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Fundamento de processamento de materiais

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINACurso de Graduao em Engenharia de Materiais

    Fundamentos de Processamento de Materiais

    EMC 5741

  • Objetivo geral:

    Ao final do curso o aluno dever estar apto a conhecer e interrelacionarconceitos de processamento de materiais metlicos, cermicos e

    polimricos.

    Plano de Aula

  • Objetivos especficos:

    Ao final de cada unidade do programa o aluno dever estar apto a entender conceitos sobre:

    Estrutura e propriedades dos materiais;Solidificao de metais;Sinterizao de metais e cermicas;Estrutura, processamento, propriedades e aplicaes de materiais vtreos: vidros, vitrocermicos e vidrados;

    Sntese de polmeros.

    Plano de Aula

  • Plano de Aula

    Metodologia:

    A aula ser expositiva, com a utilizao de quadro/canetahidrogrfica, data-show e filmes. Amostras de materiaiscermicos sero apresentadas no decorrer da aula,relacionando-as com suas propriedades e aplicaes.Ser tambm distribuda, ao longo do curso, lista deexerccios.

  • Plano de Aula

    Avaliao de aprendizagem

    Sero aplicadas duas avaliaes e sero distribudas duas listas de exerccios a ttulo de orientao para estudo.Avaliao 1: Estrutura e propriedades dos materiais: introduo;Solidificao de metais;Sinterizao de metais e cermicas;Avaliao 2:Estrutura, processamento, propriedades e aplicaes de materiais vtreos: vidros, vitrocermicos

    e vidrados; Sntese de polmeros: introduo.

    Nota Final 1: (Avaliao 1 + Avaliao 2)/2 6 : Aprovado;Nota Final 1: (Avaliao 1 + Avaliao 2)/2 6 : Avaliao de Recuperao (sobre toda a matria);Nota Final 2: (Nota Final 2 +Avaliao de Recuperao)/2 6: Aprovado;

    Nota Final 2: (Nota Final 2 + Avaliao de Recuperao)/2 6: Reprovado.

  • Plano de Aula

    Observao:

    O aluno que tenha, por qualquer motivo, faltado a qualquer das avaliaesaplicadas, dever, dentro de 72h, contados a partir da data de realizao daavaliao, dirigir-se ao Departamento de Engenharia Mecnica da UFSC paraapresentar justificativa fundamentada. A no apresentao de justificativa ou ano aceitao da mesma, por parte do Departamento de Engenharia Mecnica,acarretar em nota zero (0,0).

  • Bibliografia

    CALLISTER JR, W. D. Materials Science and Engineering An Introduction. 4th ed. New York, Willey, 1996.

    CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecnica: Materiais de Construo Mecnica, Volume III, Segunda Edio, McGraw-Hill, So Paulo, 1986.

    SMITH, W.F. Principles of materials science and engineering 3rd.,ed. New York, McGraw-Hill,1996.

    FIGUEIRA, M.E. Introduo Cincia e Tecnologia do Vidro.Universidade Aberta, Lisboa (Portugal), 1999.

    STRNAD, Z. Glass-Ceramic Materials - Glass Science and Technology 8. Elsevier, New York, 1996.

    HEVIA, R.; CENTRITTO, N.; NOVAES de OLIVEIRA, A.P.; BERNARDINI, A.M.; DURN, A. Introduccin a los Esmaltes Cermicos. Editora: Faenza Editrice Ibrica, Castelln Espanha, 2002.

  • processamento

    propriedadesestrutura

    Processamento, estrutura, propriedades

    Aplicaes

  • ESTRUTURA E PROPRIEDADESCermica, metal, polmero

    Material

    Estrutura Propriedades

    LigaoCristali-nidade

    EstabilidadeConduti-bilidade

    Mecnica

    CermicoInica,

    covalenteAmorfa, cristalina

    Alta Mdia Mdia

    Metlico Metlica Cristalina Mdia Alta Alta

    PolimricoCovalente,

    van der Waals

    Amorfa,

    semicristalinaBaixa Baixa Baixa

  • Ligaes atmicas

    Ligaes primrias (~100 kcal/mol):

    metlica: nuvens de eltrons

    inica: doao/recepo de eltrons

    covalente: compartilhamento de eltrons

    Ligaes secundrias (

  • Materiais cristalinos e amorfos

    Materiais cristalinos: slidos que apresentam ordem de longo alcance (periodicidade maior que comprimento de ligaes)

