Indústria de sorvete

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UNIJUÍ Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul DACEC Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação. Curso de Administração PLANO DE NEGÓCIOS PARA A INSTALAÇÃO DE UMA INDÚSTRIA DE SORVETES NA CIDADE DE PORTO LUCENA Relatório de Trabalho de Conclusão de Curso GIOVANI MORARI Orientador (a): Prof.ª Cleide Marisa Rigon Santa Rosa, novembro de 2013.

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UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

DACEC – Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação.

Curso de Administração

PLANO DE NEGÓCIOS PARA A INSTALAÇÃO DE UMA INDÚSTRIA DE

SORVETES NA CIDADE DE PORTO LUCENA

Relatório de Trabalho de Conclusão de Curso

GIOVANI MORARI

Orientador (a): Prof.ª Cleide Marisa Rigon

Santa Rosa, novembro de 2013.

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“Se, na verdade, não estou no mundo para

simplesmente a ele me adaptar, mas para

transformá-lo; se não é possível mudá-lo sem

um certo sonho ou projeto de mundo, devo

usar toda possibilidade que tenha para não

apenas falar de minha utopia, mas participar

de práticas com ela coerentes.”

Paulo Freire

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AGRADECIMENTOS

Como forma de retribuir o reconhecimento e a confiança depositada em mim,

gostaria de agradecer a todos aqueles que de alguma forma, foram importantes e

ajudaram-me nesta caminhada.

Primeiramente a Deus Pai, com sua divina contribuição e ensinamentos me

fortalecendo na fé, dando-me coragem para superar os obstáculos e retirar todas as

pedras que interrompiam meu desenvolvimento pessoal. Dando-me também saúde

para prosseguir minha caminhada.

Agradeço ao meu pai José Sabino Morari, a minha mãe Jurema Morari e a

minha noiva Ketlin Cristiane Henz, por me darem incentivo, aconselhamentos e

apoio para seguir em frente, sempre acreditando no meu potencial e depositando

sua confiança em mim. E que acima de tudo ensinaram-me a cultivar a dignidade e

o respeito para com o próximo. Por me apoiarem nos momentos difíceis e sendo

compreensíveis todas as vezes que as atividades acadêmicas me desvinculavam a

dar atenção a eles.

Sou grato por todos aqueles educadores, que mostraram para mim o quanto o

conhecimento contribui para o desenvolvimento pessoal e profissional de uma

pessoa. Agradecendo assim a professora Cleide Marisa Rigon por dedicar seu

profissionalismo para o meu desenvolvimento acadêmico, empenhando seu tempo

para orientar-me nas atividades curriculares e execução deste estudo. Agradeço

também a todo o corpo docente do curso de administração da Unijui e a todos os

demais professores que contribuíram para meu desenvolvimento acadêmico.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Lista de Figuras

Figura 1: Gráficos com as características dos entrevistados. ................................... 47

Figura 2: Logomarca institucional da empresa. ......................................................... 54

Figura 3: Slogan da empresa .................................................................................... 55

Figura 4: Imagem de satélite da localização do empreendimento. ........................... 57

Figura 5: Organograma organizacional. .................................................................... 59

Figura 6: Fluxograma do processo produtivo da empresa. ....................................... 63

Lista de Quadros

Quadro 1: Grau de importância atribuida pelos consumidores em relação ao

consumo de sorvete .................................................................................................. 49

Quadro 2: Oportunidades e ameaças da empresa .................................................... 51

Quadro 3: Pontos fortes e pontos fracos da empresa ............................................... 52

Quadro 4: Mercado concorrente................................................................................ 53

Quadro 5: Fornecedores de equipamentos e matéria prima ..................................... 53

Quadro 6: Projeção dos custos com mão de obra e encargos .................................. 60

Quadro 7: Lista de equipamentos e utensílios .......................................................... 61

Quadro 8: Conhecimentos técnicos para a produção de sorvetes e picolés ............. 62

Quadro 9: Investimentos pré operacionais ................................................................ 64

Quadro 10: Investimentos fixos ................................................................................. 64

Quadro 11: Resumo do investimento inicial .............................................................. 65

Quadro 12: Projeção de vendas ................................................................................ 66

Quadro 13: Projeção de receitas ............................................................................... 66

Quadro 14: Matéria prima necessária para a produção ............................................ 67

Quadro 15: Projeção dos custos das embalagens .................................................... 68

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Quadro 16: Custos anuais de produção .................................................................... 68

Quadro 17: Custos fixos de produção ....................................................................... 69

Quadro 18: Demonstrativo de resultado do exercício ............................................... 70

Quadro 19: Alíquota de impostos incidentes sobre o faturamento ............................ 71

Quadro 20: Projeção do fluxo de caixa ..................................................................... 72

Quadro 21: Playback simples .................................................................................... 72

Quadro 22: Payback descontado .............................................................................. 73

Quadro 23: Rentabilidade do negócio ....................................................................... 75

Quadro 24: Lucratividade do negócio ........................................................................ 75

Quadro 25: Ponto de equilíbrio .................................................................................. 76

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ................................................................... 15

1.1 Apresentação do Tema .................................................................................... 15

1.2 Questão de Estudo .......................................................................................... 17

1.3 Objetivos .......................................................................................................... 18

1.3.1 Objetivo geral ............................................................................................. 18

1.3.2 Objetivos Específicos ................................................................................. 18

1.4 Justificativa ...................................................................................................... 18

2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 20

2.1 Empreendedorismo .......................................................................................... 20

2.2 Plano de Negócios .......................................................................................... 22

2.2.1 Viabilidade do negócio ............................................................................... 22

2.2.1.1 Produto ................................................................................................ 23

2.2.1.2 Aspectos mercadológicos .................................................................... 23

2.2.1.3 Tamanho ............................................................................................. 26

2.2.1.4 Localização .......................................................................................... 27

2.2.1.5 Tecnologia e processo......................................................................... 28

2.2.1.6 Organização e gerenciamento ............................................................. 28

2.2.1.7 Investimentos e financiamentos .......................................................... 29

2.2.2 Aceitabilidade do negócio .......................................................................... 31

2.2.2.1 Payback ............................................................................................... 31

2.2.2.2 Taxa interna de retorno (TIR) e taxa mínima de atratividade (TMA) ... 31

2.2.2.3 Valor presente líquido (VPL) ................................................................ 32

2.2.2.4 Rentabilidade e lucratividade ............................................................... 33

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2.2.2.5 Ponto de equilíbrio ............................................................................... 33

2.2.2.6 Análise da sensibilidade ...................................................................... 34

2.2.3 Vulnerabilidade do negócio ........................................................................ 35

3 METODOLOGIA .................................................................................................... 37

3.1 Classificação da Pesquisa ............................................................................... 37

3.2 Sujeitos da Pesquisa e Universo Amostral ...................................................... 39

3.3 Coleta de Dados .............................................................................................. 39

3.4 Análise e Interpretação dos Dados .................................................................. 40

4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS .......................................... 43

4.1 Caracterização do Setor .................................................................................. 43

4.2 Definição do Negócio ....................................................................................... 44

4.3 Aspectos Mercadológicos ................................................................................ 46

4.4 Tamanho e Localização ................................................................................... 55

4.5 Organização e Gerenciamento ........................................................................ 57

4.6 Tecnologia e Processos ................................................................................... 60

4.7 Investimentos ................................................................................................... 63

4.8 Plano Financeiro .............................................................................................. 65

4.8.1 Projeção de receitas .................................................................................. 65

4.8.2 Custo de matérias primas .......................................................................... 67

4.8.3 Custos fixos ............................................................................................... 69

4.8.4 Demonstrativo de Resultado do Exercício ................................................. 70

4.8.5 Projeção do fluxo de caixa ......................................................................... 71

4.9 Aceitabilidade do negócio ................................................................................ 71

4.9.1 Payback ..................................................................................................... 71

4.9.2 Taxa interna de retorno (TIR) e taxa mínima de atratividade (TMA) .......... 73

4.9.3 Valor presente líquido (VPL) ...................................................................... 74

4.9.4 Rentabilidade e lucratividade ..................................................................... 75

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8

4.9.5 Ponto de equilíbrio ..................................................................................... 75

4.10 Vulnerabilidade do Negócio ........................................................................... 76

CONCLUSÃO............................................................................................................ 78

BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................... 80

APÊNDICES ............................................................................................................. 84

ANEXOS ................................................................................................................... 92

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RESUMO EXPANDIDO

Resumo Diante do desejo em gerir o próprio negócio, em muitos casos o planejamento acaba sendo deixado de lado, fazendo com que a falta de controle prejudique o bom funcionamento provocando problemas e ocasionando o fechamento prematuro das empresas. É neste sentido que o estudo procura “analisar a viabilidade econômica financeira para a instalação de uma indústria de sorvete no município de Porto Lucena”. Para atingir ao objetivo proposto se desenvolveu uma pesquisa quanti-qualitativa, sendo esta exploratória, descritiva, bibliográfica, documental, estudo de caso e pesquisa de campo. Como sujeitos da pesquisa, se destacam os potenciais clientes e empreendedores que trabalham no ramo de sorveteria. A coleta dos dados se deu a partir de entrevistas e aplicação de questionários. Após coletadas, as informações foram tabuladas e analisadas para se chegar ao resultado final. A partir das informações obtidas, com o detalhamento dos indicadores dos quais a empresa terá influencia durante o processo de suas atividades, por meio da pesquisa de mercado e das projeções financeiros, considerando o retorno do investimento, constatou-se a viabilidade do negócio. Palavras-chave: Gestão de negócios. Viabilidade. Aceitabilidade. Vulnerabilidade. Introdução O processo empreendedor tem ganhado espaço com o crescente surgimento de novos empreendimentos, de modo que um número cada vez maior de indivíduos busca através da prática, demonstrar suas habilidades para gerir seu próprio negócio. Dolabela (2008, p. 29) ressalta que para um empreendedor estar preparado, “não basta que exista a motivação para empreender. É necessário que o empreendedor conheça formas de análise de negócio, do mercado e de si mesmo para prosseguir o sucesso com passos firmes e saber colocar a sorte a seu favor”. Para atender aos objetivos propostos, busca-se a resposta para a seguinte questão a ser estudado: “É viável a implantação de uma indústria de sorvetes na cidade de Porto Lucena?”. Sendo que o objetivo a contemplar a questão do estudo é “analisar a viabilidade econômica financeira para a instalação de uma indústria de sorvetes no município de Porto Lucena”. Justifica-se que com a iniciativa e o surgimento da ideia de abrir o próprio empreendimento, remete o autor da pesquisa a oportunidade de envolver a teoria e a prática, aplicando seus conhecimentos acadêmicos. Assim como também a abertura de mercado, faz com que a instalação do empreendimento seja atrativa. Metodologia Em relação à abordagem a pesquisa pode ser classificada como quanti-qualitativa. Ela se identifica como exploratória, pois “têm como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista, a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores” (GIL 1999, p. 43). Ainda quanto aos seus objetivos, ela também é descritiva, pois

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segundo Gil (1999, p. 44) seu objetivo primordial é a “descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis”. E quanto aos procedimentos técnicos, a pesquisa se classifica como bibliográfica, documental, estudo de caso e pesquisa de campo. Os dados bibliográficos foram obtidos por meio do levantamento de informações em livros, revistas, jornais, teses e dissertações e demais publicações que abordam sobre o tema. A pesquisa documental foi realizada através do levantamento de dados com base em materiais com conteúdos referentes ao tema e por meio de informações fornecidas por empresário do ramo. A pesquisa de campo foi feita através de duas fontes de levantamento de dados, as quais são: entrevista e questionário. As entrevistas foram dirigidas a comerciantes que produzem e revendem, assim como também a cotação de preços com fornecedores de equipamentos e matéria prima, com os quais foram feitos contatos via e-mail. Já o questionário (APÊNDICE B), foi aplicado a 100 (cem) potenciais consumidores, para levantar informações referentes à preferência do consumidor em relação ao produto. Segundo Oliveira (1997), após a manipulação e obtenção dos resultados, se dá o processo de análise e interpretação dos mesmos, de modo que estas sejam o núcleo central da pesquisa. Na fase quantitativa, os dados coletados foram tabulados e analisados, por meio da utilização de ferramentas como os programas Office Excel 2007 e calculadora HP12C. Após tabulados os dados forma convertidos em gráficos, chegando aos percentuais em relação às características e opções apresentadas pelos entrevistados, também se utilizou média de percentual em relação à importância considerada pela amostra em relação às variáveis apresentadas. Como forma de tratar os dados de caráter qualitativo, utilizou-se como meio de interpretação destes, a análise de conteúdo. Resultados Segundo dados da ABIS (2012), entre os anos de 2003 e 2011 o mercado de sorvete cresceu mais de 70%. De acordo a Associação Gaúcha das Indústrias de Sorvete – AGAGEL (2013), o segmento de sorvetes está em forte expansão, em especial as indústrias de pequeno e médio porte que buscam destaque no mercado. Quanto à preferência do consumidor, a grande maioria dos entrevistados, com 75% das respostas, afirma consumir o produto sempre que der vontade. Com relação ao estabelecimento no qual os indivíduos costumam adquirir o produto, os bares, lancherias e restaurantes são os pontos de vendas mais procurados, obtendo um percentual de 58% dos respondentes. Em relação ao tipo de embalagem mais consumida, verifica-se que a grande maioria com 50% dos entrevistados prefere que o sorvete seja servido no tradicional cascão (biscoito comestível). Considerando as varáveis apresentadas na questão 6 (seis) do questionário (APÊNDICE B), todas obtiveram um grau de importancia superior a 63%, ficando, portanto, estas entre importante e muito importande. Dos quais merecem destaque o fator higiene com 95,6%, a conservação do produto que obteve um índice de 93%, a qualidade do produto com o grau de importância de 91,2%, a qualidade do atendimento prestado ao cliente com 85,6% e o sabor do produto ofertado que obteve 85,4% de importância. Em relação ao custo de mão de obra, estimou-se uma folha de pagamento com valor mensal de R$ 2.956,51, chegando a R$ 35.478,10 anual.

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Diante do investimento a serem realizado, verificou-se um valor total de R$ 157.712,79, o qual deverá ser desembolsado para que se possam iniciar as atividades do empreendimento. A partir do volume de vendas projetado para o primeiro ano, pode-se identificar uma receita mensal de 25.450,00, totalizando assim um faturamento anual equivalente a R$ 305.400,00. Com as devidas proporções e os respectivos valores obtidos a partir dos preços de comercialização dos ingredientes, projetou-se o custo da matéria prima, ficando este no valor de R$ 71.584,68 para o período. A projeção mostra também que a empresa terá que pagar um valor total de R$ 138.798,10 em relação aos custos operacionais fixos. A partir do fluxo de caixa projetado, os saldos obtidos mostram que diante dos indicadores de retorno o negócio é rentável, apresentando uma TIR com percentual de retorno equivalente a 38,41% e um valor presente líquido (VPL) de R$ 74.291,38, demonstrando que o empreendimento é viável. Conclusão Por meio da elaboração do plano financeiro foi possível desenvolver projeções através do levantamento dos custos envolvidos em comparação as receitas obtidas para se chegar ao cálculo dos indicadores de retorno, os quais demonstraram resultados favoráveis que permitem constatar que mesmo sendo necessário um investimento consideravelmente elevado, este terá retorno desejável, viabilizando, portanto a iniciativa de abertura do negócio. Com relação à vulnerabilidade do empreendimento, destaca-se que as exigências sanitárias e suas normas procuram regulamentar as indústrias de alimentos, proporcionando a partir de inspeções periódica o desenvolvimento de um produto de melhor qualidade. Outro fator adverso é a sazonalidade que interfere negativamente no negócio, provocando a limitação das vendas, onde durante os meses de maio a agosto acarretando a redução no índice de comercialização do produto, o qual tende a ser compensado durante os meses de setembro a abril, período este que em virtude do calor, aumenta a procura por sorvete. Bibliografia ABIS. Mercado de sorvete cresce 70% no Brasil. Disponível em: <http://www.opovo.com.br/app/economia/2012/06/20/noticiaseconomia,2862610/mercado-de-sorvete-cresce-70-no-brasil.shtml>. Acesso em: 05/03/2013. AGAGEL. Notícias do setor. Disponível em: <http://www.agagel.com.br/site/categoria/noticias-do-setor/>. Acesso em 06/03/2013. DOLABELA, Fernando. Oficina do empreendedor. Rio de Janeiro: Sextante, 2008. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. – 5. ed. – São Paulo: Atlas, 1999. OLIVEIRA, Silvio Luiz de, 1943. Tratado de metodologia científica: projetos de pesquisas, TGI TCC, monografias, dissertações e teses. – São Paulo: Pioneira, 1997.

