INCIDÊNCIA DE LOMBALGIA E FATORES ASSOCIADOS EM GARIS...

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR NILTON LINS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA URBANA MESTRADO PROFISSIONAL ROZANGELA COUTINHO ROCHA INCIDÊNCIA DE LOMBALGIA E FATORES ASSOCIADOS EM GARIS DE PRAÇA PÚBLICA DA CIDADE DE MANAUS MANAUS 2008

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR NILTON LINS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA URBANA

MESTRADO PROFISSIONAL

ROZANGELA COUTINHO ROCHA

INCIDÊNCIA DE LOMBALGIA E FATORES ASSOCIADOS EM GARIS

DE PRAÇA PÚBLICA DA CIDADE DE MANAUS

MANAUS 2008

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ROZANGELA COUTINHO ROCHA

INCIDÊNCIA DE LOMBALGIA E FATORES ASSOCIADOS EM GARIS

DE PRAÇA PÚBLICA DA CIDADE DE MANAUS.

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós–graduação em Biologia Urbana

Profissional, do Centro Universitário Nilton

Lins, para obtenção do título de Mestre em

Biologia Urbana.

ORIENTADORA: Dra. MÔNICA FERREIRA NOZAWA

MANAUS 2008

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ROZANGELA COUTINHO ROCHA. INCIDÊNCIA DE LOMBALGIA E FATORES ASSOCIADOS EM GARIS DE PRAÇA

PÚBLICA DA CIDADE DE MANAUS.

Trabalho final de dissertação apresentado ao Programa de Pós–graduação

em Biologia Urbana Profissional, do Centro

Universitário Nilton Lins, para obtenção do título de

Mestre em Biologia Urbana.

Data da Aprovação: _____/______/_______

Banca Examinadora:

______________________________________ Prof. Dra. MÔNICA FERREIRA NOZAWA

Orientadora

_______________________________

Prof. Dr. ................................... Membro

_______________________________

Prof. Dr. ................................... Membro

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INCIDÊNCIA DE LOMBALGIA E FATORES ASSOCIADOS EM GARIS DE PRAÇAS PÚBLICAS DA CIDADE DE MANAUS

ANALYZE THE INCIDENCE OF LOMBALGIA IN THE WORKERS OF

THE URBAN CLEANNESS OF THE CITY OF MANAUS.

Rozangela Coutinho Rocha Resumo

O objetivo deste trabalho científico foi analisar a incidência de lombalgia nos trabalhadores da limpeza urbana da cidade de Manaus. A população estudada foi composta de sujeitos pertencentes a função de gari que atuam na limpeza e conservação das praças públicas da cidade de Manaus. Foi adotado neste trabalho, métodos e técnicas qualitativas e quantitativas, tendo em vista a necessidade de analisar dados obtidos a partir de diferentes olhares. Como utilização do método de análise postural, foi aplicado o método OWAS. O tratamento dos dados referentes as posturas foram obtidos pelo programa WinOwas. Também foi utilizado a parte do Questionário Nórdico Padrão modificado para análise musculoesquelética e outro questionário semi-estruturado aplicado tanto em trabalhadores, encarregado e a administração, visando conhecer o desenvolvimento do processo de trabalho dos garis na cidade de Manaus. E com base no diagnóstico foram elaboradas recomendações ergonômicas para melhoria das condições de trabalho e produtividade deste trabalhador.

Palavras-Chave: Lombalgia. Gari. OWAS

Abstract The objective of this scientific work was to analyze the incidence of low back pain in the workers of the urban cleanness of the city of Manaus. The studied population was composed of pertaining citizens the function of roadsweeper that the cleanness and conservation of the public squares of the city of Manaus act in. It was adopted in this work, methods and qualitative and quantitative techniques, in view of the necessity to analyze given gotten from different looks. As use of the method of postural analysis, method OWAS was applied. The treatment of the referring data the positions had been gotten by the WinOwas program. Also Standard modified for musculoskeletal analysis and another half-structuralized questionnaire was used the part of the Nordic Questionnaire that was applied in such a way with the workers, person in charge and the administration, aiming at to know the development of the process of work of the roadsweeper in the city of Manaus. E the diagnosis had been on the basis of elaborated ergonomic recommendations for improvement of the work conditions and productivity of this worker. Keys Works: Low back pain. Workers of the urban. OWAS

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1 INTRODUÇÃO

1.1 LOMBALGIA

Lombalgia significa “dor na região lombar”. É provocada pela fadiga da

musculatura das costas. Tulder et al., 1997, de acordo com a duração as lombalgias

podem ser classificadas como: agudas ( que apresentam início súbito e duração

inferior a 6 semanas); subagudas ( que apresentam duração de 6 a 12 semanas) e

crônicas (que apresenta duração superior) .

As lombalgias também podem ser: (a) inespecíficas - aquelas em que a

causa anatômica ou neurofisilógica não é identificável e, (b) específicas - as

resultantes de hérnias discais, espondilolistese, estenose do canal raquidiano,

instabilidade definida, fraturas vertebrais, tumores, infecções e doenças inflamatórias

da coluna lombar. Em menos de 15% dos indivíduos a lombalgia é tipo específica.

1.2 LOMBALGIA DE ETIOLOGIA MECÂNICA

Lombalgia de etiologia mecânica é um termo que descreve a dor lombar

decorrente de esforço físico e que é aliviada com o repouso no leito. É, geralmente,

causada por anormalidades nos músculos posteriores, tendões e ligamentos e pode

ser atribuída a atividades como peso, e o dolorimento, geralmente piora ao final do

dia em decorrência de atividades e esforços físicos. Não há anormalidades

neurológicas associadas; a tosse e o espirro não exacerbam os sintomas. O

descondicionamento físico pode causar dor lombar do tipo mecânica. O início é

insidioso, o doente apresenta-se sedentário, obeso, com fraqueza dos músculos

abdominais, posteriores da coluna lombar e músculos glúteos e encurtamento dos

isquiotibiais (Cecin, 2000).

Segundo Magee (2005), o levantamento de peso quase sempre causa

lombalgia. Isto não é surpreendente se for considerado as forças exercidas sobre a

coluna e os discos intervertebrais lombares. A grosso modo, a força exercida sobre o

disco pode ser calculada como sendo aproximadamente 10 vezes o peso que está

sendo levantado. A pressão sobre o disco intervertebral varia segundo a posição da

coluna.

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Observa-se na figura 1, a representação das forças que atuam sobre as

vértebras e discos intervertebrais. No esquema A nota-se a maneira inadequada de

levantamento de peso, O esquema B, ilustra a forma correta de levantamento de

peso e, esquematicamente, as forças de ação sobre a coluna e o disco

intervertebral.

Figura1: Forças que atuam sobre as vértebras e discos intravertebrais. Fonte: Iida, 2005 p. 179 1.3 FATORES DE RISCO PARA OCORRÊNCIA DA LOMBALGIA

Fatores constitucionais, individuais, posturais e ocupacionais, exercem

influência na ocorrência das lombalgias. Dentre os ocupacionais, destacam-se as

sobrecargas na coluna lombar geradas pelo levantamento de peso, deslocamento

de objetos pesados, permanecer sentado prolongadamente, expor-se a estímulos

vibratórios prolongados (McNeil et al.,1980; Lee et al., 1999).

De acordo com Nachemson (1976), Burdorf e Sorack (1997), e Magee,

(2005), vários são os fatores de risco para as algias da coluna vertebral. A lombalgia

tende a ser mais prevalente em indivíduos com ocupações extenuantes, embora

tenha sido relatado que influências familiares têm efeito igual ao da ocupação.

Fatores individuais como ganho de peso, obesidade, a altura, a má postura, a

fraqueza dos músculos abdominais e espinhais e a falta de condicionamento físico

são fatores de risco para o desenvolvimento da lombalgia. Transtornos psicossociais

como depressão, hipocondríase, histeria, alcoolismo, fumo, divórcio,

A B

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descontentamento, desmotivação com as atividades ocupacionais, entre outros, são

mais freqüentes nos indivíduos com lombalgias.

Em síntese, vários fatores são potenciais de risco para lombalgia, sendo

que entre aqueles que aparecem com maior freqüência na lista dos fatores de riscos

de possível importância estão: idade, sexo, falta de condicionamento físico, número

de gestações, predisposição hereditária, alterações estruturais da coluna vertebral,

estilo de vida sedentário, trabalho físico pesado, levantamento e transporte de

cargas com ritmo intenso, rotação da coluna de forma repetitiva, trabalho em posição

fixa por tempo prolongado, exposição a vibrações, acidentes, entre outros (Kelsen,

1975).

1.4 APRESENTAÇÃO DA PROBLEMÁTICA

A lombalgia está entre os problemas mais freqüentes de saúde na

população em geral, afetando entre 58-84% de todos os adultos em alguma fase de

sua vida (Van Nieuwenhuyse et al., 2006).

Cerca de 50% da população economicamente ativa apresenta alta

incidência de lombalgia, sendo a causa mais comum de incapacidade crônica nos

países industrializados. Atualmente muitos cientistas consideram os distúrbios da

coluna multifatorial, isto é, estão relacionados com problemas bio-psico-sociais

(Taimela et al., 2004). Mashe e Levin (2005) , citam como possíveis prognósticos

para lombalgia: a insatisfação no trabalho, baixo salário e baixo nível educacional.

