Jil de Março de 2009

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Caixa de Arruda dos Vinhos Fundador João Alberto Faria . Director Nuno Faria . Director-Adjunto Orlando Ferreira . www.ejaf.pt . mail: [email protected] . Março 2009 Jornal Irene Lisboa Entrevista P7 Gala Nova Iorque finalistas 09’ Viagem de estudo do Clube de Jornalismo F oi na manhã do dia 21 de Fe- vereiro que, com muito entu- siasmo e ansiedade, nos en- contrámos no Aeroporto da Portela, de malas e bagagens. A alegria e a agitação eram uma constante em cada um: íamos em- barcar numa enorme aventura, na viagem de uma vida. E foi com este espírito, que depois de todas as despedidas e conselhos dos pais, partimos rumo ao aeropor- to de Newark, nos Estados Unidos. A viagem durou cerca de 8 horas, que nos pareceram longas, tal a an- siedade e o desejo de chegar. Aterrá- mos por volta das 16 horas locais. Quando saímos à rua, fomos con- frontados com o frio que se fazia sen- tir, uns meros dois graus negativos, comparados com as temperaturas que ainda estavam para vir. Realizámos os primeiros telefone- mas para a família. Tudo tinha corri- do como planeado e encontrávamo- -nos bem. Em seguida, apanhámos o transfer que nos levou à grande cida- de: Nova Iorque. Págs. 2 e 3. de N o dia 7 de Março, ao cair da noite, o Pavilhão Multiusos, recebeu de novo o evento que mais pessoas reúne em Arruda dos Vinhos: a Gala de Finalistas, do Externato João Alberto Faria. Este ano, o tema foi Hollywood, e a decoração recebeu vários ador- nos relacionados com o mundo do espectáculo: paparazzi em es- ferovite, centros de mesa com a forma de estrela, sem esquecer o nome do famoso lugar recortado em grandes letras douradas sobre o palco. À entrada, um elegante Óscar recebia os convidados: “Senhoras e Senhores, esta é a Gala dos Fi- nalistas EJAF 2009.” Pág. 5 P rimeiras horas da madrugada do dia 23 de Fevereiro. Dois autocarros, com dez professo- res e mais de cem alunos do 10º ano de escolaridade, partem de Arruda dos Vinhos em direcção a Valência, Espanha. Cada autocarro funcionou como um micro-cosmos onde acontecia um pouco de tudo: comia-se, bebia- -se, brincava-se, conversava-se, dor- mia-se, conheciam-se novos colegas, viam-se filmes, ouvia-se música, en- fim… Aquelas viaturas foram, durante uma semana, autênticos habitats de uma boa parte da população estu- dantil do EJAF. Pág. 4 Viagem de estudo dos alunos 10º ano Valência Cidade das Artes e das Ciências Times Square, Nova Iorque. Cosplay P6 Tempo de Talentos P7 Sobredotação, Talento e Precocidade P8 Entrevista ao Campeão Olímpico de Atletismo, Carlos Lopes P11

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Jornal do Externato Joao Alberto Faria

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Caixa de Arruda dos Vinhos

Fundador João Alberto Faria . Director Nuno Faria . Director-Adjunto Orlando Ferreira . www.ejaf.pt . mail: [email protected] . Março 2009

Jornal Irene Lisboa

Entrevista P7

Gala

Nova Iorque

finalistas 09’

Viagem de estudo do Clube de Jornalismo

Foi na manhã do dia 21 de Fe-vereiro que, com muito entu-siasmo e ansiedade, nos en-

contrámos no Aeroporto da Portela, de malas e bagagens.

A alegria e a agitação eram uma constante em cada um: íamos em-barcar numa enorme aventura, na viagem de uma vida.

E foi com este espírito, que depois de todas as despedidas e conselhos dos pais, partimos rumo ao aeropor-to de Newark, nos Estados Unidos.

A viagem durou cerca de 8 horas,

que nos pareceram longas, tal a an-siedade e o desejo de chegar. Aterrá-mos por volta das 16 horas locais.

Quando saímos à rua, fomos con-frontados com o frio que se fazia sen-tir, uns meros dois graus negativos, comparados com as temperaturas que ainda estavam para vir.

Realizámos os primeiros telefone-mas para a família. Tudo tinha corri-do como planeado e encontrávamo--nos bem. Em seguida, apanhámos o transfer que nos levou à grande cida-de: Nova Iorque. Págs. 2 e 3.

de

No dia 7 de Março, ao cair da noite, o Pavilhão Multiusos, recebeu de

novo o evento que mais pessoas reúne em Arruda dos Vinhos: a Gala de Finalistas, do Externato João Alberto Faria.

Este ano, o tema foi Hollywood, e a decoração recebeu vários ador-nos relacionados com o mundo do espectáculo: paparazzi em es-ferovite, centros de mesa com a forma de estrela, sem esquecer o nome do famoso lugar recortado em grandes letras douradas sobre o palco.

À entrada, um elegante Óscar recebia os convidados: “Senhoras e Senhores, esta é a Gala dos Fi-nalistas EJAF 2009.” Pág. 5

Primeiras horas da madrugada do dia 23 de Fevereiro. Dois autocarros, com dez professo-

res e mais de cem alunos do 10º ano de escolaridade, partem de Arruda dos Vinhos em direcção a Valência, Espanha.

Cada autocarro funcionou como um micro-cosmos onde acontecia

um pouco de tudo: comia-se, bebia--se, brincava-se, conversava-se, dor-mia-se, conheciam-se novos colegas, viam-se filmes, ouvia-se música, en-fim…

Aquelas viaturas foram, durante uma semana, autênticos habitats de uma boa parte da população estu-dantil do EJAF. Pág. 4

Viagem de estudo dos alunos 10º ano

ValênciaCidade das Artes e das Ciências

Times Square, Nova Iorque.

Cosplay P6 Tempo de Talentos P7 Sobredotação, Talento e Precocidade P8 Entrevista ao Campeão Olímpico de Atletismo, Carlos Lopes P11

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2 Destaque/Nova Iorque

Como não podia deixar de ser, jantámos no Burguer King. Este país é o berço do fast-

-food e não podíamos fugir a isso. Em cada esquina, em cada rua, encon-trávamos um ou mais Mc’Donalds, uma pizzaria, um Starbucks Caffee.

Após o primeiro impacto, segui-mos para o hotel onde íamos descan-sar e repor energias.

Domingo, 22. Começámos com um pequeno-al-

moço ao estilo americano, no Mama Sbarro’s, um restaurante italiano per-to do hotel. Observámos a cidade à luz do dia, frenética, espantosa e sur-preendente.

Depois, navegámos pelo rio Hu-dson, tentando abstrair-nos do frio que se fazia sentir. As gargalhadas eram uma constante. Estávamos di-vertidos e a adorar a grande cidade. Nesta viagem, observámos, pela pri-meira vez, a Estátua da Liberdade.

Mesmo com a baixa temperatura, céu nublado e chuviscos, apanhámos o autocarro turístico que nos deu a conhecer a zona norte de Manhat-tan, onde acabámos por parar no Museu da Cidade.

Após o jantar, juntámo-nos no quarto para assistirmos à cerimónia dos Óscares.

Segunda-feira, 23. Realizámos a primeira visita oficial

do Clube de Jornalismo aos estúdios da televisão NBC. Era o primeiro

Agora, já instalados no Best Western President Hotel, mesmo junto a Times Square estávamos preparados para a nossa primeira refeição em terras americanas. Tivemos o nosso primeiro contacto com a cidade que nunca dorme. Os grandes edifícios pareciam não ter fim; as limousines eram comuns; a agitação na rua, enorme; as pessoas enchiam os passeios, as lojas, os restaurantes. Sentia-se no ar um odor a cachorros quentes, a frutos secos envolvidos em caramelo, da venda ambulante. Estávamos fascinados com as luzes e os néons da publicidade, numa avenida repleta de cor.

New York City clube de jornalismouma experiência nova

por Margarida Mangaz

dia útil na Big Apple. As pessoas moviam-se apressadas para os seus empregos, enquanto terminavam o pequeno-almoço, falavam ao telefo-ne, apanhavam táxis.

