Gastronomia2+_300811

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SALVADOR TERÇA-FEIRA 30/8/2011 4 SALVADOR TERÇA-FEIRA 30/8/2011 5 2 2 tem, o grupo ganhou o prêmio de melhor videoclipe de rock por Walk, no Video Music Awards, maior premiação da emissora, atualmente dominada pelo pop e o hip-hop. De peito aberto, os integran- tes (até aqueles que já deixaram o grupo) falam sobre as brigas, decepções, sucessos, os grandes shows e as relações internas. CARVÃO ANIMAL / ANA PAULA MAIA Editora Record/ 159 páginas/ R$ 29, 90/ www.record.com.br Se há uma certa violência nos seus textos, juram que você é leitor fiel de Rubem Fonseca. Eu li três livros dele. Li muito mais Julio Verne. A violência dos meus textos está em mim. Acredite. Está em mim, não no que li ENTREVISTA Ana Paula Maia, escritora “ESCREVER É BUSCAR O LADO SOMBRIO DO SER HUMANO” KÁTIA BORGES Autora de narrativas consideradas sombrias, Ana Paula Maia está animada com a perspectiva de conhecer a ensolarada Salvador. A escritora carioca de 32 anos participa do Café Literário na Bienal do Livro da Bahia, que acontece entre 28 de outubro e 4 de novembro no Centro de Convenções. Traz na bagagem o novo romance, Carvão Animal, que fecha a trilogia A Saga dos Brutos, iniciada com as novelas Entre Rinhas de Cachorros e Porcos Abatidos e O Trabalho Sujo dos Outros, e experiências criativas que pretende compartilhar. Como visitante em primeira viagem, quer passear também e “visitar o máximo de lugares que conseguir”. Admite estar cansada do rótulo de literatura pulp fiction, que acompanha seu trabalho desde o primeiro livro, O Habitante das Falhas Subterrâneas, lançado em 2003. Talentosa e autêntica, confessa que nem imagina o que vai escrever agora que a saga acabou: “Não costumo planejar”. Em Carvão Animal, fogo e mor- te simbolizam certa brutalida- de libertadora. Como esses te- mas entram em sua obra? O fogo está presente nas duas primeiras novelas que inte- gram a trilogia A Saga dos Brutos. É um elemento po- deroso, de força e purificação. A morte é outro elemento constante, e eu a trabalho em diferentes aspectos. Em Car- vão Animal, ela é tratada de forma material, quase palpá- vel, despida do glamour que, às vezes, a intervenção lite- rária pode conferir. Em Entre Rinhas de Cachorros e Porcos Abatidos, ela é banal, violen- ta e cotidiana. Já em O Tra- balho Sujo dos Outros, ela tem uma função redentora. Mas, na morte, entra em jogo também uma carga emocional e cultural que torna a mani- pulação do corpo quase here- sia, não é? Sim. A morte sublimada é mais suportável, pois permi- te um distanciamento, do qual a morte física, palpável, não. A ideia da morte no livro é tratá-la como fenômeno co- tidiano, falar da vida de ma- neira objetiva. Quem lida com cadáveres, tendo que cremá-los ou enterrá-los, ou aqueles que os preparam pa- ra a cerimônia funesta, lidam com o término, com o último estado material. O que pede administrar os pró- prios fantasmas. A literatura cava buracos, se- gue em direção aos subter- râneos. No fim das contas, escrever é buscar o lado mais tação é uma responsabilida- de que não é minha, está longe do meu alcance. Fiz uma adaptação para cinema do romance Santa Maria do Circo, do mexicano David Tos- cana. O projeto é do ator Gui- lherme Weber e está em fase de produção. Já está meio cansativa essa coi- sa de associarem sua literatura à pulp fiction? Sim. Muito. Lido de um jeito de quem já está saturada. Ge- ralmente corto o assunto, pois realmente não dá mais. Se alguém realmente ler os meus textos verá que eles não se enquadram nessa comparação. Mas, se há uma certa violência nos seus tex- tos, as pessoas juram que vo- cê é leitor fiel de Rubem Fon- seca. Eu li três livros dele. Li Editora Record / Divulgação sombrio do ser humano. Sombrio, neste caso, lê-se também, oculto, encoberto. É com essa finalidade que es- crevo. Interesso-me pelo que há de oculto na alma; minha e na dos outros. E depois da trilogia? Ainda não sei o que vou pu- blicar em seguida. Não cos- tumo planejar. Você fala que sua interferência como narradora foi "muito pe- quena" em Carvão Animal. Mas a sensação de quem lê é de que há ali uma narração precisa. Os personagens me dão mui- to conteúdo ao longo da nar- rativa. Eu os observo e narro os seus feitos. Os diálogos também ajudam o leitor a entender melhor cada um dos personagens. E ajudam a mim também. Sinto a minha interferência muito pequena em praticamente tudo o que escrevo, pois vejo o que es- crevo, tenho a sensação de reportar. Pode ser estranho, mas sinto isso. É uma impres- são interiorizada. Acredito, que para os outros, eu tenha um controle grande sobre a narrativa, provavelmente te- nha mesmo, mas não tenho consciência ampla disso. Seus livros já viraram roteiro? Algumas sequências são bas- tante visuais. Há uma adaptação de dois dos meus livros em anda- mento, mas não sei em que pé as coisas estão. Não es- crevi o roteiro, não o li ainda, não quero me envolver. A his- tória eu já escrevi, o que eu tinha a dizer e como; a adap- muito mais Julio Verne. A vio- lência dos meus textos está em mim. Acredite. Está