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UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA EM CÃES
Lurala Aparecida Marques Nazareth
Goiânia. set. 2006
ii
LURALA APARECIDA MARQUES NAZARETH
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA EM CÃES
Trabalho apresentado à Coordenação de
Pós-Graduação, curso de Medicina
Veterinária – Universidade Castelo Branco –
UCB, para obtenção do título em
Especialização latu sensu em Clínica Médica
e Cirúrgica em Pequenos Animais, sob a
orientação da Profª Dra. Rosângela de
Oliveira Alves.
Goiânia. set. 2006
iii
SUMÁRIO Lista de Quadros .................................................................................................. iv Lista de Figuras.................................................................................................... v Lista de Abreviaturas............................................................................................ vi 1. Introdução.......................................................................................... 1 2. Revisão da Literatura ....................................................................................... 3 2.1 Classificação da Insuficiência Cardíaca em Cães......................................... 4 2.2 Causas Mais Comuns da Insuficiência Cardíaca em Cães ........................... 4 2.3 Sinais Clínicos de ICCE ................................................................................ 4 2.4 Sinais Clínicos de ICCD ................................................................................ 4 2.5 Mecanismos Compensatórios da Insuficiência Cardíaca .............................. 5 2.6 Causas Mais Comuns de Insuficiência Cardíaca em Cães ........................... 7 2.6.1. Endocardiose de Mitral............................................................................... 7 2.6.2. Cardiomiopatia Dilatada Idiopática............................................................. 10 2.6.3. Efusão Pericárdica e Tamponamento Cardíaco......................................... 12 2.6.4. Dirofilariose ................................................................................................ 12 2.6.5. Neoplasias Cardíacas ................................................................................ 13 2.6.6. Endocardite Bacteriana .............................................................................. 14 2.6.7. Estenose da Válvula Aórtica....................................................................... 15 2.6.8. Persistência do Ducto Arterioso ................................................................. 15 2.6.9. Estenose da Valva Pulmonar ..................................................................... 16 2.7 Diagnóstico de ICC ....................................................................................... 17 2.8 Tratamento .................................................................................................... 19 2.8.1. Diuréticos ................................................................................................... 19 2.8.2. Vasodilatadores.......................................................................................... 20 2.8.3. Digitálicos ................................................................................................... 23 2.8.4. Dieta/repouso ............................................................................................. 23 3. Considerações Finais....................................................................................... 25 4. Referências ........................................................................................ 26
iv
LISTA DE QUADROS QUADRO 1 – Sinais Clínicos da Endocardiose ................................................... 8 QUADRO 2 – Fases da Fibrose de Mitral ........................................................... 9 QUADRO 3 – Tratamento de Endocardiose de Mitral.......................................... 10 QUADRO 4 – Tratamento da Cardiomiopatia Dilatada Idiopática ........................ 11 QUADRO 5 – Diferenciação das Microfilarias ...................................................... 13
v
LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – Fisiologia da Insuficiência Cardíaca Congestiva.............................. 6 FIGURA 2 – Método de Mensuração do VHS...................................................... 18
vi
LISTA DE ABREVIATURAS DAP - PERSISTÊNCIA DO DUCTO ARTERIOSO DC – DÉBITO CARDÍACO ECO – ECOCARDIOGRAFIA ECG – ELETROCARDIOGRAMA EVM - ENDOCARDIOSE DE VALVA MITRAL IC – INSUFICIÊNCIA CARDÍACA ICCB – INSUFICIÊNCIA CARDÍACA BILATERIAL ICCD – INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA DIREITA ICCE – INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA ESQUERDA ICC – INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA iECA – INIBIDORES DA ECA IV - INTRAVENOSA PA – PRESSÃO ARTERIAL PO – POR VIA ORAL RX – RADIOGRAFIA TPC – TEMPO DE PREENCHIMENTO CAPILAR VHS – VERTEBRAL HEART SIZE
vii
1. INTRODUÇÃO
A insuficiência cardíaca é decorrente da incapacidade do coração ejetar
sangue adequadamente, por insuficiência sistólica, diastólica ou ambas e por
enchimento ventricular inadequado, resultando em diminuição do débito cardíaco
e pressão arterial mesmo em repouso (CAMACHO, 2003; DE MORAIS, 2004).
Sendo que essa incapacidade de manter o débito cardíaco e o uso
excessivo dos mecanismos compensatórios do sistema cardiovascular vão
provocar a distribuição inadequada do sangue (BONAGURA & RUSH, 1998;
CAMACHO, 2003).
Os sinais clínicos variam de acordo com o lado afetado. Quando a
insuficiência cardíaca é direita ocorre depressão, letargia, hipotensão, ascite e
edema periférico, e, quando é à esquerda, ocorre edema pulmonar e dispnéia.
Quando for bilateral ocorre a combinação de sinais clínicos da direita e da
esquerda (CAMACHO, 2003; DE MORAIS, 2004).
A insuficiência cardíaca é uma síndrome amplamente estudada na
medicina veterinária, sendo que a estratégia mais efetiva para o tratamento
consiste na identificação e remoção da causa ou de sua prevenção. O clínico
deve firmar um diagnóstico o mais eficaz possível e com base no aprofundado
conhecimento do estado fisiológico do paciente e das conseqüências patológicas
da moléstia, devendo instituir a terapia apropriada (DE MORAIS, 2004).
Hoje em dia o arsenal terapêutico disponível para tratamento da
insuficiência cardíaca se expandiu muito. Novos e poderosos medicamentos
podem salvar a vida do paciente, quando utilizados corretamente e sob condições
bem monitoradas (DE MORAIS, 2004).
A maioria das doenças cardíacas não tem cura, mas com o tratamento os
animais vão ter melhor qualidade de vida. Os cães de hoje estão vivendo mais e
com qualidade, por isso devemos fazer o check-up de seis em seis meses para
chegar mais cedo ao diagnóstico e posteriormente ao tratamento adequado
(CAMACHO, 2004).
Desta maneira, o motivo da presente revisão bibliográfica é abordar a
importância do diagnóstico precoce das doenças cardíacas e, com isto, instituir a
viii
terapia adequada sob condições bem monitoradas, fazendo assim o tratamento
adequado e proporcionando melhor qualidade de vida aos nossos pacientes.
ix
2. REVISÃO DA LITERATURA
A insuficiência cardíaca é uma síndrome que acomete o coração
cronicamente enfermo, sendo uma resposta a uma série de doenças cardíacas.
