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Fernando Gaspar/Andreia Silva

N.º10/2812.ag1A

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Escola secundária de Arganil – Química 12.ºEscola secundária de Arganil – Química 12.ºQuímica Turma: 12ag1A – Agrupamento: Cientifico Natural

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As mares negras

A poluição dos mares e das zonas costeiras originada por acidentes com o transporte marítimo de mercadorias, em particular o petróleo bruto, contribui, anualmente, em 10% para a poluição global dos oceanos.

Todos os anos 600.000 toneladas de petróleo bruto são derramadas em acidentes ou descargas ilegais, com graves conseqüências econômicas e ambientais. Dos acidentes com petroleiros, que infelizmente não são raros, os mesmos derramam, quase sempre, enormes quantidades de petróleo que, flutuando e alastrando-se progressivamente, forma extensas manchas negras. São as chamadas marés negras, de efeitos altamente destruidores, provocando uma enorme agressão irreversível na fauna e flora.

Quando as marés negras atingem as zonas costeiras, os seus efeitos tornam-se ainda mais nefastos. Além de destruírem a fauna e a flora com elas em contato, provocam enormes prejuízos à atividade pesqueira e têm um forte impacto negativo na atividade turística, já que os resíduos petrolíferos, de remoção difícil, impedem durante muito tempo a utilização das praias.

Para o grande número de acidentes com petroleiros  contribuem decisivamente o envelhecimento da frota mundial  e a deficiente formação profissional das tripulações.

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Apesar da existência de múltiplas instâncias jurídicas destinadas à proteção do meio marinho, a verdade é que a lógica do lucro imediato tem conduzido a um comportamento irresponsável por parte de numerosas empresas e armadores do setor.

Também nas operações de lavagem dos tanques dos petroleiros em pleno oceano são derramadas enormes quantidades de petróleo, que, não raramente, originam autênticas marés negras. Embora atualmente tal operação em pleno mar seja proibida, é natural que se continuem a cometer abusos, dada a dificuldade de fiscalização, por tão extensa a área onde essas podem ocorrer.

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Descrição de alguns casos de marés negras

Torrey-Canyon (Mancha - Cornualha, 1967), Amoco-Cadiz (Portsall - Finisterra, 1978), Exxon-Valdez (Alasca, 1989) e, recentemente, Jessica (Galápagos, Janeiro de 2001), entre muitos outros, são nomes célebres pela mesma razão: marés negras, ou seja, desastres ecológicos.

Quer pelas causas que lhes estão na origem (sejam acidentes marítimos ou derramamentos voluntários), quer pelas quantidades de petróleo derramado (por exemplo, 119 000 toneladas no Torrey-Canyon e 227 000 toneladas no Amoco-Cadiz), quer ainda pela destruição massiva de populações de aves marinhas, peixes, crustáceos e moluscos costeiros, as marés negras constituem um espectáculo perversamente mediático, deixando-nos uma impressão de quase irreversibilidade.

Fig. 1 - O navio-petroleiro Amoco-Cadiz afundado ao largo da costa britânica.

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As 260 000 toneladas de animais mortos pelo derramamento de crude do Amoco-Cadiz serviram, sobretudo, para alertar o Ocidente para a fragilidade dos oceanos, e para a sua já escassa capacidade de regeneração. No entanto, já na década de 90 e a título de exemplo, a Guerra do Golfo deu origem a uma das maiores marés negras de sempre: cerca de 500 000 toneladas de petróleo forram derramadas nas águas do Golfo Pérsico. Longos troços da costa do Kuweit ainda estão a sofrer os efeitos desta catástrofe. Em algumas áreas, o número de animais marinhos presentes passou de centenas de milhar para menos de uma centena. No deserto persistem lagos de petróleo que asfixiam toda a vegetação, insectos e pássaros, por libertação de nuvens de gases tóxicos para a atmosfera.

Um navio bomba-relógio, com o nome de “Prestige”, implodiu recentemente, como era fatal que acontecesse mais dia menos dia.

