fisioterapia_nas_cervicalgias_04.pdf

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  • AN02FREV001/REV 4.0 1

    PROGRAMA DE EDUCAO CONTINUADA A DISTNCIA Portal Educao

    CURSO DE

    RECURSOS TERAPUTICOS NO TRATAMENTO DAS DORES

    CERVICAIS

    Aluno:

    EaD - Educao a Distncia Portal Educao

  • AN02FREV001/REV 4.0 2

    CURSO DE

    RECURSOS TERAPUTICOS NO TRATAMENTO DAS DORES

    CERVICAIS

    Ateno: O material deste mdulo est disponvel apenas como parmetro de estudos para este Programa de Educao Continuada. proibida qualquer forma de comercializao ou distribuio do mesmo sem a autorizao expressa do Portal Educao. Os crditos do contedo aqui contido so dados aos seus respectivos autores descritos nas Referncias Bibliogrficas.

  • AN02FREV001/REV 4.0 3

    SUMRIO

    1 TRATAMENTO DAS CERVICALGIAS 2 TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 3 TRATAMENTO CIRRGICO 4 RTESES DE POSICIONAMENTO 5 ASSISTNCIA FISIOTERAPUTICA 5.1 ORIENTAES DE CUIDADOS GERAIS E POSICIONAMENTO

    5.2 ELETROANALGESIA

    5.2.1 TENS (estimulao eltrica nervosa transcutnea)

    5.2.2 Corrente Interferencial

    5.3 ULTRASSOM TERAPUTICO

    5.4 TERMOTERAPIA

    5.4.1 Termoterapia por Subtrao (crioterapia)

    5.4.2 Termoterapia por Adio

    5.4.2.1 Calor Superficial

    5.4.2.2 Calor Profundo

    5.4.2.2.1 Micro-ondas

    5.4.2.2.2 Ondas Curtas

    5.5 LASER

    5.6 RECURSOS MANUAIS

    5.6.1 Massagem Clssica

    5.6.1.1 Manobras de Massagem Teraputica

    5.6.1.2 Protocolo de Massagem para a Coluna Cervical

    5.6.2 Massagem do Tecido Conjuntivo

    5.7 CINESIOTERAPIA

    5.7.1 Alongamentos teraputicos

    5.8 TERAPIAS POSTURAIS

    5.9 TERAPIAS MANIPULATIVAS

    5.9.1 Quiropraxia

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    5.9.2 Osteopatia

    5.9.3 Pompages

    5.10 TRAO CERVICAL

    5.11 ACUPUNTURA

    5.12 HIDROTERAPIA

    5.13 FASES DA ASSISTNCIA FISIOTERAPUTICA EM CERVICALGIAS

    GLOSSRIO REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

  • AN02FREV001/REV 4.0 5

    1 TRATAMENTO DAS CERVICALGIAS

    O tratamento das cervicalgias est vinculado as suas causas. Quando a dor

    cervical decorre de causas secundrias, o tratamento deve ser individualizado de

    acordo com a sua comorbidade. J os pacientes com causas primrias devem ter

    seu tratamento focado nas regies diretamente acometidas.

    O tratamento para os quadros agudos visa principalmente ao alvio da dor.

    Quanto mais rapidamente o paciente tiver reduzida sua sintomatologia, melhor o

    prognstico da doena. Em geral, a depender da causa da dor, podem-se utilizar

    tratamentos medicamentosos, cirrgicos e/ou fisioteraputicos, alm do uso de

    rteses de posicionamento (Guedes, 2010).

    Considerando-se que a cervicalgia um sintoma de alta prevalncia e que a

    maioria das causas so benignas e de evoluo favorvel, o tratamento sintomtico,

    geralmente, pode ser iniciado mesmo na ausncia de um diagnstico clnico

    definitivo, desde que no haja suspeita de uma disfuno mais sria. Pode ser

    necessria a interveno de outros profissionais da rea de sade (alm de mdicos

    e fisioterapeutas), como nutricionistas, psiclogos e educadores fsicos (Leal, 2010).

    2 TRATAMENTO MEDICAMENTOSO

    Aps criteriosa avaliao e prescrio mdica, podem ser utilizados para o

    tratamento da dor cervical: analgsicos no opioides (paracetamol, dipirona,

    clonixinato de lisina, cido acetilsaliclico ou flupirtina, analgsicos opioides (codena,

    tramadol, oxicodona ou morfina), anti-inflamatrios no hormonais (AINH) e

    relaxantes musculares (carisoprodol, ciclobenzaprina, baclofeno ou tizanidina)

    (Guedes, 2010).

  • AN02FREV001/REV 4.0 6

    As injees de corticoide no disco, nas facetas articulares ou no espao

    peridural podem ser eficazes quando o stio da dor bem identificado (figura 01)

    (Leal, 2010).

    FIGURA 01 INTRODUO LOCALIZADA DE MEDICAMENTOS

    FONTE: Abreu e Simes, 2010.

    Medicaes psicotrpicas, como os ansiolticos e os antidepressivos, so

    teis no controle da dor crnica, uma vez que os pacientes com dor cervical

    comumente apresentam alteraes da qualidade do sono, depresso ou ansiedade

    que influenciam a gravidade e a persistncia da dor (Leal, 2010).

    3 TRATAMENTO CIRRGICO

    Quando a dor grave e persistente, com deficits progressivos e no h

    melhora com o tratamento conservador, o tratamento cirrgico deve ser

    considerado, aps terem sido realizados exames de imagem, para confirmao da

    hiptese diagnstica. Normalmente a cirurgia indicada em casos de herniaes

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    graves com comprometimento radicular e em certos casos de fraturas (Abreu e

    Simes, 2010).

    Atualmente, os cirurgies do prioridade de utilizao s tcnicas cirrgicas

    minimamente invasivas, em que a recuperao ps-operatria mais rpida e o

    risco de sequelas menor. Um exemplo de procedimento minimamente invasivo a

    foraminotomia cervical realizada para resseco de herniao discal, quando o disco

    ainda est preservado em sua maior parte (Abreu e Simes, 2010).

    Quando o disco intervertebral est muito comprometido pela herniao, dois

    tipos de procedimentos podem ser realizados (Abreu e Simes, 2010):

    Artrodese: cirurgia que fixa vrtebras vizinhas com uma ponte de osso, mantendo-as alinhadas, estveis e fortes. A dor espinhal originada em

    segmentos da coluna onde existe instabilidade, degenerao dos discos

    ou articulaes ou irritao de nervos, e a eliminao dos movimentos

    nestes segmentos pode trazer melhora dos sintomas dolorosos. Indicada

    em casos de espondilolistese, discopatias dolorosas, hrnia discal

    recidivante, traumas e tumores. Na maioria das artrodeses feita

    colocao de materiais de fixao, como parafusos de titnio, para

    aumentar os ndices de sucesso da fuso ssea. Embora a artrodese

    limite a mobilidade da coluna, a maioria dos pacientes consegue realizar

    os movimentos essenciais (figura 02).

    FIGURA 02 CORREO DE ESPONDILOLISTESE POR MEIO DE ARTRODESE

    FONTE: Abreu e Simes, 2010.

  • AN02FREV001/REV 4.0 8

    Artroplastia: cirurgia que objetiva retirar o disco intervertebral

    degenerado e substitu-lo por uma prtese. Indicada principalmente nos

    casos de hrnias de disco cervicais ou estenose do canal cervical. Neste

    procedimento, o disco inteiro retirado por meio de uma inciso na parte

    anterior do pescoo, sendo substitudo por uma prtese de metal e

    polietileno de alta densidade. A prtese permite que o espao discal

    volte a realizar movimentos dentro dos limites normais, restituindo o

    balano mecnico adequado da coluna. A prtese pode ser utilizada em

    pacientes que apresentem problemas discais em um, dois e

    ocasionalmente trs discos

    FIGURA 03 ARTROPLASTIA CERVICAL

    (figura 03).

    FONTE: Abreu e Simes, 2010.

    Os resultados da cirurgia de hrnia discal cervical costumam ser bastante

    bons. Nos casos de cervicobraquialgia, a descompresso dos nervos costuma trazer

    alvio da dor na grande maioria dos casos. Na mielopatia, os resultados da cirurgia

    dependem muito do estgio da leso da medula: o tratamento precoce costuma ter

    resultados melhores, mas nos casos de sintomatologia muito avanada, com

    dificuldade grande para caminhar, ou prolongada, a melhora pode ser pequena. As

    cirurgias realizadas quando o sintoma apenas dor cervical, sem braquialgia ou

    mielopatia, tem resultados muito incertos, devendo ser realizadas apenas em casos

    especiais (Abreu e Simes, 2010).

  • AN02FREV001/REV 4.0 9

    4 RTESES DE POSICIONAMENTO

    Instrumentos aplicados externamente ao corpo, designados primariamente

    para restringir o movimento de segmentos da coluna vertebral. Entre suas funes,

    destaca-se a diminuio da mobilidade de um segmento vertebral, auxlio na

    recuperao de leses sseas e ligamentares, reduo da dor e preveno de

    deformidades progressivas na coluna. Ao se indicar uma rtese para a coluna deve-

    se determinar qual o seu objetivo, qual o segmento envolvido e qual movimento se

    pretende limitar. rteses rgidas controlam melhor a posio da coluna por meio da

    aplicao de foras externas. rteses menos rgidas podem ser usadas para alvio

    de dores musculares ou auxlio na recuperao de fraturas mais estveis, sendo,

    nesta situao, utilizadas para auxiliar a recuperao da coluna e da musculatura e

    no para preservar sua integridade estrutural (Joaquim et al, 2009).

    Nenhuma rtese capaz de restringir todos os movimentos da coluna

    cervical. As dificuldades se do em virtude da maior mobilidade deste segmento,

    bem como a grande quantidade de tecidos moles. A presso nas partes moles no

    pode ser alta, pelo risco de desconforto e isquemia cutnea, com formao de

    lceras e complicaes diversas. As rteses cervicais so mais eficientes na

    restrio dos movimentos de flexo e extenso do que nos de inclinao lateral

    (Joaquim et al, 2009).

