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FRANCISMAR ZAMBERLAN RAUSCH PROCESSO DE REPARO EM FERIDAS DE EXTRAÇÃO DENTAL APÓS SUTURA DA MUCOSA GENGIVAL COM FIOS DE POLIDIAXONONA 4.0 (PDS II) E NYLON 4.0. ESTUDO HISTOLÓGICO COMPARATIVO EM RATOS.
MARÍLIA – SP 2008
FRANCISMAR ZAMBERLAN RAUSCH
PROCESSO DE REPARO EM FERIDAS DE EXTRAÇÃO DENTAL APÓS SUTURA DA MUCOSA GENGIVAL COM FIOS DE POLIDIAXONONA 4.0 (PDS II) E NYLON 4.0. ESTUDO HISTOLÓGICO COMPARATIVO EM RATOS.
Dissertação apresentada à Universidade de Marília, Faculdade de Ciências da Saúde, para obtenção do Título de Mestre em Clínica Odontológica, Área de Concentração em Cirurgia Buco-maxilo-facial.
Orientador: Prof. Dr. Tetuo Okamoto Co-orientador: Prof. Dr. Luiz Alberto Milanezi
MARÍLIA – SP 2008
Rausch, Francismar Zamberlan R248e Estudo histológico comparativo do processo de reparo alveolar em ratos, após sutura da mucosa gengival com os fios de Polidiaxonona 4.0 - PDS II (Ethicon – Johnson & Johnson, São José dos Campos/SP – Brasil) e Nylon 4.0 (Ethicon – Johnson & Johnson, São José dos Campos/SP – Brasil ) / Francismar Zamberlan Rausch – Marília : UNIMAR, 2007.78f. Dissertação (Mestrado em Cirurgia Buco-maxilo-facial) – Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Marília, Marília, 2008. 1. Cirurgia Buco-maxilo-facial 2. Reparo alveolar 3. Nylon 4. Polidiaxonona 5. PDS II I. Rausch, Francismar Zamberlan II. Processo de reparo em feridas de extração dental após... CDD 617.66
Universidade de Marília – UNIMAR
Reitor: Dr. Marcio Mesquita Serva
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação Pró-Reitora: Profª. Dra. Suely Fadul Vllibor Flory
Faculdade de Ciências da Saúde Diretor: Prof. Dr. Armando Castello Branco Junior
Programa de Pós- Graduação em Clínica Odontológica Área de Concentração em Cirurgia Buco-maxilo-facial
Orientador: Prof. Dr. Tetuo Okamoto Co-orientador: Prof. Dr. Luiz Alberto Milanezi
UNIMAR – UNIVERSIDADE DE MARÍLIA
NOTAS DA BANCA EXAMINADORA DA DEFESA DE MESTRADO
FRANCISMAR ZAMBERLAN RAUSCH
TÍTULO: PROCESSO DE REPARO EM FERIDAS DE EXTRAÇÃO DENTAL APÓS SUTURA DA MUCOSA GENGIVAL COM FIOS DE POLIDIAXONONA 4.0 (PDS II) E NYLON 4.0. ESTUDO HISTOLÓGICO COMPARATIVO EM RATOS. Data da defesa: 09/06/2008 Banca Examinadora: Prof. Dr. Tetuo Okamoto Avaliação: Assinatura: Prof. Dr. Luiz Alberto Milanezi Avaliação: Assinatura: Prof. Dr. Cleverson de Oliveira e Silva Avaliação: Assinatura:
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Aparecida Zamberlan Rausch e Antonio
Lucas Rausch e meu irmão Fernando Augusto Zamberlan
Rausch, que tem me apoiado em todos esses anos de estudo e me
dado a tranqüilidade necessária para o desenvolvimento da
minha educação como um todo, e principalmente à minha esposa
Fabiane Câmara Rausch pela sua compreensão nos períodos de
ausência e seu carinho, que me deram forças e me motivaram na
conclusão desse trabalho.
Agradeço todos os dias a Deus por ele ter me concedido a
graça e a honra de fazer parte dessa família e de ter colocado a
Fabiane, uma pessoa muito especial, na minha vida.
MUITO OBRIGADO!!!
AGRADECIMENTOS
Ao Senhor, meu Deus, meu alto refúgio, minha
fortaleza, sem Ti nada seria, nada haveria e nada poderia.
À instituição de ensino Faculdade de Ciências da
Saúde da Universidade de Marília.
Ao Professor Dr. Tetuo Okamoto, por sua dedicação,
incentivo e principalmente paciência na orientação desse
trabalho. Muito Obrigado. Espero que Deus continue te
estimulando para que sua força nunca esmoreça.
Ao Professor Dr. Luiz Alberto Milanezi, pelo apoio e
grande conhecimento técnico compartilhado que ajudaram na
conclusão desse trabalho.
Ao Professor Frauzemir Lopes, que vem sendo ao
longo de 5 anos a pessoa responsável pelo meu
aprimoramento como cirurgião e como professor. Sua
dedicação me comove e inspira. Obrigado por tudo.
Ao Professor Dr. Cleverson de Oliveira e Silva que
tem sido muito prestativo, ajudando na conclusão desse
trabalho, dando sempre uma palavra amiga e trazendo bom
ânimo ao nosso ambiente de trabalho, seja na faculdade ou
no consultório.
Aos professores e coordenadores da Faculdade Ingá,
que vem ajudado e incentivado meu caminhar docente.
Aos funcionários do biotério da UNIMAR.
Aos membros do laboratório do Centro de Pesquisa de
Cirurgia Experimental – UNESP- Araçatuba.
Aos funcionários da biblioteca da UNIMAR e da
UNINGÁ.
Aos meus colegas de mestrado Marcelo (MOITA),
Herbert (ROBERT), Fernando (PAMPERS), Rodrigo
(ROSINHA) e Evaldo (COMPLETAMENTE MALUCO),
porque se não fosse por eles esse curso perderia parte da sua
graça. Obrigado.
SUMÁRIO
Páginas
1 – INTRODUÇÃO...................................................................01 2 – REVISÃO DE LITERATURA 2.1 - REPARO ALVEOLAR......................................................04 2.2 - POLIDIAXONONA...........................................................09 2.3 - NYLON................................................................................12 3 – PROPOSIÇÃO............................................................................14 4 – MATERIAIS E MÉTODO.........................................................15 5 – RESULTADOS.....................................................................................22 6 – DISCUSSÃO.........................................................................................42 7- CONCLUSÃO........................................................................................52 8 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................53 RESUMO....................................................................................................66 ABSTRACT................................................................................................67 ANEXOS Anexo..............................................................................................................I Certificado do Comitê de ética em pesquisas em Humanos e Animais da UNIMAR (CEPHA). Anexo............................................................................................................II Dosagem das drogas utilizadas neste experimento. Anexo..........................................................................................................III Cópia da patente americana ( USA) da Polidiaxonona.
LEGENDAS DAS FIGURAS Fig. 1 - Embalagem comercial da droga Dopaser® - Laboratórios Calier Brasil (Barcelona / Espanha). Fig. 2 - Embalagem comercial da droga Vetanarcol® - Laboratório Konig do Santana do Parnaíba (São Paulo / Brasil). Fig. 3 - Embalagem comercial do PVP-I utilizado para anti-sepsia do campo operatório. Fig. 4 - Sindesmótomo e Fórceps adaptados por Okamoto & Russo (1973). Fig. 5 - Sindesmótomo em posição para a luxação do incisivo superior direito. Fig. 6 - Fórceps em posição para a extração do dente de seu respectivo alvéolo. Fig. 7 - Aspecto do alvéolo após a extração do dente. Fig. 8 - Aspecto da mucosa gengival após a realização da sutura da mucosa do alvéolo. Fig. 9 – Grupo I (Polidiaxonona). 3 dias. Epitélio da mucosa gengival mostrando ausência de proliferação. HE, original 160 x. Fig. 10 – Grupo I (Polidiaxonona). 3 dias. Junto à abertura do alvéolo evidenciado elevado número de polimorfonucleares neutrófilos e exsudato inflamatório com linfócitos. HE, original 160x. Fig. 11 – Grupo I (Polidiaxonona). 3 dias. Terço cervical do alvéolo evidenciando raros fibroblastos invadindo o coágulo sanguíneo. HE, original 160x. Fig. 12 – Grupo I (Polidiaxonona). 3 dias. Terço médio do alvéolo evidenciando alguns fibroblastos invadindo o coágulo sanguíneo. HE, original 160x.
