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INFLUÊNCIA DA ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL NOS AMBIENTES DE PRODUÇÃO: UMA ANÁLISE ECONÔMICA MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Ricardo José Sacramento de Almeida Ouro Preto, 2003. Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP Escola de Minas - EM Departamento de Engenharia de Produção, Administração e Economia - DEPRO

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INFLUÊNCIA DA ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL

NOS AMBIENTES DE PRODUÇÃO:

UMA ANÁLISE ECONÔMICA

MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Ricardo José Sacramento de Almeida

Ouro Preto, 2003.

Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP

Escola de Minas - EM Departamento de Engenharia de Produção,

Administração e Economia - DEPRO

Ricardo José Sacramento de Almeida

INFLUÊNCIA DA ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL

NOS AMBIENTES DE PRODUÇÃO:

UMA ANÁLISE ECONÔMICA

Monografia apresentada ao curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal de Ouro Preto como parte dos requisitos para a obtenção do Grau de Engenheiro de Produção.

Orientador: Prof. Dr. Luiz Fernando Rispoli Alves

Escola de Minas - UFOP Ouro Preto/2003

ii

Monografia defendida e aprovada, em 11 de dezembro de 2003, pela

comissão avaliadora constituída pelos professores:

__________________________________________________ Prof. Dr. Luiz Fernando Rispoli Alves – Professor orientador

_________________________________________________________ Prof. João Esmeraldo da Silva, MSc. – Professor da disciplina PRO 104

____________________________________________________ Prof. Dr. Sávio Augusto Lopes da Silva – Professor convidado

iii

"Grande é a tarefa que nos espera... Para todos constitui quase um dever pensar que o que já se tiver

realizado é sempre pouco em comparação com o que resta por fazer."

João XXIII.

iv

Dedico este trabalho à minha mãe, pelo constante

apoio à realização dos meus objetivos.

v

AGRADECIMENTOS

A Deus pela força e disposição para a concretização desse trabalho.

À minha mãe que com amor, carinho e dedicação, me conduziu ao crescimento

pessoal e profissional.

À meu orientador Prof. Dr. Luiz Fernando Rispoli Alves, pelo incentivo, apoio,

dedicação e contribuição para a execução desse trabalho.

Aos professores do curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal de

Ouro Preto, que contribuíram pelos conhecimentos e experiências adquiridas durante

o curso.

Ao Prof. Dr. Sávio Augusto Lopes da Silva e ao Departamento de Engenharia de

Controle e Automação – DECAT, pela oportunidade e apoio à realização desse

projeto de pesquisa.

Aos colegas de sala pela amizade e companheirismo durante o curso.

vi

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ...............................................................................................vii

LISTA DE TABELAS .............................................................................................viii

GLOSSÁRIO............................................................................................................... ix

RESUMO..................................................................................................................... xi

ABSTRACT ...............................................................................................................xii

1- INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 01

1.1- ORIGEM DO TRABALHO ............................................................................ 02

1.2- IMPORTÂNCIA DO TRABALHO................................................................ 02

1.3- OBJETIVOS ..................................................................................................... 02

1.3.1- OBJETIVO GERAL..................................................................................... 03

1.3.2- OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................... 03

1.4- LIMITAÇÕES DO TRABALHO ................................................................... 03

1.5- ESTRUTURA DO TRABALHO.....................................................................03

2- ILUMINAÇÃO (LUZ, VISÃO E COR): CONCEITOS FUNDAMENTAIS..05

2.1 - ESTUDO DA LUZ...........................................................................................05

2.2 - ESTUDO DA VISÃO .....................................................................................13

2.3 - ESTUDO DA COR .........................................................................................19

2.4 - LÂMPADAS E EQUIPAMENTOS ..............................................................30

2.5 - ILUMINAÇÃO ...............................................................................................42

3- METODOLOGIA PROPOSTA ..........................................................................50

3.1- DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES ...............................................54

4- ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS LEVANTAMENTOS........................... 58

4.1- MEMORIAL DE CÁLCULO DE ILUMINAÇÃO ......................................64

4.2- EXEMPLO DE APLICAÇAO DO CÁLCULO DE ILUMINAÇÃO .........66

5- CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ............................................................. 68

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................... 71

ANEXOS ....................................................................................................................73

vii

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - INTENSIDADE LUMINOSA ................................................................ 10

FIGURA 2 - FLUXO LUMINOSO .............................................................................. 11

FIGURA 3 - ILUMINÂNCIA....................................................................................... 11

FIGURA 4 - LUMINÂNCIA ........................................................................................ 13

FIGURA 5 - CURVA DE EFICIÊNCIA VISUAL ....................................................... 16

FIGURA 6 - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA .................................................................. 40

FIGURA 7 - LUXIMETRO... ........................................................................................ 51

FIGURA 8 - ULTRAVIOLETÍMETRO ....................................................................... 52

FIGURA 9 – ESFERA PARA DEFINIÇÃO DE LÚMEM .......................................... 55

FIGURA 10 – ÍNDICE DE REFLEXÃO – LAMPADA FLUORESCENTE PHILIPS

FLUOTONE 110W – SUPER 85 ............................................................. 58

FIGURA 11 - ÍNDICE DE REFLEXÃO - LAMPADA DE VAPOR DE MERCÚRIO GE

250W ...................................................................................................59

viii

LISTA DE TABELAS

TABELA 1- FAIXA DE COMPRIMENTO DE ONDAS ............................................ 07

TABELA 2- RADIAÇÕES ULTRAVIOLETAS .......................................................... 07

TABELA 3- PRINCIPAIS APLICAÇÕES DA RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA ...... 08

TABELA 4- EFEITOS PSICOLÓGICOS DA TEMPERATURA DE COR ................ 18

TABELA 5- EFEITOS DA LUZ SOBRE AS CORES ................................................. 21

TABELA 6- GRAUS DE REFLEXÃO EM PERCENTUAL DO FLUXO LUMINOSO

INCIDENTE .......................................................................................... 23

TABELA 7- EFEITOS PSICOLÓGICOS DAS CORES .............................................. 25

TABELA 8- ILUMINAMENTO POR CLASSE DE TAREFA VISUAL ....................45 TABELA 9- DESCRIÇÃO DAS LÂMPADAS INCANDESCENTES ANALISADAS

..................................................................................................................52

TABELA 10- DESCRIÇÃO DAS LÂMPADAS DE DESCARGA ANALISADAS....53

TABELA 11- DESCRIÇÃO DAS LÂMPADAS FLUORESCENTES COMPACTAS

ANALISADAS ...................................................................................... 53

TABELA 12- DESCRIÇÃO DAS LÂMPADAS FLUORESCENTES ANALISADAS

..................................................................................................................54

TABELA 13- MEDIÇÕES PRÁTICAS - LÂMPADA FLUORESCENTE PHILIPS

FLUOTONE 110W - SUPER 85.............................................................57

TABELA 14- MEDIÇÕES PRÁTICAS - LÂMPADA DE VAPOR DE MERCÚRIO GE

250W ................................................................................................57

TABELA 15- ANÁLISE DOS RESULTADOS - LÂMPADA FLUORESCENTE

PHILIPS FLUOTONE 110W - SUPER 85.............................................58

TABELA 16- ANÁLISE DOS RESULTADOS - LÂMPADA DE VAPOR DE

MERCÚRIO GE 250W ..........................................................................59

TABELA 17- COMPATIBILIDADE FONTE DE LUZ ARTIFICIAL COM A COR

DA PINTURA DO AMBIENTE ............................................................62

ix

GLOSSÁRIO

Cor: é a propriedade que possue os corpos de, quando iluminados, aparecerem aos

nossos olhos com diferentes tonalidades. Essa propriedade não é fixa, nem permanente,

dependendo da composição espectral da luz que o ilumina.

Candela: é 1/600.000 da intensidade luminosa emitida por um metro quadrado da

superfície do corpo negro, quando à temperatura de solicitação da platina (1770 ºC) -

intensidade esta considerada perpendicular àquela superfície. O nome candela substitui

os antigos nomes “Vela internacional” e vela nova.

Eficiência Luminosa: eficiência luminosa de uma fonte que dissipa 1 watt de potência

para cada lúmen de fluxo emitido.

Fluxo Luminoso (F ): é a quantidade de luz emitida por uma fonte, medida em lumens,

na tensão nominal de funcionamento.

Iluminação artificial: é aquela que se obtém com fontes artificiais (lâmpadas) que

transformam a energia elétrica em luz.

Iluminação natural: é aquela que se obtém com a luz do dia.

Iluminamento (E): iluminamento de uma superfície plana de área igual a um metro

quadrado recebendo na direção normal um fluxo luminoso de um lúmen uniformemente

distribuído.

Intensidade Luminosa (I): é a quantidade física básica internacional em todas as

medidas de luz. É expressa em candela (cd).

x

Lúmem (lm): fluxo de luz que incide sobre uma superfície de um metro quadrado,

cujos pontos distem um metro de uma fonte pontual teórica que tenha uma intensidade

luminosa de uma candela em todas as direções.

Luminância (B): expressa em candela por metro quadrado, corresponde ao brilho de

uma de uma superfície que emite ou reflete uma intensidade luminosa de uma candela

por metro quadrado.

Luz: é uma forma de energia que se manifesta pela capacidade de produzir a sensação

da visão.

Lux (lx): densidade de fluxo luminoso sobre uma superfície. Um lux corresponde a um

lúmem distribuído numa superfície de um metro quadrado.

Nanômetro (nm): unidade de comprimento de ondas em iluminação. Representa 1/10

do ângstom.

Qualidade de iluminação: refere-se à escolha do tipo adequado de lâmpada, sua

distribuição e localização visando a obter boa uniformidade no aclaramento, bem como

a orientação do feixe de luz a fim de que incida de modo correto sobre o plano de

trabalho.

Quantidade de luz: são os níveis de iluminamento, que devem permitir a realização da

tarefa visual com um máximo de rapidez, exatidão, facilidade e comodidade,

despendendo o mínimo de esforço.

Visão: representa a mais importante fonte de contato do ser humano com o ambiente

que o rodeia, e a principal forma de percepção das informações.

xi

RESUMO

As condições ambientais dos diferentes locais de trabalho ainda

continuam carentes em relação a certos aspectos, particularmente aqueles que se

relacionam com o bem-estar do trabalhador e a preservação das suas condições de

saúde, fatores de grande importância na qualidade do produto e na quantidade de

produção.

O objetivo deste trabalho é analisar a influência da iluminação artificial

nos ambientes de produção e, verificar a compatibilidade da fonte de luz artificial com a

cor do ambiente a ser iluminado. Trata-se da busca da melhor solução técnica,

propiciando ao homem as condições ambientais adequadas de luz e cor para a melhor

execução de seu trabalho e, conseqüentemente, uma quantificação das prováveis

reduções de custo de produção com a correta adequação luz e cor do ambiente.

A melhor solução poderá ser atingida, utilizando elementos da realidade

disponíveis na UFOP, bem como na maioria das empresas, tais como: equipamentos

com grau de precisão suficiente para estas medições, materiais disponíveis no mercado

e adequação da teoria de iluminação para que se possam realizar estas medições.

Palavras-chave: Iluminação natural e artificial, luz e produtividade, custo da

iluminação.

xii

ABSTRACT

The ambient conditions of the different workstations still continue devoid

in relation the certain aspects, particularly those that if relate with well-being of the

worker and the preservation of its conditions of health, factors of great importance in

the product quality and the amount of production.

The objective of this work is to analyze the influence of the artificial

illumination in production environments and, to verify the compatibility of the source of

artificial light with the color of the environment to be illuminated. Technique is about

the search of the best solution, propitiating to the man the ambient conditions adjusted

of light and color for the best execution of its work and, consequently, a quantification

of the probable reductions of cost of production with the correct adequacy light and

color of the environment.

The best solution could be reached, using available elements of the

reality in the UFOP, as well as in the majority of the companies, such as: available

equipment with degree of enough precision for these measurements, materials in the

market and adequacy of the illumination theory so that if they can carry through these

measurements.

Keywords: Natural and artificial illumination, light and productivity, cost of the

illumination.

1

1- INTRODUÇÃO

O ser humano diante dos seus inesgotáveis problemas e da impotência

para resolvê-los sozinhos, tem buscado as soluções nas organizações especializadas em

áreas específicas. Os interesses do indivíduo e os das organizações complementam-se,

garantindo a permanência das boas organizações no mercado e a satisfação das

constantes e renováveis necessidades do indivíduo.

Fazer alguém realizar seu trabalho com o máximo de satisfação e de

interesse gera resultados positivos e concretos sobre a produtividade. Movido por sua

motivação, que nada mais é do que um fenômeno psicológico que varia de pessoa para

pessoa em termos de causas, efeitos e manifestações.

NETO (1980), ressalta que a visão representa, possivelmente, a mais

importante fonte de contato do ser humano com o ambiente que o rodeia, e a principal

forma de percepção das informações.

As condições ambientais dos diferentes locais de trabalho ainda

continuam carentes em relação a certos aspectos, particularmente aqueles que se

relacionam com o bem-estar do trabalhador e a preservação das suas condições de

saúde, fatores de grande importância na qualidade do produto e na quantidade da

produção.

Experiências já comprovaram que a produtividade aumenta à medida que

melhoram as condições de iluminação do local. A qualidade dos produtos está, de igual

forma, relacionada com a intensidade da luz. Uma das boas características da

iluminação é garantir a correta quantidade de luz, sem, contudo provocar ofuscamento.

Outro fator importante é o efeito psicológico que as cores causam às

pessoas e da importância que ela exerce na produção e no bem estar dos funcionários.

Segundo LACY (1996), a cor pode trans formar, animar e modificar

totalmente um ambiente; todos nós reagimos à cor, e atualmente é possível levá- la a

todas as áreas da vida pelo uso de materiais, tecidos e tintas. O mero entendimento da

psicologia da cor e do seu significado mais profundo pode nos trazer paz, harmonia e

alegria, e alterar enormemente a nossa vida.

A sabedoria das cores foi transmitida através dos tempos, observada por

muitos e sentida por outros. As descobertas nos levaram a compreender que o uso de

uma ou várias cores no ambiente pode alterar a comunicação, as atitudes e a aparência

2

das pessoas presentes; a cor pode acalmar, reduzir o stress e a violência ou aumentar a

vitalidade e a energia.

A não observação da compatibilidade das fontes de luz com a correta

escolha da cor da pintura do ambiente a ser iluminado, pode levar a gastos

desnecessários com a elevação do consumo de energia elétrica e isto pode interferir na

produtividade do funcionário, bem como agregar custos desnecessários ao produto(s).

1.1- ORIGEM DO TRABALHO

O trabalho teve início na disciplina PRO 103 – Projeto em Engenharia de

Produção I – do curso de Engenharia de Produção da UFOP. Nesta, foi proposto aos

alunos que fizessem o projeto da monografia, que deverá ser concluída no final deste

curso. A área escolhida foi a de Gerência da Produção.

Nesta área - Gerência da Produção, ao examinar o conteúdo das diversas

influências sobre o custo final do produto, despertou-nos o interesse em conhecer de

forma mais detalhada, os princípios de inter-relação do sistema luz e cor, bem como, os

benefícios gerados através da busca de melhores soluções técnicas.

1.2- IMPORTÂNCIA DO TRABALHO

O presente trabalho possui uma vinculação objetiva com os custos de

produção, uma vez que se trata da busca da melhor solução técnica com uma

quantificação das possíveis reduções de custos de produção, bem como, dos efeitos

psicológicos que também interferem na produtividade do funcionário.

1.3- OBJETIVOS

Os objetivos deste trabalho são divididos em objetivos geral e

específicos.

3

1.3.1- OBJETIVO GERAL

Investigar a influência da iluminação artificial nos ambientes de

produção.

1.3.2- OBJETIVOS ESPECÍFICOS

§ Elaborar uma investigação científica, visando uma melhor

compatibilidade da luz artificial com a cor do ambiente a ser

iluminado;

§ Fazer uma avaliação relativa, a partir dos parâmetros práticos e dos

materiais usuais disponíveis no mercado, da compatibilidade das

luzes e da cor do ambiente;

§ Produzir uma tabela referencial para uma melhor escolha das fontes

de luz e das cores dos ambientes a serem iluminados.

1.4- LIMITAÇÕES DO TRABALHO

O trabalho será desenvolvido utilizando elementos da realidade

disponíveis na UFOP, bem como na maioria das empresas, tais como: equipamentos

com grau de precisão suficiente para esta prática, materiais disponíveis no mercado e

adaptação da teoria de iluminação para estas medições. Estes fatos produzem resultados

relativos, porém confiáveis.

1.5- ESTRUTURA DO TRABALHO

Esta monografia é composta por cinco capítulos incluindo este

(introdução), que faz uma abordagem geral do que será visto no decorrer desta

investigação, bem como dos objetivos, geral e específico e, as limitações do trabalho.

4

O capítulo 2 apresenta o Marco teórico sobre o tema investigado

buscando uma sustentação e ou, fundamentação teórica para esta investigação.

O capítulo 3 apresenta a metodologia proposta, o desenvolvimento das

atividades e, descreve como foram realizados o estudo e as medições práticas.

No capítulo 4, “Análise dos Resultados dos Levantamentos”, apresenta as

análises das medições práticas realizadas no capítulo 3, com o objetivo de produzir uma

tabela de indicações para uma melhor escolha das fontes de luz e cor para os ambientes

iluminados. Apresenta também, um modelo de cálculo de iluminação elétrica e, um

exemplo de aplicação do cálculo de iluminação com sua respectiva análise econômica.

O capítulo 5, “Conclusão e recomendações” - apresentam as principais

conclusões a que se chegou, enfatizando o atendimento dos objetivos propostos no

capítulo 1, bem como, as recomendações de novos estudos complementares.

