JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE...

70
JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do título de Médico Veterinário. Orientador: Prol: Paulo Noccra CURITIBA 2002

Transcript of JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE...

Page 1: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA

MONOGRAFIARINITE ATRÓFICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado aoCurso de Medicina Veterinária da UniversidadeTuiuti do Paraná, como requisito parcial paraobtenção do título de Médico Veterinário.Orientador: Prol: Paulo Noccra

CURITIBA2002

Page 2: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

SUMÁRIO

I INTRODUÇÃO ...................................•...............•.••.......•..............................•..............•........... 01

2 ETlOLOGIA ...••...........................................•..........•...•.............................................................. 02

3 ACHADOS CLÍNICOS •••...•...••..••............................•...•........................................................... 03

4 PATOLOGIA CLÍNICA 04

5 ACHADOS DE NECRÓPSIA ..•........•...................................................................................... 05

6 DIAGNÓSTICO ....................................•....••....•............••...................................•.•..•................. 07

6.1 Diagnóstico Clínico

6.3 Diagnóstiço Microbiológico .

..................... 07

. 07

. 08

6.2 Diagnóstico Anátomo-Pnlológico ...

7 CLASSIFICAÇÃO DE REBANHOS COM R1NITE ATRÓFICA POR MEIO DE

iNDICE ..•...........................................................•••.............••....................................................... 08

8 DISSEMINAÇÃO DA RINITE ATRÓFICA .....••.................•....•..•••..............•...•................... 09

9 TRATAMENTO ............•............................................••................................................••........... 09

10 CONTROLE. .............••..................................•....•.....•...•....•......••.....................................•....... 10

11 RINITE COM CORPÚSCULO DE INCLUSÃO ...•...................................................•......... 11

12 CONCLUSÃO ............••..•.......•........................•....•.....•..•....•..........................•.......................... 14

13 REFEI~ÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 15

Page 3: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

J INTRODUÇÃO

A Rinite Atrófica é uma doença de suínos caracterizada por espirros, seguidos por atrofia

dos ossos turbinados que pode ser acompanhada por distorção do sepla nasal e encurtamento ou

dcrormação do ma.xilar superior.

Há divergência com respeito à prcdisposiçfio que os animais com rinite atrófica têm para

adquirir peneumonias. Em nossos estudos observamos que esta predisposição ocorre nos animais

com lesões graves.

Os mecanismos envolvidos no dcsencadeamcnto da rinile atrófica e as relações entre a

gravidade da doença e os fatores genéticos a metabólicos e o meio ambiente não estão, ainda,

totalmente esclarecidos.

Page 4: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

2 ETIOLOGIA

Os agentes primários da rinitc atrófica são algumas amostras de bactérias Gram-ncgativas

das espécies Bordetella broncMseptica e Pastc/lrella mulJocidll, capazes de produzir uma toxina

que provoca nccrosc na pele de cobaias. As amostras que produzem estas toxinas são designadas

TDN + (toxina dennonecr6tica).

Organismos da espécie IJ. bronchiseplica TON + (toxina dermonccrótica) são amplamente

distribuídos em rebanhos suínos. Eles aderem rortemcnte às células da mucosa nasal, multiplicam-

se c produzem a toxina capaz de causar perda parcial dos ossos das conchas nasais. Isto ocorre duas

u três semanas após a inFecção. As alterações das conchas nasais, resultantes da infecção por B.

bronchiseptica, são regcneráveis e podem não ser observadas no animal adulto. Quando ocorrem

infecções mistas, principalmente com P. lIIu/locida TDN+ (toxina dermonecrótica), os danos

causados por n. brollchiseplica são amplificados e as alterações, persistentes e irreversíveis.

Experimentalmente, é possível produzir este tipo de alterações em leitões inoculados com P.

mul/ocido TON+(toxina dennonccrótica), após infecção com B. bronchi~·eplica. ou após o

tratamento da cavidade nasal dos leilões com ácido acético. Animais submetidos a estes tratamentos

podem tcr suas conchas nasais completamente destTuídas em duas semanas.

A doença com estas características é designada alualrnenle "rinite atrófica progressiva".

Amostras de P. m/l/tocida são, também, disseminadas em rebanhos suínos, mas apenas

nquelas produtoras de toxinas demonecróticas parecem estar envolvidas nos surtos severos da

doença. A maioria das Pasteurelas importantes na etilogia da rinite atrónca, são do tipo capsular O.,

embora também sejam isoladas amostras do tipo A., de leitões afetados.

Os r.'lIores quc auxiliam a colonização do trato respiratório dos suínos por P. mu//ocida

toxina dermonecrótica, em condições de campo, permitindo a manifestação da doença não são

inteiramente conhecidas. É provável que a B. bronchiseptica e irritantes da mucosa nasal com os

Page 5: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

gases sulfidricos e amônia, poeira e alérgenos diversos, facilitem a colonização de P. /1//lltocida,

contribuindo para o surgimento ou agravamento da doença.

3 ACHADOS CLiNICOS

Os achados clínicos da rinite atrófica dependem do estágio das lesões. Nos casos agudos em

leitões de 3 a 9 semanas de idade, a irritação da mucosa nasal causa espirros e tosses, pequenOls

quantidades de corrimento nasal seroso ou muco purulento c epístaxe uni ou bilateral passageiro. A

freqüência dos espirros pode ser urna medida da incidência e da gravidade da doença. Em leitões

nascidos de porcas que receberam a vacina contra B. bronchiseplica e Pasleurela mullocida antes

da parição e que foram vacinados duas vezes até a terceira semana de idade, a freqüência de

espirros no período de três a nove semanas de idade for muito menor do que aqueles que receberam

a vacina contra B. brol1chiseplica. Os animais podem roçar o nariz contra objetos ou no solo. Em

geral, acompanha um corrimento ocular aquoso, que pode acarretar o aparecimento de estrias

ressecadas de poeim na comissura mediai dos olhos. Pode havcr redução na velocidade de

crescimento. Em infecções por B. bronchiseptica, esses sinais clínicos desaparecem

espontaneamente em poucas semanas e os suínos parecerão normais. Nos casos graves, a obstrução

respiratória pode ocasionar dispinéia e sianosc e os leitões que ainda estão mamando podem tcr

gmnde dificuldade para faze-lo. As secreções nasais ficam mais espessas, podendo ocorrer também

hcmorragia nasal. Nos estágios mais crônicos, pode haver a eliminação de um material bem espesso

durante as crises paroxfticas de espirro. Em geral, durante essa fase clínica verificam-se acentuada

deformação da face, em virtude da interrupção do desenvolvimento dos ossos, sobretudo os

turbinados, e o aCllmulo de material necrosado nas cavidades nasais. Os ossos nasais e pré-

maxilares ficam voltados para cima e interferem com a aproximação dos dentes incisivos c, em

menor escala, dos molares. Há vários graus de braquignatia superior e protrusão dos dentes

incisivos inleriores. A apreensilo e a mastigação se tomam dificeis, com conseqüente perda da

Page 6: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

condição fisica. Nas fases finais a torção da face empresta-lhe a rorma de "concavidade"acentuada,

com enrugamento da pele. Se a condição for unilateral a maxila superior pode ficar torcida para um

dos lados. Estas deformações faciais visíveis são mais comuns em suínos de oito a dez semanas,

cerca de três a quatro semanas após a infecção, mas pode ocorrer em animais mais jovens.

Os efeitos mais graves da doença são a queda na taxa de crescimento e o definhamento. O

apetite pode não estar alterado, mas muito alimento se perde por derramamento e, em alguns casos,

a conversão alimentar pode estar reduzida.

4 PATOLOGIA CLiNlCA

É importante detectar os animais infectados em um rebanho, especialmente os portadores.

Os .lwabs nasais são usados para identificar a bactéria e detenninar sua sensibilidade aos

medicamentos. A colheita dos swabs nasais deve ser feita com cuidado e estes requerem um meio

de transporte especial, para assegurar um bom isolamento. Estão descritas técnicas de colheita de

amostra e um meio de cultura especial pam facilitar o isolamento e a identificação da /J.

broncltiseptica. As narinas são limpas com álcool e introduz-se um cotonete de arame flexível na

cavidade Ilasal (cada lado de lima vez) até atingir um ponto médio entre as narinas e o nível da

comissura mediai do olho. Após a remoção, coloca-se o algodão do cotonete em 0,5 ml de um meio

de transporte congelado estéril, composto de salina fosfatada tamponada (PBS, pH 7,3) com soro

fetal de bC7..crro (5% v/v). então, as amostras são colocadas em meios especiais, de prererência

dentro de quatro horas. De modo geral, o microorganismo cresce bem nos meios de cultura

convencionais, sobretudo quando as amostras são de suínos jovens. Entretanto, no suíno portador, o

microorganismo pode estar em pequeno número, sendo necessário um meio seletivo.

A técnica de cultura de material colhido na cavidade nasal tem sido usada como um auxílio

no controle da rinite atrófica causada por B.bronclriseptica. Considera-se que uma série de três

Page 7: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

.nl'abs nasais de cada animal tem cerca de 77% de eficácia na detecção de animais infectados para

um possível afastamento e eliminação do rebanho.

Teste de aglutinação e ELISA são usados para a detecção de Sllinos infectados p~r B.

brol/chüeplica, sobretudo os portadores. A sorologia é importante para a determinação da resposta

dos suínos que receberam a vacina B.blVl1chisep/ica. Existem testes sorológicos de uso corrente

que não são seguros para Pasto mu//ocida.

As Pas/-l1Iu/tocidas crescem rapidamente em laboratório, mas é difícil isola-Ias de .m'abs

nasais, pois em geral são inválidos pela nora comensal. Com o objetivo de fazer tal isolamento,

foram desenvolvidos meios laboratoriais seletivos, contendo agentes anti-microbianos. O método

mais sensível para isola-Ius consiste na passagem do material por camundongos.

Pode-se fàzer uma análise dos cultivos celulares por meio do uso destes em pulmões de

embrião de bovino, sendo um teste in vitro sensível para a diferenciação entre cepas toxigênicas e

não toxigênicas de Pasl-lIlllllocida. Esta prova pode substituir os testes letais em camundongos, ou

dermonecróticos em cobaias.

Foram examinadas algumas técnicas para o diagnóstico clínico, porém não são muito

precisas. A radiografia do nariz não é conliávcl para a avaliação da gravidade da atrofia dos ossos

turbinados.

5 ACHADOS DE NECIWI'S1A

As lesões típicas de rinitc atrófica se limitam às cavidades nasais, embora doenças

comcomitantes, em especial a peneumonia virótica suína, possam produzir lesões em outras partes

do corpo. Nas tàses iniciais, há inflamação aguda, algumas vezes com acúmulo de pus, mas, nas

rases finais, há evidência apenas de atrofia da mucosa e descalcificação e atrofia dos ossos

turbinados c etmóide, que podem ter desaparecido completamente nos casos graves. Os processos

innamatórios e utróficos podem estender-se, envolvendo os seios faciais. Não parece haver

Page 8: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

interferência com a vasculari:r.ação dos ossos atingidos. As aILerações nas cavidades nasais são mais

bem observadas quando a cabeça é dividida no plano sagital; mas, para o diagnóstico correto

devem-se determinar o grau de simetria, o volume e a atrofia dos ossos turbinados, bem como o

desvio do septo mediai, pelo exame de um corte transversal (vertical) do crânio, feito ao nível do

segundo dente pré-molar.

