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1432 INFLUÊNCIA DAS MÍDIAS SOCIAIS NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE Influence of social media in the construction of identity Pollyanna Silva Santos¹ Ayesca Loredany Oliveira Borges² Jaciany Soares Serafim³ ¹Faculdade de Saúde Ibituruna – FASI Curso de Graduação em Psicologia e-mail: [email protected] ²Faculdade de Saúde Ibituruna – FASI Curso de Graduação em Psicologia e-mail: [email protected] ³Faculdade de Saúde Ibituruna – FASI Curso de Graduação em Psicologia e-mail: serafi[email protected] RESUMO Os sujeitos inseridos no contexto da modernidade utilizam cada vez mais as Mídias Sociais Digitais com o intuito de comunicação com o mundo externo. Neste contexto, o ser humano é permanentemente obrigado a compor e delinear as suas identidades sob influência das mídias sociais na sua construção, sem que seja permitido a fixação a uma delas. Foi feita pesquisa de caráter qualitativo, com estudo exploratório e descritivo, com corte transversal e retrospectivo. Teve como objetivo verificar a influência das mídias sociais na construção da identidade dos indivíduos. A coleta de dados foi realizada através do instrumento sondas culturais e de uma entrevista semiestruturada. A população foi composta por acadêmicos da Faculdade de Saúde Ibituruna – FASI selecionados por conveniência. Os resultados foram analisados de acordo com a análise do conteúdo de Bardin. A pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Associação Educativa do Brasil – SOEBRAS e após aprovado deu-se início à coleta de dados. Como resultados, percebeu-se que os participantes acreditam que há uma separação entre a vida on e off, observou-se uma intolerância e irritabilidade em relação a assuntos que divergem das suas opiniões, dentre outros resultados encontrados. Palavras-chave: Identidade. Mídias sociais. Modernidade

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INFLUÊNCIA DAS MÍDIAS SOCIAIS NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE

Infl uence of social media in the construction of identity

Pollyanna Silva Santos¹Ayesca Loredany Oliveira Borges²

Jaciany Soares Serafi m³

¹Faculdade de Saúde Ibituruna – FASICurso de Graduação em Psicologiae-mail: [email protected]

²Faculdade de Saúde Ibituruna – FASICurso de Graduação em Psicologiae-mail: [email protected]

³Faculdade de Saúde Ibituruna – FASICurso de Graduação em Psicologiae-mail: serafi [email protected]

RESUMOOs sujeitos inseridos no contexto da modernidade utilizam cada vez mais as Mídias Sociais Digitais com o intuito de comunicação com o mundo externo. Neste contexto, o ser humano é permanentemente obrigado a compor e delinear as suas identidades sob infl uência das mídias sociais na sua construção, sem que seja permitido a fi xação a uma delas. Foi feita pesquisa de caráter qualitativo, com estudo exploratório e descritivo, com corte transversal e retrospectivo. Teve como objetivo verifi car a infl uência das mídias sociais na construção da identidade dos indivíduos. A coleta de dados foi realizada através do instrumento sondas culturais e de uma entrevista semiestruturada. A população foi composta por acadêmicos da Faculdade de Saúde Ibituruna – FASI selecionados por conveniência. Os resultados foram analisados de acordo com a análise do conteúdo de Bardin. A pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Associação Educativa do Brasil – SOEBRAS e após aprovado deu-se início à coleta de dados. Como resultados, percebeu-se que os participantes acreditam que há uma separação entre a vida on e off, observou-se uma intolerância e irritabilidade em relação a assuntos que divergem das suas opiniões, dentre outros resultados encontrados.

Palavras-chave: Identidade. Mídias sociais. Modernidade

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INTRODUÇÃO

Para Bauman (2001), o mundo atual é nominado como modernidade líquida, conside-rando que anteriormente era sólida, sendo que essa liquidez a torna mais adaptável, com maior capacidade de preenchimento dos ambientes, porém, há maior facilidade de evasão e modifi ca-ção de seu formato.

A modernidade é desregulamentada e a liberdade individual é absoluta (SÁ, 2015). Segundo o autor, fazendo menção a teoria de Bauman (2001), a modernidade líquida apresenta um mal-estar originário de um tipo de liberdade que busca o prazer, da tolerância de uma se-gurança individual muito pequena e da reavaliação de valores que não garantem um estado de satisfação.

