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Igor Cristino Silva Cruz Recifes de Corais da Baia de Todos os Santos, Caracterização, Avaliação e Identificação de Áreas Prioritárias para Conservação Salvador 2008

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Igor Cristino Silva Cruz

Recifes de Corais da Baia de Todos os Santos,

Caracterização, Avaliação e Identificação de

Áreas Prioritárias para Conservação

Salvador 2008

II

Igor Cristino Silva Cruz

Recifes de Corais da Baia de Todos os Santos,

Caracterização, Avaliação e Identificação de

Áreas Prioritárias para Conservação Dissertação apresentada ao Instituto

de Biologia da Universidade Federal

da Bahia, para a obtenção do titulo de

Mestre em Ecologia e

Biomonitoramento.

Orientador: Prof. Dr. Ruy K. P. Kikuchi

Salvador 2008

III

Comissão Julgadora:

______________________ ______________________

Profa. Dra. Beatrice Padovani Ferreira Prof. Dr. Paulo de O. Mafalda Jr.

____________________

Prof. Dr. Ruy Kenji Papa de Kikuchi

Orientador

IV

Biblioteca Reitor Macêdo Costa - UFBA

C957 Cruz, Igor Cristino Silva.

Recifes de corais da Baia de Todos os Santos, caracterização, avaliação e identificação

de áreas prioritárias para conservação / Igor Cristino Silva Cruz. - 2008.

102 f. : il.

Orientador : Prof. Dr. Ruy K. P. Kikuchi.

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal da Bahia, Instituto de Biologia, 2008.

1. Recifes e ilhas de coral - Todos os Santos, Baía de. 2. Ecossistemas. 3. Biodiversidade

- Conservação. 4. Ecologia dos recifes de coral. I. Kikuchi, Ruy K. P. II. Universidade

Federal da Bahia. Instituto de Biologia. III. Título.

CDD - 578.77898142 CDU - 563.6(813.8)

V

“I define ‘used science for coral reef management’ very broadly. At on level,

science can be useful if it ‘simply’ discovers things about coral reefs that make

humans more aware of how much we value them, and how much more there is

to know about them. At another level, science can be very strategic: we work on

particular aspects of the system because we can see that knowing more about

what it is and how it works I probably not a bad basis for looking after it. At third,

it can be very applied: how many fish can we take? Where? What design will

have the least socioeconomic impacts on fisher communities? How can we

present the wondrous coral reef to lots of people without loving it to death?

Enter the cooperative research center model”

Terence J. Done, Useful Science for Coral Reefs Management: The Cooperative Research Center Model. Bulletin of Marine Science , 2001, 69(2): 309-315.

VI

Agradecimentos:

A Ruy Kikuchi, que foi mais que um orientador, foi um verdadeiro amigo, com o

qual pude contar em todos os momento do mestrado, principalmente nos mais

difíceis.

À Profa. Dra. Zelinda Leão por todo apoio e pelas sabias palavras.

A Meus Pais, Jose Cristino da Cruz Neto e Sandra Maria Silva Cruz por todo

amor, dedicação e confiança.

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) pela bolsa e

auxilio financeiro à pesquisa (Projeto Z. Leão nº ET 31/2004).

Ao Projeto Monitoramento ambiental de áreas de risco a derramamento de

petróleo e seus derivados - Rede05\01 (PETRORISCO).

Aos queridos amigos que compuseram minha equipe de campo, Camila Brasil,

Ricardo Domingues, Carlos Valerio Silveira Mendonça Filho, Eduardo Marocci

e em especial a Miguel Loiola e Amanda Ercilia Carvalho pela ajuda com os

vídeos a e a Rafael Carvalho pela ajuda no mapeamento dos recifes.

A Rodrigo Maia-Nogueira, Ericka Oliveira Cavalcante Coni, Camilo Moitinho

Ferreira, Jose de Anchieta Cintra da Costa Nunes, Igor Rios do Rosário e

Diego Medeiros (Bola) pela ajuda no trabalho de campo.

A André Lima, Marcos de Paula (Conspirador) e Mario Andión (Mokeka) pela

assistência impecável no campo.

Ao Pescador e Guia de Campo Tatu por nos apresentar com todo o bom humor

as belezas do recife de Caramuanas.

Ao Prof. Dr. Venerando Eustáquio Amaro pelas aulas de tratamento de

imagens.

Ao Prof. Dr. Francisco Barros pela ajuda com a estatística.

VII

À Profa. Dra. Elizabeth Neves pela ajuda com os antigos nomes, sinônimos das

espécies atuais nos trabalhos de Hartt e Verrill a exemplo da Heliastrea aperta.

A Natalia Meneses pelos esclarecimentos sobre o gênero Siderastrea.

Ao Dr. Buia (Cláudio Sampaio) por todo apoio, não só durante o mestrado, mas

desde o inicio da graduação.

À Organização Não Governamental, Pro-Mar, em especial a Zé Pescador e Ms.

C. Bárbara Pinheiro, pela fundamental ajuda em Itaparica.

À Dra. Leila de Lourdes Longo pela identificação do Epizoanthus.

Às minhas queridas amigas Ana Fagundes e Ellen Carvalho pelo apoio

incondicional.

Às minhas queridas amigas Maria Betânia Figueiredo e Thais Figueiredo

Santos Silva que além do apoio e me ajudaram com as suas opiniões criticas

sobre estes textos.

Aos amigos de Caravelas que me ajudaram nos momentos mais difíceis, Caio

Marques, Fernanda Jordão, Matheus Oliveira Freitas, Juliana Cebola, Omar

Nicolal, Daniel Klein, Leonardo Wedekin e Luciana Fuzetti.

À Equipe Bob Marley de mergulho Pedro Meirelles, Rodrigo de deMaman e

mais uma vez a Camilo Moitinho e a Ericka Coni.

Ao Dr. Rodrigo Moura e ao Dr. Ronaldo Francini-Filho por me incentivarem a

fazer ciência voltada para Conservação.

Aos amigos HotsCop, mestrandos da turma 2006, Tasso Meneses, Perimar de

Moura, Rodrigo Vasconcelos, Toni Pablo Galindo, Marcio de Sá, Magno

Peneluc, Leonardo Stabile, Aline Borges, Ariane Xavier, Elaine Barbosa,

Fernanda Vilela, Carolina Estevam de Pinho Almeida, Roberta Botelho, Patrícia

Ferreira

VIII

Índice:

Resumo ............................................ .......... ...................................................... 1

Abstract .......................................... ........... ...................................................... 1

Introdução geral .................................. ..... .......................................................2

Estudo de Caso ............................................. ................................................... 6

Área de Estudo............................................. ..................................................... 9

Artigo 1: ......................................... ........... ..................................................... 22

Resumo ............................................. ...................................................... 22

Abstract ............................................. ...................................................... 23

Introdução .......................................... ..................................................... 23

Material e Métodos ............................ ..................................................... 26

Resultados ......................................... ..................................................... 29

Discussão .......................................... ..................................................... 58

Referências ....................................... ...................................................... 55

Artigo 2: ......................................... ........... ..................................................... 59

Resumo ............................................. ...................................................... 59

Abstract ............................................. ...................................................... 59

Introdução ......................................... ...................................................... 60

Material e Métodos ........................... ...................................................... 63

Resultados ........................................ ...................................................... 74

Discussão ......................................... ...................................................... 79

Recomendações .............................. ....................................................... 83

Referências ...................................... ....................................................... 85

Conclusão Geral: .................................. .. ...................................................... 95

Referências Bibliográficas Gerais (exceto as dos ar tigos) ...................... 97

IX

Índice de Figuras:

Introdução Geral

Figura 1: Fotos de Satélite CBERS 2, de 18 de julho de 2005, tratadas para visualização dos

recifes. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 7

Figura 2: Estações amostras nos recifes da BTS. --------------------------------------------------------- 10

Artigo 1

Figura1: Mapa da Baía de Todos os Santos com seus recifes estações de coleta. -------------- 27

Figura 2: Gráfico MDS para estrutura da comunidade macrobentônica ----------------------------- 34

Figura 3: Gráfico MDS para estrutura da comunidade de coral. --------------------------------------- 34

Figura 4: Gráfico MDS para composição da comunidade de coral. ----------------------------------- 35

Figura 5: Gráfico da abundância de alga filamento sobre a distribuição do MDS para estrutura

da comunidade macrobentônica. ------------------------------------------------------------------------- 36

Figura 6: Gráfico da abundância de alga calcaria incrustante sobre a distribuição do MDS para

estrutura da comunidade macrobentônica. ------------------------------------------------------------- 37

Figura 7: Gráfico da abundância de alga calcaria articulada sobre a distribuição do MDS para

estrutura da comunidade macrobentônica. ------------------------------------------------------------- 37

Figura 8: Gráfico da abundância de esponja sobre a distribuição do MDS para estrutura da

comunidade macrobentônica. ----------------------------------------------------------------------------- 38

Figura 9: Gráfico da abundância de Epizoanthus sp. sobre a distribuição do MDS para estrutura

da comunidade macrobentônica. ------------------------------------------------------------------------- 38

Figura 10: Gráfico da cobertura de coral sobre a distribuição do MDS para estrutura da

comunidade macrobentônica ------------------------------------------------------------------------------ 39

Figura 11: Gráfico da abundância de Montastraea cavernosa sobre a distribuição do MDS para

estrutura da comunidade de coral. ----------------------------------------------------------------------- 40

Figura 12: Gráfico da abundância de Complexo Siderastres sobre a distribuição do MDS para

estrutura da comunidade de coral. ----------------------------------------------------------------------- 41

Figura 13: Gráfico da abundância de Millepora alcicornis sobre a distribuição do MDS para

estrutura da comunidade de coral. ----------------------------------------------------------------------- 41

Figura 14: Gráfico da abundância de Porites astreoides sobre a distribuição do MDS para

estrutura da comunidade de coral. ----------------------------------------------------------------------- 42

Figura 15: Gráfico da abundância de Mussismilia harttii sobre a distribuição do MDS para

estrutura da comunidade de coral. ----------------------------------------------------------------------- 42

Figura 16: Gráfico da abundância de Agaricia agaricites sobre a distribuição do MDS para

estrutura da comunidade de coral. ----------------------------------------------------------------------- 43

Figura 17: Gráfico da abundância de Mussismilia braziliensis sobre a distribuição do MDS para

estrutura da comunidade de coral. ----------------------------------------------------------------------- 43

Figura 18: Gráfico da abundância de Porites branneri sobre a distribuição do MDS para

estrutura da comunidade de coral. ----------------------------------------------------------------------- 44

X

Figura 19: Gráfico da abundância de Scolymia wellsi sobre a distribuição do MDS para

estrutura da comunidade de coral. ----------------------------------------------------------------------- 44

Figura 20: Gráfico da abundância de Madracis decatis sobre a distribuição do MDS para

estrutura da comunidade de coral. ----------------------------------------------------------------------- 45

Figura 21: Gráfico da abundância de Porites branneri sobre a distribuição do MDS para

composição da comunidade de coral. ------------------------------------------------------------------- 47

Figura 22: Gráfico da abundância de Mussismilia harttii sobre a distribuição do MDS para

composição da comunidade de coral. ------------------------------------------------------------------- 47

Artigo 2

Figura 1: Mapa da Baía de Todos os Santos com seus recifes estações de coleta. ------------- 64

Figura 2: Gráfico da distribuição de freqüência das abundância dos grupos de organismo na

BTS. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 67

Figura 3: Distribuição das estações quanto ao valor de integridade ambiental. ------------------- 75

Figura 4: Distribuição das estações quanto ao valor da capacidade de resilência. --------------- 77

Figura 5: Distribuição das estações quando ao valor de riqueza de espécies. -------------------- 78

Figura 6: Mapa com sugestão de áreas intangíveis. ------------------------------------------------------ 85

Índice de Tabelas:

Artigo 1:

Tabela 1: Matriz de Cobertura de Grupos de Organismos Macrobentônicos (%). -----------------31

Tabela 2: Matriz de Abundância de Corais (Cobertura superficial em %). -------------------------- 32

Tabela 3: Matriz de Composição da Comunidade (presença e ausência). -------------------------- 33

Tabela 4: Resultado do ANOSIM. ------------------------------------------------------------------------------ 33

Tabela 5: Similaridade dos recifes externos em relação aos organismos macrobentônicos. -- 35 Tabela 6: Similaridade dos recifes internos em relação aos organismos macrobentônicos. --- 36

Tabela 7: Dissimilaridades entre os recifes externos e internos em relação aos organismos

macrobentônicos.-------------------------------------------------------------------------------------- ------- 36

Tabela 8: Similaridade dos recifes externos em relação à complexidade da comunidade de

coral. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 39

Tabela 9: Similaridade dos recifes internos em relação à complexidade da comunidade de

coral. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 40

Tabela 10: Dissimilaridades os recifes externos e internos em relação à complexidade da

comunidade de coral. ---------------------------------------------------------------------------------------- 40

Tabela 11: Similaridade dos recifes externos em relação à composição da comunidade de

coral. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 45

Tabela 12: Similaridade dos recifes internos em relação à composição da comunidade de coral.

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 46

Tabela 13: Dissimilaridades os recifes externos e internos em relação à composição da

comunidade de coral. ---------------------------------------------------------------------------------------- 46

Artigo 2:

Tabela 1: Critérios para de julgamento de integridade ambiental. ------------------------------------- 60

Tabela 2: Caracterização do valor de cada espécie a partir da distribuição. ----------------------- 74

Tabela 3: Classificação quanto à integridade ambiental. ------------------------------------------------ 76

Tabela 4: Classificação quanto à capacidade de resiliência dos recifes. ---------------------------- 77

Tabela 5: Classificação Quanto a relevância da riqueza de espécies. ------------------------------- 78

Tabela 6: classificação quanto à relevância para conservação. --------------------------------------- 79

1

Recifes de Corais da Baía de Todos os Santos: Carac terização, Avaliação e Identificação de Áreas Prioritárias par a

Conservação Resumo:

A Baía de Todos os Santos integra uma Área de Proteção Ambiental que pode

viabilizar a conservação de dois grupos de recifes de corais da região de maior

biodiversidade do Atlântico Sul. Entretanto, esta unidade de conservação não

possui um plano de manejo, tendo efetividade nula sobre os recifes e os

demais ecossistemas. Estes recifes encontram em diferentes condições de

hidrodinâmica e efeitos antrópicos. Uma série de impactos humanos foi

registrada nesta baía, tornando urgente a adoção de medidas que assegurem

sua conservação. Este trabalho tem como objetivo fornecer informações que

subsidiem a elaboração deste plano de manejo sugerindo locais para criação

de áreas intangíveis. Para isso, verificou-se a diferença ente os dois grupos de

recifes quanto à comunidade bentônica e a comunidade de coral.

Posteriormente foram identificados quais são os recifes com maior relevância

para conservação com base em indicadores de integridade ambiental,

resiliência e riqueza de espécies. Os resultados indicam que os recifes

externos e internos são distintos. Isto demonstra a necessidade de criação de

áreas intagiveis distintas para os dois grupos de recifes, garantindo assim a

conservação de suas peculiaridades. Sete das 23 estações apresentaram

relevância para conservação, com três representantes dos recifes externos e

quatro dos internos. O método utilizado mostrou-se eficiente para a escolha de

áreas de relevância para a conservação de recifes de corais. Entretanto, para a

efetividade da conservação destes ambientes é necessário, além da criação de

duas áreas intangíveis, a eliminação de dois problemas, a pesca predatória e a

qualidade da água desta baía.

Abstract:

The Todos os Santos bay integrate an environmental protect area unity that can

improve the conservation of two groups of coral reefs in the region of the most

2

biodiversity of South Atlantic. However, there isn’t management plan to this

environmental protect area. These reefs are different in hydrodynamic condition

and anthropologic effect. The human impacts registered to this bay return

imminent decisions that assure the reefs conservation. This work main provide

information to assistance the management of these ecosystem and appoint the

more interesting reefs to creation of No Take Areas. The differences of two

reef’s groups in benthonic and corals community was verify. The most

interesting reefs to conservation was accessing by environmental integrity

indices, resilience indices and coral species riches indices. The results show

that the two groups are different by benthonic and coral community. Two no

take areas will be need to conserving the singularity of these groups. Seven of

23 sites have an environmental relevance to conservation, three in the outside

bay reefs group and four in the inside group. This method has proved efficient

for the choices of reefs with greater relevance to conservation. Nevertheless,

the effective of the no take areas are necessary other management action like

the elimination of predatory fishing and the improve of the water quality.

Introdução geral:

Os recifes de corais da Baía de Todos os Santos (BTS) encontram-se no limiar

da perda da resiliência (i.e. capacidade do ambiente de recuperar-se de

disturbios naturais ou humanos; cf. Nyström et al., 2000; Knowlton e Jackson,

2008) devido às atividades industriais, grande adensamento urbano e práticas

de pesca predatórias (Dutra e Haworth, 2008). Entretanto, esta baía possui

uma condição que pode viabilizar a conservação desses ecossistemas. Ela

encontra-se em uma Área de Proteção Ambiental (APA) estadual, que

possibilita a adoção de medidas de manejo que podem reverter esse estado de

degradação. Para isso se faz necessário conhecer adequadamente estes

recifes, seus padrões ecológicos e seu estado de integridade ambiental

(deVantier et al., 1998; Nyström et al., 2000; Harding et al., 2006).

As modificações ambientais decorrentes das atividades humanas, exploração

de recurso, mudanças na paisagem e alterações globais no ciclo

biogeoquímico do CO2, alcançam todos os ambientes do planeta e são

3

responsáveis pela crescente perda da biodiversidade (Chapin III et al., 1997;

Vitousek et al., 1997). Os reflexos dessa perda de espécies poderão atingir as

populações humanas, a exemplo da possibilidade de colapso da pesca previsto

por Worm et al. (2006; 2007) para 2048.

Segundo Worm et al. (2006), esta biodiversidade correlaciona-se positivamente

com a eficiência de diversos serviços ambientais, a exemplo da produtividade

marinha e pesqueira. As conseqüências e as responsabilidades por essa perda

da biodiversidade tornam iminente a adoção de medidas voltadas para a

conservação e a sustentabilidade do uso dos recursos (Vitousek et al., 1997).

Vitousek et al. (1997) e Nyström et al. (2000) destacam para isto, a importância

da ampliação do conhecimento sobre todos os ecossistemas e de seus

padrões ecológicos.

Embora as populações humanas ocupem uma área entre um terço e metade

do território terrestre, 60% dela concentram-se nas regiões costeiras (Vitousek

et al., 1997). Calcula-se que as degradações decorrentes das atividades

humanas na região costeira acumulam impactos graves em cerca de 41% dos

ecossistemas marinhos (Halpern et al., 2008). Dentre os ecossistemas

marinhos mais ameaçados, encontram-se os recifes de corais (Halpern et al.,

2006, 2008).

Os recifes de corais estão entre os de maior diversidade do mundo,

comparados apenas às florestas tropicais (Connell, 1978; Bryant et al., 2000).

Em uma área de aproximadamente 225.000,00 a 284.000,00 Km2, que

corresponde de 0,09% a 0,17% da área dos oceanos (Spalding, 1997, 2000;

Spalding e Grenfell, 1997; Burke et al, 2001), concentra-se a maior parte da

biodiversidade marinha (Burke et al, 2001). Estima-se que esses ambientes

abriguem cerca de três milhões de espécies (Small et al., 1998), porém esse

número pode chegar a nove milhões (Reaka-Kudla, 1994 apud Paulay, 1997;

Reaka-Kudla, 1997 apud Knowlton, 2001; apud Burke et al., 2001; apud Small

et al., 1998).

4

Esse ecossistema tem como característica a alta produtividade (Birkeland,

1997; Bryant et al., 2000; Souter e Linden, 2000) em contraste com a baixa

quantidade de nutrientes livres no meio (Bryant et al., 2000). Essa

produtividade traduz-se em um fornecimento médio de 10 t/km2/ano de peixes

em um recife integro (McClanahan, 1995). Estimativas indicam que os recifes

de corais podem responder por 9% do potencial de pesca dos oceanos (Smith,

1978), gerando uma renda anual de 13,64 bilhões de dólares (Costanza et al.,

1997). Além da produção de alimento, os recifes fornecem outros serviços

como: a proteção à linha de costa; novas substâncias para medicamentos e

para a indústria, serviços ecológicos e lazer (Souter e Lindén, 2000) que

contabilizam um “ganho” financeiro de 375 bilhões de dólares ao ano

(Costanza et al., 1997).

Apesar dessa importância, houve uma crescente degradação nos últimos 50

anos (Pandolfi et al., 2003; Bellwood et al., 2004; Hoegh-Guldberg, 2006).

Wilkinson (2004) estima que 20% dos recifes de corais já foram destruídos, que

24% encontram-se sobre iminente risco de colapso e outros 26% encontram-se

ameaçados. Como causas dessa degradação, são apontadas a sobre-pesca, a

pesca predatória, a poluição industrial e doméstica, a proliferação de doenças,

o turismo intensivo, o aumento da sedimentação decorrentes do desmatamento

e da agricultura e as mudanças climáticas (Hughes, 1994; Harvell et al., 1999;

Bellwood et al., 2004; Downs et al., 2005; Leão e Kikuchi, 2005). O franco

declínio desses ambientes torna urgente a adoção de medidas de manejo que

garantam sua conservação (Pandolfi et al., 2003; Bellwood et al., 2004;

Wilkinson, 2004). Entre essas medidas, as Áreas Intangíveis (AI’s) são

indicadas atualmente como a forma de manejo mais eficaz (Hodgson, 1999;

Souter e Lindén, 2000; Bellwood et al., 2004; Aronson e Precht, 2006;

McClanahan et al., 2006; Mumby, 2006).

Argumenta-se que a exclusão das atividades humanas, a exemplo da pesca e

do turismo, leva à recuperação e manutenção da integridade ecológica

(Edmmunds e Carpenter, 2001) e confere ao ecossistema uma maior

capacidade de resiliência a eventos estocásticos a exemplo dos impactos das

mudanças globais como o fenômeno de branqueamento (Pandolfi et al., 2003;

5

West e Salm, 2003). O aumento da resiliência ocorre por meio da recuperação

e estabilização das populações de grupos funcionais, a exemplo dos peixes

herbívoros de grande porte e ouriços, que controlam as algas frondosas, fortes

concorrentes dos corais (cf. Edmmunds e Carpenter, 2001; West e Salm, 2003;

Bellwood et al., 2004). É atribuído também às AI’s o aumento em número,

tamanho e capacidade reprodutiva dos peixes (McClanahan et al., 1999;

Halpern, 2003), além da possibilidade de favorecer a melhoria de áreas

adjacentes com a migração de larvas e indivíduos adultos de diversos

organismos (Wantiez et al., 1997; Shanks et al., 2003; Bellwood et al., 2004).

