Jornal Brasil Atual - Bebedouro 11

8
Jornal Regional de Bebedouro www.redebrasilatual.com.br BEBEDOURO nº 11 Setembro de 2011 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Coral se apresenta até no Exterior, mas pouca gente sabe MÚSICA LITERATURA Os Últimos Soldados da Guerra Fria conta a saga de cinco heróis cubanos presos nos EUA Pág. 4–5 FERNANDO MORAIS LANÇA NOVO LIVRO Equipe de Bebedouro faz bonito na prova de Catanduva Pág. 7 ATLETISMO SEBO NAS CANELAS Enquanto Você Não Vem, um filme feito por gente da cidade Pág. 6 CINEMA NÓS NA FITA As quituteiras de mão cheia que fazem a festa da molecada Pág. 2 GASTRONOMIA MESTRE CUCA MENINOS QUE CANTAM

description

cinema Os Últimos Soldados da Guerra Fria conta a saga de cinco heróis cubanos presos nos EUA mestre cuca música sebo nas canelas nós na fita Distribuiçã o nº 11 Setembro de 2011 Pág. 7 Pág. 2 Pág. 6 Equipe de Bebedouro faz bonito na prova de Catanduva Jornal Regional de Bebedouro www.redebrasilatual.com.br As quituteiras de mão cheia que fazem a festa da molecada Pág. 4–5 Enquanto Você Não Vem, um filme feito por gente da cidade

Transcript of Jornal Brasil Atual - Bebedouro 11

Page 1: Jornal Brasil Atual - Bebedouro 11

Jornal Regional de Bebedouro

www.redebrasilatual.com.br BeBedouro

nº 11 Setembro de 2011

DistribuiçãoGratuita

Coral se apresenta até no Exterior, mas pouca gente sabe

música

literatura

Os Últimos Soldados da Guerra Fria conta a saga de cinco heróis cubanos presos nos EUA

Pág. 4–5

Fernando morais lança novo livro

Equipe de Bebedouro faz bonito na prova de Catanduva

Pág. 7

atletismo

sebo nas canelas

Enquanto Você Não Vem, um filme feito por gente da cidade

Pág. 6

cinema

nós na fita

As quituteiras de mão cheia que fazem a festa da molecada

Pág. 2

gastronomia

mestre cuca

meninos que cantam

Page 2: Jornal Brasil Atual - Bebedouro 11

2

vale o que vier

expediente rede brasil atual – bebedouroeditora Gráfica atitude ltda. – Diretor de redação Paulo Salvador editor João de Barros redação Leonardo Brito (estagiário) revisão Malu Simões Diagramação Leandro Siman telefone (11) 3241-0008tiragem: 10 mil exemplares Distribuição Gratuita

editorial

Um ditado popular – Santo de casa não faz milagre – tem tudo a ver com a situação em que vivem os bebedourenses e um patrimônio cultural da cidade, o coral fundado pelo ma-estro Américo Donizete Batista, os Meninos Cantores de Be-bedouro. Por uma simples razão: o pessoal faz um tremendo sucesso pelo Brasil afora, vira e mexe se apresenta no Exte-rior – já esteve até em Praga, capital da República Tcheca – e aqui na cidade, onde devia ser reconhecido por todos, quase ninguém sabe de sua existência. Pra tentar reverter o nosso próprio desconhecimento, a gente reservou uma página pra eles nesta edição, que traz outra revelação surpreendente, do nosso entrevistado, o jornalista Fernando Morais, um exímio contador de histórias. Ele escreveu um livro – Os Últimos Soldados da Guerra Fria – em que relata como ocorre essa luta estúpida, que acabou na prisão, há 13 anos, de um grupo de cubanos pelos Estados Unidos.

Outra coisa bem bacana foi feita pelo bebedourense nasci-do na capital Gustavo Pessoa. Ele produziu um curta-metra-gem – Enquanto Você Não Vem – na cidade, em três fins de semana, com gente daqui mesmo. Assim, ele enterrou de vez a imagem de que só se faz filme com uma boa ideia na cabeça e algum dinheiro no bolso. Ele – já que iniciamos o edito-rial com ditados – usou apenas a metade inicial da frase para compor um audiovisual que transpõe os limites de Bebedouro e - por que não? – abre um novo nicho cultural na cidade. Parabéns também pra ele. É isso, boa leitura!

