Jornal Brasil Atual - Bebedouro 12

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Jornal Regional de Bebedouro www.redebrasilatual.com.br BEBEDOURO nº 12 Outubro de 2011 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Classificada em 1º lugar na Copa Paulista, equipe mira a Série A-3 Pág. 7 FUTEBOL INTER VAI BEM Residenciais Souza Lima e Bebedouro estão abandonados Pág. 3 BAIRROS RUAS ESQUECIDAS Orpham, do PT (foto), ou Spido, do PV, as novidades eleitorais Pág. 2 ELEIÇÕES 2012 PREFEITURÁVEIS TRÂNSITO Até carretas trafegam em frente à Escola Espaço Livre; sinalização é deficiente Pág. 6 PREFEITURA DEIXA ALUNOS EM PERIGO Dom Paulo Evaristo Arns, 90 anos, uma vida dedicada ao Brasil PERFIL GUERREIRO DA PAZ

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Até carretas trafegam em frente à Escola Espaço Livre; sinalização é deficiente ruas esquecidas inter vai bem Perfil eleições 2012 prefeituráveis Distribuiçã o nº 12 Outubro de 2011 Pág. 7 Pág. 6 Pág. 2 Pág. 3 Jornal Regional de Bebedouro www.redebrasilatual.com.br Residenciais Souza Lima e Bebedouro estão abandonados Orpham, do PT (foto), ou Spido, do PV, as novidades eleitorais Classificada em 1º lugar na Copa Paulista, equipe mira a Série A-3

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Jornal Regional de Bebedouro

www.redebrasilatual.com.br BeBedouro

nº 12 Outubro de 2011

DistribuiçãoGratuita

Classificada em 1º lugar na Copa Paulista, equipe mira a Série A-3

Pág. 7

futebol

inter vai bem

Residenciais Souza Lima e Bebedouro estão abandonados

Pág. 3

bairros

ruas esquecidas

Orpham, do PT (foto), ou Spido, do PV, as novidades eleitorais

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eleições 2012

prefeituráveis

trânsito

Até carretas trafegam em frente à Escola Espaço Livre; sinalização é deficiente

Pág. 6

Prefeitura deixa alunos em Perigo

Dom Paulo Evaristo Arns, 90 anos, uma vida dedicada ao Brasil

Perfil

guerreiro da Paz

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expediente rede brasil atual – bebedouroeditora Gráfica atitude Ltda. – diretor de redação Paulo Salvador editor João de Barros redação Leonardo Brito (estagiário) revisão Malu Simões diagramação Leandro Siman telefone (11) 3241-0008tiragem: 10 mil exemplares distribuição Gratuita

editorial

O jornal Brasil Atual é laico e republicano. Mas esta edi-ção faz uma homenagem a um homem que fez 90 anos no mês passado, com a mesma crença que tinha quando decidiu colo-car a sua fé a serviço da solidariedade e da busca de justiça e paz. Felizmente, durante os anos de chumbo da ditadura mili-tar, quando se prendia e arrebentava, se torturava e matava em nome de uma ideologia que não aceitava vozes dissonantes, muitos tinham em dom Paulo Evaristo Arns – e somente nele – o homem probo que desafiava os poderes constituídos. Assim, na resistência firme mas serena, ele mexeu com a história do Brasil e da América, mudando-nos a todos para melhor. Dom Paulo é, sem dúvida, a prova de que a fé não costuma falhar.

Afora isso, vamos aos nossos velhos problemas. Os bairros Re-sidenciais Souza Lima e Bebedouro estão com ruas esburacadas, com o aval da Prefeitura. O trânsito põe em risco as nossas crian-ças, como é o caso da Escola Espaço Livre, com o aval da Prefeitu-ra. Ainda bem que teremos eleições no próximo ano, e tomara que saibamos eleger um prefeito diferente. É isso. Boa leitura!

Leia on-line todas as edições do jornal Brasil Atual. Clique www.redebrasilatual.com.br/jornais e escolha a cidade. Críticas e sugestões [email protected]

jornal on-line

vale o que vier

Esse jornal é muito bem elaborado e muito bem impresso! É um jornal limpo, de fácil leitura e muito bem escrito. Parabéns!

