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II Colquio Internacional de Psicologia do Conhecimento:Educao Inclusiva, Matemtica e Prticas Escolares

Resumos

Maria Helena Fvero(Organizadora)

Braslia

2015

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II Colquio Internacional de Psicologia do Conhecimento:Educao Inclusiva, Matemtica e Prticas Escolares

28, 29 e 30 de maio de 2015Braslia - DF

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Technopolitik Editora - Conselho EditorialAna Lcia Galinkin - Universidade de BrasliaAna Raquel Rosa Torres - Universidade Federal da ParabaClaudiene Santos - Universidade Federal de SergipeMarco Antnio Sperb Leite - Universidade Federal de GoisMaria Alves Toledo Burns - Universidade de So Paulo - Ribeiro PretoMaria Lcia Montes - Universidade de So Paulo - CapitalMaria das Graas Torres da Paz - Universidade de Braslia________________________________________________________________________________________Reviso: Maurcio Galinkin/TechnopolitikCapa: Marcus VasconcelosProjeto grfico e diagramao: Maurcio Galinkin/TechnopolitikComposto com o programa iBooks Author, da Apple Inc., com fonte Helvtica Neue, finalizado em setembro de 2015, por Technopolitik Editora. Distribuio gratuita________________________________________________________________________________________Ficha catalogrfica (catalogao-na-publicao) Iza Antunes Arajo CRB1/079________________________________________________________________________________________ C718c Colquio Internacional de Psicologia do Conhecimento: Educao, Inclusiva, Matemtica e Prticas Escolares ( 2. : 2015 : Braslia). II Colquio Internacional de Psicologia do Conhecimento: educao inclusiva, matemtica e prticas escolares, / Maria Helena Fvero, organizadora. --Braslia, DF : Technopolitik, 2015. 61p. ISBN: 978-85-62313-13-4 O evento foi realizado pelo Laboratrio de Psicologia do Conhecimento (Cogito) UnB.

1. Psicopedagogia. 2. Psicologia e Conhecimento. 3. Educao inclu-siva. 4. Prtica escolar. 5. Matemtica, ensino. 6. Psicologia da apren-dizagem. I. Fvero, Maria Helena (Org.) II. Ttulo.

CDU: 159.98 37.015.3 ________________________________________________________________________________________ISBN: 978-85-62313-14-1 (eBook)ISBN: 978-85-62313-13-4 (PDF)

Technopolitik EditoraSRTVS Quadra 701, Cj. L, Lote 38, Bl. 01, sala 709, parte 181-ACEP 70340-906. Braslia. D.F.Tel: (61) 8407-8262. Correio eletrnico: [email protected] eletrnico na internet: http://www.technopolitik.com.br e http://www.technopolitik.com

mailto:[email protected]:[email protected]://www.technopolitik.com.brhttp://www.technopolitik.com.brhttp://www.technopolitik.comhttp://www.technopolitik.com

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Conferncias

Conferncia de abertura: Educao Inclusiva, Matemtica e Prticas Escola-res: a relao entre psicologia e conhecimento, por Maria Helena Fvero (UnB, DF). p. 11

Educao Inclusiva e Prticas em Sala de Aula: um desafio para a psicologia do conhecimento, por Cristiano Muniz (UnB, DF). p. 13

O Desafio de Criar Respostas Diversidade Humana nas Situaes do Ensi-nar e do Aprender: uma anlise psicolgica e psicopedaggica, por Denise de Oliveira Vieira (SEE, DF). p. 15

Prticas Inclusivas nas Matemticas Escolares: condies e obstculos, por Teresa Assude, Universit Aix-Marseille, Frana p. 16

MesasMesa 1: A Abordagem da Educao Inclusiva: aspectos filosficos, epistemolgi-cos e psicolgicos. p. 19Coordenao: Patrcia Tuxi (UnB, DF)Participantes: Glucio Castro (UnB, DF); Lucia Helena Pulino (UnB, DF); e Teresa Assude (Universit Aix-Marseille, Frana).

Mesa 2: A Mediao Escolar do Conhecimento Matemtico com Surdos: lngua de sinais, competncias conceituais e desenvolvimento psicolgico. p. 25Coordenao: Ftima Ali Abdalah A. Cader Nascimento (UDF, DF)Participantes: Silvia Teresinha Frizzarini (UniCesumar-Maring, PR); Fabio Alexan-dre Borges (UEPR/Campo Mouro, PR); e Cllia Maria Ignatius Nogueira (UEM Maringa, PR).

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Mesa 3: A Mediao Escolar do Conhecimento Matemtico com Cegos e Surdo-Cegos: incluso escolar, adaptao curricular e desenvolvimento psicolgico.Coordenao: Fbio Alexandre Borges(UEPR/Campo Mouro, PR) p. 31Participantes: Solange Hassan Ahmad Ali Fernandes (UNIAN, SP); Lulu Healy (UNIAN, SP); e Ftima Ali Abdalah A. Cader-Nascimento (UDF, DF).Mesa 4: A Mediao Escolar do Conhecimento Matemtico e o Desenvolvimento Psicolgico dos Deficientes Intelectuais. p. 35Coordenao: Regina Pina das Neves (UnB, DF)Participantes: Leo Akio Yokoyama (UFRJ, RJ); Denise de Oliveira Vieira (SEE/DF); e Maria Helena Fvero (UnB, DF).Mesa 5: Formao Profissional, Educao Matemtica e Adaptao Curricular: questes conceituais e epistemolgicas. p. 41Coordenao: Leo Akio Yokoyama (UFRJ, RJ)Participantes: Silvia Teresinha Fizzarini (UniCesumar-Maring, PR); Cllia Maria Ig-natius Nogueira (UEM Maringa, PR); e Teresa Assude (Universit Aix-Marseille, Frana).Mesa 6: Educao Inclusiva, Matemtica e Prticas de Ensinar e de Aprender: elaborando concluses, estabelecendo metas e assumindo desafios. p. 47Coordenao: Cristiano Muniz (UnB, DF)Participantes: Patrcia Tuxi (UnB, DF); Solange Hassan Ahmad Ali Fernandes (UNIAN, SP); e Lulu Healy (UNIAN, SP)

Sobre Autoras e Autores p. 52

Programa do II Colquio p. 58

ApresentaoO II Colquio Internacional de Psicologia do Conhecimento - Educao In-

clusiva, Matemtica e Prticas Escolares - manteve o foco do I Colquio Inter-nacional de Psicologia do Conhecimento, pautado na relao entre educao e ci-dadania e se deu na Universidade de Braslia em Braslia, entre os dias 28 e 30 de maio de 2015.

A proposta do II Colquio Internacional de Psicologia do Conhecimento - www.coloquio2psiconhecimento.com.br- se fundamentou em dois aspectos bsi-cos da relao entre educao inclusiva e cidadania. O primeiro diz respeito con-siderao de que a educao inclusiva supe a conexo interna entre a noo mo-ral de dignidade humana e a concepo jurdica dos direitos humanos. O segundo aspecto entende que desejvel que tal conexo seja traduzida em prticas esco-lares visando a promoo do desenvolvimento psicolgico humano em comunida-des inclusivas.

A proposta desse evento refletiu, assim, as duas principais questes consen-suais tratadas nas publicaes atuais tanto nacionais como internacionais: 1. A ideia de diversidade do desenvolvimento psicolgico humano em oposio con-cepo de incapacidade ou dificuldade; 2. O conceito de legitimidade escolar, fun-damentado no desenvolvimento de programas de ensino que considerem a diver-sidade psicolgica das caractersticas individuais. Essas questes sinalizam o de-safio desse evento: buscar caminhos para transformar os sistemas de educao e as prticas escolares do cotidiano institucional e, em particular, as prticas do en-sinar e do aprender matemtica por surdos, cegos e deficientes intelectuais, de modo que a diversidade humana seja considerada, levando em conta a articula-o entre aporte terico-conceitual, pesquisa e prtica profissional.

Concebido no mbito do COGITO - Laboratrio de Psicologia do Conhecimen-to- e do XI Curso de Especializao em Psicopedagogia Clnica e Institucional, do

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http://www.coloquio2psiconhecimento.com.br-http://www.coloquio2psiconhecimento.com.br-

Instituto de Psicologia da UnB, esse evento se deu na conjuno entre ensino, pesquisa e extenso, visando agregar estudantes de graduao, estudantes de ps-graduao stricto senso e lato senso de diferentes reas do conhecimento, pesquisadores, profissionais, professores, professores de matemtica e todos os interessados.

Assim, seu objetivo geral foi o de promover o dilogo entre os pesquisadores, os profissionais e a sociedade em geral sobre a educao inclusiva e sua relao particular com a prtica das situaes de ensinar e aprender matemtica, visando as propostas para transformar os sistemas de educao e as situaes de apren-dizagem, de modo a considerar a diversidade do desenvolvimento psicolgico hu-mano e promover a integrao e a participao social.

Tal objetivo foi assim especificado:

- Promover o debate sobre o processo de ensino e aprendizagem segundo a abordagem da educao inclusiva do ponto de vista psicolgico, filosfico, histri-co e epistemolgico;

- Promover o debate sobre o processo de ensino e aprendizagem da matemti-ca segundo a abordagem da educao inclusiva, considerando o ponto de vista psicolgico filosfico, histrico e epistemolgico;

- Promover as trocas de experincias entre pesquisadores e profissionais do Brasil e de outros pases sobre as prticas do ensinar e aprender matemtica no contexto da educao inclusiva de surdos, cegos, surdos cegos e deficientes inte-lectuais, considerando a diversidade do desenvolvimento psicolgico humano.

- Promover a discusso psicolgica, filosfica, histrica e epistemolgica para o fundamento terico-conceitual e metodolgico das licenciaturas e das pesqui-sas que visam a formao do professor, no que concerne o ensinar e o aprender matemtica no contexto da educao inclusiva de surdos, cegos, surdos cegos e deficientes intelectuais.

Desse modo, a rea de abrangncia deste II Colquio Internacional de Psicolo-gia do Conhecimento foi de natureza multidisciplinar com foco no dilogo filosfi-co, histrico e epistemolgico e psicolgico do processo de ensino e aprendiza-gem no mbito da abordagem da educao inclusiva. O evento promoveu o deba-te sobre a prtica e a pesquisa voltada para a educao inclusiva e sobre a prti-ca psicopedaggica voltada para o desenvolvimento de competncias matemti-

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cas de cegos, surdos, cegos surdos e deficientes intelectuais. Este dilogo entre os pesquisadores e profissionais das diferentes reas envolvidas psicologia, pe-dagogia, educao matemtica, filosofia trouxe subsdios tanto para as prticas profissionais nas escolas inclusivas como para a formao de futuros profissio-nais, assim como para as propostas de polticas pblicas, para os programas de ps-graduao lato senso e as linhas de pesquisas de programas de ps-gradua-o stricto senso de diferentes reas do conhecimento.