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ÍNDICE DE APÊNDICES E ANEXOS

APÊNDICES

Apêndice A: ............................................................................................................... 85

Apêndice B: ............................................................................................................... 87

Apêndice C: ............................................................................................................... 89

ANEXOS

Anexo A: .................................................................................................................... 93

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INTRODUÇÃO

O processo empreendedor tem ganhado espaço com o crescente surgimento

de novos empreendimentos, de modo que um número cada vez maior de indivíduos

busca através da prática, demonstrar suas habilidades para gerir seu próprio

negócio. Considerando que nem sempre os objetivos pretendidos com a criação de

uma empresa são alcançados, se pode justificar por que muitos empreendimentos

se mantêm no mercado por um período muito curto de tempo, sendo obrigados a

encerrarem as atividades por não possuírem uma gestão qualificada.

É sob este enfoque que se busca a constatação de uma série de fatores que

tendem a influenciar o empreendimento. Sendo que para isso se teve a iniciativa de

desenvolver uma pesquisa de mercado por meio de um plano de negócios,

justamente como forma de identificar problemas que poderão influenciar no

processo de desenvolvimento do novo negócio.

Mesmo que o sorvete seja um alimento consumido com maior frequência no

verão, ficando, portanto sua comercialização comprometida devido à sazonalidade

durante o período de inverno percebe-se que o consumo deste tipo de alimento está

tendo crescentes índices de comercialização de ano para ano. Contanto, é possível

identificar na produção de sorvetes, uma oportunidade de mercado, gerando

interesse em investir no setor.

Assim, este documento trata do trabalho de relatório de conclusão de curso

da UNIJUÍ, que foi elaborado no decorrer do segundo semestre de 2013. O qual tem

por objetivo desenvolver uma pesquisa para identificar a viabilidade de implantação

de uma indústria de sorvetes.

Objetivando proporcionar maior clareza quanto à questão em estudo,

realizou-se um estudo exploratório descritivo de caráter quantiqualitativo. Para a

coleta de dados utilizaram-se bibliografias, documentos referente ao assunto,

questionários, entrevistas e ferramentais que auxiliaram no processo de análise dos

dados obtidos.

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Além disto, visando atingir aos objetivos propostos, o presente estudo está

estruturado em quatro tópicos. O primeiro capítulo aborda a contextualização do

estudo que apresenta e delimita o tema, os objetivos (geral e específicos) e a

justificativa. O segundo capítulo trata do levantamento bibliográfico em relação ao

empreendedorismo, plano de negócios e suas interfaces de como identificar a

viabilidade, a aceitabilidade e a vulnerabilidade do empreendimento. O terceiro

capítulo do estudo traz a metodologia que foi utilizada para a realização da

pesquisa, ou seja, sua classificação, os sujeitos e universo amostral, a coleta, a

análise e interpretação dos dados. O quarto capítulo descreve detalhadamente o

estudo de viabilidade econômica – financeira demonstrando a composição do

investimento a ser realizado, os indicadores de retorno e o risco que se prevê da

implementação do projeto. Por fim, apresentam-se a conclusão, bibliografia, anexos

e apêndices que dão suporte ao estudo.

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Para que se tenha um bom planejamento no processo de criação de uma

empresa, é fundamental analisar alguns aspectos importantes que garantam o seu

sucesso. Para isto, busca-se por meio de um relatório de pesquisa identificar os

fatores que norteiam o processo de empreender. Desta forma o capítulo aborda a

apresentação do tema, a questão de estudo, os objetivos e a justificativa.

1.1 Apresentação do Tema

O processo de empreender tem ganhando destaque no mundo dos negócios,

que com crescente expansão aumentou o número de novos empreendimentos.

Pois de acordo com Hisrich e Peter (2004, p. 30), “o empreendedorismo e as

verdadeiras decisões de empreender resultaram em vários milhões de novas

empresas iniciadas em todo o mundo”.

Segundo informações do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário - IBPT

(2012), até o primeiro semestre de 2012 foram criados um milhão de novos negócios

no Brasil. Neste quadro de expansivo desenvolvimento, o estado do Rio Grande do

Sul se apresenta na 4ª colocação com 63.512 novas empresas, ficando atrás

apenas do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo que lidera o ranking com

275.719 novos empreendimentos, em relação aos primeiros seis meses de 2012.

De acordo com o IBPT (2012), ao comparar os primeiros semestres dos anos

de 2010 a 2012, foi observado o aumento de 43,05% no desenvolvimento de novos

negócios, revelando um interesse cada vez maior de se abrir novas empresas no

país.

O momento atual pode ser chamado de a era do empreendedorismo, pois são os empreendedores que estão eliminando barreiras comerciais e culturais, encurtando distancias, globalizando e renovando os conceitos econômicos, criando novas relações de trabalho e novos empregos, quebrando paradigmas e gerando riqueza a sociedade (DORNELAS, 2001, p. 21).

A criação de novos empreendimentos tem desenvolvido um clima de

competitividade, onde ter certeza do que está sendo feito é fundamental para

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16

garantir o sucesso, ou ao menos a permanecia das empresas no mercado. A

globalização e as influências tecnológicas estimulam o desenvolvimento e

aperfeiçoamento de novos produtos, pois consequentemente a exigência

apresentada pelo mercado consumidor é aspecto fundamental que garante a

rentabilidade das organizações. O cliente sente o quanto é importante para a

sobrevivência das empresas e com isso exige cada vez mais. Inserir-se em um

mercado onde a competitividade é consequência da sobrevivência das empresas

exige cautela e conhecimento.

Como afirma Dolabela (2008, p. 29) para que um empreendedor esteja

preparado, “não basta que exista a motivação para empreender. É necessário que o

empreendedor conheça formas de análise de negócio, do mercado e de si mesmo

para prosseguir o sucesso com passos firmes e saber colocar a sorte a seu favor”.

Dolabela (2008) argumenta ainda que o “conhecimento científico e

tecnológico”, atualmente são fatores indispensáveis, porém pouco aplicados, onde

se pensa que basta apenas ter boas ideias com um diferencial inovador para

garantir o sucesso.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2012), de

cada cem empresas que são abertas no Brasil, quarenta e oito acabam encerrando

suas atividades em três anos. De modo que de 464.700 empresas criadas em 2007,

76,1% delas continuaram suas atividades em 2008, 61,3% sobreviveram até 2009 e

somente 51,8% ainda continuaram no mercado em 2010. Estes dados mostram que

quase a metade acabou fechando as portas.

Para o instituto, dentre os principais fatores que influenciam no processo de

extinção dos negócios, estão à falta de planejamento e a má gestão com o

descontrole para gerir as empresas.

Considerando que a falta de informação e preparo, conjugam a carência de

um planejamento para a abertura de novas empresas. Para que se possa ter maior

clareza do que será feito, é necessário estudar todos os aspectos que envolvem o

negócio.

Para Dornelas (2001, p. 91), “empreendedores precisam saber planejar suas

ações e delinear as estratégias da empresa a ser criada ou em crescimento”.

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17

De acordo com o Sebrae (2013), algumas habilidades e conhecimentos são

exigidos no momento de abrir e gerir um novo empreendimento, compondo a

necessidade de entendimento do mercado, do público alvo e um bom planejamento

do negócio. Pois para que se possa ter uma boa gestão é necessária à execução de

uma boa estratégia de marketing, apresentando um controle detalhado do fluxo de

caixa, tendo consequentemente uma boa criatividade e potencial inovador.

Visando a neutralização de possíveis incertezas, o ideal é promover a

elaboração de um plano de negócios, o que evidentemente possibilitará a realização

de um planejamento detalhado do empreendimento. Por isto, um plano de negócios

permite “identificar e restringir seus erros no papel, mediante simulações, em vez de

cometê-los no mercado” (Sebrae, 2013).

Plano de negócios é um documento usado para descrever um empreendimento e o modelo de negócios que sustenta a empresa. Sua elaboração envolve um processo de aprendizagem e autoconhecimento, e, ainda, permite ao empreendedor situar-se no seu ambiente de negócios (DORNELAS, 2001, p. 96).

De acordo com Dornelas (2001) plano de negócios é, portanto, um

detalhamento das etapas que devem ser seguidas para a implementação de um

negócio, descrevendo os objetivos e os passos a serem dados para que estes sejam

alcançados, no intuito de diminuir os riscos e as incertezas. Permitindo desta forma,

fazer uma previsão, ou seja, tolerando a possibilidade de execução de erros no

papel, como forma de prevenção para que estes não venham a ocorrer na prática. O

plano de negócios também tem a função de dar as respostas daquilo que realmente

o cliente quer, demonstrando se o produto a ser oferecido é o que realmente ele

busca.

1.2 Questão de Estudo

O processo de identificar uma oportunidade para que se possa abrir um novo

negócio, é importante para que haja o aproveitamento de mercado de determinado

setor. Porém é algo que não revela as possibilidades de sucesso, riscos e

incertezas. Necessitando assim de uma análise mais crítica que possa responder a

questão de estudo a ser solucionada.

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Para atender aos objetivos propostos, busca-se a resposta para a seguinte

questão a ser estudado: “É viável a implantação de uma indústria de sorvetes na

cidade de Porto Lucena?”.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo geral

Analisar a viabilidade econômica financeira para a instalação de uma indústria

de sorvete no município de Porto Lucena.

1.3.2 Objetivos Específicos

Analisar a viabilidade do negócio para identificar o valor do investimento por

meio de uma pesquisa de mercado;

Identificar a aceitabilidade do negócio para avaliar o retorno do investimento;

Analisar a vulnerabilidade do negócio buscando identificar os riscos aos quais

o projeto estará sujeito.

1.4 Justificativa

A crescente expansão do setor revela a oportunidade para investir no

mercado, pois de acordo a ABIS (2013), dados estatísticos mostram que nos últimos

dez anos o consumo de sorvete aumentou significativamente no Brasil, passando de

685 milhões de litros em 2003 para 1.209 milhões em 2012, representando uma

elevação de 76,49% no consumo do produto.

Por não ter sido desenvolvido nenhum estudo em nossa região referente ao

tema a ser abordado, justifica o interesse quanto à realização da pesquisa.

Page 19: Indústria de sorvete

19

Outro fator a ser observado é a iniciativa e o surgimento da ideia em abrir um

empreendimento buscando aplicar à teoria a prática diante dos conhecimentos

acadêmicos obtidos no decorrer do curso de administração da UNIJUÍ, onde o

acadêmico autor da pesquisa pretende por meio da mesma avaliar a viabilidade para

a implantação de uma indústria de sorvetes. Pois com a abertura de mercado, diante

da oportunidade surgida, antes de por em prática o referido negócio, pretende-se a

realização de uma pesquisa de mercado, por meio do desenvolvimento de um plano

de negócios.

Considerando que o município onde se pretende instalar a indústria não

possui nenhum negócio que trabalhe neste ramo, com a produção de sorvetes, torna

oportuna a iniciativa para a instalação da mesma.

Outro fator é a falta de opção que obriga os distribuidores de sorvete do

município como bares, restaurantes e supermercados, terem que buscar e

comercializar o produto de empresas de outros municípios. Contanto a abertura do

negócio é viável no sentido de atender a demanda do município em relação ao

produto, suprindo a necessidade do comércio distribuidor, assim como também da

comunidade em geral.

Com poucas oportunidades de emprego no município, a implantação de uma

indústria, mesmo sendo de pequeno porte, influenciará na oferta de emprego, por

meio da necessidade de mão de obra para suprir o quadro funcional exigido pelo

novo empreendimento.

Contribuir para o aquecimento da economia do município fortalecendo a

geração de renda é outro aspecto que justifica a implantação do negócio.

A possibilidade de concretizar o sonho do acadêmico autor da pesquisa em

ter seu próprio empreendimento, por meio da oportunidade de atingir suas metas e

alcançar seus objetivos através do desenvolvimento profissional é também um

aspecto que motiva o desenvolvimento deste estudo.

Page 20: Indústria de sorvete

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Empreendedorismo

Dornelas (2001) aborda que a iniciativa em empreender esta ligada a

necessidades impostas pelo desenvolvimento tecnológico ocorrido e suas

consequências atribuídas ao mercado. Gerando uma competitividade econômica

que desafia cada vez mais os empreendedores no processo inovador, forçando a

criação de estilos diferenciados.

Na visão de Dornelas (2001), um empreendedor pode ser reconhecido pela

sua potencialidade em identificar novas oportunidades, aproveitando-as como forma

de rentabilidade.

Para Dornelas (2001, p.38), como forma de definição de empreendedor

devem ser observados os seguintes aspectos:

1. Iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz. 2. Utiliza os recursos disponíveis de forma criativa transformando o ambiente social e econômico onde vive. 3. Aceita assumir os riscos e a possibilidade de fracassar.

Dornelas (2001) afirma também que o processo empreendedor está ligado a

todo tipo de esforço que tem por objetivo a criação de uma nova empresa. Atribuindo

a isto a capacidade de inovação, vinculada ao esforço e a dedicação que levam a

empresa a prosperar, por meio das iniciativas e decisões tomadas sem que haja o

medo de errar, não se deixando abater diante das falhas ocorridas.

Já na visão de Dolabela (2008), o empreendedorismo é resultado da auto

realização das pessoas em administrar seu próprio negócio. Algo que faz com que

as pessoas ao exercerem a atividade empreendedora sentem prazer em trabalhar,

atribuindo um sentido de realização quando na execução das atividades

empresariais.

“O crescimento econômico sustentável é consequência do grau de

empreendedorismo de uma comunidade” (DOLABELA 2008, p. 24).

Page 21: Indústria de sorvete

21

De acordo com Dolabela (2008), para que possam ser aproveitadas as

condições ambientais favoráveis é preciso pessoas com capacidade que promovam

o desenvolvimento. Pois o empreendedor é responsável pela criação e

desenvolvimento de novas ideias, estimulando a inovação tecnológica e o

crescimento econômico.

Segundo Dolabela (2008), não basta que o empreendedor esteja motivado, é

necessário também que o mesmo tenha conhecimento, como forma de análise do

negócio, do seu mercado de atuação e, além disso, de si próprio. Só assim este

conseguirá alcançar seus objetivos e se desenvolver com sucesso.

Para Hisrich e Peters (2004), o empreendedorismo é o processo de criar algo

novo, o qual envolve tempo, dedicação e esforço, assumindo os riscos dos quais

está vulnerável, para que possa através da superação destes, ser recompensado

por meio da satisfação e sua independência econômica e pessoal.

Considerando a importância do empreendedorismo para o desenvolvimento

econômico, conforme Hisrich e Peters (2004), além de um aumento de produção e

renda per capita estão vinculadas também a iniciativa em constituir novas mudanças

em relação à estrutura do negócio e da sociedade. Sendo assim tal mudança poderá

estimular o desenvolvimento e o aumento da produção, significando maior fonte de

renda e consequentemente refletindo no aumento da riqueza dividida entre os

participantes envolvidos no processo.

O processo de iniciar um novo empreendimento está incorporado ao processo de empreender, que envolve mais do que a simples resolução de um problema em uma posição administrativa típica. Um empreendedor deve encontrar avaliar e desenvolver uma oportunidade superando as forças que resistem à criação de algo novo (HISRICH e PETERS 2004, p.53).

“O empreendedor é nossa personalidade criativa, sempre lidando melhor com

o desconhecido, estimulando o futuro, criando as probabilidades dentre as

possibilidades, transformando o caos em harmonia” (GERBER 2004, p. 16).

Segundo Gerber (2004), o empreendedor é capaz de transformar situações

triviais em oportunidades. O empreendedor pode ser considerado um visionário, um

sonhador, alguém com energia para promover mudanças, que gosta de estar livre

para construir algo novo, ou seja, é um inovador, um estrategista, que procura

métodos e alternativas para descobrir ou entrar em novos mercados.

Page 22: Indústria de sorvete

22

2.2 Plano de Negócios

Dornelas (2001) considera um plano de negócios como a “parte fundamental

do processo empreendedor”.

De acordo com Dornelas (2001), o plano de negócios funciona como uma

forma eficaz, dando suporte e contribuindo positivamente para o gerenciamento das

empresas. Enfatiza também a necessidade de transmitir as informações absorvidas

para o ambiente interno da organização, com intuito no desenvolvimento e aplicação

de melhorias. Considerando, portanto, uma ferramenta importante que deve ser

utilizada no processo de gestão das organizações.