    Monocristalinos

    Policristalinos (contornos de gros)

    Materiais amorfos, vtreos, no-cristalinos: slidos que no apresentam ordem de longo alcance

  • Estruturas cristalinas e amorfas

    Cristalina Amorfa

  • Estabilidade trmica e qumica

    Degrada com solventes, altas temperaturas

    Polmero

    Resistente a corroso, oxidao, altas temperaturas

    Cermica

    Suscetvel a corroso, oxidaoMetal

    CaractersticaMaterial

  • Condutividade eltrica

    108 a 1017Polmero

    10-6 a 1018Cermica

    10-8 a 10-7Metal

    Resistividade eltrica (ohm-m)Material

  • Condutividade trmica

    0,01 a 0,5Polmero

    1 a 500Cermica

    10 a 400Metal

    Condutividade trmica (W/m-K)Material

  • Mdulo de elasticidade

    0,002 a 5Polmero

    60 a 430Cermica

    30 a 400Metal

    Mdulo de elasticidade (GPa)Material

  • Resistncia mecnica

    1 a 70Polmero

    100 a 1000Cermica

    100 a 1700Metal

    Resistncia mec. sob trao (MPa)Material

  • Deformao

    1 a 1400Polmero

    -Cermica

    1 a 60Metal

    Deformao na ruptura (%)Material

  • Tenacidade fratura

    0,5 a 6Polmero

    0,5 a 6Cermica

    20 a 90Metal

    Tenacidade fratura (MPa-m-1/2)Material

  • Processo de fabricao do ao

    Ao - Definio: Liga ferro carbono (0,008-2% C)contendo baixos teores de elementos qumicos (Mn,Si, P, S ) residuais do processo de fabricao Aocarbono. Quando os teores de alguns elementosqumicos (inclusive os residuais) esto acima dosteores residuais os aos so classificados comoligados.

  • Fluxograma bsico do processode fabricao de ao

    Carvo

    Calcrio

    Minrio de Ferro

    Coqueria

    Moagem e

    Peneiramento

    Beneficiamento

    Alto Forno

    Fundio deFerro fundido

    Ferro Gusa

    Conversor

    Ao

  • Matrias-primas

    Minrios de ferro: Magnetita (Fe3O4) : 72,4% Fe; Hematita ( Fe2O3) : 69,9% Fe; Limonita (2Fe2O3.3H2O) : 48,3% Fe.

    Carvo: Como combustvel; Redutor do minrio de ferro; Fornecedor de carbono.

    Composio qumica:Cinzas: 7,16%Carbono total: 79,41%Hidrognio: 5,14%Nitrognio: 1,46Oxignio: 5,81%Enxofre: 1,02% Fsforo: 0,005%

  • Matrias-primas

    Calcrio (CaCO3):

    Fundente bsico reage com impurezas do Ferro e Carvo (cidos) diminuindo seus pontos de fuso e formando escria.

    Composio qumica:

    CaO: 48%

    MgO: 10%

    SiO2: 5%

    Al2O3: 1,5%

    P: 0,05%

    S: 0,05%

    Fe: 3%

  • Gs de alto-forno(CO2, CO, H2, N2)

    Poeira

    Ar comprimido2000/2500 t

    Ferro Gusa1000 t

    Escria200/400 t

    Minrio de Fe: 1560 t;Minrio de Mn: 23 t;

    Coque: 800 t;Calcrio: 350 t;

    Produo do Ferro Gusa: Alto-FornoSeo transversal de um alto-forno

  • Produo de Ferro Gusa: Alto Forno

    Produtos do alto-forno:

    Ferro Gusa 3-4,5% C; 0,5-4% Si; 0,5-2,5% Mn; 0,05-2,0% P; 0,20% S

    Escria 29-38% SiO2; 10-22% Al2O3; 44-48% CaO + MgO;

    1-3% FeO + MnO; 3-4% CaS

    Gs 13% CO2; 27% CO; 3% H2; 57% N2

  • Obteno do Ao / Conversor LD

    Seo transversal esquemtica de um conversor LD utilizando insuflao de oxignio pelo topo.

