Infocedi 33 - Ilustração Infantil

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8/6/2019 Infocedi 33 - Ilustração Infantil http://slidepdf.com/reader/full/infocedi-33-ilustracao-infantil 1/25  Instituto de Apoio à Criança  – Infocedi n.º 33  MARIA KEIL  Ilustração Infantil A ilustração é uma representação pictórica que pretende complementar, adornar ou ajudar a esclarecer algo no texto, tendo, portanto, também um carácter pedagógico, essencialmente como advém da sua raiz etimológica, ―trazer luz para uma obra‖ . A ilustração está em pleno numa obra literária quando permite diferentes leituras e não repete só o texto. Nesta perspectiva, o ilustrador tem um papel fulcral na transmissão da sua própria visão sobre as coisas já que este é também autor, tendo, portanto, também responsabilidade sobre a obra. A ilustração de livros para as crianças revela-se como fundamental, quer para a compreensão do próprio texto, quer para a promoção do desenvolvimento da criança, em particular nos domínios do entendimento, seja ao nível pictórico, seja ao nível da linguagem verbal e da comunicação. Ficha Técnica Direcção de Publicação: Ana Tarouca Pedro Pires Design Gráfico: Nuno Domingues Revisão: José Brito Soares Edição: Instituto de Apoio à Criança Largo da Memória, 14 1349-045 Lisboa Periodicidade: Bimensal ISSN: 1647-4163 Distribuição gratuita Endereço Internet: www.iacrianca.pt Blogue: Crianças a torto e a Direitos Serviço de Documentação: Tel.: (00351) 213 617 884 Fax: (00351) 213 617 889 E-mail: [email protected] Atendimento ao público, mediante marcação -De 2ª a 5ª feira, entre as 9.30h e as 16.00h -6ª feira entre as 9.30h e as 12.00 horas Para subscrever este boletim digital envie-nos uma mensagem para [email protected] Sobre Ilustração Infantil definimos Março-Abril 2011 Nº33 

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Instituto de Apoio à Criança – Infocedi n.º 33

 

MARIA KEIL 

Ilustração Infantil

A ilustração é uma representação pictórica que pretende complementar,adornar ou ajudar a esclarecer algo no texto, tendo, portanto, tambémum carácter pedagógico, essencialmente como advém da sua raizetimológica, ―trazer luz para uma obra‖ .

A ilustração está em pleno numa obra literária quando permite

diferentes leituras e não repete só o texto. Nesta perspectiva, oilustrador tem um papel fulcral na transmissão da sua própria visãosobre as coisas já que este é também autor, tendo, portanto, tambémresponsabilidade sobre a obra.

A ilustração de livros para as crianças revela-se como fundamental, querpara a compreensão do próprio texto, quer para a promoção dodesenvolvimento da criança, em particular nos domínios doentendimento, seja ao nível pictórico, seja ao nível da linguagem verbale da comunicação.

Ficha Técnica

Direcção de Publicação:Ana TaroucaPedro Pires

Design Gráfico:Nuno Domingues

Revisão:José Brito Soares

Edição:Instituto de Apoio à CriançaLargo da Memória, 141349-045 Lisboa

Periodicidade: Bimensal 

ISSN: 1647-4163 

Distribuição gratuita

Endereço Internet:www.iacrianca.pt

Blogue:Crianças a torto e a Direitos 

Serviço de Documentação:Tel.: (00351) 213 617 884Fax: (00351) 213 617 889E-mail: [email protected]

Atendimento ao público,

mediante marcação-De 2ª a 5ª feira, entre as9.30h e as 16.00h-6ª feira entre as 9.30h e as12.00 horas

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Março-Abril 2011 Nº33 

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“Um livro ilustrado é a primei-

ra galeria de arte que uma

criança visita” 

Květa Pacovská, ilustradora

de livros infantis 

A aquisição da competência daleitura pelas crianças, começa coma leitura de imagens, ou seja, peladescodificação pictórica e sódepois adquire a competência daleitura verbal. A imagem é oelemento que permite à criança o

primeiro contacto com o objectolivro.

A ilustração assume um carácterbastante mais concreto do que ocódigo verbal escrito que, nestadimensão, poderá dizer-se quetem uma forma abstracta e demais difícil compreensão. Ailustração tem um reconhecimentouniversal, é mais facilmenteinteligível do que o código escrito

e pode ser compreendida pelamaior parte das pessoas, com aexcepção de algumas represen-tações de carácter cultural e deíndole étnica. Tem, portanto,também um carácter de inclusão,na medida em que permite que omais novo dos pré-leitores consigacompreender de alguma forma,ainda que não na totalidade, ahistória.

No entanto, é errado pensar que ainterpretação de imagens é umprocesso inato. Ainda que ascrianças passem a ser facilmenteleitores de narrativas pictóricas e,assim, conseguindo dar sentido aum conjunto de imagens, oentendimento pictórico e a com-preensão da narrativa visual exigeque se vá aprendendo o código, eesta aprendizagem será cons-truída socialmente, ainda que não

exista um ensino onde se aprendaa ler imagens. A criança interpreta

e reconhece as imagens devido àsexperiências que vai acumulandodo mundo, habituando-se a lidarcom a diferença, por vezes,abissal que separa a realidade e arepresentação desta. Nestesentido, poderemos afirmar que ailustração assume uma maiorimportância do que o texto, aofalarmos de crianças pequenas(leitores iniciantes e pré-leitores),fazendo com que exista igualdadeno processo de apreensão ecompreensão da narrativa que, àpartida, poderia ficar compro-metido tanto nos leitores inici-antes como nos que ainda nãodecifram o código verbal.

Esta possui, também, um papelcrucial na preferência, indiferençaou antipatia face à leitura do livroque ilustra. Tem um papeldeterminante na selecção de umlivro infantil.

Simplisticamente, atribuímos àilustração a função de ornar ouembelezar o texto, ignorandotodas as outras funções que elapode assumir, tais como: as deelucidar, ajudar a compreender otexto que a acompanha, oumesmo a de representar, descre-ver, narrar ou, simplesmente, ter

uma função simbólica, expressivaou lúdica. Estas últimas, e

acrescentando também a funçãoestética, podem funcionar comoum mecanismo potenciador deconstrução de novas narrativas,atribuindo uma terceira leitura àhistória, conduzindo a processosinterpretativos, reforçando a capa-cidade de significação, e ajudandoa criança, no caso da literatura depotencial recepção infantil, a fazera chamada leitura criadora.

Neste seguimento, sabendo que, aimagem, no livro ilustrado e en-quanto parte dele, não desem-penha unicamente uma função,então, a ilustração pode também

  ―brincar‖, persuadir, enfatizar,

pontuar e servir como devaneio àleitura criativa. A ilustração podeser também um auxiliar naaprendizagem do processo de ler,na medida em que, como foireferido, reforça a capacidade designificação e de associação.

As ilustrações, nos livros ilustra-dos, comunicam tantas coisas àscrianças que acabam por sermuito mais do que simples dese-nhos ao serviço da palavra e, porvezes, são elas as verdadeirasportadoras de todo o significado. Aleitura criadora, a que nosreferimos atrás, não é mais do

ANDRÉ LETRIA (2005) 

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Durante muito tempo a

ilustração foi considerada

apenas como um auxiliar 

visual didáctico, colocado à

disposição de pais e educa-

dores para “ensinar” a obser -

var e para dela extrair algum

saber. Actualmente, reco-

nhece-se que a ilustração

não deve desempenhar uma

função meramente subsidiá-

ria, mas estabelecer uma

verdadeira interacção com o

texto escrito. As narrativasvisual e verbal devem, assim,

não se sobrepor, mas coabi-

tar harmoniosamente: “De

um entendimento perfeito

entre ambas as partes, resulta

uma maior interligação entre

texto e imagem, as duas

faces da mesma moeda, que

é o livro” (Caetano, 2001:5). 

Torres, 2003: 26

que a interpretação própria, únicae individual que cada leitor faz dobinómio texto/ilustração e da suacombinação, que nunca será igualde receptor para receptor. Sendoassim, e além de ajudar apromover uma leitura criativa e

criadora, a ilustração é também potenciadora do imaginário infan-til, induzindo ao desenvolvimentoda atitude criativa e à capacidadecriativa no sentido em que desen-volve capacidades de criação/ima-ginação de diferentes mundos,contextos, situações ou persona-gens.

É importante salientar que, nestecontexto, estamos a reflectir

acerca da ilustração em livrosonde exista imagem e texto,portanto, ilustrados, e não delivros pictóricos, constituídosunicamente por imagens. Porconseguinte, a ilustração acom-panha o texto havendo umarelação de dependência e inter-acção entre  imagem e palavratornando-se os dois responsáveispela narrativa.

A forma como o ilustrador conta ahistória pode comprometer anarrativa literária, isto é, o dese-nho pode conter excesso deinformação e assim a ilustraçãopassar a ser demasiado informa-tiva permitindo eliminar do textodeterminados aspectos tais comoa caracterização de personagens,lugares ou acções. Por outro lado,a natureza dos conteúdos dailustração pode induzir à criação

de estereótipos, na medida emque estas imagens, que sãofacilitadoras do primeiro contactoque a criança tem com o livro,irão, na maior parte das vezes,ser modelos por elas adoptadas.Estes modelos poderão ser tantocomportamentais como imagéti-cos.Fonte 

DANUTA WOJCIECHOWSKA

(2009) 

O escritor e crítico Miguel Vásquez

Freire define ilustração como

sendo ―(…) um género gráfico que

procura a síntese expressiva na

concentração da informação, quereclama os seus próprios recursos

e regras compositivas‖, diferen-

ciando-se , deste modo, da narra-

tiva escrita ―(…) que, pelo seu

carácter sequencial, pode e deve

administrar a informação de forma

progressiva (com outros recursos

e outras regras‖ . A ilustração,

sendo um discurso visual, cons-

titui um modo diferente de escre-

ver um relato. Diversas mensa-

gens se encontram, por conse-

guinte, subjacentes a cada ilustra-

ção. O ilustrador, no acto de criar

e comunicar, tem ao seu dispor

um alfabeto visual de códigos e de

técnicas que utilizará em função

das intenções e das preferências

que em cada situação o moverem.

Existem alguns aspectos queinfluenciam a criação e o resultado

de uma ilustração:

  O grupo etário a que sedirige;

  O formato ou a medida (espaço no qual se molda a

ideia a representar, o qualpode ser, entre outros,rectangular, quadrado, irregu-lar…); 

  O suporte ou a qualidadedo papel (que confere àilustração valores e matizesespeciais);

  As linhas e os traços (quepodem assumir uma profusavariedade, desde grossos oufinos, irregulares ou regula-res…); 

  Os pontos de vista (a partirdos quais se representa a

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imagem e que a situam noplano e no espaço nos quaisse sucedem as acções);

  Os enquadramentos (escolhidos pelo ilustradorpara representar as situa-

ções);

  As proporções (que causamum jogo visual que pode, porexemplo, ser grotesco ousurpreendente);

  A cor (na sua dimensão maisampla de tons e valores actuacomo elemento básico nasilustrações);

  As luzes e as sombras (factor determinante decontrastes, passível, por umlado, de gerar ambientes quepodem ir desde a luz solar àstrevas, ou, por outro, dematizar o volume nas grada-ções que se intercalam, desig-nadas por claro-escuro);

  As texturas (que expressam

os diferentes materiais repre-sentados na ilustração, taiscomo troncos de árvores oupeles de animais);

  Os procedimentos etécnicas (que vão do lápis àaguarela, aos acrílicos, àstêmperas e ao computador);

  E as formas (que definem edeterminam o objecto ou a

coisa representada).(Arànega,2001) (…) 

Tal como acontece com o textoescrito, a interpretação ou leiturade determinada imagem não

assume um sentido unívoco, namedida em que depende do olhardo sujeito, marcado pela suaexperiência pessoal, histórica esocial. (…) a literatura infantil vai

utilizar (…) dois tipos de lingua-gem: a linguagem verbal e alinguagem visual. O mundo dasimagens e o mundo das palavrasconstituem dois modos de repre-sentação e de significação darealidade que devem complemen-tar-se e não opor-se ou igualar-se. (…) 

As imagens que ilustram os livros

infantis adquirem (…) funções di-

ferentes conforme as idades a que

são destinadas. Gabriel Janer

Manila (1995) propõe agrupar as

ilustrações em três níveis distin-

tos, de acordo com a função que

exercem no contexto do livro que

ilustram. Estes níveis sintetizam

algumas das funções que se inte-

gram nos estádios de desenvol-

vimento infantil propostos por

Jean Piaget.

Trata-se, num primeiro momento,

de imagens capazes de sugerir a

história completa, quando as

crianças em causa não sabem ler.

As imagens estimulam a narração

oral e acompanham-na. Os livros

ilustrados para as crianças de

pouca idade convidam ao jogo de

narrar em voz alta e as ilustrações

podem constituir o elemento

provocador desses relatos orais.

Posteriormente, no segundo nível,

destinado às crianças ―primeiras

leitoras‖, que se defrontam com a

descodificação dos primeiros

textos, a função primordial da

ilustração é dirigida à motivação

do leitor e ao exercício da

persuasão. A ilustração centra-se,aqui, essencialmente, na captação

do leitor.

BERNARDO CARVALHO 

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Finalmente, num terceiro momen-

to, quando o pré-adolescente é já

capaz de descodificar o texto com

facilidade, a ilustração fornece

informação suplementar, oferece aabundância de uma leitura para-

lela, alternativa e divergente, que

lhe possibilita contrastá-la com a

própria leitura. Através da ima-

gem o leitor obtém informação

complementar, propulsora de uma

compreensão mais aprofundada e

mais crítica da história. (…) 

É ainda de referir que esta se

pode constituir como determina-

tiva, uma vez que é susceptível de

predispor a criança a interpretar,

por exemplo, uma história de umacerta forma.

Fonte:

A arte de contar histórias com

palavras e imagens: o Capuchi-

nho Vermelho / Maria Goreti

Torres; pref. de Marta Martins.

Braga:  APPACDM,  2003. (pp. 26-

29)

Esta tese de Mestrado não está

disponível on-line.

TERESA LIMA 

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“À partida, e como referido

anteriormente, a caracte-rística mais visível de uma

ilustração é comunicar: co-municar por imagens, repre-sentando um texto, uma

história. Ilustração será o textovisual que representa o textoverbal. (…) uma ilustração é

uma imagem que não foiproduzida para funcionar por 

si mesma, mas para estar, dealgum modo, ligada a outro

objecto: texto, conceito,narrativa”.

Luz, 2010: 46 

Do projecto à edição infantil.Lupa Design e Planeta Tange-rina (2010) –  Dissertação paraobtenção do grau de mestre em

Design de Comunicação de AnaMafalda Carmo Pereira da Luz:  ―Aedição de livros para a infância éactualmente uma área que se temdestacado por um notável cresci-mento e inovação. Constitui umcampo de grande importância cujocorrecto entendimento exige umaconstante reflexão por parte dosespecialistas e profissionais daárea. No desenvolvimento de umprocesso de edição, criam-se rela-ções profissionais que se podemmostrar mais ou menos positivas.Particularmente, na edição de umlivro impresso para a infância, esobretudo porque são vários osintervenientes no processo, sur-gem frequentemente opiniõesdistintas sobre o papel de cadaprofissional.

Pretendemos focar o design decomunicação, a ilustração e omodo como estas áreas se

relacionam e co-habitam. Poste-riormente, e principalmente, inte-ressa-nos entender como serelacionam os ateliers de designde comunicação e ilustração como universo editorial de livros paraa infância, bem como conhecer eanalisar o mercado de edição nassuas diversas vertentes: a publi-cação, as encomendas, a distri-buição e as vendas.

A principal problemática que énosso objectivo focar centra-se nodiálogo, que defendemos ser deextrema importância, entre osdiversos profissionais que partici-pam ao longo do processo gráficode edição - designer de comunica-ção, ilustrador e editor.

Nesta investigação foram estuda-das duas equipas profissionais eespecialistas na área, Lupa Designe Planeta Tangerina, que realizamactualmente um trabalho justa-

mente destacado, em Portugal‖ .

Esta tese inclui  ―Algumas referên-cias na História da ilustração paraa infância em Portugal‖:

  ―O Ano Internacional do Livro

Infantil (1974) e o Ano Interna-cional da Criança (1979) forammanifestações de especial impor-tância para a promoção dacriança, da leitura, do livro e da

literatura infantil, e serviramtambém como rampa de lança-mento para os Prémios deLiteratura Infantil da FundaçãoCalouste Gulbenkian, que surgemna década seguinte. Estes prémioscontribuíram, sem dúvida, para avalorização da área de Ilustraçãoem Portugal. Mais tarde foiinstituído o Prémio CalousteGulbenkian para a melhor Ilustra-ção de livros para a Infância.

(…)O Prémio Nacional de Ilustraçãopromovido pelo Ministério daCultura através da DGLB -Direcção Geral do Livro e dasBibliotecas, surge mais tarde, em1996.‖ 

(…)   ―Entre a década de 70 do século

XX e a actualidade, o panoramaportuguês vem sendo definidopelos artistas que se dedicam com

regularidade à ilustração e cujotrabalho, nos parece digno dereferência: aos autores já afirma-dos, como Maria Keil, Júlio Resen-de, Manuela Bacelar, João Macha-do, Henrique Cayatte, vêm juntar--se ilustradores de gerações maisnovas, como Cristina Valadas,Danuta Wojciechowska, AndréLetria, José Miguel Ribeiro e João

Vaz de Carvalho, Gémeo Luís,Madalena Matoso, BernardoCarvalho, entre outros.

Actualmente, é indiscutível aimportância da contribuição destesautores ilustradores no apareci-mento e desenvolvimento do livrodestinado à infância. As publica-ções, os prémios, a força e a

persistência destes profissionaisao longo dos anos, resultaram,sem dúvida, numa crescentemotivação pela leitura, favore-cendo o que foi e é actualmenteproduzido em Portugal.

De igual modo, torna-senecessário referir a importânciaconcedida à Criança ao longo dasúltimas décadas. Recentemente, adimensão que a infância parece

ocupar na sociedade, juntamentecom as preocupações que daí advêm, exigiram uma reestru-turação dos diferentes sectores domercado, entre os quais, o univer-so editorial e nomeadamente odesign de comunicação e ailustração. (pp. 37-39)Disponível online» 

Sobre Ilustração Infantil recomendamos 

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 “Editar par a um públicoinfantil pressupõe a criaçãode um universo expressivo,onde a ilustração desem-

penha, geralmente, um pa-pel fundamental, ao partici-

par num processo complexo.Ilustrar para esse mesmo

público implica a interpreta-ção original de um texto, on-

de texto e imagem crescemem conjunto.

Na edição para a infânciapretende-se conquistar, em

simultâneo, quem compra equem lê: agradar ao inter-mediário, com o objectivo deatingir o público-alvo”. 

Luz, 2010: 49 

A Última Princesa: Pensando aIlustração do Livro Infantil,uma produção em gravura(2010)  – Tese de Mestrado deLuciana Vasconcelos Macedo: 

  ―Esta dissertação de mestrado

trata da ilustração do livro infantil

a partir do ponto de vista doilustrador, enfatizando os aspectosestruturais visuais, assim como arelação das imagens com o texto.A produção de um livro ilustrado,partindo desde a criação do textoaté os aspectos finais da produçãográfica, destacando de formadetalhada o processo de concep-ção e criação das ilustrações,pontua observações e reflexõessobre aspectos específicos deste

tipo de imagem. Dentro do texto,são abordados desde a história dailustração do livro infantil, atéseus desdobramentos, passandopor aspectos técnicos e focando odiscurso nas semelhanças ediferenças dentro dos processosde produção de imagens manuaise digitais e de seu impacto noresultado final do trabalho. Tudoisto sob o ponto de vista de minhaprópria experiência como

ilustradora‖.Disponível online» 

Um livro vivo: transposiçãopara a web do livro paracrianças Histórias de pretos ede brancos (2010) - Dissertaçãode mestrado de Ana MíriamDuarte Reis da Silva:   ―A

dissertação que se apresentanasce da convergência de diversasmotivações e interesses, nomea-

damente o gosto pela ilustração, aadmiração e o reconhecimentopelo trabalho da artista Maria Keil,bem como da vontade de preser-var museologicamente o materialestético da obra Histórias depretos e de brancos como contri-buto de resistência ao esque-cimento desta ilustradora e destaobra em concreto. Mais, ainda,

decorre da situação, em Portugal,da quase inexistência de livros emsuporte electrónico que nãopretendam copiar a interacção e a

forma do livro material. E,reconhecendo que as crianças, noseu quotidiano, acedem aosdispositivos informáticos e aosartefactos de comunicação eludicidade que neles circulam,pretendemos contribuir com oprojecto que se apresenta — demaquetização, para a Web, dahistória referida —, para a poten-ciação da divulgação de valores deinclusão, de convivialidade inter-

seres, de culturas, etnias elinguisticidades diversas e, atravésda descoberta, da exploração e dobrincar com o livro, promover aliteracia mediática. Abordando ailustração do livro para crianças, amaterialidade e a imaterialidadedo livro como comunicação,ludicidade e artefacto lúdico e dedesign, constrói-se a sustentação

conceptual que dará lugar epertinência à criação de um novosuporte de leitura que,defendemos, pode acrescentarconhecimento, criar novascondições para novas experiên-cias, promovendo a convivialidade

com o livro e, fruto disso, aaprendizagem do prazer, da liber-dade e do gosto estético que aleitura tanto textual como imagé-tica favorece. E, tudo isso, atravésda descoberta, exploração ebrincadeira das crianças com aobra de uma autora de referênciano património da ilustração paraas crianças portuguesas, como é ocaso de Maria Keil. Com o projectoque apresentamos afirmamos,

assim, uma relação de comple-mentaridade entre o livro impres-so, artefacto material, e o livroelectrónico, artefacto imaterial‖. 

Contém evolução histórica da

ilustração nos livros para crianças

entre pág. 26 - 48.

Disponível online» 

Leitura do texto literário

infantil sincrético: articulaçãode imagens na constituição darealização global (2010)  – Artigo de Marília Forgearini Nunes.Disponível online» 

A arte de ilustrar livros paracrianças e jovens (2009) – Conjunto de artigos de diversosautores. Contém História daIlustração Infantil e reflexão sobrea ilustração no Brasil. 

Disponível online» 

Livro e design: relações nolivro infantil sem texto (2009) - De Cassia Domiciano:  ―Apresen-tamos neste artigo parte dasinvestigações realizadas nosúltimos anos sobre livros semtexto voltados para crianças.Nosso enfoque é primeiramente o

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livro sem texto em si, seusconceitos, usos e disponibilidadesnum mercado editorial abran-gente. Num segundo momento,destacamos o papel do designerna criação deste tipo de objeto, eatravés de exemplos concretos,

verificamos a importância deprojetos voltados para a Criança‖. Disponível online» “Surprised!” Telling the

pictures. Can the illustrationsin picture books promotelanguage acquisition? (2009) – Artigo de Sandie Mourão que

 ―procura apresentar os resultados

da re-análise dos dados recolhidos

em dois projectos de investigação-acção sobre a utilização de álbunsem língua inglesa nas aulas deInglês da Educação Pré-Escolarem Portugal. Dois álbuns foramusados, demonstrando diferentesinteracções entre texto e imagem,

  ‗paralela‘ e ‗interdependente‘.

Transcrições de gravações dehoras do conto com estes livrosforam categorizadas de acordocom as falas em Inglês a que o

texto ou imagem deram origem.Os resultados indicam que alinguagem que as crianças apren-dem de facto, com os livros inter-dependentes‘ (onde a história

escrita é diferente da históriailustrada) é mais rica e as própriascrianças tomam um papel maisactivo na criação de um signi-ficado. As implicações destesresultados são discutidas‖. Disponível online» 

Ver com as mãos: a ilustraçãotátil em livros para crianças(2009) –  Tese de Mestrado deMárcia Cardeal:    ―A presente

dissertação, inserida na linha depesquisa Ensino das Artes Visuais,apresenta-se como requisito paraa obtenção do título de Mestre emArtes Visuais, pela Universidade

do Estado de Santa Catarina. Seueixo central é a análise doreconhecimento tátil das ilustra-ções em relevo no livro infantilpara crianças cegas; para tantoforam observados os modos comovem sendo utilizado o recurso

desta espécie de ilustração, suaspossibilidades, seus compro-metimentos, abrangências elimites. Para a investigação foramescolhidos como instrumentos depesquisa quatro livros infantis,considerados inclusivos, com textoe ilustração em tinta, e texto emBraille e ilustração em relevo...‖  Disponível online» 

Examining the views of preschool education teacherson the content, illustrationsand physical characteristics of the picture story books used ineducation (2009)  –    ―In this

study, it is aimed to determine theopinions of Preschool EducationTeachers regarding the Content,Illustrations and Physical Featuresof Turkish Picture Story Books. A

 ―Personal Information Form‖ and a

  ―Questionnaire‖ is used to deter-

mine the information and views of the teachers on the TurkishPicture Story Books. The researchis carried out on 304 preschooleducation teachers working inindependent nursery schools andclasses in Ankara. Data is analy-

zed in the SPSS software suite.When the results are examined, itis found out that in general thepreschool education teachers haveinsufficient information on thephysical, illustration and contentfeatures of the illustrated books;however, they stated that thebooks found on the market do notbear the desired characteristics‖. Disponível online» 

Salto Para O Futuro - Série “A

Arte de Ilustrar Livros ParaCrianças e Jovens” (2009)– Conjunto de cinco programastelevisivos da TV Escola, daresponsabilidade do Ministério daEducação brasileiro:    ―A série  A arte de ilustrar livros paracrianças e jovens tem comoobjetivo principal oferecersubsídios para que os professoresatuem como mediadores no

DANUTA WOJCIECHOWSKA 

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Instituto de Apoio à Criança – Infocedi n.º 33

 

“Frequentemente escutamos

dizer que através dos livros in-

fantis a criança é convidada

a embarcar em tapetes voa-

dores e atravessar passagens

secretas que a levam a co-

nhecer outros mundos. Essa

  jornada só é possível com a

participação da imaginação,

guiada pelas imagens e

palavras que recheiam as

páginas dos livros. Tais ima-

gens são chamadas de

ilustrações, que, constituem otexto visual do livro infantil,

sendo assim consideradas

uma forma de linguagem,

participando também da ela-

boração das histórias e des-

ses outros mundos. É a partir 

de elementos da cultura vi-

sual que compõem o univer-

so do ilustrador e de seu con-texto, que estas imagens são

elaboradas, passando, de-

pois de prontas, também a

compor o universo infantil. A

leitura das ilustrações de um

livro, portanto, é resultado de

uma trama de interações en-

tre o ilustrador, a criança e a

cultura, sendo todos agentes

participantes nesse processo.

Foi buscando conhecer e

entender essas relações que

esse estudo foi realizado”. 

Zimmermann, 2008:7 

processo de leitura de imagens, apartir dos livros de literatura paracrianças e jovens. A premissa éque toda ilustração, além de suasinter-relações com o texto escrito,possui qualidades estruturais eartísticas que precisam ser

analisadas, considerando que asimagens dos livros são elementosimportantes na criação da me-mória visual, em especial, nainfância e na adolescência‖  Disponível online» 

A acompanhar a série televisivaestá a publicação digital A arte deilustrar livros para crianças e

 jovens (2009)Disponível online» 

La ilustración infantil enAragón (2009) – Artigo deRaquel Garrido:   ―Este artículo es

un estudio preliminar de los librosinfantiles ilustrados producidos enAragón. Otros investigadores hanabordado este tema desde el

punto de vista de los estudiosliterarios o de las ciencias de laeducación, pero aquí se ofrecenalgunas consideraciones histórico-artísticas en relación al actualflorecimiento de estas produc-ciones artísticas en nuestracomunidad‖. Disponível online» 

As ilustrações de livros

infantis: o ilustrador, a criançae a cultura (2008) – De Anelise Zimmermann:    ―Para muitos a

paixão pela literatura começa nainfância, por meio dos livrosinfantis, género no qual as ilustra-ções têm grande importância,participando da elaboração dashistórias a partir de relaçõesestabelecidas entre ilustrador,

criança e cultura. A proposta desteestudo foi identificar, conhecer eanalisar estas relações. A partir dohistórico do livro ilustrado infantilno Brasil e Europa verificou-se asmodificações pelas quais estepassou no decorrer dos tempos,assim como os conceitos deinfância e as interações da criançacom o livro e a escola. Através doestudo da teoria de Vygotskypercebe-se que o ilustrador podeparticipar do desenvolvimento eda aprendizagem da criança.Pode-se considerar que a ilustra-ção é um importante elementomediador no processo de cons-trução do conhecimento, contri-buindo para a aquisição edesenvolvimento da linguagem,do desenho a partir da imitação, ea estimulação da imaginação,fornecendo experiências variadasao leitor que lhe permitem irmuito além de suas vivências.Trata-se de ilustrações criadas a

partir da cultura visual quecompõe o universo do ilustrador,muitas vezes, a incorporação daArte.

Considerando que, tais imagenstambém passam a constituir acultura visual da criança, destaca--se a importância de sua leituracrítica. É a partir de  critérios

JOAO VAZ DE CARVALHO 

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Instituto de Apoio à Criança – Infocedi n.º 33

 

“Desde o aparecimento do

primeiro livro infantil ilustrado,

Little Pretty Pocket Book, de

John Newberry, publicado

em 1744, na Inglaterra (…), o

livro infantil assumiu múltiplasfeições”. 

Santos, 2008: 2

propostos por Hernández para aseleção de imagens que, nestadissertação são estabelecidasrelações entre o discurso deilustradores, editores, escritores ecrianças sobre o que consideramum "bom livro", mostrando que as

ilustrações podem ir muito alémdo mero caráter decorativo. Taisfatos foram evidenciados noEstudo de Caso realizado, no qualcontou com a participação doilustrador André Neves e duascrianças em atividades envolvendoo livro infantil Com a Maré e oSonho, e em uma experiênciaprática como ilustradora realizadapela autora da presente pesquisa.A partir da análise e interpretação

dos dados coletados, foi possívelevidenciar a influência do meio,das experiências vividas e dacultura visual de cada um dosparticipantes na elaboração dehistórias, estabelecendo relaçõesentre o mundo que conhecem e asilustrações. Tais informaçõescorroboram as afirmações deVygotsky, Hernández, Ariès eCohn sobre a importância dainteração social no desenvol-

vimento da criança. A partir daanálise dos dados coletadosconstatou-se o papel e impor-tância da ilustração nessa "tramainterativa", que, como que numabraço, entrelaça ilustrador,criança e cultura, fazendo comque as histórias saiam do papel eganhem vida‖. Disponível online» 

Influência das cores namotivação para leitura dasobras de literatura infantil(2008) –  Artigo de GeraldinaPorto Witter e Oswaldo AlcanforRamos:  Objetivou-se estudar ainfluência das cores na preferênciapor texto de literatura infantil e namotivação para leitura. Atuaram

como participantes 30 pré-escolares com idade de 4 a 6anos, metade de cada género. Osdados foram colhidos viaquestionário, situação de escolhae leitura de história. Os resultadosmostraram que meninos e

meninas discordam quanto àpreferência por cores, escolha delivro por cor e do que mais gostamno livro. Não há diferença degénero quanto a gostar de livrosde história, de ouvir a leitura dehistória, nem quanto à possedeste objeto sendo esta muitolimitada nos dois grupos, tambémnão diferem sobre o que lembram da história lida para eles. Osprofessores precisam recorrer a

estratégias específicas parameninos e meninas para respeitaras diferenças. É recomendável desenvolver programas quefacilitem o acesso aos livros.Disponível online» 

Um chapéu amarelo e umcapuz vermelho: Uma leiturasemiótica de ChapeuzinhoAmarelo de Chico Buarque(2008)  –   ―Na década de 1970,

Chico Buarque publicou o livro

infantil Chapeuzinho Amarelo,parodiando o conto popularChapeuzinho Vermelho. Estaanálise busca pôr em relevo asestruturas intertextuais de um ede outro, mostrando de quemaneira se dão os empréstimos

de elementos da narrativa e dostemas e figuras do texto clássicopara o texto moderno. No textotradicional, versão dos irmãosGrimm, percebe-se como temacentral a transgressão, mas segueparalelamente, como um pano defundo, o tema do amadure-cimento. Esse tema secundáriovirá para o primeiro plano emChapeuzinho Amarelo. Recursosdo plano da expressão

linguística/sonora e visual vãocorroborar o caráter simbólico doembate entre ChapeuzinhoAmarelo e o Lobo. Para completara análise, propõe-se ainvestigação das ilustrações dotexto de Chico Buarque, quetrazem contribuições aos sentidoscriados no texto escrito,reforçando a interpretação defen-dida neste trabalho.Disponível online» 

AS AVENTURAS DE PINÓQUIO POR

PAULA REGO 

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Instituto de Apoio à Criança – Infocedi n.º 33

 

“Livros de imagem (álbuns):

são aqueles que contam

histórias através de imagens,

abdicando do texto verbal.

Na verdade, podem ser didá-ticos ou não. Muita gente,

curiosamente, acredita que

os livros de imagens foram

concebidos tendo em vista,

exclusivamente, crianças pe-

quenas, não alfabetizadas.

Ora, vivemos num tempo

onde a linguagem visual é

extremamente representativae faz parte da nossa vida

quotidiana, vide o cinema, a

televisão, vídeos, CDroms,

clips, publicidade, etc. Não

há nada que impeça um livro

de imagens de ser dirigido,

por exemplo, ao público

adulto. Em outras palavras, os

livros de imagem corres-pondem a uma linguagem

que pode ser empregada de

diversas maneiras.” (Azevedo,

1999)

Domiciano, 2008: 118

Texto e Imagem: Um mais Um

igual a Outro (2008) – Artigo deAdriana Baptista originalmentepublicado em Outubro 2008, nasActas do 7.º Encontro Nacional(5.º  Internacional) de Investiga-ção em Leitura, Literatura Infantile Ilustração. Braga: Universidadedo Minho. Disponível online» 

GÉMEO LUÍS 

Livros infantis sem textos : dospré-livros aos livros ilustrados(2008) –  Tese de Doutoramentoem Estudos da Criança - Área deConhecimento em ComunicaçãoVisual e Expressão Plástica deCassia Leticia Carrara Domiciano: 

  ―Ao experimentar ideias emateriais na criação de livrosinfantis sem textos e pré-livros,

  junto aos alunos do curso deDesign de uma universidade

pública brasileira, nasceu o desejode saber mais sobre crianças elivros. Esta investigação dácontinuidade às pesquisas reali-zadas por nós até aqui.

Inicialmente, uma verificaçãobibliográfica e a construção deargumentação teórica sobre arelação criança, livro e designforam necessárias. Posterior-mente, buscamos analisar livrossem texto - sua linguagem, cria-ção e produção - e verificar juntoao público infantil o processo deinteração das crianças com osmesmos. Meninas e meninos emidade pré-escolar foram observa-dos em dois países ―irmãos‖ – Brasil e Portugal.Seguem-se neste relatório olevantamento teórico, a descrição,

aplicação metodológica e osresultados obtidos na investigaçãorealizada.Disponível online» 

Livros sem texto: modos deleitura (2008) –  De CassiaLeticia Carrara Domiciano eEduarda Coquet para o 1ºCongresso Internacional emEstudos da Criança - Infâncias

Possíveis, Mundos Reais. Braga:Instituto de Estudos da Criança, 2a 4 de Fevereiro 2008:   ―Este

trabalho apresenta parte dainvestigação em andamento noInstituto de Estudos da Criança daUniversidade do Minho, cujoobjecto de estudos é o livroinfantil sem texto. Este objectotem sido por nós utilizado eestudado há mais de 10 anos,como professora do curso de

Design de uma universidadepública brasileira, a UniversidadeEstadual Paulista (UNESP - Brasil),onde temos produzido, junto aosestudantes universitários, livrossem texto não convencionais ealternativos, os quais valorizam asimagens, cores, texturas,intervenções gráficas e experi-mentação de materiais, trazendo

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Instituto de Apoio à Criança – Infocedi n.º 33

“Os livros sem texto ou: “livro de imagem, álbum de figuras,

álbum ilustrado, história muda, história sem palavras, livro de

estampas, livro de figuras, livro mudo, texto visual”... (CAMARGO,

1998).

Segundo Fanny Abramovich, este tipo de livro dá à criança apossibilidade de ser co-autora do livro, criadora de um texto

verbal e até mesmo de outros textos visuais. “Estes livros são

sobretudo experiências de olhar... De um olhar múltiplo pois se vê

com os olhos do autor e do olhador/leitor, ambos enxergando o

mundo e as personagens de modo diferente, conforme

percebem esse mundo.” (ABRAMOVICH, 1989) 

A imagem tem papel fundamental nos livros infantis. Os livros sem

texto primam pela exploração deste elemento e tentam poten-cializar, não somente o poder das imagens, mas também, em

muitos deles, da materialidade do livro em si, muitas vezes essa

materialidade é reforçada por recursos de tridimensionalização

das páginas, mediante alguma técnica. Sai-se do formato bidi-

mensional das páginas (altura e largura) e cria-se uma terceira

dimensão, um novo plano mediante a interferência no plano

origi-nal. São dobraduras, colagens, recortes, janelas e muitas

outras técnicas que trazem efeitos de uma nova dimensão à

página convencional e envolvem outros sentidos além da visão,

ajudando a mensagem a ser entendida e absorvida. Como

nomeia Eduarda Coquet, “as imagens que querem fugir dos

livros” (in VIANA, MARTINS, COQUET, 2002). 

Domiciano et al., 2008: 3

às crianças as mais variadaspossibilidades de leitura‖. Disponível online» 

Relação texto-imagem no livropara crianças: uma leitura deBernardo Faz Birra e deQuando a Mãe Grita (2008): DeTeresa Mergulhão:   ―O presenteartigo procura problematizar asdimensões e a funcionalidade dailustração nos livros de potencialrecepção infantil, equacionando asua relevância na educaçãoestética da criança (pré)leitora.Partindo da apreciação dos álbunsBernardo Faz Birra, de HiawynOram, e Quando a Mãe Grita, deJutta Bauer, pretende-se demons-trar que a ilustração não é, nãopode ser, uma mera reproduçãoou explicação do legível‖ .Disponível online» 

O Livro no Livro Infantil:Mecanismo de Incentivo àLeitura no Universo da Criança(2008) –  Artigo de Ilza PereiraSantos:  ―Ressalta o significado da

representação do livro, comoimagem, no livro infantil. Relataum breve histórico do livroinfantil, a partir de revisão deliteratura, arranjada cronologi-camente, com o objetivo dedocumentar a evolução do livroproduzido para a criança, tantoem conteúdo quanto emilustração. A partir da indicação dedez títulos de livros infantis,escolhidos aleatoriamente, com

base em critérios comoconsagração na História do LivroInfantil, nacional e internacional,desenvolve a análise qualitativada pesquisa, incluindo revisão deliteratura sobre a importância daimagem, da imagem no livroinfantil e da representação dolivro, como imagem, no livroinfantil, dando suporte à noção de

LIVRO TRIDIMENSIONAL (IN YOKOYAMA,  T.,19) 

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Instituto de Apoio à Criança – Infocedi n.º 33

 

“Uno de los debates cruciales

en torno a la importancia de

la ilustración es el que aborda

las relaciones entre el texto y

la ilustración, que ofrece, en

mi opinión, varias posibili-

dades que podemos resumir 

en tres grandes bloques:

1. Dependencia, con may-

or o menor grado de auto-

nomía y con mayor o menor 

importancia de la ilustración.

2. Contradicción.

3. Sustitución (en el caso

de libros que han prescindido

absolutamente del texto)”. 

Armas, 2008: 47

que a imagem do livro no livroinfantil é um mecanismo deincentivo à leitura no universo dacriança‖. Disponível online» 

La imagen en pugna con lapalabra (2008) – Artigo de JesúsDíaz Armas:    ―Tanto en el libro

ilustrado como en el álbum, larelación entre palabra e imagen esuna relación problemática: amboscódigos han de complementarsepara que el resultado final sea una

sola obra literaria, con pluralidadde sentidos, aunque destinada aun público infantil, por lo que hade preverse su falta decompetencia mediante un sistemade recursos de apoyo. Pero nosiempre la interrelación entreambos lenguajes, el icónico y ellingüístico, es de complemen-tariedad o interdependencia, sino

que en muchas ocasiones laimagen tiende a prevalecer porencima de la palabra o es la queañade la complicación caracterís-tica del texto literario, suartisticidad. Otras veces, imagen ypalabra entran en contradicción,

obligando a lectores infantiles yadultos a recomponer el sentidode la obra‖. Disponível online» 

Lectura integrada: valores yfunciones de las relacionesadulto-niño en algunosálbumes ilustrados (2008) – Artigo de Carmen Perdomo López,Originalmente publicado em

Outubro 2008 nas Actas do 7.º

Encontro Nacional (5.º

Internacional) de Investigação em

Leitura, Literatura Infantil e

Ilustração. Braga: Universidade doMinho:    ―Desde tenra idade, a

criança tenta compreender omundo em que vive; tacteia,através de diversas experiências,explorando e investigando, no seudesejo de conhecer. A partir dostrês anos, começa a interessar-se

pelas imagens dos livros infantis;mais tarde lerá e entenderá factoscada vez mais complexos. Nestesentido o álbum ilustrado apre-senta-se como mediador entre acriança e a realidade. O álbumilustrado constrói-se através dodiálogo entre o texto, o leitor e ailustração. A par da dimensãoestética, há uma consciência socialque propicia o desenvolvimento daconsciência crítica e incrementa a

educação do receptor, oferecendo--lhe referências e propostas queapelam para a sua capacidade de

 julgar e discernir.

Neste artigo, através de umaselecção de álbuns ilustrados,analisaremos as relações psicoló-gicas entre a personagem-adulto ea personagem-criança, e como o

leitor infantil elabora o significadodessa mensagem. Demonstra-remos como estas obras ajudam o receptor a valorar sentimentos econflitos vitais, permitindoconstruir a sua educação, emvalores às vezes tão complexoscomo as relações familiares‖. Disponível online» 

CARLA NAZARETH 

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Instituto de Apoio à Criança – Infocedi n.º 33

 “O livro infantil contempo-râneo não corresponde uni-camente ao livro com ilustra-ção, mas àquele em que anarrativa depende da intera-ção de ilustração e texto,

ambos criados com cons-ciência de intenção esté-tica”.

Necyk, 2007:46

Fact or fiction?: photographymerging genres in children'spicturebooks. (2008) – Tese deMestrado de Bridgette McKelvey: 

“This paper explores photography

in children‘s picturebooks and its

ability to extend image-makingand reading by creating a hybridgenre that merges real and non-real worlds. In analysing the useof photography in such a hybridgenre, the work of Lauren Child(…), Polly Borland (…), Shaun Tan(…) and Dave McKean (…) isdeconstructed. These artists utilisephotography in contemporarypicturebooks that are fictional. Inaddition, David Doubilet‘s images

(…) are discussed, which fuse

underwater photojournalism withart, for factual outputs. Thisresearch uncovers a gap inpicturebook literature and createsa new hybrid by merging genresto produce a work that is bothfactual and fictional. The researchmethodology in this study includesa brief overview of photographyand notions of truth,contemporary picturebook trendtheory, use of a student focus

group, industry collaborations andworkshops, and environmentaleducation pedagogy. This thesisoutlines summaries of researchoutcomes, not the least of which isthe capacity for photography toenrich narrative accounts byproviding multilayeredinformation, characterperspectives and/ or a metafictiveexperience. These researchoutcomes are then applied to the

process of creating such a hybridchildren‘s picturebook‖. Disponível online» 

Texto e imagem: um olharsobre o livro infantilcontemporâneo (2007) –  Tesede Mestrado de Barbara JaneNecyk:    ―A literatura infantil

origina-se de uma tradição oralque, adaptada ao suporteimpresso, ganha concretude naforma de texto. A ilustração éincorporada ao texto com o qualestabelece inicialmente umarelação de subordinação. O livroinfantil contemporâneo contahistórias, e estas ficções são muitobaseadas na informação pictórica,na ilustração. Semelhante

constatação nos leva a perguntarqual a função da ilustração nolivro infantil contemporâneo ecomo este se relaciona com otexto. A presente pesquisaprocura encontrar parâmetrospara análise das diferentespossibilidades de condução danarrativa do livro infantil, efetuadapor texto e imagem. Nestadissertação, a relação entre textoe imagem no livro infantil é

abordada de distintas maneiras, euma tipologia dessa relaçãonarrativa é criada para melhorpoder analisá-la. Observa-se que,ao trabalhar de forma narrativa, ailustração aplicada ao livro infantiltende a compor com o texto umsistema de imbricações recíprocasna construção da narrativa verbo-visual. O modo de leitura do livro

infantil contemporâneo se fazdistinto em relação aos outrostipos de edições ilustradas. Emsuma, vamos analisar como ailustração - pertencente às artesdo espaço - se relaciona com otexto - pertencente às artes dotempo - num contexto narrativo.O estudo dessa relação visabuscar melhor compreensão dosprocessos de produção, mediação

e recepção dos livros infantis, como objetivo de contribuir para aampliação do conhecimento docampo do design‖. Disponível online» 

CARLA ANTUNES 

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Instituto de Apoio à Criança – Infocedi n.º 33

 “Crianças têm-se demonstrado sofisticados leitores de narrativasvisuais, conseguindo dar sentido a imagens, nos níveis literal, visual

e metafórico. Possuem a habilidade de perceber os diferentespontos de vista, analisar os temperamentos, mensagens e

emoções, e articular respostas pessoais aos livros infantis  – mesmoquando ainda estão se debatendo com a palavra escrita.

O leitor do livro infantil não deve apenas ser capaz de “ler” textos

e imagens separadamente, mas a sua interação. O ato de serelacionar simultaneamente com duas linguagens exige uma“leitura” complexa, distinta da leitura verbal ou da visualizaçãode imagens. Arizpe e Styles ressaltam que o processo de leitura sedá por “conexões pessoais”, e as crianças estabelecem forte

conexão entre a leitura e suas experiências pessoais.

Palavras podem converter imagens em poderosos recursosnarrativos, e somente porque podem comunicar tão dife-rentemente das imagens, modificam o significado destas. Pela

mesma razão, imagens podem alterar o fluxo narrativo daspalavras.

Vemos também como a mediação adulta da leitura para acriança auxilia na introdução dos códigos culturais, princi-palmente, no que se refere às relações estabelecidas entre textoe imagem. A mediação adulta influencia a recepção infantil,desde a escolha ou a aquisição de livros até a leitura dos textos

visuais. É através dessas leituras que adultos e crianças, em con-tato com as diversas narrativas, ponderam sobre a interpretação

de cada um, numa troca incessante.

Essa relação entre adulto e criança deixa evidente como arecepção infantil de narrativas verbo-visuais é distinta da nossa e,

em alguns aspectos, mais avançada”.

Necyk, 2007:46

Explorando as ilustrações delivros infantis: suas possíveisleituras (2007) –  Artigo deAnelise Zimmermann:    ―No livro

infantil, muitas vezes asilustrações são consideradasmeros elementos decorativos,

servindo apenas de auxílio àspalavras. Com isso, a participaçãodessas imagens na construção dashistórias é reduzida, quando nãocompletamente ignorada. Perde-se assim uma importantepossibilidade de trabalhar-se oestímulo da leitura visual infantil apartir do livro. Este, entretanto,pode ser usado como umimportante instrumento na edu-cação visual da criança, visto que,

entre outros fatores, suas carac-terísticas físicas permitem umaobservação pausada ao leitor,oferecendo-lhe o tempo que dese-

 jar para a reflexão. Além disso, olivro já fazer parte do ambienteescolar, o que possibilita umaproximidade com seu público.Sugere-se então, que sejam em-pregadas as ilustrações de livrosinfantis em atividades queenvolvam a leitura crítica de

imagens, seguindo uma aborda-gem fundamentada na semióticadiscursiva buscando, com isso,formar leitores capazes de lertanto textos verbais, comovisuais‖ .Disponível online» 

O Livro sem Texto comoProjeto de Design:

Experiências de Leitura (2007)– Artigo de Cassia Leticia CarraraDomiciano:    ―Abordamos nesta

pesquisa o designer como autorde livros infantis sem texto. Odesigner conhece o livro como umtodo, indo além da ilustração epassando aos suportes, aosprocessos de produção, às outraspossibilidades do objeto. Acredi-

tamos ser este profissional capazde extrair tudo que este tipo delivro pode oferecer enquanto meioe linguagem para as crianças.Nove livros sem texto feitos pordesigner foram lidos por criançasbrasileiras e portuguesas. Traze-mos aqui conclusões de talpesquisa, considerando a análisedos livros selecionados do ponto

de vista do design e do ponto devista do leitor‖. Disponível online» 

“Invent and subvert: Paula

Rego’s illustrations for

children’s books (2007) – Artigo de Filomena Vasconcelos: 

 ―As ilustrações de Paula Rego para

os livros de crianças, seja qual for

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Instituto de Apoio à Criança – Infocedi n.º 33

a técnica de desenho ou pinturaempregue, desde as gravuras atéàs grandes telas a pastel, nuncase prestam a uma leitura fácil edescomprometida, já que deli-beradamente elas perturbam onosso modo convencional ou

preconceituoso de olhar as rela-ções humanas. São, no entanto,expressões muito especiais deuma imaginação atenta voltadapara o universo misto de fantasiae realidade das crianças‖. Disponível online» 

A ilustração de livros infantis – 

uma retrospectiva histórica

(2007) –  De Neli Klix Freitas eAnelise Zimmermann: ―O presente

estudo visa destacar a relação

entre leitor e livro infantil a partir

de uma retrospectiva histórica da

ilustração na literatura, conside-

rando o seu surgimento, ideolo-

gias presentes e modificações

através dos tempos, buscando,

com isso, uma melhor compre-

ensão da participação do livro na

infância, além de valorizar o

ilustrador, lembrando que os livros

infantis são resultado da combi-

nação de texto e imagem‖. 

Disponível online» 

An A/r/tographic study of multicultural children's bookartists: developing a place-based pedagogy of pleasure(2006) –  Tese de Doutoramentode Mira Reisberg:   ―The

participants in this study are sixmulticultural children‘s book

artists, including myself. Betweenus we have won many awards,while our images have been seenby literally millions of children.These pictures exist outside theofficial curriculum presenting as

part of children‘s educative

experiences in mostly unspoken,unattended, and unacknowledgedways. Thus, the images in ourbooks exist as possibilities withinthis liminal space to activateprocesses of inquiry such as those 

related to themes such as race,place, and art.

My study utilized a range of pedagogies and theoretical lensesincluding a/r/tography, criticalmulticultural education andanalysis, place-based education,cultural production, and visualculture studies to explore theinterconnections between race,place, and art in the participants‘ 

lives and art‖. Disponível online» 

The effects of text ilustrationson young children’s vocabulary

acquisition and construction of meaning during storybookread alouds (2006)  – Dissertação de Doutoramento deAnn Wilkinson Willett:  ―The

effectiveness of illustrations for

increasing students. vocabularyknowledge and construction of meaning during storybook readalouds had been studiedextensively. Although decades of research have suggested thatillustrations may improve storyrecall, there were alsocontradictory findings thatindicated pictures inhibited youngchildren‘s construction of 

meaning. This study examined the

effects of withholding thepresentation of illustrations untilthe text was discussed so thatyoung children could constructtheir own meaning from the text,rather than relying on pictures togain meaning. The method of temporarily withholding picturesprovided a scaffold andencouraged student talk before,

during, and after the story tosupport students ability toconstruct meaning fromdecontextualized language‖. Disponível online» 

Children’s Book Illustration

and Adults in VictorianEngland (2006) - Tese deMestrado de Audrey ChamainePearson.Disponível online» 

Era uma vez... Esta pode ser asua história (2006) –  De Joice

Melo Vieira:  ―O propósito desseartigo é analisar como a adoção éretratada em alguns livros infan-tis. O texto literário é consideradocomo um importante documentoetnográfico capaz de esclarecerelementos culturais  presentes namaneira como as pessoas vivem epensam a adoção  de crianças.Qual ideal de família permeia oimaginário social do qual esseslivros são ao mesmo tempo

produto e agente de difu-são/reprodução? Textos e ilustra-ções presentes nesses livrosreceberam igual atenção e cons-tatou-se que as históriasobedecem a uma mesma estru-tura básica, que reveste a adoçãode uma atmosfera idealizada deafetividade, aceitação e ausênciade conflitos‖. Disponível online» 

Livros infantis sem texto:novos desafios (2006) – Artigode Cássia Domicianooriginalmente publicado nas  Actas

do VI Encontro Nacional (IV 

Internacional) de Investigação em

Leitura, Literatura Infantil e

Ilustração, Braga: Universidade doMinho, Outubro de 2006:   ―A

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Instituto de Apoio à Criança – Infocedi n.º 33

 “No livro   Alice no País das

 Maravilhas (CARROL, 2001), a

personagem principal, tenta

acompanhar a leitura de um

livro com sua irmã, mas se

sente entediada pois o livro

"não tinha figuras nem

diálogos; e 'para que serve um

livro', pensou Alice, 'sem figuras

ou diálogos'?" (CARROLL, 2001,

p. 37). Essas figuras, das quais

Alice fala, são as ilustrações do

livro, que, principalmente na

infância, instigam a curiosidadee convidam à leitura.

(…) 

…uma imagem é considerada

ilustração quando seu objetivo

for "corroborar ou exemplificar 

o conteúdo de um texto de

livro, jornal, revista ou qualquer 

outro tipo de publicação".

Completando essa definição, ailustração pode ser também

uma imagem que substitui um

texto, que o amplia, que

adiciona a ele informações, ou

que o questiona”.

(…) 

… as primeiras publicações de

livros apareceram no século

XV, porém, é somente no

século XVIII que surgem os livros

especificamente voltados para

a criança”.

Freitas et al., 2007:1-3 

actuação do designer emprojectos de livros infantis temsido valorizada e exige amplapesquisa teórica e técnica. Existeum tipo de livro infantil, onde ape-nas a imagem e a materialidadedo objecto comunicam. Este tipo

de livros, que Bruno Munariintitulou de pré-livros, exige dodesigner um trabalho ainda maisintenso e fundamental.

Partindo dos estudos desenvol-vidos por Munari, desenvolveram--se exercícios didácticos, cujafinalidade é a de desenvolver umaproposta criativa de trabalho quepossibilite aos alunos criar novasformas de produção gráfica, uma

vez que muitos produtos não seadequam aos processos deprodução convencionais. Esta«não adequação» é permitida eaté incentivada, pois pode levar oaluno, por exemplo, a criar novasformas de encadernação, corte emontagem de produtos. Assim,procura-se ir além da criação deum objecto reprodutível e ven-dável dentro dos padrões pre-existentes. Exige-se, porém, que

as novas formas de produçãosejam propostas, não ficando oproduto de forma nenhuma nocampo de inviabilidade‖. Disponível online» 

A interacção semiótica texto-imagem nas obras impressas eilustradas de literatura infan-til: ler, ver, desconfiar...(2006)- Tese de mestrado em Estudos da

Criança de Manuel Jorge PereiraCarvalho:  ―Nas obras de literaturainfantil o texto visual surge comfrequência associado ao textoverbal concretizando, em certoscasos, uma particular relação deinteraccionismo signico, um factoque, do nosso ponto de vista,configura a necessidade de colocarno centro da leitura o emergir do

livro impresso e ilustrado deliteratura para a infância como umcomplexo objecto semiótico. Notrabalho agora apresentado,propomo-nos, a partir da análisede obras concretas, elaborar umareflexão a propósito da forma

como a ilustração, as palavras e aorganização visual de todo omaterial impresso, podemestabelecer mecanismos susceptí-veis de disputar, desde a capa àcontracapa, o território físico dolivro enquanto um espaço dediversificadas oportunidades deleitura, convertendo o livro inteironum imenso ―texto‖ para

descobrir‖. Disponível online» 

Reflexões sobre Design Gráficode livros para crianças emprocesso de alfabetização(2006) - De Marília CauduroPonte:   ―A pesquisa visa

apresentar informações e opiniõesque contribuam para a reflexãosobre o papel do design gráfico delivros infantis no processo de

alfabetização. Procuramos perce-ber como o design gráfico serelaciona com o contexto de uso(atualidade e cultura local), comas propostas pedagógicas emprática, o conteúdo, a ilustração e,por fim, com as crianças‖. Disponível online» 

INÊS DO CARMO 

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Instituto de Apoio à Criança – Infocedi n.º 33

L'illustration jeunesse parDaniel Maja, illustrateur(2006) –  Texto com conteúdospertinentes para perceber oconceito, a função e as técnicas decriação da ilustração infantil: 

  ―Cette animation pédagogique lui

permet d'aborder l'illustration surle plan de l'image pure, de tenterde repérer ce qu'il y a decaractéristique dans l'image, en sefocalisant sur le métierd'illustrateur et sur l'illustration‖. Disponível online» 

Creatividad y comunicación dela ilustración infantil en lanarrativa en castellano (1900-1936) (2006) –  Tese deDoutoramento de AlbertoUrdiales:    ―En el estudio se

investiga la ilustración utilizada enla narrativa infantil que se publicóen España, en lengua castellana,durante los primeros treinta añosdel siglo veinte. Dicha investi-gación se desarrolla en diversasdirecciones: Definición de los

elementos que intervendrán en elestudio: editores, ilustradores,público, etc. y su contextua-lización en la época tratada.Análisis de las ilustraciones en laspublicaciones infantiles inmedia-tamente anteriores. Introducciónen las producciones infantiles decarácter periódico. Acercamiento ala producción de otras lenguas ypaíses. Descripción de las dife-rentes editoriales que editan para

el público infantil, de suscolecciones, línea de trabajo yvaloración dentro del ámbitoprofesional. Descripción cronológi-ca de los dibujantes quepublicaron trabajos en cada unade ellas, completada con datosbiográficos y la más completa

bibliografía que se ha podidolocalizar de cada uno de ellos.Valoración del trabajo de cada unode los autores, desde el punto devista creativo, plástico ysemántico. En todo el trabajo seha puesto especial cuidado enmostrar la evolución de lailustración infantil durante esteperiodo, desde su nacimientocomo aliada indispensable de laliteratura infantil y su definición

como algo diferente de lailustración para adultos, hasta latoma de conciencia como nuevolenguaje plástico, con nuevasnecesidades de base y nuevoscaminos de ensayo e investiga-ción. Las ideas encontradas a lolargo del recorrido por las

ilustraciones y sus autores seresumen en unas conclusionesfinales‖. Disponível online» 

EVELINA OLIVEIRA 

EVELINA OLIVEIRA 

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Instituto de Apoio à Criança – Infocedi n.º 33

 

“Image / illustration: Il est intéressant de se poser la question de la différence entre image et illustration.

On trouve des images partout et la définition en est souvent très générale. Le dictionnaire, dans sa

définition la plus populaire de l'illustration, parle "d'orner un texte". Pourtant l'illustration est une image

narrative, un art appliqué en quelque sorte, ce qui implique qu'elle a un sens. De nombreuses images

présentent des compositions de couleurs et de formes qui n'ont a priori pas de sens. En revanche,l'illustration possède un sens et s'applique à un texte, implicite ou réel. Même dans les albums sans texte,

les images sont organisées en scénario et dans une volonté de donner du sens. Ce qui implique de la

part de l'illustrateur une attitude différente par rapport à celle de l'artiste face à son chevalet.

L'illustrateur n'a pas toute liberté dans son travail puisqu'il est obligé de se référer à l'histoire pour donner 

du sens à ses images. Il est le premier "bon lecteur" d'un texte, obligé de le faire sien pour pouvoir en

sortir des images, en tenant compte soit du texte qu'on lui a fourni, soit du schéma, soit de ce qu'il a

écrit lui-même.

Livre illustré / álbum: La démarche de l'illustrateur est très différente dans chaque cas. Dans le livreillustré, le texte est prédominant quantitativement par rapport à l'image. Les illustrations rythment la

lecture et expriment des moments essentiels, caractéristiques du livre et l'illustrateur doit penser sa

séquence dans le rapport image et texte. Dans l'album, à l'inverse, la priorité est donnée à l'image,

dominante par rapport au texte. Quand il existe, le texte est loin d'être secondaire et la notion de

rapport texte-image est capitale. mais le texte peut aussi n'être qu'implicite et disparaître. La

conception d'un "chemin de fer" est nécessaire pour prévoir la place des images.

Le terme de "chemin de fer" est utilisé dans l'édition; il correspond au  story-board du cinéma. C'est le

schéma en images de ce qu'on va faire. Une sorte de mini-livre en croquis qui se déploie dans l'espace,

et qui permet de visualiser comme une portée musicale, la mélodie du livre et d'en repérer les moments

forts. Pour un album, l'illustrateur va chercher grâce au chemin de fer, à quel moment placer des

images saturées, des phases de repos... Il pourra ainsi se rendre compte de l'articulation des images

entre elles.

Le texte s'envisage de manière linéaire alors que l'image peut se lire d'un seul coup, ou d'une manière

erratique, labyrinthique, on reste plus ou moins longtemps sur un élément, on y revient... Lorsque texte et

image se côtoient, des contagions s'établissent”.

Maja, 2006 

An exploration of sex-rolestereotyping in Australian,award-winning children’s

picture books (2006) – Tese deDoutoramento de Jodi Kok:   ―A

content analysis of 25 award-winning Australian picture bookswas conducted to examine

whether the incidence of sex-rolestereotyping had decreased inAustralian picture books since themid 1970s. Comparing a sampleof books from the mid 70s to asample from the 00s, threepotential areas of stereotypingwere assessed: ratios of male to

female characters in central roles,titles, illustrations, and as animalcharacters; activities the maincharacters were depicted engagingin; and an exploration of the textfor traits that main charactersexhibited. The hypothesis that inthe early sample there would be 

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more male than female charactersin all ratio counts, but that nosuch difference would exist in thecurrent sample was only partiallysupported. Whilst no statisticallysignificant differences were found,a trend towards equity between

the early and recent sample wasfound in the categories of titlesand animal characters. Thehypothesis that, in keeping withculturally prescribed stereotypes,male characters would be found toengage in significantly moreinstrumental-independent active-ties and masculine traits thanfemales, and that females wouldengage in significantly morepassive-dependent activities than

male characters was notsupported. Many previous studieshad indicated that in terms of activities and traits, malecharacters were more rigidlystereotyped than femalecharacters. Thus it washypothesised that femalecharacters would be found toengage in significantly moreinstrumental-independent active-ties and masculine traits than

male characters would be found toengage in passivedependentactivities and feminine traits, butthis failed to gain support. It wasconcluded that, in the currentsample, little stereotyping waspresent, and that areas of disparity had shown a trendtowards equality in the currentsample‖ .Disponível online» 

Literatura Infantil eIlustração: Imagens que falam(2005) –  Tese de Mestrado emEducação de Elisa Castro:  ―Que

utensílios e que materiais umilustrador utiliza para a concepçãodos seus desenhos? Que cuidadosdeve ter um ilustrador ao

conceber desenhos para livros decrianças? Até que ponto asimagens desenhadas são umreflexo das palavras, ou seja, dotexto escrito? Será que todas asimagens representam e materia-lizam o texto escrito, ou por outrolado, são apenas uma merarepetição ou redundância daquiloque está escrito? Partindo destasquestões, seleccionamos uma

obra para a infância intitulada  ―Alice no País das Maravilhas‖ e

analisamos as respectivas ilustra-ções‖. Disponível online» 

Entre a ilustração e a palavra:buscando pontos deancoragem (2004) –  Artigo deFlávia Brocchetto Ramos e NeivaSenaide Petry Panozzo:   ―O

conceito de texto ultrapassa oslimites do código verbal e issopode ser percebido na literaturainfantil. No entanto, emboraconvivam no mínimo duaslinguagens no suporte livro,geralmente estudamos apenas apalavra ou a ilustração dissociadasuma da outra. Este artigopretende romper com esse 

PAULO GALINDRO 

“O ilustrador, ao contrário deoutros profissionais da arte,está sujeito a certas limitaçõesno seu trabalho. O bomresultado da sua obra nãodepende exclusivamente deum estado de espírito ouinspiração, a sua criação deve

cumprir uma função que lhe éimposta quando aceita o

trabalho e, ao mesmo tempo,deve efectuá-lo tendo emconta o processo dereprodução a que vai ser submetido: sistema deimpressão, limitações de cor,etc., o que não se deveinterpretar como aspectosnegativos, antes pelo

contrário: é desafio profissionalque não se tem ao pintar umquadro de inspiração livre e ao

qual não se exige mais do quequalidade artística”. 

Castro, 2005:17

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“Os livros ilustrados preten-dem aliciar as crianças. Estas

preferem livros com imagensrealistas e coloridas, sendo acor de grande importâncianeste tipo de livros. Os livrosdeverão ter mais imagens emenos texto quanto maisnovas forem as crianças, jáque estas têm uma atenção

muito móvel. A dificuldadede concentração por parte

das crianças será tanto maisreduzida quantas mais ima-

gens tiver um livro. Os autoresdos livros infantis não devemesquecer que os destinatáriosdas suas histórias são ascrianças, por isso, o estilo e osaspectos técnicos e materiaisde um livro levam-no a ser aceite ou rejeitado pelascrianças. Assim, o formato, otamanho das páginas e dasletras, a qualidade do papel,a capa, o colorido das

imagens são muito impor-

tantes. Capas vistosas são umelemento de persuasão quelevam um leitor a comprar um livro.” 

(…) A ilustração acompanhaassim, a faixa etária: quantomenor for a idade do leitor,tanto mais o livro que se lhedirige tem “imagens” e tanto

menos “letras” terá. Sendo a

criança um leitor infantil acativar, o livro infantil deveráter uma “função lúdica”, no

qual a imagem domina.

Castro, 2005:26

paradigma, pois concebe asduas linguagens comoconstituidoras de um únicotexto e ressaltamos que oobjeto artístico - livro infantil -prima pela subjetividade eambiguidade, sendo que a

ilustração não pode sercaracterizada apenas como umcomplemento para a leitura daobra. As duas linguagensatuam na sensibilidade e nacognição do leitor para aconcretização do livro.

Assim, pretendemos abordaraspectos que auxiliem aconstrução de um conceito deilustração no livro infantil, bem

como ressaltar particularidadesdessa linguagem e, nasequência, a partir de diversasobras, estabelecer vínculosentre as linguagens cons-tituidoras do livro infantil, a fimde refletir sobre o acesso doleitor ao texto‖.

Disponível online» 

A ilustração de Maria Keil:Análise gráfica e composiçãode página (2004) –  De SusanaSilva, originalmente publicado nasActas do 6º Encontro Nacional (4ºInternacional) de Investigação emLeitura, Literatura Infantil eIlustração:   ―Maria Keil sobressaiu

no panorama da ilustraçãonacional com um desempenhorevelado pela frequência ediversidade de publicações,sugerindo um pioneirismo que a

sua extensa obra tem vindo aconfirmar. Neste estudopretendeu-se analisar graficamen-te as suas ilustrações, bem comoa composição das páginas que ascontêm‖. Disponível online» 

Das palavras às ilustrações:uma leitura de O Nabo Gigante e de  João e o Feijoeiro Mágico (2003) – De Sara Reis da Silva: Tendo como ponto de partida oconceito de álbum narrativo paraas primeiras idades (2-8 anos),

analisa-se neste artigo O NaboGigante e João e o FeijoeiroMágico, duas obras ilustradas pelapremiada ilustradora NiamhSharkey. Neste exercício de leituraprocura-se reflectir acerca daarticulação texto linguístico–textoicónico, traçando um percursointerpretativo das estruturas com-positivas – verbal e pictórica – edo jogo de sentidos que do diálogoentre estas resulta.

Disponível online» 

Maria Keil

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As capitais da ilustração(2003) –  De Gil Maia,originalmente para No Branco

do Sul: As Cores dos Livros,Beja, 20 e 21 de Fevereiro de2003:  ―Hoje em dia, nos livros

de literatura para a Infância e

Juventude, a ilustração com-quistou um imenso territóriomas não podemos maiscontinuar a encarar comoilustração apenas as imagens.Fruto sobretudo da acção dodesign gráfico, a maioria daspáginas destes livros é umobjecto particular de percepçãoonde, literalmente, texto verbale texto simbólico da letra tinha,aliás, um peso significativo

porque as escritas não usavamsequer elementos arbitrários, evisual se interpenetram ou,melhor dizendo, onde todos ostextos (constituídos porimagens e/ou por palavras) sãosempre textos visuais. Equando a ilustração incide

sobre o alfabeto verbal, incideinevitavelmente sobre umafortíssima ferramenta deaprendizagem da criança,chamando a atenção para ascaracterísticas fónicas ougráficas de cada um dos

elementos que o compõemassim como para a suadimensão eventualmentemotivada e para o seupotencial criativo e poético.(…) Hoje, a enorme diversidade detipos de letra permite estudarmilimetricamente a dimensãográfica da letra (a família, ocorpo, o pé, o traço, a espes-sura, o contraste, o

entrelinhamento, etc.) deforma a rentabilizar osprocessos de percepção,reduzindo a complexidade eaumentando a previsibilidadede modo a que a leitura,muitas vezes, dedutiva e nãoexclusivamente analítica não 

tropece em irregularidadesgráficas.(…) Porém, a letra-imagem, mesmonas obras impressas com textoalfabético, manteve sempre o seuvigor. Durante algum tempo, por

exemplo, nos livros de luxo, ondeas capitais ilustradas guardaram atarefa de amalgamar grafemas eícones (ou grafemas e símbolos),ou, entre outros, nos manuaisescolares de iniciação à leitura,onde os alfabetos ilustradosforam palco de grandesintervenções gráficas comobjectivos didácticos.(…) Aquilo que me proponho discutir,

aqui, é, exactamente, a complexi-dade de estratégias de ilustraçãoque, nas obras de literatura para ainfância e juventude, autorizam,hoje, para além de um frutíferodiálogo verbal-visual, o apa-recimento de imagens elaboradascom recurso a grafemas isoladosenquanto motivo para a ilustraçãode inúmeras páginas, mastambém, e sobretudo, uma novaforma de ilustração, a das próprias

manchas de texto. Nesta,considerarei apenas os grafemasalfa-numéricos isolados queaparecem nos títulos, nas capitaisde capítulo, nas entradas deparágrafo, no início dos versos ouestrofes, ou mesmo na entrada ouinterior de palavras no meio dotexto, numa clara cumplicidadeentre letra e ilustração, permitindoque as letras, saídas de umalfabeto sistemático, se tornem

únicas, demorem o olhar, veícu-lem sentidos complexos e narremduplamente as histórias.‖  Disponível online» 

Estrategias de desbordamientoen la ilustración de librosinfantiles (2003) – Artigo deJesús Díaz Armas.Disponível online» 

RACHEL CAIANO 

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No caso da obra destinadaà infância ou mesmo ao

  jovem, consideramos ilustra-

ção não apenas os dese-nhos que acompanham a

palavra, mas todo e qual-quer recurso de produção

de imagem, seja umavinheta (pequena imagem

de até um quarto dotamanho da página), acapitular (letra que inicia umcapítulo, geralmente emtamanho maior do que as

outras e em fonte diferente),figuras ou manchas”. 

Panozzo, 2004

Entrelinhas: quando o textotambém é ilustração (2002) – Apresentação de Gil Maia no 3º

Encontro Nacional [1º

Internacional] de Investigadores

em Leitura, Literatura Infantil e

Ilustração; Instituto de Estudos da

Criança – Universidade do Minho;13-15 de Dezembro de 2002.Disponível online» 

La ilustración en la literatura

infantil (2000) –  Artigo de

Ainara Erro.

Disponível online» 

Literatura infantil: umaabordagem das qualidadessensíveis e inteligíveis daleitura imagética na escola(2001)  – Tese de Mestrado deNeiva Senaide Petry Panozzo:

 ―Esta dissertação discute a leitura

de textos imagéticos a partir daperspectiva da educação e dasemiótica visual, tratando dasarticulações e relações entre oselementos constitutivos daimagem em livros de literaturainfantil sem texto verbal. Ainvestigação busca revelar, nacomplexidade das relaçõesexistentes entre elementosestruturantes das imagens noslivros O caminho do caracol e

Cena de rua, o sentido que seinscreve no texto e a possibilidadeda sua leitura no meio escolar. Asobras literárias para a infânciaveiculam a linguagem visual em

  junção com a verbal e propiciamexperiências sensíveis e inteli-gíveis. A partir da teoria semióticagreimasiana, aplicando instrumen-tos de análise do percursogerativo de sentido, a pesquisademonstra que o texto imagético

é estruturado por diferentes níveisde complexidade, impondo ummodo de ler específico. A iden-tificação, descrição, classificação,bem como as relações entre ascategorias, nas suas dimensõescromática, eidética e topológica,levam à constatação que asqualidades plásticas da imagemorganizam sistemas de linguagem,reunindo solidariamente o planoda expressão e do conteúdo,

criam estruturas e geram efeitosde sentido. A imagem, então,constitui-se como objeto de signi-ficação e a ilustração presente nolivro de literatura infantil, ao sertratada como texto lisível, torna-se objeto de leitura. A complexi-dade desse tipo de texto aponta anecessidade da  formação especí-fica de professores para explorar a

leitura escolar das linguagensvisuais‖. Disponível online» 

Considerações iniciais arespeito de texto e imagem nolivro de literatura infantil(2000) –  De Marta Morais daCosta:    ―A ilustração do livro

infantil apresenta vários desafios àteoria semiótica e às teorias daleitura porque implica simultanea-mente a leitura de signos visuais everbais, imbricados de forma aexigir a interpretação holística. Apresença da ilustração nos livrosexige, também, dos educadoresum tratamento menos ocasional e

mais especializado para evitar quea linguagem visual seja lidaapenas como complemento doverbal. Existe ainda um forte com-ponente consumista e reprodutor

na exigência de imagens figura-tivas, em detrimento dassimbólicas, abstratas ou geomé-tricas‖. Disponível online» 

JÚLIO VANZELER 

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Instituto de Apoio à Criança – Infocedi n.º 33

Sites recomendados 

O interrelacionamento entretextos e ilustrações nos livrosde literatura infanto-juvenil(1999) –  De Danilo Lobo: ―Nos

livros de literatura infanto-juvenil,as ilustrações sempre tiveram umpapel fundamental. Atualmente,

devido, em parte, ao progressotecnológico ocorrido nas artesgráficas, a ilustração está-setornando cada vez mais impor-tante em tais obras. Às vezes, otexto e suas ilustrações sãocriados por um mesmo indivíduo,como no caso de O Pequeno

Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry, para mencionar  apenasum exemplo conhecido. Maisfrequentemente, entretanto, o

ilustrador é um artista escolhidopelo próprio escritor ou pelo editorda obra para traduzir em imagensas cenas mais sugestivas do texto.O trabalho visa, por conseguinte,a discutir certos aspectos dessacomplexa inter-relação, buscandoanalisar as circunstâncias nasquais a parceria autor-ilustradorse processa. Examina, também,os diversos tipos de leitor infanto-

  juvenil em seu relacionamento

com os textos impressos, levandoem consideração sobretudo o fatode que esses textos são usadoscomo veículo para iniciar ascrianças e os adolescentes naliteratura e na cultura‖. Disponível online»

Visual narratives in thechildren's picture story book:an investigation of the extent

to  which the formalstructuring of a visualnarrative retrieves a pasticheof past experiences andimages which in turn shapesand redirects the story (1997) – Tese de Doutoramento de JohnWilliam Forrest.Disponível online» 

Picturing childhood. Theevolution of the illustratedchildren's book (1997)  – DeCynthia Burlingham:  ―Children's

literature emerged as a distinctand independent genre only alittle more than two centuries ago.

Prior to the mid-eighteenthcentury books were rarely createdspecifically for children, andchildren's reading was generallyconfined to literature intended fortheir education and moraledification rather than for theiramusement. Religious works (seecat. nos. 7, 8, 14), grammarbooks, and "courtesy books"(which offered instruction onproper behavior) were virtually

the only early books directed atchildren. In these booksillustration played a relativelyminor role, usually consisting of small woodcut vignettes orengraved frontispieces created byanonymous illustrators‖. Disponível online» 

A construção visual do livroinfantil (1995) - Tese de MariaCarmen Batista Bahia:   ―Esta

pesquisa focaliza centralmente aconstrução-criação do livro infantiltendo em vista os projetosgráficos atuais que trabalhamdominantemente o aspecto visual.Neste sentido, considera aimportância da inter-relaçãotexto-imagem na formação dolivro, mostrando os possíveisprocessos de combinação que dãoorigem às produções atuais, aí incluídos os livros feitos só com

imagens e os livros ilustrados,compostos de texto e ilustração. Este trabalho é produto de umareflexão teórica e de uma práticacriativa, concebida de formaartística, que se propõe a levantaros procedimentos criativos naconstrução visual concentradaprioritariamente na ilustração,ponto máximo de potência visual.

Trata-se, assim, de um estudofeito a partir do universo dacriação, com base em algumasexperiências práticas de ilustra-dores da área e de experiênciasfeitas para a própria pesquisa. Arealização das experiências pró-

postas pelo trabalho - o plane- jamento visual de um livro infantil- dá-se na combinação de meiosdiferentes que resultam em pági-nas feitas com imagens artesanaise tecnológicas. O método detrabalho se baseia nasinformações de diversos autoresde arte e literatura cujaspropostas fundamentam o seucorpo teórico, assim como nopróprio depoimento dos

ilustradores, feito através de com-versas informais. Estas informa-ções e depoimentos não apenasfavoreceram a compreensão dosexemplos apresentados comoajudaram no levantamento devalores artísticos presentes nasobras atuais. Visando incentivar areflexão do criador de arte para opotencial criativo neste campo,esta pesquisa busca resgatarcertos procedimentos criativos que

se descobrem no fazer artístico.Procura, assim, observar oprocesso e o resultado do fazersensível das formas que reforça ovalor artístico do produto e quepode trazer, certamente, umamais adequada correspondênciacom o leitor infantil‖. Disponível online» 

  Picturing Childhood   Instituto Cervantes

(Espanha) – Exposição“Cien años de ilustración

española: Qué pintan loscuentos?” 

  Literatura para crianças edesenvolvimento pessoal(ESE Lisboa) 

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   ―Histórias com Direitos‖ foi

concebido pelo Instituto de Apoioà Criança – CEDI (Centro deDocumentação e Informaçãosobre a Criança), em parceria coma Plátano Editora, e resultou dagenerosidade dos seus autores,que a título gracioso, escreverammaravilhosos contos e poemasque levam as crianças a sentireme a vivenciarem os seus Direitos,

os quais estão consagrados naDeclaração Universal dos Direitosda Criança e na Convenção sobreos Direitos da Criança.

António Torrado, Inês de BarrosBaptista, Inês Pupo, Maria TeresaMaia Gonzalez, Luísa DuclaSoares, Raquel Palermo, JoséJorge Letria, António Mota,

Augusto Carlos, Rui Zink e JoséFanha são os autores. Asilustrações são de Vera Pyrrait, amúsica de Ricardo Daniel e TiagoBarbosa (dos Cambraia) e anarração de Pedro D'Orey.

Os direitos de autor revertem parao Instituto de Apoio à Criança,pelo que se comprar um audiolivroestá a ajudar esta instituição que,

desde 1983, defende e promoveos Direitos da Criança.

O audiolivro encontra-se à vendana Fnac, Bulhosa, Bertrand e emoutras livrarias do país. No dia 1de Junho, Dia Mundial da Criança,a Plátano Editora e o Instituto deApoio à Criança, em parceria como Grupo Auchan, levam a cabo

uma grande divulgação de  ―Histórias com Direitos‖ em

diversas lojas Jumbo do país:  Alfragide  Almada -Almada Fórum  Amadora  Lisboa -Shopping Center das

Amoreiras  Cascais  Coimbra – Centro Comercial

Dolce Vita  Coina/Barreiro  Setúbal

Nas lojas Jumbo, o audiolivroestará à venda com 10% dedesconto sobre o preço de vendaao público (PVP) que é de 12.95€. 

Junte-se ao IAC e promova osDireitos da Criança!