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J. Alveirinho DiasFaculdade de Ciências do Mar e do Ambiente

Universidade do Algarve

e-mail: [email protected]

web page: w3.ualg.pt/~jdias

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Relações remotas do Homem com o Mar

Exploração de recursos marinhos (bivalves)

Energia e risco dos ambientes costeiros marinhos

Ausência de tecnologias adequadas

Ausência de características sociológicas adequadas

Cooperação

Especialização

Hierarquia

...

Pre-História

O Homem começou a explorar o Mar desde muito cedo

Todavia não tinha capacidades para explorar (e de forma rudimentar) mais do que a zona costeira

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1 - PREPARAÇÂO

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Civilizações Fluviais

As Civilizações Fluviais

A Grande Revolução: a Agricultura

Necessidade de cooperação (semear, colher, ...)

Civitas ---> CivilizaçãoDesenvolvimento das cidades

Sedentarização das populações

Importância do “Crescente Fértil”no desenvolvimento civilizacional

O Mediterrâneo como ninho de civilizações

A conquista do Oceano

iniciou-se nos rios

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Civilizações Fluviais

As Civilizações Fluviais

A Grande Revolução: a Agricultura

Necessidade de cooperação (semear, colher, ...)

Civitas ---> CivilizaçãoDesenvolvimento das cidades

Sedentarização das populações

Aparecimento da especialização (obras hidráulicas, cerâmica, cestaria, ...)

Emergência da hierarquia (coordenação de actividades)

Desenvolvimento de tecnologias (obras hidráulicas, cerâmica, cestaria, ...)

Importância do armazenamento

Acumulação dos conhecimentos (ao serviço da sociedade)

Relacionamentos externos (exportação / importação)

Desenvolvimento de comunicações

Importação de conhecimentos

Desenvolvimento dos barcos

Foi nos rios que o Homem

se preparou para a

conquista do Oceano

Estruturação Social

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Civilizações Fluviais - vela

As Civilizações Fluviais

Desenvolvimento dos Barcos

Os barcos de canas

O aparecimento da vela

Pintura do túmulo de Snefru (2680aC-2565aC), na necrópole de Cheik-el-Gurnah, em Tebas.

Influência climática

Baixo-relevo de calcário da mastaba de Ipi, em Sacara, (2494aC-1345aC)

Esta

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2 - O PRINCÍPIO

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Primeiras Talassocracias

Creta

As Primeiras Talassocracias

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Primeiras TalassocraciasDezenas de ilhas

Costas muito recortadas

Excelentes portos naturais

Clima ameno

Solo pouco fértil (apenas um quarto da área é arável)

Desenvolvimento das pescas

Aperfeiçoamento da navegação

Comunicação com outras civilizações(Grécia, Ásia Menor, Médio Oriente, Egipto, etc.)

Sismicidade e vulcanismo(destruições, etc.)

As Primeiras Talassocracias

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MinóicosMin

óicos

Desenvolvimento de uma civilização muito sofisticada

2 600 a.C. - 1 100 a.C.

Prosperidade baseada no comércio marítimo

A primeira talassocracia

Apogeu: 1 900 a.C. - 1 450 a.C.

Poderio militar ?

A Civilização Minóica

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Minó

icosA construção de palácios Exemplo: Palácio de Knossos

Provavelmente com:

3 andares

20 000 m2 de área

800 quartos

Casas de banho (banheiros)

Sistema de esgotos

Água corrente

A Civilização Minóica

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Minó

icos

A crise de c. 1 700 a.C.

Período dos palácios antigos: c. 2 000 a.C - c. 1 700 a.C

Período dos palácios novos: c. 1 700 a.C - c. 1 400 a.C

VulcanismoErupção do Santorini c. 1 650 a.C.Sismos violentos

Mas a civilização minóica sobreviveu!

A Civilização Minóica

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Minó

icos

Cerca de 1 450 a.C. a civilização minóica teveum declínio abrupto

Cerca de 1450AC houvegrande erupção

do vulcão Thera (Santorini)localizado a uns

100km de distânciaacompanhada porsismos violentos

e tsunamis destruidores

Porquê?

A Civilização Minóica

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3 - CONHECIMENTOBIDIMENSIONAL

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Fenícios

Os Fenícios

Os primeiros navegadores

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Fenícios

Os Fenícios

Os primeiros navegadores

As Guerras Púnicas

A destruição de Cartago (146 a.C.)

