Jornal O Ponto - novembro de 2009

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Distribuição gratuita Jornal Laboratório do Curso de Comunicação Social Ano 10 | Número 76 | 30 de novembro de 2009 | Belo Horizonte / MG O fruto da terra Política Esportiva Lei Pelé: discórdias no futebol Jogadores, clubes e empresários debatem mudanças sofridas no esporte após a implantação da lei que regulamenta a extinção do passe no país. Nesse jogo, os craques ficam divididos entre as opiniões dos empresários e dirigentes. Comunidade de assentados em Brumadinho mostra que trabalho e boa vontade podem garantir uma vida digna no campo, embora as famílias ainda enfrentem o preconceito dos vizinhos. O desconhecimento da realidade desse grupo gera, muitas vezes, hostilidade e conflitos e quem mais sofre, segundo depoimentos dos trabalhadores, são as crianças e adolescentes em idade escolar que frequentam as escolas convencionais. Páginas 16 e 17 Esporte Já ouviu falar de Rugby? A fama de jogo violento e perigoso está ficando para trás e o esporte vem ganhando popularidade mundial. O jogo, que alivia o stress, pode ser praticado em Minas Gerais, além de Belo Horizonte, em Varginha, Nova Lima, Viçosa, Uberlândia, Valadares e Nova Era. Cidade Os que vão morrer aos que já morreram Mais que um ritual religioso, a celebração do Dia de Finados simboliza o amor à pessoa que se foi. É dia de prestar homenagens à sua memória, à história que se viveu junto. Dia de expressar fé diante do mistério da morte. Enfeitar jazigos e túmulos com flores, limpá-los, dedicar a eles velas e preces. A visita ao cemitério é um ritual cercado pelo silêncio, em respeito ao descanso daqueles que partiram. Páginas 10 e 11 Turismo Voos de férias preocupam pais Todos os anos, milhares de jovens sonham com uma viagem ao exterior ao completarem quinze anos. Mas, esse sonho muitas vezes tira o sono de seus pais. Para levar um menor ao exterior, vários documentos são exigidos e os pais preocupam-se muito. O temor aumentou após a morte da estudante, Jacqueline Ruas, 15, quando voltava da Disney. Páginas 08 e 09 Comportamento Legalize já? Manifestações organizadas em todo o país, denominadas Marcha da Maconha, atualizam o debate sobre a legalização do uso da droga. Páginas 12 e 13 Páginas 03 Cidade Cobrança por vagas nas ruas Flanelinhas intimidam motoristas nas ruas do centro de Belo Horizonte vendendo vagas. Amedrontados, os condutores pagam para estacionar em vias públicas para evitar que seus carros sejam arranhados, pneus furados entre outros danos. Mas, muitos flanelinhas têm a confiança dos motoristas e os mesmos deixam até as chaves de seus veículos. Páginas 06 e 07 Foto: Roberta Andrade 7º G Foto: Emílio Fonseca 4º G Comportamento Rede social Twitter extrapola sua função de contar sobre o cotidiano e passa a ser usado como importante ferramenta de informação. Páginas 14 e 15 Página 04 e 05

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Jornal laboratório do curso de Jornalismo da Universidade Fumec - Belo Horizonte - MG

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Distribuiccedilatildeo gratuita

Jornal Laboratoacuterio do Curso de Comunicaccedilatildeo SocialAno 10 | Nuacutemero 76 | 30 de novembro de 2009 | Belo Horizonte MG

O fruto da terra

Poliacutetica EsportivaLei Peleacute discoacuterdias no futebolJogadores clubes e empresaacuterios debatem mudanccedilas sofridas no esporte apoacutes a implantaccedilatildeo da lei que regulamenta a extinccedilatildeo do passe no paiacutes Nesse jogo os craques fi cam divididos entre as opiniotildees dos empresaacuterios e dirigentes

Comunidade de assentados em Brumadinho mostra que trabalho e boa vontade podem garantir uma vida digna no campo embora as famiacutelias ainda enfrentem o preconceito dos vizinhos O desconhecimento da realidade desse grupo gera muitas vezes hostilidade e confl itos e quem mais sofre segundo depoimentos dos trabalhadores satildeo as crianccedilas e adolescentes em idade escolar que frequentam as escolas convencionais

Paacuteginas 16 e 17

EsporteJaacute ouviu falar de RugbyA fama de jogo violento e perigoso estaacute fi cando para traacutes e o esporte vem ganhando popularidade mundial O jogo que alivia o stress pode ser praticado em Minas Gerais aleacutem de Belo Horizonte em Varginha Nova Lima Viccedilosa Uberlacircndia Valadares e Nova Era

CidadeOs que vatildeo morrer aos que jaacute morreramMais que um ritual religioso a celebraccedilatildeo do Dia de Finados simboliza o amor agrave pessoa que se foi Eacute dia de prestar homenagens agrave sua memoacuteria agrave histoacuteria que se viveu junto Dia de expressar feacute diante do misteacuterio da morte Enfeitar jazigos e tuacutemulos com fl ores limpaacute-los dedicar a eles velas e preces A visita ao cemiteacuterio eacute um ritual cercado pelo silecircncio em respeito ao descanso daqueles que partiram

Paacuteginas 10 e 11

TurismoVoos de feacuterias preocupam paisTodos os anos milhares de jovens sonham com uma viagem ao exterior ao completarem quinze anos Mas esse sonho muitas vezes tira o sono de seus pais Para levar um menor ao exterior vaacuterios documentos satildeo exigidos e os pais preocupam-se muito O temor aumentou apoacutes a morte da estudante Jacqueline Ruas 15 quando voltava da Disney

Paacuteginas 08 e 09

ComportamentoLegalize jaacuteManifestaccedilotildees organizadas em todo o paiacutes denominadas Marcha da Maconha atualizam o debate sobre a legalizaccedilatildeo do uso da droga

Paacuteginas 12 e 13

Paacuteginas 03

CidadeCobranccedila por vagas nas ruas Flanelinhas intimidam motoristas nas ruas do centro de Belo Horizonte vendendo vagas Amedrontados os condutores pagam para estacionar em vias puacuteblicas para evitar que seus carros sejam arranhados pneus furados entre outros danos Mas muitos fl anelinhas tecircm a confi anccedila dos motoristas e os mesmos deixam ateacute as chaves de seus veiacuteculos

Paacuteginas 06 e 07

Foto Roberta Andrade 7ordm G

Foto Emiacutelio Fonseca 4ordm G

ComportamentoRede socialTwitter extrapola sua funccedilatildeo de contar sobre o cotidiano e passa a ser usado como importante ferramenta de informaccedilatildeo

Paacuteginas 14 e 15

Paacutegina 04 e 05

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O Ponto

02 bull Opiniatildeo

Os artigos publicados nesta paacutegina natildeo expressam necessariamente a opiniatildeo do jornal e visam refletir as diversas tendecircncias do pensamento

o pontoCoordenaccedilatildeo EditorialProf Aureacutelio Joseacute (Jornalismo Impresso)

Professores orientadoresProfordf Dunya Azevedo (Planejamento Graacutefico)Profordf Beatriz de Resende Dantas (Fotografia)Prof Reinaldo Maximiano Pereira (Produccedilatildeo e revisatildeo de texto)

Monitoras do Jornalismo ImpressoAmanda Lelis e Juliana Pizarro

Monitora da Redaccedilatildeo ModeloBaacuterbara Rodrigues

Projeto GraacuteficoDunya Azevedo Professora OrientadoraPedro Rocha Aluno voluntaacuterioRoberta Andrade Aluna voluntaacuteria

LogotipoGiovanni Batista Correcirca

Universidade Fumec Rua Cobre 200 Cruzeiro Belo Horizonte Minas GeraisTel 3228-3127 e-mail opontofchfumecbr

Presidente do Conselho CuradorProf Air Rabello Filho

Reitor da Universidade FumecProf Antocircnio Tomeacute Loures

Diretora GeralProfordf Thaiumls Estevanato

Diretor de EnsinoProf Joatildeo Batista de Mendonccedila Filho

Diretor Administrativo e FinanceiroProf Antocircnio Marcos Nohmi

Coordenador do Curso de Comunicaccedilatildeo SocialProf Seacutergio Arreguy

Monitores da Produccedilatildeo GraacuteficaJoatildeo Paulo Borges e Guilherme de Andrade Meira

Monitores do Laboratoacuterio de Publicidade e PropagandaLorena Emiacutedio de Mendonccedila e Marina Magalhatildees Barbosa

Colaboradores voluntaacuteriosClaudia Lapouble Pedro Henrique Leone Rocha e Roberta Andrade

Tiragem desta ediccedilatildeo 3000 exemplares

Jornal Laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo Socialda Faculdade de Ciecircncias Humanas Fumec

Editor e diagramador da paacutegina Equipe O Ponto

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Feliz foi o autor Richard Jakubaszko em seu artigo ldquoA miacutedia e o CO2 ndash Toda unanimidade eacute burrardquo publicado no site Observatoacuterio da Imprensa Toda unanimidade eacute burra principalmente quando se trata de um assunto cujos consensos satildeo poucos Apesar de a miacutedia divulgar de forma maciccedila que o aumento da emissatildeo de gaacutes car-bocircnico eacute o grande responsaacutevel pelas mudanccedilas climaacuteti-cas ndash que supostamente iria aquecer a temperatura de todo o planeta tornando-o inabitaacutevel ndash o meio cientiacute-fi co diverge e muito nas opiniotildees sobre o tema Embora este seja o ponto de vista mais conhecido por noacutes leigos tendo sido abordado no famoso documentaacuterio ldquoUma Verdade Inconvenienterdquo do ex-candidato agrave presidecircncia dos Estados Unidos Al Gore existem inuacutemeras teorias diferentes (a maioria muito bem fundamentada) sobre o futuro da Terra

Tamanhas satildeo as contradiccedilotildees que haacute cientistas que afi rmam exatamente o contraacuterio que o planeta segue para uma nova era glacial Este eacute o caso do pesquisador Carlos Molion poacutes-doutor em mete-orologia formado na Inglaterra e nos Estados Uni-dos membro do Instituto de Estudos Avanccedilados de Berlim e representante da Ameacuterica Latina na Organizaccedilatildeo Meteoroloacutegica Mundial O pesqui-sador defende a ideia do esfriamento da Terra devido agraves mudanccedilas na temperatura das corren-tes mariacutetimas do Oceano Paciacutefi co onde as aacuteguas dos polos deveratildeo esquentar provocando o der-retimento das geleiras e esfriar nas regiotildees Tropi-cais Dessa forma a mudanccedila no clima natildeo seria consequecircncia da accedilatildeo humana sobre o planeta nem mesmo o gaacutes carbocircnico o grande vilatildeo da humanidade Para Molion a tese do aquecimento global natildeo passa de um ldquoterrorismo climaacutetico () dos paiacuteses ricos para frear o desenvolvimento dos emergentesrdquo

Outro pesquisador o zooacutelogo alematildeo Joseph Reichholf propotildee a tese de que a preocupaccedilatildeo com as mudanccedilas climaacuteticas natildeo faz sentido pois a pobreza e a fome no mundo satildeo pro-blemas muito mais graves e urgentes Rei-chholf tambeacutem questiona ateacute que ponto o aumento das temperaturas do planeta seratildeo negativas jaacute que ldquoneste inverno a chuva aumentou no Deserto da Namiacutebia Algumas dunas fi caram verdes Nos uacuteltimos dez anos o Saara estaacute encolhendo () A Caatinga brasileira fi cou mais seca nas eras de clima frio O aquecimento global pode aumentar as chuvas na regiatildeordquo Para o pes-quisador ainda existem muitas questotildees em aberto pois segundo ele a elevaccedilatildeo das temperaturas nos polos pode signifi car o crescimento de vegetaccedilatildeo ndash o que seria beneacute-fi co para o nosso ecossistema ndash e tambeacutem a quantidade de carbono emitida em tempos remotos eacute muito difiacutecil de ser medida precisamente a ponto de afi rmar que hoje ela seja a responsaacutevel pelas alteraccedilotildees no clima

Embora a humanidade tenha chegado a um altiacutessimo niacutevel de evoluccedilatildeo cientiacutefi ca e tecnoloacutegica nos encontra-

mos diante de uma questatildeo que talvez ainda natildeo tenha-mos as respostas corretas Se nos meios especializados as contradiccedilotildees e duacutevidas satildeo enormes para os leigos torna-se ainda mais difiacutecil tomar uma posiccedilatildeo a respeito do assunto e principalmente defi nir quais as atitudes corretas de preservaccedilatildeo do meio ambiente De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto de Estudos da Religiatildeo (ISER) sobre a visatildeo das lideranccedilas brasilei-ras em relaccedilatildeo agraves mudanccedilas climaacuteticas a sociedade civil eacute um dos setores que se mostram mais disponiacuteveis em preservar o meio ambiente mesmo sem possuir conhe-cimentos aprofundados do tema

Entretanto ateacute que ponto somente accedilotildees individu-ais fazem surtir efeito Nos uacuteltimos tempos apesar de o governo brasileiro estar tentando se fi rmar como uma lideranccedila mundial frente aos assuntos ambientais o que se vecirc eacute muito discurso e pouca accedilatildeo Essa mesma pes-

quisa realizada pelo ISER mostra a morosidade do governo em tomar decisotildees sobre uma legisla-ccedilatildeo ambiental e o medo da perda de produtivi-dade do paiacutes ao mesmo tempo que comprova serem os parlamentares os que menos possuem conhecimento sobre mudanccedilas climaacuteticas

O que se vecirc eacute um enorme pragmatismo em que cada esfera da sociedade transfere a res-ponsabilidade para outra e por fi m todos fi cam de braccedilos cruzados sem que nada seja feito Na duacutevida a respeito de qual teoria eacute verdadeira sem pensar muito de quem eacute a culpa ou a obri-gaccedilatildeo de agir creio que a melhor opccedilatildeo seja o empenho de todos neste momento que eacute novo e quem sabe defi nitivo para o futuro do pla-neta ndash tanto em relaccedilatildeo agraves questotildees ambientais quanto econocircmicas e sociais

Eacute claro que como jornalista natildeo poderia deixar de cobrar maior comprometimento da categoria que apesar de desempenhar o papel de formadora de opiniatildeo primeiro necessita

se informar melhor ndash pela pesquisa do ISER foi observado que a miacutedia natildeo estaacute entre

os setores com maiores conhecimen-tos sobre mudanccedilas do clima Mais que conhecimento o jornalismo precisa ado-tar um posicionamento de cobranccedila e de

questionamento Em relaccedilatildeo ao assunto uma das contradiccedilotildees mais expliacutecitas do

governo brasileiro corresponde a um dos temas mais presentes nas agendas dos jornais a

exploraccedilatildeo do petroacuteleo encontrado na camada de preacute-sal na costa do paiacutes Mas qual deve ser o posicionamento do governo que tanto fala em combustiacuteveis limpos mas deseja extrair tamanha quantidade de petroacuteleo

Como vemos haacute muitas duacutevidas e contradiccedilotildees Sendo assim qualquer ldquounanimidade eacute burrardquo Entretanto antes de tudo existe a certeza de que o mais importante eacute a consciecircncia de todos para cuidar do nosso planeta e principalmente ter vontade de promover as mudanccedilas que se fazem necessaacuterias

Mudanccedilas climaacuteticas falta de consenso e lideranccedila

ErramosAo contraacuterio do que foi publicado na uacuteltima ediccedilatildeo

de O Ponto a reportagem ldquoPerigo em alta velocidaderdquo em 2005 os R$130 milhotildees disponibilizados pelo governo foram utilizados em obras emergenciais de reforma da BR-381 Mas hoje quatro anos depois das obras a rodovia jaacute daacute sinais de maacute conservaccedilatildeo aleacutem de a reforma de sete pontes ainda natildeo terem sido fi na-lizadas devido ao embargo do Tribunal de Contas da Uniatildeo (TCU) que constatou superfaturamento Por-tanto o embargo refere-se agrave reforma das pontes e natildeo agrave duplicaccedilatildeo da Fernatildeo Dias

o caso do doutor em mete-nos Estados Uni-udos Avanccedilados

eacuterica Latina na ial O pesqui-ento da Terra

a das corren-nde as aacuteguas cando o der-

giotildees Tropi-ma natildeo seria

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Nas uacuteltimas semanas acompanhamos alguns exem-plos de intoleracircncia em fatos divulgados pela miacutedia Um dos mais polecircmicos envolveu uma estudante da Univer-sidade Bandeirante (Uniban) em Satildeo Bernardo no ABC paulista A universitaacuteria Geysi Arruda no dia 22 de outu-bro usou um vestido curto e justinho deixando agrave mos-tra o par de coxas Foi humilhada xingada escorraccedilada por uma multidatildeo ensandecida e intolerante enquanto era retirada da faculdade escoltada por policiais

A intoleracircncia se confi gura todas as vezes que falta habilidade ou vontade em se respeitar diferenccedilas sejam elas quanto agrave opiniatildeo crenccedila ou atitude O caso da

Uniban expotildee a intoleracircncia de universitaacuterios mas ao mesmo tempo faz-nos refl etir sobre outras situaccedilotildees em que testamos nossas proacuteprias intoleracircncias

Nesta ediccedilatildeo de O Ponto aleacutem do caso de Geysi temos reportagem que retrata a intoleracircncia ndash baseada no preconceito ndash que gera discriminaccedilatildeo aos morado-res do assentamento Pastorinhas em Brumadinho na regiatildeo metropolitana Outra mateacuteria traz agrave tona a intole-racircncia dos fl anelinhas que intimidam os motoristas no tracircnsito de Belo Horizonte E ainda a discussatildeo sobre a legalizaccedilatildeo da maconha que tambeacutem potildee em xeque a intoleracircncia de muitos contraacuterios agrave liberaccedilatildeo da droga

Podemos ser tolerantes e ainda assim discordar pacifi camente de algo ou de alguma ideia A intensidade da emoccedilatildeo eacute que iraacute determinar a diferenccedila entre a into-leracircncia e a discordacircncia respeitosa Quando a emoccedilatildeo foge ao controle pode levar a accedilotildees discriminatoacuterias ou ao racismo agrave homofobia entre outras

Se por um lado o caso da estudante Geysi Arruda trouxe ao debate puacuteblico o que fazer com a intoleracircncia dos outros por outro trouxe tambeacutem o alerta para cada um eacute preciso retirar o veacuteu que cobre os proacuteprios olhos e cega para enxergar as intoleracircncias que praticamos no nosso cotidiano

EditorialA intoleracircncia que cega

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O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Michelle Cristina - 6ordm periacuteodo Cidades bull 03

BAacuteRBARA GUIMARAtildeES

MICHELLE CRISTINA

5ordm E 6ordm PERIacuteODOS

Ser abordado pelos chamados ldquofl a-nelinhasrdquo ao estacionar o carro nas ruas do hipercentro da capital se tornou uma situaccedilatildeo pragmaacutetica Perto de bares casas de show escolas e padarias a accedilatildeo dos lavadores e guardadores de carros se faz com mais frequumlecircncia intimidando os motoristas que se sentem na obrigaccedilatildeo de pagar para estacionar seus carros em vias puacuteblicas ldquoTenho medo de natildeo pagar e ser prejudicada depois jaacute que alguns fl anelinhas arranham e amassam nos-sos carros quando natildeo aceitamos pagar a quantia que pedemrdquo afi rmou a motorista Eacuterika Magalhatildees e Silva de 20 anos

Segundo a advogada Liacutelian Franco de Paula existe uma lei de nuacutemero 624275 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profi s-satildeo de ldquoguardador e lavador autocircnomo de veiacuteculos automotoresrdquo poreacutem essa lei natildeo fora regulamentada em todas as regiotildees do paiacutes e pelas autoridades do estado o que faz com que ela exista em alguns locais apenas na teoria

De acordo com dados da Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Belo Hori-zonte regional Centro-Sul satildeo hoje 1484 lavadores e guardadores de car-ros credenciados nesta regional Para se cadastrar o profi ssional precisa ser regis-trado na Delegacia Regional do Trabalho que direciona cada indiviacuteduo para um ponto de trabalho que seraacute fi xo estabe-lecido juntamente com a prefeitura

Regularmente a PBH faz reuniotildees e trabalhos sociais junto a esses profi s-sionais para orientaacute-los e qualifi caacute-los Aleacutem disso anualmente todos devem comparecer a sua regional para renovar a licenccedila que daacute o direito de trabalhar nas ruas isso eacute feito olhando tambeacutem o seu bom antecedente Os indiviacuteduos que natildeo usam colete da Prefeitura e natildeo estatildeo registrados trabalham ilegalmente cabendo agrave Poliacutecia Militar fi scalizaacute-los e notifi caacute-los

O dever desse profi ssional eacute combinar

antecipadamente com os motoristas um

valor que seraacute cobrado pelo serviccedilo pres-

tado Lembrando que combinar eacute o ato

consensual entre ambas as partes e natildeo

a imposiccedilatildeo do preccedilo que seraacute cobrado

ao motorista Em caso de extorsatildeo ou

seja a obtenccedilatildeo de algo pela forccedila exac-

ccedilatildeo violenta de contribuiccedilotildees forccediladas

o condutor deveraacute acionar a poliacutecia e

fazer um boletim de ocorrecircncia Apoacutes

isso a parte lesionada deve ligar para a

central de atendimento e reclamaccedilotildees da

PBH no nuacutemero 156 e delatar o ocorrido

com as devidas provas Se for compro-

vado o crime o profi ssional pode ter sua

licenccedila cassada pela prefeitura e ainda

ser levado para a delegacia para prestar

esclarecimentos

Qualquer indiviacuteduo que praticar a pro-fi ssatildeo de guardador e lavador de carros sem ter o registro na Delegacia Regional do Trabalho determinado pelo decreto-lei nordm 624275 estaraacute praticando o crime de contravenccedilatildeo penal proposto no Art 47 do decreto-lei nordm 368841 que diz ldquoExercer profi ssatildeo ou atividade econocirc-mica ou anunciar que a exerce sem pre-encher as condiccedilotildees a que por lei estaacute subordinado o seu exerciacuteciordquo poderaacute obter pena simples de ateacute trecircs meses de prisatildeo ou multa

O Deputado Antocircnio Carlos Bis-caia (PT-RJ) autor do projeto de lei nordm 450108 pretende acrescentar ao Coacutedigo Penal Brasileiro o artigo 160-A que prevecirc detenccedilatildeo de um a trecircs anos e multa agravequele que cobrar para vigiar veiacuteculos estacionados em vias puacuteblicas O artigo tem a seguinte redaccedilatildeo que torna o ato um crime ldquoSolicitar ou exigir para si ou para terceiro a qualquer tiacutetulo dinheiro ou qualquer vantagem sem autoriza-ccedilatildeo legal ou regulamentar a pretexto de explorar a permissatildeo de estaciona-mento de veiacuteculo alheio em via puacuteblicardquo Segundo a Assessoria de Imprensa do deputado esse projeto ainda seraacute ana-lisado pelas comissotildees de Seguranccedila Puacuteblica e de Constituiccedilatildeo e Justiccedila antes de ir a Plenaacuterio

Confi anccedila Apesar de todos os problemas causa-

dos por essa situaccedilatildeo de desordem e da difi culdade de fi scalizaccedilatildeo e cadastra-mento de todos os guardadores e lavado-res de carros que trabalham diariamente nas ruas ainda haacute gente que reconheccedila e ateacute se familiarize com esses profi ssio-nais criando uma relaccedilatildeo de amizade e confi anccedila Eacute como no caso da estudante de Economia Amanda Diniz Malheiros que se sente confortaacutevel com a presenccedila deles ldquoEu acho oacutetimo economizo no pagamento de estacionamentos e ainda saio com o carro limpo Jaacute sou amiga de todos que fi cam nas redondezas da uni-versidade e dou a gorjeta com gosto Natildeo me incomoda em nadardquo contou Amanda que disse natildeo saber sobre a lei que dis-potildee sobre a profi ssatildeo

Existem fl anelinhas cadastrados pela prefeitura (que nesse caso podem ser denunciados por mau comportamento) mas na sua maioria os que abusam da lei e aproveitam dos motoristas satildeo os indiviacuteduos que natildeo possuem cadastro e estatildeo atuando nas regiotildees de maior concentraccedilatildeo de carros e de escassez de vagas puacuteblicas Grande parte deles cobra mensalidade para a garantia de uma vaga outros vendem o faixa azul por um preccedilo muito alto Alguns fi cam com as chaves do carro e manobram livre-mente sem ao menos possuir a Carteira Nacional de Habilitaccedilatildeo (CNH) Esses e tantos outros absurdos satildeo considerados crimes penais mas os fl anelinhas natildeo cadastrados sempre saem impunes pois muitas pessoas desconhecem a lei e seus direitos

Intimidados por fl anelinhasGuardadores e lavadores de carros intimidam motoristas e abusam da lei ldquovendendordquo vagas puacuteblicas

A cliente acompanha o fl anelinha que fi cou responsaacutevel pelo seu carro em rua disputada por vagas no bairro Santa Efi gecircnia

O fl anelinha faz a ldquogentilezardquo de abrir a porta para a cliente

que deixa assim como outros motoristas suas chaves do carro com o homem que poderaacute manobrar os veiacuteculos livremente

Fotos Michelle Cristina - 6ordmG

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O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

04 bull Cidades Editor e diagramador da paacutegina Equipe O Ponto

Problemas de infra-estrutura um dos assentados em seu barracatildeo feito de lona e pau a pique faltam luz e aacutegua encanada

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EMIacuteLIO FONSECAFREDERICO DUTRA

RAFAELA GAMA

4ordm E 8ordm PERIacuteODOS

A 52 quilocircmetros de Belo Horizonte situa-se uma comu-nidade de agricultores que aleacutem de produzir para a sub-sistecircncia tambeacutem comercializa seus produtos nas feiras em coleacutegios da zona sul da capital Os clientes geralmente pais de alunos fazem as encomendas e na outra semana recebem as cestas com os produtos Entre estes alface de todos os tipos espinafre broacutecolis tomate E o melhor o cultivo eacute feito sem agrotoacutexicos

Localizado em Brumadi-nho na Regiatildeo Metropolitana o assentamento que foi fundado em 2006 sob supervisatildeo do Incra foi batizado de ldquoPastori-nhasrdquo O nome eacute uma homena-gem agraves mulheres que no iniacutecio da ocupaccedilatildeo participaram da luta de 120 famiacutelias para con-quistar o direito de produzir e futuramente adquirir um pedaccedilo desse chatildeo Como pas-tores elas cuidaram e cuidam de seu rebanho (maridos e fi lhos)

No iniacutecio da ocupaccedilatildeo as famiacutelias sofreram com a agres-sividade de militacircncias leis que natildeo benefi ciavam a ocupaccedilatildeo de terras falta de conhecimento e ateacute mesmo de suporte psicoloacute-gico Noites em claro muitas reu-niotildees aleacutem da falta de condiccedilotildees de vida (alimentaccedilatildeo moradia etc) natildeo foram motivos para que o grupo desistisse da ocupaccedilatildeo ldquoO instinto pela terra eacute muito maiorrdquo explica Valeacuteria Silva

moradora desde o iniacutecio da ocupaccedilatildeo e assenta-mento das famiacutelias

Embora as conquistas sejam signifi cativas ape-nas vinte famiacutelias ainda permanecem na aacuterea de 15644 hectares Atual-mente eles enfrentam inuacutemeras difi culdades como por exemplo o preconceito Neste caso nem as crianccedilas escapam Meninos e meninas em idade escolar soacute consegui-ram um ocircnibus para levaacute-los agrave Escola Estadual Paulo Neto Alckmin haacute um ano apoacutes muita insistecircncia e vaacuterias reuniotildees com autoridades locais

Antes independentemente do calor frio ou chuva as matildees tinham que dar um jeito de levar os fi lhos agrave escola Aline de Paula Lobato conta que os motoristas de ocircnibus natildeo queriam ir buscar as crianccedilas pelo simples fato de elas morarem em um assenta-mento ldquoMuitas vezes tive que carregar minha fi lha na eacutepoca com 4 anos por terrenos uacutemi-dos e irregulares ateacute chegar ao transporte puacuteblico (devida-mente pago com recursos proacute-prios)rdquo afi rma

Resolvido o problema do transporte a queixa agora eacute que os jovens do assentamento sempre satildeo os primeiros a ser apanhados pela conduccedilatildeo ndash fi cam na porta da escola ainda fechada esperando a abertura dos portotildees ndash e os uacuteltimos a ser levados de volta para a casa

Os moradores do local ainda satildeo rotulados de lsquosem-terrarsquo e sofrem na pele o preconceito da sociedade Ao todo o assenta-

mento abriga trinta e dois jovens de 0 a 17 anos Satildeo eles os que mais sofrem De acordo com as matildees Valeacuteria Silva Carneiro Selma Aparecida da Silva e Aline de Paula Lobato os assentados satildeo muito discriminados na escola Eles satildeo criticados e tratados com hostilidade pelos colegas

A assentada Aline de Paula Lobato afi rma que sua fi lha Iara de 13 anos jaacute chegou a ouvir de colegas insultos como ldquosua famiacutelia eacute aquele povo que entra rouba destroacutei o que tem laacute den-tro e mata ateacute o dono da fazenda se for precisordquo

Para a assentada Valeacuteria Silva a concepccedilatildeo que a sociedade tem de um lutador da reforma agraacuteria eacute horriacutevel ldquoVocecirc eacute como um bandido que todo mundo tem medo todo mundo tem medo dos fi lhos da genterdquo diz Mas para ela na verdade eles formam ldquoum grupo de pessoas buscando terra para trabalharrdquo

Segundo Valeacuteria Silva os cole-gas perguntam agraves suas fi lhas se tecircm Internet televisatildeo e se veratildeo o uacuteltimo capiacutetulo da novela A resposta negativa torna impos-siacutevel sua interaccedilatildeo com o grupo Valeacuteria em tom de desabafo considera que isso acontece por-que ldquovivemos em uma sociedade em que vocecirc vale pelo que vocecirc tem natildeo pelo que vocecirc eacute Natildeo eacute seu caraacuteter natildeo eacute sua postura Eacute

o tecircnis que vocecirc calccedila o celular que vocecirc levardquo

Essa dupla realidade estaacute tambeacutem dentro da casa da assentada Ela tem duas fi lhas Ana Clara a mais nova tem 9 anos e foi para o assentamento quando

bebecirc entatildeo natildeo conhece outra realidade senatildeo a atual A vida dela eacute ali Nunca teve geladeira televisatildeo e sabe o que eacute fi car no escuro Jaacute a outra fi lha Maria Alice 13 anos sentiu o choque quando foi da cidade onde estu-dava em escola particular para o assentamento A matildee conta que ateacute o horaacuterio que a fi lha sai de casa para ir agrave escola estaacute tudo bem No entanto ela volta de laacute irritada arrasada e agres-siva Valeacuteria disse que jaacute chegou a ouvir da fi lha ldquovocecirc veio por opccedilatildeo eu vim por imposiccedilatildeo Vocecirc me trouxerdquo

Segundo a assentada a ado-lescente que cursa a 7ordf seacuterie do ensino fundamental debate principalmente com os pro-fessores de geografi a sobre temas que envolvem a terra As opiniotildees divergentes apa-recem durante as aulas devido agrave diferenccedila entre a teoria e a realidade vivida diariamente pela aluna Para Valeacuteria Silva a formaccedilatildeo dos professores da rede puacuteblica natildeo eacute satisfatoacuteria tanto que a fi lha jaacute chegou a ser suspensa por causa de opiniotildees divergentes que apresentou em uma das aulas ldquoEla quer saber mais do que eurdquo teria justifi cado a professora quando Valeacuteria foi agrave escola reclamar da suspensatildeo

O natildeo conhecimento da rea-

lidade alheia gera na maioria das vezes hostilidade e confl i-tos entre os diferentes grupos de estudantes e podem resul-tar em preconceito Eacute esse tipo de relaccedilatildeo que as crianccedilas do assentamento Pastorinhas estatildeo sujeitas por frequumlentar escolas convencionais A natildeo aceitaccedilatildeo se deve muitas vezes ao fato de essas crianccedilas e adolescentes possuiacuterem ideias diferentes das outras crianccedilas do mesmo meio

No entanto a diretora da Escola Estadual Paulo Neto Alk-mim Mercecircs Maria Moreira garante que o preconceito natildeo existe dentro dos limites da escola Mercecircs diretora da escola desde 2007 confessa que a intoleracircncia por parte da socie-dade existe mas os alunos nem sequer sabem que haacute fi lhos de assentados na escola

A formaccedilatildeo das crianccedilas e jovens de Pastorinhas conta com a participaccedilatildeo frequumlente nas decisotildees tomadas no assen-tamento Desde cedo eles com-parecem a todas as reuniotildees ldquoNa maioria das vezes datildeo ideacuteias muito melhores que as nossasrdquo revela Valeacuteria Silva Isso desenvolve nos jovens desde cedo a capacidade de aceitar as diferenccedilas e tomar atitudes Aleacutem disso fortalece o contato com a terra que afi nal seraacute deles um dia ldquoOs meninos par-ticiparam de todo o processo de luta pela terra Valeacuteria conta que no processo de ocupaccedilatildeo na frente fi cam aqueles que vatildeo resistir Atraacutes estatildeo os mais velhos cuidando das crianccedilas ldquoQuem tombar primeiro corre e salva os meninosrdquo

Falta tudo sobra preconceitoAleacutem da dura lida cotidiana na lavoura das difi culdades fi nanceiras e de falta de infra-estrutura moradores de assentamento em Brumadinho na Grande BH lutam contra a discriminaccedilatildeo

ldquoVivemos em uma sociedade em que vocecirc vale pelo que tem natildeo

pelo que vocecirc eacute rdquoValeacuteria Silva assentada de Pastorinnhas

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O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Cidades bull 05Editor e diagramador da paacutegina Equipe O Ponto

ANTOcircNIO MARCELO PROFESSOR E COORDENADOR DO LABORATOacuteRIO DE RAacuteDIO

Conhecer a comunidade das Pastorinhas juntamente com meus alunos monitores foi uma experiecircncia forte marcante e inquietante Sabia que iriacuteamos encontrar coi-sas positivas e negativas mas natildeo esperava sentir tanta emoccedilatildeo Foram oito horas de entrevista duas horas de gravaccedilatildeo em aacuteudio mais de cento e vinte fotos e muito aprendizado Ver uma produccedilatildeo organizada por um grupo de mais de cem pessoas em comum acordo com reuniotildees semanais para avaliaccedilatildeo dos problemas e acer-tos eacute muito importante

Ao ver os campos plantados as lagoas com peixes e o aviaacuterio com todos os tipos de galinha daacute pra sentir que valeu a pena o esforccedilo e luta dessa gente Viver sem aacutegua encanada sem esgoto sem luz e sem apoio de ningueacutem principalmente do seu entorno eacute um desafi o diaacuterio prin-cipalmente para os jovens que satildeo excluiacutedos da sociedade local ldquoSem televisatildeo e internet somos considerados mar-ginaisrdquo afi rmam Mesmo com todas as difi culdades eles conseguem rir e acreditar num Brasil melhor no futuro de uma naccedilatildeo que busca a igualdade e melhores condiccedilotildees para todos

No fi nal num restaurante agrave beira da estrada eu e os alunos tentamos entender tudo que vimos e ouvimos Um longo trabalho uma grande experiecircncia para todosUm deles pergunta o que podemos fazer por eles Since-ramente natildeo sei Mas vale lembrar algumas falas das Pas-torinhas ldquonoacutes natildeo queremos caridade Queremos ser tra-tados como gente como pessoas comuns brasileiros que buscam uma nova oportunidaderdquo Na saiacuteda um pedido dramaacutetico ldquoGostaria de uma palestra sobre dignidade e auto estima para nossos jovensrdquo pediu uma das mulheres ldquoEles satildeo os que mais sofrem com a discriminaccedilatildeordquo res-salta outra matildee afl ita com o futuro de seus fi lhos

O apelo deles foi passado para todas as aacutereas da Univer-sidade Fumec Vaacuterios projetos de extensatildeo jaacute estatildeo sendo desenvolvidos Em breve vamos estar mais perto das Pas-torinhas levando conhecimento cientiacutefi co e aprendendo mais sobre a vida e as pessoas que acreditam na transfor-maccedilatildeo da sociedade Seraacute uma experiecircncia enriquece-dora para todos noacutes

Sem energia eleacutetrica a geladeira funciona com uma bateria de carro Ao lado o caminhatildeo que transporta os produtos para seus pontos de venda

Consciecircncia ambiental faz parte da rotina de trabalho de assentados

A rotina diaacuteria e exaustiva no acampamento comeccedila cedo cuidar da horta cuidar da casa da famiacutelia realizar reuniotildees buscar novos compradores para os produtos cultivados e trabalhar na capital na venda da produccedilatildeo do assentamento Em Pastorinhas as famiacutelias tecircm uma capela onde realizam cultos e missas aleacutem do salatildeo onde acontecem as reuniotildees e todas as decisotildees satildeo tomadas coletivamente

Com uma vasta plantaccedilatildeo que se perde agrave vista os mora-dores do assentamento mos-tram com orgulho a crescente produccedilatildeo vendida em escolas da capital e em restaurantes que conhecem a qualidade dos produtos cultivados Sem o uso de agrotoacutexicos a produccedilatildeo no assentamento eacute um exemplo de cultivo natural que possibilita renda agraves famiacutelias e um consumo saudaacutevel de alimentos

Em Pastorinhas as famiacutelias devem por exigecircncia legal reservar 20 das terras para preservaccedilatildeo ambiental Aleacutem disso outros 60 do terreno satildeo de Mata Atlacircntica e tam-beacutem natildeo podem ser explorados Sobram portanto cerca de 20 hectares para a horticultura O espaccedilo eacute pequeno mas os assentados contornaram o pro-blema As famiacutelias desenvolvem o projeto chamado Agrovila no qual cada um tem sua casa seu espaccedilo mas quando o assunto eacute a cultivo de legumes e verdu-ras todos dividem o trabalho Natildeo haacute algueacutem que seja lsquodonorsquo da plantaccedilatildeo Todos satildeo respon-saacuteveis por cuidar da horta e o fazem em conjunto

Salvo por alguns poucos investidores o Agrovila eacute o meio de gerar renda para Pastori-nhas se manter viva O dinheiro arrecadado com a venda de ali-mentos orgacircnicos eacute investido na

proacutepria regiatildeo que ainda carece de saneamento baacutesico e luz A teacutecnica de cultivo desenvolvida durante o projeto eacute avanccedilada e jaacute eacute referecircncia em campos de estudos especializados plantio adubaccedilatildeo colheita e rodiacutezio de cultura

Com o cultivo em um soacute lugar os assentados natildeo precisam rea-lizar manutenccedilatildeo em grande quantidade de terras e o solo passa por uma rotatividade de alimentos que fortalece e revi-gora suas propriedades para os futuros plantios A utilizaccedilatildeo de adubo natural tambeacutem eacute fator determinante para a produccedilatildeo de alimentos mais saudaacuteveis Os cuidados diaacuterios comeccedilam desde a semente temperatura clima apropriado ateacute chegar agrave data correta de colheita O pro-jeto Agrovila eacute uacutenico em Minas Gerais e jaacute se tornou referecircncia de produccedilatildeo para assentamen-tos de outros estados

Parceria da Fumec com Incra vai interagir com Pastorinhas

Agrovila moradora de Pastorinhas cuida da horta coletiva cultivada sem agrotoacutexicos

Prof Antocircnio Marcelo (de oacuteculos) e seus monitores Emiacutelio Fonseca (esq) Rafaela Gama e Fred Dutra (esq)

Assentado cuida de aviaacuterio uma das atividades para a subsistecircncia do grupo e venda em Belo Horizonte

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O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

06 bull Poliacutetica Esportiva Editor e diagramador da paacutegina Ana Flaacutevia Goulart e Vitor Komura - 6ordm periacuteodo

IGOR MOREIRA

2ordm PERIacuteODO

No dia 24 de marccedilo de 1998 entrava em vigor a lei que pro-metia mudar a cara do fute-bol brasileiro Idealizada pelo entatildeo Ministro dos Esportes Eacutedson Arantes do nascimento o famoso Peleacute a Lei Nordm 9615 que leva o seu nome trouxe vaacuterias mudanccedilas A principal eacute a garantia do passe ao joga-dor que atua no paiacutes depois de dois anos atuando por seu clube o jogador deixa de ser propriedade do mesmo e passa a ser dono dos seus direitos federativos

A Lei Peleacute pretendia tam-beacutem estimular a transforma-ccedilatildeo dos clubes em empresas Poreacutem devido agrave desorganizaccedilatildeo dos departamentos de futebol dos clubes brasileiros poucos se adaptaram a essa realidade e nenhum dos grandes times do Brasil obteve ecircxito

Para os criadores da lei o fi m do passe acabaria com a ldquoescra-vidatildeordquo dos atletas profi ssionais que ateacute entatildeo pertenciam aos clubes pelos quais jogavam tendo estes o direito de seguraacute-los mesmo depois do fi m do seu contrato Acabava o passe e entravam em cena os direitos federativos

A ideacuteia inicial era obter o mesmo sucesso conseguido pelos europeus com a Lei Bos-

man anos antes Poreacutem seria necessaacuterio ter os mesmos recur-sos fi nanceiros que possuem os clubes de laacute Isso eacute impossiacutevel jaacute que eles arrecadam verbas milionaacuterias com as vendas de seus carnecircs e camisas o que natildeo acontece no Brasil devido agrave nossa realidade fi nanceira Sendo assim o resultado da implan-taccedilatildeo da Lei foi uma saiacuteda em velocidade espantosa de joga-dores brasileiros para todos os cantos do mundo Nosso futebol que jaacute natildeo tinha como competir com as grandes equipes euro-

peacuteias passou a perder jogadores tambeacutem para clubes desconhe-cidos do leste europeu da Aacutesia e do mundo Aacuterabe

Para o presidente do TJD-MG Siacutelvio Tarabal o que faltou aos clubes foi competecircn-cia para se adaptarem agrave lei pois a mesma veio para benefi ciar tanto o jogador quanto o clube ldquoSatildeo vaacuterios os benefiacutecios que a lei proporciona aos clubes como angariar recursos puacutebli-cos o que natildeo era permitido Ela tambeacutem facilita a obten-ccedilatildeo de parceiros jaacute que a Lei

Peleacute natildeo obriga mais os joga-dores que satildeo propriedades dos investidores a terem 51 do passe preso ao clube que defendem Aleacutem disso os times ainda tecircm direito de assinar o primeiro contrato com os seus atletas quando ele completa 16 anosrdquo afi rma Tarabal

O advogado do Clube Atleacute-tico Mineiro Lucas Ottoni res-salta o quanto eacute importante a existecircncia da multa rescisoacuteria que evita em partes o ecircxodo de atletas ldquoA chave do sucesso dos clubes brasileiros estaacute em

saber se organizar administra-tiva e fi nanceiramente para evitar as brechas que a lei pro-porcionardquo disse o advogado O vice-presidente do Cruzeiro Esporte Clube Gilvan Pinho Tavares tem opiniatildeo parecida e afi rma que essas claacuteusulas satildeo a uacutenica maneira do clube man-ter os seus atletas jaacute que natildeo haacute como competir com propostas de clubes do exterior

Jaacute para Euller ex-atacante do Satildeo Paulo Vasco Palmei-ras e Atleacutetico-MG e que atua hoje no Ameacuterica-MG a lei deu uma brecha muito grande para que a saiacuteda de jogadores acon-tecesse ldquoO crescimento dos jogadores com as negociaccedilotildees internacionais eacute um grande beneacutefico Mas eacute preciso repa-rar alguns pontos para evitar que jogadores muito jovens saiam do paiacutes antes de terem a formaccedilatildeo devida e estarem preparados para tal desafiordquo disse o jogador

A realidade dos clubes bra-

sileiros hoje eacute difiacutecil Talvez

devido ao amadorismo com

o qual satildeo conduzidos natildeo

souberam se adaptar a lei

Possuem menos recursos e os

atletas cada vez mais cedo

querem ir embora do paiacutes

seja para um clube de ponta

na Europa seja para algum

time da segunda divisatildeo do

futebol japonecircs

Jogadores clubes e empresaacuterios debatem as mudanccedilas no esporte apoacutes a implantaccedilatildeo da lei que regulamenta a extinccedilatildeo do passe no paiacutes

Lei Peleacute empresaacuterios e dirigentes em times opostos

Jogadores brasileiros exportados apoacutes a criaccedilatildeo da Lei Peleacute

Info

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Ilustraccedilatildeo Amanda Lelis 7ordmG

06-07 - Lei Peleindd 106-07 - Lei Peleindd 1 12209 92933 AM12209 92933 AM

O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Poliacutetica Esportiva bull 07Editor e diagramador da paacutegina Ana Flaacutevia Goulart e Vitor Komura - 6ordm periacuteodo

Logo depois da implantaccedilatildeo

da Lei Peleacute uma fi gura que pas-

sava quase sempre despercebida

comeccedilou a ganhar destaque o

empresaacuterio ou agente de fute-

bol como gostam de ser chama-

dos Em diversas situaccedilotildees essa

fi gura eacute prejudicial para os clu-

bes pois satildeo eles quem nego-

ciam a debandada de jogadores

do futebol brasileiroldquoOs empresaacuterios foram os

grandes benefi ciados com a implantaccedilatildeo da Lei Peleacute e os

clubes de futebol os grandes prejudicados Aleacutem de aju-dar a famiacutelia do atleta inclu-sive fi nanceiramente antes do sucesso fazem promessas mirabolantes com as quais os clubes brasileiros natildeo tecircm con-diccedilatildeo de competirrdquo afi rmou o vice-presidente do Cruzeiro Gilvan Pinho Tavares

ldquoHouve um caso recente com o atleta Zeacute Eduardo que foi vendido para um grupo de investidores justamente devido agrave pressatildeo feita por seu agente

que havia arrumado um lugar para ele no Ajax da Holandardquo exemplifi cou o vice-presidente Ele ainda alertou que se os clu-bes natildeo fi zerem contratos com seus atletas se protegendo os perderatildeo para os empresaacuterios em questatildeo de tempo

O jogador Euller acredita que atualmente nenhum jogador profi ssional estaacute preparado para possuir os seus direitos federati-vos ldquoEacute por isso que hoje todo jogador mesmo nas categorias de base jaacute tem o seu empresaacute-

rio Assim o atleta natildeo precisa se preocupar com seus negoacutecios e transferecircncias deixando isso por conta de seu agenterdquo defen-deu Euller

Talvez os agentes sejam aqueles que melhor souberam aproveitar as brechas da Lei Peleacute Mas segundo os proacuteprios agentes a histoacuteria natildeo eacute bem assim O vice-presidente da ABAF (Associaccedilatildeo Brasileira de Agentes de Futebol) e Agente FIFA Acircngelo Pimentel classifi -cou como imoral o antigo regime do passe no Brasil ldquoA lei surgiu apenas para dar o respaldo que faltava ao futebol brasileiro e a implantaccedilatildeo do sistema que vigora atualmente natildeo alterou em nada o nosso ramo A fi gura do agente sempre foi necessaacuteria para intermediar as negocia-ccedilotildeesrdquo argumentou Pimentel

Para o ex-jogador e hoje agente de futebol Heacutelcio Alisk no mundo de hoje haacute uma busca freneacutetica por dinheiro natildeo soacute em sua categoria mas em qualquer ramo ldquoA Lei Peleacute veio regularizar um sistema de escravidatildeo no qual os times prendiam os jogadores mesmo apoacutes o teacutermino de seus contra-tos Joguei durante 9 anos no Paranaacute Clube sendo o segundo jogador com mais partidas pelo time mas perdi vaacuterias oportu-nidades de assinar contratos melhores por estar com o passe preso ao clube paranaenserdquo disse Heacutelcio

Pimentel e Alisk ainda tecircm

opiniotildees semelhantes de que a Lei benefi cia os jogadores de grande porte jaacute que os menos conhecidos muitas vezes deteacutem os seus direitos federativos e natildeo existem clubes interessados em seu futebol Sendo assim a lei garante que o mais forte sempre venccedila o mais fraco

O que talvez falte aos clubes e aos jogadores eacute o bom senso de que um deve valorizar o outro A busca incessante por dinheiro das duas partes eacute feita sem a astuacutecia necessaacuteria Provavel-mente esse eacute um dos motivos de os agentes serem aqueles que souberam se aproveitar melhor da Lei Peleacute Os clubes satildeo quase sempre dirigidos por torcedo-res amadores e grande parte dos atletas possuem famiacutelias grandes que dependem deles Essa combinaccedilatildeo faz com que as negociaccedilotildees entre eles mui-tas vezes sejam dirigidas emo-cionalmente deixando para os agentes as atitudes movidas pela razatildeo

Eacute inegaacutevel que a legislaccedilatildeo regente do nosso desporto pre-cisa de reformas urgentemente pois ainda eacute muito falha Natildeo se pode afi rmar quem realmente saiu ganhando ou perdendo com a implantaccedilatildeo da Lei Peleacute mas eacute evidente que se os clu-bes atletas e empresaacuterios con-tinuarem defendendo seus proacute-prios interesses sem equiliacutebrio e harmonia o futuro do futebol brasileiro estaacute fadado a ser cada vez mais sombrio

Nova regra destaca fi gura do empresaacuterio

Acircngelo Pimentel posa ao lado da camisa com a qual Gilberto Silva seu cliente na eacutepoca jogou a Copa do Mundo de 2002

Foto Igor Moreira 2ordmG

Um dos primeiros casos e um dos mais famosos de transferecircncia com a Lei Peleacute foi a saiacuteda do Ronaldinho Gauacutecho do Grecircmio para o Paris Saint-Germain (PSG) da Franccedila O jogador era extremamente valorizado pelo time gauacutecho que jaacute havia recusado duas propostas de aquisiccedilatildeo uma de 60 milhotildees de doacutelares de empresaacuterios italianos e uma de 75 milhotildees de doacutelares do Leeds United da Inglaterra

Poreacutem o jovem Ronaldinho tinha como agente o seu irmatildeo Assis ex-jogador do Torino e do proacuteprio Grecircmio Assis achava que era hora de Ronaldinho ir para a Europa e sabendo dos benefiacutecios que a Lei Peleacute proporciona ao atleta aconselhou o irmatildeo a assinar um con-trato agraves escondidas com o PSG O conselho foi seguido a risca por Ronaldinho O Grecircmio entrou na Justiccedila mas o maacuteximo que conse-guiu foi adiar sua estreacuteia Vale ressaltar que o mesmo Paris Saint Germain (PSG) que aliciou o atleta recebeu a quantia de 120 milhotildees de reais pela transferecircncia de Ronaldinho para o Barcelona em 2003

A Lei Peleacute dava aiacute a primeira amostra do pre-juiacutezo que traria aos clubes que natildeo tomassem

os devidos cuidados E aquele que seria pos-teriormente um dos melhores jogadores de todo o mundo saia do clube no qual chegou com cinco anos de idade onde recebeu toda a assistecircncia ateacute se tornar um profi ssional respei-tado sem que o Grecircmio recebesse sequer um centavo pela sua transferecircncia

Como esse foi o primeiro caso de um jogador famoso a obter os benefiacutecios da lei instalou-se uma grande polecircmica Ronaldinho estava ape-nas usando os seus direitos ou ele juntamente com seu irmatildeo estariam utilizando de maacute-feacute para conseguir os seus objetivos As opiniotildees divergiram mas fi cou claro que o Grecircmio natildeo se preveniu para natildeo perder seu astro

Depois de Ronaldinho vieram vaacuterios outros casos Alguns de jogadores que tambeacutem viriam a estourar no futebol mundial como Mancini que saiu do Atleacutetico-MG para o Roma da Itaacutelia e Juninho Pernambucano do Vasco da Gama para o Lyon da Franccedila No entanto nesses casos a justifi cativa apresentada pelos jogadores foi o atraso de salaacuterio de seus respectivos clubes mais uma brecha que a Lei Peleacute proporciona para os atletas

O caso Ronaldinho Gauacutecho

Ronaldinho aos 12 anos de idade com o irmao e empresario Assis que ainda jogava pelo TorinoItalia

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O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

08 bull Turismo Editor e diagramador da paacutegina Gabriel Assunccedilatildeo 6ordm periacuteodo

Destino dos sonhos fi ca um pouco mais distante

ANA CECIacuteLIA CARNEIRO GABRIEL ASSUNCcedilAtildeO 2ordm E 6ordm PERIODO

Os 15 anos a passagem da infacircncia

para a adolescecircncia o periacuteodo em que as

transformaccedilotildees se acentuam as duacutevidas

se multiplicam e a vontade de ser inde-

pendente fala mais alto Eacute nesse periacuteodo

que milhares de jovens viajam todos os

anos ao exterior por meio de pacotes

turiacutesticos que lhe proporcionam no auge

do seu desejo de liberdade a indepen-

decircncia que nesse momento eacute o que lhes

parece mais importante A viagem dos

sonhos dos fi lhos no entanto natildeo raro

tira o sono dos pais que se viram ainda

mais receosos apoacutes o acidente com a

jovem Jaqueline Ruas em julho passado

(veja box) Como proporcionar o prazer e

aventura aos fi lhos sem colocar em risco

sua seguranccedila e mesmo sua sauacutede A

questatildeo que ateacute entatildeo estava adormecida

e fora do foco dos consumidores desse

tipo de produto eacute agora a protagonista

que muda a forma de consumo e venda

de pacotes turiacutesticos para adolescentes e

oferece risco ao grande e rentaacutevel negoacute-

cio das agecircncias de viagensOs escacircndalos com agecircncias de

turismo haacute muito tempo estatildeo presentes no dia-a-dia dos noticiaacuterios brasileiros e existe mesmo uma lenda sobre o que acontece apoacutes o embarque dos passa-geiros para temporadas no exterior Uma discussatildeo sobre as condiccedilotildees de mora-dia e alimentaccedilatildeo povoa o imaginaacuterio de muitas pessoas que na maioria das vezes no entanto natildeo trocam suas ldquovia-gens dos sonhosrdquo mesmo na duacutevida de natildeo ter a assistecircncia desejada uma vez no seu destino

De acordo com a Agecircncia World Study cerca de 500 menores viajam sob sua responsabilidade sem os pais anualmente no Brasil Funcionaacuterio da empresa Gabriel Trivellato faz questatildeo de afi rmar a responsabilidade da agecircn-cia que segundo ele tem um protocolo semelhante ao seguido pela maioria das agecircncias no paiacutes ldquoEacute um processo muito burocraacutetico levar um menor desacom-panhado ao exterior satildeo muitos docu-mentos a preocupaccedilatildeo dos pais eacute muito grande e nossa atenccedilatildeo tem que ser redo-bradardquo afi rma o funcionaacuterio

Antes mesmo do escacircndalo com a

jovem Jacqueline entrou em vigor em

abril deste ano uma nova norma que

prevecirc a autorizaccedilatildeo em fi rma dos pais

ou responsaacuteveis reconhecida por auten-

ticidade para a viagem do menor o que

torna necessaacuterio que os pais compare-

ccedilam pessoalmente ao cartoacuterio para auto-

rizar a viagem dos fi lhos Aleacutem disso o

documento deve ser feito em duas vias

e conter fotografi a da crianccedila ou ado-

lescente Uma via deveraacute ser retirada

pelo agente de fi scalizaccedilatildeo da Poliacutecia

Federal (que passou a partir de entatildeo

a ser responsaacutevel pelo embarque de

menores) no momento do embarque e

a outra permaneceraacute com o viajante ou

acompanhanteAs medidas restritivas tomadas para

garantir maior seguranccedila podem natildeo assegurar uma viagem tranquumlila con-tudo A maior parte dos guias das agecircn-cias natildeo satildeo treinados para enfrentar as mais variadas situaccedilotildees adversas que podem ocorrer A maioria das agecircncias funciona da seguinte forma para cada grupo de 30 pessoas haacute um guia mor mais experiente que seria responsaacutevel por todos e mais trecircs jovens guias (em geral jovens que falam inglecircs fl uente e satildeo comunicativos) que auxiliariam na demanda dos turistas durante a via-

gem e passeios realizados no periacuteodo da estadia no local O nuacutemero eacute visivel-mente pequeno especialmente quando se pensa nos cuidados que exigem uma permanecircncia no exterior que eacute ainda maior quando se tem menores em sua responsabilidade

A falta de assistecircncia nas viagens geralmente eacute percebida aos poucos Foi o que aconteceu com o casal de namora-dos Rodrigo de Paula e Liacutevia Rodrigues que foram ao Havaiacute em dezembro pas-sado pelo programa Work and Travel (onde os intercambistas passam de trecircs a seis meses no paiacutes de destino e tecircm um emprego temporaacuterio durante sua esta-dia) ldquoNatildeo encontramos o quarto sepa-rado que pedimos e tivemos que dormir com outras pessoas Tambeacutem natildeo traba-lhamos na loja que nos disseram e acaba-mos em uma rede de fast food Sem contar que nosso depoacutesito referente agrave reserva do apartamento jamais foi devolvidordquo pro-testa o casal A agecircncia brasileira afi rma que estava tudo claro no contrato mas os estudantes garantem que natildeo recebe-ram o contrato pra ler antes da viagem ldquoSabemos do nosso erro mas confi amos demais em uma agecircncia que natildeo nos deu o prometidordquo concluiu Liacutevia

Descuido de agecircncias de turismo alteram programaccedilatildeo de vigens ao exterior para adolescentes

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08-09 - Pais na Berlindaindd 108-09 - Pais na Berlindaindd 1 12209 93101 AM12209 93101 AM

O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Turismo bull 09Editor e diagramador da paacutegina Gabriel Assunccedilatildeo 6ordm periacuteodo

Jacqueline Ruas de 15 anos viajou agrave Dis-ney no dia 19 de julho deste ano para passar duas semanas em um passeio organizado pela agecircncia de turismo Tia Augusta A viagem teve seu caraacuteter luacutedico interrompido poucos dias apoacutes seu iniacutecio quando quatro meninas que ocupavam o mesmo quarto do hotel ndash inclu-sive Jacqueline ndash passaram mal agrave noite As ami-gas da menina apoacutes serem medicadas tiveram uma melhora nas primeiras horas a jovem no entanto natildeo melhorava Atendida pela segunda vez no hotel e levada ao Hospital de Pronto-So-corro Celebration Jacqueline foi submetida a

uma seacuterie de exames inclusive para a Gripe A - H1N1 e todos deram negativo Era veacutespera da viagem de volta da excursatildeo No dia da viagem a menina estava ainda mais debilitada e preci-sou de cadeira de rodas para trocar de aviatildeo em escala no Panamaacute Na segunda parte da viagem ela mal abriu os olhos segundo o relato das ami-gas A morte de Jacqueline foi constatada pela amiga Larissa que percebeu que ela natildeo estava respirando quando tentou acordaacute-la durante o vocirco Foi constatado que a menina tinha pneu-monia Segundo os pais a agecircncia os ligou trecircs dias apoacutes a menina ter passado mal pela pri-

meira vez e informou que ela jaacute estava melhor e havia sido descartada a H1N1 No relato do hos-pital no entanto natildeo havia uma especifi caccedilatildeo de que ela poderia viajar de aviatildeo A responsa-bilidade da agecircncia neste caso teve ainda mais peso considerando-se as acusaccedilotildees das amigas de Jacqueline de que a guia Gisele dos Santos as havia orientado a passar maquiagem e usar oacutecu-los escuros para disfarccedilar as olheiras e a palidez e natildeo serem barradas no embarque Em nota a Tia Augusta negou veemente as acusaccedilotildees das adolescentes mas natildeo conseguiu provar sua inocecircncia neste caso

Em contrapartida agrave von-tade dos filhos os pais se preocupam cada vez mais na hora de presenteaacute-los com viagem ao exterior A dentista Heloiacutesa Pereira matildee de Laura Pereira Luz contou a anguacutestia que viveu durante as duas semanas em que a filha esteve na Disney ldquoAntes de a minha filha viajar a fiz prometer que me ligaria e procura-ria um hospital se qualquer coisa acontecesse com ela Ainda a bipava todos os dias pelo raacutedio e mantive sem-pre contato com a agecircncia e os guias Daacute certa insegu-ranccedila mas era um sonho da Laura que decidimos reali-zarrdquo afirma a matildee

Pai de Joana Bastos 14 anos o empresaacuterio Roni-valdo Oliveira Bastos deci-diu levar ele mesmo a filha agrave Disney ldquoMinha filha ficou muito insegura com o ocorrido com a Jacqueline imagina eu entatildeo Jaacute perdi minha esposa por negligecircn-cia meacutedica natildeo posso perder a minha menina tambeacutem

As agecircncias soacute andam pen-sando no lucro e esquecem da seguranccedilardquo afirmou

Lidar com um grupo grande de jovens no exterior requer natildeo soacute experiecircncia mas habilidades como lide-ranccedila e planejamento para que se possa deixaacute-los apro-veitar a viagem com respon-sabilidade e manter a disci-plina em cada dormitoacuterio Ciente dos riscos envolvidos na viagem a dona-de-casa Maria das Graccedilas Soares matildee de Camila Carvalho 14 anos cancelou a viagem da filha apoacutes o ocorrido com Jacqueline

ldquoFiquei muito assustada com a morte da Jacqueline deu para perceber certa negligecircncia por parte dos guias e agora vou pensar muito antes de mandar a minha filha ao exterior em uma excursatildeo ainda mais com esse surto da gripe suiacutenardquo

A bancaacuteria aposentada Tacircnia Vieira tambeacutem iria dar uma viagem ao Canadaacute de presente ao filho Pedro que

completa 16 anos em abril do ano que vem mas deci-diu mudar o presente apoacutes assistir ao drama de Jaque-line pela TV ldquoEle poderaacute viajar ao exterior quando estiver mais velho em um intercacircmbio ou mesmo a passeio Por hora optei por trocar o computador e o viacutedeo-game da casa Assis-timos vaacuterias vezes ao drama dos pais que tem problemas na viagem dos filhos natildeo podemos ser negligentes e achar que com o nosso filho natildeo vai acontecerrdquo afirma

As principais agecircncias de turismo de Belo Horizonte alegaram que o acidente ocorrido com Jaqueline em julho passado natildeo afe-tou suas vendagens pois as normas para embarque de menores de idade jaacute satildeo naturalmente muito riacutegidas e os seus agentes satildeo devi-damente treinados A maio-ria ressaltou que houve uma queda no nuacutemero de viagens nos uacuteltimos trecircs meses mas estritamente ligada agrave crise financeira mundial

Pais na berlinda

Aventura se torna pesadelo

Falta de compromisso de algumas agecircncias de turismo faz os pais trocarem viagens por presentes palpaacuteveis para os fi lhos adolescentes

Minha fi lha fi cou muito insegura com o ocorrido com a

Jacqueline As agecircncias soacute andam

pensando no lucro e esquecem da seguranccedila

Assistimos vaacuterias vezes ao drama dos pais que tecircm

problemas na viagem dos fi lhos natildeo podemos ser negligentes e achar que com o nosso fi lho

natildeo vai acontecer

Antes de a minha fi lha viajar a fi z prometer que me ligaria e procuraria um hospital se

qualquer coisa acontecesse com ela

ldquo

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Fotos divulgaccedilatildeo

Heloiacutesa Pereira Dentista

Ronivaldo Bastos Empresaacuterio

Tatildenia Vieira Aposentada

08-09 - Pais na Berlindaindd 208-09 - Pais na Berlindaindd 2 12209 93102 AM12209 93102 AM

RENATA VALENTIM

7ordm PERIacuteODO

Domingo 2 de novembro 7h40 da manhatilde Apesar da movimentaccedilatildeo de um nuacutemero jaacute razoaacutevel de visitantes e trabalhadores ndash vendedores de flores limpadores de jazigos ndash eacute o silecircncio que impera logo na entrada do Cemiteacuterio de Nosso Senhor do Bonfim localizado na regiatildeo noroeste de Belo Horizonte A inscriccedilatildeo latina no arco de entrada ldquomorituri mortuisrdquo eacute a siacutentese de todo ritual que ali se daria ao longo do Dia de Finados ldquoos que vatildeo morrer aos mortosrdquo

A motivaccedilatildeo principal da visita ao tuacutemulo de parentes ou amigos parece ultrapassar o mero cumprimento de calendaacuterio religioso A presenccedila de idosos sozinhos ou mesmo em grupo de amigos e tambeacutem de algumas jovens famiacutelias e seus semblantes de choro e dor ndash demonstrativo de perda recente ndash indicam que a proximidade da morte eacute a razatildeo maior das home-nagens agravequeles que se foram Aleacutem de evidente saudade o dia dedicado ao maior misteacuterio da humanidade parece remeter cada pessoa aos seus questio-namentos mais particulares sobre o assunto Testemunha disso eacute Welling-ton Luiz de Oliveira seguidor cristatildeo de Jeovaacute que vai ao Cemiteacuterio do Bon-fim todos os anos com o propoacutesito de levar palavras de conforto para os visi-tantes baseadas na sua feacute ldquoas pessoas querem ouvir a verdade de que existe o reino de Deus e que ele estaacute proacute-ximo E Deus eacute a verdaderdquo Wellington ressalta que no cemiteacuterio a aceitaccedilatildeo das pessoas agrave sua abordagem eacute maior porque estatildeo mais aptas a ouvir porque seu pensamento estaacute mais aberto agrave feacute ldquoem outra situaccedilatildeo a pessoa me daria uma maacute resposta fecharia a porta na minha cara Aqui natildeo aqui a pessoa ouve melhorrdquo diz

Voltados para si e para a lembranccedila de momentos compartilhados com quem se foi os visitantes vatildeo chegando ao longo

da manhatilde trazendo fl ores para ornamen-tar os tuacutemulos e jazigos A difi culdade na abordagem aumenta nos casos em que se percebe uma morte precoce um fi lho ou marido jovem cuja famiacutelia em pran-tos daacute as matildeos e reza ao redor do tuacutemulo Tambeacutem em outros como um senhor de seus 65 70 anos que chega sozinho ajoelha-se em frente a um jazigo e potildee-se a rezar em silecircncio e de olhos fechados E assim permanece por vaacuterios minutos Mas haacute casos como o de Dona Ilma que observando minha movimentaccedilatildeo dei-xou que me aproximasse perguntando se eu era parente da pessoa enterrada ao lado dos seus Enquanto distribuiacutea as fl ores levadas para o jazigo da famiacutelia

contou que vai ao Bonfi m todos os anos ldquoa gente tem que trazer fl ores e rezar Eacute a uacutenica coisa que podemos fazer por eles agora Apesar de que as fl ores duram pouco tempo murcham muito raacutepidordquo Dona Ilma visitou o jazigo da famiacutelia em 2007 e disse que levou a fi lha e o genro Neste ano foi sozinha E disse logo em seguida ldquosempre deixo uma fl or e faccedilo uma oraccedilatildeo para esse tuacutemulo ao lado Nunca vi ningueacutem visitaacute-lo pensei ateacute que vocecirc tivesse vindo para issordquo

A celebraccedilatildeo do Dia de Finados ou Dia de Todos-os-Mortos em 2 de novembro logo a seguir do Dia de Todos-os-Santos ndash celebraccedilatildeo em honra a todos os santos e maacutertires ndash

foi instituiacuteda a partir do seacuteculo XIII Mas visitar tuacutemulos e rezar por aque-les que morreram na Igreja Catoacutelica eacute costume desde o seacuteculo II Segundo a crenccedila cristatilde neste dia os vivos rezam por aqueles que estariam no purgatoacute-rio o estado no poacutes-vida onde as almas seriam purificadas antes de irem ao ceacuteu Os cristatildeos acreditam que as almas no purgatoacuterio que tambeacutem satildeo considera-das membros da igreja assim como os cristatildeos vivos teriam de sofrer para que possam ser purificados de seus peca-dos Por meio de oraccedilotildees e boas obras os membros vivos da igreja poderiam ajudar seus amigos e familiares faleci-dos O Dia de Finados remonta entatildeo a ideacuteia de comunhatildeo entre todos os fieacuteis sejam vivos ou mortos porque acre-ditam na ressurreiccedilatildeo de Jesus Cristo ressuscitado indicaria a eternidade como destino de todos os seus fieacuteis eacute a morte vista como encontro da vida junto de Deus

Dona Alice de 80 anos eacute mais uma personagem do dia de Finados que con-corda em falar comigo Muito recep-tiva apesar do semblante triste relata que vai todos os anos ao Bonfi m e leva sempre um vasinho de fl or No jazigo que adornava enquanto conversaacuteva-mos estatildeo o pai o marido e seus qua-tro irmatildeos E emendou ldquotenho soacute 36 do meu coraccedilatildeo jaacute me sinto preparada para encontraacute-los Mas enquanto ainda puder caminhar vivo bem Perdi meu coraccedilatildeo de sofrimentordquo Dona Alice expli-cou que permaneceu ao lado do marido durante a doenccedila que o matou e assim fi cou doente do coraccedilatildeo ldquoAo cuidar de algueacutem doente nunca se esqueccedila de vocecirc Eacute preciso cuidar de noacutes mesmosrdquo Ela diz que se sente bem preparada espiritualmente para ir embora porque reza todos os dias Certa de que cumpriu o seu papel diz que foi 18 vezes ao altar para casar pessoas ligadas a ela ldquocasei muitos Estive presente na vida de mui-tas pessoas Espero que vocecirc chegue agrave minha idade com tanta histoacuteria pra con-tarrdquo Eu tambeacutem

Ritual de Finados dor da perda cumprimento do calendaacuterio religioso ou crenccedila em vida apoacutes a morte

Morituri mortuisOs que vatildeo morrer aos que jaacute morreramMorituri mor

A data traz o resgate agraves crenccedilas e a oraccedilatildeo traduz o sentimento de perda

Fotos Roberta Andrade - 7ordm G

ao lado dos seus Enquanto distribuiacutea as fl ores levadas para o jazigo da famiacutelia

Todos-os-Santos ndash celebraccedilatildeo em honra a todos os santos e maacutertires ndash

Belo Horizonte 30 de Novembro de 2009

10 bull CidadesO Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Amanda Lelis e Roberta Andrade 7ordm periacuteodo

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O Nosso Senhor do Bonfi m foi o primeiro e eacute o mais tradicional cemiteacuterio da capital Eacute mais antigo que a proacutepria cidade foi fun-dado em 08 de fevereiro em 1897 enquanto BH foi inaugurada em 12 de dezembro do mesmo ano Sua projeccedilatildeo e construccedilatildeo contou com a supervisatildeo teacutecnica da Comis-satildeo Construtora da Nova Capital ndash de onde se atribui a semelhanccedila dos dois traccedilados arquitetocircnicos Dedicada ao estudo de His-toacuteria Regional a pesquisadora Marcelina

das Graccedilas Almeida conta que o Bonfi m foi construiacutedo como uma das primeiras medidas da Comissatildeo para organizar espa-cialmente a cidade com a proibiccedilatildeo de sepultamentos que eram feitos no adro da Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem a padroeira da cidade na Rua Sergipe bem no centro da nova capital Construiu-se um cemiteacuterio provisoacuterio ateacute que o Bonfi m estivesse pronto que fi cava onde hoje haacute o cruzamento das ruas Rio de Janeiro dos Tamoacuteios Satildeo Paulo e dos Tupis

O modelo monumental dos tuacutemulos observado somente no Cemiteacuterio do Bon-fi m fez com que fossem encomendados diversos trabalhos no Rio de Janeiro em Satildeo Paulo e em dezenas de ateliecircs de artistas

locais entre eles os famosos irmatildeos Natali os Lunardi e a Marmoraria Satildeo Joseacute ndash todos estes agrave eacutepoca implicados na construccedilatildeo de preacutedios puacuteblicos e residecircncias ilustres na receacutem-inaugurada capital de Minas

Percorrendo o cemiteacuterio por entre seus jazigos eacute possiacutevel observar duas fases mar-cantes de sua histoacuteria Os tuacutemulos da pri-meira delas contada ateacute a deacutecada de 1940 satildeo dotados de elementos artiacutesticos pre-dominantemente feitos em maacutermore Na segunda fase vecirc-se o bronze e o granito preto como recorrentes Segundo o IEPHA ndash Instituto Estadual do Patrimocircnio Histoacute-rico e Artiacutestico de Minas Gerais uma outra forma de diferenciaccedilatildeo das fases eacute a ocupa-ccedilatildeo ldquotemaacuteticardquo de determinadas quadras do

cemiteacuterio Existem quadras com tuacutemulos soacute de crianccedilas outras predominantemente ocupadas por personalidades da poliacutetica mineira Para se ter uma ideacuteia no Bon-fi m estatildeo enterrados dentre outros os ex-governadores mineiros Silviano Brandatildeo Benedito Valadares Raul Soares e Olegaacuterio Maciel o ex-senador Bernardo Monteiro e o ex-prefeito Cristiano Machado aleacutem de per-sonagens importantes de Minas Uma aula de histoacuteria regional a ceacuteu aberto

O Bonfim nasceu primeiro

Dona Ilma (agrave esq) e Dona Alice (agrave dir) acreditam que suas visitas e oraccedilotildees satildeo importantes para os familiares que partiram

fi m fez com que fossem encomendadosdiversos trabalhos no Rio de Janeiro emSatildeo Paulo e em dezenas de ateliecircs de artistas

rico e Artiacutestico de Minas Gerais uma outra forma de diferenciaccedilatildeo das fases eacute a ocupa-ccedilatildeo ldquotemaacuteticardquo de determinadas quadras do

O Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Amanda Lelis e Roberta Andrade 7ordm periacuteodo

Belo Horizonte 30 de Novembro de 2009

Cidades bull 11

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O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

12 bull Cidades

LIRA FAVILLA

6ordm PERIacuteODO

Ao usar o termo legaliza-ccedilatildeo acaba-se esbarrando no fato de que atualmente essa palavra carrega um peso tatildeo grande quanto o termo droga

Conhecida cientifi camente como Cannabis sativa a maco-nha como eacute chamada no Brasil eacute um elemento muito presente nas polecircmicas rodas de discus-satildeo que envolvem a liberaccedilatildeo de seu consumo Antes defen-dida por hippies seu uso de forma legal como uma conduta regulada por lei vem sendo defendida por nada menos que trecircs ex-presidentes latino-ame-ricanos e mais uma comissatildeo de 17 especialistas personalidades e professores O ex-presidente brasileiro e socioacutelogo Fernando Henrique Cardoso 77 eacute um deles A comissatildeo que tam-beacutem conta com os economistas Cesar Gaviria 61 da Colocircm-bia e Ernesto Zedillo 57 do Meacutexico propotildee uma revisatildeo na poliacutetica mundial de drogas e garante ser de extrema impor-tacircncia o debate das condi-ccedilotildees legais para seu consumo

Originaacuteria da Aacutesia Central com os primeiros registros his-toacutericos por volta de 200 anos aC na China no Egito e na

Iacutendia a maconha tem o THC (tetraidrocanabinol) como o principal causador dos efei-tos fiacutesicos e psiacutequicos os olhos vermelhos aumento do apetite e do batimento cardiacuteaco boca seca e coordenaccedilatildeo motora prejudicada A erva foi muito utilizada para fi ns medicinais reduzindo naacuteuseas e vocircmitos produzidos por medicamen-tos anticanceriacutegenos e em alguns casos no tratamento da epilepsia Diversas outras par-tes da planta satildeo utilizadas em paiacuteses como EUA Inglaterra Espanha Chile Franccedila Suiacuteccedila Holanda Canadaacute para produzir fi bras tecircxteis das mais variadas qualidades oacuteleos bio-combus-tiacuteveis estruturas para constru-ccedilatildeo civil peccedilas automotivas cosmeacuteticos medicamentos ali-mentos entre outros produtos

Em fevereiro deste ano a uacuteltima reuniatildeo da Comissatildeo Latino Americana sobre Drogas e Democracia realizada no Rio de Janeiro exaltou os benefiacutecios do consumo da droga nas ques-totildees da sauacutede e nuacutemeros foram colocados na mesa Bilhotildees de doacutelares satildeo gastos por ano para combate ao traacutefi co e milhotildees de pessoas perdem suas vidas ou satildeo presas envolvidas nesse lucrativo ldquomercadordquo ile-gal Seguindo a linha de que as proibiccedilotildees estimulam o desvio

a proibiccedilatildeo da droga estimula e sustenta o traacutefi co Contudo eacute importante ressaltar que subs-tacircncias mais pesadas como cocaiacutena natildeo estatildeo visadas para entrar na discussatildeo da legalizaccedilatildeo Segundo FHC ldquoa maconha aleacutem de ser a droga menos danosa ao organismo eacute a mais consumida Seria leviano incluir drogas mais pesadas nessa propostardquo afi rmou em entrevista agrave revista EacutePOCA

O tabaco e o aacutelcool consi-derados legais e que tambeacutem causam dependecircncia quiacutemica nos usuaacuterios matam muito mais que a maconha Segundo o Relatoacuterio Mundial sobre Dro-gas do UNODC (Escritoacuterio das Naccedilotildees Unidas contra Drogas e Crime) o tabaco mata cinco milhotildees de pessoas o aacutelcool cerca de 25 milhotildees e as dro-gas iliacutecitas cerca de 200 mil pes-soas por ano em todo o mundo Seus fabricantes pagam impos-tos altiacutessimos e gastam muito com publicidade incentivando o uso do produto e agora estatildeo passando por maus bocados Com a nova lei ldquoantifumordquo eacute proibido fumar cigarro ou deri-vados de tabaco em ambientes de uso coletivo puacuteblicos ou privado uma diferenccedila signifi -cativa Todavia natildeo diminui o fato de o tabagismo ser consi-derado a maior causa evitaacutevel

de mortes e doenccedilas no mundoMas haacute quem discorde dessa

visatildeo que parece ser de caraacuteter liberal Meacutedicos e especialistas acreditam que com a liberaccedilatildeo da maconha e o consequumlente uso maciccedilo da publicidade um nuacutemero maior de pessoas experimentariam a droga Logo seriam mais pessoas sujeitas aos seus danos como por exemplo os problemas de perda de memoacuteria e doen-ccedilas relacionadas ao pulmatildeo

O Dr Elisaldo Carlini em entrevista para Drauzio Varella fala que com a publicidade a droga ganharia mais usuaacuterios e ldquocomo a maconha faz mal para os pulmotildees acarreta proble-mas de memoacuteria e em alguns casos leva agrave dependecircncia natildeo deve ser legalizadardquo Poreacutem ao ser perguntado por Varella se essa linha de raciociacutenio tam-beacutem seria aplicada ao aacutelcool ele responde que natildeo eacute contra a legalizaccedilatildeo do aacutelcool ldquopor-que vivemos uma situaccedilatildeo de fato em que seu uso social eacute aceito e estaacute consagradordquo e completa dizendo que ldquoos resultados da famosa Lei Seca americana jaacute provaram que eacute impossiacutevel proibir o uso do aacutelcool e que se o fi zermos o tiro pode sair pela culatrardquo A ONU recomendou sua proibi-ccedilatildeo em todo mundo e assim

como o governo americano considera o controle de oferta das drogas e combate ao traacutefi co a melhor forma de combater seus males Essa poliacutetica norte-americana custa uma fortuna cada vez mais crescente Atu-almente satildeo gastos 35 bilhotildees de doacutelares anuais contra os 10 bilhotildees gastos a 20 anos atraacutes

O ex-deputado federal e sub-secretaacuterio estadual Antidrogas Elias Murad diz que eacute radical-mente contra a legalizaccedilatildeo de qualquer tipo de drogas liacuteci-tas ou iliacutecitas Ele argumenta que a legalizaccedilatildeo estaacute ligada agrave ldquodisponibilidade de drogas no mercado que seria o caso encontrado em paiacuteses como Holanda e quando existe acei-taccedilatildeo por parte da comunidaderdquo

Em relaccedilatildeo ao pensamento de que a legalizaccedilatildeo da maco-nha diminuiria o traacutefi co Murad afi rma que ldquosim eacute uma forma de mostrar como o governo estaria tentando controlar o traacutefi cordquo mas acredita que ldquoos males que viriam com a legali-zaccedilatildeo seriam muito pior do que os que jaacute existem com o traacutefi cordquo

O desafi o lanccedilado eacute para que essas poliacuteticas puacuteblicas e leis possam ser discutidas e ela-boradas seguindo as diretrizes miacutenimas dos direitos humanos defendidos pela ONU (Orga-nizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas)

Editor e diagramador da paacutegina Diogo Hot e Aacutelvaro Castro- 6ordm periacuteodo

LEGALIZE JAacuteManifestaccedilotildees nas principais capitais do paiacutes geram debates acerca da temaacutetica da legalizaccedilatildeo da maconha

Manifestantes foram detidos pela Poliacutecia Militar por conduta excessiva na Marcha da Maconha na Praia do Arpoador na zona sul do Rio O evento natildeo chegou a acontecer porque foi proibido pela Justiccedila a pedido do Ministeacuterio Puacuteblico Estadual

Foto

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O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Cidades bull 13Editor e diagramador da paacutegina Diogo Hot e Aacutelvaro Castro -6ordm periacuteodo

Michael Phelps O campeatildeo oliacutempico foi

suspenso por trecircs meses por

ter sido fotografado utili-

zando maconha em festa

Marcello Antony Preso em 2004 comprando

maconha de um trafi cante

Marcelo D2 Afi rma fumar todos os dias

e jaacute sofreu vaacuterias repressotildees

por isso chegando a ser

preso apoacutes um show por

defender a liberaccedilatildeo da

droga

Giba Suspenso em 2003 por causa

do exame antidoping positivo

FAMOSOS QUE TIVERAM PROBLEMAS COM O USO

DA MACONHA

Fonte Revista Eacutepoca nordm 561

O Coletivo Marcha da Maco-nha Brasil eacute um grupo de indiviacuteduos e instituiccedilotildees que trabalham de forma descentra-lizada com um nuacutecleo-central que atua na manutenccedilatildeo do site wwwmarchadamaconhaorg e do foacuterum de discussotildees a ele vinculado Natildeo eacute um evento de cunho apologeacutetico e seus organizadores natildeo incentivam o uso de maconha ou de qual-quer outra substacircncia iliacutecita

Segundo informaccedilotildees apre-sentadas no site do movi-mento ldquoo objetivo eacute possibi-litar que todos os cidadatildeos possam se manifestar de forma livre e democraacutetica a respeito das poliacuteticas e leis sobre dro-gas do paiacutes Com essas ati-vidades procuramos ajudar a fazer com que essas leis e poliacuteticas possam ser construiacute-

das e aplicadas de forma mais transparente justa efi caz e pragmaacutetica respeitando a cida-dania e os Direitos Humanosrdquo

No ano passado a Marcha da Maconha foi proibida em nove das dez cidades brasileiras que fariam parte do circuito de manifestaccedilotildees que acontece-ram em outros 19 paiacuteses inclu-sive na capital mineira Apesar da proibiccedilatildeo vaacuterias pessoas compareceram agrave Praccedila da Estaccedilatildeo em 2008 e foram reprimidas pela Poliacutecia Militar

Este ano o Tribunal de Jus-ticcedila de Minas Gerais (TJMG) liberou a realizaccedilatildeo da Mar-cha da Maconha em Belo Horizonte O movimento tambeacutem foi autorizado no Rio de Janeiro Porto Alegre

Recife entre outros estados

Marcha no BrasilNo dia 9 de maio os estados

brasileiros do Rio de Janeiro Porto Alegre Juiz de Fora Bra-siacutelia Curitiba e mais outras 200 cidades em todo o mundo pro-moveram a manifestaccedilatildeo em favor da descriminalizaccedilatildeo do uso da maconha Realizada haacute sete anos no Brasil a Marcha da Maconha teve sua segunda edi-ccedilatildeo em Minas Gerais este ano

Em Belo Horizonte entre oitenta e cem pessoas partici-param da manisfestaccedilatildeo Os ati-vistas caminharam da Praccedila da Estaccedilatildeo passando pela Praccedila Sete ateacute chegarem agrave Praccedila da Liberdade onde o movimento se dispersou A passeata chamada

de Marcha da Maconha durou das 16h agraves 17h20 e segundo a Poliacutecia Militar durante a reali-zaccedilatildeo do protesto natildeo houve nenhum registro de violecircncia

No Rio de Janeiro a mobili-zaccedilatildeo que aconteceu em Ipa-nema reuniu cerca de 1200 par-tcipantes entre eles o ministro do Meio Ambiente Carlos Minc

Em Porto Alegre cerca de 350 simpatizantes da causa parti-ciparam da Marcha no Parque Farroupilha Por acreditarem que a erva eacute beneacutefi ca nos tratamen-tos de cacircncer Aids e glaucoma os seus defensores tambeacutem rei-vindicaram o reconhecimento de seu uso no campo medicinal O ato liberado pelo Ministeacuterio Puacuteblico teve uma hora de dura-ccedilatildeo e tambeacutem foi paciacutefico

Marcha da Maconha chegou em Brasiacutelia onde os manifestantes se reuniram em praccedila puacuteblica para protestar

A marcha pelo direito do uso

BRASILO cultivo e porte da maconha eacute proibido no Territoacuterio Brasileiro ainda que pela Lei natildeo haja mais pena de restriccedilatildeo agrave liberdade No entanto na praacutetica ateacute mesmo a conduta de distribuir panfl etos para divulgar o trabalho de um Movimento Social que fala sobre maconha pode acarretar autuaccedilatildeo por ldquocrime de apologia ao crimerdquo

CHINAPolitica de toleracircncia zero Trafi cantes condenados agrave morte e usuaacuterios obrigados a seguir programas de desintoxicaccedilao

HOLANDAPrimeiro paiacutes a liberar o uso da maconha em 1976 O consumo em bares especializados eacute liberado mas a venda fora deles eacute proibida

JAMAICAAo contraacuterio do que se imagina seu consumo eacute considerado ilegal mas o uso eacute altamente popular por parte da populaccedilatildeo local

Infografi a Felipe Chimicatti 7ordmG

Fotos divulgaccedilatildeo

BRASILO cultivoo e porte da maconha eacute proibiddo no Territoacuterio Brasileiroo ainda que pela Lei natildeo hhaja mais pena de restriccedilatildeo agrave liberdade No entanto na praacutetica ateacute mesmo aa conduta de distribuir panfl etoss para divulgar o trabalho de um Movimento Social quue fala sobre maconha pode acaarretar autuaccedilatildeo por ldquocrime dee apologia ao crimerdquo

JAMAICAAo contraacuterio do que se imagina seu consumo eacute considerado ilegal mas o uso eacute altamente popular por parte dapopulaccedilatildeo local

HOLANDAPrimeiro paiacutes a liberar o uso da maconha em 1976 O consumo em bares especializados eacute liberado mas a venda fora deles eacute proibida

CHINAPolPolitiitica ca de de toltoleracirceracircncinciaazerzero o TraTrafi cfi cantantes es concondendenadoados agraves agrave mo morterte e ue usuaacutesuaacuteriorios os obribrigadgados os a sa segueguir ir proprogragramasmas de de desdesintintoxioxicaccedilcaccedilaoao

Foto wwwfacunbbr storiesImagem_1145_edjpg

Condiccedilatildeo da maconha pelo mundo

12-13 - Maconhaindd 212-13 - Maconhaindd 2 12209 93005 AM12209 93005 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Leone -7ordm periacuteodo14 bull Comportamento

PEDRO LEONE

7ordm PERIacuteODO

Satildeo Paulo 10 de novembro de 2009 2230h A cena parecia receacutem tirada de um blockbuster apocaliacuteptico de Hollywood Pes-soas caminhando pelos trilhos do metrocirc carros desgovernados e uma cidade com 11 milhotildees de pessoas totalmente no escuro Era assim que se encontrava a capital paulista apoacutes o apagatildeo no fornecimento energeacutetico no Brasil causado por uma falha na linha de distribuiccedilatildeo de Furnas Na ocasiatildeo a usina de Itaipu responsaacutevel pela geraccedilatildeo de 20 da energia que abastece o paiacutes e 85 do Paraguai teve o funcionamento inteiramente interrompido Desde o pri-meiro momento de breu o que se viu entatildeo foi um fenocircmeno ateacute entatildeo pouco conhecido no Brasil Em questatildeo de minutos o site de relacionamento Twitter registrou milhares de comentaacute-rios postados por usuaacuterios de todo o paiacutes sobre o apagatildeo

O Twitter eacute a mais recente moda no mundo da internet Criado haacute trecircs anos o serviccedilo consiste em um blog pessoal um espaccedilo onde o usuaacuterio coloca textos com um limite de 140 caracteres (nada aleacutem de uma pequena frase) sobre o assunto que quiser Paula Fabian ex-coordenadora de produccedilatildeo do portal Uai e atual responsaacutevel pela comunicaccedilatildeo e pelo blog da Iveco acredita no entanto que as redes sociais natildeo satildeo apenas moda ldquoAs redes sociais chegaram para fi car e evoluiacute-rem refl etem uma mudanccedila de paradigma que a internet jaacute vem proporcionando haacute algum tempordquo afi rma

De fato se inicialmente a ideia dos criadores era de que as pessoas contassem o que estatildeo fazendo no momento em que escreveram hoje a ferramenta evoluiu e eacute usada como outras redes sociais para uma infi ni-dade de outros fi ns

Um dos marcos do uso de redes sociais na divulgaccedilatildeo jornaliacutes-tica ocorreu durante as eleiccedilotildees presidenciais no Iratilde em junho deste ano quando o mundo se viu inundado por notiacutecias sobre protestos e escacircndalos na apu-raccedilatildeo dos votos O incidente causou uma grande mobilizaccedilatildeo na miacutedia mundial Enquanto isso o proacuteprio governo iraniano cerceava alguns veiacuteculos locais chegando a fechar websites de oposiccedilatildeo Foi a deixa para o sur-gimento de uma diversidade de conteuacutedos em diversos espaccedilos na internet Viacutedeos no Youtube comunidades virtuais em todo tipo de site e uma infi nidade de comentaacuterios no Twitter fi zeram o evento um dos mais comen-tados em todo o mundo virtual Um usuaacuterio que se denominava ldquoTh eranBueraurdquo publicava no Twitter notiacutecias em tempo real atraveacutes do celular notiacutecias dos protestos de estudantes contra o governo

ItaipuA falha na distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica no Brasil causou um efeito semelhante Enquanto vagavam no escuro em ruas presos em elevadores trens e metrocircs e de dentro das proacuteprias casas centenas de natildeo-ilumina-dos recorreram a seus celulares para postar duacutevidas comentaacute-rios e notiacutecias na rede Apoacutes o restabelecimento da luz proli-feraram viacutedeos fotos e depoi-

mentos dos ocorridos Durante a madrugada do dia 10 em meio ao blecaute a assessoria de imprensa da usina de Itaipu criou uma conta no Twitter para divulgar comunicados ofi ciais sobre o ocorrido e responder as duacutevidas da populaccedilatildeo ldquoEm ins-tantes publicaremos a nota ofi -cial de Itaipu Binacional sobre o blecauterdquo foi o primeiro recado da empresa na rede

O uso das redes sociais pelas assessorias de imprensa eacute um dos casos mais curiosos e recor-rentes da evoluccedilatildeo das ferra-mentas Canais de viacutedeos insti-tucionais comunidades virtuais ofi ciais para aumentar o contato com o puacuteblico blogs e micro-blogs dando furos de notiacutecias nos veiacuteculos fornecendo infor-maccedilotildees ofi ciais em primeira matildeo O Clube Atleacutetico Mineiro aleacutem do caso da proacutepria Itaipu eacute

um exemplo Atraveacutes do Twitter o presidente do clube Alexan-dre Kalil divulga notiacutecias antes de saiacuterem na imprensa Esse uso no entanto natildeo eacute considerado por todos como jornaliacutestico ldquoNa minha opiniatildeo as redes disse-minam rapidamente as notiacutecias em piacutelulas mas natildeo considero como um trabalho jornaliacutesticordquo Afi rma Paula Fabian

As ferramentas ampliam o jaacute antigo uso dos websites como contato institucional com o mundo virtual Segundo Paula a ampliaccedilatildeo eacute o caminho certeiro das empresas que buscam esse contato indo aleacutem das proacuteprias redes sociais ldquoO mundo atual solicita presenccedila digital E natildeo basta estar simplesmente pre-sente na internet ou nas redes sociais Eacute preciso ser consistente em tudo o que se propotildee a parti-cipar Eacute preciso manter coerecircn-

cia com a atitude que se propotildee seguir nas redes sociaisrdquo

Outro obstaacuteculo levantado por ela eacute quanto a confi abili-dade das informaccedilotildees da rede ldquoNatildeo acho que nenhum veiacuteculo seja confi aacutevel quem eacute confi aacutevel eacute quem o faz quem estaacute por traacutes A inocecircncia na internet acabou a democracia que o meio pro-porciona abre espaccedilo tanto para o mal quanto para o bem o ver-dadeiro ou o falso o liacutecito ou iliacutecito A escolha eacute de cada umrdquo disse Paula

No fi m jornaliacutestico ou natildeo confi aacutevel ou malicioso a ampla difusatildeo de informaccedilotildees na internet soacute eacute beneacutefi ca Beneacutefi ca para os leitores cada vez mais informados e para os veiacuteculos que se obrigam a natildeo parar no tempo mantendo-se em discus-sotildees e reciclagens atraveacutes das novas tecnologias

Um passarinho me contouCada vez mais as redes sociais deixam de ser pura moda e passam a incorporar o dia a dia das pessoas

O New York Times dispotildee no Youtube viacutedeos que ampliam os assuntos abordados no jornal

ldquoFalaram para o estagiaacuterio em Itaipu quando sair apaga tudordquo

Piada difundida apoacutes o blecaute em Itaipu

ldquoCarini foi contratado Chegou no vocirco 1648 da

Gol hoje a tarderdquoAlexandre Kalil presidente do Atleacutetico-MG

se adiantand agrave imprensa

ldquoObra do Rodoanel desaba sobre a Reacutegis em SP equipe retira

escombrosrdquoEstado de Satildeo Paulo divulga manchetes

antes no Twitter

ldquoO diabo natildeo tinha chifre ateacute o dia em

que algueacutem mandou Zeacute Mayer pro infernordquo

Piadas sobre o ator Zeacute Mayer satildeo recorrentes na rede

No Twitter

14-15 - Redes Sociaisindd 114-15 - Redes Sociaisindd 1 12209 93048 AM12209 93048 AM

O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Leone - 7ordm periacuteodo Comportamento bull 15

Pouco mais de quatro meses apoacutes a sua morte em 25 de junho deste ano Michael Jackson con-tinua a mostrar porque eacute con-siderado o Rei do Pop O docu-mentaacuterio ldquoTh is is itrdquo em exibiccedilatildeo nos cinemas continua gerando comentaacuterios dos mais diversos tipos No entanto nenhum espec-tador tem duacutevidas do quanto Jackson merecia este tiacutetulo

O longa mostra os bastidores dos ensaios da uacuteltima turnecirc de Michael Jackson que natildeo che-gou a acontecer devido agrave morte precoce do cantor O lanccedilamento da obra agitou o mundo real ndash e virtual Enquanto os ingressos eram vendidos a uma velocidade exorbitante (soacute em Londres foram mais de 30 mil ingressos nas pri-meiras 24 horas) na rede o nome do cantor estaacute nos Trending Topics

do Twitter desde a noite de estreacuteia do documentaacuterio Ou seja o Reio do Pop estaacute entre os assuntos mais comentados do microblog

Logo que chegou aos cinemas os ldquotwitteirosrdquo de plantatildeo jaacute posta-ram suas impressotildees sobre o fi lme O criacutetico de cinema Pablo Villaccedila escreveu ldquomesmo longo e visual-mente desinteressante pinta uma imagem tatildeo favoraacutevel de MJ que indagamos por que natildeo fez algo assim antesrdquo Como costuma fazer com as obras que assiste Villaccedila daacute sua nota 3 em 5

A atriz Elizabeth Taylor fatilde e amiga de Michael Jackson tam-beacutem recorreu ao microblog para divulgar suas impressotildees ldquoReal-mente acredito que este fi lme deveria ser indicado em todas as categorias possiacuteveis Eacute a obra cinematograacutefi ca mais brilhante

que jaacute virdquo escreveu Taylor Mas tambeacutem haacute opiniotildees contraacuterias A ldquotwitteirardquo Laura Andrade critica o fi lme por considerar desneces-saacuterio mostrar a cruel realidade dos uacuteltimos dias do artista

O sucesso do documentaacute-rio eacute tatildeo grande que a Sony Pictures Entertainment jaacute anunciou que poderaacute esten-der o periacuteodo de exibiccedilatildeo que em princiacutepio seria de apenas duas semanas Com o longa mais tempo em cartaz o lanccedilamento do DVD foi adiado para o iniacute-cio do proacuteximo ano Mas para quem eacute fatilde a espera vai valer a pena jaacute que o DVD vai conter mais trecircs horas de extras que incluem cenas dos ensaios e versotildees ineacuteditas de videoclipes

No dia 22 de outubro a estu-dante Geisy Arruda de 20 anos foi exposta agrave vergonha puacuteblica pelos seus colegas na faculdade Uniban em Satildeo Bernardo do Campo As injuacuterias foram desde chingamentos ateacute ameaccedilas de lin-chamento e estupro sendo moti-vadas pelo vestido curto da aluna

O fato que ocorreu durante o horaacuterio de aula causou tanto tumulto na faculdade que as aulas foram interrompidas Cen-tenas de alunos foram para os corredores do Campus protestar e Geisy teve que sair acompa-nhada de escolta policial

O fato ganhou repercussatildeo nacional depois que um viacutedeo da retirada da aluna pela poliacutecia

sob gritos de colegas xingando passou a circular na internet

O viacutedeo publicado no site de viacutedeos Youtube teve milhares de acessos No Orkut foram criadas dezenas de comunidades para falar do assunto

Vaacuterios comentaacuterios na inter-net se ploriferaram nos textos sobre o assunto Ricardo aluno da Uniban disse no blog de Luiz Nassif estar chateado com o escacircndalo e em outro comen-taacuterio Josueacute Mecenas chamou os alunos de hipoacutecritas

No site da revista Marie Claire profi ssionais da moda se mani-festaram ldquo O brasileiro eacute o povo menos chauvinista em termos vestimentais So haacute restriccedilotildees

para homens por conta do com-plexo de machismordquo

A jornalista Eacuterica Palomino tambeacutem afi rmou no site ldquoEu pensei que minissaia havia sido inventada haacute 40 anos e natildeo fosse mais novidaderdquo A socioacuteloga Miriam Abramovay no site do Correio Brasiliense afi rmou que a atitude dos estudantes eacute vio-lenta agressiva e conservadora

Ainda no Twitter tambeacutem houve quem sugerisse que a garota fez algo aleacutem de usar uma minissaia Em comentaacuterio na rede social Ana Paula Bertoni disse que outro protesto aconteceu na Uniban Dessa vez os colegas da aluna agredida se manifestaram com narizes de palhaccedilo

O Rio de Janeiro ganhou des-taque na imprensa nas uacuteltimas semanas por motivos tanto posi-tivos quanto negativos A Cidade Maravilhosa foi escolhida como sede das Olimpiacuteadas de 2016 e dias depois pautou os noticiaacuterios com a guerra do traacutefi co O assunto tambeacutem invadiu as redes sociais (blogs Twitter Orkut entre outras) depois da derrubada de um heli-coacuteptero no Morro dos Macacos

O jornalista Carlos Castilho em um artigo intitulado ldquoDo tiro ao Twitterrdquo no site Observatoacuterio da Imprensa tocou numa ques-tatildeo interessante e pertinente ao contexto ldquopoliacutecia X crime organizadordquo Numa pesquisa recente destinada aos Estu-dos de Seguranccedila e Cidadania

provou-se que os policiais con-sideram os blogs como uma fer-ramenta poliacutetica ameaccediladora e subversiva para as tradicionais hierarquias que regem os quar-teacuteis no Brasil Apesar disso os blogs policiais podem mexer com a verticalizaccedilatildeo que pre-domina hoje na estrutura mili-tar expondo o que haacute de errado dentro das corporaccedilotildees e colo-cando em xeque as hierarquias

Espelhado no modelo norte-americano de amostragem de viacutetimas por guerras civis o site Rio Body Count foi criado para contabilizar por aproximaccedilatildeo o nuacutemero de viacutetimas na guerra do traacutefi co no Rio de janeiro mas jaacute foi desativado na Web

Sobre a atual violecircncia no

Morro dos Macacos o publicitaacute-rio e morador do bairro da Tijuca no Rio de Janeiro Gabriel Wardil 24 informou por meio de seu Twitter que o medo e a impo-tecircncia satildeo gerais e que as pessoas estatildeo mudando a rotina por causa da violecircncia ldquoEstamos no meio de uma guerra onde natildeo haacute como se defender e sendo governados pelo crime e terrorrdquo declarou

Comunidades do Orkut viacutedeos no Yotube posts em blogs satildeo exemplos de ferra-mentas que datildeo forccedila e auto-nomia para a voz da populaccedilatildeo Enquanto o Legislativo toma decisotildees a portas fechadas a Internet se torna um ambiente democraacutetico considerada por muitos como a nova Aacutegora

Arte Pedro Leone 7ordmG

Foto Bruno Gonzales em blog de Jorge Schweitzer

Guerra do traacutefi co no Rio de Janeiro se espalha na web

Textos nesta paacutegina escritos por Ana Carolina Amariz Flaacutevia Leatildeo Gabriel Assunccedilatildeo Jaime Hosken Liacutevia Martins Paula Sampaio Fernando Kelysson Gabriela Machado Michele Cristina Nathalia Magalhatildees Raiacutessa Rodrigues Rodrigo Otoni (6ordmG)

ldquoEu pensei que minissaia havia sido inventada haacute 40 anos e natildeo fosse mais novidaderdquoMiriam Abramovay socioacuteloga

Rei do Pop rouba cena no Twitter

Minissaia leva a motim de universitaacuterios

Guerra no Morro dos Macacos invade Web

14-15 - Redes Sociaisindd 214-15 - Redes Sociaisindd 2 12209 93048 AM12209 93048 AM

O Ponto

16 bull EsporteBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacuteginaPedro Gontijo e Clarisse Simatildeo - 6ordm periodo

O Rugby

Passados os anos as regras e nuacuteme-ros de participantes foram variando podendo hoje ser praticado com 15 10 ou 7 (conhecido como 7-a-side) joga-dores em cada time que se dividem em dois grupos ldquoOs Fowards satildeo jogadores maiores em tamanho e mais pesados enquanto os Backs satildeo mais raacutepidos menores mais leves e mais aacutegeis Eles atacam com velocidade passam a bola mais raacutepido mas tambeacutem haacute choquesrdquo explica Ariel Palacios treinador do time feminino do BH Rugby o maior da capital mineira

Durante a partida soacute eacute possiacutevel pas-sar a bola para o lado ou para traacutes sendo que os avanccedilos satildeo decorrentes das corridas com posse de bola Soacute eacute permitido passe para frente com pon-tapeacutes e no chute soacute podem perseguir a bola aleacutem do chutador aqueles joga-dores que estiverem em linha ou atraacutes do mesmo no momento do pontapeacute

Muitas vezes o esporte passa a ima-gem de violento mas seus praticantes defendem opiniatildeo contraria ldquoPassa essa imagem porque dentro de campo haacute um contato intenso entre os joga-dores A agressividade eacute inerente ao jogordquo explica Vitoacuteria ex-jogadora do BH Rugby

Um fator interessante e que ajuda a aliviar as tensotildees do jogo eacute o chamado terceiro tempo Promovido pelo time da casa esse eacute o momento em que os jogadores conversam fazem amizades cantam brincam bebem e discutem os lances da partida apoacutes o jogo e eacute uma das tradiccedilotildees do Rugby

Em Minas Gerais aleacutem do BH Rugby existem mais dois times expressivos ambos em Varginha O Minas Rugby nascido em 1995 e o Varginha Rugby criado em 2000 Inconfidentes e Poccedilos de Caldas no interior do estado pos-suem equipes menores e algumas outras cidades jaacute esboccedilam um esforccedilo para montar uma estrutura para o esporte entre elas Nova Lima Juiz de Fora Viccedilosa Uberlacircndia Governador Valadares e Nova Era

Apesar do aumento significativo da procura pelo esporte o Rugby ainda

sofre com falta de verbas para financiar as viagens dos atletas para as competi-ccedilotildees nacionais e internacionais A fim de contornar a situaccedilatildeo jogadores e equipe teacutecnica se viram como podem Alguns fazem uma poupanccedila onde todo mecircs uma quantia de dinheiro eacute depositada outros vendem brindes como camisetas rifas e adesivos e os mais corajosos posam para fotos Foi o caso da seleccedilatildeo brasileira de rugby feminino Para poder participar do Mundial de Dubai realizado em marccedilo deste ano criaram um calendaacuterio com fotos sensuais das proacuteprias jogadoras Um meio de chamar a atenccedilatildeo das pessoas e arrecadar dinheiro para a viagem Natildeo ganharam o campeonato mas garantiram o 10ordm lugar no ranking mundial

Vida de JogadoraJogadora haacute um pouco mais de dois

anos no BH Rugby Marina conheceu o esporte atraveacutes de amigos de Satildeo Paulo mas quem a incentivou a jogar foi uma amiga de trabalho ldquoUm dia fui para conhecer os treinos e fiqueirdquo Amigos e familiares a questionavam sobre por que natildeo fazer ballet ou jazz atividades tradicionalmente femini-nas mas Marina afirma que apesar de jaacute ter tentado natildeo combina com ela de jeito algum A jogadora comenta tam-beacutem que nunca teve rivalidade com outras jogadoras ldquoSomente dentro do campo alguns olhares e puxotildees de cabelos mas fora do campo o terceiro tempo tira a tensatildeo um poucordquo afirma a atleta

O administrador Mathias Klaus namora haacute dois anos a jogadora do BH Rugby Maria Clara Ele acompanha sua namorada em todos os jogos e diz natildeo sentir ciuacutemes dos treinos que ela faz com o time masculino de Rugby ldquoSem-pre que daacute eu saio com a turma toda pra tomar umasrdquo Mathias confessou que reza sempre para que sua namo-rada saia do campo sem um arranhatildeo pois a jogadora jaacute quebrou a claviacutecula e o nariz mas afirma que o esporte ajuda no relacionamento ldquoO namoro eacute

Encerrada a partida o jovem estudante William Webb Ellis inconfor-mado com a derrota do seu time agarra a bola com as matildeos e sai cor-rendo em direccedilatildeo ao gol adversaacuterio - Que velocidade Surpreendidos seus adversaacuterios entram na corrida para tentar impedi-lo Agarrado pelas pernas o pequeno Willian vai ao chatildeo e vecirc a bola esvair-se de suas matildeos Dessa cena que causou estranheza durante um jogo de futebol na Inglaterra em 1823 surgiu a ideacuteia inicial de um novo esporte o Rugby

O Rugby eacute um dos esportes mais populares do mundo e cada vez mais vem ganhando adeptos pelo Brasil desmistifi cando a fama de esporte violento e deixando de ser comparado ao futebol americano

MARINA CAMISASSA

RENATA WILLIG 2ordmPERIODO

Fotos Pedro Gontijo

em trecircs tempos

16-17 - Rugbyindd 116-17 - Rugbyindd 1 12209 92745 AM12209 92745 AM

O Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Gontijo e Clarisse Simatildeo - 6ordm periodo

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Esporte bull 17

oacutetimo quando ela estaacute estressada ela desconta no campo e com as rivaisrdquo

Jogadora do BH Rugby de dezem-bro de 2005 ateacute Julho de 2007 Vitoacuteria nunca praticou outro esporte Ela fra-turou o braccedilo durante uma partida e depois novamente em casa no mesmo lugar mas continua defendendo que isso eacute comum por ser um esporte de muito contato fiacutesico Vitoacuteria tambeacutem afirma que o esporte precisa ser mais divulgado o que ajudaria a desvincu-lar essa imagem de jogo violento que tem hoje

Vencer as barreiras de um esporte que ainda daacute os primeiros passos no paiacutes eacute outro desafio segundo as joga-doras O BH Rugby participa de pelo menos um campeonato por ano e para custear as viagens aleacutem da mensali-dade paga por elas ao clube Como haacute poucos patrocinadores eacute preciso fazer rifas e caixinhas para ajudar nas despe-sas das viagens que tecircm custo variado de acordo com o nuacutemero de jogadoras que participam dos torneios

Em Setembro de 2006 o time femi-nino do BH Rugby conquistou o pri-meiro tiacutetulo ao vencer o Campeonato da Independecircncia de 7-a-side em Var-ginha no Sul de Minas Em Outubro de 2007 conquistou o Torneio de 7-a-side de Satildeo Joseacute dos Campos a primeira etapa do Circuito Brasileiro de Rugby

Rugby no BrasilO Brasil conheceu o rugby no seacuteculo

XIX e foi Charles Miller o mesmo que trouxe o futebol para o Brasil que em 1895 organizou o primeiro time de rugby brasileiro em Satildeo Paulo Mas somente em 1925 o rugby comeccedilou a ser praticado com mais regularidade no Brasil no Campo dos Ingleses per-tencente ao Satildeo Paulo Athletic Club (SPAC) em Pirituba Satildeo Paulo

Durante o periacuteodo de 1926 a 1940 foram organizados jogos interesta-duais entre clubes paulista e carioca aleacutem de jogos internacionais contra os Springboks da Aacutefrica do Sul em 1932 e contra a seleccedilatildeo Britacircnica em 1936

De 1941 a 1946 os jogos foram inter-rompidos devido agrave Segunda Guerra Mundial sendo retomados em 1947

Em 1960 foi formada a Alianccedila Rugby Football Club constituiacuteda por jogadores ingleses franceses argenti-nos e brasileiros No dia 6 de outubro de 1963 foi fundada a sede em Satildeo Paulo da Uniatildeo de Rugby do Brasil com a finalidade de organizar e dirigir o rugby brasileiro No ano seguinte a entidade patrocinava o III Campeonato Sul-Americano de Rugby quando o Brasil conquistou o vice-campeonato

A partir de 1971 comeccedilou a se desenvolver lentamente o rugby Infanto-Juvenil em Satildeo Paulo e em 20 de Dezembro de 1972 foi fundada a Associaccedilatildeo Brasileira de Rugby em substituiccedilatildeo agrave Uniatildeo de Rugby do Bra-sil sendo reconhecida pelo Conselho Nacional de Desportos (CND) A par-tir daiacute o esporte vem ganhando adep-tos no paiacutes do futebol e se populari-zando deixando para traacutes a imagem de violento

1 - Pilar

2 - Hoker

3 - Pilar

4 - Segunda linha

5 - Segunda linha

6 - Asa (tercera linha) 7 - Asa (tercera Linha)

8 - Oitavo (uacuteltimo na formaccedilatildeo do scrum)

PasseNo rugby soacute eacute possiacutevel passar a bola para o lado ou para traacutes sendo que os avanccedilos satildeo decorrentes das corridas com posse de bola Soacute eacute permitido passes para frente com pon-tapeacutes No chute soacute podem perseguir a bola aleacutem do chutador aqueles jogadores que estiverem em linha ou atraacutes do mesmo do momento do pontapeacute

Tackle ou placagemO tackle eacute feito agarrando-se o jogador adver-saacuterio que estaacute com a bola e jogando-o ao chatildeo para que se possa fazer a tentativa de tomada da posse de bola atraveacutes do ruck

RuckQuando um jogador eacute tackleado ele solta a bola e eacute formado um ruck Jogadores dos dois times se jogam em cima daquele que estaacute ao chatildeo e tentam empurrar a bola para o seu lado do campo com o detalhe de que natildeo eacute permitido mover a bola com as matildeos

MaulOcorre quando trecircs jogadores sendo um portador da bola e os outros dois um de cada time estatildeo em contato A diferenccedila entre o ruck e o maul eacute que no uacuteltimo a bola natildeo se encontra no chatildeo e sim na matildeo do jogador Os jogadores devem manter a cabeccedila e os ombros acima da linha da cintura Natildeo eacute per-mitido tirar os jogadores do maul a natildeo ser que esse seja do time adversaacuterio e esteja do lado errado do maul

ScrumO scrum ou formaccedilatildeo ordenada geralmente eacute usado apoacutes uma jogada irregular ou em alguma penalidade O HalfScrum da equipe que natildeo cometeu a infraccedilatildeo insere a bola no meio de um ldquotuacutenelrdquo formado pelas duas primeiras linhas de cada equipe para que os jogadores de sua equipe consigam ganhar a posse da bola Qualquer jogador alheio a formaccedilatildeo ordenada tem que estar a 10 m da mesma

LateraisQuando a bola sai pela lateral do campo eacute realizado um alinhamento para que a bola volte ao jogo O Hoker da equipe lanccedila a bola no meio das duas linhas formadas Um joga-dor de cada equipe eacute levantado no ar para tentar agarrar a bola Quando a bola eacute posta na lateral o outro time pode repocirc-la rapida-mente para dentro de campo se esta cruzar a linha de cinco metros sem formaccedilatildeo de linhas

MarkQuando a equipe adversaacuteria chuta a bola e o jogador da outra equipe a pega sem quicar no chatildeo e dentro da aacuterea dos 22 metros ele pode chamar um mark ou pedir marco que eacute a possibilidade de se dar um chute sem o perigo de ser placado Serve como um fator de proteccedilatildeo para a defesa da equipe que pediu o marco pois interrompe o jogo e o time tem direito a um pontapeacute livre de onde o mark foi pedido

Algumas jogadas do Rugby

Esquema de jogo

BH RUGBY

12ordm BI do ExeacutercitoRua Timbiras com Barbacena Barro Preto Belo Horizonte - MG

Belo H

s sendo umLateraisQuQQQuQuQuQuQuQuananandodoodododd a bola saaaai peela lattererererala ddddoooo cacacacampmpmpmpmm oooooooo eacuteeacuteeacuteeacute

Ariel PalaciosTeacutecnico do BHRugby

312

6

45

789

10

111213

1514

9 - Half Scrum 10 - Apertura 11 - Ponta cego

12 - Primer centro

13 - Segundo Centro

14 - Ponta aberto

15 - Fullback

16-17 - Rugbyindd 216-17 - Rugbyindd 2 12209 92753 AM12209 92753 AM

O Ponto

18 bull CulturaBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Liacutevia Martins e Flaacutevia Leatildeo - 6 ordm periacuteodo

LUCAS RAGE VICTOR DUARTE RENAN BORGES

2ordm PERIODO

Desde 2004 os belo-hori-zontinos vecircm recebendo visi-tas ilustres nas diversas linhas de transporte puacuteblico da capi-tal Jaacute passaram pelos ocircnibus escritores como Gonccedilalves Dias Machado de Assis Castro Alves e muitos outros Calma eles natildeo estatildeo rodando por aiacute como passageiros estatildeo pre-sentes por meio de suas obras Eacute o projeto Leitura para Todos

Idealizado e organizado pelo Programa de Ensino Pesquisa e Extensatildeo A Tela e o Texto do curso de Letras da Universi-dade Federal de Minas Gerais (UFMG) o projeto Leitura para Todos tem o objetivo de levar literatura agrave grande populaccedilatildeo belo-horizontina de maneira dinacircmica e acessiacutevel

O que natildeo falta ao passa-geiro eacute escolha na hora de ler Satildeo oferecidas obras dos mais variados estilos desde crocircni-cas machadianas a poemas de Gonccedilalves Dias passando por composiccedilotildees musicais de Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes

Atraveacutes do site do projeto (wwwletrasufmgbratelaeo-texto) jovens autores tambeacutem podem enviar seus textos e jaacute

passam de 155 publicaccedilotildees deste cunho envolvidas na ini-ciativa O projeto contempla hoje 280 carros em 26 linhas distintas

Impressos em frente e verso e laminados os textos satildeo afi -xados na parte traseira dos assentos e apresentam faacutecil acesso Cada veiacuteculo possui uma meacutedia de vinte lacircminas dispostas ao longo dos assen-tos de maneira para atingir todos os passageiros Os textos satildeo trocados de trecircs em trecircs meses As formataccedilotildees variam de acordo com o tema e a forma luacutedica com a qual algu-mas obras satildeo expostas busca atrair o leitor relutante

RepercussatildeoAs estrateacutegias para atrair o lei-

tor apesar de criativas natildeo agra-daram a todos ldquoA letra eacute muito pequena entatildeo eu natildeo leio muitordquo diz Amanda Dias usuaacute-ria da linha Circular 01 (SC01) e moradora de Betim Estudante e morador da Savassi tambeacutem usuaacuterio da linha Guilherme Carvalho concorda ldquonatildeo atrai natildeo chama a atenccedilatildeo Fica ali mas a gente nem vecirc direito falta alguma coisa para chamar mais a atenccedilatildeo do pessoalrdquo

O maior problema aparenta ser a combinaccedilatildeo entre trans-porte puacuteblico e leitura uma vez que nem todos os passageiros podem se sentar durante a via-

gem ldquoEacute interessante para quem vai sentado mas quem estaacute de peacute natildeo aproveita muitordquo aponta Amanda Dias

Mas a iniciativa possui uma linha de admiradores para quem o incentivo agrave cultura e a dissemi-naccedilatildeo da literatura natildeo passam despercebidos Moradora do Taquaril e usuaacuteria da linha 9503 Vanusa dos Santos se entusiasma com o projeto ldquoAs histoacuterias satildeo legais Tem algumas que eu tenho ateacute vontade de levar para casa e ler para os meus fi lhos Eu jaacute li quase todas sempre que acabo de ler a minha jaacute estou logo pegando a do ladordquo afi rma Ilza Ferreira Gomes moradora de Venda Nova e usuaacuteria da

linha Circular 02 (SC02) tambeacutem divide o entusiasmo de Vanusa ldquoAcho excelente Incentiva a lei-tura A primeira coisa que eu faccedilo quando entro no ocircnibus eacute pegar um texto para lerrdquo

Segundo a coordenadora do projeto e do Programa A Tela e o Texto da FALE-UFMG Maria Antonieta Pereira a repercus-satildeo do projeto natildeo poderia ser melhor ldquoTemos recebido mui-tos textos novos e comentaacuterios dos leitores No mecircs que vem entraraacute em circulaccedilatildeo o texto de um usuaacuterio sobre o Leitura para Todosrdquo afi rma

De acordo com Maria Anto-nieta a maioria dos textos rece-bidos eacute de qualidade Para sele-cionaacute-los o criteacuterio utilizado eacute o valor literaacuterio ldquoFicam de fora apenas os textos que apresen-tarem linguagem vulgar ou de cunho agressivo Mas isso eacute rarordquo conclui

Mais do que uma degustaccedilatildeo literaacuteria muitos vecircem no projeto um passatempo que possibi-lita distraccedilatildeo durante as longas viagens de volta para casa ou em direccedilatildeo ao trabalho ldquoVocecirc comeccedila a ler e nem vecirc o tempo passarrdquo diz Jidalva da Silva moradora de Ibiriteacute e usuaacuteria da linha 3052 Guilherme Carvalho acrescenta ldquoEacute bacana porque a gente natildeo tem nada para fazer no ocircnibus entatildeo a gente lecirc no caminhordquo

Projeto Leitura para TodosFoto Divulgaccedilatildeo BHTrans

Com cinco anos de existecircncia iniciativa ainda passa despercebida por muitos passageiros de ocircnibus

Faz-de-conta domina a literaturaLivros com tramas e personagens fantaacutesticos encabeccedilam listas de mais vendidos

GABRIELA CAMPOLINA

5ordm PERIacuteODO

As aventuras de um bruxi-nho um mundo rodeado por robocircs que de repente passam a ter sentimentos o romance entre uma jovem e um vampiro a cegueira repentina A fi c-ccedilatildeo oferece um mundo rico de possibilidades estimulantes O autor fi ca livre para propor novas abordagens construir cenaacuterios - diferentes daqueles que estamos acostumados O leitor pode se deliciar com estoacuterias divertidas e impossiacuteveis na vida real mas que povoam a sua mente e satildeo apaixonantes

Para o doutorando em Lite-ratura de Liacutengua Portuguesa e professor da Universidade Fumec Luis Henrique Barbosa o sucesso desses livros pode ser atribuiacutedo ao grande poder da miacutedia ldquoHoje em dia eacute difiacutecil esca-

par dessa infl uecircncia ateacute mesmo para quem tenta fugir um pouco dissordquo Segundo o professor os meios de comunicaccedilatildeo criam um tipo de ldquomodardquo

Atualmente o livro que estaacute no topo dos mais vendidos eacute ldquoA Cabanardquo do canadense William Young que narra a histoacuteria de Mackenzie Allen Philip perso-nagem principal de uma trama que envolve questotildees religiosas ao desconstruir os estereoacutetipos de Deus e Jesus apresentados respectivamente como uma mulher negra grande e gorda e um jovem do Oriente Meacutedio que conserta e constroacutei coisas Outro sucesso de venda foram os livros da seacuterie Crepuacutesculo (Twilight) que conta a histoacuteria de uma ado-lescente que se apaixona por um vampiro recentemente adap-tada para o cinema

Os best-sellers de fi cccedilatildeo jaacute tomaram as salas de cinema haacute

um tempo Em termos de adap-taccedilatildeo literaacuteria escritores tendem a achar que o fi lme deve ser fi el ao texto Jaacute os cineastas enten-dem que a linguagem das telas eacute outra e que o compromisso do cinema eacute com os espectadores natildeo com os leitores Os escrito-res defendem a fi delidade os cineastas natildeo

O sucesso de longas como ldquoO senhor dos aneacuteisrdquo ldquoHarry Pot-terrdquo ldquoEu Robocircrdquo ldquoEnsaio sobre a cegueirardquo ldquoEntrevista com um vampirordquo de repente virou febre Todos parecem querer ldquoviajarrdquo por um mundo desconhecido

Os leitores principalmente os mais jovens querem ver seus livros personagens e aventuras preferidas de uma forma mais real Segundo Luis Henrique ldquoa miacutedia faz bom marketing e ainda tem o peso das peliacuteculas que direcionam ainda mais o foco do interesse do puacuteblicordquo E

independente das inuacutemeras criacute-ticas quanto a isso o sucesso eacute certo O exemplo eacute o das seacuteries Harry Potter e Twi-light - ambos best-sellers mundiais

A internet eacute tambeacutem um terreno que contribui para popularidade crescente da chamada literatura da moda de acordo com o pro-fessor Luis Henrique a litera-tura se tornou muito diversifi -cada ldquoHaacute um grande aumento por exemplo na lsquoliteratura de blogrsquo Muitos blogueiros escrevem histoacuterias que depois viram livrosrdquo diz Falando especifi camente sobre os livros de fi cccedilatildeo ele argu-menta que muito desse sucesso estaacute em foacutermulas que deram certo e se repetiram no avanccedilo da tecnologia na busca por res-postas e na tentativa de ldquofugardquo da rotina do dia-a-dia ldquoAinda assim eacute difiacutecil dizer porquecirc Eacute como

querer saber o motivo pelo qual muita gente escuta certo tipo de muacutesica ou assiste a certos tipos de fi lme Cada um tem uma razatildeo Tambeacutem natildeo podemos esquecer que estamos falando de moda E moda vai e voltardquo

criacute-sso as

m

o dem srdquote

18 - Literaturaindd 118 - Literaturaindd 1 12209 92644 AM12209 92644 AM

O Ponto

PEDRO LEONE

7ordm PERIacuteODO

A Faculdade de Ciecircncias Humanas da Fumec (FCH) lanccedilou no dia 20 de novem-bro a oitava ediccedilatildeo da revista ldquoMediaccedilatildeordquo de cunho cientiacute-fi co A publicaccedilatildeo que desta vez trouxe como tema central ldquoMiacutedas Audiovisuais e Proces-sos Identitaacuteriosrdquo representa um marco da revista por fortalecer a

periodicidade das produ-

ccedilotildees acadecircmicas da faculdade como reinteraram os diretores Antocircnio Marcos Nohmi Joatildeo Batista de Mendonccedila Filho e Th aiumls Estevanato em evento rea-lizado na data de lanccedilamento no auditoacuterio da FCH A revista passa ainda por uma reestrutu-raccedilatildeo editorial jaacute que a partir da proacutexima ediccedilatildeo natildeo conta mais com a professora Claudia Cha-ves Fonseca como editora que passa o cargo para o professor Rodrigo Fonseca e Rodrigues

Segundo Rodrigo um dos proacuteximos passos na consoli-daccedilatildeo da ldquoMediaccedilatildeordquo no mer-cado eacute a ampliaccedilatildeo dos pontos de distribuiccedilatildeo da publicaccedilatildeo sendo inclusive distribuiacuteda em bibliotecas de outras institui-ccedilotildees de ensino Aleacutem disso Rodrigo adiantou o tema-base da nona ediccedilatildeo jaacute sob seu comando que seraacute ldquoComuni-caccedilatildeo e estudos interdiscipli-naresrdquo Nela de acordo com o novo editor uma das metas seraacute ampliar o leque de assun-tos tratados e mostrar o caraacuteter plural da comunicaccedilatildeo

Outra meta para os proacuteximos nuacutemeros da revista eacute divulgar a

chamada para artigos em outros paiacuteses com a publicaccedilatildeo de textos traduzidos com exclusividade pela revista para o portuguecircs

Alunos como destaqueA novidade da oitava ediccedilatildeo

segundo a editora Claudia Cha-ves fi ca por conta da publica-ccedilatildeo da resenha ldquoEacutetica no ensino

de jornalismordquo de autoria das alunas do oitavo periacuteodo de jornalismo Ana Luacutecia Bahia e Marina Rigueira Para as alu-nas que dizem ter interesse em seguir a carreira acadecircmica a oportunidade eacute interessante por ser uma primeira experiecircn-cia na aacuterea O artigo segundo Ana Luacutecia e Marina eacute fruto de

um projeto de iniciaccedilatildeo cientiacute-fi ca e a primeira publicaccedilatildeo de cunho acadecircmico de ambas

A revista ldquoMediaccedilatildeordquo tem periodicidade semestral e teve nesta oitava ediccedilatildeo tiragem de mil exemplares reunindo dez artigos de professores pes-quisadores e profi ssionais da comunicaccedilatildeo social

Editor e diagramador da paacutegina Equipe O Ponto

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Miacutedias bull 19

FABIANA SOARES

7ordm PERIacuteODO

Kotler publicou sua biacuteblia do marketing e de repente todo mundo sabia como posicionar uma marca Entatildeo veio a Era Digital e desafi ou todas agecircncias de publicidade e profi ssionais de marketing Quais foram esses desafi os O que devemos levar em consideraccedilatildeo para posicio-nar uma marca online Eu com meu mero mas engajado conhe-cimento elaborei alguns toacutepi-cos que podem dar um rumo ao posicionamento digital

1) Pense e esteja OnlineO primeiro item eacute oacutebvio e pre-

cede todos os outros Se vocecirc quer entrar no mundo digital vocecirc tem que estar online A comunicaccedilatildeo digital eacute instantacirc-nea e interativa e se sua marca natildeo estaacute laacute quando um usuaacuterio a procura ele vai clicar na outra que estiver mais proacutexima Entatildeo

esteja sempre disponiacutevel e mais importante abrace a interaccedilatildeo Natildeo adianta estar online e pen-sar offl ine Converse e escute os usuaacuterios hoje eles satildeo tatildeo importantes no posicionamento de sua marca quanto a televisatildeo foi na deacutec de 50 O que nos leva ao segundo toacutepico

2) O usuaacuterio constroacutei a sua marca

Hoje o modelo de comuni-caccedilatildeo eacute interativo O internauta descobriu que pode produzir a mensagem e natildeo soacute recebecirc-la pacifi camente Entatildeo ele pode dizer que seu produtoserviccedilo eacute muito ruim ou muito bom e teraacute vaacuterias pessoas para ouviacute-lo E natildeo adianta querer abafar a sua voz isso soacute vai pegar mal e natildeo vai controlar a propagaccedilatildeo da mensagem (lembra do caso da Daniela Cicarelli) Entatildeo o que resta aacutes marcas eacute monitorar Vocecirc pode estar sempre alerta ao que estatildeo dizendo sobre vocecirc na web

eacute como um feedback instantacirc-neo e se estiverem falando bem oacutetimo mas se falarem mal per-gunte porque peccedila desculpas e desconstrua a imagem ruim que aquele usuaacuterio tem sobre sua marca Mas cuidado para natildeo invadir o espaccedilo virtual dele

3) Cuidado O usuaacuterio pode natildeo querer te ouvir

Vocecirc monitora sua marca na web e resolve entrar na discussatildeo dos usuaacuterios sobre sua marca Vaacute com calma Ele provavelmente vai estar em uma rede social conversando com seus amigos e de repente vocecirc vira um inva-sor inoportuno Hoje o usuaacuterio quer ouvir e daacute mais credibi-lidade a fala de seu ldquoamigo de rederdquo do que na auto-afi rmaccedilatildeo de uma marca Ele quer ouvir o que sua rede social tem a dizer e natildeo vocecirc Entatildeo uma estrateacutegia muito mais efi ciente de conver-sar com o usuaacuterio eacute sendo um usuaacuterio ou tendo como porta voz

algum usuaacuterio infl uente E se um usuaacuterio fala bem da sua marca daqui a pouca seratildeo dois quatro seis

4) O boca-a-boca casou com a internet e teve um fi lho fofoqueiro O viral

O viral nasceu graccedilas a velo-cidade e o tamanho da rede Enquando na tv temos uma pessoa falando para outras 11 milhotildees na rede sua marca pode falar com esse mesmo nuacutemero de pessoas e essas pessoas com outras 11 milhotildees de pessoas em uma velocidade muito mais raacutepida que a de um Vt de 30rdquo Esse potencial de propagaccedilatildeo da men-sagem eacute bom e ruim Bom por permitir uma comunicaccedilatildeo mais efi ciente em termos de tempo e ruim pois uma vez lanccedilada na rede eacute impossiacutevel acompanha-la A melhor maneira entatildeo de se utilizar um viral eacute ser cuida-doso com o que se quer propa-gar Pense se aquela mensagem

eacute realmente relevante se natildeo vai criar uma imagem negativa e se eacute sufi cientemente criativo para que os usuaacuterios queiram compartilhaacute-lo O viral tem sido a menina dos olhos de muitos criativos publicitaacuterios e de seus clientes pois tem um custo rela-tivamente baixo e pode alcanccedilar um grande nuacutemero de pessoas mas tambeacutem tem grandes riscos de ser um total fracasso

A internet aidna tem muito a nos ensinar e tentei colo-car acima um pouco do que jaacute consegui obeservar Mas ainda tenho uma grande curiosidade que ateacute hoje ningueacutem conseguiu me explicar como se cobra por estrateacutegias digitais Como men-surar em dinheiro um viral por exemplo Como apresentar uma estimativa de custos honesta para o cliente quando tudo que se tem eacute uma ideacuteia Se algueacutem tiver essa resposta meu email eacute fabzsoaresgmailcom

E agora Joseacute A festa acabou a luz apagou e ta todo mundo na web

Original publicado em httpestagiocriativoblogspotcomO texto natildeo sofreu ediccedilatildeo nem correccedilotildees ortograacutefi cas a pedido da autora

A equipe de professores e convidados que participaram da organizaccedilatildeo da 8ordm ediccedilatildeo da revista

Mediaccedilatildeo chega ao seu oitavo nuacutemeroRevista da Faculdade de Ciecircncias Humanas da FUMEC coloca o tema ldquoMiacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuteriosrdquo em debate e tem como desafi o para os proacuteximos nuacutemeros ampliar a chamada para o envio de artigos acadecircmicos a pesquisadores de outros paiacuteses

8ordf ediccedilatildeo da revista trata das Miacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuterios

19 - Mediacaoindd 119 - Mediacaoindd 1 12209 93123 AM12209 93123 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

20 bull Cultura Editora e diagramadora da paacutegina Amanda Lelis - 7ordm periodo

COLCHAde retalhos

CU

RT

Are

talh

os

Ajude a costurar nossa colcha balaioretalhosgmailcom

Ir aleacutem da superfiacutecie

Que o espelho mostra

(e que o ego gosta)

VontadeBaacuterbara Rodrigues

Midori aki

hatake dandan

akaku naru

GuntaiJoatildeo Paulo Borges

Outono verde

o campo aos poucos

fi ca vermelho

ExeacutercitoJoatildeo Paulo Borges

Frederico PortoOde ao pensamento

Todo momento eacute hora de aventura e fantasia

E comeccedila ao raiar do dia

Crianccedilas vatildeo agrave escola e cantam a melodia

E a imaginaccedilatildeo se mistura com a nostalgia

O vento o sol a neve e a tempestade

Amanhatilde eacute o ontem criado com amizade

E Deus em seu computador

Natildeo procura responder

A mensagem deixada seraacute criada por vocecirc

E sem fi m com mais delongas

O encanto se apaixona

E comeccedila a respirar

Pensamento que viraacute

Eu que natildeo amo vocecircGabriela Gois

Era tudo novo ali No puro prazer na inocecircncia ele repousava a cabeccedila sobre o meu

colo segurando minha matildeo fi rmemente Ao longe o sol ia se despedindo deixando uma

leve e uacutenica brisa no fi m de tarde abafado Noacutes trocaacutevamos algumas palavras bobas meu

coraccedilatildeo disparava quando via aquele sorriso sincero Era tudo parte de um comeccedilo de

vida uma iniciaccedilatildeo no mundinho chato e triste que eacute o amor Tatildeo perfeito calmo irreal

verdadeiro e tiacutemido A rua estava vazia eu permanecia em silecircncio enquanto ele brin-

cava com meus dedos em suas matildeos magrelas e brancas

- E quando tudo isso acabar

- Como assim ndash suspirei afagando seu cabelo bagunccedilado

- A gente vai crescerhellipMudar Talvez um dia nossos rostos se apaguem

- Eu natildeo seihellipTalvez um dia noacutes vamos estar adultos andando em alguma cidade no

meio do caos e nos reconhecemos por um sorriso Eu largaria meu namorado vocecirc sua

vida boecircmia e noacutes podemos fugir pra Franccedila

- Vocecirc eacute tatildeo boba

- E vocecirc eacute tatildeohellip

Seus laacutebios tocaram os meus delicadamente nada invasivo Eram macios tinham

sabor de chocolate branco O que aconteceu internamente natildeo haacute como descrever nada

comparado agrave felicidade instantacircnea de uma roupa nova Natildeo era algo bem melhor que

isso Era tudo tatildeo maacutegico e delicioso nada de preocupaccedilotildees Eacuteramos dois na calccedilada os

peacutes no chatildeo quente as matildeos entrelaccediladas os sorrisos carregados de felicidade

Hoje eu ainda olho para aquela foto estranha no fundo da caixa Ele estaacute longe pro-

vavelmente apagou meu rosto Eu natildeo consigo sentir nada comparado agravequilo nada que

faccedila meu coraccedilatildeo disparar como aquele dia Eu soacute amei uma vez eu tinha onze anos um

metro e sessenta e cinco e era boba

Larissa Cardoso Borges

Deixa a mente vagar

Sem rumo sem freio

Deixa as palavras fl uiacuterem

Pulsando pelo seu corpo ateacute chegarem ao destino fi nal

Matildeo que freneticamente escreve

Tentando organizar o fl uxo de emoccedilotildees de sensaccedilotildees

Raacutepido pensar fugaz aliacutevio

O papel suporta as minhas ideacuteias

Devaneios

GuriaRodrigo Guimaratildees Pena

quando dedo se lambia

tudo era mar-de-rosas

tu levavas vida em verso

eu te via toda prosa

e tu eras tatildeo pequena

tatildeo cheirosa tatildeo macia

que o chorar ou fazer cena

era manha da guria

hoje a vida te vecirc bela

tatildeo faceira tatildeo formosa

mas meus olhos vecircem aquela

que foi meu botatildeo de rosa

Sozinha

No mato

Sem teto

Comida

Companhia

Ou cobertor

Sem rastro

Barulho

Eu-soacute

Sozinha

Na terra

Deitada ateacute dissolver no tempo

QuererAmanda Lelis

Amanda Lelis

E o que vai ser agora

se tudo em mim for

silecircncio

DuacutevidaAmanda Lelis

20 - Colcha de retalhosindd 120 - Colcha de retalhosindd 1 12209 92543 AM12209 92543 AM

Page 2: Jornal O Ponto - novembro de 2009

O Ponto

02 bull Opiniatildeo

Os artigos publicados nesta paacutegina natildeo expressam necessariamente a opiniatildeo do jornal e visam refletir as diversas tendecircncias do pensamento

o pontoCoordenaccedilatildeo EditorialProf Aureacutelio Joseacute (Jornalismo Impresso)

Professores orientadoresProfordf Dunya Azevedo (Planejamento Graacutefico)Profordf Beatriz de Resende Dantas (Fotografia)Prof Reinaldo Maximiano Pereira (Produccedilatildeo e revisatildeo de texto)

Monitoras do Jornalismo ImpressoAmanda Lelis e Juliana Pizarro

Monitora da Redaccedilatildeo ModeloBaacuterbara Rodrigues

Projeto GraacuteficoDunya Azevedo Professora OrientadoraPedro Rocha Aluno voluntaacuterioRoberta Andrade Aluna voluntaacuteria

LogotipoGiovanni Batista Correcirca

Universidade Fumec Rua Cobre 200 Cruzeiro Belo Horizonte Minas GeraisTel 3228-3127 e-mail opontofchfumecbr

Presidente do Conselho CuradorProf Air Rabello Filho

Reitor da Universidade FumecProf Antocircnio Tomeacute Loures

Diretora GeralProfordf Thaiumls Estevanato

Diretor de EnsinoProf Joatildeo Batista de Mendonccedila Filho

Diretor Administrativo e FinanceiroProf Antocircnio Marcos Nohmi

Coordenador do Curso de Comunicaccedilatildeo SocialProf Seacutergio Arreguy

Monitores da Produccedilatildeo GraacuteficaJoatildeo Paulo Borges e Guilherme de Andrade Meira

Monitores do Laboratoacuterio de Publicidade e PropagandaLorena Emiacutedio de Mendonccedila e Marina Magalhatildees Barbosa

Colaboradores voluntaacuteriosClaudia Lapouble Pedro Henrique Leone Rocha e Roberta Andrade

Tiragem desta ediccedilatildeo 3000 exemplares

Jornal Laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo Socialda Faculdade de Ciecircncias Humanas Fumec

Editor e diagramador da paacutegina Equipe O Ponto

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Feliz foi o autor Richard Jakubaszko em seu artigo ldquoA miacutedia e o CO2 ndash Toda unanimidade eacute burrardquo publicado no site Observatoacuterio da Imprensa Toda unanimidade eacute burra principalmente quando se trata de um assunto cujos consensos satildeo poucos Apesar de a miacutedia divulgar de forma maciccedila que o aumento da emissatildeo de gaacutes car-bocircnico eacute o grande responsaacutevel pelas mudanccedilas climaacuteti-cas ndash que supostamente iria aquecer a temperatura de todo o planeta tornando-o inabitaacutevel ndash o meio cientiacute-fi co diverge e muito nas opiniotildees sobre o tema Embora este seja o ponto de vista mais conhecido por noacutes leigos tendo sido abordado no famoso documentaacuterio ldquoUma Verdade Inconvenienterdquo do ex-candidato agrave presidecircncia dos Estados Unidos Al Gore existem inuacutemeras teorias diferentes (a maioria muito bem fundamentada) sobre o futuro da Terra

Tamanhas satildeo as contradiccedilotildees que haacute cientistas que afi rmam exatamente o contraacuterio que o planeta segue para uma nova era glacial Este eacute o caso do pesquisador Carlos Molion poacutes-doutor em mete-orologia formado na Inglaterra e nos Estados Uni-dos membro do Instituto de Estudos Avanccedilados de Berlim e representante da Ameacuterica Latina na Organizaccedilatildeo Meteoroloacutegica Mundial O pesqui-sador defende a ideia do esfriamento da Terra devido agraves mudanccedilas na temperatura das corren-tes mariacutetimas do Oceano Paciacutefi co onde as aacuteguas dos polos deveratildeo esquentar provocando o der-retimento das geleiras e esfriar nas regiotildees Tropi-cais Dessa forma a mudanccedila no clima natildeo seria consequecircncia da accedilatildeo humana sobre o planeta nem mesmo o gaacutes carbocircnico o grande vilatildeo da humanidade Para Molion a tese do aquecimento global natildeo passa de um ldquoterrorismo climaacutetico () dos paiacuteses ricos para frear o desenvolvimento dos emergentesrdquo

Outro pesquisador o zooacutelogo alematildeo Joseph Reichholf propotildee a tese de que a preocupaccedilatildeo com as mudanccedilas climaacuteticas natildeo faz sentido pois a pobreza e a fome no mundo satildeo pro-blemas muito mais graves e urgentes Rei-chholf tambeacutem questiona ateacute que ponto o aumento das temperaturas do planeta seratildeo negativas jaacute que ldquoneste inverno a chuva aumentou no Deserto da Namiacutebia Algumas dunas fi caram verdes Nos uacuteltimos dez anos o Saara estaacute encolhendo () A Caatinga brasileira fi cou mais seca nas eras de clima frio O aquecimento global pode aumentar as chuvas na regiatildeordquo Para o pes-quisador ainda existem muitas questotildees em aberto pois segundo ele a elevaccedilatildeo das temperaturas nos polos pode signifi car o crescimento de vegetaccedilatildeo ndash o que seria beneacute-fi co para o nosso ecossistema ndash e tambeacutem a quantidade de carbono emitida em tempos remotos eacute muito difiacutecil de ser medida precisamente a ponto de afi rmar que hoje ela seja a responsaacutevel pelas alteraccedilotildees no clima

Embora a humanidade tenha chegado a um altiacutessimo niacutevel de evoluccedilatildeo cientiacutefi ca e tecnoloacutegica nos encontra-

mos diante de uma questatildeo que talvez ainda natildeo tenha-mos as respostas corretas Se nos meios especializados as contradiccedilotildees e duacutevidas satildeo enormes para os leigos torna-se ainda mais difiacutecil tomar uma posiccedilatildeo a respeito do assunto e principalmente defi nir quais as atitudes corretas de preservaccedilatildeo do meio ambiente De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto de Estudos da Religiatildeo (ISER) sobre a visatildeo das lideranccedilas brasilei-ras em relaccedilatildeo agraves mudanccedilas climaacuteticas a sociedade civil eacute um dos setores que se mostram mais disponiacuteveis em preservar o meio ambiente mesmo sem possuir conhe-cimentos aprofundados do tema

Entretanto ateacute que ponto somente accedilotildees individu-ais fazem surtir efeito Nos uacuteltimos tempos apesar de o governo brasileiro estar tentando se fi rmar como uma lideranccedila mundial frente aos assuntos ambientais o que se vecirc eacute muito discurso e pouca accedilatildeo Essa mesma pes-

quisa realizada pelo ISER mostra a morosidade do governo em tomar decisotildees sobre uma legisla-ccedilatildeo ambiental e o medo da perda de produtivi-dade do paiacutes ao mesmo tempo que comprova serem os parlamentares os que menos possuem conhecimento sobre mudanccedilas climaacuteticas

O que se vecirc eacute um enorme pragmatismo em que cada esfera da sociedade transfere a res-ponsabilidade para outra e por fi m todos fi cam de braccedilos cruzados sem que nada seja feito Na duacutevida a respeito de qual teoria eacute verdadeira sem pensar muito de quem eacute a culpa ou a obri-gaccedilatildeo de agir creio que a melhor opccedilatildeo seja o empenho de todos neste momento que eacute novo e quem sabe defi nitivo para o futuro do pla-neta ndash tanto em relaccedilatildeo agraves questotildees ambientais quanto econocircmicas e sociais

Eacute claro que como jornalista natildeo poderia deixar de cobrar maior comprometimento da categoria que apesar de desempenhar o papel de formadora de opiniatildeo primeiro necessita

se informar melhor ndash pela pesquisa do ISER foi observado que a miacutedia natildeo estaacute entre

os setores com maiores conhecimen-tos sobre mudanccedilas do clima Mais que conhecimento o jornalismo precisa ado-tar um posicionamento de cobranccedila e de

questionamento Em relaccedilatildeo ao assunto uma das contradiccedilotildees mais expliacutecitas do

governo brasileiro corresponde a um dos temas mais presentes nas agendas dos jornais a

exploraccedilatildeo do petroacuteleo encontrado na camada de preacute-sal na costa do paiacutes Mas qual deve ser o posicionamento do governo que tanto fala em combustiacuteveis limpos mas deseja extrair tamanha quantidade de petroacuteleo

Como vemos haacute muitas duacutevidas e contradiccedilotildees Sendo assim qualquer ldquounanimidade eacute burrardquo Entretanto antes de tudo existe a certeza de que o mais importante eacute a consciecircncia de todos para cuidar do nosso planeta e principalmente ter vontade de promover as mudanccedilas que se fazem necessaacuterias

Mudanccedilas climaacuteticas falta de consenso e lideranccedila

ErramosAo contraacuterio do que foi publicado na uacuteltima ediccedilatildeo

de O Ponto a reportagem ldquoPerigo em alta velocidaderdquo em 2005 os R$130 milhotildees disponibilizados pelo governo foram utilizados em obras emergenciais de reforma da BR-381 Mas hoje quatro anos depois das obras a rodovia jaacute daacute sinais de maacute conservaccedilatildeo aleacutem de a reforma de sete pontes ainda natildeo terem sido fi na-lizadas devido ao embargo do Tribunal de Contas da Uniatildeo (TCU) que constatou superfaturamento Por-tanto o embargo refere-se agrave reforma das pontes e natildeo agrave duplicaccedilatildeo da Fernatildeo Dias

o caso do doutor em mete-nos Estados Uni-udos Avanccedilados

eacuterica Latina na ial O pesqui-ento da Terra

a das corren-nde as aacuteguas cando o der-

giotildees Tropi-ma natildeo seria

o planeta e vilatildeo da ecimento

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Nas uacuteltimas semanas acompanhamos alguns exem-plos de intoleracircncia em fatos divulgados pela miacutedia Um dos mais polecircmicos envolveu uma estudante da Univer-sidade Bandeirante (Uniban) em Satildeo Bernardo no ABC paulista A universitaacuteria Geysi Arruda no dia 22 de outu-bro usou um vestido curto e justinho deixando agrave mos-tra o par de coxas Foi humilhada xingada escorraccedilada por uma multidatildeo ensandecida e intolerante enquanto era retirada da faculdade escoltada por policiais

A intoleracircncia se confi gura todas as vezes que falta habilidade ou vontade em se respeitar diferenccedilas sejam elas quanto agrave opiniatildeo crenccedila ou atitude O caso da

Uniban expotildee a intoleracircncia de universitaacuterios mas ao mesmo tempo faz-nos refl etir sobre outras situaccedilotildees em que testamos nossas proacuteprias intoleracircncias

Nesta ediccedilatildeo de O Ponto aleacutem do caso de Geysi temos reportagem que retrata a intoleracircncia ndash baseada no preconceito ndash que gera discriminaccedilatildeo aos morado-res do assentamento Pastorinhas em Brumadinho na regiatildeo metropolitana Outra mateacuteria traz agrave tona a intole-racircncia dos fl anelinhas que intimidam os motoristas no tracircnsito de Belo Horizonte E ainda a discussatildeo sobre a legalizaccedilatildeo da maconha que tambeacutem potildee em xeque a intoleracircncia de muitos contraacuterios agrave liberaccedilatildeo da droga

Podemos ser tolerantes e ainda assim discordar pacifi camente de algo ou de alguma ideia A intensidade da emoccedilatildeo eacute que iraacute determinar a diferenccedila entre a into-leracircncia e a discordacircncia respeitosa Quando a emoccedilatildeo foge ao controle pode levar a accedilotildees discriminatoacuterias ou ao racismo agrave homofobia entre outras

Se por um lado o caso da estudante Geysi Arruda trouxe ao debate puacuteblico o que fazer com a intoleracircncia dos outros por outro trouxe tambeacutem o alerta para cada um eacute preciso retirar o veacuteu que cobre os proacuteprios olhos e cega para enxergar as intoleracircncias que praticamos no nosso cotidiano

EditorialA intoleracircncia que cega

02 - Opinia oindd 102 - Opinia oindd 1 12209 102527 AM12209 102527 AM

O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Michelle Cristina - 6ordm periacuteodo Cidades bull 03

BAacuteRBARA GUIMARAtildeES

MICHELLE CRISTINA

5ordm E 6ordm PERIacuteODOS

Ser abordado pelos chamados ldquofl a-nelinhasrdquo ao estacionar o carro nas ruas do hipercentro da capital se tornou uma situaccedilatildeo pragmaacutetica Perto de bares casas de show escolas e padarias a accedilatildeo dos lavadores e guardadores de carros se faz com mais frequumlecircncia intimidando os motoristas que se sentem na obrigaccedilatildeo de pagar para estacionar seus carros em vias puacuteblicas ldquoTenho medo de natildeo pagar e ser prejudicada depois jaacute que alguns fl anelinhas arranham e amassam nos-sos carros quando natildeo aceitamos pagar a quantia que pedemrdquo afi rmou a motorista Eacuterika Magalhatildees e Silva de 20 anos

Segundo a advogada Liacutelian Franco de Paula existe uma lei de nuacutemero 624275 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profi s-satildeo de ldquoguardador e lavador autocircnomo de veiacuteculos automotoresrdquo poreacutem essa lei natildeo fora regulamentada em todas as regiotildees do paiacutes e pelas autoridades do estado o que faz com que ela exista em alguns locais apenas na teoria

De acordo com dados da Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Belo Hori-zonte regional Centro-Sul satildeo hoje 1484 lavadores e guardadores de car-ros credenciados nesta regional Para se cadastrar o profi ssional precisa ser regis-trado na Delegacia Regional do Trabalho que direciona cada indiviacuteduo para um ponto de trabalho que seraacute fi xo estabe-lecido juntamente com a prefeitura

Regularmente a PBH faz reuniotildees e trabalhos sociais junto a esses profi s-sionais para orientaacute-los e qualifi caacute-los Aleacutem disso anualmente todos devem comparecer a sua regional para renovar a licenccedila que daacute o direito de trabalhar nas ruas isso eacute feito olhando tambeacutem o seu bom antecedente Os indiviacuteduos que natildeo usam colete da Prefeitura e natildeo estatildeo registrados trabalham ilegalmente cabendo agrave Poliacutecia Militar fi scalizaacute-los e notifi caacute-los

O dever desse profi ssional eacute combinar

antecipadamente com os motoristas um

valor que seraacute cobrado pelo serviccedilo pres-

tado Lembrando que combinar eacute o ato

consensual entre ambas as partes e natildeo

a imposiccedilatildeo do preccedilo que seraacute cobrado

ao motorista Em caso de extorsatildeo ou

seja a obtenccedilatildeo de algo pela forccedila exac-

ccedilatildeo violenta de contribuiccedilotildees forccediladas

o condutor deveraacute acionar a poliacutecia e

fazer um boletim de ocorrecircncia Apoacutes

isso a parte lesionada deve ligar para a

central de atendimento e reclamaccedilotildees da

PBH no nuacutemero 156 e delatar o ocorrido

com as devidas provas Se for compro-

vado o crime o profi ssional pode ter sua

licenccedila cassada pela prefeitura e ainda

ser levado para a delegacia para prestar

esclarecimentos

Qualquer indiviacuteduo que praticar a pro-fi ssatildeo de guardador e lavador de carros sem ter o registro na Delegacia Regional do Trabalho determinado pelo decreto-lei nordm 624275 estaraacute praticando o crime de contravenccedilatildeo penal proposto no Art 47 do decreto-lei nordm 368841 que diz ldquoExercer profi ssatildeo ou atividade econocirc-mica ou anunciar que a exerce sem pre-encher as condiccedilotildees a que por lei estaacute subordinado o seu exerciacuteciordquo poderaacute obter pena simples de ateacute trecircs meses de prisatildeo ou multa

O Deputado Antocircnio Carlos Bis-caia (PT-RJ) autor do projeto de lei nordm 450108 pretende acrescentar ao Coacutedigo Penal Brasileiro o artigo 160-A que prevecirc detenccedilatildeo de um a trecircs anos e multa agravequele que cobrar para vigiar veiacuteculos estacionados em vias puacuteblicas O artigo tem a seguinte redaccedilatildeo que torna o ato um crime ldquoSolicitar ou exigir para si ou para terceiro a qualquer tiacutetulo dinheiro ou qualquer vantagem sem autoriza-ccedilatildeo legal ou regulamentar a pretexto de explorar a permissatildeo de estaciona-mento de veiacuteculo alheio em via puacuteblicardquo Segundo a Assessoria de Imprensa do deputado esse projeto ainda seraacute ana-lisado pelas comissotildees de Seguranccedila Puacuteblica e de Constituiccedilatildeo e Justiccedila antes de ir a Plenaacuterio

Confi anccedila Apesar de todos os problemas causa-

dos por essa situaccedilatildeo de desordem e da difi culdade de fi scalizaccedilatildeo e cadastra-mento de todos os guardadores e lavado-res de carros que trabalham diariamente nas ruas ainda haacute gente que reconheccedila e ateacute se familiarize com esses profi ssio-nais criando uma relaccedilatildeo de amizade e confi anccedila Eacute como no caso da estudante de Economia Amanda Diniz Malheiros que se sente confortaacutevel com a presenccedila deles ldquoEu acho oacutetimo economizo no pagamento de estacionamentos e ainda saio com o carro limpo Jaacute sou amiga de todos que fi cam nas redondezas da uni-versidade e dou a gorjeta com gosto Natildeo me incomoda em nadardquo contou Amanda que disse natildeo saber sobre a lei que dis-potildee sobre a profi ssatildeo