Fig. 13 – Grupo II (Nylon). 3 dias. Epitélio da mucosa gengival com moderada proliferação. HE, original 160x. Fig. 14 – Grupo II (Nylon). 3 dias. Alvéolo dental junto à área superficial mostrando tecido conjuntivo bem vascularizado e alguns fibroblastos, macrófagos e linfócitos. HE, original 160x. Fig. 15 – Grupo II (Nylon). 3 dias. Terço cervical do alvéolo mostrando remanescente do ligamento periodontal com discreto número de fibroblastos e raros linfócitos e macrófagos. HE, original 160x. Fig. 16 – Grupo II (Nylon). 3 dias. Terço médio do alvéolo evidenciando numerosos fibroblastos invadindo o coágulo sanguíneo. HE, original 160x. Fig. 17 – Grupo I (Polidiaxonona). 7 dias. Epitélio da mucosa gengival com discreta proliferação junto à borda do alvéolo dental. HE, original 160x. Fig. 18 – Grupo I (Polidiaxonona). 7 dias. Junto à área superficial do alvéolo mostrando elevado número de macrófagos e linfócitos ao lado de raros fibroblastos. HE, original 160x. Fig. 19 – Grupo I (Polidiaxonona). 7 dias. Terço cervical do alvéolo mostrando moderada proliferação de fibroblastos. HE, original 160x. Fig. 20 – Grupo I (Polidiaxonona). 7 dias. Terço médio do alvéolo mostrando pequenas espículas ósseas neoformadas com osteoblastos em suas bordas. HE, original 160x. Fig. 21 – Grupo II (Nylon). 7 dias. Epitélio da mucosa gengival recobrindo o alvéolo dental. HE, original 63x. Fig. 22 – Grupo II (Nylon). 7 dias. Tecido conjuntivo subjacente ao epitélio com discreto número de fibroblastos e alguns macrófagos e linfócitos. HE, original 160x. Fig. 23 – Grupo II (Nylon). Alvéolo dental junto ao terço cervical mostrando delgadas trabéculas neoformadas com osteoblastos em suas bordas. HE, original 160x.
Fig. 24 – Grupo II (Nylon). 7 dias. Terço cervical do alvéolo mostrando áreas ocupadas por tecido conjuntivo sem diferenciação óssea. HE, original 160x. Fig. 25 – Grupo II (Nylon). 7 dias. Terço médio do alvéolo com trabéculas ósseas ocupando maior extensão do alvéolo quando comparados ao terço cervical. HE, original 63x. Fig. 26 - Grupo I (Polidiaxonona). 15 dias. Epitélio da mucosa gengival pouco diferenciado recobrindo o alvéolo dental. HE, original 160x. Fig. 27 – Grupo I (Polidiaxonona). 15 dias. Terço cervical do alvéolo dental com delgadas trabéculas ósseas ocupando pequenas áreas do alvéolo dental. HE original 63x. Fig. 28 – Grupo I (Polidiaxonona). 15 dias. Terço médio do alvéolo mostrando maior quantidade de trabéculas ósseas neoformadas quando comparadas ao terço cervical. HE, original 63x. Fig. 29 – Grupo II (Nylon). 15 dias. Epitélio da mucosa gengival bem diferenciado recobrindo o alvéolo dental. HE, original 63x. Fig. 30 – Grupo II (Nylon). 15 dias. Terço cervical do alvéolo ocupado por trabéculas ósseas delgadas ou espessas. HE, original 63x. Fig. 31 – Grupo II (Nylon). 15 dias. Terço médio do alvéolo dental ocupado por trabéculas ósseas bem organizadas. HE, original 160x. Fig. 32 – Grupo I (Polidiaxonona). 24 dias. Espécime mostrando o epitélio da mucosa gengival pouco diferenciado. HE, original 160x. Fig. 33 – Grupo I (Polidiaxonona). 24 dias. Terço cervical do alvéolo com trabéculas ósseas delgadas. HE, original 63x. Fig. 34 – Grupo I (Polidiaxonona). 24 dias. Terço médio do alvéolo dental mostrando trabéculas ósseas mais desenvolvidas quando comparadas ao terço cervical. HE, original 63x. Fig. 35 – Grupo II (Nylon). 24 dias. Epitélio da mucosa gengival recobrindo o alvéolo dental. HE, original 160 x.
Fig. 36 – Grupo II (Nylon). 24 dias. Terço médio do alvéolo dental ocupado por trabéculas ósseas bem desenvolvidas. HE, original 63x. Fig. 37 – Grupo II (Nylon). 24 dias. Espécime com terço cervical do alvéolo mostrando algumas áreas ocupadas por tecido conjuntivo sem diferenciação óssea. HE, original 63x.
LISTA DE ABREVIATURAS
1. PVPI – Polivinilpirrolidona-iodo. 2. H.E. – Hematoxilina e eosina 3. FIG. – figura 4. ml – mililitros 5. g – gramas 6. ºC – graus Celsius 7. LTDA – limitada 8. RJ – Rio de Janeiro 9. SP – São Paulo 10. Nº- número 11. PO – Pós-operatório 12. Ul/ml – Unidade internacional por mililitros 13. mg/ml- miligramas por mililitros 14. q.s.p. – quantidade suficiente para 15. pH – potencial hidrogênico 16. Soro – solução de cloreto de sódio 0,9% 17. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. 18. PGA – ácido poliglicólico. 19. PDS – polidiaxonona. 20. PLP – polipropileno.
1 INTRODUÇÃO
A busca incessante por materiais e técnicas que proporcionem
uma melhor recuperação dos pacientes, e principalmente, uma reparação
tecidual mais rápida e de qualidade superior, tem estimulado pesquisadores
e promovido o lançamento de novos produtos no mercado. Apesar disso, a
comprovação científica da qualidade desses materiais não tem sido a
prioridade de seus fabricantes, embora esses insistam em indicar esses
produtos para esse ou aquele fim sem as dividas comprovações clínicas e
histológicas de sua eficácia. Em se tratando da reparação tecidual alveolar,
é sabido que após a exodontia, há a participação dos tecidos epitelial e
conjuntivo no processo reparacional e que vários fatores podem interferir
neste processo.
Dentre os fatores locais que podem interferir no reparo tecidual,
pode ser destacada a sutura. Esta é um procedimento de rotina que além de
favorecer a regeneração epitelial, protege o coágulo sanguíneo formado no
interior do alvéolo dental, que é importante para o início da proliferação
fibroblástica e capilar (OKAMOTO et al.,1990; 1994).
Segundo Hering (1993) a infecção de uma ferida operatória está em
direta relação com a presença de corpos estranhos na região. Embasados na
idéia de que o próprio fio poderia ser um corpo estranho ao tecido vivo,
pesquisadores passaram a estudar as características físicas e químicas de
cada fio na dependência de sua estrutura básica (OKAMOTO et al., 1990).
Os resultados obtidos através da metodologia empregada mostraram que a
reação tecidual provocada pelo fio é proporcional ao seu diâmetro. Logo,
deve-se utilizar o fio com o menor diâmetro possível nas suturas e
ligaduras. As suturas são realizadas com uma ampla variedade de fios e
cada um designado com um propósito particular. Os dois tipos básicos de
fios de sutura são: absorvíveis (biodegradáveis), que não requerem
remoção, e os não-absorvíveis, que necessitam de remoção, ambos podendo
apresentar-se sob as formas monofilamentar ou multifilamentar
(PETERSON et al., 2005).
