debate com técnicos do Turismo da ADM-FN Apresentação/debate com técnicos da Setur Apresentação/debate com técnicos do Sebrae Debate com representantes de empresários, diretores de associações de classes envolvidos com a atividades turísticas em Fernando de Noronha, entre entidades Abatur. Acitur, ASS, pousadas. Jantar de encerramento (Restaurante do Boldró)

22/09 Sexta-feira

Fernando de Noronha

7h30 8h 12h

Café da manhã Reunião de avaliação final Almoço Ecologikus Traslado hotel/aeroporto

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INFORMAÇÕES GERAIS DE FERNANDO DE NORONHA

Turismo em Fernando de Noronha

Contextualização histórica O aumento da demanda por ecoturismo em unidades de conservação, a beleza cênica natural das ilhas e a grande divulgação do Arquipélago na mídia nacional e internacional fizeram com que o número de turistas e a população residente se multiplicassem em Fernando de Noronha desde a criação do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha (Parnamar-FN). Em setembro de 1988, antes da criação do Parque Nacional Marinho, havia no Arquipélago um hotel e duas pousadas, com capacidade de 120 leitos. Eram três restaurantes, quatro bares e uma loja de suvenires. Os veículos que conduziam turistas eram apenas dois jipes utilizados como táxis, dois ônibus, dois barcos usados para passeios turísticos e outros dois, para operações de mergulho autônomo. Existiam naquele ano, cinco condutores de visitantes. Fernando de Noronha recebia apenas um vôo diário de passageiros, em um avião Bandeirantes com 16 lugares. Em 1992, primeiro ano em que o Departamento de Controle Migratório da Administração do Distrito Estadual de Fernando de Noronha obteve dados precisos da entrada de visitantes na Ilha, 10.094 turistas visitaram o Arquipélago. Ao longo do ano de 2002, a Ilha recebeu 62.551 visitantes, um aumento de 520% em dez anos. De 1988 a 2006, a população residente da Ilha (permanente e temporária) passou de mil e quinhentas, para quatro mil, devido à imigração de pessoas que vieram ocupar os postos de serviços criados pelo turismo. A população incidente máxima (moradores permanentes, moradores temporários e visitantes que ocupam simultaneamente o local) passou de mil e seiscentas, em 1988, para cinco mil e quinhentas pessoas em 2006.

Infra-estrutura turística Em 2006, o Arquipélago contava com cerca de cento e vinte pousadas domiciliares, com capacidade total de mil e quinhentos leitos; cerca de vinte restaurantes, bares e lanchonetes e aproximadamente vinte lojas de suvenires. O Parnamar-FN recebia uma carga na sua parte terrestre de vinte cavalos de turismo eqüestre, 25 bicicletas de aluguel, vinte furgões ou caminhonetes para transporte de turistas, cem táxis, cem carros de aluguel e vinte motos de aluguel. A parte marinha do Parnamar-FN era utilizada por vinte barcos de pesca, oito barcos para operação de mergulho autônomo com capacidade total de 148 mergulhadores e 14 barcos de turismo com capacidade total de 420 passageiros. Existiam cerca de cinqüenta condutores de visitantes autorizados a percorrer as trilhas Parnamar-FN.

Perfil do turista O maior número de turistas que visitaram Fernando de Noronha são os brasileiros, 85,3% (dados do ano de 2004). Ressalta-se que, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul são os estados que mais emitem turistas, responsáveis por 64,5% do total de brasileiros. Em relação aos turistas estrangeiros destaca-se o aumento dos turistas europeus originários de Portugal e Itália. Observa-se, contudo, o crescimento expressivo

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da participação de estrangeiros no Arquipélago nos últimos quatro anos. A Ilha foi visitada praticamente pela mesma quantidade de homens e mulheres, 49,2% e 50,8% respectivamente, em 2004, não apresentando grandes alterações nos últimos quatro anos. A faixa de 31 a 40 anos responde por 30% desse contingente e manteve taxa de crescimento positiva desde 2001. É notável que a procura pelo destino, cresce na medida em que o grau de instrução aumenta, ficando o item superior completo com 82% das respostas de 2004. Entre os ramos de atividades, destacam-se em 2004, os turistas que trabalham respectivamente no setor de serviços, em órgãos públicos e os autônomos. A faixa de renda em 2004 apresentou uma variação significativa para os turistas que têm uma renda mensal acima de 40 salários mínimos. Este resultado vem confirmar que Fernando de Noronha é um destino caro, por isso é mais visitado por turistas com renda superior a dez salários mínimos, ou seja, o público-alvo do Arquipélago é uma pequena parcela da população nacional. A motivação “Ecoturismo” manteve-se como principal razão da viagem em 2001. No entanto o que chama a atenção é o segmento de mergulho que demonstrou um crescimento de 111% em relação ao ano de 2001. Afirma-se, assim, a importância dos recursos naturais e das atividades a eles associadas como fator de atração da Ilha, portanto, existe a necessidade de haver um uso sustentável destes recursos. Ao responderem o questionário 52% apontaram “Amigos” e “Televisão” como principal fator estimulador da viagem em 2004. Deve-se observar, contudo que a soma dos veículos de comunicação de massa alavancaram mais de 46% das citações, com destaque para: televisão com 22% e Internet com 9,9%. Isto mostra a força deste veículo e a sua importância como instrumento de divulgação do destino, em especial pelo fato de que, por serem matérias editoriais o investimento é baixo e o retorno é alto em termos de resultado, de formação e manutenção da imagem. O transporte aéreo é o mais utilizado pelos turistas que visitam o Arquipélago. A permanência média apurada entre os visitantes motivados por ecoturismo foi de quatro a seis dias de 2001 a 2004, os turistas que visitam a Ilha com o motivo principal visando mergulho, são os que apresentam maior gasto (R$ 1.658,03) e permanência (cinco a sete dias) nos últimos quatro anos. Em 2004 (84,7%) manifestaram intenção de voltar ao Arquipélago. Cerca de 90% dos entrevistados nunca haviam visitado o local. Esta é uma variável que mantém certa estabilidade através dos anos. Entretanto, o percentual de retorno à Ilha ainda é relativamente baixo e quando associado à Intenção de voltar ao Arquipélago abre espaço para trabalhos de fidelização ao destino. A avaliação dos turistas em relação aos principais serviços de infra-estrutura urbana de Fernando de Noronha foi positiva. Durante o ano de 2004, em relação à infra-estrutura ecoturística, os itens que não obtiveram uma boa avaliação de uma forma geral foram “Restaurantes” e “Informações e Orientações”. Em relação às praias, as melhores avaliações foram verificadas para o nível de satisfação, número de visitantes e limpeza, ficando a infra-estrutura e sinalização com a maior crítica. Os índices apurados para a avaliação das trilhas demonstram uma necessidade de realização de trabalhos junto às mesmas, tendo também a sinalização e infra-estrutura como os maiores gargalos. Os entrevistados qualificaram de forma espontânea e com suas próprias palavras os aspectos positivos e negativos gerais da Ilha. Esta avaliação é de suma importância, porque se consegue detectar as razões que levariam os mesmos, a recomendar ou não o destino de Fernando de Noronha. Nos aspectos positivos, os itens “beleza”, “preservação” e “turismo” são, sem dúvida, os mais citados, como é observado em 2004.

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Os itens “infra-estrutura” e “preços elevados” são os aspectos mais criticados pelos visitantes. Em se tratando da infra-estrutura turística os itens mais reclamados referem-se a: sinalização turística, inexistência dos serviços de guarda-vidas nas praias, falta de conservação dos sítios históricos.

Figura 3. Evolução do movimento de turistas em vôos regulares no Distrito Estadual de

Fernando de Noronha 1995/2004

21.3

15

15.7

58

22.2

89

28

.817

49.5

12

47.4

50

57.5

68

62.5

51

51

.436

54.8

66

54.2

41

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

70.000

1995 1997 1999 2001 2003 2005

Fluxo de Turistas

Atrativos

De novembro a abril, principalmente nas luas nova e cheia, Fernando de Noronha vira o Havaí brasileiro. Com a virada do vento para nordeste, as ondulações oceânicas chegam às praias do Mar de Dentro. Os primeiros swells (1) são maiores, mas são eles que vão retirando a areia do fundo, até que, em fevereiro e março, os fundos já estão limpos e as ondas quebram perfeitamente sobre o fundo de rochas vulcânicas.

A principal atração de Fernando de Noronha é o mar. Pode ser contemplando a paisagem marinha ou desfrutando do prazer de estar no mar. As opções turísticas aquáticas são bem variadas e dependem do interesse, da resistência física e da prática de um esporte específico. Para se fazer uma visita apropriada a Fernando de Noronha, o ideal é combinar a principal atividade que o visitante pretende realizar com a sazonalidade das condições do mar. As atividades aquáticas regularmente disponíveis aos visitantes do Arquipélago são: saídas de barco, mergulho e surf. Diariamente saem barcos do Porto Santo Antônio para passeios pelo Mar de Dentro em dois horários: entre 8h e 10h e entre 13h e 15h. A duração média dos passeios é de três horas e conta com a orientação de um condutor local. Os barcos percorrem o trecho das ilhas secundárias à Ponta da Sapata. Vários barcos da Ilha fazem saídas exclusivas para a pesca esportiva com turistas fora da área do Parnamar-FN,

no trecho entre o Porto Santo Antônio e a Cacimba do Padre ou acima de cinqüenta metros de profundidade.

Alguns barcos são de pescadores profissionais e outros são adaptados à pescaria esportiva com turistas. Na

pescaria de currico, com o barco em movimento, o peixe mais pescado é a barracuda no primeiro semestre e, no

segundo semestre, agulhão-de-vela ou sailfish e albacora.