Nesse livro encontram-se os resumos das conferncias e das intervenes de cada membro das diferentes mesas redondas que foram desenvolvidas durante o evento.

A todos aqueles que participaram destas conferncias e mesas redondas ex-pressamos nosso profundo respeito pelos trabalhos que desenvolvem e nossos sinceros agradecimentos.

Maria Helena Fvero

Presidente do II Colquio Internacional de Psicologia do Conhecimento

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Agradecimentos

Agradecemos, em particular

Ao Comit Geral de OrganizaoDanilo Prata (DEG/UnB)Denise de Oliveira Vieira (SE/DF)Regina Pina das Neves (MAT/IE/UnB)

Ao Comit de LogsticaAline de Amorim Pinto ChiesaAna Maria Alves FerreiraGleide de Souza MirandaJoana D'Arc SampaioMaria Juliana de Freitas Carvalho LopesEsmeralda Figueira QueirozCleane Maria dos Santos Terroso Lopes

Ao Decanato de Graduao (DEG/UnB)

Ao Departamento de Matemtica (IE/UnB)Agradecemos ainda sra. Edna Torres, gerente administrativa do Instituto de

Psicologia, que nos deu o apoio institucional necessrio e ao sr. Marcus Vasconce-los, que criou e alimentou nosso stio na Internet.

Presidente do II Colquio Internacional de Psicologia do Conhecimento

Maria Helena Fvero (PED/IP/UnB)

Comisso Cientfica Maria Helena Fvero (PED/IP/UnB)Denise de Oliveira Vieira (SEE/DF)

Fatima Ali Abdalah A. Cader Nascimento (UDF)Domingos Coelho (PPB/IP/UnB)

Regina da Silva Pina Neves (MAT/IE/UnB)Danilo Prata (DEG/UnB)

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Conferncias

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CONFERNCIA DE ABERTURA A Relao entre Psicologia e Conhecimento

Maria Helena Fvero

Instituto de Psicologia, UnB, Braslia, DF

Salientamos que a concepo da incluso supe a conexo interna com a no-o de dignidade humana e com a concepo jurdica dos direitos humanos, de-mandando que a educao inclusiva se traduza em prticas educacionais e expli-citando questes entre as quais duas so particularmente significativas para este colquio: a ideia de diversidade em oposio concepo de incapacidade e/ou dificuldade; a ideia de legitimidade da instituio escolar. Estas duas ideias supe as seguintes: os seres humanos apresentam um desenvolvimento diversificado que os torna indivduos particulares; h necessidade de se procurar modos para que as situaes de aprendizagem formal respondam a essa diversidade. Assim, estas duas premissas fazem referncia direta epistemologia do conhecimento e epistemologia do ensinar e aprender. Ou seja: a ideia de diversidade e de legiti-midade nos leva necessariamente a questionar o que entendemos por conheci-mento e por conhecimento formalizado, a questionar como tais concepes so-bre conhecimento fundamentam as concepes e prticas sobre o ensinar e o aprender. Tais concepes e significados so construdos nas interaes institucio-nais e nas interaes sociais mais amplas, de modo que ns as partilhamos e ns as negociamos nas interaes interpessoais. Portanto, a tomada de conscincia sobre esse processo supe que se dirija a ateno para a relao entre psicologia e conhecimento. Levando em conta estas consideraes, tenho defendido dois fo-cos principais: a pesquisa das aquisies conceituais particulares das reas de co-nhecimento e o desenvolvimento das competncias para mediar esse conheci-mento. Isso requer uma fundamentao terica e metodolgica que articule psi-cologia, conhecimento e educao inclusiva. Para tanto, tenho salientado quatro aspectos tericos e metodolgicos: 1. A evidncia da interao entre as regula-es cognitivas e as regulaes sociais; 2. O papel da mediao semitica no des-envolvimento psicolgico humano; 3. A relao entre representao, sistemas de signos e desenvolvimento psicolgico; 4. A tomada de conscincia como proces-

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so central do desenvolvimento psicolgico. Por sua vez, considerar esses quatro aspectos nas prticas escolares significa: 1- considerar o sujeito humano como um sujeito ativo em interao dialtica com a sociocultura; 2- admitir que as prti-cas escolares ocorrem em uma dinmica sociocognitiva; 3- considerar que essa dinmica sociocognitiva tem um papel nas construes cognitivas elaboradas e exploradas pelo indivduo na situao. Portanto, isso implica enfatizar o desenvol-vimento das construes individuais no contexto interacional. Seguindo este racio-cnio defendo que o processo psicolgico de tomada de conscincia o ponto chave das construes cognitivas de cada sujeito no contexto interacional: a to-mada de conscincia a internalizao da ao que conduz ao plano de uma nova ao em forma de pensamento. Trata-se da passagem da conscincia dos problemas a serem resolvidos aos meios cognitivos empregados para resolv-los. Portanto, considerar a relao entre psicologia, conhecimento e educao inclusi-va significa assumir vrios desafios: 1. A pesquisa sobre as construes cogniti-vas individuais que respondam diversidade psicolgica humana; 2. A pesquisa sobre as prticas psicopedaggicas que levam autorregulao e, portanto, to-mada de conscincia que engendra o desenvolvimento psicolgico; e 3. A vincula-o entre a pesquisa e a prtica.

Palavras-chaves: Epistemologia do aprender e ensinar, Regulaes cognitivas, Regulaes sociais, Tomada de conscincia.

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Incluso versus Narcisismo Pedaggico: quando o diferente obstculo ao avano epistemolgico no apren-

der matemtica na escola elementar.

Cristiano A MunizFE-UnB

Braslia DF

Na formao dos professores que ensinam matemtica, no currculo, nas polti-cas pblicas, nos sistemas de avaliao em larga escala e nas prticas pedaggi-cas convencionais, propagam-se uma formatao esttica do que se aceita como produo matemtica, fundamentada em esquemas rgidos, imutveis, de valores nicos e universais. Assim, para as escolas e para os agentes educacionais, apren-der matemtica acaba por ter um significado tanto epistemolgico quanto metodo-lgico de assimilao de algoritmos a serem reproduzidos em situaes proble-mas. Esta perspectiva to presente nas prxis pedaggicas na escola vai na con-tramo dos referenciais tericos e epistemolgicos da aprendizagem alicerada na construo de conceitos e procedimentos (VERGNAUD), assim como desconsi-dera a produo de significados e sentidos subjetivos (GONZALEZ REY): tal reali-dade dificulta a construo de um ambiente que favorea a aprendizagem inclusi-va na escola. Fundamentado nas teorias dos Campos Conceituais (VERGNAUD) assim como na da Subjetividade (GONZALEZ REY), nossos estudos investigativos das produes matemticas de alunos em situao de incluso buscam analisar os valores epistemolgico e psicolgico das produes espontneas que se carac-terizam como inusitadas para os professores, para a escola e, mesmo, para os pesquisadores em educao. A anlise das produes matemticas no contexto da incluso, do diferente, tem revelado que a postura que denominamos de Narci-sismo Pedaggico leva educadores, mesmo que de forma inconsciente, a no re-conhecerem, valorizarem, institucionalizarem produes matemticas que no coadunam com suas concepes do que produo matemtica na perspectiva curricular clssica, o que se distncia da perspectiva da incluso por meio da aprendizagem matemtica. Assim, nossos estudos mais recentes, na busca de produes criativas (MITJNS MARTNEZ) no fazer matemtica na escola revelam que o contexto da incluso valoroso espao de indicadores para mudana do

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olhar epistemolgico acerca das possibilidades de novas e distintas maneiras de conceber, valorizar e difundir o conhecimento matemtico, liberto das amarras de algoritmos fechados, assumindo cada aluno como sujeito ativo em suas aprendiza-gens matemticas, mergulhados em rico e complexo processo de conceitualiza-o e de procedimentos operatrios, muitas vezes desconhecidos pela escola. Nosso objetivo , portanto, refletir sobre o conceito de Narcisismo Pedaggico, e quais consequncias para o desenvolvimento da incluso do diferente na aprendi-zagem escolar da matemtica nos anos iniciais.

Palavras-chaves: Incluso na matemtica, Narcisismo pedaggico, Produo de sentidos subjetivos.

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O Desafio de Criar Respostas Diversidade Humana nas Situa-es do Ensinar e do Aprender:

uma anlise psicolgica e psicopedaggica.

Denise de Oliveira Vieira Secretaria de Estado de Educao do DF SEEDF

Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia de Braslia, IFB Campus Planaltina- DF

O objetivo desta conferncia defender a premissa de que para internalizar um conceito, ao ponto de modificar uma prtica que o envolva, preciso uma me-diao especfica. Explicitamos que possvel oferecer um atendimento educacio-nal que atenda as necessidades especficas do aluno, sem perder de vista o cum-primento das exigncias institucionais. Faremos referncia a todo um Campo Con-ceitual relativo ao paradigma de Suporte que fundamentou a Escola para Todos, refletindo se houve, de fato, transformao na prtica educacional. Focamos a do-cncia como principal fonte dos conceitos formais. Relembramos que o paradig-ma de Suporte trouxe um novo aporte terico, que deveria ser incorporado ati-vidade docente, como um saber pronto. Refletimos a respeito de que o saber di-ficilmente transferido direto das universidades para a sala de aula, haja vista que o professor um sujeito ativo, que possui crenas, valores e seu prprio conheci-mento, formando um paradigma pessoal sobre seu fazer pedaggico. Pontuamos que o conceito desenvolvido a respeito de sua docncia far-se- em um contexto de interao com os alunos, e para que haja mudanas neste processo necess-ria uma interveno que vise mudana na prtica do professor. Isto implica num processo de reconstruo polissmica no campo conceitual das reas de conheci-mento especfico, nos conceitos relativos a educar na diversidade, e nos concei-tos construdos pelo docente a respeito de suas competncias. Ilustramos esta proposta com os resultados de uma pesquisa de interveno com professoras ob-jetivando na reconstruo de conceitos.

Palavras-chave: Educao inclusiva, Pesquisa de interveno, Prtica do-cente, Incluso.

