prevalência e características da lombalgia na gestação

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RAFAELA GUIMARÃES DE ASSIS ROBERTA ESPÍRITO SANTO TIBÚRCIO PREVALÊNCIA E CARACTERÍSTICAS DA LOMBALGIA NA GESTAÇÃO: UM ESTUDO ENTRE GESTANTES ASSISTIDAS NO PROGRAMA DE PRÉ-NATAL DA MATERNIDADE DONA ÍRIS EM GOIÂNIA GOIÂNIA 2004

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RAFAELA GUIMARÃES DE ASSIS

ROBERTA ESPÍRITO SANTO TIBÚRCIO

PREVALÊNCIA E CARACTERÍSTICAS DA LOMBALGIA NA

GESTAÇÃO: UM ESTUDO ENTRE GESTANTES ASSISTIDAS NO

PROGRAMA DE PRÉ-NATAL DA MATERNIDADE

DONA ÍRIS EM GOIÂNIA

GOIÂNIA

2004

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RAFAELA GUIMARÃES DE ASSIS

ROBERTA ESPÍRITO SANTO TIBÚRCIO

PREVALÊNCIA E CARACTERÍSTICAS DA LOMBALGIA NA

GESTAÇÃO: UM ESTUDO ENTRE GESTANTES ASSISTIDAS NO

PROGRAMA DE PRÉ-NATAL DA MATERNIDADE

DONA ÍRIS EM GOIÂNIA

Trabalho apresentado para fins de avaliação parcial na

disciplina Trabalho de Conclusão de Curso II do Curso

de Fisioterapia da Universidade Católica de Goiás.

Orientadora: Profª Drª Fábia Maria Oliveira Pinho

GOIÂNIA

2004

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todas as mulheres e futuras mamães.

Aos papais e às pessoas que lutam pelo bem-estar físico, social e mental.

Rafaela e Roberta

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AGRADECIMENTOS

A Deus, que sempre esteve ao meu lado.

À minha mãe, por compreender tão grande dedicação e, muitas vezes, minha ausência em

casa.

Às idealizadoras desse trabalho, Profª Cristiane Leal e Profª Drª Fábia Pinho, que se

doaram para que esse sonho se tornasse realidade.

Às “nossas” gestantes, que não mediram esforços em contribuir para que chegássemos até

aqui.

Rafaela e Roberta

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SUMÁRIO

Resumo

INTRODUÇÃO --------------------------------------------------------------------------------01

OBJETIVOS------------------------------------------------------------------------------------04

CASUÍSTICA E MÉTODOS ------------------------------------------------------------------05

RESULTADOS --------------------------------------------------------------------------------07

DISCUSSÃO -----------------------------------------------------------------------------------11

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ---------------------------------------------------------15

ANEXOS

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RESUMO

A dor lombar é uma queixa comum na população em geral e é sintoma freqüentemente

relatado durante a gestação. O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência e as

características da lombalgia entre gestantes, bem como apontar possíveis fatores de risco

relacionados a esta dor. Para tanto, foram estudadas, através de um formulário, 67 gestantes

do 1º ao 3º trimestre de gestação assistidas pelo programa de pré-natal de baixo risco da

Maternidade Dona Íris, da cidade de Goiânia-GO. A prevalência de dor lombar nesta amostra

foi de 77,6%. A grande maioria da população constou de gestantes jovens (23 anos), pardas

(37,3%), casadas (74,6%), donas de casa (58,2%) e que cursaram até o 1º grau (50,7%). Dor

de moderada intensidade, ‘em pontada’, sem irradiação, com duração superior a 3h, iniciada

no período vespertino e intensificada à noite, que se agrava com o avanço da gravidez e com a

posição ortostática ou sentada por longo tempo foram as características da dor lombar mais

relatadas pelas gestantes avaliadas. Apenas a idade gestacional se mostrou um fator de risco

para desenvolver lombalgia durante a gravidez (p= 0,01). A maioria das gestantes (65,4%)

não recebeu informações com relação à prevenção da dor lombar. Assim, se faz necessário

um programa educacional multiprofissional dirigido a gestantes, no intuito de orientar a

prevenção desta freqüente e importante queixa, considerada 'quase fisiológica' por muitos

profissionais de saúde.

Palavras-chave: lombalgia; gestação; prevalência.

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INTRODUÇÃO

A gravidez é vista como um processo fisiológico compreendido pela seqüência de

adaptações ocorridas no corpo da mulher a partir da fertilização.1 Nesse período, a gestação se

transforma tanto do ponto de vista biológico como social.1 A preparação do corpo da mulher

para a gestação envolve ajustes dos mais variados sistemas.