Estudos comparativos em ratos, entre diferentes fios de sutura, quer
de origem animal ou vegetal, relataram que estes apresentam diferentes
comportamento biológicos. De uma forma geral, os fios sintéticos e
monofilamentares têm demonstrado uma melhor aceitação biológica
quando comparado aos de origem animal e vegetal (LILLY et al., 1968;
LILLY et al., 1969; OLIVEIRA et al., 1985; OKAMOTO et al., 1994;
1995; 1997).
Em face a ausência de estudos experimentais, é objetivo desse
trabalho analisar histologicamente o processo de reparo em feridas de
extração dental após a sutura da mucosa gengival com fio de polidiaxonona
e compará-lo ao com o de nylon, que tem suas propriedades melhor
analisadas na literatura específica.
Assim procedendo, serão analisados os fios de sutura de diferentes
composições e características físicas, que possibilitarão um melhor
conhecimento dos eventos teciduais que concorrem e são responsáveis pela
reparação alveolar após a exodontia.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Reparo alveolar
A história humana tem sido uma constante busca de conhecimento e
desenvolvimento de técnicas mais aprimoradas e eficientes. Essa máxima se
aplica em diversas áreas de estudo, incluíndo a odontologia. Relacionado ao
reparo alveolar, pode ser citado o estudo clássico de EULER (1923), que foi
realizado em cães.
Após este foram realizados outros estudos sobre o mesmo tema,
empregando cães (HUEBSCH & HANSEN, 1969), ratos (JOHANSEN,
1970; OKAMOTO & RUSSO, 1973), porcos (JOHANSEN & GILHOUS-
MOE, 1969), macacos e no homem (AMLER et al. 1960; AMLER, 1969).
Dessa forma foi definida a cronologia do processo de reparo alveolar desde
o preenchimento do coágulo até a completa formação óssea.
De acordo com OKAMOTO & RUSSO (1973) os eventos que
ocorrem no interior do alvéolo são simultâneos, principalmente nos
períodos intermediários do processo de reparação.
Estudos para analisar o processo de reparação alveolar em ratos após
a extração de molares foi realizado por GUGLIELMONTTI e CABRINI
(1985), empregando métodos histológicos, radiográficos e histométricos. O
volume alveolar total, a densidade e porcentagem óssea, as áreas de
reabsorção e a altura da crista óssea vestibular e lingual foram determinadas
aos 0, 7, 14, 30, e 60 dias após a extração dental. Os resultados obtidos
permitiram demonstrar que o volume ósseo alveolar e a densidade óssea no
terço apical aumentaram de 0 a 60 dias. No 14° dia foi observada a
formação óssea máxima e ao 7° dia, maior reabsorção óssea pós-operatória.
Foi demonstrado ainda grande atividade de remodelação da crista óssea no
7° dia, especialmente na porção interna e mais superficial da crista
vestibular e na porção mais cervical da crista lingual. A crista lingual
apresentava sua menor altura no 14° dia, aumentando progressivamente até
os 60 dias (GUGLIELMONTTI & CABRINI (1985)
A reparação do alvéolo dental é considerada como completa quando
o mesmo se encontra totalmente preenchido por trabéculas ósseas bem
definidas e a crista óssea remodelada. Nessa etapa final existe um equilíbrio
dinâmico osteoclástico – osteoblástico e este tecido ósseo se encontra em
condições de suportar novos estímulos (OKAMOTO, 2002). Para manter o
rebordo alveolar e evitar a reabsorção óssea fisiológica é necessário que
este receba estímulos do esforço mastigatório, transmitido por próteses
dentárias (CARVALHO & OKAMOTO, 1987).
Essa cronologia de reparo pode ser alterada por inúmeros fatores de
ordem geral ou local. Dentre os fatores locais podem ser citados:
1. complicações ou traumas decorrentes das técnicas cirúrgicas;
2. fratura da crista óssea alveolar (MAGALHÃES et al.,1982);
3. remoção da tábua óssea vestibular (OKAMOTO & SILVA, 1983);
4. curetagem pós-exodôntica inadequada (CARVALHO et al.,1983);
5. irrigação excessiva com soro fisiológico (CARVALHO et al.,1983);
6. os efeitos ocasionados pelo agente vasoconstritor quando introduzido no
interior do alvéolo dental (SAAD NETO et al.,1982) ou em seus tecidos
adjacentes (SAAD NETO et al., 1985);
7. a presença ou não de sutura na mucosa gengival após a exodontia
(OKAMOTO et al., 1985, CASTRO et al., 1974), e
8. o tipo de fio utilizado na sutura da mucosa gengival (OKAMOTO et al.,
1990; 1994; 1995).
Na literatura podem-se encontrar trabalhos que avaliam as respostas
teciduais frente aos mais diversos tipos de fios de sutura. LILLY et al.
(1968) relataram que a resposta da mucosa gengival frente ao material de
sutura é diferente quando empregada fora da cavidade bucal. De acordo
com os autores, esse fato pode ser em decorrência da transmissão de
microrganismos presentes nos fluídos bucais para o interior da ferida
cirúrgica. Além disso, a presença de biofilme aderido ao fio de sutura, tende
a interferir na reparação tecidual. Esse mesmo trabalho nos mostra que os
fios multifilamentares como o algodão, tem maior facilidade de
desenvolvimento de colônias microbianas na sua superfície, interferindo na
reparação dos tecidos.
Atualmente pode ser encontrado no mercado um número maior de
fios absorvíveis de origem sintética, destacando-se o ácido poliglicólico
(PGA) e a Poliglactina 910 (CASTRO et al.,1978). Carvalho et al. (1985)
concluíram que a absorção da Poliglactina 910 se faz com reação mínima
dos tecidos.
Okamoto et al. (1994), em estudo comparativo com ratos,
demonstraram que ambos os materiais causam reação inflamatória de curta
duração, e que o ácido poliglicólico permite uma proliferação fibroblástica
e capilar mais precoce do que o fio de poliglactina 910.
O PGA (ácido poliglicólico), homopolímero do ácido glicólico,
também conhecido como ácido hidroxiacético, é um material
biodegradável. Sua degradação ocorre por hidrólise, liberando ácido
glicólico e apresenta efeito antibiótico local, desenvolve uma biodegradação
uniforme, previsível e progressiva. Além disso, apresenta resistência tênsil
inicial durante o período crítico da cicatrização, com boa flexibilidade, fácil
manuseio, não soltando o nó e é bem tolerado pelo organismo
(ROSEMBERG et. al., 1971; BONELLI, 1972).
A influência de materiais de sutura não-absorvíveis na cicatrização
dos ferimentos de extração dentária foi estudada em 120 ratos albinos por
Okamoto et al. (1990) e os resultados apontaram o nylon como o fio que
obteve os melhores resultados biológicos na cicatrização da mucosa e
alvéolo dental.
Okamoto et al. (1990) realizaram estudos comparativos em ratos,
utilizando os fios de polibutéster e poliéster siliconizado e relataram que
ambos os fios mostraram comportamento biológico satisfatório. O
polibutéster (monofilamentar) ocasionou uma reação inflamatória menos
pronunciada em todos os estágios analisados e a formação de tecido
conjuntivo fibroso junto ao fio é mais precoce.
2.2 Polidiaxonona
A polidiaxonona (PDS) é um fio composto por um filamento
comprimido e orientado de polímeros de P-Diaxonona (ou 1,4-dioxepan-2-
one) de origem sintética, com característica absorvível e monofilamentar.
Foi desenvolvido por DODDI, VERSFELT E WASSERMAN e patenteado
em 1977 nos USA e descrito como um fio com características como a boa
resistência tênsil e com alto nível de flexibilidade, além de provocar pouco
trauma de passagem nos tecidos. Apresenta ainda, segundo os autores, boa
resistência à tração. A sua absorção pelo organismo é lenta, podendo levar
de 120 até 180 dias, porém pode-se estimar que aos 120 dias a reabsorção
seja de aproximadamente 70% da estrutura do material.
Esse fio é utilizado em diversos estudos na área médica e apresenta
resultados semelhantes ao polipropileno (não-absorvível) quando
comparados em anastomoses arteriais em cães (FERREIRA et a.l, 2001).