Estima-se que pelo menos 20% dos recifes de corais devam constituir AI’s para

garantir a conservação desses ecossistemas (Souter e Lindén, 2000; Halpern,

2003; Bellwood et al., 2004; Wilkinson, 2004), a exemplo da iniciativa do

Parque Marinho da Grande Barreira de Recifes de Corais da Austrália, que

ampliou recentemente as AI’s de 4,5 % para 33 % (Wilkinson, 2004; Fernandes

et al., 2005). Além disso, deve-se considerar a qualidade das áreas a serem

protegidas, pois ela é proporcional ao benefício que elas gerarão (Roberts, et

al., 2003a). Para escolher áreas onde estabelecer AI’s e orientar outras

medidas de manejo, Done (1995) propôs um valor ambiental, não monetário,

apenas para a comparação entre elas. Este valor foi utilizado no processo de

escolhas das AI’s e no zoneamento de uso do Parque Marinho da Grande

Barreira de Recifes (Done, 1995). Este valor deve considerar além da riqueza

de espécies, a integridade dos processos ecológicos que sustentam esse

ecossistema (Roberts, et al., 2003a).

Os indicadores de biodiversidade estão relacionados com as espécies que

ocorrem nessas áreas (Roberts, et al., 2003a,b). Compreendem riqueza e

diversidade de espécies, representatividade biogeográfica e endemismo (Done,

1995; Roberts, et al., 2003a,b). Os processos ecológicos abrangem questões

como conectividade, ecologia da paisagem, resiliência, aspectos de integridade

ambiental, condições sócio-econômicas, entre outras (Done, 2001; Moberg e

Rönnbäck, 2003; Roberts, et al., 2003a,b; Fernandes et al., 2005)

6

Estudo de Caso da Baía de Todos os Santos:

A Baía de Todos os Santos (BTS) encontra-se no litoral leste da costa

brasileira (Laborel, 1969; Castro e Pires, 2001; Leão et al., 2003). Área de

maior biodiversidade do Atlântico Sul (Leão e Kikuchi, 2005), com a maior

quantidade de espécies endêmicas do Brasil (Laborel, 1969; Leão et al., 2003).

A BTS é a segunda maior baía do Brasil, com uma área de aproximadamente

de 1000 km2, menor apenas que a Baía de São Marcos, no Maranhão

(Bittencourt et al., 1976; Lessa et al., 2000; 2001). Abriga em suas margens a

cidade de Salvador, a leste, com 2,8 milhões de habitantes (IBGE, 2008) e um

grande pólo industrial, a nordeste, com mais de 200 indústrias de alto potencial

de impacto. Entre elas, metalúrgicas, fábricas de fibras sintéticas, indústrias

químicas, cerâmica, além da produção e refino de petróleo e de três portos

(Souza Santos e Tavares, 2000).

Nesta baía, os recifes de corais são encontrados em duas regiões: uma a

nordeste, em águas protegidas no interior da baía, ao longo da costa oeste da

cidade de Salvador e entre duas ilhas internas (Hartt, 1870; Dutra et al., 2006;

Dutra e Haworth, 2008); e outra, aberta ao oceano, ao longo da costa leste da

Ilha de Itaparica (Hartt, 1870; Araújo, 1984; Leão et al., 2003) (Figura 1).

Diversas mudanças na comunidade de coral foram relatadas para os recifes

internos em 2003 e atribuídas ao histórico de degradação nesse local (Dutra et

al., 2006).

7

Figura 1: Fotos de Satélite CBERS 2, de 18 de julho de 2005, tratadas para visualização dos

recifes.

Uma série de trabalhos registra contaminantes decorrentes das atividades

industriais que evidenciam uma degradação crônica (Dutra et al., 2006; Dutra e

Haworth, 2008). Foram registrados: hidrocarbonetos policíclicos aromáticos

derivados de petróleo (Venturini e Tommasi, 2004; Martins et al., 2005); metais

traço como cobre, zinco, cádmio e chumbo (Wallner-Kersanach et al., 2000); e

agroquímicos proibidos como Dicloro-Difenil-Tricloroetano (DDT), Dicloro-

Difenil-Etileno (DDE) e organo-clorados foram encontrados no sedimento da

maioria de seus manguezais (Tavares et al., 1999). A maior parte desses

contaminantes concentra-se na região nordeste da BTS, onde se localiza o

centro industrial.

8

Em 1999, foi decretada a Área de Proteção Ambiental da BTS (Bahia, 1999),

com o objetivo de estabelcer bases legais para administrar os recursos desta

região. Consta no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) que

a finalidade de uma APA é o desenvolvimento sustentável e a conservação da

Biodiversidade, sendo extensa e habitada (Brasil, 2000). A APA da BTS

abrange tanto os ambientes terrestre quanto o marinho.

Nesse tipo de unidade de conservação a manutenção da biodiversidade ocorre

um conjunto de normas de manejo que restringem o uso dos recursos, e que

deve estar contido em seu plano de manejo (Bahia, 1999). Entretanto, nove

anos após sua criação, a APA da BTS ainda não possui seu plano de manejo.

Dentre essas restrições está previsto no Art. 3.º, § I que todas as florestas

ombrófilas, os manguezais e os recifes de corais são áreas vetadas ao uso,

exceto para atividades de pesquisa, turismo e educação ambiental, caso sejam

previstos no plano de manejo (Bahia, 1999). A utilização dessas áreas, não

prevê o uso extrativista como a pesca. Entretanto é inviável a efetivação desta

exclusão de uso como ela está escrita. Isto comprometeria a sobrevivência de

diversas comunidades tradicionais que vivem diretamente da extração de seus

recursos. A melhor alternativa para essa questão é o estabelecimento de AI’s

em comum acordo com a avaliação de qualidade ambiental e as deliberações

das comunidades tradicionais.

O plano de manejo é uma ferramenta imprescindível para a efetividade da

conservação e do desenvolvimento sustentável desta APA. Contudo, é

necessário um extenso levantamento com a descrição e avaliação do valor

ambiental (Done, 1995) desses ambientes. Uma série de levantamentos

qualitativos e semi-quantitativos foram realizados nessa baía (Hartt, 1870;

Rathbun, 1876; Rathbun, 1878; Laborel, 1969; Araújo,1984) e há apenas uma

avaliação quantitativa e atual, efetuada em 2002 por Dutra et al. (2006), restrita

aos recifes internos. Por este motivo, a proposta desse presente trabalho é

fornecer informações atuais, que auxiliem na conservação dos recifes de corais

durante a elaboração do plano de manejo da BTS.

9

Este trabalho esta dividido em três etapas:

A primeira dedica a verificar se os recifes de corais das duas regiões são

distintos e caracterizar estes recifes quanto à cobertura em grandes grupos de

organismos bentônicos e da comunidade de corais. As regiões possuem

diferenças na hidrodinâmica (Lessa et al., 2000) e quanto à proximidade do

pólo industrial. Caso esta diferença seja constatada, será recomendada a

criação de pelo menos duas AI’s para atender às peculiaridades de cada área.

O titulo é: “Caracterização dos Recifes de Corais de uma Unidade de

Conservação em uma Baía Urbana: O Caso da Baía de Todos os Santos,

Bahia, Brasil”.

A segunda etapa tem como objetivo levantar o valor ambiental dos recifes da

BTS, indicando as melhores áreas para a criação de AI’s. Nesse processo,

foram utilizados critérios que indicam a riqueza de espécies, a capacidade de

resiliência e a integridade de processos ecológicos. Esta etapa é intitulada:

“Indicações de Área Prioritárias para Conservação de Recifes na Baía Todos

os Santos, Bahia, Brasil”.

A terceira etapa são as Conclusões Gerais. Nesta, reúnem-se os resultados

mais importante de ambos os artigos.

Área de Estudo:

Este trabalho foi desenvolvido apartir da técnica de Vídeo-Transecto (Cruz et

al., 2008) a uma profundidade que variou entre três e oito mertos. Foram

utilizadas 23 estações amostrais (Figura 2). Oito estações nos recifes externos

e quinze nos recifes internos.

10

Figura 2: Estações amostras nos recifes da BTS.

Recifes Externos da BTS

O banco de Caramuanas encontra-se ao sudeste da ilha de Itaparica distante

em média 3 km da costa. É formado por três blocos recifais. Afloram na maré

baixa e suas paredes podem chegar aos sete metros de profundidade. Relatos

de pescadores (Tatu, comunicação pessoal) indicam que existem bancos mais

fundos que chegam a mais de 20 m. Os bancos superficiais, os quais foram

objetos estudados nesse trabalho, apresentam-se divididos em três blocos. O

sedimento perirrecifal é composto por areia de Halimeda. Esses recifes

apresentam em média uma cobertura de coral de 8,1%, uma cobertura de alga

coralinacea de 36,2% e de alga calcaria articulada de 31,2%. A cobertura de

alga filamentosa é a menor dentre os recifes da BTS, 13,9%. Nessa área as

espécies do complexo Siderastrea são as dominantes, seguidas da M. hispida

e posteriormente de M. cavernosa e M. alcicornis. Também estão presentes as

espécies Mussismilia braziliensis, P. branneri, P. astreoides, A. agaricite, F.

gravida, M. harttii, e S. roseus. Esses recifes são utilizados para pesca. Em

relação à pesca predatória, foram constatados pedaços de redes presas às

11

estruturas recifais e há relatos de pesca com explosivos esporaticas. Entretanto

deve ser o recife com menos interferência humana na BTS.

A estação de Caramuanas de Norte está a 3,4 km da costa. Recife amplo que

aflora na maré baixa. Possui um segundo degrau aos quatro metros de

profundidade, onde foram efetuadas as amostragens. A profundidade máxima

foi de seis metros, terminando em areia grossa com muitos fragmentos de

Hallimeda. Apresentou uma cobertura de coral de 6,5% (± 2,8) sendo M.

hispida, M. cavernosa e M. alcicornis as espécies mais abundantes. As algas

coralinaceas e as algas calcareas ramificadas e Hallimeda são bem

representadas. Foram encontradas nove espécies de corais (tabelas 1, 2 e 3

artigo 1).

A estação em Caramuanas de Leste-Sueste a 3,3 km da praia. O recife aflora

na maré baixa e é amplo em sua extensão. Possui uma parede abrupta que

desce até os sete metros, terminando em areia grossa com muitos fragmentos

de Hallimeda. A os vídeos-transectos foram registrados nessa parede.

Apresentou uma cobertura de coral 7,6% (± 5,0) sendo a M. hispida a espécies

mais abundante, seguido por Siderastrea spp. e M. cavernosa. Apresentou a

maior cobertura de alga coralinacea de todas as estações e teve uma cobertura

representativa de algas calcareas ramificadas e Hallimeda. Apresentou uma

riqueza de onze espécies de corais (tabelas 1, 2 e 3 artigo 1).

A estação de Caramuans do Sul encontra-se a 2,9 km da linha de praia. Recife

amplo, que chega a aflorar na maré baixa. Possui um degrau aos dois metros

de profundidade e uma parede desce abruptamente chegando aos seis metros.

No sedimento predomina areia grossa com muitos pedaços de Hallimeda. A

amostragem foi feita entre os dois e seis metros de profundidade. Sua

cobertura de coral foi de 10% (± 3,9) com a dominância do complexo

Siderastrea spp. com uma cobertura de 9,3% (± 3,9), a maior cobertura de

gênero em todas as estações. O recife caracteriza-se por uma baixa cobertura

de alga filamentosa e possui uma boa representatividade de as algas

coralinaceas. Foi a estação com a maior cobertura de algas calcareas

12

ramificadas e Hallimeda. Foi registrada uma riqueza de corais com onze

espécies (tabelas 1, 2 e 3 artigo 1).

O recife em franja de Pinaúnas é o maior da BTS. Ele bordeja boa por mais

seis quilômetros o litoral leste da ilha de Itaparica. Na maré baixa seu topo

aflora e em muitos pontos laguna seca. À frente do recife encontra-se areia.

Caracteriza-se por uma baixa cobertura de coral, 0,5% e é dominado

principalmente por alga filamentosa 57,3%. Isso pode caracterizar um estado

de mudança de fase, entretanto a falta de trabalhos quantitativos anteriores

impede uma conclusão precisa. Apesar disso, é possível identificar degradação

pela ausência da espécie M. alcicornis que, segundo o relato de Araújo (1984),

eram muito abundantes na frente recifal, chegando a ser dominante entre os

dois e quatro metros de profundidade formado. Outras características desses

recifes são a cobertura de 8% de alga coralinacea, 9,5% de alga calcaria

articulada e 8,5% de cianobactéria. As espécies encontradas foram M.

cavernosa, Siderastrea spp., Mussismilia braziliensis, M. hispida, M. hartti, P.

branneri e A. agaricites. Entretanto, essas espécies referem-se apenas à frente

recifal. É provável que em outros ambientes como laguna e possas de maré

ocorram outras espécies. O recife de Pinaúnas é utilizado tanto para a pesca

como para o lazer. Hotéis, pousadas e muitas casas de veraneio encontram-se

próximos do recife. Na maré baixa é comum ver pessoas caminhando sobre

seu topo, local onde marisqueiros coletam ouriços, polvo e outros organismos.

As áreas onde a laguna permanece com água durante a maré baixa são

comumente utilizadas como portos por pescadores tradicionais. Suas paredes

podem chegar aos nove metros de profundidade. Pedaços de rede foram

encontrados na frente dos recifes. Os relatos de pesca com explosivos são

freqüentes. Além disso, o sistema de fossa séptica nesse tipo de solo pode

esta provocando eutrofização como ocorreu nos recifes de Guarajuba, litoral

norte da Bahia (Costa et al., 2000). Este recife encontra-se degradado.

Pinaúnas 1 localiza-se em frente à sede do município de Veracruz, o vilarejo de

Mar Grande. Possui uma laguna verdadeira. A amostragem foi feita na frente

do recife, que se encontra a cerca de 600 m afastado da costa. O recife desce

abruptamente até os oito metros onde encontra o substrato sobre o qual esta

13

crescendo, um arenito de praia. Esta laje desce suavemente até os encontrar a

areia a uns nove metros de profundidade. A cobertura de coral é muito baixa,

porem entre as estações de Pinaúnas foi a que apresentou a maior 1,1% (±

0,9). A espécie mais abundante foi M. cavernosa. A estação caracteriza-se pela

grande cobertura de algas filamentosas e abundancia representativa de

cianobactéria e algas calcareas ramificadas e Hallimeda. É possível que e a

cobertura de 13,2% (± 2,5) de cianobactéria seja um indicio poluição orgânica

proveniente da Vila de Mar Grande (Paul et al., 2005; Thacker et al., 2001;

Thacker & Paul, 2001). A estação apresentou uma riqueza de 7 espécies

(tabelas 1, 2 e 3 artigo 1).

A estação Pinaúnas 2 localiza-se próximo a Penha. A frente recifal, onde foram

feitos os vídeos, fica a cerca de 300 m da praia. A parede do recife desce até

os 7 metros, onde encontra um lajedo de arenito de praia que chega a areias

aos 8 metros. A cobertura de coral é muito baixa 0,3% (± 0,5%) tendo como

espécie mais abundante M. braziliensis. Apresenta uma cobertura grande de

algas filamentosas, algas coralinaceas e algas calcareas ramificadas e

Hallimeda. Apenas três espécies de corais foram encontradas nessa estação, a

menos riqueza de todas as estações (tabelas 1, 2 e 3 artigo 1).

Pinaúnas 3 encontra-se em frente à Barra do Pote, a 400 m da costa. A crista

desce até os quatro metros, sobe para dois e volta a descer até os oito metros.

A parede termina na areia. A amostragem foi feita na frente recifal entre os

quatro e oito metros. A cobertura de coral é de 0,4% (± 0,6) sendo M.

braziliensis a espécie mais abundante. Além da grande quantidade de alga

filamentosa, caracteriza-se pela maior quantidade de cianobactéria da BTS

21,1% (± 12,28) (tabelas 1 e 2 artigo 1), podendo esse valor estar relacionado

as condições sanitárias do vilarejo de Barra do Pote. Foram registradas sete

espécies de corais (tabelas 3 artigo 1). Nesse recife o mergulho foi feito com a

saída de praia, passando pela laguna, canal e crista do recife. Isso permitiu

identificar duas outras espécies de corais que não ocorreram na frente recial,

local de amostragem. Essas espécies são Favia gravida e Porites astreoides

ambas correndo na crista e no canal.

14

A estação Pinaúnas 4 fica ao sul da Vila de Conceição e do Clube

Mediterranee. A frente recifal encontra-se a 300 m da linha de costa. O recife é

em dois degraus terminando sobre um lajedo de arenito de praia, que logo em

seguida chega a areia em uma profundidade de oito metros. A cobertura de

coral foi de 0,4% (± 0,2), sendo a M. hipisda a espécie mais abundante.

Destaca-se, além da grande quantidade de alga filamentosa, a quantidade de

algas frondosas e de esponjas. Foram registradas apenas quatro espécies de

corais (tabelas 1, 2 e 3 artigo 1).

A estação Pinaúnas 5 encontra-se ao sul de Barra Grande. A amostragem foi

feita em um banco separado da estrutura principal. Suas dimensões eram de

40 por 60 m. Encontra-se sobre duas camadas sobrepostas de lajedos que

formam dois degraus. Nesses lajedos havia muitas fendas, algumas com mais

de um metro. A camada mais inferior, que terminava na areia, estava a nove

metros. As duas camadas tinham aproximadamente um metro em forma de

degraus. Sobre a camada superior encontrava-se o recife, a cerca de oito

metros de profundidade. Esse banco não aflorava, seu topo estava a cerca de

dois metros de profundidade. A cobertura de coral encontrada foi a menor de

todas as estações, 0,2% (± 0,3) sendo a M. braziliensis a espécie mais

abundante. Essa estação também apresentou uma grande quantidade de algas

frondosas e de esponjas. Além disso, apresentou a maior cobertura de algas

filamentosas 64%. (± 5). Nessa estação foram contabilizadas apenas quatro

espécies (tabelas 1, 2 e 3 artigo 1).

Os recifes Internos da BTS.

Os bancos recifais do interior da BTS encontram-se em média quatro

quilômetros distantes de terra. Possuem tamanhos variando entre quatro

metros e mais de um quilometro, tendo normalmente dimensões entre 60 e 20

m de diâmetro. São geralmente mais fundos que os demais, topo a cerca de

seis metros de profundidade e suas paredes podem alcançar os 13 m. O

sedimento ao redor do recife é fino. Em geral apresentam-se com uma boa

integridade ambiental. Entre eles encontram os recifes de maior relevância

15

para conservação da BTS. Porém, encontra-se pelo menos um recife

degradado, Poste1. Caracterizam-se por uma cobertura de coral média de

13,6%, possuem uma grande abundância de alga filamentosa, 42,2%, além de

uma boa representatividade de esponjas, 7,8% e Epzoanthus sp, 12,8%.

Nesses bancos estão presentes as espécies de corais M. cavernosa,

Siderastrea spp., M. hispida, M. harttii, P. astreoides, A. agaricites, F. gravida,

S. wellsi, S. michelini, M. decatis, Phyllangia. americana e M. alcicornis. Alguns

desses recifes são utilizados para turismo por operadoras de mergulho e para

pesca. Faltam informações sobre praticas predatórias.

Porte 1 encontra-se a quatro quilômetros do ponto de terra mais próximo.

Caracteriza-se pela presença de dois degraus. O primeiro, a uma profundidade

mínima em cinco metros e com aproximadamente dez metros de diâmetros. O

segundo degrau aos sete metros de profundidade. Sobre ele existem algumas

manchas de areia. Sua parede vai até os dez metros de profundidade, onde

encontra um sedimento fino. O recife tem uma extensão de aproximadamente

50 m. Este recife ultrapassou o limiar de resiliência, sofreu mudança de fase.

Sua cobertura de coral é muito baixa, 2,3% (± 1,2), predominando M.

cavernosa; o organismo dominante atualmente é Epzoanthus sp., com uma

cobertura de 82,7% (± 2,77). Essa estação apresentou uma riqueza de sete

espécies (tabelas 1, 2 e 3 artigo 1).

O recife de Poste 4 está a uma distancia de 4,5 km do ponto de terra mais

próximo. Encontra-se com o topo a uma profundidade de sete metros. Suas

paredes encontram o sedimento fino a uma profundidade de 12 m. É um recife

pequeno, com uma extensão de um pouco mais que 20 m de diâmetro.

Apresentou uma cobertura de coral elevada 21% (± 8,77), a segunda maior

entre as estações. A espécie dominante foi M. cavernosa. Chama atenção a

quantidade de S. welllsi, a maior entre as estações. Esse recife apresentou

uma boa distribuição no tamanho das colônias, com cerca de 14 na classe

maior que 30 cm de diâmetro a cada 10 m2. Seu substrato é caracterizado

principalmente pela grande quantidade de alga filamentosa e grande

abundância de esponjas e Carijoa. Nesse recife foram encontradas oito

espécies de corais (tabelas 1, 2 e 3 artigo 1).

16

A estação Poste 5 distancia-se 4,2 km do ponto de terra mais próximo. Esta a

uma profundidade de quatro metros. Esse recife decai suavemente até os seis

metros de profundidade, onde encontra sedimento fino. Sobre o recife ocorre

manchas de areia. O recife tem uma extensão de um pouco mais de 50 m de

diâmetro. Apresentou uma cobertura de Coral de 4,6% (± 2,29) constituído

principalmente por M. cavernosa, seguido por M. alcicornis. Nesse recife se

destaca a grande quantidade de esponja, Palythoa caribaeorum e

Neospongoides atlântica. Oito espécies de corais foram encontradas (tabelas

1, 2 e 3 artigo 1).

O Poste 6 encontra-se a 4,2 km do ponto de terra mais próximo. Seu topo está

a seis metros de profundidade e sua parede encontra-se com sedimento fino

aos trezes metros. O recife é curto em forma de arco, como um grão de feijão,

com cerca de 30 por 15 m. Ao fundo encontravam-se pequenos recifes

menores com tamanho variando entre dois e cinco metros a uma profundidade

de nove metros de profundidade. Sua cobertura de coral foi alta, 19,2% (±

4,25). A espécie dominante foi M. cavernosa. Essa estação apresentou

também a maior quantidade de M. alcicornes entre os recifes amostrados.

Outras características são as grandes quantidades de alga filamentosa e de

esponjas. A riqueza de espécies de corais foi composta por oito espécies

(tabelas 1, 2 e 3 artigo 1).

A Pedra Cardinal é um dos recifes mais exuberantes da BTS. Distancia-se 4,5

km da costa. A sete metros de Profundidade encontra-se seu topo e sua

parede encontra-se com o sedimento fino aos 13 m de profundidade. Possui

grande extensão, com um formato meio oval, tendo cerca de 60 m por mais de

100 m e apresentou a maior cobertura da BTS, 27% (± 5,38). Seu principal

construtor é predominantemente a espécies M. cavernosa, entretanto M.

alcicornis e M. hispida possuem uma boa representatividade. Apresentou uma

boa distribuição no tamanho de suas colônias, classe maior que 30 cm de

diâmetro, e apresentou uma média de 20 exemplares por 10 m2. Seu substrato

também apresentou uma grande quantidade de alga filamentosa. Onze

espécies de corais compõem sua comunidade (tabelas 1, 2 e 3 artigo 1).