Considerando que a gravidez representa período de intensas adaptações físicas e

emocionais, justifica-se a preocupação com as modificações músculo-esqueléticas e em

decorrência, as adequações posturais compensatórias e as queixas de desconforto, comuns ao

ciclo gravídico-puerperal.1

Uma das alterações significativas é o edema de partes moles, que pode diminuir o

espaço disponível das estruturas anatômicas, podendo facilitar o aparecimento de síndromes

de compressão nervosa, inclusive lombar.2, 3

As adaptações do sistema osteoarticular são determinadas pelo ganho de peso

materno progressivo, associado ao aumento considerável do volume do abdome e das mamas

e à ação de hormônios placentários.4 Esse aumento de peso ocorre principalmente no 3º

trimestre, elevando a sobrecarga sobre as articulações.5 Ao carregar um feto e seus anexos na

região anterior da pélvis, a gestante sofre alguns ajustes posturais através da produção de

forças internas realizadas pelos músculos extensores do quadril.6 Na grávida, observam-se os

ajustes através do deslocamento anterior da pélvis e do aumento ou diminuição da curvatura

lombar. A adaptação lombar pode-se dar pela diminuição da ação do músculo ílio-psoas, já

que seu torque de flexão não tem mais utilidade, uma vez que o peso do feto realiza essa

função.6

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É conhecido também que durante a gestação o crescimento e o desenvolvimento do

útero provocam mudanças na forma, no tamanho e na inércia materna, ocasionando alterações

na estática da mulher.7 O útero ganha aproximadamente seis kilos até o final da gestação e seu

desenvolvimento resulta em uma protusão abdominal, deslocamento superior do diafragma,

mudanças compensatórias na mecânica da coluna vertebral e rotação pélvica.8 Além disso, o

útero gravídico desloca o centro de gravidade para frente e para cima, tencionando a coluna

lombar.6 Essas alterações, associadas à instabilidade de equilíbrio, podem aumentar a chance

de lombalgia gestacional.3

A dor lombar é conceituada como toda condição de dor localizada na região inferior

do dorso, em uma área situada entre o último arco costal e a prega glútea.9 Sua prevalência é

elevada, uma vez que 60% a 80% das pessoas tiveram, têm ou terão, algum dia, dor lombar.10

Grande parte da população economicamente ativa acometida por essa manifestação acaba

ausentando-se do trabalho por longos períodos, o que implica importantes gastos e queda de

produtividade para o país.10, 11

A dor lombar é um distúrbio comum na população em geral e é sintoma

freqüentemente relatado durante a gestação.12 A lombalgia é considerada um dos cinco

sintomas mais habituais durante a gravidez, principalmente a partir do 3° trimestre.13

Vários estudos mostram que aproximadamente 50% das mulheres já sentiram algum

tipo de dor lombar e pélvica durante suas gestações.10, 14, 15 Apesar desta alta incidência,

escassos conhecimentos são relatados na literatura médica sobre a fisiopatogenia e

manifestações clínicas específicas da dor lombar durante a gravidez, talvez devido à maioria

dos profissionais de saúde considerá- la uma queixa normal e esperada neste tipo de

população.16

Mais de um terço das mulheres grávidas considera a lombalgia um problema

importante, pois interfere em suas atividades domésticas diárias e causa incapacidade para o

trabalho.17

Mantle e colaboradores observam que 48% de suas pacientes têm dor lombar em

algum período gestacional e que esta dor é severa em um terço dos casos estudados.18 Já na

pesquisa de Berg, dentre as mulheres que queixam de dor lombar, 50% a 75% não conseguem

realizar atividades diárias ou se ausentam do trabalho.19

Recentes publicações têm relatado que 70% das mulheres gestantes têm algum tipo

de dor lombar20, 21, 22, 23, 24 e que 20% destas mulheres ficam sob licença médica por esta razão

por um período aproximado de sete semanas durante a gravidez.25, 26, 27, 28

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A etiologia da lombalgia é multifatorial e varia conforme a idade gestacional. As

causas mais citadas são mecânicas, vasculares e hormonais.12

A dor lombar mecânica ocorre no período gestacional, parto e puerpério e é devida

ao aumento generalizado do peso corporal e deslocamento anterior do centro de gravidade.29,