Existem fl anelinhas cadastrados pela prefeitura (que nesse caso podem ser denunciados por mau comportamento) mas na sua maioria os que abusam da lei e aproveitam dos motoristas satildeo os indiviacuteduos que natildeo possuem cadastro e estatildeo atuando nas regiotildees de maior concentraccedilatildeo de carros e de escassez de vagas puacuteblicas Grande parte deles cobra mensalidade para a garantia de uma vaga outros vendem o faixa azul por um preccedilo muito alto Alguns fi cam com as chaves do carro e manobram livre-mente sem ao menos possuir a Carteira Nacional de Habilitaccedilatildeo (CNH) Esses e tantos outros absurdos satildeo considerados crimes penais mas os fl anelinhas natildeo cadastrados sempre saem impunes pois muitas pessoas desconhecem a lei e seus direitos

Intimidados por fl anelinhasGuardadores e lavadores de carros intimidam motoristas e abusam da lei ldquovendendordquo vagas puacuteblicas

A cliente acompanha o fl anelinha que fi cou responsaacutevel pelo seu carro em rua disputada por vagas no bairro Santa Efi gecircnia

O fl anelinha faz a ldquogentilezardquo de abrir a porta para a cliente

que deixa assim como outros motoristas suas chaves do carro com o homem que poderaacute manobrar os veiacuteculos livremente

Fotos Michelle Cristina - 6ordmG

03 - Flanelinhasindd 103 - Flanelinhasindd 1 12209 103250 AM12209 103250 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

04 bull Cidades Editor e diagramador da paacutegina Equipe O Ponto

Problemas de infra-estrutura um dos assentados em seu barracatildeo feito de lona e pau a pique faltam luz e aacutegua encanada

Foto

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EMIacuteLIO FONSECAFREDERICO DUTRA

RAFAELA GAMA

4ordm E 8ordm PERIacuteODOS

A 52 quilocircmetros de Belo Horizonte situa-se uma comu-nidade de agricultores que aleacutem de produzir para a sub-sistecircncia tambeacutem comercializa seus produtos nas feiras em coleacutegios da zona sul da capital Os clientes geralmente pais de alunos fazem as encomendas e na outra semana recebem as cestas com os produtos Entre estes alface de todos os tipos espinafre broacutecolis tomate E o melhor o cultivo eacute feito sem agrotoacutexicos

Localizado em Brumadi-nho na Regiatildeo Metropolitana o assentamento que foi fundado em 2006 sob supervisatildeo do Incra foi batizado de ldquoPastori-nhasrdquo O nome eacute uma homena-gem agraves mulheres que no iniacutecio da ocupaccedilatildeo participaram da luta de 120 famiacutelias para con-quistar o direito de produzir e futuramente adquirir um pedaccedilo desse chatildeo Como pas-tores elas cuidaram e cuidam de seu rebanho (maridos e fi lhos)

No iniacutecio da ocupaccedilatildeo as famiacutelias sofreram com a agres-sividade de militacircncias leis que natildeo benefi ciavam a ocupaccedilatildeo de terras falta de conhecimento e ateacute mesmo de suporte psicoloacute-gico Noites em claro muitas reu-niotildees aleacutem da falta de condiccedilotildees de vida (alimentaccedilatildeo moradia etc) natildeo foram motivos para que o grupo desistisse da ocupaccedilatildeo ldquoO instinto pela terra eacute muito maiorrdquo explica Valeacuteria Silva

moradora desde o iniacutecio da ocupaccedilatildeo e assenta-mento das famiacutelias

Embora as conquistas sejam signifi cativas ape-nas vinte famiacutelias ainda permanecem na aacuterea de 15644 hectares Atual-mente eles enfrentam inuacutemeras difi culdades como por exemplo o preconceito Neste caso nem as crianccedilas escapam Meninos e meninas em idade escolar soacute consegui-ram um ocircnibus para levaacute-los agrave Escola Estadual Paulo Neto Alckmin haacute um ano apoacutes muita insistecircncia e vaacuterias reuniotildees com autoridades locais

Antes independentemente do calor frio ou chuva as matildees tinham que dar um jeito de levar os fi lhos agrave escola Aline de Paula Lobato conta que os motoristas de ocircnibus natildeo queriam ir buscar as crianccedilas pelo simples fato de elas morarem em um assenta-mento ldquoMuitas vezes tive que carregar minha fi lha na eacutepoca com 4 anos por terrenos uacutemi-dos e irregulares ateacute chegar ao transporte puacuteblico (devida-mente pago com recursos proacute-prios)rdquo afi rma

Resolvido o problema do transporte a queixa agora eacute que os jovens do assentamento sempre satildeo os primeiros a ser apanhados pela conduccedilatildeo ndash fi cam na porta da escola ainda fechada esperando a abertura dos portotildees ndash e os uacuteltimos a ser levados de volta para a casa

Os moradores do local ainda satildeo rotulados de lsquosem-terrarsquo e sofrem na pele o preconceito da sociedade Ao todo o assenta-

mento abriga trinta e dois jovens de 0 a 17 anos Satildeo eles os que mais sofrem De acordo com as matildees Valeacuteria Silva Carneiro Selma Aparecida da Silva e Aline de Paula Lobato os assentados satildeo muito discriminados na escola Eles satildeo criticados e tratados com hostilidade pelos colegas

A assentada Aline de Paula Lobato afi rma que sua fi lha Iara de 13 anos jaacute chegou a ouvir de colegas insultos como ldquosua famiacutelia eacute aquele povo que entra rouba destroacutei o que tem laacute den-tro e mata ateacute o dono da fazenda se for precisordquo

Para a assentada Valeacuteria Silva a concepccedilatildeo que a sociedade tem de um lutador da reforma agraacuteria eacute horriacutevel ldquoVocecirc eacute como um bandido que todo mundo tem medo todo mundo tem medo dos fi lhos da genterdquo diz Mas para ela na verdade eles formam ldquoum grupo de pessoas buscando terra para trabalharrdquo

Segundo Valeacuteria Silva os cole-gas perguntam agraves suas fi lhas se tecircm Internet televisatildeo e se veratildeo o uacuteltimo capiacutetulo da novela A resposta negativa torna impos-siacutevel sua interaccedilatildeo com o grupo Valeacuteria em tom de desabafo considera que isso acontece por-que ldquovivemos em uma sociedade em que vocecirc vale pelo que vocecirc tem natildeo pelo que vocecirc eacute Natildeo eacute seu caraacuteter natildeo eacute sua postura Eacute

o tecircnis que vocecirc calccedila o celular que vocecirc levardquo

Essa dupla realidade estaacute tambeacutem dentro da casa da assentada Ela tem duas fi lhas Ana Clara a mais nova tem 9 anos e foi para o assentamento quando

bebecirc entatildeo natildeo conhece outra realidade senatildeo a atual A vida dela eacute ali Nunca teve geladeira televisatildeo e sabe o que eacute fi car no escuro Jaacute a outra fi lha Maria Alice 13 anos sentiu o choque quando foi da cidade onde estu-dava em escola particular para o assentamento A matildee conta que ateacute o horaacuterio que a fi lha sai de casa para ir agrave escola estaacute tudo bem No entanto ela volta de laacute irritada arrasada e agres-siva Valeacuteria disse que jaacute chegou a ouvir da fi lha ldquovocecirc veio por opccedilatildeo eu vim por imposiccedilatildeo Vocecirc me trouxerdquo

Segundo a assentada a ado-lescente que cursa a 7ordf seacuterie do ensino fundamental debate principalmente com os pro-fessores de geografi a sobre temas que envolvem a terra As opiniotildees divergentes apa-recem durante as aulas devido agrave diferenccedila entre a teoria e a realidade vivida diariamente pela aluna Para Valeacuteria Silva a formaccedilatildeo dos professores da rede puacuteblica natildeo eacute satisfatoacuteria tanto que a fi lha jaacute chegou a ser suspensa por causa de opiniotildees divergentes que apresentou em uma das aulas ldquoEla quer saber mais do que eurdquo teria justifi cado a professora quando Valeacuteria foi agrave escola reclamar da suspensatildeo

O natildeo conhecimento da rea-

lidade alheia gera na maioria das vezes hostilidade e confl i-tos entre os diferentes grupos de estudantes e podem resul-tar em preconceito Eacute esse tipo de relaccedilatildeo que as crianccedilas do assentamento Pastorinhas estatildeo sujeitas por frequumlentar escolas convencionais A natildeo aceitaccedilatildeo se deve muitas vezes ao fato de essas crianccedilas e adolescentes possuiacuterem ideias diferentes das outras crianccedilas do mesmo meio

No entanto a diretora da Escola Estadual Paulo Neto Alk-mim Mercecircs Maria Moreira garante que o preconceito natildeo existe dentro dos limites da escola Mercecircs diretora da escola desde 2007 confessa que a intoleracircncia por parte da socie-dade existe mas os alunos nem sequer sabem que haacute fi lhos de assentados na escola

A formaccedilatildeo das crianccedilas e jovens de Pastorinhas conta com a participaccedilatildeo frequumlente nas decisotildees tomadas no assen-tamento Desde cedo eles com-parecem a todas as reuniotildees ldquoNa maioria das vezes datildeo ideacuteias muito melhores que as nossasrdquo revela Valeacuteria Silva Isso desenvolve nos jovens desde cedo a capacidade de aceitar as diferenccedilas e tomar atitudes Aleacutem disso fortalece o contato com a terra que afi nal seraacute deles um dia ldquoOs meninos par-ticiparam de todo o processo de luta pela terra Valeacuteria conta que no processo de ocupaccedilatildeo na frente fi cam aqueles que vatildeo resistir Atraacutes estatildeo os mais velhos cuidando das crianccedilas ldquoQuem tombar primeiro corre e salva os meninosrdquo

Falta tudo sobra preconceitoAleacutem da dura lida cotidiana na lavoura das difi culdades fi nanceiras e de falta de infra-estrutura moradores de assentamento em Brumadinho na Grande BH lutam contra a discriminaccedilatildeo

ldquoVivemos em uma sociedade em que vocecirc vale pelo que tem natildeo

pelo que vocecirc eacute rdquoValeacuteria Silva assentada de Pastorinnhas

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O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Cidades bull 05Editor e diagramador da paacutegina Equipe O Ponto

ANTOcircNIO MARCELO PROFESSOR E COORDENADOR DO LABORATOacuteRIO DE RAacuteDIO

Conhecer a comunidade das Pastorinhas juntamente com meus alunos monitores foi uma experiecircncia forte marcante e inquietante Sabia que iriacuteamos encontrar coi-sas positivas e negativas mas natildeo esperava sentir tanta emoccedilatildeo Foram oito horas de entrevista duas horas de gravaccedilatildeo em aacuteudio mais de cento e vinte fotos e muito aprendizado Ver uma produccedilatildeo organizada por um grupo de mais de cem pessoas em comum acordo com reuniotildees semanais para avaliaccedilatildeo dos problemas e acer-tos eacute muito importante

Ao ver os campos plantados as lagoas com peixes e o aviaacuterio com todos os tipos de galinha daacute pra sentir que valeu a pena o esforccedilo e luta dessa gente Viver sem aacutegua encanada sem esgoto sem luz e sem apoio de ningueacutem principalmente do seu entorno eacute um desafi o diaacuterio prin-cipalmente para os jovens que satildeo excluiacutedos da sociedade local ldquoSem televisatildeo e internet somos considerados mar-ginaisrdquo afi rmam Mesmo com todas as difi culdades eles conseguem rir e acreditar num Brasil melhor no futuro de uma naccedilatildeo que busca a igualdade e melhores condiccedilotildees para todos

No fi nal num restaurante agrave beira da estrada eu e os alunos tentamos entender tudo que vimos e ouvimos Um longo trabalho uma grande experiecircncia para todosUm deles pergunta o que podemos fazer por eles Since-ramente natildeo sei Mas vale lembrar algumas falas das Pas-torinhas ldquonoacutes natildeo queremos caridade Queremos ser tra-tados como gente como pessoas comuns brasileiros que buscam uma nova oportunidaderdquo Na saiacuteda um pedido dramaacutetico ldquoGostaria de uma palestra sobre dignidade e auto estima para nossos jovensrdquo pediu uma das mulheres ldquoEles satildeo os que mais sofrem com a discriminaccedilatildeordquo res-salta outra matildee afl ita com o futuro de seus fi lhos

O apelo deles foi passado para todas as aacutereas da Univer-sidade Fumec Vaacuterios projetos de extensatildeo jaacute estatildeo sendo desenvolvidos Em breve vamos estar mais perto das Pas-torinhas levando conhecimento cientiacutefi co e aprendendo mais sobre a vida e as pessoas que acreditam na transfor-maccedilatildeo da sociedade Seraacute uma experiecircncia enriquece-dora para todos noacutes

Sem energia eleacutetrica a geladeira funciona com uma bateria de carro Ao lado o caminhatildeo que transporta os produtos para seus pontos de venda

Consciecircncia ambiental faz parte da rotina de trabalho de assentados

A rotina diaacuteria e exaustiva no acampamento comeccedila cedo cuidar da horta cuidar da casa da famiacutelia realizar reuniotildees buscar novos compradores para os produtos cultivados e trabalhar na capital na venda da produccedilatildeo do assentamento Em Pastorinhas as famiacutelias tecircm uma capela onde realizam cultos e missas aleacutem do salatildeo onde acontecem as reuniotildees e todas as decisotildees satildeo tomadas coletivamente

Com uma vasta plantaccedilatildeo que se perde agrave vista os mora-dores do assentamento mos-tram com orgulho a crescente produccedilatildeo vendida em escolas da capital e em restaurantes que conhecem a qualidade dos produtos cultivados Sem o uso de agrotoacutexicos a produccedilatildeo no assentamento eacute um exemplo de cultivo natural que possibilita renda agraves famiacutelias e um consumo saudaacutevel de alimentos

Em Pastorinhas as famiacutelias devem por exigecircncia legal reservar 20 das terras para preservaccedilatildeo ambiental Aleacutem disso outros 60 do terreno satildeo de Mata Atlacircntica e tam-beacutem natildeo podem ser explorados Sobram portanto cerca de 20 hectares para a horticultura O espaccedilo eacute pequeno mas os assentados contornaram o pro-blema As famiacutelias desenvolvem o projeto chamado Agrovila no qual cada um tem sua casa seu espaccedilo mas quando o assunto eacute a cultivo de legumes e verdu-ras todos dividem o trabalho Natildeo haacute algueacutem que seja lsquodonorsquo da plantaccedilatildeo Todos satildeo respon-saacuteveis por cuidar da horta e o fazem em conjunto

Salvo por alguns poucos investidores o Agrovila eacute o meio de gerar renda para Pastori-nhas se manter viva O dinheiro arrecadado com a venda de ali-mentos orgacircnicos eacute investido na

proacutepria regiatildeo que ainda carece de saneamento baacutesico e luz A teacutecnica de cultivo desenvolvida durante o projeto eacute avanccedilada e jaacute eacute referecircncia em campos de estudos especializados plantio adubaccedilatildeo colheita e rodiacutezio de cultura

Com o cultivo em um soacute lugar os assentados natildeo precisam rea-lizar manutenccedilatildeo em grande quantidade de terras e o solo passa por uma rotatividade de alimentos que fortalece e revi-gora suas propriedades para os futuros plantios A utilizaccedilatildeo de adubo natural tambeacutem eacute fator determinante para a produccedilatildeo de alimentos mais saudaacuteveis Os cuidados diaacuterios comeccedilam desde a semente temperatura clima apropriado ateacute chegar agrave data correta de colheita O pro-jeto Agrovila eacute uacutenico em Minas Gerais e jaacute se tornou referecircncia de produccedilatildeo para assentamen-tos de outros estados

Parceria da Fumec com Incra vai interagir com Pastorinhas

Agrovila moradora de Pastorinhas cuida da horta coletiva cultivada sem agrotoacutexicos

Prof Antocircnio Marcelo (de oacuteculos) e seus monitores Emiacutelio Fonseca (esq) Rafaela Gama e Fred Dutra (esq)

Assentado cuida de aviaacuterio uma das atividades para a subsistecircncia do grupo e venda em Belo Horizonte

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O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

06 bull Poliacutetica Esportiva Editor e diagramador da paacutegina Ana Flaacutevia Goulart e Vitor Komura - 6ordm periacuteodo

IGOR MOREIRA

2ordm PERIacuteODO

No dia 24 de marccedilo de 1998 entrava em vigor a lei que pro-metia mudar a cara do fute-bol brasileiro Idealizada pelo entatildeo Ministro dos Esportes Eacutedson Arantes do nascimento o famoso Peleacute a Lei Nordm 9615 que leva o seu nome trouxe vaacuterias mudanccedilas A principal eacute a garantia do passe ao joga-dor que atua no paiacutes depois de dois anos atuando por seu clube o jogador deixa de ser propriedade do mesmo e passa a ser dono dos seus direitos federativos

A Lei Peleacute pretendia tam-beacutem estimular a transforma-ccedilatildeo dos clubes em empresas Poreacutem devido agrave desorganizaccedilatildeo dos departamentos de futebol dos clubes brasileiros poucos se adaptaram a essa realidade e nenhum dos grandes times do Brasil obteve ecircxito

Para os criadores da lei o fi m do passe acabaria com a ldquoescra-vidatildeordquo dos atletas profi ssionais que ateacute entatildeo pertenciam aos clubes pelos quais jogavam tendo estes o direito de seguraacute-los mesmo depois do fi m do seu contrato Acabava o passe e entravam em cena os direitos federativos

A ideacuteia inicial era obter o mesmo sucesso conseguido pelos europeus com a Lei Bos-

man anos antes Poreacutem seria necessaacuterio ter os mesmos recur-sos fi nanceiros que possuem os clubes de laacute Isso eacute impossiacutevel jaacute que eles arrecadam verbas milionaacuterias com as vendas de seus carnecircs e camisas o que natildeo acontece no Brasil devido agrave nossa realidade fi nanceira Sendo assim o resultado da implan-taccedilatildeo da Lei foi uma saiacuteda em velocidade espantosa de joga-dores brasileiros para todos os cantos do mundo Nosso futebol que jaacute natildeo tinha como competir com as grandes equipes euro-

peacuteias passou a perder jogadores tambeacutem para clubes desconhe-cidos do leste europeu da Aacutesia e do mundo Aacuterabe

Para o presidente do TJD-MG Siacutelvio Tarabal o que faltou aos clubes foi competecircn-cia para se adaptarem agrave lei pois a mesma veio para benefi ciar tanto o jogador quanto o clube ldquoSatildeo vaacuterios os benefiacutecios que a lei proporciona aos clubes como angariar recursos puacutebli-cos o que natildeo era permitido Ela tambeacutem facilita a obten-ccedilatildeo de parceiros jaacute que a Lei

Peleacute natildeo obriga mais os joga-dores que satildeo propriedades dos investidores a terem 51 do passe preso ao clube que defendem Aleacutem disso os times ainda tecircm direito de assinar o primeiro contrato com os seus atletas quando ele completa 16 anosrdquo afi rma Tarabal

O advogado do Clube Atleacute-tico Mineiro Lucas Ottoni res-salta o quanto eacute importante a existecircncia da multa rescisoacuteria que evita em partes o ecircxodo de atletas ldquoA chave do sucesso dos clubes brasileiros estaacute em

saber se organizar administra-tiva e fi nanceiramente para evitar as brechas que a lei pro-porcionardquo disse o advogado O vice-presidente do Cruzeiro Esporte Clube Gilvan Pinho Tavares tem opiniatildeo parecida e afi rma que essas claacuteusulas satildeo a uacutenica maneira do clube man-ter os seus atletas jaacute que natildeo haacute como competir com propostas de clubes do exterior

Jaacute para Euller ex-atacante do Satildeo Paulo Vasco Palmei-ras e Atleacutetico-MG e que atua hoje no Ameacuterica-MG a lei deu uma brecha muito grande para que a saiacuteda de jogadores acon-tecesse ldquoO crescimento dos jogadores com as negociaccedilotildees internacionais eacute um grande beneacutefico Mas eacute preciso repa-rar alguns pontos para evitar que jogadores muito jovens saiam do paiacutes antes de terem a formaccedilatildeo devida e estarem preparados para tal desafiordquo disse o jogador

A realidade dos clubes bra-

sileiros hoje eacute difiacutecil Talvez

devido ao amadorismo com

o qual satildeo conduzidos natildeo

souberam se adaptar a lei

Possuem menos recursos e os

atletas cada vez mais cedo

querem ir embora do paiacutes

seja para um clube de ponta

na Europa seja para algum

time da segunda divisatildeo do

futebol japonecircs

Jogadores clubes e empresaacuterios debatem as mudanccedilas no esporte apoacutes a implantaccedilatildeo da lei que regulamenta a extinccedilatildeo do passe no paiacutes

Lei Peleacute empresaacuterios e dirigentes em times opostos

Jogadores brasileiros exportados apoacutes a criaccedilatildeo da Lei Peleacute

Info

grafi

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Goula

rt

Ilustraccedilatildeo Amanda Lelis 7ordmG

06-07 - Lei Peleindd 106-07 - Lei Peleindd 1 12209 92933 AM12209 92933 AM

O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Poliacutetica Esportiva bull 07Editor e diagramador da paacutegina Ana Flaacutevia Goulart e Vitor Komura - 6ordm periacuteodo

Logo depois da implantaccedilatildeo

da Lei Peleacute uma fi gura que pas-

sava quase sempre despercebida

comeccedilou a ganhar destaque o

empresaacuterio ou agente de fute-

bol como gostam de ser chama-

dos Em diversas situaccedilotildees essa

fi gura eacute prejudicial para os clu-

bes pois satildeo eles quem nego-

ciam a debandada de jogadores

do futebol brasileiroldquoOs empresaacuterios foram os

grandes benefi ciados com a implantaccedilatildeo da Lei Peleacute e os

clubes de futebol os grandes prejudicados Aleacutem de aju-dar a famiacutelia do atleta inclu-sive fi nanceiramente antes do sucesso fazem promessas mirabolantes com as quais os clubes brasileiros natildeo tecircm con-diccedilatildeo de competirrdquo afi rmou o vice-presidente do Cruzeiro Gilvan Pinho Tavares

ldquoHouve um caso recente com o atleta Zeacute Eduardo que foi vendido para um grupo de investidores justamente devido agrave pressatildeo feita por seu agente

que havia arrumado um lugar para ele no Ajax da Holandardquo exemplifi cou o vice-presidente Ele ainda alertou que se os clu-bes natildeo fi zerem contratos com seus atletas se protegendo os perderatildeo para os empresaacuterios em questatildeo de tempo

O jogador Euller acredita que atualmente nenhum jogador profi ssional estaacute preparado para possuir os seus direitos federati-vos ldquoEacute por isso que hoje todo jogador mesmo nas categorias de base jaacute tem o seu empresaacute-

rio Assim o atleta natildeo precisa se preocupar com seus negoacutecios e transferecircncias deixando isso por conta de seu agenterdquo defen-deu Euller

Talvez os agentes sejam aqueles que melhor souberam aproveitar as brechas da Lei Peleacute Mas segundo os proacuteprios agentes a histoacuteria natildeo eacute bem assim O vice-presidente da ABAF (Associaccedilatildeo Brasileira de Agentes de Futebol) e Agente FIFA Acircngelo Pimentel classifi -cou como imoral o antigo regime do passe no Brasil ldquoA lei surgiu apenas para dar o respaldo que faltava ao futebol brasileiro e a implantaccedilatildeo do sistema que vigora atualmente natildeo alterou em nada o nosso ramo A fi gura do agente sempre foi necessaacuteria para intermediar as negocia-ccedilotildeesrdquo argumentou Pimentel

Para o ex-jogador e hoje agente de futebol Heacutelcio Alisk no mundo de hoje haacute uma busca freneacutetica por dinheiro natildeo soacute em sua categoria mas em qualquer ramo ldquoA Lei Peleacute veio regularizar um sistema de escravidatildeo no qual os times prendiam os jogadores mesmo apoacutes o teacutermino de seus contra-tos Joguei durante 9 anos no Paranaacute Clube sendo o segundo jogador com mais partidas pelo time mas perdi vaacuterias oportu-nidades de assinar contratos melhores por estar com o passe preso ao clube paranaenserdquo disse Heacutelcio

Pimentel e Alisk ainda tecircm

opiniotildees semelhantes de que a Lei benefi cia os jogadores de grande porte jaacute que os menos conhecidos muitas vezes deteacutem os seus direitos federativos e natildeo existem clubes interessados em seu futebol Sendo assim a lei garante que o mais forte sempre venccedila o mais fraco

O que talvez falte aos clubes e aos jogadores eacute o bom senso de que um deve valorizar o outro A busca incessante por dinheiro das duas partes eacute feita sem a astuacutecia necessaacuteria Provavel-mente esse eacute um dos motivos de os agentes serem aqueles que souberam se aproveitar melhor da Lei Peleacute Os clubes satildeo quase sempre dirigidos por torcedo-res amadores e grande parte dos atletas possuem famiacutelias grandes que dependem deles Essa combinaccedilatildeo faz com que as negociaccedilotildees entre eles mui-tas vezes sejam dirigidas emo-cionalmente deixando para os agentes as atitudes movidas pela razatildeo

Eacute inegaacutevel que a legislaccedilatildeo regente do nosso desporto pre-cisa de reformas urgentemente pois ainda eacute muito falha Natildeo se pode afi rmar quem realmente saiu ganhando ou perdendo com a implantaccedilatildeo da Lei Peleacute mas eacute evidente que se os clu-bes atletas e empresaacuterios con-tinuarem defendendo seus proacute-prios interesses sem equiliacutebrio e harmonia o futuro do futebol brasileiro estaacute fadado a ser cada vez mais sombrio

Nova regra destaca fi gura do empresaacuterio

Acircngelo Pimentel posa ao lado da camisa com a qual Gilberto Silva seu cliente na eacutepoca jogou a Copa do Mundo de 2002

Foto Igor Moreira 2ordmG

Um dos primeiros casos e um dos mais famosos de transferecircncia com a Lei Peleacute foi a saiacuteda do Ronaldinho Gauacutecho do Grecircmio para o Paris Saint-Germain (PSG) da Franccedila O jogador era extremamente valorizado pelo time gauacutecho que jaacute havia recusado duas propostas de aquisiccedilatildeo uma de 60 milhotildees de doacutelares de empresaacuterios italianos e uma de 75 milhotildees de doacutelares do Leeds United da Inglaterra

Poreacutem o jovem Ronaldinho tinha como agente o seu irmatildeo Assis ex-jogador do Torino e do proacuteprio Grecircmio Assis achava que era hora de Ronaldinho ir para a Europa e sabendo dos benefiacutecios que a Lei Peleacute proporciona ao atleta aconselhou o irmatildeo a assinar um con-trato agraves escondidas com o PSG O conselho foi seguido a risca por Ronaldinho O Grecircmio entrou na Justiccedila mas o maacuteximo que conse-guiu foi adiar sua estreacuteia Vale ressaltar que o mesmo Paris Saint Germain (PSG) que aliciou o atleta recebeu a quantia de 120 milhotildees de reais pela transferecircncia de Ronaldinho para o Barcelona em 2003

A Lei Peleacute dava aiacute a primeira amostra do pre-juiacutezo que traria aos clubes que natildeo tomassem

os devidos cuidados E aquele que seria pos-teriormente um dos melhores jogadores de todo o mundo saia do clube no qual chegou com cinco anos de idade onde recebeu toda a assistecircncia ateacute se tornar um profi ssional respei-tado sem que o Grecircmio recebesse sequer um centavo pela sua transferecircncia

Como esse foi o primeiro caso de um jogador famoso a obter os benefiacutecios da lei instalou-se uma grande polecircmica Ronaldinho estava ape-nas usando os seus direitos ou ele juntamente com seu irmatildeo estariam utilizando de maacute-feacute para conseguir os seus objetivos As opiniotildees divergiram mas fi cou claro que o Grecircmio natildeo se preveniu para natildeo perder seu astro

Depois de Ronaldinho vieram vaacuterios outros casos Alguns de jogadores que tambeacutem viriam a estourar no futebol mundial como Mancini que saiu do Atleacutetico-MG para o Roma da Itaacutelia e Juninho Pernambucano do Vasco da Gama para o Lyon da Franccedila No entanto nesses casos a justifi cativa apresentada pelos jogadores foi o atraso de salaacuterio de seus respectivos clubes mais uma brecha que a Lei Peleacute proporciona para os atletas

O caso Ronaldinho Gauacutecho

Ronaldinho aos 12 anos de idade com o irmao e empresario Assis que ainda jogava pelo TorinoItalia

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O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

08 bull Turismo Editor e diagramador da paacutegina Gabriel Assunccedilatildeo 6ordm periacuteodo

Destino dos sonhos fi ca um pouco mais distante

ANA CECIacuteLIA CARNEIRO GABRIEL ASSUNCcedilAtildeO 2ordm E 6ordm PERIODO

Os 15 anos a passagem da infacircncia

para a adolescecircncia o periacuteodo em que as

transformaccedilotildees se acentuam as duacutevidas

se multiplicam e a vontade de ser inde-

pendente fala mais alto Eacute nesse periacuteodo

que milhares de jovens viajam todos os

anos ao exterior por meio de pacotes

turiacutesticos que lhe proporcionam no auge

do seu desejo de liberdade a indepen-

decircncia que nesse momento eacute o que lhes

parece mais importante A viagem dos

sonhos dos fi lhos no entanto natildeo raro

tira o sono dos pais que se viram ainda

mais receosos apoacutes o acidente com a

jovem Jaqueline Ruas em julho passado

(veja box) Como proporcionar o prazer e

aventura aos fi lhos sem colocar em risco

sua seguranccedila e mesmo sua sauacutede A

questatildeo que ateacute entatildeo estava adormecida

e fora do foco dos consumidores desse

tipo de produto eacute agora a protagonista

que muda a forma de consumo e venda

de pacotes turiacutesticos para adolescentes e

oferece risco ao grande e rentaacutevel negoacute-

cio das agecircncias de viagensOs escacircndalos com agecircncias de

turismo haacute muito tempo estatildeo presentes no dia-a-dia dos noticiaacuterios brasileiros e existe mesmo uma lenda sobre o que acontece apoacutes o embarque dos passa-geiros para temporadas no exterior Uma discussatildeo sobre as condiccedilotildees de mora-dia e alimentaccedilatildeo povoa o imaginaacuterio de muitas pessoas que na maioria das vezes no entanto natildeo trocam suas ldquovia-gens dos sonhosrdquo mesmo na duacutevida de natildeo ter a assistecircncia desejada uma vez no seu destino

De acordo com a Agecircncia World Study cerca de 500 menores viajam sob sua responsabilidade sem os pais anualmente no Brasil Funcionaacuterio da empresa Gabriel Trivellato faz questatildeo de afi rmar a responsabilidade da agecircn-cia que segundo ele tem um protocolo semelhante ao seguido pela maioria das agecircncias no paiacutes ldquoEacute um processo muito burocraacutetico levar um menor desacom-panhado ao exterior satildeo muitos docu-mentos a preocupaccedilatildeo dos pais eacute muito grande e nossa atenccedilatildeo tem que ser redo-bradardquo afi rma o funcionaacuterio

Antes mesmo do escacircndalo com a

jovem Jacqueline entrou em vigor em

abril deste ano uma nova norma que

prevecirc a autorizaccedilatildeo em fi rma dos pais

ou responsaacuteveis reconhecida por auten-

ticidade para a viagem do menor o que

torna necessaacuterio que os pais compare-

ccedilam pessoalmente ao cartoacuterio para auto-

rizar a viagem dos fi lhos Aleacutem disso o

documento deve ser feito em duas vias

e conter fotografi a da crianccedila ou ado-

lescente Uma via deveraacute ser retirada

pelo agente de fi scalizaccedilatildeo da Poliacutecia

Federal (que passou a partir de entatildeo

a ser responsaacutevel pelo embarque de

menores) no momento do embarque e

a outra permaneceraacute com o viajante ou

acompanhanteAs medidas restritivas tomadas para

garantir maior seguranccedila podem natildeo assegurar uma viagem tranquumlila con-tudo A maior parte dos guias das agecircn-cias natildeo satildeo treinados para enfrentar as mais variadas situaccedilotildees adversas que podem ocorrer A maioria das agecircncias funciona da seguinte forma para cada grupo de 30 pessoas haacute um guia mor mais experiente que seria responsaacutevel por todos e mais trecircs jovens guias (em geral jovens que falam inglecircs fl uente e satildeo comunicativos) que auxiliariam na demanda dos turistas durante a via-

gem e passeios realizados no periacuteodo da estadia no local O nuacutemero eacute visivel-mente pequeno especialmente quando se pensa nos cuidados que exigem uma permanecircncia no exterior que eacute ainda maior quando se tem menores em sua responsabilidade

A falta de assistecircncia nas viagens geralmente eacute percebida aos poucos Foi o que aconteceu com o casal de namora-dos Rodrigo de Paula e Liacutevia Rodrigues que foram ao Havaiacute em dezembro pas-sado pelo programa Work and Travel (onde os intercambistas passam de trecircs a seis meses no paiacutes de destino e tecircm um emprego temporaacuterio durante sua esta-dia) ldquoNatildeo encontramos o quarto sepa-rado que pedimos e tivemos que dormir com outras pessoas Tambeacutem natildeo traba-lhamos na loja que nos disseram e acaba-mos em uma rede de fast food Sem contar que nosso depoacutesito referente agrave reserva do apartamento jamais foi devolvidordquo pro-testa o casal A agecircncia brasileira afi rma que estava tudo claro no contrato mas os estudantes garantem que natildeo recebe-ram o contrato pra ler antes da viagem ldquoSabemos do nosso erro mas confi amos demais em uma agecircncia que natildeo nos deu o prometidordquo concluiu Liacutevia

Descuido de agecircncias de turismo alteram programaccedilatildeo de vigens ao exterior para adolescentes

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O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Turismo bull 09Editor e diagramador da paacutegina Gabriel Assunccedilatildeo 6ordm periacuteodo

Jacqueline Ruas de 15 anos viajou agrave Dis-ney no dia 19 de julho deste ano para passar duas semanas em um passeio organizado pela agecircncia de turismo Tia Augusta A viagem teve seu caraacuteter luacutedico interrompido poucos dias apoacutes seu iniacutecio quando quatro meninas que ocupavam o mesmo quarto do hotel ndash inclu-sive Jacqueline ndash passaram mal agrave noite As ami-gas da menina apoacutes serem medicadas tiveram uma melhora nas primeiras horas a jovem no entanto natildeo melhorava Atendida pela segunda vez no hotel e levada ao Hospital de Pronto-So-corro Celebration Jacqueline foi submetida a

uma seacuterie de exames inclusive para a Gripe A - H1N1 e todos deram negativo Era veacutespera da viagem de volta da excursatildeo No dia da viagem a menina estava ainda mais debilitada e preci-sou de cadeira de rodas para trocar de aviatildeo em escala no Panamaacute Na segunda parte da viagem ela mal abriu os olhos segundo o relato das ami-gas A morte de Jacqueline foi constatada pela amiga Larissa que percebeu que ela natildeo estava respirando quando tentou acordaacute-la durante o vocirco Foi constatado que a menina tinha pneu-monia Segundo os pais a agecircncia os ligou trecircs dias apoacutes a menina ter passado mal pela pri-

meira vez e informou que ela jaacute estava melhor e havia sido descartada a H1N1 No relato do hos-pital no entanto natildeo havia uma especifi caccedilatildeo de que ela poderia viajar de aviatildeo A responsa-bilidade da agecircncia neste caso teve ainda mais peso considerando-se as acusaccedilotildees das amigas de Jacqueline de que a guia Gisele dos Santos as havia orientado a passar maquiagem e usar oacutecu-los escuros para disfarccedilar as olheiras e a palidez e natildeo serem barradas no embarque Em nota a Tia Augusta negou veemente as acusaccedilotildees das adolescentes mas natildeo conseguiu provar sua inocecircncia neste caso

Em contrapartida agrave von-tade dos filhos os pais se preocupam cada vez mais na hora de presenteaacute-los com viagem ao exterior A dentista Heloiacutesa Pereira matildee de Laura Pereira Luz contou a anguacutestia que viveu durante as duas semanas em que a filha esteve na Disney ldquoAntes de a minha filha viajar a fiz prometer que me ligaria e procura-ria um hospital se qualquer coisa acontecesse com ela Ainda a bipava todos os dias pelo raacutedio e mantive sem-pre contato com a agecircncia e os guias Daacute certa insegu-ranccedila mas era um sonho da Laura que decidimos reali-zarrdquo afirma a matildee

Pai de Joana Bastos 14 anos o empresaacuterio Roni-valdo Oliveira Bastos deci-diu levar ele mesmo a filha agrave Disney ldquoMinha filha ficou muito insegura com o ocorrido com a Jacqueline imagina eu entatildeo Jaacute perdi minha esposa por negligecircn-cia meacutedica natildeo posso perder a minha menina tambeacutem

As agecircncias soacute andam pen-sando no lucro e esquecem da seguranccedilardquo afirmou

Lidar com um grupo grande de jovens no exterior requer natildeo soacute experiecircncia mas habilidades como lide-ranccedila e planejamento para que se possa deixaacute-los apro-veitar a viagem com respon-sabilidade e manter a disci-plina em cada dormitoacuterio Ciente dos riscos envolvidos na viagem a dona-de-casa Maria das Graccedilas Soares matildee de Camila Carvalho 14 anos cancelou a viagem da filha apoacutes o ocorrido com Jacqueline

ldquoFiquei muito assustada com a morte da Jacqueline deu para perceber certa negligecircncia por parte dos guias e agora vou pensar muito antes de mandar a minha filha ao exterior em uma excursatildeo ainda mais com esse surto da gripe suiacutenardquo

A bancaacuteria aposentada Tacircnia Vieira tambeacutem iria dar uma viagem ao Canadaacute de presente ao filho Pedro que

completa 16 anos em abril do ano que vem mas deci-diu mudar o presente apoacutes assistir ao drama de Jaque-line pela TV ldquoEle poderaacute viajar ao exterior quando estiver mais velho em um intercacircmbio ou mesmo a passeio Por hora optei por trocar o computador e o viacutedeo-game da casa Assis-timos vaacuterias vezes ao drama dos pais que tem problemas na viagem dos filhos natildeo podemos ser negligentes e achar que com o nosso filho natildeo vai acontecerrdquo afirma

As principais agecircncias de turismo de Belo Horizonte alegaram que o acidente ocorrido com Jaqueline em julho passado natildeo afe-tou suas vendagens pois as normas para embarque de menores de idade jaacute satildeo naturalmente muito riacutegidas e os seus agentes satildeo devi-damente treinados A maio-ria ressaltou que houve uma queda no nuacutemero de viagens nos uacuteltimos trecircs meses mas estritamente ligada agrave crise financeira mundial

Pais na berlinda

Aventura se torna pesadelo

Falta de compromisso de algumas agecircncias de turismo faz os pais trocarem viagens por presentes palpaacuteveis para os fi lhos adolescentes

Minha fi lha fi cou muito insegura com o ocorrido com a

Jacqueline As agecircncias soacute andam

pensando no lucro e esquecem da seguranccedila

Assistimos vaacuterias vezes ao drama dos pais que tecircm

problemas na viagem dos fi lhos natildeo podemos ser negligentes e achar que com o nosso fi lho

natildeo vai acontecer

Antes de a minha fi lha viajar a fi z prometer que me ligaria e procuraria um hospital se

qualquer coisa acontecesse com ela

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Fotos divulgaccedilatildeo

Heloiacutesa Pereira Dentista

Ronivaldo Bastos Empresaacuterio

Tatildenia Vieira Aposentada

08-09 - Pais na Berlindaindd 208-09 - Pais na Berlindaindd 2 12209 93102 AM12209 93102 AM

RENATA VALENTIM

7ordm PERIacuteODO

Domingo 2 de novembro 7h40 da manhatilde Apesar da movimentaccedilatildeo de um nuacutemero jaacute razoaacutevel de visitantes e trabalhadores ndash vendedores de flores limpadores de jazigos ndash eacute o silecircncio que impera logo na entrada do Cemiteacuterio de Nosso Senhor do Bonfim localizado na regiatildeo noroeste de Belo Horizonte A inscriccedilatildeo latina no arco de entrada ldquomorituri mortuisrdquo eacute a siacutentese de todo ritual que ali se daria ao longo do Dia de Finados ldquoos que vatildeo morrer aos mortosrdquo

A motivaccedilatildeo principal da visita ao tuacutemulo de parentes ou amigos parece ultrapassar o mero cumprimento de calendaacuterio religioso A presenccedila de idosos sozinhos ou mesmo em grupo de amigos e tambeacutem de algumas jovens famiacutelias e seus semblantes de choro e dor ndash demonstrativo de perda recente ndash indicam que a proximidade da morte eacute a razatildeo maior das home-nagens agravequeles que se foram Aleacutem de evidente saudade o dia dedicado ao maior misteacuterio da humanidade parece remeter cada pessoa aos seus questio-namentos mais particulares sobre o assunto Testemunha disso eacute Welling-ton Luiz de Oliveira seguidor cristatildeo de Jeovaacute que vai ao Cemiteacuterio do Bon-fim todos os anos com o propoacutesito de levar palavras de conforto para os visi-tantes baseadas na sua feacute ldquoas pessoas querem ouvir a verdade de que existe o reino de Deus e que ele estaacute proacute-ximo E Deus eacute a verdaderdquo Wellington ressalta que no cemiteacuterio a aceitaccedilatildeo das pessoas agrave sua abordagem eacute maior porque estatildeo mais aptas a ouvir porque seu pensamento estaacute mais aberto agrave feacute ldquoem outra situaccedilatildeo a pessoa me daria uma maacute resposta fecharia a porta na minha cara Aqui natildeo aqui a pessoa ouve melhorrdquo diz

Voltados para si e para a lembranccedila de momentos compartilhados com quem se foi os visitantes vatildeo chegando ao longo

da manhatilde trazendo fl ores para ornamen-tar os tuacutemulos e jazigos A difi culdade na abordagem aumenta nos casos em que se percebe uma morte precoce um fi lho ou marido jovem cuja famiacutelia em pran-tos daacute as matildeos e reza ao redor do tuacutemulo Tambeacutem em outros como um senhor de seus 65 70 anos que chega sozinho ajoelha-se em frente a um jazigo e potildee-se a rezar em silecircncio e de olhos fechados E assim permanece por vaacuterios minutos Mas haacute casos como o de Dona Ilma que observando minha movimentaccedilatildeo dei-xou que me aproximasse perguntando se eu era parente da pessoa enterrada ao lado dos seus Enquanto distribuiacutea as fl ores levadas para o jazigo da famiacutelia

contou que vai ao Bonfi m todos os anos ldquoa gente tem que trazer fl ores e rezar Eacute a uacutenica coisa que podemos fazer por eles agora Apesar de que as fl ores duram pouco tempo murcham muito raacutepidordquo Dona Ilma visitou o jazigo da famiacutelia em 2007 e disse que levou a fi lha e o genro Neste ano foi sozinha E disse logo em seguida ldquosempre deixo uma fl or e faccedilo uma oraccedilatildeo para esse tuacutemulo ao lado Nunca vi ningueacutem visitaacute-lo pensei ateacute que vocecirc tivesse vindo para issordquo

A celebraccedilatildeo do Dia de Finados ou Dia de Todos-os-Mortos em 2 de novembro logo a seguir do Dia de Todos-os-Santos ndash celebraccedilatildeo em honra a todos os santos e maacutertires ndash

foi instituiacuteda a partir do seacuteculo XIII Mas visitar tuacutemulos e rezar por aque-les que morreram na Igreja Catoacutelica eacute costume desde o seacuteculo II Segundo a crenccedila cristatilde neste dia os vivos rezam por aqueles que estariam no purgatoacute-rio o estado no poacutes-vida onde as almas seriam purificadas antes de irem ao ceacuteu Os cristatildeos acreditam que as almas no purgatoacuterio que tambeacutem satildeo considera-das membros da igreja assim como os cristatildeos vivos teriam de sofrer para que possam ser purificados de seus peca-dos Por meio de oraccedilotildees e boas obras os membros vivos da igreja poderiam ajudar seus amigos e familiares faleci-dos O Dia de Finados remonta entatildeo a ideacuteia de comunhatildeo entre todos os fieacuteis sejam vivos ou mortos porque acre-ditam na ressurreiccedilatildeo de Jesus Cristo ressuscitado indicaria a eternidade como destino de todos os seus fieacuteis eacute a morte vista como encontro da vida junto de Deus

Dona Alice de 80 anos eacute mais uma personagem do dia de Finados que con-corda em falar comigo Muito recep-tiva apesar do semblante triste relata que vai todos os anos ao Bonfi m e leva sempre um vasinho de fl or No jazigo que adornava enquanto conversaacuteva-mos estatildeo o pai o marido e seus qua-tro irmatildeos E emendou ldquotenho soacute 36 do meu coraccedilatildeo jaacute me sinto preparada para encontraacute-los Mas enquanto ainda puder caminhar vivo bem Perdi meu coraccedilatildeo de sofrimentordquo Dona Alice expli-cou que permaneceu ao lado do marido durante a doenccedila que o matou e assim fi cou doente do coraccedilatildeo ldquoAo cuidar de algueacutem doente nunca se esqueccedila de vocecirc Eacute preciso cuidar de noacutes mesmosrdquo Ela diz que se sente bem preparada espiritualmente para ir embora porque reza todos os dias Certa de que cumpriu o seu papel diz que foi 18 vezes ao altar para casar pessoas ligadas a ela ldquocasei muitos Estive presente na vida de mui-tas pessoas Espero que vocecirc chegue agrave minha idade com tanta histoacuteria pra con-tarrdquo Eu tambeacutem

Ritual de Finados dor da perda cumprimento do calendaacuterio religioso ou crenccedila em vida apoacutes a morte

Morituri mortuisOs que vatildeo morrer aos que jaacute morreramMorituri mor

A data traz o resgate agraves crenccedilas e a oraccedilatildeo traduz o sentimento de perda

Fotos Roberta Andrade - 7ordm G

ao lado dos seus Enquanto distribuiacutea as fl ores levadas para o jazigo da famiacutelia

Todos-os-Santos ndash celebraccedilatildeo em honra a todos os santos e maacutertires ndash

Belo Horizonte 30 de Novembro de 2009

10 bull CidadesO Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Amanda Lelis e Roberta Andrade 7ordm periacuteodo

10-11 - Finadosindd 110-11 - Finadosindd 1 12209 92622 AM12209 92622 AM

O Nosso Senhor do Bonfi m foi o primeiro e eacute o mais tradicional cemiteacuterio da capital Eacute mais antigo que a proacutepria cidade foi fun-dado em 08 de fevereiro em 1897 enquanto BH foi inaugurada em 12 de dezembro do mesmo ano Sua projeccedilatildeo e construccedilatildeo contou com a supervisatildeo teacutecnica da Comis-satildeo Construtora da Nova Capital ndash de onde se atribui a semelhanccedila dos dois traccedilados arquitetocircnicos Dedicada ao estudo de His-toacuteria Regional a pesquisadora Marcelina

das Graccedilas Almeida conta que o Bonfi m foi construiacutedo como uma das primeiras medidas da Comissatildeo para organizar espa-cialmente a cidade com a proibiccedilatildeo de sepultamentos que eram feitos no adro da Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem a padroeira da cidade na Rua Sergipe bem no centro da nova capital Construiu-se um cemiteacuterio provisoacuterio ateacute que o Bonfi m estivesse pronto que fi cava onde hoje haacute o cruzamento das ruas Rio de Janeiro dos Tamoacuteios Satildeo Paulo e dos Tupis

O modelo monumental dos tuacutemulos observado somente no Cemiteacuterio do Bon-fi m fez com que fossem encomendados diversos trabalhos no Rio de Janeiro em Satildeo Paulo e em dezenas de ateliecircs de artistas

locais entre eles os famosos irmatildeos Natali os Lunardi e a Marmoraria Satildeo Joseacute ndash todos estes agrave eacutepoca implicados na construccedilatildeo de preacutedios puacuteblicos e residecircncias ilustres na receacutem-inaugurada capital de Minas

Percorrendo o cemiteacuterio por entre seus jazigos eacute possiacutevel observar duas fases mar-cantes de sua histoacuteria Os tuacutemulos da pri-meira delas contada ateacute a deacutecada de 1940 satildeo dotados de elementos artiacutesticos pre-dominantemente feitos em maacutermore Na segunda fase vecirc-se o bronze e o granito preto como recorrentes Segundo o IEPHA ndash Instituto Estadual do Patrimocircnio Histoacute-rico e Artiacutestico de Minas Gerais uma outra forma de diferenciaccedilatildeo das fases eacute a ocupa-ccedilatildeo ldquotemaacuteticardquo de determinadas quadras do

cemiteacuterio Existem quadras com tuacutemulos soacute de crianccedilas outras predominantemente ocupadas por personalidades da poliacutetica mineira Para se ter uma ideacuteia no Bon-fi m estatildeo enterrados dentre outros os ex-governadores mineiros Silviano Brandatildeo Benedito Valadares Raul Soares e Olegaacuterio Maciel o ex-senador Bernardo Monteiro e o ex-prefeito Cristiano Machado aleacutem de per-sonagens importantes de Minas Uma aula de histoacuteria regional a ceacuteu aberto

O Bonfim nasceu primeiro

Dona Ilma (agrave esq) e Dona Alice (agrave dir) acreditam que suas visitas e oraccedilotildees satildeo importantes para os familiares que partiram

fi m fez com que fossem encomendadosdiversos trabalhos no Rio de Janeiro emSatildeo Paulo e em dezenas de ateliecircs de artistas

rico e Artiacutestico de Minas Gerais uma outra forma de diferenciaccedilatildeo das fases eacute a ocupa-ccedilatildeo ldquotemaacuteticardquo de determinadas quadras do

O Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Amanda Lelis e Roberta Andrade 7ordm periacuteodo

Belo Horizonte 30 de Novembro de 2009

Cidades bull 11

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O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

12 bull Cidades

LIRA FAVILLA

6ordm PERIacuteODO

Ao usar o termo legaliza-ccedilatildeo acaba-se esbarrando no fato de que atualmente essa palavra carrega um peso tatildeo grande quanto o termo droga

Conhecida cientifi camente como Cannabis sativa a maco-nha como eacute chamada no Brasil eacute um elemento muito presente nas polecircmicas rodas de discus-satildeo que envolvem a liberaccedilatildeo de seu consumo Antes defen-dida por hippies seu uso de forma legal como uma conduta regulada por lei vem sendo defendida por nada menos que trecircs ex-presidentes latino-ame-ricanos e mais uma comissatildeo de 17 especialistas personalidades e professores O ex-presidente brasileiro e socioacutelogo Fernando Henrique Cardoso 77 eacute um deles A comissatildeo que tam-beacutem conta com os economistas Cesar Gaviria 61 da Colocircm-bia e Ernesto Zedillo 57 do Meacutexico propotildee uma revisatildeo na poliacutetica mundial de drogas e garante ser de extrema impor-tacircncia o debate das condi-ccedilotildees legais para seu consumo

Originaacuteria da Aacutesia Central com os primeiros registros his-toacutericos por volta de 200 anos aC na China no Egito e na

Iacutendia a maconha tem o THC (tetraidrocanabinol) como o principal causador dos efei-tos fiacutesicos e psiacutequicos os olhos vermelhos aumento do apetite e do batimento cardiacuteaco boca seca e coordenaccedilatildeo motora prejudicada A erva foi muito utilizada para fi ns medicinais reduzindo naacuteuseas e vocircmitos produzidos por medicamen-tos anticanceriacutegenos e em alguns casos no tratamento da epilepsia Diversas outras par-tes da planta satildeo utilizadas em paiacuteses como EUA Inglaterra Espanha Chile Franccedila Suiacuteccedila Holanda Canadaacute para produzir fi bras tecircxteis das mais variadas qualidades oacuteleos bio-combus-tiacuteveis estruturas para constru-ccedilatildeo civil peccedilas automotivas cosmeacuteticos medicamentos ali-mentos entre outros produtos

Em fevereiro deste ano a uacuteltima reuniatildeo da Comissatildeo Latino Americana sobre Drogas e Democracia realizada no Rio de Janeiro exaltou os benefiacutecios do consumo da droga nas ques-totildees da sauacutede e nuacutemeros foram colocados na mesa Bilhotildees de doacutelares satildeo gastos por ano para combate ao traacutefi co e milhotildees de pessoas perdem suas vidas ou satildeo presas envolvidas nesse lucrativo ldquomercadordquo ile-gal Seguindo a linha de que as proibiccedilotildees estimulam o desvio

a proibiccedilatildeo da droga estimula e sustenta o traacutefi co Contudo eacute importante ressaltar que subs-tacircncias mais pesadas como cocaiacutena natildeo estatildeo visadas para entrar na discussatildeo da legalizaccedilatildeo Segundo FHC ldquoa maconha aleacutem de ser a droga menos danosa ao organismo eacute a mais consumida Seria leviano incluir drogas mais pesadas nessa propostardquo afi rmou em entrevista agrave revista EacutePOCA

O tabaco e o aacutelcool consi-derados legais e que tambeacutem causam dependecircncia quiacutemica nos usuaacuterios matam muito mais que a maconha Segundo o Relatoacuterio Mundial sobre Dro-gas do UNODC (Escritoacuterio das Naccedilotildees Unidas contra Drogas e Crime) o tabaco mata cinco milhotildees de pessoas o aacutelcool cerca de 25 milhotildees e as dro-gas iliacutecitas cerca de 200 mil pes-soas por ano em todo o mundo Seus fabricantes pagam impos-tos altiacutessimos e gastam muito com publicidade incentivando o uso do produto e agora estatildeo passando por maus bocados Com a nova lei ldquoantifumordquo eacute proibido fumar cigarro ou deri-vados de tabaco em ambientes de uso coletivo puacuteblicos ou privado uma diferenccedila signifi -cativa Todavia natildeo diminui o fato de o tabagismo ser consi-derado a maior causa evitaacutevel

de mortes e doenccedilas no mundoMas haacute quem discorde dessa

visatildeo que parece ser de caraacuteter liberal Meacutedicos e especialistas acreditam que com a liberaccedilatildeo da maconha e o consequumlente uso maciccedilo da publicidade um nuacutemero maior de pessoas experimentariam a droga Logo seriam mais pessoas sujeitas aos seus danos como por exemplo os problemas de perda de memoacuteria e doen-ccedilas relacionadas ao pulmatildeo

O Dr Elisaldo Carlini em entrevista para Drauzio Varella fala que com a publicidade a droga ganharia mais usuaacuterios e ldquocomo a maconha faz mal para os pulmotildees acarreta proble-mas de memoacuteria e em alguns casos leva agrave dependecircncia natildeo deve ser legalizadardquo Poreacutem ao ser perguntado por Varella se essa linha de raciociacutenio tam-beacutem seria aplicada ao aacutelcool ele responde que natildeo eacute contra a legalizaccedilatildeo do aacutelcool ldquopor-que vivemos uma situaccedilatildeo de fato em que seu uso social eacute aceito e estaacute consagradordquo e completa dizendo que ldquoos resultados da famosa Lei Seca americana jaacute provaram que eacute impossiacutevel proibir o uso do aacutelcool e que se o fi zermos o tiro pode sair pela culatrardquo A ONU recomendou sua proibi-ccedilatildeo em todo mundo e assim

como o governo americano considera o controle de oferta das drogas e combate ao traacutefi co a melhor forma de combater seus males Essa poliacutetica norte-americana custa uma fortuna cada vez mais crescente Atu-almente satildeo gastos 35 bilhotildees de doacutelares anuais contra os 10 bilhotildees gastos a 20 anos atraacutes

O ex-deputado federal e sub-secretaacuterio estadual Antidrogas Elias Murad diz que eacute radical-mente contra a legalizaccedilatildeo de qualquer tipo de drogas liacuteci-tas ou iliacutecitas Ele argumenta que a legalizaccedilatildeo estaacute ligada agrave ldquodisponibilidade de drogas no mercado que seria o caso encontrado em paiacuteses como Holanda e quando existe acei-taccedilatildeo por parte da comunidaderdquo

Em relaccedilatildeo ao pensamento de que a legalizaccedilatildeo da maco-nha diminuiria o traacutefi co Murad afi rma que ldquosim eacute uma forma de mostrar como o governo estaria tentando controlar o traacutefi cordquo mas acredita que ldquoos males que viriam com a legali-zaccedilatildeo seriam muito pior do que os que jaacute existem com o traacutefi cordquo

O desafi o lanccedilado eacute para que essas poliacuteticas puacuteblicas e leis possam ser discutidas e ela-boradas seguindo as diretrizes miacutenimas dos direitos humanos defendidos pela ONU (Orga-nizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas)

Editor e diagramador da paacutegina Diogo Hot e Aacutelvaro Castro- 6ordm periacuteodo

LEGALIZE JAacuteManifestaccedilotildees nas principais capitais do paiacutes geram debates acerca da temaacutetica da legalizaccedilatildeo da maconha

Manifestantes foram detidos pela Poliacutecia Militar por conduta excessiva na Marcha da Maconha na Praia do Arpoador na zona sul do Rio O evento natildeo chegou a acontecer porque foi proibido pela Justiccedila a pedido do Ministeacuterio Puacuteblico Estadual

Foto

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O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Cidades bull 13Editor e diagramador da paacutegina Diogo Hot e Aacutelvaro Castro -6ordm periacuteodo

Michael Phelps O campeatildeo oliacutempico foi

suspenso por trecircs meses por

ter sido fotografado utili-

zando maconha em festa

Marcello Antony Preso em 2004 comprando

maconha de um trafi cante

Marcelo D2 Afi rma fumar todos os dias

e jaacute sofreu vaacuterias repressotildees

por isso chegando a ser

preso apoacutes um show por

defender a liberaccedilatildeo da

droga

Giba Suspenso em 2003 por causa

do exame antidoping positivo

FAMOSOS QUE TIVERAM PROBLEMAS COM O USO

DA MACONHA

Fonte Revista Eacutepoca nordm 561

O Coletivo Marcha da Maco-nha Brasil eacute um grupo de indiviacuteduos e instituiccedilotildees que trabalham de forma descentra-lizada com um nuacutecleo-central que atua na manutenccedilatildeo do site wwwmarchadamaconhaorg e do foacuterum de discussotildees a ele vinculado Natildeo eacute um evento de cunho apologeacutetico e seus organizadores natildeo incentivam o uso de maconha ou de qual-quer outra substacircncia iliacutecita

Segundo informaccedilotildees apre-sentadas no site do movi-mento ldquoo objetivo eacute possibi-litar que todos os cidadatildeos possam se manifestar de forma livre e democraacutetica a respeito das poliacuteticas e leis sobre dro-gas do paiacutes Com essas ati-vidades procuramos ajudar a fazer com que essas leis e poliacuteticas possam ser construiacute-

das e aplicadas de forma mais transparente justa efi caz e pragmaacutetica respeitando a cida-dania e os Direitos Humanosrdquo

No ano passado a Marcha da Maconha foi proibida em nove das dez cidades brasileiras que fariam parte do circuito de manifestaccedilotildees que acontece-ram em outros 19 paiacuteses inclu-sive na capital mineira Apesar da proibiccedilatildeo vaacuterias pessoas compareceram agrave Praccedila da Estaccedilatildeo em 2008 e foram reprimidas pela Poliacutecia Militar

Este ano o Tribunal de Jus-ticcedila de Minas Gerais (TJMG) liberou a realizaccedilatildeo da Mar-cha da Maconha em Belo Horizonte O movimento tambeacutem foi autorizado no Rio de Janeiro Porto Alegre

Recife entre outros estados

Marcha no BrasilNo dia 9 de maio os estados

brasileiros do Rio de Janeiro Porto Alegre Juiz de Fora Bra-siacutelia Curitiba e mais outras 200 cidades em todo o mundo pro-moveram a manifestaccedilatildeo em favor da descriminalizaccedilatildeo do uso da maconha Realizada haacute sete anos no Brasil a Marcha da Maconha teve sua segunda edi-ccedilatildeo em Minas Gerais este ano

Em Belo Horizonte entre oitenta e cem pessoas partici-param da manisfestaccedilatildeo Os ati-vistas caminharam da Praccedila da Estaccedilatildeo passando pela Praccedila Sete ateacute chegarem agrave Praccedila da Liberdade onde o movimento se dispersou A passeata chamada

de Marcha da Maconha durou das 16h agraves 17h20 e segundo a Poliacutecia Militar durante a reali-zaccedilatildeo do protesto natildeo houve nenhum registro de violecircncia

No Rio de Janeiro a mobili-zaccedilatildeo que aconteceu em Ipa-nema reuniu cerca de 1200 par-tcipantes entre eles o ministro do Meio Ambiente Carlos Minc

Em Porto Alegre cerca de 350 simpatizantes da causa parti-ciparam da Marcha no Parque Farroupilha Por acreditarem que a erva eacute beneacutefi ca nos tratamen-tos de cacircncer Aids e glaucoma os seus defensores tambeacutem rei-vindicaram o reconhecimento de seu uso no campo medicinal O ato liberado pelo Ministeacuterio Puacuteblico teve uma hora de dura-ccedilatildeo e tambeacutem foi paciacutefico

Marcha da Maconha chegou em Brasiacutelia onde os manifestantes se reuniram em praccedila puacuteblica para protestar

A marcha pelo direito do uso

BRASILO cultivo e porte da maconha eacute proibido no Territoacuterio Brasileiro ainda que pela Lei natildeo haja mais pena de restriccedilatildeo agrave liberdade No entanto na praacutetica ateacute mesmo a conduta de distribuir panfl etos para divulgar o trabalho de um Movimento Social que fala sobre maconha pode acarretar autuaccedilatildeo por ldquocrime de apologia ao crimerdquo

CHINAPolitica de toleracircncia zero Trafi cantes condenados agrave morte e usuaacuterios obrigados a seguir programas de desintoxicaccedilao

HOLANDAPrimeiro paiacutes a liberar o uso da maconha em 1976 O consumo em bares especializados eacute liberado mas a venda fora deles eacute proibida

JAMAICAAo contraacuterio do que se imagina seu consumo eacute considerado ilegal mas o uso eacute altamente popular por parte da populaccedilatildeo local

Infografi a Felipe Chimicatti 7ordmG

Fotos divulgaccedilatildeo

BRASILO cultivoo e porte da maconha eacute proibiddo no Territoacuterio Brasileiroo ainda que pela Lei natildeo hhaja mais pena de restriccedilatildeo agrave liberdade No entanto na praacutetica ateacute mesmo aa conduta de distribuir panfl etoss para divulgar o trabalho de um Movimento Social quue fala sobre maconha pode acaarretar autuaccedilatildeo por ldquocrime dee apologia ao crimerdquo

JAMAICAAo contraacuterio do que se imagina seu consumo eacute considerado ilegal mas o uso eacute altamente popular por parte dapopulaccedilatildeo local

HOLANDAPrimeiro paiacutes a liberar o uso da maconha em 1976 O consumo em bares especializados eacute liberado mas a venda fora deles eacute proibida

CHINAPolPolitiitica ca de de toltoleracirceracircncinciaazerzero o TraTrafi cfi cantantes es concondendenadoados agraves agrave mo morterte e ue usuaacutesuaacuteriorios os obribrigadgados os a sa segueguir ir proprogragramasmas de de desdesintintoxioxicaccedilcaccedilaoao

Foto wwwfacunbbr storiesImagem_1145_edjpg

Condiccedilatildeo da maconha pelo mundo

12-13 - Maconhaindd 212-13 - Maconhaindd 2 12209 93005 AM12209 93005 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Leone -7ordm periacuteodo14 bull Comportamento

PEDRO LEONE

7ordm PERIacuteODO

Satildeo Paulo 10 de novembro de 2009 2230h A cena parecia receacutem tirada de um blockbuster apocaliacuteptico de Hollywood Pes-soas caminhando pelos trilhos do metrocirc carros desgovernados e uma cidade com 11 milhotildees de pessoas totalmente no escuro Era assim que se encontrava a capital paulista apoacutes o apagatildeo no fornecimento energeacutetico no Brasil causado por uma falha na linha de distribuiccedilatildeo de Furnas Na ocasiatildeo a usina de Itaipu responsaacutevel pela geraccedilatildeo de 20 da energia que abastece o paiacutes e 85 do Paraguai teve o funcionamento inteiramente interrompido Desde o pri-meiro momento de breu o que se viu entatildeo foi um fenocircmeno ateacute entatildeo pouco conhecido no Brasil Em questatildeo de minutos o site de relacionamento Twitter registrou milhares de comentaacute-rios postados por usuaacuterios de todo o paiacutes sobre o apagatildeo

O Twitter eacute a mais recente moda no mundo da internet Criado haacute trecircs anos o serviccedilo consiste em um blog pessoal um espaccedilo onde o usuaacuterio coloca textos com um limite de 140 caracteres (nada aleacutem de uma pequena frase) sobre o assunto que quiser Paula Fabian ex-coordenadora de produccedilatildeo do portal Uai e atual responsaacutevel pela comunicaccedilatildeo e pelo blog da Iveco acredita no entanto que as redes sociais natildeo satildeo apenas moda ldquoAs redes sociais chegaram para fi car e evoluiacute-rem refl etem uma mudanccedila de paradigma que a internet jaacute vem proporcionando haacute algum tempordquo afi rma

De fato se inicialmente a ideia dos criadores era de que as pessoas contassem o que estatildeo fazendo no momento em que escreveram hoje a ferramenta evoluiu e eacute usada como outras redes sociais para uma infi ni-dade de outros fi ns

Um dos marcos do uso de redes sociais na divulgaccedilatildeo jornaliacutes-tica ocorreu durante as eleiccedilotildees presidenciais no Iratilde em junho deste ano quando o mundo se viu inundado por notiacutecias sobre protestos e escacircndalos na apu-raccedilatildeo dos votos O incidente causou uma grande mobilizaccedilatildeo na miacutedia mundial Enquanto isso o proacuteprio governo iraniano cerceava alguns veiacuteculos locais chegando a fechar websites de oposiccedilatildeo Foi a deixa para o sur-gimento de uma diversidade de conteuacutedos em diversos espaccedilos na internet Viacutedeos no Youtube comunidades virtuais em todo tipo de site e uma infi nidade de comentaacuterios no Twitter fi zeram o evento um dos mais comen-tados em todo o mundo virtual Um usuaacuterio que se denominava ldquoTh eranBueraurdquo publicava no Twitter notiacutecias em tempo real atraveacutes do celular notiacutecias dos protestos de estudantes contra o governo

ItaipuA falha na distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica no Brasil causou um efeito semelhante Enquanto vagavam no escuro em ruas presos em elevadores trens e metrocircs e de dentro das proacuteprias casas centenas de natildeo-ilumina-dos recorreram a seus celulares para postar duacutevidas comentaacute-rios e notiacutecias na rede Apoacutes o restabelecimento da luz proli-feraram viacutedeos fotos e depoi-

mentos dos ocorridos Durante a madrugada do dia 10 em meio ao blecaute a assessoria de imprensa da usina de Itaipu criou uma conta no Twitter para divulgar comunicados ofi ciais sobre o ocorrido e responder as duacutevidas da populaccedilatildeo ldquoEm ins-tantes publicaremos a nota ofi -cial de Itaipu Binacional sobre o blecauterdquo foi o primeiro recado da empresa na rede

O uso das redes sociais pelas assessorias de imprensa eacute um dos casos mais curiosos e recor-rentes da evoluccedilatildeo das ferra-mentas Canais de viacutedeos insti-tucionais comunidades virtuais ofi ciais para aumentar o contato com o puacuteblico blogs e micro-blogs dando furos de notiacutecias nos veiacuteculos fornecendo infor-maccedilotildees ofi ciais em primeira matildeo O Clube Atleacutetico Mineiro aleacutem do caso da proacutepria Itaipu eacute

um exemplo Atraveacutes do Twitter o presidente do clube Alexan-dre Kalil divulga notiacutecias antes de saiacuterem na imprensa Esse uso no entanto natildeo eacute considerado por todos como jornaliacutestico ldquoNa minha opiniatildeo as redes disse-minam rapidamente as notiacutecias em piacutelulas mas natildeo considero como um trabalho jornaliacutesticordquo Afi rma Paula Fabian

As ferramentas ampliam o jaacute antigo uso dos websites como contato institucional com o mundo virtual Segundo Paula a ampliaccedilatildeo eacute o caminho certeiro das empresas que buscam esse contato indo aleacutem das proacuteprias redes sociais ldquoO mundo atual solicita presenccedila digital E natildeo basta estar simplesmente pre-sente na internet ou nas redes sociais Eacute preciso ser consistente em tudo o que se propotildee a parti-cipar Eacute preciso manter coerecircn-

cia com a atitude que se propotildee seguir nas redes sociaisrdquo

Outro obstaacuteculo levantado por ela eacute quanto a confi abili-dade das informaccedilotildees da rede ldquoNatildeo acho que nenhum veiacuteculo seja confi aacutevel quem eacute confi aacutevel eacute quem o faz quem estaacute por traacutes A inocecircncia na internet acabou a democracia que o meio pro-porciona abre espaccedilo tanto para o mal quanto para o bem o ver-dadeiro ou o falso o liacutecito ou iliacutecito A escolha eacute de cada umrdquo disse Paula

No fi m jornaliacutestico ou natildeo confi aacutevel ou malicioso a ampla difusatildeo de informaccedilotildees na internet soacute eacute beneacutefi ca Beneacutefi ca para os leitores cada vez mais informados e para os veiacuteculos que se obrigam a natildeo parar no tempo mantendo-se em discus-sotildees e reciclagens atraveacutes das novas tecnologias

Um passarinho me contouCada vez mais as redes sociais deixam de ser pura moda e passam a incorporar o dia a dia das pessoas

O New York Times dispotildee no Youtube viacutedeos que ampliam os assuntos abordados no jornal

ldquoFalaram para o estagiaacuterio em Itaipu quando sair apaga tudordquo

Piada difundida apoacutes o blecaute em Itaipu

ldquoCarini foi contratado Chegou no vocirco 1648 da

Gol hoje a tarderdquoAlexandre Kalil presidente do Atleacutetico-MG

se adiantand agrave imprensa

ldquoObra do Rodoanel desaba sobre a Reacutegis em SP equipe retira

escombrosrdquoEstado de Satildeo Paulo divulga manchetes

antes no Twitter

ldquoO diabo natildeo tinha chifre ateacute o dia em

que algueacutem mandou Zeacute Mayer pro infernordquo

Piadas sobre o ator Zeacute Mayer satildeo recorrentes na rede

No Twitter

14-15 - Redes Sociaisindd 114-15 - Redes Sociaisindd 1 12209 93048 AM12209 93048 AM

O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Leone - 7ordm periacuteodo Comportamento bull 15

Pouco mais de quatro meses apoacutes a sua morte em 25 de junho deste ano Michael Jackson con-tinua a mostrar porque eacute con-siderado o Rei do Pop O docu-mentaacuterio ldquoTh is is itrdquo em exibiccedilatildeo nos cinemas continua gerando comentaacuterios dos mais diversos tipos No entanto nenhum espec-tador tem duacutevidas do quanto Jackson merecia este tiacutetulo

O longa mostra os bastidores dos ensaios da uacuteltima turnecirc de Michael Jackson que natildeo che-gou a acontecer devido agrave morte precoce do cantor O lanccedilamento da obra agitou o mundo real ndash e virtual Enquanto os ingressos eram vendidos a uma velocidade exorbitante (soacute em Londres foram mais de 30 mil ingressos nas pri-meiras 24 horas) na rede o nome do cantor estaacute nos Trending Topics

do Twitter desde a noite de estreacuteia do documentaacuterio Ou seja o Reio do Pop estaacute entre os assuntos mais comentados do microblog

Logo que chegou aos cinemas os ldquotwitteirosrdquo de plantatildeo jaacute posta-ram suas impressotildees sobre o fi lme O criacutetico de cinema Pablo Villaccedila escreveu ldquomesmo longo e visual-mente desinteressante pinta uma imagem tatildeo favoraacutevel de MJ que indagamos por que natildeo fez algo assim antesrdquo Como costuma fazer com as obras que assiste Villaccedila daacute sua nota 3 em 5

A atriz Elizabeth Taylor fatilde e amiga de Michael Jackson tam-beacutem recorreu ao microblog para divulgar suas impressotildees ldquoReal-mente acredito que este fi lme deveria ser indicado em todas as categorias possiacuteveis Eacute a obra cinematograacutefi ca mais brilhante

que jaacute virdquo escreveu Taylor Mas tambeacutem haacute opiniotildees contraacuterias A ldquotwitteirardquo Laura Andrade critica o fi lme por considerar desneces-saacuterio mostrar a cruel realidade dos uacuteltimos dias do artista

O sucesso do documentaacute-rio eacute tatildeo grande que a Sony Pictures Entertainment jaacute anunciou que poderaacute esten-der o periacuteodo de exibiccedilatildeo que em princiacutepio seria de apenas duas semanas Com o longa mais tempo em cartaz o lanccedilamento do DVD foi adiado para o iniacute-cio do proacuteximo ano Mas para quem eacute fatilde a espera vai valer a pena jaacute que o DVD vai conter mais trecircs horas de extras que incluem cenas dos ensaios e versotildees ineacuteditas de videoclipes

No dia 22 de outubro a estu-dante Geisy Arruda de 20 anos foi exposta agrave vergonha puacuteblica pelos seus colegas na faculdade Uniban em Satildeo Bernardo do Campo As injuacuterias foram desde chingamentos ateacute ameaccedilas de lin-chamento e estupro sendo moti-vadas pelo vestido curto da aluna

O fato que ocorreu durante o horaacuterio de aula causou tanto tumulto na faculdade que as aulas foram interrompidas Cen-tenas de alunos foram para os corredores do Campus protestar e Geisy teve que sair acompa-nhada de escolta policial

O fato ganhou repercussatildeo nacional depois que um viacutedeo da retirada da aluna pela poliacutecia

sob gritos de colegas xingando passou a circular na internet

O viacutedeo publicado no site de viacutedeos Youtube teve milhares de acessos No Orkut foram criadas dezenas de comunidades para falar do assunto

Vaacuterios comentaacuterios na inter-net se ploriferaram nos textos sobre o assunto Ricardo aluno da Uniban disse no blog de Luiz Nassif estar chateado com o escacircndalo e em outro comen-taacuterio Josueacute Mecenas chamou os alunos de hipoacutecritas

No site da revista Marie Claire profi ssionais da moda se mani-festaram ldquo O brasileiro eacute o povo menos chauvinista em termos vestimentais So haacute restriccedilotildees

para homens por conta do com-plexo de machismordquo

A jornalista Eacuterica Palomino tambeacutem afi rmou no site ldquoEu pensei que minissaia havia sido inventada haacute 40 anos e natildeo fosse mais novidaderdquo A socioacuteloga Miriam Abramovay no site do Correio Brasiliense afi rmou que a atitude dos estudantes eacute vio-lenta agressiva e conservadora

Ainda no Twitter tambeacutem houve quem sugerisse que a garota fez algo aleacutem de usar uma minissaia Em comentaacuterio na rede social Ana Paula Bertoni disse que outro protesto aconteceu na Uniban Dessa vez os colegas da aluna agredida se manifestaram com narizes de palhaccedilo

O Rio de Janeiro ganhou des-taque na imprensa nas uacuteltimas semanas por motivos tanto posi-tivos quanto negativos A Cidade Maravilhosa foi escolhida como sede das Olimpiacuteadas de 2016 e dias depois pautou os noticiaacuterios com a guerra do traacutefi co O assunto tambeacutem invadiu as redes sociais (blogs Twitter Orkut entre outras) depois da derrubada de um heli-coacuteptero no Morro dos Macacos

O jornalista Carlos Castilho em um artigo intitulado ldquoDo tiro ao Twitterrdquo no site Observatoacuterio da Imprensa tocou numa ques-tatildeo interessante e pertinente ao contexto ldquopoliacutecia X crime organizadordquo Numa pesquisa recente destinada aos Estu-dos de Seguranccedila e Cidadania

provou-se que os policiais con-sideram os blogs como uma fer-ramenta poliacutetica ameaccediladora e subversiva para as tradicionais hierarquias que regem os quar-teacuteis no Brasil Apesar disso os blogs policiais podem mexer com a verticalizaccedilatildeo que pre-domina hoje na estrutura mili-tar expondo o que haacute de errado dentro das corporaccedilotildees e colo-cando em xeque as hierarquias

Espelhado no modelo norte-americano de amostragem de viacutetimas por guerras civis o site Rio Body Count foi criado para contabilizar por aproximaccedilatildeo o nuacutemero de viacutetimas na guerra do traacutefi co no Rio de janeiro mas jaacute foi desativado na Web

Sobre a atual violecircncia no

Morro dos Macacos o publicitaacute-rio e morador do bairro da Tijuca no Rio de Janeiro Gabriel Wardil 24 informou por meio de seu Twitter que o medo e a impo-tecircncia satildeo gerais e que as pessoas estatildeo mudando a rotina por causa da violecircncia ldquoEstamos no meio de uma guerra onde natildeo haacute como se defender e sendo governados pelo crime e terrorrdquo declarou

Comunidades do Orkut viacutedeos no Yotube posts em blogs satildeo exemplos de ferra-mentas que datildeo forccedila e auto-nomia para a voz da populaccedilatildeo Enquanto o Legislativo toma decisotildees a portas fechadas a Internet se torna um ambiente democraacutetico considerada por muitos como a nova Aacutegora

Arte Pedro Leone 7ordmG

Foto Bruno Gonzales em blog de Jorge Schweitzer

Guerra do traacutefi co no Rio de Janeiro se espalha na web

Textos nesta paacutegina escritos por Ana Carolina Amariz Flaacutevia Leatildeo Gabriel Assunccedilatildeo Jaime Hosken Liacutevia Martins Paula Sampaio Fernando Kelysson Gabriela Machado Michele Cristina Nathalia Magalhatildees Raiacutessa Rodrigues Rodrigo Otoni (6ordmG)

ldquoEu pensei que minissaia havia sido inventada haacute 40 anos e natildeo fosse mais novidaderdquoMiriam Abramovay socioacuteloga

Rei do Pop rouba cena no Twitter

Minissaia leva a motim de universitaacuterios

Guerra no Morro dos Macacos invade Web

14-15 - Redes Sociaisindd 214-15 - Redes Sociaisindd 2 12209 93048 AM12209 93048 AM

O Ponto

16 bull EsporteBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacuteginaPedro Gontijo e Clarisse Simatildeo - 6ordm periodo

O Rugby

Passados os anos as regras e nuacuteme-ros de participantes foram variando podendo hoje ser praticado com 15 10 ou 7 (conhecido como 7-a-side) joga-dores em cada time que se dividem em dois grupos ldquoOs Fowards satildeo jogadores maiores em tamanho e mais pesados enquanto os Backs satildeo mais raacutepidos menores mais leves e mais aacutegeis Eles atacam com velocidade passam a bola mais raacutepido mas tambeacutem haacute choquesrdquo explica Ariel Palacios treinador do time feminino do BH Rugby o maior da capital mineira

Durante a partida soacute eacute possiacutevel pas-sar a bola para o lado ou para traacutes sendo que os avanccedilos satildeo decorrentes das corridas com posse de bola Soacute eacute permitido passe para frente com pon-tapeacutes e no chute soacute podem perseguir a bola aleacutem do chutador aqueles joga-dores que estiverem em linha ou atraacutes do mesmo no momento do pontapeacute

Muitas vezes o esporte passa a ima-gem de violento mas seus praticantes defendem opiniatildeo contraria ldquoPassa essa imagem porque dentro de campo haacute um contato intenso entre os joga-dores A agressividade eacute inerente ao jogordquo explica Vitoacuteria ex-jogadora do BH Rugby

Um fator interessante e que ajuda a aliviar as tensotildees do jogo eacute o chamado terceiro tempo Promovido pelo time da casa esse eacute o momento em que os jogadores conversam fazem amizades cantam brincam bebem e discutem os lances da partida apoacutes o jogo e eacute uma das tradiccedilotildees do Rugby

Em Minas Gerais aleacutem do BH Rugby existem mais dois times expressivos ambos em Varginha O Minas Rugby nascido em 1995 e o Varginha Rugby criado em 2000 Inconfidentes e Poccedilos de Caldas no interior do estado pos-suem equipes menores e algumas outras cidades jaacute esboccedilam um esforccedilo para montar uma estrutura para o esporte entre elas Nova Lima Juiz de Fora Viccedilosa Uberlacircndia Governador Valadares e Nova Era

Apesar do aumento significativo da procura pelo esporte o Rugby ainda

sofre com falta de verbas para financiar as viagens dos atletas para as competi-ccedilotildees nacionais e internacionais A fim de contornar a situaccedilatildeo jogadores e equipe teacutecnica se viram como podem Alguns fazem uma poupanccedila onde todo mecircs uma quantia de dinheiro eacute depositada outros vendem brindes como camisetas rifas e adesivos e os mais corajosos posam para fotos Foi o caso da seleccedilatildeo brasileira de rugby feminino Para poder participar do Mundial de Dubai realizado em marccedilo deste ano criaram um calendaacuterio com fotos sensuais das proacuteprias jogadoras Um meio de chamar a atenccedilatildeo das pessoas e arrecadar dinheiro para a viagem Natildeo ganharam o campeonato mas garantiram o 10ordm lugar no ranking mundial

Vida de JogadoraJogadora haacute um pouco mais de dois

anos no BH Rugby Marina conheceu o esporte atraveacutes de amigos de Satildeo Paulo mas quem a incentivou a jogar foi uma amiga de trabalho ldquoUm dia fui para conhecer os treinos e fiqueirdquo Amigos e familiares a questionavam sobre por que natildeo fazer ballet ou jazz atividades tradicionalmente femini-nas mas Marina afirma que apesar de jaacute ter tentado natildeo combina com ela de jeito algum A jogadora comenta tam-beacutem que nunca teve rivalidade com outras jogadoras ldquoSomente dentro do campo alguns olhares e puxotildees de cabelos mas fora do campo o terceiro tempo tira a tensatildeo um poucordquo afirma a atleta

O administrador Mathias Klaus namora haacute dois anos a jogadora do BH Rugby Maria Clara Ele acompanha sua namorada em todos os jogos e diz natildeo sentir ciuacutemes dos treinos que ela faz com o time masculino de Rugby ldquoSem-pre que daacute eu saio com a turma toda pra tomar umasrdquo Mathias confessou que reza sempre para que sua namo-rada saia do campo sem um arranhatildeo pois a jogadora jaacute quebrou a claviacutecula e o nariz mas afirma que o esporte ajuda no relacionamento ldquoO namoro eacute

Encerrada a partida o jovem estudante William Webb Ellis inconfor-mado com a derrota do seu time agarra a bola com as matildeos e sai cor-rendo em direccedilatildeo ao gol adversaacuterio - Que velocidade Surpreendidos seus adversaacuterios entram na corrida para tentar impedi-lo Agarrado pelas pernas o pequeno Willian vai ao chatildeo e vecirc a bola esvair-se de suas matildeos Dessa cena que causou estranheza durante um jogo de futebol na Inglaterra em 1823 surgiu a ideacuteia inicial de um novo esporte o Rugby

O Rugby eacute um dos esportes mais populares do mundo e cada vez mais vem ganhando adeptos pelo Brasil desmistifi cando a fama de esporte violento e deixando de ser comparado ao futebol americano

MARINA CAMISASSA

RENATA WILLIG 2ordmPERIODO

Fotos Pedro Gontijo

em trecircs tempos

16-17 - Rugbyindd 116-17 - Rugbyindd 1 12209 92745 AM12209 92745 AM

O Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Gontijo e Clarisse Simatildeo - 6ordm periodo

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Esporte bull 17

oacutetimo quando ela estaacute estressada ela desconta no campo e com as rivaisrdquo

Jogadora do BH Rugby de dezem-bro de 2005 ateacute Julho de 2007 Vitoacuteria nunca praticou outro esporte Ela fra-turou o braccedilo durante uma partida e depois novamente em casa no mesmo lugar mas continua defendendo que isso eacute comum por ser um esporte de muito contato fiacutesico Vitoacuteria tambeacutem afirma que o esporte precisa ser mais divulgado o que ajudaria a desvincu-lar essa imagem de jogo violento que tem hoje

Vencer as barreiras de um esporte que ainda daacute os primeiros passos no paiacutes eacute outro desafio segundo as joga-doras O BH Rugby participa de pelo menos um campeonato por ano e para custear as viagens aleacutem da mensali-dade paga por elas ao clube Como haacute poucos patrocinadores eacute preciso fazer rifas e caixinhas para ajudar nas despe-sas das viagens que tecircm custo variado de acordo com o nuacutemero de jogadoras que participam dos torneios

Em Setembro de 2006 o time femi-nino do BH Rugby conquistou o pri-meiro tiacutetulo ao vencer o Campeonato da Independecircncia de 7-a-side em Var-ginha no Sul de Minas Em Outubro de 2007 conquistou o Torneio de 7-a-side de Satildeo Joseacute dos Campos a primeira etapa do Circuito Brasileiro de Rugby

Rugby no BrasilO Brasil conheceu o rugby no seacuteculo

XIX e foi Charles Miller o mesmo que trouxe o futebol para o Brasil que em 1895 organizou o primeiro time de rugby brasileiro em Satildeo Paulo Mas somente em 1925 o rugby comeccedilou a ser praticado com mais regularidade no Brasil no Campo dos Ingleses per-tencente ao Satildeo Paulo Athletic Club (SPAC) em Pirituba Satildeo Paulo

Durante o periacuteodo de 1926 a 1940 foram organizados jogos interesta-duais entre clubes paulista e carioca aleacutem de jogos internacionais contra os Springboks da Aacutefrica do Sul em 1932 e contra a seleccedilatildeo Britacircnica em 1936

De 1941 a 1946 os jogos foram inter-rompidos devido agrave Segunda Guerra Mundial sendo retomados em 1947

Em 1960 foi formada a Alianccedila Rugby Football Club constituiacuteda por jogadores ingleses franceses argenti-nos e brasileiros No dia 6 de outubro de 1963 foi fundada a sede em Satildeo Paulo da Uniatildeo de Rugby do Brasil com a finalidade de organizar e dirigir o rugby brasileiro No ano seguinte a entidade patrocinava o III Campeonato Sul-Americano de Rugby quando o Brasil conquistou o vice-campeonato

A partir de 1971 comeccedilou a se desenvolver lentamente o rugby Infanto-Juvenil em Satildeo Paulo e em 20 de Dezembro de 1972 foi fundada a Associaccedilatildeo Brasileira de Rugby em substituiccedilatildeo agrave Uniatildeo de Rugby do Bra-sil sendo reconhecida pelo Conselho Nacional de Desportos (CND) A par-tir daiacute o esporte vem ganhando adep-tos no paiacutes do futebol e se populari-zando deixando para traacutes a imagem de violento

1 - Pilar

2 - Hoker

3 - Pilar

4 - Segunda linha

5 - Segunda linha

6 - Asa (tercera linha) 7 - Asa (tercera Linha)

8 - Oitavo (uacuteltimo na formaccedilatildeo do scrum)

PasseNo rugby soacute eacute possiacutevel passar a bola para o lado ou para traacutes sendo que os avanccedilos satildeo decorrentes das corridas com posse de bola Soacute eacute permitido passes para frente com pon-tapeacutes No chute soacute podem perseguir a bola aleacutem do chutador aqueles jogadores que estiverem em linha ou atraacutes do mesmo do momento do pontapeacute

Tackle ou placagemO tackle eacute feito agarrando-se o jogador adver-saacuterio que estaacute com a bola e jogando-o ao chatildeo para que se possa fazer a tentativa de tomada da posse de bola atraveacutes do ruck

RuckQuando um jogador eacute tackleado ele solta a bola e eacute formado um ruck Jogadores dos dois times se jogam em cima daquele que estaacute ao chatildeo e tentam empurrar a bola para o seu lado do campo com o detalhe de que natildeo eacute permitido mover a bola com as matildeos

MaulOcorre quando trecircs jogadores sendo um portador da bola e os outros dois um de cada time estatildeo em contato A diferenccedila entre o ruck e o maul eacute que no uacuteltimo a bola natildeo se encontra no chatildeo e sim na matildeo do jogador Os jogadores devem manter a cabeccedila e os ombros acima da linha da cintura Natildeo eacute per-mitido tirar os jogadores do maul a natildeo ser que esse seja do time adversaacuterio e esteja do lado errado do maul

ScrumO scrum ou formaccedilatildeo ordenada geralmente eacute usado apoacutes uma jogada irregular ou em alguma penalidade O HalfScrum da equipe que natildeo cometeu a infraccedilatildeo insere a bola no meio de um ldquotuacutenelrdquo formado pelas duas primeiras linhas de cada equipe para que os jogadores de sua equipe consigam ganhar a posse da bola Qualquer jogador alheio a formaccedilatildeo ordenada tem que estar a 10 m da mesma

LateraisQuando a bola sai pela lateral do campo eacute realizado um alinhamento para que a bola volte ao jogo O Hoker da equipe lanccedila a bola no meio das duas linhas formadas Um joga-dor de cada equipe eacute levantado no ar para tentar agarrar a bola Quando a bola eacute posta na lateral o outro time pode repocirc-la rapida-mente para dentro de campo se esta cruzar a linha de cinco metros sem formaccedilatildeo de linhas

MarkQuando a equipe adversaacuteria chuta a bola e o jogador da outra equipe a pega sem quicar no chatildeo e dentro da aacuterea dos 22 metros ele pode chamar um mark ou pedir marco que eacute a possibilidade de se dar um chute sem o perigo de ser placado Serve como um fator de proteccedilatildeo para a defesa da equipe que pediu o marco pois interrompe o jogo e o time tem direito a um pontapeacute livre de onde o mark foi pedido

Algumas jogadas do Rugby

Esquema de jogo

BH RUGBY

12ordm BI do ExeacutercitoRua Timbiras com Barbacena Barro Preto Belo Horizonte - MG

Belo H

s sendo umLateraisQuQQQuQuQuQuQuQuananandodoodododd a bola saaaai peela lattererererala ddddoooo cacacacampmpmpmpmm oooooooo eacuteeacuteeacuteeacute

Ariel PalaciosTeacutecnico do BHRugby

312

6

45

789

10

111213

1514

9 - Half Scrum 10 - Apertura 11 - Ponta cego

12 - Primer centro

13 - Segundo Centro

14 - Ponta aberto

15 - Fullback

16-17 - Rugbyindd 216-17 - Rugbyindd 2 12209 92753 AM12209 92753 AM

O Ponto

18 bull CulturaBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Liacutevia Martins e Flaacutevia Leatildeo - 6 ordm periacuteodo

LUCAS RAGE VICTOR DUARTE RENAN BORGES

2ordm PERIODO

Desde 2004 os belo-hori-zontinos vecircm recebendo visi-tas ilustres nas diversas linhas de transporte puacuteblico da capi-tal Jaacute passaram pelos ocircnibus escritores como Gonccedilalves Dias Machado de Assis Castro Alves e muitos outros Calma eles natildeo estatildeo rodando por aiacute como passageiros estatildeo pre-sentes por meio de suas obras Eacute o projeto Leitura para Todos

Idealizado e organizado pelo Programa de Ensino Pesquisa e Extensatildeo A Tela e o Texto do curso de Letras da Universi-dade Federal de Minas Gerais (UFMG) o projeto Leitura para Todos tem o objetivo de levar literatura agrave grande populaccedilatildeo belo-horizontina de maneira dinacircmica e acessiacutevel

O que natildeo falta ao passa-geiro eacute escolha na hora de ler Satildeo oferecidas obras dos mais variados estilos desde crocircni-cas machadianas a poemas de Gonccedilalves Dias passando por composiccedilotildees musicais de Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes

Atraveacutes do site do projeto (wwwletrasufmgbratelaeo-texto) jovens autores tambeacutem podem enviar seus textos e jaacute

passam de 155 publicaccedilotildees deste cunho envolvidas na ini-ciativa O projeto contempla hoje 280 carros em 26 linhas distintas

Impressos em frente e verso e laminados os textos satildeo afi -xados na parte traseira dos assentos e apresentam faacutecil acesso Cada veiacuteculo possui uma meacutedia de vinte lacircminas dispostas ao longo dos assen-tos de maneira para atingir todos os passageiros Os textos satildeo trocados de trecircs em trecircs meses As formataccedilotildees variam de acordo com o tema e a forma luacutedica com a qual algu-mas obras satildeo expostas busca atrair o leitor relutante

RepercussatildeoAs estrateacutegias para atrair o lei-

tor apesar de criativas natildeo agra-daram a todos ldquoA letra eacute muito pequena entatildeo eu natildeo leio muitordquo diz Amanda Dias usuaacute-ria da linha Circular 01 (SC01) e moradora de Betim Estudante e morador da Savassi tambeacutem usuaacuterio da linha Guilherme Carvalho concorda ldquonatildeo atrai natildeo chama a atenccedilatildeo Fica ali mas a gente nem vecirc direito falta alguma coisa para chamar mais a atenccedilatildeo do pessoalrdquo

O maior problema aparenta ser a combinaccedilatildeo entre trans-porte puacuteblico e leitura uma vez que nem todos os passageiros podem se sentar durante a via-

gem ldquoEacute interessante para quem vai sentado mas quem estaacute de peacute natildeo aproveita muitordquo aponta Amanda Dias

Mas a iniciativa possui uma linha de admiradores para quem o incentivo agrave cultura e a dissemi-naccedilatildeo da literatura natildeo passam despercebidos Moradora do Taquaril e usuaacuteria da linha 9503 Vanusa dos Santos se entusiasma com o projeto ldquoAs histoacuterias satildeo legais Tem algumas que eu tenho ateacute vontade de levar para casa e ler para os meus fi lhos Eu jaacute li quase todas sempre que acabo de ler a minha jaacute estou logo pegando a do ladordquo afi rma Ilza Ferreira Gomes moradora de Venda Nova e usuaacuteria da

linha Circular 02 (SC02) tambeacutem divide o entusiasmo de Vanusa ldquoAcho excelente Incentiva a lei-tura A primeira coisa que eu faccedilo quando entro no ocircnibus eacute pegar um texto para lerrdquo

Segundo a coordenadora do projeto e do Programa A Tela e o Texto da FALE-UFMG Maria Antonieta Pereira a repercus-satildeo do projeto natildeo poderia ser melhor ldquoTemos recebido mui-tos textos novos e comentaacuterios dos leitores No mecircs que vem entraraacute em circulaccedilatildeo o texto de um usuaacuterio sobre o Leitura para Todosrdquo afi rma

De acordo com Maria Anto-nieta a maioria dos textos rece-bidos eacute de qualidade Para sele-cionaacute-los o criteacuterio utilizado eacute o valor literaacuterio ldquoFicam de fora apenas os textos que apresen-tarem linguagem vulgar ou de cunho agressivo Mas isso eacute rarordquo conclui

Mais do que uma degustaccedilatildeo literaacuteria muitos vecircem no projeto um passatempo que possibi-lita distraccedilatildeo durante as longas viagens de volta para casa ou em direccedilatildeo ao trabalho ldquoVocecirc comeccedila a ler e nem vecirc o tempo passarrdquo diz Jidalva da Silva moradora de Ibiriteacute e usuaacuteria da linha 3052 Guilherme Carvalho acrescenta ldquoEacute bacana porque a gente natildeo tem nada para fazer no ocircnibus entatildeo a gente lecirc no caminhordquo

Projeto Leitura para TodosFoto Divulgaccedilatildeo BHTrans

Com cinco anos de existecircncia iniciativa ainda passa despercebida por muitos passageiros de ocircnibus

Faz-de-conta domina a literaturaLivros com tramas e personagens fantaacutesticos encabeccedilam listas de mais vendidos

GABRIELA CAMPOLINA

5ordm PERIacuteODO

As aventuras de um bruxi-nho um mundo rodeado por robocircs que de repente passam a ter sentimentos o romance entre uma jovem e um vampiro a cegueira repentina A fi c-ccedilatildeo oferece um mundo rico de possibilidades estimulantes O autor fi ca livre para propor novas abordagens construir cenaacuterios - diferentes daqueles que estamos acostumados O leitor pode se deliciar com estoacuterias divertidas e impossiacuteveis na vida real mas que povoam a sua mente e satildeo apaixonantes

Para o doutorando em Lite-ratura de Liacutengua Portuguesa e professor da Universidade Fumec Luis Henrique Barbosa o sucesso desses livros pode ser atribuiacutedo ao grande poder da miacutedia ldquoHoje em dia eacute difiacutecil esca-

par dessa infl uecircncia ateacute mesmo para quem tenta fugir um pouco dissordquo Segundo o professor os meios de comunicaccedilatildeo criam um tipo de ldquomodardquo

Atualmente o livro que estaacute no topo dos mais vendidos eacute ldquoA Cabanardquo do canadense William Young que narra a histoacuteria de Mackenzie Allen Philip perso-nagem principal de uma trama que envolve questotildees religiosas ao desconstruir os estereoacutetipos de Deus e Jesus apresentados respectivamente como uma mulher negra grande e gorda e um jovem do Oriente Meacutedio que conserta e constroacutei coisas Outro sucesso de venda foram os livros da seacuterie Crepuacutesculo (Twilight) que conta a histoacuteria de uma ado-lescente que se apaixona por um vampiro recentemente adap-tada para o cinema

Os best-sellers de fi cccedilatildeo jaacute tomaram as salas de cinema haacute

um tempo Em termos de adap-taccedilatildeo literaacuteria escritores tendem a achar que o fi lme deve ser fi el ao texto Jaacute os cineastas enten-dem que a linguagem das telas eacute outra e que o compromisso do cinema eacute com os espectadores natildeo com os leitores Os escrito-res defendem a fi delidade os cineastas natildeo

O sucesso de longas como ldquoO senhor dos aneacuteisrdquo ldquoHarry Pot-terrdquo ldquoEu Robocircrdquo ldquoEnsaio sobre a cegueirardquo ldquoEntrevista com um vampirordquo de repente virou febre Todos parecem querer ldquoviajarrdquo por um mundo desconhecido

Os leitores principalmente os mais jovens querem ver seus livros personagens e aventuras preferidas de uma forma mais real Segundo Luis Henrique ldquoa miacutedia faz bom marketing e ainda tem o peso das peliacuteculas que direcionam ainda mais o foco do interesse do puacuteblicordquo E

independente das inuacutemeras criacute-ticas quanto a isso o sucesso eacute certo O exemplo eacute o das seacuteries Harry Potter e Twi-light - ambos best-sellers mundiais

A internet eacute tambeacutem um terreno que contribui para popularidade crescente da chamada literatura da moda de acordo com o pro-fessor Luis Henrique a litera-tura se tornou muito diversifi -cada ldquoHaacute um grande aumento por exemplo na lsquoliteratura de blogrsquo Muitos blogueiros escrevem histoacuterias que depois viram livrosrdquo diz Falando especifi camente sobre os livros de fi cccedilatildeo ele argu-menta que muito desse sucesso estaacute em foacutermulas que deram certo e se repetiram no avanccedilo da tecnologia na busca por res-postas e na tentativa de ldquofugardquo da rotina do dia-a-dia ldquoAinda assim eacute difiacutecil dizer porquecirc Eacute como

querer saber o motivo pelo qual muita gente escuta certo tipo de muacutesica ou assiste a certos tipos de fi lme Cada um tem uma razatildeo Tambeacutem natildeo podemos esquecer que estamos falando de moda E moda vai e voltardquo

criacute-sso as

m

o dem srdquote

18 - Literaturaindd 118 - Literaturaindd 1 12209 92644 AM12209 92644 AM

O Ponto

PEDRO LEONE

7ordm PERIacuteODO

A Faculdade de Ciecircncias Humanas da Fumec (FCH) lanccedilou no dia 20 de novem-bro a oitava ediccedilatildeo da revista ldquoMediaccedilatildeordquo de cunho cientiacute-fi co A publicaccedilatildeo que desta vez trouxe como tema central ldquoMiacutedas Audiovisuais e Proces-sos Identitaacuteriosrdquo representa um marco da revista por fortalecer a

periodicidade das produ-

ccedilotildees acadecircmicas da faculdade como reinteraram os diretores Antocircnio Marcos Nohmi Joatildeo Batista de Mendonccedila Filho e Th aiumls Estevanato em evento rea-lizado na data de lanccedilamento no auditoacuterio da FCH A revista passa ainda por uma reestrutu-raccedilatildeo editorial jaacute que a partir da proacutexima ediccedilatildeo natildeo conta mais com a professora Claudia Cha-ves Fonseca como editora que passa o cargo para o professor Rodrigo Fonseca e Rodrigues

Segundo Rodrigo um dos proacuteximos passos na consoli-daccedilatildeo da ldquoMediaccedilatildeordquo no mer-cado eacute a ampliaccedilatildeo dos pontos de distribuiccedilatildeo da publicaccedilatildeo sendo inclusive distribuiacuteda em bibliotecas de outras institui-ccedilotildees de ensino Aleacutem disso Rodrigo adiantou o tema-base da nona ediccedilatildeo jaacute sob seu comando que seraacute ldquoComuni-caccedilatildeo e estudos interdiscipli-naresrdquo Nela de acordo com o novo editor uma das metas seraacute ampliar o leque de assun-tos tratados e mostrar o caraacuteter plural da comunicaccedilatildeo

Outra meta para os proacuteximos nuacutemeros da revista eacute divulgar a

chamada para artigos em outros paiacuteses com a publicaccedilatildeo de textos traduzidos com exclusividade pela revista para o portuguecircs

Alunos como destaqueA novidade da oitava ediccedilatildeo

segundo a editora Claudia Cha-ves fi ca por conta da publica-ccedilatildeo da resenha ldquoEacutetica no ensino

de jornalismordquo de autoria das alunas do oitavo periacuteodo de jornalismo Ana Luacutecia Bahia e Marina Rigueira Para as alu-nas que dizem ter interesse em seguir a carreira acadecircmica a oportunidade eacute interessante por ser uma primeira experiecircn-cia na aacuterea O artigo segundo Ana Luacutecia e Marina eacute fruto de

um projeto de iniciaccedilatildeo cientiacute-fi ca e a primeira publicaccedilatildeo de cunho acadecircmico de ambas

A revista ldquoMediaccedilatildeordquo tem periodicidade semestral e teve nesta oitava ediccedilatildeo tiragem de mil exemplares reunindo dez artigos de professores pes-quisadores e profi ssionais da comunicaccedilatildeo social

Editor e diagramador da paacutegina Equipe O Ponto

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Miacutedias bull 19

FABIANA SOARES

7ordm PERIacuteODO

Kotler publicou sua biacuteblia do marketing e de repente todo mundo sabia como posicionar uma marca Entatildeo veio a Era Digital e desafi ou todas agecircncias de publicidade e profi ssionais de marketing Quais foram esses desafi os O que devemos levar em consideraccedilatildeo para posicio-nar uma marca online Eu com meu mero mas engajado conhe-cimento elaborei alguns toacutepi-cos que podem dar um rumo ao posicionamento digital

1) Pense e esteja OnlineO primeiro item eacute oacutebvio e pre-

cede todos os outros Se vocecirc quer entrar no mundo digital vocecirc tem que estar online A comunicaccedilatildeo digital eacute instantacirc-nea e interativa e se sua marca natildeo estaacute laacute quando um usuaacuterio a procura ele vai clicar na outra que estiver mais proacutexima Entatildeo

esteja sempre disponiacutevel e mais importante abrace a interaccedilatildeo Natildeo adianta estar online e pen-sar offl ine Converse e escute os usuaacuterios hoje eles satildeo tatildeo importantes no posicionamento de sua marca quanto a televisatildeo foi na deacutec de 50 O que nos leva ao segundo toacutepico

2) O usuaacuterio constroacutei a sua marca

Hoje o modelo de comuni-caccedilatildeo eacute interativo O internauta descobriu que pode produzir a mensagem e natildeo soacute recebecirc-la pacifi camente Entatildeo ele pode dizer que seu produtoserviccedilo eacute muito ruim ou muito bom e teraacute vaacuterias pessoas para ouviacute-lo E natildeo adianta querer abafar a sua voz isso soacute vai pegar mal e natildeo vai controlar a propagaccedilatildeo da mensagem (lembra do caso da Daniela Cicarelli) Entatildeo o que resta aacutes marcas eacute monitorar Vocecirc pode estar sempre alerta ao que estatildeo dizendo sobre vocecirc na web

eacute como um feedback instantacirc-neo e se estiverem falando bem oacutetimo mas se falarem mal per-gunte porque peccedila desculpas e desconstrua a imagem ruim que aquele usuaacuterio tem sobre sua marca Mas cuidado para natildeo invadir o espaccedilo virtual dele

3) Cuidado O usuaacuterio pode natildeo querer te ouvir

Vocecirc monitora sua marca na web e resolve entrar na discussatildeo dos usuaacuterios sobre sua marca Vaacute com calma Ele provavelmente vai estar em uma rede social conversando com seus amigos e de repente vocecirc vira um inva-sor inoportuno Hoje o usuaacuterio quer ouvir e daacute mais credibi-lidade a fala de seu ldquoamigo de rederdquo do que na auto-afi rmaccedilatildeo de uma marca Ele quer ouvir o que sua rede social tem a dizer e natildeo vocecirc Entatildeo uma estrateacutegia muito mais efi ciente de conver-sar com o usuaacuterio eacute sendo um usuaacuterio ou tendo como porta voz

algum usuaacuterio infl uente E se um usuaacuterio fala bem da sua marca daqui a pouca seratildeo dois quatro seis

4) O boca-a-boca casou com a internet e teve um fi lho fofoqueiro O viral

O viral nasceu graccedilas a velo-cidade e o tamanho da rede Enquando na tv temos uma pessoa falando para outras 11 milhotildees na rede sua marca pode falar com esse mesmo nuacutemero de pessoas e essas pessoas com outras 11 milhotildees de pessoas em uma velocidade muito mais raacutepida que a de um Vt de 30rdquo Esse potencial de propagaccedilatildeo da men-sagem eacute bom e ruim Bom por permitir uma comunicaccedilatildeo mais efi ciente em termos de tempo e ruim pois uma vez lanccedilada na rede eacute impossiacutevel acompanha-la A melhor maneira entatildeo de se utilizar um viral eacute ser cuida-doso com o que se quer propa-gar Pense se aquela mensagem

eacute realmente relevante se natildeo vai criar uma imagem negativa e se eacute sufi cientemente criativo para que os usuaacuterios queiram compartilhaacute-lo O viral tem sido a menina dos olhos de muitos criativos publicitaacuterios e de seus clientes pois tem um custo rela-tivamente baixo e pode alcanccedilar um grande nuacutemero de pessoas mas tambeacutem tem grandes riscos de ser um total fracasso

A internet aidna tem muito a nos ensinar e tentei colo-car acima um pouco do que jaacute consegui obeservar Mas ainda tenho uma grande curiosidade que ateacute hoje ningueacutem conseguiu me explicar como se cobra por estrateacutegias digitais Como men-surar em dinheiro um viral por exemplo Como apresentar uma estimativa de custos honesta para o cliente quando tudo que se tem eacute uma ideacuteia Se algueacutem tiver essa resposta meu email eacute fabzsoaresgmailcom

E agora Joseacute A festa acabou a luz apagou e ta todo mundo na web

Original publicado em httpestagiocriativoblogspotcomO texto natildeo sofreu ediccedilatildeo nem correccedilotildees ortograacutefi cas a pedido da autora

A equipe de professores e convidados que participaram da organizaccedilatildeo da 8ordm ediccedilatildeo da revista

Mediaccedilatildeo chega ao seu oitavo nuacutemeroRevista da Faculdade de Ciecircncias Humanas da FUMEC coloca o tema ldquoMiacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuteriosrdquo em debate e tem como desafi o para os proacuteximos nuacutemeros ampliar a chamada para o envio de artigos acadecircmicos a pesquisadores de outros paiacuteses

8ordf ediccedilatildeo da revista trata das Miacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuterios

19 - Mediacaoindd 119 - Mediacaoindd 1 12209 93123 AM12209 93123 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

20 bull Cultura Editora e diagramadora da paacutegina Amanda Lelis - 7ordm periodo

COLCHAde retalhos

CU

RT

Are

talh

os

Ajude a costurar nossa colcha balaioretalhosgmailcom

Ir aleacutem da superfiacutecie

Que o espelho mostra

(e que o ego gosta)

VontadeBaacuterbara Rodrigues

Midori aki

hatake dandan

akaku naru

GuntaiJoatildeo Paulo Borges

Outono verde

o campo aos poucos

fi ca vermelho

ExeacutercitoJoatildeo Paulo Borges

Frederico PortoOde ao pensamento

Todo momento eacute hora de aventura e fantasia

E comeccedila ao raiar do dia

Crianccedilas vatildeo agrave escola e cantam a melodia

E a imaginaccedilatildeo se mistura com a nostalgia

O vento o sol a neve e a tempestade

Amanhatilde eacute o ontem criado com amizade

E Deus em seu computador

Natildeo procura responder

A mensagem deixada seraacute criada por vocecirc

E sem fi m com mais delongas

O encanto se apaixona

E comeccedila a respirar

Pensamento que viraacute

Eu que natildeo amo vocecircGabriela Gois

Era tudo novo ali No puro prazer na inocecircncia ele repousava a cabeccedila sobre o meu

colo segurando minha matildeo fi rmemente Ao longe o sol ia se despedindo deixando uma

leve e uacutenica brisa no fi m de tarde abafado Noacutes trocaacutevamos algumas palavras bobas meu

coraccedilatildeo disparava quando via aquele sorriso sincero Era tudo parte de um comeccedilo de

vida uma iniciaccedilatildeo no mundinho chato e triste que eacute o amor Tatildeo perfeito calmo irreal

verdadeiro e tiacutemido A rua estava vazia eu permanecia em silecircncio enquanto ele brin-

cava com meus dedos em suas matildeos magrelas e brancas

- E quando tudo isso acabar

- Como assim ndash suspirei afagando seu cabelo bagunccedilado

- A gente vai crescerhellipMudar Talvez um dia nossos rostos se apaguem

- Eu natildeo seihellipTalvez um dia noacutes vamos estar adultos andando em alguma cidade no

meio do caos e nos reconhecemos por um sorriso Eu largaria meu namorado vocecirc sua

vida boecircmia e noacutes podemos fugir pra Franccedila

- Vocecirc eacute tatildeo boba

- E vocecirc eacute tatildeohellip

Seus laacutebios tocaram os meus delicadamente nada invasivo Eram macios tinham

sabor de chocolate branco O que aconteceu internamente natildeo haacute como descrever nada

comparado agrave felicidade instantacircnea de uma roupa nova Natildeo era algo bem melhor que

isso Era tudo tatildeo maacutegico e delicioso nada de preocupaccedilotildees Eacuteramos dois na calccedilada os

peacutes no chatildeo quente as matildeos entrelaccediladas os sorrisos carregados de felicidade

Hoje eu ainda olho para aquela foto estranha no fundo da caixa Ele estaacute longe pro-

vavelmente apagou meu rosto Eu natildeo consigo sentir nada comparado agravequilo nada que

faccedila meu coraccedilatildeo disparar como aquele dia Eu soacute amei uma vez eu tinha onze anos um

metro e sessenta e cinco e era boba

Larissa Cardoso Borges

Deixa a mente vagar

Sem rumo sem freio

Deixa as palavras fl uiacuterem

Pulsando pelo seu corpo ateacute chegarem ao destino fi nal

Matildeo que freneticamente escreve

Tentando organizar o fl uxo de emoccedilotildees de sensaccedilotildees

Raacutepido pensar fugaz aliacutevio

O papel suporta as minhas ideacuteias

Devaneios

GuriaRodrigo Guimaratildees Pena

quando dedo se lambia

tudo era mar-de-rosas

tu levavas vida em verso

eu te via toda prosa

e tu eras tatildeo pequena

tatildeo cheirosa tatildeo macia

que o chorar ou fazer cena

era manha da guria

hoje a vida te vecirc bela

tatildeo faceira tatildeo formosa

mas meus olhos vecircem aquela

que foi meu botatildeo de rosa

Sozinha

No mato

Sem teto

Comida

Companhia

Ou cobertor

Sem rastro

Barulho

Eu-soacute

Sozinha

Na terra

Deitada ateacute dissolver no tempo

QuererAmanda Lelis

Amanda Lelis

E o que vai ser agora

se tudo em mim for

silecircncio

DuacutevidaAmanda Lelis

20 - Colcha de retalhosindd 120 - Colcha de retalhosindd 1 12209 92543 AM12209 92543 AM

Page 3: Jornal O Ponto - novembro de 2009

O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Michelle Cristina - 6ordm periacuteodo Cidades bull 03

BAacuteRBARA GUIMARAtildeES

MICHELLE CRISTINA

5ordm E 6ordm PERIacuteODOS

Ser abordado pelos chamados ldquofl a-nelinhasrdquo ao estacionar o carro nas ruas do hipercentro da capital se tornou uma situaccedilatildeo pragmaacutetica Perto de bares casas de show escolas e padarias a accedilatildeo dos lavadores e guardadores de carros se faz com mais frequumlecircncia intimidando os motoristas que se sentem na obrigaccedilatildeo de pagar para estacionar seus carros em vias puacuteblicas ldquoTenho medo de natildeo pagar e ser prejudicada depois jaacute que alguns fl anelinhas arranham e amassam nos-sos carros quando natildeo aceitamos pagar a quantia que pedemrdquo afi rmou a motorista Eacuterika Magalhatildees e Silva de 20 anos

Segundo a advogada Liacutelian Franco de Paula existe uma lei de nuacutemero 624275 que dispotildee sobre o exerciacutecio da profi s-satildeo de ldquoguardador e lavador autocircnomo de veiacuteculos automotoresrdquo poreacutem essa lei natildeo fora regulamentada em todas as regiotildees do paiacutes e pelas autoridades do estado o que faz com que ela exista em alguns locais apenas na teoria

De acordo com dados da Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Belo Hori-zonte regional Centro-Sul satildeo hoje 1484 lavadores e guardadores de car-ros credenciados nesta regional Para se cadastrar o profi ssional precisa ser regis-trado na Delegacia Regional do Trabalho que direciona cada indiviacuteduo para um ponto de trabalho que seraacute fi xo estabe-lecido juntamente com a prefeitura

Regularmente a PBH faz reuniotildees e trabalhos sociais junto a esses profi s-sionais para orientaacute-los e qualifi caacute-los Aleacutem disso anualmente todos devem comparecer a sua regional para renovar a licenccedila que daacute o direito de trabalhar nas ruas isso eacute feito olhando tambeacutem o seu bom antecedente Os indiviacuteduos que natildeo usam colete da Prefeitura e natildeo estatildeo registrados trabalham ilegalmente cabendo agrave Poliacutecia Militar fi scalizaacute-los e notifi caacute-los

O dever desse profi ssional eacute combinar

antecipadamente com os motoristas um

valor que seraacute cobrado pelo serviccedilo pres-

tado Lembrando que combinar eacute o ato

consensual entre ambas as partes e natildeo

a imposiccedilatildeo do preccedilo que seraacute cobrado

ao motorista Em caso de extorsatildeo ou

seja a obtenccedilatildeo de algo pela forccedila exac-

ccedilatildeo violenta de contribuiccedilotildees forccediladas

o condutor deveraacute acionar a poliacutecia e

fazer um boletim de ocorrecircncia Apoacutes

isso a parte lesionada deve ligar para a

central de atendimento e reclamaccedilotildees da

PBH no nuacutemero 156 e delatar o ocorrido

com as devidas provas Se for compro-

vado o crime o profi ssional pode ter sua

licenccedila cassada pela prefeitura e ainda

ser levado para a delegacia para prestar

esclarecimentos

Qualquer indiviacuteduo que praticar a pro-fi ssatildeo de guardador e lavador de carros sem ter o registro na Delegacia Regional do Trabalho determinado pelo decreto-lei nordm 624275 estaraacute praticando o crime de contravenccedilatildeo penal proposto no Art 47 do decreto-lei nordm 368841 que diz ldquoExercer profi ssatildeo ou atividade econocirc-mica ou anunciar que a exerce sem pre-encher as condiccedilotildees a que por lei estaacute subordinado o seu exerciacuteciordquo poderaacute obter pena simples de ateacute trecircs meses de prisatildeo ou multa

O Deputado Antocircnio Carlos Bis-caia (PT-RJ) autor do projeto de lei nordm 450108 pretende acrescentar ao Coacutedigo Penal Brasileiro o artigo 160-A que prevecirc detenccedilatildeo de um a trecircs anos e multa agravequele que cobrar para vigiar veiacuteculos estacionados em vias puacuteblicas O artigo tem a seguinte redaccedilatildeo que torna o ato um crime ldquoSolicitar ou exigir para si ou para terceiro a qualquer tiacutetulo dinheiro ou qualquer vantagem sem autoriza-ccedilatildeo legal ou regulamentar a pretexto de explorar a permissatildeo de estaciona-mento de veiacuteculo alheio em via puacuteblicardquo Segundo a Assessoria de Imprensa do deputado esse projeto ainda seraacute ana-lisado pelas comissotildees de Seguranccedila Puacuteblica e de Constituiccedilatildeo e Justiccedila antes de ir a Plenaacuterio

Confi anccedila Apesar de todos os problemas causa-

dos por essa situaccedilatildeo de desordem e da difi culdade de fi scalizaccedilatildeo e cadastra-mento de todos os guardadores e lavado-res de carros que trabalham diariamente nas ruas ainda haacute gente que reconheccedila e ateacute se familiarize com esses profi ssio-nais criando uma relaccedilatildeo de amizade e confi anccedila Eacute como no caso da estudante de Economia Amanda Diniz Malheiros que se sente confortaacutevel com a presenccedila deles ldquoEu acho oacutetimo economizo no pagamento de estacionamentos e ainda saio com o carro limpo Jaacute sou amiga de todos que fi cam nas redondezas da uni-versidade e dou a gorjeta com gosto Natildeo me incomoda em nadardquo contou Amanda que disse natildeo saber sobre a lei que dis-potildee sobre a profi ssatildeo

Existem fl anelinhas cadastrados pela prefeitura (que nesse caso podem ser denunciados por mau comportamento) mas na sua maioria os que abusam da lei e aproveitam dos motoristas satildeo os indiviacuteduos que natildeo possuem cadastro e estatildeo atuando nas regiotildees de maior concentraccedilatildeo de carros e de escassez de vagas puacuteblicas Grande parte deles cobra mensalidade para a garantia de uma vaga outros vendem o faixa azul por um preccedilo muito alto Alguns fi cam com as chaves do carro e manobram livre-mente sem ao menos possuir a Carteira Nacional de Habilitaccedilatildeo (CNH) Esses e tantos outros absurdos satildeo considerados crimes penais mas os fl anelinhas natildeo cadastrados sempre saem impunes pois muitas pessoas desconhecem a lei e seus direitos

Intimidados por fl anelinhasGuardadores e lavadores de carros intimidam motoristas e abusam da lei ldquovendendordquo vagas puacuteblicas

A cliente acompanha o fl anelinha que fi cou responsaacutevel pelo seu carro em rua disputada por vagas no bairro Santa Efi gecircnia

O fl anelinha faz a ldquogentilezardquo de abrir a porta para a cliente

que deixa assim como outros motoristas suas chaves do carro com o homem que poderaacute manobrar os veiacuteculos livremente

Fotos Michelle Cristina - 6ordmG

03 - Flanelinhasindd 103 - Flanelinhasindd 1 12209 103250 AM12209 103250 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

04 bull Cidades Editor e diagramador da paacutegina Equipe O Ponto

Problemas de infra-estrutura um dos assentados em seu barracatildeo feito de lona e pau a pique faltam luz e aacutegua encanada

Foto

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EMIacuteLIO FONSECAFREDERICO DUTRA

RAFAELA GAMA

4ordm E 8ordm PERIacuteODOS

A 52 quilocircmetros de Belo Horizonte situa-se uma comu-nidade de agricultores que aleacutem de produzir para a sub-sistecircncia tambeacutem comercializa seus produtos nas feiras em coleacutegios da zona sul da capital Os clientes geralmente pais de alunos fazem as encomendas e na outra semana recebem as cestas com os produtos Entre estes alface de todos os tipos espinafre broacutecolis tomate E o melhor o cultivo eacute feito sem agrotoacutexicos

Localizado em Brumadi-nho na Regiatildeo Metropolitana o assentamento que foi fundado em 2006 sob supervisatildeo do Incra foi batizado de ldquoPastori-nhasrdquo O nome eacute uma homena-gem agraves mulheres que no iniacutecio da ocupaccedilatildeo participaram da luta de 120 famiacutelias para con-quistar o direito de produzir e futuramente adquirir um pedaccedilo desse chatildeo Como pas-tores elas cuidaram e cuidam de seu rebanho (maridos e fi lhos)

No iniacutecio da ocupaccedilatildeo as famiacutelias sofreram com a agres-sividade de militacircncias leis que natildeo benefi ciavam a ocupaccedilatildeo de terras falta de conhecimento e ateacute mesmo de suporte psicoloacute-gico Noites em claro muitas reu-niotildees aleacutem da falta de condiccedilotildees de vida (alimentaccedilatildeo moradia etc) natildeo foram motivos para que o grupo desistisse da ocupaccedilatildeo ldquoO instinto pela terra eacute muito maiorrdquo explica Valeacuteria Silva

moradora desde o iniacutecio da ocupaccedilatildeo e assenta-mento das famiacutelias

Embora as conquistas sejam signifi cativas ape-nas vinte famiacutelias ainda permanecem na aacuterea de 15644 hectares Atual-mente eles enfrentam inuacutemeras difi culdades como por exemplo o preconceito Neste caso nem as crianccedilas escapam Meninos e meninas em idade escolar soacute consegui-ram um ocircnibus para levaacute-los agrave Escola Estadual Paulo Neto Alckmin haacute um ano apoacutes muita insistecircncia e vaacuterias reuniotildees com autoridades locais

Antes independentemente do calor frio ou chuva as matildees tinham que dar um jeito de levar os fi lhos agrave escola Aline de Paula Lobato conta que os motoristas de ocircnibus natildeo queriam ir buscar as crianccedilas pelo simples fato de elas morarem em um assenta-mento ldquoMuitas vezes tive que carregar minha fi lha na eacutepoca com 4 anos por terrenos uacutemi-dos e irregulares ateacute chegar ao transporte puacuteblico (devida-mente pago com recursos proacute-prios)rdquo afi rma

Resolvido o problema do transporte a queixa agora eacute que os jovens do assentamento sempre satildeo os primeiros a ser apanhados pela conduccedilatildeo ndash fi cam na porta da escola ainda fechada esperando a abertura dos portotildees ndash e os uacuteltimos a ser levados de volta para a casa

Os moradores do local ainda satildeo rotulados de lsquosem-terrarsquo e sofrem na pele o preconceito da sociedade Ao todo o assenta-

mento abriga trinta e dois jovens de 0 a 17 anos Satildeo eles os que mais sofrem De acordo com as matildees Valeacuteria Silva Carneiro Selma Aparecida da Silva e Aline de Paula Lobato os assentados satildeo muito discriminados na escola Eles satildeo criticados e tratados com hostilidade pelos colegas

A assentada Aline de Paula Lobato afi rma que sua fi lha Iara de 13 anos jaacute chegou a ouvir de colegas insultos como ldquosua famiacutelia eacute aquele povo que entra rouba destroacutei o que tem laacute den-tro e mata ateacute o dono da fazenda se for precisordquo

Para a assentada Valeacuteria Silva a concepccedilatildeo que a sociedade tem de um lutador da reforma agraacuteria eacute horriacutevel ldquoVocecirc eacute como um bandido que todo mundo tem medo todo mundo tem medo dos fi lhos da genterdquo diz Mas para ela na verdade eles formam ldquoum grupo de pessoas buscando terra para trabalharrdquo

Segundo Valeacuteria Silva os cole-gas perguntam agraves suas fi lhas se tecircm Internet televisatildeo e se veratildeo o uacuteltimo capiacutetulo da novela A resposta negativa torna impos-siacutevel sua interaccedilatildeo com o grupo Valeacuteria em tom de desabafo considera que isso acontece por-que ldquovivemos em uma sociedade em que vocecirc vale pelo que vocecirc tem natildeo pelo que vocecirc eacute Natildeo eacute seu caraacuteter natildeo eacute sua postura Eacute

o tecircnis que vocecirc calccedila o celular que vocecirc levardquo

Essa dupla realidade estaacute tambeacutem dentro da casa da assentada Ela tem duas fi lhas Ana Clara a mais nova tem 9 anos e foi para o assentamento quando

bebecirc entatildeo natildeo conhece outra realidade senatildeo a atual A vida dela eacute ali Nunca teve geladeira televisatildeo e sabe o que eacute fi car no escuro Jaacute a outra fi lha Maria Alice 13 anos sentiu o choque quando foi da cidade onde estu-dava em escola particular para o assentamento A matildee conta que ateacute o horaacuterio que a fi lha sai de casa para ir agrave escola estaacute tudo bem No entanto ela volta de laacute irritada arrasada e agres-siva Valeacuteria disse que jaacute chegou a ouvir da fi lha ldquovocecirc veio por opccedilatildeo eu vim por imposiccedilatildeo Vocecirc me trouxerdquo

Segundo a assentada a ado-lescente que cursa a 7ordf seacuterie do ensino fundamental debate principalmente com os pro-fessores de geografi a sobre temas que envolvem a terra As opiniotildees divergentes apa-recem durante as aulas devido agrave diferenccedila entre a teoria e a realidade vivida diariamente pela aluna Para Valeacuteria Silva a formaccedilatildeo dos professores da rede puacuteblica natildeo eacute satisfatoacuteria tanto que a fi lha jaacute chegou a ser suspensa por causa de opiniotildees divergentes que apresentou em uma das aulas ldquoEla quer saber mais do que eurdquo teria justifi cado a professora quando Valeacuteria foi agrave escola reclamar da suspensatildeo

O natildeo conhecimento da rea-

lidade alheia gera na maioria das vezes hostilidade e confl i-tos entre os diferentes grupos de estudantes e podem resul-tar em preconceito Eacute esse tipo de relaccedilatildeo que as crianccedilas do assentamento Pastorinhas estatildeo sujeitas por frequumlentar escolas convencionais A natildeo aceitaccedilatildeo se deve muitas vezes ao fato de essas crianccedilas e adolescentes possuiacuterem ideias diferentes das outras crianccedilas do mesmo meio

No entanto a diretora da Escola Estadual Paulo Neto Alk-mim Mercecircs Maria Moreira garante que o preconceito natildeo existe dentro dos limites da escola Mercecircs diretora da escola desde 2007 confessa que a intoleracircncia por parte da socie-dade existe mas os alunos nem sequer sabem que haacute fi lhos de assentados na escola

A formaccedilatildeo das crianccedilas e jovens de Pastorinhas conta com a participaccedilatildeo frequumlente nas decisotildees tomadas no assen-tamento Desde cedo eles com-parecem a todas as reuniotildees ldquoNa maioria das vezes datildeo ideacuteias muito melhores que as nossasrdquo revela Valeacuteria Silva Isso desenvolve nos jovens desde cedo a capacidade de aceitar as diferenccedilas e tomar atitudes Aleacutem disso fortalece o contato com a terra que afi nal seraacute deles um dia ldquoOs meninos par-ticiparam de todo o processo de luta pela terra Valeacuteria conta que no processo de ocupaccedilatildeo na frente fi cam aqueles que vatildeo resistir Atraacutes estatildeo os mais velhos cuidando das crianccedilas ldquoQuem tombar primeiro corre e salva os meninosrdquo

Falta tudo sobra preconceitoAleacutem da dura lida cotidiana na lavoura das difi culdades fi nanceiras e de falta de infra-estrutura moradores de assentamento em Brumadinho na Grande BH lutam contra a discriminaccedilatildeo

ldquoVivemos em uma sociedade em que vocecirc vale pelo que tem natildeo

pelo que vocecirc eacute rdquoValeacuteria Silva assentada de Pastorinnhas

04-05 - Pastorinhasindd 104-05 - Pastorinhasindd 1 12209 102500 AM12209 102500 AM

O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Cidades bull 05Editor e diagramador da paacutegina Equipe O Ponto

ANTOcircNIO MARCELO PROFESSOR E COORDENADOR DO LABORATOacuteRIO DE RAacuteDIO

Conhecer a comunidade das Pastorinhas juntamente com meus alunos monitores foi uma experiecircncia forte marcante e inquietante Sabia que iriacuteamos encontrar coi-sas positivas e negativas mas natildeo esperava sentir tanta emoccedilatildeo Foram oito horas de entrevista duas horas de gravaccedilatildeo em aacuteudio mais de cento e vinte fotos e muito aprendizado Ver uma produccedilatildeo organizada por um grupo de mais de cem pessoas em comum acordo com reuniotildees semanais para avaliaccedilatildeo dos problemas e acer-tos eacute muito importante

Ao ver os campos plantados as lagoas com peixes e o aviaacuterio com todos os tipos de galinha daacute pra sentir que valeu a pena o esforccedilo e luta dessa gente Viver sem aacutegua encanada sem esgoto sem luz e sem apoio de ningueacutem principalmente do seu entorno eacute um desafi o diaacuterio prin-cipalmente para os jovens que satildeo excluiacutedos da sociedade local ldquoSem televisatildeo e internet somos considerados mar-ginaisrdquo afi rmam Mesmo com todas as difi culdades eles conseguem rir e acreditar num Brasil melhor no futuro de uma naccedilatildeo que busca a igualdade e melhores condiccedilotildees para todos

No fi nal num restaurante agrave beira da estrada eu e os alunos tentamos entender tudo que vimos e ouvimos Um longo trabalho uma grande experiecircncia para todosUm deles pergunta o que podemos fazer por eles Since-ramente natildeo sei Mas vale lembrar algumas falas das Pas-torinhas ldquonoacutes natildeo queremos caridade Queremos ser tra-tados como gente como pessoas comuns brasileiros que buscam uma nova oportunidaderdquo Na saiacuteda um pedido dramaacutetico ldquoGostaria de uma palestra sobre dignidade e auto estima para nossos jovensrdquo pediu uma das mulheres ldquoEles satildeo os que mais sofrem com a discriminaccedilatildeordquo res-salta outra matildee afl ita com o futuro de seus fi lhos

O apelo deles foi passado para todas as aacutereas da Univer-sidade Fumec Vaacuterios projetos de extensatildeo jaacute estatildeo sendo desenvolvidos Em breve vamos estar mais perto das Pas-torinhas levando conhecimento cientiacutefi co e aprendendo mais sobre a vida e as pessoas que acreditam na transfor-maccedilatildeo da sociedade Seraacute uma experiecircncia enriquece-dora para todos noacutes

Sem energia eleacutetrica a geladeira funciona com uma bateria de carro Ao lado o caminhatildeo que transporta os produtos para seus pontos de venda

Consciecircncia ambiental faz parte da rotina de trabalho de assentados

A rotina diaacuteria e exaustiva no acampamento comeccedila cedo cuidar da horta cuidar da casa da famiacutelia realizar reuniotildees buscar novos compradores para os produtos cultivados e trabalhar na capital na venda da produccedilatildeo do assentamento Em Pastorinhas as famiacutelias tecircm uma capela onde realizam cultos e missas aleacutem do salatildeo onde acontecem as reuniotildees e todas as decisotildees satildeo tomadas coletivamente

Com uma vasta plantaccedilatildeo que se perde agrave vista os mora-dores do assentamento mos-tram com orgulho a crescente produccedilatildeo vendida em escolas da capital e em restaurantes que conhecem a qualidade dos produtos cultivados Sem o uso de agrotoacutexicos a produccedilatildeo no assentamento eacute um exemplo de cultivo natural que possibilita renda agraves famiacutelias e um consumo saudaacutevel de alimentos

Em Pastorinhas as famiacutelias devem por exigecircncia legal reservar 20 das terras para preservaccedilatildeo ambiental Aleacutem disso outros 60 do terreno satildeo de Mata Atlacircntica e tam-beacutem natildeo podem ser explorados Sobram portanto cerca de 20 hectares para a horticultura O espaccedilo eacute pequeno mas os assentados contornaram o pro-blema As famiacutelias desenvolvem o projeto chamado Agrovila no qual cada um tem sua casa seu espaccedilo mas quando o assunto eacute a cultivo de legumes e verdu-ras todos dividem o trabalho Natildeo haacute algueacutem que seja lsquodonorsquo da plantaccedilatildeo Todos satildeo respon-saacuteveis por cuidar da horta e o fazem em conjunto

Salvo por alguns poucos investidores o Agrovila eacute o meio de gerar renda para Pastori-nhas se manter viva O dinheiro arrecadado com a venda de ali-mentos orgacircnicos eacute investido na

proacutepria regiatildeo que ainda carece de saneamento baacutesico e luz A teacutecnica de cultivo desenvolvida durante o projeto eacute avanccedilada e jaacute eacute referecircncia em campos de estudos especializados plantio adubaccedilatildeo colheita e rodiacutezio de cultura

Com o cultivo em um soacute lugar os assentados natildeo precisam rea-lizar manutenccedilatildeo em grande quantidade de terras e o solo passa por uma rotatividade de alimentos que fortalece e revi-gora suas propriedades para os futuros plantios A utilizaccedilatildeo de adubo natural tambeacutem eacute fator determinante para a produccedilatildeo de alimentos mais saudaacuteveis Os cuidados diaacuterios comeccedilam desde a semente temperatura clima apropriado ateacute chegar agrave data correta de colheita O pro-jeto Agrovila eacute uacutenico em Minas Gerais e jaacute se tornou referecircncia de produccedilatildeo para assentamen-tos de outros estados

Parceria da Fumec com Incra vai interagir com Pastorinhas

Agrovila moradora de Pastorinhas cuida da horta coletiva cultivada sem agrotoacutexicos

Prof Antocircnio Marcelo (de oacuteculos) e seus monitores Emiacutelio Fonseca (esq) Rafaela Gama e Fred Dutra (esq)

Assentado cuida de aviaacuterio uma das atividades para a subsistecircncia do grupo e venda em Belo Horizonte

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O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

06 bull Poliacutetica Esportiva Editor e diagramador da paacutegina Ana Flaacutevia Goulart e Vitor Komura - 6ordm periacuteodo

IGOR MOREIRA

2ordm PERIacuteODO

No dia 24 de marccedilo de 1998 entrava em vigor a lei que pro-metia mudar a cara do fute-bol brasileiro Idealizada pelo entatildeo Ministro dos Esportes Eacutedson Arantes do nascimento o famoso Peleacute a Lei Nordm 9615 que leva o seu nome trouxe vaacuterias mudanccedilas A principal eacute a garantia do passe ao joga-dor que atua no paiacutes depois de dois anos atuando por seu clube o jogador deixa de ser propriedade do mesmo e passa a ser dono dos seus direitos federativos

A Lei Peleacute pretendia tam-beacutem estimular a transforma-ccedilatildeo dos clubes em empresas Poreacutem devido agrave desorganizaccedilatildeo dos departamentos de futebol dos clubes brasileiros poucos se adaptaram a essa realidade e nenhum dos grandes times do Brasil obteve ecircxito

Para os criadores da lei o fi m do passe acabaria com a ldquoescra-vidatildeordquo dos atletas profi ssionais que ateacute entatildeo pertenciam aos clubes pelos quais jogavam tendo estes o direito de seguraacute-los mesmo depois do fi m do seu contrato Acabava o passe e entravam em cena os direitos federativos

A ideacuteia inicial era obter o mesmo sucesso conseguido pelos europeus com a Lei Bos-

man anos antes Poreacutem seria necessaacuterio ter os mesmos recur-sos fi nanceiros que possuem os clubes de laacute Isso eacute impossiacutevel jaacute que eles arrecadam verbas milionaacuterias com as vendas de seus carnecircs e camisas o que natildeo acontece no Brasil devido agrave nossa realidade fi nanceira Sendo assim o resultado da implan-taccedilatildeo da Lei foi uma saiacuteda em velocidade espantosa de joga-dores brasileiros para todos os cantos do mundo Nosso futebol que jaacute natildeo tinha como competir com as grandes equipes euro-

peacuteias passou a perder jogadores tambeacutem para clubes desconhe-cidos do leste europeu da Aacutesia e do mundo Aacuterabe

Para o presidente do TJD-MG Siacutelvio Tarabal o que faltou aos clubes foi competecircn-cia para se adaptarem agrave lei pois a mesma veio para benefi ciar tanto o jogador quanto o clube ldquoSatildeo vaacuterios os benefiacutecios que a lei proporciona aos clubes como angariar recursos puacutebli-cos o que natildeo era permitido Ela tambeacutem facilita a obten-ccedilatildeo de parceiros jaacute que a Lei

Peleacute natildeo obriga mais os joga-dores que satildeo propriedades dos investidores a terem 51 do passe preso ao clube que defendem Aleacutem disso os times ainda tecircm direito de assinar o primeiro contrato com os seus atletas quando ele completa 16 anosrdquo afi rma Tarabal

O advogado do Clube Atleacute-tico Mineiro Lucas Ottoni res-salta o quanto eacute importante a existecircncia da multa rescisoacuteria que evita em partes o ecircxodo de atletas ldquoA chave do sucesso dos clubes brasileiros estaacute em

saber se organizar administra-tiva e fi nanceiramente para evitar as brechas que a lei pro-porcionardquo disse o advogado O vice-presidente do Cruzeiro Esporte Clube Gilvan Pinho Tavares tem opiniatildeo parecida e afi rma que essas claacuteusulas satildeo a uacutenica maneira do clube man-ter os seus atletas jaacute que natildeo haacute como competir com propostas de clubes do exterior

Jaacute para Euller ex-atacante do Satildeo Paulo Vasco Palmei-ras e Atleacutetico-MG e que atua hoje no Ameacuterica-MG a lei deu uma brecha muito grande para que a saiacuteda de jogadores acon-tecesse ldquoO crescimento dos jogadores com as negociaccedilotildees internacionais eacute um grande beneacutefico Mas eacute preciso repa-rar alguns pontos para evitar que jogadores muito jovens saiam do paiacutes antes de terem a formaccedilatildeo devida e estarem preparados para tal desafiordquo disse o jogador

A realidade dos clubes bra-

sileiros hoje eacute difiacutecil Talvez

devido ao amadorismo com

o qual satildeo conduzidos natildeo

souberam se adaptar a lei

Possuem menos recursos e os

atletas cada vez mais cedo

querem ir embora do paiacutes

seja para um clube de ponta

na Europa seja para algum

time da segunda divisatildeo do

futebol japonecircs

Jogadores clubes e empresaacuterios debatem as mudanccedilas no esporte apoacutes a implantaccedilatildeo da lei que regulamenta a extinccedilatildeo do passe no paiacutes

Lei Peleacute empresaacuterios e dirigentes em times opostos

Jogadores brasileiros exportados apoacutes a criaccedilatildeo da Lei Peleacute

Info

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Ilustraccedilatildeo Amanda Lelis 7ordmG

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O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Poliacutetica Esportiva bull 07Editor e diagramador da paacutegina Ana Flaacutevia Goulart e Vitor Komura - 6ordm periacuteodo

Logo depois da implantaccedilatildeo

da Lei Peleacute uma fi gura que pas-

sava quase sempre despercebida

comeccedilou a ganhar destaque o

empresaacuterio ou agente de fute-

bol como gostam de ser chama-

dos Em diversas situaccedilotildees essa

fi gura eacute prejudicial para os clu-

bes pois satildeo eles quem nego-

ciam a debandada de jogadores

do futebol brasileiroldquoOs empresaacuterios foram os

grandes benefi ciados com a implantaccedilatildeo da Lei Peleacute e os

clubes de futebol os grandes prejudicados Aleacutem de aju-dar a famiacutelia do atleta inclu-sive fi nanceiramente antes do sucesso fazem promessas mirabolantes com as quais os clubes brasileiros natildeo tecircm con-diccedilatildeo de competirrdquo afi rmou o vice-presidente do Cruzeiro Gilvan Pinho Tavares

ldquoHouve um caso recente com o atleta Zeacute Eduardo que foi vendido para um grupo de investidores justamente devido agrave pressatildeo feita por seu agente

que havia arrumado um lugar para ele no Ajax da Holandardquo exemplifi cou o vice-presidente Ele ainda alertou que se os clu-bes natildeo fi zerem contratos com seus atletas se protegendo os perderatildeo para os empresaacuterios em questatildeo de tempo

O jogador Euller acredita que atualmente nenhum jogador profi ssional estaacute preparado para possuir os seus direitos federati-vos ldquoEacute por isso que hoje todo jogador mesmo nas categorias de base jaacute tem o seu empresaacute-

rio Assim o atleta natildeo precisa se preocupar com seus negoacutecios e transferecircncias deixando isso por conta de seu agenterdquo defen-deu Euller

Talvez os agentes sejam aqueles que melhor souberam aproveitar as brechas da Lei Peleacute Mas segundo os proacuteprios agentes a histoacuteria natildeo eacute bem assim O vice-presidente da ABAF (Associaccedilatildeo Brasileira de Agentes de Futebol) e Agente FIFA Acircngelo Pimentel classifi -cou como imoral o antigo regime do passe no Brasil ldquoA lei surgiu apenas para dar o respaldo que faltava ao futebol brasileiro e a implantaccedilatildeo do sistema que vigora atualmente natildeo alterou em nada o nosso ramo A fi gura do agente sempre foi necessaacuteria para intermediar as negocia-ccedilotildeesrdquo argumentou Pimentel

Para o ex-jogador e hoje agente de futebol Heacutelcio Alisk no mundo de hoje haacute uma busca freneacutetica por dinheiro natildeo soacute em sua categoria mas em qualquer ramo ldquoA Lei Peleacute veio regularizar um sistema de escravidatildeo no qual os times prendiam os jogadores mesmo apoacutes o teacutermino de seus contra-tos Joguei durante 9 anos no Paranaacute Clube sendo o segundo jogador com mais partidas pelo time mas perdi vaacuterias oportu-nidades de assinar contratos melhores por estar com o passe preso ao clube paranaenserdquo disse Heacutelcio

Pimentel e Alisk ainda tecircm

opiniotildees semelhantes de que a Lei benefi cia os jogadores de grande porte jaacute que os menos conhecidos muitas vezes deteacutem os seus direitos federativos e natildeo existem clubes interessados em seu futebol Sendo assim a lei garante que o mais forte sempre venccedila o mais fraco

O que talvez falte aos clubes e aos jogadores eacute o bom senso de que um deve valorizar o outro A busca incessante por dinheiro das duas partes eacute feita sem a astuacutecia necessaacuteria Provavel-mente esse eacute um dos motivos de os agentes serem aqueles que souberam se aproveitar melhor da Lei Peleacute Os clubes satildeo quase sempre dirigidos por torcedo-res amadores e grande parte dos atletas possuem famiacutelias grandes que dependem deles Essa combinaccedilatildeo faz com que as negociaccedilotildees entre eles mui-tas vezes sejam dirigidas emo-cionalmente deixando para os agentes as atitudes movidas pela razatildeo

Eacute inegaacutevel que a legislaccedilatildeo regente do nosso desporto pre-cisa de reformas urgentemente pois ainda eacute muito falha Natildeo se pode afi rmar quem realmente saiu ganhando ou perdendo com a implantaccedilatildeo da Lei Peleacute mas eacute evidente que se os clu-bes atletas e empresaacuterios con-tinuarem defendendo seus proacute-prios interesses sem equiliacutebrio e harmonia o futuro do futebol brasileiro estaacute fadado a ser cada vez mais sombrio

Nova regra destaca fi gura do empresaacuterio

Acircngelo Pimentel posa ao lado da camisa com a qual Gilberto Silva seu cliente na eacutepoca jogou a Copa do Mundo de 2002

Foto Igor Moreira 2ordmG

Um dos primeiros casos e um dos mais famosos de transferecircncia com a Lei Peleacute foi a saiacuteda do Ronaldinho Gauacutecho do Grecircmio para o Paris Saint-Germain (PSG) da Franccedila O jogador era extremamente valorizado pelo time gauacutecho que jaacute havia recusado duas propostas de aquisiccedilatildeo uma de 60 milhotildees de doacutelares de empresaacuterios italianos e uma de 75 milhotildees de doacutelares do Leeds United da Inglaterra

Poreacutem o jovem Ronaldinho tinha como agente o seu irmatildeo Assis ex-jogador do Torino e do proacuteprio Grecircmio Assis achava que era hora de Ronaldinho ir para a Europa e sabendo dos benefiacutecios que a Lei Peleacute proporciona ao atleta aconselhou o irmatildeo a assinar um con-trato agraves escondidas com o PSG O conselho foi seguido a risca por Ronaldinho O Grecircmio entrou na Justiccedila mas o maacuteximo que conse-guiu foi adiar sua estreacuteia Vale ressaltar que o mesmo Paris Saint Germain (PSG) que aliciou o atleta recebeu a quantia de 120 milhotildees de reais pela transferecircncia de Ronaldinho para o Barcelona em 2003

A Lei Peleacute dava aiacute a primeira amostra do pre-juiacutezo que traria aos clubes que natildeo tomassem

os devidos cuidados E aquele que seria pos-teriormente um dos melhores jogadores de todo o mundo saia do clube no qual chegou com cinco anos de idade onde recebeu toda a assistecircncia ateacute se tornar um profi ssional respei-tado sem que o Grecircmio recebesse sequer um centavo pela sua transferecircncia

Como esse foi o primeiro caso de um jogador famoso a obter os benefiacutecios da lei instalou-se uma grande polecircmica Ronaldinho estava ape-nas usando os seus direitos ou ele juntamente com seu irmatildeo estariam utilizando de maacute-feacute para conseguir os seus objetivos As opiniotildees divergiram mas fi cou claro que o Grecircmio natildeo se preveniu para natildeo perder seu astro

Depois de Ronaldinho vieram vaacuterios outros casos Alguns de jogadores que tambeacutem viriam a estourar no futebol mundial como Mancini que saiu do Atleacutetico-MG para o Roma da Itaacutelia e Juninho Pernambucano do Vasco da Gama para o Lyon da Franccedila No entanto nesses casos a justifi cativa apresentada pelos jogadores foi o atraso de salaacuterio de seus respectivos clubes mais uma brecha que a Lei Peleacute proporciona para os atletas

O caso Ronaldinho Gauacutecho

Ronaldinho aos 12 anos de idade com o irmao e empresario Assis que ainda jogava pelo TorinoItalia

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O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

08 bull Turismo Editor e diagramador da paacutegina Gabriel Assunccedilatildeo 6ordm periacuteodo

Destino dos sonhos fi ca um pouco mais distante

ANA CECIacuteLIA CARNEIRO GABRIEL ASSUNCcedilAtildeO 2ordm E 6ordm PERIODO

Os 15 anos a passagem da infacircncia

para a adolescecircncia o periacuteodo em que as

transformaccedilotildees se acentuam as duacutevidas

se multiplicam e a vontade de ser inde-

pendente fala mais alto Eacute nesse periacuteodo

que milhares de jovens viajam todos os

anos ao exterior por meio de pacotes

turiacutesticos que lhe proporcionam no auge

do seu desejo de liberdade a indepen-

decircncia que nesse momento eacute o que lhes

parece mais importante A viagem dos

sonhos dos fi lhos no entanto natildeo raro

tira o sono dos pais que se viram ainda

mais receosos apoacutes o acidente com a

jovem Jaqueline Ruas em julho passado

(veja box) Como proporcionar o prazer e

aventura aos fi lhos sem colocar em risco

sua seguranccedila e mesmo sua sauacutede A

questatildeo que ateacute entatildeo estava adormecida

e fora do foco dos consumidores desse

tipo de produto eacute agora a protagonista

que muda a forma de consumo e venda

de pacotes turiacutesticos para adolescentes e

oferece risco ao grande e rentaacutevel negoacute-

cio das agecircncias de viagensOs escacircndalos com agecircncias de

turismo haacute muito tempo estatildeo presentes no dia-a-dia dos noticiaacuterios brasileiros e existe mesmo uma lenda sobre o que acontece apoacutes o embarque dos passa-geiros para temporadas no exterior Uma discussatildeo sobre as condiccedilotildees de mora-dia e alimentaccedilatildeo povoa o imaginaacuterio de muitas pessoas que na maioria das vezes no entanto natildeo trocam suas ldquovia-gens dos sonhosrdquo mesmo na duacutevida de natildeo ter a assistecircncia desejada uma vez no seu destino

De acordo com a Agecircncia World Study cerca de 500 menores viajam sob sua responsabilidade sem os pais anualmente no Brasil Funcionaacuterio da empresa Gabriel Trivellato faz questatildeo de afi rmar a responsabilidade da agecircn-cia que segundo ele tem um protocolo semelhante ao seguido pela maioria das agecircncias no paiacutes ldquoEacute um processo muito burocraacutetico levar um menor desacom-panhado ao exterior satildeo muitos docu-mentos a preocupaccedilatildeo dos pais eacute muito grande e nossa atenccedilatildeo tem que ser redo-bradardquo afi rma o funcionaacuterio

Antes mesmo do escacircndalo com a

jovem Jacqueline entrou em vigor em

abril deste ano uma nova norma que

prevecirc a autorizaccedilatildeo em fi rma dos pais

ou responsaacuteveis reconhecida por auten-

ticidade para a viagem do menor o que

torna necessaacuterio que os pais compare-

ccedilam pessoalmente ao cartoacuterio para auto-

rizar a viagem dos fi lhos Aleacutem disso o

documento deve ser feito em duas vias

e conter fotografi a da crianccedila ou ado-

lescente Uma via deveraacute ser retirada

pelo agente de fi scalizaccedilatildeo da Poliacutecia

Federal (que passou a partir de entatildeo

a ser responsaacutevel pelo embarque de

menores) no momento do embarque e

a outra permaneceraacute com o viajante ou

acompanhanteAs medidas restritivas tomadas para

garantir maior seguranccedila podem natildeo assegurar uma viagem tranquumlila con-tudo A maior parte dos guias das agecircn-cias natildeo satildeo treinados para enfrentar as mais variadas situaccedilotildees adversas que podem ocorrer A maioria das agecircncias funciona da seguinte forma para cada grupo de 30 pessoas haacute um guia mor mais experiente que seria responsaacutevel por todos e mais trecircs jovens guias (em geral jovens que falam inglecircs fl uente e satildeo comunicativos) que auxiliariam na demanda dos turistas durante a via-

gem e passeios realizados no periacuteodo da estadia no local O nuacutemero eacute visivel-mente pequeno especialmente quando se pensa nos cuidados que exigem uma permanecircncia no exterior que eacute ainda maior quando se tem menores em sua responsabilidade

A falta de assistecircncia nas viagens geralmente eacute percebida aos poucos Foi o que aconteceu com o casal de namora-dos Rodrigo de Paula e Liacutevia Rodrigues que foram ao Havaiacute em dezembro pas-sado pelo programa Work and Travel (onde os intercambistas passam de trecircs a seis meses no paiacutes de destino e tecircm um emprego temporaacuterio durante sua esta-dia) ldquoNatildeo encontramos o quarto sepa-rado que pedimos e tivemos que dormir com outras pessoas Tambeacutem natildeo traba-lhamos na loja que nos disseram e acaba-mos em uma rede de fast food Sem contar que nosso depoacutesito referente agrave reserva do apartamento jamais foi devolvidordquo pro-testa o casal A agecircncia brasileira afi rma que estava tudo claro no contrato mas os estudantes garantem que natildeo recebe-ram o contrato pra ler antes da viagem ldquoSabemos do nosso erro mas confi amos demais em uma agecircncia que natildeo nos deu o prometidordquo concluiu Liacutevia

Descuido de agecircncias de turismo alteram programaccedilatildeo de vigens ao exterior para adolescentes

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08-09 - Pais na Berlindaindd 108-09 - Pais na Berlindaindd 1 12209 93101 AM12209 93101 AM

O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Turismo bull 09Editor e diagramador da paacutegina Gabriel Assunccedilatildeo 6ordm periacuteodo

Jacqueline Ruas de 15 anos viajou agrave Dis-ney no dia 19 de julho deste ano para passar duas semanas em um passeio organizado pela agecircncia de turismo Tia Augusta A viagem teve seu caraacuteter luacutedico interrompido poucos dias apoacutes seu iniacutecio quando quatro meninas que ocupavam o mesmo quarto do hotel ndash inclu-sive Jacqueline ndash passaram mal agrave noite As ami-gas da menina apoacutes serem medicadas tiveram uma melhora nas primeiras horas a jovem no entanto natildeo melhorava Atendida pela segunda vez no hotel e levada ao Hospital de Pronto-So-corro Celebration Jacqueline foi submetida a

uma seacuterie de exames inclusive para a Gripe A - H1N1 e todos deram negativo Era veacutespera da viagem de volta da excursatildeo No dia da viagem a menina estava ainda mais debilitada e preci-sou de cadeira de rodas para trocar de aviatildeo em escala no Panamaacute Na segunda parte da viagem ela mal abriu os olhos segundo o relato das ami-gas A morte de Jacqueline foi constatada pela amiga Larissa que percebeu que ela natildeo estava respirando quando tentou acordaacute-la durante o vocirco Foi constatado que a menina tinha pneu-monia Segundo os pais a agecircncia os ligou trecircs dias apoacutes a menina ter passado mal pela pri-

meira vez e informou que ela jaacute estava melhor e havia sido descartada a H1N1 No relato do hos-pital no entanto natildeo havia uma especifi caccedilatildeo de que ela poderia viajar de aviatildeo A responsa-bilidade da agecircncia neste caso teve ainda mais peso considerando-se as acusaccedilotildees das amigas de Jacqueline de que a guia Gisele dos Santos as havia orientado a passar maquiagem e usar oacutecu-los escuros para disfarccedilar as olheiras e a palidez e natildeo serem barradas no embarque Em nota a Tia Augusta negou veemente as acusaccedilotildees das adolescentes mas natildeo conseguiu provar sua inocecircncia neste caso