O diagnóstico clínico é confinnado e a gravidade das lesões estabelecidas pelo pós-morte de

um corte transversal do focinho, que deve ser feito ao nível do segundo dente pré-molar porque o

tamanho do osso turbinado é reduzido anteriormente, podendo dar um resultado positivo falso se o

corte for leito muito adiante. A avaliação da gravidade das lesões é importante para o registro da

incidência c da gravidade da doença no rebanho. Muitos sistemas foram usados para classilicar a

gravidade das lesões do focinho. A maioria deles empregava uma contagem visual e subjetiva, em

que os focinhos variam de grau O (nonualidade completa) até 5 (atrofia total dos cornetas).

Os padrões para cada grau são os seguintes:

Grau O - aus€ncia de desvio e nonnalidade absoluta, com o septo nasal reto os ossos

turbinados simétricos e preenchendo as cavidades nasais;

Grau I - irregularidade, assimetria e torção leve das estruturas nasais, sem atrolia;

Grau 2 - torção acentuada da estrutura nasal, mas sem atrofia acentuada;

Grau 3 - atrofia definida dos ossos turbinados, com ou sem torção;

Grau 4 - atrofia mais grave, atingindo seriamente um ou mais ossos turbinados;

Grau 5 - atrofia muito grave, na qual todos os ossos turbinados praticamente desaparecem.

Um sistema de classificação tão descontínuo não fornece uma relação quantitativa direta. O

exame regular dos focinhos dos suínos enviados para o abate pode ser usado para estabelecer o

nível de atrofia das ossos turbinados no rebanho. Atualmente, existem métodos morfométricos que

usam tanto a contagem de pontos como a planimetria semi-automática aplicada a fotografias ou

impressões de cortes do focinho para medir a extensão da atrofia dos cornetas em uma escala

Page 9: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

contínua com um índice morFométricos. Os cortes transversais do focinho são fotograFados ou

usados para obter impressões que, então, são medidas. O índice morlométrico é determinado, sendo

a relação entre o espaço livre e a área lotai do corte transversal da cavidade nasal. Tal sistema é

bastante compatível com aquele de c1assilicação visual de O a 5, Illas é muito trabalhoso c

relativamente caro. Encontram-se disponíveis descrições dos métodos para conFecção de impressões

do focinho.

A principal limitl.lção do sistema de graduação é que a l.ltroJia dos turbinados ocorre como

um espectro contínuo, sendo diricil decidir, por exemplo sc um suíno com lesão de grau 3

representa a manifestação mais grave da infecção por B.bronchiseplica, que pode não evoluir mais,

ou uma manifestação inicial da infecção por Pasl.l1Il1/tocida loxigênica, que poderia tornar-se um

problema sério para o rebanho.

6 DIAGNÓSTICO

6.1 Diagnóstico Clínico

A rinitc atrófica é caracterizada, clinicamente, por espirros, formações de placas escuras nos

cantos internos dos olhos, corrimento nasal seroso ou mucopurulcnto e encurt'amento e/ou desvio

lateral do focinho. Alguns animais podem apresentar a arc.1da dentária inFerior à frente da superior,

um deleito conhecido como bmquigmalia superior. Animais severamente afetados apresentam

atrasos no desenvolvimento corporal. O diagnóstico clínico é reali7.ado mais facilmente em leitões a

partir de 5 semanas de idade.

6.2 Diagnóstico Anatomo-patológico

O diagnóstico definitivo deve ser feito pelo exame das conchas nasais de leitões, com cinco

a dez semanas de idade ou de animais enviados a frigoríficos. É aconselhável o exame de, pelo

menos, 20 animais, provenientes de várias leilegadas.

Page 10: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

As conchas nasais são examinadas após o corte transversal do focinho, entre O primeiro e o

segundo dente pré~molares. Deve~se usar uma serra afiada. se possível elétrica. E necessário alguma

experit:l1cia antes de se tomar decisões, quanto à nature7..a das alterações. por isso recomenda-se o

exame de vários animais comparando~se OS vários graus de alterações.

6.3 Diagnóstico Microbiológico

O material para exame laboratorial deve ser colhido de leitões jovens entre cinco c dez

semanas de idade que não tenham sido mcdicados com antibióticos nas últimas duas ou três

semanas. Colhem-se material na cavidade nasal de leitões vivos com o auxílio de swabs estéreis,

feito com arame flexível e algodão na ponta. De leitões necropsiados coletam-se as amígdalas.

Estudos realizados mostram ser mais fácil O isolamento de P. mll/fodda das amígdalas, enquanto

B.brollchiscptica t! isolada mais facilmente das secreções nasais. O material colhido deve ser

acondicionado em gelo e encaminhado, com urgência, ao laboratório. Os exames laboratoriais são

realizados com o objetivo de isolar B.bronchiseplica e P.mlll/Ocida. E necessário identificar o tipo

capsular a capacidade das Pasteurelas produzirem toxinas dermonecróticas. Com as bactérias

isoladas o laboratório pode reali7..arantibiogramas para orientação da medicação dos animais.

7 CLASSIFAÇÃO DE REBANHOS COM IUNITE ATRÓFICA POR MEIO DE ÍNDICE

Os rebanhos podem ser monitorados quanto a ocorrência de rinite atrófica, usando-se um

índice que se baseia no número de animais examinados e nos graus de alteração das suas conchas

nasais. Para isto, recomenda-se. inicialmente, o exame de grupos de animais, no frigorífico, a

intervalos mensais ou bimestrais, por um período de 6 a 12 me5CS. Se o índice permanecer

estacionário, dentro do esperado reduz-se a periodicidade dos exames para 3 a 4 vezes ao ano.

Page 11: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

8 DISSEMINAÇÃO DA RINITE ATRÓFIÇA

A rinite atrófica não se transmite facilmente entre rebanhos. A transmissão da infecção exige

proximidade cntre os animais. Os leitões jovens geralmente se infectam a partir da mãe.

Quando a doença surge pela primeira vez é, geralmente, o resultado da introduçào de

animais infectados vindos de outros rebanhos. Estes animais podem não apresentar sintomas de

rinitc atrófica, o que dillcultu o controle da doença.

Os animais mais afetados sào leitões que se infectam nas primeiras semanas de vida com

ambos os agentes. Se estes leitões não estiverem protegidos com anticorpos especílico, recebidos

através do colostro, provavelmente desenvolverão a fonna mais grave da doença.

A doença se inicia pela colonização da mucosa da cavidade nasal por B.brollchiseptica,

seguida, ou não, pela colonização por P./IIultodda. A colonização por B.hronchiseptica depende da

imunidade do leitão transferido da mãe, através do colostro.

Tem sido demonstrado em rebanhos com deficiência no manejo, que a infecção por

B.brollchiseplica geralmente ocorre na primeira semana de vida do leitão, enquanto a infecção por

P./1/ultocida ocorre entre 3 e 5 semanas. Em rebanhos submetidos a condições mais favoráveis de

manejo e onde a imunidade das porcas é mais eficientemente transferida aos leitões, a infecção por

B.blVllchiseplica pode ocorrer entre 3 e 4 semanas e por P.II/lIilodela após 5 semanas de idade.

9 TRA lAMENTO

o tratamento no início da doença reduz a gravidade de seus efeitos, mas tem pouco valor

nos suínos cronicamente acometidos c, devido à pouca velocidade no crescimento e à alta

conversão alimentar, recomenda-se a eliminação desses animais no início de sua vida. Podem-se

administrar tilosina na dose de 20 mg/kg de peso corpóreo ou trimetropim-sulfadoxina (40 mg/200

mglml) na dose 0, I mlfkg, por via parenteral ou adicionar sulfametazina e/ou tilosina nas doses de

200 a 100 mg/kg de ração, respectivamente, a ração de desmame. As injeções parenterais precisam

Page 12: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

10

ser repetidas a cada 3 a 7 dias, sendo feitas, no mínimo, três aplicações e a medicação deve ser

colocada na ração durante 3 a 5 semanas. O problema com a medicação precoce na ração está na

obtenção de ingestão adequada das drogas antibacterianas. Isto raramente é conseguido antes de

duas semanas de idade podendo ser necessário antibióticos parenterais, se ocorrer infecção

significativa antes dessa fase.

rara tralamento c controle da rinite alrófica, recomenda-se a administração parcnteral de

agentes unlimicrobianos a cada lciUio, começando no terceiro dia de vida, num total de 3 a 5

injeções COIll intervalo de 3 a 7 dias. No entanto, em um rebanho grande tal esquema de tratamento

seria muito trabalhoso c, até que uma análise de custos e beneficios indique um efeito vantajoso

desse método em relação aos demais, não se pode recomenda-lo.

O tratamento da infecção experimental por B.bronchiseplica em leitões foi bem sucedida

com ° uso da associação trimetropim e sulfadiasina na água de beber a nível de 13,3 e 77,6 ",sim I

respectivamente, durante 3 semanas. Tal método elimina a necessidade de injeções repetidas nos

animais.

10 CONTROLE

Raramente é possível conservar rebanhos inteiramente livres de surtos leves de espirros, e

um nível baixo de ossos turbinados e nasais aberrantes à necropsia é comum, mesmo em rebanhos

que não evidenciam sinais clínicos de rinite. Quando a rinite atrófica atinge nível não aceitável no

rebanho, as medidas de controle adequadas são usualmente estratégicas: quimioprofilaxia,

vacinação, encerramento temporário do rebanho à introdução de novos suínos e melhora nas

condições de criação (como melhor ventilação, higiene e menos poeira nas rações). Em geral,

quimioprofilaxia inclui a administração de drogas antibacterianas a todas as porcas, particularmente

antes do parto, assim como há leitões recém-nascidos c, algumas vezes, a suinos recentemente

desmamados. Medicações nas rações de desmamados e de animais em crescimento e, algumas

Page 13: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

11

ve:l.es, nas rações de matrizes, é útil com freqüência, As drogas comumente usadas são sulfonanidas,

trimetropim. tilosina e tetraciclinas. Tem sido desenvolvidas bacterinas contra P. mul/oácla

toxigênicas, B. bronchisepticas ou ambas. Vacinas com toxóide e misturas de bucterinas com

toxóide estão disponíveis contra P.mul/oáda; embora ambas apresentem resultados satisfatórios na

maioria dos rebanhos, a infecção pode ser melhor prevenida com misturas de bactcrinas com

toxóides. As porcas são vacinadas 4 c 2 semanas antes do parto e os leitões com uma e quatro

semanas de idade. Um nível alto de imunidade colostral se desenvolve em leitões oriundos de

porcas vacinadas.

