folheto ed estetica e art

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Sugestão de Leitura ~ Educação Faculdade de Psicologia | Instituto de Educação UNIVERSIDADE DE LISBOA Alameda da Universidade 1649-013 Lisboa Tel.: 21 794 36 00 E-mail: [email protected] Faculdade de Psicologia | Instituto da Educação UNIVERSIDADE DE LISBOA Revisão e Arranjo gráfico Tatiana Sanches, Divisão de Documentação imagem Microsoft Faculdade de Psicologia | Instituto de Educação UNIVERSIDADE DE LISBOA Alameda da Universidade 1649-013 Lisboa Tel.: 21 794 36 00 Sugestão de Leitura—Educação Uma iniciativa da Divisão de Documentação Junho de 2012 HOUSEN, Abigail, et ali. – Educação estética e artística: Abordagens transdisci- plinares. Coordenação da edição João Pedro Fróis. Tradução de Maria Emília Castel-Branco. 2ª ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian/Serviço de Edu- cação e Bolsas, 2011.

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Alameda da Universidade 1649-013 Lisboa Tel.: 21 794 36 00 E-mail: [email protected] imagem Documentação Microsoft Arranjo Sanches, Tatiana Revisão Divisão de gráfico Faculdade de Psicologia | Instituto de Educação Faculdade de Psicologia | Instituto de Educação UNIVERSIDADE DE LISBOA UNIVERSIDADE DE LISBOA e Recensão de Edma Satar, Bibliotecária Faculdade de Psicologia Instituto de Educação UNIVERSIDADE DE LISBOA

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Page 1: folheto ed estetica e art

Sugestão de Leitura ~ Educação

Faculdade de Psicologia | Instituto de Educação

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Tel.: 21 794 36 00

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Alameda da Universidade

1649-013 Lisboa

Tel.: 21 794 36 00

Sugestão de Leitura—Educação

Uma iniciativa da

Divisão de Documentação

Junho de 2012

HOUSEN, Abigail, et ali. – Educação estética e artística: Abordagens transdisci-

plinares. Coordenação da edição João Pedro Fróis. Tradução de Maria Emília

Castel-Branco. 2ª ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian/Serviço de Edu-

cação e Bolsas, 2011.

Page 2: folheto ed estetica e art

Sugestão de Leitura

Debruçando-nos sobre este livro verificamos que é uma compilação do contributo de vários auto-

res sobre o tema transdisciplinar da educação estética, bem como sobre a psicologia da arte e a

estética experimental, cuja introdução apresenta os objetivos que levaram à criação da Fundação

Calouste Gulbenkian em 1956, para a valorização da Arte através da Educação. Ao mesmo tempo,

enunciam-se as várias atividades artísticas que foram, desde então, incentivadas, desde a iniciação

artística da criança com os lavores ao desenho geométrico.

Gonçalves (2011: 19-30) inicia a digressão artística apresentando a arte e a ciência do séc. XX,

como filhas da experiência e do livre pensamento que, muitas vezes, levam à modificação da cons-

ciência humana através da liberdade de pensamento. Dá-se como exemplo a influência dos mode-

los paradigmáticos na expressão artística do séc. XIX, com a introdução do espaço e do tempo, por

exemplo em Ingres, distinta da arte do tempo interior de Paul Klee. Observando a história mundi-

al recente observamos existir uma tendência para as formas abstratas e para as formas fechadas e

abertas como as que se podem ver na pintura de Nadir Afonso, o primeiro pintor a sugerir um

espaço ilimitado, através da sucessão rítmica das formas euclidianas. Refere-se às primeiras mani-

festações topológicas na pintura com o contributos de Mobius, Vasarely, Chevreul e outros im-

pressionistas, num jogo de formas e cores.

Em seguida, Höge (31-68) apresenta as origens da Estética e da Psicologia no séc. XVIII, cem anos

antes da chegada da Psicologia como ciência, reconhecendo-se o contributo de Baumgarten na Es-

tética como a “ciência da cognição sensível”. Refere-se que, no período do Renascimento, três te-

mas, a Teoria da Arte, a Metafísica da Beleza e a Gnoseologia da Perceção estavam ligadas à Estéti-

ca, ideia que influenciou Kant na teoria da subjetividade do pensamento. O desenvolvimento artís-

tico teve especial importância no período do Romantismo. Como teoria da cognição, e visto a

mente funcionar como um computador, a estética, produto da emoção, foi interpretada como um

modelo computorizado, constituído por redes neuronais com efeitos estéticos de cor, de figuras,

contrastes, formas, repetição, atenção e iteração, caraterizando-se esta última, como a repetição

das figuras.

A apreciação cognitiva estética da arte é muito subjetiva e depende da empatia com que nos fasci-

namos pela obra de arte. A educação estética não é uma forma de aquisição de conhecimento nem

de informação, mas um processo intuitivo e experiencial de desenvolvimento pessoal e da persona-

lidade, que deve ser vivido e assimilado. Mas, a teoria da Estética Moderna defende que a beleza

está “no olhar do observador” (Housen, 149) e na interação do objeto com a sua perceção. O autor

faz considerações de como educar a criança no pensamento estético e como criar um currículo de

modo a fomentar o desenvolvimento estético.

Uma das ideias apresentadas como ferramentas para a compreensão das obras de arte (Wolf/Perry,

1988) foi rejeitada por defender um modelo linear na história do desenvolvimento do pensamento,

contrariamente a Piaget que considerou como um progresso constante nos modos das formas opera-

cionais e Freud, como o primado dos processos de pensamento secundário sobre o primário, da civi-

lização sobre o instinto.

As estratégias do pensamento visual traduzem-se nas obras de arte e concentram-se nas duas faces

iniciais do desenvolvimento, conduzindo os observadores ao ponto do problema, isto é, nas inten-

ções do artista e implicam preocupações formais que têm a ver com o espaço. A Arte tem desempe-

nhado um papel essencial nas diversas culturas com manifestações artísticas que se alojam em mu-

seus, locais de interação entre as Artes Visuais e as comunidades, cuja experiencia estética deve ser

realizada nos contextos desses museus, galerias, oficinas e escolas. Porque a Arte contribui para o

refinamento da sensibilidade e do desenvolvimento da criatividade é reconhecida como de importân-

cia essencial na formação do indivíduo, ampliando as possibilidades cognitivas, afetivas e expressivas.

É, pois, um desafio encorajar as crianças para as Artes Visuais no planeamento de um currículo edu-

cativo que constitua linhas de orientação para a investigação no domínio da Psicologia das Artes Vi-

suais e da Educação, tendo em conta que os Museus raramente são apoiados por ações de investiga-

ção.

Como considerações finais, o autor dá uma explicação do programa curricular de Artes Visuais de-

nominado Primeiro Olhar, que se articula em dois eixos fundamentais, a da metonímia e do paradi-

gma, e o dos valores semânticos, com o mundo onírico, a liberdade de associação de imagens, e seu

significado integrado num determinado contexto. Acredita ainda, que a educação estética e artística

pode contribuir para o nível cultural mais elevado das populações, prevenir a iliteracia e facilitar a

integração dos indivíduos na sociedade.

Recensão de Edma Satar, Bibliotecária

Faculdade de Psicologia

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