FGV / IBRE – As lições do estudo “Excelência com Equidade” - Ernesto Faria

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Financiamento e Gestão Equidade” Ernesto Faria | 2014 DA EDUCAÇÃO NO BRASIL Financiamento e Gestão As lições do estudo “Excelência com

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FGV / IBRE – As lições do estudo “Excelência com Equidade” - Ernesto Faria. Confira mais informações no site do FGV/IBRE: http://bit.ly/1uhtuWP

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Financiamento e Gestão

Equidade”Ernesto Faria | 2014

DA EDUCAÇÃO NO BRASILFinanciamento e Gestão

As lições do estudo “Excelência com

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Excelência com Equidade

As lições das escolas que oferecem uma educação

de qualidade a alunos de baixo nível socioeconômico

Ernesto Martins Faria

Seminário Financiamento da Gestão da Educação no Brasil

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Pergunta:

É possível garantir

resultados de excelência

com equidade com alunos

de baixo nível

socioeconômico?

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A seleção das escolas

0

2

4

6

8

2007 2009 2011

IDEB

IDEB

0

2

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6

8

2007 2009 2011

IDEB

IDEB

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A seleção das escolas

• Apenas escolas com os alunos de níveis socioeconômicos mais baixos;

• Pelo menos 70% dos alunos com nível adequado em matemática e em

língua portuguesa, e no máximo 5% dos alunos no nível insuficiente em

matemática e em língua portuguesa;

• Taxa de participação de pelo menos 70% nas avaliações de matemática

e língua portuguesa;

• Apenas escolas com evolução de 2007 para 2009 e com evolução de

2009 para 2011(somente escolas que fizeram a Prova Brasil em 2007,

2009 e 2011 foram analisadas);

• IDEB mínimo em 2011 de 6,0.

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Escolas

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Escolas

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Escolas

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Resultados do estudo qualitativo

Seminário de Boas Práticas na Educação

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O quê? — Quatro práticas comuns às escolas que

conseguem garantir o aprendizado de todos os alunos

1. Definir metas e ter claro o que se quer alcançar

2. Acompanhar de perto – e continuamente – o

aprendizado dos alunos

3. Usar dados sobre o aprendizado para embasar ações

pedagógicas

4. Fazer da escola um ambiente agradável e propício ao

aprendizado

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Como? — Quatro estratégias-chave usadas por escolas

que obtiveram sucesso ao implementar mudanças

1. Criar um fluxo aberto e transparente de comunicação

2. Respeitar a experiência do professor e apoiá-lo em seu

trabalho

3. Enfrentar resistências com o apoio de grupos

comprometidos

4. Ganhar o apoio de atores de fora da escola

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Depoimentos de professores

• “Tinha uma supervisora que vinha uma vez por mês, sentava no

fundo da sala e só anotava o que eu fazia de errado. (...) Só

passava depois pra Secretaria de Educação, que me chamava e

falava: ‘Olha você está fazendo isso errado’. E não me diziam

como eu tinha que fazer. Aí eu não quis ficar. Falei: ‘Se for assim

a educação, eu não quero’.”– Professor

• “A equipe da Secretaria vem na escola, olha o caderno de todas

as crianças, toma leitura, faz provinha. Aponta os erros pra você,

não vai lá e fala pra outra pessoa.” - Professor

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Depoimento de diretor

• “Aqui, eu não tenho vigia, eu saio da escola, tranco e volto

e ela está inteirinha. Quem olha a escola para mim é a

comunidade, são os vizinhos. Isso foi uma parceria que eu

conquistei. Essa foi uma escola muito invadida, pichada e

chegou a um ponto que eu já não aguentava mais pintar a

parede. Então, eu comecei a chamar a comunidade, queria

que eles ouvissem a nossa proposta. A primeira reunião eu

fiz na quadra e teve um grupo grande. Eu falei: ‘Gente,

precisamos dar uma virada.’” – Diretor

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Depoimento de técnico da secretaria

• “Estava precisando de uma pessoa para dar uma formação

continuada na rede. Eu vou chamar um professor de outro

município? Por que se tenho tantos professores bons? Se eu vejo

nas escolas que tem um professor que é excelente em

matemática, está fazendo um trabalho diferenciado na escola

dele, por que não valorizá-lo? E a gente não se arrepende, não

se decepciona. Normalmente a pessoa se sente mais motivada, o

comprometimento fica ainda maior” – Técnico da Secretaria

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Questão de Pesquisa Fase 2

Quais são os fatores escolares

presentes nestas 215 escolas bem

sucedidas em termos do

desempenho de seus alunos que

atendem a alunos com o baixo

NSE?

