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Nova Petrópolis - RS 2017 FACULDADE CNEC NOVA PETRÓPOLIS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS GABRIELA KAISER IMPACTOS DA IMPLANTAÇÃO DO BLOCO K EM UMA EMPRESA DO RAMO CALÇADISTA

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Nova Petrópolis - RS

2017

FACULDADE CNEC NOVA PETRÓPOLIS

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

GABRIELA KAISER

IMPACTOS DA IMPLANTAÇÃO DO BLOCO K EM UMA

EMPRESA DO RAMO CALÇADISTA

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Nova Petrópolis - RS

2017

GABRIELA KAISER

Impactos da Implantação do Bloco K em uma Empresa do Ramo Calçadista

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Curso de Graduação em Ciências Contábeis da

Faculdade CNEC Nova Petrópolis como parte

dos requisitos para obtenção do título de Bacharel

em Ciências Contábeis.

Orientador: Prof. Ma. Gisela Schaffer

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GABRIELA KAISER

IMPACTOS DA IMPLANTAÇÃO DO BLOCO K EM UMA EMPRESA

DO RAMO CALÇADISTA

Trabalho de Conclusão de Curso, aprovado como requisito parcial para obtenção

do grau Bacharel em Ciências Contábeis no Curso de Ciências Contábeis da

Faculdade CNEC Nova Petrópolis.

Data de Aprovação:

___/___/___

Banca Examinadora:

___________________________________________

Prof. Ma. Gisela Schaffer

Orientador

Faculdade CNEC Nova Petrópolis

___________________________________________

Prof. Ma. Vanessa Heckler Marquesini

Presidente da Banca

Faculdade CNEC Nova Petrópolis

___________________________________________

Prof. Esp. Gustavo Fantoni

Secretário da Banca

Faculdade CNEC Nova Petrópolis

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Iara e Jorge, por terem me ensinado os valores da vida.

Eternamente grata a tudo que fizeram por mim.

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AGRADECIMENTO

Agradeço a todos, que de alguma forma, contribuíram na minha

jornada acadêmica.

Um agradecimento especial aos meus pais, que nunca mediram

esforços, para me ajudar no que podiam. Amo vocês!

A minha irmã, Rafaela, pela irmã maravilhosa que é, e por todo apoio

de sempre.

As minhas amigas, por entenderem o período difícil e de correria para

a conclusão deste trabalho.

Aos meus colegas de trabalho, que me ajudaram no estudo dentro da

empresa e também a aqueles que não cansaram de ouvir falar no TCC.

Aos colegas da faculdade, pelo apoio recebido, as risadas

compartilhadas e as amizades que levarei para toda minha vida.

A minha professora e orientadora Gisela, pela paciência, carinho e

atenção oferecidos nessa jornada. Obrigada pela confiança

transmitida.

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As nuvens mudam sempre de posição, mas são sempre nuvens no céu.

Assim devemos ser todo dia, mutantes, porém leais com o que

pensamos e sonhamos; lembre-se, tudo se desmancha no ar, menos os

pensamentos.

Paulo Beleki

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RESUMO

O avanço tecnológico permitiu aos órgãos fiscalizadores o acompanhamento real dos

impostos a serem pagos pelas empresas. O Sistema Público de Escrituração Digital (SPED)

foi instituído pelo governo federal com o intuito de informatizar a relação do fisco com o

contribuinte. Neste trabalho será tratado o Bloco K, uma vertente do SPED, que permite ao

fisco o acesso completo a todos os processos produtivos que ocorrem nas indústrias e a toda

movimentação que ocorre no estoque das empresas. O estudo teve como objetivo principal

conhecer os principais impactos causados pela implantação do Bloco K em uma indústria do

ramo calçadista, bem como apontar suas principais vantagens e desvantagens. Primeiramente

foi realizada uma pesquisa bibliográfica para melhor compreensão deste assunto, em seguida

foi realizado um estudo de caso na empresa, com entrevistas, que foram transcritas e

analisadas. Decorrente a análise de dados foi possível perceber ganhos substanciais em

controles internos, e como a maior desvantagem o alto investimento feito para a implantação e

adaptação de novos sistemas.

Palavras-chave: SPED. Bloco K. Controles. Escrituração Fiscal Digital ICMS/IPI.

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ABSTRACT

The advances in the technological field allowed the monitoring agencies to follow the real

amount of taxes to be paid by the companies. The Public Digital Bookkeeping System (SPED

- in Portuguese Sistema Público de Escrituração Digital) was established by the federal

government in order to computerize the relationship between the tax authorities and the

taxpayer. This paperwork will deal with Block K (in Portuguese Bloco K), a SPED

component, which allows the tax authorities the complete access to all the productive

processes that occur in the industries as well as to any movement in the company’s stock. The

main objective of the study was to identify the main impacts caused by the implementation of

Block K in a footwear industry, as well as to identify its main advantages and disadvantages.

To begin with, a bibliographical research was carried out to better understand the subject,

followed by a study inside the company, with interviews, which were transcribed and

analyzed. As a result of the data analysis, it was possible to perceive substantial gains in

internal controls, and the high investment made for the implementation and adaptation of new

systems was the major disadvantage.

Keywords: SPED. Block K. Controls. Digital Tax Bookkeeping ICMS/IPI.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Funcionamento de um sistema de processamento de dados. .................................. 20

Figura 2 – Objetivos do controle interno .................................................................................. 26

Figura 3 – Tipos de ativos no estoque ...................................................................................... 28

Figura 4 – Desenho de pesquisa ............................................................................................... 55

Figura 5 – Bloco K – controle da produção e do estoque......................................................... 56

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Características das informações ............................................................................. 21

Quadro 2 – Classificação dos sistemas de informação ............................................................. 23

Quadro 3 – Objetivos do SPED ................................................................................................ 32

Quadro 4 – Resumo dos subprojetos do SPED ........................................................................ 37

Quadro 5 – Blocos da EFD ....................................................................................................... 39

Quadro 6 – Resumo Bloco K .................................................................................................... 46

Quadro 7 – Impostos apurados pelo Bloco K ........................................................................... 50

Quadro 8 – Tipos de pesquisa quanto à natureza ..................................................................... 51

Quadro 9 – Tipos de entrevistas ............................................................................................... 53

Quadro 10 – Ajustes necessários para atender ao Bloco 0 ....................................................... 59

Quadro 11 – Principais ajustes feitos para atender ao Bloco K ............................................... 60

Quadro 12 – Processo atual X Bloco K .................................................................................... 64

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Cálculo atual x cálculo antigo................................................................................. 65

Tabela 2 – Investimento sistema novo ..................................................................................... 67

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS E SIGLAS

ACSP Associação Comercial de São Paulo

CE Ceará

CIAP Créditos de ICMS do Ativo Permanente

CNAE Classificação Nacional de Atividades Econômicas

COTEPE Comissão Técnica Permanente

CPC Comitê de Pronunciamentos Contábeis

CPV Custo do Produto Vendido

CT-e Conhecimento de Transporte Eletrônico

ECD Escrituração Contábil Digital

ECF Escrituração Contábil Fiscal

EFD Escrituração Fiscal Digital

EFD Reinf Escrituração Fiscal Digital das Retenções e Informações

ERP Enterprise Resource Planning – Sistema Integrado de Gestão Empresarial

IBPT Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação

ICMS Imposto sobre a Circulação de Mercadorias

IPI Imposto sobre Produtos Industrializados

MDF-e Manifesto de Documentos Fiscais Eletrônico

NCM Nomenclatura Comum do Mercosul

NF-e Nota Fiscal Eletrônica

NFC-e Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica

NFS-e Nota Fiscal de Serviços Eletrônica

PAC Programa de Aceleração do Crescimento

PEPS Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair

PMATA Projeto de Modernização da Administração Tributária e Aduaneira

RS Rio Grande do Sul

SE Sergipe

SPED Sistema Público de Escrituração Digital

TIPI Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 14

1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ............................................................................. 14

1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 15

1.2.1 Objetivo Geral ........................................................................................ 15

1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................. 15

1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 16

2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 18

2.1 CONTABILIDADE ................................................................................................ 18

2.2 INFORMAÇÃO ..................................................................................................... 19

2.2.1 Sistemas de Informação ......................................................................... 22

2.2.2 Contabilidade e os sistemas de informação ......................................... 23

2.2.3 Controles Internos ................................................................................. 24

2.2.3.1 Estoques .................................................................................... 27

2.2.4 Contabilidade de custos e a geração de informações ao Bloco K ...... 30

2.2.5 Ficha Técnica .......................................................................................... 30

2.3 SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL - SPED ......................... 31

2.3.1 Objetivos e benefícios do SPED ............................................................ 32

2.3.2 Projetos do SPED ................................................................................... 33

2.3.3 Escrituração fiscal digital – EFD ICMS/IPI ........................................ 37

2.4 BLOCO K – CONTROLE DA PRODUÇÃO E DO ESTOQUE .......................... 40

2.5 TRIBUTOS E IMPOSTOS ..................................................................................... 46

2.5.1 Imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços - ICMS ......... 47

2.5.2 Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI ................................... 49

3 MÉTODO ............................................................................................................................. 51

3.1 TIPO DE PESQUISA QUANTO À NATUREZA ................................................. 51

3.2 TIPO DE PESQUISA QUANTO AOS OBJETIVOS ............................................ 52

3.3 TIPO DE PESQUISA QUANTO À ABORDAGEM ............................................ 52

3.4 TIPO DE PESQUISA QUANTO AOS MEIOS ..................................................... 53

3.5 COLETA DE DADOS ........................................................................................... 53

3.6 ANÁLISE DOS DADOS ....................................................................................... 54

3.7 DESENHO DE PESQUISA ................................................................................... 54

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................................ 56

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA .................................................................. 57

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4.1.2 Perfil dos Entrevistados ......................................................................... 58

4.2 PROCESSO ATUAL E O BLOCO K .................................................................... 58

4.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS ................................................................... 65

4.3.1 Vantagens................................................................................................ 65

4.3.2 Desvantagens .......................................................................................... 67

4.3.3 Consolidação dos Impactos ................................................................... 68

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 69

5.1 CONTRIBUIÇÕES DO ESTUDO ......................................................................... 70

5.2 LIMITAÇÕES DO ESTUDO ................................................................................. 70

5.3 PESQUISAS FUTURAS ........................................................................................ 70

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 72

APÊNDICE 1 – QUESTIONÁRIO BLOCO K ................................................................... 78

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1 INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas é possível perceber diversos impactos da globalização. Dentre

eles um peculiarmente é notório: o impacto tecnológico. Com ele foi possível saber o código

genético das pessoas, a robotização das fábricas, a automação de plantas industriais além, é

claro, de permitir aos órgãos fiscalizadores o acompanhamento real dos impostos a serem

pagos.

Instituído em janeiro de 2007, o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), trata

da informatização da relação entre o fisco e os contribuintes, conforme Receita Federal do

Brasil (2017a). Neste estudo, tratamos especificamente o Bloco K, uma vertente do SPED,

constituída do livro Registro de Controle da Produção e do Estoque, aplicado em indústrias

manufatureiras.

Com o Bloco K o fisco terá acesso completo a todos os processos produtivos que

ocorrem nas indústrias e ainda a toda movimentação que ocorre no estoque das empresas. Ou

seja, será um “divisor de águas” em termos de transparência no relacionamento entre

empresas que tenham algum tipo de produção com os órgãos fiscalizadores. Conforme o

Conselho Regional de Contabilidade do Sergipe (2014), isso facilitará o cruzamento dos

dados dos saldos apurados pelo SPED com aqueles informados pelas indústrias nos

inventários. Desta forma, percebe-se que as empresas deverão ter registros fidedignos para

evitar penalizações. Pois, caso venha a existir alguma inconsistência nos saldos apurados, e

que estas diferenças não se justifiquem, poderão ser configuradas como sonegação fiscal.

Desta forma, este trabalho versa sobre esclarecer, de forma antecipada, os impactos da

implantação do Bloco K através de um estudo de caso em uma empresa do ramo calçadista da

Serra Gaúcha, quais as mudanças que foram necessárias, bem como as vantagens e

desvantagens encontradas na visão dos entrevistados, a partir de um roteiro de perguntas semi

estruturado.

1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Conforme o Portal Tributário (2017a), desde que foi criado o SPED, as empresas se

deparam com dificuldades para se enquadrar às novas exigências, da mesma forma ocorreu

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com o Bloco K. Dentre as principais dificuldades encontradas pelas empresas, o Site Contábil

(2017), elenca a dificuldade de adaptação de rotinas e de sistemas para conseguir adequar o

layout requisitado.

Neste trabalho, pretendeu-se verificar como uma empresa de grande porte do ramo

calçadista se estruturará para atender premissas que satisfaçam as demandas do Bloco K.

Pretende-se verificar também quais estão sendo as maiores dificuldades na implantação deste

sistema, bem como vantagens e desvantagens, incluindo os investimentos que estão sendo

feitos na empresa, quantos profissionais estão sendo envolvidos para trabalhar neste novo

sistema e se os departamentos estão interligados da maneira que precisam estar para que as

informações estejam disponíveis.

Portando, pretende-se responder: quais os impactos em processos e financeiros da

implantação do Bloco K em uma empresa do ramo calçadista?

1.2 OBJETIVOS

A seguir são abordados o objetivo geral e em seguida os objetivos específicos

presentes neste trabalho.

1.2.1 Objetivo Geral

Verificar qual o impacto da implantação do Bloco K em uma empresa do ramo

calçadista.

1.2.2 Objetivos Específicos

Além do objetivo geral, têm-se os seguintes objetivos específicos que se pretende

alcançar neste trabalho:

Efetivar a revisão de material bibliográfico pertinente ao tema;

Coletar dados sobre a implantação;

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Avaliar a aderência do processo atual aos requisitos do Bloco K;

Identificar se há e quais são os dispêndios financeiros da implantação; e

Apontar vantagens e desvantagens da implantação do Bloco K na empresa.

1.3 JUSTIFICATIVA

Conforme Impostômetro, no ano de 2016, foram arrecadados R$2.004.536.531.089,31

em impostos no Brasil. Já de 1° de janeiro de 2017 até 24 de novembro de 2017 foi

arrecadado o valor de R$1.930.686.376.000,00 em impostos no país, desta forma percebe-se a

grandeza em termos monetários, dos impostos que movimentam o país.