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Prticas Inclusivas nas Matemticas Escolares:condies e obstculos

Teresa Assude Universit Aix-Marseille, Frana

A nossa conferncia organiza-se em quatro partes. No primeiro momento, apre-sentamos o contexto institucional francs relativamente escolaridade dos alunos deficientes para situar o quadro de referncia a partir do qual vamos questionar o que entendemos por prticas inclusivas nas matemticas escolares. O termo in-clusivo, como adjetivo, preferido ao termo incluso pois com o primeiro ter-mo podemos atribuir um certo nmero de caractersticas s prticas dos atores que tentam implementar a lei relativa escolaridade dos alunos deficientes. As-sim, encaramos as prticas dos atores enquanto processos dinmicos de constru-o social em vez de considerar o que poderia ser um produto acabado e um esta-do finalizado. No segundo momento, definimos de uma maneira restrita uma prti-ca inclusiva do ponto de vista epistmico se ela permite criar as condies de acesso ao saber para os alunos deficientes. A acessibilidade dos saberes uma condio essencial para que os alunos deficientes possam ter as mesmas oportu-nidades que outros alunos s obras constitutivas do patrimnio humano. Essas oportunidades podem no ser aproveitadas por diversos fatores individuais, soci-ais ou outros, mas os sujeitos devem poder ter a liberdade de acesso e de esco-lha. Sem oportunidades sociais, educativas e epistmicas, o aluno no poder desenvolver o seu potencial de capacidades mesmo se a presena dessas oportu-nidades pode no ser suficiente. Dado a importncia dessas oportunidades, va-mos num terceiro momento interessar-nos nas condies de acessibilidade do sa-ber. Apresentaremos cinco dessas condies que identificamos no nosso trabalho de pesquisa feito no contexto francs e no mbito de uma rede de investigadores e professores que se chama OPHRIS (Observatrio das prticas sobre as deficin-cias: investigao e interveno escolares). Essas condies so relativas situa-o de ensino e aprendizagem (situao didtica), s formas de estudo (por exem-plo, o trabalho em grupo), ao contrato didtico (ou seja o sistema de expectativas implcitas e explicitas dos professores e dos alunos relativas ao saber matemti-

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co), s regulaes dos processos didticos, nomeadamente s regulaes interto-pogenticas e intratopogenticas. Em um quarto momento apresentaremos al-guns dos obstculos observados nas nossas investigaes. Vamos focalizar a nos-sa ateno sobre os obstculos introduzidos pelas escolhas, decises e gesto dos professores. Estes obstculos sero apresentados a partir de exemplos obser-vados relativamente ao uso de jogos como meio para motivar e interessar os alu-nos. Esta utilizao frequente quando se trata de alunos deficientes porque muito valorizada na formao dos professores. Ora, este uso pode introduzir al-guns obstculos se o professor no os adaptar em funo dos objetivos de apren-dizagem dos saberes matemticos. Acabaremos esta conferncia pela formulao de um certo nmero de questes para abrir o espao de uma discusso geral.

Palavras-chave: Prticas inclusivas, Matemtica, Obstculos.

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Mesas

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Mesa 1A Abordagem da Educao Inclusiva:

aspectos filosficos, epistemolgicos e psicolgicos

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Estratgias de Empoderamento na Constituio do Sujeito Surdo:um discurso que precisa ser sinalizado

Glucio de Castro Jnior

UnB/LIP/IL

Apresenta-se uma anlise sobre a comunidade surda e sua cultura, contribuin-do com discusses que perpassam a incluso social e lingustica. Neste estudo, d-se enfoque aos aspectos culturais e lingusticos, por meio dos conceitos filos-ficos, histricos e educacionais, ampliando as dimenses epistemolgicas na defe-sa de terminologias lingusticas para uma efetiva educao de Surdos1 no Brasil. A proposta da discusso assume uma postura epistemolgica para o postulado da cultura surda no contexto escolar exclusivo para os Surdos. No entanto perce-bemos que a realidade educacional, por meio da perspectiva histrica/cultural, no favorece a legitimao da cultura surda, a partir da lngua de sinais, de forma efetiva e os profissionais que atuam na educao dos Surdos no apresentam um mesmo discurso. Restando, portanto, o conceito de escola inclusiva que somado ao lugar cultural lingustico, demonstra ainda a forte tradio histrica, mesmo er-roneamente enciclopdica, de classificar em carter homogneo as culturas, como se toda sociedade no fosse constituda pela diversidade, que hoje conhe-cemos e aceitamos. Ento a cultura surda deve ser investigada, j que a socieda-de brasileira complexa e favorece continuamente o dialogismo cultural. Assim, falar de uma especfica cultura indicar onde se encontra o lugar da opresso so-cial, e tal regime de opresso lingustica, que renega a cultura surda, necessita de uma resposta que no seja mtica, mas real.

Palavras-chave: Cultura, Incluso, Comunidade surda, Lngua de sinais, Libras._____________________(1) Destaco o termo Surdo com S maisculo em pontos estratgicos do texto como uma forma de empo-

deramento, mostrando minha viso pessoal e enquanto profissional da sade, de respeito e reconheci-mento da identidade vivenciada pelos sujeitos Surdos, seus valores lingusticos e sociais, e de todo pro-cesso histrico e cultural que os envolve. Vrios outros autores tambm fazem uso dessa mesma estrat-gia, como por exemplo Lane (2008. p. 284) e Castro Jnior (2011, p.12).

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Educao Para Todas/os: reflexes sobre a prxis inclusiva

Lcia Helena Cavasin Zabotto PulinoLaboratrio gora Psych

Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Instituto de Psicologia/UnB

Este texto apresenta uma reflexo sobre a educao inclusiva, assumindo-a como prxis que se constitui como um exerccio terico, buscando dar sentido a uma prtica a qual, por sua vez, modifica a teoria imprimindo-lhe um carter expe-riencial medida que a enraza no cotidiano do ensinar-aprender, marcado por re-laes afetivas, interesses, desejos e diferentes modos de apreenso e estilos cog-nitivos. O objetivo desta reflexo construir uma compreenso da abordagem da educao inclusiva a partir de aspectos histricos, culturais, filosficos e episte-molgicos de sua constituio, alm de considerar sua dimenso psicolgica em toda a complexidade que a caracteriza, abarcando a singularidade e a diversidade do humano. No contexto educacional, ressaltam-se as implicaes de mudanas no mundo contemporneo, que tm contribudo para o desenvolvimento de um pensamento que faz emergir a questo da diferena, modificando nossa viso do humano, de identidade, e de processos de socializao e de subjetivao. Como consequncia, salienta-se a introduo de novas perspectivas no campo terico-prtico da educao, expressas em polticas pblicas voltadas para a diversidade e os direitos humanos, que tentam dar conta do novo cenrio econmico, poltico e social que as relaes globalizadas apresentam. Reflete-se sobre como essas transformaes em nvel mundial tm tido reverberao nas relaes que ocorrem nos campos social, familiar e escolar. Essas reflexes so aqui traduzidas em per-guntas, visando facilitar a difcil tarefa de problematizar as mudanas que se exi-bem diante de polticos, gestores, e educadores em geral. Como pensar a escola, seu papel social e histrico, levando em conta esse humano ao mesmo tempo sin-gular e diverso, concretizado nos educadores e educandos que fazem parte da co-munidade escolar redefinida para acolher a todas e a todos? Que tipo de com-preenso do processo educacional pode sustentar uma proposta democrtica, participativa e promotora dos direitos humanos? Como essa nova viso pode se enraizar no cotidiano da escola, transformando o seu espao fsico, o currculo, o material, as estratgias e os livros didticos, contemplando o acolhimento das di-

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versidades? Como os professores se veem em situao de reconstrurem seu pa-pel e de se reposicionarem na comunidade escolar e na relao com os alunos? Como os alunos, inseridos nesse novo panorama educacional, podem assumir um papel mais ativo em relao sua prpria educao, como pessoas singulares e como uma nova gerao que chega a um mundo j constitudo, porm em cons-tante mudana? Como as famlias podem, efetivamente, se legitimar como partci-pes do processo educativo? Este texto explora essa viso de mundo em muta-o, esse espao/tempo escolar em transformao, essa reconstruo de papis de seus membros, todo esse processo de redefinio, ou de inveno mesmo da educao, buscando compreender (mais do que responder) a pergunta: que com-promissos epistemolgicos, filosficos, ticos, estticos, so assumidos na prxis da educao inclusiva?

Palavras-chave: Educao inclusiva, Epistemologia, Diversidade, Singularidade.

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Abordagem da Educao Inclusiva: nveis e conceitos

Teresa Assude Universit Aix-Marseille, Frana

A questo da educao inclusiva pode ser abordada a partir de vrios nveis: macro, meso e micro. O nvel macro o nvel da sociedade, das polticas educa-tivas; o nvel meso o nvel das instituies e das relaes entre instituies; o nvel micro o nvel dos atores, das representaes e das prticas. A lei de 11 de fevereiro de 2005 pour l'galit des droits et des chances, la participation et la citoyennet des personnes handicapes o texto de referncia atual na Frana relativo escolaridade dos alunos deficientes. Este texto considerado como um marco da mudana filosfica da poltica educativa relativa aos alunos deficientes. Essa mudana influenciada pelo movimento internacional lanado em 1994 pela UNESCO e a Declarao de Salamanca e quadro de ao para a educao e as necessidades especiais. A evoluo da poltica francesa relativa aos alunos defici-entes caracteriza-se por trs fases: segregao, integrao (a partir dos anos 1975) e incluso (a partir dos anos 2005). Cada uma destas fases veicula uma con-cepo filosfica do homem e do viver em sociedade. A passagem da integrao incluso muda a perspectiva. Assim, passa-se de um ponto de vista exclusiva-mente mdico e psicolgico sobre a deficincia a um ponto de vista que tam-bm social, considerando que a situao social e contextual que cria situaes de deficincia. Nesse sentido, a sociedade que deve adaptar-se ao aluno, s suas limitaes fsicas, mentais, comportamentais ou outras, e no o aluno que deve se adaptar a todas as normas escolares. Dois marcos indicam essa posio da poltica educativa: a compensao e a acessibilidade. Ou seja, tornar tudo acessvel a todos e compensar o que deve ser compensado atravs de ajudas materiais, humanas, ambientais ou outras. Na Frana, dez anos depois da publica-o da lei de 2005, ocorreram evolues importantes nomeadamente no nmero de alunos deficientes escolarizados em estabelecimentos escolares normais. Existe, porm, ainda muito caminho para percorrer. Os professores indicam todas as dificuldades relativas gesto nas aulas de alunos com necessidades educati-

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vas particulares, falta de formao sobre os diferentes tipos de deficincia e as adaptaes que devem ser feitas nas situaes de ensino e aprendizagem... A educao inclusiva um passo importante para a sociedade inclusiva onde cada um pode ser reconhecido como uma pessoa humana capaz de aprender e de se inserir na sociedade. Para terminar a minha interveno indicarei os cinco marcos para uma tal sociedade inclusiva segundo o pesquisador francs Charles Gardou.