Ao afundar-se, a 3500 metros de profundidade, com 75000 toneladas de óleo combustível nos seus esventrados porões, libertou uma maré negra que tem vindo a contaminar o mar e as costas galegas (e, amanhã, quiçá também, o mar e as costas portuguesas) e que continuará a fazê-lo não se sabe por quantos anos mais, com incalculáveis prejuízos.

É um caso flagrante de crime ecológico, que despertou a legítima indignação e revolta das suas vítimas. “Legítima” porque se trata de um caso igualmente flagrante de incúria governamental, que abrange, neste caso, todos os governos dos países membros da UE — os governos actuais e os seus predecessores. Todos eles sabem que nós sabemos (ou podemos vir a saber) que eles sabiam que o dito Prestige faz parte de uma lista de mais de 60 outras bombas-relógio em-forma-de-navio elaborada pela Comissão Europeia já há algum tempo. E eles sabem também que nós sabemos que se continuarem a deixar essas 60 bombas-relógio nos mares, sob o pretexto de que são objectos flutuantes.

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Todos eles sabem que nós sabemos (ou podemos vir a saber) que eles sabiam que o dito Prestige faz parte de uma lista de mais de 60 outras bombas-relógio em-forma-de-navio elaborada pela Comissão Europeia já há algum tempo. E eles sabem também que nós sabemos que se continuarem a deixar essas 60 bombas-relógio nos mares, sob o pretexto de que são objectos flutuantes, isso equivale a autorizar novos crimes ecológicos, uma forma disfarçada de terrorismo ambiental.

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Como resultado, os animais ficam mais pesados e afogam-se. Também ocorrem mortes por envenenamento, devido à ingestão directa de petróleo ou por inalação dos compostos aromáticos voláteis que contaminam a atmosfera.

Os derrames petrolíferos também provocam efeitos climáticos prejudiciais. A capa oleosa, que se forma à superfície, impede as trocas de água entre o oceano e a atmosfera, causando uma diminuição na precipitação. Simultaneamente, a atmosfera fica carregada de partículas de hidrocarbonetos, agravando, globalmente, o problema das chuvas ácidas.

Fig. 2 - Petroleiros acidentados.

A recolonização lenta e progressiva do meio marinho só tem início após a dissipação da poluição, ou seja, assim que a quase totalidade do petróleo se tenha evaporado e dispersado, e que as zonas costeiras estejam limpas. O intervalo de tempo necessário à recuperação do ecossistema depende de numerosos factores e varia consoante o caso. Quando estas catástrofes ocorrem em mares regionais interiores, os efeitos nos ecossistemas são mais graves, devido à dificuldade de renovação e depuração das águas. Os fundos marinhos de alta produtividade, como o são os das zonas estuarinas e lagunares, são mais frágeis.

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Numa fase inicial de recuperação, constata-se uma rápida diversificação das espécies presentes. Esta colonização atinge níveis mais elevados do que aqueles que se verificavam antes da maré negra. Este fenómeno momentâneo explica-se pelo enriquecimento em matéria orgânica com origem na degradação dos hidrocarbonetos constituintes do petróleo. Depois dá-se o reequilíbrio gradual do ecossistema. Para os meios mais frágeis estima-se que o período necessário à estabilização das populações afectadas seja de cerca de uma década.

Com a multiplicação das marés negras, as estratégias e os meios para o seu combate também têm sido aperfeiçoados. O primeiro objectivo de uma operação deste tipo consiste em impedir a aproximação massiva do petróleo às zonas costeiras, onde a sua eliminação é mais difícil e onerosa. Existem várias técnicas de combate e limpeza das marés negras: afundamento; combustão; utilização de absorventes; utilização de detergentes e dispersantes; biorremediação ou degradação biológica e recolha mecânica.

Fig. 3 - A fauna e as marés negras: (A) Ave marinha morta coberta por petróleo; (B) Ave Marinha envenenada por petróleo; (C) Caranguejo coberto de petróleo; (D) Foca coberta de

petróleo.

