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Fichamento:FRANCO, Maria Laura P. B. Anlise do Contedo. Braslia, 3 edio: Lber Livro Editora, 2008. (Srie Pesquisa; v.6)

IntroduoPrimrdios da Anlise de contedo de mensagens mais antiga do que a sua formalizao com pressupostos epistemolgicos e procedimentais; marcada j nos textos bblicos;Sculo XIX Bourbon (1888-1892): tentou captar expresso das emoes e tendncias da linguagem abre o campo da sistematizao da anlise de contedo coincide com o desenvolvimento da Psicologia, e rea de Psicologia da Educao, desmembrada da Filosofia expresso verbal sero vistos como indicadores indispensveis para a compreenso dos problemas ligados s prticas educativas. (p.8)O desmembramento entre a psicologia e filosofia ocorre pela exarcebao dos critrios de cientificidade aplicveis s cincias naturais; a metodologia empregada orientava-se pela matriz positivista pela construo do mtodo das Cincias Sociais com a caracterizao da observao neutra, objetiva e desligada dos fenmenos.analise de contedo que chega at ns apia-se nos tericos norte-americnos Berelson e Holsti. (p.9)Fatores que ameaaram a validade do procedimento elaborao dos instrumentos para coleta de dados foi visto como conjunto de regras estreis, consumia muito tempo e exibia produto fragmentado Para Franco (2008) decorre da confuso entre questes de mtodo, metodologia e procedimentos metodolgicos. (p.9)Anlise de contedo procedimento de pesquisa metodologia crtica papel ativo do sujeito na construo do conhecimento.1930 nova presso desenvolvimento da lingstica aplicada decorrncia: confuso dos limites dos campos de saber: anlise de contedo versus anlise do discurso e outros..A lingstica estuda a lngua para descrever seu funcionamento. A anlise de contedo procurar conhecer aquilo que est por trs das palavras (Pcheux, 1973) (p.11)Ponto de partida da anlise de contedo a mensagem Mensagem: expressam representaes sociais elaboraes mentais da dinmica na prtica social tem implicaes na vida cotidiana;Deve-se considerar conjuntamente: os afetos, as condutas, os modos como os atores sociais compartilham crenas, valores, experincias afetivas e sociais (MOSCOVICI, 2003), a emisso das mensagens vinculada s condies contextuais de seus produtores (p.12)As condies contextuais: evoluo histrica da humanidade; situaes econmicas e socioculturais nas quais os emissores esto inseridos, acesso aos cdigos lingsticos, grau de competncia para saber decodific-los; (p.12) a contextualizao deve ser considerada como um dos principais requisitos, e mesmo como o pano de fundo para garantir a relevncia dos sentidos atribudos s mensagens. (p.16-17)Pressupostos de assentamento da anlise de contedo: concepo crtica e dinmica da linguagem. Linguagem: construo real de toda a sociedade e como expresso da existncia humana que, em diferentes momentos histricos, elabora e desenvolve representaes sociais no dinamismo interacional que se estabelece entre linguagem, pensamento e ao. Afasta-se de concepo formalista da linguagem que atribui valor exagerado ao contedo observvel, sem levar em conta o latente, a hermenutica e a diferena entre o significado e sentido. (p.13)Significado objeto que pode ser absorvido, compreendido e generalizado;Sentido implica atribuio de um significado pessoal e objetivado, se concretiza na prtica social e se manifesta a partir das representaes sociais, necessariamente contextualizadas. (p.13)o sentido decorrente da semntica, [...] justamente o po cotidiano da anlise de contedo. Semntica, aqui entendida no apenas como o estudo da lngua, em geral, mas, como a busca descritiva, analtica e interpretativa do sentido que um indivduo (ou diferentes grupos) atribuem s mensagens verbais ou simblicas (p.14)Outra considerao: reconhecer que a anlise de contedo requer que as descobertas tenham relevncia terica. Uma informao puramente descritiva no relacionada a outros atributos ou s caractersticas do emissor de pequeno valor. Um dado sobre o contedo de uma mensagem deve, necessariamente, estar relacionado, no mnimo a outro dado [...] Toda a anlise de contedo implica comparaes contextuais relao com alguma forma de teoria (p.16) A histria da anlise de contedo tendncias contnuas e interrelacionadas: Uso crescente da utilizao de anlise de contedo; Crescente interesse por questes tericas e metodolgicas; Aplicao da anlise de contedo a um espectro mais amplo de problemas, especialmente aqueles relativos aos antecedentes e efeitos da comunicao, das mensagens e dos discursos; Uso crescente para testar hipteses em oposio a pesquisas meramente descritivas; ... (p.17-18)