Palavras-chaves: Educao inclusiva, Sociedade inclusiva, Acessibilidade.

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S E O 2

Mesa 2A Mediao Escolar do Conhecimento Matemtico

com Surdos: lngua de sinais, competncias conceituais e

desenvolvimento psicolgico

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Os Surdos e a Educao Matemtica: por um ensino diferenciado

Silvia Teresinha FrizzariniUniCesumar Maring-PR

Embora haja o reconhecimento oficial da Lngua de Sinais Brasileira (Libras) desde 2002, a cultura surda ainda marcada por imposio da cultura dominante, em que metodologias utilizadas em sala de aula so a mesmas utilizadas para alu-nos ouvintes. Os surdos desejam ser reconhecidos, desejam que se faa conhe-cer sua cultura, mesmo que no seja possvel sentir na prpria pele como ser surdo. Para o reconhecimento de novas metodologias diferenciadas para os sur-dos, o objetivo deste trabalho foi analisar as possveis articulaes entre o uso dos dispositivos informacionais e as atividades mentais pertinentes lngua de si-nais e linguagem matemtica, levando em conta a cultura surda. A teoria das re-presentaes semiticas de Duval foi adotada para atingir o objetivo no que diz respeito s regras de formao, definidas num sistema de representao, durante as atividades metadiscursivas, ou seja, durante as atividades de converso refe-rentes aos diferentes registros de representao, tanto da lngua comum como da linguagem matemtica. A metodologia utilizada foi o estudo de caso com a aplica-o de uma atividade e o desenvolvimento de uma tabela dos termos matemti-cos numa Escola Especial para surdos, localizada no norte pioneiro do Paran, com a participao de sete alunos do 1 ano do ensino mdio, todos do sexo mas-culino e fluentes em Libras. Os resultados obtidos foram que a diversificao de registros de representao aumenta com a lngua de sinais e, para os alunos sur-dos, as dificuldades aumentam durante a passagem de um sistema de representa-o a outro. A falta de determinados sinais em Libras para os termos matemticos dificultou ainda mais as atividades cognitivas de converso entre registros de re-presentaes. Para sanar essas dificuldades, foi criada uma tabela dos termos ma-temticos levando em conta as correspondncias das unidades significantes espe-cficas do registro grfico, da expresso algbrica e da descrio em portugus,

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de acordo com a teoria adotada. A converso da Libras para o Portugus ou para uma representao Matemtica, evidenciou uma converso a mais que os alunos surdos deveriam realizar no processo cognitivo. A converso para o Portugus es-crito ou para a representao Matemtica no era direta, devido a lngua Portugue-sa no ser uma lngua natural para o aluno surdo. Esses alunos realizavam a con-verso partindo sempre da Libras para a escrita alfabtica e/ou desta para a repre-sentao algbrica, com a busca incessante na tabela dos termos matemticos, numa correspondncia termo a termo das unidades significantes. Conclumos que devido gama de registros de representao utilizada com a Libras, as atividades metadiscursivas ou de converso realizadas com alunos surdos no so as mes-mas que para os alunos ouvintes. Houve a necessidade de se usar outras metodo-logias e registros, como figuras computacionais ou tabelas, complementares ao registro do Portugus escrito, os quais envolvem processos complexos de semiti-ca e de semntica conectados com a leitura e a escrita na lngua de sinais e com outros registros. Essas metodologias diferenciadas favoreceram a leitura e a escri-ta dentro de contextos acadmicos da Matemtica, e aumentaram o repertrio le-xical de sua aprendizagem durante as atividades de converso.

Palavras-chave: Ensino de matemtica para surdos, Metodologia diferenciada, Representao semitica, tecnologias digitais.

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Entre Duas Lnguas:o ensino e a aprendizagem de matemtica de alunos surdos inclusos

Fbio Alexandre Borges Universidade Estadual do Paran

Campo Mouro/PR

Para contribuir com a temtica proposta para a mesa-redonda, apresentarei para discusso os resultados de uma investigao sobre o ensino de Matemtica para alunos surdos inclusos, mediado por intrprete de Libras (ILS). Como procedi-mentos metodolgicos de coleta de dados, durante trs aulas de Matemtica de uma turma do 9 Ano do Ensino Fundamental registramos tanto a fala da professo-ra quanto os sinais utilizados pela intrprete e, posteriormente, cotejamos essas duas falas, em busca das diferenas mais significativas do ponto de vista do en-sino e aprendizagem em Matemtica. Tal turma contava com a presena de dois alunos surdos, alm de, aproximadamente, 30 ouvintes. Nestas aulas, o tema ma-temtico discutido eram as equaes do 2 grau. Selecionamos para nossa dis-cusso seis unidades de anlise, as quais contemplam os principais resultados de nossa investigao, quais sejam: aulas de Matemtica que no contemplam as es-pecificidades de alunos surdos por serem demasiadamente tradicionais; descom-passo entre os sinais da intrprete e a fala da professora; uso de termos inadequa-dos no ensino de Matemtica; ausncia de interaes entre surdos e alunos/pro-fessora ouvintes e incoerncias na interpretao das atividades matemticas. Ao final, propomos uma maior interao entre intrpretes de Libras e demais profissio-nais que participam diretamente da incluso dos alunos surdos, com destaque para os professores que iro atuar com estes estudantes.

Palavras-chave: Ensino de matemtica, Equaes do 2 grau, Intrprete de Li-bras, Incluso de surdos.

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Surdez, Libras e o Ensino de Matemtica: a incluso educacional em questo

Cllia Maria Ignatius Nogueira Universidade Estadual de Maring

Maring/PR

A principal discusso dos educadores de surdos, desde Ponce de Lon, sem-pre foi sobre qual deveria ser a lngua de instruo: a oral ou a de sinais. De manei-ra implcita, esta discusso ainda est presente na educao de surdos, em diver-sos pases, como na Espanha, por exemplo, em que as duas modalidades de es-colarizao so ofertadas, cabendo aos familiares e ao surdo, a escolha por uma ou outra. Buscando resolver esta importantssima questo muitas pesquisas fo-ram desenvolvidas sobre as lnguas de sinais, tanto no que se refere s suas ca-ractersticas lingusticas quanto ao papel por elas desempenhado no desenvolvi-mento cognitivo dos surdos, sendo que, atualmente, possvel admitir que j este-ja suficientemente comprovado que elas desempenham no desenvolvimento cog-nitivo dos surdos, papel equivalente ao das lnguas orais no desenvolvimento cog-nitivo dos ouvintes. Esta constatao provavelmente subsidiou a proposta inclusi-va para a educao de surdos ora em vigor no Brasil, ao se admitir que apenas com a presena de intrpretes de Libras em sala de aula e que o professor tenha um conhecimento superficial da Libras, a incluso estaria efetivada. fato que a presena de intrprete de Libras e que o professor tenha um conhecimento ao me-nos funcional em Libras so condies necessrias para a incluso, entretanto acreditamos ser necessrio discutir se tais condies so suficientes. Esta a nos-sa proposta para esta mesa, ou seja, considerando resultados de pesquisas sobre o ensino de Matemtica em contextos inclusivos ou de escola especializada, que apontam para a necessidade de recursos didticos e metodolgicos que contem-plem as peculiaridades dos surdos, principalmente os de uma investigao sobre as possibilidades didtico-pedaggicas de um trabalho sistematizado com clcu-lo mental, de forma dialgica com alunos surdos pretende-se discutir a importn-cia da Libras como lngua veicular do conhecimento, para o desenvolvimento psi-colgico e das competncias conceituais do educando surdo. Esses resultados, associados ao conceito de incluso educacional explicitado na Poltica Nacional

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de Educao Especial de 2008, como uma ao poltica, cultural, social e pedag-gica, desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminao, e considerando a deficincia (conforme estabelecido no Decreto Federal n 6949, de 2009) como re-sultante da interao entre as pessoas e as barreiras devidas s atitudes e ao am-biente que impedem sua plena e efetiva participao na sociedade em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, nos permitiram concluir que, uma vez que a incluso educacional em vigor no legitima as diferenas para que se pro-mova a equidade formal, as reivindicaes da comunidade surda por uma educa-o efetivamente bilngue, so pertinentes e devem ser consideradas por educado-res, pesquisadores, gestores e demais atores da educao de surdos.

Palavras-chave: Educao matemtica, Clculo mental e Libras, Incluso educa-ciona, Educao de surdos.

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S E O 3

Mesa 3A Mediao Escolar do Conhecimento Matemtico com

Cegos e Surdo-Cegos: incluso escolar, adaptao curricular e

desenvolvimento psicolgico

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Explorando Relaes entre Corpo, Cognio e Cultura: mediao do conhecimento matemtico com cegos

Lulu Healy e Solange Hassan Ahmad Ali FernandesUniversidade Anhanguera de So Paulo

So Paulo SP

Nesta mesa redonda apresentaremos algumas investigaes que conduzimos relacionadas s prticas matemticas de alunos cegos. Em particular, pretende-mos compartilhar nossas interpretaes sobre os processos de mediao do co-nhecimento matemtico que caracterizam as interaes de aprendizes que usam suas mos e ouvidos como substitutos para os olhos. Ponderando a respeito des-sa particularidade, a ideia de mediao no se limita ao uso de ferramentas materi-ais e semiticas, mas inclui tambm ferramentas corporais. Sob essa perspectiva acreditamos que significados matemticos so estruturados a partir de nossos en-contros com o mundo que vivenciamos via nossos corpos e crebros. Ao mesmo tempo reconhecemos a matemtica como uma disciplina constituda culturalmen-te, e vemos a aprendizagem como um processo delicado, no qual os aprendizes se tornam cada vez mais conscientes do modo como seus sentidos subjetivos dos objetos matemticos conectam-se aos significados culturais enfatizados na matemtica escolar. Tais aspectos nos levam a considerar que a cognio mate-mtica mediada culturalmente e corporalmente e tem natureza multimodal e mul-tissensorial. Nessa apresentao mostraremos alguns exemplos de como essa na-tureza pode ser explorada na elaborao de cenrios de aprendizagem, nos con-centrando nos processos de apropriao que ocorrem quando aprendizes cegos so convidados a usar suas mos para ver objetos matemticos. Selecionamos alguns episdios que mostram aprendizes cegos trabalhando com diferentes con-ceitos ligados Geometria, um campo normalmente associado ao campo visual, incluindo transformaes geomtricas e tpicos da Geometria Plana e Espacial. Alguns dos alunos participantes so cegos congnitos e outros tm cegueira ad-quirida. As anlises dos processos de resoluo das tarefas propostas nesses ce-nrios tm confirmado a centralidade dos aspectos corporais nas prticas dos aprendizes. Parece-nos importante destacar alguns pontos. Inicialmente, as mos dos aprendizes cegos, em termos vygotskianos, servem como instrumentos de substituio dos olhos para que esses aprendizes possam alcanar as mesmas