Alexandre – [email protected]

Boa tarde equipe do jornal Brasil Atual! Vocês estão sempre mandando muito bem na cidade de Bebedouro. Venho, em nome da Equipe Pincovae ART, agradecer a publicação do meu e-mail para o jornal, onde tivemos a oportunidade de ser vistos por boa parte da cidade e da região! Mais uma vez parabéns pelo sucesso e muito obrigada pela chance. Abraço forte.

Equipe Pincovae ART

eleições 2012

os candidatos a candidato Quadro de 2008, com sete candidatos, não deve se repetir

orpham, do Pt, fará aliança com spido, do Partido verde

A legislação eleitoral de-termina que para ser candidato o postulante deve estar filiado a um partido político um ano antes das eleições – o prazo, portanto, terminou em 7 de outubro. Assim, o quadro polí-tico para as próximas eleições municipais começa a ficar mais claro. Tudo indica que o número excessivo de candi-datos a prefeito que tivemos na eleição passada (sete) não deverá se repetir. Serão três ou quatro nomes disputando a “Casa Branca”, o que é bem mais razoável.

O prefeito Italiano, apesar da baixa popularidade, deverá disputar a reeleição por seu novo partido, o PTB. Fernan-do Galvão (DEM), segundo colocado nas eleições passa-das, embora negue, está em campanha desde 2008. Ele ganhou até uma forcinha extra do deputado barretense Uebe Rezeck, que lhe entregou o PMDB local. Os presidentes do PV e do PT, Juan Cox e Luis Carlos de Freitas, garan-tem que seus partidos decidi-

ram ter candidato próprio a prefeito: Gustavo Spido pelos verdes e Carlos Orpham pelos petistas. Para ambos, existe a chance de uma aliança. Eles já se reuniram e costuraram uma composição para o ano que vem. Confirmado o qua-dro, a eleição será polarizada. De um lado uma candidatura de direita, encabeçada por um representante da elite; de ou-tro, uma candidatura popular, à esquerda, representada por Orpham ou por Spido.

Para o Poder Legislativo,

nas chamadas eleições pro-porcionais, as legendas tam-bém se movimentaram nas últimas semanas, visando for-talecer suas chapas de candi-datos a vereador. No PT, por exemplo, foram 20 filiações e quatro deixaram a legenda. O partido que mais perdeu filia-dos foi o PMDB, em torno de 200. Segundo a antiga direção partidária, isso aconteceu por causa do descontentamento com a entrega do controle da sigla para pessoas ligadas ao DEM de Galvão.

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o estado de uma rua do souza lima: vergonhoso

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Prefeitura

residenciais bebedouro e souza lima estão abandonadosMoradores reclamam de buracos e da falta de praças e dizem que só lembram deles na eleição

Os bairros Residenciais Be-bedouro e Souza Lima estão entre os mais abandonados pela administração pública. É o que pensam os moradores da re-gião. Motivos não faltam. É di-fícil encontrar uma esquina que não tenha o asfalto esburacado. Para Antônio Carlos da Silva, de 35 anos, os buracos existem há muito tempo e já deveriam ter sido tapados. “Os moradores que têm carro, acostumados, passam devagar, mas os de fora não per-cebem e dão cada pancada na roda!” – diz. E João Augusto Ne-grão Filho, 36 anos, completa:

“Quando querem votos eles vêm ao bairro, dão tapinha nas nossas costas, depois é esse abandono total”.

Outra reclamação é sobre a falta de guias e asfalto na pista de cima da Avenida João Spi-ronelo. Apenas a pista de baixo foi asfaltada. Os moradores se perguntam se a administração acha que eles são moradores de segunda classe. Para Ayrton Cor-rêa, 74 anos, a situação é insus-tentável. “A Prefeitura precisa terminar o asfalto da avenida e fazer a pracinha no terreno ao lado” – argumenta. O terreno

ao lado a que Corrêa se refere é uma área institucional que de-veria conter uma praça. Porém, como está abandonada pela ad-ministração, alguns moradores fizeram cercas em alguns lotes e os utilizam para fins particulares. Nenhuma providência é tomada pela Prefeitura.

