INOVAÇÃO ABERTA GESTÃO DO CONHECIMENTO = NOVO P&D?

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Gerenciar conhecimento das organizações continua sendo um desafio, e se torna ainda maior quando tem de ampliar o alcance para fora delas

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Gerenciar conhecimento das organizações continua sendo um desafio, e se

torna ainda maior quando tem de ampliar o alcance para fora delas

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suas ideias, tecnologias e outros recursos. Esta abordagem deve ocorrer em todas as etapas do processo de inovação.

Os principais benefícios de se integrar a inovação aberta como uma das abordagens exploradas para inovação da empresa são:

Aumentar a velocidade de desenvolvimento de novos produtos e serviços;

Diminuir o time-to-market para novos produtos e serviços e acelerar lucros;

Reduzir dispêndio direto em P&D;

Melhorar a taxa de sucesso das inovações.

Um território lógico para se iniciar as atividades com foco em inovação aberta é a área de Pesquisa e Desenvolvimento. Um laboratório central de P&D é baseado na lógica de profunda integração vertical, em que uma empresa sozinha conduz todos os aspectos do negócio internamente. Mas esta abordagem somente faz sentido num mundo em que há escassez de conhecimento externo. Se, ao contrário, uma empresa líder

A inovação aberta já foi tomada por moda por algumas empresas, algo que seria passageiro em termos de gestão da inovação. No entanto, cada vez mais tem comprovado seu potencial de levar a capacidade inovativa das empresas a uma nova fronteira, além daquelas impostas pelos muros da organização.

Gerenciar conhecimento dentro das organizações se mantém um desafio, que se torna ainda maior quando tem de ampliar o alcance para fora delas. A nova abordagem é fruto deste diferente panorama de conhecimento, baseado no fato que as empresas não conseguirão deter todo o conhecimento dentro da organização, incluindo suas fontes e usos das ideias. Inovação aberta significa que ideias de valor podem vir de dentro ou de fora da empresa, e que podem sair da empresa e ganhar a cadeia de valor. E que o processo de inovação não precisa ser conduzido dentro da empresa na sua totalidade.

A inovação aberta deve ser vista como um processo de duas vias no qual as empresas capturam ideias, tecnologias e outros recursos necessários para desenvolver seu negócio, e um processo de saída em que licenciam ou vendem

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Carolina Almeida 23 de Setembro de 2013

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deseja desenvolver sua tecnologia num mundo de conhecimento e competência abundante, encontrará um grande potencial de valor do lado de fora. A lógica no processo de inovação e captura do conhecimento se encontra, então, completamente invertida.

E como acessar esse conhecimento externo? No nível mais simples, poder-se-ia contratar os professores universitários para trabalhar junto à equipe interna. Uma ideia ainda mais barata seria contratar os alunos deste professor. Se ainda se quer ir além, seria possível financiar alguma pesquisa interessante em universidades. Apesar de não se esperar a propriedade dos resultados da pesquisa, é possível ter acesso prévio a quaisquer resultados promissores, e talvez privilégios de aplicação na indústria. Essas hipóteses foram levantadas somente ao se pensar em possíveis parcerias com universidades, mas pode-se expandir ao se pensar em start-ups, redes de especialistas, fornecedores e outras empresas na cadeia de valor, por exemplo. A real diferenciação das empresas que praticam a inovação aberta é a forma de estruturar e o nível de envolvimento destes stakeholders, que ganham o status de parceiros nesse processo – é a integração dessas pessoas e organizações no processos da estratégia de inovação da empresa.

No entanto, deve-se sempre lembrar que se está acessando, no final das contas, o conhecimento desses atores externos, que deve ser igualmente gerenciado como todos os conhecimentos críticos da organização, mas com desafios específicos intrínsecos a esse novo modelo de relacionamento.

O paradigma tradicional usado para gestão

do P&D em algumas empresas está de fato obsoleto em outros contextos, o que é diferente de dizer que o P&D interno está obsoleto.

As empresas precisam se reestruturar para influenciar e aproveitar esse ambiente de conhecimento distribuído, ao invés de ignorá-lo e perseguir somente a agenda interna.