Parabéns. Bebedouro precisa de um jornal democrático, que veicule fatos e opiniões, em especial sobre questões da juventude.

Saulo Pimenta Neves – [email protected]

Estou com um exemplar do Brasil Atual em mãos, da cidade de Bebedouro, e achei um trabalho realmente muito interessan-te. Nós somos o birô de criação Pincovae ART – Ilustrações e Web Design e estamos começando agora a trabalhar na cidade. Envio anexas nossas propostas de trabalho e uma arte impressa, e gostaria de saber quais os procedimentos para divulgação dela no jornal. Aproveitando, deixo o convite para que, por gentileza, entrem em contato conosco, tenho certeza que muitas propos-tas e ideias poderão ser trocadas. Estamos tratando diretamente com as pequenas empresas de Bebedouro, buscando oferecer o menor preço de toda região, com um trabalho de qualidade garantida. Porém, também precisamos ser vistos, por isso con-tamos com a ajuda da equipe do Brasil Atual. Desde já, muito obrigada.

Beatriz Fernandes – Gerente de programação

gastronomia

elas fazem a festa da molecadaEquipe Mestre Cuca prepara doces e salgados

Regiane Rodrigues da Sil-va dos Santos, de 37 anos, e sua irmã Roseane Rodrigues da Silva, de 30, acharam um jeito de aumentar a renda fa-miliar. Elas formam a Equipe Mestre Cuca, que faz salga-dinhos, lanches, espetinhos, escondidinho de carne seca e outros quitutes para festas de aniversário e casamento.

Marcos Aparecido dos San-tos, de 48 anos, marido de Regia-ne, aposentado por invalidez não pode trabalhar, mas acompanha tudo bem de perto. Santos con-ta que as pessoas gostam muito da batata recheada, que ele con-sidera uma “especialidade das meninas”. “Tem também a pi-zza de frigideira, o nosso carro--chefe, nosso diferencial” – diz

Regiane, que completa: “Ela tem massa mais fina, fica crocante, é uma delícia”. Nas festas infan-tis, elas fazem pintura facial na molecada e esculturas em bexi-ga. Os docinhos são preparados por Roseane e são chamados de “docinhos da Tia Rose”. A mãe, dona Rosalina, reforça a equipe quando há necessidade.

Marquinhos, o marido, já passou muita dificuldade na

vida. Sem família na cidade depois que sua mãe morreu, ele ficou deprimido e desemprega-do até se aposentar. Há quatro anos, conheceu Regiane e há dois se casaram. Com gosto pela cozinha desde garoto, ele incentivou a esposa e a cunha-da a formarem a Equipe. Re-giane trabalha numa empresa da cidade durante a semana e ajuda nas festas, normalmente à noite e nos finais de semana.

Quem prepara tudo é a irmã Roseane e a mãe, Dona Rosali-na. Eu só fiscalizo – conta Mar-quinhos, rindo. “Fico feliz por elas quando ouço elogios dos clientes” – completa. Para con-tratar a Equipe é só ligar para 3343-4757 ou 8144-4003 e-mail <[email protected]>.

Div

ulG

ão

Div

ulG

ão

Page 3: Jornal Brasil Atual - Bebedouro 11

3

música

meninos cantores, um orgulho de BebedouroFundado pelo maestro Américo, o coral já representou o Brasil e no Exterior

O coral Meninos Cantores de Bebedouro existe desde abril de 2005, fundado pelo maestro Américo Donizete Batista, de 41 anos. Integrante da Associa-ção Musical e Artística Meninos Cantores de Bebedouro, conta com 35 cantores e cantoras, de 6 a 16 anos. Com repertório polifônico eclético, que vai do sacro ao popular e folclórico, passando pelo erudito em vá-rios idiomas, o coral passa por um trabalho técnico vocal espe-cífico e aulas de teoria musical “Todos os meninos e meninas leem partitura fluentemente” – diz Américo.

Muita gente na cidade não conhece o grupo, apesar de ele já ter se apresentado até no Exterior. Na Rede Vida de Televisão, o grupo participa quatro vezes por ano da missa

transmitida ao vivo para o Bra-sil e mais 32 países. Na Rede Globo já fez especiais de Natal e foi objeto de reportagens, as-sim como na Band e no SBT. Em 2007 realizou turnê pela

Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Campinas, Santos, Franca, Marília e São João da Boa Vista. No Paraná, realizou concertos em Curitiba, Foz do Iguaçu e Campo Largo.