em mim, não no que li. Outra coisa meio cansativa é essa eterna discussão sobre li- teratura on line. Continua tudo quase na mes- ma, só que agora os livros podem ser compartilhados pela internet. Você pode pu- blicá-lo num formato em PDF ou colocar em capítulos num site ou blog. Dá no mesmo. Você vem para a Bienal da Bahia este ano, o que traz na mala? Devo ler trechos de Carvão Animal, falar um pouco sobre o processo criativo da trilogia e bater um papo com a pla- teia. Quero visitar o máximo de lugares que conseguir. Acho que vou gostar. Livro propõe reflexão sobre a relação entre labor e identidade Nem sempre a vida é fácil, como este ou outros confortáveis cli- chês. Na literatura de Ana Paula Maia o desafio tem sido traba- lhar, na pedra bruta da vida di- fícil, as feições de um rosto hu- mano que fale. É assim que ela, escutando o que esculpe, vai construindo sua obra. Em Carvão Animal, livro com que encerra a trilogia A Saga dos Brutos, a autora carioca vai ain- da mais fundo em mundos que pedem um olhar sem precon- ceito. Seus protagonistas não são heróis, mas sobrevivem à margem, em subempregos que lhes exigem, muitas vezes, a su- blimação da delicadeza. Trabalhando a morte em seu aspecto culturalmente mais complexo – o da manipulação e destinação dos mortos –, Ana Paula Maia nos põe em contato com o universo dos crematórios, que oferecem a quem pode pa- gar a alternativa de transformar entes queridos em cinzas. Fogo e morte Mas aqui não são urnas fune- rárias ornadas ou tristes rituais de despedida que interessam. Os cenários que o leitor é con- vidado a visitar incluem os som- brios e potentes fornos. Tanto horror não é gratuito ou artificial. O crematório e o per- sonagem que nele trabalha compõem um todo, pois seu ca- ráter é moldado pelo labor. “No fim o que resta são os dentes, eles permitem identificar quem você é”, avisa o narrador. E, se de um lado temos o funcionário do crematório, do outro temos seu irmão, bom- beiro, que lida com os mesmos elementos – fogo e morte – mas possui outro status. Carvão Ani- mal propõe uma reflexão sobre o modo como o que fazemos em vida pode nos relegar a um tipo bem cruel de morte social. Cedida pela Ciranda Comunica /Divulgação Foo Fighters: documentário registra os 17 anos da banda, desde a estreia ao CD recente, Wasting Light DESTAQUES DA CARREIRA DA BANDA AMERICANA 1994 Kurt Cobain morre e chega ao fim o Nirvana, do qual Grohl era baterista 1995 É lançado o 1º disco a partir de uma demo gravada apenas por Grohl 1997 O baterista William Goldsmith deixa o grupo. Taylor Hawkins, ex-Alanis Morissette, entra na banda 1998 Pat Smear, ex-Nirvana, pede para sair. Franz Stahl assume, mas acaba substituído no disco seguinte por Chris Shieflett 2000 A banda ganha o Grammy de melhor disco de rock por There's Nothing Left To Lose 2002 Sai o CD One By One 2005 É lançado o disco duplo In Your Honor 2007 Sai o 6º cd: Echoes, Silence, Patience & Grace 2011 Wasting Light torna-se o 1º cd do grupo a ficar em 1º lugar nos EUA MÚSICA Filme sobre a banda Foo Fighters é lançado no Brasil em DVD LUCAS CUNHA O rock anda mal das pernas. O gênero que sempre foi referên- cia quando se pensa na música pop não é mais o preferido dos jovens no Brasil e no exterior. Por isso, é importante des- tacar aqueles poucos artistas que ainda conseguem se man- ter, com um bom trabalho, nas paradas de sucesso. Este é o caso dos Foo Fighters, banda norte-americana lidera- da pelo competente Dave Grohl, ex-baterista do Nirvana. A história da banda ganha importante registro sobre os seus 17 anos de carreira no lan- çamento do documentário Back And Forth. Clipes Dirigido por James Moll (diretor do documentário vencedor do Oscar Running The Sahara, The Last Days), o filme foi exibido no feriado junino nos cinemas bra- sileiros (e de Salvador também) e agora ganha sua versão na- cional em DVD. Back And Forth é uma viagem no tempo, especialmente para quem acompanhou a carreira do grupo desde o início, por meio dos seus hilários e inven- tivos clipes exibidos pela MTV, principal canal de divulgação do grupo em todo o mundo. Não à toa, esta relação com a MTV é tão forte que, anteon- Tudo aquilo que, nós sabe- mos, é apenas rock'n'roll. Mas isto parece estar tão em des- crédito nos tempos atuais que é bom ver uma banda se man- tendo íntegra a estes valores. CADERNO2MAIS.ATARDE.COM.BR Veja trailer do documentário, vídeos e mais sobre a banda no blog do 2+ BACK AND FORTH / FOO FIGHTERS SONY MUSIC BRASIL / R$ 39,90 (EM MÉDIA) GASTRONOMIA Senac reúne especialistas para lançar um olhar contemporâneo sobre as tradições em torno da comida baiana Seminário debate a alimentação como patrimônio imaterial DANIELA CASTRO Boa notícia para os que não se programaram com antecedên- cia: ainda há vagas disponíveis para o Seminário de Gastrono- mia, que acontece hoje à tarde, no Teatro Sesc-Senac Pelouri- nho. A quinta edição do evento coincide com a comemoração dos cinco anos do Museu da Gastronomia. Raul Lody, que assina a cu- radoria de ambos, acrescenta um adendo ao convite. “Com esse seminário vamos iniciar um projeto de