Em contrapartida agrave von-tade dos filhos os pais se preocupam cada vez mais na hora de presenteaacute-los com viagem ao exterior A dentista Heloiacutesa Pereira matildee de Laura Pereira Luz contou a anguacutestia que viveu durante as duas semanas em que a filha esteve na Disney ldquoAntes de a minha filha viajar a fiz prometer que me ligaria e procura-ria um hospital se qualquer coisa acontecesse com ela Ainda a bipava todos os dias pelo raacutedio e mantive sem-pre contato com a agecircncia e os guias Daacute certa insegu-ranccedila mas era um sonho da Laura que decidimos reali-zarrdquo afirma a matildee

Pai de Joana Bastos 14 anos o empresaacuterio Roni-valdo Oliveira Bastos deci-diu levar ele mesmo a filha agrave Disney ldquoMinha filha ficou muito insegura com o ocorrido com a Jacqueline imagina eu entatildeo Jaacute perdi minha esposa por negligecircn-cia meacutedica natildeo posso perder a minha menina tambeacutem

As agecircncias soacute andam pen-sando no lucro e esquecem da seguranccedilardquo afirmou

Lidar com um grupo grande de jovens no exterior requer natildeo soacute experiecircncia mas habilidades como lide-ranccedila e planejamento para que se possa deixaacute-los apro-veitar a viagem com respon-sabilidade e manter a disci-plina em cada dormitoacuterio Ciente dos riscos envolvidos na viagem a dona-de-casa Maria das Graccedilas Soares matildee de Camila Carvalho 14 anos cancelou a viagem da filha apoacutes o ocorrido com Jacqueline

ldquoFiquei muito assustada com a morte da Jacqueline deu para perceber certa negligecircncia por parte dos guias e agora vou pensar muito antes de mandar a minha filha ao exterior em uma excursatildeo ainda mais com esse surto da gripe suiacutenardquo

A bancaacuteria aposentada Tacircnia Vieira tambeacutem iria dar uma viagem ao Canadaacute de presente ao filho Pedro que

completa 16 anos em abril do ano que vem mas deci-diu mudar o presente apoacutes assistir ao drama de Jaque-line pela TV ldquoEle poderaacute viajar ao exterior quando estiver mais velho em um intercacircmbio ou mesmo a passeio Por hora optei por trocar o computador e o viacutedeo-game da casa Assis-timos vaacuterias vezes ao drama dos pais que tem problemas na viagem dos filhos natildeo podemos ser negligentes e achar que com o nosso filho natildeo vai acontecerrdquo afirma

As principais agecircncias de turismo de Belo Horizonte alegaram que o acidente ocorrido com Jaqueline em julho passado natildeo afe-tou suas vendagens pois as normas para embarque de menores de idade jaacute satildeo naturalmente muito riacutegidas e os seus agentes satildeo devi-damente treinados A maio-ria ressaltou que houve uma queda no nuacutemero de viagens nos uacuteltimos trecircs meses mas estritamente ligada agrave crise financeira mundial

Pais na berlinda

Aventura se torna pesadelo

Falta de compromisso de algumas agecircncias de turismo faz os pais trocarem viagens por presentes palpaacuteveis para os fi lhos adolescentes

Minha fi lha fi cou muito insegura com o ocorrido com a

Jacqueline As agecircncias soacute andam

pensando no lucro e esquecem da seguranccedila

Assistimos vaacuterias vezes ao drama dos pais que tecircm

problemas na viagem dos fi lhos natildeo podemos ser negligentes e achar que com o nosso fi lho

natildeo vai acontecer

Antes de a minha fi lha viajar a fi z prometer que me ligaria e procuraria um hospital se

qualquer coisa acontecesse com ela

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Fotos divulgaccedilatildeo

Heloiacutesa Pereira Dentista

Ronivaldo Bastos Empresaacuterio

Tatildenia Vieira Aposentada

08-09 - Pais na Berlindaindd 208-09 - Pais na Berlindaindd 2 12209 93102 AM12209 93102 AM

RENATA VALENTIM

7ordm PERIacuteODO

Domingo 2 de novembro 7h40 da manhatilde Apesar da movimentaccedilatildeo de um nuacutemero jaacute razoaacutevel de visitantes e trabalhadores ndash vendedores de flores limpadores de jazigos ndash eacute o silecircncio que impera logo na entrada do Cemiteacuterio de Nosso Senhor do Bonfim localizado na regiatildeo noroeste de Belo Horizonte A inscriccedilatildeo latina no arco de entrada ldquomorituri mortuisrdquo eacute a siacutentese de todo ritual que ali se daria ao longo do Dia de Finados ldquoos que vatildeo morrer aos mortosrdquo

A motivaccedilatildeo principal da visita ao tuacutemulo de parentes ou amigos parece ultrapassar o mero cumprimento de calendaacuterio religioso A presenccedila de idosos sozinhos ou mesmo em grupo de amigos e tambeacutem de algumas jovens famiacutelias e seus semblantes de choro e dor ndash demonstrativo de perda recente ndash indicam que a proximidade da morte eacute a razatildeo maior das home-nagens agravequeles que se foram Aleacutem de evidente saudade o dia dedicado ao maior misteacuterio da humanidade parece remeter cada pessoa aos seus questio-namentos mais particulares sobre o assunto Testemunha disso eacute Welling-ton Luiz de Oliveira seguidor cristatildeo de Jeovaacute que vai ao Cemiteacuterio do Bon-fim todos os anos com o propoacutesito de levar palavras de conforto para os visi-tantes baseadas na sua feacute ldquoas pessoas querem ouvir a verdade de que existe o reino de Deus e que ele estaacute proacute-ximo E Deus eacute a verdaderdquo Wellington ressalta que no cemiteacuterio a aceitaccedilatildeo das pessoas agrave sua abordagem eacute maior porque estatildeo mais aptas a ouvir porque seu pensamento estaacute mais aberto agrave feacute ldquoem outra situaccedilatildeo a pessoa me daria uma maacute resposta fecharia a porta na minha cara Aqui natildeo aqui a pessoa ouve melhorrdquo diz

Voltados para si e para a lembranccedila de momentos compartilhados com quem se foi os visitantes vatildeo chegando ao longo

da manhatilde trazendo fl ores para ornamen-tar os tuacutemulos e jazigos A difi culdade na abordagem aumenta nos casos em que se percebe uma morte precoce um fi lho ou marido jovem cuja famiacutelia em pran-tos daacute as matildeos e reza ao redor do tuacutemulo Tambeacutem em outros como um senhor de seus 65 70 anos que chega sozinho ajoelha-se em frente a um jazigo e potildee-se a rezar em silecircncio e de olhos fechados E assim permanece por vaacuterios minutos Mas haacute casos como o de Dona Ilma que observando minha movimentaccedilatildeo dei-xou que me aproximasse perguntando se eu era parente da pessoa enterrada ao lado dos seus Enquanto distribuiacutea as fl ores levadas para o jazigo da famiacutelia

contou que vai ao Bonfi m todos os anos ldquoa gente tem que trazer fl ores e rezar Eacute a uacutenica coisa que podemos fazer por eles agora Apesar de que as fl ores duram pouco tempo murcham muito raacutepidordquo Dona Ilma visitou o jazigo da famiacutelia em 2007 e disse que levou a fi lha e o genro Neste ano foi sozinha E disse logo em seguida ldquosempre deixo uma fl or e faccedilo uma oraccedilatildeo para esse tuacutemulo ao lado Nunca vi ningueacutem visitaacute-lo pensei ateacute que vocecirc tivesse vindo para issordquo

A celebraccedilatildeo do Dia de Finados ou Dia de Todos-os-Mortos em 2 de novembro logo a seguir do Dia de Todos-os-Santos ndash celebraccedilatildeo em honra a todos os santos e maacutertires ndash

foi instituiacuteda a partir do seacuteculo XIII Mas visitar tuacutemulos e rezar por aque-les que morreram na Igreja Catoacutelica eacute costume desde o seacuteculo II Segundo a crenccedila cristatilde neste dia os vivos rezam por aqueles que estariam no purgatoacute-rio o estado no poacutes-vida onde as almas seriam purificadas antes de irem ao ceacuteu Os cristatildeos acreditam que as almas no purgatoacuterio que tambeacutem satildeo considera-das membros da igreja assim como os cristatildeos vivos teriam de sofrer para que possam ser purificados de seus peca-dos Por meio de oraccedilotildees e boas obras os membros vivos da igreja poderiam ajudar seus amigos e familiares faleci-dos O Dia de Finados remonta entatildeo a ideacuteia de comunhatildeo entre todos os fieacuteis sejam vivos ou mortos porque acre-ditam na ressurreiccedilatildeo de Jesus Cristo ressuscitado indicaria a eternidade como destino de todos os seus fieacuteis eacute a morte vista como encontro da vida junto de Deus

Dona Alice de 80 anos eacute mais uma personagem do dia de Finados que con-corda em falar comigo Muito recep-tiva apesar do semblante triste relata que vai todos os anos ao Bonfi m e leva sempre um vasinho de fl or No jazigo que adornava enquanto conversaacuteva-mos estatildeo o pai o marido e seus qua-tro irmatildeos E emendou ldquotenho soacute 36 do meu coraccedilatildeo jaacute me sinto preparada para encontraacute-los Mas enquanto ainda puder caminhar vivo bem Perdi meu coraccedilatildeo de sofrimentordquo Dona Alice expli-cou que permaneceu ao lado do marido durante a doenccedila que o matou e assim fi cou doente do coraccedilatildeo ldquoAo cuidar de algueacutem doente nunca se esqueccedila de vocecirc Eacute preciso cuidar de noacutes mesmosrdquo Ela diz que se sente bem preparada espiritualmente para ir embora porque reza todos os dias Certa de que cumpriu o seu papel diz que foi 18 vezes ao altar para casar pessoas ligadas a ela ldquocasei muitos Estive presente na vida de mui-tas pessoas Espero que vocecirc chegue agrave minha idade com tanta histoacuteria pra con-tarrdquo Eu tambeacutem

Ritual de Finados dor da perda cumprimento do calendaacuterio religioso ou crenccedila em vida apoacutes a morte

Morituri mortuisOs que vatildeo morrer aos que jaacute morreramMorituri mor

A data traz o resgate agraves crenccedilas e a oraccedilatildeo traduz o sentimento de perda

Fotos Roberta Andrade - 7ordm G

ao lado dos seus Enquanto distribuiacutea as fl ores levadas para o jazigo da famiacutelia

Todos-os-Santos ndash celebraccedilatildeo em honra a todos os santos e maacutertires ndash

Belo Horizonte 30 de Novembro de 2009

10 bull CidadesO Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Amanda Lelis e Roberta Andrade 7ordm periacuteodo

10-11 - Finadosindd 110-11 - Finadosindd 1 12209 92622 AM12209 92622 AM

O Nosso Senhor do Bonfi m foi o primeiro e eacute o mais tradicional cemiteacuterio da capital Eacute mais antigo que a proacutepria cidade foi fun-dado em 08 de fevereiro em 1897 enquanto BH foi inaugurada em 12 de dezembro do mesmo ano Sua projeccedilatildeo e construccedilatildeo contou com a supervisatildeo teacutecnica da Comis-satildeo Construtora da Nova Capital ndash de onde se atribui a semelhanccedila dos dois traccedilados arquitetocircnicos Dedicada ao estudo de His-toacuteria Regional a pesquisadora Marcelina

das Graccedilas Almeida conta que o Bonfi m foi construiacutedo como uma das primeiras medidas da Comissatildeo para organizar espa-cialmente a cidade com a proibiccedilatildeo de sepultamentos que eram feitos no adro da Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem a padroeira da cidade na Rua Sergipe bem no centro da nova capital Construiu-se um cemiteacuterio provisoacuterio ateacute que o Bonfi m estivesse pronto que fi cava onde hoje haacute o cruzamento das ruas Rio de Janeiro dos Tamoacuteios Satildeo Paulo e dos Tupis

O modelo monumental dos tuacutemulos observado somente no Cemiteacuterio do Bon-fi m fez com que fossem encomendados diversos trabalhos no Rio de Janeiro em Satildeo Paulo e em dezenas de ateliecircs de artistas

locais entre eles os famosos irmatildeos Natali os Lunardi e a Marmoraria Satildeo Joseacute ndash todos estes agrave eacutepoca implicados na construccedilatildeo de preacutedios puacuteblicos e residecircncias ilustres na receacutem-inaugurada capital de Minas

Percorrendo o cemiteacuterio por entre seus jazigos eacute possiacutevel observar duas fases mar-cantes de sua histoacuteria Os tuacutemulos da pri-meira delas contada ateacute a deacutecada de 1940 satildeo dotados de elementos artiacutesticos pre-dominantemente feitos em maacutermore Na segunda fase vecirc-se o bronze e o granito preto como recorrentes Segundo o IEPHA ndash Instituto Estadual do Patrimocircnio Histoacute-rico e Artiacutestico de Minas Gerais uma outra forma de diferenciaccedilatildeo das fases eacute a ocupa-ccedilatildeo ldquotemaacuteticardquo de determinadas quadras do

cemiteacuterio Existem quadras com tuacutemulos soacute de crianccedilas outras predominantemente ocupadas por personalidades da poliacutetica mineira Para se ter uma ideacuteia no Bon-fi m estatildeo enterrados dentre outros os ex-governadores mineiros Silviano Brandatildeo Benedito Valadares Raul Soares e Olegaacuterio Maciel o ex-senador Bernardo Monteiro e o ex-prefeito Cristiano Machado aleacutem de per-sonagens importantes de Minas Uma aula de histoacuteria regional a ceacuteu aberto

O Bonfim nasceu primeiro

Dona Ilma (agrave esq) e Dona Alice (agrave dir) acreditam que suas visitas e oraccedilotildees satildeo importantes para os familiares que partiram

fi m fez com que fossem encomendadosdiversos trabalhos no Rio de Janeiro emSatildeo Paulo e em dezenas de ateliecircs de artistas

rico e Artiacutestico de Minas Gerais uma outra forma de diferenciaccedilatildeo das fases eacute a ocupa-ccedilatildeo ldquotemaacuteticardquo de determinadas quadras do

O Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Amanda Lelis e Roberta Andrade 7ordm periacuteodo

Belo Horizonte 30 de Novembro de 2009

Cidades bull 11

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O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

12 bull Cidades

LIRA FAVILLA

6ordm PERIacuteODO

Ao usar o termo legaliza-ccedilatildeo acaba-se esbarrando no fato de que atualmente essa palavra carrega um peso tatildeo grande quanto o termo droga

Conhecida cientifi camente como Cannabis sativa a maco-nha como eacute chamada no Brasil eacute um elemento muito presente nas polecircmicas rodas de discus-satildeo que envolvem a liberaccedilatildeo de seu consumo Antes defen-dida por hippies seu uso de forma legal como uma conduta regulada por lei vem sendo defendida por nada menos que trecircs ex-presidentes latino-ame-ricanos e mais uma comissatildeo de 17 especialistas personalidades e professores O ex-presidente brasileiro e socioacutelogo Fernando Henrique Cardoso 77 eacute um deles A comissatildeo que tam-beacutem conta com os economistas Cesar Gaviria 61 da Colocircm-bia e Ernesto Zedillo 57 do Meacutexico propotildee uma revisatildeo na poliacutetica mundial de drogas e garante ser de extrema impor-tacircncia o debate das condi-ccedilotildees legais para seu consumo

Originaacuteria da Aacutesia Central com os primeiros registros his-toacutericos por volta de 200 anos aC na China no Egito e na

Iacutendia a maconha tem o THC (tetraidrocanabinol) como o principal causador dos efei-tos fiacutesicos e psiacutequicos os olhos vermelhos aumento do apetite e do batimento cardiacuteaco boca seca e coordenaccedilatildeo motora prejudicada A erva foi muito utilizada para fi ns medicinais reduzindo naacuteuseas e vocircmitos produzidos por medicamen-tos anticanceriacutegenos e em alguns casos no tratamento da epilepsia Diversas outras par-tes da planta satildeo utilizadas em paiacuteses como EUA Inglaterra Espanha Chile Franccedila Suiacuteccedila Holanda Canadaacute para produzir fi bras tecircxteis das mais variadas qualidades oacuteleos bio-combus-tiacuteveis estruturas para constru-ccedilatildeo civil peccedilas automotivas cosmeacuteticos medicamentos ali-mentos entre outros produtos

Em fevereiro deste ano a uacuteltima reuniatildeo da Comissatildeo Latino Americana sobre Drogas e Democracia realizada no Rio de Janeiro exaltou os benefiacutecios do consumo da droga nas ques-totildees da sauacutede e nuacutemeros foram colocados na mesa Bilhotildees de doacutelares satildeo gastos por ano para combate ao traacutefi co e milhotildees de pessoas perdem suas vidas ou satildeo presas envolvidas nesse lucrativo ldquomercadordquo ile-gal Seguindo a linha de que as proibiccedilotildees estimulam o desvio

a proibiccedilatildeo da droga estimula e sustenta o traacutefi co Contudo eacute importante ressaltar que subs-tacircncias mais pesadas como cocaiacutena natildeo estatildeo visadas para entrar na discussatildeo da legalizaccedilatildeo Segundo FHC ldquoa maconha aleacutem de ser a droga menos danosa ao organismo eacute a mais consumida Seria leviano incluir drogas mais pesadas nessa propostardquo afi rmou em entrevista agrave revista EacutePOCA

O tabaco e o aacutelcool consi-derados legais e que tambeacutem causam dependecircncia quiacutemica nos usuaacuterios matam muito mais que a maconha Segundo o Relatoacuterio Mundial sobre Dro-gas do UNODC (Escritoacuterio das Naccedilotildees Unidas contra Drogas e Crime) o tabaco mata cinco milhotildees de pessoas o aacutelcool cerca de 25 milhotildees e as dro-gas iliacutecitas cerca de 200 mil pes-soas por ano em todo o mundo Seus fabricantes pagam impos-tos altiacutessimos e gastam muito com publicidade incentivando o uso do produto e agora estatildeo passando por maus bocados Com a nova lei ldquoantifumordquo eacute proibido fumar cigarro ou deri-vados de tabaco em ambientes de uso coletivo puacuteblicos ou privado uma diferenccedila signifi -cativa Todavia natildeo diminui o fato de o tabagismo ser consi-derado a maior causa evitaacutevel

de mortes e doenccedilas no mundoMas haacute quem discorde dessa

visatildeo que parece ser de caraacuteter liberal Meacutedicos e especialistas acreditam que com a liberaccedilatildeo da maconha e o consequumlente uso maciccedilo da publicidade um nuacutemero maior de pessoas experimentariam a droga Logo seriam mais pessoas sujeitas aos seus danos como por exemplo os problemas de perda de memoacuteria e doen-ccedilas relacionadas ao pulmatildeo

O Dr Elisaldo Carlini em entrevista para Drauzio Varella fala que com a publicidade a droga ganharia mais usuaacuterios e ldquocomo a maconha faz mal para os pulmotildees acarreta proble-mas de memoacuteria e em alguns casos leva agrave dependecircncia natildeo deve ser legalizadardquo Poreacutem ao ser perguntado por Varella se essa linha de raciociacutenio tam-beacutem seria aplicada ao aacutelcool ele responde que natildeo eacute contra a legalizaccedilatildeo do aacutelcool ldquopor-que vivemos uma situaccedilatildeo de fato em que seu uso social eacute aceito e estaacute consagradordquo e completa dizendo que ldquoos resultados da famosa Lei Seca americana jaacute provaram que eacute impossiacutevel proibir o uso do aacutelcool e que se o fi zermos o tiro pode sair pela culatrardquo A ONU recomendou sua proibi-ccedilatildeo em todo mundo e assim

como o governo americano considera o controle de oferta das drogas e combate ao traacutefi co a melhor forma de combater seus males Essa poliacutetica norte-americana custa uma fortuna cada vez mais crescente Atu-almente satildeo gastos 35 bilhotildees de doacutelares anuais contra os 10 bilhotildees gastos a 20 anos atraacutes

O ex-deputado federal e sub-secretaacuterio estadual Antidrogas Elias Murad diz que eacute radical-mente contra a legalizaccedilatildeo de qualquer tipo de drogas liacuteci-tas ou iliacutecitas Ele argumenta que a legalizaccedilatildeo estaacute ligada agrave ldquodisponibilidade de drogas no mercado que seria o caso encontrado em paiacuteses como Holanda e quando existe acei-taccedilatildeo por parte da comunidaderdquo

Em relaccedilatildeo ao pensamento de que a legalizaccedilatildeo da maco-nha diminuiria o traacutefi co Murad afi rma que ldquosim eacute uma forma de mostrar como o governo estaria tentando controlar o traacutefi cordquo mas acredita que ldquoos males que viriam com a legali-zaccedilatildeo seriam muito pior do que os que jaacute existem com o traacutefi cordquo

O desafi o lanccedilado eacute para que essas poliacuteticas puacuteblicas e leis possam ser discutidas e ela-boradas seguindo as diretrizes miacutenimas dos direitos humanos defendidos pela ONU (Orga-nizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas)

Editor e diagramador da paacutegina Diogo Hot e Aacutelvaro Castro- 6ordm periacuteodo

LEGALIZE JAacuteManifestaccedilotildees nas principais capitais do paiacutes geram debates acerca da temaacutetica da legalizaccedilatildeo da maconha

Manifestantes foram detidos pela Poliacutecia Militar por conduta excessiva na Marcha da Maconha na Praia do Arpoador na zona sul do Rio O evento natildeo chegou a acontecer porque foi proibido pela Justiccedila a pedido do Ministeacuterio Puacuteblico Estadual

Foto

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O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Cidades bull 13Editor e diagramador da paacutegina Diogo Hot e Aacutelvaro Castro -6ordm periacuteodo

Michael Phelps O campeatildeo oliacutempico foi

suspenso por trecircs meses por

ter sido fotografado utili-

zando maconha em festa

Marcello Antony Preso em 2004 comprando

maconha de um trafi cante

Marcelo D2 Afi rma fumar todos os dias

e jaacute sofreu vaacuterias repressotildees

por isso chegando a ser

preso apoacutes um show por

defender a liberaccedilatildeo da

droga

Giba Suspenso em 2003 por causa

do exame antidoping positivo

FAMOSOS QUE TIVERAM PROBLEMAS COM O USO

DA MACONHA

Fonte Revista Eacutepoca nordm 561

O Coletivo Marcha da Maco-nha Brasil eacute um grupo de indiviacuteduos e instituiccedilotildees que trabalham de forma descentra-lizada com um nuacutecleo-central que atua na manutenccedilatildeo do site wwwmarchadamaconhaorg e do foacuterum de discussotildees a ele vinculado Natildeo eacute um evento de cunho apologeacutetico e seus organizadores natildeo incentivam o uso de maconha ou de qual-quer outra substacircncia iliacutecita

Segundo informaccedilotildees apre-sentadas no site do movi-mento ldquoo objetivo eacute possibi-litar que todos os cidadatildeos possam se manifestar de forma livre e democraacutetica a respeito das poliacuteticas e leis sobre dro-gas do paiacutes Com essas ati-vidades procuramos ajudar a fazer com que essas leis e poliacuteticas possam ser construiacute-

das e aplicadas de forma mais transparente justa efi caz e pragmaacutetica respeitando a cida-dania e os Direitos Humanosrdquo

No ano passado a Marcha da Maconha foi proibida em nove das dez cidades brasileiras que fariam parte do circuito de manifestaccedilotildees que acontece-ram em outros 19 paiacuteses inclu-sive na capital mineira Apesar da proibiccedilatildeo vaacuterias pessoas compareceram agrave Praccedila da Estaccedilatildeo em 2008 e foram reprimidas pela Poliacutecia Militar

Este ano o Tribunal de Jus-ticcedila de Minas Gerais (TJMG) liberou a realizaccedilatildeo da Mar-cha da Maconha em Belo Horizonte O movimento tambeacutem foi autorizado no Rio de Janeiro Porto Alegre

Recife entre outros estados

Marcha no BrasilNo dia 9 de maio os estados

brasileiros do Rio de Janeiro Porto Alegre Juiz de Fora Bra-siacutelia Curitiba e mais outras 200 cidades em todo o mundo pro-moveram a manifestaccedilatildeo em favor da descriminalizaccedilatildeo do uso da maconha Realizada haacute sete anos no Brasil a Marcha da Maconha teve sua segunda edi-ccedilatildeo em Minas Gerais este ano

Em Belo Horizonte entre oitenta e cem pessoas partici-param da manisfestaccedilatildeo Os ati-vistas caminharam da Praccedila da Estaccedilatildeo passando pela Praccedila Sete ateacute chegarem agrave Praccedila da Liberdade onde o movimento se dispersou A passeata chamada

de Marcha da Maconha durou das 16h agraves 17h20 e segundo a Poliacutecia Militar durante a reali-zaccedilatildeo do protesto natildeo houve nenhum registro de violecircncia

No Rio de Janeiro a mobili-zaccedilatildeo que aconteceu em Ipa-nema reuniu cerca de 1200 par-tcipantes entre eles o ministro do Meio Ambiente Carlos Minc

Em Porto Alegre cerca de 350 simpatizantes da causa parti-ciparam da Marcha no Parque Farroupilha Por acreditarem que a erva eacute beneacutefi ca nos tratamen-tos de cacircncer Aids e glaucoma os seus defensores tambeacutem rei-vindicaram o reconhecimento de seu uso no campo medicinal O ato liberado pelo Ministeacuterio Puacuteblico teve uma hora de dura-ccedilatildeo e tambeacutem foi paciacutefico

Marcha da Maconha chegou em Brasiacutelia onde os manifestantes se reuniram em praccedila puacuteblica para protestar

A marcha pelo direito do uso

BRASILO cultivo e porte da maconha eacute proibido no Territoacuterio Brasileiro ainda que pela Lei natildeo haja mais pena de restriccedilatildeo agrave liberdade No entanto na praacutetica ateacute mesmo a conduta de distribuir panfl etos para divulgar o trabalho de um Movimento Social que fala sobre maconha pode acarretar autuaccedilatildeo por ldquocrime de apologia ao crimerdquo

CHINAPolitica de toleracircncia zero Trafi cantes condenados agrave morte e usuaacuterios obrigados a seguir programas de desintoxicaccedilao

HOLANDAPrimeiro paiacutes a liberar o uso da maconha em 1976 O consumo em bares especializados eacute liberado mas a venda fora deles eacute proibida

JAMAICAAo contraacuterio do que se imagina seu consumo eacute considerado ilegal mas o uso eacute altamente popular por parte da populaccedilatildeo local

Infografi a Felipe Chimicatti 7ordmG

Fotos divulgaccedilatildeo

BRASILO cultivoo e porte da maconha eacute proibiddo no Territoacuterio Brasileiroo ainda que pela Lei natildeo hhaja mais pena de restriccedilatildeo agrave liberdade No entanto na praacutetica ateacute mesmo aa conduta de distribuir panfl etoss para divulgar o trabalho de um Movimento Social quue fala sobre maconha pode acaarretar autuaccedilatildeo por ldquocrime dee apologia ao crimerdquo

JAMAICAAo contraacuterio do que se imagina seu consumo eacute considerado ilegal mas o uso eacute altamente popular por parte dapopulaccedilatildeo local

HOLANDAPrimeiro paiacutes a liberar o uso da maconha em 1976 O consumo em bares especializados eacute liberado mas a venda fora deles eacute proibida

CHINAPolPolitiitica ca de de toltoleracirceracircncinciaazerzero o TraTrafi cfi cantantes es concondendenadoados agraves agrave mo morterte e ue usuaacutesuaacuteriorios os obribrigadgados os a sa segueguir ir proprogragramasmas de de desdesintintoxioxicaccedilcaccedilaoao

Foto wwwfacunbbr storiesImagem_1145_edjpg

Condiccedilatildeo da maconha pelo mundo

12-13 - Maconhaindd 212-13 - Maconhaindd 2 12209 93005 AM12209 93005 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Leone -7ordm periacuteodo14 bull Comportamento

PEDRO LEONE

7ordm PERIacuteODO

Satildeo Paulo 10 de novembro de 2009 2230h A cena parecia receacutem tirada de um blockbuster apocaliacuteptico de Hollywood Pes-soas caminhando pelos trilhos do metrocirc carros desgovernados e uma cidade com 11 milhotildees de pessoas totalmente no escuro Era assim que se encontrava a capital paulista apoacutes o apagatildeo no fornecimento energeacutetico no Brasil causado por uma falha na linha de distribuiccedilatildeo de Furnas Na ocasiatildeo a usina de Itaipu responsaacutevel pela geraccedilatildeo de 20 da energia que abastece o paiacutes e 85 do Paraguai teve o funcionamento inteiramente interrompido Desde o pri-meiro momento de breu o que se viu entatildeo foi um fenocircmeno ateacute entatildeo pouco conhecido no Brasil Em questatildeo de minutos o site de relacionamento Twitter registrou milhares de comentaacute-rios postados por usuaacuterios de todo o paiacutes sobre o apagatildeo

O Twitter eacute a mais recente moda no mundo da internet Criado haacute trecircs anos o serviccedilo consiste em um blog pessoal um espaccedilo onde o usuaacuterio coloca textos com um limite de 140 caracteres (nada aleacutem de uma pequena frase) sobre o assunto que quiser Paula Fabian ex-coordenadora de produccedilatildeo do portal Uai e atual responsaacutevel pela comunicaccedilatildeo e pelo blog da Iveco acredita no entanto que as redes sociais natildeo satildeo apenas moda ldquoAs redes sociais chegaram para fi car e evoluiacute-rem refl etem uma mudanccedila de paradigma que a internet jaacute vem proporcionando haacute algum tempordquo afi rma

De fato se inicialmente a ideia dos criadores era de que as pessoas contassem o que estatildeo fazendo no momento em que escreveram hoje a ferramenta evoluiu e eacute usada como outras redes sociais para uma infi ni-dade de outros fi ns

Um dos marcos do uso de redes sociais na divulgaccedilatildeo jornaliacutes-tica ocorreu durante as eleiccedilotildees presidenciais no Iratilde em junho deste ano quando o mundo se viu inundado por notiacutecias sobre protestos e escacircndalos na apu-raccedilatildeo dos votos O incidente causou uma grande mobilizaccedilatildeo na miacutedia mundial Enquanto isso o proacuteprio governo iraniano cerceava alguns veiacuteculos locais chegando a fechar websites de oposiccedilatildeo Foi a deixa para o sur-gimento de uma diversidade de conteuacutedos em diversos espaccedilos na internet Viacutedeos no Youtube comunidades virtuais em todo tipo de site e uma infi nidade de comentaacuterios no Twitter fi zeram o evento um dos mais comen-tados em todo o mundo virtual Um usuaacuterio que se denominava ldquoTh eranBueraurdquo publicava no Twitter notiacutecias em tempo real atraveacutes do celular notiacutecias dos protestos de estudantes contra o governo

ItaipuA falha na distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica no Brasil causou um efeito semelhante Enquanto vagavam no escuro em ruas presos em elevadores trens e metrocircs e de dentro das proacuteprias casas centenas de natildeo-ilumina-dos recorreram a seus celulares para postar duacutevidas comentaacute-rios e notiacutecias na rede Apoacutes o restabelecimento da luz proli-feraram viacutedeos fotos e depoi-

mentos dos ocorridos Durante a madrugada do dia 10 em meio ao blecaute a assessoria de imprensa da usina de Itaipu criou uma conta no Twitter para divulgar comunicados ofi ciais sobre o ocorrido e responder as duacutevidas da populaccedilatildeo ldquoEm ins-tantes publicaremos a nota ofi -cial de Itaipu Binacional sobre o blecauterdquo foi o primeiro recado da empresa na rede

O uso das redes sociais pelas assessorias de imprensa eacute um dos casos mais curiosos e recor-rentes da evoluccedilatildeo das ferra-mentas Canais de viacutedeos insti-tucionais comunidades virtuais ofi ciais para aumentar o contato com o puacuteblico blogs e micro-blogs dando furos de notiacutecias nos veiacuteculos fornecendo infor-maccedilotildees ofi ciais em primeira matildeo O Clube Atleacutetico Mineiro aleacutem do caso da proacutepria Itaipu eacute

um exemplo Atraveacutes do Twitter o presidente do clube Alexan-dre Kalil divulga notiacutecias antes de saiacuterem na imprensa Esse uso no entanto natildeo eacute considerado por todos como jornaliacutestico ldquoNa minha opiniatildeo as redes disse-minam rapidamente as notiacutecias em piacutelulas mas natildeo considero como um trabalho jornaliacutesticordquo Afi rma Paula Fabian

As ferramentas ampliam o jaacute antigo uso dos websites como contato institucional com o mundo virtual Segundo Paula a ampliaccedilatildeo eacute o caminho certeiro das empresas que buscam esse contato indo aleacutem das proacuteprias redes sociais ldquoO mundo atual solicita presenccedila digital E natildeo basta estar simplesmente pre-sente na internet ou nas redes sociais Eacute preciso ser consistente em tudo o que se propotildee a parti-cipar Eacute preciso manter coerecircn-

cia com a atitude que se propotildee seguir nas redes sociaisrdquo

Outro obstaacuteculo levantado por ela eacute quanto a confi abili-dade das informaccedilotildees da rede ldquoNatildeo acho que nenhum veiacuteculo seja confi aacutevel quem eacute confi aacutevel eacute quem o faz quem estaacute por traacutes A inocecircncia na internet acabou a democracia que o meio pro-porciona abre espaccedilo tanto para o mal quanto para o bem o ver-dadeiro ou o falso o liacutecito ou iliacutecito A escolha eacute de cada umrdquo disse Paula

No fi m jornaliacutestico ou natildeo confi aacutevel ou malicioso a ampla difusatildeo de informaccedilotildees na internet soacute eacute beneacutefi ca Beneacutefi ca para os leitores cada vez mais informados e para os veiacuteculos que se obrigam a natildeo parar no tempo mantendo-se em discus-sotildees e reciclagens atraveacutes das novas tecnologias

Um passarinho me contouCada vez mais as redes sociais deixam de ser pura moda e passam a incorporar o dia a dia das pessoas

O New York Times dispotildee no Youtube viacutedeos que ampliam os assuntos abordados no jornal

ldquoFalaram para o estagiaacuterio em Itaipu quando sair apaga tudordquo

Piada difundida apoacutes o blecaute em Itaipu

ldquoCarini foi contratado Chegou no vocirco 1648 da

Gol hoje a tarderdquoAlexandre Kalil presidente do Atleacutetico-MG

se adiantand agrave imprensa

ldquoObra do Rodoanel desaba sobre a Reacutegis em SP equipe retira

escombrosrdquoEstado de Satildeo Paulo divulga manchetes

antes no Twitter

ldquoO diabo natildeo tinha chifre ateacute o dia em

que algueacutem mandou Zeacute Mayer pro infernordquo

Piadas sobre o ator Zeacute Mayer satildeo recorrentes na rede

No Twitter

14-15 - Redes Sociaisindd 114-15 - Redes Sociaisindd 1 12209 93048 AM12209 93048 AM

O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Leone - 7ordm periacuteodo Comportamento bull 15

Pouco mais de quatro meses apoacutes a sua morte em 25 de junho deste ano Michael Jackson con-tinua a mostrar porque eacute con-siderado o Rei do Pop O docu-mentaacuterio ldquoTh is is itrdquo em exibiccedilatildeo nos cinemas continua gerando comentaacuterios dos mais diversos tipos No entanto nenhum espec-tador tem duacutevidas do quanto Jackson merecia este tiacutetulo

O longa mostra os bastidores dos ensaios da uacuteltima turnecirc de Michael Jackson que natildeo che-gou a acontecer devido agrave morte precoce do cantor O lanccedilamento da obra agitou o mundo real ndash e virtual Enquanto os ingressos eram vendidos a uma velocidade exorbitante (soacute em Londres foram mais de 30 mil ingressos nas pri-meiras 24 horas) na rede o nome do cantor estaacute nos Trending Topics

do Twitter desde a noite de estreacuteia do documentaacuterio Ou seja o Reio do Pop estaacute entre os assuntos mais comentados do microblog

Logo que chegou aos cinemas os ldquotwitteirosrdquo de plantatildeo jaacute posta-ram suas impressotildees sobre o fi lme O criacutetico de cinema Pablo Villaccedila escreveu ldquomesmo longo e visual-mente desinteressante pinta uma imagem tatildeo favoraacutevel de MJ que indagamos por que natildeo fez algo assim antesrdquo Como costuma fazer com as obras que assiste Villaccedila daacute sua nota 3 em 5

A atriz Elizabeth Taylor fatilde e amiga de Michael Jackson tam-beacutem recorreu ao microblog para divulgar suas impressotildees ldquoReal-mente acredito que este fi lme deveria ser indicado em todas as categorias possiacuteveis Eacute a obra cinematograacutefi ca mais brilhante

que jaacute virdquo escreveu Taylor Mas tambeacutem haacute opiniotildees contraacuterias A ldquotwitteirardquo Laura Andrade critica o fi lme por considerar desneces-saacuterio mostrar a cruel realidade dos uacuteltimos dias do artista

O sucesso do documentaacute-rio eacute tatildeo grande que a Sony Pictures Entertainment jaacute anunciou que poderaacute esten-der o periacuteodo de exibiccedilatildeo que em princiacutepio seria de apenas duas semanas Com o longa mais tempo em cartaz o lanccedilamento do DVD foi adiado para o iniacute-cio do proacuteximo ano Mas para quem eacute fatilde a espera vai valer a pena jaacute que o DVD vai conter mais trecircs horas de extras que incluem cenas dos ensaios e versotildees ineacuteditas de videoclipes

No dia 22 de outubro a estu-dante Geisy Arruda de 20 anos foi exposta agrave vergonha puacuteblica pelos seus colegas na faculdade Uniban em Satildeo Bernardo do Campo As injuacuterias foram desde chingamentos ateacute ameaccedilas de lin-chamento e estupro sendo moti-vadas pelo vestido curto da aluna

O fato que ocorreu durante o horaacuterio de aula causou tanto tumulto na faculdade que as aulas foram interrompidas Cen-tenas de alunos foram para os corredores do Campus protestar e Geisy teve que sair acompa-nhada de escolta policial

O fato ganhou repercussatildeo nacional depois que um viacutedeo da retirada da aluna pela poliacutecia

sob gritos de colegas xingando passou a circular na internet

O viacutedeo publicado no site de viacutedeos Youtube teve milhares de acessos No Orkut foram criadas dezenas de comunidades para falar do assunto

Vaacuterios comentaacuterios na inter-net se ploriferaram nos textos sobre o assunto Ricardo aluno da Uniban disse no blog de Luiz Nassif estar chateado com o escacircndalo e em outro comen-taacuterio Josueacute Mecenas chamou os alunos de hipoacutecritas

No site da revista Marie Claire profi ssionais da moda se mani-festaram ldquo O brasileiro eacute o povo menos chauvinista em termos vestimentais So haacute restriccedilotildees

para homens por conta do com-plexo de machismordquo

A jornalista Eacuterica Palomino tambeacutem afi rmou no site ldquoEu pensei que minissaia havia sido inventada haacute 40 anos e natildeo fosse mais novidaderdquo A socioacuteloga Miriam Abramovay no site do Correio Brasiliense afi rmou que a atitude dos estudantes eacute vio-lenta agressiva e conservadora

Ainda no Twitter tambeacutem houve quem sugerisse que a garota fez algo aleacutem de usar uma minissaia Em comentaacuterio na rede social Ana Paula Bertoni disse que outro protesto aconteceu na Uniban Dessa vez os colegas da aluna agredida se manifestaram com narizes de palhaccedilo

O Rio de Janeiro ganhou des-taque na imprensa nas uacuteltimas semanas por motivos tanto posi-tivos quanto negativos A Cidade Maravilhosa foi escolhida como sede das Olimpiacuteadas de 2016 e dias depois pautou os noticiaacuterios com a guerra do traacutefi co O assunto tambeacutem invadiu as redes sociais (blogs Twitter Orkut entre outras) depois da derrubada de um heli-coacuteptero no Morro dos Macacos

O jornalista Carlos Castilho em um artigo intitulado ldquoDo tiro ao Twitterrdquo no site Observatoacuterio da Imprensa tocou numa ques-tatildeo interessante e pertinente ao contexto ldquopoliacutecia X crime organizadordquo Numa pesquisa recente destinada aos Estu-dos de Seguranccedila e Cidadania

provou-se que os policiais con-sideram os blogs como uma fer-ramenta poliacutetica ameaccediladora e subversiva para as tradicionais hierarquias que regem os quar-teacuteis no Brasil Apesar disso os blogs policiais podem mexer com a verticalizaccedilatildeo que pre-domina hoje na estrutura mili-tar expondo o que haacute de errado dentro das corporaccedilotildees e colo-cando em xeque as hierarquias

Espelhado no modelo norte-americano de amostragem de viacutetimas por guerras civis o site Rio Body Count foi criado para contabilizar por aproximaccedilatildeo o nuacutemero de viacutetimas na guerra do traacutefi co no Rio de janeiro mas jaacute foi desativado na Web

Sobre a atual violecircncia no

Morro dos Macacos o publicitaacute-rio e morador do bairro da Tijuca no Rio de Janeiro Gabriel Wardil 24 informou por meio de seu Twitter que o medo e a impo-tecircncia satildeo gerais e que as pessoas estatildeo mudando a rotina por causa da violecircncia ldquoEstamos no meio de uma guerra onde natildeo haacute como se defender e sendo governados pelo crime e terrorrdquo declarou

Comunidades do Orkut viacutedeos no Yotube posts em blogs satildeo exemplos de ferra-mentas que datildeo forccedila e auto-nomia para a voz da populaccedilatildeo Enquanto o Legislativo toma decisotildees a portas fechadas a Internet se torna um ambiente democraacutetico considerada por muitos como a nova Aacutegora

Arte Pedro Leone 7ordmG

Foto Bruno Gonzales em blog de Jorge Schweitzer

Guerra do traacutefi co no Rio de Janeiro se espalha na web

Textos nesta paacutegina escritos por Ana Carolina Amariz Flaacutevia Leatildeo Gabriel Assunccedilatildeo Jaime Hosken Liacutevia Martins Paula Sampaio Fernando Kelysson Gabriela Machado Michele Cristina Nathalia Magalhatildees Raiacutessa Rodrigues Rodrigo Otoni (6ordmG)

ldquoEu pensei que minissaia havia sido inventada haacute 40 anos e natildeo fosse mais novidaderdquoMiriam Abramovay socioacuteloga

Rei do Pop rouba cena no Twitter

Minissaia leva a motim de universitaacuterios

Guerra no Morro dos Macacos invade Web

14-15 - Redes Sociaisindd 214-15 - Redes Sociaisindd 2 12209 93048 AM12209 93048 AM

O Ponto

16 bull EsporteBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacuteginaPedro Gontijo e Clarisse Simatildeo - 6ordm periodo

O Rugby

Passados os anos as regras e nuacuteme-ros de participantes foram variando podendo hoje ser praticado com 15 10 ou 7 (conhecido como 7-a-side) joga-dores em cada time que se dividem em dois grupos ldquoOs Fowards satildeo jogadores maiores em tamanho e mais pesados enquanto os Backs satildeo mais raacutepidos menores mais leves e mais aacutegeis Eles atacam com velocidade passam a bola mais raacutepido mas tambeacutem haacute choquesrdquo explica Ariel Palacios treinador do time feminino do BH Rugby o maior da capital mineira

Durante a partida soacute eacute possiacutevel pas-sar a bola para o lado ou para traacutes sendo que os avanccedilos satildeo decorrentes das corridas com posse de bola Soacute eacute permitido passe para frente com pon-tapeacutes e no chute soacute podem perseguir a bola aleacutem do chutador aqueles joga-dores que estiverem em linha ou atraacutes do mesmo no momento do pontapeacute

Muitas vezes o esporte passa a ima-gem de violento mas seus praticantes defendem opiniatildeo contraria ldquoPassa essa imagem porque dentro de campo haacute um contato intenso entre os joga-dores A agressividade eacute inerente ao jogordquo explica Vitoacuteria ex-jogadora do BH Rugby

Um fator interessante e que ajuda a aliviar as tensotildees do jogo eacute o chamado terceiro tempo Promovido pelo time da casa esse eacute o momento em que os jogadores conversam fazem amizades cantam brincam bebem e discutem os lances da partida apoacutes o jogo e eacute uma das tradiccedilotildees do Rugby

Em Minas Gerais aleacutem do BH Rugby existem mais dois times expressivos ambos em Varginha O Minas Rugby nascido em 1995 e o Varginha Rugby criado em 2000 Inconfidentes e Poccedilos de Caldas no interior do estado pos-suem equipes menores e algumas outras cidades jaacute esboccedilam um esforccedilo para montar uma estrutura para o esporte entre elas Nova Lima Juiz de Fora Viccedilosa Uberlacircndia Governador Valadares e Nova Era

Apesar do aumento significativo da procura pelo esporte o Rugby ainda

sofre com falta de verbas para financiar as viagens dos atletas para as competi-ccedilotildees nacionais e internacionais A fim de contornar a situaccedilatildeo jogadores e equipe teacutecnica se viram como podem Alguns fazem uma poupanccedila onde todo mecircs uma quantia de dinheiro eacute depositada outros vendem brindes como camisetas rifas e adesivos e os mais corajosos posam para fotos Foi o caso da seleccedilatildeo brasileira de rugby feminino Para poder participar do Mundial de Dubai realizado em marccedilo deste ano criaram um calendaacuterio com fotos sensuais das proacuteprias jogadoras Um meio de chamar a atenccedilatildeo das pessoas e arrecadar dinheiro para a viagem Natildeo ganharam o campeonato mas garantiram o 10ordm lugar no ranking mundial

Vida de JogadoraJogadora haacute um pouco mais de dois

anos no BH Rugby Marina conheceu o esporte atraveacutes de amigos de Satildeo Paulo mas quem a incentivou a jogar foi uma amiga de trabalho ldquoUm dia fui para conhecer os treinos e fiqueirdquo Amigos e familiares a questionavam sobre por que natildeo fazer ballet ou jazz atividades tradicionalmente femini-nas mas Marina afirma que apesar de jaacute ter tentado natildeo combina com ela de jeito algum A jogadora comenta tam-beacutem que nunca teve rivalidade com outras jogadoras ldquoSomente dentro do campo alguns olhares e puxotildees de cabelos mas fora do campo o terceiro tempo tira a tensatildeo um poucordquo afirma a atleta

O administrador Mathias Klaus namora haacute dois anos a jogadora do BH Rugby Maria Clara Ele acompanha sua namorada em todos os jogos e diz natildeo sentir ciuacutemes dos treinos que ela faz com o time masculino de Rugby ldquoSem-pre que daacute eu saio com a turma toda pra tomar umasrdquo Mathias confessou que reza sempre para que sua namo-rada saia do campo sem um arranhatildeo pois a jogadora jaacute quebrou a claviacutecula e o nariz mas afirma que o esporte ajuda no relacionamento ldquoO namoro eacute

Encerrada a partida o jovem estudante William Webb Ellis inconfor-mado com a derrota do seu time agarra a bola com as matildeos e sai cor-rendo em direccedilatildeo ao gol adversaacuterio - Que velocidade Surpreendidos seus adversaacuterios entram na corrida para tentar impedi-lo Agarrado pelas pernas o pequeno Willian vai ao chatildeo e vecirc a bola esvair-se de suas matildeos Dessa cena que causou estranheza durante um jogo de futebol na Inglaterra em 1823 surgiu a ideacuteia inicial de um novo esporte o Rugby

O Rugby eacute um dos esportes mais populares do mundo e cada vez mais vem ganhando adeptos pelo Brasil desmistifi cando a fama de esporte violento e deixando de ser comparado ao futebol americano

MARINA CAMISASSA

RENATA WILLIG 2ordmPERIODO

Fotos Pedro Gontijo

em trecircs tempos

16-17 - Rugbyindd 116-17 - Rugbyindd 1 12209 92745 AM12209 92745 AM

O Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Gontijo e Clarisse Simatildeo - 6ordm periodo

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Esporte bull 17

oacutetimo quando ela estaacute estressada ela desconta no campo e com as rivaisrdquo

Jogadora do BH Rugby de dezem-bro de 2005 ateacute Julho de 2007 Vitoacuteria nunca praticou outro esporte Ela fra-turou o braccedilo durante uma partida e depois novamente em casa no mesmo lugar mas continua defendendo que isso eacute comum por ser um esporte de muito contato fiacutesico Vitoacuteria tambeacutem afirma que o esporte precisa ser mais divulgado o que ajudaria a desvincu-lar essa imagem de jogo violento que tem hoje

Vencer as barreiras de um esporte que ainda daacute os primeiros passos no paiacutes eacute outro desafio segundo as joga-doras O BH Rugby participa de pelo menos um campeonato por ano e para custear as viagens aleacutem da mensali-dade paga por elas ao clube Como haacute poucos patrocinadores eacute preciso fazer rifas e caixinhas para ajudar nas despe-sas das viagens que tecircm custo variado de acordo com o nuacutemero de jogadoras que participam dos torneios

Em Setembro de 2006 o time femi-nino do BH Rugby conquistou o pri-meiro tiacutetulo ao vencer o Campeonato da Independecircncia de 7-a-side em Var-ginha no Sul de Minas Em Outubro de 2007 conquistou o Torneio de 7-a-side de Satildeo Joseacute dos Campos a primeira etapa do Circuito Brasileiro de Rugby

Rugby no BrasilO Brasil conheceu o rugby no seacuteculo

XIX e foi Charles Miller o mesmo que trouxe o futebol para o Brasil que em 1895 organizou o primeiro time de rugby brasileiro em Satildeo Paulo Mas somente em 1925 o rugby comeccedilou a ser praticado com mais regularidade no Brasil no Campo dos Ingleses per-tencente ao Satildeo Paulo Athletic Club (SPAC) em Pirituba Satildeo Paulo

Durante o periacuteodo de 1926 a 1940 foram organizados jogos interesta-duais entre clubes paulista e carioca aleacutem de jogos internacionais contra os Springboks da Aacutefrica do Sul em 1932 e contra a seleccedilatildeo Britacircnica em 1936

De 1941 a 1946 os jogos foram inter-rompidos devido agrave Segunda Guerra Mundial sendo retomados em 1947

Em 1960 foi formada a Alianccedila Rugby Football Club constituiacuteda por jogadores ingleses franceses argenti-nos e brasileiros No dia 6 de outubro de 1963 foi fundada a sede em Satildeo Paulo da Uniatildeo de Rugby do Brasil com a finalidade de organizar e dirigir o rugby brasileiro No ano seguinte a entidade patrocinava o III Campeonato Sul-Americano de Rugby quando o Brasil conquistou o vice-campeonato

A partir de 1971 comeccedilou a se desenvolver lentamente o rugby Infanto-Juvenil em Satildeo Paulo e em 20 de Dezembro de 1972 foi fundada a Associaccedilatildeo Brasileira de Rugby em substituiccedilatildeo agrave Uniatildeo de Rugby do Bra-sil sendo reconhecida pelo Conselho Nacional de Desportos (CND) A par-tir daiacute o esporte vem ganhando adep-tos no paiacutes do futebol e se populari-zando deixando para traacutes a imagem de violento

1 - Pilar

2 - Hoker

3 - Pilar

4 - Segunda linha

5 - Segunda linha

6 - Asa (tercera linha) 7 - Asa (tercera Linha)

8 - Oitavo (uacuteltimo na formaccedilatildeo do scrum)

PasseNo rugby soacute eacute possiacutevel passar a bola para o lado ou para traacutes sendo que os avanccedilos satildeo decorrentes das corridas com posse de bola Soacute eacute permitido passes para frente com pon-tapeacutes No chute soacute podem perseguir a bola aleacutem do chutador aqueles jogadores que estiverem em linha ou atraacutes do mesmo do momento do pontapeacute

Tackle ou placagemO tackle eacute feito agarrando-se o jogador adver-saacuterio que estaacute com a bola e jogando-o ao chatildeo para que se possa fazer a tentativa de tomada da posse de bola atraveacutes do ruck

RuckQuando um jogador eacute tackleado ele solta a bola e eacute formado um ruck Jogadores dos dois times se jogam em cima daquele que estaacute ao chatildeo e tentam empurrar a bola para o seu lado do campo com o detalhe de que natildeo eacute permitido mover a bola com as matildeos

MaulOcorre quando trecircs jogadores sendo um portador da bola e os outros dois um de cada time estatildeo em contato A diferenccedila entre o ruck e o maul eacute que no uacuteltimo a bola natildeo se encontra no chatildeo e sim na matildeo do jogador Os jogadores devem manter a cabeccedila e os ombros acima da linha da cintura Natildeo eacute per-mitido tirar os jogadores do maul a natildeo ser que esse seja do time adversaacuterio e esteja do lado errado do maul

ScrumO scrum ou formaccedilatildeo ordenada geralmente eacute usado apoacutes uma jogada irregular ou em alguma penalidade O HalfScrum da equipe que natildeo cometeu a infraccedilatildeo insere a bola no meio de um ldquotuacutenelrdquo formado pelas duas primeiras linhas de cada equipe para que os jogadores de sua equipe consigam ganhar a posse da bola Qualquer jogador alheio a formaccedilatildeo ordenada tem que estar a 10 m da mesma

LateraisQuando a bola sai pela lateral do campo eacute realizado um alinhamento para que a bola volte ao jogo O Hoker da equipe lanccedila a bola no meio das duas linhas formadas Um joga-dor de cada equipe eacute levantado no ar para tentar agarrar a bola Quando a bola eacute posta na lateral o outro time pode repocirc-la rapida-mente para dentro de campo se esta cruzar a linha de cinco metros sem formaccedilatildeo de linhas

MarkQuando a equipe adversaacuteria chuta a bola e o jogador da outra equipe a pega sem quicar no chatildeo e dentro da aacuterea dos 22 metros ele pode chamar um mark ou pedir marco que eacute a possibilidade de se dar um chute sem o perigo de ser placado Serve como um fator de proteccedilatildeo para a defesa da equipe que pediu o marco pois interrompe o jogo e o time tem direito a um pontapeacute livre de onde o mark foi pedido

Algumas jogadas do Rugby

Esquema de jogo

BH RUGBY

12ordm BI do ExeacutercitoRua Timbiras com Barbacena Barro Preto Belo Horizonte - MG

Belo H

s sendo umLateraisQuQQQuQuQuQuQuQuananandodoodododd a bola saaaai peela lattererererala ddddoooo cacacacampmpmpmpmm oooooooo eacuteeacuteeacuteeacute

Ariel PalaciosTeacutecnico do BHRugby

312

6

45

789

10

111213

1514

9 - Half Scrum 10 - Apertura 11 - Ponta cego

12 - Primer centro

13 - Segundo Centro

14 - Ponta aberto

15 - Fullback

16-17 - Rugbyindd 216-17 - Rugbyindd 2 12209 92753 AM12209 92753 AM

O Ponto

18 bull CulturaBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Liacutevia Martins e Flaacutevia Leatildeo - 6 ordm periacuteodo

LUCAS RAGE VICTOR DUARTE RENAN BORGES

2ordm PERIODO

Desde 2004 os belo-hori-zontinos vecircm recebendo visi-tas ilustres nas diversas linhas de transporte puacuteblico da capi-tal Jaacute passaram pelos ocircnibus escritores como Gonccedilalves Dias Machado de Assis Castro Alves e muitos outros Calma eles natildeo estatildeo rodando por aiacute como passageiros estatildeo pre-sentes por meio de suas obras Eacute o projeto Leitura para Todos

Idealizado e organizado pelo Programa de Ensino Pesquisa e Extensatildeo A Tela e o Texto do curso de Letras da Universi-dade Federal de Minas Gerais (UFMG) o projeto Leitura para Todos tem o objetivo de levar literatura agrave grande populaccedilatildeo belo-horizontina de maneira dinacircmica e acessiacutevel

O que natildeo falta ao passa-geiro eacute escolha na hora de ler Satildeo oferecidas obras dos mais variados estilos desde crocircni-cas machadianas a poemas de Gonccedilalves Dias passando por composiccedilotildees musicais de Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes

Atraveacutes do site do projeto (wwwletrasufmgbratelaeo-texto) jovens autores tambeacutem podem enviar seus textos e jaacute

passam de 155 publicaccedilotildees deste cunho envolvidas na ini-ciativa O projeto contempla hoje 280 carros em 26 linhas distintas

Impressos em frente e verso e laminados os textos satildeo afi -xados na parte traseira dos assentos e apresentam faacutecil acesso Cada veiacuteculo possui uma meacutedia de vinte lacircminas dispostas ao longo dos assen-tos de maneira para atingir todos os passageiros Os textos satildeo trocados de trecircs em trecircs meses As formataccedilotildees variam de acordo com o tema e a forma luacutedica com a qual algu-mas obras satildeo expostas busca atrair o leitor relutante

RepercussatildeoAs estrateacutegias para atrair o lei-

tor apesar de criativas natildeo agra-daram a todos ldquoA letra eacute muito pequena entatildeo eu natildeo leio muitordquo diz Amanda Dias usuaacute-ria da linha Circular 01 (SC01) e moradora de Betim Estudante e morador da Savassi tambeacutem usuaacuterio da linha Guilherme Carvalho concorda ldquonatildeo atrai natildeo chama a atenccedilatildeo Fica ali mas a gente nem vecirc direito falta alguma coisa para chamar mais a atenccedilatildeo do pessoalrdquo

O maior problema aparenta ser a combinaccedilatildeo entre trans-porte puacuteblico e leitura uma vez que nem todos os passageiros podem se sentar durante a via-

gem ldquoEacute interessante para quem vai sentado mas quem estaacute de peacute natildeo aproveita muitordquo aponta Amanda Dias

Mas a iniciativa possui uma linha de admiradores para quem o incentivo agrave cultura e a dissemi-naccedilatildeo da literatura natildeo passam despercebidos Moradora do Taquaril e usuaacuteria da linha 9503 Vanusa dos Santos se entusiasma com o projeto ldquoAs histoacuterias satildeo legais Tem algumas que eu tenho ateacute vontade de levar para casa e ler para os meus fi lhos Eu jaacute li quase todas sempre que acabo de ler a minha jaacute estou logo pegando a do ladordquo afi rma Ilza Ferreira Gomes moradora de Venda Nova e usuaacuteria da

linha Circular 02 (SC02) tambeacutem divide o entusiasmo de Vanusa ldquoAcho excelente Incentiva a lei-tura A primeira coisa que eu faccedilo quando entro no ocircnibus eacute pegar um texto para lerrdquo

Segundo a coordenadora do projeto e do Programa A Tela e o Texto da FALE-UFMG Maria Antonieta Pereira a repercus-satildeo do projeto natildeo poderia ser melhor ldquoTemos recebido mui-tos textos novos e comentaacuterios dos leitores No mecircs que vem entraraacute em circulaccedilatildeo o texto de um usuaacuterio sobre o Leitura para Todosrdquo afi rma

De acordo com Maria Anto-nieta a maioria dos textos rece-bidos eacute de qualidade Para sele-cionaacute-los o criteacuterio utilizado eacute o valor literaacuterio ldquoFicam de fora apenas os textos que apresen-tarem linguagem vulgar ou de cunho agressivo Mas isso eacute rarordquo conclui

Mais do que uma degustaccedilatildeo literaacuteria muitos vecircem no projeto um passatempo que possibi-lita distraccedilatildeo durante as longas viagens de volta para casa ou em direccedilatildeo ao trabalho ldquoVocecirc comeccedila a ler e nem vecirc o tempo passarrdquo diz Jidalva da Silva moradora de Ibiriteacute e usuaacuteria da linha 3052 Guilherme Carvalho acrescenta ldquoEacute bacana porque a gente natildeo tem nada para fazer no ocircnibus entatildeo a gente lecirc no caminhordquo

Projeto Leitura para TodosFoto Divulgaccedilatildeo BHTrans

Com cinco anos de existecircncia iniciativa ainda passa despercebida por muitos passageiros de ocircnibus

Faz-de-conta domina a literaturaLivros com tramas e personagens fantaacutesticos encabeccedilam listas de mais vendidos

GABRIELA CAMPOLINA

5ordm PERIacuteODO

As aventuras de um bruxi-nho um mundo rodeado por robocircs que de repente passam a ter sentimentos o romance entre uma jovem e um vampiro a cegueira repentina A fi c-ccedilatildeo oferece um mundo rico de possibilidades estimulantes O autor fi ca livre para propor novas abordagens construir cenaacuterios - diferentes daqueles que estamos acostumados O leitor pode se deliciar com estoacuterias divertidas e impossiacuteveis na vida real mas que povoam a sua mente e satildeo apaixonantes

Para o doutorando em Lite-ratura de Liacutengua Portuguesa e professor da Universidade Fumec Luis Henrique Barbosa o sucesso desses livros pode ser atribuiacutedo ao grande poder da miacutedia ldquoHoje em dia eacute difiacutecil esca-

par dessa infl uecircncia ateacute mesmo para quem tenta fugir um pouco dissordquo Segundo o professor os meios de comunicaccedilatildeo criam um tipo de ldquomodardquo

Atualmente o livro que estaacute no topo dos mais vendidos eacute ldquoA Cabanardquo do canadense William Young que narra a histoacuteria de Mackenzie Allen Philip perso-nagem principal de uma trama que envolve questotildees religiosas ao desconstruir os estereoacutetipos de Deus e Jesus apresentados respectivamente como uma mulher negra grande e gorda e um jovem do Oriente Meacutedio que conserta e constroacutei coisas Outro sucesso de venda foram os livros da seacuterie Crepuacutesculo (Twilight) que conta a histoacuteria de uma ado-lescente que se apaixona por um vampiro recentemente adap-tada para o cinema

Os best-sellers de fi cccedilatildeo jaacute tomaram as salas de cinema haacute

um tempo Em termos de adap-taccedilatildeo literaacuteria escritores tendem a achar que o fi lme deve ser fi el ao texto Jaacute os cineastas enten-dem que a linguagem das telas eacute outra e que o compromisso do cinema eacute com os espectadores natildeo com os leitores Os escrito-res defendem a fi delidade os cineastas natildeo

O sucesso de longas como ldquoO senhor dos aneacuteisrdquo ldquoHarry Pot-terrdquo ldquoEu Robocircrdquo ldquoEnsaio sobre a cegueirardquo ldquoEntrevista com um vampirordquo de repente virou febre Todos parecem querer ldquoviajarrdquo por um mundo desconhecido

Os leitores principalmente os mais jovens querem ver seus livros personagens e aventuras preferidas de uma forma mais real Segundo Luis Henrique ldquoa miacutedia faz bom marketing e ainda tem o peso das peliacuteculas que direcionam ainda mais o foco do interesse do puacuteblicordquo E

independente das inuacutemeras criacute-ticas quanto a isso o sucesso eacute certo O exemplo eacute o das seacuteries Harry Potter e Twi-light - ambos best-sellers mundiais

A internet eacute tambeacutem um terreno que contribui para popularidade crescente da chamada literatura da moda de acordo com o pro-fessor Luis Henrique a litera-tura se tornou muito diversifi -cada ldquoHaacute um grande aumento por exemplo na lsquoliteratura de blogrsquo Muitos blogueiros escrevem histoacuterias que depois viram livrosrdquo diz Falando especifi camente sobre os livros de fi cccedilatildeo ele argu-menta que muito desse sucesso estaacute em foacutermulas que deram certo e se repetiram no avanccedilo da tecnologia na busca por res-postas e na tentativa de ldquofugardquo da rotina do dia-a-dia ldquoAinda assim eacute difiacutecil dizer porquecirc Eacute como

querer saber o motivo pelo qual muita gente escuta certo tipo de muacutesica ou assiste a certos tipos de fi lme Cada um tem uma razatildeo Tambeacutem natildeo podemos esquecer que estamos falando de moda E moda vai e voltardquo

criacute-sso as

m

o dem srdquote

18 - Literaturaindd 118 - Literaturaindd 1 12209 92644 AM12209 92644 AM

O Ponto

PEDRO LEONE

7ordm PERIacuteODO

A Faculdade de Ciecircncias Humanas da Fumec (FCH) lanccedilou no dia 20 de novem-bro a oitava ediccedilatildeo da revista ldquoMediaccedilatildeordquo de cunho cientiacute-fi co A publicaccedilatildeo que desta vez trouxe como tema central ldquoMiacutedas Audiovisuais e Proces-sos Identitaacuteriosrdquo representa um marco da revista por fortalecer a

periodicidade das produ-

ccedilotildees acadecircmicas da faculdade como reinteraram os diretores Antocircnio Marcos Nohmi Joatildeo Batista de Mendonccedila Filho e Th aiumls Estevanato em evento rea-lizado na data de lanccedilamento no auditoacuterio da FCH A revista passa ainda por uma reestrutu-raccedilatildeo editorial jaacute que a partir da proacutexima ediccedilatildeo natildeo conta mais com a professora Claudia Cha-ves Fonseca como editora que passa o cargo para o professor Rodrigo Fonseca e Rodrigues

Segundo Rodrigo um dos proacuteximos passos na consoli-daccedilatildeo da ldquoMediaccedilatildeordquo no mer-cado eacute a ampliaccedilatildeo dos pontos de distribuiccedilatildeo da publicaccedilatildeo sendo inclusive distribuiacuteda em bibliotecas de outras institui-ccedilotildees de ensino Aleacutem disso Rodrigo adiantou o tema-base da nona ediccedilatildeo jaacute sob seu comando que seraacute ldquoComuni-caccedilatildeo e estudos interdiscipli-naresrdquo Nela de acordo com o novo editor uma das metas seraacute ampliar o leque de assun-tos tratados e mostrar o caraacuteter plural da comunicaccedilatildeo

Outra meta para os proacuteximos nuacutemeros da revista eacute divulgar a

chamada para artigos em outros paiacuteses com a publicaccedilatildeo de textos traduzidos com exclusividade pela revista para o portuguecircs

Alunos como destaqueA novidade da oitava ediccedilatildeo

segundo a editora Claudia Cha-ves fi ca por conta da publica-ccedilatildeo da resenha ldquoEacutetica no ensino

de jornalismordquo de autoria das alunas do oitavo periacuteodo de jornalismo Ana Luacutecia Bahia e Marina Rigueira Para as alu-nas que dizem ter interesse em seguir a carreira acadecircmica a oportunidade eacute interessante por ser uma primeira experiecircn-cia na aacuterea O artigo segundo Ana Luacutecia e Marina eacute fruto de

um projeto de iniciaccedilatildeo cientiacute-fi ca e a primeira publicaccedilatildeo de cunho acadecircmico de ambas

A revista ldquoMediaccedilatildeordquo tem periodicidade semestral e teve nesta oitava ediccedilatildeo tiragem de mil exemplares reunindo dez artigos de professores pes-quisadores e profi ssionais da comunicaccedilatildeo social

Editor e diagramador da paacutegina Equipe O Ponto

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Miacutedias bull 19

FABIANA SOARES

7ordm PERIacuteODO

Kotler publicou sua biacuteblia do marketing e de repente todo mundo sabia como posicionar uma marca Entatildeo veio a Era Digital e desafi ou todas agecircncias de publicidade e profi ssionais de marketing Quais foram esses desafi os O que devemos levar em consideraccedilatildeo para posicio-nar uma marca online Eu com meu mero mas engajado conhe-cimento elaborei alguns toacutepi-cos que podem dar um rumo ao posicionamento digital

1) Pense e esteja OnlineO primeiro item eacute oacutebvio e pre-

cede todos os outros Se vocecirc quer entrar no mundo digital vocecirc tem que estar online A comunicaccedilatildeo digital eacute instantacirc-nea e interativa e se sua marca natildeo estaacute laacute quando um usuaacuterio a procura ele vai clicar na outra que estiver mais proacutexima Entatildeo

esteja sempre disponiacutevel e mais importante abrace a interaccedilatildeo Natildeo adianta estar online e pen-sar offl ine Converse e escute os usuaacuterios hoje eles satildeo tatildeo importantes no posicionamento de sua marca quanto a televisatildeo foi na deacutec de 50 O que nos leva ao segundo toacutepico

2) O usuaacuterio constroacutei a sua marca

Hoje o modelo de comuni-caccedilatildeo eacute interativo O internauta descobriu que pode produzir a mensagem e natildeo soacute recebecirc-la pacifi camente Entatildeo ele pode dizer que seu produtoserviccedilo eacute muito ruim ou muito bom e teraacute vaacuterias pessoas para ouviacute-lo E natildeo adianta querer abafar a sua voz isso soacute vai pegar mal e natildeo vai controlar a propagaccedilatildeo da mensagem (lembra do caso da Daniela Cicarelli) Entatildeo o que resta aacutes marcas eacute monitorar Vocecirc pode estar sempre alerta ao que estatildeo dizendo sobre vocecirc na web

eacute como um feedback instantacirc-neo e se estiverem falando bem oacutetimo mas se falarem mal per-gunte porque peccedila desculpas e desconstrua a imagem ruim que aquele usuaacuterio tem sobre sua marca Mas cuidado para natildeo invadir o espaccedilo virtual dele

3) Cuidado O usuaacuterio pode natildeo querer te ouvir

Vocecirc monitora sua marca na web e resolve entrar na discussatildeo dos usuaacuterios sobre sua marca Vaacute com calma Ele provavelmente vai estar em uma rede social conversando com seus amigos e de repente vocecirc vira um inva-sor inoportuno Hoje o usuaacuterio quer ouvir e daacute mais credibi-lidade a fala de seu ldquoamigo de rederdquo do que na auto-afi rmaccedilatildeo de uma marca Ele quer ouvir o que sua rede social tem a dizer e natildeo vocecirc Entatildeo uma estrateacutegia muito mais efi ciente de conver-sar com o usuaacuterio eacute sendo um usuaacuterio ou tendo como porta voz

algum usuaacuterio infl uente E se um usuaacuterio fala bem da sua marca daqui a pouca seratildeo dois quatro seis

4) O boca-a-boca casou com a internet e teve um fi lho fofoqueiro O viral

O viral nasceu graccedilas a velo-cidade e o tamanho da rede Enquando na tv temos uma pessoa falando para outras 11 milhotildees na rede sua marca pode falar com esse mesmo nuacutemero de pessoas e essas pessoas com outras 11 milhotildees de pessoas em uma velocidade muito mais raacutepida que a de um Vt de 30rdquo Esse potencial de propagaccedilatildeo da men-sagem eacute bom e ruim Bom por permitir uma comunicaccedilatildeo mais efi ciente em termos de tempo e ruim pois uma vez lanccedilada na rede eacute impossiacutevel acompanha-la A melhor maneira entatildeo de se utilizar um viral eacute ser cuida-doso com o que se quer propa-gar Pense se aquela mensagem

eacute realmente relevante se natildeo vai criar uma imagem negativa e se eacute sufi cientemente criativo para que os usuaacuterios queiram compartilhaacute-lo O viral tem sido a menina dos olhos de muitos criativos publicitaacuterios e de seus clientes pois tem um custo rela-tivamente baixo e pode alcanccedilar um grande nuacutemero de pessoas mas tambeacutem tem grandes riscos de ser um total fracasso

A internet aidna tem muito a nos ensinar e tentei colo-car acima um pouco do que jaacute consegui obeservar Mas ainda tenho uma grande curiosidade que ateacute hoje ningueacutem conseguiu me explicar como se cobra por estrateacutegias digitais Como men-surar em dinheiro um viral por exemplo Como apresentar uma estimativa de custos honesta para o cliente quando tudo que se tem eacute uma ideacuteia Se algueacutem tiver essa resposta meu email eacute fabzsoaresgmailcom

E agora Joseacute A festa acabou a luz apagou e ta todo mundo na web

Original publicado em httpestagiocriativoblogspotcomO texto natildeo sofreu ediccedilatildeo nem correccedilotildees ortograacutefi cas a pedido da autora

A equipe de professores e convidados que participaram da organizaccedilatildeo da 8ordm ediccedilatildeo da revista

Mediaccedilatildeo chega ao seu oitavo nuacutemeroRevista da Faculdade de Ciecircncias Humanas da FUMEC coloca o tema ldquoMiacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuteriosrdquo em debate e tem como desafi o para os proacuteximos nuacutemeros ampliar a chamada para o envio de artigos acadecircmicos a pesquisadores de outros paiacuteses

8ordf ediccedilatildeo da revista trata das Miacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuterios

19 - Mediacaoindd 119 - Mediacaoindd 1 12209 93123 AM12209 93123 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

20 bull Cultura Editora e diagramadora da paacutegina Amanda Lelis - 7ordm periodo

COLCHAde retalhos

CU

RT

Are

talh

os

Ajude a costurar nossa colcha balaioretalhosgmailcom

Ir aleacutem da superfiacutecie

Que o espelho mostra

(e que o ego gosta)

VontadeBaacuterbara Rodrigues

Midori aki

hatake dandan

akaku naru

GuntaiJoatildeo Paulo Borges

Outono verde

o campo aos poucos

fi ca vermelho

ExeacutercitoJoatildeo Paulo Borges

Frederico PortoOde ao pensamento

Todo momento eacute hora de aventura e fantasia

E comeccedila ao raiar do dia

Crianccedilas vatildeo agrave escola e cantam a melodia

E a imaginaccedilatildeo se mistura com a nostalgia

O vento o sol a neve e a tempestade

Amanhatilde eacute o ontem criado com amizade

E Deus em seu computador

Natildeo procura responder

A mensagem deixada seraacute criada por vocecirc

E sem fi m com mais delongas

O encanto se apaixona

E comeccedila a respirar

Pensamento que viraacute

Eu que natildeo amo vocecircGabriela Gois

Era tudo novo ali No puro prazer na inocecircncia ele repousava a cabeccedila sobre o meu

colo segurando minha matildeo fi rmemente Ao longe o sol ia se despedindo deixando uma

leve e uacutenica brisa no fi m de tarde abafado Noacutes trocaacutevamos algumas palavras bobas meu

coraccedilatildeo disparava quando via aquele sorriso sincero Era tudo parte de um comeccedilo de

vida uma iniciaccedilatildeo no mundinho chato e triste que eacute o amor Tatildeo perfeito calmo irreal

verdadeiro e tiacutemido A rua estava vazia eu permanecia em silecircncio enquanto ele brin-

cava com meus dedos em suas matildeos magrelas e brancas

- E quando tudo isso acabar

- Como assim ndash suspirei afagando seu cabelo bagunccedilado

- A gente vai crescerhellipMudar Talvez um dia nossos rostos se apaguem

- Eu natildeo seihellipTalvez um dia noacutes vamos estar adultos andando em alguma cidade no

meio do caos e nos reconhecemos por um sorriso Eu largaria meu namorado vocecirc sua

vida boecircmia e noacutes podemos fugir pra Franccedila

- Vocecirc eacute tatildeo boba

- E vocecirc eacute tatildeohellip

Seus laacutebios tocaram os meus delicadamente nada invasivo Eram macios tinham

sabor de chocolate branco O que aconteceu internamente natildeo haacute como descrever nada

comparado agrave felicidade instantacircnea de uma roupa nova Natildeo era algo bem melhor que

isso Era tudo tatildeo maacutegico e delicioso nada de preocupaccedilotildees Eacuteramos dois na calccedilada os

peacutes no chatildeo quente as matildeos entrelaccediladas os sorrisos carregados de felicidade

Hoje eu ainda olho para aquela foto estranha no fundo da caixa Ele estaacute longe pro-

vavelmente apagou meu rosto Eu natildeo consigo sentir nada comparado agravequilo nada que

faccedila meu coraccedilatildeo disparar como aquele dia Eu soacute amei uma vez eu tinha onze anos um

metro e sessenta e cinco e era boba

Larissa Cardoso Borges

Deixa a mente vagar

Sem rumo sem freio

Deixa as palavras fl uiacuterem

Pulsando pelo seu corpo ateacute chegarem ao destino fi nal

Matildeo que freneticamente escreve

Tentando organizar o fl uxo de emoccedilotildees de sensaccedilotildees

Raacutepido pensar fugaz aliacutevio

O papel suporta as minhas ideacuteias

Devaneios

GuriaRodrigo Guimaratildees Pena

quando dedo se lambia

tudo era mar-de-rosas

tu levavas vida em verso

eu te via toda prosa

e tu eras tatildeo pequena

tatildeo cheirosa tatildeo macia

que o chorar ou fazer cena

era manha da guria

hoje a vida te vecirc bela

tatildeo faceira tatildeo formosa

mas meus olhos vecircem aquela

que foi meu botatildeo de rosa

Sozinha

No mato

Sem teto

Comida

Companhia

Ou cobertor

Sem rastro

Barulho

Eu-soacute

Sozinha

Na terra

Deitada ateacute dissolver no tempo

QuererAmanda Lelis

Amanda Lelis

E o que vai ser agora

se tudo em mim for

silecircncio

DuacutevidaAmanda Lelis

20 - Colcha de retalhosindd 120 - Colcha de retalhosindd 1 12209 92543 AM12209 92543 AM

Page 4: Jornal O Ponto - novembro de 2009

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

04 bull Cidades Editor e diagramador da paacutegina Equipe O Ponto

Problemas de infra-estrutura um dos assentados em seu barracatildeo feito de lona e pau a pique faltam luz e aacutegua encanada

Foto

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G

EMIacuteLIO FONSECAFREDERICO DUTRA

RAFAELA GAMA

4ordm E 8ordm PERIacuteODOS

A 52 quilocircmetros de Belo Horizonte situa-se uma comu-nidade de agricultores que aleacutem de produzir para a sub-sistecircncia tambeacutem comercializa seus produtos nas feiras em coleacutegios da zona sul da capital Os clientes geralmente pais de alunos fazem as encomendas e na outra semana recebem as cestas com os produtos Entre estes alface de todos os tipos espinafre broacutecolis tomate E o melhor o cultivo eacute feito sem agrotoacutexicos

Localizado em Brumadi-nho na Regiatildeo Metropolitana o assentamento que foi fundado em 2006 sob supervisatildeo do Incra foi batizado de ldquoPastori-nhasrdquo O nome eacute uma homena-gem agraves mulheres que no iniacutecio da ocupaccedilatildeo participaram da luta de 120 famiacutelias para con-quistar o direito de produzir e futuramente adquirir um pedaccedilo desse chatildeo Como pas-tores elas cuidaram e cuidam de seu rebanho (maridos e fi lhos)

No iniacutecio da ocupaccedilatildeo as famiacutelias sofreram com a agres-sividade de militacircncias leis que natildeo benefi ciavam a ocupaccedilatildeo de terras falta de conhecimento e ateacute mesmo de suporte psicoloacute-gico Noites em claro muitas reu-niotildees aleacutem da falta de condiccedilotildees de vida (alimentaccedilatildeo moradia etc) natildeo foram motivos para que o grupo desistisse da ocupaccedilatildeo ldquoO instinto pela terra eacute muito maiorrdquo explica Valeacuteria Silva

moradora desde o iniacutecio da ocupaccedilatildeo e assenta-mento das famiacutelias

Embora as conquistas sejam signifi cativas ape-nas vinte famiacutelias ainda permanecem na aacuterea de 15644 hectares Atual-mente eles enfrentam inuacutemeras difi culdades como por exemplo o preconceito Neste caso nem as crianccedilas escapam Meninos e meninas em idade escolar soacute consegui-ram um ocircnibus para levaacute-los agrave Escola Estadual Paulo Neto Alckmin haacute um ano apoacutes muita insistecircncia e vaacuterias reuniotildees com autoridades locais

Antes independentemente do calor frio ou chuva as matildees tinham que dar um jeito de levar os fi lhos agrave escola Aline de Paula Lobato conta que os motoristas de ocircnibus natildeo queriam ir buscar as crianccedilas pelo simples fato de elas morarem em um assenta-mento ldquoMuitas vezes tive que carregar minha fi lha na eacutepoca com 4 anos por terrenos uacutemi-dos e irregulares ateacute chegar ao transporte puacuteblico (devida-mente pago com recursos proacute-prios)rdquo afi rma

Resolvido o problema do transporte a queixa agora eacute que os jovens do assentamento sempre satildeo os primeiros a ser apanhados pela conduccedilatildeo ndash fi cam na porta da escola ainda fechada esperando a abertura dos portotildees ndash e os uacuteltimos a ser levados de volta para a casa

Os moradores do local ainda satildeo rotulados de lsquosem-terrarsquo e sofrem na pele o preconceito da sociedade Ao todo o assenta-

mento abriga trinta e dois jovens de 0 a 17 anos Satildeo eles os que mais sofrem De acordo com as matildees Valeacuteria Silva Carneiro Selma Aparecida da Silva e Aline de Paula Lobato os assentados satildeo muito discriminados na escola Eles satildeo criticados e tratados com hostilidade pelos colegas

A assentada Aline de Paula Lobato afi rma que sua fi lha Iara de 13 anos jaacute chegou a ouvir de colegas insultos como ldquosua famiacutelia eacute aquele povo que entra rouba destroacutei o que tem laacute den-tro e mata ateacute o dono da fazenda se for precisordquo

Para a assentada Valeacuteria Silva a concepccedilatildeo que a sociedade tem de um lutador da reforma agraacuteria eacute horriacutevel ldquoVocecirc eacute como um bandido que todo mundo tem medo todo mundo tem medo dos fi lhos da genterdquo diz Mas para ela na verdade eles formam ldquoum grupo de pessoas buscando terra para trabalharrdquo

Segundo Valeacuteria Silva os cole-gas perguntam agraves suas fi lhas se tecircm Internet televisatildeo e se veratildeo o uacuteltimo capiacutetulo da novela A resposta negativa torna impos-siacutevel sua interaccedilatildeo com o grupo Valeacuteria em tom de desabafo considera que isso acontece por-que ldquovivemos em uma sociedade em que vocecirc vale pelo que vocecirc tem natildeo pelo que vocecirc eacute Natildeo eacute seu caraacuteter natildeo eacute sua postura Eacute

o tecircnis que vocecirc calccedila o celular que vocecirc levardquo

Essa dupla realidade estaacute tambeacutem dentro da casa da assentada Ela tem duas fi lhas Ana Clara a mais nova tem 9 anos e foi para o assentamento quando

bebecirc entatildeo natildeo conhece outra realidade senatildeo a atual A vida dela eacute ali Nunca teve geladeira televisatildeo e sabe o que eacute fi car no escuro Jaacute a outra fi lha Maria Alice 13 anos sentiu o choque quando foi da cidade onde estu-dava em escola particular para o assentamento A matildee conta que ateacute o horaacuterio que a fi lha sai de casa para ir agrave escola estaacute tudo bem No entanto ela volta de laacute irritada arrasada e agres-siva Valeacuteria disse que jaacute chegou a ouvir da fi lha ldquovocecirc veio por opccedilatildeo eu vim por imposiccedilatildeo Vocecirc me trouxerdquo

Segundo a assentada a ado-lescente que cursa a 7ordf seacuterie do ensino fundamental debate principalmente com os pro-fessores de geografi a sobre temas que envolvem a terra As opiniotildees divergentes apa-recem durante as aulas devido agrave diferenccedila entre a teoria e a realidade vivida diariamente pela aluna Para Valeacuteria Silva a formaccedilatildeo dos professores da rede puacuteblica natildeo eacute satisfatoacuteria tanto que a fi lha jaacute chegou a ser suspensa por causa de opiniotildees divergentes que apresentou em uma das aulas ldquoEla quer saber mais do que eurdquo teria justifi cado a professora quando Valeacuteria foi agrave escola reclamar da suspensatildeo

O natildeo conhecimento da rea-

lidade alheia gera na maioria das vezes hostilidade e confl i-tos entre os diferentes grupos de estudantes e podem resul-tar em preconceito Eacute esse tipo de relaccedilatildeo que as crianccedilas do assentamento Pastorinhas estatildeo sujeitas por frequumlentar escolas convencionais A natildeo aceitaccedilatildeo se deve muitas vezes ao fato de essas crianccedilas e adolescentes possuiacuterem ideias diferentes das outras crianccedilas do mesmo meio

No entanto a diretora da Escola Estadual Paulo Neto Alk-mim Mercecircs Maria Moreira garante que o preconceito natildeo existe dentro dos limites da escola Mercecircs diretora da escola desde 2007 confessa que a intoleracircncia por parte da socie-dade existe mas os alunos nem sequer sabem que haacute fi lhos de assentados na escola

A formaccedilatildeo das crianccedilas e jovens de Pastorinhas conta com a participaccedilatildeo frequumlente nas decisotildees tomadas no assen-tamento Desde cedo eles com-parecem a todas as reuniotildees ldquoNa maioria das vezes datildeo ideacuteias muito melhores que as nossasrdquo revela Valeacuteria Silva Isso desenvolve nos jovens desde cedo a capacidade de aceitar as diferenccedilas e tomar atitudes Aleacutem disso fortalece o contato com a terra que afi nal seraacute deles um dia ldquoOs meninos par-ticiparam de todo o processo de luta pela terra Valeacuteria conta que no processo de ocupaccedilatildeo na frente fi cam aqueles que vatildeo resistir Atraacutes estatildeo os mais velhos cuidando das crianccedilas ldquoQuem tombar primeiro corre e salva os meninosrdquo

Falta tudo sobra preconceitoAleacutem da dura lida cotidiana na lavoura das difi culdades fi nanceiras e de falta de infra-estrutura moradores de assentamento em Brumadinho na Grande BH lutam contra a discriminaccedilatildeo

ldquoVivemos em uma sociedade em que vocecirc vale pelo que tem natildeo

pelo que vocecirc eacute rdquoValeacuteria Silva assentada de Pastorinnhas

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O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Cidades bull 05Editor e diagramador da paacutegina Equipe O Ponto

ANTOcircNIO MARCELO PROFESSOR E COORDENADOR DO LABORATOacuteRIO DE RAacuteDIO

Conhecer a comunidade das Pastorinhas juntamente com meus alunos monitores foi uma experiecircncia forte marcante e inquietante Sabia que iriacuteamos encontrar coi-sas positivas e negativas mas natildeo esperava sentir tanta emoccedilatildeo Foram oito horas de entrevista duas horas de gravaccedilatildeo em aacuteudio mais de cento e vinte fotos e muito aprendizado Ver uma produccedilatildeo organizada por um grupo de mais de cem pessoas em comum acordo com reuniotildees semanais para avaliaccedilatildeo dos problemas e acer-tos eacute muito importante

Ao ver os campos plantados as lagoas com peixes e o aviaacuterio com todos os tipos de galinha daacute pra sentir que valeu a pena o esforccedilo e luta dessa gente Viver sem aacutegua encanada sem esgoto sem luz e sem apoio de ningueacutem principalmente do seu entorno eacute um desafi o diaacuterio prin-cipalmente para os jovens que satildeo excluiacutedos da sociedade local ldquoSem televisatildeo e internet somos considerados mar-ginaisrdquo afi rmam Mesmo com todas as difi culdades eles conseguem rir e acreditar num Brasil melhor no futuro de uma naccedilatildeo que busca a igualdade e melhores condiccedilotildees para todos

No fi nal num restaurante agrave beira da estrada eu e os alunos tentamos entender tudo que vimos e ouvimos Um longo trabalho uma grande experiecircncia para todosUm deles pergunta o que podemos fazer por eles Since-ramente natildeo sei Mas vale lembrar algumas falas das Pas-torinhas ldquonoacutes natildeo queremos caridade Queremos ser tra-tados como gente como pessoas comuns brasileiros que buscam uma nova oportunidaderdquo Na saiacuteda um pedido dramaacutetico ldquoGostaria de uma palestra sobre dignidade e auto estima para nossos jovensrdquo pediu uma das mulheres ldquoEles satildeo os que mais sofrem com a discriminaccedilatildeordquo res-salta outra matildee afl ita com o futuro de seus fi lhos

O apelo deles foi passado para todas as aacutereas da Univer-sidade Fumec Vaacuterios projetos de extensatildeo jaacute estatildeo sendo desenvolvidos Em breve vamos estar mais perto das Pas-torinhas levando conhecimento cientiacutefi co e aprendendo mais sobre a vida e as pessoas que acreditam na transfor-maccedilatildeo da sociedade Seraacute uma experiecircncia enriquece-dora para todos noacutes

Sem energia eleacutetrica a geladeira funciona com uma bateria de carro Ao lado o caminhatildeo que transporta os produtos para seus pontos de venda

Consciecircncia ambiental faz parte da rotina de trabalho de assentados

A rotina diaacuteria e exaustiva no acampamento comeccedila cedo cuidar da horta cuidar da casa da famiacutelia realizar reuniotildees buscar novos compradores para os produtos cultivados e trabalhar na capital na venda da produccedilatildeo do assentamento Em Pastorinhas as famiacutelias tecircm uma capela onde realizam cultos e missas aleacutem do salatildeo onde acontecem as reuniotildees e todas as decisotildees satildeo tomadas coletivamente

Com uma vasta plantaccedilatildeo que se perde agrave vista os mora-dores do assentamento mos-tram com orgulho a crescente produccedilatildeo vendida em escolas da capital e em restaurantes que conhecem a qualidade dos produtos cultivados Sem o uso de agrotoacutexicos a produccedilatildeo no assentamento eacute um exemplo de cultivo natural que possibilita renda agraves famiacutelias e um consumo saudaacutevel de alimentos

Em Pastorinhas as famiacutelias devem por exigecircncia legal reservar 20 das terras para preservaccedilatildeo ambiental Aleacutem disso outros 60 do terreno satildeo de Mata Atlacircntica e tam-beacutem natildeo podem ser explorados Sobram portanto cerca de 20 hectares para a horticultura O espaccedilo eacute pequeno mas os assentados contornaram o pro-blema As famiacutelias desenvolvem o projeto chamado Agrovila no qual cada um tem sua casa seu espaccedilo mas quando o assunto eacute a cultivo de legumes e verdu-ras todos dividem o trabalho Natildeo haacute algueacutem que seja lsquodonorsquo da plantaccedilatildeo Todos satildeo respon-saacuteveis por cuidar da horta e o fazem em conjunto

Salvo por alguns poucos investidores o Agrovila eacute o meio de gerar renda para Pastori-nhas se manter viva O dinheiro arrecadado com a venda de ali-mentos orgacircnicos eacute investido na

proacutepria regiatildeo que ainda carece de saneamento baacutesico e luz A teacutecnica de cultivo desenvolvida durante o projeto eacute avanccedilada e jaacute eacute referecircncia em campos de estudos especializados plantio adubaccedilatildeo colheita e rodiacutezio de cultura

Com o cultivo em um soacute lugar os assentados natildeo precisam rea-lizar manutenccedilatildeo em grande quantidade de terras e o solo passa por uma rotatividade de alimentos que fortalece e revi-gora suas propriedades para os futuros plantios A utilizaccedilatildeo de adubo natural tambeacutem eacute fator determinante para a produccedilatildeo de alimentos mais saudaacuteveis Os cuidados diaacuterios comeccedilam desde a semente temperatura clima apropriado ateacute chegar agrave data correta de colheita O pro-jeto Agrovila eacute uacutenico em Minas Gerais e jaacute se tornou referecircncia de produccedilatildeo para assentamen-tos de outros estados

Parceria da Fumec com Incra vai interagir com Pastorinhas

Agrovila moradora de Pastorinhas cuida da horta coletiva cultivada sem agrotoacutexicos

Prof Antocircnio Marcelo (de oacuteculos) e seus monitores Emiacutelio Fonseca (esq) Rafaela Gama e Fred Dutra (esq)

Assentado cuida de aviaacuterio uma das atividades para a subsistecircncia do grupo e venda em Belo Horizonte

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O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

06 bull Poliacutetica Esportiva Editor e diagramador da paacutegina Ana Flaacutevia Goulart e Vitor Komura - 6ordm periacuteodo

IGOR MOREIRA

2ordm PERIacuteODO

No dia 24 de marccedilo de 1998 entrava em vigor a lei que pro-metia mudar a cara do fute-bol brasileiro Idealizada pelo entatildeo Ministro dos Esportes Eacutedson Arantes do nascimento o famoso Peleacute a Lei Nordm 9615 que leva o seu nome trouxe vaacuterias mudanccedilas A principal eacute a garantia do passe ao joga-dor que atua no paiacutes depois de dois anos atuando por seu clube o jogador deixa de ser propriedade do mesmo e passa a ser dono dos seus direitos federativos

A Lei Peleacute pretendia tam-beacutem estimular a transforma-ccedilatildeo dos clubes em empresas Poreacutem devido agrave desorganizaccedilatildeo dos departamentos de futebol dos clubes brasileiros poucos se adaptaram a essa realidade e nenhum dos grandes times do Brasil obteve ecircxito

Para os criadores da lei o fi m do passe acabaria com a ldquoescra-vidatildeordquo dos atletas profi ssionais que ateacute entatildeo pertenciam aos clubes pelos quais jogavam tendo estes o direito de seguraacute-los mesmo depois do fi m do seu contrato Acabava o passe e entravam em cena os direitos federativos

A ideacuteia inicial era obter o mesmo sucesso conseguido pelos europeus com a Lei Bos-

man anos antes Poreacutem seria necessaacuterio ter os mesmos recur-sos fi nanceiros que possuem os clubes de laacute Isso eacute impossiacutevel jaacute que eles arrecadam verbas milionaacuterias com as vendas de seus carnecircs e camisas o que natildeo acontece no Brasil devido agrave nossa realidade fi nanceira Sendo assim o resultado da implan-taccedilatildeo da Lei foi uma saiacuteda em velocidade espantosa de joga-dores brasileiros para todos os cantos do mundo Nosso futebol que jaacute natildeo tinha como competir com as grandes equipes euro-

peacuteias passou a perder jogadores tambeacutem para clubes desconhe-cidos do leste europeu da Aacutesia e do mundo Aacuterabe

Para o presidente do TJD-MG Siacutelvio Tarabal o que faltou aos clubes foi competecircn-cia para se adaptarem agrave lei pois a mesma veio para benefi ciar tanto o jogador quanto o clube ldquoSatildeo vaacuterios os benefiacutecios que a lei proporciona aos clubes como angariar recursos puacutebli-cos o que natildeo era permitido Ela tambeacutem facilita a obten-ccedilatildeo de parceiros jaacute que a Lei

Peleacute natildeo obriga mais os joga-dores que satildeo propriedades dos investidores a terem 51 do passe preso ao clube que defendem Aleacutem disso os times ainda tecircm direito de assinar o primeiro contrato com os seus atletas quando ele completa 16 anosrdquo afi rma Tarabal

O advogado do Clube Atleacute-tico Mineiro Lucas Ottoni res-salta o quanto eacute importante a existecircncia da multa rescisoacuteria que evita em partes o ecircxodo de atletas ldquoA chave do sucesso dos clubes brasileiros estaacute em

saber se organizar administra-tiva e fi nanceiramente para evitar as brechas que a lei pro-porcionardquo disse o advogado O vice-presidente do Cruzeiro Esporte Clube Gilvan Pinho Tavares tem opiniatildeo parecida e afi rma que essas claacuteusulas satildeo a uacutenica maneira do clube man-ter os seus atletas jaacute que natildeo haacute como competir com propostas de clubes do exterior

Jaacute para Euller ex-atacante do Satildeo Paulo Vasco Palmei-ras e Atleacutetico-MG e que atua hoje no Ameacuterica-MG a lei deu uma brecha muito grande para que a saiacuteda de jogadores acon-tecesse ldquoO crescimento dos jogadores com as negociaccedilotildees internacionais eacute um grande beneacutefico Mas eacute preciso repa-rar alguns pontos para evitar que jogadores muito jovens saiam do paiacutes antes de terem a formaccedilatildeo devida e estarem preparados para tal desafiordquo disse o jogador

A realidade dos clubes bra-

sileiros hoje eacute difiacutecil Talvez

devido ao amadorismo com

o qual satildeo conduzidos natildeo

souberam se adaptar a lei

Possuem menos recursos e os

atletas cada vez mais cedo

querem ir embora do paiacutes

seja para um clube de ponta

na Europa seja para algum

time da segunda divisatildeo do

futebol japonecircs

Jogadores clubes e empresaacuterios debatem as mudanccedilas no esporte apoacutes a implantaccedilatildeo da lei que regulamenta a extinccedilatildeo do passe no paiacutes

Lei Peleacute empresaacuterios e dirigentes em times opostos

Jogadores brasileiros exportados apoacutes a criaccedilatildeo da Lei Peleacute

Info

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Ilustraccedilatildeo Amanda Lelis 7ordmG

06-07 - Lei Peleindd 106-07 - Lei Peleindd 1 12209 92933 AM12209 92933 AM

O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Poliacutetica Esportiva bull 07Editor e diagramador da paacutegina Ana Flaacutevia Goulart e Vitor Komura - 6ordm periacuteodo

Logo depois da implantaccedilatildeo

da Lei Peleacute uma fi gura que pas-

sava quase sempre despercebida

comeccedilou a ganhar destaque o

empresaacuterio ou agente de fute-

bol como gostam de ser chama-

dos Em diversas situaccedilotildees essa

fi gura eacute prejudicial para os clu-

bes pois satildeo eles quem nego-

ciam a debandada de jogadores

do futebol brasileiroldquoOs empresaacuterios foram os

grandes benefi ciados com a implantaccedilatildeo da Lei Peleacute e os

clubes de futebol os grandes prejudicados Aleacutem de aju-dar a famiacutelia do atleta inclu-sive fi nanceiramente antes do sucesso fazem promessas mirabolantes com as quais os clubes brasileiros natildeo tecircm con-diccedilatildeo de competirrdquo afi rmou o vice-presidente do Cruzeiro Gilvan Pinho Tavares

ldquoHouve um caso recente com o atleta Zeacute Eduardo que foi vendido para um grupo de investidores justamente devido agrave pressatildeo feita por seu agente

que havia arrumado um lugar para ele no Ajax da Holandardquo exemplifi cou o vice-presidente Ele ainda alertou que se os clu-bes natildeo fi zerem contratos com seus atletas se protegendo os perderatildeo para os empresaacuterios em questatildeo de tempo

O jogador Euller acredita que atualmente nenhum jogador profi ssional estaacute preparado para possuir os seus direitos federati-vos ldquoEacute por isso que hoje todo jogador mesmo nas categorias de base jaacute tem o seu empresaacute-

rio Assim o atleta natildeo precisa se preocupar com seus negoacutecios e transferecircncias deixando isso por conta de seu agenterdquo defen-deu Euller

Talvez os agentes sejam aqueles que melhor souberam aproveitar as brechas da Lei Peleacute Mas segundo os proacuteprios agentes a histoacuteria natildeo eacute bem assim O vice-presidente da ABAF (Associaccedilatildeo Brasileira de Agentes de Futebol) e Agente FIFA Acircngelo Pimentel classifi -cou como imoral o antigo regime do passe no Brasil ldquoA lei surgiu apenas para dar o respaldo que faltava ao futebol brasileiro e a implantaccedilatildeo do sistema que vigora atualmente natildeo alterou em nada o nosso ramo A fi gura do agente sempre foi necessaacuteria para intermediar as negocia-ccedilotildeesrdquo argumentou Pimentel

Para o ex-jogador e hoje agente de futebol Heacutelcio Alisk no mundo de hoje haacute uma busca freneacutetica por dinheiro natildeo soacute em sua categoria mas em qualquer ramo ldquoA Lei Peleacute veio regularizar um sistema de escravidatildeo no qual os times prendiam os jogadores mesmo apoacutes o teacutermino de seus contra-tos Joguei durante 9 anos no Paranaacute Clube sendo o segundo jogador com mais partidas pelo time mas perdi vaacuterias oportu-nidades de assinar contratos melhores por estar com o passe preso ao clube paranaenserdquo disse Heacutelcio

Pimentel e Alisk ainda tecircm

opiniotildees semelhantes de que a Lei benefi cia os jogadores de grande porte jaacute que os menos conhecidos muitas vezes deteacutem os seus direitos federativos e natildeo existem clubes interessados em seu futebol Sendo assim a lei garante que o mais forte sempre venccedila o mais fraco

O que talvez falte aos clubes e aos jogadores eacute o bom senso de que um deve valorizar o outro A busca incessante por dinheiro das duas partes eacute feita sem a astuacutecia necessaacuteria Provavel-mente esse eacute um dos motivos de os agentes serem aqueles que souberam se aproveitar melhor da Lei Peleacute Os clubes satildeo quase sempre dirigidos por torcedo-res amadores e grande parte dos atletas possuem famiacutelias grandes que dependem deles Essa combinaccedilatildeo faz com que as negociaccedilotildees entre eles mui-tas vezes sejam dirigidas emo-cionalmente deixando para os agentes as atitudes movidas pela razatildeo

Eacute inegaacutevel que a legislaccedilatildeo regente do nosso desporto pre-cisa de reformas urgentemente pois ainda eacute muito falha Natildeo se pode afi rmar quem realmente saiu ganhando ou perdendo com a implantaccedilatildeo da Lei Peleacute mas eacute evidente que se os clu-bes atletas e empresaacuterios con-tinuarem defendendo seus proacute-prios interesses sem equiliacutebrio e harmonia o futuro do futebol brasileiro estaacute fadado a ser cada vez mais sombrio

Nova regra destaca fi gura do empresaacuterio

Acircngelo Pimentel posa ao lado da camisa com a qual Gilberto Silva seu cliente na eacutepoca jogou a Copa do Mundo de 2002

Foto Igor Moreira 2ordmG

Um dos primeiros casos e um dos mais famosos de transferecircncia com a Lei Peleacute foi a saiacuteda do Ronaldinho Gauacutecho do Grecircmio para o Paris Saint-Germain (PSG) da Franccedila O jogador era extremamente valorizado pelo time gauacutecho que jaacute havia recusado duas propostas de aquisiccedilatildeo uma de 60 milhotildees de doacutelares de empresaacuterios italianos e uma de 75 milhotildees de doacutelares do Leeds United da Inglaterra

Poreacutem o jovem Ronaldinho tinha como agente o seu irmatildeo Assis ex-jogador do Torino e do proacuteprio Grecircmio Assis achava que era hora de Ronaldinho ir para a Europa e sabendo dos benefiacutecios que a Lei Peleacute proporciona ao atleta aconselhou o irmatildeo a assinar um con-trato agraves escondidas com o PSG O conselho foi seguido a risca por Ronaldinho O Grecircmio entrou na Justiccedila mas o maacuteximo que conse-guiu foi adiar sua estreacuteia Vale ressaltar que o mesmo Paris Saint Germain (PSG) que aliciou o atleta recebeu a quantia de 120 milhotildees de reais pela transferecircncia de Ronaldinho para o Barcelona em 2003

A Lei Peleacute dava aiacute a primeira amostra do pre-juiacutezo que traria aos clubes que natildeo tomassem

os devidos cuidados E aquele que seria pos-teriormente um dos melhores jogadores de todo o mundo saia do clube no qual chegou com cinco anos de idade onde recebeu toda a assistecircncia ateacute se tornar um profi ssional respei-tado sem que o Grecircmio recebesse sequer um centavo pela sua transferecircncia

Como esse foi o primeiro caso de um jogador famoso a obter os benefiacutecios da lei instalou-se uma grande polecircmica Ronaldinho estava ape-nas usando os seus direitos ou ele juntamente com seu irmatildeo estariam utilizando de maacute-feacute para conseguir os seus objetivos As opiniotildees divergiram mas fi cou claro que o Grecircmio natildeo se preveniu para natildeo perder seu astro

Depois de Ronaldinho vieram vaacuterios outros casos Alguns de jogadores que tambeacutem viriam a estourar no futebol mundial como Mancini que saiu do Atleacutetico-MG para o Roma da Itaacutelia e Juninho Pernambucano do Vasco da Gama para o Lyon da Franccedila No entanto nesses casos a justifi cativa apresentada pelos jogadores foi o atraso de salaacuterio de seus respectivos clubes mais uma brecha que a Lei Peleacute proporciona para os atletas

O caso Ronaldinho Gauacutecho

Ronaldinho aos 12 anos de idade com o irmao e empresario Assis que ainda jogava pelo TorinoItalia

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O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

08 bull Turismo Editor e diagramador da paacutegina Gabriel Assunccedilatildeo 6ordm periacuteodo

Destino dos sonhos fi ca um pouco mais distante

ANA CECIacuteLIA CARNEIRO GABRIEL ASSUNCcedilAtildeO 2ordm E 6ordm PERIODO

Os 15 anos a passagem da infacircncia

para a adolescecircncia o periacuteodo em que as

transformaccedilotildees se acentuam as duacutevidas

se multiplicam e a vontade de ser inde-

pendente fala mais alto Eacute nesse periacuteodo

que milhares de jovens viajam todos os

anos ao exterior por meio de pacotes

turiacutesticos que lhe proporcionam no auge

do seu desejo de liberdade a indepen-

decircncia que nesse momento eacute o que lhes

parece mais importante A viagem dos

sonhos dos fi lhos no entanto natildeo raro

tira o sono dos pais que se viram ainda

mais receosos apoacutes o acidente com a

jovem Jaqueline Ruas em julho passado

(veja box) Como proporcionar o prazer e

aventura aos fi lhos sem colocar em risco

sua seguranccedila e mesmo sua sauacutede A

questatildeo que ateacute entatildeo estava adormecida

e fora do foco dos consumidores desse

tipo de produto eacute agora a protagonista

que muda a forma de consumo e venda

de pacotes turiacutesticos para adolescentes e

oferece risco ao grande e rentaacutevel negoacute-

cio das agecircncias de viagensOs escacircndalos com agecircncias de

turismo haacute muito tempo estatildeo presentes no dia-a-dia dos noticiaacuterios brasileiros e existe mesmo uma lenda sobre o que acontece apoacutes o embarque dos passa-geiros para temporadas no exterior Uma discussatildeo sobre as condiccedilotildees de mora-dia e alimentaccedilatildeo povoa o imaginaacuterio de muitas pessoas que na maioria das vezes no entanto natildeo trocam suas ldquovia-gens dos sonhosrdquo mesmo na duacutevida de natildeo ter a assistecircncia desejada uma vez no seu destino

De acordo com a Agecircncia World Study cerca de 500 menores viajam sob sua responsabilidade sem os pais anualmente no Brasil Funcionaacuterio da empresa Gabriel Trivellato faz questatildeo de afi rmar a responsabilidade da agecircn-cia que segundo ele tem um protocolo semelhante ao seguido pela maioria das agecircncias no paiacutes ldquoEacute um processo muito burocraacutetico levar um menor desacom-panhado ao exterior satildeo muitos docu-mentos a preocupaccedilatildeo dos pais eacute muito grande e nossa atenccedilatildeo tem que ser redo-bradardquo afi rma o funcionaacuterio

Antes mesmo do escacircndalo com a

jovem Jacqueline entrou em vigor em

abril deste ano uma nova norma que

prevecirc a autorizaccedilatildeo em fi rma dos pais

ou responsaacuteveis reconhecida por auten-

ticidade para a viagem do menor o que

torna necessaacuterio que os pais compare-

ccedilam pessoalmente ao cartoacuterio para auto-

rizar a viagem dos fi lhos Aleacutem disso o

documento deve ser feito em duas vias

e conter fotografi a da crianccedila ou ado-

lescente Uma via deveraacute ser retirada

pelo agente de fi scalizaccedilatildeo da Poliacutecia

Federal (que passou a partir de entatildeo

a ser responsaacutevel pelo embarque de

menores) no momento do embarque e

a outra permaneceraacute com o viajante ou

acompanhanteAs medidas restritivas tomadas para

garantir maior seguranccedila podem natildeo assegurar uma viagem tranquumlila con-tudo A maior parte dos guias das agecircn-cias natildeo satildeo treinados para enfrentar as mais variadas situaccedilotildees adversas que podem ocorrer A maioria das agecircncias funciona da seguinte forma para cada grupo de 30 pessoas haacute um guia mor mais experiente que seria responsaacutevel por todos e mais trecircs jovens guias (em geral jovens que falam inglecircs fl uente e satildeo comunicativos) que auxiliariam na demanda dos turistas durante a via-

gem e passeios realizados no periacuteodo da estadia no local O nuacutemero eacute visivel-mente pequeno especialmente quando se pensa nos cuidados que exigem uma permanecircncia no exterior que eacute ainda maior quando se tem menores em sua responsabilidade

A falta de assistecircncia nas viagens geralmente eacute percebida aos poucos Foi o que aconteceu com o casal de namora-dos Rodrigo de Paula e Liacutevia Rodrigues que foram ao Havaiacute em dezembro pas-sado pelo programa Work and Travel (onde os intercambistas passam de trecircs a seis meses no paiacutes de destino e tecircm um emprego temporaacuterio durante sua esta-dia) ldquoNatildeo encontramos o quarto sepa-rado que pedimos e tivemos que dormir com outras pessoas Tambeacutem natildeo traba-lhamos na loja que nos disseram e acaba-mos em uma rede de fast food Sem contar que nosso depoacutesito referente agrave reserva do apartamento jamais foi devolvidordquo pro-testa o casal A agecircncia brasileira afi rma que estava tudo claro no contrato mas os estudantes garantem que natildeo recebe-ram o contrato pra ler antes da viagem ldquoSabemos do nosso erro mas confi amos demais em uma agecircncia que natildeo nos deu o prometidordquo concluiu Liacutevia

Descuido de agecircncias de turismo alteram programaccedilatildeo de vigens ao exterior para adolescentes

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O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Turismo bull 09Editor e diagramador da paacutegina Gabriel Assunccedilatildeo 6ordm periacuteodo

Jacqueline Ruas de 15 anos viajou agrave Dis-ney no dia 19 de julho deste ano para passar duas semanas em um passeio organizado pela agecircncia de turismo Tia Augusta A viagem teve seu caraacuteter luacutedico interrompido poucos dias apoacutes seu iniacutecio quando quatro meninas que ocupavam o mesmo quarto do hotel ndash inclu-sive Jacqueline ndash passaram mal agrave noite As ami-gas da menina apoacutes serem medicadas tiveram uma melhora nas primeiras horas a jovem no entanto natildeo melhorava Atendida pela segunda vez no hotel e levada ao Hospital de Pronto-So-corro Celebration Jacqueline foi submetida a

uma seacuterie de exames inclusive para a Gripe A - H1N1 e todos deram negativo Era veacutespera da viagem de volta da excursatildeo No dia da viagem a menina estava ainda mais debilitada e preci-sou de cadeira de rodas para trocar de aviatildeo em escala no Panamaacute Na segunda parte da viagem ela mal abriu os olhos segundo o relato das ami-gas A morte de Jacqueline foi constatada pela amiga Larissa que percebeu que ela natildeo estava respirando quando tentou acordaacute-la durante o vocirco Foi constatado que a menina tinha pneu-monia Segundo os pais a agecircncia os ligou trecircs dias apoacutes a menina ter passado mal pela pri-

meira vez e informou que ela jaacute estava melhor e havia sido descartada a H1N1 No relato do hos-pital no entanto natildeo havia uma especifi caccedilatildeo de que ela poderia viajar de aviatildeo A responsa-bilidade da agecircncia neste caso teve ainda mais peso considerando-se as acusaccedilotildees das amigas de Jacqueline de que a guia Gisele dos Santos as havia orientado a passar maquiagem e usar oacutecu-los escuros para disfarccedilar as olheiras e a palidez e natildeo serem barradas no embarque Em nota a Tia Augusta negou veemente as acusaccedilotildees das adolescentes mas natildeo conseguiu provar sua inocecircncia neste caso

Em contrapartida agrave von-tade dos filhos os pais se preocupam cada vez mais na hora de presenteaacute-los com viagem ao exterior A dentista Heloiacutesa Pereira matildee de Laura Pereira Luz contou a anguacutestia que viveu durante as duas semanas em que a filha esteve na Disney ldquoAntes de a minha filha viajar a fiz prometer que me ligaria e procura-ria um hospital se qualquer coisa acontecesse com ela Ainda a bipava todos os dias pelo raacutedio e mantive sem-pre contato com a agecircncia e os guias Daacute certa insegu-ranccedila mas era um sonho da Laura que decidimos reali-zarrdquo afirma a matildee

Pai de Joana Bastos 14 anos o empresaacuterio Roni-valdo Oliveira Bastos deci-diu levar ele mesmo a filha agrave Disney ldquoMinha filha ficou muito insegura com o ocorrido com a Jacqueline imagina eu entatildeo Jaacute perdi minha esposa por negligecircn-cia meacutedica natildeo posso perder a minha menina tambeacutem

As agecircncias soacute andam pen-sando no lucro e esquecem da seguranccedilardquo afirmou

Lidar com um grupo grande de jovens no exterior requer natildeo soacute experiecircncia mas habilidades como lide-ranccedila e planejamento para que se possa deixaacute-los apro-veitar a viagem com respon-sabilidade e manter a disci-plina em cada dormitoacuterio Ciente dos riscos envolvidos na viagem a dona-de-casa Maria das Graccedilas Soares matildee de Camila Carvalho 14 anos cancelou a viagem da filha apoacutes o ocorrido com Jacqueline

ldquoFiquei muito assustada com a morte da Jacqueline deu para perceber certa negligecircncia por parte dos guias e agora vou pensar muito antes de mandar a minha filha ao exterior em uma excursatildeo ainda mais com esse surto da gripe suiacutenardquo

A bancaacuteria aposentada Tacircnia Vieira tambeacutem iria dar uma viagem ao Canadaacute de presente ao filho Pedro que

completa 16 anos em abril do ano que vem mas deci-diu mudar o presente apoacutes assistir ao drama de Jaque-line pela TV ldquoEle poderaacute viajar ao exterior quando estiver mais velho em um intercacircmbio ou mesmo a passeio Por hora optei por trocar o computador e o viacutedeo-game da casa Assis-timos vaacuterias vezes ao drama dos pais que tem problemas na viagem dos filhos natildeo podemos ser negligentes e achar que com o nosso filho natildeo vai acontecerrdquo afirma

As principais agecircncias de turismo de Belo Horizonte alegaram que o acidente ocorrido com Jaqueline em julho passado natildeo afe-tou suas vendagens pois as normas para embarque de menores de idade jaacute satildeo naturalmente muito riacutegidas e os seus agentes satildeo devi-damente treinados A maio-ria ressaltou que houve uma queda no nuacutemero de viagens nos uacuteltimos trecircs meses mas estritamente ligada agrave crise financeira mundial

Pais na berlinda

Aventura se torna pesadelo

Falta de compromisso de algumas agecircncias de turismo faz os pais trocarem viagens por presentes palpaacuteveis para os fi lhos adolescentes

Minha fi lha fi cou muito insegura com o ocorrido com a

Jacqueline As agecircncias soacute andam

pensando no lucro e esquecem da seguranccedila

Assistimos vaacuterias vezes ao drama dos pais que tecircm

problemas na viagem dos fi lhos natildeo podemos ser negligentes e achar que com o nosso fi lho

natildeo vai acontecer

Antes de a minha fi lha viajar a fi z prometer que me ligaria e procuraria um hospital se

qualquer coisa acontecesse com ela

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Fotos divulgaccedilatildeo

Heloiacutesa Pereira Dentista

Ronivaldo Bastos Empresaacuterio

Tatildenia Vieira Aposentada

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RENATA VALENTIM

7ordm PERIacuteODO

Domingo 2 de novembro 7h40 da manhatilde Apesar da movimentaccedilatildeo de um nuacutemero jaacute razoaacutevel de visitantes e trabalhadores ndash vendedores de flores limpadores de jazigos ndash eacute o silecircncio que impera logo na entrada do Cemiteacuterio de Nosso Senhor do Bonfim localizado na regiatildeo noroeste de Belo Horizonte A inscriccedilatildeo latina no arco de entrada ldquomorituri mortuisrdquo eacute a siacutentese de todo ritual que ali se daria ao longo do Dia de Finados ldquoos que vatildeo morrer aos mortosrdquo

A motivaccedilatildeo principal da visita ao tuacutemulo de parentes ou amigos parece ultrapassar o mero cumprimento de calendaacuterio religioso A presenccedila de idosos sozinhos ou mesmo em grupo de amigos e tambeacutem de algumas jovens famiacutelias e seus semblantes de choro e dor ndash demonstrativo de perda recente ndash indicam que a proximidade da morte eacute a razatildeo maior das home-nagens agravequeles que se foram Aleacutem de evidente saudade o dia dedicado ao maior misteacuterio da humanidade parece remeter cada pessoa aos seus questio-namentos mais particulares sobre o assunto Testemunha disso eacute Welling-ton Luiz de Oliveira seguidor cristatildeo de Jeovaacute que vai ao Cemiteacuterio do Bon-fim todos os anos com o propoacutesito de levar palavras de conforto para os visi-tantes baseadas na sua feacute ldquoas pessoas querem ouvir a verdade de que existe o reino de Deus e que ele estaacute proacute-ximo E Deus eacute a verdaderdquo Wellington ressalta que no cemiteacuterio a aceitaccedilatildeo das pessoas agrave sua abordagem eacute maior porque estatildeo mais aptas a ouvir porque seu pensamento estaacute mais aberto agrave feacute ldquoem outra situaccedilatildeo a pessoa me daria uma maacute resposta fecharia a porta na minha cara Aqui natildeo aqui a pessoa ouve melhorrdquo diz

Voltados para si e para a lembranccedila de momentos compartilhados com quem se foi os visitantes vatildeo chegando ao longo

da manhatilde trazendo fl ores para ornamen-tar os tuacutemulos e jazigos A difi culdade na abordagem aumenta nos casos em que se percebe uma morte precoce um fi lho ou marido jovem cuja famiacutelia em pran-tos daacute as matildeos e reza ao redor do tuacutemulo Tambeacutem em outros como um senhor de seus 65 70 anos que chega sozinho ajoelha-se em frente a um jazigo e potildee-se a rezar em silecircncio e de olhos fechados E assim permanece por vaacuterios minutos Mas haacute casos como o de Dona Ilma que observando minha movimentaccedilatildeo dei-xou que me aproximasse perguntando se eu era parente da pessoa enterrada ao lado dos seus Enquanto distribuiacutea as fl ores levadas para o jazigo da famiacutelia

contou que vai ao Bonfi m todos os anos ldquoa gente tem que trazer fl ores e rezar Eacute a uacutenica coisa que podemos fazer por eles agora Apesar de que as fl ores duram pouco tempo murcham muito raacutepidordquo Dona Ilma visitou o jazigo da famiacutelia em 2007 e disse que levou a fi lha e o genro Neste ano foi sozinha E disse logo em seguida ldquosempre deixo uma fl or e faccedilo uma oraccedilatildeo para esse tuacutemulo ao lado Nunca vi ningueacutem visitaacute-lo pensei ateacute que vocecirc tivesse vindo para issordquo

A celebraccedilatildeo do Dia de Finados ou Dia de Todos-os-Mortos em 2 de novembro logo a seguir do Dia de Todos-os-Santos ndash celebraccedilatildeo em honra a todos os santos e maacutertires ndash

foi instituiacuteda a partir do seacuteculo XIII Mas visitar tuacutemulos e rezar por aque-les que morreram na Igreja Catoacutelica eacute costume desde o seacuteculo II Segundo a crenccedila cristatilde neste dia os vivos rezam por aqueles que estariam no purgatoacute-rio o estado no poacutes-vida onde as almas seriam purificadas antes de irem ao ceacuteu Os cristatildeos acreditam que as almas no purgatoacuterio que tambeacutem satildeo considera-das membros da igreja assim como os cristatildeos vivos teriam de sofrer para que possam ser purificados de seus peca-dos Por meio de oraccedilotildees e boas obras os membros vivos da igreja poderiam ajudar seus amigos e familiares faleci-dos O Dia de Finados remonta entatildeo a ideacuteia de comunhatildeo entre todos os fieacuteis sejam vivos ou mortos porque acre-ditam na ressurreiccedilatildeo de Jesus Cristo ressuscitado indicaria a eternidade como destino de todos os seus fieacuteis eacute a morte vista como encontro da vida junto de Deus

Dona Alice de 80 anos eacute mais uma personagem do dia de Finados que con-corda em falar comigo Muito recep-tiva apesar do semblante triste relata que vai todos os anos ao Bonfi m e leva sempre um vasinho de fl or No jazigo que adornava enquanto conversaacuteva-mos estatildeo o pai o marido e seus qua-tro irmatildeos E emendou ldquotenho soacute 36 do meu coraccedilatildeo jaacute me sinto preparada para encontraacute-los Mas enquanto ainda puder caminhar vivo bem Perdi meu coraccedilatildeo de sofrimentordquo Dona Alice expli-cou que permaneceu ao lado do marido durante a doenccedila que o matou e assim fi cou doente do coraccedilatildeo ldquoAo cuidar de algueacutem doente nunca se esqueccedila de vocecirc Eacute preciso cuidar de noacutes mesmosrdquo Ela diz que se sente bem preparada espiritualmente para ir embora porque reza todos os dias Certa de que cumpriu o seu papel diz que foi 18 vezes ao altar para casar pessoas ligadas a ela ldquocasei muitos Estive presente na vida de mui-tas pessoas Espero que vocecirc chegue agrave minha idade com tanta histoacuteria pra con-tarrdquo Eu tambeacutem

Ritual de Finados dor da perda cumprimento do calendaacuterio religioso ou crenccedila em vida apoacutes a morte

Morituri mortuisOs que vatildeo morrer aos que jaacute morreramMorituri mor

A data traz o resgate agraves crenccedilas e a oraccedilatildeo traduz o sentimento de perda

Fotos Roberta Andrade - 7ordm G

ao lado dos seus Enquanto distribuiacutea as fl ores levadas para o jazigo da famiacutelia

Todos-os-Santos ndash celebraccedilatildeo em honra a todos os santos e maacutertires ndash

Belo Horizonte 30 de Novembro de 2009

10 bull CidadesO Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Amanda Lelis e Roberta Andrade 7ordm periacuteodo

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O Nosso Senhor do Bonfi m foi o primeiro e eacute o mais tradicional cemiteacuterio da capital Eacute mais antigo que a proacutepria cidade foi fun-dado em 08 de fevereiro em 1897 enquanto BH foi inaugurada em 12 de dezembro do mesmo ano Sua projeccedilatildeo e construccedilatildeo contou com a supervisatildeo teacutecnica da Comis-satildeo Construtora da Nova Capital ndash de onde se atribui a semelhanccedila dos dois traccedilados arquitetocircnicos Dedicada ao estudo de His-toacuteria Regional a pesquisadora Marcelina

das Graccedilas Almeida conta que o Bonfi m foi construiacutedo como uma das primeiras medidas da Comissatildeo para organizar espa-cialmente a cidade com a proibiccedilatildeo de sepultamentos que eram feitos no adro da Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem a padroeira da cidade na Rua Sergipe bem no centro da nova capital Construiu-se um cemiteacuterio provisoacuterio ateacute que o Bonfi m estivesse pronto que fi cava onde hoje haacute o cruzamento das ruas Rio de Janeiro dos Tamoacuteios Satildeo Paulo e dos Tupis

O modelo monumental dos tuacutemulos observado somente no Cemiteacuterio do Bon-fi m fez com que fossem encomendados diversos trabalhos no Rio de Janeiro em Satildeo Paulo e em dezenas de ateliecircs de artistas

locais entre eles os famosos irmatildeos Natali os Lunardi e a Marmoraria Satildeo Joseacute ndash todos estes agrave eacutepoca implicados na construccedilatildeo de preacutedios puacuteblicos e residecircncias ilustres na receacutem-inaugurada capital de Minas

Percorrendo o cemiteacuterio por entre seus jazigos eacute possiacutevel observar duas fases mar-cantes de sua histoacuteria Os tuacutemulos da pri-meira delas contada ateacute a deacutecada de 1940 satildeo dotados de elementos artiacutesticos pre-dominantemente feitos em maacutermore Na segunda fase vecirc-se o bronze e o granito preto como recorrentes Segundo o IEPHA ndash Instituto Estadual do Patrimocircnio Histoacute-rico e Artiacutestico de Minas Gerais uma outra forma de diferenciaccedilatildeo das fases eacute a ocupa-ccedilatildeo ldquotemaacuteticardquo de determinadas quadras do

cemiteacuterio Existem quadras com tuacutemulos soacute de crianccedilas outras predominantemente ocupadas por personalidades da poliacutetica mineira Para se ter uma ideacuteia no Bon-fi m estatildeo enterrados dentre outros os ex-governadores mineiros Silviano Brandatildeo Benedito Valadares Raul Soares e Olegaacuterio Maciel o ex-senador Bernardo Monteiro e o ex-prefeito Cristiano Machado aleacutem de per-sonagens importantes de Minas Uma aula de histoacuteria regional a ceacuteu aberto

O Bonfim nasceu primeiro

Dona Ilma (agrave esq) e Dona Alice (agrave dir) acreditam que suas visitas e oraccedilotildees satildeo importantes para os familiares que partiram

fi m fez com que fossem encomendadosdiversos trabalhos no Rio de Janeiro emSatildeo Paulo e em dezenas de ateliecircs de artistas

rico e Artiacutestico de Minas Gerais uma outra forma de diferenciaccedilatildeo das fases eacute a ocupa-ccedilatildeo ldquotemaacuteticardquo de determinadas quadras do

O Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Amanda Lelis e Roberta Andrade 7ordm periacuteodo

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Cidades bull 11

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O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

12 bull Cidades

LIRA FAVILLA

6ordm PERIacuteODO

Ao usar o termo legaliza-ccedilatildeo acaba-se esbarrando no fato de que atualmente essa palavra carrega um peso tatildeo grande quanto o termo droga

Conhecida cientifi camente como Cannabis sativa a maco-nha como eacute chamada no Brasil eacute um elemento muito presente nas polecircmicas rodas de discus-satildeo que envolvem a liberaccedilatildeo de seu consumo Antes defen-dida por hippies seu uso de forma legal como uma conduta regulada por lei vem sendo defendida por nada menos que trecircs ex-presidentes latino-ame-ricanos e mais uma comissatildeo de 17 especialistas personalidades e professores O ex-presidente brasileiro e socioacutelogo Fernando Henrique Cardoso 77 eacute um deles A comissatildeo que tam-beacutem conta com os economistas Cesar Gaviria 61 da Colocircm-bia e Ernesto Zedillo 57 do Meacutexico propotildee uma revisatildeo na poliacutetica mundial de drogas e garante ser de extrema impor-tacircncia o debate das condi-ccedilotildees legais para seu consumo

Originaacuteria da Aacutesia Central com os primeiros registros his-toacutericos por volta de 200 anos aC na China no Egito e na

Iacutendia a maconha tem o THC (tetraidrocanabinol) como o principal causador dos efei-tos fiacutesicos e psiacutequicos os olhos vermelhos aumento do apetite e do batimento cardiacuteaco boca seca e coordenaccedilatildeo motora prejudicada A erva foi muito utilizada para fi ns medicinais reduzindo naacuteuseas e vocircmitos produzidos por medicamen-tos anticanceriacutegenos e em alguns casos no tratamento da epilepsia Diversas outras par-tes da planta satildeo utilizadas em paiacuteses como EUA Inglaterra Espanha Chile Franccedila Suiacuteccedila Holanda Canadaacute para produzir fi bras tecircxteis das mais variadas qualidades oacuteleos bio-combus-tiacuteveis estruturas para constru-ccedilatildeo civil peccedilas automotivas cosmeacuteticos medicamentos ali-mentos entre outros produtos

Em fevereiro deste ano a uacuteltima reuniatildeo da Comissatildeo Latino Americana sobre Drogas e Democracia realizada no Rio de Janeiro exaltou os benefiacutecios do consumo da droga nas ques-totildees da sauacutede e nuacutemeros foram colocados na mesa Bilhotildees de doacutelares satildeo gastos por ano para combate ao traacutefi co e milhotildees de pessoas perdem suas vidas ou satildeo presas envolvidas nesse lucrativo ldquomercadordquo ile-gal Seguindo a linha de que as proibiccedilotildees estimulam o desvio

a proibiccedilatildeo da droga estimula e sustenta o traacutefi co Contudo eacute importante ressaltar que subs-tacircncias mais pesadas como cocaiacutena natildeo estatildeo visadas para entrar na discussatildeo da legalizaccedilatildeo Segundo FHC ldquoa maconha aleacutem de ser a droga menos danosa ao organismo eacute a mais consumida Seria leviano incluir drogas mais pesadas nessa propostardquo afi rmou em entrevista agrave revista EacutePOCA

O tabaco e o aacutelcool consi-derados legais e que tambeacutem causam dependecircncia quiacutemica nos usuaacuterios matam muito mais que a maconha Segundo o Relatoacuterio Mundial sobre Dro-gas do UNODC (Escritoacuterio das Naccedilotildees Unidas contra Drogas e Crime) o tabaco mata cinco milhotildees de pessoas o aacutelcool cerca de 25 milhotildees e as dro-gas iliacutecitas cerca de 200 mil pes-soas por ano em todo o mundo Seus fabricantes pagam impos-tos altiacutessimos e gastam muito com publicidade incentivando o uso do produto e agora estatildeo passando por maus bocados Com a nova lei ldquoantifumordquo eacute proibido fumar cigarro ou deri-vados de tabaco em ambientes de uso coletivo puacuteblicos ou privado uma diferenccedila signifi -cativa Todavia natildeo diminui o fato de o tabagismo ser consi-derado a maior causa evitaacutevel

de mortes e doenccedilas no mundoMas haacute quem discorde dessa

visatildeo que parece ser de caraacuteter liberal Meacutedicos e especialistas acreditam que com a liberaccedilatildeo da maconha e o consequumlente uso maciccedilo da publicidade um nuacutemero maior de pessoas experimentariam a droga Logo seriam mais pessoas sujeitas aos seus danos como por exemplo os problemas de perda de memoacuteria e doen-ccedilas relacionadas ao pulmatildeo

O Dr Elisaldo Carlini em entrevista para Drauzio Varella fala que com a publicidade a droga ganharia mais usuaacuterios e ldquocomo a maconha faz mal para os pulmotildees acarreta proble-mas de memoacuteria e em alguns casos leva agrave dependecircncia natildeo deve ser legalizadardquo Poreacutem ao ser perguntado por Varella se essa linha de raciociacutenio tam-beacutem seria aplicada ao aacutelcool ele responde que natildeo eacute contra a legalizaccedilatildeo do aacutelcool ldquopor-que vivemos uma situaccedilatildeo de fato em que seu uso social eacute aceito e estaacute consagradordquo e completa dizendo que ldquoos resultados da famosa Lei Seca americana jaacute provaram que eacute impossiacutevel proibir o uso do aacutelcool e que se o fi zermos o tiro pode sair pela culatrardquo A ONU recomendou sua proibi-ccedilatildeo em todo mundo e assim

como o governo americano considera o controle de oferta das drogas e combate ao traacutefi co a melhor forma de combater seus males Essa poliacutetica norte-americana custa uma fortuna cada vez mais crescente Atu-almente satildeo gastos 35 bilhotildees de doacutelares anuais contra os 10 bilhotildees gastos a 20 anos atraacutes

O ex-deputado federal e sub-secretaacuterio estadual Antidrogas Elias Murad diz que eacute radical-mente contra a legalizaccedilatildeo de qualquer tipo de drogas liacuteci-tas ou iliacutecitas Ele argumenta que a legalizaccedilatildeo estaacute ligada agrave ldquodisponibilidade de drogas no mercado que seria o caso encontrado em paiacuteses como Holanda e quando existe acei-taccedilatildeo por parte da comunidaderdquo

Em relaccedilatildeo ao pensamento de que a legalizaccedilatildeo da maco-nha diminuiria o traacutefi co Murad afi rma que ldquosim eacute uma forma de mostrar como o governo estaria tentando controlar o traacutefi cordquo mas acredita que ldquoos males que viriam com a legali-zaccedilatildeo seriam muito pior do que os que jaacute existem com o traacutefi cordquo

O desafi o lanccedilado eacute para que essas poliacuteticas puacuteblicas e leis possam ser discutidas e ela-boradas seguindo as diretrizes miacutenimas dos direitos humanos defendidos pela ONU (Orga-nizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas)

Editor e diagramador da paacutegina Diogo Hot e Aacutelvaro Castro- 6ordm periacuteodo

LEGALIZE JAacuteManifestaccedilotildees nas principais capitais do paiacutes geram debates acerca da temaacutetica da legalizaccedilatildeo da maconha

Manifestantes foram detidos pela Poliacutecia Militar por conduta excessiva na Marcha da Maconha na Praia do Arpoador na zona sul do Rio O evento natildeo chegou a acontecer porque foi proibido pela Justiccedila a pedido do Ministeacuterio Puacuteblico Estadual

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O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Cidades bull 13Editor e diagramador da paacutegina Diogo Hot e Aacutelvaro Castro -6ordm periacuteodo

Michael Phelps O campeatildeo oliacutempico foi

suspenso por trecircs meses por

ter sido fotografado utili-

zando maconha em festa

Marcello Antony Preso em 2004 comprando

maconha de um trafi cante

Marcelo D2 Afi rma fumar todos os dias

e jaacute sofreu vaacuterias repressotildees

por isso chegando a ser

preso apoacutes um show por

defender a liberaccedilatildeo da

droga

Giba Suspenso em 2003 por causa

do exame antidoping positivo

FAMOSOS QUE TIVERAM PROBLEMAS COM O USO

DA MACONHA

Fonte Revista Eacutepoca nordm 561

O Coletivo Marcha da Maco-nha Brasil eacute um grupo de indiviacuteduos e instituiccedilotildees que trabalham de forma descentra-lizada com um nuacutecleo-central que atua na manutenccedilatildeo do site wwwmarchadamaconhaorg e do foacuterum de discussotildees a ele vinculado Natildeo eacute um evento de cunho apologeacutetico e seus organizadores natildeo incentivam o uso de maconha ou de qual-quer outra substacircncia iliacutecita

Segundo informaccedilotildees apre-sentadas no site do movi-mento ldquoo objetivo eacute possibi-litar que todos os cidadatildeos possam se manifestar de forma livre e democraacutetica a respeito das poliacuteticas e leis sobre dro-gas do paiacutes Com essas ati-vidades procuramos ajudar a fazer com que essas leis e poliacuteticas possam ser construiacute-

das e aplicadas de forma mais transparente justa efi caz e pragmaacutetica respeitando a cida-dania e os Direitos Humanosrdquo

No ano passado a Marcha da Maconha foi proibida em nove das dez cidades brasileiras que fariam parte do circuito de manifestaccedilotildees que acontece-ram em outros 19 paiacuteses inclu-sive na capital mineira Apesar da proibiccedilatildeo vaacuterias pessoas compareceram agrave Praccedila da Estaccedilatildeo em 2008 e foram reprimidas pela Poliacutecia Militar

Este ano o Tribunal de Jus-ticcedila de Minas Gerais (TJMG) liberou a realizaccedilatildeo da Mar-cha da Maconha em Belo Horizonte O movimento tambeacutem foi autorizado no Rio de Janeiro Porto Alegre

Recife entre outros estados

Marcha no BrasilNo dia 9 de maio os estados

brasileiros do Rio de Janeiro Porto Alegre Juiz de Fora Bra-siacutelia Curitiba e mais outras 200 cidades em todo o mundo pro-moveram a manifestaccedilatildeo em favor da descriminalizaccedilatildeo do uso da maconha Realizada haacute sete anos no Brasil a Marcha da Maconha teve sua segunda edi-ccedilatildeo em Minas Gerais este ano

Em Belo Horizonte entre oitenta e cem pessoas partici-param da manisfestaccedilatildeo Os ati-vistas caminharam da Praccedila da Estaccedilatildeo passando pela Praccedila Sete ateacute chegarem agrave Praccedila da Liberdade onde o movimento se dispersou A passeata chamada

de Marcha da Maconha durou das 16h agraves 17h20 e segundo a Poliacutecia Militar durante a reali-zaccedilatildeo do protesto natildeo houve nenhum registro de violecircncia

No Rio de Janeiro a mobili-zaccedilatildeo que aconteceu em Ipa-nema reuniu cerca de 1200 par-tcipantes entre eles o ministro do Meio Ambiente Carlos Minc

Em Porto Alegre cerca de 350 simpatizantes da causa parti-ciparam da Marcha no Parque Farroupilha Por acreditarem que a erva eacute beneacutefi ca nos tratamen-tos de cacircncer Aids e glaucoma os seus defensores tambeacutem rei-vindicaram o reconhecimento de seu uso no campo medicinal O ato liberado pelo Ministeacuterio Puacuteblico teve uma hora de dura-ccedilatildeo e tambeacutem foi paciacutefico

Marcha da Maconha chegou em Brasiacutelia onde os manifestantes se reuniram em praccedila puacuteblica para protestar

A marcha pelo direito do uso

BRASILO cultivo e porte da maconha eacute proibido no Territoacuterio Brasileiro ainda que pela Lei natildeo haja mais pena de restriccedilatildeo agrave liberdade No entanto na praacutetica ateacute mesmo a conduta de distribuir panfl etos para divulgar o trabalho de um Movimento Social que fala sobre maconha pode acarretar autuaccedilatildeo por ldquocrime de apologia ao crimerdquo

CHINAPolitica de toleracircncia zero Trafi cantes condenados agrave morte e usuaacuterios obrigados a seguir programas de desintoxicaccedilao

HOLANDAPrimeiro paiacutes a liberar o uso da maconha em 1976 O consumo em bares especializados eacute liberado mas a venda fora deles eacute proibida

JAMAICAAo contraacuterio do que se imagina seu consumo eacute considerado ilegal mas o uso eacute altamente popular por parte da populaccedilatildeo local

Infografi a Felipe Chimicatti 7ordmG

Fotos divulgaccedilatildeo

BRASILO cultivoo e porte da maconha eacute proibiddo no Territoacuterio Brasileiroo ainda que pela Lei natildeo hhaja mais pena de restriccedilatildeo agrave liberdade No entanto na praacutetica ateacute mesmo aa conduta de distribuir panfl etoss para divulgar o trabalho de um Movimento Social quue fala sobre maconha pode acaarretar autuaccedilatildeo por ldquocrime dee apologia ao crimerdquo

JAMAICAAo contraacuterio do que se imagina seu consumo eacute considerado ilegal mas o uso eacute altamente popular por parte dapopulaccedilatildeo local

HOLANDAPrimeiro paiacutes a liberar o uso da maconha em 1976 O consumo em bares especializados eacute liberado mas a venda fora deles eacute proibida

CHINAPolPolitiitica ca de de toltoleracirceracircncinciaazerzero o TraTrafi cfi cantantes es concondendenadoados agraves agrave mo morterte e ue usuaacutesuaacuteriorios os obribrigadgados os a sa segueguir ir proprogragramasmas de de desdesintintoxioxicaccedilcaccedilaoao

Foto wwwfacunbbr storiesImagem_1145_edjpg

Condiccedilatildeo da maconha pelo mundo

12-13 - Maconhaindd 212-13 - Maconhaindd 2 12209 93005 AM12209 93005 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Leone -7ordm periacuteodo14 bull Comportamento

PEDRO LEONE

7ordm PERIacuteODO

Satildeo Paulo 10 de novembro de 2009 2230h A cena parecia receacutem tirada de um blockbuster apocaliacuteptico de Hollywood Pes-soas caminhando pelos trilhos do metrocirc carros desgovernados e uma cidade com 11 milhotildees de pessoas totalmente no escuro Era assim que se encontrava a capital paulista apoacutes o apagatildeo no fornecimento energeacutetico no Brasil causado por uma falha na linha de distribuiccedilatildeo de Furnas Na ocasiatildeo a usina de Itaipu responsaacutevel pela geraccedilatildeo de 20 da energia que abastece o paiacutes e 85 do Paraguai teve o funcionamento inteiramente interrompido Desde o pri-meiro momento de breu o que se viu entatildeo foi um fenocircmeno ateacute entatildeo pouco conhecido no Brasil Em questatildeo de minutos o site de relacionamento Twitter registrou milhares de comentaacute-rios postados por usuaacuterios de todo o paiacutes sobre o apagatildeo

O Twitter eacute a mais recente moda no mundo da internet Criado haacute trecircs anos o serviccedilo consiste em um blog pessoal um espaccedilo onde o usuaacuterio coloca textos com um limite de 140 caracteres (nada aleacutem de uma pequena frase) sobre o assunto que quiser Paula Fabian ex-coordenadora de produccedilatildeo do portal Uai e atual responsaacutevel pela comunicaccedilatildeo e pelo blog da Iveco acredita no entanto que as redes sociais natildeo satildeo apenas moda ldquoAs redes sociais chegaram para fi car e evoluiacute-rem refl etem uma mudanccedila de paradigma que a internet jaacute vem proporcionando haacute algum tempordquo afi rma

De fato se inicialmente a ideia dos criadores era de que as pessoas contassem o que estatildeo fazendo no momento em que escreveram hoje a ferramenta evoluiu e eacute usada como outras redes sociais para uma infi ni-dade de outros fi ns

Um dos marcos do uso de redes sociais na divulgaccedilatildeo jornaliacutes-tica ocorreu durante as eleiccedilotildees presidenciais no Iratilde em junho deste ano quando o mundo se viu inundado por notiacutecias sobre protestos e escacircndalos na apu-raccedilatildeo dos votos O incidente causou uma grande mobilizaccedilatildeo na miacutedia mundial Enquanto isso o proacuteprio governo iraniano cerceava alguns veiacuteculos locais chegando a fechar websites de oposiccedilatildeo Foi a deixa para o sur-gimento de uma diversidade de conteuacutedos em diversos espaccedilos na internet Viacutedeos no Youtube comunidades virtuais em todo tipo de site e uma infi nidade de comentaacuterios no Twitter fi zeram o evento um dos mais comen-tados em todo o mundo virtual Um usuaacuterio que se denominava ldquoTh eranBueraurdquo publicava no Twitter notiacutecias em tempo real atraveacutes do celular notiacutecias dos protestos de estudantes contra o governo

ItaipuA falha na distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica no Brasil causou um efeito semelhante Enquanto vagavam no escuro em ruas presos em elevadores trens e metrocircs e de dentro das proacuteprias casas centenas de natildeo-ilumina-dos recorreram a seus celulares para postar duacutevidas comentaacute-rios e notiacutecias na rede Apoacutes o restabelecimento da luz proli-feraram viacutedeos fotos e depoi-

mentos dos ocorridos Durante a madrugada do dia 10 em meio ao blecaute a assessoria de imprensa da usina de Itaipu criou uma conta no Twitter para divulgar comunicados ofi ciais sobre o ocorrido e responder as duacutevidas da populaccedilatildeo ldquoEm ins-tantes publicaremos a nota ofi -cial de Itaipu Binacional sobre o blecauterdquo foi o primeiro recado da empresa na rede

O uso das redes sociais pelas assessorias de imprensa eacute um dos casos mais curiosos e recor-rentes da evoluccedilatildeo das ferra-mentas Canais de viacutedeos insti-tucionais comunidades virtuais ofi ciais para aumentar o contato com o puacuteblico blogs e micro-blogs dando furos de notiacutecias nos veiacuteculos fornecendo infor-maccedilotildees ofi ciais em primeira matildeo O Clube Atleacutetico Mineiro aleacutem do caso da proacutepria Itaipu eacute

um exemplo Atraveacutes do Twitter o presidente do clube Alexan-dre Kalil divulga notiacutecias antes de saiacuterem na imprensa Esse uso no entanto natildeo eacute considerado por todos como jornaliacutestico ldquoNa minha opiniatildeo as redes disse-minam rapidamente as notiacutecias em piacutelulas mas natildeo considero como um trabalho jornaliacutesticordquo Afi rma Paula Fabian

As ferramentas ampliam o jaacute antigo uso dos websites como contato institucional com o mundo virtual Segundo Paula a ampliaccedilatildeo eacute o caminho certeiro das empresas que buscam esse contato indo aleacutem das proacuteprias redes sociais ldquoO mundo atual solicita presenccedila digital E natildeo basta estar simplesmente pre-sente na internet ou nas redes sociais Eacute preciso ser consistente em tudo o que se propotildee a parti-cipar Eacute preciso manter coerecircn-

cia com a atitude que se propotildee seguir nas redes sociaisrdquo

Outro obstaacuteculo levantado por ela eacute quanto a confi abili-dade das informaccedilotildees da rede ldquoNatildeo acho que nenhum veiacuteculo seja confi aacutevel quem eacute confi aacutevel eacute quem o faz quem estaacute por traacutes A inocecircncia na internet acabou a democracia que o meio pro-porciona abre espaccedilo tanto para o mal quanto para o bem o ver-dadeiro ou o falso o liacutecito ou iliacutecito A escolha eacute de cada umrdquo disse Paula

No fi m jornaliacutestico ou natildeo confi aacutevel ou malicioso a ampla difusatildeo de informaccedilotildees na internet soacute eacute beneacutefi ca Beneacutefi ca para os leitores cada vez mais informados e para os veiacuteculos que se obrigam a natildeo parar no tempo mantendo-se em discus-sotildees e reciclagens atraveacutes das novas tecnologias

Um passarinho me contouCada vez mais as redes sociais deixam de ser pura moda e passam a incorporar o dia a dia das pessoas

O New York Times dispotildee no Youtube viacutedeos que ampliam os assuntos abordados no jornal

ldquoFalaram para o estagiaacuterio em Itaipu quando sair apaga tudordquo

Piada difundida apoacutes o blecaute em Itaipu

ldquoCarini foi contratado Chegou no vocirco 1648 da

Gol hoje a tarderdquoAlexandre Kalil presidente do Atleacutetico-MG

se adiantand agrave imprensa

ldquoObra do Rodoanel desaba sobre a Reacutegis em SP equipe retira

escombrosrdquoEstado de Satildeo Paulo divulga manchetes

antes no Twitter

ldquoO diabo natildeo tinha chifre ateacute o dia em

que algueacutem mandou Zeacute Mayer pro infernordquo

Piadas sobre o ator Zeacute Mayer satildeo recorrentes na rede

No Twitter

14-15 - Redes Sociaisindd 114-15 - Redes Sociaisindd 1 12209 93048 AM12209 93048 AM

O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Leone - 7ordm periacuteodo Comportamento bull 15

Pouco mais de quatro meses apoacutes a sua morte em 25 de junho deste ano Michael Jackson con-tinua a mostrar porque eacute con-siderado o Rei do Pop O docu-mentaacuterio ldquoTh is is itrdquo em exibiccedilatildeo nos cinemas continua gerando comentaacuterios dos mais diversos tipos No entanto nenhum espec-tador tem duacutevidas do quanto Jackson merecia este tiacutetulo

O longa mostra os bastidores dos ensaios da uacuteltima turnecirc de Michael Jackson que natildeo che-gou a acontecer devido agrave morte precoce do cantor O lanccedilamento da obra agitou o mundo real ndash e virtual Enquanto os ingressos eram vendidos a uma velocidade exorbitante (soacute em Londres foram mais de 30 mil ingressos nas pri-meiras 24 horas) na rede o nome do cantor estaacute nos Trending Topics

do Twitter desde a noite de estreacuteia do documentaacuterio Ou seja o Reio do Pop estaacute entre os assuntos mais comentados do microblog

Logo que chegou aos cinemas os ldquotwitteirosrdquo de plantatildeo jaacute posta-ram suas impressotildees sobre o fi lme O criacutetico de cinema Pablo Villaccedila escreveu ldquomesmo longo e visual-mente desinteressante pinta uma imagem tatildeo favoraacutevel de MJ que indagamos por que natildeo fez algo assim antesrdquo Como costuma fazer com as obras que assiste Villaccedila daacute sua nota 3 em 5

A atriz Elizabeth Taylor fatilde e amiga de Michael Jackson tam-beacutem recorreu ao microblog para divulgar suas impressotildees ldquoReal-mente acredito que este fi lme deveria ser indicado em todas as categorias possiacuteveis Eacute a obra cinematograacutefi ca mais brilhante

que jaacute virdquo escreveu Taylor Mas tambeacutem haacute opiniotildees contraacuterias A ldquotwitteirardquo Laura Andrade critica o fi lme por considerar desneces-saacuterio mostrar a cruel realidade dos uacuteltimos dias do artista

O sucesso do documentaacute-rio eacute tatildeo grande que a Sony Pictures Entertainment jaacute anunciou que poderaacute esten-der o periacuteodo de exibiccedilatildeo que em princiacutepio seria de apenas duas semanas Com o longa mais tempo em cartaz o lanccedilamento do DVD foi adiado para o iniacute-cio do proacuteximo ano Mas para quem eacute fatilde a espera vai valer a pena jaacute que o DVD vai conter mais trecircs horas de extras que incluem cenas dos ensaios e versotildees ineacuteditas de videoclipes

No dia 22 de outubro a estu-dante Geisy Arruda de 20 anos foi exposta agrave vergonha puacuteblica pelos seus colegas na faculdade Uniban em Satildeo Bernardo do Campo As injuacuterias foram desde chingamentos ateacute ameaccedilas de lin-chamento e estupro sendo moti-vadas pelo vestido curto da aluna

O fato que ocorreu durante o horaacuterio de aula causou tanto tumulto na faculdade que as aulas foram interrompidas Cen-tenas de alunos foram para os corredores do Campus protestar e Geisy teve que sair acompa-nhada de escolta policial

O fato ganhou repercussatildeo nacional depois que um viacutedeo da retirada da aluna pela poliacutecia

sob gritos de colegas xingando passou a circular na internet

O viacutedeo publicado no site de viacutedeos Youtube teve milhares de acessos No Orkut foram criadas dezenas de comunidades para falar do assunto

Vaacuterios comentaacuterios na inter-net se ploriferaram nos textos sobre o assunto Ricardo aluno da Uniban disse no blog de Luiz Nassif estar chateado com o escacircndalo e em outro comen-taacuterio Josueacute Mecenas chamou os alunos de hipoacutecritas

No site da revista Marie Claire profi ssionais da moda se mani-festaram ldquo O brasileiro eacute o povo menos chauvinista em termos vestimentais So haacute restriccedilotildees

para homens por conta do com-plexo de machismordquo

A jornalista Eacuterica Palomino tambeacutem afi rmou no site ldquoEu pensei que minissaia havia sido inventada haacute 40 anos e natildeo fosse mais novidaderdquo A socioacuteloga Miriam Abramovay no site do Correio Brasiliense afi rmou que a atitude dos estudantes eacute vio-lenta agressiva e conservadora

Ainda no Twitter tambeacutem houve quem sugerisse que a garota fez algo aleacutem de usar uma minissaia Em comentaacuterio na rede social Ana Paula Bertoni disse que outro protesto aconteceu na Uniban Dessa vez os colegas da aluna agredida se manifestaram com narizes de palhaccedilo

O Rio de Janeiro ganhou des-taque na imprensa nas uacuteltimas semanas por motivos tanto posi-tivos quanto negativos A Cidade Maravilhosa foi escolhida como sede das Olimpiacuteadas de 2016 e dias depois pautou os noticiaacuterios com a guerra do traacutefi co O assunto tambeacutem invadiu as redes sociais (blogs Twitter Orkut entre outras) depois da derrubada de um heli-coacuteptero no Morro dos Macacos

O jornalista Carlos Castilho em um artigo intitulado ldquoDo tiro ao Twitterrdquo no site Observatoacuterio da Imprensa tocou numa ques-tatildeo interessante e pertinente ao contexto ldquopoliacutecia X crime organizadordquo Numa pesquisa recente destinada aos Estu-dos de Seguranccedila e Cidadania

provou-se que os policiais con-sideram os blogs como uma fer-ramenta poliacutetica ameaccediladora e subversiva para as tradicionais hierarquias que regem os quar-teacuteis no Brasil Apesar disso os blogs policiais podem mexer com a verticalizaccedilatildeo que pre-domina hoje na estrutura mili-tar expondo o que haacute de errado dentro das corporaccedilotildees e colo-cando em xeque as hierarquias

Espelhado no modelo norte-americano de amostragem de viacutetimas por guerras civis o site Rio Body Count foi criado para contabilizar por aproximaccedilatildeo o nuacutemero de viacutetimas na guerra do traacutefi co no Rio de janeiro mas jaacute foi desativado na Web

Sobre a atual violecircncia no

Morro dos Macacos o publicitaacute-rio e morador do bairro da Tijuca no Rio de Janeiro Gabriel Wardil 24 informou por meio de seu Twitter que o medo e a impo-tecircncia satildeo gerais e que as pessoas estatildeo mudando a rotina por causa da violecircncia ldquoEstamos no meio de uma guerra onde natildeo haacute como se defender e sendo governados pelo crime e terrorrdquo declarou

Comunidades do Orkut viacutedeos no Yotube posts em blogs satildeo exemplos de ferra-mentas que datildeo forccedila e auto-nomia para a voz da populaccedilatildeo Enquanto o Legislativo toma decisotildees a portas fechadas a Internet se torna um ambiente democraacutetico considerada por muitos como a nova Aacutegora