Em 2007, o então vereador Carlos Orpham (PT) conseguiu verba com o deputado fede-ral Ricardo Berzoini (PT) para construir uma Unidade Básica de Saúde (UBS) no bairro. Mas a Prefeitura não enviou o projeto e perdeu o recurso.

comunicação

nasce a rádio brasil atual-Pirangi. Palmas pra elaEmissora também será sintonizada em Bebedouro e terá foco no radiojornalismo

A Rádio Brasil Atual já está no ar, em fase experi-mental, em Pirangi, a 40 km de Catanduva. Com o aumen-to da potência de seu sinal, a rádio será ouvida até em São José do Rio Preto. O pedido já foi feito para a Anatel.

O foco da programação é o radiojornalismo, apresen-tando reportagens ao vivo, entrevistas, notícias e pro-gramas especiais, com des-taque para temas relaciona-dos ao mundo do trabalho, à

cultura brasileira e aos movi-mentos sociais.

A Rádio Brasil Atual figura como uma alternativa às rádios comerciais, priorizando o in-teresse dos trabalhadores e da sociedade em geral. Colunistas opinam sobre assuntos em pauta na mídia. A rádio pretende des-tacar-se na geração de um bom conteúdo. Na região, a Rádio Brasil Atual é sintonizada em FM 102.7, mas está disponível também pelo site www.redebra-silatual.com.br/radio.

Um dos organizadores do projeto, Oswaldo Colibri Vitta, jornalista há 35 anos, fala ao jornal Brasil AtualJBA – Qual é a importância da rádio na região?Colibri – Ela é fundamen-tal, pois as outras emissoras locais não têm jornalismo. A rádio terá como base a notí-cia, a prestação de serviço, o esporte e o entretenimento, mas também tocará músicas – nunca se ouvirá uma mú-sica sem algum histórico do cantor, compositor ou da pró-pria música. Vamos priorizar músicas de sertanejos de raiz, mas tocaremos também ou-tros gêneros musicais.JBA – Quais os destaques da programação?Colibri – Pela manhã, abri-

remos com notícias da região e do Brasil. A faixa das 11 h será do esporte, com desta-que para o Grêmio Catandu-vense, que está na Série A do Paulistão-2012. Montamos até uma equipe pequena para co-brir o time durante o evento. À tarde, haverá um programa de entretenimento. Será o Benedito? contará “causos”e histórias, com o jornalista Mouzar Benedito. Haverá um programa de dicas infantis,

da jornalista Thelma Torre-cilha. Churrasco, Feijoada e outras comilanças trará dicas gastronômicas da ci-dade, com Douglas Pirangi. E programas históricos que contam o surgimento de vá-rios estilos musicais – rock, samba, sertanejo e MPB.JBA – A rádio já está pronta?Colibri – Alguns testes mos-traram que o sinal da rádio é bom, porém há lugares em Catanduva em que ela pega bem, e há outros em que não. Estamos nos últimos detalhes para lançá-la ofi-cialmente – falta apenas a aprovação final do Ministé-rio das Comunicações, que deve ocorrer este mês. Todos os programas terão a partici-pação da população.

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Dom Paulo, 90, simboliza resistência e esperança. Ele transcendeu a Igreja, salvou vidas e mexeu com a história do país no século 20 Por João Peres e Virginia Toledo

Perfil

guerreiro de batina. ou o cardeal dos trabalhadores

Igreja Católica, com o Concílio Vaticano II, reinseria a realida-de das mazelas do mundo na vida clerical. Emergia a Teolo-gia da Libertação e, com ela, a opção preferencial pelos pobres – ensinar a pescar – para reagir à opressão. No Cone Sul, a força das armas produzia ditaduras.

Ao assumir a Arquidiocese de São Paulo, em 1970, o fran-ciscano deu recados. Vendeu o Palácio Pio XII, residência oficial do arcebispo, para fi-nanciar terrenos e construir casas na periferia. Fortaleceu as Comunidades Eclesiais de Base, que até hoje dissemi-nam as discussões sobre po-lítica, cidadania e religião, e incentivou as pastorais. “O papa Paulo VI disse a dom Paulo que tivesse uma bela equipe de bispos auxiliares perto do povo” – conta dom Angélico Sândalo Bernardino.