Conforme estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT,

2016), sob encomenda da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o Imposto sobre a

Circulação de Mercadorias (ICMS) representa 18,3% do total de impostos pagos pelos

brasileiros. O estudo foi feito considerando como base o primeiro semestre de 2016. Ainda

segundo o estudo 59,63% da arrecadação fica na esfera federal, 29,3% na esfera estadual e

11,07% na esfera municipal.

Já a arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), no ano de 2016, foi

de R$44.951.308.257,00, conforme disponível no site da Fazenda, do Governo Federal

(2017a).

Embora os valores sejam expressivos, ainda existem casos de sonegação de impostos e

a ideia do SPED ao informatizar a relação entre o fisco e os contribuintes é proporcionar além

de agilidade e transparência nessa relação, economia de tempo e de gastos, maior controle na

fiscalização e legitimidade nas informações recebidas das empresas contribuintes.

Porém, sabe-se que para que ocorram as adequações visando atender o fisco há,

muitas vezes, necessidade de investimentos, sejam de hardware, software ou pessoas.

Observando especificamente o Bloco K, esta necessidade está aumentada em inúmeras vezes,

uma vez que solicita informações produtivas e de processos das indústrias, como perdas,

movimentações de estoques amparadas ou não por documento fiscal, além de obrigar as

empresas a terem os estoques auferidos ao menos mensalmente.

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Sendo assim, torna-se importante o estudo dos impactos para a adequação de uma

empresa do segmento calçadista para atender aos requisitos do Bloco K. Impactos estes na

esfera pessoal, processos e investimentos necessários.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo serão apresentadas as definições dos conceitos teóricos necessários para

a elaboração e compreensão deste trabalho e do assunto em questão.

Inicialmente é apresentada a Contabilidade, seguida pelo tópico Sistema Público de

Escrituração Digital, onde é visto que existem diversos subprojetos e que um deles, a

Escrituração Fiscal Digital ICMS/IPI, abrange o Bloco K, foco deste trabalho. São

conceituados em seguida tributos e impostos, informação, sistemas de informação e a

importância da contabilidade nestes sistemas. São conceituados por fim controles internos,

estoques, contabilidade de custos e ficha técnica.

2.1 CONTABILIDADE

Segundo Iudícibus (2010), os primeiros sinais da existência da contabilidade são de

aproximadamente 2.000 anos a.C, pois neste período tem-se o registro das primeiras contas

feitas pelo homem. Porém, Indícibus (2010) destaca ainda, que antes deste período, o homem

primitivo já estava a praticar de alguma forma a contabilidade, ao mensurar quantidade de

rebanho e instrumentos para a caça e pesca. Na literatura brasileira, Basso (2011) explica que,

a contabilidade tem suas origens nas obras do autor Antônio Lopes de Sá (1927 - 2010), que

se dedicou ao desenvolvimento e a pesquisa contábil.

A contabilidade, conforme explica Franco (2009), pode ser considerada como arte,

ciência ou técnica, tudo dependendo da forma em que é abordada pelos doutrinadores. Franco

(2009, p. 19) classifica a contabilidade como “[...] um conjunto de conhecimentos

sistematizados, com princípios e normas próprias [...]”, sendo uma ciência econômica e

administrativa. Segundo Marion (2009), a contabilidade pode ser avaliada ainda como uma

ferramenta que fornece informações para a tomada de decisões dentro e fora da empresa.

Para Basso (2011), a finalidade da contabilidade é a de originar informações

financeiras, físicas e econômicas do patrimônio de uma entidade. No planejamento estas

informações serão úteis no processo decisório, ao programar projetos e metas. Estas

informações também servem para manter-se um controle em todas as atividades que ocorrem

nas entidades.

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O objeto da contabilidade, conforme explica Franco (2009, p. 19), é o patrimônio,

considerando que a função da contabilidade é “[...] registrar, classificar, demonstrar, auditar e

analisar todos os fenômenos que ocorrem no patrimônio das entidades [...]”, podendo assim

prestar informações e relatórios com orientações sobre variantes do patrimônio, auxiliando na

tomada de decisões.

Entre os objetivos da contabilidade Indícibus (2010) explica que estão o fornecimento

de informações, de forma que atenda a todos os tipos de usuários. Uma contabilidade que seja

capaz de gerar informação diferenciada, para cada usuário e para cada objetivo.

Os usuários da contabilidade, segundo Marion (2009), não são somente os gerentes

administradores, são usuários também os investidores, os fornecedores, os bancos e o

governo. Os investidores buscam informações em relatórios contábeis para analisar se a

empresa é rentável. Já os fornecedores de mercadoria querem saber se a empresa tem

condições financeiras de pagar suas dividas. Os bancos fazem empréstimos desde que a

empresa tenha condições de realizar o pagamento depois. E o governo procura saber a

quantidade de impostos gerada.

2.2 INFORMAÇÃO

Conforme Oliveira (2011), é importante diferenciar dado de informação, já que dado é

um elemento identificado em sua forma bruta, sem conduzir a alguma compreensão e a

informação é o dado trabalhado que permite ao executivo tomar decisões. Nascimento e

Reginato (2009, p. 69) entendem a informação “[...] como o resultado do tratamento e da

estruturação de dados”.

Conforme explica Côrtes (2008), a coleta de dados e seu processamento geram

informações. Dado e informação não são a mesma coisa, já que a informação é obtida com o

processamento de dados, conforme figura 1.

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Figura 1 – Funcionamento de um sistema de processamento de dados.

Fonte: Côrtes (2008, p.27).

As características do quadro abaixo, para Stair e Reynolds (2011, p. 6), tornam a

informação valiosa. Caso uma informação não apresente nenhuma dessas características, os

usuários tendem a tomar decisões erradas, o que pode acarretar em altos custos.

Características das informações

Características Definições

Acessíveis

As informações devem ser facilmente acessíveis para os

usuários autorizados para que possam obtê-la no formato e no

tempo certo para atender as suas necessidades.

Exatas

As informações exatas estão livres de erros. Em alguns casos,

as informações imprecisas são geradas porque dados

imprecisos são colocados no processo de transformação (isso

é comumente chamado de lixo entra e lixo sai [GIGO -

garbage in, garbage out).

Completas

Informações completas contêm todos os fatos importantes.

Por exemplo, um relatório de investimentos que não inclua

todos os custos importantes não é completo.

Econômicas

As informações devem também ser relativamente econômicas

para serem produzidas. Os tomadores de decisões devem

sempre comparar o valor das informações com o custo de

produzi-las.

Flexíveis

Informações flexíveis podem ser utilizadas para diversos

propósitos. Por exemplo, informações sobre a qual

disponibilidade no estoque, de uma peça em particular,

podem ser utilizadas por representantes de venda para fechar

uma venda, por um gerente de produção para determinar se é

preciso repor os estoques e por um executivo financeiro para

determinar o valor total investido pela empresa em estoque.

(Continua)

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Relevantes

Informações relevantes são importantes para o tomador de

decisões. Informações que mostram que os preços da madeira

não vão cair podem não ser relevantes para um fabricante de

chips para computador.

Confiáveis

Informações confiáveis são aquelas em que os usuários

podem acreditar. Em muitos casos, a confiabilidade das

informações dependa da confiabilidade do método de coleta

de dados. Em outros casos, a confiabilidade depende da fonte

das informações. Um boato originário de uma fonte

desconhecida de que os preços do petróleo podem subir pode

não ser confiável.

Seguras As informações devem ser garantidas contra o acesso de

usuários não autorizados.

Simples

As informações devem ser simples, e não exageradamente

complexas. Informações sofisticadas e detalhadas podem não

ser necessárias. De fato, informações demais podem causar

sobrecarga de informações, fazendo com que o tomador de

decisões possua informações demais, tornando-o incapaz de

determinar o que é realmente importante.

Tempestivas

Informações devem ser apresentadas no momento exato,

quando elas são necessárias. Saber as condições do tempo da

semana passada não ajudará, quando está se tentando decidir

qual roupa vestir hoje.

Verificáveis

As informações devem ser verificáveis. Isso significa que

você pode verificá-las para assegurar-se de que elas são

corretas, talvez verificando muitas fontes para a mesma

informação.

Quadro 1 - Características das informações

Fonte: Ralph M. Stair e George W. Reynolds (2011, p. 7)

Conforme Nascimento e Reginato (2009, p. 70), a gestão da informação “[...] é a

principal ferramenta para o controle de todos os recursos que entram, são transformados e saem

de uma organização, considerando-se, também, como elemento fundamental para a tomada de

decisões”.

Como descrito anteriormente, a qualidade da informação está intimamente ligada a

qualidade do dado que a suporta, desta forma é relevante o uso de um sistema de informações

robusto que centralize a extração das informações.

(Continuação)

)

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2.2.1 Sistemas de Informação

Com a entrega de informações das empresas ao fisco é importante que os sistemas de

informação das empresas sejam confiáveis e carregados de toda movimentação que ocorre na

empresa, e com informações que estejam de acordo com a legislação vigente, conforme explica

Info Varejo (2017).

Conforme Stair e Reynolds (2011, p. 8) pode-se definir o sistema de informação como

Um conjunto de elementos ou componentes inter-relacionados que coleta (entrada),

manipula (processo), armazena e dissemina dados (saída) e informações, e fornece

uma reação corretiva (mecanismos de realimentação) para alcançar um objetivo.

Sistemas de informações podem ser definidos, conforme Cruz (2000), como conjunto

de tecnologias que disponibiliza meios a operação do processo decisório por meio dos dados

disponíveis. Padoveze (2009), define sistema de informação como um conjunto de recursos

para processar dados e traduzir informações, que permite as organizações alcançar seus

objetivos.

Ainda pode-se definir sistema de informação, conforme Laudon e Laudon (2010, p.

12), como “[...] um conjunto de componentes inter-relacionados que coletam (ou recuperam),

processam, armazenam e distribuem informações destinadas a apoiar a tomada de decisões, a

coordenação e o controle de uma organização”.

Stair e Reynolds (2011), explicam que nas empresas os sistemas de informação

utilizados, na maioria dos casos, são aqueles que foram projetados para o comércio eletrônico

e móvel, processamento de informações gerenciais e apoio a tomada de decisão. Os autores

destacam ainda que estes sistemas ajudam os funcionários em tarefas do dia a dia, facilitando

tarefas rotineiras.

Conforme citam Rezende e Abreu (2001), nas empresas são apresentados diversos

problemas, podendo eles ser sua perenidade e sobrevivência, manutenção de clientes, análises

de concorrentes e clientes, entre muitos outros e os sistemas de informação são importantes,

pois ajudam na solução destes problemas. Os autores explicam que toda empresa deve se

concentrar nos níveis superiores dos sistemas de informação gerencial.

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Segundo Padoveze (2009), os sistemas de informação podem ser classificados

conforme quadro a seguir:

Classificação dos sistemas de informação

Sistemas de apoio às operações

Auxiliam na execução de funções operacionais dos

departamentos, como compras, produção, vendas,

pagamentos, qualidade, planejamento e controle de

produção.

Sistemas de informação de apoio à

gestão

Sistema que apresenta informações econômico-

financeiras do estabelecimento.

Quadro 2 – Classificação dos sistemas de informação

Fonte: Adaptado de Padoveze (2009).

Nascimento e Reginato (2009), explicam que as empresas tem utilizado a tecnologia

da informação por ser possível efetuar operações de forma rápida e segura. Os sistemas de

informação convencionais não suprem todas as necessidades das empresas, especialmente se

tratando de Brasil, pois muitos dos sistemas ERP1 de renome são estrangeiros e apresentam

dificuldades para entender a volatilidade na mudança das regras e lei deste país.

2.2.2 Contabilidade e os sistemas de informação

Cleto e Oliveira (2010) ressaltam a importância dos profissionais da tecnologia nesta

nova empreitada onde é necessário mandar ao fisco diversos documentos digitais, porém os

contabilistas continuam a ser importantes para garantir a integridade das informações que são

encaminhadas ao SPED.

Conforme Oliveira (2014), as empresas de grande porte têm suas atividades

desenvolvidas em áreas distintas, a contabilidade acaba sendo o local de convergência de muitas

informações geradas nessas áreas. O autor afirma que a contabilidade toma conhecimento de

muitas das decisões da administração, mesmo que os detalhes dessas informações estejam em

áreas especificas. Conforme explicam Figueiredo e Caggiano (2008), a contabilidade pode ser

definida como um sistema de informação e mensuração de eventos que ajudam na tomada de

decisão.

1 Sigla para Enterprise Resource Planning, o ERP é um sistema de informação bem amplo, que abrange todos os

dados e processos de uma empresa em um sistema único.

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Para Padoveze (2009), a contabilidade é um sistema de informação, já que promove aos

usuários análises econômicas, financeiras, físicas e de produtividade. O autor considera

importante que um sistema de informação contábil tenha três pontos fundamentais:

operacionalidade, integração e custo da informação.

A contabilidade acaba recolhendo dados de todas as áreas de uma empresa e vai

transformar estes em informações econômicas e financeiras. Conforme Nascimento e Reginato

(2009), estes dados além de ajudarem na tomada de decisões, constroem um banco de dados.

Para fins de elucidação, considera-se que integram a estrutura de uma empresa de grande

porte as seguintes áreas: administrativa, comercial, contábil, financeira e produtiva. A

contabilidade é considerada o núcleo do fluxo de informações. Portanto, para Oliveira (2009), os

registros da contabilidade passam a ser integrados com várias áreas da empresa.

Ainda segundo Oliveira (2014), os sistemas integrados permitem que a contabilidade

acompanhe informações diretamente. Oliveira (2014) explica que muitos dos registros que eram

feitos diretamente pela contabilidade no sistema convencional hoje são feitos em outros setores e

a contabilidade por meio de um sistema integrado recebe todas estas informações. A

contabilidade passa a gerenciar o conjunto de informações que são geradas em diversas áreas da

empresa.

Para que tal sistema funcione de forma adequada com dados assertivos é necessário que

haja controles internos confiáveis que deem tal credibilidade aos processos, neste contexto o

acompanhamento aos processos de forma a evitar possíveis não conformidades e erros torna-se

relevante no ambiente sistêmico.

2.2.3 Controles Internos

Com a implantação do SPED Fiscal e de uma das suas novas vertentes, o Bloco K,

ficou ressaltada a importância de se ter controles internos para evitar o envio de dados errados

ao fisco.

Para Nascimento e Reginato (2009), controles internos são diversas normas e

procedimentos estabelecidos para alcançar uma meta dentro de uma organização, um conjunto

de procedimentos e mecanismos que garantam que tudo seja executado de forma correta.