11 RINITE COM CORPÚSCULO DE INCLUSÃO

A rinitc com corpllsculo de incJusl0, causada por um hcrpesvírus beta (família

Herpesl'iridoe), é uma doença extremamente comum, mas em geral pouco importante, em suínos

jovens. Ê provável que esteja mundialmente disseminada e observações clínicas e soro lógicas

sugerem que está presente na maioria dos rebanhos suínos. Rebanhos livres de patógenos

específicos, obtidos por técnicas de histerectomia, não estão necessariamente isentos e a

transmissão congênita do vírus foi demonstmda.

O vírus está presente nas vius respiratórias superiores de suínos e altas excreções ocorrem,

predominantemente, no periodo de duas a quatro semanas após a infecção. A transmissão é pelas

vius respiratôrias, mediante contatos diretos, inrecção por aerossol e, possivehnclllc, também via

urina. O vírus invade as células epiteliais, e em especial aquelas de glândulas nasais de muco,

destruindo as células acinares e causando metaplasia do epitélio adjascente, sendo a principal

manifestação clínica uma doença respiratória superior. Após a infecção, o vírus pode disseminar-se

por todo o organismo. Em sulnos mais velhos, a generalização se restringe a células epiteliais de

outros sistemas orgânicos, em cspecial dos túbulos renais, sendo clinicamente inaparente.

Page 14: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

12

Entretanto, em suínos muito jovens, o vírus também mostra predileção por células

reticulocndotcliais, podendo a generalização resultar em anormalidades clínicas adicionais.

Em lermos clínicos a doença acomete leitões de até aproximadamente 10 semanas de idade,

mas a idade de manifestação em qualquer rebanho pode depender do método de manejo. Um

espectro etário mais amplo de envolvimento pode ser visto inicialmente, quando a doença é

introduzida no rebanho pela primeira vez. Na maioria dos rebanhos, a doença atinge os suínos no

final da fase de lactente e no início do desmame. O sinal mais evidente são os espirros que

freqüentemente ocorrem em paroxismo c após lutas e brincadeiras. Há um corrimento nasal seroso

pouco importante, que raramente pode estar manchado de sangue, e uma exsudação marrom ou

preta em torno dos olhos. l-lá evolução clínica varia entre aproximadamente duas e quatro semanas.

Todos os suínos do grupo ficam acometidos, mas em geral não há mortes.

A doença dos corpúsculos de inclusão citomegálicos generalizados pode ocorrer em suínos

expostos a infecção e, em geral, ocorre com um surto envolvendo as diversas ninhadas. A síndrome

se caracteriza por morte súbita e anemia. Muitas vezes, há uma história de diarréia no grupo dentro

da primeira semana de vida, com os suínos acometidos mostrando palidez da pele e muitas vezes

parecendo gordos e bem desenvolvidos superllcialmente devido ao edema, em especial no pescoço

e nas regiões dos quartos dianteiros. A morte, resultante primariamente da anemia, ocorre durante a

segunda ou terceira semana de vida e a mortalidade dentro do grupo pode aproximar-se de 50%.

Hemorragias petcquiais têm sido um aspecto da doença provocada experimentalmente em suínos

gnotobióticos, mas não ocorrem, necessariamente, em surtos de campo. Uma anemia moderada,

acarretando paralisação do crescimento mas sem mortalidade significativa, também pode ser vista

em suínos recém-desmamados com a doença.

Os efeitos mais graves da infecção generalizada são vistos quando leitões são expostos a

infecção intensa ainda muito novos. Isto comumente ocorre em grandes rebanhos com alta

densidade contínua de passagem de ninhadas para galpões de desmame. Além da doença

Page 15: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

13

reSpir<llÓria superior, a infecção nessa idade pode resultar em doença cnlérica, morle repentina,

anemia e perdas com desigualdade acentuada de crescimento entre as ninhadas.

A rinitc com corpúsculo de inclusão não é uma causa primária da rinitc atrófica. Entretanto,

é provavcl que contribua para a diminuição da resistência local à inlecção e para a predisposição a

infecções por /Jordetellas bronchiseplica e outros palógenos respiratórios.

O diagnóstico de rinilc com corpúsculo de inclusão é feito, em geral, após a demonstração

de corpúsculos de inclusão intranuclear lípico nos cortes histológicos de leitões escolhidos para

abale. Os corpúsculos de inclusão lambém podem ser demonstrados em células esfoliadas obtidas

por meio de JlI'abs nasais de suínos vivos. O melhor momento de colhe-los é no pico da infecção

clínica de diversos suínos. O diagn6stico por isolamento do vírus é raro, visto que o crescimento do

vírus é dificil, mas ele se rixa em culturas de macróragos de pulmão suíno. Podem-se detectar

anticorpos contra a infecção por técnicas de imunoOuorcscência indireta. Também é um teste

prático, sensível c rcproduzível o imunoensaio enzimático absorvente (ELISA).

Não hâ tratamento elicaz e, na maioria dos rebanhos, ncnhum é garantido. Os antibióticos

podem reduzir temporariamente a gravidade da infecção bactcriana secundária em casos de rinite

grave. O controle da doença grave baseia-se em procedimentos de manejo que evitam exposição

grave de leitões muito jovens.

Page 16: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

14

12 CONCLUSÃO

A renitc alfó/ica dos suínos é uma doença contagiosa do trato respiralória superior,

caracteri7...ada por atrofia das conchas nasais. A doença pode aretar o desempenho produtivo,

ocasionundo peruas econômicas, mas não está ainua esclarecido porque tais perdas só ocorrem em

dctcnnínados rebanhos. A rcniLe utróficu está disseminada por todas as principais áreas de produção

de suínos no Brasil.

Page 17: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

15

13 REFERÊNCIAS DIJILIOGRÁFICAS

BRITO, J.R.F.; J>IFFER, I.A.; BRITO, M.A.V.P. Pesquisndores da Embrapa-Centro Nacional

Pesquisa de Suínos c Aves.

DONE, J,T., 1995.

EDINGTON, N. el aI., 1976

FRASER, C.M. Manual Merck de Veterinária: um manual de diagnóstico, tratamento, prevenção c

controle de doenças para o veterinário. 7,1 ed. São Paulo: Ed. Roca, 1996.

KANTZ, c.L.& \VOODRUFF.M.E., Proc. 4th int. Cong. Pig. velo Soe.,1976.

L'ECUYER, C. et aI. Proc. 2nd. int. cong. pig. veto Soe, 1972.

Page 18: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

MV281CONSULTA

UNIVERSIDADE TUlUTI DO PARANÁFACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

CURSO: MEDICINA VETERINÁRIA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CURITIBA2002

Page 19: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

,JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado aoCurso de Medicina Veterinária da UniversidadeTuiuti do Paraná, como requisito parcial paraobtenção do título de Médico Veterinário.Orientador: I")rof Paulo Nocera

CURITrnA2002

Page 20: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

APRESENTAÇÃO

Este Tnlb:tlho de Conclusão de Curso. é um dos requisitos para obtenção do título de

Médico Vctcrimírio do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná.

É composto de um Relatório de Estágio rcalizado junto à Fazenda Experimental Canguiri,

durante o período de 03 de abril a 17 de junho de 2002 e também lima monograria versando sobre

"Rinite Atrófica" que se encontra logo após a descrição das atividades de estágio.

Page 21: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

UNIVERSIDADE TUIUTI DO I'ARANÁFACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

CURSO: MEDICINA VETERINÁRIA

RELATÓRIO IlE ESTÁGIO CURRICULAR

CURITIBA2002

Page 22: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

JOÃO ALEXANDRE ALCANT ARA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado aoCurso de Medicina Veterinária da UniversidadeTuiuti do I>urnná, como requisito parcial paraobtenção do titulo de Médico Veterinário.Orientador: Pror. Paulo Noccra

CURITmA2UU2

Page 23: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

AGRADECIMENTOS

À Dcus, por todos os momentos vividos.

À meus f..1miliarespelo amor, paciência e dedicação em todas as horas.

À Fazenda Experimental Canguiri, pela oportunidade de estágio.

Aos funcionários da Fazenda Canguiri, pela amizade e receptividade.

Aos meus colegas de curso, pelo apoio e amizade.

Aos meus professores, colegas que de alguma fonna contribuíram para a minha

formação profissional.

Ao meu orientador profissional pela orientações durante o estágio.

À todas as pessoas que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste

estágio c relatório, que me incentivaram c acreditaram na minha conquista.

Page 24: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

SUMÁRIO

I INTRODUÇÃO ............•............................•••...•....................................•...•.........•..................... 01

2 PANORAMA DA SUINOCULTURA •...•••..•.•............•........••............•..•....•..•....•..•.................03

2.1 Panomma InternacionaL.. ....03

2.2 Suinocultura Brasileira .. . 03

. 042.3 Suinocultura Paranaense .

3 RAÇAS UTlLIZADAS NA GRAN.JA ......................•.......•.......•.........................••..•............ 06

3.1 Largc Whiteou Yorkshirc... . . 06

3.2 Landracc

3.3 Pictrain .

3.4 Moura

....06

.. .07

........ 08

4 CRUZAMENTOS UTILIZADOS 10

5 MEMORIAL DESCRITIVO DA GRANJA II

6 NÚCLEO DOS CACHAÇOS 12

6.1 Instalação ........................................................... 12

6.2 Manejo . .......... 12

.. 136.3 Alimcnlação .

6.3.1 Composição da Ração ... . 14

7 NÚCLEO DE COBERTURA 15

7.1 Instalação

7.2 Manejo ...

7.3 Alimentação

7.3.1 Composição da Ração .

...................................... 15

15

.................... 16

...17

8 NÚCLEO DE ESPERA 18

8.1 Instalação ....

8.2 Manejo

.. 18

.................................................................... 18

Page 25: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

8.3 Alimentação ..

8.3.1 Composição da Ração .

....... .18

.... 19

9 NÚCLEO IlE GESTAÇÃO ..•....•....•.•.••.•...••...........................•...•..._ ..••...••...•..•...•....••.•........•...20

9.1 Instalações.. . . .. . 20

9.2 Manejo ...20

9.3 Alilnenlação . 21

9.3.1 Composição Básica da Ração.. . 22

lO NÚCLEO DA MA TERNIDADE .......................................•....•...•........................................... 23

10.1 Instalação . 23

)0.2 Manejo ...

10.3 Alilnentação .

. 24

10.3.1 Composição da Ração de Lactação ....

......25

. 26

1i NÚCLEO DA CRECHE .....•....•...•.........•..............•....•••.••...•...•.........•.._.....••..•...................••..27

11.1 Instalação

11.2 Manejo ...

11.3 Alimentação.

......................................... 27

................................ 28

. 28

11.3.1 Composição da Ração Pré Inicial.

11.3.2 Composição da Ração Inicial....

. 29

. 29

12 NÚCLEO DE RECRIAffERMINAÇÃO ................•....•........•.................•........................... .30

12.1 Instalação... . . .. . 30

12.2 Manejo

12.3 Alimentação ..

................. 31

12.3.1 Composição Básica da Ração de Crescimento

12.3.2 Composição Básica da Ração de Terminação .....

.....31

....... .32

. .33

13 I'ARÂMETROS PRODUTIVOS DOS PRIMEIROS CINCO MESES IlE 2002 ...•...•......34

14 CASTRAÇÃO .................•..................•..•.•...........•.................................................................. .35

Page 26: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

14.1 Procedimentos de Castração ... . .35

. 3514.2 Desinrecção .