Em tempos modernos, a questão da identidade torna-se alvo de novas discussões e, com o advento da globalização, muitas mudanças ocorreram no contexto social, principalmente, com a introdução da internet e das mídias sociais no cotidiano dos indivíduos. Estas mudanças produziram e produzem impactos tanto na vida pessoal quanto nas relações sociais, inevitavel-mente, na construção da identidade (MARTINS, 2013).

Nessa perspectiva, Moura (2013) diz que as redes sociais estão interligadas e seus uti-lizadores possuem a possibilidade de desenvolverem identidades múltiplas. É importante frisar que o processo de comunicação em rede social é incerto, com uma comunicação não linear e repleta de ambiguidades, propiciando a construção de vários “eus”, ou seja, a internet é lugar de espaços plurais (MOURA, 2013).

A subjetividade pode ser caracterizada como a necessidade de processos que constituem o ser humano e estão interligados a processos históricos, sociais, culturais, econômicos, tecno-lógicos e midiáticos que circundam as vivências do indivíduo (DIAS, 2016).

Questão importante a ser considerada na modernidade, como mencionada acima, refe-re-se à infl uência do mundo digital na subjetividade. Ressaltamos que a categoria identidade é concebida neste projeto como um dos elementos que compõem a subjetividade humana. Sendo assim, relevante se faz explanar acerca de autores que pesquisam as infl uências das redes so-ciais na subjetividade. Portanto, compreende-se que se há impacto na subjetividade, este tam-bém atravessa a identidade.

Segundo Martins (2013), o ser humano sempre teve necessidade de interagir para obter informação e, com a chegada da globalização e o avanço das tecnologias, ocorreu um estreita-mento entre fronteiras, no sentido de facilidade de comunicar-se com o outro, diminuindo as distâncias.

Atualmente, a sociedade caracteriza-se por mudanças de valores constantes, sendo considerada a era da informação. Os sujeitos inseridos no contexto da modernidade utilizam cada vez mais as Mídias Sociais Digitais com o intuito de comunicação com o mundo externo (NETO et al., 2014).

O conceito de redes empregado por diversas áreas do conhecimento remete a encade-

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amentos, interações, associações ou vínculos não lineares, onde todos envolvem relações de comunicar informações (KOEHLER, 2013). Segundo Neto et al. (2014), redes sociais podem ser defi nidas como grupos com interesses em comum que se unem para interagir na rede e para sua existência são necessários sujeitos que estabeleçam esses laços sociais e que propiciem a interação no mundo virtual.

O termo mídia social surge com a criação de sites denominados de redes sociais que po-dem ser representadas por projetos colaborativos, blogs, comunidades de conteúdo, sites de re-lacionamentos, jogos virtuais, entre outros (NETO et al; 2014). As mídias sociais surgem com o desenvolvimento da web colaborativa, momento em que ocorre a possibilidade da criação e troca de conteúdo produzido pelo próprio usuário, é algo compartilhado e de acesso público sem a necessidade de o conteúdo ser produzido por um profi ssional, qualquer indivíduo pode criar ou contribuir na construção do texto (NETO et al; 2014).

Nos tempos atuais, pode-se observar que a utilização de dispositivos tecnológicos, com acesso à internet e conexão às mídias sociais vem-se tornando um comportamento cada vez mais frequente nas pessoas (BARBOSA, 2013). Ainda segundo a autora, é possível observar que, de forma bastante comum, as pessoas dividem sua atenção entre a tela de um celular e um computador, ou ainda entre o contato direto com outros sujeitos.

A exposição, cada vez mais crescente das mídias, em especial as redes sociais, traz a questão da controvérsia entre o público e o privado. Para Koehler (2013), a importância do questionamento é justamente tentar delimitar o que seria da ordem do privado e que, conse-quentemente, corresponderia a tudo que não é público. Para a autora, a geração digital não é capaz de se manter no mesmo formato por muito tempo e, sendo assim, há uma transitoriedade constante do privado para o público.

As identidades, na teoria baumaniana, são constituídas com fi nalidades exibicionistas e não para serem contidas e mantidas no anonimato. Desse modo, Martins (2013) menciona que se tornaria insensato culpar os recursos eletrônicos, como grupos de bate papo, de internet ou telefones celulares, pelo estado das coisas. Ao contrário disso, a autora aponta que o ser humano é permanentemente obrigado a compor e delinear as suas identidades, sem que seja permitido a fi xação a uma delas, mesmo que se queira. O fato é que instrumentos eletrônicos acessíveis às pessoas são fabricados para se fazer exatamente isso e tendem a ser entusiastamente adotado por milhões (MARTINS, 2013).