(1) Swell = Um swell, no contexto de um oceano, é uma formação de longa freqüência das ondas na superfície do oceano. Os swells são mais estáveis em suas direções e freqüência do que ondas oceânicas normais, uma vez que são formados por tempestades tropicais e por sistemas estáveis do vento. (Fonte: Wikipedia)

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Passeio geral pela Ilha de carro com motorista, incluindo paradas para contemplação em diversos locais e para banho de mar ou mergulho livre em algumas praias. Pode-se alugar um carro e conhecer a Ilha dirigindo. A Associação de Taxista de Fernando de Noronha (Nortax) é um exemplo de negócio sustentável, assim como algumas locadoras de Fernando de Noronha. Ecoturismo em Fernando de Noronha

Contexto A reanexação do Arquipélago ao Estado de Pernambuco, na categoria de Distrito Estadual, determinada pela Constituição Federal de 1988 contrariou a população noronhense que, sob o comando do governador Fernando César Mesquita, mobilizou-se para que Fernando de Noronha continuasse pertencendo à União. No entanto, a condição de único Distrito Estadual do Brasil, a dúvida jurídica sobre direito de posse do solo e dos imóveis, se pertence ao estado de Pernambuco ou à União, e o fato de não existirem propriedades privadas em Fernando de Noronha, deixam a Ilha num impasse que impede o desenvolvimento acelerado. Esse crescimento relativamente lento tem sido bom para a conservação dos ecossistemas insulares e para a população local, que aos poucos vem se instruindo e se profissionalizando no atendimento aos turistas. Segundo dados da Administração do Distrito Estadual de Fernando de Noronha, o estado de Pernambuco arrecadou cerca de dez milhões de reais com taxas e impostos em 2005, sendo oito milhões de reais só com a Taxa de Preservação Ambiental (TPA). Atrativos Os principais atrativos turísticos do Arquipélago estão dentro do Parnamar-FN, onde os visitantes ingressam de três formas: caminhadas, carro e barco. Em 2005, cerca de 25 mil turistas percorreram a principal trilha de Fernando de Noronha, visitando o Mirante dos Golfinhos, o equivalente a 39% dos visitantes do Arquipélago no ano. A média de visitação por dia no Mirante dos Golfinhos foi de cerca de 70 pessoas. Destes visitantes, 11 mil turistas foram observar a chegada dos golfinhos na alvorada. Em 2005, o Ibama registrou 2.244 saídas de barco para passeio, levando 46.861 pessoas para observar golfinhos, realizar mergulho livre, levando 52% dos 90 mil visitantes do Arquipélago naquele ano. Em 2005, o órgão registrou 553 saídas de barco, levando 4.434 pessoas para realizar mergulho rebocado, o que representou 5% dos 90 mil visitantes do Arquipélago naquele ano. A principal opção noturna da Ilha são as palestras que ocorrem sempre às 21 horas, no Centro de Visitantes do Projeto Tamar. Cada dia é abordado um tema diferente, como, golfinho-rotador, Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha e tartarugas-marinhas. Foram definidas cinco trilhas terrestres dentro da área do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, que são: Mirante dos Golfinhos-Praia do Sancho, Praia do Sancho-Baía dos Porcos, Ponta da Sapata-Praia do Leão e Praia da Caieira-Praia da Atalaia. As caminhadas nessas trilhas só são permitidas acompanhadas por guias autorizados pelo Ibama e as informações da atividade podem ser obtidas na sede do Parque. Fora da área do Parque, existem as seguintes trilhas: Jardim Elizabeth (no sítio histórico da Vila dos Remédios), a Costa Azul (Praia da Conceição-Praia do Boldró) e a Costa Esmeralda (Forte

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de São Pedro do Boldró-Cacimba do Padre). A melhor opção de caminhada, na relação desgaste físico e beleza, é percorrer, durante o período de maré baixa, as trilhas que vão do Mirante dos Golfinhos à Praia do Cachorro. Nas ilhas secundárias, é possível observar ninhais de várias espécies de aves marinhas, principalmente de mumbebos (atobás-pardos). Em cerca de 70% dos passeios, os turistas avistam os golfinhos-rotadores saindo ou entrando na Baía dos Golfinhos, momento em que eles estão em comportamento de guarda e vêm nadar na proa da embarcação, para desviar a atenção dos barcos do restante do grupo. A melhor época de observação de golfinhos na Ilha é de agosto a dezembro. Na época de chuva, os rotadores permanecem menos tempo na Baía dos Golfinhos. Uma saída de caiaque, remando do Porto Santo Antônio à Praia da Conceição ou à Cacimba do Padre é uma opção saudável de se conhecer de perto os costões rochosos deste pedaço da Ilha. Requer preparo físico, principalmente para quem não quer voltar rebocado ou de carona no inflável que faz o apoio e a segurança da operação. Mergulho em Fernando de Noronha

O que faz com que Fernando de Noronha seja um dos melhores locais de mergulho do mundo não é a beleza da paisagem submarina, nem a abundância de animais marinhos e muito menos a diversidade da fauna. O que distingue o Arquipélago é a comodidade de se conhecer o mundo subaquático com água pela cintura ou em mergulhos de dez metros de profundidade e a grande facilidade de se observar lagostas, polvos, cardumes variados, tubarões e tartarugas. Fernando de Noronha é bom em qualquer época do ano para as duas modalidades de mergulho mais comuns, mergulho livre e mergulho autônomo. Se o visitante não levar seu equipamento de mergulho, ele terá várias opções de aluguel na Ilha, da máscara ao regulador. Mergulho rebocado em Fernando de Noronha No mergulho rebocado, o visitante, com equipamento de mergulho livre, se segura em uma prancha em formato de asa delta que é puxado por um barco. A prancha possibilita o controle de deslocamento da superfície ao fundo, que permite tanto um vôo submarino contemplativo entre peixes, tartarugas, arraias e corais, como um tipo de esporte de aventura com manobras radicais embaixo d’água, com loopings e rasantes próximos ao fundo.

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Mergulho livre em Fernando de Noronha O mergulho livre é dividido em duas modalidades: snorkeling (natação com equipamento) e apnéia. Para realização do mergulho livre é necessário o seguinte equipamento básico: máscara de mergulho, respirador (snorkel) e nadadeiras. O snorkeling é realizado sempre na superfície d’água, sem interrupção da respiração, com o mergulhador em posição horizontal, olhando para o fundo do mar e a extremidade do respirador sempre para fora da água. É a modalidade de mergulho praticada pelos iniciantes na atividade, pois não requer nenhuma experiência e, em alguns locais, nem preparo físico. No mergulho em apnéia, o mergulhador prende a respiração espontaneamente e submerge por determinado período de tempo. Requer mais experiência, principalmente para não deixar a água entrar pelo respirador. Esta modalidade é utilizada por fotógrafos submarinos e esportistas apaixonados pelo mar, assim como nas competições de apnéia. O mergulho livre é praticado por mais de 90% dos visitantes de Fernando de Noronha. É bom sempre tomar algumas precauções de segurança, como checar o equipamento, mergulhar somente acompanhado, de preferência com um guia local e conhecer o sistema de correntes e marés da área. As correntes no Arquipélago movem-se na direção nordeste-sudoeste, Porto Santo Antônio-Ponta da Sapata, sendo este o sentido menos cansativo e perigoso para os mergulhos. Os principais locais para alugar equipamento básico de mergulho são Porto de Santo Antônio e o Santuário e a Rabo-de-junco, dois belos exemplos de negócio sustentável em ecoturismo. As opções de mergulho livre estão distribuídas entre o Mar de Dentro e de Fora da Ilha Fernando de Noronha. Como a maioria dos pontos de mergulho livre está no Mar de Dentro, a melhor época do ano para a prática desta atividade é de julho a dezembro, quando predomina o vento sudeste e o mar está mais calmo daquele lado. Todos os pontos de mergulho localizam-se entre um e cinco quilômetros da Vila dos Remédios e podem ser atingidos de carro, de barco ou em caminhadas, e estão dentro dos limites do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha. Os principais pontos de mergulho livre no Mar de Dentro são: Baía de Santo Antônio - onde está localizado o único naufrágio permitido ao mergulho livre, o navio grego Eleani Stathatos. As caldeiras e o túnel do eixo ainda estão bem visíveis, entre profundidades de um a sete metros. É melhor mergulhar durante a maré cheia ou quando ela está enchendo, para evitar as águas turvas que vêm de dentro dos molhes quando a maré está secando. Bom local para a realização de snorkeling e apnéia. Local de alta concentração dos peixes cocoroca, cirurgião e cirurgião-azul. No fundo de areia próximo ao naufrágio, freqüentemente se observa a raia-prego ou manteiga sendo seguida por guarajuba, que espera conseguir algum alimento durante a atividade alimentar da raia, no momento em que ela desenterra suas presas. Ilha do Morro de Fora - o contorno da Ilha, saindo da Praia do Meio e chegando à Praia da Conceição, proporciona um excelente mergulho: tranqüilo, de fácil acesso, com águas claras, vários tipos de fundo (areia, costão rochoso e pedras isoladas) e profundidades de um a 15 metros. Melhor mergulhar durante a maré seca. Bom local para a prática de snorkeling e de apnéia. É freqüente encontrar neste local raia-chita e os peixes piraúna, sargo-de-beiço e budiões.