5

2- ILUMINAÇÃO (LUZ, VISÃO E COR): CONCEITOS FUNDAMENTAIS

Neste capítulo se fará a fundamentação teórica das variáveis e seus

indicadores, que de certa maneira, se não forem observados, poderão interferir

negativamente nas condições físicas e psicológicas do trabalhador, além de agregar

custos desnecessários ao produto.

2.1- ESTUDO DA LUZ

Segundo a Norma NBR 5413, da Associação Brasileira de Normas

Técnicas, a luz é definida como uma potência radiante que, estimulando o olho humano,

produz sensação visual.

Para NETO (1980), luz é a designação que recebe a radiação

eletromagnética que ao penetrar no olho humano, acarreta uma sensação de claridade.

Esta luz é responsável pelo transporte de todas as informações visuais que recebemos.

A luz se propaga em forma de vibrações transversais rapidíssimas e

atravessam com maior ou menor facilidade, todas as substâncias chamadas

transparentes. Devemos notar, porém que essa transparência é relativa: o vidro, por

exemplo, é considerado transparente à luz. Esta, entretanto, não é capaz de atravessar

um bloco de 20 metros de vidro. Já os metais são considerados opacos, ou não

transparentes à luz, mas uma camada metálica bastante delgada deixa-se atravessar pela

luz como acontece nas válvulas termoelétricas.

A luz, como uma modalidade de energia, se reflete, é absorvida e se

transmite.

Reflexão: é o fenômeno que consiste na mudança de direção de um raio

luminoso ao incidir em determinada superfície de separação de dois meios homogêneos,

sendo desenvolvido para o meio originário. A reflexão da luz depende das condições da

superfície refletora e do ângulo de incidência dos raios luminosos

Refração: é o fenômeno segundo o qual a direção dos raios luminosos

sofrem modificações ao passar de um meio para outro de densidade diferente. Tal

fenômeno se dá em face do fato de que a velocidade da luz é tanto menor quanto maior

for a densidade do meio que atravessa.

6

Absorção: é o fenômeno que se dá quando uma parte do raio luminoso

que incide sobre uma superfície é absorvido, em maior ou menor grau, dependendo das

características do material de que é constituído cada corpo. A conseqüência mais

importante desse fenômeno é a cor dos corpos.

Transmissão: é uma característica dos corpos transparentes ou

translúcidos, de deixar passar luz.

Segundo NETO (1980), os três fenômenos, reflexão, absorção e

transmissão estão intimamente interligados, segundo a relação: Fluxo luminoso total =

fluxo luminoso refletido + fluxo luminoso absorvido + fluxo luminoso transmitido.

Quando uma substância é homogênea a luz se propaga ao longo da massa

segundo um eixo que pode ser considerado propagação em linha reta, e com uma

velocidade constante.

No ar atmosférico temos o “Espelhismo” e a “Miragem” onde o eixo dos

raios luminosos se propagam segundo caminhos poligonais ou curvos.

A velocidade da luz no vácuo é de aproximadamente 300.000 Km/s. É

uma propagação praticamente instantânea. Até o momento, por desconhecimento de

outras, é a máxima velocidade conhecida e “adotada” pelo homem.

2.1.1- Coloração da Luz (Espectro Visível)

Segundo ALVES (2001), existem luzes de diversas cores e essa

variedade de coloração é conseqüência direta da freqüência de vibração da energia

luminosa.

Para a freqüência da luz que é aproximadamente 1015 Hertz, temos uma

faixa de comprimento de ondas que é o espectro da luz visível, que vai de 380 a 760

nm.

7

COR COMP.ONDA

(nm)

Ultravioleta 380

Violeta 400

Azul 450

Verde 520

Amarela 570

Laranja 630

Vermelho 700

Infravermelho 760

TABELA 1- FAIXA DE COMPRIMENTO DE ONDAS FONTE: ALVES (2001), P.5

Estas cores têm a capacidade de se combinar em todas as proporções,

produzindo tons cromáticos ou ma is variados.

2.1.2- Radiações Ultravioleta

As radiações ultravioletas possuem comprimentos de ondas situados

entre 150 e 380nm e se divide em três grupos.

DENOMINAÇÃO COMPRIMENTO

DE ONDA

OBTENÇÃO

(UV-A) próximo 310 a 400 Luz Solar e Vapor Mercúrio Alta

Pressão

(UV-B) intermediário 280 a 310 Vapor de Mercúrio Alta Pressão

Lâmpada vapor Mercúrio

(UV-C) Remoto 200 a 300 Lâmpada Fluorescente Tubo Quartzo

sem Fósforo

TABELA 2- RADIAÇÕES ULTRAVIOLETAS FONTE: ALVES (2001), P.5

8

As principais características das radiações ultravioleta são:

a) elevada ação química

b) excitação da fluorescência de diversas substâncias

c) efeito bactericida, etc.

As principais utilizações das radiações ultravioleta conforme sua

classificação são.

CLASSIFICAÇÃO APLICAÇÕES OBSERVAÇÃO

(UV-A) ultravioleta

próximo

Efeito sobre materiais fotográficos

Identificação de substâncias pela

fluorescência;

Verificação de papel moeda;

Cópias heliografias;

Lâmpadas vapor de mercúrio;

Luz Negra.

Não afeta a vista.

Utilização:

Indústria;

Bancos;

Teatros, etc.

(UV-B)Ultravioleta

Intermediário ou

radiação eritemática.

Atuação sobre tecidos vivos;

Pigmentação da pele;

Produção de vitamina D.

Utilizados para fins

terapêuticos.

(UV-C) ultravioleta

remoto ou radiação

germicida.

Efeito germicida;

Tratamento de águas;

Lâmpadas fluorescentes;

Produção de ozona.

Prejudicial à vista

humana.

TABELA 3- PRINCIPAIS APLICAÇÕES DAS RADIAÇÕES ULTRAVIOLETAS FONTE: ALVES (2001), P.6

2.1.3- Radiações Infravermelho

As radiações infravermelhas possuem comprimentos de onda situados

entre 760 e 10.000 nm, não são vistas pelo olho humano e caracterizam-se pelo seu forte

poder calorífico.

9

Essas radiações são produzidas pela luz solar ou artificialmente por

resistores aquecidos e lâmpadas incandescentes especiais. (infravermelho)

As lâmpadas infravermelhas trabalham com seu filamento a uma

temperatura mais reduzida. Já nas lâmpadas incandescentes comuns, aproximadamente

70% da energia elétrica consumida é transformada em calor na forma de infravermelho

e 30% em energia radiante de comprimento de onda visível.

A seguir algumas aplicações do infravermelho:

§ aquecimento de ambientes

§ preparo de alimentos

§ secagem de tintas

§ secagem de arroz, trigo, café, etc.

§ tratamento de luxações

§ fotografia com filmes sensíveis ao infravermelho

§ sistemas sensíveis ao infravermelho emitido pelos motores, a

reação que orienta os foguetes terra-ar e ar-ar, etc.

2.1.4- Unidades de Medida da Luz

Segundo NETO (1980), a constatação, a medição e a comparação de

valores das fontes de luz, levam em consideração a sensibilidade espectral do olho

humano, isto é, o que dá as diferentes sensibilidades para as diversas radiações do

espectro visível.

2.1.4.1- Intensidade Luminosa (I)

De acordo com NETO (1980), intensidade luminosa é o valor da energia

radiante emitida por uma fonte de luz puntiforme em uma determinada direção,

expressa em candela (cd).

CANDELA é 1/600.000 da intensidade luminosa emitida por um metro

quadrado da superfície do corpo negro, quando à temperatura de solicitação da platina

10

(1770 ºC) - intensidade esta considerada perpendicular àquela superfície. O nome

candela substitui os antigos nomes “Vela internacional” e vela nova.

FIGURA 1- INTENSIDADE LUMINOSA

FONTE: OSRAM (2003), P.3

2.1.4.2- Fluxo Luminoso (F )

Segundo ALVES (2001), fluxo luminoso é a quantidade de energia,

“Potência de Radiação” radiante emitida por uma fonte luminosa e avaliado pelo olho

humano. É medido pelas sensações luminosas capazes de produzir menores ou maiores

estímulos da retina ocular.

A unidade de fluxo luminoso é o Lúmem (lm). A designação lúmem

provém do fato do olho humano ter sensibilidade diferente para os diversos

comprimentos de onda.

Definição de Lúmem (lm): é o fluxo luminoso emitido igualmente em

todas as direções por um foco puntiforme, com intensidade de uma CANDELA, e

avaliado segundo um ângulo sólido de um esferoradiano.

11

FIGURA 2- FLUXO LUMINOSO

FONTE: OSRAM (2003), P.3

2.1.4.2- Iluminância ou Iluminamento (E)

Segundo NETO (1980), iluminamento é a densidade de fluxo luminoso

sobre uma superfície. Na “Técnica de Iluminação”, esta superfície é, na maioria dos

casos, um plano horizontal situado a um metro acima do piso e a ele dá-se o nome de

“Plano de Trabalho” ou Plano útil.

A unidade de iluminamento é o LUX ( lx ). Lux é o iluminamento na

perpendicular, produzido pela incidência de um lúmem por metro quadrado de

superfície plana.

FIGURA 3 – ILUMINÂNCIA (ILUMINAMENTO)

FONTE: OSRAM (2003), P.4.

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2.1.4.3- LUMINÂNCIA (B)

Conforme NETO (1980), luminância corresponde ao brilho de uma

superfície que emite ou reflete uma intensidade luminosa de uma candela por metro

quadrado. Como o raio luminoso é invisível, a menos que seja interceptado por um

meio material, o objetivo da luz é produzir brilho. Portanto, o olho vê brilho e não

iluminação. Por essa razão torna-se necessário associar a noção de iluminação com a de

brilho, o qual depende, exclusivamente, do fator de reflexão da região do objeto vista

pelo olho na direção de observação. Se colocarmos uma superfície a certa distância da

fonte de luz, a intensidade de iluminação será a mesma, quer seja a superfície um papel

branco, um quadro-negro ou um tecido colorido. Contudo, essas diferentes superfícies

deverão aparecer com brilhos distintos em função da sua natureza, da rugosidade da

superfície, da sua forma e tamanho, bem como da posição do observador em relação à

fonte de luz. Todos os objetos visíveis possuem brilho, que normalmente é

independente da distância de observação.

No sentido subjetivo, o brilho se traduz na luminosidade, a qual depende

da sensação ocasionada pelas condições de adaptação do olho no instante da

observação.

Luminância é expressa em candela por metro quadrado.

13

FIGURA 4 – LUMINÂNCIA

FONTE: OSRAM (2003), P.4.

2.2- ESTUDO DA VISÃO

Segundo NETO (1980), a visão representa, possivelmente, a mais

importante fonte de contato do ser humano com o ambiente que o rodeia, e a principal

forma de percepção das informações. Embora o homem lhe dê grande importância, nem

sempre lhe dedica a devida atenção, particularmente quando se trata de oferecer meios

adequados para o bom desempenho da tarefa visual.

As condições ambientais dos diferentes locais de trabalho ainda

continuam carentes em relação a certos aspectos, particularmente aqueles que se

relacionam como bem-estar do trabalhador e a preservação das suas condições de saúde,

fatores de grande importância na qualidade do produto e na quantidade de produção.

Para que um sistema de iluminação cumpra o objetivo para o qual se

destina, é necessário ter em conta sua adequação segundo dois fatores fundamentais:

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a. A fonte de luz, isto é, o manancial de energia radiante cujos

comprimentos de onda abranjam a faixa de 3800 a 7600 Å;

b. O órgão que capta e interpreta as radiações emitidas pela fonte.

O olho é o órgão através do qual se torna possível perceber as sensações

de luz e cor e interpretar, por meio da imagem, o mundo que nos cerca. Nas espécies

inferiores, o olho é apenas um agrupamento de células pigmentadas que permitem

distinguir entre a claridade e a escuridão. Nas formas mais adiantadas da espécie

animal, o olho é composto de lentes e diafragmas para a focalização e a limitação de

feixes de luz, além de um sistema de células sensíveis às radiações luminosas, que

possibilitam a percepção das imagens.

No olho, a sensação visual ocasionada pelos estímulos luminosos gera

impulsos que são transmitidos, através do nervo ótico, até o cérebro, onde se processa a

interpretação das diferentes intensidades de luz, permitindo distinguir formas, tamanho

e posição dos objetos por meio da percepção visual.

Toda iluminação é feita com o objetivo de produzir um reflexo que

transporte para o olho humano as informações do meio externo, para que o nosso

cérebro possa analisá- las e interpretá-las, permitindo distinguir cor, forma, tamanho e

posição dos objetos por meio de percepção visual.

2.2.1- Sensibilidade Visual

ALVES (2001) ressalta que, o processo fotobiológico da visão é tal que,

os raios luminosos, refletidos ou emitidos pelos corpos, passando através do sistema

ótico, formado essencialmente pela córnea e pelo corpo vítreo, vão incidir sobre a retina

do globo ocular, onde uma multidão de pequenos corpos (cones e bastonetes) nervosos,

excitados por esses raios vão comunicar suas impressões ao cérebro por meio do nervo

ótico.

Compreende-se pois que conforme a retina seja mais ou menos

influenciada pela luz, veremos as coisas mais ou menos claras ou luminosas. Em outras

palavras: da “resposta” da retina às excitações luminosas decorre, para cada indivíduo,

uma sensibilidade maior ou menor.

15

A esta “resposta” estão condicionados diversos efeitos ou manifestações

do sistema ocular humano, sendo os principais, ou ainda, os que mais interessam às

condições de iluminação, porque são influenciados por ela, os seguintes:

a- acuidade visual

b- sensibilidade de percepção

c- eficiência visual

OBS: Os cones são células receptoras da retina, cuja função é

possibilitar a discriminação ou detalhes finos e principalmente a percepção das cores.

Possui pequena sensibilidade para baixos níveis de iluminamento.(Visão Diurna ou

Fotópica).

Os bastonetes, contrariamente aos cones, são sensíveis aos baixos níveis

de iluminamento e não percebem as cores. São muito sensíveis aos movimentos e

variações luminosas (visão noturna ou escotópica).

a- Acuidade Visual

Acuidade visual é a capacidade de distinguir detalhes nos objetos

visualizados, com maior ou menor facilidade e rapidez. Depende fundamentalmente dos

índices de iluminamento, não levando em conta a reprodução de cores.

b- Sensibilidade de Percepção

Sensibilidade de percepção é a sensibilidade do olho em perceber os

contrastes entre partes claras ou escuras, tanto de objetos isolados, como de ambientes

em que estes se encontram.

16

c- Eficiência Visual (Luminosidade espectral relativa)

A eficiência visual, sensibilidade relativa ou luminosidade espectral

relativa, que está representada pelas curvas abaixo é o comportamento do olho humano

no discernimento das cores do espectro solar.

Tipos básicos de visão:

CURVA DIURNA: Visão Normal dos objetos iluminados pela luz do dia

(Visão Diurna ou Fotópica), cuja eficiência máxima é para o comprimento de onda de

555 nm - Amarelo esverdeada. Visão de responsabilidade direta dos CONES.

CURVA NOTURNA: Visão Noturna ou Escotópica que possui a

eficiência máxima para o comprimento de onda de 505 nm, que corresponde à cor

verde, ambientes sombrios ou à noite, sendo os Bastonetes os principais responsáveis

por esta percepção.

FIGURA 5- CURVA DE EFICIÊNCIA VISUAL

FONTE: OSRAM (2003), P.2

A curva de sensibilidade foi elaborada em função da visão FOTÓPICA

que é de responsabilidade dos CONES, e foi montada para as sensações visuais da vista

em níveis normais de iluminamento diurno.

17

Quando o iluminamento fica muito baixo, os Cones cessam seu

funcionamento e os Bastonetes se ocupam de todo o processo visual. É a chamada

Visão Escotópica. A transição da visão fotópica para escotópica é denominada Efeito

Purkinje. Este efeito pode ser percebido todos os dias no amanhecer e entardecer, horas

em que nossa sensibilidade visual está a níveis baixíssimos.

2.2.2- Temperatura de cor (Tc)

Segundo ALVES (2001), temperatura de cor é uma avaliação da cor das

fontes luminosas, adotada pelos fabricantes de lâmpadas.

Evidentemente temperatura de cor não se mede com termômetro: ela

simplesmente define a cor da luz. Existe, entretanto uma correlação entre a temperatura

e a cor. Por exemplo, quando vamos cedendo energia calorífica a uma peça de ferro,

chega-se à temperatura em que a mesma começa a emitir uma luz vermelha escuro, à

medida que aumentamos a temperatura, a peça ao aquecer passa por uma gama de cores.

A todo aumento de temperatura corresponde um aumento na emissão de energia

radiante visível que tem como limite o laranja incandescente.

Para estabelecer uma relação mais exata entre temperatura e a cor,

decidiu-se tomar como amostra ideal às radiações emitidas pelo corpo negro.

CORPO NEGRO ou radiador perfeito é representado pelo corpo capaz de

absorver toda radiação sobre ele incidente. As fontes padrões são construídas de Torita,

cujas paredes da cavidade são enegrecidas com fuligem e cuja abertura de 1 cm² deixam

sair as radiações quando o mesmo é aquecido.

Ao aquecermos o corpo negro de maneira uniforme, à temperaturas mais

altas, verificamos ao observar a cavidade, que dela sai uma luz cada vez mais branca e

mais intensa que é proporcional à esta temperatura.

Portanto, para cada temperatura do corpo negro temos uma radiação com

temperatura de cor idêntica à temperatura de aquecimento do mesmo. É com estas

radiações do corpo negro que nós comparamos as fontes de luz, objeto de teste.

Apenas para efeito de comparação apresentamos na figura abaixo os

valores indicativos de magnitude relativa a algumas fontes de luz.

18

A temperatura de cor interessa especialmente no caso das lâmpadas

fluorescentes, cuja luz é o resultado da conversão da radiação ultravioleta em luz visível

por meio de pós fluorescentes. Pode-se dar a essa luz a Temperatura de Cor que se

deseja, pela utilização conveniente de diferentes pós fluorescentes.

ALVES (2001) ressalta que, para a classificação da luz artificial,

emprega-se o critério de “aceitação” natural pelos olhos de dois tipos de fontes de luz: a

dos irradiadores térmicas (fogo, velas, lâmpadas incandescentes) e a luz do sol (natural).

Uma iluminação Artificial boa é aquela que se aproxima da iluminação

natural.

Quanto mais alta a temperatura de cor do filamento de uma lâmpada

incandescente, mais branca ou mais fria será a sensação visual da luz emitida. Quanto

mais baixa a temperatura de cor mais quente será a impressão que temos do ambiente.

TC SENSAÇÃO VISUAL ENERGIA RADIANTE

EMITIDA

Baixa Quente Baixa

Média Morno Média

Alta Frio Alta

TABELA 4 – EFEITOS PSICOLÓGICOS DA TEMPERATURA DE COR FONTE: ALVES (2001), P.13.

2.2.3- Índice de Rendimento Cromático - IRC

Conforme ALVES (2001), um material qualquer seja líquido, sólido ou

gasoso, tem a cor da luz que ele reflete com maior intensidade.

Um objeto é dito vermelho quando ao receber luz “Branca”, absorve os

raios luminosos de todas as cores exceto os raios vermelhos que são repelidos na

reflexão; logo, a cor vermelha é a única que, a rigor, o objeto não tem em si. Por mais

paradoxal que pareça podemos afirmar que um objeto dito de cor vermelha, possui todas

as cores, menos a que o denomina como tal.

Vale afirmar então que “cor nada mais é do que um reflexo”.

19

No caso do projetista de iluminação esta observação deve ser bem

ponderada porque ele vai projetar instalações cuja finalidade é permitir não só a

visibilidade das coisas, mas também suas cores e matizes.

O rendimento de uma fonte artificial de luz depende, por conseguinte, do

fato dela emitir todas as cores do espectro. Se faltar uma cor qualquer, esta não será

refletida.

As propriedades de uma lâmpada, para efeito de rendimento de cores, são

avaliadas por meio do Índice de Rendimento Cromático (IRC).

Este fator é determinado por comparação da luz irradiada pela lâmpada

que está sendo examinada com luz de uma fonte padrão que possua a mesma

temperatura de cor.

2.3- ESTUDO DA COR

LACY (1996), a cor pode transformar, animar e modificar totalmente um

ambiente; todos nós reagimos à cor, e atualmente é possível levá- la a todas as áreas da

vida pelo uso de materiais, tecidos e tintas. O mero entendimento da psicologia da cor e

do seu significado mais profundo pode nos trazer paz, harmonia e alegria, e alterar

enormemente a nossa vida.

Até pouco tempo considerava-se que a cor servia apenas como um

elemento decorativo. Atualmente, sabe-se que a boa iluminação de um local de trabalho

deve levar em conta a cor a ser empregada nas paredes, piso e teto. Por outro lado, com

o uso adequado das cores torna-se possível criar melhores condições psicológicas para o

trabalhador.

Estudos e experiências de numerosos especialistas demonstram que a cor

tem influência sobre a saúde, o bom humor e o rendimento das tarefas, propiciando a

obtenção de:

§ Reações psicológicas positivas;

§ Aumento da produtividade;

§ Melhoria no padrão de qualidade;

§ Menor fadiga visual;

§ Redução do índice de acidentes.

20

Segundo NETO (1980), a cor é a propriedade que possuem os corpos de,

quando iluminados, aparecem aos nossos olhos com diferentes tonalidades. Essa

propriedade não é fixa, nem permanente, dependendo da composição espectral da luz

que o ilumina.

Conceito físico: A cor é uma parte do espectro eletromagnético que, ao

estimular o olho humano, permite distinguir diferenças na qualidade da sensação visual

provocada pela luz.

Como fenômeno físico, a cor é mensurável em relação a uma unidade.

Conceito subjetivo: Dentro de um conceito subjetivo, a cor é a resposta a

um estímulo luminoso captado pelo órgão da visão e transmitido ao cérebro, onde é

interpretado. Dessa forma, a cor é uma sensação que depende de diversos fatores, tais

como: posição que ocupa dentro de um conjunto de cores, iluminação que recebe,

composição com outras cores, etc.

Como entidade subjetiva, a cor não pode ser especificada como rigor das

leis científicas, razão pela qual só se torna possível definí- la por um sistema de

comparações.

Quando duas ou mais cores são superpostas, cria-se uma outra cor

diferente das que deram origem. Segundo o conceito físico, as três cores que por esse

processo permitem a obtenção de todas as demais, são: o vermelho, o verde e o azul,

que por isso são chamadas cores fundamentais.

O fato se dá em virtude do somatório dos comprimentos de ondas das

cores que se superpõem. Quando se somam os comprimentos de ondas das três cores

fundamentais, o resultado será o branco.

2.3.1- Efeitos da Luz Sobre a Cor

NETO (1980) ressalta que, sendo a cor dos corpos uma característica

física que os mesmos possuem de refletir certos comprimentos de ondas, absorvendo os

demais, a maior fidelidade cromática será obtida quando o objeto for iluminado com luz

branca, cujo espectro continuo abrange toda a gama de ondas da faixa visível.

No caso de o objeto ser iluminado com luz colorida, cujo espectro seja

descontinuo, haverá ausência de certos comprimentos de ondas, resultando que a

21

reflexão seletiva será distorcida, falseando a cor real do objeto. Na tabela 5 abaixo são

apresentados os efeitos da luz colorida sobre a aparência da cor dos objetos, onde deve-

se prestar atenção para esse efeito a fim de evitar interpretações erradas das cores,

principalmente nas sinalizações dos locais de trabalho.

COR DA LUZ COR DO

OBJETO Amarelo Vermelho Azul Verde

Amarelo Amarelo

brilhante

Laranja

avermelhado

Marrom claro Amarelo limão

Vermelho Laranja

brilhante

Vermelho

brilhante

Vermelho

azulado

Vermelho

amarelado

Azul Púrpura claro Púrpura escuro Azul brilhante Azul verdoso

Verde Verde

amarelado

Verde oliva Azul verdoso Verde brilhante

TABELA 5- EFEITOS DA LUZ SOBRE A COR FONTE: NETO (1980), P. 107.

2.3.2- O Efeito da Cor Sobre as Pessoas

Segundo NETO (1980), dependendo de uma série de condicionantes, tais

como: a idade, o sexo, o nível social e cultural, alem de outras, as pessoas reagem de

maneiras diferentes com relação as cores. No entanto, existem certos efeitos que podem

ser considerados genéricos, diante dos quais o comportamento do ser humano apresenta

reações que podem ser previamente determinadas. Essas reações podem se dar em

maior ou menor grau, dependendo da disposição interior do individuo.

As observações realizadas por inúmeros psicólogos, com relação aos

efeitos que as cores produzem nas pessoas, tornaram possível a determinação das causas

dessas reações emocionais. Assim, as cores podem criar sentimentos de atração ou

repulsão; de agressividade ou passividade; de tensão ou de calma, dependendo do que

possa ser associado a cada uma delas e que determinará sua característica. O vermelho e

o amarelo lembram o fogo, a chama e a luz do sol. O verde e o azul estão associados à

22

frescura da relva, da folhagem e das águas profundas. O violeta e a púrpura são as cores

das sombras e de suas proximidades.

Da mesma forma, elas podem originar sensações de frio ou calor; de

aproximação ou afastamento, e até mesmo de peso.

Conforme o que estabeleceu o psicólogo Wund, as cores podem ser

classificadas em dois grupos, em função das reações sensitivas que provocam nas

pessoas. No primeiro grupo aparecem o vermelho, o amarelo e o laranja. O segundo

grupo é formado pelo azul, o verde e suas cores adjacentes.

As cores pertencentes ao primeiro grupo são as cores quentes, enquanto

que as do segundo são consideradas cores frias. As cores quentes são psicologicamente

dinâmicas e estimulantes, sugerindo vitalidade, excitação e movimento. As cores frias

são calmantes, suaves e estáticas, dando a sensação de frescor, descanso e paz.

Com o uso adequado das cores torna-se possível obter certos efeitos de

alteração dos espaços que as contêm. As cores quentes aproximam e parecem aumentar

os objetos, porque, para enfocá- los, o cristalino do olho precisa acomodar-se da mesma

maneira que quando enfoca os objetos mais próximos. As cores frias parecem

distanciar-se e reduzem as dimensões aparentes dos objetos. Se forem colocados dois

objetos iguais a uma distância de seis metros, um pintado de vermelho e outro de azul, o

objeto vermelho parecerá mais próximo cerca de trinta centímetros. As cores escuras

criam a sensação de aproximação, enquanto que as claras dão a impressão de maior

amplitude.

2.3.3- Reflexão Luminosa das Cores

GRANDJEAN (1998) ressalta que, para a dinâmica de cores do ambiente

de trabalho, o grau de reflexão das cores tem importância. Na tabela 6 abaixo estão

relacionados alguns graus referenciais de reflexão das cores.

23

COR E MATERIAIS REFLEXAO EM %

Branco 100

Alumínio, papel branco 80-85

Marfim, amarelo limão forte 70-75

Amarelo forte, ocre claro, verde claro, azul pastel, rosa claro,

tons creme

60-65

Verde limão, cinza claro, rosa, laranja forte, cinza azulado 50-55

Caliça, madeira clara,azul celeste 40-45

Madeira de carvalho clara, concreto seco 30-35

Vermelho forte, verde grama, madeira, verde oliva, marrom 20-25

Azul escuro, vermelho púrpura, castanho, cinza ardósia,

marrom escuro

10-15

Preto 0

TABELA 6 – GRAUS DE REFLEXÃO EM PERCENTUAL DO FLUXO LUMINOSO INCIDENTE

FONTE: GRANDJEAN (1998), P. 311.

As cores no ambiente de trabalho têm as seguintes funções:

§ princípios de ordenação, auxílio de orientação;

§ símbolos de segurança;

§ contraste de cores para facilitar o trabalho;

§ efeitos psicológicos das cores.

Segundo GRANDJEAN (1998), em instalações industriais grandes e

pouco visíveis superficialmente, ou na existência de muitas canalizações, o uso de cores

diferentes pode materializar um princípio de organização, através do qual a orientação

para o serviço fica facilitada.

2.3.5- Cores de Contraste para Grandes Superfícies

De acordo com GRANDJEAN (1998), para a obtenção de contrastes de

cores é preciso distinguir entre coloração de grandes superfícies (paredes, moveis, etc) e

pequenas superfícies (atrativos visuais para botões, comandos, alavancas, etc).

24

Em superfícies grandes deveriam ser selecionadas cores que tenham um

grau de reflexão semelhante. Através disso podem ser obtidos bons contrastes visuais,

sem grandes diferenças de luminâncias. A prevenção de contrastes de luminâncias em

grandes superfícies é uma das mais importantes premissas para a garantia de uma

acuidade visual sem perturbações. Em grandes superfícies ou grandes objetos, além

disso, não devem ser usadas cores luminosas (cores puras) ou tinta fluorescentes, já que

estas superfícies coloridas impressionam muito a retina, originando a formação de

“fantasmas”. Paredes, elementos da sala, superfícies de mesas, etc., por isso devem ser

pintadas com cores foscas, isto é, com bastante mistura de branco.

A orientação e a compreensão visual do material de trabalho são obtidas

com um bom contraste entre o material de trabalho e vizinhança imediata. Esta condição

deve ser considerada quando da concepção de cores do local de trabalho. Também o

contraste entre o material e a superfície de trabalho deve ser sem brilhos excessivos.

Com um produto como madeira, couro ou materiais semelhantes, de cor ocre a marrom

é, por exemplo, interessante uma superfície verde fosco, verde água claro ou azul fosco.

Aço e outros metais de cor cinza azulada deveriam ter uma vizinhança imediata de um

corpo de máquina ou de uma mesa de trabalho deve ser pintada de cores neutras e

calmantes, do verde claro ao azul pastel.

2.3.6- Efeitos Psicológicos das Cores

Segundo GRANDJEAN (1998), por efeitos psicológicos das cores

compreendemos a ilusões dos sentidos e os efeitos psíquicos que podem emanar das

cores.

Os efeitos psíquicos são em parte associações inconscientes com algo já

vivido ou visto, e, por outra parte, podem repousar também sobre características

hereditárias e disposições psíquicas. Elas influenciam a disposição psíquica e assim

todo o comportamento da pessoa. Os efeitos psíquicos das cores são fenômenos

experienciados na arte. A pintura moderna abstrata esta empenhada em atingir com

cores e formas estes efeitos; estas cores puras e efeitos de formas disparam no iniciado

emoções pelo menos tão fortes quanto os quadros figurativos.

25

Efeitos psíquicos, no sentido de sentimentos, a favor ou contra, podem

ser atingidos, também, pelo uso de cores das salas. Como as salas na regra geral, têm

várias funções, a coloração não deve ser concebida só por características estéticas;

muito mais as exigências psicológicas e psíquicas na coloração devem ser respeitadas.

No campo destas exigências, a configuração estética ainda possui um grande campo de

manobras.

2.3.7- Ilusões dos Sentidos

Conforme GRANDJEAN (1998), algumas cores tem um efeito

psicológico especial, com intensidades diferentes, mas quase sempre mais ou menos do

mesmo tipo. As mais importantes são as ilusões de distâncias, as ilusões de temperatura

e os efeitos sobre a disposição psíquica geral.

COR EFEITO DE

DISTÂNCIA

EFEITO DE

TEMPERATURA

DISPOSICÃO PSIQUICA

Azul Distância Frio Tranqüilizante

Verde Distância Frio a neutro Muito tranqüilizante

Vermelho Próximo Quente Muito irritante e

tranqüilizante

Laranja Muito próximo Muito quente Estimulante

Amarelo Próximo Muito quente Estimulante

Marrom Muito próximo

Contenção

Neutro Estimulante

Violeta Muito próximo Muito próximo Agressivo, intranquilizante,

desestimulante

TABELA 7- EFEITOS PSICOLÓGICOS DAS CORES FONTE: GRANDJEAN (1998), P. 313.

De maneira muito genérica, podemos dizer que cores escuras são

abafantes, sufocantes e desestimulantes; além disso dificultam a limpeza e absorvem a

26

luz. Todas as cores claras parecem ser leves, amistosas e estimulantes; elas difundem

mais luz, clareiam o ambiente e obrigam a uma limpeza maior.

2.3.8- A Cor no Ambiente de Trabalho

Segundo NETO (1980), o uso adequado da cor no ambiente de trabalho é

um fator muito importante, podendo representar um auxiliar eficiente na promoção da

saúde, segurança e bem-estar daqueles que trabalham. Além do efeito psicológico

benéfico das boas condições ambientais, há um menor risco de fadiga visual e trabalhos

falhos, bem como um aumento na eficiência da produção.

É importante salientar que o emprego da cor não irá incitar os homens a

trabalharem mais, com maior precisão, apenas por sua influência. Trata-se de criar no

ambiente um clima agradável para a realização do trabalho, evitando problemas visuais

do operário e dando condições para que sua atenção esteja mais concentrada na tarefa

do que desviada dela.

O esquema de cores para aplicação em fábricas e escritórios deve ser

simples, com tons suaves. Esquemas elaborados com cores vivas podem parecer, a

princípio, atrativos, mas se tornam cansativos para quem tem que trabalhar o dia todo

no ambiente. Acabamentos discretos recebem melhor aceitação. Porém, um esquema

mais elaborado pode tornar-se adequado para áreas não propriamente de trabalho, como

halls de entrada, salas de esperas, etc.

Antes que abordemos a coloração de uma sala, precisamos definir a

função desta sala e analisar cuidadosamente seu ocupante. Apos isso, é possível adaptar

a configuração das cores da sala segundo as características fisiológicas e psicológicas.

Segundo GRANDJEAN (1998), o local de trabalho deve ser concebido

de acordo com os princípios acima. Deve ser considerado se o trabalho é monótono ou

se tem grandes exigências à concentração. Em trabalhos monótonos, o uso de alguns

elementos coloridos estimulantes é recomendado. Mas isto não significa grandes

superfícies (paredes, tetos e outros) com uma cor estimulante, mas só alguns elementos

da sala (uma coluna, uma porta, uma superfície de separação entre dois ambientes).

Se a sala de trabalho é muito grande, então pode ser subdividida através

de elementos de cores especiais; desta forma, evita-se o anonimato das salas de fábricas.

27

NETO (1980) ressalta que, embora a escolha adequada do esquema

cromático para determinado local de trabalho dependa de vários fatores, tais como: tipo

de trabalho, espaço, iluminação, etc., é importante levar em consideração alguns pontos

que poderão conduzir a um resultado melhor do que aquele que seria obtido no caso de

esses aspectos serem deixados de lado.

Tetos e forros: os tetos devem ser pintados com cores claras, que se

aproximem do branco, porque a luz difusa refletida é espalhada uniformemente pelo

interior, dissipando as sombras e reduzindo as possibilidades de ofuscamento pelo

brilho de reflexões dirigidas. O uso de cores que se aproximam do branco permite que a

claridade da luz do dia penetre profundamente no interior do recinto, reduzindo

consideravelmente a necessidade de luz artificial.

Paredes e colunas: as paredes determinam, no que se refere à cor, a

atmosfera geral do ambiente, uma vez que são elas que formam o fundo sobre o qual se

destaca tudo que existe quando se desvia de trabalho que estava focalizando. Uma

diferença acentuada entre a cor da bancada de trabalho e das paredes gera uma

necessidade de esforço da vista para adaptação à nova cor. Se esse esforço for feito

varias vezes no dia, o resultado será o cansaço visual. Por esta razão, a cor a ser aplicada

nas paredes deve ter o mesmo tom daquela que o trabalhador vê quando está

concentrado em seu trabalho. Nas fábricas onde as máquinas são pintadas de verde

floresta, uma boa cor para as paredes seria um verde claro, com um índice de reflexão

de 60 a75 por cento da luz que sobre ele incidir. Quando a parede for muito iluminada,

um índice de reflexão de 50 por cento torna-se preferível. No caso de se desejar

melhorar o nível de iluminação, aplicando-se o branco na parte superior das paredes

altas, deve ser tomado o cuidado de pintar uma barra que vai do piso até um pouco

acima do nível dos olhos, pois as superfícies brancas são propensas ao ofuscamento. A

cor da barra deve ser escolhida dentro do mesmo critério anteriormente citado, de modo

que o reflexo não exceda 75 por cento.