“Um bom plano de negócios deve mostrar claramente a competência da

equipe, o potencial do mercado-alvo e uma ideia realmente inovadora; culminando

em um negócio economicamente viável, com projeções financeiras realistas”

(DORNELAS, 2001, p. 118).

Buarque (1991) trata o plano de negócios como projeto de viabilidade de

negócios, considerando que a realização do mesmo desde a ideia inicial até seu

funcionamento, é um processo continuo com varias fazes combinando o estudo de

uma série de fatores “técnico, econômico e financeiro”.

2.2.1 Viabilidade do negócio

Segundo Woiler e Mathias (1996), como forma de verificação da viabilidade e

constatação dos investimentos necessários para o desenvolvimento de um negócio

é necessária à coleta e análise de um conjunto de informações, os quais irão

compor um projeto, sendo que esta estrutura servirá como uma ferramenta para

avaliar a alternativa de investimento proposta.

Portanto este tópico destina-se a abordagem das diversas etapas que

constituem um plano de viabilidade econômica financeira.

Page 23: Indústria de sorvete

23

2.2.1.1 Produto

Segundo Kotler (1998), o fator responsável por promover a satisfação das

pessoas são os produtos. Ou seja, produto é tudo aquilo que possa ser oferecido ao

mercado como uma forma de suprir e satisfazer a necessidade ou desejos dos

clientes.

Neste sentido Kotler (1998) coloca que os produtos podem ser classificados

como bens e serviços, sendo estes tanto físicos, quanto intangíveis, que de alguma

forma geram benefícios ao indivíduo que lhes possui.

Slack et.al. (2008), destaca que os produtos por serem projetados para

satisfazer as necessidades do mercado, precisam estar em conformidade com os

padrões estipulados, atendendo assim as expectativas do mercado, considerando

elementos como qualidade, confiabilidade, rapidez na produção, flexibilidade e

custos.

A identificação do produto, do ponto de vista do mercado (diferentemente da caracterização do ponto de vista físico realizado pela engenharia) deve definir claramente o produto quanto a: a) Sua utilização. b) Seus substitutos e complementos. c) Sua vida útil (BUARQUE 1991, p. 43).

Segundo Maximiano (1997), produtos podem ser tanto os “artefatos”, quanto

os “serviços” que uma organização pode oferecer, os quais têm uma “razão de ser

ou propósito”.

Kotler (1998) atribui conceito de produto a preferência que os consumidores

dão em relação ao preço mais baixo e a melhor qualidade oferecida pelo produto, de

modo que levam as organizações a buscar eficiência no processo produtivo e o

desenvolvimento de produtos cada vez melhores.

2.2.1.2 Aspectos mercadológicos

O mercado pode ser definido a partir de uma análise feita com o objetivo de

criar um novo negócio ou melhorar o já existente, diante do surgimento de uma

oportunidade de investimento (WOILER e MATHIAS, 1996).

Page 24: Indústria de sorvete

24

“Um mercado consiste de todos os consumidores potenciais que

compartilham de uma necessidade ou desejo específico, dispostos e habilitados

para fazer uma troca que satisfaça essa necessidade ou desejo” (KOTLER 1998,

p.31).

Para Kotler (1998) nenhuma empresa consegue ser eficiente o bastante para

operar em todos os mercados, de modo a satisfazer as necessidades impostas

pelos mesmos, não conseguindo, portando, desenvolver um trabalho bom em um

mercado muito amplo. Sendo que para isso é preciso definir de maneira cuidadosa o

seu mercado de atuação.

Buarque (1991) mostra que o estudo de mercado serve de base para

avaliação e constatação da viabilidade do negócio, ou seja, se há realmente

interesse pelo mercado em determinado produto ou não.

Neste contexto é necessário o levantamento de informações em relação aos

consumidores, concorrentes e fornecedores.

O mercado consumidor é sem dúvida o responsável pelo desenvolvimento e

criação de novos produtos, no que diz respeito às necessidades impostas pelo

consumidor, ou seja, é com foco nas exigências dos mesmos que as empresas

trabalham para desenvolver novos bens e serviços.

De acordo com Maximiano (1997) o mercado consumidor é quem define as

expectativas, sendo que a organização precisa trabalhar para esclarecê-las,

desenvolvendo métodos que atendam as mesmas, possibilitando assim suprir as

necessidades e desejos do consumidor, definido pelo autor como o “usuário final”.

Segundo Kotler (1998), reconhecer as necessidades do consumidor não é

“tarefa fácil”, pois nem mesmo os consumidores podem estar cientes daquilo que

desejam, necessitando assim que estas necessidades sejam interpretadas.

Buarque (1991) considera o levantamento de informações em relação aos

consumidores e sua população o “elemento – chave” na realização de um estudo de

mercado.

De acordo com Kotler (1998) para que as empresas sejam bem sucedidas,

superando os desafios impostos pelo mercado atual, precisam deter seu foco no

Page 25: Indústria de sorvete

25

cliente, dando ênfase não somente na criação de novos produtos, mas também na

criação de novos clientes.

Segundo a abordagem de Kotler (1998), para que uma empresa seja bem

sucedida e consiga manter-se a frente das demais, precisa trabalhar para atenda os

desejos e as expectativas dos clientes, se destacando dos seus concorrentes de

maneira diferenciada.

Kotler (1998) descreve que ao identificar um concorrente, além de observar

as empresas que competem produzindo e comercializando o mesmo produto, é

preciso fazer a análise das empresas que satisfazem as mesmas necessidades do

consumidor.

Os concorrentes mais diretos de uma empresa são aqueles que perseguem os mesmos mercados-alvo e adotam estratégias semelhantes. Grupo estratégico é o conjunto de empresas que segue a mesma estratégia em determinado mercado-alvo. Qualquer empresa precisa identificar o grupo estratégico em que está concorrendo (KOTLER 1998, p. 212).

Para Kotler (1998) a empresa precisa conhecer de forma aprofundada,

obtendo informações detalhadas de todos os passos que são dados pelo

concorrente, monitorando-o continuamente para não ser surpreendida.

Kotler (1998) diz ainda que a realização de pesquisas de mercado ajuda a

identificar as forças e fraquezas dos concorrentes, contribuindo para o

desenvolvimento de novas estratégias de ataque ao mercado de atuação.

De acordo com Kotler (1998), os fornecedores são importantes em relação à

distribuição de suprimentos necessários para manter a produtividade da empresa de

maneira controlada. É com base nos fornecedores e no custo da matéria prima que

a empresa calcula o preço de venda. Também são responsáveis pelos índices de

venta e de satisfação ao cliente, ou seja, atraso ou ineficiência no fornecimento de

insumos comprometem a produtividade e a expectativa do cliente em relação ao

produto.

Segundo Chiavenato (1991), as compras envolvem todo um processo de

localização de fornecedores e fontes de suprimento, aquisição de materiais, assim

como também acompanhamento e recebimento do material dentro das

especificações solicitadas.

Page 26: Indústria de sorvete

26

Para Chiavenato (1991, p.106), “a pesquisa de fornecedores consiste em

investigar e estudar os possíveis fornecedores dos materiais requisitados”. Este

entendimento se baliza no fornecedor como “a empresa que produz as matérias

primas e insumos necessários e que se dispõe a vendê-los”.

A gestão da cadeia de suprimentos é a gestão da interconexão das empresas que se relacionam por meio de ligações à montante e à jusante entre os diferentes processos, que produzem valor na forma de produtos e serviços para o consumidor final (SLACK et. al. 2002, p. 415).

Na visão de Slack et al. (2002) levando em conta a necessidade de

suprimento da empresa, o processo de compra considera a aquisição de “materiais

e serviços” através de acordos estabelecidos com os fornecedores.

Slack et al. (2002) aborda também que os gestores responsáveis pelo

processo de compra devem levar em conta além da necessidade dos processos

impostos pela empresa, à capacidade do fornecedor em atender o volume de

materiais demandado pela mesma.

2.2.1.3 Tamanho

Ao abordar o tamanho da empresa a ser desenvolvida, é importante

considerar seu tamanho para identificar potencial instalado para atender o mercado

consumidor.

O tamanho de um empreendimento visa a dimensionar qual a capacidade de produção que a empresa deve ter para ser economicamente viável e atender ao mercado. O tamanho vincula-se especialmente com a potencialidade de mercado (atual e futuro) e com a capacidade da infraestrutura (recursos materiais, equipamentos, matéria-prima, recursos tecnológicos, recursos humanos) (KUHN e DAMA, 2009 p. 57).

Buarque (1991, p.45) menciona que “se o objetivo do mercado é a

determinação da procura insatisfeita numa certa região (quase sempre todo o país),

é fundamental conhecer a capacidade de produção, para saber então se se justifica

uma nova unidade de produção”.

Buarque (1991) ao abordar sobre o tamanho da organização considera o

custo unitário mínimo de produção com base nos princípios de economia de escala.

Demonstrando assim que o tamanho da fábrica está diretamente ligada ao potencial

de absorção do mercado. Ou seja, no caso de aumento na procura o custo unitário

Page 27: Indústria de sorvete

27

deve ser mínimo atendendo a procura atual e conseguindo adequar-se de forma a

atender a procura futura.

2.2.1.4 Localização

A localização da organização considera os diversos aspectos que são

responsáveis por garantir bons resultados em relação aos processos

organizacionais, levando em cota o ambiente no qual a mesma está inserida.

A localização ótima do empreendimento é aquela que, logisticamente atende os seguintes aspectos: minimização dos custos; adaptação a variações (flexibilização) na escala de produção; proximidade e facilidade de acessos a matérias- primas e insumos; facilite o acesso ao mercado consumidor; atenda requisitos de incentivos; e que contemple aspectos relativos ao meio ambiente (KUHN e DAMA, 2009 p. 58).

Buarque (1991) destaca que a localização da organização exerce influencia

sobre o processo produtivo, quanto à entrada de insumos e saída do produto final,

considerando a acessibilidade a unidade produtiva, o que pode resultar no aumento

ou na diminuição dos custos de produção e distribuição.

O estudo do projeto deve definir claramente qual será a melhor localização possível para a unidade de produção. Evidentemente a melhor localização será a que permitir aumentar a produção e ao mesmo tempo reduzir os custos necessários a essa produção, elevando assim ao máximo os benefícios líquidos do projeto (BUARQUE 1991, p. 72).

“O estudo da macrolocalização consiste em definir a região ou cidade onde se

deverá situar a unidade de produção, para reduzir ao mínimo os custos totais de

transporte” (BUARQUE 1991, p. 74).

Segundo Buarque (1991) dentre as possíveis disponibilidades de localização,

é preciso analisar os pontos geográficos que possibilitam o mínimo de custos em

relação à logística, para se definir o melhor local para a instalação da empresa.

De acordo com Buarque (1991) a microlocalização é a localização do lugar

específico em que será instalada a empresa, ou seja, é, portanto a instalação

definitiva do negócio considerando o processo de engenharia, como edificação, área

do prédio requerida, instalações, layout, dentre outras informações.

Page 28: Indústria de sorvete

28

2.2.1.5 Tecnologia e processo

Segundo Buarque (1991), na escolha de uma tecnologia, devem-se levar em

consideração todas as tecnologias disponíveis, assimilando algumas e dentre estas

fazer um comparativo analisando-as em seus diferentes aspectos, para que assim

se consiga definir a tecnologia adequada que possa oferecer o máximo de

rendimento.

Para Slack et al. (2002) todo tipo de operação desenvolvido nas organizações

envolve algum tipo de tecnologia, seja ela simples ou complexa, de modo que o

objetivo da empresa é tirar algum proveito da mesma.

“As tecnologias de processos são as máquinas, equipamentos e dispositivos

que ajudam a produção a transformar materiais, informações e consumidores de

forma a agregar valor e atingir os objetivos estratégicos da produção” (SLACK et. al.

2002, p. 241).

Na visão de Slack et al. (2002), o processo funciona como um arranjo, ou

seja, define um relacionamento entre todas as atividades componentes até chegar

ao produto final.

“O processo inerente ao projeto do produto ou serviço é o mecanismo pelo

qual torna-se possível que esse produto ou serviço desempenhe sua função e

realize o conceito original” (SLACK et al. 2002, p. 142).

2.2.1.6 Organização e gerenciamento

Stoner e Freeman (1985) abordam que todas as organizações necessitam de

seus líderes ou administradores que as orientam ao alcance dos seus objetivos. Ou

seja, no exercício de seus papéis são estes personagens fundamentais por ajudar a

organização e seus membros no alcance das metas estipuladas.

De acordo com Stoner e Freeman (1985), para que uma organização obtenha

resultados positivos e sucesso, é necessário dispor de administradores competentes

Page 29: Indústria de sorvete

29

e que estejam aptos a desempenhar suas funções com “eficiência”, fazendo as

coisas certas e, “eficácia”, que está na capacidade em fazer certo as coisas.

O fato de que uma determinada tarefa só terá seu desenvolvimento de forma

satisfatória, onde o individuo poderá executá-la com mais conforto, justifica a ideia

de Stoner e Freeman (1985) de que as organizações precisam da divisão do

trabalho por meio de uma descrição de cargos e funções, construindo assim um

ambiente organizacional mais produtivo.

Segundo Stoner e Freeman (1985), para que uma organização esteja bem

estruturada, ela precisa que suas atividades sejam “divididas, organizadas e

coordenadas”, compondo assim uma estrutura organizacional.

Stoner e Freeman (1985) comentam que para o entendimento das estruturas

organizacionais devido à complexidade da maioria, são desenvolvidos

organogramas. Estes tem a função de demonstrar formalmente a divisão das tarefas

dentro das organizações. Assim como também evidenciar possíveis divergências na

estrutura organizacional, como defeitos organizacionais, duplicação de esforços ou

conflitos potenciais.

2.2.1.7 Investimentos e financiamentos

Considerando os aspectos financeiros e a necessidade de captação de

recursos para investir na empresa, de acordo com Gitman (2001), além do capital

próprio a empresa necessita também do capital de terceiros, para o qual o mesmo

atribui os empréstimos a longo prazo contraídos pela empresa.

O estudo dos “investimentos” do empreendimento tem por objetivo estimar o total de recursos de capital necessário para o estabelecimento do negócio. Se estivermos falando de negócio novo, falamos em investimentos iniciais, ou seja, aqueles requeridos e realizados no momento zero, ou, ainda, no inicio do plano. Esta estimativa servirá de base e referencia para a avaliação econômica do empreendimento e para delinear a busca de alternativas para o seu financiamento (KUHN e DAMA, 2009 p. 64).

Conforme Gitman (2001) a demonstração de resultado tem por função

fornecer um resumo dos resultados obtidos pela empresa em um determinado

período. Segundo o autor as demonstrações podem ser realizadas com base no

período de um ano, considerando uma data específica, no caso 31 de dezembro em

Page 30: Indústria de sorvete

30

relação ao calendário, ou de acordo com o ciclo financeiro, que leva em conta o ano

fiscal de 12 meses. Pode também ser realizada a demonstração mensal ou

trimestral, as quais são comumente utilizadas respectivamente pela “alta

administração” e “pelas sociedades anônimas de capital aberto”.

Leone (2000) considera a demonstração de resultado como uma das

principais demonstrações contábeis. Que tem por objetivo estimar as operações

realizadas pela empresa em um determinado período. De modo que considerando “o

principio da competência, evidenciará a formação dos vários níveis de resultados”,

fazendo assim um comparativo das receitas em relação aos custos e despesas do

período.

De acordo com Gitman (2001, p. 105) “a demonstração do fluxo de caixa

fornece um resumo dos fluxos de caixa durante um determinado peírodo,

geralmente, o ano recém-encerrado”. Portanto por meio desta demonstração é

possível analisar aspectos como “fluxo de caixa operacional, de investimentos e

financiamentos” realizados pela empresa.

Dolabela (1999) considera o fluxo de caixa como uma ferramenta adequada

que possibilita a realização de um bom controle financeiro da empresa a curto prazo,

oportunizando um acompanhamento de toda movimentação de caixa em relação as

suas entradas e saídas de recursos.

Gitman (2001) aborda três diferentes formas de aquisição de capital externo

para as organizações que necessitam de recursos para investimento. Uma seria por

meio das “instituições financeiras”, outra através dos “mercados financeiros” e

também por meio da “colocação privada”.