17

O recife de Pedra Alva distancia-se cerca de 4,9 Km da costa. Foi o recife mais

profundo amostrado, seu topo encontrava-se a oito metros de profundidade e

sua parede estende-se até os 13 m, onde se encontra com sedimento fino. Sua

extensão foi de cerca de 30 m de diâmetro. O recife é bem irregular, com

muitas manchas de areia sobre seu topo. Sua cobertura de coral foi de 13,1%

(± 5,76). A espécie dominante foi M. cavernosa. Na distribuição das classes de

tamanho das colônias, embora com um número reduzido exemplares de

pequeno e médio diâmetro (<5, 5<10, 10<15 e 15<20 cm), apresentou cerca de

11 exemplares com mais de 30 cm por 10 m2. Chama a atenção o tamanho de

algumas colônias, incluindo Siderastrea com mais de 60 cm de diâmetro.

Nesse recife destaca-se também a grande quantidade de alga filamentosa e de

esponjas. A sua comunidade de coral é composta por seis espécies (tabelas 1,

2 e 3 artigo 1).

A Pedra de Mangueira encontra-se na margem leste do canal de Aratu a cerca

de 2,9 km do continente. Seu topo encontra-se a sete metros de profundidade,

tem o formato abaulado, e sua parede encontra com sedimento fino aos 11 m.

É de pequenas dimensões, cerca 20 m de diâmetro, com mais dois recifes

menores ao redor. Apresentou uma cobertura de coral de 8,4% (± 5,76) sendo

que a espécie dominante foi M. cavernosa. Foram representativas as espécies

M. alcicornis e M. hispida. Seu substrato apresentou uma grande quantidade

de alga filamentosa. Sete espécies de corais foram observadas nessa estação

(tabelas 1, 2 e 3 artigo 1).

Os bancos marginais das ilhas estão no interior da BTS. Estes não

caracterizam recifes em franja por não formarem Lagunas. Eles encontram-se

a leste e sudeste da Ilha dos Frades e a oeste, prolongando-se ao sul e

chegando ao sudeste da Ilha de Maré. São extensos e em geral rasos. O topo

encontra-se em média a três metros de profundidade com a parede terminando

normalmente aos quatro metros, entretanto, a porção sul do recife de Ilha de

Maré alcança os 13 m de profundidade. Apresentam uma cobertura de coral de

4,5%, uma quantidade relativamente alta de algas frondosas, 14%, além de

altas taxas de cobertura de alga filamentosa, 24,7%, de alga calcária

articulada, 10,7% e Epzoanthus sp., 16,8%. A espécie de coral dominante foi a

18

M. cavernosa. Além dessa espécie foram encontradas Siderastrea spp., M.

hispida, P. astreoides, A. agaricites, F. gravida, S. wellsi, S. michelini, M.

decatis, Meandrina brasiliensis forma fixa e M. alcicornis. Esses recifes são

utilizados tanto para lazer como para pesca. A Ponta de Nossa Senhora em

Ilha dos Frades é destino de muitos turistas, além de regiões de veraneio como

Paramana e a própria Ilha de Maré. São comuns os relatos de pesca com

bomba em Ilha de Maré.

A Pedra do Dentão representa a ponta sul do recife de Ilha de Maré. Ela

distancia-se da costa cerca de 3,5 km. A quatro metros de profundidade está o

seu topo e chega aos 13 m, onde encontra sedimento fino. De pequenas

dimensões, possui cerca de 30 m de diâmetro. Esse recife encontrar-se

degradado, sofreu mudança de fase e atualmente é dominado por Epzoanthus

sp., com uma cobertura de 67,5% (± 8,15). Sua cobertura de coral é de 0,7% (±

0,38). Nessa estação foram encontradas seis espécies de corais (tabelas 1, 2 e

3 artigo 1).

A estação Ilha dos Frades Lesta caracteriza-se como um ambiente recifal e não

propriamente um recife. Pequenos blocos de carbonato de cálcio se formam

sobre uma laje de rocha sedimentar marinha. Distancia-se da ilha cerca de 500

m e sua profundidade varia de dois a três metros. É extenso e possui algumas

manchas de areia. Sua cobertura de coral foi de 0,87% (± 0,94), e caracterizou-

se pela grande quantidade de alga filamentosa e pela maior cobertura de algas

frondosas da BTS 43% (± 13,38). Quatro espécies de corais foram encontradas

nessa estação (tabelas 1, 2 e 3 artigo 1).

O recife de Ilha dos Frades Sul encontra-se a cerca de 500 m da ilha. É raso,

variando entre três e quatro metros de profundidade e bastante extenso. O

sedimento a sua frente é areias. Apresentou uma boa cobertura de coral,

13,2% (± 2,74) dominada por M. cavernosa. Siderastrea foi bem representada

nessa estação. Chama a atenção a grande quantidade de Halimeda, 41,9% (±

6,51). Importante ressaltar que nas zonas de contato entre essas algas e os

corais, haviam áreas branqueadas e mortas nas colônias. É possível que essa

19

cobertura de coral venha a decair. Sua comunidade de coral foi composta por

dez espécies (tabelas 1, 2 e 3 artigo 1).

A estação de Ilha de Maré Oeste distancia-se da ilha cerca de 1,5 km. Recife

raso, varia entre dois e três metros de profundidade, é amplo e recortado por

bolsões de areia. A cobertura de coral é baixa, 3,3% (± 2,11) e formada

predominantemente de M. cavernosa e Siderastrea. Em seu substrato chama a

atenção a grande quantidade de alga frondosa e filamentosa, além da

quantidade de esponjas. Dez espécies de corais foram observadas nessa

estação, incluindo Meandrina braziliensis na forma fixa (tabelas 1, 2 e 3 artigo

1).

Os recifes próximos à costa oeste da cidade de Salvador caracterizam-se tanto

por franjas incipientes como por bancos recifais. Seus topos encontram-se em

torno de três metros de profundidade e as paredes podem chegar aos 13m.

Possuem uma cobertura de coral em torno de 4,8%, 27,2% de cobertura de

alga filamentos, 5,3% de cianobactéria e uma cobertura elevada de esponjas

em torno de 13,8%. A espécie de coral dominante é M. cavernos. Nesses

recifes também foram encontradas as espécies Siderastrea spp., M. hispida, M.

harttii, P. astreoides, A. agaricites, F. gravida, S. wellsi, S. michelini, P.

branneri, Phyllangia americana e M. alcicornis. Esses recifes são utilizados

tanto para lazer como para pesca. A praia de Boa Viagem é uma das mais

freqüentadas dessa região. Essa talvez seja a região mais atingida pela pesca

explosivo. Apenas o recife de Inema, por estar dentro de uma área militar,

encontra-se livre dessa pratica criminosa.

O recife de Boa Viagem caracteriza-se por ser uma franja incipiente que cresce

sobre uma rocha sedimentar marinha. Estendendo-se do terminal marítimo de

Água de Menino até o forte de Monte-Será e localiza-se próximo à saída da

baía. Embora não aflore na maré baixa, seu topo chega próximo da superfície

formando uma curta laguna. A sua parede encontra a areia aos sete metros.

Essa estação apresentou uma cobertura de coral de 6,9% (± 5,07) com

dominâncias de M. cavernosa. Destacam se além da cobertura de alga

filamentosa, a grande quantidade de cianobactéria, esponjas, alga calcaria

20

articulada e de Palythoa caribaeorum. A comunidade de coral era composta por

oito espécies. Entre ela uma espécie que destaca essa estação em relação às

outras do interior da BTS, P. branneri (tabelas 1, 2 e 3 artigo 1).

A estação de Periperi encontra-se a aproximadamente dois quilômetros do

continente. Caracteriza-se por ser um banco de cerca de 50 m de diâmetro,

com o topo a quatro metros de profundidade e atingindo um sedimento médio a

cerca de oito metros. Sua cobertura de coral foi de 4,8% (± 2,7) dominado por

M. cavernosa. Apresentou uma grande a maior abundancia de esponjas da

BTS com 25% (± 4,61) e uma grande cobertura de alga filamentosa. Nesse

recife foram encontradas seis espécies de corais (tabelas 1, 2 e 3 artigo 1).

O recife de Tubarão é um banco de cerca de 50 m de diâmetro e encontra-se a

cerca de 1,5 km da costa. Seu topo está a quatro metros de profundidade,

sobre o qual existem alguns bolsões de areia. Sua parede atinge os 12 m, onde

se encontra com areia. A cobertura de coral é baixa, 1,78% (± 1,34). Seu

substrato é recoberto principalmente por alga filamentosa, esponjas e

Neospongode atlantica. Nove espécies de corais compõem a comunidade de

corais (tabelas 1, 2 e 3 artigo 1).

A estação de Inema localiza-se na ponta de Toque-toque e corresponde ao

local de coleta de Laborel (1969) em 1963. A estação distância-se 400 m da

costa. Caracteriza-se por um recife incipiente que cresce sobre uma rocha

sedimentar marinha. Em sua parte mais rasa, a cerca de dois metros de

profundidade, encontram-se vários blocos de carbonato de cálcio de com

aproximadamente um metro de diâmetro e que são compostos por M.

cavernosa, M. hispida e M. alcicornis. Na descrição de Laborel (1969) nesses

blocos eram compostos também por Mussismilia brasiliensis. A partir dos

quatro metros observa-se uma maior deposição de carbonato de cálcio. Sua

parede alcança o sedimento fino aos sete metros de profundidade. A cobertura

de coral é de 5% (± 2,34) composta predominantemente de M. cavernosa. Em

seu substrato destacou-se abundância de algas frondosas e algas calcarias

articuladas, composta predominantemente por Halimeda. Sete espécies de

corais foram encontradas (tabelas 1, 2 e 3 artigo 1). Das espécies descritas por

21

Laborel (1969) cinco estavam ausentes, M. brasiliensis, M. harttii, P. branneri,

Favia gravida e Millepora nitida. Meandrina braziliensis foi encontrada apenas

na forma livre. Entretanto nessa estação estava presente uma espécie que

Laborel (1969) não havia identificado, P. astreoides. Essas mudanças

caracterizam uma grande alteração na comunidade de coral.

22

Caracterização dos Recifes de Corais de uma Unidade de

Conservação em uma Baía Urbana: O Caso da Baía de T odos

os Santos, Bahia, Brasil.

Resumo:

A Baía de Todos os Santos constitui uma Área de Preservação Ambiental que

pode viabilizar a conservação de duas áreas recifais na região de maior

biodiversidade do Atlântico Sul, a costa do estado da Bahia. Estas áreas

possuem hidrodinâmica e impactos humanos distintos. Este trabalho visa

verificar diferenças entre estas áreas quanto à comunidade organismos macro

bentônicas recifais e à comunidade de coral. Para isso foi empregada a técnica

de Vídeo-Transector. Os resultados mostraram diferenças em ambas as

comunidades. Os recifes externos da baía diferenciam-se pela abundancia de

alga calcaria incrustante e articulada. As espécies de corais mais abundantes

são as do complexo Siderastrea, Mussismilia hispida, M. braziliensis e Porites

branneri. Os Internos possuem maior abundância de esponja e coral. A espécie

de coral dominante é Montastraea cavernosa a sendo que Millepora alcicornis

e o complexo Siderastrea são abundantes. A partir de trabalhos anteriores

verificaram-se mudanças na comunidade de coral decorrentes de impactos

humanos. As espécies de corais Mussismilia braziliensis, M. harttii, Porites

branneri, Millepora braziliensis, M. nitida e Meandrina braziliensis tiveram sua

distribuição reduzidas ou foram extintas do interior desta baía. A distribuição

atual dessas espécies sugere que a degradação da qualidade da água seja a

responsável pela degradação. Os recifes externos também apresentam

mudanças. Estas devido aos efeitos da pesca predatória. A espécie Favia

leptophylla não foi encontrada e Millepora alcicornis encontra-se com sua

distribuição reduzida.

23

Abstract:

The Todos os Santos Bay is a environmental protect area that can improve the

conservation of two groups of coral reefs. This bay is located in region of the

most biodiversity of South Atlantic. These two areas are distinct in

hydrodynamic and industrial contaminants. This works main check if these

areas are distinct in macrobentonic community and coral community. The result

show difference in all characteristic. In the external reefs the Coralline crust and

articulated algae. In this sites, the most abundant species was Siderastrea spp.,

Mussismilia hispida, M. braziliensis and Porites branneri. In the inside reefs,

sponges and corals was more abundant. The dominant coral specie was

Montastraea cavernosa, but Millepora alcicornis and Siderastrea spp. was

abundant. In this work was observed changes in coral community because

human impact. The species Mussismilia braziliensis, M. harttii, Porites branneri,

Millepora braziliensis, M. nitida and Meandrina braziliensis were reduced theirs

populations or was be extinct in the inside reefs. Their have a actual

distributions suggest that the lost of water quality was the purpose of this

degradation. The external reefs were showed changeless tôo, because

predatory fishing. The specie Favia leptophylla wasn’t found and Millepora

alcicornis was reduced its population. The conservation of theses reefs are

necessary the improve of water quality, the elimination of the predatory fishing

and the creation of No Take Areas.

Introdução:

A costa do Brasil é dividida, quanto às comunidades de corais, em quatro

áreas: norte, nordeste, leste e sudeste (Laborel, 1969a; Castro e Pires, 2001;

Leão et al., 2003). A Baía de Todos os Santos (BTS) encontra-se na região

leste, a qual compreende toda a costa do Estado da Bahia (Leão et al., 2003).

Essa área caracteriza-se por ser a de maior biodiversidade do Atlântico Sul

(Leão et al., 2003), com a maior quantidade de espécies endêmicas do Brasil

(Laborel, 1969a; Leão et al., 2003).

24

Esta baía possui duas zonas recifais: uma à nordeste, em águas protegidas no

interior da baía, a qual estende-se ao longo da costa oeste da cidade de

Salvador e entre duas ilhas internas (Hartt 1870; Dutra et al., 2006; Dutra e

Haworth, 2008); a outra, está aberta ao oceano, ao longo da costa leste da Ilha

de Itaparica na entrada da baía (Hartt, 1870; Araújo, 1984; Leão et al., 2003).

Diversas mudanças na comunidade de coral foram constatadas nos recifes

internos em 2002 e atribuídas ao histórico de mais de 40 anos de degradação

nesse local (Dutra et al., 2006).

A BTS abriga em sua margem leste a cidade de Salvador, com 2,8 milhões de

habitantes (IBGE, 2008). Em sua margem nordeste um complexo industrial

com alto potencial de impacto. Entre essas indústrias encontram-se

metalúrgicas, fábricas de fibras sintéticas, indústrias químicas, cerâmica, além

da produção e refino de petróleo e de três portos (Souza Santos e Tavares,

2000). Essas atividades são responsáveis por uma série de incidentes

ambientais, a exemplo do derramamento na Enseada dos Tainheiros de 900 kg

de mercúrio (Wasserman e Queiroz, 2004) e de diversos derramamentos de

óleo, o maior deles despejou 48.000 L de petróleo bruto com altas

concentrações de metais e enxofre em 1992 (Orge et al., 2000). Além da

emissão de efluentes domésticos de uma grande parcela da cidade de

Salvador (Souza Santos e Tavares, 2000).

Uma série de trabalhos evidencia a contaminação crônica concentrada

principalmente na região no norte dessa baía. Foram constatados:

hidrocarbonetos policíclicos aromáticos derivados de petróleo (Venturini e

Tommasi, 2004; Martins et al., 2005); contaminação por metais traço como

cobre, zinco, cádmio e chumbo (Wallner-Kersanach et al., 2000; Hatje et al.,

2006) e contaminação por agroquímicos proibidos como Dicloro-Difenil-

Tricloroetano (DDT), Dicloro-Difenil-Etileno (DDE) e organoclorados (Tavares et

al., 1999).

Como a finalidade de criar uma base legal para gerir os recursos ambientais

dessa baía, o governo estadual promulgou o Decreto Estadual Nº 7.595/1999

criando a Área de Proteção Ambiental (APA) da BTS (Bahia, 1999). Esse tipo

25

de Unidade de Conservação (UC) tem como finalidade o uso sustentável dos

recursos e a conservação de sua biodiversidade (Brasil, 2000). A conservação

ocorreria por meio do estabelecimento de regras de restrições e proibições do

uso dos recursos ambientais. Essas normas devem estar contidas em seu

plano de manejo (Bahia, 1999). Entretanto, nove anos após sua criação, a APA

da BTS ainda não dispõe dessa ferramenta, que segundo este decreto deve

contemplar áreas de proibição de uso para os recifes de corais (Bahia, 1999).

A zona recifal do interior da BTS encontra-se na região nordeste,

conseqüentemente próxima ao complexo industrial e da cidade de Salvador.

Desse modo, é bastante provável que esses recifes estejam sobre influência

dessa contaminação. A zona recifal externa ou aberta para o oceano, por outro

lado, encontra-se mais distante dessas fontes de distúrbios. Adicionalmente,

essas zonas diferem quanto à hidrodinâmica, um dos principais determinantes

na estrutura da comunidade de coral (Reigl e Piller, 1999; Madin, 2005). De

fato, esses recifes estão sujeitos a uma maior intensidade de ondas e correntes

de maré que os recifes internos. Lessa et al. (2000) constatou através do

estudo do tipo e da granulométrica do sedimento dessas regiões essa

diferença na hidrodinâmica. Esses fatores caracterizam duas zonas com

condições ambientais distintas quanto à proximidade das fontes de impacto e

hidrodinâmica, que podem se refletir no meio biótico.

Conhecer adequadamente essas áreas, seus padrões ecológicos e seu estado

atual é, certamente, premissa básica para a adoção de ferramentas adequadas

de manejo e conservação (DeVantier et al., 1998; Nyström et al., 2000; Harding

et al., 2006). Contudo, os trabalhos sobre os recifes da BTS são escassos:

Hartt (1870); Rathbun (1876); Rathbun (1878) e Araújo (1984) apresentaram

trabalhos qualitativos e, Laborel (1969a) efetuou um levantamento semi-

quantitativo, além disso, estes não refletem mais as condições atuais desses

recifes. Apenas Dutra et al. (2006) apresentam um trabalho quantitativo.

Entretanto este foi restrito ao interior da BTS.

Nesse contexto, o presente trabalho se propôs a verificar diferenças entre os

recifes externos e internos da BTS quanto à estrutura da comunidade

26

macrobentônica recifal, à estrutura da comunidade de coral. De maneira

complementar, para suprir uma limitação do método de vídeo-transector, será

avaliada também a composição da comunidade de coral. Em todos os recifes,

a amostragem foi feita entre três e oito metros de profundidade.

As hipóteses lógicas são:

1ª. Os recifes internos e externos são diferentes quanto à estrutura da

comunidade macrobentônica recifal?

2ª. Os recifes internos e externos são diferentes quanto à estrutura da

comunidade de coral?

3ª. Os recifes internos e externos são diferentes quanto à composição da

comunidade de coral?

Metodologia:

Área de Estudo

Os recifes internos à BTS encontram-se ao longo da costa oeste da cidade de

Salvador, bordejam o sudeste da Ilha dos Frades e de leste a oeste da Ilha de

Maré, prolongando-se ao sul em uma série de bancos recifais entre essas ilhas

e a cidade de Salvador. Os recifes externos encontram-se ao longo da costa

leste da Ilha de Itaparica. O maior deles é o recife em franja de Pinaúnas e a

sudeste, encontra-se o banco recifal de Caramuanas.

Vinte e três estações foram amostradas entre março e dezembro de 2007 na

BTS. Dessas estações oito internas, Pedra Alva, Pedra Cardinal, Pedra de

Mangueira, Pedra do Dentão, Poste 1, Poste 4, Poste 5 e Poste 6, foram as

mesmas utilizadas por Dutra et al. (2006). A estação de Inema, também no

interior da BTS, foi selecionada a parti do trabalho de Laborel (1969a). As

outras quatoze estações foram selecionadas a partir de fotos de satélite.

Dessas, seis foram selecionadas para o interior da BTS e oito nos recifes

externos, que possuem uma menor área recifal: três no banco recifal de

Caramuanas e cinco no recife em franja de Itaparica.

27

Figura 1: Mapa da Baía de Todos os Santos com recifes e estações amostrais.

Aquisição dos dados

Em cada estação uma dupla de mergulhadores com equipamento scuba

registrou seis transectos em vídeo digital. Cada transecto mede 20 m de

comprimento por 0,21 m de largura totalizando uma área de 4,2 m2 por

transecto ou de 25,2 m2 por estação (Cruz et al., 2008). Este método,

conhecido como vídeo-transector, gerou duas matrizes quantitativas que foram

usadas para testar a diferença na estrutura da comunidade macrobêntonica

recifal e de coral. Devido às chances do método não amostrar espécies com

baixa abundância e à limitação na identificação de algumas espécies de

coralito reduzidos (Carleton e Done, 1995), foram anotadas todas as espécies

de corais observadas gerando uma matriz qualitativa. Essas anotações foram

efetuadas durante a execução dos vídeos-transectos. A matriz qualitativa foi

utilizada para testar a diferença na composição da comunidade de coral,

complementando a lacuna da limitação do método quantitativo.

28

Tratamento e Análise das imagens

As imagens foram capturadas em um computador pessoal e arquivadas em

DVD’s. As análises dos vídeos-transecto basearam-se no sorteio de pontos

sobre as imagens. Para essa finalidade foi utilizado um programa de código

fonte livre, VITRA (http://vitra.codigolivre.org.br/). Foram sorteados

aleatoriamente 20 pontos por quadro sobre uma malha de 450 possibilidades.

Em média, cada transecto resultou em 82 quadros analisados. Os resultados

são representados em porcentagem da cobertura de organismos

macrobentônicos e espécies de corais como descrito por Cruz et al. (2008). Os

grupos macrobentônicos identificados foram coral, alga frondosa, alga calcaria

incrustante, alga filamentosa, alga calaria articulada, cianobactéria, esponja,

ouriço, Palythoa caribaeorum (Duchassaing & Michelotti, 1860), Epizoanthus

sp., Carijoa, Zoanthus ssp. e Crinoide. Foram levantados também outros

organismos, dados não identificados e sedimento, embora estes não tenham

sido considerados na análise. Entre os corais foram levantados o complexo

Siderastrea Vaughan e Wells, 1943 (Neves, 2004; Neves et al., 2008)

composto por duas espécies S. stellata Verrill, 1868 e S. radians Pallas, 1766

as quais podem ser identificadas apenas através de uma lupa e as espécies de

corais Montastraea cavernosa Linne, 1766, Mussimilia hispida Verrill, 1868, M.

harttii Verrill, 1868, M. braziliensis Verrill, 1868, Scolymia wellsi Laborel, 1967,

Porites astreoides Lamarck, 1807, P. branneri Rathbun 1887, Agaricia

agaricites Linne, 1758, Madracis decatis Lyman, 1859 e Favia gravida Verrill,

1868 e dos hidrocorais Millepora acicornis Linne, 1758.