Arte Pedro Leone 7ordmG

Foto Bruno Gonzales em blog de Jorge Schweitzer

Guerra do traacutefi co no Rio de Janeiro se espalha na web

Textos nesta paacutegina escritos por Ana Carolina Amariz Flaacutevia Leatildeo Gabriel Assunccedilatildeo Jaime Hosken Liacutevia Martins Paula Sampaio Fernando Kelysson Gabriela Machado Michele Cristina Nathalia Magalhatildees Raiacutessa Rodrigues Rodrigo Otoni (6ordmG)

ldquoEu pensei que minissaia havia sido inventada haacute 40 anos e natildeo fosse mais novidaderdquoMiriam Abramovay socioacuteloga

Rei do Pop rouba cena no Twitter

Minissaia leva a motim de universitaacuterios

Guerra no Morro dos Macacos invade Web

14-15 - Redes Sociaisindd 214-15 - Redes Sociaisindd 2 12209 93048 AM12209 93048 AM

O Ponto

16 bull EsporteBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacuteginaPedro Gontijo e Clarisse Simatildeo - 6ordm periodo

O Rugby

Passados os anos as regras e nuacuteme-ros de participantes foram variando podendo hoje ser praticado com 15 10 ou 7 (conhecido como 7-a-side) joga-dores em cada time que se dividem em dois grupos ldquoOs Fowards satildeo jogadores maiores em tamanho e mais pesados enquanto os Backs satildeo mais raacutepidos menores mais leves e mais aacutegeis Eles atacam com velocidade passam a bola mais raacutepido mas tambeacutem haacute choquesrdquo explica Ariel Palacios treinador do time feminino do BH Rugby o maior da capital mineira

Durante a partida soacute eacute possiacutevel pas-sar a bola para o lado ou para traacutes sendo que os avanccedilos satildeo decorrentes das corridas com posse de bola Soacute eacute permitido passe para frente com pon-tapeacutes e no chute soacute podem perseguir a bola aleacutem do chutador aqueles joga-dores que estiverem em linha ou atraacutes do mesmo no momento do pontapeacute

Muitas vezes o esporte passa a ima-gem de violento mas seus praticantes defendem opiniatildeo contraria ldquoPassa essa imagem porque dentro de campo haacute um contato intenso entre os joga-dores A agressividade eacute inerente ao jogordquo explica Vitoacuteria ex-jogadora do BH Rugby

Um fator interessante e que ajuda a aliviar as tensotildees do jogo eacute o chamado terceiro tempo Promovido pelo time da casa esse eacute o momento em que os jogadores conversam fazem amizades cantam brincam bebem e discutem os lances da partida apoacutes o jogo e eacute uma das tradiccedilotildees do Rugby

Em Minas Gerais aleacutem do BH Rugby existem mais dois times expressivos ambos em Varginha O Minas Rugby nascido em 1995 e o Varginha Rugby criado em 2000 Inconfidentes e Poccedilos de Caldas no interior do estado pos-suem equipes menores e algumas outras cidades jaacute esboccedilam um esforccedilo para montar uma estrutura para o esporte entre elas Nova Lima Juiz de Fora Viccedilosa Uberlacircndia Governador Valadares e Nova Era

Apesar do aumento significativo da procura pelo esporte o Rugby ainda

sofre com falta de verbas para financiar as viagens dos atletas para as competi-ccedilotildees nacionais e internacionais A fim de contornar a situaccedilatildeo jogadores e equipe teacutecnica se viram como podem Alguns fazem uma poupanccedila onde todo mecircs uma quantia de dinheiro eacute depositada outros vendem brindes como camisetas rifas e adesivos e os mais corajosos posam para fotos Foi o caso da seleccedilatildeo brasileira de rugby feminino Para poder participar do Mundial de Dubai realizado em marccedilo deste ano criaram um calendaacuterio com fotos sensuais das proacuteprias jogadoras Um meio de chamar a atenccedilatildeo das pessoas e arrecadar dinheiro para a viagem Natildeo ganharam o campeonato mas garantiram o 10ordm lugar no ranking mundial

Vida de JogadoraJogadora haacute um pouco mais de dois

anos no BH Rugby Marina conheceu o esporte atraveacutes de amigos de Satildeo Paulo mas quem a incentivou a jogar foi uma amiga de trabalho ldquoUm dia fui para conhecer os treinos e fiqueirdquo Amigos e familiares a questionavam sobre por que natildeo fazer ballet ou jazz atividades tradicionalmente femini-nas mas Marina afirma que apesar de jaacute ter tentado natildeo combina com ela de jeito algum A jogadora comenta tam-beacutem que nunca teve rivalidade com outras jogadoras ldquoSomente dentro do campo alguns olhares e puxotildees de cabelos mas fora do campo o terceiro tempo tira a tensatildeo um poucordquo afirma a atleta

O administrador Mathias Klaus namora haacute dois anos a jogadora do BH Rugby Maria Clara Ele acompanha sua namorada em todos os jogos e diz natildeo sentir ciuacutemes dos treinos que ela faz com o time masculino de Rugby ldquoSem-pre que daacute eu saio com a turma toda pra tomar umasrdquo Mathias confessou que reza sempre para que sua namo-rada saia do campo sem um arranhatildeo pois a jogadora jaacute quebrou a claviacutecula e o nariz mas afirma que o esporte ajuda no relacionamento ldquoO namoro eacute

Encerrada a partida o jovem estudante William Webb Ellis inconfor-mado com a derrota do seu time agarra a bola com as matildeos e sai cor-rendo em direccedilatildeo ao gol adversaacuterio - Que velocidade Surpreendidos seus adversaacuterios entram na corrida para tentar impedi-lo Agarrado pelas pernas o pequeno Willian vai ao chatildeo e vecirc a bola esvair-se de suas matildeos Dessa cena que causou estranheza durante um jogo de futebol na Inglaterra em 1823 surgiu a ideacuteia inicial de um novo esporte o Rugby

O Rugby eacute um dos esportes mais populares do mundo e cada vez mais vem ganhando adeptos pelo Brasil desmistifi cando a fama de esporte violento e deixando de ser comparado ao futebol americano

MARINA CAMISASSA

RENATA WILLIG 2ordmPERIODO

Fotos Pedro Gontijo

em trecircs tempos

16-17 - Rugbyindd 116-17 - Rugbyindd 1 12209 92745 AM12209 92745 AM

O Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Gontijo e Clarisse Simatildeo - 6ordm periodo

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Esporte bull 17

oacutetimo quando ela estaacute estressada ela desconta no campo e com as rivaisrdquo

Jogadora do BH Rugby de dezem-bro de 2005 ateacute Julho de 2007 Vitoacuteria nunca praticou outro esporte Ela fra-turou o braccedilo durante uma partida e depois novamente em casa no mesmo lugar mas continua defendendo que isso eacute comum por ser um esporte de muito contato fiacutesico Vitoacuteria tambeacutem afirma que o esporte precisa ser mais divulgado o que ajudaria a desvincu-lar essa imagem de jogo violento que tem hoje

Vencer as barreiras de um esporte que ainda daacute os primeiros passos no paiacutes eacute outro desafio segundo as joga-doras O BH Rugby participa de pelo menos um campeonato por ano e para custear as viagens aleacutem da mensali-dade paga por elas ao clube Como haacute poucos patrocinadores eacute preciso fazer rifas e caixinhas para ajudar nas despe-sas das viagens que tecircm custo variado de acordo com o nuacutemero de jogadoras que participam dos torneios

Em Setembro de 2006 o time femi-nino do BH Rugby conquistou o pri-meiro tiacutetulo ao vencer o Campeonato da Independecircncia de 7-a-side em Var-ginha no Sul de Minas Em Outubro de 2007 conquistou o Torneio de 7-a-side de Satildeo Joseacute dos Campos a primeira etapa do Circuito Brasileiro de Rugby

Rugby no BrasilO Brasil conheceu o rugby no seacuteculo

XIX e foi Charles Miller o mesmo que trouxe o futebol para o Brasil que em 1895 organizou o primeiro time de rugby brasileiro em Satildeo Paulo Mas somente em 1925 o rugby comeccedilou a ser praticado com mais regularidade no Brasil no Campo dos Ingleses per-tencente ao Satildeo Paulo Athletic Club (SPAC) em Pirituba Satildeo Paulo

Durante o periacuteodo de 1926 a 1940 foram organizados jogos interesta-duais entre clubes paulista e carioca aleacutem de jogos internacionais contra os Springboks da Aacutefrica do Sul em 1932 e contra a seleccedilatildeo Britacircnica em 1936

De 1941 a 1946 os jogos foram inter-rompidos devido agrave Segunda Guerra Mundial sendo retomados em 1947

Em 1960 foi formada a Alianccedila Rugby Football Club constituiacuteda por jogadores ingleses franceses argenti-nos e brasileiros No dia 6 de outubro de 1963 foi fundada a sede em Satildeo Paulo da Uniatildeo de Rugby do Brasil com a finalidade de organizar e dirigir o rugby brasileiro No ano seguinte a entidade patrocinava o III Campeonato Sul-Americano de Rugby quando o Brasil conquistou o vice-campeonato

A partir de 1971 comeccedilou a se desenvolver lentamente o rugby Infanto-Juvenil em Satildeo Paulo e em 20 de Dezembro de 1972 foi fundada a Associaccedilatildeo Brasileira de Rugby em substituiccedilatildeo agrave Uniatildeo de Rugby do Bra-sil sendo reconhecida pelo Conselho Nacional de Desportos (CND) A par-tir daiacute o esporte vem ganhando adep-tos no paiacutes do futebol e se populari-zando deixando para traacutes a imagem de violento

1 - Pilar

2 - Hoker

3 - Pilar

4 - Segunda linha

5 - Segunda linha

6 - Asa (tercera linha) 7 - Asa (tercera Linha)

8 - Oitavo (uacuteltimo na formaccedilatildeo do scrum)

PasseNo rugby soacute eacute possiacutevel passar a bola para o lado ou para traacutes sendo que os avanccedilos satildeo decorrentes das corridas com posse de bola Soacute eacute permitido passes para frente com pon-tapeacutes No chute soacute podem perseguir a bola aleacutem do chutador aqueles jogadores que estiverem em linha ou atraacutes do mesmo do momento do pontapeacute

Tackle ou placagemO tackle eacute feito agarrando-se o jogador adver-saacuterio que estaacute com a bola e jogando-o ao chatildeo para que se possa fazer a tentativa de tomada da posse de bola atraveacutes do ruck

RuckQuando um jogador eacute tackleado ele solta a bola e eacute formado um ruck Jogadores dos dois times se jogam em cima daquele que estaacute ao chatildeo e tentam empurrar a bola para o seu lado do campo com o detalhe de que natildeo eacute permitido mover a bola com as matildeos

MaulOcorre quando trecircs jogadores sendo um portador da bola e os outros dois um de cada time estatildeo em contato A diferenccedila entre o ruck e o maul eacute que no uacuteltimo a bola natildeo se encontra no chatildeo e sim na matildeo do jogador Os jogadores devem manter a cabeccedila e os ombros acima da linha da cintura Natildeo eacute per-mitido tirar os jogadores do maul a natildeo ser que esse seja do time adversaacuterio e esteja do lado errado do maul

ScrumO scrum ou formaccedilatildeo ordenada geralmente eacute usado apoacutes uma jogada irregular ou em alguma penalidade O HalfScrum da equipe que natildeo cometeu a infraccedilatildeo insere a bola no meio de um ldquotuacutenelrdquo formado pelas duas primeiras linhas de cada equipe para que os jogadores de sua equipe consigam ganhar a posse da bola Qualquer jogador alheio a formaccedilatildeo ordenada tem que estar a 10 m da mesma

LateraisQuando a bola sai pela lateral do campo eacute realizado um alinhamento para que a bola volte ao jogo O Hoker da equipe lanccedila a bola no meio das duas linhas formadas Um joga-dor de cada equipe eacute levantado no ar para tentar agarrar a bola Quando a bola eacute posta na lateral o outro time pode repocirc-la rapida-mente para dentro de campo se esta cruzar a linha de cinco metros sem formaccedilatildeo de linhas

MarkQuando a equipe adversaacuteria chuta a bola e o jogador da outra equipe a pega sem quicar no chatildeo e dentro da aacuterea dos 22 metros ele pode chamar um mark ou pedir marco que eacute a possibilidade de se dar um chute sem o perigo de ser placado Serve como um fator de proteccedilatildeo para a defesa da equipe que pediu o marco pois interrompe o jogo e o time tem direito a um pontapeacute livre de onde o mark foi pedido

Algumas jogadas do Rugby

Esquema de jogo

BH RUGBY

12ordm BI do ExeacutercitoRua Timbiras com Barbacena Barro Preto Belo Horizonte - MG

Belo H

s sendo umLateraisQuQQQuQuQuQuQuQuananandodoodododd a bola saaaai peela lattererererala ddddoooo cacacacampmpmpmpmm oooooooo eacuteeacuteeacuteeacute

Ariel PalaciosTeacutecnico do BHRugby

312

6

45

789

10

111213

1514

9 - Half Scrum 10 - Apertura 11 - Ponta cego

12 - Primer centro

13 - Segundo Centro

14 - Ponta aberto

15 - Fullback

16-17 - Rugbyindd 216-17 - Rugbyindd 2 12209 92753 AM12209 92753 AM

O Ponto

18 bull CulturaBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Liacutevia Martins e Flaacutevia Leatildeo - 6 ordm periacuteodo

LUCAS RAGE VICTOR DUARTE RENAN BORGES

2ordm PERIODO

Desde 2004 os belo-hori-zontinos vecircm recebendo visi-tas ilustres nas diversas linhas de transporte puacuteblico da capi-tal Jaacute passaram pelos ocircnibus escritores como Gonccedilalves Dias Machado de Assis Castro Alves e muitos outros Calma eles natildeo estatildeo rodando por aiacute como passageiros estatildeo pre-sentes por meio de suas obras Eacute o projeto Leitura para Todos

Idealizado e organizado pelo Programa de Ensino Pesquisa e Extensatildeo A Tela e o Texto do curso de Letras da Universi-dade Federal de Minas Gerais (UFMG) o projeto Leitura para Todos tem o objetivo de levar literatura agrave grande populaccedilatildeo belo-horizontina de maneira dinacircmica e acessiacutevel

O que natildeo falta ao passa-geiro eacute escolha na hora de ler Satildeo oferecidas obras dos mais variados estilos desde crocircni-cas machadianas a poemas de Gonccedilalves Dias passando por composiccedilotildees musicais de Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes

Atraveacutes do site do projeto (wwwletrasufmgbratelaeo-texto) jovens autores tambeacutem podem enviar seus textos e jaacute

passam de 155 publicaccedilotildees deste cunho envolvidas na ini-ciativa O projeto contempla hoje 280 carros em 26 linhas distintas

Impressos em frente e verso e laminados os textos satildeo afi -xados na parte traseira dos assentos e apresentam faacutecil acesso Cada veiacuteculo possui uma meacutedia de vinte lacircminas dispostas ao longo dos assen-tos de maneira para atingir todos os passageiros Os textos satildeo trocados de trecircs em trecircs meses As formataccedilotildees variam de acordo com o tema e a forma luacutedica com a qual algu-mas obras satildeo expostas busca atrair o leitor relutante

RepercussatildeoAs estrateacutegias para atrair o lei-

tor apesar de criativas natildeo agra-daram a todos ldquoA letra eacute muito pequena entatildeo eu natildeo leio muitordquo diz Amanda Dias usuaacute-ria da linha Circular 01 (SC01) e moradora de Betim Estudante e morador da Savassi tambeacutem usuaacuterio da linha Guilherme Carvalho concorda ldquonatildeo atrai natildeo chama a atenccedilatildeo Fica ali mas a gente nem vecirc direito falta alguma coisa para chamar mais a atenccedilatildeo do pessoalrdquo

O maior problema aparenta ser a combinaccedilatildeo entre trans-porte puacuteblico e leitura uma vez que nem todos os passageiros podem se sentar durante a via-

gem ldquoEacute interessante para quem vai sentado mas quem estaacute de peacute natildeo aproveita muitordquo aponta Amanda Dias

Mas a iniciativa possui uma linha de admiradores para quem o incentivo agrave cultura e a dissemi-naccedilatildeo da literatura natildeo passam despercebidos Moradora do Taquaril e usuaacuteria da linha 9503 Vanusa dos Santos se entusiasma com o projeto ldquoAs histoacuterias satildeo legais Tem algumas que eu tenho ateacute vontade de levar para casa e ler para os meus fi lhos Eu jaacute li quase todas sempre que acabo de ler a minha jaacute estou logo pegando a do ladordquo afi rma Ilza Ferreira Gomes moradora de Venda Nova e usuaacuteria da

linha Circular 02 (SC02) tambeacutem divide o entusiasmo de Vanusa ldquoAcho excelente Incentiva a lei-tura A primeira coisa que eu faccedilo quando entro no ocircnibus eacute pegar um texto para lerrdquo

Segundo a coordenadora do projeto e do Programa A Tela e o Texto da FALE-UFMG Maria Antonieta Pereira a repercus-satildeo do projeto natildeo poderia ser melhor ldquoTemos recebido mui-tos textos novos e comentaacuterios dos leitores No mecircs que vem entraraacute em circulaccedilatildeo o texto de um usuaacuterio sobre o Leitura para Todosrdquo afi rma

De acordo com Maria Anto-nieta a maioria dos textos rece-bidos eacute de qualidade Para sele-cionaacute-los o criteacuterio utilizado eacute o valor literaacuterio ldquoFicam de fora apenas os textos que apresen-tarem linguagem vulgar ou de cunho agressivo Mas isso eacute rarordquo conclui

Mais do que uma degustaccedilatildeo literaacuteria muitos vecircem no projeto um passatempo que possibi-lita distraccedilatildeo durante as longas viagens de volta para casa ou em direccedilatildeo ao trabalho ldquoVocecirc comeccedila a ler e nem vecirc o tempo passarrdquo diz Jidalva da Silva moradora de Ibiriteacute e usuaacuteria da linha 3052 Guilherme Carvalho acrescenta ldquoEacute bacana porque a gente natildeo tem nada para fazer no ocircnibus entatildeo a gente lecirc no caminhordquo

Projeto Leitura para TodosFoto Divulgaccedilatildeo BHTrans

Com cinco anos de existecircncia iniciativa ainda passa despercebida por muitos passageiros de ocircnibus

Faz-de-conta domina a literaturaLivros com tramas e personagens fantaacutesticos encabeccedilam listas de mais vendidos

GABRIELA CAMPOLINA

5ordm PERIacuteODO

As aventuras de um bruxi-nho um mundo rodeado por robocircs que de repente passam a ter sentimentos o romance entre uma jovem e um vampiro a cegueira repentina A fi c-ccedilatildeo oferece um mundo rico de possibilidades estimulantes O autor fi ca livre para propor novas abordagens construir cenaacuterios - diferentes daqueles que estamos acostumados O leitor pode se deliciar com estoacuterias divertidas e impossiacuteveis na vida real mas que povoam a sua mente e satildeo apaixonantes

Para o doutorando em Lite-ratura de Liacutengua Portuguesa e professor da Universidade Fumec Luis Henrique Barbosa o sucesso desses livros pode ser atribuiacutedo ao grande poder da miacutedia ldquoHoje em dia eacute difiacutecil esca-

par dessa infl uecircncia ateacute mesmo para quem tenta fugir um pouco dissordquo Segundo o professor os meios de comunicaccedilatildeo criam um tipo de ldquomodardquo

Atualmente o livro que estaacute no topo dos mais vendidos eacute ldquoA Cabanardquo do canadense William Young que narra a histoacuteria de Mackenzie Allen Philip perso-nagem principal de uma trama que envolve questotildees religiosas ao desconstruir os estereoacutetipos de Deus e Jesus apresentados respectivamente como uma mulher negra grande e gorda e um jovem do Oriente Meacutedio que conserta e constroacutei coisas Outro sucesso de venda foram os livros da seacuterie Crepuacutesculo (Twilight) que conta a histoacuteria de uma ado-lescente que se apaixona por um vampiro recentemente adap-tada para o cinema

Os best-sellers de fi cccedilatildeo jaacute tomaram as salas de cinema haacute

um tempo Em termos de adap-taccedilatildeo literaacuteria escritores tendem a achar que o fi lme deve ser fi el ao texto Jaacute os cineastas enten-dem que a linguagem das telas eacute outra e que o compromisso do cinema eacute com os espectadores natildeo com os leitores Os escrito-res defendem a fi delidade os cineastas natildeo

O sucesso de longas como ldquoO senhor dos aneacuteisrdquo ldquoHarry Pot-terrdquo ldquoEu Robocircrdquo ldquoEnsaio sobre a cegueirardquo ldquoEntrevista com um vampirordquo de repente virou febre Todos parecem querer ldquoviajarrdquo por um mundo desconhecido

Os leitores principalmente os mais jovens querem ver seus livros personagens e aventuras preferidas de uma forma mais real Segundo Luis Henrique ldquoa miacutedia faz bom marketing e ainda tem o peso das peliacuteculas que direcionam ainda mais o foco do interesse do puacuteblicordquo E

independente das inuacutemeras criacute-ticas quanto a isso o sucesso eacute certo O exemplo eacute o das seacuteries Harry Potter e Twi-light - ambos best-sellers mundiais

A internet eacute tambeacutem um terreno que contribui para popularidade crescente da chamada literatura da moda de acordo com o pro-fessor Luis Henrique a litera-tura se tornou muito diversifi -cada ldquoHaacute um grande aumento por exemplo na lsquoliteratura de blogrsquo Muitos blogueiros escrevem histoacuterias que depois viram livrosrdquo diz Falando especifi camente sobre os livros de fi cccedilatildeo ele argu-menta que muito desse sucesso estaacute em foacutermulas que deram certo e se repetiram no avanccedilo da tecnologia na busca por res-postas e na tentativa de ldquofugardquo da rotina do dia-a-dia ldquoAinda assim eacute difiacutecil dizer porquecirc Eacute como

querer saber o motivo pelo qual muita gente escuta certo tipo de muacutesica ou assiste a certos tipos de fi lme Cada um tem uma razatildeo Tambeacutem natildeo podemos esquecer que estamos falando de moda E moda vai e voltardquo

criacute-sso as

m

o dem srdquote

18 - Literaturaindd 118 - Literaturaindd 1 12209 92644 AM12209 92644 AM

O Ponto

PEDRO LEONE

7ordm PERIacuteODO

A Faculdade de Ciecircncias Humanas da Fumec (FCH) lanccedilou no dia 20 de novem-bro a oitava ediccedilatildeo da revista ldquoMediaccedilatildeordquo de cunho cientiacute-fi co A publicaccedilatildeo que desta vez trouxe como tema central ldquoMiacutedas Audiovisuais e Proces-sos Identitaacuteriosrdquo representa um marco da revista por fortalecer a

periodicidade das produ-

ccedilotildees acadecircmicas da faculdade como reinteraram os diretores Antocircnio Marcos Nohmi Joatildeo Batista de Mendonccedila Filho e Th aiumls Estevanato em evento rea-lizado na data de lanccedilamento no auditoacuterio da FCH A revista passa ainda por uma reestrutu-raccedilatildeo editorial jaacute que a partir da proacutexima ediccedilatildeo natildeo conta mais com a professora Claudia Cha-ves Fonseca como editora que passa o cargo para o professor Rodrigo Fonseca e Rodrigues

Segundo Rodrigo um dos proacuteximos passos na consoli-daccedilatildeo da ldquoMediaccedilatildeordquo no mer-cado eacute a ampliaccedilatildeo dos pontos de distribuiccedilatildeo da publicaccedilatildeo sendo inclusive distribuiacuteda em bibliotecas de outras institui-ccedilotildees de ensino Aleacutem disso Rodrigo adiantou o tema-base da nona ediccedilatildeo jaacute sob seu comando que seraacute ldquoComuni-caccedilatildeo e estudos interdiscipli-naresrdquo Nela de acordo com o novo editor uma das metas seraacute ampliar o leque de assun-tos tratados e mostrar o caraacuteter plural da comunicaccedilatildeo

Outra meta para os proacuteximos nuacutemeros da revista eacute divulgar a

chamada para artigos em outros paiacuteses com a publicaccedilatildeo de textos traduzidos com exclusividade pela revista para o portuguecircs

Alunos como destaqueA novidade da oitava ediccedilatildeo

segundo a editora Claudia Cha-ves fi ca por conta da publica-ccedilatildeo da resenha ldquoEacutetica no ensino

de jornalismordquo de autoria das alunas do oitavo periacuteodo de jornalismo Ana Luacutecia Bahia e Marina Rigueira Para as alu-nas que dizem ter interesse em seguir a carreira acadecircmica a oportunidade eacute interessante por ser uma primeira experiecircn-cia na aacuterea O artigo segundo Ana Luacutecia e Marina eacute fruto de

um projeto de iniciaccedilatildeo cientiacute-fi ca e a primeira publicaccedilatildeo de cunho acadecircmico de ambas

A revista ldquoMediaccedilatildeordquo tem periodicidade semestral e teve nesta oitava ediccedilatildeo tiragem de mil exemplares reunindo dez artigos de professores pes-quisadores e profi ssionais da comunicaccedilatildeo social

Editor e diagramador da paacutegina Equipe O Ponto

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Miacutedias bull 19

FABIANA SOARES

7ordm PERIacuteODO

Kotler publicou sua biacuteblia do marketing e de repente todo mundo sabia como posicionar uma marca Entatildeo veio a Era Digital e desafi ou todas agecircncias de publicidade e profi ssionais de marketing Quais foram esses desafi os O que devemos levar em consideraccedilatildeo para posicio-nar uma marca online Eu com meu mero mas engajado conhe-cimento elaborei alguns toacutepi-cos que podem dar um rumo ao posicionamento digital

1) Pense e esteja OnlineO primeiro item eacute oacutebvio e pre-

cede todos os outros Se vocecirc quer entrar no mundo digital vocecirc tem que estar online A comunicaccedilatildeo digital eacute instantacirc-nea e interativa e se sua marca natildeo estaacute laacute quando um usuaacuterio a procura ele vai clicar na outra que estiver mais proacutexima Entatildeo

esteja sempre disponiacutevel e mais importante abrace a interaccedilatildeo Natildeo adianta estar online e pen-sar offl ine Converse e escute os usuaacuterios hoje eles satildeo tatildeo importantes no posicionamento de sua marca quanto a televisatildeo foi na deacutec de 50 O que nos leva ao segundo toacutepico

2) O usuaacuterio constroacutei a sua marca

Hoje o modelo de comuni-caccedilatildeo eacute interativo O internauta descobriu que pode produzir a mensagem e natildeo soacute recebecirc-la pacifi camente Entatildeo ele pode dizer que seu produtoserviccedilo eacute muito ruim ou muito bom e teraacute vaacuterias pessoas para ouviacute-lo E natildeo adianta querer abafar a sua voz isso soacute vai pegar mal e natildeo vai controlar a propagaccedilatildeo da mensagem (lembra do caso da Daniela Cicarelli) Entatildeo o que resta aacutes marcas eacute monitorar Vocecirc pode estar sempre alerta ao que estatildeo dizendo sobre vocecirc na web

eacute como um feedback instantacirc-neo e se estiverem falando bem oacutetimo mas se falarem mal per-gunte porque peccedila desculpas e desconstrua a imagem ruim que aquele usuaacuterio tem sobre sua marca Mas cuidado para natildeo invadir o espaccedilo virtual dele

3) Cuidado O usuaacuterio pode natildeo querer te ouvir

Vocecirc monitora sua marca na web e resolve entrar na discussatildeo dos usuaacuterios sobre sua marca Vaacute com calma Ele provavelmente vai estar em uma rede social conversando com seus amigos e de repente vocecirc vira um inva-sor inoportuno Hoje o usuaacuterio quer ouvir e daacute mais credibi-lidade a fala de seu ldquoamigo de rederdquo do que na auto-afi rmaccedilatildeo de uma marca Ele quer ouvir o que sua rede social tem a dizer e natildeo vocecirc Entatildeo uma estrateacutegia muito mais efi ciente de conver-sar com o usuaacuterio eacute sendo um usuaacuterio ou tendo como porta voz

algum usuaacuterio infl uente E se um usuaacuterio fala bem da sua marca daqui a pouca seratildeo dois quatro seis

4) O boca-a-boca casou com a internet e teve um fi lho fofoqueiro O viral

O viral nasceu graccedilas a velo-cidade e o tamanho da rede Enquando na tv temos uma pessoa falando para outras 11 milhotildees na rede sua marca pode falar com esse mesmo nuacutemero de pessoas e essas pessoas com outras 11 milhotildees de pessoas em uma velocidade muito mais raacutepida que a de um Vt de 30rdquo Esse potencial de propagaccedilatildeo da men-sagem eacute bom e ruim Bom por permitir uma comunicaccedilatildeo mais efi ciente em termos de tempo e ruim pois uma vez lanccedilada na rede eacute impossiacutevel acompanha-la A melhor maneira entatildeo de se utilizar um viral eacute ser cuida-doso com o que se quer propa-gar Pense se aquela mensagem

eacute realmente relevante se natildeo vai criar uma imagem negativa e se eacute sufi cientemente criativo para que os usuaacuterios queiram compartilhaacute-lo O viral tem sido a menina dos olhos de muitos criativos publicitaacuterios e de seus clientes pois tem um custo rela-tivamente baixo e pode alcanccedilar um grande nuacutemero de pessoas mas tambeacutem tem grandes riscos de ser um total fracasso

A internet aidna tem muito a nos ensinar e tentei colo-car acima um pouco do que jaacute consegui obeservar Mas ainda tenho uma grande curiosidade que ateacute hoje ningueacutem conseguiu me explicar como se cobra por estrateacutegias digitais Como men-surar em dinheiro um viral por exemplo Como apresentar uma estimativa de custos honesta para o cliente quando tudo que se tem eacute uma ideacuteia Se algueacutem tiver essa resposta meu email eacute fabzsoaresgmailcom

E agora Joseacute A festa acabou a luz apagou e ta todo mundo na web

Original publicado em httpestagiocriativoblogspotcomO texto natildeo sofreu ediccedilatildeo nem correccedilotildees ortograacutefi cas a pedido da autora

A equipe de professores e convidados que participaram da organizaccedilatildeo da 8ordm ediccedilatildeo da revista

Mediaccedilatildeo chega ao seu oitavo nuacutemeroRevista da Faculdade de Ciecircncias Humanas da FUMEC coloca o tema ldquoMiacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuteriosrdquo em debate e tem como desafi o para os proacuteximos nuacutemeros ampliar a chamada para o envio de artigos acadecircmicos a pesquisadores de outros paiacuteses

8ordf ediccedilatildeo da revista trata das Miacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuterios

19 - Mediacaoindd 119 - Mediacaoindd 1 12209 93123 AM12209 93123 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

20 bull Cultura Editora e diagramadora da paacutegina Amanda Lelis - 7ordm periodo

COLCHAde retalhos

CU

RT

Are

talh

os

Ajude a costurar nossa colcha balaioretalhosgmailcom

Ir aleacutem da superfiacutecie

Que o espelho mostra

(e que o ego gosta)

VontadeBaacuterbara Rodrigues

Midori aki

hatake dandan

akaku naru

GuntaiJoatildeo Paulo Borges

Outono verde

o campo aos poucos

fi ca vermelho

ExeacutercitoJoatildeo Paulo Borges

Frederico PortoOde ao pensamento

Todo momento eacute hora de aventura e fantasia

E comeccedila ao raiar do dia

Crianccedilas vatildeo agrave escola e cantam a melodia

E a imaginaccedilatildeo se mistura com a nostalgia

O vento o sol a neve e a tempestade

Amanhatilde eacute o ontem criado com amizade

E Deus em seu computador

Natildeo procura responder

A mensagem deixada seraacute criada por vocecirc

E sem fi m com mais delongas

O encanto se apaixona

E comeccedila a respirar

Pensamento que viraacute

Eu que natildeo amo vocecircGabriela Gois

Era tudo novo ali No puro prazer na inocecircncia ele repousava a cabeccedila sobre o meu

colo segurando minha matildeo fi rmemente Ao longe o sol ia se despedindo deixando uma

leve e uacutenica brisa no fi m de tarde abafado Noacutes trocaacutevamos algumas palavras bobas meu

coraccedilatildeo disparava quando via aquele sorriso sincero Era tudo parte de um comeccedilo de

vida uma iniciaccedilatildeo no mundinho chato e triste que eacute o amor Tatildeo perfeito calmo irreal

verdadeiro e tiacutemido A rua estava vazia eu permanecia em silecircncio enquanto ele brin-

cava com meus dedos em suas matildeos magrelas e brancas

- E quando tudo isso acabar

- Como assim ndash suspirei afagando seu cabelo bagunccedilado

- A gente vai crescerhellipMudar Talvez um dia nossos rostos se apaguem

- Eu natildeo seihellipTalvez um dia noacutes vamos estar adultos andando em alguma cidade no

meio do caos e nos reconhecemos por um sorriso Eu largaria meu namorado vocecirc sua

vida boecircmia e noacutes podemos fugir pra Franccedila

- Vocecirc eacute tatildeo boba

- E vocecirc eacute tatildeohellip

Seus laacutebios tocaram os meus delicadamente nada invasivo Eram macios tinham

sabor de chocolate branco O que aconteceu internamente natildeo haacute como descrever nada

comparado agrave felicidade instantacircnea de uma roupa nova Natildeo era algo bem melhor que

isso Era tudo tatildeo maacutegico e delicioso nada de preocupaccedilotildees Eacuteramos dois na calccedilada os

peacutes no chatildeo quente as matildeos entrelaccediladas os sorrisos carregados de felicidade

Hoje eu ainda olho para aquela foto estranha no fundo da caixa Ele estaacute longe pro-

vavelmente apagou meu rosto Eu natildeo consigo sentir nada comparado agravequilo nada que

faccedila meu coraccedilatildeo disparar como aquele dia Eu soacute amei uma vez eu tinha onze anos um

metro e sessenta e cinco e era boba

Larissa Cardoso Borges

Deixa a mente vagar

Sem rumo sem freio

Deixa as palavras fl uiacuterem

Pulsando pelo seu corpo ateacute chegarem ao destino fi nal

Matildeo que freneticamente escreve

Tentando organizar o fl uxo de emoccedilotildees de sensaccedilotildees

Raacutepido pensar fugaz aliacutevio

O papel suporta as minhas ideacuteias

Devaneios

GuriaRodrigo Guimaratildees Pena

quando dedo se lambia

tudo era mar-de-rosas

tu levavas vida em verso

eu te via toda prosa

e tu eras tatildeo pequena

tatildeo cheirosa tatildeo macia

que o chorar ou fazer cena

era manha da guria

hoje a vida te vecirc bela

tatildeo faceira tatildeo formosa

mas meus olhos vecircem aquela

que foi meu botatildeo de rosa

Sozinha

No mato

Sem teto

Comida

Companhia

Ou cobertor

Sem rastro

Barulho

Eu-soacute

Sozinha

Na terra

Deitada ateacute dissolver no tempo

QuererAmanda Lelis

Amanda Lelis

E o que vai ser agora

se tudo em mim for

silecircncio

DuacutevidaAmanda Lelis

20 - Colcha de retalhosindd 120 - Colcha de retalhosindd 1 12209 92543 AM12209 92543 AM

Page 5: Jornal O Ponto - novembro de 2009

O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Cidades bull 05Editor e diagramador da paacutegina Equipe O Ponto

ANTOcircNIO MARCELO PROFESSOR E COORDENADOR DO LABORATOacuteRIO DE RAacuteDIO

Conhecer a comunidade das Pastorinhas juntamente com meus alunos monitores foi uma experiecircncia forte marcante e inquietante Sabia que iriacuteamos encontrar coi-sas positivas e negativas mas natildeo esperava sentir tanta emoccedilatildeo Foram oito horas de entrevista duas horas de gravaccedilatildeo em aacuteudio mais de cento e vinte fotos e muito aprendizado Ver uma produccedilatildeo organizada por um grupo de mais de cem pessoas em comum acordo com reuniotildees semanais para avaliaccedilatildeo dos problemas e acer-tos eacute muito importante

Ao ver os campos plantados as lagoas com peixes e o aviaacuterio com todos os tipos de galinha daacute pra sentir que valeu a pena o esforccedilo e luta dessa gente Viver sem aacutegua encanada sem esgoto sem luz e sem apoio de ningueacutem principalmente do seu entorno eacute um desafi o diaacuterio prin-cipalmente para os jovens que satildeo excluiacutedos da sociedade local ldquoSem televisatildeo e internet somos considerados mar-ginaisrdquo afi rmam Mesmo com todas as difi culdades eles conseguem rir e acreditar num Brasil melhor no futuro de uma naccedilatildeo que busca a igualdade e melhores condiccedilotildees para todos

No fi nal num restaurante agrave beira da estrada eu e os alunos tentamos entender tudo que vimos e ouvimos Um longo trabalho uma grande experiecircncia para todosUm deles pergunta o que podemos fazer por eles Since-ramente natildeo sei Mas vale lembrar algumas falas das Pas-torinhas ldquonoacutes natildeo queremos caridade Queremos ser tra-tados como gente como pessoas comuns brasileiros que buscam uma nova oportunidaderdquo Na saiacuteda um pedido dramaacutetico ldquoGostaria de uma palestra sobre dignidade e auto estima para nossos jovensrdquo pediu uma das mulheres ldquoEles satildeo os que mais sofrem com a discriminaccedilatildeordquo res-salta outra matildee afl ita com o futuro de seus fi lhos

O apelo deles foi passado para todas as aacutereas da Univer-sidade Fumec Vaacuterios projetos de extensatildeo jaacute estatildeo sendo desenvolvidos Em breve vamos estar mais perto das Pas-torinhas levando conhecimento cientiacutefi co e aprendendo mais sobre a vida e as pessoas que acreditam na transfor-maccedilatildeo da sociedade Seraacute uma experiecircncia enriquece-dora para todos noacutes

Sem energia eleacutetrica a geladeira funciona com uma bateria de carro Ao lado o caminhatildeo que transporta os produtos para seus pontos de venda

Consciecircncia ambiental faz parte da rotina de trabalho de assentados

A rotina diaacuteria e exaustiva no acampamento comeccedila cedo cuidar da horta cuidar da casa da famiacutelia realizar reuniotildees buscar novos compradores para os produtos cultivados e trabalhar na capital na venda da produccedilatildeo do assentamento Em Pastorinhas as famiacutelias tecircm uma capela onde realizam cultos e missas aleacutem do salatildeo onde acontecem as reuniotildees e todas as decisotildees satildeo tomadas coletivamente

Com uma vasta plantaccedilatildeo que se perde agrave vista os mora-dores do assentamento mos-tram com orgulho a crescente produccedilatildeo vendida em escolas da capital e em restaurantes que conhecem a qualidade dos produtos cultivados Sem o uso de agrotoacutexicos a produccedilatildeo no assentamento eacute um exemplo de cultivo natural que possibilita renda agraves famiacutelias e um consumo saudaacutevel de alimentos

Em Pastorinhas as famiacutelias devem por exigecircncia legal reservar 20 das terras para preservaccedilatildeo ambiental Aleacutem disso outros 60 do terreno satildeo de Mata Atlacircntica e tam-beacutem natildeo podem ser explorados Sobram portanto cerca de 20 hectares para a horticultura O espaccedilo eacute pequeno mas os assentados contornaram o pro-blema As famiacutelias desenvolvem o projeto chamado Agrovila no qual cada um tem sua casa seu espaccedilo mas quando o assunto eacute a cultivo de legumes e verdu-ras todos dividem o trabalho Natildeo haacute algueacutem que seja lsquodonorsquo da plantaccedilatildeo Todos satildeo respon-saacuteveis por cuidar da horta e o fazem em conjunto

Salvo por alguns poucos investidores o Agrovila eacute o meio de gerar renda para Pastori-nhas se manter viva O dinheiro arrecadado com a venda de ali-mentos orgacircnicos eacute investido na

proacutepria regiatildeo que ainda carece de saneamento baacutesico e luz A teacutecnica de cultivo desenvolvida durante o projeto eacute avanccedilada e jaacute eacute referecircncia em campos de estudos especializados plantio adubaccedilatildeo colheita e rodiacutezio de cultura

Com o cultivo em um soacute lugar os assentados natildeo precisam rea-lizar manutenccedilatildeo em grande quantidade de terras e o solo passa por uma rotatividade de alimentos que fortalece e revi-gora suas propriedades para os futuros plantios A utilizaccedilatildeo de adubo natural tambeacutem eacute fator determinante para a produccedilatildeo de alimentos mais saudaacuteveis Os cuidados diaacuterios comeccedilam desde a semente temperatura clima apropriado ateacute chegar agrave data correta de colheita O pro-jeto Agrovila eacute uacutenico em Minas Gerais e jaacute se tornou referecircncia de produccedilatildeo para assentamen-tos de outros estados

Parceria da Fumec com Incra vai interagir com Pastorinhas

Agrovila moradora de Pastorinhas cuida da horta coletiva cultivada sem agrotoacutexicos

Prof Antocircnio Marcelo (de oacuteculos) e seus monitores Emiacutelio Fonseca (esq) Rafaela Gama e Fred Dutra (esq)

Assentado cuida de aviaacuterio uma das atividades para a subsistecircncia do grupo e venda em Belo Horizonte

04-05 - Pastorinhasindd 204-05 - Pastorinhasindd 2 12209 102500 AM12209 102500 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

06 bull Poliacutetica Esportiva Editor e diagramador da paacutegina Ana Flaacutevia Goulart e Vitor Komura - 6ordm periacuteodo

IGOR MOREIRA

2ordm PERIacuteODO

No dia 24 de marccedilo de 1998 entrava em vigor a lei que pro-metia mudar a cara do fute-bol brasileiro Idealizada pelo entatildeo Ministro dos Esportes Eacutedson Arantes do nascimento o famoso Peleacute a Lei Nordm 9615 que leva o seu nome trouxe vaacuterias mudanccedilas A principal eacute a garantia do passe ao joga-dor que atua no paiacutes depois de dois anos atuando por seu clube o jogador deixa de ser propriedade do mesmo e passa a ser dono dos seus direitos federativos

A Lei Peleacute pretendia tam-beacutem estimular a transforma-ccedilatildeo dos clubes em empresas Poreacutem devido agrave desorganizaccedilatildeo dos departamentos de futebol dos clubes brasileiros poucos se adaptaram a essa realidade e nenhum dos grandes times do Brasil obteve ecircxito

Para os criadores da lei o fi m do passe acabaria com a ldquoescra-vidatildeordquo dos atletas profi ssionais que ateacute entatildeo pertenciam aos clubes pelos quais jogavam tendo estes o direito de seguraacute-los mesmo depois do fi m do seu contrato Acabava o passe e entravam em cena os direitos federativos

A ideacuteia inicial era obter o mesmo sucesso conseguido pelos europeus com a Lei Bos-

man anos antes Poreacutem seria necessaacuterio ter os mesmos recur-sos fi nanceiros que possuem os clubes de laacute Isso eacute impossiacutevel jaacute que eles arrecadam verbas milionaacuterias com as vendas de seus carnecircs e camisas o que natildeo acontece no Brasil devido agrave nossa realidade fi nanceira Sendo assim o resultado da implan-taccedilatildeo da Lei foi uma saiacuteda em velocidade espantosa de joga-dores brasileiros para todos os cantos do mundo Nosso futebol que jaacute natildeo tinha como competir com as grandes equipes euro-

peacuteias passou a perder jogadores tambeacutem para clubes desconhe-cidos do leste europeu da Aacutesia e do mundo Aacuterabe

Para o presidente do TJD-MG Siacutelvio Tarabal o que faltou aos clubes foi competecircn-cia para se adaptarem agrave lei pois a mesma veio para benefi ciar tanto o jogador quanto o clube ldquoSatildeo vaacuterios os benefiacutecios que a lei proporciona aos clubes como angariar recursos puacutebli-cos o que natildeo era permitido Ela tambeacutem facilita a obten-ccedilatildeo de parceiros jaacute que a Lei

Peleacute natildeo obriga mais os joga-dores que satildeo propriedades dos investidores a terem 51 do passe preso ao clube que defendem Aleacutem disso os times ainda tecircm direito de assinar o primeiro contrato com os seus atletas quando ele completa 16 anosrdquo afi rma Tarabal

O advogado do Clube Atleacute-tico Mineiro Lucas Ottoni res-salta o quanto eacute importante a existecircncia da multa rescisoacuteria que evita em partes o ecircxodo de atletas ldquoA chave do sucesso dos clubes brasileiros estaacute em

saber se organizar administra-tiva e fi nanceiramente para evitar as brechas que a lei pro-porcionardquo disse o advogado O vice-presidente do Cruzeiro Esporte Clube Gilvan Pinho Tavares tem opiniatildeo parecida e afi rma que essas claacuteusulas satildeo a uacutenica maneira do clube man-ter os seus atletas jaacute que natildeo haacute como competir com propostas de clubes do exterior

Jaacute para Euller ex-atacante do Satildeo Paulo Vasco Palmei-ras e Atleacutetico-MG e que atua hoje no Ameacuterica-MG a lei deu uma brecha muito grande para que a saiacuteda de jogadores acon-tecesse ldquoO crescimento dos jogadores com as negociaccedilotildees internacionais eacute um grande beneacutefico Mas eacute preciso repa-rar alguns pontos para evitar que jogadores muito jovens saiam do paiacutes antes de terem a formaccedilatildeo devida e estarem preparados para tal desafiordquo disse o jogador

A realidade dos clubes bra-

sileiros hoje eacute difiacutecil Talvez

devido ao amadorismo com

o qual satildeo conduzidos natildeo

souberam se adaptar a lei

Possuem menos recursos e os

atletas cada vez mais cedo

querem ir embora do paiacutes

seja para um clube de ponta

na Europa seja para algum

time da segunda divisatildeo do

futebol japonecircs

Jogadores clubes e empresaacuterios debatem as mudanccedilas no esporte apoacutes a implantaccedilatildeo da lei que regulamenta a extinccedilatildeo do passe no paiacutes

Lei Peleacute empresaacuterios e dirigentes em times opostos

Jogadores brasileiros exportados apoacutes a criaccedilatildeo da Lei Peleacute

Info

grafi

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Goula

rt

Ilustraccedilatildeo Amanda Lelis 7ordmG

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O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Poliacutetica Esportiva bull 07Editor e diagramador da paacutegina Ana Flaacutevia Goulart e Vitor Komura - 6ordm periacuteodo

Logo depois da implantaccedilatildeo

da Lei Peleacute uma fi gura que pas-

sava quase sempre despercebida

comeccedilou a ganhar destaque o

empresaacuterio ou agente de fute-

bol como gostam de ser chama-

dos Em diversas situaccedilotildees essa

fi gura eacute prejudicial para os clu-

bes pois satildeo eles quem nego-

ciam a debandada de jogadores

do futebol brasileiroldquoOs empresaacuterios foram os

grandes benefi ciados com a implantaccedilatildeo da Lei Peleacute e os

clubes de futebol os grandes prejudicados Aleacutem de aju-dar a famiacutelia do atleta inclu-sive fi nanceiramente antes do sucesso fazem promessas mirabolantes com as quais os clubes brasileiros natildeo tecircm con-diccedilatildeo de competirrdquo afi rmou o vice-presidente do Cruzeiro Gilvan Pinho Tavares

ldquoHouve um caso recente com o atleta Zeacute Eduardo que foi vendido para um grupo de investidores justamente devido agrave pressatildeo feita por seu agente

que havia arrumado um lugar para ele no Ajax da Holandardquo exemplifi cou o vice-presidente Ele ainda alertou que se os clu-bes natildeo fi zerem contratos com seus atletas se protegendo os perderatildeo para os empresaacuterios em questatildeo de tempo

O jogador Euller acredita que atualmente nenhum jogador profi ssional estaacute preparado para possuir os seus direitos federati-vos ldquoEacute por isso que hoje todo jogador mesmo nas categorias de base jaacute tem o seu empresaacute-

rio Assim o atleta natildeo precisa se preocupar com seus negoacutecios e transferecircncias deixando isso por conta de seu agenterdquo defen-deu Euller

Talvez os agentes sejam aqueles que melhor souberam aproveitar as brechas da Lei Peleacute Mas segundo os proacuteprios agentes a histoacuteria natildeo eacute bem assim O vice-presidente da ABAF (Associaccedilatildeo Brasileira de Agentes de Futebol) e Agente FIFA Acircngelo Pimentel classifi -cou como imoral o antigo regime do passe no Brasil ldquoA lei surgiu apenas para dar o respaldo que faltava ao futebol brasileiro e a implantaccedilatildeo do sistema que vigora atualmente natildeo alterou em nada o nosso ramo A fi gura do agente sempre foi necessaacuteria para intermediar as negocia-ccedilotildeesrdquo argumentou Pimentel

Para o ex-jogador e hoje agente de futebol Heacutelcio Alisk no mundo de hoje haacute uma busca freneacutetica por dinheiro natildeo soacute em sua categoria mas em qualquer ramo ldquoA Lei Peleacute veio regularizar um sistema de escravidatildeo no qual os times prendiam os jogadores mesmo apoacutes o teacutermino de seus contra-tos Joguei durante 9 anos no Paranaacute Clube sendo o segundo jogador com mais partidas pelo time mas perdi vaacuterias oportu-nidades de assinar contratos melhores por estar com o passe preso ao clube paranaenserdquo disse Heacutelcio

Pimentel e Alisk ainda tecircm

opiniotildees semelhantes de que a Lei benefi cia os jogadores de grande porte jaacute que os menos conhecidos muitas vezes deteacutem os seus direitos federativos e natildeo existem clubes interessados em seu futebol Sendo assim a lei garante que o mais forte sempre venccedila o mais fraco

O que talvez falte aos clubes e aos jogadores eacute o bom senso de que um deve valorizar o outro A busca incessante por dinheiro das duas partes eacute feita sem a astuacutecia necessaacuteria Provavel-mente esse eacute um dos motivos de os agentes serem aqueles que souberam se aproveitar melhor da Lei Peleacute Os clubes satildeo quase sempre dirigidos por torcedo-res amadores e grande parte dos atletas possuem famiacutelias grandes que dependem deles Essa combinaccedilatildeo faz com que as negociaccedilotildees entre eles mui-tas vezes sejam dirigidas emo-cionalmente deixando para os agentes as atitudes movidas pela razatildeo

Eacute inegaacutevel que a legislaccedilatildeo regente do nosso desporto pre-cisa de reformas urgentemente pois ainda eacute muito falha Natildeo se pode afi rmar quem realmente saiu ganhando ou perdendo com a implantaccedilatildeo da Lei Peleacute mas eacute evidente que se os clu-bes atletas e empresaacuterios con-tinuarem defendendo seus proacute-prios interesses sem equiliacutebrio e harmonia o futuro do futebol brasileiro estaacute fadado a ser cada vez mais sombrio

Nova regra destaca fi gura do empresaacuterio

Acircngelo Pimentel posa ao lado da camisa com a qual Gilberto Silva seu cliente na eacutepoca jogou a Copa do Mundo de 2002

Foto Igor Moreira 2ordmG

Um dos primeiros casos e um dos mais famosos de transferecircncia com a Lei Peleacute foi a saiacuteda do Ronaldinho Gauacutecho do Grecircmio para o Paris Saint-Germain (PSG) da Franccedila O jogador era extremamente valorizado pelo time gauacutecho que jaacute havia recusado duas propostas de aquisiccedilatildeo uma de 60 milhotildees de doacutelares de empresaacuterios italianos e uma de 75 milhotildees de doacutelares do Leeds United da Inglaterra

Poreacutem o jovem Ronaldinho tinha como agente o seu irmatildeo Assis ex-jogador do Torino e do proacuteprio Grecircmio Assis achava que era hora de Ronaldinho ir para a Europa e sabendo dos benefiacutecios que a Lei Peleacute proporciona ao atleta aconselhou o irmatildeo a assinar um con-trato agraves escondidas com o PSG O conselho foi seguido a risca por Ronaldinho O Grecircmio entrou na Justiccedila mas o maacuteximo que conse-guiu foi adiar sua estreacuteia Vale ressaltar que o mesmo Paris Saint Germain (PSG) que aliciou o atleta recebeu a quantia de 120 milhotildees de reais pela transferecircncia de Ronaldinho para o Barcelona em 2003

A Lei Peleacute dava aiacute a primeira amostra do pre-juiacutezo que traria aos clubes que natildeo tomassem

os devidos cuidados E aquele que seria pos-teriormente um dos melhores jogadores de todo o mundo saia do clube no qual chegou com cinco anos de idade onde recebeu toda a assistecircncia ateacute se tornar um profi ssional respei-tado sem que o Grecircmio recebesse sequer um centavo pela sua transferecircncia

Como esse foi o primeiro caso de um jogador famoso a obter os benefiacutecios da lei instalou-se uma grande polecircmica Ronaldinho estava ape-nas usando os seus direitos ou ele juntamente com seu irmatildeo estariam utilizando de maacute-feacute para conseguir os seus objetivos As opiniotildees divergiram mas fi cou claro que o Grecircmio natildeo se preveniu para natildeo perder seu astro

Depois de Ronaldinho vieram vaacuterios outros casos Alguns de jogadores que tambeacutem viriam a estourar no futebol mundial como Mancini que saiu do Atleacutetico-MG para o Roma da Itaacutelia e Juninho Pernambucano do Vasco da Gama para o Lyon da Franccedila No entanto nesses casos a justifi cativa apresentada pelos jogadores foi o atraso de salaacuterio de seus respectivos clubes mais uma brecha que a Lei Peleacute proporciona para os atletas

O caso Ronaldinho Gauacutecho

Ronaldinho aos 12 anos de idade com o irmao e empresario Assis que ainda jogava pelo TorinoItalia

06-07 - Lei Peleindd 206-07 - Lei Peleindd 2 12209 92933 AM12209 92933 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

08 bull Turismo Editor e diagramador da paacutegina Gabriel Assunccedilatildeo 6ordm periacuteodo

Destino dos sonhos fi ca um pouco mais distante

ANA CECIacuteLIA CARNEIRO GABRIEL ASSUNCcedilAtildeO 2ordm E 6ordm PERIODO

Os 15 anos a passagem da infacircncia

para a adolescecircncia o periacuteodo em que as

transformaccedilotildees se acentuam as duacutevidas

se multiplicam e a vontade de ser inde-

pendente fala mais alto Eacute nesse periacuteodo

que milhares de jovens viajam todos os

anos ao exterior por meio de pacotes

turiacutesticos que lhe proporcionam no auge

do seu desejo de liberdade a indepen-

decircncia que nesse momento eacute o que lhes

parece mais importante A viagem dos

sonhos dos fi lhos no entanto natildeo raro

tira o sono dos pais que se viram ainda

mais receosos apoacutes o acidente com a

jovem Jaqueline Ruas em julho passado

(veja box) Como proporcionar o prazer e

aventura aos fi lhos sem colocar em risco

sua seguranccedila e mesmo sua sauacutede A

questatildeo que ateacute entatildeo estava adormecida

e fora do foco dos consumidores desse

tipo de produto eacute agora a protagonista

que muda a forma de consumo e venda

de pacotes turiacutesticos para adolescentes e

oferece risco ao grande e rentaacutevel negoacute-

cio das agecircncias de viagensOs escacircndalos com agecircncias de

turismo haacute muito tempo estatildeo presentes no dia-a-dia dos noticiaacuterios brasileiros e existe mesmo uma lenda sobre o que acontece apoacutes o embarque dos passa-geiros para temporadas no exterior Uma discussatildeo sobre as condiccedilotildees de mora-dia e alimentaccedilatildeo povoa o imaginaacuterio de muitas pessoas que na maioria das vezes no entanto natildeo trocam suas ldquovia-gens dos sonhosrdquo mesmo na duacutevida de natildeo ter a assistecircncia desejada uma vez no seu destino

De acordo com a Agecircncia World Study cerca de 500 menores viajam sob sua responsabilidade sem os pais anualmente no Brasil Funcionaacuterio da empresa Gabriel Trivellato faz questatildeo de afi rmar a responsabilidade da agecircn-cia que segundo ele tem um protocolo semelhante ao seguido pela maioria das agecircncias no paiacutes ldquoEacute um processo muito burocraacutetico levar um menor desacom-panhado ao exterior satildeo muitos docu-mentos a preocupaccedilatildeo dos pais eacute muito grande e nossa atenccedilatildeo tem que ser redo-bradardquo afi rma o funcionaacuterio

Antes mesmo do escacircndalo com a

jovem Jacqueline entrou em vigor em

abril deste ano uma nova norma que

prevecirc a autorizaccedilatildeo em fi rma dos pais

ou responsaacuteveis reconhecida por auten-

ticidade para a viagem do menor o que

torna necessaacuterio que os pais compare-

ccedilam pessoalmente ao cartoacuterio para auto-

rizar a viagem dos fi lhos Aleacutem disso o

documento deve ser feito em duas vias

e conter fotografi a da crianccedila ou ado-

lescente Uma via deveraacute ser retirada

pelo agente de fi scalizaccedilatildeo da Poliacutecia

Federal (que passou a partir de entatildeo

a ser responsaacutevel pelo embarque de

menores) no momento do embarque e

a outra permaneceraacute com o viajante ou

acompanhanteAs medidas restritivas tomadas para

garantir maior seguranccedila podem natildeo assegurar uma viagem tranquumlila con-tudo A maior parte dos guias das agecircn-cias natildeo satildeo treinados para enfrentar as mais variadas situaccedilotildees adversas que podem ocorrer A maioria das agecircncias funciona da seguinte forma para cada grupo de 30 pessoas haacute um guia mor mais experiente que seria responsaacutevel por todos e mais trecircs jovens guias (em geral jovens que falam inglecircs fl uente e satildeo comunicativos) que auxiliariam na demanda dos turistas durante a via-

gem e passeios realizados no periacuteodo da estadia no local O nuacutemero eacute visivel-mente pequeno especialmente quando se pensa nos cuidados que exigem uma permanecircncia no exterior que eacute ainda maior quando se tem menores em sua responsabilidade

A falta de assistecircncia nas viagens geralmente eacute percebida aos poucos Foi o que aconteceu com o casal de namora-dos Rodrigo de Paula e Liacutevia Rodrigues que foram ao Havaiacute em dezembro pas-sado pelo programa Work and Travel (onde os intercambistas passam de trecircs a seis meses no paiacutes de destino e tecircm um emprego temporaacuterio durante sua esta-dia) ldquoNatildeo encontramos o quarto sepa-rado que pedimos e tivemos que dormir com outras pessoas Tambeacutem natildeo traba-lhamos na loja que nos disseram e acaba-mos em uma rede de fast food Sem contar que nosso depoacutesito referente agrave reserva do apartamento jamais foi devolvidordquo pro-testa o casal A agecircncia brasileira afi rma que estava tudo claro no contrato mas os estudantes garantem que natildeo recebe-ram o contrato pra ler antes da viagem ldquoSabemos do nosso erro mas confi amos demais em uma agecircncia que natildeo nos deu o prometidordquo concluiu Liacutevia

Descuido de agecircncias de turismo alteram programaccedilatildeo de vigens ao exterior para adolescentes

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accedilatildeo

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08-09 - Pais na Berlindaindd 108-09 - Pais na Berlindaindd 1 12209 93101 AM12209 93101 AM

O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Turismo bull 09Editor e diagramador da paacutegina Gabriel Assunccedilatildeo 6ordm periacuteodo

Jacqueline Ruas de 15 anos viajou agrave Dis-ney no dia 19 de julho deste ano para passar duas semanas em um passeio organizado pela agecircncia de turismo Tia Augusta A viagem teve seu caraacuteter luacutedico interrompido poucos dias apoacutes seu iniacutecio quando quatro meninas que ocupavam o mesmo quarto do hotel ndash inclu-sive Jacqueline ndash passaram mal agrave noite As ami-gas da menina apoacutes serem medicadas tiveram uma melhora nas primeiras horas a jovem no entanto natildeo melhorava Atendida pela segunda vez no hotel e levada ao Hospital de Pronto-So-corro Celebration Jacqueline foi submetida a

uma seacuterie de exames inclusive para a Gripe A - H1N1 e todos deram negativo Era veacutespera da viagem de volta da excursatildeo No dia da viagem a menina estava ainda mais debilitada e preci-sou de cadeira de rodas para trocar de aviatildeo em escala no Panamaacute Na segunda parte da viagem ela mal abriu os olhos segundo o relato das ami-gas A morte de Jacqueline foi constatada pela amiga Larissa que percebeu que ela natildeo estava respirando quando tentou acordaacute-la durante o vocirco Foi constatado que a menina tinha pneu-monia Segundo os pais a agecircncia os ligou trecircs dias apoacutes a menina ter passado mal pela pri-

meira vez e informou que ela jaacute estava melhor e havia sido descartada a H1N1 No relato do hos-pital no entanto natildeo havia uma especifi caccedilatildeo de que ela poderia viajar de aviatildeo A responsa-bilidade da agecircncia neste caso teve ainda mais peso considerando-se as acusaccedilotildees das amigas de Jacqueline de que a guia Gisele dos Santos as havia orientado a passar maquiagem e usar oacutecu-los escuros para disfarccedilar as olheiras e a palidez e natildeo serem barradas no embarque Em nota a Tia Augusta negou veemente as acusaccedilotildees das adolescentes mas natildeo conseguiu provar sua inocecircncia neste caso

Em contrapartida agrave von-tade dos filhos os pais se preocupam cada vez mais na hora de presenteaacute-los com viagem ao exterior A dentista Heloiacutesa Pereira matildee de Laura Pereira Luz contou a anguacutestia que viveu durante as duas semanas em que a filha esteve na Disney ldquoAntes de a minha filha viajar a fiz prometer que me ligaria e procura-ria um hospital se qualquer coisa acontecesse com ela Ainda a bipava todos os dias pelo raacutedio e mantive sem-pre contato com a agecircncia e os guias Daacute certa insegu-ranccedila mas era um sonho da Laura que decidimos reali-zarrdquo afirma a matildee

Pai de Joana Bastos 14 anos o empresaacuterio Roni-valdo Oliveira Bastos deci-diu levar ele mesmo a filha agrave Disney ldquoMinha filha ficou muito insegura com o ocorrido com a Jacqueline imagina eu entatildeo Jaacute perdi minha esposa por negligecircn-cia meacutedica natildeo posso perder a minha menina tambeacutem

As agecircncias soacute andam pen-sando no lucro e esquecem da seguranccedilardquo afirmou

Lidar com um grupo grande de jovens no exterior requer natildeo soacute experiecircncia mas habilidades como lide-ranccedila e planejamento para que se possa deixaacute-los apro-veitar a viagem com respon-sabilidade e manter a disci-plina em cada dormitoacuterio Ciente dos riscos envolvidos na viagem a dona-de-casa Maria das Graccedilas Soares matildee de Camila Carvalho 14 anos cancelou a viagem da filha apoacutes o ocorrido com Jacqueline

ldquoFiquei muito assustada com a morte da Jacqueline deu para perceber certa negligecircncia por parte dos guias e agora vou pensar muito antes de mandar a minha filha ao exterior em uma excursatildeo ainda mais com esse surto da gripe suiacutenardquo

A bancaacuteria aposentada Tacircnia Vieira tambeacutem iria dar uma viagem ao Canadaacute de presente ao filho Pedro que

completa 16 anos em abril do ano que vem mas deci-diu mudar o presente apoacutes assistir ao drama de Jaque-line pela TV ldquoEle poderaacute viajar ao exterior quando estiver mais velho em um intercacircmbio ou mesmo a passeio Por hora optei por trocar o computador e o viacutedeo-game da casa Assis-timos vaacuterias vezes ao drama dos pais que tem problemas na viagem dos filhos natildeo podemos ser negligentes e achar que com o nosso filho natildeo vai acontecerrdquo afirma

As principais agecircncias de turismo de Belo Horizonte alegaram que o acidente ocorrido com Jaqueline em julho passado natildeo afe-tou suas vendagens pois as normas para embarque de menores de idade jaacute satildeo naturalmente muito riacutegidas e os seus agentes satildeo devi-damente treinados A maio-ria ressaltou que houve uma queda no nuacutemero de viagens nos uacuteltimos trecircs meses mas estritamente ligada agrave crise financeira mundial

Pais na berlinda

Aventura se torna pesadelo

Falta de compromisso de algumas agecircncias de turismo faz os pais trocarem viagens por presentes palpaacuteveis para os fi lhos adolescentes

Minha fi lha fi cou muito insegura com o ocorrido com a

Jacqueline As agecircncias soacute andam

pensando no lucro e esquecem da seguranccedila

Assistimos vaacuterias vezes ao drama dos pais que tecircm

problemas na viagem dos fi lhos natildeo podemos ser negligentes e achar que com o nosso fi lho

natildeo vai acontecer

Antes de a minha fi lha viajar a fi z prometer que me ligaria e procuraria um hospital se

qualquer coisa acontecesse com ela

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Fotos divulgaccedilatildeo

Heloiacutesa Pereira Dentista

Ronivaldo Bastos Empresaacuterio

Tatildenia Vieira Aposentada

08-09 - Pais na Berlindaindd 208-09 - Pais na Berlindaindd 2 12209 93102 AM12209 93102 AM

RENATA VALENTIM

7ordm PERIacuteODO

Domingo 2 de novembro 7h40 da manhatilde Apesar da movimentaccedilatildeo de um nuacutemero jaacute razoaacutevel de visitantes e trabalhadores ndash vendedores de flores limpadores de jazigos ndash eacute o silecircncio que impera logo na entrada do Cemiteacuterio de Nosso Senhor do Bonfim localizado na regiatildeo noroeste de Belo Horizonte A inscriccedilatildeo latina no arco de entrada ldquomorituri mortuisrdquo eacute a siacutentese de todo ritual que ali se daria ao longo do Dia de Finados ldquoos que vatildeo morrer aos mortosrdquo

A motivaccedilatildeo principal da visita ao tuacutemulo de parentes ou amigos parece ultrapassar o mero cumprimento de calendaacuterio religioso A presenccedila de idosos sozinhos ou mesmo em grupo de amigos e tambeacutem de algumas jovens famiacutelias e seus semblantes de choro e dor ndash demonstrativo de perda recente ndash indicam que a proximidade da morte eacute a razatildeo maior das home-nagens agravequeles que se foram Aleacutem de evidente saudade o dia dedicado ao maior misteacuterio da humanidade parece remeter cada pessoa aos seus questio-namentos mais particulares sobre o assunto Testemunha disso eacute Welling-ton Luiz de Oliveira seguidor cristatildeo de Jeovaacute que vai ao Cemiteacuterio do Bon-fim todos os anos com o propoacutesito de levar palavras de conforto para os visi-tantes baseadas na sua feacute ldquoas pessoas querem ouvir a verdade de que existe o reino de Deus e que ele estaacute proacute-ximo E Deus eacute a verdaderdquo Wellington ressalta que no cemiteacuterio a aceitaccedilatildeo das pessoas agrave sua abordagem eacute maior porque estatildeo mais aptas a ouvir porque seu pensamento estaacute mais aberto agrave feacute ldquoem outra situaccedilatildeo a pessoa me daria uma maacute resposta fecharia a porta na minha cara Aqui natildeo aqui a pessoa ouve melhorrdquo diz

Voltados para si e para a lembranccedila de momentos compartilhados com quem se foi os visitantes vatildeo chegando ao longo

da manhatilde trazendo fl ores para ornamen-tar os tuacutemulos e jazigos A difi culdade na abordagem aumenta nos casos em que se percebe uma morte precoce um fi lho ou marido jovem cuja famiacutelia em pran-tos daacute as matildeos e reza ao redor do tuacutemulo Tambeacutem em outros como um senhor de seus 65 70 anos que chega sozinho ajoelha-se em frente a um jazigo e potildee-se a rezar em silecircncio e de olhos fechados E assim permanece por vaacuterios minutos Mas haacute casos como o de Dona Ilma que observando minha movimentaccedilatildeo dei-xou que me aproximasse perguntando se eu era parente da pessoa enterrada ao lado dos seus Enquanto distribuiacutea as fl ores levadas para o jazigo da famiacutelia

contou que vai ao Bonfi m todos os anos ldquoa gente tem que trazer fl ores e rezar Eacute a uacutenica coisa que podemos fazer por eles agora Apesar de que as fl ores duram pouco tempo murcham muito raacutepidordquo Dona Ilma visitou o jazigo da famiacutelia em 2007 e disse que levou a fi lha e o genro Neste ano foi sozinha E disse logo em seguida ldquosempre deixo uma fl or e faccedilo uma oraccedilatildeo para esse tuacutemulo ao lado Nunca vi ningueacutem visitaacute-lo pensei ateacute que vocecirc tivesse vindo para issordquo

A celebraccedilatildeo do Dia de Finados ou Dia de Todos-os-Mortos em 2 de novembro logo a seguir do Dia de Todos-os-Santos ndash celebraccedilatildeo em honra a todos os santos e maacutertires ndash

foi instituiacuteda a partir do seacuteculo XIII Mas visitar tuacutemulos e rezar por aque-les que morreram na Igreja Catoacutelica eacute costume desde o seacuteculo II Segundo a crenccedila cristatilde neste dia os vivos rezam por aqueles que estariam no purgatoacute-rio o estado no poacutes-vida onde as almas seriam purificadas antes de irem ao ceacuteu Os cristatildeos acreditam que as almas no purgatoacuterio que tambeacutem satildeo considera-das membros da igreja assim como os cristatildeos vivos teriam de sofrer para que possam ser purificados de seus peca-dos Por meio de oraccedilotildees e boas obras os membros vivos da igreja poderiam ajudar seus amigos e familiares faleci-dos O Dia de Finados remonta entatildeo a ideacuteia de comunhatildeo entre todos os fieacuteis sejam vivos ou mortos porque acre-ditam na ressurreiccedilatildeo de Jesus Cristo ressuscitado indicaria a eternidade como destino de todos os seus fieacuteis eacute a morte vista como encontro da vida junto de Deus

Dona Alice de 80 anos eacute mais uma personagem do dia de Finados que con-corda em falar comigo Muito recep-tiva apesar do semblante triste relata que vai todos os anos ao Bonfi m e leva sempre um vasinho de fl or No jazigo que adornava enquanto conversaacuteva-mos estatildeo o pai o marido e seus qua-tro irmatildeos E emendou ldquotenho soacute 36 do meu coraccedilatildeo jaacute me sinto preparada para encontraacute-los Mas enquanto ainda puder caminhar vivo bem Perdi meu coraccedilatildeo de sofrimentordquo Dona Alice expli-cou que permaneceu ao lado do marido durante a doenccedila que o matou e assim fi cou doente do coraccedilatildeo ldquoAo cuidar de algueacutem doente nunca se esqueccedila de vocecirc Eacute preciso cuidar de noacutes mesmosrdquo Ela diz que se sente bem preparada espiritualmente para ir embora porque reza todos os dias Certa de que cumpriu o seu papel diz que foi 18 vezes ao altar para casar pessoas ligadas a ela ldquocasei muitos Estive presente na vida de mui-tas pessoas Espero que vocecirc chegue agrave minha idade com tanta histoacuteria pra con-tarrdquo Eu tambeacutem

Ritual de Finados dor da perda cumprimento do calendaacuterio religioso ou crenccedila em vida apoacutes a morte

Morituri mortuisOs que vatildeo morrer aos que jaacute morreramMorituri mor

A data traz o resgate agraves crenccedilas e a oraccedilatildeo traduz o sentimento de perda

Fotos Roberta Andrade - 7ordm G

ao lado dos seus Enquanto distribuiacutea as fl ores levadas para o jazigo da famiacutelia

Todos-os-Santos ndash celebraccedilatildeo em honra a todos os santos e maacutertires ndash

Belo Horizonte 30 de Novembro de 2009

10 bull CidadesO Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Amanda Lelis e Roberta Andrade 7ordm periacuteodo

10-11 - Finadosindd 110-11 - Finadosindd 1 12209 92622 AM12209 92622 AM

O Nosso Senhor do Bonfi m foi o primeiro e eacute o mais tradicional cemiteacuterio da capital Eacute mais antigo que a proacutepria cidade foi fun-dado em 08 de fevereiro em 1897 enquanto BH foi inaugurada em 12 de dezembro do mesmo ano Sua projeccedilatildeo e construccedilatildeo contou com a supervisatildeo teacutecnica da Comis-satildeo Construtora da Nova Capital ndash de onde se atribui a semelhanccedila dos dois traccedilados arquitetocircnicos Dedicada ao estudo de His-toacuteria Regional a pesquisadora Marcelina

das Graccedilas Almeida conta que o Bonfi m foi construiacutedo como uma das primeiras medidas da Comissatildeo para organizar espa-cialmente a cidade com a proibiccedilatildeo de sepultamentos que eram feitos no adro da Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem a padroeira da cidade na Rua Sergipe bem no centro da nova capital Construiu-se um cemiteacuterio provisoacuterio ateacute que o Bonfi m estivesse pronto que fi cava onde hoje haacute o cruzamento das ruas Rio de Janeiro dos Tamoacuteios Satildeo Paulo e dos Tupis

O modelo monumental dos tuacutemulos observado somente no Cemiteacuterio do Bon-fi m fez com que fossem encomendados diversos trabalhos no Rio de Janeiro em Satildeo Paulo e em dezenas de ateliecircs de artistas

locais entre eles os famosos irmatildeos Natali os Lunardi e a Marmoraria Satildeo Joseacute ndash todos estes agrave eacutepoca implicados na construccedilatildeo de preacutedios puacuteblicos e residecircncias ilustres na receacutem-inaugurada capital de Minas

Percorrendo o cemiteacuterio por entre seus jazigos eacute possiacutevel observar duas fases mar-cantes de sua histoacuteria Os tuacutemulos da pri-meira delas contada ateacute a deacutecada de 1940 satildeo dotados de elementos artiacutesticos pre-dominantemente feitos em maacutermore Na segunda fase vecirc-se o bronze e o granito preto como recorrentes Segundo o IEPHA ndash Instituto Estadual do Patrimocircnio Histoacute-rico e Artiacutestico de Minas Gerais uma outra forma de diferenciaccedilatildeo das fases eacute a ocupa-ccedilatildeo ldquotemaacuteticardquo de determinadas quadras do

cemiteacuterio Existem quadras com tuacutemulos soacute de crianccedilas outras predominantemente ocupadas por personalidades da poliacutetica mineira Para se ter uma ideacuteia no Bon-fi m estatildeo enterrados dentre outros os ex-governadores mineiros Silviano Brandatildeo Benedito Valadares Raul Soares e Olegaacuterio Maciel o ex-senador Bernardo Monteiro e o ex-prefeito Cristiano Machado aleacutem de per-sonagens importantes de Minas Uma aula de histoacuteria regional a ceacuteu aberto

O Bonfim nasceu primeiro

Dona Ilma (agrave esq) e Dona Alice (agrave dir) acreditam que suas visitas e oraccedilotildees satildeo importantes para os familiares que partiram

fi m fez com que fossem encomendadosdiversos trabalhos no Rio de Janeiro emSatildeo Paulo e em dezenas de ateliecircs de artistas

rico e Artiacutestico de Minas Gerais uma outra forma de diferenciaccedilatildeo das fases eacute a ocupa-ccedilatildeo ldquotemaacuteticardquo de determinadas quadras do

O Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Amanda Lelis e Roberta Andrade 7ordm periacuteodo

Belo Horizonte 30 de Novembro de 2009

Cidades bull 11

10-11 - Finadosindd 210-11 - Finadosindd 2 12209 92624 AM12209 92624 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

12 bull Cidades

LIRA FAVILLA

6ordm PERIacuteODO

Ao usar o termo legaliza-ccedilatildeo acaba-se esbarrando no fato de que atualmente essa palavra carrega um peso tatildeo grande quanto o termo droga

Conhecida cientifi camente como Cannabis sativa a maco-nha como eacute chamada no Brasil eacute um elemento muito presente nas polecircmicas rodas de discus-satildeo que envolvem a liberaccedilatildeo de seu consumo Antes defen-dida por hippies seu uso de forma legal como uma conduta regulada por lei vem sendo defendida por nada menos que trecircs ex-presidentes latino-ame-ricanos e mais uma comissatildeo de 17 especialistas personalidades e professores O ex-presidente brasileiro e socioacutelogo Fernando Henrique Cardoso 77 eacute um deles A comissatildeo que tam-beacutem conta com os economistas Cesar Gaviria 61 da Colocircm-bia e Ernesto Zedillo 57 do Meacutexico propotildee uma revisatildeo na poliacutetica mundial de drogas e garante ser de extrema impor-tacircncia o debate das condi-ccedilotildees legais para seu consumo

Originaacuteria da Aacutesia Central com os primeiros registros his-toacutericos por volta de 200 anos aC na China no Egito e na

Iacutendia a maconha tem o THC (tetraidrocanabinol) como o principal causador dos efei-tos fiacutesicos e psiacutequicos os olhos vermelhos aumento do apetite e do batimento cardiacuteaco boca seca e coordenaccedilatildeo motora prejudicada A erva foi muito utilizada para fi ns medicinais reduzindo naacuteuseas e vocircmitos produzidos por medicamen-tos anticanceriacutegenos e em alguns casos no tratamento da epilepsia Diversas outras par-tes da planta satildeo utilizadas em paiacuteses como EUA Inglaterra Espanha Chile Franccedila Suiacuteccedila Holanda Canadaacute para produzir fi bras tecircxteis das mais variadas qualidades oacuteleos bio-combus-tiacuteveis estruturas para constru-ccedilatildeo civil peccedilas automotivas cosmeacuteticos medicamentos ali-mentos entre outros produtos

Em fevereiro deste ano a uacuteltima reuniatildeo da Comissatildeo Latino Americana sobre Drogas e Democracia realizada no Rio de Janeiro exaltou os benefiacutecios do consumo da droga nas ques-totildees da sauacutede e nuacutemeros foram colocados na mesa Bilhotildees de doacutelares satildeo gastos por ano para combate ao traacutefi co e milhotildees de pessoas perdem suas vidas ou satildeo presas envolvidas nesse lucrativo ldquomercadordquo ile-gal Seguindo a linha de que as proibiccedilotildees estimulam o desvio

a proibiccedilatildeo da droga estimula e sustenta o traacutefi co Contudo eacute importante ressaltar que subs-tacircncias mais pesadas como cocaiacutena natildeo estatildeo visadas para entrar na discussatildeo da legalizaccedilatildeo Segundo FHC ldquoa maconha aleacutem de ser a droga menos danosa ao organismo eacute a mais consumida Seria leviano incluir drogas mais pesadas nessa propostardquo afi rmou em entrevista agrave revista EacutePOCA

O tabaco e o aacutelcool consi-derados legais e que tambeacutem causam dependecircncia quiacutemica nos usuaacuterios matam muito mais que a maconha Segundo o Relatoacuterio Mundial sobre Dro-gas do UNODC (Escritoacuterio das Naccedilotildees Unidas contra Drogas e Crime) o tabaco mata cinco milhotildees de pessoas o aacutelcool cerca de 25 milhotildees e as dro-gas iliacutecitas cerca de 200 mil pes-soas por ano em todo o mundo Seus fabricantes pagam impos-tos altiacutessimos e gastam muito com publicidade incentivando o uso do produto e agora estatildeo passando por maus bocados Com a nova lei ldquoantifumordquo eacute proibido fumar cigarro ou deri-vados de tabaco em ambientes de uso coletivo puacuteblicos ou privado uma diferenccedila signifi -cativa Todavia natildeo diminui o fato de o tabagismo ser consi-derado a maior causa evitaacutevel

de mortes e doenccedilas no mundoMas haacute quem discorde dessa

visatildeo que parece ser de caraacuteter liberal Meacutedicos e especialistas acreditam que com a liberaccedilatildeo da maconha e o consequumlente uso maciccedilo da publicidade um nuacutemero maior de pessoas experimentariam a droga Logo seriam mais pessoas sujeitas aos seus danos como por exemplo os problemas de perda de memoacuteria e doen-ccedilas relacionadas ao pulmatildeo

O Dr Elisaldo Carlini em entrevista para Drauzio Varella fala que com a publicidade a droga ganharia mais usuaacuterios e ldquocomo a maconha faz mal para os pulmotildees acarreta proble-mas de memoacuteria e em alguns casos leva agrave dependecircncia natildeo deve ser legalizadardquo Poreacutem ao ser perguntado por Varella se essa linha de raciociacutenio tam-beacutem seria aplicada ao aacutelcool ele responde que natildeo eacute contra a legalizaccedilatildeo do aacutelcool ldquopor-que vivemos uma situaccedilatildeo de fato em que seu uso social eacute aceito e estaacute consagradordquo e completa dizendo que ldquoos resultados da famosa Lei Seca americana jaacute provaram que eacute impossiacutevel proibir o uso do aacutelcool e que se o fi zermos o tiro pode sair pela culatrardquo A ONU recomendou sua proibi-ccedilatildeo em todo mundo e assim

como o governo americano considera o controle de oferta das drogas e combate ao traacutefi co a melhor forma de combater seus males Essa poliacutetica norte-americana custa uma fortuna cada vez mais crescente Atu-almente satildeo gastos 35 bilhotildees de doacutelares anuais contra os 10 bilhotildees gastos a 20 anos atraacutes

O ex-deputado federal e sub-secretaacuterio estadual Antidrogas Elias Murad diz que eacute radical-mente contra a legalizaccedilatildeo de qualquer tipo de drogas liacuteci-tas ou iliacutecitas Ele argumenta que a legalizaccedilatildeo estaacute ligada agrave ldquodisponibilidade de drogas no mercado que seria o caso encontrado em paiacuteses como Holanda e quando existe acei-taccedilatildeo por parte da comunidaderdquo

Em relaccedilatildeo ao pensamento de que a legalizaccedilatildeo da maco-nha diminuiria o traacutefi co Murad afi rma que ldquosim eacute uma forma de mostrar como o governo estaria tentando controlar o traacutefi cordquo mas acredita que ldquoos males que viriam com a legali-zaccedilatildeo seriam muito pior do que os que jaacute existem com o traacutefi cordquo

O desafi o lanccedilado eacute para que essas poliacuteticas puacuteblicas e leis possam ser discutidas e ela-boradas seguindo as diretrizes miacutenimas dos direitos humanos defendidos pela ONU (Orga-nizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas)

Editor e diagramador da paacutegina Diogo Hot e Aacutelvaro Castro- 6ordm periacuteodo

LEGALIZE JAacuteManifestaccedilotildees nas principais capitais do paiacutes geram debates acerca da temaacutetica da legalizaccedilatildeo da maconha

Manifestantes foram detidos pela Poliacutecia Militar por conduta excessiva na Marcha da Maconha na Praia do Arpoador na zona sul do Rio O evento natildeo chegou a acontecer porque foi proibido pela Justiccedila a pedido do Ministeacuterio Puacuteblico Estadual

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O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Cidades bull 13Editor e diagramador da paacutegina Diogo Hot e Aacutelvaro Castro -6ordm periacuteodo

Michael Phelps O campeatildeo oliacutempico foi

suspenso por trecircs meses por

ter sido fotografado utili-

zando maconha em festa

Marcello Antony Preso em 2004 comprando

maconha de um trafi cante

Marcelo D2 Afi rma fumar todos os dias

e jaacute sofreu vaacuterias repressotildees

por isso chegando a ser

preso apoacutes um show por

defender a liberaccedilatildeo da

droga

Giba Suspenso em 2003 por causa

do exame antidoping positivo

FAMOSOS QUE TIVERAM PROBLEMAS COM O USO

DA MACONHA

Fonte Revista Eacutepoca nordm 561

O Coletivo Marcha da Maco-nha Brasil eacute um grupo de indiviacuteduos e instituiccedilotildees que trabalham de forma descentra-lizada com um nuacutecleo-central que atua na manutenccedilatildeo do site wwwmarchadamaconhaorg e do foacuterum de discussotildees a ele vinculado Natildeo eacute um evento de cunho apologeacutetico e seus organizadores natildeo incentivam o uso de maconha ou de qual-quer outra substacircncia iliacutecita

Segundo informaccedilotildees apre-sentadas no site do movi-mento ldquoo objetivo eacute possibi-litar que todos os cidadatildeos possam se manifestar de forma livre e democraacutetica a respeito das poliacuteticas e leis sobre dro-gas do paiacutes Com essas ati-vidades procuramos ajudar a fazer com que essas leis e poliacuteticas possam ser construiacute-

das e aplicadas de forma mais transparente justa efi caz e pragmaacutetica respeitando a cida-dania e os Direitos Humanosrdquo

No ano passado a Marcha da Maconha foi proibida em nove das dez cidades brasileiras que fariam parte do circuito de manifestaccedilotildees que acontece-ram em outros 19 paiacuteses inclu-sive na capital mineira Apesar da proibiccedilatildeo vaacuterias pessoas compareceram agrave Praccedila da Estaccedilatildeo em 2008 e foram reprimidas pela Poliacutecia Militar

Este ano o Tribunal de Jus-ticcedila de Minas Gerais (TJMG) liberou a realizaccedilatildeo da Mar-cha da Maconha em Belo Horizonte O movimento tambeacutem foi autorizado no Rio de Janeiro Porto Alegre

Recife entre outros estados

Marcha no BrasilNo dia 9 de maio os estados

brasileiros do Rio de Janeiro Porto Alegre Juiz de Fora Bra-siacutelia Curitiba e mais outras 200 cidades em todo o mundo pro-moveram a manifestaccedilatildeo em favor da descriminalizaccedilatildeo do uso da maconha Realizada haacute sete anos no Brasil a Marcha da Maconha teve sua segunda edi-ccedilatildeo em Minas Gerais este ano

Em Belo Horizonte entre oitenta e cem pessoas partici-param da manisfestaccedilatildeo Os ati-vistas caminharam da Praccedila da Estaccedilatildeo passando pela Praccedila Sete ateacute chegarem agrave Praccedila da Liberdade onde o movimento se dispersou A passeata chamada

de Marcha da Maconha durou das 16h agraves 17h20 e segundo a Poliacutecia Militar durante a reali-zaccedilatildeo do protesto natildeo houve nenhum registro de violecircncia

No Rio de Janeiro a mobili-zaccedilatildeo que aconteceu em Ipa-nema reuniu cerca de 1200 par-tcipantes entre eles o ministro do Meio Ambiente Carlos Minc

Em Porto Alegre cerca de 350 simpatizantes da causa parti-ciparam da Marcha no Parque Farroupilha Por acreditarem que a erva eacute beneacutefi ca nos tratamen-tos de cacircncer Aids e glaucoma os seus defensores tambeacutem rei-vindicaram o reconhecimento de seu uso no campo medicinal O ato liberado pelo Ministeacuterio Puacuteblico teve uma hora de dura-ccedilatildeo e tambeacutem foi paciacutefico

Marcha da Maconha chegou em Brasiacutelia onde os manifestantes se reuniram em praccedila puacuteblica para protestar

A marcha pelo direito do uso

BRASILO cultivo e porte da maconha eacute proibido no Territoacuterio Brasileiro ainda que pela Lei natildeo haja mais pena de restriccedilatildeo agrave liberdade No entanto na praacutetica ateacute mesmo a conduta de distribuir panfl etos para divulgar o trabalho de um Movimento Social que fala sobre maconha pode acarretar autuaccedilatildeo por ldquocrime de apologia ao crimerdquo

CHINAPolitica de toleracircncia zero Trafi cantes condenados agrave morte e usuaacuterios obrigados a seguir programas de desintoxicaccedilao

HOLANDAPrimeiro paiacutes a liberar o uso da maconha em 1976 O consumo em bares especializados eacute liberado mas a venda fora deles eacute proibida

JAMAICAAo contraacuterio do que se imagina seu consumo eacute considerado ilegal mas o uso eacute altamente popular por parte da populaccedilatildeo local

Infografi a Felipe Chimicatti 7ordmG

Fotos divulgaccedilatildeo

BRASILO cultivoo e porte da maconha eacute proibiddo no Territoacuterio Brasileiroo ainda que pela Lei natildeo hhaja mais pena de restriccedilatildeo agrave liberdade No entanto na praacutetica ateacute mesmo aa conduta de distribuir panfl etoss para divulgar o trabalho de um Movimento Social quue fala sobre maconha pode acaarretar autuaccedilatildeo por ldquocrime dee apologia ao crimerdquo

JAMAICAAo contraacuterio do que se imagina seu consumo eacute considerado ilegal mas o uso eacute altamente popular por parte dapopulaccedilatildeo local

HOLANDAPrimeiro paiacutes a liberar o uso da maconha em 1976 O consumo em bares especializados eacute liberado mas a venda fora deles eacute proibida

CHINAPolPolitiitica ca de de toltoleracirceracircncinciaazerzero o TraTrafi cfi cantantes es concondendenadoados agraves agrave mo morterte e ue usuaacutesuaacuteriorios os obribrigadgados os a sa segueguir ir proprogragramasmas de de desdesintintoxioxicaccedilcaccedilaoao

Foto wwwfacunbbr storiesImagem_1145_edjpg

Condiccedilatildeo da maconha pelo mundo

12-13 - Maconhaindd 212-13 - Maconhaindd 2 12209 93005 AM12209 93005 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Leone -7ordm periacuteodo14 bull Comportamento

PEDRO LEONE

7ordm PERIacuteODO

Satildeo Paulo 10 de novembro de 2009 2230h A cena parecia receacutem tirada de um blockbuster apocaliacuteptico de Hollywood Pes-soas caminhando pelos trilhos do metrocirc carros desgovernados e uma cidade com 11 milhotildees de pessoas totalmente no escuro Era assim que se encontrava a capital paulista apoacutes o apagatildeo no fornecimento energeacutetico no Brasil causado por uma falha na linha de distribuiccedilatildeo de Furnas Na ocasiatildeo a usina de Itaipu responsaacutevel pela geraccedilatildeo de 20 da energia que abastece o paiacutes e 85 do Paraguai teve o funcionamento inteiramente interrompido Desde o pri-meiro momento de breu o que se viu entatildeo foi um fenocircmeno ateacute entatildeo pouco conhecido no Brasil Em questatildeo de minutos o site de relacionamento Twitter registrou milhares de comentaacute-rios postados por usuaacuterios de todo o paiacutes sobre o apagatildeo

O Twitter eacute a mais recente moda no mundo da internet Criado haacute trecircs anos o serviccedilo consiste em um blog pessoal um espaccedilo onde o usuaacuterio coloca textos com um limite de 140 caracteres (nada aleacutem de uma pequena frase) sobre o assunto que quiser Paula Fabian ex-coordenadora de produccedilatildeo do portal Uai e atual responsaacutevel pela comunicaccedilatildeo e pelo blog da Iveco acredita no entanto que as redes sociais natildeo satildeo apenas moda ldquoAs redes sociais chegaram para fi car e evoluiacute-rem refl etem uma mudanccedila de paradigma que a internet jaacute vem proporcionando haacute algum tempordquo afi rma

De fato se inicialmente a ideia dos criadores era de que as pessoas contassem o que estatildeo fazendo no momento em que escreveram hoje a ferramenta evoluiu e eacute usada como outras redes sociais para uma infi ni-dade de outros fi ns

Um dos marcos do uso de redes sociais na divulgaccedilatildeo jornaliacutes-tica ocorreu durante as eleiccedilotildees presidenciais no Iratilde em junho deste ano quando o mundo se viu inundado por notiacutecias sobre protestos e escacircndalos na apu-raccedilatildeo dos votos O incidente causou uma grande mobilizaccedilatildeo na miacutedia mundial Enquanto isso o proacuteprio governo iraniano cerceava alguns veiacuteculos locais chegando a fechar websites de oposiccedilatildeo Foi a deixa para o sur-gimento de uma diversidade de conteuacutedos em diversos espaccedilos na internet Viacutedeos no Youtube comunidades virtuais em todo tipo de site e uma infi nidade de comentaacuterios no Twitter fi zeram o evento um dos mais comen-tados em todo o mundo virtual Um usuaacuterio que se denominava ldquoTh eranBueraurdquo publicava no Twitter notiacutecias em tempo real atraveacutes do celular notiacutecias dos protestos de estudantes contra o governo

ItaipuA falha na distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica no Brasil causou um efeito semelhante Enquanto vagavam no escuro em ruas presos em elevadores trens e metrocircs e de dentro das proacuteprias casas centenas de natildeo-ilumina-dos recorreram a seus celulares para postar duacutevidas comentaacute-rios e notiacutecias na rede Apoacutes o restabelecimento da luz proli-feraram viacutedeos fotos e depoi-

mentos dos ocorridos Durante a madrugada do dia 10 em meio ao blecaute a assessoria de imprensa da usina de Itaipu criou uma conta no Twitter para divulgar comunicados ofi ciais sobre o ocorrido e responder as duacutevidas da populaccedilatildeo ldquoEm ins-tantes publicaremos a nota ofi -cial de Itaipu Binacional sobre o blecauterdquo foi o primeiro recado da empresa na rede

O uso das redes sociais pelas assessorias de imprensa eacute um dos casos mais curiosos e recor-rentes da evoluccedilatildeo das ferra-mentas Canais de viacutedeos insti-tucionais comunidades virtuais ofi ciais para aumentar o contato com o puacuteblico blogs e micro-blogs dando furos de notiacutecias nos veiacuteculos fornecendo infor-maccedilotildees ofi ciais em primeira matildeo O Clube Atleacutetico Mineiro aleacutem do caso da proacutepria Itaipu eacute

um exemplo Atraveacutes do Twitter o presidente do clube Alexan-dre Kalil divulga notiacutecias antes de saiacuterem na imprensa Esse uso no entanto natildeo eacute considerado por todos como jornaliacutestico ldquoNa minha opiniatildeo as redes disse-minam rapidamente as notiacutecias em piacutelulas mas natildeo considero como um trabalho jornaliacutesticordquo Afi rma Paula Fabian

As ferramentas ampliam o jaacute antigo uso dos websites como contato institucional com o mundo virtual Segundo Paula a ampliaccedilatildeo eacute o caminho certeiro das empresas que buscam esse contato indo aleacutem das proacuteprias redes sociais ldquoO mundo atual solicita presenccedila digital E natildeo basta estar simplesmente pre-sente na internet ou nas redes sociais Eacute preciso ser consistente em tudo o que se propotildee a parti-cipar Eacute preciso manter coerecircn-

cia com a atitude que se propotildee seguir nas redes sociaisrdquo

Outro obstaacuteculo levantado por ela eacute quanto a confi abili-dade das informaccedilotildees da rede ldquoNatildeo acho que nenhum veiacuteculo seja confi aacutevel quem eacute confi aacutevel eacute quem o faz quem estaacute por traacutes A inocecircncia na internet acabou a democracia que o meio pro-porciona abre espaccedilo tanto para o mal quanto para o bem o ver-dadeiro ou o falso o liacutecito ou iliacutecito A escolha eacute de cada umrdquo disse Paula

No fi m jornaliacutestico ou natildeo confi aacutevel ou malicioso a ampla difusatildeo de informaccedilotildees na internet soacute eacute beneacutefi ca Beneacutefi ca para os leitores cada vez mais informados e para os veiacuteculos que se obrigam a natildeo parar no tempo mantendo-se em discus-sotildees e reciclagens atraveacutes das novas tecnologias

Um passarinho me contouCada vez mais as redes sociais deixam de ser pura moda e passam a incorporar o dia a dia das pessoas

O New York Times dispotildee no Youtube viacutedeos que ampliam os assuntos abordados no jornal

ldquoFalaram para o estagiaacuterio em Itaipu quando sair apaga tudordquo

Piada difundida apoacutes o blecaute em Itaipu

ldquoCarini foi contratado Chegou no vocirco 1648 da

Gol hoje a tarderdquoAlexandre Kalil presidente do Atleacutetico-MG

se adiantand agrave imprensa

ldquoObra do Rodoanel desaba sobre a Reacutegis em SP equipe retira

escombrosrdquoEstado de Satildeo Paulo divulga manchetes

antes no Twitter

ldquoO diabo natildeo tinha chifre ateacute o dia em

que algueacutem mandou Zeacute Mayer pro infernordquo

Piadas sobre o ator Zeacute Mayer satildeo recorrentes na rede

No Twitter

14-15 - Redes Sociaisindd 114-15 - Redes Sociaisindd 1 12209 93048 AM12209 93048 AM

O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Leone - 7ordm periacuteodo Comportamento bull 15

Pouco mais de quatro meses apoacutes a sua morte em 25 de junho deste ano Michael Jackson con-tinua a mostrar porque eacute con-siderado o Rei do Pop O docu-mentaacuterio ldquoTh is is itrdquo em exibiccedilatildeo nos cinemas continua gerando comentaacuterios dos mais diversos tipos No entanto nenhum espec-tador tem duacutevidas do quanto Jackson merecia este tiacutetulo

O longa mostra os bastidores dos ensaios da uacuteltima turnecirc de Michael Jackson que natildeo che-gou a acontecer devido agrave morte precoce do cantor O lanccedilamento da obra agitou o mundo real ndash e virtual Enquanto os ingressos eram vendidos a uma velocidade exorbitante (soacute em Londres foram mais de 30 mil ingressos nas pri-meiras 24 horas) na rede o nome do cantor estaacute nos Trending Topics

do Twitter desde a noite de estreacuteia do documentaacuterio Ou seja o Reio do Pop estaacute entre os assuntos mais comentados do microblog

Logo que chegou aos cinemas os ldquotwitteirosrdquo de plantatildeo jaacute posta-ram suas impressotildees sobre o fi lme O criacutetico de cinema Pablo Villaccedila escreveu ldquomesmo longo e visual-mente desinteressante pinta uma imagem tatildeo favoraacutevel de MJ que indagamos por que natildeo fez algo assim antesrdquo Como costuma fazer com as obras que assiste Villaccedila daacute sua nota 3 em 5

A atriz Elizabeth Taylor fatilde e amiga de Michael Jackson tam-beacutem recorreu ao microblog para divulgar suas impressotildees ldquoReal-mente acredito que este fi lme deveria ser indicado em todas as categorias possiacuteveis Eacute a obra cinematograacutefi ca mais brilhante

que jaacute virdquo escreveu Taylor Mas tambeacutem haacute opiniotildees contraacuterias A ldquotwitteirardquo Laura Andrade critica o fi lme por considerar desneces-saacuterio mostrar a cruel realidade dos uacuteltimos dias do artista

O sucesso do documentaacute-rio eacute tatildeo grande que a Sony Pictures Entertainment jaacute anunciou que poderaacute esten-der o periacuteodo de exibiccedilatildeo que em princiacutepio seria de apenas duas semanas Com o longa mais tempo em cartaz o lanccedilamento do DVD foi adiado para o iniacute-cio do proacuteximo ano Mas para quem eacute fatilde a espera vai valer a pena jaacute que o DVD vai conter mais trecircs horas de extras que incluem cenas dos ensaios e versotildees ineacuteditas de videoclipes

No dia 22 de outubro a estu-dante Geisy Arruda de 20 anos foi exposta agrave vergonha puacuteblica pelos seus colegas na faculdade Uniban em Satildeo Bernardo do Campo As injuacuterias foram desde chingamentos ateacute ameaccedilas de lin-chamento e estupro sendo moti-vadas pelo vestido curto da aluna

O fato que ocorreu durante o horaacuterio de aula causou tanto tumulto na faculdade que as aulas foram interrompidas Cen-tenas de alunos foram para os corredores do Campus protestar e Geisy teve que sair acompa-nhada de escolta policial

O fato ganhou repercussatildeo nacional depois que um viacutedeo da retirada da aluna pela poliacutecia

sob gritos de colegas xingando passou a circular na internet

O viacutedeo publicado no site de viacutedeos Youtube teve milhares de acessos No Orkut foram criadas dezenas de comunidades para falar do assunto

Vaacuterios comentaacuterios na inter-net se ploriferaram nos textos sobre o assunto Ricardo aluno da Uniban disse no blog de Luiz Nassif estar chateado com o escacircndalo e em outro comen-taacuterio Josueacute Mecenas chamou os alunos de hipoacutecritas

No site da revista Marie Claire profi ssionais da moda se mani-festaram ldquo O brasileiro eacute o povo menos chauvinista em termos vestimentais So haacute restriccedilotildees

para homens por conta do com-plexo de machismordquo

A jornalista Eacuterica Palomino tambeacutem afi rmou no site ldquoEu pensei que minissaia havia sido inventada haacute 40 anos e natildeo fosse mais novidaderdquo A socioacuteloga Miriam Abramovay no site do Correio Brasiliense afi rmou que a atitude dos estudantes eacute vio-lenta agressiva e conservadora

Ainda no Twitter tambeacutem houve quem sugerisse que a garota fez algo aleacutem de usar uma minissaia Em comentaacuterio na rede social Ana Paula Bertoni disse que outro protesto aconteceu na Uniban Dessa vez os colegas da aluna agredida se manifestaram com narizes de palhaccedilo

O Rio de Janeiro ganhou des-taque na imprensa nas uacuteltimas semanas por motivos tanto posi-tivos quanto negativos A Cidade Maravilhosa foi escolhida como sede das Olimpiacuteadas de 2016 e dias depois pautou os noticiaacuterios com a guerra do traacutefi co O assunto tambeacutem invadiu as redes sociais (blogs Twitter Orkut entre outras) depois da derrubada de um heli-coacuteptero no Morro dos Macacos

O jornalista Carlos Castilho em um artigo intitulado ldquoDo tiro ao Twitterrdquo no site Observatoacuterio da Imprensa tocou numa ques-tatildeo interessante e pertinente ao contexto ldquopoliacutecia X crime organizadordquo Numa pesquisa recente destinada aos Estu-dos de Seguranccedila e Cidadania

provou-se que os policiais con-sideram os blogs como uma fer-ramenta poliacutetica ameaccediladora e subversiva para as tradicionais hierarquias que regem os quar-teacuteis no Brasil Apesar disso os blogs policiais podem mexer com a verticalizaccedilatildeo que pre-domina hoje na estrutura mili-tar expondo o que haacute de errado dentro das corporaccedilotildees e colo-cando em xeque as hierarquias

Espelhado no modelo norte-americano de amostragem de viacutetimas por guerras civis o site Rio Body Count foi criado para contabilizar por aproximaccedilatildeo o nuacutemero de viacutetimas na guerra do traacutefi co no Rio de janeiro mas jaacute foi desativado na Web

Sobre a atual violecircncia no

Morro dos Macacos o publicitaacute-rio e morador do bairro da Tijuca no Rio de Janeiro Gabriel Wardil 24 informou por meio de seu Twitter que o medo e a impo-tecircncia satildeo gerais e que as pessoas estatildeo mudando a rotina por causa da violecircncia ldquoEstamos no meio de uma guerra onde natildeo haacute como se defender e sendo governados pelo crime e terrorrdquo declarou

Comunidades do Orkut viacutedeos no Yotube posts em blogs satildeo exemplos de ferra-mentas que datildeo forccedila e auto-nomia para a voz da populaccedilatildeo Enquanto o Legislativo toma decisotildees a portas fechadas a Internet se torna um ambiente democraacutetico considerada por muitos como a nova Aacutegora

Arte Pedro Leone 7ordmG

Foto Bruno Gonzales em blog de Jorge Schweitzer

Guerra do traacutefi co no Rio de Janeiro se espalha na web

Textos nesta paacutegina escritos por Ana Carolina Amariz Flaacutevia Leatildeo Gabriel Assunccedilatildeo Jaime Hosken Liacutevia Martins Paula Sampaio Fernando Kelysson Gabriela Machado Michele Cristina Nathalia Magalhatildees Raiacutessa Rodrigues Rodrigo Otoni (6ordmG)

ldquoEu pensei que minissaia havia sido inventada haacute 40 anos e natildeo fosse mais novidaderdquoMiriam Abramovay socioacuteloga

Rei do Pop rouba cena no Twitter

Minissaia leva a motim de universitaacuterios

Guerra no Morro dos Macacos invade Web

14-15 - Redes Sociaisindd 214-15 - Redes Sociaisindd 2 12209 93048 AM12209 93048 AM

O Ponto

16 bull EsporteBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacuteginaPedro Gontijo e Clarisse Simatildeo - 6ordm periodo

O Rugby

Passados os anos as regras e nuacuteme-ros de participantes foram variando podendo hoje ser praticado com 15 10 ou 7 (conhecido como 7-a-side) joga-dores em cada time que se dividem em dois grupos ldquoOs Fowards satildeo jogadores maiores em tamanho e mais pesados enquanto os Backs satildeo mais raacutepidos menores mais leves e mais aacutegeis Eles atacam com velocidade passam a bola mais raacutepido mas tambeacutem haacute choquesrdquo explica Ariel Palacios treinador do time feminino do BH Rugby o maior da capital mineira

Durante a partida soacute eacute possiacutevel pas-sar a bola para o lado ou para traacutes sendo que os avanccedilos satildeo decorrentes das corridas com posse de bola Soacute eacute permitido passe para frente com pon-tapeacutes e no chute soacute podem perseguir a bola aleacutem do chutador aqueles joga-dores que estiverem em linha ou atraacutes do mesmo no momento do pontapeacute

Muitas vezes o esporte passa a ima-gem de violento mas seus praticantes defendem opiniatildeo contraria ldquoPassa essa imagem porque dentro de campo haacute um contato intenso entre os joga-dores A agressividade eacute inerente ao jogordquo explica Vitoacuteria ex-jogadora do BH Rugby

Um fator interessante e que ajuda a aliviar as tensotildees do jogo eacute o chamado terceiro tempo Promovido pelo time da casa esse eacute o momento em que os jogadores conversam fazem amizades cantam brincam bebem e discutem os lances da partida apoacutes o jogo e eacute uma das tradiccedilotildees do Rugby

Em Minas Gerais aleacutem do BH Rugby existem mais dois times expressivos ambos em Varginha O Minas Rugby nascido em 1995 e o Varginha Rugby criado em 2000 Inconfidentes e Poccedilos de Caldas no interior do estado pos-suem equipes menores e algumas outras cidades jaacute esboccedilam um esforccedilo para montar uma estrutura para o esporte entre elas Nova Lima Juiz de Fora Viccedilosa Uberlacircndia Governador Valadares e Nova Era

Apesar do aumento significativo da procura pelo esporte o Rugby ainda

sofre com falta de verbas para financiar as viagens dos atletas para as competi-ccedilotildees nacionais e internacionais A fim de contornar a situaccedilatildeo jogadores e equipe teacutecnica se viram como podem Alguns fazem uma poupanccedila onde todo mecircs uma quantia de dinheiro eacute depositada outros vendem brindes como camisetas rifas e adesivos e os mais corajosos posam para fotos Foi o caso da seleccedilatildeo brasileira de rugby feminino Para poder participar do Mundial de Dubai realizado em marccedilo deste ano criaram um calendaacuterio com fotos sensuais das proacuteprias jogadoras Um meio de chamar a atenccedilatildeo das pessoas e arrecadar dinheiro para a viagem Natildeo ganharam o campeonato mas garantiram o 10ordm lugar no ranking mundial

Vida de JogadoraJogadora haacute um pouco mais de dois

anos no BH Rugby Marina conheceu o esporte atraveacutes de amigos de Satildeo Paulo mas quem a incentivou a jogar foi uma amiga de trabalho ldquoUm dia fui para conhecer os treinos e fiqueirdquo Amigos e familiares a questionavam sobre por que natildeo fazer ballet ou jazz atividades tradicionalmente femini-nas mas Marina afirma que apesar de jaacute ter tentado natildeo combina com ela de jeito algum A jogadora comenta tam-beacutem que nunca teve rivalidade com outras jogadoras ldquoSomente dentro do campo alguns olhares e puxotildees de cabelos mas fora do campo o terceiro tempo tira a tensatildeo um poucordquo afirma a atleta

O administrador Mathias Klaus namora haacute dois anos a jogadora do BH Rugby Maria Clara Ele acompanha sua namorada em todos os jogos e diz natildeo sentir ciuacutemes dos treinos que ela faz com o time masculino de Rugby ldquoSem-pre que daacute eu saio com a turma toda pra tomar umasrdquo Mathias confessou que reza sempre para que sua namo-rada saia do campo sem um arranhatildeo pois a jogadora jaacute quebrou a claviacutecula e o nariz mas afirma que o esporte ajuda no relacionamento ldquoO namoro eacute

Encerrada a partida o jovem estudante William Webb Ellis inconfor-mado com a derrota do seu time agarra a bola com as matildeos e sai cor-rendo em direccedilatildeo ao gol adversaacuterio - Que velocidade Surpreendidos seus adversaacuterios entram na corrida para tentar impedi-lo Agarrado pelas pernas o pequeno Willian vai ao chatildeo e vecirc a bola esvair-se de suas matildeos Dessa cena que causou estranheza durante um jogo de futebol na Inglaterra em 1823 surgiu a ideacuteia inicial de um novo esporte o Rugby

O Rugby eacute um dos esportes mais populares do mundo e cada vez mais vem ganhando adeptos pelo Brasil desmistifi cando a fama de esporte violento e deixando de ser comparado ao futebol americano

MARINA CAMISASSA

RENATA WILLIG 2ordmPERIODO

Fotos Pedro Gontijo

em trecircs tempos

16-17 - Rugbyindd 116-17 - Rugbyindd 1 12209 92745 AM12209 92745 AM

O Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Gontijo e Clarisse Simatildeo - 6ordm periodo

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Esporte bull 17

oacutetimo quando ela estaacute estressada ela desconta no campo e com as rivaisrdquo

Jogadora do BH Rugby de dezem-bro de 2005 ateacute Julho de 2007 Vitoacuteria nunca praticou outro esporte Ela fra-turou o braccedilo durante uma partida e depois novamente em casa no mesmo lugar mas continua defendendo que isso eacute comum por ser um esporte de muito contato fiacutesico Vitoacuteria tambeacutem afirma que o esporte precisa ser mais divulgado o que ajudaria a desvincu-lar essa imagem de jogo violento que tem hoje

Vencer as barreiras de um esporte que ainda daacute os primeiros passos no paiacutes eacute outro desafio segundo as joga-doras O BH Rugby participa de pelo menos um campeonato por ano e para custear as viagens aleacutem da mensali-dade paga por elas ao clube Como haacute poucos patrocinadores eacute preciso fazer rifas e caixinhas para ajudar nas despe-sas das viagens que tecircm custo variado de acordo com o nuacutemero de jogadoras que participam dos torneios

Em Setembro de 2006 o time femi-nino do BH Rugby conquistou o pri-meiro tiacutetulo ao vencer o Campeonato da Independecircncia de 7-a-side em Var-ginha no Sul de Minas Em Outubro de 2007 conquistou o Torneio de 7-a-side de Satildeo Joseacute dos Campos a primeira etapa do Circuito Brasileiro de Rugby

Rugby no BrasilO Brasil conheceu o rugby no seacuteculo

XIX e foi Charles Miller o mesmo que trouxe o futebol para o Brasil que em 1895 organizou o primeiro time de rugby brasileiro em Satildeo Paulo Mas somente em 1925 o rugby comeccedilou a ser praticado com mais regularidade no Brasil no Campo dos Ingleses per-tencente ao Satildeo Paulo Athletic Club (SPAC) em Pirituba Satildeo Paulo

Durante o periacuteodo de 1926 a 1940 foram organizados jogos interesta-duais entre clubes paulista e carioca aleacutem de jogos internacionais contra os Springboks da Aacutefrica do Sul em 1932 e contra a seleccedilatildeo Britacircnica em 1936

De 1941 a 1946 os jogos foram inter-rompidos devido agrave Segunda Guerra Mundial sendo retomados em 1947

Em 1960 foi formada a Alianccedila Rugby Football Club constituiacuteda por jogadores ingleses franceses argenti-nos e brasileiros No dia 6 de outubro de 1963 foi fundada a sede em Satildeo Paulo da Uniatildeo de Rugby do Brasil com a finalidade de organizar e dirigir o rugby brasileiro No ano seguinte a entidade patrocinava o III Campeonato Sul-Americano de Rugby quando o Brasil conquistou o vice-campeonato

A partir de 1971 comeccedilou a se desenvolver lentamente o rugby Infanto-Juvenil em Satildeo Paulo e em 20 de Dezembro de 1972 foi fundada a Associaccedilatildeo Brasileira de Rugby em substituiccedilatildeo agrave Uniatildeo de Rugby do Bra-sil sendo reconhecida pelo Conselho Nacional de Desportos (CND) A par-tir daiacute o esporte vem ganhando adep-tos no paiacutes do futebol e se populari-zando deixando para traacutes a imagem de violento

1 - Pilar

2 - Hoker

3 - Pilar

4 - Segunda linha

5 - Segunda linha

6 - Asa (tercera linha) 7 - Asa (tercera Linha)

8 - Oitavo (uacuteltimo na formaccedilatildeo do scrum)

PasseNo rugby soacute eacute possiacutevel passar a bola para o lado ou para traacutes sendo que os avanccedilos satildeo decorrentes das corridas com posse de bola Soacute eacute permitido passes para frente com pon-tapeacutes No chute soacute podem perseguir a bola aleacutem do chutador aqueles jogadores que estiverem em linha ou atraacutes do mesmo do momento do pontapeacute

Tackle ou placagemO tackle eacute feito agarrando-se o jogador adver-saacuterio que estaacute com a bola e jogando-o ao chatildeo para que se possa fazer a tentativa de tomada da posse de bola atraveacutes do ruck

RuckQuando um jogador eacute tackleado ele solta a bola e eacute formado um ruck Jogadores dos dois times se jogam em cima daquele que estaacute ao chatildeo e tentam empurrar a bola para o seu lado do campo com o detalhe de que natildeo eacute permitido mover a bola com as matildeos

MaulOcorre quando trecircs jogadores sendo um portador da bola e os outros dois um de cada time estatildeo em contato A diferenccedila entre o ruck e o maul eacute que no uacuteltimo a bola natildeo se encontra no chatildeo e sim na matildeo do jogador Os jogadores devem manter a cabeccedila e os ombros acima da linha da cintura Natildeo eacute per-mitido tirar os jogadores do maul a natildeo ser que esse seja do time adversaacuterio e esteja do lado errado do maul

ScrumO scrum ou formaccedilatildeo ordenada geralmente eacute usado apoacutes uma jogada irregular ou em alguma penalidade O HalfScrum da equipe que natildeo cometeu a infraccedilatildeo insere a bola no meio de um ldquotuacutenelrdquo formado pelas duas primeiras linhas de cada equipe para que os jogadores de sua equipe consigam ganhar a posse da bola Qualquer jogador alheio a formaccedilatildeo ordenada tem que estar a 10 m da mesma

LateraisQuando a bola sai pela lateral do campo eacute realizado um alinhamento para que a bola volte ao jogo O Hoker da equipe lanccedila a bola no meio das duas linhas formadas Um joga-dor de cada equipe eacute levantado no ar para tentar agarrar a bola Quando a bola eacute posta na lateral o outro time pode repocirc-la rapida-mente para dentro de campo se esta cruzar a linha de cinco metros sem formaccedilatildeo de linhas

MarkQuando a equipe adversaacuteria chuta a bola e o jogador da outra equipe a pega sem quicar no chatildeo e dentro da aacuterea dos 22 metros ele pode chamar um mark ou pedir marco que eacute a possibilidade de se dar um chute sem o perigo de ser placado Serve como um fator de proteccedilatildeo para a defesa da equipe que pediu o marco pois interrompe o jogo e o time tem direito a um pontapeacute livre de onde o mark foi pedido

Algumas jogadas do Rugby

Esquema de jogo

BH RUGBY

12ordm BI do ExeacutercitoRua Timbiras com Barbacena Barro Preto Belo Horizonte - MG

Belo H

s sendo umLateraisQuQQQuQuQuQuQuQuananandodoodododd a bola saaaai peela lattererererala ddddoooo cacacacampmpmpmpmm oooooooo eacuteeacuteeacuteeacute

Ariel PalaciosTeacutecnico do BHRugby

312

6

45

789

10

111213

1514

9 - Half Scrum 10 - Apertura 11 - Ponta cego

12 - Primer centro

13 - Segundo Centro

14 - Ponta aberto

15 - Fullback

16-17 - Rugbyindd 216-17 - Rugbyindd 2 12209 92753 AM12209 92753 AM

O Ponto

18 bull CulturaBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Liacutevia Martins e Flaacutevia Leatildeo - 6 ordm periacuteodo

LUCAS RAGE VICTOR DUARTE RENAN BORGES

2ordm PERIODO

Desde 2004 os belo-hori-zontinos vecircm recebendo visi-tas ilustres nas diversas linhas de transporte puacuteblico da capi-tal Jaacute passaram pelos ocircnibus escritores como Gonccedilalves Dias Machado de Assis Castro Alves e muitos outros Calma eles natildeo estatildeo rodando por aiacute como passageiros estatildeo pre-sentes por meio de suas obras Eacute o projeto Leitura para Todos

Idealizado e organizado pelo Programa de Ensino Pesquisa e Extensatildeo A Tela e o Texto do curso de Letras da Universi-dade Federal de Minas Gerais (UFMG) o projeto Leitura para Todos tem o objetivo de levar literatura agrave grande populaccedilatildeo belo-horizontina de maneira dinacircmica e acessiacutevel

O que natildeo falta ao passa-geiro eacute escolha na hora de ler Satildeo oferecidas obras dos mais variados estilos desde crocircni-cas machadianas a poemas de Gonccedilalves Dias passando por composiccedilotildees musicais de Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes

Atraveacutes do site do projeto (wwwletrasufmgbratelaeo-texto) jovens autores tambeacutem podem enviar seus textos e jaacute

passam de 155 publicaccedilotildees deste cunho envolvidas na ini-ciativa O projeto contempla hoje 280 carros em 26 linhas distintas

Impressos em frente e verso e laminados os textos satildeo afi -xados na parte traseira dos assentos e apresentam faacutecil acesso Cada veiacuteculo possui uma meacutedia de vinte lacircminas dispostas ao longo dos assen-tos de maneira para atingir todos os passageiros Os textos satildeo trocados de trecircs em trecircs meses As formataccedilotildees variam de acordo com o tema e a forma luacutedica com a qual algu-mas obras satildeo expostas busca atrair o leitor relutante

RepercussatildeoAs estrateacutegias para atrair o lei-

tor apesar de criativas natildeo agra-daram a todos ldquoA letra eacute muito pequena entatildeo eu natildeo leio muitordquo diz Amanda Dias usuaacute-ria da linha Circular 01 (SC01) e moradora de Betim Estudante e morador da Savassi tambeacutem usuaacuterio da linha Guilherme Carvalho concorda ldquonatildeo atrai natildeo chama a atenccedilatildeo Fica ali mas a gente nem vecirc direito falta alguma coisa para chamar mais a atenccedilatildeo do pessoalrdquo

O maior problema aparenta ser a combinaccedilatildeo entre trans-porte puacuteblico e leitura uma vez que nem todos os passageiros podem se sentar durante a via-

gem ldquoEacute interessante para quem vai sentado mas quem estaacute de peacute natildeo aproveita muitordquo aponta Amanda Dias

Mas a iniciativa possui uma linha de admiradores para quem o incentivo agrave cultura e a dissemi-naccedilatildeo da literatura natildeo passam despercebidos Moradora do Taquaril e usuaacuteria da linha 9503 Vanusa dos Santos se entusiasma com o projeto ldquoAs histoacuterias satildeo legais Tem algumas que eu tenho ateacute vontade de levar para casa e ler para os meus fi lhos Eu jaacute li quase todas sempre que acabo de ler a minha jaacute estou logo pegando a do ladordquo afi rma Ilza Ferreira Gomes moradora de Venda Nova e usuaacuteria da

linha Circular 02 (SC02) tambeacutem divide o entusiasmo de Vanusa ldquoAcho excelente Incentiva a lei-tura A primeira coisa que eu faccedilo quando entro no ocircnibus eacute pegar um texto para lerrdquo

Segundo a coordenadora do projeto e do Programa A Tela e o Texto da FALE-UFMG Maria Antonieta Pereira a repercus-satildeo do projeto natildeo poderia ser melhor ldquoTemos recebido mui-tos textos novos e comentaacuterios dos leitores No mecircs que vem entraraacute em circulaccedilatildeo o texto de um usuaacuterio sobre o Leitura para Todosrdquo afi rma

De acordo com Maria Anto-nieta a maioria dos textos rece-bidos eacute de qualidade Para sele-cionaacute-los o criteacuterio utilizado eacute o valor literaacuterio ldquoFicam de fora apenas os textos que apresen-tarem linguagem vulgar ou de cunho agressivo Mas isso eacute rarordquo conclui

Mais do que uma degustaccedilatildeo literaacuteria muitos vecircem no projeto um passatempo que possibi-lita distraccedilatildeo durante as longas viagens de volta para casa ou em direccedilatildeo ao trabalho ldquoVocecirc comeccedila a ler e nem vecirc o tempo passarrdquo diz Jidalva da Silva moradora de Ibiriteacute e usuaacuteria da linha 3052 Guilherme Carvalho acrescenta ldquoEacute bacana porque a gente natildeo tem nada para fazer no ocircnibus entatildeo a gente lecirc no caminhordquo

Projeto Leitura para TodosFoto Divulgaccedilatildeo BHTrans

Com cinco anos de existecircncia iniciativa ainda passa despercebida por muitos passageiros de ocircnibus

Faz-de-conta domina a literaturaLivros com tramas e personagens fantaacutesticos encabeccedilam listas de mais vendidos

GABRIELA CAMPOLINA

5ordm PERIacuteODO

As aventuras de um bruxi-nho um mundo rodeado por robocircs que de repente passam a ter sentimentos o romance entre uma jovem e um vampiro a cegueira repentina A fi c-ccedilatildeo oferece um mundo rico de possibilidades estimulantes O autor fi ca livre para propor novas abordagens construir cenaacuterios - diferentes daqueles que estamos acostumados O leitor pode se deliciar com estoacuterias divertidas e impossiacuteveis na vida real mas que povoam a sua mente e satildeo apaixonantes

Para o doutorando em Lite-ratura de Liacutengua Portuguesa e professor da Universidade Fumec Luis Henrique Barbosa o sucesso desses livros pode ser atribuiacutedo ao grande poder da miacutedia ldquoHoje em dia eacute difiacutecil esca-

par dessa infl uecircncia ateacute mesmo para quem tenta fugir um pouco dissordquo Segundo o professor os meios de comunicaccedilatildeo criam um tipo de ldquomodardquo

Atualmente o livro que estaacute no topo dos mais vendidos eacute ldquoA Cabanardquo do canadense William Young que narra a histoacuteria de Mackenzie Allen Philip perso-nagem principal de uma trama que envolve questotildees religiosas ao desconstruir os estereoacutetipos de Deus e Jesus apresentados respectivamente como uma mulher negra grande e gorda e um jovem do Oriente Meacutedio que conserta e constroacutei coisas Outro sucesso de venda foram os livros da seacuterie Crepuacutesculo (Twilight) que conta a histoacuteria de uma ado-lescente que se apaixona por um vampiro recentemente adap-tada para o cinema

Os best-sellers de fi cccedilatildeo jaacute tomaram as salas de cinema haacute

um tempo Em termos de adap-taccedilatildeo literaacuteria escritores tendem a achar que o fi lme deve ser fi el ao texto Jaacute os cineastas enten-dem que a linguagem das telas eacute outra e que o compromisso do cinema eacute com os espectadores natildeo com os leitores Os escrito-res defendem a fi delidade os cineastas natildeo

O sucesso de longas como ldquoO senhor dos aneacuteisrdquo ldquoHarry Pot-terrdquo ldquoEu Robocircrdquo ldquoEnsaio sobre a cegueirardquo ldquoEntrevista com um vampirordquo de repente virou febre Todos parecem querer ldquoviajarrdquo por um mundo desconhecido

Os leitores principalmente os mais jovens querem ver seus livros personagens e aventuras preferidas de uma forma mais real Segundo Luis Henrique ldquoa miacutedia faz bom marketing e ainda tem o peso das peliacuteculas que direcionam ainda mais o foco do interesse do puacuteblicordquo E

independente das inuacutemeras criacute-ticas quanto a isso o sucesso eacute certo O exemplo eacute o das seacuteries Harry Potter e Twi-light - ambos best-sellers mundiais

A internet eacute tambeacutem um terreno que contribui para popularidade crescente da chamada literatura da moda de acordo com o pro-fessor Luis Henrique a litera-tura se tornou muito diversifi -cada ldquoHaacute um grande aumento por exemplo na lsquoliteratura de blogrsquo Muitos blogueiros escrevem histoacuterias que depois viram livrosrdquo diz Falando especifi camente sobre os livros de fi cccedilatildeo ele argu-menta que muito desse sucesso estaacute em foacutermulas que deram certo e se repetiram no avanccedilo da tecnologia na busca por res-postas e na tentativa de ldquofugardquo da rotina do dia-a-dia ldquoAinda assim eacute difiacutecil dizer porquecirc Eacute como

querer saber o motivo pelo qual muita gente escuta certo tipo de muacutesica ou assiste a certos tipos de fi lme Cada um tem uma razatildeo Tambeacutem natildeo podemos esquecer que estamos falando de moda E moda vai e voltardquo

criacute-sso as

m

o dem srdquote

18 - Literaturaindd 118 - Literaturaindd 1 12209 92644 AM12209 92644 AM

O Ponto

PEDRO LEONE

7ordm PERIacuteODO

A Faculdade de Ciecircncias Humanas da Fumec (FCH) lanccedilou no dia 20 de novem-bro a oitava ediccedilatildeo da revista ldquoMediaccedilatildeordquo de cunho cientiacute-fi co A publicaccedilatildeo que desta vez trouxe como tema central ldquoMiacutedas Audiovisuais e Proces-sos Identitaacuteriosrdquo representa um marco da revista por fortalecer a

periodicidade das produ-

ccedilotildees acadecircmicas da faculdade como reinteraram os diretores Antocircnio Marcos Nohmi Joatildeo Batista de Mendonccedila Filho e Th aiumls Estevanato em evento rea-lizado na data de lanccedilamento no auditoacuterio da FCH A revista passa ainda por uma reestrutu-raccedilatildeo editorial jaacute que a partir da proacutexima ediccedilatildeo natildeo conta mais com a professora Claudia Cha-ves Fonseca como editora que passa o cargo para o professor Rodrigo Fonseca e Rodrigues

Segundo Rodrigo um dos proacuteximos passos na consoli-daccedilatildeo da ldquoMediaccedilatildeordquo no mer-cado eacute a ampliaccedilatildeo dos pontos de distribuiccedilatildeo da publicaccedilatildeo sendo inclusive distribuiacuteda em bibliotecas de outras institui-ccedilotildees de ensino Aleacutem disso Rodrigo adiantou o tema-base da nona ediccedilatildeo jaacute sob seu comando que seraacute ldquoComuni-caccedilatildeo e estudos interdiscipli-naresrdquo Nela de acordo com o novo editor uma das metas seraacute ampliar o leque de assun-tos tratados e mostrar o caraacuteter plural da comunicaccedilatildeo

Outra meta para os proacuteximos nuacutemeros da revista eacute divulgar a

chamada para artigos em outros paiacuteses com a publicaccedilatildeo de textos traduzidos com exclusividade pela revista para o portuguecircs

Alunos como destaqueA novidade da oitava ediccedilatildeo

segundo a editora Claudia Cha-ves fi ca por conta da publica-ccedilatildeo da resenha ldquoEacutetica no ensino

de jornalismordquo de autoria das alunas do oitavo periacuteodo de jornalismo Ana Luacutecia Bahia e Marina Rigueira Para as alu-nas que dizem ter interesse em seguir a carreira acadecircmica a oportunidade eacute interessante por ser uma primeira experiecircn-cia na aacuterea O artigo segundo Ana Luacutecia e Marina eacute fruto de

um projeto de iniciaccedilatildeo cientiacute-fi ca e a primeira publicaccedilatildeo de cunho acadecircmico de ambas

A revista ldquoMediaccedilatildeordquo tem periodicidade semestral e teve nesta oitava ediccedilatildeo tiragem de mil exemplares reunindo dez artigos de professores pes-quisadores e profi ssionais da comunicaccedilatildeo social

Editor e diagramador da paacutegina Equipe O Ponto

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Miacutedias bull 19

FABIANA SOARES

7ordm PERIacuteODO

Kotler publicou sua biacuteblia do marketing e de repente todo mundo sabia como posicionar uma marca Entatildeo veio a Era Digital e desafi ou todas agecircncias de publicidade e profi ssionais de marketing Quais foram esses desafi os O que devemos levar em consideraccedilatildeo para posicio-nar uma marca online Eu com meu mero mas engajado conhe-cimento elaborei alguns toacutepi-cos que podem dar um rumo ao posicionamento digital

1) Pense e esteja OnlineO primeiro item eacute oacutebvio e pre-

cede todos os outros Se vocecirc quer entrar no mundo digital vocecirc tem que estar online A comunicaccedilatildeo digital eacute instantacirc-nea e interativa e se sua marca natildeo estaacute laacute quando um usuaacuterio a procura ele vai clicar na outra que estiver mais proacutexima Entatildeo

esteja sempre disponiacutevel e mais importante abrace a interaccedilatildeo Natildeo adianta estar online e pen-sar offl ine Converse e escute os usuaacuterios hoje eles satildeo tatildeo importantes no posicionamento de sua marca quanto a televisatildeo foi na deacutec de 50 O que nos leva ao segundo toacutepico

2) O usuaacuterio constroacutei a sua marca

Hoje o modelo de comuni-caccedilatildeo eacute interativo O internauta descobriu que pode produzir a mensagem e natildeo soacute recebecirc-la pacifi camente Entatildeo ele pode dizer que seu produtoserviccedilo eacute muito ruim ou muito bom e teraacute vaacuterias pessoas para ouviacute-lo E natildeo adianta querer abafar a sua voz isso soacute vai pegar mal e natildeo vai controlar a propagaccedilatildeo da mensagem (lembra do caso da Daniela Cicarelli) Entatildeo o que resta aacutes marcas eacute monitorar Vocecirc pode estar sempre alerta ao que estatildeo dizendo sobre vocecirc na web

eacute como um feedback instantacirc-neo e se estiverem falando bem oacutetimo mas se falarem mal per-gunte porque peccedila desculpas e desconstrua a imagem ruim que aquele usuaacuterio tem sobre sua marca Mas cuidado para natildeo invadir o espaccedilo virtual dele

3) Cuidado O usuaacuterio pode natildeo querer te ouvir

Vocecirc monitora sua marca na web e resolve entrar na discussatildeo dos usuaacuterios sobre sua marca Vaacute com calma Ele provavelmente vai estar em uma rede social conversando com seus amigos e de repente vocecirc vira um inva-sor inoportuno Hoje o usuaacuterio quer ouvir e daacute mais credibi-lidade a fala de seu ldquoamigo de rederdquo do que na auto-afi rmaccedilatildeo de uma marca Ele quer ouvir o que sua rede social tem a dizer e natildeo vocecirc Entatildeo uma estrateacutegia muito mais efi ciente de conver-sar com o usuaacuterio eacute sendo um usuaacuterio ou tendo como porta voz

algum usuaacuterio infl uente E se um usuaacuterio fala bem da sua marca daqui a pouca seratildeo dois quatro seis

4) O boca-a-boca casou com a internet e teve um fi lho fofoqueiro O viral

O viral nasceu graccedilas a velo-cidade e o tamanho da rede Enquando na tv temos uma pessoa falando para outras 11 milhotildees na rede sua marca pode falar com esse mesmo nuacutemero de pessoas e essas pessoas com outras 11 milhotildees de pessoas em uma velocidade muito mais raacutepida que a de um Vt de 30rdquo Esse potencial de propagaccedilatildeo da men-sagem eacute bom e ruim Bom por permitir uma comunicaccedilatildeo mais efi ciente em termos de tempo e ruim pois uma vez lanccedilada na rede eacute impossiacutevel acompanha-la A melhor maneira entatildeo de se utilizar um viral eacute ser cuida-doso com o que se quer propa-gar Pense se aquela mensagem

eacute realmente relevante se natildeo vai criar uma imagem negativa e se eacute sufi cientemente criativo para que os usuaacuterios queiram compartilhaacute-lo O viral tem sido a menina dos olhos de muitos criativos publicitaacuterios e de seus clientes pois tem um custo rela-tivamente baixo e pode alcanccedilar um grande nuacutemero de pessoas mas tambeacutem tem grandes riscos de ser um total fracasso

A internet aidna tem muito a nos ensinar e tentei colo-car acima um pouco do que jaacute consegui obeservar Mas ainda tenho uma grande curiosidade que ateacute hoje ningueacutem conseguiu me explicar como se cobra por estrateacutegias digitais Como men-surar em dinheiro um viral por exemplo Como apresentar uma estimativa de custos honesta para o cliente quando tudo que se tem eacute uma ideacuteia Se algueacutem tiver essa resposta meu email eacute fabzsoaresgmailcom

E agora Joseacute A festa acabou a luz apagou e ta todo mundo na web

Original publicado em httpestagiocriativoblogspotcomO texto natildeo sofreu ediccedilatildeo nem correccedilotildees ortograacutefi cas a pedido da autora

A equipe de professores e convidados que participaram da organizaccedilatildeo da 8ordm ediccedilatildeo da revista

Mediaccedilatildeo chega ao seu oitavo nuacutemeroRevista da Faculdade de Ciecircncias Humanas da FUMEC coloca o tema ldquoMiacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuteriosrdquo em debate e tem como desafi o para os proacuteximos nuacutemeros ampliar a chamada para o envio de artigos acadecircmicos a pesquisadores de outros paiacuteses

8ordf ediccedilatildeo da revista trata das Miacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuterios

19 - Mediacaoindd 119 - Mediacaoindd 1 12209 93123 AM12209 93123 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

20 bull Cultura Editora e diagramadora da paacutegina Amanda Lelis - 7ordm periodo

COLCHAde retalhos

CU

RT

Are

talh

os

Ajude a costurar nossa colcha balaioretalhosgmailcom

Ir aleacutem da superfiacutecie

Que o espelho mostra

(e que o ego gosta)

VontadeBaacuterbara Rodrigues

Midori aki

hatake dandan

akaku naru

GuntaiJoatildeo Paulo Borges

Outono verde

o campo aos poucos

fi ca vermelho

ExeacutercitoJoatildeo Paulo Borges

Frederico PortoOde ao pensamento

Todo momento eacute hora de aventura e fantasia

E comeccedila ao raiar do dia

Crianccedilas vatildeo agrave escola e cantam a melodia

E a imaginaccedilatildeo se mistura com a nostalgia

O vento o sol a neve e a tempestade

Amanhatilde eacute o ontem criado com amizade

E Deus em seu computador

Natildeo procura responder

A mensagem deixada seraacute criada por vocecirc

E sem fi m com mais delongas

O encanto se apaixona

E comeccedila a respirar

Pensamento que viraacute

Eu que natildeo amo vocecircGabriela Gois

Era tudo novo ali No puro prazer na inocecircncia ele repousava a cabeccedila sobre o meu

colo segurando minha matildeo fi rmemente Ao longe o sol ia se despedindo deixando uma

leve e uacutenica brisa no fi m de tarde abafado Noacutes trocaacutevamos algumas palavras bobas meu

coraccedilatildeo disparava quando via aquele sorriso sincero Era tudo parte de um comeccedilo de

vida uma iniciaccedilatildeo no mundinho chato e triste que eacute o amor Tatildeo perfeito calmo irreal

verdadeiro e tiacutemido A rua estava vazia eu permanecia em silecircncio enquanto ele brin-

cava com meus dedos em suas matildeos magrelas e brancas

- E quando tudo isso acabar

- Como assim ndash suspirei afagando seu cabelo bagunccedilado

- A gente vai crescerhellipMudar Talvez um dia nossos rostos se apaguem

- Eu natildeo seihellipTalvez um dia noacutes vamos estar adultos andando em alguma cidade no

meio do caos e nos reconhecemos por um sorriso Eu largaria meu namorado vocecirc sua

vida boecircmia e noacutes podemos fugir pra Franccedila

- Vocecirc eacute tatildeo boba

- E vocecirc eacute tatildeohellip

Seus laacutebios tocaram os meus delicadamente nada invasivo Eram macios tinham

sabor de chocolate branco O que aconteceu internamente natildeo haacute como descrever nada

comparado agrave felicidade instantacircnea de uma roupa nova Natildeo era algo bem melhor que

isso Era tudo tatildeo maacutegico e delicioso nada de preocupaccedilotildees Eacuteramos dois na calccedilada os

peacutes no chatildeo quente as matildeos entrelaccediladas os sorrisos carregados de felicidade

Hoje eu ainda olho para aquela foto estranha no fundo da caixa Ele estaacute longe pro-

vavelmente apagou meu rosto Eu natildeo consigo sentir nada comparado agravequilo nada que

faccedila meu coraccedilatildeo disparar como aquele dia Eu soacute amei uma vez eu tinha onze anos um

metro e sessenta e cinco e era boba

Larissa Cardoso Borges

Deixa a mente vagar

Sem rumo sem freio

Deixa as palavras fl uiacuterem

Pulsando pelo seu corpo ateacute chegarem ao destino fi nal

Matildeo que freneticamente escreve

Tentando organizar o fl uxo de emoccedilotildees de sensaccedilotildees

Raacutepido pensar fugaz aliacutevio

O papel suporta as minhas ideacuteias

Devaneios

GuriaRodrigo Guimaratildees Pena

quando dedo se lambia

tudo era mar-de-rosas

tu levavas vida em verso

eu te via toda prosa

e tu eras tatildeo pequena

tatildeo cheirosa tatildeo macia

que o chorar ou fazer cena

era manha da guria

hoje a vida te vecirc bela

tatildeo faceira tatildeo formosa

mas meus olhos vecircem aquela

que foi meu botatildeo de rosa

Sozinha

No mato

Sem teto

Comida

Companhia

Ou cobertor

Sem rastro

Barulho

Eu-soacute

Sozinha

Na terra

Deitada ateacute dissolver no tempo

QuererAmanda Lelis

Amanda Lelis

E o que vai ser agora

se tudo em mim for

silecircncio

DuacutevidaAmanda Lelis

20 - Colcha de retalhosindd 120 - Colcha de retalhosindd 1 12209 92543 AM12209 92543 AM

Page 6: Jornal O Ponto - novembro de 2009

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

06 bull Poliacutetica Esportiva Editor e diagramador da paacutegina Ana Flaacutevia Goulart e Vitor Komura - 6ordm periacuteodo

IGOR MOREIRA

2ordm PERIacuteODO

No dia 24 de marccedilo de 1998 entrava em vigor a lei que pro-metia mudar a cara do fute-bol brasileiro Idealizada pelo entatildeo Ministro dos Esportes Eacutedson Arantes do nascimento o famoso Peleacute a Lei Nordm 9615 que leva o seu nome trouxe vaacuterias mudanccedilas A principal eacute a garantia do passe ao joga-dor que atua no paiacutes depois de dois anos atuando por seu clube o jogador deixa de ser propriedade do mesmo e passa a ser dono dos seus direitos federativos

A Lei Peleacute pretendia tam-beacutem estimular a transforma-ccedilatildeo dos clubes em empresas Poreacutem devido agrave desorganizaccedilatildeo dos departamentos de futebol dos clubes brasileiros poucos se adaptaram a essa realidade e nenhum dos grandes times do Brasil obteve ecircxito

Para os criadores da lei o fi m do passe acabaria com a ldquoescra-vidatildeordquo dos atletas profi ssionais que ateacute entatildeo pertenciam aos clubes pelos quais jogavam tendo estes o direito de seguraacute-los mesmo depois do fi m do seu contrato Acabava o passe e entravam em cena os direitos federativos

A ideacuteia inicial era obter o mesmo sucesso conseguido pelos europeus com a Lei Bos-

man anos antes Poreacutem seria necessaacuterio ter os mesmos recur-sos fi nanceiros que possuem os clubes de laacute Isso eacute impossiacutevel jaacute que eles arrecadam verbas milionaacuterias com as vendas de seus carnecircs e camisas o que natildeo acontece no Brasil devido agrave nossa realidade fi nanceira Sendo assim o resultado da implan-taccedilatildeo da Lei foi uma saiacuteda em velocidade espantosa de joga-dores brasileiros para todos os cantos do mundo Nosso futebol que jaacute natildeo tinha como competir com as grandes equipes euro-

peacuteias passou a perder jogadores tambeacutem para clubes desconhe-cidos do leste europeu da Aacutesia e do mundo Aacuterabe

Para o presidente do TJD-MG Siacutelvio Tarabal o que faltou aos clubes foi competecircn-cia para se adaptarem agrave lei pois a mesma veio para benefi ciar tanto o jogador quanto o clube ldquoSatildeo vaacuterios os benefiacutecios que a lei proporciona aos clubes como angariar recursos puacutebli-cos o que natildeo era permitido Ela tambeacutem facilita a obten-ccedilatildeo de parceiros jaacute que a Lei

Peleacute natildeo obriga mais os joga-dores que satildeo propriedades dos investidores a terem 51 do passe preso ao clube que defendem Aleacutem disso os times ainda tecircm direito de assinar o primeiro contrato com os seus atletas quando ele completa 16 anosrdquo afi rma Tarabal

O advogado do Clube Atleacute-tico Mineiro Lucas Ottoni res-salta o quanto eacute importante a existecircncia da multa rescisoacuteria que evita em partes o ecircxodo de atletas ldquoA chave do sucesso dos clubes brasileiros estaacute em

saber se organizar administra-tiva e fi nanceiramente para evitar as brechas que a lei pro-porcionardquo disse o advogado O vice-presidente do Cruzeiro Esporte Clube Gilvan Pinho Tavares tem opiniatildeo parecida e afi rma que essas claacuteusulas satildeo a uacutenica maneira do clube man-ter os seus atletas jaacute que natildeo haacute como competir com propostas de clubes do exterior

Jaacute para Euller ex-atacante do Satildeo Paulo Vasco Palmei-ras e Atleacutetico-MG e que atua hoje no Ameacuterica-MG a lei deu uma brecha muito grande para que a saiacuteda de jogadores acon-tecesse ldquoO crescimento dos jogadores com as negociaccedilotildees internacionais eacute um grande beneacutefico Mas eacute preciso repa-rar alguns pontos para evitar que jogadores muito jovens saiam do paiacutes antes de terem a formaccedilatildeo devida e estarem preparados para tal desafiordquo disse o jogador

A realidade dos clubes bra-

sileiros hoje eacute difiacutecil Talvez

devido ao amadorismo com

o qual satildeo conduzidos natildeo

souberam se adaptar a lei

Possuem menos recursos e os

atletas cada vez mais cedo

querem ir embora do paiacutes

seja para um clube de ponta

na Europa seja para algum

time da segunda divisatildeo do

futebol japonecircs

Jogadores clubes e empresaacuterios debatem as mudanccedilas no esporte apoacutes a implantaccedilatildeo da lei que regulamenta a extinccedilatildeo do passe no paiacutes

Lei Peleacute empresaacuterios e dirigentes em times opostos

Jogadores brasileiros exportados apoacutes a criaccedilatildeo da Lei Peleacute

Info

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Goula

rt

Ilustraccedilatildeo Amanda Lelis 7ordmG

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O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Poliacutetica Esportiva bull 07Editor e diagramador da paacutegina Ana Flaacutevia Goulart e Vitor Komura - 6ordm periacuteodo

Logo depois da implantaccedilatildeo

da Lei Peleacute uma fi gura que pas-

sava quase sempre despercebida

comeccedilou a ganhar destaque o

empresaacuterio ou agente de fute-

bol como gostam de ser chama-

dos Em diversas situaccedilotildees essa

fi gura eacute prejudicial para os clu-

bes pois satildeo eles quem nego-

ciam a debandada de jogadores

do futebol brasileiroldquoOs empresaacuterios foram os

grandes benefi ciados com a implantaccedilatildeo da Lei Peleacute e os

clubes de futebol os grandes prejudicados Aleacutem de aju-dar a famiacutelia do atleta inclu-sive fi nanceiramente antes do sucesso fazem promessas mirabolantes com as quais os clubes brasileiros natildeo tecircm con-diccedilatildeo de competirrdquo afi rmou o vice-presidente do Cruzeiro Gilvan Pinho Tavares

ldquoHouve um caso recente com o atleta Zeacute Eduardo que foi vendido para um grupo de investidores justamente devido agrave pressatildeo feita por seu agente

que havia arrumado um lugar para ele no Ajax da Holandardquo exemplifi cou o vice-presidente Ele ainda alertou que se os clu-bes natildeo fi zerem contratos com seus atletas se protegendo os perderatildeo para os empresaacuterios em questatildeo de tempo

O jogador Euller acredita que atualmente nenhum jogador profi ssional estaacute preparado para possuir os seus direitos federati-vos ldquoEacute por isso que hoje todo jogador mesmo nas categorias de base jaacute tem o seu empresaacute-

rio Assim o atleta natildeo precisa se preocupar com seus negoacutecios e transferecircncias deixando isso por conta de seu agenterdquo defen-deu Euller

Talvez os agentes sejam aqueles que melhor souberam aproveitar as brechas da Lei Peleacute Mas segundo os proacuteprios agentes a histoacuteria natildeo eacute bem assim O vice-presidente da ABAF (Associaccedilatildeo Brasileira de Agentes de Futebol) e Agente FIFA Acircngelo Pimentel classifi -cou como imoral o antigo regime do passe no Brasil ldquoA lei surgiu apenas para dar o respaldo que faltava ao futebol brasileiro e a implantaccedilatildeo do sistema que vigora atualmente natildeo alterou em nada o nosso ramo A fi gura do agente sempre foi necessaacuteria para intermediar as negocia-ccedilotildeesrdquo argumentou Pimentel

Para o ex-jogador e hoje agente de futebol Heacutelcio Alisk no mundo de hoje haacute uma busca freneacutetica por dinheiro natildeo soacute em sua categoria mas em qualquer ramo ldquoA Lei Peleacute veio regularizar um sistema de escravidatildeo no qual os times prendiam os jogadores mesmo apoacutes o teacutermino de seus contra-tos Joguei durante 9 anos no Paranaacute Clube sendo o segundo jogador com mais partidas pelo time mas perdi vaacuterias oportu-nidades de assinar contratos melhores por estar com o passe preso ao clube paranaenserdquo disse Heacutelcio

Pimentel e Alisk ainda tecircm

opiniotildees semelhantes de que a Lei benefi cia os jogadores de grande porte jaacute que os menos conhecidos muitas vezes deteacutem os seus direitos federativos e natildeo existem clubes interessados em seu futebol Sendo assim a lei garante que o mais forte sempre venccedila o mais fraco

O que talvez falte aos clubes e aos jogadores eacute o bom senso de que um deve valorizar o outro A busca incessante por dinheiro das duas partes eacute feita sem a astuacutecia necessaacuteria Provavel-mente esse eacute um dos motivos de os agentes serem aqueles que souberam se aproveitar melhor da Lei Peleacute Os clubes satildeo quase sempre dirigidos por torcedo-res amadores e grande parte dos atletas possuem famiacutelias grandes que dependem deles Essa combinaccedilatildeo faz com que as negociaccedilotildees entre eles mui-tas vezes sejam dirigidas emo-cionalmente deixando para os agentes as atitudes movidas pela razatildeo

Eacute inegaacutevel que a legislaccedilatildeo regente do nosso desporto pre-cisa de reformas urgentemente pois ainda eacute muito falha Natildeo se pode afi rmar quem realmente saiu ganhando ou perdendo com a implantaccedilatildeo da Lei Peleacute mas eacute evidente que se os clu-bes atletas e empresaacuterios con-tinuarem defendendo seus proacute-prios interesses sem equiliacutebrio e harmonia o futuro do futebol brasileiro estaacute fadado a ser cada vez mais sombrio

Nova regra destaca fi gura do empresaacuterio

Acircngelo Pimentel posa ao lado da camisa com a qual Gilberto Silva seu cliente na eacutepoca jogou a Copa do Mundo de 2002

Foto Igor Moreira 2ordmG

Um dos primeiros casos e um dos mais famosos de transferecircncia com a Lei Peleacute foi a saiacuteda do Ronaldinho Gauacutecho do Grecircmio para o Paris Saint-Germain (PSG) da Franccedila O jogador era extremamente valorizado pelo time gauacutecho que jaacute havia recusado duas propostas de aquisiccedilatildeo uma de 60 milhotildees de doacutelares de empresaacuterios italianos e uma de 75 milhotildees de doacutelares do Leeds United da Inglaterra

Poreacutem o jovem Ronaldinho tinha como agente o seu irmatildeo Assis ex-jogador do Torino e do proacuteprio Grecircmio Assis achava que era hora de Ronaldinho ir para a Europa e sabendo dos benefiacutecios que a Lei Peleacute proporciona ao atleta aconselhou o irmatildeo a assinar um con-trato agraves escondidas com o PSG O conselho foi seguido a risca por Ronaldinho O Grecircmio entrou na Justiccedila mas o maacuteximo que conse-guiu foi adiar sua estreacuteia Vale ressaltar que o mesmo Paris Saint Germain (PSG) que aliciou o atleta recebeu a quantia de 120 milhotildees de reais pela transferecircncia de Ronaldinho para o Barcelona em 2003

A Lei Peleacute dava aiacute a primeira amostra do pre-juiacutezo que traria aos clubes que natildeo tomassem

os devidos cuidados E aquele que seria pos-teriormente um dos melhores jogadores de todo o mundo saia do clube no qual chegou com cinco anos de idade onde recebeu toda a assistecircncia ateacute se tornar um profi ssional respei-tado sem que o Grecircmio recebesse sequer um centavo pela sua transferecircncia

Como esse foi o primeiro caso de um jogador famoso a obter os benefiacutecios da lei instalou-se uma grande polecircmica Ronaldinho estava ape-nas usando os seus direitos ou ele juntamente com seu irmatildeo estariam utilizando de maacute-feacute para conseguir os seus objetivos As opiniotildees divergiram mas fi cou claro que o Grecircmio natildeo se preveniu para natildeo perder seu astro

Depois de Ronaldinho vieram vaacuterios outros casos Alguns de jogadores que tambeacutem viriam a estourar no futebol mundial como Mancini que saiu do Atleacutetico-MG para o Roma da Itaacutelia e Juninho Pernambucano do Vasco da Gama para o Lyon da Franccedila No entanto nesses casos a justifi cativa apresentada pelos jogadores foi o atraso de salaacuterio de seus respectivos clubes mais uma brecha que a Lei Peleacute proporciona para os atletas

O caso Ronaldinho Gauacutecho

Ronaldinho aos 12 anos de idade com o irmao e empresario Assis que ainda jogava pelo TorinoItalia

06-07 - Lei Peleindd 206-07 - Lei Peleindd 2 12209 92933 AM12209 92933 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

08 bull Turismo Editor e diagramador da paacutegina Gabriel Assunccedilatildeo 6ordm periacuteodo

Destino dos sonhos fi ca um pouco mais distante

ANA CECIacuteLIA CARNEIRO GABRIEL ASSUNCcedilAtildeO 2ordm E 6ordm PERIODO

Os 15 anos a passagem da infacircncia

para a adolescecircncia o periacuteodo em que as

transformaccedilotildees se acentuam as duacutevidas

se multiplicam e a vontade de ser inde-

pendente fala mais alto Eacute nesse periacuteodo

que milhares de jovens viajam todos os

anos ao exterior por meio de pacotes

turiacutesticos que lhe proporcionam no auge

do seu desejo de liberdade a indepen-

decircncia que nesse momento eacute o que lhes

parece mais importante A viagem dos

sonhos dos fi lhos no entanto natildeo raro

tira o sono dos pais que se viram ainda

mais receosos apoacutes o acidente com a

jovem Jaqueline Ruas em julho passado

(veja box) Como proporcionar o prazer e

aventura aos fi lhos sem colocar em risco

sua seguranccedila e mesmo sua sauacutede A

questatildeo que ateacute entatildeo estava adormecida

e fora do foco dos consumidores desse

tipo de produto eacute agora a protagonista

que muda a forma de consumo e venda

de pacotes turiacutesticos para adolescentes e

oferece risco ao grande e rentaacutevel negoacute-

cio das agecircncias de viagensOs escacircndalos com agecircncias de

turismo haacute muito tempo estatildeo presentes no dia-a-dia dos noticiaacuterios brasileiros e existe mesmo uma lenda sobre o que acontece apoacutes o embarque dos passa-geiros para temporadas no exterior Uma discussatildeo sobre as condiccedilotildees de mora-dia e alimentaccedilatildeo povoa o imaginaacuterio de muitas pessoas que na maioria das vezes no entanto natildeo trocam suas ldquovia-gens dos sonhosrdquo mesmo na duacutevida de natildeo ter a assistecircncia desejada uma vez no seu destino

De acordo com a Agecircncia World Study cerca de 500 menores viajam sob sua responsabilidade sem os pais anualmente no Brasil Funcionaacuterio da empresa Gabriel Trivellato faz questatildeo de afi rmar a responsabilidade da agecircn-cia que segundo ele tem um protocolo semelhante ao seguido pela maioria das agecircncias no paiacutes ldquoEacute um processo muito burocraacutetico levar um menor desacom-panhado ao exterior satildeo muitos docu-mentos a preocupaccedilatildeo dos pais eacute muito grande e nossa atenccedilatildeo tem que ser redo-bradardquo afi rma o funcionaacuterio