Nascimento e Reginato (2009, p. 105) concluem que

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Controle interno é cada procedimento estabelecido e executado individualmente e

sistemas de controles internos é a organização de todos os mecanismos de controle

que interagem entre si, garantindo a salvaguarda dos ativos da empresa, a melhoria

da eficiência operacional, a integridade e transparência das informações econômico-

financeiras e, além disso, auxilia na adesão as políticas e normas propostas pela

administração da companhia.

Conforme Crepaldi (2008, p. 58), controle interno pode ser definido “[...] como o

sistema, de uma empresa, que compreende o plano de organização, os deveres e

responsabilidades e todos os métodos e medidas”. O autor ainda define como sendo as

medidas necessárias a serem adotadas para garantir o mínimo risco possível e melhorar

processos.

Entre as vantagens de uma estrutura de controles internos, Nascimento e Reginato

(2009), destacam:

Redução de desperdício de tempo e de materiais, resultando no aumento da eficiência

operacional;

Melhoria nas decisões operacionais, pois as informações são confiáveis;

Avaliações de desempenho corretas;

Ocorrência de fraudes e erros é mais difícil; e

Valorização da imagem e aumento de confiança dos investidores.

Conforme figura 2, pode-se ver os principais objetivos dos controles internos,

conforme Crepaldi (2008):

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Figura 2 – Objetivos do controle interno

Fonte: Adaptado de Crepaldi (2008)

Crepaldi (2008, p. 65), ressalta a importância da “[...] utilização de um controle

adequado sobre cada sistema operacional, pois desta maneira atingem-se os resultados

favoráveis com menores desperdícios”.

Conforme explicam Nascimento e Reginato (2009), para que um sistema de controle

interno possa ser executado é necessário que seja formatado. É importante definir as

necessidades para o desenvolvimento do sistema, e também os recursos humanos necessários.

Normas para a formatação, execução e monitoramento dos controles internos são os princípios

de controle interno.

É importante ressaltar, conforme Nascimento e Reginato (2009), que os controles

internos somente são úteis se o sistema de informações da empresa for consistente. Os

mecanismos dependem de um sistema de informações sólido, assim como o sistema de

informações depende da robustez do sistema de controles internos.

Os controles internos de estoques são os mais relevantes quando trata-se de Bloco K, pois

são através deles que ocorre a correta movimentação de estoques, sejam na entrada, na saída ou

baixas diversas.

Redução de custos

Salvaguardar os ativos

Verificar a fidelidade dos dados e relatórios

contábeis e operacionas

Promover a eficiência nas

operações

Estimular o cumprimento de

normas, políticas e procedimentos adotados pela

empresa

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2.2.3.1 Estoques

O Bloco K é constituído no livro eletrônico de registro de controle da produção e do

estoque, conforme visto anteriormente. Ele além de conter documentos de entrada e saída da

produção, tem também os saldos correspondentes ao estoque.

Conforme explicam Dubois, Kulpa e Souza (2009, p. 48), “[...] os estoques são bens que

ficam armazenados na empresa pelo fato de não terem sido utilizados (no caso de materiais) ou

comercializados (no caso de produtos acabados).” Definem ainda o estoque como sendo um

volume de bens disponíveis para uma produção futura, quando se trata de matéria-prima e

quando referente a bens produzidos e que ainda não foram vendidos, correspondem ao estoque

de produtos elaborados.

Almeida (2010, p. 191), explica que “os estoques são bens destinados à venda ou a

fabricação, relacionados com os objetivos e atividades da empresa.” Os itens que compõem o

estoque são as matérias-primas, os produtos em processo, os produtos acabados e as

mercadorias. Almeida ainda explica que atividades envolvendo os estoques são importantes já

que visam o aprimoramento de controles e redução de custos das empresas.

Segundo Lins (2014), os estoques muitas vezes representam o valor mais significativo do

ativo circulante, no balanço patrimonial, já que nele estão os bens adquiridos e designados à

venda. Estão compreendidos também produtos em processo de produção, produtos acabados e

matérias-primas.

Conforme explicam Rocha e Almeida (2014, p.35), “[...] os estoques devem representar

bens e direitos que sejam de propriedade da entidade, quer estejam em seu poder ou em poder de

terceiros”. Rocha e Almeida (2014, p. 36), enumeram os principais tipos de ativos considerados

no estoque:

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Figura 3 – Tipos de ativos no estoque

Fonte: Adaptado de Rocha e Almeida (2014)

Segundo Dubois, Kulpa e Souza (2009), em se tratando de controle de estoques, tem-se o

acompanhamento do fluxo físico dos materiais que vão do almoxarifado para a produção. O

objetivo de controlar os estoques é para obter o custo unitário de cada material que compõe o

produto final. Além disso, este controle proporciona a redução de perdas e desperdícios e permite

atender a necessidade física da produção.

Rocha e Almeida (2014), explicam que dos sistemas de controle de estoques serão

conseguidas as informações para os registros K200, K220, K250 e K255 que foram vistos

anteriormente.

Ainda conforme Rocha e Almeida (2014), para fazer o controle de estoque de matéria

prima, materiais e mercadorias são utilizados sistemas de controle de estoque, já o sistema de

custos é utilizado na valorização e controle dos produtos em processo e acabados, já que

nestes casos são acrescidos os custos de gastos gerais de fabricação e custos indiretos de

fabricação.

Conforme Lins (2014) e conforme o Comitê de Pronunciamentos Contábeis, CPC 16,

estão compreendidos no custo de aquisição de estoques o valor da compra, os impostos

(menos os recuperáveis), custos de transporte, manuseio, seguro, entre outros custos

relacionados à aquisição.

No item 12, do CPC 16, tem-se a definição dos custos de transformação de estoques:

1. Mercadorias para revenda

2. Matéria-Prima

3. Materiais de embalagem, indiretos, auxiliares ou de consumo

4. Produtos em processo de fabricação ou elaboração

5. Produtos acabados

6. Custo das importações em adamento referentes a itens de estoque

7. Adiantamentos a fornecedores de qualquer dos itens citados acima

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Os custos de transformação de estoques incluem os custos diretamente relacionados

com as unidades produzidas ou com as linhas de produção, como pode ser o caso da

mão-de-obra direta. Também incluem a alocação sistemática de custos indiretos de

produção, fixos e variáveis, que sejam incorridos para transformar os materiais em

produtos acabados. Os custos indiretos de produção fixos são aqueles que

permanecem relativamente constantes independentemente do volume de produção,

tais como a depreciação e a manutenção de edifícios e instalações fabris, máquinas e

equipamentos e os custos de administração da fábrica. Os custos indiretos de

produção variáveis são aqueles que variam diretamente, ou quase diretamente, com

o volume de produção, tais como materiais indiretos e certos tipos de mão-de-obra

indireta.

Conforme Rocha e Almeida (2014, p. 41), as mercadorias adquiridas devem ser

avaliadas pelo seu custo de aquisição, “[...] deduzindo dos impostos pagos na compra e que

resultem em créditos efetivos a serem abatidos dos impostos a pagar sobre a saída de produtos

tributados por esses mesmos impostos”.

Conforme explica Ribeiro (2009), os estoques estão sujeitos a perdas ou quebras, estas

podem ser consideradas normais ou razoáveis, quando é da própria natureza ou podem ser

consideradas anormais, por serem esporádicas. Estas perdas e quebras de estoque devem ser

consideradas como custo de produção ou custo de mercadorias vendidas e devem ser

devidamente justificadas.

Existem vários métodos de avaliar os estoques, mas conforme explica Lins (2014) e

conforme consta no CPC 16, só são aceitos os critérios de custo médio ponderado e PEPS

(primeiro a entrar, primeiro a sair). A entidade sempre deve utilizar o mesmo critério de

custeio nos estoques de mesma natureza. Em geral as empresas utilizam o custo médio.

Pelo critério PEPS, conforme item 27 do CPC 16, “[...] os itens de estoque que foram

comprados ou produzidos primeiro sejam vendidos em primeiro lugar e, consequentemente,

os itens que permanecerem em estoque no fim do período sejam os mais recentemente

comprados ou produzidos”. Dubois, Kulpa e Souza (2009, p. 54) avaliam que neste método

“[...] a saída do material do almoxarifado para a produção será avaliada pelo custo das

primeiras aquisições e o estoque final será considerado pelo custo das compras mais

recentes”.

Já pelo critério do custo médio ponderado, conforme o item 27 do CPC 16, “[...] o

custo de cada item é determinado a partir da média ponderada do custo de itens semelhantes

no começo de um período e do custo dos mesmos itens comprados ou produzidos durante o

período”.

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2.2.4 Contabilidade de custos e a geração de informações ao Bloco K

Conforme Rocha e Almeida (2014, p. 64), “a contabilidade de custos é o ramo da

contabilidade financeira ou geral, que trata do processo de apropriação, acumulação e avaliação

dos estoques de matérias-primas, produtos em processo, produtos acabados e dos serviços

prestados”. Seu objetivo é apurar o custo dos produtos vendidos, das mercadorias vendidas e de

serviços prestados.

Pode-se definir como custos, conforme Padoveze (2009, p. 314), “como gastos, não

investimentos, necessários para fabricar os produtos da empresa. São os gastos efetuados pela

empresa que farão nascer os seus produtos”. Para Dubois, Kulpa e Souza (2009, p. 16) custo “é

todo gasto que representa a aquisição de um ou mais bens ou serviços usados na produção de

outros bens e/ou serviços”.

Rocha e Almeida (2014), consideram o sistema contábil de custos a escrituração mais

completa para gerar informações ao Bloco K, já que trata da apropriação de custos e do controle

físico e financeiro dos estoques de matéria-prima, mercadorias, produtos em processo e produtos

acabados. Conforme os Princípios Fundamentais e Normas Brasileiras de Contabilidade (2008),

as empresas industriais estão obrigadas a manter a contabilidade de custos para avaliar os

estoques de produtos acabados ou em processo.

Conforme o Portal do SPED (2017), as informações necessárias ao Bloco K precisam ser

geradas dentro da empresa, podem ser repassadas para o sistema de uma empresa de

contabilidade, mas o sistema que as gerou deve ser o da empresa. Explicam ainda que estas

informações são retiradas da contabilidade de custos.

Conforme explicam Rocha e Almeida (2014), a obrigatoriedade de apurar o Custo do

Produto Vendido (CPV) pelo sistema de custos, não é por força de lei, mas pela regulamentação

da profissão contábil, cujo poder de fiscalizar é do Conselho Federal de Contabilidade (CFC),

por meio da Lei n° 12.249, de junho de 2010.

2.2.5 Ficha Técnica

Segundo explicam Rocha e Almeida (2014), a ficha técnica consiste em uma lista de

toda matéria-prima, material, componentes e itens comprados que são empregados na

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produção de um produto, contendo também o consumo necessário em cada item e também os

processos da produção de cada produto. A ficha técnica serve de base para o registro 0210 –

Consumo Específico Padronizado.

Rocha e Almeida (2014), explicam que a ficha técnica compartilha informações com

todos os setores da empresa e é importante destacar que ela é importante por ser uma

integração entre os sistemas de informação e os sistemas de custos, pois possibilita verificar a

consistência das informações. Cada indústria, conforme explicam Rocha e Almeida (2014),

acaba estruturando sua própria ficha técnica, conforme suas necessidades.

2.3 SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL - SPED

Conforme o Art. 2º do decreto nº 7.979, de 2013 (PLANALTO, 2013a):

O SPED é um instrumento que unifica as atividades de recepção, validação,

armazenamento e autenticação de livros e documentos que integram a escrituração

contábil e fiscal dos empresários e das pessoas jurídicas, inclusive imunes ou

isentas, mediante fluxo único, computadorizado, de informações.

Oliveira (2009) explica que o SPED tem por objetivo informatizar a relação entre o fisco

e o contribuinte. A ideia é modernizar a sistemática da execução das obrigações acessórias que

são transmitidas pelos contribuintes aos órgãos fiscalizadores e a administração tributária,

utilizando a certificação digital que é uma maneira de assinar documentos eletrônicos e conferir-

lhes validade jurídica.

Conforme o Portal CFC (2017), de forma objetiva, o SPED pode ser entendido como um

software disponibilizado pela Receita Federal do Brasil para que as empresas enviem a ela

informações de natureza fiscal, contábil e previdenciária, assim como Livros Fiscais, Comerciais

e Contábeis originados a partir da escrituração, além das Demonstrações Contábeis, satisfazendo

a uma padronização imposta.

Segundo Cleto e Oliveira (2010), no âmbito da Receita Federal do Brasil, o SPED faz

parte do Projeto de Modernização da Administração Tributária e Aduaneira (PMATA) que

compreende a implantação de novos métodos por sistemas de informação integrados, tecnologia

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da informação e infraestrutura logística adequada. Na mesma linha das ações do Programa de

Aceleração do Crescimento do Governo Federal (PAC), que se designa a remover obstáculos ao

crescimento econômico, quer-se que o SPED proporcione um ambiente melhor de negócios,

promovendo a modernização dos processos entre a administração pública e as empresas, ao

contrário dos projetos que tem como finalidade apenas o incremento da arrecadação, embora

num primeiro momento tal implantação acarrete investimentos de software, hardware e pessoas.

Oliveira (2009) explica que o acesso às informações contidas no SPED aos usuários

deverá ser por alçadas, conservando desta forma o sigilo existente entre os setores da empresa,

obedecendo a políticas internas. Assim sendo, os usuários não terão acesso irrestrito as

informações, somente no limite de cada setor, garantindo o sigilo necessário. Os empresários e as

sociedades empresariais também terão acesso às informações por eles enviadas ao SPED, assim

como também será possível saber quais órgãos estão acessando suas informações, pois o projeto

prevê que o login de cada acesso realizado fique registrado com data e horário.

2.3.1 Objetivos e benefícios do SPED

Conforme disponível no site da Receita Federal do Brasil (2017b), alguns dos objetivos

do SPED são:

Objetivos do SPED

O que? Como?

Realizar a integração dos fiscos Unificação e compartilhamento de informações fiscais e

contábeis, dentro da legalidade.

Padronizar as obrigações

acessórias aos contribuintes

Estabelecendo transmissão única de diversas obrigações

acessórias.

Acelerar a identificação de

ilícitos tributários

Com um controle de processos, rapidez nas informações e

fiscalização efetiva nas operações e cruzamento de dados.