Análise dos Dados

Para testar as hipóteses foi utilizada a análise de similaridade não paramétrica

(ANOSIM) unidirecional baseado no índice de similaridade de Bray-Curtis

(Riegl e Luke, 1998; Riegl, 1999; 2001; Claker e Waarwick, 2001; McField et

al., 2001; Khalaf e Kochzius, 2002). O α foi ajustado para a 1ª e 2ª hipótese

pela correção de Bonferroni de 0,05 para 0,025 (Callegari, 2003) porque

utilizaram o memos conjunto de dados. Nos casos em que a hipótese nula é

rejeitada, foram dado prosseguimento as analises utilizando o percentual de

29

similaridade (SIMPER) unidirecional também baseado no índice de similaridade

de Bray-Curtis (Clarke, 1993; Claker e Waarwick, 2001; McField et al., 2001;

Khalaf e Kochzius, 2002). Este procedimento tem como objetivo identificar o

quanto esses grupos são diferentes através do grau de dissimilaridade. Para a

melhor visualização desse padrão e suas diferenças foi utilizada a técnica

multivariada Analise de Escalonamento Multidimensional (Multi-Dimensional

Scaling MDS) utilizando também o índice de similaridade Bray-Curtis (Riegl e

Luke, 1998; Riegl, 1999; 2001; Claker e Waarwick, 2001; McField et al., 2001;

Khalaf e Kochzius, 2002). Todas as análises foram feitas com o programa

estatístico PRIMER 6 Beta.

Resultados:

Os recifes internos da BTS não afloram na maré baixa. Estes chegam a

alcançar os 13 m profundidade. O sedimento perirrecifal é fino. Esponjas são

muito freqüentes. A espécie de coral dominante é Montastraea cavernosa.

Também são muito abundantes a espécie Millepora alcicornis e o complexo

Siderastrea.

Os recifes externos afloram na maré baixa. Alcançam no máximo nove metros

de profundidade. O sedimento perirrecifal é predominantemente areia.

Apresenta grande freqüência de alga calcária, tanto incrustante como

ramificada. As estações do recife de Pinaúnas apresentaram uma cobertura de

coral quase desprezível, diferenciando-se das estações do banco de

Caramuanas. As espécies mais comuns são as do complexo Siderastrea,

Mussismilia hispida, M. braziliensis e Porites branneri.

Os resultados das análises dos vídeo-transectos geraram duas matrizes, uma

para a estrutura da comunidade de grupos organismos macrobentônicos

(Tabela1) e outra para estrtura da comunidade de coral (Tabela 2); a

identificação das espécies em campo uma terceira matriz, a de composição da

comunidade de coral (Tabela 3). O teste ANOSIM apresentou um resultado

significativo para a estrutura e para a composição da comunidade de corais

30

(Tabela 4). Entretanto, nas análises MDS as estações dos recifes externos e

internos não se misturam em nenhum dos três casos (Figura 2, 3 e 4). Os

resultados apenas não foram significativo para a cobertura de organismos

macrobentônicos, o nível de significância (p) foi bem próximo do α (α=0,025 >

p=0,030). Por esse motivo, a interpretação desse resultado teve procedimento,

considerando-a como marginalmente significativa. Esse prosseguimento é

apoiado pela maneira como essas estações se distribuem na análise MDS

correspondente (Figura 2). Portanto, todas as três hipóteses nulas foram

rejeitadas.

31

Tabela 1: Matriz de Cobertura de Grupos de Organismos Macrobentônicos (%).

C

oral

Alg

a F

rond

osa

Alg

a fil

amen

tosa

Cia

noba

ctér

ia

Alg

a ca

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ia

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orum

Epz

oant

hus

sp.

Our

iço

Crin

oide

Neo

spon

goid

e at

lant

ica

6,49 4,39 22,68 0,00 34,91 20,49 0,00 0,00 0,00 0,04 0,00 0,00 Caramuanas Norte

s2 2,83 2,00 7,90 0,00 6,05 5,14 0,00 0,00 0,00 0,09 0,00 0,00

7,42 0,23 13,32 0,00 41,55 29,03 0,01 0,00 0,08 0,00 0,31 0,00 Caramuanas Leste-sueste

s2 5,00 0,43 3,52 0,00 6,75 8,71 0,02 0,00 0,08 0,00 0,52 0,00

10,37 2,10 5,42 0,08 32,24 44,44 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Caramuanas Sul

s2 3,87 1,72 2,36 0,12 3,68 6,38 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

1,12 5,07 54,72 13,22 2,50 16,94 0,28 0,00 0,00 0,08 0,29 0,00 Pinaunas 1 s2 0,89 5,90 15,55 2,32 0,99 7,79 0,22 0,00 0,00 0,20 0,38 0,00

0,32 2,73 55,34 3,92 12,17 18,63 0,52 0,00 0,00 0,04 1,09 0,00 Pinaunas 2 s2 0,47 0,92 9,15 1,94 8,05 12,30 0,91 0,00 0,00 0,06 0,43 0,00

0,47 1,12 54,78 21,10 8,92 7,99 0,06 0,00 0,00 0,11 0,92 0,00 Pinaunas 3 s2 0,60 1,65 5,88 12,28 3,16 9,88 0,08 0,00 0,00 0,27 1,13 0,00

0,43 11,48 57,83 4,23 7,52 3,16 8,00 0,00 0,00 0,02 0,09 0,00 Pinaunas 4 s2 0,53 8,45 5,87 2,42 6,04 4,04 5,00 0,00 0,00 0,06 0,10 0,00

0,21 7,63 64,33 0,12 9,11 0,68 11,01 0,00 0,00 0,02 0,27 0,00 Pinaunas 5 s2 0,28 3,21 2,75 0,25 5,72 1,05 5,02 0,00 0,00 0,05 0,34 0,00

2,35 0,00 5,31 0,00 0,02 0,01 3,82 0,51 82,70 0,00 0,00 0,00 Poste 1 s2 1,19 0,00 1,03 0,00 0,05 0,02 1,24 0,51 2,77 0,00 0,00 0,00

21,02 0,00 49,80 0,29 0,04 0,11 8,75 0,09 0,16 0,00 0,00 0,00 Poste 4 s2 8,22 0,00 6,79 0,53 0,09 0,27 3,26 0,12 0,12 0,00 0,00 0,00

4,61 0,01 27,29 0,47 0,84 0,56 8,36 15,92 1,38 0,00 0,00 16,19 Poste 5 s2 2,29 0,03 4,25 0,69 0,30 0,69 1,27 11,15 3,12 0,00 0,00 8,60

19,24 0,00 50,05 0,51 0,00 0,00 9,68 0,12 0,38 0,02 0,00 8,29 Poste 6 s2 4,25 0,00 4,25 0,45 0,00 0,00 1,09 0,19 0,47 0,05 0,00 5,01

27,02 0,00 52,45 1,42 0,12 0,00 6,55 0,00 5,03 0,00 0,00 0,02 Pedra Cardinal

s2 5,38 0,00 5,35 0,82 0,09 0,00 1,56 0,00 1,76 0,00 0,00 0,05

13,11 0,00 55,88 1,31 0,01 0,00 9,96 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 Pedra Alva DP 5,76 0,00 10,00 0,90 0,03 0,00 4,93 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03

8,39 0,00 54,34 0,85 0,00 0,02 7,56 0,00 0,01 0,00 0,00 1,07 Pedra da Mangueira

s2 4,09 0,00 17,31 0,97 0,00 0,06 2,98 0,00 0,03 0,00 0,00 1,66

0,72 0,00 8,99 0,17 0,01 0,00 7,53 9,51 67,52 0,00 0,00 0,32 Pedra do Dentão

s2 0,38 0,00 2,29 0,26 0,02 0,00 2,05 3,03 8,15 0,00 0,00 0,55

0,87 43,06 45,46 0,33 2,43 0,02 1,29 0,30 0,00 0,00 0,00 0,00 Ilha dos Frades Leste

s2 0,94 8,93 4,43 0,67 1,44 0,05 0,62 0,67 0,00 0,00 0,00 0,00

13,23 3,54 13,38 1,06 0,06 41,90 5,68 0,00 0,00 0,00 0,00 0,09 Ilha dos Frades Sul

s2 2,74 1,75 3,07 0,72 0,12 6,51 2,71 0,00 0,00 0,00 0,00 0,15

3,33 8,93 30,93 0,14 0,19 0,75 7,24 0,42 0,00 0,00 0,00 0,00 Ilha de Maré s2 2,11 12,27 9,16 0,17 0,29 0,83 1,83 0,95 0,00 0,00 0,00 0,00

6,90 0,00 34,54 21,51 0,64 10,94 6,95 13,07 0,38 0,13 0,00 0,00 Boa Viagem s2 5,07 0,00 14,57 18,29 0,39 4,22 4,51 10,88 0,89 0,25 0,00 0,00

4,87 0,00 39,97 0,53 0,01 0,00 25,06 0,00 0,00 0,31 0,00 2,57 Peri-Peri s2 2,70 0,00 5,08 0,23 0,02 0,00 4,61 0,00 0,00 0,77 0,00 2,04

1,79 0,00 19,83 0,57 0,31 0,00 20,18 0,04 4,99 0,28 0,00 13,73 Tubarão s2 1,34 0,00 3,96 0,68 0,27 0,00 3,80 0,11 2,09 0,22 0,00 2,39

4,99 25,37 13,85 0,29 0,11 21,61 2,50 0,00 1,13 0,02 0,00 0,00 Inema

s2 2,35 9,53 9,12 0,18 0,16 6,37 1,65 0,00 2,36 0,05 0,00 0,00

32

Tabela 2: Matriz de Abundância de Corais (Cobertura superficial em %).

M

adra

cis

deca

tis

Aga

ricia

ag

aric

ites

Sid

eras

trea

sp

p.

Por

ites

astr

eoid

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P. b

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F. g

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raea

ca

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Mus

sism

ilia

braz

ilien

sis

M h

artti

i

M. h

ispi

da

Sco

lym

ia w

ells

i

Mill

epor

a al

cico

rnis

0,00 0,00 0,71 0,01 0,05 0,00 1,83 0,14 0,05 2,46 0,00 1,23 Caramuanas Norte

DP 0,00 0,00 0,44 0,02 0,10 0,00 1,44 0,35 0,12 1,41 0,00 1,94

0,00 0,05 1,77 0,03 0,07 0,00 1,31 0,17 0,28 3,19 0,00 0,56 Caramuanas Leste-sueste

DP 0,00 0,13 2,67 0,05 0,13 0,00 2,32 0,30 0,34 2,58 0,00 0,63

0,00 0,21 9,38 0,12 0,10 0,03 0,13 0,13 0,18 0,09 0,00 0,00 Caramuanas Sul

DP 0,00 0,21 3,94 0,27 0,14 0,04 0,21 0,24 0,26 0,11 0,00 0,00

0,00 0,00 0,38 0,00 0,01 0,00 0,50 0,11 0,00 0,13 0,00 0,00 Pinaunas 1 DP 0,00 0,00 0,33 0,00 0,03 0,00 0,93 0,27 0,00 0,15 0,00 0,00

0,00 0,00 0,13 0,00 0,01 0,00 0,00 0,18 0,00 0,00 0,00 0,00 Pinaunas 2 DP 0,00 0,00 0,27 0,00 0,03 0,00 0,00 0,40 0,00 0,00 0,00 0,00

0,00 0,00 0,03 0,00 0,17 0,00 0,00 0,18 0,00 0,08 0,00 0,00 Pinaunas 3 DP 0,00 0,00 0,05 0,00 0,21 0,00 0,00 0,41 0,00 0,10 0,00 0,00

0,00 0,00 0,01 0,00 0,07 0,00 0,00 0,05 0,00 0,31 0,00 0,00 Pinaunas 4 DP 0,00 0,00 0,03 0,00 0,11 0,00 0,00 0,11 0,00 0,56 0,00 0,00

0,00 0,00 0,05 0,00 0,02 0,00 0,00 0,09 0,00 0,05 0,00 0,00 Pinaunas 5 DP 0,00 0,00 0,11 0,00 0,06 0,00 0,00 0,20 0,00 0,11 0,00 0,00

0,00 0,00 0,03 0,00 0,00 0,00 1,45 0,00 0,00 0,00 0,00 0,87 Poste 1 DP 0,00 0,00 0,06 0,00 0,00 0,00 0,62 0,00 0,00 0,00 0,00 1,05

0,04 0,00 1,52 0,01 0,00 0,00 18,32 0,00 0,00 0,92 0,21 0,00 Poste 4 DP 0,09 0,00 0,66 0,02 0,00 0,00 7,66 0,00 0,00 0,66 0,12 0,00

0,00 0,00 0,41 0,00 0,00 0,01 2,74 0,00 0,00 0,26 0,01 1,17 Poste 5 DP 0,00 0,00 0,34 0,00 0,00 0,03 1,61 0,00 0,00 0,17 0,03 1,05

0,00 0,02 1,30 0,00 0,00 0,02 16,03 0,00 0,00 0,59 0,03 1,24 Poste 6 DP 0,00 0,05 0,33 0,00 0,00 0,05 4,02 0,00 0,00 0,29 0,05 1,62

0,10 0,03 2,40 0,00 0,00 0,00 21,67 0,00 0,02 2,34 0,17 0,28 Pedra Cardinal

DP 0,14 0,08 1,17 0,00 0,00 0,00 5,43 0,00 0,05 1,41 0,07 0,32

0,00 0,00 0,12 0,00 0,00 0,00 12,94 0,00 0,00 0,01 0,04 0,00 Pedra Alva DP 0,00 0,00 0,13 0,00 0,00 0,00 5,59 0,00 0,00 0,03 0,06 0,00

0,08 0,00 1,02 0,00 0,00 0,00 6,20 0,00 0,00 0,96 0,13 0,00 Pedra da Mangueira

DP 0,15 0,00 0,49 0,00 0,00 0,00 4,80 0,00 0,00 0,69 0,17 0,00

0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,66 0,00 0,00 0,01 0,00 0,05 Pedra do Dentão

DP 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,44 0,00 0,00 0,02 0,00 0,10

0,00 0,00 0,17 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,70 Ilha dos Frades Leste

DP 0,00 0,00 0,07 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,97

0,03 0,06 1,50 0,03 0,00 0,00 11,19 0,00 0,00 0,16 0,04 0,22 Ilha dos Frades Sul

DP 0,08 0,12 0,25 0,08 0,00 0,00 2,58 0,00 0,00 0,07 0,05 0,34

0,00 0,12 0,76 0,00 0,00 0,02 1,68 0,00 0,00 0,16 0,00 0,58 Ilha de Maré DP 0,00 0,29 0,40 0,00 0,00 0,03 1,41 0,00 0,00 0,22 0,00 0,66

0,00 0,00 0,45 0,00 0,03 0,05 6,11 0,00 0,00 0,08 0,00 0,19 Boa Viagem DP 0,00 0,00 0,38 0,00 0,07 0,08 5,02 0,00 0,00 0,14 0,00 0,47

0,00 0,00 0,35 0,00 0,00 0,00 3,91 0,00 0,00 0,24 0,00 0,37 Peri-Peri DP 0,00 0,00 0,20 0,00 0,00 0,00 1,90 0,00 0,00 0,38 0,00 0,70

0,00 0,03 0,36 0,00 0,00 0,00 0,30 0,00 0,00 0,40 0,00 0,70 Tubarão DP 0,00 0,05 0,29 0,00 0,00 0,00 0,25 0,00 0,00 0,39 0,00 1,06

0,00 0,00 0,18 0,00 0,00 0,00 4,21 0,00 0,00 0,05 0,02 0,52 Inema

DP 0,00 0,00 0,32 0,00 0,00 0,00 2,43 0,00 0,00 0,12 0,05 0,61

33

Tabela 3: Matriz de Composição da Comunidade (presença e ausência). Desca-se em negrito as espécies que ocorreram com exclusividade nos recifes externos ou internos.

Ste

phan

ocoe

nia

mic

helin

i

Mad

raci

s de

catis

Aga

ricia

ag

aric

ites

Com

plex

o S

ider

astr

ea

Por

ites

as

treo

ides

P. b

rann

eri

Fav

ia g

ravi

da

Mon

tast

raea

ca

vern

osa

Mus

sism

ilia

braz

ilien

sis

M. h

artti

i

M. h

ispi

da

Sco

lym

ia w

ells

i

Mea

ndrin

a

braz

ilien

sis

Phy

llang

ia

amer

ican

a

Mill

epor

a al

cico

rnis

Sty

last

er r

oseu

s

Caramuanas Norte

1 1 1 1 1 1 1 1 1

Caramuanas Leste-sueste

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Caramuanas Sul

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Pinaúnas 1 1 1 1 1 1 1 1

Pinaúnas 2 1 1 1

Pinaúnas 3 1 1 1 1 1 1 1

Pinaúnas 4 1 1 1 1

Rec

ifes

Ext

erno

s

Pinaúnas 5 1 1 1 1

Poste 1 1 1 1 1 1 1 1

Poste 4 1 1 1 1 1 1 1 1

Poste 5 1 1 1 1 1 1 1 1

Poste 6 1 1 1 1 1 1 1 1

Pedra Cardinal

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Pedra Alva 1 1 1 1 1 1

Pedra da Mangueira

1 1 1 1 1 1 1

Pedra do Dentão

1 1 1 1 1 1

Ilha dos Frades Leste

1 1 1 1

Ilha dos Frades Sul

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Ilha de Maré 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Boa Viagem 1 1 1 1 1 1 1 1

Peri-Peri 1 1 1 1 1 1

Tubarão 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Rec

ifes

Inte

rnos

Inema 1 1 1 1 1 1 1

Tabela 4: Resultado do ANOSIM.

R Global p

Estrutura da comunidade de Grupos de Organismos 0,196 0,030

Estrutura da Comunidade de Corais 0,561 0,001

Composição da Comunidade Corais 0,799 0,001

34

Figura 2: Gráfico MDS para estrutura da comunidade macrobentônica.

Figura 3: Gráfico MDS para estrutura da comunidade de coral.

Estrutura de Comunidade de CoralLegenda

ExternoInterno

Cara. N.

Cara. LSL

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P.Cardinal

P. Alva P. Mangueira

P. DentãoI. Frades L.

I. Frades S.

I. Maré

Boa Viagem Peri-Peri

Tubarão

Inema

Stress: 0,1

Estrutura de Comunidade de CoralLegenda

ExternoInterno

Cara. N.

Cara. LSL

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P.Cardinal

P. Alva P. Mangueira

P. DentãoI. Frades L.

I. Frades S.

I. Maré

Boa Viagem Peri-Peri

Tubarão

Inema

Stress: 0,1

Legenda Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3 Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6 P. Cardinal

P. Alva

P. Mangueira

P. Dentão

I. Frades L.

I. Frades S.

I.Mar é

Boa Viagem

Peri - Peri

Tubarão

Inema

Stress: 0,1

Estrutura da Comunidade Macrobentônica Legenda

Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3 Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6 P. Cardinal

P. Alva

P. Mangueira

P. Dentão

I. Frades L.

I. Frades S.

I.Mar é

Boa Viagem

Peri - Peri

Tubarão

Inema

Stress: 0,1

35

Figura 4: Gráfico MDS para composição da comunidade de coral.

Estrutura da comunidade macrobentônica:

Os recifes externos assemelharam-se de acordo com a análise SIMPER em

55,5% devido à distribuição e abundância de algas filamentosas, algas

calcárias incrustantes e algas calcárias articuladas (Tabela 3). A semelhança

de 46,3% entre os recifes internos foi caracterizada igualmente pela

distribuição e abundância de algas filamentosas, mas também pela de

esponjas e coral (Tabela 4). As diferenças entre esses dois grupos foram

marcadas pelas abundância e distribuição de algas filamentosas, algas

coralináceas, algas calcarias articuladas, Epizoanthus, esponjas, algas

frondosas, corais e cianobactérias (Tabela 5).

Tabela 5: Similaridade dos recifes externos em relação aos organismos macrobentônicos. Grupo Externo Média similaridade: 55,52

Classes X. Abund X. Sim Sim/DP Contrib% Acum.% Alga Filamentosa 41,04 29,68 1,320 53,47 53,47

Alga calcária incrustante 18,60 10,66 1,120 19,20 72,66 Algas calcárias articuladas 17,66 9,790 1,100 17,63 90,29

Composição da Comunidade de CoralLegenda

ExternoInternoCara. N.

Cara. LSLCara. S.

Pinaunas 1

Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6P. Cardinal

P. Alva

P. Mangueira

P. Dentão

I. Frades L.

I. Frades S.

I. Maré

Boa Viagem

Peri-Peri

Tubarão

Inema

Stress: 0,09

Composição da Comunidade de CoralLegenda

ExternoInternoCara. N.

Cara. LSLCara. S.

Pinaunas 1

Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6P. Cardinal

P. Alva

P. Mangueira

P. Dentão

I. Frades L.

I. Frades S.

I. Maré

Boa Viagem

Peri-Peri

Tubarão

Inema

Stress: 0,09

36

Tabela 6: Similaridade dos recifes internos em relação aos organismos macrobentônicos. Grupo Interno Média similaridade: 46,30

Classes X. Abund X. Sim Sim/DP Contrib% Acum.% Alga Filamentosa 33,57 29,72 1,640 64,18 64,18

Esponja 8,800 7,510 1,630 16,21 80,39 Coral 8,860 5,480 1,100 11,84 92,23

Tabela 7: Dissimilaridades entre os recifes externos e internos em relação aos organismos macrobentônicos. Grupos Externo e Interno Média dissimilaridade = 59,99

X. Abund Classes Grupo

Externo Grupo Interno

X. Diss

Diss/DP Contrib% Acum.%

Alga filamentosa 41,04 33,57 13,68 1,420 22,80 22,80 Alga calcária incrustante 18,60 0,330 10,76 1,260 17,93 40,73 Alga calcária articulada 17,66 5,000 10,11 1,290 16,85 57,58

Epizoanthus 0,010 10,93 5,880 0,440 9,810 67,39 Esponja 2,500 8,80 4,590 1,190 7,650 75,04

Alga frondosa 4,410 5,410 4,460 0,820 7,440 82,48 Coral 3,380 8,860 4,360 1,160 7,270 89,75

Cianobacteria 5,330 1,860 3,410 0,810 5,690 95,44

Figura 5: Gráfico da abundância de alga filamento sobre a distribuição do MDS para estrutura da comunidade macrobentônica.

Cobertura de Alga Filamentosa Legenda

7

28

49

70

Stress: 0,1 Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3 Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva

P. Mangueira

P. Dentão

I. Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa Viagem

Peri - Peri

Tubarão

Inema

Cobertura de Alga Filamentosa Legenda%

7%

28

49

70

Stress: 0,1 Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3 Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva

P. Mangueira

P. Dentão

I. Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa Viagem

Peri - Peri

Tubarão

Inema

37

Figura 6: Gráfico da abundância de alga calcaria incrustante sobre a distribuição do MDS para estrutura da comunidade macrobentônica.