30

A compressão dos grandes vasos pelo útero gravídico causando diminuição do fluxo

sanguíneo medular é citado como um dos fatores causadores de lombalgia durante a gravidez,

especialmente no último semestre gestacional.30

Uma das possíveis explicações da ocorrência de lombalgia nos primeiros meses de

gestação, antes do surgimento das alterações biomecânicas, é a presença da relaxina, um

hormônio secretado pelo corpo lúteo no 1º trimestre de gravidez. A relaxina atua causando um

relaxamento ligamentar generalizado, tornando as articulações da coluna lombar e do quadril

menos estáveis e, portanto mais susceptíveis ao estresse e a dor.30, 31, 32, 33

Deve-se ressaltar que a lombalgia durante a gravidez pode ser indicativa de

processos infecciosos do sistema urinário. A dor lombar pode ser a única manifestação clínica

de uma infecção de trato urinário superior (pielonefrite), enfermidade aguda que

freqüentemente causa abortamentos ou partos prematuros.7, 30

Com relação aos fatores de risco para se desenvolver lombalgia durante a gravidez

existem controvérsias na literatura.34 Idade e peso maternos, nº de gestações anteriores e

paridade, idade gestacional e peso fetal são alguns dos fatores de risco relacionados com a

ocorrência de lombalgia.

Deste modo, este estudo terá o intuito de demonstrar a importante prevalência da

lombalgia na gestação com suas características e conseqüências, principalmente no que tange

à interferência na vida diária da gestante, bem como contradizer a afirmativa de que dor

lombar durante a gravidez é um sintoma normal, banal e sem importância.

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OBJETIVOS

• Determinar a prevalência da lombalgia na gestação e suas características.

• Determinar possíveis fatores de risco associados a lombalgia na gestação.

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CASUÍSTICA E MÉTODOS

A pesquisa constou de um estudo descritivo e transversal. Participaram da pesquisa

67 gestantes do 1º ao 3º trimestre de gestação, assistidas pelo Programa de pré-natal de baixo

risco da Maternidade Dona Íris, da cidade de Goiânia, Estado de Goiás, que aceitaram

participar do estudo.

O tamanho da amostra foi calculado através da fórmula (N= p x q/E²), onde p=

prevalência estimada de gestantes com lombalgia; q= prevalência estimada de gestantes sem

lombalgia; E= desvio padrão. Assim, considerando intervalo de confiança de 95% e desvio

padrão (DP) de 6%, com estimativa de prevalência com 2 DP, o tamanho da amostra foi de 67

participantes.

A coleta de dados foi realizada nos meses de setembro e outubro do ano de 2004.

Utilizou-se como instrumento documentação direta sob observação direta extensiva com

formulário, ou seja, roteiro de perguntas enunciadas pelo entrevistador e preenchidas por ele

com as respostas do pesquisado. O formulário foi composto por perguntas simples e fechadas

(ANEXO I). Foram incluídas questões referentes a dados pessoais da gestante, dados

referentes à gestação e à presença ou não de lombalgia e suas características.

O projeto foi previamente aprovado pelo Comitê de Ética da Maternidade Dona Íris

de Goiânia, Estado de Goiás (ANEXO III). As gestantes foram esclarecidas sobre a natureza

da pesquisa, seus objetivos e procedimentos e consultadas quanto ao aceite em participar do

estudo, de acordo com as recomendações da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de

Saúde. Após esclarecimento, as gestantes que voluntariamente aceitaram participar do estudo,

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assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO II).

Análise estatística: A base de dados foi construída em planilha de Excel (Office

versão 2000) e posteriormente analisada nos programas de software Graphpad Instat versão

3.0. Os resultados foram expressos em média (DP) ou %. A diferença entre as freqüências foi

comparada pelo teste exato de Fisher e pelo teste de Mann-Whitney. O valor p< 0,05 foi

considerado para indicar significância estatística.

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RESULTADOS

Características da amostra

Do total de 67 mulheres gestantes entrevistadas, obtivemos uma idade mediana de 23

(faixa de variação: 15 e 35) anos e IMC médio de 21,6 ± 3 (faixa de variação: 16-29). Destas,

vinte e cinco (37,3%) eram pardas, 22 (32,8%) brancas e 20 (29,9%) consideradas negras. Em

relação ao estado civil, 74,6% (50) eram casadas e 25,4% (17) solteiras. Não tivemos

gestantes viúvas ou divorciadas.

Trinta e nove (58,2%) grávidas citaram ser donas de casa e 28 (41,8%) tinham

emprego com remuneração.

No que tange ao grau de escolaridade, todas eram alfabetizadas, sendo que 34

(50,7%) cursaram até o 1º grau, 31 (46,3%) gestantes cursaram até o 2º grau e apenas 2 (3%)

tinham curso universitário.