Os estúdios da NBC situam-se na Plaza Rockefeller, onde mais tarde aproveitámos para subir ao terraço do Rockefeller Center. É como se ti-véssemos Manhattan aos nossos pés. É uma sensação mágica observar to-dos aqueles edifícios quando estamos à mesma altura.

Percorremos a Plaza Rockefeller, com a pista de gelo, a estátua doura-da do Deus Prometeu e bandeiras de vários países a decorar a praça.

Visitámos de novo a zona sul da ci-dade. Caminhámos por Chinatown. Aqui, como é obvio, tudo é chinês, até o logotipo do Mc’Donalds! Os chineses movem-se freneticamente pelas ruas e em lojas intermináveis.

Tudo é confusão, até nos aproxi-marmos do Ground Zero, o lugar onde antes se erguia o World Trade Center.

É uma avenida silenciosa, onde permanece um ar solene. Vimos nas paredes dos edifícios as homenagens aos bombeiros e polícias que morre-ram.

Reparámos nas mensagens deixa-das por pessoas que tentavam animar e consolar as famílias dos que ali ha-viam falecido.

A comunidade uniu-se e, no lugar das antigas Torres Gémeas, está a ser construído um edifício maior, para

mostrar ao mundo que é possível re-nascer das cinzas.

Percorremos Wall Street, o centro financeiro do mundo ocidental. Rua estreita, apertada, muito longe da imagem que dela fazíamos.

À noite, apanhámos o autocarro para fazermos uma visita noctur-na à cidade e vermos Nova Iorque, do outro lado do rio, a partir de Brooklyn.

Terminada a visita, apressámo-nos para chegar rapidamente ao restau-rante onde íamos jantar, pois estava um frio que mal se aguentava.

Corremos que nem loucos pelas ruas, para aquecer, sempre com mui-tas gargalhadas à mistura.

Terça-feira, 24Visitámos a mais conceituada

agência fotográfica do mundo, a Magnum Photos.

Este foi, sem dúvida, o dia em que mais caminhámos e em que mais

coisas conhecemos. Embarcámos no ferry até à Estátua da Liberdade e, depois, até Ellis Island. Esta ilha situa-se na baía do rio Hudson e foi, ao longo do século XX, a principal porta de entrada de emigrantes nos EUA.

Nessa noite, tivemos o prazer de jantar no Friday´s, com Victoria, a amiga americana de Sofia.

Quarta-feira, 25.Às 10 horas estávamos na revista

The New Yorker. Esta revista não se dedica à publicação de notícias. Pu-blica críticas, ensaios e reportagens de investigação, o que a torna invul-gar e diferente de todas as outras.

O ambiente era espantoso, todos trabalhavam em silêncio. Ficámos com o desejo de ali trabalhar, quem sabe um dia mais tarde.

Depois, para delícia de todas as raparigas, corremos para o Macy’s, a maior loja do mundo. Não consegui-

Times Square, o coração de Nova Iorque.

Manhattan vista do terraço do Rockefeller Center.

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Nova Iorque/Destaque 3

A visita à estação de televisão NBC começou por um cor-redor estreito ladeado por

manequins vestidos com roupas usa-das em filmes como o vestido de Ro-samund Pike em Orgulho e Percon-ceito e as jardineiras de Meryl Streep em Mama Mia!, e fotos de actores e apresentadores famosos presentes nos estúdios da NBC.

Depois de uma breve introdução à história da NBC, completada pelo famoso toque da estação de televi-são, fomos conduzidos até a uma das salas/estúdio, onde se produzem alguns noticiários, num espaço gira-tório com fundos diferentes, depen-dendo da hora ou da notícia.

Passámos pelo estúdio do famoso Friday Night Live, onde reconhece-mos cenários e nos foi explicado que os bilhetes para a plateia são ofereci-dos online, apenas durante uns dias.

Numa pequena sala, demonstra-ram-nos como se criam as mais es-pantosas máscaras e maquilhagens, capazes de tornar humanos em aliens em pouco tempo.

Por último, foram pedidos dois voluntários para enfrentarem as câ-maras. Um abriu o noticiário, lendo rapidamente o teleponto, enquanto o segundo (a Sofia, do EJAF) apre-sentou o Boletim Meteorológico.

Com muito riso e palmas, foi deci-dido que estava “bom tempo dentro do estúdio” e que estava na hora de darmos por terminada a visita.

Magnum Photos Perdida em Do-wtown New York, perto do Flatiron Building, encontrámos o edifício que é a sede da Magnum Photos Agency, a maior agência de fotojornalismo do mundo.

Num só andar, encafuada entre ar-quivos fotográficos, Matthew Mur-phy, o Director de Arquivo, recebeu--nos para nos falar do trabalho que realizam.

A Magnum é uma agência que tra-balha com fotógrafos por contrato e vende os seus trabalhos a empresas ou particulares, através do site ou por contacto directo.

Fomos guiados até à sala onde as

mos comprar tudo o que queríamos, mas foi o suficiente para perder a ca-beça com tanto consumismo.

Após este momento de extrava-gância, fomos passear para o Cen-tral Park, um local agradável, onde é possível descansar da vida frenética de Manhattan.

Regressámos ao hotel para um bre-ve descanso, antes do último jantar na Big Apple, que viria a revelar-se diferente dos outros.

A última refeição foi tomada num restaurante chinês que só tinha sete facas, o que nos proporcionou uma série de gargalhadas.

Quinta-feira, 26Já com um sentimento de despedi-

fotos são corrigidas dos riscos e man-chas e onde são dados os últimos re-toques.

É na sede da Magnum, em Nova Iorque, que é criado o website da agência, com apresentações digitais que enquadram as fotos num am-biente natural ao estilo do fotógrafo sobre quem trabalham.

É na Sala de Arquivo que são guar-dados os originais, cujo preço sobe a cada dia que passa. A sala tem um sistema de climatização que lhe per-mite estar sempre à mesma tempe-ratura.

The New Yorker Foi lançada a 21 de Fevereiro de 1925 e, desde então, tornou-se uma revista de referência. Localizada em Times Square, a The New Yorker ocupa dois andares do edifício onde está localizada.

Para além de verificarem os erros ortográficos e de sintaxe, os editores têm particular atenção à ortografia de certas palavras para que corres-ponda ao estilo da revista, mantendo uma escrita em inglês cuidado e não

NBC Magnum Photos The New Yorker

Magnum Photos. À esquerda, Matthew Murphy, o nosso anfitrião. “The New Yorker”. À direita, em baixo, Thessaly LaForce, a nossa anfitriã.

por Sofia Lemos da Costa

em inglês corrente.Para que nada escape no que diz

respeito aos factos narrados, existe uma biblioteca, com dicionários de várias línguas e livros de história de praticamente todos os países.

As paredes dos corredores estão cobertas com as capas das quase mil edições, ilustradas por cartonistas da revista.

A edição começa às terças-feiras e termina no final de domingo. Como a maioria dos profissionais no ramo do jornalismo, a The New Yorker usa o programa InDesign para a criação do seu layout (o mesmo utilizado para fazer o JIL).

Antes de criticar uma peça de te-atro ou um filme, o repórter dessa secção é convidado para uma pré--exibição, de forma a que possa fazer a sua crítica baseada no que já viu.

Finalmente, o Banco dos Livros é um banco de jardim dentro do escri-tório, onde quem quiser pode deixar um livro ou levar outro para ler, de modo a partilharem os livros preferi-dos com a redacção.

da, visitámos a Grand Central Termi-nal, uma estação de comboios ampla e movimentada, a mais importante do estado de Nova Yorque.

Feita a última visita, regressámos ao hotel para apanhar o transfer que nos levaria ao aeroporto, de regresso a Portugal.

Aterrámos na Portela, perto das 6 horas da manhã de sexta-feira, dia 27, onde nos reencontrámos com as famílias que nos aguardavam.

Estávamos de volta, com a certeza de que havia sido a viagem de uma vida que jamais será esquecida, tan-to pela nova experiência como pelos novos conhecimentos, mas princi-palmente pela amizade e cumplici-dade que cresceu entre nós.

Central Park. Ringue de patinagem no gelo.

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4 Destaque/Espanha

A primeira visita foi a Toledo, cidade muito peculiar na sua arquitectura. Linda! A sua

catedral é esplendorosa e as suas ruas convidam ao passeio. A paisagem que cerca a cidade, com um rio e uma serra, ajudam a que o ambiente se torne bastante atractivo para ex-plorar. Gostava de lá voltar com mais tempo.