    Os colares macios de espuma so utilizados geralmente para alvio de

    contraturas da musculatura cervical, sem grandes restries de movimento.

    Confortveis e de baixo custo so teis em cervicalgias agudas benignas, embora

    no haja estudos com evidncias cientficas para corroborar seu uso (figura 04).

    Existem ainda outros tipos de colares indicados para imobilizao ps-trauma e

    fraturas da coluna cervical. (Joaquim et al, 2009).

  • AN02FREV001/REV 4.0 10

    FIGURA 04 COLAR DE ESPUMA PARA CERVICALGIA

    FONTE: Global Sante, 2010.

    5 ASSISTNCIA FISIOTERAPUTICA

    A assistncia fisioteraputica tem comprovada efetividade no tratamento das

    cervicalgias. Estudos atuais indicam que o seu incio logo aps o aparecimento dos

    primeiros sintomas previne a evoluo para um quadro crnico e de recidivas

    frequentes. Entre os recursos teraputicos utilizados pelo fisioterapeuta no manejo

    da dor cervical esto (Leal, 2010):

    Orientaes gerais de posicionamento; Eletroanalgesia; Sonidoterapia (Ultrassom); Recursos termoteraputicos; Recursos manuais; Cinesioterapia;

    Traes cervicais; Terapias posturais; Terapias manipulativas;

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    Acupuntura ;

    Hidroterapia.

    5.1 ORIENTAES DE CUIDADOS GERAIS E POSICIONAMENTO

    Para a preveno das cervicalgias e tambm durante crises agudas e

    crnicas, algumas orientaes devem ser dadas aos pacientes (Amato, 2010):

    Para evitar cervicalgias posturais, deve-se

    manter o pescoo em posio

    neutra sempre que possvel. No manter o pescoo flexionado nem

    estendido por longos perodos, sobretudo ao computador. Deve-se

    ajustar a mesa, monitor e cadeira para uma altura confortvel, para que

    o monitor fique na altura dos olhos e os joelhos ligeiramente abaixo do

    quadril. Um apoio para os ps pode ajudar a manter a posio correta.

    Deve-se sentar perto suficiente do monitor para que no tenha que

    flexionar a cabea para poder ver melhor. Deve-se utilizar sempre o

    apoio de braos, deix-los suspensos fora a musculatura cervical. Use

    os culos se necessrio (figura 05).

  • AN02FREV001/REV 4.0 12

    FIGURA 05 POSTURA CORRETA AO SENTAR

    FONTE: Diapar, 2010.

    A leitura ou uso do computador na cama pode causar tenso cervical, principalmente se estiver sem apoio, flexionando a cabea e tentando

    manter os braos pra frente para segurar o livro. Para melhorar a

    ergonomia, necessrio o uso de um travesseiro triangular ou uma mini-

    mesa porttil (figura 06).

  • AN02FREV001/REV 4.0 13

    FIGURA 06 POSTURA CORRETA PARA LEITURA NA CAMA

    FONTE: Amato, 2010.

    A posio de dormir outra fonte possvel de problemas cervicais. O espao entre a parte de trs do pescoo e a cama deve estar preenchido

    por um travesseiro de maneira que o pescoo fique relaxado em posio

    neutra. Deve-se evitar dormir de bruos, uma vez que esta posio

    coloca grande presso sobre o pescoo. Travesseiros de pena so

    geralmente melhor que os de espuma, pois se ajustam facilmente ao

    formato da cabea. Os travesseiros devem ser substitudos aps alguns

    anos de uso, porque tendem a diminuir. Alm disso, uma cama que no

    oferea suporte suficiente para as costas tambm pode ser uma fonte de

    desconforto cervical (figura 07).

  • AN02FREV001/REV 4.0 14

    FIGURA 07 POSTURA CORRETA AO DORMIR

    FONTE: Amato, 2010.

    A posio neutra tambm deve ser encontrada ao se dirigir um carro. Deve-se ajustar o assento para que fique perto suficiente dos pedais e que

    no seja preciso trazer o pescoo para frente. O banco deve ser levantado

    para que no haja extenso excessiva da coluna. Os punhos devem estar

    no nvel do volante quando os braos estiverem esticados para trazer

    conforto e segurana ao dirigir e apoios de brao devem ser utilizados

    quando possvel (figura 08).

  • AN02FREV001/REV 4.0 15

    FIGURA 08 POSTURA CORRETA AO DIRIGIR

    FONTE: Knoplich e Miguel, 2010.

    Deve-se atentar tambm para a forma correta de levantar pesos, para a preveno de leses cervicais. Os objetos devem ser mantidos prximos

    ao corpo (figura 09).

    FIGURA 09 POSTURA CORRETA DE LEVANTAR PESOS

    FONTE: Knoplich e Miguel, 2010.

  • AN02FREV001/REV 4.0 16

    Ao falar ao telefone, evitar pressionar o telefone entre o ombro e o pescoo (figura 10). Essa posio sobrecarrega a regio cervical e pode

    levar compresso das razes nervosas no forame intervertebral por uma

    protuso discal por exemplo.

    FIGURA 10 POSTURA QUE DEVE SER EVITADA AO ATENDER TELEFONE

    FONTE: Knoplich e Miguel, 2010.

    Em casos de dor aguda, pode-se dispor de acessrios para descanso da regio (figura 11).

    FIGURA 11 ACESSRIO PARA DESCANSO CERVICAL

    FONTE: Buyamag, 2010.

  • AN02FREV001/REV 4.0 17

    Em casos de dor aguda, o paciente deve ser orientado a manter repouso relativo, evitando atividades que coloquem a regio cervical em tenso.

    5.2 ELETROANALGESIA

    A utilizao de correntes eltricas teraputicas constitui um dos vrios

    recursos utilizados na fisioterapia. Uma vez moduladas com parmetros apropriados,

    estas correntes podem atuar em diferentes condies, tais como: promover

    analgesia, contraes musculares, melhoria do fluxo circulatrio local, drenagem de

    lquidos, tonificao ou relaxamento muscular, bem como incentivar a regenerao e

    a cicatrizao de diversos tecidos corporais (Lianza, 2001).

    A eletroanalgesia consiste no uso da eletroterapia para o tratamento das

    condies dolorosas agudas e crnicas. As correntes so aplicadas por meio do uso

    de eletrodos de superfcie e gel de contato (figura 12) (Lianza, 2001).

    FIGURA 12 ELETROANALGESIA EM REGIO CERVICAL

    FONTE: Daso, 2010.

  • AN02FREV001/REV 4.0 18

    No existem contraindicaes absolutas ao uso das correntes analgsicas,

    porm algumas precaues devem se tomadas (Ibramed, 2010):

    No aplicar em dores no diagnosticadas, pois a analgesia pode motivar uma atividade fsica mais vigorosa antes que uma leso esteja

    recuperada ou mascarar uma doena grave.

    Recomenda-se que um paciente com um dispositivo eletrnico implantado (por exemplo, um marca-passo cardaco) no seja sujeito

    estimulao, a menos que uma opinio medica especializada tenha sido

    anteriormente obtida. Pacientes cardacos podem apresentar reaes

    adversas.

    No estimular sobre os seios carotdeos, pois pode exacerbar reflexos vago - vagais.

    Estimular com intensidades reduzidas as regies do pescoo e da boca: para evitar espasmos dos msculos larngeos e farngeos.

    Deve-se ter cuidado nas aplicaes em crianas, pacientes senis e epilticos.

    No utilizar eletroterapia em reas lesionadas da pele (dermatites/eczemas).

    No aplicar eletroterapia em reas anestesiadas da pele, uma vez que o paciente no poder dar sinais em relao intensidade da corrente

    aplicada.

    Algumas pessoas acham a estimulao eltrica extremamente desagradvel. Estes pacientes devero ser excludos do tratamento por

    eletroterapia.

  • AN02FREV001/REV 4.0 19

    Diversos tipos de correntes podem ser utilizadas, entre elas, as mais usuais

    so a TENS e a corrente interferencial (Lianza, 2001).

    5.2.1 TENS (estimulao eltrica nervosa transcutnea)

    Tipo de estimulao eltrica que permite reduzir ou abolir a dor utilizando

    dois processos: incremento da secreo de beta-endorfinas e bloqueio na

    transmisso da dor pela teoria das comportas. A TENS uma modalidade

    teraputica no invasiva, de fcil manejo, que no apresenta efeitos colaterais ou

    interaes com medicamentos. Este recurso tem sido muito usado para o manejo

    sintomtico de dor aguda e dor crnica de origem benigna e tambm no atendimento

    paliativo da dor causada por doenas sseas metastticas e neoplasias (Lianza,

    2001).

    Os parmetros essenciais para ajuste no equipamento so a frequncia, a

    durao dos impulsos e a intensidade. Para o controle da dor aguda, normalmente a

    frequncia usada alta variando entre 100 e 200 Hz. O modo de operao VIFF

    impede que haja acomodao da corrente e a intensidade deve ser ajustada em

    uma posio confortvel para o paciente (Ibramed, 2010).

    Para o manejo da dor crnica utiliza-se frequncias entre 50 e 100Hz. Os

    eletrodos devem ser posicionados paralelamente rea dolorosa. Quando

    necessrio, outro par de eletrodos pode ser fixado bilateralmente coluna vertebral,

    ao nvel das razes nervosas que abrangem a rea da dor. O tempo mdio de

    aplicao de trinta minutos. Na coluna cervical, o posicionamento usual feito com

    um ou dois canais colocando-se os eletrodos atrs da orelha e imediatamente acima

    do processo mastoide (Ibramed, 2010). 5.2.2 Corrente interferencial

    A corrente interferencial gerada quando duas ou mais oscilaes eltricas

    so aplicadas simultaneamente em um mesmo ponto, proporcionando efeitos

  • AN02FREV001/REV 4.0 20

    teraputicos importantes. Alm da propriedade analgsica, a terapia interferencial

    tambm atua na reduo de edemas agudos e crnicos, na reeducao e no

    fortalecimento muscular, na reduo de espasmos e contraturas musculares, na

    melhora da funo dos rgos internos (incontinncia urinria) e no estmulo

    circulao perifrica e local (Ibramed, 2010).