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metas dos que podem ver, o que no implica necessariamente que ambos sigam a mesma trajetria de aprendizagem. Outra questo que as falas, gestos, expres-ses faciais e a manipulao dos materiais revelam que a relao entre ao e cognio como duas faces de uma mesma moeda, mostrando a indissociabilida-de entre fazer e imaginar. Nossos episdios trazem exemplos de como as expe-rincias perceptivas dos aprendizes permitem formular representaes multimo-dais que so armazenadas em suas memrias, podendo ser reativadas para simu-lar experincias passadas quando os objetos estavam fisicamente presentes. Ou seja, aprendizagem matemtica no parece envolver um processo de descontex-tualizar, uma separao rgida entre concreto e abstrato. De fato, nossos dados su-gerem que os aprendizes cegos continuam a sentir e (re)vivenciar as experincias multimodais envolvidas no processo de identificar generalidades matemticas. O desafio dos professores planejar cenrios nos quais os objetivos da atividade es-timulem os alunos a envolverem-se com os objetos de estudo e compartilharem suas reflexes com seus pares.

Palavras-chave: Aprendizes cegos, Mediao, Cognio matemtica, Experinci-as perceptivas.

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Mediao Escolar do Conhecimento Matemtico com Estudantes Surdocegos

Fatima Ali Abdalah Abdel Cader-Nascimento

UDF/SEDF

Relatamos um estudo focado nas estratgias do fazer matemtico, desenvolvi-das por surdocegos totais e parciais na resoluo de situaes envolvendo com-petncias numricas. A mediao psicopedaggica e o processo de adequao curricular so particularmente importantes para esse desenvolvimento e deve con-siderar a ausncia dos sentidos distais de modo a adequar as atividades, sequn-cias de atividades e material pedaggico no sentido de favorecer as condies de recepo, assimilao, processamento, armazenamento e recuperao da infor-mao pelos estudantes. Descreveremos as estratgias de aprendizagem do prin-cpio da multiplicao de quatro estudantes surdocegos sendo: trs fluentes em lngua de sinais ttil e um oralizado; dois totais e dois parciais; trs matriculados no ensino fundamental e um no ensino mdio, em escolas regulares do Distrito Fe-deral, dois na modalidade de classe de educao bilngue e dois em classe inclusi-va com guia-intrprete ou intrprete. Evidenciamos os recursos tteis que eles criaram espontaneamente para mostrar sua compreenso sobre os contedos en-sinados na situao escolar, revelando que: os conceitos da multiplicao se cons-troem pela mediao semitica veiculada no processo de ensino. Cada estudante constri de forma particular mecanismos de autorregulao a respeito das regras e dos conceitos que envolvem o processo da multiplicao; cada participante utili-zou mecanismos distintos para processar a informao, resgatar e utilizar os con-ceitos. Exemplificamos as diferentes estratgias: verbalizao da sequncia, outro realiza contagem de toques em uma superfcie, alternncia de mos no momento de realizar a operao; uso do registro no papel. Os dados indicam que tais estra-tgias demonstram que os surdocegos recebem, acolhem, interpretam, compreen-dem e buscam organizar e expressar o como eles aprendem.

Palavras-chave: Surdocego, Educao matemtica, Processos de aprendizagem, Psicologia cognitiva.

S E O 4

Mesa 4A mediao Escolar do Conhecimento Matemtico e o

Desenvolvimento Psicolgico dos Deficientes Intelectuais

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Primeiras Noes Numricas: estudo de caso pela sndrome de Down

Leo Akio YokoyamaColgio de Aplicao da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Projeto Fundo UFRJRio de Janeiro RJ

Este estudo considera a evoluo do conceito de nmero natural, e mais espe-cificamente a quantificao de conjuntos discretos de at dez elementos, por ado-lescentes com sndrome de Down. Trs adolescentes com idades de 12, 14 e 19 anos, participaram do estudo, que empregou mtodos associados com Design Ex-periments. Um dos focos da pesquisa foi a elaborao de duas atividades que pu-deram servir como base para a construo de entendimento mais profundo de n-meros naturais. O processo de elaborao dessas atividades levou em conta os resultados de estudos anteriores para o desenvolvimento do conceito de nmero e pesquisas relacionadas a alunos com sndrome de Down, com suporte terico elaborado a partir do trabalho de David Tall e seus colegas, em especial a constru-o da imagem conceitual e os organizadores genricos. Nessa perspectiva, as atividades foram projetadas para funcionar como organizadores genricos para a imagem conceitual associada com a quantificao e tentaram envolver os partici-pantes na construo da imagem conceitual que pudesse servir como razes cog-nitivas para o conceito de nmero, mais especificamente com relao quantifica-o de conjuntos at dez elementos. Ainda durante a fase de projeto, verses ini-ciais dessas atividades foram aplicadas com os participantes, o que permitiu um ajuste fino da estrutura e aplicao dos organizadores genricos. Uma anlise por-menorizada das interaes de trs dos participantes ser descrita neste trabalho. Essa anlise indicou que todos os trs fizeram modificaes significativas em suas respectivas imagens conceituais associada com o processo de quantifica-o, e melhoraram a sua capacidade de quantificar conjuntos discretos de obje-tos, mas que as pores da imagem conceitual que foram evocadas variaram de acordo com cada um dos indivduos. Um aspecto das atividades que parecia parti-cularmente importante para permitir que os participantes fossem alm da utiliza-

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o de procedimento de contagem mecanizada foi a presena de recursos multis-sensoriais que os participantes poderiam usar para verificar e corrigir suas prpri-as estratgias: o Numicon e os dedos das mos. O Numicon um material impor-tado da Inglaterra cujas peas so representantes numricos de 1 a 10. Os dedos das mos tm um papel fundamental para aplicao da imagem conceitual de n-mero, j que muito mais significativo sentir os nmeros nos dedos do que ape-nas ver/observar quantidades.

Palavras-chave: Educao matemtica inclusiva, Conceito de nmero, Quantifica-o, Sndrome de Down.

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A Mediao Escolar do Conhecimento Matemtico e o Desenvolvimento Psicolgico dos Deficientes Intelectuais

Denise de Oliveira Vieira, Secretaria de Estado de Educao do DF SEEDF/

Instituto Federal de Braslia, IFB Campus Planaltina, DF.

O objetivo deste texto provocar uma reflexo a respeito de como o aluno defi-ciente intelectual internaliza sua sociocultura, como esta internalizao constitui a sua subjetividade e, consequentemente, que influncias ter este processo na for-mao das estruturas mentais superiores, que iro promover a aquisio do seu conhecimento. Primeiro procuramos identificar que elementos sustentam e esque-matizam a estruturao da subjetividade do aluno deficiente intelectual, e como alguns aspectos da internalizao da sociocultura facilitam ou impedem a constru-o de esquemas para a aquisio do conhecimento, neste aluno. A seguir coloca-mos em foco a funo semitica exercida pela educao escolar que atua na con-firmao dos valores internalizados pelo sujeito deficiente intelectual, reservando-lhe um lugar menor, enquanto cidado, e minimizando ao extremo a sua compe-tncia para aprender. Procuraremos evidenciar qual o papel do professor em todo este processo, sinalizando que se faz necessrio uma mediao eficaz com o alu-no, logo, uma mudana conceitual a respeito do fazer pedaggico em sala de aula. Para finalizar defendemos que tanto o aluno com deficincia intelectual quan-to o professor so ativos e participativos na construo de seu desenvolvimento cognitivo, sendo capazes de modificar os processos que permeiam a aquisio do conhecimento matemtico, e a dinmica que envolve a atividade do ensinar e do aprender.

Palavras-chave: Educao inclusiva, Deficincia intelectual, Incluso, Matemtica.

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A Sistematizao da Prtica Psicopedaggica: a articulao entre interveno e pesquisa no desenvolvimento de

competncias matemticas

Maria Helena Fvero Instituto de Psicologia, UnB

Braslia, DF

Apresentamos e defendemos uma abordagem terica e metodolgica que visa se descentrar dos diagnsticos do modelo mdico - que so prioritariamente foca-dos nas dificuldades - e se centrar na anlise psicolgica da relao entre compe-tncias e dificuldades. Trata-se de uma abordagem que vincula a pesquisa pr-pria prtica psicopedaggica considerando dois processos de interao dialtica: a interao dialtica entre o ser humano e o meio sociocultural, e a interao dial-tica entre a aquisio de conhecimento e o funcionamento dos processos men-tais. Considerar esses dois processos dialticos significa ter em mente que, assim como a percepo afeta a aquisio de conhecimento, por exemplo, o conheci-mento afeta a percepo e, assim, afeta a categorizao. Do mesmo modo, consi-derar esses dois processos dialticos significa ter em mente que, embora as regu-laes em situaes de interao se situem em uma dinmica sociocognitiva, preciso considerar o papel dessa dinmica do ponto de vista das construes cog-nitivas elaboradas e exploradas pelo indivduo na situao analisando, assim, a au-torregulao do funcionamento cognitivo de cada sujeito no contexto interacional. Desse modo, essa abordagem leva em conta as caractersticas individuais e as particularidades do desenvolvimento psicolgico, e se constitui em uma alternati-va terica e metodolgica para o estudo do desenvolvimento de competncias e dificuldades escolares em matemtica, que gera subsdios para as prticas escola-res inclusivas. Para tanto necessrio que se proceda a uma anlise minuciosa do procedimento psicopedaggico, que abranja a descrio da natureza das ativi-dades propostas e dos instrumentos utilizados; a descrio dos objetivos das ativi-dades propostas com tais instrumentos; a anlise do desenvolvimento das ativida-des propostas por meio da anlise das aes dos participantes da situao intera-tiva e da anlise dos processos de mediao ocorridos nas interaes interpesso-ais. A proposta envolve a criao de situaes-problemas relacionada vida coti-diana e s motivaes pessoais, de modo que as vrias aes que pressupe a

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situao-problema inicial se transformam em ocasies para a mediao da recons-truo individual dos instrumentos culturais da aprendizagem e do pensamento, visando a tomada de conscincia dos meios empregados para as solues assim como a razo de sua escolha e as eventuais modificaes desses meios. Desse modo, o desafio dessa proposta considerar que para se entender a cognio hu-mana e sua relao com as competncias escolares, entre as quais as competn-cias matemticas, essencial entender a sua presena imbricada em todos os as-pectos da atividade mental, o que supe dois aspectos essncias: 1- A anlise cr-tica e reflexiva da produo de conhecimento e sua afinidade com a prtica profis-sional; 2- A anlise critica dos elementos subjetivos dessa produo.

