Fichamento Costumes Em Comum

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Fichamento Costumes Em Comum, Edward Thompsom CENTRO DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS HUMANAS LICENCIATURA EM HISTÓRIA Costumes em comum (Estudos sobre a cultura popular tradicional) E.P. Thompson Grupo: Camilla Cássia Cícero Williams Paulino Paiva Rafael dos Santos Wilma Andrade Professora: Beatriz 1ª atividade do 2º GQ Trabalho escrito do seminário “Costumes em comum (Estudos sobre a cultura popular tradicional) E.P. Thompson” apresentado no dia 31 de maio de 2011, componente curricular da disciplina Metodologia da História. Recife 2012 SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO 4 2. PATRÍCIOS E PLEBEUS 6 2.1 A gentry 6 2.2 A gentry e a corrente historiográfica 6 2.3 Paternalismo 7 3. O PATERNALISMO PRESTES A ENTRAR EM CRISE. 8 4. A POSIÇÃO DA IGREJA EM RELAÇÃO ÀS CLASSES 9 5. O TERMO CRIADO PELOS POBRES 10 5.1 A hegemonia 10 5.2 Clientelismo 10 5.3 Corrupções hanoveriana 10 6. CONCLUSÃO 11

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Fichamento Costumes Em Comum, Edward Thompsom

CENTRO DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS HUMANAS LICENCIATURA EM HISTÓRIA 

Costumes em comum (Estudos sobre a cultura popular tradicional) E.P. Thompson 

Grupo: Camilla Cássia Cícero Williams Paulino Paiva Rafael dos Santos Wilma Andrade 

Professora: Beatriz 1ª atividade do 2º GQ Trabalho escrito do seminário “Costumes em comum (Estudos sobre a cultura popular tradicional) E.P. Thompson” apresentado no dia 31 de maio de 2011, componente curricular da disciplina Metodologia da História. 

Recife 2012 

SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO 4 2. PATRÍCIOS E PLEBEUS 6 2.1 A gentry 6 2.2 A gentry e a corrente historiográfica 6 2.3 Paternalismo 7 3. O PATERNALISMO PRESTES A ENTRAR EM CRISE. 8 4. A POSIÇÃO DA IGREJA EM RELAÇÃO ÀS CLASSES 9 5. O TERMO CRIADO PELOS POBRES 10 5.1 A hegemonia 10 5.2 Clientelismo 10 5.3 Corrupções hanoveriana 10 6. CONCLUSÃO 11 7. FONTES: 12 

1. INTRODUÇÃO 

A partir da década de 50 do século XX surge a escola historiográfica que é nomeada como “Nova História” tendo como um dos principais representantes Edward Palmer Thompson (1924-1993) considerado um dos historiadores mais importantes de todos os tempos. Formou-se em história na universidade de Cambridge, serviu na Itália

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durante a Segunda Guerra, de volta ao seu país lecionou na universidade de Leeds e Warwick. Todos os temas reunidos neste livro estão ligados, por caminhos diferentes, ao tema do costume, recua para o século VIII e estuda a cultura consuetudinária inglesa, baseada em práticas e tradições ameaçadas pelo avanço do mercado capitalista. Ele defende a tese de que a consciência e os usos costumeiros eram particularmente fortes neste século. Na verdade alguns destes “costumes” eram de criação recente e representavam as reivindicações de novos “direitos”. Os historiadores do século XVI e XVII tem a tendência de ver o século XVIII como uma época em que esses costumes estavam em declínio, juntamente com a magia, a feitiçaria e superstições semelhantes. Havia pressões para um “reformar” e profunda alienação entre a cultura patrícia e plebe. A consequência segundo Peter Burke foi o surgimento do folclore (observadores da alta sociedade, “gentry”, investigavam a “pequena tradição” plebeia, registrando seus estranhos hábitos e ritos, vistos como “antiguidades”, resíduos do passado). Denominados até como “Costume de almanaque”. Exemplos: Well-dressings – costume religioso em que os poços de água eram decorados com arranjos florais para agradecer o suprimento abundante de água pura. Rush-bearings – cerimônia anual em que se levava junco para a igreja a fim de espalhar pelo chão ou decorar as paredes. Harvest-homes – festa do final da colheita. Skimimgton ridings – procissão para ridicularizar uma esposa ou esposo infiel. 