Isso ocorre quando o coração é incapaz de manter o débito cardíaco e os
mecanismos compensatórios estão excessivamente ativados. Condição essa em
que as forças de reservas do músculo cardíaco se exauriram (CAMACHO, 2004).
A insuficiência cardíaca é uma síndrome clínica na qual o bombeamento
prejudicado diminui a ejeção ventricular e impede o retorno venoso. Pode ser
identificada clinicamente pelos sinais de baixo débito cardíaco (depressão,
letargia, hipertensão) ou por congestão (ascite, efusão pleural, edema pulmonar).
A insuficiência cardíaca também pode ser classificada como direita, esquerda
ou bilateral, isto de acordo com o lado afetado (CAMACHO, 2004; DE MORAIS,
2004).
As respostas compensatórias neuro-humorais e renais excessivas
contribuem para a gênese da insuficiência cardíaca congestiva. A terapia envolve
modulação desses mecanismos compensatórios. (BONAGURA & RUSH, 1998).
x
2.1 CLASSIFICAÇÃO DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA EM CÃES
A insuficiência cardíaca varia de acordo com os sinais clínicos referentes
aos processos congestivos do lado afetado do coração, quando refere ao lado
esquerdo do coração é chamada de insuficiência cardíaca congestiva esquerda
(ICCE), mas quando afeta o lado direito do coração é chamada de insuficiência
cardíaca congestiva direita (ICCD), e quando afeta os dois lados do coração é
chamada de insuficiência cardíaca congestiva bilateral (ICCB). (CAMACHO,
2003; DE MORAIS, 2004).
2.2 CAUSAS MAIS COMUNS DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA EM
CÃES
Endocardiose de mitral, cardiomiopatia dilatada idiopática, dirofilariose,
hipertensão pulmonar, efusão pericárdica idiopática, arritmias, miocardite,
pericardite, endocardite, estenose de valva-aórtica, persistência do duto arterioso,
neoplasias cardíacas (CAMACHO, 2003).
2.3 SINAIS CLÍNICOS DE ICCE
Fraqueza, cansaço, mucosas pálidas e sincope, oligúria e azotemia pré-
renal, arritmias, congestão venosa e edema pulmonar, tosse crônica (de baixo
ruído), dispnéia variável, taquipnéia, ortopnéia, estertores pulmonares, hemoptise
e cianose (BONAGURA & RUSH, 1998; CAMACHO, 2003).
2.4 SINAIS CLÍNICOS DE ICCD
Hipertensão venosa sistêmica, fraqueza, cansaço, mucosas pálidas e
síncope, distensão venosa (pulso jugular), congestão hepática, esplênica ou
ambas, efusões (pericárdica, pleural e ascite) e efusão pleural levando a
xi
atelectasia, dispnéia e cianose, edema subcutâneo. (BONAGURA & RUSH, 1998;
CAMACHO, 2003).
2.5 MECANISMOS COMPENSATÓRIOS DA INSUFICIÊNCIA
CARDÍACA
Quando ocorre alguma alteração no sistema de funcionamento cardíaco,
produzindo a diminuição na quantidade de sangue que é impulsionada por
unidade de tempo, chamada de débito cardíaco (DC), nesse momento ocorre a
ativação dos mecanismos compensatórios, na intenção de manter o
bombeamento de sangue adequado. Quando isso não é mais compensado,
haverá então o quadro de Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC). Essa ICC
levará uma redução na quantidade e qualidade de vida desse cão (CAMACHO,
2003; DE MORAIS, 2004).
Estes mecanismos compensatórios são representados pela ativação do
tônus simpático pelos pré-receptores (noradrenalina que aumenta a freqüência
cardíaca), renina-angiotensina-aldosterona pela retenção renal de sódio e água e
a produção do fator natriurético atrial pelo próprio coração (que elimina sódio e
água). Sendo que este último mecanismo pode ser o futuro para o diagnóstico da
função cardíaca pois, quando aumentado, indica que os átrios estiraram muito,
sendo pior o quadro (BONAGURA & RUSH, 1998; NELSON & COUTO, 2001; DE
MORAES, 2004).
xii
DC
Perfusão
Renal
SRAA
Liberação
Renina
Formação
de AI - AII
FIGURA 1 – FISIOLOGIA DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA
FONTE: CAMACHO (2004)
CARDIOPATIA
Evolução da Cardiopatia Ativação do S.N.
simpático
Hormônio antidiurético
PA
RP ou Pós-carga
Aldosterona retém
Sódio e água
Volemia
ou
Pré-carga
Contratibilidade (Frank-Starling)
Congestão e Edema Pulmonar (ICCE)
Efusões (ICCD)
Utilização excessiva dos mecanismos compensatórios
Estimula a liberação de aldosterona
xiii
2.6 CAUSAS MAIS COMUNS DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA EM CÃES
2.6.1. Endocardiose de Mitral
Também conhecida como degeneração valvar mixomatosa ou
insuficiência valvar mitral crônica (DAS & TASHJIAN, 1965; WHITNEY, 1974;
BUCHANAN, 1977).
É um processo degenerativo valvar principalmente de mitral (62%) ou de
tricúspide (33%) (ATKINS, 1995; e O’GRADY, 1995).
Sendo de origem desconhecida e que leva à insuficiência valvar e
conseqüente processo de ICC, principalmente em cães velhos (em torno dos dez
anos) (BUCHANAN, 1977; CAMACHO, 2004).
A ocorrência desta doença adquirida é de 5% para cães com até um ano
de idade e de 75% para cães com idade superior a doze anos. Afetando mais os
cães machos e velhos, de raças de pequeno porte e miniatura como o Poodle Toy
e miniatura, Shinauzer miniatura, Chihuahua, Pinscher, Fox Terrier, Cocker
Spaniel Inglês e Americano e Cavalier King Charles e Wippet. (THRUSFIELD et
al, 1985; HÄGGSTÖN et al, 1992; ATkINS, 1995; PEDERSEN et al, 1996).
Mas alguns autores têm sugerido que a doença pode aparecer por
fatores genéticos, traumatismo torácico, endocardite bacteriana e prolapso valvar
mitral (HÄGGSTÖN et al, 1992; RUBIN, 1992; O’GRADY, 1995; PEDERSEN et al,
1996).
