Gramática

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FONOLOGIA Fonologia é a parte da gramática que estuda e classifica os fonemas de uma língua. Fonética é a menor unidade sonora que possui a propriedade de estabelecer distinção entre palavras de uma língua. FONEMAS E LETRAS Os fonemas são unidades sonoras, isto é, se realizam na fala. Na língua escrita, os fonemas são representados por sinais gráficos denominados letras. Como letra e fonema são coisas distintas, nem sempre o número de letras corresponde ao número de fonemas nas palavras. CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS Os fonemas classificam-se em vogais, consoantes e semivogais. SÍLABA Sílaba é o fonema ou grupo de fonemas pronunciado numa só emissão de voz. Toda sílaba tem por base uma vogal. Quanto ao número de sílabas, as palavras classificam-se em: - monossílabas: quando têm uma única sílaba; - dissílabas: quando têm duas sílabas; - trissílabas: quando têm três sílabas; - polissílabas: quando têm mais de três sílabas. Sílaba átona e sílaba tônica Sílaba tônica é a sílaba da palavra que recebe o acento tônico, ou seja, aquela que é pronunciada com maior intensidade. Todas as demais sílabas da palavra são denominadas sílabas átonas. Quanto à posição da sílaba tônica, as palavras classificam-se em: - oxítonas: quando a sílaba tônica é a última sílaba da palavra; - paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima sílaba da palavra; - proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima sílaba da palavra. Monossílabos átonos e tônicos Os monossílabos podem ser:

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Gramática rápida e fácil.

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FONOLOGIAFonologia é a parte da gramática que estuda e classifica os fonemas de uma língua.Fonética é a menor unidade sonora que possui a propriedade de estabelecer distinção entre palavras de uma língua.

FONEMAS E LETRASOs fonemas são unidades sonoras, isto é, se realizam na fala. Na língua escrita, os fonemas são representados por sinais gráficos denominados letras.Como letra e fonema são coisas distintas, nem sempre o número de letras corresponde ao número de fonemas nas palavras.

CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMASOs fonemas classificam-se em vogais, consoantes e semivogais.

SÍLABASílaba é o fonema ou grupo de fonemas pronunciado numa só emissão de voz. Toda sílaba tem por base uma vogal.Quanto ao número de sílabas, as palavras classificam-se em:- monossílabas: quando têm uma única sílaba;- dissílabas: quando têm duas sílabas;- trissílabas: quando têm três sílabas;- polissílabas: quando têm mais de três sílabas.

Sílaba átona e sílaba tônicaSílaba tônica é a sílaba da palavra que recebe o acento tônico, ou seja, aquela que é pronunciada com maior intensidade. Todas as demais sílabas da palavra são denominadas sílabas átonas.Quanto à posição da sílaba tônica, as palavras classificam-se em:- oxítonas: quando a sílaba tônica é a última sílaba da palavra;- paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima sílaba da palavra;- proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima sílaba da palavra.

Monossílabos átonos e tônicosOs monossílabos podem ser:- átonos: quando não possuem acentuação própria, isto é, quando pronunciados com pouca intensidade;- tônicos: quando possuem acentuação própria, isto é, quando pronunciados com bastante intensidade.

Ortoépia e prosódiaOrtoépia (ou ortoepia) é a parte da gramática normativa que trata da pronúncia correta das palavras. Por outro lado, pronuncia incorretamente uma palavra é cometer cacoépia.Prosódia é a parte da gramática normativa que trata da correta acentuação tônica das palavras. Os erros de prosódia são chamados de silabadas.

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ENCONTROS VOCÁLICOSHá, em português, três espécies de encontros vocálicos: ditongo, tritongo e hiato.

DitongoÉ o encontro de uma vogal e uma semivogal numa mesma sílaba, ou vice-versa. Lembre-se de que não podemos ter duas vogais numa mesma sílaba.Os ditongos podem ser:- crescentes: a semivogal vem antes da vogal;- decrescentes: a vogal vem antes da semivogal;- orais: quando a vogal é oral;- nasais: quando a vogal é nasal.

TritongoÉ o encontro de semivogal, vogal e semivogal numa mesma sílaba.Os tritongos podem ser orais ou nasais.

HiatoÉ o encontro de duas vogais, cada uma delas pertencente a uma sílaba distinta.

ENCONTROS CONSONANTAISEncontro consonantal é o encontro imediato de duas ou mais consoantes num só vocábulo.Os encontros consonantais podem ser:- perfeitos: quando as consoantes pertencem à mesma sílaba (a segunda consoante geralmente é l ou r);- imperfeitos: quando as consoantes pertencem a sílabas diferentes.

DÍGRAFOSDígrafo ou digrama é o grupo de duas letras que representam um único fonema. Os dígrafos podem ser consonantais ou vocálicos. Nos dígrafos vocálicos, as letras m e n não representam consoantes, apenas indicam que a vogal anterior é nasal.

DIVISÃO SILÁBICAConvém observar as seguintes regras:- não se separam os ditongos e os tritongos;- não se separam os dígrafos ch, lh, nh, gu¸ qu;- não se separam os encontros consonantais perfeitos (consoante + l ou r); *Nem sempre os grupos consoante + l ou consoante + r formam encontros consonantais perfeitos. Quando o l e o r são pronunciados separadamente, devem vir separados na divisão silábica: sub-lin-gual.- os demais encontros consonantais devem ser separados;- separam-se as vogais que formam os hiatos;- sempre se separam as idênticas e os dígrafos rr, ss, sc, xc, sç.

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NOVA ORTOGRAFIA

AlfabetoAo alfabeto da língua portuguesa acrescem-se as letras K, W e Y.

Mudanças na acentuação e no uso do trema

1. Os ditongos abertos tônicos éi e ói perdem o acento agudo quando caem na penúltima sílaba.Ex.: idéia > ideia // jóia > joia*Cuidado! O acento não cai se o ditongo estiver na última ou antepenúltima sílaba.Ex.: anéis, heróis, axóideos.

2. Cai o acento circunflexo de palavras paroxítonas terminadas em ôo e êem.Ex.: vôo > voo // crêem > creem // enjôo > enjoo // vêem > veem*Cuidado! As flexões dos verbos ter e vir na 3ª pess. pl. do pres. do indic. mantêm o acento têm e vêm, diferenciando-se das flexões de 3ª pess. sing. tem e vem, bem como nos derivados desses verbos.Ex.: mantém e mantêm / provém e provêm / retém e retêm / convém e convêm

3. Não se usa acento gráfico (agudo ou circunflexo) em palavras paroxítonas para diferenciá-las de outras palavras com a mesma grafia (os chamados homógrafos).Ex.: pára (flexão de parar) e para (preposição) > para pelo (flexão de pelar), pêlo (s.m.) e pelo (contração por + o) > pelo pólo (s.m.) e polo (comb. de por + lo) > polo*O verbo pôr (infinitivo) e pôde (flexão na 3ª pes. sing. pret. perf. do v. poder) mantêm o acento, diferenciando-se respectivamente da preposição por e da flexão de 3ª pess. sing. pres. indic. pode. É facultativo usar ou não o circunflexo em fôrma para diferenciar de forma.

4. Perdem o acento agudo as vogais tônicas i e u de palavras paroxítonas, quando antecedidas de ditongo.Ex.: feiúra > feiura // alauíta > alauita*Cuidado! Mantém-se o acento quando a palavra é proparoxítona (feiíssimo) ou oxítona (tuiuiú).

5. Nos verbos arguir e redarguir deixa-se de usar o acento agudo no u tônico nas flexões rizotônicas que eram graficamente acentuadas.Ex.: argúi > argui // redargúi > redargui

6. Nos verbos terminados em -guar, -quar e –quir (aguar, obliquar, delinquir etc.), as flexões podem ser pronunciadas com acento tônico na sílaba do u ou, como no Brasil, na sílaba anterior. No primeiro caso cai o acento agudo do ú nas formas do pres. indic. e imperat., que recebiam acento gráfico; no segundo caso, a vogal tônica da sílaba anterior ao u recebe acento agudo.pres. do ind.enxaguo ou enxáguo

enxaguas ou enxáguasenxagua ou enxágua

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enxaguamosenxaguaisenxaguam ou enxáguam

imperat. afirm.

enxagua ou enxáguaenxague ou enxágue(...)enxaguem ou enxáguem

7. O trema deixa de ser usado para assinalar a pronúncia do u em sílabas como güe, güi, qüe e qüi. Permanece em palavras estrangeiras e em suas derivadas na língua portuguesa.Ex.: agüentar > aguentar // lingüiça > linguiça // freqüência > frequência // tranqüilo > tranquilo.

Mudanças no uso do hífen em palavras compostas

1. Usa-se o hífen em palavras compostas cujos elementos compõem uma unidade de significado.Ex.: ano-luz, arco-íris, médico-ortopedista, afro-brasileiro, conta-gotas, marca-passo etc.*Atenção! O Acordo menciona as exceções: girassol, madressilva, pontapé, paraquedas. Perdem o hífen composições com não (não violência), quase (quase perfeito) e tão (tão somente).

2. Nos topônimos (nomes de lugares geográficos) usa-se hífen com os prefixos Grão e Grã, em nomes cujo primeiro elemento é verbal e quando os elementos estão ligados por artigos.Ex.: Grã-Bretanha, Passa-Quatro, Todos-os-Santos.

3. Tem hífen palavras compostas que designam espécies botânicas ou zoológicas.Ex.: couve-flor, erva-doce, bem-te-vi, leão-marinho.

4. Usa-se hífen (e não travessão) entre elementos que formam um encadeamento vocabular.Ex.: Rio-Niterói, Alsácia-Lorena, Liberdade-Igualdade-Fraternidade.

5. Não se usa hífen em locuções:substantivas: café da manhã, fim de semana, cão de guardaadjetivas: cor de açafrão, cor de vinhopronominais: cada um, ele mesmo, quem quer que sejaadverbias: à toa, à vontade, à parte, depois de amanhãprepositivas: a fim de, acerca de, por meio de, a par deconjuncionais: contanto que, no entanto, logo que

*Exceções consagradas pelo uso: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa.

Mudanças no uso do hífen em palavras compostas por prefixação e recomposição

1. Geralmente, em palavras compostas com prefixos ou falsos prefixos usa-se hífen se o segundo elemento começa por h.Ex.: anti-histórico, super-homem, multi-horário, mini-habitação.

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*Atenção! Quando se usam os prefixos des- e in- caem o h e o hífen: desumano, inabitável, desonra, inábil. Também com os prefixos co- e re- caem o h e o hífen: coerdar, coabitar, reabilitar, reabitar.

2. Passa a se usar hífen entre o prefixo e o segundo elemento quando o prefixo termina na mesma vogal pela qual começa o segundo elemento.Ex.: anti-inflacionário, tele-educação, neo-ortodoxia.*Exceção! O prefixo co- se aglutina com o segundo elemento começado por o: cooptar, coobrigação. O prefixo re- se aglutina com palavras começadas por e: reeleição, reerguer.

3. Usa-se hífen com circum- e pan- quando seguidos de elemento que começa por vogal, m e n, além do já citado h.Ex.: pan-americano, circum-mediterrâneo, circum-navegação.

4. Usa-se hífen quando o prefixo ou falso prefixo termina na mesma consoante pela qual começa o segundo elemento, ou quando este começa por r ou h.Ex.: hiper-requintado, inter-resistente, super-radical, inter-hospitalar.

5. Quando o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s não se usa mais o hífen e a consoante r ou s é duplicada.Ex.: ultrassom, antissemita, ecossistema, minissaia, minirraiz, contrarregra, conssegurar, semirreta.

6. Não se usa hífen quando o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por vogal diferente ou consoante (se esta for r ou s, como visto, se duplica).Ex.: autoescola, extraescolar, copiloto, suprassumo, contraordem.

7. Com os prefixos ou falsos prefixos ex-, vice-, vizo-, pré-, pró- e pós- sempre se usa hífen.

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ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS

ESTRUTURA DAS PALAVRASAo analisarmos a maioria das palavras, percebemos que podem ser dividias em vários segmentos.cachorr-o (animal canino macho)cachorra-a (animal canino fêmea)cachorr-inh-a (pequeno animal canino fêmea)cachorr-inh-o-s (pequenos animais caninos machos)

A esses elementos significativos que formam a palavra dá-se o nome de elementos mórficos ou morfemas. Morfemas são, portanto, unidades mínimas de caráter significativo. Chama-se análise mórfica o processo pelo qual se divide a palavra em seus elementos mórficos.

Os morfemasSão quatro os elementos mórficos que podem ocorrer nas palavras.1. Radical (ou semantema): É o elemento mórfico que funciona como base do significado. O radical é o elemento comum a palavras da mesma família. As palavras que provêm do mesmo radical são chamadas palavras cognatas.2. Desinências: São elementos mórficos que se apõem ao radical para assinalar flexões gramaticais. As desinências podem ser: nominais: indicam o gênero e o número dos nomes (menin-a-s); verbais: indicam, nos verbos, o tempo e o modo (desinências modo-temporais), a pessoa e o número (desinências número-pessoais) – cantá-va-mos.3. Afixos: São elementos mórficos que se agregam ao radical a fim de formar palavras novas. Classificam-se em: prefixos: quando vêm antes do radical (in-feliz); sufixos: quando vêm depois do radical (feliz-mente).4. Vogal temática: É a vogal que, em alguns casos, agrega-se ao radical, preparando-o para receber as desinências (cant-a-va / vend-e-ra / part-i-sse).*Nos verbos, a vogal temática indica a conjugação. vogal temática a: 1ª conjugação (cantar) vogal temática e: 2ª conjugação (vender) vogal temática i: 3ª conjugação (partir)O radical já acrescido da vogal temática denomina-se tema. Podemos dizer, portanto, que tema é o radical pronto para receber as desinências.Obs.: Encontra-se o radical dos verbos tirando-se a vogal temática e a desinência r do infinitivo.Além dos elementos mórficos assinalados, em certas palavras podem aparecer vogais e consoantes de ligação. Tais vogais e consoantes são desprovidas de significação (não são, pois, morfemas) e intercalam-se no vocábulo somente para facilitar a pronúncia.Ex.: gas-ô-metro / pau-l-ada / cafe-t-eira / paris-i-ense

FORMAÇÃO DAS PALAVRASComo pré-requisito à formação das palavras, convém observar que há em português:- palavras primitivas: aquelas que, na língua portuguesa, não provêm de outra palavra (casa, pedra, flor);

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- palavras derivadas: aquelas que, na língua portuguesa, provêm de outra palavra (casebre, pedreiro, florzinha);- palavras simples: aquelas que possuem um só radical (flor, tempo, cavalo, mar, alto);- palavras compostas: aquelas que possuem mais de um radical (couve-flor, passatempo, cavalo-marinho, planalto).

PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS

ComposiçãoNa composição, dois ou mais radicais se juntam para formar nova palavra. Há dois tipos de composição:- Justaposição: Dá-se quando os radicais se juntam sem que haja alteração fonética (couve-flor, salário-família, passatempo, girassol);- Aglutinação: Dá-se quando, na junção dos radicais, ocorre qualquer alteração fonética (aguardente, planalto, pernalta).

DerivaçãoDerivação é o processo pelo qual se obtêm palavras novas (ditas derivadas) pela anexação de afixos à palavra primitiva. A derivação pode ser:

1. Prefixal (ou prefixação)Dá-se quando a palavra nova é obtida por acréscimo de prefixo (in-feliz).

2. Sufixal (ou sufixação)Dá-se quando a palavra nova é obtida por acréscimo de sufixo (feliz-mente).

3. ParassintéticaDá-se quando a palavra nova é obtida pelo acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo. Por parassíntese formam-se principalmente os verbos (en-trist-ecer).*Para que haja parassíntese é necessário que o prefixo e o sufixo tenham-se agregado simultaneamente ao radical. Em infelizmente não há parassíntese, uma vez que o prefixo e o sufixo não se agregaram ao mesmo tempo ao radical, pois existem as palavras infeliz e felizmente. Por outro lado, em entristecer ocorreu parassíntese, uma vez que prefixo e sufixo agregaram-se ao mesmo tempo ao radical, pois não existe a palavra entriste nem tristecer.

4. RegressivaNa derivação regressiva, a palavra nova é obtida por redução da palavra primitiva (botequim > boteco / português > portuga / barracão > barraco).A derivação regressiva é importante na formação de substantivos derivados de verbos (substantivos deverbais) – combater > combate / caçar > caça / pescar > pesca.*Como nem sempre é fácil determinar se a palavra primitiva é o verbo ou o substantivo, sugerimos o critério do filólogo Mário Barreto: “Se o substantivo denota ação, será palavra derivada, e o verbo palavra primitiva; mas, se o nome denota algum objeto ou substância, se verificará o contrário.” Assim: combate, caça e pesca são derivados, respectivamente, de

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combater, caçar e pescar. Mas planta, âncora e telefone são palavras primitivas que dão origem, respectivamente, aos verbos plantar, ancorar e telefonar.

5. ImprópriaNa derivação imprópria, também chama conversão, não há ocorrência de afixos. A palavra nova (derivada) é obtida pela mudança de categoria gramatical da palavra primitiva. Não ocorre, pois, mudança na forma, mas tão somente na classe gramatical.Ex.: jantar (substantivo), derivado de jantar (verbo) mulher aranha (adjetivo), derivado de aranha (substantivo) “Como será o amanhã?” (substantivo), derivado de amanhã (advérbio)

Outros processos de formação de palavras

- Hibridismo: as palavras formadas por hibridismo provêm de elementos oriundos de línguas diferentes (automóvel, sociologia, burocracia, sambódromo).- Onomatopeia: as onomatopeias são palavras que procuram reproduzir aproximadamente sons ou ruídos (tique-taque, zunzum, cacarejar, miar).- Abreviação: consiste na redução da palavra até o limite que não prejudique a compreensão (motocicleta > moto / fotografia > foto / cinema > cine).*Não devemos confundir abreviação com abreviatura, representação de uma palavra por meio de algumas de suas sílabas ou letras (página > pág. ou p. / metro > m). As siglas podem ser consideradas um tipo especial de abreviatura, feita com as letras iniciais, ou mesmo as sílabas inicias de palavras (Partido Socialismo e Liberdade > PSOL).É interessante notar que a partir das siglas podemos derivar outras palavras (psolista > de PSOL).

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SUBSTANTIVO Substantivo é a palavra variável em gênero, número e grau que dá nome aos seres em geral.

FORMAÇÃO DOS SUBSTANTIVOSQuanto à formação, o substantivo pode ser:- primitivo: quando não provém de outra palavra existente na língua portuguesa (flor, pedra, ferro, casa jornal);- derivado: quando provém de outra palavra da língua portuguesa (florista, pedreiro, ferreiro, casebre, jornaleiro);- simples: quando é formado por um só radical (água, pé, couve, amor, tempo, Sol);- composto: quando é formado por mais de um radical (água-de-colônia, pé-de-moleque, couve-flor, amor-perfeito, passatempo, girassol).

CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOSQuando ao elemento que designa, o substantivo classifica-se em:- comum: quando designa genericamente qualquer elemento da espécie (país, cidade, menina);- próprio: quando designa especificamente um determinado elemento, sempre grafado com inicial maiúscula (Portugal, Lisboa, Simone);- concreto: quando designa os seres – de existência real ou não –, tais como coisas, pessoas, animais, lugares etc. (casa, cadeira, bruxa);- abstrato: quando designa as qualidades ou ações tomadas como seres (estudo, coragem, altura).

Substantivos coletivosEntre os substantivos comuns, merecem destaque os substantivos coletivos, que são aqueles que, mesmo no singular, designam um conjunto de seres da mesma espécie (acervo, cardume, flora).

FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOSComo já assinalamos, os substantivos variam em gênero, número e grau.

GêneroEm português, os substantivos podem ser do gênero masculino ou feminino. Com relação ao gênero, os substantivos são classificados em biformes e uniformes.

Substantivos biformesSão os que apresentam duas formas, uma para o masculino, outra para o feminino.Ex.: menino / menina, homem / mulherQuando a mudança de gênero não é marcada pela desinência mas pela alteração do radical, o substantivo denomina-se heterônimo.Ex.: pai / mãe, padrinho / madrinha

Substantivos uniformesSão os que apresentam uma única forma, tanto para o masculino como para o feminino. Subdividem-se em epicenos, comuns de dois gêneros e sobrecomuns.

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- Substantivos epicenosSão os substantivos uniformes que designam animais (onça, jacaré). Caso queira fazer a distinção do sexo do animal, devem-se acrescentar as palavras macho ou fêmea (a onça macho, o jacaré fêmea). Observe, ainda, que o substantivo não muda de gênero: onça sempre será um substantivo feminino; jacaré sempre será um substantivo masculino.

- Substantivos comuns de dois gênerosSão substantivos uniformes que designam pessoas. Neste caso, a diferença de gênero é feito pelo artigo, ou outro determinante qualquer.Ex.: o artista / a artista, o estudante / a estudante, este dentista / aquela dentista

- Substantivos sobrecomunsSão substantivos uniformes que designam pessoas. Neste caso, a diferença de sexo não é especificada por artigos ou outros determinantes, que serão invariáveis. O mesmo substantivo refere-se tanto a pessoas do sexo masculino quanto a pessoas do sexo feminino.Ex.: a criança, o cônjuge, a pessoa, a criatura.

GrauAlém do grau normal, o substantivo pode apresentar-se no grau aumentativo e no grau diminutivo. A indicação do grau no substantivo pode ser feita de duas maneiras:- analiticamente: determina-se o substantivo por um adjetivo que indica aumento ou diminuição.Ex.: menino grande (aumentativo analítico), menino pequeno (diminutivo analítico).- sinteticamente: acrescentam-se ao substantivo sufixos indicadores de grau.Ex.: meninão (aumentativo sintético), menininho (diminutivo sintético).

*Ainda com relação ao grau, é importante notar que alguns substantivos, originalmente aumentativos ou diminutivos, não mais indicam a ideia de aumento ou diminuição, sendo, por isso mesmo, chamados de aumentativos e diminutivos formais. É o que ocorre em palavras como tampinha, cigarrilha, folhinha (calendário), cartão, portão, caldeirão etc.Em outros casos, os sufixos aumentativos e diminutivos são utilizados com valor afetivo (paizinho, mãezinha) ou pejorativo (livreco, gentinha).

MORFOSSINTAXE DO SUBSTANTIVODentro da oração, o substantivo pode funcionar como núcleo das seguintes funções sintáticas:- sujeito: Vendas crescem no final do ano.- predicado: Ele é o professor.- predicativo do sujeito: A primeira colocada foi Luciana.- predicativo do objeto: Consideraram o técnico herói.- objeto direto: No mês passado, compraram livros.- objeto indireto: Acreditam em Deus.- complemento nominal: Tinham sede de vingança.- agente da passiva: A praia foi tomada por turistas.- aposto: Carlos, vítima de um acidente, foi imediatamente socorrido.- adjunto adverbial: Compraram as frutas na feira.- vocativo: Alunos, comportem-se.

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ADJETIVO Adjetivo é a palavra variável em gênero, número e grau que caracteriza o substantivo, indicando-lhe qualidade, estado, modo de ser ou aspecto.

CLASSIFICAÇÃO DOS ADJETIVOSOs adjetivos são classificados em:- simples: quando apresentam um único radical (inesquecível, dietético);- composto: quando apresentam mais de um radical (luso-brasileiro, político-econômico);- primitivos: quando não provêm de outra palavra da língua portuguesa (verde, leal);- derivados: quando provêm de outra palavra da língua portuguesa (esverdeado, desleal).

ADJETIVOS PÁTRIOSSão os adjetivos que se referem a continentes, países, regiões, cidades etc., exprimindo a nacionalidade ou a origem do ser.

LOCUÇÃO ADJETIVALocução adjetiva é a expressão formada de preposição e substantivo (ou advérbio), com valor de um adjetivo.Ex.: dia de chuva (chuvoso), atitudes de anjo (angelicais), menino do Brasil (brasileiro).Muitas vezes, a locução adjetiva não possui um adjetivo que lhe corresponda – mas não deixa, por isso, de ser classificada como locução adjetiva.Ex.: instrumento de sopro, piano de cauda, caixa de papelão.

FLEXÃO DOS ADJETIVOSConforme já assinalamos, o adjetivo flexiona-se em gênero, número e grau.

GêneroQuanto ao gênero, o adjetivo pode ser uniforme e biforme.

Adjetivo uniformeApresenta uma única forma para os dois gêneros (inteligente, simples, feliz).

Adjetivo biformeApresenta duas formas: uma para o masculino, outra para o feminino (simpático/simpática, alto/alta, estudioso/estudiosa).

GrauO adjetivo pode apresentar-se no grau comparativo, quando a qualidade que ele expressa está em comparação com a de outros seres, e no grau superlativo, quando a qualidade expressa pelo adjetivo apresenta-se em grau elevado.A mudança de grau do adjetivo pode ser obtida por dois processos:- sintético: quando a alteração de grau é feita através de sufixos (agradabilíssimo).- analítico: quando a alteração de grau é feita pelo acréscimo de alguma palavra que modifique o adjetivo (muito agradável).

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Grau comparativoO comparativo pode ser:

- De igualdadeA qualidade expressa pelo adjetivo aparece com a mesma intensidade nos elementos que se comparam. O comparativo de igualdade apresenta-se, geralmente, da seguinte maneira:

tão + adjetivo + quanto

- De superioridadeA qualidade expressa pelo adjetivo aparece mais intensifica no primeiro elemento da relação de comparação. O comparativo de superioridade apresenta-se, geralmente, da seguinte maneira:

mais + adjetivo + (do) que

- De inferioridadeA qualidade expressa pelo adjetivo aparece menos intensificada no primeiro elemento da relação de comparação. O comparativo de inferioridade apresenta-se, geralmente, da seguinte maneira:

menos + adjetivo + (do) que

Normalmente, o grau comparativo é obtido pelo processo analítico. Há, no entanto, poucos adjetivos que formam o comparativo de superioridade pelo processo sintético.

adjetivo analítico sintéticobom mais bom melhormau mais mau pior

grande mais grande maiorpequeno mais pequeno menor

Nesses casos, deve-se preferir a forma sintética. Só se deve usar a forma analítica quando se comparam duas qualidades no mesmo ser.Ex.: Esta sala é maior que a outras // Esta sala é mais grande que arejada.*As formas mais pequeno e menor podem ser usadas indiferentemente, sendo a forma sintética considerada a melhor.

Grau superlativoO superlativo pode ser absoluto o relativo.

- AbsolutoA qualidade expressa pelo adjetivo não é posta em relação a outros elementos.Ex.: Este exercício é muito fácil. (superlativo absoluto analítico) Este exercício é facílimo. (superlativo absoluto sintético)

- RelativoA qualidade expressa pelo adjetivo é posta em relação a outros elementos.Ex.: Você era a mais bonita das cabrochas dessa ala... (superlativo relativo de superioridade) Este exercício é o menos fácil da lição. (superlativo relativo de inferioridade)

Page 13: Gramática

MORFOSSINTAXE DO ADJETIVODentro da oração, o adjetivo poderá exercer as seguintes funções sintáticas:- adjunto adnominal: quando acompanha o substantivo diretamente, isto é, sem mediação do verbo. (Coisas assustadoras ocorrem naquela casa.)- predicativo do sujeito: quando se refere ao sujeito da oração através da mediação de um verbo - de ligação ou não (Ficaram satisfeitos com o resultado da prova).- predicativo do objeto: quando se refere ao objeto, mediante um verbo transitivo (Considero sua proposta atraente).

Page 14: Gramática

ARTIGOArtigo é a palavra invariável em gênero e número que antecede o substantivo, determinando-o de modo preciso ou vago, indicando-lhe o gênero e o número.

CLASSIFICAÇÃO DOS ARTIGOS- Artigo definido: determina o substantivo de modo preciso. Pode ser singular (o, a) ou plural (os, as).- Artigo indefinido: determina o substantivo de modo vago, impreciso. Pode ser singular (um, uma) ou plural (uns, umas).

PROPRIEDADE DOS ARTIGOS- A anteposição do artigo pode substantivar uma palavra.- O artigo evidencia o gênero e o número do substantivo.- O artigo pode aparecer unido com preposições.- O artigo indefinido anteposto a um numeral revela quantidade aproximada.

EMPREGO DOS ARTIGOS- É obrigatório o emprego do artigo definido entre o numeral ambos e o substantivo a que se refere.- Nuca deve ser usado artigo depois do pronome relativo cujo (e flexões).- Não se deve usar artigo antes das palavras casa (no sentido de lar, moradia) e terra (no sentido de chão firme), a menos que venham especificadas.- Não se emprega artigo diante da maioria dos nomes de lugar. *Se o nome de lugar vier qualificado, o uso do artigo será obrigatório.- É facultativo o emprego do artigo definido diante dos pronomes possessivos.- Com nomes de pessoas, geralmente não se usa o artigo.- Não se emprega artigo antes dos pronomes de tratamento, com exceção de senhor(a), senhorita e dona,- Depois do pronome indefinido todo, emprega-se o artigo quando se quer dar ideia de inteiro, totalidade. Quando se quer dar ideia de qualquer, omite-se o artigo.- No plural, todos, todas sempre virão seguidos de artigo, exceto se houver palavra que o exclua, ou numeral não seguido de substantivo.- Não se une com preposição o artigo que faz parte do nome de revistas, jornais, obras literárias.

MORFOSSINTAXE DO ARTIGOComo vimos, o artigo sempre estará se referindo a um substantivo. Justamente por isso, o artigo sempre estará, na oração, exercendo a função sintática de adjunto adnominal do substantivo a que estiver se referindo.

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NUMERALNumeral é a palavra que indica a quantidade exata de seres, ou a posição que um ser ocupa numa determinada série.

CLASSIFICAÇÃO DOS NUMERAIS- Cardinais: indicam a quantidade em si (um, dois, três, quatro, cinco...).- Ordinais: indicam ordem de sucessão (primeiro, segundo, terceiro, quarto, quinto...).- Multiplicativos: indicam multiplicação (dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo...).- Fracionários: indicam divisão, fração (meio, metade, terço, quarto...)

NUMERAIS ADJETIVOS E NUMERAIS SUBSTANTIVOSNuma oração, os numerais podem desempenhar a função de substantivos ou de adjetivos.

EMPREGO DE CARDINAIS E ORDINAISNa indicação de reis, papas, séculos, partes de uma obra, usam-se os numerais ordinais até décimo. A partir daí, devem-se empregar os cardinais.

MORFOSSINTAXE DO NUMERALNa oração, o numeral substantivo exerce as mesmas funções do substantivo: sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo etc.Ex.: Um é pouco, dois é bom, três é demais. (sujeito) Gostavam de ambos. (objeto indireto) Esse número é quinze. (predicativo)

Já o numeral adjetivo exerce as mesmas funções do adjetivo: adjunto adnominal e predicativo.Ex.: Quinze pessoas comparecem à reunião. (adjunto adnominal)

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PRONOME

AS PESSOAS DO DISCURSONum ato de comunicação, podemos observar a presença de três elementos:- o emissor: aquele que fala;- o receptor: aquele com quem se fala;- o referente: aquele (ou aquilo) de que se fala.

A cada um desses elementos, corresponde uma pessoa do discurso; são, portanto, três as pessoas do discurso:- 1ª pessoa: aquele que fala (emissor);- 2ª pessoa: com quem se fala (receptor);- 3ª pessoa: de quem ou de que se fala (referente).

PRONOMESPronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa que representa ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa do discurso ou situando-o no espaço e no tempo.Quando o pronome vem determinando o substantivo, restringindo a extensão de seu significado, dizemos tratar-se de pronome adjetivo.Ex.: Esta casa é antiga. / Meu livro é antigo.

CLASSIFICAÇÃO DOS PRONOMESHá, em português, seis espécies de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, relativos, indefinidos, interrogativos.

Pronomes pessoaisPronomes pessoais são aqueles que representam as pessoas do discurso. Eles variam em número e pessoa, e alguns variam também em gênero (os da terceira pessoa).Além de variar em número, pessoa e gênero, os pronomes pessoais apresentam variação na forma (reto ou oblíquo), dependendo da função que exercem na frase.- Os pronomes pessoais retos exercem a função sintática de sujeito e predicativo do sujeito da oração, podendo também ser vocativo (tu e vós).- Os pronomes pessoais oblíquos exercem a função de complemento verbal da oração.*Os pronomes pessoais sempre substituem um substantivo.

número pessoa caso retofunção de sujeito,

predicativo do sujeito,vocativo

caso oblíquofunção de complemento verbal

singular 1ª eu me, mim, comigo2ª tu te, ti, contigo3ª ele/ela se, si, consigo, o, a, lhe

plural 1ª nós nos, conosco2ª vós vos, convosco3ª eles/elas se, si, consigo, os, as, lhes

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- Pronomes de tratamentoNa categoria dos pronomes pessoais, incluem-se os pronomes de tratamento. Referem-se à pessoa a quem se fala, embora a concordância gramatical deva ser feita com a terceira pessoa. Convém notar que, exceção feita a você, esses pronomes são empregados no tratamento cerimonioso. Veja a seguir alguns desses pronomes.

pronome abreviatura referênciaVossa Alteza V.A. príncipes, duques

Vossa Eminência V.Em.a cardeaisVossa Excelência V.Ex.a altas autoridades em geral

Vossa Magnificência V.Mag.a reitores de universidadesVossa Majestade V.M. reis, imperadores

Vossa Reverendíssima V.Rev.ma sacerdotes em geralVossa Santidade V.S. papasVossa Senhoria V.S.a funcionários graduados

São também pronomes de tratamento o senhor, a senhora, você, vocês.

- Emprego dos pronomes pessoaisOs pronomes oblíquos se, si, consigo devem ser empregados unicamente como reflexivos. Considera-se errada qualquer construção em que esses pronomes não sejam reflexivos.Ex.: Querida, gosto muito de si. (ERRADO) > Querida, gosto muito de você. Preciso muito falar consigo. (ERRADO) > Preciso muito falar com você.Observe que nos exemplos seguintes não há erro algum, pois os pronomes se, si, consigo foram empregados como reflexivos.Ex.: Ele feriu-se. / Cada um faça por si mesmo a redação. / O professor trouxe as provas consigo.

Os pronomes oblíquos conosco e convosco são utilizados normalmente em sua forma sintética. Caso haja palavra de reforço ou oração adjetiva, tais pronomes devem ser substituídos pela forma analítica.Ex.: Queriam falar conosco. Queriam falar com nós dois. Queriam conversar convosco. Queriam conversar com vós próprios. Saíram conosco. Saíram com nós, que erámos seus amigos.

Não se considera errada a repetição de pronomes oblíquos.Ex.: A mim, ninguém me engana.

Muitas vezes os pronomes oblíquos equivalem a pronomes possessivos, e exercem função sintática de adjunto adnominal.Ex.: Roubaram-me o livro. Roubaram meu livro. Escutei-lhe os conselhos. Escutei os seus conselhos. Nem te reconheci a voz. Nem reconheci a tua voz.

As formas plurais nós e vós podem ser empregadas para representar uma única pessoa (singular), adquirindo o valor cerimonioso ou de modéstia.Ex.: Nós - disse o prefeito – procuramos resolver o problema das enchentes. (plural de modéstia) Vós sois minha salvação, meu Deus! (plural majestático)

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Você e os demais pronomes de tratamento (Vossa Majestade, Vossa Alteza etc.), embora se refiram à segunda pessoa (aquela com quem falamos), do ponto de vista gramatical comportam-se como pronomes da terceira pessoa.Ex.: Você trouxe seus documentos? Vossa Excelência não precisa incomodar-se com seus problemas.

*Vossa Excelência ou Sua Excelência?Ambas as formas são possíveis: os pronomes de tratamento devem vir precedidos de vossa quando nos dirigimos à pessoa representada pelo pronome, e por sua quando falamos dessa pessoa.

- Morfossintaxe do pronome pessoalOs pronomes pessoais do caso reto devem ser empregados na função sintática de sujeito e de predicativo do sujeito, podendo também ser empregados como vocativo (tu e vós).A norma culta não aceita os pronomes pessoais retos empregados como complemento, embora seja de uso corrente na linguagem coloquial.Ex.: Convidaram ele para a festa. (ERRADO) / Receberam nós com atenção. (ERRADO)Na função de complemento, usam-se os pronomes oblíquos.Ex.: Convidei-o. / Receberam-nos.

Os pronomes retos (exceto eu e tu), quando precedidos de preposição, passam a funcionar como oblíquos. Nesse caso, considera-se correto seu emprego como complemento.Ex.: Informaram a ele os reais motivos. / Eles gostam muito de nós.As formas eu e tu só podem funcionar como sujeito ou predicativo. Considera-se errado seu emprego como complemento.Ex.: Nunca houve desentendimentos entre eu e tu. (ERRADO) Nunca houve desentendimento entre mim e ti. (CERTO)Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando precedidas de preposição, não se usam as formas retas eu e tu, mas as formas oblíquas mim e ti.Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas eu e tu mesmo precedidas por preposição: quando essas formas funcionam como sujeito de um verbo no infinitivo.Ex.: Deram o livro para eu ler. / Deram o livro para tu leres.

As formas obliquas o, a, os, as são sempre empregadas como complemento de verbos transitivos diretos, ao passo que as formas lhe, lhes são empregadas como complemento de verbos transitivos indiretos.

*O pronome oblíquo na função de sujeitoHá pouquíssimos casos em que o pronome oblíquo pode funcionar como sujeito. Isso ocorre com os verbos deixar, fazer, ouvir, mandar, sentir, ver seguidos de infinitivo.Ex.: Deixei-o sair. = Deixei que ele saísse.

Pronomes possessivosOs pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso, indicando ideia de posse.

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- Emprego dos pronomes possessivosPode ocorrer mudança de sentido na frase, conforme a posição do pronome possessivo.Ex.: Recebi notícias suas. (notícias sobre você) Recebi suas notícias. (notícias transmitidas por você) Tenho comigo uma carta sua. (uma carta que pertence a você) Tenho comigo sua carta. (uma carta escrita por você)

Há casos em que o pronome possessivo não exprime a ideia de posse. Ele pode ser utilizado para indicar aproximação, afeto ou respeito.Ex.: Aquele senhor deve ter seus cinquenta anos. (aproximação) Meu caro aluno, procure esforçar-se mais. (afeto) Minha senhora, permita-se um aparte. (respeito)

A palavra seu que antecede nomes de pessoas não é pronome possessivo, mas corruptela do pronome de tratamento senhor.Ex.: Seu Humberto, o senhor poderia me emprestar a furadeira?

- Morfossintaxe do pronome possessivoO emprego mais comum do pronome possessivo é como pronome adjetivo, ou seja, acompanhando um substantivo. Nesse caso, desempenhará a função de adjunto adnominal.Ex.: Entreguei teu trabalho ao professor.

Substituindo um substantivo, o possessivo desempenha a função sintática típica de substantivo. Nesses casos, normalmente teremos uma estrutura paralela com a citação de outro pronome possessivo adjetivo.Ex.: Este é o meu livro. O teu o professor já levou. pron. adj. pron. subst. (obj. dir.)

Pronomes demonstrativosPronomes demonstrativos são aqueles que indicam a posição do ser no tempo e no espaço, tendo como referências as pessoas do discurso.

- Emprego dos pronomes demonstrativosOs pronomes demonstrativos podem ser utilizados para indicar a posição espacial de um ser em relação às pessoas do discurso.Os demonstrativos de primeira pessoa (este, isto etc.) indicam que o ser está relativamente próximo à pessoa que fala. Podem ser usados em frases com os pronomes eu, me, mim, comigo e o advérbio aqui.Ex.: Isto que está aqui comigo é um livro.Os demonstrativos de segunda pessoa (esse, isso etc.) indicam que o ser está relativamente próximo à pessoa com quem se fala. Podem aparecer com os pronomes tu, te, contigo, você, vocês e o advérbio aí.Ex.: Isso que está aí contigo é um livro.

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Os demonstrativos de terceira pessoa (aquele, aquilo etc.) indicam que o ser está relativamente próximo à pessoa de quem se fala, ou distante dos interlocutores. Podem ser usados com os advérbios ali ou lá.Ex.: Aquilo que está ali com o professor é um livro.

Os demonstrativos servem para indicar a posição temporal, revelando proximidade ou afastamento no tempo em relação à pessoa que fala.

Os demonstrativos de primeira pessoa (este, isto etc.) revelam tempo presente, ou bastante próximo do momento em que se fala.Ex.: Este dia está bom para se ir à piscina.

Os demonstrativos de segunda pessoa (esse, isso etc.) revelam tempo passado relativamente próximo ao momento em que se fala.Ex.: Em fevereiro fez muito calor; nesse mês pude ir várias vezes à piscina.

Os demonstrativos de terceira pessoa (aquele, aquilo etc.) revelam tempo remoto ou bastante vago.Ex.: Em 1950, realizou-se a Copa no Brasil; naquele ano o Uruguai surpreendeu a todos.

Os pronomes demonstrativos podem indicar o que ainda vai ser falado e aquilo que já foi falado.

Devemos empregar este (e variações) e isto quando queremos fazer referência a alguma coisa que ainda vai ser falada.Ex.: Espero sinceramente isto: que se procedem às reformas. Estas são algumas características do Romantismo: subjetivismo e nacionalismo.

Devemos empregar esse (e variações) e isso quando queremos fazer referência a alguma coisa que já foi falada.Ex.: Que as reformas sejam efetuadas rapidamente; é isso o que mais desejo. Subjetivismo e nacionalismo; essas são algumas características do Romantismo.

Emprega-se este em oposição a aquele quando se quer fazer referência a elementos já mencionados. Este se refere ao mais próximo; aquele, ao mais distante.Ex.: Matemática e literatura são matérias que me agradam: esta desenvolve a sensibilidade; aquela, o raciocínio.

O, a, os, as são pronomes demonstrativos quando podem ser substituídos por aquele, aquela, aquilo, isso.Ex.: Achei o que procuras. / O que sei é que te amo.

Tal é pronome demonstrativo quando equivale a este, esse, isso etc.Ex.: Não havia motivos para tal comportamento. / Jamais compreendi tais decisões.

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Mesmo e próprio são demonstrativos de reforço e equivalem ao termo a que se referem, concordando com ele.Ex.: Ele mesmo fez o exercício. / Elas próprias resolveram o problema.

*Nas expressões por isso, além disso, isto é, o uso dos demonstrativos nem sempre está em conformidade com a regra; nessas expressões sua forma é invariável.

- Morfossintaxe do pronome demonstrativoOs pronomes demonstrativos variáveis podem desempenhar a função de substantivos (sujeito, objeto direto, objeto indireto etc.) ou de adjetivos (adjunto adnominal e predicativo).Os pronomes demonstrativos invariáveis (isto, isso, aquilo) necessariamente desempenham função de substantivo.Ex.: Este livro é de geografia; aquele é de matemática. pron adj. pron. subst.. (adj. adn.) (sujeito)

Isto é o que você pensa! pron. subst. (sujeito)

Ela disse aquilo?! pron. subst.. (obj. dir.)

Pronomes relativosPronomes relativos são aqueles que retomam um termo da oração que já apareceu antes (antecedente), projetando-o em outra oração.Ex.: Não conhecemos os alunos. Os alunos saíram. Não conhecemos os alunos que saíram.

- Alguns empregos dos pronomes relativosOs pronomes relativos virão antecedidos de preposição se a regência verbal assim determinar.Ex.: Este é o autor a cuja obra me refiro. (referir-se a algo) Este é o autor de cuja obra gosto. (gostar de algo) São opiniões em que penso. (pensar em algo)

Quando possuir antecedente, o pronome relativo quem virá sempre precedido de preposição.Ex.: Não conheço a menina de quem você falou. Este é o rapaz a quem você se referiu.

É comum empregar o relativo quem sem antecedente. Neste caso, ele é classificado como relativo indefinido.Ex.: Quem nasce em Fortaleza adora ir à praia.

Onde é empregado com verbos que não dão ideia de movimento.Ex.: Sempre morei na casa onde nasci.

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Aonde é empregado com verbos que dão ideia de movimento e equivale a para onde.Ex.: Aonde eu for, virás comigo.

- Morfossintaxe do pronome relativoOs pronomes relativos introduzem orações subordinadas adjetivas. Ao contrário das conjunções, que não desempenham função no interior da oração, os pronomes relativos sempre têm uma função sintática na oração adjetiva.Ex.: Ouço a voz do vento, que varre a tarde .

oração adjetiva

Ouço a voz que o vento traz . oração adjetiva

*O estudo das funções sintáticas do pronome relativo será retomado, com mais detalhes, no capítulo sobre orações subordinadas adjetivas.

Pronomes indefinidosPronomes indefinidos são aqueles que se referem à terceira pessoa do discurso de modo vago e impreciso.Ex.: Alguém me contou a verdade. / Algo me diz que não é este o caminho.

Os pronomes indefinidos também podem aparecer sob a forma de locução pronominal.Ex.: cada qual, quem quer que, qualquer um, todo aquele.

*A palavra umA palavra um pode ser artigo, numeral ou pronome indefinido. Para classificá-la corretamente, pense no significado da frase e em alguns conceitos gramaticais.

O pronome indefinido um, geralmente, vem empregado em construções combinadas com o pronome indefinido outro.Ex.: Um gosta de futebol, outro de vôlei.Repare, ainda, que na frase acima a palavra um está substituindo um substantivo, papel típico do pronome, e desempenha a função sintática de núcleo do sujeito.

O numeral um necessariamente nos remete à ideia de quantidade. Para classificarmos a palavra um como numeral, é fundamental que a frase apresente uma construção paralela empregando outro numeral.Ex.: O juiz mostrou um cartão vermelho e três amarelos.

O artigo indefinido um sempre precede substantivo, acrescentando-lhe a ideia de indeterminação.Ex.: Um elefante sempre faz sucesso no circo.Na frase acima, fica clara a noção de um ser indeterminado, não específico. Sintaticamente, o artigo sempre desempenha a função de adjunto adnominal.

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- Emprego dos pronomes indefinidosO indefinido algum, quando posposto ao nome, assume valor negativo, equivalendo a nenhum.Ex.: Livro algum faz referência a este episódio.

O pronome indefinido cada não deve ser utilizado desacompanhado de substantivo ou numeral.Ex.: Receberam cem livros cada. (ERRADO) Receberam cem livros cada um. (CERTO)

Certo é pronome indefinido quando anteposto ao nome a que se refere. Quando posposto, será adjetivo.Ex.: Certo amigo me avisou do perigo. (pron. indef.) O amigo certo se conhece na hora incerta. (adj.)

Todo, toda (no singular), quando desacompanhados de artigo, significam qualquer. Quando acompanhados de artigo, passam a dar a ideia de inteiro.Ex.: Todo homem é mortal. (qualquer homem) Ela comeu todo o bolo. (o bolo inteiro)

*A expressão de todo é locução adverbial, por isso permanece sempre invariável. Ex.: Quando se referiu ao assunto, ela não estava de todo errada.

Qualquer tem por plural quaisquer.Ex.: Acabaram acolhendo quaisquer soluções.

Posposto ao substantivo, qualquer assume valor pejorativo.Ex.: Era uma mulherzinha qualquer.

Alhures significa noutro lugar, algures significa em algum lugar e nenhures significa em nenhum lugar.

Outrem significa outra pessoa.

- Morfossintaxe do pronome indefinidoOs pronomes indefinidos podem acompanhar ou substituir um substantivo. Serão, respectivamente, pronome adjetivo ou pronome substantivo e desempenharão as funções sintáticas típicas dessas classes de palavras.

Os pronomes alguém, ninguém, outrem, algo e nada sempre têm valor de substantivo.Ex.: Alguém roubou minha caneta. pron. subst. suj. simples

Os pronomes algures, alhures, nenhures, pelo próprio significado (referem-se a lugar), desempenham a função de adjunto adverbial.

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Pronomes interrogativosPronomes interrogativos são usados em frases interrogativas diretas ou indiretas. São eles: quem, que, qual e quanto.

O pronome interrogativo refere-se sempre a um ser sobre o qual não temos informações; esta é a própria essência da frase interrogativa. Por essa característica, os pronomes interrogativos assemelham-se aos pronomes indefinidos.

- Morfossintaxe do pronome interrogativoO pronome quem é sempre empregado como substantivo, desempenhando, portanto, funções substantivas.Ex.: Quem chamou? Sujeito

O pronome qual é, em geral, empregado como adjetivo e exerce a função de adjunto adnominal.Ex.: Qual caneta é a minha? adj. adn.

Colocação pronominalOs pronomes oblíquos átonos (o, a, os, as, lhe, lhes, me, te, se, nos, vos), como todos os outros monossílabos átonos, apoiam-se na tonicidade de alguma palavra próxima. Dessa forma, esses pronomes podem ocupar três posições na oração.

- antes do verbo: neste caso, ocorre a próclise e falamos que o pronome está proclítico. Ex.: Nunca me revelaram os verdadeiros motivos.

- meio do verbo: neste caso, ocorre a mesóclise e falamos que o pronome está mesoclítico. A mesóclise só é possível com o verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito. Ex.: Revelar-te-ei os verdadeiros motivos. / Revelar-me-iam os verdadeiros motivos.

- depois do verbo: neste caso, ocorre a ênclise e falamos que o pronome está enclítico. Ex.: Revelaram-me os verdadeiros motivos.

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CATEGORIAS GRAMATICAIS INVARIÁVEIS

ADVÉRBIOAdvérbio é a palavra invariável que modifica o verbo, o adjetivo ou ainda outro advérbio, exprimindo determinada circunstância.Ex.: Eles agiram mal. / Eram alunas muito bonitas. / Eles chegaram bastante cedo. Verbo adv. adv. adj. adv. adv.

Classificação dos advérbiosConforme a circunstância, os advérbios classificam-se em:- de afirmação: sim, certamente, efetivamente, realmente etc.- de dúvida: talvez, quiçá, possivelmente, provavelmente etc.- de intensidade: muito, pouco, bastante, demais, menos, tão etc.- de lugar: aqui, ali, cá, lá, atrás, perto, abaixo, acima, dentro, fora, além, adiante etc.- de tempo: agora, já, ainda, amanhã, cedo, tarde, sempre, nunca etc.- de modo: assim, bem, mal, depressa, devagar e maioria dos vocábulos terminados em –mente.- de negação: não, tampouco etc.