A amostra estudada englobou os três trimestres da gestação, sendo que 26,9% das

gestantes estavam no 1º trimestre, 38,8% no 2º trimestre e 34,3% se encontravam no

momento da avaliação no 3º trimestre gestacional. (Tabela 1)

A idade gestacional média resultante foi de 28 ± 9 semanas (faixa de variação: 5-40).

A média de nº de gestações das participantes do estudo foi de 2,2 ± 1,9 (faixa de variação: 1-

6) e de nº de cesarianas foi de 1,4 ± 0,6 (faixa de variação: 1-3).

Três gestantes relataram hipertensão arterial sistêmica (HAS) prévia, sendo que

nenhuma citou antecedentes de diabetes melito ou obesidade. Vale ressaltar que 23 (34,3%)

grávidas relataram dor lombar prévia à atual gestação.

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Características da lombalgia

Cinqüenta e duas (77,6%) gestantes referiram dor lombar em algum período da

gestação e quinze (22,4%) a negaram. Portanto, a prevalência de dor lombar em gestantes

assistidas no pré-natal de baixo risco da referida maternidade foi de 77,6%.

Relatou-se que a dor lombar durante o período gestacional iniciou no 1º trimestre em

26,9% (14) das gestantes, no 2º trimestre em 38,5% (20) e no 3º trimestre em 34,6% (18).

Vale ressaltar que 42 (80,8%) gestantes não apresentavam infecção urinária quando do início

da dor lombar (segundo informações colhidas). (Tabela 1)

TABELA 1 – Comparação das gestantes com e sem lombalgia em relação ao período

trimestral da gestação.

Parâmetros Com lombalgia Sem lombalgia Total

Nº % Nº % Nº %

1º trimestre 14 26,9 4 26,7 18 26,9

2º trimestre 20 38,5 6 40 26 38,8

3º trimestre 18 34,6 5 33,3 23 34,3

Total 52 100 15 100 67 100

A maioria das gestantes considerou a dor lombar de intensidade moderada (27=

51,9%). Quatorze (26,9%) entrevistadas descreveram que a dor era leve e 11 (21,2%)

consideraram a dor de forte intensidade. Numa escala de dor que variava de nota 1 a nota 10,

a média relatada pelas entrevistadas foi de 6 ± 2.

O tipo da dor mais citado pelas gestantes foi ‘em pontada’ (21= 40,4%), seguida da

dor ‘em aperto’ (15= 28,8%) e ‘em queimação’ (9= 17,3%), sendo que 7 (13,5%) não

souberam identificar o tipo da dor.

Relatou-se irradiação da dor lombar para nádegas (12= 23,1%), abdome (9= 17,3%)

e membros inferiores (9= 17,3%), porém 22 (42,3%) gestantes relataram dor sem irradiação.

A freqüência com a que dor ocorreu foi: diária em 36,5% dos casos, semanal em

46,2%, quinzenal em 5,8% e rara em 11,5% dos casos, segundo relato das gestantes

analisadas.

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O período do dia citado como o de maior freqüência de início da dor foi o período

vespertino (21= 40,4%), seguido do período noturno (16= 30,8%) e matutino (14= 26,9%),

sendo que apenas uma gestante não soube responder esta questão. Vale destacar que a dor

lombar foi considerada mais intensa no período noturno (55,8%), acompanhado pelo período

vespertino (34,6%) e matutino (9,6%).

Quanto à duração da dor, 28,9% das grávidas citaram que a mesma perdurava menos

de 1 hora, 17,3% a dor permanecia por aproximadamente 1 hora, 17,3% por 2 horas e a

grande maioria (36,5%) citou que durava mais de 3 horas.

Com relação aos fatores de melhora, o repouso foi o mais citado pelas gestantes (27=

51,9%). Onze (21,2%) disseram que faziam uso de medicamentos, 6 (11,5%) algum exercício

físico específico, 4 (7,7%) massagem local e 4 (7,7%) preferiam alguma posição antálgica.

Os fatores de piora da dor relatados pelas gestantes incluíram: posição ortostática ou

sentada por longo tempo (31= 59,6%), atividades domésticas (18= 34,6%) e vícios posturais

(3= 5,8%).

Trinta e uma (59,6%) gestantes contaram que a dor tornou-se mais severa com o

avanço da gravidez, enquanto que 21 (40,4%) não observaram esta piora. Foi perguntado às

participantes se a dor lombar foi motivo de incômodo durante a noite chegando a acordá- las,

55,8% (29) disseram que não e 44,2% (23) relataram que já chegaram a acordar à noite em

decorrência da dor. Vinte e nove (55,8%) gestantes relataram que suas atividades domésticas

já tinham sido impedidas, em algum momento, pela lombalgia.

Com relação à ocorrência de lombalgia em gestações anteriores, 15 (45,5%)

gestantes relataram já ter tido dor e 18 (54,5%) a negaram. Neste item, excluímos as outras

vinte gestantes, por serem primigestas.

Desta população, a maioria (34= 65,4%) das gestantes não recebeu informações com

relação à prevenção da dor lombar. Dentre as 18 (34,6%) gestantes que foram informadas, 17

foram orientadas por profissional médico. As orientações mais freqüentemente citadas foram:

período de repouso (13= 39,4%), evitar pegar peso durante as atividades diárias (10= 30,3%),

manter postura ereta (04= 12,1%), evitar permanecer sentada ou em pé por longo período de

tempo (03= 9,1%) e caminhada de curta duração (03= 9,1%).

Análise dos fatores de risco

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Foram analisados como possíveis fatores de risco para ocorrência de dor lombar

durante a gestação de baixo risco os seguintes parâmetros: Idade, raça, nível de escolaridade,

nº de gestações, nº de cesárias prévias e idade gestacional. Apenas idade gestacional

(semanas) apresentou significância estatística quando comparadas gestantes com lombalgia e

sem lombalgia. Os resultados estão expressos na tabela 2.

TABELA 2 – Análise dos fatores de risco para dor lombar durante a gestação de baixo risco.

Parâmetro Com lombalgia Sem lombalgia p

N 52 15 Idade (anos) 23 ± 4,8 24 ± 5,4 0,38 Raça branca (%) 32,7 33,3 1,0 Raça não-branca (%) 67,3 66,7 1,0 Escolaridade 1º grau (%) 48,1 60 0,55 Nº de gestações 2,3 ± 1,4 2 ± 1,5 0,33 Nº de cesáreas 1,5 ± 0,7 1,2 ± 0,5 0,56 Idade gestacional (semanas) 29,5 ± 8,8 22,5 ± 9,1 0,01

Valores expressos em média ± DP. p< 0,05 considerado significativo.

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DISCUSSÃO

O período gestacional humano compreende diversas mudanças corporais. Ao longo

da gravidez, a mulher sofre mudanças fisiológicas, as quais são provocadas por necessidades

funcionais e anatômicas.8 Essas alterações fisiológicas afetam o sistema músculo-esquelético

provocando, comumente, algias gestacionais, entre elas a dor lombar.6

A dor lombar é uma queixa clínica comum na população geral e é considerado um

sintoma freqüente e habitual entre gestantes, principalmente a partir do 3° trimestre do

período gestacional.12, 13

A prevalência de dor lombar durante o período gestacional varia de 48 a 83%,

segundo alguns estudos.10, 14, 15, 19 O presente estudo descreveu uma prevalência de dor lombar

de 77,6% entre as gestantes entrevistadas, o que corrobora com pesquisas anteriormente

publicadas. Considera-se esta prevalência elevada, já que se refere a um grupo de gestantes

pertencentes ao pré-natal de baixo risco, ou seja, sem associação com condições fisiológicas

ou patológicas relevantes, que freqüentemente agravam a dor lombar como obesidade, idade

avançada e gestação gemelar.

Neste estudo, as gestantes relataram dor lombar iniciada mais freqüentemente no 2º

trimestre gestacional. Vale ressaltar que a amostra analisada foi representativa, já que abordou

igualmente os três trimestres da gestação. Stapleton e colaboradores também relatam maior

freqüência de dor lombar após 20 semanas de gestação.13

Page 18: prevalência e características da lombalgia na gestação

12

Aproximadamente 81% das gestantes entrevistadas relataram ausência de infecção

urinária (ITU) associada a dor lombar. Este resultado demonstrou que, na maioria dos casos, a

lombalgia referida pelas entrevistadas não era de causa infecciosa.

As gestantes desta análise descreveram com maior freqüência a dor lombar com as

seguintes características: dor de moderada intensidade (no ta média 6 na escala de dor), ‘em

pontada’, sem irradiação, com duração superior a 3h e de ocorrência semanal. Iniciava-se

preferencialmente no período vespertino, se intensificando a noite, porém sem gerar alteração

do sono. A dor agravava-se com o avanço da gravidez, tendo a posição ortostática ou sentada

por longo tempo como fatores de piora e o repouso relatado como fator de alívio da dor.

Mais da metade das gestantes entrevistadas citaram que a dor lombar foi um

empecilho em suas atividades domésticas cotidianas. Este fato foi extremamente relevante,

pois a grande maioria era donas de casa. Estudos anteriores demonstram que a dor lombar

pode ser tão intensa que pode incapacitar a gestante para o trabalho, tanto para atividades

domésticas quanto para extradomésticas, gerando com freqüência licença médica.13

A ocorrência de lombalgia durante a gestação pode estar associada a vários fatores.