Quadro 3 – Objetivos do SPED

Fonte: Própria autora com sabe nos autores citados

Além dos itens mencionados, tem-se ainda, conforme Oliveira (2009), objetivos

secundários que o SPED busca atingir, que trarão benefícios à sociedade, dentre os quais se

destacam:

Aperfeiçoamento do combate à sonegação.

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Eliminação do papel e diminuição dos custos com a dispensa de emissão e

armazenamento de documentos de papel;

Informações uniformes prestadas as diversas unidades federadas;

Rapidez no acesso a informações;

Eliminação da coleta de arquivos para realização de auditoria.

Diminuição de custos administrativos;

Qualidade de informação;

Verifica-se ainda, conforme Cleto e Oliveira (2010), que antes do SPED, o contribuinte

era obrigado a enviar diversas informações, muitas vezes repetidas, a diversos órgãos diferentes,

com prazos e regras diferentes, além de estar suscetível a auditorias pontuais que poderiam

requerer as mesmas informações em formatos diferentes. Com a implantação total do SPED, esta

forma de relacionamento será alterada, uma vez que o contribuinte se relacionará somente com o

SPED e este irá compartilhar as informações com os órgãos competentes, considerando que a

quantidade de informações constantes nos arquivos atenda a muitas das demandas enviadas de

forma isolada atualmente.

2.3.2 Projetos do SPED

A Receita Federal do Brasil (2017c) dividiu o SPED em diferentes módulos ou

subprojetos, sendo eles: a Escrituração Contábil Digital, a Nota Fiscal Eletrônica, a Nota Fiscal

de Serviços Eletrônica, o Conhecimento de Transporte Eletrônico, Escrituração Contábil Fiscal,

Escrituração Fiscal Digital ICMS/IPI, Escrituração Fiscal Digital Contribuições, a Escrituração

Fiscal Digital das Retenções e Informações da Contribuição Previdenciária Substituída, e-

Financeira, eSocial, o Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais, a Nota Fiscal de

Consumidor Eletrônica. Abaixo um breve conceito de cada um desses subprojetos.

Escrituração Contábil Digital – ECD: Instituído pela Secretaria da Receita Federal do

Brasil – RFB, pela Instrução Normativa nº 787, de 19 de novembro de 2007,

conforme Cleto e Oliveira (2010), o ECD é um projeto que permite ao fisco o acesso

às informações contábeis das empresas. Conforme disponível no site da Receita

Federal do Brasil (2017d), o objetivo é a substituição da escrituração em papel pela

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escrituração transmitida via arquivo digital, do Livro Diário, Livro Razão e Livros

Balancetes Diários, Balanços e fichas de lançamento comprobatórias dos

assentamentos neles transcritos.

Nota Fiscal Eletrônica – NF-e: instituída em 05 de outubro de 2005 com a publicação

do Sistema Nacional de Informações Econômicas e Fiscais (SINIEF) n° 07/2009, a

NF-e é “o documento emitido e armazenado eletronicamente, de existência apenas

digital, com o intuito de documentar operações e prestações de serviços” (Oliveira,

2009, p. 92). A NF-e foi desenvolvida pelas Secretarias da Fazenda dos Estados e

Receita Federal do Brasil (2017e), e tem entre muitos benefícios a redução da

sonegação e acréscimo da arrecadação, eliminação do papel, possibilidade de cruzar

dados eletronicamente, entre outros.

Nota Fiscal de Serviços Eletrônica – NFS-e: Segundo a Receita Federal do Brasil

(2017f) a NFS-e está sendo desenvolvida em conjunto pela Receita Federal do Brasil e

a Associação Brasileira das Secretarias de Finanças das Capitais, com o objetivo de

beneficiar as administrações tributárias com a melhora da qualidade das informações e

com o objetivo também de reduzir custos. Não será mais necessário a emissão e

armazenamento de documentos em papel. Conforme Tecnospeed (2017a), a NFS-e

reduz os custos do contribuinte e aumenta o controle da arrecadação do ISS para o

município.

Conhecimento de Transporte Eletrônico – CT-e: Conforme Receita Federal do Brasil

(2017g) foi instituída pelo AJUSTE SINIEF 09/07, de 2007, e será utilizado para

substituir a emissão dos seguintes documentos fiscais em papel: Conhecimento de

Transporte Rodoviário de Cargas, Conhecimento de Transporte Aquário de Cargas,

Conhecimento Aéreo, Conhecimento de Transporte Ferroviário de Cargas, Nota

Fiscal de Serviço de Transporte Ferroviário de Cargas e Nota Fiscal de Serviço de

Transporte. Esse documento pode ser conceituado como um documento digital, que

tem por intuito documentar, fiscalmente, o serviço de transporte de cargas. Conforme

o site da Fazenda (2017b), a validade é verificada conforme assinatura digital do

eminente com autorização do fisco.

E-Financeira: Instituída pela Instrução Normativa RFB n° 1571 de 02 de julho de

2015, ela é “um conjunto de arquivos digitais referentes a cadastro, abertura,

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fechamento e auxiliares, e pelo modulo de operações financeiras” (RECEITA

FEDERAL DO BRASIL, 2017h).

Escrituração Contábil Fiscal – ECF: Segundo a Receita Federal do Brasil (2017i), a

ECF vai substituir a Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa

Jurídica. A ECF apresenta informações econômicas e gerais.

Escrituração Fiscal Digital - Contribuições – Conforme a Receita Federal do Brasil

(2017j), a EFD Contribuições é um arquivo digital que deve ser usado por empresas

na escrituração da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins. Deverá ser gerado um

arquivo digital informando documentos fiscais e operações com incidência das

contribuições sociais e dos créditos de não-cumulatividade e da contribuição

previdenciária sobre a receita bruta.

Escrituração Fiscal Digital das Retenções e Informações da Contribuição

Previdenciária Substituída – EFD-Reinf: Está sendo construída em complemento ao e-

Social, conforme Receita Federal do Brasil (2017k). Nela são encontradas

informações sobre serviços prestados com cessão de mão de obra ou empreitada, entre

outros.

eSocial: Conforme o Portal do eSocial (2017), por meio deste sistema os

empregadores deverão informar ao governo todas as informações relativas a

empregados, como vínculos, folhas de pagamento, comunicações de acidente de

trabalho, entre outras. O objetivo é garantir os direitos trabalhistas e previdenciários e

a simplificação do cumprimento de obrigações.

Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (MDF-e): Conforme Receita Federal do

Brasil (2017l), o projeto tem como objetivo a implantação de um modelo nacional de

documento fiscal eletrônico que substitua a impressão de papel. A existência do

documento seria apenas digital, para vincular documentos fiscais transportados na

unidade de carga utilizada, onde a validade é verificada em assinatura digital.

Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica – NFC-e: Esse projeto tem por objetivo tornar

os atuais documentos fiscais de papel do varejo em uma alternativa eletrônica,

segundo Tecnospeed (2017b), assim será possível reduzir os custos de impressão dos

contribuintes e também uma melhora do controle fiscal pelas administrações

tributárias.

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Escrituração Fiscal Digital ICMS IPI – EFD: vertente do SPED fiscal onde tem-se o

Livro Registro de Controle da Produção e do Estoque. Conforme Receita Federal do

Brasil (2017m), trata-se de um conjunto de documentos fiscais e de outros

documentos de interesse dos fiscos, além de registros de apuração de impostos. Neste

trabalho trata-se especialmente o Bloco K que é uma vertente do SPED Fiscal e da

EFD, no próximo item tem-se mais detalhes deste projeto.

Cleto e Oliveira (2010) ressaltam que cada um destes subprojetos do SPED é autônomo,

com público e regra específicos. Muitos contribuintes estão sujeitos a todos estes subprojetos e

outros a somente alguns, de acordo com os enquadramentos individuais.

Resumo dos subprojetos do SPED

Projeto Objetivo

ECD - Escrituração Contábil Digital

Substituição da escrituração em papel pela

escrituração digital dos Livros Diário, Razão,

Balancetes Diários, Balanços e Fichas de

lançamento.

NF-e - Nota Fiscal Eletrônica Emissão eletrônica da nota fiscal, para substituir

o documento em papel.

NFS-e - Nota Fiscal de Serviços

Eletrônica

Troca de informações entre contribuinte e

municípios eletrônica, reduz custos para ambos e

facilita a fiscalização.

CT-e - Conhecimento de Transporte

Eletrônico

Substituição do documento fiscal em papel pelo

modelo eletrônico do transporte de cargas.

e-Financeira

Arquivos digitais referentes a cadastro, abertura,

fechamento e auxiliares, de instituições

financeiras.

ECF - Escrituração Contábil Fiscal Informações econômicas e gerais. Substitui o

DIPJ.

EFD - Contribuições - Escrituração

Fiscal Digital das Contribuições

Deve ser usado por empresas na escrituração da

contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS.

EFD - Reinf - Escrituração Fiscal Digital

das Retenções e Informações da

Contribuição Previdenciária Substituída

Complementar o eSocial.

eSocial Informações relativas a empregados. O objetivo é

garantir direitos trabalhistas e previdenciários.

MDF-e - Manifesto Eletrônico de

Documentos Fiscais

Implantação de documento fiscal eletrônico que

substitua a impressão de papel.

NFC-e - Nota Fiscal de Consumidor

Eletrônica

Transformar os atuais documentos fiscais do

varejo impressos em papel em formato eletrônico.

(Continua)

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EFD - Escrituração Fiscal Digital ICMS

IPI

Conjunto de documentos fiscais de interesse do

fisco, além da apuração de impostos.

Quadro 4 – Resumo dos subprojetos do SPED

Fonte: Própria autora com base nos autores citados

2.3.3 Escrituração fiscal digital – EFD ICMS/IPI

Conforme explicam Rocha e Almeida (2014), a EFD ICMS/IPI faz parte do projeto

SPED que visa à eliminação do papel, substituindo estes por documentos eletrônicos. Segundo

Oliveira (2009), é um arquivo digital que contém um conjunto de documentos fiscais e de outras

informações de interesse dos fiscos das unidades federadas e da Secretaria da Receita Federal do

Brasil, assim como no registro de apuração de impostos referentes às operações e prestações

praticadas pelo contribuinte. Os livros de entradas, saídas, apuração do ICMS, apuração do IPI,

registro do inventário que eram em formato de papel, passam ao formato eletrônico. A EFD é de

uso obrigatório a todos os contribuintes do ICMS ou do IPI.

Conforme o Portal Tributário (2017b), o convênio ICMS 143/2006, que foi substituído

pelo Ajuste SINIEF 02/2009 instituiu a EFD de uso obrigatório para os contribuintes do ICMS

e/ou do IPI. Esta escrituração substitui a impressão dos livros Registro de Entradas, Saídas,

Inventário, Apuração do IPI, Apuração do ICMS, Controle da Produção e do Estoque, além do

Documento Controle de Créditos de ICMS do Ativo Permanente – CIAP, ou seja, trata de um

conjunto de registros de apuração de impostos de operações e prestações praticadas pelo

contribuinte, além de documentos e informações de interesse ao fisco.

A definição de quais documentos fiscais e as definições técnicas do leiaute do arquivo

digital da EFD-ICMS/IPI foi definida pela Comissão Técnica Permanente (COTEPE) no Ato

COTEPE/ICMS n° 09, de 18 de abril de 2008, conforme Rocha e Almeida (2014). Conforme o

Guia Prático da EFD (2017, p. 10), considera-se totalidade das informações:

1 - as relativas às entradas e saídas de mercadorias bem como aos serviços prestados

e tomados, incluindo a descrição dos itens de mercadorias, produtos e serviços.

2 - as relativas à quantidade, descrição e valores de mercadorias, matérias-primas,

produtos intermediários, materiais de embalagem, produtos manufaturados e

produtos em fabricação, em posse ou pertencentes ao estabelecimento do

contribuinte declarante, ou fora do estabelecimento e em poder de terceiros e de

terceiros de posse do informante;

3 - as relativas à produção de produtos em processo e produtos acabados e

respectivos consumos de insumos, tanto no estabelecimento do contribuinte quanto

em estabelecimento de terceiro, bem como o estoque escriturado;

(Continuação)

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4 - qualquer informação que repercuta no inventário físico e contábil, no processo

produtivo, na apuração, no pagamento ou na cobrança de tributos de competência

dos entes conveniados ou outras de interesse das administrações tributárias.

Qualquer situação de exceção na tributação do ICMS ou IPI, tais como isenção,

imunidade, não incidência, diferimento ou suspensão do recolhimento, também

deverá ser informada no arquivo digital, indicando-se o respectivo dispositivo legal.

Conforme consta no Guia Prático da EFD (2017), o arquivo deve ser enviado

mensalmente contendo as informações de um mês, então, a data que está no registro 0000 é o

primeiro dia do mês, a data final deve ser o ultimo dia do mês 9999. Os prazos para o envio do

arquivo estão em legislação estadual. O contribuinte deve armazenar os documentos que

originaram a geração do arquivo digital, bem como o próprio arquivo digital.

Para transmitir este arquivo digital, a empresa deve fazer o download de um programa

validador, fornecido pelo governo, e que irá conferir se as informações do arquivo estão corretas.

Após isso, ainda conforme o Guia Prático da EFD (2017, p. 9), “o arquivo digital é assinado por

meio de certificado digital, emitido por autoridade certificadora credenciada pela Infraestrutura

de Chaves Públicas Brasileira e transmitido”. Quaisquer informações omitidas ou inexatas

podem acarretar em penalidades.

Conforme o Guia Prático da EFD (2017), desde 1º de janeiro de 2009 os contribuintes

obrigados a EFD ICMS/IPI devem escriturar e transmitir ela via internet. O prazo máximo para

contribuintes não obrigados conforme Protocolo ICMS 03, de 1º de abril de 2011, é de 1º de

janeiro de 2014, com exceção dos contribuintes do Simples Nacional que tem o prazo

estabelecido conforme critério de cada estado. Mesmo que algum contribuinte esteja com suas

atividades paralisadas ele deve informar a identificação do estabelecimento, período referente e

os demais blocos devem estar zerados.

A EFD, conforme explicam Rocha e Almeida (2014), é constituída por blocos, cada um

com um registro de abertura, com registro de dados e por fim um registro de encerramento, cada

um referenciado a um agrupamento de documentos. No Guia Prático da EFD (2017) consta que

os blocos estão entre o registro inicial (0000) e o registro final (9999). Os blocos da EFD

ICMS/IPI estão ilustrados no quadro abaixo.