Na percepção de Gitman (2001) as instituições financeiras são responsáveis

pela captação da poupança de indivíduos, empresas ou governo, usando-a para

conceder empréstimos e financiamentos. Quanto aos mercados financeiros, estes

trabalham de modo que tanto fornecedores e tomadores de recursos tem

conhecimento da transação realizada, os quais podem fazer negócios diretamente

entre si.

Page 31: Indústria de sorvete

31

2.2.2 Aceitabilidade do negócio

De acordo com Slack et al. (2002), a aceitabilidade avalia os retornos

estimados que serão obtidos com a implantação do projeto.

2.2.2.1 Payback

Conforme Dolabela (1999) o payback é um indicador que serve de base para

calcular quanto tempo à empresa levará para ter o retorno do investimento inicial

realizado. Ou seja, demonstra qual será o tempo de recuperação do dinheiro

aplicado pelo empreendedor em seu novo negócio.

O amplo uso do período de paypack, particularmente nas empresas pequenas, deve-se a sua facilidade de cálculo e ao apelo intuitivo. Por ser visto como uma medida de risco, muitas empresas usam o período de payback como critério de decisão ou como complemento para técnicas de decisão sofisticada (DOLABELA 1999, p. 240).

Segundo Gitman (2001) o payback é calculado a partir dos fluxos de entrada

de caixa, possibilitando assim analisar em quanto tempo os investimentos

inicialmente propostos irão retornar para a empresa. Ou seja, fornece o calculo do

período de tempo que a empresa terá para obter retorno do capital investido.

2.2.2.2 Taxa interna de retorno (TIR) e taxa mínima de atratividade (TMA)

Dolabela (1999) considera a taxa interna de retorno uma das técnicas mais

utilizadas como forma de avaliação das alternativas de investimento. A TIR “iguala o

valor presente líquido ao investimento inicial referente a um projeto”. Ou seja, esta é

a taxa utilizada para calcular o valor presente líquido (abordado no item 2.2.2.3),

proporcionando a este um valor exatamente igual a aquele investido inicialmente

pelo empresário.

“O critério de decisão da TIR é o seguinte: se a TIR for maior que a taxa de

retorno desejada pelo empreendedor, aceita-se o projeto; se for menor, rejeita-se o

projeto” (DOLABELA 1999, p. 242).

Page 32: Indústria de sorvete

32

Fórmula utilizada no calculo da TIR:

Assim como Dolabela (1999), Gitman (2001), também afirma que a TIR é a

taxa mais usada, além de considera-la a “técnica de orçamento de capital” mais

sofisticada. Porém é mais difícil em relação à VPL, em termos de calculo. Para o

autor a TIR demonstra o valor atual das entradas de caixa em relação ao

investimento inicial do projeto.

Buarque (1991) considera a TIR como uma totalidade do projeto, de modo

que quanto maior for à mesma, maior também serão as vantagens apresentadas

pelo projeto. Diz ainda que a TIR é usada para fazer um comparativo entre projetos.

Sendo assim, segundo o autor para que um projeto seja viável, ele precisa ter uma

taxa sempre superior ao “custo de oportunidade do capital”.

A taxa mínima de atratividade (TMA) está relacionada ao mínimo de retorno

que um indivíduo ou empresa se dispõe a obter em relação a um investimento

realizado pelo mesmo, ou também o máximo que um tomador de capital se dispõe a

pagar quando este faz um financiamento (FERREIRA, 2010).

2.2.2.3 Valor presente líquido (VPL)

Conforme Gitman (2001) o valor presente líquido (VPL) pode ser definido

como mais uma “técnica de orçamento de capital sofisticada”. Sendo que seu

calculo compreende a subtração dos investimentos realizados inicialmente em um

projeto em relação ao valor atual dos fluxos de entradas de caixa, descontando-se a

taxa equivalente ao custo de capital da empresa.

Gitman (2001) comenta ainda que, se a VPL for maior que zero

consequentemente a empresa terá um resultado superior ao seu capital investido.

Possibilitando assim obter maior rentabilidade com o aumento do valor de mercado

da empresa.

Page 33: Indústria de sorvete

33

Para se calcular o VPL, usa-se a fórmula:

2.2.2.4 Rentabilidade e lucratividade

De acordo com Montenegro (2009), a análise da lucratividade do negócio se

faz por meio de uma avaliação que considera o ganho obtido pela empresa em

relação ao seu lucro líquido obtido no período e sua receita total.

Quanto à rentabilidade obtida pelo negócio, se considera o lucro líquido obtido

pela empresa e o seu investimento realizado. Ou seja, esta é uma variável cujo

objetivo é demonstrar qual será o tempo que o capital investido levará para retornar

a empresa (MONTENEGRO, 2009).

2.2.2.5 Ponto de equilíbrio

Segundo Gitman (2001) o ponto de equilíbrio é o método utilizado pelas

empresas para encontrar a otimização no nível de vendas, que possibilita cobrir os

custos operacionais. Ou seja, destina-se a determinar o nível de vendas que a

empresa precisa obter para que seus custos operacionais sejam compensados,

assim como também possibilita efetuar a avaliação do lucro obido em relação ao

nível de vendas que a empresa atingiu.

Page 34: Indústria de sorvete

34

De acordo com Gitman (2001) o ponto de equilíbrio operacional é o ponto

onde a somo de todos os custos envolvidos no processo de produção se igualam a

receita obtida com a venda dos produtos.

Na visão de Dolabela (1999) o ponto de equilíbrio, é o ponto onde a empresa

consegue atingir um lucro operacional igual à zero, ou seja, a mesma deve faturar o

equivalente aos seus custos. Sendo que, com um resultado superior ao ponto de

equilíbrio a mesma obterá lucro e, se este resultado for inferior resultará em prejuízo.

O ponto de equilíbrio pode ser calculado por meio da seguinte fórmula:

2.2.2.6 Análise da sensibilidade

Buarque (1991) aborda que a sensibilidade é de grande importância,

principalmente para aqueles projetos cuja taxa de retorno não é tão expressiva,

tendo a função de informar aos responsáveis pelo projeto, como está o

comportamento da rentabilidade. De modo que tendo conhecimento quanto à

sensibilidade em relação às variáveis principais, é possível dimensionar qual é o

risco que os investidores estão correndo.

Para Gitman (2001) ao analisar a sensibilidade de um negócio, faz-se uma

verificação do comportamento do retorno, onde são usados um número de possíveis

valores de uma determinada variável, com o objetivo de avaliar qual é o impacto da

mesma sobre o resultado que a empresa está obtendo. Ao se utilizar desde método

é possível verificar o que esta ocasionando a variação dos resultados em relação às

alterações em uma variável específica.

Page 35: Indústria de sorvete

35

2.2.3 Vulnerabilidade do negócio

Slack et al (2002) descreve que a vulnerabilidade do negócio está ligada aos

riscos que o empreendimento sofre em relação ao seu ambiente de atuação.

“Hoje em dia, o ambiente externo passa por mudanças continuas e rápidas,

com efeitos de longo alcance sobre as organizações e suas estratégias

administrativas” (STONNER e FREEMAN 1985, p. 46).

Para Stoner e Freeman (1985) o ambiente externo é formado por todos

aqueles elementos dos quais as organizações necessitam para suas operações. Ou

seja, o fato das organizações não serem autossuficientes as obriga manter uma

relação de troca de recursos com o ambiente externo, tornando-se assim

dependente do mesmo.

Segundo Stoner e Freeman (1985), dentre os elementos que causam

influencia e afetam as atividades das organizações estão os grupos ou indivíduos do

ambiente externo e os grupos e indivíduos do ambiente interno.

Para Stoner e Freeman (1985) os grupos de indivíduos influenciadores

externos a organização são compostos pelos consumidores, fornecedores, governo,

grupos de interesses especiais, mídia, sindicato de trabalhadores, instituições

financeiras e competidores.

Quanto aos fornecedores cabe a estes a importância pelo suprimento de

insumos para as empresas, além de garantir a entrega, determinando a qualidade e

o preço final dos produtos. A dependência das organizações em relação aos

fornecedores está justamente na necessidade em garantir a matéria prima

necessária para a produção.

O governo é responsável por intervir através de suas políticas de

regulamentação, afetando as organizações por meio das “[...] iniciativas legislativas,

ações judiciais e regulamentação executiva” (STONER e FREMAN, 1985, p. 49).

Segundo Stoner e Freeman (1985) outros elementos que exigem atenção e

cuidados a serem tomados pela organização, são os grupos de interesses especiais,

como é o caso dos grupos de “defesa do consumidor” e os “ambientalistas”. Os

quais poderão gerar forte influencia em relação ao mercado consumidor, fazendo

Page 36: Indústria de sorvete

36

como que a organização perca seu potencial de vendas se a mesma apresentar

algum ponto negativo em relação à causa defendida por estes grupos.

Stoner e Freeman (1985) enfatizam também as instituições financeiras, que

suprem a necessidade de capital das organizações por meio de empréstimos e

financiamentos. E da mesma forma os competidores, que são os responsáveis pela

disputa de mercado, onde as empresas buscam novos clientes procurando

aumentar a fatia de mercado ou até mesmo explorando novos mercados.

Considerando a abordagem de Stoner e Freeman (1985), apresentam-se

também os elementos internos que exercem influencia sobre o negócio. Dos quais

se destacam os empregados, que são responsáveis por fornecer a mão de obra

necessária para garantir a execução dos processos na organização, mas que de

acordo com Stoner e Freeman (1985), tem se demonstrado menos capacitados

diante das exigências impostas pelas empresas.

E também os acionistas, os quais estão deixando de ser apenas investidores,

mas passando a exercer influencia sobre as empresas através do direito de voto,

buscando soluções para as questões controvertidas.

Portanto, com base na abordagem de Stoner e Freeman (1985), conclui-se

que são as variáveis econômicas, políticas, tecnológicas e sociais que exercem

influencia sobre as organizações, exigindo que as mesmas mantenham um

constante processo de adaptação, conseguindo neutralizar os riscos para se manter

em um mercado tão competitivo.

Page 37: Indústria de sorvete

3 METODOLOGIA

Nesta seção são definidas algumas dimensões que levaram a um adequado

método de planejamento e desenvolvimento da pesquisa. Ou seja, o tópico descreve

qual é a classificação da pesquisa, os sujeitos da pesquisa e universo amostral,

como foram coletados, analisados e interpretados os dados.

3.1 Classificação da Pesquisa

Conforme Gil (1999, p. 42), a pesquisa tem um caráter pragmático, é um

“processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico. O objetivo

fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego

de procedimentos científicos”.

Em relação à abordagem a mesma pode ser classificada como pesquisa

quanti-qualitativa. Para Oliveira (1997) a pesquisa quantitativa tem a finalidade de

“quantificar opiniões, dados, nas formas de coleta de informações, assim como

também o emprego de recursos e desvio padrão, até as de uso mais complexo,

como coeficiente de correlação, análise de regressão etc., normalmente utilizados

em defesas de teses”.

Roesch (1999, p. 154) considera que a “pesquisa qualitativa e seus métodos

de coleta e análise de dados são apropriados para uma faze exploratória da

pesquisa”.

Para Malhotra (2001, p. 155) “a pesquisa qualitativa proporciona melhor visão

e compreensão do contexto do problema”.

A pesquisa se identifica como exploratória, pois “têm como principal finalidade

desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista, a formulação

de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores”

(GIL 1999, p. 43).

Ainda quanto aos seus objetivos, ela também é descritiva, pois segundo Gil

(1999, p. 44) seu objetivo primordial é a “descrição das características de

Page 38: Indústria de sorvete

38

determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre

variáveis”.

Quanto aos procedimentos técnicos, a pesquisa se classifica como

bibliográfica, documental, estudo de caso, pesquisa de campo e pesquisa de

mercado.

De acordo com Gil (1999) a pesquisa bibliográfica se baseia em documentos

já elaborados, como livros e artigos científicos. Para o autor a pesquisa bibliográfica

permite levantar uma quantidade maior de dados referentes ao problema de

pesquisa, além de facilitar a localização de dados que estão dispersos no espaço.

Para Mattar (1996), os levantamentos documentais podem ser realizados a

partir de documentos que a própria empresa mantém em seus arquivos. Considera

também que estas informações têm custos consideravelmente baixos, tendo grande

importância, pois além de servirem para a pesquisa em pauta, poderão ser úteis a

pesquisas futuras. O levantamento documental também pode ser efetuado fora da

empresa, a partir da análise de documentos de arquivos públicos.

“O estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou

de poucos objetos, de maneira a permitir seu conhecimento amplo e detalhado,

tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamentos

considerados” (GIL 1999, p. 72).

A pesquisa de campo, conforme Marconi e Lakatos (2003) tem o objetivo de

obter informações e conhecimentos em relação a um problema, para o qual se quer

obter a resposta, levantar hipóteses ou ainda estabelecer relações entre os

fenômenos a serem descobertos.

De acordo com o SEBRAE “a pesquisa de mercado é uma ferramenta

importante para que você obtenha informações valiosas sobre o mercado que atua

ou pretende atuar”.

Page 39: Indústria de sorvete

39

3.2 Sujeitos da Pesquisa e Universo Amostral

Os sujeitos da pesquisa e universo amostral foram definidos com base em

dois focos: visitas in loco e entrevistas com empresários da área; e aplicação de

questionários a potenciais consumidores.

Quanto às visitas técnicas in loco e entrevistas, estas foram feitas com

profissionais da área, os quais trabalham no ramo de sorveteria, em especial, os

empresários cujos estabelecimentos comerciais são pontos de venda do produto,

dentre os quais se destacam sorveterias, supermercados e lancherias, sendo que

estes estão localizadas no município de Porto Lucena e Porto Xavier - RS.

Considerando estes aspectos, também foram sujeitos da pesquisa os fornecedores

de equipamentos e matéria prima para a produção de sorvetes.

Os consumidores de sorvete, os quais podem ser considerados potenciais

clientes destacam-se também como sujeitos da pesquisa, pois os mesmos foram

selecionados através de amostragem por conveniência para compor o grupo de

entrevistados que participaram da pesquisa. Ou seja, considerando que Porto

Lucena tem uma população de 5.413 habitantes, destes foram selecionados 100

indivíduos que contribuíram para o levantamento dos dados.

3.3 Coleta de Dados

Para identificar a viabilidade do empreendimento foi realizada a pesquisa

bibliográfica, a análise documental, entrevistas (APENDICE A) com empresários do

setor por meio de visitas aos mesmos e a estabelecimentos que comercializam o

produto e aplicação de questionários a potenciais consumidores (APENDICE B).

Os dados bibliográficos foram obtidos por meio do levantamento de

informações em livros, revistas, jornais, teses e dissertações e demais publicações

que abordam sobre o tema.

A pesquisa documental foi realizada por meio do levantamento de dados com

base em materiais com conteúdos que abordam informações de caráter comparativo

e demográfico em relação ao assunto pesquisado. Além disto, utilizaram-se

Page 40: Indústria de sorvete

40

informações fornecidas pelo empresário proprietário da Gelati Sorvetes, localizada

na cidade de Porto Xavier, ao qual foi feita uma visita técnica para melhor entender o

processo de fabricação do sorvete. A mesma ocorreu no dia 15 de setembro, onde o

mesmo recebeu o acadêmico em sua fábrica, mostrando-lhe toda a estrutura,

instalações equipamentos e ferramentais utilizados no processo de produção, além

de contribuir com informações a respeito do processo de venda e de como funciona

o mercado de sorvetes diante da sua perspectiva como empreendedor do ramo.

A pesquisa de campo foi feita através de duas fontes de levantamento de

dados, as quais são: entrevista e questionário. Desta forma, por meio de

agendamento marcado para os dias 14 e 21 de setembro de 2013, foram realizadas

entrevistas com roteiro (APENDICE A) semi estruturado a comerciantes que

produzem e revendem o produto no município de Porto Lucena e Porto Xavier,

assim como também a cotação de preços com fornecedores de equipamentos e

matéria prima, com os quais foram feitos contatos via e-mail solicitando orçamentos.

O questionário (APENDICE B) foi aplicado a 100 (cem) potenciais

consumidores, esse procedimento ocorreu entre os dias 1º (primeiro) e 5 (cinco) de

setembro, sendo que o tema aborda questões referentes à preferência do

consumidor em relação ao produto. O questionário elaborado pelo pesquisador

também apresentou questões que seguiram o modelo de Likert, ou seja, com

opções de resposta de 1 a 5, indo de um estremo a outro, sendo 1 (sem

importância) e 5 (muito importante), assim como também questões de múltipla

escolha.