Advérbios interrogativosAs palavras onde, como, quanto, quando e por que, usadas em frases interrogativas (diretas ou indiretas), são chamadas advérbios interrogativos.

- Onde expressa circunstância de lugar. (Onde você mora?)- Como expressa circunstância de modo. (Não sei como ele fez isso.)- Quanto (e flexões) expressa circunstância de quantidade. (Quanto custou a mercadoria?)- Quando expressa circunstância de tempo. (Quando você volta?)- Por que expressa circunstância de causa. (Queria saber por que ele não veio.)

Locução adverbialFrequentemente o advérbio não é representado por uma única palavra, mas por um conjunto de palavras que se denomina locução adverbial. Esse conjunto de palavras é geralmente formado por:

substantivopreposição + adjetivo advérbio

Ex.: Ele resolveu o problema com calma. (=calmamente)

Alguns exemplos de locução adverbial: à direita, à esquerda, à frente, à vontade, de cor, em vão, por acaso, frente a frente, de maneira alguma, de manhã, em breve, de súbito, de propósito, de repente, ao léu...

Grau dos advérbiosSão dois os graus do advérbio: comparativo e superlativo.

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- Grau comparativoO comparativo pode ser:De igualdade: formado por tão + advérbio + quanto (ou como)Ex.: Ele chegou tão cedo quanto o colega.De superioridade: formado por mais + advérbio + (do) queEx.: Ele chegou mais cedo que o colega.De inferioridade: formado por menos + advérbio + (do) queEx.: Ele chegou menos cedo que o colega.

- Grau superlativoO superlativo pode ser:Sintético: a presença de sufixo indica grau. (Cheguei cedíssimo.)Analítico: a indicação de aumento de grau é feita por outro advérbio. (Cheguei muito cedo.)

*Os advérbios bem e mal admitem também o grau comparativo de superioridade sintético: melhor e pior.

Emprego dos advérbiosQuando se coordenam vários advérbios terminados em –mente, pode-se usar esse sufixo apenas no último advérbio.Ex.: Estava dormindo calma, tranquila e sossegadamente.

Antes de particípios não se devem usar as formas sintéticas do comparativo de superioridade (melhor, pior), e sim as formas analíticas: mais bem, mais mal.Ex.: Aquelas alunas estavam mais bem preparadas que as outras. Esta roupa parece mais mal acabada que aquela.

Na linguagem popular é comum o advérbio receber sufixo diminutivo. Cumpre observa que, nestes casos, o sufixo não possui propriamente valor diminutivo, e sim valor superlativo.Ex.: Ele chegou cedinho. (muito cedo)

Ainda na linguagem popular, a repetição do advérbio tem valor superlativo.Ex.: Devo chegar cedo, cedo. (bastante cedo)

O advérbio pode modificar uma oração inteira.Ex.: Felizmente, todos saíram.

A palavra só é advérbio quando equivale a somente. Quando equivaler a sozinho(a) deve ser classificada como adjetivo.

- Morfossintaxe do advérbioOs advérbios e as locuções adverbiais desempenham, sintaticamente, a função de adjuntos adverbiais.A exemplo dos advérbios, os adjuntos adverbiais também são classificados a partir da circunstância que exprimem.

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PREPOSIÇÃOPreposição é a palavra invariável que liga dois termos da oração, subordinando um ao outro.Ex.: Chegou de ônibus.O termo que antecede a preposição é denominado regente; o termo que a sucede é denominado regido.

Classificação de preposiçõesAs preposições classificam-se em essenciais ou acidentais (palavras que, não sendo efetivamente preposições, podem funcionar como tal).

Locução prepositivaA um conjunto de duas ou mais palavras com valor de preposição dá-se o nome de locução prepositiva.Ex.: abaixo de, acerca de, a fim de, ao lado de, apesar de, através de, de acordo com, em vez de, junto de, para com, perto de etc.

Emprego das preposiçõesAlgumas preposições podem aparecer combinadas com outras palavras. Quando na junção da preposição com outra palavra não houver alteração fonética (ao, aos, aonde), teremos combinação. Caso a preposição sofra redução (do, deste, neste), teremos contração.

*A contração da preposição a com o artigo a forma a crase, estudada à parte.

*Não se deve contrair a preposição de com o artigo que encabeça o sujeito de um verbo. Ex.: Está na hora da onça beber água. (ERRADO) / Está na hora de a onça beber água. (CERTO)

As preposições podem assumir inúmeros valores:

- de lugar: ver de perto- de origem: Ele vem de Brasília.- de causa: Morreu de fome.- de assunto: Falava de futebol.- de meio: Veio de trem.- de posse: casa de Paulo- de matéria: chapéu de palha

Morfossintaxe da preposiçãoA preposição não desempenha função sintática na oração. Ela apenas une termos, palavras. É um conectivo e, como tal, é responsável pela coesão de um texto.

CONJUNÇÃOConjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou dois termos que exercem a mesma função sintática dentro de uma oração.Ex.: Pedro chegou atrasado e João ficou aborrecido. / Pedro e João chegaram atrasados.No primeiro caso, a conjunção e liga duas orações coordenadas; já no segundo, a conjunção liga dois termos da oração que exercem a mesma função sintática (núcleo do sujeito).

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Classificação das conjunçõesAs conjunções classificam-se em:

- CoordenativasLigam termos que exercem a mesma função sintática, ou orações independentes (coordenadas). As conjunções coordenativas subdividem-se em:

aditivas: e, nem, mas também, mas ainda etc.adversativas: mas, porém, todavia, contudo, entretanto etc.alternativas: ou, ou...ou, ora...ora, quer...quer etc.conclusivas: pois (posposto ao verbo), logo, portanto, então etc.explicativas: pois (anteposto ao verbo), porque, que etc.

- SubordinativasLigam duas orações sintaticamente dependentes. As conjunções subordinativas subdividem-se em:

causais: porque, visto que, já que, uma vez que, como etc.condicionais: se, caso, contanto que etc.comparativas: que (precedido de tão, tal, tanto), de modo que, de maneira que etc.conformativas: como, conforme, segundo etc.concessivas: embora, se bem que, ainda que, mesmo que, conquanto etc.temporais: quando, enquanto, logo que, desde que, assim que etc.finais: a fim de que, para que, que etc.proporcionais: à proporção que, à medida que etc.integrantes: que, se (quando iniciam oração subordinada substantiva)

Morfossintaxe da conjunçãoAs conjunções não exercem função sintática na oração. São conectivos.

INTERJEIÇÃOInterjeição é a palavra invariável com a qual exprimimos sentimentos e emoções súbitas.Ex.: oba!, cuidado!, ufa!, fora!, vamos!, bravo!, olá!, tomara!, ai!, puxa!, alô!, silêncio! etc.

Quando a emoção ou sentimento é expresso por um grupo de palavras, estas recebem o nome de locução interjetiva (ora bolas!, cruz credo!, puxa vida!, valha-me Deus!, mais um!).

Morfossintaxe da interjeiçãoA interjeição é considerada palavra-frase, caracterizando-se como uma estrutura à parte. Não desempenha, portanto, função sintática.