longa duração para a criação de um banco de dados de receitas baianas”, avisa o an- tropólogo carioca radicado em Recife. Para dar forma ao projeto, que terá atualização permanen- te através da internet, o Senac espera contar com a colabora- ção do público. Qualquer pessoa poderá compartilhar receitas de família ou que possuam signi- ficado memorial, bastando en- tregar o material impresso ou gravado em CD. Século da comida A iniciativa de criação do banco de receitas está alinhada com o tema do seminário, que desta vez irá focar Receitas Tradicio- nais da Bahia: Memória e Et- nogastronomia. O tema estará presente em conferências, mesa-redonda e debate com o público, além de um painel que contará com par- ticipação de alunos do bacha- relado de gastronomia da Uni- versidade Federal da Bahia, sob a coordenação do professor Odi- lon Braga. A programação reunirá espe- cialistas em áreas como nutri- ção, antropologia, sociologia, história, comunicação e turis- mo. Sinal de que a aposta é na multiplicidade de olhares. “Queremos criar um olhar va- lorativo sobre a comida, além de motivar leituras e questiona- mentos. Na verdade, a vocação do seminário sempre foi essa: ser um grande palco de discus- sões”, reforça Lody, que coman- dará a solenidade de abertura a partir das 14 horas. O antropólogo, que se dedica ao estudo da alimentação há cerca de quatro décadas, faz suas apostas para os tempos de hoje. “O século XXI é o século da comida. Não só da perspectiva midiática, visto a quantidade de programas de televisão, livros e revistas sobre o tema, como também do ponto de vista pro- fissional”, considera Lody, autor de livros como Santo Também Come (1979), Tem Dendê, Tem Axé (s/d) e À Mesa com Gilberto Freyre (2004). Oficinas gratuitas Voltado para profissionais e es- tudantes de gastronomia e áreas afins, o seminário contará com uma programação comple- mentar amanhã. Serão realiza- das três oficinas práticas com base em receitas que serão ofe- recidas ao público durante o evento de hoje. As inscrições para esta ativi- dades são gratuitas e devem ser feitas no ato da inscrição para o seminário, mas as vagas são li- mitadas. V SEMINÁRIO DE GASTRONOMIA / HOJE, DAS 13 ÀS 18H / TEATRO SESC-SENAC PELOURINHO / INSCRIÇÕES: R$ 30, NAS SEDES DO PELOURINHO, AQUIDABÃ OU CASA DO COMÉRCIO / INFORMAÇÕES: (71) 3186-4000. Jorge Sabino / Divulgação O antropólogo Raul Lody assina a curadoria do evento e do museu Museu dedicado à gastronomia foca o valor cultural dos hábitos alimentares O seminário de hoje inclui as comemorações do aniversário do MGBA (Museu da Gastrono- mia Baiana), que em 2006 as- sumiu o título de primeiro na América Latina a se dedicar ex- clusivamente ao tema. A proposta é promover a va- lorização de ingredientes e há- bitos alimentares locais como um patrimônio cultural tão re- levante quanto artes cênicas, música ou artes visuais – não por acaso tem como vizinhos um teatro, uma loja de souvenir e um restaurante-escola. Visita virtual “Nosso museu tem como mis- são integrar a gastronomia aos cenários culturais do Estado com projeções em âmbito nacional e internacional”, anota Raul Lody, no site da instituição. Além de artigos do curador, o canal oferece a opção de uma visita virtual ao museu, que abri- ga exposição de fotos e objetos, com direito a espaços especial- mente reservados ao acarajé e à mandioca. Mas nada se com- para a saboreá-lo ao vivo. MUSEU DA GASTRONOMIA BAIANA / LARGO DO PELOURINHO / SEG A SAB, DAS 9H ÀS 11H E DAS 12 ÀS 17H / ENTRADA FRANCA Detalhe do Museu da Gastronomia Baiana, primeiro dedicado ao tema comida na América Latina CURTAS Funceb itinerante percorre municípios Dirigentes da Fundação Cultu- ral do Estado da Bahia circulam por seis macroterritórios baia- nos para discutir políticas para as Artes Visuais, Audiovisual, Circo, Cultura Digital, Dança, Li- teratura, Música e Teatro. Tra- ta-se do projeto Funceb Itine- rante. Domingo o projeto pas- sou por Itaberaba, hoje estará em Barreiras, de onde segue para Vitória da Conquista (1/9) e Ilhéus (3/9), até o retorno a Salvador, no domingo, totali- zando 11 dias de excursão. A equipe é formada pela diretora geral da Funceb, Nehle Franke, os coordenadores de lingua- gens artísticas da entidade, além de assessores técnicos e da Assessoria para Juventude e Cultura Digital da SecultBA. Os encontros são abertos ao público e acontecem das 8 às 18 horas, com intervalo de almoço entre 12h e 14h Seu Bomfim comemora 11 anos O espetáculo Seu Bomfim, que comemora 11 anos este ano, sera reapresentado, de sexta a domingo, no Teatro Gamboa Nova, dentro do Projeto Cone- xões Vidal, que mostra peças do repertório do ator, autor e di- retor, Fábio Vidal. A abertura da programação acontece ama- nhã, a partir das 14 horas, com o lançamento do site Território Sirius e abertura da exposição Rastros criativos. Até o dia 2 de outubro o público poderá con- ferir, no espaço, os solos de Vidal: Erê- Eterno Retorno, Ve- lôsidade Máxima e Sebastião. Zélia Uchôa / Divulgação Seu Bomfim, com Fábio Vidal, integra o projeto Conexões Vidal Xangai e Margareth na Barroquinha Dando