Quanto à amostra populacional para o levantamento de opiniões, a pesquisa

se utilizou da amostragem por conveniência, considerando que o grupo amostral

escolhido para participar da coleta de informações foi composto por indivíduos

residentes no município de Porto Lucena, no qual se pretende instalar a indústria.

3.4 Análise e Interpretação dos Dados

Nesta etapa se explica como foram tratados os dados coletados, justificando

por que tal tratamento é adequado aos interesses do estudo.

Page 41: Indústria de sorvete

41

Segundo Oliveira (1997), após a manipulação e obtenção dos resultados, se

dá o processo de análise e interpretação dos mesmos, de modo que estas sejam o

núcleo central da pesquisa.

“A análise tem como objetivo organizar e sumariar os dados de forma tal que

possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação.

Já interpretação tem como objetivo a procura do sentido mais amplo das respostas,

o que é feito mediante sua ligação a outros conhecimentos anteriormente obtidos”

(GIL 1999, p. 168).

De acordo com Roesch (1999, p. 149), “na pesquisa de caráter quantitativo,

normalmente os dados coletados são submetidos à análise estatística, com a ajuda

de computadores”, ou também são codificados manual, caso os dados forem em

pequenos números.

Desta forma na fase quantitativa, os dados coletados foram tabulados e

analisados, por meio da utilização de ferramentas como os programas Office Excel

2007 e calculadora HP12C.

Considerando que para a análise dos dados obtidos a partir dos questionários

de múltipla escolha, foi utilizada a tabulação em planilhas do programa Excel

(APÊNDICE C), possibilitando maior facilidade e agilidade no processo, assim como

também maior precisão no que diz respeito à comparação dos percentuais obtidos,

possibilitando analisar os dados estatisticamente. Após tabulados os dados forma

convertidos em gráficos, chegando aos percentuais em relação às características e

opções apresentadas pelos entrevistados, também se utilizou média de percentual

em relação à importância considerada pela amostra em relação às variáveis

apresentadas.

Quanto aos cálculos necessários para fazer o levantamento contábil do

empreendimento, além de planilhas do Excel onde foram desenvolvidas as

demonstrações contábeis, também se utilizou como ferramenta de cálculo dos

indicadores financeiros a calculadora HP12C.

Segundo Gil (1999, p. 173) “a análise estatística pode ser feita manualmente,

com o auxilio de calculadoras ou computadores eletrônicos”.

Com base nas considerações de Roesch (1999, p. 168), “na pesquisa de

caráter qualitativo, o pesquisador ao encerrar sua coleta de dados, se depara com

Page 42: Indústria de sorvete

42

uma quantidade imensa de notas de pesquisa ou de depoimentos, que se

materializam na forma de textos, os quais terão de organizar para depois

interpretar”.

Sendo assim, como forma de tratar os dados da pesquisa, utilizou-se como

meio de interpretação destes, a análise de conteúdo. Pois por meio desta técnica foi

possível analisar e interpretar os dados que obtidos por meio das entrevistas, que

foram realizadas aos empresários da área, as quais constaram de perguntas

verbais, seguidas de anotações e observações das respostas obtidas.

Page 43: Indústria de sorvete

4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

4.1 Caracterização do Setor

O sorvete é um produto saboreado no mundo todo, sendo que este tipo de

sobremesa teria se originado na China há aproximadamente três mil anos atrás,

onde os orientais preparavam uma pasta de leite de arroz com o gelo provindo da

neve. Afirma-se também que o imperador romano Nero, mandava seus escravos

buscarem neve nas montanhas para preparar um gelado de mel, polpa de frutas e

sucos.

A história diz ainda que no século 14 Marco Polo teria trazido do oriente uma

nova receita para o preparo do sorvete a base de água, assim como algumas

receitas feitas atualmente.

Catarina de Médicis ao se casar com o Frances Duque de Orleans introduziu

na culinária francesa o sorvete. Desta mesma forma, a neta de Catarina de Médicis,

ao se casar com Carlos I da Inglaterra, introduzindo o sorvete entre os ingleses. De

modo que posteriormente os colonizadores britânicos levaram a receita para os

Estados Unidos (RAMOS, 2007).

Na história do sorvete, os americanos ganham destaque, de forma

empreendedora, foram os primeiros a apostarem na produção de sorvete em grande

escala, quando um leiteiro inglês, Jacob Fussel teve a iniciativa e abriu em Baltimore

a primeira fábrica de sorvete (BRANDÃO, 2013).

No Brasil, em 1834 na cidade do Rio de Janeiro, dois comerciantes

compraram cerca de 200 toneladas de gelo, trazidas pelos americanos com um

navio, de modo que passaram a produzir e vender sorvetes de frutas. Com o

problema da conservação do sorvete, por não existir equipamentos adequados para

armazenamento do produto, as sorveterias comunicavam a venda ao consumidor,

para que o sorvete fosse consumido rapidamente (RAMOS, 2007).

A distribuição em grande escala, só ocorreu no país em 1941, com a

fundação da U.S. Harkson do Brasil, na cidade do rio de janeiro. Onde o primeiro

Page 44: Indústria de sorvete

44

lançamento, possuindo o selo Kibon, foi o Eski-bom. A partir de então a população

brasileira começou a introduzir ao seu paladar esta guloseima gelada, que

atualmente vem se destacando a níveis crescentes, conforme revelam dados

recentes, que mostram que o Brasil consome cerca de 200 mil toneladas de sorvete

por ano (RAMOS, 2007).

Como uma forma de incentivar o consumo de sorvete durante todo o ano a

Associação Brasileira das Indústrias de Sorvete – ABIS desde 2003 instituiu o dia 23

de setembro como o “Dia Nacional do Sorvete”.

Segundo dados da ABIS (2012), entre os anos de 2003 e 2011 o mercado de

sorvete cresceu mais de 70%. Ocorrendo neste período um aumento no consumo

per capita de 3,82 litros por ano para 6,07 litros.

Informações revelam que no último ano a Itália, maior fornecedora de

equipamentos e ingredientes para a produção de sorvetes teve um volume de

vendas de 3,5 milhões de euros, mostrando que o mundo todo tem investido no

produto, sendo que a média anual de consumo dos italianos é de 8 litros por pessoa.

Em 2010 foi previsto um aumento de 6% no mercado de sorvetes para o ano

de 2012. Isto revela que se deixou de ter a ideologia de que o sorvete é apenas uma

guloseima, passando a ser considerado como um alimento. Outro aspecto a ser

superado é a sazonalidade, por meio do desenvolvimento de forma que aperfeiçoem

a produção e estimulem o consumo do produto também no período de inverno.

De acordo com informações da Associação Gaúcha das Indústrias de

Gelados Comestíveis – AGAGEL (2013), o segmento de sorvetes está em forte

expansão, em especial as indústrias de pequeno e médio porte que buscam

destaque no mercado.

4.2 Definição do Negócio

O negócio trata da análise da viabilidade econômica financeira para a

instalação de uma indústria de sorvete no município de Porto Lucena.

Nesta etapa estão definidos os diferenciais estratégicos pretendidos com o

negócio: missão, visão, princípios e objetivos da empresa, seu mercado de atuação,

Page 45: Indústria de sorvete

45

considerando clientes, nível de renda, potencial de compras, tamanho do mercado,

as estratégias a serem aplicadas, crescimento e instabilidade do mercado de

atuação, oportunidades e ameaças da empresa e, seus pontos fortes e fracos. Faz-

se também a descrição dos concorrentes e possíveis fornecedores, como se dará a

divulgação da organização através de propagandas e promoções, descrevendo o

tamanho, a localização, a organização e gerenciamento da empresa e quais serão

as tecnologias e processos utilizados pela mesma.

Para que haja um alinhamento nas atividades de uma empresa, e necessário

que esta tenha bem definido sua missão, demonstrando claramente a sua razão de

existir. Desta forma, para contemplar o motivo pelo qual a Sorveteria do Porto

desenvolverá suas atividades, define-se a seguinte missão: “Oferecer um alimento

de qualidade para refrescar o paladar do consumidor”.

Em um primeiro momento, a empresa será criada para atender a demanda

local de sorvetes, comercializando o produto a comunidade do município de Porto

Lucena e arredores, com posterior objetivo de aumentar a produção passando a

fornecer o produto para comercialização ao varejo, ou seja, a supermercados,

restaurantes e lancherias.

Sendo assim, para que a Sorveteria do Porto possa alcançar os objetivos

desejados, formulou-se a seguinte visão para a empresa: “Ser referência pela

qualidade na produção de sorvetes na região noroeste até 2018”.

Considerando que determinados fatores passam a receber maior atenção e

ganhar significativa importância, exercendo influência na identidade da empresa e

consequentemente gerando retornos positivos aos colaboradores, clientes e

fornecedores se caso levados em consideração. Desta forma se postos em prática

os valores e princípios poderão influenciar positivamente no desempenho,

contribuindo para o desenvolvimento do empreendimento.

O empreendimento pretende seguir alguns princípios para que haja um

enquadramento em relação ao seu objetivo, criando um ambiente ético tanto interno,

quanto externo a organização:

- Qualidade do produto;

- Excelência no atendimento;

Page 46: Indústria de sorvete

46

- Comprometimento com o cliente;

- Transparência;

- Higiene;

- Respeito ao meio ambiente.

A Sorveteria do Porto tem como principal objetivo, “ser lembrada como uma

empresa que produz e comercializa sorvetes, valorizando a saúde alimentar do

cliente com a oferta de um produto com padrões de qualidade”.

Por ser considerado um alimento, o sorvete é consumido pelos mais diversos

públicos, que vai desde as crianças até os idosos, ou seja, não há uma faixa etária

específica entre os consumidores do produto.

4.3 Aspectos Mercadológicos

O mercado consumidor será composto em um primeiro momento por

indivíduos que compõe a comunidade local, sendo estes habitantes do municipio de

Porto Lucena e cidades vizinhas, além de visitantes que frequentam a cidade aos

finais de semana, feriados ou durante a temporada de férias, os quais buscam

momentos de lazer, descontração e suprir suas necessidades alimentares em bares,

restaurantes, lancherias e sorveterias.

Desta forma para obter um número aproximado de potenciais consumidores,

buscou-se extrair alguns dados estatístico. Neste caso a densidade demográfica da

região na qual a empresa estará localizada, envolvendo, portanto, o número de

habitantes dos municípios de Porto Xavier, São Paulo das Missões, Porto Vera Cruz

e Porto Lucena.

Diante do levantamento realizado a partir de fontes da Fundação de

Economia e Estatística (FEEDADOS, 2011), na soma da população dos quatro

municípios, têm-se uma densidade demográfica equivalente a 24.063 habitantes,

sendo estes considerados os potenciais clientes da Sorveteria do Porto.

A fim de aprofundar e melhor entender a expectativa do cliente em relação

aos produtos que irão ser ofertados, buscou-se estruturar um questionário

Page 47: Indústria de sorvete

47

(APÊNDICE B), o qual foi aplicado a 100 (cem), potenciais clientes, os quais se

disponibilizaram a fornecer informações em relação à preferência no consumo de

sorvete. Para o melhor aproveitamento destas informações, os dados passaram por

um processo de tabulação (APÊNDICE C), e posteriormente interpretação, a fim de

identificar as necessidades dos futuros clientes.

Figura 1: Gráficos com as características dos entrevistados

Fonte: Elaborado pelo acadêmico

Para detalhar os resultados obtidos mediante a aplicação dos questionários

aos potenciais clientes, os dados após terem sidos tabulados, foram convertidos em

Page 48: Indústria de sorvete

48

gráficos, permitindo melhor compreensão analítica destas informações. Na figura 1

estão representadas as questões dirigidas ao mercado consumidor de acordo com a

estrutura do questionário (APÊNDICE B).

A partir da análise das representações gráficas, é possível relatar que em

relação à faixa etária a maioria dos entrevistados possui entre 15 e 17 anos, ou seja,

de um total de 100 entrevistados, 18 possuem 15 anos, 45 tem 16 anos e 24 destes

estão com 17 anos. A aplicação do questionário a este público se justifica pelo fato

de que são indivíduos desta faixa etária que costumam consumir o sorvete com mais

frequência.

Quanto ao gênero dos entrevistados, pode-se dizer que de um total de 100,

52% dos entrevistados são do sexo feminino e 48% do sexo masculino.

A grande maioria dos entrevistados, com 75% das respostas, afirma consumir

o produto sempre que der vontade, já 11% dizem que consomem sorvete raramente,

igualando-se a este percentual também aqueles indivíduos que afirmam apreciar o

produto apenas nos finais de semana.

Com relação ao estabelecimento no qual os indivíduos costumam adquirir o

produto, os bares, lancherias e restaurantes são os pontos de vendas mais

procurados, obtendo um percentual de 58% dos respondentes, seguidos pelas

sorveterias com 16% das opiniões e os supermercados com 14% dos consumidores.

Isto revela que mesmo sendo um estabelecimento diretamente ligado à produção e

comercialização de sorvetes, as sorveterias não é o tipo de estabelecimento

preferido pelos consumidores, o que pode ser justificado pelo fato de que o

município e cidades visinhas possuem poucas sorveterias, tendo, portanto, um

contingente maior de bares, lancherias e restaurantes onde o produto também é

comercializado.

Com a intenção de identificar a preferência do público alvo em relação ao tipo

de embalagem mais consumida, verifica-se que a grande maioria com 50% dos

entrevistados prefere que o sorvete seja servido no tradicional cascão (biscoito

comestível), 17% se demonstraram ser indiferentes por consumirem o produto de

ambos os tipos de embalagens disponíveis no mercado, 15% preferem o produto

servido em copo descartável, 13% optam por potes de 1 (um) litro e apenas 5%

gostam mais do produto servido na casquinha (biscoito comestível).

Page 49: Indústria de sorvete

49

O quadro 1 apresenta a análise em relação aos percentuais de importância

identificados a partir da opinião dos consumidores de sorvete que participaram da

pesquisa.

Quadro 1: Grau de importância atribuida pelos consumidores em relação ao consumo de sorvete

Fonte: Elaborado pelo acadêmico

Diante das opções elencadas na questão 6 (seis) do questionário (APÊNDICE

B), foi estruturado o quadro 1, considerando, portanto, o grau de importância quanto

aos respectivos itens. Tendo como base uma importância máximo igual a 100%,

considerando as varáveis apresentadas, todas obtiveram um grau de importância

superior a 63%, ficando, portanto, estas entre importante e muito importande. Dos

quais merecem destaque o fator higiene com 95,6%, a conservação do produto que

obteve um índice de 93%, a qualidade do produto com o grau de importância de

91,2%, a qualidade do atendimento prestado ao cliente com 85,6% e o sabor do

produto ofertado que obteve 85,4% de importância. Diante dos percentuais é

possível observar o quanto o cliente está atento ao que está consumindo,

procurando por um produto de boa procedencia e qualidade, que lhe garanta a

segurança alimentar.

Quanto ao potencial de compra do consumidor, percebe-se que o sorvete

poderá ser consumido pelos indivíduos de qualquer classe social, pois por se tratar

de um alimento de baixo valor aquisitivo, não dependendo, portanto, do

Page 50: Indústria de sorvete

50

direcionamento do produto a um determinado público alvo em especifico, de modo

que este esteja acessível a qualquer nível de renda.

Para fins de levantamento, buscou-se a constatação da renda média mensal

dos futuros clientes da Sorveteria do Porto, para isso foi considerado, portanto, uma

renda média de R$ 678,00, o que equivale a um salário mínimo.

O nível de consumo dependerá em especial da quantidade do produto a ser

adquirido pelo cliente, o que neste caso varia de um indivíduo para outro. A

sazonalidade é outro fator consequente que irá interferir no potencial de compra das

pessoas, ou seja, por ser um alimento a base de gelo, proporcionando uma

sensação refrescante ao ser consumido, tendo assim seu potencial de

comercialização prejudicada na nossa região durante o período de inverno em

função da queda nas temperaturas, sendo que com um clima mais frio, a demanda

pelo produto é quase totalmente interrompida durante este período do ano, que

geralmente vai dos meses de maio a agosto.

Deste modo, nos demais meses do ano tendem a proporcionar um alto índice

de vendas, em especial de novembro a março, pois durante este período costuma

ocorrer um aumento na temperatura, de modo que este fator climático contribui para

aumentar a demanda de sorvete, e consequentemente estimular o consumo do

produto.