Eram quatro bispos auxiliares, um em cada região da cida-de. Dom Angélico cuidaria da Pastoral Operária. E se torna-ria o “bispo dos operários”.

O metalúrgico Waldemar Rossi, fundador da Pastoral Ope-rária e líder da oposição do sin-dicato dos metalúrgicos de São Paulo, há anos submisso aos pa-trões, lembra-se de que foi cha-mado por dom Paulo, que queria saber se na Pastoral havia gente a favor da luta armada. “Temos o direito de nos organizar e nos de-fender?” – perguntou-lhe Rossi. “Na hora em que a gente ganha força, vem a ditadura e mata” – prosseguiu. O cardeal encerrou a conversa: “Vocês têm o direito da legítima defesa”. Rossi virou amigo do arcebispo. Três anos depois, ele é preso pelo Depar-tamento de Ordem Política e Social (Dops), em São Paulo. O crime foi denunciado nas paró-

clamor pela américa latinaO pastor presbiteriano

James Wright despertou para a luta contra a ditadura após a morte do irmão, Paulo, em 1973, e virou grande amigo de Arns. “Eles brincavam que um parecia presbiteria-no disfarçado de católico e o outro católico disfarçado de presbiteriano” – lembra Anita Wright, acostumada a ver o pai James hospedar refugiados que batiam à porta do Clamor – grupo de defesa dos direitos humanos de São Paulo com olhos na

justiça e pazDom Paulo articulou a

Comissão Justiça e Paz, que denunciava as prisões ilegais, a tortura e pressionava os mi-litares. “Comecei atendendo um dia por semana. No fim, atendia todos os dias, de ma-nhã e de tarde” – conta Mar-garida Genevois, que integrou a comissão por 25 anos e che-gou a presidi-la. “Os militares

queriam parecer bonzinhos e ficavam furiosos quando al-guma coisa transpirava para o exterior” – lembra ela. A fama da arquidiocese atraiu perse-guidos do Paraguai, da Argen-tina, do Uruguai e do Chile. Os militares reclamavam da intro-missão da Igreja brasileira, e dom Paulo rebatia: “A solida-riedade não tem fronteiras”.

América Latina, sob a pro-teção do cardeal e do pastor.

O Clamor arquiteta uma missão para resgatar duas crianças – Anatole e Vicky, de pais uruguaios, mortos em Buenos Aires – sequestradas pela ditadura argentina (1976-1983), que viviam sob a dita-dura chilena e acabaram sen-do descobertas pelas Avós da Praça de Maio – mulheres que se reúnem na Praça de Maio, Buenos Aires, para exigir no-tícias dos entes desaparecidos na ditadura militar argentina.

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se transformaria em pedra no sapato da ditadura. A fé da mãe, Helena, e o espírito con-ciliador do pai, Gabriel, são os pilares de sua formação. Quando ingressou no seminá-rio, seu pai lhe disse: “Papai é colono, e você sempre será filho de colono e de seu povo”. Dom Paulo levou isso na cabe-ça. Após a ordenação e a pós-graduação na Universidade de Sorbonne, na França, na Euro-pa pós-guerra, a desigualdade social se alastrava. Dom Paulo deparou-se com as cicatrizes da intolerância nazista. As marcas do conflito arraigaram de vez a conduta humanista que o guiaria pela vida.

De volta ao Brasil, trabalhou em comunidades carentes de Pe-trópolis (RJ). Em 1966, chegou a São Paulo, metrópole acin-zentada, que empurrava para as bordas a massa de migrantes. A

Dom Paulo Eva-risto Arns fez 90 anos

com a certeza que tinha aos 20: a solidariedade e a busca da justiça e da paz como razão de viver. A morada dele, numa congregação em Taboão da Serra, São Paulo, emana se-renidade. A mesma com que o franciscano enfrentou tiranos e lutou pelos desfavorecidos.