Existem controvérsias na literatura com relação aos fatores de risco para o desenvolvimento

da lombalgia nesta população, especificamente. Idade, raça, escolaridade, classe econômica e

peso materno, nº de gestações anteriores, idade gestacional e peso fetal são alguns dos fatores

de risco relacionados com a ocorrência de lombalgia.34

Neste estudo, idade, raça e escolaridade maternas não se confirmaram como fatores

de risco para lombalgia na gestação, bem como número de gestações ou cesárias prévias.

Apenas a idade gestacional se apresentou como fator de risco, ou seja, quanto maior a idade

gestacional, maior o risco de desenvolver lombalgia.

Alguns autores comprovam que a prevalência da lombalgia na gestação aumenta com

a idade materna.14 Já Orvieto e colaboradores não encontraram nenhuma relação entre idade,

bem como altura e peso maternos com lombalgia na gestação.35 Provavelmente, neste estudo,

a idade materna não teve significância por causa da população avaliada ter sido muito jovem,

com mediana de 23 anos de idade, faixa etária própria de gestações de baixo risco.

Uma pesquisa com mulheres no puerpério imediato relata que, idade, peso materno,

peso fetal e número de gestações anteriores não estão correlacionados de forma significativa

com a lombalgia gestacional.6, 30 Já classe econômica baixa, história de lombalgia gestacional

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13

prévia ou dor lombar antes da primeira gravidez constituem fatores de risco para uma atual

lombalgia em gestantes.6

Vale destacar que o peso materno não foi analisado como fator de risco nesta

pesquisa porque a amostra atingiu somente gestações de baixo risco para complicações,

incluindo obesidade. Observou-se que o IMC médio foi de 22, ou seja, dentro dos padrões de

normalidade. Assim, nenhuma participante foi considerada obesa ou com tendência a excesso

de ganho de peso.

Quanto à idade gestacional, Orvieto e colaboradores em um estudo com 449

gestantes constatam que a freqüência da dor lombar aumenta gradualmente com a idade

gestacional, ou seja, de 44% no quarto mês para 66% no nono mês da gestação.35

Além dos fatores de risco para a lombalgia gestacional, existem também

divergências se há algum tratamento efetivo e qual seria o melhor.6 Alguns pesquisadores

vêm elaborando e testando programas preventivos e terapêuticos que pretendem atuar

diretamente sobre os prováveis fatores causais e predisponentes dessa importante

morbidade.34

Um dado extremamente preocupante foi a comprovação de que apenas 35% das

gestantes entrevistadas receberam alguma orientação em como prevenir a lombalgia neste

período. Verificaram-se como principais orientações o repouso, manutenção da postura ereta e

evitar carregamento de peso nas atividades domésticas, dadas pelo médico obstetra. Esta

realidade mostrou que inexiste um programa educacional preventivo e multiprofissional que

atinja gestantes assistidas na rede pública de saúde.

Existe uma diversidade de tratamentos para lombalgia tanto no período gestacional

como no puerpério. Os medicamentos utilizados funcionam apenas para o alívio imediato da

dor, não atuando como preventivo. A fisioterapia é de grande importância tanto no tratamento

quanto na prevenção da lombalgia durante a gravidez.

Carvalho cita como principal forma de prevenção e tratamento a orientação postural

da gestante, método que pode evitar o exagero de lordose ou retificação lombar. Um estudo

recente evidencia que gestantes com lombalgia que recebem algum tipo de orientação postural

obtém melhora significativa do quadro álgico.6, 34

Alguns protocolos já foram testados focalizando a cinesioterapia com alongamento

de grupos musculares específicos e o fortalecimento de outros músculos sujeitos à sobrecarga

mecânica e funcional durante a gestação e parto como forma de prevenção da lombalgia

Page 20: prevalência e características da lombalgia na gestação

14

durante estes períodos.4, 36, 37 Esses exercícios específicos envolvendo grupos musculares

estressados aumentam a capacidade funcional e facilitam a compensação muscular, reduzindo

os sintomas de dor e/ou de desconfortos na gravidez e puerpério.37, 38

Além desses tratamentos, outras opções fisioterapêuticas podem ser indicadas como

os ajustes ergonômicos, massoterapia para o alívio da dor por curto prazo, relaxamento

muscular, hidroterapia e técnicas de mobilização articular.4, 39

Talvez falte uma maior divulgação da área de atuação do fisioterapeuta para que

outros profissionais de saúde que assistem diretamente gestantes possam indicar o tratamento

fisioterapêutico tanto no sentido curativo, mas principalmente no âmbito preventivo.