De acordo com Marras (2000), a lombalgia continua sendo o problema

músculo esquelético mais comum no setor de trabalho, afetando muitos

trabalhadores e está associada com alto custo para a indústria e o indivíduo,

podendo influenciar negativamente a qualidade de vida dos trabalhadores. Meirelles

(2003), vem a reforçar que a lombalgia é considerado um problema de Saúde

Pública e com altos custos socioeconômicos.

É a primeira causa de afastamento de trabalho entre os segurados do

Instituto Nacional de Seguridade Social (Freire e Natour,1999), e custa ao mundo

bilhões de dólares anuais em dias perdidos de trabalho, seguros e tratamentos.

As atividades que exigem do trabalhador posturas inadequadas,

manuseios incorretos e o levantamento de cargas excessivas, provocam a

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degeneração dos discos articulares. A coluna é que sofre maior carga em função da

sustentação do tronco, apresentando maior incidência de dor (Rio e Pires, 2001).

Várias pesquisas têm demonstrado que algumas categorias profissionais,

geralmente urbanas, são mais comumente acometidas de dor lombar. Para cada

categoria profissional existe característica particular de exigência motora e a dor está

associada à função exercida (Almeida, 1998).

Recentemente, nos EUA, foi realizado um estudo com taxistas em área

urbana e o estudo indicou que estes profissionais estão expostos a alto risco de

lombalgia e distúrbio espinhal (Chen et al., 2005).

Outra pesquisa feita na população dos EUA e do Canadá descobriu que a

dor lombar é freqüente também entre motoristas (Guo et al., 1995). Observações

semelhantes foram relatadas em países em desenvolvimento como Índia e Taiwan,

com altos índices de distúrbio espinhal e lombar em motoristas de caminhão, ônibus,

trator agrícola, empilhadeira e outros (Chen et al.,2005).

De acordo com uma pesquisa realizada na Bélgica, fatores físicos e carga

de trabalho foram prognósticos para o desenvolvimento de lombalgia. Foram

acompanhados trabalhadores jovens com o mínimo de antecedentes antes da

inclusão no trabalho e que foram avaliados após um ano de acompanhamento. Dos

716 trabalhadores da pesquisa, 12% desenvolveram dor lombar durante sete ou

mais dias consecutivos. Foi observado um aumento de 95% dos riscos para

lombalgia em trabalho com postura de flexão de tronco e inclinação por mais de

duas horas por dia (Van Nieuwenhuyse et al.,2006).

Ghaffari et al. (2006), concluíram, após pesquisa com trabalhadores de

uma indústria iraniana, que a dor lombar é um problema comum na população

trabalhadora, até mesmo, em países em desenvolvimento. Este trabalho aborda a

associação entre lombalgia e fatores físicos, psicosociais e estilo de vida, e

concluíram que estes fatores, ligados à idade e ao sexo, influenciam na dor lombar,

porém não encontraram grandes divergências entre diferentes categorias de

trabalho.

A maioria dos estudos de interesse epidemiológico de dor lombar são

realizados em países desenvolvidos, porém há pouca informação da lombalgia na

população de países em desenvolvimento.

Buscando conhecer melhor a importância das doenças de coluna em

nosso país (Knoplich,1981), utilizou os dados de perícias médicas do INPS, que

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normalmente traduzem a importância das doenças que provocam incapacidade

temporária ou permanente para o trabalho. Assim, em 1976, as doenças reumáticas

— principalmente as doenças da coluna — ocupavam o terceiro lugar entre as

doenças incapacitantes, superadas somente pelas neuroses e pela hipertensão

arterial. Já nos dados relativos a 1978, essas doenças passaram para o segundo

lugar (superadas apenas pelas neuroses).

Para completar a apresentação dos estudos brasileiros que seguem esta

linha de trabalho, devem ser mencionados (Pereira 1978 ; Silva 1983; Robazzi 1984;

Marziale e Carvalho 1989). Todos estes estudos evidenciam com muita clareza o

impacto que as afecções do sistema músculo-esquelético-ligamentar causam na

trajetória dos trabalhadores da limpeza pública e o ônus social e econômico

naturalmente associado.

O manuseio de cargas (levantar, abaixar, empurrar, puxar, carregar,

segurar e arrastar) geralmente envolve bastante esforço estático e dinâmico, o

suficiente para ser classificado como trabalho pesado (Kroemer e Grandjean, 2005).

Para Ferreira (2001), gari ou varredor é “o que ou quem varre, o indivíduo

que executa a varrição das ruas, sendo portanto empregado da limpeza pública”.

Para o Ministério do Trabalho, o gari varre o local, utilizando diversos tipos de

vassouras, para deixá-lo limpo; reúne ou amontoa a poeira, fragmentos e detritos,

empregando o ancinho ou outros instrumentos, para recolhê-los; recolhe os montes

de lixo, despejando-os em latões, cestos e outros depósitos apropriados, para

facilitar a coleta e transporte (Brasil, 1982).

O tipo de trabalho executado por garis, realizado nas ruas das cidades, é

importante para deixar as cidades limpas e livres de eventuais enfermidades, que

podem acontecer, em decorrência do acúmulo destes detritos, porém submete-os a

possibilidade de colisões com veículos, ferimentos pelos objetos cortantes nos lixos

recolhidos, poeiras, agentes físicos, biológicos presentes nestes resíduos, além de

mordedura e recolhimento de corpos de animais em putrefação entre outras

situações (Marziale e Carvalho, 1989).

Sabe-se que os garis estão sujeitos a vários riscos ocupacionais. Em

estudo realizado por Velloso et al. (1997), verificou-se que as extremidades

corporais e a coluna vertebral parecem se constituir nas partes mais vulneráveis do

corpo do trabalhador (em relação às suas atividades de trabalho 86,5%).

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O gari trabalho o tempo todo em pé, ou realizando agachamentos, ou

movimentos de inclinação de tronco ( Gonçalves, 2002) .

Segundo Alves e Rubim (2000), a atividade profissional, desde os tempos

remotos está associada a transtornos ocasionais por condições impróprias para o

trabalho, posturas inadequadas e atividades que exijam movimentos repetitivos de

determinados segmentos corporais.

Na área urbana de Manaus estes profissionais estão atuando em

comunidades, banheiros públicos, na varrição de rua, limpeza de praças públicas,

coleta de lixo etc, os garis que atuam na varrição de rua na cidade de Manaus, estão

divididos em dois turnos: diurno e noturno.

Além dos roteiros diários, os garis participam da varrição extra para

atender os eventos como Carnaval e Festival Folclórico, descentralizados em vários

locais da cidade, shows especiais e de fins-de-semana das casas noturnas de

Manaus, Feira de Artesanato da Eduardo Ribeiro, festas de aniversários dos bairros,

dentre outras demandas. (PMM/SEMULSP,2005).

A visão social desse grupo de trabalhadores e sua auto-imagem são

problemáticas do ponto de vista de nossa sociedade. Com menosprezo pela referida

ocupação que se origina dos próprios garis, de suas condições econômicas e de

trabalhos adversos, que dinamicamente interagem com a imagem social da própria

profissão (Velloso et al.,1997).

1.5 OBJETIVOS

1.5.1 Objetivo Geral

Verificar quais fatores estão associados à incidência de lombalgia entre os garis da

cidade de Manaus.

1.5.2 Objetivos Específicos

a) Identificar através do método OWAS ( Manual WinOwas), posturas adotadas

pelos garis que contribuem para o acometimento de lombalgias.

b) Avaliar atividades dos garis nos seus mais diversos aspectos.

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c) Demonstrar, através de levantamento de dados, quais as maiores queixas dos

garis.

d) Avaliar a contribuição relativa de cada fator de riscos para a ocorrência da

lombalgia entre garis na cidade de Manaus.

e) Propor medidas preventivas buscando a melhoria da qualidade de vida no

trabalho dos garis (ergonomia, postura), através de uma cartilha de distribuição

gratuita.

1.6 JUSTIFICATIVA

Sabe-se que para identificar e analisar os problemas de saúde num dado

processo de trabalho é preciso conhecer as situações, compreender as condições e

organização do mesmo, onde as cargas provocam danos à saúde do trabalhador.

No trabalho, qualquer que seja a organização, todo o corpo do Homem é

submetido a condicionamentos. De acordo com as atividades desenvolvidas e as

condições ambientais e organizacionais, dentro das quais se encontra, seus

diferentes sistemas, aparelhos e órgãos do corpo são solicitados e funcionam

diferentemente.

Com relação à organização do trabalho e à saúde do trabalhador, a

profissão do gari difere de outros profissionais urbanos pela exposição física,

psicosocial e riscos ambientais a que estão sujeitos.

Os fatores ambientais que mais influenciam as condições dos garis nos

trópicos é o ambiente térmico - os raios solares e, consequentemente, a temperatura

ambiente. Como a cidade de Manaus está situada em uma região de altas

temperaturas e grande incidência da luz solar, o trabalho do gari é feito sob ação

dos raios solares, gerando desconforto térmico para o mesmo. O ruído gerado pelo

trânsito é outros fator físico agravante.