14.3 Cirurgia ....

14.4 Pós-Operatório

. 35

............................................................. 35

15 CAMA SOIlREI'OSTA ..................•.........................................••.•..•........•...•........................ .36

15.1 Fundamentos ..

15.2 Criação de Suínosdc Engorda

. .36

..37

15.3 Vantagens . . .39

'5.4 Desvantagens.

15.5 Resultados de Campo com o Sistema ...

... .40

....41

16 MANEJO DE DEJETOS ......•........................................................••..•.•..••...•.........•...........•... .42

17 CONCLUSÃO .........................•....••.........•..•.•.••....••..••..•••...•..........................................•..........43

18 REFERÊNCIAS IlIOLlOGRÁFICAS ....................................•.....•.....•.•...••..•...•.........••..••....44

Page 27: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

1.INTRODUÇÃO

1.1. Origem dos Suínos

O único artiodáctilo monogástrico vivendo em domesticidade é os suínos.

Apareceram na Term a cerca de 40 milhões de anos atrás e pertencem ao gênero Sus. Com

base em suas origens, todas as raças de suínos domésticos conhecidas atualmente, podem ser

liIiadas a 3 grandes espécies:

# Sus scmjá - Tipo ccltico, descendente do javali europeu;

1/ Sl/S l'iUa/us- Tipo asiático, originário da índia;

# Sus mediterrâneo .••- Tipo ibérico;

A domesticação do suíno roi creditada aos chineses durante muitos anos.

Porém, pesquisas recentes cretuadas pelo arqueólogo americano M. Roscmber, da

Universidade de Dclaware, mostram que a domesticação do suíno ocorreu 10.000 anos atrás em

aldeias do leste da Turquia.

Na América, os primeiros suínos chegaram em 1493 com Cristóvão Colombo; no Brasil os

primeiros porcos chegaram ao liloml paulista trazidos por Martim Afonso de Souza.

Desde a domesticação, até hoje, os suínos sofreram grandes transformações morfológicas e

fisiológicas, moldando-se sempre, a necessidade do homem.

Primeiramente, o javali, que era uma presa, possuidor de uma grande caixa torácica (boa

capacidade cardio-pulmonar) e em comparação tinha pouco posterior, o que lhe permitia o

desenvolvimento de grandes velocidades.

Com a domesticação e a crescente mudança de hábitos, o animal não precisou mais buscar

alimento e fugir dos predadores, pois se protegia «a sombra do homem" logo, sua forma

"triangular" (70% anterior e 30% posterior) passou a retangular"(50% anterior e 50% posterior),

com grande depósito de gordura corporal, mudança l:ssa que acompanhava a evolução. Surgia,

então o suíno lipo banha.

Page 28: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

02Os avanços na genética, manejo, nutrição c sanidade, associados sempre necessidade

humana, permitiram o desenvolvimento de um animal precoce que possui lImu conversão alimentar

cada vez mais eficiente, chegando ao abate entre os 5 e 6 meses, pesando de 90 à 120 Kg. E um

depósito de gordura cada vez menor. O atual suino é do tipo carne.

o suíno moderno começou a ser desenvolvido no início do século, através do

melhoramento genético com o cruzamento de raças puras. Pressionados por uma melhor

produtividade para tornar a espécie economicamente mais viável e pelas exigências da população

por um animal com menos gordura. Atualmente, graças aos programas de genética c nutrição. O

suíno moderno apresenta de S5 â 60% de carne magra na carcaça e apenas 1,5 à 1 em de espessura

de loucinho

Page 29: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

032. PANORAMA DA SUINOCULTURA

2.1. Panorama Internacional

A carne suína é a fonle de proteína animal, mais consumida no mundo, e as perspectivas do

mercado externo c a capacitação do Brasil na produçt"'ío torna boas as expect'ativas quanto a um

aumento da participação brasileira no mercado internacional.

No ano de 1994 foi feito um levantamento elaborado pela USDA (UlIiled S/ales

Deparlamell/of Agriculillre) que verificou o aumento de 1% no rebanho mundial na década de 90,

clcvando-o para 756 milhões de cabeça, estimando um crescimento para as próximas décadas e

possivelmente passando dos 800 milhões de cabeças até o tinal desta. As maiores regiões

produtoras são:

China - 44 mil toneladas

E. U.A - 8,39/ mil toneladas

Alemanha - 3,670 millonelodas

O Brasil ficou com o 60 maior rebanho - 1,620 mil/ouela(/as.

2.2. Suinocultura Brasileira

Mesmo sendo responsável por menos de 2% da produção mundial (1,5 milhões de

toneladas/ano), a suinocultura brasileira deu sinais deu sinais de reaquecimento em 1997 com

exportações, e pode mostrar toda a sua força em 1998. Entre Janeiro e Novembro foram

embarcados 58.075 toneladas de carne suína - quase exclusivamente de cortes - gerando uma

receita cambial na ordem de US$ 135,7 milhões, um incremento de 14,8% se comparado ao mesmo

período de 1996. O volume de exportação, no entanto, representou um decréscimo de 1,8%. As

estimativas apontam para embarques de 63, I mil toneladas em 1997, contra 64,3 mil no ano anterior

I-Iong-Kong ainda se destaca como o maior comprador de carne suína do Brasil, o que, em volume,

representa 25.504 toneladas (43,9% das exportações). A Argentina, que detinha o 10 lugar em 1996,

Page 30: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

04passou a ser o 2° compmdor do produto brasileiro com um total de 23.272 toneladas (40%) seguida

pelo Uruguai (com 6,8%).

Em 1997, o consumo roi de 9 kg. Por habitante, valor somente equiparado ao do México

com 9,6 kg. Por habitante, e inferior ao índice de 1996, com 9,6 kg por habitante.

De acordo com infonnações do registro genealógico da ABeS o rebanho brasileiro é de 35,8

milhões de cabeça (35,1 em 1996). A mesma ronte indica que foram produzidas 1,6 milhões de

toneladas de carne suína ano passado (1997), contra 1,5 milhões em 1996.

Santa Catarina é responsável por 61 ,5% das exportações brasileiras de carne suína; é Omaior

produtor. O Rio Grande do Sul responde por 12,7% do total.

2.3. Suinocultura Paranacnse

o I)araná possui uma tecnologia considerada boa, c animais com um bom padrão genético.

A suinocultura está localizada principalmente nas regiões oeste, sudoeste sendo que Toledo,

no oeste paranaense, possui a maior população suína de aproximadamente 165.000 cabeças. Nas

áreas mais tecnificadas (oeste sudoeste e centro oeste) a exploração é feita basicamente nas

pequenas propriedades menores que IDO hectares.

Merece destaque, no cenário nacional, pois é um dos maiores exportadores de animais vivos,

principalmente para São Paulo e Santa Catarina.

QUADRO I. Resumo Estatistico de Suínos no Brasil

Ano Rebanho Prod. de carne População do Consumo

do Brasil SuiDa (mil/too) Brdsil Kglano

1990 30,0 1,040 151,0 7,0

1991 31,0 1,105 153,4 7,3

1992 32,0 1,197 155,9 7,5

Page 31: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

1993 32,5 1,225 158,3 7,7

1994 33,1 1,260 160,9 8,0

1995 34,0 1,387 163,5 8,5

1996 35,7 1,490 166,1 9,0

1997 35,8 1,540 166,6 9,5

1998 36,5 1,600 167,0 10

"FON I E . MINISTERIO DA AGRICUL 1 URA E DO ABASTECIMENl O.

QUADRO 2. Resumo Estatístico de Suínos no Brasil

Aoo Exportação (mil too) Abate Brasil mil. Preço do SUfDO vivo

1990 13,1 8,42 0,66

1991 17,3 9,15 0,68

1992 44,5 10,00 0,72

1993 34,8 10,20 0,73

1994 32,3 10,80 0,82

1995 36,5 12,00 0,75

1996 64,3 13,56 0,80

1997 63,8 13,00 0,82

1998 100,0 14,00 0,83

FONTE. MINISTERIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO.

os

Page 32: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

063.RAÇAS UTILIZADAS NA GRANJA

3.1 Large \Vhile ou Yorkshire

Originária do condado de York c adjacências, na Inglaterra; é uma raça excelente quanto à

prolificidadc, sendo suas remeas boas leiteiras e excelentes mães; possuem grande desenvolvimento

se adaptando a qualquer tipo de criação; tem boa capacidade de ganho de peso, rápido crescimento

e boa conversão alimentar.

Segundo BERTOLlNI (1992), a raça Large \Vhitc é uma raça de notável prolificidade,

grande desenvolvimento, adapta-se a qualquer tipo de criação, alta aptidão leiteira, boa capacidade

de ganho de peso, rápido crescimento caracterizando uma boa conversão alimentar, corpo de

Lamanho médio a comprido em ronna de paralelepipédico, carcaça com pouca gordura e boa

produção de carne.

Principais características:

• Cabeça: mais ou menos larga, perfil coneavelíneo.

• Orelhas: asiálicas, grandes.

• Pescoço: comprido e fino.

• Peito: largo c profundo.

• Dorso: comprido, plano e largo do pescoço à garupa.

• Lombo: largo e comprido.

• Cestilhares: profundos c lisos.

• Cerdas: brancas c sedosas.

3.2 Landrace

Originária da Dinamarca onde foi selecionada e depois espalhada para a Europa e EUA.

Houve época em que a Dinamarca proibiu sua exportação, existindo apenas exemplares em alguns

países. Os exemplares que existiam no Brasil chegaram em 1955 e eram originados da Suécia.

Page 33: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

07Somente em 1973, a Dinamarca liberou sua exportação. chegando seus primeiros

exemplares ao Brasil para o criador Lutralla. em São Paulo. Traia-se de uma raça altamente

prolífera, precoce e produtiva. Os animais dessa raça tem excelente conformação, as Icmeas .com

ótima produção de leiteira, boa conversllo alimentar, comprimento de corpo excelente e produção

de carcaça com pouca porcentagem de gordura.

Esta raça é conhecida por produzirem grandes ninhadas e pelas suas qualidades maternas.

Segundo JARDIM (1975), Landrace vem sendo aperfeiçoado pelos dinamarqueses hã mais

de um século, visando além de conformação ideal para a produção de carne magra, excelentes

qualidades crialórias. O Landrace é muito prolífero, precoce, produtivo, dotado dc pernis bem

conformados de modo 3. atender perfeitamente ao lipo ideal de porca lipo carne.

Principais características:

• Cabeça: mais ou menos comprida, larga entre as orelhas, perfil reto, as vezes subcôncavo.

• Orelhas: compridas e célticas.

• Pescoço: harmonioso e bem unido!:>às espáduas.

Lombo: bem comprido e reto.

• I'eito: estreito e cilíndrico.

• Garupa: larga c comprida.

• Cestilhares: compridos e bem arqueados.