Irmã Devanir de Jesus, ami-ga de convivência diária, conta que ele descansa com a sensação de dever cumprido. “É uma pes-soa iluminada, muito gentil.” O cardeal não dá mais entrevistas, não vai a debates nem a eventos – o que inclui celebrações dos 90 anos, completados em 14 de setembro. “Ele é despojado, tem vida simples e inteligência pri-vilegiada” – conta dom Pedro Stringhini, bispo de Franca.

A infância em Forquilhi-nha (SC) forjou o homem que

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Dom Paulo, 90, simboliza resistência e esperança. Ele transcendeu a Igreja, salvou vidas e mexeu com a história do país no século 20 Por João Peres e Virginia Toledo

guerreiro de batina. ou o cardeal dos trabalhadores

brasil nunca maisEntre 1979 e

1985, um grupo de advogados valeu-se do direito de retirar processos do Supe-rior Tribunal Mili-tar, em Brasília, e montou um quadro da repressão. Seis anos depois, surgia o livro Brasil Nun-ca Mais, com relatos dos mé-todos de tortura, as acusações ilegais e os crimes promovidos pelo regime – informação que, saída de seus arquivos, nunca pôde ser contestada pelos re-

pressores. Dom Paulo, aliás, jamais acreditou na versão de que o jornalista Vladimir Herzog, o Vlado, cometera suicídio na cela em que estava detido, em 1975, no DOI-Codi, outro apare-lho da ditadura. A

missa de sétimo dia de Vlado – ato ecumênico que atraiu milha-res de pessoas à Catedral da Sé – transformou-se em momento simbólico, no início do fim dos anos de chumbo.

sob o viadutoPadre Júlio, da Pastoral

do Povo da Rua, relembra um episódio em que um grupo de moradores de rua estava na iminência de passar mais

ao papa

Em 1980, Waldemar Rossi foi encarregado por dom Paulo de ler ao papa João Paulo II uma carta com denúncias de trabalhadores. O Exército levantou a ficha dele e decretou que “o comunista” não participaria da celebração. Mas dom Paulo o pôs para dentro. Como o papa se atrasara, Rossi leu apenas o primeiro e o último parágrafo. Assim foi adiante a denúncia da morte de Santo Dias e de Raimundo Ferreira Lima – trabalhadores mortos pela re-pressão. Quando 130 mil pessoas bradavam “liberdade!”, o papa precisou da ajuda do cardeal para entender o que se passava.

esperança no sangueCinco dos 13 filhos do

casal Gabriel e Helena se-guiram carreira religiosa. Além de Paulo Evaristo, Zilda Arns, nascida em 1934, tornou-se referência com a Pastoral da Criança

e a luta contra a desnutri-ção infantil e por planeja-mento familiar. Zilda foi vítima do terremoto no Haiti, em janeiro de 2010, onde estava em missão hu-manitária.

quias de São Paulo e no exterior. No 25º dia da prisão, Dom Pau-lo entrou no prédio e foi à sala do delegado. “Vocês torturaram esse homem. Ele não consegue andar direito” – acusou, depois de ver o prisioneiro.

Essa não foi a primeira nem a última vez que ele bateu de frente com o inimigo. Em outu-bro de 1979, dom Paulo foi ao Instituto Médico Legal (IML), onde estava o corpo do operário Santo Dias da Silva, cujo desa-parecimento só não aconteceu porque sua mulher, Ana Dias, entrou à força no carro dos po-liciais que o transportaram – Santo fora baleado nas costas diante de uma fábrica na zona sul paulistana, depois de discu-tir com a PM para que libertasse as pessoas presas por organizar uma greve. “Dom Paulo saiu de casa com os trajes episcopais e chegou dizendo: ‘Abram a por-

ta. É o arcebispo de São Paulo’” – relembra o padre Júlio Lan-celotti. Anos depois, Ana soube que o cardeal encomendara um caixão resistente para que os companheiros transportassem o corpo de Santo pelas ruas de São Paulo.

Quando algum religioso corria riscos, dom Paulo ia ao Vaticano, pois era ouvido aqui e lá fora. Na década de 1970,

bispos da corrente conservadora Tradição, Família e Propriedade (TFP) pediram ao governo que expulsasse dom Pedro Casaldá-liga, bispo espanhol, da Prelazia de São Félix do Araguaia. O cardeal viajou a Roma, e Pau-lo VI mandou o recado: “Me-xer com Pedro é mexer com o papa” – versão confirmada por Casaldáliga.