Sendo assim, a partir dessas considerações este artigo objetivou compreender é a infl u-ência das mídias sociais na constituição da identidade dos indivíduos.

METODOLOGIA

A pesquisa para a produção deste artigo teve caráter qualitativo, com estudo explora-tório e descritivo, com corte transversal e retrospectivo. A coleta de dados se deu através do instrumento de sondas culturais, adaptadas de pesquisa anterior realizada por Martins (2013) e de uma entrevista semiestruturada, construídas pelas pesquisadoras. Teve como objetivo a compreensão da infl uência das mídias sociais na construção da identidade de usuários das redes sociais. A amostra foi composta por conveniência, por acadêmicos de 18 a 25 anos de ambos os

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sexos, e que utilizam mídias sociais diariamente. Os dados foram colhidos na Instituição de En-sino Faculdade de Saúde Ibituruna-FASI durante o período de setembro a dezembro de 2017 em local seguro e sigiloso. Para tal, foi assinado o Termo de Consentimento da Instituição (TCI).

No momento de abordar os participantes foi explicado e entregue o termo de Consenti-mento Livre e esclarecido (TCLE), quando de sua aceitação à participação. Após, foram entre-gues as sondas, e realizada explicação e orientação bem detalhada para o seu preenchimento.

A técnica das Sondas Culturais se originou nos anos 1990, por meio de um grupo de pesquisadores composto por Gaver e colaboradores que tinham como objetivo explorar melhor o cotidiano de idosos em comunidades através de um kit com cartões postais, mapas, câmera descartável, álbum de fotos e diário de consumo de mídia (GAVER, 1999). Podem ser defi nidas como uma técnica exploratória que tem como objetivo compreender os fenômenos do cotidia-no. Este recurso tem como base a auto documentação, produzida pelos participantes a partir de objetos e tarefas projetados para este fi m (ZACAR, 2014).

Nessa perspectiva, considerando que o indivíduo constrói sua identidade através das suas relações sociais e baseando nos diálogos produzidos dentro e fora das mídias, pretende-se analisar de que forma esses diálogos possam exercer infl uências na construção da identidade. Pode-se ter através dele um registro frequente da rotina dos participantes (MARTINS, 2013). Segundo Martins (2013) o uso das sondas culturais permite uma análise subjetiva do participan-te e possibilita compreender melhor a realidade do indivíduo.

Para este estudo foi desenvolvido um kit contendo 3 sondas, composta por uma ta-bela construída no Word, onde a primeira coluna possuía as variáveis e as seguintes estavam em branco para a respostas. A primeira linha possuía palavras referenciando as redes sociais: Facebook, WhatsApp e Instagram. As três sondas apresentaram aspectos da vida online e off-line e a segunda com aspectos da vivencia online. Os participantes receberam a orientação de permanecerem com as sondas durante 07 dias e preencherem em horário de escolha por eles, preferencialmente a noite. Também foram agendados data e horário para a aplicação da entre-vista e devolução das sondas. Foram solicitados contatos de e-mail e telefone para confi rmação posterior. Todas as sondas deveriam ser preenchidas todos os dias. As sondas não preenchidas totalmente e as não devolvidas foram descartadas totalizando 25 sondas.

A sonda 01 apresentou os seguintes recursos: o conceito que o usuário tem de si mesmo, “como sou”; como é pelos outros, “como me veem”; e, “como eu gostaria de ser visto”, reivin-dicação de aspectos da sua identidade.

A sonda 02 consistia em recursos para redigirem sobre os sentimentos vivenciados a partir das postagens, impressões e situações, com as seguintes variáveis: curti, irritei, amei, surpreendi, entristeci e compartilhei.

Na sonda 03 os participantes foram orientados a descreverem sobre algo que gostaria de postar ou dizer e não os fi zera; descrever o motivo pelo qual não postou ou disse, e se esse “algo não dito” em determinada rede foi dito em outra oi na vida online foi dito na vida off-line e vice-versa.

Já a entrevista semiestruturada, teve aplicação média de 40 minutos de duração. Conti-nha questões que objetivavam aprofundar a compreensão sobre as sondas. Foram realizadas 16 entrevistas, considerando o descarte das sondas.