• Cerdas: brancas, finas e sedosas.

3.3 Pietrain

É originário da Bélgica, do cruzamento de suínos 8erkshirc e Tamworth. É conhecida como

a raça dos quatro pernis, por possuírem uma excelente massa muscular no quarto dianteiro.

Possuem baixa velocidade de ganho de peso e dão a impressão de ser um porco gordo devido a sua

confonnação curta e rechonchuda (com membros curtos).

Page 34: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

08Quase sempre apresentam problemas cardíacos, sendo o maior limitante dessa raça.

Freqüentemente perde-se reprodutores em acasalamento nas horas quentes dos dias.

Junto com a descrição de outras raças, segundo JARDIM (1975), Pietrain é uma raça ~~Iga,

de formação recente; parece possuir boas qualidades de adaptação, clima e produção, porem não

supre as lrês raças mais importantes (Landrace, Duroc, \Vcsscx) nos cru7..Jmentos para a produção

de carne magra. É um porco grande, comprido, compacto, bem musculoso, com o posterior mais

desenvolvido que o interior, o qual entretanto é bem mais cheio que nas raças de carne.

Principais características

• Cabeça: relativamente pequena, com perfil subconcavelínco.

• Orelhas: asiáticas.

• Dorso: reto, largo e musculoso.

• Lombo: amplo e musculoso.

• Pernil: bem cheio, amplo e profundo.

• Peito: cilíndrico c longo.

• Garupa: larga, pouco curta e muito musculosa.

• Cestilharcs: bem arqueados.

• Cerdas: brancas com manchas pretas.

3.4 Moura

Não se sabe a procedência desses animais, só se sabe que em pouco tempo se multiplicaram

e se espalharam pelos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Por muitos anos

foram explorados pelos colonos, qucr em sistema semi confinado nas regiões mini fundiárias, ou a

solta, nas regiões onde a extensão das propriedades assim o permitissem. Acompanharam as

Page 35: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

09migrações de colonos que vindos do Rio Grande do Sul, traziam em sua bagagem, exemplares dessa

raça.

A rusticidade, a prolificidade e a prepotência genética, características marcantes nesses

animais, permitem que, apesar dos sucessivos acasalamentos consangüíneos ou dos cruzamentos

indiscriminados com outras raças, ainda hoje, possamos encontrar animais com fortes traços que os

identificam como descendentes de suínos da raça Moura.

Na literatura nacional, sobre a raça moura, (MACHADO 1967) em seu livro "Os Suínos",

faz rcfercncia sobre esses animais, particularmente no que se refere a sua capacidade de oferecer

bons produtos, quando cruzados com os suínos da raça landrace.

Principais Características

• Cabeça: média, perfil concavelíneo e subconcavelíneo.

Cerda: brancas e pretas (tordilha).

Page 36: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

104 CRUZAMENTOS UTILIZADOS

# Puro x Puro (da mesma raça)

#I}uro x I'uro (de raças diferentes)

# Puro x cruzado

#cruzado x cru7..ado

Page 37: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

II5 MEMORIAL DESCRITIVO DA GRANJA

A gmnja esta situada dentro do Fazenda Experimental Canguiri, situada na Rua Ivonc

Pimentel sino no município de I)inhais. pertencente a Universidade Federal do Paraná, consta ~c 11

galpões em alvenaria. onde é praticado o ciclo completo da suinocultura: cobertura -) espera --»gestação --+ maternidade --Jo creche --)-crescimento --+ terminação

Page 38: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

126 NÚCLEO DOS CACHAÇOS

São as baias destinadas aos machos exclusivamente, aonde são mantidos em baias

individuais. Há uma variação na idade dos cachaças.

Segundo OODINHO (1987), os animais reservados para reprodução, são aqueles que

somam qualidade econômica e qualidades raciais.

6.1 Instalação

São três construções, cada pavilhão contém 2 baias, sendo uma por animal, cada baia

contém uma área coberta com 3,05 m de comprimento 2,20 m de largura.

A construção é em alvenaria.

O piso é cimentado.

As muretas divisórias medem 1,40m.

Pé direito com 2,00 m.

Telhado de amianto.

Cada baia possui um comedouro de cimento fixado ao piso e um bebedouro tipo chupeta

ou taça.

Os dejetos são escoados por uma abertura entre o piso e a mureta, caem em canaletas, e

são escoados até as lagoas de contenção.

Conforme BERTOLlNI (1992), os abrigos c as baias para machos deverão estar

locali7..adas bem próximos às instalações das fêmeas. Os abrigos deverão possuir um comedouro e

um bebedouro, paredes divisórias de 1,00 à 1,10 m. de altura, pé direito com 2,50 m., lelhado com

telha de barro.

6.2 Manejo

A partir da separação dos sexos, fase de início da puberdade, os machos serão criados em

instalações próprias, secas e limpas, confortáveis, com boa alimentação.

Page 39: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

13Quando é leito coherlurJs os cachaças vão até as baias das fêmeas ou vice versa, sempre

pela manhã ou no linal da tarde, que são 05 horários mais fresco do dia.

Não há lima regra quanto ao manejo de cobertura.

A monta é controlada por um funcionário, que já sabe qual a fêmea que esta no cio, e leva

a temea até a baia do cachaça ou vice versa, num intervalo de doze em doze horas.

São feitas todas as anotação: data de cobertura, número da matriz, número do macho c data

para confirmação.

Segundo BASSOLl elo aI. (198\), com menos de oito meses de idade o cachaça não deve

ser utilizado para coberturas. Do oitavo no décimo segundo mês, o cachaça pode ser utilizado uma a

duas vezes por dia descansando dois dias. À pOrlir do décimo segundo mês, o cachaça pode realizar

duas a três monlas por dia, descansando um dia.

Segundo BERTOLlNI {I 992), os machos destinados a reprodução são selecionados pela

primeira vez à partir da desmama, repetindo-se na fase final da recria. quando pelas condições

renoLípicas dCTllonstrar-Jo suas boas qualidades.

Segundo GODINHO (1987). os cachaços adultos podem cobrir até trinta porcas por mês,

quando mantidos presos com ração controlada.

6.3 Alimentação

Uma alimentações ao dia, pela manhã às 8 horas.

Segundo BASSOLl et. a!. (1981), a alimentação dos cachaços deve ser rica em sais

minerais, a ração apresenta-se granulada contendo 3.300 kcallkg.16% de Proteína Bruta, 0,8% de

cálcio, 0.45% de fósforo e 0,35% de sal comum.

Segundo BERTOLlNI (1992). a alimentação do macho reprodutor deve ser individual e a

quantidade de alimento deverá ser de 2.0 à 4,5 kg por dia. O reprodutor não deverá engordar

demais.

Page 40: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

146.3.1 Composição da Ração

COMPONENTES PORCENTAGEM QUILOGRAMAS

Milho moido 55,5634 277,817

Farelo de soja 19,1339 95,670

Farelo de trigo 18 90

Fosfato bicálcico 1,7127 8,564

Calcário-calcítico 1,5157 7,578

Salcornum 0,5 2,5

Premix mineral e vitamina 3,5 17,5

Cloreto de colina 0,0743 0,371

Tolal 100 500

FONTE. FABRICA DE RAÇAO DA FAZENDA CANGUIRI

Page 41: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

157 NÚCLEO DE C08ERTURA

Neste núcleo ficam as fCmeas desmamadas, primíparas, e os reprodutores. Sendo que as

fêmeas ficam em baias coletivas, e o reprodutor em baia individual..

7.1 Instalaçào

São quatro compartimentos para remeas e três para machos no galpão, cada compartimento

para as fêmeas tem uma área de 5,20 m X 3,40 m e o compartimento dos machos possui uma área

de 2,SOm X 3,40m sendo compartimentos alternados para que haja contato entre machos e temeas, a

mureta divisória tem altura de 1,20m.

Construção em alvenaria com piso cimentado.

Ahura do pé direito: 2,40 m

Telhas de cimento amianto.

Bebedouros - dois em cada baia, do lipo chupeta.

Comedouros - nno possui, as fCmeas são alimentadas em celas individuais dentro do

mesmo galpão.

Segundo l3ERTOLlNl (1992), os comedouros deverão ser automáticos em número de dois

por baia. O pé direito com 3,00 m. coberto com telhas de barro.

7.2 Manejo

O reprodutor fica numa baia individual localizada alternada com as baias das temeas

desmamadas c das primíparas com grades divisórias, facilitando assim o contato que estimulará o

cio.

As baias contém 6 fCmcas cada. A temea vem da maternidade pam a cobertura onde ficarú

até ser coberta, cobre·se 2 à 3 vezes cada porca, duas vezes ao dia, nas horas mais frescas do dia.

antes das 8:30 da manhã e a tarde após as 16:00 horas.

Page 42: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

16A porca é desmamada na quinta-feira, é coberta na segunda e terça e na maioria das

fCmcas.

Idade mínima para a primeira cobcrlura:

# Fêmea: 7 à 8 meses, ou I 15 à 125 Kg; ou de preferência no 3° cio.

# Macho: 8 meses; deve tcr aspecto vigoroso e masculino.

Segundo BERTOLINI (1992), as fêmeas deverão ser alojadas próximas das baias dos

tnDchos, aonde possam visualiza-Ios para favorecer o aparecimento do cio. O numero ideal de

fêmeas por baia é de cinco animais, ou, no máximo, oito animais por baia.

GODINHO (1987), é importante que as baias dos cachaças sejam gradeadas, para que eles

possam farejar o cio das porcas.

GODINHO (1987), é importante que nas primeiras coberturas, se dêem leitoas menores

que os cachaças, que a diferença de tamanho não seja muito grande entre o macho e a fêmea, que a

cobertura feita pela manhã seja repetida à tarde.

7.3 Alimentação

Os animais nesta fase silo alimentados uma vez ao dia, logo pela manhã, recebendo de 2 a 3 kg de

ração cada, dependendo da idade, o tamanho e estado corporal.

Segundo BERTOLrNl (1992), a nutrição é de grande importância para as marrãs ou porcas

em reprodução, quantidades adequadas de nutrientes para que tenham um perfeito desempenho. Os

excessos alimentares influenciarão na mortalidade embrionária, mas também as restrições poderão

causar problemas quanto a sobrevivência fetal. A alimentação do macho reprodutor deverá ser de

2,0 à 2,5 kg de ração por dia, o reprodutor não poderá engordar demais pois trará problemas de

aspecto reprodutivo.

Page 43: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

7.3.1 Cornposiçiio da Raçiio17

COMPONENTES PORCENTAGEM QUILOGRAMAS

Milho moído 55,5634 277,817

Farelo de soja 19,1339 95,670

Farelo de trigo 18 90

Fosfato bicálcico 1,7127 8,564

Ca1cário·ca1cítico 1,5157 7,578

Sal comum 0,5 2,5

Premix mineral e vitamina 3,5 17,5

Cloreto de colina 0,0743 0,371

Total 100 500

-FONTE. FABRICA DE RAÇAO DA I'AZENDA CANGUIRI

Page 44: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

18S NÚCLEO DE ESPERA

É destinado as ICmeas já cobertas, as ICmeas ficam em grupos. De 19 a 22 dias após a

cobertura o cachaça é passado entre as fCrneas, para confinnar a cobertura ou ocorrência dS um

novo cio.