Depois de 28 anos à frente da Arquidiocese de São Pau-lo, dom Paulo renunciou por questão de idade em 1998, aos 77 anos. Recebeu da Igreja o título de arcebispo emérito e, dos operários, o de cardeal dos trabalhadores. Dom Paulo viveu alguns anos no Jaçanã, Zona Norte, até retirar-se para Taboão da Serra. Ao acordar, lê jornais e faz uma celebração diária aos moradores da co-munidade religiosa onde vive. Depois, apoiado numa ben-

uma noite fria de inverno sob um viaduto. O então prefeito, Paulo Maluf, fechara o abrigo, mas dom Paulo disse que dormi-ria no local enquanto não fosse

reaberto. “Ele foi ao Viaduto do Glicério, onde os morado-res de rua estavam. E aí foi um esparramo. Imagine o arcebis-po embaixo de um viaduto!”

dom Paulo na luta operária

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gala, caminha pelo jardim e segue para o almoço. Ele diz não assistir televisão, mas a carne é fraca diante da paixão: dar uma espia-dela na TV quando joga o Corinthians. Claro, ele não assume e atribui o “vacilo” às freiras – corintianas por obra e graça do próprio.

No começo deste ano, ele foi internado e convocou ao hospital dom Angélico: que-ria uma missa. Ao final da celebração, na cama da Uni-dade de Terapia Intensiva, aproveitou a hora do abraço e sussurrou: “Confiança. Va-mos avante. De esperança em esperança. Na esperan-ça sempre”. Para o cardeal, pode-se desanimar, sofrer, esmorecer, mas desistir ja-mais. “A esperança não é o ópio do povo, mas o motor que modifica o mundo.”

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Profissão

o jardineiro que desde menino vive entre as plantasLuis sofreu muito na vida, mas hoje é feliz com sua profissão

Luis Alberto Costa, de 35 anos, ganha a vida podando, modelando jardins, plantando e replantando árvores, arbus-tos e flores. Ele tem clientes por toda a cidade, os quais visita de bicicleta, carregan-do uma escada e outros ins-trumentos de trabalho. “Faço tudo com muito amor e, por isso, as pessoas elogiam meu trabalho” – conta satisfeito. Menino, ele aprendeu o ofí-cio observando os jardineiros mais velhos que trabalhavam numa mansão em Jaboticabal, cidade em que nasceu.

Sua vida não foi nada fácil. Aos 10 anos, seus pais se sepa-raram. “Eu e nove irmãos fomos cada um para um canto” – diz. Luis chegou a ser posto para adoção e passou por uma casa de recuperação em Batatais, an-tes de ir parar no Rio de Janei-ro, aos 17 anos. Com a dureza da vida na cidade grande, vol-tou a São Paulo e, aos 22 anos, chegou a Bebedouro. Casou-se com Vanessa Bispo dos Santos, com quem tem uma filha, Jéssi-ca Fernanda, de 11 anos.

O jardineiro diz que não ga-nha muito dinheiro, mas “dá

para pagar as despesas da casa e sustentar a família”. No pe-ríodo da seca, o serviço dele dá uma parada. Por isso, ele também limpa terrenos, lava telhados e caixas d’água. Luis começou a recolher o INSS depois que foi criado o plano de contribuição sobre meio sa-lário mínino, o que dá direito a aposentadoria por idade após 15 anos de recolhimento. Ape-sar de se emocionar ao falar de sua vida difícil, Luis se consi-dera uma pessoa feliz. Conta-to – Rua “D”, 1288 – Jardim União – fone: (17) 9111-6978.luis sustenta a família podando jardins

trânsito

Prefeitura prejudica escola e põe alunos em risco

o que diz o dmt

Pais e professores estão preocupados com possíveis acidentesPais de alunos e professo-

res da Escola Espaço Livre estão preocupados com o ris-co de alguma criança ser atro-pelada na saída da aula. Há alguns meses foi estabelecida mão única de direção no re-ferido quarteirão, para que os pais pudessem estacionar seus carros e pegar seus filhos com segurança. Porém, a placa de sinalização foi misteriosamen-te arrancada não se sabe por quem. A partir daí, carretas e caminhões pesados passaram a trafegar por ali, colocando em risco a integridade física de pais e alunos. Uma mãe, que não quis se identificar, disse que seu filho de nove anos quase foi atropelado por um caminhão: “Ficamos mui-to assustados” – disse.