Ray et al. (1981) descreveram que o fio polidiaxonona (PDS)
apresenta vantagens sobre os fios absorvíveis sintéticos existentes. Aarnio
et al. (1988) e Wang et al. (1994) relataram em trabalhos experimentais
com cães, as vantagens do uso da polidiaxonona em anastomoses arteriais
quando comparados a fios não-absorvíveis. Por outro lado, Ross et al.
(1981) salientam que, sob o ponto de vista cirúrgico, uma vez ocorrida a
cicatrização, a presença do fio de sutura não seria mais necessário para
manter a aproximação dos tecidos.
De acordo com Ferreira et al. (2001) um fio de sutura ideal deve
apresentar resistência tênsil elevada, boa segurança do nó (pouca memória),
facilidades no manuseio, reação tissular mínima, ausência de propriedades
alérgicas, resistência a infecção e absorção quando o reparo do tecido tiver
alcançado níveis satisfatórios. Ross et al. (1981) salientaram que a
polidiaxonona, dentre os fios absorvíveis sintéticos monofilamentares, é a
que leva mais tempo para sofrer absorção (120-180 dias), podendo ser
usado em pontos internos e externos.
Em estudo realizado em cães, Ferreira et al. (2001) observaram que a
polidiaxonona apresentou na avaliação histológica, menor reação de corpo
estranho do que o fio de polipropileno (PLP) nas anastomoses arteriais.
Por outro lado, nas avaliações clínicas, arteriográfica e
macroscópica, a polidiaxonona apresentou resultados semelhantes ao fio de
polipropileno. Esse fio tem sido utilizado em cirurgias pediátricas em
síntese de osso externo para intervenções cardíacas, e obtido eficiência de
reaproximação e ótima evolução de cicatrização acompanhados por um pós-
operatório de 9 meses (KREITMANN et al., 1992).
Em um estudo realizado na área de ortopedia, o fio de
polidiaxonona, utilizado em cirurgia de reparo de menisco através de
artroscopia, demonstrou excelentes resultados devido às características do
fio absorvível e da técnica utilizada (ESSER, 1993).
Muito embora o fio de polidiaxonona tenha sido utilizado em
diversos trabalhos na área médica, persistem dúvidas quanto às suas
propriedades e características clínicas. Por outro lado, dentro da área
odontológica, não foi encontrado nenhum trabalho experimental utilizando
o fio de polidiaxonona na sutura da mucosa gengival após exodontia.
2.3 Nylon
O nylon é um material sintético, monofilamentar, derivado de
poliamidas que tem entre suas características a elasticidade. É
freqüentemente utilizado para a síntese da pele e produz baixa reação
tecidual (HELDLER, 2000).
De acordo com Castro et al. (1974), o fio de nylon apresenta
superioridade quando comparado aos fios de origem orgânica ou mesmo
sintéticos (poliéster) ocasionando reação inflamatória mais discreta. Lilly et
al. (1968) considera que a superioridade do nylon em relação ao poliéster e
algodão pode ser explicada pela natureza monofilamentar do primeiro
(nylon). Segundo os autores, o poliéster e o algodão sendo
multifilamentares possibilitaram maior retenção de bactérias em seus
filamentos.
É evidente a superioridade dos fios sintéticos sobre aqueles de
origem orgânica sob os aspectos de reação tecidual, aderência bacteriana,
coeficiente de atrito, resistência tênsil, capilaridade e absorção de fluidos.
Dentre os fios sintéticos, o de nylon é o que apresenta melhor
biocompatibilidade (OKAMOTO et al., 1997; CUFFARI, 1997).
Devido às características do material e o fato de ser monofilamentar,
apresenta vantagens quanto à capilaridade e absorção de fluidos além de um
baixo coeficiente de atrito. O fio de nylon provoca uma reação inflamatória
de pequena extensão e por tempo limitado. A proliferação de fibroblastos e
capilares sanguíneos é mais precoce nos locais em contato com o fio
(CASTRO et al., 1974).
De acordo com Weismann e Brito (1993), em estudo realizado em
língua de ratos, o nylon é um material que permanece estruturalmente
inalterado. Relataram que, no primeiro dia de pós-operatório, há nos
tecidos adjacentes ao fio, a presença de fibroblastos e novos capilares
sanguíneos. No 3º e no 7º dia evidenciaram um tecido conjuntivo mais
desenvolvido envolvendo o fio, além da presença de células gigantes.
Ribeiro et al. (2005), em estudo realizado com sutura interna e
externa, observaram que o fio de nylon mantém elevada presença de
fibroblastos ativos secretando matriz de colágeno, caracterizando uma
proliferação celular acompanhada de fibrose.
3 PROPOSIÇÃO
O objetivo do presente estudo foi analisar histológica e
comparativamente, o processo de reparo em feridas de extração dental após
a extração do incisivo superior direito e sutura da mucosa gengival com o
fio de Polidiaxonona 4.0 (PDS II) e fio de Nylon 4.0.
4 MATERIAIS E MÉTODO
Para o desenvolvimento do presente trabalho, foram utilizados 32 ratos
(Rattus norvegicus, albinus, Wistar), machos, adultos, com peso entre 280 e
320 gramas, provenientes do biotério da UNIMAR – Marília / SP. Os
animais foram divididos em 2 (dois) grupos contendo 16 cada um.
Os animais foram mantidos com ração comercial granulada para
roedores (Ralston Purina of Brazil – São Paulo/SP – Brasil) e água ad
libitum. Estes foram alojados em caixas plásticas (4 animais por caixa) de
40 x 32 x 17 centímetros, no biotério da Faculdade de Ciências da Saúde da
Universidade de Marília, com controle de temperatura entre 21 e 25 ºC e
iluminação controlada (12 horas com luz e 12 horas sem). O manuseio dos
animais foi feito de acordo com os princípios éticos propostos pelo Colégio
Brasileiro de Experimentação Animal.
A intervenção cirúrgica foi realizada com anestesia geral, obtida por
meio de infiltrações intramusculares do relaxante cloridrato de xilazina
(Dopaser®), seguido do anestésico cloridrato de cetamina (Vetanarcol®),
na dosagem indicada pelos fabricantes (Anexo II).
Fig. 1 - Embalagem comercial da droga Dopaser® - Laboratórios
Calier Brasil (Barcelona / Espanha).
Fig. 2 - Embalagem comercial da droga Vetanarcol® - Laboratório
Konig do Santana do Parnaíba (São Paulo / Brasil).
A anti-sepsia do campo operatório foi realizada com
polivinilpirrolidona-iodado (PVPI – Rioquímica, São José do Rio Preto/SP
– Brasil) embebido em gaze.
Nos ratos dos grupos experimentais inicialmente foi realizada a
exodontia do incisivo superior direito, extraído por via alveolar, com
fórceps e sindesmótomo especialmente adaptados para este fim
(OKAMOTO & RUSSO, 1973).
Fig. 3 - Embalagem comercial do PVP-I utilizado para anti-sepsia
do campo operatório.
Fig. 4 - Sindesmótomo e fórceps adaptados por Okamoto & Russo (1973).
Fig. 5 - Sindesmótomo em posição para a luxação do incisivo
superior direito.
Realizou-se primeiro a luxação do dente com sindesmótomo em ambas
as faces mesial e distal do incisivo superior direito, seguida da extração com
fórceps, buscando evitar a fratura radicular do dente (Fig. 4,5,6)
Em seguida, em 16 espécimes que se constituíam no Grupo I, fez-se a
sutura da mucosa gengival com fios de polidiaxonona, e nos outros 16
ratos, que se constituíam no Grupo II, fez-se similar procedimento com o
fio de nylon.
Fig. 6 - Fórceps em posição para a extração do dente de seu
respectivo alvéolo.
Fig. 7 - Aspecto do alvéolo após a extração do dente.
Fig. 8 - Aspecto após a realização da sutura da mucosa do alvéolo, e
os tipos de fios utilizados na sutura.