“Costume” e “cultura” segundo Thompson “O costume era a segunda natureza do homem” (Costumes em comum, pág.14) “Não podemos esquecer que “cultura” é um termo emaranhado, que, ao reunir tantas atividades e atributos em um só feixe, pode na verdade confundir ou ocultar distinções que precisam ser feitas. Será necessário desfazer o feixe e examinar com mais cuidado os seus componentes: ritos, modos simbólicos, os atributos culturais da hegemonia, a 

transmissão do costume de geração para geração e o desenvolvimento do costume sob formas historicamente específicas das relações sociais e de trabalho.” E.P. Thompson 

“Para que a sociedade seja feliz e o povo tranquilo nas circunstâncias mais adversas, é necessário que a grande parte dele seja ignorante e pobre. O conhecimento não só amplia como multiplica nossos desejos [...] Portanto, o bem-estar e a felicidade de todo Estado ou Reino requerem que o conhecimento dos trabalhadores pobres fique confinado dentro dos limites de suas ocupações e jamais se estenda (em relação as coisas visíveis) além daquilo que se relaciona com sua missão. Quanto mais um pastor, um arador ou qualquer outro camponês souber sobre o mundo e sobre o que é alheio ao seu trabalho e emprego, menos capaz será de suportar as fadigas e as dificuldades de sua alegria e contentamento.” (Francis Bacon, pág. 15) Mandeville – “o aprendizado da leitura, da escrita e da aritmética é muito pernicioso aos pobres” Sobrava então aos pobres à transmissão oral, sua carga de “costumes”. Mas os costumes eram vistos como forma singular. Não se via como consequência de fatos,

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não se percebia a função racional, nas rotinas de trabalho. Muitos eram reforçados pela pressão e protestos populares. “Costume” era tido como uma “boa” palavra, onde a Inglaterra se vangloriava do título de “Antiga e Boa”. Mas Thompsom deixa bem claro o que entendemos como “tradição”, pois o costume neste contexto era um campo para mudanças, disputa e reivindicações. Nesse “costume” havia uma bifurcação que apontava para o que atribuímos hoje como “cultura” e para regras e precedentes que codificados podiam ter força de lei. Esse período tem como plano de fundo a Revolução Industrial, discussões de salários e condições de trabalho. Como exemplo regiões de produtores de tecido do Oeste/ Território dos mineradores de estanho da Cornualha (Black Country). Podemos entender boa parte da história social do século XVIII como uma série de confrontos entre uma economia de mercado inovadora e a economia moral da plebe, baseada no costume. Thompson aponta dois componentes constitutivos da “cultura popular”. “Necessidades” e “Expectativas”. Revolução das necessidades e uma destruição a autoridade das expectativas baseadas nos costumes. 

2. PATRÍCIOS E PLEBEUS Ambos os termos são oriundos da Roma Antiga. Os patrícios faziam parte da nobreza, a chamada aristocracia romana. Os plebeus, do latim, “plebem”, que significa multidão, formava um mundo a parte. O autor usa esse título de forma muito sugestiva e desenvolve sua ideia analisando e problematizando a Inglaterra do século XVIII, expõe o desejo de examinar a relação entre a “gentry” e “os trabalhadores pobres”, que segundo o autor, ambos os termos são vagos. 

2.1 A gentry 

Thompson define a “gentry”: “A gentry proprietária de terra é classificada menos pelo nascimento, ou outras marcas de status, que pelos rendimentos: elas vale tantas mil libras por ano.” Pela leitura do texto, percebemos que nas primeiras seis décadas do século XVIII, a tendência era associar a “gentry” com a terra, o chamado “status de gentry”, fruto do perfil agrário até a década de 1760 na Inglaterra. Esse grupo também possui sua concepção, criaram termos, por exemplo, fidalgos e pobres, quero citar o autor quando escreve sobre isso: “Honra, dignidade, integridade, consideração, cortesia e cavalheirismo eram virtudes essências ao caráter de um fidalgo, e todas derivavam em parte da natureza da vida no campo.” Sobre os pobres a concepção era: “Miseráveis, pequenos fazendeiros vigorosamente independentes, pequenos camponeses, criados da fazenda, artesãos rurais e assim por diante.” 

2.2 A gentry e a corrente historiográfica 

A crítica aos historiadores desse período também está presente nesse capítulo, pois suas fontes principais eram arquivos dessa aristocracia, isso trazia uma visão tendenciosa e uma descrição das relações sociais vistas de cima. Por isso critica: 

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“Os trabalhadores pobres não deixaram os seus asilos repletos de documentos para os historiadores examinarem, nem é convidativo a identificação com sua dura labuta. Ainda assim, para a maioria da população, a forma de encarar a vida não era a da gentry.” 

