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Alessandro Ferrari: 11 anos de sucesso Jornal O Mensageiro - Santo Ângelo - RS Ano 8 - 2010 - Número 22 - Circulação Dirigida - R$ 7,50 Entrevista Edson Martins Especial A evolução das plantas e o surgimento da poluição Foto: Bárbara Rigo

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AlessandroFerrari:

11 anos de sucesso

Jornal O Mensageiro - Santo Ângelo - RSAno 8 - 2010 - Número 22 - Circulação Dirigida - R$ 7,50

Entrevista Edson MartinsEspecialA evolução das plantase o surgimento da poluição

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Editorial

Timidamente e, não por acaso, ele começou a se dedicar à arte cabeleireira há 11 anos. Em 1999, ao lado da cabeleireira Elizete, ele iniciou uma carreira das mais brilhantes. Seu ingrediente principal sempre foi o entusiasmo e a moti-

vação com a beleza. O dom natural para realçar o belo, aliado a inúmeros cursos no Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Balneário Camboriu e Buenos Aires, lhe tornaram uma referência. O apoio da mãe, Tereza Ferrari, e da mana Suzete Ferrari de Souza, que, atualmente, é sua sócia no Centro de Beleza Ale Ferrari, sempre foram muito im-portantes. Ale, como é conhecido por todos, é um nome requisitado entre as cabeças coroadas de Santo Ângelo e o profissional eleito pelas noivas da cidade.

Mensalmente, ele e sua equipe, formada por 9 pessoas, assinam as produções de cerca de 25 novas jovens senhoras. “Tenho muito orgulho de ser o cabeleireiro esco-lhido pelas noivas de Santo Ângelo”, diz “Ale”, acrescentando que a forma de retribuir essa confiança é realizar um trabalho dedicado com forte dose de amor.

“Ale” também cita o orgulho de acompanhar as várias fases das mulheres, pois muitas começam pela festa de quinze anos, depois debutam, se formam, noivam e casam sempre com o toque mágico de suas mãos em seus cabelos.

Ele cita a estação da primavera e a proximidade com o final de ano como os perí-odos mais motivadores para festas de casamento.

Alessandro Ferrari é um orgulho para Santo Ângelo, pois com sua dedicação e talento está presente nos momentos mais belos, coloridos e felizes da sociedade santo-angelense. Seu “Centro de Beleza” está localizado na sala 1 da Travessa João Meller, 63. Seu fone para reservas de horários é (55) 3313 3029.

A penúltima edição de 2010 da Revista O Mensageiro, a qual une os meses de ou-tubro e novembro, aborda como tema

principal o meio ambiente. Nesta edição, o lei-tor pode conferir sobre “A evolução das plantas e o surgimento das poluições”, “O acesso à qua-lidade da rede de saúde no país”, “Cuidados bá-sicos para evitar e tratar a dengue” e a entrevista padrão mensal a qual aborda “A preocupação ambiental como prioridade”. Na área cultural, o leitor vai viajar no tempo com “Imagem de um patrimônio cultural”, “A Primeira Feira do Livro em Santo Ângelo/RS”, “O surgimento da Ouro e Prata”, “Stock Car: emoção e velocidade com responsabilidade social”, “Renato Tobias; um artista magnificente” e “O Meu Sonho Re-alizado”, livro de Vinícius e Carina Streda, entre outros assuntos, além da editoria social de Luiz Fernando Souza, e os artigos dos colunistas professor Artur Hamerski e do filósofo Rodrigo João Friedrich.

Durante todo este ano, o sucesso da Revista do Jornal O Mensageiro foi o resultado de um trabalho em equipe, primando pela qualidade na busca pela informação, no melhor ângulo de cada imagem, em todos os detalhes da diagra-mação e na impecável qualidade de impressão. Esta edição oferece a você leitor um presente de fim de ano: o sucesso da sua revista preferida em mais um ano que se aproxima do fim.

Feita de maneira ideal para você

Alessandro Ferrari: 11 anos de sucesso

Alessandro Ferrari e sua mana e sócia Suzete Ferrari de Souza

CAPA

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Í ndice

Diretor: Arlindo Diel

Redação: Daison Wobeto, Caroline Diel e Rodrigo

Bergsleithner

Comercialização: Departamento de vendas do JOM

Impressão: Gráfica e Editora Adhara Ltda.

Revisão: Artur Hamerski

Fotos: Daison Wobeto, Rodrigo Bergsleithner e divulgação

Circulação: Local e regional

para assinantes e anunciantes

A Revista O Mensageiro é uma publicaçãoda Indústria Gráfica Jornal O Mensageiro Ltda.

Rua Florêncio de Abreu, 1801 - Comercial AdharaFone: 55 3313 4887 - Santo Ângelo-RS - CEP 98.804-560

E-mail: [email protected]: [email protected]

EXPEDIENTE

Tomada geral7 – Pecados que levam à inadimplência e suas soluções

Especial8 – A evolução das plantas e o surgimento da poluição

Entrevista12 – Edson Martins: A preocupação ambientalcomo prioridade

Geral14 – A primeira Feira do Livro a gente nunca esquece...15 – Meu querido sonho realizado16 – O surgimento da Ouro e Prata17 – O final do ano chegou. E a CVC está com oportunidades arrasadoras18 – Rede Mecautor agora revende importados VW20 – Um artista magnificente22 – O adolescente atual pede mais tempo para pensar23 – Imagem de um patrimônio cultural

Colunistas24 – Artur Hamerski25 – Rodrigo Friederich

Saúde26 – Cuidados com a pele no verão28 – Cuidados básicos para evitar e tratar a dengue

Editoria Social30 – Fernando Souza

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A evolução das plantas e o surgimento da poluição

As plantas são extremamente importantes para a manutenção da vida na Terra. Para começar, elas formam

a base da cadeia alimentar dos seres vivos. Além disso, muitas plantas liberam oxigênio no ambiente a partir

da energia do Sol – processo chamado fotossíntese. Sem oxigênio, a grande maioria dos organismos vivos

simplesmente não existiria.

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Rios são alvo frequente da poluição industrial

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O santo-angelense Renato Tobias, 44 anos, �lho de João Vieira Tobias (em memória) e de Eva Duarte Tobias,

casado com a psicóloga Adriana Tobias, é um artista plástico que gosta de arte e valoriza cada intervalo de tempo para sua criatividade. “Em tudo o que eu faço, tento colocar o máximo de mim em cada criação. Toda a minha vida foi assim. Quando eu era pequeno, desenhava a toda hora, nos momentos em minha casa, na escola e em todos os ambientes possíveis”, re-sume.

Na época da escola, no Colégio Onofre Pi-res, Renato Tobias sempre possuía boas notas na disciplina de Educação Artística, mas em compensação não tinha o mesmo sucesso em Ciências. “Nessa fase de minha vida eu fui vo-calista de uma banda de rock’ n’ roll, pintava camisetas e tênis à mão, fui arte �nalista de serigra�a, desenhista de projeto arquitetôni-co, en�m, fazia todos os projetos à mão com tinta Nankin. Era uma maravilha! Mais tarde, me tornei artista plástico autodidata, sem nun-ca ter realizado nenhum curso do gênero. E assim foram surgindo os primeiros trabalhos, as primeiras exposições e as minhas primeiras conquistas como artista. Ganhei prêmios. E, hoje, sou sócio, junto com o Jeferson Teixeira, da Seven Publicidade e Propaganda em Santo Ângelo”, conta Renato.

O artista Renato Tobias revela que não sabe o que é fazer alguma coisa que não esteja ligado direta ou indiretamente à arte. “Gosto de todas as formas de arte e tento sempre estar bem in-formado sobre isso. Amo a música, a pintura, a escultura, o cinema, a literatura... Não passo um dia sequer sem ver ou ler alguma coisa so-bre esse tema”, conta o pai de Gabriel Tobias, 11 anos, o qual já se interessa pela música e pela arte inspirado no pai artista.

O talento para com a arte vem do berço.

Renato diz ter certeza que as veias artísticas são oriundas de sua mãe. “A minha mãe foi a melhor costureira que se teve por essas plagas. Costura-va como ninguém. Criava e desenhava os vesti-dos que as clientes pediam. Tenho um orgulho imenso dela e de como ela educou a mim e as minhas irmãs. Este dom para o desenho passei para o meu �lho Gabriel, o qual já desenha me-lhor do que eu quando eu possuía a idade dele. Inclusive, já �zemos uma exposição juntos, a qual foi em comemoração aos 100 anos de Érico Veríssimo, quando criamos a ilustração para o livro deste artista. Esta exposição saiu do Centro Cultural da URI e partiu para Cruz Alta/RS, na casa do escritor”, conta Tobias.

O artista lembra que durante a sua infância não havia os recursos disponíveis que as crian-ças de hoje têm. Era a época de ler histórias em quadrinhos, ir ao cinema e assistir aos dese-nhos animados. “Eu lia Tex e o Zorro. Gostava de assistir ao Tarzan, aos desenhos em preto e branco do Tom & Jerry e do Pernalonga. Fo-ram desenhos que me ensinaram a gostar de Jazz, devido à trilha sonora. Juntando isso e o dom herdado de minha mãe, me �z seguir nes-ta estrada até hoje”, diz.

De gosto alternativo, o artista plástico Re-nato Tobias tem predileção por coisas “fora do normal”, “do mundo comercial”, ou seja, do senso comum. “As músicas comerciais que to-cam, diariamente, nas emissoras de rádio me ferem os ouvidos e me provocam a criticá-las, fazendo de mim, por vezes, um chato. Tem um livro do Umberto Eco chamado ‘Apocalípticos e Integrados’, e ele explica bem isto que estou falando. Mas voltando à música, gosto muito de Nick Cave and �e Bad Seed, cujo líder é o cantor/escritor/desenhista Nick Cave, tenho todos os discos e livros dele”, cita.

O que mais o inspira a criar é o desa�o. Re-nato confessa que ao colocar algo como desa-

�o sempre gera o desejo de vencer. “Como es-tou sendo desa�ado, diariamente, na agência, criando materiais publicitários para os nossos clientes, a inspiração tem que vir a toda hora. Mas tem um momento que me é mais propício à inspiração, que é de baixo de um chuveiro, momento “click” no banho. Os meus ídolos como artista e como homem são os mesmos, porque estas pessoas que vou citar são exem-plos na arte e na vida: Nick Cave, Pablo Picas-so, Salvador Dalí, Van Gogh, Andy Warhol, Robert Crumb (um grande desenhista), Franz Ka�a, Nietzsche e muitos outros”, conta.

Assim, a vida desse artista missioneiro se resume em fazer desenhos artísticos, arquite-tônicos, trabalhos de design grá�co e de pro-dutos, além de decoração, poesia (ele tem um livro pronto de poesias prestes a ser lançado), música, pintura em tela e papel, ilustração de livros. “Tenho um livro infantil desenhado, só falta ser publicado, estou junto de um grupo de pessoas fazendo já a pré-produção de um curta-metragem e estamos trabalhando para organizar um festival de curta-metragem, en-volvendo a cidade e a região. Faço esculturas e instalações artísticas (criei algumas escultu-ras para troféus). Estou começando a desenhar uma história em quadrinho. Criei tempos atrás junto com a minha irmã Mara Tobias, a Gri�e Santo D’ Casa, criando as estampas para ca-misetas. O meu maior sonho é criar uma re-vista em quadrinhos com o meu �lho Gabriel. Quem sabe daqui um tempo, nós estaremos desenhando juntos”, salienta.

E, certamente, a próxima criação de Renato Tobias nascerá de um simples “insight”, quan-do ele estará sentado em sua cadeira na sua sala de desenho, bebendo um bom vinho, escutan-do um vinil (ele é colecionador de vinis) e �-car olhando pela janela imaginando a próxima criação. Assim é Tobias, um artista nato.

Um artista magnificenteAos 44 anos, o artista plástico santo-angelense Renato Tobias já fez de tudo um pouco: foi vocalista de uma banda de rock, arte finalista, desenhista, ilustrador, chargista e escritor. Amante das artes, ele herdou da mãe este esplêndido talento de ser artista

Renato observando mais uma de suas criações

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EntrevistaEdson Martins

Temas recorrentes a cada vez que se aproxima a estação mais quente do ano, o meio ambien-

te e a agricultura sustentável merecem ano após ano uma atenção cada vez maior. O descuido da humanidade com seus recursos hídricos e a conse-quente diminuição progressiva de suas terras aráveis, associados ao aumento “voraz” da população mundial gera preocupação com o futuro de nosso planeta.

Na edição deste mês, a Revista O Mensageiro convida o empresário e vereador Edson Martins para abordar o assunto. Sempre preocupado com as questões ambientais e com a agri-cultura sustentável, Edson possui uma trajetória marcante na defesa destas “bandeiras”.

Aos quinze anos você promoveu pesquisas e desenvolveu seminários sobre o rio Itaquarinchim. Hoje, mais de 25 anos depois, como você vê a situação deste a�uente que atra-vesse a município de Santo Ângelo?

Na minha infância, eu tive a opor-tunidade de banhar-me e pescar no Arroio Itaquarinchim quase todos os �nais de semana. Estimulado por uma feira de Ciências no Colégio Missões em 1980 onde estudava, comecei este trabalho de recuperação deste impor-tante manancial de água e acredito que fez a diferença. Destaco o “Projeto Garabi-ita”, que liderei em Santo Ân-gelo entre os anos 1999 a 2004, este foi um dos mais importantes projetos já ocorridos em prol da recuperação dos mananciais de água, que muito além de recompor as matas ciliares dos rios

com mais de 90 mil árvores plantadas, distribuídas em 34 espécies nativas, promoveu debates nas escolas e levou aos alunos preciosas informações re-ferentes à participação humana no processo de destruição e recuperação e a interdependência do homem e do meio ambiente.

É possível uma convivência “har-mônica” entre a agricultura comer-cial e os a�uentes que atravessam as lavouras e adentram em nossas cida-des?

A água é um bem de todos, e cabe aos governos elaborar um projeto que realmente preserve os mananciais de água e que bene�cie economicamente os proprietários rurais que possuem, em suas propriedades, áreas que deve-riam ser de preservação permanente. Remunerar p r o p r i e t á -rios rurais que cum-pram metas de preserva-ção ambien-tal também é um projeto social que contribuiria para a permanência das famílias em áreas rurais. Desta forma, proporcio-naria que as pessoas que vivem em áreas urbanas uma garantia de forne-cimento de água e outros benefícios do ambiente equilibrado.