continuidade ao projeto Abençoada Terça – que segue em temporada no Espaço Cul- tural da Barroquinha todas as terças até 20 de dezembro – o cantor, compositor e intérprete Xangai recebe hoje Margareth Menezes, das 18h30 às 20 ho- ras. A iniciativa, que busca pro- porcionar um happy hour di- ferente para os soteropolita- nos, conta com um quiosque do bar Cantina da Lua, de Clarindo Silva. A bilheteria abre às 17h30 e o público poderá usu- fruir dos serviços do bar até às 21h30. Ingresso: R$ 20. MÚSICA Luiz Caldas revisa sua carreira no TCA PEDRO FERNANDES Os 48 anos de vida e quase 40 de carreira de Luiz Caldas, se contarmos o fato de que desde criança ele está no palco, serão passados a limpo hoje, em mais uma edição do Projeto Música Falada, que acontece na Sala Principal do Teatro Castro Alves, às 21h. Em paralelo à sua his- tória, também será repassada parte considerável da história da música baiana produzida a partir dos anos 1980. A partir das suas canções, o músico lembrará, instigado pelo trio André Simões, Fernando Guerreiro e Jonga Cunha, his- tórias de sua vida e de momen- tos que foram cruciais para a formatação da axé music, gê- nero musical do qual ele é um dos principais criadores. “O tema principal será a mi- nha história, vai ser uma síntese da minha vida, porque não teria tempo de fazer algo muito mi- nucioso. Mas musicalmente se- rá bem detalhado. Esse projeto é maravilhoso porque consegue desnudar o artista por meio do sentadas em ordem cronológi- ca, mas à medida em que as questões forem surgindo, cada uma delas ilustrará uma fase da vida do cantor. Acordes Verdes Um momento esperado da noi- te é um possível reencontro da banda Acordes Verdes, banda que acompanhava Luiz Caldas nos anos 1980 e era formada por Alfredo Moura (teclados), Cezinha (bateria), Carlinhos Marques (contrabaixo), Silvi- nha Torres e Paulinho Caldas (vocais) e Tony Mola e Carlinhos Brown (percussão). O reencontro não está garan- tido, pois Carlinhos Brown ainda não confirmou sua presença, por um conflito de agendas, e Caldas faz questão de que a ban- da só volte a tocar com a for- mação original. “É uma questão de respeito à história. Não se deve apresentar a história in- completa”. MÚSICA FALADA COM LUIZ CALDAS, SALA PRINCIPAL DO TEATRO CASTRO ALVES, 21H, R$ 60 (INTEIRA) E R$ 30 (MEIA) “Esse projeto é maravilhoso porque consegue desnudar o artista por meio do seu trabalho” LUIZ CALDAS, músico ISABELA ROSEMBACK E CAMILA BRANDALISE Folhapress Na ficção, a investigação sobre a morte do empresário da novela das onze da Globo segue em ritmo lento. Mas delegados es- pecializados em homicídios, em São Paulo, já apontam Magda (Rosamaria Murtinho) como a principal suspeita do crime. Com as pistas apresentadas e uma análise aprofundada da cena do crime, a tia de Clô (Regina Duar- te), que era apaixonada por Sa- lomão Hayalla, teria condições de ter provocado a morte do empresário. Sua motivação seria passio- nal. "Ela aceitava o relaciona- mento dele com a sobrinha. Mas, quando o viu ao lado de Lili (Alinne Moraes), foi tomada por um ódio e pelo desespero de ser deixada”, arrisca Cesar Camar- go, delegado da 5ª Delegacia Seccional Leste. Para ele, o mordomo Inácio (Pascoal da Conceição) pode ter ajudado Magda. Entretanto, ele e os demais delegados ouvidos pela reportagem ressaltam que é preciso considerar que a ficção permite manobras do escritor. "O autor simula os aconte- cimentos e, aos poucos, acres- centa elementos que o público desconhece”, diz a delegada-as- sistente Ana Cristina Lutério Dias, da mesma seccional. Na versão original da novela de Janete Clair, o assassinato foi cometido por Felipe (Edwin Lui- si). Na adaptação de Alcides No- gueira e Geraldo Carneiro, o cri- minoso pode ser outro. "Esta- mos fazendo uma releitura, mas os ícones estão sendo preser- vados”, despista Nogueira. "Os autores, se quiserem cau- sar impacto, devem fugir do ób- vio. Eu começaria a investigar pelo jardineiro”, diz a delegada Elisabete Ferreira Sato Lei, da 5ª Seccional. Os delegados dizem, ainda, que os investigadores da ficção estão muito caricatos. A Globo se defende: “Uma novela é uma obra ficcional. seu trabalho”, diz Luiz Caldas. De acordo com ele, o público pode esperar a performance de clássicos de sua carreira como Nega do Cabelo Duro, Ajayô, Ha- ja Amor e Beverly Hills, quanto canções do seus novos traba- lhos, nos quais gravou desde heavy metal a canções em tupi, além de músicas inéditas. As canções não serão apre- Erik Salles / Ag. A TARDE / 6.4.2011 Cantor vai reviver sua trajetória e a música baiana dos anos 1980 NOVELA Delegados apontam suspeitos do assassinato de Salomão Hayalla PROGRAMAÇÃO 13H Credenciamento 14H Abertura 14H20 Conferência de abertura: Receitas, Memórias, Identidades (Lígia Amparo) 15H Conferência: Receitas de Matriz Africana (Ericivaldo da Veiga) 15H40 Intervalo 16H Mesa-redonda Receitas da Bahia: Acaçá de Leite (Elmo Alves); Doce Amoda (Rita Santos) e Ensopado de Palma (Revecca Cazenave Taple) 16H30 Debate com o público 17H Painel Receitas, Histórias e Atualidades (coordenação de Odilon Castro) 18H Encerramento