Antes mesmo do escacircndalo com a

jovem Jacqueline entrou em vigor em

abril deste ano uma nova norma que

prevecirc a autorizaccedilatildeo em fi rma dos pais

ou responsaacuteveis reconhecida por auten-

ticidade para a viagem do menor o que

torna necessaacuterio que os pais compare-

ccedilam pessoalmente ao cartoacuterio para auto-

rizar a viagem dos fi lhos Aleacutem disso o

documento deve ser feito em duas vias

e conter fotografi a da crianccedila ou ado-

lescente Uma via deveraacute ser retirada

pelo agente de fi scalizaccedilatildeo da Poliacutecia

Federal (que passou a partir de entatildeo

a ser responsaacutevel pelo embarque de

menores) no momento do embarque e

a outra permaneceraacute com o viajante ou

acompanhanteAs medidas restritivas tomadas para

garantir maior seguranccedila podem natildeo assegurar uma viagem tranquumlila con-tudo A maior parte dos guias das agecircn-cias natildeo satildeo treinados para enfrentar as mais variadas situaccedilotildees adversas que podem ocorrer A maioria das agecircncias funciona da seguinte forma para cada grupo de 30 pessoas haacute um guia mor mais experiente que seria responsaacutevel por todos e mais trecircs jovens guias (em geral jovens que falam inglecircs fl uente e satildeo comunicativos) que auxiliariam na demanda dos turistas durante a via-

gem e passeios realizados no periacuteodo da estadia no local O nuacutemero eacute visivel-mente pequeno especialmente quando se pensa nos cuidados que exigem uma permanecircncia no exterior que eacute ainda maior quando se tem menores em sua responsabilidade

A falta de assistecircncia nas viagens geralmente eacute percebida aos poucos Foi o que aconteceu com o casal de namora-dos Rodrigo de Paula e Liacutevia Rodrigues que foram ao Havaiacute em dezembro pas-sado pelo programa Work and Travel (onde os intercambistas passam de trecircs a seis meses no paiacutes de destino e tecircm um emprego temporaacuterio durante sua esta-dia) ldquoNatildeo encontramos o quarto sepa-rado que pedimos e tivemos que dormir com outras pessoas Tambeacutem natildeo traba-lhamos na loja que nos disseram e acaba-mos em uma rede de fast food Sem contar que nosso depoacutesito referente agrave reserva do apartamento jamais foi devolvidordquo pro-testa o casal A agecircncia brasileira afi rma que estava tudo claro no contrato mas os estudantes garantem que natildeo recebe-ram o contrato pra ler antes da viagem ldquoSabemos do nosso erro mas confi amos demais em uma agecircncia que natildeo nos deu o prometidordquo concluiu Liacutevia

Descuido de agecircncias de turismo alteram programaccedilatildeo de vigens ao exterior para adolescentes

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accedilatildeo

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08-09 - Pais na Berlindaindd 108-09 - Pais na Berlindaindd 1 12209 93101 AM12209 93101 AM

O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Turismo bull 09Editor e diagramador da paacutegina Gabriel Assunccedilatildeo 6ordm periacuteodo

Jacqueline Ruas de 15 anos viajou agrave Dis-ney no dia 19 de julho deste ano para passar duas semanas em um passeio organizado pela agecircncia de turismo Tia Augusta A viagem teve seu caraacuteter luacutedico interrompido poucos dias apoacutes seu iniacutecio quando quatro meninas que ocupavam o mesmo quarto do hotel ndash inclu-sive Jacqueline ndash passaram mal agrave noite As ami-gas da menina apoacutes serem medicadas tiveram uma melhora nas primeiras horas a jovem no entanto natildeo melhorava Atendida pela segunda vez no hotel e levada ao Hospital de Pronto-So-corro Celebration Jacqueline foi submetida a

uma seacuterie de exames inclusive para a Gripe A - H1N1 e todos deram negativo Era veacutespera da viagem de volta da excursatildeo No dia da viagem a menina estava ainda mais debilitada e preci-sou de cadeira de rodas para trocar de aviatildeo em escala no Panamaacute Na segunda parte da viagem ela mal abriu os olhos segundo o relato das ami-gas A morte de Jacqueline foi constatada pela amiga Larissa que percebeu que ela natildeo estava respirando quando tentou acordaacute-la durante o vocirco Foi constatado que a menina tinha pneu-monia Segundo os pais a agecircncia os ligou trecircs dias apoacutes a menina ter passado mal pela pri-

meira vez e informou que ela jaacute estava melhor e havia sido descartada a H1N1 No relato do hos-pital no entanto natildeo havia uma especifi caccedilatildeo de que ela poderia viajar de aviatildeo A responsa-bilidade da agecircncia neste caso teve ainda mais peso considerando-se as acusaccedilotildees das amigas de Jacqueline de que a guia Gisele dos Santos as havia orientado a passar maquiagem e usar oacutecu-los escuros para disfarccedilar as olheiras e a palidez e natildeo serem barradas no embarque Em nota a Tia Augusta negou veemente as acusaccedilotildees das adolescentes mas natildeo conseguiu provar sua inocecircncia neste caso

Em contrapartida agrave von-tade dos filhos os pais se preocupam cada vez mais na hora de presenteaacute-los com viagem ao exterior A dentista Heloiacutesa Pereira matildee de Laura Pereira Luz contou a anguacutestia que viveu durante as duas semanas em que a filha esteve na Disney ldquoAntes de a minha filha viajar a fiz prometer que me ligaria e procura-ria um hospital se qualquer coisa acontecesse com ela Ainda a bipava todos os dias pelo raacutedio e mantive sem-pre contato com a agecircncia e os guias Daacute certa insegu-ranccedila mas era um sonho da Laura que decidimos reali-zarrdquo afirma a matildee

Pai de Joana Bastos 14 anos o empresaacuterio Roni-valdo Oliveira Bastos deci-diu levar ele mesmo a filha agrave Disney ldquoMinha filha ficou muito insegura com o ocorrido com a Jacqueline imagina eu entatildeo Jaacute perdi minha esposa por negligecircn-cia meacutedica natildeo posso perder a minha menina tambeacutem

As agecircncias soacute andam pen-sando no lucro e esquecem da seguranccedilardquo afirmou

Lidar com um grupo grande de jovens no exterior requer natildeo soacute experiecircncia mas habilidades como lide-ranccedila e planejamento para que se possa deixaacute-los apro-veitar a viagem com respon-sabilidade e manter a disci-plina em cada dormitoacuterio Ciente dos riscos envolvidos na viagem a dona-de-casa Maria das Graccedilas Soares matildee de Camila Carvalho 14 anos cancelou a viagem da filha apoacutes o ocorrido com Jacqueline

ldquoFiquei muito assustada com a morte da Jacqueline deu para perceber certa negligecircncia por parte dos guias e agora vou pensar muito antes de mandar a minha filha ao exterior em uma excursatildeo ainda mais com esse surto da gripe suiacutenardquo

A bancaacuteria aposentada Tacircnia Vieira tambeacutem iria dar uma viagem ao Canadaacute de presente ao filho Pedro que

completa 16 anos em abril do ano que vem mas deci-diu mudar o presente apoacutes assistir ao drama de Jaque-line pela TV ldquoEle poderaacute viajar ao exterior quando estiver mais velho em um intercacircmbio ou mesmo a passeio Por hora optei por trocar o computador e o viacutedeo-game da casa Assis-timos vaacuterias vezes ao drama dos pais que tem problemas na viagem dos filhos natildeo podemos ser negligentes e achar que com o nosso filho natildeo vai acontecerrdquo afirma

As principais agecircncias de turismo de Belo Horizonte alegaram que o acidente ocorrido com Jaqueline em julho passado natildeo afe-tou suas vendagens pois as normas para embarque de menores de idade jaacute satildeo naturalmente muito riacutegidas e os seus agentes satildeo devi-damente treinados A maio-ria ressaltou que houve uma queda no nuacutemero de viagens nos uacuteltimos trecircs meses mas estritamente ligada agrave crise financeira mundial

Pais na berlinda

Aventura se torna pesadelo

Falta de compromisso de algumas agecircncias de turismo faz os pais trocarem viagens por presentes palpaacuteveis para os fi lhos adolescentes

Minha fi lha fi cou muito insegura com o ocorrido com a

Jacqueline As agecircncias soacute andam

pensando no lucro e esquecem da seguranccedila

Assistimos vaacuterias vezes ao drama dos pais que tecircm

problemas na viagem dos fi lhos natildeo podemos ser negligentes e achar que com o nosso fi lho

natildeo vai acontecer

Antes de a minha fi lha viajar a fi z prometer que me ligaria e procuraria um hospital se

qualquer coisa acontecesse com ela

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Fotos divulgaccedilatildeo

Heloiacutesa Pereira Dentista

Ronivaldo Bastos Empresaacuterio

Tatildenia Vieira Aposentada

08-09 - Pais na Berlindaindd 208-09 - Pais na Berlindaindd 2 12209 93102 AM12209 93102 AM

RENATA VALENTIM

7ordm PERIacuteODO

Domingo 2 de novembro 7h40 da manhatilde Apesar da movimentaccedilatildeo de um nuacutemero jaacute razoaacutevel de visitantes e trabalhadores ndash vendedores de flores limpadores de jazigos ndash eacute o silecircncio que impera logo na entrada do Cemiteacuterio de Nosso Senhor do Bonfim localizado na regiatildeo noroeste de Belo Horizonte A inscriccedilatildeo latina no arco de entrada ldquomorituri mortuisrdquo eacute a siacutentese de todo ritual que ali se daria ao longo do Dia de Finados ldquoos que vatildeo morrer aos mortosrdquo

A motivaccedilatildeo principal da visita ao tuacutemulo de parentes ou amigos parece ultrapassar o mero cumprimento de calendaacuterio religioso A presenccedila de idosos sozinhos ou mesmo em grupo de amigos e tambeacutem de algumas jovens famiacutelias e seus semblantes de choro e dor ndash demonstrativo de perda recente ndash indicam que a proximidade da morte eacute a razatildeo maior das home-nagens agravequeles que se foram Aleacutem de evidente saudade o dia dedicado ao maior misteacuterio da humanidade parece remeter cada pessoa aos seus questio-namentos mais particulares sobre o assunto Testemunha disso eacute Welling-ton Luiz de Oliveira seguidor cristatildeo de Jeovaacute que vai ao Cemiteacuterio do Bon-fim todos os anos com o propoacutesito de levar palavras de conforto para os visi-tantes baseadas na sua feacute ldquoas pessoas querem ouvir a verdade de que existe o reino de Deus e que ele estaacute proacute-ximo E Deus eacute a verdaderdquo Wellington ressalta que no cemiteacuterio a aceitaccedilatildeo das pessoas agrave sua abordagem eacute maior porque estatildeo mais aptas a ouvir porque seu pensamento estaacute mais aberto agrave feacute ldquoem outra situaccedilatildeo a pessoa me daria uma maacute resposta fecharia a porta na minha cara Aqui natildeo aqui a pessoa ouve melhorrdquo diz

Voltados para si e para a lembranccedila de momentos compartilhados com quem se foi os visitantes vatildeo chegando ao longo

da manhatilde trazendo fl ores para ornamen-tar os tuacutemulos e jazigos A difi culdade na abordagem aumenta nos casos em que se percebe uma morte precoce um fi lho ou marido jovem cuja famiacutelia em pran-tos daacute as matildeos e reza ao redor do tuacutemulo Tambeacutem em outros como um senhor de seus 65 70 anos que chega sozinho ajoelha-se em frente a um jazigo e potildee-se a rezar em silecircncio e de olhos fechados E assim permanece por vaacuterios minutos Mas haacute casos como o de Dona Ilma que observando minha movimentaccedilatildeo dei-xou que me aproximasse perguntando se eu era parente da pessoa enterrada ao lado dos seus Enquanto distribuiacutea as fl ores levadas para o jazigo da famiacutelia

contou que vai ao Bonfi m todos os anos ldquoa gente tem que trazer fl ores e rezar Eacute a uacutenica coisa que podemos fazer por eles agora Apesar de que as fl ores duram pouco tempo murcham muito raacutepidordquo Dona Ilma visitou o jazigo da famiacutelia em 2007 e disse que levou a fi lha e o genro Neste ano foi sozinha E disse logo em seguida ldquosempre deixo uma fl or e faccedilo uma oraccedilatildeo para esse tuacutemulo ao lado Nunca vi ningueacutem visitaacute-lo pensei ateacute que vocecirc tivesse vindo para issordquo

A celebraccedilatildeo do Dia de Finados ou Dia de Todos-os-Mortos em 2 de novembro logo a seguir do Dia de Todos-os-Santos ndash celebraccedilatildeo em honra a todos os santos e maacutertires ndash

foi instituiacuteda a partir do seacuteculo XIII Mas visitar tuacutemulos e rezar por aque-les que morreram na Igreja Catoacutelica eacute costume desde o seacuteculo II Segundo a crenccedila cristatilde neste dia os vivos rezam por aqueles que estariam no purgatoacute-rio o estado no poacutes-vida onde as almas seriam purificadas antes de irem ao ceacuteu Os cristatildeos acreditam que as almas no purgatoacuterio que tambeacutem satildeo considera-das membros da igreja assim como os cristatildeos vivos teriam de sofrer para que possam ser purificados de seus peca-dos Por meio de oraccedilotildees e boas obras os membros vivos da igreja poderiam ajudar seus amigos e familiares faleci-dos O Dia de Finados remonta entatildeo a ideacuteia de comunhatildeo entre todos os fieacuteis sejam vivos ou mortos porque acre-ditam na ressurreiccedilatildeo de Jesus Cristo ressuscitado indicaria a eternidade como destino de todos os seus fieacuteis eacute a morte vista como encontro da vida junto de Deus

Dona Alice de 80 anos eacute mais uma personagem do dia de Finados que con-corda em falar comigo Muito recep-tiva apesar do semblante triste relata que vai todos os anos ao Bonfi m e leva sempre um vasinho de fl or No jazigo que adornava enquanto conversaacuteva-mos estatildeo o pai o marido e seus qua-tro irmatildeos E emendou ldquotenho soacute 36 do meu coraccedilatildeo jaacute me sinto preparada para encontraacute-los Mas enquanto ainda puder caminhar vivo bem Perdi meu coraccedilatildeo de sofrimentordquo Dona Alice expli-cou que permaneceu ao lado do marido durante a doenccedila que o matou e assim fi cou doente do coraccedilatildeo ldquoAo cuidar de algueacutem doente nunca se esqueccedila de vocecirc Eacute preciso cuidar de noacutes mesmosrdquo Ela diz que se sente bem preparada espiritualmente para ir embora porque reza todos os dias Certa de que cumpriu o seu papel diz que foi 18 vezes ao altar para casar pessoas ligadas a ela ldquocasei muitos Estive presente na vida de mui-tas pessoas Espero que vocecirc chegue agrave minha idade com tanta histoacuteria pra con-tarrdquo Eu tambeacutem

Ritual de Finados dor da perda cumprimento do calendaacuterio religioso ou crenccedila em vida apoacutes a morte

Morituri mortuisOs que vatildeo morrer aos que jaacute morreramMorituri mor

A data traz o resgate agraves crenccedilas e a oraccedilatildeo traduz o sentimento de perda

Fotos Roberta Andrade - 7ordm G

ao lado dos seus Enquanto distribuiacutea as fl ores levadas para o jazigo da famiacutelia

Todos-os-Santos ndash celebraccedilatildeo em honra a todos os santos e maacutertires ndash

Belo Horizonte 30 de Novembro de 2009

10 bull CidadesO Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Amanda Lelis e Roberta Andrade 7ordm periacuteodo

10-11 - Finadosindd 110-11 - Finadosindd 1 12209 92622 AM12209 92622 AM

O Nosso Senhor do Bonfi m foi o primeiro e eacute o mais tradicional cemiteacuterio da capital Eacute mais antigo que a proacutepria cidade foi fun-dado em 08 de fevereiro em 1897 enquanto BH foi inaugurada em 12 de dezembro do mesmo ano Sua projeccedilatildeo e construccedilatildeo contou com a supervisatildeo teacutecnica da Comis-satildeo Construtora da Nova Capital ndash de onde se atribui a semelhanccedila dos dois traccedilados arquitetocircnicos Dedicada ao estudo de His-toacuteria Regional a pesquisadora Marcelina

das Graccedilas Almeida conta que o Bonfi m foi construiacutedo como uma das primeiras medidas da Comissatildeo para organizar espa-cialmente a cidade com a proibiccedilatildeo de sepultamentos que eram feitos no adro da Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem a padroeira da cidade na Rua Sergipe bem no centro da nova capital Construiu-se um cemiteacuterio provisoacuterio ateacute que o Bonfi m estivesse pronto que fi cava onde hoje haacute o cruzamento das ruas Rio de Janeiro dos Tamoacuteios Satildeo Paulo e dos Tupis

O modelo monumental dos tuacutemulos observado somente no Cemiteacuterio do Bon-fi m fez com que fossem encomendados diversos trabalhos no Rio de Janeiro em Satildeo Paulo e em dezenas de ateliecircs de artistas

locais entre eles os famosos irmatildeos Natali os Lunardi e a Marmoraria Satildeo Joseacute ndash todos estes agrave eacutepoca implicados na construccedilatildeo de preacutedios puacuteblicos e residecircncias ilustres na receacutem-inaugurada capital de Minas

Percorrendo o cemiteacuterio por entre seus jazigos eacute possiacutevel observar duas fases mar-cantes de sua histoacuteria Os tuacutemulos da pri-meira delas contada ateacute a deacutecada de 1940 satildeo dotados de elementos artiacutesticos pre-dominantemente feitos em maacutermore Na segunda fase vecirc-se o bronze e o granito preto como recorrentes Segundo o IEPHA ndash Instituto Estadual do Patrimocircnio Histoacute-rico e Artiacutestico de Minas Gerais uma outra forma de diferenciaccedilatildeo das fases eacute a ocupa-ccedilatildeo ldquotemaacuteticardquo de determinadas quadras do

cemiteacuterio Existem quadras com tuacutemulos soacute de crianccedilas outras predominantemente ocupadas por personalidades da poliacutetica mineira Para se ter uma ideacuteia no Bon-fi m estatildeo enterrados dentre outros os ex-governadores mineiros Silviano Brandatildeo Benedito Valadares Raul Soares e Olegaacuterio Maciel o ex-senador Bernardo Monteiro e o ex-prefeito Cristiano Machado aleacutem de per-sonagens importantes de Minas Uma aula de histoacuteria regional a ceacuteu aberto

O Bonfim nasceu primeiro

Dona Ilma (agrave esq) e Dona Alice (agrave dir) acreditam que suas visitas e oraccedilotildees satildeo importantes para os familiares que partiram

fi m fez com que fossem encomendadosdiversos trabalhos no Rio de Janeiro emSatildeo Paulo e em dezenas de ateliecircs de artistas

rico e Artiacutestico de Minas Gerais uma outra forma de diferenciaccedilatildeo das fases eacute a ocupa-ccedilatildeo ldquotemaacuteticardquo de determinadas quadras do

O Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Amanda Lelis e Roberta Andrade 7ordm periacuteodo

Belo Horizonte 30 de Novembro de 2009

Cidades bull 11

10-11 - Finadosindd 210-11 - Finadosindd 2 12209 92624 AM12209 92624 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

12 bull Cidades

LIRA FAVILLA

6ordm PERIacuteODO

Ao usar o termo legaliza-ccedilatildeo acaba-se esbarrando no fato de que atualmente essa palavra carrega um peso tatildeo grande quanto o termo droga

Conhecida cientifi camente como Cannabis sativa a maco-nha como eacute chamada no Brasil eacute um elemento muito presente nas polecircmicas rodas de discus-satildeo que envolvem a liberaccedilatildeo de seu consumo Antes defen-dida por hippies seu uso de forma legal como uma conduta regulada por lei vem sendo defendida por nada menos que trecircs ex-presidentes latino-ame-ricanos e mais uma comissatildeo de 17 especialistas personalidades e professores O ex-presidente brasileiro e socioacutelogo Fernando Henrique Cardoso 77 eacute um deles A comissatildeo que tam-beacutem conta com os economistas Cesar Gaviria 61 da Colocircm-bia e Ernesto Zedillo 57 do Meacutexico propotildee uma revisatildeo na poliacutetica mundial de drogas e garante ser de extrema impor-tacircncia o debate das condi-ccedilotildees legais para seu consumo

Originaacuteria da Aacutesia Central com os primeiros registros his-toacutericos por volta de 200 anos aC na China no Egito e na

Iacutendia a maconha tem o THC (tetraidrocanabinol) como o principal causador dos efei-tos fiacutesicos e psiacutequicos os olhos vermelhos aumento do apetite e do batimento cardiacuteaco boca seca e coordenaccedilatildeo motora prejudicada A erva foi muito utilizada para fi ns medicinais reduzindo naacuteuseas e vocircmitos produzidos por medicamen-tos anticanceriacutegenos e em alguns casos no tratamento da epilepsia Diversas outras par-tes da planta satildeo utilizadas em paiacuteses como EUA Inglaterra Espanha Chile Franccedila Suiacuteccedila Holanda Canadaacute para produzir fi bras tecircxteis das mais variadas qualidades oacuteleos bio-combus-tiacuteveis estruturas para constru-ccedilatildeo civil peccedilas automotivas cosmeacuteticos medicamentos ali-mentos entre outros produtos

Em fevereiro deste ano a uacuteltima reuniatildeo da Comissatildeo Latino Americana sobre Drogas e Democracia realizada no Rio de Janeiro exaltou os benefiacutecios do consumo da droga nas ques-totildees da sauacutede e nuacutemeros foram colocados na mesa Bilhotildees de doacutelares satildeo gastos por ano para combate ao traacutefi co e milhotildees de pessoas perdem suas vidas ou satildeo presas envolvidas nesse lucrativo ldquomercadordquo ile-gal Seguindo a linha de que as proibiccedilotildees estimulam o desvio

a proibiccedilatildeo da droga estimula e sustenta o traacutefi co Contudo eacute importante ressaltar que subs-tacircncias mais pesadas como cocaiacutena natildeo estatildeo visadas para entrar na discussatildeo da legalizaccedilatildeo Segundo FHC ldquoa maconha aleacutem de ser a droga menos danosa ao organismo eacute a mais consumida Seria leviano incluir drogas mais pesadas nessa propostardquo afi rmou em entrevista agrave revista EacutePOCA

O tabaco e o aacutelcool consi-derados legais e que tambeacutem causam dependecircncia quiacutemica nos usuaacuterios matam muito mais que a maconha Segundo o Relatoacuterio Mundial sobre Dro-gas do UNODC (Escritoacuterio das Naccedilotildees Unidas contra Drogas e Crime) o tabaco mata cinco milhotildees de pessoas o aacutelcool cerca de 25 milhotildees e as dro-gas iliacutecitas cerca de 200 mil pes-soas por ano em todo o mundo Seus fabricantes pagam impos-tos altiacutessimos e gastam muito com publicidade incentivando o uso do produto e agora estatildeo passando por maus bocados Com a nova lei ldquoantifumordquo eacute proibido fumar cigarro ou deri-vados de tabaco em ambientes de uso coletivo puacuteblicos ou privado uma diferenccedila signifi -cativa Todavia natildeo diminui o fato de o tabagismo ser consi-derado a maior causa evitaacutevel

de mortes e doenccedilas no mundoMas haacute quem discorde dessa

visatildeo que parece ser de caraacuteter liberal Meacutedicos e especialistas acreditam que com a liberaccedilatildeo da maconha e o consequumlente uso maciccedilo da publicidade um nuacutemero maior de pessoas experimentariam a droga Logo seriam mais pessoas sujeitas aos seus danos como por exemplo os problemas de perda de memoacuteria e doen-ccedilas relacionadas ao pulmatildeo

O Dr Elisaldo Carlini em entrevista para Drauzio Varella fala que com a publicidade a droga ganharia mais usuaacuterios e ldquocomo a maconha faz mal para os pulmotildees acarreta proble-mas de memoacuteria e em alguns casos leva agrave dependecircncia natildeo deve ser legalizadardquo Poreacutem ao ser perguntado por Varella se essa linha de raciociacutenio tam-beacutem seria aplicada ao aacutelcool ele responde que natildeo eacute contra a legalizaccedilatildeo do aacutelcool ldquopor-que vivemos uma situaccedilatildeo de fato em que seu uso social eacute aceito e estaacute consagradordquo e completa dizendo que ldquoos resultados da famosa Lei Seca americana jaacute provaram que eacute impossiacutevel proibir o uso do aacutelcool e que se o fi zermos o tiro pode sair pela culatrardquo A ONU recomendou sua proibi-ccedilatildeo em todo mundo e assim

como o governo americano considera o controle de oferta das drogas e combate ao traacutefi co a melhor forma de combater seus males Essa poliacutetica norte-americana custa uma fortuna cada vez mais crescente Atu-almente satildeo gastos 35 bilhotildees de doacutelares anuais contra os 10 bilhotildees gastos a 20 anos atraacutes

O ex-deputado federal e sub-secretaacuterio estadual Antidrogas Elias Murad diz que eacute radical-mente contra a legalizaccedilatildeo de qualquer tipo de drogas liacuteci-tas ou iliacutecitas Ele argumenta que a legalizaccedilatildeo estaacute ligada agrave ldquodisponibilidade de drogas no mercado que seria o caso encontrado em paiacuteses como Holanda e quando existe acei-taccedilatildeo por parte da comunidaderdquo

Em relaccedilatildeo ao pensamento de que a legalizaccedilatildeo da maco-nha diminuiria o traacutefi co Murad afi rma que ldquosim eacute uma forma de mostrar como o governo estaria tentando controlar o traacutefi cordquo mas acredita que ldquoos males que viriam com a legali-zaccedilatildeo seriam muito pior do que os que jaacute existem com o traacutefi cordquo

O desafi o lanccedilado eacute para que essas poliacuteticas puacuteblicas e leis possam ser discutidas e ela-boradas seguindo as diretrizes miacutenimas dos direitos humanos defendidos pela ONU (Orga-nizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas)

Editor e diagramador da paacutegina Diogo Hot e Aacutelvaro Castro- 6ordm periacuteodo

LEGALIZE JAacuteManifestaccedilotildees nas principais capitais do paiacutes geram debates acerca da temaacutetica da legalizaccedilatildeo da maconha

Manifestantes foram detidos pela Poliacutecia Militar por conduta excessiva na Marcha da Maconha na Praia do Arpoador na zona sul do Rio O evento natildeo chegou a acontecer porque foi proibido pela Justiccedila a pedido do Ministeacuterio Puacuteblico Estadual

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O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Cidades bull 13Editor e diagramador da paacutegina Diogo Hot e Aacutelvaro Castro -6ordm periacuteodo

Michael Phelps O campeatildeo oliacutempico foi

suspenso por trecircs meses por

ter sido fotografado utili-

zando maconha em festa

Marcello Antony Preso em 2004 comprando

maconha de um trafi cante

Marcelo D2 Afi rma fumar todos os dias

e jaacute sofreu vaacuterias repressotildees

por isso chegando a ser

preso apoacutes um show por

defender a liberaccedilatildeo da

droga

Giba Suspenso em 2003 por causa

do exame antidoping positivo

FAMOSOS QUE TIVERAM PROBLEMAS COM O USO

DA MACONHA

Fonte Revista Eacutepoca nordm 561

O Coletivo Marcha da Maco-nha Brasil eacute um grupo de indiviacuteduos e instituiccedilotildees que trabalham de forma descentra-lizada com um nuacutecleo-central que atua na manutenccedilatildeo do site wwwmarchadamaconhaorg e do foacuterum de discussotildees a ele vinculado Natildeo eacute um evento de cunho apologeacutetico e seus organizadores natildeo incentivam o uso de maconha ou de qual-quer outra substacircncia iliacutecita

Segundo informaccedilotildees apre-sentadas no site do movi-mento ldquoo objetivo eacute possibi-litar que todos os cidadatildeos possam se manifestar de forma livre e democraacutetica a respeito das poliacuteticas e leis sobre dro-gas do paiacutes Com essas ati-vidades procuramos ajudar a fazer com que essas leis e poliacuteticas possam ser construiacute-

das e aplicadas de forma mais transparente justa efi caz e pragmaacutetica respeitando a cida-dania e os Direitos Humanosrdquo

No ano passado a Marcha da Maconha foi proibida em nove das dez cidades brasileiras que fariam parte do circuito de manifestaccedilotildees que acontece-ram em outros 19 paiacuteses inclu-sive na capital mineira Apesar da proibiccedilatildeo vaacuterias pessoas compareceram agrave Praccedila da Estaccedilatildeo em 2008 e foram reprimidas pela Poliacutecia Militar

Este ano o Tribunal de Jus-ticcedila de Minas Gerais (TJMG) liberou a realizaccedilatildeo da Mar-cha da Maconha em Belo Horizonte O movimento tambeacutem foi autorizado no Rio de Janeiro Porto Alegre

Recife entre outros estados

Marcha no BrasilNo dia 9 de maio os estados

brasileiros do Rio de Janeiro Porto Alegre Juiz de Fora Bra-siacutelia Curitiba e mais outras 200 cidades em todo o mundo pro-moveram a manifestaccedilatildeo em favor da descriminalizaccedilatildeo do uso da maconha Realizada haacute sete anos no Brasil a Marcha da Maconha teve sua segunda edi-ccedilatildeo em Minas Gerais este ano

Em Belo Horizonte entre oitenta e cem pessoas partici-param da manisfestaccedilatildeo Os ati-vistas caminharam da Praccedila da Estaccedilatildeo passando pela Praccedila Sete ateacute chegarem agrave Praccedila da Liberdade onde o movimento se dispersou A passeata chamada

de Marcha da Maconha durou das 16h agraves 17h20 e segundo a Poliacutecia Militar durante a reali-zaccedilatildeo do protesto natildeo houve nenhum registro de violecircncia

No Rio de Janeiro a mobili-zaccedilatildeo que aconteceu em Ipa-nema reuniu cerca de 1200 par-tcipantes entre eles o ministro do Meio Ambiente Carlos Minc

Em Porto Alegre cerca de 350 simpatizantes da causa parti-ciparam da Marcha no Parque Farroupilha Por acreditarem que a erva eacute beneacutefi ca nos tratamen-tos de cacircncer Aids e glaucoma os seus defensores tambeacutem rei-vindicaram o reconhecimento de seu uso no campo medicinal O ato liberado pelo Ministeacuterio Puacuteblico teve uma hora de dura-ccedilatildeo e tambeacutem foi paciacutefico

Marcha da Maconha chegou em Brasiacutelia onde os manifestantes se reuniram em praccedila puacuteblica para protestar

A marcha pelo direito do uso

BRASILO cultivo e porte da maconha eacute proibido no Territoacuterio Brasileiro ainda que pela Lei natildeo haja mais pena de restriccedilatildeo agrave liberdade No entanto na praacutetica ateacute mesmo a conduta de distribuir panfl etos para divulgar o trabalho de um Movimento Social que fala sobre maconha pode acarretar autuaccedilatildeo por ldquocrime de apologia ao crimerdquo

CHINAPolitica de toleracircncia zero Trafi cantes condenados agrave morte e usuaacuterios obrigados a seguir programas de desintoxicaccedilao

HOLANDAPrimeiro paiacutes a liberar o uso da maconha em 1976 O consumo em bares especializados eacute liberado mas a venda fora deles eacute proibida

JAMAICAAo contraacuterio do que se imagina seu consumo eacute considerado ilegal mas o uso eacute altamente popular por parte da populaccedilatildeo local

Infografi a Felipe Chimicatti 7ordmG

Fotos divulgaccedilatildeo

BRASILO cultivoo e porte da maconha eacute proibiddo no Territoacuterio Brasileiroo ainda que pela Lei natildeo hhaja mais pena de restriccedilatildeo agrave liberdade No entanto na praacutetica ateacute mesmo aa conduta de distribuir panfl etoss para divulgar o trabalho de um Movimento Social quue fala sobre maconha pode acaarretar autuaccedilatildeo por ldquocrime dee apologia ao crimerdquo

JAMAICAAo contraacuterio do que se imagina seu consumo eacute considerado ilegal mas o uso eacute altamente popular por parte dapopulaccedilatildeo local

HOLANDAPrimeiro paiacutes a liberar o uso da maconha em 1976 O consumo em bares especializados eacute liberado mas a venda fora deles eacute proibida

CHINAPolPolitiitica ca de de toltoleracirceracircncinciaazerzero o TraTrafi cfi cantantes es concondendenadoados agraves agrave mo morterte e ue usuaacutesuaacuteriorios os obribrigadgados os a sa segueguir ir proprogragramasmas de de desdesintintoxioxicaccedilcaccedilaoao

Foto wwwfacunbbr storiesImagem_1145_edjpg

Condiccedilatildeo da maconha pelo mundo

12-13 - Maconhaindd 212-13 - Maconhaindd 2 12209 93005 AM12209 93005 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Leone -7ordm periacuteodo14 bull Comportamento

PEDRO LEONE

7ordm PERIacuteODO

Satildeo Paulo 10 de novembro de 2009 2230h A cena parecia receacutem tirada de um blockbuster apocaliacuteptico de Hollywood Pes-soas caminhando pelos trilhos do metrocirc carros desgovernados e uma cidade com 11 milhotildees de pessoas totalmente no escuro Era assim que se encontrava a capital paulista apoacutes o apagatildeo no fornecimento energeacutetico no Brasil causado por uma falha na linha de distribuiccedilatildeo de Furnas Na ocasiatildeo a usina de Itaipu responsaacutevel pela geraccedilatildeo de 20 da energia que abastece o paiacutes e 85 do Paraguai teve o funcionamento inteiramente interrompido Desde o pri-meiro momento de breu o que se viu entatildeo foi um fenocircmeno ateacute entatildeo pouco conhecido no Brasil Em questatildeo de minutos o site de relacionamento Twitter registrou milhares de comentaacute-rios postados por usuaacuterios de todo o paiacutes sobre o apagatildeo

O Twitter eacute a mais recente moda no mundo da internet Criado haacute trecircs anos o serviccedilo consiste em um blog pessoal um espaccedilo onde o usuaacuterio coloca textos com um limite de 140 caracteres (nada aleacutem de uma pequena frase) sobre o assunto que quiser Paula Fabian ex-coordenadora de produccedilatildeo do portal Uai e atual responsaacutevel pela comunicaccedilatildeo e pelo blog da Iveco acredita no entanto que as redes sociais natildeo satildeo apenas moda ldquoAs redes sociais chegaram para fi car e evoluiacute-rem refl etem uma mudanccedila de paradigma que a internet jaacute vem proporcionando haacute algum tempordquo afi rma

De fato se inicialmente a ideia dos criadores era de que as pessoas contassem o que estatildeo fazendo no momento em que escreveram hoje a ferramenta evoluiu e eacute usada como outras redes sociais para uma infi ni-dade de outros fi ns

Um dos marcos do uso de redes sociais na divulgaccedilatildeo jornaliacutes-tica ocorreu durante as eleiccedilotildees presidenciais no Iratilde em junho deste ano quando o mundo se viu inundado por notiacutecias sobre protestos e escacircndalos na apu-raccedilatildeo dos votos O incidente causou uma grande mobilizaccedilatildeo na miacutedia mundial Enquanto isso o proacuteprio governo iraniano cerceava alguns veiacuteculos locais chegando a fechar websites de oposiccedilatildeo Foi a deixa para o sur-gimento de uma diversidade de conteuacutedos em diversos espaccedilos na internet Viacutedeos no Youtube comunidades virtuais em todo tipo de site e uma infi nidade de comentaacuterios no Twitter fi zeram o evento um dos mais comen-tados em todo o mundo virtual Um usuaacuterio que se denominava ldquoTh eranBueraurdquo publicava no Twitter notiacutecias em tempo real atraveacutes do celular notiacutecias dos protestos de estudantes contra o governo

ItaipuA falha na distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica no Brasil causou um efeito semelhante Enquanto vagavam no escuro em ruas presos em elevadores trens e metrocircs e de dentro das proacuteprias casas centenas de natildeo-ilumina-dos recorreram a seus celulares para postar duacutevidas comentaacute-rios e notiacutecias na rede Apoacutes o restabelecimento da luz proli-feraram viacutedeos fotos e depoi-

mentos dos ocorridos Durante a madrugada do dia 10 em meio ao blecaute a assessoria de imprensa da usina de Itaipu criou uma conta no Twitter para divulgar comunicados ofi ciais sobre o ocorrido e responder as duacutevidas da populaccedilatildeo ldquoEm ins-tantes publicaremos a nota ofi -cial de Itaipu Binacional sobre o blecauterdquo foi o primeiro recado da empresa na rede

O uso das redes sociais pelas assessorias de imprensa eacute um dos casos mais curiosos e recor-rentes da evoluccedilatildeo das ferra-mentas Canais de viacutedeos insti-tucionais comunidades virtuais ofi ciais para aumentar o contato com o puacuteblico blogs e micro-blogs dando furos de notiacutecias nos veiacuteculos fornecendo infor-maccedilotildees ofi ciais em primeira matildeo O Clube Atleacutetico Mineiro aleacutem do caso da proacutepria Itaipu eacute

um exemplo Atraveacutes do Twitter o presidente do clube Alexan-dre Kalil divulga notiacutecias antes de saiacuterem na imprensa Esse uso no entanto natildeo eacute considerado por todos como jornaliacutestico ldquoNa minha opiniatildeo as redes disse-minam rapidamente as notiacutecias em piacutelulas mas natildeo considero como um trabalho jornaliacutesticordquo Afi rma Paula Fabian

As ferramentas ampliam o jaacute antigo uso dos websites como contato institucional com o mundo virtual Segundo Paula a ampliaccedilatildeo eacute o caminho certeiro das empresas que buscam esse contato indo aleacutem das proacuteprias redes sociais ldquoO mundo atual solicita presenccedila digital E natildeo basta estar simplesmente pre-sente na internet ou nas redes sociais Eacute preciso ser consistente em tudo o que se propotildee a parti-cipar Eacute preciso manter coerecircn-

cia com a atitude que se propotildee seguir nas redes sociaisrdquo

Outro obstaacuteculo levantado por ela eacute quanto a confi abili-dade das informaccedilotildees da rede ldquoNatildeo acho que nenhum veiacuteculo seja confi aacutevel quem eacute confi aacutevel eacute quem o faz quem estaacute por traacutes A inocecircncia na internet acabou a democracia que o meio pro-porciona abre espaccedilo tanto para o mal quanto para o bem o ver-dadeiro ou o falso o liacutecito ou iliacutecito A escolha eacute de cada umrdquo disse Paula

No fi m jornaliacutestico ou natildeo confi aacutevel ou malicioso a ampla difusatildeo de informaccedilotildees na internet soacute eacute beneacutefi ca Beneacutefi ca para os leitores cada vez mais informados e para os veiacuteculos que se obrigam a natildeo parar no tempo mantendo-se em discus-sotildees e reciclagens atraveacutes das novas tecnologias

Um passarinho me contouCada vez mais as redes sociais deixam de ser pura moda e passam a incorporar o dia a dia das pessoas

O New York Times dispotildee no Youtube viacutedeos que ampliam os assuntos abordados no jornal

ldquoFalaram para o estagiaacuterio em Itaipu quando sair apaga tudordquo

Piada difundida apoacutes o blecaute em Itaipu

ldquoCarini foi contratado Chegou no vocirco 1648 da

Gol hoje a tarderdquoAlexandre Kalil presidente do Atleacutetico-MG

se adiantand agrave imprensa

ldquoObra do Rodoanel desaba sobre a Reacutegis em SP equipe retira

escombrosrdquoEstado de Satildeo Paulo divulga manchetes

antes no Twitter

ldquoO diabo natildeo tinha chifre ateacute o dia em

que algueacutem mandou Zeacute Mayer pro infernordquo

Piadas sobre o ator Zeacute Mayer satildeo recorrentes na rede

No Twitter

14-15 - Redes Sociaisindd 114-15 - Redes Sociaisindd 1 12209 93048 AM12209 93048 AM

O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Leone - 7ordm periacuteodo Comportamento bull 15

Pouco mais de quatro meses apoacutes a sua morte em 25 de junho deste ano Michael Jackson con-tinua a mostrar porque eacute con-siderado o Rei do Pop O docu-mentaacuterio ldquoTh is is itrdquo em exibiccedilatildeo nos cinemas continua gerando comentaacuterios dos mais diversos tipos No entanto nenhum espec-tador tem duacutevidas do quanto Jackson merecia este tiacutetulo

O longa mostra os bastidores dos ensaios da uacuteltima turnecirc de Michael Jackson que natildeo che-gou a acontecer devido agrave morte precoce do cantor O lanccedilamento da obra agitou o mundo real ndash e virtual Enquanto os ingressos eram vendidos a uma velocidade exorbitante (soacute em Londres foram mais de 30 mil ingressos nas pri-meiras 24 horas) na rede o nome do cantor estaacute nos Trending Topics

do Twitter desde a noite de estreacuteia do documentaacuterio Ou seja o Reio do Pop estaacute entre os assuntos mais comentados do microblog

Logo que chegou aos cinemas os ldquotwitteirosrdquo de plantatildeo jaacute posta-ram suas impressotildees sobre o fi lme O criacutetico de cinema Pablo Villaccedila escreveu ldquomesmo longo e visual-mente desinteressante pinta uma imagem tatildeo favoraacutevel de MJ que indagamos por que natildeo fez algo assim antesrdquo Como costuma fazer com as obras que assiste Villaccedila daacute sua nota 3 em 5

A atriz Elizabeth Taylor fatilde e amiga de Michael Jackson tam-beacutem recorreu ao microblog para divulgar suas impressotildees ldquoReal-mente acredito que este fi lme deveria ser indicado em todas as categorias possiacuteveis Eacute a obra cinematograacutefi ca mais brilhante

que jaacute virdquo escreveu Taylor Mas tambeacutem haacute opiniotildees contraacuterias A ldquotwitteirardquo Laura Andrade critica o fi lme por considerar desneces-saacuterio mostrar a cruel realidade dos uacuteltimos dias do artista

O sucesso do documentaacute-rio eacute tatildeo grande que a Sony Pictures Entertainment jaacute anunciou que poderaacute esten-der o periacuteodo de exibiccedilatildeo que em princiacutepio seria de apenas duas semanas Com o longa mais tempo em cartaz o lanccedilamento do DVD foi adiado para o iniacute-cio do proacuteximo ano Mas para quem eacute fatilde a espera vai valer a pena jaacute que o DVD vai conter mais trecircs horas de extras que incluem cenas dos ensaios e versotildees ineacuteditas de videoclipes

No dia 22 de outubro a estu-dante Geisy Arruda de 20 anos foi exposta agrave vergonha puacuteblica pelos seus colegas na faculdade Uniban em Satildeo Bernardo do Campo As injuacuterias foram desde chingamentos ateacute ameaccedilas de lin-chamento e estupro sendo moti-vadas pelo vestido curto da aluna

O fato que ocorreu durante o horaacuterio de aula causou tanto tumulto na faculdade que as aulas foram interrompidas Cen-tenas de alunos foram para os corredores do Campus protestar e Geisy teve que sair acompa-nhada de escolta policial

O fato ganhou repercussatildeo nacional depois que um viacutedeo da retirada da aluna pela poliacutecia

sob gritos de colegas xingando passou a circular na internet

O viacutedeo publicado no site de viacutedeos Youtube teve milhares de acessos No Orkut foram criadas dezenas de comunidades para falar do assunto

Vaacuterios comentaacuterios na inter-net se ploriferaram nos textos sobre o assunto Ricardo aluno da Uniban disse no blog de Luiz Nassif estar chateado com o escacircndalo e em outro comen-taacuterio Josueacute Mecenas chamou os alunos de hipoacutecritas

No site da revista Marie Claire profi ssionais da moda se mani-festaram ldquo O brasileiro eacute o povo menos chauvinista em termos vestimentais So haacute restriccedilotildees

para homens por conta do com-plexo de machismordquo

A jornalista Eacuterica Palomino tambeacutem afi rmou no site ldquoEu pensei que minissaia havia sido inventada haacute 40 anos e natildeo fosse mais novidaderdquo A socioacuteloga Miriam Abramovay no site do Correio Brasiliense afi rmou que a atitude dos estudantes eacute vio-lenta agressiva e conservadora

Ainda no Twitter tambeacutem houve quem sugerisse que a garota fez algo aleacutem de usar uma minissaia Em comentaacuterio na rede social Ana Paula Bertoni disse que outro protesto aconteceu na Uniban Dessa vez os colegas da aluna agredida se manifestaram com narizes de palhaccedilo

O Rio de Janeiro ganhou des-taque na imprensa nas uacuteltimas semanas por motivos tanto posi-tivos quanto negativos A Cidade Maravilhosa foi escolhida como sede das Olimpiacuteadas de 2016 e dias depois pautou os noticiaacuterios com a guerra do traacutefi co O assunto tambeacutem invadiu as redes sociais (blogs Twitter Orkut entre outras) depois da derrubada de um heli-coacuteptero no Morro dos Macacos

O jornalista Carlos Castilho em um artigo intitulado ldquoDo tiro ao Twitterrdquo no site Observatoacuterio da Imprensa tocou numa ques-tatildeo interessante e pertinente ao contexto ldquopoliacutecia X crime organizadordquo Numa pesquisa recente destinada aos Estu-dos de Seguranccedila e Cidadania

provou-se que os policiais con-sideram os blogs como uma fer-ramenta poliacutetica ameaccediladora e subversiva para as tradicionais hierarquias que regem os quar-teacuteis no Brasil Apesar disso os blogs policiais podem mexer com a verticalizaccedilatildeo que pre-domina hoje na estrutura mili-tar expondo o que haacute de errado dentro das corporaccedilotildees e colo-cando em xeque as hierarquias

Espelhado no modelo norte-americano de amostragem de viacutetimas por guerras civis o site Rio Body Count foi criado para contabilizar por aproximaccedilatildeo o nuacutemero de viacutetimas na guerra do traacutefi co no Rio de janeiro mas jaacute foi desativado na Web

Sobre a atual violecircncia no

Morro dos Macacos o publicitaacute-rio e morador do bairro da Tijuca no Rio de Janeiro Gabriel Wardil 24 informou por meio de seu Twitter que o medo e a impo-tecircncia satildeo gerais e que as pessoas estatildeo mudando a rotina por causa da violecircncia ldquoEstamos no meio de uma guerra onde natildeo haacute como se defender e sendo governados pelo crime e terrorrdquo declarou

Comunidades do Orkut viacutedeos no Yotube posts em blogs satildeo exemplos de ferra-mentas que datildeo forccedila e auto-nomia para a voz da populaccedilatildeo Enquanto o Legislativo toma decisotildees a portas fechadas a Internet se torna um ambiente democraacutetico considerada por muitos como a nova Aacutegora

Arte Pedro Leone 7ordmG

Foto Bruno Gonzales em blog de Jorge Schweitzer

Guerra do traacutefi co no Rio de Janeiro se espalha na web

Textos nesta paacutegina escritos por Ana Carolina Amariz Flaacutevia Leatildeo Gabriel Assunccedilatildeo Jaime Hosken Liacutevia Martins Paula Sampaio Fernando Kelysson Gabriela Machado Michele Cristina Nathalia Magalhatildees Raiacutessa Rodrigues Rodrigo Otoni (6ordmG)

ldquoEu pensei que minissaia havia sido inventada haacute 40 anos e natildeo fosse mais novidaderdquoMiriam Abramovay socioacuteloga

Rei do Pop rouba cena no Twitter

Minissaia leva a motim de universitaacuterios

Guerra no Morro dos Macacos invade Web

14-15 - Redes Sociaisindd 214-15 - Redes Sociaisindd 2 12209 93048 AM12209 93048 AM

O Ponto

16 bull EsporteBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacuteginaPedro Gontijo e Clarisse Simatildeo - 6ordm periodo

O Rugby

Passados os anos as regras e nuacuteme-ros de participantes foram variando podendo hoje ser praticado com 15 10 ou 7 (conhecido como 7-a-side) joga-dores em cada time que se dividem em dois grupos ldquoOs Fowards satildeo jogadores maiores em tamanho e mais pesados enquanto os Backs satildeo mais raacutepidos menores mais leves e mais aacutegeis Eles atacam com velocidade passam a bola mais raacutepido mas tambeacutem haacute choquesrdquo explica Ariel Palacios treinador do time feminino do BH Rugby o maior da capital mineira

Durante a partida soacute eacute possiacutevel pas-sar a bola para o lado ou para traacutes sendo que os avanccedilos satildeo decorrentes das corridas com posse de bola Soacute eacute permitido passe para frente com pon-tapeacutes e no chute soacute podem perseguir a bola aleacutem do chutador aqueles joga-dores que estiverem em linha ou atraacutes do mesmo no momento do pontapeacute

Muitas vezes o esporte passa a ima-gem de violento mas seus praticantes defendem opiniatildeo contraria ldquoPassa essa imagem porque dentro de campo haacute um contato intenso entre os joga-dores A agressividade eacute inerente ao jogordquo explica Vitoacuteria ex-jogadora do BH Rugby

Um fator interessante e que ajuda a aliviar as tensotildees do jogo eacute o chamado terceiro tempo Promovido pelo time da casa esse eacute o momento em que os jogadores conversam fazem amizades cantam brincam bebem e discutem os lances da partida apoacutes o jogo e eacute uma das tradiccedilotildees do Rugby

Em Minas Gerais aleacutem do BH Rugby existem mais dois times expressivos ambos em Varginha O Minas Rugby nascido em 1995 e o Varginha Rugby criado em 2000 Inconfidentes e Poccedilos de Caldas no interior do estado pos-suem equipes menores e algumas outras cidades jaacute esboccedilam um esforccedilo para montar uma estrutura para o esporte entre elas Nova Lima Juiz de Fora Viccedilosa Uberlacircndia Governador Valadares e Nova Era

Apesar do aumento significativo da procura pelo esporte o Rugby ainda

sofre com falta de verbas para financiar as viagens dos atletas para as competi-ccedilotildees nacionais e internacionais A fim de contornar a situaccedilatildeo jogadores e equipe teacutecnica se viram como podem Alguns fazem uma poupanccedila onde todo mecircs uma quantia de dinheiro eacute depositada outros vendem brindes como camisetas rifas e adesivos e os mais corajosos posam para fotos Foi o caso da seleccedilatildeo brasileira de rugby feminino Para poder participar do Mundial de Dubai realizado em marccedilo deste ano criaram um calendaacuterio com fotos sensuais das proacuteprias jogadoras Um meio de chamar a atenccedilatildeo das pessoas e arrecadar dinheiro para a viagem Natildeo ganharam o campeonato mas garantiram o 10ordm lugar no ranking mundial

Vida de JogadoraJogadora haacute um pouco mais de dois

anos no BH Rugby Marina conheceu o esporte atraveacutes de amigos de Satildeo Paulo mas quem a incentivou a jogar foi uma amiga de trabalho ldquoUm dia fui para conhecer os treinos e fiqueirdquo Amigos e familiares a questionavam sobre por que natildeo fazer ballet ou jazz atividades tradicionalmente femini-nas mas Marina afirma que apesar de jaacute ter tentado natildeo combina com ela de jeito algum A jogadora comenta tam-beacutem que nunca teve rivalidade com outras jogadoras ldquoSomente dentro do campo alguns olhares e puxotildees de cabelos mas fora do campo o terceiro tempo tira a tensatildeo um poucordquo afirma a atleta

O administrador Mathias Klaus namora haacute dois anos a jogadora do BH Rugby Maria Clara Ele acompanha sua namorada em todos os jogos e diz natildeo sentir ciuacutemes dos treinos que ela faz com o time masculino de Rugby ldquoSem-pre que daacute eu saio com a turma toda pra tomar umasrdquo Mathias confessou que reza sempre para que sua namo-rada saia do campo sem um arranhatildeo pois a jogadora jaacute quebrou a claviacutecula e o nariz mas afirma que o esporte ajuda no relacionamento ldquoO namoro eacute

Encerrada a partida o jovem estudante William Webb Ellis inconfor-mado com a derrota do seu time agarra a bola com as matildeos e sai cor-rendo em direccedilatildeo ao gol adversaacuterio - Que velocidade Surpreendidos seus adversaacuterios entram na corrida para tentar impedi-lo Agarrado pelas pernas o pequeno Willian vai ao chatildeo e vecirc a bola esvair-se de suas matildeos Dessa cena que causou estranheza durante um jogo de futebol na Inglaterra em 1823 surgiu a ideacuteia inicial de um novo esporte o Rugby

O Rugby eacute um dos esportes mais populares do mundo e cada vez mais vem ganhando adeptos pelo Brasil desmistifi cando a fama de esporte violento e deixando de ser comparado ao futebol americano

MARINA CAMISASSA

RENATA WILLIG 2ordmPERIODO

Fotos Pedro Gontijo

em trecircs tempos

16-17 - Rugbyindd 116-17 - Rugbyindd 1 12209 92745 AM12209 92745 AM

O Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Gontijo e Clarisse Simatildeo - 6ordm periodo

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Esporte bull 17

oacutetimo quando ela estaacute estressada ela desconta no campo e com as rivaisrdquo

Jogadora do BH Rugby de dezem-bro de 2005 ateacute Julho de 2007 Vitoacuteria nunca praticou outro esporte Ela fra-turou o braccedilo durante uma partida e depois novamente em casa no mesmo lugar mas continua defendendo que isso eacute comum por ser um esporte de muito contato fiacutesico Vitoacuteria tambeacutem afirma que o esporte precisa ser mais divulgado o que ajudaria a desvincu-lar essa imagem de jogo violento que tem hoje

Vencer as barreiras de um esporte que ainda daacute os primeiros passos no paiacutes eacute outro desafio segundo as joga-doras O BH Rugby participa de pelo menos um campeonato por ano e para custear as viagens aleacutem da mensali-dade paga por elas ao clube Como haacute poucos patrocinadores eacute preciso fazer rifas e caixinhas para ajudar nas despe-sas das viagens que tecircm custo variado de acordo com o nuacutemero de jogadoras que participam dos torneios

Em Setembro de 2006 o time femi-nino do BH Rugby conquistou o pri-meiro tiacutetulo ao vencer o Campeonato da Independecircncia de 7-a-side em Var-ginha no Sul de Minas Em Outubro de 2007 conquistou o Torneio de 7-a-side de Satildeo Joseacute dos Campos a primeira etapa do Circuito Brasileiro de Rugby

Rugby no BrasilO Brasil conheceu o rugby no seacuteculo

XIX e foi Charles Miller o mesmo que trouxe o futebol para o Brasil que em 1895 organizou o primeiro time de rugby brasileiro em Satildeo Paulo Mas somente em 1925 o rugby comeccedilou a ser praticado com mais regularidade no Brasil no Campo dos Ingleses per-tencente ao Satildeo Paulo Athletic Club (SPAC) em Pirituba Satildeo Paulo

Durante o periacuteodo de 1926 a 1940 foram organizados jogos interesta-duais entre clubes paulista e carioca aleacutem de jogos internacionais contra os Springboks da Aacutefrica do Sul em 1932 e contra a seleccedilatildeo Britacircnica em 1936

De 1941 a 1946 os jogos foram inter-rompidos devido agrave Segunda Guerra Mundial sendo retomados em 1947

Em 1960 foi formada a Alianccedila Rugby Football Club constituiacuteda por jogadores ingleses franceses argenti-nos e brasileiros No dia 6 de outubro de 1963 foi fundada a sede em Satildeo Paulo da Uniatildeo de Rugby do Brasil com a finalidade de organizar e dirigir o rugby brasileiro No ano seguinte a entidade patrocinava o III Campeonato Sul-Americano de Rugby quando o Brasil conquistou o vice-campeonato

A partir de 1971 comeccedilou a se desenvolver lentamente o rugby Infanto-Juvenil em Satildeo Paulo e em 20 de Dezembro de 1972 foi fundada a Associaccedilatildeo Brasileira de Rugby em substituiccedilatildeo agrave Uniatildeo de Rugby do Bra-sil sendo reconhecida pelo Conselho Nacional de Desportos (CND) A par-tir daiacute o esporte vem ganhando adep-tos no paiacutes do futebol e se populari-zando deixando para traacutes a imagem de violento

1 - Pilar

2 - Hoker

3 - Pilar

4 - Segunda linha

5 - Segunda linha

6 - Asa (tercera linha) 7 - Asa (tercera Linha)

8 - Oitavo (uacuteltimo na formaccedilatildeo do scrum)

PasseNo rugby soacute eacute possiacutevel passar a bola para o lado ou para traacutes sendo que os avanccedilos satildeo decorrentes das corridas com posse de bola Soacute eacute permitido passes para frente com pon-tapeacutes No chute soacute podem perseguir a bola aleacutem do chutador aqueles jogadores que estiverem em linha ou atraacutes do mesmo do momento do pontapeacute

Tackle ou placagemO tackle eacute feito agarrando-se o jogador adver-saacuterio que estaacute com a bola e jogando-o ao chatildeo para que se possa fazer a tentativa de tomada da posse de bola atraveacutes do ruck

RuckQuando um jogador eacute tackleado ele solta a bola e eacute formado um ruck Jogadores dos dois times se jogam em cima daquele que estaacute ao chatildeo e tentam empurrar a bola para o seu lado do campo com o detalhe de que natildeo eacute permitido mover a bola com as matildeos

MaulOcorre quando trecircs jogadores sendo um portador da bola e os outros dois um de cada time estatildeo em contato A diferenccedila entre o ruck e o maul eacute que no uacuteltimo a bola natildeo se encontra no chatildeo e sim na matildeo do jogador Os jogadores devem manter a cabeccedila e os ombros acima da linha da cintura Natildeo eacute per-mitido tirar os jogadores do maul a natildeo ser que esse seja do time adversaacuterio e esteja do lado errado do maul

ScrumO scrum ou formaccedilatildeo ordenada geralmente eacute usado apoacutes uma jogada irregular ou em alguma penalidade O HalfScrum da equipe que natildeo cometeu a infraccedilatildeo insere a bola no meio de um ldquotuacutenelrdquo formado pelas duas primeiras linhas de cada equipe para que os jogadores de sua equipe consigam ganhar a posse da bola Qualquer jogador alheio a formaccedilatildeo ordenada tem que estar a 10 m da mesma

LateraisQuando a bola sai pela lateral do campo eacute realizado um alinhamento para que a bola volte ao jogo O Hoker da equipe lanccedila a bola no meio das duas linhas formadas Um joga-dor de cada equipe eacute levantado no ar para tentar agarrar a bola Quando a bola eacute posta na lateral o outro time pode repocirc-la rapida-mente para dentro de campo se esta cruzar a linha de cinco metros sem formaccedilatildeo de linhas

MarkQuando a equipe adversaacuteria chuta a bola e o jogador da outra equipe a pega sem quicar no chatildeo e dentro da aacuterea dos 22 metros ele pode chamar um mark ou pedir marco que eacute a possibilidade de se dar um chute sem o perigo de ser placado Serve como um fator de proteccedilatildeo para a defesa da equipe que pediu o marco pois interrompe o jogo e o time tem direito a um pontapeacute livre de onde o mark foi pedido

Algumas jogadas do Rugby

Esquema de jogo

BH RUGBY

12ordm BI do ExeacutercitoRua Timbiras com Barbacena Barro Preto Belo Horizonte - MG

Belo H

s sendo umLateraisQuQQQuQuQuQuQuQuananandodoodododd a bola saaaai peela lattererererala ddddoooo cacacacampmpmpmpmm oooooooo eacuteeacuteeacuteeacute

Ariel PalaciosTeacutecnico do BHRugby

312

6

45

789

10

111213

1514

9 - Half Scrum 10 - Apertura 11 - Ponta cego

12 - Primer centro

13 - Segundo Centro

14 - Ponta aberto

15 - Fullback

16-17 - Rugbyindd 216-17 - Rugbyindd 2 12209 92753 AM12209 92753 AM

O Ponto

18 bull CulturaBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Liacutevia Martins e Flaacutevia Leatildeo - 6 ordm periacuteodo

LUCAS RAGE VICTOR DUARTE RENAN BORGES

2ordm PERIODO

Desde 2004 os belo-hori-zontinos vecircm recebendo visi-tas ilustres nas diversas linhas de transporte puacuteblico da capi-tal Jaacute passaram pelos ocircnibus escritores como Gonccedilalves Dias Machado de Assis Castro Alves e muitos outros Calma eles natildeo estatildeo rodando por aiacute como passageiros estatildeo pre-sentes por meio de suas obras Eacute o projeto Leitura para Todos

Idealizado e organizado pelo Programa de Ensino Pesquisa e Extensatildeo A Tela e o Texto do curso de Letras da Universi-dade Federal de Minas Gerais (UFMG) o projeto Leitura para Todos tem o objetivo de levar literatura agrave grande populaccedilatildeo belo-horizontina de maneira dinacircmica e acessiacutevel

O que natildeo falta ao passa-geiro eacute escolha na hora de ler Satildeo oferecidas obras dos mais variados estilos desde crocircni-cas machadianas a poemas de Gonccedilalves Dias passando por composiccedilotildees musicais de Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes

Atraveacutes do site do projeto (wwwletrasufmgbratelaeo-texto) jovens autores tambeacutem podem enviar seus textos e jaacute

passam de 155 publicaccedilotildees deste cunho envolvidas na ini-ciativa O projeto contempla hoje 280 carros em 26 linhas distintas

Impressos em frente e verso e laminados os textos satildeo afi -xados na parte traseira dos assentos e apresentam faacutecil acesso Cada veiacuteculo possui uma meacutedia de vinte lacircminas dispostas ao longo dos assen-tos de maneira para atingir todos os passageiros Os textos satildeo trocados de trecircs em trecircs meses As formataccedilotildees variam de acordo com o tema e a forma luacutedica com a qual algu-mas obras satildeo expostas busca atrair o leitor relutante

RepercussatildeoAs estrateacutegias para atrair o lei-

tor apesar de criativas natildeo agra-daram a todos ldquoA letra eacute muito pequena entatildeo eu natildeo leio muitordquo diz Amanda Dias usuaacute-ria da linha Circular 01 (SC01) e moradora de Betim Estudante e morador da Savassi tambeacutem usuaacuterio da linha Guilherme Carvalho concorda ldquonatildeo atrai natildeo chama a atenccedilatildeo Fica ali mas a gente nem vecirc direito falta alguma coisa para chamar mais a atenccedilatildeo do pessoalrdquo

O maior problema aparenta ser a combinaccedilatildeo entre trans-porte puacuteblico e leitura uma vez que nem todos os passageiros podem se sentar durante a via-

gem ldquoEacute interessante para quem vai sentado mas quem estaacute de peacute natildeo aproveita muitordquo aponta Amanda Dias

Mas a iniciativa possui uma linha de admiradores para quem o incentivo agrave cultura e a dissemi-naccedilatildeo da literatura natildeo passam despercebidos Moradora do Taquaril e usuaacuteria da linha 9503 Vanusa dos Santos se entusiasma com o projeto ldquoAs histoacuterias satildeo legais Tem algumas que eu tenho ateacute vontade de levar para casa e ler para os meus fi lhos Eu jaacute li quase todas sempre que acabo de ler a minha jaacute estou logo pegando a do ladordquo afi rma Ilza Ferreira Gomes moradora de Venda Nova e usuaacuteria da

linha Circular 02 (SC02) tambeacutem divide o entusiasmo de Vanusa ldquoAcho excelente Incentiva a lei-tura A primeira coisa que eu faccedilo quando entro no ocircnibus eacute pegar um texto para lerrdquo

Segundo a coordenadora do projeto e do Programa A Tela e o Texto da FALE-UFMG Maria Antonieta Pereira a repercus-satildeo do projeto natildeo poderia ser melhor ldquoTemos recebido mui-tos textos novos e comentaacuterios dos leitores No mecircs que vem entraraacute em circulaccedilatildeo o texto de um usuaacuterio sobre o Leitura para Todosrdquo afi rma

De acordo com Maria Anto-nieta a maioria dos textos rece-bidos eacute de qualidade Para sele-cionaacute-los o criteacuterio utilizado eacute o valor literaacuterio ldquoFicam de fora apenas os textos que apresen-tarem linguagem vulgar ou de cunho agressivo Mas isso eacute rarordquo conclui

Mais do que uma degustaccedilatildeo literaacuteria muitos vecircem no projeto um passatempo que possibi-lita distraccedilatildeo durante as longas viagens de volta para casa ou em direccedilatildeo ao trabalho ldquoVocecirc comeccedila a ler e nem vecirc o tempo passarrdquo diz Jidalva da Silva moradora de Ibiriteacute e usuaacuteria da linha 3052 Guilherme Carvalho acrescenta ldquoEacute bacana porque a gente natildeo tem nada para fazer no ocircnibus entatildeo a gente lecirc no caminhordquo

Projeto Leitura para TodosFoto Divulgaccedilatildeo BHTrans

Com cinco anos de existecircncia iniciativa ainda passa despercebida por muitos passageiros de ocircnibus

Faz-de-conta domina a literaturaLivros com tramas e personagens fantaacutesticos encabeccedilam listas de mais vendidos

GABRIELA CAMPOLINA

5ordm PERIacuteODO

As aventuras de um bruxi-nho um mundo rodeado por robocircs que de repente passam a ter sentimentos o romance entre uma jovem e um vampiro a cegueira repentina A fi c-ccedilatildeo oferece um mundo rico de possibilidades estimulantes O autor fi ca livre para propor novas abordagens construir cenaacuterios - diferentes daqueles que estamos acostumados O leitor pode se deliciar com estoacuterias divertidas e impossiacuteveis na vida real mas que povoam a sua mente e satildeo apaixonantes

Para o doutorando em Lite-ratura de Liacutengua Portuguesa e professor da Universidade Fumec Luis Henrique Barbosa o sucesso desses livros pode ser atribuiacutedo ao grande poder da miacutedia ldquoHoje em dia eacute difiacutecil esca-

par dessa infl uecircncia ateacute mesmo para quem tenta fugir um pouco dissordquo Segundo o professor os meios de comunicaccedilatildeo criam um tipo de ldquomodardquo

Atualmente o livro que estaacute no topo dos mais vendidos eacute ldquoA Cabanardquo do canadense William Young que narra a histoacuteria de Mackenzie Allen Philip perso-nagem principal de uma trama que envolve questotildees religiosas ao desconstruir os estereoacutetipos de Deus e Jesus apresentados respectivamente como uma mulher negra grande e gorda e um jovem do Oriente Meacutedio que conserta e constroacutei coisas Outro sucesso de venda foram os livros da seacuterie Crepuacutesculo (Twilight) que conta a histoacuteria de uma ado-lescente que se apaixona por um vampiro recentemente adap-tada para o cinema

Os best-sellers de fi cccedilatildeo jaacute tomaram as salas de cinema haacute

um tempo Em termos de adap-taccedilatildeo literaacuteria escritores tendem a achar que o fi lme deve ser fi el ao texto Jaacute os cineastas enten-dem que a linguagem das telas eacute outra e que o compromisso do cinema eacute com os espectadores natildeo com os leitores Os escrito-res defendem a fi delidade os cineastas natildeo

O sucesso de longas como ldquoO senhor dos aneacuteisrdquo ldquoHarry Pot-terrdquo ldquoEu Robocircrdquo ldquoEnsaio sobre a cegueirardquo ldquoEntrevista com um vampirordquo de repente virou febre Todos parecem querer ldquoviajarrdquo por um mundo desconhecido

Os leitores principalmente os mais jovens querem ver seus livros personagens e aventuras preferidas de uma forma mais real Segundo Luis Henrique ldquoa miacutedia faz bom marketing e ainda tem o peso das peliacuteculas que direcionam ainda mais o foco do interesse do puacuteblicordquo E

independente das inuacutemeras criacute-ticas quanto a isso o sucesso eacute certo O exemplo eacute o das seacuteries Harry Potter e Twi-light - ambos best-sellers mundiais

A internet eacute tambeacutem um terreno que contribui para popularidade crescente da chamada literatura da moda de acordo com o pro-fessor Luis Henrique a litera-tura se tornou muito diversifi -cada ldquoHaacute um grande aumento por exemplo na lsquoliteratura de blogrsquo Muitos blogueiros escrevem histoacuterias que depois viram livrosrdquo diz Falando especifi camente sobre os livros de fi cccedilatildeo ele argu-menta que muito desse sucesso estaacute em foacutermulas que deram certo e se repetiram no avanccedilo da tecnologia na busca por res-postas e na tentativa de ldquofugardquo da rotina do dia-a-dia ldquoAinda assim eacute difiacutecil dizer porquecirc Eacute como

querer saber o motivo pelo qual muita gente escuta certo tipo de muacutesica ou assiste a certos tipos de fi lme Cada um tem uma razatildeo Tambeacutem natildeo podemos esquecer que estamos falando de moda E moda vai e voltardquo

criacute-sso as

m

o dem srdquote

18 - Literaturaindd 118 - Literaturaindd 1 12209 92644 AM12209 92644 AM

O Ponto

PEDRO LEONE

7ordm PERIacuteODO

A Faculdade de Ciecircncias Humanas da Fumec (FCH) lanccedilou no dia 20 de novem-bro a oitava ediccedilatildeo da revista ldquoMediaccedilatildeordquo de cunho cientiacute-fi co A publicaccedilatildeo que desta vez trouxe como tema central ldquoMiacutedas Audiovisuais e Proces-sos Identitaacuteriosrdquo representa um marco da revista por fortalecer a

periodicidade das produ-

ccedilotildees acadecircmicas da faculdade como reinteraram os diretores Antocircnio Marcos Nohmi Joatildeo Batista de Mendonccedila Filho e Th aiumls Estevanato em evento rea-lizado na data de lanccedilamento no auditoacuterio da FCH A revista passa ainda por uma reestrutu-raccedilatildeo editorial jaacute que a partir da proacutexima ediccedilatildeo natildeo conta mais com a professora Claudia Cha-ves Fonseca como editora que passa o cargo para o professor Rodrigo Fonseca e Rodrigues

Segundo Rodrigo um dos proacuteximos passos na consoli-daccedilatildeo da ldquoMediaccedilatildeordquo no mer-cado eacute a ampliaccedilatildeo dos pontos de distribuiccedilatildeo da publicaccedilatildeo sendo inclusive distribuiacuteda em bibliotecas de outras institui-ccedilotildees de ensino Aleacutem disso Rodrigo adiantou o tema-base da nona ediccedilatildeo jaacute sob seu comando que seraacute ldquoComuni-caccedilatildeo e estudos interdiscipli-naresrdquo Nela de acordo com o novo editor uma das metas seraacute ampliar o leque de assun-tos tratados e mostrar o caraacuteter plural da comunicaccedilatildeo

Outra meta para os proacuteximos nuacutemeros da revista eacute divulgar a

chamada para artigos em outros paiacuteses com a publicaccedilatildeo de textos traduzidos com exclusividade pela revista para o portuguecircs

Alunos como destaqueA novidade da oitava ediccedilatildeo

segundo a editora Claudia Cha-ves fi ca por conta da publica-ccedilatildeo da resenha ldquoEacutetica no ensino

de jornalismordquo de autoria das alunas do oitavo periacuteodo de jornalismo Ana Luacutecia Bahia e Marina Rigueira Para as alu-nas que dizem ter interesse em seguir a carreira acadecircmica a oportunidade eacute interessante por ser uma primeira experiecircn-cia na aacuterea O artigo segundo Ana Luacutecia e Marina eacute fruto de

um projeto de iniciaccedilatildeo cientiacute-fi ca e a primeira publicaccedilatildeo de cunho acadecircmico de ambas

A revista ldquoMediaccedilatildeordquo tem periodicidade semestral e teve nesta oitava ediccedilatildeo tiragem de mil exemplares reunindo dez artigos de professores pes-quisadores e profi ssionais da comunicaccedilatildeo social

Editor e diagramador da paacutegina Equipe O Ponto

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Miacutedias bull 19

FABIANA SOARES

7ordm PERIacuteODO

Kotler publicou sua biacuteblia do marketing e de repente todo mundo sabia como posicionar uma marca Entatildeo veio a Era Digital e desafi ou todas agecircncias de publicidade e profi ssionais de marketing Quais foram esses desafi os O que devemos levar em consideraccedilatildeo para posicio-nar uma marca online Eu com meu mero mas engajado conhe-cimento elaborei alguns toacutepi-cos que podem dar um rumo ao posicionamento digital

1) Pense e esteja OnlineO primeiro item eacute oacutebvio e pre-

cede todos os outros Se vocecirc quer entrar no mundo digital vocecirc tem que estar online A comunicaccedilatildeo digital eacute instantacirc-nea e interativa e se sua marca natildeo estaacute laacute quando um usuaacuterio a procura ele vai clicar na outra que estiver mais proacutexima Entatildeo

esteja sempre disponiacutevel e mais importante abrace a interaccedilatildeo Natildeo adianta estar online e pen-sar offl ine Converse e escute os usuaacuterios hoje eles satildeo tatildeo importantes no posicionamento de sua marca quanto a televisatildeo foi na deacutec de 50 O que nos leva ao segundo toacutepico

2) O usuaacuterio constroacutei a sua marca

Hoje o modelo de comuni-caccedilatildeo eacute interativo O internauta descobriu que pode produzir a mensagem e natildeo soacute recebecirc-la pacifi camente Entatildeo ele pode dizer que seu produtoserviccedilo eacute muito ruim ou muito bom e teraacute vaacuterias pessoas para ouviacute-lo E natildeo adianta querer abafar a sua voz isso soacute vai pegar mal e natildeo vai controlar a propagaccedilatildeo da mensagem (lembra do caso da Daniela Cicarelli) Entatildeo o que resta aacutes marcas eacute monitorar Vocecirc pode estar sempre alerta ao que estatildeo dizendo sobre vocecirc na web

eacute como um feedback instantacirc-neo e se estiverem falando bem oacutetimo mas se falarem mal per-gunte porque peccedila desculpas e desconstrua a imagem ruim que aquele usuaacuterio tem sobre sua marca Mas cuidado para natildeo invadir o espaccedilo virtual dele

3) Cuidado O usuaacuterio pode natildeo querer te ouvir

Vocecirc monitora sua marca na web e resolve entrar na discussatildeo dos usuaacuterios sobre sua marca Vaacute com calma Ele provavelmente vai estar em uma rede social conversando com seus amigos e de repente vocecirc vira um inva-sor inoportuno Hoje o usuaacuterio quer ouvir e daacute mais credibi-lidade a fala de seu ldquoamigo de rederdquo do que na auto-afi rmaccedilatildeo de uma marca Ele quer ouvir o que sua rede social tem a dizer e natildeo vocecirc Entatildeo uma estrateacutegia muito mais efi ciente de conver-sar com o usuaacuterio eacute sendo um usuaacuterio ou tendo como porta voz

algum usuaacuterio infl uente E se um usuaacuterio fala bem da sua marca daqui a pouca seratildeo dois quatro seis

4) O boca-a-boca casou com a internet e teve um fi lho fofoqueiro O viral

O viral nasceu graccedilas a velo-cidade e o tamanho da rede Enquando na tv temos uma pessoa falando para outras 11 milhotildees na rede sua marca pode falar com esse mesmo nuacutemero de pessoas e essas pessoas com outras 11 milhotildees de pessoas em uma velocidade muito mais raacutepida que a de um Vt de 30rdquo Esse potencial de propagaccedilatildeo da men-sagem eacute bom e ruim Bom por permitir uma comunicaccedilatildeo mais efi ciente em termos de tempo e ruim pois uma vez lanccedilada na rede eacute impossiacutevel acompanha-la A melhor maneira entatildeo de se utilizar um viral eacute ser cuida-doso com o que se quer propa-gar Pense se aquela mensagem

eacute realmente relevante se natildeo vai criar uma imagem negativa e se eacute sufi cientemente criativo para que os usuaacuterios queiram compartilhaacute-lo O viral tem sido a menina dos olhos de muitos criativos publicitaacuterios e de seus clientes pois tem um custo rela-tivamente baixo e pode alcanccedilar um grande nuacutemero de pessoas mas tambeacutem tem grandes riscos de ser um total fracasso

A internet aidna tem muito a nos ensinar e tentei colo-car acima um pouco do que jaacute consegui obeservar Mas ainda tenho uma grande curiosidade que ateacute hoje ningueacutem conseguiu me explicar como se cobra por estrateacutegias digitais Como men-surar em dinheiro um viral por exemplo Como apresentar uma estimativa de custos honesta para o cliente quando tudo que se tem eacute uma ideacuteia Se algueacutem tiver essa resposta meu email eacute fabzsoaresgmailcom

E agora Joseacute A festa acabou a luz apagou e ta todo mundo na web

Original publicado em httpestagiocriativoblogspotcomO texto natildeo sofreu ediccedilatildeo nem correccedilotildees ortograacutefi cas a pedido da autora

A equipe de professores e convidados que participaram da organizaccedilatildeo da 8ordm ediccedilatildeo da revista

Mediaccedilatildeo chega ao seu oitavo nuacutemeroRevista da Faculdade de Ciecircncias Humanas da FUMEC coloca o tema ldquoMiacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuteriosrdquo em debate e tem como desafi o para os proacuteximos nuacutemeros ampliar a chamada para o envio de artigos acadecircmicos a pesquisadores de outros paiacuteses

8ordf ediccedilatildeo da revista trata das Miacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuterios

19 - Mediacaoindd 119 - Mediacaoindd 1 12209 93123 AM12209 93123 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

20 bull Cultura Editora e diagramadora da paacutegina Amanda Lelis - 7ordm periodo

COLCHAde retalhos

CU

RT

Are

talh

os

Ajude a costurar nossa colcha balaioretalhosgmailcom

Ir aleacutem da superfiacutecie

Que o espelho mostra

(e que o ego gosta)

VontadeBaacuterbara Rodrigues

Midori aki

hatake dandan

akaku naru

GuntaiJoatildeo Paulo Borges

Outono verde

o campo aos poucos

fi ca vermelho

ExeacutercitoJoatildeo Paulo Borges

Frederico PortoOde ao pensamento

Todo momento eacute hora de aventura e fantasia

E comeccedila ao raiar do dia

Crianccedilas vatildeo agrave escola e cantam a melodia

E a imaginaccedilatildeo se mistura com a nostalgia

O vento o sol a neve e a tempestade

Amanhatilde eacute o ontem criado com amizade

E Deus em seu computador

Natildeo procura responder

A mensagem deixada seraacute criada por vocecirc

E sem fi m com mais delongas

O encanto se apaixona

E comeccedila a respirar

Pensamento que viraacute

Eu que natildeo amo vocecircGabriela Gois

Era tudo novo ali No puro prazer na inocecircncia ele repousava a cabeccedila sobre o meu

colo segurando minha matildeo fi rmemente Ao longe o sol ia se despedindo deixando uma

leve e uacutenica brisa no fi m de tarde abafado Noacutes trocaacutevamos algumas palavras bobas meu

coraccedilatildeo disparava quando via aquele sorriso sincero Era tudo parte de um comeccedilo de

vida uma iniciaccedilatildeo no mundinho chato e triste que eacute o amor Tatildeo perfeito calmo irreal

verdadeiro e tiacutemido A rua estava vazia eu permanecia em silecircncio enquanto ele brin-

cava com meus dedos em suas matildeos magrelas e brancas

- E quando tudo isso acabar

- Como assim ndash suspirei afagando seu cabelo bagunccedilado

- A gente vai crescerhellipMudar Talvez um dia nossos rostos se apaguem

- Eu natildeo seihellipTalvez um dia noacutes vamos estar adultos andando em alguma cidade no

meio do caos e nos reconhecemos por um sorriso Eu largaria meu namorado vocecirc sua

vida boecircmia e noacutes podemos fugir pra Franccedila

- Vocecirc eacute tatildeo boba

- E vocecirc eacute tatildeohellip

Seus laacutebios tocaram os meus delicadamente nada invasivo Eram macios tinham

sabor de chocolate branco O que aconteceu internamente natildeo haacute como descrever nada

comparado agrave felicidade instantacircnea de uma roupa nova Natildeo era algo bem melhor que

isso Era tudo tatildeo maacutegico e delicioso nada de preocupaccedilotildees Eacuteramos dois na calccedilada os

peacutes no chatildeo quente as matildeos entrelaccediladas os sorrisos carregados de felicidade

Hoje eu ainda olho para aquela foto estranha no fundo da caixa Ele estaacute longe pro-

vavelmente apagou meu rosto Eu natildeo consigo sentir nada comparado agravequilo nada que

faccedila meu coraccedilatildeo disparar como aquele dia Eu soacute amei uma vez eu tinha onze anos um

metro e sessenta e cinco e era boba

Larissa Cardoso Borges

Deixa a mente vagar

Sem rumo sem freio

Deixa as palavras fl uiacuterem

Pulsando pelo seu corpo ateacute chegarem ao destino fi nal

Matildeo que freneticamente escreve

Tentando organizar o fl uxo de emoccedilotildees de sensaccedilotildees

Raacutepido pensar fugaz aliacutevio

O papel suporta as minhas ideacuteias

Devaneios

GuriaRodrigo Guimaratildees Pena

quando dedo se lambia

tudo era mar-de-rosas

tu levavas vida em verso

eu te via toda prosa

e tu eras tatildeo pequena

tatildeo cheirosa tatildeo macia

que o chorar ou fazer cena

era manha da guria

hoje a vida te vecirc bela

tatildeo faceira tatildeo formosa

mas meus olhos vecircem aquela

que foi meu botatildeo de rosa

Sozinha

No mato

Sem teto

Comida

Companhia

Ou cobertor

Sem rastro

Barulho

Eu-soacute

Sozinha

Na terra

Deitada ateacute dissolver no tempo

QuererAmanda Lelis

Amanda Lelis

E o que vai ser agora

se tudo em mim for

silecircncio

DuacutevidaAmanda Lelis

20 - Colcha de retalhosindd 120 - Colcha de retalhosindd 1 12209 92543 AM12209 92543 AM

Page 7: Jornal O Ponto - novembro de 2009

O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Poliacutetica Esportiva bull 07Editor e diagramador da paacutegina Ana Flaacutevia Goulart e Vitor Komura - 6ordm periacuteodo

Logo depois da implantaccedilatildeo

da Lei Peleacute uma fi gura que pas-

sava quase sempre despercebida

comeccedilou a ganhar destaque o

empresaacuterio ou agente de fute-

bol como gostam de ser chama-

dos Em diversas situaccedilotildees essa

fi gura eacute prejudicial para os clu-

bes pois satildeo eles quem nego-

ciam a debandada de jogadores

do futebol brasileiroldquoOs empresaacuterios foram os

grandes benefi ciados com a implantaccedilatildeo da Lei Peleacute e os

clubes de futebol os grandes prejudicados Aleacutem de aju-dar a famiacutelia do atleta inclu-sive fi nanceiramente antes do sucesso fazem promessas mirabolantes com as quais os clubes brasileiros natildeo tecircm con-diccedilatildeo de competirrdquo afi rmou o vice-presidente do Cruzeiro Gilvan Pinho Tavares

ldquoHouve um caso recente com o atleta Zeacute Eduardo que foi vendido para um grupo de investidores justamente devido agrave pressatildeo feita por seu agente

que havia arrumado um lugar para ele no Ajax da Holandardquo exemplifi cou o vice-presidente Ele ainda alertou que se os clu-bes natildeo fi zerem contratos com seus atletas se protegendo os perderatildeo para os empresaacuterios em questatildeo de tempo

O jogador Euller acredita que atualmente nenhum jogador profi ssional estaacute preparado para possuir os seus direitos federati-vos ldquoEacute por isso que hoje todo jogador mesmo nas categorias de base jaacute tem o seu empresaacute-

rio Assim o atleta natildeo precisa se preocupar com seus negoacutecios e transferecircncias deixando isso por conta de seu agenterdquo defen-deu Euller

Talvez os agentes sejam aqueles que melhor souberam aproveitar as brechas da Lei Peleacute Mas segundo os proacuteprios agentes a histoacuteria natildeo eacute bem assim O vice-presidente da ABAF (Associaccedilatildeo Brasileira de Agentes de Futebol) e Agente FIFA Acircngelo Pimentel classifi -cou como imoral o antigo regime do passe no Brasil ldquoA lei surgiu apenas para dar o respaldo que faltava ao futebol brasileiro e a implantaccedilatildeo do sistema que vigora atualmente natildeo alterou em nada o nosso ramo A fi gura do agente sempre foi necessaacuteria para intermediar as negocia-ccedilotildeesrdquo argumentou Pimentel

Para o ex-jogador e hoje agente de futebol Heacutelcio Alisk no mundo de hoje haacute uma busca freneacutetica por dinheiro natildeo soacute em sua categoria mas em qualquer ramo ldquoA Lei Peleacute veio regularizar um sistema de escravidatildeo no qual os times prendiam os jogadores mesmo apoacutes o teacutermino de seus contra-tos Joguei durante 9 anos no Paranaacute Clube sendo o segundo jogador com mais partidas pelo time mas perdi vaacuterias oportu-nidades de assinar contratos melhores por estar com o passe preso ao clube paranaenserdquo disse Heacutelcio

Pimentel e Alisk ainda tecircm

opiniotildees semelhantes de que a Lei benefi cia os jogadores de grande porte jaacute que os menos conhecidos muitas vezes deteacutem os seus direitos federativos e natildeo existem clubes interessados em seu futebol Sendo assim a lei garante que o mais forte sempre venccedila o mais fraco

O que talvez falte aos clubes e aos jogadores eacute o bom senso de que um deve valorizar o outro A busca incessante por dinheiro das duas partes eacute feita sem a astuacutecia necessaacuteria Provavel-mente esse eacute um dos motivos de os agentes serem aqueles que souberam se aproveitar melhor da Lei Peleacute Os clubes satildeo quase sempre dirigidos por torcedo-res amadores e grande parte dos atletas possuem famiacutelias grandes que dependem deles Essa combinaccedilatildeo faz com que as negociaccedilotildees entre eles mui-tas vezes sejam dirigidas emo-cionalmente deixando para os agentes as atitudes movidas pela razatildeo

Eacute inegaacutevel que a legislaccedilatildeo regente do nosso desporto pre-cisa de reformas urgentemente pois ainda eacute muito falha Natildeo se pode afi rmar quem realmente saiu ganhando ou perdendo com a implantaccedilatildeo da Lei Peleacute mas eacute evidente que se os clu-bes atletas e empresaacuterios con-tinuarem defendendo seus proacute-prios interesses sem equiliacutebrio e harmonia o futuro do futebol brasileiro estaacute fadado a ser cada vez mais sombrio

Nova regra destaca fi gura do empresaacuterio

Acircngelo Pimentel posa ao lado da camisa com a qual Gilberto Silva seu cliente na eacutepoca jogou a Copa do Mundo de 2002

Foto Igor Moreira 2ordmG

Um dos primeiros casos e um dos mais famosos de transferecircncia com a Lei Peleacute foi a saiacuteda do Ronaldinho Gauacutecho do Grecircmio para o Paris Saint-Germain (PSG) da Franccedila O jogador era extremamente valorizado pelo time gauacutecho que jaacute havia recusado duas propostas de aquisiccedilatildeo uma de 60 milhotildees de doacutelares de empresaacuterios italianos e uma de 75 milhotildees de doacutelares do Leeds United da Inglaterra

Poreacutem o jovem Ronaldinho tinha como agente o seu irmatildeo Assis ex-jogador do Torino e do proacuteprio Grecircmio Assis achava que era hora de Ronaldinho ir para a Europa e sabendo dos benefiacutecios que a Lei Peleacute proporciona ao atleta aconselhou o irmatildeo a assinar um con-trato agraves escondidas com o PSG O conselho foi seguido a risca por Ronaldinho O Grecircmio entrou na Justiccedila mas o maacuteximo que conse-guiu foi adiar sua estreacuteia Vale ressaltar que o mesmo Paris Saint Germain (PSG) que aliciou o atleta recebeu a quantia de 120 milhotildees de reais pela transferecircncia de Ronaldinho para o Barcelona em 2003

A Lei Peleacute dava aiacute a primeira amostra do pre-juiacutezo que traria aos clubes que natildeo tomassem

os devidos cuidados E aquele que seria pos-teriormente um dos melhores jogadores de todo o mundo saia do clube no qual chegou com cinco anos de idade onde recebeu toda a assistecircncia ateacute se tornar um profi ssional respei-tado sem que o Grecircmio recebesse sequer um centavo pela sua transferecircncia

Como esse foi o primeiro caso de um jogador famoso a obter os benefiacutecios da lei instalou-se uma grande polecircmica Ronaldinho estava ape-nas usando os seus direitos ou ele juntamente com seu irmatildeo estariam utilizando de maacute-feacute para conseguir os seus objetivos As opiniotildees divergiram mas fi cou claro que o Grecircmio natildeo se preveniu para natildeo perder seu astro

Depois de Ronaldinho vieram vaacuterios outros casos Alguns de jogadores que tambeacutem viriam a estourar no futebol mundial como Mancini que saiu do Atleacutetico-MG para o Roma da Itaacutelia e Juninho Pernambucano do Vasco da Gama para o Lyon da Franccedila No entanto nesses casos a justifi cativa apresentada pelos jogadores foi o atraso de salaacuterio de seus respectivos clubes mais uma brecha que a Lei Peleacute proporciona para os atletas

O caso Ronaldinho Gauacutecho

Ronaldinho aos 12 anos de idade com o irmao e empresario Assis que ainda jogava pelo TorinoItalia

06-07 - Lei Peleindd 206-07 - Lei Peleindd 2 12209 92933 AM12209 92933 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

08 bull Turismo Editor e diagramador da paacutegina Gabriel Assunccedilatildeo 6ordm periacuteodo

Destino dos sonhos fi ca um pouco mais distante

ANA CECIacuteLIA CARNEIRO GABRIEL ASSUNCcedilAtildeO 2ordm E 6ordm PERIODO

Os 15 anos a passagem da infacircncia

para a adolescecircncia o periacuteodo em que as

transformaccedilotildees se acentuam as duacutevidas

se multiplicam e a vontade de ser inde-

pendente fala mais alto Eacute nesse periacuteodo

que milhares de jovens viajam todos os

anos ao exterior por meio de pacotes

turiacutesticos que lhe proporcionam no auge

do seu desejo de liberdade a indepen-

decircncia que nesse momento eacute o que lhes

parece mais importante A viagem dos

sonhos dos fi lhos no entanto natildeo raro

tira o sono dos pais que se viram ainda

mais receosos apoacutes o acidente com a

jovem Jaqueline Ruas em julho passado

(veja box) Como proporcionar o prazer e

aventura aos fi lhos sem colocar em risco

sua seguranccedila e mesmo sua sauacutede A

questatildeo que ateacute entatildeo estava adormecida

e fora do foco dos consumidores desse

tipo de produto eacute agora a protagonista

que muda a forma de consumo e venda

de pacotes turiacutesticos para adolescentes e

oferece risco ao grande e rentaacutevel negoacute-

cio das agecircncias de viagensOs escacircndalos com agecircncias de

turismo haacute muito tempo estatildeo presentes no dia-a-dia dos noticiaacuterios brasileiros e existe mesmo uma lenda sobre o que acontece apoacutes o embarque dos passa-geiros para temporadas no exterior Uma discussatildeo sobre as condiccedilotildees de mora-dia e alimentaccedilatildeo povoa o imaginaacuterio de muitas pessoas que na maioria das vezes no entanto natildeo trocam suas ldquovia-gens dos sonhosrdquo mesmo na duacutevida de natildeo ter a assistecircncia desejada uma vez no seu destino

De acordo com a Agecircncia World Study cerca de 500 menores viajam sob sua responsabilidade sem os pais anualmente no Brasil Funcionaacuterio da empresa Gabriel Trivellato faz questatildeo de afi rmar a responsabilidade da agecircn-cia que segundo ele tem um protocolo semelhante ao seguido pela maioria das agecircncias no paiacutes ldquoEacute um processo muito burocraacutetico levar um menor desacom-panhado ao exterior satildeo muitos docu-mentos a preocupaccedilatildeo dos pais eacute muito grande e nossa atenccedilatildeo tem que ser redo-bradardquo afi rma o funcionaacuterio

Antes mesmo do escacircndalo com a

jovem Jacqueline entrou em vigor em

abril deste ano uma nova norma que

prevecirc a autorizaccedilatildeo em fi rma dos pais

ou responsaacuteveis reconhecida por auten-

ticidade para a viagem do menor o que

torna necessaacuterio que os pais compare-

ccedilam pessoalmente ao cartoacuterio para auto-

rizar a viagem dos fi lhos Aleacutem disso o

documento deve ser feito em duas vias

e conter fotografi a da crianccedila ou ado-

lescente Uma via deveraacute ser retirada

pelo agente de fi scalizaccedilatildeo da Poliacutecia

Federal (que passou a partir de entatildeo

a ser responsaacutevel pelo embarque de

menores) no momento do embarque e

a outra permaneceraacute com o viajante ou

acompanhanteAs medidas restritivas tomadas para

garantir maior seguranccedila podem natildeo assegurar uma viagem tranquumlila con-tudo A maior parte dos guias das agecircn-cias natildeo satildeo treinados para enfrentar as mais variadas situaccedilotildees adversas que podem ocorrer A maioria das agecircncias funciona da seguinte forma para cada grupo de 30 pessoas haacute um guia mor mais experiente que seria responsaacutevel por todos e mais trecircs jovens guias (em geral jovens que falam inglecircs fl uente e satildeo comunicativos) que auxiliariam na demanda dos turistas durante a via-

gem e passeios realizados no periacuteodo da estadia no local O nuacutemero eacute visivel-mente pequeno especialmente quando se pensa nos cuidados que exigem uma permanecircncia no exterior que eacute ainda maior quando se tem menores em sua responsabilidade

A falta de assistecircncia nas viagens geralmente eacute percebida aos poucos Foi o que aconteceu com o casal de namora-dos Rodrigo de Paula e Liacutevia Rodrigues que foram ao Havaiacute em dezembro pas-sado pelo programa Work and Travel (onde os intercambistas passam de trecircs a seis meses no paiacutes de destino e tecircm um emprego temporaacuterio durante sua esta-dia) ldquoNatildeo encontramos o quarto sepa-rado que pedimos e tivemos que dormir com outras pessoas Tambeacutem natildeo traba-lhamos na loja que nos disseram e acaba-mos em uma rede de fast food Sem contar que nosso depoacutesito referente agrave reserva do apartamento jamais foi devolvidordquo pro-testa o casal A agecircncia brasileira afi rma que estava tudo claro no contrato mas os estudantes garantem que natildeo recebe-ram o contrato pra ler antes da viagem ldquoSabemos do nosso erro mas confi amos demais em uma agecircncia que natildeo nos deu o prometidordquo concluiu Liacutevia

Descuido de agecircncias de turismo alteram programaccedilatildeo de vigens ao exterior para adolescentes

Foto

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accedilatildeo

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08-09 - Pais na Berlindaindd 108-09 - Pais na Berlindaindd 1 12209 93101 AM12209 93101 AM

O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Turismo bull 09Editor e diagramador da paacutegina Gabriel Assunccedilatildeo 6ordm periacuteodo

Jacqueline Ruas de 15 anos viajou agrave Dis-ney no dia 19 de julho deste ano para passar duas semanas em um passeio organizado pela agecircncia de turismo Tia Augusta A viagem teve seu caraacuteter luacutedico interrompido poucos dias apoacutes seu iniacutecio quando quatro meninas que ocupavam o mesmo quarto do hotel ndash inclu-sive Jacqueline ndash passaram mal agrave noite As ami-gas da menina apoacutes serem medicadas tiveram uma melhora nas primeiras horas a jovem no entanto natildeo melhorava Atendida pela segunda vez no hotel e levada ao Hospital de Pronto-So-corro Celebration Jacqueline foi submetida a

uma seacuterie de exames inclusive para a Gripe A - H1N1 e todos deram negativo Era veacutespera da viagem de volta da excursatildeo No dia da viagem a menina estava ainda mais debilitada e preci-sou de cadeira de rodas para trocar de aviatildeo em escala no Panamaacute Na segunda parte da viagem ela mal abriu os olhos segundo o relato das ami-gas A morte de Jacqueline foi constatada pela amiga Larissa que percebeu que ela natildeo estava respirando quando tentou acordaacute-la durante o vocirco Foi constatado que a menina tinha pneu-monia Segundo os pais a agecircncia os ligou trecircs dias apoacutes a menina ter passado mal pela pri-

meira vez e informou que ela jaacute estava melhor e havia sido descartada a H1N1 No relato do hos-pital no entanto natildeo havia uma especifi caccedilatildeo de que ela poderia viajar de aviatildeo A responsa-bilidade da agecircncia neste caso teve ainda mais peso considerando-se as acusaccedilotildees das amigas de Jacqueline de que a guia Gisele dos Santos as havia orientado a passar maquiagem e usar oacutecu-los escuros para disfarccedilar as olheiras e a palidez e natildeo serem barradas no embarque Em nota a Tia Augusta negou veemente as acusaccedilotildees das adolescentes mas natildeo conseguiu provar sua inocecircncia neste caso

Em contrapartida agrave von-tade dos filhos os pais se preocupam cada vez mais na hora de presenteaacute-los com viagem ao exterior A dentista Heloiacutesa Pereira matildee de Laura Pereira Luz contou a anguacutestia que viveu durante as duas semanas em que a filha esteve na Disney ldquoAntes de a minha filha viajar a fiz prometer que me ligaria e procura-ria um hospital se qualquer coisa acontecesse com ela Ainda a bipava todos os dias pelo raacutedio e mantive sem-pre contato com a agecircncia e os guias Daacute certa insegu-ranccedila mas era um sonho da Laura que decidimos reali-zarrdquo afirma a matildee

Pai de Joana Bastos 14 anos o empresaacuterio Roni-valdo Oliveira Bastos deci-diu levar ele mesmo a filha agrave Disney ldquoMinha filha ficou muito insegura com o ocorrido com a Jacqueline imagina eu entatildeo Jaacute perdi minha esposa por negligecircn-cia meacutedica natildeo posso perder a minha menina tambeacutem

As agecircncias soacute andam pen-sando no lucro e esquecem da seguranccedilardquo afirmou

Lidar com um grupo grande de jovens no exterior requer natildeo soacute experiecircncia mas habilidades como lide-ranccedila e planejamento para que se possa deixaacute-los apro-veitar a viagem com respon-sabilidade e manter a disci-plina em cada dormitoacuterio Ciente dos riscos envolvidos na viagem a dona-de-casa Maria das Graccedilas Soares matildee de Camila Carvalho 14 anos cancelou a viagem da filha apoacutes o ocorrido com Jacqueline

ldquoFiquei muito assustada com a morte da Jacqueline deu para perceber certa negligecircncia por parte dos guias e agora vou pensar muito antes de mandar a minha filha ao exterior em uma excursatildeo ainda mais com esse surto da gripe suiacutenardquo

A bancaacuteria aposentada Tacircnia Vieira tambeacutem iria dar uma viagem ao Canadaacute de presente ao filho Pedro que

completa 16 anos em abril do ano que vem mas deci-diu mudar o presente apoacutes assistir ao drama de Jaque-line pela TV ldquoEle poderaacute viajar ao exterior quando estiver mais velho em um intercacircmbio ou mesmo a passeio Por hora optei por trocar o computador e o viacutedeo-game da casa Assis-timos vaacuterias vezes ao drama dos pais que tem problemas na viagem dos filhos natildeo podemos ser negligentes e achar que com o nosso filho natildeo vai acontecerrdquo afirma

As principais agecircncias de turismo de Belo Horizonte alegaram que o acidente ocorrido com Jaqueline em julho passado natildeo afe-tou suas vendagens pois as normas para embarque de menores de idade jaacute satildeo naturalmente muito riacutegidas e os seus agentes satildeo devi-damente treinados A maio-ria ressaltou que houve uma queda no nuacutemero de viagens nos uacuteltimos trecircs meses mas estritamente ligada agrave crise financeira mundial

Pais na berlinda

Aventura se torna pesadelo

Falta de compromisso de algumas agecircncias de turismo faz os pais trocarem viagens por presentes palpaacuteveis para os fi lhos adolescentes

Minha fi lha fi cou muito insegura com o ocorrido com a

Jacqueline As agecircncias soacute andam

pensando no lucro e esquecem da seguranccedila

Assistimos vaacuterias vezes ao drama dos pais que tecircm

problemas na viagem dos fi lhos natildeo podemos ser negligentes e achar que com o nosso fi lho

natildeo vai acontecer

Antes de a minha fi lha viajar a fi z prometer que me ligaria e procuraria um hospital se

qualquer coisa acontecesse com ela

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Fotos divulgaccedilatildeo

Heloiacutesa Pereira Dentista

Ronivaldo Bastos Empresaacuterio

Tatildenia Vieira Aposentada

08-09 - Pais na Berlindaindd 208-09 - Pais na Berlindaindd 2 12209 93102 AM12209 93102 AM

RENATA VALENTIM

7ordm PERIacuteODO

Domingo 2 de novembro 7h40 da manhatilde Apesar da movimentaccedilatildeo de um nuacutemero jaacute razoaacutevel de visitantes e trabalhadores ndash vendedores de flores limpadores de jazigos ndash eacute o silecircncio que impera logo na entrada do Cemiteacuterio de Nosso Senhor do Bonfim localizado na regiatildeo noroeste de Belo Horizonte A inscriccedilatildeo latina no arco de entrada ldquomorituri mortuisrdquo eacute a siacutentese de todo ritual que ali se daria ao longo do Dia de Finados ldquoos que vatildeo morrer aos mortosrdquo

A motivaccedilatildeo principal da visita ao tuacutemulo de parentes ou amigos parece ultrapassar o mero cumprimento de calendaacuterio religioso A presenccedila de idosos sozinhos ou mesmo em grupo de amigos e tambeacutem de algumas jovens famiacutelias e seus semblantes de choro e dor ndash demonstrativo de perda recente ndash indicam que a proximidade da morte eacute a razatildeo maior das home-nagens agravequeles que se foram Aleacutem de evidente saudade o dia dedicado ao maior misteacuterio da humanidade parece remeter cada pessoa aos seus questio-namentos mais particulares sobre o assunto Testemunha disso eacute Welling-ton Luiz de Oliveira seguidor cristatildeo de Jeovaacute que vai ao Cemiteacuterio do Bon-fim todos os anos com o propoacutesito de levar palavras de conforto para os visi-tantes baseadas na sua feacute ldquoas pessoas querem ouvir a verdade de que existe o reino de Deus e que ele estaacute proacute-ximo E Deus eacute a verdaderdquo Wellington ressalta que no cemiteacuterio a aceitaccedilatildeo das pessoas agrave sua abordagem eacute maior porque estatildeo mais aptas a ouvir porque seu pensamento estaacute mais aberto agrave feacute ldquoem outra situaccedilatildeo a pessoa me daria uma maacute resposta fecharia a porta na minha cara Aqui natildeo aqui a pessoa ouve melhorrdquo diz

Voltados para si e para a lembranccedila de momentos compartilhados com quem se foi os visitantes vatildeo chegando ao longo

da manhatilde trazendo fl ores para ornamen-tar os tuacutemulos e jazigos A difi culdade na abordagem aumenta nos casos em que se percebe uma morte precoce um fi lho ou marido jovem cuja famiacutelia em pran-tos daacute as matildeos e reza ao redor do tuacutemulo Tambeacutem em outros como um senhor de seus 65 70 anos que chega sozinho ajoelha-se em frente a um jazigo e potildee-se a rezar em silecircncio e de olhos fechados E assim permanece por vaacuterios minutos Mas haacute casos como o de Dona Ilma que observando minha movimentaccedilatildeo dei-xou que me aproximasse perguntando se eu era parente da pessoa enterrada ao lado dos seus Enquanto distribuiacutea as fl ores levadas para o jazigo da famiacutelia

contou que vai ao Bonfi m todos os anos ldquoa gente tem que trazer fl ores e rezar Eacute a uacutenica coisa que podemos fazer por eles agora Apesar de que as fl ores duram pouco tempo murcham muito raacutepidordquo Dona Ilma visitou o jazigo da famiacutelia em 2007 e disse que levou a fi lha e o genro Neste ano foi sozinha E disse logo em seguida ldquosempre deixo uma fl or e faccedilo uma oraccedilatildeo para esse tuacutemulo ao lado Nunca vi ningueacutem visitaacute-lo pensei ateacute que vocecirc tivesse vindo para issordquo

A celebraccedilatildeo do Dia de Finados ou Dia de Todos-os-Mortos em 2 de novembro logo a seguir do Dia de Todos-os-Santos ndash celebraccedilatildeo em honra a todos os santos e maacutertires ndash

foi instituiacuteda a partir do seacuteculo XIII Mas visitar tuacutemulos e rezar por aque-les que morreram na Igreja Catoacutelica eacute costume desde o seacuteculo II Segundo a crenccedila cristatilde neste dia os vivos rezam por aqueles que estariam no purgatoacute-rio o estado no poacutes-vida onde as almas seriam purificadas antes de irem ao ceacuteu Os cristatildeos acreditam que as almas no purgatoacuterio que tambeacutem satildeo considera-das membros da igreja assim como os cristatildeos vivos teriam de sofrer para que possam ser purificados de seus peca-dos Por meio de oraccedilotildees e boas obras os membros vivos da igreja poderiam ajudar seus amigos e familiares faleci-dos O Dia de Finados remonta entatildeo a ideacuteia de comunhatildeo entre todos os fieacuteis sejam vivos ou mortos porque acre-ditam na ressurreiccedilatildeo de Jesus Cristo ressuscitado indicaria a eternidade como destino de todos os seus fieacuteis eacute a morte vista como encontro da vida junto de Deus

Dona Alice de 80 anos eacute mais uma personagem do dia de Finados que con-corda em falar comigo Muito recep-tiva apesar do semblante triste relata que vai todos os anos ao Bonfi m e leva sempre um vasinho de fl or No jazigo que adornava enquanto conversaacuteva-mos estatildeo o pai o marido e seus qua-tro irmatildeos E emendou ldquotenho soacute 36 do meu coraccedilatildeo jaacute me sinto preparada para encontraacute-los Mas enquanto ainda puder caminhar vivo bem Perdi meu coraccedilatildeo de sofrimentordquo Dona Alice expli-cou que permaneceu ao lado do marido durante a doenccedila que o matou e assim fi cou doente do coraccedilatildeo ldquoAo cuidar de algueacutem doente nunca se esqueccedila de vocecirc Eacute preciso cuidar de noacutes mesmosrdquo Ela diz que se sente bem preparada espiritualmente para ir embora porque reza todos os dias Certa de que cumpriu o seu papel diz que foi 18 vezes ao altar para casar pessoas ligadas a ela ldquocasei muitos Estive presente na vida de mui-tas pessoas Espero que vocecirc chegue agrave minha idade com tanta histoacuteria pra con-tarrdquo Eu tambeacutem

Ritual de Finados dor da perda cumprimento do calendaacuterio religioso ou crenccedila em vida apoacutes a morte

Morituri mortuisOs que vatildeo morrer aos que jaacute morreramMorituri mor

A data traz o resgate agraves crenccedilas e a oraccedilatildeo traduz o sentimento de perda

Fotos Roberta Andrade - 7ordm G

ao lado dos seus Enquanto distribuiacutea as fl ores levadas para o jazigo da famiacutelia

Todos-os-Santos ndash celebraccedilatildeo em honra a todos os santos e maacutertires ndash

Belo Horizonte 30 de Novembro de 2009

10 bull CidadesO Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Amanda Lelis e Roberta Andrade 7ordm periacuteodo

10-11 - Finadosindd 110-11 - Finadosindd 1 12209 92622 AM12209 92622 AM

O Nosso Senhor do Bonfi m foi o primeiro e eacute o mais tradicional cemiteacuterio da capital Eacute mais antigo que a proacutepria cidade foi fun-dado em 08 de fevereiro em 1897 enquanto BH foi inaugurada em 12 de dezembro do mesmo ano Sua projeccedilatildeo e construccedilatildeo contou com a supervisatildeo teacutecnica da Comis-satildeo Construtora da Nova Capital ndash de onde se atribui a semelhanccedila dos dois traccedilados arquitetocircnicos Dedicada ao estudo de His-toacuteria Regional a pesquisadora Marcelina

das Graccedilas Almeida conta que o Bonfi m foi construiacutedo como uma das primeiras medidas da Comissatildeo para organizar espa-cialmente a cidade com a proibiccedilatildeo de sepultamentos que eram feitos no adro da Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem a padroeira da cidade na Rua Sergipe bem no centro da nova capital Construiu-se um cemiteacuterio provisoacuterio ateacute que o Bonfi m estivesse pronto que fi cava onde hoje haacute o cruzamento das ruas Rio de Janeiro dos Tamoacuteios Satildeo Paulo e dos Tupis

O modelo monumental dos tuacutemulos observado somente no Cemiteacuterio do Bon-fi m fez com que fossem encomendados diversos trabalhos no Rio de Janeiro em Satildeo Paulo e em dezenas de ateliecircs de artistas

locais entre eles os famosos irmatildeos Natali os Lunardi e a Marmoraria Satildeo Joseacute ndash todos estes agrave eacutepoca implicados na construccedilatildeo de preacutedios puacuteblicos e residecircncias ilustres na receacutem-inaugurada capital de Minas

Percorrendo o cemiteacuterio por entre seus jazigos eacute possiacutevel observar duas fases mar-cantes de sua histoacuteria Os tuacutemulos da pri-meira delas contada ateacute a deacutecada de 1940 satildeo dotados de elementos artiacutesticos pre-dominantemente feitos em maacutermore Na segunda fase vecirc-se o bronze e o granito preto como recorrentes Segundo o IEPHA ndash Instituto Estadual do Patrimocircnio Histoacute-rico e Artiacutestico de Minas Gerais uma outra forma de diferenciaccedilatildeo das fases eacute a ocupa-ccedilatildeo ldquotemaacuteticardquo de determinadas quadras do

cemiteacuterio Existem quadras com tuacutemulos soacute de crianccedilas outras predominantemente ocupadas por personalidades da poliacutetica mineira Para se ter uma ideacuteia no Bon-fi m estatildeo enterrados dentre outros os ex-governadores mineiros Silviano Brandatildeo Benedito Valadares Raul Soares e Olegaacuterio Maciel o ex-senador Bernardo Monteiro e o ex-prefeito Cristiano Machado aleacutem de per-sonagens importantes de Minas Uma aula de histoacuteria regional a ceacuteu aberto

O Bonfim nasceu primeiro

Dona Ilma (agrave esq) e Dona Alice (agrave dir) acreditam que suas visitas e oraccedilotildees satildeo importantes para os familiares que partiram

fi m fez com que fossem encomendadosdiversos trabalhos no Rio de Janeiro emSatildeo Paulo e em dezenas de ateliecircs de artistas

rico e Artiacutestico de Minas Gerais uma outra forma de diferenciaccedilatildeo das fases eacute a ocupa-ccedilatildeo ldquotemaacuteticardquo de determinadas quadras do

O Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Amanda Lelis e Roberta Andrade 7ordm periacuteodo

Belo Horizonte 30 de Novembro de 2009

Cidades bull 11

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O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

12 bull Cidades

LIRA FAVILLA

6ordm PERIacuteODO

Ao usar o termo legaliza-ccedilatildeo acaba-se esbarrando no fato de que atualmente essa palavra carrega um peso tatildeo grande quanto o termo droga

Conhecida cientifi camente como Cannabis sativa a maco-nha como eacute chamada no Brasil eacute um elemento muito presente nas polecircmicas rodas de discus-satildeo que envolvem a liberaccedilatildeo de seu consumo Antes defen-dida por hippies seu uso de forma legal como uma conduta regulada por lei vem sendo defendida por nada menos que trecircs ex-presidentes latino-ame-ricanos e mais uma comissatildeo de 17 especialistas personalidades e professores O ex-presidente brasileiro e socioacutelogo Fernando Henrique Cardoso 77 eacute um deles A comissatildeo que tam-beacutem conta com os economistas Cesar Gaviria 61 da Colocircm-bia e Ernesto Zedillo 57 do Meacutexico propotildee uma revisatildeo na poliacutetica mundial de drogas e garante ser de extrema impor-tacircncia o debate das condi-ccedilotildees legais para seu consumo

Originaacuteria da Aacutesia Central com os primeiros registros his-toacutericos por volta de 200 anos aC na China no Egito e na

Iacutendia a maconha tem o THC (tetraidrocanabinol) como o principal causador dos efei-tos fiacutesicos e psiacutequicos os olhos vermelhos aumento do apetite e do batimento cardiacuteaco boca seca e coordenaccedilatildeo motora prejudicada A erva foi muito utilizada para fi ns medicinais reduzindo naacuteuseas e vocircmitos produzidos por medicamen-tos anticanceriacutegenos e em alguns casos no tratamento da epilepsia Diversas outras par-tes da planta satildeo utilizadas em paiacuteses como EUA Inglaterra Espanha Chile Franccedila Suiacuteccedila Holanda Canadaacute para produzir fi bras tecircxteis das mais variadas qualidades oacuteleos bio-combus-tiacuteveis estruturas para constru-ccedilatildeo civil peccedilas automotivas cosmeacuteticos medicamentos ali-mentos entre outros produtos

Em fevereiro deste ano a uacuteltima reuniatildeo da Comissatildeo Latino Americana sobre Drogas e Democracia realizada no Rio de Janeiro exaltou os benefiacutecios do consumo da droga nas ques-totildees da sauacutede e nuacutemeros foram colocados na mesa Bilhotildees de doacutelares satildeo gastos por ano para combate ao traacutefi co e milhotildees de pessoas perdem suas vidas ou satildeo presas envolvidas nesse lucrativo ldquomercadordquo ile-gal Seguindo a linha de que as proibiccedilotildees estimulam o desvio

a proibiccedilatildeo da droga estimula e sustenta o traacutefi co Contudo eacute importante ressaltar que subs-tacircncias mais pesadas como cocaiacutena natildeo estatildeo visadas para entrar na discussatildeo da legalizaccedilatildeo Segundo FHC ldquoa maconha aleacutem de ser a droga menos danosa ao organismo eacute a mais consumida Seria leviano incluir drogas mais pesadas nessa propostardquo afi rmou em entrevista agrave revista EacutePOCA

O tabaco e o aacutelcool consi-derados legais e que tambeacutem causam dependecircncia quiacutemica nos usuaacuterios matam muito mais que a maconha Segundo o Relatoacuterio Mundial sobre Dro-gas do UNODC (Escritoacuterio das Naccedilotildees Unidas contra Drogas e Crime) o tabaco mata cinco milhotildees de pessoas o aacutelcool cerca de 25 milhotildees e as dro-gas iliacutecitas cerca de 200 mil pes-soas por ano em todo o mundo Seus fabricantes pagam impos-tos altiacutessimos e gastam muito com publicidade incentivando o uso do produto e agora estatildeo passando por maus bocados Com a nova lei ldquoantifumordquo eacute proibido fumar cigarro ou deri-vados de tabaco em ambientes de uso coletivo puacuteblicos ou privado uma diferenccedila signifi -cativa Todavia natildeo diminui o fato de o tabagismo ser consi-derado a maior causa evitaacutevel

de mortes e doenccedilas no mundoMas haacute quem discorde dessa

visatildeo que parece ser de caraacuteter liberal Meacutedicos e especialistas acreditam que com a liberaccedilatildeo da maconha e o consequumlente uso maciccedilo da publicidade um nuacutemero maior de pessoas experimentariam a droga Logo seriam mais pessoas sujeitas aos seus danos como por exemplo os problemas de perda de memoacuteria e doen-ccedilas relacionadas ao pulmatildeo

O Dr Elisaldo Carlini em entrevista para Drauzio Varella fala que com a publicidade a droga ganharia mais usuaacuterios e ldquocomo a maconha faz mal para os pulmotildees acarreta proble-mas de memoacuteria e em alguns casos leva agrave dependecircncia natildeo deve ser legalizadardquo Poreacutem ao ser perguntado por Varella se essa linha de raciociacutenio tam-beacutem seria aplicada ao aacutelcool ele responde que natildeo eacute contra a legalizaccedilatildeo do aacutelcool ldquopor-que vivemos uma situaccedilatildeo de fato em que seu uso social eacute aceito e estaacute consagradordquo e completa dizendo que ldquoos resultados da famosa Lei Seca americana jaacute provaram que eacute impossiacutevel proibir o uso do aacutelcool e que se o fi zermos o tiro pode sair pela culatrardquo A ONU recomendou sua proibi-ccedilatildeo em todo mundo e assim

como o governo americano considera o controle de oferta das drogas e combate ao traacutefi co a melhor forma de combater seus males Essa poliacutetica norte-americana custa uma fortuna cada vez mais crescente Atu-almente satildeo gastos 35 bilhotildees de doacutelares anuais contra os 10 bilhotildees gastos a 20 anos atraacutes

O ex-deputado federal e sub-secretaacuterio estadual Antidrogas Elias Murad diz que eacute radical-mente contra a legalizaccedilatildeo de qualquer tipo de drogas liacuteci-tas ou iliacutecitas Ele argumenta que a legalizaccedilatildeo estaacute ligada agrave ldquodisponibilidade de drogas no mercado que seria o caso encontrado em paiacuteses como Holanda e quando existe acei-taccedilatildeo por parte da comunidaderdquo

Em relaccedilatildeo ao pensamento de que a legalizaccedilatildeo da maco-nha diminuiria o traacutefi co Murad afi rma que ldquosim eacute uma forma de mostrar como o governo estaria tentando controlar o traacutefi cordquo mas acredita que ldquoos males que viriam com a legali-zaccedilatildeo seriam muito pior do que os que jaacute existem com o traacutefi cordquo

O desafi o lanccedilado eacute para que essas poliacuteticas puacuteblicas e leis possam ser discutidas e ela-boradas seguindo as diretrizes miacutenimas dos direitos humanos defendidos pela ONU (Orga-nizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas)

Editor e diagramador da paacutegina Diogo Hot e Aacutelvaro Castro- 6ordm periacuteodo

LEGALIZE JAacuteManifestaccedilotildees nas principais capitais do paiacutes geram debates acerca da temaacutetica da legalizaccedilatildeo da maconha

Manifestantes foram detidos pela Poliacutecia Militar por conduta excessiva na Marcha da Maconha na Praia do Arpoador na zona sul do Rio O evento natildeo chegou a acontecer porque foi proibido pela Justiccedila a pedido do Ministeacuterio Puacuteblico Estadual

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O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Cidades bull 13Editor e diagramador da paacutegina Diogo Hot e Aacutelvaro Castro -6ordm periacuteodo

Michael Phelps O campeatildeo oliacutempico foi

suspenso por trecircs meses por

ter sido fotografado utili-

zando maconha em festa

Marcello Antony Preso em 2004 comprando

maconha de um trafi cante

Marcelo D2 Afi rma fumar todos os dias

e jaacute sofreu vaacuterias repressotildees

por isso chegando a ser

preso apoacutes um show por

defender a liberaccedilatildeo da

droga

Giba Suspenso em 2003 por causa

do exame antidoping positivo

FAMOSOS QUE TIVERAM PROBLEMAS COM O USO

DA MACONHA

Fonte Revista Eacutepoca nordm 561

O Coletivo Marcha da Maco-nha Brasil eacute um grupo de indiviacuteduos e instituiccedilotildees que trabalham de forma descentra-lizada com um nuacutecleo-central que atua na manutenccedilatildeo do site wwwmarchadamaconhaorg e do foacuterum de discussotildees a ele vinculado Natildeo eacute um evento de cunho apologeacutetico e seus organizadores natildeo incentivam o uso de maconha ou de qual-quer outra substacircncia iliacutecita

Segundo informaccedilotildees apre-sentadas no site do movi-mento ldquoo objetivo eacute possibi-litar que todos os cidadatildeos possam se manifestar de forma livre e democraacutetica a respeito das poliacuteticas e leis sobre dro-gas do paiacutes Com essas ati-vidades procuramos ajudar a fazer com que essas leis e poliacuteticas possam ser construiacute-

das e aplicadas de forma mais transparente justa efi caz e pragmaacutetica respeitando a cida-dania e os Direitos Humanosrdquo

No ano passado a Marcha da Maconha foi proibida em nove das dez cidades brasileiras que fariam parte do circuito de manifestaccedilotildees que acontece-ram em outros 19 paiacuteses inclu-sive na capital mineira Apesar da proibiccedilatildeo vaacuterias pessoas compareceram agrave Praccedila da Estaccedilatildeo em 2008 e foram reprimidas pela Poliacutecia Militar

Este ano o Tribunal de Jus-ticcedila de Minas Gerais (TJMG) liberou a realizaccedilatildeo da Mar-cha da Maconha em Belo Horizonte O movimento tambeacutem foi autorizado no Rio de Janeiro Porto Alegre

Recife entre outros estados

Marcha no BrasilNo dia 9 de maio os estados

brasileiros do Rio de Janeiro Porto Alegre Juiz de Fora Bra-siacutelia Curitiba e mais outras 200 cidades em todo o mundo pro-moveram a manifestaccedilatildeo em favor da descriminalizaccedilatildeo do uso da maconha Realizada haacute sete anos no Brasil a Marcha da Maconha teve sua segunda edi-ccedilatildeo em Minas Gerais este ano

Em Belo Horizonte entre oitenta e cem pessoas partici-param da manisfestaccedilatildeo Os ati-vistas caminharam da Praccedila da Estaccedilatildeo passando pela Praccedila Sete ateacute chegarem agrave Praccedila da Liberdade onde o movimento se dispersou A passeata chamada

de Marcha da Maconha durou das 16h agraves 17h20 e segundo a Poliacutecia Militar durante a reali-zaccedilatildeo do protesto natildeo houve nenhum registro de violecircncia

No Rio de Janeiro a mobili-zaccedilatildeo que aconteceu em Ipa-nema reuniu cerca de 1200 par-tcipantes entre eles o ministro do Meio Ambiente Carlos Minc

Em Porto Alegre cerca de 350 simpatizantes da causa parti-ciparam da Marcha no Parque Farroupilha Por acreditarem que a erva eacute beneacutefi ca nos tratamen-tos de cacircncer Aids e glaucoma os seus defensores tambeacutem rei-vindicaram o reconhecimento de seu uso no campo medicinal O ato liberado pelo Ministeacuterio Puacuteblico teve uma hora de dura-ccedilatildeo e tambeacutem foi paciacutefico

Marcha da Maconha chegou em Brasiacutelia onde os manifestantes se reuniram em praccedila puacuteblica para protestar

A marcha pelo direito do uso

BRASILO cultivo e porte da maconha eacute proibido no Territoacuterio Brasileiro ainda que pela Lei natildeo haja mais pena de restriccedilatildeo agrave liberdade No entanto na praacutetica ateacute mesmo a conduta de distribuir panfl etos para divulgar o trabalho de um Movimento Social que fala sobre maconha pode acarretar autuaccedilatildeo por ldquocrime de apologia ao crimerdquo

CHINAPolitica de toleracircncia zero Trafi cantes condenados agrave morte e usuaacuterios obrigados a seguir programas de desintoxicaccedilao

HOLANDAPrimeiro paiacutes a liberar o uso da maconha em 1976 O consumo em bares especializados eacute liberado mas a venda fora deles eacute proibida

JAMAICAAo contraacuterio do que se imagina seu consumo eacute considerado ilegal mas o uso eacute altamente popular por parte da populaccedilatildeo local

Infografi a Felipe Chimicatti 7ordmG

Fotos divulgaccedilatildeo

BRASILO cultivoo e porte da maconha eacute proibiddo no Territoacuterio Brasileiroo ainda que pela Lei natildeo hhaja mais pena de restriccedilatildeo agrave liberdade No entanto na praacutetica ateacute mesmo aa conduta de distribuir panfl etoss para divulgar o trabalho de um Movimento Social quue fala sobre maconha pode acaarretar autuaccedilatildeo por ldquocrime dee apologia ao crimerdquo

JAMAICAAo contraacuterio do que se imagina seu consumo eacute considerado ilegal mas o uso eacute altamente popular por parte dapopulaccedilatildeo local

HOLANDAPrimeiro paiacutes a liberar o uso da maconha em 1976 O consumo em bares especializados eacute liberado mas a venda fora deles eacute proibida

CHINAPolPolitiitica ca de de toltoleracirceracircncinciaazerzero o TraTrafi cfi cantantes es concondendenadoados agraves agrave mo morterte e ue usuaacutesuaacuteriorios os obribrigadgados os a sa segueguir ir proprogragramasmas de de desdesintintoxioxicaccedilcaccedilaoao

Foto wwwfacunbbr storiesImagem_1145_edjpg

Condiccedilatildeo da maconha pelo mundo

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O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Leone -7ordm periacuteodo14 bull Comportamento

PEDRO LEONE

7ordm PERIacuteODO

Satildeo Paulo 10 de novembro de 2009 2230h A cena parecia receacutem tirada de um blockbuster apocaliacuteptico de Hollywood Pes-soas caminhando pelos trilhos do metrocirc carros desgovernados e uma cidade com 11 milhotildees de pessoas totalmente no escuro Era assim que se encontrava a capital paulista apoacutes o apagatildeo no fornecimento energeacutetico no Brasil causado por uma falha na linha de distribuiccedilatildeo de Furnas Na ocasiatildeo a usina de Itaipu responsaacutevel pela geraccedilatildeo de 20 da energia que abastece o paiacutes e 85 do Paraguai teve o funcionamento inteiramente interrompido Desde o pri-meiro momento de breu o que se viu entatildeo foi um fenocircmeno ateacute entatildeo pouco conhecido no Brasil Em questatildeo de minutos o site de relacionamento Twitter registrou milhares de comentaacute-rios postados por usuaacuterios de todo o paiacutes sobre o apagatildeo

O Twitter eacute a mais recente moda no mundo da internet Criado haacute trecircs anos o serviccedilo consiste em um blog pessoal um espaccedilo onde o usuaacuterio coloca textos com um limite de 140 caracteres (nada aleacutem de uma pequena frase) sobre o assunto que quiser Paula Fabian ex-coordenadora de produccedilatildeo do portal Uai e atual responsaacutevel pela comunicaccedilatildeo e pelo blog da Iveco acredita no entanto que as redes sociais natildeo satildeo apenas moda ldquoAs redes sociais chegaram para fi car e evoluiacute-rem refl etem uma mudanccedila de paradigma que a internet jaacute vem proporcionando haacute algum tempordquo afi rma

De fato se inicialmente a ideia dos criadores era de que as pessoas contassem o que estatildeo fazendo no momento em que escreveram hoje a ferramenta evoluiu e eacute usada como outras redes sociais para uma infi ni-dade de outros fi ns

Um dos marcos do uso de redes sociais na divulgaccedilatildeo jornaliacutes-tica ocorreu durante as eleiccedilotildees presidenciais no Iratilde em junho deste ano quando o mundo se viu inundado por notiacutecias sobre protestos e escacircndalos na apu-raccedilatildeo dos votos O incidente causou uma grande mobilizaccedilatildeo na miacutedia mundial Enquanto isso o proacuteprio governo iraniano cerceava alguns veiacuteculos locais chegando a fechar websites de oposiccedilatildeo Foi a deixa para o sur-gimento de uma diversidade de conteuacutedos em diversos espaccedilos na internet Viacutedeos no Youtube comunidades virtuais em todo tipo de site e uma infi nidade de comentaacuterios no Twitter fi zeram o evento um dos mais comen-tados em todo o mundo virtual Um usuaacuterio que se denominava ldquoTh eranBueraurdquo publicava no Twitter notiacutecias em tempo real atraveacutes do celular notiacutecias dos protestos de estudantes contra o governo

ItaipuA falha na distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica no Brasil causou um efeito semelhante Enquanto vagavam no escuro em ruas presos em elevadores trens e metrocircs e de dentro das proacuteprias casas centenas de natildeo-ilumina-dos recorreram a seus celulares para postar duacutevidas comentaacute-rios e notiacutecias na rede Apoacutes o restabelecimento da luz proli-feraram viacutedeos fotos e depoi-

mentos dos ocorridos Durante a madrugada do dia 10 em meio ao blecaute a assessoria de imprensa da usina de Itaipu criou uma conta no Twitter para divulgar comunicados ofi ciais sobre o ocorrido e responder as duacutevidas da populaccedilatildeo ldquoEm ins-tantes publicaremos a nota ofi -cial de Itaipu Binacional sobre o blecauterdquo foi o primeiro recado da empresa na rede

O uso das redes sociais pelas assessorias de imprensa eacute um dos casos mais curiosos e recor-rentes da evoluccedilatildeo das ferra-mentas Canais de viacutedeos insti-tucionais comunidades virtuais ofi ciais para aumentar o contato com o puacuteblico blogs e micro-blogs dando furos de notiacutecias nos veiacuteculos fornecendo infor-maccedilotildees ofi ciais em primeira matildeo O Clube Atleacutetico Mineiro aleacutem do caso da proacutepria Itaipu eacute

um exemplo Atraveacutes do Twitter o presidente do clube Alexan-dre Kalil divulga notiacutecias antes de saiacuterem na imprensa Esse uso no entanto natildeo eacute considerado por todos como jornaliacutestico ldquoNa minha opiniatildeo as redes disse-minam rapidamente as notiacutecias em piacutelulas mas natildeo considero como um trabalho jornaliacutesticordquo Afi rma Paula Fabian

As ferramentas ampliam o jaacute antigo uso dos websites como contato institucional com o mundo virtual Segundo Paula a ampliaccedilatildeo eacute o caminho certeiro das empresas que buscam esse contato indo aleacutem das proacuteprias redes sociais ldquoO mundo atual solicita presenccedila digital E natildeo basta estar simplesmente pre-sente na internet ou nas redes sociais Eacute preciso ser consistente em tudo o que se propotildee a parti-cipar Eacute preciso manter coerecircn-

cia com a atitude que se propotildee seguir nas redes sociaisrdquo

Outro obstaacuteculo levantado por ela eacute quanto a confi abili-dade das informaccedilotildees da rede ldquoNatildeo acho que nenhum veiacuteculo seja confi aacutevel quem eacute confi aacutevel eacute quem o faz quem estaacute por traacutes A inocecircncia na internet acabou a democracia que o meio pro-porciona abre espaccedilo tanto para o mal quanto para o bem o ver-dadeiro ou o falso o liacutecito ou iliacutecito A escolha eacute de cada umrdquo disse Paula

No fi m jornaliacutestico ou natildeo confi aacutevel ou malicioso a ampla difusatildeo de informaccedilotildees na internet soacute eacute beneacutefi ca Beneacutefi ca para os leitores cada vez mais informados e para os veiacuteculos que se obrigam a natildeo parar no tempo mantendo-se em discus-sotildees e reciclagens atraveacutes das novas tecnologias

Um passarinho me contouCada vez mais as redes sociais deixam de ser pura moda e passam a incorporar o dia a dia das pessoas

O New York Times dispotildee no Youtube viacutedeos que ampliam os assuntos abordados no jornal

ldquoFalaram para o estagiaacuterio em Itaipu quando sair apaga tudordquo

Piada difundida apoacutes o blecaute em Itaipu

ldquoCarini foi contratado Chegou no vocirco 1648 da

Gol hoje a tarderdquoAlexandre Kalil presidente do Atleacutetico-MG

se adiantand agrave imprensa

ldquoObra do Rodoanel desaba sobre a Reacutegis em SP equipe retira

escombrosrdquoEstado de Satildeo Paulo divulga manchetes

antes no Twitter

ldquoO diabo natildeo tinha chifre ateacute o dia em

que algueacutem mandou Zeacute Mayer pro infernordquo

Piadas sobre o ator Zeacute Mayer satildeo recorrentes na rede

No Twitter

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O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Leone - 7ordm periacuteodo Comportamento bull 15

Pouco mais de quatro meses apoacutes a sua morte em 25 de junho deste ano Michael Jackson con-tinua a mostrar porque eacute con-siderado o Rei do Pop O docu-mentaacuterio ldquoTh is is itrdquo em exibiccedilatildeo nos cinemas continua gerando comentaacuterios dos mais diversos tipos No entanto nenhum espec-tador tem duacutevidas do quanto Jackson merecia este tiacutetulo

O longa mostra os bastidores dos ensaios da uacuteltima turnecirc de Michael Jackson que natildeo che-gou a acontecer devido agrave morte precoce do cantor O lanccedilamento da obra agitou o mundo real ndash e virtual Enquanto os ingressos eram vendidos a uma velocidade exorbitante (soacute em Londres foram mais de 30 mil ingressos nas pri-meiras 24 horas) na rede o nome do cantor estaacute nos Trending Topics

do Twitter desde a noite de estreacuteia do documentaacuterio Ou seja o Reio do Pop estaacute entre os assuntos mais comentados do microblog

Logo que chegou aos cinemas os ldquotwitteirosrdquo de plantatildeo jaacute posta-ram suas impressotildees sobre o fi lme O criacutetico de cinema Pablo Villaccedila escreveu ldquomesmo longo e visual-mente desinteressante pinta uma imagem tatildeo favoraacutevel de MJ que indagamos por que natildeo fez algo assim antesrdquo Como costuma fazer com as obras que assiste Villaccedila daacute sua nota 3 em 5

A atriz Elizabeth Taylor fatilde e amiga de Michael Jackson tam-beacutem recorreu ao microblog para divulgar suas impressotildees ldquoReal-mente acredito que este fi lme deveria ser indicado em todas as categorias possiacuteveis Eacute a obra cinematograacutefi ca mais brilhante

que jaacute virdquo escreveu Taylor Mas tambeacutem haacute opiniotildees contraacuterias A ldquotwitteirardquo Laura Andrade critica o fi lme por considerar desneces-saacuterio mostrar a cruel realidade dos uacuteltimos dias do artista

O sucesso do documentaacute-rio eacute tatildeo grande que a Sony Pictures Entertainment jaacute anunciou que poderaacute esten-der o periacuteodo de exibiccedilatildeo que em princiacutepio seria de apenas duas semanas Com o longa mais tempo em cartaz o lanccedilamento do DVD foi adiado para o iniacute-cio do proacuteximo ano Mas para quem eacute fatilde a espera vai valer a pena jaacute que o DVD vai conter mais trecircs horas de extras que incluem cenas dos ensaios e versotildees ineacuteditas de videoclipes

No dia 22 de outubro a estu-dante Geisy Arruda de 20 anos foi exposta agrave vergonha puacuteblica pelos seus colegas na faculdade Uniban em Satildeo Bernardo do Campo As injuacuterias foram desde chingamentos ateacute ameaccedilas de lin-chamento e estupro sendo moti-vadas pelo vestido curto da aluna

O fato que ocorreu durante o horaacuterio de aula causou tanto tumulto na faculdade que as aulas foram interrompidas Cen-tenas de alunos foram para os corredores do Campus protestar e Geisy teve que sair acompa-nhada de escolta policial

O fato ganhou repercussatildeo nacional depois que um viacutedeo da retirada da aluna pela poliacutecia

sob gritos de colegas xingando passou a circular na internet

O viacutedeo publicado no site de viacutedeos Youtube teve milhares de acessos No Orkut foram criadas dezenas de comunidades para falar do assunto

Vaacuterios comentaacuterios na inter-net se ploriferaram nos textos sobre o assunto Ricardo aluno da Uniban disse no blog de Luiz Nassif estar chateado com o escacircndalo e em outro comen-taacuterio Josueacute Mecenas chamou os alunos de hipoacutecritas

No site da revista Marie Claire profi ssionais da moda se mani-festaram ldquo O brasileiro eacute o povo menos chauvinista em termos vestimentais So haacute restriccedilotildees

para homens por conta do com-plexo de machismordquo

A jornalista Eacuterica Palomino tambeacutem afi rmou no site ldquoEu pensei que minissaia havia sido inventada haacute 40 anos e natildeo fosse mais novidaderdquo A socioacuteloga Miriam Abramovay no site do Correio Brasiliense afi rmou que a atitude dos estudantes eacute vio-lenta agressiva e conservadora

Ainda no Twitter tambeacutem houve quem sugerisse que a garota fez algo aleacutem de usar uma minissaia Em comentaacuterio na rede social Ana Paula Bertoni disse que outro protesto aconteceu na Uniban Dessa vez os colegas da aluna agredida se manifestaram com narizes de palhaccedilo

O Rio de Janeiro ganhou des-taque na imprensa nas uacuteltimas semanas por motivos tanto posi-tivos quanto negativos A Cidade Maravilhosa foi escolhida como sede das Olimpiacuteadas de 2016 e dias depois pautou os noticiaacuterios com a guerra do traacutefi co O assunto tambeacutem invadiu as redes sociais (blogs Twitter Orkut entre outras) depois da derrubada de um heli-coacuteptero no Morro dos Macacos

O jornalista Carlos Castilho em um artigo intitulado ldquoDo tiro ao Twitterrdquo no site Observatoacuterio da Imprensa tocou numa ques-tatildeo interessante e pertinente ao contexto ldquopoliacutecia X crime organizadordquo Numa pesquisa recente destinada aos Estu-dos de Seguranccedila e Cidadania

provou-se que os policiais con-sideram os blogs como uma fer-ramenta poliacutetica ameaccediladora e subversiva para as tradicionais hierarquias que regem os quar-teacuteis no Brasil Apesar disso os blogs policiais podem mexer com a verticalizaccedilatildeo que pre-domina hoje na estrutura mili-tar expondo o que haacute de errado dentro das corporaccedilotildees e colo-cando em xeque as hierarquias

Espelhado no modelo norte-americano de amostragem de viacutetimas por guerras civis o site Rio Body Count foi criado para contabilizar por aproximaccedilatildeo o nuacutemero de viacutetimas na guerra do traacutefi co no Rio de janeiro mas jaacute foi desativado na Web

Sobre a atual violecircncia no

Morro dos Macacos o publicitaacute-rio e morador do bairro da Tijuca no Rio de Janeiro Gabriel Wardil 24 informou por meio de seu Twitter que o medo e a impo-tecircncia satildeo gerais e que as pessoas estatildeo mudando a rotina por causa da violecircncia ldquoEstamos no meio de uma guerra onde natildeo haacute como se defender e sendo governados pelo crime e terrorrdquo declarou

Comunidades do Orkut viacutedeos no Yotube posts em blogs satildeo exemplos de ferra-mentas que datildeo forccedila e auto-nomia para a voz da populaccedilatildeo Enquanto o Legislativo toma decisotildees a portas fechadas a Internet se torna um ambiente democraacutetico considerada por muitos como a nova Aacutegora

Arte Pedro Leone 7ordmG

Foto Bruno Gonzales em blog de Jorge Schweitzer

Guerra do traacutefi co no Rio de Janeiro se espalha na web

Textos nesta paacutegina escritos por Ana Carolina Amariz Flaacutevia Leatildeo Gabriel Assunccedilatildeo Jaime Hosken Liacutevia Martins Paula Sampaio Fernando Kelysson Gabriela Machado Michele Cristina Nathalia Magalhatildees Raiacutessa Rodrigues Rodrigo Otoni (6ordmG)

ldquoEu pensei que minissaia havia sido inventada haacute 40 anos e natildeo fosse mais novidaderdquoMiriam Abramovay socioacuteloga

Rei do Pop rouba cena no Twitter

Minissaia leva a motim de universitaacuterios

Guerra no Morro dos Macacos invade Web

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O Ponto

16 bull EsporteBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacuteginaPedro Gontijo e Clarisse Simatildeo - 6ordm periodo

O Rugby

Passados os anos as regras e nuacuteme-ros de participantes foram variando podendo hoje ser praticado com 15 10 ou 7 (conhecido como 7-a-side) joga-dores em cada time que se dividem em dois grupos ldquoOs Fowards satildeo jogadores maiores em tamanho e mais pesados enquanto os Backs satildeo mais raacutepidos menores mais leves e mais aacutegeis Eles atacam com velocidade passam a bola mais raacutepido mas tambeacutem haacute choquesrdquo explica Ariel Palacios treinador do time feminino do BH Rugby o maior da capital mineira

Durante a partida soacute eacute possiacutevel pas-sar a bola para o lado ou para traacutes sendo que os avanccedilos satildeo decorrentes das corridas com posse de bola Soacute eacute permitido passe para frente com pon-tapeacutes e no chute soacute podem perseguir a bola aleacutem do chutador aqueles joga-dores que estiverem em linha ou atraacutes do mesmo no momento do pontapeacute

Muitas vezes o esporte passa a ima-gem de violento mas seus praticantes defendem opiniatildeo contraria ldquoPassa essa imagem porque dentro de campo haacute um contato intenso entre os joga-dores A agressividade eacute inerente ao jogordquo explica Vitoacuteria ex-jogadora do BH Rugby

Um fator interessante e que ajuda a aliviar as tensotildees do jogo eacute o chamado terceiro tempo Promovido pelo time da casa esse eacute o momento em que os jogadores conversam fazem amizades cantam brincam bebem e discutem os lances da partida apoacutes o jogo e eacute uma das tradiccedilotildees do Rugby

Em Minas Gerais aleacutem do BH Rugby existem mais dois times expressivos ambos em Varginha O Minas Rugby nascido em 1995 e o Varginha Rugby criado em 2000 Inconfidentes e Poccedilos de Caldas no interior do estado pos-suem equipes menores e algumas outras cidades jaacute esboccedilam um esforccedilo para montar uma estrutura para o esporte entre elas Nova Lima Juiz de Fora Viccedilosa Uberlacircndia Governador Valadares e Nova Era

Apesar do aumento significativo da procura pelo esporte o Rugby ainda

sofre com falta de verbas para financiar as viagens dos atletas para as competi-ccedilotildees nacionais e internacionais A fim de contornar a situaccedilatildeo jogadores e equipe teacutecnica se viram como podem Alguns fazem uma poupanccedila onde todo mecircs uma quantia de dinheiro eacute depositada outros vendem brindes como camisetas rifas e adesivos e os mais corajosos posam para fotos Foi o caso da seleccedilatildeo brasileira de rugby feminino Para poder participar do Mundial de Dubai realizado em marccedilo deste ano criaram um calendaacuterio com fotos sensuais das proacuteprias jogadoras Um meio de chamar a atenccedilatildeo das pessoas e arrecadar dinheiro para a viagem Natildeo ganharam o campeonato mas garantiram o 10ordm lugar no ranking mundial

Vida de JogadoraJogadora haacute um pouco mais de dois

anos no BH Rugby Marina conheceu o esporte atraveacutes de amigos de Satildeo Paulo mas quem a incentivou a jogar foi uma amiga de trabalho ldquoUm dia fui para conhecer os treinos e fiqueirdquo Amigos e familiares a questionavam sobre por que natildeo fazer ballet ou jazz atividades tradicionalmente femini-nas mas Marina afirma que apesar de jaacute ter tentado natildeo combina com ela de jeito algum A jogadora comenta tam-beacutem que nunca teve rivalidade com outras jogadoras ldquoSomente dentro do campo alguns olhares e puxotildees de cabelos mas fora do campo o terceiro tempo tira a tensatildeo um poucordquo afirma a atleta

O administrador Mathias Klaus namora haacute dois anos a jogadora do BH Rugby Maria Clara Ele acompanha sua namorada em todos os jogos e diz natildeo sentir ciuacutemes dos treinos que ela faz com o time masculino de Rugby ldquoSem-pre que daacute eu saio com a turma toda pra tomar umasrdquo Mathias confessou que reza sempre para que sua namo-rada saia do campo sem um arranhatildeo pois a jogadora jaacute quebrou a claviacutecula e o nariz mas afirma que o esporte ajuda no relacionamento ldquoO namoro eacute

Encerrada a partida o jovem estudante William Webb Ellis inconfor-mado com a derrota do seu time agarra a bola com as matildeos e sai cor-rendo em direccedilatildeo ao gol adversaacuterio - Que velocidade Surpreendidos seus adversaacuterios entram na corrida para tentar impedi-lo Agarrado pelas pernas o pequeno Willian vai ao chatildeo e vecirc a bola esvair-se de suas matildeos Dessa cena que causou estranheza durante um jogo de futebol na Inglaterra em 1823 surgiu a ideacuteia inicial de um novo esporte o Rugby

O Rugby eacute um dos esportes mais populares do mundo e cada vez mais vem ganhando adeptos pelo Brasil desmistifi cando a fama de esporte violento e deixando de ser comparado ao futebol americano

MARINA CAMISASSA

RENATA WILLIG 2ordmPERIODO

Fotos Pedro Gontijo

em trecircs tempos

16-17 - Rugbyindd 116-17 - Rugbyindd 1 12209 92745 AM12209 92745 AM

O Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Gontijo e Clarisse Simatildeo - 6ordm periodo

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Esporte bull 17

oacutetimo quando ela estaacute estressada ela desconta no campo e com as rivaisrdquo

Jogadora do BH Rugby de dezem-bro de 2005 ateacute Julho de 2007 Vitoacuteria nunca praticou outro esporte Ela fra-turou o braccedilo durante uma partida e depois novamente em casa no mesmo lugar mas continua defendendo que isso eacute comum por ser um esporte de muito contato fiacutesico Vitoacuteria tambeacutem afirma que o esporte precisa ser mais divulgado o que ajudaria a desvincu-lar essa imagem de jogo violento que tem hoje

Vencer as barreiras de um esporte que ainda daacute os primeiros passos no paiacutes eacute outro desafio segundo as joga-doras O BH Rugby participa de pelo menos um campeonato por ano e para custear as viagens aleacutem da mensali-dade paga por elas ao clube Como haacute poucos patrocinadores eacute preciso fazer rifas e caixinhas para ajudar nas despe-sas das viagens que tecircm custo variado de acordo com o nuacutemero de jogadoras que participam dos torneios

Em Setembro de 2006 o time femi-nino do BH Rugby conquistou o pri-meiro tiacutetulo ao vencer o Campeonato da Independecircncia de 7-a-side em Var-ginha no Sul de Minas Em Outubro de 2007 conquistou o Torneio de 7-a-side de Satildeo Joseacute dos Campos a primeira etapa do Circuito Brasileiro de Rugby

Rugby no BrasilO Brasil conheceu o rugby no seacuteculo

XIX e foi Charles Miller o mesmo que trouxe o futebol para o Brasil que em 1895 organizou o primeiro time de rugby brasileiro em Satildeo Paulo Mas somente em 1925 o rugby comeccedilou a ser praticado com mais regularidade no Brasil no Campo dos Ingleses per-tencente ao Satildeo Paulo Athletic Club (SPAC) em Pirituba Satildeo Paulo

Durante o periacuteodo de 1926 a 1940 foram organizados jogos interesta-duais entre clubes paulista e carioca aleacutem de jogos internacionais contra os Springboks da Aacutefrica do Sul em 1932 e contra a seleccedilatildeo Britacircnica em 1936

De 1941 a 1946 os jogos foram inter-rompidos devido agrave Segunda Guerra Mundial sendo retomados em 1947

Em 1960 foi formada a Alianccedila Rugby Football Club constituiacuteda por jogadores ingleses franceses argenti-nos e brasileiros No dia 6 de outubro de 1963 foi fundada a sede em Satildeo Paulo da Uniatildeo de Rugby do Brasil com a finalidade de organizar e dirigir o rugby brasileiro No ano seguinte a entidade patrocinava o III Campeonato Sul-Americano de Rugby quando o Brasil conquistou o vice-campeonato

A partir de 1971 comeccedilou a se desenvolver lentamente o rugby Infanto-Juvenil em Satildeo Paulo e em 20 de Dezembro de 1972 foi fundada a Associaccedilatildeo Brasileira de Rugby em substituiccedilatildeo agrave Uniatildeo de Rugby do Bra-sil sendo reconhecida pelo Conselho Nacional de Desportos (CND) A par-tir daiacute o esporte vem ganhando adep-tos no paiacutes do futebol e se populari-zando deixando para traacutes a imagem de violento

1 - Pilar

2 - Hoker

3 - Pilar

4 - Segunda linha

5 - Segunda linha

6 - Asa (tercera linha) 7 - Asa (tercera Linha)

8 - Oitavo (uacuteltimo na formaccedilatildeo do scrum)

PasseNo rugby soacute eacute possiacutevel passar a bola para o lado ou para traacutes sendo que os avanccedilos satildeo decorrentes das corridas com posse de bola Soacute eacute permitido passes para frente com pon-tapeacutes No chute soacute podem perseguir a bola aleacutem do chutador aqueles jogadores que estiverem em linha ou atraacutes do mesmo do momento do pontapeacute

Tackle ou placagemO tackle eacute feito agarrando-se o jogador adver-saacuterio que estaacute com a bola e jogando-o ao chatildeo para que se possa fazer a tentativa de tomada da posse de bola atraveacutes do ruck

RuckQuando um jogador eacute tackleado ele solta a bola e eacute formado um ruck Jogadores dos dois times se jogam em cima daquele que estaacute ao chatildeo e tentam empurrar a bola para o seu lado do campo com o detalhe de que natildeo eacute permitido mover a bola com as matildeos

MaulOcorre quando trecircs jogadores sendo um portador da bola e os outros dois um de cada time estatildeo em contato A diferenccedila entre o ruck e o maul eacute que no uacuteltimo a bola natildeo se encontra no chatildeo e sim na matildeo do jogador Os jogadores devem manter a cabeccedila e os ombros acima da linha da cintura Natildeo eacute per-mitido tirar os jogadores do maul a natildeo ser que esse seja do time adversaacuterio e esteja do lado errado do maul

ScrumO scrum ou formaccedilatildeo ordenada geralmente eacute usado apoacutes uma jogada irregular ou em alguma penalidade O HalfScrum da equipe que natildeo cometeu a infraccedilatildeo insere a bola no meio de um ldquotuacutenelrdquo formado pelas duas primeiras linhas de cada equipe para que os jogadores de sua equipe consigam ganhar a posse da bola Qualquer jogador alheio a formaccedilatildeo ordenada tem que estar a 10 m da mesma

LateraisQuando a bola sai pela lateral do campo eacute realizado um alinhamento para que a bola volte ao jogo O Hoker da equipe lanccedila a bola no meio das duas linhas formadas Um joga-dor de cada equipe eacute levantado no ar para tentar agarrar a bola Quando a bola eacute posta na lateral o outro time pode repocirc-la rapida-mente para dentro de campo se esta cruzar a linha de cinco metros sem formaccedilatildeo de linhas

MarkQuando a equipe adversaacuteria chuta a bola e o jogador da outra equipe a pega sem quicar no chatildeo e dentro da aacuterea dos 22 metros ele pode chamar um mark ou pedir marco que eacute a possibilidade de se dar um chute sem o perigo de ser placado Serve como um fator de proteccedilatildeo para a defesa da equipe que pediu o marco pois interrompe o jogo e o time tem direito a um pontapeacute livre de onde o mark foi pedido

Algumas jogadas do Rugby

Esquema de jogo

BH RUGBY

12ordm BI do ExeacutercitoRua Timbiras com Barbacena Barro Preto Belo Horizonte - MG

Belo H

s sendo umLateraisQuQQQuQuQuQuQuQuananandodoodododd a bola saaaai peela lattererererala ddddoooo cacacacampmpmpmpmm oooooooo eacuteeacuteeacuteeacute

Ariel PalaciosTeacutecnico do BHRugby

312

6

45

789

10

111213

1514

9 - Half Scrum 10 - Apertura 11 - Ponta cego

12 - Primer centro

13 - Segundo Centro

14 - Ponta aberto

15 - Fullback

16-17 - Rugbyindd 216-17 - Rugbyindd 2 12209 92753 AM12209 92753 AM

O Ponto

18 bull CulturaBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Liacutevia Martins e Flaacutevia Leatildeo - 6 ordm periacuteodo

LUCAS RAGE VICTOR DUARTE RENAN BORGES

2ordm PERIODO

Desde 2004 os belo-hori-zontinos vecircm recebendo visi-tas ilustres nas diversas linhas de transporte puacuteblico da capi-tal Jaacute passaram pelos ocircnibus escritores como Gonccedilalves Dias Machado de Assis Castro Alves e muitos outros Calma eles natildeo estatildeo rodando por aiacute como passageiros estatildeo pre-sentes por meio de suas obras Eacute o projeto Leitura para Todos

Idealizado e organizado pelo Programa de Ensino Pesquisa e Extensatildeo A Tela e o Texto do curso de Letras da Universi-dade Federal de Minas Gerais (UFMG) o projeto Leitura para Todos tem o objetivo de levar literatura agrave grande populaccedilatildeo belo-horizontina de maneira dinacircmica e acessiacutevel

O que natildeo falta ao passa-geiro eacute escolha na hora de ler Satildeo oferecidas obras dos mais variados estilos desde crocircni-cas machadianas a poemas de Gonccedilalves Dias passando por composiccedilotildees musicais de Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes

Atraveacutes do site do projeto (wwwletrasufmgbratelaeo-texto) jovens autores tambeacutem podem enviar seus textos e jaacute

passam de 155 publicaccedilotildees deste cunho envolvidas na ini-ciativa O projeto contempla hoje 280 carros em 26 linhas distintas

Impressos em frente e verso e laminados os textos satildeo afi -xados na parte traseira dos assentos e apresentam faacutecil acesso Cada veiacuteculo possui uma meacutedia de vinte lacircminas dispostas ao longo dos assen-tos de maneira para atingir todos os passageiros Os textos satildeo trocados de trecircs em trecircs meses As formataccedilotildees variam de acordo com o tema e a forma luacutedica com a qual algu-mas obras satildeo expostas busca atrair o leitor relutante

RepercussatildeoAs estrateacutegias para atrair o lei-

tor apesar de criativas natildeo agra-daram a todos ldquoA letra eacute muito pequena entatildeo eu natildeo leio muitordquo diz Amanda Dias usuaacute-ria da linha Circular 01 (SC01) e moradora de Betim Estudante e morador da Savassi tambeacutem usuaacuterio da linha Guilherme Carvalho concorda ldquonatildeo atrai natildeo chama a atenccedilatildeo Fica ali mas a gente nem vecirc direito falta alguma coisa para chamar mais a atenccedilatildeo do pessoalrdquo