2.3 Paternalismo 

Thompson afirma que se trata de um conceito impreciso. Imprestável para comparações, paralelos ou contrastes, apenas rotula. Depois, sua própria perspectiva, estabelecida a partir de cima, não comporta uma relação, mas implica o oposto: uma via de mão única, sugerindo manipulação. A história é decidida no nível superior, onde morou a clarividência, a habilidade e a iniciativa, sem se importar com o que vem de baixo, se é que vem alguma coisa. Outro ponto que vale observar é acrescentado por causa da insinuação de solidariedade e coesão entre grupos sociais contrapostos: paternalismo “sugere calor humano, uma relação mutuamente consentida, o pai tem consciência dos deveres e responsabilidades para com o filho, e o filho é submisso ou complacente na sua posição filial”. Em suma, quero citar o autor mais uma vez quando diz: “O paternalismo é um termo descritivo frouxo. (...) Tende a apresentar um modelo da ordem social visto de cima. (...) Confunde o real e o ideal. Isso não significa que o termo deva ser abandonado por ser totalmente inútil. Tem tanto ou tão pouco valor quanto outros termos generalizantes – autoritário, democrático, igualitário – que, em si e sem adições substanciais, não podem ser empregados para caracterizar um sistema de relações sociais.” 

3. O paternalismo prestes a entrar em crise. 

“O trabalho livre trouxera consigo um enfraquecimento dos antigos meios de disciplina social. Assim, longe de uma sociedade patriarcal segura de si, o que o século XVIII presencia é o velho paternalismo prestes a entrar em crise.” (E.P.Thompson) Houve extinção dos serviços prestados em paga pelo arrendamento e o avanço do trabalho livre e assalariado. Os senhores queriam ficar com o melhor do novo e do velho mundo Os trabalhadores pobres apesar da paga em dobro são atrevidos, rebeldes e miseráveis. (desconhecido, costumes em comum, pag.41) Agarravam-se a imagem do trabalhador como um homem não livre “servo”e simultaneamente à imagem do homem livre como vagabundos a serem disciplinados. Queixavam-se quanto à indisciplina dos trabalhadores, sua irregularidade de emprego, sua insubordinação social. O século XVIII testemunha uma crescente área de independência. “assim, a independência da mão de obra e do pequeno empregador em relação ao clientelismo foi alimentada, de um lado, pela conversão de “favores” não monetários em pagamentos e, de outro, pela ampliação do comércio e da indústria...” (E.P. Thompson) A insubordinação dos pobres era uma inconveniência, porém o controle que os gentry exerciam toda a vida continuava enorme e se o paternalismo estava em crise, a revolução industrial mostrava que sua crise deveria passar por várias etapas.

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Resistência contra tentativas de modernização X costumes antigos da plebe. A tradição que defendiam aqueles plebeus por meio de seus costumes levava a movimentos de rebeldia uma vez que aqueles valores pautados nos costumes eram desrespeitados na nova realidade industrial, logo a sociedade de mercado cria uma nova natureza humana que vem causar choques de mentalidades e transformações no costumes. 

4. A POSIÇÃO DA IGREJA EM RELAÇÃO ÀS CLASSES 

Os plebeus (igualmente a burguesia, que ficava longe dos olhos públicos), tinham sua vida afastada pelo olha público. Mas não tinha o lado paternal já que eles necessitam da autoridade do tempo, do espírito e do psicológico, mostrando assim que o sistema é falho. A igreja não desenvolve o papel afetivo e não tem dedicação acarretando o movimento metódico, o ter que mudar a forma de agir, não impõe mais medo na população, porém o que continuou não trouxe idolatria papista. Com isso a plebe saiu dessa “ignorância” (leigo) para a liberdade psíquica com o acompanhamento da igreja, de forma negativa. Mesmo com todo o conceito da igreja para os clérigos não fazerem rituais ou seitas, os padres aprendiam que o folclore não traz consequências. A igreja faz rituais e festivais que são anexados em seu próprio calendário. A igreja anglicana do século XVIII não “chamava” os filhos dos pobres para exercer a função do clérigo sem ela temporal ou afetiva. Enquanto aos bispos quando recebia honra política, os familiares da “gentry” ficavam claros o poder da igreja. Indica-se a tentativa de distinguir o “trabalho do lazer”. A igreja já não tinha o controle do lazer dos pores, do outro lado saí do controle as festividades sociais, para dá inicio ao folclore. Nesse momento a igreja não mostra aquela dominação à população. A igreja faz seu próprio calendário para os meses mais leves se aproximando do inverno até a primavera, natal até páscoa. O calendário coincide com o calendário agrário, as aldeias wakes, onde todas caiam em maio e dezembro, caindo algumas em agosto e setembro. Quando as festas não eram pagãs, acrescentavam funções. Mostra o declínio que a igreja vive em meio à época existente, já que ela deixa de existir de acordo com o estado, ficando de lado pela própria população inglesa. Esse renascimento, depois de tudo novo não tenha sido bastante explorado. As festividades da igreja católica se transformavam em seculares a partir do século XVIII. Declínio da cultura plebeia. Inicia-se a cultura plebeia, pois eles realizavam motins (não rebeliões), ações diretas. Mostra a diferença do anônimo para a revolta. A Inglaterra se torna o teatro de terror, recordando que anteriormente, “tinha” à afinidade entre o simbolismo político e a população. A relação de classes. 