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A técnica de afundamento do lençol de petróleo (por aumento da sua densidade) tem efeitos nocivos sobre a flora e a fauna dos fundos oceânicos. A combustão consiste na queima do petróleo como forma de o eliminar, mas as altas temperaturas promovem a solubilização de componentes tóxicos, o que não favorece o processo, para além de gerar grandes quantidades de fumos (poeiras e dióxido de carbono que agravam o efeito de estufa). Por vezes usam-se substâncias absorventes, tipo esponja, para reter o petróleo. Também o uso de detergentes tem-se revelado prejudicial. Estes são produtos químicos que provocam a dissolução e dispersão do petróleo. No entanto, os compostos resultantes da mistura são mais tóxicos, e a sua biodegradação é mais lenta, pois tendem a precipitar e a depositar-se em profundidade. Todavia, têm sido feitos esforços para que estes produtos sejam cada vez mais ecológicos. Na biorremediação, as bactérias decompõem o petróleo em substâncias mais simples (combustão natural). Estas bactérias são extraídas do amido de milho, e para digerir 1 litro de petróleo consomem o oxigénio de 327 litros de água do mar, pelo que se agrava o risco de asfixia do meio marinho.

Fig. 4 - Imagens da espessa camada de petróleo que cobre as costas rochosas (1) e arenosas (2) como resultado de um derrame.

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A recolha mecânica é aparentemente o método ideal, pois não fere o ambiente, mas torna-se difícil de executar em condições atmosféricas adversas. Esta consiste no uso de sistemas de retenção insufláveis, para evitar que o óleo atinja as costas. Desta forma o petróleo pode ser contido e recuperado para posterior utilização, com recurso a equipamentos denominados skimmers. Os skimmers separam o óleo da água por centrifugação (a água do mar é mais densa que o petróleo, pelo que este tende a concentrar-se no centro de rotação, podendo ser bombeado para fora), por elevação (fazendo uso de correias transportadoras), e por adsorção (com recurso a materiais oleofílicos, ou seja, que atraem o petróleo).

Em alguns casos, particularmente em mar alto, pode ser preferível deixar que a natureza se encarregue de restabelecer o equilíbrio do meio, especialmente se as operações de limpeza forem difíceis e ineficientes.

Fig. 5 – Métodos de combate e limpeza das marés negras: (A) Sistema e retenção insuflável junto à costa; (B) Avião lançando dispersantes sobre uma maré negra; (C) Uso de dispersantes na costa

rochosa afectada por maré negra; (D) Limpeza de uma ave coberta por petróleo.

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Naturalmente, o que é desejável, e porque são conhecidos os efeitos nefastos das marés negras, é que este tipo de desastre ecológico seja progressivamente menos frequente ou mesmo inexistente. No entanto, o planeta está cada vez mais dependente do petróleo (ainda que se procurem energias alternativas), o que nos leva a concluir que a probabilidade de ocorrência destes acidentes seja cada vez maior. Assim, parece que a solução passa, evidentemente, pela prevenção, que deveria incidir sobre as seguintes acções:

- Melhoramento das técnicas de navegação;- Formação da tripulação, quer ao nível dos conhecimentos de navegação, quer ao nível

dos problemas associados ao transporte de cargas perigosas;- Reforço da legislação, regulamentos de segurança e vigilância sobre a poluição

marinha;- Construção de navios mais resistentes (e.g. com duplo casco);- Maior investimento em manutenção de navios, contentores e condutas;- Maior protecção das zonas sensíveis

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As primeiras marés negras

7 de Junho 1975

O petroleiro japonês "Showa Maru" (com 237 mil toneladas de petróleo nos porões) naufraga no estreito de Malaca, no oceano Índico.

19 de Dezembro 1972

O petroleiro "Sea Star" afunda-se no golfo de Omã e liberta 115 mil toneladas de petróleo.

21 de Agosto 1972

O choque de dois petroleiros liberianos — "Texanita" e "Oswego Guardian" — lança cem mil toneladas de petróleo ao largo da África do Sul.

18 de Março de 1967

O navio liberiano "Torrey Canyon" encalha frente à costa da Grã-Bretanha, perto das ilhas Scilly, e causa uma maré negra de 300 quilómetros quadrados.

