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Marquesa de Alorna QUERIDA LEONOR Texto Luísa V. de Paiva Boléo Ilustrações André Carrilho

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GRANDES VIDAS PORTUGUESASPORTUGAL DE ONTEM, DE HOJE

E DE SEMPRE, ATRAVÉS DAS VIDAS DE QUEM O FEZ GRANDE.

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Marquesa de AlornaQUERIDA LEONOR

Texto Luísa V. de Paiva BoléoIlustrações André Carrilho

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ISBN 978-972-27-2515-6

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Marquesa de AlornaQUERIDA LEONOR

Texto Luísa V. de Paiva BoléoIlustrações André Carrilho

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universo e afirma-se que qualquer humano pode ser senhor do seu destino. O Iluminismo (de lu-zes) e os liberalismos político e económico ga-nham terreno. A agricultura conta agora com maquinarias, novas culturas vindas das Américas, melhor alimentação e o consequente aumento da população e da qualidade de vida.

Em Lisboa, no último dia de outubro de 1750, nasce uma menina chamada Leonor de Almeida Portugal de Lorena e Lencastre, futuramente co-nhecida por D. Leonor, marquesa de Alorna. Nesta época havia uma vincada estratificação social: uma minoria nascia com direitos, privilégios, casa, cria-dos, cama e roupa lavada; a grande maioria, não.

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O GRANDE TERRAMOTO

À s 9 horas e 40 minutos do Dia de Todos os Santos, 1 de novembro de 1755, com as igre-

jas pejadas de fiéis, um ruído cavernoso começou a irromper do chão e a terra tremeu três vezes du-rante 16 longos minutos. Posteriores estudos di-taram a sua magnitude — 8,6 na escala de Richter. De imediato ruíram igrejas, casas, edifícios ofi-ciais, monumentos. A destruição atingiu uma área ampla da capital do império, o Algarve e mui-tas outras localidades. Lisboa, então um impor- tante porto comercial, ficou em ruínas. O que o terramoto não destruiu acabou em cinzas provo-cadas por inúmeros incêndios. Milhares de pes-soas aos gritos imploravam a piedade de Deus. O Tejo, numa onda gigantesca, galgou o Terreiro do Paço e destruiu tudo o que encontrou pelo

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«O AZAR DOS TÁVORA»

O perigo dos amores secretos do rei pela jo-vem Távora adensou-se, como numa ópera

trágica, e no fatídico dia 3 de setembro de 1758 aconteceu o imprevisto — um atentado contra a vida de D. José, quando regressava de casa da sua favorita. Foi atingido no braço direito e nas costas com alguma gravidade e depois de tratado pelo médico, em cuja casa pernoitou, conseguiu regressar na manhã seguinte a Belém, local onde a família real passou a viver depois da destrui-ção do Paço pelo terramoto. Fez saber à mulher e filhas que dera uma queda, mas o assunto não ficou por ali. Sebastião José de Carvalho e Melo, entretanto nomeado secretário de Estado do rei-no, tinha finalmente um bom motivo para afas-tar do seu caminho os poderosos e sobranceiros

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Finalmente, em julho de 1814, D. Leonor regressa a Portugal. Tem 64 anos.

A sua poesia é então apreciada por contem-porâneos como Correia Garção, Nicolau Tolenti-no e especialmente Bocage, mais novo, com quem troca poesias e que a elogia publicamente. A ge-ração de escritores românticos, como Garrett e Herculano, mais tarde louvarão a poesia pioneira de Alcipe, que abordou todas as formas poéticas, do soneto aos epigramas, passando pelas odes, canções ou elegias.

D. Leonor volta a frequentar os círculos lite- rários onde se cruzam homens e mulheres que a admiram e outros, mais novos, a quem vai orientar, como António Feliciano de Castilho ou Alexandre Herculano que, mais tarde, escreverá sobre ela:

D. Leonor atravessou seis reinados: D. José, que a encarcerou; D. Maria I, que lhe deu a li-berdade; D. João VI, que a exilou; D. Miguel, o usurpador; D. Pedro IV, a cujas exéquias as-siste. D. Maria II, no ínício do seu reinado, em 1834, atribui-lhe a banda da Real Ordem de Santa Isabel.

«Àquela mulher extraordinária é que eu devi incita-mento e proteção literária, quando ainda no verdor dos anos dava os primeiros passos na estrada das letras. Foi a madame de Staël portuguesa.»

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COLEÇÃO GRANDES VIDAS PORTUGUESAS

Marquesa de AlornaQuerida Leonor

Edição: ©Imprensa Nacional / ©Pato Lógico Edições Texto: ©Luísa V. de Paiva Boléo

Ilustrações: ©André CarrilhoDesign: André Letria / Pato Lógico

Direção de Arte da Coleção: André LetriaRevisão: Imprensa Nacional-Casa da Moeda

Paginação: Pato LógicoImpressão e acabamentos: Imprensa Nacional-Casa da Moeda

1.ª edição em maio de 2017ISBN: 978-972-27-2515-6Depósito legal: 416 029/16

N.º de edição: 1021444

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GRANDES VIDAS PORTUGUESASPORTUGAL DE ONTEM, DE HOJE

E DE SEMPRE, ATRAVÉS DAS VIDAS DE QUEM O FEZ GRANDE.

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Marquesa de AlornaQUERIDA LEONOR

Texto Luísa V. de Paiva BoléoIlustrações André Carrilho

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9 7 8 9 7 2 2 7 2 5 1 5 6

ISBN 978-972-27-2515-6

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