Bloco Descrição

0 (zero) Abertura, Identificação e Referências

C Documentos Fiscais I - Mercadorias (ICMS/IPI)

D Documentos Fiscais II - Serviços (ICMS)

E Apuração do ICMS e do IPI

(Continua)

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G Controle do Crédito de ICMS do Ativo Permanente (CIAP)

H Inventário Físico

K Controle da Produção e do Estoque

1 Outras informações

9 Controle e Encerramento do Arquivo Digital Quadro 5 – Blocos da EFD

Fonte: Rocha e Almeida (2014, p. 12).

O Bloco K corresponde ao Livro Registro de Controle da Produção e do Estoque que

será estudado de forma aprofundada neste trabalho, porém os outros blocos também são

necessários para viabilizar o Bloco K. Conforme explicam Rocha e Almeida (2014) o Bloco 0

(zero) foi inserido, por exemplo, para viabilizar o Bloco K, já que nele constam as informações

sobre a composição do produto acabado e as perdas.

A seguir uma breve descrição do que é cada bloco, conforme o Guia Prático da EFD

(2017):

Bloco 0 - Abertura, identificação e referências: Neste bloco são identificadas a

entidade, os dados da entidade, os dados do contribuinte substituto ou responsável

pelo ICMS destino, os dados do contabilista, as tabelas de cadastro do participante, a

unidade de medida dos itens, informações sobre os produtos e/ou serviços, consumo

específico padronizado esperado e a perda esperada de cada insumo para se produzir

uma unidade de produto resultante, fatores de conversão utilizados para controle de

estoque, cadastro de bens ou componentes do ativo imobilizado, informação sobre a

utilização do bem e tabela de natureza da operação/prestação.

Bloco C – Documentos Fiscais I – Mercadorias (ICMS/IPI): Este bloco contém

informações sobre notas fiscais, notas de entrada e de saída, operações com diversas

formas de negócios.

Bloco D – Documentos Fiscais II – Serviços (ICMS): este bloco contém os registros

de emissão e/ou recebimento de notas fiscais sobre prestação de serviços de

comunicação, transporte interestadual e intermunicipal, com suporte do devido

documento fiscal. Devem constar os dados sobre o transporte da carga, local da coleta

e/ou entrega e dados dos documentos fiscais da carga transportada.

Bloco E – Apuração do ICMS e do IPI: nesse bloco constam os registros de dados

referentes à apuração do ICMS e do IPI e os ajustes na apuração destes, o período de

(Continuação)

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apuração, os ajustes e incentivos na apuração do ICMS, obrigações do ICMS

recolhido ou a recolher.

Bloco G – Controle do Crédito de ICMS do Ativo Permanente CIAP: este bloco é

destinado ao registro de dados do CIAP, que tem por objetivo mostrar o cálculo da

parcela do crédito de ICMS relativos à entrada de mercadorias destinadas ao ativo

imobilizado, assim como também sua movimentação.

Bloco H – Inventário Físico: neste bloco existe o inventário físico do estabelecimento,

dentre os casos e prazos previstos em legislação. Este bloco deve ter o valor unitário

dos bens e o valor total dos itens/produtos cujo inventário não é exigido para fins do

IPI/ICMS, mas apenas para Imposto de Renda.

Bloco K – Controle da Produção e do Estoque: neste bloco constam as informações

mensais da produção e do consumo de insumos, além do estoque escriturado.

Contribuintes do Simples Nacional estão dispensados de apresentarem este bloco. Este

bloco é estudado de maneira aprofundada neste trabalho.

Bloco 1 – Outras Informações: neste bloco constam outras informações relevantes ao

fisco, com a exportação, controles sobre postos de gasolina, operações com cartão de

crédito e débito.

Bloco 9 – Controle e Encerramento do Arquivo Digital: este bloco tem o total dos

registros e controla abatimentos e verificações.

Segundo consta no Guia Prático da EFD ICMS/IPI (2016), cada bloco deverá ser

estruturado com registro de abertura e a identificação da entidade, seguido por registro de

abertura do bloco, registros a serem incluídos e por fim o registro de encerramento do bloco.

2.4 BLOCO K – CONTROLE DA PRODUÇÃO E DO ESTOQUE

O Bloco K é um dos blocos da EFD ICMS/IPI do SPED Fiscal e é constituído no livro

eletrônico de Registro de Controle da Produção e do Estoque, conforme visto anteriormente.

Segundo Portal Tributário (2017c), este livro contém a escrituração de documentos fiscais e de

documentos de uso interno nas empresas, sendo estes referentes às entradas e saídas, à produção

e à quantidade de estoques de mercadorias.

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Conforme o Guia Prático da EFD (2017), o Bloco K irá apresentar informações mensais

da produção e consumo de insumos, assim como do estoque, de estabelecimentos industriais e

pelos atacadistas.

O Bloco K é dividido em registros, sendo eles, conforme o Guia Prático da EFD (2017):

Registro K001 - Abertura do Bloco K: registro de abertura, onde deve ser informado

se há registros de informação no bloco.

Registro K100 - Período de Apuração do ICMS/IPI: aqui é informado o período de

apuração do ICMS e/ou do IPI, este período informado deve abranger todo o período

da escrituração.

Registro K200 - Estoque Escriturado: aqui deve estar informado o estoque final

escriturado do período de apuração, por tipo de estoque e por participante, das

mercadorias de tipos: 00 – Mercadoria para revenda, 01 – Matéria-Prima, 02 –

Embalagem, 03 – Produtos em Processo, 04 – Produto Acabado, 05 – Subproduto, 06

– Produto Intermediário e 10 – Outros Insumos. O estoque apurado no Registro K200

deve refletir o mesmo apurado no Registro K100. A fórmula que poderia ser usada e

que resultaria no estoque final seria: “Estoque final = estoque inicial +

estradas/produção/movimentação interna – saída/consumo/movimentação interna”

(Guia Prático 2017, p.178).

Registro K210 – Desmontagem de Mercadorias – Item Origem: neste registro estão

escrituradas as desmontagens de mercadorias de tipos: 00 – mercadoria para revenda,

01 – matéria-prima, 02 – embalagem, 03 – produtos em processo, 04 – produto

acabado, 05 – subproduto e 10 – outros insumos, referentes à saída do estoque do item

de origem.

Registro K215: Desmontagem de Mercadorias – Itens de Destino: aqui estão

escrituradas as desmontagens de mercadorias dos tipos mencionados no item acima,

porém no que se refere à entrada em estoque do item de destino.

Registro K220 – Outras Movimentações Internas Entre Mercadorias: neste registro

consta a movimentação dos itens mencionados nos últimos dois pontos, que não se

enquadrem nas movimentações internas já relacionadas nos outros registros. São

exemplos a reclassificação de um produto em outro código, por existir a necessidade

de controle de estoque por cliente.

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Registro K230 – Itens Produzidos: neste item tem-se a informação da produção de

produto em processo e do produto acabado. São classificados como tipo 03 os

produtos em processo, que não estão prontos, mas que estão indo para outra fase da

produção. São classificados como tipo 04 os produtos acabados, que estão prontos

para serem comercializados. Deve existir o registro mesmo se a produção acabada for

igual a zero, nas situações em que exista consumo de insumos no item K235, já que

nesta situação a produção ficou em elaboração. Não é possível quantificar esta

produção, por não ser mais um insumo e nem um produto resultante.

Registro K235 – Insumos Consumidos: neste registro constam os dados de consumo

de insumos no processo produtivo, vinculados ao produto resultante. Em caso de

terceirização, devem ser considerados os insumos recebidos do encomendante e os

próprios utilizados pelo industrializador.

Registro K250 – Industrialização Efetuada Por Terceiros – Itens Produzidos: neste

item tem-se informados os produtos industrializados por terceiros e a sua quantidade.

Registro K255 – Industrialização em Terceiros – Insumos Consumidos: neste registro

consta a quantidade de consumo do insumo que foi enviado para ser industrializado

em terceiro. A quantidade informada deve refletir na quantidade consumida para se

obter a produção acabada informada no registro K250.

Registro K260 – Reprocessamento/Reparo de Produto/Insumo: neste registro constam

as informações sobre o produto que foi ou será reprocessado e o insumo que foi ou

será reparado, mas que irá permanecer com o mesmo código.

Registro K265 – Reprocessamento/Reparo – Mercadorias Consumidas e/ou

Retornadas: neste registro consta o consumo de mercadoria e o retorno de mercadoria

ao estoque, em caso de reprocessamento ou reparo do produto ou insumo informado

no registro K260.

Registro K270 – Correção de Apontamento dos Registros K210, K220, K230, K250 e

K260: neste registro pode ser feita correção de apontamento de período de apuração

anterior relativos ao registro-pai, por tipo de registro e por período de apuração. Esta

correção obrigatoriamente deve ocorrer entre o levantamento de dois inventários, pois

com a contagem do estoque, se tem conhecimento da necessidade de correção, se

necessária.

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Registro K275 – Correção de Apontamento e Retorno de Insumos dos Registros

K215, K220, K235, K255 e K265: aqui é possível fazer a correção de apontamentos

de período de apuração anterior relativos ao registro-filho, por tipo e por período de

apuração. A correção também deve ocorrer entre o levantamento de dois inventários,

já que com a contagem do estoque, se torna possível o conhecimento da necessidade

de correção. Neste registro também é possível a substituição ou retorno de insumo que

já tenha sido baixado do estoque.

Registro K280 – Correção de Apontamento – Estoque Escriturado: neste registro é

possível a correção de apontamento de estoque escriturado de período de apuração

anterior, escriturado no registro K200. Essa correção também deve ocorrer entre o

levantamento de dois inventários. Estas correções influenciam nos estoques

escriturados posteriormente, afinal o estoque final de um período é o inicial do

período seguinte.

Registro K290 – Produção Conjunta – Ordem de Produção: neste registro constam

informações relativas à produção conjunta. “Entende-se por produção conjunta a

produção de mais de um produto resultante a partir do consumo de um ou mais

insumos em um mesmo processo (p.190).”

Registro K291 – Produção Conjunta – Itens Produzidos: este registro informa a

produção acabada de produto em processo e produto acabado, originados da produção

conjunta, inclusiva de produtos terceirizados.

Registro K292 – Produção Conjunta – Insumos Consumidos: neste registro consta o

consumo de insumo no processo produtivo referentes a produção conjunta. Em caso

de terceirização devem ser levados em conta os insumos recebidos de encomendante e

os insumos próprios do industrializador.

Registro K300 – Produção Conjunta – Industrialização Efetuada por Terceiros: este

registro informa a data reconhecida da produção ocorrida em terceiro, referente a

produção conjunta.

Registro K301 – Produção Conjunta – Industrialização Efetuada por Terceiros – Itens

Produzidos: neste registro constam informações sobre os produtos que foram

industrializados em terceiros e sua quantidade, referentes a produção conjunta.

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Registro K302 – Produção Conjunta – Industrialização Efetuada por Terceiros –

Insumos Consumidos: este registro informa a quantidade de consumo de insumo que

foi encaminhada para ser industrializada por terceiro, referente à produção conjunta.

Registro K990 – Encerramento do Bloco K: neste registro identifica-se o

encerramento do Bloco K e a quantidade de registros que possui o bloco.

É importante ressaltar que a quantidade movimentada nestes registros deve ser sempre

expressa na unidade de medida do item de origem.

Além dos registros citados anteriormente relativos ao Bloco K, é importante também

destacar que são retiradas informações também do Bloco 0, dos registros 0200, 0210 e 0220.

Conforme o Guia Prático da EFD (2017), o Bloco 0 contém informações de abertura,

identificação e referências, sendo que:

Registro 0200 – Tabelas de Identificação do Item (Produto e Serviços): neste registro

constam as informações relativas a mercadorias, serviços e produtos relacionados a

movimentos de estoques em processos produtivos e insumos.

Registro 0210 – Consumo Específico Padronizado: neste registro consta o consumo e

a perda dos insumos necessários para produzir um determinado produto resultante,

conforme as técnicas de produção da sua atividade.

Registro 0220 – Fatores de Conversão de Unidades: neste registro devem constar os

fatores de conversão utilizados nos diversos registros.

Esta escrituração será obrigatória a todos os estabelecimentos industriais e aos

estabelecimentos atacadistas, podendo ser obrigatório ainda a outras empresas, a critério do

fisco, conforme consta no Portal Tributário (2017c).

A implantação do Bloco K foi prorrogada devida a complexidade do registro e a

dificuldade que as empresas estão encontrando. Conforme disponível no site da Fazenda

(2017c) do Governo Federal, o ajuste SINIEF 25, de 09 de dezembro de 2016 estabelece os

novos prazos para a entrega da escrituração do Bloco K:

I – o inciso I:

I - para os estabelecimentos industriais pertencentes a empresa com faturamento

anual igual ou superior a R$300.000.000,00:

a) 1º de janeiro de 2017, restrita à informação dos saldos de estoques escriturados

nos Registros K200 e K280, para os estabelecimentos industriais classificados nas

divisões 10 a 32 da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE);

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b) 1º de janeiro de 2019, correspondente à escrituração completa do Bloco K, para

os estabelecimentos industriais classificados nas divisões 11, 12 e nos grupos 291,

292 e 293 da CNAE;

c) 1º de janeiro de 2020, correspondente à escrituração completa do Bloco K, para

os estabelecimentos industriais classificados nas divisões 27 e 30 da CNAE;

d) 1º de janeiro de 2021, correspondente à escrituração completa do Bloco K, para

os estabelecimentos industriais classificados na divisão 23 e nos grupos 294 e 295

da CNAE;

e) 1º de janeiro de 2022, correspondente à escrituração completa do Bloco K, para

os estabelecimentos industriais classificados nas divisões 10, 13, 14, 15, 16, 17, 18,

19, 20, 21, 22, 24, 25, 26, 28, 31 e 32 da CNAE.

II - o inciso II:

II - 1º de janeiro de 2018, restrita à informação dos saldos de estoques escriturados

nos Registros K200 e K280, para os estabelecimentos industriais classificados nas

divisões 10 a 32 da CNAE pertencentes a empresa com faturamento anual igual ou

superior a R$78.000.000,00, com escrituração completa conforme escalonamento a

ser definido;

III - o inciso III:

III - 1º de janeiro de 2019, restrita à informação dos saldos de estoques escriturados

nos Registros K200 e K280, para os demais estabelecimentos industriais

classificados nas divisões 10 a 32; os estabelecimentos atacadistas classificados nos

grupos 462 a 469 da CNAE e os estabelecimentos equiparados a industrial, com

escrituração completa conforme escalonamento a ser definido.