O maior problema aparenta ser a combinaccedilatildeo entre trans-porte puacuteblico e leitura uma vez que nem todos os passageiros podem se sentar durante a via-

gem ldquoEacute interessante para quem vai sentado mas quem estaacute de peacute natildeo aproveita muitordquo aponta Amanda Dias

Mas a iniciativa possui uma linha de admiradores para quem o incentivo agrave cultura e a dissemi-naccedilatildeo da literatura natildeo passam despercebidos Moradora do Taquaril e usuaacuteria da linha 9503 Vanusa dos Santos se entusiasma com o projeto ldquoAs histoacuterias satildeo legais Tem algumas que eu tenho ateacute vontade de levar para casa e ler para os meus fi lhos Eu jaacute li quase todas sempre que acabo de ler a minha jaacute estou logo pegando a do ladordquo afi rma Ilza Ferreira Gomes moradora de Venda Nova e usuaacuteria da

linha Circular 02 (SC02) tambeacutem divide o entusiasmo de Vanusa ldquoAcho excelente Incentiva a lei-tura A primeira coisa que eu faccedilo quando entro no ocircnibus eacute pegar um texto para lerrdquo

Segundo a coordenadora do projeto e do Programa A Tela e o Texto da FALE-UFMG Maria Antonieta Pereira a repercus-satildeo do projeto natildeo poderia ser melhor ldquoTemos recebido mui-tos textos novos e comentaacuterios dos leitores No mecircs que vem entraraacute em circulaccedilatildeo o texto de um usuaacuterio sobre o Leitura para Todosrdquo afi rma

De acordo com Maria Anto-nieta a maioria dos textos rece-bidos eacute de qualidade Para sele-cionaacute-los o criteacuterio utilizado eacute o valor literaacuterio ldquoFicam de fora apenas os textos que apresen-tarem linguagem vulgar ou de cunho agressivo Mas isso eacute rarordquo conclui

Mais do que uma degustaccedilatildeo literaacuteria muitos vecircem no projeto um passatempo que possibi-lita distraccedilatildeo durante as longas viagens de volta para casa ou em direccedilatildeo ao trabalho ldquoVocecirc comeccedila a ler e nem vecirc o tempo passarrdquo diz Jidalva da Silva moradora de Ibiriteacute e usuaacuteria da linha 3052 Guilherme Carvalho acrescenta ldquoEacute bacana porque a gente natildeo tem nada para fazer no ocircnibus entatildeo a gente lecirc no caminhordquo

Projeto Leitura para TodosFoto Divulgaccedilatildeo BHTrans

Com cinco anos de existecircncia iniciativa ainda passa despercebida por muitos passageiros de ocircnibus

Faz-de-conta domina a literaturaLivros com tramas e personagens fantaacutesticos encabeccedilam listas de mais vendidos

GABRIELA CAMPOLINA

5ordm PERIacuteODO

As aventuras de um bruxi-nho um mundo rodeado por robocircs que de repente passam a ter sentimentos o romance entre uma jovem e um vampiro a cegueira repentina A fi c-ccedilatildeo oferece um mundo rico de possibilidades estimulantes O autor fi ca livre para propor novas abordagens construir cenaacuterios - diferentes daqueles que estamos acostumados O leitor pode se deliciar com estoacuterias divertidas e impossiacuteveis na vida real mas que povoam a sua mente e satildeo apaixonantes

Para o doutorando em Lite-ratura de Liacutengua Portuguesa e professor da Universidade Fumec Luis Henrique Barbosa o sucesso desses livros pode ser atribuiacutedo ao grande poder da miacutedia ldquoHoje em dia eacute difiacutecil esca-

par dessa infl uecircncia ateacute mesmo para quem tenta fugir um pouco dissordquo Segundo o professor os meios de comunicaccedilatildeo criam um tipo de ldquomodardquo

Atualmente o livro que estaacute no topo dos mais vendidos eacute ldquoA Cabanardquo do canadense William Young que narra a histoacuteria de Mackenzie Allen Philip perso-nagem principal de uma trama que envolve questotildees religiosas ao desconstruir os estereoacutetipos de Deus e Jesus apresentados respectivamente como uma mulher negra grande e gorda e um jovem do Oriente Meacutedio que conserta e constroacutei coisas Outro sucesso de venda foram os livros da seacuterie Crepuacutesculo (Twilight) que conta a histoacuteria de uma ado-lescente que se apaixona por um vampiro recentemente adap-tada para o cinema

Os best-sellers de fi cccedilatildeo jaacute tomaram as salas de cinema haacute

um tempo Em termos de adap-taccedilatildeo literaacuteria escritores tendem a achar que o fi lme deve ser fi el ao texto Jaacute os cineastas enten-dem que a linguagem das telas eacute outra e que o compromisso do cinema eacute com os espectadores natildeo com os leitores Os escrito-res defendem a fi delidade os cineastas natildeo

O sucesso de longas como ldquoO senhor dos aneacuteisrdquo ldquoHarry Pot-terrdquo ldquoEu Robocircrdquo ldquoEnsaio sobre a cegueirardquo ldquoEntrevista com um vampirordquo de repente virou febre Todos parecem querer ldquoviajarrdquo por um mundo desconhecido

Os leitores principalmente os mais jovens querem ver seus livros personagens e aventuras preferidas de uma forma mais real Segundo Luis Henrique ldquoa miacutedia faz bom marketing e ainda tem o peso das peliacuteculas que direcionam ainda mais o foco do interesse do puacuteblicordquo E

independente das inuacutemeras criacute-ticas quanto a isso o sucesso eacute certo O exemplo eacute o das seacuteries Harry Potter e Twi-light - ambos best-sellers mundiais

A internet eacute tambeacutem um terreno que contribui para popularidade crescente da chamada literatura da moda de acordo com o pro-fessor Luis Henrique a litera-tura se tornou muito diversifi -cada ldquoHaacute um grande aumento por exemplo na lsquoliteratura de blogrsquo Muitos blogueiros escrevem histoacuterias que depois viram livrosrdquo diz Falando especifi camente sobre os livros de fi cccedilatildeo ele argu-menta que muito desse sucesso estaacute em foacutermulas que deram certo e se repetiram no avanccedilo da tecnologia na busca por res-postas e na tentativa de ldquofugardquo da rotina do dia-a-dia ldquoAinda assim eacute difiacutecil dizer porquecirc Eacute como

querer saber o motivo pelo qual muita gente escuta certo tipo de muacutesica ou assiste a certos tipos de fi lme Cada um tem uma razatildeo Tambeacutem natildeo podemos esquecer que estamos falando de moda E moda vai e voltardquo

criacute-sso as

m

o dem srdquote

18 - Literaturaindd 118 - Literaturaindd 1 12209 92644 AM12209 92644 AM

O Ponto

PEDRO LEONE

7ordm PERIacuteODO

A Faculdade de Ciecircncias Humanas da Fumec (FCH) lanccedilou no dia 20 de novem-bro a oitava ediccedilatildeo da revista ldquoMediaccedilatildeordquo de cunho cientiacute-fi co A publicaccedilatildeo que desta vez trouxe como tema central ldquoMiacutedas Audiovisuais e Proces-sos Identitaacuteriosrdquo representa um marco da revista por fortalecer a

periodicidade das produ-

ccedilotildees acadecircmicas da faculdade como reinteraram os diretores Antocircnio Marcos Nohmi Joatildeo Batista de Mendonccedila Filho e Th aiumls Estevanato em evento rea-lizado na data de lanccedilamento no auditoacuterio da FCH A revista passa ainda por uma reestrutu-raccedilatildeo editorial jaacute que a partir da proacutexima ediccedilatildeo natildeo conta mais com a professora Claudia Cha-ves Fonseca como editora que passa o cargo para o professor Rodrigo Fonseca e Rodrigues

Segundo Rodrigo um dos proacuteximos passos na consoli-daccedilatildeo da ldquoMediaccedilatildeordquo no mer-cado eacute a ampliaccedilatildeo dos pontos de distribuiccedilatildeo da publicaccedilatildeo sendo inclusive distribuiacuteda em bibliotecas de outras institui-ccedilotildees de ensino Aleacutem disso Rodrigo adiantou o tema-base da nona ediccedilatildeo jaacute sob seu comando que seraacute ldquoComuni-caccedilatildeo e estudos interdiscipli-naresrdquo Nela de acordo com o novo editor uma das metas seraacute ampliar o leque de assun-tos tratados e mostrar o caraacuteter plural da comunicaccedilatildeo

Outra meta para os proacuteximos nuacutemeros da revista eacute divulgar a

chamada para artigos em outros paiacuteses com a publicaccedilatildeo de textos traduzidos com exclusividade pela revista para o portuguecircs

Alunos como destaqueA novidade da oitava ediccedilatildeo

segundo a editora Claudia Cha-ves fi ca por conta da publica-ccedilatildeo da resenha ldquoEacutetica no ensino

de jornalismordquo de autoria das alunas do oitavo periacuteodo de jornalismo Ana Luacutecia Bahia e Marina Rigueira Para as alu-nas que dizem ter interesse em seguir a carreira acadecircmica a oportunidade eacute interessante por ser uma primeira experiecircn-cia na aacuterea O artigo segundo Ana Luacutecia e Marina eacute fruto de

um projeto de iniciaccedilatildeo cientiacute-fi ca e a primeira publicaccedilatildeo de cunho acadecircmico de ambas

A revista ldquoMediaccedilatildeordquo tem periodicidade semestral e teve nesta oitava ediccedilatildeo tiragem de mil exemplares reunindo dez artigos de professores pes-quisadores e profi ssionais da comunicaccedilatildeo social

Editor e diagramador da paacutegina Equipe O Ponto

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Miacutedias bull 19

FABIANA SOARES

7ordm PERIacuteODO

Kotler publicou sua biacuteblia do marketing e de repente todo mundo sabia como posicionar uma marca Entatildeo veio a Era Digital e desafi ou todas agecircncias de publicidade e profi ssionais de marketing Quais foram esses desafi os O que devemos levar em consideraccedilatildeo para posicio-nar uma marca online Eu com meu mero mas engajado conhe-cimento elaborei alguns toacutepi-cos que podem dar um rumo ao posicionamento digital

1) Pense e esteja OnlineO primeiro item eacute oacutebvio e pre-

cede todos os outros Se vocecirc quer entrar no mundo digital vocecirc tem que estar online A comunicaccedilatildeo digital eacute instantacirc-nea e interativa e se sua marca natildeo estaacute laacute quando um usuaacuterio a procura ele vai clicar na outra que estiver mais proacutexima Entatildeo

esteja sempre disponiacutevel e mais importante abrace a interaccedilatildeo Natildeo adianta estar online e pen-sar offl ine Converse e escute os usuaacuterios hoje eles satildeo tatildeo importantes no posicionamento de sua marca quanto a televisatildeo foi na deacutec de 50 O que nos leva ao segundo toacutepico

2) O usuaacuterio constroacutei a sua marca

Hoje o modelo de comuni-caccedilatildeo eacute interativo O internauta descobriu que pode produzir a mensagem e natildeo soacute recebecirc-la pacifi camente Entatildeo ele pode dizer que seu produtoserviccedilo eacute muito ruim ou muito bom e teraacute vaacuterias pessoas para ouviacute-lo E natildeo adianta querer abafar a sua voz isso soacute vai pegar mal e natildeo vai controlar a propagaccedilatildeo da mensagem (lembra do caso da Daniela Cicarelli) Entatildeo o que resta aacutes marcas eacute monitorar Vocecirc pode estar sempre alerta ao que estatildeo dizendo sobre vocecirc na web

eacute como um feedback instantacirc-neo e se estiverem falando bem oacutetimo mas se falarem mal per-gunte porque peccedila desculpas e desconstrua a imagem ruim que aquele usuaacuterio tem sobre sua marca Mas cuidado para natildeo invadir o espaccedilo virtual dele

3) Cuidado O usuaacuterio pode natildeo querer te ouvir

Vocecirc monitora sua marca na web e resolve entrar na discussatildeo dos usuaacuterios sobre sua marca Vaacute com calma Ele provavelmente vai estar em uma rede social conversando com seus amigos e de repente vocecirc vira um inva-sor inoportuno Hoje o usuaacuterio quer ouvir e daacute mais credibi-lidade a fala de seu ldquoamigo de rederdquo do que na auto-afi rmaccedilatildeo de uma marca Ele quer ouvir o que sua rede social tem a dizer e natildeo vocecirc Entatildeo uma estrateacutegia muito mais efi ciente de conver-sar com o usuaacuterio eacute sendo um usuaacuterio ou tendo como porta voz

algum usuaacuterio infl uente E se um usuaacuterio fala bem da sua marca daqui a pouca seratildeo dois quatro seis

4) O boca-a-boca casou com a internet e teve um fi lho fofoqueiro O viral

O viral nasceu graccedilas a velo-cidade e o tamanho da rede Enquando na tv temos uma pessoa falando para outras 11 milhotildees na rede sua marca pode falar com esse mesmo nuacutemero de pessoas e essas pessoas com outras 11 milhotildees de pessoas em uma velocidade muito mais raacutepida que a de um Vt de 30rdquo Esse potencial de propagaccedilatildeo da men-sagem eacute bom e ruim Bom por permitir uma comunicaccedilatildeo mais efi ciente em termos de tempo e ruim pois uma vez lanccedilada na rede eacute impossiacutevel acompanha-la A melhor maneira entatildeo de se utilizar um viral eacute ser cuida-doso com o que se quer propa-gar Pense se aquela mensagem

eacute realmente relevante se natildeo vai criar uma imagem negativa e se eacute sufi cientemente criativo para que os usuaacuterios queiram compartilhaacute-lo O viral tem sido a menina dos olhos de muitos criativos publicitaacuterios e de seus clientes pois tem um custo rela-tivamente baixo e pode alcanccedilar um grande nuacutemero de pessoas mas tambeacutem tem grandes riscos de ser um total fracasso

A internet aidna tem muito a nos ensinar e tentei colo-car acima um pouco do que jaacute consegui obeservar Mas ainda tenho uma grande curiosidade que ateacute hoje ningueacutem conseguiu me explicar como se cobra por estrateacutegias digitais Como men-surar em dinheiro um viral por exemplo Como apresentar uma estimativa de custos honesta para o cliente quando tudo que se tem eacute uma ideacuteia Se algueacutem tiver essa resposta meu email eacute fabzsoaresgmailcom

E agora Joseacute A festa acabou a luz apagou e ta todo mundo na web

Original publicado em httpestagiocriativoblogspotcomO texto natildeo sofreu ediccedilatildeo nem correccedilotildees ortograacutefi cas a pedido da autora

A equipe de professores e convidados que participaram da organizaccedilatildeo da 8ordm ediccedilatildeo da revista

Mediaccedilatildeo chega ao seu oitavo nuacutemeroRevista da Faculdade de Ciecircncias Humanas da FUMEC coloca o tema ldquoMiacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuteriosrdquo em debate e tem como desafi o para os proacuteximos nuacutemeros ampliar a chamada para o envio de artigos acadecircmicos a pesquisadores de outros paiacuteses

8ordf ediccedilatildeo da revista trata das Miacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuterios

19 - Mediacaoindd 119 - Mediacaoindd 1 12209 93123 AM12209 93123 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

20 bull Cultura Editora e diagramadora da paacutegina Amanda Lelis - 7ordm periodo

COLCHAde retalhos

CU

RT

Are

talh

os

Ajude a costurar nossa colcha balaioretalhosgmailcom

Ir aleacutem da superfiacutecie

Que o espelho mostra

(e que o ego gosta)

VontadeBaacuterbara Rodrigues

Midori aki

hatake dandan

akaku naru

GuntaiJoatildeo Paulo Borges

Outono verde

o campo aos poucos

fi ca vermelho

ExeacutercitoJoatildeo Paulo Borges

Frederico PortoOde ao pensamento

Todo momento eacute hora de aventura e fantasia

E comeccedila ao raiar do dia

Crianccedilas vatildeo agrave escola e cantam a melodia

E a imaginaccedilatildeo se mistura com a nostalgia

O vento o sol a neve e a tempestade

Amanhatilde eacute o ontem criado com amizade

E Deus em seu computador

Natildeo procura responder

A mensagem deixada seraacute criada por vocecirc

E sem fi m com mais delongas

O encanto se apaixona

E comeccedila a respirar

Pensamento que viraacute

Eu que natildeo amo vocecircGabriela Gois

Era tudo novo ali No puro prazer na inocecircncia ele repousava a cabeccedila sobre o meu

colo segurando minha matildeo fi rmemente Ao longe o sol ia se despedindo deixando uma

leve e uacutenica brisa no fi m de tarde abafado Noacutes trocaacutevamos algumas palavras bobas meu

coraccedilatildeo disparava quando via aquele sorriso sincero Era tudo parte de um comeccedilo de

vida uma iniciaccedilatildeo no mundinho chato e triste que eacute o amor Tatildeo perfeito calmo irreal

verdadeiro e tiacutemido A rua estava vazia eu permanecia em silecircncio enquanto ele brin-

cava com meus dedos em suas matildeos magrelas e brancas

- E quando tudo isso acabar

- Como assim ndash suspirei afagando seu cabelo bagunccedilado

- A gente vai crescerhellipMudar Talvez um dia nossos rostos se apaguem

- Eu natildeo seihellipTalvez um dia noacutes vamos estar adultos andando em alguma cidade no

meio do caos e nos reconhecemos por um sorriso Eu largaria meu namorado vocecirc sua

vida boecircmia e noacutes podemos fugir pra Franccedila

- Vocecirc eacute tatildeo boba

- E vocecirc eacute tatildeohellip

Seus laacutebios tocaram os meus delicadamente nada invasivo Eram macios tinham

sabor de chocolate branco O que aconteceu internamente natildeo haacute como descrever nada

comparado agrave felicidade instantacircnea de uma roupa nova Natildeo era algo bem melhor que

isso Era tudo tatildeo maacutegico e delicioso nada de preocupaccedilotildees Eacuteramos dois na calccedilada os

peacutes no chatildeo quente as matildeos entrelaccediladas os sorrisos carregados de felicidade

Hoje eu ainda olho para aquela foto estranha no fundo da caixa Ele estaacute longe pro-

vavelmente apagou meu rosto Eu natildeo consigo sentir nada comparado agravequilo nada que

faccedila meu coraccedilatildeo disparar como aquele dia Eu soacute amei uma vez eu tinha onze anos um

metro e sessenta e cinco e era boba

Larissa Cardoso Borges

Deixa a mente vagar

Sem rumo sem freio

Deixa as palavras fl uiacuterem

Pulsando pelo seu corpo ateacute chegarem ao destino fi nal

Matildeo que freneticamente escreve

Tentando organizar o fl uxo de emoccedilotildees de sensaccedilotildees

Raacutepido pensar fugaz aliacutevio

O papel suporta as minhas ideacuteias

Devaneios

GuriaRodrigo Guimaratildees Pena

quando dedo se lambia

tudo era mar-de-rosas

tu levavas vida em verso

eu te via toda prosa

e tu eras tatildeo pequena

tatildeo cheirosa tatildeo macia

que o chorar ou fazer cena

era manha da guria

hoje a vida te vecirc bela

tatildeo faceira tatildeo formosa

mas meus olhos vecircem aquela

que foi meu botatildeo de rosa

Sozinha

No mato

Sem teto

Comida

Companhia

Ou cobertor

Sem rastro

Barulho

Eu-soacute

Sozinha

Na terra

Deitada ateacute dissolver no tempo

QuererAmanda Lelis

Amanda Lelis

E o que vai ser agora

se tudo em mim for

silecircncio

DuacutevidaAmanda Lelis

20 - Colcha de retalhosindd 120 - Colcha de retalhosindd 1 12209 92543 AM12209 92543 AM

Page 8: Jornal O Ponto - novembro de 2009

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

08 bull Turismo Editor e diagramador da paacutegina Gabriel Assunccedilatildeo 6ordm periacuteodo

Destino dos sonhos fi ca um pouco mais distante

ANA CECIacuteLIA CARNEIRO GABRIEL ASSUNCcedilAtildeO 2ordm E 6ordm PERIODO

Os 15 anos a passagem da infacircncia

para a adolescecircncia o periacuteodo em que as

transformaccedilotildees se acentuam as duacutevidas

se multiplicam e a vontade de ser inde-

pendente fala mais alto Eacute nesse periacuteodo

que milhares de jovens viajam todos os

anos ao exterior por meio de pacotes

turiacutesticos que lhe proporcionam no auge

do seu desejo de liberdade a indepen-

decircncia que nesse momento eacute o que lhes

parece mais importante A viagem dos

sonhos dos fi lhos no entanto natildeo raro

tira o sono dos pais que se viram ainda

mais receosos apoacutes o acidente com a

jovem Jaqueline Ruas em julho passado

(veja box) Como proporcionar o prazer e

aventura aos fi lhos sem colocar em risco

sua seguranccedila e mesmo sua sauacutede A

questatildeo que ateacute entatildeo estava adormecida

e fora do foco dos consumidores desse

tipo de produto eacute agora a protagonista

que muda a forma de consumo e venda

de pacotes turiacutesticos para adolescentes e

oferece risco ao grande e rentaacutevel negoacute-

cio das agecircncias de viagensOs escacircndalos com agecircncias de

turismo haacute muito tempo estatildeo presentes no dia-a-dia dos noticiaacuterios brasileiros e existe mesmo uma lenda sobre o que acontece apoacutes o embarque dos passa-geiros para temporadas no exterior Uma discussatildeo sobre as condiccedilotildees de mora-dia e alimentaccedilatildeo povoa o imaginaacuterio de muitas pessoas que na maioria das vezes no entanto natildeo trocam suas ldquovia-gens dos sonhosrdquo mesmo na duacutevida de natildeo ter a assistecircncia desejada uma vez no seu destino

De acordo com a Agecircncia World Study cerca de 500 menores viajam sob sua responsabilidade sem os pais anualmente no Brasil Funcionaacuterio da empresa Gabriel Trivellato faz questatildeo de afi rmar a responsabilidade da agecircn-cia que segundo ele tem um protocolo semelhante ao seguido pela maioria das agecircncias no paiacutes ldquoEacute um processo muito burocraacutetico levar um menor desacom-panhado ao exterior satildeo muitos docu-mentos a preocupaccedilatildeo dos pais eacute muito grande e nossa atenccedilatildeo tem que ser redo-bradardquo afi rma o funcionaacuterio

Antes mesmo do escacircndalo com a

jovem Jacqueline entrou em vigor em

abril deste ano uma nova norma que

prevecirc a autorizaccedilatildeo em fi rma dos pais

ou responsaacuteveis reconhecida por auten-

ticidade para a viagem do menor o que

torna necessaacuterio que os pais compare-

ccedilam pessoalmente ao cartoacuterio para auto-

rizar a viagem dos fi lhos Aleacutem disso o

documento deve ser feito em duas vias

e conter fotografi a da crianccedila ou ado-

lescente Uma via deveraacute ser retirada

pelo agente de fi scalizaccedilatildeo da Poliacutecia

Federal (que passou a partir de entatildeo

a ser responsaacutevel pelo embarque de

menores) no momento do embarque e

a outra permaneceraacute com o viajante ou

acompanhanteAs medidas restritivas tomadas para

garantir maior seguranccedila podem natildeo assegurar uma viagem tranquumlila con-tudo A maior parte dos guias das agecircn-cias natildeo satildeo treinados para enfrentar as mais variadas situaccedilotildees adversas que podem ocorrer A maioria das agecircncias funciona da seguinte forma para cada grupo de 30 pessoas haacute um guia mor mais experiente que seria responsaacutevel por todos e mais trecircs jovens guias (em geral jovens que falam inglecircs fl uente e satildeo comunicativos) que auxiliariam na demanda dos turistas durante a via-

gem e passeios realizados no periacuteodo da estadia no local O nuacutemero eacute visivel-mente pequeno especialmente quando se pensa nos cuidados que exigem uma permanecircncia no exterior que eacute ainda maior quando se tem menores em sua responsabilidade

A falta de assistecircncia nas viagens geralmente eacute percebida aos poucos Foi o que aconteceu com o casal de namora-dos Rodrigo de Paula e Liacutevia Rodrigues que foram ao Havaiacute em dezembro pas-sado pelo programa Work and Travel (onde os intercambistas passam de trecircs a seis meses no paiacutes de destino e tecircm um emprego temporaacuterio durante sua esta-dia) ldquoNatildeo encontramos o quarto sepa-rado que pedimos e tivemos que dormir com outras pessoas Tambeacutem natildeo traba-lhamos na loja que nos disseram e acaba-mos em uma rede de fast food Sem contar que nosso depoacutesito referente agrave reserva do apartamento jamais foi devolvidordquo pro-testa o casal A agecircncia brasileira afi rma que estava tudo claro no contrato mas os estudantes garantem que natildeo recebe-ram o contrato pra ler antes da viagem ldquoSabemos do nosso erro mas confi amos demais em uma agecircncia que natildeo nos deu o prometidordquo concluiu Liacutevia

Descuido de agecircncias de turismo alteram programaccedilatildeo de vigens ao exterior para adolescentes

Foto

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accedilatildeo

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08-09 - Pais na Berlindaindd 108-09 - Pais na Berlindaindd 1 12209 93101 AM12209 93101 AM

O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Turismo bull 09Editor e diagramador da paacutegina Gabriel Assunccedilatildeo 6ordm periacuteodo

Jacqueline Ruas de 15 anos viajou agrave Dis-ney no dia 19 de julho deste ano para passar duas semanas em um passeio organizado pela agecircncia de turismo Tia Augusta A viagem teve seu caraacuteter luacutedico interrompido poucos dias apoacutes seu iniacutecio quando quatro meninas que ocupavam o mesmo quarto do hotel ndash inclu-sive Jacqueline ndash passaram mal agrave noite As ami-gas da menina apoacutes serem medicadas tiveram uma melhora nas primeiras horas a jovem no entanto natildeo melhorava Atendida pela segunda vez no hotel e levada ao Hospital de Pronto-So-corro Celebration Jacqueline foi submetida a

uma seacuterie de exames inclusive para a Gripe A - H1N1 e todos deram negativo Era veacutespera da viagem de volta da excursatildeo No dia da viagem a menina estava ainda mais debilitada e preci-sou de cadeira de rodas para trocar de aviatildeo em escala no Panamaacute Na segunda parte da viagem ela mal abriu os olhos segundo o relato das ami-gas A morte de Jacqueline foi constatada pela amiga Larissa que percebeu que ela natildeo estava respirando quando tentou acordaacute-la durante o vocirco Foi constatado que a menina tinha pneu-monia Segundo os pais a agecircncia os ligou trecircs dias apoacutes a menina ter passado mal pela pri-

meira vez e informou que ela jaacute estava melhor e havia sido descartada a H1N1 No relato do hos-pital no entanto natildeo havia uma especifi caccedilatildeo de que ela poderia viajar de aviatildeo A responsa-bilidade da agecircncia neste caso teve ainda mais peso considerando-se as acusaccedilotildees das amigas de Jacqueline de que a guia Gisele dos Santos as havia orientado a passar maquiagem e usar oacutecu-los escuros para disfarccedilar as olheiras e a palidez e natildeo serem barradas no embarque Em nota a Tia Augusta negou veemente as acusaccedilotildees das adolescentes mas natildeo conseguiu provar sua inocecircncia neste caso

Em contrapartida agrave von-tade dos filhos os pais se preocupam cada vez mais na hora de presenteaacute-los com viagem ao exterior A dentista Heloiacutesa Pereira matildee de Laura Pereira Luz contou a anguacutestia que viveu durante as duas semanas em que a filha esteve na Disney ldquoAntes de a minha filha viajar a fiz prometer que me ligaria e procura-ria um hospital se qualquer coisa acontecesse com ela Ainda a bipava todos os dias pelo raacutedio e mantive sem-pre contato com a agecircncia e os guias Daacute certa insegu-ranccedila mas era um sonho da Laura que decidimos reali-zarrdquo afirma a matildee

Pai de Joana Bastos 14 anos o empresaacuterio Roni-valdo Oliveira Bastos deci-diu levar ele mesmo a filha agrave Disney ldquoMinha filha ficou muito insegura com o ocorrido com a Jacqueline imagina eu entatildeo Jaacute perdi minha esposa por negligecircn-cia meacutedica natildeo posso perder a minha menina tambeacutem

As agecircncias soacute andam pen-sando no lucro e esquecem da seguranccedilardquo afirmou

Lidar com um grupo grande de jovens no exterior requer natildeo soacute experiecircncia mas habilidades como lide-ranccedila e planejamento para que se possa deixaacute-los apro-veitar a viagem com respon-sabilidade e manter a disci-plina em cada dormitoacuterio Ciente dos riscos envolvidos na viagem a dona-de-casa Maria das Graccedilas Soares matildee de Camila Carvalho 14 anos cancelou a viagem da filha apoacutes o ocorrido com Jacqueline

ldquoFiquei muito assustada com a morte da Jacqueline deu para perceber certa negligecircncia por parte dos guias e agora vou pensar muito antes de mandar a minha filha ao exterior em uma excursatildeo ainda mais com esse surto da gripe suiacutenardquo

A bancaacuteria aposentada Tacircnia Vieira tambeacutem iria dar uma viagem ao Canadaacute de presente ao filho Pedro que

completa 16 anos em abril do ano que vem mas deci-diu mudar o presente apoacutes assistir ao drama de Jaque-line pela TV ldquoEle poderaacute viajar ao exterior quando estiver mais velho em um intercacircmbio ou mesmo a passeio Por hora optei por trocar o computador e o viacutedeo-game da casa Assis-timos vaacuterias vezes ao drama dos pais que tem problemas na viagem dos filhos natildeo podemos ser negligentes e achar que com o nosso filho natildeo vai acontecerrdquo afirma

As principais agecircncias de turismo de Belo Horizonte alegaram que o acidente ocorrido com Jaqueline em julho passado natildeo afe-tou suas vendagens pois as normas para embarque de menores de idade jaacute satildeo naturalmente muito riacutegidas e os seus agentes satildeo devi-damente treinados A maio-ria ressaltou que houve uma queda no nuacutemero de viagens nos uacuteltimos trecircs meses mas estritamente ligada agrave crise financeira mundial

Pais na berlinda

Aventura se torna pesadelo

Falta de compromisso de algumas agecircncias de turismo faz os pais trocarem viagens por presentes palpaacuteveis para os fi lhos adolescentes

Minha fi lha fi cou muito insegura com o ocorrido com a

Jacqueline As agecircncias soacute andam

pensando no lucro e esquecem da seguranccedila

Assistimos vaacuterias vezes ao drama dos pais que tecircm

problemas na viagem dos fi lhos natildeo podemos ser negligentes e achar que com o nosso fi lho

natildeo vai acontecer

Antes de a minha fi lha viajar a fi z prometer que me ligaria e procuraria um hospital se

qualquer coisa acontecesse com ela

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Fotos divulgaccedilatildeo

Heloiacutesa Pereira Dentista

Ronivaldo Bastos Empresaacuterio

Tatildenia Vieira Aposentada

08-09 - Pais na Berlindaindd 208-09 - Pais na Berlindaindd 2 12209 93102 AM12209 93102 AM

RENATA VALENTIM

7ordm PERIacuteODO

Domingo 2 de novembro 7h40 da manhatilde Apesar da movimentaccedilatildeo de um nuacutemero jaacute razoaacutevel de visitantes e trabalhadores ndash vendedores de flores limpadores de jazigos ndash eacute o silecircncio que impera logo na entrada do Cemiteacuterio de Nosso Senhor do Bonfim localizado na regiatildeo noroeste de Belo Horizonte A inscriccedilatildeo latina no arco de entrada ldquomorituri mortuisrdquo eacute a siacutentese de todo ritual que ali se daria ao longo do Dia de Finados ldquoos que vatildeo morrer aos mortosrdquo

A motivaccedilatildeo principal da visita ao tuacutemulo de parentes ou amigos parece ultrapassar o mero cumprimento de calendaacuterio religioso A presenccedila de idosos sozinhos ou mesmo em grupo de amigos e tambeacutem de algumas jovens famiacutelias e seus semblantes de choro e dor ndash demonstrativo de perda recente ndash indicam que a proximidade da morte eacute a razatildeo maior das home-nagens agravequeles que se foram Aleacutem de evidente saudade o dia dedicado ao maior misteacuterio da humanidade parece remeter cada pessoa aos seus questio-namentos mais particulares sobre o assunto Testemunha disso eacute Welling-ton Luiz de Oliveira seguidor cristatildeo de Jeovaacute que vai ao Cemiteacuterio do Bon-fim todos os anos com o propoacutesito de levar palavras de conforto para os visi-tantes baseadas na sua feacute ldquoas pessoas querem ouvir a verdade de que existe o reino de Deus e que ele estaacute proacute-ximo E Deus eacute a verdaderdquo Wellington ressalta que no cemiteacuterio a aceitaccedilatildeo das pessoas agrave sua abordagem eacute maior porque estatildeo mais aptas a ouvir porque seu pensamento estaacute mais aberto agrave feacute ldquoem outra situaccedilatildeo a pessoa me daria uma maacute resposta fecharia a porta na minha cara Aqui natildeo aqui a pessoa ouve melhorrdquo diz

Voltados para si e para a lembranccedila de momentos compartilhados com quem se foi os visitantes vatildeo chegando ao longo

da manhatilde trazendo fl ores para ornamen-tar os tuacutemulos e jazigos A difi culdade na abordagem aumenta nos casos em que se percebe uma morte precoce um fi lho ou marido jovem cuja famiacutelia em pran-tos daacute as matildeos e reza ao redor do tuacutemulo Tambeacutem em outros como um senhor de seus 65 70 anos que chega sozinho ajoelha-se em frente a um jazigo e potildee-se a rezar em silecircncio e de olhos fechados E assim permanece por vaacuterios minutos Mas haacute casos como o de Dona Ilma que observando minha movimentaccedilatildeo dei-xou que me aproximasse perguntando se eu era parente da pessoa enterrada ao lado dos seus Enquanto distribuiacutea as fl ores levadas para o jazigo da famiacutelia

contou que vai ao Bonfi m todos os anos ldquoa gente tem que trazer fl ores e rezar Eacute a uacutenica coisa que podemos fazer por eles agora Apesar de que as fl ores duram pouco tempo murcham muito raacutepidordquo Dona Ilma visitou o jazigo da famiacutelia em 2007 e disse que levou a fi lha e o genro Neste ano foi sozinha E disse logo em seguida ldquosempre deixo uma fl or e faccedilo uma oraccedilatildeo para esse tuacutemulo ao lado Nunca vi ningueacutem visitaacute-lo pensei ateacute que vocecirc tivesse vindo para issordquo

A celebraccedilatildeo do Dia de Finados ou Dia de Todos-os-Mortos em 2 de novembro logo a seguir do Dia de Todos-os-Santos ndash celebraccedilatildeo em honra a todos os santos e maacutertires ndash

foi instituiacuteda a partir do seacuteculo XIII Mas visitar tuacutemulos e rezar por aque-les que morreram na Igreja Catoacutelica eacute costume desde o seacuteculo II Segundo a crenccedila cristatilde neste dia os vivos rezam por aqueles que estariam no purgatoacute-rio o estado no poacutes-vida onde as almas seriam purificadas antes de irem ao ceacuteu Os cristatildeos acreditam que as almas no purgatoacuterio que tambeacutem satildeo considera-das membros da igreja assim como os cristatildeos vivos teriam de sofrer para que possam ser purificados de seus peca-dos Por meio de oraccedilotildees e boas obras os membros vivos da igreja poderiam ajudar seus amigos e familiares faleci-dos O Dia de Finados remonta entatildeo a ideacuteia de comunhatildeo entre todos os fieacuteis sejam vivos ou mortos porque acre-ditam na ressurreiccedilatildeo de Jesus Cristo ressuscitado indicaria a eternidade como destino de todos os seus fieacuteis eacute a morte vista como encontro da vida junto de Deus

Dona Alice de 80 anos eacute mais uma personagem do dia de Finados que con-corda em falar comigo Muito recep-tiva apesar do semblante triste relata que vai todos os anos ao Bonfi m e leva sempre um vasinho de fl or No jazigo que adornava enquanto conversaacuteva-mos estatildeo o pai o marido e seus qua-tro irmatildeos E emendou ldquotenho soacute 36 do meu coraccedilatildeo jaacute me sinto preparada para encontraacute-los Mas enquanto ainda puder caminhar vivo bem Perdi meu coraccedilatildeo de sofrimentordquo Dona Alice expli-cou que permaneceu ao lado do marido durante a doenccedila que o matou e assim fi cou doente do coraccedilatildeo ldquoAo cuidar de algueacutem doente nunca se esqueccedila de vocecirc Eacute preciso cuidar de noacutes mesmosrdquo Ela diz que se sente bem preparada espiritualmente para ir embora porque reza todos os dias Certa de que cumpriu o seu papel diz que foi 18 vezes ao altar para casar pessoas ligadas a ela ldquocasei muitos Estive presente na vida de mui-tas pessoas Espero que vocecirc chegue agrave minha idade com tanta histoacuteria pra con-tarrdquo Eu tambeacutem

Ritual de Finados dor da perda cumprimento do calendaacuterio religioso ou crenccedila em vida apoacutes a morte

Morituri mortuisOs que vatildeo morrer aos que jaacute morreramMorituri mor

A data traz o resgate agraves crenccedilas e a oraccedilatildeo traduz o sentimento de perda

Fotos Roberta Andrade - 7ordm G

ao lado dos seus Enquanto distribuiacutea as fl ores levadas para o jazigo da famiacutelia

Todos-os-Santos ndash celebraccedilatildeo em honra a todos os santos e maacutertires ndash

Belo Horizonte 30 de Novembro de 2009

10 bull CidadesO Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Amanda Lelis e Roberta Andrade 7ordm periacuteodo

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O Nosso Senhor do Bonfi m foi o primeiro e eacute o mais tradicional cemiteacuterio da capital Eacute mais antigo que a proacutepria cidade foi fun-dado em 08 de fevereiro em 1897 enquanto BH foi inaugurada em 12 de dezembro do mesmo ano Sua projeccedilatildeo e construccedilatildeo contou com a supervisatildeo teacutecnica da Comis-satildeo Construtora da Nova Capital ndash de onde se atribui a semelhanccedila dos dois traccedilados arquitetocircnicos Dedicada ao estudo de His-toacuteria Regional a pesquisadora Marcelina

das Graccedilas Almeida conta que o Bonfi m foi construiacutedo como uma das primeiras medidas da Comissatildeo para organizar espa-cialmente a cidade com a proibiccedilatildeo de sepultamentos que eram feitos no adro da Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem a padroeira da cidade na Rua Sergipe bem no centro da nova capital Construiu-se um cemiteacuterio provisoacuterio ateacute que o Bonfi m estivesse pronto que fi cava onde hoje haacute o cruzamento das ruas Rio de Janeiro dos Tamoacuteios Satildeo Paulo e dos Tupis

O modelo monumental dos tuacutemulos observado somente no Cemiteacuterio do Bon-fi m fez com que fossem encomendados diversos trabalhos no Rio de Janeiro em Satildeo Paulo e em dezenas de ateliecircs de artistas

locais entre eles os famosos irmatildeos Natali os Lunardi e a Marmoraria Satildeo Joseacute ndash todos estes agrave eacutepoca implicados na construccedilatildeo de preacutedios puacuteblicos e residecircncias ilustres na receacutem-inaugurada capital de Minas

Percorrendo o cemiteacuterio por entre seus jazigos eacute possiacutevel observar duas fases mar-cantes de sua histoacuteria Os tuacutemulos da pri-meira delas contada ateacute a deacutecada de 1940 satildeo dotados de elementos artiacutesticos pre-dominantemente feitos em maacutermore Na segunda fase vecirc-se o bronze e o granito preto como recorrentes Segundo o IEPHA ndash Instituto Estadual do Patrimocircnio Histoacute-rico e Artiacutestico de Minas Gerais uma outra forma de diferenciaccedilatildeo das fases eacute a ocupa-ccedilatildeo ldquotemaacuteticardquo de determinadas quadras do

cemiteacuterio Existem quadras com tuacutemulos soacute de crianccedilas outras predominantemente ocupadas por personalidades da poliacutetica mineira Para se ter uma ideacuteia no Bon-fi m estatildeo enterrados dentre outros os ex-governadores mineiros Silviano Brandatildeo Benedito Valadares Raul Soares e Olegaacuterio Maciel o ex-senador Bernardo Monteiro e o ex-prefeito Cristiano Machado aleacutem de per-sonagens importantes de Minas Uma aula de histoacuteria regional a ceacuteu aberto

O Bonfim nasceu primeiro

Dona Ilma (agrave esq) e Dona Alice (agrave dir) acreditam que suas visitas e oraccedilotildees satildeo importantes para os familiares que partiram

fi m fez com que fossem encomendadosdiversos trabalhos no Rio de Janeiro emSatildeo Paulo e em dezenas de ateliecircs de artistas

rico e Artiacutestico de Minas Gerais uma outra forma de diferenciaccedilatildeo das fases eacute a ocupa-ccedilatildeo ldquotemaacuteticardquo de determinadas quadras do

O Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Amanda Lelis e Roberta Andrade 7ordm periacuteodo

Belo Horizonte 30 de Novembro de 2009

Cidades bull 11

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O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

12 bull Cidades

LIRA FAVILLA

6ordm PERIacuteODO

Ao usar o termo legaliza-ccedilatildeo acaba-se esbarrando no fato de que atualmente essa palavra carrega um peso tatildeo grande quanto o termo droga

Conhecida cientifi camente como Cannabis sativa a maco-nha como eacute chamada no Brasil eacute um elemento muito presente nas polecircmicas rodas de discus-satildeo que envolvem a liberaccedilatildeo de seu consumo Antes defen-dida por hippies seu uso de forma legal como uma conduta regulada por lei vem sendo defendida por nada menos que trecircs ex-presidentes latino-ame-ricanos e mais uma comissatildeo de 17 especialistas personalidades e professores O ex-presidente brasileiro e socioacutelogo Fernando Henrique Cardoso 77 eacute um deles A comissatildeo que tam-beacutem conta com os economistas Cesar Gaviria 61 da Colocircm-bia e Ernesto Zedillo 57 do Meacutexico propotildee uma revisatildeo na poliacutetica mundial de drogas e garante ser de extrema impor-tacircncia o debate das condi-ccedilotildees legais para seu consumo

Originaacuteria da Aacutesia Central com os primeiros registros his-toacutericos por volta de 200 anos aC na China no Egito e na

Iacutendia a maconha tem o THC (tetraidrocanabinol) como o principal causador dos efei-tos fiacutesicos e psiacutequicos os olhos vermelhos aumento do apetite e do batimento cardiacuteaco boca seca e coordenaccedilatildeo motora prejudicada A erva foi muito utilizada para fi ns medicinais reduzindo naacuteuseas e vocircmitos produzidos por medicamen-tos anticanceriacutegenos e em alguns casos no tratamento da epilepsia Diversas outras par-tes da planta satildeo utilizadas em paiacuteses como EUA Inglaterra Espanha Chile Franccedila Suiacuteccedila Holanda Canadaacute para produzir fi bras tecircxteis das mais variadas qualidades oacuteleos bio-combus-tiacuteveis estruturas para constru-ccedilatildeo civil peccedilas automotivas cosmeacuteticos medicamentos ali-mentos entre outros produtos

Em fevereiro deste ano a uacuteltima reuniatildeo da Comissatildeo Latino Americana sobre Drogas e Democracia realizada no Rio de Janeiro exaltou os benefiacutecios do consumo da droga nas ques-totildees da sauacutede e nuacutemeros foram colocados na mesa Bilhotildees de doacutelares satildeo gastos por ano para combate ao traacutefi co e milhotildees de pessoas perdem suas vidas ou satildeo presas envolvidas nesse lucrativo ldquomercadordquo ile-gal Seguindo a linha de que as proibiccedilotildees estimulam o desvio

a proibiccedilatildeo da droga estimula e sustenta o traacutefi co Contudo eacute importante ressaltar que subs-tacircncias mais pesadas como cocaiacutena natildeo estatildeo visadas para entrar na discussatildeo da legalizaccedilatildeo Segundo FHC ldquoa maconha aleacutem de ser a droga menos danosa ao organismo eacute a mais consumida Seria leviano incluir drogas mais pesadas nessa propostardquo afi rmou em entrevista agrave revista EacutePOCA

O tabaco e o aacutelcool consi-derados legais e que tambeacutem causam dependecircncia quiacutemica nos usuaacuterios matam muito mais que a maconha Segundo o Relatoacuterio Mundial sobre Dro-gas do UNODC (Escritoacuterio das Naccedilotildees Unidas contra Drogas e Crime) o tabaco mata cinco milhotildees de pessoas o aacutelcool cerca de 25 milhotildees e as dro-gas iliacutecitas cerca de 200 mil pes-soas por ano em todo o mundo Seus fabricantes pagam impos-tos altiacutessimos e gastam muito com publicidade incentivando o uso do produto e agora estatildeo passando por maus bocados Com a nova lei ldquoantifumordquo eacute proibido fumar cigarro ou deri-vados de tabaco em ambientes de uso coletivo puacuteblicos ou privado uma diferenccedila signifi -cativa Todavia natildeo diminui o fato de o tabagismo ser consi-derado a maior causa evitaacutevel

de mortes e doenccedilas no mundoMas haacute quem discorde dessa

visatildeo que parece ser de caraacuteter liberal Meacutedicos e especialistas acreditam que com a liberaccedilatildeo da maconha e o consequumlente uso maciccedilo da publicidade um nuacutemero maior de pessoas experimentariam a droga Logo seriam mais pessoas sujeitas aos seus danos como por exemplo os problemas de perda de memoacuteria e doen-ccedilas relacionadas ao pulmatildeo

O Dr Elisaldo Carlini em entrevista para Drauzio Varella fala que com a publicidade a droga ganharia mais usuaacuterios e ldquocomo a maconha faz mal para os pulmotildees acarreta proble-mas de memoacuteria e em alguns casos leva agrave dependecircncia natildeo deve ser legalizadardquo Poreacutem ao ser perguntado por Varella se essa linha de raciociacutenio tam-beacutem seria aplicada ao aacutelcool ele responde que natildeo eacute contra a legalizaccedilatildeo do aacutelcool ldquopor-que vivemos uma situaccedilatildeo de fato em que seu uso social eacute aceito e estaacute consagradordquo e completa dizendo que ldquoos resultados da famosa Lei Seca americana jaacute provaram que eacute impossiacutevel proibir o uso do aacutelcool e que se o fi zermos o tiro pode sair pela culatrardquo A ONU recomendou sua proibi-ccedilatildeo em todo mundo e assim

como o governo americano considera o controle de oferta das drogas e combate ao traacutefi co a melhor forma de combater seus males Essa poliacutetica norte-americana custa uma fortuna cada vez mais crescente Atu-almente satildeo gastos 35 bilhotildees de doacutelares anuais contra os 10 bilhotildees gastos a 20 anos atraacutes

O ex-deputado federal e sub-secretaacuterio estadual Antidrogas Elias Murad diz que eacute radical-mente contra a legalizaccedilatildeo de qualquer tipo de drogas liacuteci-tas ou iliacutecitas Ele argumenta que a legalizaccedilatildeo estaacute ligada agrave ldquodisponibilidade de drogas no mercado que seria o caso encontrado em paiacuteses como Holanda e quando existe acei-taccedilatildeo por parte da comunidaderdquo

Em relaccedilatildeo ao pensamento de que a legalizaccedilatildeo da maco-nha diminuiria o traacutefi co Murad afi rma que ldquosim eacute uma forma de mostrar como o governo estaria tentando controlar o traacutefi cordquo mas acredita que ldquoos males que viriam com a legali-zaccedilatildeo seriam muito pior do que os que jaacute existem com o traacutefi cordquo

O desafi o lanccedilado eacute para que essas poliacuteticas puacuteblicas e leis possam ser discutidas e ela-boradas seguindo as diretrizes miacutenimas dos direitos humanos defendidos pela ONU (Orga-nizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas)

Editor e diagramador da paacutegina Diogo Hot e Aacutelvaro Castro- 6ordm periacuteodo

LEGALIZE JAacuteManifestaccedilotildees nas principais capitais do paiacutes geram debates acerca da temaacutetica da legalizaccedilatildeo da maconha

Manifestantes foram detidos pela Poliacutecia Militar por conduta excessiva na Marcha da Maconha na Praia do Arpoador na zona sul do Rio O evento natildeo chegou a acontecer porque foi proibido pela Justiccedila a pedido do Ministeacuterio Puacuteblico Estadual

Foto

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O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Cidades bull 13Editor e diagramador da paacutegina Diogo Hot e Aacutelvaro Castro -6ordm periacuteodo

Michael Phelps O campeatildeo oliacutempico foi

suspenso por trecircs meses por

ter sido fotografado utili-

zando maconha em festa

Marcello Antony Preso em 2004 comprando

maconha de um trafi cante

Marcelo D2 Afi rma fumar todos os dias

e jaacute sofreu vaacuterias repressotildees

por isso chegando a ser

preso apoacutes um show por

defender a liberaccedilatildeo da

droga

Giba Suspenso em 2003 por causa

do exame antidoping positivo

FAMOSOS QUE TIVERAM PROBLEMAS COM O USO

DA MACONHA

Fonte Revista Eacutepoca nordm 561

O Coletivo Marcha da Maco-nha Brasil eacute um grupo de indiviacuteduos e instituiccedilotildees que trabalham de forma descentra-lizada com um nuacutecleo-central que atua na manutenccedilatildeo do site wwwmarchadamaconhaorg e do foacuterum de discussotildees a ele vinculado Natildeo eacute um evento de cunho apologeacutetico e seus organizadores natildeo incentivam o uso de maconha ou de qual-quer outra substacircncia iliacutecita

Segundo informaccedilotildees apre-sentadas no site do movi-mento ldquoo objetivo eacute possibi-litar que todos os cidadatildeos possam se manifestar de forma livre e democraacutetica a respeito das poliacuteticas e leis sobre dro-gas do paiacutes Com essas ati-vidades procuramos ajudar a fazer com que essas leis e poliacuteticas possam ser construiacute-

das e aplicadas de forma mais transparente justa efi caz e pragmaacutetica respeitando a cida-dania e os Direitos Humanosrdquo

No ano passado a Marcha da Maconha foi proibida em nove das dez cidades brasileiras que fariam parte do circuito de manifestaccedilotildees que acontece-ram em outros 19 paiacuteses inclu-sive na capital mineira Apesar da proibiccedilatildeo vaacuterias pessoas compareceram agrave Praccedila da Estaccedilatildeo em 2008 e foram reprimidas pela Poliacutecia Militar

Este ano o Tribunal de Jus-ticcedila de Minas Gerais (TJMG) liberou a realizaccedilatildeo da Mar-cha da Maconha em Belo Horizonte O movimento tambeacutem foi autorizado no Rio de Janeiro Porto Alegre

Recife entre outros estados

Marcha no BrasilNo dia 9 de maio os estados

brasileiros do Rio de Janeiro Porto Alegre Juiz de Fora Bra-siacutelia Curitiba e mais outras 200 cidades em todo o mundo pro-moveram a manifestaccedilatildeo em favor da descriminalizaccedilatildeo do uso da maconha Realizada haacute sete anos no Brasil a Marcha da Maconha teve sua segunda edi-ccedilatildeo em Minas Gerais este ano

Em Belo Horizonte entre oitenta e cem pessoas partici-param da manisfestaccedilatildeo Os ati-vistas caminharam da Praccedila da Estaccedilatildeo passando pela Praccedila Sete ateacute chegarem agrave Praccedila da Liberdade onde o movimento se dispersou A passeata chamada

de Marcha da Maconha durou das 16h agraves 17h20 e segundo a Poliacutecia Militar durante a reali-zaccedilatildeo do protesto natildeo houve nenhum registro de violecircncia

No Rio de Janeiro a mobili-zaccedilatildeo que aconteceu em Ipa-nema reuniu cerca de 1200 par-tcipantes entre eles o ministro do Meio Ambiente Carlos Minc

Em Porto Alegre cerca de 350 simpatizantes da causa parti-ciparam da Marcha no Parque Farroupilha Por acreditarem que a erva eacute beneacutefi ca nos tratamen-tos de cacircncer Aids e glaucoma os seus defensores tambeacutem rei-vindicaram o reconhecimento de seu uso no campo medicinal O ato liberado pelo Ministeacuterio Puacuteblico teve uma hora de dura-ccedilatildeo e tambeacutem foi paciacutefico

Marcha da Maconha chegou em Brasiacutelia onde os manifestantes se reuniram em praccedila puacuteblica para protestar

A marcha pelo direito do uso

BRASILO cultivo e porte da maconha eacute proibido no Territoacuterio Brasileiro ainda que pela Lei natildeo haja mais pena de restriccedilatildeo agrave liberdade No entanto na praacutetica ateacute mesmo a conduta de distribuir panfl etos para divulgar o trabalho de um Movimento Social que fala sobre maconha pode acarretar autuaccedilatildeo por ldquocrime de apologia ao crimerdquo

CHINAPolitica de toleracircncia zero Trafi cantes condenados agrave morte e usuaacuterios obrigados a seguir programas de desintoxicaccedilao

HOLANDAPrimeiro paiacutes a liberar o uso da maconha em 1976 O consumo em bares especializados eacute liberado mas a venda fora deles eacute proibida

JAMAICAAo contraacuterio do que se imagina seu consumo eacute considerado ilegal mas o uso eacute altamente popular por parte da populaccedilatildeo local

Infografi a Felipe Chimicatti 7ordmG

Fotos divulgaccedilatildeo

BRASILO cultivoo e porte da maconha eacute proibiddo no Territoacuterio Brasileiroo ainda que pela Lei natildeo hhaja mais pena de restriccedilatildeo agrave liberdade No entanto na praacutetica ateacute mesmo aa conduta de distribuir panfl etoss para divulgar o trabalho de um Movimento Social quue fala sobre maconha pode acaarretar autuaccedilatildeo por ldquocrime dee apologia ao crimerdquo

JAMAICAAo contraacuterio do que se imagina seu consumo eacute considerado ilegal mas o uso eacute altamente popular por parte dapopulaccedilatildeo local

HOLANDAPrimeiro paiacutes a liberar o uso da maconha em 1976 O consumo em bares especializados eacute liberado mas a venda fora deles eacute proibida

CHINAPolPolitiitica ca de de toltoleracirceracircncinciaazerzero o TraTrafi cfi cantantes es concondendenadoados agraves agrave mo morterte e ue usuaacutesuaacuteriorios os obribrigadgados os a sa segueguir ir proprogragramasmas de de desdesintintoxioxicaccedilcaccedilaoao

Foto wwwfacunbbr storiesImagem_1145_edjpg

Condiccedilatildeo da maconha pelo mundo

12-13 - Maconhaindd 212-13 - Maconhaindd 2 12209 93005 AM12209 93005 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Leone -7ordm periacuteodo14 bull Comportamento

PEDRO LEONE

7ordm PERIacuteODO

Satildeo Paulo 10 de novembro de 2009 2230h A cena parecia receacutem tirada de um blockbuster apocaliacuteptico de Hollywood Pes-soas caminhando pelos trilhos do metrocirc carros desgovernados e uma cidade com 11 milhotildees de pessoas totalmente no escuro Era assim que se encontrava a capital paulista apoacutes o apagatildeo no fornecimento energeacutetico no Brasil causado por uma falha na linha de distribuiccedilatildeo de Furnas Na ocasiatildeo a usina de Itaipu responsaacutevel pela geraccedilatildeo de 20 da energia que abastece o paiacutes e 85 do Paraguai teve o funcionamento inteiramente interrompido Desde o pri-meiro momento de breu o que se viu entatildeo foi um fenocircmeno ateacute entatildeo pouco conhecido no Brasil Em questatildeo de minutos o site de relacionamento Twitter registrou milhares de comentaacute-rios postados por usuaacuterios de todo o paiacutes sobre o apagatildeo

O Twitter eacute a mais recente moda no mundo da internet Criado haacute trecircs anos o serviccedilo consiste em um blog pessoal um espaccedilo onde o usuaacuterio coloca textos com um limite de 140 caracteres (nada aleacutem de uma pequena frase) sobre o assunto que quiser Paula Fabian ex-coordenadora de produccedilatildeo do portal Uai e atual responsaacutevel pela comunicaccedilatildeo e pelo blog da Iveco acredita no entanto que as redes sociais natildeo satildeo apenas moda ldquoAs redes sociais chegaram para fi car e evoluiacute-rem refl etem uma mudanccedila de paradigma que a internet jaacute vem proporcionando haacute algum tempordquo afi rma

De fato se inicialmente a ideia dos criadores era de que as pessoas contassem o que estatildeo fazendo no momento em que escreveram hoje a ferramenta evoluiu e eacute usada como outras redes sociais para uma infi ni-dade de outros fi ns

Um dos marcos do uso de redes sociais na divulgaccedilatildeo jornaliacutes-tica ocorreu durante as eleiccedilotildees presidenciais no Iratilde em junho deste ano quando o mundo se viu inundado por notiacutecias sobre protestos e escacircndalos na apu-raccedilatildeo dos votos O incidente causou uma grande mobilizaccedilatildeo na miacutedia mundial Enquanto isso o proacuteprio governo iraniano cerceava alguns veiacuteculos locais chegando a fechar websites de oposiccedilatildeo Foi a deixa para o sur-gimento de uma diversidade de conteuacutedos em diversos espaccedilos na internet Viacutedeos no Youtube comunidades virtuais em todo tipo de site e uma infi nidade de comentaacuterios no Twitter fi zeram o evento um dos mais comen-tados em todo o mundo virtual Um usuaacuterio que se denominava ldquoTh eranBueraurdquo publicava no Twitter notiacutecias em tempo real atraveacutes do celular notiacutecias dos protestos de estudantes contra o governo

ItaipuA falha na distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica no Brasil causou um efeito semelhante Enquanto vagavam no escuro em ruas presos em elevadores trens e metrocircs e de dentro das proacuteprias casas centenas de natildeo-ilumina-dos recorreram a seus celulares para postar duacutevidas comentaacute-rios e notiacutecias na rede Apoacutes o restabelecimento da luz proli-feraram viacutedeos fotos e depoi-

mentos dos ocorridos Durante a madrugada do dia 10 em meio ao blecaute a assessoria de imprensa da usina de Itaipu criou uma conta no Twitter para divulgar comunicados ofi ciais sobre o ocorrido e responder as duacutevidas da populaccedilatildeo ldquoEm ins-tantes publicaremos a nota ofi -cial de Itaipu Binacional sobre o blecauterdquo foi o primeiro recado da empresa na rede

O uso das redes sociais pelas assessorias de imprensa eacute um dos casos mais curiosos e recor-rentes da evoluccedilatildeo das ferra-mentas Canais de viacutedeos insti-tucionais comunidades virtuais ofi ciais para aumentar o contato com o puacuteblico blogs e micro-blogs dando furos de notiacutecias nos veiacuteculos fornecendo infor-maccedilotildees ofi ciais em primeira matildeo O Clube Atleacutetico Mineiro aleacutem do caso da proacutepria Itaipu eacute

um exemplo Atraveacutes do Twitter o presidente do clube Alexan-dre Kalil divulga notiacutecias antes de saiacuterem na imprensa Esse uso no entanto natildeo eacute considerado por todos como jornaliacutestico ldquoNa minha opiniatildeo as redes disse-minam rapidamente as notiacutecias em piacutelulas mas natildeo considero como um trabalho jornaliacutesticordquo Afi rma Paula Fabian

As ferramentas ampliam o jaacute antigo uso dos websites como contato institucional com o mundo virtual Segundo Paula a ampliaccedilatildeo eacute o caminho certeiro das empresas que buscam esse contato indo aleacutem das proacuteprias redes sociais ldquoO mundo atual solicita presenccedila digital E natildeo basta estar simplesmente pre-sente na internet ou nas redes sociais Eacute preciso ser consistente em tudo o que se propotildee a parti-cipar Eacute preciso manter coerecircn-

cia com a atitude que se propotildee seguir nas redes sociaisrdquo

Outro obstaacuteculo levantado por ela eacute quanto a confi abili-dade das informaccedilotildees da rede ldquoNatildeo acho que nenhum veiacuteculo seja confi aacutevel quem eacute confi aacutevel eacute quem o faz quem estaacute por traacutes A inocecircncia na internet acabou a democracia que o meio pro-porciona abre espaccedilo tanto para o mal quanto para o bem o ver-dadeiro ou o falso o liacutecito ou iliacutecito A escolha eacute de cada umrdquo disse Paula

No fi m jornaliacutestico ou natildeo confi aacutevel ou malicioso a ampla difusatildeo de informaccedilotildees na internet soacute eacute beneacutefi ca Beneacutefi ca para os leitores cada vez mais informados e para os veiacuteculos que se obrigam a natildeo parar no tempo mantendo-se em discus-sotildees e reciclagens atraveacutes das novas tecnologias

Um passarinho me contouCada vez mais as redes sociais deixam de ser pura moda e passam a incorporar o dia a dia das pessoas

O New York Times dispotildee no Youtube viacutedeos que ampliam os assuntos abordados no jornal

ldquoFalaram para o estagiaacuterio em Itaipu quando sair apaga tudordquo

Piada difundida apoacutes o blecaute em Itaipu

ldquoCarini foi contratado Chegou no vocirco 1648 da

Gol hoje a tarderdquoAlexandre Kalil presidente do Atleacutetico-MG

se adiantand agrave imprensa

ldquoObra do Rodoanel desaba sobre a Reacutegis em SP equipe retira

escombrosrdquoEstado de Satildeo Paulo divulga manchetes

antes no Twitter

ldquoO diabo natildeo tinha chifre ateacute o dia em

que algueacutem mandou Zeacute Mayer pro infernordquo

Piadas sobre o ator Zeacute Mayer satildeo recorrentes na rede

No Twitter

14-15 - Redes Sociaisindd 114-15 - Redes Sociaisindd 1 12209 93048 AM12209 93048 AM

O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Leone - 7ordm periacuteodo Comportamento bull 15

Pouco mais de quatro meses apoacutes a sua morte em 25 de junho deste ano Michael Jackson con-tinua a mostrar porque eacute con-siderado o Rei do Pop O docu-mentaacuterio ldquoTh is is itrdquo em exibiccedilatildeo nos cinemas continua gerando comentaacuterios dos mais diversos tipos No entanto nenhum espec-tador tem duacutevidas do quanto Jackson merecia este tiacutetulo

O longa mostra os bastidores dos ensaios da uacuteltima turnecirc de Michael Jackson que natildeo che-gou a acontecer devido agrave morte precoce do cantor O lanccedilamento da obra agitou o mundo real ndash e virtual Enquanto os ingressos eram vendidos a uma velocidade exorbitante (soacute em Londres foram mais de 30 mil ingressos nas pri-meiras 24 horas) na rede o nome do cantor estaacute nos Trending Topics

do Twitter desde a noite de estreacuteia do documentaacuterio Ou seja o Reio do Pop estaacute entre os assuntos mais comentados do microblog

Logo que chegou aos cinemas os ldquotwitteirosrdquo de plantatildeo jaacute posta-ram suas impressotildees sobre o fi lme O criacutetico de cinema Pablo Villaccedila escreveu ldquomesmo longo e visual-mente desinteressante pinta uma imagem tatildeo favoraacutevel de MJ que indagamos por que natildeo fez algo assim antesrdquo Como costuma fazer com as obras que assiste Villaccedila daacute sua nota 3 em 5

A atriz Elizabeth Taylor fatilde e amiga de Michael Jackson tam-beacutem recorreu ao microblog para divulgar suas impressotildees ldquoReal-mente acredito que este fi lme deveria ser indicado em todas as categorias possiacuteveis Eacute a obra cinematograacutefi ca mais brilhante

que jaacute virdquo escreveu Taylor Mas tambeacutem haacute opiniotildees contraacuterias A ldquotwitteirardquo Laura Andrade critica o fi lme por considerar desneces-saacuterio mostrar a cruel realidade dos uacuteltimos dias do artista

O sucesso do documentaacute-rio eacute tatildeo grande que a Sony Pictures Entertainment jaacute anunciou que poderaacute esten-der o periacuteodo de exibiccedilatildeo que em princiacutepio seria de apenas duas semanas Com o longa mais tempo em cartaz o lanccedilamento do DVD foi adiado para o iniacute-cio do proacuteximo ano Mas para quem eacute fatilde a espera vai valer a pena jaacute que o DVD vai conter mais trecircs horas de extras que incluem cenas dos ensaios e versotildees ineacuteditas de videoclipes

No dia 22 de outubro a estu-dante Geisy Arruda de 20 anos foi exposta agrave vergonha puacuteblica pelos seus colegas na faculdade Uniban em Satildeo Bernardo do Campo As injuacuterias foram desde chingamentos ateacute ameaccedilas de lin-chamento e estupro sendo moti-vadas pelo vestido curto da aluna

O fato que ocorreu durante o horaacuterio de aula causou tanto tumulto na faculdade que as aulas foram interrompidas Cen-tenas de alunos foram para os corredores do Campus protestar e Geisy teve que sair acompa-nhada de escolta policial

O fato ganhou repercussatildeo nacional depois que um viacutedeo da retirada da aluna pela poliacutecia

sob gritos de colegas xingando passou a circular na internet

O viacutedeo publicado no site de viacutedeos Youtube teve milhares de acessos No Orkut foram criadas dezenas de comunidades para falar do assunto

Vaacuterios comentaacuterios na inter-net se ploriferaram nos textos sobre o assunto Ricardo aluno da Uniban disse no blog de Luiz Nassif estar chateado com o escacircndalo e em outro comen-taacuterio Josueacute Mecenas chamou os alunos de hipoacutecritas

No site da revista Marie Claire profi ssionais da moda se mani-festaram ldquo O brasileiro eacute o povo menos chauvinista em termos vestimentais So haacute restriccedilotildees

para homens por conta do com-plexo de machismordquo

A jornalista Eacuterica Palomino tambeacutem afi rmou no site ldquoEu pensei que minissaia havia sido inventada haacute 40 anos e natildeo fosse mais novidaderdquo A socioacuteloga Miriam Abramovay no site do Correio Brasiliense afi rmou que a atitude dos estudantes eacute vio-lenta agressiva e conservadora

Ainda no Twitter tambeacutem houve quem sugerisse que a garota fez algo aleacutem de usar uma minissaia Em comentaacuterio na rede social Ana Paula Bertoni disse que outro protesto aconteceu na Uniban Dessa vez os colegas da aluna agredida se manifestaram com narizes de palhaccedilo

O Rio de Janeiro ganhou des-taque na imprensa nas uacuteltimas semanas por motivos tanto posi-tivos quanto negativos A Cidade Maravilhosa foi escolhida como sede das Olimpiacuteadas de 2016 e dias depois pautou os noticiaacuterios com a guerra do traacutefi co O assunto tambeacutem invadiu as redes sociais (blogs Twitter Orkut entre outras) depois da derrubada de um heli-coacuteptero no Morro dos Macacos

O jornalista Carlos Castilho em um artigo intitulado ldquoDo tiro ao Twitterrdquo no site Observatoacuterio da Imprensa tocou numa ques-tatildeo interessante e pertinente ao contexto ldquopoliacutecia X crime organizadordquo Numa pesquisa recente destinada aos Estu-dos de Seguranccedila e Cidadania

provou-se que os policiais con-sideram os blogs como uma fer-ramenta poliacutetica ameaccediladora e subversiva para as tradicionais hierarquias que regem os quar-teacuteis no Brasil Apesar disso os blogs policiais podem mexer com a verticalizaccedilatildeo que pre-domina hoje na estrutura mili-tar expondo o que haacute de errado dentro das corporaccedilotildees e colo-cando em xeque as hierarquias

Espelhado no modelo norte-americano de amostragem de viacutetimas por guerras civis o site Rio Body Count foi criado para contabilizar por aproximaccedilatildeo o nuacutemero de viacutetimas na guerra do traacutefi co no Rio de janeiro mas jaacute foi desativado na Web

Sobre a atual violecircncia no

Morro dos Macacos o publicitaacute-rio e morador do bairro da Tijuca no Rio de Janeiro Gabriel Wardil 24 informou por meio de seu Twitter que o medo e a impo-tecircncia satildeo gerais e que as pessoas estatildeo mudando a rotina por causa da violecircncia ldquoEstamos no meio de uma guerra onde natildeo haacute como se defender e sendo governados pelo crime e terrorrdquo declarou

Comunidades do Orkut viacutedeos no Yotube posts em blogs satildeo exemplos de ferra-mentas que datildeo forccedila e auto-nomia para a voz da populaccedilatildeo Enquanto o Legislativo toma decisotildees a portas fechadas a Internet se torna um ambiente democraacutetico considerada por muitos como a nova Aacutegora

Arte Pedro Leone 7ordmG

Foto Bruno Gonzales em blog de Jorge Schweitzer

Guerra do traacutefi co no Rio de Janeiro se espalha na web

Textos nesta paacutegina escritos por Ana Carolina Amariz Flaacutevia Leatildeo Gabriel Assunccedilatildeo Jaime Hosken Liacutevia Martins Paula Sampaio Fernando Kelysson Gabriela Machado Michele Cristina Nathalia Magalhatildees Raiacutessa Rodrigues Rodrigo Otoni (6ordmG)

ldquoEu pensei que minissaia havia sido inventada haacute 40 anos e natildeo fosse mais novidaderdquoMiriam Abramovay socioacuteloga

Rei do Pop rouba cena no Twitter

Minissaia leva a motim de universitaacuterios

Guerra no Morro dos Macacos invade Web

14-15 - Redes Sociaisindd 214-15 - Redes Sociaisindd 2 12209 93048 AM12209 93048 AM

O Ponto

16 bull EsporteBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacuteginaPedro Gontijo e Clarisse Simatildeo - 6ordm periodo

O Rugby

Passados os anos as regras e nuacuteme-ros de participantes foram variando podendo hoje ser praticado com 15 10 ou 7 (conhecido como 7-a-side) joga-dores em cada time que se dividem em dois grupos ldquoOs Fowards satildeo jogadores maiores em tamanho e mais pesados enquanto os Backs satildeo mais raacutepidos menores mais leves e mais aacutegeis Eles atacam com velocidade passam a bola mais raacutepido mas tambeacutem haacute choquesrdquo explica Ariel Palacios treinador do time feminino do BH Rugby o maior da capital mineira

Durante a partida soacute eacute possiacutevel pas-sar a bola para o lado ou para traacutes sendo que os avanccedilos satildeo decorrentes das corridas com posse de bola Soacute eacute permitido passe para frente com pon-tapeacutes e no chute soacute podem perseguir a bola aleacutem do chutador aqueles joga-dores que estiverem em linha ou atraacutes do mesmo no momento do pontapeacute

Muitas vezes o esporte passa a ima-gem de violento mas seus praticantes defendem opiniatildeo contraria ldquoPassa essa imagem porque dentro de campo haacute um contato intenso entre os joga-dores A agressividade eacute inerente ao jogordquo explica Vitoacuteria ex-jogadora do BH Rugby

Um fator interessante e que ajuda a aliviar as tensotildees do jogo eacute o chamado terceiro tempo Promovido pelo time da casa esse eacute o momento em que os jogadores conversam fazem amizades cantam brincam bebem e discutem os lances da partida apoacutes o jogo e eacute uma das tradiccedilotildees do Rugby

Em Minas Gerais aleacutem do BH Rugby existem mais dois times expressivos ambos em Varginha O Minas Rugby nascido em 1995 e o Varginha Rugby criado em 2000 Inconfidentes e Poccedilos de Caldas no interior do estado pos-suem equipes menores e algumas outras cidades jaacute esboccedilam um esforccedilo para montar uma estrutura para o esporte entre elas Nova Lima Juiz de Fora Viccedilosa Uberlacircndia Governador Valadares e Nova Era

Apesar do aumento significativo da procura pelo esporte o Rugby ainda

sofre com falta de verbas para financiar as viagens dos atletas para as competi-ccedilotildees nacionais e internacionais A fim de contornar a situaccedilatildeo jogadores e equipe teacutecnica se viram como podem Alguns fazem uma poupanccedila onde todo mecircs uma quantia de dinheiro eacute depositada outros vendem brindes como camisetas rifas e adesivos e os mais corajosos posam para fotos Foi o caso da seleccedilatildeo brasileira de rugby feminino Para poder participar do Mundial de Dubai realizado em marccedilo deste ano criaram um calendaacuterio com fotos sensuais das proacuteprias jogadoras Um meio de chamar a atenccedilatildeo das pessoas e arrecadar dinheiro para a viagem Natildeo ganharam o campeonato mas garantiram o 10ordm lugar no ranking mundial

Vida de JogadoraJogadora haacute um pouco mais de dois

anos no BH Rugby Marina conheceu o esporte atraveacutes de amigos de Satildeo Paulo mas quem a incentivou a jogar foi uma amiga de trabalho ldquoUm dia fui para conhecer os treinos e fiqueirdquo Amigos e familiares a questionavam sobre por que natildeo fazer ballet ou jazz atividades tradicionalmente femini-nas mas Marina afirma que apesar de jaacute ter tentado natildeo combina com ela de jeito algum A jogadora comenta tam-beacutem que nunca teve rivalidade com outras jogadoras ldquoSomente dentro do campo alguns olhares e puxotildees de cabelos mas fora do campo o terceiro tempo tira a tensatildeo um poucordquo afirma a atleta

O administrador Mathias Klaus namora haacute dois anos a jogadora do BH Rugby Maria Clara Ele acompanha sua namorada em todos os jogos e diz natildeo sentir ciuacutemes dos treinos que ela faz com o time masculino de Rugby ldquoSem-pre que daacute eu saio com a turma toda pra tomar umasrdquo Mathias confessou que reza sempre para que sua namo-rada saia do campo sem um arranhatildeo pois a jogadora jaacute quebrou a claviacutecula e o nariz mas afirma que o esporte ajuda no relacionamento ldquoO namoro eacute

Encerrada a partida o jovem estudante William Webb Ellis inconfor-mado com a derrota do seu time agarra a bola com as matildeos e sai cor-rendo em direccedilatildeo ao gol adversaacuterio - Que velocidade Surpreendidos seus adversaacuterios entram na corrida para tentar impedi-lo Agarrado pelas pernas o pequeno Willian vai ao chatildeo e vecirc a bola esvair-se de suas matildeos Dessa cena que causou estranheza durante um jogo de futebol na Inglaterra em 1823 surgiu a ideacuteia inicial de um novo esporte o Rugby

O Rugby eacute um dos esportes mais populares do mundo e cada vez mais vem ganhando adeptos pelo Brasil desmistifi cando a fama de esporte violento e deixando de ser comparado ao futebol americano

MARINA CAMISASSA

RENATA WILLIG 2ordmPERIODO

Fotos Pedro Gontijo

em trecircs tempos

16-17 - Rugbyindd 116-17 - Rugbyindd 1 12209 92745 AM12209 92745 AM

O Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Gontijo e Clarisse Simatildeo - 6ordm periodo

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Esporte bull 17

oacutetimo quando ela estaacute estressada ela desconta no campo e com as rivaisrdquo

Jogadora do BH Rugby de dezem-bro de 2005 ateacute Julho de 2007 Vitoacuteria nunca praticou outro esporte Ela fra-turou o braccedilo durante uma partida e depois novamente em casa no mesmo lugar mas continua defendendo que isso eacute comum por ser um esporte de muito contato fiacutesico Vitoacuteria tambeacutem afirma que o esporte precisa ser mais divulgado o que ajudaria a desvincu-lar essa imagem de jogo violento que tem hoje

Vencer as barreiras de um esporte que ainda daacute os primeiros passos no paiacutes eacute outro desafio segundo as joga-doras O BH Rugby participa de pelo menos um campeonato por ano e para custear as viagens aleacutem da mensali-dade paga por elas ao clube Como haacute poucos patrocinadores eacute preciso fazer rifas e caixinhas para ajudar nas despe-sas das viagens que tecircm custo variado de acordo com o nuacutemero de jogadoras que participam dos torneios

Em Setembro de 2006 o time femi-nino do BH Rugby conquistou o pri-meiro tiacutetulo ao vencer o Campeonato da Independecircncia de 7-a-side em Var-ginha no Sul de Minas Em Outubro de 2007 conquistou o Torneio de 7-a-side de Satildeo Joseacute dos Campos a primeira etapa do Circuito Brasileiro de Rugby

Rugby no BrasilO Brasil conheceu o rugby no seacuteculo

XIX e foi Charles Miller o mesmo que trouxe o futebol para o Brasil que em 1895 organizou o primeiro time de rugby brasileiro em Satildeo Paulo Mas somente em 1925 o rugby comeccedilou a ser praticado com mais regularidade no Brasil no Campo dos Ingleses per-tencente ao Satildeo Paulo Athletic Club (SPAC) em Pirituba Satildeo Paulo

Durante o periacuteodo de 1926 a 1940 foram organizados jogos interesta-duais entre clubes paulista e carioca aleacutem de jogos internacionais contra os Springboks da Aacutefrica do Sul em 1932 e contra a seleccedilatildeo Britacircnica em 1936

De 1941 a 1946 os jogos foram inter-rompidos devido agrave Segunda Guerra Mundial sendo retomados em 1947

Em 1960 foi formada a Alianccedila Rugby Football Club constituiacuteda por jogadores ingleses franceses argenti-nos e brasileiros No dia 6 de outubro de 1963 foi fundada a sede em Satildeo Paulo da Uniatildeo de Rugby do Brasil com a finalidade de organizar e dirigir o rugby brasileiro No ano seguinte a entidade patrocinava o III Campeonato Sul-Americano de Rugby quando o Brasil conquistou o vice-campeonato

A partir de 1971 comeccedilou a se desenvolver lentamente o rugby Infanto-Juvenil em Satildeo Paulo e em 20 de Dezembro de 1972 foi fundada a Associaccedilatildeo Brasileira de Rugby em substituiccedilatildeo agrave Uniatildeo de Rugby do Bra-sil sendo reconhecida pelo Conselho Nacional de Desportos (CND) A par-tir daiacute o esporte vem ganhando adep-tos no paiacutes do futebol e se populari-zando deixando para traacutes a imagem de violento

1 - Pilar

2 - Hoker

3 - Pilar

4 - Segunda linha

5 - Segunda linha

6 - Asa (tercera linha) 7 - Asa (tercera Linha)

8 - Oitavo (uacuteltimo na formaccedilatildeo do scrum)

PasseNo rugby soacute eacute possiacutevel passar a bola para o lado ou para traacutes sendo que os avanccedilos satildeo decorrentes das corridas com posse de bola Soacute eacute permitido passes para frente com pon-tapeacutes No chute soacute podem perseguir a bola aleacutem do chutador aqueles jogadores que estiverem em linha ou atraacutes do mesmo do momento do pontapeacute

Tackle ou placagemO tackle eacute feito agarrando-se o jogador adver-saacuterio que estaacute com a bola e jogando-o ao chatildeo para que se possa fazer a tentativa de tomada da posse de bola atraveacutes do ruck

RuckQuando um jogador eacute tackleado ele solta a bola e eacute formado um ruck Jogadores dos dois times se jogam em cima daquele que estaacute ao chatildeo e tentam empurrar a bola para o seu lado do campo com o detalhe de que natildeo eacute permitido mover a bola com as matildeos

MaulOcorre quando trecircs jogadores sendo um portador da bola e os outros dois um de cada time estatildeo em contato A diferenccedila entre o ruck e o maul eacute que no uacuteltimo a bola natildeo se encontra no chatildeo e sim na matildeo do jogador Os jogadores devem manter a cabeccedila e os ombros acima da linha da cintura Natildeo eacute per-mitido tirar os jogadores do maul a natildeo ser que esse seja do time adversaacuterio e esteja do lado errado do maul

ScrumO scrum ou formaccedilatildeo ordenada geralmente eacute usado apoacutes uma jogada irregular ou em alguma penalidade O HalfScrum da equipe que natildeo cometeu a infraccedilatildeo insere a bola no meio de um ldquotuacutenelrdquo formado pelas duas primeiras linhas de cada equipe para que os jogadores de sua equipe consigam ganhar a posse da bola Qualquer jogador alheio a formaccedilatildeo ordenada tem que estar a 10 m da mesma

LateraisQuando a bola sai pela lateral do campo eacute realizado um alinhamento para que a bola volte ao jogo O Hoker da equipe lanccedila a bola no meio das duas linhas formadas Um joga-dor de cada equipe eacute levantado no ar para tentar agarrar a bola Quando a bola eacute posta na lateral o outro time pode repocirc-la rapida-mente para dentro de campo se esta cruzar a linha de cinco metros sem formaccedilatildeo de linhas

MarkQuando a equipe adversaacuteria chuta a bola e o jogador da outra equipe a pega sem quicar no chatildeo e dentro da aacuterea dos 22 metros ele pode chamar um mark ou pedir marco que eacute a possibilidade de se dar um chute sem o perigo de ser placado Serve como um fator de proteccedilatildeo para a defesa da equipe que pediu o marco pois interrompe o jogo e o time tem direito a um pontapeacute livre de onde o mark foi pedido

Algumas jogadas do Rugby

Esquema de jogo

BH RUGBY

12ordm BI do ExeacutercitoRua Timbiras com Barbacena Barro Preto Belo Horizonte - MG

Belo H

s sendo umLateraisQuQQQuQuQuQuQuQuananandodoodododd a bola saaaai peela lattererererala ddddoooo cacacacampmpmpmpmm oooooooo eacuteeacuteeacuteeacute

Ariel PalaciosTeacutecnico do BHRugby

312

6

45

789

10

111213

1514

9 - Half Scrum 10 - Apertura 11 - Ponta cego

12 - Primer centro

13 - Segundo Centro

14 - Ponta aberto

15 - Fullback

16-17 - Rugbyindd 216-17 - Rugbyindd 2 12209 92753 AM12209 92753 AM

O Ponto

18 bull CulturaBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Liacutevia Martins e Flaacutevia Leatildeo - 6 ordm periacuteodo

LUCAS RAGE VICTOR DUARTE RENAN BORGES

2ordm PERIODO

Desde 2004 os belo-hori-zontinos vecircm recebendo visi-tas ilustres nas diversas linhas de transporte puacuteblico da capi-tal Jaacute passaram pelos ocircnibus escritores como Gonccedilalves Dias Machado de Assis Castro Alves e muitos outros Calma eles natildeo estatildeo rodando por aiacute como passageiros estatildeo pre-sentes por meio de suas obras Eacute o projeto Leitura para Todos

Idealizado e organizado pelo Programa de Ensino Pesquisa e Extensatildeo A Tela e o Texto do curso de Letras da Universi-dade Federal de Minas Gerais (UFMG) o projeto Leitura para Todos tem o objetivo de levar literatura agrave grande populaccedilatildeo belo-horizontina de maneira dinacircmica e acessiacutevel

O que natildeo falta ao passa-geiro eacute escolha na hora de ler Satildeo oferecidas obras dos mais variados estilos desde crocircni-cas machadianas a poemas de Gonccedilalves Dias passando por composiccedilotildees musicais de Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes

Atraveacutes do site do projeto (wwwletrasufmgbratelaeo-texto) jovens autores tambeacutem podem enviar seus textos e jaacute

passam de 155 publicaccedilotildees deste cunho envolvidas na ini-ciativa O projeto contempla hoje 280 carros em 26 linhas distintas

Impressos em frente e verso e laminados os textos satildeo afi -xados na parte traseira dos assentos e apresentam faacutecil acesso Cada veiacuteculo possui uma meacutedia de vinte lacircminas dispostas ao longo dos assen-tos de maneira para atingir todos os passageiros Os textos satildeo trocados de trecircs em trecircs meses As formataccedilotildees variam de acordo com o tema e a forma luacutedica com a qual algu-mas obras satildeo expostas busca atrair o leitor relutante

RepercussatildeoAs estrateacutegias para atrair o lei-

tor apesar de criativas natildeo agra-daram a todos ldquoA letra eacute muito pequena entatildeo eu natildeo leio muitordquo diz Amanda Dias usuaacute-ria da linha Circular 01 (SC01) e moradora de Betim Estudante e morador da Savassi tambeacutem usuaacuterio da linha Guilherme Carvalho concorda ldquonatildeo atrai natildeo chama a atenccedilatildeo Fica ali mas a gente nem vecirc direito falta alguma coisa para chamar mais a atenccedilatildeo do pessoalrdquo

O maior problema aparenta ser a combinaccedilatildeo entre trans-porte puacuteblico e leitura uma vez que nem todos os passageiros podem se sentar durante a via-

gem ldquoEacute interessante para quem vai sentado mas quem estaacute de peacute natildeo aproveita muitordquo aponta Amanda Dias

Mas a iniciativa possui uma linha de admiradores para quem o incentivo agrave cultura e a dissemi-naccedilatildeo da literatura natildeo passam despercebidos Moradora do Taquaril e usuaacuteria da linha 9503 Vanusa dos Santos se entusiasma com o projeto ldquoAs histoacuterias satildeo legais Tem algumas que eu tenho ateacute vontade de levar para casa e ler para os meus fi lhos Eu jaacute li quase todas sempre que acabo de ler a minha jaacute estou logo pegando a do ladordquo afi rma Ilza Ferreira Gomes moradora de Venda Nova e usuaacuteria da

linha Circular 02 (SC02) tambeacutem divide o entusiasmo de Vanusa ldquoAcho excelente Incentiva a lei-tura A primeira coisa que eu faccedilo quando entro no ocircnibus eacute pegar um texto para lerrdquo

Segundo a coordenadora do projeto e do Programa A Tela e o Texto da FALE-UFMG Maria Antonieta Pereira a repercus-satildeo do projeto natildeo poderia ser melhor ldquoTemos recebido mui-tos textos novos e comentaacuterios dos leitores No mecircs que vem entraraacute em circulaccedilatildeo o texto de um usuaacuterio sobre o Leitura para Todosrdquo afi rma

De acordo com Maria Anto-nieta a maioria dos textos rece-bidos eacute de qualidade Para sele-cionaacute-los o criteacuterio utilizado eacute o valor literaacuterio ldquoFicam de fora apenas os textos que apresen-tarem linguagem vulgar ou de cunho agressivo Mas isso eacute rarordquo conclui

Mais do que uma degustaccedilatildeo literaacuteria muitos vecircem no projeto um passatempo que possibi-lita distraccedilatildeo durante as longas viagens de volta para casa ou em direccedilatildeo ao trabalho ldquoVocecirc comeccedila a ler e nem vecirc o tempo passarrdquo diz Jidalva da Silva moradora de Ibiriteacute e usuaacuteria da linha 3052 Guilherme Carvalho acrescenta ldquoEacute bacana porque a gente natildeo tem nada para fazer no ocircnibus entatildeo a gente lecirc no caminhordquo

Projeto Leitura para TodosFoto Divulgaccedilatildeo BHTrans

Com cinco anos de existecircncia iniciativa ainda passa despercebida por muitos passageiros de ocircnibus

Faz-de-conta domina a literaturaLivros com tramas e personagens fantaacutesticos encabeccedilam listas de mais vendidos

GABRIELA CAMPOLINA

5ordm PERIacuteODO

As aventuras de um bruxi-nho um mundo rodeado por robocircs que de repente passam a ter sentimentos o romance entre uma jovem e um vampiro a cegueira repentina A fi c-ccedilatildeo oferece um mundo rico de possibilidades estimulantes O autor fi ca livre para propor novas abordagens construir cenaacuterios - diferentes daqueles que estamos acostumados O leitor pode se deliciar com estoacuterias divertidas e impossiacuteveis na vida real mas que povoam a sua mente e satildeo apaixonantes

Para o doutorando em Lite-ratura de Liacutengua Portuguesa e professor da Universidade Fumec Luis Henrique Barbosa o sucesso desses livros pode ser atribuiacutedo ao grande poder da miacutedia ldquoHoje em dia eacute difiacutecil esca-

par dessa infl uecircncia ateacute mesmo para quem tenta fugir um pouco dissordquo Segundo o professor os meios de comunicaccedilatildeo criam um tipo de ldquomodardquo

Atualmente o livro que estaacute no topo dos mais vendidos eacute ldquoA Cabanardquo do canadense William Young que narra a histoacuteria de Mackenzie Allen Philip perso-nagem principal de uma trama que envolve questotildees religiosas ao desconstruir os estereoacutetipos de Deus e Jesus apresentados respectivamente como uma mulher negra grande e gorda e um jovem do Oriente Meacutedio que conserta e constroacutei coisas Outro sucesso de venda foram os livros da seacuterie Crepuacutesculo (Twilight) que conta a histoacuteria de uma ado-lescente que se apaixona por um vampiro recentemente adap-tada para o cinema

Os best-sellers de fi cccedilatildeo jaacute tomaram as salas de cinema haacute

um tempo Em termos de adap-taccedilatildeo literaacuteria escritores tendem a achar que o fi lme deve ser fi el ao texto Jaacute os cineastas enten-dem que a linguagem das telas eacute outra e que o compromisso do cinema eacute com os espectadores natildeo com os leitores Os escrito-res defendem a fi delidade os cineastas natildeo

O sucesso de longas como ldquoO senhor dos aneacuteisrdquo ldquoHarry Pot-terrdquo ldquoEu Robocircrdquo ldquoEnsaio sobre a cegueirardquo ldquoEntrevista com um vampirordquo de repente virou febre Todos parecem querer ldquoviajarrdquo por um mundo desconhecido

Os leitores principalmente os mais jovens querem ver seus livros personagens e aventuras preferidas de uma forma mais real Segundo Luis Henrique ldquoa miacutedia faz bom marketing e ainda tem o peso das peliacuteculas que direcionam ainda mais o foco do interesse do puacuteblicordquo E

independente das inuacutemeras criacute-ticas quanto a isso o sucesso eacute certo O exemplo eacute o das seacuteries Harry Potter e Twi-light - ambos best-sellers mundiais

A internet eacute tambeacutem um terreno que contribui para popularidade crescente da chamada literatura da moda de acordo com o pro-fessor Luis Henrique a litera-tura se tornou muito diversifi -cada ldquoHaacute um grande aumento por exemplo na lsquoliteratura de blogrsquo Muitos blogueiros escrevem histoacuterias que depois viram livrosrdquo diz Falando especifi camente sobre os livros de fi cccedilatildeo ele argu-menta que muito desse sucesso estaacute em foacutermulas que deram certo e se repetiram no avanccedilo da tecnologia na busca por res-postas e na tentativa de ldquofugardquo da rotina do dia-a-dia ldquoAinda assim eacute difiacutecil dizer porquecirc Eacute como

querer saber o motivo pelo qual muita gente escuta certo tipo de muacutesica ou assiste a certos tipos de fi lme Cada um tem uma razatildeo Tambeacutem natildeo podemos esquecer que estamos falando de moda E moda vai e voltardquo

criacute-sso as

m

o dem srdquote

18 - Literaturaindd 118 - Literaturaindd 1 12209 92644 AM12209 92644 AM

O Ponto

PEDRO LEONE

7ordm PERIacuteODO

A Faculdade de Ciecircncias Humanas da Fumec (FCH) lanccedilou no dia 20 de novem-bro a oitava ediccedilatildeo da revista ldquoMediaccedilatildeordquo de cunho cientiacute-fi co A publicaccedilatildeo que desta vez trouxe como tema central ldquoMiacutedas Audiovisuais e Proces-sos Identitaacuteriosrdquo representa um marco da revista por fortalecer a

periodicidade das produ-

ccedilotildees acadecircmicas da faculdade como reinteraram os diretores Antocircnio Marcos Nohmi Joatildeo Batista de Mendonccedila Filho e Th aiumls Estevanato em evento rea-lizado na data de lanccedilamento no auditoacuterio da FCH A revista passa ainda por uma reestrutu-raccedilatildeo editorial jaacute que a partir da proacutexima ediccedilatildeo natildeo conta mais com a professora Claudia Cha-ves Fonseca como editora que passa o cargo para o professor Rodrigo Fonseca e Rodrigues

Segundo Rodrigo um dos proacuteximos passos na consoli-daccedilatildeo da ldquoMediaccedilatildeordquo no mer-cado eacute a ampliaccedilatildeo dos pontos de distribuiccedilatildeo da publicaccedilatildeo sendo inclusive distribuiacuteda em bibliotecas de outras institui-ccedilotildees de ensino Aleacutem disso Rodrigo adiantou o tema-base da nona ediccedilatildeo jaacute sob seu comando que seraacute ldquoComuni-caccedilatildeo e estudos interdiscipli-naresrdquo Nela de acordo com o novo editor uma das metas seraacute ampliar o leque de assun-tos tratados e mostrar o caraacuteter plural da comunicaccedilatildeo

Outra meta para os proacuteximos nuacutemeros da revista eacute divulgar a

chamada para artigos em outros paiacuteses com a publicaccedilatildeo de textos traduzidos com exclusividade pela revista para o portuguecircs

Alunos como destaqueA novidade da oitava ediccedilatildeo

segundo a editora Claudia Cha-ves fi ca por conta da publica-ccedilatildeo da resenha ldquoEacutetica no ensino

de jornalismordquo de autoria das alunas do oitavo periacuteodo de jornalismo Ana Luacutecia Bahia e Marina Rigueira Para as alu-nas que dizem ter interesse em seguir a carreira acadecircmica a oportunidade eacute interessante por ser uma primeira experiecircn-cia na aacuterea O artigo segundo Ana Luacutecia e Marina eacute fruto de

um projeto de iniciaccedilatildeo cientiacute-fi ca e a primeira publicaccedilatildeo de cunho acadecircmico de ambas

A revista ldquoMediaccedilatildeordquo tem periodicidade semestral e teve nesta oitava ediccedilatildeo tiragem de mil exemplares reunindo dez artigos de professores pes-quisadores e profi ssionais da comunicaccedilatildeo social

Editor e diagramador da paacutegina Equipe O Ponto

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Miacutedias bull 19

FABIANA SOARES

7ordm PERIacuteODO

Kotler publicou sua biacuteblia do marketing e de repente todo mundo sabia como posicionar uma marca Entatildeo veio a Era Digital e desafi ou todas agecircncias de publicidade e profi ssionais de marketing Quais foram esses desafi os O que devemos levar em consideraccedilatildeo para posicio-nar uma marca online Eu com meu mero mas engajado conhe-cimento elaborei alguns toacutepi-cos que podem dar um rumo ao posicionamento digital

1) Pense e esteja OnlineO primeiro item eacute oacutebvio e pre-

cede todos os outros Se vocecirc quer entrar no mundo digital vocecirc tem que estar online A comunicaccedilatildeo digital eacute instantacirc-nea e interativa e se sua marca natildeo estaacute laacute quando um usuaacuterio a procura ele vai clicar na outra que estiver mais proacutexima Entatildeo

esteja sempre disponiacutevel e mais importante abrace a interaccedilatildeo Natildeo adianta estar online e pen-sar offl ine Converse e escute os usuaacuterios hoje eles satildeo tatildeo importantes no posicionamento de sua marca quanto a televisatildeo foi na deacutec de 50 O que nos leva ao segundo toacutepico

2) O usuaacuterio constroacutei a sua marca

Hoje o modelo de comuni-caccedilatildeo eacute interativo O internauta descobriu que pode produzir a mensagem e natildeo soacute recebecirc-la pacifi camente Entatildeo ele pode dizer que seu produtoserviccedilo eacute muito ruim ou muito bom e teraacute vaacuterias pessoas para ouviacute-lo E natildeo adianta querer abafar a sua voz isso soacute vai pegar mal e natildeo vai controlar a propagaccedilatildeo da mensagem (lembra do caso da Daniela Cicarelli) Entatildeo o que resta aacutes marcas eacute monitorar Vocecirc pode estar sempre alerta ao que estatildeo dizendo sobre vocecirc na web

eacute como um feedback instantacirc-neo e se estiverem falando bem oacutetimo mas se falarem mal per-gunte porque peccedila desculpas e desconstrua a imagem ruim que aquele usuaacuterio tem sobre sua marca Mas cuidado para natildeo invadir o espaccedilo virtual dele

3) Cuidado O usuaacuterio pode natildeo querer te ouvir

Vocecirc monitora sua marca na web e resolve entrar na discussatildeo dos usuaacuterios sobre sua marca Vaacute com calma Ele provavelmente vai estar em uma rede social conversando com seus amigos e de repente vocecirc vira um inva-sor inoportuno Hoje o usuaacuterio quer ouvir e daacute mais credibi-lidade a fala de seu ldquoamigo de rederdquo do que na auto-afi rmaccedilatildeo de uma marca Ele quer ouvir o que sua rede social tem a dizer e natildeo vocecirc Entatildeo uma estrateacutegia muito mais efi ciente de conver-sar com o usuaacuterio eacute sendo um usuaacuterio ou tendo como porta voz

algum usuaacuterio infl uente E se um usuaacuterio fala bem da sua marca daqui a pouca seratildeo dois quatro seis

4) O boca-a-boca casou com a internet e teve um fi lho fofoqueiro O viral

O viral nasceu graccedilas a velo-cidade e o tamanho da rede Enquando na tv temos uma pessoa falando para outras 11 milhotildees na rede sua marca pode falar com esse mesmo nuacutemero de pessoas e essas pessoas com outras 11 milhotildees de pessoas em uma velocidade muito mais raacutepida que a de um Vt de 30rdquo Esse potencial de propagaccedilatildeo da men-sagem eacute bom e ruim Bom por permitir uma comunicaccedilatildeo mais efi ciente em termos de tempo e ruim pois uma vez lanccedilada na rede eacute impossiacutevel acompanha-la A melhor maneira entatildeo de se utilizar um viral eacute ser cuida-doso com o que se quer propa-gar Pense se aquela mensagem

eacute realmente relevante se natildeo vai criar uma imagem negativa e se eacute sufi cientemente criativo para que os usuaacuterios queiram compartilhaacute-lo O viral tem sido a menina dos olhos de muitos criativos publicitaacuterios e de seus clientes pois tem um custo rela-tivamente baixo e pode alcanccedilar um grande nuacutemero de pessoas mas tambeacutem tem grandes riscos de ser um total fracasso

A internet aidna tem muito a nos ensinar e tentei colo-car acima um pouco do que jaacute consegui obeservar Mas ainda tenho uma grande curiosidade que ateacute hoje ningueacutem conseguiu me explicar como se cobra por estrateacutegias digitais Como men-surar em dinheiro um viral por exemplo Como apresentar uma estimativa de custos honesta para o cliente quando tudo que se tem eacute uma ideacuteia Se algueacutem tiver essa resposta meu email eacute fabzsoaresgmailcom

E agora Joseacute A festa acabou a luz apagou e ta todo mundo na web

Original publicado em httpestagiocriativoblogspotcomO texto natildeo sofreu ediccedilatildeo nem correccedilotildees ortograacutefi cas a pedido da autora

A equipe de professores e convidados que participaram da organizaccedilatildeo da 8ordm ediccedilatildeo da revista

Mediaccedilatildeo chega ao seu oitavo nuacutemeroRevista da Faculdade de Ciecircncias Humanas da FUMEC coloca o tema ldquoMiacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuteriosrdquo em debate e tem como desafi o para os proacuteximos nuacutemeros ampliar a chamada para o envio de artigos acadecircmicos a pesquisadores de outros paiacuteses

8ordf ediccedilatildeo da revista trata das Miacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuterios

19 - Mediacaoindd 119 - Mediacaoindd 1 12209 93123 AM12209 93123 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

20 bull Cultura Editora e diagramadora da paacutegina Amanda Lelis - 7ordm periodo

COLCHAde retalhos

CU

RT

Are

talh

os

Ajude a costurar nossa colcha balaioretalhosgmailcom

Ir aleacutem da superfiacutecie

Que o espelho mostra

(e que o ego gosta)

VontadeBaacuterbara Rodrigues

Midori aki

hatake dandan

akaku naru

GuntaiJoatildeo Paulo Borges

Outono verde

o campo aos poucos

fi ca vermelho

ExeacutercitoJoatildeo Paulo Borges

Frederico PortoOde ao pensamento

Todo momento eacute hora de aventura e fantasia

E comeccedila ao raiar do dia

Crianccedilas vatildeo agrave escola e cantam a melodia

E a imaginaccedilatildeo se mistura com a nostalgia

O vento o sol a neve e a tempestade

Amanhatilde eacute o ontem criado com amizade

E Deus em seu computador

Natildeo procura responder

A mensagem deixada seraacute criada por vocecirc

E sem fi m com mais delongas

O encanto se apaixona

E comeccedila a respirar

Pensamento que viraacute

Eu que natildeo amo vocecircGabriela Gois

Era tudo novo ali No puro prazer na inocecircncia ele repousava a cabeccedila sobre o meu

colo segurando minha matildeo fi rmemente Ao longe o sol ia se despedindo deixando uma

leve e uacutenica brisa no fi m de tarde abafado Noacutes trocaacutevamos algumas palavras bobas meu

coraccedilatildeo disparava quando via aquele sorriso sincero Era tudo parte de um comeccedilo de

vida uma iniciaccedilatildeo no mundinho chato e triste que eacute o amor Tatildeo perfeito calmo irreal

verdadeiro e tiacutemido A rua estava vazia eu permanecia em silecircncio enquanto ele brin-

cava com meus dedos em suas matildeos magrelas e brancas

- E quando tudo isso acabar

- Como assim ndash suspirei afagando seu cabelo bagunccedilado

- A gente vai crescerhellipMudar Talvez um dia nossos rostos se apaguem

- Eu natildeo seihellipTalvez um dia noacutes vamos estar adultos andando em alguma cidade no

meio do caos e nos reconhecemos por um sorriso Eu largaria meu namorado vocecirc sua

vida boecircmia e noacutes podemos fugir pra Franccedila

- Vocecirc eacute tatildeo boba

- E vocecirc eacute tatildeohellip

Seus laacutebios tocaram os meus delicadamente nada invasivo Eram macios tinham

sabor de chocolate branco O que aconteceu internamente natildeo haacute como descrever nada

comparado agrave felicidade instantacircnea de uma roupa nova Natildeo era algo bem melhor que

isso Era tudo tatildeo maacutegico e delicioso nada de preocupaccedilotildees Eacuteramos dois na calccedilada os

peacutes no chatildeo quente as matildeos entrelaccediladas os sorrisos carregados de felicidade

Hoje eu ainda olho para aquela foto estranha no fundo da caixa Ele estaacute longe pro-

vavelmente apagou meu rosto Eu natildeo consigo sentir nada comparado agravequilo nada que

faccedila meu coraccedilatildeo disparar como aquele dia Eu soacute amei uma vez eu tinha onze anos um

metro e sessenta e cinco e era boba

Larissa Cardoso Borges

Deixa a mente vagar

Sem rumo sem freio

Deixa as palavras fl uiacuterem

Pulsando pelo seu corpo ateacute chegarem ao destino fi nal

Matildeo que freneticamente escreve

Tentando organizar o fl uxo de emoccedilotildees de sensaccedilotildees

Raacutepido pensar fugaz aliacutevio

O papel suporta as minhas ideacuteias

Devaneios

GuriaRodrigo Guimaratildees Pena

quando dedo se lambia

tudo era mar-de-rosas

tu levavas vida em verso

eu te via toda prosa

e tu eras tatildeo pequena

tatildeo cheirosa tatildeo macia

que o chorar ou fazer cena

era manha da guria

hoje a vida te vecirc bela

tatildeo faceira tatildeo formosa

mas meus olhos vecircem aquela

que foi meu botatildeo de rosa

Sozinha

No mato

Sem teto

Comida

Companhia

Ou cobertor

Sem rastro

Barulho

Eu-soacute

Sozinha

Na terra

Deitada ateacute dissolver no tempo

QuererAmanda Lelis

Amanda Lelis

E o que vai ser agora

se tudo em mim for

silecircncio

DuacutevidaAmanda Lelis

20 - Colcha de retalhosindd 120 - Colcha de retalhosindd 1 12209 92543 AM12209 92543 AM

Page 9: Jornal O Ponto - novembro de 2009

O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Turismo bull 09Editor e diagramador da paacutegina Gabriel Assunccedilatildeo 6ordm periacuteodo

Jacqueline Ruas de 15 anos viajou agrave Dis-ney no dia 19 de julho deste ano para passar duas semanas em um passeio organizado pela agecircncia de turismo Tia Augusta A viagem teve seu caraacuteter luacutedico interrompido poucos dias apoacutes seu iniacutecio quando quatro meninas que ocupavam o mesmo quarto do hotel ndash inclu-sive Jacqueline ndash passaram mal agrave noite As ami-gas da menina apoacutes serem medicadas tiveram uma melhora nas primeiras horas a jovem no entanto natildeo melhorava Atendida pela segunda vez no hotel e levada ao Hospital de Pronto-So-corro Celebration Jacqueline foi submetida a

uma seacuterie de exames inclusive para a Gripe A - H1N1 e todos deram negativo Era veacutespera da viagem de volta da excursatildeo No dia da viagem a menina estava ainda mais debilitada e preci-sou de cadeira de rodas para trocar de aviatildeo em escala no Panamaacute Na segunda parte da viagem ela mal abriu os olhos segundo o relato das ami-gas A morte de Jacqueline foi constatada pela amiga Larissa que percebeu que ela natildeo estava respirando quando tentou acordaacute-la durante o vocirco Foi constatado que a menina tinha pneu-monia Segundo os pais a agecircncia os ligou trecircs dias apoacutes a menina ter passado mal pela pri-

meira vez e informou que ela jaacute estava melhor e havia sido descartada a H1N1 No relato do hos-pital no entanto natildeo havia uma especifi caccedilatildeo de que ela poderia viajar de aviatildeo A responsa-bilidade da agecircncia neste caso teve ainda mais peso considerando-se as acusaccedilotildees das amigas de Jacqueline de que a guia Gisele dos Santos as havia orientado a passar maquiagem e usar oacutecu-los escuros para disfarccedilar as olheiras e a palidez e natildeo serem barradas no embarque Em nota a Tia Augusta negou veemente as acusaccedilotildees das adolescentes mas natildeo conseguiu provar sua inocecircncia neste caso

Em contrapartida agrave von-tade dos filhos os pais se preocupam cada vez mais na hora de presenteaacute-los com viagem ao exterior A dentista Heloiacutesa Pereira matildee de Laura Pereira Luz contou a anguacutestia que viveu durante as duas semanas em que a filha esteve na Disney ldquoAntes de a minha filha viajar a fiz prometer que me ligaria e procura-ria um hospital se qualquer coisa acontecesse com ela Ainda a bipava todos os dias pelo raacutedio e mantive sem-pre contato com a agecircncia e os guias Daacute certa insegu-ranccedila mas era um sonho da Laura que decidimos reali-zarrdquo afirma a matildee

Pai de Joana Bastos 14 anos o empresaacuterio Roni-valdo Oliveira Bastos deci-diu levar ele mesmo a filha agrave Disney ldquoMinha filha ficou muito insegura com o ocorrido com a Jacqueline imagina eu entatildeo Jaacute perdi minha esposa por negligecircn-cia meacutedica natildeo posso perder a minha menina tambeacutem

As agecircncias soacute andam pen-sando no lucro e esquecem da seguranccedilardquo afirmou

Lidar com um grupo grande de jovens no exterior requer natildeo soacute experiecircncia mas habilidades como lide-ranccedila e planejamento para que se possa deixaacute-los apro-veitar a viagem com respon-sabilidade e manter a disci-plina em cada dormitoacuterio Ciente dos riscos envolvidos na viagem a dona-de-casa Maria das Graccedilas Soares matildee de Camila Carvalho 14 anos cancelou a viagem da filha apoacutes o ocorrido com Jacqueline

ldquoFiquei muito assustada com a morte da Jacqueline deu para perceber certa negligecircncia por parte dos guias e agora vou pensar muito antes de mandar a minha filha ao exterior em uma excursatildeo ainda mais com esse surto da gripe suiacutenardquo

A bancaacuteria aposentada Tacircnia Vieira tambeacutem iria dar uma viagem ao Canadaacute de presente ao filho Pedro que

completa 16 anos em abril do ano que vem mas deci-diu mudar o presente apoacutes assistir ao drama de Jaque-line pela TV ldquoEle poderaacute viajar ao exterior quando estiver mais velho em um intercacircmbio ou mesmo a passeio Por hora optei por trocar o computador e o viacutedeo-game da casa Assis-timos vaacuterias vezes ao drama dos pais que tem problemas na viagem dos filhos natildeo podemos ser negligentes e achar que com o nosso filho natildeo vai acontecerrdquo afirma

As principais agecircncias de turismo de Belo Horizonte alegaram que o acidente ocorrido com Jaqueline em julho passado natildeo afe-tou suas vendagens pois as normas para embarque de menores de idade jaacute satildeo naturalmente muito riacutegidas e os seus agentes satildeo devi-damente treinados A maio-ria ressaltou que houve uma queda no nuacutemero de viagens nos uacuteltimos trecircs meses mas estritamente ligada agrave crise financeira mundial

Pais na berlinda

Aventura se torna pesadelo

Falta de compromisso de algumas agecircncias de turismo faz os pais trocarem viagens por presentes palpaacuteveis para os fi lhos adolescentes

Minha fi lha fi cou muito insegura com o ocorrido com a

Jacqueline As agecircncias soacute andam

pensando no lucro e esquecem da seguranccedila

Assistimos vaacuterias vezes ao drama dos pais que tecircm

problemas na viagem dos fi lhos natildeo podemos ser negligentes e achar que com o nosso fi lho

natildeo vai acontecer

Antes de a minha fi lha viajar a fi z prometer que me ligaria e procuraria um hospital se

qualquer coisa acontecesse com ela

ldquo

ldquo

ldquo

ldquo

ldquo

ldquo

Fotos divulgaccedilatildeo

Heloiacutesa Pereira Dentista

Ronivaldo Bastos Empresaacuterio

Tatildenia Vieira Aposentada

08-09 - Pais na Berlindaindd 208-09 - Pais na Berlindaindd 2 12209 93102 AM12209 93102 AM

RENATA VALENTIM

7ordm PERIacuteODO

Domingo 2 de novembro 7h40 da manhatilde Apesar da movimentaccedilatildeo de um nuacutemero jaacute razoaacutevel de visitantes e trabalhadores ndash vendedores de flores limpadores de jazigos ndash eacute o silecircncio que impera logo na entrada do Cemiteacuterio de Nosso Senhor do Bonfim localizado na regiatildeo noroeste de Belo Horizonte A inscriccedilatildeo latina no arco de entrada ldquomorituri mortuisrdquo eacute a siacutentese de todo ritual que ali se daria ao longo do Dia de Finados ldquoos que vatildeo morrer aos mortosrdquo

A motivaccedilatildeo principal da visita ao tuacutemulo de parentes ou amigos parece ultrapassar o mero cumprimento de calendaacuterio religioso A presenccedila de idosos sozinhos ou mesmo em grupo de amigos e tambeacutem de algumas jovens famiacutelias e seus semblantes de choro e dor ndash demonstrativo de perda recente ndash indicam que a proximidade da morte eacute a razatildeo maior das home-nagens agravequeles que se foram Aleacutem de evidente saudade o dia dedicado ao maior misteacuterio da humanidade parece remeter cada pessoa aos seus questio-namentos mais particulares sobre o assunto Testemunha disso eacute Welling-ton Luiz de Oliveira seguidor cristatildeo de Jeovaacute que vai ao Cemiteacuterio do Bon-fim todos os anos com o propoacutesito de levar palavras de conforto para os visi-tantes baseadas na sua feacute ldquoas pessoas querem ouvir a verdade de que existe o reino de Deus e que ele estaacute proacute-ximo E Deus eacute a verdaderdquo Wellington ressalta que no cemiteacuterio a aceitaccedilatildeo das pessoas agrave sua abordagem eacute maior porque estatildeo mais aptas a ouvir porque seu pensamento estaacute mais aberto agrave feacute ldquoem outra situaccedilatildeo a pessoa me daria uma maacute resposta fecharia a porta na minha cara Aqui natildeo aqui a pessoa ouve melhorrdquo diz

Voltados para si e para a lembranccedila de momentos compartilhados com quem se foi os visitantes vatildeo chegando ao longo

da manhatilde trazendo fl ores para ornamen-tar os tuacutemulos e jazigos A difi culdade na abordagem aumenta nos casos em que se percebe uma morte precoce um fi lho ou marido jovem cuja famiacutelia em pran-tos daacute as matildeos e reza ao redor do tuacutemulo Tambeacutem em outros como um senhor de seus 65 70 anos que chega sozinho ajoelha-se em frente a um jazigo e potildee-se a rezar em silecircncio e de olhos fechados E assim permanece por vaacuterios minutos Mas haacute casos como o de Dona Ilma que observando minha movimentaccedilatildeo dei-xou que me aproximasse perguntando se eu era parente da pessoa enterrada ao lado dos seus Enquanto distribuiacutea as fl ores levadas para o jazigo da famiacutelia

contou que vai ao Bonfi m todos os anos ldquoa gente tem que trazer fl ores e rezar Eacute a uacutenica coisa que podemos fazer por eles agora Apesar de que as fl ores duram pouco tempo murcham muito raacutepidordquo Dona Ilma visitou o jazigo da famiacutelia em 2007 e disse que levou a fi lha e o genro Neste ano foi sozinha E disse logo em seguida ldquosempre deixo uma fl or e faccedilo uma oraccedilatildeo para esse tuacutemulo ao lado Nunca vi ningueacutem visitaacute-lo pensei ateacute que vocecirc tivesse vindo para issordquo

A celebraccedilatildeo do Dia de Finados ou Dia de Todos-os-Mortos em 2 de novembro logo a seguir do Dia de Todos-os-Santos ndash celebraccedilatildeo em honra a todos os santos e maacutertires ndash

foi instituiacuteda a partir do seacuteculo XIII Mas visitar tuacutemulos e rezar por aque-les que morreram na Igreja Catoacutelica eacute costume desde o seacuteculo II Segundo a crenccedila cristatilde neste dia os vivos rezam por aqueles que estariam no purgatoacute-rio o estado no poacutes-vida onde as almas seriam purificadas antes de irem ao ceacuteu Os cristatildeos acreditam que as almas no purgatoacuterio que tambeacutem satildeo considera-das membros da igreja assim como os cristatildeos vivos teriam de sofrer para que possam ser purificados de seus peca-dos Por meio de oraccedilotildees e boas obras os membros vivos da igreja poderiam ajudar seus amigos e familiares faleci-dos O Dia de Finados remonta entatildeo a ideacuteia de comunhatildeo entre todos os fieacuteis sejam vivos ou mortos porque acre-ditam na ressurreiccedilatildeo de Jesus Cristo ressuscitado indicaria a eternidade como destino de todos os seus fieacuteis eacute a morte vista como encontro da vida junto de Deus

Dona Alice de 80 anos eacute mais uma personagem do dia de Finados que con-corda em falar comigo Muito recep-tiva apesar do semblante triste relata que vai todos os anos ao Bonfi m e leva sempre um vasinho de fl or No jazigo que adornava enquanto conversaacuteva-mos estatildeo o pai o marido e seus qua-tro irmatildeos E emendou ldquotenho soacute 36 do meu coraccedilatildeo jaacute me sinto preparada para encontraacute-los Mas enquanto ainda puder caminhar vivo bem Perdi meu coraccedilatildeo de sofrimentordquo Dona Alice expli-cou que permaneceu ao lado do marido durante a doenccedila que o matou e assim fi cou doente do coraccedilatildeo ldquoAo cuidar de algueacutem doente nunca se esqueccedila de vocecirc Eacute preciso cuidar de noacutes mesmosrdquo Ela diz que se sente bem preparada espiritualmente para ir embora porque reza todos os dias Certa de que cumpriu o seu papel diz que foi 18 vezes ao altar para casar pessoas ligadas a ela ldquocasei muitos Estive presente na vida de mui-tas pessoas Espero que vocecirc chegue agrave minha idade com tanta histoacuteria pra con-tarrdquo Eu tambeacutem

Ritual de Finados dor da perda cumprimento do calendaacuterio religioso ou crenccedila em vida apoacutes a morte

Morituri mortuisOs que vatildeo morrer aos que jaacute morreramMorituri mor

A data traz o resgate agraves crenccedilas e a oraccedilatildeo traduz o sentimento de perda

Fotos Roberta Andrade - 7ordm G

ao lado dos seus Enquanto distribuiacutea as fl ores levadas para o jazigo da famiacutelia

Todos-os-Santos ndash celebraccedilatildeo em honra a todos os santos e maacutertires ndash

Belo Horizonte 30 de Novembro de 2009

10 bull CidadesO Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Amanda Lelis e Roberta Andrade 7ordm periacuteodo

10-11 - Finadosindd 110-11 - Finadosindd 1 12209 92622 AM12209 92622 AM

O Nosso Senhor do Bonfi m foi o primeiro e eacute o mais tradicional cemiteacuterio da capital Eacute mais antigo que a proacutepria cidade foi fun-dado em 08 de fevereiro em 1897 enquanto BH foi inaugurada em 12 de dezembro do mesmo ano Sua projeccedilatildeo e construccedilatildeo contou com a supervisatildeo teacutecnica da Comis-satildeo Construtora da Nova Capital ndash de onde se atribui a semelhanccedila dos dois traccedilados arquitetocircnicos Dedicada ao estudo de His-toacuteria Regional a pesquisadora Marcelina

das Graccedilas Almeida conta que o Bonfi m foi construiacutedo como uma das primeiras medidas da Comissatildeo para organizar espa-cialmente a cidade com a proibiccedilatildeo de sepultamentos que eram feitos no adro da Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem a padroeira da cidade na Rua Sergipe bem no centro da nova capital Construiu-se um cemiteacuterio provisoacuterio ateacute que o Bonfi m estivesse pronto que fi cava onde hoje haacute o cruzamento das ruas Rio de Janeiro dos Tamoacuteios Satildeo Paulo e dos Tupis

O modelo monumental dos tuacutemulos observado somente no Cemiteacuterio do Bon-fi m fez com que fossem encomendados diversos trabalhos no Rio de Janeiro em Satildeo Paulo e em dezenas de ateliecircs de artistas

locais entre eles os famosos irmatildeos Natali os Lunardi e a Marmoraria Satildeo Joseacute ndash todos estes agrave eacutepoca implicados na construccedilatildeo de preacutedios puacuteblicos e residecircncias ilustres na receacutem-inaugurada capital de Minas

Percorrendo o cemiteacuterio por entre seus jazigos eacute possiacutevel observar duas fases mar-cantes de sua histoacuteria Os tuacutemulos da pri-meira delas contada ateacute a deacutecada de 1940 satildeo dotados de elementos artiacutesticos pre-dominantemente feitos em maacutermore Na segunda fase vecirc-se o bronze e o granito preto como recorrentes Segundo o IEPHA ndash Instituto Estadual do Patrimocircnio Histoacute-rico e Artiacutestico de Minas Gerais uma outra forma de diferenciaccedilatildeo das fases eacute a ocupa-ccedilatildeo ldquotemaacuteticardquo de determinadas quadras do

cemiteacuterio Existem quadras com tuacutemulos soacute de crianccedilas outras predominantemente ocupadas por personalidades da poliacutetica mineira Para se ter uma ideacuteia no Bon-fi m estatildeo enterrados dentre outros os ex-governadores mineiros Silviano Brandatildeo Benedito Valadares Raul Soares e Olegaacuterio Maciel o ex-senador Bernardo Monteiro e o ex-prefeito Cristiano Machado aleacutem de per-sonagens importantes de Minas Uma aula de histoacuteria regional a ceacuteu aberto

O Bonfim nasceu primeiro

Dona Ilma (agrave esq) e Dona Alice (agrave dir) acreditam que suas visitas e oraccedilotildees satildeo importantes para os familiares que partiram

fi m fez com que fossem encomendadosdiversos trabalhos no Rio de Janeiro emSatildeo Paulo e em dezenas de ateliecircs de artistas

rico e Artiacutestico de Minas Gerais uma outra forma de diferenciaccedilatildeo das fases eacute a ocupa-ccedilatildeo ldquotemaacuteticardquo de determinadas quadras do

O Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Amanda Lelis e Roberta Andrade 7ordm periacuteodo

Belo Horizonte 30 de Novembro de 2009

Cidades bull 11

10-11 - Finadosindd 210-11 - Finadosindd 2 12209 92624 AM12209 92624 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

12 bull Cidades

LIRA FAVILLA

6ordm PERIacuteODO

Ao usar o termo legaliza-ccedilatildeo acaba-se esbarrando no fato de que atualmente essa palavra carrega um peso tatildeo grande quanto o termo droga

Conhecida cientifi camente como Cannabis sativa a maco-nha como eacute chamada no Brasil eacute um elemento muito presente nas polecircmicas rodas de discus-satildeo que envolvem a liberaccedilatildeo de seu consumo Antes defen-dida por hippies seu uso de forma legal como uma conduta regulada por lei vem sendo defendida por nada menos que trecircs ex-presidentes latino-ame-ricanos e mais uma comissatildeo de 17 especialistas personalidades e professores O ex-presidente brasileiro e socioacutelogo Fernando Henrique Cardoso 77 eacute um deles A comissatildeo que tam-beacutem conta com os economistas Cesar Gaviria 61 da Colocircm-bia e Ernesto Zedillo 57 do Meacutexico propotildee uma revisatildeo na poliacutetica mundial de drogas e garante ser de extrema impor-tacircncia o debate das condi-ccedilotildees legais para seu consumo

Originaacuteria da Aacutesia Central com os primeiros registros his-toacutericos por volta de 200 anos aC na China no Egito e na

Iacutendia a maconha tem o THC (tetraidrocanabinol) como o principal causador dos efei-tos fiacutesicos e psiacutequicos os olhos vermelhos aumento do apetite e do batimento cardiacuteaco boca seca e coordenaccedilatildeo motora prejudicada A erva foi muito utilizada para fi ns medicinais reduzindo naacuteuseas e vocircmitos produzidos por medicamen-tos anticanceriacutegenos e em alguns casos no tratamento da epilepsia Diversas outras par-tes da planta satildeo utilizadas em paiacuteses como EUA Inglaterra Espanha Chile Franccedila Suiacuteccedila Holanda Canadaacute para produzir fi bras tecircxteis das mais variadas qualidades oacuteleos bio-combus-tiacuteveis estruturas para constru-ccedilatildeo civil peccedilas automotivas cosmeacuteticos medicamentos ali-mentos entre outros produtos

Em fevereiro deste ano a uacuteltima reuniatildeo da Comissatildeo Latino Americana sobre Drogas e Democracia realizada no Rio de Janeiro exaltou os benefiacutecios do consumo da droga nas ques-totildees da sauacutede e nuacutemeros foram colocados na mesa Bilhotildees de doacutelares satildeo gastos por ano para combate ao traacutefi co e milhotildees de pessoas perdem suas vidas ou satildeo presas envolvidas nesse lucrativo ldquomercadordquo ile-gal Seguindo a linha de que as proibiccedilotildees estimulam o desvio

a proibiccedilatildeo da droga estimula e sustenta o traacutefi co Contudo eacute importante ressaltar que subs-tacircncias mais pesadas como cocaiacutena natildeo estatildeo visadas para entrar na discussatildeo da legalizaccedilatildeo Segundo FHC ldquoa maconha aleacutem de ser a droga menos danosa ao organismo eacute a mais consumida Seria leviano incluir drogas mais pesadas nessa propostardquo afi rmou em entrevista agrave revista EacutePOCA

O tabaco e o aacutelcool consi-derados legais e que tambeacutem causam dependecircncia quiacutemica nos usuaacuterios matam muito mais que a maconha Segundo o Relatoacuterio Mundial sobre Dro-gas do UNODC (Escritoacuterio das Naccedilotildees Unidas contra Drogas e Crime) o tabaco mata cinco milhotildees de pessoas o aacutelcool cerca de 25 milhotildees e as dro-gas iliacutecitas cerca de 200 mil pes-soas por ano em todo o mundo Seus fabricantes pagam impos-tos altiacutessimos e gastam muito com publicidade incentivando o uso do produto e agora estatildeo passando por maus bocados Com a nova lei ldquoantifumordquo eacute proibido fumar cigarro ou deri-vados de tabaco em ambientes de uso coletivo puacuteblicos ou privado uma diferenccedila signifi -cativa Todavia natildeo diminui o fato de o tabagismo ser consi-derado a maior causa evitaacutevel

de mortes e doenccedilas no mundoMas haacute quem discorde dessa

visatildeo que parece ser de caraacuteter liberal Meacutedicos e especialistas acreditam que com a liberaccedilatildeo da maconha e o consequumlente uso maciccedilo da publicidade um nuacutemero maior de pessoas experimentariam a droga Logo seriam mais pessoas sujeitas aos seus danos como por exemplo os problemas de perda de memoacuteria e doen-ccedilas relacionadas ao pulmatildeo

O Dr Elisaldo Carlini em entrevista para Drauzio Varella fala que com a publicidade a droga ganharia mais usuaacuterios e ldquocomo a maconha faz mal para os pulmotildees acarreta proble-mas de memoacuteria e em alguns casos leva agrave dependecircncia natildeo deve ser legalizadardquo Poreacutem ao ser perguntado por Varella se essa linha de raciociacutenio tam-beacutem seria aplicada ao aacutelcool ele responde que natildeo eacute contra a legalizaccedilatildeo do aacutelcool ldquopor-que vivemos uma situaccedilatildeo de fato em que seu uso social eacute aceito e estaacute consagradordquo e completa dizendo que ldquoos resultados da famosa Lei Seca americana jaacute provaram que eacute impossiacutevel proibir o uso do aacutelcool e que se o fi zermos o tiro pode sair pela culatrardquo A ONU recomendou sua proibi-ccedilatildeo em todo mundo e assim

como o governo americano considera o controle de oferta das drogas e combate ao traacutefi co a melhor forma de combater seus males Essa poliacutetica norte-americana custa uma fortuna cada vez mais crescente Atu-almente satildeo gastos 35 bilhotildees de doacutelares anuais contra os 10 bilhotildees gastos a 20 anos atraacutes

O ex-deputado federal e sub-secretaacuterio estadual Antidrogas Elias Murad diz que eacute radical-mente contra a legalizaccedilatildeo de qualquer tipo de drogas liacuteci-tas ou iliacutecitas Ele argumenta que a legalizaccedilatildeo estaacute ligada agrave ldquodisponibilidade de drogas no mercado que seria o caso encontrado em paiacuteses como Holanda e quando existe acei-taccedilatildeo por parte da comunidaderdquo

Em relaccedilatildeo ao pensamento de que a legalizaccedilatildeo da maco-nha diminuiria o traacutefi co Murad afi rma que ldquosim eacute uma forma de mostrar como o governo estaria tentando controlar o traacutefi cordquo mas acredita que ldquoos males que viriam com a legali-zaccedilatildeo seriam muito pior do que os que jaacute existem com o traacutefi cordquo

O desafi o lanccedilado eacute para que essas poliacuteticas puacuteblicas e leis possam ser discutidas e ela-boradas seguindo as diretrizes miacutenimas dos direitos humanos defendidos pela ONU (Orga-nizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas)

Editor e diagramador da paacutegina Diogo Hot e Aacutelvaro Castro- 6ordm periacuteodo

LEGALIZE JAacuteManifestaccedilotildees nas principais capitais do paiacutes geram debates acerca da temaacutetica da legalizaccedilatildeo da maconha

Manifestantes foram detidos pela Poliacutecia Militar por conduta excessiva na Marcha da Maconha na Praia do Arpoador na zona sul do Rio O evento natildeo chegou a acontecer porque foi proibido pela Justiccedila a pedido do Ministeacuterio Puacuteblico Estadual

Foto

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O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Cidades bull 13Editor e diagramador da paacutegina Diogo Hot e Aacutelvaro Castro -6ordm periacuteodo

Michael Phelps O campeatildeo oliacutempico foi

suspenso por trecircs meses por

ter sido fotografado utili-

zando maconha em festa

Marcello Antony Preso em 2004 comprando

maconha de um trafi cante

Marcelo D2 Afi rma fumar todos os dias

e jaacute sofreu vaacuterias repressotildees

por isso chegando a ser

preso apoacutes um show por

defender a liberaccedilatildeo da

droga

Giba Suspenso em 2003 por causa

do exame antidoping positivo

FAMOSOS QUE TIVERAM PROBLEMAS COM O USO

DA MACONHA

Fonte Revista Eacutepoca nordm 561

O Coletivo Marcha da Maco-nha Brasil eacute um grupo de indiviacuteduos e instituiccedilotildees que trabalham de forma descentra-lizada com um nuacutecleo-central que atua na manutenccedilatildeo do site wwwmarchadamaconhaorg e do foacuterum de discussotildees a ele vinculado Natildeo eacute um evento de cunho apologeacutetico e seus organizadores natildeo incentivam o uso de maconha ou de qual-quer outra substacircncia iliacutecita

Segundo informaccedilotildees apre-sentadas no site do movi-mento ldquoo objetivo eacute possibi-litar que todos os cidadatildeos possam se manifestar de forma livre e democraacutetica a respeito das poliacuteticas e leis sobre dro-gas do paiacutes Com essas ati-vidades procuramos ajudar a fazer com que essas leis e poliacuteticas possam ser construiacute-

das e aplicadas de forma mais transparente justa efi caz e pragmaacutetica respeitando a cida-dania e os Direitos Humanosrdquo

No ano passado a Marcha da Maconha foi proibida em nove das dez cidades brasileiras que fariam parte do circuito de manifestaccedilotildees que acontece-ram em outros 19 paiacuteses inclu-sive na capital mineira Apesar da proibiccedilatildeo vaacuterias pessoas compareceram agrave Praccedila da Estaccedilatildeo em 2008 e foram reprimidas pela Poliacutecia Militar

Este ano o Tribunal de Jus-ticcedila de Minas Gerais (TJMG) liberou a realizaccedilatildeo da Mar-cha da Maconha em Belo Horizonte O movimento tambeacutem foi autorizado no Rio de Janeiro Porto Alegre

Recife entre outros estados

Marcha no BrasilNo dia 9 de maio os estados

brasileiros do Rio de Janeiro Porto Alegre Juiz de Fora Bra-siacutelia Curitiba e mais outras 200 cidades em todo o mundo pro-moveram a manifestaccedilatildeo em favor da descriminalizaccedilatildeo do uso da maconha Realizada haacute sete anos no Brasil a Marcha da Maconha teve sua segunda edi-ccedilatildeo em Minas Gerais este ano

Em Belo Horizonte entre oitenta e cem pessoas partici-param da manisfestaccedilatildeo Os ati-vistas caminharam da Praccedila da Estaccedilatildeo passando pela Praccedila Sete ateacute chegarem agrave Praccedila da Liberdade onde o movimento se dispersou A passeata chamada

de Marcha da Maconha durou das 16h agraves 17h20 e segundo a Poliacutecia Militar durante a reali-zaccedilatildeo do protesto natildeo houve nenhum registro de violecircncia

No Rio de Janeiro a mobili-zaccedilatildeo que aconteceu em Ipa-nema reuniu cerca de 1200 par-tcipantes entre eles o ministro do Meio Ambiente Carlos Minc

Em Porto Alegre cerca de 350 simpatizantes da causa parti-ciparam da Marcha no Parque Farroupilha Por acreditarem que a erva eacute beneacutefi ca nos tratamen-tos de cacircncer Aids e glaucoma os seus defensores tambeacutem rei-vindicaram o reconhecimento de seu uso no campo medicinal O ato liberado pelo Ministeacuterio Puacuteblico teve uma hora de dura-ccedilatildeo e tambeacutem foi paciacutefico

Marcha da Maconha chegou em Brasiacutelia onde os manifestantes se reuniram em praccedila puacuteblica para protestar

A marcha pelo direito do uso

BRASILO cultivo e porte da maconha eacute proibido no Territoacuterio Brasileiro ainda que pela Lei natildeo haja mais pena de restriccedilatildeo agrave liberdade No entanto na praacutetica ateacute mesmo a conduta de distribuir panfl etos para divulgar o trabalho de um Movimento Social que fala sobre maconha pode acarretar autuaccedilatildeo por ldquocrime de apologia ao crimerdquo

CHINAPolitica de toleracircncia zero Trafi cantes condenados agrave morte e usuaacuterios obrigados a seguir programas de desintoxicaccedilao

HOLANDAPrimeiro paiacutes a liberar o uso da maconha em 1976 O consumo em bares especializados eacute liberado mas a venda fora deles eacute proibida

JAMAICAAo contraacuterio do que se imagina seu consumo eacute considerado ilegal mas o uso eacute altamente popular por parte da populaccedilatildeo local

Infografi a Felipe Chimicatti 7ordmG

Fotos divulgaccedilatildeo

BRASILO cultivoo e porte da maconha eacute proibiddo no Territoacuterio Brasileiroo ainda que pela Lei natildeo hhaja mais pena de restriccedilatildeo agrave liberdade No entanto na praacutetica ateacute mesmo aa conduta de distribuir panfl etoss para divulgar o trabalho de um Movimento Social quue fala sobre maconha pode acaarretar autuaccedilatildeo por ldquocrime dee apologia ao crimerdquo

JAMAICAAo contraacuterio do que se imagina seu consumo eacute considerado ilegal mas o uso eacute altamente popular por parte dapopulaccedilatildeo local

HOLANDAPrimeiro paiacutes a liberar o uso da maconha em 1976 O consumo em bares especializados eacute liberado mas a venda fora deles eacute proibida

CHINAPolPolitiitica ca de de toltoleracirceracircncinciaazerzero o TraTrafi cfi cantantes es concondendenadoados agraves agrave mo morterte e ue usuaacutesuaacuteriorios os obribrigadgados os a sa segueguir ir proprogragramasmas de de desdesintintoxioxicaccedilcaccedilaoao

Foto wwwfacunbbr storiesImagem_1145_edjpg

Condiccedilatildeo da maconha pelo mundo

12-13 - Maconhaindd 212-13 - Maconhaindd 2 12209 93005 AM12209 93005 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Leone -7ordm periacuteodo14 bull Comportamento

PEDRO LEONE

7ordm PERIacuteODO

Satildeo Paulo 10 de novembro de 2009 2230h A cena parecia receacutem tirada de um blockbuster apocaliacuteptico de Hollywood Pes-soas caminhando pelos trilhos do metrocirc carros desgovernados e uma cidade com 11 milhotildees de pessoas totalmente no escuro Era assim que se encontrava a capital paulista apoacutes o apagatildeo no fornecimento energeacutetico no Brasil causado por uma falha na linha de distribuiccedilatildeo de Furnas Na ocasiatildeo a usina de Itaipu responsaacutevel pela geraccedilatildeo de 20 da energia que abastece o paiacutes e 85 do Paraguai teve o funcionamento inteiramente interrompido Desde o pri-meiro momento de breu o que se viu entatildeo foi um fenocircmeno ateacute entatildeo pouco conhecido no Brasil Em questatildeo de minutos o site de relacionamento Twitter registrou milhares de comentaacute-rios postados por usuaacuterios de todo o paiacutes sobre o apagatildeo

O Twitter eacute a mais recente moda no mundo da internet Criado haacute trecircs anos o serviccedilo consiste em um blog pessoal um espaccedilo onde o usuaacuterio coloca textos com um limite de 140 caracteres (nada aleacutem de uma pequena frase) sobre o assunto que quiser Paula Fabian ex-coordenadora de produccedilatildeo do portal Uai e atual responsaacutevel pela comunicaccedilatildeo e pelo blog da Iveco acredita no entanto que as redes sociais natildeo satildeo apenas moda ldquoAs redes sociais chegaram para fi car e evoluiacute-rem refl etem uma mudanccedila de paradigma que a internet jaacute vem proporcionando haacute algum tempordquo afi rma

De fato se inicialmente a ideia dos criadores era de que as pessoas contassem o que estatildeo fazendo no momento em que escreveram hoje a ferramenta evoluiu e eacute usada como outras redes sociais para uma infi ni-dade de outros fi ns

Um dos marcos do uso de redes sociais na divulgaccedilatildeo jornaliacutes-tica ocorreu durante as eleiccedilotildees presidenciais no Iratilde em junho deste ano quando o mundo se viu inundado por notiacutecias sobre protestos e escacircndalos na apu-raccedilatildeo dos votos O incidente causou uma grande mobilizaccedilatildeo na miacutedia mundial Enquanto isso o proacuteprio governo iraniano cerceava alguns veiacuteculos locais chegando a fechar websites de oposiccedilatildeo Foi a deixa para o sur-gimento de uma diversidade de conteuacutedos em diversos espaccedilos na internet Viacutedeos no Youtube comunidades virtuais em todo tipo de site e uma infi nidade de comentaacuterios no Twitter fi zeram o evento um dos mais comen-tados em todo o mundo virtual Um usuaacuterio que se denominava ldquoTh eranBueraurdquo publicava no Twitter notiacutecias em tempo real atraveacutes do celular notiacutecias dos protestos de estudantes contra o governo

ItaipuA falha na distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica no Brasil causou um efeito semelhante Enquanto vagavam no escuro em ruas presos em elevadores trens e metrocircs e de dentro das proacuteprias casas centenas de natildeo-ilumina-dos recorreram a seus celulares para postar duacutevidas comentaacute-rios e notiacutecias na rede Apoacutes o restabelecimento da luz proli-feraram viacutedeos fotos e depoi-

mentos dos ocorridos Durante a madrugada do dia 10 em meio ao blecaute a assessoria de imprensa da usina de Itaipu criou uma conta no Twitter para divulgar comunicados ofi ciais sobre o ocorrido e responder as duacutevidas da populaccedilatildeo ldquoEm ins-tantes publicaremos a nota ofi -cial de Itaipu Binacional sobre o blecauterdquo foi o primeiro recado da empresa na rede

O uso das redes sociais pelas assessorias de imprensa eacute um dos casos mais curiosos e recor-rentes da evoluccedilatildeo das ferra-mentas Canais de viacutedeos insti-tucionais comunidades virtuais ofi ciais para aumentar o contato com o puacuteblico blogs e micro-blogs dando furos de notiacutecias nos veiacuteculos fornecendo infor-maccedilotildees ofi ciais em primeira matildeo O Clube Atleacutetico Mineiro aleacutem do caso da proacutepria Itaipu eacute

um exemplo Atraveacutes do Twitter o presidente do clube Alexan-dre Kalil divulga notiacutecias antes de saiacuterem na imprensa Esse uso no entanto natildeo eacute considerado por todos como jornaliacutestico ldquoNa minha opiniatildeo as redes disse-minam rapidamente as notiacutecias em piacutelulas mas natildeo considero como um trabalho jornaliacutesticordquo Afi rma Paula Fabian

As ferramentas ampliam o jaacute antigo uso dos websites como contato institucional com o mundo virtual Segundo Paula a ampliaccedilatildeo eacute o caminho certeiro das empresas que buscam esse contato indo aleacutem das proacuteprias redes sociais ldquoO mundo atual solicita presenccedila digital E natildeo basta estar simplesmente pre-sente na internet ou nas redes sociais Eacute preciso ser consistente em tudo o que se propotildee a parti-cipar Eacute preciso manter coerecircn-

cia com a atitude que se propotildee seguir nas redes sociaisrdquo

Outro obstaacuteculo levantado por ela eacute quanto a confi abili-dade das informaccedilotildees da rede ldquoNatildeo acho que nenhum veiacuteculo seja confi aacutevel quem eacute confi aacutevel eacute quem o faz quem estaacute por traacutes A inocecircncia na internet acabou a democracia que o meio pro-porciona abre espaccedilo tanto para o mal quanto para o bem o ver-dadeiro ou o falso o liacutecito ou iliacutecito A escolha eacute de cada umrdquo disse Paula

No fi m jornaliacutestico ou natildeo confi aacutevel ou malicioso a ampla difusatildeo de informaccedilotildees na internet soacute eacute beneacutefi ca Beneacutefi ca para os leitores cada vez mais informados e para os veiacuteculos que se obrigam a natildeo parar no tempo mantendo-se em discus-sotildees e reciclagens atraveacutes das novas tecnologias

Um passarinho me contouCada vez mais as redes sociais deixam de ser pura moda e passam a incorporar o dia a dia das pessoas

O New York Times dispotildee no Youtube viacutedeos que ampliam os assuntos abordados no jornal

ldquoFalaram para o estagiaacuterio em Itaipu quando sair apaga tudordquo

Piada difundida apoacutes o blecaute em Itaipu

ldquoCarini foi contratado Chegou no vocirco 1648 da

Gol hoje a tarderdquoAlexandre Kalil presidente do Atleacutetico-MG

se adiantand agrave imprensa

ldquoObra do Rodoanel desaba sobre a Reacutegis em SP equipe retira

escombrosrdquoEstado de Satildeo Paulo divulga manchetes

antes no Twitter

ldquoO diabo natildeo tinha chifre ateacute o dia em

que algueacutem mandou Zeacute Mayer pro infernordquo

Piadas sobre o ator Zeacute Mayer satildeo recorrentes na rede

No Twitter

14-15 - Redes Sociaisindd 114-15 - Redes Sociaisindd 1 12209 93048 AM12209 93048 AM

O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Leone - 7ordm periacuteodo Comportamento bull 15

Pouco mais de quatro meses apoacutes a sua morte em 25 de junho deste ano Michael Jackson con-tinua a mostrar porque eacute con-siderado o Rei do Pop O docu-mentaacuterio ldquoTh is is itrdquo em exibiccedilatildeo nos cinemas continua gerando comentaacuterios dos mais diversos tipos No entanto nenhum espec-tador tem duacutevidas do quanto Jackson merecia este tiacutetulo

O longa mostra os bastidores dos ensaios da uacuteltima turnecirc de Michael Jackson que natildeo che-gou a acontecer devido agrave morte precoce do cantor O lanccedilamento da obra agitou o mundo real ndash e virtual Enquanto os ingressos eram vendidos a uma velocidade exorbitante (soacute em Londres foram mais de 30 mil ingressos nas pri-meiras 24 horas) na rede o nome do cantor estaacute nos Trending Topics

do Twitter desde a noite de estreacuteia do documentaacuterio Ou seja o Reio do Pop estaacute entre os assuntos mais comentados do microblog

Logo que chegou aos cinemas os ldquotwitteirosrdquo de plantatildeo jaacute posta-ram suas impressotildees sobre o fi lme O criacutetico de cinema Pablo Villaccedila escreveu ldquomesmo longo e visual-mente desinteressante pinta uma imagem tatildeo favoraacutevel de MJ que indagamos por que natildeo fez algo assim antesrdquo Como costuma fazer com as obras que assiste Villaccedila daacute sua nota 3 em 5

A atriz Elizabeth Taylor fatilde e amiga de Michael Jackson tam-beacutem recorreu ao microblog para divulgar suas impressotildees ldquoReal-mente acredito que este fi lme deveria ser indicado em todas as categorias possiacuteveis Eacute a obra cinematograacutefi ca mais brilhante

que jaacute virdquo escreveu Taylor Mas tambeacutem haacute opiniotildees contraacuterias A ldquotwitteirardquo Laura Andrade critica o fi lme por considerar desneces-saacuterio mostrar a cruel realidade dos uacuteltimos dias do artista

O sucesso do documentaacute-rio eacute tatildeo grande que a Sony Pictures Entertainment jaacute anunciou que poderaacute esten-der o periacuteodo de exibiccedilatildeo que em princiacutepio seria de apenas duas semanas Com o longa mais tempo em cartaz o lanccedilamento do DVD foi adiado para o iniacute-cio do proacuteximo ano Mas para quem eacute fatilde a espera vai valer a pena jaacute que o DVD vai conter mais trecircs horas de extras que incluem cenas dos ensaios e versotildees ineacuteditas de videoclipes

No dia 22 de outubro a estu-dante Geisy Arruda de 20 anos foi exposta agrave vergonha puacuteblica pelos seus colegas na faculdade Uniban em Satildeo Bernardo do Campo As injuacuterias foram desde chingamentos ateacute ameaccedilas de lin-chamento e estupro sendo moti-vadas pelo vestido curto da aluna

O fato que ocorreu durante o horaacuterio de aula causou tanto tumulto na faculdade que as aulas foram interrompidas Cen-tenas de alunos foram para os corredores do Campus protestar e Geisy teve que sair acompa-nhada de escolta policial

O fato ganhou repercussatildeo nacional depois que um viacutedeo da retirada da aluna pela poliacutecia

sob gritos de colegas xingando passou a circular na internet

O viacutedeo publicado no site de viacutedeos Youtube teve milhares de acessos No Orkut foram criadas dezenas de comunidades para falar do assunto

Vaacuterios comentaacuterios na inter-net se ploriferaram nos textos sobre o assunto Ricardo aluno da Uniban disse no blog de Luiz Nassif estar chateado com o escacircndalo e em outro comen-taacuterio Josueacute Mecenas chamou os alunos de hipoacutecritas

No site da revista Marie Claire profi ssionais da moda se mani-festaram ldquo O brasileiro eacute o povo menos chauvinista em termos vestimentais So haacute restriccedilotildees

para homens por conta do com-plexo de machismordquo

A jornalista Eacuterica Palomino tambeacutem afi rmou no site ldquoEu pensei que minissaia havia sido inventada haacute 40 anos e natildeo fosse mais novidaderdquo A socioacuteloga Miriam Abramovay no site do Correio Brasiliense afi rmou que a atitude dos estudantes eacute vio-lenta agressiva e conservadora

Ainda no Twitter tambeacutem houve quem sugerisse que a garota fez algo aleacutem de usar uma minissaia Em comentaacuterio na rede social Ana Paula Bertoni disse que outro protesto aconteceu na Uniban Dessa vez os colegas da aluna agredida se manifestaram com narizes de palhaccedilo

O Rio de Janeiro ganhou des-taque na imprensa nas uacuteltimas semanas por motivos tanto posi-tivos quanto negativos A Cidade Maravilhosa foi escolhida como sede das Olimpiacuteadas de 2016 e dias depois pautou os noticiaacuterios com a guerra do traacutefi co O assunto tambeacutem invadiu as redes sociais (blogs Twitter Orkut entre outras) depois da derrubada de um heli-coacuteptero no Morro dos Macacos

O jornalista Carlos Castilho em um artigo intitulado ldquoDo tiro ao Twitterrdquo no site Observatoacuterio da Imprensa tocou numa ques-tatildeo interessante e pertinente ao contexto ldquopoliacutecia X crime organizadordquo Numa pesquisa recente destinada aos Estu-dos de Seguranccedila e Cidadania

provou-se que os policiais con-sideram os blogs como uma fer-ramenta poliacutetica ameaccediladora e subversiva para as tradicionais hierarquias que regem os quar-teacuteis no Brasil Apesar disso os blogs policiais podem mexer com a verticalizaccedilatildeo que pre-domina hoje na estrutura mili-tar expondo o que haacute de errado dentro das corporaccedilotildees e colo-cando em xeque as hierarquias

Espelhado no modelo norte-americano de amostragem de viacutetimas por guerras civis o site Rio Body Count foi criado para contabilizar por aproximaccedilatildeo o nuacutemero de viacutetimas na guerra do traacutefi co no Rio de janeiro mas jaacute foi desativado na Web

Sobre a atual violecircncia no

Morro dos Macacos o publicitaacute-rio e morador do bairro da Tijuca no Rio de Janeiro Gabriel Wardil 24 informou por meio de seu Twitter que o medo e a impo-tecircncia satildeo gerais e que as pessoas estatildeo mudando a rotina por causa da violecircncia ldquoEstamos no meio de uma guerra onde natildeo haacute como se defender e sendo governados pelo crime e terrorrdquo declarou

Comunidades do Orkut viacutedeos no Yotube posts em blogs satildeo exemplos de ferra-mentas que datildeo forccedila e auto-nomia para a voz da populaccedilatildeo Enquanto o Legislativo toma decisotildees a portas fechadas a Internet se torna um ambiente democraacutetico considerada por muitos como a nova Aacutegora

Arte Pedro Leone 7ordmG

Foto Bruno Gonzales em blog de Jorge Schweitzer

Guerra do traacutefi co no Rio de Janeiro se espalha na web

Textos nesta paacutegina escritos por Ana Carolina Amariz Flaacutevia Leatildeo Gabriel Assunccedilatildeo Jaime Hosken Liacutevia Martins Paula Sampaio Fernando Kelysson Gabriela Machado Michele Cristina Nathalia Magalhatildees Raiacutessa Rodrigues Rodrigo Otoni (6ordmG)

ldquoEu pensei que minissaia havia sido inventada haacute 40 anos e natildeo fosse mais novidaderdquoMiriam Abramovay socioacuteloga

Rei do Pop rouba cena no Twitter

Minissaia leva a motim de universitaacuterios

Guerra no Morro dos Macacos invade Web

14-15 - Redes Sociaisindd 214-15 - Redes Sociaisindd 2 12209 93048 AM12209 93048 AM

O Ponto

16 bull EsporteBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacuteginaPedro Gontijo e Clarisse Simatildeo - 6ordm periodo

O Rugby

Passados os anos as regras e nuacuteme-ros de participantes foram variando podendo hoje ser praticado com 15 10 ou 7 (conhecido como 7-a-side) joga-dores em cada time que se dividem em dois grupos ldquoOs Fowards satildeo jogadores maiores em tamanho e mais pesados enquanto os Backs satildeo mais raacutepidos menores mais leves e mais aacutegeis Eles atacam com velocidade passam a bola mais raacutepido mas tambeacutem haacute choquesrdquo explica Ariel Palacios treinador do time feminino do BH Rugby o maior da capital mineira

Durante a partida soacute eacute possiacutevel pas-sar a bola para o lado ou para traacutes sendo que os avanccedilos satildeo decorrentes das corridas com posse de bola Soacute eacute permitido passe para frente com pon-tapeacutes e no chute soacute podem perseguir a bola aleacutem do chutador aqueles joga-dores que estiverem em linha ou atraacutes do mesmo no momento do pontapeacute

Muitas vezes o esporte passa a ima-gem de violento mas seus praticantes defendem opiniatildeo contraria ldquoPassa essa imagem porque dentro de campo haacute um contato intenso entre os joga-dores A agressividade eacute inerente ao jogordquo explica Vitoacuteria ex-jogadora do BH Rugby

Um fator interessante e que ajuda a aliviar as tensotildees do jogo eacute o chamado terceiro tempo Promovido pelo time da casa esse eacute o momento em que os jogadores conversam fazem amizades cantam brincam bebem e discutem os lances da partida apoacutes o jogo e eacute uma das tradiccedilotildees do Rugby

Em Minas Gerais aleacutem do BH Rugby existem mais dois times expressivos ambos em Varginha O Minas Rugby nascido em 1995 e o Varginha Rugby criado em 2000 Inconfidentes e Poccedilos de Caldas no interior do estado pos-suem equipes menores e algumas outras cidades jaacute esboccedilam um esforccedilo para montar uma estrutura para o esporte entre elas Nova Lima Juiz de Fora Viccedilosa Uberlacircndia Governador Valadares e Nova Era

Apesar do aumento significativo da procura pelo esporte o Rugby ainda

sofre com falta de verbas para financiar as viagens dos atletas para as competi-ccedilotildees nacionais e internacionais A fim de contornar a situaccedilatildeo jogadores e equipe teacutecnica se viram como podem Alguns fazem uma poupanccedila onde todo mecircs uma quantia de dinheiro eacute depositada outros vendem brindes como camisetas rifas e adesivos e os mais corajosos posam para fotos Foi o caso da seleccedilatildeo brasileira de rugby feminino Para poder participar do Mundial de Dubai realizado em marccedilo deste ano criaram um calendaacuterio com fotos sensuais das proacuteprias jogadoras Um meio de chamar a atenccedilatildeo das pessoas e arrecadar dinheiro para a viagem Natildeo ganharam o campeonato mas garantiram o 10ordm lugar no ranking mundial

Vida de JogadoraJogadora haacute um pouco mais de dois

anos no BH Rugby Marina conheceu o esporte atraveacutes de amigos de Satildeo Paulo mas quem a incentivou a jogar foi uma amiga de trabalho ldquoUm dia fui para conhecer os treinos e fiqueirdquo Amigos e familiares a questionavam sobre por que natildeo fazer ballet ou jazz atividades tradicionalmente femini-nas mas Marina afirma que apesar de jaacute ter tentado natildeo combina com ela de jeito algum A jogadora comenta tam-beacutem que nunca teve rivalidade com outras jogadoras ldquoSomente dentro do campo alguns olhares e puxotildees de cabelos mas fora do campo o terceiro tempo tira a tensatildeo um poucordquo afirma a atleta

O administrador Mathias Klaus namora haacute dois anos a jogadora do BH Rugby Maria Clara Ele acompanha sua namorada em todos os jogos e diz natildeo sentir ciuacutemes dos treinos que ela faz com o time masculino de Rugby ldquoSem-pre que daacute eu saio com a turma toda pra tomar umasrdquo Mathias confessou que reza sempre para que sua namo-rada saia do campo sem um arranhatildeo pois a jogadora jaacute quebrou a claviacutecula e o nariz mas afirma que o esporte ajuda no relacionamento ldquoO namoro eacute

Encerrada a partida o jovem estudante William Webb Ellis inconfor-mado com a derrota do seu time agarra a bola com as matildeos e sai cor-rendo em direccedilatildeo ao gol adversaacuterio - Que velocidade Surpreendidos seus adversaacuterios entram na corrida para tentar impedi-lo Agarrado pelas pernas o pequeno Willian vai ao chatildeo e vecirc a bola esvair-se de suas matildeos Dessa cena que causou estranheza durante um jogo de futebol na Inglaterra em 1823 surgiu a ideacuteia inicial de um novo esporte o Rugby