Cartago

A luta pelo Mediterrâneo

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Romanos

Roma

O “Mare Liberum” até à afirmação do Império Romano

O “Mare Clausum” / “Mare Nostrum” do Império Romano

Birreme Galera PentacoteraMercante

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Vikings

Vikings Comércio marítimo na Idade Média, na Europa

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Vikings

Vikings Clima propício para a navegação e a agricultura

GroenlândiaColonização: 800 - 1200

Extinção: 1350 - 1408

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China

China Almirante Zeng He

Sete viagens entre 1405 e 1433

É provável que tenha chegado ao Atlântico

Registos das últimas viagens destruídos pelo Imperador Ming

Mapa de KangnidoArmada composta por mais de 60 navios

Alguns com cerca de 150m de comprimento

Cerca de 28 000 tripulantes

Navio almirante com 9 mastros

Compare-se com a armada de Cristóvão Colombo em 1492, com 3 naviosA “Santa Maria” tinha 3 mastros, cerca de 25m e 40 tripulantes

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Navegações Ibéricas

As Navegações IbéricasO grande avanço do conhecimento bidimensional do oceano a partir de 1414

Portugal, seguido por Castela

Os avanços nas técnicas cartográficas

Os avanços nas técnicas de navegação (astrolábio, etc.)

Astrolábio de Dundee (1555)

Carta portulano de Lopo Homem (c. 1530))

Terra Brasilis Atlas Miller (1519)

Infante D. Henrique (1394-1460)

Os tra

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Navegações europeias

As Navegações EuropeiasContinuação do trabalho de reconhecimento

Exemplo: James Cook

James Cook (1728-1779)

Viagens de James Cook (1728-1779)

A expedição da Challenger (1872-1876)

O nascimento da oceanografia moderna

Réplica da H.M.S. Endeavour

H.M.S. Challenger

As viagens de circum-navegação e outras do século XIX

A circum-navegação do Gazelle (alemão) - 1874-1876

A circum-navegação do Vitiaz (russo) - 1886-1889

As expedições do Pola (austríaco) ao Mar Vermelho - 1890-1898

A expedição do Fram (norueguês) ao Árctico - 1893-1896

etc. etc.

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Satélite

As Novas Tecnologias Sputnik - 4 OUT 1957 Explorer - 26 MAR 1958

Foi só co

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4 - CONHECIMENTOTRIDIMENSIONAL

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As Primeiras Sondagens

Estrabão (63 a.C. - 24 A.D.) informa que Posidonius (c. 135 a.C. - 51 A.D.) efectuou uma sondagem(provavelmente efectuada com fio de sondagem) próximo da Sardenha, tendo encontrado o fundo a

cerca de 1 800m

Desde o começo da utilização de barcos que se tentou determinar a profundidade

O Objectivo principal era a segurança da navegação

Elemento iconográfico de Deir al-Bahri (c. 1500a.C.) reproduzindoum dos navios da rainha Hatshepsut que foi à Terra do Ponto,onde se vê um tripulante fazendo sondagem com uma vara

Heródoto (c.485 a.C. - 420 a.C.) refere uma sondagemefectuada com fio de sondagem ao largo do Nilo, tendo-

se determinado a profundidade de cerca de 20m

A ser verdade, foi a única sondagem profunda de que há notícia até ao século XVI

Fernão de Magalhães, na viagem de circum-navegação(1519 - 1522), no dia 24 JAN 1521, próximo da ilha de Puks-Puka (arquipélago Tuamotu), utilizou linhas de sondagem

com um total de cerca de 800m e não encontrou fundo.Concluiu que provavelmente estava numa das partes mais

profundas do oceano.

Primeiras Sondagens

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As Primeiras SondagensRaras foram as sondagens profundas realizadas até ao século XIX

Primeiras Sondagens

Dificuldades várias:

muito morosas

muito esforço físico

peso do cabo

dificuldade em sentir o fundo

Para quê?

Algumas sondagens profundas:

James Ross em 1818 faz sondagens na Baía de Baffin (W Groenlândia) com recolhade amostras de fundo. A mais profunda foi a 1919 metros.

James Clark Ross, na expedição à Antárctica (1839-1943), fez sondagens profundas,obtendo as maiores profundidades no Atlântico Sul (4433m) e ao largo do Cape Cod(4893m)

Primeira carta batimétrica (do Atlântico) publicada por MatthewFontaine Maury em 1855, utilizando o pequeno conjunto desondagens existentes

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As Sondagens ElectrónicasEm 1923 havia pouco mais de 1500 sondagens profundas isoladas

Sondagens Electrónicas

O aparecimento da ecossondagem

Em 1922 o USS Steward efectuou o primeiroperfil “contínuo” por ecossondagem

(mais de 900 sondagens entre os EstadosUnidos e o Estreito de Gibraltar)

A expedição do Meteor (alemão) entre 1925-1927 efectuando-se mais de 60 mil sondagens

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As Sondagens ElectrónicasOutro grande passo qualitativo: o sondador muiti-feixe Sea-Beam

Sondagens Electrónicas

Desenvolvido pela marinha australiana (1964)

Instalado no N/O Jean Charcot (francês) queoperou para o IFREMER entre 1964 e 1990

Batimetria muito mais rápida e muito mais precisa

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As Sondagens ElectrónicasOs sondadores multi-feixe actuais

Sondagens Electrónicas

Electrónica de 3ª geração + Alta capacidade de processamento

Batimetria da área FAMOUS no Atlântico Norte:

Ecossondagem convencional - 5 meses

Sea-Beam (N/O Jean Charcot) - 15 dias

Multi-feixe (N/O Atlantis) - 3 dias

O reconhecimento tridimensional do oceanoprossegue actualmente

estando longe ainda de estar concluído

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5 - A 4ª DIMENSÃO

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Primórdios gregos

Início do Conhecimento da Dinâmica MarinhaDesde sempre que o Homem se interrogou sobre as modificações marinhas

Cerca de 400 a.C. já estava estabelecida a relação entre os estados da maré e as fases da Lua

As análises e as sínteses helenísticas (grande parte infelizmente perdidas ...)

