Forças e Movimentos Unidade 2. Forças e Movimentos Unidade 2 2.3 Resultante de um sistema de forças.
Forças Propulsoras e Restritivas
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Podemos encontrar forças propulsoras e restritivas que afetam a integração
global entre os mercados:
Propulsoras: acordos econômicos regionais, necessidades e desejos do mercado,
tecnologia, melhorias de comunicação e transportes, altos custos de desenvolvimento de
certos produtos que só são recuperados no mercado global, tendências econômicas
mundiais, possibilidade de maior investimento em qualidade e alavancagem (vantagem
por fazer negócios em mais de um país: transferência de experiência, economia de
escala, uso de recursos e estratégia global).
Essas chamadas forças propulsoras incentivam a participação internacional das
empresas por apresentar algum tipo de vantagem competitiva. A vantagem competitiva
surge quando o valor que uma empresa consegue criar para seus compradores ultrapassa
seu custo de fabricação. São essencialmente dois tipos, vantagem pela liderança em
custo e/ou pela diferenciação.
Análise das forças propulsoras:
Acordos Econômicos Regionais: Os acordos de cooperação econômica e
comércio preferencial entre países dão maior liberdade e justiça ao comércio mundial de
mercadorias e serviços. São exemplos, OMC, GATT, áreas de livre comércio, uniões
alfandegárias, mercados comuns e uniões econômicas. Mais especificamente no caso
brasileiro o Mercosul (Mercado Comum do Sul) no qual o Brasil participa desde 1991,
juntamente com Argentina, Paraguai e Uruguai.
Necessidades e Desejos do Mercado: Em mercados mundiais encontram-se
padrões universais e diferenças culturais, todavia, as necessidades e desejos dos
consumidores no mundo todo nunca foram tão convergentes, o que cria oportunidades
para a empresa global. As culturas populares de quase todas as sociedades são
inundadas por imagens, que são veiculadas principalmente nos filmes de Hollywood.
Este estilo de vida cria demandas que até antes não existiam e cabe às empresas mais
oportunistas e mais estrategicamente preparadas satisfazê-las.
Tecnologia e Melhoria de Comunicação e Transportes: A tecnologia não
somente associada à produção, mas à comunicação e ao transporte, como muito
importante para o crescimento do comércio internacional. “Os computadores, satélites e
sistemas intricados de processamento de dados tornam instantâneas as negociações no
exterior”. A tecnologia é vista como origem e significado da globalização, e indica a
transformação tecnológica como um dos principais condutores da concorrência por ser
capaz de revezar lideranças de mercado entre as empresas acabando com vantagens
competitivas ora estabelecidas. Além da dinâmica do mercado proporcionada por uma
redução de custos e aumento da produtividade, a tecnologia permite uma diferenciação
em produtos ou serviços quando, por exemplo, atende ao consumidor que migrou,
mesmo que temporariamente, para além das fronteiras nacionais.
Tendências Econômicas Mundiais: Há motivos principais para que o
crescimento econômico seja força propulsora da expansão da economia internacional,
primeiramente as oportunidades no mercado externo aliadas ao lento crescimento no
mercado doméstico. A internacionalização tornou-se um importante caminho para as
empresas brasileiras por ser uma alternativa à instabilidade econômica e aos momentos
de estagnação interna. Já o crescimento econômico reduziu a resistência à entrada de
empresas estrangeiras nas economias nacionais e por fim, o movimento mundial de
desregulamentação e privatização.
Qualidade: quando a empresa opera globalmente, tende a ter uma maior receita e
margens operacionais mais altas. Isto gera possibilidade de maior investimento em
qualidade e pesquisa e desenvolvimento, tanto por atender a uma parcela maior e mais
exigente de consumidores quanto pela luta contra a concorrência local e global.
Entretanto, cabe ressaltar que um produto deve ter o mínimo de qualidade para entrar no
mercado, porém deve primar pela qualidade para se manter no mesmo.
Alavancagem: alavancagem é uma vantagem por fazer negócios em mais de um
país. Isto, por causa de quatro fatores como segue:
Transferência de Experiência: uma empresa global pode alavancar sua
experiência em qualquer mercado valendo-se de seu know-how em práticas de gerência
estratégica, de marketing e de todas as outras áreas com características comparáveis a
mercados já testados.
Economia de Escala: a empresa global vale-se do volume global de produção
para obter vantagem de escala na fabricação, na eliminação de cargos repetidos,
downsizing de atividades funcionais, melhor competência e qualidade.
Utilização de Recursos: ela pode procurar no mundo todo, pessoas, recursos
monetários e matérias-primas que permitam competir eficazmente no mercado
internacional.
Estratégia Global: a empresa global constrói sua estratégia baseada em um
sistema de informações capaz de vasculhar o ambiente mundial de negócios para
identificar oportunidades, tendências, riscos e recursos. Identificadas as oportunidades,
a empresa adere aos três princípios anteriores: alavanca suas habilidades, concentra
recursos na criação de valor superior para os consumidores, atingindo assim a vantagem
competitiva.
Incentivos Governamentais: Todos os governos estimulam a exportação e em
muitos países os governos subsidiam suas empresas ou até mesmo fornecem dinheiro
diretamente para as empresas poderem cobrar preços mais baixos do que concorrentes
estrangeiros.
O Governo Brasileiro também se preocupa com o comércio para além de suas
fronteiras e através do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
em parceria com o setor privado, espera cada vez mais fortalecê-lo e expandi-lo. Para
isso, principalmente o pequeno exportador, conta com financiamentos especiais no
Banco do Brasil, BNDES, CAIXA e outros bancos estatais;
Forças Restritivas
As forças restritivas, ou seja, aquelas que inibem ou limitam a
internacionalização são barreiras de entrada:
Miopia Administrativa e Cultura Organizacional - etnocentrismo: A empresa de
visão “estreita” e etnocêntrica (considera seu país superior) tende a não se expandir
geograficamente, e quando o faz, logo percebe a necessidade de um pensamento mais
global. Ao mesmo tempo, a empresa que deseja expandir-se, deve ter nas equipes uma
perfeita integração com livre fluxo de informações e sugestões. Pode-se incluir neste
tópico restritivo, a falta de conhecimento sobre os mercados potenciais.
Controles Nacionais: todo país protege as empresas e interesses locais, mantendo
sob controle o acesso ao mercado e à entrada de indústrias de baixa e alta tecnologia.
Essas barreiras comerciais podem ser qualquer lei, regulamento, política, medida, ou
prática governamental que restrinja ou distorça o comércio internacional.
As barreiras mais comuns relativas ao comércio de bens são as barreiras
tarifárias (tarifas de importação e outras taxas aduaneiras), as barreiras não-tarifárias
(restrições quantitativas, licenciamento de importações, procedimentos alfandegários,
medidas antidumping e compensatórias) e as barreiras técnicas (normas e regulamentos
técnicos, sanitários, fitossanitários e de saúde animal sem transparência, ou
excessivamente rigorosos ou morosos e dispendiosos). Hoje, muitas barreiras tarifárias
foram removidas graças aos acordos econômicos regionais, no entanto, as barreiras não-
tarifárias ainda dificultam o acesso das empresas a esses mercados.