O Brasil tem pela frente um desa-�o de produzir mais alimentos, e uma oportunidade de se destacar em nível mundial com a produção de alimentos orgânicos. Para isto, é indispensável a permanência do homem no campo,

principalmente dos pequenos e mé-dios produtores que não conseguem mais competir produzindo da forma tradicional. Esses projetos devem dar ao produtor uma garantia de longo prazo, no mínimo 20 anos, sendo que os órgãos de extensão rural e de pes-quisas precisam estar ajustados e con-victos que o grande desa�o é produzir mais sem a necessidade de desmata-mentos ou eliminação de rios, arroios e banhados, mas sim, aumentando a fertilidade do solo com práticas con-servacionistas e utilização de fertili-zantes orgânicos.

Sobre os a�uentes, a maioria dos mananciais de água possuem proble-mas de falta de mata ciliar nas áreas rurais, estradas mal construídas que

c o n d u z e m lodo até o leito dos rios, assoreando e, por con-s e q ü ê n c i a , diminuindo seu volume

de água, e lançamentos de esgotos e acúmulo de lixo nas margens ou em seu leito das áreas urbanas.Em Santo Ângelo, os problemas das áreas rurais foram minimizados; infelizmente na área urbana algumas pessoas não têm compreendido que todos ganham com ambiente limpo.

E a questão do lixo doméstico, produzido em larga escala e que, muitas vezes por falta de cultura e informação da população vai parar dentro de nossos rios. Como “ata-

A preocupação ambiental como

prioridadeEmpresário e vereador em Santo Ângelo, Edson Martins sempre teve o seu nome ligado à agricultura sustentável e às questões ambientais. Veja nesta entrevista um pouco do seu pensamento sobre estes temas

A agricultura do futuro tem que ser competitiva com uso racional dos

recursos naturais e de insumos. É preciso compreender que para produzir alimentos a

água tem papel fundamental.

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Cuidados com a pele no verãoDe acordo com dados da Sociedade

Brasileira de Dermatologia, a cada ano, 100 mil brasileiros desenvolvem algum tipo de

tumor de pele, sendo a exposição excessiva ao sol a sua maior causa.

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6 | Outubro e Novembro de 2010 | O Mensageiro 6 | Outubro e Novembro de 2010 | O Mensageiro

Os mitos e as verdades sobre os raiosComo surgem os raios?

Para que surjam os raios, é necessário que, além das gotas de chuva, as nuvens de tempes-tade tenham em seu interior três ingredientes: cristais de gelo, água quase congelada e granizo. Estes elementos se formam na faixa entre 2 a 10 quilômetros de altitude, onde a temperatura fica entre 0°C e -50°C. Com o ar revolto no interior da nuvem, esses elementos são lançados para lá e para cá, chocando-se uns contra os outros. Com isso, acabam trocando de carga entre si. Alguns vão ficando cada vez mais positivos, e outros, mais negativos. Os mais pesados, como o granizo e as gotas de chuva, tendem a ficar negativos.

Por causa da gravidade, o granizo e as gotas de chuva se acumulam na parte de baixo, que vai concentrando carga negativa. Mais leves, os cris-tais de gelo e a água quase congelada são levados por correntes de ar para cima, deixando o topo mais positivo. Começa a se formar um campo elétrico, como se a nuvem fosse uma grande pi-lha. Essa dupla polaridade da nuvem é reforçada ainda por dois fenômenos físicos externos a ela. Acima, na região da ionosfera, os raios solares in-teragem com as moléculas de ar, formando mais íons negativos. No solo, por outro lado, diversos fatores contribuem para que a superfície fique eletricamente positiva.

Essa polarização da nuvem cria um campo elétrico descomunal. Se as redes de alta tensão têm cerca de 10 mil Watts de potência, no céu nu-blado ela passa de gás para plasma, o chamado quarto estado da matéria.

Começa então a se formar um caminho de plasma em direção ao solo. Por ter elétrons livres, o plasma é um bom condutor de eletricidade. Com isso, acaba fazendo a ponte até a superfície para que a tensão da nuvem possa ser descarre-gada. Enquanto o tronco principal desce rumo ao solo, surgindo novos ramos e tentando abrir passagem. Quando um tronco principal está próximo do solo, começa a surgir uma massa de plasma na superfície. Essa massa vai subir até se conectar com a que desce e, então, fechar o cir-cuito. A faísca no céu é fruto do aquecimento do

ar, enquanto o ribombar do trovão vem da rápida expansão da cama-da de ar. Desde o surgimento do plasma até se formar o corisco, se passa apenas 0,1 segundo.

É verdade que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar?

Não, isso é um mito. Quando o tronco principal de um raio al-cança o solo, todas as suas ramifi-cações tentam usar esse caminho aberto e, às vezes, caem no local exato do primeiro relâmpago. Já foram observadas até 32 descargas no mesmo lugar.

Pessoas com metais no corpo têm mais risco de ser atingidas por um raio?

Outra lorota. Os metais que por-ventura trazemos no corpo – como próteses, pinos, piercings, brincos e aparelho dentário – são muito pequenos para que o raio os considere como um atalho para o solo. Agora, árvores, sim, são bons atalhos. Ou seja, não fique perto de uma durante uma tempestade.

O que acontece quando alguém é atingido por um raio?

Se o raio cair exatamente em cima do sujeito, é quase certo que ele seja reduzido a um toquinho carbonizado, já que o corisco gera aquecimento

de quase 30.000 °C. Caso o relâmpago caia até 50 metros de distância da pessoa, é grande o risco de rolar parada cardíaca e queimaduras.

É perigoso falar ao telefone durante um temporal?

Se for um telefone com fio, é muito perigoso. Assim com um raio pode atingir um poste e se propagar pela fiação elétrica da casa, queimando eletrodomésticos, ele pode viajar pela linha tele-fônica até fritar a orelha da pessoa.

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Tomada geral

O número de consumidores que não paga-ram as dívidas no prazo previsto tem subi-do todos os meses, em setembro, segundo

dados da Serasa Experian, o nível de inadimplência aumentou 1,6% em comparação ao de agosto. Essa é a quinta alta consecutiva apurada, o que mostra uma situação muito preocupante. Mas quais são os motivos que causam essa situação? Veja os sete principais pecados apontados por especialistas que levam os brasileiros atualmente a se endividarem

Falta de educação financeira - Sem possuir educação financeira, as pessoas que não conhecem sobre a importância do dinheiro e as formas corre-tas de utilizá-lo, assim, estão a um passo das dívidas. Isso acontece com a maior parte da população, pois nem os pais, nem as escolas ensinam isso para as crianças e adolescentes e, depois que esses crescem, ficam expostos à sociedade de consumo, onde esse tipo de informação não é interessante. O caminho para sair desta situação é buscar cursos e livros so-bre o tema. Também é fundamental a preocupação com as crianças, ensinando de forma lúdica sobre o tema e solicitando a inserção deste nas escolas.

Falta de planejamento financeiro - As pessoas não sabem para onde vai o dinheiro que recebem e não possuem controle. Isso é reflexo direto do pecado anterior, as pessoas ganham e gastam sem controle nenhum ou com um controle superficial. Não se dando conta que o descontrole financeiro não acontece nos grandes gastos, mas nos peque-nos. Para evitar que isso ocorra, o correto é o pre-enchimento de uma caderneta diária de todos os gastos, que chamamos de apontamento, e realizar uma planilha mensal por três meses, conhecendo assim os seus verdadeiros números.

Marketing e publicidade - A suscetibilidade às ferramentas de marketing e publicidade faz com que as pessoas comprem o que elas não precisam. Isso acontece diariamente por meio de ações expos-tas na televisão, nas ruas, no trabalho. As mensagens são muitas e as pessoas passam a acreditar que parte do que é oferecido é realmente necessário. Assim, o

caminho para evitar esse proble-ma é não comprar por impulso, o ideal é questionar na hora: Re-almente preciso desse produto? Qual a função que terá na minha vida? Também é interessante deixar a compra para outro dia, quando terá refletido sobre se quer realmente o produto.

Crédito fácil - Buscar fer-ramentas de crédito fácil, como empréstimos, crediários, finan-ciamentos, limite do cheque es-pecial, pagar o mínimo de car-tão de crédito já é uma forma de endividamento. O mercado oferece milhares de produtos de fácil acesso, contudo os juros co-brados são abusivos e fazem com que a inadimplência se torne alta. Assim, a solução é evitar esses meios. No caso de cartão de crédito, o ideal é ter só um, e em caso de descontrole, eliminar até mesmo esse. Também é in-teressante não ter limite de cheque especial e evitar os empréstimos e crediários.

Parcelamentos - Ao parcelar as compras as pessoas não percebem que já estão se endividando. Para piorar, muitas vezes o consumidor esquece-se de colocar esses valores no orçamento, tornando os parcelamentos em casos de inadimplências. Um parcelamento na verdade é uma forma de crédito, pois você está usando um dinheiro que não possui para comprar um produto. Assim, para que não tenha problemas, esse não deve ocorrer. Caso seja fundamental, deverá constar no orçamento men-sal da pessoa, que, sempre que receber seus ren-dimentos, separará parte do valor para pagar essa dívida. Também é interessante ter uma poupança paralela, para que, em caso de imprevistos, tenha como arcar com esses valores.

Falta de sonhos - Não ter objetivo para o di-nheiro causa inadimplência. Se a pessoa não tem

determinado o objetivo para o dinheiro, gastará de forma irresponsável, levando ao endividamen-to. Isso ocorre muito pela falta de capacidade das pessoas de sonharem, vivendo apenas o presente. Para sair deste problema, é recomendável fazer um exercício simples, refletir sobre quais são realmente os seus sonhos, o que se quer para o futuro. Tendo isso estabelecido, deve cotar os valores e determinar parte de seu dinheiro, quando recebê-lo, para esse fim. Com isso em mente será muito mais difícil cair nas armadilhas do consumismo e crédito fácil.

Necessidade de status social - Acreditar que con-sumir é importante para ser aceito socialmente faz com que as pessoas comprem sem ter condições. Isso por-que acreditam que possuir alguma coisa é o que fará a diferença para os outros, e não o que ela realmente é. Isso é um valor errado de que ter produtos é sinôni-mo de felicidade. O consumo dessa maneira irá apenas suprir a dificuldade de relacionamento interpessoal. A solução para esta questão é ter objetivos claros, e perce-ber que é muito mais importante ter conteúdo do que ter produtos. Pode ter certeza, ler um livro vai lhe fazer muito melhor do que comprar compulsivamente!

Pecados que levam à inadimplência e suas soluções

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A evolução das plantas e o surgimento da poluição

As plantas são extremamente importantes para a manutenção da vida na Terra. Para começar, elas formam

a base da cadeia alimentar dos seres vivos. Além disso, muitas plantas liberam oxigênio no ambiente a partir

da energia do Sol – processo chamado fotossíntese. Sem oxigênio, a grande maioria dos organismos vivos

simplesmente não existiria.

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Rios são alvo frequente da poluição industrial

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As plantas são indispensáveis para a manutenção da vida na Terra e muito impor-tantes para o homem. Elas estão presentes em quase tudo que nos cerca: no lápis e nos móveis (madeira), no papel (celulose), em refrigerantes (guaraná), nas roupas

(algodão), nos pães (trigo), no chocolate (cacau). Até para fabricar vários medicamentos e perfumes, dependemos das espécies vegetais. Os primeiros seres vivos da Terra surgiram no oceano. Com o passar do tempo, apareceram espécies animais que se adaptaram à vida em outros meios, como a terra e o ar. As plantas seguiram um caminho semelhante. As primei-ras formas de vida vegetal, as algas, também vieram da água. Depois destas surgiram vegetais como os musgos – aqueles tapetes verdes que se formam no cimento, na pedra ou na pare-de depois de um período de chuvas. Apesar de viverem em ambiente terrestre, os musgos precisam de locais úmidos e com pouco sol. O passo seguinte da evolução foi o surgimento de plantas que possuíam elementos para o transporte de água (pequenos canais), como as samambaias. Estas plantas possuem três partes fundamentais: a raiz (que fixa a planta na terra e absorve a água e os sais minerais), o caule (que possui vasos para conduzir a água e os nutrientes até as folhas), e a parte que faz a fotossíntese, formada pelas folhas. Com o passar do tempo, vieram plantas maiores, com flores e frutos.

Foram necessários milhões de anos para as plantas conquistarem ambientes terrestres e tornarem-se maiores e mais complexas. Os cientistas concluíram que a evolução aconteceu desse modo depois de estudarem os fósseis desses vegetais, ou seja, os vestígios deixados pelas plantas em diferentes épocas.

Para várias espécies animais, inclusive o homem, as plantas fazem parte da alimentação. São ricas em proteínas (feijão e soja), vitaminas (frutas e verduras em geral), carboidratos (batata e beterraba) e gorduras (abacate e coco). Muitas delas também ajudam a digestão de alimentos.

A fonte da vidaAs plantas são extremamente importantes para a manutenção da vida na Terra. Para co-

meçar, elas formam a base da cadeia alimentar dos seres vivos. Além disso, muitas plantas liberam oxigênio no ambiente a partir da energia do Sol – processo chamado fotossíntese. Sem oxigênio, a grande maioria dos organismos vivos simplesmente não existiria. Para dar uma ideia da importância de todo esse processo, somente as algas marinhas são responsáveis por um terço de toda a matéria orgânica produzida no planeta e respondem por 90% de todo o oxigênio!

Uso no dia a diaCom o tempo, o homem aprendeu a utilizar as plantas em seu benefício. Os vegetais têm

diversas aplicações no dia a dia. A Medicina, por exemplo, faz uso de plantas para extrair substâncias e produzir medicamentos. Anti-inflamatórios, analgésicos, digestivos e calman-tes são feitos a partir de essências, extratos e outros componentes desses vegetais. O setor de cosméticos usa essas mesmas substâncias em diversos produtos, como perfumes e xampus. Borracha, carvão e madeira para construções também são extraídos das plantas.

Poluição ambientalPara quem mora na cidade, falar de poluição não é nenhuma novidade: a fumaça dos

veículos e das fábricas; os rios malcheirosos e cheios de detritos; o lixo jogado nas ruas e nas praças; o barulho que vem de todos os lugares.

No entanto, para os habitantes do campo, a poluição não é tão evidente. Mas mesmo nos lugares mais tranquilos ela está presente, por exemplo, na forma dos agrotóxicos lançados sobre as plantações: essas substâncias podem contaminar os alimentos e também os rios.

