I FormaçãO Para Novas Comunidades

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I Formação para Novas Comunidades Os fiéis na Vida Consagrada à luz do Direito Canônico Introdução: Este trabalho tem por objetivo apresentar noções sobre a Vida Consagrada e suas atribuições a partir do Código de Direto Canônico. Será elaborada uma contribuição e reflexão a partir da leitura dos cânones sobre a Vida Consagrada onde serão abordados os seguintes temas: A vida consagrada de forma geral, a tipologia da vida consagrada, o carisma coletivo de um instituto e os institutos religiosos. Acredito que uma abordagem sobre este tema colabora com o processo de compreensão também das novas formas de vida consagrada, uma vez que, os diversos carismas estão inseridos em todas as realidades da nossa Igreja. Ele será postado aos poucos para que você possa fazer sua leitura e reflexão com calma. 1. Vaticano II Era considerada vida religiosa, de acordo com o CIC de 1917 como a única forma de consagração a Deus pela profissão dos conselhos evangélicos, pelo fato de terem vida em comum e os votos. Já as sociedades de vida comum sem votos eram descritas como uma forma de vida que imita o modo de viver dos religiosos. Porém, essa forma redutiva de considerar a vida consagrada foi deixada de lado com o Concílio Vaticano II, levando em consideração os diversos institutos seculares aprovados, como forma independente de vida consagrada, com peculiaridade e

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I Formação para Novas ComunidadesOs fiéis na Vida Consagrada à luz do Direito Canônico

Introdução:

Este trabalho tem por objetivo apresentar noções sobre a Vida Consagrada e suas

atribuições a partir do Código de Direto Canônico. Será elaborada uma contribuição e reflexão a

partir da leitura dos cânones sobre a Vida Consagrada onde serão abordados os seguintes temas:

A vida consagrada de forma geral, a tipologia da vida consagrada, o carisma coletivo de um

instituto e os institutos religiosos. Acredito que uma abordagem sobre este tema colabora com o

processo de compreensão também das novas formas de vida consagrada, uma vez que, os

diversos carismas estão inseridos em todas as realidades da nossa Igreja. Ele será postado aos

poucos para que você possa fazer sua leitura e reflexão com calma.

1. Vaticano II

Era considerada vida religiosa, de acordo com o CIC de 1917 como a única forma de

consagração a Deus pela profissão dos conselhos evangélicos, pelo fato de terem vida em comum

e os votos. Já as sociedades de vida comum sem votos eram descritas como uma forma de vida

que imita o modo de viver dos religiosos. Porém, essa forma redutiva de considerar a vida

consagrada foi deixada de lado com o Concílio Vaticano II, levando em consideração os diversos

institutos seculares aprovados, como forma independente de vida consagrada, com peculiaridade

e originalidade próprias. Assim encontramos expresso na Lumen Gentium 44:

“Pelos votos, ou outros compromissos sagrados a eles semelhantes, com os

quais se obriga aos três mencionados conselhos evangélicos, o cristão entrega-se

totalmente ao serviço de Deus sumamente amado, de maneira que por um título novo e

especial fica destinado ao serviço do Senhor”.

No decreto Perfectae Caritatis 1b, também encontramos essa ampliação teológica no

sentido de vida consagrada:

“Ora, para que o valor excelente da vida consagrada pela profissão dos

conselhos evangélicos e a sua função necessária nas presentes circunstâncias resultem em

maior bem para a Igreja, este sagrado Concílio estabelece o que se segue, e que diz apenas

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respeito aos princípios gerais duma conveniente renovação da vida e disciplina das

religiões, e respeitada a sua índole própria, das sociedades de vida comum sem votos e dos

Institutos seculares”.

E, mais adiante, no nº8 desse mesmo decreto está ainda mais explícito essa ampliação

dada ao termo vida consagrada:

“Muitos são na Igreja os Institutos tanto clericais como laicais, dados às

várias obras de apostolado, cada um com dons diferentes, segundo a graça que lhes foi

dada: o ministério para servir; a doutrina para ensinar; o que exorta, para exortar; o que

dá, com simplicidade; o que pratica a caridade, com alegria (cfr. Rom. 12, 5-8). «As graças

são diferentes, mas o Espírito é o mesmo» (1 Cor. 12,4)”.

Por uma vida fraterna

“A vida fraterna é um dom. Antes de ser uma construção humana, antes de ser fruto do

empenho pessoal e comunitário, é dom que vem do alto. È o dom do Espírito que torna possível a

fraternidade.

Nos primeiros 11 capítulos do Gênesis da história da salvação como primeiro episódio

podemos acompanhar a queda dos primogenitores, como as conseqüências “sociais” do pecado:

divisão entre homem e mulher, desarmonia com a natureza, divisões familiares, divisões dos

povos. A história da convivência humana está comprometida pela traça da divisão, conseqüência

da ruptura radical entre a pessoa humana e Deus. A história humana abandonada a si mesma é

uma história de divisões, aversões, agressividades, destrutibilidades, concorrência, opressões:

concentra-se aqui todo o pessimismo, instintivo ou refletido, em visões filosóficas, de quem

observa desencantado o suceder-se, por vezes caótico e dramático, das contingências humanas.

Num segundo episódio, eis que repentinamente, o sonho parece haver-se tornado realidade.

Pessoas que antes não se conheciam agora vivem como irmãos, compartilhando tudo, com um só

coração e uma só alma: é o milagre de Pentecostes, é o dom do Espírito que torna possível essa

transformação “impossível”.

A vida fraterna é dom porque veio o dom do Espírito. O dom do Espírito é o fruto da obra

do Senhor Jesus, que pregou a paternidade de Deus e, portanto, a fraternidade entre os homens,

que deu o exemplo de como se constrói a fraternidade por meio do serviço, lavando os pés dos

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discípulos, que orou por sua unidade, que deixou como testamento a Eucaristia, o sacramento da

unidade, e que, enfim, morreu para reunir em uma só família os filhos de Deus dispersos. O dom

do Espírito é dado a quem o pede, a quem reza com “perseverança” e “junto com os irmãos e

irmãs” (Pe. Giordano Cabra).

“O Algo a mais” 

“Durante a apresentação do nosso livro Una nuova via (Um novo caminho), num país

europeu, uma personalidade religiosa exprimiu a sua opinião sobre esta obra de um modo que

poderia abalar a nossa humildade, se pensássemos que ela estivesse se referindo a nós e não

tanto ao carisma que nos foi dado ou, em última análise, ao Espírito Santo. Essa pessoa disse que

esse livro, no qual é analisada a nossa “espiritualidade da unidade”, podia ser comparado a outros,

clássicos, que surgiram ao longo da história da Igreja e que ajudaram os cristãos a progredirem no

caminho espiritual. Foi uma afirmação forte, que me deixou surpresa, de forma que procurei

entender o que poderia ter impressionado aquela pessoa.

Depois de folhear as primeiras páginas do livro, percebi imediatamente que a nossa

espiritualidade pode ser considerada assim por causa daquele “algo mais” que ela exige. Um “algo

mais” capaz de suscitar um caminho que conduz a Deus, um caminho realmente novo, não só

pessoal, individual, mas coletivo, comunitário. Sim, porque nós não devemos caminhar para Deus

sozinhos, mas com os irmãos. Este é “algo a mais” que possuímos. Devemos buscar a santidade

junto com os irmãos. Em prática, temos que ajudar os nossos irmãos a alcançar a santidade da

mesma forma que buscamos a nossa.

É um compromisso muito sério, do qual nos esquecemos com muita facilidade, mas que,

para nós, é a condição indispensável para mirar também a nossa santidade. Aliás, somente se

amarmos o irmão até este ponto poderemos esperar a presença de Jesus entre nós, como ele

mesmo prometeu “a dois ou mais unidos no seu nome”, isto é, no seu amor. Qual é a melhor

maneira para viver esse amor tão exigente para com os irmãos? Existem várias, mas há uma que

deve ser considerada com atenção, confirmada também pela minha longa experiência.

A vida de comunidade, que por outro lado é proposta pelo Papa a toda a Igreja neste

terceiro milênio na Carta Apostólica Novo Millennio Ineunte, pede que amemos constantemente

os nossos irmãos, ou seja, que sempre nos “façamos um” com eles, que “vivamos o outro”. É o

que procuramos vivenciar. Contudo, ainda que empregássemos nisso todas as forças, nem sempre

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conseguiríamos, porque ainda estamos neste mundo e, portanto, somos propensos a ter defeitos

e imperfeições. Mais cedo ou mais tarde, alguém de nós acaba errando. O que fazer?

Se formos nós que deixamos de viver o amor fraterno, recomecemos logo a amar. Se, por

acaso, foram os nossos irmãos que se comportaram assim, o que devemos fazer? Posso garantir: é

sábio escutar São Paulo que nos convida a suportar, porque suportar não é uma subespécie do

amor; suportar é algo inerente à caridade, é um aspecto dela, é constitutivo da caridade. De fato,

segundo o Apóstolo, a caridade não só “tudo cobre, tudo crê, tudo espera”, mas também tudo

“suporta”. Suportar é amor, é caridade. Se não suportamos, não vivemos a caridade.

Chegará também o momento de corrigir os erros do irmão. O Evangelho exige inclusive isso

e poderá ser feito durante “hora da verdade”, que fazemos periodicamente, hora na qual, para

nos ajudar e nos edificar, vamos procurar evidenciar os aspectos positivos e negativos dos irmãos,

reciprocamente. Também os primeiros cristãos usavam métodos análogos. E façamos isso só por

amor. É claro que não seremos movidos pela vontade de descontar as ofensas que os outros nos

fizeram! Vamos agir com o máximo amor que podemos ter, conscientes de que, no fundo, se o

irmão melhorar, eu também serei beneficiado, porque nisso consiste a novidade do nosso

itinerário espiritual: devo agir para que o irmão atinja a perfeição, se quero alcançar a minha.

Estamos ligados. Não temos saída. Vamos tentar, então, empregar toda a nossa força de vontade

para nos comportarmos assim: suportar-nos sempre que for necessário e, de vez em quando, fazer

a “hora da verdade”. É um método cristão. “A experiência nos diz”.

(Dos escritos de Chiara Lubich)

Formação Permanente - um contínuo desafio

“Hoje é para mim uma evidência que as pessoas bem formadas é que haverão de

perpetuar o Dom e a Missão da Canção Nova, desígnio do Pai. É isso que está me levando a

aprofundar cada vez mais a compreensão do Dom Canção Nova e a dizê-lo o mais claramente

possível” (Pe. Jonas Abib). Tenho refletido sobre a nossa formação permanente. Sinto quanto é

importante nós, das novas comunidades, nos debruçarmos sobre este tema, pois a perpetuação

do Carisma que recebemos de Deus depende de pessoas bem formadas, pessoas que se

comprometem com o seu caminho de formação pessoal. Essas palavras do Pe. Jonas tem ressoado

em meu coração e sinto que Deus quer nos levar, como corpo, a pensarmos juntos sobre a nossa

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formação permanente. Como será importante a partilha de outras comunidades neste sentido.

Abro-me a esta partilha. Este espaço é nosso…

Jesus foi um homem que fez tudo bem feito, ele trilhou um caminho de formação

maravilhoso que o levou ao cumprimento da sua missão e fez com que também ele formasse

outros para ficarem no seu lugar. O Carisma exige que não só a gente realize bem a missão que

nos foi confiada, mas também exige que a gente forme outros para ocuparem o nosso lugar e

sejam melhores do que nós, assim como, Moisés formou Josué e Elias formou Eliseu.

Nós não podemos reter os dons de Deus em nós mesmos, precisamos ter a coragem de

passar tudo o que Ele gratuitamente nos concede. Tenho para mim que o Carisma Canção Nova

não pode ser prejudicado. Ele é santo, puro e precioso. Volto a lhe dizer que você formador tem

uma missão muito importante. Nosso papel é muito importante. Precisamos assumir a missão que

o Senhor nos confiou neste tempo. Seu Carisma conta com você. Não tenha medo, quem faz a

obra é o Senhor. Ele está no meio de nós! É nesta certeza de fé que caminhamos e vamos sempre

para frente, sem desanimar. Vamos questionar nossos irmãos sobre a necessidade de se

comprometer com a sua formação pessoal. Nossos Estatutos nos dizem: “A Canção Nova é uma

Escola de Formação Permanente. Nela sempre seremos discípulos, pois a meta é a maturidade do

Homem Perfeito: Jesus Cristo! Por isso não interrompemos nossa formação” (NE 136).

A primavera do Espírito

O Espírito Santo suscita, na Igreja, vários carismas. Vale a pena colocar aqui o testemunho

de alguém que encontrou sua vocação e que entendeu esta primavera do Espírito Santo.

“Hoje senti o desejo de partilhar com você também a minha vocação. Tive a graça de

nascer numa família cristã, quando nos anos 70 começaram a surgir os grupos de jovens, pude

fazer parte ativamente deles. Em certo momento pensei até que Deus me chamasse a seguí-LO

como celibatária, (tenho 1 tia religiosa)…mas a Vontade de Deus para mim, era a consagração a

Ele através do sacramento do matrimônio, depois de namorar 5 anos, nos conhecemos e

namoramos no grupo de jovem.

Casamos-nos já se faz 31 anos, vieram oito filhos, porque fizemos a escolha de viver a

vontade de Deus no matrimônio, também através dos métodos naturais… Eles tem de 9 anos a 30

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anos, são filhos maravilhosos,normais, não tenho problemas que muitas famílias pequenas tem….

Deus realmente da à graça a quem O escolhe!

Há seis anos o Eterno Pai levou Rafael (o 2º filho) para o Paraíso, ( foi um acidente de

carro), Hoje o nosso ” intercessor” junto a Deus. Bem pouco tempo depois de casada, entendi que

Deus me chamava a uma vocação também na Igreja. E assim conhecendo o Movimento dos

Focolares, senti o chamado para ser uma Voluntária.

VOLUNTÁRIA (OS)- pertencem a uma ramificação do Movimento dos Focolares - a nossa

vocação é levar Deus, através de nossa vida a sociedade, família, escola, na fábrica…, na Paróquia,

no Hospital, lá onde nos encontrarmos…

Recebemos uma formação especifica, nos encontramos semanalmente em núcleos

distintos feminino, masculino… Nas nossas casas. Não temos os votos, promessas, como os

focolarinos, mas livremente podemos nos doar a Deus, mesmo se somos parte da vida da Obra de

Maria, com estatuto aprovado pela Igreja. Obrigada pelo seu testemunho. Com certeza, ele

poderá ajudar a muitos. Deus abençoe sua caminhada.

A formação gera o carisma

A formação é o “ventre” que gera o carisma naqueles a quem Deus escolheu para aquela

fundação

Para que o carisma de fundação se perpetue é preciso FORMAÇÃO! Sem esta, o carisma

não se perpetua. Sem o carisma, a formação não acontece, e vice-versa. O fundador tem a graça

de reconhecer o formador, quem tem o chamado para formar os membros da comunidade. E o

formador é como a mãe que protege a criança, para que esta se desenvolva de maneira perfeita.

Ele também precisa fazer a experiência do carisma. O formador ajuda ao consagrado a dar o seu

sim, a responder dentro do carisma o chamado de Deus. O formador precisa se debruçar sobre os

escritos do fundador e conviver com ele, a fim de conhecê-lo profundamente.

O carisma está de tal forma impregnada na pessoa do fundador, que chega a misturar-se à

sua humanidade. A matéria-prima do formador é o jeito de falar, de pensar, de agir, e de sentir de

seu fundador. Por meio de seus escritos (todo tipo de anotação: estudo da Palavra, Bíblia, agenda)

pode-se aprofundar cada vez mais neste assunto, incluindo regras e estatutos. De forma que, a

comunhão entre formador e fundador é essencial.

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A formação leva as pessoas ao encontro do carisma, a fazer uma experiência concreta com

ele, sendo que esta deve ser realizada tanto pessoal quanto comunitariamente. Ela garante a

fidelidade ao carisma, à obra, à graça de Deus. Por esta razão, é importante que o formador não

passe a formação somente por meio de conteúdos (ensino, palestras), mas com a própria vida,

para levar o membro da comunidade à descoberta do chamado de Deus.

A formação é o “ventre” que gera o carisma naqueles a quem Deus escolheu para aquela

fundação. Quando Deus cria uma obra, Ele a cria por completo: carisma, missão, pessoas. A

formação tem a missão de ajudar a reconhecer as pessoas que foram criadas para viver este

carisma, e isso vai além da história de vida de cada um.

O fundador é o mediador para que a graça do sobrenatural, que se encarnou no natural

(naquela pessoa), seja transmitida e se concretize. E o formador concretiza o carisma e o faz se

espalhar. Por isso, a formação é necessária para que a comunidade identifique o desejo de Deus,

aquilo que Ele colocou no coração do fundador.

O formador é instrumento nas mãos do Espírito Santo. É necessária a formação pessoal e

comunitária. Pessoas bem formadas garantem a perpetuação do carisma.

A Paternidade dentro do Carisma de Fundação

“A Paternidade é um DOM a ser desabrochado, acolhido e desenvolvido e cultivado na

nossa vida, a gente cresce no exercício da paternidade da maternidade na medida que a gente

assume. Nosso Santo Padre disse uma frase interessante falando da paternidade espiritual

fundamentando na paternidade humana: “CRIAR NÃO É TUDO. GERAR É MAIS DO QUE CRIAR.

GERAR É A PLENITUDE DA PATERNIDADE”.

Vamos ver no plano humano o que é criar? Criar é o ato de dar a vida. Gerar é o ato que

faz a vida desenvolver, crescer e se plenificar. CRIAR É UM ATO SÓ. Exemplo: Um homem

encontra uma mulher = conhecem – unem sexualmente e nasce uma nova vida. Talvez essa

criação nunca veja o pai biológico, ou nem sabe quem é seu pai biológico, entretanto ele é o pai

que criou por aquele ato – aquela união = criou = foi dado a vida. Então criar foi um ato.

GERAR é uma sucessão de atos de amor. É uma sucessão de atos de amor gratuito. E

porque são gratuitos são fecundos. GERAR não é só dar a vida, mas gerar é fazer com que por

muitos atos àquela vida se desenvolva, cresça, se planifique e chegue a plenitude.

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Exemplo: Uma pessoa pode nunca ter criado, mas viva a plenitude da paternidade.

Quantas crianças adotadas chegam ao lar e são geradas porque se cria uma vida, mas gera uma

pessoa, são gerados, desenvolvido e chegam a plenitude da pessoa, e por isso o Santo Padre

insiste que a plenitude da paternidade é gerar não criar.

CRIAR: Dar existência, Dar origem, Dar princípio a; produzir, inventar, imaginar. Para criar é

necessário só dar a vida, mas para gerar é necessário doar a sua própria vida por meio de

sucessivos atos de amor gratuito. Em cima dessa base podemos refletir: Às vezes nós pensamos

que fundar uma comunidade é só criar uma comunidade “vamos criar uma comunidade nos

damos tão bem e hoje se fala tanto em comunidade… vamos montar um esquema e fundamos

uma comunidade, eu sou o fundador, fulano é o co-fundador, beltrano é formador geral,

coordenador geral”.

O carisma de fundação é necessário não só criar, mas gerar a comunidade é necessário não

só fazer com que a comunidade nasça, não só dar à vida a comunidade, mas é necessário DOAR

SUA VIDA PARA GERAR ESSA COMUNIDADE, fazer com que ela se desenvolva, cresça e chegue sua

plenitude no carisma, chegue a sua plenitude daquilo que Deus quer para ela por meio de uma

vida doada, por meio de uma vida entregue, por meio de uma vida consumida e não há outra

forma: fundar uma comunidade não é criá-la é GERÁ-LA com todas as conseqüências que isso

implica”.