Em 2008, gravou seu pri-meiro CD, Quisera, com peças sacras, populares, fol-clóricas e natalinas, com a participação especial da Or-questra de Flautas da Asso-ciação dos Meninos Canto-res. Também representou o Brasil, em 2008, na 18ª Edi-ção do Festival da Música de Advento e Natal em Praga, na República Tcheca.

Desde a fundação, o coral fez mais de 200 concertos, sob a regência do maestro Améri-co, auxiliado pela esposa, a fi-sioterapeuta Roberta Leopol-dino de Andrade Batista.

Argentina, onde representou o Brasil no Encuentro Inter-nacional del Ninõs Cantores e recebeu convites para encon-tros em diversos países, como México, Peru, Venezuela.

Desde sua fundação, o co-ral cantou centenas de vezes em São Paulo. Já esteve na capital – apresentando-se com a Orquestra Paulista do Esta-do, no Hospital Alemão –, em

o coral canta na argentina e no teatro municipal e na estação de trem de Bebedouro

américo donizete Batista, o regente da cidadeNascido em Bebedouro,

em 30 de abril de 1970, o maestro Américo iniciou sua carreira artística aos nove anos. De família hu-milde, ele morou no Jardim Marajá durante a infância, ainda hoje residência de sua mãe, Maria Tereza Costa Batista.

Criança, tinha aulas de piano com a professora De-nise Ribeiro e de vários ins-trumentos e teoria musical com o professor Pedro José Rorato. O maestro Améri-co também era um atleta. Treinava como goleiro no futebol – foi escolhido pelo

Juventus da capital, numa pe-neira realizada na cidade –, jogava tênis de mesa, xadrez, damas e praticava atletismo no Educandário Santo Antô-

nio, onde estudou. Sempre acompanhado de perto pelo professor e amigo Robson José Quitério – a quem o ma-estro chama de irmão, Amé-rico defendeu Bebedouro nos Jogos Regionais nas provas de 400 m, 800 m e 1.500 m. A primeira vez que compe-tiu no atletismo, aos 7 anos, participou da prova de pedes-trianismo Arnaldo de Rossis Garrido, no aniversário da ci-dade, correndo o Anel Viário (8,2 km). “Cheguei em último lugar, mas recebi o troféu de atleta mais novo” – relembra .

Américo foi radialista – ele trabalhou na Rádio Bebedou-

ro, no final dos anos 90, e na Rádio Brasil de Campinas, do sistema Globo de Rádio, como narrador esportivo e produtor. Isso o ajudava a se manter em Campinas, onde o maestro se aprofundou na música em 1998, ao ter aulas de piano com a professora Célia Maria Chagas Nithack, uma das me-lhores professoras do Brasil. Seu maior incentivador foi o frei Eduardo Chagas Nithack – “o paizão” –, que acreditou em seu talento e proporcionou condições para que o jovem estudasse no Conservatório Carlos Gomes, morasse em sua casa e cursasse Regência

na Unicamp. Três anos de-pois ele realizava concertos pelo mundo afora.

Hoje ele é leiloeiro, res-ponsável pelos leilões em Bebedouro e região – tra-balha nas festas do Cami-nhoneiro, da Unidade e do Hospital do Câncer de Bar-retos, entre outras. Essa é a forma que arrumou para ajudar as entidades neces-sitadas. O maestro Américo Donizete Batista programa retornar à Europa, especial-mente para a Alemanha, seu segundo país. Américo mora em Bebedouro, no Jardim do Bosque.

Div

ulG

ão

Div

ulG

ão

Page 4: Jornal Brasil Atual - Bebedouro 11

4

literatura

os últimos soldados da guerra FriaLivro de Fernando Morais relata a saga de cinco heróis cubanos presos há 13 anos nos EUA

Por Paulo Donizetti de Souza

Como surgiu o livro Os Últimos Soldados da Guerra Fria?Eu estava num táxi com a minha mulher quando ouvi no rádio que agentes de inteligência cubana ti-nham sido presos havia algumas horas. Originalmente eram 14, quatro escaparam. Cinco traíram, fizeram delação premiada, estão em algum lugar do mundo, com nome falso. E cinco não aceita-ram fazer acordo, disseram: “Não somos espiões, nunca quisemos nem queremos tocar num úni-co documento norte-americano, viemos aqui para nos infiltrar em organizações de extrema direita que estavam colocando bombas

