Fichamento de Pratica Docente. Curriculo e Avaliação
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AGES
FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAISLICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
ALAN SILVA OLIVEIRA
DOCUMENTOS DE IDENTIDADE: UMA INTROCUÇÃO ÀS TEORIAS DOCURRÍCULO
Fichamento apresentado no curso deCiências Biológicas da Faculdade AGES comoum dos pré-requisitos para a obtenço da nota
parcial da disciplina !ratica educati"a ###$a"aliaço e curr%culo no &' per%odo( soborientaço do !ro)* +amon Ferreira*
Paripira!aO"#"$r% &' ()*+
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S#,A( .oma/ .adeu* Documento de identidade: uma introdução às teorias do currículo. &
ed* 01 reimp* Belo hori/onte$ Autêntica* &112*
3 modelo de curr%culo é intrinsecamente atrelado a pedagogia e( por sua "e/( a pedagogia é
inerente da )ormaço da identidade das pessoas que usu)ruam desde modelo( logo( as teorias
de curr%culo so ine"ita"elmente quest4es de poder*
Segundo Sil"a 5&1126 quando se concebe uma teoria é claro que( enquanto uma discursi"a(
a perspecti"a do progenitor da mesma sobre determinada realidade( elemento( )ato ou
acontecimento est7 su8eita a sub8eti"idade da perspecti"a do autor de como de"a ser a tal
realidade* .endo assim( ine"ita"elmente( as teorias curriculares esto su8eitas a relati"idade da
"iso e da de)iniço dos di"ersos autores e( que o conceito de curr%culo é muito amb%guo parade)inir seu sumo* Contudo( toda"ia( qualquer teoria do curr%culo busca saber qual o
conhecimento de"e ser ensinado* 9esta )orma( para elucidar tal questo( as di"ersas teorias
curriculares podem recorrer :s discuss4es sobre a nature/a humana( a nature/a da
aprendi/agem ou a nature/a do conhecimento( da cultura e da sociedade* 9esta )orma( o ;<***=
curr%culo é sempre o resultado de uma seleço$ de um uni"erso mais amplo de conhecimento e
saberes <***=> 5S#,A( &112( p*0?6*
.endo assim( cada teoria curricular busca legitimar( de certo modo( determinado con8untode conhecimentos que sero ensinados( logo( constitu%ram os arcabouços cogniti"os da
daqueles que usu)ru%rem desde ou daquele modelo curricular( ou se8a( ine"ita"elmente( e
intrinsecamente( os modelos curriculares so atrelados as quest4es de identidade e
sub8eti"idade* En)im( pela perspecti"a pós-estruturalista( pode-se alegar que o curr%culo é uma
questo de poder( pois( quando as teorias curriculares procuram de)inir o que o curr%culo
in)luenciam nos par@metros da sociedade* 5S#,A( &1126* 9e certo modo(;<***=( todas as
teorias pedagógicas educacionais e as de)erentes pedagogias( em di)erentes épocas( bem antes
da institucionali/aço do estudo do curr%culo como campo especiali/ado( no deia"am de
)a/er especulaç4es sobre curr%culo( mesmo que no utili/assem o termo*> 5S#,A( &112( p*&06
Entretanto( estritamente( o curr%culo como 7rea de estudo emergiu pela contribuiço de
Bobbitt(5apud S#,A( &112( p*&6 que ;<***= propunha que a escola )uncionasse da mesma
)orma que qualquer outra empresa comercial ou industrial>* Em outro "%eis de teoria
tradicional( que corrobora por parte com Bobitt( .ler 5 apud S#,A( &1126 acredita"a que a
educaço de"eria )uncionar de acordo com os princ%pios da administraço cient%)ica* Embora(
em outra "ertente mais progressista( Dohn 9ee( que di)erente Bobbitt( acredita"a ;a
educaço no era tanto uma preparaço para a "ida ocupacional( com um local de "i"ência e
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pr7tica e pratica direta de princ%pios democr7ticos> 5apud S#,A( &112( p* &6* Entretanto( a
teoria de 9ee no in)luenciou tanto quanto a de Bobitt tanto( pois( a de "iso tecnocr7tica
de bobitt no é abstrata( e dar a entender que para de)inir o curr%culo era si pesquisar e mapear
os conhecimentos necess7rios para eercer di"ersas pro)iss4es*
As teorias cr%ticas e pós-cr%ticas( no esto centradas na inércia das teorias tradiç4es( desta
