Integração de ações para o manejo da dor oncológica

CUIDADOS FARMACÊUTICOS

Maria Fernanda BarbosaInstituto Nacional de Câncer Área de Farmácia HC III/IV

75% da população Mundial não tem acesso

adequado a medicamentoscontrolados para alívio da dor.

75% da população Mundial não tem acesso

adequado a medicamentoscontrolados para alívio da dor.

18 Milhões de pessoas morrema cada ano com dores, que poderiam

ser evitadas.

18 Milhões de pessoas morrema cada ano com dores, que poderiam

ser evitadas.

Legislações restritivas, má formação profissional e barreiras econômicas impedem o acesso ao alívio da dor.

Legislações restritivas, má formação profissional e barreiras econômicas impedem o acesso ao alívio da dor.

World Hospice & Palliative Care Day Report 2016 - Living and Dying in Pain: It doesn’t have to happen

Estudo de caso : Sudão“Vimos uma paciente de 38 anos que se encontrava recostada na cama, porque não podia se deitar. Ela sentia tanta dor,

que mal conseguia respirar. Sua irmã observava seu sofrimento, com lágrimas nos olhos. A paciente apresentava uma ulceração da mama que se estendia por toda a sua parede torácica, suas pernas estavam

inchadas e seu braço apresentava grosseiro linfedema, que a impedia de levantá-lo.Isso foi o maior sofrimento que pude presenciar em toda a vida... Ela mal conseguia respirar, gemer ou chorar e seu

dentes estavam cerrados o tempo todo. Na verdade, um dos nossos médicos residentes saiu da sala chorando também.Meu primeiro impulso foi ir até a farmácia, localizada na outra extremidade do hospital. Um farmacêutico residente me

acompanhou, foram 12 minutos a pé.Chegando lá, solicitamos à funcionária dez ampolas de morfina. A senhora reagiu: "Você é louco! Isso é tudo que tenho

para o plantão noturno e pode ser necessário na cirurgia ou na internação."Após longa conversa com ela e chamadas telefônicas com o farmacêutico responsável, ao final conseguimos 4 ampolas

de morfina 15 mg - o suficiente para a nossa paciente durante 24 horas.Nós então diluimos a morfina em água engarrafada e a orientamos a preparar uma solução até que a administração do

hospital recebesse a morfina em solução ou em comprimidos.Me pergunto: - Como dificultar o acesso a medicamentos tão importantes para pacientes em tamanho sofrimento pode

ter relação com menos dependência de drogas, redução do tráfico ou crime? Eu francamente não vejo onde estas duas linhas se encontram.

A dor desta paciente foi amenizada em cerca de 40 minutos. Foi muito bom encontrá-la dormindo quando voltamos”.- Dr Nahla Gafer, Radiação e Isotope Clinic, Khartoum

“Vimos uma paciente de 38 anos que se encontrava recostada na cama, porque não podia se deitar. Ela sentia tanta dor, que mal conseguia respirar. Sua irmã observava seu sofrimento, com lágrimas nos olhos.

A paciente apresentava uma ulceração da mama que se estendia por toda a sua parede torácica, suas pernas estavam inchadas e seu braço apresentava grosseiro linfedema, que a impedia de levantá-lo.

Isso foi o maior sofrimento que pude presenciar em toda a vida... Ela mal conseguia respirar, gemer ou chorar e seu dentes estavam cerrados o tempo todo. Na verdade, um dos nossos médicos residentes saiu da sala chorando também.

Meu primeiro impulso foi ir até a farmácia, localizada na outra extremidade do hospital. Um farmacêutico residente me acompanhou, foram 12 minutos a pé.

Chegando lá, solicitamos à funcionária dez ampolas de morfina. A senhora reagiu: "Você é louco! Isso é tudo que tenho para o plantão noturno e pode ser necessário na cirurgia ou na internação."

Após longa conversa com ela e chamadas telefônicas com o farmacêutico responsável, ao final conseguimos 4 ampolas de morfina 15 mg - o suficiente para a nossa paciente durante 24 horas.

Nós então diluimos a morfina em água engarrafada e a orientamos a preparar uma solução até que a administração do hospital recebesse a morfina em solução ou em comprimidos.