O agente René Gonzá-les foi o primeiro a entrar na Flórida, em 1990. Saiu de Havana simulando ser um traidor da revolução cooptado pelo sonho ame-ricano. Nos dois anos se-guintes, seria seguido por outros 13 companheiros, entre eles duas mulheres. A Rede Vespa, como foi bati-zada, estava pronta e tinha a missão de infiltrar-se nas organizações de direita, que jamais digeriram a revolu-ção de 1959. Com apoio de empresários e políticos nor-te-americanos, essas orga-nizações contratavam mer-cenários para sabotagens como lançar pragas contra as lavouras e interferir nas comunicações do aeroporto de Havana. No início dos anos 1990, passaram a pri-vilegiar o terror à indústria

Distante apenas 160 km do maior império militar do mundo, restava ao governo cubano, para defender-se, a inteligência. Os agentes da Rede Vespa, disfarçados em profissões inusitadas como instrutor de salsa em Key West ou personal trainer de milionários de Miami, prote-geram seu país de centenas dessas operações. Em 1998, uma ofensiva do FBI levou à captura dos agentes. Quatro escaparam. Outros cinco ne-gociaram a liberdade em tro-ca de informações. Restaram René e seus companheiros Fernando González, Antonio Guerrero, Ramón Labañino e Gerardo Hernán, ainda hoje encarcerados em diferentes presídios de segurança máxi-ma, condenados pela Justiça americana a penas de 15 anos a prisão perpétua.

Habituado a grandes reportagens, o jornalista e escritor Fernando Morais foi atrás da história. O autor de A Ilha (1976, atualizado em 2001) e das biografias de Olga Benário Prestes, Assis Chateaubriand e Paulo Coe-lho (traduzido em mais de 40 países) conhece o caminho das pedras e dá a suas histó-rias narrativas cinematográfi-cas. Antes mesmo de ser es-crito, Os Últimos Soldados da Guerra Fria, lançado em agosto, teve seus direi-tos vendidos para cinema. Trata-se, segundo o autor, de uma história eletrizante como um romance policial. Pena que, a exemplo dos 50 anos de agressões norte-americanas a Cuba, nenhu-ma de suas 350 páginas tenha uma linha sequer de ficção. É tudo verdade.

do turismo, base da economia da Ilha depois da derrocada da União Soviética. As ações in-cluíam de rajadas de metralha-doras contra turistas em praias

cubanas a atentados a bomba em hotéis. As reclamações di-plomaticamente dirigidas ao governo americano eram ig-noradas.

em Cuba, sobretudo na indústria turística”. Quando ouvi essa his-tória no rádio, comentei com a minha mulher: “Pô, isso aí dá um livro”. Na primeira oportunidade que tive de ir a Cuba, comentei com amigos lá da direção do par-tido: “Eu quero fazer essa histó-ria”. Eles diziam que isso podia comprometer a segurança pessoal de muita gente, que era segredo de Estado, e toda vez que voltava a Cuba eu insistia. Em 2005, fui a Havana para a bienal do livro. Na véspera de eu voltar para o Brasil, toca o meu celular. Era o Ricardo Alarcón, presidente da Assembleia Nacional. Eu estava

jantando no Floridita, e ele foi até lá: “Ainda está interessado na história dos cinco?” Em 2008, comecei a falar com familiares, ouvi gente envolvida com eles, governo, inteligência, militares. Ao longo desses três anos pude entrevistar alguns dos presos, por-que eles estão em cinco prisões de segurança máxima, cada uma em um Estado, com regimentos diferentes. Algumas permitiam que eu falasse por internet, outras não. Nas que não permitiam, eu chegava por meio da família, que tinha uma cota de telefonemas mensal; mandava perguntas pelas mulheres, filhos e tal.