O mais triste é que os seres humanos são os únicos animais que poluem nosso planeta e agora também o espaço sideral: já existem satélites quebrados e pedaços de metal abandona-dos em órbita e até escovas de dentes que alguns astronautas jogaram fora das espaçonaves!

Poluição da águaO papel do chiclete jogado ali, a garrafa de

plástico aqui, a lata de refrigerante acolá. No primeiro temporal, as chuvas levam esse lixo para algum rio que atravessa a cidade. Quem nunca viu um monte dessas coisas flutuando na água?

Mas essa é a poluição que enxergamos. A que não vemos é causada pelo esgoto das residências que lança nos rios restos de comida e um tipo de bactéria que deles se alimenta: são as chamadas bactérias aeróbias – elas consomem oxigênio e acabam com a vida aquática e, também, podem causar problemas de saúde se forem ingeridas. Outro problema são as indústrias localizadas nas margens dos rios e lagos. Só recentemente foram criadas leis para obrigá-las a tratar o es-goto industrial, a fim de diminuir a quantidade de poluentes químicos que elas despejam nas

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águas e que foram responsáveis pela “morte” de muitos rios e lagos em todo o mundo.

Poluição do arOs maiores responsáveis pela poluição do ar são os gases lan-

çados na atmosfera por queimadas, indústrias e veículos. Nas ca-pitais do mundo, há dias em que a condição do ar fica tão ruim que todos os veículos são proibidos de trafegar durante um certo período.

Hoje, cidades como São Paulo têm rodízio de automóveis, fa-zendo com que uma parte dos carros fique em casa. É uma ten-tativa de diminuir os efeitos prejudiciais da poluição atmosférica, principalmente no inverno. Nessa estação do ano, o calor da Terra não é suficiente para aquecer o ar e fazer com que ele suba para camadas mais altas, juntamente com a poluição. Além do clima, outro fator que influencia a poluição é o regime de chuvas. O in-verno é seco no Sul e no Sudeste brasileiro; com isso, os poluen-tes ficam parados no ar por mais tempo. Manter o automóvel em boas condições de uso e até verificar se as leis antipoluição estão sendo seguidas pelas fábricas da vizinhança são medidas que não custam nada e podem ajudar a melhorar a condição do ar que todos respiramos nas cidades.

Poluição sonoraEsse tipo de poluição não tem tanto destaque quanto as de-

mais, mas pode causar danos igualmente sérios ao nosso orga-nismo, principalmente porque não costumamos nos preocupar muito com ela. Além de poluírem o ar, os veículos também são responsáveis pela produção de ruído, ás vezes excessivos, prin-cipalmente aqueles que têm o “escapamento aberto”. Outras fon-tes de poluição sonora são as indústrias, as construções, certos tipos de maquinário, como as britadeiras, ou as casas noturnas com o volume de som muito alto. Os ruídos são medidos por uma

unidade de medida chamada decibel. Uma floresta, por exemplo, produz ruídos com intensidade de 18 decibéis. Um jato levantan-do vôo, por sua vez, atinge 125 decibéis – isso com o medidor de intensidade sonora a 100 metros do avião. Pessoas que trabalham muito tempo expostas a um ruído muito intenso, como prensas hidráulicas, podem perder a audição, se não usarem proteção para os ouvidos. A poluição sonora também provoca úlceras, insônia e perda de reflexos. Ouvir música bem alto com os fones de ouvi-do também pode comprometer a audição. Os equipamentos para ouvir música sempre trazem um aviso quanto ao volume com que devem ser usados, mas nem todo o mundo respeita as orientações. Mas é bom levar a recomendação a sério. Uma pessoa pode perder a audição se ficar ouvindo música, ou qualquer outro som, a par-tir de 115 decibéis de intensidade, durante 7 minutos seguidos.

Poluição visualParedes pichadas, ruas cheias de placas de propaganda, “ca-

madas” de cartazes, umas por cima das outras, faixas nos postes. Tudo isso é responsável pela poluição visual. Essa forma de polui-ção enfeia o ambiente, deixando-o sujo e bem menos repousante. Ninguém tem dúvidas de que é muito melhor abrir a janela e ver um belo parque ajardinado do que enxergar viadutos e prédios cinzentos, com as laterais forradas de publicidade. Um tipo par-ticular de poluição visual é luminosa. A iluminação dos grandes centros urbanos é feita de qualquer maneira e com luminárias an-tigas que espalham luz para todos os lados. À primeira vista não parece, mas a poluição visual em excesso pode incomodar muitas pessoas. Quem possui janelas voltadas para luminosos, por exem-plo, pode ter problemas para dormir, devido á claridade. Além de representar um desperdício de energia, esse tipo de iluminação diminui a transparência da atmosfera, prejudicando até a visão do céu noturno.

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Poluição visual é maior nas grandes cidades

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Ozônio destruídoA camada de ozônio, composta de um gás rarefeito - o ozônio -, vinha impedindo,

há milhões de anos, a passagem dos raios ultravioletas do sol. Com o poder de reduzir a capacidade de fotossíntese dos vegetais, esses raios prejudicam o sistema imunológico do homem, e podem provocar câncer de pele e doenças nos olhos, como a catarata.

A destruição dessa camada se deve à emissão de poluentes no ar, sendo o cloro pre-sente em clorofluorcarbonetos (CFCs) seu principal inimigo.

Ele é usado como prope- lente de sprays, em chips de computadores e, princi- palmente, em aparelhos domésticos, como geladeira e ar-condi-cionado.

São dois os químicos que, em 1974, cha- maram a aten-ção para a relação entre o CFC e a diminuição da camada de ozônio: o norte- americano Frank Ro- wland e o m e x i c a n o Mario Mo-lina, ambos ganhadores do Prêmio Nobel de Química de 1995.

Em 1992, um novo vilão aparece para pertubar a camada de ozô- nio. Trata-se do brometo de metila, inseticida utiliza-do em plantações de tomate e morango e muito mais nocivo que o CFC, apesar de existir em menor quantidade.

Várias políticas ambientais foram implementadas em todo o mundo para reverter esse fato. O governo brasileiro, por exemplo, reduziu em 31% o consumo de CFC, entre os anos de 1988 e 1995, e parece que os resultados dessas políticas já são notados. A Or-ganização Mundial de Meteorologia das Nações Unidas registrou uma diminuição dos gases nocivos na atmosfera, exceto o brometo de metila. O buraco da camada de ozônio, no entanto, continua aumentando e só deve estar recuperada na metade do século XXI. Mas isto se forem respeitadas todas a metas do Protocolo de Montreal, assinado em 1987 no Canadá, onde 24 países se comprometeram, entre outras coisas, a restringir à metade a produção de CFC até o presente ano.

Florestas mortasO desmatamento em grande escala já chega a 46% das matas primitivas da terra. Dos

62.200.000 Km2 de florestas originais, somente 33.400.000 ainda cobrem a superfície do planeta.

Todo ano, cerca de 170 mil Km2 de mata simplesmente desaparecem, sendo a princi-pal forma de desmatamento as queimadas de grandes áreas para o cultivo da agricultura e a prática da pecuária. A comercialização da madeira, a expansão dos centros urbanos, a construção de estradas e o extrativismo de interesse econômico são outros importantes motivos que levam à devastação.

Segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), o Brasil é o recordista no mundo em desmatamento, sendo derrubados anualmente na Amazônia em torno de 15 mil Km2 de floresta.

Convenção sobre a mudança do climaNo Protocolo de Kyoto, assinado em 1992, os países industrializados se compromete-

ram a reduzir até o ano 2000 suas emissões de dióxido de carbono para os níveis encon-trados no ano de 1990, a fim de não modificar ainda mais o já alterado clima do planeta. Em seu processo de revisão e atualização, essa convenção sofreu uma retificação, em 1997, em Kyoto, no Japão, e por isso ela ficou conhecida como Protocolo de Kyoto. Nessa ocasião, ficou decidido que os países que aderiram reduziriam suas emissões, combina-das de gases de efeito estufa, em pelo menos 5%, entre os anos de 2008 e 2012.

Aberto para assinaturas a partir de 1998, com adesão de cerca de 180 países, esse acordo ainda não foi assinado pelos EUA, país responsável por quase um quarto das emissões globais de dióxido de carbono na atmosfera.

Cidades: as mais poluídasAtenas (Grécia), Bangcoc (Tailândia), Budapeste (Hungria), Buenos Aires (Argen-

tina), Cairo (Egito), Calcutá (India), Cidade do México (México), Cracóvia (Polônia), Jacarta (Indonésia), Karachi (Paquistão), Londres (Reino Unido), Los Angeles (EUA), Manila (Filipinas), Moscou (Federação Russa), Mumbai (India), Nova Délhi (India), Nova York (EUA), Pequim (China), Rio de Janeiro (Brasil), Santiago (Chile), São Paulo (Brasil), Seul (Coréia do Sul), Tóquio (Japão), Xangai (China).

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EntrevistaEdson Martins

Temas recorrentes a cada vez que se aproxima a estação mais quente do ano, o meio ambien-

te e a agricultura sustentável merecem ano após ano uma atenção cada vez maior. O descuido da humanidade com seus recursos hídricos e a conse-quente diminuição progressiva de suas terras aráveis, associados ao aumento “voraz” da população mundial gera preocupação com o futuro de nosso planeta.

Na edição deste mês, a Revista O Mensageiro convida o empresário e vereador Edson Martins para abordar o assunto. Sempre preocupado com as questões ambientais e com a agri-cultura sustentável, Edson possui uma trajetória marcante na defesa destas “bandeiras”.

Aos quinze anos você promoveu pesquisas e desenvolveu seminários sobre o rio Itaquarinchim. Hoje, mais de 25 anos depois, como você vê a situação deste afluente que atra-vesse a município de Santo Ângelo?

Na minha infância, eu tive a opor-tunidade de banhar-me e pescar no Arroio Itaquarinchim quase todos os finais de semana. Estimulado por uma feira de Ciências no Colégio Missões em 1980 onde estudava, comecei este trabalho de recuperação deste impor-tante manancial de água e acredito que fez a diferença. Destaco o “Projeto Garabi-ita”, que liderei em Santo Ân-gelo entre os anos 1999 a 2004, este foi um dos mais importantes projetos já ocorridos em prol da recuperação dos mananciais de água, que muito além de recompor as matas ciliares dos rios

com mais de 90 mil árvores plantadas, distribuídas em 34 espécies nativas, promoveu debates nas escolas e levou aos alunos preciosas informações re-ferentes à participação humana no processo de destruição e recuperação e a interdependência do homem e do meio ambiente.

É possível uma convivência “har-mônica” entre a agricultura comer-cial e os afluentes que atravessam as lavouras e adentram em nossas cida-des?

A água é um bem de todos, e cabe aos governos elaborar um projeto que realmente preserve os mananciais de água e que beneficie economicamente os proprietários rurais que possuem, em suas propriedades, áreas que deve-riam ser de preservação permanente. Remunerar p r o p r i e t á -rios rurais que cum-pram metas de preserva-ção ambien-tal também é um projeto social que contribuiria para a permanência das famílias em áreas rurais. Desta forma, proporcio-naria que as pessoas que vivem em áreas urbanas uma garantia de forne-cimento de água e outros benefícios do ambiente equilibrado.

O Brasil tem pela frente um desa-fio de produzir mais alimentos, e uma oportunidade de se destacar em nível mundial com a produção de alimentos orgânicos. Para isto, é indispensável a permanência do homem no campo,

principalmente dos pequenos e mé-dios produtores que não conseguem mais competir produzindo da forma tradicional. Esses projetos devem dar ao produtor uma garantia de longo prazo, no mínimo 20 anos, sendo que os órgãos de extensão rural e de pes-quisas precisam estar ajustados e con-victos que o grande desafio é produzir mais sem a necessidade de desmata-mentos ou eliminação de rios, arroios e banhados, mas sim, aumentando a fertilidade do solo com práticas con-servacionistas e utilização de fertili-zantes orgânicos.

Sobre os afluentes, a maioria dos mananciais de água possuem proble-mas de falta de mata ciliar nas áreas rurais, estradas mal construídas que

c o n d u z e m lodo até o leito dos rios, assoreando e, por con-s e q ü ê n c i a , diminuindo seu volume

de água, e lançamentos de esgotos e acúmulo de lixo nas margens ou em seu leito das áreas urbanas.Em Santo Ângelo, os problemas das áreas rurais foram minimizados; infelizmente na área urbana algumas pessoas não têm compreendido que todos ganham com ambiente limpo.

E a questão do lixo doméstico, produzido em larga escala e que, muitas vezes por falta de cultura e informação da população vai parar dentro de nossos rios. Como “ata-

A preocupação ambiental como

prioridadeEmpresário e vereador em Santo Ângelo, Edson Martins sempre teve o seu nome ligado à agricultura sustentável e às questões ambientais. Veja nesta entrevista um pouco do seu pensamento sobre estes temas

A agricultura do futuro tem que ser competitiva com uso racional dos

recursos naturais e de insumos. É preciso compreender que para produzir alimentos a

água tem papel fundamental.

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car” esta prática cruel? Por meio de campanhas de cons-

cientização, fiscalização e construção de pontos de recebimento de entulhos, galhos, pneus, restos de materiais reci-clados por catadores com transbordo diário até o aterro sanitário.

Que tipo de agricultura deve ser praticada no futuro para que se te-nha uma efetiva “sustentabilidade” sem afetar o meio ambiente?

A agricultura do futuro tem que ser competitiva com uso racional dos re-cursos naturais e de insumos. É preci-so compreender que para produzir ali-mentos a água tem papel fundamental. Portanto há necessidade de preservar e manter os recursos naturais (banha-dos, nascentes, matas...).

Em nível de Brasil, você acha que os governos que se seguiram nas úl-timas décadas têm abordado a ques-tão de maneira séria e responsável?

Não, o Governo Federal pelo me-nos na mídia muito se refere à Flores-ta Amazônica, a qual reconheço sua importância, mas em cada município e cidade do Brasil problemas graves estão ocorrendo, e os governantes municipais, muitas vezes, tentam so-lucionar, mas não encontram respaldo na Legislação, nem possuem recursos financeiros para enfrentar os proble-mas.

O quê cada cidadão pode fazer para colaborar com o ambiente em que vive e garantir a continuidade e por que não a melhoria das condi-ções do mundo em que vivemos?