Seguiu-se a viagem para a estadia em Gandia (arredores de Valência), num hotel que nos proporcionou o à-vontade e as condições necessárias para passarmos três noites de confor-to, convívio e alegria em comunida-de.

Valência era o “prato-forte” da ementa turística que estava planeada. Ali pudemos visitar o Oceanário e o Museu das Ciências Príncipe Felipe. Qualquer um destes sítios propor-cionou a oportunidade de novos co-nhecimentos e “alargar horizontes”, momentos sempre envolvidos por uma atmosfera lúdica e simpática.

Depois veio Madrid. O Estádio Santiago Bernabéu e o clube Real Madrid foram anfitriões de uma tar-de bem passada, com muitas fotos e recuerdos à mistura !

Por fim, o Palácio do Escorial e o Vale dos Caídos. A visita ao Palácio do Escorial foi feita com o apoio de simpáticas guias espanholas que nos iam explicando o que de mais im-portante existia para ver.

O Vale dos Caídos é uma obra imponente e ao mesmo tempo te-nebrosa. Aquele memorial é cons-truído por dentro da massa rochosa

O Jornal Irene Lisboa (JIL), publicação escolar do Ex-ternato João Alberto Faria,

em Arruda dos Vinhos, comemora este ano dez anos de existência.

Para comemorar o seu aniversário, o EJAF e o Clube de Jornalismo le-varam a cabo várias iniciativas, ha-vendo a destacar as visitas de estu-do a Londres (2007) e Nova Iorque (2009), dos alunos do Clube, que as-sim tiveram oportunidade de visitar redacções de elevado prestígio.

Ao longo destes dez anos, o JIL tem sido um instrumento coopera-tivo e socializante, com grandes res-ponsabilidades sociais e culturais.

Tem cumprido os objectivos para que foi criado e tem complementado o Projecto Educativo de Escola, aju-dando os nossos alunos a exercer a sua cidadania de forma mais consis-tente, responsável, adoptando atitu-des mais activas e participantes.

Consideramos ainda que o JIL tem sido um testemunho excelente da criatividade da escola, além de uma ferramenta essencial para o reforço das competências formais da leitura da informação, num mundo globa-lizado.

O JIL tem conseguido ainda captar e representar o conhecimento/infor-mação produzido pela escola e pelos seus órgãos de gestão.

Esperamos que o JIL continue a apostar numa renovação das men-talidades e se torne num projecto de desenvolvimento humano, onde todos os alunos serão capazes de se projectar, de irem para além de si mesmos, movendo-se em direcção a um horizonte de diálogo, numa cul-tura de escola partilhada e assumida por todos.

O projecto irá continuar e tor-nar-se-á num objectivo estratégico de escola, descobrindo percursos e criando rumos de pensamento para o século XXI.

Por último queremos agradecer à comunidade escolar e a todos os que têm acolhido o nosso Jornal, ajudan-do-o e dando-lhe voz.

Bem hajam.

Valência09’conhecimento e divertimento em terras de nuestros hermanos

por Carolina Pereira

da montanha, causa admiração quer pela integração daquele espaço na paisagem envolvente, quer pelo es-forço humano e obra de engenharia que foram necessárias para o concre-tizar. Vale pela invulgaridade da obra e não pelo seu fundamento, pois foi erguido em nome de algo que é des-prezível: o Fascismo e a Guerra Civil Espanhola.

Em Madrid, estivemos hospedados num hotel de 4 estrelas, um autênti-co luxo para nós. Os alunos ficaram alojados em suites que tinham tudo e mais alguma coisa para satisfazer o

conforto deste grupo fantástico. Saídos de Madrid, começou a apo-

derar-se de nós um sentimento de nostalogia pelo regresso a casa. Na paragem para jantar, em Elvas, pu-demos matar saudades de uns belos bifes “à portuguesa”.

Foi uma viagem lúdico-cultural que só trouxe boas recordações para todos quantos estiveram nela envol-vidos.

Os professores que nos acompa-nharam zelaram pela nossa segurança e bem-estar. Também a eles, o nosso muito obrigado.

Entrada para o Oceanário.

NotaEditorial

pela Direcção Pedagógica

Cinquenta alunos dos 7º e 8º anos de escolaridade, inscritos na disciplina de

Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), participaram nos dias 27 e 28 de Fevereiro num acantonamen-to no Gradil, cujo tema central foi o “Mundo dos Afectos”.

O local escolhido para este even-to foi a Casa-Mãe, propriedade do Centro Social e Paroquial S. Silvestre do Gradil, concelho de Mafra.

Afastados dos computadores, da televisão e dos DVD’s, os alunos descobriram novas formas de comu-nicação, baseadas no divertimentos que o convívio proporciona.

As dinâmicas inerentes a este acon-

tecimento, promoveram a imagina-ção, fomentaram o sentido crítico e reforçaram os laços espirituais.

Mais uma vez, todos cooperaram com entusiasmo e trabalharam com alegria, provando que o Mundo dos Afectos é de uma enorme doçura.

por Elisabete Luís

Gradil

por Dora Videira

Favoresem cadeia

Os alunos das turmas A e B, do 9º ano, dinamizaram uma actividade de solida-

riedade, denominada Favores em Ca-deia, no âmbito da Área Curricular Não Disciplinar de Formação Cívi-ca.

A actividade envolveu a recolha de alimentos junto dos supermercados

Pingo Doce e Intermarché, de Arru-da dos Vinhos.

Esta iniciativa teve como finalida-de o arranjo de cabazes alimentares a serem distribuídos pelas famílias mais carenciadas da escola.

Sublinhe-se que a motivação das turmas envolvidas foi importante no sucesso desta actividade.Momento da refeição.

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Iniciativas 5

A Associação de Pais do EJAF identificou uma necessi-dade crescente de proporcionar contacto entre toda a comunidade educativa, tendo coordenado com a

Direcção Pedagógica um conjunto de actividades a realizar no decurso do presente ano lectivo.

No seguimento das sugestões recebidas de pais/encarrega-dos de educação, estas iniciativas da APEJAF pretendem criar espaços de encontro informal entre pais, filhos, professores e educadores, usando as instalações do EJAF fora do âmbito normal de funcionamento. Num tempo em que cada vez mais é difícil ter espaços de encontro, espera-se proporcionar contactos e experiências que enriqueçam o nosso dia-a-dia e criar uma atmosfera que permita perceber o Externato não unicamente como local de ensino, mas também como local de convívio e socialização.

Assim, estão já planeadas as seguintes actividades:- Manhãs desportivas:- Todos os 2ºs e 4ºs sábados de cada mês, com início a 14

de Março.- Objectivo: juntar alunos, pais e professores, utilizando as

instalações do EJAF para práticas de vida saudável.- Cada um trará os equipamentos necessários à prática pre-

tendida (vestuário, bolas, skates, bicicletas,etc).- EJAF Baila:- Um sábado à tarde por mês, em datas a anunciar, com

início em Abril próximo.- Objectivo: realizar matinés de dança nas instalações do

Externato para todos os membros da comunidade educativa.- Cada sessão inicia-se com uma demonstração de um gé-

nero de práticas de dança realizadas por alunos (por exem-plo: danças de salão, hip hop, bailado, sevilhanas…). Segue-se uma matiné dançante, animada de preferência pelo Clube de Rádio do EJAF.

- Semana Cultural e da Oferta de escola:Destinado aos alunos do 9º ano, como tem sido habitual, a

APEJAF dinamizará na última semana de Março uma manhã das profissões, convidando pais/encarregados de educação de diferentes áreas profissionais a dar o seu testemunho.

Outras actividades estão planeadas para o 3º período e en-tretanto divulgadas.

Contamos com a presença de todos para que, cada vez mais, criemos laços e se enalteça a actividade do Externato na nossa comunidade. PARTICIPE!!!!!

Associação de PaisActividades

daGala de Sonho 09’pelos finalistas

Num dia, quan-do regressava do trabalho, li nuns

pendões amarelos: Gala de Finalistas do Externato João Alberto Faria, evento que já estava esgotado desde Janeiro.