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13H Credenciamento sentadasemordemcronológi- ca,masàmedidaemqueas questõesforemsurgindo,cada umadelasilustraráumafaseda vidadocantor. MÚSICA MÚSICA FooFighters:documentárioregistraos17anosdabanda,desdeaestreiaaoCDrecente,WastingLight Oficinasgratuitas 17H PainelReceitas,Histórias eAtualidades(coordenação deOdilonCastro) ISABELAROSEMBACK ECAMILABRANDALISE Folhapress Cantorvaireviversuatrajetóriaeamúsicabaianadosanos1980 14H Abertura 2007 Saio6ºcd:Echoes, Silence,Patience&Grace

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SALVADOR TERÇA-FEIRA 30/8/20114 SALVADOR TERÇA-FEIRA 30/8/2011 52 2

tem, o grupo ganhou o prêmiodemelhorvideoclipederockporWalk, no Video Music Awards,maior premiação da emissora,atualmente dominada pelo pope o hip-hop.

De peito aberto, os integran-tes (atéaquelesque jádeixaramo grupo) falam sobre as brigas,decepções,sucessos,osgrandesshows e as relações internas.

CARVÃO ANIMAL / ANA PAULA MAIA

Editora Record/ 159páginas/ R$ 29, 90/www.record.com.br

Se há uma certaviolência nos seustextos, juram quevocê é leitor fiel deRubem Fonseca. Euli três livros dele. Limuito mais JulioVerne. A violênciados meus textosestá em mim.Acredite. Está emmim, não no que li

ENTREVISTA Ana Paula Maia, escritora

“ESCREVER ÉBUSCAR O LADOSOMBRIO DOSER HUMANO”KÁTIA BORGES

Autora de narrativas consideradas sombrias, Ana Paula Maia estáanimada com a perspectiva de conhecer a ensolarada Salvador. Aescritora carioca de 32 anos participa do Café Literário na Bienal doLivro da Bahia, que acontece entre 28 de outubro e 4 de novembronoCentrodeConvenções.Traznabagagemonovoromance,CarvãoAnimal, que fecha a trilogia A Saga dos Brutos, iniciada com asnovelas Entre Rinhas de Cachorros e Porcos Abatidos e O TrabalhoSujo dos Outros, e experiências criativas que pretende compartilhar.Comovisitanteemprimeiraviagem,querpasseartambéme“visitaro máximo de lugares que conseguir”. Admite estar cansada dorótulo de literatura pulp fiction, que acompanha seu trabalho desdeo primeiro livro, O Habitante das Falhas Subterrâneas, lançado em2003. Talentosa e autêntica, confessa que nem imagina o que vaiescrever agora que a saga acabou: “Não costumo planejar”.

Em Carvão Animal, fogo e mor-te simbolizam certa brutalida-de libertadora. Como esses te-mas entram em sua obra?

Ofogoestápresentenasduasprimeiras novelas que inte-gram a trilogia A Saga dosBrutos. É um elemento po-deroso,deforçaepurificação.A morte é outro elementoconstante, e eu a trabalho emdiferentes aspectos. Em Car-vão Animal, ela é tratada deforma material, quase palpá-vel, despida do glamour que,às vezes, a intervenção lite-rária pode conferir. Em EntreRinhas de Cachorros e PorcosAbatidos, ela é banal, violen-ta e cotidiana. Já em O Tra-balho Sujo dos Outros, elatem uma função redentora.

Mas, na morte, entra em jogotambém uma carga emocionale cultural que torna a mani-pulação do corpo quase here-sia, não é?

Sim. A morte sublimada émais suportável, pois permi-te um distanciamento, doqual a morte física, palpável,não. A ideia da morte no livroé tratá-la como fenômeno co-tidiano, falar da vida de ma-neira objetiva. Quem lidacom cadáveres, tendo quecremá-los ou enterrá-los, ouaqueles que os preparam pa-ra a cerimônia funesta, lidamcom o término, com o últimoestado material.

O que pede administrar os pró-prios fantasmas.

A literatura cava buracos, se-gue em direção aos subter-râneos. No fim das contas,escrever é buscar o lado mais

tação é uma responsabilida-de que não é minha, estálonge do meu alcance. Fizuma adaptação para cinemado romance Santa Maria doCirco, do mexicano David Tos-cana. O projeto é do ator Gui-lherme Weber e está em fasede produção.

Já está meio cansativa essa coi-sa de associarem sua literaturaà pulp fiction?

Sim. Muito. Lido de um jeitode quem já está saturada. Ge-ralmente corto o assunto,pois realmente não dá mais.Se alguém realmente ler osmeus textos verá que elesnão se enquadram nessacomparação. Mas, se há umacerta violência nos seus tex-tos, as pessoas juram que vo-cê é leitor fiel de Rubem Fon-seca. Eu li três livros dele. Li

Editora Record / Divulgação

sombrio do ser humano.Sombrio, neste caso, lê-setambém, oculto, encoberto.É com essa finalidade que es-crevo. Interesso-me pelo quehá de oculto na alma; minhae na dos outros.

E depois da trilogia?Ainda não sei o que vou pu-blicar em seguida. Não cos-tumo planejar.

Você fala que sua interferênciacomo narradora foi "muito pe-quena" em Carvão Animal. Masa sensação de quem lê é de quehá ali uma narração precisa.

Os personagens me dão mui-to conteúdo ao longo da nar-rativa. Eu os observo e narroos seus feitos. Os diálogostambém ajudam o leitor aentender melhor cada umdos personagens. E ajudam a

mim também. Sinto a minhainterferência muito pequenaem praticamente tudo o queescrevo, pois vejo o que es-crevo, tenho a sensação dereportar. Pode ser estranho,mas sinto isso. É uma impres-são interiorizada. Acredito,que para os outros, eu tenhaum controle grande sobre anarrativa, provavelmente te-nha mesmo, mas não tenhoconsciência ampla disso.

Seus livros já viraram roteiro?Algumas sequências são bas-tante visuais.

Há uma adaptação de doisdos meus livros em anda-mento, mas não sei em quepé as coisas estão. Não es-crevi o roteiro, não o li ainda,não quero me envolver. A his-tória eu já escrevi, o que eutinha a dizer e como; a adap-

muito mais Julio Verne. A vio-lência dos meus textos estáem mim. Acredite. Está emmim, não no que li.

Outra coisa meio cansativa éessa eterna discussão sobre li-teratura on line.