8.1 Instalação

São quatro compartimentos com uma área de 3,90 m X 3,25 In , contendo um comedouro

coletivo cimentado ao piso e um bebedouro do tipo chupeta.

São construções em alvenaria com o piso de cimento.

Altura do pé direito: 2,00 m.

Telhas de cimento de amianto.

8.2 Manejo

As ICmeas vem da cobertura e vão ficar 19 a 22 dias na espera para confirmação de

prenhes, c depois vão para a geslaç110, onde vão ficar em celas individuais, lado a lado.

8.3 Alimentação

São alimentadas uma vez ao dia, recebendo 2kg. de ração umedecida

Page 45: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

198.3.1 Composição da Ração

COMPONENTES PORCENTAGEM QUILOGRAMAS

Milho moído 55,5634 277,817

Farelo de soja 19,1339 95,670

Farelo de trigo 18 90

Fosfato bicáJcico 1,7127 8,564

Calcário-calcitico 1,5157 7,578

Sal comum 0,5 2,5

Premix mineral e vitamina 3,5 17,5

Cloreto de colina 0,0743 0,371

Total 100 500

FONTE, FABRICA DE RAÇAO DA FAZENDA CANGUIRI

Page 46: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

209 NÚCLEO DE GESTAÇÃO

Neste núcleo abrigará as temeas a partir da terceira semana de gestação até cinco dias antes

do parto .Nesta fase as porcas são mantidas em celas individuais.

9.1 Instalação

Um galpão com 3D,DOm de comprimento e 7,50m de largura abriga 50 celas de gestação

com 1.25m de comprimento c 0,57m de largura c O,83m de altura, são dispostas horizontalmente

em 11leiras, separadas por um corredor central de O,84m C2 corredores laterais com 0,72m, uma sala

para armazenamento de ração e uma sala de pL-sagem.

A cobertura é de cimento amianto.

Com o pé direito de 2, 15m.

o comedouro é de alvenaria lipo canaleta ficando á frente da gaiola, e o mesmo comedouro

é usado para colocar água.

Piso parcialmente ripado para escoamento de dejetos que caem direto em canaletas que são

ligadas diretamente a esterqueira.

Segundo BERTOLlN (1992), as instalações pam suínos devem prever condições adequadas

que permitam criá-los com a máxima eficiência, serem elas equipadas c dispostas de tal maneira

que se consiga um bom desempenho no trabalho e no custo de produção.

Segundo GOOINHO (1987), as estações poderJo ser gaiolas individuais ou baias coletivas.

9.2 Manejo

A porca sai do núcleo de espera e vai para o núcleo de gestação ficando até cinco dias antes

do parto, para depois ir para a maternidade.

Nesta fase os animais ficam presos em celas individuais, tendo espaço só para levantar c

deitar.

Page 47: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

21Segundo BERTOLlN (1992), no período de gestação a fêmea deverá ser mantida em

ambiente tranqüilo, isento de fatores estressantes, ser bem nutrida.

Conforme CARROL et. ai (1967), o exercício realizado pela fêmea é considerado essencial

para sua gestação, como também o vigor híbrido da descendência.

9.3 Alimentação

SãO feitas duas alimentações no dia, pela manhã, ás 8 horas, e a tarde ás 16 horas. As

matrizes recebem 2kg de ração por dia .Um kg pela manhã e um kg a tarde.

Segundo BERTOLlNI (1992), alimentação após o acasalamento deverá ser diminuída,

evitando que as gestantes engordem em demasia, a segunda metade da gestação requer nutrientes

em maior quantidade ..

Conforme BERTOLINI (1992), a dieta alimentar acarreta 2,0 il2,5 kg de ração.

BASSOLl ct. alo (1981), a ração nesta fase apresenta-se com 14 à '6% de Proteína Bruta.

Os níveis de energia podem variar de 3.100 à 3.300 kcaVkg, 0.85% de cáJcio,O,45% de

losfora e 0,50% de sal comum.

Page 48: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

229.3.1 Composição Básica da Ração

COMPONENTES PORCENTAGEM QUILOGRAMAS

Milho moído 55,5634 277,817"

Farelo de soja 19,1339 95,670

Farelo de trigo 18 90

Fosfato bicálcico 1,7127 8,564

Calcário-caJcít'ico 1,5157 7,578

Sal comum 0,5 2,5

Premix mineral e vitamina 3,5 17,5

Cloreto de colina 0,0743 0,371

Total 100 500

, .. , -I ONl E. FABRICA DE RAÇAO DA FAZENDA CANGUIRI

Page 49: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

2310 NÚCLEO I)A MATERNIDADE

É destinada às crias dos leilões, sendo que a porca permanece ali quatro semanas, desde

cinco dias antes do parto, até a desmama dos leitões que se processa aos 24 dias.

Tendo um local para a porca e outro para os leitões, sendo que a temperatura de conforto é

diferente das duas Faixas etárias. Os leitões tcrão escamoteadorcs como Fonte de calor (lâmpadas)

para propiciar uma melhor temperatura.

GODlNI-IO( 1987), citou que a matemidude é a instalação mais importante, por que nela se

obtém o desfrute do rebanho, com a maior produção de leitões.

BERTOLlN (1992), demonstrou que todas as fêmeas que não possuem boa qualidade

reprodutora, com dereitos que afetam a produção (velhas, sucessivamente gordas, enJennas,

nervosas) deverão ser eliminadas, e substituídas pelas existentes no planteI.

10.1 Instalação

São 5 salas com 4 celas parideiras cada c mais duas salas com 6 celas, sendo que cada cela

com uma medida de 2,28 m. de comprimento e lima largura de 1,72 111, o espaço onde fica a porca cde 1,35 m de comprimento e 0,58 m de largura, o espaço do escamotcador é de 0,54 111. de

comprimenl'o e 0,58 111 de largura.

Piso cimentado, com cama de ccpilho, sendo que I 111. atrás da porca c 0,20 m em cada

lado é preenchido com grades de ferro; pé direito com 2,50 m e 2,70 In respectivamente. Contém

um corncdouro cimentado, um bebedouro tipo chupeta em cada baia, acrescido ainda de um

bebedouro aos fundos da baia para os leitões e um comedouro de madeira dentro do cscamoleador.

Segundo BERTOLlNI (1992), os escamoteadores devem possuir um bebedouro para

leitões em fonna de concha, cama adequada (cepilho ou maravalha), cu ma fonte de aquecimento

(lâmpada comum ou infmvennelha).

Page 50: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

2410.2 Manejo

A porca sai do núcleo de gestação cinco dias antes do parto, é lavada e vai para a

maternidade, aonde terá os leitões. Após 24 dias, em média, pós-parto a porca vai para o núcleo de

cobertura, c os leitões irão pafa a creche onde estarão com uma média de 24 dias de idade, ficando

lã até 65 dias.

Logo após o nascimento dos leilões, eles são limpos com papel toalha para retirar os restos

placentários que ficaram na boca e no focinho do leitão.

Após os leitões serem limpos são postos para mamar o colostro.

Os leitões são pesados ao nascer e ao desmame. É reita a castração aos 8 dias, no máximo

até os 15 dias, a identificação dos leitões é por mossador no primeiro dia. O rabo não é cortado

porque não há canibalismo; também são cortados os dentes c umbigo no 10 dia de vida.

Segundo PAVES (1997), corte de dentes caninos 24 horas após o nascimento, corte de

rabo e marcação após o primeiro dia de vida. Junto com a castração. Com esta pauta evita-se a

perda de volume sangUíneo nas primeiras horas de vida do leitão, além do traumatismo que areta o

consumo do colostro nas primeiras horas de vida.

Conlonne PA VES (1997), ao igualar o número de suínos por ninhada dentro de uma

mesma sala com porcas em parto simultâneo, diminuímos a ocorrência e incrementam-se os suínos

desmamados por ninhada.

PAVES (1997), mostrou que as suínos exercem uma forte concorrência desde o

nascimento c estabelecem uma ordem social muito marcante, sendo que os suinos mais pesados

ocupam na linha mamaria um lugar privilegiado com relação as tetas mais produtivas, o que lhes

assegura um consumo maior de colesterol nas primeiras horas de vida.

Segundo PAVES (1997), leitões acima de 1.200 gramas de peso ao nascer tem a

capacidade de criar-se por si mesmo valendo-se do que a mãe lhe fornece, já leitões com menos de

1.200 gramas ao nascer necessitam de maior atenção desde o nascimento.

Page 51: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

25RONALDO REIS (1997), citou que aproximadamente 15% da mortalidade total ocorre no

período de 4 li 7 dias após o parto. Cerca de 15% das mortes ocorrem após a primeira semana de

vida. As principais causas são:

# trauma;

# baixa viabilidade;

11 fome;

As outras importantes causas de mortalidade incluem diarréias, artrites c anomalias

congênitas. Nos leitões mais velhos, diarréia e Qutras doenças tornam-se crescentemente mais

importantes como causas de mortalidade.

Segundo BERTOLlN (1992), os leitões destinados ao abate deverão ser castrados de

10 à 15 dias de idade; recomenda-se o corte e a desinfecção do umbigo logo após o parto.

Segundo BERTOLlNI (1992), O assinalamenlo é de grande importância na criação,

pois pela identificação do leitão, o criador poderá conhecer seus antecedentes.

Conrorme BERTOUNI (1992), durante as três primeiras semanas de vida, o leitão

depende exclusivamente do leite materno para seu desenvolvimento; a partir da quarta semana, as

necessidades diárias de nutriente do leitão começam a ser superiores ( onde haverá necessidade de

uma alimentação suplementar em pequenas quantidades).

10.3 Alimentação

A alimentação da porca t! dada três vezes ao dia, pela manhã às 8 horas, ao meio dia e a

tarde às 16 horas.

o leitão nessa fase se alimenta do leite da porca e após uma semana de vida recebem ração

pré-inicial.

Segundo BASSOU et. aI. (1981), a ração de lactação pode tcr 15% de Proteína Bruta e

3.300 kcal.

Page 52: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

2610.3.1 Composição da Ração de lactação:

COMPONENTES PORCENTAGEM QUILOGRAMAS

Milho moído 71,54 357,7

Farelo de soja 20,16 100,8

Farelo de trigo 4 20

Inerte 0,3 1,5

Premix mineral e vitamina 4 20

Total 100 500

FON rE. FABRICA DE RAÇAO DA FAZENDA CANGUIRI

Page 53: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

2711. NÚCLEO DA CRECHE

I~destinada a abrigar os leitões desmamados, desde os 24 dias, em média, até os 65 dias de

idade.

Segundo GODINHO (1987), na creche se procede a desmama mantendo os animais até

completarem 20,0 kg de peso.

11.1 Instalação

São duas áreas com 7,75m de comprimento c 3,35m de largura divididas em duas salas

cada, contendo 8 gaiolas suspensas em cada sala; cada gaiola mede 2,OOm com 1,00 m. de largura e

comportam 6 leitões, O piso Tipado e ao fundo COnl grades de plástico. Tendo a frente das salas

inteira abertas protegidas por cortinas.