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Após a construção e fi nalização do projeto de pesquisa, ocorreu a sua apresentação à banca de qualifi cação, após a aprovação, feito contato com a Instituição onde a pesquisa foi realizada, para assinatura do Termo de Concordância da Instituição (TCI). Após esta etapa a pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) e, posteriormente a aprovação, deu-se início à coleta de dados. A coleta de dados foi realizada em duas etapas. Na primeira, os participantes foram selecionados por conveniência nas dependências da FASI, sendo abordados em diferentes locais e horários, conforme disponibilidade para participarem da pesquisa até que fi ndou com o número de 30 participantes, no momento foi explicado detalhadamente todo o procedimento para cada acadêmico. Estes, tiveram o prazo de uma semana (7 dias), iniciado a partir do dia seguinte da entrega da sonda e com término no sétimo dia, para responder às três sondas durante três dias, quando identifi carem que não mais utilizarão a rede naquele dia. Neste momento, foi agendada a devolução das sondas e foi solicitado o contato dos participantes para a confi rmação da realização da segunda etapa da coleta de dados. Na segunda etapa realizou-se a entrevista semiestruturada, aplicada pelas pesquisadoras, em local seguro e sigiloso, nas dependências da FASI, com duração média de 20 minutos, para uma melhor compreensão dos dados os acadêmicos foram submetidos a uma entrevista aberta, alguns participantes respon-deram a entrevista através do aplicativo WhatsApp devido a facilidade do acesso e contato entre pesquisadoras e participantes. Espera-se obter a saturação das respostas com este número de 30 participantes, haja vista, a pesquisa exploratória ter apontado a infl uência das mídias na construção da identidade. Havendo desistência total ou parcial em uma das etapas, o (s) partici-pantes (s) será (ao) substituído (s) por outro (s), quando nova abordagem será feita a possíveis participantes. A interpretação dos dados será feita com a análise de conteúdo de Bardim.

No momento de contato com os participantes foi entregue Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), quando o objetivo da pesquisa foi lido e explicado detalhadamente para os participantes, com assinatura em duas vias originais, sendo que uma fi cou de posse dos participantes e outra permaneceu em posse das pesquisadoras. Ao fi nalizar a coleta de dados, os resultados foram analisados e divididos em tabelas para facilitar a compreensão dos dados coletados foi feito um quadro para cada assunto presente nas sondas, e a utilização por meio de cada rede social que foram divididos em “Facebook” “Instagram” “WhatsApp” “off-line”, sendo as tabelas divididas segundo os seguintes temas “como me veem” “como gostaria de ser visto”, “como sou”, “curti”, “amei”, “compartilhei”, “surpreendi”, “irritei”, “triste” “o que eu não disse” e “por que eu não disse”. As respostas dos participantes foram coletadas e transcritas para essa tabela as impressões sobre cada um foi anotada. Depois de analisados todos os resul-tados particulares, os resultados foram comparados entre si para que pudéssemos entender as coisas que eram comuns a todos, ou pelo menos a parte deles. Através dessa divisão fi cou claro entender como eram os comportamentos dos acadêmicos em cada uma das mídias sociais.

Depois a análise dos resultados das sondas, foram criadas hipóteses para serem utiliza-das na entrevista para que pudéssemos comprovar se a análise dos resultados coincidia com o que os participantes realmente quiseram dizer em suas sondas. A partir do comparativo entre os resultados e as entrevistas, pudemos chegar às conclusões fi nais e verifi car se os objetivos foram concluídos. Após a minuciosa análise e discussão dos dados deu-se o início a construção do artigo fi nal a ser apresentado em banca de Avaliação. Sendo aprovado, será encaminhado

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relatório fi nal ao CEP e encaminhado para publicação em revista cientifi ca. Também será reali-zada devolutiva aos participantes através de seus e-mails.

Aprovação Comitê de Ética: CEP/FUNORTE nº 2.216.430 /2017

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir da interpretação dos dados obtidos foi possível construir as seguintes categorias: 1. A infl uência do uso das mídias sociais nas relações online/off-line; a partir da coleta dos da-dos a partir da entrevista foi possível perceber nessa categoria que os participantes da pesquisa acreditam que há uma separação entre a vida on e off. Em contrapartida observou-se ao analisar as sondas uma discordância em relação a categoria. Foi possível observar que há uma intole-rância e irritabilidade em relação as opiniões que divergem das opiniões deles. Os participantes expressaram sentimentos positivos através dos botões de reações, baseados em publicações de pessoas próximas, ou com publicações com as quais se identifi caram. 2. Estudar a percepção de si Online e Off-Line: nesta categoria as opiniões se dividiram, parte dos participantes, responderam que não acreditam que se tem uma infl uência da visão de outros sobre a própria identidade, por acreditarem em um distanciamento entre a visão do outro e a realidade subjetiva. 3. A distinta percepção de si nas relações online e off-line: os participantes da pesquisa rela-taram que se expõe de forma diferente nas redes, levando em consideração o controle e a pri-vacidade de cada uma. Parte dos participantes acreditam que a forma demonstrada nas redes não é diferente da vida real, os demais consideram que se comportam de forma diferente pois preferem manter muitas coisas apenas na vida off.

A infl uência do uso das mídias sociais nas relações online/off-line

De acordo com as entrevistas realizadas, a maioria dos participantes da pesquisa rela-taram existir uma separação entre a vida online e a vida off-line porque na percepção deles é possível apresentar percepções de si diferentes na vida online e off-line. Relataram que tal sepa-ração é possível pela facilidade de poderem criar uma imagem diferente para o mundo virtual, que se é na vida off-line. Esta separação é visível, já que possuem consciência desta relação. A citação abaixo é emblemática ao que discutimos nesta categoria:

“Acho que exista sim. Muitas vezes o que somos na vida real não é aquilo que mostramos nas redes sociais, nas redes sociais existe uma certa liberdade para algumas pessoas de ser quem elas quiserem, outras só dão conta de se mostrarem como realmente são nas redes sociais, por esse motivo eu acredito que seja possível sim essa separação. ” [E1]

Sobre esta relação, apresentamos a perspectiva que dispõe sobre identidade pessoal e social. A identidade pessoal pode ser compreendida como constructo de um comportamento interpessoal e a identidade social como o comportamento intergrupal, adquirida a partir da sua inserção e sentimento de pertença a diferentes grupos sociais (TURNER, 1981 apud VALEN-

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TIM, 2008). Em outra direção, as sondas apresentam respostas que vão de encontro aos resultados

obtidos nas entrevistas e apresentam uma relação paradoxal. Quando perguntado sobre “Como sou”, os acadêmicos responderam que não apresentam diferenças entre a vida online e off-line quando postam nas redes sociais seja no Facebook, no Instagram ou no WhatsApp. Ressalta-mos que a identidade se constitui através dessas perspectivas sociais e que esse sujeito possa ser “internamente múltiplo, heterogêneo, clivado, barrado, não nos é possível falar de identidade como algo acabado, estável e fi xo” (NETTO, 2007 p. 5).

Outra análise necessária a esta separação entre a vida online e off-line se localiza num possível fortalecimento do eu ideal na contemporaneidade pelo uso da tecnologia, característi-cas das infl uencias da modernidade na construção da identidade.

Para Coutinho (1999) o eu ideal, pode ser entendido como uma relação entre a virtuali-dade e a realidade. De acordo com Lacan (1979) apud Coutinho (1999) o eu se caracteriza como uma entidade situada fora do indivíduo, como uma imagem, o outro que se é. Ainda segundo o autor o eu é imagem, é eu ideal sendo constituído a partir de uma defi nição simbólica que o antecede, o ideal do eu. Por ideal do eu compreende-se que há uma ancoragem simbólica que possibilita a formação da imagem, posicionando-a em relação ao desejo do Outro (LACAN, 1979 apud Coutinho, 1999).

Também é importante ressaltar que a identidade parece apresentar uma terceira cliva-gem, que nomeamos por virtual, para além da pessoal e social. Para tal acepção propusemos a seguinte lógica: a) Identidade pessoal: vida off-line; b) Identidade social: vida off-line e online em redes sociais consideradas necessidade para a vida cotidiana como o WhatsApp e c) Identi-dade Virtual: vida online, principalmente no Facebook e Instagram).

Os sentimentos mais frequentes nos relatos das entrevistas e nas sondas, quando ques-tionados sobre a vida online, foram a irritabilidade ou intolerância a postagens que divergem das opiniões, ideias ou crenças dos participantes da pesquisa. Acerca destes sentimentos pode-mos, novamente, retomar ao narcisismo da sociedade contemporânea.