Continua tudo quase na mes-ma, só que agora os livrospodem ser compartilhadospela internet. Você pode pu-blicá-lo num formato em PDFou colocar em capítulos numsite ou blog. Dá no mesmo.

VocêvemparaaBienaldaBahiaeste ano, o que traz na mala?

Devo ler trechos de CarvãoAnimal, falar um pouco sobreo processo criativo da trilogiae bater um papo com a pla-teia. Quero visitar o máximode lugares que conseguir.Acho que vou gostar.

Livro propõereflexão sobre arelação entre labore identidade

Nem sempre a vida é fácil, comoeste ou outros confortáveis cli-chês. Na literatura de Ana PaulaMaia o desafio tem sido traba-lhar, na pedra bruta da vida di-fícil, as feições de um rosto hu-mano que fale. É assim que ela,escutando o que esculpe, vaiconstruindo sua obra.

Em Carvão Animal, livro comque encerra a trilogia A Saga dosBrutos, a autora carioca vai ain-da mais fundo em mundos quepedem um olhar sem precon-ceito. Seus protagonistas nãosão heróis, mas sobrevivem àmargem, em subempregos quelhes exigem, muitas vezes, a su-blimação da delicadeza.

Trabalhando a morte em seuaspecto culturalmente maiscomplexo – o da manipulação edestinação dos mortos –, AnaPaula Maia nos põe em contatocomouniversodoscrematórios,que oferecem a quem pode pa-gar a alternativa de transformarentes queridos em cinzas.

Fogo e morteMas aqui não são urnas fune-rárias ornadas ou tristes rituaisde despedida que interessam.Os cenários que o leitor é con-vidado a visitar incluem os som-brios e potentes fornos.

Tantohorrornãoégratuitoouartificial. O crematório e o per-sonagem que nele trabalhacompõem um todo, pois seu ca-ráter é moldado pelo labor. “Nofim o que resta são os dentes,eles permitem identificar quemvocê é”, avisa o narrador.

E, se de um lado temos ofuncionário do crematório, dooutro temos seu irmão, bom-beiro, que lida com os mesmoselementos – fogo e morte – maspossui outro status. Carvão Ani-mal propõe uma reflexão sobreo modo como o que fazemos emvida pode nos relegar a um tipobem cruel de morte social.

Cedida pela Ciranda Comunica /Divulgação

Foo Fighters: documentário registra os 17 anos da banda, desde a estreia ao CD recente, Wasting Light

DESTAQUES DA CARREIRADA BANDA AMERICANA

1994 Kurt Cobain morre echega ao fim o Nirvana, doqual Grohl era baterista

1995 É lançado o 1º discoa partir de uma demogravada apenas por Grohl

1997 O baterista WilliamGoldsmith deixa o grupo.Taylor Hawkins, ex-AlanisMorissette, entra na banda

1998 Pat Smear,ex-Nirvana, pede para sair.Franz Stahl assume, masacaba substituído no discoseguinte por Chris Shieflett

2000 A banda ganha oGrammy de melhor discode rock por There's NothingLeft To Lose

2002 Sai o CD One By One

2005 É lançado o discoduplo In Your Honor

2007 Sai o 6º cd: Echoes,Silence, Patience & Grace

2011 Wasting Lighttorna-se o 1º cd do grupo aficar em 1º lugar nos EUA

MÚSICA

Filme sobre a banda Foo Fightersé lançado no Brasil em DVD

LUCAS CUNHA

O rock anda mal das pernas. Ogênero que sempre foi referên-cia quando se pensa na músicapop não é mais o preferido dosjovens no Brasil e no exterior.

Por isso, é importante des-tacar aqueles poucos artistasque ainda conseguem se man-ter, com um bom trabalho, nasparadas de sucesso.

Este é o caso dos Foo Fighters,banda norte-americana lidera-da pelo competente Dave Grohl,ex-baterista do Nirvana.

A história da banda ganhaimportante registro sobre osseus 17 anos de carreira no lan-çamento do documentário BackAnd Forth.

ClipesDirigido por James Moll (diretordo documentário vencedor doOscar Running The Sahara, TheLast Days), o filme foi exibido noferiado junino nos cinemas bra-sileiros (e de Salvador também)e agora ganha sua versão na-

cional em DVD.Back And Forth é uma viagem

no tempo, especialmente paraquem acompanhou a carreirado grupo desde o início, pormeio dos seus hilários e inven-tivos clipes exibidos pela MTV,principal canal de divulgação dogrupo em todo o mundo.

Não à toa, esta relação com aMTV é tão forte que, anteon-

Tudo aquilo que, nós sabe-mos, é apenas rock'n'roll. Masisto parece estar tão em des-crédito nos tempos atuais que ébom ver uma banda se man-tendo íntegra a estes valores.

CADERNO2MAIS.ATARDE.COM.BR

Veja trailer do documentário, vídeos emais sobre a banda no blog do 2+

BACK AND FORTH / FOO FIGHTERS

SONY MUSIC BRASIL / R$ 39,90 (EM MÉDIA)

GASTRONOMIA Senac reúne especialistas para lançar um olharcontemporâneo sobre as tradições em torno da comida baiana

Seminário debate aalimentação comopatrimônio imaterialDANIELA CASTRO

Boa notícia para os que não seprogramaram com antecedên-cia: ainda há vagas disponíveispara o Seminário de Gastrono-mia, que acontece hoje à tarde,no Teatro Sesc-Senac Pelouri-nho. A quinta edição do eventocoincide com a comemoraçãodos cinco anos do Museu daGastronomia.

Raul Lody, que assina a cu-radoria de ambos, acrescentaum adendo ao convite. “Comessesemináriovamos iniciarumprojeto de longa duração para acriação de um banco de dadosde receitas baianas”, avisa o an-tropólogo carioca radicado emRecife.