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Algumas das maiores marés negras no ultimos anos

Novembro de 2002

O petroleiro "Prestige", seguindo da Letónia para Gibraltar, começa a derramar fuel-óleo ao largo da costa da Galiza. Na manhã do dia 19 afunda-se a cerca de 200 quilómetros de Espanha. 295 quilómetros de praias galegas são contaminadas por quatro mil toneladas de combustível e a pesca é proibida ao longo de cem quilómetros.

16 de Janeiro de 2001

O petroleiro equatoriano "Jessica" encalha na baía dos Naufrágios da ilha de San cristóbal, nas Galápagos, derramando a maior parte da sua carga de 900 mil litros de combustível.

12 de Dezembro de 1999

O petroleiro "Erika" quebra-se em dois frente às costas da Bretanha francesa, derramando 20 mil toneladas de fueóleo. 400 quilómetros de litoral francês foram afectados.

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12 de Janeiro de 1998

40 mil barris de petróleo foram derramados de uma ruptura nas condutas de uma unidade da Mobil, na Nigéria. Apesar da maioria do petróleo ter evaporado ou dispersado em dez dias, algumas comunidades queixaram-se de que o peixe havia sido contaminado pelo derrame.

15 de Fevereiro de 1996

O petroleiro de bandeira liberiana "Sea Empress" ancalha na costa do País de Gales, derramando 70 mil toneladas de crude. Mais de 25 mil aves marinhas morreram no acidente.

5 de Janeiro de 1993

O petroleiro "Braer" encalha nas rochas da região costeira das ilhas Shetland, na Grã-Bretanha, devido às más condições climatéricas. A embarcação derramou 84.500 toneladas de petróleo, estendendo-se a mancha negra ao longo de 40 quilómetros de costa.

3 de Dezembro de 1992

O navio grego "Mar Egeu", transportando 79.300 toneladas de crude, encalha frente à Corunha, devido ao mau tempo. Devido ao acidente são derramadas 70 mil toneladas de combustível que poluem 200 quilómetros de costa na Galiza.

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Principais Problemas Ambientais Ligados às Fontes de Energia não renováveis

 Poluição Atmosférica

A poluição atmosférica está associada, principalmente, à queima de carvão e de combustíveis derivados de petróleo (Os aspectos e impactos gerados pela queima de gasolina e diesel podem ser vistos na Tabela 1. A ação dos resíduos sobre a saúde está sintetizada na Tabela 2). Esses dois insumos alimentam grandes setores da economia atual, como a própria geração de energia (termoelétricas), a produção industrial e o transporte, totalizando aproximadamente 90% da energia comercial utilizada no mundo. Estima-se que, entre 1960 e 1996, com o incremento das atividades industriais e de transporte (rodoviário e aéreo), a emissão de carbono (CO e CO2) resultante da queima desses combustíveis, mais que dobrou.

Os efeitos nocivos do crescimento automotivo têm aparecido continuamente em levantamentos de saúde. Uma estatística, divulgada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1999, apontou a poluição como responsável por um número maior de mortes do que o trânsito, em decorrência de problemas respiratórios ou cardíacos desencadeados pela exposição contínua ao ar poluído.

Os experimentos feitos com animais de laboratório indicaram que, após 3 meses de exposição aos poluentes, aparecem sintomas de rinite alérgica e crises de asma, além da redução das defesas imunológicas pulmonares, o que dobra o risco de contrair câncer. O ar de São Paulo recebe, anualmente, cerca de 3 milhões de toneladas de poluentes, 90% deles emitidos por veículos automotores.

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Os efeitos agudos da poluição se manifestam, sobretudo, durante o inverno, quando a procura por atendimento em pronto-socorros infantis aumenta 25% e o número de internações por problemas respiratórios sobe 15% em relação às outras estações, quando o egime mais intenso de chuvas e ventos ajuda a dispersar a poluição. Entre as crianças esse índice chega a 20% e a taxa de mortalidade de idosos acima de 65 anos, nesse período do ano, aumenta até 12%.