  • Obteno do Ao/ConversorPrincipais Reaes

    2Fe + O2 2FeO

    2FeO + Si SiO2 + 2Fe

    FeO + Mn MnO + Fe

    FeO + C Fe + CO

    FeS + Mn MnS + Fe

    3FeO + 2Al Al2O3 + 3Fe

  • Fabricao de Metais e Ligas

    Metais/Ligas Fundio Forma final

    Forma semifinal Conformao* Forma final

    *Forjamento, laminao, extruso, trefilao.

  • Fabricao de Metais e Ligas

    Laminao Forjamento

    Extruso

    Trefilao

  • Cintica de Solidificao

    Temperatura de fuso, Tf (materiais cristalinos)e de transio vtrea, Tg (materiais amorfos ou no

    cristalinos).

  • Cintica de cristalizao

    Nucleao e Crescimento de cristais:

    Nucleao

    Formao de ncleos estveis no fundido

    Crescimento

    Transformao de ncleos em cristais

    Formao de uma estrutura de gros

  • Solidificao:

    Cintica de cristalizao

  • Cintica de cristalizao

  • Cintica de cristalizao

    Mecanismos de nucleao:

    Nucleao homognea

    Prprio material fornece tomos para formar ncleos

    Subresfriamento usualmente de centenas de graus Celsius

    Nucleao heterognea

    Presenca de agentes nucleantes: superfcie do recipiente, impurezas insolveis, ou material estrutural

    Prtica industrial: subresfriamento de 0,1 a 10C

  • Cintica de cristalizao

    Mecanismos de Cristalizao:

    Volumtrica: Nucleao homognea ou heterognea

    Superficial: Nucleao heterognea

    Cristal de LS Camada cristalina

    Vidro

    Cristalizao superficialCristalizao volumtrica

  • Cintica de cristalizao

    Mecanismos de

    Nucleao:

  • Cintica de cristalizao

    Mecanismo de Nucleao Homognea:

    el

    2

    v

    3

    hom r4Gr3

    4WG

    v

    el*

    G

    2r

    2

    2

    m

    3

    el

    2

    v

    3

    el*

    homG

    V16

    G

    16W

  • Cintica de cristalizao

    Mecanismo de Nucleao Heterognea:

  • Cintica de cristalizao

    Mecanismo de Nucleao Heterognea:

    fW

    4

    cos2cos1W

    4

    cos2cos1

    G3

    16W

    *hom

    2*hom

    2

    2

    3el*

    het

    Cos 90 = 0Cos 180 = -1Cos 0 = 1

  • Cintica de cristalizao

    LS: Tn = 450C

    LS: Tn = 470C

    Cristal de LS

    Fase vtrea

    N ou I = 1/T

    Taxa de Nucleao:

    Com agente nucleante

    Sem agente nucleante

  • Cintica de cristalizao

    Taxa de Crescimento de Cristais:

    Vidro de Slica, cristais de cristobalita

  • Estruturas de gro

  • SinterizaoQueima x sinterizao

    Queima (firing, coccin, cottura, cozedura): tratamento trmicoem um forno, a que so submetidos produtos a verde, paradesenvolver microestrutura e propriedades desejadas. Divide-seem 3 estgios:

    Reaes preliminares

    Sinterizao

    Resfriamento

    Sinterizao: processo de consolidao do produto durante aqueima

  • Sinterizao

    Consolidao implica que dentro do produto aspartculas se uniram em um agregado que possuiresistncia mecnica.

    Sinterizao implica geralmente em retrao edensificao. No entanto, alguns produtossinterizados podem ser menos densos do que a verde(ex.: refratrios porosos).

    Sinterizao ocorre a partir de a 2/3 datemperatura de fuso, o suficiente para causardifuso atmica ou fluxo viscoso.

  • Processos de pr-sinterizao

    Secagem

    Vaporizao de gua combinada

    Decomposio de materiais orgnicos

    Pirlise (termlise) de aditivos orgnicos

    Mudanas no estado de oxidao de ons

    Calcinao de carbonatos, sulfatos

  • Termlise de ligantes: anlise trmica

    Extruso: 5,4% vol. aditivo Tape casting: 26,5% vol. aditivo

  • Decomposio de componentes inorgnicos: anlise trmica

    TG

    DTA

    DTG

    Temperatura ()

    endot

    rmic

    oexo

    trm

    ico

    100-200C: perda de gua no-constitucional

    450-700C: perda de gua constitucional, formao de metacaulinita

    850-1050C: formao de alumina e mulita

  • Sinterizao:definio e fora motriz

    Sinterizao pode ser definida como a remoo dos poros entre as partculas iniciais, acompanhada por retrao da pea combinada com crescimento e formao de ligaes fortes entre partculas adjacentes.