Com relação às colunas, podem ser pintadas na mesma cor que as

paredes, quando o que se deseja é dar impressão de amplitude ao local. Quando o que se

pretende é dividir o local em várias seções, a cor das colunas podem ser diferentes da

cor das paredes.

Piso: o piso também intervem na luminosidade do local, sendo

aconselhável que sua cor seja um pouco mais escura do que as cores do teto e paredes.

28

Torna-se interessante observar como a natureza nos fornece um ótimo exemplo para

encontrar equilíbrio entre as zonas de luz e sombra de um aposento. É ele o uso das

cores escuras para o chão, isto é, a terra, valores médios para elevações, que

correspondem às paredes, e finalmente a cor luminosa do firmamento, que corresponde

ao teto.

Superfícies de trabalho: as mesas e bancadas de trabalho devem ter um

acabamento sem brilho para evitar os problemas de ofuscamento, que podem surgir em

virtude dos reflexos da luz que incide sobre a superfície. A cor deve estar cond icionada

pela cor dos materiais com que se trabalha e das ferramentas, de modo a se evitarem

grandes contrastes que possam causar a fadiga visual. O tom deve corresponder ao tom

claro das paredes. O índice de reflexão deverá estar entre 20 e 40 por cento.

Máquinas: o corpo das máquinas deve ser pintado numa cor que não

perturbe a atenção do trabalhador para a tarefa que deve executar. Essa cor deve ser

diferente da cor geral do local, bem como do material da produção. Para isso, pode ser

usado um tom cinza ou verde floresta, dando-se preferência ao segundo. O cinza,

embora seja uma cor neutra, tem efeito depressivo em virtude de seu aspecto monótono.

Um detalhe importante é o de salientar certas partes da máquina. As partes críticas ou de

movimento deverão ter uma cor que as destaque, em forte contraste com o restante do

corpo da máquina.

Segundo GRANDJEAN (1998), se a atividade da sala exige uma grande

concentração, deve-se fazer a coloração da sala mais discreta, para evitar distrações e

cores intranquilizantes. Neste caso, as paredes, teto e outros elementos da construção

devem ser pintados de cores claras, em tons poucos definidos, criando uma atmosfera

agradável e amistosa.

Paredes e tetos amarelos, vermelhos ou azuis têm o efeito inicial muito

estimulante; mas com o tempo tornam-se uma sobrecarga desnecessária para os olhos.

Por isso, muitas vezes estas salas enjoam as pessoas. Estas cores intensas podem ser

usadas sem desvantagens em salas que são usadas por pouco tempo, como por exemplo,

entradas, corredores, banheiros ou depósitos.

29

2.3.9- A Cor na Sinalização

NETO (1980) ressalta que, além de ser um elemento imprescindível na

composição de um ambiente, a cor é também um auxiliar valioso para a obtenção de

uma boa sinalização. Seja delimitando áreas, fornecendo indicações ou advertindo

condições inseguras, a sinalização cromática encontra largo emprego nos locais de

trabalho.

O uso da cor na sinalização permite uma reação automática do

observador, evitando que a pessoa tenha que se deter diante do sinal, ler, analisar, e só

então atuar de acordo com a sua finalidade. Para isso, torna-se necessário que haja uma

uniformidade na aplicação das cores, de modo que seu significado seja sempre o mesmo

e que permite uma identificação imediata.

Segundo GRANDJEAN (1998), se usarmos uma única cor para

identificar um perigo, pode-se condicionar uma reação de proteção automática em uma

pessoa. Por isso, vem sendo usadas determinadas cores hoje em dia para identificar e

sinalizar determinados perigos.

§ Sobre a simbologia de cores gerais podemos resumir que:

§ vermelho é a cor do “perigo”;significa pare, proibido. Vermelho é

também a cor de aviso para perigos de incêndio (instalações de

extintores, etc.);

§ amarelo, muitas vezes em contraste com o preto, significa perigo de

colisão, cuidado risco de tropeçar. Amarelo-preto são também cores

de aviso de transportes;

§ verde significa salvação, ajuda, caminho de fuga, saída de

emergência. O verde é usado para identificação de objetos para

salvamento e instalações de primeiros socorros;

§ azul não é propriamente uma cor de segurança, mas serve mais como

cor de ordenação ou organização. O azul é usado para orientações,

avisos, sinais e indicador de direções.

NETO (1980) ressalta que, a orientação sobre as cores a serem aplicadas

sobre canalizações industriais para a condução de líquidos e gases, com o objetivo de

30

facilitar sua identificação, é dada pela NB-54 da ABNT. Nela são fixadas as seguintes

cores:

§ Vermelho: materiais destinados a combate a incêndio;

§ Verde: canalizações de águas;

§ Azul: tubulações de ar comprimido;

§ Amarelo: gases não liquefeitos;

§ Alaranjado: ácidos;

§ Lilás: álcalis;

§ Marrom: cor vaga, podendo ser adotada, a critério da indústria, para

identificar qualquer fluido não identificável pelas demais cores;

§ Preto: inflamáveis e combustíveis de alta viscosidade ( óleo

combustível, óleos lubrificantes, asfalto, etc.);

§ Alumínio: gases liquefeitos, inflamáveis e combustíveis de baixa

viscosidade (óleo diesel, gasolina, etc.);

§ Cinza claro: vácuo;

§ Cinza escuro: eletrodutos;

§ Branco: vapor.

As tubulações devem ser pintadas em toda a sua extensão. Caso isso não

seja praticável, a pintura deverá obedecer a um critério que permita a identificação sem

que o observador tenha necessidade de percorrê- la. No caso particular da canalização de

água potável, sua identificação deverá ser de forma inconfundível com as demais.

Para fins de segurança, os depósitos e tanques fixos que armazenam

fluidos deverão ser identificados pelas mesmas cores das canalizações por eles

estabelecidos.

2.4 – LÂMPADAS E EQUIPAMENTOS

2.4.1 - Fontes Luminosas

De acordo com GRANDJEAN (1998), podemos citar como fontes

luminosas comuns quatro tipos de sistemas especiais de qualidade de luz:

31

a. Fontes luminosas radiantes diretas. Estas emitem 90% ou mais da luz

na forma de um cone de luz direcionado a uma superfície. Esta luz é

caracterizada por fortes sombras; os contrastes de luz-sombras

podem superar contraste de luminância de 1:10 em muito. Elas

encontram aplicação em exposições, vitrines e em alas de guichês.

Em locais de trabalho produzem fortes contrastes entre a superfície

iluminada e partes de sombra, com um relativo ofuscamento. Em

iluminação de locais de trabalho só podem ser recomendadas se, ao

mesmo tempo, existir uma boa iluminação geral, que reduza as

sombras e os contrastes.

b. Fontes luminosas semidiretas ou semi- indiretas. Graças ao emprego

de materiais translúcidos, emitem uma significativa parte da luz (até

40%) diretamente em todas as direções, enquanto que a outra parte

direta ou indiretamente incide em paredes e no teto. Esta luz produz

um sombreamento parcial e bordas das sombras não muitos nítidas.

Ela encontra aplicação em iluminação geral de residências,

empresas, escritórios e outros. Como iluminação de trabalho, as

fontes luminosas semidiretas só podem ser recomendadas para

trabalhos grosseiros ou poucos precisos. A iluminação semi- indireta

adequa-se pouco para trabalhos delicados; pelo contrário são

indicadas para iluminação geral e uniforme de uma sala (incluindo

os expositores de materiais fixos nas paredes).

c. As fontes irradiantes livres. Exemplo típico são as lâmpadas

incandescentes opacas. Elas irradiam a luz uniformemente para todas

as direções. A luz mostra um pequeno a médio sombreamento. Estas

fontes são, devido a relativamente alta densidade luminosa,

freqüentes fontes de ofuscamento. Elas não devem, portanto, ser

usadas em salas de espera, salas de trabalho. Podem ser usadas em

corredores, depósitos, alas de guichês, sala auxiliares, banheiros, etc.

d. As fontes emissoras indiretas. Estas jogam 90% e mais de sua luz

nas paredes e no teto, de onde é refletida para outros locais da sala.

Este sistema exige paredes e teto de cores claras. A luz é difusa e não

apresenta praticamente sombras. Os arquitetos têm oportunamente

32

uma predileção para este tipo de iluminação, já que ela ressalta

algumas estruturas arquitetônicas de interesse, causando assim o

correspondente efeito estético desejado. Em uma sala de trabalho só

pode ser recomendado esta luz indireta quando houver outras

instalações de iluminação; elas teriam neste caso a vantagem de não

constituir fonte de ofuscamento. Fontes luminosas indiretas são

indicadas especialmente para exposições, salas de vendas, em

resumo, em todos os lugares onde o olhar do usuário deve ser

dirigido às paredes.

2.4.2- Fontes de Luz

Segundo GRANDJEAN (1998), a escolha das lâmpadas a serem

empregadas na iluminação dos locais de trabalho deve ser feita atendendo a certos

critérios em função do local e da natureza do trabalho.

Para se eleger o tipo de lâmpada mais adequado, devem ser levados em

consideração os seguintes fatores:

§ medidas e forma do local a iluminar;

§ tipo de tarefa visual;

§ número de horas de funcionamento;

§ economia do sistema:

• seu custo inicial;

• consumo de energia;

• manutenção do sistema.

As lâmpadas que apresentam maior rendimento luminoso consomem

menor potência, o que significa dizer que há um menor custo de energia elétrica, bem

como menores gastos de condutores para alimentação das lâmpadas.

No que se refere a vida útil, as lâmpadas de maior duração apresentam

menor custo de reposição.

O grau de fidelidade de cores é outro fator importante na escolha do tipo

de lâmpada.

33

2.4.2.1- Lâmpadas Incandescentes

De acordo com GRANDJEAN (1998), as lâmpadas incandescentes

fornecem uma luz que tem uma parcela elevada de tons vermelhos e amarelos. Esta luz

modifica as cores e é, por isso, não recomendada onde se tenha que reconhecer cores.

Como iluminação de ambientes de trabalho as lâmpadas incandescentes ainda têm a

desvantagem de emissão de calor. Em suportes das lâmpadas podem ser alcançadas

temperaturas de 60ºC ou mais e podem gerar desde mal-estar a dores de cabeça por

radiação direta de calor quando muito próximas da cabeça.

Por outro lado, a luz das lâmpadas incandescentes, exatamente pela

predominância de tons vermelhos e amarelos, é indicada para residências(associação

com luz vermelho-amarelada do sol) e é especialmente indicada para a criação de um

certo clima de fim de trabalho diário.

A vida útil das lâmpadas comuns, utilizadas em iluminação geral, é, em

média de 1000 horas.

Características:

§ baixo rendimento luminoso;

§ pequena vida útil;

§ existe em diversas potências;

§ baixo custo de aquisição e instalação.

Emprego:

§ locais onde o nível de iluminação é inferior a 200 lux e o

número de horas de uso é inferior a 2000 horas anuais.

2.4.2.2- Lâmpadas Fluorescentes

Segundo GRANDJEAN (1998), a iluminação por lâmpadas fluorescentes

repousa na transformação de energia elétrica em radiação, que acontece pela passagem

da corrente elétrica através de gases(geralmente argônico) e vapores(geralmente vapores

de mercúrio). A eficiência desta luz é significativamente melhor que com os emissores

34

de calor; por isso, o rendimento das lâmpadas fluorescentes é três ou quatro vezes maior

que o das lâmpadas incandescentes.

A camada interna dos tubos fluorescentes é constituída de substâncias

fluoróforas, que transformam as emissões ultravioletas das descargas em luz visível.

Conforme a composição destas camadas internas, pode-se controlar a composição de

cores da luz emitida. Assim, pode-se fabricar lâmpadas com a cor de lâmpadas

incandescentes (tom quente), da luz do dia com céu nublado (tom branco) ou da luz

brilhante do dia (lâmpadas luz do dia).

Conforme NETO (1980), dependendo da composição dos sais

fluorescentes, torna-se possível obter diversas tonalidades de luz. De acordo com a

característica do material fluorescente, as lâmpadas podem ser:

§ Standard: Branca Fria; Branca Morna e Luz do Dia;

§ Coloridas

A branca fria é a lâmpada de uso mais geral, apresentando grande

eficiência luminosa, sendo recomendada para locais onde se deseja elevado nível de

iluminamento.

A branca morna apresenta uma luz parecida com a da lâmpada

incandescente. Possui grande potência luminosa, porém não deve ser usada em locais

onde se deseja uma perfeita reprodução de cores.

A lâmpada luz do dia é indicada para locais onde se busca obter

reprodução tanto quanto possível da luz natural, sendo indicada para ambientes nos

quais há necessidade de um controle exato das cores, como nas indús trias têxteis, de

artes gráficas e de material corante.

As lâmpadas coloridas podem apresentar-se em diversas cores e possuem

um rendimento luminoso inferior ao das lâmpadas standard.

A vida útil média das lâmpadas fluorescentes é da ordem de 7500h. O

tempo de duração desse tipo de lâmpada varia conforme o número de vezes que se

acendem e apagam durante o uso.

As lâmpadas fluorescentes apresentam uma eficiência luminosa bem

maior que as lâmpadas incandescentes. Uma lâmpada fluorescente de 40 watts emite

aproximadamente o mesmo fluxo luminoso que uma lâmpada incandescente de 200

watts, apresentando um rendimento cerca de 5 vezes maior.

35

As lâmpadas fluorescentes, em razão de sua alta eficiência luminosa,

permitem obter-se níveis de iluminamento mais elevados e melhor qualidade da luz.

Vantagens:

• Alto rendimento luminoso e longa duração das lâmpadas

fluorescentes. Com o freqüente ligar e desligar, a duração da vida útil

torna-se semelhante à das lâmpadas incandescentes.

• Baixa densidade luminosa do corpo luminoso, portanto, diminuição do

perigo de ofuscamento. As densidades luminosas das lâmpadas

fluorescentes perfazem 0,45 até 0,65 sb, e as lâmpadas

incandescentes, 70 a 1000 sb.

• Possibilidade de composição de cores semelhante à luz do dia.

Através disso pode-se evitar a perturbadora mistura de luz do dia e luz

de lâmpadas incandescentes; além disso, o reconhecimento de cores

no ambiente de trabalho não fica prejudicado.

Desvantagens:

• A visível e invisível cintilação (cintilação de movimento). As

lâmpadas fluorescentes mostram, conforme a freqüência da corrente

elétrica, uma intensidade de luz alternada, cuja freqüência é de 100Hz.

Esta alternância está acima da freqüência subjetiva de fusão do olho e

não é visível; por outro lado, nos objetos moveis, principalmente

peças de máquinas polidas ou ferramentas, percebe-se a assim

chamada cintilação do movimento (efeito estroboscópico). A

quantidade de oscilações da luz é maior em lâmpadas “luz do dia”que

nas lâmpadas de “tom branco”ou “tom quente”.

• Em lâmpadas velhas ou defeituosas surgem ainda as perturbações de

descargas, que produzem uma cintilação com baixa, ainda bem

perceptível freqüência. Esta cintilação visível é especialmente forte

nas duas extremidades das lâmpadas.

36

A cintilação visível é muito incômoda e provoca forte fadiga dos olhos

com importantes perturbações.

2.4.2.2.1- A Cintilação Invisível

Segundo GRANDJEAN (1998), sempre foi admitido que a cintilação das

lâmpadas fluorescentes com uma freqüência acima de 100Hz estava acima do limite

critico de fusão do olho e assim não causaria danos aos mesmos. Varias pesquisas

deixam agora dúvidas sobre esta afirmação. Alguns estudos mais antigos mostraram que

o uso de luzes no local de trabalho com lâmpadas fluorescentes únicas aumentavam a

fadiga ocular e podem diminuir o rendimento dos trabalhos de precisão.

2.4.2.2.2- A Luz Fria

Conforme GRANDJEAN (1998), as lâmpadas fluorescentes muitas vezes

são acusadas de produzirem uma atmosfera fria e não amistosa. A acusação é

justificada, quando se usam lâmpadas com luz branca ou luz do dia. Elas parecem tão

mais frias e descoradas quanto mais baixo é o nível geral de iluminação. Em

intensidades luminosas de 1000 Lx e acima, o “clima geral de iluminação” torna-se

muito semelhante à luz do dia e o aspecto frio da iluminação se perde. Dever-se-ia então

usar lâmpadas luz do dia ou brancas em altas intensidades de iluminação (para lojas

acima de 800 Lx e para outros locais de trabalho acima de 500 Lx). Em residências,

restaurantes e todos os tipos de locais, onde não há necessidade de imitação da luz do

dia, pode-se usar as lâmpadas de “tom quente”, porque não geram uma “atmosfera

fria”.

De todas estas considerações, podemos tomar como conclusão que, em

uma instalação objetiva, as desvantagens das lâmpadas fluorescentes podem ser

amplamente corrigidas, de modo que as vantagens antes enumeradas podem ser

predominantes em várias situações.

Características:

§ Elevada eficiência luminosa;

37

§ Vida útil prolongada;

§ Custo inicial maior que o da lâmpada incandescente;

§ Emite luz próxima do branco;

§ Baixa luminância, por isso oferece pouca possibilidade de

ofuscamento;

Emprego:

§ Iluminação interna comercial ou industrial, onde se deseja alto

rendimento e longa vida.

§ Indicada para locais de pouca altura, onde seja necessário grande

iluminamento.

2.4.2.3- Lâmpadas de Vapor de Mercúrio

Segundo NETO (1980), as lâmpadas de vapor de mercúrio emitem uma

luz de cor branca azulada em virtude da ausência de radiações da faixa do vermelho,

fato que provoca a deformação das cores os objetos iluminados por esse tipo de

lâmpada. Para evitar tal inconveniente, são fabricadas lâmpadas cujo bulbo é revestido

internamente com material fluorescente a fim de melhorar a composição espectral do

fluxo luminoso. Assim, quanto a cor da luz emitida, as lâmpadas de vapor de mercúrio

podem ser classificadas em claras e de cor corrigida.

Para locais onde não existe grande importância na identificação de

detalhes, como na iluminação de pátios, ruas, etc., usa-se a lâmpada de luz clara. As

lâmpadas de cor corrigida são indicadas para os ambientes de trabalho, tais como as

naves de industrias com grandes áreas.

A vida útil média das lâmpadas de vapor de mercúrio é muito superior à

das lâmpadas incandescentes e das lâmpadas fluorescentes comuns, alcançando 16000

horas, considerando-se 5 horas de funcionamento continuo por partida.

A eficiência luminosa das lâmpadas de vapor de mercúrio é superior à

das lâmpadas incandescentes, porém não chega a atingir o rendimento das lâmpadas

fluorescentes.

Características:

§ Grande rendimento luminoso;

38

§ Boa duração;

§ Preço mais elevado que o de uma lâmpada incandescente de igual

potencia;

§ Lâmpadas de grande potência proporcionam pontos de luz de

grande fluxo luminoso;

§ Com menos lâmpadas e de menor potência, consegue-se um fluxo

luminoso maior do que com lâmpadas incandescentes.

Emprego:

§ Edifícios industriais de grande altura;

§ Iluminação por projetores;

§ A lâmpada de vapor de mercúrio de luz branca é inadequada para

locais onde se precise de luz parecida com a luz natural.

2.4.2.4- Lâmpadas Mistas

De acordo com NETO (1980), as lâmpadas mistas possuem um tubo de

arco com vapor de mercúrio e um filamento incandescente de tungstênio ligados em

série. Dessa forma, a luz obtida é resultante do efeito de fluorescência e de

incandescência.

A luz laranja e vermelha emitida pelo filamento aquecido compensa a

falta dessas radiações no fluxo luminoso azulado provindo do tubo de arco, fazendo

com que esse tipo de lâmpada tenha seu uso recomendado para locais onde se necessita

de uma melhor avaliação de cores.

As lâmpadas mistas apresentam uma vida útil de aproximadamente 6000

horas.

2.4.2.5- Lâmpadas de Vapor de Sódio

Segundo NETO (1980), s lâmpadas de vapor de sódio emitem uma luz

monocromática amarela, de grande sensibilidade para a vista. Essa luz só permite

39

distinguir uma gradação de cores que vai do amarelo ao preto, razão pela qual

normalmente não são usadas em interiores.

Devido sua alta eficiência luminosa e suas características de contraste

com a cor das outras luzes, assim como pela penetração na neblina, são muito usadas na

iluminação de vias públicas e pátios de manobra e armazenagem.

A vida útil das lâmpadas de vapor de sódio de baixa pressão é da ordem

de 6000 horas e, das lâmpadas de vapor de sódio de alta pressão é de 18000 horas.

Características:

§ Bom rendimento luminoso e boa duração;

§ Apresenta luz monocromática de tom amarelado.

Emprego:

§ Normalmente não é usada em iluminação de interiores;

§ Usada em pátios, depósitos e fundições.

2.4.3- Eficiência Energética (lm/w)

Segundo OSRAM (2003), as lâmpadas se diferenciam entre si não só

pelos diferentes fluxos luminosos que elas irradiam, mas também pelas diferentes

potências que consomem. Para poder compará- las, é necessário que se saiba quantos

lumens são gerados por watt absorvido. A essa grandeza dá-se o nome de Eficiência

Energética.

40

FIGURA 6- EFICIÊNCIA ENERGÉTICA (LM/W)

FONTE: OSRAM (2003), P.5

2.4.4- Luminária

Segundo NETO (1980), luminárias são dispositivos cuja finalidade é

suportar a lâmpada e distribuir o fluxo luminoso. Servem também para ocultar a fonte

de luz da visão direta do observador, evitando o ofuscamento.

As luminárias são classificadas segundo o sistema de iluminação obtido

na distribuição da luz. Dentre as principais características das luminárias, design,

rendimento e tipo de lâmpadas, a estética do produto é de extrema importância, sendo

necessário que a luminária proporcione nível de iluminação e conforto visual adequados

a cada ambiente e que seja eficiente, possuindo alto rendimento, obtido através da

matéria-prima empregada em sua fabricação (refletores de alto brilho) e equipamentos

auxiliares (reatores e lâmpadas).

41

Na escolha da luminária, além da direção do fluxo deve ser levado em

consideração o seu rendimento luminoso, isto é, a porcentagem de perda de claridade

em virtude da absorção de luz pelas partes que compõem a luminária.

Outros detalhes que devem ser observados são:

• possibilidade de adaptação ao local;

• o efeito estético;

• a qualidade do material de fabricação;

• a facilidade de manutenção;

• substituição de lâmpadas.

2.4.5- Equipamentos Auxiliares Utilizados em Iluminação

§ Soquete: tem como função garantir fixação mecânica e a conexão elétrica da

lâmpada.

§ Transformador: equipamento auxiliar cuja função é converter a tensão de rede

(tensão primária) para outro valor de tensão (tensão secundária). Um único

transformador poderá alimentar mais de uma lâmpada, desde que a somatória

das potencias de todas as lâmpadas a ele conectadas, não ultrapasse a potência

máxima do mesmo.

§ Reator: equipamento auxiliar ligado entre a rede e a lâmpada de descarga, cuja

função é estabilizar a corrente através da mesma. Deve-se dar preferência aos

modernos reatores eletrônicos que, além de econômicos, não causam o efeito

estroboscópico que produz cansaço na vista das pessoas.

§ Starter: elemento bimetálico cuja função é pré-aquecer os eletrodos das

lâmpadas fluorescentes, bem como fornecer em conjunto com reator

eletromagnético convencional, um pulso de tensão necessário para o

acendimento da mesma. Os reatores eletrônicos e partida rápida não utilizam

starter.

§ Ignitor: dispositivo eletrônico cuja função é fornecer a lâmpada um pulso de

tensão necessário para o acendimento da mesma.

§ Capacitor: acessório que tem como função corrigir o fator de potência de um

sistema que utiliza reator magnético. Da mesma forma que para cada lâmpada de

42

descarga existe seu reator específico, existe também um capacitor específico

para cada reator.

§ Dimmer: tem como função variar a intensidade da luz de acordo com a

necessidade.

§ Interruptor: podem ser grandes aliados da economia de energia se forem

facilmente acessíveis e operados. Sensores de presença são recomendados. A

automação programada por “timers”também é aliada da economia de energia,

evitando o desperdício.

2.5- ILUMINAÇÃO

Segundo GRANDJEAN (1998), a iluminação adequada é refletida na

saúde e produtividade das pessoas, além da decoração, clima e cenografia desejados.

Aliás, principalmente no que diz respeito a trabalho, com a descoberta da luz artificial, o

homem parece conquistar sua independência sobre a natureza, passando a definir ele

mesmo seus horários e necessidades em relação à iluminação. Conforme surgem novas

fontes de energia, os produtos para iluminação vão sendo aperfeiçoados e adaptados,

sempre visando ao melhor aproveitamento da luz.

Para que a iluminação seja adequada, é preciso analisar quais atividades

serão realizadas no ambiente, a quantidade e idade das pessoas que utilizam o espaço.

Dessa forma, é possível definir a quantidade de luz necessária, o tipo de iluminação

exigido e o modelo de luminária e lâmpadas que atendem adequadamente a essas

necessidades.

DUL & WEERDMEESTER (1991), ressalta que a intensidade de luz que

incide sobre a superfície de trabalho deve ser suficiente para garantir uma boa

visibilidade.

A intensidade da luz que incide sobre a superfície de trabalho é expressa

em lux. O olho humano é sensível a uma ampla gama de intensidades luminosas, que

vão desde alguns Lux em uma sala escura a 100.000 Lx ao ar livre, no sol do meio dia.

As intensidades luminosas ao ar livre variam durante o dia de 2.000 a 100.000 Lx; à

noite são comuns 50 a 500 Lx de iluminação artificial.

43

Todo ambiente deve contar com a iluminação artificial, além da

iluminação natural. Isto é condição necessária ao conforto ambiental de qualquer local.

O ambiente tem que ser projetado de forma a ser iluminado totalmente, mesmo que

apenas nos casos de necessidade, propiciando melhores condições de luminosidade em

um ambiente mal iluminado.

2.5.1- Iluminação Natural

NETO (1980), a iluminação natural é aquela que se obtém com a luz do

dia. Sua eficiência depende de quatro fatores:

1- iluminação da abóbada celeste;

2- ângulo de incidência da luz;

3- cor empregada no ambiente;

4- cor e natureza dos vidros por onde penetra a luz.

Apresenta as seguintes vantagens:

a) é a que causa menor cansaço para a vista;

b) permite a visão da cor em seu exato valor;

c) apresenta maior economia de gastos que a iluminação artificial.

Seus inconvenientes decorrem, principalmente, da grande variação da

intensidade luminosa, a qual chega alcançar de 2 a 4% com relação aos níveis internos,

no decorrer de poucos minutos, principalmente quando o céu está encoberto ou com

nuvens passageiras.

Dependendo da posição da abertura por onde a luz penetra no interior do

recinto, a iluminação natural pode ser classificada em:

• iluminação lateral, na qual a luz penetra pelas aberturas existentes nas

paredes da edificação;

• iluminação zenital, na qual a luz penetra pelo alto, através de

superfícies iluminantes na cobertura.

44

2.5.2- Iluminação Artificial

NETO (1980) ressalta que, a iluminação artificial é aquela que se obtém

com fontes artificiais (lâmpadas) que transformam a energia elétrica em luz.

São considerados interiores os locais abrigados onde existem tetos e

paredes capazes de refletir a luz.

Na técnica da iluminação de interiores com luz artificial, dois fatores são

de grande importância:

a. Qualidade da iluminação: refere-se à escolha do tipo adequado de

lâmpada, sua distribuição e localização visando a obter boa

uniformidade no aclaramento, bem como a orientação do feixe de luz

a fim de que incida de modo correto sobre o plano de trabalho.

b. Quantidade de luz: diz respeito aos níveis de iluminamento, que

devem permitir a realização da tarefa visual com um máximo de

rapidez, exatidão, facilidade e comodidade, despendendo o mínimo

de esforço. Embora seja possível ver com pouca luz, os níveis de

iluminamento abaixo dos recomendados podem causar conseqüência

danosas para o mecanismo da visão.

Conforme OSRAM (2003), a grande vantagem da iluminação artificial é

permitir o desenvolvimento dos trabalhos sem limitações de horário, estendendo-se

durante a noite. Sua utilização como complemento da luz natural faz com que a

claridade chegue até os locais mais distantes das janelas, bem como mantém um nível

de iluminamento durante todo o tempo, independente das variações que ocorrem com a

luz do dia.

Os níveis de iluminamentos recomendados para iluminação artificial são

baseados em tabelas elaboradas mediante dados práticos, em função do local e das

diferentes tarefas visuais que neles se desenvolvem.

Na tabela abaixo são apresentados os níveis de iluminamento

recomendados pela Norma Brasileira P-NB-57/69 para as diferentes classes de tarefas

visuais comuns. Os valores maiores são recomendados para melhor desempenho visual.

45

CLASSE TAREFA VISUAL LUX

Ambientes não destinados a trabalho 100 Mínimo

Ambientes de trabalho 150

I Tarefas visuais simples e variadas (escritórios, salas de aula,

bibliotecas, arquivos, etc.)

500-250

II Observações continuas de detalhes médios e finos (salas de

cálculo, desenho decorativo, sala de datilografia, etc.)

1000-500

III Tarefa visual continua e precisa (desenhos arquitetônico e

mecânico, inspeção de cores, etc.)

2000-1000

IV Trabalhos muitos finos (conserto de relógios, usinagem de alta

precisão, etc.)

Acima de

2000

TABELA 8– ILUMINAMENTO POR CLASSE DE TAREFA VISUAL FONTE: NETO (1980), P. 66.

2.5.3- Iluminação dos Ambientes de Trabalho

NETO (1980) ressalta que, ao contrário da iluminação residencial, onde a

luz de clarear serve também como elemento decorativo, a iluminação dos ambientes de

trabalho tem como principal objetivo permitir que a tarefa visual se faça sem

dificuldade e de modo cômodo.

Basicamente, o plano de iluminação de um local de trabalho deve atender

a três aspectos:

• bom desempenho da visão;

• economia na execução;

• facilidade de manutenção.

Uma iluminação será considerada apropriada quando permitir o máximo

rendimento da visão com o mínimo de esforço visual. Este tipo de iluminação que

permite um bom desempenho da visão sem os problemas da fadiga ocular, resulta em

diminuição de erros e melhoria da qualidade do trabalho, além de contribuir para o bem-

estar psíquico das pessoas e redução dos acidentes.

46

A economia na execução deve ser obtida através de um dimensionamento

correto e da escolha adequada do tipo de iluminação e da fonte a ser usada, porém não

deve agir em detrimento do bom desempenho da tarefa visual.

A facilidade de manutenção é de grande importância, particularmente

levando em consideração que as fontes de luz perdem gradualmente sua eficiência com

o passar do tempo, quer seja pelas suas características próprias, quer seja pela sujeira

que se acumula, impedindo a passagem da claridade.

De acordo com NETO (1980), dois fatores devem ser levados em

consideração na elaboração de um projeto para iluminação dos ambientes de trabalho.

Esses fatores dizem respeito à quantidade e à qualidade da iluminação.

A quantidade de luz para cada local depende do tipo de tarefa a ser

executada e é determinada com base nos níveis de iluminamento.

Os fatores qualitativos são aqueles segundo os quais se busca evitar

distúrbios na visão normal dos objetos. Entre eles encontram-se: a direção do raio

luminoso; o grau de difusão da luz; a qualidade espectral.

Nos escritórios o nível de iluminação deve ser relativamente elevado, de

modo a atender as necessidades de uma ampla diversidade de tarefas visuais.

Para que se possa obter uma condição confortável para a vista, evitando-

se fadiga visual responsável por grande parte da queda de produção nos escritórios,

torna-se necessário levar em consideração diversos fatores, que incluem não só a

quantidade de luz, mas também o tipo de lâmpada, a disposição das luminárias, o

acabamento das superfícies das paredes, tetos e pisos, bem como os móveis, máquinas

de escrever, calculadoras e demais elementos funcionais ou decorativos.

As lâmpadas fluorescentes encontram um largo campo de aplicação na

iluminação de escritórios. Com o emprego desse tipo de lâmpada consegue-se grande

economia no consumo de energia, particularmente levando-se em conta que, nos

escritórios, as luzes ficam acesas durante várias horas e por essa razão devem ser usadas

lâmpadas de alta eficiência. Outro fator importante, que torna indicado o uso das

lâmpadas fluorescentes, é a baixa luminância, o que facilita o controle do ofuscamento.

Os escritórios de tetos baixos, com instalação de ar condicionado, favorecem o emprego

de iluminação embutida com lâmpadas fluorescentes, não se admitindo, nesses casos, o

uso de lâmpadas incandescentes devido ao grande calor que irradiam.

47

A iluminação geral, na qual a distribuição da luz se dá de forma

uniforme, assegurando boas condições de claridade em todo o ambiente, é a mais

adequada para escritórios.

A iluminação mais apropriada num local industrial, leva-se em conta a

análise da tarefa visual a ser desenvolvida e a determinação da quantidade e tipo de

iluminação que proporcione o máximo rendimento da visão e obedeça às exigências de

segurança e comodidade.

A seleção da fonte depende não só da natureza visual, mas, também, da

extensão e forma da zona a iluminar, do tipo da edificação, da refletância das paredes,

tetos e pisos, bem como das horas de funcionamento da indústria, além de outros fatores

menos importantes.

Conforme OSRAM (2003), a escolha da fonte requer um exame

cuidadoso, de modo a permitir que se obtenha uma solução adequada e econômica.

Entende-se nesse caso como solução adequada a que supre as necessidades para uma

boa visão dos objetos. A solução econômica é aquela que apresenta o menor custo

inicial e requer pequeno dispêndio de manutenção e reposição em, ainda, um baixo

consumo de energia.

Nas fábricas de pequena altura de pé direito, entre 3 e 5 metros, as

lâmpadas fluorescentes podem ser empregadas com bons resultados. No caso de

industrias com grande altura, maiores que 6 metros, as lâmpadas de vapor de mercúrio

são as mais indicadas.

Quando são usadas lâmpadas de vapor de mercúrio na iluminação geral

de fábricas, devem ser intercaladas algumas luminárias com lâmpadas incandescentes

ou mistas, tendo em vista que, quando ocorre corte de energia, a religação das lâmpadas

de vapor de mercúrio leva algum tempo.

A disposição das máquinas também influi no sistema de iluminação. Para

maquinaria em fila, a montagem das luminárias pode ser mais baixa, de modo a se obter

uma iluminação geral localizada. Nesse caso, as fontes de luz não devem apresentar

grande brilhância e devem ser colocadas de tal modo que se evitem os efeitos de

ofuscamento direto ou refletido. O detalhe a ser observado é que o uso das lâmpadas em

linha contínua oferece um aspecto mais agradável do que a instalação distribuída em

vários pontos.

48

2.5.4- Exigências Fisiológicas para a Iluminação Artificial

Conforme GRANDJEAN (1998), para desempenhos visuais e para o

conforto visual, as seguintes condições são de importância decisiva:

§ Intensidade de iluminação

§ Uniformidade local das densidades luminosas

§ Uniformidade temporal da luz

§ Arranjo isento de ofuscamento das luminárias

As exigências da fisiologia para estas 4 condições são válidas tanto para

a iluminação quanto para a luz natural.

