Fichamento - Individuo Comunidade Contraposição Real Aparente (Agnes Heller)

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Fichamento de texto de Agnes Heller - Individuo e Comunidade: Contraposição Real ou Aparente?

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Relao Indivduo-Sociedade = Relao Indivduo-Comunidade

Indivduo e Comunidade 1

Relao Indivduo-Sociedade = Relao Indivduo-Comunidade ?

1) Apenas quando a mais alta integrao social tem carter comunitrio

- Famlia clnica: possui um mesmo ancestral comum, real ou estipulado

- Tribo: nao composta por uma federao de cls

2) Pode ocorrer integrao comunitria na diferenciao societria

- Polis antiga: cidados (homens livres) x escravos (presos de guerra, p. e.)

- Estamentos da Alta Idade Mdia: clero, nobres, servos

- Os primeiros burgos no Renascimento

3) Igualdade impossvel a partir do desenvolvimento dos Estados Nacionais

- Morus e Campanella (primeiros utpicos): sociedade-como-comunidade

- Utpicos franceses (Morelly e Fourier) e O Contrato Social de Rousseau: relao indivduo-sociedade mediada por comunidades orgnicas

Relao Indivduo-Comunidade Relao Indivduo-Grupo !

- Relao Indivduo-Grupo pode ser casual do ponto de vista da individualidade, p. e.:

- Bairro onde se vive, profisso que se exerce, fbrica em que se trabalha.

- Converso GrupoComunidade

- A Individualidade constri o grupo de pertencimento

- Todo grupo pode vir-a-ser Comunidade; nem todo Grupo comunidade

- Indivduo pode participar de vrios grupos

- Atividade comum, cooperao na atividade, analogia de interesses e objetivos

Origina uma hierarquizao de seus grupos

Nem todo grupo apresenta hierarquia fixa e estvel de valores

nica norma grupal estvel: seus prprios interesses

So aceitveis ticas pluralistas e contraditrias

- No h margem para esta hierarquizao na relao Indivduo-Comunidade

- Pertence-se a uma, ou poucas

Modos de pertencimento comunidade

- Necessidade exterior: polis, estamentos- Comunidade no pode ser objeto de uma escolha livre

- Onde e quando nascem posio social, hierarquia de valores, individualidade- impossvel transcend-la em individualidade

- Liberdade aumenta no processo de dissoluo de comunidades naturais

- Necessidade interior: sociedade classista pura, sociedade burguesa

- Permite escolha da integrao- Tornar-se mediante a comunidade Ser e escolher a comunidade

- P. e.: aristocrata que adota nome burgus, burgus que se compromete com proletrios

Relao Indivduo-Massa ?- Massa uma categoria heterognea, pela sua composio- H maior homogeneidade em classe, grupo, estamento, comunidade...

- Co-participao de muitos numa ao determinante

- Ao comum idntica X Papel de coristas

- Casual X No-casual Suspenso provisria, ou subordinao temporria, de traos da individualidade

- Grupo ou Comunidade Massa

- Certo nvel de estratificao ou articulao- Pela ao comum que realiza, a massa no estratificada, nem articulada

- Acentua traos, interesses e objetivos idnticos

- Proporciona fundamentao afetiva adicional

- Circunstncias em que aumenta a chance de manipulao: sociedade conformista manipulada- Indivduos pouco desenvolvidos- Comunidade no-estruturada

Uma definio de ComunidadeA comunidade uma unidade estruturada, organizada, de grupos, dispondo de uma hierarquia homognea de valores e qual o indivduo pertence necessariamente; essa necessidade pode decorrer do fato de se estar lanado nela ao nascer, caso em que a comunidade promove posteriormente a formao da individualidade, ou de uma escolha relativamente autnoma do indivduo j desenvolvido (Heller, 1970, p. 70-71)

A contraposio Indivduo-Comunidade real ou aparente?1 Considerao: A pergunta no faz sentido quando se trata de comunidades naturais- A Individualidade se desenvolve precisamente na Comunidade- Perder a Comunidade = perder o ser e o fazer

- Conseqncia: exlio

- Havia contraposies concretas Indivduo-Comunidade nas comunidades naturais

- Ostracismo: represlia ou medida preventiva

- Razes

1) Elevao da Individualidade acima da Comunidade

2) xitos e objetivos particulares a despeito da Comunidade

O risco do banimento injusto no obstava a justeza do ato A expulso um juzo de valor e, como tal, irrevogvel O indivduo reconhece o direito da Comunidade em bani-lo

A contraposio Indivduo-Comunidade real ou aparente?

2 Considerao: Comunidades escolhidas desempenham papel maior nas fases de dissoluo das comunidades naturais- No se trata de uma simples contraposio / oposio- Aspirar uma nova comunidade mediante velha comunidade em dissoluo

- Por exemplo:- Estoicismo (Sto Poikil de Zeno de Cicio) e Epicurismo X eruditismo dos gregos

- Cristianismo X exrcito romano

- Idade Mdia como idade das trevas X movimentos herticos

3 Considerao: O problema surge quando o ser humano converte-se em ser social no necessariamente comunitrio- O indivduo, como tal, fica submetido s leis do movimento das classes

- Leis econmicas convertidas em leis naturais

- Individualidade burguesa seu mximo desenvolvimento

- Interioridade, msica, lrica, dirio

- Padronizao e uso mercadolgico da interioridade

- Indivduos representativos negam esta interioridade

Desdobramentos da possibilidade de desenvolvimento de um ser social no necessariamente comunitrio(Ou: da individualidade burguesa)

1 desdobramento: Transformao da hierarquia moral e social dos valores- Comunidades naturais: ordem fixa e estvel de valores- Cada indivduo a assimila necessariamente

- Antiguidade: sabedoria, coragem, temperana e justia

- Autonomia era dada pela correta aplicao destes valores no caso singular

- Sociedade burguesa: dissoluo das hierarquias de valores

- Ser autnomo + construir uma hierarquia prpria de valores- Hipertrofia do judicirio, biotica, crises de valores

- Interesses e costumes dotados de forte funo avaliativa: valorizao do conformismo2 desdobramento: No obrigatrio pertencer a uma comunidade na sociedade burguesa- A liberdade pessoal o ideal da vida sem comunidade- A auto-conscincia converte-se na defesa explcita (desptica) de interesses privados

- Criar a comunidade de cada um uma possibilidade liberada pela sociedade burguesa

Inclusive para criar meios para abolir a existncia das classes

3 desdobramento: A possibilidade de escolha de uma comunidade depende de escolhas axiolgicas objetivas de que comunidade se aspira- Fin de sicle (sc. XIX): desespero substitui a segurana

- Falta de comunidade vivida como solido, infelicidade- Individualidade burguesa maximamente desenvolvida j neste perodo- Movimento revolucionrio em princpios do sc. XX (Revoluo Outubro)

- Nova sociedade: homem voltar a ser um ente comunitrio