Podem não acreditar, mas este evento a que acabei por assistir foi produzido por um conjunto de professores, Jo-aquim Gonçalves, Onofre Pintor, Vítor Manso, os alu-nos finalistas e alguns pais e amigos, Mário Carvalho, Tó, Artur, Liliana, Tiago, Nunes, Lucinda, Zé…

Quando cheguei ao pavi-lhão, no dia 7, pelas 19h30m, ao abrir das portas,145 mesas espraiavam-se pelo salão.

Ao apresentar o meu bi-lhete, fui recebido por duas filas de alunos do 11ºano fardados a rigor com a t-shirt branca do EJAF (80 alunos).

A sala estava deslumbran-te. A receber os convidados, além dos alunos do serviço, estava um Óscar gigante, com cerca de 2,5 metros de altura.

No palco, duas palmeiras ladeavam as letras gigantes que compunham a palavra Hollywood, por trás da or-questra Santos Rosa.

Aqui e além viam-se cla-

quetes, rolos de filme e outros elementos alusivos ao tema, em tons de dourado, preto e vermelho.

Por cima das nossas cabeças rodava uma grua de televisão que projectava imagens em directo em duas telas coloca-das nos topos do pavilhão.

Após todos terem entrado, foi servido o jantar, uma de-lícia de paladar e de ver aque-les jovens a cruzarem a pista, com um sorriso acanhado de quem está com medo de er-rar.

Os finalistas estavam lin-díssimos e honraram bem o tema da noite. Às 20 horas, subiram os primeiros apre-sentadores, Inês e Miguel, mas o espectáculo só come-çou cerca das 21h30.

Mais de 1400 jantares fo-ram servidos. E se contarmos com a organização, estavam no pavilhão perto de 1900 pessoas.

A passagem do DVD re-tratou um conjunto de acti-vidades realizadas pelos Fina-listas ao longo do ano: Festas de Santo António, Arraial, Quermesse de Agosto, Re-cepção, Halloween, Miss da Vinha e do Vinho, Magusto, Cabaz de Natal, Passagem de Ano, Dia dos Namorados e

preparação da Gala.O Director Pedagógico do

EJAF, Dr. Nuno Faria, refe-riu o valor acrescido desta instituição na formação dos nossos jovens, descansando os arrudenses no que toca à educação dos seus filhos.

Depois, dançaram os alu-nos do 5º ano, que assim deram as boas-vindas aos fi-nalistas.

Em seguida, Miguel e Va-nessa prepararam os especta-dores para o que se seguia.E o que se seguiu foram mais de 100 finalistas a dançarem ao mesmo ritmo e cadência, resultado de semanas de en-saios, orientadas pelo profes-sor Onofre.

Obrigado pelo encanta-mento que nos proporciona-ram.

Esta é a melhor maneira de encerrar o quadro de uma festa que só vista com os olhos e o sentimento de cada um, pode ter a real dimen-são do espírito e do corpo de uma Gala de Finalistas que transborda para o sonho de um homem que um dia teve a ousadia de criar uma escola na sua terra. Bem-haja, Dr. Faria. A sua obra continua! E que o espírito de finalista permaneça!

Desde o princípio de Janeiro que, aos sábados de manhã, o parque de estacionamento do Pavilhão Multiusos, de Arruda dos Vinhos, estava repleto de carros, enquanto no interior se escutava os compassos de uma valsa e as ordens de um professor que se esforçava até à rouquidão para acertar os passos de uma coreografia.

Valsa dos Finalistas

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6 Histórias & Tendências

Já se escreveram histórias sobre princesas e seus príncipes, sobre moços de estrebaria e donzelas que lavavam o chão. Contaram-se histórias sobre

guerreiros e quem os esperava em casa, sobre bruxas e feiticeiros, sobre dragões e arqueiros. Os mais velhos descrevem-nas aos pequenitos que as sonham em noi-tes de lua cheia.

Mas esta história é diferente.Esta história não fala de finais felizes, nem de amores

e tristezas, nem de criaturas fantásticas, nem de reinos longínquos. Não, esta história não fala de nada disso e, ao mesmo tempo, fala de tudo. Esta história é a de uma moça, a de uma donzela, a de uma rapariga, e da bailarina que dançou para todas elas.

Era uma caixa delicada, de branca cerâmica traba-lhada por mãos velhas e conhecedoras. Era uma caixa feita de paz e amor, repleta de ingénuas rosas pintadas. Era uma caixa feita de música, em que a bela bailarina rodava.

Quando a moça a recebeu de presente de um ama-do, a bailarina era jovem, de cabelo de chocolate, sa-patilhas brancas e reluzente saia de vidro. A bailarina dançou noites sem fim ao som da romântica melodia, movendo-se como se a música fosse parte de si, emba-lando a moça para o reino dos sonhos, onde a vida é fácil e amantes ficam juntos para sempre.

Noite após noite, o amado descia à vila, lançava pe-drinhas à janela, a moça acendia uma vela. E à luz da lua, ao som da melodia, sob o olhar curioso da baila-rina, trocavam juras de amor, sussurravam promessas, murmuravam planos para o futuro. O que aconteceu à moça e ao seu amado a bailarina nunca descobriu, pois numa noite fria, em que os dois se abraçavam lá dentro no quarto, um rapaz entrou pela janela entreaberta e levou a bailarina consigo, enfeitiçado pela luz no seu olhar.

Era uma caixa delicada, levada numa noite fria de um quarto quente. Era uma caixa feita de paz e amor atirada para o mundo real, perdida numa feira poei-renta. Era uma caixa de música que tocava uma canção vazia.

A donzela passou uma primeira vez pela banca onde a bailarina chorava, deitada no pano queimado pelo sol. Passou uma segunda vez e parou, olhando para todos os outros objectos que ali estavam, desde a bo-neca de trapos ao cão de vidro. Apontou dois ou três dos seus companheiros e depois indicou a bailarina,

sorrindo abertamente, e perguntou o preço. Puxou de uma bolsa e contou as moedas, que verteu para a mão suja do homem. Abraçou a bailarina contra si e levou-a no coração.

Numa casinha pequenina, feita de pedra fria e por-tas que rangem, uma velhinha dormia na cama dura, gemendo entre dentes e chamando a neta. Apertou-lhe as mãos quando a donzela entrou no quarto, fazendo-a arrepiar-se de tão frias que estavam.

A donzela sentou-se na cadeira à cabeceira e cuidou da doente, passando-lhe panos quentes pela face gela-da, ajeitando-lhe as cobertas, servindo-lhe a sopa aca-bada de fazer.

Quando a velha se acalmou, a donzela fez a bailari-na dançar, ficando a observar os seus gestos delicados, preocupados, ouvindo a música triste e lenta, vendo os olhos de vidros chorarem a alma que partia. Ao cair da noite a donzela cobriu a avó, beijou-lhe a testa gelada, chamou o médico e deixou a bailarina só, na noite, esquecida nos degraus da igreja.

A bailarina envelheceu rapidamente, deixada aos cuidados dos elementos, e já pensava estar para sempre perdida quando uma rapariga, que por ali brincava, trocou os bolinhos e as chávenas pela caixa de música.

Era uma caixa circular, de pés de cristal, debruada com delicados fios de ouro. Era uma caixa gasta e gaga, com uma bailarina cansada e desastrada, de passos he-sitantes. Era uma caixa rachada, velha, deixada ao aca-so na escadaria de uma igreja.

A rapariga achou-lhe piada, quando a viu perdida, abandonada. Deixou as amigas para trás, os bolinhos e as chávenas de chá, apresentou-se gentilmente à baila-rina e levou-a consigo para casa.

A bailarina cantou, ainda assustada, numa voz ter-mida, a sua canção lenta sobre a saudade e infâncias perdidas, dançou um pouco, desconfiada, enquanto a rapariga dela cuidava.

A rapariga escovou-lhe os cabelos com um pequeno algodão, arranjou-lhe novas sapatilhas e deu-lhe de be-ber. Cantou com ela uns quantos versos e compôs-lhe o vestido, devolvendo-lhe a dignidade.

A bailarina dançou, então, a noite inteira, embalan-do a rapariga em sonhos doces e felizes, sussurrando--lhe palavras meigas quando a rapariga suspirava.

Era uma bailarina, uma moça, uma donzela, uma rapariga. Era uma melodia e muitas histórias. Era uma caixa de música e a sua vida.