“O Oceano” de Posidonius (135 a.C. - 51 a.C.)

“A Geografia” de Estrabão (64 a.C. - 24 d.C.)

“A Geografia” de Ptolomeu (83 d.C - 161 d.C.)

O conhecimento das dinâmicas oceânicas era extremamente rudimentaraté às navegações portuguesas

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Primórdios XVI-XVIII

Navegações e Conhecimento da Dinâmica MarinhaAs navegações portuguesas

Variações de salinidade e de temperatura

Séc. XVI - XVIII

Intensificação da navegação - progressiva ampliação do conhecimento (essencialmente empírico)

1678 - Athanasius Kircher descreveu o padrão genérico dos “movimentos do mar”:

Primeiras observações tendencialmente sistemáticas

Correntes, ventos e relações entre correntes e ventos

Marés - induzidas pela Lua

Movimentação de Oriente para Ocidente nos trópicos

Movimentação de Norte para Sul em direcção ao equador

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XVIII

Navegações e Conhecimento da Dinâmica Marinha

1777 - Benjamin Franklin (em colaboração com TimothyFolger) publica a primeira carta da Gulf Stream

Base: livros de bordo e informações doscomandantes de navios mercantes

1799 - James Rennell (1742-1830) publica "Thegeographical system of Herodotus”

onde apresenta uma carta com as correntes noAtlântico e no Índico

Base: livros de bordo e informações doscomandantes de navios mercantes

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XIX

Dinâmica Marinha no século XIXTeorias das ondas

Franz von Gerstner (1802) George Airy (1845) George Stokes (1876)

1855 - Matthew Fontaine Maury publica “The Physical Geography of the Sea”

Estabelece relações entre correntes e meteorologia(baseado em dados dos diários de bordo dos navios que cruzavam o Atlântico)

Frequentemente considerado como Pai da Oceanografia

1870 - 1872 - Expedição da H.M.S. Challenger

Nascimento da Oceanografiacomo ciência quantificável baseada na observação sistemática

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XX

A Guerra e o conhecimento da Dinâmica MarinhaA 2ª Guerra Mundial

Os grandes progressos tecnológicos (e científicos) --- CONFIDENCIAIS

A guerra no mar A guerra submarina

O Pós-Guerra

Transferência para a sociedade civil das tecnologias desenvolvidas durante a Guerra

Radar

Sonar

Transdutores variados

etc. etc. etc.O Oceano só começou verdadeiramente a ser conhecido

após a 2ª Guerra Mundial

A criação da comunidade oceanográfica

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XX

Dinâmica Marinha na 2ª metade do século XXO desenvolvimento da electrónica

O desenvolvimento da informática

A oceanografia satelitária

O Início da descoberta do funcionamento do Oceano / da Terra

O Oceano como sistema integrado

A Terra como sistema integrado

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6 - RECURSOS

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O Conhecimento do Oceano teve sempre subjacente

a exploração dos seus recursos

Os novos recursos descobertos desde os anos 50 do século XX

Nódulos polimetálicios

Recurso marinho mais explorado ao longo da História:o mar como via de comunicação

Consequências no Direito do Mar

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hidrotermais

Fontes Hidrotermais

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clatratos

Hidratos de Metano

O Gelo que arde

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Recursos energéticos

Central experimental de Lynmouth

Estação de exploração de energia eólica

oceânica, Vindby, Dinamarca

Estação experimental do Hawaii

(1993-1998)

Recursos Energéticos

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litoral

Zona Costeira

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clima

Recursos climáticos

As interacções oceano / continente

A descoberta do funcionamento do Oceano / da Terra

As interacções oceano / atmosfera

O “Conveyor Belt”e os mecanismos de regulação climática

O “El Niño”e a variabilidade climática

O Conhecimento integrado do funcionamento do Oceano

A “NAO” e avariabilidade climática

A modificação climática actual

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Compreendemos cada vez melhor como funcionao planeta Oceanoo planeta Terrao nosso planeta

Porém, devemos estar conscientesque é ainda mais o que desconhecemos

do que aquilo que conhecemos

O Oceano continua, ainda, a ser o Grande Desconhecido ...

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fimFIM

J. Alveirinho Dias

Universidade do Algarve

[email protected]

Faculdade de Ciências

do Mar e do Ambiente

http://w3.ualg.pt/~jdias

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Mediterrâneo

O Mediterrâneo como ninho civilizacional

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Mediterrâneo

O Mediterrâneo como ninho civilizacional