)orma( argumentam e debatem a implicada relaço do curr%culo e o poder* Em uma "ertente
)ilosó)ica de critica ao curr%culo( ;<***= argumenta Althusser( a permanência da sociedade
capitalista depende da reproduço de seus componentes propriamente econmicos <***= e da
reproduço de seus componentes ideológicos> 5S#,A( &112( 06* E elucida que ;<***=
ideologia atua de )orma discriminatória$ ela inclina as pessoas das classes subordinadas :
submisso e : obediência( enquanto as pessoas das classes dominantes aprendem a comandar e a controlar*> 5S#,A( &112( &6* relata que a;<***= escola e as relaç4es sociais do local de
trabalho que a educaço contribui para reproduço das relaç4es sociais de produço da
sociedade capitalista*> 5S#,A( &112( 6* Entretanto( para Bourdieu e !assaron ;<***= a
reproduço social est7 centrada no processo de reproduço cultural*> 5S#,A( &112( H6( pois$
;3 curr%culo da escola est7 baseado na cultura dominante$ ele se epressa na linguagem
dominante( ele é transmitido atra"és do código cultural dominante*> 5S#,A( &112( ?6*
;3 mo"imento de recomceptuli/aço eprimia uma insatis)aço crescente de pessoas docurr%culo com os par@metros tecnocr7ticos estabelecidos pelos modelos de Bobbitt e .ler>
5S#,A( &112( p*26 este mo"imento( em uma maneira sintética( era composto pelo "iés
)enonelógico e marista* !rimeiro( a ;<***= perspecti"a )enomenológica( o curr%culo no é(
pois( constitu%do de )atos( nem mesmo de conceitos teóricos e abstratos$ o curr%culo é um local
no qual docente e aprendi/es têm a oportunidade de eaminar( <***= aqueles signi)icados da
"ida cotidiana <***=> 5H16 e( em outra etremidade( ;<***= ponto de "ista marista( parar tomar
um outro eemplo( a ên)ase na e)iciência e na racionalidade administrati"a apenas re)letia adominaço do capitalismo sobre a educaço e o curr%culo( contribuindo para a reproduço das
desigualdades de classes*>5S#,A( &112( I6* 3 "iés )enomelógico é antagnico ao "iés
marista( pois( como se nota( o )enomelógico é )incado na sub8eti"idade e é pouco aneado a
princ%pios pol%ticos*
A cr%tica neomaristas de Jichael Apple partiu inicialmente dos elementos centrais da
cr%tica marista da sociedade( contudo( é uma cr%tica mais male7"el( como se obser"a na
an7lise de Apple$
A questo no é saber qual conhecimento é "erdadeiro( mas qual conhecimento é
considerado "erdadeiro* A preocupaço é com as )ormas pelas quais certos
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conhecimentos so considerados como leg%timos( em detrimento de outros( "istos
como ileg%timos* 5apud p*HK S#,A( &1126
Em contraste com Apple( Girou "olta seus trabalhos em consideraço : cultura como um
agente pol%tico( pois segundo S#,A5&112( p*?H6$ ;A escola e o curr%culo de"em ser locais
onde os estudantes tenham a oportunidade de eercer as habilidades democr7ticas da
discusso e da participaço de questionamento do pressuposto do senso comum da "ida
social*>
3 Brasil no )icou isento dos mo"imentos recomceptualista( pois( segundo Sil"a 5&112(
p*?L6 !aulo )reire ataca ;<***= a ên)ase ecessi"a num "erbalismo "a/io( oco( o conhecimento
epresso no curr%culo tradicional est7 pro)undamente desligado as situaço eistencial das
pessoas en"ol"idas no ato de conhecer>* Mota-se a postura de )reire caramente "oltada para o"iés )enomenológico*
9i)erentemente da "iso )ilosó)ica de )reire e de outros de perspecti"as epistemológicas
;<***= para MSE( no consiste em saber qual conhecimento é "erdadeiro ou )also( mas em saber
o que conta como conhecimento*> 5S#,A( &112( p*?L6* Entre os autores que comp4em este
mo"imento( Bernstein usa"a o 8argo ;classi)icaço> : separaço entre as di"ersas 7reas de
conhecimento( e o ;enquadramento( outro termo de Bernstein( signi)ica o controle de
transmisso por parte do pro)essor* Sendo ele acredita que a distinço das classes é peladi)erença de códigos( e que( segundo Sil"a 5&112( p*2I6$ ;3 código é implicitamente
aprendido da maior ou menor classi)icaço do curr%culo ou atra"és do maior menor