A partir das conceituações expostas fica evidente o interesse do ente público para com

as operações das empresas, especificamente no Bloco K. É possível perceber a abertura em

nível operacional dos negócios, o que permite ao governo um acompanhamento e controle

efetivo principalmente em se tratando de tributação. Tal condição é permitida em função das

atuais ferramentas de gestão sejam em sistemas de informação gerenciais ou até mesmo

específicos com tal função, que permitem ao ente público acesso aos dados podendo gerar

informações em diversas esferas.

Resumo Bloco K

O que é? Livro eletrônico de registro e controle da produção e estoque.

O que contém? Informações de entradas e saídas, referentes à produção e a estoque de

mercadorias.

Registros que constam no Bloco K

Registro K001 Registro de abertura.

Registro K100 Período de apuração do ICMS e IPI.

Registro K200 Estoque final apurado no período, por tipo e por participante.

Registro K210 Desmontagem de mercadorias - Item origem.

Registro K215 Desmontagem de mercadorias - Itens de destino.

(Continua)

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Registro K220 Movimentações de mercadorias que não se enquadrem nos itens

anteriores.

Registro K230 Itens produzidos: produtos em processo e produtos acabados.

Registro K235 Insumos consumidos no processo produtivo.

Registro K250 Itens produzidos por terceiros e sua quantidade.

Registro K255 Insumos consumidos por industrialização de terceiros.

Registro K260 Produtos que foram ou serão reprocessados e insumo que será reparado.

Registro K265 Em caso de registro K260, consta aqui o consumo de mercadoria e o

retorno desta ao estoque.

Registro K270 Correção de apontamento (K210, K220, K230, K250 e K260).

Registro K275 Correção de apontamento e retorno de insumos (K215, K220, K235,

K255 e K265).

Registro K280 Correção de apontamento de estoque escriturado no período anterior

(K200).

Registro K290 Produção conjunta - Ordem de produção (mais de um produto resultante

de um mesmo processo).

Registro K291 Produção conjunta - Itens em processo e produtos acabados.

Registro K292 Produção conjunta - Insumos consumidos.

Registro K300 Produção conjunta - Data reconhecida de produção em terceiros.

Registro K301 Produção conjunta - Produtos que foram industrializados em terceiros e

quantidade.

Registro K302 Produção conjunta - Insumos encaminhados para produção em terceiros.

Registro K990 Encerramento do Bloco K e a quantidade de registros.

Quadro 6 – Resumo Bloco K

Fonte: Própria autora com base nos autores citados

2.5 TRIBUTOS E IMPOSTOS

O Instituto IOB (2010), define o tributo como uma relação jurídica formal, a prestação é

o objeto dessa relação. A prestação é definida como sendo o objeto do dever ou obrigação

jurídica. “O tributo é uma obrigação, é uma relação jurídica obrigacional pecuniária”.

(INSTITUTO IOB, 2010, p. 18). As partes interessadas não são consultadas ao nascer de uma

obrigação tributária, somente a lei.

(Continuação)

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A Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1996, no art. 3°, define o tributo como “toda

prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não

constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa

plenamente vinculada”. (Planalto, 1996b). Resumindo, conforme Fabretti (2009, p. 104), tributo

“é sempre um pagamento compulsório em moeda, formal normal de extinção da obrigação

tributária”.

Conforme explica Fabretti (2009, p. 104), “o tributo só pode ser exigido por lei e cobrado

mediante atividade administrativa plenamente vinculada. O fisco só pode agir na forma e nos

estritos limites fixados em lei, sem o que haverá abuso ou desvio de poder”. Oliveira (2009)

explica que os tributos são separados por espécies, sendo eles: impostos, taxas e contribuições de

melhoria.

Imposto é definido pelo Instituto IOB (2010) como um tributo não vinculado, pois sua

cobrança é feita independentemente de uma contraprestação do estado. Conforme o Art. 16, da

lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1996, “o imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato

gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao

contribuinte”. (PLANALTO, 1996b).

Conforme Frabretti (2009), o imposto é instituído por lei, devido independentemente de

alguma atividade estatal em relação ao contribuinte, não há vínculo entre o Estado e o sujeito

passivo que determinem alguma prestação específica.

A seguir são abordados os impostos apurados no Bloco K.

2.5.1 Imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços - ICMS

O ICMS, conforme explica Ribeiro (2009, p. 67), é “o imposto sobre operações relativas

à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e

intermunicipal e de comunicação”. Este imposto é estadual, e o seu valor está incluso no valor

das mercadorias ou dos serviços que constam na nota fiscal.

Conforme o art. 1° da Lei Complementar n°87, de 13 de setembro de 1996, são os

estados e o Distrito Federal responsáveis por instituir o ICMS, ainda que as operações e

prestações tenham iniciado no exterior (PLANALTO, 1996c).

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E ainda conforme o art. 2° da Lei Complementar n° 87, de 13 de setembro de 1996, o

ICMS incide sobre:

I - operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de

alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares;

II - prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer

via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores;

III - prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a

geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a

ampliação de comunicação de qualquer natureza;

IV - fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na

competência tributária dos Municípios;

V - fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao imposto

sobre serviços, de competência dos Municípios, quando a lei complementar

aplicável expressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual.

§ 1º O imposto incide também:

I – sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior, por pessoa física

ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a

sua finalidade;

II - sobre o serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no

exterior;

III - sobre a entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, inclusive

lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica,

quando não destinados à comercialização ou à industrialização, decorrentes de

operações interestaduais, cabendo o imposto ao Estado onde estiver localizado o

adquirente.

Conforme Ribeiro (2009), o cálculo do ICMS é feito mediante aplicação de alíquota

sobre o valor dos serviços ou mercadorias. Oliveira (2009), explica que fica a cargo do

Senado Federal a determinação das alíquotas interestaduais e este também pode estabelecer

alíquotas internas mínimas e máximas.

Fabretti (2009), explica que o ICMS é um imposto não cumulativo, pois do valor devido

sempre será abatido o valor pago na operação anterior. Segundo Oliveira (2009, p. 130), “o

ICMS está regido pela não-cumulatividade, compensando-se o que for devido em cada

operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante

cobrado nas anteriores”. De maneira mais fácil, ele explica, portanto que:

Um contribuinte – ao adquirir uma mercadoria para revender – terá incluído em seu

valor total o ICMS pago ao fornecedor. Por ocasião da venda dessa mercadoria, tal

contribuinte deverá cobrar de seu cliente o ICMS com base no valor da venda,

incluindo-o no valor total. No final do período, o imposto a ser recolhido deverá ser

calculado pela diferença entre o valor incidente no momento da venda e aquele pago

ao fornecedor na aquisição para determinar o saldo a pagar ou o saldo a ser

estornado nos próximos períodos.

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2.5.2 Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI

Segundo Ribeiro (2009), o IPI é de alçada federal, exigido nas empresas industriais, mas

há casos onde outras empresas podem estar sujeitas, como é o caso em algumas empresas

comerciais onde ocorre exportação. Conforme Art. 2°, do decreto n° 7.212/10 onde o IPI é

regulamentado, o IPI “incide sobre produtos industrializados, nacionais e estrangeiros,

obedecidas as especificações constantes na Tabela de Incidência sobre Produtos Industrializados

(TIPI)” (PLANALTO, 2010d).

Conforme o Art. 4° do decreto n° 7.212, de 15 de junho de 2010, é caracterizado como

“[...] industrialização qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o

acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo [...]”.

Segundo explica Ribeiro (2009), o IPI, assim como o ICMS, é considerado um imposto

não-cumulativo, pois o imposto pago na compra de materiais usados na produção é compensado

do imposto que deve ser pago nas operações seguintes, ou seja, o valor incidente do IPI pago aos

fornecedores ao comprar matéria prima, será compensado do valor que a empresa deve pagar na

venda dos produtos fabricados com esta matéria-prima.

Fabretti (2009, p.188), explica que para se creditar do IPI pago na compra de insumos,

este deve estar “[...] destacado em documento fiscal hábil (que atenda a todas as exigências da

legislação pertinente) emitido por contribuinte em situação regular perante o fisco”.

Conforme explica Oliveira (2009), o cálculo deste imposto é feito sobre o valor dos

produtos e a alíquota varia de produto para produto, quanto mais essencial ele for, menor deverá

ser a alíquota sobre ele e quanto mais supérfluo for o produto, maior será a alíquota. Estas

alíquotas estão relacionadas na Tabela do Imposto sobre Produtos Industrializados – TIPI, que

foi instituída no Decreto n°7.660, de 23 de dezembro de 2011.

IMPOSTOS APURADOS PELO BLOCO K

ICMS

O que é? Imposto que incide sobre a circulação de mercadorias e sobre

prestação de serviços.

Quem institui? São os estados e o Distrito Federal.

Como é feito o cálculo? Mediante aplicação de alíquota sobre valor do serviço ou

mercadoria.

Regimento? Não cumulativo, ocorre compensação.

IPI

(Continua)

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O que é? Imposto sobre produtos industrializados.

Quem institui? A União.

Como é feito o cálculo? Por meio de alíquota, que varia de acordo com a

importância/necessidade do produto.

Regimento? Não cumulativo, ocorre compensação.

Quadro 7 – Impostos apurados pelo Bloco K

Fonte: Própria autora com base nos autores citados

A partir deste ponto percebe-se o atingimento do primeiro objetivo específico que

tratava da revisão de material bibliográfico pertinente ao tema deste trabalho.

(Continuação)

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3 MÉTODO

Este capítulo tem por finalidade definir os métodos científicos norteadores deste

trabalho.

O método pode ser definido, conforme Gil (2009, p. 8), “[...] como caminho para se

chegar a determinado fim. E método científico como o conjunto de procedimentos intelectuais

e técnicos adotados para atingir o conhecimento”. Acevedo e Nohara (2013, p. 69),

acrescentam que “o método científico caracteriza o estudo científico. Ou seja, se não houver

utilização do método científico, a monografia ou artigo não será considerado científico”.

3.1 TIPO DE PESQUISA QUANTO À NATUREZA

Conforme explicam Prodanov e Freitas (2013), do ponto de vista da sua natureza, a

pesquisa pode ser básica ou aplicada, conforme quadro a seguir.

Tipos de pesquisa quanto à natureza

Pesquisa Básica Tem por objetivo gerar conhecimento sem aplicação prática.

Verdades e interesses universais.

Pesquisa Aplicada Tem como objetivo gerar conhecimento para aplicação prática,

com objetivos específicos. Verdades e interesses locais.

Quadro 8 – Tipos de pesquisa quanto à natureza

Fonte: Adaptado de Prodanov e Freitas (2013).

Gil (2010, p. 26), explica que a pesquisa básica “[...] reúne estudos que tem como

propósito preencher uma lacuna no conhecimento”. Já a pesquisa aplicada “[...] abrange

estudos elaborados com a finalidade de resolver problemas identificados no âmbito das

sociedades em que os pesquisadores vivem”.

Neste trabalho a pesquisa será básica e aplicada, pois ela gera conhecimento sobre o

Bloco K, possibilita identificar a aderência das práticas com o que se tem na legislação além

de ser relevante a outras empresas sujeitas ao Bloco K.

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3.2 TIPO DE PESQUISA QUANTO AOS OBJETIVOS

Conforme explica Gil (2010, p. 27-28), toda pesquisa possui objetivos, desta forma

pode-se classificar as pesquisas em exploratórias, descritivas e explicativas, as quais são

definidas da seguinte forma:

As pesquisas exploratórias têm como propósito proporcionar maior familiaridade

com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Seu

planejamento tende a ser bastante flexível, pois interessa considerar os mais variados

aspectos relativos ao fato ou fenômeno estudado.

As pesquisas descritivas têm como objetivo a descrição das características de

determinada população. Podem ser elaboradas também com a finalidade de

identificar possíveis relações entre variáveis.

As pesquisas explicativas têm como propósito identificar fatores que determinam ou

contribuem para a ocorrência de fenômenos. Estas pesquisas são as que mais

aprofundam o conhecimento da realidade, pois têm como finalidade explicar a razão,

o porquê das coisas.

Neste trabalho foi utilizada a pesquisa exploratória para levantar bibliografia, além de

possibilitar a maior familiarização com a situação do Bloco K. Conforme Prodanov e Freitas

(2013, p. 52), a pesquisa exploratória “[...] tem como finalidade proporcionar mais

informações sobre o assunto que vamos investigar, possibilitando sua definição e seu

delineamento [...]”.

3.3 TIPO DE PESQUISA QUANTO À ABORDAGEM

Conforme explicam Prodanov e Freitas (2013, p. 69-70), os tipos de pesquisa segundo a

abordagem podem ser classificados em quantitativa e/ou qualitativa. A pesquisa quantitativa

“considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e

informações para classificá-las e analisá-las”. Na pesquisa quantitativa utilizam-se recursos e

técnicas de estatística. Já a pesquisa qualitativa “considera que há uma relação dinâmica entre o

mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade

do sujeito que não pode ser traduzido em números [...] Tal pesquisa é descritiva”.

Neste trabalho são utilizadas as pesquisas qualitativa e quantitativa. A pesquisa

qualitativa foi aplicada a partir de entrevistas e desenhos de fluxos, já a quantitativa foi

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caracterizada nos levantamentos monetários quanto aos dispêndios com a implantação do Bloco

K.

3.4 TIPO DE PESQUISA QUANTO AOS MEIOS

Esta pesquisa é baseada em um estudo de caso, compreende busca bibliográfica e

entrevistas semi estruturadas, permitindo flexibilidade na aplicação para direcionar os temas

tratados com a profundidade pretendida. Já o estudo de caso é caracterizado pelo estudo

aprofundado que permitiu o detalhado conhecimento.

Segundo Prodanov e Freitas (2013), pode-se definir a pesquisa bibliográfica como

pesquisa através de consulta em material publicado. Estes materiais são principalmente livros,

revistas, jornais, monografias, entre outros. Gil (2010), explica que a pesquisa bibliográfica é

feita utilizando material que já foi publicado e que toda pesquisa acadêmica requer em algum

momento a pesquisa bibliográfica.

Conforme Prodanov e Freitas (2013, p. 106), a entrevista é a obtenção de informações

que pode ser:

Tipos de entrevistas

Padronizada ou estruturada Roteiro preestabelecido; questionário formulado com

antecedência.