    Para o tratamento de dor aguda utiliza-se frequncia portadora de 4000 Hz,

    frequncia de tratamento entre 60 e 100 Hz, variao de amplitude de 6/6, tcnica

    tetrapolar e intensidade de estimulao sensorial intensa. O tempo de aplicao de

    20 minutos. A modulao da dor nessa situao permanece pelo tempo de uso da

    corrente eltrica teraputica (Ibramed, 2010).

    Para o tratamento da dor crnica utiliza-se frequncia portadora de 4000 Hz,

    frequncia de tratamento entre 5 e 20 Hz, variao de amplitude de 5/1/5, tcnica

    tetrapolar, e intensidade de estimulao sensorial intensa. O tempo de aplicao

    de 30 minutos. A analgesia tem incio aps 10 a 20 minutos do trmino da

    estimulao e permanece ativa por um perodo de 2 a 3 horas (Ibramed, 2010).

    Existem contraindicaes especficas para o uso das correntes

    interferenciais: condies febris, neoplasias, reas com infeces purulentas e reas

    com feridas abertas (Ibramed, 2010).

    5.3 ULTRASSOM TERAPUTICO

    O ultrassom teraputico um recurso utilizado amplamente h mais de trinta

    anos por profissionais da rea mdica. Trata-se de um gerador de ondas acsticas

    que causam vibraes mecnicas em um meio elstico. A faixa de frequncia

    audvel pelo ouvido humano est compreendida entre 20 Hz e 20.000 Hz.

    Frequncias abaixo de 20 Hz so os subssons ou infrassons e acima de 20.000 Hz

    so os ultrassons (Ibramed, 2010).

    O ultrassom aplicado por meio de um transdutor (dispositivo que

    transforma energia eltrica em energia mecnica (acstica). Possui um cristal

    piezoeltrico, que quando recebe corrente alternada apropriada gera ondas de

    ultrassom na frequncia determinada pelo cristal (Ibramed, 2010).

  • AN02FREV001/REV 4.0 21

    Existem duas frequncias de uso do ultrassom 1 Mhz e 3 Mhz. A opo por

    uma ou outra depende dos fatores fsicos e da interao que se deseja produzir do

    ultrassom com os tecidos. O ultrassom de 1 Mhz atinge estruturas mais profundas

    como msculos e tendes. O ultrassom de 3 Mhz tem ao mais superficial

    atingindo a pele e estruturas adjacentes (Ibramed, 2010).

    O ultrassom possui dois modos de operao: pulsado e continuo. No modo

    pulsado sobressaem-se os efeitos mecnicos teraputicos (usualmente usado em

    condies agudas) e no modo contnuo sobressaem-se os efeitos trmicos

    teraputicos (usualmente usado em condies crnicas) (Ibramed, 2010).

    As principais propriedades teraputicas do ultrassom so (Ibramed, 2010):

    Reaes qumicas: as vibraes do ultrassom estimulam o tecido a aumentar as reaes e os processos qumicos locais, e assegura a

    circulao dos elementos e radicais necessrios por recombinao.

    Respostas biolgicas: a permeabilidade das membranas fica aumentada pelo ultrassom, o que acentua a transferncia dos fludos e nutrientes aos

    tecidos. Essa qualidade importante no processo da fonoforese, onde

    molculas so literalmente empurradas por meio da pele pela onda

    sonora com finalidades teraputicas.

    Efeitos mecnicos: em consequncia das vibraes longitudinais, um

    gradiente de presso desenvolvido nas clulas individuais. Como

    resultado desta variao de presso positiva e negativa, elementos da

    clula so obrigados a se moverem, sentindo assim um efeito de micro

    massagem. Este efeito aumenta o metabolismo celular, o fluxo sanguneo

    e o suprimento de oxignio.

    Cavitao: irradiar ultrassom em lquidos leva formao de bolhas. Sob

    a ao do campo ultrassnico, essas bolhas aumentam e diminuem de

    tamanho (cavitao estvel), ou podem colapsar (cavitao transitria).

    Ambos os tipos de cavitao produzem movimento nos lquidos ao redor

    da bolha. A cavitao estvel pode ser teraputica e a transitria pode

  • AN02FREV001/REV 4.0 22

    causar danos aos tecidos. A vibrao em alta frequncia do ultrassom (1.0

    MHz) deforma a estrutura molecular das substncias no fortemente

    unidas. Esse fenmeno til para produzir efeitos esclerolticos, na

    tentativa de reduzir espasmos, aumentar a amplitude de movimentos

    devido ao em tecidos aderidos e quebrar depsitos de clcio,

    mobilizando aderncias, tecidos cicatriciais, etc. Se usado nos extremos

    de potncia ou durao, este mecanismo deformador pode destruir a

    molcula das substncias.

    Efeitos trmicos: ao lado da micromassagem, ocorre uma elevao na

    temperatura resultante da converso de energia cintica em calor pelos

    tecidos. Este efeito pode produzir um aumento na extensibilidade do

    colgeno e, portanto recomendado para a teraputica de patologias

    causadas pela contrao dos tendes, ligamentos e juntas capsulares.

    Onde h limitaes de movimento, o tratamento muito recomendado. No

    entanto, deve-se lembrar que a formao de calor a partir do ultrassom

    ocorre nos tecidos que esto localizados diretamente sob o transdutor.

    Desde que a tcnica aceita manter o transdutor em movimento durante o

    tratamento, improvvel que ocorra um aquecimento teraputico

    aprecivel. Um aquecimento indesejvel, contudo, poder ocorrer se no

    houver movimento do transdutor ou se a intensidade for muito alta. O

    ultrassom pulsado oferece ao clnico uma tcnica com menor risco de

    formao de calor. A experincia clnica indica que uma sensao de calor

    de superfcie deve servir como um aviso para impedir uma super

    dosagem. Um transdutor quente no somente desconfortvel para o

    paciente, mas pode ser tambm um sinal de perigo eminente.

    Existem contraindicaes especficas para o uso do ultrassom, como:

    gravidez, prximo ao globo ocular, reas de tromboflebite, uso de marca-passo

    cardaco, diretamente sobre o crebro, corao e rgos reprodutores, reas de

    infeces agudas, dermatites ou eczemas, reas previamente tratadas por

    radioterapia, neoplasias, reas anestesiadas ou com parestesias (Ibramed, 2010).

  • AN02FREV001/REV 4.0 23

    A rea a ser tratada deve ser de aproximadamente 75 a 100 cm2, utilizando-

    se o tempo de 1 minuto por cm2

    Natureza da leso (aguda ou crnica): recomendam-se doses entre 0,1 e 0,5 W/cm2 para leses agudas ou ps-traumticas e doses maiores para

    leses crnicas.

    . A mxima durao de tratamento no deve exceder

    a 15 minutos por terapia. Para determinar a intensidade de aplicao do ultrassom,

    deve-se levar em considerao variveis como (Ibramed, 2010):

    Profundidade do tecido a ser tratado: quanto mais profundo for o tecido maior dever ser a intensidade de sada no cabeote. Isto ocorre devido

    atenuao que a energia ultrassnica sofre ao passar pelos tecidos.

    Composio dos tecidos que esto localizados entre a pele e o tecido alvo: os valores dos coeficientes de absoro e atenuao so variveis de tecido para tecido. Isto se deve constituio dos tecidos biolgicos,

    principalmente em relao ao contedo colgeno. Neste sentido, tecidos

    ricos em colgeno como cpsulas articulares, fscias musculares e

    tendes absorvem muito mais a energia ultra-snica e,

    consequentemente, deve-se trabalhar com doses um pouco mais altas

    quando estes tecidos colagenosos esto situados entre a pele e o tecido

    alvo

    A imagem a seguir apresenta um diagrama para eleio da programao

    ideal para o uso do equipamento de ultrassom de acordo com a disfuno

    apresentada pelo paciente (figura 13) (Ibramed, 2010).

    Para o tratamento de cervicalgias agudas a frequncia utilizada usualmente

    a de 1 Mhz em modo pulsado, com intensidade variando entre 0,2 e 0,8 W/cm2.

    Em leses crnicas, utiliza-se frequncia de 1 Mhz, em modo contnuo e intensidade

    variando entre 0,4 e 1,0 W/cm2. O modo de aplicao o contato direto com uso de

    gel de contato (figura 14) (Ibramed, 2010).

  • AN02FREV001/REV 4.0 24

    FIGURA 13 DIAGRAMA PARA PROGRAMAO DO ULTRASSOM

    FONTE: Ibramed, 2010.

  • AN02FREV001/REV 4.0 25

    FIGURA 14 APLICAO DE ULTRASSOM TERAPUTICO

    FONTE: Physical Therapy web space, 2010.

    5.4 TERMOTERAPIA

    A termoterapia consiste no uso de recursos trmicos (calor ou frio) para o

    tratamento de diversas disfunes. O uso do frio denominado termoterapia por

    subtrao ou crioterapia e o uso do calor denominado termoterapia por adio

    5.4.1 TERMOTERAPIA POR SUBTRAO (CRIOTERAPIA)

    Crioterapia a denominao de um conjunto de tcnicas teraputicas

    aplicadas com a finalidade de retirar calor de um corpo ou segmento corporal. Os

    principais efeitos fisiolgicos da crioterapia so: reduo da dor e do espasmo

    muscular, melhora da amplitude de movimento, reduo do metabolismo e da

    circulao local, reduo de edemas, quebra do ciclo dor/espasmo/dor e resoluo

    de quadros inflamatrios.

  • AN02FREV001/REV 4.0 26

    A aplicao do frio reduz a percepo e a transmisso da dor por meio da

    interrupo da transmisso da dor, reduo da velocidade de conduo nervosa,

    reduo do espasmo muscular e reduo ou limitao do edema. Ao estimular os

    neurnios de grande dimetro, o frio inibe a transmisso da dor, atuando como um

    contrairritante (substancia que causa irritao dos nervos sensoriais superficiais, a

    ponto de reduzir a transmisso da dor proveniente dos nervos subjacentes).