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Metodologia - Comparação entre

grupos pareados

2011

Tratamento Controle

Tempo

Qu

ali

dad

e d

a e

du

cação

Já se sabe que

isto ocorreu,

mas quais

fatores

explicam essa

diferença?

2009 2007

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Metodologia – Pareamento no ano

base (2007)

215 Escolas

“Excelência com

Equidade”:

Grupo tratamento

Escolas “igualmente

semelhantes”:

Grupo controle

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Critérios para o pareamento e sua

identificação

Critério de semelhança entre grupos

tratamento e controle

Identificação na PB 2007

Nível da qualidade da educação IDEB 2007

Atendimento a alunos de baixo NSE Mesmo patamar do NSE da escola em 2007,

utilizando-se a classificação do GAME-

UFMG (ALVES; SOARES; SILVA, 2012)

Contexto semelhante, ou seja:

• Escolas numa mesma localidade ou

próximas;

• Escolas participantes de redes de

ensino que atendessem a

aproximadamente o mesmo número

de alunos.

Contexto semelhante, em duas

especificações:

• Escolas situadas no mesmo município ou

município vizinho;

• Escolas situadas em municípios que

atendesse a uma população em idade

escolar com aproximadamente o mesmo

tamanho em 2007 (IBGE, contagem da

população).

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Resultados do estudo quantitativo

Seminário de Boas Práticas na Educação

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Integram uma rede de ensino que oferece condições

e apoio para que as mudanças aconteçam

• Concentração de escolas que passaram pelos critérios de indicadores de aprendizagem em

alguns municípios, como Foz do Iguaçu (PR), Patos de Minas (MG), Rio de Janeiro (RJ),

Pedra Branca (CE) e Sobral (CE), ou pelo menos se aproximaram dos critérios, como Toledo

(PR), Sertãozinho (SP) e Novo Horizonte (CE), indica que o caminho para o sucesso

depende – e muito – do apoio da rede de ensino.

• Efeito rede: Escolas que não atingiram metas também obtiveram melhorias como resultado

da melhoria da gestão da rede.

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Gestão dos recursos com foco na garantia das

condições de aprendizagem

• Redes de Foz do Iguaçu (PR), Pedra Branca (CE) e Sobral (CE) conseguem recursos dos

programas de adesão do governo federal, principalmente por meio do “Plano de Ações

Articuladas” (PAR) e por meio da articulação com o governo estadual, observação confirmada

pelo estudo quantitativo.

• Há também pouca ou nenhuma ocorrência de problemas que afetam o funcionamento dessas

escolas, como a insuficiência de professores, de pessoal administrativo ou de recursos

pedagógicos, aspectos que refletem a capacidade de articulação das escolas com as

Secretarias de Educação.

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Possuem boas condições para o ensino e procuram

garantir um bom clima escolar para mantê-las

• Escolas do “Excelência com Equidade” apresentam condições de ensino muito melhores do

que as escolas do grupo controle: instalações arejadas, melhor estado de conservação de

paredes, telhados, piso e banheiros.

• Além disso, escolas do tratamento também possuem maior número de professores com

Ensino Superior.

• Os dados de infraestrutura indicam a presença de investimentos e uma atenção à

manutenção da boa conservação da estrutura física escolar.

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Contam com uma gestão escolar focada na aprendizagem dos

alunos e se apropriam dos recursos e das condições escolares

em favor do ensino

• Escolas “Excelência com Equidade” focam mais nos aspectos relacionados à aprendizagem dos

alunos: o maior cumprimento do currículo previsto para o ano indica maior eficiência no uso da

carga horária letiva, assim como pode demonstrar um amplo comprometimento com o conteúdo e

as atividades propostos no planejamento e no currículo.

• A avaliação positiva dos diretores pelos professores, em relação aos atributos de liderança, é outro

diferencial das escolas “Excelência com Equidade”.

• O foco na aprendizagem e na gestão voltada ao ensino levou as escolas do estudo a não

apresentarem problemas de aprendizado relacionados à carência de infraestrutura física ou

pedagógica.

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Obrigado!

Ernesto Martins Faria

[email protected]