Palavras-chaves: Prtica psicopedaggica, Pesquisa, Competncias matemti-cas, Subjetividade, Mediao.

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S E O 5

Mesa 5Formao Profissional, Educao Matemtica e

Adaptao Curricular: questes conceituais e epistemolgicas

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Processos Cognitivos da Lngua de Sinais e da Linguagem Algbrica: uma anlise das funes discursivas e metadiscursivas

Silvia Teresinha Frizzarini UniCesumar

Maring-Paran

O objetivo desta pesquisa foi analisar como se processa a linguagem matemti-ca, em especfico a linguagem algbrica, do aluno surdo que utiliza a Lngua de Si-nais Brasileira (Libras). Tendo em vista a importncia da linguagem de natureza in-terdisciplinar que compe as mudanas curriculares, principalmente quando se trata da Educao Bilngue para os surdos, a teoria dos registros de representa-o semitica de Duval nos permitiu analisar as diferentes funes discursivas da lngua e suas correspondentes operaes. Em especfico, nesta pesquisa, sero analisadas a funes discursivas da lngua de sinais natural dos surdos e das ope-raes em que os tratamentos no so algoritmizveis, com associaes verbais (conceituais), alm da forma de raciocinar e argumentar a partir de observaes ou de crenas. Compreende-se, dessa forma, ser possvel estudar, em paralelo com as funes discursivas, os problemas colocados pelo sistema de escrita alg-brica, disciplina em que muitas vezes os alunos no esto preparados ou em con-dies de continuar a carreira escolhida devido dificuldade no seu estudo. Em especfico, a parte da lgebra pesquisada foi as inequaes, no s pela possibili-dade de se estudar uma variedade de registros mas, tambm, pela conexo que existe com outros contedos, como funes e equaes. Para entender Matemti-ca, de acordo com a teoria adotada, preciso saber coordenar pelo menos dois registros, um deles monofuncional (prprios da matemtica) e o outro multifuncio-nal (utilizados fora da matemtica), o que permite realizar a funo de objetivao das representaes conscientes, ou seja, a coordenao entre dois registros. Para consecuo de nosso objetivo contamos com a participao de sete alunos sur-dos, entre 15 a 22 anos de idade, com nvel de surdez profunda e fluentes em Li-bras, que cursavam o 2 ano do ensino mdio de uma escola bilngue localizada no interior de uma Universidade do Centro Oeste do Paran. A metodologia adota-da foi a Engenharia Didtica de Artigue, que caracteriza-se como um esquema ex-

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perimental baseado em realizaes didticas, em que escolhemos uma de suas atividades, juntamente com o software Graphequation, para compor as anlises e apresentao. Foram analisadas as quatro funes discursivas inseparveis das funes cognitivas: a funo de enunciao, a funo de designao, a funo de expanso e a funo de reflexividade durante o processo de converso. Para a compreenso do enunciado, percebemos uma dependncia muito grande da pro-fessora, por parte dos alunos; no entanto, com o apoio do Graphequation, os alu-nos passaram a responder as questes com mais autonomia, em que o emprego da linguagem deixou de ter apenas o papel de explicaes. Entre os resultados en-contrados conclumos que, ao contrrio da lngua oral configurada pela linearida-de de leitura, a Libras utiliza as unidades simblicas do registro algbrico justapon-do as unidades visuais do registro grfico/geomtrico, o que proporciona a conver-so dos registros multifuncionais e monofuncionais, fundamental para o entendi-mento da Matemtica, segundo a teoria adotada.

Palavras-chave: Processos cognitivos, Surdos usurios da Libras, Registro mono-funcional e multifuncional, Funes discursivas e meta discursivas.

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A Formao de Professores que Ensinam Matemtica em Escolas Inclusivas para Alunos Surdos:

uma reflexo sobre o nmero e a escrita numrica

Cllia Maria Ignatius Nogueira Universidade Estadual de Maring/UniCesumar

Maring, Paran

Nosso objetivo nesta mesa discutir os processos de ensinar (funes e sabe-res do professor) e de aprender (construo dos conhecimentos matemticos es-colares) luz da teoria piagetiana, o que significa estabelecer possveis laos en-tre uma teoria essencialmente epistemolgica e a ao educativa em uma escola inclusiva para surdos, tendo como fio condutor o fazer pedaggico com a escrita numrica. Para este intento, consideramos trs trabalhos anteriormente publica-dos. As concluses resultantes do primeiro trabalho, sustentado teoricamente na epistemologia gentica piagetiana e na didtica da matemtica de influncia fran-cesa, evidenciam que se a construo e ampliao dos conhecimentos escolares matemticos dependem da oferta e da mediao adequada de situaes que favo-ream a evoluo e organizao dos esquemas do aprendiz, cabe ao professor propor e mediar o desenvolvimento das situaes apresentadas aos alunos, ne-cessitando que este profissional se conscientize de que toda formao sempre provisria numa sociedade que no permanece esttica, mas se transforma pela atuao do homem e pela evoluo do conhecimento, exigindo dele permanente reflexo sobre suas aes, seu repertrio lingustico e que continue estudando e pesquisando. No segundo artigo, observamos similaridades nos processos de desenvolvimento da lngua oral, de sinais e nos de construo da lngua escrita e da escrita numrica segundo a epistemologia gentica, tendo como referencial terico, alm da teoria piagetiana, estudos da construo da escrita numrica de crianas ouvintes, que se sustentam teoricamente em Piaget. Por fim, no terceiro artigo, a incluso dos alunos surdos analisada considerando as condies apre-sentadas atualmente, a partir de pesquisas nacionais e internacionais que apon-tam uma concluso em comum: a necessidade de aes pedaggicas diferencia-

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das para o ensino de Matemtica para os surdos, nos anos iniciais do Ensino Fun-damental. Desta forma, utilizamos os resultados da investigao anteriormente rea-lizada sobre a aquisio da escrita numrica por crianas surdas, para reforar a necessidade de aes pedaggicas diferenciadas no ensino de Matemtica a elas destinado e, considerando as funes e saberes do professor necessrios para uma mediao efetiva dos conhecimentos matemticos escolares para ouvintes, estabelecemos uma reflexo em busca da formao necessria para o professor quando se pretende uma Educao Matemtica inclusiva para todos os alunos.

Palavras-chave: Educao matemtica inclusiva, Ensino de matemtica para surdos, Escrita numrica, Formao de professores.

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Engenharias de Formao:princpios e questes

Teresa Assude Universit Aix-Marseille, Frana

O tema da mesa redonda Formao profissional, educao matemtica e adaptao curricular: questes conceituais e epistemolgicas um assunto im-portante para a educao inclusiva e para a educao em geral. As reformas curri-culares propostas pela instituio escolar dificilmente so postas em prtica sem uma formao profissional dos atores que intervm no sistema educativo. Isso no quer dizer que os atores mudem necessariamente as suas prticas se tiverem uma formao profissional. Os processos de mudana social so complexos e lon-gos, mas a presena de formao uma oportunidade que se deve dar aos atores para o benefcio da sociedade e da educao de todos os seus membros. Para pensar o problema da formao profissional dos professores, vrias questes po-dem ser formuladas: qual a cultura profissional dos professores? Quais so os elementos dessa cultura que queremos mudar? Quais so as necessidades profis-sionais dos professores e sobretudo as necessidades da profisso como coletivo de atores? Os conceitos de instituio, cultura, ator, relao do ator ..., coletivo, necessidade so elementos chave para conceber uma engenharia de formao. Situamo-nos, assim, numa perspectiva antropolgica. Como conceber uma enge-nharia de formao de professores em educao matemtica inclusiva? Uma en-genharia de formao uma resposta possvel a um certo nmero de necessida-des e de questes. H vrios tipos de necessidades: epistemolgicas, institucio-nais, praxeolgicas, documentais, pessoais... As respostas dadas a essas necessi-dades vo constituir a base dos contedos da formao. A implicao dos atores na formao indispensvel. Podemos, assim, formular certas questes sobre as necessidades pessoais: qual a relao ao saber matemtico dos professores? Qual a relao do professor relativamente deficincia? Quais so as prticas matemticas que o professor utiliza nas suas aulas? Essas prticas so as mes-mas com os alunos deficientes? Algumas respostas a estas questes sero dadas durante a mesa redonda.

Palavras-chaves: Engenharia de formao, Necessidades, Profisso.

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S E O 6

Mesa 6Educao Inclusiva, Matemtica e Prticas de Ensinar e

de Aprender: elaborando concluses, estabelecendo metas e

assumindo desafios

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Educao Inclusiva:um repensar das prticas educativas nos processos de avaliao na

perspectiva do sujeito surdo

Patricia Tuxi Instituto de Letras LIP, UnB

Braslia DF.