enquadramento da pedagogia* a estrutura do curr%culo <***= determina quais modalidades do
código sero aprendidas*>
Nma tem7tica problem7tica que implica nas di)erentes perspecti"as criticas curriculares dos
autores 87 citados é o curr%culo oculto( o qual segundo Sil"a5&112( p*2L6$;o curr%culo oculto é
constitu%do por todos aqueles aspectos do ambiente escolar que( sem )a/er parte do curr%culo
o)icial( eplicito( contribuem( de )orma impl%cita( para aprendi/agens sociais rele"antes*>
9i)erente das teorias cr%ticas que criticam as teorias tradiç4es pelas suas posturas neutras
sobre a legitimidade( as teorias pós-criticas( ou se8a( apóiam o curr%culo multiculturalismo( o
qual segundo Sil"a 5&112( p* I?6$ ;<***= o multiculturalismo é um mo"imento leg%timo de
rei"indicaço dos grupos culturais dominados no interior daqueles pa%ses para terem suas
)ormas culturais reconhecidas e representadas na cultura nacional*> E ainda ressalta a
amplitude do mo"imento$ ;3 mulculturalismo mostra que o gradiente da desigualdade em
matéria de educaço e curr%culo é )unço de outras din@micas( como as de gênero( raça e
seualidade( por eemplo( que no podem ser redu/idas : din@mica de classe> 5&112( p*L16*
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.endo a premissa do multiculturalismo elucidado( e demonstrando a lacunas nas teorias
cr%ticas é necess7rio eplanar as din@micas dos grupos dominados constituintes do mo"imento
multiculturalista* As rei"indicaç4es pedagógicas )eminista( pois$;3 curr%culo é( entre outras
coisas( um arte)ato de gênero$ um arte)ato que( ao mesmo tempo( corpori)ica e produ/
relaç4es de gênero*> 5S#,A( &112( p*L26 da mesma )orma( implica a ;<***= a teoria queer( de
)orma mais geral( a pedagogia queer também pretende estender sua compreenso e sua an7lise
da identidade seual e da seualidade para a questo mais ampla do conhecimento> 5S#,A(
&112( p*01I6* Saindo da "ertente seual( segundo Sil"a 5&112( p*01&6$;3 conhecimento sobre
e etnia incorporado no curr%culo no pode ser separado daquilo que as crianças e os 8o"ens se
tornaro como seres sociais*> Esse mo"imento rei"indica da inserço das suas culturas nos
curr%culo*Jo"imento que contribuem( em suas "ertentes( para a cr%tica do curr%culo e inserço das
di)erentes culturas mo curr%culo )oi pós-modernismo( pois$ ;3 pós-modernismo no apenas
tolera( mas pri"ilegia a mistura( hibridismo e mestiçagem O de cultura( de estilo( de modo de
"ida*> 5S#,A( &112( 00H6 da mesma )orma(em sua respecti"a contribuiço( a teoria pós-
colonial( pois segundo Sil"a 5&112( 0&K6$ ; A teoria pós-colonial( 8untamente com o
)eminismo e as teori/aç4es cr%ticas baseadas em outros mo"imentos sociais( como o
mo"imento negro( rei"indica a incluso das )ormas culturais e sociais so marginali/adas<***=>Sem esquecer que os ;<***= Estudos Culturais pretendem que suas an7lises )uncionem como
uma inter"enço na "ida pol%tica e social*> 5S#,A( &112( 0H6*
3 curr%culo tradicional é( inega"elmente( um con8unto de seleç4es )eitas pela elite
dominante( a qual pri"ilegia sua cultura( conhecimentos( e que permite a essa seleta minoria
dominante reprodu/ir a desigualdades( e padr4es econmicos( e culturais que( desta )orma(
perpetuam a di"iso de classes( marginali/aço das culturas dos grupos dominados* As teorias
cr%ticas e pós-criticas procuram solapar essa estrutura elitista e seleti"a*Par','r ,ri#i,%:
A presente obra no arranha nem sequer a super)%cie das discuss4es sobre as di)erentes
concepç4es( teorias do curr%culo* !ois( tal é a gama de di"ersidade( e a compleidade do
emaranhado de teorias do curr%culo* Entretanto( demonstra se uma ecelente obra introdutória
sobre o curr%culo( pois( possibilitou uma le"e( mas clara "iso geral de boa parte da discusso
sobre as teorias( mo"imentos( in)luências( desen"ol"imentos e concepç4es do curr%culo* Nma
obra que me enriqueceu academicamente e pessoalmente sobre o modelo curricular "igente*