O exercício profissional leva os garis a utilizarem, na execução das

tarefas, posturas incorretas, forças excessivas e, ainda na maioria dos casos,

trabalhando sob pressões ambientais. As tarefas desenvolvidas por estes

profissionais estão expondo-os a um risco considerável para aquisição de lesões

musculoesqueléticas e lombalgias.

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Em vista desse quadro, para que os serviços de saúde atinjam o

acordado na Assembléia Mundial de Saúde em 1977, ou seja, que “a principal meta

social dos governos e da OMS deveria ser alcançar, para todos os cidadãos do

mundo, até o ano 2000, um nível de saúde que lhes permita levar uma vida social e

economicamente produtiva” (Resolução OMS 30,43,1977) e o compromisso dos

governos que a atenção primária é o caminho para alcançar estes objetivos

(Declaração de Alma Ata, 1978), faz-se necessária, a realização de pesquisas que

verifiquem a incidência de doenças do trabalho, dentre elas a lombalgia entre os

garis brasileiros, bem como a avaliação dos fatores de riscos desta atividade.

A partir deste contexto, surge o interesse pelo tema, com a proposta de

estabelecer dados epidemiológicos à respeito do problema, como incidência de

lombalgias e correlação com o sexo, idade, tempo de trabalho, sistema de trabalho

(manual ou mecânico), aspecto da dor e também como uma medida preventiva de

abordar a questão da lombalgia em garis.

Desta forma, o estudo mostra-se relevante, à medida que busca

proporcionar ao gari, orientação para suportar as sobrecargas físicas, psíquicas e

ambientais da profissão, minimizando e/ou melhorando a ação dos fatores de riscos

inerentes às suas tarefas profissionais e, assim, proporcionar melhora nas condições

de trabalho e na qualidade de vida desses profissionais.

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2 MATERIAIS E MÉTODOS

A metodologia utilizada incluiu visitas aos setores da unidade de limpeza

urbana e entrevistas com trabalhadores garis e profissionais da área administrativa,

com a finalidade de conhecer as rotinas de trabalho dos garis da cidade de Manaus.

O primeiro contato com a instituição responsável pelos garis foi uma

entrevista com a administração da unidade, a fim de explicar os objetivos do estudo

e obter anuência para visitar e observar os setores durante os diversos turnos de

trabalho.

Foram realizadas entrevistas com os trabalhadores da limpeza urbana,

cujas perguntas foram baseadas em questionário semi-estruturado. Questionário

com perguntas abertas e fechadas sobre a percepção dos trabalhadores aos riscos

e cargas, sua situação sócio-econômico-cultural, como também sobre a ocorrência

de doenças profissionais e acidentes de trabalho. Estas entrevistas individuais foram

realizadas com a autorização prévia dos trabalhadores, através do Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido. O desenvolvimento do processo das atividades

dos trabalhadores da limpeza urbana foi observado e gravado em vídeo, também

com prévia autorização escrita. Para obter dados gerais sobre a instituição

responsável por eles, foi entrevistado o administrador do serviço de limpeza urbana

e realizada ainda, uma entrevista com o encarregado da limpeza urbana.

2.1 POPULAÇÃO ESTUDADA

Os trabalhadores avaliados no presente estudo foram os empregados da

SEMULSP (Secretaria Municipal de Limpeza e Serviços Públicos), que consistia , na

época, em 1.123 trabalhadores, sendo que 182 garis eram responsáveis pela

limpeza e conservação das praças públicas da cidade de Manaus. Foram

entrevistados 40 trabalhadores do setor de limpeza e conservação das praças

públicas, de ambos os sexos.

2.2 PROCEDIMENTOS

Foram utilizados os seguintes procedimentos para coletas de dados:

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• Entrevista, através de questionário escrito, com trabalhadores. A entrevista

incluiu perguntas sobre: a caracterização sócio-econômica da população

estudada, os acidentes de trabalho, a percepção de riscos dos trabalhadores

e informações sobre o uso de EPIs ( Equipamentos de Proteção Individual).

• Filmagem em vídeo e fotos das atividades dos trabalhadores envolvidos no

processo de trabalho dos garis.

• Entrevista, através de roteiro escrito, com o encarregado da empresa

responsável pela limpeza, conservação e coleta de lixo urbano na cidade de

Manaus.

• Aplicação do método OWAS (Ovako Working Posture Analysing System),

para análise das posturas realizadas pelos garis na execução do trabalho.

2.3 AVALIAÇÃO DA POSTURA GLOBAL DE TRABALHO – MÉTODO OWAS

(Manual WinOwas).

Na Análise Ergonômica do Trabalho. Avaliou-se a postura adotada pelo

gari. O método escolhido para esta avaliação foi o OWAS, um sistema para analisar

e classificar as posturas de trabalho com o objetivo de desenvolver métodos de

trabalho consistentes com a promoção da saúde ocupacional, baseado em estudos

analíticos das posturas de trabalho.

O modelo começou a ser desenvolvido em 1977 por Karhu, Kausi e

Knosunka, levando em consideração os tipos de postura de trabalho a partir de 680

fotografias de várias tarefas na indústria do aço, resultando em um total de 54

diferentes posturas globais. O sistema progrediu para uma série OSWP (Obsevation

study of working postures) onde tipos de posturas foram determinadas, resultando

em 84 tipos básicos de posturas de trabalho, e posteriormente, foi criado o programa

Win OWAS.

O esforço imposto por todos os tipos de posturas de trabalho foi avaliado

por diferentes categorias profissionais e os resultados foram processados para

formar as categorias de ação, fornecendo a direção de como interpretar os

resultados do estudo.

Em dezembro de 1975 o método foi submetido ao Comitê RANK (Sak-

STK Rationalisation Committee), que decidiu investigar a aplicabilidade do sistema

fora da indústria do aço e aceitar a responsabilidade de aplicar o sistema na

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Finlândia. O sistema foi então aplicado com sucesso nas indústrias de aço,

mineração, material de construção de madeira prensada, gêneros alimentícios, linha

de montagem, vestuário e escritório ( Iida, 2005).

O Estudo Básico OWAS, indica:

• Quais os tipos de posturas são utilizadas pelo trabalhador em suas

tarefas;

• o quanto ele usa estas posturas (proporção);

• dados correspondentes com a posição da cabeça;

• com quais tarefas cada postura está relacionada;

• quais posturas deveriam ser aproveitadas para as posturas de trabalho

utilizadas (categorias de ação);

• a distribuição das posturas entre as diferentes partes do corpo;

• as recomendações de ações para a distribuição das posturas entre as

partes do corpo; e

• a carga envolvida com a tarefa ou a quantidade de força requerida.

Para registrar as posturas, o procedimento é olhar o trabalho de forma

geral analisando as posturas e mapeando a partir da observação dos registros

fotográficos e filmagens do indivíduo em uma situação de trabalho. Podendo, assim,

fazer estimativas da proporção do tempo durante o qual as forças são exercidas e as

posturas assumidas. Os resultados do estudo OWAS mostram que as posturas de

trabalho envolvem a atividade e oferecem aos intérpretes um resultado claro, com

instruções que não são ambíguas (categorias de ação).

As fases selecionadas e analisadas foram aquelas consideradas de maior

constrangimento para o trabalhador:

o Gari com roçadeira

o Gari conduzindo carrinho de mão

o Gari varrendo

o Gari puxando ancinho

o Gari arrastando lona

o Gari colocando roçagem no carrinho

o Gari preparando local (praça) para gramagem

o Gari capinando

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Para análise da postura, força e fase do trabalho foi necessário observar

as amostras das atividades coletadas a partir de filmagens e observações diretas e

fazer estimativas de tempo durante o qual foram exercidas forças e posturas

assumidas.

A combinação das posições das costas, braços, pernas e uso de força no

método OWAS recebe uma pontuação que poderá ser incluída no sistema de

análise Win-OWAS o qual permite categorizar níveis de ação para medidas

corretivas visando a promoção da saúde ocupacional. Cada postura é descrita por

um código de seis dígitos, ( Figura 2) representando as posições do dorso, braços,

pernas, e carga ( Figura 2 e 3). Os dois últimos indicam o local onde a postura foi

observada

FIGURA 2: Sistema Owas para o registro da postura ( Iida,2005).

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Classe das Posturas do Método OWAS

O método avalia as posturas considerando a percepção dos

trabalhadores em relação às conseqüências, e à análise dos ergonomistas

classificando em quatro grupos de recomendações para ações corretivas em

diferentes escalas de tempo, de acordo com a Tabela 1.

Tabela 1: Classe de Posturas do Método OWAS

CLASSE TIPO DE POSTURA

Classe 1 Postura normal, dispensa cuidados, a não ser em casos excepcionais.

Classe 2 Postura que deve ser verificada na próxima revisão dos métodos de trabalho.

Classe 3 Postura que deve merecer atenção a curto prazo.

Classe 4 Postura que deve merecer atenção imediata.

Fonte:Iida, 2005, p. 171

Figura 3: Gari conduzindo carrinho

1 º DIGITO

2 º DIGITO

3 º DIGITO

4 º DIGITO

5 º DIGITO

6º DIGITO

2

1

7

3

1

1

COSTAS

BRAÇOS

PERNAS

CARGA/FORÇA

ATIVIDADE

Conclusão: código 21731 – 3ª classe (postura que deve merecer atenção a curto prazo).