A incluso escolar do surdo vai alm da acessibilidade do espao fsico ou ade-quao dos recursos pedaggicos. No caso do aluno surdo necessrio ocorrer mediao em Lngua Brasileira de Sinais Libras como forma de garantir o sua individualidade lingustica. As legislaes de incluso vigentes apresentam os pro-cessos de adaptao e acessibilidade como duas solues prontas e determi-nantes para todo o processo inclusivo, sem distino de peculiaridades. No entan-to, a educao de surdos, hoje calcada na Lei 10.436/2002 e no Decreto 5.626/2005 reconhece a Lngua Brasileira de Sinais Libras como lngua natural da comunidade surda, e determina que todo o processo de ensino deve ser ofere-cido de forma bilngue, ou seja, com a Libras como primeira lngua (L1) e o portu-gus escrito como segunda lngua (L2). O sistema de ensino e suas diversas esfe-ras, ao deparar com a dicotomia lingustica precisa adotar um olhar que entenda o surdo como um sujeito que possui uma lngua e uma educao visual que consti-tui e a base da elaborao conceitual abstrata. As Lnguas de Sinais, de acordo com Castro Jnior (2011), proporcionam todos os componentes das lnguas orais, como gramtica, semntica, pragmtica, sintaxe e outros elementos, preenchen-do assim os requisitos cientficos para ser considerada em todo seu nvel lingusti-co. Tambm deve ser destacado que a Libras, por apresentar uma modalidade vi-so-espacial diferente da lngua portuguesa, que oral-auditiva, necessita de um modelo que tambm adote os mesmos canais para garantir o aprendizado. Para Bisol et all (2010) a Libras, ao ser reconhecida no Brasil, representou um avano incontestvel em termos polticos, sociais ou psicolgicos, compreendendo ser a base para o desenvolvimento cognitivo e a constituio da subjetividade, que s possvel com o ingresso da criana no processo dialgico propiciado por uma ln-gua compartilhada. Ao pensar uma educao de qualidade para o surdo preciso idealizar sua emancipao lingustica sem critrios de comparao lngua portu-guesa. A noo de mundo e seus conceitos precisam ser elaborados e estrutura-dos em signos lingusticos conexos e baseados no pensamento do estado das coi-sas, e no do copismo da lngua majoritria. Fica a necessidade de se repensar os processos de avaliao que so calcados em tradues lineares e sem contextos

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do pensamento viso-gestual. Ao buscar uma educao inclusiva, no caso dos sur-dos, preciso pensar em uma educao bilngue onde a ele garantida uma for-mao nos aspectos sociais, culturais, filosficos, cientficos, histricos, antropol-gicos, afetivos, econmicos, ambientais e polticos que possibilita o surgir da men-te crtica que a sociedade como um todo demanda dos alunos, de forma geral. O repensar das prticas educativas nos processos de avaliao est ligado direta-mente ao direito do surdo vivenciar a sua primeira lngua, o que significa o uso ple-no da sua cidadania e garantia dos seus direitos humanos.

Palavras-chave: Avaliao, Surdo, Bilngue, Reavaliao.

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Rumo Educao Matemtica Inclusiva: relaes entre fatores psicolgicos, epistemolgicos, pedaggicos,

institucionais e culturais

Lulu Healy e Solange Hassan Ahmad Ali FernandesUniversidade Anhanguera de So Paulo

So Paulo SP

Nesta apresentao, pretendemos voltar s discusses desses dias de evento e refletir sobre os desafios de curto e de longo prazo que ainda precisamos enfren-tar em nossas tentativas para construir uma matemtica escolar mais inclusiva. Va-mos tentar (re)situar nosso programa de pesquisas em andamento, tendo em con-ta as questes levantadas durante o colquio, organizando-o em torno do que ve-mos como os principais alvos que precisam ser atingidos e as mudanas nas es-truturas educacionais atuais que esses implicam. O primeiro desafio que ns iden-tificamos a necessidade de pesquisas que se concentrem em investigaes so-bre como as formas distintas que diferentes indivduos acessam e interpretam o mundo impacta em seus processos de aprendizagem. Grande parte das pesqui-sas na rea da Educao Matemtica so realizadas como se o processo de apro-priao dos conceitos matemticos acontecesse de forma semelhante para todos os aprendizes. O nosso trabalho desafia essa proposio e sugerimos que um pri-meiro passo em direo a uma educao de fato inclusiva identificar como dife-rentes recursos (corporal, material e semitico) levam a diferentes percursos de aprendizagem. Relacionado a esse desafio h um segundo objetivo - o desenvolvi-mento de novas ferramentas que ofeream diferentes formas de ouvir, sentir, ver e expressar a matemtica. Temos a inteno de compartilhar algumas de nossas tentativas para contribuir com o desenvolvimento dessas ferramentas, apresentan-do alguns dos ambientes digitais que criamos para envolver os alunos que podem ter dificuldade com o fazer matemtica convencional. Ensinar, porm, no se resu-me a disponibilizar ferramentas. Requer tambm a promoo de oportunidades para que o aprendiz possa fazer uso da matemtica embutida em sua vida. Para este fim, um outro objetivo importante a elaborao e investigao do que deno-minamos cenrios de aprendizagem inclusivos conjuntos de elementos constitu-

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do por tarefas especficas ou por uma sequncia de tarefas interrelacionadas, por ferramentas mediadoras (materiais, tecnolgicas e/ou semiticas) a serem empre-gadas na execuo da tarefa, e por interaes entre os diferentes atores que to-mam parte da cena (que podem incluir diferentes combinaes de alunos, profes-sores e pesquisadores). Isso nos leva a um outro desafio crtico preparar os pro-fessores para trabalhar com todos os alunos, incluindo aqueles que anteriormente estavam em escolas especializadas, um processo que requer a ressignificao de suas crenas pedaggicas e epistemolgicas. Iremos descrever algumas estrat-gias que exploramos para engajar professores e futuros professores nessa res-significao. Finalmente, queremos olhar para alm da sala de aula e dos atores que participam de cenrios de aprendizagem especficos, focando algumas das estruturas educacionais, tais como currculo e a avaliao, que acabam condicio-nando o que acontece nas salas de aula.

Palavras-chave: Matemtica escolar, Processos de aprendizagem, Cenrios de aprendizagem inclusivos, Crenas pedaggicas.

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C A P T U L O 3

Sobre Autoras e Autores

Cllia Maria Ignatius Nogueira

Mestre em Matemtica pela Universidade de So Paulo USP e doutora em Edu-cao pela Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita Filho UNESP. Pro-fessora associada aposentada da Universidade Estadual de Maring e atualmente professora da UniCesumar. Autora de diversos livros e participante de diferentes grupos de pesquisa, como GEPEGE Grupo de Estudos e Pesquisas em Psicolo-gia e Epistemologia Genticas (UNESP); do GEPSEM Grupo de Estudos e Pes-quisas em Surdez e Educao Matemtica (UNESPAR); do GEPEMCAM - Educa-o Matemtica de Campo Mouro (UNESPAR) e do GIEPEM Grupo Interdiscipli-nar de Estudos e Pesquisas em Educao Matemtica (UEM). Atua e orienta pes-quisas em Educao Matemtica (anos iniciais) e em Educao Matemtica Inclu-siva, particularmente na Educao de Surdos. vice coordenadora do GT1: Gru-po de Trabalho Educao Matemtica na Educao Infantil e Anos Iniciais do Ensi-no Fundamental e fundadora do GT13: Diferena, Incluso e Educao Matemti-ca da SBEM Sociedade Brasileira de Educao Matemtica.

Contato: [email protected]

Cristiano Alberto Muniz

Bacharel e licenciado em Matemtica pela UnB. Mestre em Educao pela UnB, doutorado (apoio CNPq) em Cincias da Educao pela Universit de Paris Nord com estudo etnogrfico de atividades ldicas e anlise das atividades matemti-cas em jogo. Ps-doutor em Educao pela UnB com pesquisa As crianas que calculavam: o ser matemtico como sujeito produtor de sentidos subjetivos na

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aprendizagem (2015). Desde 1987 professor da Faculdade de Educao onde desenvolve projetos voltados formao matemtica de professores de incio de escolarizao. Membro do Programa de Ps-Graduao em Educao e coorde-nador da linha de pesquisa Educao em Cincias e Matemtica. At julho de 2013, presidente da Sociedade Brasileira de Educao Matemtica (SBEM). Atual vice-diretor da SBEM-DF. Autor de materiais de formao em Educao Matemti-ca para polticas pblicas brasileiras como GESTAR, PNAIC e atualmente na pro-duo de desenhos animados e jogos virtuais para aprendizagem de conceitos matemticos para a TV Escola do MEC. Autor de livros e captulos de livros volta-dos a compreenso epistemolgica da aprendizagem matemtica apoiada na Teo-ria dos Campos Conceituais de Vergnaud e a produo de sentidos subjetivos, teoria da Subjetividade de Gonzalez Rey, na aprendizagem matemtica dentro e fora da escola, com nfase na ludicidade de aprender e no ensinar matemtica.

Contato: [email protected]

Denise de Oliveira Vieira, graduada em Psicologia na UniCeub, em 1997. Mestre e Doutora em Psicologia do Desenvolvimento, pelo Instituto de Psicologia da UnB, Braslia, Distrito Federal. Professora do Curso de Ps-Graduao em Psico-pedagogia da UnB. Trabalhou na SEE/DF na Equipe de Apoio a Aprendizagem no Centro de Ensino Especial de Sobradinho, e atualmente trabalha no Instituto Fede-ral de Braslia IFB campus Planaltina como Psicloga no Programa de Equotera-pia.

Contato: [email protected].

Fbio Alexandre Borges. Possui graduao em Licenciatura Plena em Matemti-ca pela Universidade Estadual de Maring (2002), Mestrado pelo Programa de Ps-graduao em Educao para a Cincia e a Matemtica (2006) e Doutorado pelo mesmo Programa (2013). Tem experincia na rea de Educao Matemtica, com nfase em Educao Especial, atuando principalmente com a temtica sur-dez. lder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Surdez e Educao Matemtica e membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educao Matemtica de Cam-

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po Mouro, PR. Editor da Revista Paranaense de Educao Matemtica e do-cente adjunto da Universidade Estadual do Paran - Campus de Campo Mou-ro.

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Fatima Ali Abdalah Abdel Cader-Nascimento. Professora titular no Centro Universitrio do Distrito Federal - UDF, professora itinerante na rea de surdoce-gueira na Secretaria de Estado da Educao do DF, autora de livros, captulos de livros e artigos na rea de psicologia do desenvolvimento humano e pedago-gia. Pesquisas e trabalhos envolvem a discusso da relao entre pensamento e linguagem na promoo dos processos de aprendizagem e desenvolvimento humano.

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Glucio de Castro Jnior. Professor do Magistrio Superior do Departamento de Lingustica, Portugus e Lnguas Clssicas LIP da Universidade de Braslia UnB. Licenciado em Cincias Biolgicas, Bacharel em Cincias Biolgicas, Li-cenciado em Letras-Libras, Licenciando em Letras-Portugus. Especialista em Desenvolvimento Humano, Educao e Incluso Escolar, Mestre em Lingustica e Doutor em Lingustica, sob orientao da Professora Doutora Enilde Faulstich.