O Rugby eacute um dos esportes mais populares do mundo e cada vez mais vem ganhando adeptos pelo Brasil desmistifi cando a fama de esporte violento e deixando de ser comparado ao futebol americano

MARINA CAMISASSA

RENATA WILLIG 2ordmPERIODO

Fotos Pedro Gontijo

em trecircs tempos

16-17 - Rugbyindd 116-17 - Rugbyindd 1 12209 92745 AM12209 92745 AM

O Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Gontijo e Clarisse Simatildeo - 6ordm periodo

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Esporte bull 17

oacutetimo quando ela estaacute estressada ela desconta no campo e com as rivaisrdquo

Jogadora do BH Rugby de dezem-bro de 2005 ateacute Julho de 2007 Vitoacuteria nunca praticou outro esporte Ela fra-turou o braccedilo durante uma partida e depois novamente em casa no mesmo lugar mas continua defendendo que isso eacute comum por ser um esporte de muito contato fiacutesico Vitoacuteria tambeacutem afirma que o esporte precisa ser mais divulgado o que ajudaria a desvincu-lar essa imagem de jogo violento que tem hoje

Vencer as barreiras de um esporte que ainda daacute os primeiros passos no paiacutes eacute outro desafio segundo as joga-doras O BH Rugby participa de pelo menos um campeonato por ano e para custear as viagens aleacutem da mensali-dade paga por elas ao clube Como haacute poucos patrocinadores eacute preciso fazer rifas e caixinhas para ajudar nas despe-sas das viagens que tecircm custo variado de acordo com o nuacutemero de jogadoras que participam dos torneios

Em Setembro de 2006 o time femi-nino do BH Rugby conquistou o pri-meiro tiacutetulo ao vencer o Campeonato da Independecircncia de 7-a-side em Var-ginha no Sul de Minas Em Outubro de 2007 conquistou o Torneio de 7-a-side de Satildeo Joseacute dos Campos a primeira etapa do Circuito Brasileiro de Rugby

Rugby no BrasilO Brasil conheceu o rugby no seacuteculo

XIX e foi Charles Miller o mesmo que trouxe o futebol para o Brasil que em 1895 organizou o primeiro time de rugby brasileiro em Satildeo Paulo Mas somente em 1925 o rugby comeccedilou a ser praticado com mais regularidade no Brasil no Campo dos Ingleses per-tencente ao Satildeo Paulo Athletic Club (SPAC) em Pirituba Satildeo Paulo

Durante o periacuteodo de 1926 a 1940 foram organizados jogos interesta-duais entre clubes paulista e carioca aleacutem de jogos internacionais contra os Springboks da Aacutefrica do Sul em 1932 e contra a seleccedilatildeo Britacircnica em 1936

De 1941 a 1946 os jogos foram inter-rompidos devido agrave Segunda Guerra Mundial sendo retomados em 1947

Em 1960 foi formada a Alianccedila Rugby Football Club constituiacuteda por jogadores ingleses franceses argenti-nos e brasileiros No dia 6 de outubro de 1963 foi fundada a sede em Satildeo Paulo da Uniatildeo de Rugby do Brasil com a finalidade de organizar e dirigir o rugby brasileiro No ano seguinte a entidade patrocinava o III Campeonato Sul-Americano de Rugby quando o Brasil conquistou o vice-campeonato

A partir de 1971 comeccedilou a se desenvolver lentamente o rugby Infanto-Juvenil em Satildeo Paulo e em 20 de Dezembro de 1972 foi fundada a Associaccedilatildeo Brasileira de Rugby em substituiccedilatildeo agrave Uniatildeo de Rugby do Bra-sil sendo reconhecida pelo Conselho Nacional de Desportos (CND) A par-tir daiacute o esporte vem ganhando adep-tos no paiacutes do futebol e se populari-zando deixando para traacutes a imagem de violento

1 - Pilar

2 - Hoker

3 - Pilar

4 - Segunda linha

5 - Segunda linha

6 - Asa (tercera linha) 7 - Asa (tercera Linha)

8 - Oitavo (uacuteltimo na formaccedilatildeo do scrum)

PasseNo rugby soacute eacute possiacutevel passar a bola para o lado ou para traacutes sendo que os avanccedilos satildeo decorrentes das corridas com posse de bola Soacute eacute permitido passes para frente com pon-tapeacutes No chute soacute podem perseguir a bola aleacutem do chutador aqueles jogadores que estiverem em linha ou atraacutes do mesmo do momento do pontapeacute

Tackle ou placagemO tackle eacute feito agarrando-se o jogador adver-saacuterio que estaacute com a bola e jogando-o ao chatildeo para que se possa fazer a tentativa de tomada da posse de bola atraveacutes do ruck

RuckQuando um jogador eacute tackleado ele solta a bola e eacute formado um ruck Jogadores dos dois times se jogam em cima daquele que estaacute ao chatildeo e tentam empurrar a bola para o seu lado do campo com o detalhe de que natildeo eacute permitido mover a bola com as matildeos

MaulOcorre quando trecircs jogadores sendo um portador da bola e os outros dois um de cada time estatildeo em contato A diferenccedila entre o ruck e o maul eacute que no uacuteltimo a bola natildeo se encontra no chatildeo e sim na matildeo do jogador Os jogadores devem manter a cabeccedila e os ombros acima da linha da cintura Natildeo eacute per-mitido tirar os jogadores do maul a natildeo ser que esse seja do time adversaacuterio e esteja do lado errado do maul

ScrumO scrum ou formaccedilatildeo ordenada geralmente eacute usado apoacutes uma jogada irregular ou em alguma penalidade O HalfScrum da equipe que natildeo cometeu a infraccedilatildeo insere a bola no meio de um ldquotuacutenelrdquo formado pelas duas primeiras linhas de cada equipe para que os jogadores de sua equipe consigam ganhar a posse da bola Qualquer jogador alheio a formaccedilatildeo ordenada tem que estar a 10 m da mesma

LateraisQuando a bola sai pela lateral do campo eacute realizado um alinhamento para que a bola volte ao jogo O Hoker da equipe lanccedila a bola no meio das duas linhas formadas Um joga-dor de cada equipe eacute levantado no ar para tentar agarrar a bola Quando a bola eacute posta na lateral o outro time pode repocirc-la rapida-mente para dentro de campo se esta cruzar a linha de cinco metros sem formaccedilatildeo de linhas

MarkQuando a equipe adversaacuteria chuta a bola e o jogador da outra equipe a pega sem quicar no chatildeo e dentro da aacuterea dos 22 metros ele pode chamar um mark ou pedir marco que eacute a possibilidade de se dar um chute sem o perigo de ser placado Serve como um fator de proteccedilatildeo para a defesa da equipe que pediu o marco pois interrompe o jogo e o time tem direito a um pontapeacute livre de onde o mark foi pedido

Algumas jogadas do Rugby

Esquema de jogo

BH RUGBY

12ordm BI do ExeacutercitoRua Timbiras com Barbacena Barro Preto Belo Horizonte - MG

Belo H

s sendo umLateraisQuQQQuQuQuQuQuQuananandodoodododd a bola saaaai peela lattererererala ddddoooo cacacacampmpmpmpmm oooooooo eacuteeacuteeacuteeacute

Ariel PalaciosTeacutecnico do BHRugby

312

6

45

789

10

111213

1514

9 - Half Scrum 10 - Apertura 11 - Ponta cego

12 - Primer centro

13 - Segundo Centro

14 - Ponta aberto

15 - Fullback

16-17 - Rugbyindd 216-17 - Rugbyindd 2 12209 92753 AM12209 92753 AM

O Ponto

18 bull CulturaBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Liacutevia Martins e Flaacutevia Leatildeo - 6 ordm periacuteodo

LUCAS RAGE VICTOR DUARTE RENAN BORGES

2ordm PERIODO

Desde 2004 os belo-hori-zontinos vecircm recebendo visi-tas ilustres nas diversas linhas de transporte puacuteblico da capi-tal Jaacute passaram pelos ocircnibus escritores como Gonccedilalves Dias Machado de Assis Castro Alves e muitos outros Calma eles natildeo estatildeo rodando por aiacute como passageiros estatildeo pre-sentes por meio de suas obras Eacute o projeto Leitura para Todos

Idealizado e organizado pelo Programa de Ensino Pesquisa e Extensatildeo A Tela e o Texto do curso de Letras da Universi-dade Federal de Minas Gerais (UFMG) o projeto Leitura para Todos tem o objetivo de levar literatura agrave grande populaccedilatildeo belo-horizontina de maneira dinacircmica e acessiacutevel

O que natildeo falta ao passa-geiro eacute escolha na hora de ler Satildeo oferecidas obras dos mais variados estilos desde crocircni-cas machadianas a poemas de Gonccedilalves Dias passando por composiccedilotildees musicais de Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes

Atraveacutes do site do projeto (wwwletrasufmgbratelaeo-texto) jovens autores tambeacutem podem enviar seus textos e jaacute

passam de 155 publicaccedilotildees deste cunho envolvidas na ini-ciativa O projeto contempla hoje 280 carros em 26 linhas distintas

Impressos em frente e verso e laminados os textos satildeo afi -xados na parte traseira dos assentos e apresentam faacutecil acesso Cada veiacuteculo possui uma meacutedia de vinte lacircminas dispostas ao longo dos assen-tos de maneira para atingir todos os passageiros Os textos satildeo trocados de trecircs em trecircs meses As formataccedilotildees variam de acordo com o tema e a forma luacutedica com a qual algu-mas obras satildeo expostas busca atrair o leitor relutante

RepercussatildeoAs estrateacutegias para atrair o lei-

tor apesar de criativas natildeo agra-daram a todos ldquoA letra eacute muito pequena entatildeo eu natildeo leio muitordquo diz Amanda Dias usuaacute-ria da linha Circular 01 (SC01) e moradora de Betim Estudante e morador da Savassi tambeacutem usuaacuterio da linha Guilherme Carvalho concorda ldquonatildeo atrai natildeo chama a atenccedilatildeo Fica ali mas a gente nem vecirc direito falta alguma coisa para chamar mais a atenccedilatildeo do pessoalrdquo

O maior problema aparenta ser a combinaccedilatildeo entre trans-porte puacuteblico e leitura uma vez que nem todos os passageiros podem se sentar durante a via-

gem ldquoEacute interessante para quem vai sentado mas quem estaacute de peacute natildeo aproveita muitordquo aponta Amanda Dias

Mas a iniciativa possui uma linha de admiradores para quem o incentivo agrave cultura e a dissemi-naccedilatildeo da literatura natildeo passam despercebidos Moradora do Taquaril e usuaacuteria da linha 9503 Vanusa dos Santos se entusiasma com o projeto ldquoAs histoacuterias satildeo legais Tem algumas que eu tenho ateacute vontade de levar para casa e ler para os meus fi lhos Eu jaacute li quase todas sempre que acabo de ler a minha jaacute estou logo pegando a do ladordquo afi rma Ilza Ferreira Gomes moradora de Venda Nova e usuaacuteria da

linha Circular 02 (SC02) tambeacutem divide o entusiasmo de Vanusa ldquoAcho excelente Incentiva a lei-tura A primeira coisa que eu faccedilo quando entro no ocircnibus eacute pegar um texto para lerrdquo

Segundo a coordenadora do projeto e do Programa A Tela e o Texto da FALE-UFMG Maria Antonieta Pereira a repercus-satildeo do projeto natildeo poderia ser melhor ldquoTemos recebido mui-tos textos novos e comentaacuterios dos leitores No mecircs que vem entraraacute em circulaccedilatildeo o texto de um usuaacuterio sobre o Leitura para Todosrdquo afi rma

De acordo com Maria Anto-nieta a maioria dos textos rece-bidos eacute de qualidade Para sele-cionaacute-los o criteacuterio utilizado eacute o valor literaacuterio ldquoFicam de fora apenas os textos que apresen-tarem linguagem vulgar ou de cunho agressivo Mas isso eacute rarordquo conclui

Mais do que uma degustaccedilatildeo literaacuteria muitos vecircem no projeto um passatempo que possibi-lita distraccedilatildeo durante as longas viagens de volta para casa ou em direccedilatildeo ao trabalho ldquoVocecirc comeccedila a ler e nem vecirc o tempo passarrdquo diz Jidalva da Silva moradora de Ibiriteacute e usuaacuteria da linha 3052 Guilherme Carvalho acrescenta ldquoEacute bacana porque a gente natildeo tem nada para fazer no ocircnibus entatildeo a gente lecirc no caminhordquo

Projeto Leitura para TodosFoto Divulgaccedilatildeo BHTrans

Com cinco anos de existecircncia iniciativa ainda passa despercebida por muitos passageiros de ocircnibus

Faz-de-conta domina a literaturaLivros com tramas e personagens fantaacutesticos encabeccedilam listas de mais vendidos

GABRIELA CAMPOLINA

5ordm PERIacuteODO

As aventuras de um bruxi-nho um mundo rodeado por robocircs que de repente passam a ter sentimentos o romance entre uma jovem e um vampiro a cegueira repentina A fi c-ccedilatildeo oferece um mundo rico de possibilidades estimulantes O autor fi ca livre para propor novas abordagens construir cenaacuterios - diferentes daqueles que estamos acostumados O leitor pode se deliciar com estoacuterias divertidas e impossiacuteveis na vida real mas que povoam a sua mente e satildeo apaixonantes

Para o doutorando em Lite-ratura de Liacutengua Portuguesa e professor da Universidade Fumec Luis Henrique Barbosa o sucesso desses livros pode ser atribuiacutedo ao grande poder da miacutedia ldquoHoje em dia eacute difiacutecil esca-

par dessa infl uecircncia ateacute mesmo para quem tenta fugir um pouco dissordquo Segundo o professor os meios de comunicaccedilatildeo criam um tipo de ldquomodardquo

Atualmente o livro que estaacute no topo dos mais vendidos eacute ldquoA Cabanardquo do canadense William Young que narra a histoacuteria de Mackenzie Allen Philip perso-nagem principal de uma trama que envolve questotildees religiosas ao desconstruir os estereoacutetipos de Deus e Jesus apresentados respectivamente como uma mulher negra grande e gorda e um jovem do Oriente Meacutedio que conserta e constroacutei coisas Outro sucesso de venda foram os livros da seacuterie Crepuacutesculo (Twilight) que conta a histoacuteria de uma ado-lescente que se apaixona por um vampiro recentemente adap-tada para o cinema

Os best-sellers de fi cccedilatildeo jaacute tomaram as salas de cinema haacute

um tempo Em termos de adap-taccedilatildeo literaacuteria escritores tendem a achar que o fi lme deve ser fi el ao texto Jaacute os cineastas enten-dem que a linguagem das telas eacute outra e que o compromisso do cinema eacute com os espectadores natildeo com os leitores Os escrito-res defendem a fi delidade os cineastas natildeo

O sucesso de longas como ldquoO senhor dos aneacuteisrdquo ldquoHarry Pot-terrdquo ldquoEu Robocircrdquo ldquoEnsaio sobre a cegueirardquo ldquoEntrevista com um vampirordquo de repente virou febre Todos parecem querer ldquoviajarrdquo por um mundo desconhecido

Os leitores principalmente os mais jovens querem ver seus livros personagens e aventuras preferidas de uma forma mais real Segundo Luis Henrique ldquoa miacutedia faz bom marketing e ainda tem o peso das peliacuteculas que direcionam ainda mais o foco do interesse do puacuteblicordquo E

independente das inuacutemeras criacute-ticas quanto a isso o sucesso eacute certo O exemplo eacute o das seacuteries Harry Potter e Twi-light - ambos best-sellers mundiais

A internet eacute tambeacutem um terreno que contribui para popularidade crescente da chamada literatura da moda de acordo com o pro-fessor Luis Henrique a litera-tura se tornou muito diversifi -cada ldquoHaacute um grande aumento por exemplo na lsquoliteratura de blogrsquo Muitos blogueiros escrevem histoacuterias que depois viram livrosrdquo diz Falando especifi camente sobre os livros de fi cccedilatildeo ele argu-menta que muito desse sucesso estaacute em foacutermulas que deram certo e se repetiram no avanccedilo da tecnologia na busca por res-postas e na tentativa de ldquofugardquo da rotina do dia-a-dia ldquoAinda assim eacute difiacutecil dizer porquecirc Eacute como

querer saber o motivo pelo qual muita gente escuta certo tipo de muacutesica ou assiste a certos tipos de fi lme Cada um tem uma razatildeo Tambeacutem natildeo podemos esquecer que estamos falando de moda E moda vai e voltardquo

criacute-sso as

m

o dem srdquote

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O Ponto

PEDRO LEONE

7ordm PERIacuteODO

A Faculdade de Ciecircncias Humanas da Fumec (FCH) lanccedilou no dia 20 de novem-bro a oitava ediccedilatildeo da revista ldquoMediaccedilatildeordquo de cunho cientiacute-fi co A publicaccedilatildeo que desta vez trouxe como tema central ldquoMiacutedas Audiovisuais e Proces-sos Identitaacuteriosrdquo representa um marco da revista por fortalecer a

periodicidade das produ-

ccedilotildees acadecircmicas da faculdade como reinteraram os diretores Antocircnio Marcos Nohmi Joatildeo Batista de Mendonccedila Filho e Th aiumls Estevanato em evento rea-lizado na data de lanccedilamento no auditoacuterio da FCH A revista passa ainda por uma reestrutu-raccedilatildeo editorial jaacute que a partir da proacutexima ediccedilatildeo natildeo conta mais com a professora Claudia Cha-ves Fonseca como editora que passa o cargo para o professor Rodrigo Fonseca e Rodrigues

Segundo Rodrigo um dos proacuteximos passos na consoli-daccedilatildeo da ldquoMediaccedilatildeordquo no mer-cado eacute a ampliaccedilatildeo dos pontos de distribuiccedilatildeo da publicaccedilatildeo sendo inclusive distribuiacuteda em bibliotecas de outras institui-ccedilotildees de ensino Aleacutem disso Rodrigo adiantou o tema-base da nona ediccedilatildeo jaacute sob seu comando que seraacute ldquoComuni-caccedilatildeo e estudos interdiscipli-naresrdquo Nela de acordo com o novo editor uma das metas seraacute ampliar o leque de assun-tos tratados e mostrar o caraacuteter plural da comunicaccedilatildeo

Outra meta para os proacuteximos nuacutemeros da revista eacute divulgar a

chamada para artigos em outros paiacuteses com a publicaccedilatildeo de textos traduzidos com exclusividade pela revista para o portuguecircs

Alunos como destaqueA novidade da oitava ediccedilatildeo

segundo a editora Claudia Cha-ves fi ca por conta da publica-ccedilatildeo da resenha ldquoEacutetica no ensino

de jornalismordquo de autoria das alunas do oitavo periacuteodo de jornalismo Ana Luacutecia Bahia e Marina Rigueira Para as alu-nas que dizem ter interesse em seguir a carreira acadecircmica a oportunidade eacute interessante por ser uma primeira experiecircn-cia na aacuterea O artigo segundo Ana Luacutecia e Marina eacute fruto de

um projeto de iniciaccedilatildeo cientiacute-fi ca e a primeira publicaccedilatildeo de cunho acadecircmico de ambas

A revista ldquoMediaccedilatildeordquo tem periodicidade semestral e teve nesta oitava ediccedilatildeo tiragem de mil exemplares reunindo dez artigos de professores pes-quisadores e profi ssionais da comunicaccedilatildeo social

Editor e diagramador da paacutegina Equipe O Ponto

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Miacutedias bull 19

FABIANA SOARES

7ordm PERIacuteODO

Kotler publicou sua biacuteblia do marketing e de repente todo mundo sabia como posicionar uma marca Entatildeo veio a Era Digital e desafi ou todas agecircncias de publicidade e profi ssionais de marketing Quais foram esses desafi os O que devemos levar em consideraccedilatildeo para posicio-nar uma marca online Eu com meu mero mas engajado conhe-cimento elaborei alguns toacutepi-cos que podem dar um rumo ao posicionamento digital

1) Pense e esteja OnlineO primeiro item eacute oacutebvio e pre-

cede todos os outros Se vocecirc quer entrar no mundo digital vocecirc tem que estar online A comunicaccedilatildeo digital eacute instantacirc-nea e interativa e se sua marca natildeo estaacute laacute quando um usuaacuterio a procura ele vai clicar na outra que estiver mais proacutexima Entatildeo

esteja sempre disponiacutevel e mais importante abrace a interaccedilatildeo Natildeo adianta estar online e pen-sar offl ine Converse e escute os usuaacuterios hoje eles satildeo tatildeo importantes no posicionamento de sua marca quanto a televisatildeo foi na deacutec de 50 O que nos leva ao segundo toacutepico

2) O usuaacuterio constroacutei a sua marca

Hoje o modelo de comuni-caccedilatildeo eacute interativo O internauta descobriu que pode produzir a mensagem e natildeo soacute recebecirc-la pacifi camente Entatildeo ele pode dizer que seu produtoserviccedilo eacute muito ruim ou muito bom e teraacute vaacuterias pessoas para ouviacute-lo E natildeo adianta querer abafar a sua voz isso soacute vai pegar mal e natildeo vai controlar a propagaccedilatildeo da mensagem (lembra do caso da Daniela Cicarelli) Entatildeo o que resta aacutes marcas eacute monitorar Vocecirc pode estar sempre alerta ao que estatildeo dizendo sobre vocecirc na web

eacute como um feedback instantacirc-neo e se estiverem falando bem oacutetimo mas se falarem mal per-gunte porque peccedila desculpas e desconstrua a imagem ruim que aquele usuaacuterio tem sobre sua marca Mas cuidado para natildeo invadir o espaccedilo virtual dele

3) Cuidado O usuaacuterio pode natildeo querer te ouvir

Vocecirc monitora sua marca na web e resolve entrar na discussatildeo dos usuaacuterios sobre sua marca Vaacute com calma Ele provavelmente vai estar em uma rede social conversando com seus amigos e de repente vocecirc vira um inva-sor inoportuno Hoje o usuaacuterio quer ouvir e daacute mais credibi-lidade a fala de seu ldquoamigo de rederdquo do que na auto-afi rmaccedilatildeo de uma marca Ele quer ouvir o que sua rede social tem a dizer e natildeo vocecirc Entatildeo uma estrateacutegia muito mais efi ciente de conver-sar com o usuaacuterio eacute sendo um usuaacuterio ou tendo como porta voz

algum usuaacuterio infl uente E se um usuaacuterio fala bem da sua marca daqui a pouca seratildeo dois quatro seis

4) O boca-a-boca casou com a internet e teve um fi lho fofoqueiro O viral

O viral nasceu graccedilas a velo-cidade e o tamanho da rede Enquando na tv temos uma pessoa falando para outras 11 milhotildees na rede sua marca pode falar com esse mesmo nuacutemero de pessoas e essas pessoas com outras 11 milhotildees de pessoas em uma velocidade muito mais raacutepida que a de um Vt de 30rdquo Esse potencial de propagaccedilatildeo da men-sagem eacute bom e ruim Bom por permitir uma comunicaccedilatildeo mais efi ciente em termos de tempo e ruim pois uma vez lanccedilada na rede eacute impossiacutevel acompanha-la A melhor maneira entatildeo de se utilizar um viral eacute ser cuida-doso com o que se quer propa-gar Pense se aquela mensagem

eacute realmente relevante se natildeo vai criar uma imagem negativa e se eacute sufi cientemente criativo para que os usuaacuterios queiram compartilhaacute-lo O viral tem sido a menina dos olhos de muitos criativos publicitaacuterios e de seus clientes pois tem um custo rela-tivamente baixo e pode alcanccedilar um grande nuacutemero de pessoas mas tambeacutem tem grandes riscos de ser um total fracasso

A internet aidna tem muito a nos ensinar e tentei colo-car acima um pouco do que jaacute consegui obeservar Mas ainda tenho uma grande curiosidade que ateacute hoje ningueacutem conseguiu me explicar como se cobra por estrateacutegias digitais Como men-surar em dinheiro um viral por exemplo Como apresentar uma estimativa de custos honesta para o cliente quando tudo que se tem eacute uma ideacuteia Se algueacutem tiver essa resposta meu email eacute fabzsoaresgmailcom

E agora Joseacute A festa acabou a luz apagou e ta todo mundo na web

Original publicado em httpestagiocriativoblogspotcomO texto natildeo sofreu ediccedilatildeo nem correccedilotildees ortograacutefi cas a pedido da autora

A equipe de professores e convidados que participaram da organizaccedilatildeo da 8ordm ediccedilatildeo da revista

Mediaccedilatildeo chega ao seu oitavo nuacutemeroRevista da Faculdade de Ciecircncias Humanas da FUMEC coloca o tema ldquoMiacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuteriosrdquo em debate e tem como desafi o para os proacuteximos nuacutemeros ampliar a chamada para o envio de artigos acadecircmicos a pesquisadores de outros paiacuteses

8ordf ediccedilatildeo da revista trata das Miacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuterios

19 - Mediacaoindd 119 - Mediacaoindd 1 12209 93123 AM12209 93123 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

20 bull Cultura Editora e diagramadora da paacutegina Amanda Lelis - 7ordm periodo

COLCHAde retalhos

CU

RT

Are

talh

os

Ajude a costurar nossa colcha balaioretalhosgmailcom

Ir aleacutem da superfiacutecie

Que o espelho mostra

(e que o ego gosta)

VontadeBaacuterbara Rodrigues

Midori aki

hatake dandan

akaku naru

GuntaiJoatildeo Paulo Borges

Outono verde

o campo aos poucos

fi ca vermelho

ExeacutercitoJoatildeo Paulo Borges

Frederico PortoOde ao pensamento

Todo momento eacute hora de aventura e fantasia

E comeccedila ao raiar do dia

Crianccedilas vatildeo agrave escola e cantam a melodia

E a imaginaccedilatildeo se mistura com a nostalgia

O vento o sol a neve e a tempestade

Amanhatilde eacute o ontem criado com amizade

E Deus em seu computador

Natildeo procura responder

A mensagem deixada seraacute criada por vocecirc

E sem fi m com mais delongas

O encanto se apaixona

E comeccedila a respirar

Pensamento que viraacute

Eu que natildeo amo vocecircGabriela Gois

Era tudo novo ali No puro prazer na inocecircncia ele repousava a cabeccedila sobre o meu

colo segurando minha matildeo fi rmemente Ao longe o sol ia se despedindo deixando uma

leve e uacutenica brisa no fi m de tarde abafado Noacutes trocaacutevamos algumas palavras bobas meu

coraccedilatildeo disparava quando via aquele sorriso sincero Era tudo parte de um comeccedilo de

vida uma iniciaccedilatildeo no mundinho chato e triste que eacute o amor Tatildeo perfeito calmo irreal

verdadeiro e tiacutemido A rua estava vazia eu permanecia em silecircncio enquanto ele brin-

cava com meus dedos em suas matildeos magrelas e brancas

- E quando tudo isso acabar

- Como assim ndash suspirei afagando seu cabelo bagunccedilado

- A gente vai crescerhellipMudar Talvez um dia nossos rostos se apaguem

- Eu natildeo seihellipTalvez um dia noacutes vamos estar adultos andando em alguma cidade no

meio do caos e nos reconhecemos por um sorriso Eu largaria meu namorado vocecirc sua

vida boecircmia e noacutes podemos fugir pra Franccedila

- Vocecirc eacute tatildeo boba

- E vocecirc eacute tatildeohellip

Seus laacutebios tocaram os meus delicadamente nada invasivo Eram macios tinham

sabor de chocolate branco O que aconteceu internamente natildeo haacute como descrever nada

comparado agrave felicidade instantacircnea de uma roupa nova Natildeo era algo bem melhor que

isso Era tudo tatildeo maacutegico e delicioso nada de preocupaccedilotildees Eacuteramos dois na calccedilada os

peacutes no chatildeo quente as matildeos entrelaccediladas os sorrisos carregados de felicidade

Hoje eu ainda olho para aquela foto estranha no fundo da caixa Ele estaacute longe pro-

vavelmente apagou meu rosto Eu natildeo consigo sentir nada comparado agravequilo nada que

faccedila meu coraccedilatildeo disparar como aquele dia Eu soacute amei uma vez eu tinha onze anos um

metro e sessenta e cinco e era boba

Larissa Cardoso Borges

Deixa a mente vagar

Sem rumo sem freio

Deixa as palavras fl uiacuterem

Pulsando pelo seu corpo ateacute chegarem ao destino fi nal

Matildeo que freneticamente escreve

Tentando organizar o fl uxo de emoccedilotildees de sensaccedilotildees

Raacutepido pensar fugaz aliacutevio

O papel suporta as minhas ideacuteias

Devaneios

GuriaRodrigo Guimaratildees Pena

quando dedo se lambia

tudo era mar-de-rosas

tu levavas vida em verso

eu te via toda prosa

e tu eras tatildeo pequena

tatildeo cheirosa tatildeo macia

que o chorar ou fazer cena

era manha da guria

hoje a vida te vecirc bela

tatildeo faceira tatildeo formosa

mas meus olhos vecircem aquela

que foi meu botatildeo de rosa

Sozinha

No mato

Sem teto

Comida

Companhia

Ou cobertor

Sem rastro

Barulho

Eu-soacute

Sozinha

Na terra

Deitada ateacute dissolver no tempo

QuererAmanda Lelis

Amanda Lelis

E o que vai ser agora

se tudo em mim for

silecircncio

DuacutevidaAmanda Lelis

20 - Colcha de retalhosindd 120 - Colcha de retalhosindd 1 12209 92543 AM12209 92543 AM

Page 10: Jornal O Ponto - novembro de 2009

RENATA VALENTIM

7ordm PERIacuteODO

Domingo 2 de novembro 7h40 da manhatilde Apesar da movimentaccedilatildeo de um nuacutemero jaacute razoaacutevel de visitantes e trabalhadores ndash vendedores de flores limpadores de jazigos ndash eacute o silecircncio que impera logo na entrada do Cemiteacuterio de Nosso Senhor do Bonfim localizado na regiatildeo noroeste de Belo Horizonte A inscriccedilatildeo latina no arco de entrada ldquomorituri mortuisrdquo eacute a siacutentese de todo ritual que ali se daria ao longo do Dia de Finados ldquoos que vatildeo morrer aos mortosrdquo

A motivaccedilatildeo principal da visita ao tuacutemulo de parentes ou amigos parece ultrapassar o mero cumprimento de calendaacuterio religioso A presenccedila de idosos sozinhos ou mesmo em grupo de amigos e tambeacutem de algumas jovens famiacutelias e seus semblantes de choro e dor ndash demonstrativo de perda recente ndash indicam que a proximidade da morte eacute a razatildeo maior das home-nagens agravequeles que se foram Aleacutem de evidente saudade o dia dedicado ao maior misteacuterio da humanidade parece remeter cada pessoa aos seus questio-namentos mais particulares sobre o assunto Testemunha disso eacute Welling-ton Luiz de Oliveira seguidor cristatildeo de Jeovaacute que vai ao Cemiteacuterio do Bon-fim todos os anos com o propoacutesito de levar palavras de conforto para os visi-tantes baseadas na sua feacute ldquoas pessoas querem ouvir a verdade de que existe o reino de Deus e que ele estaacute proacute-ximo E Deus eacute a verdaderdquo Wellington ressalta que no cemiteacuterio a aceitaccedilatildeo das pessoas agrave sua abordagem eacute maior porque estatildeo mais aptas a ouvir porque seu pensamento estaacute mais aberto agrave feacute ldquoem outra situaccedilatildeo a pessoa me daria uma maacute resposta fecharia a porta na minha cara Aqui natildeo aqui a pessoa ouve melhorrdquo diz

Voltados para si e para a lembranccedila de momentos compartilhados com quem se foi os visitantes vatildeo chegando ao longo

da manhatilde trazendo fl ores para ornamen-tar os tuacutemulos e jazigos A difi culdade na abordagem aumenta nos casos em que se percebe uma morte precoce um fi lho ou marido jovem cuja famiacutelia em pran-tos daacute as matildeos e reza ao redor do tuacutemulo Tambeacutem em outros como um senhor de seus 65 70 anos que chega sozinho ajoelha-se em frente a um jazigo e potildee-se a rezar em silecircncio e de olhos fechados E assim permanece por vaacuterios minutos Mas haacute casos como o de Dona Ilma que observando minha movimentaccedilatildeo dei-xou que me aproximasse perguntando se eu era parente da pessoa enterrada ao lado dos seus Enquanto distribuiacutea as fl ores levadas para o jazigo da famiacutelia

contou que vai ao Bonfi m todos os anos ldquoa gente tem que trazer fl ores e rezar Eacute a uacutenica coisa que podemos fazer por eles agora Apesar de que as fl ores duram pouco tempo murcham muito raacutepidordquo Dona Ilma visitou o jazigo da famiacutelia em 2007 e disse que levou a fi lha e o genro Neste ano foi sozinha E disse logo em seguida ldquosempre deixo uma fl or e faccedilo uma oraccedilatildeo para esse tuacutemulo ao lado Nunca vi ningueacutem visitaacute-lo pensei ateacute que vocecirc tivesse vindo para issordquo

A celebraccedilatildeo do Dia de Finados ou Dia de Todos-os-Mortos em 2 de novembro logo a seguir do Dia de Todos-os-Santos ndash celebraccedilatildeo em honra a todos os santos e maacutertires ndash

foi instituiacuteda a partir do seacuteculo XIII Mas visitar tuacutemulos e rezar por aque-les que morreram na Igreja Catoacutelica eacute costume desde o seacuteculo II Segundo a crenccedila cristatilde neste dia os vivos rezam por aqueles que estariam no purgatoacute-rio o estado no poacutes-vida onde as almas seriam purificadas antes de irem ao ceacuteu Os cristatildeos acreditam que as almas no purgatoacuterio que tambeacutem satildeo considera-das membros da igreja assim como os cristatildeos vivos teriam de sofrer para que possam ser purificados de seus peca-dos Por meio de oraccedilotildees e boas obras os membros vivos da igreja poderiam ajudar seus amigos e familiares faleci-dos O Dia de Finados remonta entatildeo a ideacuteia de comunhatildeo entre todos os fieacuteis sejam vivos ou mortos porque acre-ditam na ressurreiccedilatildeo de Jesus Cristo ressuscitado indicaria a eternidade como destino de todos os seus fieacuteis eacute a morte vista como encontro da vida junto de Deus

Dona Alice de 80 anos eacute mais uma personagem do dia de Finados que con-corda em falar comigo Muito recep-tiva apesar do semblante triste relata que vai todos os anos ao Bonfi m e leva sempre um vasinho de fl or No jazigo que adornava enquanto conversaacuteva-mos estatildeo o pai o marido e seus qua-tro irmatildeos E emendou ldquotenho soacute 36 do meu coraccedilatildeo jaacute me sinto preparada para encontraacute-los Mas enquanto ainda puder caminhar vivo bem Perdi meu coraccedilatildeo de sofrimentordquo Dona Alice expli-cou que permaneceu ao lado do marido durante a doenccedila que o matou e assim fi cou doente do coraccedilatildeo ldquoAo cuidar de algueacutem doente nunca se esqueccedila de vocecirc Eacute preciso cuidar de noacutes mesmosrdquo Ela diz que se sente bem preparada espiritualmente para ir embora porque reza todos os dias Certa de que cumpriu o seu papel diz que foi 18 vezes ao altar para casar pessoas ligadas a ela ldquocasei muitos Estive presente na vida de mui-tas pessoas Espero que vocecirc chegue agrave minha idade com tanta histoacuteria pra con-tarrdquo Eu tambeacutem

Ritual de Finados dor da perda cumprimento do calendaacuterio religioso ou crenccedila em vida apoacutes a morte

Morituri mortuisOs que vatildeo morrer aos que jaacute morreramMorituri mor

A data traz o resgate agraves crenccedilas e a oraccedilatildeo traduz o sentimento de perda

Fotos Roberta Andrade - 7ordm G

ao lado dos seus Enquanto distribuiacutea as fl ores levadas para o jazigo da famiacutelia

Todos-os-Santos ndash celebraccedilatildeo em honra a todos os santos e maacutertires ndash

Belo Horizonte 30 de Novembro de 2009

10 bull CidadesO Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Amanda Lelis e Roberta Andrade 7ordm periacuteodo

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O Nosso Senhor do Bonfi m foi o primeiro e eacute o mais tradicional cemiteacuterio da capital Eacute mais antigo que a proacutepria cidade foi fun-dado em 08 de fevereiro em 1897 enquanto BH foi inaugurada em 12 de dezembro do mesmo ano Sua projeccedilatildeo e construccedilatildeo contou com a supervisatildeo teacutecnica da Comis-satildeo Construtora da Nova Capital ndash de onde se atribui a semelhanccedila dos dois traccedilados arquitetocircnicos Dedicada ao estudo de His-toacuteria Regional a pesquisadora Marcelina

das Graccedilas Almeida conta que o Bonfi m foi construiacutedo como uma das primeiras medidas da Comissatildeo para organizar espa-cialmente a cidade com a proibiccedilatildeo de sepultamentos que eram feitos no adro da Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem a padroeira da cidade na Rua Sergipe bem no centro da nova capital Construiu-se um cemiteacuterio provisoacuterio ateacute que o Bonfi m estivesse pronto que fi cava onde hoje haacute o cruzamento das ruas Rio de Janeiro dos Tamoacuteios Satildeo Paulo e dos Tupis

O modelo monumental dos tuacutemulos observado somente no Cemiteacuterio do Bon-fi m fez com que fossem encomendados diversos trabalhos no Rio de Janeiro em Satildeo Paulo e em dezenas de ateliecircs de artistas

locais entre eles os famosos irmatildeos Natali os Lunardi e a Marmoraria Satildeo Joseacute ndash todos estes agrave eacutepoca implicados na construccedilatildeo de preacutedios puacuteblicos e residecircncias ilustres na receacutem-inaugurada capital de Minas

Percorrendo o cemiteacuterio por entre seus jazigos eacute possiacutevel observar duas fases mar-cantes de sua histoacuteria Os tuacutemulos da pri-meira delas contada ateacute a deacutecada de 1940 satildeo dotados de elementos artiacutesticos pre-dominantemente feitos em maacutermore Na segunda fase vecirc-se o bronze e o granito preto como recorrentes Segundo o IEPHA ndash Instituto Estadual do Patrimocircnio Histoacute-rico e Artiacutestico de Minas Gerais uma outra forma de diferenciaccedilatildeo das fases eacute a ocupa-ccedilatildeo ldquotemaacuteticardquo de determinadas quadras do

cemiteacuterio Existem quadras com tuacutemulos soacute de crianccedilas outras predominantemente ocupadas por personalidades da poliacutetica mineira Para se ter uma ideacuteia no Bon-fi m estatildeo enterrados dentre outros os ex-governadores mineiros Silviano Brandatildeo Benedito Valadares Raul Soares e Olegaacuterio Maciel o ex-senador Bernardo Monteiro e o ex-prefeito Cristiano Machado aleacutem de per-sonagens importantes de Minas Uma aula de histoacuteria regional a ceacuteu aberto

O Bonfim nasceu primeiro

Dona Ilma (agrave esq) e Dona Alice (agrave dir) acreditam que suas visitas e oraccedilotildees satildeo importantes para os familiares que partiram

fi m fez com que fossem encomendadosdiversos trabalhos no Rio de Janeiro emSatildeo Paulo e em dezenas de ateliecircs de artistas

rico e Artiacutestico de Minas Gerais uma outra forma de diferenciaccedilatildeo das fases eacute a ocupa-ccedilatildeo ldquotemaacuteticardquo de determinadas quadras do

O Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Amanda Lelis e Roberta Andrade 7ordm periacuteodo

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Cidades bull 11

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O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

12 bull Cidades

LIRA FAVILLA

6ordm PERIacuteODO

Ao usar o termo legaliza-ccedilatildeo acaba-se esbarrando no fato de que atualmente essa palavra carrega um peso tatildeo grande quanto o termo droga

Conhecida cientifi camente como Cannabis sativa a maco-nha como eacute chamada no Brasil eacute um elemento muito presente nas polecircmicas rodas de discus-satildeo que envolvem a liberaccedilatildeo de seu consumo Antes defen-dida por hippies seu uso de forma legal como uma conduta regulada por lei vem sendo defendida por nada menos que trecircs ex-presidentes latino-ame-ricanos e mais uma comissatildeo de 17 especialistas personalidades e professores O ex-presidente brasileiro e socioacutelogo Fernando Henrique Cardoso 77 eacute um deles A comissatildeo que tam-beacutem conta com os economistas Cesar Gaviria 61 da Colocircm-bia e Ernesto Zedillo 57 do Meacutexico propotildee uma revisatildeo na poliacutetica mundial de drogas e garante ser de extrema impor-tacircncia o debate das condi-ccedilotildees legais para seu consumo

Originaacuteria da Aacutesia Central com os primeiros registros his-toacutericos por volta de 200 anos aC na China no Egito e na

Iacutendia a maconha tem o THC (tetraidrocanabinol) como o principal causador dos efei-tos fiacutesicos e psiacutequicos os olhos vermelhos aumento do apetite e do batimento cardiacuteaco boca seca e coordenaccedilatildeo motora prejudicada A erva foi muito utilizada para fi ns medicinais reduzindo naacuteuseas e vocircmitos produzidos por medicamen-tos anticanceriacutegenos e em alguns casos no tratamento da epilepsia Diversas outras par-tes da planta satildeo utilizadas em paiacuteses como EUA Inglaterra Espanha Chile Franccedila Suiacuteccedila Holanda Canadaacute para produzir fi bras tecircxteis das mais variadas qualidades oacuteleos bio-combus-tiacuteveis estruturas para constru-ccedilatildeo civil peccedilas automotivas cosmeacuteticos medicamentos ali-mentos entre outros produtos

Em fevereiro deste ano a uacuteltima reuniatildeo da Comissatildeo Latino Americana sobre Drogas e Democracia realizada no Rio de Janeiro exaltou os benefiacutecios do consumo da droga nas ques-totildees da sauacutede e nuacutemeros foram colocados na mesa Bilhotildees de doacutelares satildeo gastos por ano para combate ao traacutefi co e milhotildees de pessoas perdem suas vidas ou satildeo presas envolvidas nesse lucrativo ldquomercadordquo ile-gal Seguindo a linha de que as proibiccedilotildees estimulam o desvio

a proibiccedilatildeo da droga estimula e sustenta o traacutefi co Contudo eacute importante ressaltar que subs-tacircncias mais pesadas como cocaiacutena natildeo estatildeo visadas para entrar na discussatildeo da legalizaccedilatildeo Segundo FHC ldquoa maconha aleacutem de ser a droga menos danosa ao organismo eacute a mais consumida Seria leviano incluir drogas mais pesadas nessa propostardquo afi rmou em entrevista agrave revista EacutePOCA

O tabaco e o aacutelcool consi-derados legais e que tambeacutem causam dependecircncia quiacutemica nos usuaacuterios matam muito mais que a maconha Segundo o Relatoacuterio Mundial sobre Dro-gas do UNODC (Escritoacuterio das Naccedilotildees Unidas contra Drogas e Crime) o tabaco mata cinco milhotildees de pessoas o aacutelcool cerca de 25 milhotildees e as dro-gas iliacutecitas cerca de 200 mil pes-soas por ano em todo o mundo Seus fabricantes pagam impos-tos altiacutessimos e gastam muito com publicidade incentivando o uso do produto e agora estatildeo passando por maus bocados Com a nova lei ldquoantifumordquo eacute proibido fumar cigarro ou deri-vados de tabaco em ambientes de uso coletivo puacuteblicos ou privado uma diferenccedila signifi -cativa Todavia natildeo diminui o fato de o tabagismo ser consi-derado a maior causa evitaacutevel

de mortes e doenccedilas no mundoMas haacute quem discorde dessa

visatildeo que parece ser de caraacuteter liberal Meacutedicos e especialistas acreditam que com a liberaccedilatildeo da maconha e o consequumlente uso maciccedilo da publicidade um nuacutemero maior de pessoas experimentariam a droga Logo seriam mais pessoas sujeitas aos seus danos como por exemplo os problemas de perda de memoacuteria e doen-ccedilas relacionadas ao pulmatildeo

O Dr Elisaldo Carlini em entrevista para Drauzio Varella fala que com a publicidade a droga ganharia mais usuaacuterios e ldquocomo a maconha faz mal para os pulmotildees acarreta proble-mas de memoacuteria e em alguns casos leva agrave dependecircncia natildeo deve ser legalizadardquo Poreacutem ao ser perguntado por Varella se essa linha de raciociacutenio tam-beacutem seria aplicada ao aacutelcool ele responde que natildeo eacute contra a legalizaccedilatildeo do aacutelcool ldquopor-que vivemos uma situaccedilatildeo de fato em que seu uso social eacute aceito e estaacute consagradordquo e completa dizendo que ldquoos resultados da famosa Lei Seca americana jaacute provaram que eacute impossiacutevel proibir o uso do aacutelcool e que se o fi zermos o tiro pode sair pela culatrardquo A ONU recomendou sua proibi-ccedilatildeo em todo mundo e assim

como o governo americano considera o controle de oferta das drogas e combate ao traacutefi co a melhor forma de combater seus males Essa poliacutetica norte-americana custa uma fortuna cada vez mais crescente Atu-almente satildeo gastos 35 bilhotildees de doacutelares anuais contra os 10 bilhotildees gastos a 20 anos atraacutes

O ex-deputado federal e sub-secretaacuterio estadual Antidrogas Elias Murad diz que eacute radical-mente contra a legalizaccedilatildeo de qualquer tipo de drogas liacuteci-tas ou iliacutecitas Ele argumenta que a legalizaccedilatildeo estaacute ligada agrave ldquodisponibilidade de drogas no mercado que seria o caso encontrado em paiacuteses como Holanda e quando existe acei-taccedilatildeo por parte da comunidaderdquo

Em relaccedilatildeo ao pensamento de que a legalizaccedilatildeo da maco-nha diminuiria o traacutefi co Murad afi rma que ldquosim eacute uma forma de mostrar como o governo estaria tentando controlar o traacutefi cordquo mas acredita que ldquoos males que viriam com a legali-zaccedilatildeo seriam muito pior do que os que jaacute existem com o traacutefi cordquo

O desafi o lanccedilado eacute para que essas poliacuteticas puacuteblicas e leis possam ser discutidas e ela-boradas seguindo as diretrizes miacutenimas dos direitos humanos defendidos pela ONU (Orga-nizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas)

Editor e diagramador da paacutegina Diogo Hot e Aacutelvaro Castro- 6ordm periacuteodo

LEGALIZE JAacuteManifestaccedilotildees nas principais capitais do paiacutes geram debates acerca da temaacutetica da legalizaccedilatildeo da maconha

Manifestantes foram detidos pela Poliacutecia Militar por conduta excessiva na Marcha da Maconha na Praia do Arpoador na zona sul do Rio O evento natildeo chegou a acontecer porque foi proibido pela Justiccedila a pedido do Ministeacuterio Puacuteblico Estadual

Foto

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O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Cidades bull 13Editor e diagramador da paacutegina Diogo Hot e Aacutelvaro Castro -6ordm periacuteodo

Michael Phelps O campeatildeo oliacutempico foi

suspenso por trecircs meses por

ter sido fotografado utili-

zando maconha em festa

Marcello Antony Preso em 2004 comprando

maconha de um trafi cante

Marcelo D2 Afi rma fumar todos os dias

e jaacute sofreu vaacuterias repressotildees

por isso chegando a ser

preso apoacutes um show por

defender a liberaccedilatildeo da

droga

Giba Suspenso em 2003 por causa

do exame antidoping positivo

FAMOSOS QUE TIVERAM PROBLEMAS COM O USO

DA MACONHA

Fonte Revista Eacutepoca nordm 561

O Coletivo Marcha da Maco-nha Brasil eacute um grupo de indiviacuteduos e instituiccedilotildees que trabalham de forma descentra-lizada com um nuacutecleo-central que atua na manutenccedilatildeo do site wwwmarchadamaconhaorg e do foacuterum de discussotildees a ele vinculado Natildeo eacute um evento de cunho apologeacutetico e seus organizadores natildeo incentivam o uso de maconha ou de qual-quer outra substacircncia iliacutecita

Segundo informaccedilotildees apre-sentadas no site do movi-mento ldquoo objetivo eacute possibi-litar que todos os cidadatildeos possam se manifestar de forma livre e democraacutetica a respeito das poliacuteticas e leis sobre dro-gas do paiacutes Com essas ati-vidades procuramos ajudar a fazer com que essas leis e poliacuteticas possam ser construiacute-

das e aplicadas de forma mais transparente justa efi caz e pragmaacutetica respeitando a cida-dania e os Direitos Humanosrdquo

No ano passado a Marcha da Maconha foi proibida em nove das dez cidades brasileiras que fariam parte do circuito de manifestaccedilotildees que acontece-ram em outros 19 paiacuteses inclu-sive na capital mineira Apesar da proibiccedilatildeo vaacuterias pessoas compareceram agrave Praccedila da Estaccedilatildeo em 2008 e foram reprimidas pela Poliacutecia Militar

Este ano o Tribunal de Jus-ticcedila de Minas Gerais (TJMG) liberou a realizaccedilatildeo da Mar-cha da Maconha em Belo Horizonte O movimento tambeacutem foi autorizado no Rio de Janeiro Porto Alegre

Recife entre outros estados

Marcha no BrasilNo dia 9 de maio os estados

brasileiros do Rio de Janeiro Porto Alegre Juiz de Fora Bra-siacutelia Curitiba e mais outras 200 cidades em todo o mundo pro-moveram a manifestaccedilatildeo em favor da descriminalizaccedilatildeo do uso da maconha Realizada haacute sete anos no Brasil a Marcha da Maconha teve sua segunda edi-ccedilatildeo em Minas Gerais este ano

Em Belo Horizonte entre oitenta e cem pessoas partici-param da manisfestaccedilatildeo Os ati-vistas caminharam da Praccedila da Estaccedilatildeo passando pela Praccedila Sete ateacute chegarem agrave Praccedila da Liberdade onde o movimento se dispersou A passeata chamada

de Marcha da Maconha durou das 16h agraves 17h20 e segundo a Poliacutecia Militar durante a reali-zaccedilatildeo do protesto natildeo houve nenhum registro de violecircncia

No Rio de Janeiro a mobili-zaccedilatildeo que aconteceu em Ipa-nema reuniu cerca de 1200 par-tcipantes entre eles o ministro do Meio Ambiente Carlos Minc

Em Porto Alegre cerca de 350 simpatizantes da causa parti-ciparam da Marcha no Parque Farroupilha Por acreditarem que a erva eacute beneacutefi ca nos tratamen-tos de cacircncer Aids e glaucoma os seus defensores tambeacutem rei-vindicaram o reconhecimento de seu uso no campo medicinal O ato liberado pelo Ministeacuterio Puacuteblico teve uma hora de dura-ccedilatildeo e tambeacutem foi paciacutefico

Marcha da Maconha chegou em Brasiacutelia onde os manifestantes se reuniram em praccedila puacuteblica para protestar

A marcha pelo direito do uso

BRASILO cultivo e porte da maconha eacute proibido no Territoacuterio Brasileiro ainda que pela Lei natildeo haja mais pena de restriccedilatildeo agrave liberdade No entanto na praacutetica ateacute mesmo a conduta de distribuir panfl etos para divulgar o trabalho de um Movimento Social que fala sobre maconha pode acarretar autuaccedilatildeo por ldquocrime de apologia ao crimerdquo

CHINAPolitica de toleracircncia zero Trafi cantes condenados agrave morte e usuaacuterios obrigados a seguir programas de desintoxicaccedilao

HOLANDAPrimeiro paiacutes a liberar o uso da maconha em 1976 O consumo em bares especializados eacute liberado mas a venda fora deles eacute proibida

JAMAICAAo contraacuterio do que se imagina seu consumo eacute considerado ilegal mas o uso eacute altamente popular por parte da populaccedilatildeo local

Infografi a Felipe Chimicatti 7ordmG

Fotos divulgaccedilatildeo

BRASILO cultivoo e porte da maconha eacute proibiddo no Territoacuterio Brasileiroo ainda que pela Lei natildeo hhaja mais pena de restriccedilatildeo agrave liberdade No entanto na praacutetica ateacute mesmo aa conduta de distribuir panfl etoss para divulgar o trabalho de um Movimento Social quue fala sobre maconha pode acaarretar autuaccedilatildeo por ldquocrime dee apologia ao crimerdquo

JAMAICAAo contraacuterio do que se imagina seu consumo eacute considerado ilegal mas o uso eacute altamente popular por parte dapopulaccedilatildeo local

HOLANDAPrimeiro paiacutes a liberar o uso da maconha em 1976 O consumo em bares especializados eacute liberado mas a venda fora deles eacute proibida

CHINAPolPolitiitica ca de de toltoleracirceracircncinciaazerzero o TraTrafi cfi cantantes es concondendenadoados agraves agrave mo morterte e ue usuaacutesuaacuteriorios os obribrigadgados os a sa segueguir ir proprogragramasmas de de desdesintintoxioxicaccedilcaccedilaoao

Foto wwwfacunbbr storiesImagem_1145_edjpg

Condiccedilatildeo da maconha pelo mundo

12-13 - Maconhaindd 212-13 - Maconhaindd 2 12209 93005 AM12209 93005 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Leone -7ordm periacuteodo14 bull Comportamento

PEDRO LEONE

7ordm PERIacuteODO

Satildeo Paulo 10 de novembro de 2009 2230h A cena parecia receacutem tirada de um blockbuster apocaliacuteptico de Hollywood Pes-soas caminhando pelos trilhos do metrocirc carros desgovernados e uma cidade com 11 milhotildees de pessoas totalmente no escuro Era assim que se encontrava a capital paulista apoacutes o apagatildeo no fornecimento energeacutetico no Brasil causado por uma falha na linha de distribuiccedilatildeo de Furnas Na ocasiatildeo a usina de Itaipu responsaacutevel pela geraccedilatildeo de 20 da energia que abastece o paiacutes e 85 do Paraguai teve o funcionamento inteiramente interrompido Desde o pri-meiro momento de breu o que se viu entatildeo foi um fenocircmeno ateacute entatildeo pouco conhecido no Brasil Em questatildeo de minutos o site de relacionamento Twitter registrou milhares de comentaacute-rios postados por usuaacuterios de todo o paiacutes sobre o apagatildeo

O Twitter eacute a mais recente moda no mundo da internet Criado haacute trecircs anos o serviccedilo consiste em um blog pessoal um espaccedilo onde o usuaacuterio coloca textos com um limite de 140 caracteres (nada aleacutem de uma pequena frase) sobre o assunto que quiser Paula Fabian ex-coordenadora de produccedilatildeo do portal Uai e atual responsaacutevel pela comunicaccedilatildeo e pelo blog da Iveco acredita no entanto que as redes sociais natildeo satildeo apenas moda ldquoAs redes sociais chegaram para fi car e evoluiacute-rem refl etem uma mudanccedila de paradigma que a internet jaacute vem proporcionando haacute algum tempordquo afi rma

De fato se inicialmente a ideia dos criadores era de que as pessoas contassem o que estatildeo fazendo no momento em que escreveram hoje a ferramenta evoluiu e eacute usada como outras redes sociais para uma infi ni-dade de outros fi ns

Um dos marcos do uso de redes sociais na divulgaccedilatildeo jornaliacutes-tica ocorreu durante as eleiccedilotildees presidenciais no Iratilde em junho deste ano quando o mundo se viu inundado por notiacutecias sobre protestos e escacircndalos na apu-raccedilatildeo dos votos O incidente causou uma grande mobilizaccedilatildeo na miacutedia mundial Enquanto isso o proacuteprio governo iraniano cerceava alguns veiacuteculos locais chegando a fechar websites de oposiccedilatildeo Foi a deixa para o sur-gimento de uma diversidade de conteuacutedos em diversos espaccedilos na internet Viacutedeos no Youtube comunidades virtuais em todo tipo de site e uma infi nidade de comentaacuterios no Twitter fi zeram o evento um dos mais comen-tados em todo o mundo virtual Um usuaacuterio que se denominava ldquoTh eranBueraurdquo publicava no Twitter notiacutecias em tempo real atraveacutes do celular notiacutecias dos protestos de estudantes contra o governo

ItaipuA falha na distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica no Brasil causou um efeito semelhante Enquanto vagavam no escuro em ruas presos em elevadores trens e metrocircs e de dentro das proacuteprias casas centenas de natildeo-ilumina-dos recorreram a seus celulares para postar duacutevidas comentaacute-rios e notiacutecias na rede Apoacutes o restabelecimento da luz proli-feraram viacutedeos fotos e depoi-

mentos dos ocorridos Durante a madrugada do dia 10 em meio ao blecaute a assessoria de imprensa da usina de Itaipu criou uma conta no Twitter para divulgar comunicados ofi ciais sobre o ocorrido e responder as duacutevidas da populaccedilatildeo ldquoEm ins-tantes publicaremos a nota ofi -cial de Itaipu Binacional sobre o blecauterdquo foi o primeiro recado da empresa na rede

O uso das redes sociais pelas assessorias de imprensa eacute um dos casos mais curiosos e recor-rentes da evoluccedilatildeo das ferra-mentas Canais de viacutedeos insti-tucionais comunidades virtuais ofi ciais para aumentar o contato com o puacuteblico blogs e micro-blogs dando furos de notiacutecias nos veiacuteculos fornecendo infor-maccedilotildees ofi ciais em primeira matildeo O Clube Atleacutetico Mineiro aleacutem do caso da proacutepria Itaipu eacute

um exemplo Atraveacutes do Twitter o presidente do clube Alexan-dre Kalil divulga notiacutecias antes de saiacuterem na imprensa Esse uso no entanto natildeo eacute considerado por todos como jornaliacutestico ldquoNa minha opiniatildeo as redes disse-minam rapidamente as notiacutecias em piacutelulas mas natildeo considero como um trabalho jornaliacutesticordquo Afi rma Paula Fabian

As ferramentas ampliam o jaacute antigo uso dos websites como contato institucional com o mundo virtual Segundo Paula a ampliaccedilatildeo eacute o caminho certeiro das empresas que buscam esse contato indo aleacutem das proacuteprias redes sociais ldquoO mundo atual solicita presenccedila digital E natildeo basta estar simplesmente pre-sente na internet ou nas redes sociais Eacute preciso ser consistente em tudo o que se propotildee a parti-cipar Eacute preciso manter coerecircn-

cia com a atitude que se propotildee seguir nas redes sociaisrdquo

Outro obstaacuteculo levantado por ela eacute quanto a confi abili-dade das informaccedilotildees da rede ldquoNatildeo acho que nenhum veiacuteculo seja confi aacutevel quem eacute confi aacutevel eacute quem o faz quem estaacute por traacutes A inocecircncia na internet acabou a democracia que o meio pro-porciona abre espaccedilo tanto para o mal quanto para o bem o ver-dadeiro ou o falso o liacutecito ou iliacutecito A escolha eacute de cada umrdquo disse Paula

No fi m jornaliacutestico ou natildeo confi aacutevel ou malicioso a ampla difusatildeo de informaccedilotildees na internet soacute eacute beneacutefi ca Beneacutefi ca para os leitores cada vez mais informados e para os veiacuteculos que se obrigam a natildeo parar no tempo mantendo-se em discus-sotildees e reciclagens atraveacutes das novas tecnologias

Um passarinho me contouCada vez mais as redes sociais deixam de ser pura moda e passam a incorporar o dia a dia das pessoas

O New York Times dispotildee no Youtube viacutedeos que ampliam os assuntos abordados no jornal

ldquoFalaram para o estagiaacuterio em Itaipu quando sair apaga tudordquo

Piada difundida apoacutes o blecaute em Itaipu

ldquoCarini foi contratado Chegou no vocirco 1648 da

Gol hoje a tarderdquoAlexandre Kalil presidente do Atleacutetico-MG

se adiantand agrave imprensa

ldquoObra do Rodoanel desaba sobre a Reacutegis em SP equipe retira

escombrosrdquoEstado de Satildeo Paulo divulga manchetes

antes no Twitter

ldquoO diabo natildeo tinha chifre ateacute o dia em

que algueacutem mandou Zeacute Mayer pro infernordquo

Piadas sobre o ator Zeacute Mayer satildeo recorrentes na rede

No Twitter

14-15 - Redes Sociaisindd 114-15 - Redes Sociaisindd 1 12209 93048 AM12209 93048 AM

O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Leone - 7ordm periacuteodo Comportamento bull 15

Pouco mais de quatro meses apoacutes a sua morte em 25 de junho deste ano Michael Jackson con-tinua a mostrar porque eacute con-siderado o Rei do Pop O docu-mentaacuterio ldquoTh is is itrdquo em exibiccedilatildeo nos cinemas continua gerando comentaacuterios dos mais diversos tipos No entanto nenhum espec-tador tem duacutevidas do quanto Jackson merecia este tiacutetulo

O longa mostra os bastidores dos ensaios da uacuteltima turnecirc de Michael Jackson que natildeo che-gou a acontecer devido agrave morte precoce do cantor O lanccedilamento da obra agitou o mundo real ndash e virtual Enquanto os ingressos eram vendidos a uma velocidade exorbitante (soacute em Londres foram mais de 30 mil ingressos nas pri-meiras 24 horas) na rede o nome do cantor estaacute nos Trending Topics

do Twitter desde a noite de estreacuteia do documentaacuterio Ou seja o Reio do Pop estaacute entre os assuntos mais comentados do microblog

Logo que chegou aos cinemas os ldquotwitteirosrdquo de plantatildeo jaacute posta-ram suas impressotildees sobre o fi lme O criacutetico de cinema Pablo Villaccedila escreveu ldquomesmo longo e visual-mente desinteressante pinta uma imagem tatildeo favoraacutevel de MJ que indagamos por que natildeo fez algo assim antesrdquo Como costuma fazer com as obras que assiste Villaccedila daacute sua nota 3 em 5

A atriz Elizabeth Taylor fatilde e amiga de Michael Jackson tam-beacutem recorreu ao microblog para divulgar suas impressotildees ldquoReal-mente acredito que este fi lme deveria ser indicado em todas as categorias possiacuteveis Eacute a obra cinematograacutefi ca mais brilhante

que jaacute virdquo escreveu Taylor Mas tambeacutem haacute opiniotildees contraacuterias A ldquotwitteirardquo Laura Andrade critica o fi lme por considerar desneces-saacuterio mostrar a cruel realidade dos uacuteltimos dias do artista

O sucesso do documentaacute-rio eacute tatildeo grande que a Sony Pictures Entertainment jaacute anunciou que poderaacute esten-der o periacuteodo de exibiccedilatildeo que em princiacutepio seria de apenas duas semanas Com o longa mais tempo em cartaz o lanccedilamento do DVD foi adiado para o iniacute-cio do proacuteximo ano Mas para quem eacute fatilde a espera vai valer a pena jaacute que o DVD vai conter mais trecircs horas de extras que incluem cenas dos ensaios e versotildees ineacuteditas de videoclipes

No dia 22 de outubro a estu-dante Geisy Arruda de 20 anos foi exposta agrave vergonha puacuteblica pelos seus colegas na faculdade Uniban em Satildeo Bernardo do Campo As injuacuterias foram desde chingamentos ateacute ameaccedilas de lin-chamento e estupro sendo moti-vadas pelo vestido curto da aluna

O fato que ocorreu durante o horaacuterio de aula causou tanto tumulto na faculdade que as aulas foram interrompidas Cen-tenas de alunos foram para os corredores do Campus protestar e Geisy teve que sair acompa-nhada de escolta policial

O fato ganhou repercussatildeo nacional depois que um viacutedeo da retirada da aluna pela poliacutecia

sob gritos de colegas xingando passou a circular na internet

O viacutedeo publicado no site de viacutedeos Youtube teve milhares de acessos No Orkut foram criadas dezenas de comunidades para falar do assunto

Vaacuterios comentaacuterios na inter-net se ploriferaram nos textos sobre o assunto Ricardo aluno da Uniban disse no blog de Luiz Nassif estar chateado com o escacircndalo e em outro comen-taacuterio Josueacute Mecenas chamou os alunos de hipoacutecritas

No site da revista Marie Claire profi ssionais da moda se mani-festaram ldquo O brasileiro eacute o povo menos chauvinista em termos vestimentais So haacute restriccedilotildees

para homens por conta do com-plexo de machismordquo

A jornalista Eacuterica Palomino tambeacutem afi rmou no site ldquoEu pensei que minissaia havia sido inventada haacute 40 anos e natildeo fosse mais novidaderdquo A socioacuteloga Miriam Abramovay no site do Correio Brasiliense afi rmou que a atitude dos estudantes eacute vio-lenta agressiva e conservadora

Ainda no Twitter tambeacutem houve quem sugerisse que a garota fez algo aleacutem de usar uma minissaia Em comentaacuterio na rede social Ana Paula Bertoni disse que outro protesto aconteceu na Uniban Dessa vez os colegas da aluna agredida se manifestaram com narizes de palhaccedilo

O Rio de Janeiro ganhou des-taque na imprensa nas uacuteltimas semanas por motivos tanto posi-tivos quanto negativos A Cidade Maravilhosa foi escolhida como sede das Olimpiacuteadas de 2016 e dias depois pautou os noticiaacuterios com a guerra do traacutefi co O assunto tambeacutem invadiu as redes sociais (blogs Twitter Orkut entre outras) depois da derrubada de um heli-coacuteptero no Morro dos Macacos

O jornalista Carlos Castilho em um artigo intitulado ldquoDo tiro ao Twitterrdquo no site Observatoacuterio da Imprensa tocou numa ques-tatildeo interessante e pertinente ao contexto ldquopoliacutecia X crime organizadordquo Numa pesquisa recente destinada aos Estu-dos de Seguranccedila e Cidadania

provou-se que os policiais con-sideram os blogs como uma fer-ramenta poliacutetica ameaccediladora e subversiva para as tradicionais hierarquias que regem os quar-teacuteis no Brasil Apesar disso os blogs policiais podem mexer com a verticalizaccedilatildeo que pre-domina hoje na estrutura mili-tar expondo o que haacute de errado dentro das corporaccedilotildees e colo-cando em xeque as hierarquias

Espelhado no modelo norte-americano de amostragem de viacutetimas por guerras civis o site Rio Body Count foi criado para contabilizar por aproximaccedilatildeo o nuacutemero de viacutetimas na guerra do traacutefi co no Rio de janeiro mas jaacute foi desativado na Web

Sobre a atual violecircncia no

Morro dos Macacos o publicitaacute-rio e morador do bairro da Tijuca no Rio de Janeiro Gabriel Wardil 24 informou por meio de seu Twitter que o medo e a impo-tecircncia satildeo gerais e que as pessoas estatildeo mudando a rotina por causa da violecircncia ldquoEstamos no meio de uma guerra onde natildeo haacute como se defender e sendo governados pelo crime e terrorrdquo declarou

Comunidades do Orkut viacutedeos no Yotube posts em blogs satildeo exemplos de ferra-mentas que datildeo forccedila e auto-nomia para a voz da populaccedilatildeo Enquanto o Legislativo toma decisotildees a portas fechadas a Internet se torna um ambiente democraacutetico considerada por muitos como a nova Aacutegora

Arte Pedro Leone 7ordmG

Foto Bruno Gonzales em blog de Jorge Schweitzer

Guerra do traacutefi co no Rio de Janeiro se espalha na web

Textos nesta paacutegina escritos por Ana Carolina Amariz Flaacutevia Leatildeo Gabriel Assunccedilatildeo Jaime Hosken Liacutevia Martins Paula Sampaio Fernando Kelysson Gabriela Machado Michele Cristina Nathalia Magalhatildees Raiacutessa Rodrigues Rodrigo Otoni (6ordmG)

ldquoEu pensei que minissaia havia sido inventada haacute 40 anos e natildeo fosse mais novidaderdquoMiriam Abramovay socioacuteloga

Rei do Pop rouba cena no Twitter

Minissaia leva a motim de universitaacuterios

Guerra no Morro dos Macacos invade Web

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O Ponto

16 bull EsporteBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacuteginaPedro Gontijo e Clarisse Simatildeo - 6ordm periodo

O Rugby

Passados os anos as regras e nuacuteme-ros de participantes foram variando podendo hoje ser praticado com 15 10 ou 7 (conhecido como 7-a-side) joga-dores em cada time que se dividem em dois grupos ldquoOs Fowards satildeo jogadores maiores em tamanho e mais pesados enquanto os Backs satildeo mais raacutepidos menores mais leves e mais aacutegeis Eles atacam com velocidade passam a bola mais raacutepido mas tambeacutem haacute choquesrdquo explica Ariel Palacios treinador do time feminino do BH Rugby o maior da capital mineira

Durante a partida soacute eacute possiacutevel pas-sar a bola para o lado ou para traacutes sendo que os avanccedilos satildeo decorrentes das corridas com posse de bola Soacute eacute permitido passe para frente com pon-tapeacutes e no chute soacute podem perseguir a bola aleacutem do chutador aqueles joga-dores que estiverem em linha ou atraacutes do mesmo no momento do pontapeacute

Muitas vezes o esporte passa a ima-gem de violento mas seus praticantes defendem opiniatildeo contraria ldquoPassa essa imagem porque dentro de campo haacute um contato intenso entre os joga-dores A agressividade eacute inerente ao jogordquo explica Vitoacuteria ex-jogadora do BH Rugby

Um fator interessante e que ajuda a aliviar as tensotildees do jogo eacute o chamado terceiro tempo Promovido pelo time da casa esse eacute o momento em que os jogadores conversam fazem amizades cantam brincam bebem e discutem os lances da partida apoacutes o jogo e eacute uma das tradiccedilotildees do Rugby

Em Minas Gerais aleacutem do BH Rugby existem mais dois times expressivos ambos em Varginha O Minas Rugby nascido em 1995 e o Varginha Rugby criado em 2000 Inconfidentes e Poccedilos de Caldas no interior do estado pos-suem equipes menores e algumas outras cidades jaacute esboccedilam um esforccedilo para montar uma estrutura para o esporte entre elas Nova Lima Juiz de Fora Viccedilosa Uberlacircndia Governador Valadares e Nova Era

Apesar do aumento significativo da procura pelo esporte o Rugby ainda

sofre com falta de verbas para financiar as viagens dos atletas para as competi-ccedilotildees nacionais e internacionais A fim de contornar a situaccedilatildeo jogadores e equipe teacutecnica se viram como podem Alguns fazem uma poupanccedila onde todo mecircs uma quantia de dinheiro eacute depositada outros vendem brindes como camisetas rifas e adesivos e os mais corajosos posam para fotos Foi o caso da seleccedilatildeo brasileira de rugby feminino Para poder participar do Mundial de Dubai realizado em marccedilo deste ano criaram um calendaacuterio com fotos sensuais das proacuteprias jogadoras Um meio de chamar a atenccedilatildeo das pessoas e arrecadar dinheiro para a viagem Natildeo ganharam o campeonato mas garantiram o 10ordm lugar no ranking mundial

Vida de JogadoraJogadora haacute um pouco mais de dois

anos no BH Rugby Marina conheceu o esporte atraveacutes de amigos de Satildeo Paulo mas quem a incentivou a jogar foi uma amiga de trabalho ldquoUm dia fui para conhecer os treinos e fiqueirdquo Amigos e familiares a questionavam sobre por que natildeo fazer ballet ou jazz atividades tradicionalmente femini-nas mas Marina afirma que apesar de jaacute ter tentado natildeo combina com ela de jeito algum A jogadora comenta tam-beacutem que nunca teve rivalidade com outras jogadoras ldquoSomente dentro do campo alguns olhares e puxotildees de cabelos mas fora do campo o terceiro tempo tira a tensatildeo um poucordquo afirma a atleta

O administrador Mathias Klaus namora haacute dois anos a jogadora do BH Rugby Maria Clara Ele acompanha sua namorada em todos os jogos e diz natildeo sentir ciuacutemes dos treinos que ela faz com o time masculino de Rugby ldquoSem-pre que daacute eu saio com a turma toda pra tomar umasrdquo Mathias confessou que reza sempre para que sua namo-rada saia do campo sem um arranhatildeo pois a jogadora jaacute quebrou a claviacutecula e o nariz mas afirma que o esporte ajuda no relacionamento ldquoO namoro eacute

Encerrada a partida o jovem estudante William Webb Ellis inconfor-mado com a derrota do seu time agarra a bola com as matildeos e sai cor-rendo em direccedilatildeo ao gol adversaacuterio - Que velocidade Surpreendidos seus adversaacuterios entram na corrida para tentar impedi-lo Agarrado pelas pernas o pequeno Willian vai ao chatildeo e vecirc a bola esvair-se de suas matildeos Dessa cena que causou estranheza durante um jogo de futebol na Inglaterra em 1823 surgiu a ideacuteia inicial de um novo esporte o Rugby

O Rugby eacute um dos esportes mais populares do mundo e cada vez mais vem ganhando adeptos pelo Brasil desmistifi cando a fama de esporte violento e deixando de ser comparado ao futebol americano

MARINA CAMISASSA

RENATA WILLIG 2ordmPERIODO

Fotos Pedro Gontijo

em trecircs tempos

16-17 - Rugbyindd 116-17 - Rugbyindd 1 12209 92745 AM12209 92745 AM

O Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Gontijo e Clarisse Simatildeo - 6ordm periodo

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Esporte bull 17

oacutetimo quando ela estaacute estressada ela desconta no campo e com as rivaisrdquo

Jogadora do BH Rugby de dezem-bro de 2005 ateacute Julho de 2007 Vitoacuteria nunca praticou outro esporte Ela fra-turou o braccedilo durante uma partida e depois novamente em casa no mesmo lugar mas continua defendendo que isso eacute comum por ser um esporte de muito contato fiacutesico Vitoacuteria tambeacutem afirma que o esporte precisa ser mais divulgado o que ajudaria a desvincu-lar essa imagem de jogo violento que tem hoje

Vencer as barreiras de um esporte que ainda daacute os primeiros passos no paiacutes eacute outro desafio segundo as joga-doras O BH Rugby participa de pelo menos um campeonato por ano e para custear as viagens aleacutem da mensali-dade paga por elas ao clube Como haacute poucos patrocinadores eacute preciso fazer rifas e caixinhas para ajudar nas despe-sas das viagens que tecircm custo variado de acordo com o nuacutemero de jogadoras que participam dos torneios

Em Setembro de 2006 o time femi-nino do BH Rugby conquistou o pri-meiro tiacutetulo ao vencer o Campeonato da Independecircncia de 7-a-side em Var-ginha no Sul de Minas Em Outubro de 2007 conquistou o Torneio de 7-a-side de Satildeo Joseacute dos Campos a primeira etapa do Circuito Brasileiro de Rugby

Rugby no BrasilO Brasil conheceu o rugby no seacuteculo

XIX e foi Charles Miller o mesmo que trouxe o futebol para o Brasil que em 1895 organizou o primeiro time de rugby brasileiro em Satildeo Paulo Mas somente em 1925 o rugby comeccedilou a ser praticado com mais regularidade no Brasil no Campo dos Ingleses per-tencente ao Satildeo Paulo Athletic Club (SPAC) em Pirituba Satildeo Paulo

Durante o periacuteodo de 1926 a 1940 foram organizados jogos interesta-duais entre clubes paulista e carioca aleacutem de jogos internacionais contra os Springboks da Aacutefrica do Sul em 1932 e contra a seleccedilatildeo Britacircnica em 1936

De 1941 a 1946 os jogos foram inter-rompidos devido agrave Segunda Guerra Mundial sendo retomados em 1947

Em 1960 foi formada a Alianccedila Rugby Football Club constituiacuteda por jogadores ingleses franceses argenti-nos e brasileiros No dia 6 de outubro de 1963 foi fundada a sede em Satildeo Paulo da Uniatildeo de Rugby do Brasil com a finalidade de organizar e dirigir o rugby brasileiro No ano seguinte a entidade patrocinava o III Campeonato Sul-Americano de Rugby quando o Brasil conquistou o vice-campeonato

A partir de 1971 comeccedilou a se desenvolver lentamente o rugby Infanto-Juvenil em Satildeo Paulo e em 20 de Dezembro de 1972 foi fundada a Associaccedilatildeo Brasileira de Rugby em substituiccedilatildeo agrave Uniatildeo de Rugby do Bra-sil sendo reconhecida pelo Conselho Nacional de Desportos (CND) A par-tir daiacute o esporte vem ganhando adep-tos no paiacutes do futebol e se populari-zando deixando para traacutes a imagem de violento

1 - Pilar

2 - Hoker

3 - Pilar

4 - Segunda linha

5 - Segunda linha

6 - Asa (tercera linha) 7 - Asa (tercera Linha)

8 - Oitavo (uacuteltimo na formaccedilatildeo do scrum)

PasseNo rugby soacute eacute possiacutevel passar a bola para o lado ou para traacutes sendo que os avanccedilos satildeo decorrentes das corridas com posse de bola Soacute eacute permitido passes para frente com pon-tapeacutes No chute soacute podem perseguir a bola aleacutem do chutador aqueles jogadores que estiverem em linha ou atraacutes do mesmo do momento do pontapeacute

Tackle ou placagemO tackle eacute feito agarrando-se o jogador adver-saacuterio que estaacute com a bola e jogando-o ao chatildeo para que se possa fazer a tentativa de tomada da posse de bola atraveacutes do ruck

RuckQuando um jogador eacute tackleado ele solta a bola e eacute formado um ruck Jogadores dos dois times se jogam em cima daquele que estaacute ao chatildeo e tentam empurrar a bola para o seu lado do campo com o detalhe de que natildeo eacute permitido mover a bola com as matildeos

MaulOcorre quando trecircs jogadores sendo um portador da bola e os outros dois um de cada time estatildeo em contato A diferenccedila entre o ruck e o maul eacute que no uacuteltimo a bola natildeo se encontra no chatildeo e sim na matildeo do jogador Os jogadores devem manter a cabeccedila e os ombros acima da linha da cintura Natildeo eacute per-mitido tirar os jogadores do maul a natildeo ser que esse seja do time adversaacuterio e esteja do lado errado do maul

ScrumO scrum ou formaccedilatildeo ordenada geralmente eacute usado apoacutes uma jogada irregular ou em alguma penalidade O HalfScrum da equipe que natildeo cometeu a infraccedilatildeo insere a bola no meio de um ldquotuacutenelrdquo formado pelas duas primeiras linhas de cada equipe para que os jogadores de sua equipe consigam ganhar a posse da bola Qualquer jogador alheio a formaccedilatildeo ordenada tem que estar a 10 m da mesma

LateraisQuando a bola sai pela lateral do campo eacute realizado um alinhamento para que a bola volte ao jogo O Hoker da equipe lanccedila a bola no meio das duas linhas formadas Um joga-dor de cada equipe eacute levantado no ar para tentar agarrar a bola Quando a bola eacute posta na lateral o outro time pode repocirc-la rapida-mente para dentro de campo se esta cruzar a linha de cinco metros sem formaccedilatildeo de linhas

MarkQuando a equipe adversaacuteria chuta a bola e o jogador da outra equipe a pega sem quicar no chatildeo e dentro da aacuterea dos 22 metros ele pode chamar um mark ou pedir marco que eacute a possibilidade de se dar um chute sem o perigo de ser placado Serve como um fator de proteccedilatildeo para a defesa da equipe que pediu o marco pois interrompe o jogo e o time tem direito a um pontapeacute livre de onde o mark foi pedido

Algumas jogadas do Rugby

Esquema de jogo

BH RUGBY

12ordm BI do ExeacutercitoRua Timbiras com Barbacena Barro Preto Belo Horizonte - MG

Belo H

s sendo umLateraisQuQQQuQuQuQuQuQuananandodoodododd a bola saaaai peela lattererererala ddddoooo cacacacampmpmpmpmm oooooooo eacuteeacuteeacuteeacute

Ariel PalaciosTeacutecnico do BHRugby

312

6

45

789

10

111213

1514

9 - Half Scrum 10 - Apertura 11 - Ponta cego

12 - Primer centro

13 - Segundo Centro

14 - Ponta aberto

15 - Fullback

16-17 - Rugbyindd 216-17 - Rugbyindd 2 12209 92753 AM12209 92753 AM

O Ponto

18 bull CulturaBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Liacutevia Martins e Flaacutevia Leatildeo - 6 ordm periacuteodo

LUCAS RAGE VICTOR DUARTE RENAN BORGES

2ordm PERIODO

Desde 2004 os belo-hori-zontinos vecircm recebendo visi-tas ilustres nas diversas linhas de transporte puacuteblico da capi-tal Jaacute passaram pelos ocircnibus escritores como Gonccedilalves Dias Machado de Assis Castro Alves e muitos outros Calma eles natildeo estatildeo rodando por aiacute como passageiros estatildeo pre-sentes por meio de suas obras Eacute o projeto Leitura para Todos

Idealizado e organizado pelo Programa de Ensino Pesquisa e Extensatildeo A Tela e o Texto do curso de Letras da Universi-dade Federal de Minas Gerais (UFMG) o projeto Leitura para Todos tem o objetivo de levar literatura agrave grande populaccedilatildeo belo-horizontina de maneira dinacircmica e acessiacutevel

O que natildeo falta ao passa-geiro eacute escolha na hora de ler Satildeo oferecidas obras dos mais variados estilos desde crocircni-cas machadianas a poemas de Gonccedilalves Dias passando por composiccedilotildees musicais de Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes

Atraveacutes do site do projeto (wwwletrasufmgbratelaeo-texto) jovens autores tambeacutem podem enviar seus textos e jaacute

passam de 155 publicaccedilotildees deste cunho envolvidas na ini-ciativa O projeto contempla hoje 280 carros em 26 linhas distintas

Impressos em frente e verso e laminados os textos satildeo afi -xados na parte traseira dos assentos e apresentam faacutecil acesso Cada veiacuteculo possui uma meacutedia de vinte lacircminas dispostas ao longo dos assen-tos de maneira para atingir todos os passageiros Os textos satildeo trocados de trecircs em trecircs meses As formataccedilotildees variam de acordo com o tema e a forma luacutedica com a qual algu-mas obras satildeo expostas busca atrair o leitor relutante

RepercussatildeoAs estrateacutegias para atrair o lei-

tor apesar de criativas natildeo agra-daram a todos ldquoA letra eacute muito pequena entatildeo eu natildeo leio muitordquo diz Amanda Dias usuaacute-ria da linha Circular 01 (SC01) e moradora de Betim Estudante e morador da Savassi tambeacutem usuaacuterio da linha Guilherme Carvalho concorda ldquonatildeo atrai natildeo chama a atenccedilatildeo Fica ali mas a gente nem vecirc direito falta alguma coisa para chamar mais a atenccedilatildeo do pessoalrdquo

O maior problema aparenta ser a combinaccedilatildeo entre trans-porte puacuteblico e leitura uma vez que nem todos os passageiros podem se sentar durante a via-

gem ldquoEacute interessante para quem vai sentado mas quem estaacute de peacute natildeo aproveita muitordquo aponta Amanda Dias

Mas a iniciativa possui uma linha de admiradores para quem o incentivo agrave cultura e a dissemi-naccedilatildeo da literatura natildeo passam despercebidos Moradora do Taquaril e usuaacuteria da linha 9503 Vanusa dos Santos se entusiasma com o projeto ldquoAs histoacuterias satildeo legais Tem algumas que eu tenho ateacute vontade de levar para casa e ler para os meus fi lhos Eu jaacute li quase todas sempre que acabo de ler a minha jaacute estou logo pegando a do ladordquo afi rma Ilza Ferreira Gomes moradora de Venda Nova e usuaacuteria da

linha Circular 02 (SC02) tambeacutem divide o entusiasmo de Vanusa ldquoAcho excelente Incentiva a lei-tura A primeira coisa que eu faccedilo quando entro no ocircnibus eacute pegar um texto para lerrdquo

Segundo a coordenadora do projeto e do Programa A Tela e o Texto da FALE-UFMG Maria Antonieta Pereira a repercus-satildeo do projeto natildeo poderia ser melhor ldquoTemos recebido mui-tos textos novos e comentaacuterios dos leitores No mecircs que vem entraraacute em circulaccedilatildeo o texto de um usuaacuterio sobre o Leitura para Todosrdquo afi rma

De acordo com Maria Anto-nieta a maioria dos textos rece-bidos eacute de qualidade Para sele-cionaacute-los o criteacuterio utilizado eacute o valor literaacuterio ldquoFicam de fora apenas os textos que apresen-tarem linguagem vulgar ou de cunho agressivo Mas isso eacute rarordquo conclui

Mais do que uma degustaccedilatildeo literaacuteria muitos vecircem no projeto um passatempo que possibi-lita distraccedilatildeo durante as longas viagens de volta para casa ou em direccedilatildeo ao trabalho ldquoVocecirc comeccedila a ler e nem vecirc o tempo passarrdquo diz Jidalva da Silva moradora de Ibiriteacute e usuaacuteria da linha 3052 Guilherme Carvalho acrescenta ldquoEacute bacana porque a gente natildeo tem nada para fazer no ocircnibus entatildeo a gente lecirc no caminhordquo

Projeto Leitura para TodosFoto Divulgaccedilatildeo BHTrans

Com cinco anos de existecircncia iniciativa ainda passa despercebida por muitos passageiros de ocircnibus

Faz-de-conta domina a literaturaLivros com tramas e personagens fantaacutesticos encabeccedilam listas de mais vendidos

GABRIELA CAMPOLINA

5ordm PERIacuteODO

As aventuras de um bruxi-nho um mundo rodeado por robocircs que de repente passam a ter sentimentos o romance entre uma jovem e um vampiro a cegueira repentina A fi c-ccedilatildeo oferece um mundo rico de possibilidades estimulantes O autor fi ca livre para propor novas abordagens construir cenaacuterios - diferentes daqueles que estamos acostumados O leitor pode se deliciar com estoacuterias divertidas e impossiacuteveis na vida real mas que povoam a sua mente e satildeo apaixonantes

Para o doutorando em Lite-ratura de Liacutengua Portuguesa e professor da Universidade Fumec Luis Henrique Barbosa o sucesso desses livros pode ser atribuiacutedo ao grande poder da miacutedia ldquoHoje em dia eacute difiacutecil esca-

par dessa infl uecircncia ateacute mesmo para quem tenta fugir um pouco dissordquo Segundo o professor os meios de comunicaccedilatildeo criam um tipo de ldquomodardquo

Atualmente o livro que estaacute no topo dos mais vendidos eacute ldquoA Cabanardquo do canadense William Young que narra a histoacuteria de Mackenzie Allen Philip perso-nagem principal de uma trama que envolve questotildees religiosas ao desconstruir os estereoacutetipos de Deus e Jesus apresentados respectivamente como uma mulher negra grande e gorda e um jovem do Oriente Meacutedio que conserta e constroacutei coisas Outro sucesso de venda foram os livros da seacuterie Crepuacutesculo (Twilight) que conta a histoacuteria de uma ado-lescente que se apaixona por um vampiro recentemente adap-tada para o cinema

Os best-sellers de fi cccedilatildeo jaacute tomaram as salas de cinema haacute

um tempo Em termos de adap-taccedilatildeo literaacuteria escritores tendem a achar que o fi lme deve ser fi el ao texto Jaacute os cineastas enten-dem que a linguagem das telas eacute outra e que o compromisso do cinema eacute com os espectadores natildeo com os leitores Os escrito-res defendem a fi delidade os cineastas natildeo

O sucesso de longas como ldquoO senhor dos aneacuteisrdquo ldquoHarry Pot-terrdquo ldquoEu Robocircrdquo ldquoEnsaio sobre a cegueirardquo ldquoEntrevista com um vampirordquo de repente virou febre Todos parecem querer ldquoviajarrdquo por um mundo desconhecido

Os leitores principalmente os mais jovens querem ver seus livros personagens e aventuras preferidas de uma forma mais real Segundo Luis Henrique ldquoa miacutedia faz bom marketing e ainda tem o peso das peliacuteculas que direcionam ainda mais o foco do interesse do puacuteblicordquo E

independente das inuacutemeras criacute-ticas quanto a isso o sucesso eacute certo O exemplo eacute o das seacuteries Harry Potter e Twi-light - ambos best-sellers mundiais

A internet eacute tambeacutem um terreno que contribui para popularidade crescente da chamada literatura da moda de acordo com o pro-fessor Luis Henrique a litera-tura se tornou muito diversifi -cada ldquoHaacute um grande aumento por exemplo na lsquoliteratura de blogrsquo Muitos blogueiros escrevem histoacuterias que depois viram livrosrdquo diz Falando especifi camente sobre os livros de fi cccedilatildeo ele argu-menta que muito desse sucesso estaacute em foacutermulas que deram certo e se repetiram no avanccedilo da tecnologia na busca por res-postas e na tentativa de ldquofugardquo da rotina do dia-a-dia ldquoAinda assim eacute difiacutecil dizer porquecirc Eacute como

querer saber o motivo pelo qual muita gente escuta certo tipo de muacutesica ou assiste a certos tipos de fi lme Cada um tem uma razatildeo Tambeacutem natildeo podemos esquecer que estamos falando de moda E moda vai e voltardquo

criacute-sso as

m

o dem srdquote

18 - Literaturaindd 118 - Literaturaindd 1 12209 92644 AM12209 92644 AM

O Ponto

PEDRO LEONE

7ordm PERIacuteODO

A Faculdade de Ciecircncias Humanas da Fumec (FCH) lanccedilou no dia 20 de novem-bro a oitava ediccedilatildeo da revista ldquoMediaccedilatildeordquo de cunho cientiacute-fi co A publicaccedilatildeo que desta vez trouxe como tema central ldquoMiacutedas Audiovisuais e Proces-sos Identitaacuteriosrdquo representa um marco da revista por fortalecer a

periodicidade das produ-

ccedilotildees acadecircmicas da faculdade como reinteraram os diretores Antocircnio Marcos Nohmi Joatildeo Batista de Mendonccedila Filho e Th aiumls Estevanato em evento rea-lizado na data de lanccedilamento no auditoacuterio da FCH A revista passa ainda por uma reestrutu-raccedilatildeo editorial jaacute que a partir da proacutexima ediccedilatildeo natildeo conta mais com a professora Claudia Cha-ves Fonseca como editora que passa o cargo para o professor Rodrigo Fonseca e Rodrigues

Segundo Rodrigo um dos proacuteximos passos na consoli-daccedilatildeo da ldquoMediaccedilatildeordquo no mer-cado eacute a ampliaccedilatildeo dos pontos de distribuiccedilatildeo da publicaccedilatildeo sendo inclusive distribuiacuteda em bibliotecas de outras institui-ccedilotildees de ensino Aleacutem disso Rodrigo adiantou o tema-base da nona ediccedilatildeo jaacute sob seu comando que seraacute ldquoComuni-caccedilatildeo e estudos interdiscipli-naresrdquo Nela de acordo com o novo editor uma das metas seraacute ampliar o leque de assun-tos tratados e mostrar o caraacuteter plural da comunicaccedilatildeo

Outra meta para os proacuteximos nuacutemeros da revista eacute divulgar a

chamada para artigos em outros paiacuteses com a publicaccedilatildeo de textos traduzidos com exclusividade pela revista para o portuguecircs

Alunos como destaqueA novidade da oitava ediccedilatildeo

segundo a editora Claudia Cha-ves fi ca por conta da publica-ccedilatildeo da resenha ldquoEacutetica no ensino

de jornalismordquo de autoria das alunas do oitavo periacuteodo de jornalismo Ana Luacutecia Bahia e Marina Rigueira Para as alu-nas que dizem ter interesse em seguir a carreira acadecircmica a oportunidade eacute interessante por ser uma primeira experiecircn-cia na aacuterea O artigo segundo Ana Luacutecia e Marina eacute fruto de

um projeto de iniciaccedilatildeo cientiacute-fi ca e a primeira publicaccedilatildeo de cunho acadecircmico de ambas

A revista ldquoMediaccedilatildeordquo tem periodicidade semestral e teve nesta oitava ediccedilatildeo tiragem de mil exemplares reunindo dez artigos de professores pes-quisadores e profi ssionais da comunicaccedilatildeo social

Editor e diagramador da paacutegina Equipe O Ponto

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Miacutedias bull 19

FABIANA SOARES

7ordm PERIacuteODO

Kotler publicou sua biacuteblia do marketing e de repente todo mundo sabia como posicionar uma marca Entatildeo veio a Era Digital e desafi ou todas agecircncias de publicidade e profi ssionais de marketing Quais foram esses desafi os O que devemos levar em consideraccedilatildeo para posicio-nar uma marca online Eu com meu mero mas engajado conhe-cimento elaborei alguns toacutepi-cos que podem dar um rumo ao posicionamento digital

1) Pense e esteja OnlineO primeiro item eacute oacutebvio e pre-

cede todos os outros Se vocecirc quer entrar no mundo digital vocecirc tem que estar online A comunicaccedilatildeo digital eacute instantacirc-nea e interativa e se sua marca natildeo estaacute laacute quando um usuaacuterio a procura ele vai clicar na outra que estiver mais proacutexima Entatildeo

esteja sempre disponiacutevel e mais importante abrace a interaccedilatildeo Natildeo adianta estar online e pen-sar offl ine Converse e escute os usuaacuterios hoje eles satildeo tatildeo importantes no posicionamento de sua marca quanto a televisatildeo foi na deacutec de 50 O que nos leva ao segundo toacutepico

2) O usuaacuterio constroacutei a sua marca

Hoje o modelo de comuni-caccedilatildeo eacute interativo O internauta descobriu que pode produzir a mensagem e natildeo soacute recebecirc-la pacifi camente Entatildeo ele pode dizer que seu produtoserviccedilo eacute muito ruim ou muito bom e teraacute vaacuterias pessoas para ouviacute-lo E natildeo adianta querer abafar a sua voz isso soacute vai pegar mal e natildeo vai controlar a propagaccedilatildeo da mensagem (lembra do caso da Daniela Cicarelli) Entatildeo o que resta aacutes marcas eacute monitorar Vocecirc pode estar sempre alerta ao que estatildeo dizendo sobre vocecirc na web

eacute como um feedback instantacirc-neo e se estiverem falando bem oacutetimo mas se falarem mal per-gunte porque peccedila desculpas e desconstrua a imagem ruim que aquele usuaacuterio tem sobre sua marca Mas cuidado para natildeo invadir o espaccedilo virtual dele

3) Cuidado O usuaacuterio pode natildeo querer te ouvir

Vocecirc monitora sua marca na web e resolve entrar na discussatildeo dos usuaacuterios sobre sua marca Vaacute com calma Ele provavelmente vai estar em uma rede social conversando com seus amigos e de repente vocecirc vira um inva-sor inoportuno Hoje o usuaacuterio quer ouvir e daacute mais credibi-lidade a fala de seu ldquoamigo de rederdquo do que na auto-afi rmaccedilatildeo de uma marca Ele quer ouvir o que sua rede social tem a dizer e natildeo vocecirc Entatildeo uma estrateacutegia muito mais efi ciente de conver-sar com o usuaacuterio eacute sendo um usuaacuterio ou tendo como porta voz

algum usuaacuterio infl uente E se um usuaacuterio fala bem da sua marca daqui a pouca seratildeo dois quatro seis

4) O boca-a-boca casou com a internet e teve um fi lho fofoqueiro O viral

O viral nasceu graccedilas a velo-cidade e o tamanho da rede Enquando na tv temos uma pessoa falando para outras 11 milhotildees na rede sua marca pode falar com esse mesmo nuacutemero de pessoas e essas pessoas com outras 11 milhotildees de pessoas em uma velocidade muito mais raacutepida que a de um Vt de 30rdquo Esse potencial de propagaccedilatildeo da men-sagem eacute bom e ruim Bom por permitir uma comunicaccedilatildeo mais efi ciente em termos de tempo e ruim pois uma vez lanccedilada na rede eacute impossiacutevel acompanha-la A melhor maneira entatildeo de se utilizar um viral eacute ser cuida-doso com o que se quer propa-gar Pense se aquela mensagem

eacute realmente relevante se natildeo vai criar uma imagem negativa e se eacute sufi cientemente criativo para que os usuaacuterios queiram compartilhaacute-lo O viral tem sido a menina dos olhos de muitos criativos publicitaacuterios e de seus clientes pois tem um custo rela-tivamente baixo e pode alcanccedilar um grande nuacutemero de pessoas mas tambeacutem tem grandes riscos de ser um total fracasso

A internet aidna tem muito a nos ensinar e tentei colo-car acima um pouco do que jaacute consegui obeservar Mas ainda tenho uma grande curiosidade que ateacute hoje ningueacutem conseguiu me explicar como se cobra por estrateacutegias digitais Como men-surar em dinheiro um viral por exemplo Como apresentar uma estimativa de custos honesta para o cliente quando tudo que se tem eacute uma ideacuteia Se algueacutem tiver essa resposta meu email eacute fabzsoaresgmailcom

E agora Joseacute A festa acabou a luz apagou e ta todo mundo na web

Original publicado em httpestagiocriativoblogspotcomO texto natildeo sofreu ediccedilatildeo nem correccedilotildees ortograacutefi cas a pedido da autora

A equipe de professores e convidados que participaram da organizaccedilatildeo da 8ordm ediccedilatildeo da revista

Mediaccedilatildeo chega ao seu oitavo nuacutemeroRevista da Faculdade de Ciecircncias Humanas da FUMEC coloca o tema ldquoMiacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuteriosrdquo em debate e tem como desafi o para os proacuteximos nuacutemeros ampliar a chamada para o envio de artigos acadecircmicos a pesquisadores de outros paiacuteses

8ordf ediccedilatildeo da revista trata das Miacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuterios

19 - Mediacaoindd 119 - Mediacaoindd 1 12209 93123 AM12209 93123 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

20 bull Cultura Editora e diagramadora da paacutegina Amanda Lelis - 7ordm periodo

COLCHAde retalhos

CU

RT

Are

talh

os

Ajude a costurar nossa colcha balaioretalhosgmailcom

Ir aleacutem da superfiacutecie

Que o espelho mostra

(e que o ego gosta)

VontadeBaacuterbara Rodrigues

Midori aki

hatake dandan

akaku naru

GuntaiJoatildeo Paulo Borges

Outono verde

o campo aos poucos

fi ca vermelho

ExeacutercitoJoatildeo Paulo Borges

Frederico PortoOde ao pensamento

Todo momento eacute hora de aventura e fantasia

E comeccedila ao raiar do dia

Crianccedilas vatildeo agrave escola e cantam a melodia

E a imaginaccedilatildeo se mistura com a nostalgia

O vento o sol a neve e a tempestade

Amanhatilde eacute o ontem criado com amizade

E Deus em seu computador

Natildeo procura responder

A mensagem deixada seraacute criada por vocecirc

E sem fi m com mais delongas

O encanto se apaixona

E comeccedila a respirar

Pensamento que viraacute

Eu que natildeo amo vocecircGabriela Gois

Era tudo novo ali No puro prazer na inocecircncia ele repousava a cabeccedila sobre o meu

colo segurando minha matildeo fi rmemente Ao longe o sol ia se despedindo deixando uma

leve e uacutenica brisa no fi m de tarde abafado Noacutes trocaacutevamos algumas palavras bobas meu

coraccedilatildeo disparava quando via aquele sorriso sincero Era tudo parte de um comeccedilo de

vida uma iniciaccedilatildeo no mundinho chato e triste que eacute o amor Tatildeo perfeito calmo irreal

verdadeiro e tiacutemido A rua estava vazia eu permanecia em silecircncio enquanto ele brin-

cava com meus dedos em suas matildeos magrelas e brancas

- E quando tudo isso acabar

- Como assim ndash suspirei afagando seu cabelo bagunccedilado

- A gente vai crescerhellipMudar Talvez um dia nossos rostos se apaguem

- Eu natildeo seihellipTalvez um dia noacutes vamos estar adultos andando em alguma cidade no

meio do caos e nos reconhecemos por um sorriso Eu largaria meu namorado vocecirc sua

vida boecircmia e noacutes podemos fugir pra Franccedila

- Vocecirc eacute tatildeo boba

- E vocecirc eacute tatildeohellip

Seus laacutebios tocaram os meus delicadamente nada invasivo Eram macios tinham

sabor de chocolate branco O que aconteceu internamente natildeo haacute como descrever nada

comparado agrave felicidade instantacircnea de uma roupa nova Natildeo era algo bem melhor que

isso Era tudo tatildeo maacutegico e delicioso nada de preocupaccedilotildees Eacuteramos dois na calccedilada os

peacutes no chatildeo quente as matildeos entrelaccediladas os sorrisos carregados de felicidade

Hoje eu ainda olho para aquela foto estranha no fundo da caixa Ele estaacute longe pro-

vavelmente apagou meu rosto Eu natildeo consigo sentir nada comparado agravequilo nada que

faccedila meu coraccedilatildeo disparar como aquele dia Eu soacute amei uma vez eu tinha onze anos um

metro e sessenta e cinco e era boba

Larissa Cardoso Borges

Deixa a mente vagar

Sem rumo sem freio

Deixa as palavras fl uiacuterem

Pulsando pelo seu corpo ateacute chegarem ao destino fi nal

Matildeo que freneticamente escreve

Tentando organizar o fl uxo de emoccedilotildees de sensaccedilotildees

Raacutepido pensar fugaz aliacutevio

O papel suporta as minhas ideacuteias

Devaneios

GuriaRodrigo Guimaratildees Pena

quando dedo se lambia

tudo era mar-de-rosas

tu levavas vida em verso

eu te via toda prosa

e tu eras tatildeo pequena

tatildeo cheirosa tatildeo macia

que o chorar ou fazer cena

era manha da guria

hoje a vida te vecirc bela

tatildeo faceira tatildeo formosa

mas meus olhos vecircem aquela

que foi meu botatildeo de rosa

Sozinha

No mato

Sem teto

Comida

Companhia

Ou cobertor

Sem rastro

Barulho

Eu-soacute

Sozinha

Na terra

Deitada ateacute dissolver no tempo

QuererAmanda Lelis

Amanda Lelis

E o que vai ser agora

se tudo em mim for

silecircncio

DuacutevidaAmanda Lelis

20 - Colcha de retalhosindd 120 - Colcha de retalhosindd 1 12209 92543 AM12209 92543 AM

Page 11: Jornal O Ponto - novembro de 2009

O Nosso Senhor do Bonfi m foi o primeiro e eacute o mais tradicional cemiteacuterio da capital Eacute mais antigo que a proacutepria cidade foi fun-dado em 08 de fevereiro em 1897 enquanto BH foi inaugurada em 12 de dezembro do mesmo ano Sua projeccedilatildeo e construccedilatildeo contou com a supervisatildeo teacutecnica da Comis-satildeo Construtora da Nova Capital ndash de onde se atribui a semelhanccedila dos dois traccedilados arquitetocircnicos Dedicada ao estudo de His-toacuteria Regional a pesquisadora Marcelina

das Graccedilas Almeida conta que o Bonfi m foi construiacutedo como uma das primeiras medidas da Comissatildeo para organizar espa-cialmente a cidade com a proibiccedilatildeo de sepultamentos que eram feitos no adro da Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem a padroeira da cidade na Rua Sergipe bem no centro da nova capital Construiu-se um cemiteacuterio provisoacuterio ateacute que o Bonfi m estivesse pronto que fi cava onde hoje haacute o cruzamento das ruas Rio de Janeiro dos Tamoacuteios Satildeo Paulo e dos Tupis

O modelo monumental dos tuacutemulos observado somente no Cemiteacuterio do Bon-fi m fez com que fossem encomendados diversos trabalhos no Rio de Janeiro em Satildeo Paulo e em dezenas de ateliecircs de artistas

locais entre eles os famosos irmatildeos Natali os Lunardi e a Marmoraria Satildeo Joseacute ndash todos estes agrave eacutepoca implicados na construccedilatildeo de preacutedios puacuteblicos e residecircncias ilustres na receacutem-inaugurada capital de Minas

Percorrendo o cemiteacuterio por entre seus jazigos eacute possiacutevel observar duas fases mar-cantes de sua histoacuteria Os tuacutemulos da pri-meira delas contada ateacute a deacutecada de 1940 satildeo dotados de elementos artiacutesticos pre-dominantemente feitos em maacutermore Na segunda fase vecirc-se o bronze e o granito preto como recorrentes Segundo o IEPHA ndash Instituto Estadual do Patrimocircnio Histoacute-rico e Artiacutestico de Minas Gerais uma outra forma de diferenciaccedilatildeo das fases eacute a ocupa-ccedilatildeo ldquotemaacuteticardquo de determinadas quadras do

cemiteacuterio Existem quadras com tuacutemulos soacute de crianccedilas outras predominantemente ocupadas por personalidades da poliacutetica mineira Para se ter uma ideacuteia no Bon-fi m estatildeo enterrados dentre outros os ex-governadores mineiros Silviano Brandatildeo Benedito Valadares Raul Soares e Olegaacuterio Maciel o ex-senador Bernardo Monteiro e o ex-prefeito Cristiano Machado aleacutem de per-sonagens importantes de Minas Uma aula de histoacuteria regional a ceacuteu aberto

O Bonfim nasceu primeiro

Dona Ilma (agrave esq) e Dona Alice (agrave dir) acreditam que suas visitas e oraccedilotildees satildeo importantes para os familiares que partiram

fi m fez com que fossem encomendadosdiversos trabalhos no Rio de Janeiro emSatildeo Paulo e em dezenas de ateliecircs de artistas

rico e Artiacutestico de Minas Gerais uma outra forma de diferenciaccedilatildeo das fases eacute a ocupa-ccedilatildeo ldquotemaacuteticardquo de determinadas quadras do

O Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Amanda Lelis e Roberta Andrade 7ordm periacuteodo

Belo Horizonte 30 de Novembro de 2009

Cidades bull 11

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O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

12 bull Cidades

LIRA FAVILLA

6ordm PERIacuteODO

Ao usar o termo legaliza-ccedilatildeo acaba-se esbarrando no fato de que atualmente essa palavra carrega um peso tatildeo grande quanto o termo droga

Conhecida cientifi camente como Cannabis sativa a maco-nha como eacute chamada no Brasil eacute um elemento muito presente nas polecircmicas rodas de discus-satildeo que envolvem a liberaccedilatildeo de seu consumo Antes defen-dida por hippies seu uso de forma legal como uma conduta regulada por lei vem sendo defendida por nada menos que trecircs ex-presidentes latino-ame-ricanos e mais uma comissatildeo de 17 especialistas personalidades e professores O ex-presidente brasileiro e socioacutelogo Fernando Henrique Cardoso 77 eacute um deles A comissatildeo que tam-beacutem conta com os economistas Cesar Gaviria 61 da Colocircm-bia e Ernesto Zedillo 57 do Meacutexico propotildee uma revisatildeo na poliacutetica mundial de drogas e garante ser de extrema impor-tacircncia o debate das condi-ccedilotildees legais para seu consumo

Originaacuteria da Aacutesia Central com os primeiros registros his-toacutericos por volta de 200 anos aC na China no Egito e na

Iacutendia a maconha tem o THC (tetraidrocanabinol) como o principal causador dos efei-tos fiacutesicos e psiacutequicos os olhos vermelhos aumento do apetite e do batimento cardiacuteaco boca seca e coordenaccedilatildeo motora prejudicada A erva foi muito utilizada para fi ns medicinais reduzindo naacuteuseas e vocircmitos produzidos por medicamen-tos anticanceriacutegenos e em alguns casos no tratamento da epilepsia Diversas outras par-tes da planta satildeo utilizadas em paiacuteses como EUA Inglaterra Espanha Chile Franccedila Suiacuteccedila Holanda Canadaacute para produzir fi bras tecircxteis das mais variadas qualidades oacuteleos bio-combus-tiacuteveis estruturas para constru-ccedilatildeo civil peccedilas automotivas cosmeacuteticos medicamentos ali-mentos entre outros produtos

Em fevereiro deste ano a uacuteltima reuniatildeo da Comissatildeo Latino Americana sobre Drogas e Democracia realizada no Rio de Janeiro exaltou os benefiacutecios do consumo da droga nas ques-totildees da sauacutede e nuacutemeros foram colocados na mesa Bilhotildees de doacutelares satildeo gastos por ano para combate ao traacutefi co e milhotildees de pessoas perdem suas vidas ou satildeo presas envolvidas nesse lucrativo ldquomercadordquo ile-gal Seguindo a linha de que as proibiccedilotildees estimulam o desvio

a proibiccedilatildeo da droga estimula e sustenta o traacutefi co Contudo eacute importante ressaltar que subs-tacircncias mais pesadas como cocaiacutena natildeo estatildeo visadas para entrar na discussatildeo da legalizaccedilatildeo Segundo FHC ldquoa maconha aleacutem de ser a droga menos danosa ao organismo eacute a mais consumida Seria leviano incluir drogas mais pesadas nessa propostardquo afi rmou em entrevista agrave revista EacutePOCA

O tabaco e o aacutelcool consi-derados legais e que tambeacutem causam dependecircncia quiacutemica nos usuaacuterios matam muito mais que a maconha Segundo o Relatoacuterio Mundial sobre Dro-gas do UNODC (Escritoacuterio das Naccedilotildees Unidas contra Drogas e Crime) o tabaco mata cinco milhotildees de pessoas o aacutelcool cerca de 25 milhotildees e as dro-gas iliacutecitas cerca de 200 mil pes-soas por ano em todo o mundo Seus fabricantes pagam impos-tos altiacutessimos e gastam muito com publicidade incentivando o uso do produto e agora estatildeo passando por maus bocados Com a nova lei ldquoantifumordquo eacute proibido fumar cigarro ou deri-vados de tabaco em ambientes de uso coletivo puacuteblicos ou privado uma diferenccedila signifi -cativa Todavia natildeo diminui o fato de o tabagismo ser consi-derado a maior causa evitaacutevel

de mortes e doenccedilas no mundoMas haacute quem discorde dessa

visatildeo que parece ser de caraacuteter liberal Meacutedicos e especialistas acreditam que com a liberaccedilatildeo da maconha e o consequumlente uso maciccedilo da publicidade um nuacutemero maior de pessoas experimentariam a droga Logo seriam mais pessoas sujeitas aos seus danos como por exemplo os problemas de perda de memoacuteria e doen-ccedilas relacionadas ao pulmatildeo

O Dr Elisaldo Carlini em entrevista para Drauzio Varella fala que com a publicidade a droga ganharia mais usuaacuterios e ldquocomo a maconha faz mal para os pulmotildees acarreta proble-mas de memoacuteria e em alguns casos leva agrave dependecircncia natildeo deve ser legalizadardquo Poreacutem ao ser perguntado por Varella se essa linha de raciociacutenio tam-beacutem seria aplicada ao aacutelcool ele responde que natildeo eacute contra a legalizaccedilatildeo do aacutelcool ldquopor-que vivemos uma situaccedilatildeo de fato em que seu uso social eacute aceito e estaacute consagradordquo e completa dizendo que ldquoos resultados da famosa Lei Seca americana jaacute provaram que eacute impossiacutevel proibir o uso do aacutelcool e que se o fi zermos o tiro pode sair pela culatrardquo A ONU recomendou sua proibi-ccedilatildeo em todo mundo e assim

como o governo americano considera o controle de oferta das drogas e combate ao traacutefi co a melhor forma de combater seus males Essa poliacutetica norte-americana custa uma fortuna cada vez mais crescente Atu-almente satildeo gastos 35 bilhotildees de doacutelares anuais contra os 10 bilhotildees gastos a 20 anos atraacutes

O ex-deputado federal e sub-secretaacuterio estadual Antidrogas Elias Murad diz que eacute radical-mente contra a legalizaccedilatildeo de qualquer tipo de drogas liacuteci-tas ou iliacutecitas Ele argumenta que a legalizaccedilatildeo estaacute ligada agrave ldquodisponibilidade de drogas no mercado que seria o caso encontrado em paiacuteses como Holanda e quando existe acei-taccedilatildeo por parte da comunidaderdquo

Em relaccedilatildeo ao pensamento de que a legalizaccedilatildeo da maco-nha diminuiria o traacutefi co Murad afi rma que ldquosim eacute uma forma de mostrar como o governo estaria tentando controlar o traacutefi cordquo mas acredita que ldquoos males que viriam com a legali-zaccedilatildeo seriam muito pior do que os que jaacute existem com o traacutefi cordquo

O desafi o lanccedilado eacute para que essas poliacuteticas puacuteblicas e leis possam ser discutidas e ela-boradas seguindo as diretrizes miacutenimas dos direitos humanos defendidos pela ONU (Orga-nizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas)

Editor e diagramador da paacutegina Diogo Hot e Aacutelvaro Castro- 6ordm periacuteodo

LEGALIZE JAacuteManifestaccedilotildees nas principais capitais do paiacutes geram debates acerca da temaacutetica da legalizaccedilatildeo da maconha

Manifestantes foram detidos pela Poliacutecia Militar por conduta excessiva na Marcha da Maconha na Praia do Arpoador na zona sul do Rio O evento natildeo chegou a acontecer porque foi proibido pela Justiccedila a pedido do Ministeacuterio Puacuteblico Estadual

Foto

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O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Cidades bull 13Editor e diagramador da paacutegina Diogo Hot e Aacutelvaro Castro -6ordm periacuteodo

Michael Phelps O campeatildeo oliacutempico foi

suspenso por trecircs meses por

ter sido fotografado utili-

zando maconha em festa

Marcello Antony Preso em 2004 comprando

maconha de um trafi cante

Marcelo D2 Afi rma fumar todos os dias

e jaacute sofreu vaacuterias repressotildees

por isso chegando a ser

preso apoacutes um show por

defender a liberaccedilatildeo da

droga

Giba Suspenso em 2003 por causa

do exame antidoping positivo

FAMOSOS QUE TIVERAM PROBLEMAS COM O USO

DA MACONHA

Fonte Revista Eacutepoca nordm 561

O Coletivo Marcha da Maco-nha Brasil eacute um grupo de indiviacuteduos e instituiccedilotildees que trabalham de forma descentra-lizada com um nuacutecleo-central que atua na manutenccedilatildeo do site wwwmarchadamaconhaorg e do foacuterum de discussotildees a ele vinculado Natildeo eacute um evento de cunho apologeacutetico e seus organizadores natildeo incentivam o uso de maconha ou de qual-quer outra substacircncia iliacutecita

Segundo informaccedilotildees apre-sentadas no site do movi-mento ldquoo objetivo eacute possibi-litar que todos os cidadatildeos possam se manifestar de forma livre e democraacutetica a respeito das poliacuteticas e leis sobre dro-gas do paiacutes Com essas ati-vidades procuramos ajudar a fazer com que essas leis e poliacuteticas possam ser construiacute-

das e aplicadas de forma mais transparente justa efi caz e pragmaacutetica respeitando a cida-dania e os Direitos Humanosrdquo

No ano passado a Marcha da Maconha foi proibida em nove das dez cidades brasileiras que fariam parte do circuito de manifestaccedilotildees que acontece-ram em outros 19 paiacuteses inclu-sive na capital mineira Apesar da proibiccedilatildeo vaacuterias pessoas compareceram agrave Praccedila da Estaccedilatildeo em 2008 e foram reprimidas pela Poliacutecia Militar

Este ano o Tribunal de Jus-ticcedila de Minas Gerais (TJMG) liberou a realizaccedilatildeo da Mar-cha da Maconha em Belo Horizonte O movimento tambeacutem foi autorizado no Rio de Janeiro Porto Alegre

Recife entre outros estados

Marcha no BrasilNo dia 9 de maio os estados

brasileiros do Rio de Janeiro Porto Alegre Juiz de Fora Bra-siacutelia Curitiba e mais outras 200 cidades em todo o mundo pro-moveram a manifestaccedilatildeo em favor da descriminalizaccedilatildeo do uso da maconha Realizada haacute sete anos no Brasil a Marcha da Maconha teve sua segunda edi-ccedilatildeo em Minas Gerais este ano

Em Belo Horizonte entre oitenta e cem pessoas partici-param da manisfestaccedilatildeo Os ati-vistas caminharam da Praccedila da Estaccedilatildeo passando pela Praccedila Sete ateacute chegarem agrave Praccedila da Liberdade onde o movimento se dispersou A passeata chamada

de Marcha da Maconha durou das 16h agraves 17h20 e segundo a Poliacutecia Militar durante a reali-zaccedilatildeo do protesto natildeo houve nenhum registro de violecircncia

No Rio de Janeiro a mobili-zaccedilatildeo que aconteceu em Ipa-nema reuniu cerca de 1200 par-tcipantes entre eles o ministro do Meio Ambiente Carlos Minc

Em Porto Alegre cerca de 350 simpatizantes da causa parti-ciparam da Marcha no Parque Farroupilha Por acreditarem que a erva eacute beneacutefi ca nos tratamen-tos de cacircncer Aids e glaucoma os seus defensores tambeacutem rei-vindicaram o reconhecimento de seu uso no campo medicinal O ato liberado pelo Ministeacuterio Puacuteblico teve uma hora de dura-ccedilatildeo e tambeacutem foi paciacutefico

Marcha da Maconha chegou em Brasiacutelia onde os manifestantes se reuniram em praccedila puacuteblica para protestar

A marcha pelo direito do uso

BRASILO cultivo e porte da maconha eacute proibido no Territoacuterio Brasileiro ainda que pela Lei natildeo haja mais pena de restriccedilatildeo agrave liberdade No entanto na praacutetica ateacute mesmo a conduta de distribuir panfl etos para divulgar o trabalho de um Movimento Social que fala sobre maconha pode acarretar autuaccedilatildeo por ldquocrime de apologia ao crimerdquo

CHINAPolitica de toleracircncia zero Trafi cantes condenados agrave morte e usuaacuterios obrigados a seguir programas de desintoxicaccedilao

HOLANDAPrimeiro paiacutes a liberar o uso da maconha em 1976 O consumo em bares especializados eacute liberado mas a venda fora deles eacute proibida

JAMAICAAo contraacuterio do que se imagina seu consumo eacute considerado ilegal mas o uso eacute altamente popular por parte da populaccedilatildeo local

Infografi a Felipe Chimicatti 7ordmG

Fotos divulgaccedilatildeo

BRASILO cultivoo e porte da maconha eacute proibiddo no Territoacuterio Brasileiroo ainda que pela Lei natildeo hhaja mais pena de restriccedilatildeo agrave liberdade No entanto na praacutetica ateacute mesmo aa conduta de distribuir panfl etoss para divulgar o trabalho de um Movimento Social quue fala sobre maconha pode acaarretar autuaccedilatildeo por ldquocrime dee apologia ao crimerdquo

JAMAICAAo contraacuterio do que se imagina seu consumo eacute considerado ilegal mas o uso eacute altamente popular por parte dapopulaccedilatildeo local

HOLANDAPrimeiro paiacutes a liberar o uso da maconha em 1976 O consumo em bares especializados eacute liberado mas a venda fora deles eacute proibida

CHINAPolPolitiitica ca de de toltoleracirceracircncinciaazerzero o TraTrafi cfi cantantes es concondendenadoados agraves agrave mo morterte e ue usuaacutesuaacuteriorios os obribrigadgados os a sa segueguir ir proprogragramasmas de de desdesintintoxioxicaccedilcaccedilaoao

Foto wwwfacunbbr storiesImagem_1145_edjpg

Condiccedilatildeo da maconha pelo mundo

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O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Leone -7ordm periacuteodo14 bull Comportamento

PEDRO LEONE

7ordm PERIacuteODO

Satildeo Paulo 10 de novembro de 2009 2230h A cena parecia receacutem tirada de um blockbuster apocaliacuteptico de Hollywood Pes-soas caminhando pelos trilhos do metrocirc carros desgovernados e uma cidade com 11 milhotildees de pessoas totalmente no escuro Era assim que se encontrava a capital paulista apoacutes o apagatildeo no fornecimento energeacutetico no Brasil causado por uma falha na linha de distribuiccedilatildeo de Furnas Na ocasiatildeo a usina de Itaipu responsaacutevel pela geraccedilatildeo de 20 da energia que abastece o paiacutes e 85 do Paraguai teve o funcionamento inteiramente interrompido Desde o pri-meiro momento de breu o que se viu entatildeo foi um fenocircmeno ateacute entatildeo pouco conhecido no Brasil Em questatildeo de minutos o site de relacionamento Twitter registrou milhares de comentaacute-rios postados por usuaacuterios de todo o paiacutes sobre o apagatildeo

O Twitter eacute a mais recente moda no mundo da internet Criado haacute trecircs anos o serviccedilo consiste em um blog pessoal um espaccedilo onde o usuaacuterio coloca textos com um limite de 140 caracteres (nada aleacutem de uma pequena frase) sobre o assunto que quiser Paula Fabian ex-coordenadora de produccedilatildeo do portal Uai e atual responsaacutevel pela comunicaccedilatildeo e pelo blog da Iveco acredita no entanto que as redes sociais natildeo satildeo apenas moda ldquoAs redes sociais chegaram para fi car e evoluiacute-rem refl etem uma mudanccedila de paradigma que a internet jaacute vem proporcionando haacute algum tempordquo afi rma

De fato se inicialmente a ideia dos criadores era de que as pessoas contassem o que estatildeo fazendo no momento em que escreveram hoje a ferramenta evoluiu e eacute usada como outras redes sociais para uma infi ni-dade de outros fi ns

Um dos marcos do uso de redes sociais na divulgaccedilatildeo jornaliacutes-tica ocorreu durante as eleiccedilotildees presidenciais no Iratilde em junho deste ano quando o mundo se viu inundado por notiacutecias sobre protestos e escacircndalos na apu-raccedilatildeo dos votos O incidente causou uma grande mobilizaccedilatildeo na miacutedia mundial Enquanto isso o proacuteprio governo iraniano cerceava alguns veiacuteculos locais chegando a fechar websites de oposiccedilatildeo Foi a deixa para o sur-gimento de uma diversidade de conteuacutedos em diversos espaccedilos na internet Viacutedeos no Youtube comunidades virtuais em todo tipo de site e uma infi nidade de comentaacuterios no Twitter fi zeram o evento um dos mais comen-tados em todo o mundo virtual Um usuaacuterio que se denominava ldquoTh eranBueraurdquo publicava no Twitter notiacutecias em tempo real atraveacutes do celular notiacutecias dos protestos de estudantes contra o governo

ItaipuA falha na distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica no Brasil causou um efeito semelhante Enquanto vagavam no escuro em ruas presos em elevadores trens e metrocircs e de dentro das proacuteprias casas centenas de natildeo-ilumina-dos recorreram a seus celulares para postar duacutevidas comentaacute-rios e notiacutecias na rede Apoacutes o restabelecimento da luz proli-feraram viacutedeos fotos e depoi-

mentos dos ocorridos Durante a madrugada do dia 10 em meio ao blecaute a assessoria de imprensa da usina de Itaipu criou uma conta no Twitter para divulgar comunicados ofi ciais sobre o ocorrido e responder as duacutevidas da populaccedilatildeo ldquoEm ins-tantes publicaremos a nota ofi -cial de Itaipu Binacional sobre o blecauterdquo foi o primeiro recado da empresa na rede

O uso das redes sociais pelas assessorias de imprensa eacute um dos casos mais curiosos e recor-rentes da evoluccedilatildeo das ferra-mentas Canais de viacutedeos insti-tucionais comunidades virtuais ofi ciais para aumentar o contato com o puacuteblico blogs e micro-blogs dando furos de notiacutecias nos veiacuteculos fornecendo infor-maccedilotildees ofi ciais em primeira matildeo O Clube Atleacutetico Mineiro aleacutem do caso da proacutepria Itaipu eacute

um exemplo Atraveacutes do Twitter o presidente do clube Alexan-dre Kalil divulga notiacutecias antes de saiacuterem na imprensa Esse uso no entanto natildeo eacute considerado por todos como jornaliacutestico ldquoNa minha opiniatildeo as redes disse-minam rapidamente as notiacutecias em piacutelulas mas natildeo considero como um trabalho jornaliacutesticordquo Afi rma Paula Fabian

As ferramentas ampliam o jaacute antigo uso dos websites como contato institucional com o mundo virtual Segundo Paula a ampliaccedilatildeo eacute o caminho certeiro das empresas que buscam esse contato indo aleacutem das proacuteprias redes sociais ldquoO mundo atual solicita presenccedila digital E natildeo basta estar simplesmente pre-sente na internet ou nas redes sociais Eacute preciso ser consistente em tudo o que se propotildee a parti-cipar Eacute preciso manter coerecircn-

cia com a atitude que se propotildee seguir nas redes sociaisrdquo

Outro obstaacuteculo levantado por ela eacute quanto a confi abili-dade das informaccedilotildees da rede ldquoNatildeo acho que nenhum veiacuteculo seja confi aacutevel quem eacute confi aacutevel eacute quem o faz quem estaacute por traacutes A inocecircncia na internet acabou a democracia que o meio pro-porciona abre espaccedilo tanto para o mal quanto para o bem o ver-dadeiro ou o falso o liacutecito ou iliacutecito A escolha eacute de cada umrdquo disse Paula

No fi m jornaliacutestico ou natildeo confi aacutevel ou malicioso a ampla difusatildeo de informaccedilotildees na internet soacute eacute beneacutefi ca Beneacutefi ca para os leitores cada vez mais informados e para os veiacuteculos que se obrigam a natildeo parar no tempo mantendo-se em discus-sotildees e reciclagens atraveacutes das novas tecnologias

Um passarinho me contouCada vez mais as redes sociais deixam de ser pura moda e passam a incorporar o dia a dia das pessoas

O New York Times dispotildee no Youtube viacutedeos que ampliam os assuntos abordados no jornal

ldquoFalaram para o estagiaacuterio em Itaipu quando sair apaga tudordquo

Piada difundida apoacutes o blecaute em Itaipu

ldquoCarini foi contratado Chegou no vocirco 1648 da

Gol hoje a tarderdquoAlexandre Kalil presidente do Atleacutetico-MG

se adiantand agrave imprensa

ldquoObra do Rodoanel desaba sobre a Reacutegis em SP equipe retira

escombrosrdquoEstado de Satildeo Paulo divulga manchetes

antes no Twitter

ldquoO diabo natildeo tinha chifre ateacute o dia em

que algueacutem mandou Zeacute Mayer pro infernordquo

Piadas sobre o ator Zeacute Mayer satildeo recorrentes na rede

No Twitter

14-15 - Redes Sociaisindd 114-15 - Redes Sociaisindd 1 12209 93048 AM12209 93048 AM

O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Leone - 7ordm periacuteodo Comportamento bull 15

Pouco mais de quatro meses apoacutes a sua morte em 25 de junho deste ano Michael Jackson con-tinua a mostrar porque eacute con-siderado o Rei do Pop O docu-mentaacuterio ldquoTh is is itrdquo em exibiccedilatildeo nos cinemas continua gerando comentaacuterios dos mais diversos tipos No entanto nenhum espec-tador tem duacutevidas do quanto Jackson merecia este tiacutetulo

O longa mostra os bastidores dos ensaios da uacuteltima turnecirc de Michael Jackson que natildeo che-gou a acontecer devido agrave morte precoce do cantor O lanccedilamento da obra agitou o mundo real ndash e virtual Enquanto os ingressos eram vendidos a uma velocidade exorbitante (soacute em Londres foram mais de 30 mil ingressos nas pri-meiras 24 horas) na rede o nome do cantor estaacute nos Trending Topics

do Twitter desde a noite de estreacuteia do documentaacuterio Ou seja o Reio do Pop estaacute entre os assuntos mais comentados do microblog

Logo que chegou aos cinemas os ldquotwitteirosrdquo de plantatildeo jaacute posta-ram suas impressotildees sobre o fi lme O criacutetico de cinema Pablo Villaccedila escreveu ldquomesmo longo e visual-mente desinteressante pinta uma imagem tatildeo favoraacutevel de MJ que indagamos por que natildeo fez algo assim antesrdquo Como costuma fazer com as obras que assiste Villaccedila daacute sua nota 3 em 5

A atriz Elizabeth Taylor fatilde e amiga de Michael Jackson tam-beacutem recorreu ao microblog para divulgar suas impressotildees ldquoReal-mente acredito que este fi lme deveria ser indicado em todas as categorias possiacuteveis Eacute a obra cinematograacutefi ca mais brilhante

que jaacute virdquo escreveu Taylor Mas tambeacutem haacute opiniotildees contraacuterias A ldquotwitteirardquo Laura Andrade critica o fi lme por considerar desneces-saacuterio mostrar a cruel realidade dos uacuteltimos dias do artista

O sucesso do documentaacute-rio eacute tatildeo grande que a Sony Pictures Entertainment jaacute anunciou que poderaacute esten-der o periacuteodo de exibiccedilatildeo que em princiacutepio seria de apenas duas semanas Com o longa mais tempo em cartaz o lanccedilamento do DVD foi adiado para o iniacute-cio do proacuteximo ano Mas para quem eacute fatilde a espera vai valer a pena jaacute que o DVD vai conter mais trecircs horas de extras que incluem cenas dos ensaios e versotildees ineacuteditas de videoclipes

No dia 22 de outubro a estu-dante Geisy Arruda de 20 anos foi exposta agrave vergonha puacuteblica pelos seus colegas na faculdade Uniban em Satildeo Bernardo do Campo As injuacuterias foram desde chingamentos ateacute ameaccedilas de lin-chamento e estupro sendo moti-vadas pelo vestido curto da aluna

O fato que ocorreu durante o horaacuterio de aula causou tanto tumulto na faculdade que as aulas foram interrompidas Cen-tenas de alunos foram para os corredores do Campus protestar e Geisy teve que sair acompa-nhada de escolta policial

O fato ganhou repercussatildeo nacional depois que um viacutedeo da retirada da aluna pela poliacutecia

sob gritos de colegas xingando passou a circular na internet

O viacutedeo publicado no site de viacutedeos Youtube teve milhares de acessos No Orkut foram criadas dezenas de comunidades para falar do assunto

Vaacuterios comentaacuterios na inter-net se ploriferaram nos textos sobre o assunto Ricardo aluno da Uniban disse no blog de Luiz Nassif estar chateado com o escacircndalo e em outro comen-taacuterio Josueacute Mecenas chamou os alunos de hipoacutecritas

No site da revista Marie Claire profi ssionais da moda se mani-festaram ldquo O brasileiro eacute o povo menos chauvinista em termos vestimentais So haacute restriccedilotildees

para homens por conta do com-plexo de machismordquo

A jornalista Eacuterica Palomino tambeacutem afi rmou no site ldquoEu pensei que minissaia havia sido inventada haacute 40 anos e natildeo fosse mais novidaderdquo A socioacuteloga Miriam Abramovay no site do Correio Brasiliense afi rmou que a atitude dos estudantes eacute vio-lenta agressiva e conservadora

Ainda no Twitter tambeacutem houve quem sugerisse que a garota fez algo aleacutem de usar uma minissaia Em comentaacuterio na rede social Ana Paula Bertoni disse que outro protesto aconteceu na Uniban Dessa vez os colegas da aluna agredida se manifestaram com narizes de palhaccedilo

O Rio de Janeiro ganhou des-taque na imprensa nas uacuteltimas semanas por motivos tanto posi-tivos quanto negativos A Cidade Maravilhosa foi escolhida como sede das Olimpiacuteadas de 2016 e dias depois pautou os noticiaacuterios com a guerra do traacutefi co O assunto tambeacutem invadiu as redes sociais (blogs Twitter Orkut entre outras) depois da derrubada de um heli-coacuteptero no Morro dos Macacos

O jornalista Carlos Castilho em um artigo intitulado ldquoDo tiro ao Twitterrdquo no site Observatoacuterio da Imprensa tocou numa ques-tatildeo interessante e pertinente ao contexto ldquopoliacutecia X crime organizadordquo Numa pesquisa recente destinada aos Estu-dos de Seguranccedila e Cidadania

provou-se que os policiais con-sideram os blogs como uma fer-ramenta poliacutetica ameaccediladora e subversiva para as tradicionais hierarquias que regem os quar-teacuteis no Brasil Apesar disso os blogs policiais podem mexer com a verticalizaccedilatildeo que pre-domina hoje na estrutura mili-tar expondo o que haacute de errado dentro das corporaccedilotildees e colo-cando em xeque as hierarquias

Espelhado no modelo norte-americano de amostragem de viacutetimas por guerras civis o site Rio Body Count foi criado para contabilizar por aproximaccedilatildeo o nuacutemero de viacutetimas na guerra do traacutefi co no Rio de janeiro mas jaacute foi desativado na Web

Sobre a atual violecircncia no

Morro dos Macacos o publicitaacute-rio e morador do bairro da Tijuca no Rio de Janeiro Gabriel Wardil 24 informou por meio de seu Twitter que o medo e a impo-tecircncia satildeo gerais e que as pessoas estatildeo mudando a rotina por causa da violecircncia ldquoEstamos no meio de uma guerra onde natildeo haacute como se defender e sendo governados pelo crime e terrorrdquo declarou

Comunidades do Orkut viacutedeos no Yotube posts em blogs satildeo exemplos de ferra-mentas que datildeo forccedila e auto-nomia para a voz da populaccedilatildeo Enquanto o Legislativo toma decisotildees a portas fechadas a Internet se torna um ambiente democraacutetico considerada por muitos como a nova Aacutegora

Arte Pedro Leone 7ordmG

Foto Bruno Gonzales em blog de Jorge Schweitzer

Guerra do traacutefi co no Rio de Janeiro se espalha na web

Textos nesta paacutegina escritos por Ana Carolina Amariz Flaacutevia Leatildeo Gabriel Assunccedilatildeo Jaime Hosken Liacutevia Martins Paula Sampaio Fernando Kelysson Gabriela Machado Michele Cristina Nathalia Magalhatildees Raiacutessa Rodrigues Rodrigo Otoni (6ordmG)

ldquoEu pensei que minissaia havia sido inventada haacute 40 anos e natildeo fosse mais novidaderdquoMiriam Abramovay socioacuteloga

Rei do Pop rouba cena no Twitter

Minissaia leva a motim de universitaacuterios

Guerra no Morro dos Macacos invade Web

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O Ponto

16 bull EsporteBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacuteginaPedro Gontijo e Clarisse Simatildeo - 6ordm periodo

O Rugby

Passados os anos as regras e nuacuteme-ros de participantes foram variando podendo hoje ser praticado com 15 10 ou 7 (conhecido como 7-a-side) joga-dores em cada time que se dividem em dois grupos ldquoOs Fowards satildeo jogadores maiores em tamanho e mais pesados enquanto os Backs satildeo mais raacutepidos menores mais leves e mais aacutegeis Eles atacam com velocidade passam a bola mais raacutepido mas tambeacutem haacute choquesrdquo explica Ariel Palacios treinador do time feminino do BH Rugby o maior da capital mineira

Durante a partida soacute eacute possiacutevel pas-sar a bola para o lado ou para traacutes sendo que os avanccedilos satildeo decorrentes das corridas com posse de bola Soacute eacute permitido passe para frente com pon-tapeacutes e no chute soacute podem perseguir a bola aleacutem do chutador aqueles joga-dores que estiverem em linha ou atraacutes do mesmo no momento do pontapeacute

Muitas vezes o esporte passa a ima-gem de violento mas seus praticantes defendem opiniatildeo contraria ldquoPassa essa imagem porque dentro de campo haacute um contato intenso entre os joga-dores A agressividade eacute inerente ao jogordquo explica Vitoacuteria ex-jogadora do BH Rugby

Um fator interessante e que ajuda a aliviar as tensotildees do jogo eacute o chamado terceiro tempo Promovido pelo time da casa esse eacute o momento em que os jogadores conversam fazem amizades cantam brincam bebem e discutem os lances da partida apoacutes o jogo e eacute uma das tradiccedilotildees do Rugby

Em Minas Gerais aleacutem do BH Rugby existem mais dois times expressivos ambos em Varginha O Minas Rugby nascido em 1995 e o Varginha Rugby criado em 2000 Inconfidentes e Poccedilos de Caldas no interior do estado pos-suem equipes menores e algumas outras cidades jaacute esboccedilam um esforccedilo para montar uma estrutura para o esporte entre elas Nova Lima Juiz de Fora Viccedilosa Uberlacircndia Governador Valadares e Nova Era

Apesar do aumento significativo da procura pelo esporte o Rugby ainda

sofre com falta de verbas para financiar as viagens dos atletas para as competi-ccedilotildees nacionais e internacionais A fim de contornar a situaccedilatildeo jogadores e equipe teacutecnica se viram como podem Alguns fazem uma poupanccedila onde todo mecircs uma quantia de dinheiro eacute depositada outros vendem brindes como camisetas rifas e adesivos e os mais corajosos posam para fotos Foi o caso da seleccedilatildeo brasileira de rugby feminino Para poder participar do Mundial de Dubai realizado em marccedilo deste ano criaram um calendaacuterio com fotos sensuais das proacuteprias jogadoras Um meio de chamar a atenccedilatildeo das pessoas e arrecadar dinheiro para a viagem Natildeo ganharam o campeonato mas garantiram o 10ordm lugar no ranking mundial

Vida de JogadoraJogadora haacute um pouco mais de dois

anos no BH Rugby Marina conheceu o esporte atraveacutes de amigos de Satildeo Paulo mas quem a incentivou a jogar foi uma amiga de trabalho ldquoUm dia fui para conhecer os treinos e fiqueirdquo Amigos e familiares a questionavam sobre por que natildeo fazer ballet ou jazz atividades tradicionalmente femini-nas mas Marina afirma que apesar de jaacute ter tentado natildeo combina com ela de jeito algum A jogadora comenta tam-beacutem que nunca teve rivalidade com outras jogadoras ldquoSomente dentro do campo alguns olhares e puxotildees de cabelos mas fora do campo o terceiro tempo tira a tensatildeo um poucordquo afirma a atleta

O administrador Mathias Klaus namora haacute dois anos a jogadora do BH Rugby Maria Clara Ele acompanha sua namorada em todos os jogos e diz natildeo sentir ciuacutemes dos treinos que ela faz com o time masculino de Rugby ldquoSem-pre que daacute eu saio com a turma toda pra tomar umasrdquo Mathias confessou que reza sempre para que sua namo-rada saia do campo sem um arranhatildeo pois a jogadora jaacute quebrou a claviacutecula e o nariz mas afirma que o esporte ajuda no relacionamento ldquoO namoro eacute

Encerrada a partida o jovem estudante William Webb Ellis inconfor-mado com a derrota do seu time agarra a bola com as matildeos e sai cor-rendo em direccedilatildeo ao gol adversaacuterio - Que velocidade Surpreendidos seus adversaacuterios entram na corrida para tentar impedi-lo Agarrado pelas pernas o pequeno Willian vai ao chatildeo e vecirc a bola esvair-se de suas matildeos Dessa cena que causou estranheza durante um jogo de futebol na Inglaterra em 1823 surgiu a ideacuteia inicial de um novo esporte o Rugby

O Rugby eacute um dos esportes mais populares do mundo e cada vez mais vem ganhando adeptos pelo Brasil desmistifi cando a fama de esporte violento e deixando de ser comparado ao futebol americano

MARINA CAMISASSA

RENATA WILLIG 2ordmPERIODO

Fotos Pedro Gontijo

em trecircs tempos

16-17 - Rugbyindd 116-17 - Rugbyindd 1 12209 92745 AM12209 92745 AM

O Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Gontijo e Clarisse Simatildeo - 6ordm periodo

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Esporte bull 17

oacutetimo quando ela estaacute estressada ela desconta no campo e com as rivaisrdquo

Jogadora do BH Rugby de dezem-bro de 2005 ateacute Julho de 2007 Vitoacuteria nunca praticou outro esporte Ela fra-turou o braccedilo durante uma partida e depois novamente em casa no mesmo lugar mas continua defendendo que isso eacute comum por ser um esporte de muito contato fiacutesico Vitoacuteria tambeacutem afirma que o esporte precisa ser mais divulgado o que ajudaria a desvincu-lar essa imagem de jogo violento que tem hoje

Vencer as barreiras de um esporte que ainda daacute os primeiros passos no paiacutes eacute outro desafio segundo as joga-doras O BH Rugby participa de pelo menos um campeonato por ano e para custear as viagens aleacutem da mensali-dade paga por elas ao clube Como haacute poucos patrocinadores eacute preciso fazer rifas e caixinhas para ajudar nas despe-sas das viagens que tecircm custo variado de acordo com o nuacutemero de jogadoras que participam dos torneios

Em Setembro de 2006 o time femi-nino do BH Rugby conquistou o pri-meiro tiacutetulo ao vencer o Campeonato da Independecircncia de 7-a-side em Var-ginha no Sul de Minas Em Outubro de 2007 conquistou o Torneio de 7-a-side de Satildeo Joseacute dos Campos a primeira etapa do Circuito Brasileiro de Rugby

Rugby no BrasilO Brasil conheceu o rugby no seacuteculo

XIX e foi Charles Miller o mesmo que trouxe o futebol para o Brasil que em 1895 organizou o primeiro time de rugby brasileiro em Satildeo Paulo Mas somente em 1925 o rugby comeccedilou a ser praticado com mais regularidade no Brasil no Campo dos Ingleses per-tencente ao Satildeo Paulo Athletic Club (SPAC) em Pirituba Satildeo Paulo

Durante o periacuteodo de 1926 a 1940 foram organizados jogos interesta-duais entre clubes paulista e carioca aleacutem de jogos internacionais contra os Springboks da Aacutefrica do Sul em 1932 e contra a seleccedilatildeo Britacircnica em 1936

De 1941 a 1946 os jogos foram inter-rompidos devido agrave Segunda Guerra Mundial sendo retomados em 1947

Em 1960 foi formada a Alianccedila Rugby Football Club constituiacuteda por jogadores ingleses franceses argenti-nos e brasileiros No dia 6 de outubro de 1963 foi fundada a sede em Satildeo Paulo da Uniatildeo de Rugby do Brasil com a finalidade de organizar e dirigir o rugby brasileiro No ano seguinte a entidade patrocinava o III Campeonato Sul-Americano de Rugby quando o Brasil conquistou o vice-campeonato

A partir de 1971 comeccedilou a se desenvolver lentamente o rugby Infanto-Juvenil em Satildeo Paulo e em 20 de Dezembro de 1972 foi fundada a Associaccedilatildeo Brasileira de Rugby em substituiccedilatildeo agrave Uniatildeo de Rugby do Bra-sil sendo reconhecida pelo Conselho Nacional de Desportos (CND) A par-tir daiacute o esporte vem ganhando adep-tos no paiacutes do futebol e se populari-zando deixando para traacutes a imagem de violento

1 - Pilar

2 - Hoker

3 - Pilar

4 - Segunda linha

5 - Segunda linha

6 - Asa (tercera linha) 7 - Asa (tercera Linha)

8 - Oitavo (uacuteltimo na formaccedilatildeo do scrum)

PasseNo rugby soacute eacute possiacutevel passar a bola para o lado ou para traacutes sendo que os avanccedilos satildeo decorrentes das corridas com posse de bola Soacute eacute permitido passes para frente com pon-tapeacutes No chute soacute podem perseguir a bola aleacutem do chutador aqueles jogadores que estiverem em linha ou atraacutes do mesmo do momento do pontapeacute

Tackle ou placagemO tackle eacute feito agarrando-se o jogador adver-saacuterio que estaacute com a bola e jogando-o ao chatildeo para que se possa fazer a tentativa de tomada da posse de bola atraveacutes do ruck

RuckQuando um jogador eacute tackleado ele solta a bola e eacute formado um ruck Jogadores dos dois times se jogam em cima daquele que estaacute ao chatildeo e tentam empurrar a bola para o seu lado do campo com o detalhe de que natildeo eacute permitido mover a bola com as matildeos

MaulOcorre quando trecircs jogadores sendo um portador da bola e os outros dois um de cada time estatildeo em contato A diferenccedila entre o ruck e o maul eacute que no uacuteltimo a bola natildeo se encontra no chatildeo e sim na matildeo do jogador Os jogadores devem manter a cabeccedila e os ombros acima da linha da cintura Natildeo eacute per-mitido tirar os jogadores do maul a natildeo ser que esse seja do time adversaacuterio e esteja do lado errado do maul

ScrumO scrum ou formaccedilatildeo ordenada geralmente eacute usado apoacutes uma jogada irregular ou em alguma penalidade O HalfScrum da equipe que natildeo cometeu a infraccedilatildeo insere a bola no meio de um ldquotuacutenelrdquo formado pelas duas primeiras linhas de cada equipe para que os jogadores de sua equipe consigam ganhar a posse da bola Qualquer jogador alheio a formaccedilatildeo ordenada tem que estar a 10 m da mesma

LateraisQuando a bola sai pela lateral do campo eacute realizado um alinhamento para que a bola volte ao jogo O Hoker da equipe lanccedila a bola no meio das duas linhas formadas Um joga-dor de cada equipe eacute levantado no ar para tentar agarrar a bola Quando a bola eacute posta na lateral o outro time pode repocirc-la rapida-mente para dentro de campo se esta cruzar a linha de cinco metros sem formaccedilatildeo de linhas

MarkQuando a equipe adversaacuteria chuta a bola e o jogador da outra equipe a pega sem quicar no chatildeo e dentro da aacuterea dos 22 metros ele pode chamar um mark ou pedir marco que eacute a possibilidade de se dar um chute sem o perigo de ser placado Serve como um fator de proteccedilatildeo para a defesa da equipe que pediu o marco pois interrompe o jogo e o time tem direito a um pontapeacute livre de onde o mark foi pedido

Algumas jogadas do Rugby

Esquema de jogo

BH RUGBY

12ordm BI do ExeacutercitoRua Timbiras com Barbacena Barro Preto Belo Horizonte - MG

Belo H

s sendo umLateraisQuQQQuQuQuQuQuQuananandodoodododd a bola saaaai peela lattererererala ddddoooo cacacacampmpmpmpmm oooooooo eacuteeacuteeacuteeacute

Ariel PalaciosTeacutecnico do BHRugby

312

6

45

789

10

111213

1514

9 - Half Scrum 10 - Apertura 11 - Ponta cego

12 - Primer centro

13 - Segundo Centro

14 - Ponta aberto

15 - Fullback

16-17 - Rugbyindd 216-17 - Rugbyindd 2 12209 92753 AM12209 92753 AM

O Ponto

18 bull CulturaBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Liacutevia Martins e Flaacutevia Leatildeo - 6 ordm periacuteodo

LUCAS RAGE VICTOR DUARTE RENAN BORGES

2ordm PERIODO

Desde 2004 os belo-hori-zontinos vecircm recebendo visi-tas ilustres nas diversas linhas de transporte puacuteblico da capi-tal Jaacute passaram pelos ocircnibus escritores como Gonccedilalves Dias Machado de Assis Castro Alves e muitos outros Calma eles natildeo estatildeo rodando por aiacute como passageiros estatildeo pre-sentes por meio de suas obras Eacute o projeto Leitura para Todos

Idealizado e organizado pelo Programa de Ensino Pesquisa e Extensatildeo A Tela e o Texto do curso de Letras da Universi-dade Federal de Minas Gerais (UFMG) o projeto Leitura para Todos tem o objetivo de levar literatura agrave grande populaccedilatildeo belo-horizontina de maneira dinacircmica e acessiacutevel

O que natildeo falta ao passa-geiro eacute escolha na hora de ler Satildeo oferecidas obras dos mais variados estilos desde crocircni-cas machadianas a poemas de Gonccedilalves Dias passando por composiccedilotildees musicais de Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes

Atraveacutes do site do projeto (wwwletrasufmgbratelaeo-texto) jovens autores tambeacutem podem enviar seus textos e jaacute

passam de 155 publicaccedilotildees deste cunho envolvidas na ini-ciativa O projeto contempla hoje 280 carros em 26 linhas distintas

Impressos em frente e verso e laminados os textos satildeo afi -xados na parte traseira dos assentos e apresentam faacutecil acesso Cada veiacuteculo possui uma meacutedia de vinte lacircminas dispostas ao longo dos assen-tos de maneira para atingir todos os passageiros Os textos satildeo trocados de trecircs em trecircs meses As formataccedilotildees variam de acordo com o tema e a forma luacutedica com a qual algu-mas obras satildeo expostas busca atrair o leitor relutante

RepercussatildeoAs estrateacutegias para atrair o lei-

tor apesar de criativas natildeo agra-daram a todos ldquoA letra eacute muito pequena entatildeo eu natildeo leio muitordquo diz Amanda Dias usuaacute-ria da linha Circular 01 (SC01) e moradora de Betim Estudante e morador da Savassi tambeacutem usuaacuterio da linha Guilherme Carvalho concorda ldquonatildeo atrai natildeo chama a atenccedilatildeo Fica ali mas a gente nem vecirc direito falta alguma coisa para chamar mais a atenccedilatildeo do pessoalrdquo

O maior problema aparenta ser a combinaccedilatildeo entre trans-porte puacuteblico e leitura uma vez que nem todos os passageiros podem se sentar durante a via-

gem ldquoEacute interessante para quem vai sentado mas quem estaacute de peacute natildeo aproveita muitordquo aponta Amanda Dias

Mas a iniciativa possui uma linha de admiradores para quem o incentivo agrave cultura e a dissemi-naccedilatildeo da literatura natildeo passam despercebidos Moradora do Taquaril e usuaacuteria da linha 9503 Vanusa dos Santos se entusiasma com o projeto ldquoAs histoacuterias satildeo legais Tem algumas que eu tenho ateacute vontade de levar para casa e ler para os meus fi lhos Eu jaacute li quase todas sempre que acabo de ler a minha jaacute estou logo pegando a do ladordquo afi rma Ilza Ferreira Gomes moradora de Venda Nova e usuaacuteria da

linha Circular 02 (SC02) tambeacutem divide o entusiasmo de Vanusa ldquoAcho excelente Incentiva a lei-tura A primeira coisa que eu faccedilo quando entro no ocircnibus eacute pegar um texto para lerrdquo

Segundo a coordenadora do projeto e do Programa A Tela e o Texto da FALE-UFMG Maria Antonieta Pereira a repercus-satildeo do projeto natildeo poderia ser melhor ldquoTemos recebido mui-tos textos novos e comentaacuterios dos leitores No mecircs que vem entraraacute em circulaccedilatildeo o texto de um usuaacuterio sobre o Leitura para Todosrdquo afi rma

De acordo com Maria Anto-nieta a maioria dos textos rece-bidos eacute de qualidade Para sele-cionaacute-los o criteacuterio utilizado eacute o valor literaacuterio ldquoFicam de fora apenas os textos que apresen-tarem linguagem vulgar ou de cunho agressivo Mas isso eacute rarordquo conclui

Mais do que uma degustaccedilatildeo literaacuteria muitos vecircem no projeto um passatempo que possibi-lita distraccedilatildeo durante as longas viagens de volta para casa ou em direccedilatildeo ao trabalho ldquoVocecirc comeccedila a ler e nem vecirc o tempo passarrdquo diz Jidalva da Silva moradora de Ibiriteacute e usuaacuteria da linha 3052 Guilherme Carvalho acrescenta ldquoEacute bacana porque a gente natildeo tem nada para fazer no ocircnibus entatildeo a gente lecirc no caminhordquo

Projeto Leitura para TodosFoto Divulgaccedilatildeo BHTrans

Com cinco anos de existecircncia iniciativa ainda passa despercebida por muitos passageiros de ocircnibus

Faz-de-conta domina a literaturaLivros com tramas e personagens fantaacutesticos encabeccedilam listas de mais vendidos

GABRIELA CAMPOLINA

5ordm PERIacuteODO

As aventuras de um bruxi-nho um mundo rodeado por robocircs que de repente passam a ter sentimentos o romance entre uma jovem e um vampiro a cegueira repentina A fi c-ccedilatildeo oferece um mundo rico de possibilidades estimulantes O autor fi ca livre para propor novas abordagens construir cenaacuterios - diferentes daqueles que estamos acostumados O leitor pode se deliciar com estoacuterias divertidas e impossiacuteveis na vida real mas que povoam a sua mente e satildeo apaixonantes

Para o doutorando em Lite-ratura de Liacutengua Portuguesa e professor da Universidade Fumec Luis Henrique Barbosa o sucesso desses livros pode ser atribuiacutedo ao grande poder da miacutedia ldquoHoje em dia eacute difiacutecil esca-

par dessa infl uecircncia ateacute mesmo para quem tenta fugir um pouco dissordquo Segundo o professor os meios de comunicaccedilatildeo criam um tipo de ldquomodardquo

Atualmente o livro que estaacute no topo dos mais vendidos eacute ldquoA Cabanardquo do canadense William Young que narra a histoacuteria de Mackenzie Allen Philip perso-nagem principal de uma trama que envolve questotildees religiosas ao desconstruir os estereoacutetipos de Deus e Jesus apresentados respectivamente como uma mulher negra grande e gorda e um jovem do Oriente Meacutedio que conserta e constroacutei coisas Outro sucesso de venda foram os livros da seacuterie Crepuacutesculo (Twilight) que conta a histoacuteria de uma ado-lescente que se apaixona por um vampiro recentemente adap-tada para o cinema

Os best-sellers de fi cccedilatildeo jaacute tomaram as salas de cinema haacute

um tempo Em termos de adap-taccedilatildeo literaacuteria escritores tendem a achar que o fi lme deve ser fi el ao texto Jaacute os cineastas enten-dem que a linguagem das telas eacute outra e que o compromisso do cinema eacute com os espectadores natildeo com os leitores Os escrito-res defendem a fi delidade os cineastas natildeo