A população cresce e com ela cres-ce o consumo de ar, água, alimentos e a produção de lixo. Por isto, é funda-mental que mais pessoas tenham atos concretos na solução do grave pro-blema que é a poluição do nosso am-biente. A responsabilidade é de cada cidadão em contribuir com pequenas atitudes diárias, como segregar o lixo doméstico, por exemplo, pois nota-se que, com todas as campanhas de ape-lo, ainda boa parte da população não está convencida de que cada um de nós é responsável pela continuidade da vida.

Edson diante da Cascata do rio Itaquarinchim, no bairro Kurtz

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A Feira do Livro de Santo Ângelo foi realizada no período de 7 a 10 de outubro, no Cen-tro Histórico, na Praça Pinheiro Macha-

do, e contou com a presença dos ilustres escritores Moacyr Scliar, Luis Antônio de Assis Brasil, Dilan Camargo e Wagner Costa. A abertura oficial foi realizada no Teatro Municipal Antônio Sepp com a presença do Patrono da Feira do Livro de Santo Ângelo, professor e escritor Mário Simon, o qual recepcionou o escritor Moacyr Scliar nas atividades do “Autor Presente” perante os alunos das escolas da rede municipal, estadual e particular da Capital das Missões. A Feira do Livro contou com o lançamen-to de livros de escritores regionais, atividades cultu-rais paralelas ao evento e apresentações artísticas de Bardoefada e A Turma do Dionísio.

O porto-alegrense Moacyr Jaime Scliar, 73 anos, chegou à Feira do Livro salientando o gosto de estar na Capital das Missões, para ele “uma cidade tão im-portante para a história do Rio Grande do Sul, a qual está presente em um dos meus recentes livros, com muito orgulho”. Esquerdista na juventude, Moacyr Scliar dediciu fazer de seu novo romance um elogio da utopia. A obra “Eu Vos Abraço, Milhões” conta, com seu humor peculiar, por vezes absurdo, a aventura de um jovem comunista gaúcho que, morando no Rio nos anos 1929 e 1930, testemunha a crise econômica e a revolução que entronizou Getúlio Vargas no poder. “É uma história bastante rica e muito conhecida. Um dos personagens testemunha Luis Carlos Prestes como grande nome da ideologia no Brasil”, define.

Filho de pais russos, José e Sara Scliar, Moacyr

Jaime Scliar nasceu em Porto Alegre/RS, no bairro Bom Fim, em 23 de março de 1937. Sua mãe, pro-fessora primária, foi quem o alfabetizou. “Meu pai era marceneiro. Minha mãe, professora. Quando criança, me recordo das tradicionais rodas de chi-marrão, no bairro Bom Fim, e os adultos ficavam contando histórias e eu ficava admirado. Gostava de permanecer ali escutando. Foi assim que comecei a cativar o sonho de me tornar um contador de histó-rias, um escritor. Naquela época, em Porto Alegre, não existia a Feira do Livro. Por vezes, existia a Feira da Editora O Globo. Eu e minha mãe íamos a essa feira, eu tinha o desejo de comprar tudo o que via pela frente. Mas nós éramos uma família pobre. Po-rém, nunca esqueci de uma célebre frase de minha mãe: pode faltar comida, pode faltar roupas, mas não pode é faltar leitura nesta casa”, conta Scliar.

Scliar, cujo nome foi dado por sua mãe em homenagem ao personagem do clássico “Iracema” de José de Alencar, a partir de seus ideais e sonhos quando jovem, tornou-se médico, escritor, publi-cou mais de 70 livros. Em 31 de julho de 2003, foi eleito, por 35 dos 36 acadêmicos com direito a voto, para a Academia Brasileira de Letras, na cadeira nº 31, ocupada até março de 2003 por Geraldo França de Lima. “A partir disso, hoje, aos 73 anos, posso dizer que tive todos os meus sonhos realizados”, finaliza o genial escritor.

Para o Patrono Mário Simon, “Moacyr Scliar é dono da cadeira número 31 da Academia Brasileira de Letras. O interessante de sua presença na nossa Feira do Livro é que grande parte do público aqui presente

são estudantes. E os estudantes são os futuros leitores de um mundo sábio que é a leitura. A leitura é uma ampla compreensão do conhecimento humano. Nes-te aspecto, a informação, o conhecimento e o prazer traduzem a essência da leitura. Ninguém é a mesma pessoa depois de ler um livro”, disse.

Já Moacyr Scliar salientou que a Feira do Livro de Santo Ângelo “apenas enriquece o Rio Grande do Sul, um Estado conhecido literariamente de-vido os seus brilhantes escritores do passado e da contemporaneidade, além da tradicional Feira do Livro de Porto Alegre. As feiras do livro só enri-quecem a sabedoria do povo gaúcho, um povo cul-to e dotado de brilhantes escritores”, resume.

Durante a Feira, o professor e historiador Mário Simon, também presidente da Academia Santo-An-gelense de Letras (ASLE) lançou a reedição de uma das suas mais procuradas obras: “Os Sete Povos das Missões – Trágica Experiência”, publicada pela pri-meira vez em 1981 e que se mantém entre os me-lhores instrumentos de pesquisa sobre a história dos sete povoados fundados pela missão da Companhia de Jesus em solo brasileiro, no período reducional.

De acordo com o autor, este livro chega à 4ª edi-ção trazendo o resultado de uma recente pesquisa feita no rastro dos índios missioneiros dos Sete Po-vos, quando de sua retirada para o Uruguai em 1828 até sua extinção definitiva”, diz, acrescentando que “o livro é ainda o resultado de pesquisa bibliográfica e de campo, o que o torna ainda mais interessante para os que pretendem um livro completo sobre os Sete Povos das Missões, as ditas Missões Orientais”.

A primeira Feira do Livro a gente nunca esquece...O professor, escritor e historiador Mário Simon foi o Patrono

da Feira do Livro de Santo Ângelo, a qual contou com as presenças de Moacyr Scliar, Luís Antônio de Assis Brasil, Dilan Camargo e Wagner Costa entre os autores famosos presentes

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1a Feira do Livro de Santo Ângelo teve como palco o

Centro Histórico Municipal

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“Estou me sentindo muito emocionado e feliz porque era meu sonho ser autor de um livro e, hoje, isso é realidade”. Assim se resume a brilhante história do jovem filho de Ernani e Cláudia, Vinícius Ergang Streda, 23 anos, natural de Santo Cristo/RS, que nasceu especial, cresceu, virou

homem e resolveu que iria escrever um livro sobre “como ser um jovem portador de necessidades especiais nos dias de hoje”. No livro “Nunca Deixe de Sonhar”, Vinícius relata a história de sua vida e as dificuldades que ele e sua família vivem em relação à inclusão. Mais que a realização de um sonho, é a prova de que, quando lutamos pelos nossos sonhos, tudo se torna possível.

Ao lado do autor Vinícius Streda, a prima Carina Streda, pedagoga especialista em psicopedagogia, 24 anos, natural de Santo Ângelo/RS, revela que na primeira parte da obra Vinícius conta suas alegrias e tristezas, seus sonhos e suas experiências de vida. “Ele buscou conhecer a história dele. Antes de escrever qualquer parte do livro, ele contava a mim. Nesta primeira parte, encontramos as impressões dos familiares na época do seu nascimento, suas relações sociais, a infância, adolescência e a fase adulta atual. Além disso, ele nos fala da difícil realidade de não ter as mesmas oportunidades que as pessoas ditas ‘normais’ em uma sociedade que pré-determina às pessoas que nascem com a síndrome um futuro de impossibilidades. Na segunda parte do livro, a família dele, os pais e o irmão Victor brindam-nos com seus relatos, falando-nos de alguns aspectos de suas vidas junto a ele e suas impressões sobre a realização de seu sonho. Na terceira parte, eu conto como foi o processo de escrita e aproveito as colocações do Vinícius para propor algumas ideias sobre o processo de inclusão social”, explica.

Nessa intervenção realizada pela pedagoga Carina Streda no livro “Nunca Deixe de Sonhar”, a finalidade foi buscar algumas observações no relato de Vinícius para propor reflexões acerca da inclusão, questionando sobre qual o lugar que as pessoas com Síndrome de Down ocupam em nossa sociedade, como elas são vistas e se as suas possibilidades são, realmente, limitadas como muitos supõem. A obra foi lançada na data de 31 de agosto na “Capital das Missões”, no Centro Municipal de Cultura (CMC), e em menos de 20 dias chegou à marca de 1.000 livros vendidos. “A obra já está na segunda edição, e por meio do blog que criamos para o livro, estamos vendendo-a para diversos municípios da região Noroeste e Missões, além de o livro já ter ido para cidades de 10 Estados brasileiros, e o mais curioso foi uma encomenda de um leitor na Suíça”, conta Carina.

O próximo passo do livro “Nunca Deixe de Sonhar” é o lançamento da obra na Argentina, com tradu-ção para o espanhol, cujo prefácio será escrito por Alícia Fernandez, profissional de referência na área da Psicopedagogia na América Latina, a qual é professora de Carina Streda na pós-graduação na Escola Psico-pedagógica de Buenos Aires.

Toda a primeira parte do livro foi escrita por Vinícius Streda. Ele mesmo escreveu ao seu estilo, digita-ção em letras maiúsculas, e enriqueceu o conteúdo com fotografias pessoais e familiares. Amante da música, Vinícius revela o gosto pela arte musical, quando em parte de sua adolescência tentou aprender a tocar instrumentos musicais, como violão e gaita.

O autor Vinícius nasceu com Síndrome de Down, frequentou a escola especial e foi escolarizado no ensino regular. Em Santo Cristo/RS, foi aluno da Escola Regular Nossa Senhora Aparecida, na zona rural do município, e da Escola Leopoldo Host. O autor faz um pedido a todos os leitores: que apoiem todos os projetos de inclusão. Pedagoga, especialista em Psicopedagogia, Carina Streda é acadêmica do curso de pós-graduação em Clínica Psicopedagógica em Buenos Aires, na Argentina. É também vice-presidente da Associação Noroeste de Psicopedagogia, ANOPp-RS.

Para que Vinícius pudesse escrever com autonomia o seu relato, fez uma intervenção no sentido de que sua escrita se aprimorasse. Na terceira parte do livro, Carina relata alguns aspectos importantes da inter-venção feita e busca algumas observações no relato de Vinícius para propor reflexões acerca da inclusão. “Escrever um livro era o meu grande sonho. Já realizei. O próximo passo é me tornar um autor de novela. Mas também tenho outras aspirações como, por exemplo, aprender a dirigir, ser cantor e me tornar um grande escritor”, conta Vinícius.

Meu querido sonho realizado

Portador de necessidades especiais, o jovem Vinícius Streda nasceu para brilhar e aos 23 anos realizou o antigo sonho

de contar ao mundo a sua rica história.

A pedagoga Carina Streda e o jovem Vinícius Streda

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Em meados de 1939, na Praça da Matriz (25 de Julho), no município de Crissiumal/RS (na época distrito de Três Passos/RS) surgia a empresa de transportes Crissiumal,

tendo como fundadores Willy Eugênio Fleck e Raimundo Fleck, que, primeiramente, contava com um caminhão de passageiros misto e dois caminhões de carga, todos da marca Ford. No ano seguinte, a empresa adquiriu o primeiro ônibus fechado, o pio-neiro absoluto da região noroeste colonial e celeiro, numa época onde existiam um ônibus e três caminhões de carga para o trans-porte de fumo e de mercadorias.

Segundo o professor Mário Schwingel havia dificuldades em todos os setores no município, naquela época. “Uma das maiores dificuldades era enfrentar os atoleiros nos dias de chuva. Eram ca-minhões cheios de pedras que serviam para tapar os buracos das estradas, que se tornavam incapazes de transitar. Era notável ver um caminhão puxando o outro através dos atoladores”, lembra.

Devido a II Guerra Mundial, o país passava por uma crise da falta de gasolina. A empresa Crissiumal adotou o gasogênio para solucionar o problema do transporte, sendo mais tarde adaptado a um caminhão Ford no ano de 1942. Os ônibus e os caminhões de carga passaram a utilizar gasogênio. A empresa Crissiumal en-frentou diversos obstáculos com a mudança. Assim, no dia 28 de dezembro de 1944, a empresa abriu uma oficina no município de Três Passos/RS. Devido a proximidade de Três Passos e Ijuí, a em-presa Crissiumal passou a atender as comunidades destes dois mu-nicípios. Neste município, a empresa abriu uma modesta seção de peças, a qual contou com uma oficina, comércio de gasolina, óleos e pneus, e passou a se chamar Willy E. Fleck & Cia. Ltda.

Com a mudança para Três Passos/RS, a empresa decidiu mu-dar o nome de “Empresa Crissiumal” para “Pioneira” e no dia 9 de agosto de 1948, foi fundada a Viação Ouro e Prata S/A. Mas não era somente no transporte de passageiros e cargas que a empresa destacava-se nas regiões Celeiro e Noroeste Colonial. Assim, no ano de 1956, a Fleck S.A Indústria, Comércio e Importação, tor-nou-se um revendedor autorizado da Ford do Brasil S/A, sendo a primeira desta região a lançar no mercado veículos unidos dire-tamente na fábrica. Neste segmento, tornou-se, já nos primeiros anos de vida, um dos dez maiores revendedores de unidades Ford do Rio Grande do Sul.

Trabalhando com linhas de ônibus que conectavam quase to-das as cidades do Alto Uruguai com Ijuí, Santo Ângelo e Santa Rosa, a Fleck S.A. comprou, em 1959, duas quotas da empresa Ouro e Prata de Transporte Ltda. Durante os anos que seguiram a esta compra, a empresa Ouro e Prata de Transporte Ltda procu-rou alargar os horizontes de seu campo de ação, iniciando em pri-meiro lugar a ligação Santa Rosa/Porto Alegre, Carazinho/Porto Alegre e mais tarde Porto Alegre/Santo Ângelo. Posteriormente, a empresa passou a atender as linhas Bagé/RS, Livramento/RS e Dom Pedrito/RS, todas ligando a Região da Fronteira à Metró-pole Gaúcha.

Sendo a Fleck S.A., Indústria, Comércio e Importação acionis-ta da Fleck Motoviaturas S.A., firma localizada em Porto Alegre, decidiu-se transferir a sede da empresa Ouro e Prata de Trans-porte Ltda de Ijuí para Porto Alegre. Isso fez com que o Diretor Presidente da empresa, Willy E. Fleck decidisse fixar residência na capital gaúcha.

O município de Crissiumal/RS foi criado pela Lei Estadual n° 2.553 de 18 de dezembro de 1954, cuja instalação ocorreu no dia 28 de fevereiro de 1955, através do desmembramento de Três Passos/RS.