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18

Figura 3, mostra o trabalho do gari conduzindo carrinho, onde podemos observar a

posição de cada parte do corpo do gari durante este processo. Os dados de entrada

no programa WinOwas são retirados dos registros fotográficos feitos no local de

trabalho (Figura 1, 2, 3, 3, 4, 4, 5, 5, 6, 7, 8). É necessário indicar cada posição dos

membros, carga e fases de trabalho, e também indicar o tempo que cada uma das

fases do trabalho fica em relação ao tempo total gasto para realizar a tarefa. O dígito

5 e 6 indicam o local onde a postura foi observada (Figura 2).

É gerado automaticamente uma seqüência de números pelo programa

WinOwas, na qual representa a análise do método Owas (Figura 3). Os resultados

obtidos (conclusão), vem em forma de relatório onde o programa mostra em quais

posturas devem ser tomadas precauções ergonômicas que eliminem ou minimizem

tais atividades penosas. melhorando futuros problemas de posturas durante o

processo de trabalho.

2.3.1 O Instrumento de Coleta de Dados – Questionário Nórdico Padrão

Nesta pesquisa utilizou-se a parte geral do Questionário Nórdico Padrão

para Análise dos DORT (Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho), que

segundo Kilbom (1994), foi elaborado pelo Conselho Nacional para Segurança e

Saúde Ocupacional em Solna, Suécia; sendo validado na Noruega, Suécia,

Dinamarca e Finlândia. Ainda segundo a autora, antes de ser publicado em inglês no

ano de 1987, ele havia sido utilizado para análise por aproximadamente 50.000

pessoas. Desde então, ele tem sido utilizado como uma ferramenta padronizada

para registrar e analisar as informações acerca dos DORT.

A primeira parte do Questionário (Anexo 1) consisti em informações

básicas acerca do Indivíduo entrevistado na forma de perguntas. Nesta pesquisa, as

perguntas originais foram mantidas, porém foram acrescentadas outras perguntas

acerca da escolaridade do sujeito, sua satisfação com o trabalho e outras visando a

sua adaptação para a atividade de limpeza pública.

A segunda parte referiu-se a perguntas quanto à existência, distribuição e

extensão dos DORT, que permaneceu fiel ao original. Esta parte, registra

“problemas” como dor ou desconforto, durante os últimos 12 meses em 12 regiões

anatômicas, identificadas em um mapa com a vista dorsal do corpo humano. Se o

problema ocorrer em alguma região, deveriam ser respondidas duas perguntas,

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19

acerca das conseqüências para o trabalho (nos últimos 12 meses impedindo a

realização do trabalho normal e nos últimos sete dias).

Quanto às limitações, segundo Kilbom (1994), o questionário Nórdico é

apropriado para avaliar a prevalência dos DORT. Diferenças na distribuição das

regiões do corpo afetadas entre os grupos ocupacionais indicam que ele pode ser

usado como um indicador de risco ergonômico. O questionário também tem sido

utilizado com sucesso em diversos estudos epidemiológicos transversais de larga

escala, porém não é sensível o bastante para detectar mudanças na severidade dos

sintomas nos estudos longitudinais, nem para realizar diagnósticos clínicos.

3 ANÁLISE DOS DADOS

3.1 CARACTERÍSTICAS DA POPULAÇÃO – DADOS REFERENTES AO GARI

Os dados apresentados foram obtidos através da entrevista com o

administrador e encarregado, conforme o modelo constante do anexo 2 . A

população envolvida é constituída pelos sexos masculino e feminino, com cerca de

60% do contingente constituído pelo sexo feminino, tendo um total de 1.123 garis.

Por ocasião da seleção e recrutamento dos indivíduos para a realização

do trabalho de gari, não é realizado nenhum teste antes de contratar o trabalhador e

nem efetuado análise das condições físicas do candidato, apenas exames médicos

laboratoriais, como por exemplo, o exame de sangue.

O recolhimento do lixo é executado por duas empresas que prestam

serviço a SEMULSP (Secretaria Municipal de Limpeza e Serviço Publico), a empresa

Tupex e a empresa Enterpa, onde cada recolhimento é executado conforme o

resíduo:

• Coleta domiciliar: lixo residencial;

• Coleta mecânica: lixo gerado nos mutirões de limpeza, executados pelo

SEMULSP;

• Coleta manual: lixos gerados por eventualidades ou de locais de difícil

acesso ao carro coletor;

• Coleta hospitalar: lixo gerado em hospitais, postos de saúde etc..

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20

Do total dos garis citados (1.123), 392 são responsáveis pela limpeza,

varreção e conservação das praças da cidade de Manaus, assim distribuídos:

• 106 garis são responsáveis pela varreção;

• 104 garis responsáveis pela limpeza das praças

• 182 garis responsáveis pela manutenção e jardinagem

Deste universo dos 392 garis responsáveis pela limpeza das praças,

varreção , manutenção e jardinagem , 40 (quarenta) foram entrevistados

para este trabalho.

Os garis também são solicitados para limpeza e conservação de escolas

públicas, hortos, posto de saúde.

3.1.1 Equipe de trabalho: jornada, atividades, materiais usados e ambiente

físico.

A equipe de trabalho é dividida em turnos (diurno e noturno) e é

usualmente composta por 06 a 30 garis de acordo com o tamanho do local e da

tarefa ser executada. Há um encarregado responsável pela distribuição por frente de

trabalho. Geralmente é avaliado o tamanho do local e depois é feita a divisão das

equipes.

Como jornada de trabalho, os garis trabalham cerca de oito horas por dia

(de 7:00 às 17:00 horas) com 1 hora de intervalo para almoço (feito no próprio local

de trabalho). Recebem salário em torno de R$ 1.100,00 (um mil e cem reais)

acrescido de outras vantagens.

Como atividades no trabalho, o gari depois de receber a instrução do

encarregado realiza as seguintes atividades: inicialmente uma limpeza no local

(retirada de materiais superficiais); em seguida a roçagem usando telas de proteção;

e finalmente, a retirada dos resíduos. Também realizam a jardinagem.

Os garis percorrem as praças públicas seguindo um roteiro pré-

estabelecido e, geralmente, ao terminar os serviços em uma praça, seguem, em

condução da empresa, para outra praça. A varrição é sempre desempenhada por

dois trabalhadores. Um é responsável por varrer e o outro por recolher o lixo,

usualmente, com auxílio de pá mecânica e o carrinho metálico. Os garis realizam

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21

suas tarefas em ritmo acelerado e as atividades são interrompidas apenas para o

almoço.

3.1.2 Materiais Utilizados e o Uso das EPIs :

Os garis possuem como instrumentos de trabalho, vassouras, roçadeiras

manuais, motoserras, motopodador, enxadas, ancinho tipo rabo de pavão, telas de

proteção, lona, terçados, carrinhos metálicos, pás metálicas, saco de lixo. Como

equipamento de segurança, utilizam uniforme de tecido espesso, tipo calça

comprida, chapéu e jaleco de mangas compridas, de coloração amarelo-laranja, com

o logotipo da SEMULSP estampado. A SEMULSP informou que fornece botas,

luvas, óculos de proteção, protetor auricular e capacetes, porém observou-se que a

grande maioria dos garis dispensa tais instrumentos de segurança.

3.1.3 Ambiente Físico:

O trabalho dos garis se desenvolve sob a influência de agentes físicos-

ambientais interferindo no desenvolvimento de suas atividades. Por realizarem suas

atividades ao ar livre, ficam expostos a temperaturas superiores a 38°C, observadas

costumeiramente na cidade de Manaus e, também, à chuva. Outro fator que interfere

no desenvolvimento de suas atividades é o ruído gerado pelas máquinas que fazem

o corte da grama que se somam aos ruídos produzidos no trânsito e nas ruas.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS

4.1.1 Distribuição da Amostra por sexo

A distribuição por sexo indica que, dos 40 entrevistados, 22 ( 55%) foram

do sexo feminino e 18 ( 45%), foram do sexo masculino.

Com relação ao sexo, pode-se observar com os resultados obtidos por

Rodrigues (1999), em um estudo da correlação entre lombalgias em bancários e as

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22

características antropométricas em 108 sujeitos que apresentavam lombalgias, 60

constituíram-se sujeitos do sexo feminino correspondendo a uma prevalência de

31,7% e 48 sujeitos do sexo masculino, com prevalência de 25,3%, porém não foi

citado realização de diagnóstico clínico de lombalgia, mas apenas relato em

questionário. Alcouff et al.1999), analisando a incidência e a gravidade da lombalgia

com trabalhadores do sexo feminino e masculino, em uma pequena companhia em

uma área de Paris, observaram que a incidência e gravidade da lombalgia era mais

acentuada em mulheres do que em homens e comparando, também, com achados

de Hildebrandt (1995), que confirma uma prevalência maior de lombalgia para

mulheres.