Sofreram eutanásia em número de 4 (quatro) animais do grupo
experimental, nos 3º , 7º , 15º e 24º dias pós-operatórios. A eutanásia foi
feita empregando sobredosagem do anestésico Vetanarcol® por via
intramuscular.
Após a eutanásia, a maxila direita foi separada da esquerda com lâmina
número 11 acoplada ao cabo de bisturi, realizando-se para tanto, uma
incisão ao nível do plano sagital mediano, acompanhando a sutura
intermaxilar. Um outro corte, com tesoura reta de ponta romba,
tangenciando a face distal do último molar, possibilitou a obtenção da peça
com a mucosa gengival e o alvéolo dental direito. As 32 peças assim
obtidas foram fixadas em formalina neutra a 10% (Aphoticário- Farmácia
de manipulação, Araçatuba-SP) por um período mínimo de 24 horas e
descalcificadas em solução de EDTA a 20 % (Aphoticário- Farmácia de
manipulação, Araçatuba-SP), seguindo-se então a tramitação laboratorial de
rotina, para a inclusão das peças em parafina para possibilitar a microtomia
dos blocos no sentido longitudinal e vestíbulo-lingual.
Foram colhidos cortes semi-seriados de 6 (seis) micrometros de
espessura que foram corados pela técnica de hematoxilina e eosina para a
análise histológica com o auxílio de microscópio óptico comum.
5 RESULTADOS
Na descrição dos resultados serão consideradas, em função dos
períodos pós-operatórios, as ocorrências verificadas ao nível da mucosa
gengival e alvéolo dental.
3 DIAS:
Grupo I (Polidiaxonona). O epitélio da mucosa gengival mostra
ausência de proliferação em todos os espécimes (Fig. 9). O tecido
conjuntivo subjacente exibe polimorfonucleares neutrófilos em número
elevado e ausência de fibroblastos.
O alvéolo dental junto à área superficial, apresenta acúmulo de
polimorfonucleares neutrófilos ao lado de exudato inflamatório com alguns
linfócitos (Fig. 10).
Ao nível do terço cervical nota-se pequena quantidade de
remanescente do ligamento periodontal exibindo alguns fibroblastos ao lado
de macrófagos e linfócitos. Nota-se ainda, raros fibroblastos invadindo o
coágulo sanguíneo (Fig. 11).
Junto aos terços médio e apical, o ligamento periodontal
remanescente mostra moderado número de fibroblastos, alguns macrófagos
e linfócitos.
Adjacente ao ligamento periodontal remanescente, podem ser
evidenciados alguns fibroblastos invadindo o coágulo sanguíneo (Fig.12).
Fig. 9 – Grupo I (Polidiaxonona). 3 dias. Epitélio da mucosa gengival mostrando ausência de proliferação. HE, original 1160 x.
Fig. 10 – Grupo I (Polidiaxonona). 3 dias. Junto à abertura do alvéolo evidenciado elevado número de polimorfonucleares neutrófilos e exsudato inflamatório com linfócitos. HE, original 160x.
Fig. 11 – Grupo I (Polidiaxonona). 3 dias. Terço cervical do alvéolo evidenciando raros fibroblastos invadindo o coágulo sanguíneo. HE, original 160x.
Fig. 12 – Grupo I (Polidiaxonona). 3 dias. Terço médio do alvéolo evidenciando alguns fibroblastos invadindo o coágulo sanguíneo. HE, original 160x.
3 dias -Grupo II (Nylon). O epitélio da mucosa gengival, em todos
os espécimes, apresenta moderada proliferação a partir do tecido pré-
existente (Fig. 13). O tecido conjuntivo subjacente com numerosos
capilares, apresenta raros fibroblastos, macrófagos e linfócitos (Fig. 14).
No interior do alvéolo dental ao nível do terço cervical, observam-se
remanescentes do ligamento periodontal com discreto número de
fibroblastos e raros linfócitos e macrófagos (Fig. 15). As demais áreas do
mesmo terço, encontram-se ocupados por coágulo sanguíneo, observando-
se a proliferação de alguns fibroblastos em seu interior.
Junto aos terços médio (Fig. 16) e apical, nota-se próximo ao
remanescente do ligamento periodontal, numerosos fibroblastos invadindo
o interior do coágulo sanguíneo.
Fig. 13 – Grupo II (Nylon). 3 dias. Epitélio da mucosa gengival com moderada proliferação. HE, original 160x.
Fig. 14 – Grupo II (Nylon). 3 dias. Alvéolo dental junto à área superficial mostrando tecido conjuntivo bem vascularizado e alguns fibroblastos, macrófagos e linfócitos. HE, original 160x.
Fig. 15 – Grupo II (Nylon). 3 dias. Terço cervical do alvéolo mostrando remanescente do ligamento periodontal com discreto número de fibroblastos e raros linfócitos e macrófagos. HE, original 160 x.
Fig. 16 – Grupo II (Nylon). 3 dias. Terço médio do alvéolo evidenciando numerosos fibroblastos invadindo o coágulo sanguíneo. HE, original 160x.
7 DIAS:
Grupo I (Polidiaxonona). O epitélio da mucosa gengival apresenta
discreta proliferação junto à borda do alvéolo dental (Fig. 17). O tecido
conjuntivo subjacente exibe alguns fibroblastos, macrófagos e linfócitos.
O alvéolo dental junto à sua área superficial, apresenta elevado
número de linfócitos e macrófagos ao lado de raros fibroblastos (Fig. 18).
No alvéolo dental ao nível do terço cervical, observa-se a
proliferação de moderado número de fibroblastos ao lado de alguns
macrófagos e linfócitos (Fig. 19). Nota-se ainda, pequena quantidade de
coágulo sanguíneo remanescente.
Junto ao teço médio (Fig. 20) e apical, o alvéolo dental mostra a
presença de pequenas espículas ósseas neoformadas com osteoblastos em
suas bordas. O tecido conjuntivo nas proximidades exibe numerosos
fibroblastos e vasos sanguíneos.
Fig. 17 – Grupo I (Polidiaxonona). 7 dias. Epitélio da mucosa gengival com discreta proliferação junto à borda do alvéolo dental. HE, original 160x.
Fig. 18 – Grupo I (Polidiaxonona). 7 dias. Junto à área superficial do alvéolo mostrando elevado número de macrófagos e linfócitos ao lado de raros fibroblastos. HE, original 160x.
Fig. 19 – Grupo I (Polidiaxonona). 7 dias. Terço cervical do alvéolo mostrando moderada proliferação de fibroblastos. HE, original 160x.
Fig. 20 – Grupo I (Polidiaxonona). 7 dias. Terço médio do alvéolo mostrando pequenas espículas ósseas neoformadas com osteoblastos em suas bordas. HE, original 160x.
7 dias -Grupo II (Nylon). O epitélio da mucosa gengival recobre
totalmente o alvéolo dental (Fig. 21). O tecido conjuntivo subjacente exibe
discreto número de fibroblastos e alguns macrófagos e linfócitos (Fig. 22).
No alvéolo dental, ao nível do terço cervical, podem ser evidenciadas
pequenas espículas ósseas neoformadas com osteoblastos em suas bordas
(Fig. 23). Notam-se ainda áreas ocupadas por tecido conjuntivo bem
vascularizados exibindo pequeno número de fibroblastos e raros linfócitos
(Fig. 24). Ao nível dos terços médio (Fig. 25) e apical, notam-se pequenas
trabéculas ósseas neoformadas ocupando maior extensão do alvéolo quando
comparados ao observado no terço cervical.
Fig. 21 – Grupo II (Nylon). 7 dias. Epitélio da mucosa gengival recobrindo o alvéolo dental. HE, original 63x.
Fig. 22 – Grupo II (Nylon). 7 dias. Tecido conjuntivo subjacente ao epitélio com discreto número de fibroblastos e alguns macrófagos e linfócitos. HE, original 63x.
Fig. 23 – Grupo II (Nylon). Alvéolo dental junto ao terço cervical mostrando delgadas trabéculas neoformadas com osteoblastos em suas bordas. HE, original 160x.
Fig. 24 – Grupo II (Nylon). 7 dias. Terço cervical do alvéolo mostrando áreas ocupadas por tecido conjuntivo sem diferenciação óssea. HE, original 160x.
Fig. 25 – Grupo II (Nylon). 7 dias. Terço médio do alvéolo com trabéculas ósseas ocupando maior extensão do alvéolo quando comparados ao terço cervical. HE, original 63x.
15 DIAS:
Grupo I (Polidiaxonona). O epitélio da mucosa gengival pouco
diferenciado recobre totalmente o alvéolo dental em todos os espécimes
(Fig. 26). O tecido conjuntivo subjacente exibe pequeno número de
fibroblastos ao lado de linfócitos e macrófagos.
No alvéolo dental junto ao terço cervical notam-se delgadas
trabéculas ósseas neoformadas ocupando pequena parte do espaço (Fig. 27).
Extensas áreas encontram-se ocupadas por tecido conjuntivo sem
diferenciação óssea e coágulo sanguíneo.
Junto aos terços médio (Fig. 28) e apical observa-se maior
quantidade de trabéculas ósseas neoformadas. Nota-se, no entanto, algumas
áreas ocupadas por coágulo sanguíneo remanescente.
Fig. 26 – Grupo I (Polidiaxonona). 15 dias. Epitélio da mucosa gengival pouco diferenciado recobrindo o alvéolo dental. HE, original 160x.
Fig. 27- Grupo I (Polidiaxonona). 15 dias. Terço cervical do alvéolo dental com delgadas trabéculas ósseas ocupando pequenas áreas do alvéolo dental. HE 63x.
Fig. 28– Grupo I (Polidiaxonona). 15 dias. Terço médio do alvéolo mostrando maior quantidade de trabéculas ósseas neoformadas quando comparadas ao terço cervical. HE, original 63x.
15 dias - Grupo II (Nylon). O epitélio da mucosa gengival bem
diferenciado recobre a totalidade do alvéolo dental (Fig. 29). O tecido
conjuntivo subjacente mostra-se bem diferenciado com discreto número de
fibroblastos e vasos sanguíneos.
O alvéolo dental ao nível do terço cervical encontra-se ocupado por
trabéculas ósseas, em alguns pontos delgadas e, em outros mais
desenvolvidas (Fig. 30).
Junto aos terços médio (Fig. 31) e apical, o alvéolo dental acha-se
ocupado por trabéculas ósseas bem organizadas, permanecendo no entanto,
inúmeras áreas de tecido conjuntivo sem diferenciação óssea.
Fig. 29 - Grupo II (Nylon). 15 dias. Epitélio da mucosa gengival bem diferenciado recobrindo o alvéolo dental. HE, original 63x.
Fig. 30 – Grupo II (Nylon). 15 dias. Terço cervical do alvéolo ocupado por trabéculas ósseas delgadas ou espessas. HE, original 63x.
Fig. 31 – Grupo II (Nylon). 15 dias. Terço médio do alvéolo dental ocupado por trabéculas ósseas bem organizadas. HE, original 160x.
24 DIAS:
Grupo I (Polidiaxonona). O epitélio da mucosa gengival em alguns
espécimes mostra-se pouco diferenciado (Fig. 32). O tecido conjuntivo
subjacente exibe pequeno número de fibroblastos e vasos sanguíneos.
No alvéolo dental, ao nível do terço cervical observa-se a presença
de trabéculas ósseas delgadas permanecendo consideráveis áreas ocupadas
por tecido conjuntivo sem diferenciação óssea (Fig. 33).
Junto aos terços médio (Fig. 34) e apical as trabéculas ósseas são
mais desenvolvidas, permanecendo, no entanto, inúmeras áreas ocupadas
por tecido conjuntivo sem diferenciação óssea.
Fig. 32 – Grupo I (Polidiaxonona). 24 dias. Espécime mostrando o epitélio da mucosa gengival pouco diferenciado. HE, original 160x.
Fig. 33 – Grupo I (Polidiaxonona). 24 dias. Terço cervical do alvéolo com trabéculas ósseas delgadas. HE, original 63x.
Fig. 34 – Grupo I (Polidiaxonona). 24 dias. Terço médio do alvéolo dental mostrando trabéculas ósseas mais desenvolvidas quando comparadas ao terço cervical. HE, original 63x.
24 dias - Grupo II (Nylon). O epitélio da mucosa gengival recobre
totalmente o alvéolo dental em todos os espécimes (Fig. 35) e o tecido
conjuntivo subjacente exibe poucos fibroblastos.
Praticamente em todos os espécimes, o alvéolo dental encontra-se
ocupado por trabéculas ósseas bem desenvolvidas (Fig. 36). Num dos
espécimes observa-se junto ao terço cervical, algumas áreas ocupadas por
tecido conjuntivo sem diferenciação óssea (Fig. 37).
Fig. 35 – Grupo II (Nylon). 24 dias. Epitélio da mucosa gengival recobrindo o alvéolo dental. HE, original 160 x.
Fig. 36 – Grupo II (nylon). 24 dias. Terço médio do alvéolo dental ocupado por trabéculas ósseas bem desenvolvidas. HE, original 63x.
Fig. 37 – Grupo II (nylon). 24 dias. Espécime com terço cervical do alvéolo mostrando algumas áreas ocupadas por tecido conjuntivo sem diferenciação óssea. HE, original 63x.
6 DISCUSSÃO
A escolha do rato para o desenvolvimento do presente estudo teve
como escopo a uniformidade dos resultados e a necessidade de enquadrá-lo
dentro da linha de pesquisa “processo de reparo em feridas de extração
dental”, o que permite a comparação com outros trabalhos similares
(CASTRO et al., 1974;1978; OKAMOTO et al., 1990; 1994; 1997; NARY
FILHO et al., 1997).
É importante considerar também que o processo de reparo alveolar
em ratos exibe microscopicamente a mesma seqüência evolutiva observada
no homem. Assim sendo, podemos transportar esses resultados para o ser
humano, lembrando, contudo, que a cronologia de reparação no rato é
aproximadamente três vezes mais rápida (CARVALHO et al., 1980).
Segundo Carvalho & Okamoto (1987), na evolução do processo de
reparo alveolar, devemos considerar didaticamente 4 fases fundamentais: a
da proliferação celular, a do desenvolvimento do tecido conjuntivo, a da
maturação do tecido conjuntivo e a da diferenciação óssea ou
mineralização.
Essas fases foram definidas em diversos estudos (OKAMOTO et
al., 1990 e 1994; NARY FILHO et al., 1997) e por essa razão, tornam o
alvéolo dental em ratos, um local bastante adequado para o estudo de
biocompatibilidade de substâncias e materiais. Daí a escolha por este
espécime e local (alvéolo) para a realização do experimento.
O comportamento biológico do fio de sutura é avaliado de acordo
com a extensão da resposta inflamatória que induzem nos tecidos. Assim,
optou-se por analisar os fios de Polidiaxonona 4.0 e Nylon 4.0 na mucosa
gengival, e isto de forma comparativa, pela fato de não existir nenhum
estudo a respeito.
A escolha destes se deveu ao foto de que o nylon é um material
sintético, monofilamentar, não-absorvível (não-biodegradável) e derivado
de poliamidas. As suturas em mucosa gengival, utilizando o fio de Nylon,
tem promovido menos atraso no processo de reparo alveolar, quando
comparados a outros fios de origem orgânica ou mesmo sintéticos
(poliéster), e ocasionado uma reação inflamatória de pequena extensão e
por tempo limitado e reação de corpo estranho mais discreta (CASTRO,
OKAMOTO, CASTRO, 1974; CERQUEIRA LUZ, J.G. 1978; OKAMOTO
et al, 1997; CUFFARI, 1997 ). Essa superioridade com relação a outros fios
de sutura, como o poliéster, pode estar relacionada com a natureza
monofilamentar do nylon.