Sugere-se um programa educacional multiprofissional dirigido a gestantes, associado

aos já existentes na rede pública, no intuito de prevenir alterações comuns, porém

importantes, como a lombalgia, durante o período gestacional.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Ginecologia e obstetrícia. 1ª ed. São Paulo: Santos; 1993: 133-61 apud De Conti

MHS, Calderon IMP, Rudge MVC. 2003.

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pregnancy. J Biomech 1996; 2(29): 251-6 apud Gazaneo MM, Oliveira LF. 1998.

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RA, Drinkwater BL. O exercício na gravidez. 2ª ed. São Paulo: Manole, 1999 apud De

Carvalho YBR, Caromano FA. 2001.

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33. Cecin HA, Lopes MAB, Moricochi M, Freire M & Bichuetti JAN. Dor lombar e

trabalho: um estudo sobre a prevalência de lombalgia e lombociatalgia em diferentes

grupos ocupacionais. Rev Bras Reumatol 1991; 31: 50-6 apud Cecin HA, Bichuetti

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34. Ferreira CHJ, Nakano AMS. Lombalgia na Gestação: paradoxo das limitações e das

possibilidades de resolução do problema [dissertação]. Ribeirão Preto (SP):

Universidade de São Paulo; 1999.

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fisioterápicas sobre os desconfortos músculo-esqueléticos da gestação. Rev Bras

Ginecol Obstet 2003; 25(9): 1-11.

38. Colliton J. Back pain and pregnancy: active management strategies. Phys Sports Med

1996; 24: 1-6 apud De Conti MHS, Calderon IMPC, Consonni EB, Prevedel TTS,

Dalbem I, Rudge MVC. Efeitos de técnicas fisioterápicas sobre os desconfortos

músculo-esqueléticos da gestação. Rev Bras Ginecol Obstet 2003; 25(9): 1-11.

39. Stuge B, Hilde G, Vollestad N. Physical therapy for pregnancy-related low back and

pelvic pain: a systematic review. Acta Obstet Gynecol Scand 2003; 82(11): 983-90.

Page 27: prevalência e características da lombalgia na gestação

ANEXO I

Formulário com gestantes do programa de pré -natal da Maternidade Dona Íris

Nome: _____________________________________________

Idade: __________ anos Procedência (cidade): ___________________

Altura: ______ cm Peso antes da atual gestação: _______ Kg IMC: ______

Raça: ( ) Branca ( ) Parda ( ) Negra

Estado civil: ( ) Solteira ( ) Casada/Amaciada ( ) Divorciada ( ) Viúva

Profissão: ( ) Dona de casa ( ) Trabalha fora: ________________

Grau de escolaridade: ( ) Analfabeta ( ) 1º grau ( ) 2º grau ( ) Universitário

Doença prévia: ( )HAS ( )Diabetes ( )Obesidade ( )Dor lombar fora da gestação

História obstétrica prévia: Gesta ( ) Para ( ) Aborto ( ) Cesárea ( ) P.Normal( )

Idade gestacional da gravidez atual: _________ semanas

Investigação de dor lombar:

A senhora tem dor lombar (sente dores nas costas)? ( ) SIM ( ) NÃO

Se resposta SIM, continuar as perguntas a seguir.

Se resposta NÃO, encerrar a entrevista.