Há 62 anos, surgia em Crissiumal/RS uma das maiores empresas de linha de ônibus do país: a Ouro e Prata

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O surgimentoda Ouro e Prata

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Outubro e Novembro de 2010 | O Mensageiro | 17

Novembro anuncia a chegada de mais um período de festas e comemorações tradicionais de final de ano e, com isso, a contagem regressiva para o Natal, Réveillon e mesmo para as tão esperadas férias de verão.

Confira a nossa nova programação de viagens aéreas e rodoviárias, com muitas opções de ro-teiros, tanto para quem adora o estilo “pé na areia”, em um belo resort no Nordeste, ou para quem curte a diversidade de atrações do Brasil e Exterior.

Iniciamos este mês a Temporada de Cruzeiros 2010/2011, com a chegada ao Brasil do nosso primeiro navio, o CVC Bleu de France, que estreia em águas nacionais com roteiros por todo o Nor-deste, incluindo a belíssima ilha de Fernando de Noronha, um roteiro exclusivo que só a CVC tem. Com 12 andares, o Bleu de France é um supernavio, que traz o luxo e o requinte europeu, que juntos darão ainda mais charme à vida a bordo, cuja programação este ano trará novos shows e espetácu-los, além de cassino, piscinas, teatro, restaurantes e bares com música ao vivo diariamente.

Então é Natal, os navios da CVC também se prepararam para receber os passageiros durante a data que simboliza o nascimento do menino Jesus. Todos os transatlânticos serão transformados em uma grande Festa Natalina, com decoração temática, presépio vivo, músicas típicas, ceia especial de Natal, além do bom velhinho. Sim, o Papai Noel estará à disposição das crianças para tirar fotos e entregar presentes durante a noite de Natal. É uma viagem totalmente inovadora.

Não poderia deixar de citar outro grande atrativo para essa época, o Natal Luz de Gramado, que anualmente leva milhares de turistas à Serra Gaúcha para acompanhar o grande espetáculo de luz e cores que enfeita a cidade durante quase três meses. Composto por mais de duas mil pessoas no elenco, entre bailarinos, atores, cantores, músicos e produtores, o Natal Luz se consolidou e hoje é considerado um dos principais eventos do calendário da cidade.

As opções não param por aí. A CVC acaba de lançar sua vasta programação, com muitas opções de viagens para a temporada de verão, incluindo Natal, Réveillon, Férias Escolares e Carnaval, e até mesmo com embarques até junho de 2011. Para se ter ideia do volume, teremos 2.660 voos nacio-nais e internacionais fretados durante a alta temporada, o que equivale a 200 voos por semana, com saídas e chegadas em mais de 20 cidades do Brasil.

Imperdível!!! Lançamos nosso voo fretado para Las Vegas (EUA). Em parceria com a GOL/Varig, o início da operação será no próximo mês, esse voo fretado é o único voo direto do Brasil a Las Vegas, cidade do entretenimento. É também a primeira vez que uma operadora brasileira investe em um voo fretado, rumo a esse que é um dos destinos mais promissores dos Estados Unidos. Viva Las Vegas!

De acordo com o Presidente do Conselho de Administração CVC, Guilherme Paulus. “Todas essas novidades estão em sintonia com o momento da CVC, um momento de grandes

descobertas, lançamentos, inúmeras histórias e muitas conquistas ao longo desses 38 anos. Con-quistas essas que serão retratadas em uma nova e grandiosa campanha publicitária que está saindo do forno e que trará um novo olhar sobre a conquista do sonho da viagem. Essa ação vai fortalecer ainda mais o nosso objetivo, de sempre contribuir para que cada vez mais brasileiros realizem o sonho da viagem, no Brasil ou em qualquer lugar do mundo.”

Aproveito para informar que já estamos comercializando a temporada 2010/2011 com muita força. Aproveite para planejar sua viagem. Esperamos você em nossa loja. Muito obrigado pela confiança em nós depositada.

CVC Onde os sonhos viram conquistas.

O final do ano chegou. E a CVC está

com oportunidades arrasadoras.

Lembrando que quem compra agora

garante férias inesquecíveis e

tarifas especiais. Aproveite!

Sandra Cadore Klahr SommerfeldTurismóloga

Gerente da CVC operadora de viagens Santo Ângelo

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18 | Outubro e Novembro de 2010 | O Mensageiro

Representante da Volkswagen nas cida-des de Santo Ângelo, Ijuí, Cerro Largo e região há 39 anos, a Rede Mecautor

inova mais uma vez e conquista o credencia-mento para a venda de veículos importados da marca alemã em todas as suas concessio-nárias e nos pontos de venda (São Luiz Gon-zaga, São Borja e Santiago).

Conforme o gerente de logística e ouvi-doria da Mecautor, Alberto Furtado Duai-libe, trata-se de uma importante conquista, batalhada junto à matriz e que exigiu treina-mento, ferramental e capacidade estrutural diferenciadas. “Para se ter uma ideia este ano apenas 17 concessionárias do país inteiro re-ceberam esta distinção, e nós, somos a única da região noroeste do Estado do Rio Grande do Sul”.

Os veículos foram apresentados recen-temente em um coquetel oferecido para a imprensa nas dependências da Mecautor em Santo Ângelo. Lá a mídia pôde conhecer os importados Tiguan, Jetta, Passat e New Be-etle.

Estaciona sozinhoDestaque para a SUV Tiguan, dotada de

sistema de estacionamento inteligente (Park

Assist) ela dá um verdadeiro show na hora de colocar os seus quase 4,5 metros de com-primento em uma vaga de estacionamento. O recurso manobra o veículo automatica-mente em vagas paralelas. Conforme Gelson Rosinski, consultor de vendas da Mecautor, o sistema funciona da seguinte maneira: ao encontrar uma vaga, o condutor aciona o re-curso, que verifica se o espaço disponível é suficiente para estacionar o Tiguan, enquanto o motorista posiciona o carro para dar início à manobra. Assim que o condutor engata a marcha a ré, o volante é esterçado e o veículo começa a se movimentar, sendo que o moto-rista deve controlar a velocidade por meio do pedal de freio. A marca afirma que, em vagas mais apertadas, é preciso engatar a marcha D (de Drive) para que o carro se movimente para frente. Mesmo assim, o Park Assist con-tinuará ativado até que o veículo esteja com-pletamente estacionado.

Os modelos equipados com o Park Assist dispõem também de uma câmera traseira, que exibe as imagens no visor do sistema de som. Linhas amarelas exibidas na tela mos-tram a direção em que o carro está andando e auxiliam na realização da manobra.

Importados apresentadosJetta

Combinação de novas funcionalida-des, harmonia do design e desempenho fizeram do Jetta o que ele é – um elegante carro esportivo que você precisa experi-mentar por você mesmo. Único da sua categoria a ter transmissão automática DSG, aliado ao motor 2.0 Turbo, com 200 cavalos de potência.

PassatVolante multifuncional mais trans-

missão automática Tiptronic com 6 velo-cidades. O novo Passat Turbo é capaz de atingir 230 km/h de velocidade máxima e chegar a 100 km/h em apenas 7,8 segun-dos.

TiguanDestaque para o motor 2.0 Turbo TSI,

que atinge 200 cv de potência a 5.100 rpm e 28 kgfm de torque entre 1.700 e 5.100 rpm, com injeção direta de combustível, que proporciona um excepcional desem-penho ao modelo.

Rede Mecautor agora revende importados VW

Após mais de um ano e meio de negociações, Rede Mecautor recebe

credenciamento para venda de veículos importados da marca alemã

18 | Outubro e Novembro de 2010 | O Mensageiro

Gerente de logística e ouvidoria da Mecautor, Alberto Duailibe, apresentou os véiculos

Lembre-se “Transporte com segurança, use a cadeirinha”

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Outubro e Novembro de 2010 | O Mensageiro | 19

A Fuscar Multimarcas Peças e Servi-ços realizou no mês de outubro uma grande promoção na qual os clientes

concorriam a uma viagem para a 10ª etapa da Stock Car, realizada em Santa Cruz do Sul no final de semana dos dias 23 e 24 de outubro.

Na oportunidade, os clientes sorteados puderam ver de perto os “bólidos” da Stock Car e percorrer os boxes da categoria, conhe-cendo de perto os pilotos e as equipes. Nos boxes, uma curiosidade, a presença da santo-angelense Renata Fan, a qual acompanhava o seu namorado, o piloto Átila Abreu

Concurso de redação – A Fuscar tam-bém promoveu entre os estudantes da Es-cola Estadual Presidente Getúlio Vargas

um concurso de redação, cujo tema era “As profissões e suas necessidades”. Conforme o proprietário da Fuscar, empresário Nerison Vieira de Abreu, a promoção movimentou a Escola, que fica localizada em frente à em-presa, “os alunos se interessaram em fazer a melhor redação, então conseguimos ter uma noção de alunos diferenciais”, explica. Para Nerison é preciso começar a incentivar, in-vestir, orientar e capacitar estes jovens, “se não agirmos assim, num curto prazo não teremos mais mão de obra qualificada”, pro-voca. O empresário acredita que é necessá-rio a criação de novas escolas técnicas, aptas a criar e encaminhar os jovens para a vida, com uma expectativa de futuro desde agora no mercado de trabalho.

Fuscar e Stock Car, emoção e velocidade com responsabilidade social

Empresa santo-angelense proporciona a seus clientes e amigos contato direto com a mais

importante categoria do automobilismo brasileiro

Outubro e Novembro de 2010 | O Mensageiro | 19

“Como vencedora do concurso de redação promovido pela Fuscar,

agradeço à professora Mônica pelo auxílio na correção do texto e a oportunidade de escrever sobre

algo que é essencial hoje em dia: a qualificação profissional. Fomos até

Santa Cruz do Sul, visitamos os boxes dos pilotos e assistimos à 10° etapa da Stock Car. Uma satisfação única, ter novas experiências, com o patrocínio

de uma empresa que investe na educação. Parabenizo a Fuscar pela

iniciativa de apoiar jovens.” Vanise Hallas Uberti, aluna da Escola

Presidente Getúlio Vargas.

“Como aluno da 8° série, agradeço a oportunidade dada pela empresa

Fuscar que acreditou na Escola Getúlio Vargas e em nós alunos, oferecendo um prêmio de incentivo ao estudo e a preocupação com nosso futuro. Agradeço à escola e às professoras Luciana e Vera que nos orientam e incentivam. Valeu a pena o esforço. A viagem a Santa Cruz do Sul, para

assistir à Stock Car, foi muito além das nossas expectativas. Parabéns à Escola

e a Fuscar.”Darlei Mousquer Barbosa, aluno da

Escola Presidente Getúlio Vargas.

“Eu fiquei muito feliz pelo convite e pela iniciativa da Fuscar. Uma grande parceria e principalmente

um motivador neste tipo de evento. Referente à empresa Fuscar, como

cliente, só tenho elogios, atendimento nota 10, rapidez, conhecimento no

que faz, enfim tudo de bom. Quanto a Stock Car, fui pela primeira vez,

quando recebi o convite do Nerison e adorei. Eu que já gosto de carros, motores, velocidade e gente bonita, não podia ser diferente, é fantástico

conhecer o circo todo, como os pilotos, mecânicos, patrocinadores e não tem como você não se envolver com tudo isso. Espero retornar novamente em outras oportunidades. Parabéns à

Fuscar, vocês são ótimos no que fazem, proporcionando trabalho de qualidade

e lazer, gostei muito, como cliente e amigo de toda a família Fuscar,

parabéns a todos vocês.” Jeferson Nascimento, cliente Fuscar.

Confira alguns depoimentos dos participantes da promoção

Vanise Hallas Uberti e Darlei Mousquer Barbosa com o

piloto Átila Abreu

Nerison Vieira de Abreu ao lado da santo-angelense Renata Fan e seu namorado, o piloto Átila Abreu

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20 | Outubro e Novembro de 2010 | O Mensageiro

O santo-angelense Renato Tobias, 44 anos, filho de João Vieira Tobias (em memória) e de Eva Duarte Tobias,

casado com a psicóloga Adriana Tobias, é um artista plástico que gosta de arte e valoriza cada intervalo de tempo para sua criatividade. “Em tudo o que eu faço, tento colocar o máximo de mim em cada criação. Toda a minha vida foi assim. Quando eu era pequeno, desenhava a toda hora, nos momentos em minha casa, na escola e em todos os ambientes possíveis”, re-sume.

Na época da escola, no Colégio Onofre Pi-res, Renato Tobias sempre possuía boas notas na disciplina de Educação Artística, mas em compensação não tinha o mesmo sucesso em Ciências. “Nessa fase de minha vida eu fui vo-calista de uma banda de rock’ n’ roll, pintava camisetas e tênis à mão, fui arte finalista de serigrafia, desenhista de projeto arquitetôni-co, enfim, fazia todos os projetos à mão com tinta Nankin. Era uma maravilha! Mais tarde, me tornei artista plástico autodidata, sem nun-ca ter realizado nenhum curso do gênero. E assim foram surgindo os primeiros trabalhos, as primeiras exposições e as minhas primeiras conquistas como artista. Ganhei prêmios. E, hoje, sou sócio, junto com o Jeferson Teixeira, da Seven Publicidade e Propaganda em Santo Ângelo”, conta Renato.

O artista Renato Tobias revela que não sabe o que é fazer alguma coisa que não esteja ligado direta ou indiretamente à arte. “Gosto de todas as formas de arte e tento sempre estar bem in-formado sobre isso. Amo a música, a pintura, a escultura, o cinema, a literatura... Não passo um dia sequer sem ver ou ler alguma coisa so-bre esse tema”, conta o pai de Gabriel Tobias, 11 anos, o qual já se interessa pela música e pela arte inspirado no pai artista.

O talento para com a arte vem do berço.

Renato diz ter certeza que as veias artísticas são oriundas de sua mãe. “A minha mãe foi a melhor costureira que se teve por essas plagas. Costura-va como ninguém. Criava e desenhava os vesti-dos que as clientes pediam. Tenho um orgulho imenso dela e de como ela educou a mim e as minhas irmãs. Este dom para o desenho passei para o meu filho Gabriel, o qual já desenha me-lhor do que eu quando eu possuía a idade dele. Inclusive, já fizemos uma exposição juntos, a qual foi em comemoração aos 100 anos de Érico Veríssimo, quando criamos a ilustração para o livro deste artista. Esta exposição saiu do Centro Cultural da URI e partiu para Cruz Alta/RS, na casa do escritor”, conta Tobias.