Captulo 1: Algumas idias sobre as bases tericas da anlise de contedo

O ponto de partida: mensagem vincula-se as condies contextuais; (p.19)Toda anlise de contedo implica comparaes contextuais. Operaes de comparao e de classificao implicam o entendimento de semelhanas e diferenas (p.20) pressupe atividade intelectual de abstrao e agrupamento (Piaget) (p.21)Captulo 2 Caractersticas definidorasa. AC procedimento de pesquisa que se situa em delineamento mais amplo da teoria da comunicao (p.23);b. AC permite ao pesquisador fazer inferncia sobre qualquer um dos elementos da comunicao (p.24);c. Elementos bsicos da comunicao: fonte ou emisso, processo codificador que resulta em mensagem e se utiliza de um canal de transmisso; um receptor e um processo decodificador (p.24);d. Inferncias podem ser feitas sobre: as caractersticas do texto; as causas e/ou antecedentes das mensagens; e os efeitos da comunicao;e. Indagar acerca de quem e do por que trabalha com o ponto de vista do produtor da mensagem (p.25);Pressupostos bsicos da relevncia de trabalhar o ponto de vista do produtor:1. Toda mensagem falada, escrita ou sensorial contm, potencialmente uma grande quantidade de informaes sobre seu autor; suas filiaes tericas, concepo de mundo, interesses de classe, traos psicolgicos, motivaes, expectativas etc.2. O produtor/autor antes de tudo um selecionador e essa seleo no arbitrria. Da multiplicidade de manifestaes da vida humana, seleciona o que considera mais importante para dar seu recado e interpreta-as de acordo com o seu quadro de referncia. Obviamente, essa seleo pr-concebida. Sendo o produtor, ele prprio, um produto social, est condicionado pelos interesses de sua poca, ou da classe a que pertence. 3. A teoria da qual o autor o expositor orienta sua concepo de realidade. Tal concepo filtrada por seu discurso e resulta em implicaes extremamente importantes, para quem se prope a fazer anlise de contedo. (p.26) Sobre os efeitos: a. a polemica contedo manifesto versus contedo latente; b. o conceito de inferncia;

A polmica contedo manifesto versus contedo latente

A fala humana permite infinitas extrapolaes e valiosas interpretaes (p.27);Os resultados da anlise de contedo devem refletir os objetivos da pesquisa e ter como apoio indcios manifestos e capturveis no mbito das comunicaes emitidas (no redundar em mera projeo subjetiva) (p.27).

Pode-se realizar anlise acerca do contedo oculto e das entrelinhas (p.28)o conceito de inferncia

finalidade da AC: produzir inferencias sobre qualquer dos elementos bsicos do processo de comunicao (p.29);

o analista trabalha com ndices cuidadosamente postos em evidencia por procedimentos mais ou menos complexos (p.29);

1 etapa: descrio ltima: interpretao; Ao intermediria: inferncia;

o contedo de uma mensagem sem sentido at que seja relacionado a outros dados (p.30);

Padres de anlise:1. Indutivas;2. Indices de no contedo: recorrer ao saber especializado garante fidedignidade e validade do contedo analisado (p.31);

Captulo 3 os campos da Anlise de Contedo

A. Mtodos lgicos estticos buscam aspectos formais do autor ou do texto estuda os efeitos do sentido, da retrica da lngua e da palavra evolui para a anlise do discurso;B. Mtodos puramente semnticos investigam as conotaes; fundamento da tradio hermenutica; (p.34)C. Mtodos lgico-semnticos a questo da lgica dimenso central; foco a compreenso do sentido das palavras, nas palavras, imagem e smbolos, percepes e analogias das mensagens (p.36)

O delineamento de um plano de pesquisa

Plano de pesquisa coletar e analisar dados a fim de responder a pergunta do investigador;

Captulo 4 As unidades de Anlise

Diviso: a) Unidades de Registro - menor parte do contedo, cuja ocorrncia registrada de acordo com as categorias levantadas.