Tabela 1Aspectos e Impactos Gerados pelo Uso de Gasolina e Diesel  

Aspecto Impacto Tipo Categoria

Emissão de dióxido de enxofre (SO2)

Chuva ácida Negativo Regional

Emissão de monóxido de carbono (CO)

Intoxicação Negativo Local

Emissão de dióxido de carbono (CO2)

Efeito estufa Negativo Global

Emissão de óxidos de nitrogênio (NOx)

Chuva ácida, formação de

ozônio de baixa altitude (O3)

Negativo Regional e global

Emissão de material particulado

Não identificado - -

Emissão de hidrocarbonetos

Formação de ozônio de baixa

altitude (O3)

Negativo Global

Formação de ozônio de baixa altitude (O3)

Problemas no desenvolvimento de plantas, efeito

estufa

Negativo Regional e global

Emissão de aldeídos

Cancerígeno para animais

Negativo Regional

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Tabela 2Ação dos Resíduos de Combustível Fósseis sobre a Saúde

Substância Efeitos sobre a Saúde

NOx Irritação dos olhos e aparelho respiratório, efeito potencial no desenvolvimento de enfisema

SO2 Problemas respiratórios, aumento da incidência de rinite, faringite e bronquite

CO Fatal em altas doses. Afeta sistemas nervoso, cardiovascular e respiratório. Dificulta o transporte de oxigênio no sangue, diminui os reflexos, gera sonolência

O3 Irritações na garganta, olhos e nariz, aumento da incidência de tosse e asma.

Hidrocarbonetos Sonolência, irritação nos olhos, tosse

Aldeídos Irrita olhos, nariz e garganta. Provoca náuseas e dificuldade respiratória.

Material particulado (da queima de carvão)

Irrita olhos, nariz e garganta. Provoca náusea e dificuldades respiratórias.

  

Aumento do Efeito Estufa e Alterações Climáticas

A crescente consumo de combustíveis fósseis também está alterando o equilíbrio do planeta proporcionado pelo "efeito estufa", fenômeno que permite manter uma temperatura terrestre favorável à existência biológica. Contudo, a temperatura média da Terra responde ao aumento da concentração de gases de efeito estufa, pois esses gases, embora não possuam a capacidade de absorver a radiação proveniente do sol, podem reter a radiação de retorno, amplificando os efeitos do fenômeno produzido naturalmente.

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Entre os gases de efeito estufa mais conhecidos estão o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O) e os clorofluorcarbonos (CFCs). Os óxidos de nitrogênio (NOx), o monóxido de carbono (CO), os halocarbonos e outros de origem industrial como o hidrofluorcarbono (HFC), o perfluorcarbono (PFC) também são exemplos de gases de efeito estufa.

Segundo o Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC), o aumento de dióxido de carbono em decorrência da intensificação das atividades industriais foi o principal fator que contribuiu para elevar a média da temperatura entre 0,4ºC e 0,8ºC na superfície do planeta durante o último século. O relato da Academia Nacional de Ciências (NAS) dos Estados Unidos durante a realização do Fórum Econômico, na Suíça, em janeiro de 2000, confirmou que a temperatura média global nos dias atuais é substancialmente maior que a taxa média de aquecimento durante todo o século XX.

A contribuição desses gases para o aumento da temperatura global depende do tempo de sua permanência na atmosfera e da interação com outros gases e com o próprio vapor d'água natural do planeta. O dióxido de carbono é o principal agente da mudança em vista do tempo de dispersão muito longo e da quantidade gerada pelas atividades antropogênicas. O metano, embora tenha período curto de permanência na atmosfera, possui expressiva contribuição no aumento do efeito estufa porque absorve maior quantidade do calor irradiado pela Terra. Calcula-se que o metano tem um potencial de aquecimento atmosférico 56 vezes maior do que o dióxido de carbono. Os óxidos nítricos, em menor proporção, também têm a mesma característica de reação fotoquímica com a luz solar, promovendo a formação de ozônio de baixa altitude.