4.1.2 Nível de Escolaridade

Sobre o nível de escolaridade relatado pelos 40 trabalhadores, foi

observado que o maior quantitativo ( 28 trabalhadores 70%), possui o ensino

fundamental incompleto. Sete trabalhadores (12%), afirmaram ter o ensino médio

completo ( Gráfico 1). Chama a atenção no gráfico 1, o número de trabalhadores que

possuem o ensino fundamental incompleto. Estudos demonstram a relação direta

entre o nível de escolaridade e a freqüência das enfermidades da coluna

vertebral.Isto é, quanto menor o número de anos de escolaridade, maior a

freqüência de algias da coluna vertebral (Magora e Taustein, 1969; Nagi et al., 1973;

Westren, 1973; Bergenudd, 1988), devido a maior exposição a cargas ergonômicas,

tanto no domicílio quanto no trabalho.

Escolaridade para ambos os sexos

5

28

7

00

5

10

15

20

25

30

Ens.Fundam.Completo

Ens.Fundam.

Incompleto

Ens. MédioCompleto

Ens. MédioIncompleto

gari

s

Escolaridade para ambos os sexos

5

28

7

00

5

10

15

20

25

30

Ens.Fundam.Completo

Ens.Fundam.

Incompleto

Ens. MédioCompleto

Ens. MédioIncompleto

gari

s

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23

Gráfico 1: Nível de Escolaridade dos trabalhadores da limpeza de praças públicas, em Manaus (AM), 2007.

4.1.3 Distribuição Etária

Em relação à idade referida pelos 40 trabalhadores, a faixa etária

predominante é em torno de 32 à 37 anos, tendo a idade da amostra variado de 20 a

61 anos (Gráfico 2). Com o aumento da idade , há um aumento da prevalência de

dor lombar, o que é sustentado por várias pesquisas (Deyo, 1998 ; Linton, 1990; Van

Doorn, 1995). A faixa etária de maior risco está entre 50 e 59 anos, de acordo com a

literatura Papageorgiou (1995). O risco aumentado nesta faixa de idade pode dever-

se ao fato dos processos degenerativos, de um modo geral, trazendo como

conseqüências o desgaste das estruturas ósteo-musculares e orgânicas Deyo,

(1998), porém pesquisa realizada por Marras( 2000), relata que apesar da lombalgia

ser mais comumente observada entre homens acima de 40 anos e mulheres entre

50 a 60 anos, ela tem aparecido com freqüência em indivíduos entre 35-40 anos de

idade.

Gráfico 2: Distribuição Etária dos trabalhadores da limpeza de praças públicas, em Manaus

(AM), 2007.

Distribuição por faixa etária

6

3

11

67

43

02468

1012

20 a25

anos

26 a31

anos

32 a37

anos

38 a43

anos

44 a49

anos

50 a55

anos

56 a61

anos

idade em anos

garis

Escolaridade para ambos os sexos

5

28

7

00

5

10

15

20

25

30

Ens.Fundam.Completo

Ens.Fundam.

Incompleto

Ens. MédioCompleto

Ens. MédioIncompleto

gari

s

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24

Análise comparativa de diferentes características e a sua relação com a

incidência de lombalgia e fatores associados em garis masculinos e femininos

de praça pública da cidade de Manaus (AM), 2007.

Na análise comparativa de diferentes características e a sua relação com

a incidência e prevalência de lombalgia em garis de praça pública da cidade de

Manaus (Tabela 1 e 2), observou-se que a prevalência de dor lombar de acordo com

a idade, não apresentou um aumento significativo, sendo que a faixa etária entre 50

e 59 anos apresenta o maior risco, porém a faixa etária predominante neste estudo é

de 32 a 37 anos (Gráfico1).

Uma outra observação diz respeito à tendência de um aumento linear

significativo na prevalência de dor lombar conforme aumenta o IMC. A média do IMC

dos garis foi de ( Kg/), o que corresponde ao valor considerado desejável pelo

American College of Sports Medicine, ACSM (1995). Porém ao analisar as

classificações quanto ao percentual desse índice, observou-se que ( %) dos

trabalhadores estavam dentro do limite desejável e (%) estavam com algum grau de

obesidade, ou seja, acima do peso desejável como mostram as tabelas 1 e 2.

Segundo Cox ( 2002), o índice de massa corporal elevado pode ser um fator de risco

independente para hérnia de disco lombar, ou seja, altura e massa corporal pesada

pode ser contribuintes importantes para herniação dos discos lombares e

classificados como fatores de riscos às dores lombares. Han e Lean (1996), afirmam

estar o sobrepeso, indicado pelo IMC, um fator que prevalece em indivíduos com

queixas de dor nas costas, articulações e músculos. Kroemer e Grandjean (2005),

descrevem que quão mais pesada a parte superior do corpo, maior é a força de

compressão sobre a coluna.

Já na análise do resultado Owas, as exposições ergonômicas

permaneceram associadas a lombalgia e estão de acordo com estudos que relatam

a importância da postura de trabalho e movimentos desencadeantes,

correlacionando-os com as doenças da coluna, Jiu-Chiuan et al., 2005; Van

Nieuwenhuyse, et al., 2006; Iida (2005). O valor da média relacionada a categoria do

Owas encontrada nesta pesquisa foi de ( ) o que faz parte do grupo de risco para

dor lombar conforme pesquisa realizada por Merino (1996), relata que o

aparecimento das lombalgias tem relação com a profissão exercida pelos

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25

trabalhadores. Também afirmou que as profissões com grande sobrecarga física

somada a uma postura inadequada ao realizar esforços, expõe o trabalhador a

dores geralmente na região lombar. Isto justifica os achados encontrados neste

estudo, onde a maior incidência de dor lombar teve média de ( ), uma vez que,

estas são as estruturas com maior índice de sobrecarga nas atividades dos garis de

praça pública , e consequentemente apresentou maior sintomatologia de distúrbios

osteomusculares e de queixa ( Tabela 1 e 2).

Tabela1: Análise comparativa de diferentes características e a sua relação com

a incidência de lombalgia e fatores associados em garis femininos de praça

pública da cidade de Manaus (AM), 2007,

IMC- Faixa saudável: 19 a 25 ( idade 19 a 35 anos) / 21 a 27 (acima de 35 anos). Categoria 2 inferida pelo método Owas: (postura que deve ser verificada na próxima revisão método trabalho). Categoria 3 inferida pelo método Owas: (postura que merece atenção a curto prazo). IMC: Índice de Massa Corpórea.

Idade Mulheres

Altura Peso IMC* Faixa saudável Sim/não

Dor lombar sim/não

OWAS categoria

23 1.67 57 20.5 sim sim 2 - 3 34 1.63 60 22.6 sim sim 2 - 3 40 1.65 85 31.2 não sim 2 - 3 22 1.57 66 26.8 não sim 2 - 3 38 1,54 60 25.3 sim sim 2 - 3 33 1.63 61 23.0 sim não 2 - 3 33 1.60 58 22.6 sim sim 2 - 3 31 1.59 60 23.8 sim sim 2 - 3 42 1.60 57 22.2 sim não 2 - 3 50 1.67 72 25.8 sim sim 2 - 3 47 1.60 55 21.4 sim não 2 - 3 37 1.60 62 24.2 sim sim 2 - 3 34 1.65 66 24.2 não sim 2 - 3 36 1.59 58 23.0 sim sim 2 - 3 52 1.58 60 24.0 sim sim 2 - 3 42 1.58 69 27.7 não sim 2 - 3 57 1.50 66 29.3 não sim 2 - 3 48 1.65 69 25.3 sim sim 2 - 3 61 1.58 50 20.0 sim sim 2 - 3 48 1.52 42 18.1 não sim 2 - 3 52 1.55 57 27.7 não sim 2 -3 65 1.67 69 24.8 sim sim 2 - 3

Total= 22

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26

Tabela 2: Análise comparativa de diferentes características e a sua relação

com a incidência de lombalqia e fatores associados em garis masculinos de

praça pública da cidade de Manaus (AM), 2007

Idade

Homens Altura Peso IMC Faixa saudável

(IMC) Sim/não

Dor lombar Sim/não

OWAS categorias

30 1.61 72 22.3 sim sim 2 - 3 32 1.77 72 20.3 sim sim 2 - 3 32 1.62 62 19.1 sim não 2 - 3 33 1.64 61 18.5 sim sim 2 - 3 34 1.73 63 18.2 sim sim 2 - 3 39 1.64 65 24.2 sim sim 2 - 3 48 1.77 82 23.1 sim sim 2 - 3 49 1.55 74 30.8 não sim 2 - 3 61 1.77 72 23.0 sim sim 2 - 3 51 1.65 65 23.8 sim não 2 - 3 47 1.63 72 27.1 não sim 2 - 3 23 1.65 78 28.6 não sim 2 - 3 32 1.67 73 26.2 não sim 2 - 3 25 1.64 65 24.2 sim sim 2 - 3 27 1.70 72 24.9 sim sim 2 - 3 24 1.65 65 23.8 sim sim 2 - 3 24 1.77 94 30.0 não não 2 - 3 57 1.57 72 29.2 não não 2 - 3

Total=18 IMC -Faixa saudável : 19 a 25 ( idade 19 a 35 anos) / 21 a 27 ( acima de 35 anos). Categoria 2

inferida pelo método Owas: (postura que deve ser verificada na próxima revisão método

trabalho). Categoria 3 inferida pelo método Owas : (postura que merece atenção a curto prazo).