A construção é em alvenaria.

Pé direito com 2,OOm.

Coberto com telhas de cimento am janto.

Comedouros de cimento fixados aos pilares que sustentam as gaiolas c bebedouro do tipo

nível.

As instalações devem, na medida do possível, providenciar para que nem o calor ou frio

externo, passem para dentro do seu interior. Para isso é necessário que haja um bom volume de ar

disponível e lâmpadas para aquecimento.

Segundo NASS (1997), entretanto no caso de climas quentes, onde se apresentam

problemas no verão, é necessário que seja utilizado ventilação forçada ou, até mesmo banho

esporádico dos animais maiores para tirar o estresse, ou seja, aumenta sua resistência ao calor.

Segundo BERTOLlN (1997), O criador deverá se preocupar com o controle sanitário dos

animais e das instalações. Falta de higiene nas instalações representa displicência do criador com

seus animais.

Page 54: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

2811.2 Manejo

Os leitões dever dO ficar do 24( dia até o 65{ dia de idade; após eles irão para a recria. Na

saída da creche são escolhidos os lotes que, por genética, poderão ser os futuros reprodutores da

granja.

o melhor procedimento de desmama é a retirada da porca da ala da maternidade e a

permanência dos leitões por mais alguns dias no local, afim de evitar o estresse da desmama, que

provocará perda de peso.

Segundo BERTOLlNI (1992), o desmame convencional é praticado aos 56 dias, ou

precocemente. que poderá ser efetuado à partir da terceira semana de idade, desde que as condições

de manejo, alimentação e sanidade sejam adequados, o que renetirá em leilões vigorosos e de bons

pesos.

Segundo REIS (1992), a mortalidade pré desmama entre os rebanhos varia grandemente

entre 5% até 40%, representa a maior taxa de mortalidade de todas as fases de produção, embora

não represente necessariamente em algumas granjas, a maior perda econômica.

11.3 Alimentação

A alimentação é dada à vontade, e a ração é farelada.

Nessa fase os leitões vão se alimentar de dois tipos diferentes de ração:

/I Pré inicial- de 24 até 45 dias;

# Inicial- de 46 até 65 dias;

Segundo BASSOLl et. aI. (1981), a ração é granulada, contendo 3.300 kca1 de energia

digestível, 16% de Proteína Bruta, 0,8% de cálcio. 0,45% de fósforo e 0.35% de sal comum.

Page 55: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

29,1.3.1 Composição da Ração Pré-Inicial

COMPONENTES PORCENTAGEM QUILOGRAMAS

Milho moído 52,296 261,48

Farelo de soja 30,204 151,02

Farelo de trigo 03 15

Vitaminas 0,5 2,5

Soro de Leite 10 50

Premix mineml e vitamina 4 20

Total 100 500

FONTE: FABRICA DE RAÇAO DA FAZENDA CANGUIRI

11.3.2. Composição da Ração Inicial

COMPONENTES PORCENTAGEM QUILOGRAMAS

Milho moído 60,764 303,82

Farelo de soja 28,736 143,68

Farelo de trigo 2,5 12,5

Vitaminas 0,5 2,5

Soro de Leite 2 10

Farinha de Carne 2,5 12,5

Prcmix mineral e vitamina 3 15

Total 100 500

FONTE: FABRICA DE RAÇAO DA FAZENDA CANGUIRI

Page 56: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

3012 NÚCLEO OE RECRIA/TERMINAÇÃO

E destinada aos leitões que vieram da creche com 65 dias, ficando na terminação até os

154 dias.

Segundo BERTOLlN (1992), a recria poderá ser realizada pejo sistema de semi·

conlinamento, onde os leitões tem acesso a piquetes algumas horas por dia, ou em sistema

conJinado.

12.\ Instalação

São duas instalações diferentes, uma para pesquisa c outra para venda de animais em

crescimento ou terminados.

A primeira possui 650m2 divididos em 39 baias,! depósito de ração e corn ..-dores. As 39

baias são divididas em:

• 15 baias com área de 2,70x ',70m

• 16 haias com área de 2,70x 1,40m

• 8 baias com áreas que variam de 31,5 a 55,5 m2.

As baias menores possuem um cotllcdouro de cimento fixo ao piso e um bebedouro tipo

chupeta ou nível e abrigam 2 animais cada.

As baias maiores possuem dois bebedouros tipo chupeta c um comedouro automático e

abrigam 25 à 45 animais cada variando com o tamanho da baia.

A construção é em alvenaria.

O piso é cimentado e nas baias para 2 animais o terço final é ripado para escoamento dos

dejetos.

o telhado é de folhas de zinco.

Pé direito com 4m.

Page 57: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

31O escoamento dos dejetos é feito por canaletas que percorrem toda instalação e são

direcionados até as lagoas de contenção.

A segunda instalação de recria/tenninação fica na entradas da granja c possui uma área de

t 68m2 divididos em 10 baias c uma sala de pesagem.

Cada baia possui um comedouro de cimento fixado ao piso c um bebedouro tipo chupeta.

Segundo BASSOLl (1981), a inslalação para a recriai terminação abrigará de 15 fi 20

animais por baia, altura do pé direito com 2,80 à 3,00 rn. um bebedouro para cada 10 animais e um

comedouro automático.

12.2 Manejo

Os leitões chegam aos 65 dias de idade na recriai tenninaç50, ficando até aos 154 dias,

saindo dessa insLalação, uma parte vai para a reposição do plantei da própria granja, e a maioria vai

para o abate.

Segundo ANDREOITI (1993), 110 setor e de terminação os manejos são mais simples,

porém não menos importantes, este setor terá seu maior ou menor sucesso, dependendo das

condições em que receber os animais.

Segundo BERTOUN (1992), o manejo deve se preocupar com o controle sanitário dos

animais c das instalações que deverão estar limpas e desinretadas, serem providas de água e boa

ventilação.

12.3 Alimentação

A alimentação ê a vontade, aonde ganharJo peso para ir ao abate.

Nessas rases os animais vâo ter dois tipos direrentes de ração, crescimento e terminação Na

recriai terminação o objetivo é atingir no seu final animais com ótima perfonnance com um baixo

consumo alimentar, aliado a boa saúde.

Page 58: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

32Segundo BASSOLI et. aI. (1981), a ração de recria apresenta-se granulada e deve conter

3.300 kcal de energia digcstível, 16% de Proteína Bruta, 0,8% de cálcio, 0,45% de fósforo e 0,35%

de sal comum. A ração de terminação apresenta-se farelada com 3.300 kcal de energia digestível, 12

à 14 % de Proteína Bruta, 0,6% de cálcio, 0,45% de fósforo c 0,35% de sal comum.

12.3.1 Composição Básica da Ração de Crescimento

COMPONENTES PORCENTAGEM QUILOGRAMAS

Milho moído 67,8218 339,109

Farelo de soja 28,5779 142,889

Cloreto de colina 0,061 0,301

Fosfato bicálcico 1,7165 8,583

Calcârio-calcítico 1,1275 5,637

Sal comum 0,35 1,75

Prcmix mineral c vitamina 0,3 1,5

Lisina 0,0462 0,231

Total 100 500

FONTE. FABRICA DE RAÇAO DA FAZENDA CANGUIRI

Page 59: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

12.3.3 Composição da Ração de Tenninação33

COMPONENTES PORCENTAGEM QUILOGRAMAS

Milho moído 74,5205 372,602

Farelo de soja 22,8145 114,072

Cloreto de colina 0,0734 0,367

Fosfato bicálcico 0,7045 3,523

Calcário-calcitico 1,3371 6,686

Sal comum 0,35 1,75

Prcmix mineral e vitamina 0,2 , 1

Total 100 500

, " ,I ONTE. FABRICA DE RAÇAO DA FAZENDA CANGUIRI

Page 60: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

13 I'ARÂMETI!OS REI'RODlJfIVOS DOS CINCO PRIMEIROS MESES DE 2002

11 Idade ao primeiro serviço - fcmca: 7,0 à 7,5 mcscs;

macho: 9,0 à J Omeses;

fi Vida útil da porca - até 6° Oll 7° parto (máximo);

fi Vida útil do cachaça - dois anos;

# Todo uno é renovado 20% do planteI;

# Peso ao abate - 70 à 95 kg.

/I Idade de abale - 154 dias;

# Números de cachaças - 08

fi Número de fêmeas - 83

# Idade á desmama - 24,2 dias;

# Número de partos- 66;

li Média de peso! nascimento - 1,568 kg.

li Média de pesol desmame - 7,320 kg.

#Mortalidade até o desmame - 12%

1/ Média de nascidos - 10,33 leitões

li I>orccntagcm de natimortos - 6,90%

34

Page 61: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

3514CASTRAÇÃO

A castração dos cachaças é em gaiolas fixadas no piso, sem nenhum cuidado especial.

14.1 Procedimentos de contenção

• Coloca-se o cachaço na gaiola.

• Amarr..t-sc o animal peJa boca e pelas quatro palas, tentando deixa-lo o mais seguro possível

14.2 Desinfecção

Lava-se o escroto com água c sabão até remover toda a sujeira .

• Fazer desinfecção do local PVI'I

14.3 Cirurgia

• Ê feito um corte no sentido vertical sobre os testículos.

• Iluxu-sc os tcsticulos ao máximo ale o cordão espermálico ficar bem esticado.

• Amarra-se os cordões e corta o testículo 11m centímetro após a amarração.

14.4 Il6s-0pcrmório

• Anti-inllamatório.

• Repelente

Cicatrizantc

• O animal fica sendo observado diariamente.

Page 62: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

3615 CAMA SOBREPOSTA

Com o desenvolvimento do novo sistema Decp Bedding (em português chamado "cama

sobreposta"), velhos galpões de frangos estão sendo utilizados para criação de suínos de engorda.,

em lotes que variam de 20 á 1000 animais em um só compartimento. O sistema "Cama Sobreposta"

consiste na criação de suínos sobre camas de material absorvente, que não permite o escoamento de

dejetos (sólidos e líquidos) para fora do galpão. Quando estas camas são retiradas ao final do

período de cngordu, já na forma de "composlagem", são usados como fertilizantes agrícolas,

completando um ciclo natural que não agride o meio ambiente. Trata - se de um sistema que atende

às expectativas modernas da criação de animais, pois pcnnite a produção de suínos respeitando o

seu "Bem - estar" c o "Meio - ambiente" em que vivemos. Por estes motivos a adoção do sistema

permite ao criador desenvolver um marketing diferenciado, pois o produto final atende às

exigências do consumidor moderno.

15.1 Fundamentos

Os fundamentos que regem a engorda de suínos neste sistema, independentemente das suas

vantagens e desvantagens, são:

respeito ao animal, proporcionando-lhe maior bem-estar;

proteção do meio ambiente, devido ao liSO de todos os dejeto, sob a fonna de composlagem,

como adubos orgânicos;

marketing c venda de um produto diferenciado, que atende às exigências do consumidor

moderno.