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Chuvas ácidas

Os principais ácidos da chuva são o sulfúrico (H2SO4) e o nítrico (HNO3), formados pela associação da água com dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio (NOx), produtos da queima de combustível fóssil, que podem ser carregados pelo vento por distâncias superiores a 1.000 quilômetros do ponto de emissão, ocasionando chuvas ácidas distantes da fonte primária de poluição, o que acaba se tornando um problema sem fronteiras territoriais.

O dióxido de enxofre e os óxidos de nitrogênio podem causar danos tanto pela precipitação seca, que se depõe sobre a vegetação e as estruturas (monumentos, prédios, etc.), como pela precipitação úmida, dissolvidos na chuva ou em vapores d'água atmosféricos. Para a saúde humana os principais danos causados pela ingestão de água ou alimentos contaminados por metais pesados presentes na chuva ácida são os problemas neurológicos.

Há, normalmente, fluxos naturais de enxofre e nitrogênio causados pelas emissões vulcânicas, pela queima de biomassa e pela iluminação solar. São fluxos uniformemente espalhados, que não causam grandes precipitações. O fator significativo aqui também são as ações humanas porque o fluxo derivado destas é concentrado em poucas regiões industriais, porém tem a desvantagem adicional de poder se espalhar e afetar a população de outras regiões, dependendo do regime dos ventos. 

Vazamentos de Petróleo

No caso brasileiro, além do lixo, dos esgotos lançados in natura e de materiais contaminados oriundos das dragagens portuárias, a ocorrência crescente de vazamentos de petróleo têm sido um fator crescente de poluição dos ecossistemas costeiros.

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Quando o vazamento ocorre em alto mar, existe todo um processo que pode ocorrer com a mancha provocada, fazendo com que ela se disperse antes de chegar à costa. Como o óleo é menos denso do que a água, ele tende a flutuar, atingindo uma grande superfície. Neste processo, os compostos mais nocivos evaporam, pois são muito voláteis, e as partes mais pesadas dos hidrocarbonetos, com o batimento das ondas se agregam a pequenas partículas em suspensão no oceano, sedimentando lentamente.

Para o ecossistema marinho, o custo desses vazamentos pode representar o comprometimento no longo prazo da diversidade biológica e genética, composta por organismos e plantas que formam a base da cadeia alimentar e são responsáveis pela dispersão intra e inter-oceânica das espécies. Uma alteração significativa do ambiente oceânico poderá agravar a diminuição dos principais estoques pesqueiros, já considerados sob risco uma vez que 70% deles são superexplorados ou estão em seu limite biológico de reprodução. Outro sinal visível da degradação dos ambientes oceânicos é a descoloração dos recifes de coral.  

Desmatamento e Desertificação

O desmatamento promovido para obtenção de fontes energéticas (madeira e carvão) e a transformação de florestas em terrenos cultiváveis reduziram em 70% o parque florestal europeu e asiático entre os séculos XIX e início do século XX. De um total estimado em 62,2 milhões de quilômetros quadrados, restam somente 33,4 milhões de florestas. Atualmente, 46% das matas nativas do planeta estão sob o mesmo risco de destruição pelo desmatamento que consome, todo ano, 17 milhões de hectares de florestas tropicais, de acordo com o WWF e o Centro Mundial de Monitoramento e Conservação (WCMC).

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As queimadas para prática de técnicas agropecuárias são a principal forma de desmatamento. A expansão de áreas urbanas, a construção de malhas viárias e a implantação de projetos hidrelétricos ou para extração de minérios, além do comércio de madeira, incluindo o ilegal, que movimenta aproximadamente U$ 6 bilhões por ano, também contribuem para a desvastação. O manejo inadequado da terra e uso excessivo de fertilizantes, somados ao desmatamento da cobertura vegetal, também são responsáveis pela desertificação de áreas extensas ao redor do planeta, particularmente na África, onde mais da metade do território são de terrenos semi-áridos, áridos ou desérticos. No Brasil, onde a perda de terras cultiváveis chega a U$ 4 bilhões ao ano, a desertificação já compromete 980 mil quilômetros quadrados. Durante a década de 1990, segundo o WRI, foram perdidos 562 milhões de hectares de terra férteis, o que representa 38% da área total plantada no mundo.

