Historia da educação silvana

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TAUBATÉ-SP SILVANA MARA CAMPANHOLO

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Trabalho de história da educação

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TAUBATÉ-SP

SILVANA MARA CAMPANHOLO

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SILVANA MARA CAMPANHOLO

A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

TAUBATÉ-SP

2013

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Trabalho sobre os Fundamentos da Educação: A

História da Educação apresentado a Faculdade de

Nanuque, Como requisito para obtenção Parcial de

grau do Curso de Licenciatura R2/1997 em Filosofia.

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RESUMO

Este trabalho sobre os fundamentos da Educação, aborda a História da Educação

no decorrer das eras. Sua origem, os métodos abordados no decorrer dos séculos

tanto nos países tidos como berço das civilizações até chegar aos nossos dias no

Brasil. No decorrer do trabalho e ao pesquisar textos sobre o tema ficou impossível

de não se fazer uma comparação com os métodos utilizados no passado e o que

acontece hoje nas alas de aula brasileiras. Pouca mudança houve em relação ao

ensino no último século aqui no Brasil. A questão da formação de mão de obra

profissionalizada ainda é muito forte no currículo brasileiro, e com o REM,

Reinventando o ensino Médio, e o PRONATEC, pode-se observar que realmente

não tem havido grandes mudanças no quadro geral da educação no Brasil. A

educação que é um direito de todos, está comprometida com as urnas eleitorais, e

os números oferecidos por agencias de pesquisas não são verdadeiros. Outra

característica que vai se acentuando no setor educacional atual e no passado, é o

Estado Brasileiro querer mais uma vez transferir a responsabilidade da Educação

Primária às Prefeituras. Isto provou ser no passado um fracasso, e um retrocesso

nas leis educacionais.

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SUMÁRIO

Apresentaçã

o ..................................................................................

.......5

1. A história da educação nas civilizações antigas............................................6

1.1 Educação no Egito................................................................................6

1.2 Educação na Grécia...............................................................................7

1.3 Educação em Roma...............................................................................8

2. A educação na Idade Média ..............................................................................9

3. A educação na Idade Moderna ........................................................................13

3.1 Absolutismo..........................................................................................13

3.2 A revolução industrial..........................................................................16

4. A história da educação no Brasil....................................................................18

5. Referências Bibliográficas..............................................................................22

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APRESENTAÇÃO

Hoje em dia o assunto em pauta onde quer que se vá é: O futuro da

educação no Brasil. Os brasileiros estão cansados de ser manipulados por uma

política inescrupulosa onde os governantes regem, não para o povo mas para si

mesmos e os seus. Estão cansados de uma educação onde o indivíduo não aprende

a ser cidadão, e pior, não se desenvolve como tal, vindo a ser um produto

massificado “grupado”, perdendo assim as características de “ser” para se tornar “o

que os outros são”, ou o “que eles são”.

Neste estudo abordaremos a História da Educação nas civilizações antigas

(Egito, Grécia e Roma) e a História da Educação na idade Média e Idade Moderna e

a história da Educação Brasileira (HEB). Tendo em vista que os pilares da educação

se constroem na prática do exercício da liberdade, da justiça e da solidariedade,

tendo estes 3 pilares:

a- Ninguém educa ninguém, pois a educação é a ação da pessoa ou do

grupo que se educa, o educando é o sujeito de sua educação sendo esta

uma tarefa de toda a vida.

b- Ninguém se educa sozinho, pois a educação supõe a alteridade,

precisamos do outro para nos educar.

c- A Educação tem como ponto de partida a própria realidade pessoal e

sociocultural do educando ou do grupo de educandos e nesse sentido a

realidade constitui a mediação do ato educativo.

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1. A EDUCAÇÃO NAS CIVILIZAÇÕES ANTIGAS

A importância de se conhecer os aspectos mais importantes da história de

educação ao longo dos anos e o de se compreender os métodos de ensino dos

conteúdos enfocados em cada período é a fim de nos ajudar a compreender as

transformações do mundo da educação, seus conceitos e desenvolvimento de

ensino.

1.1 A Educação no Egito

No período de 2200 a.c. o Estado controlava a economia em quase todas

as escalas, os templos as minas, pedreiras e obras públicas pertenciam ao Estado.