    Nas fases agudas de leses cervicais a crioterapia pode ser indicada. As

    tcnicas mais usadas so as do pacote de gel ou compressa fria (figura 15). O

    tempo de aplicao deve ser em torno de 20 minutos, sempre atentando-se para o

    risco de leses na pele.

    FIGURA 15 APLICAO BOLSA TRMICA GELADA NA REGIO CERVICAL

    FONTE: Want2care, 2010.

  • AN02FREV001/REV 4.0 27

    So contraindicaes para o uso da crioterapia: hipersensibilidade ao frio,

    doena de Raynald, alteraes cardacas ou circulatrias locais e paralisias

    nervosas.

    5.4.2 Termoterapia por Adio

    A termoterapia por adio consiste no uso do calor como recurso

    teraputico. Entre suas propriedades teraputicas esto:

    Melhora da extensibilidade do tecido conectivo: o aumento das propriedades viscoelsticas (desta forma o estiramento mecnico

    realizado com menor fora e danos mecnicos em comparao a

    temperatura normal).

    Vasodilatao: o aumento do fluxo sanguneo ocorre devido a dilatao dos capilares e promove desta forma remoo de catablicos

    inflamatrios.

    Mecanismo contra irritativo, agindo dos mecanismos das comportas nocicepitoras.

    Aumento da ao de endorfinas.

    Diminuio de disparos de receptores dolorosos.

    Reduo de espasmos musculares pela diminuio da isquemia local.

    Existem dois tipos de calor teraputico:

    Calor superficial: atinge apenas as estruturas mais externas do organismo.

  • AN02FREV001/REV 4.0 28

    Calor profundo: atinge estruturas mais profunda por meio de equipamentos como o microondas e o ondas curtas.

    5.4.2.1 Calor Superficial

    O calor superficial atinge a superfcie orgnica em at dois centmetros de

    profundidade. So fontes de calor superficial, o forno de Bier, bolsas de gua

    quente, luz infravermelha e mantas trmicas. O tempo de aplicao ideal de

    quinze a vinte minutos (figura 16). FIGURA 16 APLICAO DE CALOR SUPERFICIAL POR MANTA TRMICA NA

    REGIO CERVICAL

    FONTE: Sena, 2010.

    5.4.2.2 Calor Profundo

    O calor profundo consegue atingir estruturas mais profundas que o calor

  • AN02FREV001/REV 4.0 29

    superficial para o tratamento de diversas disfunes e dores. Entre os equipamentos

    emissores de calor profundo esto o micro-ondas e o ondas curtas.

    5.4.2.2.1 Micro-ondas

    uma forma de tratamento em que se usa uma corrente de alta frequncia

    (2450 MHz), com comprimento de onda eletromagntica de 12,25cm com fins

    teraputicos. Seus principais efeitos so:

    Calor homogneo: possui boa termopenetrao. Aquece a nvel muscular, sem superaquecer a pele e tecido adiposo.

    Hiperemia: Superficial e profunda.

    Aumento da circulao sangunea: devido vasodilatao.

    Aumento do metabolismo e do aporte de oxignio: devido vasodilatao.

    Regenerao tecidual: devido ao aumento do aporte de substncias nutritivas, enzimas, eletrlitos, oxignio.

    Analgesia: aumenta o limiar de excitabilidade dos nervos sensitivos e promove relaxamento local.

    A dose a ser aplicada depende da sensao subjetiva de calor referida pelo

    paciente e ainda da fase em que se encontra a enfermidade, e baseada na escala

    de Schiliephake (quadro VIII).

    Quadro VIII Escala de Schiliephake

    Intensidade de calor Percepo fsica

  • AN02FREV001/REV 4.0 30

    Calor muito dbil Imediatamente abaixo do limiar de sensibilidade

    Calor dbil Imediatamente perceptvel

    Calor mdio Sensao de clara de calor

    Calor forte No limite de tolerncia FONTE: adaptado de , 2010.

    Nas cervicalgias agudas, utilizam-se doses entre calor muito dbil ou dbil.

    Em quadros crnicos, utiliza-se calor mdio ou forte. O tempo de aplicao nas

    fases agudas de cinco minutos e na fase crnica de dez a quinze minutos (figura

    17).

    FIGURA 17 APLICAO DE MICRO-ONDAS NA COLUNA CERVICAL

    FONTE: SPSUL, 2010.

    O uso do micro-ondas contraindicado nos seguintes casos: sobre

    implantes metlicos (pinos, placas, hastes), reas com perda de sensibilidade, sobre

    tecidos de nilon sintticos, em processos inflamatrios agudos, reas

    hemorrgicas, edemas, osteomielite, estados febris, afeco vascular perifrica,

  • AN02FREV001/REV 4.0 31

    reas isqumicas, sobre gesso ou curativo, tumores, reas anestesiadas,

    desidratao, flebites, trombose, tuberculose pulmonar, marca-passo.

    5.4.2.2.2

    FONTE: SPSUL, 2010.

    Ondas Curtas

    A diatermia por ondas curtas uma modalidade de tratamento conhecida h

    mais de 50 anos. As qualidades analgsicas do calor, a habilidade para relaxar a

    musculatura esqueltica e a capacidade de aumento de drenagem circulatria

    colocam a diatermia como uma modalidade segura, confortvel e efetiva de

    tratamento (Ibramed, 2010).

    O ondas curtas uma tcnica que consiste em elevar a temperatura dos

    tecidos pela passagem de uma corrente de alta frequncia e ondas curtas por meio

    de uma regio do corpo. O calor produzido pela resistncia dos tecidos

    passagem da corrente eltrica. Aumentam a temperatura em at 40 a 45 (figura 18)

    (Ibramed, 2010).

    FIGURA 18 APLICAO DE ONDAS CURTAS NA COLUNA CERVICAL

  • AN02FREV001/REV 4.0 32

    Os principais efeitos teraputicos do ondas curtas so (Ibramed, 2010):

    Vasodilatao: a terapia por ondas curtas aumenta a irrigao sangunea da rea e a eliminao da linfa, o que aumenta a capacidade de

    reabsoro do tecido.

    Aumento do aporte de leuccitos nos tecidos adjacentes: decorre do aumento do fluxo sanguneo local que aumenta a demanda de 02,

    nutrientes e leuccitos, levando a um aumento da capacidade de

    fagocitose. Todo este mecanismo traduz-se em aumento de metabolismo.

    Tempo de coagulao diminuda e diminuio da viscosidade do sangue: a diminuio da viscosidade do sangue decorrente de uma alterao fsica do calor. O calor quando incide sobre um corpo diminui a

    coeso intermolecular, fluidificando os lquidos.

    Aumento do metabolismo: o aumento do fluxo sanguneo local

    proporciona o aumento de 02 e nutrientes das regies e acelera a retirada

    de catablicos, favorecendo a exceo.

    Relaxamento muscular: o efeito de aquecimento dos tecidos induz a uma relaxao muscular, desta forma, a diatermia de ondas curtas pode

    ser usada para aliviar os espasmos musculares associados a inflamaes

    e traumas, ou a dores musculares secundrias que aparecem em

    consequncia de hrnia de disco intervertebral, das afeces articulares

    degenerativas, de bursites, de espondilite reumatoide ou outros processos

    inflamatrios crnicos.

    Reduo da dor: a prtica teraputica mostra que um mdio grau de aquecimento bastante eficaz no alvio da dor, presumivelmente como

    resultado de um efeito sedativo. A dor pode ser oriunda do acmulo de

  • AN02FREV001/REV 4.0 33

    resduos de produtos do metabolismo, e o calor pode contribuir para

    aumentar a vascularizao sangunea e, portanto remover estes produtos.

    Quando a dor acompanha processos inflamatrios, a soluo da

    inflamao normalmente acompanhada pelo alvio da dor. Neste sentido,

    quando o tratamento por diatermia usado para os processos

    inflamatrios e leses ps-traumticas, de se esperar que haja um alvio

    da dor alm dos outros efeitos benficos.

    Efeito nas inflamaes: a diatermia produz calor que gera dilatao de artrias e capilares, resultando no aumento do fluxo sanguneo para a

    rea afetada. Em consequncia, h um maior suprimento de oxignio,

    bem como anticorpos e clulas sanguneas brancas. Adicionalmente, h

    um aumento na absoro de fluidos pelos tecidos, o que causa uma

    espcie de remoo dos produtos indesejveis do local da inflamao.

    Acelerao da cicatrizao de feridas Reabsoro rpida de hematomas e edemas A dose a ser aplicada depende da sensao subjetiva de calor referida pelo

    paciente e ainda da fase em que se encontra a enfermidade, e baseada na escala

    de Schiliephake (quadro VIII). Nas cervicalgias agudas, utilizam-se doses entre calor

    muito dbil ou dbil. Em quadros crnicos, utiliza-se calor mdio ou forte. O tempo

    mdio de aplicao de 20 a 25 minutos (Ibramed, 2010).

    So contra indicaes ao uso do ondas curtas: neoplasias, marca-passo,

    gravidez, tuberculose, febre, artrite e artrose, implantes metlicos, transtornos de

    sensibilidade (relativo), transtornos circulatrios (flebites, arteriosclerose - relativo),

    cardiopatas descompensados, fase aguda das patologias, perodo menstrual,

    tecidos expostos a radioterapia, hemorragia, regio dos olhos, reas com tecido

    adiposo muito espesso (maior que 3 cm de espessura), hemofilia, frmacos

    anticoagulantes (Ibramed, 2010).

  • AN02FREV001/REV 4.0 34

    5.5 LASER

    O laser um tipo de radiao eletromagntica no ionizante, sendo um tipo

    de fonte luminosa com caractersticas bastante distintas daquelas de uma luz

    fluorescente ou de uma lmpada comum. A radiao laser monocromtica, ou

    seja, emite radiaes em um nico comprimento de onda. uma radiao com

    coerncia espacial e temporal em que as ondas propagam-se com a mesma fase no

    espao e no tempo. Sua direcionalidade permite a obteno de alta densidade de

    energia concentrada em pequenos pontos. Com o auxlio de dispositivos pticos,

    sua radiao pode ainda ser polarizada.

