Introdução à psicologia aplicada ao cuidado

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AULA 1 INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA APLICADA AO CUIDADO Prof. Ms. Felipe Saraiva Nunes de Pinho www.felipepinho.com

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AULA 1 INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA

APLICADA AO CUIDADO

Prof. Ms. Felipe Saraiva Nunes de Pinhowww.felipepinho.com

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

UNIDADE I: • IDENTIFICAÇÃO DOS ASPECTOS PSICOLÓGICOS E AFETIVOS RELACIONADOS AO PACIENTE E

FAMÍLIA NOS CUIDADOS EM SAÚDE, • SOFRIMENTO PSÍQUICO E ASPECTOS PSICOLÓGICOS ASSOCIADOS AO PROCESSO DE ADOECER,

DOR, MORTE E PERDAS (PERDA DA SAÚDE E OUTROS LUTOS). • DISCUSSÃO DOS ASPECTOS PSICOLÓGICOS NA RELAÇÃO DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM

COM O PACIENTE, COM A FAMÍLIA DO PACIENTE E COM A EQUIPE MULTI E INTERDISCIPLINAR DE SAÚDE, NOS VÁRIOS CONTEXTOS DE CUIDADOS (DOMICILIAR, AMBULATORIAL, HOSPITALAR) DAS ORGANOPATOLOGIAS E PSICOPATOLOGIAS.

UNIDADE II: • CARACTERIZAÇÃO DOS ASPECTOS PSICOLÓGICOS CONDICIONANTES DE UM ATENDIMENTO

HUMANIZADO AO PACIENTE E SUA FAMÍLIA. • CONTRIBUIÇÕES DA ANTROPOLOGIA MÉDICA NA DISCUSSÃO DOS ASPECTOS CULTURAIS E

SOCIAIS RELACIONADOS AO PROCESSO DE ADOECER; • RELAÇÃO DO ENFERMEIRO E DEMAIS PROFISSIONAIS DE SAÚDE COM O PACIENTE E FAMÍLIA;

• HUMANIZAÇÃO E CUIDADOS PALIATIVOS. • DISCUSSÃO DA IMPORTÂNCIA DO CUIDADO COM O CUIDADOR.

O diagnóstico da OMS

• As principais causas de morte nos países desenvolvidos estão relacionadas às enfermidades cardíacas, diabetes, acidentes vasculares cerebrais e câncer ;

• Prevê-se que em 2030, as doenças não transmissíveis sejam responsáveis por 75% das mortes, entre elas câncer, que aumentará de 7,4 milhões de óbitos em 2004 para 11,8 milhões em 2030;

• Essas enfermidades estão relacionadas com o estilo de vida, com nossos hábitos e comportamentos, ou seja, nossos hábitos alimentares, fumo, ingestão de bebidas alcoólicas, sedentarismo, estresse, alienação social etc.

• Modelo Biomédico: Estruturando durante o século XIX; Influenciado pelo Paradigma Newtoniano-

cartesiano. É reducionista: reduz o processo saúde-doença

apenas aos aspectos e variáveis biológicas e somáticas.

Considera que toda doença é causada por um patógeno.

Mudança de Paradigma nas Ciências da Saúde

• O modelo biomédico é o modelo vigente da atuação na saúde e é regido por variáveis biológicas que analisam o corpo como uma máquina, através da relação causa-efeito, minimizando aspectos sociais, psicológicos e as dimensões humanas da doença. É caracterizado por diagnósticos que determinam o modo de tratamento, monopolizado pelo médico, no qual se privilegia a doença e não o doente. (ESCOLA BAHIANA DE MEDICINA E SAÚDE PÚBLICA. Paula Carolina Salles Leite. Número 75).

Mudança de Paradigma nas Ciências da Saúde

Mudança de Paradigma nas Ciências da Saúde

• A crítica ao modelo Biomédico.• As enfermidades como multicausais.• A identificação dos múltiplos fatores que estão

relacionados ao processo saúde-doença.• A atitude multidisciplinar, interdisciplinar e

transdisciplinar em saúde.• A perspectiva biopsicossocial – ecológica e

espiritual do ser humano.

Criticas e Alternativas ao Modelo Biomédico

• Modelo Biopsicossocial – espiritual e ecológico.• Saúde Coletiva: enfatiza aspectos socioculturais e

ambientais, como Política, Economia, Cultura.• Psicossomática: enfatiza os aspectos psicológicos

e inconscientes no surgimento das doenças.• Psiconeuroimunologia: defende a interação

entre comportamento e os sistemas nervoso, endócrino e imunológico no processo saúde-doença.

A Psicologia:O estudo do ser humano por trás da enfermidade

Subjetividade é o conjunto de característica de um sujeito, aquilo que é pessoal, individual e singular. É nossa vida interior.

"É o mundo de ideias, significados e emoções construídos internamente pelo sujeito a partir de suas relações sociais, de sua experiência e história de vida, e de sua constituição biológica”. (BOCK, 2002)

A Psicologia e o estudo da subjetividade

O Imaginário e o Adoecer

• A Psicologia busca compreender:Os fatores subjetivos que estão

relacionados à enfermidade (ao adoecer) e ao sofrimento decorrente.

A vivência do real e o imaginário da pessoa.

Como a doença afeta o imaginário e o significado existencial da pessoa e a percepção que tem de si mesma.

O adoecer nos revela• O extremo desamparo que é o destino humano.• A fragilidade da condição humana.• Sofrimento físico e sofrimento psicológico. A

doença é muito maior que os sintomas físicos.• A hospitalização obriga a pessoa a repensar a

sua realidade existencial.

NECESSIDADES(fisiológicas)

DEMANDAS(psicológicas)x

O hospital e a coisificação do cuidado

• Predomínio de intervenções técnicas, mecânicas e coisificadoras do ser humano.

• Não há espaço para as demandas subjetivas.• Ênfase no utilitarismo financeiro, no

pragmatismo do cuidado.• Rotinas e procedimentos robóticos.• “Paciente” como passivo.

Enfermidade e Subjetividade

• Toda enfermidade é sempre: Resignificada pela própria pessoa. Uma experiência (vivência) individual.

• O que significa adoecer? Perder a fluidez e a rotina cotidiana. Deixar de ser um pessoa produtiva e útil.

• Toda doença é única e vivenciada de forma única pela pessoa.

• “Negar a dor do outro é negar a sua própria realidade”.

Mente + Corpo• O modelo Biomédico enfatiza apenas as dimensões e variáveis

biológicas.• Contra esse modelo alguns teóricos, inspirados pelas teorias

psicanalíticas e da psicossomática, propuseram que toda doença é fruto de um processo de somatização (conversão do conflito interpsíquico em sintoma físico pela descarga da energia psíquica, a Libido, no corpo).

• Essa perspectiva algumas vezes denominada de psicologismo é outra forma extrema e unicausal de compreender o processo saúde-doença.

• Por isso é importante compreender que toda doença é pluricausal.

A identidade e a doença• Representação que temos de nós mesmos.• Influências:– História de vida;– Imagem corporal.

• A doença e a hospitalização podem gerar importantes modificações na identidade pessoal, ocasionando conflitos emocionais e crise de identidade.

BIBLIOGRAFIA UTILIZADA

• BOCK, Ana Mercês Bahia, FURTADO, Odair, TEXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias: uma introdução ao estudo da Psicologia. 13. ed., São Paulo: Saraiva, 2002.

• ANGERAMI – CAMON. E a Psicologia entrou no Hospital. Ed. Pioneira, 2003.