Outro fator determinante que deve ser levado em conta em relação ao

potencial de compra dos consumidores é a renda, como já mencionado, por ser um

produto com baixo custo de aquisição, mesmo parecendo ser uma variável que

exercerá pouca ação em relação ao consumo do produto, poderá influenciar no

aumento ou diminuição da demanda, provocando oscilações nas vendas ou até

mesmo sendo um fator chave para que ocorra uma elevação da fatia de mercado em

função do aumento do poder de compra dos consumidores.

Por ser uma entrante no mercado a Sorveteria do Porto em um primeiro

momento pretende ocupar uma pequena fatia de mercado, atendendo inicialmente

apenas a comunidade local do município de Porto Lucena e arredores, disputando

mercado com concorrentes como outras sorveterias, bares, lancherias e

supermercados que comercializam o produto.

Page 51: Indústria de sorvete

51

Pretende-se a partir da aplicação das estratégias anteriormente elencadas,

desenvolver a credibilidade e ser reconhecida pelo cliente através da oferta de um

bom produto, de modo que se houver o aumento da demanda pelos produtos da

empresa, seja possível expandir o mercado para outras cidades, com vista na

possibilidade de distribuição do produto ao varejo.

Considerando o que foi obtido a partir das informações levantadas com

relação ao potencial de crescimento de mercado relatado pelas empresas

entrevistadas que atuam direta e indiretamente no ramo, a Sorveteria do Porto tem

como pretensão ampliar seu percentual de mercado a um nível de 3% ao ano.

Manter-se instável em um mercado onde há um alto número de concorrentes

diretos e indiretos não é tarefa fácil, para isso a Sorveteria do Porto pretende dedicar

esforços fundamentalmente na qualidade do produto, para que este se torne

sinônimo da satisfação do cliente, ou seja, oferecer ao consumidor um produto

criteriosamente elaborado, com a utilização de matéria prima de qualidade e

confiável, seguindo rigorosamente normas de produção e boas práticas de

fabricação, pois garantindo a segurança alimentar de quem irá consumir o produto

final, é sem dúvida peça fundamental para que a empresa se mantenha no mercado

fortalecida para competir com as demais concorrentes.

De acordo com os dados pesquisados podem ser listadas algumas

oportunidades e ameaças (quadro 2), as quais poderão ser estudas para que se

possa desenvolver um plano de ação para absorver bons resultados diante das

oportunidades. Já com relação às ameaças, pretende-se por meio do

desenvolvimento de estratégias corretivas aplicarem soluções para neutralizá-las.

Quadro 2: Oportunidades e ameaças da empresa

Fonte: Elaborado pelo acadêmico

Conforme o quadro 3 podem ser descritos alguns pontos fortes, que podem

gerar benefícios e resultados positivos a organização, assim como também alguns

Page 52: Indústria de sorvete

52

pontos fracos, os quais deixam a estrutura da empresa com algumas deficiências,

prejudicando os resultados da mesma.

Quadro 3: Pontos fortes e pontos fracos da empresa

Fonte: Elaborado pelo acadêmico

Sendo assim a empresa já tem definido algumas estratégias que pretende

aplicar para absorver o percentual desejado de mercado, usando-as como

diferencial para superar os competidores.

Deste modo, definem-se as seguintes estratégias:

- Oferecer um produto de qualidade ao cliente;

- Seguir normas de produção, garantindo a segurança alimentar do cliente;

- Privilegiar o cliente através do bom atendimento;

- Trabalhar o marketing para divulgar a empresa e o produto ao consumidor;

- Garantir a acessibilidade do produto ao cliente.

- Reduzir custos de produção, adquirindo matéria prima direto de fábrica.

No quadro 4, apresentam-se os principais concorrentes, os quais foram

investigados com o objetivo de levantar informações que servirão de base para o

desenvolvimento de um planejamento estratégico pela Sorveteria do Porto.

Page 53: Indústria de sorvete

53

Quadro 4: Mercado concorrente

Fonte: Elaborado pelo acadêmico

Foi feito um levantamento de informações com o objetivo de pesquisar

preços, quanto aos equipamentos e matéria prima que serão utilizados pela

empresa, para que possa ser feita uma análise dentre os possíveis fornecedores,

visando identificar qualidade, preço acessível, comprometimento dentre outros

fatores que virão a contribuir no processo de negociação garantindo credibilidade

entre a Sorveteria do Porto e seus fornecedores.

Dentre alguns possíveis fornecedores dos quais foram feitos contatos para

obtenção de valores orçamentários estão elencadas no quadro 5.

Quadro 5: Fornecedores de equipamentos e matéria prima

Fonte: Elaborado pelo acadêmico

Observa-se que dos possíveis fornecedores apresentados (quadro 5), apenas

duas empresas retornaram com informações a respeito dos valores orçamentários,

sendo que foram considerados apenas os valores orçados pela Finamac, já que a

Page 54: Indústria de sorvete

54

Tecno Express trabalha somente com a linha soft (sorvete expresso), não se

enquadrando com o tipo de produção desejada pela Sorveteria do Porto.

Por se tratar de uma nova empresa é necessário que ela seja reconhecida

local e regionalmente, para isso se pretende divulgá-la utilizando os veículos de

mídia mais próximos, neste caso, as rádios locais, Rádio Muriá e Rádio Navegantes,

e no jornal A Gazeta do Povo que circula na região, assim como também de forma

online, por meio de um site criado para a empresa e através de redes sociais

(facebook, twitter).

Com o objetivo de promover a empresa, possibilitando maior aproximação e

conhecimento por parte do cliente, se tem como ideia inicial a realização de um

evento inaugural onde será servido um Buffet a base de sorvete, com os mais

variados sabores que a empresa irá produzir. Incluindo como parte integrante da

promoção uma espécie de sorteio de vale-sorvetes entre os clientes participantes,

de forma que esta iniciativa venha a instigar os mesmos a conhecer melhor os

produtos que serão ofertados pela empresa.

Figura 2: Logomarca institucional da empresa

Fonte: Elaborado pelo acadêmico

Como meio de divulgação da marca, para que esta transmita o sentido de

existência, construindo algum significado na mente do cliente, de modo que o

Page 55: Indústria de sorvete

55

mesmo possa lembrar-se do produto a partir da imagem da marca, foi criada uma

logomarca institucional para empresa, como apresenta a figura 2.

No intuito de agregar valor e conhecimento aos produtos, foi desenvolvido o

slogan da marca (figura 3) a ser utilizada pela Sorveteria do Porto diferenciando

seus produtos das demais marcas, estando esta definida como “Sorvetes do Porto”,

trazendo consigo a missão pela qual a empresa pretende atuar em seu segmento de

mercado.

Figura 3: Slogan da empresa

Fonte: Elaborado pelo acadêmico

4.4 Tamanho e Localização

Como uma empresa de pequeno porte a Sorveteria do Porto pretende iniciar

suas atividades com atuação local, adequando uma infraestrutura que possa

suportar a fatia de mercado pretendido, por meio do investimento em equipamentos

para a área de produção, estruturação do espaço físico do prédio, e quadro

funcional adequado para suportar o volume de produção demandado.

Page 56: Indústria de sorvete

56

A empresa disponibilizará inicialmente de um prédio de alvenaria com área

construída de 36.35 m² conforme certidão de existência (ANEXO A), sendo que este

passará por processo de adequação para a instalação do empreendimento, com

alterações em sua estrutura física seguindo as normas sanitárias necessárias para a

instalação da indústria.

Levando em conta estes fatores, o prédio passará por obras para alteração de

seu ambiente interno adequando-o ao layout necessário para instalação e melhor

distribuição dos equipamentos no espaço físico, sendo que as paredes serão todas

revestidas com cerâmica na cor branca atendendo as exigências sanitárias. Serão

também realizadas alterações nas instalações elétricas para que a distribuição de

energia esteja com intensidade e pontos de distribuição de acordo com as

especificações e localização dos equipamentos, assim como também as instalações

hidráulicas, para que a canalização de água e esgoto sigam os padrões exigidos

pelos órgãos sanitários.

Pretende-se também ampliar o prédio, construindo uma área coberta para

abrigar os clientes, onde sob a mesma ficarão dispostas algumas mesas com

cadeiras, disponibilizando assim de um espaço onde os clientes possam se sentir

acomodados.

Identifica-se que o prédio apesar de não estar localizado próximo ao centro da

cidade, é de fácil acesso e possui um considerável fluxo de pessoas, desta forma

cabe salientar que mesmo não tendo uma localização privilegiada a empresa aposta

no local por este possuir características de um ambiente familiar, o qual com

algumas melhorias em seu espaço físico possibilitarão ao cliente, conforto e

tranquilidade.

Pretende-se realizar algumas alterações na fachada do imóvel,

proporcionando um embelezamento e consequentemente melhorando a visibilidade

do prédio, causando assim uma melhor impressão, além de divulgar o negócio por

meio da padronização de uma logo marca que ficará estampada na fachada da

sorveteria.

Desta forma, a figura 4 ilustra a localização geográfica da Sorveteria do Porto.

Cabe salientar que mesmo tendo a possibilidade de alugar um espaço comercial

para a instalação do empreendimento, este teria um custo consideravelmente

Page 57: Indústria de sorvete

57

elevado, de modo que considerando o fato de ser uma cidade de pequeno porte, a

distância não é um fator que poderá comprometer a capacidade de vendas do

negócio, se comparado com a localização de outros empreendimentos do município.

Figura 4: Imagem de satélite da localização do empreendimento

Fonte: https://maps.google.com.br

4.5 Organização e Gerenciamento

Diante da oportunidade de implementação do negócio e levando em

consideração que o mercado no qual a Sorveteria do Porto estará inserida, a

intenção do estudo é justamente levantar informações em relação aos aspectos

mercadológicos que influenciam no processo de produção e comercialização de

sorvete.

Constatando que os idealizadores do empreendimento possuem uma carga

de conhecimento em relação ao processo de gestão, onde um destes está

concluindo o curso de bacharel em administração e o outro já possui uma vasta

experiência como empreendedor por ser gerente e proprietário de um restaurante,

Page 58: Indústria de sorvete

58

percebe-se que quanto à futura gestão do negócio, o mesmo terá a disposição

profissionais com competências gerenciais para administrar o empreendimento, de

modo que ambos possuem excelente potencial para gerir o negócio, ou seja,

dispõem de habilidades técnicas para exercerem suas funções, pois têm perfil

condizente com a necessidade do negócio, mesmo não possuindo uma experiência

prática direta em relação ao mercado de atuação.

Como o objetivo é a implantação do negócio, percebe-se que ha necessidade

de mão de obra qualificada para desempenhar as funções do processo produtivo da

empresa, de modo que os futuros colaboradores terão que dispor de conhecimentos

técnicos que envolvem o processo de fabricação do sorvete. Para isto será

necessário que a empresa recrute profissionais já qualificados, ou disponibilize

treinamentos visando capacitá-los.

Serão necessárias habilidades técnicas que envolvem informações sobre os

conceitos gerais na fabricação de sorvetes e picolés, como ingredientes utilizados na

produção, cuidados de higiene no preparo das formulações, dentre outras

informações sobre dosagem e padronização dos produtos.

Quanto aos cargos e funções (Figura 5) a serem distribuídos na empresa,

inicialmente os mesmos estarão divididos em um gerente geral, um supervisor de

equipe e outros dois funcionários. Sendo que o gerente geral será responsável por

administrar a empresa, cuidando da negociação com os fornecedores, emissão de

notas, alinhamento estratégico do negócio, processo decisório e venda dos produtos

aos clientes. O supervisor de equipe além de auxiliar no processo produtivo terá a

função de levantar informações em relação à qualidade do produto, nível de

produção, demanda de matéria prima, inspeção dos equipamentos, controle de

estoque, índice de produtividade e rendimento dos colaboradores, desempenhando

também a função de responsável técnico no processo produtivo. Quanto aos outros

dois funcionários, estes estarão diretamente ligados ao processo produtivo da

empresa, ficando os mesmos responsáveis pela fabricação dos produtos.

O organograma (Figura 5) possui uma estrutura simplificada, pois se trata de

um esboço de como funcionará o processo de gestão da empresa, onde as

informações deverão circular entre todos os níveis hierárquicos, sendo que a alta

gestão deverá manter contato tanto com o supervisor, quanto com os demais

colaboradores, da mesma forma que a mesma se mantém receptiva as informações

Page 59: Indústria de sorvete

59

vindas de ambos os níveis. Em relação ao supervisor, o mesmo além de servir de

interlocutor entre o nível superior e inferior, ou seja, o gerente geral e os

colaboradores desenvolverá constantemente um trabalho de apoio aos

colaboradores envolvidos no processo produtivos, fazendo com que as informações

cheguem ao gerente, servindo de intermediador entre os níveis.

Figura 5: Organograma organizacional

Fonte: Elaborado pelo acadêmico

Quanto aos colaboradores diretamente ligados à produção, estes estarão

subordinados ao supervisor, de modo que os problemas e ideias ou soluções serão

repassadas ao supervisor para que este leve as informações ao gerente.

Com base na convenção coletiva de trabalho das indústrias processadoras de

alimentos do Rio Grande do Sul, foi realizada uma projeção do custo da mão de

obra envolvida no processo operacional do empreendimento.

Segundo os valores apresentados no quadro 6, diante do custo da mão de

obra, 13º salário e proporcional de férias, incluindo-se os encargos trabalhistas e

possíveis imprevistos, se obteve uma folha de pagamento com valor mensal de R$

2.956,51, chegando a R$ 35.478,10 anual.

Page 60: Indústria de sorvete

60

MÃO-DE-OBRA + ENCARGOS

COLABORADORES SUPERV. PROD. FUNC. 1 FUNC. 2 TOTAL GERAL

SALÁRIOS MENSAIS R$ 785,11 R$ 785,11 R$ 785,11 R$ 2.355,33

13º Salário R$ 65,43 R$ 65,43 R$ 65,43 R$ 196,28

Férias (1/3) R$ 21,59 R$ 21,59 R$ 21,59 R$ 64,77

Total R$ 872,13 R$ 872,13 R$ 872,13 R$ 2.616,38

FGTS (8%) R$ 69,77 R$ 69,77 R$ 69,77 R$ 209,31

Imprevistos (5%) R$ 43,61 R$ 43,61 R$ 43,61 R$ 130,82

VALOR MENSAL R$ 985,50 R$ 985,50 R$ 985,50 R$ 2.956,51

VALOR ANUAL R$ 11.826,03 R$ 11.826,03 R$ 11.826,03 R$ 35.478,10

Quadro 6: Projeção dos custos com mão de obra e encargos

Fonte: Elaborado pelo acadêmico

Dentre os critérios observados em relação ao acordo coletivo de trabalho,

cabe salientar que por se tratar de uma cidade pequena que não possui transporte

público, não será destinado vale transporte aos funcionários. Observando-se

também que se caso ocorra à contratação de colaborador que esteja estudando,

será concedido a este auxílio educação equivalente a R$ 126,36.

4.6 Tecnologia e Processos

Em relação à tecnologia a ser utilizada pela empresa, pode-se dizer em

termos de equipamentos, que a mesma precisará investir em uma linha de

ferramentais tanto para o processo produtivo, quanto para armazenamento e venda

do produto. Dentre os quais estão freezers expositores, balcão de atendimento

(caixa), freezer para estoque, expositor refrigerador de bebidas, mesas, cadeiras,

computador, dentre uma série de equipamentos e utensílios básicos necessários

(Quadro 7).

Para o processo de fabricação dos sorvetes e picolés serão necessárias

máquinas que possam produzir em grande escala para suprir a demanda, sendo que

as mesmas também possibilitem o desenvolvimento de um produto com maior

qualidade. Para isso serão necessárias inicialmente máquinas para a produção de

sorvete em massa (sorvete artesanal), máquina para picolés, homogeneizador,

Page 61: Indústria de sorvete

61

pasteurizador, tina de maturação, embaladora para embalar picolés, balança e

vitrine para sorvetes e picolés (Quadro 7).

LISTA DE EQUIPAMENTOS/UTENSÍLIOS

Descrição Nº de unidades

Pasteurizador 1

Batedor industrial 2

Máquina de sorvete 1

Picoleteira 1

Forma para picolé (28 unidades) 6

Extrator (28 cavidades) 6

Cuba deretedeira de chocolate (p/ cobertura) 1

Freezer horizontal expositor (500 L) 1

Freezer 519 L (armazenamento) 5

Seladora de picolés 1

Balança eletrônica 20 kg 1

Colher sorvete 2

Mesa com tampo inoxidável 2

Balcão vitrine caixa 1

Mesa (bar) 10

Cadeira (bar) 40

Computador 1

Quadro 7: Lista de equipamentos e utensílios

Fonte: Elaborado pelo acadêmico.