De todo modo, a destruição das florestas por queimadas ou desmatamento acarreta um duplo impacto ambiental porque as queimadas desprendem uma grande quantidade de dióxido de carbono e os desmatamentos, ao retirar a cobertura vegetal, reduzem a quantidade de água evaporada do solo e a produzida pela transpiração das plantas, acarretando uma diminuição no ciclo das chuvas. Além de provocar os efeitos climáticos diretos, o calor adicional pode destruir o húmus (nutrientes, microorganismos e pequenos animais) que promove a fertilidade do solo. Os efeitos da destruição já são sentidos inclusive nas áreas urbanas, onde o desmatamento das margem dos rios aumenta progressivamente o grau de erosão dos terrenos ribeirinhos, reduzindo a vazão da água e a qualidade do abastecimento. Em várias cidades, como Piraciba (SP), as prefeituras têm recorrido ao reflorestamento com espécies nativas para tentar reverter o processo de degradação e conter os riscos de desabastecimento.

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Portugal e os derrames de Petroleo

Em Portugal aconteceram desde 1974 mais de 90 incidentes de poluição marítima; 20 originaram contaminação do litoral e 4 foram grandes acidentes/derrames. O último grande  acidente aconteceu em Porto Santo no Arquipélago da Madeira com o navio Aragón em 1989 derramando 30 000 toneladas de petróleo bruto. Recentemente, em Outubro 1999 o cargueiro Courage encalhou partiu-se em dois em S.Jacinto,  Aveiro com 150 toneladas de combustível a bordo. No entanto a situação que foi controlada, com alguma sorte, sem muitas consequências ambientais . Em Dezembro de 2000 o navio chinês Coral Bulker, com mais de 690 toneladas de hidrocarbonetos encalhou perto do porto de Viana do Castelo em sequência de uma avaria na casa das máquinas. E neste Inverno rigoroso aconteceram bastantes acidentes marítimos na costa portuguesa (continente e ilhas) com perdas humanas e materiais.

As consequências de um acidente podem ser catastróficas num país e numa região virado para o turismo, por exemplo. Um cenário como um acidente de um petroleiro no Cabo de S.Vicente, nomeadamente em época pré-balnear, poderia ser um desastre em termos ambientais e sócio-económicos.  Isto  fora as actividades económicas não directamente dependente do turismo como a pesca, a aquacultura desportos náuticos.

Se na direcção dos grandes centros industriais os petroleiros vão carregados e são um risco em termos de acidentes, é sobretudo quando voltam lastrados que ocorrem mais descargas operacionais. A costa portuguesa é particularmente sensível, não só pela falta de vigilância, mas porque os navios que se dirigem para o Mediterrâneo e não efectuaram descargas para estações de tratamento preferem fazer tais descargas na nossa costa. Em Portugal o Plano de Emergência em vigor é o PML - Plano Mar Limpo. Este plano, estabelece um dispositivo de resposta a situações de derrames de hidrocarbonetos ou outras substâncias perigosas ao definir responsabilidades das entidades e competências das autoridades encarregues da execução das várias tarefas necessárias.

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Quais são as maores ameasas na Europa

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Quais são as maiores ameaças?

 

Espécies não-indígenas

Poluição resultante de actividades terrestres: a maior parte da poluição marinha e costeira tem origem terrestre, através dos resíduos municipais, industriais e agrícolas e do escoamento de águas da agricultura, que são responsáveis por 80% da poluição marinha. As águas dos esgotos e as águas residuais, os pesticidas, os metais pesados e o petróleo, trazidos pelos rios ou lançados directamente no mar, têm efeitos graves na saúde humana e nos ecossistemas costeiros.

Em meados dos anos 80, uma espécie de medusa (Mnemiopsis leidyi), introduzida acidentalmente no Mar Negro pela água de lastro de um navio, invadiu o Mar. Atingiu rapidamente um peso total de 900 milhões de toneladas (dez vezes superior à captura anual de peixes a nível mundial).

As marés negras, como a provocada pelo recente acidente do Prestige, mostraram bem a dimensão dos danos causados ao ambiente costeiro. A poluição não acidental, devido ao tráfego de petroleiros, bem como a poluição atmosférica causada por barcos constituem graves ameaças para o ambiente marinho.