Pouca gente em Cuba sabia dessa missão?Ninguém! Só o altíssimo esca-lão, Fidel, Raúl Castro e mais dois ou três dirigentes do parti-do. Os caras saem de Cuba como traidores, como desertores, gente que roubou avião... Teve um de-les que arrancou com o avião de lá e pousou quase em pane seca em Miami. As mulheres não sa-biam, os filhos não sabiam, não podiam saber. Era uma coisa dolorosa, porque a mulher era apontada na rua como a mulher do gusano (traidor). Haja frieza.Tem coisas muito interessan-

Ao longo desses três anos pude

entrevistar alguns dos presos, que estão em cinco prisões de

segurança máxima

jail

to

n G

ar

cia

jail

to

n G

ar

cia

Page 5: Jornal Brasil Atual - Bebedouro 11

5

tes. Um deles era comandante de uma coluna de tanques na África, durante a Guerra de Angola, um sujeito com for-mação em Engenharia Aero-náutica na Ucrânia, na União Soviética, que foi dar aula de salsa para os gays em Key West. Outro era comandante de MIG, de caça-bombardeiro, tinha longa experiência em combates, e foi trabalhar como personal trainer, fazer ginás-tica com milionários de Mia-mi. Outro, o Gerardo, chefe do grupo, vendia charges para jornal em Miami. Todos mo-ravam em quitinete, alguns tinham carro, nenhum tinha celular, que começava a apa-recer. O primeiro, o René, vai para lá em 1990, depois vão os outros. Em 1992, a chamada Rede Vespa estava montada.E a ação deles nos EUA con-seguiu evitar...Conseguiu evitar centenas de atentados e permitiu a prisão de vários mercenários, alguns dos quais eu pude entrevistar. Merce-nários estrangeiros que eram con-tratados pelo pessoal de Miami para botar bomba em hotel, em avião, agência de turismo cuba-na. O turismo estava salvando a revolução, então era o que tinham de destruir. É uma história mui-to dramática e ao mesmo tempo eletrizante, você lê como quem lê um romance policial. Tem uma correspondência secreta en-tre o Fidel e o Bill Clinton, com informações que os cinco man-daram de Miami para Havana, e o pombo-correio entre o Fidel e o Clinton era o Gabriel García Márquez. (O objetivo era alertar o governo americano para que impedisse os atentados.) Há quem defenda afrouxar a pena?O ex-presidente Jimmy Carter declarou que espera que o Ba-

rack Obama indulte a pena de-les e os coloque em liberdade. O processo judicial tem um erro atrás do outro. Primeiro, o fato de eles terem sido julgados em Miami, cidade anticubana. É a crônica da condenação anun-ciada. Conversei com muita gente em off que me deu dicas de onde procurar documentos. Folheei 30.000 páginas de ma-terial que eles mandaram para Havana, selecionei 6.000 folhas de papel para trazer e trabalhar em cima. O FBI já estava de olho neles três anos antes de prendê-los. Entrou em todas as casas clandestinamente e todos os dias copiava tudo que eles estavam mandando para Cuba. E esse material eu peguei todo. Tive acesso a grampo telefôni-co, filmagem de gente prepa-rando atentado, transcrição de conversa de mercenários. Abun-dância de material secreto.

tão, esses mercenários recebiam em média US$ 1.500 por bomba. Tem um deles preso em Cuba. Foi condenado à morte por fuzi-lamento e teve a pena comutada para 30 anos de prisão. Esses mercenários têm valor para os americanos...Claro... Tem um americano lá, Allan Gross, que foi a Cuba duas vezes. Na primeira conseguiu bo-tar bomba e escapar, e na segunda foi preso, a partir de informações mandadas pelos cinco. Ia colocar cinco ou seis bombas por US$ 7.500. Eu fui falar com ele. É uma história de dar calafrio.E, com relação ao pedido de Carter a Obama, alguma ex-pectativa?Eu não sei. O Obama não pode desagradar a bancada anticas-trista, ele depende de maioria no Congresso, como todo mun-do. Eu tenho esperança de que o Obama possa indultá-los não neste mandato, mas se for ree-leito. Se indultar agora, a difi-culdade de se reeleger vai ser grande, por isso e pela soma dos problemas que está vivendo. Você vê perspectiva de aber-tura do regime cubano?Você não pode ver Cuba como vê um país qualquer, não se pode discutir a realidade cubana sem considerar o bloqueio. Por exem-plo, um navio japonês que aporte em Cuba – porque o país com-prou dez tomógrafos da Toshi-ba, no Japão –, assim que atraca num porto cubano, ficará não sei quantos meses sem poder atracar em portos norte-americanos. Eles multam empresas pelo mundo. A expressão que usam não é “co-mercializar”, é “traficar” com Cuba. São 50 anos de agressões. Nenhum outro país na história foi vítima da agressão norte-ameri-cana durante tanto tempo em to-dos os sentidos, militar, político, econômico, diplomático.