Para Bauman (2003) da possibilidade de que haja um acordo entre os sujeitos que de-fendem seus próprios interesses e pontos de vista pode se manifestar um individualismo narcí-sico de tal maneira que necessita se distinguir com a sua opinião, mas não a tal ponto de ter que responsabilizar-se com as consequências advindas dela.

Somente os que não se conectam por muito tempo são indiferentes as postagens que discordam. A minoria dos entrevistados afi rmou não se irritar alegando que tendem a respeitar as opiniões alheias e que é direito do outro ter sua própria opinião a respeitos de determinados assuntos.

Vistas de outro modo, as respostas também sugerem uma maior liberdade para expor intolerâncias. O tema mais constante de discussão na vida online foi uma decisão judicial, cuja revoga o código de ética da psicologia, considerando apta a oferta de psicoterapia com objetivo de uma reversão sexual, a popularmente nomeada de “cura gay” (MARTIM, 2017).

Pouco mais da metade dos participantes da pesquisa não acreditam que o jeito que as pessoas os veem refl ete o que realmente são porque podem aparentar uma imagem que não re-fl ete o real. A outra parte afi rma que sim, porque eles acreditam que se mostram como são.

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Grande parte dos participantes da pesquisa acham que se preocupam muito com a opi-nião dos outros, acreditam que essa opinião possa afetar ou infl uenciar na própria identidade. A menor parte argumenta que atualmente não se preocupam tanto ou a depender de quem repre-senta esse outro.

Na perspectiva de Bauman (2004) a identidade dos indivíduos na modernidade liquida está fortemente assentada como questão central da atenção dos sujeitos modernos e colocada no topo de seus debates existenciais.

Os participantes da pesquisa afi rmaram que tanto tendem a gostar/curtir de coisas as quais se identifi cam quanto coisas que gostariam de dizer, pois alguns afi rmam não sentir à vontade para postar as coisas que pensam e por esse motivo apenas curtem as ideias que se identifi cam e também que gostariam de dizer postadas por outros usuários das redes.

“Com os dois. As coisas que eu me identifi co porque todo mundo tende a se sentir melhor na sua zona de confor-to. E as coisas que eu gostaria de dizer porque é motivador ver que outros dizem aquilo que eu (ainda) não tenho coragem para dizer.” [E12]

Confi rmando assim, o que responderam nas sondas, no espaço destinado ao assunto “curti’’ no Facebook a maioria das pessoas relataram curtir fotos de amigos ou conhecidos, fra-ses motivacionais ou assuntos ligados a psicologia, além de vídeos de música que gostam. No Instagram as pessoas costumam curtir fotos de amigos e imagens engraçadas. Na vida off-line as pessoas têm curtido músicas, conversas agradáveis, fazer novas amizades, comer e dormir.

As relações dentro das mídias sociais costumam ser ancoradas em relações estabeleci-das na vida off-line, criando uma intersecção de indivíduos, fazendo com que, em decorrência disso, atitudes tomadas dentro das mídias infl uenciem também na vida off-line (MARTINS, 2013). O que ocorre é de muitas vezes os sujeitos possuírem em suas redes sociais pessoas que já conhecem anteriormente na vida off-line, desse modo pode-se afi rmar que as relações ocor-rem mutuamente na vida off-line e online (MARTINS, 2013).

Bem como no local destinado a descrição do “amei” nas sondas, sendo que no Facebook e no Instagram as pessoas em sua maioria amaram fotos de familiares, amigos, vídeos engra-çados ou vídeos que contenham assuntos com alguma utilidade, na vida off-line as pessoas amaram estarem próximos a família, amigos, ouvir música e ler um bom livro.

Estudar a percepção de si online e off-line

Pouco mais da metade dos participantes da pesquisa acreditam que a forma como os outros os veem ajuda na formação da identidade porque em muitos momentos tentam construir uma imagem para “agradar” outras pessoas. E um pouco menos da metade dos entrevistados acredita que não há infl uência da visão dos outros sobre a formação da própria identidade pois essa visão muitas vezes é superfi cial e não representa a realidade singular.

“Sim. Por que as vezes queremos corresponder ao que as pessoas esperam de nós.” [E9]

“Não, porque a visão que os outros tem não representa a realidade.” [E5]

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A identidade se apresenta como algo a ser elaborado e não descoberto, pois trata-se de um esforço, como algo para ser constituído do zero ou uma escolha a ser feita a partir de alter-nativas e a partir daí ela deva ser protegida, defendida e ainda que essa batalha seja vitoriosa, a verdade dessa condição frágil e infi ndavelmente inconclusiva tende a ser suprimida e ardua-mente escondida (BAUMAN, 2005).