As espécies Dreissena polymorpha ou mexilhão zebra, oriundas do Mar Negro, foram introduzidas na Europa do Norte e Ocidental , nomeadamente na Irlanda e no Mar Báltico. Estas espécies perturba a vida aquática de origem e fixam-se em massa nas superfícies duras.

Sobreexploração: é um problema frequente em todo o mundo. Uma percentagem superior a 70% das unidades populacionais de peixes comercialializáveis foi já pescada, sobreexplorada ou mesmo esgotada. A pesca comercial pode também danificar habitats sensíveis como os leitos de rodólitos, os campos de posidónias e os recifes de águas profundas. Além disso, a captura acidental de espécies marinhas como os botos, as baleias, os golfinhos e as tartarugas do mar mata milhares de indivíduospor ano. Mais de 2000 golfinhos e botos morrem por essa razão, só no Mar da Escócia.

O Caranguejo Verde Europeu (Carcinus maenus), oriundo das costas europeias do Atlântico, foi introduzido no Sul da Austrália, África do Sul, Estados Unidos da América e Japão. Entra em competição com os caranguejos locais e ocupa o seu lugar, tornando-se uma espécie dominante nas zonas colonizadas.

Degradação costeira: a urbanização, a construção de estradas, as actividades portuárias e marítimas, a dragagem, a mineração, a agricultura nas zonas costeiras, a silvicultura e a aquacultura, entre outros, continuam a reduzir, fragmentar ou degradar os habitats costeiros e provocam uma redução do número de plantas e animais, o que conduz à extinção de espécies locais e regionais.

O Neogobius melanostomus provém dos Mares Negro, Asov e Cáspio e foi introduzido no Mar Báltico e na América do Norte. Entra em competição com os peixes de origem, incluindo espécies importantes do ponto de vista comercial, e torna-se predador dos seus ovos e dos peixes jovens.

Espécies não-indígenas invasoras: a sua introdução representa uma das maiores ameaças para o ambiente marinho em geral. As espécies não-indígenas são transportadas por todo o mundo na água de lastro dos navios. Depois de lançadas em novos meios, podem ter efeitos devastadores na biodiversidade marinha e nos ecossistemas locais. Todos os anos, 7000 espécies diferentes são transportadas deste modo por todo o mundo.

A espécie Cercopagis pengoi, oriunda dos Mares Negro e Cáspio, foi introduzida no Mar Báltico. Reproduz-se para formar uma grande população que domina a comunidade de zooplâncton e se acumula nas redes de pesca e nas redes de arrasto, com o correspondente impacte económico.

Alterações climáticas: A maior parte dos cientistas reconhece que o aquecimento do planeta devido ao efeito de estufa conduzirá a uma elevação das temperaturas regionais e a uma subida do nível do mar, subida essa que pode ser da ordem dos 15 a 95cm até 2010, em consequência da conjugação da evaporação da água dos oceanos com o afluxo crescente de água doce resultante da fusão dos glaciares e capas de gelo. Por sua vez, isto modificará os fluxos de águas superficiais e profundas, a incidência de cheias e o movimento de massas de água marinha como as ondas, as marés e as correntes.

 Eutrofização: Os poluentes ricos em azoto e fosforados, provenientes de actividades humanas, podem ser utilizados pelo fitoplâncton como nutrientes. As grandes massas de fitoplâncton e algas, conhecidas por eflorescências, não permite que a luz chegue à água que se encontra por baixo delas e impede o desenvolvimento das plantas que vivem em zonas mais fundas, diminuindo, assim, a biodiversidade. Essas grandes massas reduzem também o nível de oxigénio, causando a morte a milhares de peixes que não têm ar suficiente para respirar. Essas eflorescências podem também produzir marés de espuma nas praias. Actualmente, há no mundo, ao longo das costas, 150 “zonas mortas”, pobres em oxigénio, cuja extensão vai de 1 a 70 000km2, que se devem sobretudo aos fertilizantes agrícolas.

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Bibliografia

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