O regime mantido há 50 anos não ficou um tanto decrépito?O Raúl Castro já fez alguns ace-nos de abertura. É evidente que eles radicalizaram muito quando a revolução triunfou. Pô, estatiza-ram até quiosques de batata frita. Aí você tem de criar um ministé-rio com um bando de burocratas para administrar quiosques de ba-tata frita. Não é papel do Estado... Aparar a barba, cortar o cabelo? Barbeiro do Estado. É eviden-te que assim você desenvolve um dinossauro burocrático, e os cubanos percebem isso. O bloqueio justifica o regime tão fechado?Muita gente me pergunta por que sou solidário à Revolução Cubana até hoje se é um regi-me que tem tantas mazelas. Eu costumo responder o seguinte: tem um outdoor em Cuba que diz “Esta noite 200 milhões de crianças vão dormir na rua em todo o mundo. Nenhuma delas é cubana”. Que país pode fa-zer isso? A França? Imagina! No inverno, você vê imigrantes dormindo embaixo das pontes. No Japão? Eu fui ao Japão duas vezes para fazer o Corações Sujos, e você vê velhinhos mo-rando em caixas de papelão na

rua, pedindo dinheiro. Em Nova York tem miseráveis. Falo de países do primeiríssimo mundo. Em Cuba você não vê ninguém descalço, banguela. É por isso que sou solidário. Você pode di-zer que a liberdade é um valor universal. Tudo bem, mas eles transformaram um bordel norte-americano em um país civili-zado, um país exemplar. Pode abrir, ter liberdade de expres-são, de organização, partidária? Eu acho que, enquanto houver bloqueio e os Estados Unidos forem inimigos tão agressivos da Revolução Cubana, é difícil.O bloqueio é questão de hon-ra, ou pirraça?É loucura! Cuba tem o PIB da Daslu, uma economia de nada, e é um país de 10 milhões de ha-bitantes. A maior potência béli-ca, econômica e militar do pla-neta está ali, a 160 quilômetros de distância. É a distância de São Paulo a Piracicaba, do Rio de Janeiro a Juiz de Fora. O Fi-del mandou para o Bill Clinton um contêiner do tamanho desta mesa com fitas de vídeo, áudios, grampos, dossiês dizendo quem eram os caras que estavam em Miami financiando o terroris-mo. Por que não prenderam? Podem dizer o que quiserem, que sou dinossauro, não me im-porto. Uma das poucas coisas boas que eu conquistei na vida foi a minha independência. Mercenários eram

contratados em Miami para botar bomba em hotel, em avião, em agência de turismo

cubana

Esta noite 200milhões de crianças

vão dormir na rua em todo o mundo. Nenhu-ma delas é cubana

Quem contratava mercená-rios?Era gente da extrema direita cubana, que começou a se exilar, gente que perdeu banco, usina, indústria, e fica em Miami finan-ciando o terror contra Cuba. En-

jail

to

n G

ar

cia

jail

to

n G

ar

cia

Div

ulG

ão

Page 6: Jornal Brasil Atual - Bebedouro 11

6

Basta conversar com Gus-tavo Pessoa, jovem professor de 24 anos, para perceber que em sua veia pulsa o cinema. Formado em Comunicação Social, ele trabalha com pro-dução gráfica e áudiovisual e leciona informática e teatro nas escolas da rede municipal.

Em 12 de junho, Dia dos Namorados, ele lançou seu fil-me de ficção em curta-metra-gem Enquanto Você Não Vem. Com atuação de amadores – pessoas ligadas a cultura e educação da cidade –, o filme de dez minutos tem temática romântica e conta a história

de um homem que foi deixado no altar. Na esperança de que sua noiva um dia retorne, ele a espera em seu banco, acom-panhado de um retrato e um cachecol. As gravações foram feitas em três finais de semana e contaram com a colaboração dos moradores das casas que serviram de cenário e do pá-roco da Igreja Matriz de São João Batista, palco de cenas importantes do roteiro.