A fisiopatologia da doença ocorre por degeneração dos folhetos e depois
substituição por tecido fibroso, sendo de forma lenta a partir da meia idade e
muitas vezes começam sem sinais clínicos, devido aos mecanismos
compensatórios. Somente com o avançar da idade e progressão da degeneração
valvar é que o sopro torna-se evidente e desenvolve a ICCE (HAMLIN, 1968;
THRUSFIELD el al, 1985).
Os quadros de Insuficiência Cardíaca (IC) grave com surgimento
repentino, estão relacionados com o desenvolvimento de fibrilação atrial, ruptura
de cordoalha tendinea ou ruptura de átrio esquerdo (THRUSFIELD et al, 1985;
DARKE et al, 1996). A função normal da valva mitral depende da inter-relação
xiv
coordenada das suas estruturas, que são os dois folhetos valvares, o anel, as
cordoalhas tendineas, os dois músculos papilares e as paredes do átrio e
ventrículo esquerdo (ATKINS, 1995; O’GRADY, 1995).
Os sinais clínicos estão ausentes no início, depois passa para uma tosse
noturna e posteriormente constante, intolerância ao exercício, dispnéia,
taquipneia, distensão abdominal, perda de peso e do apetite (ETTINGER, 1992;
RUBIN, 1992; TILLEY & MILLER, 1993; O’GRADY, 1995;).
Outros achados mais severos são: fadiga, cianose, tempo de perfusão
capilar aumentado, pulso femural filiforme e sinais de insuficiência cardíaca
congestiva direita; caso a valva tricúspide esteja envolvida, as lesões pulmonares
progridem até sobrecarregar a função cardíaca do lado direito (ETTINGER, 1992;
RUBIN, 1992).
Episódios de sincope pode estar presentes e associados a taquiarritmia
severa ou mesmo à períodos de tosse aguda, denominados desmaios tussígenos
(ETTINGER, 1992; O’GRADY, 1995).
O diagnóstico é feito pelo exame clínico, histórico, sintomas e pelos
exames como radiografia torácica, ecocardiografia e eletrocardiografia
(BUCHANAN, 1977; ETTINGER, 1992; RUBIN, 1992; ATKINS, 1995; O’GRADY,
1995).
Após o exame clínico geral e cardiovascular onde constatada a presença
de cardiopatia, com o quadro de ICC e edema pulmonar, deverá ser realizado o
exame ecodopplercardiográfico sendo o mais importante para o diagnóstico de
Endocardiose de Valva Mitral (EVM), pois esse exame fornece o pico de
velocidade do fluxo, e, portanto estima a progressão e a severidade da doença
(THOMAS et al, 1993).
QUADRO 1 - SINAIS CLÍNICOS DA ENDOCARDIOSE
Esquerda Direita Geral Tosse Efusão Intolerância ao exercício Dispnéia Ascite Edema Ortopnéia Edema de membros Sonolência, síncope
FONTE: CAMACHO (2004)
xv
A presença de sopro mesosistólico à auscultação na borda esternal
caudal esquerda, constitui o achado mais precoce. Com a evolução da doença,
esse sopro evolui e irradia-se cranial e dorsalmente para o hemitórax direito.
Pode-se auscultar ainda o ritmo de galope, indicando falência miocárdica com a
presença de ICCE (BUCHANAN, 1977; ETTINGER, 1992; ATKINS, 1995;
O’GRADY, 1995).
QUADRO 2 - FASES DA FIBROSE DE MITRAL
Fase Sinais Clínicos Radiografia Eletrocardiograma I Ausência de sopro Normal Normal II Presença de sopro, tosse
após estresse Alargamento atrial e ventrícular esquerdo
Normal ou aumento ventrículo esquerdo
III Sopro, intolerância ao exercício e tosse noturna
Alargamento atrial, ventrículo esquerdo e congestão pulmonar
Aumento do átrio e ventrículo esquerdo
IV Idem à fase III, dispneia e ortopneia
Idem à fase III e edema pulmonar
Idem à fase III, arritmias intensas
FONTE: CAMACHO (2004)
Segundo ETTINGER, 1992; RUBIN, 1992; TILLEY & MILLER, 1993;
O’GRADY, 1995; a tosse pode ser devido ao aumento progressivo do átrio
esquerdo, que se eleva e pressiona o brônquio principal esquerdo (que é uma
estrutura justaposta dorsalmente, irritando sua mucosa e provocando a tosse).
O exame ecodoppercardiográfico será conclusivo para confirmar o seu
diagnóstico, onde observa-se o espessamento acentuado da cúspide septal e
menos da cúspide parietal da válvula mitral, dilatação do anel valvar e aumento
considerável do átrio esquerdo. KIENLE & THOMAS, 1995; e ATKINS, 1995,
consideram esses achados precoces e consistentes dessa alteração.
Após o tratamento prescrito há uma melhora do paciente com posterior
redução da dose da furosemida e as demais prescrições serão mantidas. Exames
trimestrais devem ser realizados para avaliar a evolução da doença e fazer o
acompanhamento da terapia instituída (KEENE & BONAGURA, 1995). Segundo
esses autores, os fármacos usados vão reduzir o tamanho do átrio esquerdo e da
congestão e edema pulmonar e conseqüente redução dos episódios secundários
xvi
e regurgitação de mitral crônica, mantendo apenas o sopro à ausculta do ápice
esquerdo.
A medicação recomendada é enalapril (0,25mg/kg q. 24h), furosemida (2
- 4mg/kg q. 24h) e uma dieta hipossódica. (OPIE, 1995; KEENE & BONAGURA;
1995).