Me pergunto: - Como dificultar o acesso a medicamentos tão importantes para pacientes em tamanho sofrimento pode ter relação com menos dependência de drogas, redução do tráfico ou crime? Eu francamente não vejo onde estas duas linhas se encontram.

A dor desta paciente foi amenizada em cerca de 40 minutos. Foi muito bom encontrá-la dormindo quando voltamos”.- Dr Nahla Gafer, Radiação e Isotope Clinic, Khartoum

World Hospice & Palliative Care Day Report 2016 - Living and Dying in Pain: It doesn’t have to happen

Opiofobia• O medo da utilização de opióides é

frequente em todo o mundo, entre médicos, enfermeiros , farmacêuticos e entre a população como um todo.

• O estudo da dor é precário na formação.

• “Quem toma morfina morre!”

• “Quando chega na morfina é o fim!”World Hospice & Palliative Care Day Report 2016 - Living and Dying in Pain: It doesn’t have to happenPosição da Sociedade Brasileira para Estudos da Dor sobre o Cenário Brasileiro De Consumo De Opioides – Caso do Cantor Prince – www.sbed.org.br – junho/2016Barbosa, MF, Pacientes sob cuidados paliativos oncológicos e utilização de medicamentos: perfil e satisfação,2011.

Cuidado Farmacêutico“O processo do cuidado farmacêutico

obedece a uma sequência de passos

conhecida como método clínico. O

método clinico envolve a coleta de

dados, a identificação de problemas, a

implantação de um plano de cuidado e

o seguimento do paciente.”

A prática farmacêutica na farmácia comunitária, 2013, Artmed

“O processo do cuidado farmacêutico

obedece a uma sequência de passos

conhecida como método clínico. O

método clinico envolve a coleta de

dados, a identificação de problemas, a

implantação de um plano de cuidado e

o seguimento do paciente.”

A prática farmacêutica na farmácia comunitária, 2013, Artmed

Paciente

Conhecimento

Equipe

Cuidado Farmacêutico• Educação de profissionais, pacientes e

cuidadores;• Monitorização de efeitos adversos dos

medicamentos usados no tratamento da dor;• Otimização de regimes terapêuticos;• Reconciliação medicamentosa;• Adesão;• Registro do histórico de uso de

medicamentos.Frequency and Predictors of Patient Deviation From Prescribed Opioids and Barriers to Opioid Pain Management in Patients With Advanced Cancer, Journal of Pain and Symptom Management, Vol. 45 No. 3 March 2013The contribution of the clinical pharmacist to palliative medicine - Oxford Textbook of Palliative Medicine, 3o.edição

Qual é o perfil epidemiológico do meu paciente?

• Medir as divergências na utilização de opióides• Seguimento de 198 pacientes• Metodologia: entrevistas, questionários validados (Morisk

modificado, BQ-II, CAGE), verificação da prescrição – dose equivalente de morfina

Resultado: ótima adesão, poucas barreiras à utilizaçãoResultado: ótima adesão, poucas barreiras à utilização

Esses dados não são compatíveis com a literatura!!!

“ Isso pode ser explicado pela educação sobre opióides ofertada ao paciente pela equipe interdisciplinar na clinica de suporte oncológico. Nosso resultados confirmam nossa expectativa de que pacientes com alto nível de conhecimento e motivação têm menos barreiras...”

“ Isso pode ser explicado pela educação sobre opióides ofertada ao paciente pela equipe interdisciplinar na clinica de suporte oncológico. Nosso resultados confirmam nossa expectativa de que pacientes com alto nível de conhecimento e motivação têm menos barreiras...”

Journal of Pain and Symptom Management, Vol. 45 No. 3 March 2013

Vias de administração

Intervir para a correção de qualquer erro de medicação

LaxanteLaxante

InteraçõesInterações

RAMRAM

Rotação de Opióides

Rotação de Opióides

Estabelecer o vinculo e identificar as necessidades

Estabelecer o vinculo e identificar as necessidades

“Ao cuidar de você no momento final da vida, quero que você sinta que me importo pelo fato de você ser você, que me importo até o último momento de sua vida e, faremos tudo que estiver ao nosso alcance, não somente para ajudá-lo a morrer em paz, mas também para você viver até o dia de sua morte.”

Cicely Saunders

OBRIGADA!!

mbarbosa@inca.gov.br