Gazeta da Lagoinha - Abril 2011

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ANO IV - EDIÇÃO 50 - JORNAL DE APOIO ÀS INICIATIVAS COMUNITÁRIAS - BELO HORIZONTE, ABRIL DE 2011 - Distribuição Gratuita Avenida Antônio Carlos será tema de documentário Um dos corredores de trânsito mais significativos da capital, a Avenida Presidente Antônio Carlos, que liga o centro à zona norte e por onde passam cerca de 85 mil pessoas por dia, será tema de documentário idealizado por Lygia Santos como trabalho de conclusão do curso de Comunicação Social pela UFMG. Pág. 8 A avenida em sua fase final de obras. Foto: Google. Gervásio Horta Seu samba ainda toca os corações da Lagoinha. Pág. 2 Foto: Cristiano Trad/O Tempo Relembrando o passado com Milton Kabutê Av. Antônio Carlos nos anos 40 em frente ao que seria o IAPI As histórias e os personagens do passado vivos na memória dos moradores. Pág. 5 Aluna do E.M. Belo Horizonte faz sucesso como vereadora mirim Pág.16 Gonzaguinha: 20 anos de saudade Conheça a história do moleque Luizinho, que mudou para sempre a história da MPB. Pág. 4 Cerveja com Viagra? Em homenagem ao casamento do Príncipe William. Pág. 12

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Jornal de apoio às iniciativas comunitárias do Bairro Lagoinha - Belo Horizonte/MG

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ANO IV - EDIÇÃO 50 - JORNAL DE APOIO ÀS INICIATIVAS COMUNITÁRIAS - BELO HORIZONTE, ABRIL DE 2011 - Distr ibuição Gratui ta

Avenida Antônio Carlos será tema de documentário

Um dos corredores de trânsito mais significativos da capital, a Avenida Presidente Antônio Carlos, que liga o centro à zona norte e por onde passam cerca de 85 mil pessoas por dia, será tema de documentário idealizado por Lygia Santos como trabalho de conclusão do curso de Comunicação Social pela UFMG. Pág. 8

A avenida em sua fase final de obras. Foto: Google.

Gervásio HortaSeu samba ainda toca os corações da Lagoinha. Pág. 2

Foto: Cristiano Trad/O Tempo

Relembrando o passado

com Milton Kabutê

Av. Antônio Carlos nos anos 40 em frente ao que seria o IAPI

As histórias e os personagens do passado vivos na memória dos moradores. Pág. 5

Aluna do E.M. Belo

Horizonte faz sucesso

como vereadora mirim Pág.16

Gonzaguinha: 20 anos de saudade

Conheça a história do moleque Luizinho, que mudou para sempre a história da MPB. Pág. 4

Cerveja comViagra?

Em homenagem ao casamento do Príncipe William. Pág. 12

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2 Belo Horizonte, abril de 2011

AA Alcóolicos Anônimos (31) 3224-

7744

Aeroporto Carlos Prates (31) 3462-6455

Aeroporto Confins (31) 3689-2344

Aeroporto Pampulha (31) 3490-2000

AGIT-Agência de Empregos 0800-319-

020

Auxílio à Lista 102

Bombeiros 193

CEASA 0800-315-859

CliDEC (31)3236-2100

CEMIG 0800 310 196

COPASA 195

Correios 159

Corpo de Bombeiros 193

CW- Centro dc Valorização da Vida

(31)3334-4111 /3444- 1818 ou 141

Defesa Civil 199

DETRAN/ MG (031)3236-3501/3525

Disque Direitos Humanos 0800-311-

119

Disque Ecologia 1523

Disque PROCOM (31 ) 3277-

4548/9503/4547 ou 1512

Disque Turismo 1677

GAPA/MG (31)3271-2126 MG

Transplantes (Doação de órgãos

(31) 32747181

Movimento das Donas de Casa e

Consumidores (31)3274-1033

Ibama 0800-618-080

Polícia Civil 197

Polícia Federal (31)3330-5200

Polícia Militar 190

Polícia Rodoviária Estadual (31)2123-

1901

Polícia Rodoviária Federal (31 ) 3333-

2999

Prefeitura Municipal 156

Pronto Socorro 192

Pronto Socorro (HPS João XXIII)

(31)3239-9200

Receita Federal 0300-780-300

SENAC 0800-724-4440

SINE-MG (31)2123-2415

SOS Criança (Centro de Referência -

Denúncia) 0800 283 1244

Sudecap Disque Tapa- buraco (31)3277-

8000

_________________

Da redação

O compositor Gervásio Horta presenteou a Gazeta da Lagoinha nos enviando o belíssimo CD “Amigos & Canções” e aproveitou para nos lembrar seu carinho pelo bairro expresso no samba “Adeus Lagoinha”. Este samba, gravado pela primeira vez em 1981 à época da implosão do Mercado da Praça foi considerado pelo compositor e cantor Toninho Gerais a música da “boemia” de Belo Horizonte. Diz ele: “Adeus Lagoinha é para Belo Horizonte o mesmo que o samba ‘A Lapa’ é para o Rio de Janeiro: uma referência às melhores tradições da cidade.”

Contando com cinco regravações, o radialista Acir Antão sugere que a letra do samba seja colocada em um monumento na Praça do Peixe. O que certamente é mais que uma homenagem ao compositor, mas uma demonstração de profundo sentimento pela memória do lugar e de suas pessoas. Apoiado!