Figura 7: Gráfico da abundância de alga calcaria articulada sobre a distribuição do MDS para estrutura da comunidade macrobentônica.

Cobertura de Alga Calc á ria Incrustante Legenda

5

20

35

50

Stress: 0,1 Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3 Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva

P. Mangueira

P. Dentão

I. Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa Viagem

Peri - Peri

Tubarão

Inema

Cobertura de Alga Calc á ria Incrustante Legenda%

5

20

35

50

Stress: 0,1 Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3 Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva

P. Mangueira

P. Dentão

I. Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa Viagem

Peri - Peri

Tubarão

Inema

Cobertura de Alga Calc á ria Articulada Legenda

5

20

35

50

Stress: 0,1Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3 Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva

P. Mangueira

P. Dentão

I. Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa Viagem

Peri - Peri

Tubarão

Inema

Cobertura de Alga Calc á ria Articulada Legenda%

5

20

35

50

Stress: 0,1Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3 Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva

P. Mangueira

P. Dentão

I. Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa Viagem

Peri - Peri

Tubarão

Inema

Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3 Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva

P. Mangueira

P. Dentão

I. Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa Viagem

Peri - Peri

Tubarão

Inema

38

Figura 8: Gráfico da abundância de esponja sobre a distribuição do MDS para estrutura da comunidade macrobentônica.

Figura 9: Gráfico da abundância de Epizoanthus sp. sobre a distribuição do MDS para estrutura da comunidade macrobentônica.

Cobertura de Esponja Legenda

3

12

21

30

Stress: 0,1 Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3 Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva

P. Mangueira

P. Dentão

I. Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa Viagem

Peri - Peri

Tubarão

Inema

Cobertura de Esponja Legenda%

3

12

21

30

Stress: 0,1 Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3 Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva

P. Mangueira

P. Dentão

I. Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa Viagem

Peri - Peri

Tubarão

Inema

Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3 Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva

P. Mangueira

P. Dentão

I. Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa Viagem

Peri - Peri

Tubarão

Inema

Cobertura de Epizoanthus sp . Legenda

9

36

63

90

Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3 Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva

P. Mangueira

P. Dentão

I. Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa Viagem

Peri - Peri

Tubarão

Inema

Cobertura de Epizoanthus sp . Legenda%

9

36

63

90

Stress: 0,1Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3 Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva

P. Mangueira

P. Dentão

I. Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa Viagem

Peri - Peri

Tubarão

Inema

Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3 Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva

P. Mangueira

P. Dentão

I. Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa Viagem

Peri - Peri

Tubarão

Inema

39

Figura 10: Gráfico da cobertura de coral sobre a distribuição do MDS para estrutura da comunidade macrobentônica.

Estrutura da comunidade de corais:

A análise SIMPER demonstrou pouca semelhança entre os recifes externos,

apenas 22%. Ela foi caracterizada pela distribuição e abundância de

Mussismilia braziliensis, Sideratrea ssp., M. hispida e Porites branneri (Tabela

8). Os recifes internos apresentaram uma semelhança de 40% com base na

abundância e distribuição de M. cavernosa, Millepora alcicornis e Sideratrea

ssp. (Tabela 9). Os recifes externos e internos diferenciaram-se em 84% devido

a diferença nas abundâncias e distribuição das espécies M. cavernosa,

Sideratrea ssp., M. alcicornis e M. híspida (Tabela 10).

Tabela 8: Similaridade dos recifes externos em relação à complexidade da comunidade de coral. Grupo Externo Média similaridade: 23,68

Espécies X. Abund X. Sim Sim/DP Contrib% Acum.% Mussismilia braziliensis 0,130 8,190 0,760 34,60 34,60

Siderastrea spp. 1,580 5,690 0,980 24,03 58,62 Mussismilia hispida 0,780 5,410 0,690 22,85 81,47

Porites branneri 0,060 2,200 0,700 9,290 90,77

Cobertura de Coral Legenda

3

12

21

30

Stress: 0,1 Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3 Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva

P. Mangueira

P. Dentão

I. Frades L.

I. Frades S:

I. Mar é

Boa Viagem

Peri - Peri

Tubarão

Inema

Cobertura de Coral Legenda%

3

12

21

30

Stress: 0,1 Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3 Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva

P. Mangueira

P. Dentão

I. Frades L.

I. Frades S:

I. Mar é

Boa Viagem

Peri - Peri

Tubarão

Inema

40

Tabela 9: Similaridade dos recifes internos em relação à complexidade da comunidade de coral. Grupo Interno Média similaridade: 40,86

Espécies X. Abund X. Sim Sim/DP Contrib% Acum.% Montastraea cavernosa 7,190 30,57 1,260 74,81 74,81

Millepora alcicornis 0,440 5,140 0,570 12,58 87,40 Siderastrea spp. 0,710 3,710 1,080 9,080 96,48

Tabela 10: Dissimilaridades os recifes externos e internos em relação à complexidade da comunidade de coral. Grupos Externo e Interno Média dissimilaridade = 84,57

X. Abund Espécies Grupo

Externo Grupo Interno

X. Diss

Diss/DP Contrib% Acum.%

Montastraea cavernosa 0,480 7,190 49,78 1,700 58,85 58,85 Siderastrea spp. 1,580 0,710 13,00 0,740 15,37 74,22

Millepora alcicornis 0,230 0,440 8,960 0,700 10,59 84,82 Mussismilia hispida 0,780 0,420 8,050 0,850 9,520 94,34

Figura 11: Gráfico da abundância de Montastraea cavernosa sobre a distribuição do MDS para estrutura da comunidade de coral.

Cobertura de Montastraea cavernosa Legenda

3

12

21

30

Stress: 0,1 Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva P. Mangueira

P. Dentão I Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa ViagemPeri - Peri

Tubarão

Inema

Cobertura de Montastraea cavernosa Legenda %

3

12

21

30

Stress: 0,1 Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva P. Mangueira

P. Dentão I Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa ViagemPeri - Peri

Tubarão

Inema

Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva P. Mangueira

P. Dentão I Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa ViagemPeri - Peri

Tubarão

Inema

41

Figura 12: Gráfico da abundância de Complexo Siderastres sobre a distribuição do MDS para estrutura da comunidade de coral.

Figura 13: Gráfico da abundância de Millepora alcicornis sobre a distribuição do MDS para estrutura da comunidade de coral.

Cobertura do Complexo Siderastrea Legenda

1

4

7

10

Stress: 0,1 Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva P. Mangueira

P. Dentão I Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa ViagemPeri - Peri

Tubarão

Inema

Cobertura do Complexo Siderastrea Legenda %

1

4

7

10

Stress: 0,1 Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva P. Mangueira

P. Dentão I Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa ViagemPeri - Peri

Tubarão

Inema

Cobertura do Millepora alcicornis Legenda

0,2

0,8

1,4

2

Stress: 0,1 Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva P. Mangueira

P. DentãoI Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa ViagemPeri - Peri

Tubarão

Inema

Cobertura do Millepora alcicornis Legenda %

0,2

0,8

1,4

2

Stress: 0,1 Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva P. Mangueira

P. DentãoI Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa ViagemPeri - Peri

Tubarão

Inema

Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva P. Mangueira

P. DentãoI Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa ViagemPeri - Peri

Tubarão

Inema

42

Figura 14: Gráfico da abundância de Porites astreoides sobre a distribuição do MDS para estrutura da comunidade de coral.

Figura 15: Gráfico da abundância de Mussismilia harttii sobre a distribuição do MDS para estrutura da comunidade de coral.

Cobertura de Porites astreoides Legenda

>0

0,08

0,14

0,2

Stress: 0,1 Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva P. Mangueira

P. Dentão I Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa ViagemPeri - Peri

Tubarão

Inema

Cobertura de Porites astreoides Legenda %

>0

0,08

0,14

0,2

Stress: 0,1 Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva P. Mangueira

P. Dentão I Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa ViagemPeri - Peri

Tubarão

Inema

Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva P. Mangueira

P. Dentão I Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa ViagemPeri - Peri

Tubarão

Inema

Cobertura de Mussismilia harttii Legenda

>0

0,12

0,21

0,3

Stress: 0,1 Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva P. Mangueira

P. DentãoI Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa ViagemPeri - Peri

Tubarão

Inema

Cobertura de Mussismilia harttii Legenda %

>0

0,12

0,21

0,3

Stress: 0,1 Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva P. Mangueira

P. DentãoI Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa ViagemPeri - Peri

Tubarão

Inema

Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva P. Mangueira

P. DentãoI Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa ViagemPeri - Peri

Tubarão

Inema

43

Figura 16: Gráfico da abundância de Agaricia agaricites sobre a distribuição do MDS para estrutura da comunidade de coral.

Figura 17: Gráfico da abundância de Mussismilia braziliensis sobre a distribuição do MDS para estrutura da comunidade de coral.

Cobertura de Agaricia agaricites Legenda

>0

0,12

0,21

0,3

Stress: 0,1Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL.

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva P. Mangueira

P. DentãoI. Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa Viagem Peri - Peri

Tubarão

Inema

Cobertura de Agaricia agaricites Legenda %

>0

0,12

0,21

0,3

Stress: 0,1Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL.

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva P. Mangueira

P. DentãoI. Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa Viagem Peri - Peri

Tubarão

Inema

Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL.

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva P. Mangueira

P. DentãoI. Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa Viagem Peri - Peri

Tubarão

Inema

Cobertura de Mussismilia braziliensis Legenda

>0

0,08

0,14

0,2

Stress: 0,1Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL.

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva P. Mangueira

P. DentãoI. Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa Viagem Peri - Peri

Tubarão

Inema

Cobertura de Mussismilia braziliensis Legenda %

>0

0,08

0,14

0,2

Stress: 0,1Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL.

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva P. Mangueira

P. DentãoI. Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa Viagem Peri - Peri

Tubarão

Inema

Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL.

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva P. Mangueira

P. DentãoI. Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa Viagem Peri - Peri

Tubarão

Inema

44

Figura 18: Gráfico da abundância de Porites branneri sobre a distribuição do MDS para estrutura da comunidade de coral.

Figura 19: Gráfico da abundância de Scolymia wellsi sobre a distribuição do MDS para estrutura da comunidade de coral.

Cobertura de Porites branneri Legenda

>0

0,08

0,14

0,2

Stress: 0,1Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL.

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva P. Mangueira

P. DentãoI. Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa Viagem Peri - Peri

Tubarão

Inema

Cobertura de Porites branneri Legenda %

>0

0,08

0,14

0,2

Stress: 0,1Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL.

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva P. Mangueira

P. DentãoI. Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa Viagem Peri - Peri

Tubarão

Inema

Cobertura de Scolymia wellsi Legenda

>0

0,12

0,21

0,3

Stress: 0,1 Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL.

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva P. Mangueira

P. Dentão I. Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa Viagem Peri - Peri

Tubarão

Inema

Cobertura de Scolymia wellsi Legenda %

>0

0,12

0,21

0,3

Stress: 0,1 Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL.

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva P. Mangueira

P. Dentão I. Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa Viagem Peri - Peri

Tubarão

Inema

Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL.

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva P. Mangueira

P. Dentão I. Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa Viagem Peri - Peri

Tubarão

Inema

45

Figura 20: Gráfico da abundância de Madracis decatis sobre a distribuição do MDS para estrutura da comunidade de coral.

Composição da comunidade de corais:

De acordo com a análise SIMPER, os recifes externos assemelharam-se em

72% com base na ocorrência de Sideratrea ssp., Mussimilia braziliensis, P.

branneri e M. hispida (Tabela 11). Os recifes internos se assemelharam em

72% de acordo com as espécies Sideratrea ssp., M. cavernosa, M. hispida, e

M. alcicornis e Scolymia wellsi (Tabela 12). Esses dois grupos se distinguem

em 55% pela maneira como se distribuem as espécies M. braziliensis, P.

branneri, S. wellsi, Stephanocoenia. Michelini (Milne Edwards e Haime, 1795),

M. alcicornis, M. harttii, A. agaricites, M. cavernosa, F. gravida, P. astreoides e

Madracis decatis (Tabela 13).

Tabela 9: Similaridade dos recifes externos em relação à composição da comunidade de coral. Grupo Externo Média similaridade: 72,16

Espécies X. Abund X. Sim Sim/DP Contrib% Acum.% Siderastrea spp. 1,000 15,61 3,020 21,63 21,63

Mussismilia braziliensis 1,000 15,61 3,020 21,63 43,26 Porites branneri 1,000 15,61 3,020 21,63 64,89

Mussismilia hispida 0,880 10,52 1,500 14,58 79,47 Montastraea cavernosa 0,630 4,030 0,720 5,580 85,05

Agaricia agaricites 0,630 4,030 0,720 5,580 90,64

Cobertura de Madracis decatis Legenda

>0

0,08

0,14

0,2

Stress: 0,1 Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL.

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva P. Mangueira

P. Dentão I. Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa Viagem Peri - Peri

Tubarão

Inema

Cobertura de Madracis decatis Legenda %

>0

0,08

0,14

0,2

Stress: 0,1 Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL.

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva P. Mangueira

P. Dentão I. Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa Viagem Peri - Peri

Tubarão

Inema

Externo Interno

Cara. N.

Cara. LSL.

Cara. S.

Pinaunas 1 Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5

Poste 1

Poste 4

Poste 5

Poste 6

P. Cardinal

P. Alva P. Mangueira

P. Dentão I. Frades L.

I. Frades S.

I. Mar é

Boa Viagem Peri - Peri

Tubarão

Inema

46

Tabela 10: Similaridade dos recifes internos em relação à composição da comunidade de coral. Grupo Interno Média similaridade: 72,69

Espécies X. Abund X. Sim Sim/DP Contrib% Acum.% Siderastrea spp. 1,000 13,99 6,150 18,54 18,54

Montastraea cavernosa 1,000 13,99 6,150 18,54 37,08 Mussismilia hispida 0,930 11,22 2,380 15,89 52,48 Millepora alcicornis 0,870 9,800 1,520 13,48 65,96

Scolymia wellsi 0,870 9,620 1,630 13,24 79,20 Stephanocoenia michelini 0,730 6,720 1,020 9,250 88,45

Favia gravida 0,470 2,400 0,490 3,30 91,75

Tabela 11: Dissimilaridades os recifes externos e internos em relação à composição da comunidade de coral. Grupos Externo e Interno Média dissimilaridade = 55,56

X. Abund Espécies Grupo

Externo Grupo Interno

X. Diss Diss/DP Contrib% Acum.%

Mussismilia braziliensis 1,000 00,00 7,270 3,860 13,08 13,08 Porites branneri 1,000 0,070 6,810 2,620 12,25 25,33 Scolymia wellsi 00,00 0,870 6,150 2,130 11,07 36,40

Stephanocoenia michelini 00,00 0,730 5,180 1,510 9,320 45,72 Millepora alcicornis 0,380 0,870 4,710 1,130 8,470 54,19 Mussismilia harttii 0,630 0,130 3,780 1,160 6,810 61,00 Agaricia agaricites 0,630 0,40 3,640 1,020 6,540 67,54

Montastraea cavernosa 0,630 1,000 3,420 0,750 6,150 73,69 Favia gravida 0,250 0,470 3,320 0,930 5,970 79,66

Porites astreoides 0,380 0,400 3,310 0,890 5,950 85,61 Madracis decatis 00,00 0,400 2,810 0,780 5,060 90,67

47

Figura 21: Gráfico da distribuição de Porites branneri sobre a distribuição do MDS para composição da comunidade de coral.

Figura 22: Gráfico da distribuição de Mussismilia harttii sobre a distribuição do MDS para composição da comunidade de coral.

Ocorrência de Porites branneri

Stress: 0,09

LegendaExternoInterno

Cara. N.

Cara. LSL. Cara. S.

Pinaunas 1

Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5Poste 1

Poste 4Poste 5

Poste 6P. Cardinal

P. Alva

P. Mangueira

P. Dentão

I. Frades L.

I. Frades S.

I. Maré Boa Viagem

Peri-Peri

Tubarão

Inema

Ocorrência de Porites branneri

Stress: 0,09

LegendaExternoInterno

Cara. N.

Cara. LSL. Cara. S.

Pinaunas 1

Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5Poste 1

Poste 4Poste 5

Poste 6P. Cardinal

P. Alva

P. Mangueira

P. Dentão

I. Frades L.

I. Frades S.

I. Maré Boa Viagem

Peri-Peri

Tubarão

Inema

LegendaExternoInterno

LegendaExternoInterno

Cara. N.

Cara. LSL. Cara. S.

Pinaunas 1

Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5Poste 1

Poste 4Poste 5

Poste 6P. Cardinal

P. Alva

P. Mangueira

P. Dentão

I. Frades L.

I. Frades S.

I. Maré Boa Viagem

Peri-Peri

Tubarão

Inema

Ocorrência de Mussismilia harttii

Stress: 0,09

LegendaExternoInterno

Cara. N.

Cara. LSL. Cara. S.

Pinaunas 1

Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5Poste 1

Poste 4Poste 5

Poste 6P. Cardinal

P. Alva

P. Mangueira

P. Dentão

I. Frades L.

I. Frades S.

I. Maré Boa Viagem

Peri-Peri

Tubarão

Inema

Ocorrência de Mussismilia harttii

Stress: 0,09

LegendaExternoInterno

Cara. N.

Cara. LSL. Cara. S.

Pinaunas 1

Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5Poste 1

Poste 4Poste 5

Poste 6P. Cardinal

P. Alva

P. Mangueira

P. Dentão

I. Frades L.

I. Frades S.

I. Maré Boa Viagem

Peri-Peri

Tubarão

Inema

LegendaExternoInterno

LegendaExternoInterno

Cara. N.

Cara. LSL. Cara. S.

Pinaunas 1

Pinaunas 2

Pinaunas 3

Pinaunas 4

Pinaunas 5Poste 1

Poste 4Poste 5

Poste 6P. Cardinal

P. Alva

P. Mangueira

P. Dentão

I. Frades L.

I. Frades S.

I. Maré Boa Viagem

Peri-Peri

Tubarão

Inema

48

Discussão:

Estrutura da comunidade macrobentônica:

Os resultados da análise SIMPER para a cobertura de grupos de organismos

apontam que a alga filamentos contribuiu com 53,5% da similaridade dos

recifes externos (Tabela 5) e com 64,2% dos recifes internos (Tabela 6). Essa

mesma alga foi responsável por 22,8% de diferença entre esses dois grupos

(Tabela 7). Nos recifes externos sua média foi de 41% de cobertura enquanto

que nos recifes internos 33,6% (Tabela 7). Entretanto, as estações do banco de

Caramuanas possuem uma abundância dessa alga menor que a média dos

recifes internos. Dentre eles a estação de Caramuanas de Norte apresenta a

maior abundância de alga filamentosa, com uma cobertura de 23% (Figura 3).

Essa média de 41% de cobertura de alga filamentosa deve-se aos altos valores

das estações do recife de Pinaúnas e não corresponde a todos os recifes

externos. Dessa forma, a despeito do resultado obtido com a análise SIMPER,

essa alga não representa um bom critério a separar os recifes externos dos

internos.

Contudo, a cobertura de alga calcária incrustante mostrou-se como uma

característica praticamente restrita ao grupo externo (Figura 6). Isso resulta do

alto grau de resistência desses organismos à ação das ondas, que

normalmente caracterizam os ambientes de alta energia hidrodinâmica como

zonas de arrebentação (Hubbard, 1997). A alga calcária articulada também foi

mais freqüente no grupo externo, apesar de estarem bem representadas em

três recifes internos: Boa Viagem, Inema e Ilha dos Frades Sul. A abundância

dessas algas nessas estações explica suas proximidade com as estações de

Caramuanas no MDS (Figura 7). Esses dois grupos de algas foram

responsáveis por 17,9% e 16,8% da diferença entre os recifes internos e

externos (Tabela 7).

Por sua vez, nos recifes internos as esponjas foram mais abundantes. Esses

organismos apresentassem uma grande cobertura nas estações Pinaúnas 4 e

5, porém, nas demais estações sua abundância foi menor que 1% (Figura 8).

49

As esponjas foram responsáveis por 7,6% da diferença entre os grupos (Tabela

7). Uma grande quantidade desses organismos também pode indicar

eutrofização (Grigg, 1995). Epizoanthus sp. foi muito representativo em apenas

duas estações internas, as mais distantes de todas no MDS: Poste 1 e Pedra

do Dentão (Figura 9). A Cobertura de Coral foi responsável por 7,2% da

diferença entre os dois grupos, que variou de 0,2% a 10,4% para os recifes

externos e de 0,7% a 26,9% nos recifes internos (Figura 10).

Estrutura da comunidade de corais:

Na análise SIMPER observou-se uma baixa similaridade entre as estações dos

recifes externos, 23,6% apenas. Isso pode ser explicado pela semelhança das

estações Pinaúnas 1, Caramuanas Norte e Caramuanas Leste-Sueste quanto

a abundância de M. cavernosa e Siderastrea spp. (Figura 11 e 12). Além disso,

Caramunas de Norte e Caramuanas Leste-Sueste também possuem uma

abundância de M. alcicornis similar (Figura 13). A estação Caramuanas de Sul

distou das demais estações do banco de Caramuanas por apresentar M.

cavernosa com uma abundância muito abaixo e Siderastrea spp. com muito

acima (Figura 11 e 12). Outras diferenças dentro dos recifes externos foram as

abundâncias similares de P. astreoides, M. harttii e A. agaricites nas estações

das Caramuanas que por sua vez estão ausentes nas estações do recife de

Pinaúnas (Figura 14, 15 e 16). Essas diferenças justificam a similaridade de

23,6%.

Apesar da baixa similaridade nas estações do grupo externo, a diferença entre

os grupos foi a maior apontada pelo SIMPER, 84,5%. Contribuíram para essa

diferenças as abundâncias de M. cavernosa, Siderastrea spp., M. alcicornis e

M. hispida (Tabela 10). Contudo, a média da abundância da Siderastrea spp.

foi maior no grupo externo apenas pela destoante abundância desse gênero no

recife de Caramuanas de Sul com 9,4% de cobertura (Figura 12). O mesmo

ocorre com M. híspida, que possui seus maiores valores nos recifes de

Caramuanas de Norte e de Leste-Sueste, destoando das demais estações dos

recifes externos. Entretanto, a espécie M. braziliensis foi encontrada

exclusivamente nos recifes externos e ocorreu em todas as estações (Figura

17). A espécie P. branneri também foi encontrada em todas as estações

50

externas e na estação interna de Boa Viagem, a mais próxima da entrada da

baía, (Figura 18). O grupo interno também apresentou duas espécies

exclusivas, S. Wellsi e M. decatis (Figura 19 e 20).

Composição da comunidade de corais:

A composição da comunidade de coral apresentou a maior similaridade dentro

dos grupos (Tabela 3). Os recifes internos e externos tiveram 72% de

similaridade cada (Tabela 13 e 14). A dissimilaridade foi de 55,5% (Tabela 13).