Em relação ao "Bem-estar dos animais", este sistema, atende às 5 principais leis européias,

pregoadas pelos Partidos Verde e Ecologistas:

os animais não devem ser submetidos à fome e à desnutrição;

não devem ter incomodo físico ou térmico;

Page 63: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

37n50 devem estar sujeitos a instalações que causem lesões lisicas ou predisponham a

enfermidades;

os animais não devem estar sujeitos a situações de ansiedade ou stress; deve estar preservada

a habilidade dos animais em expressar o seu comportamento normal.

Em relação à "Proteção do ambiente", o sistema de "cama sobreposta", reduz a possibilidade

de poluição das águas, do acumulo dos dejetos em lagoas, o cheiro e as moscas. A cama é aplicada

diretamente na agricultura, diminuindo o uso de fertilizantes químicos e aumentando a carga de

matéria orgânica no solo. A cama pode ser fcita com O aproveitamento dos resíduos agricolas da

regmo, diminuindo os problemas de sua eliminação.

Em relação às oportunidades de "Markcting", este sistema atende ao conceito de"produção

verde", aceito e exigido pelo consumidor moderno. Trata-se de um sistema socialmente justo e

ecologicamente correto. Por isso. permite um marketing diferenciado, com grande potencial para

agregar uma receita adicional, o que compensaria o seu maior custo de produção. Permite, também,

a exportação para os países com restrições ecológicas e ambientalistas, como é o caso de varios

países europeus(especialmente a Inglaterra) c o Japão.

15.2 Criação de Suínos de Engorda

o sistema usa basicamente o aproveitamento de velhos prédios ou galpões de lrangos de corte.

A largura ideal desses galpões deve ser de 10 a 14 metros, sendo que o comprimento só interessa

para de Icnninar a quantidade de suinos alojados. A densidade recomendada é de I suíno a cada 1,4

m2. Porlanlo, um galpão de 10 x 140m (1400 ml) abrigaria 1000 cabeças de uma s6 idade.

Ter animais de uma SÓ idade, com variação máxima de uma semana entre os mais navos e os

mais velhos, é recomendado para evitar a tmnsmissUo de enfermidades. O tamanho ideal dos lotes é

de 250 a 300 cabeças.

Page 64: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

38Normalmente esses prédios possuem lima mureta de 0,3 a 0,4 metros de altura e uma tela de

proteção de pássaros até o final do pé direito.

Uma cortina pennite regular a ventilação e a entrada de chuva e sol.

o ideal é que o prédio seja feito sobre solo arenoso, ou com boa capacidade de absorver água, c

construído no sentido transversal ao vento predominante.

o piso é recoberto com cama, como nos frangos de corte. Os materiais mais usados são a casca

de arf07..•a palha do trigo, sabugo de milho triturado, palhada da soja, papel picado e sepilha. Este

uhimo, porém, é o menos indicado por causar linfoadenitc nos suínos, que no abate podem ser

confundidas com lesões de Tuberculose e causar a condenação das carcaças.

Inicialmente a cama é colocada numa altura de 35 cm.

Dependendo da umidade do tempo e da ventilação, pode ser necessário acrescentar mais cama

durante o período de engorda do animaLUm:l regra prática que o sistema assume, é usado 1 kg de

cama para cada quilo de ganho de peso do suíno alojado. Portanto, se um suíno entra com 20 kg e é

abatido aos 100 kg, são necessários 80 kg de cama para abrigá-lo durante o período de três meses de

engorda.

Devido ao grande consumo de cama, o sistema é indicado para regiões que tenham boa

disponibilidade da mesma.

Quanto aos corncdouros, são indicados somente os comedouros com chupeta, que permitem o

consumo de ração molhada. Neste sistema, a água é fornecida somente pelas chupetas dos

corncdouros, pois não podem ser colocadas chupetas Oll laças em outros locais, para evitar O

umedecimento da cama. É uma das bases e vantagens do sistema: economizar água sem prejudicar

o consumo da mcsma pelos animais.

Os comcdouros são normalmente colocados sobre uma plataforma de madeira, para evitar que

a cama caia na ração.

Page 65: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

39Esta plataforma possui lima medida que permite aos suínos colocar suas 4 patas sobre ela, em

qualquer idade, para facilitar seu acesso ao comedouro.

Os comedouros são colocados numa só IiIcira em uma das laterais do galpão, respeitando a

medida de uma boca de comedouro para cada 12 a 15 suínos alojados. A colocação lateral d~s

comcdouros é imporl'ante pois dessa fonna os suínos concentrarão seus dejetos no lado oposto.

Quando a largura do galpão for superior a 14 melros é desejável colocar duas fileiras de

comcdouros, uma cm cada lado do galpão. Neste caso, os suínos elegerão a região central do galpão

para seus dejetos. Ao final do lote, 60% da área conterá dejetos e 40%(áreas próximas aos

comcdouros) estarão mais secas.

o uso de cama aumenta o calor dentro do galpão, o que é bom para o animal novo que chega,

mais e ruim para o animal eom mais idade de engorda. Alguns estudos demonstram temperaturas de

até goe a mais ao nível da cama em relação ao meio ambiente externo. Por este motivo, são

preferidos os galpões com "Iantcrnim", que estejam em locais bem ventilados ou que se coloquem

ventiladores no interior dos mesmos. Os maiores problemas de cama molhada ocorrem nos períodos

de chuva, onde a umidade é maior e diliculta a ~ecagem.

o uso deste sistema diminui drasticamente a quantidade de moscas e o cheiro característico da

criação de suínos. Na saída do lote, após a retirada da cama. o piso é recoberto com uma pequena

camada de cal e atende um período de vazio sanitário de pelo menos 7 dias.

15.3 varuagc.:ns

Os principais ratores que levam ao uso desse sistema para afase de engorda dos suínos são a

falta repentina de espaço (devido a um aumento de produção), a ralta de capital (para investir nos

galpões tradicionais de engorda) e a pressão da legislação ambiental (que não pcnnile a liberação

dos dejetos nos rios ou que ameaça o fechamento da granja devido a poluição do ar próximo as

cidades).

Algumas das principais vantagens do sistema sào:

Page 66: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

40baixo custo do inv(..'Stimento em instalações;

melhor atendimento à legislação ambiental, devido 6.eliminação dos dejcLOs;

menor agração aos animais" pennitindo a melhor expressão do seu comportamento;

menor consumo de água;

aproveitamento da cama para LISO agrícola, com fertilizante orgânico;

diminuição da expressão de vícios (canibalismo, morder paredes, brigas, etc.);

diminuição das moscas c odores (estudos mostram uma redução de 70 % da amônia

produzida);

diminuição da mortalidade e melhora na uniformidade do lote;

melhor ganho de peso devido ao aumento do consumo de rações;

possibilita a adoção de um markcling de venda da Carne que atende ao apelo do consumidor

moderno;

melhor qualidade da carne (mais tenra, de melhor sabor e textura), devido à maior atividade

das células musculares, à menor ação dos gases do meio ambiente e ao maior consumo de

fibra (cama).

15.4 Desvantagens

Devido ao seu maior custo operacional, a engorda de suínos nc..'Slesistema não é normalmente

adotada em granjas novas, que irão ser construídas, a não ser que o novo projeto lenha uma boa

base de marketing que consiga um melhor preço do produto final.

As principais desvantagens do sistema são :

maior consumo de ração;

pior conversão alimentar;

aumento da espessura de toucinho (que poderá ser contornada com a melhora genética e

com adoção de uma nutrição diferenciada);

Page 67: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

41

aumento da necessidade da mão~de-obra, para colocação e retirada da cama;

maior dificuldade para carregar os animais;

necessidade de grande quantidade de cama;

necessidade de um manejo adequado dos animais e da cama, em relação ao sistema

tradicional de engorda em piso de cimento;

maior necessidade de vcnti lação;

requer um bom nível sanitário do plantei;

maior custo operacional;

exige uma mão de obra mais dedicada.

15.5 Resultados de Campo com o Sistema

Observações eXlraidas de um experimento na granja Canguiri (Universidade Federal do

Paraná), com um lote misto de 28 suínos cruzados. sendo 14 machos e 14 fêmeas.

área do compartimento -------.-.------ 33,6 m2

quantidade de animais --------------------- 28 animais

densidade --------.-.--------------------- 1,2 m2!animal

altura inicial da cama ---------------------- 0,50 m

alimentação --------------------------- ração: crescimento e tenninação

peso médio aos 75 dias -------------------- 31 kg

peso médio aos 117 dias ------------- 63,60 kg

peso médio aos 149 dias -------------------- 92,24 kg

consumo LoLalda ração ---------------- 5.544,6 kg

consumo médio diário/animal---------- 2,676 kg

conversão alimentar ------------------------ 3.234 kg de ração! kg de peso vivo

ganho de peso diário -------------------- 0,8276 kg

Page 68: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

4216 MANEJO DE DEJETOS

Todas as instalações da granja possuem canaletas por onde é feito o escoamento dos dejetos.

Todo dejeto produzido é escoado por canaletas e depositado em 4 esterque iras que situam-se na

parte mais baixa da granja. Cada cSlerqueira com uma área de S4 m2,(6 m de comprimento, 6 m de

largura c 1,5 m de profundidade), toda revestido em concreto.

Após a degradação biológica, os dejetos são utilizados como fertilizantes orgânicos.

A retirada desses dejetos é feita com uma bomba de sucção e tanque rebocados por tratores e

lançados em áreas onde é praticada agricultura.

Page 69: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

4317CONCLUSÃO

Com a realização deste trabalho, posso dizer que o estágio realizado na Fazenda Canguiri

foi muito válido, pois pude entrar em contato com a parte prática da suinocultura que ainda não

conhecia.

O manejo utilizado na propriedade é muito bom e prático, e que na realidade funciona, pois

deixa a granja facilmente de ser manejada.

O estágio foi muito proveitoso, pois pude observar e tirar as minhas próprias conclusões da

maneira correta de criar suínos.

Page 70: JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/RINITE-ATROFICA-.pdf · JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA MONOGRAFIA RINITE ATRÓFICA Trabalho de

4418 REFERÊNCIAS BUlLIOGRÁFICAS

ANDREOTrI, CARROL, CRONIN, MARTlNEAU, NAAS, PAVES, REIS. Simpósio do Colégio

Bntsileiro de Nutrição Allim;tl c li Seminário sobre Tecnologia da Produção de Suínos, (19-21

sCI-1991). Anais - UNICAMP - sr, 1991.

BASSOLl, M.T .. cl a!. Suinocultor. Brasília, 1981.

BERTOLlNI, A. Suínos. Curitiba, 1992

GODINHO, l.F .. Suinocultura - Tecnologiôl e Viabilidndc Econômica. São Paulo, 1987

MACHADO, L. C. P. Os suínos. Editora A Granja. Porto Alegre, 1967.

MORRISON, F. B. Alimentos c alimentação dos animais. Biblioteca Agronômica. Editora

Melhoramentos. 2n edição. São Paulo, 1996.

JARDIM, J,M. Manu:ll da Zootecnia. São Paulo, 1975.