QUADRO 3 - TRATAMENTO DA ENDOCARDIOSE DE MITRAL
(medicações/doses/condutas):
Sinais Clínicos Terapía Sopro (assintomático) Sem terapia e dieta (?) Sopro, tosse noturna, dispnéia moderada
Ferosemida 1 - 2mg/kg, SID Enalapril 0,5mg/kg, SID Dieta hipossódica moderada, repouso
Sopro, dispnéia, tosse freqüente, intolerância ao exercício
Furosemida 1-2mg/kg SID Enalapril 0,5mg/kg SID ou BID
Dieta Na+ Repouso Hidralasina 1-3mg/kg BID Digoxina 0,005mg/kg BID
Sopro, dispnéia severa, sinais de edema pulmonar, intolerância ao exercício
Furosemida 4-8mg/kg IV a cada 2 hs Nitroglicerina Oxigênio Repouso Enalapril 0,5mg/kg BID Dieta Na+ Digoxina Dobutamina 2,5 – 10mg/kg minuto IV
FONTE: CAMACHO (2004)
Como conseqüência da degeneração e dilatação progressivamente do
anel valvar, desenvolver-se o espessamento e o encurtamento ou até mesmo
ruptura da cordoalha tendínea, fibrose dos músculos papilares, dilatação, fibrose
ou ruptura do átrio esquerdo e fibrose, dilatação do ventrículo esquerdo (DAS &
TASHYIAN, 1965; BUCHANAN, 1977; KOGURE, 1980; RUBIN, 1992; ATKINS,
1995; O’GRADY, 1995).
Nos quadros mais severos, observa-se a ruptura do átrio esquerdo
resultando no acúmulo de fluido dentro do saco pericárdico (efusão pericárdica) e
conseqüentemente o tamponamento cardíaco (ATKINS, 1995; O’GRADY, 1995).
xvii
2.6.2. Cardiomiopatia Dilatada Idiopática
É uma doença miocárdica primária caracterizada pela dilatação das
câmeras cardíacas, presença de arritmias, diminuição da contratilidade e
apresentando sinais de ICC. Isto ocorre devido a uma degeneração com a
substituição por tecido fibroso e fazendo o coração perder a capacidade de
contração. (LARSSON et al, 1996).
A etiologia é desconhecida podendo ter predisposição familiar, nutricional
(deficiência de taurina e carnitina), hipotireoidismo, lesão viral ou de caráter
genético nas raças Coocker Spaniel (por um gen autossômico recessivo), com
prognóstico reservado a grave (ATKINS & SNYDER, 1991; KRAMER, 1995).
Acomete cães adultos jovens e principalmente machos de raças de
grande porte e gigantes como Dog Alemão, Doberman, Sheepdog, Fila Brasileiro,
Rottweiler, Boxer e Pastor Alemão. (CAMACHO, 2004).
Os sintomas são fraqueza, letargia, colapso, perda de peso e anorexia,
ICCD e ICCE, dispnéia, intolerância ao exercício, ascite, síncope e morte súbita
(HiILL, 1981; WARE & BONAGURA, 1986; SISSON & THOMAS, 1995).
O diagnóstico é feito pelos sinais clínicos, auscutação (sopro sistólico),
ECG/Holter, radiografia, ECO/Doppler (avalia a função sistólica), achados
laboratoriais (aumento das enzimas). O diagnóstico diferencial deve ser feito com
outras doenças como: regurgitação de mitral e de tricúspide, miocadites, tumores
e efusões pericárdicas. A terapia da insuficiência cardíaca, é feita com os 6D’s
(repouso, dieta hipossódica, diuréticos, inotrópicos, vasodilatadores,
antiarritmicos) (CAMACHO, 2004).
QUADRO 4 – TRATAMENTO DA CARDIOMIOPATIA DILATADA IDIOPÁTICA
Sinais clínicos Medicação Procedimentos Sem ICC Digoxina, iECA Dieta Na+ ICCE discreta/edema pulmonar Furosemida 1-2mg/kg BID
iECA, digoxina Dieta Repouso
ICCE moderada/edema pulmonar
Furosemida 1-4mg/kg BID Digoxina, Nitroglicerina, iECA
Dieta;Repouso Oxigênio
ICCE severa/edema pulmonar
Furosemida 4mg/kg cada 2 horas IV, digoxina, iECA, Nitroglicerina, Dobutamina (PA/ECG)
Dieta Repouso oxigênio
FONTE: CAMACHO (2004)
xviii
2.6.3. Efusão Pericárdica e Tamponamento Cardíaco
É um distúrbio diastólico associado às neoplasias cardíacas, efusão
percárdica idiopática, ruptura atrial, endocardiose crônica, coagulopatias, anemia
e ICC, sendo comum em cães geriátricos. Tem predisposição racial nas raças
Pastor Alemão e Golden Retriever. (CAMACHO, 2004).
Os sinais clínicos são: fraqueza, colapso agudo, anorexia, letargia,
intolerância ao exercício, distensão abdominal e taquipnéia, abafamento de
bulhas cardíacas. Nos casos crônicos começam a ter hepatomegalia, pulso
jugular, dispnéia, taquipnéia, ascite, tempo de preenchimento capilar (TPC)
aumentado. O diagnóstico é feito pelos sinais clínicos, radiografia (observa-se
aumento exagerado da silhueta cardíaca), ECO (visibiliza derrame no saco
pericárdico) e pela pericardiocentese. (REED & CROW, 1998; CAMACHO, 2004).
A medida terapêutica se define na pericardiocentese (cateter nº 14 a 18
no tórax direito no 4º - 6º espaço abaixo da junção costocondral), ECG, citologia
do líquido para cultura e antibiograma. Pode-se usar, também, corticóide via
sistêmica ou intrapericárdica e pericardiectomia nos casos recorrentes ou com
neoplasias (CAMACHO, 2004; MILLER & SISSON, 2004).
2.6.4. Dirofilariose
É uma parasitose cardíaca que afeta os cães. É uma zoonose
emergente, seu agente causador é a Dirofilaria immitis (os vermes adultos vivem
na artéria pulmonar e ventrículo direito). Sua incidência é maior que 45% dos
casos de cardiopatia nas regiões dos EUA, 5% no Canadá, e com alta incidência
no Japão e Austrália, apesar do clima temperado. Ocorrendo mais em cães
machos do que em fêmeas (4:1). Animais de quintal são 4-5 vezes mais
infectados que os que vivem dentro de casa; acomete mais cães de raças de
grande porte e com faixa etária de 3-8 anos. A Dirofilaria immitis é transmitida
pelos mosquitos Culex, Aedis, Anophelis e seu ciclo é de 6-7 meses. (CALVERT,
1998; CAMACHO, 2004).
xix
No início são assintomáticos e depois podem provocar tosse e dispnéia,
com cansaço fácil, ICCD, ascite e hepatoesplenomegalia. As formas clínicas são
cardiopulmonar – síndrome da via cava, manifestação renal/proteinúria, dermatite
parasitária (piogranulomatosa), e a forma oculta. (CAMACHO, 2004).
O diagnóstico é feito pelo exame clínico, radiografia torácica, pesquisa de
microfilárias circulantes, hemograma, bioquímica e testes imunológicos como
Elisa teste, IFI, IFD, imunodifusão, sendo o de maior especificidade o teste de
Elisa para detecção de antígenos, com 94,7 – 99,8%. (DILLON, 2004;
CAMACHO, 2004).
QUADRO 5 - DIFERENCIAÇÃO DAS MICROFILARIAS
Características D. immitis Dipitalomena reconditum
Comprimento > 290um < 275um Diâmetro >6um <6um Comp. (esfregaço) >310um <290um Motilidade lenta rápida Cabeça afilada rombuda Gancho ausente crescente FONTE: CAMACHO (2004)
O tratamento microfilaricida é feito com ditiazanina na dose de 7-
11mg/kg/dia, durante 7-10 dias, depois aumentar a dose para 11-15mg/kg por
mais 7 dias. Ivermectina (50 microgramas/kg), via oral, dose única e fazer o teste
de microfilária. Enquanto o tratamento preventivo nas áreas endêmicas e em
animais que vão à praia, com Cardomec® (ivermectina) na dose de 6
microgramas/kg/mês ou Interceptor® (milbemicina oxima) na dose de
0,5mg/kg/mês (CALVERT, 1998; CAMACHO, 2004).
2.6.5. Neoplasias Cardíacas
São pouco freqüentes, mas as que ocorrem são hemangiossarcomas,
linfossarcomas, adenocarcinomas mamários e melanomas. Os sinais clínicos são
os gerais de insuficiência cardíaca congestiva. O diagnóstico é feito pela
radiografia torácica, ECG, ECO, sendo este último o mais indicado. O tratamento
xx
dependerá do tipo de neoplasia diagnosticada, onde se faz a quimioterapia ou a
cirurgia paliativa (CAMACHO, 2004).
2.6.6. Endocardite bacteriana
Também chamada de endocardite valvar. São patologias provocadas por
uma infecção microbiana na superfície endotelial valvar (CALVERT, 1982;
MUCHA, 2001; POMPEU, 2003).
É pouco freqüente em cães. Sua etiologia ocorre por liberação de
êmbolos bacterianos nos locais de infecção como prostatites, infecção do trato
urinário e dentário, piodermites, pneumonias. Acometendo mais as válvulas mitral
e aórtica. (CAMACHO, 2004).
Os agentes mais freqüentes são os Staphylococos aureus, Streptococos,
Corynebacterium, Pseudomonas e E. coli (MUCHA, 2001; POMPEU, 2003).
Os sinais são inespecíficos, como febre, sopro diastólico, taquipnéia,
mialgia e claudicação alternante (são respostas imunomediadas) e infecções do
trato urinário. Alguns sinais podem variar de acordo com os órgãos acometidos
pelos imunocomplexos circulantes ou pelos êmbolos sépticos (BONAGURA &
SISSON, 1998; CAMACHO, 2004).
Segundo MUCHA, 2001, a incidência em cães ocorre em 0,11 a 0,58%,
revelando maior freqüência em cães de grande porte e machos. As raças mais
afetadas são: o Pastor Alemão, Boxer, Setter Irlandês, Dog Alemão, Rottweiler
(CALVERT, 1982).
O diagnóstico é feito pelos sinais clínicos (febre, sopro, claudicação),
radiografias, ECG, exames laboratoriais, cultura de sangue (tem de 60,85% de
positivo para aeróbica e anaeróbica). O tratamento é feito com o uso de
antibióticos via endovenosa como ampicilina (na dose de 10mg/kg, IV, q 6h) mais
amicacina (na dose de 5mg/kg q 8h) ou ainda, a cefalexina (na dose de 33mg/kg
q 8hs), gentamicina, metronidazol, sendo feito por um período mínimo de 6 – 8
semanas. Devemos sempre fazer o uso de antibióticos como forma preventiva de
infecção, como exemplo nos casos de procedimentos odontológicos, endoscopia,
manipulação genito-urinária e cirurgias gastrintestinais. (BONAGURA & SISSON,
1998; CAMACHO, 2004).
xxi
2.6.7. Estenose da válvula aórtica
São doenças congênitas onde há uma estenose do anel subvalvar
aórtico. São acometidos os cães de raças de grande porte como Terranova,
Boxers, Pastor Alemão, Golden Retriever, Rottweiler e Pointer; sendo a segunda
doença mais freqüente, na qual, os sinais clínicos vão depender da intensidade
da estenose desse anel, geralmente vão apresentar sopro sistólico, pulso femural
normal ou diminuído e síncope. (MILLER & BONAGURA, 1998; CAMACHO,
2004).
O diagnóstico é feito pelos sinais clínicos, ECG (observa-se o aumento
da onda R), radiografia (observa-se dilatação pós-estenótica) e ECO conclui o
diagnóstico (observa-se o refluxo do sangue). Geralmente o tratamento é cirúrgico
(valvuloplastia) ou, ainda, podemos fazer o tratamento médico para ICC com o
uso de ββββ bloqueadores, diuréticos, dieta hiposódica e repouso. Quanto maior a
estenose, pior é o seu prognóstico, diminuindo a sobrevida do animal, mesmo
com o tratamento. (MILLER & BONAGURA, 1998; SISSON & THOMAS et al,
2004).
O diagnóstico diferencial entre estenose valvular aórtica (ocorre
hipertrofia concêntrica com dilatação do AE e conseqüentemente forma trombos),
e hipertensão arterial (ocorre hipertrofia concêntrica sem dilatação AE e não
forma trombos). Geralmente animais com essa doença podem parecer hígidos e
de repente podem entrar em colapso e morrer mesmo sem prática de exercícios.
(CAMACHO, 2004).
2.6.8. Persistência do Ducto Arterioso
É uma doença congênita onde há comunicação entre aorta descendente
e a artéria pulmonar, permitindo o desvio de sangue fetal da artéria pulmonar para
circulação sistêmica. Sendo a doença congênita mais freqüente nas raças de
pequeno porte como: Maltês, Lulu da Pomerânia, Pastor de Shetland, Springer
Spaniel, Poodle, Cocker Spaniel, Collie, Yorkshire, Chihuahua, Bichon-Frisé.
(MILLER & BONAGURA, 1998; CAMACHO, 2004).