IMC: Índice de Massa Corpórea.

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27

4.1.4 Distribuição da Amostra por tempo de serviço

A distribuição da amostra de garis por tempo de serviço na atividade de

trabalho é de 19 a 31 anos (Gráfico 3). Verifica-se que o tempo médio de trabalho na

limpeza urbana está entre 1 a 3 anos.

Gráfico 3: Tempo de Serviço dos trabalhadores da limpeza de praças públicas, em Manaus

(AM) 2007.

4.1.4 Percepção quanto ao ritmo de trabalho realizado nas tarefas

Em relação ao ritmo de trabalho, 17 dos entrevistados (42,5%)

responderam que existe um ritmo diário de trabalho que se torna desgastante,

porém 23 (57%) relataram que o ritmo de trabalho é normal para o tipo de tarefa que

foram contratados (Gráfico 4) .

Gráfico 4: Ritmo de Trabalho dos trabalhadores da limpeza de praças públicas, em Manaus

(AM), 2007.

Tempo de serviço na limpeza urbana

23

310

3 105

1015

2025

1 a 3anos

04 a 10anos

10 a 15anos

16 a 25anos

26anosou

mais

gari

s

ritmo de trabalho

0

1723

0

5

10

15

20

25

Baixo/Pouco Excessivo Normal

gari

s

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4.1.6 Satisfação pessoal em relação ao trabalho de limpeza e conservação de

praças públicas

Em relação à satisfação pessoal dos 40 trabalhadores que atuam na

conservação das Praças Públicas da cidade de Manaus, 31 trabalhadores(77,5%)

estão satisfeitos com o tipo de trabalho que executam, apesar dos inúmeros motivos

que teriam, com certeza, para serem insatisfeitos (Gráfico 5). Percebe-se que a

grande maioria dos garis não apresenta nenhum tipo de descontentamento frente ao

seu trabalho. Esses resultados mostraram-se muito bons, uma vez que trabalhar

satisfeito na função tende a desenvolver melhor o trabalho e com mais satisfação.

Gráfico 5: Sentimento com relação ao trabalho dos trabalhadores da limpeza de praças

públicas em Manaus (AM), 2007.

4.1.7 Necessidade de afastamento do trabalho

Em relação à necessidade de afastamento do trabalho por dores músculo-

esqueléticas, 85% dos empregados disseram que já sofreram afastamentos e 15%

responderam nunca necessitar de afastamento do trabalho por este motivo

(Tabela 3). Esses dados assemelham a um estudo feito pelo Centro de Estatística

da Holanda em 1988, citado por Alvarenga em 1996, relatando que nesse país cerca

de 21% de trabalhadores tiraram licença por doenças relacionadas a problemas nas

costas, e que 32% deles ficaram incapazes permanentemente.

Sentimento com relação ao trabalho

0

10

20

30

40

Gosta Não gosta

gari

s

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29

Tabela 3: Necessidade de afastamento do Trabalho dos trabalhadores de

praças públicas, em Manaus (AM),2007.

Licença do trabalho nº de garis %

Uma vez 15 37,5% Duas vezes 8 20,0%

Três ou mais vezes 11 27,5% Nunca 6 15,0%

4.1.8 Queixa de dor localizada na coluna vertebral

Quanto à queixa de dores na coluna, 82% dos empregados disseram que

já sofreram ou sofrem de dores na coluna, isto de certa forma, tem relação direta

com a carga física, na medida em que este tipo de atividade exige muito mais

esforço e 18% responderam nunca ter apresentado queixas por dores na coluna

(Gráfico 6) Muitos autores recomendam que a carga estática não deva superar aos

8% da força máxima, quando os esforços precisam ser realizados diariamente,

durante várias horas (Grandjean, 1998), se esta carga estática chegar a 15% a 20%

da força máxima e for executada durante dias e semanas, provoca dores e sinais de

fadiga (Kessler et al.,1987; Betancourt, 1993) . Esse fato auxilia a supor que as

atribuições e ambiente de trabalho do gari participem na produção destas dores.

Gráfico 6: Queixa de dor localizada dos trabalhadores de limpeza de praças públicas, em

Manaus AM), 2007.

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30

4.1.9 Percepção de dor antes e depois da atividade executada como gari

A maioria (90%) dos trabalhadores entrevistados (36) relatou que não

tinha problemas de dor lombar antes dessa atividade, e sim após iniciada a atividade

como gari (Gráfico 7). Este fato auxilia a supor que as atribuições e, ambiente de

trabalho dos garis participem na produção destas dores. Fiedler (1998), constatou,

em seu trabalho, que muitos operadores quanto auxiliares estavam sendo

severamente prejudicados com a adoção de posturas incorretas no trabalho, o que

pode causar problemas graves nas costas e pernas dos trabalhadores.

Gráfico 7: Percepção de dor depois da atividade de gari dos trabalhadores de limpeza de

praças públicas, em Manaus ( AM),2007.

4.1.10 Percepção quanto aos riscos de acidentes

A maioria dos trabalhadores (97,5%) considera a atividade executada

perigosa (Gráfico 8). Segundo eles, o trabalho de poda com motoserra e motopoda,

mordedura de animais, acidente com materiais cortantes e perfurantes, o trabalho

realizado próximo às rodovias, bem como realizado à noite, são os riscos mais

comuns no trabalho de gari, porém a falta de atenção era o motivo de maior acidente

Segundo Mattos(1992), os riscos observados no processo de trabalho dos garis são

categorizados em seis tipos: físicos, químicos, ergonômicos, mecânicos, biológicos e

sociais.

Dores relacionadas ao trabalho

4

36

0

10

20

30

40

Dores anteriores aotrabalho

Dores posteriores aotrabalho

gari

s

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31

Gráfico 8: Riscos de Acidentes dos trabalhadores de limpeza de praças públicas , em

Manaus(AM), 2007.

4.1.11 Percepção quanto ao incômodo pelo odor do lixo

Em relação ao odor do lixo, 70% afirmaram que o odor causa incômodo,

como dor de cabeça e enjôo; os outros 30%, responderam que não sentem nenhum

incômodo (Gráfico 9). Gráfico 9: Percepção de incômodo pelo cheiro do lixo de trabalhadores da limpeza de praças públicas, em Manaus (AM), 2007.

riscos do trabalho

39

10

1020304050

Acha que sim Acha que não

opções

gari

s

Percepção quanto ao cheiro do lixo

28

12

05

101520

2530

Sim Não

opções

gari

s

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32

4.1.12 As incidências de acidente de trabalho Em relação aos acidentes de trabalho, o maior quantitativo da amostra,

representado por 25 trabalhadores (62,5%), relatou não ter sofrido nenhum tipo de

acidente desde que começou a trabalhar na manutenção e limpeza das praças

públicas, sendo que quinze trabalhadores(37,5%), relataram ter sofrido algum tipo de

acidente (Gráfico 10). Porém. constata-se que o tipo de trabalho executado pelos

garis é semelhante ao realizado nas ruas das cidades, com possibilidade de colisões

com veículos, contatos com objetos recolhido nos lixos que provocam ferimentos,

dentre outras situações (Shimo, 1995).

Gráfico 10: Incidência de acidentes de trabalhadores da limpeza de praças públicas, em Manaus (AM), 2007.

4.1.13 Percepção quanto ao esforço físico para a realização das tarefas Em relação à observação do pesquisador sobre o fato do esforço físico

para a realização de grande parte das tarefas ser considerado em demasia, a

grande maioria dos trabalhadores (representada por 34 deles, correspondendo a

85% da amostra) respondeu que considerava o esforço físico para a realização das

tarefas em excesso, principalmente nos dias de festas na cidade de Manaus, como

Boi-Manaus, Carnaval, etc (Gráfico 11). O esforço físico, dentro de certos limites

leva a uma fadiga recuperável com o repouso. Se ultrapassados com freqüência,

restará sempre um desgaste residual que conduzirá à fadiga crônica. Também o

trabalho muscular, principalmente sendo estático, com a musculatura contraída por

muito tempo, pode precipitar a fadiga ( Kroemer, 2005).

incidência de acidente

15

25

0

10

20

30

Sim Não

opções

gari

s

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33

Gráfico 11: Esforço físico para realização das tarefas dos trabalhadores da limpeza de praças públicas, em Manaus (AM), 2007.

4.1.14 Percepção quanto a problemas de dor e desconforto músculo-

esquelético

Em relação as respostas dos trabalhadores no Questionário Nórdico

Padrão quanto à sintomatologia dolorosa músculo-esquelética proveniente do

trabalho, observa-se que os 40 entrevistados, sentem dores, principalmente na

coluna vertebral, provavelmente, pelo fato de realizarem movimentos inadequados

na realização da atividade. Esclarecemos que nesse quisito os trabalhadores

puderam optar por mais de uma resposta (Gráfico 12).