O artista lembra que durante a sua infância não havia os recursos disponíveis que as crian-ças de hoje têm. Era a época de ler histórias em quadrinhos, ir ao cinema e assistir aos dese-nhos animados. “Eu lia Tex e o Zorro. Gostava de assistir ao Tarzan, aos desenhos em preto e branco do Tom & Jerry e do Pernalonga. Fo-ram desenhos que me ensinaram a gostar de Jazz, devido à trilha sonora. Juntando isso e o dom herdado de minha mãe, me fiz seguir nes-ta estrada até hoje”, diz.

De gosto alternativo, o artista plástico Re-nato Tobias tem predileção por coisas “fora do normal”, “do mundo comercial”, ou seja, do senso comum. “As músicas comerciais que to-cam, diariamente, nas emissoras de rádio me ferem os ouvidos e me provocam a criticá-las, fazendo de mim, por vezes, um chato. Tem um livro do Umberto Eco chamado ‘Apocalípticos e Integrados’, e ele explica bem isto que estou falando. Mas voltando à música, gosto muito de Nick Cave and The Bad Seed, cujo líder é o cantor/escritor/desenhista Nick Cave, tenho todos os discos e livros dele”, cita.

O que mais o inspira a criar é o desafio. Re-nato confessa que ao colocar algo como desa-

fio sempre gera o desejo de vencer. “Como es-tou sendo desafiado, diariamente, na agência, criando materiais publicitários para os nossos clientes, a inspiração tem que vir a toda hora. Mas tem um momento que me é mais propício à inspiração, que é de baixo de um chuveiro, momento “click” no banho. Os meus ídolos como artista e como homem são os mesmos, porque estas pessoas que vou citar são exem-plos na arte e na vida: Nick Cave, Pablo Picas-so, Salvador Dalí, Van Gogh, Andy Warhol, Robert Crumb (um grande desenhista), Franz Kafka, Nietzsche e muitos outros”, conta.

Assim, a vida desse artista missioneiro se resume em fazer desenhos artísticos, arquite-tônicos, trabalhos de design gráfico e de pro-dutos, além de decoração, poesia (ele tem um livro pronto de poesias prestes a ser lançado), música, pintura em tela e papel, ilustração de livros. “Tenho um livro infantil desenhado, só falta ser publicado, estou junto de um grupo de pessoas fazendo já a pré-produção de um curta-metragem e estamos trabalhando para organizar um festival de curta-metragem, en-volvendo a cidade e a região. Faço esculturas e instalações artísticas (criei algumas escultu-ras para troféus). Estou começando a desenhar uma história em quadrinho. Criei tempos atrás junto com a minha irmã Mara Tobias, a Griffe Santo D’ Casa, criando as estampas para ca-misetas. O meu maior sonho é criar uma re-vista em quadrinhos com o meu filho Gabriel. Quem sabe daqui um tempo, nós estaremos desenhando juntos”, salienta.

E, certamente, a próxima criação de Renato Tobias nascerá de um simples “insight”, quan-do ele estará sentado em sua cadeira na sua sala de desenho, bebendo um bom vinho, escutan-do um vinil (ele é colecionador de vinis) e fi-car olhando pela janela imaginando a próxima criação. Assim é Tobias, um artista nato.

Um artista magnificenteAos 44 anos, o artista plástico santo-angelense Renato Tobias já fez de tudo um pouco: foi vocalista de uma banda de rock, arte finalista, desenhista, ilustrador, chargista e escritor. Amante das artes, ele herdou da mãe este esplêndido talento de ser artista

Renato observando mais uma de suas criações

20 | Outubro e Novembro de 2010 | O Mensageiro

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22 | Outubro e Novembro de 2010 | O Mensageiro

A adolescência é o período entre a infância e a idade adulta, caracterizada por alterações no desenvolvimento biológico, psicológico e social. Biologicamente, o início é sinalizado pela

aceleração rápida do crescimento do esqueleto e pelo início do desen-volvimento sexual; psicologicamente, o início da adolescência é sinali-zado por uma aceleração do crescimento cognitivo e da formação da personalidade; socialmente, este é um período de preparação intensifi-cada para o futuro papel de um jovem adulto, eis que o início e a dura-ção da adolescência são variáveis.

Dentro do processo de desenvolvimento do ser humano, a ado-lescência é uma das etapas mais significativas em termos de transfor-mações. É durante este período que o indivíduo evolui do seu estágio infantil e dependente para o de adulto independente. Neste processo, os aspectos biológicos, psicológicos, culturais e sociais assumem espe-cial relevância. Mas por que o adolescente tem enorme dificuldade em definir o seu futuro pessoal e suas escolhas profissionais neste período de sua vida, quando o mesmo já prova o término do ensino médio?

Para a psicóloga Cleonice Kaspary, há 25 anos residindo em Santo Ângelo, especialista em Psicologia Clínica (CRP 07/10379), “o ama-durecimento tardio das novas gerações é uma das possíveis razões a esta dificuldade de escolha. A adolescência se esticou. Além de ser mais precoce, ela também avançou até um pouco mais dos vinte anos. Os adolescentes entram mais novos nesta fase e saem mais velhos em comparação à geração dos seus pais. Dessa forma, desenvolvem proje-tos pouco clarificados, confusos, por estarem inseridos na imaturidade pessoal e profissional. O adolescente atual pede mais tempo para pen-sar, mas a sociedade e família cobram uma posição. Assim, ele acaba por escolher, muitas vezes, pela vontade dos pais ou por “ter que” se identificar em alguma profissão. Lamentavelmente essas são algumas das causas da grande taxa de evasão em universidades”, explica.

É neste processo complexo que o indivíduo vê o corpo transfor-mar-se, enfrenta angústias inerentes à estruturação da sua persona-lidade, redefine valores e conceitos, busca novos relacionamentos e autonomia. Neste ponto, a pressão da sexualidade e da sociedade em virtude do início dos relacionamentos, vida social noturna e o pe-ríodo do “ficar” perturbam o adolescente emocionalmente, onde a mídia passa a influenciar o “certo” e o “errado”, o “isso pode” e “aquilo não pode”. Até que ponto isso pode ser, realmente, uma perturbação? Ela salienta que “o adolescente não olha para a sociedade, ele olha

O adolescente atual pede mais tempo para pensarA psicóloga Cleonice Kaspary salienta que a adolescência se esticou. Além de ser mais precoce, ela também avançou até um pouco mais

dos vinte anos. Os adolescentes entram mais novos nesta fase e saem mais velhos em comparação à geração dos seus pais

para si. Quem olha para a sociedade é a família e a escola. O adolescente vive em tribos, ele escolhe o grupo onde se sente melhor e dentro dele procura interagir com suas fantasias e identificações. A mídia faz a parte dela, joga no ar de tudo. Cabe ao ser humano, dentro de sua inteligência intelectual e emocional, selecionar as informações. Nesta seleção, coloca a responsabilidade no adolescente, uma vez que ele tendo inteligência para elaborar uma redação, por exemplo, ou decorar uma fórmula de química, defender seu ponto de vista, ele tem inteligência, tam-bém, para abstrair informações, ou seja, separá-las. Uma vez tendo essa capacida-de, vale ao jovem usá-la para fins benéficos”, salienta.

Faz mais sentido pensarmos a adolescência como o período que se situa, biolo-gicamente, psicologicamente e culturalmente falando entre a infância e a vida adulta, sem especificar uma faixa de idade definida. Trata-se de um período de transição durante o qual a criança modifica-se, física, mental e emocionalmente, tornando-se um adulto. Mas o adolescente, não generalizando, torna-se uma “presa” do universo online. “O mundo dos adolescentes na internet é um universo onde tudo se move depressa e muda o tempo todo, onde as relações são rapidamente descartadas pelo clique do mouse, onde se pode deletar o perfil que não se gosta e trocá-lo por uma identidade mais aceitável, num piscar de olhos. Isso facilita a vida do jovem, uma vez que só vê no outro e se mostra o que se quer. Essa questão serve também para os jogos da internet: ora, se eu ganho ou perco, apenas eu saberei, não existe ninguém e nada para me punir, apenas uma máquina, e esta é fechada quando me parecer con-fortável”, disse. A psicóloga Cleonice Kaspary atua há 10 anos na Capital das Missões e atende os seus pacientes na Clínica Oswaldo Cruz.

Psicóloga também atua na Junta de Conciliação Empresarial da Acisa

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Outubro e Novembro de 2010 | O Mensageiro | 23

O ano era 1964. Iniciava no Brasil a Era Militar. O país era comandado por Humberto de Alencar Castelo Branco.

As Ruínas de São Miguel pertenciam à Santo Ângelo, a capital das Missões. O município era administrado por Siegfried Ritter. Foi quando o Centro de Tradições Gaúchas – CTG Os Le-galistas foi convidado a participar de um even-to cultural com dimensão nacional à convite da Revista Manchete, da Editora Bloch, da cidade do Rio de Janeiro/RJ.

Na época, a Revista Manchete formalizou o convite ao CTG Os Legalistas a participar de um documentário e reportagem para este veí-culo de comunicação nas Ruínas de São Miguel (hoje, São Miguel das Missões/RS) no mês de setembro de 1964. O departamento artístico do CTG Os Legalistas se apresentou em frente às Ruínas de São Miguel, formando uma imagem fotográfica e cinematográfica que, mais tarde, virou trailler de cinema, cartão postal, calendá-

rio, folder e marcador de livro, traduzido para três idiomas e que percorreu todo o país.

A Revista Manchete realizava reportagens por todo o Rio Grande do Sul e a ideia de levar o departamento artístico do CTG Os Legalistas para as Ruínas de São Miguel teve o interesse publicitário de mostrar ao país, um pedaço da história do Rio Grande do Sul. Era mês de se-tembro de 1964, em um domingo ensolarado, às 8h, quando partiu um ônibus da Praça Rio Branco (hoje, Leônidas Ribas) em direção a São Miguel pela estrada do Carajazinho, levan-do todo o grupo tradicionalista.

O Patrão da 3ª Região do Tradicionalismo era José Nepomuceno Martin e o casal patrão do CTG Os Legalistas era formado por Maxi-miliano Bogo e Celeste Bogo. No departamento artístico, as presenças de Cenair Maicá, Lever-dógil de Freitas, Matilde da Glória Rodrigues Martin, Rodolfo Ernesto Bergsleithner, Marile-ne Ignazacki, Ivo Vieira Arruda, Nilza Mattio-

ni, Derli e Carmem Martini, Nelma Mattioni, Adelque Maicá, Naida Mazzuco, Nerci Mattio-ni, Nerci Nascimento e Tadeu Mattioni.

A gravação de um pequeno videoclipe so-bre os costumes gaúchos, com a presença do departamento artístico do CTG Os Legalistas nas Ruínas de São Miguel começou a ser exi-bido como trailler no Cinema Cisne no ano de 1964. Mais tarde, o trailler passou a ser veicu-lado em diversos cinemas do interior do Esta-do e, inclusive, na capital gaúcha. Da fotografia foi produzido um cartão postal que pôde ser encontrado durante duas décadas nas princi-pais capitais brasileiras e no Exterior, em paí-ses como a Argentina, Uruguai e no Paraguai. Daquela turma que fazia parte do departamen-to artístico, surgiu o célebre músico nativista Cenair Maicá, o consagrado ator Leverdógil de Freitas e o escritor tradicionalista José Ne-pomuceno Martin, o autor da famosa “Poesia da Cachaça”.

Há 46 anos, o departamento artístico do CTG Os Legalistas ilustrava a beleza do Rio Grande do Sul nas Ruínas de São

Miguel, em imagens e documentários que se tornaram ícones culturais no país e no Exterior

Imagem de um patrimônio cultural

Outubro e Novembro de 2010 | O Mensageiro | 23

Fotografia virou cartão postal e divulgou nossa tradição durante décadas

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24 | Outubro e Novembro de 2010 | O Mensageiro 24 | Outubro e Novembro de 2010 | O Mensageiro

Os professores – das creches e jardins às faculdades e universidades – são os profissionais mais importantes da so-

ciedade. Sim, são os profissionais de primeira grandeza porque ilustram a mente e educam a emoção. Anunciam a esperança e a libertação. São a base e a fonte das profissões. Contam histórias. Gerenciam pensamentos e afetos. Equilibram limite e autoestima. Humanizam conhecimentos e práticas. Formam seres hu-manos pensadores, críticos, libertos, constru-tivos, realizados e felizes. Ou porque, noutras palavras, mostram os valores dos estudos e dos trabalhos. Porque, no corte da lista enorme, pregam com palavras e exemplos que vale a pena amar a vida e as virtudes.

Mesmo que pouca gente se importa com os professores na atualidade. Mesmo que os professores não participem das mais impor-tantes reuniões políticas e econômicas, legis-lativas, executivas e judiciárias. Mesmo que os meios de comunicação social raramente falem bem dos professores. Mesmo que a sociedade líquida pouco se importa com os professores e com as escolas, e que em coro exalte a educa-ção virtual e grite computadores e fim dos pro-fessores. Mesmo que os governantes – aqueles

que dos pro-fessores e das escolas preci-sam para ser g ov e r n ant e s – lhes ofere-çam salários ínfimos que, de tão ínfi-

mos, mais parecem gorjetas que salários, os professores dizem e mostram que não traba-lham apenas pelo salário, mas pelo amor das crianças e dos adolescentes, dos jovens e dos adultos – inclusos nos adultos os idosos. Este último dado, fora outros inumeráveis, faz-lhes caminhar em busca da vitória que, como toda vitória, só acontece depois da luta, e não raras vezes tão só depois de lutas renhidas.

Vencem as lutas os fortes, os que acreditam na vida, os que sonham, os que lutam do co-meço ao fim. Os professores – os já formados e os que se formam ano a ano – são fortes por-que acreditam, sonham, lutam e vencem. Nas searas dos saberes múltiplos, nas semeaduras e nas colheitas dos conhecimentos didáticos e pedagógicos, tanto em termos intelectuais e teóricos, quanto em termos emocionais e prá-ticos, tiveram, têm e terão dúvidas, recuos e avanços, fatos normais em seres normais. Mas nas dúvidas e recuos os professores fazem como fazem as ondas dos mares – essas nos recuos juntam forças, mais forças, para os no-vos avanços. O que conta aos professores são os avanços empreendidos e as escolhas seletas

para os novos avanços.Escolhas implicam perdas e ganhos. Os

professores sabem quais as perdas e quais os ganhos que têm na vida. Eles, porém, dia a dia, semana a semana, mês a mês e ano a ano vão avançando na amplidão e na profundida-de sem limites dos saberes, dos conhecimen-tos. Vão burilando e aperfeiçoando o univer-so da inteligência e das emoções, tanto de si, quanto dos outros. Sabem que os ganhos dos saberes são tesouros maiores e melhores da vida. Tesouros que dão liberdade e indepen-dência econômica, política e cultural. Tesou-ros que – mesclados na linguagem denotativa e conotativa, ou seja, no sentido real e figu-rado das palavras e dos provérbios – nem os fogos destroem, nem as águas levam, nem os ladrões roubam.

É edificante e faz bem aos professores a permanente formação e atualização na es-cola e em casa, nos encontros, seminários, simpósios, congressos e cursos. Essa renová-vel formação e atualização dura tanto tempo quanto os professores duram no mundo. Tí-tulos e louvores que os reconhecem formados não podem se tornar venenos que os matam como pensadores, mas fontes cristalinas, ple-nas de energias e estímulos, para continuarem sempre, sem nunca estagnar nem retroceder, aprendizes vorazes, aprendentes imorredou-ros. Os professores são talhados, constante-mente, para ser professores e educadores. São, num reforço do já dito, os profissionais leigos maiores e os mais importantes da sociedade em todos os tempos. Embora sabendo que o sistema social não os valoriza na proporção da excelência inimitável que em verdade têm, os professores sabem que sem eles a socieda-de perde o horizonte, não progride. Sem eles outras profissões intelectuais deixam de exis-tir. Sem eles os seres humanos, dos pequenos aos grandes, ficam burros. Bebem estresse, depressão, desespero, pessimismo. Perdem a graça, definham e morrem. Sem eles o planeta embrutece e adentra o caos.

Assim, os professores devem defender e pro-mover nos alunos a esperança e os sonhos. Espe-rança de que sempre há caminhos e horizontes novos. Sonhos de que, mesmo nos obstáculos e quedas, espinhos e lágrimas, há motivações sufi-cientes para caminhar e crescer, para sair da es-cravidão e buscar a libertação. E mais, que sem esperança não há coragem para viver, que sem sonhos inexiste fôlego intelectual e emocional. É preciso, nestes tempos de mudanças rápidas e efêmeras, nestes tempos reais e virtuais, nestes tempos bicudos, como poetava Mário Quinta-na, que os professores, hoje mais que ontem e depois mais que agora, professorem e eduquem os seres humanos para a vida, sejam o sal e a luz, semeiem a esperança e os sonhos.

Os semeadores de esperança e sonhos

Neste artigo, um tanto provocativo e polêmico, o professor Artur Hamerski escreve que os professores são os

profissionais mais importantes da sociedade porque, além de professorar os diferentes intelectos e educar as múltiplas emoções, são os semeadores das esperanças e dos sonhos

Artur Hamerski

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Outubro e Novembro de 2010 | O Mensageiro | 25

O ser humano não deve permitir que somente a tecnologia dite as regras, mas haja

uma interação de objetivos que proporcione uma melhoria significativa em sua vida

O tema escolhido demonstra a preocu-pação com os rumos que o ser huma-no esta seguindo, já que parece não só

ter tomado um caminho com graves conseqü-ências futuras, mas esquecido que ele também é peça fundamental na construção de um mun-do mais agradável e digno de se viver. O ser humano não deve permitir que somente a tec-nologia dite as regras, mas haja uma interação de objetivos que proporcione uma melhoria significativa em sua vida. A visão técnica cria o hábito de perceber o mundo como se existisse somente um ponto de vista e nisso se instala o problema do ser humano, se tornar estranho de si mesmo, fato que de certa forma o torna impotente, pois já não possui uma autonomia que o possibilite agir por si mesmo.

Segundo o filósofo Rodrigo João Friedri-ch, “uma das perturbações mais intrínsecas do homem de nossos dias é a questão da insatis-fação reinante que apesar de tanto progresso tecnológico e cientifico insiste em abater, de forma cada vez mais ferrenha e astuta, jovens e adultos. Talvez a suposta realização plena do ser humano não esteja somente ligada e este progresso tanto científico quanto tecnológico, o homem parece ter perdido, ou esquecido, os valores que realmente o possibilitam e o trans-cendem em sua transitoriedade, enquanto tão somente transitoriedade humana”.

Sem dúvida situamo-nos em uma época em que as contradições estão por todos os lados, há, e não se pode negar, um certo frenesi em relação às sucessivas elucidações, ou triunfos, que a ciência, traduzida em tecnologia visan-do o conforto, tem nos brindado. Mas também não se pode negar que ainda perdura, e às ve-zes desestimula uma problemática sem solução aparente ou formulação matemática, trata-se do desencanto que sobrevém, quando se per-cebe as mazelas sociais, morais e espirituais que insistem em perturbar uma enorme gama humana. “Por um lado a ciência possibilitou desvendar novos caminhos a serem trilhados pelo homem, eliminou, em boa parte, doenças bem como epidemias que tantas vidas ceifa-ram, permitindo deste modo, o controle atra-vés de medicamentos poderosos e igualmente propagou princípios de higiene, possibilitando uma significativa melhora na expectativa de vida da população humana”, salienta Rodrigo Friedrich.

Porém em relação às comunicações estas são dignas de assombro pela velocidade que ocorrem se compararmos com épocas recentes de nossa evolução, a conseqüência disso é uma consideração em relação à Terra como uma imensa “aldeia global” sem que junto se tenha um raciocínio mais perspicaz para as conseqü-ências dessa afoites.

As barreiras que ainda persistem parecem

estar com os dias contados, são tantas inven-ções, simples ou complexas, possibilitando as indústrias, ou o comércio em geral tornarem cada vez mais rentáveis seus trabalhos.

Para Friedrich, “os aparelhos domésticos facilitaram em muito a vida dentro de casa, seu manejo encurta consideravelmente o tem-po e o serviço, conseqüentemente sobra mais tempo para aproveitar a vida completamente alterada, usos e costumes modificados, etc. só para citar, porque este tempo extra poderia trazer consigo hábitos salutares, bem como uma cultura de princípios valorativos que esta-riam internamente ligados verdadeiramente ao crescimento do caráter do ser humano, porém muito se perdeu neste progresso de velocidade estonteante”. Segundo ele, parece a vida ter to-mado um rumo sem sentido e este vazio gera todo um mal estar que nos impregna enquanto sociedade moderna.

As realizações de nossa civilização materia-lista e individualista trazem em seu bojo inde-finíveis descontentamentos. Há uma desilusão geral que se manifesta na política, na moral e principalmente no econômico, inclusive numa maior incidência da violência dentro da socie-dade.

Tudo pas-sou a ser visto em termos de praticidade e inventividade, para isso o pro-gresso cientifi-co acentuou as características sob a motivação do lucro que passou a perten-cer de forma aliada a tecnologia que emerge de forma voraz nos meios intelectuais reduzindo a sociedade a um contexto mercadológico bus-cando sempre em uma maior velocidade o en-riquecimento econômico. Reduz-se o tempo e aumenta-se o lucro.

A verdade é que nem todos os requintes de conforto material garantem a paz interior, pro-va disto é o aumento significativo de pessoas que buscam auxílio em consultórios psiquiá-tricos ou psicanalíticos, embora possuam pra-ticamente tudo que o dinheiro pode ser capaz de comprar e são imensamente conflitantes no que se refere a serem felizes, muitos inclusive situam-se num patamar de infelicidade, são pessoas vazias sem vida interior. Porém o bom senso afirma, não que a ciência tenha falhado em suas promessas, mas que o homem, em seu orgulho, converteu a ciência num novo ídolo, atribuindo-lhe poderes que ela absolutamente não pretendia possuir. A ciência esta qualifi-cada para explicar o aspecto material do ser humano, mas nada pode dizer de seu aspecto espiritual, cabe a nós revê-lo.

A insatisfação do homem no conforto da tecnologia

Rodrigo Friederich

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Cuidados com a pele no verãoDe acordo com dados da Sociedade

Brasileira de Dermatologia, a cada ano, 100 mil brasileiros desenvolvem algum tipo de

tumor de pele, sendo a exposição excessiva ao sol a sua maior causa.

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Outubro e Novembro de 2010 | O Mensageiro | 27

SaúdeCom a chegada do verão, as pessoas ficam mais expostas aos

raios ultravioletas em suas atividades corriqueiras e, quando chega o final de semana, usam e abusam do sol para osten-

tarem um belo bronzeado. Afinal, na nossa cultura, pele bronzeada é sinônimo de beleza e saúde. No entanto, a exposição de forma inade-quada ao sol pode trazer inúmeros prejuízos à pele. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a cada ano, 100 mil brasileiros desenvolvem algum tipo de tumor de pele, sendo a exposi-ção excessiva ao sol a sua maior causa.

Com a incidência cada vez mais agressiva dos raios ultravioletas no planeta, as pessoas devem estar atentas e se protegerem quando expostas ao sol. “Todos têm que se prevenir, mas os grupos de maior risco são os de pele clara, sardas e olhos claros. Além dos que possuem antecedentes familiares com histórico da doença, queimaduras solares, incapacidade para bronzear e pintas”, explica a dermatologista Chris-tiana Blattner.

Nessa estação é extremamente importante o uso de chapéu e rou-pa de algodão que segura 90% das radiações enquanto que os tecidos sintéticos deixam passar 70%. “Também deve ser evitada a exposição solar entre 10h e 16h (horário de verão). É importante ressaltar que as barracas usadas na praia sejam feitas de algodão ou lona, que absor-vem 50% da radiação ultravioleta”, acrescenta Christiana. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material. Outro objeto que tem uma extrema impor-tância é o uso de óculos de sol. “Eles têm uma função essencial que é a prevenção da catarata, além de o excesso de radiação ser lesivo para a córnea” ressalta.

Para que se possa aproveitar o sol, é necessário usar filtro de proteção solar (FPS). O uso deste produto, por mais eficiente, não significa que podemos nos expor ao sol por longo tempo, já que ele apenas diminui os efeitos dos raios solares sobre a pele. “Os efeitos nocivos do sol vão desde vermelhidão, queimaduras de vários níveis, envelhecimento pre-coce (rugas) até câncer de pele, vale ressaltar a importância da utilização do produto correto para cada tipo de pele”, explica a dermatologista. De acordo com ela, o FPS 15 ou 20 pode ser usado no dia a dia, dependendo da resistência de cada pele e o FPS 35 ou mais é ideal para uma expo-sição mais longa ao sol (praia, piscina, pesca, etc). Para o uso de filtros solares, é sugerida a reaplicação a cada duas horas.

Outro cuidado importante que deve ser tomado no verão é com relação às doenças de pele. “A combinação sol, praia, areia ou piscina mais o excesso de suor eleva o risco que pode causar as famosas doen-ças de pele que aumentam consideravelmente durante o verão”, alerta a dermatologista.

Brotoejas, micoses, acnes solares e machas são as mais frequentes. “As micoses aparecem na pele de diversas maneiras tais como os pés de atleta e frieiras. Vale lembrar que ninguém está livre delas, crianças, jo-vens, adultos e idosos. Sendo os pés e a virilha os lugares mais comuns em que aparecem”, afirma a dermatologista. Mais isso não significa que outras partes do corpo estão livres das terríveis micoses.

Já as brotoejas, aquelas pequenas bolinhas vermelhas na pele tam-bém costumam dar o ar da graça nos dias de calor. Segundo a derma-tologista, neste caso, elas surgem principalmente em bebês por conta do contato da pele com o suor nas “dobrinhas” da pele. As manchas também não fogem desta lista. As sardas brancas são as mais discre-tas.

Elas chegam devagar e quando menos se espera, elas estão lá fixadas na pele como minipontinhos. Para evitá-las a dica é não esquecer o prote-tor solar. Ainda no rol das doenças que surgem na estação mais quente do ano está a acne solar que é provocada pela mistura da oleosidade da pele com o uso do filtro solar.

“Não podemos esquecer que o lupus discoide é uma doença grave de-sencadeada pelo sol e que pode deixar cicatrizes”, ressalta a especialista. Portanto, a orientação da profissional é abusar dos protetores solares, além de não esquecer do uso do chapéu e do guarda-sol. “Atualmente já exis-tem tecidos produzidos com filtros e protetores”, ressalta a especialista. Se, mesmo diante de todos os cuidados, a doença de pele insistir em aparecer o ideal é não tomar remédio sem receita médica e procurar um dermato-logista. Ele é o profissional mais indicado para tratar o problema.

Câncer de peleAlém de ter os cuidados necessários para evitar as doenças típicas

do verão, as pessoas precisam criar a consciência de que a exposição excessiva ao sol sem a devida proteção causa o câncer de pele. Segundo estatísticas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de pele é o que registra maior incidência no Brasil e está diretamente relacionado à exposição ao sol.

Câncer de pele é o crescimento anormal e descontrolado das célu-las que compõem a pele. Estas células se dispõem formando camadas e, dependendo da camada afetada, temos os diferentes tipos de câncer. Os tipos mais frequentes de câncer de pele são o carcinoma basocelu-lar, responsável por 70% dos diagnósticos de câncer de pele, o carcino-ma epidermóide com 25% dos casos, e o mais perigoso é o melanoma, detectado em 4% dos pacientes. Ele pode levar à morte se não houver diagnóstico e tratamento precoce.

Seu surgimento está diretamente ligado à exposição solar acumu-lada durante a vida. A exposição aos raios ultravioletas, mesmo sendo esporádica, é a principal responsável pelo desenvolvimento do câncer. A pele exposta ao sol não se recupera. A solução principalmente para as pessoas de pele clara é evitar o sol e, quando houver exposição, usar o protetor solar e reaplicar a cada duas horas. Além disso, é importante o uso de chapéus e camisetas.

Ao observar alguma alteração na pele é sempre bom procurar um dermatologista ou até mesmo um oncologista. Prestar atenção em manchas ou feridas que não cicatrizam, que continuam a crescer apre-sentando coceira, sangramento ou doem devem ser retiradas cirur-gicamente para exame. É importante sempre fazer exames de rotina, alertam os especialistas.

Nos países ensolarados como o Brasil a incidência deste tipo de câncer é alarmante, mas é um câncer mais fácil de ser prevenido e tra-tado precocemente – bastam disciplina, boné, camiseta e protetor solar para prevenir e consultas de rotina para evitar.

Como reconhecer os sinais precoces•Um crescimento na pele de aparência elevada e brilhante,

translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida.•Uma “pinta” preta ou acastanhada que muda sua cor, textura,

torna-se irregular nas suas bordas e cresce de tamanho.•Uma “mancha” ou ferida que continua a crescer, apresentando

coceira, crostas, erosões ou sangramento.

O que causa A radiação ultravioleta é a principal responsável pelo desenvol-

vimento do câncer da pele. Ela se encontra nos raios solares e nas cabines de bronzeamento artificial.

A exposição excessiva e prolongada ao sol contribui não só para o risco no desenvolvimento do câncer como também no envelheci-mento precoce da pele.

É importante lembrar que o efeito da radiação ultravioleta é cumulativo, ou seja, mesmo depois de parar de se expor ao sol, as alterações da pele podem se manifestar anos depois.

Além da radiação solar outros fatores como raios X e certas substâncias químicas podem levar ao câncer da pele.

Como prevenir•Examinando sua pele regularmente e reconhecendo os sinais

precoces de tumor.•Protegendo-se dos raios solares através do uso de roupas e/

ou filtros solares adequados. Não se esqueça que a radiação solar é mais intensa entre 10 horas da manhã e 3 horas da tarde”.

•Não aconselhamos o uso do bronzeamento artificial.

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28 | Outubro e Novembro de 2010 | O Mensageiro 28 | Agosto de 2010 | O Mensageiro

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co A dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 50 a 100 milhões de pessoas se infectem anualmente, em mais de 100 países, de todos os continentes, exceto a Europa. Cerca de 550 mil doentes necessitam de hospitali-

zação e 20 mil morrem em consequência da dengue. No Brasil, as condições socioambientais favoráveis à expansão do Aedes aegypti possibilitaram a disper-

são do vetor desde sua reintrodução em 1976 e o avanço da doença. Essa reintrodução não conseguiu ser controlada com os métodos tradicionalmente empregados no combate às doenças transmitidas por vetores em nosso país e no continente. Programas essencialmente centrados no combate químico, com baixíssima ou mesmo nenhuma participação da comunidade, sem integração intersetorial e com pequena utilização do instrumental epidemiológico mostraram-se incapazes de conter um vetor com altíssima capacidade de adaptação ao novo ambiente criado pela urbanização acelerada e pelos novos hábitos.

A maneira mais eficaz de evitar a dengue é não deixar o mosquito proliferar. Isto pode ser feito acaban-do-se com os criadouros (garrafas, pneus, pratos de vasos de plantas, bacias, copos descartáveis e sacos plás-ticos, entre outros objetos que podem acumular água). Também é necessário manter sempre limpa a caixa da água e poços. Além disso, deve-se evitar jogar lixo nas ruas e quintais, pois mesmo tampas de garrafas pet, copos plásticos e brinquedos podem ser locais para proliferação do mosquito.

CuidadosSe você achar que estar com dengue ou suspeitar que alguém da sua família contraiu a doença, siga os

passos abaixo:- Procurar um Serviço de Saúde logo no começo dos sintomas. Diversas doenças são muito parecidas

com a dengue e têm outro tipo de tratamento;- Beber bastante líquido, evitando-se as bebidas com cafeína (café, chá preto). Não tomar remédios por

conta própria, mesmo aqueles normalmente indicados para dor ou febre. Todos os medicamentos podem ter efeitos colaterais e alguns podem até piorar a doença. A dengue não tem tratamento específico. Os me-dicamentos são empregados para atenuar as manifestações (dor, febre);

- Informar ao médico se estiver em uso de qualquer remédio. Alguns medicamentos utilizados no trata-mento de outras doenças (Marevan®, Ticlid® etc.) podem aumentar o risco de sangramentos;

- Não tomar nenhum remédio para dor ou para febre que contenha ácido acetil-salicílico (AAS®, Aspi-rina®, Melhoral® etc.), que pode aumentar o risco de sangramento.

Os antiinflamatórios (Voltaren®, Profenid ® etc) também não devem ser utilizados como antitérmicos pelo risco de efeitos colaterais, como hemorragia digestiva e reações alérgicas.

Os remédios que tem dipirona (Novalgina®, Dorflex®, Anador® etc.) devem ser evitados, pois podem diminuir a pressão ou, às vezes, causar manchas de pele parecidas com as da dengue.

O paracetamol (Dôrico®, Tylenol® etc), mais utilizado para tratar a dor e a febre na dengue, deve ser tomado rigorosamente nas doses e no intervalo prescritos pelo médico, uma vez que em doses muito altas pode causar lesão hepática.

Tipos de dengue- Infecção Inaparente: A pessoa está infectada pelo vírus, mas não apresenta nenhum sintoma. A grande

maioria das infecções da dengue não apresenta sintomas. Acredita-se que de cada dez pessoas infectadas apenas uma ou duas ficam doentes.

- Dengue Clássica: A Dengue Clássica é uma forma mais leve da doença e semelhante à gripe. Geralmente, inicia de uma hora para outra e dura entre cinco a sete dias. A pessoa infectada tem febre alta (39° a 40°C), dores de cabeça, cansaço, dor muscular e nas articulações, indisposição, enjoos, vômitos, manchas vermelhas na pele, dor abdominal (principalmente em crianças), entre outros sintomas. Os sintomas da Dengue Clássica duram normalmente até uma semana. Após este período, a pessoa pode continuar sentindo cansaço e indisposição.

- Dengue Hemorrágica: A Dengue Hemorrágica é uma doença grave e se caracteriza por alterações da coagulação sanguínea da pessoa infectada. Inicialmente se assemelha a Dengue Clássica, mas, após o terceiro ou quarto dia de evolução da doença, surgem hemorragias em virtude do sangramento de pequenos vasos na pelo e nos órgãos internos. A Dengue Hemorrágica pode provocar hemorragias nasais, gengivais, urinárias, gastrointes-tinais ou uterinas. Na Dengue Hemorrágica, assim que os sintomas de febre acabam, a pressão arterial do doente cai, o que pode gerar tontura, queda e choque. Se a doença não for tratada com rapidez, pode levar à morte.

- Síndrome de Choque da Dengue: Esta é a mais séria apresentação da dengue e se caracteriza por uma grande queda ou ausência de pressão arterial. A pessoa acometida pela doença apresenta um pulso quase imper-ceptível, inquietação, palidez e perda de consciência. Neste tipo de apresentação da doença, há registros de várias complicações, como alterações neurológicas, problemas cardiorrespiratórios, insuficiência hepática, hemorragia digestiva e derrame pleural. Entre as principais manifestações neurológicas, destacam-se: delírio, sonolência, de-pressão, coma, irritabilidade extrema, psicose, demência, amnésia, paralisias e sinais de meningite. Se a doença não for tratada com rapidez, pode levar à morte.

Cuidados básicos para evitar e tratar a dengue

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Outubro e Novembro de 2010 | O Mensageiro | 29

O grupo de pesquisa Aquares da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) tem como objetivo es-

tudar as questões relacionadas à saúde co-letiva, especialmente avaliação de desem-penho dos serviços de saúde. Em outros estudos, o grupo de pesquisa inquiriu so-bre os seguintes temas: “Perfil demográfi-co, epidemológico e a disponibilidade dos recursos em saúde por regiões, estados e municípios brasileiros (2004)”, “Serviços de atenção básica à saúde nas regiões Sul e Nordeste em municípios com mais de 100 mil habitantes (2005)”, “Acesso e qualidade da rede de saúde no Brasil (2009) – uma amostra representativa do país com 100 municípios de diferentes portes popula-cionais em 23 estados”, e “situação de saú-de, utilização de serviços e qualidade da atenção em crianças e seus familiares nas regiões Sul e Nordeste no Brasil (2010)”.

Segundo a psicóloga integrante da equipe técnica do projeto, Vanessa Andina Teixeira, natural de Santa Rosa/RS, “neste ano, estamos realizando uma pesquisa para o Departamento da Atenção Básica do Mi-nistério da Saúde, financiada pela Organi-zação Pan-Americana de Saúde (OPAS). A pesquisa objetiva comparar indicadores de situação de saúde, de utilização de servi-ços e de qualidade da atenção em crianças e seus familiares entre duas regiões brasi-leiras (Sul e Nordeste), dois modelos de atenção básica à saúde Programa de Saúde da Família e modelo tradicional) e, ainda, beneficiários do Programa Bolsa Família e

não beneficiários com e sem perfil de ele-gibilidade para o Programa”, explica.

O título do projeto é “Perfil Epidemoló-gico dos Beneficiários do Bolsa Família e o Desempenho dos Serviços Básicos de Saú-de”. A equipe técnica é formada por Luiz Augusto Facchini, Roberto Xavier Piccini, Elaine Tomasi, Denise Silva da Silveira, Fernando Vinholes Siqueira, Suele Man-jourany Silva, Elaine Thumé, Vanessa An-dina Teixeira, Alessander Osório, Alitéia Santiago Dilélio, Maria Mercedes Lucas e Mirelle Saes. A equipe, após trabalhar num plano amostral que representasse as duas regiões a serem estudadas, realizou a amostra em municípios em duas regiões do país.

Na região Sul, os municípios de 10 a 20 mil habitantes visitados foram Sera-fina Corrêa/RS, São Francisco de Assis/RS, Candelária/RS, Sarandi/RS e São José do Norte/RS. De 20 a 50 mil habitantes, Guaíra/PR, São Lourenço do Sul/RS, Sole-dade/RS, Mandaguari/PR, Curitibanos/SC e Palmas/PR. De 50 a 100 mil habitantes, Ijuí/RS, Cianorte/PR e Brusque/SC. De municípios com 100 mil habitantes a um milhão de pessoas, Araucária/PR, Itajaí/SC, Criciúma/SC e Blumenau/SC.

Em relação à população de referência, são entrevistadas famílias com crianças menores de sete anos de idade, quando são aplicados questionários às mães e suas fa-mílias, totalizando cerca de 6 mil crianças em cada uma das regiões, sendo cerca de 4,2 mil moradoras de comunidades onde

existem equipes de saúde da família e ou-tras 1,8 mil de comunidades com Unida-des Básicas de Saúde tradicionais. Sobre a amostra, até o momento já foram coleta-das 10.781 entrevistas em 16 municípios da região Sul e em 13 municípios da região Nordeste.

Em Ijuí/RS, o levantamento de dados ocorreu entre os dias 20 e 27 de agosto deste ano, quando foram entrevistadas 463 crianças residentes em oito áreas diferen-tes da cidade. Em ambas as regiões, Sul e Nordeste, o final do trabalho de campo está previsto para 30 de outubro. Os dados estão sendo coletados em PDA’s (Personal Digital Assistant) e são transmitidos dia-riamente via internet. Assim que processa-dos os dados, eles são repassados à equipe técnica para análise dos resultados.

O controle de qualidade das informa-ções é feito simultaneamente por supervi-sores que estão viajando juntamente com uma equipe de 32 entrevistadores. Todos foram selecionados e capacitados previa-mente. “As secretarias municipais de saúde têm nos apoiado fornecendo dados so-bre as unidades básicas de saúde de seus municípios e auxiliando nossas equipes de trabalho de campo naquilo que se faz necessário. Os resultados do estudo se-rão disponibilizados em nosso site (www.aquares.com.br) provavelmente no próxi-mo ano. Os resultados de outros trabalhos realizados pela equipe já estão disponíveis neste mesmo endereço”, explica Vanessa Andina Teixeira.

O acesso à qualidade da rede de saúde do país

O grupo de pesquisa Aquares da UFPEL estuda as questões relacionadas à saúde coletiva em diversas cidades brasileiras. No perfil, o registro de municípios da região noroeste do RS

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Grupo de pesquisa Aquares da Universidade Federal de

Pelotas (UFPEL)

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Fernando SouzaEditoria Social

1.Fátima Bassani, Bruna Bassani

Melo e belíssimas modelos que desfi-

laram a coleção da Filo

2.Bruna Bassani Melo e Fátima Bas-

sani

3.Zuleica Bamberg, proprietária do

Hotel Maerkli

4.Cristina Basso

5.Mara Osório

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Outubro e Novembro de 2010 | O Mensageiro | 31Outubro e Novembro de 2010 | O Mensageiro | 31

1.Bruno e Ligia Hesse

2.Adriana Schneider e Renato Przyczynski

3.Sandra Sommerfeld

4.Chica e Rui Sperling

5.Gustavo e Dessana Ghellar

6.Arlindo e Nara Diel

7.Marta Benatti e Mari Secchi

8.Cláudia e Nei Callegaro

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32 | Outubro e Novembro de 2010 | O Mensageiro 32 | Outubro e Novembro de 2010 | O Mensageiro

1.Diretoria do Clube Gaúcho, capitaneada por Antonio e Maritê Caetano, se vestiu tipicamen-te para participar do “Carreteiro Dançante”

2.O casal-presidente, Antonio e Maritê Cae-tano, entre as Soberanas do Clube Gaúcho

3.Rainhas da Novemberfest: Amanda Pazzini (19ª) e Suélen Voese (18ª) entre Hotto e Helga

4.Patrícia Bohrer, Fernanda Schonardie e Mara Osório

5.Regininha, Joice Figueiredo, Fátima Bassa-ni, Sandra Sommerfeld e Mariana Vieira Mar-ques

6.Darci e Maria do Carmo Moraes com o Go-vernador do Rotary, Antonio Carlos Fillipe e Bernadete

7.Franciele Medina, Daniela Hamerski, Andres-sa Tambara, Janice Feier e José Dirceu Dutra

8.Helomir Bravo e Gladis Dineck

9.Irene e Luiz Carlos Lucca no Parque das Fontes

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Outubro e Novembro de 2010 | O Mensageiro | 33

Fernando SouzaEditoria Social

1.Flávio Panzenhagem e Andressa Tesche2.César e Ivanete Ifarraguirre com Fabiane e Major Álvaro Lourenço3.José Luiz Rigo, Vicente Rigo e Fernando Rigo4.Janteiras de outubro com a presidente Sônia Martins, da Casa da Amizade5.Soberanas da 15ª Fenamilho entre Lisiane e Leonardo Burtet e o

presidente Franco Silveira6.Rainha da 15ª Fenamilho, Juline Meotti, entre as Princesas Tanise

Sommavilla e Fernanda Gerloff7.Rainha da 5ª Febappi, Alana Basso, entre as Princesas Franciele

Vargas e Mariana Ebres8.Regininha Pinto9.Os noivos Mariana Callegaro e Rômulo Trevisan10.Eliane Palmeiro Lenz, maquiadora número um

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Outubro e Novembro de 2010 | O Mensageiro | 35

Prestadora de serviços

Fones: 55.9146-3107 / [email protected]

Credenciado pela ABIPLAR

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