A nova lógica vai explorar essa difusão do conhecimento. Ao invés de restringir a função de pesquisa exclusivamente à criação de um novo conhecimento, a boa prática de pesquisa incluirá acessar e integrar conhecimento externo. Ao invés de gerenciar propriedade intelectual como uma maneira de excluir qualquer outro de usar a tecnologia, gerenciar para avançar seu próprio modelo de negócio e lucrar pelo uso do seu competidor.

A própria estratégia de inovação deveria se beneficiar das habilidades de start-ups externas para iniciar diversos experimentos organizacionais e comercializar tecnologias. Nesse novo panorama, uma empresa organiza seus processos de P&D de acordo com os seguintes objetivos:

Identificar, entender, selecionar e conectar com a riqueza de conhecimento externo disponível;

Preencher as peças de conhecimento faltantes que não estão sendo desenvolvidas externamente;

Integrar conhecimento interno e externo para

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formar combinações mais complexas e criar novos sistemas e arquiteturas;

Gerar receitas e lucros adicionais pela venda

de outputs de pesquisa para outras empresas

usarem como parte dos seus próprios sistemas.

A empresa também necessitará de tecnologias que sua organização de pesquisa interna não criará.

A pesquisa precisa de um longo período de tempo para entregar resultados úteis, e as estratégias das empresas mudam num passo mais rápido. No novo paradigma, os negócios não podem (e não devem) esperar pelas novas tecnologias internas; mas deve acessar o que precisam, quando precisam dentro ou fora da empresa, diminuindo o time-to-market geralmente necessário.

Empresas com práticas de inovação aberta integram a propriedade intelectual, muitas vezes vista como uma área de convergência entre a gestão do conhecimento e a gestão da inovação, como parte da sua estratégia tecnológica e insistem em gerenciá-la num nível estratégico. Elas aceitam que raramente uma empresa pode ter controle exclusivo sobre uma tecnologia

importante por um período extenso. As forças que difundem o conhecimento são tantas e tão fortes que o curso mais sensato é planejar a estratégia tecnológica sob a premissa que será rapidamente difundida e imitada.

A nova dinâmica muda o paradigma de como se trata a tecnologia. As empresas não podem tratar seu conhecimento como se fosse estático, mais sim como se fosse fundamentalmente dinâmico. Empresas com práticas de inovação aberta atraem conhecimento e licenciam suas criações de maneira extensiva para criar e extender os mercados para sua tecnologia. E quanto mais rapidamente a tecnologia sair dos laboratórios, mais rápido os pesquisadores aprenderão novas formas de aplicação, influência e integração da tecnologia a novas ofertas.

Desta maneira, a inovação aberta deve prever a inclusão de pessoas que gerenciam esses relacionamentos com os stakeholders como parte do ecossistema e aproveitar de inovação; abertura cultural para aceitar as contribuições externas; estrutura para apoiar a construção do conhecimento interna e externamente, entendimento que erros são oportunidades de aprendizado; aceitação que a inovação aberta exige um olhar mais flexível para proteção da propriedade intelectual. Ainda, é importante que se entenda que uma premissa para a inovação é a comunicação aberta, com a criação e preservação da confiança entre os envolvidos. Para tais elementos estruturantes, a integração da gestão do conhecimento pode ser vista como um fator crítico para o sucesso da empreitada.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BINGHAM, Alpheus e SPRADIN. The Open Innovation Marketplace: Creating Value in the Challenge Driven Enterprise. FT Press, 2011.

CHESBROUGH, Henry. Open Business Models: How to Thrive in the New Innovation Landscape. Harvard Business Press, 2006.

CHESBROUGH, Henry. Open Innovation: Rethinking your Business to Grow and Compete in a New Era. Harvard Business Press, 2011.

LINDEGAARD, Stefan. The Open Innovation Revolution: Essentials, Roadblocks and Leadership Skills. Wiley, 2010.

TERRA, José Cláudio Cyrineu; FREDERICK, Bjorn.10 dimensões da gestão da inovação: uma abordagem para a transformação organizacional. Rio de Janeiro (RJ): Elsevier, 2012.

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