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Praia do Boldró - fundo rochoso de aproximadamente 700 metros de comprimento por 300 metros de largura, com profundidade entre um e vinte metros. Local apropriado para mergulhar durante a maré baixa, quando ocorre concentração da fauna e diminuição da turbidez da água. Ótimo local para a prática da apnéia, diurna ou noturna, onde facilmente encontram-se lagostas, polvo, lambaru e juvenis de tartaruga-verde e de-pente se alimentando. Laje da Cacimba do Padre - fundo de areia com grandes pedras isoladas. Mergulho mais rigoroso, pois requer um nado de 100 a 300 metros para fora da Praia da Cacimba do Padre, apresenta uma corrente que leva para mar aberto e a profundidade está entre cinco e vinte metros. Local indicado para a prática da apnéia. As pedras isoladas são cobertas por esponjas ou pelo coral montrastea, densamente habitado por lagostas e pelos peixes mariquita, fogueira, piraúna, borboleta, frade e budiões. Baía dos Porcos - baía bem fechada, com águas tranqüilas e de grande visibilidade. Fundo de areia com costões rochosos e profundidade de até dez metros. Local provável de se encontrar um dos mais bonitos peixes que ocorre em Fernando de Noronha, o peixe-anjo. A transparência da água mistura o reflexo do azul do céu com o amarelo da areia do fundo, dando ao mar uma coloração verde-esmeralda. Baía do Sancho - melhor local de mergulho livre em Fernando de Noronha. Enseada aconchegante de águas calmas, transparentes e com a coloração verde da Baía dos Porcos. A baía possui uma abertura de aproximadamente 500 metros de largura, recuo de 300 metros e vinte metros de profundidade. Os dois costões rochosos proporcionam ótimos mergulhos, sendo o costão do lado esquerdo de quem olha para o mar mais diversificado, onde é comum observar os peixes frade, piraúna e borboleta. O fundo do Sancho é de areia, com dois grandes aglomerados rochosos submersos com boa cobertura de um hidrocoral de cor laranja, conhecido como coral-de-fogo, e repletos de peixes pequenos, como mulata, donzela-de-rocas e o budião-de-Noronha. O aglomerado mais próximo da praia, com profundidade de até cinco metros, é indicado para snorkeling e apnéia. O segundo aglomerado, localizado na boca da baía, é conhecido como Laje do Sancho, atinge vinte metros de profundidade e é indicado só para apnéia. Esta laje é parcialmente coberta por coral-de-fogo, apresenta formações dos corais e é densamente habitada por peixes. Sobre o fundo arenoso da baía é comum avistar linguado, peixe-cofre e raia-prego. Os pontos de mergulho livre no Mar de Fora são divididos em snorkeling ou apnéia. Os pontos de snorkeling, Baía do Sueste e Piscina da Atalaia, têm condições de mergulho na maior parte do ano. Os pontos de apnéia, Praias do Leão e da Caieira, só têm condição de mergulho em dias que o vento sopra de norte ou nordeste e diminui de velocidade, normalmente entre maio e junho. Os principais pontos de mergulho livre no Mar de Dentro são: Praia do Leão – o único mergulho possível de ser realizado é na face interna da Ilha da Viuvinha, distante 300 metros da praia. No trajeto, encontram-se pedras isoladas. É indicado somente para apnéia e exige grande preparo físico e experiência, devido à presença de correntezas e à grande distância da costa. Mas a transparência da água, a concentração de vida ao redor das ilhas e a grande probabilidade de se avistar um tubarão-limão valem o esforço. Baía do Sueste - é a baía mais protegida do Arquipélago, apresenta diversos ambientes e uma profundidade máxima de cinco metros. Não é permitido o mergulho no lado esquerdo do Sueste, após as bóias. Na época de chuva, normalmente de março a junho, a pressão das águas abre o canal de ligação do Mangue do Sueste com o mar,

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deixando a água muito turva em toda a Baía. O Sueste é ótimo para a prática do snorkeling durante o período de maré cheia, para observação de lambaru e tartaruga, principalmente no canto direito da enseada, próximo à antiga estação maregráfica. Em baixa profundidade, no fundo rochoso com formações de corais dispersas é grande a presença de moréias. Também, é fácil de observar neste ambiente, donzelas-de-rocas defendendo suas "hortas" de algas contra um grupo de herbívoros errantes, muito maiores do que elas, como o cirurgião-azul. Praia da Atalaia - local onde, durante a maré baixa, forma-se a maior piscina natural do Arquipélago. São aproximadamente 100 metros de comprimento por vinte metros de largura e com menos de um metro e meio de profundidade. Local indicado ao snorkeling para pessoas que não têm prática no mergulho livre e querem conhecer o mundo submarino. A visitação é totalmente controlada pelo Ibama, que limita o número de pessoas por dia e os horários de visitação. Também não é permitido caminhar sobre o fundo rochoso e usar nadadeiras ou protetor solar. Quando a maré seca, polvos e peixes como saberé e donzela-de-rocas ficam aprisionados na piscina. Enseada da Caieira - é o mergulho menos realizado, mais perigoso e mais bonito da Ilha. Local de mar muito agitado e com fortes correntezas. Em certos dias, entre março e junho, com determinadas condições de vento, é possível realizar excelentes apnéias. Recomendado somente para apneístas experientes. Local de grande riqueza da fauna submarina, destacando-se tubarão-bico-fino, tartaruga-de-pente, sardinha e guarajuba. Mergulho autônomo em Fernando de Noronha O mergulho autônomo consiste na submersão completa do mergulhador que respira embaixo da água, com auxílio de equipamento para respiração subaquática, scuba (Self Contained Underwater Breathing Aparatus). O scuba foi criado pelos franceses Jacques Costeau e Emile Gacna. Os equipamentos necessários à prática desse tipo de mergulho são: máscara, respirador, nadadeira, roupa de neoprene, cilindro de ar comprimido, regulador com octopus, manômetro, colete equilibrador e cinto de lastro. As operadoras de Fernando de Noronha dispõem de embarcações projetadas para o mergulho, equipamentos modernos, estação de recarga de alta qualidade, tanto para ar comprimido, como para misturas (Nitrox e Trimix), auditório para audiovisuais, salas de aulas e instrutores credenciados pela Padi, Pdic, SSI e Naui. Os mergulhos podem ser filmados ou fotografados, possibilitando ao visitante levar uma lembrança de sua experiência subaquática. As operadoras oferecem os seguintes serviços de mergulho autônomo: Batismo - acessível a pessoas sem experiência em mergulho. Trata-se de uma saída de barco, com uma rápida aula explicando as regras de segurança e sinais manuais usados para comunicação embaixo d’água. É um mergulho de aproximadamente 30 minutos sob supervisão direta de um diver master ou instrutor. As operadoras fornecem todo o equipamento necessário. Mergulho para credenciamento básico – os mergulhadores que já fizeram curso de mergulho básico apresentam sua carteira de credenciamento e são guiados por um instrutor. As operadoras fornecem todo o equipamento necessário, mas dão descontos caso o mergulhador leve seu equipamento. Mergulho para credenciamento avançado - semelhante ao mergulho para credenciamento básico com o diferencial de realizar mergulhos noturnos e conhecer locais mais fundos, como os Cabeços da Sapata e o Pontal do Norte.

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Mergulho técnico – só pode ser realizado por mergulhadores experientes e que tenham o curso para mergulhar utilizando mistura de gases e múltiplos cilindros. O mergulho técnico mais conhecido em Fernando de Noronha é a Corveta Ipiranga (62 metros de profundidade), mas já são realizados mergulhos entre 80 e 100 metros de profundidade nos paredões, encosta da montanha submarina do Arquipélago, onde o declive do fundo é bem íngreme. Todos os mergulhos autônomos em Fernando de Noronha são feitos a partir de barcos em pontos já definidos e que normalmente são escolhidos no dia da operação em função das condições do mar. Em 2005, o Ibama registrou a saída de 3.225 barco para operação de mergulho autônomo, levando cerca de 31.683 mergulhadores para a área do Parnamar-FN. Cerca de 50% de mergulhos foram operações de “batismo”. As demais saídas foram realizadas por mergulhadores credenciados, que realizam em média dois mergulhos por saída de barco e participam de duas saídas de barco durante a estadia na Ilha. Desse modo, 23.762 pessoas realizaram 47.524 mergulhos autônomos no Parnamar-FN em 2005, o que correspondeu a 26% dos 90 mil visitantes da Ilha. Os melhores pontos de mergulho estão no Mar de Fora (Pedras Secas, Iúias e Cabeço do Submarino), onde as condições de mar só permitem os mergulhos nos dias em que o vento diminui de velocidade e ronda para nordeste-leste, principalmente de março a junho. No Mar de Dentro, os melhores locais são a Caverna e o Cabeço da Sapata e o Pontal do Norte. Os principais locais de mergulho no Mar de Dentro são: Corveta Ipiranga - localizada defronte a Baía dos Golfinhos a uma profundidade de 63 metros, possibilita observar um naufrágio em ótimo estado de conservação em posição de navegação, assim como o encontro com grandes peixes, como meros. Ao menos em duas ocasiões, já foram observados tubarões-baleia durante a operação de mergulho neste ponto. Ao redor da Corveta, existe uma colônia de enguias-de-jardim, que ficam com a cauda enterrada em buracos na areia e a maior parte do corpo na coluna d’água, à espera do alimento trazido pela correnteza. Esta corveta da Marinha Brasileira afundou em 1985, após chocar-se contra o Cabeço da Sapata. O mergulho é permitido apenas para quem tem curso de mergulho avançado, curso de Nitrox (mistura gasosa diferente do ar), no mínimo 50 mergulhos comprovados no logbook (livro pessoal de registros de mergulho) e passar por três mergulhos de observação com a operadora. Naufrágio do Porto Santo Antônio - localiza-se a 300 metros da praia, na frente da extremidade dos molhes do porto. A profundidade máxima deste ponto, que é mais utilizado para mergulhos autônomos no final de tarde ou à noite, é de nove metros. Dentro do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha existem locais determinados pelo Ibama para a prática do mergulho autônomo no Mar de Dentro e no Mar de Fora. Pontal do Norte – localiza-se na extremidade nordeste do Arquipélago, próximo a Ilha Rata. O mergulho é feito em torno de uma torre rochosa com base a 42 metros de profundidade, com grande concentração de hidrocoral e corais. Ponto de mergulho permitido somente para mergulhadores avançados. Buraco do Inferno - localiza-se em uma enseada na face Norte da Ilha Rata, só alcançada por barco. Costão rochoso com alta concentração de peixes, onde existe uma gruta densamente habitada por papudinhas. Local de grande visibilidade que possibilita um mergulho tranqüilo em profundidade de até 25 metros; usado tanto para batismo como para mergulho de credenciados. Ressurreta - mergulho na margem norte do canal entre a Ilha Rata e a Ilha do Meio, que

