João Gomes b. Filho.

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Hoje, duas homenagens ocorrem em Mococa. No Fórum, o descerramento da placa de bronze em homenagem póstuma a João Gomes Barretto Filho – Patrono do Fórum de Mococa. Na Câmara Municipal, a outorga de título de cidadão mocoquense ao Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Desembargador Dr. Renato Nalini, presente entre nós. Fui convidado para falar sobre o patrono do Fórum: João Gomes Barretto Filho. Este, eu conheço pelo que ouvi de Paschoal Imperatriz e Edgard de Freitas, e pelas leituras que fiz, por ocasião da homenagem a ele feita, em 1972, quando o saudei em nome dos advogados de Mococa e da Subseção respectiva. Lendo, aprendi muito sobre a vida dele – de João Gomes Barretto Filho. Tratava-se efetivamente de homem devotado às causas públicas e de interesse da população, especialmente a população carente. Amou Mococa e a ela se dedicou de corpo e alma. Em entidades assistenciais, religiosas e cívicas João Gomes Barretto Filho se fazia presente, como mentor principal. Tanto isso é exato que nas atas do Hospital Dona Carolina de Figueiredo, Asilo de Mendicidade Dr. Adolpho Barretto, Tiro de Guerra 116, Hospital Cocais - que até hoje atende Mococa e toda a região-, Escola Profissional de Mococa, o Lar de Menores “Maria Imaculada”, verifica-se sempre a luta renhida por ele desenvolvida a favor da cidade de Mococa, que ele adotou como sua. João Gomes Barretto Filho nasceu em Sergipe, na localidade denominada Divina Pastora. Veio para Mococa ainda criança. Aqui fez seu curso primário. Seguiu para a Inglaterra, onde cursou a Universidade de Manchester.

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BIOGRAFIA.

Transcript of João Gomes b. Filho.