Tipos: palavra menor unidade de registro; limitaes: emprego acarreta grande volume de dados;Tema: pode ser uma sentena ou conjunto delas. unidade mais til em estudos de opinies, expectativas e valores. Envolve componentes racionais, ideolgicos, afetivos e emocionais; tm-se respostas permeadas por diferentes significados necessrio analisar e interpretar o contedo de cada resposta em seu sentido individual e nico (p.43) O personagem; o item;

b) Unidades de Contexto o pano de fundo que imprime significado as unidades de anlise. Recursos para explicitao do contexto: caracterizao dos informantes; condies de subsistncia; especificidade de suas inseres em grupos sociais diversificados, famlia, mercado de trabalho (p.46) necessidade de diferenciao de significado e sentido levar em conta as contingncias contextuais em que foram produzidas, as anlises podem variar. (p.48) critrios para determinao das unidades de contexto: custo e pertinncia; unidades de contexto so explicitadas via confeco de tabelas de caracterizao (p.49)

captulo 5 A organizao da Anlise

a pr-anlise: fase de organizao conjunto de busca iniciais, primeiros contatos com os materiais; objetivo: sistematizar os prembulos ;incumbncias: escolha dos documentos a serem submetidos anlise; formulao das hipteses; elaborao de indicadores que fundamentem a interpretao final;

atividades da pr-anlise: a) leitura flutuante deixar-se invadir por impresses, representaes, emoes...

b) escolha dos documentos o corpus o conjunto de documentos tidos em conta para serem submetidos aos procedimentos analticos; Regras: exaustividade considerar todos os elementos do corpus para configurar o contexto e as condies das mensagens emitidas; representatividade anlise de amostras frente o volume de material; homogeneidade documentos escolhidos devem obedecer a critrios precisos de escolha (p.54);

c) formulao das hipteses origem da hipteses fornecida por quadro torico/pragmtico (p.55)

d) a referncia aos ndices elaborao de indicadores que podem ser explcitos ou subjacentes as mensagens; ndice tem maior importncia quanto mais frequentemente mencionada (anlise quantitativa) (p.58)

captulo 6 As categorias de anlise

categorizao operao de classificao de elementos constitutivos de um conjunto;critrios para categorizao semntico (temtico); sinttico (verbos, adjetivos); lxico; expressivo;processo idas e vindas da teoria ao material de anlise, elaborao de vrias verses do sistema categrico (aproximativas progressivamente lapidadas e enriquecidas) (p.60)

caminhos para elaborao de categorias1. Categorias criadas a priori;2. Categorias no so definidas a priori emergem da mensagem; implicam ida e vinda do material teoria; inicia-se pela descrio do significado e do sentido atribudo pelos respondentes, salienta-se todas as nuanas notadas; segue-se classificao das convergncias e divergncias (p.61) as categorias vo sendo criadas medida que surgem nas respostas, para depois serem interpretadas luz das teorias explicativas. [...] infere-se, pois, das diferentes falas, diferentes concepes de mundo, de sociedade, de escola, de indivduo, etc. (p.62)

Implicaes de ambas as opes

1 caso: tendncia a levar a simplificao e fragmentao do contedo manifesto; induz-se a camisa de fora a fala dos respondentes;2 caso: tendncia de iniciar trabalho criando-se muitas categorias, as vezes abrem-se uma categoria para cada resposta fragmenta o discurso e prejudica anlise das convergncias (p.62) vantagem: dados novos e diversificados podem surgir (p.65)

Principais requisitos para a criao de categorias

Excluso mtua: Pertinencia: adaptada ao material e ao quadro de anlise;Objetividade e fidedignidade: