Hoje Macau 10 OUT 2011 #2469

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TEMPO AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 24 MAX 27 HUMIDADE 70-95% CÂMBIOS EURO 10.7 BAHT 0.2 YUAN 1.2 hoje AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB MOP$10 macau DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ TERÇA-FEIRA 11 DE OUTUBRO DE 2011 ANO XI Nº 2469 PUB Ter para ler Habitação DEPUTADO CRITICA NOVA FORMA DE ESCRAVATURA • Página 6 Erro médico LEI SEM PREVISÃO DEVIDO A MUITAS COMPLEXIDADES • Página 7 Casas económicas FINALMENTE A DISTRIBUIÇÃO DE 880 TECTOS • Página 6 Boletim Oficial | Escudo português retirado das leis pré-1999 O apagão Deve ter dado muito trabalho apagar todos os símbolos portugueses das leis publicadas no Boletim Oficial antes da transferência de soberania. Mas foi o que o Governo da RAEM fez. Põe-se agora em causa a validade dos documentos, que foram rasurados numa tentativa de apagar a História. > PÁGINA 4

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Edição do Hoje Macau de 10 de Outubro de 2011 • Ano X • N.º 2469

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TEMPO AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 24 MAX 27 HUMIDADE 70-95% • CÂMBIOS EURO 10.7 BAHT 0.2 YUAN 1.2

hoje

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

MOP$10macau

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • TERÇA-FEIRA 11 DE OUTUBRO DE 2011 • ANO XI • Nº 2469

PUB

Ter para ler

Habitação

DEPUTADO CRITICA NOVA FORMA

DE ESCRAVATURA• Página 6

Erro médico

LEI SEM PREVISÃO DEVIDO A MUITAS COMPLEXIDADES

• Página 7

Casas económicas

FINALMENTEA DISTRIBUIÇÃODE 880 TECTOS

• Página 6

Boletim Oficial | Escudo portuguêsretirado das leis pré-1999

O apagãoDeve ter dado muito trabalho apagar todos os símbolos portugueses das leis publicadas no Boletim Oficial antes da transferência de soberania. Mas foi o que o Governo da RAEM fez. Põe-se agora em causa a validade dos documentos, que foram rasurados numa tentativa de apagar a História. > PÁGINA 4

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TERÇA-FEIRA 11.10.2011

2www.hojemacau.com.mo ACTUAL

MAIS 300 milhões de camponeses deverão afluir às cidades chinesas

durante os próximos 30 anos, num processo de urbanização inédito no mundo e susceptível de “perturbar a es-tabilidade social”, indicou um relatório divulgado ontem na imprensa oficial.

“Com tão grandes e rápidas mu-danças demográficas, a urbanização da China está a entrar num período crítico e a sua gestão tem de ser fortalecida para poder lidar com os problemas emergentes”, alertou o Relatório sobre o Desenvolvimento da População Migrante em 2011, emitido pela Comissão da População e Plane-

amento Familiar chinesa. Trata-se de uma questão “intrinsecamente ligada ao global desenvolvimento económico e social do país e segundo salientou um responsável daquela Comissão, “necessita urgentemente de ser me-lhorada”.

A população migrante chinesa já atingiu os 221 milhões, corresponden-do a 16,5% da população do país, e está a aumentar cerca de 10 milhões ao ano.

Quase um terço dos trabalhadores migrantes ganha menos de mil yuan por mês - abaixo do salário mínimo em Pequim, Xangai e outras grandes cidades - e apenas 17,8% receberam

formação profissional por parte do governo, disse o relatório.

“A questão do alargamento do fosso entre os trabalhadores migran-tes e os citadinos é crucial porque perturba a estabilidade social”, afirmou outro responsável chinês, citado pelo jornal “China Daily”.

A população do continente chinês aumentou 73,9 milhões na última dé-cada, atingindo cerca de 1340 milhões no final de 2010. Segundo projecções oficiais, a percentagem da população urbana subirá 1% ao ano até 2020, passando dos actuais 47% para 57%, e em 2030 chegará quase a 70%.

James AreddyNorihiko ShirouzuIn Wall Street Journal

A China comemorou o seu comboio de alta velocidade como um orgulho

nacional: um sistema ferro-viário mais rápido e mais avançado do que qualquer outro, uma amostra da su-perioridade da tecnologia chinesa. No entanto, a rede ferroviária de alta velocida-de da China foi, na verdade, construída com componen-tes importados — incluindo componentes de sistemas de sinalização criados para prevenir colisões entre com-boios — que os engenheiros locais não conseguiram entender completamente, de acordo com uma revisão de documentos corporativos e entrevistas com dezenas de executivos da indústria ferroviária dentro e fora da China.

Em Julho, dois com-boios colidiram na cidade de Wenzhou, no leste da China, matando 40 pessoas e ferindo quase 200, num dos piores acidentes com passageiros em sistemas ferroviários mundiais de alta velocidade. O Governo Cen-

MAIS 300 MILHÕES VÃO VIVER PARA AS CIDADES NOS PRÓXIMOS 30 ANOS

Uma ameaça à estabilidade social

Acidente com comboio de alta velocidade mostra desafios tecnológicos

Sistema anti-pirataria gera controvérsiatral inicialmente justificou o acidente com os problemas de sinalização e falhas huma-nas. Recentemente, a China adiou a divulgação dos resultados da investigação sobre a colisão.

A causa precisa do de-sastre permanece incerta,

por isso não há como saber o peso, se houver, que a sinali-zação pode ter tido. Mas um exame do uso de tecnologia estrangeira pela China nos sistemas de sinalização do comboio destaca a profunda desconfiança internacional em relação às protecções de

propriedade intelectual no país, o que pode complicar os esforços em adquirir tec-nologia de ponta.

Sistemas de sinalização fundamentais foram mon-tados pela Hollysys Auto-mation Technologies Ltd., sediada em Pequim, uma das

poucas empresas escolhidas pelo Ministério das Ferrovias da China para realizar esse tipo de tarefa. Em alguns casos, tecnologia com a marca Hollysys continha circuitos fabricados sob encomenda pela japonesa Hitachi Ltd., seguindo especificações da Hollysys, de acordo com pessoas a par da situação.

O problema, dizem essas pessoas, é que a Hitachi — com receio de que os técnicos chineses pudessem fazer engenharia reversa e roubar a tecnologia — vendeu à Hollysys componentes com sistemas internos ocultos. Executivos da Hitachi dizem que esse modelo de “caixa preta” torna o mecanismo tecnológico mais difícil de ser copiado, e também mais difícil de ser entendido, por exemplo, durante testes. “Ainda é um mistério como uma companhia como a Hollysys poderia integrar o nosso equipamento num sistema de sinalização de segurança mais amplo sem um conhecimento interno do nosso próprio know--how”, disse um executivo da Hitachi.

Um sistema de sinaliza-ção de uma ferrovia é uma montagem complexa de dú-zias de aparelhos, circuitos e programas que ajudam os condutores e controlado-res de tráfego a manter as operações seguras. Quando os comboios passam por sinais luminosos numa rota, a informação sobre o local e a velocidade são enviados para uma rede de controlo ferroviário. De acordo com comunicados da Hollysys, a empresa terá fornecido com-ponentes-chave do sistema, incluindo o cérebro de bor-do, chamado de Protecção Automática de Comboios, ou ATP, na sigla em inglês. A Hitachi vendeu à Hollysys uma parte importante do ATP, segundo executivos da Hitachi.

A Hollysys não respon-deu a pedidos de comen-tários. Dois dias depois do acidente, a Hollysys confir-

mou, num comunicado, que os componentes do seu ATP foram instalados em ambos os comboios que colidiram. Ela afirmou que os seus componentes “funcionaram bem e normalmente.”

Outra empresa chinesa de sinalização, que também trabalha com empresas estrangeiras e fornece a maioria dos equipamentos para os projectos de com-boios de alta-velocidade, divulgou um comunicado na mesma altura expressando “pesar” pelo incidente e comprometendo-se a aceitar a sua responsabilidade.

O programa ferroviário de alta velocidade da China, orçado em cerca de 300 mil milhões de dólares ameri-canos, já desafia o tempo de viagem de jactos entre cida-des como Pequim e Xangai.

Os comboios, com veloci-dades para os trajectos mais rápidos acima de 350 km por hora, são promovidos com a capacidade de “voar sobre a terra”, demonstrando um futuro onde a China é uma concorrente reconhecida dos Estados Unidos, da União Europeia e do Japão. O país já exporta equipamentos fer-roviários de alta velocidade: este mês, a China fechou um acordo para fornecer locomo-tivas ao governo da Georgia.

Em menos de sete anos, a China instalou uma rede de comboios de alta-velocidade maior do que as existentes no Japão e na Alemanha, que levaram décadas para serem construídas. A China já completou a metade de um plano de 15 anos para construir um total de 16.000 quilómetros de trilhos de alta velocidade interligando 24 grandes cidades.

Na semana passada, as autoridades chinesas reite-raram o seu compromisso com a segurança depois que dois comboios do metro terem colidido em Xangai, ferindo mais de 280 pessoas, num acidente atribuído a erros depois que uma falha de energia interrompeu as sinalizações.

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3www.hojemacau.com.mo

AS autoridades birmanesas preparam-se para anunciar nos próximos dias uma

amnistia que inclui presos políticos, afir-maram responsáveis do Governo à agência AFP. “Presos políticos vão ser libertados. Mas ainda não sabemos se todos serão libertados”, declarou uma fonte, que não quis ser identificada. Outro responsável governamental adiantou que “a amnistia terá lugar durante a visita do presidente [Thein Sein] à Índia”, amanhã.

A libertação dos cerca de dois mil presos políticos tem sido exigida pela oposição birmanesa e pelos Estados Unidos e União Europeia, como prova de que o novo regi-me civil está realmente disposto a avançar com reformas.

Nyan Win, porta-voz da Liga Nacional para a Democracia (principal força da opo-sição, da Nobel da Paz Aung San Suu Kyi), comentou: “Estamos à espera da libertação de todos os presos políticos”, cita a AFP.

Têm vindo a multiplicar-se os sinais de

abertura do regime. No sábado, o respon-sável máximo pela censura no país, Tint Swe, afirmou que os media deveriam ser libertados de todos os constrangimentos. Swe, director do Departamento de Vigilân-cia da imprensa, afirmou à Radio Free Asia que a censura “não está em harmonia com as práticas democráticas e deve ser abolida num futuro próximo”.

Também foram encarados como muito po-sitivos os encontros que Suu Kyi tem mantido com membros do Governo, incluindo com o próprio Presidente. Thein Sein assumiu o car-go em Março, num processo de transferência do poder militar para mãos civis, que incluiu a realização de legislativas, em Novembro de 2010, consideradas como uma farsa pela generalidade dos observadores ocidentais. No final do mês passado, Thein Sein anunciou a suspensão do projecto de construção de uma barragem financiada pela China (principal investidor no país) para “respeitar a vontade do povo”.

O presidente de Taiwan, Ma Ying-jeou, afirmou ontem que a unificação com

a República Popular da China não está na ordem do dia, defendendo a continuação da actual divisão.

“Estamos a manter o status quo de não unificação, não independência e não uso da força (...) Isto desanuviou muito a tensão no Estreito de Taiwan e granjeou reconhe-cimento e apoio da comunidade internacio-nal”, disse Ma Ying-jeou numa cerimónia comemorativa do centenário da revolução republicana na China.

Na véspera, numa cerimónia idêntica realizada em Pequim, o presidente chinês, Hu Jintao, exortou Taiwan a unir esforços com o continente para a “reunificação da Pátria”. “Devemos acabar com os antagonismos no estreito de Taiwan, sarar feridas do passado e trabalhar juntos para alcançar o grande rejuvescimento da nação chinesa”, disse Hu Jintao, que é também secretário-geral do Partido Comunista Chinês (PCC).

Ma Ying-jeou não respondeu directamen-te a Hu Jintao, mas salientou que o objectivo dos fundadores da república era “estabelecer uma nação livre e democrática, com distri-buição equitativa da riqueza”. “O continente deve corajosamente seguir nessa direcção”, disse o presidente de Taiwan, a ilha onde se refugiou o antigo governo chinês depois de o Partido Comunista proclamar a República Popular da China, há 62 anos, e que continua a assumir-se como República da China (sem o adjectivo “popular”).

A república chinesa foi proclamada no dia 10 de Outubro de 1911. Foi a primeira da Ásia e terminou com mais de dois mil anos de sistema imperial. Para Pequim, Taiwan é uma província da China e não uma entidade politica soberana. O PCC defende a “reunificação pacífica” segundo a mesma fórmula adoptada para Macau e Hong Kong (“um país, dois sistemas”), mas ameaça “usar a força” se Taiwan declarar a independência.

NO grande jogo do salário global e da arbitragem de custos, partes de

algumas indústrias relativa-mente surpreendentes estão a voltar para solo norte--americano, e o ritmo desse regresso pode aumentar. A produção de móveis – tra-balho normalmente árduo e desenvolvido por trabalha-dores com baixa qualificação – é apenas um exemplo. Na semana passada, a Ford afirmou que produzirá, nos Estados Unidos, uma parte dos seus automóveis que tradicionalmente eram feitas na China. E tem mais.

Os vigias do câmbio no Congresso dos EUA estão a promover uma lei que pena-liza a China por manipular o yuan. E deixam um alerta: os empregos que os chineses querem levar para casa já estão a voltar aos poucos para os EUA – ênfase em “aos poucos”.

Bruce Cochrane é emble-mático dessa nascente mu-dança. O empresário está a abrir uma fábrica de móveis em Lincolnton, Carolina do Norte, um facto raro para uma região e uma indústria fortemente apoiadas na terciarização. Na última dé-cada, o emprego em fábricas de móveis americanas caiu

BIRMÂNIA AMNISTIA ALGUNS PRESOS POLÍTICOS

Dois mil perdoadosTAIWAN | UNIFICAÇÃO NÃO ESTÁ NA ORDEM DO DIA

Palavra de Ma

Empregos começam a voltar da China para os EUA

O que é barato sai caro

60%. Cochrane diz que anti-gamente os móveis feitos na China e vendidos nos EUA tinham uma vantagem de até 50% nos preços. Hoje, esse índice já caiu para 10% a 15%, em parte porque os salários na China estão em alta —15% ou mais ao ano em algumas localidades.

Isso porque o custos com transporte, diz ele, dobraram nos últimos anos. “Em 2006 vi um ponto de viragem, principalmente em custos de trabalho”, afirma Cochrane, que já morou na China.

Já faz alguns anos que certos empregos têm volta-do para os EUA, mas agora o que deve ganhar foco são os sectores com mais probabilidade de repatriar as suas produções. Hal Si-rkin, da consultoria Boston Consulting Group, identi-ficou as sete categorias da indústria mais susceptíveis a mudanças que implicam directamente o consumo interno norte-americano. Aquelas focadas no merca-do chinês permaneceriam, em grande parte, na China. São elas: móveis, transporte

de cargas, computadores e electrónicos, equipamentos e aparelhos eléctricos, plás-ticos e produtos de borracha, maquinaria e produtos metálicos.

Sirkin afirma que hoje os produtos dessas categorias podem até ser mais baratos de fabricar na China, mas com os custos de traba-lho, materiais e transporte a disparar, a vantagem apontará para os EUA em cerca de quatro anos. Num estudo, Sirkin calcula que a produção a retornar para os EUA poderia gerar até 800 mil novos empregos no sector manufactureiro e até três milhões se somados os empregos criados no sector de serviços. No passado, prognósticos optimistas nesse sentido acabaram por não se concretizar. Agora, porém, algumas forças pre-sentes no mundo do trabalho sugerem que desta vez pode ser diferente.

Os custos estão perma-nentemente a crescer na China; já há mais flexibili-

dade por parte de alguns sindicatos americanos, re-sultando em menos regras de trabalho e custos trabalhistas mais baixos; mais subsídios dos governos estaduais; produtividade muito mais elevada nos EUA; e pressão dos empresários para redu-zir o tempo de operação e cortar inventários, a fazer com que um maior número de fabricantes abandone cadeias de fornecimento muito longas.

E HÁ O CÂMBIODesde 2005, Pequim per-mitiu que a sua moeda subisse 30% em relação ao dólar. Já que um yuan mais forte torna as exportações chinesas mais caras em mercados estrangeiros, isso é mau para os empresas americanas que fabricam na China para atender a consumidores nos EUA – e para consumidores americanos viciados em produtos chineses baratos.

Mas para quem torce pela repatriação da produ-

ção americana, é uma bên-ção. “Estamos no processo de trazer tudo de volta da China”, diz David Gil, director de Marketing da Sleek Audio, que fabrica auscultadores ajustáveis de alta tecnologia. Além dos crescentes custos na China, o processo de con-trole de qualidade também mostrou-se uma dor de cabeça.

A empresa vende o aus-cultador 250 dólares, preço que não mudará quando a produção se firmar em Palmetto, na Florida, apesar de que os seus custos vão subir cerca de 20%. Segundo Mark Krywko, presidente da companhia, um melhor controlo de qualidade e menos perda de inventário vão compensar o aumento dos custos. “Os lucros vão subir”, garante.

Já Cochrane está a com-prar equipamentos de úl-tima geração para as suas instalações, exemplificando por que a produtividade é robusta nos EUA. O outro lado da moeda é o emprego. Assim que a mais nova fá-brica de móveis da Carolina do Norte estiver a funcionar, Cochrane espera realizar com 135 funcionários o que, no passado, na China, reali-zava com 250.

O jornalismo é um mundo multipolar, frequentado por gente que resiste e luta contra as mordaças, mas também onde prolifera, vaidosazinha, uma clique vassala, plagiadora, de falinhas mansas e vénias interesseiramente prestimosas, muito ancha de si, mas oca de estofo ético. Helder Fernando, P.15

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4www.hojemacau.com.mo POLÍTICA

Gonçalo Lobo [email protected]

JÁ se deu conta de que o escudo português dos Boletins Ofi-ciais, em versão digital (PDF), antes da transferência de sobe-rania foram removidos? É ver-

dade e é tema de conversa em cafés bem como já foi abordado num artigo de opinião de João Santos Gomes no jornal “O Clarim”.

O Hoje Macau fez uma exausta pesquisa aos Boletins Oficiais des-de 1976 até 1999 e confirmou o que à boca pequena se espalha. Os símbo-los portugueses foram removidos dos documentos e a Imprensa Ofi-cial, organismo responsável pela sua feitoria e publicação, referiu que a medida não é recente e tem sido implementada gradualmente. “A página electrónica da Imprensa Oficial, como pertencente ao Go-verno da Região Administrativa Especial de Macau, só apresenta em circunstâncias normais o Emblema Regional da RAEM”, explicou a Imprensa Oficial.

Mas afinal quais são as circuns-tância normais? Podem alterar-se documento que contêm lei e regu-lamentos que ainda estão em vigor, mesmo que criados no tempo da Administração Portuguesa? Essa é a grande dúvida do presidente do Conselho Permanente das Co-munidades Portuguesas, Fernando Gomes. “Acho no mínimo inde-licado até porque estão a alterar documentos cujas leis e normas estão em vigor. Terá validade esse documento?”, questionou.

Para o conselheiro não se deve apagar algo que já existe, pois a “Lei Básica é muito firme nesse aspecto”. “Tratando-se de um documento oficial e publicado não pode ser adulterado, seja em que formato for”, acrescentou.

É sabido que, paralelamente à Lei Básica, existe a Lei da Reunifi-cação (Lei n.º 1/1999, de 20 de De-zembro) que determina, no âmbito da “interpretação das expressões e designações constantes da legisla-ção previamente vigente”, que “o preâmbulo e a parte com assinatu-ras não são ressalvados, não fazen-do parte integrante da legislação da Região Administrativa Especial de Macau”, mas é igualmente sabido que os preâmbulos, por exemplo, são matéria importante para a interpretação dos diplomas legais.

Imprensa Oficial retira símbolos portugueses dos Boletins Oficiais até 1999

Apagar a história aos bocadinhosFernando Gomes vai mais

longe afirmando que “se pode apagar a História como e quando se quer”, mas não se pode alterar um documento oficial sob pena de “retirar validade ao mesmo”.

UMA QUESTÃODE ASPECTO GRÁFICOOuvido pelo Hoje Macau, o cônsul--geral de Portugal na RAEM, Ma-nuel Cansado de Carvalho, revelou

não estar a par do sucedido reme-tendo mais declarações quando visualizar os documentos. “Quanto ao aspecto gráfico não tenho nada a dizer”, referiu, acrescentando: “Não consulto o Boletim Oficial diariamente, contudo o que mais me importa é saber que a lei e todo o seu conteúdo material não é alte-rado. Esse sim é o legado negociado aquando da transferência e deve ser mantido até 2049.”

As versões da Administração Portuguesa só estão disponíveis na Internet desde 2007, contudo e apesar de removido o escudo por-tuguês, também o texto integral não está contemplado. “A respectiva versão em formato PDF só inclui parte do conteúdo constante dos Boletins Oficiais publicados du-rante aquele período. A versão em formato PDF destina-se apenas a facilitar a consulta da legislação e

do respectivo conteúdo por parte dos cidadãos, não constituindo um arquivo integral ou histórico da sua versão impressa”, justificou a Imprensa Oficial.

FAC-SÍMILE OU NEM POR ISSOMas a RAEM até pode nem estar a cometer qualquer atropelo. A jurista e presidente da Casa de Portugal, Amélia António, não quis adiantar muito visto não conhecer a situação em concreto. “Ainda não tive oportunidade de ver os documentos. Contudo, mediante aquilo que me conta, temos de verificar a autenticidade do docu-mento. Se tiver características de fac-símile do Boletim Oficial não deve ser retirado o escudo porque um fac-símile tem valor e reproduz o original”, explicou.

Sempre se tentou apagar a História um pouco por todo o lado. Aconteceu com o nazismo, aconteceu com a crise dos mísseis cubanos, aconteceu com a Guerra Colonial portuguesa. Em Macau parece que também se tenta, aos poucos, apagar uma história e uma presença de quase 500 anos, mesmo depois de negociado e mantido o legado português aquando da transferência.

“A confirmar-se que foi uma acção concertada, é de lamentar e não consigo perceber como é que alguém tenha ordenado procedimento semelhante. Tanto mais que a acção tem mais de caricato do que de sério. Trata--se, realmente, de um ‘episódio que não lembraria nem ao diabo’, como se costuma dizer na gíria popular”, escreveu João Santos Gomes no seu artigo de opinião no jornal “O Clarim”.

Sempre se tentou apagar a História um pouco por todo o lado. Aconteceu com o nazismo, aconteceu com a crise dos mísseis cubanos, aconteceu com a Guerra Colonial portuguesa. Em Macau parece que também se tenta, aos poucos, apagar uma história e uma presença de quase 500 anos

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5www.hojemacau.com.mo

Virginia [email protected]

NUM exercício de auto-crítica, Susana Chou admitiu ter sido

difícil aceitar a ideia de que já fazia parte do passado da Assembleia Legislativa (AL). A antiga presidente da AL publicou uma nova entrada no seu blog, em que se afirma tão de acordo como surpre-endida com as críticas feitas pelo actual vice-presidente do hemiciclo, Ho Iat Seng, no balanço da última sessão legislativa, e prometeu fazer os possíveis para não ser uma sombra que prejudique o avanço da actividade par-lamentar, pois é hora de dar lugar aos mais novos.

“Concordo em grande parte com Ho Iat Seng. Sobre os pontos de vista do vice-presidente da AL na conclusão dos trabalhos da AL, mais do que concordar, vejo com admiração”, escre-ve Susana Chou, admitindo que depois de ter visto as opiniões de Ho, sentiu que o seu tempo já tinha passado e que o mundo pertencia à juventude. Ho Iat Seng

CAI OPTIMISMO NO SECTOR EXPORTADORO inquérito feito a várias indústrias de Macau revela que no sector industrial exportador, em Julho deste ano, a duração média mensal da carteira de encomendas detidas pelas empresas de Macau foi de 2,53 meses, representando um acréscimo em relação ao trimestre anterior, de 2,36 meses, e uma redução comparando com 2010. Em relação aos mercados de destino, as empresas inquiridas consideram que Hong Kong, EUA, Interior da China e outros países da Ásia-Pacífico apresentam as perspectivas mais favoráveis. Na área de exportações para o próximo semestre, as empresas que se mostram optimistas diminuiu de 46,8% no trimestre anterior, para 37,0%.

Ex-presidente da AL diz-se ainda muito ligada à actividade parlamentar

É hora de dar lugar aos mais novos

Gonçalo Lobo [email protected]

O Conselho Executivo concluiu a apreciação de um projecto

que vai ajustar os valores do abono de residência para aqueles que estão na lista de espera da habitação social e irá ainda pror-rogar o prazo da atribuição da renda. O porta-voz do organismo, Leong Heng Teng, revelou que para “apoiar financeiramente os agregados familiares, em situação económica desfavorecida” o novo regulamento visa, não só o ajuste dos valores, como a prorrogação do prazo da aplicação até 31 de Agosto do próximo ano.

Já no campo das actualizações dos valores, às famílias compostas por uma ou duas pessoas é atri-buído o montante mensal de 1250 patacas. Por sua vez, aos agregados familiares s compostos por três ou

HABITAÇÃO SOCIAL | LIMITES DOS RENDIMENTOS MENSAIS AJUSTADOS

Mais abono para a malta

mais pessoas vai receber o montan-te de 1900 patacas.

Os limites do total dos ren-dimentos mensais de agregados familiares também foram ajusta-

dos pelo novo projecto com um aumento. Assim sendo, para um elemento de agregado familiar o valor do rendimento passa a ser 7000 mil patacas – mais 2520

patacas que o valor que constava no plano provisório de 2008. Para um agregado de quatro indivíduos o limite máximo de rendimento será de cerca de 15 mil patacas – mais 6780 patacas que em 2008 – e para uma agregado com mais de sete pessoas o limite total dos rendimentos mensais será de 21 mil patacas - mais 9950 patacas que em 2008. Estes aumentos representam 16% e 18% em relação aos anos de 2008 e 2010.

Desde a implementação do regulamento administrativo que o Governo já distribuiu cerca de 132 milhões de patacas em abonos, tendo sido agregados 7200 pessoas cujas 6850 foram aprovadas. Já este

ano, 5301 foram agregados e destes 1279 já têm casa ou não reuniram os requisitos, pelo que forma des-cartadas as suas inscrições. Até ao final do processo o Governo espera atingir cerca de 200 milhões de patacas com as despesas.

Leong Heng Teng revelou que o novo projecto administrativo fixa ainda que os agregados familiares beneficiários do plano “mantêm o direito à atribuição do abono sem necessidade de apresentação de nova candidatura”.

O porta-voz justificou as altera-ções com um estudo aprofundado ao Regime de Habitação Social, bem como a uma exaustiva avaliação das rendas aplicadas no mercado e ao índice de inflação. “Estamos a traba-lhar em prol da população por isso também pedimos uma participação mais activa desta de modo a que o mecanismo de abono possa passar a fixo no futuro.”

fez um balanço positivo da última sessão legislativa, mas lançou duras críticas à actividade legislativa do Executivo, que considerava dificultar o trabalho dos deputados.

Na peça transmitida pela TDM acerca da conclusão do trabalho da AL dos últimos dois anos, Susana Chou diz ter ficado impressionada

com a calma e confiança com que Ho Iat Seng falou aos meios de comunicação social. A AL, afinal de contas, defendeu a sua antiga presi-dente, tinha a obrigação de oferecer uma monitoração incisiva sobre a administra-ção do Governo, avaliar e criticar o seu trabalho desde que com a pré-condição de respeitar a liderança admi-

nistrativa, caso contrário a AL estaria a operar aquém das suas funções e os deputa-dos deveriam envergonhar--se de não estarem a cumprir a sua missão.

Enquanto antiga presi-dente da AL, Chou confes-sou que deveria ter agora uma atitude talvez mais contemplativa e menos interventiva em relação à

actividade parlamentar. Mas explicou que, depois de 10 anos como presidente da AL, tinha dificuldade em desligar-se totalmente de um passado que tinha um “lugar reservado” no seu coração, pelo que mantinha ainda as antenas bem ligadas a tudo o que se passava na assem-bleia, mesmo passados dois anos de ter saído. Algumas

pessoas, admite Chou, dis-cordam da sua postura crí-tica e dizem que, enquanto personalidade política que saiu de cena, deveria coibir--se de expressar sempre a sua insatisfação com o Go-verno. Mas lembra que, na qualidade de residente de Macau, tinha todo o direito e a obrigação de exprimir as suas opiniões acerca de assuntos da actualidade.

“Não posso negar o facto de que a AL um dia ocupou um espaço muito importante na minha vida, que não pode ser substituído. A AL é parte das minhas mais fantásticas memórias”, escreve Susana Chou no seu blog, admitindo que as notícias em torno da assembleia por vezes ainda lhe afectam os nervos. A ex--líder parlamentar, promete no entanto que, de agora em diante, irá tomar o cuidado de deixar bem claro nas suas intervenções que não se pronuncia como se ainda fosse um membro da AL. “Se continuasse a posicionar-me na AL, como um dos seus membros, nunca seria capaz de ver de fora, com calma e objectividade, tudo o que ali se passa.”

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6www.hojemacau.com.mo SOCIEDADE

Virginia LeungJoana [email protected] [email protected]

DESDE que o Governo avançou com a cons-

trução e a elaboração da lei das habitações económicas que Au Kam San, deputado democrata da Assembleia Legislativa, comenta o facto. Em pronta reacção à notícia avançada ontem pelo Go-verno, Au Kam San voltou a apontar o dedo ao Executivo.

“O Governo está a de-sobedecer à promessa de manter os preços baixos e está a forçar os residentes a tornarem-se escravos da habitação”, frisou em inter-pelação ao Executivo.

O deputado afirma que, apesar da legislação acerca da habitação pública não

Joana [email protected]

CERCA de 880 famílias que se en-contram na lista de espera para a obtenção de uma casa mais barata começam, a partir de hoje, a ser

notificadas para a visita das habitações. Depois de três anos a adiar a construção

do prédio e da espera de seis meses após a sua conclusão, o Governo começa a distribuir as casas. Mas se são pouco menos de mil as famílias com direito a um tecto, são 11.226 os agregados que continuam na lista de es-pera. O Executivo já prometeu construir 19 mil habitações públicas até ao fim de 2012.

De tipologia 1 a 4, as fracções na Rua da Tranquilidade podem ser compradas por um valor mínimo de 565.100 patacas até um máxi-mo de 1.679.200 patacas, consoante o número de quartos disponíveis. Todas as fracções são do Governo e o rácio bonificado, no caso de venda após 16 anos, foi calculado em 50%.

Após muita pressão da sociedade, dada a subida constante da inflação, os limites

máximos de rendimentos para a aquisição deste tipo de habitações subiram entre 3000 e 6000 patacas.

Tam Kuong Man, presidente do Instituto de Habitação (IH), disse ontem aos jorna-listas que os preços das habitações foram calculados tendo por base as capacidades aquisitivas dos agregados, o ano, tipo e local da construção. O preço médio por pé quadrado das casas do Bairro do Hipódromo rondam as 1256 patacas, sendo que os T1 têm uma área de cerca de 130 pés quadrados e os T4 de 272 pés quadrados.

Durante um mês, com início a 25 de Outu-bro, os candidatos podem visitar as fracções modelo e, em caso de interesse, adquirirem a casa já a partir de 1 de Novembro. Para começaram a habitá-la, no entanto, têm de aguardar até meados de Dezembro.

Tam Kuon Man alerta os candidatos que tiveram, agora, direito à escolha de uma habitação que, no caso de não optarem por qualquer casa, passam para o fim da lista de espera. Já à segunda vez que negarem a esco-lha de uma fracção, ficam excluídos da lista.

Governo avança com venda das fracções económicas do Bairro do Hipódromo

Finalmente as casasVão começar a ser finalmente distribuídas as habitações económicos do Edifício da Tranquilidade, depois de su-cessivos adiamentos. Mas mesmo com a distribuição a 800 famílias, são mais de 11 mil as que continuam em lista de espera e o Governo não avança com nova data para abertura de concurso

AU KAM SAN ACUSA GOVERNO DE AJUDAR EMPRESAS IMOBILIÁRIAS A OBTER LUCROS

A “escravatura da habitação” ter sido bem definida no tempo da Administração Portuguesa, continha, pelo menos, a fórmula de cálculo

para estabelecer os preços da habitação. Essa não foi, con-tudo, uma realidade quando o Governo da RAEM subme-teu a nova proposta sobre a Lei da Habitação Económica à AL, cujo conteúdo pecava pela ausência de normas para estabelecer os preços.

Conforme aconteceu on-tem, os preços das habitações são publicados em Boletim Oficial. “Ao ser estabelecido pelo Chefe do Executivo, utilizando o Regulamento Administrativo, não há qual-quer princípio para regular os preços, logo qualquer que seja o estabelecido é o que vale”, queixou-se Au Kam San.

Além dos três anos de atraso na construção do edi-fício, como já mencionado, os preços das fracções do Edifício da Tranquilidade são “chocantes”, diz o deputado.

Uma fracção T1, cujo va-lor se situa entre as 565 mil e as 863 mil patacas, não tem, segundo o democrata, área útil suficiente para esse pre-ço. Além disso, acrescenta, a média de 1378 patacas por pé quadrado “é mais do que o anteriormente revelado”.

Recorde-se que o tema da habitação já fez parte de diversas interpelações do deputado na AL. O atraso de dois anos na elaboração da

própria lei, alertou Au Kam San, obriga a que as 19 mil habitações públicas satisfa-çam apenas os candidatos que estão na lista de espera entre 2003 e 2004.

O deputado considera inaceitável que estas habi-tações não estejam prontas, mas aponta ainda mais críticas ao facto do preço ser muito alto. Au Kam San afirma mesmo que essa é uma forma das imobiliários obterem lucros.

Ontem, o Governo afir-mou que as casas eram todas suas, mas Au Kam San explicou que para que 125 da habitações foram adquiridas

depois de compradas a agen-tes imobiliários, de forma a que os preços de venda não fossem díspares.

O deputado afirmou que o Edifício da Tranquilidade foi desenvolvido pela Agên-cia de Desenvolvimento Imobiliário Victory e, foi dado o adiamento sucessivo na construção do prédio, que os preços aumentaram.

Ainda assim, Au Kam San frisa que não é o Governo o próprio a obter lucros. “Toda a gente sabe que o Governo não quer obter lucros, mas o facto é que cobre os interesses de gru-pos imobiliários”, escreve o deputado, que diz mesmo que o Governo dificulta a obtenção de casa aos moradores em lista de espera. “A verdade é que se sacrificam os moradores para que os empresários tenham lucros”, apontou.

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TERÇA-FEIRA 11.10.2011

7www.hojemacau.com.mo

Joana [email protected]

NO domingo, à par t ida para Xangai, numa visita de estudo

sobre a lei do interior da China, Jorge Neto Valente afirmou ao canal português da TDM que a lei do Erro Médico é desnecessária em Macau. Ontem, os Serviços de Saúde quiseram relem-brar o assunto e frisaram, em comunicado, que “nem todos os países do mundo têm a Lei do Erro Médico” e que, de acordo com essa experiência, “o percurso da legislação é complicado”.

A legislação sobre o erro médico entrou em discussão em 2002 e, desde então, têm sido diversos os casos de negligência no tratamento ou cirurgias médicas que aguardam resolução. Ainda assim, explicou Neto Valente aos jornalistas, a lei de Macau já permite responsabilizar os autores dos erros. “Quem é que pode dizer que a protecção existente não é suficiente ou adequada?”, questionou o advogado, que assegura que o único problema é que a lei não é específica a esses casos.

“O problema é que, em Macau, uma pessoa conhece um caso que correu mal e diz logo que é preciso fazer uma lei. Na responsabilidade profissional as regras não podem ser escritas em por-menor. Não há nenhuma lei que possa dizer o que devia ter sido feito”, explicou.

Neto Valente afirma que a resolução do caso prende--se com a avaliação feita por outros profissionais da área, que avaliam se o procedi-mento foi ou não correcto. “Se fez mal, tem de ser res-ponsabilizado e para isso já há lei”, diz.

A responsabilização, essa, passa pela utilização dos códigos civil ou penal.

Depois das declarações do presidente da AAM, on-tem os Serviços de Saúde (SS) quiseram também frisar que os residentes podem recorrer a tribunal, fazendo uso desse tipo de processo.

Em comunicado enviado ontem, a entidade escreve que foram já diversas as sessões de discussão sobre

VISITANTES AUMENTAM 13% NA SEMANA DOURADADurante os feriados da semana passada, conhecida também como a Semana Dourada devido ao Dia Nacional da China, Macau recebeu mais de 770 mil visitantes, um aumento de 13% em comparação o ano passado. De acordo com os Serviços de Turismo (DST), 580 mil dos visitantes vieram da China, o que representa um aumento de 22%. Foram alugados em média 18.730 quartos de hotel por dia, um aumento de 8,67%. Na semana passada, a DST selou oito apartamentos suspeitos de prestação ilegal de alojamento, tendo sido identificados no local um explorador, dois angariadores de hóspedes e cinco controladores suspeitos.

Erro médico é legislação complexa e, diz Neto Valente, desnecessária

Oito anos perdidos?Quem for tratado inconvenientemente pelos médicos de Macau está protegido por lei e, por isso mesmo, não é necessário a existência de uma Lei do Erro Médico. Quem o afirma é Jorge Neto Valente, presidente da Associação dos Advogados de Macau. Além disso, frisam os Serviços de Saúde, a elaboração deste diploma específico é algo complicado e não resolve, por si só, todos os problemas. Há oito anos que a criação do diploma está em discussão

a Lei do Erro Médico. Mas as conclusões que daí resul-taram não mostram quando e se é necessário o diploma, alem de provarem a com-plexidade da própria lei. “Muitos peritos entenderam que devem basear-se na res-ponsabilidade médica com culpa e concordaram que a elaboração deste projecto é

difícil e complexa”, alertam os SS.

Também Neto Valente é da mesma opinião: “Parece muito fácil mas é difícil, houve aqui em Macau quem quisesse copiar a lei da China e chegaram à conclusão que tem dado tantos problema que é melhor não seguir o mesmo caminho”.

avançar com pormenores sobre a possibilidade de um novo diploma, o responsável disse no domingo “que [o Executivo] tinha a respon-sabilidade de criar uma lei o mais adequada possível a Macau”, pelo que era im-possível avançar com datas.

Ontem, a entidade presi-dida por Lei Chin Ion disse, em comunicado, que a me-lhor opção seria não apertar muito o prazo, para que houvesse uma boa prepa-ração do trabalho necessário à protecção de pacientes e médicos.

Nos últimos 11 anos, os SS foram responsabilizados por quatro casos de erros mé-dicos, 22 de variadas queixas chegaram a tribunal, metade apenas tiveram resolução. Nos casos com decisão, sete ilibaram os médicos.

Neto Valente acredita que a responsabilização deve ter em conta não só o médico, mas a equipa que trata do doente e a institui-

ção onde este foi internado. “É uma responsabilidade colectiva, o que não quer dizer que sejam responsa-bilizadas as pessoas que sejam negligentes, mas (...) é absurdo dizer que em 48 horas o assunto tem de estar resolvido”, frisa o presidente da AAM.

Os SS alertam que, caso os doentes considerem sofrer de tratamento injusto ou de dano durante o processo de tratamento médico, podem apresentar reclamação ao Centro de Avaliação de Quei-xas Relativas à Actividade de Prestação de Cuidados de Saúde (CAQ), que irá regis-tar o caso. Posteriormente, os profissionais de saúde e juristas apreciarão os casos. Para esta avaliação, diz a entidade, podem mesmo ser convidados peritos de Hong Kong ou do continente.

Os SS avisam, contudo, que, mesmo com a lei os problemas não se resolvem de imediato.

CONSELHO MÉDICO DEVE MELHORAR COMUNICAÇÃOLei Chin Ion afirma que, até ao final do ano, estará criado um Conselho para os Assuntos Médicos. O papel do grupo será regular a avaliação dos médicos e melhorar o planeamento das actividades médicas. Chan Meng Kam, deputado da AL, sublinha que os hospitais não lidam directamente com os pacientes e que esse deverá, então, ser o papel do novo conselho. Já Melinda Chan afirma que, se o Governo não considerar a Lei do Erro Médico essencial, deve “vir a público convencer as pessoas de que as condições actuais são suficientes para garantir a protecção dos pacientes”.

Lei Chin Ion, director dos SS, confirmou já ter existido uma proposta baseada na lei do continente, mas que levan-tou diversos problemas. Sem

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TERÇA-FEIRA 11.10.2011

8www.hojemacau.com.mo vida

Clickecológico

UM estudo liderado por cientistas da NASA, publicado na revista “Natu-

re”, avança que a redução da camada de ozono na região do Árctico atingiu níveis sem precedentes, consequência de um período de baixas tem-peraturas mais prolongado do que o habitual a norte do planeta.

A diminuição da camada de ozono no Árctico foi sig-nificativa ao ponto de, pela primeira vez desde que há re-gistos, se falar de um “buraco

JOHNNY Vasco” é uma tartaruga rara que atravessou o oceano Atlân-

tico e as águas geladas do Mar do Norte. Dali foi reencaminhada para o Zooma-rine, em Albufeira, onde aguarda um voo para regressar ao Golfo do México.

Águas temperadas, clima ameno e os cuidados e atenções de uma equipa do Zoomarine especializada em reabi-litação de fauna marinha garantiram, nos últimos dois anos, que a tartaruga “Johnny Vasco” recuperasse comple-tamente de uma longa travessia que envolveu oceanos e mares gelados.

Em Junho de 2009 o Zoomarine foi contactado pelas autoridades holande-sas para receber duas tartarugas que tinham dado à costa naquele país.

“A ideia era receber as tartarugas, reabilitá-las e proceder à sua devolução ao mar, mas, à chegada, reparámos que

O portugueses são os euro-peus que menos colocam

as alterações climáticas no topo da lista dos problemas do mundo, segundo os resultados um inquérito Eurobarómetro divulgados na sexta-feira.

Apenas 7% da população – um em cada 14 residentes – acha que se trata do mais sério problema que a humanidade está neste momento a enfrentar e 28% dizem que é um dos três maiores problemas actuais. A média da União Europeia é de 20% e 51%, respectivamente.

Entrevistados em Junho de 2011, os europeus colocaram as alterações climáticas em segundo lugar na lista das suas preocupações, apenas atrás da pobreza, fome e falta de acesso a água.

Portugal é um dos países que mais se afasta deste padrão. A pobreza também está no topo, com 44% dos portugueses a dizer que este é o principal pro-blema actual. Mas depois surge a situação económica, com 25%, seguida do terrorismo, com 9%. As alterações climáticas ficam em quarto lugar.

O anterior Eurobarómetro

BALEIA DE PRESA NA ESCÓCIA• Uma baleia-sei de mais de dezoito metros de comprimento encalhou na costa da Escócia. Voluntários na pequena ilha de South Uist no norte escocês tentaram manter a baleia viva na esperança de que ela pudesse ser resgatada. Mas o animal não pôde ser levado de volta para o mar por falta de equipamentos necessários no local. Os especialistas passaram a estudar como sacrificar o animal para que ele sofra o menos possível.

Novo buraco do ozono surge no Árctico

Prolongamento do frio é causa para o fenómeno

do ozono” como aquele que se forma anualmente sobre a região da Antárctida.

O prolongamento das

temperaturas frias no Árctico de Dezembro a Abril (cerca de um mês a mais do que o habitual) e a sua incidência

PORTUGUESES SÃO OS QUE MENOS VÊEM O CLIMA COMO O MAIOR PROBLEMA MUNDIAL

Em quarto lugar na lista de prioridadessobre a atitude dos europeus quanto ao aquecimento global tinha sido realizado há dois anos, em Agosto-Setembro de 2009, pouco antes da mediática conferência climática das Na-ções Unidas, em Copenhaga. Na altura, também não tinha ainda estalado a polémica sobre os emails roubados de uma universidade britânica, que alegadamente revelavam procedimentos incorrectos de climatologistas – no que ficou conhecido como o caso Climategate.

Passados dois anos, as ale-gadas dúvidas lançadas pelo Climategate sobre a ciência parecem não ter tido reflexo no nível de preocupação dos cidadãos. Mesmo que metade

TARTARUGA RARA AGUARDA FORMA DE REGRESSAR A CASA

A odisseia de Johnny Vascoos nossos colegas tinham cometido um pequeno lapso”, contou à Lusa Élio Vicente, biólogo marinho e diretor de Ciência e Educação do Zoomarine.

É que uma das tartarugas era um animal “valiossíssimo do ponto de vista genético”, pertencente a uma das espé-cies mais raras e ameaçadas do mundo, as tartarugas-de-kemp.

“Johnny” já vinha “batizado” pela equipa holandesa, que cuidou da tartaruga enquanto esteve no zoo de Roterdão, mas em Portugal acrescen-taram-lhe Vasco [numa referência ao descobridor português Vasco da Gama], em homenagem à grande travessia que empreendeu, do Golfo do México até ao norte da Europa.

“É muito improvável uma tartaruga destas perder-se, atravessar o Oceano Atlântico, e percorrer as águas frias do

Mar do Norte, mas devido às alterações climáticas e às correntes, há animais que cometem erros nas navegações. Ela até pode ter chegado sozinha, mas é um feito extraordinário”, sublinhou o biólogo marinho.

Uma estimativa feita há alguns anos indica que em cada mil nascimentos apenas uma tartaruga-de-kemp chegará à vida adulta.

“Estes animais têm uma caracterís-tica muito especial: 95% da população mundial desta espécie nasce numa única praia no México, e a sua distribuição está essencialmente confinada ao Golfo do México”, explicou Élio Vicente.

Quando o processo burocrático para tratar do regresso de “Johnny Vasco” parecia agilizar-se, ocorreu a explosão da plataforma petrolífera da BP, no Golfo do México.

“Aí tivemos um travão, não político--administrativo, mas técnico. É claro que não íamos enviar o Johnny Vasco de volta para ir para o meio do crude”, concluiu o director do Zoomarine.

Agora que o problema ambiental foi superado, só falta encontrar um voo de regresso, pois “nem todas as companhias aéreas querem assumir a responsabilida-de de transportar um animal desta rari-dade”, observa Élio Vicente, que aguarda esperançoso uma resposta afirmativa de uma companhia aérea portuguesa.

Só um por cento dos inquiridos no país admitem que isso pesou na hora de escolher um novo automóvel

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9www.hojemacau.com.mo

Sabia que...

EXTRACTO USADO PARA FABRICO DO QUEIJO DE SERPA É ANTI-TUMORALInvestigadores descobriram em laboratório que composto da planta trava proliferação de células malignas. É indispensável para o apuro do queijo de Serpa, mas as virtudes do cardo estão longe de se esgotar nessa iguaria regional. Como um grupo do Centro de Biotecnologia Agrícola e Agro-Alimentar do Baixo Alentejo e Litoral (CEBAL), de Beja, agora descobriu, o Cynara cardunculus, como lhe chamam os cientistas, também tem importantes propriedades anti-tumorais, travando a proliferação de células mamárias malignas em laboratório. Desenvolver o estudo nesta área é o objectivo da equipa coordenada pela jovem investigadora Fátima Duarte, no CEBAL.

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OS efeitos da acção hu-mana sobre o ambiente,

que provoca a mudança cli-mática, são conhecidos. Entre eles, pode-se citar o degelo acelerado no Árctico e a in-tensificação das chuvas e dos incêndios. Agora, cientistas analisam como os animais estão a ser afectados.

Um estudo recente, pu-blicado na edição on-line “The American Naturalist”, indica que as altas tempe-raturas podem fazer com que determinadas espécies “encolham”. A consequência imediata é que a reprodução é comprometida, com o nasci-mento de menos crias e uma provável alteração de toda a cadeia alimentar.

Esta relação entre o ta-manho e as alterações na

• Produzir um par de calças sintéticas precisa de

cerca de 50 kWh de energia e liberta 30kg de CO2?

Novo buraco do ozono surge no Árctico

Prolongamento do frio é causa para o fenómeno

ANIMAIS ESTÃO A ENCOLHER DEVIDO À MUDANÇA CLIMÁTICA

Menos calor, mais pequeninos

temperatura, já comprovada anteriormente, mas nunca explicada totalmente, afec-ta somente os animais de

sangue frio - como insectos, crustáceos, peixes, anfíbios e répteis -, que dependem de fontes externas de aque-

cimento como a luz do sol para se manterem aquecidos.

A pesquisa foi feita com 34 tipos de crustáceos copé-podes, pelo doutorando Jack Forster, da Universidade de Londres. Segundo ele, as criaturas diminuíram uma média de 2,5% para cada um grau Celsius elevado.

Forster diz que esse fe-nómeno mudaria a cadeia alimentar em duas frentes. Menores, os animais de san-gue frio passariam a comer outras espécies.

Por sua vez, quem está acima deles na cadeia alimen-tar teria que gastar mais tem-po em busca de comida para obter a quantidade suficiente. Ou seja, a co-dependência en-tre as espécies seria mudada e demoraria a que adaptassem.

numa área mais vasta terão sido as causas da abertura na camada de ozono nesta região.

A observação levada a cabo pelos cientistas da NASA, no Árctico, de-monstra que a partir dos 20 quilómetros acima do solo perdeu-se cerca de 80% da camada de ozono.

A camada de ozono, locali-zada entre os 15 e os 35 quiló-metros acima da superfície da Terra, protege-nos contra os raios ultravioleta, prejudiciais à saúde.

O buraco nesta camada de protecção foi primeiramente detectado na Antárctida, em 1985, tratando-se de um fenó-meno que ocorre durante uma determinada época do ano, geralmente entre Setembro e Dezembro.

Apesar da maioria dos gases que prejudicam a ca-mada de ozono serem emi-tidos no hemisfério norte, o buraco começou por surgir na Antárctida devido às suas temperaturas mais frias.

As baixas temperaturas contribuem para a formação de nuvens polares estratosfé-ricas que levam à libertação de cloro e bromo, elementos que contribuem para a redução da camada de ozono.

Quando as temperaturas começam a subir a camada de ozono recupera, mas demora-ria cerca de meio século para esta se reconstruir e atingir o mesmo ponto em que se encontrava antes da época industrial.

PORTUGUESES SÃO OS QUE MENOS VÊEM O CLIMA COMO O MAIOR PROBLEMA MUNDIAL

Em quarto lugar na lista de prioridadesdos europeus não coloquem as alterações climáticas a liderar a lista dos males globais, cerca dois terços (68%) acham que se trata de um problema “muito sério”, contra 64% em 2009. Em Portugal, este valor até sobe para os 75% – ou seja, os por-tugueses preocupam-se com o aquecimento global, mas acham que há problemas mais relevantes neste momento.

A crise económica é um deles. Em 2009, dez por cento dos portugueses apontavam o recuo da economia como o principal problema mundial, contra 25% agora.

Quanto à contribuição individual de cada um para resolver o problema, a maior parte dos portugueses (56%) diz que separa o lixo para reciclagem, 29% evitam pro-dutos descartáveis, como sacos plásticos de supermercado, e 14% dão preferência a produ-tos locais. O carro, este, não é visto no país como uma arma para combater o aquecimento global. Só um por cento dos in-quiridos no país admitem que isso pesou na hora de escolher um novo automóvel.

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10www.hojemacau.com.mo CULTURA

Lia [email protected]

ENTRE os dias 27 e 30 deste mês o Instituto Cultural (IC) terá aberto o período de inscrições para os pe-

didos de apoio financeiro para as actividades culturais para o ano de

DE 27 a 30 deste mês, o Instituto Cultural (IC)

vai abrir candidaturas para o Programa de Formação de Recursos Humanos em Gestão Cultural e das Ar-tes, a ter início no próximo ano. Este projecto tem como alvo as associações sem fins lucrativos, que estejam registadas.

É mais uma aposta da entidade, que tem vindo a dinamizar o panorama de apoio e desenvolvimento das artes e da cultura na região. O IC tem, assim, a definir a sua linha de acção de duas formas: criar con-dições necessárias para um desenvolvimento estável e sustentável dos grupos culturais e artísticos locais e estimular a formação de gestores profissionais e de talentos.

O Instituto Cultural tem como objectivo estimular a

O filme “A Bela e o Papara-zzo”, de Antonio-Pedro

Vasconcelos, representará Portugal no 4.º Festival de Cinema da União Europeia na China, que decorrerá em novembro em Pequim e em duas outras cidades chinesas.

Iniciado em 2008 para mostrar ao público chinês “os filmes europeus de maior su-cesso” nos respectivos países, o festival inclui este ano uma secção de curtas-metragens, com cinco obras de outros tantos autores, entres as

Actividades culturais na lista dos subsídios do Instituto Cultural

Investir numa Macau artística

DINHEIRO PARA QUALIFICAR TALENTOS CULTURAIS

Um empurrão para crescer“A BELA E O PAPARAZZO” NO FESTIVAL DA UE NA CHINA

Filmes para chinês ver

2012, destinado às associações sem fins lucrativos registadas.

Todos os anos o IC atribui subsídios às associações cultu-rais locais, com o olhar posto no incentivo e apoio à realização de actividades artísticas e culturais. Segundo comunicado da entidade, nos últimos anos tem-se verificado

um desenvolvimento significativo de acções no âmbito da literatura, artes visuais, caligrafia, fotografia, música, dança, teatro, ópera canto-nense, investigação académica ou audiovisuais.

“A participação activa das associações culturais fomentará, através do seu saber colectivo, o

desenvolvimento cultural local, consequentemente enriquecendo a vida cultural dos cidadãos, for-talecendo o intercâmbio cultural com outros países e melhorando a imagem de Macau como uma cidade cultural”, comenta o IC num comunicado.

Os projectos em lista de prio-

ridade serão aqueles que vão ao encontro da criação literária e artística e que desenvolvam tra-balhos criativos, que possibilitem a abertura a novas áreas no campo artístico e cultural, promovam actividades ligadas à formação de pessoal na área artística ou os que a nível geral, dinamizem a educação artística, com o desenvolvimento de actividades variadas no seio da comunidade.

Os projectos que pretendem ainda encorajar e desenvolver es-tudos sobre o património cultural imaterial e a história de Macau, bem como os que já estudam e o difundem e que fortaleçam a cons-ciência da preservação da herança e o respectivo trabalho educacional, atraindo a atenção e o apoio de to-dos os sectores da sociedade para a preservação do património cultural estão também na lista marcados como prioritários.

Terão ainda preferência aqueles que incentivem o desenvolvimen-to equilibrado entre as culturas chinesa e ocidental no território, contribuindo para elevar o nível cultural da população e realçando a imagem de Macau como uma ci-dade virada para a cultura e os que contribuam para a venda de bilhetes de espectáculos, ajudando a reforçar o consumo cultural em Macau.

quais “A Drogaria”, de Elsa Bruxelas.

Dos 27 países da UE, apenas três não estão repre-sentados (Finlândia, Letónia e Luxemburgo). “A Bela e o Paparazzo”, com Soraia Chaves e Marco d’Almeida nos principais papéis, é apresentado no programa como “uma comédia ro-mântica”.

Entre os filmes euro-peus seleccionados figu-ram ainda “Dos homens e dos deuses”, do francês

Xavier Beauvois, “O meu amigo Eric”, do britânico Ken Loach, “Camino” do espanhol Javier Fesser, e “Krabat”, do alemão Marco Kreuzpaintner.

A Polónia, país que de-tém a presidência da UE até ao final do ano e que é um dos organizadores do certame, juntamente com a Delega-ção da União Europeia em Pequim, estará representada por “Trick”, de Jan Hryniak.

A China é um dos mer-cados cinematográficos em mais rápido crescimento, mas importa apenas vinte filmes por ano, a maioria dos quais dos Estados Unidos.

Desde 2003, as receitas de bilheteira subiram em média 35% ao ano e em 2010 ultrapassaram os 10 mil mi-lhões de yuans, mais de 10% dos quais facturados pelo filme “Avatar”, de James Cameron.

participação das associações culturais locais, para que estas se possam dotar de quadros qualificados nas várias áreas de produção de um evento cultural - planea-mento, coordenação, gestão de actividades e gestão téc-nica - através da experiência e da prática.

Os interessados deverão endereçar os pedidos ao IC, na qual deve constar a reco-mendação de um dos seus funcionários ao programa. Os requisitos para quem pretende participar seguem os parâmetros habituais – ser residente de Macau, portador do BIR e ser maior de idade.

A prioridade para inte-grar o programa será dada a quem tiver uma licenciatura ou um curso superior nas áreas da cultura, artes ou ciências sociais e humanas ou àqueles que contam

com cinco ou mais anos de experiência operacional e de trabalho numa associação cultural local. Ainda com en-trada preferencial as pessoas que tenham frequentado cursos relacionados com administração ou gestão das artes com cargas horárias mínimas de 120 horas, como também quem tiver feito o “Curso de Certificado em Administração das Artes” ministrado pelo Instituto de Formação Turística.

O subsídio será atribuído por várias categorias, conso-ante o número de horas men-sais de formação: 144 horas mensais para a categoria 1, 80 horas mensais referentes à segunda categoria e 40 horas mensais para um terceiro nível. No caso do pedido ser deferido, o Instituto Cultural atribuirá um subsídio de 80 patacas por hora a cada participante. - L.C.

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11www.hojemacau.com.mo

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O escritor moçambicano é o vencedor da sétima edição

do Prémio Eduardo Lourenço, no valor de 10 mil euros, atribuído pelo Centro de Estudos Ibéricos (CEI). A decisão foi comunicada por João Gabriel Silva, reitor da Universidade de Coimbra, no final de uma reunião do júri no fim-de--semana, a que presidiu.

Instituído em 2004, o prémio anual, que tem o nome do ensa-ísta Eduardo Lourenço, mentor e presidente honorífico do CEI, destina-se a galardoar personali-dades ou instituições, portuguesas ou espanholas, “com intervenção relevante no âmbito da cooperação e da cultura ibérica”.

Desta vez, segundo o presiden-te do júri, foi atribuído a Mia Couto, escritor que “alargou os horizontes da língua portuguesa e da cultura ibérica”. João Gabriel Silva disse à agência Lusa que a distinção foi entregue ao escritor Moçambicano “por unanimidade e aclamação”, num conjunto de 15 concorrentes, pela importância que a sua obra

MIA COUTO VENCE PRÉMIO EDUARDO LOURENÇO 2011

Galardão ibérico para moçambicano

representa “para o espaço ibérico”.“Todos reconhecemos a sua

enorme contribuição para a cultura ibérica. Acho que é uma excelente escolha, é alguém que enormemen-te engrandece a cultura portuguesa e ibérica”, declarou.

O presidente do júri referiu

que, pela primeira vez, o Prémio Eduardo Lourenço “sai da Ibéria, indo até ao Índico”, dado que Mia Couto nasceu e vive em Moçambi-que. O escritor e biólogo Mia Couto (António Emílio Leite Couto, de seu nome completo) nasceu na Beira, em 5 de Julho de 1955.

Além do reitor da Universidade de Coimbra, o júri que decidiu a atribuição do Prémio Eduardo Lourenço 2011 era formado pela vice-reitora da Universidade de Salamanca (Espanha), Noémi Dominguez, pelo presidente da Câ-mara da Guarda, Joaquim Valente, por José Joaquim Gomes Canotilho e Maria de Sousa (Universidade de Coimbra), Antonio Colinas e Juan Carlos Mestre (Universidade de Salamanca), entre outros.

A sessão solene de entrega do galardão terá lugar a 26 de Novem-bro, na Guarda, por ocasião das comemorações do 11.º aniversário do CEI.

O Prémio Eduardo Lourenço teve a sua primeira edição em 2004 e já distinguiu “personalidades de relevo” de Portugal e de Espanha, segundo a entidade promotora.

FOTOGRAFIAS E GASTRONOMIA DO TERRITÓRIO EXPOSTAS EM PORTUGAL A Três Séculos, empresa responsável pela realização de eventos nas Caves Taylor’s, em Vila Nova de Gaia, promove, a partir de amanhã, a iniciativa “Macau em Gaia…”, na qual está incluída uma exposição fotográfica sobre Macau, bem como uma apresentação da gastronomia macaense. A exposição fotográfica, denominada “Centro Histórico de Macau – Património Mundial”, vai estar patente ao público até 31 de Outubro, com fotografias sobre o centro histórico de Macau, bem como sobre as tradições do território.

As anteriores edições contem-plaram Maria Helena da Rocha Pereira, catedrática jubilada da Universidade de Coimbra na área da Cultura Greco-Latina, o jorna-lista espanhol Agustín Remesal, a pianista Maria João Pires, o poeta espanhol Ángel Campos Pámpano, o penalista Jorge Figueiredo Dias e o escritor César António Molina.

O CEI é uma associação trans-fronteiriça sem fins lucrativos, que nasceu de um desafio lançado pelo ensaísta Eduardo Lourenço na sessão solene comemorativa do Oitavo Centenário do Foral da Guarda, em 1999.

Foi criado em resultado de uma parceria que envolveu a Câ-mara Municipal da Guarda e as Universidades de Coimbra e de Salamanca e, mais tarde, o Instituto Politécnico local.

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12www.hojemacau.com.mo DESPORTO

PRODÍGIO DE 17 ANOSASSINA PELO BENFICADerlis González, prodígio paraguaio de 17 anos, assina por cinco épocas e sonha trilhar os passos de Cardozo ao serviço do Benfica. A poucos minutos de embarcar no avião rumo a Lisboa, o atleta confessou ao jornal “O Jogo” que estava na iminência de consumar a ligação ao emblema da águia por cinco anos. “É verdade, chego amanhã [ontem] a Lisboa. Vou fazer exames médicos e assinar por cinco anos com o Benfica”, disse. O jovem afirma ainda querer seguir as passadas do seu compatriota Cardozo. “Se for possível, gostava de atingir o mesmo sucesso que Cardozo no Benfica. Tenho esse sonho”. Derlis estreou-se como profissional aos 15 anos, um recorde no Paraguai, leva 10 golos esta época ao serviço do Rubio Ñu e é comparado a Roque Santa Cruz.

MARATONISTA MORREPERTO DA META Um homem de 35 anos morreu no domingo depois de sofrer uma falha cardíaca e cair a menos de meio quilómetro da meta da Maratona de Chicago. O médico da organização da corrida, George Chiampas, explicou que o maratonista colapsou a 500 jardas (457,2 metros) da linha de chegada, mas foi reanimado pela equipa de assistência presente no local. Contudo, uma hora e 45 minutos depois, já no hospital, o indivíduo foi declarado morto, estando prevista a realização de uma autópsia nesta segunda-feira.

TÉNIS MACHADO DESCEUM LUGAR, GIL CAI DOISRui Machado desceu para o 60.º posto do ranking mundial e continua a ser o melhor tenista português da hierarquia. Frederico Gil ocupa a 100.ª posição. Uma semana depois de ter atingido a melhor classificação de sempre de um português no ranking ATP, Rui Machado perdeu uma posição na tabela e surge na 60.ª posição na tabela divulgada nesta segunda-feira. O outro português no top-100, Frederico Gil, caiu dois lugares e está no 100.º lugar do ranking. Na semana que passou, Gil atingiu os quartos-de-final do “challenger” de Palermo. Não há novidades no topo da hierarquia mundial: Novak Djokovic lidera, seguido por Rafael Nadal e Roger Federer. Andy Murray, David Ferrer e Robin Soderling ocupam os lugares seguintes do ranking.

Marco [email protected]

A selecção de hóquei no gelo de Macau voltou no fim-de-semana a dar mos-tras de que os desportos

de Inverno são modalidades em expansão na RAEM. Depois de em meados de Setembro ter triunfado na Taça Bauhínia – um dos três troféus em disputa no âmbito do Torneio Internacional de Hóquei no Gelo de Hong Kong – a formação do terri-tório voltou a assinar no domingo um novo brilharete, ao triunfar na segunda jornada da Liga de Hóquei no Gelo do Delta do Rio das Pérolas.

Organizada pela Federação de Desportos no Gelo de Macau, pela Hong Kong Ice Hockey Association e pelo Shenzhen Coastal City Star Skating Club, a prova é disputada em três mangas e reúne formações das três regiões que disputam entre si um mini-torneio a cada ocasião que se encontram.

Este fim-de-semana foi a vez da RAEM receber a prova. Pequeno para tanta gente, o ringue de patinagem do Centro de Lazer Future Bright serviu de talismã aos atletas da casa, que confirmaram o bom momento de forma com dois triunfos inequívocos frente às duas formações da margem oriental do Delta do Rio das Pérolas.

FUTEBOL | VETERANOS DE MACAU CONQUISTAM 5.º LUGAR EM XANGAIA Associação dos Veteranos de Futebol de Macau ficou conquistou o quinto lugar no Torneio de Futebol dos Veteranos das Comunidades Chinesas. Durante sete dias os jogadores do território mostraram as suas habilidades naquele que foi o 15.º torneio deste tipo. A ter lugar em Xangai, cidade cuja equipa dominou o campeonato, os macaenses brilharam frente a duas formações da Malásia, perdendo para Xangai e Austrália. Segundo o comunicado da Associação dos Veteranos de Futebol de Macau, a equipa do Lótus não terá sido informada de que poderia inscrever quatro elementos com menos de 40 anos na equipa, problema que se juntou ao facto de que muitos dos seus atletas não puderam ir por motivos profissionais. Ainda assim, diz a associação, a equipa vencedora “ganharia menos sem os seus elementos mais jovens”.

Selecção de hóquei no gelo soma sucessos

Quem ri em casa, ri melhorEm Abril, na primeira ronda da competição, disputada na RAEHK, o conjunto do Lótus não conseguiu evitar o desaire no frente-a-frente com a formação da casa.

Agora, a jogar perante o seu próprio público, a jovem selecção da casa não se deixou intimidar e derrotou os representantes da anti-ga colónia britânica pelo expressivo resultado de 8-4.

Em maré aziaga, a formação de Hong Kong não conseguiu evitar novo descalabro no embate frente a Shenzhen. O duelo foi o mais equilibrado da segunda manga da edição de 2011 da Liga de Hóquei no Gelo, mas foi a formação do Continente quem acabou por sorrir: mais eficiente no ataque, a formação de Shenzhen aproveitou o facto do seleccionador da RAEHK ter aberto mão de algumas das suas melhores pedras para levar a melhor no desafio pelo renhido parcial de 9-8.

A vitória de Shenzhen no frente--a-frente com Hong Kong atribuiu ao derradeiro encontro da com-petição as características de uma verdadeira final, com a vitória no desafio a garantir também o triunfo no certame. Motivada pela goleada imposta ao conjunto da vizinha Região Administrativa Especial, a selecção do território não acusou a responsabilidade, derrotando a

formação da República Popular da China por 7-5.

Ao derrotar Shenzhen, a selecção anfitriã repetiu a prestação obtida perante o seu próprio público nas quatro últimas temporadas. Macau, Shenzhen e Hong Kong vão voltar a esgrimir argumentos no final de No-vembro ou no início de Dezembro, para decidir na metrópole chinesa o nome do vencedor da edição de 2011 da Liga de Hóquei no Gelo do Delta do Rio das Pérolas.

Antes ainda de disputar a derradeira ronda da competição, a selecção do Lótus vai competir num torneio internacional na capital tailandesa, Banguecoque. A prova que se disputa no final do mês reúne formações oriundas de paí-ses e territórios como a Tailândia,

Taiwan, Singapura ou o Canadá.A competição deve servir sobre-

tudo para que o grupo de trabalho do território prepare a participação na edição de 2012 dos Jogos Na-cionais de Inverno da República Popular da China. O certame reúne formações de todo o país e é para os responsáveis pela Federação de Desportos no Gelo de Macau uma verdadeira prova de fogo.

“Já nos estamos a preparar para o evento há algum tempo e os resul-tados têm aparecido, mas os Jogos Nacionais são um certame bem mais competitivo. Neste momento, o hóquei no gelo ainda não pode dar garantias de bons resultados. Queremos apenas ser capazes de dar o nosso melhor”, admite Winston Chan, dirigente do organismo.

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[ ] CinemaCineteatro | PUB

[f]utilidadesTERÇA-FEIRA 11.10.2011www.hojemacau.com.mo

13

HORIZONTAIS: 1-Mulher que ouve muito mal. Que têm aptidão. 2-Apertais com nó. Obra em verso. 3-Ligai pelo matrimónio. Sentir aversão. 4-Condutor de palanquim na Índia. O m. q. ami (planta). 5-O m. q. rosicler. 6-Pranteava, chorava. 7-Despovoada. Gritam (Fig.). 8-Produz som. Acto de ciar (Mar.). Sapo amazónico. 9-Coloca num lugar certo. Substância mineral simples, boa condutora do calor e da electricidade. 10-Prova a que alguém é submetido. Consinta. 11-Desocupem. Venturas.VERTICAIS: 1-Arrancar. Pronome demonstrativo (pl.). 2-Joeiram, outam. Pacóvio trouxa. 3-Achanar. Tirai a vida. 4-Conversa com outra pessoa. A primeira de uma série ou ordem. 5-Segurei com a mão. Catedral. Pendem. 6-Animai. 7-Constelação austral. 101 (Rom.). Prezar, venerar. 8-Desbastaram. Reflexão da voz. 9-Insista. Embarcações de recreio. 10-Prezai. Sexualmente degenerada, anormal. 11-Cicatrizou, curou. Pessoas ruins e manhosas (Fig.).

[Tele]visãowww.macaucabletv.com

22:30 Rugby World Cup 2011 Quarterfinal #2 England vs. France

STAR SPORTS 3112:00 Rugby World Cup 2011 Quarterfinal #2 England vs. France14:00 Kolon Korea Open Day 3 17:00 International Motosport News 2011 18:00 Spirit Of Yachting Series 201118:30 Intercontinental Rally Challenge 2011 - Magazine19:00 Rugby World Cup 2011 Quarterfinal #1 Ireland vs. Wales21:00 Engine Block 2011 21:30 (LIVE) Score Tonight 22:00 Le Mans Series Magazine Shows 22:30 Golf Focus 2011 23:00 Solheim Cup H/ls

STAR MOVIES 4013:00 Our Family Wedding14:45 My Life In Ruins16:25 Red Water18:00 I Love You, Beth Cooper19:45 Hot Shots!21:15 Jennifer’S Body23:00 Signs00:50 Hot Shots, Part Deux!

HBO 4112:00 The Shawshank Redemption14:20 Fargo15:55 Julie & Julia17:55 My Sister’S Keeper19:45 I Am Sam22:00 Salt23:45 Scent Of A Woman

CINEMAX 4212:30 Darkman Ii: The Return Of Durant14:15 The Wild Life16:00 Frankenstein 197017:30 The Kiss Of The Vampire19:00 Control Factor20:30 Paradox22:00 America 300023:30 Meteor Storm

MGM CHANNEL 4313:00 Rikky and Pete14:45 I’m Gonna Git You Sucka16:00 Committed17:30 Love Field19:15 Wicked Stepmother21:00 Laws of Gravity22:45 O.C. and Stiggs00:30 Maxie

DISCOVERY CHANNEL 5013:00 Mythbusters14:00 Dual Survival15:00 Man vs Wild16:00 Deadliest Catch17:00 River Monsters18:00 How It’s Made18:30 How Do They Do It?19:00 World War II In Colour

(MCTV 50) Discovery Channel17:00 RIVER MONSTERS

TDM 13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h14:30 RTPi DIRECTO18:00 That 70\’s Show (Que Loucura de Família)18:30 TDM Desporto (Repetição)19:30 Amanhecer20:25 Acontecimentos Históricos20:30 Telejornal21:00 TDM Entrevista21:30 Cougar Town22:00 JK22:30 Pão Amargo22:58 Acontecimentos Históricos23:00 TDM News23:30 Magazine Liga dos Campeões00:00 Landmarks (Ex-Líbris)00:30 Telejornal (Repetição)01:00 RTPi DIRECTO

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:30 Mostra!14:45 Amanhecer (Telenovela)15:45 Magazine Macau Contacto16:15 O Preço Certo17:00 Notícias17:30 O Segredo18:15 A Alma e a Gente18:45 Amália, Amá-la20:00 Jornal Da Tarde 21:00 Amanhecer (Telenovela)22:00 O Preço Certo23:00 Portugal no Coração

TVB PEARL 8306:00 High Flyers 07:00 First Up07:30 NBC Nightly News08:00 Putonghua E-News08:30 ETV10:30 Inside the Stock Exchange11:00 Market Update11:30 Inside the Stock Exchange11:32 Market Update12:00 Inside the Stock Exchange12:02 Market Update12:30 Inside the Stock Exchange12:35 Market Update13:00 CCTV News - LIVE14:00 Market Update14:40 Inside the Stock Exchange14:43 Market Update15:58 Inside the Stock Exchange16:00 Angelo Rules16:30 Geronimo Stilton17:00 Wild Animal Baby Explorers17:30 Bang Goes the Theory18:00 Putonghua News18:10 Putonghua Financial Bulletin18:15 Putonghua Weather Report18:20 Financial Report18:30 Football Asia19:00 Cultural Heritage – The Railroad19:30 News At Seven-Thirty19:50 Weather Report19:55 Earth Live20:00 Cuisine Culture20:30 Desperate Housewives 21:30 Asia’s Deadliest Snakes22:30 Market Place22:35 The Pacific 23:45 The CEO Connection and Dolce Vita p.s.23:50 World Market Update23:55 News Roundup00:10 Earth Live00:15 The Mentalist01:10 The Pearl Report01:40 Transworld Sport02:35 European Art at the MET03:00 Bloomberg Television05:00 TVBS News05:30 CCTV News

ESPN 3011:00 Big 12 Conference Football Oklahoma vs. Texas14:00 Sec Women’s Gymnastics Championship15:30 Winter X Games Fourteen Classix 16:00 National League Championship Series 201119:00 (Delay) Baseball Tonight International 2011 19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 20:00 KIA X Games Asia 201120:30 Tour Of Brunei 2011 2nd Leg Highlights 21:00 Euro Beach Soccer League Superfinal Russia vs. Romania22:00 Sportscenter Asia

20:00 Ghost Lab 221:00 World’s Deadliest Towns22:00 Kidnap and Rescue23:00 I Was Bitten00:00 World’s Deadliest Towns

NATIONAL GEOGRAPHIC CHANNEL 5113:00 Nat Geo’s Most Amazing Photos14:00 Long Way Down15:00 Shark Men16:00 In The Womb17:00 Predator CSI18:00 Helicopter Wars19:00 Seconds From Disaster20:00 Nat Geo’s Most Amazing Photos21:00 Salmon Wars22:00 Hooked23:00 Search For The Bushmen00:00 The Truth Behind

ANIMAL PLANET 5213:00 Nick Baker’s Weird Creatures14:00 I’m Alive15:00 Mutant Planet16:00 Buggin’ With Ruud17:00 Human Prey18:00 Must Love Cats19:00 Chernobyl20:00 Nick Baker’s Weird Creatures21:00 African Bambi22:00 Mutant Planet23:00 Human Prey00:00 Must Love Cats

HISTORY CHANNEL 5413:00 Modern Marvels14:00 Sugihara: Conspiracy Of Kindness16:00 Pawn Stars17:00 The Pickers18:00 Modern Marvels19:00 Ufo Hunters20:00 Modern Marvels21:00 Greatest Tank Battles22:00 Battleplan23:00 Hidden Cities00:00 Swamp People

BIOGRAPHY CHANNEL 5513:00 Intervention14:00 Hoarders15:00 Storage Wars17:00 Flip This House18:00 Sell This House18:30 Caesars 24/719:00 Hoarders20:00 Celebrity Ghost Stories21:00 Gene Simmons: Family Jewels22:00 Heavy 23:00 Hoarders00:00 Intervention

AXN 6212:15 CSI: Miami13:05 Ncis: Los Angeles14:00 The Amazing Race14:55 Justified15:50 CSI: Miami16:40 Leverage17:30 Ncis: Los Angeles18:20 CSI: Ny19:15 The Voice21:05 Ncis: Los Angeles22:00 The Voice22:55 CSI: Ny23:50 The Voice00:45 CSI: Ny

STAR WORLD 6312:10 The Bachelorette13:05 Hell’s Kitchen14:00 America’s Next Top Model14:55 Melissa & Joey15:25 Ghost Whisperer17:15 The Glee Project18:10 The Bachelorette19:05 How I Met Your Mother19:30 Melissa & Joey20:00 Hell’s Kitchen20:55 America’s Next Top Model21:50 Glee22:45 The Bachelorette23:40 How I Met Your Mother00:05 America’s Next Top Model

Su doku

[ ] Cru

zadas

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

HORIZONTAIS: 1-SURDA. APTAS. 2-ATAIS. POEMA. 3-CASAI. ODIAR. 4-AMAL. M. AMIO. 5-R. ROSICRE. U. 6-T. GEMIA. T. 7-ERMA. A. MIAM. 8-SOA. CIA. ARU. 9-SITUA. METAL. 10-EXAME. ACEDA. 11-SAIAM. ROSAS.VERTICAIS: 1-SACAR. ESSES. 2-UTAM. TROIXA. 3-RASAR. MATAI. 4-DIALOGA. UMA. 5-ASI. SE. CAEM. 6-MIMAI. 7-APO. CI. AMAR. 8-PODARAM. ECO. 9-TEIME. AITES. 10-AMAI. TARADA. 11-SAROU. MULAS.

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

Informação Macau Cable TV

SALA 1JOHNNY ENGLISH REBORN [B] Um filme de: Oliver ParkerCom: Rowan Atkinson, Dominic West14.30, 16.30, 19.30, 21.30

SALA 2THE SORCERERAND THE WHITE SNAKE [B] FALADO EM CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊSUm filme de: Siu-Tung ChingCom: Jet Li, Shengyi Huang, Raymond Lam14.30, 16.30, 19.30, 21.30

SALA 3INSIDIOUS [C] Um filme de: James Wan, Leigh WhannellCom: Patrick Wilson, Rose Byrne, Barbara Hershey14.30, 16.30, 21.30

ONE DAY [B] Um filme de: Lone ScherfigCom: Emma Morley, Jim Sturgess, Patricia Clarkson19.30

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OPINIÃOTERÇA-FEIRA 11.10.2011

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caderno d iá r i oPedro Correia

DOMINGO, 2 O primeiro volume das cartas de Ernest Hemingway está finalmente dis-ponível em livro. É um mega-acontecimento editorial digno de registo. À consideração dos editores portugueses. Pelo menos da-queles que não andam demasiado ocupados a editar romances de figuras que costumam aparecer na televisão.

SEGUNDA, 3 Fixem este nome: Amanda Knox. Ainda havemos de ouvir falar muito dela. Porque a sua vida, apesar de muito curta, dava um filme. Esta jovem americana foi vítima de um escandaloso erro judiciário: o tribunal de Perugia, em Itália, condenou-a a 26 anos de prisão pelo homicídio de uma estudante britânica que afinal - concluiu a instância jurisdicional de recurso - ela não cometeu. Em todas as circunstâncias deste penoso processo, Amanda foi sempre procla-mando a sua inocência perante a indiferença do tribunal que a condenou. A absolvição, que agora lhe permitiu regressar aos EUA, não evitou no entanto que tivesse cumprido uma pena pelo crime que se conclui agora não ter cometido: permaneceu quatro anos presa. Quatro anos que ninguém lhe devol-verá e lhe garantirão incontáveis noites de insónia para o resto da vida.

O drama de Amanda Knox serve para confirmar - se ainda fosse necessário - a brutal desumanidade da pena de morte, vigente em países como a China, o Irão e os Estados Unidos. Porque torna irrevogável o erro judiciário, presente no quotidiano dos tribunais de todo o mundo. Pior que um erro grave, só mesmo um erro irreparável.

Mas há outras formas de condenação à morte - não à morte física, mas à morte civil. E desse crime comprovado foram responsáveis vários órgãos de informação, com lamentável destaque para a imprensa tablóide britânica, que durante anos berrou

em títulos garrafais contra esta estudante de 24 anos, chamando-lhe assassina com todas as letras. Uma condenação que prosseguiu até à própria data da absolvição da jovem americana pelo tribunal de recurso, quando o Daily Mail - autêntico lixo impresso - insistia em dar como provado aquilo que nunca o foi.

Este estigma acompanhará Amanda Knox como uma sentença condenatória perpétua. O que bastaria para fazer reflectir todos os jornalistas que se comportam como os arautos de uma nova inquisição. Nenhum juiz pode desempenhar a missão de um jornalista, mas também nenhum jornalista deve substituir-se aos tribunais. Porque há notícias falsas que ferem para sempre. E outras chegam mesmo a matar.

marcou Vargas Llosa, possa também aplicar--se ao grande autor israelita. Como se Oz tivesse culpa de vender muitos e bons livros.

Dos escritores norte-americanos, John Updike, Norman Mailer e J. D. Salinger morreram infelizmente, em anos recentes, sem o Nobel que todos mereciam. Espero que Gore Vidal tenha melhor sorte: para mim, é provavelmente o maior escritor vivo dos Estados Unidos. Mas o meu eleito, para 2011, seria desta vez um brasileiro. É um es-cândalo o Comité Nobel nunca ter premiado a literatura brasileira. E, entre os autores brasileiros, elejo um nome excepcional: José Rubem Fonseca. As personagens das suas obras - contos ou romances - são verdadeiras figuras da literatura universal.

QUARTA, 5 Comemorações do 101.º aniver-sário da proclamação da república em Por-tugal. A propósito do feriado, que milhares de portugueses este ano aproveitaram para gozar nas praias, regressa esporadicamen-te o debate sobre as vantagens do regime republicano em relação ao monárquico, ou vice-versa. É um debate em que não entro: considero-o inútil e rebarbativo. No entanto, no imaginário colectivo, é notória a suprema-cia da monarquia sobre a república. Aquela frase do Di Caprio no Titanic, «sou o Rei do Mundo», seria quase uma incongruência se passasse a ser «sou o Presidente da República do Mundo». Idem aspas, relativamente ao Rei Leão - faria algum sentido chamar-lhe ‘Presidente Leão’? E expressões como Rainha ou Princesa continuam altamente valori-zadas. “És a minha filha de Presidente da República” jamais poderá ser considerado um piropo por uma mulher - nem aqui, nem na Gronelândia, nem no Burquina Fasso. As coisas são o que são.

QUINTA, 6 Que eu saiba, ninguém acertou

no nome do escritor laureado com o Nobel: é o poeta sueco Tomas Tranströmer, de 80 anos. Sem nenhuma obra completa editada em Portugal. Há, no entanto, alguns poemas dele traduzidos para a nossa língua. Um de-les, belíssimo, fala-nos de uma visita a Lisboa durante os anos de chumbo da ditadura. Vale a pena transcrevê-lo aqui: «No bairro de Alfama os eléctricos amarelos cantavam nas / subidas. / Havia duas prisões. Uma delas era para os gatunos. / Eles acenavam através das grades. / Eles gritavam. Eles queriam ser fotografados! // “Mas aqui”, / dizia o revisor e ria baixinho, maliciosa-mente, / “aqui sentam-se os políticos”. Eu vi a fachada, a fachada, a fachada / e em cima, a uma janela, um homem, / com um binóculo à frente dos olhos, espreitando / para além do mar.»

Gostei de o descobrir neste poema.

SEXTA, 7 Passei hoje, à hora de almoço, por um alfarrabista de Campo de Ourique. Es-tava de portas fechadas mas mantinha duas bancas carregadas de livros cá fora, em cima do passeio. Colado à montra, um letreiro escrito à mão: “Favor pagar na farmácia aqui ao lado.” Assim fiz: recolhi dois livros e entrei na farmácia para pagar. Dois euros.

E de repente, em poucos minutos, senti Lisboa transformada numa aldeia.

SÁBADO, 8 Noite de Verão em pleno Outono algarvio. À mesa da Noélia, em Cabanas, parece-me que a vasta Ria Formosa - espraia-da mesmo à frente dos nossos olhos - nunca mereceu tanto este belo nome. Enquanto a noite cai, mastigamos conquilhas, logo seguidas de umas divinais pataniscas de polvo com arroz de coentros - tudo regado com um simpático branco da Fundação Eugénio de Almeida.

Às vezes o paraíso é isto. Apenas isto.

TERÇA, 4 Depois do prémio dado em 2010 (finalmente) a Mario Vargas Llosa, gostaria que o Nobel fosse entregue depois de amanhã a outro grande escritor contem-porâneo: Amos Oz. Receio, no entanto, que o estigma de “autor comercial”, que tanto

Fixem este nome: Amanda Knox. Ainda havemos de ouvir falar muito dela. Porque a sua vida, apesar de muito curta, dava um filme. Esta jovem americana foi vítima de um escandaloso erro judiciário: o tribunal de Perugia, em Itália, condenou-a a 26 anos de prisão pelo homicídio de uma estudante britânica que afinal - concluiu a instância jurisdicional de recurso - ela não cometeu

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à f l o r da pe leHelder Fernando

TERÇA-FEIRA 11.10.2011

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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Vanessa Amaro Redacção Gonçalo Lobo Pinheiro; Joana Freitas; Lia Coelho; Rodrigo de Matos; Virginia Leung Colaboradores António Falcão; Carlos M. Cordeiro; Carlos Picassinos; José Manuel Simões; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Correia Marques; Gilberto Lopes; Hélder Fernando; Jorge Rodrigues Simão; José I. Duarte, José Pereira Coutinho, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; António Mil-Homens; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Laurentina Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

Ciclone

ILogo anunciado o Nobel da Paz, chamaram--lhes as “três guerreiras”.

Ellen Johnson-Sirleaf, há cinco anos presidente eleita da Libéria, a primeira mu-lher chefe de estado em África, contribuiu bastante para a queda de Charles Taylor, anterior presidente, julgado em tribunal internacional por crimes contra a humani-dade. Ellen é economista, mãe de quatro filhos, sobretudo uma lutadora pela paz no seu país, pelo desenvolvimento não apenas económico, mas social. Nestes últimos anos, Ellen tem conseguido reforçar o lugar justo das mulheres na Libéria, embora muito ainda falte fazer.

Parceira de várias lutas humanitárias é outra liberiana, Leymah Gbowee, grande ac-tivista na segunda guerra civil, em 2003. Em 2002, Leymah ficou na história do activismo a favor dos direitos políticos e sociais das suas compatriotas, devido à célebre “greve do sexo” até que os homens terminassem com os combates fratricidas. Como tam-bém organizou as mulheres - sempre sem divisões étnicas, tribais, religiosas ou sociais - incentivando-as a, de forma activa, a en-frentarem as dificuldades, uma das maiores era a tragédia das crianças serem drogadas e forçadas a irem para a guerra de armas na mão, convertidas em máquinas de morte. Na sua autobiografia, esta valente “guerreira”

Mulheres coM vozescreve cheia de força moral: “Esta luta não é uma história de guerra tradicional, trata--se de um exército de mulheres vestidas de branco, que se ergueram, sem medo, quando ninguém queria fazê-lo porque as piores coisas imagináveis já tinham acontecido connosco”.

A terceira “guerreira” pela paz que irá receber o Nobel este ano, pertence ao mundo árabe e é membro do “Al-Islah”, o principal partido islâmico do seu país, o Iémen. Recordemos o seu nome: Tawakkul Karman. Criou o “Movimento de Jornalistas Sem Correntes”.

O jornalismo é um mundo multipolar, frequentado por gente que resiste e luta contra as mordaças, mas também onde prolifera, vaidosazinha, uma clique vassa-la, plagiadora, de falinhas mansas e vénias interesseiramente prestimosas, muito ancha de si, mas oca de estofo ético. Pois vem do jornalismo e do mundo árabe esta corajosa Karman. Tem liderado uma poderosa luta não violenta “em favor da segurança das mulheres e do pleno direito delas de parti-ciparem no processo de paz”.

Confesso a minha quase total surpresa quando na passada sexta-feira soube quem eram e de onde provinham as três mulheres que agora serão laureadas. Num mundo tão crispado socialmente, com fome, doença, completa miséria e violência cruel de um

lado, e desemprego, exploração, roubo de direitos cívicos e sociais, algumas fanáticas tentativas de perpetuação no poder e revoltas em crescendo no outro, era difícil imaginar que algures no norte da Europa, alguém se lembrasse das lutas heróicas destas mulhe-res. Sinto imensa alegria.

Tenho uma vida inteira de trabalho contínuo e exclusivo por rádios e jornais, daí estar certo da benevolência do prezado leitor para com a meia dúzia de linhas mais que dedico à jornalista iemenita Tawakkul Karman. Brava mulher tantas vezes ame-açada de morte pelo regime, depois de denunciar atitudes censórias e persecutó-rias no seu país. Empenhadamente activa, participou nas grandes manifestações na Praça da Liberdade de Sanaa, capital do Iémen. Presa várias vezes (a última foi em Março deste ano), por “falar o que não devia”, ela é um brilhante exemplo do que deve ser, em circunstâncias semelhantes, a luta de um jornalista com as armas de que dispõe, num país como o Iémen em que os mais elementares direitos humanos são desprezados.

Assim mesmo, é diminuto o número de mulheres contempladas com qualquer Prémio Nobel. Apenas 44 mulheres em mais de 850 já concedidos nas 6 categorias. Recordemos em conjunto: a primeira mulher a receber um Nobel foi em 1903, a polaca radicada em França, Marie Curie, Nobel de Física. Também a única a receber por duas vezes o Nobel. Aconteceu oito anos depois, o de Química, em 1911. O maior número de

mulheres laureadas encontra-se na categoria Paz: 15 ao todo. Imediatamente antes destas três “guerreiras”, foi a queniana Wangari Maathai, em 2004, a primeira mulher africana a receber um Nobel. Morreu de cancro aos 71 anos, duas escassas semanas antes do anúncio deste Nobel da Paz 2011.

IIAproveito o tema desta crónica para salientar a primeira vez que uma mulher discursou na abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Setembro passado, dia 21. A mu-lher chama-se Dilma Rousseff, é presidente eleita do Brasil. A sua voz foi ouvida em todo o mundo, em língua portuguesa.

Num mundo tão crispado socialmente, com fome, doença, completa miséria e violência cruel de um lado, e desemprego, exploração, roubo de direitos cívicos e sociais, algumas fanáticas tentativas de perpetuação no poder e revoltas em crescendo no outro, era difícil imaginar que algures no norte da Europa, alguém se lembrasse das lutas heróicas destas mulheres. Sinto imensa alegria

O exemplo vem de cima. As obras do Governo não reconhecem o domingo. Exemplo: Xavier Pereira oposta à TDM.Por Fernando

Page 16: Hoje  Macau 10 OUT 2011 #2469

TERÇA-FEIRA 11.10.2011www.hojemacau.com.mo

PORTUGAL OCDE DIZ QUE CRISE VAI AGRAVAR-SEA recessão deverá agravar-se em Portugal nos próximos meses e as principais economias avançadas dão cada vez mais sinais de abrandamento, alerta a OCDE. Em Portugal, o indicador compósito de Agosto aponta para uma descida de 0,85 pontos, estando em queda desde Fevereiro. De acordo com a OCDE, os indicadores para os Estados Unidos, a Alemanha e a Rússia apontam para um abrandamento mais forte do que o previsto em Julho, mas mantém-se acima dos 100 pontos, “indicando que a actividade económica permanece acima da sua tendência de longo prazo”.

NOBEL DA ECONOMIA NORTE-AMERICANOS PREMIADOSDe que forma é o PIB de um país influenciado pela subida temporária das taxas de juro? O Prémio de Ciências Económicas em memória de Alfred Nobel 2011 foi atribuído a dois académicos norte-americanos, Christopher A. Sims e Thomas J. Sargent, pelas suas contribuições sobre as causas e os efeitos das políticas macroeconómicas. As expectativas em relação ao futuro em torno dos efeitos de medidas de política monetária ou económica global não são claras. Sims, professor da Universidade norte-americana de Princeton, e Sargent, docente na Universidade de Nova Iorque, desenvolveram métodos científicos para tentar dar resposta à relação causal entre as políticas económicas dos Governos e variáveis macroeconómicas, como o Produto Interno Bruto (PIB), a inflação, o emprego ou o investimento.

REAL MADRID LÍDERDA ANTIPATIAO Real Madrid é o clube mais antipático entre os adeptos em Espanha, segundo revela um inquérito divulgado pelo diário desportivo “As”. Mais de metade dos adeptos inquiridos elegeram a equipa orientada por José Mourinho como a mais antipática. Questionados sobre as três equipas por quem têm mais antipatia, 39% dos adeptos escolheram o Real Madrid em primeiro lugar, contra 30% que apontaram o Barcelona.

car toon por Steff

GRÉCIA FALÊNCIA É MAIS CARA QUE RESGATEO presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, admitiu que o executivo europeu pronunciou-se em 1998 contra a entrada da Grécia na zona euro mas afirmou que, ontem, a falência daquele país seria mais cara do que o seu resgate. “Estamos convencidos que a falência da Grécia não seria propriamente mais barata para os envolvidos do que o aumento do resgate que está agora em causa”, afirmou Durão Barroso em declarações ao diário alemão “Bild”. Lembrando que, em 1998, a Comissão Europeia divulgou um relatório no qual expressava “claramente que a Grécia não preenchia os critérios para estar no euro”, Durão Barroso sublinhou que a integração daquele país foi aprovada por “decisão política”.

BRASIL CRISTO REDENTOR FAZ 80 ANOS AMANHÃA estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, eleita em 2007 uma das sete maravilhas do mundo moderno, completa amanhã 80 anos de existência. As celebrações - que foram antecedidas por obras de restauro e novo sistema de iluminação - começarão na quinta, com uma vigília realizada por 80 jovens católicos que participaram na Jornada Mundial da Juventude deste ano, em Madrid. Com 38 metros de altura, a estátua, feita de betão revestido por pedra sabão, está situada em cima do morro conhecido como Corcovado. A 710 metros acima do mar, o ponto é o mais alto da cidade e oferece uma sumptuosa vista das principais paisagens naturais da região.

CANÁRIAS ERUPÇÃO A 2000 METROS DE PROFUNDIDADEInvestigadores do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC) espanhol consideram que pode estar em curso uma erupção submarina, a 2000 metros de profundidade, no mar de Las Calmas, na ilha canária de El Hierro. A ilha de el Hierro tem vivido nas últimas semanas milhares de movimentos sísmicos que especialistas indicam podem pressagiar uma erupção vulcânica e que obrigaram à evacuação de algumas zonas próximas da região de Frontera. Desde Julho já se sentiram na ilha mais de 9000 sismos, uma situação idêntica há que se viveu no final do século XVIII, quando também se temeu uma erupção na ilha.

PME pouco sabem da regulação de Hengqin

Ilha de burocraciasVirginia [email protected]

OS projectos para a Ilha da Montanha têm sido anunciados como uma oportunidade de desen-

volvimento para Zhuhai e para Macau. As Pequenas e Médias Empresas (PME) sabem disso, mas mostram ter ainda grandes dúvidas sobre como poderão na prática participar dos novos desen-volvimentos. Muitas queixam-se de pouco esclarecimento quanto à legislação e regulação, indicaram alguns dos participantes do último Simpósio do Desenvolvimento da Ilha da Montanha.

A Ilha da Montanha é vista como a grande janela de oportuni-dade para Macau diversificar a sua economia, tantas vezes apontada como estando demasiada e perigo-samente dependente de um único sector – o dos casinos. As PME de Macau mostram grande interesse em entrar na Ilha da Montanha, mas têm enfrentado grandes di-ficuldades para transformar esse desejo em realidade e queixam-se de não estarem esclarecidas acerca das medidas e políticas concretas que vão ser tomadas, das “quali-ficações para a entrada”, da sua própria capacidade para aderir e da falta de identificação precisa das oportunidades que se afiguram.

A legislação e regulação que vão passar a valer na Ilha da Montanha são ainda um mistério para muitas PME, indicou Tsui Wai Kwan, presi-dente da Associação dos Fretadores

de Macau. Essa situação é, na práti-ca, um obstáculo à entrada dessas empresas, pelo que o responsável sugeriu a Zhuhai que configurasse atempadamente a organização es-pecífica para auxiliar as PME a ade-rirem ao desenvolvimento da Ilha da Montanha, proporcionando-lhes informação. Isso seria uma grande ajuda não só para as empresas como para o próprio avanço do projecto, considera.

Para, Zhao Wai, reitor da Uni-versidade de Macau (UM), a tónica deve no entanto ser posta mais nas pessoas do que nas empresas. A

chave para o desenvolvimento da Ilha da Montanha são os talentos, afirmou o responsável, assumin-do o compromisso da UM em formar os futuros profissionais que ali irão fazer do projecto uma realidade. O desenvolvimento da Ilha da Montanha não dependerá apenas de se atrair empresas a participar, devendo ser garantido um ambiente, conceito e legislação semelhantes às de Hong Kong e Macau. “A implementação prática tem a ver com talentos, para tirar melhor partido do sistema especial e posição vantajosa.”