Hoje, duas homenagens ocorrem em Mococa. No Frum, o descerramento da placa de bronze em homenagem pstuma a Joo Gomes Barretto Filho Patrono do Frum de Mococa. Na Cmara Municipal, a outorga de ttulo de cidado mocoquense ao Presidente do Egrgio Tribunal de Justia do Estado de So Paulo, Desembargador Dr. Renato Nalini, presente entre ns.Fui convidado para falar sobre o patrono do Frum: Joo Gomes Barretto Filho.Este, eu conheo pelo que ouvi de Paschoal Imperatriz e Edgard de Freitas, e pelas leituras que fiz, por ocasio da homenagem a ele feita, em 1972, quando o saudei em nome dos advogados de Mococa e da Subseo respectiva.Lendo, aprendi muito sobre a vida dele de Joo Gomes Barretto Filho. Tratava-se efetivamente de homem devotado s causas pblicas e de interesse da populao, especialmente a populao carente. Amou Mococa e a ela se dedicou de corpo e alma.Em entidades assistenciais, religiosas e cvicas Joo Gomes Barretto Filho se fazia presente, como mentor principal. Tanto isso exato que nas atas do Hospital Dona Carolina de Figueiredo, Asilo de Mendicidade Dr. Adolpho Barretto, Tiro de Guerra 116, Hospital Cocais - que at hoje atende Mococa e toda a regio-, Escola Profissional de Mococa, o Lar de Menores Maria Imaculada, verifica-se sempre a luta renhida por ele desenvolvida a favor da cidade de Mococa, que ele adotou como sua.Joo Gomes Barretto Filho nasceu em Sergipe, na localidade denominada Divina Pastora. Veio para Mococa ainda criana. Aqui fez seu curso primrio. Seguiu para a Inglaterra, onde cursou a Universidade de Manchester.Terminado seu curso universitrio, na Inglaterra, retornou para esta cidade. J aqui, tornou-se jornalista, fulgurando sua pena de jornalista emrito, em companhas memorveis, alm das j mencionadas. Conseguiu trazer para Mococa indstrias importantes.Tornou-se Tabelio do 1 Cartrio e conduzia as partes para a conciliao, antecipando-se, como precursor dessa ideia, que hoje est to generalizada, e fala-se dela, e muito, at em Tribunais Superiores e na rea criminal.Aqui cabe um paralelo entre as figuras homenageadas: O Presidente Nalini pela conciliao entre as partes; igualmente o era o Patrono do Frum, Joo Gomes Barretto Filho; este era a pena de jornalista emrito a servio da comunicao; Dr. Nalini a caneta maior da Justia de So Paulo, no por ser Presidente, mas pelo estilo de redao e linguagem firme e contundente. H mais de 25 anos, quando Dr. Nalini era Juiz Auxiliar da Presidncia do Tribunal, busquei orientao com ele num caso de expedio de carta de adjudicao em bem arrematado em hasta pblica, e dez juzes de Ribeiro Preto hostilizavam meu despacho.Dr. Nalini achou que meu despacho devia ser submetido ao Tribunal, que confirmou minha deciso e, assim, findou-se a pendenga dos dez juzes que estavam contra minha deciso. H mais de 10 anos, alguns juzes, e entre eles eu, conversvamos sobre qual a maior caneta do Tribunal (entenda-se o Juiz que melhor escreve ou tem a melhor redao), e chegamos concluso que era o Dr. Nalini a maior caneta do Tribunal. A segunda maior caneta seria a do Juiz Aposentado Dr. Ovdio Rocha Barros Sandoval, mas muito depois de Nalini, que membro da Academia Paulista de Letras. Gomes Barretto (pena de jornalista), nosso homenageado, era devotado ao meio ambiente j naquela poca sonhador; Nalini, homenageado da Cmara, preocupado com as causas ambientais. Ambos de ideias voltadas mais para os mais carentes, em pocas diferentes claro, e na defesa de pessoas de risco social.Guardadas as diferenas profissionais, revelavam o mesmo grau de sensibilidade e os mesmos sonhos.Senhores e senhoras aqui presentes, precisava falar de Sua Excelncia, o Dr. Nalini, que ser saudado na Cmara de Vereadores, visto que estou aqui na condio de Juiz Aposentado e mais para aqui deixar ressaltado que o Tribunal de Justia tanto mais se engrandece quanto maior o prestgio pessoal de seus membros, graas aos predicados de honradez, de saber, de independncia e de iseno de cada um deles.Tambm Joo Gomes Barretto Filho, nosso homenageado, tambm se engrandeceu numa vida de luta, de trabalho honesto e dirio. Nunca se omitiu nas causas de interesse de Mococa. Defendeu-a quanto pde, em tudo e mais que necessrio.Mas voltemos a falar de Joo Gomes Barretto Filho, que se tornou Patrono do Frum da Comarca de Mococa com a publicao da Lei Estadual n.5.608, de 26 de abril de 1960. Foi assim homenageado pelos seus relevantes servios prestados a Mococa e Regio. Tambm Justia, promovendo acordo entre os litigantes, ele que era Tabelio do Cartrio do 1 Ofcio.Elegante na polmica, nunca se servia da imprensa para qualquer desservio. A imprensa era a ferramenta para trabalhar a favor de Mococa e de sua gente.Depois de estar investido nas funes de Titular do Cartrio do 1 Ofcio, teve ainda maior oportunidade de revelar seu corao magnnimo. Intrpido e corajoso, mas extremamente humano e solidrio. No auge de suas foras fsicas e mentais, teve a infelicidade de perder a luz dos olhos, mas no perdeu a luz do corao.A cegueira no lhe abateu o nimo, nem foi suficiente para dele arrancar uma expresso de revolta ou desespero.Foi resignado. No reclamou de nada. Para sua resignao, contou com o carinho de sua mulher, Dona Maria urea de Abreu Barretto, de seus quatro filhos e demais familiares.Se no perdeu a luz do corao, porque amava as pessoas, tambm no lhe diminuiu a luz da alma, porque tambm continuou estudando e se atualizando por olhos emprestados a leitura das leis, regulamentos, portarias e provimentos os olhos de seus auxiliares e colaboradores. Era grande o sofrimento, mas era o mesmo Joo Barretto, ainda que na escurido.As adversidades no diminuram, em nenhum instante, a sua lhaneza de trato e sua bonomia. Foi, senhores, inegavelmente, um homem que, na sua trajetria de vida, espargiu luz, afeto e calor humano.Joo Gomes Barretto Filho foi o grande carvalho que tombou, mas no perdeu todas as suas razes. Viver para sempre no corao dos mocoquenses.Padre Anchieta escreveu versos na areia do mar, mas especificamente na praia. Os versos eram escritos e logo as ondas do mar apagava-os, mas hoje Joo Gomes Barretto Filho tem seu nome escrito em placas de bronze, e viver por muitas geraes.

Muito obrigado!