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Leo Akio Yokoyama. Graduao em Licenciatura Matemtica - UNICAMP. Es-pecializao em Educao Matemtica - PUC-Rio. Mestrado em Matemtica Aplicada (Geometria Projetiva) -UFRJ,2001. Doutorado emEducao Matem-tica INCLUSIVA (sndrome de Down)naUNIBAN, 2012. Professor formador do Pacto Nacional da Alfabetizao na Idade Certa (PNAIC). Professor Orientador -Pic Obmep. Professor efetivo do Colgio de Aplicao da UFRJ.

Contato: [email protected]

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Lcia Helena Cavasin Zabotto Pulino. Professora adjunta do Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento, do Instituto de Psicologia da Universida-de de Braslia. Coordenadora do Laboratrio gora Psych. Orientadora no Pro-grama de Ps-Graduao em Processos de Desenvolvimento Humano e Sade PED/IP/UnB); Orientadora do Programa de Ps-Graduao em Direitos Humanos (CEAM/UnB). Psicloga (USP Ribeiro Preto), Mestre em Lgica e Filosofia da Cincia Epistemologia (UNICAMP), Doutora em Filosofia (UNICAMP), Ps Douto-ra em Filosofia (Universit Paris 8 e UERJ - Proped).

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Lulu Healy comeou sua carreira como pesquisadora no Institute of Education da Universidade de Londres. Veio para o Brasil em 2002 e atualmente professora do Programa de Ps-Graduao do Programa de Educao Matemtica da Univer-sidade Anhanguera de So Paulo. Seu interesse de pesquisa centra-se no empre-go de tecnologias digitais para o ensino e para a aprendizagem matemtica, em especial no design de formas inovadoras de fazer e expressar a matemtica esco-lar. Tem interesse particular nos desafios associados a proporcionar uma matem-tica escolar mais inclusiva e na compreenso das prticas matemticas de apren-dizes com deficincias. Atualmente coordenadora do grupo de pesquisa Tecno-logias e Meios de Expresso em Matemtica, e coordenadora do projeto de pes-quisa Rumo a Educao matemtica Inclusiva, cujo objetivo investigar as rela-es entre experincias sensoriais e cognio matemtica e tambm desenvolver e avaliar cenrios de aprendizagem para alunos com diferentes necessidades edu-cacionais.

Contato: [email protected]

Maria Helena Fvero psicloga e Professora Associada IV do Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento do Instituto de Psicologia da Universida-de de Braslia. coordenadora do Cogito- Laboratrio de Psicologia do Conheci-mento e coordenadora do XI Curso de Especializao em Psicopedagogia Clnica e Institucional do Instituto de Psicologia da UnB.

Contato: [email protected]; [email protected]

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Patrcia Tuxi doutoranda na rea de Lingustica pela Universidade de Braslia e Mestre em Educao pela Universidade de Brasilia - UNB (2009) Psicopedagoga ps- graduada pela Universidade Catlica de Braslia - UCB (1997). Professora do Instituto Federal de Brasilia - IFB (2011 - 2012). Professora de Libras da Universi-dade de Braslia - UNB. Atua na rea de Ensino de Lnguas com nfase na Lngua de Sinais Brasileira - LSB. Tradutora Intrprete de Lngua Brasileira de Sinais - Li-bras. Desenvolve pesquisa na rea de Terminologia e Lxico da Lngua de Sinais Brasileira - LSB.

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Silvia Teresinha Frizzarini

Doutora em Educao para a Cincia e a Matemtica pela Universidade Estadual de Maring-UEM, com estgio na Universidade de Barcelona-UB; mestre em Edu-cao pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul-UFMS; licenciada e espe-cialista em Matemtica pela Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP; e es-pecialista em Didtica e Metodologia do Ensino Superior pela Faculdade Anhan-guera de Dourados-FAD. Atualmente professora e integrante do colegiado no curso Licenciatura Matemtica-EaD da UniCesumar-Maring. integrante do Pro-jeto de Apoio a difuso da Libras UEM e autora de livros, captulos de livros, ar-tigos e trabalhos publicados em peridicos.

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Solange Hassan Ahmad Ali Fernandes doutora em Educao Matemtica pela Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo e lecionou por 25 anos na Educa-o Bsica. Atualmente professora do Programa de Ps-Graduao em Educa-o Matemtica da Universidade Anhanguera de So Paulo. Seus interesses de pesquisas envolvem as prticas docentes e discentes em ambientes escolares in-clusivos ou especiais inseridos no modelo de Educao presencial ou no modelo de Educao a Distncia, e o planejamento de ambientes instrucionais presen-ciais ou virtuais nos quais todos, independentemente de suas necessidades edu-cacionais, possam interagir e aprender. Primeira Secretria da Sociedade Brasi-leira de Educao Matemtica e integra o grupo de pesquisadores do projeto de pesquisa Rumo a Educao Matemtica Inclusiva.Contato: [email protected]

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Teresa Assude professora catedrtica na ESPE (Escola Superior do Professora-do e da Educao) da Universidade de AixMarseille, Frana. Atua no quadro da formao dos professores, dos professores da educao especial e dos jovens pesquisadores em educao e formao. Os seus trabalhos de pesquisa inte-gram-se no campo da educao matemtica e do estudo do currculo da matem-tica na sua historicidade, na sua atualidade e no seu devir. Vrios dos seus proje-tos so relativos integrao das tecnologias numricas no ensino da matemtica e na formao matemtica dos professores. Atualmente interessa-se na escolari-dade dos alunos deficientes e as prticas inclusivas nas matemticas escolares. Nesse sentido, criou e responsvel por uma rede de pesquisadores e de profes-sores que se interessam sobre o ensino-aprendizagem dos alunos deficientes do ponto de vista didtico e pedaggico OPHRIS (Observatrio das Prticas sobre as Deficincias investigao e interveno escolares). Esta rede organiza regular-mente um colquio Escola e deficincia, que se destina no s aos pesquisado-res mas, tambm, a todos os atores que esto relacionados com esta temtica. Desses encontros foram publicados dois livros (Perez, J-M & Assude, T. (editores), 2013. Pratiques inclusives et savoirs scolaires. Paradoxes, contradictions et perspectives. Nancy: Presses Universitaires de Lorraine; e Zaffran, J. (ed), 2015. Accessibilit et handicap. Grenoble: Presses Universitaires de Grenoble) e dois nmeros especiais da revista Nouvelle Revue de lAdaptation e de la Scolarisa-tion-NRAS (n57, Faire travailler ensemble tous les acteurs de linclusion, e n65, Savoirs professionnels et pratiques inclusives).

Contato: [email protected]

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C A P T U L O 4

Programao do II Colquio Internacional de Psicologia do Conhecimento - Educao Inclusiva, Matemtica e

Prticas Escolares

28/05

17:00-19:00 - Recepo dos participantes

19:00-20:00 - Coquetel de Abertura

20:00-21:30 - Conferncia de abertura: Educao Inclusiva, Mate-mtica e Prticas Escolares: A Relao entre Psicologia e Conhecimento, por Maria Helena Fvero (UnB).

29/05

09:00-10:30

Mesa 1: A Abordagem da Educao Inclusiva: Aspectos Filosfi-

cos, Epistemolgicos e Psicolgicos.

Participantes: Glucio Castro (UnB), Lucia Helena Pulino (UnB) e Tere-

sa Assude (Universit Aix-Marseille, Frana)

Coordenao: Patrcia Tuxi (UnB)

10:30-10:45 - Coffee break

10:45-12:00

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Conferncia: Educao Inclusiva e Prticas em Sala de Aula: um

Desafio para a Psicologia do Conhecimento, por Cristiano

Muniz (UnB).

Coordenao: Regina Pina das Neves (UnB)

12:00-14:00 - Almoo

14:00-15:30

Mesa 2: A Mediao Escolar do Conhecimento Matemtico com

Surdos: Lngua de Sinais, Competncias Conceituais e Des-

envolvimento Psicolgico.

Participantes: Silvia Teresinha Frizzarini (UniCesumar-Maring, PR),

Fabio Alexandre Borges (UEPR/Mouro) e Cllia Maria Ignatius Nogueira (UEM Maringa, PR)

Coordenao: Ftima Ali Abdalah A. Cader Nascimento (UDF)

15:30-15:45 - Coffee break

15:45-18:00

Mesa 3: A Mediao Escolar do Conhecimento Matemtico com

Cegos e Surdo-Cegos: Incluso Escolar, Adaptao Curricu-

lar e Desenvolvimento Psicolgico.

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Participantes: Solange Hassan Ahmad Ali Fernandes (UNIAN, SP),

Lulu Healy (UNIAN,SP) e Ftima Ali Abdalah A. Cader Nascimen-to (UDF)

Coordenao: Fbio Alexandre Borges(UEPR/Mouro)

18:00-19:00 - Coffee break / Confraternizao

19:00-20:30

Conferncia: O Desafio de Criar Respostas Diversidade Humana

nas Situaes do Ensinar e do Aprender: Uma Anlise Psi-

colgica e Psicopedaggica, por Denise de Oliveira Vieira

(SEE/DF).

Coordenao: Ftima Ali Abdalah A. Cader Nascimento (UDF)

30/05

09:00-10:30

Mesa 4: A mediao Escolar do Conhecimento Matemtico e o Desenvolvimento Psicolgico dos Deficientes Intelectuais.

Participantes: Leo Akio Yokoyama (UFRJ, RJ), Denise de Oliveira Viei-ra (SEE/DF) e Maria Helena Fvero (UnB).

Coordenao: Regina Pina das Neves (UnB)

10:30-10h45 - Coffee break

10:45-12:00

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Conferncia: Prticas inclusivas nas matemticas escolares: condi-es e obstculos, por Teressa Assude (Universit Aix-Marseil-le, Frana)

Coordenao: Fabio Alexandre Borges (UEPR/Mouro)

12:00-14:00 - Almoo

14:00-15:30

Mesa 5: Formao Profissional, Educao Matemtica e Adapta-o Curricular: Questes Conceituais e Epistemolgicas.

Participantes: Silvia Teresinha Fizzarini (UniCesumar-Maring, PR), Cllia Maria Ignatius Nogueira (UEM Maringa, PR) e Teresa As-sude (Universit Aix-Marseille, Frana).

Coordenao: Leo Akio Yokoyama (UFRJ)

15:30-15:45 - Coffee break

15:45-18:00

Mesa 6 (de encerramento): Educao Inclusiva, Matemtica e Prti-cas de Ensinar e de Aprender: Elaborando Concluses, Es-tabelecendo Metas e Assumindo Desafios.

Participantes: Patrcia Tuxi (UnB), Solange Hassan Ahmad Ali Fernan-des (UNIAN,SP) e Lulu Healy (UNIAN,SP).

Coordenao: Cristiano Muniz (UnB)

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