Uma Caixa de Músicapor Sofia Lemos da Costa

Sofia Lemos da Costa, aluna do 12º G, lê a sua história aos alunos do 5º ano.22 de Janeiro, Hora do Conto, Centro de Recursos do EJAF.

Cosplay, aglutinação de costume play, é um mo-vimento artístico que surgiu no Japão e que se propagou um pouco por todo o mundo.

Consiste em encarnar uma personagem de manga, anime, visual novels, jogos ou mesmo uma pessoa de uma determinada banda Japonesa (as mais populares para cosplays são as ligadas ao Jrock, cujas indumen-tárias e penteados característicos tornam a associação à pessoa real mais fácil).

Mas desengane-se quem pensa que é uma simples máscara como as que se vem no Carnaval e no Hallo-ween. Não basta vestir o fato, há que viver a perso-nagem e ser o mais fiel possível aos traços da sua per-sonalidade. Os cosplays são geralmente feitos à mão pelo próprio cosplayer, ainda que muitos costumem socorrer-se de costureiros profissionais. Os cosplayers dedicam-se de corpo e alma aquilo que fazem e passam vários meses a planear um cosplay, alguns deles são ver-dadeiras obras de arte, chegando mesmo a ganhar pré-mios em dinheiro.

Organizam-se vários eventos de cosplay por ano, onde os cosplayers tem a oportunidade de mostrar as suas criações e posar para os eventos. Os cosplayers re-criam a personagem e agem como ela, é comum vários cosplayers organizarem-se em grupos e recriar perso-nagens de um mesmo anime, ou jogo, ou pessoas da mesma banda.

O fenómeno do cosplay, associado a animes, tor-nou-se uma imagem de marca do Japão, ainda que as pessoas fora da comunidade o considerem uma activi-dade bastante inútil. O foco de cosplayers encontra-se maioritariamente em Harajuku, ponto de encontro da juventude de Tokyo e no distrito de Akihabara, tam-bém em Tokyo (conhecido por ser um local geek chic e ponto de encontro de vários otakus- literalmente vi-ciados em maga e anime) existem vários maid-cafés, onde as empregadas fazem cosplay de criadas vitoria-nas e que acabaram por tornar-se bastante populares, difundindo-se um pouco por toda a cidade.

O fenómeno do cosplay, ainda que originado no Japão, tornou-se de tal forma popular que existem eventos de cosplay em todo o mundo. Portugal não é excepção. A comunidade otaku tem vindo a crescer e de ano para ano se verifica uma maior adesão aos eventos. ito esforço e dedicação dos cosplayers. É bem aceite pelos pais que consideram uma forma saúdavel dos filhos empregarem o seu tempo livre, chegando em muitos casos a colaborar na criação dos fatos.

cultura japonesaCosplaypor Carolina Carvalho

Hatsune miko cosplay

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Perfil 7

Discurso de Recepção pelo Dr. Nuno FariaDirector do Externato João Alberto Faria

As perguntas que nos surgem logo são as se-guintes: a escola tem tempo para ajudar a desenvolver esses talentos, promovendo as

oportunidades? A nossa educação (formal e infor-mal) é voltada para os talentos?

Não vale a pena florearmos muito a questão. A escola não tem de facto tempo para promover seja o que for. Veja-se por exemplo o número de dis-ciplinas de um 3.º ciclo: entre áreas e disciplinas contamos 16.

Ora, se lhe acrescentarmos um ou dois clubes, uma sala de estudo, ou oficina, ficamos com um aluno a tempo inteiro na escola, então e o resto? Aquelas aprendizagens informais que fazemos na família, no grupo de amigos, nas colectividades, nas escolas de artes... Não há tempo, dizemos nós. Eles têm de estudar. E é verdade. Eles têm mesmo de estudar, pois ou são bons nas matérias que o programa definiu, ou então comprometem, às ve-zes irremediavelmente, o seu percurso académico.

Mas será que este é o único talento que a es-cola deve promover? Não deveria, por exemplo, haver um leque de actividades, obrigatórias, mas voltadas para os talentos de cada um, que substi-tuiriam um conjunto de matérias que não servem para nada, ou que deveriam ser promovidas por outros parceiros educativos?

Mas voltemos à segunda frase deste parágrafo. A escola não tem tempo, mas às vezes arranja-o. Como? À custa de dois bens essenciais: o tempo dos professores e o dos alunos. Os primeiros, dei-xando para trás os seus deveres familiares e adian-do alguns profissionais; os segundos, protelando

os afazeres escolares. Contudo, os resultados pare-cem valer a pena.

São muitos os exemplos no Externato de pro-moção dos talentos. Apenas referiremos um, por-que aconteceu na semana em que escrevemos este texto. Observámos o concurso “Entre Palavras”, vivemo-lo um pouco enquanto jurado, mas, es-sencialmente, o que mais nos emocionou foi o empenho, a luta por um objectivo que naquele momento fazia todo o sentido.

A preparação dos temas por parte de alguns alu-nos foi surpreendente, não é verdade Alexandre? E o que dizer das três professoras (Rafaela, Teresa, Rosário) que habilmente arquitectaram e alinha-ram o caminho dos debates?

A actividade referida pertence à categoria das actividades motivadas pela escola e de preparação, diríamos, colectiva, porque prevê a representação da escola. Mas há as outras, as de cariz individu-al, e essas parecem mais difíceis de encontrar. São pouco incentivadas, são ainda menos promovidas, talvez porque dura há demasiado tempo (e ain-da não resolvido) o enfoque sobre as dificuldades do aluno, e quase nenhum sobre os talentos desse mesmo aluno.

O sistema de ensino devia estar virado para o sucesso, entenda-se, para um sucesso real, efecti-vo, sustentado por saberes académicos, culturais e valores fundamentais à convivência e crescimento emocional.

Mas voltemos então aos valores individuais.Também nesta primeira semana de Março, en-

contrámos um aluno desta escola que tinha um

Tempotalentosde

por Jorge da Cunha, professore Bruno Costa (9ºA)

Bruno Costa, com o pai.

“Todos temos talentos diferentes, mas todos gostaríamos de ter iguais oportunidades para desenvolver os nossos talentos” (Kennedy).

sonho: ser árbitro de futebol, enquanto a maioria dos jovens quer ser jogador de futebol, este quis ser árbitro, e que árbitro. Segundo relatos exterio-res, é considerado o melhor da sua categoria. Ora, aqui temos um talento. Mas o melhor é lermos na primeira pessoa esta parte da história do Bruno Costa:

“Comecei a ganhar interesse pela arbitragem quando tinha 14 anos e ainda jogava no Arruden-se. Havia muita falta de árbitros e cada vez que eles faltavam metiam-me como assistente (como muitos dizem, bandeirinha ou fiscal), devido a não jogar muito na altura. Graças a esses momen-tos, comecei a ganhar gosto pelo que fazia, muitas vezes era eu que me disponibilizava cada vez que faltava alguém. Nessa altura, houve um árbitro que me incentivou a tirar o curso.

Tirei o meu curso na Freiria, Torres Vedras, com a duração de 4 meses. Terminei-o na época de 2005/2006.

A época 2006/2007 foi o meu primeiro ano de habituação. Percebi então muitas coisas que nun-ca pensaria que se passassem na arbitragem, desde ofensas, ameaças e até presenciar a falta de cultura de muitas pessoas, hoje em dia.

Mas apesar disso tudo, sempre me disseram para continuar e não desistir, pois tinha grandes capa-cidades para quem tinha começado há tão pouco tempo.

Terminei esse ano já com muitos elogios e reco-nhecimento de muitas pessoas. Fizeram-me convi-tes para arbitrar vários torneios e jogos amigáveis.

Na época 2007/2008, recebi muitos prémios de torneios e, no fim, acabei por ser considerado por muitos o melhor árbitro jovem. Por isso, recebi muitos convites para equipas de arbitragem de es-calão nacional e outras distritais que me abriam a porta para o meu futuro na arbitragem.

Agora, na presente época de 2008/2009, já sou considerado uma grande promessa na arbitragem, pois recebi, só nesta época, mais 2 prémios de prestígio.

Assim, espero poder seguir este caminho até ao fim, tendo como objectivo chegar à 1ª liga e per-tencer à FIFA “ (Bruno Costa, 9.ºA).