A manutenção e o sustento da família de faraó e da corte era o objetivo central da

instituição estatal. Os expoentes da cultura: a matemática, a astronomia e a

medicina eram explicados pela magia e pela religião. A classe dominante tinha

acesso à educação e a oratória era de valor central, pois o bom dirigente deveria ser

capaz de se comunicar com facilidade sem o uso da escrita.

A metodologia desta educação era embasada na repetição de normas

morais e os alunos recitavam juntos os textos trabalhados.

No Médio Império houve a necessidade da sistematização da formação

do homem político surgindo assim os primeiros modelos de escola, onde os

professores sentavam-se em posição de destaque e eram rodeados pelos alunos,

assim sendo, o escriba responsável pelos trabalhos administrativos do estado e

perito na escrita torna-se o responsável pela educação dos jovens.

Não havia a preocupação de desenvolver a literatura artística nos alunos,

os ensinamentos visavam prepará-los para administrar a sociedade. As letras

serviam para o exercício do poder já que a classe dominante era a única a receber

tais instruções. A educação física – cuja atividade principal era a natação, era outra

característica pedagógica importante.

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No período Novo Império surge a educação físico-militar e a Educação das

Grandes Literaturas, ensinadas por repetição e castigos físicos. A repetição de

procedimentos matemáticos ganha importância nesta época.

Os egípcios acreditavam que a instrução diferenciava os indivíduos, pois os

que dominavam as letras não trabalhavam em serviços grosseiros e pesados, tais

trabalhos eram realizados pelos que não tinha acesso à educação: isto é a grande

maioria.

A escrita não teve forte ênfase, porém foi fundamental para a conservação

da história desse povo

1.2 A Educação Na Grécia

Foi na Grécia que os conceitos básicos e valores de nossa cultura se

desenvolveram: as ideias de liberdade política, cidadania, de desenvolvimento

intelectual da individualidade, da filosofia, da poesia, da racionalidade, os conceitos

de arte e da lei são temáticas embrionárias a se manifestar nas sociedades gregas.

Esparta e Atenas foram as principais Cidades-Estados, e no que tange a

educação haviam diferenças essenciais entre elas.

Tornar-se um “homem completo” deveria ser o objetivo de todos os

homens livres. Ideal este que repercutiu em toda a educação grega. Este

pensamento se deu a partir de Homero no século VIII AC, autor de Ilíada e de

Odisséia, o escritor trata em seus poemas de um duplo ideal de homem, o de fazer e

o do saber – anterior a estas obras a educação era essencialmente prática.

Em Esparta no período Arcaico (700 AC a 500AC) a educação era

vinculada à preparação física dos indivíduos e a questão militar era central na vida

daqueles povos. O foco era disciplina e a obediência às leis e dos nos valores

relacionados à coragem. Este tipo de educação se deu devido às constantes guerras

e invasões persas. Encontramos também neste tempo a música e a ginástica,

presentes na educação.

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A criança ficava com a família até os sete anos de idade. Era a família que

as ensinavam os exercícios físicos e disciplinares, depois disto ela era encaminhada

para uma escola mantida pelo estado e na adolescência daria início aos estudos de

estratégias de guerras e treinamentos militares. Surge também neste período os

soastas, que eram uma espécie de professores ambulantes que viajavam de cidade

em cidade oferecendo instrução superficial em troca de finanças.

Os sofistas ganham espaço no Período Clássico (500 AC até 36 AC)

revolucionando a forma de pensar dos gregos, problematizando a questão do bem e

do mal, verdade e mentira, justiça e injustiça. Criticavam a escravidão, a

discriminação racial perante outros povos e defendiam a liberdade e os direitos

individuais.

Em Atenas surgem as primeiras leis sobre a educação e a escola, temas

tratados eram: deveres educativos dos pais, ensino de ofício aos pobres, educação

completa para os ricos, numero de alunos por turma e a formação dos professores.

Foi aí que nasceu a escola escrita com a evolução da escola que primariamente era

montada com contribuições dos soberanos, doações de particulares, e mais tarde foi

assumindo um caráter de instituição do Estado. O ginásio era o modelo educacional

desta época. Surge também nesse período o ensino profissional (século V). O

exercício de ensinar se tornou uma profissão pública conquistando uma

aceitabilidade social maior. Destacam-se como principais filósofos desta época:

Herádito de Éfeso, Sócrates, Platão, e Aristóteles, estes levantaram questões

educacionais extremamente importantes ainda em nossos dias.

1.3 A Educação em Roma

A sociedade romana experimentou vários modelos de administração política,

por ter sido constituída pela união cultural de vários povos, passando pelas

diferentes etapas políticas: a monarquia, a república e o império, contribuindo para o

processo de construção de Roma.

No período da monarquia 753 AC a 509 AC o modelo da educação era

primitiva e a aprendizagem de valores morais e disciplinares era essencial. O

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método de ensino era o de imitação, centralizando a educação na formação do

caráter do indivíduo – e era o pai que desenvolvia essa função pedagógica.

A criança ficava sob a tutela do pai a partir dos 7 anos para praticar

exercícios físicos e caso a mãe não tivesse ensinado costumes utilitários básicos, o

pai o faria. Os meninos deveriam desenvolver ao longo do seu aprendizado valores

como a piedade, a honestidade e a prudência.. No início a escola do lar era a única.

Houve sim, mais tarde uma escola elementar chamada “Ludi” do latim Ludus

(diversão), quando os alunos aprendiam as artes e a escrita, demonstravam grande

prazer, era como se fosse um jogo para eles.

Quando a Grécia foi incorporada a Roma, a cultura conquistada agora passa

a influenciar a conquistadora. Os romanos se viram forçados a estudar uma nova

língua devido às relações comerciais, surgindo então a escola do Gramático –

ensinavam o grego e o latim- os escravos pedagogos gregos eram encarregados do

ensino nessas escolas.

No ensino romano surge a ideia de educador como sujeito histórico, tendo

origem a um trabalho servil e discriminado. Os professores começaram como

escravos e depois vieram a receber uma quantia miserável para ensinar.

Com as reorganizações do império os mestres tornaram-se assalariados (mal

pagos), a instituição escolar generaliza-se e consolida-se como órgão do Estado

vindo a funcionar em várias cidades do império. O caráter oficial das escolas e sua

estrita dependência do Estado tornam-se as principais diferenças em relação ao

modelo de ensino da Grécia, vindo a ser uma novidade fundamental para a

educação. A oratória se torna a grande virtude intelectual – a escola do retórico em

Roma valia-se do treino unicamente em retórica, só estando ao alcance daqueles

que seguiam carreiras públicas. A educação se torna um privilégio de poucos e entra

em declínio por ter sido cada vez mais direcionada à classe mais elevada da

sociedade, deixando de ser vinculada aos problemas práticos da população.

.

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2 A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA

Período entre o fim do império romano no século V e a invasão de

Constantinopla no século XV. Este tempo foi marcado pela forte influência da Igreja

Católica na cultura ocidental, valores hebraico-cristãos são difundidos entre os

bárbaros.

Principais impérios: o carolíngio, o bizantino e o mulçumano.

No feudalismo o modelo é essencialmente agrário, onde os servos sofriam

grande exploração, sendo obrigados a prestar serviços a nobreza em troca de

proteção. Os senhores feudais tinham o controle político e exerciam muitas vezes o

papel do Estado.

As guerras foram as causas da diminuição da densidade populacional nos

grandes centros e epidemias assolavam a população, houve uma mudança

gradativa na matriz produtiva da sociedade que deixa de se centralizar nas grandes

cidades e no comercio e se torna agrária e de pouca circulação.

Com forte influencia religiosa o homem medieval preocupava-se

fundamentalmente com a salvação da alma, com o pecado, com o inferno, o

purgatório e o paraíso.

Santo Agostinho (354-430) escreve “De Magistro”, uma interessante

contribuição pedagógica.

Os mosteiros são os únicos espaços educativos da época. Vocacionados e

leigos podiam frequentar as aulas do mosteiro, porém aos 18 anos os leigos podiam

optar entre o sacerdócio e o matrimônio. Estes mosteiros tiveram papel importante

na preservação e cópia de manuscritos e livros antigos.

Uma das marcas do cristianismo era a diminuição do preconceito contra a

instrução do povo, a educação das crianças era dada pela Igreja Católica. O

sadismo pedagógico era o método comum usado para corrigir os erros dos

pequenos.

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A cultura escolástica afirma-se no ocidente europeu. O conteúdo da

educação já estava transformado por essa nova cultura. A escolástica segundo

Nelson e Claudino Piletti “ é um movimento intelectual oriundo da Média preocupado

em demonstrar e ensinar as concordâncias entre a razão e a fé pelo método de

análise lógica.” O representante mais importante da escolástica é São Tomás de

Aquino (1225-1274), ele reflete sobre o papel do mestre e aborda a educação como

formação física e espiritual.

Surgem várias escolas em paróquias urbanas. Pobres tem acesso à escola.

A Igreja desenvolveu mais um papel de aculturação do que de instrução, as escolas

canônicas marcaram a época carolíngia.

No século VIII houve uma mescla na educação entre a Igreja e o Estado. O

poder político institucionalizado assume a responsabilidade pela instrução, mas a

confia a Igreja para executá-la. Foi Carlos Magno o autor desta medida. Mais tarde

surgiu divergência entre igreja e o Estado de quem seria responsável pela instrução

do povo, e a Igreja Católica então, direciona a instrução para a formação de clérigos

e deixa de atender aos leigos, cabendo ao Estado providenciar aos leigos a

educação, a qual se dava somente nos grandes centros.

No início o bispo dava as aulas, depois esta função foi passada a um

professor chamado

“ scholasticus” cargo que ganhou credibilidade.

Após o ano 1000 houve diminuição de conflito com os bárbaros e abertura

do trafego no Mediterrâneo, diminuindo assim o poder político feudal e houve

também uma retomada nas atividades culturais e pedagógicas.

As escolas cristãs se abrem para a população leiga e pobre. Artes liberais

são introduzidas como conteúdo. Em 1179 o papa Alexandre III decidiu estender a

educação para as camadas mais pobres e criou uma espécie de benefício financeiro

para os mestres ensinarem a todos. Surgindo assim os mestres livres, religiosos ou

leigos assalariados que ensinavam artes liberais (gramática, dialética, retórica,

aritmética, geometria, musica e astronomia). O trabalho destes mestres mais as

conjunturas da política deram origem às universidades medievais.

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Surge assim a universidade de Bolonha em 1088, a de Paris em 1150 e de

Oxford em 1167, com conteúdos de direito, medicina e artes liberais, cabia à Igreja a

supervisão destas e a de dar liberação para ensinar e a examinação de títulos de

todos estudos.

Duas novas ordens religiosas entram em cena, os Franciscanos e os

Dominicanos em 1230. Os Franciscanos priorizam os estudos em Teologia e os

Dominicanos dedicam-se às artes liberais.

O interesse do Estado na formação de intelectuais capacitados para

gerenciar os grandes centros começa a sufocar a autonomia das instituições, e

algumas cederam, em troca de ajuda financeira e de apoio político, desse

movimento surgiu o Estado Moderno.

No século XIV nasce a burguesia urbana, trazendo consigo mudanças nas

novas relações entre trabalho e sociedade. Cresce a necessidade da aprendizagem

do trabalho, houve mudanças nas relações pedagógicas, e aspectos práticos das

profissões se tornam o grande enfoque.

Muitas profissões desvalorizaram-se devido ao fato de não se ter um método

didático relacionado à sistematização da esfera cientifica da aprendizagem, tais

como processos instrumentais, o conhecimento das matérias primas e a pratica da

arte não foram registrados nem elaborados como ciências.

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3 A EDUCAÇÂO NA IDADE MODERNA

Nesta época houve um processo de transição entre a Idade Média e a Idade

Moderna ocorridas nos séculos XV e XVI, tendo como características fundamentais

o surgimento do Movimento Renascentista, a Reforma Religiosa e a Consolidação

da Economia burguesa. Dá-se na Europa o início da época das Grandes

navegações, sendo também um período de organização política dos Estados.

O desenvolvimento de um espírito crítico da sociedade se deu através de

humanistas italianos, estudiosos dos modelos da antiguidade, propagando ideias e

modificando o modo de pensar de sua época.

Uma das causas do movimento Renascentista é a descoberta de

manuscritos antigos esquecidos, a invenção da imprensa que ajudou na divulgação

das ideias contidas neles, o desenvolvimento das riquezas advindas das

descobertas marítimas e a influência dos sábios gregos que fugiam de

Constantinopla, tomada pelos turcos.

3.1. Absolutismo

O Absolutismo predominou nos Estados europeus do século XIII ao XVIII,

marcando a passagem do feudalismo ao capitalismo com o sustentação do Estado a

burguesia acumulou capital aprimorou a sociedade mercantil e logo desenvolveu a

capitalista.

O Estado Moderno Absolutista , tinha forte ligação com o clero, propagando

a ideia entre a população de que o rei era um escolhido de Deus. Maquiavel e

Thomas Hobbes justificavam a existência deste Estado e defendiam a permanência

dele em suas obras.

As monarquias nacionais intervinham na economia deste Estado, e a

disputa pelo poderio. O Mercantilismo o controle do comércio mundial e por colônias

uma das características dessa fase mercantilista tinha outro aspecto relevante: a

união entre os reis e a burguesia, tendo como objetivo básico desenvolver o poderio

nacional. O mercantilismo não pode ser chamado nem de sistema econômico nem

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de modo de produção, porque ele representou uma organização econômica de

transição de feudalismo para capitalismo.

O protestantismo em oposição a moral católica pregava o trabalho, a

competitividade e a busca pelo lucro, o que aproximou a filosofia do protestantismo

aos ideais dos burgueses. Por outro lado os católicos condenavam valores como a

cobiça e a avareza trouxe a necessidade de uma Reforma religiosa, devido a

demanda de uma ética religiosa que sustentasse a burguesia em ascensão.

Com a Reforma protestante, a igreja católica viu se obrigada a mudar, e

surge daí a Contra Reforma, a fim de manter fiéis na igreja que já estavam se

convertendo ao protestantismo. Entre estas mudanças destaca-se a Fundação da

Companhia de Jesus por Inácio Loyola, esta ordem trabalhava a catequização dos

jovens por meio da educação. Ordens religiosas como esta controlaram a educação

nos países católicos até o começo do século XIX.

Neste contexto, no que se refere à educação, o ensino é tradicional, a

relação aluno-professor é extremamente hierarquizada, provocando total

passividade dos educandos. As aulas eram expositivas e com exercícios de

repetição e fixação. Horários e disciplinas eram muito rígidos, a avaliação era

centrado na memória e da assimilação quantitativa do conteúdo.

Surge o Renascimento no cenário da educação. A Reforma protestante

trouxe consigo ideias e valores que orientaram a organização de alguns sistemas de

ensino, por exemplo os Estados alemães, que institucionalizaram a escola de forma

mais elaborada, surgindo assim os currículos, as graduações em séries e a

separação de alunos por idade. O ensino passa a ter um teor mais realista vinculado

à sociedade moderna em desenvolvimento. A burguesia em ascensão exigiu uma

educação mais voltada para ávida.

Os intelectuais que mais se destacaram nesta época foram: Francis Bacon,

Galileu Galilei e René Descartes.

O Racionalismo foi um dos valores da cultura renascentista que

influenciaram a ciência, a filosofia e a educação, pois rejeitava as explicações

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mistificadas e religiosas da realidade e tinha a razão como fonte de todo

conhecimento, Descartes destaca-se aqui como maior expoente.

João Amos Comênio (1592 a 1670) sistematizou a questão educacional.

Elaborou em seus livros e tratados o que pode-se chamar de método moderno,

sendo a Didactica Magna sua maior obra, onde ele trata de diversos aspectos

educacionais, a finalidade da educação, a organização escolar, os conteúdos e os

métodos de ensino. Influenciado por Bacon, Comênio transpõe as ideias cientificas

desse pensador para o âmbito educacional e criou um método que chamou de “arte

de ensinar tudo a todos”. Comênio também defendia a democratização do ensino,

onde jovens e velhos, homens e mulheres, nobres e plebeus tinham acesso a

educação.

John Locke (1632-1704) é outro autor que refletiu acerca dos problemas e

significados da educação. Considerava a educação como fator que estabelece a

diferença entre os homens. Com percepção concreta das condições humanas, ele

desmitificou a visão do mundo segundo o qual o humano é decidido em um plano

superior. Propôs que nossa consciência é uma tabua rasa ou uma folha em branco ,

e que por meio da experiência que a preenchemos com o que compõe nossa ideias.

Defendia o estudo de contabilidade e escrituração comercial para o preparo do

individuo para a vida prática.

No século XVIII, também chamado de Século das Luzes ocorreu o apogeu

do Iluminismo – movimento cultural e intelectual de oposição ao Absolutismo, e

explicava na ciência a forma de explicar a realidade. Grande progresso intelectual.

aperfeiçoamento da Filosofia e a revitalização da educação como formação cultural

e cientifica do ser humano marcam esta época.

A filosofia iluminista foi fundada através da conjugação do empirismo

cientifico com o racionalismo cartesiano, influenciando a formulação de currículos e

de disciplinas, tanto na área de humanas como nas ciências naturais. A burguesia,

após a queda da nobreza, passa a controlar a sociedade política.

Jean Jacques Rousseau (1712-1778), um crítico do puro racionalismo,

produziu obras importantes acerca das relações entre a natureza, cultura e

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sociedade, contribuindo com ideias importantes para a educação. Em O Emílo,

Rousseau aborda como seria a educação ideal desde a infância até a idade adulta.

Foi a partir daí que se intensificaram as abordagens psicológicas na educação,

procurando respeitar os instintos e as capacidades das crianças, ao invés de se

impor padrões existentes na sociedade. Contribuiu para a quebra de paradigmas no

campo da educação.

3.2 A Revolução Industrial

A transformação social e técnica marcada pela transição da manufatura para

produtos produzidos por maquinas marcam o fim do absolutismo e afirmam o

capitalismo como modo de produção vigente, causando mudanças nas relações de

trabalho, substituindo a escravidão por mão de obra assalariada.

Devido à necessidade dos operários terem que saber a fazer contas, ler e

escrever minimamente surge o aumento dos complexos escolares. Com esse

aumento já se notava na legislação de vários países a vontade de tornar a

educação cada vez mais leiga, gratuita e oferecida pelo Estado de forma gratuita.

Nesse período houve um quadro de ensino em que uma escola era feita para as

elites e outra para os segmentos mais pobres, mas depois vem a ser um sistema

único. O processo de industrialização e o desenvolvimento acelerado das ciências

afloram a necessidade da escola trabalhar com aspectos científicos, e não somente

morais e humanistas.

Auguste Comte (!798-1857) foi o fundador da corrente de pensamento

positivista. Onde debatia-se a necessidade da formação do espírito cientifico nos

estudantes. A tendência positivista é o conteúdo base do cientifismo, marcando

assim a escolha dos currículos escolares em todo o ocidente, e seus resquícios

podem ainda ser notados nos nossos dias. Ao negar a Teologia e interpretações

místicas da realidade, o positivismo tornou-se um marco científico da Modernidade.

O sistema de ensino era frequentado por classes sociais diferentes, e nos

níveis de ensino a seguir, somente os filhos dos burgueses davam sequencia, pois

somente eles podiam pagar pelos estudos particulares.

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Revoluções burguesas do final do século XVIII marcam a passagem da

Idade Moderna para a Idade Contemporânea. O século XIX chega cheio de estudos

cada vez mais especializados, e a educação repleta de conflitos políticos entre as

classes de trabalhadores e os burgueses.

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4 A EDUCAÇÃO NO BRASIL

A educação no Brasil deu-se logo no início da colonização (1549) a

atividade educativa estava atrelada à atividade religiosa – a catequese,

especialmente dos índios, cuja importância de leitura foi utilizada como recurso de

pacificação e aculturação deixando marcas profundas na cultura e na civilização do

nosso país. Durante mais de 200 anos os jesuítas foram os únicos educadores do

Brasil. Fundaram inúmeras escolas de ler, escrever e fazer contas, mas sempre

tendo como prioridade a escola secundária, neste grau de ensino eles fundaram

uma rede e colégios de qualidade e alguns chegaram até a oferecer estudos

equivalentes ao curso superior.

A primeira escola elementar surge em Salvador – BA. Em 1570 havia 5

escolas elementares no Brasil,a saber, em Porto Seguro, Ilhéus, são Vicente,

Espírito Santo e São Paulo, e três colégios: Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia.

Em 1759, os jesuítas foram expulsos de Portugal e das colônias

portuguesas pelo Marques de Pombal, este incidente abriu uma grande lacuna que

não foi preenchido nas décadas seguintes. Os principais motivos da ruptura foram:

Diferenças de objetivos radicais, interesses comerciais da corte que estava em

terrível decadência, os jesuítas preocupavam-se com o noviciato e com o

proselitismo AP passo que Pombal queria reerguer Portugal da decadência

econômica.

Pombal institui as aulas régias, autônomas, desarticuladas e isoladas, um

único professor rege a turma e após ser nomeado se torna vitalício no cargo.

Professores ficam sem salários por longos períodos. É instituído o imposto “ subsídio

Literário”, sobre a carne,a aguardente, o vinho e o vinagre, que na verdade não

surtiu efeito algum. Só no começo do século XIX, em 1808 com a mudança da sede

do reino de Portugal e a vinda da família real para o Brasil – Colônia é que a

educação e a cultura tomaram um novo impulso, surgindo assim as instituições

culturais e científicas.

Don João VI abre academias Militares, Escolas de Direito e de Medicina,

Biblioteca Real, Jardim Botânico e a Imprensa Régia no Rio de Janeiro e na Bahia.

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Estas obras educacionais voltaram-se para as necessidades imediatas da corte

portuguesa no Brasil, o objetivo dos cursos eram a de preencher demandas de

formação profissional. Esta característica influenciou a evolução da educação

superior brasileira, todavia por mais que D. João investisse na formação profissional,

a educação primária ainda continuou esquecida.

Em 1821 D. João VI retorna a Portugal. A Independência do Brasil é

proclamada em 1822 por D. Pedro I, trazendo mudanças no panorama sócio-político

e econômico começam a ser esboçados, inclusive em termos de política educacional

e no ano de 1824 surge a primeira Constituição Brasileira, e no artigo 179 dizia que

a educação primária é gratuita a todos os cidadãos, confirmada depois pela Lei de

15 de outubro de 1827.

Em 1826 quatro graus de instrução foram instituídos: pedagogias (escolas

primárias), Liceus, Ginásio e Academias.

Em 1827 um projeto de Pedagogias foi criado a fim de atender a todas as

cidades e vilas prevendo o exame na seleção de professores para nomeação,

propunha ainda a criação de escolas para meninas. Surgem também os cursos

jurídicos em São Paulo e Olinda, fortalecendo o sentido profissional e utilitário

deixado por D. João VI. Foi deixado às províncias a prerrogativa de legislar sobre a

educação básica, em 1834 através do Ato Adicional. Isto comprometeu em definitivo

o futuro da educação básica, possibilitando ao governo central o afastamento da

responsabilidade de assegurar educação elementar a todos. Devido à ausência de

um centro de unidade e ação, indispensável diante das características educacionais

do país, este gesto acabou comprometendo a política imperial de educação.

Esta medida na área educacional perdurou até 1920, que devido ao

panorama econômico- cultural e político após a Primeira Guerra Mundial, leva o

Brasil a repensar. Em diversos setores sociais, as mudanças foram debatidas e

anunciadas. O setor educacional participou do movimento de renovação. Em âmbito

estadual inúmeras reformas de ensino foram feitas dando origem, então, à grande

geração de educadores: Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo, Lourenço Filho,

Almeida Junior, entre outros, que lideraram o movimento, tentando implantar no

Brasil as ideias da Escola Nova e divulgaram o Manifesto dos Pioneiros em 1832,

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Page 20: Historia da educação  silvana

documento histórico que resume os pontos centrais desse movimento de ideias,

redefinindo o papel do Estado no âmbito educacional.

A Constituição de 1934 dispõe que a educação é direito de todos, devendo

ser ministrada pela família e pelos poderes públicos. Neste ano também foi criada a

Universidade de São Paulo que foi organizada segundo o Estatuto da Universidades

Brasileiras de 1931. Sendo este o primeiro projeto consistente de universidade no

Brasil dando início a uma trajetória cultural sem precedentes. ( Outras universidades

já existiam no Brasil, 1920 Rio de Janeiro, 1927 em Minas Gerais, 1934 Porto

Alegre).

Em 1937, instaura-se o Estado Novo, e é Outorgada a Constituição de 1937

refletindo tendências facistas, sugerindo a preparação de mais mão de obra para

atender às demandas do mercado, agora mais abertos, enfatizando o ensino pré

vocacional e profissional, havendo assim um grande retrocesso na educação. Após

a queda do Estado Novo, em 1945, muitos dos ideiais foram retomados e

consubstanciados no Projeto de lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,

enviados ao Congresso Nacional em 1948, e o qual só foi aprovado em 1961, Lei n

4.024.

No Período da Nova República que vai de 1946 à 1963 a Constituição de

1946 retoma o preceito de que a Educação é direito de todos. Houve a

regulamentação do ensino primário e do normal. O SENAC é criado. CAPES, é

criada em 1951. Em 1953 é criado o MEC. Campanha de alfabetização em todo o

país através do método Paulo Freire de alfabetização em 40 horas. Em 1962 foi

criado o Conselho Federal de Educação. Na fase que precedeu a aprovação da

LDB\61, ocorreu o movimento em defesa da escola pública, universal e gratuita.

O Golpe Militar ocorrido em 1964 aborta todas as tentativas de revolucionar

a Educação Brasileira, as quais eram tidas como propostas comunizantes e

subversivas. Devido ao autoritarismo desta época, professores foram demitidos e

aprisionados. Universidades foram invadidas, inúmeros estudantes foram presos e

mortos, e a União dos Estudantes foi fechada. Em 1969 e 1971, foram aprovadas as

Leis 5.540/68 e 5.692/71, as quais introduziram mudanças significativas na estrutura

do ensino superior e do ensino de 1º e 2º graus, cujos diplomas estão aí até os dias

de hoje.20

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Vem após esta fase tribulada o Período de Abertura Política, (1988 a 2003)

o Presidente José Sarney e profissionais de outras áreas, agora de volta ao País

após um período de exílio no exterior, assumem postos na área da educação e

passam a desenvolver o saber pedagógico (sala de aula, didática, relação professor-

aluno, dinâmica escolar). Foi extinto o Conselho Federal de Educação e criado o

Conselho Nacional de Educação, mais político do que os demais. Surge o Provão,

porém o status quo é mantido sem aliar conhecimentos básicos com a vida prática

dos alunos. Segundo o próprio ministério da educação, os alunos não aprendem o

que as escolas se propõem a ensinar.

Em 2002 pesquisas realizadas em âmbito nacional mostram que 59% dos

alunos que concluem a 4ª série do ensino fundamental não sabem ler ou escrever.

No Jornal de Notícias online da UOL lê-se:

O Brasil avança a passos lentos no que diz respeito à educação. O Brasil avançou nos

últimos 20 anos mas a educação freou o desenvolvimento do país no período segundo o

IDHM 2013. Embora tenha apresentado o maior progresso (veja gráficos abaixo), o

marcador de educação ainda ficou abaixo do de saúde (expectativa de vida) e do de

renda, outros dois subíndices que compõem o indicador, compilado a partir de dados dos

censos demográficos do IBGE de 2010.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Site: http://pt.slideshare.net/csjmaranhao/a-educao-no-brasil-7640663 A Educação

no Brasil.

ALIGHIERO, M. História da educação da antiguidade aos nossos dias. São Paulo:

Cortez, 1989.

AQUINO, F. G. H. Sociedade Brasileira uma História através dos movimentos

sociais. Rio de Janeiro. Record, 2000

ARANHA, M. L. A. História da Educação. São Paulo. Editora Moderna, 2005.

 

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