Parte dos participantes da pesquisa afi rmaram que na vida off-line se comportam de maneira diferente do jeito que se comportam na vida online, pois na vida online não costumam expor-se e preferem permanecer como observadores. E a outra parte diz que não há diferença nesse comportamento argumentando que o que é postado em rede é a forma como pensam ou são na realidade.

Alguns entrevistados alegam não buscar o reconhecimento nas redes sociais, mas bus-cam alcançar esse reconhecimento na vida off-line. Já outros afi rmam buscar esse reconheci-mento acreditando que é um passo para o reconhecimento na vida off-line.

Para Assunção e Jorge (2015) ao que denominam de “comércio de hiperestímulo ima-gético” é a via por onde o sujeito pode alcançar uma forma de obter um retorno social, através da exposição nas mídias e atendendo ao próprio narcisismo ou como forma de obter um tipo de compensação relacionada a necessidade de consumo do capitalismo tardio.

A grande maioria dos participantes da pesquisa acredita que exista uma identidade real, embora essa identidade na opinião deles é passível de mudanças ao longo da vida. Uma peque-na parte de pessoas acredita que não, por motivo de que certos ambientes demandam identida-des múltiplas.

Na perspectiva de Bauman (2005), a identidade não apresenta solidez e nem é garanti-dora de permanência por toda a vida, já que se constitui em algo negociável e revogável (BAU-MAN, 2005).

Após a apuração da sonda ‘’como me veem’’ individualmente, foi possível perceber alguns resultados em comum entre todas as pesquisas. A maioria das pessoas acreditam passar uma imagem de uma pessoa mais reservada, discreta e feliz através do Facebook. No Instagram a maioria dos participantes acreditam que as pessoas veem como uma pessoa mais reservada, discreta e uma imagem de pessoa feliz, foi possível identifi car que muitas pessoas não utilizam essa rede. Já no WhatsApp acreditam que as pessoas veem como uma pessoa chata, que ignora a conversa, que passa uma imagem mais próxima do que realmente é.

Para Martins (2013) o indivíduo dentro das mídias sociais consegue experimentar a possibilidade de criar diferentes identidades, inclusive dentro de cada rede social, já que a co-municação dentro das mídias é totalmente mutável de uma para outra.

A distinta percepção de si nas relações online e off-line (Como o indivíduo se percebe em relação ao outro, nas suas relações)

Alguns participantes da pesquisa afi rmam se sentir com maior liberdade para se expor no Instagram alegando ser uma rede com mais privacidade e maior controle de quem possa acessar o conteúdo. Porém, outros afi rmam não possuir Instagram e por isso acessam e se ex-

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põem mais no Facebook.Dos participantes da pesquisa, a maioria considera que a maneira que se expõe na in-

ternet não é muito diferente do que é de “verdade”, na opinião delas o comportamento dentro e fora é o mesmo. O restante acredita que é diferente pelo motivo de que muitas coisas eles preferem manter apenas na vida off-line ou ainda que há a possibilidade de aparentar um estado de humor na rede diferente da forma como está realmente se sentindo. Já a partir dessa sonda “como gostaria de ser visto” foi possível perceber que a maioria das pessoas em relação ao Facebook; Instagram e WhatsApp querem ser vistas como pessoas inteligentes; engraçadas; bonitas; felizes e estilosas ou como realmente são.

Nos dispositivos sociais, os indivíduos tendem a revelar-se como “felizes”, comemo-ram-se vitórias, conquistas pessoais, viagens, bens de consumo (ASSUNÇÃO; JORGE, 2015). Em contrapartida, há nas redes, um espaço limitado para que se confessem as falhas, à medida que essas confi ssões não seriam bem vistas ou toleráveis (ASSUNÇÃO; JORGE, 2015).

A maioria dos participantes não respondeu à questão da sonda “Surpreendi”. A minoria respondeu que no Facebook tem se surpreendido com os vídeos de violência e em como as pessoas são cruéis, além de vídeos de receitas e reciclagem. Em relação ao Instagram não res-ponderam ou não utilizam a rede social. Também não se manifestaram sobre essa questão na vida off-line.