Para Gustavo Pessoa, a proposta é mostrar que é possível realizar um traba-lho audiovisual em cidades descentralizadas do mercado

cinema

os atores bebedourenses que trazem o cinema na veiaGustavo Pessoa prova que dá para fazer curtas-metragens na cidade, com poucos recursos

cinematográfico. “Além de levar o nome de Bebedou-ro para outras localidades, o curta-metragem insere na vida da população um nicho de produção cultural pou-co explorado” – diz ele, que completa: “Me tocou muito a elevação da autoestima das pessoas que atuaram. O Seu Osmar Santos é um exemplo disso, ele ficou muito feliz com o trabalho”. Enquanto Você Não Vem foi enviado para vários festivais e deverá passar na Mostra “Curta no Metrô”, na capital paulista, nos próximos meses.gustavo (de boné) e o elenco da cidade

FiCHA téCNiCA:Atores: Osmar Santos, Na-dyr Rossanezi, Larissa Biten-court e Gustavo Rossanezi.Diretor e produtor: Gusta-vo PessoaApesar de toda a sua famí-lia ser bebedourense, Gus-tavo Pessoa nasceu em São Paulo e mudou-se para cá aos 17 anos. Aos 15, ele fez cursos de interpretação em Jaboticabal e Ribeirão Pre-

to e em seguida cursou cine-ma antes da Faculdade de Co-municação Social. Em 2008 produziu seu primeiro curta-metragem, Fotografia, de 7 minutos. Com ele participou da Mostra Cine Cufa, no Rio de Janeiro, e da Cine Cult USP, em Ribeirão Preto. Em 2009, produziu um videoclipe do cantor paulistano Fernan-do Curcino, mesmo ano em que elaborou um roteiro em

média-metragem (50 minu-tos) chamado Dois Terços de Minha Vida, que conquistou o 29º lugar no Festival Filma Brasil. Em seguida fez um experimento em stop motion, Sapatos de Couro, para o Fes-tival realizado pela Academia Internacional de Cinema (Fist Shot film). O produtor já tem outro roteiro pronto para um filme mais elaborado e aguar-da patrocínio. D

ivu

lGa

çã

o

Div

ulG

ão

Page 7: Jornal Brasil Atual - Bebedouro 11

7

atletismo

Bebedouro faz muito bonito em catanduva

corrida infantil

A turma da Associação Bebedourense de Atletismo continua correndo atrás de vitóriasO corredor da Associação

Bebedourense de Atletismo (ABA/DME), Carlos de Oli-veira Santos, venceu a 12ª edi-ção da Corrida Internacional Matilat/Nardini, na categoria até 24 anos, realizada no mês passado, em Catanduva. Ele completou o percurso de 10 km em 32'29”. Outro destaque entre os bebedourenses foi Flávio Júlio Basilo, o Vinho, que também garantiu presença no pódio ao assegurar o tercei-ro melhor tempo na categoria 35 a 39 anos, com o tempo de 33'09”, marcando o seu me-lhor tempo no ano.

No feminino, a atleta de Be-bedouro Maria Inês Moratto Al-ves da Silva foi a terceira melhor colocada na categoria 50 a 59 anos, com o tempo de 54'43”, e também assegurou lugar no pó-dio. Também representaram Be-

bedouro na corrida Nilton San-tos (35'53”), Adriano de Oliveira (36'06”), César Augusto Noguei-ra (36'22”), Germino dos Santos (36'57”), Antonio Alves dos Santos (37'20”), Carlos Eduar-do Moretti (38'27”), Givaldo Teixeira Sobrinho (39'16”), José Jorge Rodrigues (42'11”), Ro-

naldo Thomé (51'09”) e Sidnei Alves da Silva (51'30”).

Na classificação geral, os quenianos, considerados os favoritos do fundismo, perde-ram para os brasileiros na 12ª Corrida Internacional Matilat/Nardini. A tradicional prova de atletismo, realizada nas

ruas de Catanduva, foi venci-da por Solonei Rocha da Sil-va, do Esporte Clube Pinhei-ros, de São Paulo. Com tempo de 29’51’’, Solonei superou o queniano Nicholas Kimeli Keter, que demorou um se-gundo a mais para completar o trajeto, seguido do tanza-niano Musenduki Mohamedi Ikoki, com 30’01’’. Pela vi-tória na prova, Solonei levou para casa uma moto Yamaha zero-quilômetro. Na categoria geral feminina, as quenianas mantiveram a hegemonia na competição. Com tempo de 33’56’’, Nancy Jepkosgei Ki-pron levou a melhor sobre a brasileira Michele Cristina das Chagas, e garantiu a primeira colocação na corrida.