1. Início da dor lombar: Em que período da gravidez a dor lombar começou?

( ) 1º Trimestre ( ) 2º Trimestre ( ) 3º Trimestre

2. Quando a dor lombar começou, você estava com infecção na urina ou nos rins?

( ) Sim ( ) Não

3. Intensidade da dor: Como é a dor?

( ) Leve ( ) Moderada ( ) Grave

4. Tipo de dor: Descreva a dor.

( ) Pontada ( ) Queima/arde ( ) Aperto ( ) Outro

5. Irradiação da dor: A dor ‘responde’?

( )Nádegas ( )Coxa ( )Pernas ( )Coxa e perna ( )Abdome

6. Frequência da dor: Dói todo dia?

( ) Diária ( ) Semanal ( ) Quinzenal ( ) Raro

7. Período do dia que a dor lombar inicia:

Page 28: prevalência e características da lombalgia na gestação

( ) Manhã ( ) Tarde ( ) Noite

8. Período em que a dor lombar é mais intensa:

( ) Manhã ( ) Tarde ( ) Noite

9. Duração da dor: Quanto dura?

( ) < 1 hora ( ) 1 hora ( ) 2 horas ( ) > 3 horas

10. O que melhora a dor lombar?

( )repouso ( )medicamentos ( )massagens locais

( ) algum exercício físico específico ( ) posição antálgica

11. O que piora a dor lombar?

( ) atividades domésticas ( ) vícios posturais

( ) permanecer sentada ou em pé por longo tempo

12. A dor lombar está ficando mais severa com o avanço da gravidez?

( ) Sim ( ) Não

13. A senhora já acordou à noite por causa da dor lombar?

( ) Sim ( ) Não

14. A dor lombar já a impediu de realizar suas atividades domésticas?

( )Sim ( ) Não

15. Já teve dor lombar em gravidezes anteriores?

( ) Sim ( ) Não

16. Numa escala de 0 a 10, que nota a senhora daria para a dor lombar que sente atualmente?

__________

17. A senhora recebeu orientações em como prevenir a dor lombar durante a gravidez?

( ) Sim ( ) Não

18. Se SIM na questão 17, quem a orientou?

( ) Médico ( ) Enfermeira ( ) Fisioterapeuta ( ) Familiares ( ) Amigas ( ) Revistas

19. Se SIM na questão 17, quais as orientações que recebeu para prevenir a dor lombar?

(pode assinalar mais que uma resposta)

( ) Manter postura ereta ( ) Evitar permanecer sentada ou em pé por longo tempo

( ) Período de repouso ( ) Evitar pegar peso durante as atividades diárias

( ) Caminhada de curta duração

Page 29: prevalência e características da lombalgia na gestação

ANEXO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado(a) a participar de uma pesquisa de forma voluntária.

INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA

Título do Projeto: “Prevalência e características da lombalgia em gestantes assistidas no

programa de pré-natal da Maternidade Dona Íris de Goiânia”

Pesquisadores participantes: Rafaela G. de Assis e Roberta Espírito S. Tibúrcio.

Telefone para contato (inclusive ligações a cobrar): 9638-2909 e 9604-7885

Pesquisador responsável: Profª Drª Fábia Maria Oliveira Pinho

Telefone para contato: 9626-1477

• A sua participação será de grande importância para o nosso estudo, pois através dela

poderemos mostrar quantas gestantes atendidas no programa de pré-natal da Maternidade

Dona Íris apresentam dor lombar durante a gravidez e quais as características desta dor.

• Sua colaboração é importante e necessária para o desenvolvimento da pesquisa, porém sua

participação é voluntária.

• A pesquisa será realizada através de um questionário, aplicado pelas pesquisadoras, o qual

você responderá algumas perguntas simples a respeito da sua gestação.

• O período de participação será por alguns minutos, tempo necessário para que responda

todas as perguntas do questionário. Todas as respostas terão garantia de sigilo e seus

nomes não serão divulgados na pesquisa.

• Não haverá nenhum tipo de risco ou prejuízo para a sua vida ou para a sua gestação.

• Não haverá nenhum procedimento, intervenção ou tratamento complementar..

• Serão garantidos o anonimato e o sigilo das informações, além da utilização dos

resultados exclusivamente para fins científicos.

• Você poderá solicitar informações ou esclarecimentos sobre o andamento da pesquisa em

qualquer momento da pesquisa.

• Você poderá retirar-se do estudo ou não permitir a utilização de seus dados em qualquer

momento da pesquisa.

• Sendo um participante voluntário, você não terá nenhum pagamento e/ou despesa

referente à sua participação no estudo.

Page 30: prevalência e características da lombalgia na gestação

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu, _________________________________________________________, RG/CPF/n° do

prontuário/n° de matrícula _____________________, abaixo assinado, concordo em

participar do estudo intitulado: “Prevalência e características da lombalgia em gestantes

assistidas no programa de pré-natal da Maternidade Dona Íris de Goiânia” como sujeito.

Como pessoa entrevistada, afirmo que fui devidamente informada e esclarecida sobre a

finalidade e objetivos desta pesquisa, bem como sobre a utilização das informações

exclusivamente para fins científicos. Meu nome não será divulgado de forma nenhuma e terei

a opção de retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto cause qualquer

penalidade ou interrupção de meu acompanhamento/assistência/tratamento.

Goiânia, ___ de _____________ de 2004.

____________________________________________________________

Assinatura do(a) entrevistado (a) ou seu responsável legal

______________________________________________

Assinatura do pesquisador: Rafaela G. de Assis

______________________________________________

Assinatura do pesquisador: Roberta Espírito S. Tibúrcio

______________________________________________

Assinatura do pesquisador responsável: Profª Drª Fábia Mª Oliveira Pinho

Page 31: prevalência e características da lombalgia na gestação

ANEXO III