A escolha da iluminação depende das cores usadas na fábrica. Nos

lugares em que foram usadas cores predominantemente quentes, faz-se necessária uma

iluminação intensa, especialmente se a atividade é voltada para fora. Nos casos que a

tarefa exige muita concentração, é recomendável o predomínio de cores mais frias,

como os tons suaves do azul, do verde e do turquesa. Nesses ambientes, a luz precisa ser

mais suave e direcionada especificamente para a tarefa, pois uma iluminação muito

intensa causaria distrações.

É interessante notar como nosso modo de trabalhar reflete a pessoa que

somos interiormente. As pessoas extrovertidas, sociáveis e comunicativas gostam de

estar cercadas de cores predominantemente quentes, enquanto as que preferem trabalhar

sozinhas gostam de ambientes mais calmos e preferem as cores frias. Isso explica

porque é tão importante usar cores complementares – uma do espectro quente e outra do

frio, para equilibrar nossas energias.

A iluminação natural é a recomendável para quem realiza trabalhos que

exigem uma visão apurada. Ela é menos cansativa e permite que a pessoa perceba mais

claramente os detalhes. Se for necessária uma iluminação mais forte, o ambiente deve

ter cores fracas.

49

Conclusão Parcial do Marco Teórico

Esta revisão reverte-se de um caráter importante para o trabalho que se

desenvolve, pois através dela que se obtém a fundamentação teórica necessária para o

pleno entendimento das aplicações práticas que se farão.

Alguns temas abordados nesta fundamentação teórica, aparentemente não

fazem parte do objeto de investigação ora em andamento. Em uma análise mais

profunda percebe-se a pertinência, bem como, a plena integração de todo o conteúdo

investigado nas melhorias do processos produtivos.

50

3- METODOLOGIA PROPOSTA

A metodologia é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que,

com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo e traçar o caminho a ser

seguido, além de detectar erros e auxiliar nas decisões do cientista (LAKATOS &

MARCONI, 1991).

Para definir a metodologia da pesquisa, essa deve ser classificada quanto

ao seu objetivo e determinados os métodos de procedimento a serem utilizados. De

acordo com ANDRADE (1993), existem 2 tipos de procedimentos envolvidos nas

técnicas de pesquisa. São elas: a documentação direta que se relaciona com a pesquisa

bibliográfica/documental e a documentação indireta que se baseia nas técnicas de

observação propriamente ditas.

MARCONI citado por ANDRADE (1993), define pesquisa de campo

como, “aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos

acerca do problema, para o qual se procura uma reposta, ou de uma hipótese, que se

queira comprovar ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles”.

As técnicas de pesquisa adotadas no presente trabalho são do tipo

documentação indireta e documentação direta, uma vez que a presente proposta de

projeto, teve como atividades para coleta de dados: pesquisa bibliográfica e pesquisa de

campo.

Na pesquisa de campo, foram realizadas medições práticas no laboratório

de luminotécnica da Escola de Minas, com intuito de verificar a compatibilidade da

fonte de luz artificial com a cor do ambiente a ser iluminado. Para tanto foram utilizados

os seguintes materiais: Uma caixa cúbica de madeira pintada com a cor branca, sete

placas de madeira de um metro por um metro, sendo cada uma com a respectiva cor

(branco neve, azul profundo, verde musgo, amarelo canário, concreto, vermelho

cardinal, preto). As cores utilizadas são usuais e disponíveis no mercado (produção de

linha); fatores ou índice de reflexão dos materiais , no caso uma análise dos espectros

representativos e/ou comerciais; curva de eficiência visual relativa: cores consideradas

primárias, vermelha, azul, verde e amarela. O branco que é o somatório e/ou

combinação de todas as cores primárias. O preto ausência de cor, e o concreto, mistura

usual.

51

Para as medições foram utilizados os seguintes aparelhos:

§ Luxímetro – Equipamento destinado à medição de nível de Iluminamento e ou

Iluminância. Luxímetro Digital LD-500 da ICEL escalas para 2000, 20.000 e

50.000 LUX respectivamente, resolução de 1 LUX para escala de 2000, 10

LUX para escala de 20.000 e 100LUX para 50.000. A precisão é de (2%

+2digitos). Equipamento com ajuste de zero automático e capacidade para duas

leituras por segundo.

FIGURA 7 – LÚXÍMETRO FONTE: ALVES (2001), P.75

§ Ultravioletímetro - UV LIGHT METER – UVA – 365. Medidor de radiações

ultravioleta A de fontes naturais e artificiais. Escalas de 199,9 µW/cm² a

19,99mW/cm², com precisão 1% - resposta espectral de 320 a 390 nm e point

365nm.

52

FIGURA 8 – ULTRAVIOLETÍMETRO FONTE: ALVES (2001), P.76

Nas medições práticas, foram utilizadas também as seguintes lâmpadas,

as quais são as mais usuais e de fácil disponibilidade no mercado:

Lâmpadas Incandescentes Analisadas

Código Potência (W)

Temperatura de cor (K)

Fuxo luminoso

(lm)

Eficiência luminosa (lm/W)

Índice de reprodução de cor (IRC)

Lâmpada Classic

OSRAM

60 2700 830 13,8 98

Lâmpada Classic

OSRAM

100 2700 1550 15,5 98

TABELA 9– DESCRIÇÃO DAS LÂMPADAS INCANDESCENTES ANALISADAS

53

Lâmpadas de Descarga Analisadas

Código Potência (W)

Temperatura de cor (K)

Fuxo luminoso

(lm)

Eficiência luminosa (lm/W)

Índice de reprodução de cor (IRC)

Lâmpada de Vapor de

Mercúrio GE

250 4100 12700 51 40

Lâmpada de Vapor de

Sódio Lucatox GE

70 1950 5600 80 25

Lâmpada de Luz Mista OSRAM

HWL

160 2000 13500 88 84

TABELA 10– DESCRIÇÃO DAS LÂMPADAS DE DESECARGA ANALISADAS

Lâmpadas Fluorescentes Compacta Analisadas

Código Potência (W)

Temperatura de cor (K)

Fuxo luminoso

(lm)

Eficiência luminosa (lm/W)

Índice de reprodução de cor (IRC)

GE Lighting 20 4000 1200 60 80

GE Lighting 20 2700 1200 60 80

ECOLUME 21 6400 1250 59 80

FLC 25 2700 1500 60 80

FREECOM 20 2700 1200 60 80

TABELA 11– DESCRIÇÃO DAS LÂMPADAS FLUORESCENTES

COMPACTAS ANALISADAS

54

TABELA 12– DESCRIÇÃO DAS LÂMPADAS FLUORESCENTES ANALISADAS

3.1- DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES

Sendo o objetivo do trabalho propor um modelo de referência para a

melhor compatibilidade fonte de luz x cor do ambiente, foram definidas as seguintes

etapas para atingí- lo.

Lâmpadas Fluorescentes Analisadas

Código Potência (W) Temperatura de cor (K)

Fuxo luminoso

(lm)

Eficiência luminosa (lm/W)

Índice de reprodução de cor (IRC)

TLDRS - Philips

Fluotone Super 83

16 3000 1200 75 85

TLDRS - Philips

Fluotone Super 84

16 4000 1200 75 85

TLDRS - Philips

Fluotone Super 85

16 5000 1150 71 85

Philips Branca confort

16 2700 980 61 85

OSRAM Luz do dia

Universal

20 5500 1200 60 80

GE Universal Duramax

Super luz do dia

20 5500 1220 61 80

Silvania 20 4100 1200 60 80

55

3.1.1- Aquisição dos materiais utilizados:

Os materiais utilizados para esta análise, são materiais usuais e

disponíveis no mercado e na UFOP, bem como na maioria das empresas, tais como:

equipamentos com grau de precisão suficientes para esta prática (luxímetro e

utravioletímetro), as lâmpadas e as cores citadas acima.

3.1.2- Montagem do laboratório;

O laboratório para esta prática foi montado, utilizando os recursos e a

estrutura do laboratório de luminotécnica da Escola de Minas. Para tanto foi montada

uma caixa cúbica, pintada com a cor branca, na qual os pontos distam um metro de uma

fonte pontual que tenha uma intensidade luminosa de uma candela em todas as direções

e, cujo fluxo de luz incida sobre a superfície desta caixa.

Para esclarecimento da definição, imaginamos uma esfera de um metro

de raio, tendo no centro o foco de uma Candela. Se fizermos na superfície da esfera

uma abertura de um metro quadrado, a quantidade de luz que passará por essa abertura

será de um Lúmem.

FIGURA 9 – ESFERA PARA DEFINIÇÃO DE LÚMEM FONTE: ALVES (2001), P.27

1 lúmem 1 m²

1 cd

1 m de raio

56

Partindo da definição teórica citada acima, é que se construiu a

caixa(cúbica), para medições nas dimensões de 1 x 1 x 1metros.

A construção deste modelo na forma cúbica, condizente com as formas

usuais no setores de produção, faz com que os resultados das medições possuam valores

relativos próximos aos valores absolutos oriundos da definição teórica.

3.1.3- Realização das medições práticas;

As medições foram realizadas, utilizando os equipamentos luxímetro e

ultraviletímetro, a caixa, as lâmpadas e as placas. Para cada medição, a lâmpada era

colocada no centro superior da caixa, e aguardava-se 5 minutos para o seu aquecimento

(tempo para a estabilização da emissão do fluxo luminoso), obtendo assim, valores de

reflexão condizentes com a característica da fonte emissora. O luxímetro foi colocado

no centro inferior da caixa, para medir o fluxo luminoso. Realizada as medições no

luxímetro e no ultravioletímetro, trocavam-se as placas e realizavam-se novas medições

e, assim sucessivamente para todas as cores e fontes.

Segue-se abaixo, duas tabelas como exemplo das medições práticas,

referentes às respectivas lâmpadas analisadas e, as demais seguem em anexo.

§ Radiação Ultravioleta - µW/cm².

§ Iluminância - Lux .

57

LÂMPADA FLUORESCENTE PHILIPS FLUOTONE 110W – Super 85

COR RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA ILUMINÂNCIA

Branco 0,6 657

Azul 0,6 372

Verde 0,6 379

Amarelo 0,6 559

Concreto 0,6 415

Vermelho 0,6 371

Preto 0,6 338

TABELA 13– MEDIÇÕES PRÁTICAS – LÂMPADA FLUORESCENTE PHILIPS FLUOTONE 16W – SUPER 85

LÂMPADA DE VAPOR DE MERCÚRIO GE 250W

COR RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA ILUMINANCIA

Branco 16,5 1442

Azul 16,5 754

Verde 16,5 772

Amarelo 16,5 1265

Concreto 16,5 848

Vermelho 16,5 762

Preto 16,5 634

TABELA 14– MEDIÇÕES PRÁTICAS – LÂMPADA DE VAPOR DE MERCÚRIO GE 250W

58

4- ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS LEVANTAMENTOS

Nesta etapa, são discutidos os resultados apresentados nas fases

anteriores, apresentando as conclusões obtidas.

Segue-se abaixo, duas tabelas como exemplo da análise dos resultados

das medições práticas, referentes às respectivas lâmpadas analisadas e, as demais

seguem em anexo. As lâmpadas fluorescentes e as lâmpadas de descarga têm como

características, espectro descontínuo, e as lâmpadas incandescentes espectro contínuo.

LÂMPADA FLUORESCENTE PHILIPS FLUOTINE 110W – Super 85

COR RADIAÇÃO

ULTRAVIOLETA ILUMINÂNCIA REFLEXÃO % PERDA DE

ENERGIA %

Branco 0,6 657 100 0

Azul 0,6 372 56,62 43,38

Verde 0,6 379 57,69 42,31

Amarelo 0,6 559 85,08 14,92

Concreto 0,6 415 63,17 36,83

Vermelho 0,6 371 56,47 43,53

Preto 0,6 338 51,45 48,55

TABELA 15– ANÁLISE DOS RESULTADOS – LÂMPADA FLUORESCENTE PHILIPS FLUOTONE 110W – SUPER 85

100%

56,62%

57,69%85,08%

63,17%

56,47%51,45% Branco

Azul

VerdeAmareloConcreto

VermelhoPreto

FIGURA 10 – ÍNDICE DE REFLEXÃO – LÂMPADA FLUORESCENTE PHILIPS

FLUOTONE 110W – SUPER 85

59

Ao analisar as medições realizadas para a lâmpada fluorescente

PHILIPS FLUOTONE 110W – Super 85, observou-se o seguinte:

Para a cor de pintura branca, considerada como referencial, portanto,

100% de reflexão obteve-se um nível de iluminância de 657 Lux. Quando a pintura das

paredes foi substituída por outras cores, observou-se o seguinte: o nível de iluminância

para paredes amarelas caiu para 559 Lux, portanto com perda de 14,92% de energia

(radiante). Para a cor concreto ocorreu uma perda de 36,83%, para a cor verde uma

perda de 42,31%, para a cor azul uma perda de 43,38%,para a cor vermelha uma perda

de 46,53% e para a cor preta uma perda de 48,55%.

LÂMPADA DE VAPOR DE MERCÚRIO GE 250W

COR RADIAÇÃO

ULTRAVIOLETA ILUMINÂNCIA REFLEXÃO % PERDA DE

ENERGIA %

Branco 16,5 1442 100 0

Azul 16,5 754 52,29 47,71

Verde 16,5 772 53,54 46,46

Amarelo 16,5 1265 87,73 12,27

Concreto 16,5 848 58,81 41,19

Vermelho 16,5 762 52,84 47,16

Preto 16,5 634 49,97 50,03

TABELA 16– ANÁLISE DOS RESULTADOS – LÂMPADA DE VAPOR DE MERCÚRIO GE 250W

100%

52,29%

53,54%87,73%

58,81%

52,84%

49,97%Branco

AzulVerde

Amarelo

Concreto

Vermelho

Preto

FIGURA 11– ÍNDICE DE REFLEXAO – LÂMPADA DE VAPOR

DE MERCÚRIO GE 250W

60

Ao analisar as medições realizadas para a lâmpada de vapor de mercúrio

GE 250W, observou-se o seguinte:

Para a cor de pintura branca, considerada como referencial, portanto,

100% de reflexão obteve-se um nível de iluminância de 1442 Lux. Quando a pintura das

paredes foi substituída por outras cores, observou-se o seguinte: o nível de iluminância

para paredes amarelas caiu para 1265 Lux, portanto com perda de 12,27% de energia

(radiante). Para a cor concreto ocorreu uma perda de 41,19%, para a cor vermelha uma

perda de 47,16%, para a cor verde uma perda de 46,46%,para a cor azul uma perda de

47,71% e para a cor preta uma perda de 50,03%.

Percebe-se pois, que estas reduções se devem à grande absorção de

energia radiante pelas cores não compatíveis com o espectro emitido pela lâmpada

testada. Demonstra-se portanto, a necessidade de um estudo de compatibilidade, fonte

de luz artificial com a cor da pintura do ambiente.

Para a radiação ultravioleta, as medições se mantiveram constantes, a

reflexão não depende da fonte, incidência direta, ou seja, as paredes da caixa não

refletem a luz emitida. Os valores medidos até 4 µW/cm² são aceitáveis, já para os

valores acima de 4 µW/cm², temos a necessidade da utilização de filtro ultravioleta.

A correta escolha das lâmpadas possui um caráter definidor no processo

da visão. Como vimos, tudo o que se observa é reflexo, ou seja, os objetos refletem

parte da luz que sobre ele incide por não possuírem luz própria. As cores dos objetos

são as que de fato os mesmos não possuem, ou seja, refletem. A base para uma boa

iluminação começa, portanto, por uma correta escolha das lâmpadas, isto quer no

aspecto quantitativo quer no aspecto qualitativo. O aspecto quantitativo está relacionado

com a quantidade de energia radiante emitida pela fonte produtora e cuja unidade é o

Lúmem (unidade internacional de fluxo luminoso). Quanto aos aspectos qualitativos,

estes dizem respeito à composição espectral última resultante da simbiose, qualidade

espectral da lâmpada e cor do ambiente a ser iluminado.

Com base nas medições práticas e nas análises, criamos abaixo uma

tabela referencial para uma melhor escolha das fontes de luz e das cores dos ambientes a

serem iluminados.

61

Legenda da Tabela 17:

?Máx : Discrepância ou incompatibilidade máxima

Lâmpadas Analisadas: Nº TIPO ESPECIFICAÇÃO FABRICANTE

1 Fluorescente UNIVERSAL 20W – Luz do dia especial

OSRAM

2 Fluorescente FLUOTONE 16W – Super 83 PHILIPS

3 Fluorescente FLUOTONE 16W – Super 84 PHILIPS

4 Fluorescente FLUOTONE 110W – Super 85 PHILIPS

5 Fluorescente PHILIPS 16W – Branca confort PHILIPS

6 Fluorescente UNIVERSAL DURAMAX 20W – Super luz do dia

GE

7 Fluorescente SILVANIA 20W SILVANIA

8 Fluorescente Compacta

LIGHTING 20W GE

9 Fluorescente Compacta

ECOLUME 20W ECOLUME

10 Fluorescente Compacta

FLC 21W FLC

11 Fluorescente Compacta

LIGTEX 27W LIGTEX

12 Descarga Vapor de Mercúrio 250W GE

13 Descarga Vapor de Sódio LUCATEX 70W GE

14 Descarga Luz Mista HWL 160W / 220V OSRAM

15 Incandescente CLASSIC 60W OSRAM

16 Incandescente CLASSIC 100W OSRAM

62

Tabela referencial para uma melhor escolha das fontes de luz e das cores dos ambientes iluminados

FONTE DE LUZ - INDICE DE REFLEXÃO (%)

Lâmpadas Fluorescentes Lâmpadas Fluorescentes Compacta

Lâmpadas de Descarga

Lâmpadas Incandescentes

COR

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

?Máx

Branco 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 0

Azul 58,22 55,07 55,66 56,62 56,32 55,48 54,78 48,62 48,98 47,68 50,93 52,29 50,75 51,37 54,86 56,01 10,54

Verde 58,63 56,85 56,39 57,69 57,54 56,56 56,37 51,78 50,34 49,54 54,81 53,54 51,63 53,47 54,36 56,28 9,09

Amarelo 86,85 89,45 87,83 85,08 87,19 85,38 88,54 81,62 81,29 84,42 94,44 87,73 97,49 87,19 88,78 90,44 16,2

Concreto 63,70 61,92 62,05 63,17 62,11 61,08 61,62 56,92 55,95 54,73 62,06 58,81 59,99 58,90 59,85 67,21 12,48

Vermelho 54,52 57,95 56,27 56,47 56,49 55,06 56,05 51,58 45,75 53,62 49,92 52,84 57,73 54,99 60,85 65,03 15,11

Preto 51,78 50,68 51,57 51,45 51,23 49,89 49,20 38,34 38,10 35,81 41,99 49,97 42,46 43,56 44,89 51,37 15,97

TABELA 17– COMPATIBILIDADE FONTE DE LUZ ARTIFICIAL COM A COR DA PINTURA DO AMBIENTE

64

4.1- MEMORIAL DE CÁLCULO DE ILUMINAÇÃO ELÉTRICA

O cálculo de iluminação elétrica constitui fundamentalmente da

predeterminação do iluminamento em um plano de trabalho. Uma vez determinado o

iluminamento desejado (tabela 8 – Iluminamento por Classe de Tarefa Visual),

podemos determinar o fluxo luminoso total necessário, considerando-se as proporções

do local a ser iluminado, as cores das paredes, do teto e muitas vezes do piso, e a

eficiência da luminária selecionada.

Escolha das Luminárias

As luminárias ilustradas na Tabela 19 (Anexo 2), representam em linhas

gerais, as mais usuais. Encontram-se nessa tabela luminárias para iluminação direta,

semi-direta, indireta e semi- indireta. Para cada luminária, a percentagem de fluxo

luminoso emitido para cima e para baixo acha-se representado por números ao lado da

mesma. Na escolha da luminária, deve-se levar em conta sua adaptabilidade ao local,

características de construção, aparência, rendimento, facilidade de conservação e

manutenção, afastamento e efeito estroboscópico (que pode ser evitado com a utilização

de no par de lâmpadas por luminária e utilização respectiva de reatores duplos de alto

fator de potência).

Proporções do Local

Devem ser levadas em conta, através do índice do local (Tabela 18 –

Anexo 1), que é um fator que relaciona as proporções entre o comprimento e a largura

do local à altura de montagem da luminária.

65

Coeficiente de Utilização

O coeficiente de utilização (valores referenciais) representa a relação

entre o fluxo luminoso que incide sobre o plano de trabalho e o fluxo total emitido pelas

lâmpadas. Evidentemente ele dependerá do tipo de local, do acabamento das luminária e

da cor das paredes e do teto.

Teto branco – 75%

Teto claro – 50%

Paredes brancas – 50%

Paredes claras – 30%

Paredes médias – 10%

Fator de Depreciação

É a relação entre o fluxo luminoso produzido por uma luminária no fim

do período de manutenção (tempo decorrido entre duas limpezas consecutivas de uma

luminária) e o fluxo emitido pelo mesmo conjunto no início de seu funcionamento. A

ausência de limpeza ou equipamentos de baixa eficiência interferem no rendimento

global, conseqüentemente no custo de produção. O fator de depreciação acha-se

indicado na Tabela 19 (Anexo 2), para cada tipo de luminária.

Observações Importantes

O que vimos acima, refere-se fundamentalmente ao aspecto quantitativo

do Iluminamento.

Não podemos esquecer, entretanto, o aspecto qualitativo que, de certa

forma, é subjetivo, pois depende das seguintes variáveis:

§ Escolha correta da lâmpada;

§ Distribuição das luminárias;

§ Campo visual;

§ Eliminação do calor excessivo das luminárias;

66

§ Eliminação do ruído dos reatores;

§ Compatibilidade fonte de luz artificial com a cor do ambiente a

ser iluminado. (Nosso).

O fluxo necessário para iluminar um compartimento, de acordo com este

métodos, é calculado pela seguinte fórmula:

Φ =S EU D

.

.

Φ = fluxo total luminoso, em lúmens

S = área do compartimento, em m2

E = iluminamento, em lux

U = coeficiente de utilização

D = fator de depreciação

4.2- EXEMPLO DE APLICAÇÃO DO CÁLCULO DE ILUMINAÇÃO –

COMPATIBILIDADE FONTE DE LUZ X COR DO AMBIENTE:

ANÁLISE ECONÔMICA

Simulação de um Ambiente de Produção:

Área (S): 10000m²

Largura (L): 100m²

Comprimento (C): 100m²

Altura (h)): 6m

Iluminamento (E): 500 Lux

Iluminação direta

Índice local(Tabela ): h=6/5=1,2 ; L=100/5=20 ; C=100/5=20

U = coeficiente de utilização (Tabela 19- Anexo 2): Ubranco=0,75 ; Uclaro=0,73

D = fator de depreciação (Tabela19- Anexo 2 ): D = 0,7

67

Cálculo de Consumo: O fluxo necessário para iluminar esse ambiente de produção é :

Φ =S EU D

.

.

Para Teto e Paredes Brancas: Fbranco = 500 x 10000 = 9.523.809 Lúmens 0,75 x 0,7

Para Teto e Paredes Claras:

Fclaro = 500 x 10000 = 9.784.735 Lúmens 0,73 x 0,7 ?F = Fclaro - Fbranco = 260.926 Lúmens Potência das Lâmpadas Analisadas (P): 1- Lâmpada Fluorescente Philips Fluotone 110W – Super 85

Fluxo Luminoso: 9500 Lúmens

Rendimento: ?=86,4 Lúmens/W

P = 260.926 Lúmen / 9500 Lúmen =27,46 x 110 W = 3000W

2 - Lâmpada de Vapor de Mercúrio GE 250W

Fluxo Luminoso: 12.700 Lúmens

Rendimento: ?=50,8 Lúmens/W

P = 260.926 Lúmen / 12700 Lúmen =20,54; 20,54 x 250 W = 5100W

Para ambientes a serem iluminados com a cor azul, temos um índice de reflexão para a

lâmpada 1 de 56,62 (Tabela 15) e para a lâmpada 2 de 52,29% (Tabela 16), e uma

diferença de 4,33%.

?F fonte = 4,33% de 9.784.735 Lúmens = 423.679,03 Lúmens

68

1- Lâmpada Fluorescente Philips Fluotone 110W – Super 85

423.679,03 Lúmens / 9500 Lúmens = 44,60; P = 44,60 x 110W = 4906 W

2 - Lâmpada de Vapor de Mercúrio GE 250W (E= 754 Lux)

423.679,03 Lúmens / 12700 Lúmens = 33,40; P = 33,40 x 250W = 8340 W

Temos um ?Potência = 8340 W - 4906 W = 3434 W (3,434 KWH)

Com base no cálculo do valor do fornecimento de energia elétrica adotado pela CEMIG,

de 1 KWH = 0,45 R$, temos:

3,434 KWH x 0,45 R$/KWH = 1,55 R$/H

Em 1 ano, se lâmpada funciona 24 horas por dia, temos:

24 Horas x 30 dia x 12 meses = 8640 Horas por ano

Para o tempo de vida útil de uma fábrica, de aproximadamente 15 anos, temos um gasto

de:

8640 Horas por ano x 1,55 R$/H x 15 anos = 200.880 R$

É um número significativo, mas é com este valor que se fará o estudo de

viabilidade econômica, para intervenção neste ambiente de produção, na busca de sua

otimização. Este modelo de analise aplicado para um tipo de lâmpada, pode ser aplicado

para outras compatíveis com o ambiente a ser iluminado.

69

5- CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

Esta investigação nos ajuda a melhorar as condições de luminosidade em

um ambiente de produção, bem como verificar a compatibilidade entre as fontes de luz

e cor do ambiente a ser iluminado, otimizando o consumo de energia, sem perder a

qualidade e conforto do ambiente.

A iluminação dos ambientes de produção pode influenciar

consideravelmente na produtividade e na confortabilidade dos funcionários, levando-se,

ainda, em consideração a utilização de produtos padronizados e materiais reflexivos

corretos. A iluminação deve possibilitar conforto visual e estar adequada ao trabalho a

ser executado. As cores do local devem estar bem reproduzidas, não deve haver

ofuscamento direto ou indireto e não pode produzir ruídos irritantes, diminuindo assim a

quantidade de acidentes de trabalho.

A influência da luz não se limita ao centro visual do cérebro, mas se

estende a outras partes do cérebro que influenciam o grau de atenção. O sistema nervoso

vegetativo e o metabolismo sofrem influência de luz através da massa cinzenta. Até as

atividades que pouco ou nada dependem da visão podem ser influenciadas pela luz.

A composição do espectro da luz bem como sua temperatura de cor pode

ser importante quando se deseja um projeto qualitativo. Para que haja harmonia no

recinto, as cores de paredes e tetos são também importantes. Quando as cores dos

recintos já estão definidas, temos que tomar cuidado na escolha das lâmpadas.

Qualquer forma de ofuscamento que se manifeste moderadamente não

influencia senão no reconhecimento dos objetos, mas atua desagradavelmente,

reduzindo a disposição e a capacidade de trabalhar.

A cor da luz influi na atmosfera do recinto, no aspecto das pessoas e,

portanto no bem estar. A visão aumenta o nosso bem estar e a luz conduz a um maior

desempenho no trabalho e reduzem ao mínimo os erros, as quebras de produção e os

acidentes

A iluminação artificial passa a ser agradável, quando for adaptada às

condições de luz natural, isto é, vier de cima e consistir em parcelas difusas e

concentradas, que corresponderiam respectivamente ao céu nublado e ao sol.

70

A iluminação é responsável por grande parte do consumo de energia

elétrica. Não basta somente tomar a lâmpada mais econômica e colocá- la numa

luminária inadequada. O conjunto lâmpada + luminária deve ser escolhido, de modo

que a luz seja projetada em direções às superfícies que se queira iluminar e, ocultar as

lâmpadas, para que não sejam vistas pelas pessoas presentes no ambiente. Devem-se

também utilizar cores claras em todo o ambiente. Isso vale para a cor das paredes, do

teto, piso e móveis. As cores que tendem ao branco, ou seja, claras, têm a propriedade

de refletir a luz e permitir que o ambiente retenha mais a luz que incide sobre elas,

Nas medições práticas, vimos que as reduções do nível de iluminância se

devem à grande absorção de energia radiante pelas cores não compatíveis com o

espectro emitido pela lâmpada testada. Portanto, demonstrou-se a necessidade de um

estudo de compatibilidade, fonte de luz artificial com a cor da pintura do ambiente,

buscando assim, a quantidade de luz necessária a plena qualidade do ambiente, em que a

reprodução das cores seja a mais próxima possível da realidade, ou seja, a iluminação

deve estar integrada ao ambiente, à sua arquitetura e decoração. Além do aspecto

confortabilidade é preciso verificar também a redução do consumo de energia elétrica.

Com o auxílio de uma iluminação adequada e compatível com a cor do

ambiente a ser iluminado, podemos melhorar o aproveitamento da luz e reduzir o

consumo de energia, sem perder a qualidade e o conforto do ambiente, aumentando

assim a produtividade do funcionário. Todo erro de não observação dos conhecimentos

já disponíveis, em última instância, “quem paga a conta é o produto”.

5.1 – Recomendações para continuidade do trabalho

Diante das constatações expostas, acredita-se que seria interessante o

desenvolvimento de outros estudos, tais como microclima e acústica, que

complementem este, procurando a otimização de um sistema pela adaptação das

condições de trabalho às capacidades e necessidades do trabalhador.

71

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, L.F.R. HIGIENE ESCOLAR: Uma metodologia baseada en un abordaje

pedagúgico y sistêmico para melhorar lãs condiciones físicas de los salones de clase de

la UFOP. Tese de Doutorado – ICCP-HABANA, 2003.

ALVES, L.F.R. “Projetos de Iluminação”. Gráfica UFOP, 2001.

ANDRADE, M. M. Introdução à Metodologia do Trabalho Cientifico: Elaboração de

Trabalhos na Graduação. São Paulo, Editora Atlas, 1993.

ASSIS, E. S.; SOUZA, R. V. G. & MOURTHÉ, V. V. Conforto térmico e iluminação

natural: apostila de tabelas, dados e exercícios. Belo Horizonte: EAUFMG; 1999.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NB-76. Norma de Cor na

Segurança do Trabalho. 1959 e P-TB-32. Definição de Cores. 1971.

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natural: apostila de tabelas, dados e exercícios. Belo Horizonte: EAUFMG; 1999.

BASTOS, L.R. & PAIXÃO, L. – Manual para elaboração e projetos e relatórios de

pesquisa, teses, dissertações e monografías. Rio de Janeiro: LTC, 2000.

BRASIL, ASSOCIAÇÃO Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). NBR 5413:

Iluminação de Interiores. Rio de Janeiro: ABNT; 1996.

COUTO, Hudson de Araújo. Fisiologia do Trabalho Aplicada. Belo Horizonte, Editora

Gráfica e Encadernadora Ltda, 1978.

DUL, Jan & WEERDMEESTER, Bernard. Ergonomia Prática. São Paulo, Editora

Edgard Blucher Ltda, 1995.

72

GRANDJEAN, Etienne. Manual de Ergonomia: adaptando o trabalho ao homem. Porto

Alegre, Editora Artes Médicas Sul Ltda, 1991.

LACY, Marie Louise. O Poder das Cores no Equilíbrio dos Ambientes. São Paulo,

Editora Pensamento Ltda, 1996.

LAKATOS, E. M & MARCONI, M. A. Metodologia Cientifica. 2ed., São Paulo,

Editora Atlas, 1991.

Manual Luminotécnico Prático – OSRAM, 2003.

MASCARO. L. R. & VIANA, N. S. Iluminação natural. Porto Alegre: PROPAR/UFRS;

1980.

NETO, Egydio Pilotto. Cor e Iluminação nos Ambientes de Trabalho. São Paulo,

Livraria Ciência e Tecnologia Editora, 1980.

RODRIGUES, C.L. A Influência do conforto Ambiental na Qualidade do trabalho.

Porto Alegre, Práxis Biblioteconômica, 1998.

73

ANEXOS ANEXO 1 – TABELA DE ÍNDICE LOCAL

TABELA 18- ÍNDICE LOCAL FONTE: ALVES (2001), P.126

74

ANEXO 2 – TABELA DE COEFICIENTES DE UTILIZAÇÃO

TABELA 19- COEFICIENTES DE UTILIZAÇÃO

FONTE: ALVES (2001), P.127

75

ANEXO 3 – TABELAS DE MEDIÇÕES PRÁTICAS

LÂMPADAS FLUORESCENTES

LÂMPADA FLUORESCENTE PHILIPS FLUOTONE 16W – Super 83

COR RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA ILUMINANCIA

Branco 0,6 730

Azul 0,6 402

Verde 0,6 415

Amarelo 0,6 653

Concreto 0,6 452

Vermelho 0,6 423

Preto 0,6 370

TABELA 20– MEDIÇÕES PRÁTICAS – LÂMPADA FLUORESCENTE

PHILIPS FLUOTONE 16W – SUPER 83

LÂMPADA FLUORESCENTE PHILIPS FLUOTONE 16W – Super 84

COR RADIAÇAO ULTRAVIOLETA ILUMINANCIA

Branco 1,2 830 Azul 1,2 462 Verde 1,2 468 Amarelo 1,2 729 Concreto 1,2 515 Vermelho 1,2 467 Preto 1,2 428

TABELA 21– MEDIÇÕES PRÁTICAS – LÂMPADA FLUORESCENTE

PHILIPS FLUOTONE 16W – SUPER 84

76

LÂMPADA FLUORESCENTE OSRAM UNIVERSAL 20W – Luz do dia especial

COR RADIAÇAO ULTRAVIOLETA ILUMINANCIA

Branco 1,2 730

Azul 1,2 425

Verde 1,2 428

Amarelo 1,2 634

Concreto 1,2 465

Vermelho 1,2 398

Preto 1,2 378

TABELA 22– MEDIÇÕES PRÁTICAS – LÂMPADA FLUORESCENTE

20W – LUZ DO DIA ESPECIAL

LÂMPADA FLUORESCENTE PHILIPS 16W – Branca Confort

COR RADIAÇAO ULTRAVIOLETA ILUMINANCIA

Branco 1,1 570 Azul 1,1 321 Verde 1,1 328 Amarelo 1,1 497 Concreto 1,1 354 Vermelho 1,1 322 Preto 1,1 292

TABELA 23– MEDIÇÕES PRÁTICAS – LÂMPADA FLUORESCENTE

PHILIPS 16W – BRANCA CONFORT

77

LÂMPADA FLUORESCENTE GE UNIVERSAL DURAMAX 20W -

Super Luz do Dia

COR RADIAÇAO ULTRAVIOLETA ILUMINANCIA

Branco 0,8 465

Azul 0,8 258

Verde 0,8 263

Amarelo 0,8 397

Concreto 0,8 284

Vermelho 0,8 256

Preto 0,8 232

TABELA 24– MEDIÇÕES PRÁTICAS – LÂMPADA FLUORESCENTE

GE UNIVERSAL 20W – SUPER LUZ DO DIA

LÂMPADA FLUORESCENTE SILVANIA 20W

COR RADIAÇAO ULTRAVIOLETA ILUMINANCIA

Branco 1,1 628 Azul 1,1 344 Verde 1,1 354 Amarelo 1,1 556 Concreto 1,1 387 Vermelho 1,1 352 Preto 1,1 309

TABELA 25– MEDIÇÕES PRÁTICAS – LÂMPADA FLUORESCENTE SILVANIA 20W

78

LÂMPADAS FLUORESCENTES COMPACTAS

LÂMPADA FLUORESCENTE COMPACTA GE LIGHTING 20W

COR RADIAÇAO ULTRAVIOLETA ILUMINANCIA

Branco 0,6 506

Azul 0,6 246

Verde 0,6 262

Amarelo 0,6 413

Concreto 0,6 288

Vermelho 0,6 261

Preto 0,6 194

TABELA 26– MEDIÇÕES PRÁTICAS – LÂMPADA FLUORESCENTE

COMPACTA GE LIGHTING 20W

LÂMPADA FLUORESCENTE COMPACTA ECOLUME 21W

COR RADIAÇAO ULTRAVIOLETA ILUMINANCIA

Branco 0,2 588 Azul 0,2 288 Verde 0,2 296 Amarelo 0,2 478 Concreto 0,2 329 Vermelho 0,2 269 Preto 0,2 224

TABELA 27– MEDIÇÕES PRÁTICAS – LÂMPADA FLUORESCENTE

COMPACTA ECOLUME 21W

79

LÂMPADA FLUORESCENTE COMPACTA FLC 25W

COR RADIAÇAO ULTRAVIOLETA ILUMINANCIA

Branco 0,8 539

Azul 0,8 257

Verde 0,8 267

Amarelo 0,8 455

Concreto 0,8 295

Vermelho 0,8 289

Preto 0,8 193

TABELA 28– MEDIÇÕES PRÁTICAS – LÂMPADA FLUORESCENTE

COMPACTA FLC 25W

LÂMPADA FLUORESCENTE COMPACTA GE LIGHTING 20W / 2700K

COR RADIAÇAO ULTRAVIOLETA ILUMINANCIA

Branco 0,9 593 Azul 0,9 302 Verde 0,9 325 Amarelo 0,9 560 Concreto 0,9 368 Vermelho 0,9 296 Preto 0,9 249

TABELA 29– MEDIÇÕES PRÁTICAS – LÂMPADA FLUORESCENTE

COMPACTA GE LIGHTING 20W

80

LÂMPADAS DE DESCARGA

LÂMPADA DE LUZ MISTA OSRAM HWL 160W / 220V

COR RADIAÇAO ULTRAVIOLETA ILUMINANCIA

Branco 16 1382 Azul 16 710 Verde 16 739 Amarelo 16 1205 Concreto 16 814 Vermelho 16 760 Preto 16 602

TABELA 30– MEDIÇÕES PRÁTICAS – LÂMPADA DE LUZ MISTA 160W

LÂMPADA DE VAPOR DE SÓDIO GE LUCATEX 70W

COR RADIAÇAO ULTRAVIOLETA ILUMINANCIA

Branco 0,2 1592 Azul 0,2 808 Verde 0,2 822 Amarelo 0,2 1552 Concreto 0,2 955 Vermelho 0,2 919 Preto 0,2 676

TABELA 31– MEDIÇÕES PRÁTICAS – LÂMPADA DE VAPOR DE

SÓDIO GE LUCATEX 70W

81

LÂMPADA INCANDESCENTE

LÂMPADA INCANDESCENTE OSRAM CLASSIC 60W

COR RADIAÇAO ULTRAVIOLETA ILUMINANCIA

Branco 0,3 401

Azul 0,3 220

Verde 0,3 218

Amarelo 0,3 356

Concreto 0,3 240

Vermelho 0,3 244

Preto 0,3 180

TABELA 32– MEDIÇÕES PRÁTICAS – LÂMPADA INCANDESCENTE

OSRAM CLASSIC 60W

LÂMPADA INCANDESCENTE OSRAM CLASSIC 100W

COR RADIAÇAO ULTRAVIOLETA ILUMINANCIA

Branco 0,5 732 Azul 0,5 410 Verde 0,5 412 Amarelo 0,5 662 Concreto 0,5 492 Vermelho 0,5 476 Preto 0,5 379

TABELA 33– MEDIÇÕES PRÁTICAS – LÂMPADA INCANDESCENTE

OSRAM CLASSIC 100W

82

ANEXO 4 – TABELAS DE ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS LEVANTAMENTOS E FIGURAS DE ÍNDICES DE REFLEXÃO

LÂMPADAS FLUORESCENTES

LÂMPADA FLUORESCENTE PHILIPS FLUOTINE 16W – Super 83

COR RADIAÇAO

ULTRAVIOLETA ILUMINANCIA REFLEXÃO % PERDA DE

ENERGIA % Branco 0,6 730 100 0 Azul 0,6 402 55,07 44,93 Verde 0,6 415 56,85 43,15 Amarelo 0,6 653 89,45 10,15 Concreto 0,6 452 61,22 37,78 Vermelho 0,6 423 57,95 42,05 Preto 0,6 370 50,68 49,32

TABELA 34– ANÁLISE DOS RESULTADOS – LÂMPADA FLUORESCENTE

PHILIPS FLUOTONE 16W – SUPER 83

100%

55,07%

56,85%89,45%

61,22%

57,95%50,68%

BrancoAzulVerdeAmareloConcreto

VermelhoPreto

FIGURA 12– ÍNDICE DE REFLEXAO – LÂMPADA FLUORESCENTE

PHILIPS FLUOTINE 16W – SUPER 83

83

LÂMPADA FLUORESCENTE PHILIPS FLUOTINE 16W – Super 84

COR RADIAÇAO

ULTRAVIOLETA ILUMINANCIA REFLEXÃO % PERDA DE

ENERGIA % Branco 1,2 830 100 0 Azul 1,2 462 55,66 44,34 Verde 1,2 468 56,39 43,61 Amarelo 1,2 729 87,83 12,17 Concreto 1,2 515 62,05 37,95 Vermelho 1,2 467 56,27 43,73 Preto 1,2 428 51,57 48,43

TABELA 35– ANÁLISE DOS RESULTADOS – LÂMPADA FLUORESCENTE

PHILIPS FLUOTONE 16W – SUPER 84

100%

55,66%

56,39%87,83%

62,05%

56,27%51,57% Branco

AzulVerdeAmareloConcretoVermelhoPreto

FIGURA 13– ÍNDICE DE REFLEXAO – LÂMPADA FLUORESCENTE

PHILIPS FLUOTINE 16W – SUPER 84

LÂMPADA FLUORESCENTE OSRAM UNIVERSAL 20W – Luz do dia especial

COR RADIAÇAO

ULTRAVIOLETA ILUMINANCIA REFLEXÃO % PERDA DE

ENERGIA %

Branco 1,2 730 100 0

Azul 1,2 425 58,22 41,78

Verde 1,2 428 58,63 41,37

Amarelo 1,2 634 86,85 13,15

Concreto 1,2 465 63,7 36,3

Vermelho 1,2 398 54,52 45,48

Preto 1,2 378 51,78 48,22

TABELA 36– ANÁLISE DOS RESULTADOS – LÂMPADA FLUORESCENTE 20W - LUZ DO DIA ESPECIAL

84

100%

58,22%

58,63%86,85%

63,70%

54,52%51,78% Branco

AzulVerdeAmareloConcretoVermelhoPreto

FIGURA 14– ÍNDICE DE REFLEXAO – LÂMPADA FLUORESCENTE

20W- LUZ DO DIA UNIVERSAL

LÂMPADA FLUORESCENTE PHILIPS 16W – Branca Confort

COR RADIAÇAO

ULTRAVIOLETA ILUMINANCIA REFLEXÃO % PERDA DE

ENERGIA % Branco 1,1 570 100 0 Azul 1,1 321 56,32 43,68 Verde 1,1 328 57,54 42,46 Amarelo 1,1 497 87,19 12,81 Concreto 1,1 354 62,11 37,89 Vermelho 1,1 322 56,49 43,51 Preto 1,1 292 51,23 48,77

TABELA 37– ANÁLISE DOS RESULTADOS – LÂMPADA FLUORESCENTE

PHILIPS 16W – BRANCA CONFORT

100%

56,32%

57,54%87,19%

62,11%

56,49%51,23% Branco

AzulVerdeAmareloConcretoVermelhoPreto

FIGURA 15 – ÍNDICE DE REFLEXAO – LÂMPADA FLUORESCENTE

PHILIPS 16W – BRANCA CONFORT

85

LÂMPADA FLUORESCENTE GE UNIVERSAL DURAMAX 20W – Super Luz do Dia

COR RADIAÇAO

ULTRAVIOLETA ILUMINANCIA REFLEXÃO % PERDA DE

ENERGIA % Branco 0,8 465 100 0 Azul 0,8 258 55,48 44,52 Verde 0,8 263 56,56 43,44 Amarelo 0,8 397 85,38 14,62 Concreto 0,8 284 61,08 38,92 Vermelho 0,8 256 55,06 44,94 Preto 0,8 232 49,89 50,11

TABELA 38– ANÁLISE DOS RESULTADOS – LÂMPADA FLUORESCENTE GE

UNIVERSAL 20W – SUPER LUZ DO DIA

100%

55,48%

56,56%85,38%

61,08%

55,06%49,89% Branco

Azul

VerdeAmareloConcreto

VermelhoPreto

FIGURA 16– ÍNDICE DE REFLEXAO – LÂMPADA FLUORESCENTE GE

UNIVERSAL DURAMAX 20W – SUPER LUZ DO DIA

LÂMPADA FLUORESCENTE SILVANIA 20W

COR RADIAÇAO

ULTRAVIOLETA ILUMINANCIA REFLEXÃO % PERDA DE

ENERGIA % Branco 1,1 628 100 0 Azul 1,1 344 54,78 45,22 Verde 1,1 354 56,37 43,63 Amarelo 1,1 556 88,54 11,46 Concreto 1,1 387 61,62 38,38 Vermelho 1,1 352 56,05 43,95 Preto 1,1 309 49,20 50,80

TABELA 39– ANÁLISE DOS RESULTADOS – LÂMPADA FLUORESCENTE

SILVANIA 20W

86

100%

54,78%

56,37%88,54%

61,62%

56,05%49,20% Branco

AzulVerdeAmareloConcretoVermelhoPreto

FIGURA 17– ÍNDICE DE REFLEXAO – LÂMPADA FLUORESCENTE

SILVANIA 20W

LÂMPADAS FLUORESCENTES COMPACTAS

LÂMPADA FLUORESCENTE COMPACTA GE LIGHTING 20W / 4000 K

COR RADIAÇAO

ULTRAVIOLETA ILUMINANCIA REFLEXÃO % PERDA DE

ENERGIA % Branco 0,6 506 100 0 Azul 0,6 246 48,62 51,38 Verde 0,6 262 51,78 48,22 Amarelo 0,6 413 81,62 18,38 Concreto 0,6 288 56,92 43,08 Vermelho 0,6 261 51,58 48,42 Preto 0,6 194 38,34 61,66

TABELA 40– ANÁLISE DOS RESULTADOS – LÂMPADA FLUORESCENTE COMPACTA

GE LIGHTING 20W

100%

48,62%

51,78%81,62%

56,92%

51,58%38,34%

BrancoAzulVerdeAmareloConcreto

VermelhoPreto

FIGURA 18– ÍNDICE DE REFLEXAO – LÂMPADA FLUORESCENTE

COMPACTA GE LIGHTINGING 20W

87

LÂMPADA FLUORESCENTE COMPACTA ECOLUME 21W

COR RADIAÇAO

ULTRAVIOLETA ILUMINANCIA REFLEXÃO % PERDA DE

ENERGIA % Branco 0,2 588 100 0 Azul 0,2 288 48,98 51,02 Verde 0,2 296 50,34 49,66 Amarelo 0,2 478 81,29 18,71 Concreto 0,2 329 55,95 44,05 Vermelho 0,2 269 45,75 54,25 Preto 0,2 224 38,10 61,90

TABELA 41– ANÁLISE DOS RESULTADOS – LÂMPADA FLUORESCENTE COMPACTA

ECOLUME 21W

100%

48,98%

50,34%81,29%

55,95%

45,75%38,10%

BrancoAzulVerdeAmareloConcreto

VermelhoPreto

FIGURA 19– ÍNDICE DE REFLEXAO – LÂMPADA FLUORESCENTE

COMPACTA ECOLUME 21W

LÂMPADA FLUORESCENTE COMPACTA FLC 25W

COR RADIAÇAO

ULTRAVIOLETA ILUMINANCIA REFLEXÃO % PERDA DE

ENERGIA % Branco 0,8 539 100 0 Azul 0,8 257 47,68 52,32 Verde 0,8 267 49,54 50,46 Amarelo 0,8 455 84,42 15,58 Concreto 0,8 295 54,73 45,27 Vermelho 0,8 289 53,62 46,38 Preto 0,8 193 35,81 64,19

TABELA 42– ANÁLISE DOS RESULTADOS – LÂMPADA FLUORESCENTE COMPACTA

FLC 25W

88

100%

47,68%

49,54%84,42%

54,73%

53,62%35,81%

BrancoAzulVerdeAmareloConcretoVermelhoPreto

FIGURA 20– ÍNDICE DE REFLEXAO – LÂMPADA FLUORESCENTE

COMPACTA FLC 25W

LÂMPADA FLUORESCENTE COMPACTA LIGTEX 27W

COR RADIAÇAO

ULTRAVIOLETA ILUMINANCIA REFLEXÃO % PERDA DE

ENERGIA % Branco 0,9 593 100 0 Azul 0,9 302 50,93 49,07 Verde 0,9 325 54,81 45,19 Amarelo 0,9 560 94,44 5,56 Concreto 0,9 368 62,06 37,94 Vermelho 0,9 296 49,92 50,08 Preto 0,9 249 41,99 58,01

TABELA 43– ANÁLISE DOS RESULTADOS – LÂMPADA FLUORESCENTE COMPACTA

LIGTEX 27W

100%

50,93%

54,81%94,44%

62,06%

49,92%41,99% Branco

AzulVerde

Amarelo

Concreto

Vermelho

Preto

FIGURA 21– ÍNDICE DE REFLEXAO – LÂMPADA FLUORESCENTE

COMPACTA LIGTEX 27W

89

LÂMPADAS DE DESCARGA

LÂMPADA DE LUZ MISTA OSRAM HWL 160W / 220V

COR RADIAÇAO

ULTRAVIOLETA ILUMINANCIA REFLEXÃO % PERDA DE

ENERGIA %

Branco 16,5 1382 100% 0

Azul 16,5 710 51,37 48,63

Verde 16,5 739 53,47 46,53

Amarelo 16,5 1205 87,19 12,81

Concreto 16,5 814 58,9 41,1

Vermelho 16,5 760 54,99 45,01

Preto 16,5 602 43,56 56,44

TABELA 44– ANÁLISE DOS RESULTADOS – LÂMPADA DE LUZ MISTA 160W

100%

51,37%

53,47%87,19%

58,90%

54,99%43,56%

BrancoAzulVerdeAmareloConcretoVermelhoPreto

FIGURA 22– ÍNDICE DE REFLEXAO – LÂMPADA DE LUZ MISTA 160W

90

LÂMPADA DE VAPOR DE SÓDIO GE LUCATEX 70W

COR RADIAÇAO

ULTRAVIOLETA ILUMINANCIA REFLEXÃO % PERDA DE

ENERGIA % Branco 16 1382 100 0 Azul 16 710 50,75 49,25 Verde 16 739 51,63 48,37 Amarelo 16 1205 97,48 2,52 Concreto 16 814 59,98 40,02 Vermelho 16 760 57,73 42,27 Preto 16 602 42,46 57,54

TABELA 45– ANÁLISE DOS RESULTADOS – LÂMPADA DE VAPOR DE

SÓDIO GE LUCATEX 70W

100%

50,75%

51,63%97,48%

59,98%

57,30%42,46%

BrancoAzul

Verde

Amarelo

ConcretoVermelho

Preto

FIGURA 23– ÍNDICE DE REFLEXAO – LÂMPADA DE VAPOR

DE SÓDIO GE LUCATEX 70W

91

LÂMPADAS INCANDESCENTES

LÂMPADA INCANDESCENTE OSRAM CLASSIC 60 W

COR RADIAÇAO

ULTRAVIOLETA ILUMINANCIA REFLEXÃO % PERDA DE

ENERGIA % Branco 0,3 401 100 0 Azul 0,3 220 54,86 45,14 Verde 0,3 218 54,36 45,64 Amarelo 0,3 356 88,78 11,22 Concreto 0,3 240 59,85 40,15 Vermelho 0,3 244 60,85 39,15 Preto 0,3 180 44,89 55,11

TABELA 46– ANÁLISE DOS RESULTADOS – LÂMPADA INCANDESCENTE

OSRAM CLASSIC 60W

100%

54,86%

54,36%88,78%

59,85%

60,85%44,89%

BrancoAzulVerde

AmareloConcreto

VermelhoPreto

FIGURA 24– ÍNDICE DE REFLEXAO – LÂMPADA INCANDESCENTE

OSRAM CLASSIC 60W

92

LÂMPADA INCANDESCENTE OSRAM CLASSIC 100 W

COR RADIAÇAO

ULTRAVIOLETA ILUMINANCIA REFLEXÃO % PERDA DE

ENERGIA % Branco 0,5 732 100 0 Azul 0,5 410 56,01 43,99 Verde 0,5 412 56,28 43,72 Amarelo 0,5 662 90,44 9,56 Concreto 0,5 492 67,21 32,79 Vermelho 0,5 476 65,03 34,97 Preto 0,5 376 51,37 48,63

TABELA 47– ANÁLISE DOS RESULTADOS – LÂMPADA INCANDESCENTE

OSRAM CLASSIC 100W

100%

56,01%

56,28%90,44%

67,21%

65,03%

51,37%BrancoAzulVerdeAmareloConcretoVermelhoPreto

FIGURA 25– ÍNDICE DE REFLEXAO – LÂMPADA INCANDESCENTE

OSRAM CLASSIC 100W