    So justamente as caractersticas especiais desse tipo de luz que a faz ter

    propriedades teraputicas importantes (laser teraputico ou de baixa potncia)

    assim como ser utilizada em cirurgias com vantagens muito superiores ao uso do

    bisturi convencional (laser cirrgico ou de alta potncia). As radiaes pticas

    produzidas por esses lasers tm basicamente as mesmas caractersticas, porm se

    trabalha com o laser buscando resultados clnicos bastante especficos.

    Sua principal indicao so os quadros patolgicos em que se deseja obter

    melhor qualidade e maior rapidez do processo reparacional (quadros de ps-

    operatrio, reparao de tecido mole, sseo e nervoso), quadros de edema instalado

    (onde se busca uma mediao do processo inflamatrio), ou nos quadros de dor

    (crnicas e agudas).

    Os efeitos teraputicos dos lasers sobre os diferentes tecidos biolgicos so

    muito amplos, ao induzir efeitos trfico-regenerativos, anti-inflamatrios e

    analgsicos. Promovem um aumento na microcirculao local, na circulao

    linftica, proliferao de clulas epiteliais e fibroblastos, assim como aumento da

    sntese de colgeno dos fibroblastos.

    O laser pode ser usado no tratamento de cervicalgias objetivando alcanar

    um efeito anti-inflamatrio, analgsico e antiedematoso (figura 19). Os protocolos

    propostos para a utilizao do laser teraputico devem considerar a fase do

    processo inflamatrio em que o paciente se encontra. As densidades de energia

  • AN02FREV001/REV 4.0 35

    para aumentar a circulao local e promover analgesia ento entre 2 e 4Jcm2.

    Quando o objetivo a cicatrizao tecidual a densidade deve ser aumentada para a

    faixa de 6 a 8Jcm2

    FONTE: Quintana, 2010.

    5.6 RECURSOS MANUAIS

    Os recursos manuais so de grade importncia no tratamento das dores cervicais, sobretudo as mecnicas, por favorecerem a reduo da contratura

    muscular e da dor. Entre as tcnicas mais utilizadas esto: massagem clssica e a massagem do tecido conjuntivo.

    . O nmero de pontos irradiados depende do tamanho da rea a

    ser tratada, sempre se respeitando a distncia mnima de 1,5cm entre eles.

    FIGURA 19 USO DO LASER TERAPUTICO

  • AN02FREV001/REV 4.0 36

    5.6.1 Massagem Clssica

    A massagem clssica consiste em um conjunto de manobras que realizam

    uma compresso metdica e rtmica nos tecidos que produz importantes efeitos

    teraputicos (Estivalet, 2010):

    Efeitos mecnicos: a massagem produz estimulao mecnica nos tecidos, por aplicao rtmica de presso e estiramento. A presso

    comprime os tecidos moles e estimula as redes de receptores nervosos.

    O estiramento aplica tenso sobre os tecidos moles e tambm estimula

    as terminaes nervosas receptoras. Na pele pode-se observar

    hiperemia e aumento da temperatura em torno de 1 a 3 C devido

    vasodilatao, alm da esfoliao de clulas mortas. Alm disso, a

    massagem pode auxiliar na cicatrizao tecidual com o objetivo de

    prevenir a formao de aderncias.

    Efeitos fisiolgicos sobre o sistema circulatrio: a massagem pode aumentar transitoriamente o fluxo sanguneo. O movimento da linfa nos

    capilares linfticos depende de foras externas ao sistema linftico,

    dessa forma, a massagem pode beneficiar o fluxo linftico.

    Efeitos fisiolgicos sobre o sistema nervoso: usada adequadamente

    em reas perifricas acessveis de dano, a massagem exerce um efeito

    positivo na reduo da dor, melhorando a circulao local e a eliminao

    substncias nocivas.

    Efeitos fisiolgicos sobre o sistema musculoesqueltico: a massagem tem sido utilizada para promover o relaxamento do msculo

    e, dessa forma, aliviar a dor causada por tenso muscular. A massagem

    possibilita que o msculo tenha uma maior resistncia para as suas

  • AN02FREV001/REV 4.0 37

    contraes, podendo-se dessa forma, realizar mais exerccios e assim

    desenvolver a fora muscular. Alm disso, ela pode ser mais eficaz do

    que o repouso na recuperao da fadiga aps exerccios excessivos. Por

    meio da massagem tenta-se manter os msculos no melhor estado de

    nutrio, flexibilidade e vitalidade para que se tenha uma melhor

    recuperao aps algum traumatismo ou leso tecidual.

    So contraindicaes para a realizao da massagem teraputica:

    desordens da pele, como o eczema, que poderiam ser irritadas pelo aumento do

    calor da regio ou pelo uso dos lubrificantes, infeces supurativas, tumores

    malignos, cicatrizes recentes, no curadas ou feridas abertas.

    5.6.1.1 Manobras de Massagem Teraputica

    So manobras de massagem teraputica (Estivalet, 2010):

    Deslizamento: manobra realizada unidirecionalmente com toda a superfcie palmar de uma ou das duas mos. til para dar incio a uma

    sequncia de massagem permitindo que o paciente se acostume com a

    sensao transmitida pelas mos do terapeuta e para que o terapeuta possa

    sentir os tecidos do paciente. O deslizamento pode ser realizado lentamente

    (effleurage), para maior relaxamento tecidual, ou rapidamente, para efeito

    estimulante (figura 20)

  • AN02FREV001/REV 4.0 38

    FIGURA 20 MANOBRA DE DESLIZAMENTO

    FONTE: Cassar, 2001.

    Ptrissage (presso): abrange diversos movimentos de massagem distintos que se caracterizam por uma firme presso aplicada aos tecidos.

    Seus efeitos so: melhora do fluxo sanguneo e linftico, relaxamento

    muscular e analgesia (figura 21).

    Amassamento: msculos e tecidos subcutneos so alternadamente comprimidos e liberados. O movimento ocorre em sentido circular. Durante a

    fase de presso de cada movimento, a mos e a pele se movem

    conjuntamente sobre as estruturas mais profundas. Durante a fase de

    liberao, a mo desliza suavemente at uma rea adjacente, e o

    movimento repetido. Visa mobilizao das fibras musculares e de outros

    tecidos profundos promovendo o funcionamento normal dos msculos.

    Tambm tem utilidade na mobilizao da tumefao crnica, sobretudo nos

    locais em que esta tumefao sofreu um processo de organizao e est

    impedindo a movimentao das articulaes.

    Beliscamento: um ou mais msculos so agarrados, erguidos dos tecidos subjacentes, comprimidos e liberados. O agarramento e a liberao

    so realizados em um movimento circular, na mesma direo das fibras

    musculares. Visa a aumentar a mobilidade muscular, facilitando o

    movimento articular.

  • AN02FREV001/REV 4.0 39

    Torcedura: os tecidos so levantados com ambas as mos e comprimidos alternadamente entre os dedos e o polegar das mos em

    oposio. As mos movimentam-se alternadamente ao longo do eixo

    longitudinal do msculo, operando transversalmente s fibras musculares e

    estirando os tecidos. Esta tambm uma tcnica realizada amplamente em

    tecido muscular, com a finalidade de mobilizao de msculos individuais ou

    grupos de msculos visando aumentar a mobilidade muscular, facilitando o

    movimento articular.

    Rolamento da pele: os tecidos subcutneos so rolados sobre as estruturas mais profundas visando mobilizao entre a pele e as estruturas

    subcutneas facilitando o movimento articular que possa ter ficado

    comprometido por uma imobilizao excessiva da pele. As mos repousam

    completamente, lado a lado, sobre a superfcie cutnea, com os polegares

    esticados e afastados o mais longe possvel. Os dedos estendidos arrastam

    os tecidos na direo dos polegares produzindo uma prega de pele entre os

    dedos e os polegares. Em seguida, os polegares comprimem os tecidos na

    direo dos dedos rolando-os em torno daquela parte do corpo em um

    movimento ondular.

    FIGURA 21 MANOBRA DE PETRISSAGE

    FONTE: Cassar, 2001.

  • AN02FREV001/REV 4.0 40

    Percusso: abrange vrios movimentos distintos de massagem que se caracterizam por partes variadas da mo golpeando os tecidos em uma

    velocidade bastante rpida. Habitualmente, as mos operam

    alternadamente, os pulsos so mantidos flexveis, de modo que os

    movimentos so leves, elsticos e estimulantes (figura 22).

    FIGURA 22 MANOBRA DE PERCUSSO

    FONTE: Cassar, 2001.

    Palmada: as mos em concha golpeiam rapidamente a superfcie cutnea, comprimindo o ar e provocando uma onda de vibrao que penetra

    nos tecidos. So realizadas com rapidez visando a estimular os tecidos.

    Quando efetuadas sobre os pulmes ajudam a mobilizar secrees.

    Pancada: movimento em que as mos fechadas golpeiam, alternadamente, a parte do corpo, de modo que a regio dorsal das falanges

    mdias e distais dos dedos e a regio tnar e hipotnar da mo entrem em

    contato com os tecidos. Os objetivos so os mesmos da palmada.

    Cutilada: movimento realizado com uma ou duas mos, em que o bordo ulnar golpeia a superfcie da pele em rpida sucesso com o objetivo

    de criar um efeito estimulante e vigoroso.

  • AN02FREV001/REV 4.0 41

    Socamento: movimento em que as bordas ulnares das mos frouxamente cerradas golpeiam alternadamente e rpidamente a superfcie

    corporal.

    Vibrao: tcnica praticada com uma ou duas mos em que um delicado movimento de agitao ou tremor transmitido aos tecidos pelas

    mos ou pela ponta dos dedos. O objetivo estimular o tecido muscular e

    liberar secrees pulmonares (figura 23).

    Figura 23 Manobra de vibrao

    FONTE: Cassar, 2001.

    Frico: consistem de movimentos breves, precisamente localizados e profundamente penetrantes realizados em uma direo circular ou

    transversal com o objetivo de mobilizar tendes, ligamentos, cpsulas

    articulares e tecidos musculares particularmente se estiverem presentes

    inflamaes ou aderncias crnicas. Para que seja obtido um firme contato

    com a pele no so utilizados lubrificantes. A frico circular efetuada com

    a ponta dos dedos ou com os polegares em movimentos circulares. Os

    dedos devem ser pressionados obliquamente nos tecidos, em seguida so

    mobilizados em pequenos crculos se aprofundando ligeiramente a cada

    crculo sucessivo. Desta forma, os tecidos superficiais so mobilizados sobre

    os tecidos mais profundos. Ao ser atingida a profundidade necessria

  • AN02FREV001/REV 4.0 42

    (comumente aps trs ou quatro crculos), a presso liberada

    gradualmente, e os dedos so levantados e pousam numa rea adjacente

    (figura 24).

    FIGURA 24 MANOBRA DE FRICO

    FONTE: Cassar, 2001.

    Tcnica neuromuscular: aplicada com um ou ambos os polegares, em movimentos que cobrem uma rea de cerca de 5 cm e tomam, cada um,

    3 segundos para sua realizao. O contato feito com a borda lateral da

    ponta de cada polegar. Eles palpam os tecidos e os avaliam quanto

    presena de reas nodulares (figura 25).

    Estas so tratadas pelo aumento na presso e pela repetio do movimento.

    A intensidade do movimento imediatamente reduzida quando uma rea de

    "fraqueza" encontrada; de modo similar, a presso aliviada quando os

    prprios ndulos comeam a ceder presso. Os movimentos so repetidos

    vrias vezes e, uma vez que o tratamento seja completado em uma regio, o

    procedimento reiniciado em outra rea.

  • AN02FREV001/REV 4.0 43

    FIGURA 25 TCNICA NEUROMUSCULAR

    FONTE: Cassar, 2001.

    Tratamento de pontos de gatilho: os pontos de gatilho podem ser encontrados em tecido fascial e muscular, em ligamentos ou tendes, em

    tecido cicatricial ou em nveis profundos, dentro de uma cpsula de

    articulao ou no peristeo do osso. A palpao dessa zona de reflexo

    enviar, para uma regio distante, uma sensao mais intensa. Pontos

    comuns de gatilho com frequncia so ativos (rea superior do msculo

    esplnio da cabea e do pescoo, esternocleidomastideo, elevador da

    escapula, grande dorsal, infra-espinhoso, trapzio e romboide). Encontrado

    o ponto gatilho, aplica-se presso sobre a rea reflexa com a ponta de um

    dedo ou do polegar; embora suave, a presso deve ser suficientemente

    profunda para ativar o ponto de gatilho e, assim, enviar a sensao para

    uma regio distante. A presso no tecido mantida por alguns segundos,

    depois suspensa por alguns segundos e, a seguir, reiniciada. O

    procedimento continua at a reduo da sensao na regio distante, ou por

    cerca de um ou dois minutos (figura 26).

  • AN02FREV001/REV 4.0 44

    FIGURA 26 TRATAMENTO DE PONTOS GATILHO

    FONTE: Cassar, 2001.

    5.6.1.2 Protocolo de Massagem para a Coluna Cervical

    Para a realizao da massagem clssica na regio cervical, sugere-se o

    seguinte roteiro (Estivalet, 2010) (figura 27).

    Deslizamento superficial

    Superior: inicia-se na regio do occipital e nas primeiras vrtebras cervicais dirigindo-se para os ombros.

    Mdio: inicia-se nas vrtebras cervicais inferiores em direo ao ombro.

    Inferior: inicia-se na regio dorsal dirigindo-se para os ombros.

    Estas manobras podem ser realizadas simultaneamente ou alternadas.

    Deslizamento profundo: pode ser feito com o auxlio da outra mo (uma sobre a outra) para se conseguir mais profundidade.

  • AN02FREV001/REV 4.0 45

    Amassamento: pode ser digital e at bimanual, conforme a massa muscular, trabalhando-se as pores musculares.

    Frico: realizada com os polegares ou com os dedos. Percusso: realizada conforme a massa muscular.

    FIGURA 27 SEQUNCIA DE MASSAGEM NA REGIO CERVICAL

    Deslizamento com o polegar nos msculos posteriores das costas

    Compresso do lado superior do ombro

    Deslizamento com o polegar

    Deslizamento com os punhos

  • AN02FREV001/REV 4.0 46

    Deslizamento com um punho e a outra mo espalmada

    Compresses nos msculos cervicais posteriores

  • AN02FREV001/REV 4.0 47

    Compresses nos msculos cervicais posteriores

  • AN02FREV001/REV 4.0 48

    Tcnica neuromuscular para os msculos dorsais

    Tcnica neuromuscular para os msculos: elevador da escpula, trapzio

    e supra-espinhoso

    Tratamento de pontos de gatilho

    Mobilizao da escpula

    Tcnica neuromuscular cervical

  • AN02FREV001/REV 4.0 49

    FONTE: Cassar, 2001.

    5.6.2 Massagem do Tecido Conjuntivo

    Sistema de tcnicas de massagem especializada que objetiva a melhora da

    tenso e mobilidade do tecido conjuntivo, aumento local e geral da circulao,

    relaxamento muscular e melhora do funcionamento dos rgos internos. A finalidade

    da massagem determina qual a durao do tratamento a ser administrado e o

    nmero de sesses. Cada sesso consiste de um tratamento geral na coluna,

    seguido por um tratamento especifico das varias zonas ou de outras reas do corpo.

    Os tratamentos por massagem podem ser administrados diariamente, por

    aproximadamente 10 a 12 sesses se necessrio. As tcnicas de MTC podem ser

    praticadas na maioria das reas do corpo, no apenas na regio das costas, mas

    tambm em regies mais perifricas.

    O paciente senta-se em uma superfcie firme com os quadris e joelhos

    formando ngulos retos, e com os ps apoiados. Toda a regio das costas deve ficar

    exposta, mas o aspecto anterior do paciente pode ficar coberto durante a avaliao

    e o tratamento. O terapeuta senta-se ou fica de p por trs do paciente. No se

    devem usar lubrificantes durante a aplicao da tcnica.

    O tratamento comea com um exame da pele que reveste as costas do

    paciente. efetuada minuciosa avaliao e observao da postura e dos msculos,

    juntamente com uma palpao cuidadosa das estruturas orgnicas. Algumas zonas

  • AN02FREV001/REV 4.0 50

    podem ter um aspecto inchado, enquanto outras parecem estar deprimidas. A

    palpao diagnstica pode revelar rigidez e tenso dos tecidos em certas reas do

    corpo. Com frequncia estas so unilaterais e bem definidas. O objetivo do exame

    consiste em mapear as reas de contorno anormal, relacionando-as aos outros

    sinais e sintomas do paciente, mas a prpria avaliao pode ter um efeito profundo

    no sistema nervoso autnomo do paciente.

    Em seguida ao exame inicial, poder ter incio o prprio tratamento. So

    efetuados dois tipos de manipulao: uma breve e uma longa. Esses movimentos

    tm incio na regio sacral, gltea ou lombar, nessa ordem que progridem para cima

    e para fora, na direo das reas afetadas, com maior rapidez possvel.

    aconselhvel que todo o tratamento tenha incio na rea sacral, para que se tenha

    certeza de uma reao vascular normal da raiz da rvore de distribuio autnoma.

    Contudo, importante progredir para os seguimentos afetados de forma rpida. Os

    movimentos so produzidos por uma trao tangencial do dedo mdio apoiado pelo

    anular, ou indicador. Alguns terapeutas preferem usar o dedo indicador apoiado pelo

    dedo mdio.

    Habitualmente, o paciente sente uma sensao de corte ou arranhadura, ou

    possivelmente uma presso indefinida. Estas respostas desaparecem gradualmente,

    medida que o paciente vai se recuperando da condio. So geradas respostas

    locais e gerais. A resposta mais bvia MTC a resposta local, visvel sobre as

    reas tratadas. Depois de alguns minutos surgem tiras com uma colorao

    vermelho vivo (eritema) marcando as reas onde o terapeuta aplicou a presso. A

    presso dos dedos sobre os tecidos produz pequenos traumatismos na rea, e isso

    libera diversas substncias que disparam reflexo. A liberao de histamina,

    juntamente com outra substancias produz a significativa vasodilatao ocorrente na

    rea (figura 28).

  • AN02FREV001/REV 4.0 51

    FIGURA 28 MASSAGEM DO TECIDO CONJUNTIVO

    FONTE: arquivo pessoal, 2010.

    A resposta geral da MTC varia muito, principalmente dependendo de quais

    as reas estimuladas. As respostas gerais consistentes com um efeito no sistema

    nervoso autnomo se prolongam por vrias horas aps o tratamento: estimulao da

    circulao, aumento do funcionamento dos rgos viscerais, reequilbrio da atividade

    autnoma.

    Existem poucas contraindicaes para a MTC, e estas so: certos distrbios

    cardacos, algumas condies cutneas generalizadas que afetem as costas

    (psorase), cncer ou tuberculose, pele com excesso de plos nas costas (levando o

    paciente a ter muitas dores), feridas abertas, lceras, ou outras leses cutneas na

    rea a ser tratada.

    5.7 CINESIOTERAPIA

    A cinesioterapia um recurso teraputico que utiliza o movimento provocado

    pela atividade muscular do paciente com uma finalidade precisamente teraputica.

    indicada para desenvolver, restaurar e manter a fora muscular, a resistncia

    fadiga, a mobilidade e a flexibilidade corporal, o relaxamento e a coordenao

    motora (Kisner e CoIby, 1998).

  • AN02FREV001/REV 4.0 52

    Sua indicao baseada na avaliao funcional das disfunes do paciente

    e os programas de exerccios so traados individualmente levando em conta as

    necessidades e incapacidades apuradas na avaliao. Em linhas gerais, os

    exerccios de cinesioterapia podem ser (Kisner e CoIby, 1998; Lucareli, 2007):

    Passivos: realizados por uma fora externa. Os msculos envolvidos no tratamento no esto atuando. So indicados quando o paciente for

    incapaz ou no puder mover ativamente um segmento, como quando

    est em coma, paralisado ou em repouso no leito. Seus principais so:

    diminuir as complicaes da imobilizao no leito, manter a mobilidade

    articular e dos tecidos conjuntivos, minimizar a formao de contraturas,

    reduzir a dor, favorecer a nutrio das cartilagens, auxiliar o processo de

    regenerao aps uma leso.

    Ativos: realizados pelo indivduo com ou sem auxlio de uma fora

    externa. Indicados quando o paciente est apto a contrair ativamente

    seus msculos e mover um segmento com ou sem assistncia e quando

    o movimento no contraindicado. Os objetivos dos exerccios ativos

    so: alm dos objetivos j citados na tcnica passiva: manter a

    elasticidade e a contratilidade fisiolgica dos msculos trabalhados,

    estimular a integridade ssea e articular, dar feedback sensorial aos

    msculos em contrao, melhorar a circulao sangunea e a

    coordenao e habilidades motoras para atividades funcionais. H

    diversos tipos de exerccios ativos:

    Ativo livre: movimento feito voluntariamente pelos msculos

    envolvidos no movimento, sem a resistncia de qualquer fora

    externa, exceto a gravidade e o peso do segmento.

    Ativo assistido: movimento feito voluntariamente pelos msculos envolvidos no movimento, com auxlio de fora externa para atingir a

    amplitude de movimento total da articulao.

  • AN02FREV001/REV 4.0 53

    Autoassistido: movimento feito voluntariamente pelos msculos envolvidos no movimento, com auxlio de fora externa oferecida pelo

    prprio paciente.

    Ativo resistido: solicita ao e controle dos msculos motores do movimento solicitado contra uma fora externa (manual ou mecnica)

    alm da gravidade e peso do segmento, objetivando aumentar a

    fora, a potncia e a resistncia muscular.

    De forma ativa tambm podem ser executados exerccios de relaxamento

    para a regio cervical (figura 29).

    FIGURA 29 EXERCCIOS DE RELAXAMENTO PARA A REGIO CERVICAL

    FONTE: Arquivo pessoal, 2010.

  • AN02FREV001/REV 4.0 54

    5.7.1 Alongamentos Teraputicos

    Alongamento muscular so exerccios fsicos para manter ou desenvolver a

    flexibilidade. O alongamento uma das mais importantes categorias de exerccios

    que podem ser prescritos para manter e restaurar o equilbrio normal em cada uma

    destas estruturas: o msculo, a fscia, o tendo e o ligamento. Estes podem exibir

    um grau de rigidez aumentado que conduz ao funcionamento no timo em

    determinada articulao secundria e restringir a amplitude de movimento

    disponvel. O alongamento muscular permite modificar o comprimento do msculo,

    visando manter ao mesmo tempo, caractersticas mecnicas e funes

    neuromusculares.

    O alongamento pode ser utilizado como manobra teraputica para aumentar

    o comprimento de tecidos moles que estejam encurtados, podendo ser definido

    tambm como tcnica utilizada para aumentar a extensibilidade musculotendinosa e

    do tecido conjuntivo periarticular, de tal modo contribuindo para aumentar a

    flexibilidade articular. Um programa regular de alongamento proporciona: aumento da flexibilidade,

    resistncia e fora muscular, diminuio de dores e desconfortos musculares, boa

    mobilidade muscular e articular, melhora da aparncia fsica e imagem pessoal,

    melhora do alinhamento postural esttico e dinmico, reduo de encurtamentos do

    sistema muscular, aumento do relaxamento muscular e melhora da circulao

    sangunea.

    O ideal que os exerccios sejam realizados diariamente at que uma boa

    amplitude de movimento seja atingida e posteriormente deve ser realizada uma

    manuteno duas ou trs vezes por semana. Os alongamentos podem ser

    realizados de forma ativa (pelo prprio indivduo) ou passiva (por um terapeuta ou

    fora externa) (McAtee, 1998).

    As ilustraes a seguir demonstram alguns movimentos de alongamentos

    ativos da musculatura cervical, frequentemente envolvida na patogenia das

  • AN02FREV001/REV 4.0 55

    cervicalgias mecnicas. Cada movimento deve ser mantido aproximadamente 15 a

    30 segundos e repetido por trs vezes (figura 30).

    FIGURA 30 ALONGAMENTOS ATIVOS DA REGIO CERVICAL

    Flexores cervicais Extensores cervicais

    Rotadores cervicais Inclinadores cervicais

    FONTE: arquivo pessoal, 2010.

    5.8 TERAPIAS POSTURAIS

    Tcnicas que buscam reequilibrar a postura, fortalecendo msculos

    enfraquecidos e alongando msculos contraturados. So terapias essenciais quando

    as cervicalgias so de origem mecnico-postural e quando so detectadas

  • AN02FREV001/REV 4.0 56

    alteraes de posicionamento de cabea durante a avaliao postural. Entre as

    tcnicas de requilibrao postural mais usuais esto: a Reeducao Postural Global

    e o Pilates Clnico:

    Reeducao Postural Global (RPG): tcnica de reequilbrio postural desenvolvida pelo fisioterapeuta Philippe Souchard, no incio dos anos

    70. um tratamento individualizado que realiza uma abordagem

    corretivo/preventiva, fundamentada na biomecnica, levando em

    considerao as necessidades de cada indivduo, j que cada organismo

    reage de maneira diferente s agresses sofridas. A proposta de

    tratamento da RPG se baseia no princpio de que os problemas

    posturais e musculoesquelticos so desencadeados pelo encurtamento

    das cadeias musculares, principalmente as posteriores. A tcnica atua

    de forma global, alongando as cadeias musculares encurtadas, por meio

    de posturas de estiramento ativo usando a modalidade de musculao

    isotnica excntrica, que alonga o grupo muscular a ser tratado e, ao

    mesmo tempo, aumenta a fora muscular (figura 31) (Abreu e Simes,

    2010).

    FIGURA 31 POSTURA DE RPG

    FONTE: Arquivo pessoal, 2010.

    Pilates: mtodo de atividade fsica elaborado em 1920 pelo alemo Joseph Pilates. uma tcnica de reeducao do movimento, composta

  • AN02FREV001/REV 4.0 57

    por exerccios profundamente alicerados na anatomia humana, capazes

    de restabelecer e aumentar a flexibilidade e fora muscular, melhorar a

    respirao, corrigir a postura e prevenir leses. Pensando no princpio de

    mente s e corpo so, Pilates criou uma atividade fsica baseada em

    seis princpios bsicos: respirao, concentrao, controle, alinhamento,

    centralizao e integrao de movimentos. Bem executada e orientada,

    no traz impactos nocivos para as articulaes, ligamentos e

    musculatura. Os exerccios podem ser feitos no solo ou em

    equipamentos especficos (figura 32).

    FIGURA 32 PILATES

    Pilates em aparelhos Pilates em solo

    FONTE: Real pilates, 2010. FONTE: Neves, 2010.

    5.9 TERAPIAS MANIPULATIVAS

    Estudos atuais demonstram que as tcnicas de terapia manual propiciam

    significante alvio da dor e melhora da funo. Ela realizada por meio de

    movimentos passivos feitos pelo fisioterapeuta com o propsito de aumentar a

  • AN02FREV001/REV 4.0 58

    mobilidade e reduzir a tenso articular. Incluem movimentao passiva em toda a

    amplitude da articulao, movimentos articulares acessrios passivos (trao,

    deslizamento), tcnicas de alongamento da musculatura e de mobilizao de tecidos

    moles. A mobilizao passiva assistida pode ajudar o paciente a superar aos poucos

    as barreiras dolorosas dos cuidados ativos, por aumentar progressivamente a

    amplitude do movimento dentro dos limites de dor de cada paciente. Entre estas

    tcnicas esto: a Quiropraxia, a Osteopatia e as Pompages (Leal, 2010):

    5.9.1 Quiropraxia

    Mtodo de tratamento que se utiliza de ajustes articulares para tratar

    disfunes e dores, principalmente da coluna vertebral. A manipulao se d por

    meio de movimentos rpidos e precisos no segmento articular a ser tratado. Esses

    movimentos chamados de movimentao passiva so pequenos impulsos contra a

    coluna utilizando as mos do terapeuta. uma terapia indolor. Os ajustes da coluna

    corrigem subluxaes vertebrais (posicionamento incorreto das vrtebras) (Mutter,

    2010).

    Quando as vrtebras no esto bem alinhadas ou esto com movimento

    incorreto, pode ocorrer a interrupo do fluxo de informao transmitido do crebro

    ao corpo. Sem a informao correta, o corpo impedido de manter seu potencial

    mximo. A quiropraxia corrige essas vrtebras mal alinhadas, visando manter o fluxo

    do sistema nervoso e a harmonia do corpo (Mutter, 2010).

    A manobra de quiropraxia conceituada como a movimentao passiva de

    uma articulao com alta velocidade, alm da amplitude de movimento fisiolgico e

    dentro da integridade anatmica. O movimento necessariamente muito rpido e

    curto (evitando movimentos longos desnecessrios). Realizando o movimento de

    forma rpida, evita-se a ativao da contrao muscular que ocorre

    aproximadamente entre 50 a 100 milissegundos. O movimento deve ser executado

    alm da amplitude de movimento fisiolgico (ultrapassando a barreira elstica e

    atingindo uma nova amplitude de movimento), porm dentro da integridade

    anatmica (o movimento necessita ser necessariamente curto, pois se for muito

  • AN02FREV001/REV 4.0 59

    longo, pode causar uma distenso ou leso dos tecidos articulares e periarticulares)

    (figura 33) (Guttler, 2010).

    FIGURA 33 MANOBRAS DE QUIROPRAXIA

    FONTE: Arquivo pessoal, 2010.

    Entre os efeitos fisiolgicos da quiropraxia, esto: normalizao do tnus

    muscular, aumento do limiar de dor e da amplitude de movimento e a liberao de

    endorfinas. A quiropraxia pode ser aplicada em qualquer alterao funcional que

  • AN02FREV001/REV 4.0 60

    acometa o sistema musculoesqueltico, desde que no haja contraindicaes

    especficas e que a tcnica seja aplicada por profissional habilitado. Entre as

    contraindicaes para a realizao da quiropraxia, esto: Alteraes neurolgicas,

    alteraes sseas e articulares, aneurisma da aorta e doenas genticas que

    acometem o msculo (Guttler, 2010).