O Questionário Nórdico Padrão aponta que a maior incidência de queixa

álgica nos últimos 12 meses está relacionada com a coluna lombar(70%), e isto

pode ser comprovado neste estudo quando se questionou aos garis quanto as

regiões que mais sentem dor ou cansaço físico ao final do dia (Anexo 1-questão

23). Esses resultados vêm confirmar as evidências demonstrada por Pereira (1978),

com os empregados da limpeza urbana da cidade do Rio de Janeiro (RJ), o autor

demonstrou que essa região foi também as mais acometida. Os dados encontrados

no presente estudo são igualmente concordantes com os encontrados por Marziale

e Carvalho (1989). Estes autores relacionam a elevada incidência de lesões em

coluna e em membros inferiores à atividade executada pelos garis, pois ao percorrer

grandes distâncias diariamente terminam por expor muito essa região do corpo.

Silva (1983), igualmente observou que os membros inferiores e coluna foram os

mais lesados no estudo que realizou entre varredores de rua, da cidade de São

Paulo.

esforço físico

34

6

0

10

20

30

40

Sim Não

opçõesga

ris

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34

A freqüência de sintoma de dor osteomusculares nos garis nos últimos 12

meses foi de 70% na coluna lombar( costas-parte inferior); 67,5% na coluna dorsal

(costas- parte superior); 50% na coluna cervical (pescoço); 37,5% nos ombros; 10%

em cotovelos, pulsos/mãos ao mesmo tempo; 40% nos quadris/coxas e 32,5%

tornozelos/pés, como mostra o gráfico 12.

Ao analisar os últimos 7 dias de trabalho, 62,5%dos garis entrevistados

relataram ter tido dor lombar; 60% na coluna dorsal; 45% no pescoço; 22,5% nos

ombros e joelhos ; 12% em cotovelos; 20% pulsos/mãos; 27,5% nos quadris/coxas e

32,5% em tornozelos/pés (Gráfico 12). Esclarecemos que nesse quisito os

trabalhadores puderam optar por mais de uma resposta.

A dor presente nos últimos sete dias significa uma dor aguda ou de período

de agudização de um processo crônico. De acordo com Yeng (2001), a dor aguda

geralmente ocorre na fase inicial da doença e atua como um alerta biológico frente

aos fatores potencialmente lesivos ou frente a lesões teciduais instaladas.

Observou-se que os sintomas de dor músculo-esquelética nos últimos 12

meses e nos últimos 7 dias foram respectivamente maior no sexo feminino(42,5% e

37,5%), e menor no sexo masculino( 27,5% e 25%), As mulheres apresentaram risco

superior ao dos homens para dor lombar. Porém o achado é plausível, uma vez que

as mulheres, cada vez, mais combinam a realização de tarefas domésticas com o

trabalho fora de casa onde estão expostas a cargas ergonômicas, principalmente

repetitividade, posição viciosa e trabalho em grande velocidade (Dall’Agnol,1995).

Além disso, o sexo feminino apresenta algumas características anátomo-funcionais

(menor estatura, menor massa muscular, menor massa óssea, articulações mais

frágeis e menos adaptadas ao esforço físico pesado, maior peso de gordura) que

podem colaborar para o surgimento das dores lombares crônicas (Iida,2005)..

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35

94103Tornozelos / Pés

7294Joelhos

65115Quadris / Coxas

15101711Costas (inferior)

13111314Costas (superior)

6222Pulsos / Mãos

3222Cotovelos

81114Ombros

117146Pescoço

FMFM

Últimos sete diasÚltimos doze mesesRegião do corpo

Gráfico 12: Sintomas músculos-esqueléticos nas diferentes regiões do corpo informados por trabalhadores da limpeza de praças públicas , em Manaus (AM),2007. 4.2 RESULTADO DA ANÁLISE DAS POSTURAS ASSUMIDAS NO

TRABALHO COM O MÉTODO OWAS:

Os dados que serão apresentados aqui, foram obtidos através dos

relatórios gerados pelo programa WinOwas, com base em fotos de posturas durante

a realização das tarefas dos garis de praças públicas da cidade de Manaus.

A análise foi feita em oito posturas durante o desenvolvimento da tarefa

dos garis, que são as seguintes:

1) Gari com roçadeira;

2) Gari conduzindo carrinho;

3) Gari varrendo;

4) Gari puxando com ancinho;

5) Gari arrastando lona;

6) Gari colocando roçagem no carrinho;

7) Gari preparando praça para gramagem;

8) Gari capinando.

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36

4.2.1 Seqüência de Fotos com o método OWAS

Será mostrado como foi quantificado o método OWAS com as fotos das

posturas que o gari assumiu para realização da sua atividade:

Figura 1: Gari com roçadeira

Código 21712ªclasse ( postura que deve ser verificada na proxima revisão dos métodos de

trabalho)

Figura 2: Gari conduzindo carrinho

1 º DIGITO 2 º DIGITO 3 º DIGITO 4 º DIGITO 5 º DIGITO 6º DIGITO

2 1 7 3 1 1

COSTAS BRAÇOS PERNAS CARGA/FORÇA ATIVIDADE

1 º DIGITO 2 º DIGITO 3 º DIGITO 4 º DIGITO 5 º DIGITO 6º DIGITO

2 1 7 1 0 1

COSTAS BRAÇOS PERNAS CARGA/FORÇA ATIVIDADE

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37

Código 2173- 3ª classe ( postura que deve merecer atenção a curto prazo)

ser verificada na próxima revisão dos métodos de trabalho)

Figura 3: Gari varrendo

Código 4271 – 2ª classe ( postura que deve ser verificada na próxima revisão dos métodos de

trabalho)

Figura 4: gari puxando com ancinho

Código 2131 – 2ª classe (postura que deve ser verificada na próxima revisão dos métodos de

trabalho)

1 º DIGITO 2 º DIGITO 3 º DIGITO 4 º DIGITO 5 º DIGITO 6º DIGITO

4 2 7 1 2 1

COSTAS BRAÇOS PERNAS CARGA/FORÇA ATIVIDADE

1 º DIGITO 2 º DIGITO 3 º DIGITO 4 º DIGITO 5 º DIGITO 6º DIGITO

2 1 3 1 4 1

COSTAS BRAÇOS PERNAS CARGA/FORÇA ATIVIDADE

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Figura 5: gari arrastando lona

Código 2173 – 3ª classe ( postura que deve merecer atenção a curto prazo)

Figura 6: gari colocando roçagem no carrinho

Código 2141- 3ª classe ( postura deve merecer atenção a curto prazo)

1 º DIGITO 2 º DIGITO 3 º DIGITO 4 º DIGITO 5 º DIGITO 6º DIGITO

2 1 7 3 5 1

COSTAS BRAÇOS PERNAS CARGA/FORÇA ATIVIDADE

1 º DIGITO 2 º DIGITO 3 º DIGITO 4 º DIGITO 5 º DIGITO 6º DIGITO

2 1 4 1 6 1

COSTAS BRAÇOS PERNAS CARGA/FORÇA ATIVIDADE

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Figura 7: garis preparando local para gramagem

Código 2172 – 3ª classe ( postura deve merece atenção a curto prazo)

Figura 8: Garis capinando

Código 2271 – 2ª classe ( postura deve ser verificada na próxima revisão dos métodos de

trabalho)

1 º DIGITO 2 º DIGITO 3 º DIGITO 4 º DIGITO 5 º DIGITO 6º DIGITO

2 1 7 2 7 1

COSTAS BRAÇOS PERNAS CARGA/FORÇA ATIVIDADE

1 º DIGITO 2 º DIGITO 3 º DIGITO 4 º DIGITO 5 º DIGITO 6º DIGITO

2 2 7 1 0 1

COSTAS BRAÇOS PERNAS CARGA/FORÇA ATIVIDADE

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40

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

A partir das entrevistas, da análise do quadro de pesos e IMC dos

participantes da pesquisa e, de acordo com as queixas de dores, pode-se concluir

que não existem indícios de sobrepeso relacionados com as queixas dores

lombares. Dessa feita, a própria natureza do trabalho e as posturas incorretas que o

mesmo proporciona, foram sugestivos nas causas das lombalgias incidentes.

Como conclusão da análise feita, será sugerida baseada nos diagnósticos

obtidos pelos relatórios do programa WinOwas, algumas modificações com objetivo

de melhorar as condições de trabalho do posto de trabalho estudado. Podemos

recomendar as seguintes modificações a serem feitas:

a) Introdução de rodízio no trabalho para diminuir o efeito das posturas

inadequadas, com consulta prévia aos trabalhadores buscando a integração entre o

operador e o trabalho, pois estudos da biomecânica demonstram que o tempo

máximo para se manter posturas inadequadas, como o dorso inclinado para frente

podem durar, no máximo, de 1 a 5 minutos, até que comecem a aparecer as dores

localizadas naquele conjunto de músculos solicitados na conservação dessas

posturas (Iida,2005; Van Wely, 1970; Nemecek e grandjean, 1975).

b) Introdução de períodos de descanso durante a execução de tarefas que

exijam atividades de grande esforços físico e posturas inadequadas prolongadas;

para diminuir o estresse dos trabalhadores deve-se seguir as normas

regulamentadoras (Segurança e Medicina do Trabalho, 1977) quanto aos fatores

físicos (ventilação, iluminação, temperatura, umidade e ruído) do ambiente de

trabalho, bem como melhorar os fatores sociais como relacionamento interpessoal,

carga de trabalho, estilo gerencial, adaptação a novas tecnologias e mudanças no

local de trabalho. Segundo o MPAS (BRASIL, 1997), dentre as várias condições

ambientais, sabe-se que o conforto térmico, visual e acústico garantem o

cumprimento da atividade com menor desgaste físico e mental, pois favorecem a

adoção de gestos de ação, observação e comunicação, proporcionando maior

eficiência e segurança para os trabalhadores;

c) Palestras que inclua o conhecimento sobre a doença de maior queixa dos

garis, (sintomatologia, etiopatogenia, conseqüências, medidas profiláticas, princípios

de tratamento e reabilitação) .