Em relação aquisição de máquinas, equipamentos e utensílios, pretende-se

buscar no mercado produtos inovadores que possam disponibilizar ao

empreendimento agilidade, segurança e qualidade na produção de sorvetes e

picolés, sendo que a ideia é investir em tecnologia de última geração, optando pela

aquisição de produtos novos, que possam dar aporte ao processo produtivo como

forma de prevenir possíveis transtornos que venham a interferir no atendimento da

demanda imposta pelo mercado.

Sendo assim, para que a Sorveteria do Porto possa desenvolver um sorvete

que tenha boa aceitabilidade no mercado, pretende-se produzir a partir de insumos

que proporcionam boa qualidade ao produto, dando a este maior consistência, sabor

e cremosidade, ou seja, trabalhar com uma matéria prima confiável a partir de

especificações, que possibilite melhor eficiência nas formulações do produto. Ou

Page 62: Indústria de sorvete

62

seja, com uma matéria prima de qualidade como leite, creme, açúcar e estabilizantes

dentre outros ingredientes, possibilitando uma boa manipulação, Proporcionando a

obtenção de um produto final com melhor aroma, corpo, textura, valor nutricional, cor

e palatabilidade.

Para que se possam obter bons resultados em relação ao produto final, dando

maior qualidade ao mesmo e satisfação ao cliente, são necessárias algumas

técnicas essenciais para o processo produtivo.

Serão necessários alguns conhecimentos e boas práticas de fabricação das

quais os colaboradores a partir de cursos disponibilizados pela empresa terão que

desenvolver, para que estes possam dispor de técnicas específicas para aperfeiçoar

o processo de fabricação dos produtos, dentre os requisitos (Quadro 8).

Quadro 8: Conhecimentos técnicos para a produção de sorvetes e picolés

Fonte: Elaborado pelo acadêmico

Com o objetivo de demonstrar como ocorre a produção de sorvete, foi

estruturado um fluxograma das etapas que compõem o funcionamento do processo

Page 63: Indústria de sorvete

63

produtivo, desde o recebimento da matéria prima até a distribuição e

comercialização do produto final (Figura 6).

Figura 6: Fluxograma do processo produtivo da empresa

Fonte: Elaborado pelo acadêmico.

4.7 Investimentos

Para a implementação do empreendimento, são necessários investimentos,

os quais se dão mesmo antes que o negócio se encontre em funcionamento, estes

podem ser chamados de investimentos pré-operacionais (Quadro 9).

Dentre os custos de implementação apresentados estão às taxas, registros,

alvarás, honorários advocatícios e contábeis, impressora fiscal e despesas

bancárias, investimento este que será necessário para dar inicio ao processo de

abertura do empreendimento. Obtendo-se, portanto, a partir do somatório dos itens,

um investimento pré-operacional equivalente a R$ 5.755,00.

Page 64: Indústria de sorvete

64

INVESTIMENTOS PRÉ-OPERACIONAIS

Itens R$

Taxa de pesquisa de viabilidade (prefeitura) R$ 15,00

Registro do contrato social R$ 300,00

Advogado para aprovação do contrato social R$ 200,00

Registro da marca no INPI R$ 1.340,00

Taxas/Alvará sanitário R$ 100,00

Taxas/Alvará de estabelecimento (localização) R$ 350,00

Alvará especial de atividade R$ 500,00

Bombeiros R$ 350,00

Honorários contábeis para abertura da empresa R$ 1.000,00

Máquina cupom fiscal R$ 1.500,00

Despesas bancárias R$ 100,00

TOTAL R$ 5.755,00

Quadro 9: Investimentos pré-operacionais

Fonte: Elaborado pelo acadêmico

A partir da projeção decorrente da compra de máquinas/equipamentos,

móveis/utensílios, reforma do prédio e aquisição de um automóvel que servirá para

transporte da produção, por meio de uma cotação de mercado em relação aos itens

mencionados, foram obtidos os valores apresentado no quadro 10.

INVESTIMENTO FIXO

Itens Total

Máquinas/Equipamentos R$ 86.933,60

Móveis/Utensílios R$ 5.969,00

Reforma do prédio R$ 3.950,00

Automóvel para transporte da produção R$ 31.573,29

Total R$ 128.425,89

Quadro 10: Investimentos fixos

Fonte: Elaborado pelo acadêmico

No quadro 11 encontram-se projetados todos os valores que resumem o

montante de capital a ser investido no negócio.

Diante do investimento a serem realizado, verificou-se um valor total de R$

157.712,79, o qual deverá ser desembolsado para que se possam iniciar as

Page 65: Indústria de sorvete

65

atividades do empreendimento, sendo que terá duas fontes de subsídio, ou seja,

parte do investimento tem origem própria, partindo do capital em poder do

empreendedor e o restante estará sendo buscado a terceiros, neste caso instituições

financeiras.

Investimento inicial (Resumo)

Itens Valor (R$)

Investimento pré-operacional R$ 5.755,00

Investimento fixo R$ 128.425,89

Necessidade de capital de giro R$ 23.531,90

Total R$ 157.712,79

Quadro 11: Resumo do investimento inicial

Fonte: Elaborado pelo acadêmico

4.8 Plano Financeiro

Visando constatar a viabilidade para a implantação do negócio, a partir de

informações obtidas através de levantamento orçamentário, por meio de cotações de

mercado, foi desenvolvido um plano financeiro com projeções de receitas e custos

que o empreendimento terá a partir do seu processo de produção e comercialização

dos produtos.

Com o intuito de melhor entender as projeções desenvolvidas para os

primeiro 5 anos, visando estimar os resultados aos quais o empreendimento estará

sujeito, foram desenvolvidos alguns indicadores.

4.8.1 Projeção de receitas

A partir de informações obtidas mediante entrevista realizada com

empreendedores que atuam no ramo de sorveteria e proprietários de bares,

lancherias e supermercados que comercializam o produto, se podem identificar uma

média mensal de vendas dos produtos.

Page 66: Indústria de sorvete

66

Diante destas constatações foram projetados volumes unitários de venda do

mix de produtos, o qual a Sorveteria do Porto irá comercializar. Considerando

também que o preço de venda foi estipulado a partir de preços praticados no

mercado. Com isso foi possível desenvolver a projeção de vendas (Quadro 12).

A partir do volume de vendas projetado para o primeiro ano, pode-se

identificar uma receita mensal de 25.450,00, totalizando assim um faturamento anual

equivalente a R$ 305.400,00. Com este indicador, foi desenvolvida a estimativa para

os seguintes anos, de acordo com os valores representados no quadro 13.

PROJEÇÃO DE VENDAS

Descrição Unidades Preço Venda Receita Mensal Receita anual

Sorvete 1 L (500 g) 800 R$ 8,00 R$ 6.400,00 R$ 76.800,00

Sorvete cascão (100 g) 2500 R$ 3,00 R$ 7.500,00 R$ 90.000,00

Sorvete casquinha (100 g) 2000 R$ 2,50 R$ 5.000,00 R$ 60.000,00

Sorvete copinho (100 g) 1500 R$ 2,50 R$ 3.750,00 R$ 45.000,00

Picolé cremoso (60 g) 7000 R$ 0,40 R$ 2.800,00 R$ 33.600,00

TOTAL RECEITA R$ 25.450,00 R$ 305.400,00

Quadro 12: Projeção de vendas

Fonte: Elaborado pelo acadêmico

Cabe salientar que para os demais anos foi feita uma estimativa onde se

projetou um percentual de 3% de aumento no faturamento anual, com reajuste no

preço de venda de 5% para o ano 3, assim como também o mesmo percentual para

o ano 5. O reajuste foi estipulado a partir de comparativos dos últimos anos,

observando que ocorreu uma elevação no valor de comercialização de sorvetes e

picolés.

PROJEÇÃO DE RECEITAS

PERIODO Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5

RECEITA (Aumento 3%) R$ 305.400,00 R$ 314.562,00 R$ 339.726,96 R$ 349.918,77 R$ 377.912,27

Quadro 13: Projeção de receitas

Fonte: Elaborado pelo acadêmico

Page 67: Indústria de sorvete

67

4.8.2 Custo de matérias primas

Considerando que a matéria prima é fator fundamental para se chegar ao

produto final, sendo que esta faz parte dos custos variáveis de produção. A partir do

volume de vendas obtido, calculou-se o consumo de matéria prima necessária para

se chegar à quantidade de produto desejado.

Sendo assim, para se obter a estimativa de consumo de matéria prima , foi

observada a quantidade de ingredientes utilizados na produção. De modo que com

as devidas proporções e os respectivos valores obtidos a partir dos preços de

comercialização dos ingredientes, projetou-se o custo da matéria prima, ficando este

no valor de R$ 4.812,74, de acordo com o quadro 14.

MATÉRIA PRIMA

Descrição Quantidade Valor unitário Valor total

Açúcar (pacotes c/ 25 kg) 13 R$ 30,00 R$ 390,00

Saborizante 1 kg (base diversos sabores) 35 R$ 10,35 R$ 362,25

Emulsificante 10 KG 3 R$ 76,00 R$ 228,00

Liga neutra 1 kg 8 R$ 11,04 R$ 88,32

Leite em litros 1.310 R$ 1,00 R$ 1.310,00

Gordura vegetal hidrogenada 15 kg 2 R$ 86,95 R$ 173,90

Polpa de frutas 1 kg 35 R$ 15,00 R$ 525,00

Corante pote 100 g 10 R$ 3,90 R$ 39,00

Cascão para sorvete (caixa c/ 120 unid.) 21 R$ 31,05 R$ 652,05

Casquinha para sorvete (caixa c/ 300 unid.) 7 R$ 48,30 R$ 338,10

Glucose pacote 1 kg 72 R$ 8,71 R$ 627,12

Coberturas 1,3 kg (diversos sabores) 10 R$ 7,90 R$ 79,00

Total R$ 4.812,74

Quadro 14: Matéria prima necessária para a produção

Fonte: Elaborado pelo acadêmico

Assim como os insumos utilizados na produção, as embalagens também

compõem os custos variáveis, pois estas irão fazer parte do produto final. A partir do

levantamento do custo das embalagens, fez-se um comparativo do número de

unidades necessário com o volume de vendas, calculando-se a partir do valor de

mercado praticado por fornecedores. Desta forma, projetou-se uma estimativa

mensal dos custos envolvidos para aquisição dos itens (Quadro 15) que perfaz o

valor total de R$ 1.152,65.

Page 68: Indústria de sorvete

68

EMBALAGENS

Descrição Quantidade Valor unitário Valor total

Embalagens para picolé (bobina 7.200 und.) 1 R$ 23,50 R$ 23,50

Pote 1 L para sorvete (lote c/ 24 unid.) 34 R$ 19,55 R$ 664,70

Rótulo (lote 40 unid.) 20 R$ 10,00 R$ 200,00

Copo plástico descartável 200 ml (lote c/ 2.500 unid.) 1 R$ 64,15 R$ 64,15

Colherinhas para sorvete (lote c/ 1000 unid.) 6 R$ 15,00 R$ 90,00

Palito para picolé (lote c/ 10.000 unid.) 1 R$ 110,30 R$ 110,30

Total R$ 1.152,65

Quadro 15: Projeção dos custos das embalagens

Fonte: Elaborado pelo acadêmico

Considerando que os indicadores estão projetados para gerar resultados

anuais foi estruturada uma planilha (Quadro 16) estimando os custos para o período

de 5 anos.

CUSTOS ANUAIS DE PRODUÇÃO

ANO 1 R$ 71.584,68

ANO 2 R$ 77.311,45

ANO 3 R$ 83.496,37

ANO 4 R$ 90.176,08

ANO 5 R$ 97.390,17

Quadro 16: Custos anuais de produção

Fonte: Elaborado pelo acadêmico

Com base nos números apresentados no quadro 16, foram considerados

alguns percentuais dos quais o negócio estará sujeito, verifica-se uma projeção de

custos de R$ 71.584,68 para o ano 1. Considerando uma estimativa de aumento das

vendas equivalente a 3% ao ano, salienta-se que o mesmo reflexo surtido nas

receitas também tenderá a aparecer nos custos variáveis, já que se trata do

aumento no volume de vendas e não somente no faturamento. Também se

considerou uma possível elevação nos valores praticados pelos fornecedores deste

segmento de mercado, levando em conta, portanto, um percentual de 5%, a fim de

estipular o índice de inflação que afetará no valor de aquisição da matéria prima e

embalagens.

Page 69: Indústria de sorvete

69

4.8.3 Custos fixos

Independente do volume de produção a ser adotado pela empresa os custos

fixos estarão presentes no decorrer do período, sendo assim foi estipulada uma

previsão de gastos com estes, estimando-se os valores mensais e anuais que serão

desembolsados para cobri-los. Como pode ser observada no quadro 17, a projeção

feita para o primeiro ano mostra que a empresa terá que pagar um valor total de R$

138.798,10 em relação aos custos operacionais fixos.

CUSTOS FIXOS

Descrição Mensal Anual

Mão de obra + Encargos R$ 2.956,51 R$ 35.478,10

Retirada dos sócios (pró-labore) R$ 3.000,00 R$ 36.000,00

Impostos sobre pró-labore (11%) R$ 330,00 R$ 3.960,00

Água R$ 200,00 R$ 2.400,00

Energia R$ 550,00 R$ 6.600,00

Telefone /internet R$ 300,00 R$ 3.600,00

Contador R$ 250,00 R$ 3.000,00

Despesas com Veículos R$ 250,00 R$ 3.000,00

Material de expediente R$ 150,00 R$ 1.800,00

Seguros R$ 80,00 R$ 960,00

Propaganda e publicidade R$ 200,00 R$ 2.400,00

Combustível R$ 700,00 R$ 8.400,00

Manutenção R$ 300,00 R$ 3.600,00

Cursos (capacitação funcionários) R$ 1.050,00 R$ 2.100,00

Viagens e hospedagens R$ 1.000,00 R$ 2.000,00

Outros R$ 250,00 R$ 3.000,00

TOTAL R$ 11.566,51 R$ 138.798,10

Quadro 17: Custos fixos de produção

Fonte: Elaborado pelo acadêmico

Page 70: Indústria de sorvete

70

4.8.4 Demonstrativo de Resultado do Exercício

A com base nas projeções apresentadas anteriormente foi desenvolvido o

demonstrativo de resultado do exercício, a partir do qual diante da receita bruta,

deduziu-se a alíquota dos impostos incidentes na comercialização, juntamente com

os custos operacionais, chegando-se ao faturamento líquido em cada um dos

períodos projetados (Quadro 18).

Quadro 18: Demonstrativo de resultado do exercício

Fonte: Elaborado pelo acadêmico.

Levando em consideração que nos quatro primeiros anos a receita bruta não

irá ultrapassar o valor de R$ 360.000,00 a alíquota dos impostos praticados utilizada

para o calculo foi de 5,97% conforme alíquota de enquadramento do simples

nacional. Porém para o quinto ano com o aumento do faturamento, ocorre, portanto,

o enquadramento em outro nível de rendimentos, ficando assim sujeito a uma

alíquota de 7,34% (Quadro 19).

Page 71: Indústria de sorvete

71

Quadro 19: Alíquota de impostos incidentes sobre o faturamento

Fonte: Elaborado pelo acadêmico

4.8.5 Projeção do fluxo de caixa

Considerando todos os indicadores analisados até o momento, desenvolveu-

se a partir dos mesmos o fluxo de caixa, o qual apresenta toda a movimentação

ocorrida durante os cinco primeiros anos, projetando-se as deduções que irão

incorrer sobre as receitas, levando em conta os impostos, custo das mercadorias

vendidas, despesas operacionais, depreciação, juros e amortização de empréstimos

para assim se chagar ao saldo final de caixa e seu acumulado no decorrer do

período estimado (Quadro 20).

4.9 Aceitabilidade do negócio

Para identificar a aceitabilidade do negócio, diante das projeções feitas, o

tópico apresenta o calculo do payback, a taxa interna de retorno (TIR), o valor

presente líquido (VPL), a rentabilidade e lucratividade, e o ponto de equilíbrio.

4.9.1 Payback

Diante do desembolso necessário para implementação do negócio, com o

cálculo do payback se buscou constatar qual o período de tempo que a empresa

levará para obter retorno do investimento realizado.