Cabe portanto a cada um de nós e às instituições desenvolver e descobrir os talentos excepcionais que por aí há e, se ainda não tivermos descoberto nenhum em nós, não desanimemos, pois, certa-mente, quando menos esperarmos ele surgirá, ou talvez não, mas, como dizia Henry James: “É pre-ciso acreditar na dúvida, apaixonadamente, por-que é isso que faz a grandeza do homem”.

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8 Educação

Actualmente ainda se confundem estes três conceitos, contudo eles são diferentes. A precocidade é um processo em constante

evolução, pois quando se fala numa criança pre-coce estamos a referir-nos a atributos intelectuais que foram adquiridos mais cedo comparativa-mente às crianças da mesma idade, não significan-do, no entanto, que esta criança venha a ser um jovem ou adulto talentoso ou sobredotado. O de-senvolvimento intelectual das crianças não tem o mesmo ritmo para todos e por isso haverá algumas que perante oportunidades sócio-educativas mais estimulantes poderão desenvolver-se mais preco-cemente, contudo, as suas capacidades cognitivas e os seus desempenhos futuros poderão não vir a ser excepcionais.

O indivíduo talentoso é aquele que possui uma ou mais características que se destacam, significa-tivamente, das restantes que poderão ser baixas ou na média para a sua idade cronológica.

Tradicionalmente caracterizou-se a criança so-bredotada como aquela cujas aptidões intelectuais eram excepcionais e mediam-se pelo conhecido QI (Quociente de Inteligência). No entanto, o conceito tem vindo a evoluir e têm sido valoriza-das outras áreas do desempenho humano como a criatividade e a motivação.

Actualmente, o conceito é mais alargado e a ANEIS (Associação Nacional para o Estudo e In-tervenção na Sobredotação) integra, no mesmo, os domínios intelectual, académico, artístico, so-cial, motor e mecânico. Entenda-se por aptidão intelectual, capacidades de percepção, memória, organização, relacionamento de informação, aná-lise, síntese, raciocínio e resolução de problemas; aptidão académica, facilidade e rapidez na aquisi-ção de conhecimentos num ou mais domínio das

aprendizagens escolares; aptidão artística para a pintura, escultura, desenho, música, literatura ou teatro; aptidão social, facilidade nas relações inter-pessoais (capacidade de empatia, ajuda, liderança); aptidão motora, capacidades de coordenação e ex-pressão motora que se reflectem nas actividades fí-sicas e desportivas e aptidão mecânica, habilidades de compreensão de problemas técnico-práticos do âmbito mecânico, electrónico ou computacional.

Os autores que se dedicam ao estudo deste tema identificam a sobredotação como a coexistência de uma área acima da média e de níveis superiores de criatividade e motivação numa ou várias áreas das atrás referidas.

Esta perspectiva, para compreender a sobredo-tação, enquadra-se no referencial teórico de Ren-zulli (Instituto de Investigação para a Educação de Alunos Sobredotados, Universidade de Con-necticut, USA). Assim, para este autor, um aluno sobredotado revela uma capacidade intelectual superior à média, coexistindo ainda facilidade em obter êxito em determinadas matérias ou na aquisição de determinadas competências em áreas específicas, uma grande capacidade de trabalho e perseverança em actividades do seu interesse e ní-veis superiores de criatividade (expressão de pen-samento divergente).

Apesar de este quadro ser bastante optimista, nem sempre um aluno sobredotado é um aluno excelente ou uma criança cujo seu potencial é re-conhecido. Muitas vezes, passam despercebidos ou revelam dificuldades em ambientes educativos que valorizam o pensamento convergente (mais reprodutivo do que criativo), a rotina e as tarefas demasiado dirigidas pelo professor. Muitas vezes, estes alunos podem mostrar grande resistência às instruções dos outros, dificuldade em aceitar o que

não é lógico no seu ponto de vista, ser exigentes consigo próprios e com os outros (insatisfeitos), tentar descobrir as coisas por si e não aceitar os procedimentos habituais, resistir fortemente às in-terrupções, serem rígidos e pouco flexíveis e sen-tirem-se frustrados com a inactividade ou falta de progressos. Podem ainda ter um comportamento facilmente perturbável, dificuldades de integração no grupo dos pares, exigirem demasiada atenção por parte do professor, serem dominadores em re-lação aos pares e desinteressarem-se por activida-des de escrita.

De acordo com este perfil será importante refe-renciar algumas intervenções educativas ao nível psicológico, cognitivo e social. A promoção de um ambiente de sucesso intelectualmente estimulante, flexibilidade nos tempos atribuídos para realiza-ção de tarefas, clima de participação e partilha de responsabilidades, suporte emocional para o fra-casso, situações de prevenção de isolamento social e de promoção de competências sociais, criação de oportunidades educativas que lhes permitam pensar em níveis conceptuais elaborados, produ-zir trabalhos diferentes do habitual, estudar temas novos dentro e fora do programa escolar habitual, apreciar e discutir questões de natureza moral e ética e trabalhar em equipa são alguns exemplos de situações educativas que poderão promover o sucesso e o bem-estar destes jovens que também são nossos alunos.

Referências Bibliográficas:Oliveira, J. Barros (2005). Psicologia da Educa-

ção: Aprendizagem - Aluno. Porto. Legis Editora.Ministério da Educação (1998). Crianças e Jo-

vens Sobredotados – Intervenção Educativa. Lisboa. Editorial do Ministério da Educação.

Sobredo açãoTalento e Precocidadepor Carla Frade, Psicóloga

Este é um dos lemas da mais recente campanha ecológica a decorrer no EJAF, tendo como principais objectivos consciencializar a comunidade escolar para hábitos mais ecológicos e tornar a nossa escola mais verde.

Green Power é um grupo constituído por alunos no âmbito da disciplina de Área de Projecto, que aborda questões como as energias renováveis e hábitos que beneficiam a Natureza.

Como tal, surgiu a ideia do lançamento de uma campanha tendo em conta estes dois temas, de modo a tornar a escola mais ecológica e a diminuir o seu impacto no ambiente.

“Green Power. O poder de uma escola verde” quer contar com a colaboração de todos: alunos, professores e funcionários, para que a campanha levada a cabo tenha sucesso, tendo em vista protecção do Ambiente e o facto de tornarmos a nossa escola mais verde.

“Quem não muda? Todos temos esse poder...”

Área de Projecto, 12º A

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EmpireTotal War

Educação 9

É um jogo de computador que foi desenvolvido pela produ-tora Creative Assembly.

O jogo foi anunciado a 22 de Agosto de 2007, mas o seu desenvol-vimento começou em 2006. O seu lançamento está agendado para Mar-ço de 2009. Este será o quinto jogo da Série Total War.

A distribuidora do jogo é a Sega, e a plataforma é o Windows.

Dispõe dos modos de jogo Single--Player e Multiplayer e o seu género é baseado em tácticas de tempo-real

com uma estratégia diferente a cada turno.

O Empire: Total War desenrola-se durante o século XVIII e inícios do século XIX.

É um jogo de estratégia e uma boa parte trata da exploração e conquista de novos territórios e reinos, fundan-do colónias em zonas tão contrastan-tes como a Europa, Norte de África, América do Norte e do Sul e Índia.

Foi anunciado que cerca de 50 fac-ções fazem parte do jogo, mas destas, apenas 12 são jogáveis.

por Sandro Santos

Nos nossos dias a música está em toda a parte a toda a hora. Quem é que nunca

viu alguém com os phones nos ou-vidos a fazer jogging, a passear ou simplesmente a reflectir? A realidade é que a música cada vez mais marca presença no nosso quotidiano, mes-mo que seja apenas para criar am-biente.

Apesar de as músicas nos parece-rem muito simples, na verdade, uma simples melodia é muito complexa. A realidade é que a percepção mu-sical envolve várias áreas corporais, entre as quais as áreas primárias e secundárias do sistema auditivo, as áreas de associação auditiva e os lo-bos temporais (zonas que se situam por cima dos ouvidos).

Passo a explicar, o cérebro humano é constituído por dois hemisférios: o direito e o esquerdo. O direito é tido em conta como o centro de aprecia-ção musical.