Para dar forma ao projeto,que terá atualização permanen-te através da internet, o Senacespera contar com a colabora-çãodopúblico.Qualquerpessoapoderá compartilhar receitas defamília ou que possuam signi-ficado memorial, bastando en-tregar o material impresso ougravado em CD.

Século da comidaA iniciativa de criação do bancode receitas está alinhada com otema do seminário, que destavez irá focar Receitas Tradicio-nais da Bahia: Memória e Et-nogastronomia.

O tema estará presente emconferências, mesa-redonda edebate com o público, além deum painel que contará com par-ticipação de alunos do bacha-relado de gastronomia da Uni-

versidade Federal da Bahia, sobacoordenaçãodoprofessorOdi-lon Braga.

A programação reunirá espe-cialistas em áreas como nutri-ção, antropologia, sociologia,história, comunicação e turis-mo. Sinal de que a aposta é namultiplicidade de olhares.

“Queremos criar um olhar va-lorativosobreacomida,alémde

motivar leituras e questiona-mentos. Na verdade, a vocaçãodo seminário sempre foi essa:ser um grande palco de discus-sões”, reforça Lody, que coman-dará a solenidade de abertura apartir das 14 horas.

O antropólogo, que se dedicaao estudo da alimentação hácerca de quatro décadas, fazsuas apostas para os tempos dehoje. “O século XXI é o século dacomida. Não só da perspectivamidiática, visto a quantidade deprogramas de televisão, livros erevistas sobre o tema, comotambém do ponto de vista pro-fissional”, considera Lody, autorde livros como Santo TambémCome (1979), Tem Dendê, TemAxé (s/d) e À Mesa com GilbertoFreyre (2004).

Oficinas gratuitasVoltado para profissionais e es-tudantes de gastronomia eáreas afins, o seminário contarácom uma programação comple-mentar amanhã. Serão realiza-das três oficinas práticas combase em receitas que serão ofe-recidas ao público durante oevento de hoje.

As inscrições para esta ativi-dades são gratuitas e devem serfeitas no ato da inscrição para oseminário, mas as vagas são li-mitadas.

V SEMINÁRIO DE GASTRONOMIA / HOJE,

DAS 13 ÀS 18H / TEATRO SESC-SENAC

PELOURINHO / INSCRIÇÕES: R$ 30, NAS

SEDES DO PELOURINHO, AQUIDABÃ OU CASA

DO COMÉRCIO / INFORMAÇÕES: (71)

3186-4000.

Jorge Sabino / Divulgação

O antropólogo Raul Lody assina a curadoria do evento e do museu

Museu dedicado àgastronomia foca ovalor cultural doshábitos alimentares

O seminário de hoje inclui ascomemorações do aniversáriodo MGBA (Museu da Gastrono-mia Baiana), que em 2006 as-sumiu o título de primeiro naAmérica Latina a se dedicar ex-clusivamente ao tema.

A proposta é promover a va-lorização de ingredientes e há-bitos alimentares locais comoum patrimônio cultural tão re-levante quanto artes cênicas,música ou artes visuais – nãoporacasotemcomovizinhosumteatro, uma loja de souvenir eum restaurante-escola.

Visita virtual“Nosso museu tem como mis-são integrar a gastronomia aoscenáriosculturaisdoEstadocomprojeções em âmbito nacional einternacional”, anota Raul Lody,no site da instituição.

Além de artigos do curador, ocanal oferece a opção de umavisitavirtualaomuseu,queabri-ga exposição de fotos e objetos,com direito a espaços especial-mente reservados ao acarajé e àmandioca. Mas nada se com-para a saboreá-lo ao vivo.

MUSEU DA GASTRONOMIA BAIANA / LARGO

DO PELOURINHO / SEG A SAB, DAS 9H ÀS

11H E DAS 12 ÀS 17H / ENTRADA FRANCA

Detalhe do Museu da Gastronomia Baiana, primeiro dedicado ao tema comida na América Latina

CURTAS

Funceb itinerante percorre municípios

Dirigentes da Fundação Cultu-ral do Estado da Bahia circulampor seis macroterritórios baia-nos para discutir políticas paraas Artes Visuais, Audiovisual,Circo, Cultura Digital, Dança, Li-teratura, Música e Teatro. Tra-ta-se do projeto Funceb Itine-rante. Domingo o projeto pas-sou por Itaberaba, hoje estaráem Barreiras, de onde seguepara Vitória da Conquista (1/9)e Ilhéus (3/9), até o retorno aSalvador, no domingo, totali-zando 11 dias de excursão. Aequipe é formada pela diretorageral da Funceb, Nehle Franke,os coordenadores de lingua-

gens artísticas da entidade,além de assessores técnicos eda Assessoria para Juventude eCultura Digital da SecultBA.

Os encontros sãoabertos ao públicoe acontecem das 8às 18 horas, comintervalo de almoçoentre 12h e 14h

Seu Bomfimcomemora 11 anos

O espetáculo Seu Bomfim, quecomemora 11 anos este ano,sera reapresentado, de sexta adomingo, no Teatro GamboaNova, dentro do Projeto Cone-xões Vidal, que mostra peças dorepertório do ator, autor e di-retor,FábioVidal.Aaberturadaprogramação acontece ama-nhã, a partir das 14 horas, como lançamento do site TerritórioSirius e abertura da exposiçãoRastros criativos. Até o dia 2 deoutubro o público poderá con-ferir, no espaço, os solos deVidal: Erê- Eterno Retorno, Ve-lôsidade Máxima e Sebastião.