Page 72: Indústria de sorvete

72

Quadro 20: Projeção do fluxo de caixa

Fonte: Elaborado pelo acadêmico

Foram desenvolvidos dois cálculos do payback, o simples e o descontado,

como podem ser observados nos quadros 21 e quadro 22.

PAYBACK SIMPLES

ANO FLUXO CAIXA ACUMULADO

0 R$ 0,00 -R$ 157.712,79

1 R$ 62.445,28 -R$ 95.267,51

2 R$ 72.821,62 -R$ 22.445,89

3 R$ 86.418,29 R$ 63.972,40

4 R$ 85.326,52 R$ 149.298,92

5 R$ 95.144,16 R$ 244.443,08

Quadro 21: Payback simples

Fonte: Elaborado pelo acadêmico

Observa-se que o retorno do investimento se dará no segundo ano, sendo

que para o terceiro período a empresa passará a acumular reservas positivas em

caixa.

Para o cálculo do payback descontado, adotou-se uma projeção de desconto

de 25% em comparação ao fluxo de caixa. Considerando o percentual de ajuste,

Page 73: Indústria de sorvete

73

observa-se que por meio da projeção (Quadro 22), o investimento levará um período

de retorno maior. O fator de recuperação do capital se dará apenas no decorrer do

terceiro ano.

Diante das projeções apresentadas (quadro 21 e quadro 22) é possível

constatar a viabilidade do empreendimento, ou seja, mostra que o período no qual

se dará o retorno do capital investido proporciona ao negócio rentabilidade.

PAYBACK DESCONTADO

ANO FLUXO CAIXA FLUXO CAIXA AJUSTADO ACUMULADO

0 R$ 0,00 R$ 0,00 -R$ 157.712,79

1 R$ 62.445,28 R$ 49.956,22 -R$ 107.756,57

2 R$ 72.821,62 R$ 46.605,84 -R$ 61.150,73

3 R$ 86.418,29 R$ 44.246,16 -R$ 16.904,56

4 R$ 85.326,52 R$ 34.949,74 R$ 18.045,18

5 R$ 95.144,16 R$ 31.176,84 R$ 49.222,02

Quadro 22: Payback descontado

Fonte: Elaborado pelo acadêmico

4.9.2 Taxa interna de retorno (TIR) e taxa mínima de atratividade (TMA)

Considerando que foi adotada pelo empreendedor uma taxa mínima de

atratividade (TMA) de 20% em comparação ao capital investido, com o cálculo da

TIR, percebe-se que o empreendimento apresenta retorno superior em relação à

mesma, significando assim que o valor atual de entradas de caixa é superior ao valor

esperado.

Desta forma, usando como ferramenta de cálculo da TIR, a calculadora

financeira HP12C, chegou-se a um percentual de retorno equivalente a 38,41%,

como mostra a fórmula utilizada para o referido cálculo.

Page 74: Indústria de sorvete

74

4.9.3 Valor presente líquido (VPL)

O mesmo critério utilizado no calculo da TIR foi aplicado para calcular a VPL,

utilizando-se, portanto, a TMA de 20% projetada pelo empreendedor, assim como

também a HP12C como ferramental de aporte para efetuar o cálculo.

A partir do resultado obtido constatou-se um valor presente líquido de R$

74.291,38, demonstrando que o negócio é viável, pelo fato de que a mesma se

Page 75: Indústria de sorvete

75

demonstrou superior à zero, levando em consideração o percentual estimado da

TMA.

4.9.4 Rentabilidade e lucratividade

O quadro 23 mostra a projeção dos percentuais de retorno que o

empreendimento deverá obter em comparação ao investimento realizado, ou seja,

qual é o potencial de rentabilidade com o qual o negócio está conseguirá trabalhar

para que o capital inicialmente desembolsado seja absorvido.

RENTABILIDADE ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5

% 39,59% 46,17% 54,79% 54,10% 60,33%

Quadro 23: Rentabilidade do negócio

Fonte: Elaborado pelo acadêmico

De acordo com o quadro 24, é possível constatar os percentuais de ganho

dos quais a empresa conseguirá obter, fazendo uma comparação entre o seu

faturamento bruto e o lucro líquido que a mesma alcançará no final de cada um dos

5 anos.

LUCRATIVIDADE ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5

% 21,75% 24,62% 27,05% 25,93% 27,17%

Quadro 24: Lucratividade do negócio

Fonte: Elaborado pelo acadêmico

4.9.5 Ponto de equilíbrio

Com o intuito de identificar o ponto de igualdade onde os custos totais e o

faturamento obtido pelo empreendimento se igualam, foi projetado o ponto de

equilíbrio, mostrando assim o momento em que o rendimento das vendas cobre os

custos operacionais envolvidos.

Page 76: Indústria de sorvete

76

PONTO DE EQUILÍBRIO

ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5

R$ 138.797,98 142.961,93 147.250,80 151.668,33 156.218,39

Quadro 25: Ponto de equilíbrio

Fonte: Elaborado pelo acadêmico

Diante das projeções feitas para cada um dos períodos, com base no quadro

25 é possível observar os valores que a empresa terá de obter mediante suas

vendas para neutralizar seus custos.

4.10 Vulnerabilidade do Negócio

As empresas trabalham sob a influência tanto do ambiente interno, quanto

externo, podendo assim surgir ameaças ou oportunidades que irão afetar no

desempenho e consequentemente nos objetivos do negócio, seja de forma positiva

ou negativa.

Diante de informações obtidas a partir de um diálogo com o empreendedor

proprietário de uma indústria de sorvetes, o qual está no ramo de sorveteria há 27

anos, segundo ele, “uma diversidade de fatores fazem com que surjam novos

desafios no cotidiano das organizações, não apenas por parte dos concorrentes ou

pelas exigências impostas pelo consumidor, mas também devido a outros fatores,

neste caso a legislação e o clima”.

O mesmo afirma que as exigências sanitárias e suas normas procuram

regulamentar as indústrias de alimentos, proporcionando a partir de inspeções

periódicas o desenvolvimento de um produto de melhor qualidade, o que segundo o

mesmo não detinha tal importância quanto recebe atualmente.

Para o empreendedor, o cliente procura qualidade, principalmente em relação

à produção de alimentos, pois além do mais é necessário preservar a segurança

alimentar do mesmo. Neste caso é preciso padronizar a produção, seguindo boas

práticas de fabricação que possam garantir um produto final mais saudável. No caso

da referida indústria, foram necessários no decorrer de suas atividades,

investimentos para que a mesma pudesse estar enquadrada nas normas da

ANVISA, seguindo as exigências legais de regulamentação.

Page 77: Indústria de sorvete

77

Quanto ao fator climático, este acaba se tornando um limitador para a

comercialização de sorvetes, ou seja, a sazonalidade faz com que a região noroeste

do Rio Grande do Sul não dê estabilidade ao mercado de sorvetes, que possibilite a

venda contínua do produto durante todo o ano, provocando assim uma

desaceleração na produção, o que ocasiona a queda no faturamento principalmente

no período de inverno em que o frio compromete as atividades do negócio que

depende especialmente de temperaturas elevadas para que haja maior demanda

pelo produto.

Sendo assim esta adversidade climática interfere negativamente no negócio,

provocando a limitação das vendas, onde durante os meses de maio a agosto o

índice de comercialização do produto é praticamente nulo, o qual é compensado

durante os meses de setembro a abril, período este que em virtude do calor aumenta

a procura por sorvete.

Adquirir mão de obra qualificada, contratando pessoas capacitadas que

possuam conhecimentos técnicos para o desempenho das atividades produtivas é

também sem dúvida mais um obstáculo a ser superado, tendo em vista que para tal

problema a solução está justamente na oferta de cursos de capacitação a serem

oferecidos pela própria empresa aos seus colaboradores.

Tendo em vista a dificuldade em contatar possíveis fornecedores, verifica-se

que esta é mais uma variável que merece atenção especial, pois fatores logísticos

podem vir a prejudicar o negócio na aquisição de sua matéria prima, considerando

que em função da distância o custo dos insumos podem sofrer elevações devido ao

transporte necessário até o destino, assim como também o tempo que estas

mercadorias levarão para serem entregues, podendo assim provocar possíveis

atrasos no suprimento dos estoques.

Outro fator importante a ser considerado, são as normas técnicas em

específico a ISO 22000 que tem por objetivo estabelecer critérios em relação à

segurança na produção de alimentos.

Page 78: Indústria de sorvete

CONCLUSÃO

Diante do processo de desenvolvimento da pesquisa, a partir das informações

obtidas no decorrer do estudo, constatou-se a viabilidade do empreendimento,

considerando a rentabilidade do mesmo a partir das projeções desenvolvidas.

Contanto cabe mencionar os problemas enfrentados no decorrer do

desenvolvimento do estudo. Dentre estes podem ser mencionados, à dificuldade no

processo de coleta dos dados em especial com relação ao agendamento das

entrevistas, as quais dispuseram de curtos períodos de tempo devido à

disponibilidade por parte dos empreendedores em atender ao acadêmico, motivado

pelo envolvimento dos mesmos em suas atividades profissionais. Outro fator

determinante que acabou comprometendo o plano de viabilidade foi à falta de

atenção por parte dos fornecedores quanto ao retorno de informações orçamentárias

solicitadas a estes.

Quanto ao mercado de sorvetes, com base nas informações levantadas,

verificou-se que a há uma expectativa de desenvolvimento diante do comportamento

do consumidor apresentado no decorrer dos últimos anos. Isto demonstra um

considerável potencial de vendas, principalmente nos estados do Sul do país, com

ampliação do consumo mesmo nos meses mais frios.

Observou-se que o consumidor está cada vez mais atento, na busca por um

produto de qualidade, que lhe garanta além da satisfação que supre o desejo de

consumo, também a tranquilidade em poder confiar e saborear um produto que

atenda criteriosamente padrões de qualidade e garanta a segurança alimentar, por

meio da oferta de um alimento saudável.

Por meio da elaboração do plano financeiro foi possível desenvolver

projeções através do levantamento dos custos envolvidos em comparação as

receitas obtidas para se chegar ao cálculo dos indicadores de retorno, os quais

demonstraram resultados favoráveis que permitem constatar que mesmo sendo

necessário um investimento consideravelmente elevado, este terá retorno desejável,

viabilizando, portanto a iniciativa da abertura do negócio.

Page 79: Indústria de sorvete

79

Considerando que o investimento a ser realizado é de R$ 157.712,79 e por

meio da projeção de receitas, se chegou a um faturamento bruto estimado em R$

305.400,00 para o primeiro ano do negócio, projetando-se os demais valores para os

anos seguintes, a partir dos saldos de caixa anuais, chegou-se a um payback

simples onde o tempo de retorno do capital é de dois anos, o qual passa a ser de

três anos se considerar o calculo do payback mediante a uma taxa de 25% de

desconto.

Os indicadores mostram que a taxa interna de retorno (TIR) de 38,41% está

acima da taxa mínima de atratividade (TMA) estipulada pelo empreendedor que é de

20%, superando assim a estimativa de retorno em relação ao capital investido.

Verificou-se também que a taxa de rentabilidade projetada para os cinco

primeiros anos teve uma elevação de 39,59% no primeiro ano para 60,33% no

último ano. O mesmo ocorreu com a lucratividade que passou de 21,75% no

primeiro ano, para 27,17% no quinto ano.

Para os riscos dos quais o negócio estará vulnerável, observou-se que dentre

os principais fatores que o empreendimento precisará se adaptar, serão as

regulamentações sanitárias e o clima, ou seja, atender as exigências sanitárias por

meio da adequação legal imposta pelos órgãos reguladores e traçar estratégias para

superar o problema na redução do volume de vendas ocasionada pela sazonalidade.

Conclui-se também que, além de oportunizar ao autor do estudo o

desenvolvimento acadêmico por meio da abertura de novas linhas de conhecimento,

tornando possível o envolvimento da teoria com a prática e trazendo consigo

benefícios à carreira profissional na gestão empresarial. Isso reflete também na

capacidade em expor na prática a partir da iniciativa empreendedora o quanto o

planejamento é importante na gestão de negócios, em especial no processo de

abertura de novas empresas, onde o controle deve estar presente para que possam

ser obtidos resultados positivos.

Page 80: Indústria de sorvete

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Page 84: Indústria de sorvete

APÊNDICES

Page 85: Indústria de sorvete

85

APÊNDICE A:

Solicito ao senhor gestor a colaboração para responder o seguinte roteiro de

entrevista. Sendo que o mesmo tem o objetivo de identificar algumas industrias e

estabelecimentos comerciais que produzem ou comercializão sorvete nas cidades

de Porto Lucena e Porto Xavier, através de uma pesquisa de mercado, com a

finalidade de contemplar o processo de coleta de dados do Relatório de Conclusão

de Curso, do Curso de Administração da Unijuí, do segundo Semestre de 2013.

Atenciosamente grato pela sua compreensão.

1. Em relação à comercialização de sorvetes:

a) Possui produção própria ( ) ou adquire de fornecedores para revenda ( )?

b) Trabalha com quantas marcas diferentes de sorvete?

c) Quais as exigências e benefícios adicionais oferecidos pelas marcas?

d) Considerando a sazonalidade, em que meses do ano o volume de vendas é

maior?

e) Qual é o volume de vendas mensal do produto?

2. Considerando o processo de vendas e marketing:

a) É realizado algum tipo de oferta para atrair o cliente?

b) Como é feita a divulgação do produto ao cliente?

c) Como você toma decisões para inseri/comercializar novos sabores desenvolvidos

pelas marcas?

e) Qual a percepção em relação ao mercado de sorvetes?

Questões adicionais para indústrias:

3. Quanto aos padrões de fabricação e armazenamento do produto:

a) Possui alguma norma de fabricação? Qual?

Page 86: Indústria de sorvete

86

b) O produto passa por inspeção da qualidade?

c) A empresa segue boas práticas de fabricação? Quais?

d) Como é feito o armazenamento do produto?

e) Atende as exigências sanitárias?

f) Como é feita a limpeza dos equipamentos utilizados na produção e quais são as

recomendações de utilização do equipamento cedido no ponto de venda?

6. Quanto ao processo de produção:

a) Quanto aos procedimentos operacionais:

- Qual o sistema de produção escolhido? Como o arranjo físico foi definido?

Por quê?

- Qual o estado das máquinas (idade)?

- Qual o turno de operação?

- Como faz o planejamento da produção?

- Qual o índice de rejeição e retrabalho do processo?

- Faz análise da qualidade (PDCA)?

b) Quanto à gestão ambiental:

- Como é feito o descarte dos resíduos?

- Qual a condição de limpeza da fábrica e de seus funcionários?

- O ambiente apresenta boas condições de trabalho (luminosidade, ruído,...)?

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APÊNDICE B:

Este questionário tem por objetivo realizar um levantamento de informações

em relação à viabilidade para instalação de uma indústria de sorvetes no município

de Porto Lucena. Sendo aplicado a potenciais clientes que consomem sorvete. Com

a finalidade de contemplar o processo de coleta de dados do Relatório de Conclusão

de Curso, do Curso de Administração da Unijuí, do segundo semestre de 2013.

1. Qual a sua idade?__________________

2. Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

3. Considerando-se um consumidor do produto, com qual frequência você costuma

tomar sorvete?

( ) Sempre que der vontade

( ) A cada 15 dias

( ) Raramente

( ) Aos finais de semana

( ) Uma vez por mês

4. Dos estabelecimentos elencados, do qual deles você costuma comprar sorvete

com mais frequência?

( ) Supermercado

( ) Sorveteria

( ) Bar, lancheria ou restaurante

( ) Vendedor ambulante

( ) Outro

5. Descreva abaixo qual é o tipo de embalagem de sorvete que você prefere.

___________________________________________________________________

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6. Indique qual é o grau de importância em relação às seguintes opções elencadas,

levando em consideração o que você costuma observar quando vai tomar um

sorvete. Marque apenas uma alternativa de 1 a 5 para cada opção, considerando:

1- Sem Importância;

2- Pouca Importância;

3- Indiferente;

4- Importante;

5- Muito importante.

1 2 3 4 5

A marca do produto

A qualidade do produto

O preço do produto

O comprometimento do atendente em atendê-lo bem

A localização do estabelecimento

A higiene do ambiente (estabelecimento)

A conservação do produto

O espaço (acomodações) do estabelecimento

O sabor

A variedade de sabores disponíveis

A embalagem do produto

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APÊNDICE C:

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ANEXOS

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ANEXO A: