Informática na Educação

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Page 1: Informática na Educação

Computador na Educação: Até que ponto as instituições de

ensino estão preparadas para este desafio?

Fhabiana Thieli dos Santos Machado¹, Érica Vieira Chagas¹, Luciéli Tolfo Beque

Guerra¹

¹Universidade Regional Integrada – Curso de Ciência da Computação – Campus

Santiago – Av. Batista Sobrinho, s/n – CEP 97700-000 – Santiago – RS

{thielisantos,ericavieira1}@hotmail.com, [email protected]

Abstract.

The computer in education is present since started in commercial use. It began

in Brazil in some institutions of higher education and postgraduate courses

(Valente, 2011). The present article aims to analyze the computers in

education in region the municipality of Santiago/RS and Itacurubi/RS beyond

of the selection of some state and municipal schools to answer one pilot

questionnaire what prepared with questions about the of computer labs from

this schools.

Keywords: computer in education; learning; computer labs.

Resumo. O computador na educação está presente desde que iniciou seu uso

comercial. Começou no Brasil em algumas instituições de ensino superior e

cursos de pós-graduação (Valente, 2011). O presente artigo tem por objetivo

analisar a informática na educação na região dos municípios de Santiago/RS e

Itacurubi/RS através da seleção de algumas escolas municipais e estaduais para

responder um questionário-piloto elaborado com questões sobre as condições

dos laboratórios de informática nestas escolas.

Palavras-chaves: informática na educação; aprendizagem; laboratório de

informática.

1. Introdução

Há certa controvérsia quanto ao uso da informática na educação devido às diferentes

opiniões relativas a esse assunto, mas o fato é que o mundo em que os alunos estão

vivenciando tem a Informática como algo fundamental na sua existência. Há muito

tempo o computador passou a ser um instrumento de auxílio na aprendizagem de

alunos. Atualmente, praticamente todas as escolas municipais e estaduais de Santiago/

RS e região possuem laboratório de informática em suas dependências. O presente

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artigo tem por objetivo apresentar uma pequena pesquisa buscando retratar de forma

objetiva o modo de como está sendo tratada a questão do computador na educação em

algumas escolas selecionadas. Serão obtidos resultados através do levantamento de

dados feito por observação de formulários e entrevista com professores responsáveis

pelas escolas e as Secretarias de Educação local.

2. Forma esperada do uso do computador na educação

É evidente o fato de a tecnologia estar cada vez mais presente em nosso cotidiano, ela

veio para ficar e se amplia exponencialmente a cada dia. Tal situação acarretou a

necessidade de inclusão digital, onde muitos indivíduos de baixa renda não têm acesso à

tecnologia, ficando assim afastados da sociedade em geral.

Na cidade de Santiago/RS, praticamente todas as escolas municipais e

estaduais provêem de laboratórios, que foram adquiridos a partir de doações, e/ou

aquisições do governo. Estes computadores em sua maioria vieram com o sistema

Linux, alguns com a versão educacional do mesmo.

Valente (2011), define a informática na educação como “inserção do

computador no processo de ensino-aprendizagem de conteúdos curriculares de todos os

níveis e modalidades de Educação”. O intuito dessa concepção é o de que o computador

possa auxiliar no processo aprendizagem do educando, junto às aulas de português,

matemática, enfim, todas as disciplinas.

Tem-se a visão de que o computador venha a ser mais uma ponte no

estreitamento da relação teoria-prática, já que versatilidade na manipulação do

computador permite que o indivíduo possa vivenciar e realizar experimentos ou

produzir textos, ou realizar pesquisas sobre temas aos quais nunca poderia ter acesso

através de meios reais (Teixeira, 2011).

Articular-se ainda um processo ideal em que o computador não seria apenas

usado como fonte de pesquisa de trabalhos ou aulas e horários vagos, mas sim, estar

inserido no processo da educação, onde mudaria o método tradicional de ensino no qual

o professor fala, aluno ouve, e gera a aprendizagem. O universo da tecnologia nos

proporciona muito mais do que digitação de textos ou copiar e colar. Durante uma aula

de história, por exemplo, o professor comentando sobre a ditadura, procura um vídeo

sobre a mesma e a expõe à classe. Ou ainda, imagens, reportagens, notícias sobre os

conteúdos e outras indagações, tornando a aula interativa, onde a aprendizagem seria

recíproca, motivada pelo método tecnológico diferenciado da maneira contemporânea

de aprendizagem.

Constata-se ainda a necessidade de uma maior interação dos educandos com as

ferramentas oferecidas num laboratório de informática permitindo a aprendizagem e a

construção, não como mera aquisição do conhecimento, mas como uma evolução para

vôos mais altos (Vieira, 2011).

Pode-se acrescentar que aplicando a disciplina de informática dentro da grade

curricular das escolas, assim como o espanhol ou o inglês, traria melhores proveitos

para a formação do aluno em questão de preparo profissional para inserção do mesmo

na sociedade, diminuindo o analfabetismo computacional e qualificando a formação do

individuo para obter melhores alternativas no mercado de trabalho. Dentro desta

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disciplina seriam ministrados conteúdos desde a informática básica, como saber usar a

interface do Windows e do Linux, como usar um editor de texto, tabela, apresentação,

utilização de jogos educacionais até aulas de lógica.

Utopia ou não, a grande questão é, até que ponto realmente as instituições de

ensino estão preparadas para este desafio?

Para que se pudesse ter uma noção da resposta desta questão, foi realizada uma

pesquisa nos laboratórios de informática de algumas escolas do município de

Santiago/RS e de Itacurubi/RS no primeiro semestre de 2011.

3. Metodologia

Partindo-se da necessidade de resposta sobre como está a educação aliada ao

computador em nossa região, foi decidido fazer um levantamento sobre as condições e

uso dos laboratórios de informática que estão presentes na maioria das escolas urbanas e

rurais. Para tal foi elaborado um questionário-piloto para ser aplicado à pessoa

responsável pelo mesmo.

Com o intuito de se obter uma experiência inicial para posterior projeto de

pesquisa, e possivelmente projeto de extensão, o presente trabalho limitou-se a dois

municípios da região sendo: Santiago/RS localizado na área urbana e Itacurubi/RS

situado na área rural.

Inicialmente foram selecionadas quatro escolas de forma aleatória pelo seguinte

critério: foi escolhida uma escola municipal e outra estadual de cada município para se

ter um pequeno retrato não somente das escolas municipais, mas também das escolas

estaduais.

Em Santiago, foram escolhidas as escolas: Escola Estadual de Educação

Básica Monsenhor Assis e Escola Municipal de 1º Grau Heron Jornada Ribeiro. Do

Itacurubi: Escola Estadual de Ensino Médio Vicente Goulart e Escola Municipal de

Ensino Fundamental Mariúza Silva da Silva.

3.1 Quanto ao questionário

O questionário-piloto possui 10 (dez) questões sendo 7 (sete) de múltipla-

escolha e 3 (três) descritivas. As questões foram elaboradas de forma lógica com o

intuito de obter resposta para os principais itens relacionados a informática na educação.

Seu cabeçalho é composto pelo nome da escola e pelo nome do professor que o

preencheu. Dentre às perguntas de multipla-escolha estão:

Existe laboratório de informática?

Quantos computadores têm?

Eles estão em boas condições?

Existe o acompanhamento de algum profissional técnico de informática no

laboratório?

O seu uso se limita a pesquisas e horários vagos?

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Existe alguma disciplina específica para seu uso?

O sistema possui algum software educacional?

Dentre as desritivas:

Para quais disciplinas é usado o laboratório?

Quais as séries que o freqüentam?

Quantas vezes por semana?

3.2 Quanto ao levantamento de dados

O levantamento de dados foi realizado no primeiro semestre de 2011, através de visitas

às escolas com um questionário presencial ao professor, ou pessoa responsável pelo

agendamento e cuidado com o laboratório de informática.

No segundo momento, após a conclusão do levantamento e obtidos os dados da

pesquisa, foi elaborada uma análise por observação dos formulários.

4. Análise dos resultados

Com base nas respostas dos questionários, observa-se que todas as escolas pesquisadas

possuem um único laboratório de informática. De acordo com a dimensão da escola é o

tamanho do laboratório, porém temos uma média de 16 computadores por escola,

supondo-se que uma turma tenha em torno de 25 alunos, não há uma máquina por aluno.

4.1. Condições dos Computadores

No geral (em três escolas pesquisadas), os micros estão em boas condições de uso, e de

acordo com observação pessoal, elas possuem assistência técnica caso algum possua

defeito, porém não há um acompanhamento de algum técnico ou monitor durante o dia-

a-dia escolar, em alguns casos, como por exemplo, o da escola Monsenhor Assis, há um

professor que fica de responsável por marcar os horários das turmas e cuidar do

laboratório

4.2. Quanto à finalidade e uso dos laboratórios

Abstraindo-se as condições dos micros, temos a finalidade e o uso dos laboratórios nas

escolas. De acordo com as respostas, todas as turmas, desde o currículo por atividades

até o ensino fundamental e médio o utilizam, porém não existe um horário fixo para

cada turma, nem um dia específico. Em todas as escolas pesquisadas, o laboratório de

informática só é utilizado quando solicitado pelo professor.

Quando questionados, se ele era utilizado apenas para pesquisas e em aulas

vagas, a resposta foi sim, em todos, ou seja, subentende-se que os laboratórios são

usados somente para pesquisas, digitação, jogos educacionais ou em períodos vagos, o

que denota quão longe está dos objetivos esperados citados na seção 2, já que demonstra

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que o seu uso apenas para auxiliar os alunos em trabalhos, e não inserido dentro do

processo aprendizagem da disciplina.

5. Analise crítica

A utilização das novas tecnologias de informação e comunicação está trazendo novas

técnicas e metodologias de ensino. O papel do professor está mudando, ele passa de um

simples ser que forma, para um que estará continuamente modificando e construindo

seu processo de formação. O professor além de conhecer o conteúdo que será

ministrado, também deve ter conhecimento da tecnologia utilizada, e ainda os meios de

interação disponíveis por ela.

5.1. O que esta sendo realizado na Secretaria de Educação nesse sentido?

Atualmente são disponibilizados cursos pelo Núcleo de Tecnologia Educacional – NTE.

O NTE consiste em um ambiente computacional com uma equipe interdisciplinar,

juntamente com técnicos em informática qualificados, com o objetivo de dar formação

continuada aos professores, e ainda assessorar escolas de rede publica, no uso

pedagógico e técnico dos laboratórios de informática. Além disso, este Núcleo tem

como função sensibilizar e motivar as escolas para a incorporação da tecnologia de

informação no seu projeto político pedagógico.

O recurso financeiro para os Núcleos de Tecnologia Educacional é

disponibilizado pelo Ministério de Educação e Cultura (MEC), o qual passa para a

Secretaria de Educação do Estado (SEC), e após, é feita uma regionalização para atender

a demanda nos municípios.

Nesta cidade são oferecidos cursos de formação continuada para professores,

tanto municipais, como estaduais. De acordo com a Secretaria de Educação e de Cultura

de Itacurubi/RS apesar do NTE oferecer essa capacitação, poucos professores

demonstram interesse pela formação, o que justifica a precariedade no uso dos

laboratórios inseridos nas Instituições pesquisadas. Eles acreditam que deva ser

implantada uma nova disciplina ao currículo, na forma de uma ferramenta

multidisciplinar para designar-se ao estudo de informática. Ainda, os professores mais

antigos não se adaptam, ou não querem aprender uma nova tecnologia, pois alegam que

mudará sua maneira de ensinar.

Para que esta situação seja contornada é preciso motivar os professores para o

uso da tecnologia, pois o computador sendo bem utilizado se torna um poderoso meio

de aprendizagem.

6. Considerações Finais

O uso dos computadores nas salas de aula ou em laboratório específico é uma forma de

associar a tecnologia à educação buscando obter resultados suficientemente bons na

conquista de aprendizado do aluno.

Através do resultado da pesquisa, constatou-se uma necessidade urgente de

formação do educando quanto ao uso das novas tecnologias, do uso da máquina em si e

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de seus sistemas operacionais, ainda se possível dentro de sua área de atuação.Pois a

própria realidade de mercado exige uma melhora da qualidade de ensino fundamental e

médio, ou seja, nesse momento a formação do professor da educação e as suas lógicas

pedagógicas não podem ser algo separado deste processo. Assim, quando se fala em

reflexões da informática na educação está se falando dos tempos de hoje e de suas

necessidades.

Este artigo apresentou uma pesquisa que analisou a informática na educação de

algumas escolas municipais e estaduais selecionadas no município de Santiago/RS e

Itacurubi/RS. Em resumo, todas as escolas analisadas possuem um laboratório de

informática, em geral os micros estão em boas condições, porém não atingem o objetivo

de inserir a tecnologia no processo ensino-aprendizagem. A realidade é que os

computadores ficam abandonados na sala até que os professores agendem um horário.

Na verdade não adianta possuir um laboratório, se o uso da informática não for agregada

a educação de forma que seja articulada como uma proposta pedagógica apoiada pelo

coletivo escolar.

Referências

TEIXEIRA, Núbia Polaine Cardoso; ARAUJO, Alberto E.P; "Informática e Educação: uma reflexão

sobre novas metodologias." (2011). http://www.hipertextus.net/volume1/artigo13-nubia-alberto.pdf.

Julho.

VALENTE, José A.; "Informática na educação: criando oportunidades para a aprendizagem ao

longo da vida." (2011). http://mecsrv70.mec.gov.br/pontodeencontro/proinfo-forta-shortvalente.pdf .

Julho.

VALENTE, José A; et al.; "O computador na sociedade do conhecimento." (2011).

http://escola2000.net/futura/textos-proinfo/livro02-Jose%20Valente%20et%20alii.pdf. Julho.

VIEIRA, Débora Bitello; NUNES, Denise Regina; "Informática na Educação: o passado e as novas

tecnologias." (2011).

http://debvieira.wikispaces.com/file/view/Aritgo+Inform%C3%A1tica+na+Educa%C3%A7%C3%A

3o.pdf. Julho.