Não padronizada ou não

estruturada

Sem rigidez no questionário, pode-se explorar melhor

algumas questões e encaminhar a entrevista para

alguma direção.

Painel

Estudo das variações das opiniões; os questionários são

aplicados de tempos em tempos para as mesmas

pessoas. Quadro 9 – Tipos de entrevistas

Fonte: Adaptado de Prodanov e Freitas (2013)

3.5 COLETA DE DADOS

Conforme explicam Prodanov e Freitas (2013, p. 97), a coleta de dados é a fase onde

se procura obter informações sobre a realidade. Nesta etapa são definidos onde e como a

pesquisa será realizada, o tipo de pesquisa, a população, a amostragem, os instrumentos de

coleta de dados e a forma como serão tabulados e analisados os dados.

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Neste trabalho é feita uma pesquisa através de questionários com pessoas envolvidas

na implantação do Bloco K na empresa pesquisada, com o diretor administrativo (contador da

empresa) e o analista de sistemas, responsável por interpretar e implantar o layout de todo

SPED Fiscal na empresa. O roteiro com as perguntas é semi estruturado permitindo maior

interação entre entrevistado e pesquisador. Os roteiros de perguntas iniciais foram enviados

por e-mail em setembro e outubro de 2017, e posteriormente, pessoalmente a pesquisadora se

reuniu individualmente com cada um dos entrevistados a fim de aprofundar questões

respondidas via e-mail.

3.6 ANÁLISE DOS DADOS

Conforme explica Gil (2009, p. 156), após serem coletados os dados, a etapa seguinte

corresponde à análise e interpretação destes. A análise “[...] tem como objetivo organizar e

sumariar os dados de forma tal que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema

proposto”, já a interpretação procura um sentido mais amplo das respostas. Inicialmente montou-

se o processo padrão observando as premissas bibliográficas do Bloco K para comparativamente

ser utilizado com o processo empírico da empresa.

3.7 DESENHO DE PESQUISA

O desenho de pesquisa, conforme representado na Figura 4, demonstra as etapas que

foram seguidas na elaboração deste trabalho, com objetivo de demonstrar de forma

transparente as etapas seguidas. O trabalho foi dividido em duas etapas. A primeira etapa,

com início em março de 2017 compreende a definição do tema, aspectos introdutórios,

definição da questão problema, objetivos e justificativa, além da elaboração de todo o

referencial teórico e método que serviram de guia até o fim deste trabalho.

A segunda etapa, iniciada em agosto de 2017, consistiu na revisão e nos ajustes

propostos da primeira etapa, desenvolvimento do desenho de pesquisa, levantamento de dados

por meio de entrevistas na empresa, analise das entrevistas, considerações finais e por fim

uma revisão seguida da entrega do trabalho.

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Figura 4 – Desenho de pesquisa

Fonte: Própria autora

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4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Como mencionado anteriormente, com as implantações dos SPEDs contábeis muitas

empresas tiveram a necessidade de se reinventar, pois não possuíam dados suficientes para

atender as premissas da Receita Federal do Brasil. Especificamente tratando do Bloco k, há

necessidade de informações assertivas da produção, sendo motivo inclusive de crítica de

muitas empresas por se tratarem de formulas e receitas sigilosas que a partir de agora deverão

ser informadas a Receita Federal do Brasil.

Desta forma, a partir do referencial teórico elaborado criou-se uma sequência de

atividades padrão (fluxograma) que deverão ser desenvolvidas pelas empresas com o objetivo

de atender a esta exigência da Receita Federal do Brasil.

Figura 5 – Bloco K – controle da produção e do estoque

Fonte: Própria autora

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Pode-se observar na sequência elaborada, que no total, o Bloco K, contará com 22

registros, que de alguma maneira, deverão ser mensurados pela empresa, para que ela atenda a

todos os requisitos exigidos neste bloco, do SPED Fiscal.

Este material servirá como base para o desenvolvimento deste trabalho até as suas

considerações finais.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

O estudo será realizado no Universo Delta, uma indústria do ramo calçadista, que

iniciou suas atividades no ano de 1976, no interior do estado do Rio Grande do Sul (RS).

Contava inicialmente com 10 colaboradores e produção mensal de 500 pares de calçados.

Já nos anos seguintes a empresa conseguiu adquirir um prédio próprio e investiu na

ampliação de sua produção. No ano de 1986 a empresa passou por uma grande reciclagem, o

que permitiu uma diversificação dos produtos. Foi no ano de 1988 que abriu sua segunda filial

no estado e a partir de 1995 abriu filiais no nordeste do país, primeiramente com uma filial no

estado do Ceará (CE) e depois no estado do Sergipe(SE). Hoje a empresa conta com 8 filiais,

sendo elas em: Nova Petrópolis – RS, Sarandi – RS, Russas – CE, Maranguape – CE, Iguatu –

CE, Quixadá – CE, Poço Verde – SE e Simão Dias – SE.

Detentora hoje de seis marcas, a Universo Delta investe em práticas sustentáveis e

emprega aproximadamente 9 mil colaboradores. A capacidade de produção da empresa é de

aproximadamente 50 mil pares de calçados por dia. Entre os valores da empresa estão o ser

humano e a preocupação em proporcionar benefícios para o bem estar de seus colaboradores,

como treinamentos e tudo para o crescimento profissional e pessoal dentro da empresa.

Por ser uma indústria tributada pelo Lucro Real, com faturamento anual igual ou

superior a R$300.000.000,00, está obrigada a entregar a Escrituração Fiscal Digital, onde está

inserido o Bloco K. Pelo grande porte da empresa é necessário ter um controle interno

aprimorado, com sistemas de informação que acompanhem o avanço da tecnologia e que

possibilitem o envio ao fisco de dados corretos e confiáveis.

Os dados da empresa supra mencionados foram extraídos do site corporativo e o nome

Universo Delta é fictício para manter o sigilo das informações da empresa.

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4.1.2 Perfil dos Entrevistados

Para a coleta de dados e informações foram entrevistados o diretor administrativo e o

analista de sistemas da empresa. Não serão mencionados os nomes verdadeiros dos entrevistados

para manter o sigilo de suas identidades e opiniões.

Elias atua na empresa há 20 anos, é pós graduado em controladoria e ocupa o cargo de

diretor administrativo da empresa. Márcio atua na empresa há 29 anos e como analista de sistema já

são 22 anos, ele é responsável por interpretar e implantar o layout de todo o SPED na empresa.

4.2 PROCESSO ATUAL E O BLOCO K

Nesta etapa pretendeu-se avaliar quais são as mudanças que a empresa teve que fazer

para se adaptar ao Bloco K, considerando o processo atual em comparação ao Bloco K. O

responsável pela geração e envio do arquivo da empresa, explica que o Bloco K é um

conjunto de registros e que foi necessário ajustar diversos sistemas da empresa e inclusive

construir dois sistemas novos.

Os entrevistados explicam que o antigo Livro de Controle da Produção e Estoque é em

papel e são registrados somente os movimentos do material no estoque, como por exemplo, a

compra de insumos, saídas para produção, transferências, entrada dos itens produzidos e

venda dos itens produzidos, são registrados as quantidades e os valores. Este livro é mensal e

não é enviado ao governo, mas conforme estabelecido por lei, o livro fica guardado no

estabelecimento da empresa onde ocorreram as movimentações, ficando disponível para

eventuais fiscalizações.

Para começar a entregar os registros do Bloco K, o entrevistado, explica que são

necessárias informações vindas do Bloco 0, sendo os registros:

Registro 0200: que possui o cadastro do insumo e do item produzido;

Registro 0210: é a ficha técnica do modelo que será produzido com informação da

perda que ocorre; e

Registro 0220: que possui os fatores de conversão de unidades de medida.

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Foram necessários ajustes para entregar os registros citados. Os principais ajustes

estão explicados no quadro a seguir:

AJUSTES FEITOS PARA ATENDER AO BLOCO 0

Cadastro de materiais

Reclassificação dos materiais: material é matéria prima,

intermediário, de consumo ou de embalagem.

Verificada a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM)

de todos os materiais, para ver se estavam corretos.

Verificado se o nome dos materiais estava adequado, sem

abreviações.

Ficha técnica

Foi verificado se todos os materiais usados na produção

do calçado estavam na ficha técnica.

Verificado se existiam informações desnecessárias na

ficha técnica.

Perdas: houve um estudo para verificar se os índices de

perdas no processo produtivo estavam corretos.

Sistema de ficha técnica foi melhorado. Vários ajustes

foram feitos para melhorar a qualidade da informação que

esta possui.

Quadro 10 – Ajustes necessários para atender ao Bloco 0

Fonte: Própria autora

Para adaptar o sistema especificamente ao Bloco K, os principais ajustes feitos estão

mensurados no quadro a seguir:

PRINCIPAIS AJUSTES FEITOS PARA ATENDER AO BLOCO K

Sistema novo de abastecimento

Sistema criado para fazer a intermediação entre a ficha

técnica e o estoque.

Armazenamento de informações e vínculo entre os

insumos da ficha e os insumos efetivamente consumidos

(Registro K235).

Armazenamento de informações e vínculo entre os

(Continua)

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60

insumos efetivamente consumidos e os itens produzidos

(K230).

Controle e armazenamento de informações sobre

materiais substitutos.

Sistema novo de estoque dos

itens produzidos

Item produzido

Item vendido

Item transferido

Item devolvido do cliente

Saldos

Quadro 11 – Principais ajustes feitos para atender ao Bloco K

Fonte: Própria autora

Conforme os colaboradores entrevistados, o Bloco K, exige bem mais informações do

que o livro em papel e é uma ideia nova do governo visando a obtenção de mais informações

dos contribuintes. Por isso, acaba ficando complexo associar exatamente os registros. Neste

trabalho, acaba-se por notar, que a maioria dos registros são novos, conforme quadro a seguir.

PROCESSO ATUAL COMPARATIVAMENTE AO BLOCO K

Registro Atual Bloco K

Registro K001 Registro de abertura Registro de abertura

Registro K100 Período de apuração Período de apuração

Registro K200: Estoque final

apurado no período, por tipo

e por participante.

É informado para cada

material o código, o nome,

unidade de medida e NCM; o

saldo físico, o custo médio e

o saldo financeiro atual;

movimentos: tipo, data,

quantidade e custo; o saldo

físico, o custo médio e saldo

financeiro final.

São informados saldos

físicos do final do mês, que

estão na empresa ou em

posse de terceiros, mas de

propriedade da empresa. Não

é informado o custo médio e

saldo financeiro.

Registro K210: Não existe. A empresa, por enquanto,

(Continuação)

(Continua)

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61

Desmontagem de

mercadorias – Item origem.

não viu a necessidade de

gerar este registro.

Registro K215:

Desmontagem de

mercadorias – Item de

destino.

Não existe.

A empresa, por enquanto,

não viu a necessidade de

gerar este registro.

Registro K220:

Movimentações que não se

enquadrem nos itens

anteriores.

Não existe.

A empresa, por enquanto,

não tem esta situação, não

vendo a necessidade de gerar

este registro.

Registro K230: Itens

produzidos: produtos em

processo e produtos

acabados.

No livro antigo, tinha-se

somente o registro dos itens

produzidos.

No registro novo, a empresa

informa os itens produzidos e

os produtos que estão em

processo. Precisou-se criar

um sistema novo para

armazenar o vinculo entre o

item produzido e o item

consumido.

Registro K235: Insumos

consumidos no processo

produtivo.

No livro antigo, tinha-se a

informação dos itens

consumidos.

Para gerar o registro no

Bloco K, foi criado um

sistema novo para armazenar

o vinculo entre o item

produzido e o item

efetivamente consumido.

Registro K250: Itens

produzidos por terceiros e

sua quantidade.

No livro antigo, tinha-se a

informação dos itens

produzidos.

Para gerar o registro no

Bloco K, foi criado um

sistema novo para armazenar

o vinculo entre o item

produzido e o item

efetivamente consumido em

terceiros.

Registro K255: Insumos No livro antigo continham os Para gerar esta informação,

(Continuação)

(Continua)

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consumidos por

industrialização de terceiros.

itens enviados ao

industrializador.

foi criado um sistema para

armazenar o vinculo entre o

item produzido e o item

efetivamente consumido em

terceiros.

Registro K260: Produtos que

foram ou serão reprocessados

e insumo que será reparado.

Não existe.

Esta implementação ainda

não foi realizada pela

empresa.

Registro K265: Em caso de

registro anterior, consta aqui

o consumo de mercadoria e o

retorno desta ao estoque.

Não existe.

Esta implementação ainda

não foi realizada pela

empresa.

Registro K270: Correção de

apontamentos. Não existe.

A empresa não pretende usar

estes registros de correção.

Os colaboradores explicam

que com isto seria necessário

também abrir registros

contábeis e fiscais, onde

certamente já foram

recolhidos impostos, o que

acabaria virando “uma

confusão”. A ideia da

empresa é criar processos e

sistemas eficientes para não

utilizar estes registros.

Registro K275: Correção de

apontamentos. Não existe.

A empresa não pretende usar

estes registros de correção.

Os colaboradores explicam

que com isto seria necessário

também abrir registros

contábeis e fiscais, onde

certamente já foram

(Continuação)

(Continua)

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63

recolhidos impostos, o que

acabaria virando “uma

confusão”. A ideia da

empresa é criar processos e

sistemas eficientes para não

utilizar estes registros.

Registro K280: Correção de

apontamentos. Não existe.

A empresa não pretende usar

estes registros de correção.

Os colaboradores explicam

que com isto seria necessário

também abrir registros

contábeis e fiscais, onde

certamente já foram

recolhidos impostos, o que

acabaria virando “uma

confusão”. A ideia da

empresa é criar processos e

sistemas eficientes para não

utilizar estes registros.

Registro K290: Produção

conjunta – Ordem de

produção.

Não existe.

As informações de ordem de

produção e as datas de inicio

e conclusão já existiam no

sistema da empresa.

Registro K291: Produção

conjunta – Itens em processo

e produtos acabados.

Não existe.

Para atender a este registro

foi criado um sistema novo

de abastecimento para saber

o item produzido e os

respectivos insumos

efetivamente consumidos.

Registro K292: Produção

conjunta – Insumos

consumidos.

Não existe.

Para atender a este registro

foi criado um sistema novo

de abastecimento para saber

(Continuação)

(Continua)

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o item produzido e os

respectivos insumos

efetivamente consumidos.

Registro K300: Produção

conjunta – Data reconhecida

de produção em terceiros.

Não existe.

Já existia no sistema de

estoque da empresa a data de

entrada e retorno do item

produzido.

Registro K301: Produção

conjunta – Produtos que

foram industrializados em

terceiros e quantidade.

Não existe.

Foi criado um sistema novo

para armazenar o vinculo

entre o item produzido e o

item consumido

efetivamente.

Registro K302: Produção

conjunta – Insumos

encaminhados para produção

em terceiros.

Não existe.

Foi criado um sistema novo

para armazenar o vinculo

entre o item produzido e o

item consumido

efetivamente.

Registro K990

Registro de encerramento

com a quantidade de

registros.

Registro de encerramento

com a quantidade de

registros.

Quadro 12 – Processo atual X Bloco K

Fonte: Própria autora

Os entrevistados explicam que hoje a empresa está obrigada a enviar somente o

registro K200, o que está sendo cumprido. A partir de 1° de janeiro de 2022, conforme Ajuste

Sinief 25/2016, a empresa estará obrigada a entregar todos os registros do Bloco K.

Se fosse obrigatório enviar todos os registros hoje, a empresa estaria preparada,

conforme explicam os profissionais entrevistados. Já são dois anos de preparação, adaptando

os sistemas e processos para a entrega dos dados. São exceção os registros K260 e K265 que

estão em fase de implementação e os registros K250 e K255 que tratam da produção feita em

terceiros, pois isto exigiria criar uma ficha técnica para cada serviço em atelier.

Uma peculiaridade do Bloco K corresponde ao tratamento com operações

terceirizadas. Para que fosse possível a industrialização em terceiros, além da ficha técnica, a

(Continuação)

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empresa ainda dependeria do próprio prestador do serviço, pois este teria que preencher a nota

fiscal de retorno de forma adequada e detalhada para que a empresa pudesse preencher estes

registros da forma correta.

Os entrevistados explicam que fazer a industrialização em terceiros era uma tradição

da empresa, não havia questionamentos. A complexidade do Bloco K, fez a empresa reavaliar

este assunto e esta acabou por optar em zerar serviços em terceiros. Com isto, houve um

aumento no cálculo de preço de venda dos calçados, alguns processos eram calculados em

atelier e passaram a ter que ser considerados na mão de obra interna.

Foram calculados três modelos, para mensurar o aumento em mão de obra, conforme

tabela abaixo. O cálculo foi realizado pela autora deste trabalho, que trabalha no departamento

de custos da empresa. Pode-se perceber que o aumento no cálculo do custo da mão de obra

vai de 5,53% a 8,14%.

Tabela 1 – Cálculo atual x cálculo antigo

Modelo Custo base de cálculo antiga Custo base de cálculo atual % aumento

Modelo T1 R$14,00 R$15,14 8,14%

Modelo T2 R$16,45 R$17,36 5,53%

Modelo T3 R$15,51 R$16,65 7,35% Fonte: Própria autora

4.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS

Neste tópico são avaliadas quais foram as vantagens e desvantagens encontradas pela

empresa ao se adaptar ao Bloco K.

4.3.1 Vantagens

Conforme relatado pelos colaboradores entrevistados, são diversas as vantagens que o

Bloco K proporcionou desde que começaram a ocorrer às mudanças necessárias para sua

implantação, pois passa a existir um controle detalhado de tudo o que ocorre na área produtiva

da empresa.

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Conforme explica o diretor administrativo, o fisco estabeleceu um layout único de

como queria receber as informações do processo produtivo, a partir deste ponto a empresa

precisou se adequar e detalhar as informações operacionais da produção de calçados.

Primeiramente é possível perceber um saneamento e qualidade nos cadastros, o que é

positivo para a empresa em todos os aspectos e relevante na entrega dos arquivos fiscais e

contábeis do SPED para o governo. A empresa já possuía um sistema de ficha técnica de

todos os seus produtos, mas com o surgimento do Bloco K, esta passou por uma remodelação,

ocorrendo uma melhora no seu sistema, o que a tornou confiável. Agora constam na ficha

técnica as embalagens, colas, tintas e químicos que não constavam anteriormente.

Consta também na ficha técnica e consequentemente no sistema de custos a

informação pormenorizadamente do consumo de cada par de calçado produzido ou a ser

produzido. A empresa possui hoje um controle rígido sobre as perdas de material no processo

produtivo, passou a perceber, que em alguns casos, o percentual de perda em alguns modelos

de calçados, era alto, que não compensava sua produção.

Os colaboradores ressaltam também que com este sistema novo de ficha técnica, é

possível a compra de insumos de forma exata em suas quantidades para a produção, pois antes

a compra destes itens era solicitada pelas unidades produtivas e não existia um controle, como

era o caso das colas e demais químicos. Além disso, hoje existe um controle de compras dos

insumos, pois com os dados da ficha técnica, somente é permitido a compra de insumos

constantes na ficha técnica e na quantidade necessária para a produção.

Também foi ressaltado pelos colaboradores, que com o sistema novo de

abastecimento, os almoxarifados passaram a trabalhar de forma organizada e

consequentemente os saldos dos materiais estão corretos e confiáveis. Antes deste sistema

novo, que surgiu devido ao Bloco K, por vezes se tinha saldo de materiais já não existentes, o

que acabavam atrasando o processo produtivo.

Outro grande impacto causado pelo Bloco K foi à redução a quase zero dos serviços

em ateliers, já mensurado anteriormente. A empresa utilizava os serviços em ateliers, o que

tornava o processo produtivo menos eficiente em função da logística necessária.

Por isso a empresa resolveu reduzir praticamente a zero os serviços em atelier e

consequentemente fazer estes serviços dentro de casa, o que tornou o processo produtivo

eficiente, os sistemas simplificados, facilita o controle, pois os componentes não saem da

empresa, reduz custos de logística, risco a zero de não conformidades em relação a terceiros,

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exposição zero nas fiscalizações de rua, além de eliminar a responsabilidade da empresa com

ações judiciais por parte de funcionários do atelier.

4.3.2 Desvantagens

Na visão dos entrevistados o Bloco K é um excesso do controle do fisco sobre a

produção da empresa. As empresas hoje possuem diversas obrigações para com o governo e o

Bloco K vem aumentando ainda mais a burocracia, gerando um custo alto para atender a mais

uma exigência.

O Bloco K é totalmente novo e por conta disso foram necessários cursos e

treinamentos para aprimorar conhecimentos e tornar possível a sua implementação.

Investimentos foram feitos em cursos e treinamentos oferecidos aos colaboradores, foram dois

cursos externos e um curso realizado na empresa, oferecido para 55 colaboradores. O

investimento feito pela empresa nestes cursos foi de R$18.900,00.

Como a empresa desenvolveu seu sistema, tem-se que considerar também o custo dos

funcionários envolvidos. Conforme dados disponibilizados pela empresa, foram

aproximadamente 8 meses desenvolvendo o sistema para atender a demanda do Bloco K, com

4 funcionários envolvidos. Foi feito um cálculo para estimar o valor gasto no salário destes

funcionários, considerando uma média salarial de R$13.200,00, já somados os encargos,

conforme tabela abaixo.

Tabela 2 – Investimento sistema novo

INVESTIMENTO SISTEMA NOVO

Número de funcionários Salário

mensal

Meses

desenvolvimento

Valor total do

investimento

4 13.200 8 R$ 422.400,00 Fonte: Própria autora

É ressaltado pelos colaboradores, que a empresa produz calçados, um item de moda, o

que significa que em períodos cada vez mais curtos, são criados milhares de modelos e

combinações, o que resulta em milhares de insumos novos, tornando o Bloco K complexo. No

primeiro semestre de 2017, foram criados 1.363 modelos novos, são 9.200 combinações

diferentes, e como a ficha técnica precisa ser enviada ainda por tamanho, passam a ser 80.854

fichas técnicas, que precisarão ser encaminhadas ao fisco.

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Outro ponto que é importante ressaltar como desvantagem, é o aumento do custo da

mão de obra, conforme cálculo visto anteriormente, pois a empresa acabou optando por não

terceirizar mais nenhum tipo de serviço. Se a empresa optar por terceirizar um serviço por

modelo em atelier, por exemplo, a quantidade de fichas técnicas, dobraria.

4.3.3 Consolidação dos Impactos

Com base no referencial teórico percebe-se que as vantagens são superiores as

desvantagens em termos de quantificação. Um ponto não mensurado, mas que pode refletir

em outras empresas é justamente a questão da sonegação fiscal, que neste aspecto não teve

impactos na empresa foco deste trabalho que mantém suas obrigações em dia.

Em termos de processo pode-se perceber ganhos substanciais em controles internos,

principalmente inerentes a estoques, onde itens que não tinham seu controle sistêmico passam

a ter um controle apurado. Embora gerando uma quantidade superior de registros no banco de

dados.

Em termos monetários percebe-se que os valores investidos giram em torno de

R$441.300,00 referentes a treinamentos e mão de obra com pessoas, e o aumento no custo de

R$1,06 no custo de mão de obra por par de calçado produzido em função da internalização

dos serviços prestados por terceiros anteriormente. Importante ressaltar que os ganhos com

logística não foram possíveis de mensuração, conforme relatado pelos entrevistados.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O avanço tecnológico vem possibilitando ao governo federal um controle cada vez

maior nas operações que ocorrem dentro das empresas. As empresas consequentemente se

veem obrigadas a estarem em constante modernização e renovação devido às rápidas

modificações que ocorrem na legislação brasileira.

O SPED foi criado com o objetivo de informatizar a relação entre o fisco e o

contribuinte. A vertente estudada neste trabalho, o Bloco K, tem por objetivo fornecer

informações sobre os processos produtivos e estoques das empresas. O objetivo é facilitar a

fiscalização ao fisco, que vai ter acesso a informações exatas e legitimas no combate a

sonegação fiscal.

Neste trabalho, teve-se por objetivo determinar, quais os impactos causados pela

implantação do Bloco K em uma indústria de grande porte do ramo calçadista. Foi necessária

primeiramente, a revisão do material bibliográfico pertinente ao tema, com o objetivo de

aprofundar os conhecimentos teóricos. Em seguida, foram coletados dados sobre a

implantação na empresa, a partir de uma entrevista semi estruturada.

Durante a análise da entrevista, pode-se notar que o livro em papel era simples e não

exigia tantas informações dos contribuintes. O Bloco K obrigou a empresa a adaptar rotinas e

sistemas para gerar as informações necessárias. Foram criados dois sistemas totalmente novos

e outros tiveram que sofrer diversas adaptações. Vale ressaltar, que após todas as adaptações

feitas em seu sistema e nos processos produtivos, a empresa teria hoje condições de enviar o

Bloco K completo ao fisco.

Teve-se por objetivo neste trabalho também identificar os dispêndios financeiros feitos

pela empresa na implantação do Bloco K. Conforme visto, foram investidos aproximadamente

R$441.300,00 no desenvolvimento dos sistemas e em treinamentos. Além disso, a empresa

agregou no CPV aproximadamente R$1,06 por par de calçado.

Outro objetivo deste trabalho foi analisar as principais vantagens e desvantagens

proporcionadas pela implantação do Bloco K. Apontaria como principal vantagem à melhora

expressiva nos controles internos da empresa. Hoje a empresa tem controle absoluto de todas

as movimentações que ocorrem em seu estoque, tem-se o controle de onde cada matéria prima

está sendo consumida.

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Como principal desvantagem pode-se apontar os dispêndios financeiros realizados na

implantação, conforme valores já citados anteriormente. O governo acaba obrigando as

empresas a realizarem altos investimentos para cumprir obrigações.

Neste ponto, portanto, foram satisfeitos o objetivo geral e os objetivos específicos

deste trabalho.

Conclui-se que a empresa Delta S/A, está de acordo com a legislação, sempre em

busca de atualizações para atender as obrigações contábeis e administrativas para com o

governo e aperfeiçoar seus próprios controles internos.

5.1 CONTRIBUIÇÕES DO ESTUDO

O trabalho possibilitou aprimorar os conhecimentos teóricos referentes ao Bloco K do

SPED Fiscal tanto da pesquisadora, como da empresa. Foi possível aprofundar o

entendimento na empresa estudada e conhecer os diversos controles internos por ela criados a

partir da nova realidade, notando a importância destes no envio de informações confiáveis ao

fisco.

5.2 LIMITAÇÕES DO ESTUDO

No decorrer deste estudo, obteve-se as seguintes limitações:

Foi realizado um estudo de caso em somente uma instituição;

O trabalho se restringe somente ao Bloco K;

O Bloco K está em fase de implantação, está suscetível a mudanças na lei.

5.3 PESQUISAS FUTURAS

Propõem-se, quanto a pesquisas futuras, o acompanhamento da implantação completa

do Bloco K na empresa em que foi realizado o estudo. A entrega completa do arquivo digital

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pela empresa estudada deve ocorrer somente em 1° de janeiro de 2022, conforme Ajuste

Sinief 25/2016.

É proposto também um estudo em outras empresas de grande porte e outros segmentos

com outras condições de TI, para verificar como está ocorrendo o processo de implantação do

Bloco K.

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APÊNDICE 1 – QUESTIONÁRIO BLOCO K

O questionário teve por objetivo buscar informações e dados quanto ao processo de

implantação do Bloco K na empresa Delta.

1. Quanto a cada um dos registros do Bloco K:

- Já existia este livro no Livro Controle da Produção e do Estoque?

- Se existia: como ele era feito? Como ele é enviado?

- Se não existia: Foram necessários ajustes para adaptá-lo ao Bloco K? Quais?

2. O que mudou no processo?

3. Hoje a empresa teria condições de enviar este registro ao Fisco?

4. É possível mensurar financeiramente o que este registro custou/custará a empresa

no processo de implantação?

5. É possível mensurar o gasto mensal que a empresa vai ter para atender/enviar este

registro?

6. No geral, quais os dispêndios financeiros que a empresa já teve ou vem tendo com

a implantação do Bloco K?

7. Houve participação em cursos e treinamentos?

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8. Poderia apontar vantagens que a empresa vem tendo com a implantação do Bloco

K?

9. Poderia apontar desvantagens que a empresa vem tendo com a implantação do

Bloco K?

10. Por que a empresa optou em não fazer mais mão de obra terceirizada?

11. Quantas fichas técnicas são feitas em um semestre?

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