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d) Treinamento das tarefas exercidas pelos garis para corrigir as más posturas

nas diversas situações no trabalho, a fim de evitar conseqüências danosas.

Pesquisas que se preocupam em enfocar programas institucionais que envolvem

princípios básicos de ergonomia e biomecânica têm demonstrado que desta forma, o

treinamento represente um método efetivo para auxiliar a prevenção de lesões nas

costas (Lenihan, 1983; Venning, 1988; Videman, 1989).

e) Inserir a ginástica laboral com exercícios para compensação dos esforços e

sobrecargas mio-articulares geradas no dia-a-dia do trabalhador, obtidos com

alongamentos.

�� Contratação dos serviços profissionais de um fisioterapeuta, para avaliação

cinesiofuncional no posto de trabalho e acompanhamento na prevenção das lesões. �

�� Utilização da Cartilha do Gari, pois apresenta diversas recomendações sobre

as posturas do corpo que podem ser exercidas, sem provocar danos nos garis,

trabalhadores da limpeza e conservação de Praças Públicas da cidade de Manaus����

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ANEXO I ANEXOS 1.QUESTIONÁRIO NÓRDICO PADRÃO- MODIFICADO ANÁLISE DAS ATIVIDADES DE TRABALHO DOS GARIS Data: ____/___/___ Cidade: ____________________________. Nome do Entrevistador: _______________________________________________. Qual o setor da limpeza pública este trabalhador atua? Você acha que seu trabalho possui riscos? ( )sim ( ) não Quais?____________________________ O cheiro do lixo ou outros produtos, incomoda você? De que forma?( )sim ( ) não Você já se acidentou com algum material jogado no lixo? ( ) sim ( ) não Você considera o seu trabalho de limpeza pública um grande esforço físico? ( )sim ( )não Este esforço provoca em você algum efeito? ( ) sim ( ) não Descreva: ___________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________ INFORMAÇÕES GERAIS DO GARI: 1. Nome: _______________________________________________________. 2. Data de Nascimento: ___/____/19___. 3. Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino 4. Escolaridade: ( ) 1o Grau incompleto ( ) 1o Grau completo ( ) 2o Grau

incompleto ( ) 2o Grau completo ( ) Superior incompleto ( ) Superior completo

5. Endereço: _______________________________________________________. 6. Cidade onde mora: ________________________________________________. 7. Com que idade você começou a trabalhar na limpeza urbana? ______ (anos). 8. Há quanto tempo você trabalha como gari? _______ (anos) _______(meses) 9. Você realiza alguma outra atividade remunerada? ( ) sim ( ) não 10. Qual seu horário de trabalho? Das_______às______________ 11. Em média, quantas horas você gasta na sua função por dia? ______ (horas). 12. Você considera o ritmo ou velocidade que o seu trabalho é feito?

( ) baixo ou pouco ( ) em excesso ( ) normal 13. já necessitou de licença para tratamento? ( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes 14. Em média, quantas horas (somando-se todas as atividades, inclusive trabalho

doméstico) você trabalha por semana ___________ (horas). 15. Você faz horas extras? ( )sim ( ) não Quantas por mês?________________ 16. Qual o seu peso? _________Kg 17. Qual a sua altura? ________ m.

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18. Você já sentiu dores na coluna? ( ) sim ( ) não 19. Sentiu dores na coluna, antes de trabalhar neste setor ( ) sim ( ) não 20. Sentiu dores na coluna, depois de trabalhar neste setor? ( ) sim ( ) não 21. Você gosta de seu trabalho? ( ) Muito ( ) Mais ou menos ( ) Pouco 22. Por que? ________________________________________________________

_________________________________________________________________

23. PROBLEMAS (DOR OU DESCONFORTO) NO SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO:

Nesta figura você pode ver a posição aproximada das partes do corpo referidas no questionário. Os limites não estão severamente definidos, e certas partes sobrepõem-se. O trabalhador decidirá por ele mesmo em qual parte do corpo ele teve ou está tendo problemas, se houverem. Por favor, responda colocando um X no quadrado apropriado – somente um X para cada questão. Repare se o questionário foi respondido mesmo que o trabalhador nunca tenha sentido problemas em qualquer

parte do seu corpo. PERGUNTAS PARA TODOS PERGUNTAS SOMENTE PARA AQUELES QUE TIVERAM

ALGUM PROBLEMA Nos últimos 12 meses, você teve qualquer problema como dor ou desconforto no:

Nos últimos 12 meses, você teve algum problema (dor ou desconforto) que impediu a realização do seu trabalho normal no:

Nos últimos 7 dias, você teve qualquer problema como dor ou desconforto no:

Pescoço � Não � Sim

Pescoço � Não � Sim

Pescoço � Não � Sim

Ombros � Não � Sim, no ombro direito � Sim, no ombro esquerdo � Sim, em ambos

Ombros � Não � Sim

Ombros � Não � Sim

Cotovelos � Não � Sim, no ombro direito � Sim, no ombro esquerdo � Sim, em ambos

Cotovelos � Não � Sim

Cotovelos � Não � Sim

Pulsos/Mãos � Não � Sim, no pulso/mão direito � Sim, no pulso/mão esquerdo � Sim, em ambos

Pulsos/Mãos � Não � Sim

Pulsos/Mãos � Não � Sim

Costas (parte superior) � Não � Sim

Costas (parte superior) � Não � Sim

Costas (parte superior) � Não � Sim

Costas (parte inferior) � Não � Sim

Costas (parte inferior) � Não � Sim

Costas (parte inferior) � Não � Sim

Quadris/Coxas � Não � Sim

Quadris/Coxas � Não � Sim

Quadris/Coxas � Não � Sim

Joelhos � Não � Sim

Joelhos � Não � Sim

Joelhos � Não � Sim

Tornozelos/Pés � Não � Sim

Tornozelos/Pés � Não � Sim

Tornozelos/Pés � Não � Sim

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ANEXO II

2. LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES DO ADMINISTRADOR (Atenção: Informações confidenciais: Divulgação apenas das informações tabuladas) NOME DA EMPRESA:_________________________DATA: __________________ 1 EMPRESA: Quantidade de empregados que possui a empresa:_______

1.1 Quantidade de garis:________________ 1.2 Toneladas de lixo recolhidas por dia em Manaus:_____________ 1.3 Tipo de população atendida: R público 1.4 Tipo de lixo recolhido:_____________________________

2 PERFIL DOS GARIS:

2.1 Sexo predominante dos garis:_________ 2.2 Faixa de idade dos garis:___________ 2.3 Salário médio dos garis:______________ 2.4 Pagamento de insalubridade:_______________

3 RECRUTAMENTO

3.1 Exames médicos realizados para iniciar o trabalho:_______________ 3.2 Testes executados antes de contratar:______________________ 3.3 Análise das condições físicas do candidato:______________________

4. ATIVIDADE DE LIMPEZA

4.1 Período diário de trabalho dos garis:____8h__________________ 4.2 Maior trajeto percorrido pelos garis:_________________________ 4.3 Menor trajeto percorrido pelos garis:_________________________ 4.4 Percentual de garis que trabalham de dia:_____________________ 4.5 Percentual de garis que trabalham à noite:____________________ 4.6 Quantidade de garis por cada praça limpa:__de o6 a 30 funcionários_________ 4.7 Outras Observações: _______________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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3. FORMULÁRIO DE LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES

Roteiro de entrevista com a encarregada geral da empresa de Limpeza Urbana 1. Como é distribuída a jornada de trabalho dos garis 2. Quantos trabalhadores são sindicalizados? 3. A qual sindicato pertencem? 4. Descreva como é o processo de trabalho realizado pelos garis: 5. Os garis são lotados em setores fixos? 6. A empresa fornece o uniforme para o trabalho? Como é este uniforme? 7. A empresa fornece os equipamentos de proteção individual (EPIs), necessários para a realização do trabalho diário? Em caso afirmativo, quais são eles? 8. Existem relatos de acidentes de trabalho ocorridos com os trabalhadores que realizam a limpeza e coleta de lixo? Em caso afirmativo, Estes acidentes são registrados? Que providências são tomadas? 9. A empresa realiza exames admissionais? Que tipo de exame? 10. A empresa realiza exames periódicos? Quais exames? Qual a freqüência? 11. O trabalho realizado por vocês possui riscos? Quais? 12. Em relação à doença ou dores, Quais as queixas mais freqüentes? 13. Qual o índice de trabalhadores com licença médica? 14. Quais os materiais e equipamentos utilizados para a realização do trabalho?

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