A Prefeitura ainda piorou a situação. Ela afixou placas de mão única de direção no sentido contrário, permitindo que os caminhões, carretas e carros passem por ali livre-mente; colocou placas de proi-bido estacionar dos dois lados da rua, impedindo que os pais parem seus carros para pegar as crianças; e pintou o asfalto

com faixas amarelas contí-nuas nas quatro esquinas do quarteirão, impedindo que os pais parem em frente ao por-tão para embarcar seus filhos. A alternativa que sobra é as crianças transitarem pela mo-vimentada Avenida Variante Hamleto Stamato para ir ao encontro dos pais.

Renata Carvalho, de 31

Segundo o diretor do Departamento Municipal de Tráfego (DMT), Donizete Lodo, o assunto foi passado para o prefeito re-solver. “A escola foi beneficiada com a mudança da sinalização da rua de cima, mas eu não posso fazer tudo que a escola quer, não posso ter duas ruas paralelas com mão de direção no mesmo sentido” – diz Lodo. Mesmo assim, o diretor garante que plane-ja a retirada das placas de proibido estacionar dos dois lados da rua e diminuir as faixas amarelas das esquinas.

anos, é mãe de dois filhos pe-quenos na escola. Para ela a sinalização ficou muito ruim. “É um risco muito grande as crianças transitarem pela ave-nida, onde o trânsito é intenso e a velocidade dos veículos muito alta” – comenta. Fran-cisco Costa, de 36 anos, e Carlos Alberto Correia, de 48, concordam com Renata. “É

um absurdo, até agora eu não entendi o porquê de a Prefeitu-ra ter feito isso” – diz ele. Para Correia “a impressão que dá é que o prefeito quer prejudicar a todos, principalmente a nos-sas crianças. É uma total fal-ta de sensibilidade colocá-las em risco na avenida e permitir o tráfego de caminhões por aqui” – desabafa.

o tráfego na porta da escola: muitas proibiçõesm

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ambulante

futebol

olha o pão de queijo!

Planejamento leva inter a bom resultado na copa Paulista

Silvinho ganha a vida vendendo o famoso quitute

Veterana se classifica para segunda fase em primeiro lugar no grupo, e quer mais

Silvio Delfino, de 41 anos, mais conhecido como Silvi-nho do pão de queijo ganha a vida vendendo pão de queijo nas ruas de Bebedouro. Quem faz os cobiçados pãezinhos é sua mulher, Leomária Gon-çalves Delfino, de 33 anos. Ela levanta todos os dias às quatro e meia da manhã, faz a massa, assa e embala as igua-rias em pacotinhos de oito unidades. Às sete e meia, Sil-vinho sai de casa de bicicleta com a caixa plástica cheia de pães de queijo e pedala pela cidade oferecendo o produto. No final do dia, consegue um

bom resultado: em média são vendidos 70 pacotinhos por dia. Aos domingos Silvinho vende na feira-livre, das sete e meia às 10 horas da manhã.

Pastor evangélico, Sil-vinho mora com a mulher e três filhos nos fundos da igreja onde prega a palavra, no Jardim Talarico. Ainda não comprou casa própria, mas já tem um carro, um Gol 2010. Trabalhou durante 13 anos na Prefeitura, no setor de saúde, e há cinco anos mudou de ramo, passando a vender o quitute produzido pela esposa. Ele diz que se sente bem fazendo o que faz: “Gosto de estar no meio do povo, faço muita amizade e me divirto muito com as pes-soas” – diz Silvinho.