A espécie de coral Mussimilia braziliensis, foi exclusiva dos recifes externos,

ocorrendo em todas as estações (Tabela 3), assim coma espécie de hidrocoral

Stylaster roseus (Pallas, 1766) (Tabela 3). O grupo interno apresentou três

espécies exclusivas, S. wellsi, que ocorreu em treze estações, S. michelini,

presentes em onze estações e M. decatis, encontradas em seis estações

(Tabela 3). Duas outras espécies predominaram nos recifes externos: P.

branneri, que ocorreu em todas as estações externas e no recife de Boa

Viagem (Figura 21 e Tabela 3). M. harttii possui uma grande variedade

morfológica com duas formas muito comuns na BTS, a laxa e a conferta. A

forma laxa (Laborel, 1969b; Verrill, 1903), presentes em cinco estações

externas e nas internas em Boa Viagem e Pedra Cardinal (Figura 22 e Tabela

3). A forma conferta assemelha-se muito a M. hispida, podendo ser

diferenciada apenas observando a porção inferior da colônia (Laborel, 1969b;

Verrill, 1903). É possível que M. harttii ocorra em outros recifes do interior da

BTS na forma conferta. Para verificar a distribuição dessa população se faz

necessária a coleta de espécimes, o que implica em um método destrutivo e

por isso não foi efetuado nesse trabalho. Além dessas duas espécies, A.

agaricites foi mais comum nos recifes externos (Tabela 3). Nos recifes internos

quatro espécies foram mais comuns: M. alcicornis, M. cavernosa, F. gravida e

P. astreoides (Tabela 3). As espécies mais cosmopolitas foram as do complexo

Siderastrea spp., que ocorreram em todas as estações, M. hispida, e M.

cavernosa presente respectivamente nas 21 e 20 estações das 24 (Tabela 3).

Os recifes externos e internos:

A cobertura de grupos organismos, a complexidade e a composição da

comunidade de corais refletem o padrão de hidrodinâmica, morfologia e

51

poluição industrial. A diferença mais evidente foi a da estrutura da comunidade

de coral, com 84,5% de dissimilaridade. Isso indica que esses recifes

diferenciam-se não penas nas espécies que as compõe, mas também na

abundância das espécies que compartilham. Embora não seja possível separar

a contribuição da hidrodinâmica e da poluição para esse padrão, é possível

destacar alguns efeitos deste último, com base em trabalhos anteriores.

As primeiras descrições das espécies de corais da BTS foram de Hartt (1870),

Rathbun (1876), Rathbun (1878) muito antes da industrialização, que se iniciou

timidamente em 1939 (Dutra e Hawoth, 2008). Na década de 1960 ocorreu a

maior expansão industrial da região com a instalação de mais de 200 indústrias

(Souza Santos e Tavares, 2000), a maior parte entre os municípios de Salvador

e Madre Deus. No inicio dessa década, em 1962, Laborel (1969a), inventariou

o recife de Inema e já identificou uma mudança em relação à descrição de

Hartt (1870). Os maiores desastres ambienteis ocorreram a partir da década de

1970, a exemplo dos derramamentos de 900 kg de mercúrio nessa mesma

decada (Wasserman e Queiroz, 2004) e 48.000 L de petróleos bruto em 1992

(Orge et al., 2000). No início da década de 1980 Araujo (1984) descreveu os

recifes de Itaparica, em uma época em que os efeitos da pesca eram tão

baixos que encontravam-se comumente tubarões nas lagunas (Comunicação

pessoal, Leão e Araújo). Em 2002, o primeiro levantamento quantitativo dos

recifes internos da BTS identificou uma serie de mudanças na comunidade de

coral (Dutra et al., 2006).

Cronologicamente, a primeira mudança ocorrida foi a ausência de Favia

leptophylla (Verrill, 1868) constatada por Laborel (1969a) no interior da BTS.

Hartt (1870) relatou que a comunidade de coral da BTS, interna e externa, era

muito similar à dos recifes de Abrolhos, diferenciando-se apenas pela maior

abundância de F. leptophylla nos recifes da BTS. Laborel (1969a) levanta duas

hipóteses para explicar essa ausência: a primeira seria a extinção local dessa

espécie, que é sensível à turbidez, pelo aumento da sedimentação causada por

uma fábrica de cimento. A segunda recai sobre Hartt (1870) e Rathbun (1876),

pesquisadores canadense e americano que descreveram os recifes da BTS no

século XIX. É possível que eles tenham confundido F. leptophylla com M.

52

cavernosa. Entretanto, Araújo (1984) confirmou a existência daquela espécie

para os recifes de Caramuanas.

As maiores mudanças são constatadas para os recifes internos entre o que

relatou Laborel (1969a) e Dutra et al. (2006) num intervalo de 40 anos. Dutra et

al. (2006) relataram a ausência de cinco espécies descritas por Laborel (1969a)

para a região, Mussismilia braziliensis, Millepora nitida (Verrill, 1868),

Meandrina braziliensis (Milne Edwards e Haime, 1850), P. branneri e S.

michelini e a presença de duas espécies não observadas por ele, M. decatis e

A. agaricites. Contudo, deve-se ressaltar que os locais de amostragem desses

dois trabalhos são distintos.

O resultado do presente trabalho constatou a ausência de Mussismilia

braziliensis e Millepora nitida e uma redução na população de Meandrina

braziliensis e P. branneri para o interior da BTS.

A espécie S. mihelini que consta como ausente no trabalho de Dutra et al.

(2006) esteve presente em 11 das 15 estações internas, nas quais se

encontram as oito estações em comum. Porém, sua abundância é muito baixa.

Além disso, essa espécie assemelha-se muito em forma, cor e tamanho de

coralito às Siderastrea spp., dificultando a distinção entre as duas. A ausência

desta espécie no trabalho de Dutra et al. (2006) deve-se, provavelmente, a

uma limitação no método do vídeo-transecto. No presente trabalho, a

identificação dessa espécie foi possível apenas pela complementação dos

dados com o registro em campo de todas as espécies existentes.

A espécie Meandrina braziliensis foi encontrada na forma fixa apenas em Maré

Oeste, e na forma livre, sobre o sedimento, em Inema. Ocorreu uma redução

da população em comparação com a descrição de Laborel (1969a). Porém, o

método utilizado neste trabalho não acessa a população na forma livre, uma

vez que a área de sedimento do entorno do recife não é amostrada.

P. branneri ocorre apenas na estação de Boa Viagem. De acordo com o

trabalho de Lessa et al. (2000), este local tem maior hidrodinâmica em relação

53

às outras estações do interior da BTS, existe ali uma maior renovação de água.

Esta espécie está presente também em todos os recifes externos. Ela foi

constatada na década de 1960 em um recife mais interno da BTS, na estação

de Inema, por Laborel (1969a). Ela Isto sugere que ela tenha sido eliminada

das demais estações do interior da BTS devido à degradação da qualidade da

água no local. Apóia essa idéia o fato de outras duas espécies também

observadas por Laborel em Inema (1969a), Mussismilia braziliensis e Millepora

nitida ocorrerem hoje, apenas nos costões rochosos entre Praia do Farol da

Barra e o Yacht Club da Bahia, na entrada da BTS em posição oposta à Ilha de

Itaparica (observação pessoal). M. braziliensis ocorre também nos recifes

externos. Essas alterações na comunidade de coral juntamente com o histórico

de poluição da BTS são um indício de que a qualidade de água é a

responsável por esse fenômeno.

Nos recifes externos também foram constatadas mudanças na comunidade de

coral. A espécie F. leptophylla não foi encontrada nas Caramuanas. Além

disso, a ausência de M. alcicornis no recife de Pinaúnas e sua baixa

abundancia nos recifes de Caramuanas é marcante. Essa espécie era muito

abundante entre os dois e quatro metros de profundidade, ao ponto

denominarem essa região de Zona de Millepora, e cobriam a frente do recife de

Pinaúnas além de contornar os recifes de Caramuanas (Araújo, 1984). Esse

organismo caracteriza-se por ser resistente a ações das ondas e é comum ser

encontrado em abundância em locais de grande energia (Hubbard, 1997; Riegl

e Piller, 1999).

Uma possível explicação para as mudanças na distribuição e na abundância de

M. alcicornis é a pesca predatória com explosivos e redes de espera. Por ser

ramificada, esse organismo tende prender as redes de espera postas sobre o

recife. Essas redes quebram as colônias. Muitas vezes as redes presas são

cortadas pelos pescadores e deixadas sobre o recife, amplificando seu

impacto. Pedaços de redes foram observados nos recifes de Caramuanas. Já a

pesca com bomba, a depender de sua intensidade, promove impactos que

levam décadas para serem recuperados, quando não geram danos

irreversíveis (Riegl e Luke 1998; Riegl, 2001). Em casos mais brandos, causam

54

uma mudança na comunidade de organismos mais perenes de vida longa (k

estrategistas) para organismos de crescimento mais rápido e muitas vezes

mais efêmero (r estrategista) (Riegl e Luke 1998). Em casos mais graves, além

de eliminar os corais, esse prática destrói todos os processos ecológicos chave

(Riegl e Luke 1998), a exemplo dos organismos herbívoros, ocasionando a

exclusão competitiva dos corais por algas frondosas em um processo

conhecido como mudança de fase (Bellwood et al., 2004). Esses artefatos são

comuns na região e podem eliminar esse organismo do recife. Essa

modificação foi tão intensa que este organismo de ambientes de alta energia

apresentou uma abundância menor nos recifes externos que nos internos. A

Analise SIMPER indica que este organismo é responsável por 10,6% da

diferença entre estes dois grupos para a estrutura da comunidade de coral

(Tabela 8).

Os recifes de corais da BTS apresentam atualmente 15 espécies de corais e

quatro de hidrocorais. Observou-se neste trabalho 15 espécies de corais e

duas de hidrocorais, totalizando 17 espécies. Os corais: Stephanocoenia

michelini, Madracis decatis, Agaricia agaricites, complexo Siderastrea

composto por duas espécies S. stellata e S. radians (Neves, 2004; Neves et al.,

2008), Porites astreoides, P. branneri, Favia gravida, Montastraea cavernosa,

Mussismilia braziliensis, M. harttii, M. hispida, Scolymia wellsi, Meandrina

braziliensis e Phyllangia americana; e os hidrocorais: Stylaster roseus e

Millepora alcicornis. Além dessas espécies, entre praia do Farol da Barra e o

Yacht Club da Bahia, ocorrem mais duas espécies de hidrocorais: Millepora

braziliensis (Verrill, 1868) e M. nitida (observação pessoal). A espécie

dominante é quase sempre a M. cavernosa. As espécies do complexo

Siderastrea, M. hispida, e M. alcicornis são muito abundantes. Essas quatro

espécies também são as de maior distribuição na BTS. Os recifes

caracterizam-se pela grande quantidade de alga filamentos (X=36,1% ±=19,6)

e pouca quantidade de alga frondosa (X=5,0% ±=10,1). A cobertura de coral

varia de 0,2% a 26,9% (X=6,9% ±=7,4).

Os recifes externos da BTS diferenciam-se dos internos pela alta cobertura de

alga calcaria incrustante (X=18,6% ±=10,6) e de alga calcaria articulada

55

(X=17,6% ±=9,8). Possuem com exclusividade as espécies Mussismilia

braziliensis e Stylaster roseus e uma maior distribuição de P. branneri, A.

agaricites e M. harttii forma Laxa. Por outro lado, os recifes Internos

caracterizam-se pela maior quantidade de Esponja (X=8,8% ±=7,5) e cobertura

de coral (X=8,9% ±=5,5). Apresentaram com exclusividade S. wellsi S.

michelini e M. decatis e uma maior abundância e distribuição espacial de M.

cavernosa, M. alcicornis, F. gravida e P. astreoides. A diferença natural da

hidrodinâmica desses dois ambientes juntamente com o histórico de poluição

do interior da BTS devem ser os responsáveis por esses padrões distintos. A

conservação e recuperação desses recifes está condicionada à melhoria da

qualidade do ambiente interno da BTS, combate a pesca predatória com

explosivos e redes de espera sobre o recife e a criação de áreas de exclusão

de pesca.

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59

Indicações de Áreas Prioritárias para Conservação d e Recifes

na Baía Todos os Santos, Bahia, Brasil

Resumo:

A área de proteção ambiental da Baía de Todos os Santos pode viabilizar a

criação de áreas intangíveis possibilitando a conservação e a recuperação dos

recifes de corais da região. Como subsídios para a criação destas áreas foram

avaliados os aspectos ambientais empregando critérios que refletem a

integridade ambiental, a resiliência e a riqueza de espécies de corais,

consiliando e adaptando duas metodologias para a realidade dos recifes

brasileiros. A integridade ambiental foi avaliada a partir da abundância de

recrutas de corais e de coberturas de corais, alga frondosa, alga filamentosa,

cianobactéria, alga calcária incrustante, alga calcária articulada, esponja,

Palythoa caribaeorum, Epizoanthus sp. e ouriço. A resiliência foi avaliada a

partir da idade da comunidade de coral, estimada a partir do diâmetro e da taxa

de crescimento de algumas espécies. Por fim, a riqueza de espécies

considerou, além do número, se essas eram comuns, incomuns ou raras. Com

base nestes critérios, os recifes foram classificados em uma escala de menos

três a três. Duas estações no interior da baía atingiram os três pontos. Um

recife externo e outro interno obtiveram dois pontos. Por fim, duas estações

externas e uma internas obtiveram um ponto. Estes sete recifes apresentam

relevância em pelo menos um desses critérios. Este método mostrou-se

adequado para indicar áreas de relevâncias para conservação em média

escala. Entretanto, apenas a criação dessas áreas intangíveis não garantirá a

conservação desses recursos. Para isso é necessário também o combate à

pesca predatória e melhoria da qualidade da água.

Abstract:

The Todos os Santo Bay Portect Area can possibility the conservation of coral

reefs in a density urban area. This work evaluates the environmental value of

23 sites in this bay to appoint the best reef to creation of No Take Areas. This

60

value was accessed by three criterions: Environmental Integrity Indices;

Resilience Indices; Corals Species Riches Indices. The environmental integrity

indices were evaluated by number of coral recruits, coral cover, macroalgal

cover, turf alga cover, cianobacteria cover, calcarian crust alga cover, calcarian

articulated algal cover, sponge cover, Palythoa cover, Epizoanthus cover and

sea urchion cover. The resilience was accessed by the size and ages of the

coral colonies each community. The coral species riches indices was evaluated

by the number of species and if then were common, uncommon or rare. With

these criterions, the reefs were ranking between three negative points to three

points. Two sites inside of bay was gain three points. Um reef outside the bay

and other inside had obtained two points, and more two sites outside the bay

and another inside had gained one point. These sites have one or more

environmental relevant criterions. This method proved to be appropriate to

indicate areas of relevance to conservation on average scale.The conservation

of reefs in Todos os Santos Bay need the creation of No Take Areas, improve

of water quality and the elimination of the predatory fishing.

Introdução:

Com aproximadamente 1000 km2 a Baía de Todos os Santos (BTS) é a

segunda maior baía do Brasil (Bittencourt et al., 1976; Lessa et al., 2001). Em

suas margens, encontra-se um parque industrial com produção e refino de

petróleo, metalúrgicas, fábricas de fibras sintéticas, indústrias químicas,

cerâmica, entre outras, além da cidade de Salvador com mais de 2,8 milhões

habitantes (Souza Santos e Tavares, 2000; IBGE, 2007). Suas águas abrigam

duas áreas recifais. A primeira localiza-se na porção leste da Ilha de Itaparica e

a segunda na região nordeste da BTS, compreendendo a parte sudeste da Ilha

dos Frades, seguindo até a Ilha de Maré contornando-a de leste a oeste

alongando-se na porção sul e ao longo da costa oeste da cidade de Salvador

entre as praias de Inema e Boa Viagem (Figura1).

61

Esses recifes são utilizados para pesca e coleta de organismos ornamentais

(Rosa et al., 2006; Dutra e Haworth, 2008). Práticas predatórias proibidas como

pesca com explosivos e redes de espera sobre são freqüentes.

Em 1999, um decreto do Estado da Bahia criou a Área de Proteção Ambiental

(APA) da BTS, abrangendo tanto o ambiente terrestre quanto aquático (Bahia,

1999). Essa unidade de conservação é uma categoria de uso sustentável e

abrange áreas extensas com ocupação humana e tem como objetivo promover

o uso sustentável dos recursos e assegurar a conservação da biodiversidade

(Brasil, 2000).

No decreto de criação dessa APA, está prevista a elaboração de um plano de

manejo que contenha as normas e as restrições ao uso dos recursos. Dentre

essas restrições exigem-se a delimitação de áreas de exclusão do uso a serem

aplicadas às florestas ombrófilas, manguezais e recifes de corais (Bahia, 1999).

Entretanto, nove anos após sua criação, a APA da BTS ainda não possui seu

plano de manejo.

Por serem os ambientes marinhos de maior diversidade (Bryant et al., 2000),

estarem entre os mais ameaçados (Connell, 1978; Worm et al., 2006; Halpern

et al., 2007) e por seu papel na sustentabilidade dos recursos pesqueiros

(Russ, 1991; Done, 2001), os recifes de corais merecem esse destaque no

plano de manejo da APA da BTS. A criação de Áreas Intangíveis (AI’s) é

proposta como o melhor instrumento contra a degradação por impactos locais

(AI’s) (Hodgson, 1999; Souter e Lindén, 2000; Bellwood et al., 2004; Aronson e

Precht, 2006; McClanahan et al., 2006; Mumby, 2006).

Se atribuem também às AI’s o aumento em número, tamanho e capacidade

reprodutiva dos peixes (McClanahan et al., 1999; Halpern, 2003).

Adicionalmente, as AI’s podem favorecer a melhora de áreas adjacentes com a

migração de larvas e organismos adultos (Wantiez et al., 1997; Bellwood et al.,

2004). Estima-se que pelo menos 20% dos recifes de corais devam constituir

AI’s para garantir a conservação desse ecossistema (Souter e Lindén, 2000;

Halpern, 2003; Bellwood et al., 2004; Wilkinson, 2004). Um exemplo disso é a

62

iniciativa do Parque da Grande Barreira de Recifes de Corais da Austrália que

ampliou recentemente as AI’s de 4,5 % para 33 % (Wilkinson, 2004; Fernandes

et al., 2005).

O efeito dessa exclusão leva à recuperação e manutenção da integridade

ecológica (Edmmunds e Carpenter, 2001) e confere ao ecossistema uma maior

resiliência a eventos estocásticos, a exemplo dos impactos das mudanças

globais como o fenômeno de branqueamento (Pandolfi et al., 2003; West e

Salm, 2003). Isto ocorre por meio da recuperação e estabilização das

populações de grupos funcionais, a exemplo dos peixes herbívoros de grande

porte e ouriços, que controlam as algas frondosas, fortes concorrentes dos

corais (Edmmunds e Carpenter, 2001; West e Salm, 2003; Bellwood et al.,

2004).

Em ecossistemas, o termo resiliência refere-se a um estágio de equilíbrio. Este

pode sofrer uma mudança de fase, para outra configuração ambiental

encontrando outro estágio de equilíbrio (Nyström et al., 2000). Em outras

palavras, resiliência representa a capacidade que o ecossistema tem de

recuperar-se de distúrbios naturais ou antrópicos (Knowlton e Jackson 2008),

sendo este, o estágio de equilíbrio inicial. Se o ambiente não se recuperar, ele

sofre uma mudança de fase encontrando outro equilíbrio, com outra

organização, deixando de ser o ambiente que era.

Para os recifes de corais, resiliência é na pratica a capacidade do ambiente de

retornar ao estado imediatamente anterior ao distúrbio, uma fase na qual os

corais são os organismos dominantes (Nyström et al., 2000; Bellwood et al.,

2004). Uma série de relações ecológicas, que permitem a dominância dos

corais, é indicada como responsável por essa resiliência, a exemplo de

organismos que controlam predadores e competidores dos corais e de

organismos que favorecem seu recrutamento (Nyström et al., 2000; Bellwood et

al., 2004; Mumby et al., 2007; Knowlton e Jackson 2008). A capacidade de

recuperação da cobertura de coral está tão associada às condições em que se

encontram a comunidade destes organismos que Done (1999) e Done et al.

(2007) afirmam que manter e restaurar a resiliência dos recifes de corais é

63

manter e restaurar a cobertura de coral, a biodiversidade, produção e tamanho

das colônias.

Por questões sócio-econômicas é inviável excluir o uso de todos os recifes da

APA da BTS, uma vez que esses ambientes são utilizados por diversas

comunidades tradicionais que vivem diretamente da extração de seus recursos,

além de outras atividades como coleta de organismos ornamentais e turismo.

Desse modo, faz-se necessário a escolha de algumas áreas para restrição de

uso visando à conservação do ecossistema. A criação de AI’s deve considerar

aspectos sócio-econômicos e ecológicos, além do tamanho dessas áreas

(Airamé et al., 2003; Roberts et al., 2003a, 2003b; Fernandes et al., 2005).

Entretanto, deve-se ressaltar que quanto melhor a qualidade ambiental dessas

áreas, melhores serão os efeitos para conservação (Roberts, et al., 2003a).

Este trabalho se propôs a identificar os recifes de corais com maior relevância

considerando indicadores de integridade ambiental, capacidade de resiliência e

a riqueza e distribuição de espécies de corais.

Metodologia:

Área de Estudo:

A BTS possui um formato bastante recortado com a presença de várias ilhas,

sendo a maior a Ilha de Itaparica, que se encontra na entrada da baía e

delimita dois canais de comunicação com o Oceano Atlântico (Bittencourt et al.,

1976; Lessa et al., 2001).

Vinte e três estações foram amostradas entre março e dezembro de 2007

(Figura 1). Oito delas nos recifes externos, sendo três no banco recifal de

Caramuanas e cinco no recife em franja de Itaparica. As outras 15 estações

encontram-se no interior da BTS, sendo quatro nos recifes que bordejam as

ilhas de Maré e Frades, quatro ao longo da costa oeste da cidade de Salvador

64

e sete nos bancos recifais do interior da BTS, ao longo do canal que leva ao

porto de Ilha de Madre Deuz.

Figura 1: Mapa dos recifes da Baía de Todos os Santos e estações amostrais.

Aquisição dos dados:

Os dados foram coletados com mergulho autônomo. Em cada estação dois

mergulhadores registraram em vídeo digital seis transectos de acordo com

técnica de vídeo-transecto descrita por Cruz et al. (2008). Cada transecto

possui a medida 20 m de comprimento por 0,21 m de largura totalizando uma

área de 4,2 m2 por transecto ou de 25,2 m2 por estação. Para levantar o

número de recrutas de corais foi utilizado, de maneira complementar, um

quadrado de 25x25 cm que foi lançado cinco vezes por transecto, método

adaptado do protocolo AGRRA (Kramer et al., 2005). A cada lançamento foram

contados todas as colônias de corais com menos de 3 cm de diâmetro. Devido

à possibilidade de não serem amostradas, pela técnica de vídeo-transecto, as

espécies com abundância reduzida e à limitação na identificação taxonômica

de algumas espécies (Carleton e Done, 1995), foram anotadas todas as

65

espécies que foram avistadas durante os mergulhos para descrever melhor a

composição da comunidade de coral.

Tratamento das imagens:

As imagens foram capturadas em um computador pessoal e armazenadas em

DVD. Esses transectos passaram por dois tipos de análises:

O primeiro processo consiste no sorteio de pontos sobre as imagens. Os

organismos sobre os quais esses pontos caem são identificados. Esse

processo levantou a cobertura de coral, de alga frondosa, de alga calcária

incrustante, de alga filamentosa, de alga calcária articulada, de cianobactéria,

de esponja, de ouriço, de Palythoa caribaeorum, de Epizoanthus sp., de Carijoa

riisei; Zoanthus ssp., de Crinoide, de Neospongodes atlantica, outros

organismos, de sedimento e dados não identificados. Para essa análise foi

utilizado um programa de código fonte livre, VITRA

(http://vitra.codigolivre.org.br/). Foram utilizadas as especificações de Cruz

(2005), 20 pontos por quadro sorteados sobre uma malha de 450

possibilidades. Em média, cerca de 82 quadros foram analisados por transecto.

Os resultados são representados em porcentagem da cobertura dessas

classes de organismo sobre o recife.

O segundo processo descreveu a assembléia de corais em classes de

tamanho. Cada colônia presente no vídeo foi identificada e teve seu tamanho

estimado. Para a isso, foram utilizadas as dimensões da imagem, 15 cm de

altura e 21 de largura. O tamanho medido foi o de diâmetro máximo como

sugerido por Kramer et al. (2005). No entanto o diâmetro máximo obtido limita-

se ao restrito pelas dimensões do vídeo. Esses dados foram contabilizados em

classes de tamanho que variam de 5 em 5 cm, de maior que zero a maior que

trinta (<5, 5<10, 10<15, 15<20, 20<25, 25<30 e >30). Esses dados são

apresentados em número de colônias em cada classe por 10 m2.

66

Análise dos dados:

As 23 estações foram analisadas em três critérios que servem como

indicadores de integridade ambiental adaptado de Jamenson (1998) e

Jamenson et al. (2001), resiliência e de riqueza de espécies de corais

adaptados de Done (1995). Cada um desses critérios recebeu três

classificações: Bom, Regular e Ruim, adaptado de Done (1995). A cada

qualificação Bom a estação recebe um ponto positivo. Se a qualificação for

Regular a estação não pontua. Para uma qualificação Ruim, a estação recebe

um ponto negativo. A soma desses valores pode variar em sete possibilidades,

de menos três a três (-3; -2; -1; 0; 1; 2; 3). As estações com maior número de

pontos agregam mais requisitos relevantes para conservação.

O critério de integridade foi analisado a partir da cobertura viva dos organismos

bentônicos mais abundantes ou com função relevante para o ecossistema

(Jameson, 1998; Jameson et al., 2001; McField e Kramer, 2007). Para isso

utilizaram-se os dados de cobertura gerados pelo sorteio de pontos no

programa VITRA, complementado com dados de número de recrutas. Esse

critério descreve as condições ambientais momentâneas do recife. Os

resultaodos desses índices podem ser utilizados para manejo, mostrando a

necessidade de intervenção como cessar uma fonte poluidora ou restringir ou

proibir a pesca no recife (McField e Kramer, 2007). Os dados utilizados foram a

cobertura de Coral; Alga frondosa; Alga filamentosa; Cianobactéria; Alga

calcária incrustante; Alga calcária articulada; esponja; Palythoa caribaeorum;

Epizoanthus sp.; ouriço; recrutas.

Os motivos da escolha desses grupos foram baseados nos Índice de

Integridade Biológica que devem considerar a importância ecológica descrita

e/ou a representatividade da abundância desses organismos nesses recifes

(Jameson, 1998; Jameson et al., 2001). Não há um consenso sobre a utilização

e interpretação desses índices, sendo muito variados de acordo com cada

programa de monitoramento e/ou de inventários (Jameson, 1998). Para a Baía

de Todos os Santos foram utilizados os índices mais comuns além dos grupos

67

que tiveram uma abundância maior que 15% em pelo menos uma das 23

estações.

De acordo com a distribuição de freqüência de abundâncias (Figura 2) e a

relação de cada um desses grupos com os organismos construtores dos

recifes, corais e algas calcárias incrustantes (Knowlton e Jackson, 2001), foram

definidas de classes cobertura com valores específicos que podem variar de

menos quatro a cinco (-4 a 5) (Tabela 1). Considerou-se também que nem uma

classe de organismo, exceto os construtores, traria benefícios para o recife

com uma cobertura superior a 20%. O zero indica que a classe de cobertura é

neutra. Essa classe nem contribui nem prejudica as condições do recife. Os

valores dos 11 indicadores somados determinam o escore da condição de

integridade dos recifes de cada estação. A soma desses valores variou de

menos quatro a sete (-4 a 7) (Figura 3) sendo considerado Bom um valor acima

de três, Regular um valor positivo até três e Ruim os valores negativos.

Distribuição de Freqüência da Abundancia dos Grupos

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Figura 2: Gráfico da distribuição de freqüência da abundância dos grupos de organismo na BTS. Cada ponto representa uma estação. A cruz indica a média.

68

Tabela 1: Critérios para de julgamento de integridade ambiental.

Valor -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5

Coral (%) <1 1 - 5 5 - 10 10 – 15 15 - 20 20 - 25 >25

Alga Frondosa (%) >40 20 - 40 10 – 20 5 - 10 1 - 5 <1

Alga Filamentosa (%) >60 40 - 60 20 – 40 10 - 20 <10

Cianobacteria (%) >20 10 - 20 5 – 10 <5

Alga calcárias incrustantes (%) <5 5 - 10 10 - 20 20 – 40 >40

Algas calcária articulada (%) >40 25 - 40 15 – 25 10 - 15 5 - 10 <5

Esponja (%) >20 10 - 20 5 – 10 1 - 5 <1

Palythoa caribaeorum (%) >70 50 - 70 30 - 50 10 – 30 5 - 10 <5

Epizoanthus sp. (%) >70 50 - 70 30 - 50 10 – 30 5 - 10 <5

Ouriço (%) 0 0 - 0,1 0,1 - 0,25 0,25 - 0,5 0,5 - 0,75 >0,75

Recruta (nº/m2) <0,5 0,5 - 1 1 - 3 3 – 5 >5

A escolha dos organismos é justificada a seguir:

1. A cobertura de coral é apontada por McField e Kramer (2007) como um dos

principais parâmetros a serem medidos. Essa importância justifica-se pelo fato

desses organismos serem os principais construtores dos recifes (Knowlton e

Jackson, 2001; McField e Kramer, 2007). Segundo Jameson et al. (1998) esse

parâmetro está presente na maioria dos programas de levantamento e

monitoramento. Quanto maior sua cobertura, mais íntegro é o recife. McField e

Kramer (2007) indicam para Belize 5% como o mínimo aceitável. Para os

recifes da Baía de Todos os Santos o intervalo neutro foi considerado entre 1%

e 5% de cobertura (Tabela 1). Acima desse valor o recife passa a receber

pontos nesse quesito.

2. As algas frondosas são organismos com grande capacidade de reduzir a

abundância ou eliminar os corais por competição (Tanner, 1995; Lirman, 2001;

River e Edmunds, 2001; Smith et al., 2001; McField e Kramer, 2007). Essas

algas são as principais beneficiadas nos eventos de mudança de dominância

ou “mudança de fase” que são indicadas como uma das principais causas do

declínio dos recifes de corais no Caribe (cf. phase-shift, Hughes, 1994;

McCook, 1999; Lirman, 2001; McCook et al, 2001; Bellwood et al., 2004;

Hoegh-Guldberg, 2006). Na maioria das vezes o aumento da abundância

dessas algas está associado à eutroficação e/ou sobrepesca dos peixes

69

herbívoros que controlam suas populações (Hughes, 1994; McCook, 1999;

Lirman, 2001; McCook et al., 2001; Bellwood et al., 2004; Hoegh-Guldberg,

2006). Neste tipo de evento sas algas passam a dominar os recifes, ao mesmo

tempo em que os corais, principais organismos construtores, têm suas

abundâncias muito reduzidas (Knowlton e Jackson, 2001). Smith et al. (2006)

identificaram que essas algas podem abrigar bactérias que produzem

substâncias capazes de causar mortalidade nos corais sugerindo uma

competição indireta. As algas frondosas também são capazes de reduzir e até

anular o recrutamento dos corais (Birkeland, 1977; Hughes, 1994; Tanner,

1995; Richmond, 1997). McField e Kramer (2007) definem as algas frondosas

como prioridade no monitoramento dos recifes e consideram danoso quando a

cobertura de alga frondosa supera o dobro da cobertura de coral. Quanto maior

sua cobertura menos íntegro é o recife. Valor neutro definido entre 5 e 10% de

cobertura (Tabela 1). Acima disso foi considerado danoso ao recife.

3. As algas filamentosas também são apontadas como organismos que

competem com os corais por alguns pesquisadores (McCook, 2001; Jompa e

McCook, 2002; Nugues e Roberts, 2003). Essas algas possuem a capacidade

de aprisionar sedimento em seu tecido ao ponto de poder causar mortalidade

indireta em recrutas e em colônias adultas de corais (Birkeland, 1977; Nugues

e Roberts, 2003; Birrel et al., 2005). Elas também podem abrigar bactérias

patogênicas para os corais (Smith et al., 2006). Além disso, as larvas plânulas

(larva dos corais) não podem assentar sobre um substrato tomado por algas

filamentosas (Birkeland, 1977; Richmond, 1997). Uma cobertura muito elevada

desse tipo de alga é um indício negativo para da saúde desse recife. O ponto

neutro é entre 10 e 20% de cobertura (Tabela 1). Acima disso foi considerado

prejudicial.

4. As cianobactérias bentônicas são tidas como indicadoras de eutroficação

(Paul et al., 2005; Thacker et al., 2001; Thacker e Paul, 2001). Como

conseqüência da eutroficação, pode ocorrer redução das taxas de crescimento

e deposição de carbonato de cálcio nos corais, a exemplo de nitrato em valores

um pouco acima do normal (1 µM NO3, Marubini e Davies, 1996). Essas algas

também se caracterizam como substrato desfavorável para o recrutamento de

70

corais (Birkeland, 1977). Elas possuem relação com doenças em corais, a

exemplo da doença da banda preta (Black-band Disease) causada pela

cianobactéria Phormidium corallyticum (Peters, 1997). Por esses motivos,

grandes coberturas desses organismos representam um ameaça a integridade

dos recifes. O ponto neutro é uma cobertura menor que 5% (Tabela 1). Acima

desse valor começa a contar negativamente.

5. Alga calcária incrustante é um dos principais construtores recifais,

juntamente com os corais (Knowlton e Jackson, 2001). Além disso, essas algas

funcionam como “argamassa” conferindo grande resistência a toda estrutura

recifal, principalmente na zona de arrebentação (Litter e Litter, 1997). Apesar

da ocorrência de competição entre algas calcárias incrustantes e corais

(Antonius, 2001; Antonius e Afonso-Carillo, 2001) essas algas possuem um

papel fundamental nos recifes. Estudos indicam que as algas calcárias

incrustantes produzem substâncias que induzem o assentamento das larvas

plânulas (Heyward e Negri, 1999; Negri et al., 2001; Vermeij, 2005). Diversos

trabalhos apontam que o sucesso do recrutamento está diretamente

relacionado com a cobertura deste tipo de alga (Birkeland, 1977; Heyward e

Negri 1999; Miller e Barmo, 2001). Além disso, Littler e Littler (1997) sugerem

que estas algas possam inibir o recrutamento de algas frondosas, os principais

competidores dos corais. Dessa forma, é extremamente vantajoso ter uma boa

cobertura de algas calcárias incrustantes em um recife. O ponto neutro é entre

5% e 10% de cobertura e quanto maior a cobertura, melhor a situação do recife

(Tabela 1).

6. Alga calcária articulada compreende as algas da divisão RHODOPHYTA, da

família Coralinaceae e as algas da divisão CHLOROPHYTA, do gênero

Halimeda. Esses organismos são indicados como alguns dos principais

organismos na produção de carbonato de cálcio que contribuem como

sedimento para a construção da estrutura recifal (Hallock, 1997; Leão e

Ginsburg, 1997; Leão et al., 2006). Na Ilha de Itaparica as algas do gênero

Halimeda podem chegar a compor mais de 30% do sedimento (Araújo, 1984).

A abundância dessas algas, em duas estações foi superior a 40%. Em ambos

os casos foi possível identificar danos aos corais. Na região onde a alga fazia

71

contato com a colônia de coral, o tecido desta estava branqueado ou morto.

Nuggues e Szmant (2006) relataram uma preferência nas larvas plânulas de

assentarem em Halimeda opuntia similar às descritas para algas calcárias

incrustantes. No entanto, por ser um organismo de vida curta e com facilidade

de perderem segmentos, esses recrutas teriam vida curta (Nuggues e Szmant,

2006). Entre 10 e 15% foi assumido como valor neutro contando positivamente

valores abaixo e negativamente em valores acima desse intervalo (Tabela 1).

7. Esponja representa o grupo de maior biodiversidade nos recifes e retiram

impurezas da água por filtração (Diaz e Rützler, 2001). Mas também fazem

parte dos principais grupos de bioerodidores nos recifes (Glynn, 1997). Esses

organismos também são indicados como um agressivo competidor dos corais

(Suchanek et al., 1983; Diaz e Rützler, 2001), o que foi constatado em algumas

estações na Baía de Todos os Santos. Há indícios ainda de que as esponjas

possam ser indicadoras de eutroficação (Grigg, 1995). Para esse organismo foi

definido como intervalo neutro uma cobertura entre 1% e 5%, tendo valores

negativos à medida que sua cobertura aumenta (Tabela 1).

8. Palythoa caribeorum, como as espécies do gênero, é um habitante comum

dos topos recifais (Haywick e Mueller, 1997). Os zoantídeos, em geral,

possuem uma baixa abundância, no entanto podem apresentar uma

dominância maior que 85% (Suchanek e Green, 1981; Tanner, 1997). São

considerados competidores agressivos, com taxa de crescimento de até 4

mm/dia (Suchanek e Green, 1981). A espécie do Pacífico, Palythoa caesia

pode aumentar sua cobertura em 30% em apenas dois anos (Tanner, 1997).

Além disso, pode ser beneficiada pelo aumento da sedimentação. Haywick e

Mueller (1997) constataram que duas espécies, P. caribaeorum e P.

mammilosa podem assimilar o equivalente a 6 mm/ano de sedimento nas

frações silte e argila, o que lhes confere vantagem sobre outros organismos em

situação de altas taxas de sedimentação. Foi considerado com um valor neutro

o intervalo entre 5% e 10% (Tabela 1). Coberturas acima disso foram

consideradas danosas ao recife.

72

9. Epizoanthus sp. é o zoantídeo que foi encontrado com uma cobertura

excepcional em duas estações, Pedra do Dentão e Poste 1, com 67% e 82%,

respectivamente. A cobertura desse organismo em 2003 no Poste 1 era de

46% (Dutra et al., 2006) e praticamente dobrou em quatro anos. Jameson et al.

(2001) sugere o monitoramento dos zoantídeos nos Índices de Integridade

Biológica, juntamente com todos os organismos que venham a apresentar

dominância no recife. O valor neutro adotado foi o intervalo entre 5% e 10%

(Tabela 1). Coberturas superiores foram consideradas danosas ao recife.

10. Os ouriços são, junto com os peixes Scarus spp., Sparisoma spp. e

Acanthurus spp., os principais responsáveis pelo controle da abundância de

algas frondosas (Hughes,1994; Hay, 1997; Pennings, 1997; Knwolton e

Jackson, 2001). A presença desses herbívoros é importante tanto para diminuir

a pressão competitiva das algas com os corais, como para a manutenção do

recrutamento de larvas de invertebrados (Hay, 1997). Edmmunds e Carpenter

(2001), ao acompanharem a recuperação da população de ouriços nos recifes

da Jamaica, observaram concomitantemente a redução das algas frondosas e

o aumento do número de recrutas de corais. Esses animais também possuem

um papel importante no controle das populações das algas filamentosas

(Carpenter, 1985; Mills et al., 2000). Entretanto, os ouriços são grandes

bioerodidores dos recifes (Ogden, 1977; Bak, 1994; Glynn, 1997; Mills et al.,

2000). Por essa razão, populações muito abundantes desses organismos

podem levar ao déficit no crescimento recifal, comprometendo a estrutura do

recife (Carreiro-Silva e McClanahan, 2001). A quantidade de ouriços

encontrada nas estações foi muito baixa, sendo descartada a possibilidade de

comprometimento das estruturas dos recifes. Foi considerado como ponto

neutro o intervalo entre 0 e 0,1% (Tabela 1). Classes de maior abundância

contam positivamente.

11. Recruta de corais representam o sucesso do recife no processo de

assentamento das larvas plânulas. A população de corais e o próprio

crescimento do recife dependem do assentamento de novas colônias

(Richmond, 1997). O fracasso nesse processo pode levar à degradação do

recife (Richmond, 1997). O intervalo entre 0,5 e 1 recruta por metro quadrado

73

foi considerado como neutro (Tabela 1), sendo positivo valores acima de 1

recruta por metro quadrado.

O critério de resiliência foi baseado no valor dos bioconstrutores de Done

(1995) que trata da idade acumulada das colônias de corais por estação. As

colônias maiores são mais resistentes a eventos estocásticos, doenças e

predação, sendo menos freqüentes os casos de mortalidade total da colônia

(Andres e Rodenhouse, 1993; Soong, 1993) que também possuem maior

capacidade reprodutiva (Hughes, 1988; Hall e Hughes, 1996). Comunidades

mais antigas podem representar um histórico de boas condições ambientais

refletida na longevidade das colônias (Done, 1995). Foram estimadas as idades

das espécies de corais Montastraea cavernosa, Siderastrea spp. e Mussismilia

braziliensis. Esse valor representa o quão antiga é a comunidade de coral e

qual a sua abundância (Done, 1995). Nos recifes da BTS as espécies M.

cavernosa e Siderastrea ssp. são as duas espécies mais abundantes,

representando 84% da cobertura de coral, sendo 70% e 14% respectivamente.

Embora a espécie M. braziliensis corresponda a 0,04% dos corais da BTS,

essa é a principal espécie construtora nos recifes do Banco de Abrolhos

(Pitombo et al. 1988, Kikuchi et al., 2003). M. cavernosa tem crescimento

médio de cerca de 2,4 mm/ano e Siderastrea spp., 3,4 mm/ano (Marocci,

2007). M. braziliensis cresce em média 8 mm/ano (Oliveira, 2007). Para cada

uma dessas espécies, as classes de tamanho tiveram uma média de idade

estimada de acordo com a taxa de crescimento anual. Cada um desses valores

foi multiplicado pelo número de colônias dentro das suas respectivas classes e

posteriormente somadas por estação (Done, 1995). Com base na distribuição

de freqüência da idade acumulada (Figura 4), foram considerados Bom os

recifes com mais de seis mil anos acumulados, estado Regular os recifes com

valores entre seis e três e Ruim os recifes com menos que três mil anos.

O critério de riqueza de espécies de corais foi baseado no valor de

biodiversidade de Done (1995). De acordo com a ocorrência das espécies nas

23 estações, elas foram classificadas em Comum, Incomum e Rara. As

espécies que ocorreram em 13 ou mais estações foram incluídas na categoria

Comum. As que ocorreram entre seis e 12 estações foram consideradas

74

Incomuns. Foram consideradas Raras as espécies que ocorreram em menos

de seis estações. A cada espécie Comum que ocorre na estação, é somado

um ponto, dois se a espécie for Incomum e três se a espécie for Rara. Além

disso, um ponto adicional é somado se a espécie é limitada aos recifes do

interior ou aos recifes externos da BTS (Tabela 2). De acordo com esses

critérios atribuem-se valores a cada uma das 15 espécies e ao gênero

Siderastrea. A soma dos valores atribuídos a cada espécie por estação, gera

um escalonamento da riqueza de corais. Esse artifício permite destacar tanto

as estações com espécies raras, como as estações com grande número de

espécies (Done, 1995), caracterizando-se como uma boa referência para

indicar áreas relevantes para conservação. Baseado na distribuição de

freqüência desses valores (Figura 5), foi considerado Bom a ocorrência de

valores acima de 15, Regular entre dez e 15 e Ruim os valores abaixo de dez.

Para essa análise, utilizou-se os dados qualitativos de composição da

comunidade.

Tabela 2: Caracterização do valor de cada espécie a partir da distribuição

Espécies Nº de sites Exclusivo Externo

Exclusivo Interno

Valor de ocorrência

Valor por restinção

Valor total

Meandrina braziliensis 1 1 3 1 4 Stylaster roseus 2 1 3 1 4 Phyllangia americana 4 1 3 1 4 Madracis decatis 6 1 2 1 3 Porites branneri 9 1 2 1 3 Mussussimilia braziliensis 8 1 2 1 3 Stephanocoenia michelini 11 1 2 1 3 Mussimilia harttii 7 2 2 Porites astreoides 9 2 2 Favia gravida 9 2 2 Agaricia agaricites 11 2 2 Scolymia wellsi 13 1 1 1 2 Millepora alcicornis 16 1 1 Montastraea cavernosa 20 1 1 Mussismilia hispida 21 1 1 Siderastrea spp. 23 1 1

Resultado:

No critério de integridade, seis estações receberam a qualificação Bom. Essas

estações são as três Caramuanas, Pedra Cardinal e Poste 4 e 6 (Figura 3). O

recife de Caramuanas Leste-Sueste foi a estação que demonstrou o maio

75

valor. Oito estações receberam a qualificação Regular. Os demais nove recifes

tiveram a qualificação Ruim. As estações com os piores índices foram

Pinaúnas 1 e Ilha dos Frades Leste. Das estações de Pinaúnas, apenas a 2 foi

qualificada como regular (Tabela 3, Figura 3).

Figura 3: Distribuição de freqüência das estações quanto ao valor de integridade ambiental.