    A fora motriz para a sinterizao a reduo da rea superficial (e da energia superficial) obtida pela substituio de um p solto tendo superfcies com alta energia (slido-vapor) por um slido ligado tendo contornos de gro com energia mais baixa.

  • Sinterizao:processos e controle

    Os processos que ocorrem nos compactadoscermicos durante o tratamento trmico aaltas temperaturas so controlados por:

    Propriedades do compactado a verde(composio, densidade, porosidade, tamanho eforma de partcula, homogeneidade)

    Parmetros de sinterizao (atmosfera, presso etemperatura, incluindo taxas de aquecimento eresfriamento)

  • Sinterizao: tipos

    Sinterizao no estado slido (SSS): somente partculas slidas e poros. Ex.: Al2O3 + 0,5 m% MgO; ZrO2 + 3 m% Y2O3; SiC + 2 m% B4C.

    Sinterizao com fase lquida (LPS): trs componentes, mas concentra-se na parte slida (20% lquido). Ex.: cermica branca (porcelana).

  • Sinterizao: Al2O3 + MgO

    Temperatura de queima (C)

    Tempo

  • Sinterizao no estado slido: estgios e caractersticas

    Sinterizao inicial: rearranjo das partculas de p eformao de uma ligao forte ou pescoo nos pontos decontato entre partculas; densidade relativa aumenta ~10%.

    Sinterizao intermediria: tamanho dos contatos aumenta,porosidade diminui substancialmente e partculas seaproximam levando retrao da pea; contornos de gro(e gros) so formados e crescem lentamente; densidaderelativa pode chegar a ~90%; estgio termina quando osporos esto isolados.

    Sinterizao final: poros se fecham e so eliminadoslentamente com pouca densificao; tamanho de groaumenta.

  • Sinterizao no estado slido: estgios e microestrutura

    (a) Partculas soltas de p

    (b) Estgio inicial

    (c) Estgio intermedirio

    (d) Estgio final

  • Sinterizao no estado slido: transporte de massa

    Contorno de gro

    (1) Difuso superficial

    (2) Difuso volumtrica

    (3) Evaporao-condensao

    (4) Difuso volumtrica

    (5) Difuso volumtrica

    (6) Difuso no contorno de gro

    a = raio da partcula

    x = raio do pescoo

  • Crescimento de gro: definio e fora motriz

    Crescimento de gro o processo pelo qual otamanho mdio de gro de um material (livre detenso ou quase) aumenta continuamente durante otratamento trmico sem uma mudana dadistribuio de tamanho de gro.

    Os gros crescem pelo movimento dos contornos. Afora motriz a diferena na energia livre do materialnos dois lados de um contorno de gro, que faz comque o contorno se mova na direo de seu centro decurvatura.

  • Setas indicam direo de deslocamento de contornos

    Crescimento de gro:tipos e direo

  • Sinterizao com fase lquida: requisitos

    Lquido suficiente deve estar presente na temperatura de sinterizao. Para partculas de cerca de 1 m, menos de 1 V% lquido suficiente para cobri-las uniformemente. Usualmente, para partculas maiores, 5-15% usado.

    O lquido deve molhar o slido.

    O slido deve ser parcialmente solvel no liquido.

    Outras variveis importantes :

    Tamanho de partcula do p

    Grau de mistura

    Viscosidade do lquido formado

  • Sinterizao com fase lquida: estgios e caractersticas

    Rearranjo de partculas: formao e fluxo viscoso de um lquido que molha o slido, se espalha e junta as partculas por presso capilar, causando alguma densificao.

    Soluo-precipitao: dissoluo de

    partculas slidas pequenas no lquido e precipitao nas superfcies slidas de partculas grandes;

    contatos partcula-partcula e precipitao em gros no comprimidos;

    cantos agudos e precipitao em superfcies cncavas.

    Coalescncia: crescimento de gro ocorre de modo a formar um esqueleto slido de partculas.

  • Sinterizao: diagramas de fase

    Sinterizao com fase lquida permanente e transiente