Acredita-se essa doença ocorre por extensão da estrutura da parede não
contrátil da aorta para um segmento crescente do ducto arterioso, prejudicando
xxii
progressivamente sua capacidade de fechamento fisiológico. Sendo que esse
desvio de sangue da aorta para a artéria pulmonar resulta em sopro cardíaco
contínuo e com aumento de volume desses dois vasos. Na maioria dos cães são
assintomáticos e depois podem manifestar sinais clínicos como taquipnéia e
perda do peso, devido à ICCE, sopro contínuo e que é mais audível no foco
pulmonar. (SISSON & THOMAS, et al, 2004).
O diagnóstico é feito pelos sinais clínicos, radiografia torácica (onde
verifica-se uma cardiomegalia e a hipervascularidade pulmonar com aumento
atrial e ventrícular esquerdo) sendo que o achado mais específico é o
abaulamento aórtico na base do ducto. A forma mais sensível de mostrar esse
desvio é por meio de ecocardiografia contrastada. Podendo ter DAP associado
com a hipertensão pulmonar, sendo considerado um DAP invertido, ou seja, da
direita para a esquerda, fazendo com isso diminuir o tempo de vida do cão.
(CAMACHO, 2004).
Os cães têm a musculatura lisa na parede do ducto, por isso não sofrem
ação dos inibidores das prostaglandinas como nos seres humanos. Em relação ao
tratamento, ele é cirúrgico, dependendo da idade e da gravidade da
cardiomegalia, após esse procedimento o animal torna-se clinicamente normal,
persistindo apenas um sopro sistólico. O clínico deve ter um conhecimento da
base genética da cardiopatia congênita e com isso, deve orientar adequadamente
os criadores. Animais jovens com ducto arterioso persistente, podem parecer
normais até que o edema pulmonar se torne um risco de vida e causa a dispnéia
aguda e morte do animal. (CAMACHO, 2004).
Quando se detecta o sopro, inicialmente deve-se diferenciar se ele é
patológico (som mais alto) ou se é inocente (som mais baixo). (THOMAS, 1993;
SISSON, 1995; BONAGURA, 1997).
2.6.9. Estenose da valva pulmonar
É uma doença congênita valvar ou subvalvar, que acomete os cães da
raça Bulldog Inglês, Beagle, Salmoieda, Shnauzer, Chow-Chow e Terriers
(CAMACHO, 2004; SISSON & THOMAS, 2004).
xxiii
Os sinais clínicos são sopro sistólico, pulso arterial normal ou diminuído,
síncope devido à hipoperfusão, ICCD. O diagnóstico baseia-se nos sinais clínicos,
radiografia (observa-se aumento da artéria pulmonar), ECG (observa-se onda Q
ou S profunda ou R ), e no ECO/Doppler (observa-se o refluxo de sangue) dando
o diagnóstico definitivo da estenose da valva pulmonar. O tratamento
medicamentoso é feito com diuréticos (furosemida) e vasodilatadores (inibidores
da ECA), enquanto o cirúrgico é a valvuloplastia. (MILLER & BONAGURA, 1998;
CAMACHO, 2004).
2.7 DIAGNÓSTICO DE ICC
Os exames hematológicos são importantes para avaliar outras funções
orgânicas do paciente cardiopata. Sendo de rotina o hemograma, a uranálise e o
perfil bioquímico. São freqüentes achados como azotemia pré-renal, aumento
moderado das enzimas hepáticas e hipoproteinemia discreta, hiponatremia,
hipocalemia e o teste de detecção de filárias principalmente de animais de áreas
endêmicas. Enquanto os achados radiográficos vão avaliar o tamanho do coração
na cardiomegalia, congestão venosa pulmonar, edema pulmonar, efusão pleural e
compressão do brônquio principal esquerdo além de diferenciar as doenças
cardíacas das doenças respiratórias crônicas como: cor pulmonale, pneumonia,
neoplasias e anemias intensas que levam à taquipnéia. (CAMACHO, 2003).
Autores como BUCHANAN & BÜCHELER (1995) propuseram um
sistema de mensuração denominado “Vertebral Heart Size” (VHS), que compara
o comprimento do eixo longo e do eixo curto do coração, com o número de
vértebras torácicas correspondentes, iniciando a partir de T4 e estimando-se o
valor desses eixos numa escala vertebral. BUCHANAN & BUCHELER (1995)
determinaram projeções menores ou iguais a 10,5 vértebras em 98% das
radiografias dos cães estudados, sendo considerado valor limite (superior) para a
silhueta cardíaca, isto para a maioria das raças caninas. Embora esse método
seja de fácil aplicação, há algumas desvantagens, como a grande variação de
conformação torácica entre as diferentes raças, uso de apenas uma projeção
radiográfica, radiografias obtidas em diferentes ciclos respiratórios (expiração e
xxiv
inspiração), variação do eixo do coração, mudança na forma da caixa torácica,
alteração intra ou extra torácicas que levam as mudanças nas proporções
cardiotorácicas. Apesar destes aspectos, o método ainda é considerado válido
para ser utilizado por profissionais inexperientes. (TOOMBS & OGBRUM, 1985;
BUCHANAN & BUCHELER, 1995).
FIGURA 2 – MÉTODO DE MENSURAÇÃO DO VHS
FONTE: BUCHANAN & BÜCHELER (1995)
Nos achados eletrocardiográficos as alterações mais comuns são: o
aumento da altura e largura das ondas P e complexo QRS e, às vezes, a
supressão de milivoltagem de QRS, que indica a presença de efusão pericárdica
e arritmias cardíacas. No ecocardiograma verifica-se a presença do
espessamento das válvulas, dilatação das câmaras cardíacas e aumento da
contratilidade ventricular esquerda, indicando endocardiose de mitral. Enquanto
na cardiomiopatia dilatada, ocorre dilatação das câmaras cardíacas, com redução
da contratilidade miocárdica. (CAMACHO, 2003).
xxv
2.8 TRATAMENTO
2.8.1. Diuréticos
Essas substâncias reduzem a retenção de sódio nos pacientes com ICC,
inibindo a reabsorção do sódio e cloro em locais específicos dos túbulos renais.
Com isso, aumenta-se o volume urinário e diminui-se a pressão sanguínea, a
congestão venosa e a sobrecarga de volume que a parede é submetida,
diminuindo a pré-carga. Como são drogas que ativam o sistema renina-
angiotensina, essas favorecem para a progressão da doença e por isso devem
ser usadas em combinação com os inibidores da ECA, onde vão reduzir o risco
de deterioração clínica do paciente. Esses diuréticos de alça podem ser
associados às tiazidas e aos poupadores de potássio, onde excreta mais sódio e
retém potássio (DE MORAIS, 1996; CAMACHO, 2003; KITTLESON, 2004).
Sendo os diuréticos de alça os mais potentes, que produzem excreção de
20 – 25% do sódio filtrado pelos rins. São fármacos usados para o edema
pulmonar, ascite, ou quando se quer diminuir a pré-carga cardíaca. Dentre os
diuréticos de alça temos a furosemida, bumetanida, ácido etacrínico e a
piretanida. Como efeitos tóxicos esses diuréticos podem provocar hipocalemia
principalmente, alcalose metabólica, azotemia pré-renal, hiperglicemia, distúrbios
na audição e discrasias sanguineas. A furosemida é o diurético mais utilizado na
medicina veterinária nos casos de congestão e edema pulmonar (sendo os de
primeira escolha). (CAMACHO, 2003).
A dose de furosemida é de 2 - 4mg/kg, 2 ou 3 vezes ao dia. Sua ação IV
inicia-se em 5 minutos e o pico de ação ocorre em 60 minutos (CAMACHO, 2003;
KITTLESON, 2004).
A bumetanida é um diurético de alça semelhante à furosemida, tendo
como vantagem por ter maior potência farmacológica em relação à furosemida e
por ter a administração uma vez ao dia, respeitando mais o horário noturno do
paciente (KITTLESON, 2004).
Temos ainda os diuréticos que atuam nos túbulos renais que são as
tiazidas, representadas pela hidroclortiazida na dose de 20 – 40mg/kg q 12h por
via oral e clortiazida na dose de 2 – 4mg/kg q 12 h por via oral. Sendo os
xxvi
diuréticos de segunda escolha. São usados para edema e ascite refratária, não
devem ser usados para animais com taxa de filtração glomerular baixa e não são
dose dependentes (CAMACHO, 2003; KITTLESON, 2004).
Os diuréticos “poupadores de potássio” são representados pela
espironolactona (aldoctone) que são os de terceira escolha, são usados na dose
de 0,25mg/kg a cada 24h, PO. Seus efeitos colaterais são hipercalemia e podem
demorar de 2 – 3 dias para ser eliminada. Tem ação cardioprotetora na fase inicial
da doença. Nos casos crônicos e refratários de edema pulmonar e ascite, pode
associar os três diuréticos para fazer o bloqueio seqüencial do nefron. Sendo que
quando usado o diurético, deve-se fazer até que tenha melhora, depois seu uso
deve ser espaçado até ser interrompido, pois essas drogas levam à falência renal
com o uso prolongado. (DE MORAIS, 1996; CAMACHO, 2003).
2.8.2. Vasodilatadores
São fármacos usados para melhorar o débito cardíaco e diminuir a pré-
carga e reduzir o edema pulmonar e o volume de derrame de fluidos e efusões
nos pacientes cardiopatas. Sendo que os vasodilatadores classificam-se de
acordo com o local de ação, onde dilatam seletivamente as artérias e as veias, ou
dois tipos de vasos. Os vasodilatadores arteriais são representados pela
hidralazina (apresoline), o diazóxido e o minoxidilo. Sendo a hidralazina o fármaco
mais utilizado deste grupo, tendo efeito relaxante na musculatura lisa das artérias
periféricas, usados na hipertensão arterial. (CAMACHO, 2003).
A hidralazina é usada na dose de 1 – 3mg/kg, q 12h por PO. Seu efeito
adverso é a hipotensão, taquicardia-reflexa e ativa o sistema renina-angiotensina
(retém sódio e água) por isso deve ser usado com a furosemida (elimina água e
sódio). A sua utilização deve ser estritamente vigiada, pois as doses terapêuticas
estão muito próximas das doses tóxicas, começando sempre com as doses mais
baixas, recomenda-se então a internação nos primeiros dias de tratamento (DE
MORAIS, 1996; CAMACHO, 2003; KITTLESON, 2004).
Enquanto os vasodilatadores venosos são os nitratos e nitritos e a
nitroglicerina. Este último é o mais usado na forma de gel, na dose de 0,8 – 5cm q
xxvii
6 – 8h e na forma de disco, na dose de 1 – 3 discos = 10mg/dia – q 12h, no
máximo por dois dias. Sempre quando se usa o produto, deve-se massagear com
o uso de uma luva, passando sobre a pele tricotomizada e enfaixar o local para o
cão não lamber. São usados nos casos de emergência e edema pulmonar. Seu
efeito colateral é hipotensão. Temos outro produto com o nome de iossorbide que
é pouco usado nos cães, ou ainda, o nitroprussiato que são usados para as crises
hipertensivas graves (NELSON & COUTO, 2001; CAMACHO, 2003).
Quanto aos vasodilatadores mistos temos os bloqueadores adrenérgicos,
inibidores da enzima conversora da angiotensina (iECA), os bloqueadores dos
canais de cálcio, e, também, os análogos sintéticos da dopamina. Os alfas-
bloqueadores bloqueiam seletivamente os receptores αααα1 - adrenérgicos pós-
sinápticos que medeiam a vasoconstrição das paredes arteriais e venosas,
levando a taquicardia reflexa. Temos como exemplo o prazosin que é pouco
usado na veterinária, e ainda, o dosiazosin e o terazosin. Os bloqueadores alfa e
beta produzem bloqueio β - adrenérgico não seletivo e bloqueio αααα - adrenérgico
seletivo do tipo um, sendo seu representante o labetalol, com pouco uso na
veterinária de pequenos animais. Os β – bloqueadores não são usados como
vasodilatadores diretos, mas sim como anti-arrítmicos, tendo efeito inotrópico e
cronotrópico negativo. (CAMACHO, 2003; KITTLESON, 2004).
Temos os β - bloqueadores como o propralonol, que tem ação β-1 e β-2,
agindo na estimulação do tecido pancreático, por isso não deve ser usado na
diabetes mellitus, e nem nas doenças respiratórias, devido a sua ação bronco-
constritora. Outros exemplos de β - bloqueadores são: atenolol que são seletivos
dos receptores β-1, e que tem ação no tecido cardíaco, por essa especificidade
tem menores efeitos colaterais. (CAMACHO, 2003).
Os inibidores da enzima conversora da angiotensina (iECA) são fármacos
inibidores da enzima da conversão da angiotensina II e que também causam
vasodilatação arterial e venosa, sendo mistos e não sendo tão potentes quanto os
vasodilatadores arteriais. (CAMACHO, 2003; KITTLESON, 2004).
Seu representante é o captopril, usado na dose de 0,5 – 2mg/kg q. 8h;
este foi o primeiro medicamento usado, mas hoje não se usa mais devido aos
xxviii
efeitos colaterais, como: perda de apetite, distúrbios gastrintestinais. É
administrado três vezes ao dia, sendo substituído pelo enalapril que tem sido
estudado para cães na clínica de pequenos animais. Esse quando usado na fase
inicial da insuficiência cardíaca, diminui a progressão da doença e são os
vasodilatadores mais usados, porque apresentam os menores efeitos colaterais.
Esses efeitos são: a hipotensão que é pouco freqüente; hipercalemia; e
insuficiência renal. Nesse caso a hipotensão pode ser eliminada com a
administração de doses crescentes até conseguir o seu efeito clínico desejado. A
dose do maleato de enalapril é de 0,25 – 0,5mg/kg q. 12 – 24h. Por ter excreção
renal não são usados em cães com insuficiência renal. Os pacientes que recebem
o diurético, devem receber junto um inibidor da ECA associado. (DE MORAIS,
1996; NELSON & COUTO, 2001; KITTLESON, 2004).
Outra droga usada é o benazepril (Fortekor®), sendo de excreção renal e
hepática, podendo ser usada em cães com insuficiência renal. A dose é de
0,5mg/kg, uma vez ao dia. Os bloqueadores dos canais de cálcio são
vasodilatadores da musculatura lisa, onde bloqueiam a entrada de cálcio nas
células, através dos canais lentos agindo, também, como anti-arrítmicos. Temos
representantes como o verapamil e o diltiazem. Este último tem a vantagem de
não possuir os efeitos indesejáveis de diminuir a força de contração feita pelo
verapamil. Além disso, o diltiazem é usado para o tratamento de eleição nos
casos de alterações cardíacas onde a freqüência cardíaca está acima dos limites
normais e a força de contração é normal e não há sinais de ICC descompensada.
(CAMACHO, 2003; KITTLESON, 2004).
Os análogos sintéticos da dopamina são drogas como nova opção
terapêutica nos casos de ICC do cão, onde eventualmente poderia substituir os
inibidores da ECA, nos casos onde estejam ocasionando efeitos secundários
indesejáveis. A ibopamina cuja fórmula química é N-metildopamina, 3-diisobutiril
éster, é um análogo sintético da dopamina, em que é inativada quando
administrada via oral, por isso só deve ter uso intravenoso por infusão contínua
lenta. Sua ação vasodilatadora está associada à estimulação dos receptores
dopaminérgicos como os β - adrenérgicos. A diferença entre a dopamina é que
ela aumenta a noradrenalina plasmática e a ibopamina vai diminuir essa
xxix
noradrenalina. Estudos feitos em cães com dopamina sob anestesia IV confirmam
que ela aumenta a FC, enquanto a ibopamina não altera esse parâmetro. Apesar
do estudo ainda pequeno, acreditamos que ela possa vir a ocupar um lugar na
medicina veterinária. (NELSON & COUTO, 2001; CAMACHO, 2003; KITTLESON,
2004).
Podendo concluir que existem vários mecanismos que podem ser
modificados pela utilização da ibopamina e que tais mecanismos não estão
ativados do mesmo modo e com a mesma intensidade em todos os pacientes
com ICC e que, portanto, nem todos os pacientes que receberam ibopamina
serão beneficiados com a mesma intensidade pelo efeito natriurético intrínseco,
mediado pela aldosterona induzida pelo medicamento. A dose é de 1,2 –
2,4mg/kg, cada 8 – 12 h, contudo, ela não produz arritmias (por não ter ação
inotrópica positiva nas doses recomendadas) por isso é considerado um fármaco
seguro. (CAMACHO, 2003).
2.8.3. Digitálicos
São drogas que aumentam o inotropismo, sendo considerados fracos, e
de uso oral e também anti-arrítmicos. A dose usada para cães com peso acima de
20kg (0,22mg/m2 q. 12 h.) e para cães com peso abaixo de 20kg (0,011mg/kg q.
12 h.). Cães intoxicados com a droga, devem interromper o seu uso pelo período
de 48hs e recomeçar com a metade da dose. A concentração sérica ideal da
digoxina é de 1 – 2ng/ml. Sua excreção é renal. Quando houver problema
hepático, não usar a digitoxina, pois tem eliminação hepática. (DE MORAIS, 1996;
NELSON & COUTO, 2001; CAMACHO, 2003; KITTLESON, 2004).
2.8.4. Dieta (restrição de sódio) e Repouso (restrição de exercícios)
Na dieta comercial, temos como exemplo a ração purina CNM-CV; ração
Hills h/d; e, ração Royal Canin-Heart. Para alimentação caseira podemos utilizar
arroz; carne moída magra; legumes; óleo vegetal; fosfato dicálcio; suplemento
mineral e vitamínico sem sódio (Nutracor®). Devendo ser evitados os alimentos:
carnes preservadas; fígado; rim; queijos; manteiga; margarina; vegetais
xxx
enlatados. Alimentos enlatados com pouco sal, podem ser usados. (DE MORAIS,
1996; NELSON & COUTO, 2001; CAMACHO, 2004).
xxxi
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A insuficiência cardíaca em cães é uma síndrome que está associada a
várias doenças cardíacas, como já vimos anteriormente. Dessa forma já temos
em mente como devemos proceder diante de cada uma delas, de forma a não
deixarmos os problemas se agravarem sem serem diagnosticados precocemente.
Com a evolução e o dinamismo da medicina veterinária, novos e
poderosos medicamentos surgiram, bem como exames complementares mais
sofisticados, proporcionando ao profissional alcançar um diagnóstico mais
precoce e com isto instituir uma terapia mais apropriada e com resultados mais
positivos, melhorando assim a qualidade de vida e prolongando a sobrevida do
paciente.
xxxii
4. REFERÊNCIAS
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