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é a principal passagem do Mar de Fora para o Mar de Dentro. Local de grande correnteza e beleza, freqüentado por tubarões, tartarugas-de-pente e grandes cardumes de peixes de passagem, como xaréus e guarajubas. Apesar da diminuição da quantidade de barracuda ao redor do Arquipélago, ainda é possível observar grandes cardumes desta espécie, nas margens do canal, principalmente de março a junho. É comum encontrar grandes raias-manta alimentando-se no meio do canal. A ação da corrente na encosta da Ilha Rata cavou grutas e cavernas, que hoje são revestidas de esponjas multicoloridas e habitadas por diversos peixes, como sargo-de-beiço, papudinha, piraúna, cocoroca e por lagostas. A Ressurreta também pode ser o final de um mergulho de corrente (drift-dive), quando os mergulhadores caem no Buraco das Cabras. Este ponto atinge a profundidade de 16 metros e é usado para batismo e mergulho de credenciados. Laje dos Dois Irmãos - localiza-se para fora da Praia da Cacimba do Padre, entre profundidades de 15 a 24 metros, é um bom mergulho sobre um fundo rochoso com grande formação de coral. Local mais provável de se encontrar tubarões-bico-fino na Ilha, principalmente pela manhã. A Laje Dois Irmãos aparentemente é uma grande estação de limpeza, associação alimentar em que peixes maiores são limpos de seus parasitas por peixes menores. Neste ponto, é comum observar o pequeno budião-de-Noronha limpando saberés, piraúnas e tubarões-bico-fino. Ponto visitado somente para mergulhadores credenciados. Ponta da Sapata – na extremidade sudoeste do Arquipélago, estão os dois mergulhos com maior distância de navegação do Porto Santo Antônio. A Caverna da Sapata, na extremidade da ilha principal, é a maior caverna para se mergulhar no Arquipélago, a 15 metros de profundidade e com dez metros de comprimento. Antes da entrada da caverna, no costão interno da Ponta da Sapata, ainda se observam corais, mas nada comparado à grande concentração que havia neste local há dez anos. Cerca de vinte metros a noroeste da boca da caverna, a 28 metros de profundidade, encontra-se uma grande colônia de enguias-de-jardim. O nível de credenciamento exigido para este mergulho é o básico. O Cabeço da Sapata, localizado cerca de 200 metros a noroeste da boca caverna, é um mergulho com formação rochosa muito parecida com a do Pontal do Norte, onde é freqüente encontrar, peixes grades-de-pedra, como dentão e mero. Este é um mergulho que atinge 42 metros de profundidade e somente é permitido aos mergulhadores com curso avançado. No Mar de Fora os mergulhos normalmente só ocorrem em dias em que o vento sopra de nordeste e diminui de velocidade, entre março e junho. Os locais de mergulho autônomo, mais tranqüilos e permitidos ao batismo e credenciamento básico nesta face do Arquipélago são o Naufrágio do Leão (dez metros de profundidade), a Ilha do Frade (15 metros de profundidade) e o Cabeço da Caieira (15 metros de profundidade). É no Mar de Fora que estão os melhores locais de mergulho autônomo do Arquipélago, em aglomerados de pedras submersas ou parcialmente emersas com alturas de 15 a 30 metros. São eles, as Pedras Secas, Iúias e o Cabeço do Submarino. Nestes locais encontram-se águas de grande transparência, até 50 metros de visibilidade, abundância de vida marinha e rochas totalmente cobertas por esponjas multicolores. Pedras Secas - localizada defronte a Praia da Caieira, é o mergulho no Mar de Fora mais próximo ao Porto e possui dois pontos de mergulho. A profundidade máxima deste mergulho, onde só é exigido o credenciamento básico, é de 17 metros. Nas Pedras Secas I, a 12 metros de profundidade, existe um túnel de oito metros de comprimento, revestido de esponjas e altamente freqüentado por lagostas, cações-lixa, tubarões-bico-fino e tartarugas-de-pente jovens se alimentando. Pouco mais para fora, está a Pedras Secas II, na qual a maior parte do mergulho é feita em um grande arco, uma abóbada repleta de vida em suas entranhas.

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Cabeço do Submarino – é um aglomerado rochoso localizado defronte a Baía do Sueste que atinge 25 metros de profundidade. É um ponto permitido aos mergulhadores com o credenciamento básico. Iúias – é um conjunto de grandes pedras com faces planas e cobertas por esponjas multicoloridas, distribuídas sobre um fundo arenoso, com uma profundidade de até 24 metros e localizado próximo ao Cabeço do Submarino. A certificação exigida para este mergulho, realizado entre as pedras, é a de mergulho básico.

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EQUIPAMENTOS VISITADOS EM FERNANDO DE NORONHA

BAÍA DOS GOLFINHOS www.noronha.pe.gov.br A Baía dos Golfinhos é um verdadeiro santuário, um imenso aquário natural onde o banho de mar, a pesca e o mergulho são rigorosamente proibidos. Apesar dessas restrições, o passeio compensa. Essa trilha leva a um penhasco de 70 metros de onde se pode admirar golfinhos-rotadores que procuram o lugar para se acasalar, alimentar os filhotes ou mesmo descansar.

Fonte: Centro Golfinho Rotador

MIRANTE DOS GOLFINHOS Acesso ao Mirante dos Golfinhos é feito por uma trilha de um quilômetro, a partir do estacionamento da Baía do Sancho. A continuação da trilha dos Golfinhos à Baía do Sancho, possibilita a observação dos ninhais de aves marinhas das encostas das baías. De segunda-feira a sábado, das 5h30 até uma hora após a saída do último golfinho, os pesquisadores do Projeto Golfinho Rotador ajudam os visitantes a compreender o comportamento dos rotadores e a importância da Baía dos Golfinhos, ministrando palestras, respondendo perguntas, distribuindo folhetos e emprestando binóculos (a partir das 7h da manhã).

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

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BAÍA DO SANCHO No caminho desta trilha há duas escaladas pelas rochas que isolam a Baía dos Porcos. O esforço para se atingir a praia da Baía do Sancho, que fica ao lado, vale a pena, uma vez que esta praia é uma das melhores para a prática de mergulho. No final do passeio, encontra-se o grande desafio desta trilha. Para poder atingir o mirante é preciso subir por escadas encravadas na fenda de um penhasco de 40 metros.

Fonte: Centro Golfinho Rotador CENTRO DE PESQUISAS GOLFINHO ROTADOR www.golfinhorotador.org.br Criado pelos pesquisadores do Projeto Golfinho Rotador, em 1992, o Centro Golfinho Rotador, é uma organização não-governamental, sem fins lucrativos, de caráter científico-ambiental. A missão do Projeto Golfinho Rotador é utilizar a pesquisa científica sobre os golfinhos, para preservar seu comportamento natural, conservar Fernando de Noronha, promover um programa de educação ambiental e fornecer subsídios para o desenvolvimento sustentável de Fernando de Noronha.

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes Fonte: Centro Golfinho Rotador

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CENTRO DE VISITANTES – IBAMA O Centro de Visitantes, inaugurado em 1996, possui anfiteatro, loja, café, espaço para exposições, quiosque com CD-ROM, escritório, além do trabalho dos guias-mirins. Todas as noites acontecem palestras sobre o Tamar, o Parque e outros temas marinhos. É "aberto", conjugado com uma praça temática. Os visitantes podem circular livremente, em qualquer dia e horário. O auditório é aberto todos os dias às 20h, para apresentação de vídeos e palestras. Abriga também uma das principais bases do Tamar, destacando-se pelas excelentes condições para pesquisas sobre o comportamento das tartarugas marinhas e, devido ao grande fluxo turístico, como estratégia para educação ambiental.

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

MUSEU DO TUBARÃO O Museu do Tubarão em pouco espaço consegue esclarecer muito sobre o mundo dos tubarões. É bem ilustrado, com peças de tubarões, como arcadas dentárias, e painéis com fotos e textos. Na lanchonete do Museu, deguste o já famoso “tubalhau”, iguaria feita de carne desidratada de tubarão (não pescado nas águas noronhenses), especialidade exclusiva da casa, e da Ilha. Também aprecie (ou compre) peças do design exclusivo do estabelecimento, com motivos de tubarão, inclusive as bijuterias feitas com dentes desses seláquios.

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes Fonte: Centro Golfinho Rotador

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OPERADORAS DE MERGULHO Em Fernando de Noronha, realiza-se mergulho autônomo por uma das três operadoras que oferecem serviços de batismo, mergulho para credenciado, mergulho técnico e cursos. Destas, duas foram visitadas: Águas Claras (www.aguasclaras-fn.com.br) e Atlantis Divers (www.atlantisnoronha.com.br). São exemplos de negócio sustentável em ecoturismo, que oferecem serviços com alto padrão de qualidade e estão aptas a conduzir mergulhadores de qualquer nível.

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes HOSPEDARIAS DOMICILIARES Trata-se de empreendimentos com características específicas. Integram a hospedagem à casa do morador, proporcionando um convívio familiar ao hóspede. Criado em 1990, o Sistema de Pousadas Domiciliares objetivou regulamentar e disciplinar a hospedagem em Fernando de Noronha, através da adaptação gradativa das residências dos moradores dentro dos mínimos padrões de conforto e aconchego para a hospedagem de turistas.

Fonte: Arquivo pessoal participantes

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POUSADA ESTRELA DO MAR www.pousadaestreladomarfn.com.br A Pousada Estrela do Mar fica na Vila Floresta Nova, a cerca de dez minutos do centro da Ilha. A pousada possui confortáveis chalés e agrega outros serviços, como passeios de barco, trilhas, aluguel de veículos etc.

Fonte: www.ilhadenoronha.com.br/ailha/hotéis_pousadas_estrela_do_mar POUSADA ALGAS MARINHAS www.pousadaalgasmarinhas.com.br A Pousada Algas Marinhas conta com instalações limpas e bem conservadas. Sua decoração consiste na tematização (decoração) dos ambientes com elementos da região, unindo o rústico ao moderno.

Fonte: www.pousadaalgasmarinhas.com.br POUSADA MAR ABERTO A Pousada Mar Aberto apresenta acomodações confortáveis e equipadas com ar condicionado, telefone, frigobar e tevê. São apartamentos que oferecem conforto e comodidade.

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Fonte: www.ilhadenoronha.com.br/ailha/pousada_mar_aberto DOLPHIN HOTEL www.dolphinhotel.tur.br Pioneira em hospedaria na Ilha, possui decoração rústico-chique, tornando o ambiente charmoso e confortável. O restaurante de cozinha regional e internacional oferece pratos para diversos tipos de paladares. Muitos pratos, aliás, são exclusividades da casa.

Fonte: www.dolphinhotel.tur.br POUSADA ZÉ MARIA www.pousadazemaria.com.br A pousada localiza-se ao lado do Morro do Pico, um dos mais imponentes cartões postais de Fernando de Noronha. Possui 15 bangalôs, além de apartamentos mais simples. O proprietário procurou unir conforto com seus recursos tecnológicos, preservando a natureza deste santuário ecológico. O restaurante oferece um festival gastronômico, que vai da cozinha nordestina até a internacional, como pratos da cozinha japonesa. Utiliza-se dos recursos locais, oferecendo pratos como sashimis, de peixes pescados durante os passeios além de banquetes exóticos feitos com frutos do Arquipélago.

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Fonte: www.pousadazemaria.com.br POUSADA TEJU AÇÚ www.pousadateju.com.br Nesta pousada, os bangalôs e as áreas de lazer e serviços são construídos sobre palafitas e o material de construção é, predominantemente, madeira de reflorestamento. A infra-estrutura dispõe ainda de seis bangalôs duplos, recepção, restaurante e bar, piscina com seis pontos de hidromassagem (jacuzzi) sempre respeitando o meio ambiente. O restaurante e bar ficam ao lado da piscina com paisagismo em harmonia com a natureza. A cozinha contemporânea faz a releitura de clássicos regionais. O cardápio é bem amplo e explora os elementos da natureza.

Fonte: www.pousadateju.com.br POUSADA DA MORENA www.noronha.com.br/morena A pousada da Morena oferece conforto a todos os seus hóspedes. Para manter o espírito do convívio familiar, a capacidade de hospedagem, que divide-se em bangalôs e suítes, está limitada a 14 pessoas. Dispõe de um restaurante de comida verdadeiramente artesanal, produzida pela família dentro de um alto padrão de qualidade. Com cinco anos de funcionamento, a Trattoria di Morena, como é chamado o restaurante, tornou-se o ponto de referência da gastronomia de Fernando de Noronha.

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Fonte: www.noronha.com.br/morena

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Metodologia de benchmarking utilizada

O benchmarking é um procedimento de comparação contínuo e sistemático que tem como objetivo principal verificar o estado de evolução de organizações, produtos, processos, estratégias ou atividades em relação a outras com características similares e/ou passíveis desta comparação. O benchmarking também tem como objetivo criar os padrões de referência para que as organizações e pessoas possam melhorar seu rendimento (performance) e portanto, obter resultados mais adequados para a diferenciação competitiva no mercado. Para o Projeto de VIVÊNCIAS BRASIL: Aprendendo com o Turismo Nacional, o processo aconteceu utilizando pesquisas estruturadas e uma metodologia específica, considerando cinco etapas subdivididas conforme demonstra a Figura 1.

Figura 1. Etapas da Pesquisa

2- Pesquisa de campo

3- Avaliação

4- Relatório Final

1- Pré-etapa

5- Disseminação

Workshop técnico Elaboração dos instrumentos de levantamento de informações Reunião de Pactualização com empresários

Visitas técnicas/observação Aplicação dos questionários/entrevistas

Tabulação dos dados Análise dos dados

Organização das informações

Disseminação do conhecimento obtido Aplicação

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Na primeira etapa (chamada Pré-etapa) foi realizado um workshop com os técnicos das entidades participantes e os consultores contratados com o objetivo de alinhar os conceitos básicos de benchmarking garantindo a eficácia na busca e na filtragem das informações, proporcionando mais objetividade e qualidade nas avaliações e mais consistência às conclusões finais. Para a elaboração dos instrumentos foram levados em consideração os objetivos do Projeto, visando a coleta de informações para o delineamento das boas e melhores práticas identificadas em cada um dos destinos. Os instrumentos elaborados foram:

1. Questionário individual/restrito - distribuído ao grupo de empresários para aplicação individual; trata-se de um questionário que busca informações de maneira mais simplificada, possibilitando seu preenchimento de forma mais rápida.

2. Questionários em duplas/ampliado – aplicado por duplas de empresários, em entrevistas com informações mais detalhadas sobre o negócio, distribuído somente a uma dupla de participantes – preferencialmente ligados ou com conhecimento da área de atividade do equipamento visitado.

3. Questionário superestrutura - distribuído exclusivamente ao grupo técnico, formado por representantes das instituições MTur/Sebrae e outras convidadas.

4. Diário de bordo dos operadores – para registro de observações, pontos fortes e fracos dos equipamentos ou organizações.

5. Diário de bordo dos técnicos - para registro de observações, pontos fortes e fracos dos equipamentos ou organizações.

Também foram realizadas as Reuniões de Pactualização, no destino, com o consultor, empresários e técnicos participantes de cada viagem, com o objetivo de informar detalhadamente a metodologia do referido projeto, alinhar os conhecimentos de benchmarking e explicar os principais aspectos a serem observados ao longo da viagem, na aplicação dos questionários e na realização das entrevistas, sendo:

� Aspectos de Gestão - Este item é relativo ao processo de gestão dos negócios. A observação deverá ser efetuada considerando quais os elementos do processo de gestão que apóiam ou contribuem para a boa gestão dos negócios de turismo. É muito importante que em todas as questões avaliadas sejam considerados unicamente os aspectos correlatos ao negócio e seu respectivo gerenciamento.

� Aspectos de Infra-estrutura - Este item é relativo à disponibilidade de equipamento turístico adequado ao público-alvo do destino e suas respectivas necessidades no período de permanência. Analisa os equipamentos disponíveis, os serviços oferecidos e sua adequação ao segmento analisado, ao público-alvo e suas respectivas necessidades. Avalia as informações e esclarecimentos disponíveis e sinalização no local, os transportes, assim como observa a possibilidade e infra-estrutura de acesso para qualquer tipo de pessoa (mulheres grávidas, jovens, idosos, portadores de mobilidade reduzida).

� Aspectos do Negócio – Produtos e Serviços Ofertados - Este item é relativo ao negócio propriamente dito, considerando as características específicas de cada equipamento turístico. É relacionado com a definição e estratégias dos quatro pês do marketing (produto, praça, promoção e preço). São as especificidades de cada negócio, de cada empreendimento.

� Aspectos de Certificação - Este item é relativo ao processo de padronização e validação de procedimentos para a devida certificação dos produtos e/ou serviços turísticos. Corresponde à avaliação da existência de normas, regulamentos e padrões mínimos para o estabelecimento de processos de estruturação, avaliação e certificação dos produtos turísticos locais e/ou regionais.

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� Aspectos de Formação e Qualificação - Este item investiga as ações relativas a formação de profissionais para executar os serviços turísticos e as respectivas classificações de formação existentes no destino. Também observa a relação da formação profissional com os aspectos culturais e suas especificidades. Identifica qual a infra-estrutura de instituições de formação e qualificação profissionais existentes e que contribuem para o desenvolvimento do turismo.

� Aspectos de Segurança - Neste item é importante a observação dos aspectos relativos à segurança pessoal dos turistas/clientes, a sua integridade física e moral. Observa a segurança de equipamentos utilizados no produto turístico a gestão de riscos das atividades e os respectivos códigos de conduta. Também identifica a existência de normas e regulamentos para a execução do turismo responsável.

� Aspectos de Parcerias - Networking - Neste item são observados os aspectos relativos à parceria entre empresas, entre o setor público e privado e as entidades de classe e representação empresarial. Também investiga e identifica as melhores práticas de articulações interinstitucionais que promoveram o desenvolvimento dos negócios do turismo no destino.

� Aspectos de Envolvimento da Comunidade - Este item investiga como se realiza o envolvimento da comunidade local, considerando suas características e especificidades. Observa a existência de projetos de inclusão social e desenvolvimento da comunidade. Também verifica a integração e utilização dos aspectos culturais do local nos produtos turísticos, como artesanato, costumes e cultura, entre outros.

� Atividades Agregadas - Neste item são observadas as características e detalhes específicos dos espaços e atividades relacionados ao segmento analisado, sua forma de constituição e a importância como negócio.

Na segunda etapa (chamada Pesquisa de Campo) foram realizadas, nas visitas técnicas, os levantamentos de informações, aplicação dos questionários e entrevistas. O elemento principal da pesquisa de campo foi a busca de informações norteada pela necessidade dos empresários nas experiências práticas de cada viagem através da observação da realidade, registro das principais observações e entrevistas (conversas, reuniões e apresentações) com os atores locais – empresários de turismo, representantes do governo, instituições ligadas ao setor etc. O projeto Vivências Brasil, nesta etapa possibilita o contato com as boas e melhores práticas. Na terceira etapa (chamada Avaliação) foram realizadas as respectivas tabulações e análises dos instrumentos de levantamento de informações utilizados. Nas análises quantitativas os equipamentos foram agrupados de acordo com o tipo de atividade do negócio, sendo que as respostas foram transformadas em porcentagens. Nas questões que continham graduações de 1 a 5 (escalas Likert), as análises foram a partir das médias obtidas em cada questão. A análise das questões teve como objetivo principal validar as boas e melhores práticas identificadas no destino e nos equipamentos visitados. Na quarta etapa (chamada Relatório Final) foram efetuados os cruzamentos dos dados necessários e a identificação e respectivas conclusões de cada uma das boas e melhores práticas identificadas em cada destino. Como resultado desta etapa foram constituídos dois relatórios, sendo um com toda a análise quantitativa dos destinos visitados, tendo como base as respostas nos questionários, referente às observações das visitas técnicas realizadas pelos empresários, técnicos, e consultores; e outro relatório com a análise e descrição das boas e melhores práticas identificadas. Na última etapa (chamada Disseminação) foram realizadas reuniões, palestras e oficinas em várias regiões do Brasil para que os participantes (empresários e técnicos) das viagens possam disseminar os conhecimentos apreendidos e informações com o objetivo de promover novas práticas para o desenvolvimento do turismo.

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O presente relatório é resultado final da quarta etapa, que descreve as boas e melhores práticas de cada destino, fazendo referência aos principais exemplos que caracterizam a aplicação prática de gestão no turismo, infra-estrutura para o turismo, negócios turísticos, certificação e segurança nas operações de turismo, qualificação e formação de pessoas para atuar no turismo, parcerias empresariais e governamentais para desenvolver o turismo, envolvimento da comunidade no turismo e atividades agregadas no destino visitado. Para facilitar o entendimento do leitor, destacam-se as diferenças entre boas e melhores práticas.

• Boas práticas são aquelas que refletem a aplicação de técnicas e ações já amplamente conhecidas em outros negócios e setores, mas que ainda, no setor do turismo, não estão totalmente disseminadas e que, também, proporcionam algum grau de diferenciação do negócio ou destino turístico. Também é importante ressaltar que um conjunto de boas práticas poderá ajudar a construir uma melhor prática, evidenciando o processo de melhoria contínua que os negócios podem obter com uma boa gestão.

• Melhores práticas são aquelas que refletem uma implementação de técnicas e ações com alto grau de excelência, portanto, resultando em uma diferenciação significativa no negócio ou destino turístico. Importante ressaltar que a prática de excelência pode tornar o negócio ou destino turístico uma exceção entre seus concorrentes, proporcionando alta competitividade empresarial (negócio turístico) e regional (destino turístico).

A partir da análise das boas e melhores práticas, iniciam-se os procedimentos da última etapa (chamada Disseminação); contempla a realização de reuniões, palestras e oficinas em várias regiões do Brasil para que os participantes (empresários, consultores e técnicos) das viagens possam disseminar os conhecimentos apreendidos e informações, com o objetivo de promover novas práticas para o desenvolvimento do turismo. Este relatório evidencia as melhores e boas práticas observadas durante a viagem técnica a Fernando de Noronha.

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MELHORES E BOAS PRÁTICAS OBSERVADAS

Gestão

MELHOR PRÁTICA 1. Valorização do meio ambiente como ativo principal do turismo na Ilha.

Atividades capitaneadas pelo setor público, tais como, o Plano de Manejo do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, que permite a ocorrência somente de ações em educação ambiental, pesquisa e turismo. Assim como, o envolvimento da iniciativa privada e da comunidade local para a preservação dos recursos naturais, reflete a consciência ambiental no destino e o entendimento desse ativo como a maior atrativo turística da Ilha. Entendimento e consciência de que o meio ambiente é o principal atrativo turístico da Ilha, fator que se reflete no envolvimento da iniciativa privada, da comunidade local e do setor público para a conservação dos recursos naturais. Excelente execução e monitoramento do Plano de Manejo do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, por meio de atividades de pesquisa, educação ambiental e turismo, resultando em melhor uso e aproveitamento dos recursos existentes.

Portanto, conservar e interferir o mínimo possível no equilíbrio do Arquipélago é considerado fundamental. Pensando nisso, o terceiro setor e as áreas pública e privada trabalham de forma conjunta tentando implementar um desenvolvimento sustentável em toda a Ilha. Entre as medidas tomadas estão o estudo em desenvolvimento para definição da capacidade de carga, a definição de regras para visitantes, residentes, empresários e o zoneamento ecológico.

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

BOAS PRÁTICAS

1. Gestão da visitação - Sistema de controle de entrada de visitantes na Ilha e adoção da taxa de preservação ambiental.

Em 2005, segundo a administração do Distrito Estadual de Fernando de Noronha, aproximadamente 96 mil pessoas visitaram o local. Apesar de o turismo ser a maior fonte tributária do Arquipélago, a administração controla o fluxo de acesso e permanência de pessoas em Fernando de Noronha, com o objetivo de preservar os ecossistemas naturais existentes.

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Tal controle possui um bom sistema de informatização e organização, na chegada ao aeroporto. Nesse controle existem dois grupos diferenciados: ilhéus e turistas. Tal diferenciação facilita o atendimento daqueles com situação legalizada na Ilha e agiliza o cadastro de todos os visitantes, bem como, o recebimento da taxa de preservação ambiental. Arrecadada pelo governo, com o objetivo de conseguir recursos para o destino, visando a preservação do meio ambiente, do patrimônio histórico-cultural e econômico, a taxa de preservação ambiental é proporcional ao tempo de permanência do turista na Ilha e os recursos que arrecada são reinvestidos em projetos de conservação ambiental e na administração do próprio Arquipélago.

Fotos – Saguão do aeroporto onde se realiza o cadastramento de todos os visitantes que

chegam à Ilha e o pagamento da taxa ambiental. Fonte: Arquivo pessoal dos participantes 2. Uso restrito e normatizado das áreas de preservação ambiental

Com o intuito de preservar o ambiente e a fauna local e evitar desequilíbrios ambientais, algumas medidas preventivas foram estabelecidas, as quais restringem o uso e acesso a locais específicos da Ilha.

Exemplos:

A) Restrição ao uso de protetores solar em piscinas naturais

Essa é uma prática adotada na praia Atalaia da Ilha, que procura evitar a contaminação química, proveniente dos protetores solar na vida marinha das piscinas naturais. Desta forma, a praia possui um sistema de agendamento para as visitas, por grupos de no máximo 50 pessoas por vez, e disponibiliza estrutura para banho e limpeza do corpo antes da entrada do banhista na água das piscinas. Existem fiscais que controlam a atividade; visitantes fora do horário de agendamento não são permitidos.

B) Praias não permitidas para banho

É bastante freqüente encontrarmos praias ao longo da costa da Ilha indisponíveis temporariamente para uso de banhistas. Entre as principais razões estão a desova de tartarugas e a necessidade de evitar a degradação ambiental. Essas praias, porém, podem ser visitadas para contemplação em trilhas acompanhadas por guias locais que informam os visitantes dos períodos de desova, das características mais marcantes de cada local entre outras informações.

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3. Utilização da pesquisa científica como um valor agregado à experiência turística

Como uma das atividades permitidas no Parque Nacional, a pesquisa científica toma lugar de destaque. Fernando de Noronha é palco para um dos espetáculos mais impressionantes da natureza: a chegada de centenas de golfinhos diariamente à Baía dos Golfinhos. Este é um dos dois únicos lugares no mundo em que golfinhos, chamados rotadores, aparecem em tão grande quantidade e proximidade. Esses fatores fazem da Ilha, um local ideal para o desenvolvimento de pesquisa científica sobre essa espécie, que também é reconhecida como um dos principais atrativos desse destino. A pesquisa mais relevante sobre os golfinhos é realizada no âmbito do Projeto Golfinho Rotador, que conta com investimentos e patrocínios das iniciativas pública e privada.

Por se tratar de um projeto com grande amplitude, do mesmo derivam-se algumas ações de educação ambiental para visitantes e, principalmente, para a comunidade local.

Fotos - Atividades desenvolvidas pelo projeto Golfinho Rotador

Fonte: Projeto Golfinho Rotador

Exemplos:

A) Observação de golfinhos no Mirante dos Golfinhos com palestra gratuita

Diariamente pesquisadores do projeto Golfinho Rotador encontram-se, desde as cinco horas da manhã, no Mirante dos Golfinhos, equipados para os trabalhos de observação e registro do comportamento dos golfinhos que chegam e permanecem na Baía até o final do dia. Lá, os pesquisadores também recebem visitantes – que chegam de forma independente ou por empresa de receptivo - interessados em observar a chegada daqueles animais. Para maior conforto e apreciação, os turistas dispõem de binóculos gratuitamente e de informações, sobre a espécie e seu comportamento.

Desta forma, o visitante tem a experiência de contemplação de um atrativo da natureza mais enriquecida, agregada com informações interessantes que valorizam a preservação da espécie. As informações são passadas de forma bastante simples, estimulando a conscientização dos visitantes quanto às práticas que devem ser evitadas para se preservar a espécie.

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Fotos - Observação de golfinhos no Mirante dos Golfinhos

Fonte: Projeto Golfinho Rotador

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

B) Programação de palestras diariamente – Centro do Ibama

Fernando de Noronha conta com uma estrutura do Ibama, que oferece uma programação diária de palestras sobre um tema relacionado aos recursos naturais da Ilha, projetos e pesquisas afins. As palestras acontecem no período da noite, no auditório do Centro do Ibama. Novamente, a experiência turística pode ser enriquecida pela educação ambiental oferecida gratuitamente como uma oportunidade de aprofundamento, com pesquisadores e técnicos, sobre questões específicas de pesquisas desenvolvidas na Ilha, como o próprio projeto Tamar.

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Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

4. Sustentabilidade: Adoção de práticas sustentáveis para preservação do meio ambiente.

Empreendimentos privados também contribuem para a preservação dos recursos naturais da Ilha por meio de algumas medidas práticas e soluções interessantes que também valorizam o produto turístico local.

Foto: Utilização de material reciclável e coleta seletiva

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

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Exemplos:

A) Pousada Zé Maria

A empresa adota diversas práticas sustentáveis na sua operação. Destacam-se, por exemplo, a biocompostagem com utilização de equipamento específico para tal processo; a horta hidropônica que fornece ao restaurante da pousada, verduras e tomates orgânicos; e a coleta seletiva de lixo, com cestos específicos espalhados por toda a pousada.

Fotos - Horta hidropônica que abastece os restaurantes

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

B) Pousada Mar Aberto

Essa hospedaria domiciliar realiza algumas práticas sustentáveis de forma bastante perceptível e valorizada pelo cliente. Um exemplo de destaque é a utilização de material reciclado em grande parte da decoração dos ambientes, especialmente na confecção de móveis, tais como mesas, cadeiras e abajur. Um outro exemplo é o uso de água das chuvas, recolhida com aparadores de águas nos telhados (comum em diversos empreendimentos), como ilustrado na foto, assim como utilização da água de chuveiro externo cuja água usada serve para aguar o jardim da pousada.

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Fotos – Práticas sustentáveis que evitam o desperdício e agregam maior valor ao empreendimento.

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

C) Operadoras de mergulho - Tecnologia adaptada

Outro ponto interessante notado pelos empresários é a forma de atracação das embarcações que, no lugar da âncora, utiliza um cabo com bóia amarrado a uma pedra no fundo do mar, para evitar danificação da flora e fauna marinha. D) Museu do Tubarão Este museu dedica-se a apresentar ao visitante, informações específicas sobre os tubarões e hábitos dessa espécie. Por meio de grandes e coloridos pôsteres, expõe fotos e explicações que esclarecem ao visitante diversos aspectos sobre a espécie, assim como as ameaças mais comuns sofridas por ela. Dessa forma, a iniciativa dos proprietários contribui para a educação ambiental e preservação, além de ser um atrativo para o visitante. Outro ponto a destacar, deste empreendimento, é a capacidade de os empresários se adaptarem ao ambiente conservacionista de Fernando de Noronha. O empreendimento foi implementado como uma indústria de pescado salgado de tubarão, com um restaurante temático. Mas a pressão dos ambientalistas e a legislação ambiental fizeram com que os proprietários transformassem o empreendimento em um museu temático, com loja de suvenires e lanchonete.

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Fotos - Museu do Tubarão e pôsteres informativos do museu

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

Infra-estrutura BOAS PRÁTICAS

1. Sinalização eficiente: Sinalização educativa e orientadora espalhada por a toda Ilha.

O Projeto de Sinalização Turística, liderado pela administração de Fernando de Noronha, vem sendo implantado na Ilha baseado no Guia Brasileiro de Sinalização Turística da Empresa Brasileira de Turismo (Embratur) e visa facilitar a mobilidade do visitante, além da valorização dos atrativos turísticos, por meio de orientações expostas sobre características locais. A sinalização se faz presente em diversos pontos da Ilha e de forma integrada ao ambiente e trilhas.

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

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Exemplos:

A) Sinalização patrocinada por empresas privadas

Resultante da cooperação técnico-financeira entre a Empresa Pernambucana de Turismo (Empetur), Administração do Distrito Estadual de Fernando de Noronha (ADEFN), Conselho Distrital, Associação dos Pousadeiros, Associação dos Taxistas, Associação de Barcos de Turismo e empresas privadas, como, Visanete TIM. Possui três focos:

� Sinalização para veículos motorizados (BR e vias secundárias)

� Sinalização interpretativa

� Sinalização para pedestres (passeios e trilhas).

Fonte: ADEFN

B) Informação educativa disponibilizada para visitantes

É notória também a presença de placas de sinalização que contêm informações de interpretação do patrimônio natural e acima de tudo, informações com orientações sobre o comportamento adequado para preservação de cada local. Instruções do que é permitido e proibido fazer são facilmente explicadas e demonstradas por símbolos.

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

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Ao longo das trilhas e caminhadas realizadas é possível observar um grande número de placas de sinalização, plantadas em diversos locais, indicando distâncias, tipos de flora, fauna, nome dos locais, informações sobre segurança etc.

2. Infra-estrutura multifuncional em um mesmo espaço

Algumas instalações visitadas destacaram-se pela variedade de produtos e serviços ofertados em estrutura própria e disposta de forma inteligente.

Exemplo:

A) Operadoras de mergulho

As duas operadoras visitadas possuem infra-estrutura completa, que contempla, além do armazenamento dos equipamentos de mergulho, um espaço (sala com equipamentos multimídia) para treinamento de pessoal ou para cursos aos turistas; lojas com equipamentos, roupas e suvenires em meio a ampla variedade de itens comercializados; e, alojamento para instrutores de mergulho (staff para alta estação). A forma como os espaços são utilizados e inseridos na logística da operação de mergulho estimula o cliente a consumir além do curso de mergulho, contribuindo para o aumento de receita das empresas.

Foto: Armazenamento dos equipamentos de mergulho

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

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Foto: Sala para treinamento pessoal ou para cursos aos turistas

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

Foto – Alojamento para instrutores de mergulho

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

B) Centro do Ibama

Este Centro que abriga as palestras noturnas, como mencionado anteriormente, também funciona como um ponto de encontro da comunidade e visitantes. Sua estrutura é bastante ampla e oferece, além dos espaços destinados para administração e gestão operacional de programas e projetos do Instituto, um auditório, duas lojas de suvenir, comercializando itens tematizados pelo projeto Tamar, estrutura de quiosques utilizados por empresas locais para venda de passeios turísticos, cafeteria e um espaço para exposição de peças e pôsteres sobre a vida marinha da Ilha.

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Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

Negócios – Produtos e serviços ofertados

MELHOR PRÁTICA

1. Formatação e comercialização da atividade de mergulho como produto turístico

A atividade de mergulho deixa de ser somente a prática de um grupo restrito de mergulhadores profissionais e certificados, para se ampliar como atividade de lazer e entretenimento possível de ser praticada por qualquer visitante à Ilha. A operação de mergulho é considerada de excelência (uma melhor prática), por fatores importantes tais como infra-estrutura, equipamentos, capacitação dos instrutores e logística de operação.

• Logística da operação que permite o atendimento de públicos diferenciados

As operadoras de mergulho visitadas possuem uma logística de atendimento dos grupos de turistas bastante qualificada, que possibilita o atendimento a diversos níveis de mergulhadores. Em períodos da alta estação, possuem embarcações diferenciadas para cada nível de mergulhador, permitindo maior aproveitamento da experiência por cada cliente. Em períodos de baixa, ou atendimento de grupos menores, utiliza-se uma única embarcação para todos os níveis de mergulhadores. Porém, em virtude do nível de conhecimento técnico dos visitantes, a embarcação dirige-se a determinados locais de mergulho, primeiramente os mergulhadores com prática, que passarão tempo maior submersos, e depois para os locais onde os iniciantes ou batismos irão mergulhar e necessariamente passar um tempo mais reduzido em água. Durante a prática do mergulho foi observado excelente grau de profissionalismo dos instrutores que ali operavam. Quando da saída para o local de mergulho, os equipamentos encontram-se a bordo, já separados, de acordo com o que fora solicitado no dia anterior, em uma ficha que também funciona como um documento de isenção de riscos e dados pessoais de cada participante.

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Fotos – Veículo utilizado para transporte dos clientes da operadora de mergulho Atlantis e embarcação preparada para mergulho

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

• Briefing e acompanhamento individualizado realizado aos iniciantes do mergulho e batismos

Durante a ida do grupo de iniciantes ao local de mergulho, os instrutores das operadoras realizam um briefing completo sobre o uso adequado do equipamento durante a prática e informações sobre o local de mergulho e a segurança da atividade. Para o melhor entendimento, fazem também demonstrações de uso e com bastante segurança auxiliam os iniciantes a se prepararem para o mergulho. Os visitantes são instruídos de como se dará o mergulho, com informações de profundidades máximas, tempo estimado, duplas de mergulhadores, fauna e flora marítima encontrada no local, cuidados a serem observados, entre outras.

Já na água, aqueles que estão fazendo o batismo são acompanhados cada um por um instrutor, que realiza o mergulho de mãos dadas ao iniciante (ou seja, a proporção de um instrutor para um iniciante). Isso gera confiança aos clientes iniciantes, permitindo maior aproveitamento da experiência e garantindo segurança na prática da atividade.

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Briefing sendo repassado aos mergulhadores (certificados e iniciantes) sobre uso do equipamento

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

• Agregação de atividades secundárias ao produto principal do negócio

Ambas operadoras de mergulho visitadas possuem uma estrutura de apoio ao negócio que inclui loja, em que são comercializados equipamentos de mergulho, suvenires e roupas, entre outros itens. As operadoras buscam, normalmente, os clientes e os levam primeiramente para sua sede onde organizam a saída dos grupos para os mergulhos. Assim, enquanto esperam, os clientes passeiam na loja e se entretêm com os itens disponíveis para compra.

Um ponto de destaque é a comercialização de fotos dos mergulhos. Em cada embarcação da operadora Atlantis, por exemplo, um fotógrafo profissional de mergulho acompanha o grupo para tirar fotos durante a atividade. Antes do mergulho, o fotógrafo se apresenta para o grupo e passa algumas instruções sobre a maneira mais adequada de posar para as fotos e o tipo de imagens que são mais interessantes de se capturar debaixo d’água. Essa explicação também inclui os cuidados que se deve ter com a fauna marinha, assim como com os corais, tudo para evitar a degradação do ambiente aquático. As fotos, então, ficam disponíveis para comercialização a partir das 18h do mesmo dia do mergulho, na sede da operadora. Os clientes interessados selecionam as fotos no computador para gravação no CD. Além de eternizar a experiência vivenciada, esse valor agregado amplia a receita da operadora.

Fotos - Loja de suvenires de uma das empresas de mergulho visitadas

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Foto - Fotógrafa profissional que acompanha o grupo de mergulho

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

• Equipamentos

Em relação aos equipamentos, as operadoras visitadas possuem grandes centros de recarga de cilindros, com compressores e reservatórios de ar em grande número. Os equipamentos são trocados em média a cada seis meses, em virtude também do alto número de mergulhos/dia (média de 70) e o interesse dos fornecedores em atender essas operadoras. O destaque também é para o nível de qualidade e comodidade das embarcações utilizadas.

Foto - Centro de recarga de cilindros

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

BOAS PRÁTICAS

1. Utilização da internet para ostensiva divulgação externa e comodidade interna do cliente

Utilização de tecnologias, como o uso de internet para promoção do negócio, assim como um serviço para o cliente.

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Exemplo:

A) Pousada Morena

O empreendimento faz uso da internet como canal de promoção e comercialização direta ao turista. Sendo proprietário de diversos domínios que remetem à ilha de Fernando de Noronha, consegue incluir divulgação da pousada em diversos websites.

Além disso, como diferencial competitivo oferece, em todos os chalés da pousada, computador desktop com internet wireless, proporcionando comodidade aos hóspedes.

2. Atendimento diferenciado e especial aos hóspedes

Existe uma preocupação com o atendimento personalizado para clientes, propiciando uma maior satisfação dos mesmos em relação à prestação dos serviços.

Exemplo:

A) Pousada Zé Maria

Neste empreendimento foi observado o estímulo que a gerência proporciona aos empregados para aprimorarem o atendimento exclusivo. As camareiras, por exemplo, deixam mensagens em pequenos quadros brancos fixados do lado de fora das portas dos quartos para os hóspedes, com o detalhe de se referirem a eles pelos nomes ou apelidos de tratamento.

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

Mensagem deixada na porta de um dos quartos pelas camareiras para boas-vindas aos novos hóspedes

3. Tematização dos ambientes com motivos regionais e artesanato local

Demonstrando a preocupação do empresário em criar ambientes confortáveis e agradáveis sem perder a identidade do destino, sendo utilizado amplamente o artesanato da região.

Exemplo:

A) Projeto Cara Pernambucana implementado por hospedarias domiciliares

O projeto Cara Pernambucana foi derivado do Cara Brasileira, uma iniciativa promovida pelo Sebrae, com objetivo de estimular o uso do artesanato e características locais para a ambientação de meios de hospedagem. Com o trabalho desenvolvido sob a orientação de um arquiteto do projeto, as empresas inscritas tiveram a oportunidade de decorar um quarto do seu empreendimento com peças artesanais, recicladas, com idéias simples e práticas que remetem (identificam) tal ambientação ao destino.

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A partir da ambientação de um quarto, proporcionada pelo projeto, os empresários beneficiados se estimularam em investir na tematização dos demais ambientes do negócio, agregando charme e cultura ao empreendimento.

Dessa forma, as hospedarias visitadas, tais como Pousada Mar Aberto, Estrela do Mar e Algas Marinhas, oferecem um produto diferenciado, valorizam a cultura e a comunidade local, utilizando-se do trabalho de artistas da ilha para criar a tematização dos quartos, evitando assim a descaracterização do destino.

Ícone da classificação da pousada domiciliar tendo participado do projeto Cara Brasileira

Fonte: Arquivo pessoal participantes

Fotos – Ilustrações da adequação dos ambientes de pousadas domiciliares que participaram do projeto Cara Pernambucana em Fernando de Noronha

Fonte: SEBRAE/PE

ANTES DEPOIS

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ANTES DEPOIS

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Certificação

BOA PRÁTICA

1. Certificação de pousadas domiciliares (www.noronha.pe.gov.br)

A Ilha conta com uma certificação criada para as Hospedarias Domiciliares.

Essa categoria de pousadas possui também uma matriz de classificação (aprovada pelo Decreto 025/2005), que varia de 1 a 3 golfinhos, de acordo com três princípios que atualmente estão sendo revisados e organizados por meio de uma ação participativa com representantes das pousadas domiciliares, agências de receptivo e membros da Comissão de Meios de Hospedagem (Comeihos), que inclui representantes da ADEFN, Associação dos Pousadeiros, Ministério do Turismo, Empetur CPRH e Vigilância Sanitária. As funções da Comeihos são: avaliar os meios de hospedagem, estabelecer os prazos para atendimento das pendências e indicar oficialmente à ADEFN a categoria de classificação alcançada por cada pousada domiciliar. De acordo com a ADEFN, os três princípios definidos da nova matriz são: • Sustentabilidade • Economicidade • Viabilidade dos recursos disponíveis, no que diz respeito à gestão sócio-ambiental das pousadas domiciliares. Deste modo, a matriz de classificação para certificação das pousadas domiciliares está sendo dividida em três novos grupos: • Gestão sócio-ambiental • Gestão da qualidade • Acessibilidade. Essa classificação e a certificação funcionam também, como uma ferramenta encontrada pelos atores do setor do turismo para estimular e contribuir na preservação dos recursos naturais da Ilha, assim como na profissionalização desses meios de hospedagem que se baseiam no uso intensivo da mão-de-obra local, já que funcionam nas residências dos moradores locais.

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Segurança

BOAS PRÁTICAS

1. Normas de utilização do espaço – As normas de conduta que devem ser adotadas pelos visitantes à ilha de Fernando de Noronha são amplamente divulgadas por meio de vídeos institucionais, orientações nas empresas operadoras de turismo e mergulho, nos discursos dos guias de turismo, em placas sinalizadoras presentes nas áreas de uso intensivo das unidades de conservação.

Fonte: Arquivo pessoal participantes

2. Cuidados com os equipamentos – nas empresas de mergulho existe uma preocupação freqüente com os equipamentos utilizados, por meio da compra de equipamentos modernos e de qualidade, bem como da realização das manutenções necessárias, acompanhando padrões estabelecidos pelas certificadoras internacionais.

Fonte: Arquivo pessoal participantes

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3. Primeiros socorros – Os instrutores de mergulho e guias turísticos têm cursos de primeiros socorros visando a segurança do turista em caso de algum acidente.

Qualificação e Formação

BOAS PRÁTICAS

1. Investimento na educação ambiental da população jovem local

A educação ambiental como forma de envolvimento e capacitação profissional dos moradores da Ilha tem por objetivo garantir o desenvolvimento sustentável do destino.

Exemplo:

A) Projeto Cidadão Golfinho

O Projeto Cidadão Golfinho é parte integrante do projeto maior Golfinho Rotador, e foca em uma série de ações que visam a capacitação profissional dos ilhéus, a educação ambiental e o envolvimento da comunidade local em prol do desenvolvimento sustentável do Arquipélago. Desde pequenas, as crianças da Ilha participam de algumas atividades práticas para aprendizado sobre o patrimônio natural e importância da preservação ambiental. O programa acontece durante as férias escolares, contribuindo para evitar a ociosidade dos jovens e consolidar uma consciência pró sustentabilidade ambiental.

Fonte: Projeto Golfinho Rotador

B) Pousada Teju Açu

Oferece um excelente exemplo de qualificação e formação de funcionários, demonstrando que o setor privado também pode se diferenciar neste quesito.

A pousada possui um quadro de funcionários quase que exclusivamente composto por ilhéus, com exceção da atual gerência, que funciona como uma consultoria contratada temporariamente (um ano e meio) para capacitar e preparar os funcionários a gerir e receber com excelência e hospitalidade os turistas que optaram pela pousada.

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Parcerias – Network

BOAS PRÁTICAS

1. Cultura de parceria - Parceria entre empresas complementares para oferta de produtos e serviços de maior valor agregado ao cliente.

Exemplos:

A) Empresa de receptivo e operadora de mergulho

As empresas Atalaia (empresa de receptivo) e Águas Claras (operadora de mergulho) possuem um acordo de parceria que funciona da seguinte forma:

Quando da chegada dos turistas no aeroporto, a empresa de receptivo organiza a ida dos visitantes para a sede da operadora de mergulho. Na sede é oferecida uma palestra e apresentado um vídeo sobre a Ilha destacando, entre outras coisas, questões ambientais, as praias mais apropriadas para banho e as opções de lazer e entretenimento.

Neste último tópico, são apresentadas as opções de pacotes e cursos de mergulho disponíveis para venda aos visitantes. Dessa forma, as empresas fazem do momento de chegada dos turistas na Ilha, uma oportunidade única para a compra por impulso de serviços e produtos. Destaca-se que a palestra e explicações sobre os produtos servem como um estímulo para o consumo de cursos de mergulho ou batismo, especialmente para aqueles visitantes que nunca mergulharam.

Palestra e boas-vindas na sede da operadora Águas Claras

Fonte: Arquivo pessoal participantes

B) Parceria entre operadoras de mergulho

Os empresários entendem que seus maiores concorrentes não são os empresários que oferecem o mesmo produto de mergulho na Ilha, mas os empresários que operam em destinos externos, ou melhor, os destinos externos são os verdadeiros concorrentes de seus produtos. Por isso, trabalham de forma conjunta na promoção do destino Fernando de Noronha e de seus produtos em particular, por meio da participação em eventos especializados, feiras e exposições em geral.

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Além disso, as operadoras de mergulho trabalham em parceria no sistema de recarga de cilindros que, em ocorrendo necessidade por quebra de equipamentos ou outro motivo, compartilham o centro individual de recarga a fim de não permitir que a operadora “concorrente” perca um dia de trabalho.

Vale ressaltar também que estão construindo um galpão de uso comum para armazenar os equipamentos de mergulho, entre outras coisas.

Envolvimento da comunidade

BOAS PRÁTICAS

1. Investimento na mão-de-obra local

Fonte: Arquivo pessoal participantes

Exemplos:

A) Atalaia (empresa de receptivo local)

A maior parte da mão-de-obra da empresa é composta por moradores locais, principalmente na função de guias, pois acreditam que os moradores locais são as pessoas mais indicadas para falar sobre a Ilha. Assim, investem em treinamento e qualificação.

B) Pousada Teju Açu

A empresa decidiu terceirizar todos os serviços complementares, tais como de passeios, traslados, entre outros, para intensificar o trabalho com a comunidade local que também oferece esses serviços.

Possui também um percentual alto de mão-de-obra local empregada e em constante treinamento, que é realizado por uma consultora externa. Essa consultora trabalha na gestão da pousada por um tempo determinado e simultaneamente vem formando e qualificando os funcionários da pousada, inclusive o futuro gerente.

2. Criação de pousadas domiciliares

Um grande exemplo de envolvimento da comunidade são as Hospedarias Domiciliares que foram criadas a partir de uma iniciativa de moradores locais que perceberam no

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turismo, uma alternativa de renda para a população local. Esses empreendimentos são adaptações do domicílio dos ilhéus que oferecem aos turistas, hospedagens com o compartilhamento dos espaços de uso do morador local. Nesses ambientes é comum que o visitante se sinta integrante da família que o hospeda. A criação do sistema de hospedaria domiciliar em Fernando de Noronha democratizou a distribuição de renda decorrente da atividade turística e tem inviabilizado ou restringido a ação de grandes grupos hoteleiros no Arquipélago. O sistema noronhense de matriz de classificação, a exigência dos turistas e a pressão das agências de turismo, fizeram com que os moradores se transformassem em empresários do ramo de hospedagem e desenvolvessem melhorias no serviço e na infra-estrutura de suas hospedarias.

3. Trabalho de parceria e envolvimento local pela Associação de artesanato

Esse é um trabalho iniciado de valorização da comunidade de artistas locais e valorização da cultura realizado pelos próprios moradores. A intenção é que o Centro da Associação faça parte dos roteiros turísticos se constituindo em um atrativo para o turista que visita a Ilha. Associação de Artesanato é uma manifestação cultural noronhense que se transformou em mais uma fonte de renda para a comunidade local.

Foto - Associação de artesanato local

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

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REFERÊNCIAS

BRAZTOA. Caderno de Subsídios Viagem Técnica México.

BRIZOLLA, T. (Coord.). Segmentação do Turismo. 55 p. Brasília: Ministério do Turismo, 2006.

SILVA-JR., J. M. Os golfinhos de Fernando de Noronha. CD Rom, 1999.

____________. Noronha por mar. In: LINSKER, R. (Ed.) Arquipélago de Fernando de Noronha: O paraíso do vulcão. p. 141-151. São Paulo: Terra Virgem, 2003.

____________. Fernando de Noronha. In: ROCHA, A.A.; LINSKER, R. Guia Brasil Aventura Ilhas: Paraísos na terra. p. 51-80. São Paulo: Terra Virgem, 1996.

____________. Fernando de Noronha. In: _________________________. Guia Brasil Aventura: Dez viagens por um país inesquecível. p. 15-21. São Paulo: Terra Virgem, 1994.

____________. Aspectos do comportamento do golfinho-rotador, (Stenella longirostris) (GRAY, 1828), no Arquipélago de Fernando de Noronha. 131 f. Dissertação mestrado. Programa de pós-graduação em oceanografia, Departamento de Oceanografia, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 1996. Recife: UFPE, 1996.

_____________. Ecologia comportamental do golfinho-rotador (Stenella longirostris) em Fernando de Noronha. 120 f. Tese de doutorado. Programa de pós-graduação em oceanografia, Departamento de Oceanografia, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2005. Recife: UFPE, 2005.

_____________. Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha: Uso público, importância econômica e proposta de manejo. In: SIMPÓSIO DE ÁREAS PROTEGIDAS CONSERVAÇÃO NO ÂMBITO DO CONE SUL, 2. 2003, Pelotas, p. 335-345. Anais... Pelotas: UCP, 2003.

Sites:

www.bndes.gov.br/conhecimento/setorial www.revistaturismo.cidadeinternet.com.br www.noronha.pe.gov.br www.golfinhorotador.org.br www.pousadaestreladomarfn.com.br www.pousadaalgasmarinhas.com.br www.ilhadenoronha.com.br/ailha/pousada_mar_aberto www.dolphinhotel.tur.br www.pousadazemaria.com.br www.pousadateju.com.br www.noronha.com.br/morena