5. O termo criado pelos pobres 

É o pensamento dos gentry (paternalismo) aos pobres , ou seja, são as dificuldades regidas pela gentry, baseado no poder sobre a ideologia e a cultura em cima da sociedade plebeia. 

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5.1 A hegemonia Essa hegemonia baseou-se no imperialismo comercial-uma exploração dos seus próprios funcionários - no período da revolução industrial, precisamente na Inglaterra hanoveriana, como referência caracterizada a uma historiografia Marxista. Que nesse tempo, apareceu a fraqueza dessa hegemonia Gentry e também a força plebeia, onde a negociação entre as autoridades e os plebeus deram inicio. Essa combinação específica de fraqueza e força criou a "ILUMINAÇÂO GERAL", o teatro da hegemonia cultural e escreveu o seu roteiro paternalista e libertário. No entanto, os problemas, especificavam as dificuldades entre as relações das sociedades ricas com as pobres. Na qual nesse tempo surgi uma pergunta: Que sentindo emprego o conceito de hegemonia cultural? A resposta pode ser tanto teórica como prática, porque apesar da distância entre a classe Plebeia (Os pobres) e a classe Elite(Os ricos, os governadores, o clero etc.) eles sempre mantiveram presos como uma força em comum. Pois, uma depende da outra... Mesmo com todos esses paradigmas, Edward Palmer Thompson, argumenta que... Mesmo com todo esse procedimento popular, alguns círculos estruturalistas e marxistas na Europa Ocidental, que a hegemonia impõe uma abominação abrangente aos governados mas não na Inglaterra, e não no século XVIII. Pois, assim como as elites, as baixas sociedades blasfemam contra a hegemonia da gentry. Esse conflito simbólico só adquire seu significado no âmbito de um determinado equilíbrio de relações sociais. 

5.2 Clientelismo É a forma do pensamento entre os finais da guerra napoleônica, onde o autor colhe estratégias de manipulação da lei numa sociedade que começa a viver as novas imposições do capitalismo na qual o surgimento a consolidação de um novo público burguês consciente de si mesmo. 

5.3 Corrupções hanoveriana É um período em que a classe média na política urbana, numa população que pensava no regime nacionalista, legalista e imperialista. Acreditando, honrando o rei e a igreja em um contraste de um povo blasfemador, regicídios na Inglaterra. Na luta contra o patriotismo. Onde assim segue com o capítulo III.O costume, lei e direito comum. Na qual os costumes e a noção de direitos, uma sofisticada discussão da lei, dos motins da fome, das alterações trazidas pelo capitalismo ao tempo de trabalho e as manifestações da cultura popular. 

6. CONCLUSÃO 

O estudo deste livro, de outras obras de E.P. Thompson e abordagens de outros autores sobre suas ideias, abre mais nossos olhos de “historiadores”. Pelo fato de que não devemos nos conformar com tudo que nos é proposto, mas questionar, pesquisar, buscar os problemas e os processos históricos. Assim como sua crítica a obra de Marx (o capita), Thompson diz que “a industrialização seria resultado de um processo histórico real e a grande indústria moderna é um resultado (histórico) da luta de classes”. (A miséria da Teoria) Acreditamos ter abordado bem o assunto proposto. Mais uma vez visualizamos que várias tendências políticas, econômicas e sociais permanecem no mundo contemporâneo, outras desaparecem, mas sempre estarão ligadas com esse homem

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cultural. 

7. FONTES: 

Costumes em comum (Estudos sobre a cultura popular tradicional) Thompson, E.P. As peculiaridades dos ingleses e outros artigos – Thompson, E.P. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2001. *parágrafo II comentado por Sergio Silva

(2013, 05). Fichamento Costumes Em Comum, Edward Thompsom. TrabalhosFeitos.com. Retirado 05, 2013, de http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Fichamento-Costumes-Em-Comum-Edward-Thompsom/873674.html