Quanto a Polidiaxonona (PDS II), trata-se de um fio de origem
sintética, com característica absorvível (biodegradável) e monofilamentar,
desenvolvido por DODDI, VERSFELT E WASSERMAN (patenteado em
1977). É descrito como um fio com boa resistência tênsil e com alto nível
de flexibilidade além de ocasionar pouco trauma de passagem nos tecidos e
boa resistência à tração. Segundo estudos desenvolvidos por seus
formuladores, sua absorção pelo organismo é lenta, podendo levar de 120
até 180 dias. Estima-se que aos 120 dias a reabsorção seja de
aproximadamente 70% da estrutura do material.
Como pode-se observar, a Polidiaxonona tem sido utilizado em
diversos trabalhos na área médica, embora a quantidade de trabalhos seja
insuficiente para um maior esclarecimento da suas propriedades e
características clínicas. No entanto, não foi encontrado nenhum trabalho
experimental relacionado com o processo de reparo em feridas de extração
dental, utilizando a Polidiaxonona como material de sutura da mucosa
gengival, o que nos levou a avaliá-lo e compará-lo ao fio de Nylon, que
diferentemente tem sua biocompatibilidade mais estudada.
Assim, no presente estudo, optou-se por um estudo histológico
comparativo entre os fios de Nylon e de Polidiaxonona, em sutura da
mucosa gengival após a extração do incisivo superior direito de ratos.
Os resultados obtidos mostram no 3º dia de pós-operatório, na
mucosa suturada como fio de Nylon o início da proliferação do epitélio a
partir do tecido pré-existente. O tecido conjuntivo subjacente exibe raros
fibroblastos, macrófagos e linfócitos. No alvéolo dental junto ao terço
cervical nota-se a proliferação de alguns fibroblastos. Junto ao terço médio
e apical, observam-se próximo ao remanescente do ligamento periodontal,
numerosos fibroblastos invadindo o coágulo sanguíneo.
Por outro lado, nos alvéolos cuja mucosa foi suturada com
Polidiaxonona, observa-se neste mesmo período, ausência de proliferação
do epitélio da mucosa gengival além de infiltrado inflamatório próximo a
abertura do alvéolo. Além disso, no nível dos terços médio e apical notam-
se apenas alguns fibroblastos invadindo o coágulo sanguíneo.
Esta diferença de comportamento observada entre os dois grupos
experimentais neste estágio inicial do processo de reparo alveolar, sem
dúvida irá refletir na seqüência desta reparação.
Decorridos 7 dias, nos alvéolos suturados com o fio de Nylon,
observa-se o epitélio da mucosa gengival recobrindo totalmente o alvéolo
dental e, ao nível do terço cervical, evidenciam-se pequenas espículas
ósseas neoformadas com osteoblastos em suas bordas. Notam-se ainda,
áreas com tecido conjuntivo bem vascularizado exibindo poucos
fibroblastos e raros linfócitos.
O resultado obtido coincide com aquele relatado por Castro et al.
(1974) que consideram que a proliferação de fibroblastos e capilares
sanguíneos é mais precoce em alvéolos suturados com o fio de Nylon.
Por outro lado, nos alvéolos suturados com o fio de Polidiaxonona
observa-se uma discreta proliferação epitelial junto à borda do alvéolo
dental e a presença de macrófagos, linfócitos e raros fibroblastos nos
tecidos subjacentes. Nota-se também uma pequena quantidade de coágulo
sanguíneo remanescente. Nos terços médio e apical observa-se a presença
de pequena quantidade de espículas ósseas neoformadas com osteoblastos
em suas bordas.
Comparado aos alvéolos cuja mucosa gengival foi suturada com fio
de Nylon, nota-se no Grupo I (Polidiaxonona), a proliferação epitelial e
conjuntiva mais retardada. Além disso, evidencia-se um processo
inflamatório mais pronunciado nas proximidades da abertura do alvéolo.
O resultado observado neste período pós-operatório, pode ser
considerado como reflexo das ocorrências verificadas no estágio inicial do
presente estudo.
No 15º dia de pós-operatório, o grupo suturado com o fio de nylon
mostra o epitélio da mucosa gengival bem diferenciado, recobrindo
totalmente o alvéolo dental, e o tecido conjuntivo subjacente com discreto
número de fibroblastos e vasos sanguíneos. O terço cervical do alvéolo
exibe geralmente trabéculas ósseas delgadas. Ao nível dos terços médio e
apical no entanto, as trabéculas ósseas são mais desenvolvidas,
permanecendo pequenas áreas ocupadas por tecido conjuntivo sem
diferenciação óssea.
Nos alvéolos suturados com fio de Polidiaxonona neste mesmo
período de 15º dia pós-operatório, o epitélio da mucosa gengival recobre
totalmente o alvéolo dental em todos os espécimes. Mostra-se, no entanto,
pouco diferenciado e o tecido conjuntivo subjacente exibe discreto número
de fibroblastos ao lado de linfócitos e macrófagos. Ao nível do terço
cervical observam-se delgadas trabéculas ósseas ocupando pequenas áreas.
Boa parte deste terço encontra-se ocupado por tecido conjuntivo sem
diferenciação óssea e coágulo sanguíneo. Já ao nível dos terços médio e
apical nota-se maior quantidade de trabéculas ósseas neoformadas
permanecendo discretas áreas ocupadas por coágulo sanguíneo
remanescente.
Como pode-se observar, o Grupo I da Polidiaxonona apresentou em
alguns pontos, o epitélio da mucosa gengival pouco diferenciado.
No alvéolo dental, a neoformação óssea é mais discreta quando
comparada ao alvéolo suturado com nylon, notadamente ao nível do terço
cervical.
Da forma semelhante ao observado nos períodos anteriores,
persistem as diferenças entre os dois grupos experimentais com maior
evidência ao nível da mucosa gengival e terço cervical do alvéolo.
No último período, 24º dia pós-operatório, os alvéolos suturados
com fio de Nylon, praticamente em todos os espécimes, mostram o alvéolo
dental ocupado por trabéculas ósseas bem desenvolvidas.
Nos alvéolos suturados com fio de Polidiaxonona, observa-se neste
mesmo estágio pós-operatório, que o epitélio da mucosa gengival em alguns
pontos, mostra-se pouco diferenciado. No alvéolo dental observam-se junto
ao terço cervical, áreas ocupadas por tecido conjuntivo sem diferenciação
óssea e a presença de delgadas trabéculas ósseas. Nos terços médio e apical
essas trabéculas são mais desenvolvidas, permanecendo no entanto,
algumas áreas ocupadas por tecido conjuntivo sem diferenciação óssea.
Baseado nos resultados obtidos, pode-se considerar que o fio de
Nylon possibilitou uma evolução do processo de reparo mais favorável
quando comparado ao grupo suturado com o fio de Polidiaxonona,
apresentando ao término de 24º dia pós-operatório, características
compatíveis com as descritas por Cuffari (1997).
O fio de Polidiaxonona, por outro lado, apresentou uma fase
exudativa mais pronunciada, e infiltrado inflamatório mais intenso,
retardando a proliferação fibroblástica e a organização do tecido conjuntivo.
Os resultados histológicos, com seus eventos teciduais, permitem
explicitar que há influência destes fios utilizados ao nível da mucosa
gengival e mormente sobre os tecidos do terço cervical do alvéolo. Os
eventos teciduais nos permitem afirmar que são resultados de somatória do
trauma cirúrgico e das qualidades físicas e químicas dos fios de sutura. Que
nos espécimes onde se utilizou o fio de Nylon, no 3º dia pós-operatório, foi
possível observar que este suscitou uma menor reação inflamatória e que os
tecidos estavam mais íntegros, ou seja:
• livre de infiltrado de polimorfonucleares neutrófilos;
• quantidade de remanescentes do ligamento periodontal preservado;
• vascularização bem compatível;
• ausência de células multinucleadas junto ao tecido ósseo, e
• presença de fibroblastos invadindo o coágulo sanguíneo.
Os resultados explicitados acima, estão de acordo com o de outros
autores. Assim, também somos de opinião que uma proliferação epitelial
com menos atraso acontece na área da mucosa gengival em contato com o
fio de Nylon, a exemplo do afirmado por Castro et al. (1974) em um estudo
comparativo com alguns fios de sutura. Também, com Carvalho et al.