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Rede

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Há muita gente surpresa com o bom desempenho da Associação Atlética Inter-nacional, na Copa Paulista, torneio que conta com a par-ticipação de equipes da Série A-1 do Campeonato Paulista. Mas não a comissão técnica, o gestor e os apoiadores da ve-terana. Eles sabem bem o que estão fazendo e acham normal o bom desempenho. Para o jovem técnico do lobo verme-lho, Leston Júnior, de 32 anos, os resultados do trabalho ini-ciado no final de 2010 surgem agora. “O anúncio oficial de que disputaríamos a A-3 foi feito em novembro de 2010 e o campeonato começou em janeiro de 2011 Faltou tempo para planejarmos e preparar-

mos a equipe, daí o mau resul-tado na A-3” – explica Júnior. O elenco é praticamente o

mesmo e no time titular houve apenas duas alterações de um campeonato para o outro, po-

rém o desempenho é bem di-ferente. A Inter terminou a pri-meira fase da competição em primeiro lugar, com folga, no grupo que teve fortes adversá-rios, como Oeste de Itápolis, Linense e Noroeste de Bauru.

Na segunda fase ficaram quatro grupos de quatro equi-pes cada, onde se classificam os dois mais bem colocados. Depois, haverá quatro times que farão o quadrangular final. O campeão disputará a Copa do Brasil 2012. A Internacio-nal tem como concorrentes o Audax, que tem o Grupo Pão de Açúcar como patrocina-dor, o XV de Novembro de Piracicaba e o Comercial de Ribeirão Preto. Para o treina-dor Leston Júnior o objetivo é

disputar a Copa Paulista para fortalecer o time para a A-3 do ano que vem. “Não espe-ramos nos classificar para a Copa do Brasil, pois há times muito fortes, com folha de pagamento cinco vezes maior que a nossa” – pondera. Ape-sar do bom momento em que o time se encontra, a cidade não tem prestigiado a Internacio-nal, que nasceu em 1906. José Luiz Mazola, 46 anos e Rena-to Custódio, 41 anos, ambos apoiadores da Inter, afirmam que é preciso que os empre-sários locais e os bebedouren-ses em geral participem mais e apoiem a equipe. “Nossa média de público nos jogos é baixa, em torno de 600 pesso-as – diz Custódio.

veterana em campo: sem o apoio da torcida

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foto síntese – greve dos bancários

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Palavras cruzadasPalavras cruzadas

respostas

Palavras cruzadas

sudoku

Horizontal – 1. Lançar-se com ímpeto; Sigla do Amapá 2. Conversa; Letra que, no alfabeto, vem após o esse 3. Célula reprodutora feminina das aves; Hotel para encontros amorosos 4. Natural da Síria 5. Forma sincopada de está; Sigla do Amazonas; Contração antiga da preposição de com o artigo El 6. Rezo; Cultivar; Sigla do Partido dos Trabalhadores 7. Abertura ou sulco num terreno, natural ou artificial, para conduzir água; Amarrar 8. Imposto sobre Produtos Industrializados; Quem dá guarida a político 9. Privado da visão 10. Grito de incentivo dos torcedores, em arenas de touradas e estádios de futebol; Sinal gráfico que se coloca sobre o i e sobre o j 11. País localizado no chifre da África; Provedor brasileiro da internet.

vertical – 1. Que provém dos apóstolos 2. Conserva de ovas de esturjão; Filamento que nasce em certas partes da pele do corpo do homem 3. Odor; Começo, princípio 4. (voc. onom.) Voz da cabra; Seguia 5. Órgão responsável por parte da digestão dos alimentos 6. (Abrev.) Tomada de tempo; Sigla de Rondônia 7. Pequena igreja, capela; Utensílio usado em trabalhos agrícolas8. Nome artístico do músico português João Maria Centeno Gorjão Jorge; Prenome do grande parceiro de Roberto Carlos 9. Que tem esta ou aquela qualidade; Variação do pronome pessoal tu, regida de preposição; Despido 10. Preposição que indica a distância limite; Céu da boca 11. Pessoa pobre ou mal trajada, mas pretensiosa; Terminação característica dos álcoois.

As mensagens podem ser enviadas para [email protected] ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

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Palavras cruzadas

ACOMETERAPPALESRATEOVOTMOTELSIRIOIATAAMDELNOROARARPTLREGOAARIPIOSIACGOA

LEAPONOAOMALIAOL