- 1 0 +1

Integridade Ambiental

- 1 0 +1 - 1 0 +1

Integridade Ambiental

Ruim Regular

Bom

76

Tabela 3: Pontuação das estações quanto à integridade ambiental

Cla

ssifi

caçã

o

Val

or d

e In

tegi

dade

Cor

al

Alg

a F

rond

osa

Alg

a F

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noba

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Alg

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Alg

a C

alca

ria

Art

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ada

Esp

onja

Pal

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a ca

ribae

orum

Epi

zoan

thus

Our

iço

Rec

ruta

por

m2

Caramuanas LSL 1 7 1 2 0 0 3 -2 1 1 1 0 2 Caramuanas Sul 1 5 2 1 1 0 2 -3 1 1 1 -1 3 Poste 4 1 5 4 2 -2 0 -1 2 -1 1 1 -1 0 Poste 6 1 5 3 2 -2 0 -1 2 -1 1 1 0 2 Pedra Cardinal 1 5 5 2 -2 0 -1 2 -1 1 0 -1 2 Caramuanas Norte 1 4 1 1 -1 0 2 -1 1 1 1 -1 1 Poste 5 0 3 0 2 -1 0 -1 2 -1 -1 1 2 1 Pedra da Mangueira 0 3 1 2 -2 0 -1 2 -1 1 1 0 -1 Pedra Alva 0 2 2 2 -2 0 -1 2 -2 1 1 -1 -1 Tubarão 0 2 0 2 0 0 -1 2 -3 1 0 1 -1 Ilha de Maré 0 1 0 0 -1 0 -1 2 -1 1 1 0 0 Pinaúnas 2 0 0 -1 1 -2 0 1 -1 1 1 1 -1 -1 Poste 1 0 0 0 2 1 0 -1 2 0 1 -4 -1 -1 Boa Viagem 0 0 1 2 -1 -3 -1 1 -1 -1 1 2 1 Ilha dos Frades Sul -1 -1 2 1 0 0 -1 -3 -1 1 1 -1 2 Peri-Peri -1 -1 0 2 -2 0 -1 2 -3 1 1 -1 -1 Pinaúnas 3 -1 -2 -1 1 -2 -3 0 1 1 1 1 -1 -1 Pinaúnas 4 -1 -2 -1 -1 -2 0 0 2 -1 1 1 -1 -1 Pedra do Dentão -1 -2 -1 2 1 0 -1 2 -1 0 -3 -1 -1 Pinaúnas 5 -1 -3 -1 0 -3 0 0 2 -2 1 1 -1 -1 Inema -1 -3 0 -2 0 0 -1 -1 0 1 1 -1 1 Pinaúnas 1 -1 -4 0 0 -2 -2 -1 -1 1 1 1 -1 -1 Ilha dos Frades Leste -1 -4 -1 -3 -2 0 -1 2 0 1 1 -1 3

77

O critério de resiliência apresentou um resultado mais excludente. Dezessete

estações foram qualificadas como Ruim. Entre elas as Caramuanas de Norte e

a Leste-Sueste. Todas as estações do recife de Pinaúnas ficaram com os

menores escores nesse quesito. Duas estações foram qualificadas como

regular: Caramuanas de Sul e Pedra Alva. Apenas quatro obtiveram a

qualificação bom, Pedra Cardinal, Poste 4 e 6 e Ilha dos Frade Sul (Tabela 4,

Figura 4).

Tabela 4: Classificação quanto à capacidade de resiliência dos recifes

Indicador de Resiliência

Estação Valor (103A)

Classificação

Pedra Cardinal 10,213 1 Poste4 8,760 1 Poste6 7,943 1 Ilha dos Frades Sul 7,382 1 Cara Sul 4,701 0 Pedra Alva 3,607 0 Poste5 2,948 -1 Pedra Magueira 2,772 -1 Recife de Periperi 2,369 -1 Boa Viagem 1,986 -1 Ilha de Maré Oeste 1,554 -1 Cara Norte 1,404 -1 Cara LSL 1,356 -1 Recife de Inema 1,227 -1 Ilha dos Frades Leste 0,868 -1 Poste1 0,624 -1 Recife de Tubarão 0,548 -1 Pedra do Dentão 0,422 -1 Pina1 0,199 -1 Pina5 0,101 -1 Pina2 0,092 -1 Pina4 0,050 -1 Pina3 0,028 -1

-1 0 +1

Capacidade de Resiliência

-1 0 +1-1 0 +1

Capacidade de Resiliência Figura 4: Distribuição de freqüência das estações quanto ao valor da capacidade de resilência.

O critério de riqueza de espécies foi bem menos excludente. Oito estações

foram qualificadas como Bom. Elas são; as três Caramuanas, Pedra Cardinal,

Ilha dos Frades Sul, Ilha de Maré Oeste, Poste 6 e o Recife de Tubarão.

Dessas, Caramuanas de Sul e Leste-Sueste possuem o maior escore, 22

pontos. Oito estações foram qualificadas como Regular. Sete estações foram

78

consideradas Ruins. Nesta categoria estão Recife de Periperi, Poste 1, Pedra

do Dentão, Pinaúnas 4, 5 e 2 e Ilha dos Frades Leste (Tabela 5, Figura 5).

Tabela 5: Classificação Quanto a relevância da riqueza de espécies.

Riqueza de Espécies

Estação Valor

Classificação Cara LSL 22 1 Cara Sul 22 1 Pedra Cardinal 20 1 Ilha de Maré Oeste 19 1 Ilha dos Frades Sul 18 1 Poste6 17 1 Cara Norte 16 1 Recife de Tubarão 16 1 Pedra Magueira 15 0 Poste4 14 0 Pina1 13 0 Pina3 13 0 Boa Viagem 13 0 Poste5 11 0 Pedra Alva 11 0 Recife de Inema 11 0 Poste1 9 -1 Pedra do Dentão 9 -1 Pina4 8 -1 Pina5 8 -1 Recife de Periperi 8 -1 Pina2 7 -1 Ilha dos Frades Leste 5 -1

-1 0 +1

Distribuição do Valor de Riqueza de Espécies

-1 0 +1-1 0 +1

Distribuição do Valor de Riqueza de Espécies Figura 5: Distribuição de frequüencia das

estações quando à relevância da riqueza

de espécies.

A soma da pontuação desses três aspectos destaca, com três pontos, os

recifes de Pedra Cardinal e Poste 6. Logo em seguida, com dois pontos,

Caramuanas de Sul e Poste 4; com um ponto Caramuanas de Norte e Leste-

Sueste e Ilha dos Frades Sul. Três recifes tiveram zero na pontuação. Treze

tiveram pontuações negativas. Obtiveram três pontos negativos as estações

Recife de Periperi, Pedra do Dentão, Pianaunas 4 e 5 e Ilha dos Frades Leste.

As outras três estações do recife de Pinaúnas obtiveram dois pontos negativos

(Tabela 6).

79

Tabela 6: classificação quanto à relevância para conservação

Estação Pontos Integridade Resiliência Riqueza Poste6 3 1 1 1

Pedra Cardinal 3 1 1 1 Cara Sul 2 1 0 1 Poste4 2 1 1 0

Cara Norte 1 1 -1 1 Cara LSL 1 1 -1 1

Ilha dos Frades Sul 1 -1 1 1 Pedra Alva 0 0 0 0

Ilha de Maré Oeste 0 0 -1 1 Recife de Tubarão 0 0 -1 1

Poste 5 -1 0 -1 0 Pedra Magueira -1 0 -1 0

Boa Viagem -1 0 -1 0 Pina1 -2 -1 -1 0 Pina2 -2 0 -1 -1 Pina3 -2 -1 -1 0 Poste1 -2 0 -1 -1

Recife de Inema -2 -1 -1 0 Pina4 -3 -1 -1 -1 Pina5 -3 -1 -1 -1

Pedra do Dentão -3 -1 -1 -1 Ilha dos Frades Leste -3 -1 -1 -1

Recife de Periperi -3 -1 -1 -1

Discussão:

Poste 6 e Pedra Cardinal contemplam os três critérios de importância para

conservação e conseqüentemente o maior valor ambiental. Caramuanas de Sul

e Poste 4 possuem dois desses três critérios (Tabela 6). Essas estações foram

regulares na capacidade de resiliência e na riqueza de espécies

respectivamente (Tabela 6). Caramuanas do Sul apresentou uma característica

única entre essas estações: a dominância de 90% do complexo Siderastrea

spp. na comunidade de coral, enquanto que os recifes Pedra Cardinal, Poste 4

e Poste 6 são muito semelhantes entre si.

Ilha dos Frades Sul, Caramuanas de Leste-Sueste e Caramuanas de Norte

obtiveram um ponto (tabela 6). Essas três estações receberam dois conceitos

Bom e um Ruim. Ilha dos Frades Sul foi considerada Ruim no critério de

integridade ambiental devido principalmente à grande quantidade de alga

calcária articulada e esponja (Tabela 3). É possível que essa estação esteja em

80

processo de degradação o que pode resultar em perda de espécies e de

cobertura de coral e conseqüentemente na redução da resiliência.

Já as Caramuanas de Leste-Sueste e de Norte foram consideradas Ruins na

resiliência (idade acumulada dos corais). Entretanto, para essas estações,

esses valores estão subestimados. As espécies que foram analisadas quanto à

idade, por terem taxas de crescimento conhecidas, não chegam a representar

50% dos corais dessas estações. A cobertura de coral de Caramuanas de

Norte foi 6,5%, sendo que a de M. cavernosa foi de 1,83%, a de Siderastrea

spp. de 0,74% e a de M. braziliensis de 0,14% o que representa apenas 41%

de todos os corais. Mussismilia hispida apresenta uma cobertura de 2,42% e

Millepora alcicornis com uma cobertura de 1,23% representam mais 57% de

todos os corais e não tiveram a idade estimada.

Na estação Caramuanas de Leste-sueste essa situação se repete. Nesse recife

a cobertura de coral foi de 7,4%, sendo 1,31% de M. cavernosa, 1,77% de

Siderastrea spp. e 0,17% de M. braziliensis, o que corresponde a 43% dos

corais. M. hispida apresentou uma cobertura de 3,2% e M. alcicornis de 0,5%,

o que corresponde a 50% desses corais. Entretanto, não há garantia de que

com essas informações as duas estações em questão chegariam a mudar de

classificação no quesito resiliência. Contudo, isso indica um ponto fraco desse

critério por falta de informação sobre as taxas de crescimento da maioria das

espécies de corais da costa brasileira.

As sete estações com pontuação positiva apresentam pelo menos duas

características relevantes para a conservação. Entretanto, das demais

estações, apenas Ilha de Maré Oeste e Recife de Tubarão possuem uma

característica relevante, a riqueza de espécies, embora em ambas as

pontuações a pontuação geral seja zero. Destas, a estação de Ilha de Maré

Oeste possui uma espécie que não foi encontrada nos recifes das demais

estações, Meandrina braziliensis. Isto pode justificar medidas de manejo

especificas para esta área. Por outro lado, o Recife de Tubarão não apresentou

uma característica que justifica uma medida deste tipo. As outras 14 estações

não apresentaram relevância em nem um dos três critérios.

81

Os três critérios de relevância ambiental usados neste trabalho funcionaram de

maneira complementar. A estação de Ilha dos Frades Sul é um bom exemplo

disso. Caso fosse utilizado apenas os critérios adaptados de Done (1995), este

recife estaria junto de Pedra Cardinal e Poste 6 como os três recifes de maior

relevância para conservação. Esta estação obteve o critério Bom para os

indicadores de resiliência e riqueza de espécies. Entretanto o critério de

Integridade Ambiental foi capaz de detectar uma condição de degradação,

causada principalmente pela quantidade excessiva de alga calcária incrustante

(Tabela 3). É possível que esta estação esteja em processo de degradação

que pode ocasionar a perda de espécies e da resiliência. Foi observado em

campo colônias com branqueamente e mortalidade nas zonas de contato com

as algas. Métodos como o utilizado por Harding et al., 2006 não teriam

capacidade de identificar este problema.

No critério de Riqueza, a idéia de Done (1995) de atribuir valores às espécies

de acordo com a sua taxa de ocorrência trás um salto qualitativo. Este artifício

permite distinguir entre duas estações com o mesmo número de espécies, qual

apresenta o maior número de espécies incomuns e raras.

Esse resultado não deve ser interpretado como indicação de recifes

conservados e recifes degradados. Os valores desses critérios são relativos ao

estado atual dos recifes da BTS. A partir desse resultado é possível identificar

em que recife é mais vantajoso o investimento em conservar, com base nos

aspectos ecológicos descritíveis no ecossistema. Dessa forma, este método

mostrou-se eficiente para identificar recifes de corais com maior relevância

para conservação em media escala. Como é fundamental a criação de AI’s

para alcançar o objetivo de conservar os recifes (Aronson e Precht, 2006;

McClanahan et al., 2006; Mumby, 2006), este método pode constituir uma

importante ferramenta para esta tarefa.

Pelo fato dos Recifes da Baía de Todos os Santos diferem entre Externos e

Internos quanto à Comunidade Bentônica (Cruz, 2008), para atingir a meta de

82

conservação deve-se contemplar estes dois grupos de recifes com pelo menos

uma AI em cada.

O tamanho dessas áreas é uma questão central na eficiência de uma AI

(Jameson et al., 2002; Neigel, 2003; Robert et al., 2003a,b; Shanks, et al.,

2003). A área a ser conservada deve ser maior que a necessária para a vida

das espécies que nela habitam (Neigel, 2003). Nesse critério há uma

divergência entre as AI’s destinadas à sustentabilidade da pesca e à

conservação da biodiversidade (Robert et al., 2003b; Shanks, et al., 2003).

Áreas pequenas não são eficientes para manutenção de estoques pesqueiros,

sendo necessárias áreas mais extensas (Robert et al., 2003b). Embora as AI’s

destinadas à conservação não tenham restrição quanto à extensão de sua área

(Robert et al., 2003b), Shanks, et al. (2003) sugere AI com dimensões médias,

entre 4 e 6 km de diametro (em uma área circular equivale a 12,7 e 28,3 km2),

e com um espaçamento de 20 km entre elas para a manutenção da

conectividade entre as populações bentônicas. Entretanto, a Reserva

Extrativista (RESEX) de Corumbau vem apresentando bons resultados no

aumento da biomassa de peixes comerciais com uma AI com uma área de 18,5

Km2 (Moura, et a., 2007), em uma área muito menor do que o minimo utilizada

nas AI’s do Parque da Grande Barreira de Coral da Austrália de 78,5 km2

(Wilkinson, 2004; Fernandes et al., 2005).

A conectividade e a preservação de outros ambientes marinhos são apontados

como essenciais para a resiliência dos recifes, porque muitos dos processos

ecológicos chaves não se restringem aos recifes de corais (Nyström et al.,

2000). Além dos ciclos físicos e biogeoquímicos, a exemplo da retenção do

sedimento e assimilação de nutrientes pelos manguezais que garantem que as

águas nos recifes continuem claras e oligotróficas, diversos organismos

necessitam de ambientes distintos em diferentes estágios de vida, para

recrutar, crescer, alimentar-se e ou reproduzi-se (Moberg e Rönnback, 2003).

Para garantir a resiliência dos recifes e a sustentabilidade da pesca importante

assegurar a conservação de ambientes como manguezais, fanerógama,

bancos de alga entre outros (Nyström et al., 2000; Moberg e Rönnback, 2003).

83

Recomendações:

A partir dessas informações, são indicadas pelo menos duas AI’s, cada uma

com cerca de 19 km2. Áreas retangulares permitem uma demarcação mais fácil

e eficiente (Figura 6).

Nos recifes externos, a área abrigaria a estação de Caramuanas de Sul. Sendo

delimitada pelos pontos 13º07'57,75"S, 38º45'32,43"W; 13º09'58,59"S,

38º45'59,46"W; 13º10'37,34"S, 38º43'15,38"W e 13º08'36,49"S, 38º42'48,37"W

(Datum SAD 69). Esta AI estaria próxima da foz do rio Jagaripe, o que

possibilitaria assegurar a conectividade com o manguezal. Considerando

também a ecologia da paisagem marinha, essa AI poderia ser entendida para

parte do estuário.

Para o Interior da BTS uma possível demarcação seria uma área que abrigasse

as estações Pedra Cardinal e Poste 4. Conseqüentemente, essa área conteria

também a estação Poste 1 e parte do recife que margeia a Ilha de Maré. Uma

possível delimitação seria dada pelos pontos 12º47'20,36"S, 38º33'32,15"W;

12º48'58,96"S, 38º34'58,27"W; 12º50'47,30"S, 38º33'00,75"W e 12º49'08,68"S,

38º31'34,62"W (Datum SAD 69).

Essas AI’s abrigariam o complexo Siderastrea e as espécies Stephanocoenia

michelini, Madracis decatis, Agaricia agaricites, Porites astreoides, P. branneri,

Favia gravida, Montastraea cavernosa, Mussismilia braziliensis, M. harttii, M.

hispida, Scolymia wellsi, Phyllangia americana, Millepora alcicornis, Stylaster

roseus. Entretanto, a espécie Meandrina braziliensis talvez não fosse

contemplada.

A espécie Meandrina braziliensis apresenta duas formas, uma fixa sobre o

recife na estação de Ilha de Maré Oeste e outra de forma livre (Laborel, 1969).

Neste trabalho esta espécie foi encontrada na forma fixa apenas e na forma

livre apenas em Inema, fora do recife, sobre o sedimento perirecifal. M.

braziliensis é uma espécie ameaçada pela coleta indiscriminada para a venda

84

como souvenir. Esse problema pode justificar um manejo específico para as

estações de Ilha de Maré Oeste e Inema. Ambas as formas foram encontradas

em grande abundância em 1962 no recife de Inema por Laborel (1969). E

foram muito raras neste presente estudo. É provável que M. braziliensis ocorra

em outras estações além Ilha de Maré Oeste e de Inema, no sedimento

perirecifal, ambiente não explorado nesse trabalho. Outra metodologia deve ser

utilizada para identificar a distribuição e abundância dessa espécie.

Para tentar assegurar a conservação desta espécie existem duas

possibilidades: Efetuar um estudo mais específico para M. braziliensis na AI do

interior da BTS para verificar a sua existência e seu tamanho populacional

assumindo em coso positivo esta AI como descrita anteriormente. Ou ampliar

esta AI até a estação de Ilha de Maré onde foi constatado a presença desta

espécie. Uma possível delimitação seria dada pelos pontos 12º46'31,40"S,

38º33'08,95"W; 12º48'15,56"S, 38º35'09,33"W; 12º50'47,40"S, 38º33'05,77"W e

12º49'03,24"S, 38º31'05,39"W (Datum SAD 69). Está área teria 28,3 Km2 e

abrigaria as estações de Poste 5 e Ilha de Maré, além de Pedra Cardinal, Poste

4 e Poste 1.

85

Figura 6: Mapa com sugestão de áreas intangíveis.

Entretanto, apenas a criação destas AI’s não garante a conservação desses

recifes. A degradação desses ambientes já resultam em mudanças na

distribuição de Mussismilia braziliensis, Millepora nitida e P. branneri (Dutra et

al., 2006; Cruz, 2008). Essas espécies foram relatadas no recife de Inema, em

1962, por Laborel (1969) e hoje só são encontradas em regiões próximas da

entrada da baía ou voltadas para mar aberto. Além disso, a zona de Millepora

alcicorins descrita por Araújo (1984) não existe mais nos recifes de Pinaúnas,

possivelmente em decorrência da pesca predatória com bomba e redes (Cruz,

2008).

Todavia apenas a criação de AI’s não garante a conservação dos recifes da

BTS. Também se faz necessário a eliminação da pesca predatória com redes

de espera e explosivos, além da melhoria da qualidade da água da baía

(Knowlton e Jackson, 2008). efetiva conservação desses ambientes pode

possibilitar, a partir da migração de larvas e organismos adultos (Wantiez et al.,

1997; Bellwood et al., 2004), a recuperação dos demais recifes da BTS no

futuro.

Possíveis áreas recifais

Estações Amostrais

AI de 19 km2

AI expansão para 28 km2

0 5 10 Km

86

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95

Conclusão Geral:

1º Os recifes externos e internos da BTS são diferente quanto à estrutura da

comunidade de coral e macro bentônica recifal. Essa diferença reflete os

padrões de hidrodinâmica e de poluição da BTS. Para conservar as

peculiaridades de cada grupo recifal, é necessária pelo menos uma área

intangível nos recifes externos e outra nos recifes internos, o que totaliza ao

menos duas AI’s.

Os recifes externos da BTS diferenciam-se dos internos pela alta cobertura de

alga calcária encrustante (X=18,6% ±=10,6) e de alga calcária articulada

(X=17,6% ±=9,8). Este grupo possui com exclusividade a espécie Mussismilia

braziliensis e uma maior distribuição de P. branneri, A. agaricites e M. harttii

forma Laxa.

Os recifes Internos caracterizam-se pela maior quantidade de Esponja (X=8,8%

±=7,5) e de coral (X=8,9% ±=5,5). Apresentaram com exclusividade S. wellsi S.

michelini e M. decatis e uma maior abundância e distribuição de M. cavernosa,

M. alcicornis, F. gravida e P. astreoides.

2º Os impactos humanos na BTS foram muito intensos nas ultimas cinco

décadas provocando diversas mudanças na comunidade de coral.

As mudanças na comunidade de coral ocorreram em ambos os grupos. Nos

recifes externos constatou-se a ausência de M. alcicornis em todo o recife de

Pinaúnas. Possivelmente, a pesca predatória com bomba e redes de espera

sejam as responsáveis por essa mudança, que pode exigir décadas para a

recuperação dos recifes.

Nos recifes internos, foi constatada a ausência de espécies que já foram muito

abundante nesses locais, Mussismilia braziliensis e Millepora nitida. A espécie

Porites branneri está presente apenas em Boa Viagem, que é a estação mais

próxima dos recifes externos e da entrada da baía. Meandrina braziliensis foi

96

encontrada na forma fixa em apenas na estação de Maré Oeste, com apenas

um exemplar. Na forma livre, essas espécie foi encontrada apenas na estação

de Inema, fora do recife. Na década de 1960, as duas formas dessa espécie

eram abundantes (Laborel, 1969). A redução de populações ou extinção de

espécies, juntamente com o histórico de poluição da BTS, são um indício de

que a qualidade de água é a responsável por esse fenômeno. Essa

degradação já demonstra serias conseqüências. Os recifes de Poste 1 e Pedra

do Dentão já estão ultrapassaram o limiar da resiliência. Nessas estações foi

constatada a mudança de fase e atualmente estão dominados por Epzoanthus

sp.

3º Escala de importância para conservação:

Para os recifes externo: Caramuanas de Sul (2 pontos), Caramunas de Leste-

Sueste (1 ponto), Caramuanas de Norte (1 ponto), Pinaunas 1 (-2 pontos),

Pinaunas 2 (-2 pontos) Pinaunas 3 (-2 pontos), Pinaunas 4 (-3 pontos) e

Pinaunas 5 (-3 pontos).

Para os recifes Internos: Pedra Cardinal (3 pontos), Poste 6 (3 pontos), Poste 4

(2 pontos), Ilha dos Frades Sul (1 ponto), Pedra Alva (0 pontos), Ilha de Maré

Oeste (0 pontos), Tubarão (0 pontos), Poste 5 (-1 ponto), Pedra Mangueira (-1

ponto), Boa Viagem (-1 ponto), Poste 1 (-2 pontos), Recife de Inema (-2

pontos), Ilha dos Frades Leste (-3 pontos), Recife de Peri-peri (-3 pontos) e

Pedra do Dentão (-3 pontos).

4º Para tentar garantir a recuperação e a conservação desses recifes são

necessárias medidas urgentes de manejo.

97

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