Em relação a sonda “Entristeci”, no Facebook a maioria dos participantes da pesquisa tem se entristecido com notícias de falecimentos, tragédias, vídeos de violência e descaso. No aplicativo Instagram a maioria não respondeu ou não tem o aplicativo. Na vida off-line as pes-soas fi caram tristes com notícias de morte de pessoas queridas, brigas e tragédia.

Os participantes da pesquisa relataram na sonda “Compartilhei”, no Facebook costu-mam compartilhar coisas engraçadas, frases, fotos de família, amigos, notícias de pessoas e animais desaparecidos, além de publicações de sorteio, religião e notícias de psicologia. No Instagram ou não responderam, ou não tem. Na vida off-line compartilharam momentos de felicidade, divertidos, demonstrações de amor e afeto.

Nesta sonda, em sua maioria, os participantes não deram opinião sobre determinado tema/ homossexualidade/ política no Facebook, já no Instagram a maioria não tem ou não res-pondeu, e algumas poucas que responderam não disseram para as amigas que as fotos estavam feias. No WhatsApp não disseram sobre a opinião que tinham no momento e que achavam de-sinteressante saber das coisas que as pessoas fazem ou não no seu cotidiano. Na vida off-line observou-se que as pessoas não dizem sobre algo que as incomodam, além de algo que poderia causar discórdia na família e que não disseram que desgostam de determinadas pessoas e/ou atitudes.

Vale evidenciar que a noção de autenticidade foi considerada um critério básico ao longo do romantismo europeu, como importante determinante do julgamento ético do comportamento individual. Opunha-se a divisão entre ser e parecer e a criação artística baseada nos interesses comerciais. Já, atualmente, na sociedade do espetáculo ou sociedade da imagem caracteriza-se como uma sociedade onde pouco se percebe no cotidiano algo tido como natural ou espontâneo, sendo que a realidade se torna uma encenação (FILHO, 2003).

O mundo virtual se coloca, portanto, de prontidão, como um recurso para que os sujei-

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tos possam externar sobre seus juízos. Para Zimmermman (2008), interessante se faz relacionar a dinâmica estabelecida entre os usuários de determinada rede social com a dinâmica de um campo grupal com pessoas “reais”: a princípio podemos pontuar que há presença do enquadre e da produção de um campo grupal (ZIMMERMMAN, 2008).

A maioria dos participantes afi rmaram que deixam de fazer postagens preocupados com o que as pessoas vão pensar, o principal motivo foi o de evitar discussões desnecessárias e gerar polêmica, o que vai ao encontro as diferenças das vivencias na vida on e off. Na sonda “por que não disse” os participantes responderam, em todas as redes sociais (Instagram, WhatsApp e Facebook) que preferiram não dizer certas coisas para evitar brigas e desgastes; por acharem desnecessário; para não se expor ou não magoar pessoas.

As trocas de informações pelas redes sociais como Facebook ou WhatsApp costumam ser breves e curtas, porém não há necessidade de que seja mais do que isso, apenas que exista alguém do outro lado da tela que esteja sempre à disposição, favorecendo o desenvolvimento de um narcisismo que necessite se sustentar de alguma forma (ASSUNÇÃO; JORGE, 2015). No caso deste artigo, como uma identidade virtual.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização do presente estudo possibilitou compreender e aprofundar os conheci-mentos sobre a infl uência das mídias sociais na construção da identidade. Apresentou-se como difi culdade para essa pesquisa, encontrar pessoas disponíveis para realização da pesquisa, o encontro entre pesquisador e participantes, difi culdade devolução das sondas.

Tendo em vista a transitoriedade da identidade encontrada bem como a infl uência das redes sociais em sua construção, se faz necessário mais estudos nessa área do conhecimento. Corroborando com as perspectivas dos autores citados anteriormente é possível perceber que existe a possibilidade de construir mais de uma identidade, sendo que essa identidade moldável de acordo com os ambientes em que os sujeitos estão inseridos, além da crescente mudança do mundo globalizado, onde as redes sociais vão se modifi cando bem como os sujeitos que as criam e utilizam.

Essa pesquisa visou contribuir especialmente para a área da psicologia, que lida diretamente com essas questões subjetivas da identidade, e através dela pode se compreender melhor a relação dos indivíduos com as mídias sociais e como essa relação afeta diretamente na constituição da identidade. Foi possível perceber que as mídias contribuem nessa construção e muitas vezes os sujeitos não percebem essa infl uência de forma direta.

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