Confira o lirismo da letra deste samba:

Adeus Lagoinha (Gervásio Horta)

Adeus Lagoinha adeusEstão levando o que resta de mimDizem que é força do progressoUm minuto eu peçoPara ver seu fim

Praça Vaz de Melo da foliaDa gostosa boemiaE de muito valentãoVou lembrar Joel compositorE os amigos lá da PraçaLembrarei com emoçãoCoisas da matéria eu não ligoMas preciso de um abrigoPara o meu coração

Para escutar acesse nosso site www.gazetadalagoinha.com.br

A poesia de Gervásio Horta ainda toca os corações da

Lagoinha

Biblioteca Regional São CristovãoProgramação de Maio 2011

Oficina:“Fábrica de Monstros”Ementa: Leitura dos livros Shrek! de William Steig, Pequeno manual de monstros caseiros e Mais um pequeno manual de monstros caseiros, de Stanislav Marijanovic. Criação de perfis de monstros a partir das narrativas lidas.Dia:18/05/05Horário: 13h30Público alvo: Crianças de 8 a 11 anosVagas: 25Mediadora: Simone Teodoro Sobrinho

Entrada GratuitaAvenida Antônio Carlos, 821 – Mercado Popular da Lagoinha –

Bairro da LagoinhaInternet já está funcionado para a comunidade de graça.

www.gazetadalagoinha.com.br

[email protected]

(31) 9115-2022

EDITORIALApresentamos aos nossos leitores a nova

diagramação da Gazeta da Lagoinha. Esperamos que você leitor assíduo da Gazeta possa apreciar os nossos esforços: nas próximas edições outras mudanças também virão. Então aproveite e participe: mande suas sugestões, reclamações ou, se quiser, elogios.

Aos nossos anunciantes pedimos a compreensão, pois iremos melhorar gradativamente todos os anúncios e esperamos que participem conosco desta nova fase. Agradecemos também a todos os colaboradores da Gazeta: Milton Kabutê, Cristiane Borges e todos que sempre nos enviam cartas e e-mail's com sugestões, reclamações - o que muito nos ajuda a formar uma pauta de interesse da comunidade da Lagoinha.

Aproveitem também nosso site www.gazetadalagoinha.com.br que se firmará pouco a pouco nos próximos meses.

Grande abraço!

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9115-2022

TELEFONESÚTEIS

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Belo Horizonte, abril de 2011 3

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4 Belo Horizonte, abril de 2011

________________________Da redação

Em 29 de abril de 1991 o povo brasileiro perdia num trágico acidente de carro o Moleque Luizinho, o apelido de infância de Gonzaguinha, ou ainda Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, filho de Luiz Gonzaga e Odaléia Guedes. Aos dois anos de idade, o cantor perdeu sua mãe, então com 22 anos, para a tuberculose. Não tendo como cuidar do filho por conta das viagens freqüentes em todo o Brasil, Gonzagão o deixou aos cuidados de seus padrinhos Dina e Xavier que o criaram no Morro de São Carlos no Rio de Janeiro, onde aprendeu as primeiras lições de música e de vida.

Compondo sua primeira canção aos 14

anos, Gonzaguinha decide, aos 16, morar com seu pai no bairro de Cocotá, zona norte do Rio, já interessado em estudar economia e, ao mesmo tempo, dedicando-se ao violão. Com dificuldades para conviver com a esposa de seu pai, Gonzaguinha acaba sendo interno em um colégio, onde cursou o Clássico e ingressou, logo após, no curso de economia da Universidade Cândido Mendes. Seria o primeiro delinear de seu perfil de homem crítico e politicamente consciente.

Com Ivan Lins, Aldir Blanc, Paulo Emílio e César Costa Filho, Gonzaguinha forma o Movimento Artístico Universitário (M.AU.) durante as rodas de violão na casa do psiquiatra Aluízio Porto Carrero, local em que conheceu sua primeira

mulher, Ângela. O M.A.U desembocou no programa da TV Globo “Som Livre Exportação” e o grupo se desintegrou devido às pressões na renovação do contrato, pois a emissora só queria alguns dos artistas.

O estouro do

Moleque foi em 1973 com a música Comportamento Geral apresentada no programa de tevê de Flávio Cavalcanti e que lhe rendeu uma advertência de censura e a música vetada em todo

território nacional. A letra dizia: "Você deve aprender a baixar a cabeça e dizer sempre muito obrigado/ São palavras que ainda te deixam dizer por ser homem bem disciplinado/ Deve pois só fazer pelo bem da Nação tudo aquilo que for ordenado".

Em 1975 toma uma atitude decisiva para sua carreira e sua música: abandona os empresários e decide trabalhar como artista independente. Esta decisão trouxe a liberdade para se relacionar com outros artistas e devolveu, com novo ânimo, a espontaneidade que dizia ter perdido até então.

Os últimos 12 anos de vida de Gonzaguinha foram passados ao lado de sua companheira Louise Margarete Martins – a Lelete – nascendo desta relação

sua filha caçula Mariana. Gonzaguinha viveu em Belo Horizonte seus últimos dez anos de vida e gostava de fazer longos passeios de bicicleta na Lagoa da Pampulha, dividindo-se entre a convivência familiar e as turnês que realizava pelo Brasil. Costumava freqüentar a casa de Dona Ceci na Rua Beberibe, nº 44, mãe do pianista Elvis Vilela Borges, falecido recentemente. Faleceu em 29 de abril de 1991 no quilômetro 30 da BR-280 no sudoeste do Paraná quando uma caminhonete colidiu frontalmente com seu carro que seguia em destino a Foz do Iguaçu onde pegaria um avião para Florianópolis para uma série de seis shows.

Gonzaguinha: 20 anos de saudade

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Belo Horizonte, abril de 2011 5

______________________________Milton Kabutê

De 1940 a 1943 Aldo Gregori defendeu o time do América/MG como goleiro, sendo considerado um grande jogador. Destacou-se também no mundo da moda, vestindo e desfilando o elegante terno Deuver do inesquecível Magazine Ingleza Levy. Aldo casou-se em 1945 com a Srª Hilda, nascida e criada na Lagoinha onde residem até hoje e pretendem comemorar não só os 90 anos de vida deste personagem querido de todos nós, mas também muitos anos deste casamento pela vida afora.

Foto: Acervo pessoal.

Aldo Gregori: o mais elegante da Lagoinha nas décadas de 60 e 70

____________________________Assessoria do Vereador Sérgio Fernando

O acúmulo de lixo, entulho e o excesso de sujeira em decorrência das obras do Programa Vila Viva e da ligação das Avenidas Tancredo Neves e João XXIII à Avenida Pedro II, região noroeste da capital, vêm tirando o sossego da comunidade local.

A denúncia é de que as obras, paradas desde novembro de 2007, transformaram a região em um depósito de lixo clandestino, proporcionando a proliferação de ratos e escorpiões. Além disso, várias casas deixadas semi-destruídas pela Prefeitura de Belo Horizonte estariam sendo usadas como abrigo para o tráfico e o consumo de drogas.

A audiência pública, solicitada pelo vereador Sérgio Fernando Pinho Tavares (PHS), abriu espaço para a comunidade cobrar diretamente das autoridades responsáveis soluções para os problemas. Em menos de duas horas, as lideranças comunitárias apresentaram as questões mais críticas e exigiram providências. .

O Secretário de Obras e Infra Estrutura, Murilo Valadares, tranqüilizou os moradores. “Já acertamos o cronograma das obras

viárias e elas serão concluídas até outubro desse ano”, afirmou Valadares. Ele também garantiu que a partir de maio, a PBH vai agilizar as demolições na Vila São José e transferir mais 1376 famílias para os apartamentos do Vila Viva. Além disso, assegurou que em 15 dias será feita uma limpeza na Vila São José. Valadares também comentou sobre a construção da Estação BHBus São José. Segundo ele, a abertura de licitação está prevista para maio.

Para o Secretário da Administração Regional Noroeste, Ajalmar José da Silva, todas as reivindicações apresentadas pelas lideranças comunitárias são legítimas, mas ele observou a proliferação da dengue na região é o que mais tem preocupado a regional. “As casas semi-destruídas na Vila São José e a sujeira no local podem complicar ainda mais a situação”, ressaltou o secretário que fez questão de lembrar que três por cento das casas na noroeste registram focos da dengue”.

O vereador Sérgio Fernando ficou satisfeito com os resultados da audiência e disse que agora a Câmara Municipal de Belo Horizonte vai acompanhar o cumprimento do cronograma e as ações apresentadas pelo secretário de obras.

Audiência pública tranquiliza comunidade da Região Noroeste

______________________PBH

A Prefeitura de Belo Horizonte realiza obras de drenagem no Complexo da rua Itabira, bairro Colégio Batista, regional Leste. São investidos cerca de R$ 485 mil neste empreendimento com previsão de conclusão para o segundo trimestre de 2011. Estão sendo realizados trabalhos de terraplenagem, rede de

drenagem pluvial e recomposição de pavimento nas ruas Itabira (entre ruas Rio Novo e Maria de Melo), Maria de Melo (entre ruas Itabira e Diamantina) e Diamantina.

As informações são da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (SUDECAP).

Obras nas Rua Itabira, Maria de Melo e Diamantina

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6 Belo Horizonte, abril de 2011

_______________________Milton Kabutê

A história do Jardim Cinderela, que me foi contada pela sua proprietária Rosinha, se inicia em 1979 quando era professo no Colégio Nossa Senhora da Conceição e já batia em seu peito o desejo de fundar uma escola para crianças. A oportunidade surgiu quando adquiriu a Castelinho Encantado – nome anterior deste conceituado jardim de infância – e aparecem então as primeiras turmas do Cinderela.

A emoção toma conta de Rosinha quando tem de falar das professoras e de todos os funcionários que, em sintonia com ela, se dedicam a ensinar com amor e nenhuma discriminação as crianças que são confiadas pelos pais à escola. Isto fica perfeitamente demonstrado no fato de Rosinha ser madrinha de inúmeras crianças, tendo-as como filhos amados.

Quando interpelada sobre as dificuldades pelas quais possa ter passado durante todos esses anos, Rosinha simplesmente responde que fez e faz este trabalho com grande satisfação por é o que mais

gosta.Desde as primeiras

turmas de 1979 até os nossos dias, Rosinha diz que o número de alunos poderia lotar o Mineirão num dia de clássico entre Atlético e Cruzeiro e relembra que muitos destes alunos ampliaram seus horizontes de

sabedoria e hoje são reconhecidos na medicina, na política, na educação, em praticamento todos os setores profissionais em nível nacional ou mesmo internacional.

Entre as atividades

do Jardim Cinderela estão a prática dos esportes e lazer, a reflexão sobre os valores espirituais, as festividades pelo Dia das Mães, as quadrilhas juninas realizadas em frente ao prédio da escola com a participação de pais e de toda comunidade da Lagoinha.

Nota-se que a passagem do tempo é algo importante pois Rosinha revela seu prazer ao ver suas antigas crianças se tornando pais e mães e ver que novas

gerações chegam ao Cinderla e que as antigas a consideram como uma avó.

Jardim Cinderela, a paixão de D. Rosinha

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Belo Horizonte, abril de 2011 7

O blog do movimento Gospel LGBT – Homossexualidade sem preconceitos, site criado a partir da lista de discussões idealizada por Marco Antônio e com a participação de Renato Hoffman, Wallace Ximenes e João Marinho para abordar a temática evangélica homossexual. No ar desde 2003 o blog passou por diversas fases até tomar sua forma atual, sendo considerada uma referência para muitos homossexuais cristãos que militam na causa do Evangelho inclusivo, estimulando a descoberta de que ser cristão e homossexual não é incompatível com as Escrituras Sagradas.

Adotando uma postura reflexiva, crítica e consciente, o blog publicou uma trova sobre um assunto delicado:

Lagoinha assedia Regis Danese

Regis Danese quer se mudar para BH;Naquela cidade em uma igreja ele quer congregar;

Na Lagoinha ele foi para ver;

Logo, por ele, a liderança resolveu interceder;

Nunca os vi receber um pobre assim;Deles a igreja não é afim!

Pobre, por perto, ninguém quer...

Já o Danese , todos eles, quiseram acolher;Afinal, o moço, muito pode render.

O que se passa na Lagoinha?Uma favela dela é vizinha!

Seus moradores nunca no palco subiram,para serem acolhidos.

Também, na favela, gravadoras eles não têm.

Que Igreja acolhedora,Salve, Lagoinha intercessora!

Se Belo Horizonte fosse Roma, Lagoinha seria o Coliseu! Viva o pão e circo...

Para conhecer o trabalho, visite: http://gospelgay.blogspot.com

Blog gay defende Evangelho inclusivo

_______________________Cristiane Borges

Sujeira pelas ruas, usuários de crack, caixas de papelão e lençóis que se transformam em abrigos sob os viadutos da Lagoinha. O bairro que foi construído por operários e que desde o início da sua história sofreu exclusão, tem sofrido progressiva queda na segurança, conforto e qualidade de vida para os moradores e para quem precisa passar por suas ruas.

L., 75 anos, nasceu e foi criada na Lagoinha. Ela lembra e conta suas primeiras memórias sobre o bairro e se indigna com a situação a que hoje chegou a Lagoinha, principalmente por causa do crack. “Falta gente de peito para cuidar da Lagoinha. O grande problema hoje da Lagoinha é o crack. Eles [os usuários] têm o direito de ir e vir, e nós?”, indaga. L. disse que cresceu na rua e hoje sente falta da segurança de poder sair livremente pelo bairro. “Às seis horas da tarde já estou dentro de casa, não dá para sair”, disse.

A proximidade com a favela e com pontos de venda da droga fazem com que a Lagoinha seja um local onde cotidianamente encontram-se usuários em atividade pelas ruas e todas as consequências disso: suas fezes pelo chão em todas as ruas; o aumento da criminalidade, da miséria, a vadiagem e mal uso do espaço público. Cansada de ter que pedir licença aos usuários de crack para entrar em sua residência, próxima à rua Itapecerica, L. sugere que a polícia faça um acordo com os traficantes. “Que eles vendam o crack, mas proporcionem uma praça, um local para os usuários ficarem por lá”, disse.

De acordo com L. e com a constatação de qualquer cidadão que anda pelas ruas da Lagoinha, a coleta de lixo tem sido insuficiente para a demanda do bairro.

Bem estar comprometido

_______________________Milton Kabutê

O dia mal tinha raiado e o Careca já estava marcando lugar no campinho da Boa Vista para as tão disputadas peladas entre o Santana e o Vintém. A entrada e a saída da meninada eram comandadas pelo mais temido ou valentão do lugar, que tirava e punha quem bem queria, seja porque era o mais forte e perna de pau ou por perder um gol contra o Maranhão - o melhor time da cidade.Quando o sol já estava a se por as meninadas do Vintém e do Santana, vencidas pelo cansaço e pelas dores das cruéis caneladas, entrava em cena a garotada do Maranhão, Cuiabá e do Avenida e até mesmo a brigona Bandeirinha. Já podem imaginar como ficava o campinho da Boa Vista. Tão cheio como dia de peneira no Cruzeiro ou no Atlético: os garotos eram escolhidos na varinha ou no par ou ímpar. Na escolha pela varinha aqueles que tentavam a sorte tinham de dar um tapa na varinha para ver se a mesma estava segura, se ela caía o perdedor não jogava, enquanto isso a partida não começa e as briguinhas eram rotina no campinho.Tinha jogador que de tão franzino acabava por fazer de um porrete seu instrumento esportivo. Mas também havia os reis das caneladas, sem deixar

de lado o cheirinho de desodorante vencido há meses, quiçá há anos, uma catinga medonha. Por falar nisso tinha um jogador com este nome que só jogava quando levava a bola, se não jogasse, abria a boca para chorar.Além das tradicionais peladas na Boa Vista, eram comuns a Sessão Tarzan - com direito à cipó, cordas, barrigueiras – e os cabrestos, úteis depois das pelas para cavalgar as éguas e mulas que por ali passavam suavemente e que serviam de locomoção e coroação em êxtase das finais das peladas. Para revitalizar um bom mergulho no Pocinho Quente, uma bela piscina natural.

Já com os placas e as briguinhas para trás, nas mentes só restavam as locomotivas de Vênus sobre os animais sobre o campo, o tão sonhado orgasmo que só seriam relembrados na maturidade de homens, bem como os mergulhos para se limparem dos cheiros animalescos e suarentos. De volta para casa, ficava-se pensando em não crescer e agora se descobre de novo tudo isto depois dos 40 anos. Tempo bom do campinho da Boa Vista!

Coisas da infância: o campinho da Boa Vista

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AVENIDA ANTÔNIO CARLOS SERÁ TEMA DE DOCUMENTÁRIO8 Belo Horizonte, abril de 2011

_________________________Da redação

Um dos corredores de trânsito mais significativos da capital, a Avenida Presidente Antônio Carlos, que liga o centro à zona norte e por onde passam cerca de 85 mil pessoas por dia, será tema de documentário idealizado por Lygia Santos como trabalho de conclusão do curso de Comunicação Social pela UFMG. Muito se engana quem, à primeira vista, pensa tratar-se apenas de um registro histórico com pretensões jornalísticas. Para descobrir isso melhor é que a Gazeta da Lagoinha a entrevistou:Gazeta - Você diz não ter a pretensão de fazer apenas um registro histórico sobre a transformação do espaço urbano. Além disso, qual é, na sua visão, a função do documentário?Lygia - Não saberia dizer qual é a função, num sentido prático, deste projeto. Talvez isso fique mais claro quando, ao final do percurso, o vídeo resultante seja devolvido ao

mundo e às pessoas que o incentivaram e colaboraram com ele. Por enquanto, posso falar um pouco do objetivo do documentário: construir uma narrativa cinematográfica a partir do mundo de imagens que existem sobre a Avenida Presidente Antônio Carlos -

estejam elas escondidas e esquecidas em acervos particulares, disponíveis e preservadas em centros de memória da cidade ou circulando na internet. A hipótese que tenho, reforçada por uma pesquisa incipiente (mas limitada pelos prazos do projeto), é que essas imagens são lacunares. As fotografias e vídeos mais antigos são extremamente

raros. Poucos foram conservados, catalogados e estão hoje disponíveis para pesquisa. A Antônio Carlos foi, desde sua construção, alvo de projetos de ampliação. Ao longo dos anos, ela sofreu diversas reconfigurações, mas só a partir de 2009, quando

começou a 2a etapa das obras de duplicação da avenida, surgiram registros mais variados e numerosos. Até agora, tive contato com um acervo que não contempla todos os momentos de existência deste espaço e que registra sua transformação de maneira lacunar e desigual. Por isso, mas também porque essa escolha não seria

condizente com meu percurso acadêmico, minhas referências e interesses, não poderia pretender realizar um registro histórico. O que estou buscando fazer é encontrar o máximo possível de imagens e tentar perceber o que elas dizem sobre esse espaço, qual a potencialidade poética que elas trazem consigo e como posso fazê-las falar a partir da sua combinação. Se outros temas serão abordados indiretamente, só a montagem do filme poderá dizer.Gazeta - Para você, existe um papel bem definido para o gênero “documentário”? Em que ponto ele se situa entre o jornalismo e a arte?Lygia - Acredito que não - ou pelo menos não um papel bem definido e compartilhado. O documentário é, para mim, um terreno que permite a exploração e experimentação de formas e linguagens sendo, ao mesmo tempo, engajado no mundo. Mas essa é uma opinião muito pessoal e diz respeito a

trabalhos que admiro e que me inspiram. Ganham o nome de documentário filmes de uma diversidade tão grande que é difícil situar esse grupo heterogêneo em relação ao jornalismo e à arte. Existem documentários que denunciam, que pretendem mostrar verdades, narrar histórias verídicas e que delegam para si uma função pedagógica. Alguns são mais informativos, factuais, baseados prioritariamente em documentos, arquivos e entrevistas, constroem uma narrativa clara, possivelmente objetiva. Aproximariam-se, assim, do jornalismo? Outros vão privilegiar a liberdade criativa, a livre associação de ideias, de imagens e sons, a plasticidade. Seriam, então, considerados artísticos? É preciso pensar caso a caso. O documentário e o cinema em geral abrigam trabalhos muito distintos, o que torna arriscadas definições generalizantes. Tudo depende da ideia, dos objetivos e da abordagem de cada projeto.

Page 9: Gazeta da Lagoinha - Abril 2011

Gazeta - Com o andar de sua pesquisa, o que até o momento mais asurpreendeu ou a chocou em relação às transformações do espaço urbano?Lygia - Acho que fiquei chocada com algumas histórias tristes de desapropriação. Com uma, em particular. A neta de uma senhora que morava na Lagoinha há mais de 50 anos me contou que sua avó ficou tão deprimida com a destruição da sua casa que acabou sendo hospitalizada e, por causa de complicações, ela praticamente não consegue mais falar. O cenário da Antônio Carlos, quando começaram as obras da 2ª etapa de duplicação, era bem chocante. Me lembrava cenas de cidades destruídas por guerras. As edificações foram parcialmente destruídas e por dias, ou mesmo semanas, ficavam expostas, sem portas nem janelas. Foi nessa época que comecei a fotografar e registrar a avenida. Fiquei um pouco chocada também com a experiência de abandono e insegurança de alguns moradores, que tiveram suas casas invadidas, assaltadas,

roubadas pouco a pouco (um cano num dia, uma privada ou um eletrodoméstico nooutro). Muita gente ficou ilhada, em volta de casas e prédios desapropriados e deixados por seus antigos moradores, mas que demoraram até serem demolidos. Alguns tinham dificuldade de dormir à noite, com o barulho das pessoas que rondavam suas casas.Gazeta - No seu projeto “mise en abyme” (em português: caindo no abismo) quando faz intervenções utilizando-se do recurso de fotografar o local e colocar esta reprodução na própria cena fotografada, temos a perfeita impressão deste recurso artístico. Este projeto é também, de alguma forma, o desejo de registrar, destacar o olhar para um momento e estabelecer a reflexão ou o estranhamento?Lygia - Vou me permitir um comentário antes de responder a pergunta, pra explicar o nome do ensaio fotográfico. Na verdade, eu arrisquei um trocadilho com a termo “mise en abyme” (que é esse efeito produzido, por exemplo, por dois

espelhos colocados paralelamente) e o adjetivo “abîmé” (“danificado”,também em francês). Fica quase imperceptível essa brincadeira pois a grafia das duas palavras é muito semelhante, mas a ideia era então de fazer referência, já no nome do trabalho, tanto ao efeito de “abismo” proporcionado pelo recurso

usado, quanto ao cenário de destruição que estava em jogo.As primeiras fotografias não são necessariamente minhas. Foram feitas quase todas por um grupo de quatro pessoas; nós fomos à Antônio Carlos em abril de 2009 e registramos livremente o que nos chamou atenção. Sabíamos que em poucos

dias aquelas edificações estariam no chão e, de fato, na semana seguinte, elas nãomais existiam. Escolhi algumas dessas imagens e colei em lugares que estavam em processos diferentes de destruição para aí começar o tal efeito de abismo fotográfico. Inicialmente, pensei em continuar fazendo isso com uma frequência

semanal ou quinzenal, registrando assim as etapas de demolição de cada um. Mas acabei abandonando esse projeto. Alguns lugares foram demolidos enquanto o trabalho foi feito. Outros demoraram semanas. Outros meses. E há um que, até hoje, existe, mas está quase irreconhecível.Acho que esse trabalho - que

foi feito numa disciplina de fotografia da faculdade - pode ser sim uma tentativade estabelecer reflexão e estranhamento. Mas também acho difícil definir muito claramente as intenções de um trabalho quando estamos imersos no seu processo de feitura. Gazeta - Pretende disponibilizar o trabalho final para o público em geral? De que forma?Lygia - Claro! Isso é mais importante, devolver para as pessoas o que fiz com as imagens que elas gentilmente cederam. E disponibilizar o filme livremente (com licença creative commons), na internet, para todos que se interessarem. Seria totalmente incoerente se eu fizesse algo diferente disso.Para contribuir com o projeto, enviando fotografias, slides, vídeos ou filmes de qualquer época em qualquer qualidade ou resolução ou mesmo indicando pessoas que possam ter algum material, entre em contato com a autora pelo blog do projeto http://antoniocarlosdoc.wordpress.com ou pelo telefone (31) 8217-6530.

Belo Horizonte, abril de 2011 9

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10 Belo Horizonte, abril de 2011

PADRE MÁRIO

Não perca aos sábados de 16 às 18 horas na Rádio América AM 750

um programa que conduz à Cristo

com o Padre Mário José Neto.

_________________________Milton Kabutê

No sobrado que ainda resiste ao tempo, à Rua

do Serro nº 243, esquina com Além Paraíba, pertencente à tradicional

família Lima, desde o tempo em que Belo Horizonte ainda engatinhava, o povo do interior que vinha à capital em busca de vencer na vida se hospedava: era a Pensão de Dona Raimunda.

Tudo isto acontecia nos idos anos de 1960, quando ainda circulavam os bondes e poucos carros transitavam pelas ruas que ainda eram usadas como campinhos de futebol pelos meninos e pelas meninas que jogavam queimadas, que por vez ou outra eram interrompidas por algum desavisado que vinha em direção errada para o modesto bairro da Lagoinha.

A lembrança de Dona Raimunda remete a uma senhora de fé gigantesca, sempre munida de seu rosário ou terço de São Francisco, presente de um frei que largou a batina e

se casou. Além da religiosidade, destacava-se o bom humor e o sorriso espontâneo e habitual.

Nesta época circulava pela Lagoinha o caminhão da vaquinha de leite em que cada morador se abastecia com seu litro com uma vaquinha estampada e com os dizeres Favor Lavar o Litro. Era comum Dona Raimunda

fazer suas compras na feira dos produtores nas imediações da Praça Vaz de Melo e da Padaria Japonesa.

Apesar da avançada idade, demonstrava disposição de criança, muito

provavelmente movida pela fé em Deus. Às cinco horas da manha já estava longe, a caminho do mercado para comprar as verduras para a pensão e para levar à Conceição para vendê-las, tudo isso em meio ao transporte precário e vias esburacadas.

A Pensão de Dona Raimunda era uma verdadeira família. Todos

tinham a proprietária como a uma mãe, o que realmente era. Não era incomum seus hóspedes ficarem meses a fio sem trabalho, mas mesmo assim permaneciam na pensão até encontrar um emprego. E, no tão sonhado trabalho, se depositavam as esperanças de pagar Dona Raimunda. Mas muitos se mudavam para outros locais e nada. Contudo, o coração de Dona Raimunda cheio de amor e bondade, acabava por perdoar-lhes a dívida e ainda rogava a Deus por proteção àqueles que partiram pelos caminhos da vida. Dos mais de duzentos que conheço que passaram pela pensão, muitos venceram na vida. Alguns se tornando grandes empresários na capital.

Dona Raimunda nutria um grande amor pelos menos favorecidos demonstrando altruísmo e solidariedade. O sobrado da rua do Serro ainda desperta muitas saudades de todos

aqueles que ali se hospedaram e assiste ainda de pé muitos daqueles que Dona Raimunda cuidou e que param em frente ao prédio e lançam seus olhares para cima para tentar enxergar a saudosa figura, sentindo brotarem rios de lágrimas de recordações daquele tempo. Resta então a certeza da retribuição nestes inúmeros corações.

Memórias da Pensão de Dona Raimunda

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Belo Horizonte, abril de 2011 11

__________________SINDPOL/MG

Diante do silêncio e inércia do Governo, que por sete meses não se manifestou sobre a pauta reivindicatória da Polícia Civil, encaminhada no dia 03 de setembro de 2010 e reafirmada no dia 22 de fevereiro de 2011; os policiais civis de Minas Gerais, que estavam em estado de alerta desde o dia 8 de abril, aprovaram em assembleia geral da categoria, por unanimidade, estado de GREVE GERAL a partir das 00:00 hs do dia 10 de maio, nos termos da Lei 7783/89 (lei do direito de greve), onde os servidores da Polícia Civil atenderão a população na proporção de 50%, e só retornarão à plenitude após atendimento de sua pauta

reivindicatória por parte do Governo.

O SINDPOL/MG comunicou às autoridades na forma da lei os tramites da decisão tomada pela categoria em assembleia geral realizada no dia 29/04. As delegacias e demais unidades policiais deverão permanecer abertas, não podendo ser

realizado piquete, ou qualquer outro ato abusivo que impeça o acesso do policial ao seu local de trabalho.

Governo anuncia concurso público para a Polícia Civil

Após meses de cobranças e mobilizações do SINDPOL/MG, finalmente o Governador Anastasia cede às pressões e anuncia concurso público para os cargos de Escrivão e Delegado de Polícia, porém em número insuficiente.Esse será o primeiro concurso público da Polícia Civil que terá como pré-requisito o 3º grau para ingresso à carreira de escrivão, nos termos da Lei Complementar 113/2010.

Contudo, o presente certame não atende sequer de longe a demanda reprimida da Polícia Civil, que clama pelo menos por mais 9.500 servidores nas diversas carreiras que a compõe (Investigadores, Médicos Legistas, Escrivães, Delegados, Peritos e

Administrativos).Só à titulo de exemplo, o número de servidores aptos para se aposentarem em abril chega a 1.030 que, se aposentarem, vão impactar sobremaneira os quadros da instituição. Sem deixar de mencionar que, em grande parte do Estado, cadáveres são enterrados em covas rasas para serem exumados depois de três meses porque não há Médicos Legistas e Peritos suficientes para atender essa demanda. Isso sem falar de servidores municipais e privados que em desvio de função cumprem o papel de AD HOC sem qualquer tipo de formação e preparo técnico, o que compromete a lisura e a eficiência do serviço policial, além de constituir exploração da mão de obra desses servidores, o que se caracteriza em flagrante ilegalidade. Tudo isso poderia ser evitado se fosse ampliado

o quadro da Polícia Civil com a realização de concurso público para todos os cargos com número de vagas suficientes para suprir tal demanda.

O SINDPOL/MG espera ainda que o governo tenha sensibilidade de atender às demandas prioritárias da Polícia Civil, mormente no tocante ao efetivo, infraestrutura, condições de trabalho e salário justo, suprindo assim as necessidades dos servidores da Polícia Civil.

Policiais civis de Minas declaram greve por tempo indeterminado

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12 Belo Horizonte, abril de 2011

________________________Milton Kabutê

Situada entres as ruas do Serro e Além Paraiba existe uma palmeira que desafia o tempo a quase um século, servindo de marco da praça de nome Nossa Senhora da Conceição, promessa que nunca saiu do papel, fruto da demogagia dos governantes e de uma classe política ambiciosa e covarde.

Neste local onde a palmeira é o marco já foi um campinho de futebol, palco de grandes alegrias e também de tristezas entres as derrotas e as vitorias, que eram acabadas sempre em briguinhas, mas que no ir para casa em poucos metros já eram esquecidas dando lugar ao abraços e os bom sorrisos de uma infância saudavel e feliz.Mas o fato era que reunia toda meninada de todas as bandas dos arredores da

Lagoinha para a famosa peladinha, assistida pela imponente e grandiosa palmeira que também olhava para a Igreja de Nossa Senhora da Conceição.

O tempo passou, nossos garotos cresceram, mudaram para outros bairros, deixando para trás o velho Campinho da Lagoinha de todas as tardes. Com um piscar de olhos, já estamos no século XXI, onde a velha palmeira resiste com seus vinte metros de altura, cheia de vida, equilíbrio, exibindo suas verdes e viçosas folhas cheias de flores e frutos onde servia e serve de alimento para os diversos pássaros dos quais chocam os seus filhotes, exercendo um belo ciclo de mutualismo da natureza e do bicho homem.

A alta palmeira com suas torres, como observa a nossa Igreja, que a deixou como vigia da praça tão sonhada pela comunidade

que espera ver realizado este projeto engavetado ao longo do século e se um torne milagre e uma realidade perante nosso olhos.

As preces e as bençãos de Nossa Senhora da Conceição à nossa palmeira que continuará a reinar no meio do projeto da praça como um presente da natureza à todos aqueles que acreditam ver seus filhos, netos brincando na praça, onde a palmeira transmitiria para todos exemplo de força, resistência e beleza.

Palmeira centenária: marco da praça N. Srª da Conceição

_________________Metro-UK

A cervejaria escocesa Brewdog que havia anunciado o lançamento de uma edição especial de cerveja com viagra para comemorar o casamento do príncipe William com Kate Middletown voltou atrás e informou em seu site que o componente não se trata da tão conhecida pílula azul mas sim um viagra de ervas, um composto até agora não revelado pela empresa.

A Royal Virility Performance (em tradução livre algo como Performance Real de Virilidade) é vendida pela internet ao preço de 10 libras (pouco mais de 26 reais) a garrafa e estão sendo disponibilizadas um total de mil unidades. A cervejaria também informou que teria enviado ao príncipe alguns exemplares da bebida. Com tantos olhares voltados para o casamento real pode ser mesmo que o príncipe precise.

Cerveja com viagra?

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Belo Horizonte, abril de 2011 13

___________________Da redação

Mais uma vez o tão conhecido Afonso Teixeira não deixou as famílias de vários bairros da região sem o tão prometido peixe à mesa. Pelo 19º ano consecutivo a tradicional distribuição de peixes na Semana Santa ocorreu no dia 22, sexta-feira. Demonstrando que seu compromisso não é publicidade, mas a solidariedade, o comerciante evitar falar sobre o número de pessoas beneficiadas ou o volume de peixe distribuído. Contudo, a Polícia Militar, que acompanhou toda a movimentação na Praça do Peixe, estimou que 1.200 pessoas estiveram no local. O povo da Lagoinha agradece!

Foto: Frederico Haikal

Solidariedade de Afonso Teixeira completa 19 anos

____________________Da redação

Mantendo-se como uma das últimas áreas de extração mineral ativas em uma capital brasileira, a Mineração Lagoa Seca, que atua na região do Bairro Belvedere em Belo Horizonte, pediu em 2005 ao Conselho Municipal de Meio Ambiente (COMAM) a renovação da licença de operação até 2012. Como uma das condições para a renovação o COMAM exigiu que parte do terreno de cinco milhões de metros quadrados fosse transformado em parque ecológico de uso público,

estabelecendo também que os estudos ambientais fossem apresentados até o final de 2006 e o desenho arquitetônico da nova área, em 2007. O que não aconteceu até hoje.

Para tirar isso do papel o Movimento Pró-Lagoa Seca quer mobilizar a população em prol desta causa e apresenta excelentes motivos para que você cidadão apóie e lute para tornar o parque uma realidade: . Aumenta as opções de lazer e as áreas verdes na cidade numa região já castigada pela especulação imobiliária; . É uma responsabilidade da empresa mineradora, ou seja, não será

necessário nenhum centavo da administração pública para a sua criação; . Ajuda a preservar a fauna e flora da Serra do Curral criando um corredor biológico onde as espécies poderão circular, viver e procriar; . O futuro parque pode chegar a ter uma área duas vezes maior que a do Parque das Mangabeiras.

A iniciativa é organizada pela Associação dos Moradores do Bairro Belvedere, da Ecoavis, do Gabinete do Vereador Iran Barbosa e da ONG Zeladoria do Planeta, com o apoio do Projeto Manuelzão,

da Associação Mineira de Defesa do Ambiente, do Jornal do Belvedere e da Associação Mata das Borboletas.

Empresas e ONG’s que desejarem manifestar seu apoio à causa, associando suas marcas ao movimento, podem entrar em contato pelo telefone (31) 3555-1180 ou enviar um e-mail para [email protected].

Para conhecer melhor o projeto visite o blog do movimento: http://prolagoaseca.wordpress.com/ e aproveite para aderir ao abaixo-assinado virtual.

Cidadãos, entidades e classe política se mobilizam pela criação do Parque Lagoa Seca

___________________Uol Tablóide

A prefeitura de Nimwegen, na Holanda, está investigando como um sinal de trânsito passou a exibir casal fazendo sexo em vez do tradicional cidadão caminhando.

O fato é que, em vez de estimular as pessoas a andarem, o "novo" sinal verde fazia

com que elas parassem. Afinal, as pessoas queriam se certificar: elas estavam vendo aquilo mesmo ou era fruto de sua imaginação?

Elas estavam vendo aquilo mesmo. Algum engraçadinho achou que seria mais divertido colocar um casal "no ato" no semáforo.

"As pessoas ficam apertando o botão para ver o casal fazendo sexo e, óbvio, atrapalham o trânsito", desabafou um policial local ao jornal britânico "Metro".

"Estamos procurando quem teve acesso e oportunidade", disse um porta-voz da prefeitura.

SINAL VERDE PARA O SEXO

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14 Belo Horizonte, abril de 2011

____________________PBH

Foi inaugurado em 22 de abril, dentro das atividades do programa Prefeito na Regional, o Parque Ecológico Vencesli Firmino da Silva, no bairro Alípio de Melo, na região Noroeste da capital. Com uma área de aproximadamente 20 mil metros quadrados, no espaço a comunidade encontra campo de futebol, pista de cooper, teatro de arena, quadra poliesportiva, brinquedos, pista de skate e equipamentos de ginástica. O horário de funcionamento do parque é de terça-feira a domingo, das 8h às 18h.

Moradores do alípio de melo contam com novo

espaço de lazer e para prática de esportes

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Belo Horizonte, abril de 2011 15

Como trabalho em casa e assisto a um grande número de jogos e programas esportivos, alguns porque gosto e outros para me manter atualizado, vejo ainda muitos noticiários gerais, filmes, programas culturais (são pouquíssimos) e também, por curiosidade, muitas porcarias. Estou viciado em televisão.

Não suporto mais ver tantas tragédias, crimes, violências, falcatruas e tantas politicagens para a realização da Copa de 2014.Estou sem paciência para assistir a tantas partidas tumultuadas no Brasil, consequência do estilo de jogar, da tolerância com a violência e do ambiente bélico em que se transformou o futebol, dentro e fora de campo.

Na transmissão das partidas, fala-se e grita-se demais. Não há um único instante de silêncio, nenhuma pausa. O barulho é cada dia maior, no futebol, nas ruas,

nos bares, nos restaurantes e em quase todos os ambientes. O silêncio incomoda.

É óbvio que informações e estatísticas são importantíssimas. Mas exageram. Fala-se muito, mesmo com a bola rolando. Impressiona-me como se formam conceitos, dão opiniões, tiram conclusões baseadas em informações e estatísticas que têm pouca ou nenhuma importância.Na partida entre Escócia e Brasil, um repórter da TV Globo deu a "grande notícia" de que Neymar foi o primeiro jogador brasileiro a marcar dois gols contra a Escócia em uma mesma partida.

Parece haver uma disputa para saber quem dá mais informações, e outra, entre os narradores, para saber quem grita gol mais alto e prolongado. Se dizem que a imagem vale mais do que mil palavras, por que fala-se e grita-se tanto?

Outra discussão

chata, durante e após as partidas, é se um jogador teve a intenção de colocar a mão na bola e de fazer pênalti, e se outro teve a intenção de atingir o adversário. Com raríssimas exceções, ninguém é louco para querer fazer pênalti nem tão canalha para querer quebrar o outro jogador.O que ocorre, com frequência, é o jogador, no impulso, sem pensar, soltar o braço na cara do outro. O impulso está à frente da consciência. Não sou também tão ingênuo para achar que todas as faltas violentas são involuntárias.

Não dá para o árbitro saber se a falta foi intencional ou não. Ele precisa julgar o fato, e não a intenção. Eles precisam ter também bom senso, o que é raro no ser humano, para separar a gravidade das faltas. Muitas parecem iguais, mas não são. Ter critério não é unificar as diferenças.

O silêncio incomoda por Tostão

No campeonato Mineiro, deu a lógica. Cruzeiro e Atlético mais uma vez fazem a final. Em compensação os dois foram eliminados da Libertadores e da Copa do Brasil, respectivamente. O América tenta montar um time para o Brasileiro e até agora não conseguiu, deixando o torcedor preocupado. Os times do interior precisam planejar este ano. Foi uma catástrofe, ninguém mostrou nada.

O tão sonhado tri da Libertadores ficou mais uma vez para o ano que vem. Em uma noite decepcionante o Cruzeiro foi eliminado pelo Once Caldas da Colômbia na Arena do Jacaré depois de vencer na casa do adversário. Depois da eliminação é fácil achar culpados. Sou a favor de quando ganha, ganham todos, quando perde,

perdem todos. Mas não pode deixar passar batido a expulsão do Roger. A péssima atuação do Pablo e as mexidas e escalações erradas do treinador Cuca. Tudo isso precisa ser repensado.No Atlético a situação não é diferente, eliminado em casa da Copa do Brasil, pelo Grêmio Prudente, um time de segunda divisão, o clube do presidente Kalil, joga todas as suas fichas no Mineiro. Dorival que deveria ter feito as experiências no Mineiro não conseguiu e até agora não tem o time titular. A garotada mais uma vez é a salvação do galo, que tem em sua história grandes times formados por atletas vindos da base.A situação mais preocupante dos clubes da capital é a do América. Tem um time modesto e não consegue contratar bons jogadores para o brasileiro,

deixando os torcedores preocupados. Em 2012, o coelho faz 100 anos e se não montar um time melhor corre o risco de festejar na segunda divisão.Os clubes do interior fizeram um papelão! Os dirigentes continuam fazendo times para três meses e com essa mentalidade não vão chegar a lugar algum. Mesmo o América de Teófilo Otoni, que se classificou para as semi-finais, na hora da decisão, tomou goleadas históricas.Fiquem com Deus e até a próxima!

Coluna do Serginho

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Estudantes da E. M. Belo Horizonte são empossados como vereadores mirins

__________________Da redação

Tomaram posse em solenidade na Câmara Municipal os vereadores mirins no final do mês de março para o mandato de um ano os estudantes Brenda Salles Castro, Edinéia Dias Amaral, Carolina Yara Timóteo e Carolina Rocha Souza, todos da Escola Municipal Belo Horizonte. A antiga escola, localizada no bairro São Cristóvão, antes chamada Colégio Municipal, foi totalmente reformada e entregue à população em 2009. Quem nos alertou sobre o assunto foi a recém empossada vereadora mirim Brenda que gentilmente cedeu as fotos da solenidade.

Brenda informou à Gazeta que “o projeto Câmara Mirim foi criado pela Câmara Municipal com o intuito de desenvolver a cidadania, a participação democrática e o senso crítico em alunos de

12 a 14 anos, de escolas públicas municipais.” Participam do projeto outras nove escolas com quatro representantes cada, totalizando 40 vereadores mirins.

Parabéns à Brenda pelo mandato e também aos seus colegas vereadores mirins da Escola Municipal Belo Horizonte.

16 Belo Horizonte, abril de 2011