Alguns estudos realizados com-provam esta afirmação, uma vez que segundo Springer e Deutsch (1998), que realizaram testes em doentes de pós-operatório a quem tinham sido removidos tecidos de lobos tempo-rais, tanto o esquerdo como o di-reito, demonstraram que a remoção no hemisfério direito conduzia a um maior número de erros nos testes que diziam respeito ao padrão melódico, sonoridade e duração do som.

Além deste teste também se rea-lizaram outros em pacientes com o hemisfério direito anestesiado, cujos resultados demonstraram que o can-to ficou extremamente comprometi-do.

Contudo, o lado esquerdo do cére-bro, na maioria das pessoas, é exce-lente em transformação rápida mu-danças na frequência e intensidade, tanto em música e palavras, o que remete para o facto de que também este tem importância na percepção musical.

Quanto à dita análise da música, o lado esquerdo do córtex auditivo

primário faria a rápida análise de es-truturas de tempo, diferenças de voz e de articulações e o lado direito faria a análise da decomposição de sons.

Estes dados significam que todo o processo de análise e interpretação das diversas músicas implicam pro-cessos cerebrais bastante complexos de que os seres humanos nem se apercebem devido à sua enorme ve-locidade.

A audição da música é também um processo muito complexo, pois en-globa diversos padrões, associações, emoções e expectativas.

Na verdade, as emoções são de ex-trema importância quando ouvimos uma música, porque se associamos determinada canção a um momento triste das nossas vidas, teremos ten-dência a não gostar da canção ou a não a querer ouvir, mas para isso é ainda necessário recorrer ao processo de memória e realizar associações en-tre os acontecimentos e os sentimen-tos que aquela determinada música em nós suscita, processos que têm de ocorrer em fracções de segundos.

Para além da complexidade de pro-cessos que a percepção musical cau-sa no nosso corpo, está provado que certos géneros musicais também po-dem afectar de outra forma o nosso organismo.

É o exemplo da música barroca que diminui a pressão arterial e os batimentos cardíacos, dando-nos a sensação de calma e descontracção, mas, em simultâneo, mantendo-nos também alerta para que nos possa-mos concentrar e aprender,

Um estudo canadiano mostra que um ano de estudo de música entre os quatro e os seis anos leva a uma mais desenvolvida actividade cerebral, para além da relação criada com os sons.

A música envolve, então, uma enorme quantidade de processos físicos e psicológicos de que nos é impossível dar conta no nosso quo-tidiano devido à sua enorme veloci-dade de acção.

A Músicapor Beatriz Colaço Dias Cérebroe o

Fábrica, Sede e Exposição 1: Rua Alto da Fonte, 3 e 6 - Camondes -2630-083 Arranhó Telef. 219 694 991 Fax. 219 687 008 Email: [email protected]

Exposição 2: Estrada da Arcena, Lt. 17 R/C Dtº - Bom Sucesso 2615 AlvercaTel./Fax 219 576 074 Email: [email protected]

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Page 10: Jil de Março de 2009

10 Livros & Cinema

Na passada madrugada do dia 23 de Fevereiro deu-se em Los Angeles, EUA, o mais

importante evento do mundo do ci-nema, a 81ª cerimónia dos Óscares, apresentada por Hugh Jackman.

O grande vencedor da noite foi o filme “Quem quer ser Bilionário?”, que arrecadou 8 Óscares, incluindo o de Melhor Filme, Melhor Reali-zador e Melhor Argumento Adap-tado. Este filme acompanha a vida de Jamal (a maior parte é contada em flashbacks), um rapaz indiano que está a uma pergunta de vencer o famoso concurso televisivo “Quem quer ser Milionário?” quando o filme começa.

Este filme que foi aclamado como o o filme “feel good” do ano, é uma enérgica adaptação do livro best sel-ler “Q&A”, que já está a ser comer-cializado em Portugal, acompanhada com uma moderna banda sonora, que também venceu o Óscar, e que enche o ecrã de cores vibrantes, que valeram ao director de fotografia des-te filme o Óscar de Melhor Fotogra-fia, juntamente com uma montagem brilhante que valeu ao filme o Óscar de Melhor Montagem.

Apesar de ser o filme mais nomea-do da noite “O Estranho Caso de Ben-jamin Button”, com 13 nomeações, apenas ganhou três, os de Melhor

Polémico. Provocador. Ateu. Iberista. José de Sousa Sara-mago, ironicamente único

Prémio Nobel Português, traz-nos uma metáfora sobre a vida, masca-rada no preto que tinge as páginas e nos fala aparentemente apenas e só de um elefante.

Fluindo... críticas, observações alheias, narrativa, realidade e ficção.

Mistura aparentemente homogé-nea de pensamentos que recolheu do ar e da terra, da vida e da doença que quase lhe custou um caixão.

Confesso, não antes lera Sarama-go. Odiado e amado, quando o livro amarelo e roxo surgiu de um emara-nhado de papel de embrulhar, aco-lhi-o com um sorriso e curiosidade.

Um leve olhar revelou-me que “Sempre chegamos ao sítio onde nos esperam”. Alguns abraços e beijos de-pois, encontrava-me no meu quarto

Direcção Artística (os cenários), Me-lhor Maquilhagem e Melhores Efei-tos Especiais.

Nas categorias de actuação os ven-cedores foram Sean Penn, que venceu o seu segundo Óscar para Melhor Actor, tendo o primeiro sido ganho pelo filme “Mystic River” pela sua performance em “Milk”, acabando por derrotar o favorito Mickey Rou-rke em “O Wrestler”, Kate Winslet que venceu o Óscar de Melhor Ac-triz pela sua prestação em “O Leitor”, sendo esta a sua sexta nomeação, o falecido Heath Ledger pela sua as-sustadoramente brilhante perfor-mance no blockbuster de Verão “ O Cavaleiro das Trevas”, que arrecadou também o Óscar de Melhor Monta-gem Sonora para além do de Melhor Actor Secundário, e finalmente a es-panhola Penélope Cruz , vencedora do Óscar de Melhor Actriz Secundá-ria pelo filme de Woody Allen “Vicky Christina Barcelona”.

Um dos grandes derrotados da noi-te foi o filme de animação “Wall-e”, que apesar de ser o filme de anima-ção com mais nomeações de sempre (tendo em conta que 3 das nomea-ções do filme “A Bela e o Monstro” foram para a mesma categoria, Me-lhor Canção), apenas venceu o Ós-car para Melhor Filme de Animação, acabando por perder os de Melhor

Argumento Original para “Milk”, Melhor Som, Melhor Banda Sono-ra Original e Melhor Canção para “Quem quer ser Bilionário?” e Melhor Montagem Sonora para “O Cavalei-ro das Trevas”.

Os outros Óscares foram para “A Duquesa” para Melhor Guarda-Roupa, “Departures” Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Documentário para “Man on Wire”, Melhor Cur-ta-Metragem “Toyland”, Melhor Curta-Metragem de Animação “Les Maison en Petis Cubes”, Melhor Cur-ta-Metragem Documentário “Smile Pinki”.

Um dos mais esperados filmes para este ano estreou a 5 de Março no nosso país. Estou a falar do fil-me de super-heróis “Watchmen” que tem arrecadado críticas mistas, sen-do aclamado por alguns como um óptimo filme de acção com grande qualidade no que diz respeito aos as-pectos técnicos.

No entanto, outros dizem que ten-ta demasiado ser o próximo “Cava-leiro das Trevas”, acabando por lhe faltar o realismo do filme anterior que se tornou o segundo filme mas visto de sempre a seguir a “Titanic” e até criticam os efeitos especiais, acu-sando-os de serem pouco realistas comparados com o de outros filmes recentes.

AViagem Elefantepor Diogo Silva

Óscares09’ por Cláudio Alves

doabsorvendo aquela escrita. Surpreen-diam-me as vírgulas que precediam as falas iniciadas em letra maiúscu-la, as interrupções momentâneas do discurso para dar apontamentos de ideias ou simplesmente alertar o lei-tor para algo que, sendo irrelevante, adquiria a sua relevância ao ser falado (como sendo o tratador do elefante ser o cornaca e ninguém o saber), ou os saltos ao futuro ou ao passado do elefante.

Após o pasmo inicial, já o elefante não é só um elefante mas sim Salo-mão; o cornaca não só um tratador, mas sim Subhro; e Subhro não ser só nome mas “branco” em indiano, símbolo de pureza.