(1989), analisando fios de sutura, concluíram que o fio de Nylon
apresentou melhor qualidade relacionado ao processo de reparo. Okamoto
et al. (1990) que estudaram a influência de diferentes materiais de sutura
não-absorvíveis (não-biodegradáveis) na cicatrização de feridas de extração
dental e concluíram que o fio de Nylon possibilitou melhores resultados
biológicos dos tecidos da mucosa gengival e alvéolo dental, Ribeiro et al.
(2005), em seu experimento concluíram que o fio de Nylon leva a uma
secreção mais pronunciada da matriz de colágeno pelos fibroblastos, fato
este também observado no presente experimento.
Outro aspecto salientado na literatura específica, é a característica
física e química do fio de Nylon. Ele é de origem sintética e
monofilamentar e, segundo os trabalhos, apresenta resultados mais
satisfatórios quando comparados aos multifilamentares (CASTRO et al.,
1974; OKAMOTO et al., 1997). Esta diferença, segundo os pesquisadores,
pode levar a melhores resultados, o que foi observado no atual experimento,
e parece estar relacionado com a maior facilidade dos fios multifilamentares
em alojar restos alimentares e microrganismos entre suas fibras (LILLY et
al., 1968; LILLY et al., 1969; OKAMOTO et al.,1997; CASTRO et al.,
1974).
Os eventos teciduais do 3º dia pós-operatório com o fio de Nylon é
que determinaram os resultados observados nos tempos posteriores do
estudo. Consequentemente, culminaram com uma regeneração da mucosa
gengival e do reparo alveolar em estágio mais adiantado, quando
comparado aos do grupo onde se utilizou o fio de Polidiaxonona.
Os resultados histológicos, com seus eventos teciduais, oferecidos
na literatura como resposta ao fio de Polidiaxonona, além de serem
importantes, revelam agora a sua influência sobre o processo reparacional
alveolar em ratos após a exodontia. Este experimento colabora com a
literatura específica, somando resultados aos de outros estudos (RAY et al.,
1981; AARNIO et al., 1988; WANG et al., 1994; ESSER, 1993), o que
permitirá uma melhor conscientização de uso do fio de sutura, objetivando
a síntese dos tecidos da área cirúrgica pós-exodontia.
Finalizando, novos estudos devem ser realizados, possibilitando
resultados que levem a comparação dos fios de sutura existentes no
mercado. Assim será possível a seleção, com base biológica sólida, do fio
de sutura ideal que deve produzir reparo dos tecidos com pouca
interferência, ou seja, “reparo de níveis satisfatórios”, como apregoam Nary
Filho et al. (1997) e Ferreira et al. (2001), aliado a um bom comportamento
clínico, como decorrência deste (PASSERI, 1982; TOCCI & KUGA, 1982;
NARY FILHO et al., 1997).
7 CONCLUSÕES
De acordo com a metodologia empregada e os resultados obtidos da
avaliação histológica, podemos concluir que:
1 – o fio de Polidiaxonona em sutura da mucosa gengival após a
exodontia, ocasionou reação inflamatória mais intensa ao nível do tecido
conjuntivo subjacente quando comparado ao fio de Nylon.
2 - os animais com mucosa gengival suturada com fio de Nylon, a
proliferação fibroblástica ao nível do terço cervical foi mais precoce quando
comparada a polidiaxonona.
3 - a cronologia do processo de reparo do alvéolo dental dos
animais do Grupo I (Polidiaxonona) encontra-se mais atrasada,
notadamente ao nível do terço cervical.
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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RESUMO
Nesse estudo foi realizado a análise histológica comparativa da reação tecidual aos fios de Polidiaxonona e Nylon, sintéticos e monofilamentares, em alvéolos dentários de ratos. Para a realização deste estudo foram utilizados 32 ratos (Rattus Norvegicus, albinus) Wistar, machos, adultos, pesando entre 280 e 350 gramas, provenientes do biotério da UNIMAR – Marília / SP, selecionados de forma aleatória. Os animais foram divididos em 16 espécimes para o Grupo I (Polidiaxonona) e 16 espécimes para o Grupo II (Nylon), sendo 4 animais do grupo I e 4 do grupo II destinados a eutanásia nos 3º , 7º , 15º e 24º dias pós-operatórios. Sob anestesia geral, o incisivo superior direito foi extraído por via alveolar com fórceps e sindesmótomo modificado. Após a extração foi realizada sutura em 16 ratos com fio de Nylon 4.0 (Ethicon – Johnson & Johnson, São José dos Campos/SP – Brasil) e em 16 ratos com Polidiaxonona 4.0 -PDS II (Ethicon – Johnson & Johnson, São José dos Campos/SP – Brasil). Na análise histológica foram analisados a regeneração da mucosa gengival e a reparação alveolar. De acordo com a metodologia empregada e os resultados obtidos da avaliação histológica, podemos concluir que: 1 – o fio de Polidiaxonona em sutura da mucosa gengival após a exodontia, ocasionou reação inflamatória mais intensa ao nível do tecido conjuntivo subjacente quando comparado ao fio de Nylon. 2- os animais com mucosa gengival suturada com fio de Nylon, a proliferação fibroblástica ao nível do terço cervical foi mais precoce quando comparada a polidiaxonona. 3- a cronologia do processo de reparo do alvéolo dental dos animais do Grupo I (Polidiaxonona) encontra-se mais atrasada, notadamente ao nível do terço cervical.
Descritores: Nylon. Podiaxonona. Reação tecidual em alvéolo dental.
RAUSCH, F.Z. Tooth extraction wound healing process after gingival mucosa suture with 4.0 Polidiaxonona (PDS II) and 4.0 Nylon sutures. Comparative histological study in rats. Marília, 2007. Dissertation (Masters Degree), School of Dental Sciences, University of Marília – UNIMAR.
ABSTRACT
Aim: In this study, a comparative histological analysis of wound response to Nylon and polidiaxonona sutures, synthetics and monofilaments, in tooth socket of rats was done. Methods: Thirty-two adult male Wistar rats (Rattus Norvegicus, Albinus), weighting between 280g and 350g, originating from the UNIMAR’s biotery – Marília / SP, were used in this study and randomly assigned. Sixteen rats were assigned for Group I (Polidiaxonona) and 16 for Group II (Nylon). Four rats of each group were selected for euthanasia on the following postoperative periods: 3, 7, 15, and 24 days. Under general anesthesia, the right superior incisor was extracted, by socket way, with modified forceps and extractor. After tooth extraction, 4.0 nylon (Ethicon – Johnson & Johnson, São José dos Campos/SP – Brazil) sutures were made in 16 rats and 4.0 Polidiaxonona-PDS II (Ethicon – Johnson & Johnson, São José dos Campos/SP – Brazil) sutures in 16 rats. In the histological analysis, gingival mucosa regeneration and alveolar repair were analyzed. Conclusions: According to the employed methods and the outcomes in the histological evaluation, it was concluded that: 1- The polidiaxonona sutures in gingival mucosa after tooth extraction lead to a more intense inflammatory response in the subjacent connective tissue when compared to the nylon sutures. 2- In the animals with the gingival mucosa with nylon sutures, the fibroblastic proliferation in the cervical third occurred sooner when compared with polidiaxonona sutures. 3- The tooth socket’s healing process in the animals of Group I (Polidiaxonona) is delayed, mainly in the cervical third. Descriptors: Nylon. Polidiaxonona. Tooth socket wound response.
ANEXO II
Dosagem das drogas utilizadas na anestesia geral dos animais deste
estudo.
Peso Droga Dosagem
226 - 275 g
Xilazina
Quetamina
0,08 ml
0,36 ml
276 – 325 g
Xilazina
Quetamina
0,09 ml
0,42 ml
326 – 375 g
Xilazina
Quetamina
0,11 ml
0,48 ml
* Cloridrato de xilazina (DOPASER®) laboratórios Calier
* Cloridrato de cetamina (VETANARCOL®) labo. Konig do Brasil