Zélia Uchôa / Divulgação

Seu Bomfim, com Fábio Vidal, integra o projeto Conexões Vidal

Xangai e Margarethna Barroquinha

Dando continuidade ao projetoAbençoada Terça – que segueem temporada no Espaço Cul-tural da Barroquinha todas asterças até 20 de dezembro – ocantor, compositor e intérpreteXangai recebe hoje MargarethMenezes, das 18h30 às 20 ho-ras. A iniciativa, que busca pro-porcionar um happy hour di-ferente para os soteropolita-nos, conta com um quiosque dobar Cantina da Lua, de ClarindoSilva. A bilheteria abre às17h30 e o público poderá usu-fruir dos serviços do bar até às21h30. Ingresso: R$ 20.

MÚSICA

Luiz Caldas revisa sua carreira no TCAPEDRO FERNANDES

Os 48 anos de vida e quase 40de carreira de Luiz Caldas, secontarmos o fato de que desdecriança ele está no palco, serãopassados a limpo hoje, em maisuma edição do Projeto MúsicaFalada, que acontece na SalaPrincipal do Teatro Castro Alves,às 21h. Em paralelo à sua his-tória, também será repassadaparte considerável da históriada música baiana produzida apartir dos anos 1980.

A partir das suas canções, omúsicolembrará, instigadopelotrio André Simões, FernandoGuerreiro e Jonga Cunha, his-tórias de sua vida e de momen-tos que foram cruciais para aformatação da axé music, gê-nero musical do qual ele é umdos principais criadores.

“O tema principal será a mi-nha história, vai ser uma sínteseda minha vida, porque não teriatempo de fazer algo muito mi-nucioso. Mas musicalmente se-rá bem detalhado. Esse projetoé maravilhoso porque conseguedesnudar o artista por meio do

sentadas em ordem cronológi-ca, mas à medida em que asquestões forem surgindo, cadauma delas ilustrará uma fase davida do cantor.

Acordes VerdesUm momento esperado da noi-te é um possível reencontro dabanda Acordes Verdes, bandaque acompanhava Luiz Caldasnos anos 1980 e era formadapor Alfredo Moura (teclados),Cezinha (bateria), CarlinhosMarques (contrabaixo), Silvi-nha Torres e Paulinho Caldas(vocais) e Tony Mola e CarlinhosBrown (percussão).

O reencontro não está garan-tido,poisCarlinhosBrownaindanão confirmou sua presença,por um conflito de agendas, eCaldas faz questão de que a ban-da só volte a tocar com a for-mação original. “É uma questãode respeito à história. Não sedeve apresentar a história in-completa”.

MÚSICA FALADA COM LUIZ CALDAS, SALA

PRINCIPAL DO TEATRO CASTRO ALVES, 21H,

R$ 60 (INTEIRA) E R$ 30 (MEIA)

“Esse projeto émaravilhoso porqueconsegue desnudaro artista por meiodo seu trabalho”LUIZ CALDAS, músico

ISABELA ROSEMBACKE CAMILA BRANDALISEFolhapress

Na ficção, a investigação sobre amorte do empresário da noveladas onze da Globo segue emritmo lento. Mas delegados es-pecializados em homicídios, emSão Paulo, já apontam Magda(Rosamaria Murtinho) como aprincipalsuspeitadocrime.Comas pistas apresentadas e umaanálise aprofundada da cena docrime, a tia de Clô (Regina Duar-te), que era apaixonada por Sa-lomão Hayalla, teria condiçõesde ter provocado a morte doempresário.

Sua motivação seria passio-nal. "Ela aceitava o relaciona-mento dele com a sobrinha.Mas, quando o viu ao lado de Lili(AlinneMoraes), foi tomadaporum ódio e pelo desespero de serdeixada”, arrisca Cesar Camar-go, delegado da 5ª DelegaciaSeccional Leste.

Para ele, o mordomo Inácio(Pascoal da Conceição) pode ter

ajudado Magda. Entretanto, elee os demais delegados ouvidospela reportagem ressaltam queé preciso considerar que a ficçãopermite manobras do escritor.

"O autor simula os aconte-cimentos e, aos poucos, acres-centa elementos que o públicodesconhece”, diz a delegada-as-sistente Ana Cristina LutérioDias, da mesma seccional.

Na versão original da novelade Janete Clair, o assassinato foicometido por Felipe (Edwin Lui-si). Na adaptação de Alcides No-gueira e Geraldo Carneiro, o cri-minoso pode ser outro. "Esta-mos fazendo uma releitura, masos ícones estão sendo preser-vados”, despista Nogueira.

"Os autores, se quiserem cau-sar impacto, devem fugir do ób-vio. Eu começaria a investigarpelo jardineiro”, diz a delegadaElisabete Ferreira Sato Lei, da 5ªSeccional. Os delegados dizem,ainda, que os investigadores daficção estão muito caricatos. AGlobo se defende: “Uma novelaé uma obra ficcional.

seu trabalho”, diz Luiz Caldas.De acordo com ele, o público

pode esperar a performance declássicos de sua carreira comoNega do Cabelo Duro, Ajayô, Ha-ja Amor e Beverly Hills, quantocanções do seus novos traba-lhos, nos quais gravou desdeheavy metal a canções em tupi,além de músicas inéditas.

As canções não serão apre-

Erik Salles / Ag. A TARDE / 6.4.2011

Cantor vai reviver sua trajetória e a música baiana dos anos 1980

NOVELA

Delegados apontam suspeitos doassassinato de Salomão Hayalla

PROGRAMAÇÃO

13H Credenciamento

14H Abertura

14H20 Conferência deabertura: Receitas, Memórias,Identidades (Lígia Amparo)

15H Conferência: Receitas deMatriz Africana (Ericivaldo daVeiga)

15H40 Intervalo

16H Mesa-redonda Receitasda Bahia: Acaçá de Leite(Elmo Alves); Doce Amoda(Rita Santos) e Ensopado dePalma (Revecca CazenaveTaple)

16H30 Debate com o público

17H Painel Receitas, Históriase Atualidades (coordenaçãode Odilon Castro)

18H Encerramento