Hipnóticos e Sedativos

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Hipnóticos e Sedativos 1. INTRODUÇÃO A. Conceito Hipnóticos e sedativos são depressores gerais ou não-seletivos do sistema nervoso central; são usados para reduzir a inquietação e tensão emocional e para induzir sono ou sedação. B. Empregos Procura-se a sedação em uma ou mais das seguintes situações: tensão emocional, tensão crônica, hipertensão, potenciação de analgésico, controle de convulsões, adjuvantes da anestesia, narcoanaálise. Os hipnóticos, por outro lado, são usados para combater casos de insônia de diversos tipos; em muitos casos, a insônia provém de problemas não-resolvidos. A diferença entre a ação hipnótica e a sedativa depende da dose: doses maiores causam efeitos hipnóticos, ao passo que doses menores produzem somente sedação. Em doses altas alguns destes fármacos são utilizados para induzir anestesia cirúrgica ou como anestésicos basais. C. Efeitos adversos As reações adversas mais comuns são: sonolência, letargia e ressaca. Coma e até morte causadas pela depressão dos centros medulares vitais do cérebro, resultam de superdose. O uso prolongado, mesmo em doses terapêuticas, pode causar dependência física e psíquica. A retirada abrupta desses fármacos pode resultar em grave síndrome de abstinência, caracterizada por

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Hipnóticos e Sedativos

1. INTRODUÇÃO

A. Conceito

Hipnóticos e sedativos são depressores gerais ou não-seletivos do sistema nervoso central; são usados para reduzir a inquietação e tensão emocional e para induzir sono ou sedação.

B. Empregos

Procura-se a sedação em uma ou mais das seguintes situações: tensão emocional, tensão crônica, hipertensão, potenciação de analgésico, controle de convulsões, adjuvantes da anestesia, narcoanaálise. Os hipnóticos, por outro lado, são usados para combater casos de insônia de diversos tipos; em muitos casos, a insônia provém de problemas não-resolvidos. A diferença entre a ação hipnótica e a sedativa depende da dose: doses maiores causam efeitos hipnóticos, ao passo que doses menores produzem somente sedação. Em doses altas alguns destes fármacos são utilizados para induzir anestesia cirúrgica ou como anestésicos basais.

C. Efeitos adversos

As reações adversas mais comuns são: sonolência, letargia e ressaca. Coma e até morte causadas pela depressão dos centros medulares vitais do cérebro, resultam de superdose. O uso prolongado, mesmo em doses terapêuticas, pode causar dependência física e psíquica. A retirada abrupta desses fármacos pode resultar em grave síndrome de abstinência, caracterizada por convulsões e delírio, podendo ocorrer também coma e morte.

A intoxicação é tratada por indução ao vômito, se possível; se não, por lavagem estomacal e manutenção da respiração e circulação adequadas.

III. CLASSIFICAÇÃO

A. Brometos

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Os brometos, sedativos inorgânicos, foram amplamente usados durante o século passado. Os sais mais receitados foram: NaBr, KBr, NH4Br, CaBr2. 2H2O e SrBr2 . 6H2O.

Hoje em dia essas drogas são raramente usadas porque tendem a acumular-se no organismo e causam intoxicação grave chamada bromismo, caracterizada por dermatite, distúrbios gastrintestinais e distúrbios mentais. O bromismo é tratado com cloreto de sódio ou cloreto de amônio.

B. Álcoois

Diversos álcoois exercem ação hipnótica. Neles observam-se determinadas relações entre estrutura e atividade: (a) a atividade hipnótica aumenta com o aumento da cadeia carbônica até n-hexanol ou n-octanol; (b) a insaturação aumenta tanto a atividade quanto a toxidade; (c) os álcoois terciários são mais ativos do que os secundários, e estes mais do que os primários; (d) a ramificação resulta em depressão maior; (e) a introdução de outro grupo hidroxila tende a diminuir a toxidade bem como a atividade; (f) a substituição de hidrogênio por halogênio realça a atividade.

C. Amidas

Diversas amidas apresentam ação sedativa, embora sejam, em geral, mais utilizadas como miorrelaxantes ou ansiolítico: dietilbromacetamida, ibrotamida, novonal, sulpirida (Dogmalid, Dogmatil, Equilid, Modulan), tricetamida, valnoctamida (Nirvanil).

D. Sulfonas

Os principais fármacos desta classe são sulfonalona e trinalona. Contudo, hoje são considerados obsoletos, por serem demasiadamente tóxicos e apresentarem graves efeitos adversos.

F. Carbamatos

Certos carbamatos ou uretanas manifestam ação hipnótica e sedativa. São, todavia, pouco usados, em razão de sua elevada toxicidade e fraca potência sedativa. Alguns, principalmente o mebutamato e o meprobamato, encontram emprego como ansiolíticos.

G. Ureídas acíclicas

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Ureídas acíclicas são derivados da uréia e ácidos monocarboxílicos. Sua fórmula geral é R-CONHCONH2. Diferem das ureídas cíclicas, que são derivados da uréia e ácidos dicarboxílicos; o protótipo das ureídas cíclicas é o ácido barbitúrico.

H. Barbitúricos

Os mais amplamente usados estão arrolados na Tabela 5.2.

Outros são: (a) de efeito prolongado: difebarbamato, febarbamato, metarbital; (b) de efeito intermediário: alobarbital, butalilonal, butobarbital (butetal), nealbarbital, propalilonal, vimbarbital, vinilbital; (c)de efeito curto: ciclobarbital, ciclopentobarbital, Dermovit, heptabarbo, hexetal, Rectidon. Além destes, há os seguintes: bralobarbital, carbubarbo (carbubarbital), crotarbital, Cyclopal, narcobarbital, proxibarbal, reposal, tetrabarbital, tibutabarbital.

Agora estes grupos compreendem os seguintes barbitúricos:

1. Duração de efeito prolongada (quatro a doze horas): barbital, fenobarbital, metifenobarbital, metabarbital;

2. Duração de efeito intermediário (duas a oito horas): amobarbital, aprobarbital, secbutabarbital, proparbital, talbutal e vimbarbital;

3. Duração de efeito curta (até três horas): ciclobarbital, heptabarbo, pentobarbital e secobarbital;

4. Duração de feito ultracurta (menos de três horas): hexobarbital, metoexital, tiamilal e tiopental.

Os barbitúricos de duração de efeito prolongada são principalmente usados para o tratamento de epilepsia e para manter a sedação em estado de ansiedade e tensão. Os de duração de efeito intermediária e curta são usados normalmente como hipnóticos e sedativos, para o tratamento de insônia e para a sedação pré-anestésica. Os que possuem duração de efeito ultracurta são usados principalmente como agentes anestésicos intravenosos para a anestesia basal.

I. Piperidinodionas

São relacionadas estruturalmente com os barbitúricos.