Baseada em poucos factos histó-ricos, desde a saída de Salomão de Lisboa, à tensão entre portugueses e austríacos em Castelo Rodrigo e à morte do elefante em Viena um ano

após o término desta jornada trianu-al que começa em 1550; tudo nesta história (ou deverei dizer estória?) me cativou a mim, que sou adepto da originalidade.

Desafio-vos pois a todos, desde os adeptos do Harry Potter, aos fãs de Agatha Christie, aos que se perdem num livro de BD ou simplesmente aos que acham que o dormir devia ser um estado permanente, a lerem este livro!

Se não o é já, acredito se vai tornar num clássico de Saramago, seja pela genialidade do seu género literário atípico, ou por ser provavelmente um dos seus últimos livros…

Afinal de contas, é a ler que mais alto sonharás.

Como dizia o poeta, “Sempre que o Homem sonha/o Mundo pula e avan-ça/como bola colorida/nas mãos de uma criança”.

Este mundoé um mundo sofredorPobreza, fome e desleixoTudo para além da dor.

Não há pessoas sincerasMas sim inúteisSó pensam em comprarSão completamente fúteis

Há desleixo por parte das pessoasNão sabem amarÉ só guerrasSó vivem para lutar.

Os adultos não acreditam em milagresNem as crianças em fadasvivem num mundo paraleloAté seram desmascaradas

OMundopor Joana Alves

No desenvolvimento da nova disciplina já nasceram os insectos que irão povoar

os átrios da escola. Trata-se de uma disciplina que une a Reciclagem com a Arte e estimula o acto criativo de cada aluno, com orientação individual para a melhoria do meio-ambiente.

Arte e Reciclagempor Ana Catarina Anjos

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Desporto 11

Jornal Irene Lisboa Ano IX nº 27 Março 2009. Sede, Editor e Redacção: Externato João Alberto Faria, Casal do Cano 2630-232 Arruda dos Vinhos. Director: Nuno Faria Direc-tor-Adjunto: Orlando Ferreira. Redacção: Ana Isa Pinheiro, Bárbara Casteleiro, Beatriz Colaço Dias, Carlota Trovão, Carolina Pereira, Catarina do Canto, Cláudio Alves, Diogo Silva, Margarida Mangaz, Marília Machado, Marta Avelar, Sandro Santos, Sofia Lemos da Costa. Fotografia. Celso Ameixa e Sofia Lemos da Costa Revisão: Jorge da Cunha e Rafaela Pessoa. Arte Final e impressão: SOARTES - artes gráficas, lda. Tiragem: 1200 exemplares.

Clube de Jornalismo - Qual é a sensação de cortar a meta em primeiro lugar…Carlos Lopes - É a sensação de quem trabalhou muito e bem, de termos a consciência de todo a trabalho que desenvolvemos. Vemos o contributo disso e o acumular de todo o trabalho que trans-mitimos e sentimos. É acreditarmos que somos capazes, que conseguimos, e fazermos! E quando conseguimos é uma sensação óptima.

CJ - Nunca pensou em desistir?CL - Não. Sinceramente, não. Eu penso que quando trabalhamos com amor, quando fazemos aquilo de que gostamos, não desistimos. O que desiste é aquele que sente que não é capaz, e temos de nos sentir capazes. Eu sempre me senti capaz, sempre senti uma con-fiança tremenda. Mesmo não ganhando, o que acontece a todos, não sentia medo. O medo não é bom para nada, quem o sente e por isso desiste, é fraco! São pessoas fracas e não é isso que o des-porto quer.Existem vitórias, existem derrotas, e aprendemos muito com as derrotas. É das derrotas que tira-mos as convicções para o futuro. Logo, desistir, nunca!

CJ - Considera importante o trabalho desenvolvido pelo seu treinador?CL - Sim, sem dúvida. Foi um trabalho muito im-portante. Foi um trabalho de confiança.

Carlos Lopes é um dos maiores atletas portugueses de sempre. Em 1976, ganhou o Campeonato do Mundo de Corta-Mato, em Atletismo. Foi também Campeão Olímpico da Maratona, em 1984, em Los Angeles. O EJAF teve a oportunidade de recebê-lo e o Clube de Jornalismo de entrevistá-lo.

CJ - Qual o momento mais importante da sua car-reira?CL - Os momentos importantes são muitos e bons. Para chegar a alguma etapa é preciso um grande trabalho de equipa e confiarmos uns nos outros. É preciso ter convicções. Mais tarde ou mais cedo uma dificuldade vem ao de cima, e te-mos de continuar a trabalhar. Um bom momento é quando a ultrapassamos.

CJ - De que forma é que se iniciou no atletismo?CL - Iniciei-me numa brincadeira com amigos, vínhamos de uma festa, perto da minha terra, per-to de uns pinhais. De repente, com medo não sei bem do quê, talvez até mesmo da própria sombra, começámos a correr uns atrás dos outros e eu che-guei à frente. Depois disso, surgiu uma equipa.

CJ - Por que deixou de correr? CL - Deixei de correr porque tinha 38 anos. Eu era das pessoas mais velhas a fazer alta competição. Comecei com 17 anos e foram vinte e dois anos de desporto. Temos de aceitar que há um princí-pio e há um fim, comecei para ser grande e quis acabar também em grande. As pessoas devem ter a coragem de saber sair no momento certo.

CJ - Por que considera a Matemática importante para o atletismo?CL - No atletismo, como em qualquer desporto,

temos de ser inteligentes. Acima de tudo, temos de nos conhecer muito bem para poder-os retirar de nós todas as capacidades e saber usar o que fa-zemos melhor.Na corrida, a Matemática torna-se importante porque temos de ter o cronómetro na cabeça, sa-ber se passamos em 2.40 ou 2.50, gerir o nosso ritmo conforme o tempo, saber o espaço que po-demos deixar entre os outros atletas, é tudo a fazer contas. Ao contrário do que possamos pensar, a matemá-tica está mesmo presente em tudo na nossa vida.

CJ - Os novos atletas são melhores ou piores? CL – Não são melhores, nem são piores. Cada um na sua época. Agora há melhores condições para que cheguem a melhores resultados, é verdade. E é aí que eu noto que influenciei muito no atletis-mo. Foi a partir de mim que se começou a investir mais nesta modalidade, foi a partir de mim que surgiram outros atletas como a Rosa Mota. Os meus resultados fizeram com que a alta competi-ção deixasse de ser vista como um sonho impossí-vel para muitos portugueses e passasse a ser vista como uma meta a alcançar.Muitos treinadores evoluíram, quando eu evoluí.Os resultados de hoje não me surpreendem, mas ainda há muito para fazer. Existem jovens com condições e capacidades para atingirem estes va-lores.

CJ - Quer deixar alguma mensagem aos futuros atle-tas portugueses? CL - A minha mensagem é que façam alguma coisa com ambição. Ambição de se vencerem a si mesmos. Que façam algo por gosto e não a pensa-rem que é através daquilo que vão ganhar muito dinheiro. O desporto não dá. Mesmo no futebol, nem todos ganham muito dinheiro. É tudo pai-sagem.Eu nunca pensei muito em fazer vida do desporto para ser rico.

CAR OSLOPESAtleta

OlímpicoNacionalpor Carolina Pereira

Corta-Mato

Carlos Lopes, com Carolina Pereira (esq.) da redacção do JIL.

No passado dia 17de Dezembro, pelas 10 horas, realizou-se mais uma edição do Corta-Mato EJAF que contou com

a maior adesão de sempre por parte dos alunos, ultrapassando os 200 participantes.O atleta olím-pico Carlos Lopes deu a partida.

No final da prova os alunos dirigiram-se para o Centro de Recursos do EJAF para receberem as medalhas. Na presença de Carlos Lopes entrega-ram-se as 30 medalhas aos alunos que conseguiram chegar ao pódium nos vários escalões e equipas.

08’ por Carolina Pereira

Page 12: Jil de Março de 2009

a r t e s happening

dia dos namorados

Dia dos Namorados no EJAF, com a encenação de um Jantar a Dois. Trabalho desenvolvido na disciplina de Desenho A, pelos alunos do 12º G, de Artes Visuais.

Canapés, Sicilian Timballo, Happy Farm, Cocktails e Bolo do Amor, um menu completo realizado com expressão plástica e exploração de materiais e técnicas de modelação.

por Ana Catarina Anjos