    5.9.2 Osteopatia

    A osteopatia um sistema de avaliao e tratamento, com metodologia e

    filosofia prpria, que visa restabelecer a funo das estruturas e sistemas corporais,

    agindo por meio da interveno manual sobre os tecidos (articulaes, msculos,

    fscias, ligamentos, cpsulas, vsceras, tecido nervoso, vascular e linftico).

    As tcnicas de manipulao so denominadas Thrusts e classificadas como

    estruturais, ou seja, que so realizadas contra o sentido da disfuno e no sentido

    da barreira, contra a resistncia de mobilidade, no intuito de corrig-las. So

    realizadas com alta velocidade, mas com pequena amplitude, sempre respeitando

    os limites fisiolgicos de amplitude de movimento. A alta velocidade se faz

    necessria na realizao da tcnica para surpreender os sistemas de proteo dos

    msculos que fixam a leso. Desta forma, surpreendemos o sistema nervoso central

    e provocamos um black out sensorial local. Como consequncia, o crculo vicioso

    irritativo que mantm o espasmo dos pequenos msculos monoarticulares

    interrompido e o tnus pode normalizar-se (figura 34).

    Os objetivos principais da tcnica de osteopatia so: fazer que as facetas

    articulares se deslizem e restaurar a funo articular, liberar as aderncias,

    normalizar o sistema vascular, provocar um reflexo aferente, estimular os centros

    simpticos ou parassimpticos para obter a ruptura do arco reflexo neurovegetativo

    patolgico, proporcionar comodidade ao paciente.

    So contraindicaes ao uso da osteopatia: Traumatismos (fraturas,

    entorses grau III, luxaes), tumores sseos, infeces, reumatismos inflamatrios e

    infecciosos, doenas vasculares, doenas metablicas como osteoporose e

    raquitismo, doenas congnitas como ms-formaes da charneira occipito-

  • AN02FREV001/REV 4.0 61

    atlantoidea, sndromes hiperlgicas associadas a patologias neurolgicas, doenas

    psquicas (histeria, neuroses de angustia), paralisia perifrica ou central e recusa do

    paciente (resistncia, espasmo, medo).

    FIGURA 34 TCNICA DE OSTEOPATIA

    FONTE: arquivo pessoal, 2010.

    5.9.3 Pompages

    Manobras idealizadas por Marcel Bienfat que so realizadas de forma

    precisa que objetivam obter relaxamento da musculatura esttica. As pompages

    facilitam de forma considervel as mobilizaes articulares na recuperao funcional

    uma vez que tm como objetivo principal a recuperao da frouxido fisiolgica,

    permitindo a fisiologia ligamentar. Alm disso, a mobilizao em descompresso traz

    resultados rpidos na recuperao das amplitudes prejudicadas (figura 35).

    So teis para o tratamento de cervicalgias mecnicas agudas e crnicas,

    especialmente as de origem msculo ligamentar. A tcnica pode ser precedida por

    aquecimento tecidual prvio para favorecer o destensionamento das estruturas

    envolvidas.

  • AN02FREV001/REV 4.0 62

    FIGURA 35 TCNICA DE POMPAGE

    FONTE: arquivo pessoal, 2010.

  • AN02FREV001/REV 4.0 63

    5.10 TRAO CERVICAL

    A trao cervical (figura 36) um procedimento amplamente utilizado no

    tratamento e no alvio de certas condies clnicas da coluna vertebral que so

    causadas pela reduo do espao intervertebral (Krause et al., 2000). Seu objetivo

    produzir uma separao dos corpos vertebrais, promovendo um aumento da

    presso hidrosttica negativa dos discos intervertebrais para que estes absorvam

    fludo e ganhem altura. O aumento no espao intervertebral visa aumentar a altura

    dos discos intervertebrais para aliviar o estresse colocado sobre certas estruturas

    vertebrais, como as terminaes nervosas e facetas articulares que podem provocar

    dor (Rodrigues, 1998).

    FIGURA 36 TRAO CERVICAL

    FONTE: Warks, 2010.

    A trao alivia o espasmo muscular devido ao seu efeito sobre msculos e

    estruturas ligamentares e capsulares. Reduz o intumescimento, melhora a circulao

    sobre os tecidos e evita a formao de aderncias entre as bainhas das razes

    nervosas e estruturas capsulares adjacentes. O estiramento dos tecidos em torno da

    raiz nervosa possibilita um fluxo circulatrio livre que melhora a nutrio dos tecidos

  • AN02FREV001/REV 4.0 64

    ao redor do nervo e propicia a remoo de metablitos e exudados produzidos por

    inflamao de baixo grau. Alm disso, a mobilizao das articulaes facetrias

    auxilia a lubrificao e a nutrio do disco intervertebral (Rodrigues, 1998).

    A trao indicada para o tratamento de hrnias discais, protuso discal,

    disfuno articular e outras doenas degenerativas. So contraindicaes para o uso

    da trao: doena estrutural secundria a tumor, devido ao cuidado de no produzir

    nenhuma complicao clnica como fraturas; infeco pela provvel disseminao

    de microrganismos piognicos; em pacientes com problemas vasculares de qualquer

    condio, principalmente nas traes gravitacionais; em pacientes com cardiopatias,

    toracoplastias, distrbios respiratrios graves, pelo efeito compressivo dos cintures

    torcicos da trao; nos processos anquilosantes da coluna vertebral, pela provvel

    fratura dos sindesmfitos; na osteoporose, pela fragilidade ssea da coluna vertebral

    que pode levar a fraturas (Rodrigues, 1998).

    5.11 ACUPUNTURA

    A acupuntura um recurso teraputico da medicina oriental que age fisiologicamente como um mtodo de estimulao neurolgica em receptores

    especficos, com efeitos de modulao da atividade neurolgica em trs nveis: local,

    espinhal (segmentar) e supra-espinhal (suprasegmentar), por meio de colocao de

    aglhas em pontos especficos de estimulao (figura 37) (Wikipdia, 2010).

    FIGURA 37 ACUPUNTURA

    FONTE: Asces, 2010.

  • AN02FREV001/REV 4.0 65

    Estudos indicam que a acupuntura pode ser extremamente eficaz no

    tratamento de quadros de dor agudos e crnicos (Silva et al., 2005).

    5.12 HIDROTERAPIA

    A hidroterapia utilizada como forma de tratamento para uma grande

    variedade de doenas ortopdicas. Os efeitos fisiolgicos da imerso combinados

    com o calor da gua e a flutuabilidade tornam a piscina de hidroterapia um local

    ideal para iniciar a conduta do paciente ortopdico. medida que progridem, as

    propriedades da gua como turbulncia e movimentos contra a flutuabilidade,

    podem exercitar todos os pacientes at seus potenciais mximos. A piscina

    teraputica utiliza-se de gua aquecida com temperatura em torno de 38 C para

    favorecer a reduo dos espasmos musculares e proporcionar analgesia.

    Um dos benefcios mais importantes da reabilitao aqutica no tratamento

    das dores cervicais a possibilidade de interveno precoce, visto que na fase

    aguda da patologia os exerccios em terra no so tolerveis por aumentar as

    cargas compressivas na coluna. Na gua, essas foras so bem reduzidas,

    favorecendo um programa de reabilitao mais intenso e precoce sem prejudicar a

    coluna. Com o calor da gua, h reduo do espasmo muscular e da dor (ciclo

    espasmo/dor) pelo maior aporte de sangue e oxignio para os tecidos lesados, e

    proporciona aos pacientes o preparo necessrio para os exerccios em terra (Bates

    e Hanson, 1998).

    So contraindicaes do tratamento em piscina teraputica: infeces

    cutneas, alteraes renais ou esfincterianas, cardiopatias agudas, sensibilidade

    comprovada ao cloro, hiper ou hipotenso sem controle, febre, lceras, labirintite

    aguda (Bates e Hanson, 1998).

  • AN02FREV001/REV 4.0 66

    5.13 FASES DA ASSISTNCIA FISIOTERAPUTICA EM CERVICALGIAS

    Durante a fase aguda de cervicalgias mecnicas, o principal objetivo do

    tratamento fisioteraputico a reduo da dor. Alm de orientaes de cuidados

    gerais e de repouso, devem-se utilizar medidas como a eletroanalgesia, a

    termoterapia superficial e profunda, recursos manuais (massoterapia), terapias

    manipulativas, acupuntura. Quando a dor estiver controlada, podem ser introduzidos

    exerccios para alongamento e reforo muscular progressivo. Aps o controle da

    sintomatologia, quando indicado, importante que o paciente faa terapias de

    correo postural.

    Para que as crises de cervicalgias, sobretudo as de origem mecnica sejam

    evitadas, importante que o indivduo e mantenha ativo, dentro de um peso

    adequado para a sua altura e que mantenha uma atividade fsica regular, evitando o

    sedentarismo. Nas ilustraes a seguir esto representados diversos exerccios que

    podem ser feitos para trabalhar fora, coordenao e amplitude de movimento da

    coluna cervical (figura 38).

    FIGURA 38 EXERCCIOS PARA A COLUNA CERVICAL

  • AN02FREV001/REV 4.0 67

  • AN02FREV001/REV 4.0 68

  • AN02FREV001/REV 4.0 69

  • AN02FREV001/REV 4.0 70

    FONTE: Deckers, 2010.

    -----------FIM DO MDULO-----------

  • AN02FREV001/REV 4.0 71

    REFERNCIAS BILIOGRFICAS

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    1 TRATAMENTO DAS CERVICALGIASO tratamento das cervicalgias est vinculado as suas causas. Quando a dor cervical decorre de causas secundrias, o tratamento deve ser individualizado de acordo com a sua comorbidade. J os pacientes com causas primrias devem ter seu tratamento foca...O tratamento para os quadros agudos visa principalmente ao alvio da dor. Quanto mais rapidamente o paciente tiver reduzida sua sintomatologia, melhor o prognstico da doena. Em geral, a depender da causa da dor, podem-se utilizar tratamentos medicam...2 TRATAMENTO MEDICAMENTOSO3 TRATAMENTO CIRRGICO