A 12ª Corrida Internacio-nal Matilat/Nardini também distribuiu prêmios em dinhei-

A Corrida Matilat/Nar-dini também fez a festa dos jovens de 7 a 17 anos, distribuindo brindes para os participantes da Corri-da Kids. Os irmãos Maria Eduarda Vicente Santos (11ª colocada nos 100 m), Eduardo Gabriel (10º colo-cado nos 50 m) e Ana Ca-rolina ( 5ª colocada nos 50 m) representaram a ABA/DME no evento.

ro para os atletas nas diversas categorias masculinas e femi-ninas, assim como para cola-boradores do Grupo Aurélio Nardini mais bem colocados na prova.

a equipe de Bebedouro que correu em catanduva

FuteBol

ronaldo alves está no náutico Bebedourense foi emprestado pelo Inter gaúcho ao time pernambucano

Na edição nº 6 (mar-ço/2011), o jornal Brasil Atual – Bebedouro contou a história do zagueiro bebedou-rense Ronaldo Luiz Alves, de 21 anos, que disputou o Cam-peonato Mundial de Clubes da FIFA, em 2010, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. Filho dos ex-apanhadores de laranja José Luiz Alves (50) e Zoraide Timóteo Alves (46), residentes no Alto da Boa Vista, Ronaldo defendia na ocasião o Internacional de

Porto Alegre, clube com quem tem contrato até 2014.

De lá para cá ninguém tem visto o atleta jogar pela equipe colorada e várias pessoas se perguntam onde andaria o bom zagueiro bebedourense. No fi-nal de maio, o time gaúcho em-prestou o jogador ao Náutico, time pernambucano que disputa a Série B do Brasileirão. No dia 11 de julho, contra o time pau-lista de Americana, Ronaldo foi expulso de campo por causa de uma confusão com um atacante

dois momentos de ronaldo alves: treinando no internacional e posando para a foto

adversário e ficou afastado por dois jogos. “Aprendi com o que

aconteceu. Não se pode cair na provocação de outros atletas” –

disse o defensor alvirrubro, que voltou ao time titular.

ma

rc

os

na

Gels

tein

luc

as

uebel/

viP

co

mm

Div

ulG

ão

Page 8: Jornal Brasil Atual - Bebedouro 11

8

3 8 1

9 3 6 7

2 7 6

2 4 6 8

7 9

1 9 3 5

9 2 4

3 6 5 2

6 1 3

Palavras cruzadasFoto síntese – iPê - Branco Palavras cruzadas

respostas

Palavras cruzadas

sudoku

Horizontal – 1. Divisão de ganhos ou despesas; Sigla de Rondônia 2. Nome de certo capitão, romance de Érico Veríssimo; Homem ruim 3. Agência Nacional (sigla); Cosmético em pó, avermelhado, que se aplica no rosto para deixá-lo corado; Partido Republicano 4. Sozinho; Associação Portuguesa de Aviação Ultraleve; Espaço vazio ou desocupado 5. Pessoa que não tem fé; O protocolo sob o qual assenta a internet 6. Sexta nota musical; Norma de proceder ou ponto de vista, em certas conjunturas (plural) 7. É, em francês; Época 8. Nome de uma cidade mineira; Passar pelo coador 9. Sorri; Labareda; Som do cabrito 10. Cabana indígena; Caminhonete usada no transporte coletivo de um pequeno número de passageiros 11. Pedido de socorro; Companheiro de Teodoro na dupla sertaneja

vertical – 1. Nascidos no Brasil 2. Referente aos nomes próprios 3. Rádio Difusora (sigla); Forma sincopada de está; Carta do baralho 4. Nome comum a vários peixes de forma achatada, com três barbatanas no rabo fino com um ferrão na ponta; Unidade Cristã (sigla) 5. Célebre personagem de Walt Disney 6. Fêmea do cavalo; Alcoólicos Anônimos 7. Alimento preparado com leite coalhado por fermento lácteo; Museu de Arte Moderna 8. Bairro carioca 9. Aumentativo de vida; Caminhe 10. Lisonja, adulação; Aliança Ministerial Apostólica Internacional (sigla)11. Metal dourado; Calmo, tranquilo

As mensagens podem ser enviadas para [email protected] ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

vale o que vier

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

ma

ur

o r

am

os

Palavras cruzadas

BRATEIORORODRIGOMAUANROUGEPRSOAPAUVAOIMPIARIPLAATITUDESESTIERAEITAUNACOARRICHAMAMEOCAAAVANSOSSAMPAIO

sudoku

386274951541936782927185634295461378734528169168793425859317246413652897672849513