O sucesso de longas como ldquoO senhor dos aneacuteisrdquo ldquoHarry Pot-terrdquo ldquoEu Robocircrdquo ldquoEnsaio sobre a cegueirardquo ldquoEntrevista com um vampirordquo de repente virou febre Todos parecem querer ldquoviajarrdquo por um mundo desconhecido

Os leitores principalmente os mais jovens querem ver seus livros personagens e aventuras preferidas de uma forma mais real Segundo Luis Henrique ldquoa miacutedia faz bom marketing e ainda tem o peso das peliacuteculas que direcionam ainda mais o foco do interesse do puacuteblicordquo E

independente das inuacutemeras criacute-ticas quanto a isso o sucesso eacute certo O exemplo eacute o das seacuteries Harry Potter e Twi-light - ambos best-sellers mundiais

A internet eacute tambeacutem um terreno que contribui para popularidade crescente da chamada literatura da moda de acordo com o pro-fessor Luis Henrique a litera-tura se tornou muito diversifi -cada ldquoHaacute um grande aumento por exemplo na lsquoliteratura de blogrsquo Muitos blogueiros escrevem histoacuterias que depois viram livrosrdquo diz Falando especifi camente sobre os livros de fi cccedilatildeo ele argu-menta que muito desse sucesso estaacute em foacutermulas que deram certo e se repetiram no avanccedilo da tecnologia na busca por res-postas e na tentativa de ldquofugardquo da rotina do dia-a-dia ldquoAinda assim eacute difiacutecil dizer porquecirc Eacute como

querer saber o motivo pelo qual muita gente escuta certo tipo de muacutesica ou assiste a certos tipos de fi lme Cada um tem uma razatildeo Tambeacutem natildeo podemos esquecer que estamos falando de moda E moda vai e voltardquo

criacute-sso as

m

o dem srdquote

18 - Literaturaindd 118 - Literaturaindd 1 12209 92644 AM12209 92644 AM

O Ponto

PEDRO LEONE

7ordm PERIacuteODO

A Faculdade de Ciecircncias Humanas da Fumec (FCH) lanccedilou no dia 20 de novem-bro a oitava ediccedilatildeo da revista ldquoMediaccedilatildeordquo de cunho cientiacute-fi co A publicaccedilatildeo que desta vez trouxe como tema central ldquoMiacutedas Audiovisuais e Proces-sos Identitaacuteriosrdquo representa um marco da revista por fortalecer a

periodicidade das produ-

ccedilotildees acadecircmicas da faculdade como reinteraram os diretores Antocircnio Marcos Nohmi Joatildeo Batista de Mendonccedila Filho e Th aiumls Estevanato em evento rea-lizado na data de lanccedilamento no auditoacuterio da FCH A revista passa ainda por uma reestrutu-raccedilatildeo editorial jaacute que a partir da proacutexima ediccedilatildeo natildeo conta mais com a professora Claudia Cha-ves Fonseca como editora que passa o cargo para o professor Rodrigo Fonseca e Rodrigues

Segundo Rodrigo um dos proacuteximos passos na consoli-daccedilatildeo da ldquoMediaccedilatildeordquo no mer-cado eacute a ampliaccedilatildeo dos pontos de distribuiccedilatildeo da publicaccedilatildeo sendo inclusive distribuiacuteda em bibliotecas de outras institui-ccedilotildees de ensino Aleacutem disso Rodrigo adiantou o tema-base da nona ediccedilatildeo jaacute sob seu comando que seraacute ldquoComuni-caccedilatildeo e estudos interdiscipli-naresrdquo Nela de acordo com o novo editor uma das metas seraacute ampliar o leque de assun-tos tratados e mostrar o caraacuteter plural da comunicaccedilatildeo

Outra meta para os proacuteximos nuacutemeros da revista eacute divulgar a

chamada para artigos em outros paiacuteses com a publicaccedilatildeo de textos traduzidos com exclusividade pela revista para o portuguecircs

Alunos como destaqueA novidade da oitava ediccedilatildeo

segundo a editora Claudia Cha-ves fi ca por conta da publica-ccedilatildeo da resenha ldquoEacutetica no ensino

de jornalismordquo de autoria das alunas do oitavo periacuteodo de jornalismo Ana Luacutecia Bahia e Marina Rigueira Para as alu-nas que dizem ter interesse em seguir a carreira acadecircmica a oportunidade eacute interessante por ser uma primeira experiecircn-cia na aacuterea O artigo segundo Ana Luacutecia e Marina eacute fruto de

um projeto de iniciaccedilatildeo cientiacute-fi ca e a primeira publicaccedilatildeo de cunho acadecircmico de ambas

A revista ldquoMediaccedilatildeordquo tem periodicidade semestral e teve nesta oitava ediccedilatildeo tiragem de mil exemplares reunindo dez artigos de professores pes-quisadores e profi ssionais da comunicaccedilatildeo social

Editor e diagramador da paacutegina Equipe O Ponto

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Miacutedias bull 19

FABIANA SOARES

7ordm PERIacuteODO

Kotler publicou sua biacuteblia do marketing e de repente todo mundo sabia como posicionar uma marca Entatildeo veio a Era Digital e desafi ou todas agecircncias de publicidade e profi ssionais de marketing Quais foram esses desafi os O que devemos levar em consideraccedilatildeo para posicio-nar uma marca online Eu com meu mero mas engajado conhe-cimento elaborei alguns toacutepi-cos que podem dar um rumo ao posicionamento digital

1) Pense e esteja OnlineO primeiro item eacute oacutebvio e pre-

cede todos os outros Se vocecirc quer entrar no mundo digital vocecirc tem que estar online A comunicaccedilatildeo digital eacute instantacirc-nea e interativa e se sua marca natildeo estaacute laacute quando um usuaacuterio a procura ele vai clicar na outra que estiver mais proacutexima Entatildeo

esteja sempre disponiacutevel e mais importante abrace a interaccedilatildeo Natildeo adianta estar online e pen-sar offl ine Converse e escute os usuaacuterios hoje eles satildeo tatildeo importantes no posicionamento de sua marca quanto a televisatildeo foi na deacutec de 50 O que nos leva ao segundo toacutepico

2) O usuaacuterio constroacutei a sua marca

Hoje o modelo de comuni-caccedilatildeo eacute interativo O internauta descobriu que pode produzir a mensagem e natildeo soacute recebecirc-la pacifi camente Entatildeo ele pode dizer que seu produtoserviccedilo eacute muito ruim ou muito bom e teraacute vaacuterias pessoas para ouviacute-lo E natildeo adianta querer abafar a sua voz isso soacute vai pegar mal e natildeo vai controlar a propagaccedilatildeo da mensagem (lembra do caso da Daniela Cicarelli) Entatildeo o que resta aacutes marcas eacute monitorar Vocecirc pode estar sempre alerta ao que estatildeo dizendo sobre vocecirc na web

eacute como um feedback instantacirc-neo e se estiverem falando bem oacutetimo mas se falarem mal per-gunte porque peccedila desculpas e desconstrua a imagem ruim que aquele usuaacuterio tem sobre sua marca Mas cuidado para natildeo invadir o espaccedilo virtual dele

3) Cuidado O usuaacuterio pode natildeo querer te ouvir

Vocecirc monitora sua marca na web e resolve entrar na discussatildeo dos usuaacuterios sobre sua marca Vaacute com calma Ele provavelmente vai estar em uma rede social conversando com seus amigos e de repente vocecirc vira um inva-sor inoportuno Hoje o usuaacuterio quer ouvir e daacute mais credibi-lidade a fala de seu ldquoamigo de rederdquo do que na auto-afi rmaccedilatildeo de uma marca Ele quer ouvir o que sua rede social tem a dizer e natildeo vocecirc Entatildeo uma estrateacutegia muito mais efi ciente de conver-sar com o usuaacuterio eacute sendo um usuaacuterio ou tendo como porta voz

algum usuaacuterio infl uente E se um usuaacuterio fala bem da sua marca daqui a pouca seratildeo dois quatro seis

4) O boca-a-boca casou com a internet e teve um fi lho fofoqueiro O viral

O viral nasceu graccedilas a velo-cidade e o tamanho da rede Enquando na tv temos uma pessoa falando para outras 11 milhotildees na rede sua marca pode falar com esse mesmo nuacutemero de pessoas e essas pessoas com outras 11 milhotildees de pessoas em uma velocidade muito mais raacutepida que a de um Vt de 30rdquo Esse potencial de propagaccedilatildeo da men-sagem eacute bom e ruim Bom por permitir uma comunicaccedilatildeo mais efi ciente em termos de tempo e ruim pois uma vez lanccedilada na rede eacute impossiacutevel acompanha-la A melhor maneira entatildeo de se utilizar um viral eacute ser cuida-doso com o que se quer propa-gar Pense se aquela mensagem

eacute realmente relevante se natildeo vai criar uma imagem negativa e se eacute sufi cientemente criativo para que os usuaacuterios queiram compartilhaacute-lo O viral tem sido a menina dos olhos de muitos criativos publicitaacuterios e de seus clientes pois tem um custo rela-tivamente baixo e pode alcanccedilar um grande nuacutemero de pessoas mas tambeacutem tem grandes riscos de ser um total fracasso

A internet aidna tem muito a nos ensinar e tentei colo-car acima um pouco do que jaacute consegui obeservar Mas ainda tenho uma grande curiosidade que ateacute hoje ningueacutem conseguiu me explicar como se cobra por estrateacutegias digitais Como men-surar em dinheiro um viral por exemplo Como apresentar uma estimativa de custos honesta para o cliente quando tudo que se tem eacute uma ideacuteia Se algueacutem tiver essa resposta meu email eacute fabzsoaresgmailcom

E agora Joseacute A festa acabou a luz apagou e ta todo mundo na web

Original publicado em httpestagiocriativoblogspotcomO texto natildeo sofreu ediccedilatildeo nem correccedilotildees ortograacutefi cas a pedido da autora

A equipe de professores e convidados que participaram da organizaccedilatildeo da 8ordm ediccedilatildeo da revista

Mediaccedilatildeo chega ao seu oitavo nuacutemeroRevista da Faculdade de Ciecircncias Humanas da FUMEC coloca o tema ldquoMiacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuteriosrdquo em debate e tem como desafi o para os proacuteximos nuacutemeros ampliar a chamada para o envio de artigos acadecircmicos a pesquisadores de outros paiacuteses

8ordf ediccedilatildeo da revista trata das Miacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuterios

19 - Mediacaoindd 119 - Mediacaoindd 1 12209 93123 AM12209 93123 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

20 bull Cultura Editora e diagramadora da paacutegina Amanda Lelis - 7ordm periodo

COLCHAde retalhos

CU

RT

Are

talh

os

Ajude a costurar nossa colcha balaioretalhosgmailcom

Ir aleacutem da superfiacutecie

Que o espelho mostra

(e que o ego gosta)

VontadeBaacuterbara Rodrigues

Midori aki

hatake dandan

akaku naru

GuntaiJoatildeo Paulo Borges

Outono verde

o campo aos poucos

fi ca vermelho

ExeacutercitoJoatildeo Paulo Borges

Frederico PortoOde ao pensamento

Todo momento eacute hora de aventura e fantasia

E comeccedila ao raiar do dia

Crianccedilas vatildeo agrave escola e cantam a melodia

E a imaginaccedilatildeo se mistura com a nostalgia

O vento o sol a neve e a tempestade

Amanhatilde eacute o ontem criado com amizade

E Deus em seu computador

Natildeo procura responder

A mensagem deixada seraacute criada por vocecirc

E sem fi m com mais delongas

O encanto se apaixona

E comeccedila a respirar

Pensamento que viraacute

Eu que natildeo amo vocecircGabriela Gois

Era tudo novo ali No puro prazer na inocecircncia ele repousava a cabeccedila sobre o meu

colo segurando minha matildeo fi rmemente Ao longe o sol ia se despedindo deixando uma

leve e uacutenica brisa no fi m de tarde abafado Noacutes trocaacutevamos algumas palavras bobas meu

coraccedilatildeo disparava quando via aquele sorriso sincero Era tudo parte de um comeccedilo de

vida uma iniciaccedilatildeo no mundinho chato e triste que eacute o amor Tatildeo perfeito calmo irreal

verdadeiro e tiacutemido A rua estava vazia eu permanecia em silecircncio enquanto ele brin-

cava com meus dedos em suas matildeos magrelas e brancas

- E quando tudo isso acabar

- Como assim ndash suspirei afagando seu cabelo bagunccedilado

- A gente vai crescerhellipMudar Talvez um dia nossos rostos se apaguem

- Eu natildeo seihellipTalvez um dia noacutes vamos estar adultos andando em alguma cidade no

meio do caos e nos reconhecemos por um sorriso Eu largaria meu namorado vocecirc sua

vida boecircmia e noacutes podemos fugir pra Franccedila

- Vocecirc eacute tatildeo boba

- E vocecirc eacute tatildeohellip

Seus laacutebios tocaram os meus delicadamente nada invasivo Eram macios tinham

sabor de chocolate branco O que aconteceu internamente natildeo haacute como descrever nada

comparado agrave felicidade instantacircnea de uma roupa nova Natildeo era algo bem melhor que

isso Era tudo tatildeo maacutegico e delicioso nada de preocupaccedilotildees Eacuteramos dois na calccedilada os

peacutes no chatildeo quente as matildeos entrelaccediladas os sorrisos carregados de felicidade

Hoje eu ainda olho para aquela foto estranha no fundo da caixa Ele estaacute longe pro-

vavelmente apagou meu rosto Eu natildeo consigo sentir nada comparado agravequilo nada que

faccedila meu coraccedilatildeo disparar como aquele dia Eu soacute amei uma vez eu tinha onze anos um

metro e sessenta e cinco e era boba

Larissa Cardoso Borges

Deixa a mente vagar

Sem rumo sem freio

Deixa as palavras fl uiacuterem

Pulsando pelo seu corpo ateacute chegarem ao destino fi nal

Matildeo que freneticamente escreve

Tentando organizar o fl uxo de emoccedilotildees de sensaccedilotildees

Raacutepido pensar fugaz aliacutevio

O papel suporta as minhas ideacuteias

Devaneios

GuriaRodrigo Guimaratildees Pena

quando dedo se lambia

tudo era mar-de-rosas

tu levavas vida em verso

eu te via toda prosa

e tu eras tatildeo pequena

tatildeo cheirosa tatildeo macia

que o chorar ou fazer cena

era manha da guria

hoje a vida te vecirc bela

tatildeo faceira tatildeo formosa

mas meus olhos vecircem aquela

que foi meu botatildeo de rosa

Sozinha

No mato

Sem teto

Comida

Companhia

Ou cobertor

Sem rastro

Barulho

Eu-soacute

Sozinha

Na terra

Deitada ateacute dissolver no tempo

QuererAmanda Lelis

Amanda Lelis

E o que vai ser agora

se tudo em mim for

silecircncio

DuacutevidaAmanda Lelis

20 - Colcha de retalhosindd 120 - Colcha de retalhosindd 1 12209 92543 AM12209 92543 AM

Page 12: Jornal O Ponto - novembro de 2009

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

12 bull Cidades

LIRA FAVILLA

6ordm PERIacuteODO

Ao usar o termo legaliza-ccedilatildeo acaba-se esbarrando no fato de que atualmente essa palavra carrega um peso tatildeo grande quanto o termo droga

Conhecida cientifi camente como Cannabis sativa a maco-nha como eacute chamada no Brasil eacute um elemento muito presente nas polecircmicas rodas de discus-satildeo que envolvem a liberaccedilatildeo de seu consumo Antes defen-dida por hippies seu uso de forma legal como uma conduta regulada por lei vem sendo defendida por nada menos que trecircs ex-presidentes latino-ame-ricanos e mais uma comissatildeo de 17 especialistas personalidades e professores O ex-presidente brasileiro e socioacutelogo Fernando Henrique Cardoso 77 eacute um deles A comissatildeo que tam-beacutem conta com os economistas Cesar Gaviria 61 da Colocircm-bia e Ernesto Zedillo 57 do Meacutexico propotildee uma revisatildeo na poliacutetica mundial de drogas e garante ser de extrema impor-tacircncia o debate das condi-ccedilotildees legais para seu consumo

Originaacuteria da Aacutesia Central com os primeiros registros his-toacutericos por volta de 200 anos aC na China no Egito e na

Iacutendia a maconha tem o THC (tetraidrocanabinol) como o principal causador dos efei-tos fiacutesicos e psiacutequicos os olhos vermelhos aumento do apetite e do batimento cardiacuteaco boca seca e coordenaccedilatildeo motora prejudicada A erva foi muito utilizada para fi ns medicinais reduzindo naacuteuseas e vocircmitos produzidos por medicamen-tos anticanceriacutegenos e em alguns casos no tratamento da epilepsia Diversas outras par-tes da planta satildeo utilizadas em paiacuteses como EUA Inglaterra Espanha Chile Franccedila Suiacuteccedila Holanda Canadaacute para produzir fi bras tecircxteis das mais variadas qualidades oacuteleos bio-combus-tiacuteveis estruturas para constru-ccedilatildeo civil peccedilas automotivas cosmeacuteticos medicamentos ali-mentos entre outros produtos

Em fevereiro deste ano a uacuteltima reuniatildeo da Comissatildeo Latino Americana sobre Drogas e Democracia realizada no Rio de Janeiro exaltou os benefiacutecios do consumo da droga nas ques-totildees da sauacutede e nuacutemeros foram colocados na mesa Bilhotildees de doacutelares satildeo gastos por ano para combate ao traacutefi co e milhotildees de pessoas perdem suas vidas ou satildeo presas envolvidas nesse lucrativo ldquomercadordquo ile-gal Seguindo a linha de que as proibiccedilotildees estimulam o desvio

a proibiccedilatildeo da droga estimula e sustenta o traacutefi co Contudo eacute importante ressaltar que subs-tacircncias mais pesadas como cocaiacutena natildeo estatildeo visadas para entrar na discussatildeo da legalizaccedilatildeo Segundo FHC ldquoa maconha aleacutem de ser a droga menos danosa ao organismo eacute a mais consumida Seria leviano incluir drogas mais pesadas nessa propostardquo afi rmou em entrevista agrave revista EacutePOCA

O tabaco e o aacutelcool consi-derados legais e que tambeacutem causam dependecircncia quiacutemica nos usuaacuterios matam muito mais que a maconha Segundo o Relatoacuterio Mundial sobre Dro-gas do UNODC (Escritoacuterio das Naccedilotildees Unidas contra Drogas e Crime) o tabaco mata cinco milhotildees de pessoas o aacutelcool cerca de 25 milhotildees e as dro-gas iliacutecitas cerca de 200 mil pes-soas por ano em todo o mundo Seus fabricantes pagam impos-tos altiacutessimos e gastam muito com publicidade incentivando o uso do produto e agora estatildeo passando por maus bocados Com a nova lei ldquoantifumordquo eacute proibido fumar cigarro ou deri-vados de tabaco em ambientes de uso coletivo puacuteblicos ou privado uma diferenccedila signifi -cativa Todavia natildeo diminui o fato de o tabagismo ser consi-derado a maior causa evitaacutevel

de mortes e doenccedilas no mundoMas haacute quem discorde dessa

visatildeo que parece ser de caraacuteter liberal Meacutedicos e especialistas acreditam que com a liberaccedilatildeo da maconha e o consequumlente uso maciccedilo da publicidade um nuacutemero maior de pessoas experimentariam a droga Logo seriam mais pessoas sujeitas aos seus danos como por exemplo os problemas de perda de memoacuteria e doen-ccedilas relacionadas ao pulmatildeo

O Dr Elisaldo Carlini em entrevista para Drauzio Varella fala que com a publicidade a droga ganharia mais usuaacuterios e ldquocomo a maconha faz mal para os pulmotildees acarreta proble-mas de memoacuteria e em alguns casos leva agrave dependecircncia natildeo deve ser legalizadardquo Poreacutem ao ser perguntado por Varella se essa linha de raciociacutenio tam-beacutem seria aplicada ao aacutelcool ele responde que natildeo eacute contra a legalizaccedilatildeo do aacutelcool ldquopor-que vivemos uma situaccedilatildeo de fato em que seu uso social eacute aceito e estaacute consagradordquo e completa dizendo que ldquoos resultados da famosa Lei Seca americana jaacute provaram que eacute impossiacutevel proibir o uso do aacutelcool e que se o fi zermos o tiro pode sair pela culatrardquo A ONU recomendou sua proibi-ccedilatildeo em todo mundo e assim

como o governo americano considera o controle de oferta das drogas e combate ao traacutefi co a melhor forma de combater seus males Essa poliacutetica norte-americana custa uma fortuna cada vez mais crescente Atu-almente satildeo gastos 35 bilhotildees de doacutelares anuais contra os 10 bilhotildees gastos a 20 anos atraacutes

O ex-deputado federal e sub-secretaacuterio estadual Antidrogas Elias Murad diz que eacute radical-mente contra a legalizaccedilatildeo de qualquer tipo de drogas liacuteci-tas ou iliacutecitas Ele argumenta que a legalizaccedilatildeo estaacute ligada agrave ldquodisponibilidade de drogas no mercado que seria o caso encontrado em paiacuteses como Holanda e quando existe acei-taccedilatildeo por parte da comunidaderdquo

Em relaccedilatildeo ao pensamento de que a legalizaccedilatildeo da maco-nha diminuiria o traacutefi co Murad afi rma que ldquosim eacute uma forma de mostrar como o governo estaria tentando controlar o traacutefi cordquo mas acredita que ldquoos males que viriam com a legali-zaccedilatildeo seriam muito pior do que os que jaacute existem com o traacutefi cordquo

O desafi o lanccedilado eacute para que essas poliacuteticas puacuteblicas e leis possam ser discutidas e ela-boradas seguindo as diretrizes miacutenimas dos direitos humanos defendidos pela ONU (Orga-nizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas)

Editor e diagramador da paacutegina Diogo Hot e Aacutelvaro Castro- 6ordm periacuteodo

LEGALIZE JAacuteManifestaccedilotildees nas principais capitais do paiacutes geram debates acerca da temaacutetica da legalizaccedilatildeo da maconha

Manifestantes foram detidos pela Poliacutecia Militar por conduta excessiva na Marcha da Maconha na Praia do Arpoador na zona sul do Rio O evento natildeo chegou a acontecer porque foi proibido pela Justiccedila a pedido do Ministeacuterio Puacuteblico Estadual

Foto

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O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Cidades bull 13Editor e diagramador da paacutegina Diogo Hot e Aacutelvaro Castro -6ordm periacuteodo

Michael Phelps O campeatildeo oliacutempico foi

suspenso por trecircs meses por

ter sido fotografado utili-

zando maconha em festa

Marcello Antony Preso em 2004 comprando

maconha de um trafi cante

Marcelo D2 Afi rma fumar todos os dias

e jaacute sofreu vaacuterias repressotildees

por isso chegando a ser

preso apoacutes um show por

defender a liberaccedilatildeo da

droga

Giba Suspenso em 2003 por causa

do exame antidoping positivo

FAMOSOS QUE TIVERAM PROBLEMAS COM O USO

DA MACONHA

Fonte Revista Eacutepoca nordm 561

O Coletivo Marcha da Maco-nha Brasil eacute um grupo de indiviacuteduos e instituiccedilotildees que trabalham de forma descentra-lizada com um nuacutecleo-central que atua na manutenccedilatildeo do site wwwmarchadamaconhaorg e do foacuterum de discussotildees a ele vinculado Natildeo eacute um evento de cunho apologeacutetico e seus organizadores natildeo incentivam o uso de maconha ou de qual-quer outra substacircncia iliacutecita

Segundo informaccedilotildees apre-sentadas no site do movi-mento ldquoo objetivo eacute possibi-litar que todos os cidadatildeos possam se manifestar de forma livre e democraacutetica a respeito das poliacuteticas e leis sobre dro-gas do paiacutes Com essas ati-vidades procuramos ajudar a fazer com que essas leis e poliacuteticas possam ser construiacute-

das e aplicadas de forma mais transparente justa efi caz e pragmaacutetica respeitando a cida-dania e os Direitos Humanosrdquo

No ano passado a Marcha da Maconha foi proibida em nove das dez cidades brasileiras que fariam parte do circuito de manifestaccedilotildees que acontece-ram em outros 19 paiacuteses inclu-sive na capital mineira Apesar da proibiccedilatildeo vaacuterias pessoas compareceram agrave Praccedila da Estaccedilatildeo em 2008 e foram reprimidas pela Poliacutecia Militar

Este ano o Tribunal de Jus-ticcedila de Minas Gerais (TJMG) liberou a realizaccedilatildeo da Mar-cha da Maconha em Belo Horizonte O movimento tambeacutem foi autorizado no Rio de Janeiro Porto Alegre

Recife entre outros estados

Marcha no BrasilNo dia 9 de maio os estados

brasileiros do Rio de Janeiro Porto Alegre Juiz de Fora Bra-siacutelia Curitiba e mais outras 200 cidades em todo o mundo pro-moveram a manifestaccedilatildeo em favor da descriminalizaccedilatildeo do uso da maconha Realizada haacute sete anos no Brasil a Marcha da Maconha teve sua segunda edi-ccedilatildeo em Minas Gerais este ano

Em Belo Horizonte entre oitenta e cem pessoas partici-param da manisfestaccedilatildeo Os ati-vistas caminharam da Praccedila da Estaccedilatildeo passando pela Praccedila Sete ateacute chegarem agrave Praccedila da Liberdade onde o movimento se dispersou A passeata chamada

de Marcha da Maconha durou das 16h agraves 17h20 e segundo a Poliacutecia Militar durante a reali-zaccedilatildeo do protesto natildeo houve nenhum registro de violecircncia

No Rio de Janeiro a mobili-zaccedilatildeo que aconteceu em Ipa-nema reuniu cerca de 1200 par-tcipantes entre eles o ministro do Meio Ambiente Carlos Minc

Em Porto Alegre cerca de 350 simpatizantes da causa parti-ciparam da Marcha no Parque Farroupilha Por acreditarem que a erva eacute beneacutefi ca nos tratamen-tos de cacircncer Aids e glaucoma os seus defensores tambeacutem rei-vindicaram o reconhecimento de seu uso no campo medicinal O ato liberado pelo Ministeacuterio Puacuteblico teve uma hora de dura-ccedilatildeo e tambeacutem foi paciacutefico

Marcha da Maconha chegou em Brasiacutelia onde os manifestantes se reuniram em praccedila puacuteblica para protestar

A marcha pelo direito do uso

BRASILO cultivo e porte da maconha eacute proibido no Territoacuterio Brasileiro ainda que pela Lei natildeo haja mais pena de restriccedilatildeo agrave liberdade No entanto na praacutetica ateacute mesmo a conduta de distribuir panfl etos para divulgar o trabalho de um Movimento Social que fala sobre maconha pode acarretar autuaccedilatildeo por ldquocrime de apologia ao crimerdquo

CHINAPolitica de toleracircncia zero Trafi cantes condenados agrave morte e usuaacuterios obrigados a seguir programas de desintoxicaccedilao

HOLANDAPrimeiro paiacutes a liberar o uso da maconha em 1976 O consumo em bares especializados eacute liberado mas a venda fora deles eacute proibida

JAMAICAAo contraacuterio do que se imagina seu consumo eacute considerado ilegal mas o uso eacute altamente popular por parte da populaccedilatildeo local

Infografi a Felipe Chimicatti 7ordmG

Fotos divulgaccedilatildeo

BRASILO cultivoo e porte da maconha eacute proibiddo no Territoacuterio Brasileiroo ainda que pela Lei natildeo hhaja mais pena de restriccedilatildeo agrave liberdade No entanto na praacutetica ateacute mesmo aa conduta de distribuir panfl etoss para divulgar o trabalho de um Movimento Social quue fala sobre maconha pode acaarretar autuaccedilatildeo por ldquocrime dee apologia ao crimerdquo

JAMAICAAo contraacuterio do que se imagina seu consumo eacute considerado ilegal mas o uso eacute altamente popular por parte dapopulaccedilatildeo local

HOLANDAPrimeiro paiacutes a liberar o uso da maconha em 1976 O consumo em bares especializados eacute liberado mas a venda fora deles eacute proibida

CHINAPolPolitiitica ca de de toltoleracirceracircncinciaazerzero o TraTrafi cfi cantantes es concondendenadoados agraves agrave mo morterte e ue usuaacutesuaacuteriorios os obribrigadgados os a sa segueguir ir proprogragramasmas de de desdesintintoxioxicaccedilcaccedilaoao

Foto wwwfacunbbr storiesImagem_1145_edjpg

Condiccedilatildeo da maconha pelo mundo

12-13 - Maconhaindd 212-13 - Maconhaindd 2 12209 93005 AM12209 93005 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Leone -7ordm periacuteodo14 bull Comportamento

PEDRO LEONE

7ordm PERIacuteODO

Satildeo Paulo 10 de novembro de 2009 2230h A cena parecia receacutem tirada de um blockbuster apocaliacuteptico de Hollywood Pes-soas caminhando pelos trilhos do metrocirc carros desgovernados e uma cidade com 11 milhotildees de pessoas totalmente no escuro Era assim que se encontrava a capital paulista apoacutes o apagatildeo no fornecimento energeacutetico no Brasil causado por uma falha na linha de distribuiccedilatildeo de Furnas Na ocasiatildeo a usina de Itaipu responsaacutevel pela geraccedilatildeo de 20 da energia que abastece o paiacutes e 85 do Paraguai teve o funcionamento inteiramente interrompido Desde o pri-meiro momento de breu o que se viu entatildeo foi um fenocircmeno ateacute entatildeo pouco conhecido no Brasil Em questatildeo de minutos o site de relacionamento Twitter registrou milhares de comentaacute-rios postados por usuaacuterios de todo o paiacutes sobre o apagatildeo

O Twitter eacute a mais recente moda no mundo da internet Criado haacute trecircs anos o serviccedilo consiste em um blog pessoal um espaccedilo onde o usuaacuterio coloca textos com um limite de 140 caracteres (nada aleacutem de uma pequena frase) sobre o assunto que quiser Paula Fabian ex-coordenadora de produccedilatildeo do portal Uai e atual responsaacutevel pela comunicaccedilatildeo e pelo blog da Iveco acredita no entanto que as redes sociais natildeo satildeo apenas moda ldquoAs redes sociais chegaram para fi car e evoluiacute-rem refl etem uma mudanccedila de paradigma que a internet jaacute vem proporcionando haacute algum tempordquo afi rma

De fato se inicialmente a ideia dos criadores era de que as pessoas contassem o que estatildeo fazendo no momento em que escreveram hoje a ferramenta evoluiu e eacute usada como outras redes sociais para uma infi ni-dade de outros fi ns

Um dos marcos do uso de redes sociais na divulgaccedilatildeo jornaliacutes-tica ocorreu durante as eleiccedilotildees presidenciais no Iratilde em junho deste ano quando o mundo se viu inundado por notiacutecias sobre protestos e escacircndalos na apu-raccedilatildeo dos votos O incidente causou uma grande mobilizaccedilatildeo na miacutedia mundial Enquanto isso o proacuteprio governo iraniano cerceava alguns veiacuteculos locais chegando a fechar websites de oposiccedilatildeo Foi a deixa para o sur-gimento de uma diversidade de conteuacutedos em diversos espaccedilos na internet Viacutedeos no Youtube comunidades virtuais em todo tipo de site e uma infi nidade de comentaacuterios no Twitter fi zeram o evento um dos mais comen-tados em todo o mundo virtual Um usuaacuterio que se denominava ldquoTh eranBueraurdquo publicava no Twitter notiacutecias em tempo real atraveacutes do celular notiacutecias dos protestos de estudantes contra o governo

ItaipuA falha na distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica no Brasil causou um efeito semelhante Enquanto vagavam no escuro em ruas presos em elevadores trens e metrocircs e de dentro das proacuteprias casas centenas de natildeo-ilumina-dos recorreram a seus celulares para postar duacutevidas comentaacute-rios e notiacutecias na rede Apoacutes o restabelecimento da luz proli-feraram viacutedeos fotos e depoi-

mentos dos ocorridos Durante a madrugada do dia 10 em meio ao blecaute a assessoria de imprensa da usina de Itaipu criou uma conta no Twitter para divulgar comunicados ofi ciais sobre o ocorrido e responder as duacutevidas da populaccedilatildeo ldquoEm ins-tantes publicaremos a nota ofi -cial de Itaipu Binacional sobre o blecauterdquo foi o primeiro recado da empresa na rede

O uso das redes sociais pelas assessorias de imprensa eacute um dos casos mais curiosos e recor-rentes da evoluccedilatildeo das ferra-mentas Canais de viacutedeos insti-tucionais comunidades virtuais ofi ciais para aumentar o contato com o puacuteblico blogs e micro-blogs dando furos de notiacutecias nos veiacuteculos fornecendo infor-maccedilotildees ofi ciais em primeira matildeo O Clube Atleacutetico Mineiro aleacutem do caso da proacutepria Itaipu eacute

um exemplo Atraveacutes do Twitter o presidente do clube Alexan-dre Kalil divulga notiacutecias antes de saiacuterem na imprensa Esse uso no entanto natildeo eacute considerado por todos como jornaliacutestico ldquoNa minha opiniatildeo as redes disse-minam rapidamente as notiacutecias em piacutelulas mas natildeo considero como um trabalho jornaliacutesticordquo Afi rma Paula Fabian

As ferramentas ampliam o jaacute antigo uso dos websites como contato institucional com o mundo virtual Segundo Paula a ampliaccedilatildeo eacute o caminho certeiro das empresas que buscam esse contato indo aleacutem das proacuteprias redes sociais ldquoO mundo atual solicita presenccedila digital E natildeo basta estar simplesmente pre-sente na internet ou nas redes sociais Eacute preciso ser consistente em tudo o que se propotildee a parti-cipar Eacute preciso manter coerecircn-

cia com a atitude que se propotildee seguir nas redes sociaisrdquo

Outro obstaacuteculo levantado por ela eacute quanto a confi abili-dade das informaccedilotildees da rede ldquoNatildeo acho que nenhum veiacuteculo seja confi aacutevel quem eacute confi aacutevel eacute quem o faz quem estaacute por traacutes A inocecircncia na internet acabou a democracia que o meio pro-porciona abre espaccedilo tanto para o mal quanto para o bem o ver-dadeiro ou o falso o liacutecito ou iliacutecito A escolha eacute de cada umrdquo disse Paula

No fi m jornaliacutestico ou natildeo confi aacutevel ou malicioso a ampla difusatildeo de informaccedilotildees na internet soacute eacute beneacutefi ca Beneacutefi ca para os leitores cada vez mais informados e para os veiacuteculos que se obrigam a natildeo parar no tempo mantendo-se em discus-sotildees e reciclagens atraveacutes das novas tecnologias

Um passarinho me contouCada vez mais as redes sociais deixam de ser pura moda e passam a incorporar o dia a dia das pessoas

O New York Times dispotildee no Youtube viacutedeos que ampliam os assuntos abordados no jornal

ldquoFalaram para o estagiaacuterio em Itaipu quando sair apaga tudordquo

Piada difundida apoacutes o blecaute em Itaipu

ldquoCarini foi contratado Chegou no vocirco 1648 da

Gol hoje a tarderdquoAlexandre Kalil presidente do Atleacutetico-MG

se adiantand agrave imprensa

ldquoObra do Rodoanel desaba sobre a Reacutegis em SP equipe retira

escombrosrdquoEstado de Satildeo Paulo divulga manchetes

antes no Twitter

ldquoO diabo natildeo tinha chifre ateacute o dia em

que algueacutem mandou Zeacute Mayer pro infernordquo

Piadas sobre o ator Zeacute Mayer satildeo recorrentes na rede

No Twitter

14-15 - Redes Sociaisindd 114-15 - Redes Sociaisindd 1 12209 93048 AM12209 93048 AM

O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Leone - 7ordm periacuteodo Comportamento bull 15

Pouco mais de quatro meses apoacutes a sua morte em 25 de junho deste ano Michael Jackson con-tinua a mostrar porque eacute con-siderado o Rei do Pop O docu-mentaacuterio ldquoTh is is itrdquo em exibiccedilatildeo nos cinemas continua gerando comentaacuterios dos mais diversos tipos No entanto nenhum espec-tador tem duacutevidas do quanto Jackson merecia este tiacutetulo

O longa mostra os bastidores dos ensaios da uacuteltima turnecirc de Michael Jackson que natildeo che-gou a acontecer devido agrave morte precoce do cantor O lanccedilamento da obra agitou o mundo real ndash e virtual Enquanto os ingressos eram vendidos a uma velocidade exorbitante (soacute em Londres foram mais de 30 mil ingressos nas pri-meiras 24 horas) na rede o nome do cantor estaacute nos Trending Topics

do Twitter desde a noite de estreacuteia do documentaacuterio Ou seja o Reio do Pop estaacute entre os assuntos mais comentados do microblog

Logo que chegou aos cinemas os ldquotwitteirosrdquo de plantatildeo jaacute posta-ram suas impressotildees sobre o fi lme O criacutetico de cinema Pablo Villaccedila escreveu ldquomesmo longo e visual-mente desinteressante pinta uma imagem tatildeo favoraacutevel de MJ que indagamos por que natildeo fez algo assim antesrdquo Como costuma fazer com as obras que assiste Villaccedila daacute sua nota 3 em 5

A atriz Elizabeth Taylor fatilde e amiga de Michael Jackson tam-beacutem recorreu ao microblog para divulgar suas impressotildees ldquoReal-mente acredito que este fi lme deveria ser indicado em todas as categorias possiacuteveis Eacute a obra cinematograacutefi ca mais brilhante

que jaacute virdquo escreveu Taylor Mas tambeacutem haacute opiniotildees contraacuterias A ldquotwitteirardquo Laura Andrade critica o fi lme por considerar desneces-saacuterio mostrar a cruel realidade dos uacuteltimos dias do artista

O sucesso do documentaacute-rio eacute tatildeo grande que a Sony Pictures Entertainment jaacute anunciou que poderaacute esten-der o periacuteodo de exibiccedilatildeo que em princiacutepio seria de apenas duas semanas Com o longa mais tempo em cartaz o lanccedilamento do DVD foi adiado para o iniacute-cio do proacuteximo ano Mas para quem eacute fatilde a espera vai valer a pena jaacute que o DVD vai conter mais trecircs horas de extras que incluem cenas dos ensaios e versotildees ineacuteditas de videoclipes

No dia 22 de outubro a estu-dante Geisy Arruda de 20 anos foi exposta agrave vergonha puacuteblica pelos seus colegas na faculdade Uniban em Satildeo Bernardo do Campo As injuacuterias foram desde chingamentos ateacute ameaccedilas de lin-chamento e estupro sendo moti-vadas pelo vestido curto da aluna

O fato que ocorreu durante o horaacuterio de aula causou tanto tumulto na faculdade que as aulas foram interrompidas Cen-tenas de alunos foram para os corredores do Campus protestar e Geisy teve que sair acompa-nhada de escolta policial

O fato ganhou repercussatildeo nacional depois que um viacutedeo da retirada da aluna pela poliacutecia

sob gritos de colegas xingando passou a circular na internet

O viacutedeo publicado no site de viacutedeos Youtube teve milhares de acessos No Orkut foram criadas dezenas de comunidades para falar do assunto

Vaacuterios comentaacuterios na inter-net se ploriferaram nos textos sobre o assunto Ricardo aluno da Uniban disse no blog de Luiz Nassif estar chateado com o escacircndalo e em outro comen-taacuterio Josueacute Mecenas chamou os alunos de hipoacutecritas

No site da revista Marie Claire profi ssionais da moda se mani-festaram ldquo O brasileiro eacute o povo menos chauvinista em termos vestimentais So haacute restriccedilotildees

para homens por conta do com-plexo de machismordquo

A jornalista Eacuterica Palomino tambeacutem afi rmou no site ldquoEu pensei que minissaia havia sido inventada haacute 40 anos e natildeo fosse mais novidaderdquo A socioacuteloga Miriam Abramovay no site do Correio Brasiliense afi rmou que a atitude dos estudantes eacute vio-lenta agressiva e conservadora

Ainda no Twitter tambeacutem houve quem sugerisse que a garota fez algo aleacutem de usar uma minissaia Em comentaacuterio na rede social Ana Paula Bertoni disse que outro protesto aconteceu na Uniban Dessa vez os colegas da aluna agredida se manifestaram com narizes de palhaccedilo

O Rio de Janeiro ganhou des-taque na imprensa nas uacuteltimas semanas por motivos tanto posi-tivos quanto negativos A Cidade Maravilhosa foi escolhida como sede das Olimpiacuteadas de 2016 e dias depois pautou os noticiaacuterios com a guerra do traacutefi co O assunto tambeacutem invadiu as redes sociais (blogs Twitter Orkut entre outras) depois da derrubada de um heli-coacuteptero no Morro dos Macacos

O jornalista Carlos Castilho em um artigo intitulado ldquoDo tiro ao Twitterrdquo no site Observatoacuterio da Imprensa tocou numa ques-tatildeo interessante e pertinente ao contexto ldquopoliacutecia X crime organizadordquo Numa pesquisa recente destinada aos Estu-dos de Seguranccedila e Cidadania

provou-se que os policiais con-sideram os blogs como uma fer-ramenta poliacutetica ameaccediladora e subversiva para as tradicionais hierarquias que regem os quar-teacuteis no Brasil Apesar disso os blogs policiais podem mexer com a verticalizaccedilatildeo que pre-domina hoje na estrutura mili-tar expondo o que haacute de errado dentro das corporaccedilotildees e colo-cando em xeque as hierarquias

Espelhado no modelo norte-americano de amostragem de viacutetimas por guerras civis o site Rio Body Count foi criado para contabilizar por aproximaccedilatildeo o nuacutemero de viacutetimas na guerra do traacutefi co no Rio de janeiro mas jaacute foi desativado na Web

Sobre a atual violecircncia no

Morro dos Macacos o publicitaacute-rio e morador do bairro da Tijuca no Rio de Janeiro Gabriel Wardil 24 informou por meio de seu Twitter que o medo e a impo-tecircncia satildeo gerais e que as pessoas estatildeo mudando a rotina por causa da violecircncia ldquoEstamos no meio de uma guerra onde natildeo haacute como se defender e sendo governados pelo crime e terrorrdquo declarou

Comunidades do Orkut viacutedeos no Yotube posts em blogs satildeo exemplos de ferra-mentas que datildeo forccedila e auto-nomia para a voz da populaccedilatildeo Enquanto o Legislativo toma decisotildees a portas fechadas a Internet se torna um ambiente democraacutetico considerada por muitos como a nova Aacutegora

Arte Pedro Leone 7ordmG

Foto Bruno Gonzales em blog de Jorge Schweitzer

Guerra do traacutefi co no Rio de Janeiro se espalha na web

Textos nesta paacutegina escritos por Ana Carolina Amariz Flaacutevia Leatildeo Gabriel Assunccedilatildeo Jaime Hosken Liacutevia Martins Paula Sampaio Fernando Kelysson Gabriela Machado Michele Cristina Nathalia Magalhatildees Raiacutessa Rodrigues Rodrigo Otoni (6ordmG)

ldquoEu pensei que minissaia havia sido inventada haacute 40 anos e natildeo fosse mais novidaderdquoMiriam Abramovay socioacuteloga

Rei do Pop rouba cena no Twitter

Minissaia leva a motim de universitaacuterios

Guerra no Morro dos Macacos invade Web

14-15 - Redes Sociaisindd 214-15 - Redes Sociaisindd 2 12209 93048 AM12209 93048 AM

O Ponto

16 bull EsporteBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacuteginaPedro Gontijo e Clarisse Simatildeo - 6ordm periodo

O Rugby

Passados os anos as regras e nuacuteme-ros de participantes foram variando podendo hoje ser praticado com 15 10 ou 7 (conhecido como 7-a-side) joga-dores em cada time que se dividem em dois grupos ldquoOs Fowards satildeo jogadores maiores em tamanho e mais pesados enquanto os Backs satildeo mais raacutepidos menores mais leves e mais aacutegeis Eles atacam com velocidade passam a bola mais raacutepido mas tambeacutem haacute choquesrdquo explica Ariel Palacios treinador do time feminino do BH Rugby o maior da capital mineira

Durante a partida soacute eacute possiacutevel pas-sar a bola para o lado ou para traacutes sendo que os avanccedilos satildeo decorrentes das corridas com posse de bola Soacute eacute permitido passe para frente com pon-tapeacutes e no chute soacute podem perseguir a bola aleacutem do chutador aqueles joga-dores que estiverem em linha ou atraacutes do mesmo no momento do pontapeacute

Muitas vezes o esporte passa a ima-gem de violento mas seus praticantes defendem opiniatildeo contraria ldquoPassa essa imagem porque dentro de campo haacute um contato intenso entre os joga-dores A agressividade eacute inerente ao jogordquo explica Vitoacuteria ex-jogadora do BH Rugby

Um fator interessante e que ajuda a aliviar as tensotildees do jogo eacute o chamado terceiro tempo Promovido pelo time da casa esse eacute o momento em que os jogadores conversam fazem amizades cantam brincam bebem e discutem os lances da partida apoacutes o jogo e eacute uma das tradiccedilotildees do Rugby

Em Minas Gerais aleacutem do BH Rugby existem mais dois times expressivos ambos em Varginha O Minas Rugby nascido em 1995 e o Varginha Rugby criado em 2000 Inconfidentes e Poccedilos de Caldas no interior do estado pos-suem equipes menores e algumas outras cidades jaacute esboccedilam um esforccedilo para montar uma estrutura para o esporte entre elas Nova Lima Juiz de Fora Viccedilosa Uberlacircndia Governador Valadares e Nova Era

Apesar do aumento significativo da procura pelo esporte o Rugby ainda

sofre com falta de verbas para financiar as viagens dos atletas para as competi-ccedilotildees nacionais e internacionais A fim de contornar a situaccedilatildeo jogadores e equipe teacutecnica se viram como podem Alguns fazem uma poupanccedila onde todo mecircs uma quantia de dinheiro eacute depositada outros vendem brindes como camisetas rifas e adesivos e os mais corajosos posam para fotos Foi o caso da seleccedilatildeo brasileira de rugby feminino Para poder participar do Mundial de Dubai realizado em marccedilo deste ano criaram um calendaacuterio com fotos sensuais das proacuteprias jogadoras Um meio de chamar a atenccedilatildeo das pessoas e arrecadar dinheiro para a viagem Natildeo ganharam o campeonato mas garantiram o 10ordm lugar no ranking mundial

Vida de JogadoraJogadora haacute um pouco mais de dois

anos no BH Rugby Marina conheceu o esporte atraveacutes de amigos de Satildeo Paulo mas quem a incentivou a jogar foi uma amiga de trabalho ldquoUm dia fui para conhecer os treinos e fiqueirdquo Amigos e familiares a questionavam sobre por que natildeo fazer ballet ou jazz atividades tradicionalmente femini-nas mas Marina afirma que apesar de jaacute ter tentado natildeo combina com ela de jeito algum A jogadora comenta tam-beacutem que nunca teve rivalidade com outras jogadoras ldquoSomente dentro do campo alguns olhares e puxotildees de cabelos mas fora do campo o terceiro tempo tira a tensatildeo um poucordquo afirma a atleta

O administrador Mathias Klaus namora haacute dois anos a jogadora do BH Rugby Maria Clara Ele acompanha sua namorada em todos os jogos e diz natildeo sentir ciuacutemes dos treinos que ela faz com o time masculino de Rugby ldquoSem-pre que daacute eu saio com a turma toda pra tomar umasrdquo Mathias confessou que reza sempre para que sua namo-rada saia do campo sem um arranhatildeo pois a jogadora jaacute quebrou a claviacutecula e o nariz mas afirma que o esporte ajuda no relacionamento ldquoO namoro eacute

Encerrada a partida o jovem estudante William Webb Ellis inconfor-mado com a derrota do seu time agarra a bola com as matildeos e sai cor-rendo em direccedilatildeo ao gol adversaacuterio - Que velocidade Surpreendidos seus adversaacuterios entram na corrida para tentar impedi-lo Agarrado pelas pernas o pequeno Willian vai ao chatildeo e vecirc a bola esvair-se de suas matildeos Dessa cena que causou estranheza durante um jogo de futebol na Inglaterra em 1823 surgiu a ideacuteia inicial de um novo esporte o Rugby

O Rugby eacute um dos esportes mais populares do mundo e cada vez mais vem ganhando adeptos pelo Brasil desmistifi cando a fama de esporte violento e deixando de ser comparado ao futebol americano

MARINA CAMISASSA

RENATA WILLIG 2ordmPERIODO

Fotos Pedro Gontijo

em trecircs tempos

16-17 - Rugbyindd 116-17 - Rugbyindd 1 12209 92745 AM12209 92745 AM

O Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Gontijo e Clarisse Simatildeo - 6ordm periodo

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Esporte bull 17

oacutetimo quando ela estaacute estressada ela desconta no campo e com as rivaisrdquo

Jogadora do BH Rugby de dezem-bro de 2005 ateacute Julho de 2007 Vitoacuteria nunca praticou outro esporte Ela fra-turou o braccedilo durante uma partida e depois novamente em casa no mesmo lugar mas continua defendendo que isso eacute comum por ser um esporte de muito contato fiacutesico Vitoacuteria tambeacutem afirma que o esporte precisa ser mais divulgado o que ajudaria a desvincu-lar essa imagem de jogo violento que tem hoje

Vencer as barreiras de um esporte que ainda daacute os primeiros passos no paiacutes eacute outro desafio segundo as joga-doras O BH Rugby participa de pelo menos um campeonato por ano e para custear as viagens aleacutem da mensali-dade paga por elas ao clube Como haacute poucos patrocinadores eacute preciso fazer rifas e caixinhas para ajudar nas despe-sas das viagens que tecircm custo variado de acordo com o nuacutemero de jogadoras que participam dos torneios

Em Setembro de 2006 o time femi-nino do BH Rugby conquistou o pri-meiro tiacutetulo ao vencer o Campeonato da Independecircncia de 7-a-side em Var-ginha no Sul de Minas Em Outubro de 2007 conquistou o Torneio de 7-a-side de Satildeo Joseacute dos Campos a primeira etapa do Circuito Brasileiro de Rugby

Rugby no BrasilO Brasil conheceu o rugby no seacuteculo

XIX e foi Charles Miller o mesmo que trouxe o futebol para o Brasil que em 1895 organizou o primeiro time de rugby brasileiro em Satildeo Paulo Mas somente em 1925 o rugby comeccedilou a ser praticado com mais regularidade no Brasil no Campo dos Ingleses per-tencente ao Satildeo Paulo Athletic Club (SPAC) em Pirituba Satildeo Paulo

Durante o periacuteodo de 1926 a 1940 foram organizados jogos interesta-duais entre clubes paulista e carioca aleacutem de jogos internacionais contra os Springboks da Aacutefrica do Sul em 1932 e contra a seleccedilatildeo Britacircnica em 1936

De 1941 a 1946 os jogos foram inter-rompidos devido agrave Segunda Guerra Mundial sendo retomados em 1947

Em 1960 foi formada a Alianccedila Rugby Football Club constituiacuteda por jogadores ingleses franceses argenti-nos e brasileiros No dia 6 de outubro de 1963 foi fundada a sede em Satildeo Paulo da Uniatildeo de Rugby do Brasil com a finalidade de organizar e dirigir o rugby brasileiro No ano seguinte a entidade patrocinava o III Campeonato Sul-Americano de Rugby quando o Brasil conquistou o vice-campeonato

A partir de 1971 comeccedilou a se desenvolver lentamente o rugby Infanto-Juvenil em Satildeo Paulo e em 20 de Dezembro de 1972 foi fundada a Associaccedilatildeo Brasileira de Rugby em substituiccedilatildeo agrave Uniatildeo de Rugby do Bra-sil sendo reconhecida pelo Conselho Nacional de Desportos (CND) A par-tir daiacute o esporte vem ganhando adep-tos no paiacutes do futebol e se populari-zando deixando para traacutes a imagem de violento

1 - Pilar

2 - Hoker

3 - Pilar

4 - Segunda linha

5 - Segunda linha

6 - Asa (tercera linha) 7 - Asa (tercera Linha)

8 - Oitavo (uacuteltimo na formaccedilatildeo do scrum)

PasseNo rugby soacute eacute possiacutevel passar a bola para o lado ou para traacutes sendo que os avanccedilos satildeo decorrentes das corridas com posse de bola Soacute eacute permitido passes para frente com pon-tapeacutes No chute soacute podem perseguir a bola aleacutem do chutador aqueles jogadores que estiverem em linha ou atraacutes do mesmo do momento do pontapeacute

Tackle ou placagemO tackle eacute feito agarrando-se o jogador adver-saacuterio que estaacute com a bola e jogando-o ao chatildeo para que se possa fazer a tentativa de tomada da posse de bola atraveacutes do ruck

RuckQuando um jogador eacute tackleado ele solta a bola e eacute formado um ruck Jogadores dos dois times se jogam em cima daquele que estaacute ao chatildeo e tentam empurrar a bola para o seu lado do campo com o detalhe de que natildeo eacute permitido mover a bola com as matildeos

MaulOcorre quando trecircs jogadores sendo um portador da bola e os outros dois um de cada time estatildeo em contato A diferenccedila entre o ruck e o maul eacute que no uacuteltimo a bola natildeo se encontra no chatildeo e sim na matildeo do jogador Os jogadores devem manter a cabeccedila e os ombros acima da linha da cintura Natildeo eacute per-mitido tirar os jogadores do maul a natildeo ser que esse seja do time adversaacuterio e esteja do lado errado do maul

ScrumO scrum ou formaccedilatildeo ordenada geralmente eacute usado apoacutes uma jogada irregular ou em alguma penalidade O HalfScrum da equipe que natildeo cometeu a infraccedilatildeo insere a bola no meio de um ldquotuacutenelrdquo formado pelas duas primeiras linhas de cada equipe para que os jogadores de sua equipe consigam ganhar a posse da bola Qualquer jogador alheio a formaccedilatildeo ordenada tem que estar a 10 m da mesma

LateraisQuando a bola sai pela lateral do campo eacute realizado um alinhamento para que a bola volte ao jogo O Hoker da equipe lanccedila a bola no meio das duas linhas formadas Um joga-dor de cada equipe eacute levantado no ar para tentar agarrar a bola Quando a bola eacute posta na lateral o outro time pode repocirc-la rapida-mente para dentro de campo se esta cruzar a linha de cinco metros sem formaccedilatildeo de linhas

MarkQuando a equipe adversaacuteria chuta a bola e o jogador da outra equipe a pega sem quicar no chatildeo e dentro da aacuterea dos 22 metros ele pode chamar um mark ou pedir marco que eacute a possibilidade de se dar um chute sem o perigo de ser placado Serve como um fator de proteccedilatildeo para a defesa da equipe que pediu o marco pois interrompe o jogo e o time tem direito a um pontapeacute livre de onde o mark foi pedido

Algumas jogadas do Rugby

Esquema de jogo

BH RUGBY

12ordm BI do ExeacutercitoRua Timbiras com Barbacena Barro Preto Belo Horizonte - MG

Belo H

s sendo umLateraisQuQQQuQuQuQuQuQuananandodoodododd a bola saaaai peela lattererererala ddddoooo cacacacampmpmpmpmm oooooooo eacuteeacuteeacuteeacute

Ariel PalaciosTeacutecnico do BHRugby

312

6

45

789

10

111213

1514

9 - Half Scrum 10 - Apertura 11 - Ponta cego

12 - Primer centro

13 - Segundo Centro

14 - Ponta aberto

15 - Fullback

16-17 - Rugbyindd 216-17 - Rugbyindd 2 12209 92753 AM12209 92753 AM

O Ponto

18 bull CulturaBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Liacutevia Martins e Flaacutevia Leatildeo - 6 ordm periacuteodo

LUCAS RAGE VICTOR DUARTE RENAN BORGES

2ordm PERIODO

Desde 2004 os belo-hori-zontinos vecircm recebendo visi-tas ilustres nas diversas linhas de transporte puacuteblico da capi-tal Jaacute passaram pelos ocircnibus escritores como Gonccedilalves Dias Machado de Assis Castro Alves e muitos outros Calma eles natildeo estatildeo rodando por aiacute como passageiros estatildeo pre-sentes por meio de suas obras Eacute o projeto Leitura para Todos

Idealizado e organizado pelo Programa de Ensino Pesquisa e Extensatildeo A Tela e o Texto do curso de Letras da Universi-dade Federal de Minas Gerais (UFMG) o projeto Leitura para Todos tem o objetivo de levar literatura agrave grande populaccedilatildeo belo-horizontina de maneira dinacircmica e acessiacutevel

O que natildeo falta ao passa-geiro eacute escolha na hora de ler Satildeo oferecidas obras dos mais variados estilos desde crocircni-cas machadianas a poemas de Gonccedilalves Dias passando por composiccedilotildees musicais de Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes

Atraveacutes do site do projeto (wwwletrasufmgbratelaeo-texto) jovens autores tambeacutem podem enviar seus textos e jaacute

passam de 155 publicaccedilotildees deste cunho envolvidas na ini-ciativa O projeto contempla hoje 280 carros em 26 linhas distintas

Impressos em frente e verso e laminados os textos satildeo afi -xados na parte traseira dos assentos e apresentam faacutecil acesso Cada veiacuteculo possui uma meacutedia de vinte lacircminas dispostas ao longo dos assen-tos de maneira para atingir todos os passageiros Os textos satildeo trocados de trecircs em trecircs meses As formataccedilotildees variam de acordo com o tema e a forma luacutedica com a qual algu-mas obras satildeo expostas busca atrair o leitor relutante

RepercussatildeoAs estrateacutegias para atrair o lei-

tor apesar de criativas natildeo agra-daram a todos ldquoA letra eacute muito pequena entatildeo eu natildeo leio muitordquo diz Amanda Dias usuaacute-ria da linha Circular 01 (SC01) e moradora de Betim Estudante e morador da Savassi tambeacutem usuaacuterio da linha Guilherme Carvalho concorda ldquonatildeo atrai natildeo chama a atenccedilatildeo Fica ali mas a gente nem vecirc direito falta alguma coisa para chamar mais a atenccedilatildeo do pessoalrdquo

O maior problema aparenta ser a combinaccedilatildeo entre trans-porte puacuteblico e leitura uma vez que nem todos os passageiros podem se sentar durante a via-

gem ldquoEacute interessante para quem vai sentado mas quem estaacute de peacute natildeo aproveita muitordquo aponta Amanda Dias

Mas a iniciativa possui uma linha de admiradores para quem o incentivo agrave cultura e a dissemi-naccedilatildeo da literatura natildeo passam despercebidos Moradora do Taquaril e usuaacuteria da linha 9503 Vanusa dos Santos se entusiasma com o projeto ldquoAs histoacuterias satildeo legais Tem algumas que eu tenho ateacute vontade de levar para casa e ler para os meus fi lhos Eu jaacute li quase todas sempre que acabo de ler a minha jaacute estou logo pegando a do ladordquo afi rma Ilza Ferreira Gomes moradora de Venda Nova e usuaacuteria da

linha Circular 02 (SC02) tambeacutem divide o entusiasmo de Vanusa ldquoAcho excelente Incentiva a lei-tura A primeira coisa que eu faccedilo quando entro no ocircnibus eacute pegar um texto para lerrdquo

Segundo a coordenadora do projeto e do Programa A Tela e o Texto da FALE-UFMG Maria Antonieta Pereira a repercus-satildeo do projeto natildeo poderia ser melhor ldquoTemos recebido mui-tos textos novos e comentaacuterios dos leitores No mecircs que vem entraraacute em circulaccedilatildeo o texto de um usuaacuterio sobre o Leitura para Todosrdquo afi rma

De acordo com Maria Anto-nieta a maioria dos textos rece-bidos eacute de qualidade Para sele-cionaacute-los o criteacuterio utilizado eacute o valor literaacuterio ldquoFicam de fora apenas os textos que apresen-tarem linguagem vulgar ou de cunho agressivo Mas isso eacute rarordquo conclui

Mais do que uma degustaccedilatildeo literaacuteria muitos vecircem no projeto um passatempo que possibi-lita distraccedilatildeo durante as longas viagens de volta para casa ou em direccedilatildeo ao trabalho ldquoVocecirc comeccedila a ler e nem vecirc o tempo passarrdquo diz Jidalva da Silva moradora de Ibiriteacute e usuaacuteria da linha 3052 Guilherme Carvalho acrescenta ldquoEacute bacana porque a gente natildeo tem nada para fazer no ocircnibus entatildeo a gente lecirc no caminhordquo

Projeto Leitura para TodosFoto Divulgaccedilatildeo BHTrans

Com cinco anos de existecircncia iniciativa ainda passa despercebida por muitos passageiros de ocircnibus

Faz-de-conta domina a literaturaLivros com tramas e personagens fantaacutesticos encabeccedilam listas de mais vendidos

GABRIELA CAMPOLINA

5ordm PERIacuteODO

As aventuras de um bruxi-nho um mundo rodeado por robocircs que de repente passam a ter sentimentos o romance entre uma jovem e um vampiro a cegueira repentina A fi c-ccedilatildeo oferece um mundo rico de possibilidades estimulantes O autor fi ca livre para propor novas abordagens construir cenaacuterios - diferentes daqueles que estamos acostumados O leitor pode se deliciar com estoacuterias divertidas e impossiacuteveis na vida real mas que povoam a sua mente e satildeo apaixonantes

Para o doutorando em Lite-ratura de Liacutengua Portuguesa e professor da Universidade Fumec Luis Henrique Barbosa o sucesso desses livros pode ser atribuiacutedo ao grande poder da miacutedia ldquoHoje em dia eacute difiacutecil esca-

par dessa infl uecircncia ateacute mesmo para quem tenta fugir um pouco dissordquo Segundo o professor os meios de comunicaccedilatildeo criam um tipo de ldquomodardquo

Atualmente o livro que estaacute no topo dos mais vendidos eacute ldquoA Cabanardquo do canadense William Young que narra a histoacuteria de Mackenzie Allen Philip perso-nagem principal de uma trama que envolve questotildees religiosas ao desconstruir os estereoacutetipos de Deus e Jesus apresentados respectivamente como uma mulher negra grande e gorda e um jovem do Oriente Meacutedio que conserta e constroacutei coisas Outro sucesso de venda foram os livros da seacuterie Crepuacutesculo (Twilight) que conta a histoacuteria de uma ado-lescente que se apaixona por um vampiro recentemente adap-tada para o cinema

Os best-sellers de fi cccedilatildeo jaacute tomaram as salas de cinema haacute

um tempo Em termos de adap-taccedilatildeo literaacuteria escritores tendem a achar que o fi lme deve ser fi el ao texto Jaacute os cineastas enten-dem que a linguagem das telas eacute outra e que o compromisso do cinema eacute com os espectadores natildeo com os leitores Os escrito-res defendem a fi delidade os cineastas natildeo

O sucesso de longas como ldquoO senhor dos aneacuteisrdquo ldquoHarry Pot-terrdquo ldquoEu Robocircrdquo ldquoEnsaio sobre a cegueirardquo ldquoEntrevista com um vampirordquo de repente virou febre Todos parecem querer ldquoviajarrdquo por um mundo desconhecido

Os leitores principalmente os mais jovens querem ver seus livros personagens e aventuras preferidas de uma forma mais real Segundo Luis Henrique ldquoa miacutedia faz bom marketing e ainda tem o peso das peliacuteculas que direcionam ainda mais o foco do interesse do puacuteblicordquo E

independente das inuacutemeras criacute-ticas quanto a isso o sucesso eacute certo O exemplo eacute o das seacuteries Harry Potter e Twi-light - ambos best-sellers mundiais

A internet eacute tambeacutem um terreno que contribui para popularidade crescente da chamada literatura da moda de acordo com o pro-fessor Luis Henrique a litera-tura se tornou muito diversifi -cada ldquoHaacute um grande aumento por exemplo na lsquoliteratura de blogrsquo Muitos blogueiros escrevem histoacuterias que depois viram livrosrdquo diz Falando especifi camente sobre os livros de fi cccedilatildeo ele argu-menta que muito desse sucesso estaacute em foacutermulas que deram certo e se repetiram no avanccedilo da tecnologia na busca por res-postas e na tentativa de ldquofugardquo da rotina do dia-a-dia ldquoAinda assim eacute difiacutecil dizer porquecirc Eacute como

querer saber o motivo pelo qual muita gente escuta certo tipo de muacutesica ou assiste a certos tipos de fi lme Cada um tem uma razatildeo Tambeacutem natildeo podemos esquecer que estamos falando de moda E moda vai e voltardquo

criacute-sso as

m

o dem srdquote

18 - Literaturaindd 118 - Literaturaindd 1 12209 92644 AM12209 92644 AM

O Ponto

PEDRO LEONE

7ordm PERIacuteODO

A Faculdade de Ciecircncias Humanas da Fumec (FCH) lanccedilou no dia 20 de novem-bro a oitava ediccedilatildeo da revista ldquoMediaccedilatildeordquo de cunho cientiacute-fi co A publicaccedilatildeo que desta vez trouxe como tema central ldquoMiacutedas Audiovisuais e Proces-sos Identitaacuteriosrdquo representa um marco da revista por fortalecer a

periodicidade das produ-

ccedilotildees acadecircmicas da faculdade como reinteraram os diretores Antocircnio Marcos Nohmi Joatildeo Batista de Mendonccedila Filho e Th aiumls Estevanato em evento rea-lizado na data de lanccedilamento no auditoacuterio da FCH A revista passa ainda por uma reestrutu-raccedilatildeo editorial jaacute que a partir da proacutexima ediccedilatildeo natildeo conta mais com a professora Claudia Cha-ves Fonseca como editora que passa o cargo para o professor Rodrigo Fonseca e Rodrigues

Segundo Rodrigo um dos proacuteximos passos na consoli-daccedilatildeo da ldquoMediaccedilatildeordquo no mer-cado eacute a ampliaccedilatildeo dos pontos de distribuiccedilatildeo da publicaccedilatildeo sendo inclusive distribuiacuteda em bibliotecas de outras institui-ccedilotildees de ensino Aleacutem disso Rodrigo adiantou o tema-base da nona ediccedilatildeo jaacute sob seu comando que seraacute ldquoComuni-caccedilatildeo e estudos interdiscipli-naresrdquo Nela de acordo com o novo editor uma das metas seraacute ampliar o leque de assun-tos tratados e mostrar o caraacuteter plural da comunicaccedilatildeo

Outra meta para os proacuteximos nuacutemeros da revista eacute divulgar a

chamada para artigos em outros paiacuteses com a publicaccedilatildeo de textos traduzidos com exclusividade pela revista para o portuguecircs

Alunos como destaqueA novidade da oitava ediccedilatildeo

segundo a editora Claudia Cha-ves fi ca por conta da publica-ccedilatildeo da resenha ldquoEacutetica no ensino

de jornalismordquo de autoria das alunas do oitavo periacuteodo de jornalismo Ana Luacutecia Bahia e Marina Rigueira Para as alu-nas que dizem ter interesse em seguir a carreira acadecircmica a oportunidade eacute interessante por ser uma primeira experiecircn-cia na aacuterea O artigo segundo Ana Luacutecia e Marina eacute fruto de

um projeto de iniciaccedilatildeo cientiacute-fi ca e a primeira publicaccedilatildeo de cunho acadecircmico de ambas

A revista ldquoMediaccedilatildeordquo tem periodicidade semestral e teve nesta oitava ediccedilatildeo tiragem de mil exemplares reunindo dez artigos de professores pes-quisadores e profi ssionais da comunicaccedilatildeo social

Editor e diagramador da paacutegina Equipe O Ponto

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Miacutedias bull 19

FABIANA SOARES

7ordm PERIacuteODO

Kotler publicou sua biacuteblia do marketing e de repente todo mundo sabia como posicionar uma marca Entatildeo veio a Era Digital e desafi ou todas agecircncias de publicidade e profi ssionais de marketing Quais foram esses desafi os O que devemos levar em consideraccedilatildeo para posicio-nar uma marca online Eu com meu mero mas engajado conhe-cimento elaborei alguns toacutepi-cos que podem dar um rumo ao posicionamento digital

1) Pense e esteja OnlineO primeiro item eacute oacutebvio e pre-

cede todos os outros Se vocecirc quer entrar no mundo digital vocecirc tem que estar online A comunicaccedilatildeo digital eacute instantacirc-nea e interativa e se sua marca natildeo estaacute laacute quando um usuaacuterio a procura ele vai clicar na outra que estiver mais proacutexima Entatildeo

esteja sempre disponiacutevel e mais importante abrace a interaccedilatildeo Natildeo adianta estar online e pen-sar offl ine Converse e escute os usuaacuterios hoje eles satildeo tatildeo importantes no posicionamento de sua marca quanto a televisatildeo foi na deacutec de 50 O que nos leva ao segundo toacutepico

2) O usuaacuterio constroacutei a sua marca

Hoje o modelo de comuni-caccedilatildeo eacute interativo O internauta descobriu que pode produzir a mensagem e natildeo soacute recebecirc-la pacifi camente Entatildeo ele pode dizer que seu produtoserviccedilo eacute muito ruim ou muito bom e teraacute vaacuterias pessoas para ouviacute-lo E natildeo adianta querer abafar a sua voz isso soacute vai pegar mal e natildeo vai controlar a propagaccedilatildeo da mensagem (lembra do caso da Daniela Cicarelli) Entatildeo o que resta aacutes marcas eacute monitorar Vocecirc pode estar sempre alerta ao que estatildeo dizendo sobre vocecirc na web

eacute como um feedback instantacirc-neo e se estiverem falando bem oacutetimo mas se falarem mal per-gunte porque peccedila desculpas e desconstrua a imagem ruim que aquele usuaacuterio tem sobre sua marca Mas cuidado para natildeo invadir o espaccedilo virtual dele

3) Cuidado O usuaacuterio pode natildeo querer te ouvir

Vocecirc monitora sua marca na web e resolve entrar na discussatildeo dos usuaacuterios sobre sua marca Vaacute com calma Ele provavelmente vai estar em uma rede social conversando com seus amigos e de repente vocecirc vira um inva-sor inoportuno Hoje o usuaacuterio quer ouvir e daacute mais credibi-lidade a fala de seu ldquoamigo de rederdquo do que na auto-afi rmaccedilatildeo de uma marca Ele quer ouvir o que sua rede social tem a dizer e natildeo vocecirc Entatildeo uma estrateacutegia muito mais efi ciente de conver-sar com o usuaacuterio eacute sendo um usuaacuterio ou tendo como porta voz

algum usuaacuterio infl uente E se um usuaacuterio fala bem da sua marca daqui a pouca seratildeo dois quatro seis

4) O boca-a-boca casou com a internet e teve um fi lho fofoqueiro O viral

O viral nasceu graccedilas a velo-cidade e o tamanho da rede Enquando na tv temos uma pessoa falando para outras 11 milhotildees na rede sua marca pode falar com esse mesmo nuacutemero de pessoas e essas pessoas com outras 11 milhotildees de pessoas em uma velocidade muito mais raacutepida que a de um Vt de 30rdquo Esse potencial de propagaccedilatildeo da men-sagem eacute bom e ruim Bom por permitir uma comunicaccedilatildeo mais efi ciente em termos de tempo e ruim pois uma vez lanccedilada na rede eacute impossiacutevel acompanha-la A melhor maneira entatildeo de se utilizar um viral eacute ser cuida-doso com o que se quer propa-gar Pense se aquela mensagem

eacute realmente relevante se natildeo vai criar uma imagem negativa e se eacute sufi cientemente criativo para que os usuaacuterios queiram compartilhaacute-lo O viral tem sido a menina dos olhos de muitos criativos publicitaacuterios e de seus clientes pois tem um custo rela-tivamente baixo e pode alcanccedilar um grande nuacutemero de pessoas mas tambeacutem tem grandes riscos de ser um total fracasso

A internet aidna tem muito a nos ensinar e tentei colo-car acima um pouco do que jaacute consegui obeservar Mas ainda tenho uma grande curiosidade que ateacute hoje ningueacutem conseguiu me explicar como se cobra por estrateacutegias digitais Como men-surar em dinheiro um viral por exemplo Como apresentar uma estimativa de custos honesta para o cliente quando tudo que se tem eacute uma ideacuteia Se algueacutem tiver essa resposta meu email eacute fabzsoaresgmailcom

E agora Joseacute A festa acabou a luz apagou e ta todo mundo na web

Original publicado em httpestagiocriativoblogspotcomO texto natildeo sofreu ediccedilatildeo nem correccedilotildees ortograacutefi cas a pedido da autora

A equipe de professores e convidados que participaram da organizaccedilatildeo da 8ordm ediccedilatildeo da revista

Mediaccedilatildeo chega ao seu oitavo nuacutemeroRevista da Faculdade de Ciecircncias Humanas da FUMEC coloca o tema ldquoMiacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuteriosrdquo em debate e tem como desafi o para os proacuteximos nuacutemeros ampliar a chamada para o envio de artigos acadecircmicos a pesquisadores de outros paiacuteses

8ordf ediccedilatildeo da revista trata das Miacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuterios

19 - Mediacaoindd 119 - Mediacaoindd 1 12209 93123 AM12209 93123 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

20 bull Cultura Editora e diagramadora da paacutegina Amanda Lelis - 7ordm periodo

COLCHAde retalhos

CU

RT

Are

talh

os

Ajude a costurar nossa colcha balaioretalhosgmailcom

Ir aleacutem da superfiacutecie

Que o espelho mostra

(e que o ego gosta)

VontadeBaacuterbara Rodrigues

Midori aki

hatake dandan

akaku naru

GuntaiJoatildeo Paulo Borges

Outono verde

o campo aos poucos

fi ca vermelho

ExeacutercitoJoatildeo Paulo Borges

Frederico PortoOde ao pensamento

Todo momento eacute hora de aventura e fantasia

E comeccedila ao raiar do dia

Crianccedilas vatildeo agrave escola e cantam a melodia

E a imaginaccedilatildeo se mistura com a nostalgia

O vento o sol a neve e a tempestade

Amanhatilde eacute o ontem criado com amizade

E Deus em seu computador

Natildeo procura responder

A mensagem deixada seraacute criada por vocecirc

E sem fi m com mais delongas

O encanto se apaixona

E comeccedila a respirar

Pensamento que viraacute

Eu que natildeo amo vocecircGabriela Gois

Era tudo novo ali No puro prazer na inocecircncia ele repousava a cabeccedila sobre o meu

colo segurando minha matildeo fi rmemente Ao longe o sol ia se despedindo deixando uma

leve e uacutenica brisa no fi m de tarde abafado Noacutes trocaacutevamos algumas palavras bobas meu

coraccedilatildeo disparava quando via aquele sorriso sincero Era tudo parte de um comeccedilo de

vida uma iniciaccedilatildeo no mundinho chato e triste que eacute o amor Tatildeo perfeito calmo irreal

verdadeiro e tiacutemido A rua estava vazia eu permanecia em silecircncio enquanto ele brin-

cava com meus dedos em suas matildeos magrelas e brancas

- E quando tudo isso acabar

- Como assim ndash suspirei afagando seu cabelo bagunccedilado

- A gente vai crescerhellipMudar Talvez um dia nossos rostos se apaguem

- Eu natildeo seihellipTalvez um dia noacutes vamos estar adultos andando em alguma cidade no

meio do caos e nos reconhecemos por um sorriso Eu largaria meu namorado vocecirc sua

vida boecircmia e noacutes podemos fugir pra Franccedila

- Vocecirc eacute tatildeo boba

- E vocecirc eacute tatildeohellip

Seus laacutebios tocaram os meus delicadamente nada invasivo Eram macios tinham

sabor de chocolate branco O que aconteceu internamente natildeo haacute como descrever nada

comparado agrave felicidade instantacircnea de uma roupa nova Natildeo era algo bem melhor que

isso Era tudo tatildeo maacutegico e delicioso nada de preocupaccedilotildees Eacuteramos dois na calccedilada os

peacutes no chatildeo quente as matildeos entrelaccediladas os sorrisos carregados de felicidade

Hoje eu ainda olho para aquela foto estranha no fundo da caixa Ele estaacute longe pro-

vavelmente apagou meu rosto Eu natildeo consigo sentir nada comparado agravequilo nada que

faccedila meu coraccedilatildeo disparar como aquele dia Eu soacute amei uma vez eu tinha onze anos um

metro e sessenta e cinco e era boba

Larissa Cardoso Borges

Deixa a mente vagar

Sem rumo sem freio

Deixa as palavras fl uiacuterem

Pulsando pelo seu corpo ateacute chegarem ao destino fi nal

Matildeo que freneticamente escreve

Tentando organizar o fl uxo de emoccedilotildees de sensaccedilotildees

Raacutepido pensar fugaz aliacutevio

O papel suporta as minhas ideacuteias

Devaneios

GuriaRodrigo Guimaratildees Pena

quando dedo se lambia

tudo era mar-de-rosas

tu levavas vida em verso

eu te via toda prosa

e tu eras tatildeo pequena

tatildeo cheirosa tatildeo macia

que o chorar ou fazer cena

era manha da guria

hoje a vida te vecirc bela

tatildeo faceira tatildeo formosa

mas meus olhos vecircem aquela

que foi meu botatildeo de rosa

Sozinha

No mato

Sem teto

Comida

Companhia

Ou cobertor

Sem rastro

Barulho

Eu-soacute

Sozinha

Na terra

Deitada ateacute dissolver no tempo

QuererAmanda Lelis

Amanda Lelis

E o que vai ser agora

se tudo em mim for

silecircncio

DuacutevidaAmanda Lelis

20 - Colcha de retalhosindd 120 - Colcha de retalhosindd 1 12209 92543 AM12209 92543 AM

Page 13: Jornal O Ponto - novembro de 2009

O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Cidades bull 13Editor e diagramador da paacutegina Diogo Hot e Aacutelvaro Castro -6ordm periacuteodo

Michael Phelps O campeatildeo oliacutempico foi

suspenso por trecircs meses por

ter sido fotografado utili-

zando maconha em festa

Marcello Antony Preso em 2004 comprando

maconha de um trafi cante

Marcelo D2 Afi rma fumar todos os dias

e jaacute sofreu vaacuterias repressotildees

por isso chegando a ser

preso apoacutes um show por

defender a liberaccedilatildeo da

droga

Giba Suspenso em 2003 por causa

do exame antidoping positivo

FAMOSOS QUE TIVERAM PROBLEMAS COM O USO

DA MACONHA

Fonte Revista Eacutepoca nordm 561

O Coletivo Marcha da Maco-nha Brasil eacute um grupo de indiviacuteduos e instituiccedilotildees que trabalham de forma descentra-lizada com um nuacutecleo-central que atua na manutenccedilatildeo do site wwwmarchadamaconhaorg e do foacuterum de discussotildees a ele vinculado Natildeo eacute um evento de cunho apologeacutetico e seus organizadores natildeo incentivam o uso de maconha ou de qual-quer outra substacircncia iliacutecita

Segundo informaccedilotildees apre-sentadas no site do movi-mento ldquoo objetivo eacute possibi-litar que todos os cidadatildeos possam se manifestar de forma livre e democraacutetica a respeito das poliacuteticas e leis sobre dro-gas do paiacutes Com essas ati-vidades procuramos ajudar a fazer com que essas leis e poliacuteticas possam ser construiacute-

das e aplicadas de forma mais transparente justa efi caz e pragmaacutetica respeitando a cida-dania e os Direitos Humanosrdquo

No ano passado a Marcha da Maconha foi proibida em nove das dez cidades brasileiras que fariam parte do circuito de manifestaccedilotildees que acontece-ram em outros 19 paiacuteses inclu-sive na capital mineira Apesar da proibiccedilatildeo vaacuterias pessoas compareceram agrave Praccedila da Estaccedilatildeo em 2008 e foram reprimidas pela Poliacutecia Militar

Este ano o Tribunal de Jus-ticcedila de Minas Gerais (TJMG) liberou a realizaccedilatildeo da Mar-cha da Maconha em Belo Horizonte O movimento tambeacutem foi autorizado no Rio de Janeiro Porto Alegre

Recife entre outros estados

Marcha no BrasilNo dia 9 de maio os estados

brasileiros do Rio de Janeiro Porto Alegre Juiz de Fora Bra-siacutelia Curitiba e mais outras 200 cidades em todo o mundo pro-moveram a manifestaccedilatildeo em favor da descriminalizaccedilatildeo do uso da maconha Realizada haacute sete anos no Brasil a Marcha da Maconha teve sua segunda edi-ccedilatildeo em Minas Gerais este ano

Em Belo Horizonte entre oitenta e cem pessoas partici-param da manisfestaccedilatildeo Os ati-vistas caminharam da Praccedila da Estaccedilatildeo passando pela Praccedila Sete ateacute chegarem agrave Praccedila da Liberdade onde o movimento se dispersou A passeata chamada

de Marcha da Maconha durou das 16h agraves 17h20 e segundo a Poliacutecia Militar durante a reali-zaccedilatildeo do protesto natildeo houve nenhum registro de violecircncia

No Rio de Janeiro a mobili-zaccedilatildeo que aconteceu em Ipa-nema reuniu cerca de 1200 par-tcipantes entre eles o ministro do Meio Ambiente Carlos Minc

Em Porto Alegre cerca de 350 simpatizantes da causa parti-ciparam da Marcha no Parque Farroupilha Por acreditarem que a erva eacute beneacutefi ca nos tratamen-tos de cacircncer Aids e glaucoma os seus defensores tambeacutem rei-vindicaram o reconhecimento de seu uso no campo medicinal O ato liberado pelo Ministeacuterio Puacuteblico teve uma hora de dura-ccedilatildeo e tambeacutem foi paciacutefico

Marcha da Maconha chegou em Brasiacutelia onde os manifestantes se reuniram em praccedila puacuteblica para protestar

A marcha pelo direito do uso

BRASILO cultivo e porte da maconha eacute proibido no Territoacuterio Brasileiro ainda que pela Lei natildeo haja mais pena de restriccedilatildeo agrave liberdade No entanto na praacutetica ateacute mesmo a conduta de distribuir panfl etos para divulgar o trabalho de um Movimento Social que fala sobre maconha pode acarretar autuaccedilatildeo por ldquocrime de apologia ao crimerdquo

CHINAPolitica de toleracircncia zero Trafi cantes condenados agrave morte e usuaacuterios obrigados a seguir programas de desintoxicaccedilao

HOLANDAPrimeiro paiacutes a liberar o uso da maconha em 1976 O consumo em bares especializados eacute liberado mas a venda fora deles eacute proibida

JAMAICAAo contraacuterio do que se imagina seu consumo eacute considerado ilegal mas o uso eacute altamente popular por parte da populaccedilatildeo local

Infografi a Felipe Chimicatti 7ordmG

Fotos divulgaccedilatildeo

BRASILO cultivoo e porte da maconha eacute proibiddo no Territoacuterio Brasileiroo ainda que pela Lei natildeo hhaja mais pena de restriccedilatildeo agrave liberdade No entanto na praacutetica ateacute mesmo aa conduta de distribuir panfl etoss para divulgar o trabalho de um Movimento Social quue fala sobre maconha pode acaarretar autuaccedilatildeo por ldquocrime dee apologia ao crimerdquo

JAMAICAAo contraacuterio do que se imagina seu consumo eacute considerado ilegal mas o uso eacute altamente popular por parte dapopulaccedilatildeo local

HOLANDAPrimeiro paiacutes a liberar o uso da maconha em 1976 O consumo em bares especializados eacute liberado mas a venda fora deles eacute proibida

CHINAPolPolitiitica ca de de toltoleracirceracircncinciaazerzero o TraTrafi cfi cantantes es concondendenadoados agraves agrave mo morterte e ue usuaacutesuaacuteriorios os obribrigadgados os a sa segueguir ir proprogragramasmas de de desdesintintoxioxicaccedilcaccedilaoao

Foto wwwfacunbbr storiesImagem_1145_edjpg

Condiccedilatildeo da maconha pelo mundo

12-13 - Maconhaindd 212-13 - Maconhaindd 2 12209 93005 AM12209 93005 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Leone -7ordm periacuteodo14 bull Comportamento

PEDRO LEONE

7ordm PERIacuteODO

Satildeo Paulo 10 de novembro de 2009 2230h A cena parecia receacutem tirada de um blockbuster apocaliacuteptico de Hollywood Pes-soas caminhando pelos trilhos do metrocirc carros desgovernados e uma cidade com 11 milhotildees de pessoas totalmente no escuro Era assim que se encontrava a capital paulista apoacutes o apagatildeo no fornecimento energeacutetico no Brasil causado por uma falha na linha de distribuiccedilatildeo de Furnas Na ocasiatildeo a usina de Itaipu responsaacutevel pela geraccedilatildeo de 20 da energia que abastece o paiacutes e 85 do Paraguai teve o funcionamento inteiramente interrompido Desde o pri-meiro momento de breu o que se viu entatildeo foi um fenocircmeno ateacute entatildeo pouco conhecido no Brasil Em questatildeo de minutos o site de relacionamento Twitter registrou milhares de comentaacute-rios postados por usuaacuterios de todo o paiacutes sobre o apagatildeo

O Twitter eacute a mais recente moda no mundo da internet Criado haacute trecircs anos o serviccedilo consiste em um blog pessoal um espaccedilo onde o usuaacuterio coloca textos com um limite de 140 caracteres (nada aleacutem de uma pequena frase) sobre o assunto que quiser Paula Fabian ex-coordenadora de produccedilatildeo do portal Uai e atual responsaacutevel pela comunicaccedilatildeo e pelo blog da Iveco acredita no entanto que as redes sociais natildeo satildeo apenas moda ldquoAs redes sociais chegaram para fi car e evoluiacute-rem refl etem uma mudanccedila de paradigma que a internet jaacute vem proporcionando haacute algum tempordquo afi rma

De fato se inicialmente a ideia dos criadores era de que as pessoas contassem o que estatildeo fazendo no momento em que escreveram hoje a ferramenta evoluiu e eacute usada como outras redes sociais para uma infi ni-dade de outros fi ns

Um dos marcos do uso de redes sociais na divulgaccedilatildeo jornaliacutes-tica ocorreu durante as eleiccedilotildees presidenciais no Iratilde em junho deste ano quando o mundo se viu inundado por notiacutecias sobre protestos e escacircndalos na apu-raccedilatildeo dos votos O incidente causou uma grande mobilizaccedilatildeo na miacutedia mundial Enquanto isso o proacuteprio governo iraniano cerceava alguns veiacuteculos locais chegando a fechar websites de oposiccedilatildeo Foi a deixa para o sur-gimento de uma diversidade de conteuacutedos em diversos espaccedilos na internet Viacutedeos no Youtube comunidades virtuais em todo tipo de site e uma infi nidade de comentaacuterios no Twitter fi zeram o evento um dos mais comen-tados em todo o mundo virtual Um usuaacuterio que se denominava ldquoTh eranBueraurdquo publicava no Twitter notiacutecias em tempo real atraveacutes do celular notiacutecias dos protestos de estudantes contra o governo

ItaipuA falha na distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica no Brasil causou um efeito semelhante Enquanto vagavam no escuro em ruas presos em elevadores trens e metrocircs e de dentro das proacuteprias casas centenas de natildeo-ilumina-dos recorreram a seus celulares para postar duacutevidas comentaacute-rios e notiacutecias na rede Apoacutes o restabelecimento da luz proli-feraram viacutedeos fotos e depoi-

mentos dos ocorridos Durante a madrugada do dia 10 em meio ao blecaute a assessoria de imprensa da usina de Itaipu criou uma conta no Twitter para divulgar comunicados ofi ciais sobre o ocorrido e responder as duacutevidas da populaccedilatildeo ldquoEm ins-tantes publicaremos a nota ofi -cial de Itaipu Binacional sobre o blecauterdquo foi o primeiro recado da empresa na rede

O uso das redes sociais pelas assessorias de imprensa eacute um dos casos mais curiosos e recor-rentes da evoluccedilatildeo das ferra-mentas Canais de viacutedeos insti-tucionais comunidades virtuais ofi ciais para aumentar o contato com o puacuteblico blogs e micro-blogs dando furos de notiacutecias nos veiacuteculos fornecendo infor-maccedilotildees ofi ciais em primeira matildeo O Clube Atleacutetico Mineiro aleacutem do caso da proacutepria Itaipu eacute

um exemplo Atraveacutes do Twitter o presidente do clube Alexan-dre Kalil divulga notiacutecias antes de saiacuterem na imprensa Esse uso no entanto natildeo eacute considerado por todos como jornaliacutestico ldquoNa minha opiniatildeo as redes disse-minam rapidamente as notiacutecias em piacutelulas mas natildeo considero como um trabalho jornaliacutesticordquo Afi rma Paula Fabian

As ferramentas ampliam o jaacute antigo uso dos websites como contato institucional com o mundo virtual Segundo Paula a ampliaccedilatildeo eacute o caminho certeiro das empresas que buscam esse contato indo aleacutem das proacuteprias redes sociais ldquoO mundo atual solicita presenccedila digital E natildeo basta estar simplesmente pre-sente na internet ou nas redes sociais Eacute preciso ser consistente em tudo o que se propotildee a parti-cipar Eacute preciso manter coerecircn-

cia com a atitude que se propotildee seguir nas redes sociaisrdquo

Outro obstaacuteculo levantado por ela eacute quanto a confi abili-dade das informaccedilotildees da rede ldquoNatildeo acho que nenhum veiacuteculo seja confi aacutevel quem eacute confi aacutevel eacute quem o faz quem estaacute por traacutes A inocecircncia na internet acabou a democracia que o meio pro-porciona abre espaccedilo tanto para o mal quanto para o bem o ver-dadeiro ou o falso o liacutecito ou iliacutecito A escolha eacute de cada umrdquo disse Paula

No fi m jornaliacutestico ou natildeo confi aacutevel ou malicioso a ampla difusatildeo de informaccedilotildees na internet soacute eacute beneacutefi ca Beneacutefi ca para os leitores cada vez mais informados e para os veiacuteculos que se obrigam a natildeo parar no tempo mantendo-se em discus-sotildees e reciclagens atraveacutes das novas tecnologias

Um passarinho me contouCada vez mais as redes sociais deixam de ser pura moda e passam a incorporar o dia a dia das pessoas

O New York Times dispotildee no Youtube viacutedeos que ampliam os assuntos abordados no jornal

ldquoFalaram para o estagiaacuterio em Itaipu quando sair apaga tudordquo

Piada difundida apoacutes o blecaute em Itaipu

ldquoCarini foi contratado Chegou no vocirco 1648 da

Gol hoje a tarderdquoAlexandre Kalil presidente do Atleacutetico-MG

se adiantand agrave imprensa

ldquoObra do Rodoanel desaba sobre a Reacutegis em SP equipe retira

escombrosrdquoEstado de Satildeo Paulo divulga manchetes

antes no Twitter

ldquoO diabo natildeo tinha chifre ateacute o dia em

que algueacutem mandou Zeacute Mayer pro infernordquo

Piadas sobre o ator Zeacute Mayer satildeo recorrentes na rede

No Twitter

14-15 - Redes Sociaisindd 114-15 - Redes Sociaisindd 1 12209 93048 AM12209 93048 AM

O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Leone - 7ordm periacuteodo Comportamento bull 15

Pouco mais de quatro meses apoacutes a sua morte em 25 de junho deste ano Michael Jackson con-tinua a mostrar porque eacute con-siderado o Rei do Pop O docu-mentaacuterio ldquoTh is is itrdquo em exibiccedilatildeo nos cinemas continua gerando comentaacuterios dos mais diversos tipos No entanto nenhum espec-tador tem duacutevidas do quanto Jackson merecia este tiacutetulo

O longa mostra os bastidores dos ensaios da uacuteltima turnecirc de Michael Jackson que natildeo che-gou a acontecer devido agrave morte precoce do cantor O lanccedilamento da obra agitou o mundo real ndash e virtual Enquanto os ingressos eram vendidos a uma velocidade exorbitante (soacute em Londres foram mais de 30 mil ingressos nas pri-meiras 24 horas) na rede o nome do cantor estaacute nos Trending Topics

do Twitter desde a noite de estreacuteia do documentaacuterio Ou seja o Reio do Pop estaacute entre os assuntos mais comentados do microblog

Logo que chegou aos cinemas os ldquotwitteirosrdquo de plantatildeo jaacute posta-ram suas impressotildees sobre o fi lme O criacutetico de cinema Pablo Villaccedila escreveu ldquomesmo longo e visual-mente desinteressante pinta uma imagem tatildeo favoraacutevel de MJ que indagamos por que natildeo fez algo assim antesrdquo Como costuma fazer com as obras que assiste Villaccedila daacute sua nota 3 em 5

A atriz Elizabeth Taylor fatilde e amiga de Michael Jackson tam-beacutem recorreu ao microblog para divulgar suas impressotildees ldquoReal-mente acredito que este fi lme deveria ser indicado em todas as categorias possiacuteveis Eacute a obra cinematograacutefi ca mais brilhante

que jaacute virdquo escreveu Taylor Mas tambeacutem haacute opiniotildees contraacuterias A ldquotwitteirardquo Laura Andrade critica o fi lme por considerar desneces-saacuterio mostrar a cruel realidade dos uacuteltimos dias do artista

O sucesso do documentaacute-rio eacute tatildeo grande que a Sony Pictures Entertainment jaacute anunciou que poderaacute esten-der o periacuteodo de exibiccedilatildeo que em princiacutepio seria de apenas duas semanas Com o longa mais tempo em cartaz o lanccedilamento do DVD foi adiado para o iniacute-cio do proacuteximo ano Mas para quem eacute fatilde a espera vai valer a pena jaacute que o DVD vai conter mais trecircs horas de extras que incluem cenas dos ensaios e versotildees ineacuteditas de videoclipes

No dia 22 de outubro a estu-dante Geisy Arruda de 20 anos foi exposta agrave vergonha puacuteblica pelos seus colegas na faculdade Uniban em Satildeo Bernardo do Campo As injuacuterias foram desde chingamentos ateacute ameaccedilas de lin-chamento e estupro sendo moti-vadas pelo vestido curto da aluna

O fato que ocorreu durante o horaacuterio de aula causou tanto tumulto na faculdade que as aulas foram interrompidas Cen-tenas de alunos foram para os corredores do Campus protestar e Geisy teve que sair acompa-nhada de escolta policial

O fato ganhou repercussatildeo nacional depois que um viacutedeo da retirada da aluna pela poliacutecia

sob gritos de colegas xingando passou a circular na internet

O viacutedeo publicado no site de viacutedeos Youtube teve milhares de acessos No Orkut foram criadas dezenas de comunidades para falar do assunto

Vaacuterios comentaacuterios na inter-net se ploriferaram nos textos sobre o assunto Ricardo aluno da Uniban disse no blog de Luiz Nassif estar chateado com o escacircndalo e em outro comen-taacuterio Josueacute Mecenas chamou os alunos de hipoacutecritas

No site da revista Marie Claire profi ssionais da moda se mani-festaram ldquo O brasileiro eacute o povo menos chauvinista em termos vestimentais So haacute restriccedilotildees

para homens por conta do com-plexo de machismordquo

A jornalista Eacuterica Palomino tambeacutem afi rmou no site ldquoEu pensei que minissaia havia sido inventada haacute 40 anos e natildeo fosse mais novidaderdquo A socioacuteloga Miriam Abramovay no site do Correio Brasiliense afi rmou que a atitude dos estudantes eacute vio-lenta agressiva e conservadora

Ainda no Twitter tambeacutem houve quem sugerisse que a garota fez algo aleacutem de usar uma minissaia Em comentaacuterio na rede social Ana Paula Bertoni disse que outro protesto aconteceu na Uniban Dessa vez os colegas da aluna agredida se manifestaram com narizes de palhaccedilo

O Rio de Janeiro ganhou des-taque na imprensa nas uacuteltimas semanas por motivos tanto posi-tivos quanto negativos A Cidade Maravilhosa foi escolhida como sede das Olimpiacuteadas de 2016 e dias depois pautou os noticiaacuterios com a guerra do traacutefi co O assunto tambeacutem invadiu as redes sociais (blogs Twitter Orkut entre outras) depois da derrubada de um heli-coacuteptero no Morro dos Macacos

O jornalista Carlos Castilho em um artigo intitulado ldquoDo tiro ao Twitterrdquo no site Observatoacuterio da Imprensa tocou numa ques-tatildeo interessante e pertinente ao contexto ldquopoliacutecia X crime organizadordquo Numa pesquisa recente destinada aos Estu-dos de Seguranccedila e Cidadania

provou-se que os policiais con-sideram os blogs como uma fer-ramenta poliacutetica ameaccediladora e subversiva para as tradicionais hierarquias que regem os quar-teacuteis no Brasil Apesar disso os blogs policiais podem mexer com a verticalizaccedilatildeo que pre-domina hoje na estrutura mili-tar expondo o que haacute de errado dentro das corporaccedilotildees e colo-cando em xeque as hierarquias

Espelhado no modelo norte-americano de amostragem de viacutetimas por guerras civis o site Rio Body Count foi criado para contabilizar por aproximaccedilatildeo o nuacutemero de viacutetimas na guerra do traacutefi co no Rio de janeiro mas jaacute foi desativado na Web

Sobre a atual violecircncia no

Morro dos Macacos o publicitaacute-rio e morador do bairro da Tijuca no Rio de Janeiro Gabriel Wardil 24 informou por meio de seu Twitter que o medo e a impo-tecircncia satildeo gerais e que as pessoas estatildeo mudando a rotina por causa da violecircncia ldquoEstamos no meio de uma guerra onde natildeo haacute como se defender e sendo governados pelo crime e terrorrdquo declarou

Comunidades do Orkut viacutedeos no Yotube posts em blogs satildeo exemplos de ferra-mentas que datildeo forccedila e auto-nomia para a voz da populaccedilatildeo Enquanto o Legislativo toma decisotildees a portas fechadas a Internet se torna um ambiente democraacutetico considerada por muitos como a nova Aacutegora

Arte Pedro Leone 7ordmG

Foto Bruno Gonzales em blog de Jorge Schweitzer

Guerra do traacutefi co no Rio de Janeiro se espalha na web

Textos nesta paacutegina escritos por Ana Carolina Amariz Flaacutevia Leatildeo Gabriel Assunccedilatildeo Jaime Hosken Liacutevia Martins Paula Sampaio Fernando Kelysson Gabriela Machado Michele Cristina Nathalia Magalhatildees Raiacutessa Rodrigues Rodrigo Otoni (6ordmG)

ldquoEu pensei que minissaia havia sido inventada haacute 40 anos e natildeo fosse mais novidaderdquoMiriam Abramovay socioacuteloga

Rei do Pop rouba cena no Twitter

Minissaia leva a motim de universitaacuterios

Guerra no Morro dos Macacos invade Web

14-15 - Redes Sociaisindd 214-15 - Redes Sociaisindd 2 12209 93048 AM12209 93048 AM

O Ponto

16 bull EsporteBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacuteginaPedro Gontijo e Clarisse Simatildeo - 6ordm periodo

O Rugby

Passados os anos as regras e nuacuteme-ros de participantes foram variando podendo hoje ser praticado com 15 10 ou 7 (conhecido como 7-a-side) joga-dores em cada time que se dividem em dois grupos ldquoOs Fowards satildeo jogadores maiores em tamanho e mais pesados enquanto os Backs satildeo mais raacutepidos menores mais leves e mais aacutegeis Eles atacam com velocidade passam a bola mais raacutepido mas tambeacutem haacute choquesrdquo explica Ariel Palacios treinador do time feminino do BH Rugby o maior da capital mineira

Durante a partida soacute eacute possiacutevel pas-sar a bola para o lado ou para traacutes sendo que os avanccedilos satildeo decorrentes das corridas com posse de bola Soacute eacute permitido passe para frente com pon-tapeacutes e no chute soacute podem perseguir a bola aleacutem do chutador aqueles joga-dores que estiverem em linha ou atraacutes do mesmo no momento do pontapeacute

Muitas vezes o esporte passa a ima-gem de violento mas seus praticantes defendem opiniatildeo contraria ldquoPassa essa imagem porque dentro de campo haacute um contato intenso entre os joga-dores A agressividade eacute inerente ao jogordquo explica Vitoacuteria ex-jogadora do BH Rugby

Um fator interessante e que ajuda a aliviar as tensotildees do jogo eacute o chamado terceiro tempo Promovido pelo time da casa esse eacute o momento em que os jogadores conversam fazem amizades cantam brincam bebem e discutem os lances da partida apoacutes o jogo e eacute uma das tradiccedilotildees do Rugby

Em Minas Gerais aleacutem do BH Rugby existem mais dois times expressivos ambos em Varginha O Minas Rugby nascido em 1995 e o Varginha Rugby criado em 2000 Inconfidentes e Poccedilos de Caldas no interior do estado pos-suem equipes menores e algumas outras cidades jaacute esboccedilam um esforccedilo para montar uma estrutura para o esporte entre elas Nova Lima Juiz de Fora Viccedilosa Uberlacircndia Governador Valadares e Nova Era

Apesar do aumento significativo da procura pelo esporte o Rugby ainda

sofre com falta de verbas para financiar as viagens dos atletas para as competi-ccedilotildees nacionais e internacionais A fim de contornar a situaccedilatildeo jogadores e equipe teacutecnica se viram como podem Alguns fazem uma poupanccedila onde todo mecircs uma quantia de dinheiro eacute depositada outros vendem brindes como camisetas rifas e adesivos e os mais corajosos posam para fotos Foi o caso da seleccedilatildeo brasileira de rugby feminino Para poder participar do Mundial de Dubai realizado em marccedilo deste ano criaram um calendaacuterio com fotos sensuais das proacuteprias jogadoras Um meio de chamar a atenccedilatildeo das pessoas e arrecadar dinheiro para a viagem Natildeo ganharam o campeonato mas garantiram o 10ordm lugar no ranking mundial

Vida de JogadoraJogadora haacute um pouco mais de dois

anos no BH Rugby Marina conheceu o esporte atraveacutes de amigos de Satildeo Paulo mas quem a incentivou a jogar foi uma amiga de trabalho ldquoUm dia fui para conhecer os treinos e fiqueirdquo Amigos e familiares a questionavam sobre por que natildeo fazer ballet ou jazz atividades tradicionalmente femini-nas mas Marina afirma que apesar de jaacute ter tentado natildeo combina com ela de jeito algum A jogadora comenta tam-beacutem que nunca teve rivalidade com outras jogadoras ldquoSomente dentro do campo alguns olhares e puxotildees de cabelos mas fora do campo o terceiro tempo tira a tensatildeo um poucordquo afirma a atleta

O administrador Mathias Klaus namora haacute dois anos a jogadora do BH Rugby Maria Clara Ele acompanha sua namorada em todos os jogos e diz natildeo sentir ciuacutemes dos treinos que ela faz com o time masculino de Rugby ldquoSem-pre que daacute eu saio com a turma toda pra tomar umasrdquo Mathias confessou que reza sempre para que sua namo-rada saia do campo sem um arranhatildeo pois a jogadora jaacute quebrou a claviacutecula e o nariz mas afirma que o esporte ajuda no relacionamento ldquoO namoro eacute

Encerrada a partida o jovem estudante William Webb Ellis inconfor-mado com a derrota do seu time agarra a bola com as matildeos e sai cor-rendo em direccedilatildeo ao gol adversaacuterio - Que velocidade Surpreendidos seus adversaacuterios entram na corrida para tentar impedi-lo Agarrado pelas pernas o pequeno Willian vai ao chatildeo e vecirc a bola esvair-se de suas matildeos Dessa cena que causou estranheza durante um jogo de futebol na Inglaterra em 1823 surgiu a ideacuteia inicial de um novo esporte o Rugby

O Rugby eacute um dos esportes mais populares do mundo e cada vez mais vem ganhando adeptos pelo Brasil desmistifi cando a fama de esporte violento e deixando de ser comparado ao futebol americano

MARINA CAMISASSA

RENATA WILLIG 2ordmPERIODO

Fotos Pedro Gontijo

em trecircs tempos

16-17 - Rugbyindd 116-17 - Rugbyindd 1 12209 92745 AM12209 92745 AM

O Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Gontijo e Clarisse Simatildeo - 6ordm periodo

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Esporte bull 17

oacutetimo quando ela estaacute estressada ela desconta no campo e com as rivaisrdquo

Jogadora do BH Rugby de dezem-bro de 2005 ateacute Julho de 2007 Vitoacuteria nunca praticou outro esporte Ela fra-turou o braccedilo durante uma partida e depois novamente em casa no mesmo lugar mas continua defendendo que isso eacute comum por ser um esporte de muito contato fiacutesico Vitoacuteria tambeacutem afirma que o esporte precisa ser mais divulgado o que ajudaria a desvincu-lar essa imagem de jogo violento que tem hoje

Vencer as barreiras de um esporte que ainda daacute os primeiros passos no paiacutes eacute outro desafio segundo as joga-doras O BH Rugby participa de pelo menos um campeonato por ano e para custear as viagens aleacutem da mensali-dade paga por elas ao clube Como haacute poucos patrocinadores eacute preciso fazer rifas e caixinhas para ajudar nas despe-sas das viagens que tecircm custo variado de acordo com o nuacutemero de jogadoras que participam dos torneios

Em Setembro de 2006 o time femi-nino do BH Rugby conquistou o pri-meiro tiacutetulo ao vencer o Campeonato da Independecircncia de 7-a-side em Var-ginha no Sul de Minas Em Outubro de 2007 conquistou o Torneio de 7-a-side de Satildeo Joseacute dos Campos a primeira etapa do Circuito Brasileiro de Rugby

Rugby no BrasilO Brasil conheceu o rugby no seacuteculo

XIX e foi Charles Miller o mesmo que trouxe o futebol para o Brasil que em 1895 organizou o primeiro time de rugby brasileiro em Satildeo Paulo Mas somente em 1925 o rugby comeccedilou a ser praticado com mais regularidade no Brasil no Campo dos Ingleses per-tencente ao Satildeo Paulo Athletic Club (SPAC) em Pirituba Satildeo Paulo

Durante o periacuteodo de 1926 a 1940 foram organizados jogos interesta-duais entre clubes paulista e carioca aleacutem de jogos internacionais contra os Springboks da Aacutefrica do Sul em 1932 e contra a seleccedilatildeo Britacircnica em 1936

De 1941 a 1946 os jogos foram inter-rompidos devido agrave Segunda Guerra Mundial sendo retomados em 1947

Em 1960 foi formada a Alianccedila Rugby Football Club constituiacuteda por jogadores ingleses franceses argenti-nos e brasileiros No dia 6 de outubro de 1963 foi fundada a sede em Satildeo Paulo da Uniatildeo de Rugby do Brasil com a finalidade de organizar e dirigir o rugby brasileiro No ano seguinte a entidade patrocinava o III Campeonato Sul-Americano de Rugby quando o Brasil conquistou o vice-campeonato

A partir de 1971 comeccedilou a se desenvolver lentamente o rugby Infanto-Juvenil em Satildeo Paulo e em 20 de Dezembro de 1972 foi fundada a Associaccedilatildeo Brasileira de Rugby em substituiccedilatildeo agrave Uniatildeo de Rugby do Bra-sil sendo reconhecida pelo Conselho Nacional de Desportos (CND) A par-tir daiacute o esporte vem ganhando adep-tos no paiacutes do futebol e se populari-zando deixando para traacutes a imagem de violento

1 - Pilar

2 - Hoker

3 - Pilar

4 - Segunda linha

5 - Segunda linha

6 - Asa (tercera linha) 7 - Asa (tercera Linha)

8 - Oitavo (uacuteltimo na formaccedilatildeo do scrum)

PasseNo rugby soacute eacute possiacutevel passar a bola para o lado ou para traacutes sendo que os avanccedilos satildeo decorrentes das corridas com posse de bola Soacute eacute permitido passes para frente com pon-tapeacutes No chute soacute podem perseguir a bola aleacutem do chutador aqueles jogadores que estiverem em linha ou atraacutes do mesmo do momento do pontapeacute

Tackle ou placagemO tackle eacute feito agarrando-se o jogador adver-saacuterio que estaacute com a bola e jogando-o ao chatildeo para que se possa fazer a tentativa de tomada da posse de bola atraveacutes do ruck

RuckQuando um jogador eacute tackleado ele solta a bola e eacute formado um ruck Jogadores dos dois times se jogam em cima daquele que estaacute ao chatildeo e tentam empurrar a bola para o seu lado do campo com o detalhe de que natildeo eacute permitido mover a bola com as matildeos

MaulOcorre quando trecircs jogadores sendo um portador da bola e os outros dois um de cada time estatildeo em contato A diferenccedila entre o ruck e o maul eacute que no uacuteltimo a bola natildeo se encontra no chatildeo e sim na matildeo do jogador Os jogadores devem manter a cabeccedila e os ombros acima da linha da cintura Natildeo eacute per-mitido tirar os jogadores do maul a natildeo ser que esse seja do time adversaacuterio e esteja do lado errado do maul

ScrumO scrum ou formaccedilatildeo ordenada geralmente eacute usado apoacutes uma jogada irregular ou em alguma penalidade O HalfScrum da equipe que natildeo cometeu a infraccedilatildeo insere a bola no meio de um ldquotuacutenelrdquo formado pelas duas primeiras linhas de cada equipe para que os jogadores de sua equipe consigam ganhar a posse da bola Qualquer jogador alheio a formaccedilatildeo ordenada tem que estar a 10 m da mesma

LateraisQuando a bola sai pela lateral do campo eacute realizado um alinhamento para que a bola volte ao jogo O Hoker da equipe lanccedila a bola no meio das duas linhas formadas Um joga-dor de cada equipe eacute levantado no ar para tentar agarrar a bola Quando a bola eacute posta na lateral o outro time pode repocirc-la rapida-mente para dentro de campo se esta cruzar a linha de cinco metros sem formaccedilatildeo de linhas

MarkQuando a equipe adversaacuteria chuta a bola e o jogador da outra equipe a pega sem quicar no chatildeo e dentro da aacuterea dos 22 metros ele pode chamar um mark ou pedir marco que eacute a possibilidade de se dar um chute sem o perigo de ser placado Serve como um fator de proteccedilatildeo para a defesa da equipe que pediu o marco pois interrompe o jogo e o time tem direito a um pontapeacute livre de onde o mark foi pedido

Algumas jogadas do Rugby

Esquema de jogo

BH RUGBY

12ordm BI do ExeacutercitoRua Timbiras com Barbacena Barro Preto Belo Horizonte - MG

Belo H

s sendo umLateraisQuQQQuQuQuQuQuQuananandodoodododd a bola saaaai peela lattererererala ddddoooo cacacacampmpmpmpmm oooooooo eacuteeacuteeacuteeacute

Ariel PalaciosTeacutecnico do BHRugby

312

6

45

789

10

111213

1514

9 - Half Scrum 10 - Apertura 11 - Ponta cego

12 - Primer centro

13 - Segundo Centro

14 - Ponta aberto

15 - Fullback

16-17 - Rugbyindd 216-17 - Rugbyindd 2 12209 92753 AM12209 92753 AM

O Ponto

18 bull CulturaBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Liacutevia Martins e Flaacutevia Leatildeo - 6 ordm periacuteodo

LUCAS RAGE VICTOR DUARTE RENAN BORGES

2ordm PERIODO

Desde 2004 os belo-hori-zontinos vecircm recebendo visi-tas ilustres nas diversas linhas de transporte puacuteblico da capi-tal Jaacute passaram pelos ocircnibus escritores como Gonccedilalves Dias Machado de Assis Castro Alves e muitos outros Calma eles natildeo estatildeo rodando por aiacute como passageiros estatildeo pre-sentes por meio de suas obras Eacute o projeto Leitura para Todos

Idealizado e organizado pelo Programa de Ensino Pesquisa e Extensatildeo A Tela e o Texto do curso de Letras da Universi-dade Federal de Minas Gerais (UFMG) o projeto Leitura para Todos tem o objetivo de levar literatura agrave grande populaccedilatildeo belo-horizontina de maneira dinacircmica e acessiacutevel

O que natildeo falta ao passa-geiro eacute escolha na hora de ler Satildeo oferecidas obras dos mais variados estilos desde crocircni-cas machadianas a poemas de Gonccedilalves Dias passando por composiccedilotildees musicais de Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes

Atraveacutes do site do projeto (wwwletrasufmgbratelaeo-texto) jovens autores tambeacutem podem enviar seus textos e jaacute

passam de 155 publicaccedilotildees deste cunho envolvidas na ini-ciativa O projeto contempla hoje 280 carros em 26 linhas distintas

Impressos em frente e verso e laminados os textos satildeo afi -xados na parte traseira dos assentos e apresentam faacutecil acesso Cada veiacuteculo possui uma meacutedia de vinte lacircminas dispostas ao longo dos assen-tos de maneira para atingir todos os passageiros Os textos satildeo trocados de trecircs em trecircs meses As formataccedilotildees variam de acordo com o tema e a forma luacutedica com a qual algu-mas obras satildeo expostas busca atrair o leitor relutante

RepercussatildeoAs estrateacutegias para atrair o lei-

tor apesar de criativas natildeo agra-daram a todos ldquoA letra eacute muito pequena entatildeo eu natildeo leio muitordquo diz Amanda Dias usuaacute-ria da linha Circular 01 (SC01) e moradora de Betim Estudante e morador da Savassi tambeacutem usuaacuterio da linha Guilherme Carvalho concorda ldquonatildeo atrai natildeo chama a atenccedilatildeo Fica ali mas a gente nem vecirc direito falta alguma coisa para chamar mais a atenccedilatildeo do pessoalrdquo

O maior problema aparenta ser a combinaccedilatildeo entre trans-porte puacuteblico e leitura uma vez que nem todos os passageiros podem se sentar durante a via-

gem ldquoEacute interessante para quem vai sentado mas quem estaacute de peacute natildeo aproveita muitordquo aponta Amanda Dias

Mas a iniciativa possui uma linha de admiradores para quem o incentivo agrave cultura e a dissemi-naccedilatildeo da literatura natildeo passam despercebidos Moradora do Taquaril e usuaacuteria da linha 9503 Vanusa dos Santos se entusiasma com o projeto ldquoAs histoacuterias satildeo legais Tem algumas que eu tenho ateacute vontade de levar para casa e ler para os meus fi lhos Eu jaacute li quase todas sempre que acabo de ler a minha jaacute estou logo pegando a do ladordquo afi rma Ilza Ferreira Gomes moradora de Venda Nova e usuaacuteria da

linha Circular 02 (SC02) tambeacutem divide o entusiasmo de Vanusa ldquoAcho excelente Incentiva a lei-tura A primeira coisa que eu faccedilo quando entro no ocircnibus eacute pegar um texto para lerrdquo

Segundo a coordenadora do projeto e do Programa A Tela e o Texto da FALE-UFMG Maria Antonieta Pereira a repercus-satildeo do projeto natildeo poderia ser melhor ldquoTemos recebido mui-tos textos novos e comentaacuterios dos leitores No mecircs que vem entraraacute em circulaccedilatildeo o texto de um usuaacuterio sobre o Leitura para Todosrdquo afi rma

De acordo com Maria Anto-nieta a maioria dos textos rece-bidos eacute de qualidade Para sele-cionaacute-los o criteacuterio utilizado eacute o valor literaacuterio ldquoFicam de fora apenas os textos que apresen-tarem linguagem vulgar ou de cunho agressivo Mas isso eacute rarordquo conclui

Mais do que uma degustaccedilatildeo literaacuteria muitos vecircem no projeto um passatempo que possibi-lita distraccedilatildeo durante as longas viagens de volta para casa ou em direccedilatildeo ao trabalho ldquoVocecirc comeccedila a ler e nem vecirc o tempo passarrdquo diz Jidalva da Silva moradora de Ibiriteacute e usuaacuteria da linha 3052 Guilherme Carvalho acrescenta ldquoEacute bacana porque a gente natildeo tem nada para fazer no ocircnibus entatildeo a gente lecirc no caminhordquo

Projeto Leitura para TodosFoto Divulgaccedilatildeo BHTrans

Com cinco anos de existecircncia iniciativa ainda passa despercebida por muitos passageiros de ocircnibus

Faz-de-conta domina a literaturaLivros com tramas e personagens fantaacutesticos encabeccedilam listas de mais vendidos

GABRIELA CAMPOLINA

5ordm PERIacuteODO

As aventuras de um bruxi-nho um mundo rodeado por robocircs que de repente passam a ter sentimentos o romance entre uma jovem e um vampiro a cegueira repentina A fi c-ccedilatildeo oferece um mundo rico de possibilidades estimulantes O autor fi ca livre para propor novas abordagens construir cenaacuterios - diferentes daqueles que estamos acostumados O leitor pode se deliciar com estoacuterias divertidas e impossiacuteveis na vida real mas que povoam a sua mente e satildeo apaixonantes

Para o doutorando em Lite-ratura de Liacutengua Portuguesa e professor da Universidade Fumec Luis Henrique Barbosa o sucesso desses livros pode ser atribuiacutedo ao grande poder da miacutedia ldquoHoje em dia eacute difiacutecil esca-

par dessa infl uecircncia ateacute mesmo para quem tenta fugir um pouco dissordquo Segundo o professor os meios de comunicaccedilatildeo criam um tipo de ldquomodardquo

Atualmente o livro que estaacute no topo dos mais vendidos eacute ldquoA Cabanardquo do canadense William Young que narra a histoacuteria de Mackenzie Allen Philip perso-nagem principal de uma trama que envolve questotildees religiosas ao desconstruir os estereoacutetipos de Deus e Jesus apresentados respectivamente como uma mulher negra grande e gorda e um jovem do Oriente Meacutedio que conserta e constroacutei coisas Outro sucesso de venda foram os livros da seacuterie Crepuacutesculo (Twilight) que conta a histoacuteria de uma ado-lescente que se apaixona por um vampiro recentemente adap-tada para o cinema

Os best-sellers de fi cccedilatildeo jaacute tomaram as salas de cinema haacute

um tempo Em termos de adap-taccedilatildeo literaacuteria escritores tendem a achar que o fi lme deve ser fi el ao texto Jaacute os cineastas enten-dem que a linguagem das telas eacute outra e que o compromisso do cinema eacute com os espectadores natildeo com os leitores Os escrito-res defendem a fi delidade os cineastas natildeo

O sucesso de longas como ldquoO senhor dos aneacuteisrdquo ldquoHarry Pot-terrdquo ldquoEu Robocircrdquo ldquoEnsaio sobre a cegueirardquo ldquoEntrevista com um vampirordquo de repente virou febre Todos parecem querer ldquoviajarrdquo por um mundo desconhecido

Os leitores principalmente os mais jovens querem ver seus livros personagens e aventuras preferidas de uma forma mais real Segundo Luis Henrique ldquoa miacutedia faz bom marketing e ainda tem o peso das peliacuteculas que direcionam ainda mais o foco do interesse do puacuteblicordquo E

independente das inuacutemeras criacute-ticas quanto a isso o sucesso eacute certo O exemplo eacute o das seacuteries Harry Potter e Twi-light - ambos best-sellers mundiais

A internet eacute tambeacutem um terreno que contribui para popularidade crescente da chamada literatura da moda de acordo com o pro-fessor Luis Henrique a litera-tura se tornou muito diversifi -cada ldquoHaacute um grande aumento por exemplo na lsquoliteratura de blogrsquo Muitos blogueiros escrevem histoacuterias que depois viram livrosrdquo diz Falando especifi camente sobre os livros de fi cccedilatildeo ele argu-menta que muito desse sucesso estaacute em foacutermulas que deram certo e se repetiram no avanccedilo da tecnologia na busca por res-postas e na tentativa de ldquofugardquo da rotina do dia-a-dia ldquoAinda assim eacute difiacutecil dizer porquecirc Eacute como

querer saber o motivo pelo qual muita gente escuta certo tipo de muacutesica ou assiste a certos tipos de fi lme Cada um tem uma razatildeo Tambeacutem natildeo podemos esquecer que estamos falando de moda E moda vai e voltardquo

criacute-sso as

m

o dem srdquote

18 - Literaturaindd 118 - Literaturaindd 1 12209 92644 AM12209 92644 AM

O Ponto

PEDRO LEONE

7ordm PERIacuteODO

A Faculdade de Ciecircncias Humanas da Fumec (FCH) lanccedilou no dia 20 de novem-bro a oitava ediccedilatildeo da revista ldquoMediaccedilatildeordquo de cunho cientiacute-fi co A publicaccedilatildeo que desta vez trouxe como tema central ldquoMiacutedas Audiovisuais e Proces-sos Identitaacuteriosrdquo representa um marco da revista por fortalecer a

periodicidade das produ-

ccedilotildees acadecircmicas da faculdade como reinteraram os diretores Antocircnio Marcos Nohmi Joatildeo Batista de Mendonccedila Filho e Th aiumls Estevanato em evento rea-lizado na data de lanccedilamento no auditoacuterio da FCH A revista passa ainda por uma reestrutu-raccedilatildeo editorial jaacute que a partir da proacutexima ediccedilatildeo natildeo conta mais com a professora Claudia Cha-ves Fonseca como editora que passa o cargo para o professor Rodrigo Fonseca e Rodrigues

Segundo Rodrigo um dos proacuteximos passos na consoli-daccedilatildeo da ldquoMediaccedilatildeordquo no mer-cado eacute a ampliaccedilatildeo dos pontos de distribuiccedilatildeo da publicaccedilatildeo sendo inclusive distribuiacuteda em bibliotecas de outras institui-ccedilotildees de ensino Aleacutem disso Rodrigo adiantou o tema-base da nona ediccedilatildeo jaacute sob seu comando que seraacute ldquoComuni-caccedilatildeo e estudos interdiscipli-naresrdquo Nela de acordo com o novo editor uma das metas seraacute ampliar o leque de assun-tos tratados e mostrar o caraacuteter plural da comunicaccedilatildeo

Outra meta para os proacuteximos nuacutemeros da revista eacute divulgar a

chamada para artigos em outros paiacuteses com a publicaccedilatildeo de textos traduzidos com exclusividade pela revista para o portuguecircs

Alunos como destaqueA novidade da oitava ediccedilatildeo

segundo a editora Claudia Cha-ves fi ca por conta da publica-ccedilatildeo da resenha ldquoEacutetica no ensino

de jornalismordquo de autoria das alunas do oitavo periacuteodo de jornalismo Ana Luacutecia Bahia e Marina Rigueira Para as alu-nas que dizem ter interesse em seguir a carreira acadecircmica a oportunidade eacute interessante por ser uma primeira experiecircn-cia na aacuterea O artigo segundo Ana Luacutecia e Marina eacute fruto de

um projeto de iniciaccedilatildeo cientiacute-fi ca e a primeira publicaccedilatildeo de cunho acadecircmico de ambas

A revista ldquoMediaccedilatildeordquo tem periodicidade semestral e teve nesta oitava ediccedilatildeo tiragem de mil exemplares reunindo dez artigos de professores pes-quisadores e profi ssionais da comunicaccedilatildeo social

Editor e diagramador da paacutegina Equipe O Ponto

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Miacutedias bull 19

FABIANA SOARES

7ordm PERIacuteODO

Kotler publicou sua biacuteblia do marketing e de repente todo mundo sabia como posicionar uma marca Entatildeo veio a Era Digital e desafi ou todas agecircncias de publicidade e profi ssionais de marketing Quais foram esses desafi os O que devemos levar em consideraccedilatildeo para posicio-nar uma marca online Eu com meu mero mas engajado conhe-cimento elaborei alguns toacutepi-cos que podem dar um rumo ao posicionamento digital

1) Pense e esteja OnlineO primeiro item eacute oacutebvio e pre-

cede todos os outros Se vocecirc quer entrar no mundo digital vocecirc tem que estar online A comunicaccedilatildeo digital eacute instantacirc-nea e interativa e se sua marca natildeo estaacute laacute quando um usuaacuterio a procura ele vai clicar na outra que estiver mais proacutexima Entatildeo

esteja sempre disponiacutevel e mais importante abrace a interaccedilatildeo Natildeo adianta estar online e pen-sar offl ine Converse e escute os usuaacuterios hoje eles satildeo tatildeo importantes no posicionamento de sua marca quanto a televisatildeo foi na deacutec de 50 O que nos leva ao segundo toacutepico

2) O usuaacuterio constroacutei a sua marca

Hoje o modelo de comuni-caccedilatildeo eacute interativo O internauta descobriu que pode produzir a mensagem e natildeo soacute recebecirc-la pacifi camente Entatildeo ele pode dizer que seu produtoserviccedilo eacute muito ruim ou muito bom e teraacute vaacuterias pessoas para ouviacute-lo E natildeo adianta querer abafar a sua voz isso soacute vai pegar mal e natildeo vai controlar a propagaccedilatildeo da mensagem (lembra do caso da Daniela Cicarelli) Entatildeo o que resta aacutes marcas eacute monitorar Vocecirc pode estar sempre alerta ao que estatildeo dizendo sobre vocecirc na web

eacute como um feedback instantacirc-neo e se estiverem falando bem oacutetimo mas se falarem mal per-gunte porque peccedila desculpas e desconstrua a imagem ruim que aquele usuaacuterio tem sobre sua marca Mas cuidado para natildeo invadir o espaccedilo virtual dele

3) Cuidado O usuaacuterio pode natildeo querer te ouvir

Vocecirc monitora sua marca na web e resolve entrar na discussatildeo dos usuaacuterios sobre sua marca Vaacute com calma Ele provavelmente vai estar em uma rede social conversando com seus amigos e de repente vocecirc vira um inva-sor inoportuno Hoje o usuaacuterio quer ouvir e daacute mais credibi-lidade a fala de seu ldquoamigo de rederdquo do que na auto-afi rmaccedilatildeo de uma marca Ele quer ouvir o que sua rede social tem a dizer e natildeo vocecirc Entatildeo uma estrateacutegia muito mais efi ciente de conver-sar com o usuaacuterio eacute sendo um usuaacuterio ou tendo como porta voz

algum usuaacuterio infl uente E se um usuaacuterio fala bem da sua marca daqui a pouca seratildeo dois quatro seis

4) O boca-a-boca casou com a internet e teve um fi lho fofoqueiro O viral

O viral nasceu graccedilas a velo-cidade e o tamanho da rede Enquando na tv temos uma pessoa falando para outras 11 milhotildees na rede sua marca pode falar com esse mesmo nuacutemero de pessoas e essas pessoas com outras 11 milhotildees de pessoas em uma velocidade muito mais raacutepida que a de um Vt de 30rdquo Esse potencial de propagaccedilatildeo da men-sagem eacute bom e ruim Bom por permitir uma comunicaccedilatildeo mais efi ciente em termos de tempo e ruim pois uma vez lanccedilada na rede eacute impossiacutevel acompanha-la A melhor maneira entatildeo de se utilizar um viral eacute ser cuida-doso com o que se quer propa-gar Pense se aquela mensagem

eacute realmente relevante se natildeo vai criar uma imagem negativa e se eacute sufi cientemente criativo para que os usuaacuterios queiram compartilhaacute-lo O viral tem sido a menina dos olhos de muitos criativos publicitaacuterios e de seus clientes pois tem um custo rela-tivamente baixo e pode alcanccedilar um grande nuacutemero de pessoas mas tambeacutem tem grandes riscos de ser um total fracasso

A internet aidna tem muito a nos ensinar e tentei colo-car acima um pouco do que jaacute consegui obeservar Mas ainda tenho uma grande curiosidade que ateacute hoje ningueacutem conseguiu me explicar como se cobra por estrateacutegias digitais Como men-surar em dinheiro um viral por exemplo Como apresentar uma estimativa de custos honesta para o cliente quando tudo que se tem eacute uma ideacuteia Se algueacutem tiver essa resposta meu email eacute fabzsoaresgmailcom

E agora Joseacute A festa acabou a luz apagou e ta todo mundo na web

Original publicado em httpestagiocriativoblogspotcomO texto natildeo sofreu ediccedilatildeo nem correccedilotildees ortograacutefi cas a pedido da autora

A equipe de professores e convidados que participaram da organizaccedilatildeo da 8ordm ediccedilatildeo da revista

Mediaccedilatildeo chega ao seu oitavo nuacutemeroRevista da Faculdade de Ciecircncias Humanas da FUMEC coloca o tema ldquoMiacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuteriosrdquo em debate e tem como desafi o para os proacuteximos nuacutemeros ampliar a chamada para o envio de artigos acadecircmicos a pesquisadores de outros paiacuteses

8ordf ediccedilatildeo da revista trata das Miacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuterios

19 - Mediacaoindd 119 - Mediacaoindd 1 12209 93123 AM12209 93123 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

20 bull Cultura Editora e diagramadora da paacutegina Amanda Lelis - 7ordm periodo

COLCHAde retalhos

CU

RT

Are

talh

os

Ajude a costurar nossa colcha balaioretalhosgmailcom

Ir aleacutem da superfiacutecie

Que o espelho mostra

(e que o ego gosta)

VontadeBaacuterbara Rodrigues

Midori aki

hatake dandan

akaku naru

GuntaiJoatildeo Paulo Borges

Outono verde

o campo aos poucos

fi ca vermelho

ExeacutercitoJoatildeo Paulo Borges

Frederico PortoOde ao pensamento

Todo momento eacute hora de aventura e fantasia

E comeccedila ao raiar do dia

Crianccedilas vatildeo agrave escola e cantam a melodia

E a imaginaccedilatildeo se mistura com a nostalgia

O vento o sol a neve e a tempestade

Amanhatilde eacute o ontem criado com amizade

E Deus em seu computador

Natildeo procura responder

A mensagem deixada seraacute criada por vocecirc

E sem fi m com mais delongas

O encanto se apaixona

E comeccedila a respirar

Pensamento que viraacute

Eu que natildeo amo vocecircGabriela Gois

Era tudo novo ali No puro prazer na inocecircncia ele repousava a cabeccedila sobre o meu

colo segurando minha matildeo fi rmemente Ao longe o sol ia se despedindo deixando uma

leve e uacutenica brisa no fi m de tarde abafado Noacutes trocaacutevamos algumas palavras bobas meu

coraccedilatildeo disparava quando via aquele sorriso sincero Era tudo parte de um comeccedilo de

vida uma iniciaccedilatildeo no mundinho chato e triste que eacute o amor Tatildeo perfeito calmo irreal

verdadeiro e tiacutemido A rua estava vazia eu permanecia em silecircncio enquanto ele brin-

cava com meus dedos em suas matildeos magrelas e brancas

- E quando tudo isso acabar

- Como assim ndash suspirei afagando seu cabelo bagunccedilado

- A gente vai crescerhellipMudar Talvez um dia nossos rostos se apaguem

- Eu natildeo seihellipTalvez um dia noacutes vamos estar adultos andando em alguma cidade no

meio do caos e nos reconhecemos por um sorriso Eu largaria meu namorado vocecirc sua

vida boecircmia e noacutes podemos fugir pra Franccedila

- Vocecirc eacute tatildeo boba

- E vocecirc eacute tatildeohellip

Seus laacutebios tocaram os meus delicadamente nada invasivo Eram macios tinham

sabor de chocolate branco O que aconteceu internamente natildeo haacute como descrever nada

comparado agrave felicidade instantacircnea de uma roupa nova Natildeo era algo bem melhor que

isso Era tudo tatildeo maacutegico e delicioso nada de preocupaccedilotildees Eacuteramos dois na calccedilada os

peacutes no chatildeo quente as matildeos entrelaccediladas os sorrisos carregados de felicidade

Hoje eu ainda olho para aquela foto estranha no fundo da caixa Ele estaacute longe pro-

vavelmente apagou meu rosto Eu natildeo consigo sentir nada comparado agravequilo nada que

faccedila meu coraccedilatildeo disparar como aquele dia Eu soacute amei uma vez eu tinha onze anos um

metro e sessenta e cinco e era boba

Larissa Cardoso Borges

Deixa a mente vagar

Sem rumo sem freio

Deixa as palavras fl uiacuterem

Pulsando pelo seu corpo ateacute chegarem ao destino fi nal

Matildeo que freneticamente escreve

Tentando organizar o fl uxo de emoccedilotildees de sensaccedilotildees

Raacutepido pensar fugaz aliacutevio

O papel suporta as minhas ideacuteias

Devaneios

GuriaRodrigo Guimaratildees Pena

quando dedo se lambia

tudo era mar-de-rosas

tu levavas vida em verso

eu te via toda prosa

e tu eras tatildeo pequena

tatildeo cheirosa tatildeo macia

que o chorar ou fazer cena

era manha da guria

hoje a vida te vecirc bela

tatildeo faceira tatildeo formosa

mas meus olhos vecircem aquela

que foi meu botatildeo de rosa

Sozinha

No mato

Sem teto

Comida

Companhia

Ou cobertor

Sem rastro

Barulho

Eu-soacute

Sozinha

Na terra

Deitada ateacute dissolver no tempo

QuererAmanda Lelis

Amanda Lelis

E o que vai ser agora

se tudo em mim for

silecircncio

DuacutevidaAmanda Lelis

20 - Colcha de retalhosindd 120 - Colcha de retalhosindd 1 12209 92543 AM12209 92543 AM

Page 14: Jornal O Ponto - novembro de 2009

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Leone -7ordm periacuteodo14 bull Comportamento

PEDRO LEONE

7ordm PERIacuteODO

Satildeo Paulo 10 de novembro de 2009 2230h A cena parecia receacutem tirada de um blockbuster apocaliacuteptico de Hollywood Pes-soas caminhando pelos trilhos do metrocirc carros desgovernados e uma cidade com 11 milhotildees de pessoas totalmente no escuro Era assim que se encontrava a capital paulista apoacutes o apagatildeo no fornecimento energeacutetico no Brasil causado por uma falha na linha de distribuiccedilatildeo de Furnas Na ocasiatildeo a usina de Itaipu responsaacutevel pela geraccedilatildeo de 20 da energia que abastece o paiacutes e 85 do Paraguai teve o funcionamento inteiramente interrompido Desde o pri-meiro momento de breu o que se viu entatildeo foi um fenocircmeno ateacute entatildeo pouco conhecido no Brasil Em questatildeo de minutos o site de relacionamento Twitter registrou milhares de comentaacute-rios postados por usuaacuterios de todo o paiacutes sobre o apagatildeo

O Twitter eacute a mais recente moda no mundo da internet Criado haacute trecircs anos o serviccedilo consiste em um blog pessoal um espaccedilo onde o usuaacuterio coloca textos com um limite de 140 caracteres (nada aleacutem de uma pequena frase) sobre o assunto que quiser Paula Fabian ex-coordenadora de produccedilatildeo do portal Uai e atual responsaacutevel pela comunicaccedilatildeo e pelo blog da Iveco acredita no entanto que as redes sociais natildeo satildeo apenas moda ldquoAs redes sociais chegaram para fi car e evoluiacute-rem refl etem uma mudanccedila de paradigma que a internet jaacute vem proporcionando haacute algum tempordquo afi rma

De fato se inicialmente a ideia dos criadores era de que as pessoas contassem o que estatildeo fazendo no momento em que escreveram hoje a ferramenta evoluiu e eacute usada como outras redes sociais para uma infi ni-dade de outros fi ns

Um dos marcos do uso de redes sociais na divulgaccedilatildeo jornaliacutes-tica ocorreu durante as eleiccedilotildees presidenciais no Iratilde em junho deste ano quando o mundo se viu inundado por notiacutecias sobre protestos e escacircndalos na apu-raccedilatildeo dos votos O incidente causou uma grande mobilizaccedilatildeo na miacutedia mundial Enquanto isso o proacuteprio governo iraniano cerceava alguns veiacuteculos locais chegando a fechar websites de oposiccedilatildeo Foi a deixa para o sur-gimento de uma diversidade de conteuacutedos em diversos espaccedilos na internet Viacutedeos no Youtube comunidades virtuais em todo tipo de site e uma infi nidade de comentaacuterios no Twitter fi zeram o evento um dos mais comen-tados em todo o mundo virtual Um usuaacuterio que se denominava ldquoTh eranBueraurdquo publicava no Twitter notiacutecias em tempo real atraveacutes do celular notiacutecias dos protestos de estudantes contra o governo

ItaipuA falha na distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica no Brasil causou um efeito semelhante Enquanto vagavam no escuro em ruas presos em elevadores trens e metrocircs e de dentro das proacuteprias casas centenas de natildeo-ilumina-dos recorreram a seus celulares para postar duacutevidas comentaacute-rios e notiacutecias na rede Apoacutes o restabelecimento da luz proli-feraram viacutedeos fotos e depoi-

mentos dos ocorridos Durante a madrugada do dia 10 em meio ao blecaute a assessoria de imprensa da usina de Itaipu criou uma conta no Twitter para divulgar comunicados ofi ciais sobre o ocorrido e responder as duacutevidas da populaccedilatildeo ldquoEm ins-tantes publicaremos a nota ofi -cial de Itaipu Binacional sobre o blecauterdquo foi o primeiro recado da empresa na rede

O uso das redes sociais pelas assessorias de imprensa eacute um dos casos mais curiosos e recor-rentes da evoluccedilatildeo das ferra-mentas Canais de viacutedeos insti-tucionais comunidades virtuais ofi ciais para aumentar o contato com o puacuteblico blogs e micro-blogs dando furos de notiacutecias nos veiacuteculos fornecendo infor-maccedilotildees ofi ciais em primeira matildeo O Clube Atleacutetico Mineiro aleacutem do caso da proacutepria Itaipu eacute

um exemplo Atraveacutes do Twitter o presidente do clube Alexan-dre Kalil divulga notiacutecias antes de saiacuterem na imprensa Esse uso no entanto natildeo eacute considerado por todos como jornaliacutestico ldquoNa minha opiniatildeo as redes disse-minam rapidamente as notiacutecias em piacutelulas mas natildeo considero como um trabalho jornaliacutesticordquo Afi rma Paula Fabian

As ferramentas ampliam o jaacute antigo uso dos websites como contato institucional com o mundo virtual Segundo Paula a ampliaccedilatildeo eacute o caminho certeiro das empresas que buscam esse contato indo aleacutem das proacuteprias redes sociais ldquoO mundo atual solicita presenccedila digital E natildeo basta estar simplesmente pre-sente na internet ou nas redes sociais Eacute preciso ser consistente em tudo o que se propotildee a parti-cipar Eacute preciso manter coerecircn-

cia com a atitude que se propotildee seguir nas redes sociaisrdquo

Outro obstaacuteculo levantado por ela eacute quanto a confi abili-dade das informaccedilotildees da rede ldquoNatildeo acho que nenhum veiacuteculo seja confi aacutevel quem eacute confi aacutevel eacute quem o faz quem estaacute por traacutes A inocecircncia na internet acabou a democracia que o meio pro-porciona abre espaccedilo tanto para o mal quanto para o bem o ver-dadeiro ou o falso o liacutecito ou iliacutecito A escolha eacute de cada umrdquo disse Paula

No fi m jornaliacutestico ou natildeo confi aacutevel ou malicioso a ampla difusatildeo de informaccedilotildees na internet soacute eacute beneacutefi ca Beneacutefi ca para os leitores cada vez mais informados e para os veiacuteculos que se obrigam a natildeo parar no tempo mantendo-se em discus-sotildees e reciclagens atraveacutes das novas tecnologias

Um passarinho me contouCada vez mais as redes sociais deixam de ser pura moda e passam a incorporar o dia a dia das pessoas

O New York Times dispotildee no Youtube viacutedeos que ampliam os assuntos abordados no jornal

ldquoFalaram para o estagiaacuterio em Itaipu quando sair apaga tudordquo

Piada difundida apoacutes o blecaute em Itaipu

ldquoCarini foi contratado Chegou no vocirco 1648 da

Gol hoje a tarderdquoAlexandre Kalil presidente do Atleacutetico-MG

se adiantand agrave imprensa

ldquoObra do Rodoanel desaba sobre a Reacutegis em SP equipe retira

escombrosrdquoEstado de Satildeo Paulo divulga manchetes

antes no Twitter

ldquoO diabo natildeo tinha chifre ateacute o dia em

que algueacutem mandou Zeacute Mayer pro infernordquo

Piadas sobre o ator Zeacute Mayer satildeo recorrentes na rede

No Twitter

14-15 - Redes Sociaisindd 114-15 - Redes Sociaisindd 1 12209 93048 AM12209 93048 AM

O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Leone - 7ordm periacuteodo Comportamento bull 15

Pouco mais de quatro meses apoacutes a sua morte em 25 de junho deste ano Michael Jackson con-tinua a mostrar porque eacute con-siderado o Rei do Pop O docu-mentaacuterio ldquoTh is is itrdquo em exibiccedilatildeo nos cinemas continua gerando comentaacuterios dos mais diversos tipos No entanto nenhum espec-tador tem duacutevidas do quanto Jackson merecia este tiacutetulo

O longa mostra os bastidores dos ensaios da uacuteltima turnecirc de Michael Jackson que natildeo che-gou a acontecer devido agrave morte precoce do cantor O lanccedilamento da obra agitou o mundo real ndash e virtual Enquanto os ingressos eram vendidos a uma velocidade exorbitante (soacute em Londres foram mais de 30 mil ingressos nas pri-meiras 24 horas) na rede o nome do cantor estaacute nos Trending Topics

do Twitter desde a noite de estreacuteia do documentaacuterio Ou seja o Reio do Pop estaacute entre os assuntos mais comentados do microblog

Logo que chegou aos cinemas os ldquotwitteirosrdquo de plantatildeo jaacute posta-ram suas impressotildees sobre o fi lme O criacutetico de cinema Pablo Villaccedila escreveu ldquomesmo longo e visual-mente desinteressante pinta uma imagem tatildeo favoraacutevel de MJ que indagamos por que natildeo fez algo assim antesrdquo Como costuma fazer com as obras que assiste Villaccedila daacute sua nota 3 em 5

A atriz Elizabeth Taylor fatilde e amiga de Michael Jackson tam-beacutem recorreu ao microblog para divulgar suas impressotildees ldquoReal-mente acredito que este fi lme deveria ser indicado em todas as categorias possiacuteveis Eacute a obra cinematograacutefi ca mais brilhante

que jaacute virdquo escreveu Taylor Mas tambeacutem haacute opiniotildees contraacuterias A ldquotwitteirardquo Laura Andrade critica o fi lme por considerar desneces-saacuterio mostrar a cruel realidade dos uacuteltimos dias do artista

O sucesso do documentaacute-rio eacute tatildeo grande que a Sony Pictures Entertainment jaacute anunciou que poderaacute esten-der o periacuteodo de exibiccedilatildeo que em princiacutepio seria de apenas duas semanas Com o longa mais tempo em cartaz o lanccedilamento do DVD foi adiado para o iniacute-cio do proacuteximo ano Mas para quem eacute fatilde a espera vai valer a pena jaacute que o DVD vai conter mais trecircs horas de extras que incluem cenas dos ensaios e versotildees ineacuteditas de videoclipes

No dia 22 de outubro a estu-dante Geisy Arruda de 20 anos foi exposta agrave vergonha puacuteblica pelos seus colegas na faculdade Uniban em Satildeo Bernardo do Campo As injuacuterias foram desde chingamentos ateacute ameaccedilas de lin-chamento e estupro sendo moti-vadas pelo vestido curto da aluna

O fato que ocorreu durante o horaacuterio de aula causou tanto tumulto na faculdade que as aulas foram interrompidas Cen-tenas de alunos foram para os corredores do Campus protestar e Geisy teve que sair acompa-nhada de escolta policial

O fato ganhou repercussatildeo nacional depois que um viacutedeo da retirada da aluna pela poliacutecia

sob gritos de colegas xingando passou a circular na internet

O viacutedeo publicado no site de viacutedeos Youtube teve milhares de acessos No Orkut foram criadas dezenas de comunidades para falar do assunto

Vaacuterios comentaacuterios na inter-net se ploriferaram nos textos sobre o assunto Ricardo aluno da Uniban disse no blog de Luiz Nassif estar chateado com o escacircndalo e em outro comen-taacuterio Josueacute Mecenas chamou os alunos de hipoacutecritas

No site da revista Marie Claire profi ssionais da moda se mani-festaram ldquo O brasileiro eacute o povo menos chauvinista em termos vestimentais So haacute restriccedilotildees

para homens por conta do com-plexo de machismordquo

A jornalista Eacuterica Palomino tambeacutem afi rmou no site ldquoEu pensei que minissaia havia sido inventada haacute 40 anos e natildeo fosse mais novidaderdquo A socioacuteloga Miriam Abramovay no site do Correio Brasiliense afi rmou que a atitude dos estudantes eacute vio-lenta agressiva e conservadora

Ainda no Twitter tambeacutem houve quem sugerisse que a garota fez algo aleacutem de usar uma minissaia Em comentaacuterio na rede social Ana Paula Bertoni disse que outro protesto aconteceu na Uniban Dessa vez os colegas da aluna agredida se manifestaram com narizes de palhaccedilo

O Rio de Janeiro ganhou des-taque na imprensa nas uacuteltimas semanas por motivos tanto posi-tivos quanto negativos A Cidade Maravilhosa foi escolhida como sede das Olimpiacuteadas de 2016 e dias depois pautou os noticiaacuterios com a guerra do traacutefi co O assunto tambeacutem invadiu as redes sociais (blogs Twitter Orkut entre outras) depois da derrubada de um heli-coacuteptero no Morro dos Macacos

O jornalista Carlos Castilho em um artigo intitulado ldquoDo tiro ao Twitterrdquo no site Observatoacuterio da Imprensa tocou numa ques-tatildeo interessante e pertinente ao contexto ldquopoliacutecia X crime organizadordquo Numa pesquisa recente destinada aos Estu-dos de Seguranccedila e Cidadania

provou-se que os policiais con-sideram os blogs como uma fer-ramenta poliacutetica ameaccediladora e subversiva para as tradicionais hierarquias que regem os quar-teacuteis no Brasil Apesar disso os blogs policiais podem mexer com a verticalizaccedilatildeo que pre-domina hoje na estrutura mili-tar expondo o que haacute de errado dentro das corporaccedilotildees e colo-cando em xeque as hierarquias

Espelhado no modelo norte-americano de amostragem de viacutetimas por guerras civis o site Rio Body Count foi criado para contabilizar por aproximaccedilatildeo o nuacutemero de viacutetimas na guerra do traacutefi co no Rio de janeiro mas jaacute foi desativado na Web

Sobre a atual violecircncia no

Morro dos Macacos o publicitaacute-rio e morador do bairro da Tijuca no Rio de Janeiro Gabriel Wardil 24 informou por meio de seu Twitter que o medo e a impo-tecircncia satildeo gerais e que as pessoas estatildeo mudando a rotina por causa da violecircncia ldquoEstamos no meio de uma guerra onde natildeo haacute como se defender e sendo governados pelo crime e terrorrdquo declarou

Comunidades do Orkut viacutedeos no Yotube posts em blogs satildeo exemplos de ferra-mentas que datildeo forccedila e auto-nomia para a voz da populaccedilatildeo Enquanto o Legislativo toma decisotildees a portas fechadas a Internet se torna um ambiente democraacutetico considerada por muitos como a nova Aacutegora

Arte Pedro Leone 7ordmG

Foto Bruno Gonzales em blog de Jorge Schweitzer

Guerra do traacutefi co no Rio de Janeiro se espalha na web

Textos nesta paacutegina escritos por Ana Carolina Amariz Flaacutevia Leatildeo Gabriel Assunccedilatildeo Jaime Hosken Liacutevia Martins Paula Sampaio Fernando Kelysson Gabriela Machado Michele Cristina Nathalia Magalhatildees Raiacutessa Rodrigues Rodrigo Otoni (6ordmG)

ldquoEu pensei que minissaia havia sido inventada haacute 40 anos e natildeo fosse mais novidaderdquoMiriam Abramovay socioacuteloga

Rei do Pop rouba cena no Twitter

Minissaia leva a motim de universitaacuterios

Guerra no Morro dos Macacos invade Web

14-15 - Redes Sociaisindd 214-15 - Redes Sociaisindd 2 12209 93048 AM12209 93048 AM

O Ponto

16 bull EsporteBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacuteginaPedro Gontijo e Clarisse Simatildeo - 6ordm periodo

O Rugby

Passados os anos as regras e nuacuteme-ros de participantes foram variando podendo hoje ser praticado com 15 10 ou 7 (conhecido como 7-a-side) joga-dores em cada time que se dividem em dois grupos ldquoOs Fowards satildeo jogadores maiores em tamanho e mais pesados enquanto os Backs satildeo mais raacutepidos menores mais leves e mais aacutegeis Eles atacam com velocidade passam a bola mais raacutepido mas tambeacutem haacute choquesrdquo explica Ariel Palacios treinador do time feminino do BH Rugby o maior da capital mineira

Durante a partida soacute eacute possiacutevel pas-sar a bola para o lado ou para traacutes sendo que os avanccedilos satildeo decorrentes das corridas com posse de bola Soacute eacute permitido passe para frente com pon-tapeacutes e no chute soacute podem perseguir a bola aleacutem do chutador aqueles joga-dores que estiverem em linha ou atraacutes do mesmo no momento do pontapeacute

Muitas vezes o esporte passa a ima-gem de violento mas seus praticantes defendem opiniatildeo contraria ldquoPassa essa imagem porque dentro de campo haacute um contato intenso entre os joga-dores A agressividade eacute inerente ao jogordquo explica Vitoacuteria ex-jogadora do BH Rugby

Um fator interessante e que ajuda a aliviar as tensotildees do jogo eacute o chamado terceiro tempo Promovido pelo time da casa esse eacute o momento em que os jogadores conversam fazem amizades cantam brincam bebem e discutem os lances da partida apoacutes o jogo e eacute uma das tradiccedilotildees do Rugby

Em Minas Gerais aleacutem do BH Rugby existem mais dois times expressivos ambos em Varginha O Minas Rugby nascido em 1995 e o Varginha Rugby criado em 2000 Inconfidentes e Poccedilos de Caldas no interior do estado pos-suem equipes menores e algumas outras cidades jaacute esboccedilam um esforccedilo para montar uma estrutura para o esporte entre elas Nova Lima Juiz de Fora Viccedilosa Uberlacircndia Governador Valadares e Nova Era

Apesar do aumento significativo da procura pelo esporte o Rugby ainda

sofre com falta de verbas para financiar as viagens dos atletas para as competi-ccedilotildees nacionais e internacionais A fim de contornar a situaccedilatildeo jogadores e equipe teacutecnica se viram como podem Alguns fazem uma poupanccedila onde todo mecircs uma quantia de dinheiro eacute depositada outros vendem brindes como camisetas rifas e adesivos e os mais corajosos posam para fotos Foi o caso da seleccedilatildeo brasileira de rugby feminino Para poder participar do Mundial de Dubai realizado em marccedilo deste ano criaram um calendaacuterio com fotos sensuais das proacuteprias jogadoras Um meio de chamar a atenccedilatildeo das pessoas e arrecadar dinheiro para a viagem Natildeo ganharam o campeonato mas garantiram o 10ordm lugar no ranking mundial

Vida de JogadoraJogadora haacute um pouco mais de dois

anos no BH Rugby Marina conheceu o esporte atraveacutes de amigos de Satildeo Paulo mas quem a incentivou a jogar foi uma amiga de trabalho ldquoUm dia fui para conhecer os treinos e fiqueirdquo Amigos e familiares a questionavam sobre por que natildeo fazer ballet ou jazz atividades tradicionalmente femini-nas mas Marina afirma que apesar de jaacute ter tentado natildeo combina com ela de jeito algum A jogadora comenta tam-beacutem que nunca teve rivalidade com outras jogadoras ldquoSomente dentro do campo alguns olhares e puxotildees de cabelos mas fora do campo o terceiro tempo tira a tensatildeo um poucordquo afirma a atleta

O administrador Mathias Klaus namora haacute dois anos a jogadora do BH Rugby Maria Clara Ele acompanha sua namorada em todos os jogos e diz natildeo sentir ciuacutemes dos treinos que ela faz com o time masculino de Rugby ldquoSem-pre que daacute eu saio com a turma toda pra tomar umasrdquo Mathias confessou que reza sempre para que sua namo-rada saia do campo sem um arranhatildeo pois a jogadora jaacute quebrou a claviacutecula e o nariz mas afirma que o esporte ajuda no relacionamento ldquoO namoro eacute

Encerrada a partida o jovem estudante William Webb Ellis inconfor-mado com a derrota do seu time agarra a bola com as matildeos e sai cor-rendo em direccedilatildeo ao gol adversaacuterio - Que velocidade Surpreendidos seus adversaacuterios entram na corrida para tentar impedi-lo Agarrado pelas pernas o pequeno Willian vai ao chatildeo e vecirc a bola esvair-se de suas matildeos Dessa cena que causou estranheza durante um jogo de futebol na Inglaterra em 1823 surgiu a ideacuteia inicial de um novo esporte o Rugby

O Rugby eacute um dos esportes mais populares do mundo e cada vez mais vem ganhando adeptos pelo Brasil desmistifi cando a fama de esporte violento e deixando de ser comparado ao futebol americano

MARINA CAMISASSA

RENATA WILLIG 2ordmPERIODO

Fotos Pedro Gontijo

em trecircs tempos

16-17 - Rugbyindd 116-17 - Rugbyindd 1 12209 92745 AM12209 92745 AM

O Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Gontijo e Clarisse Simatildeo - 6ordm periodo

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Esporte bull 17

oacutetimo quando ela estaacute estressada ela desconta no campo e com as rivaisrdquo

Jogadora do BH Rugby de dezem-bro de 2005 ateacute Julho de 2007 Vitoacuteria nunca praticou outro esporte Ela fra-turou o braccedilo durante uma partida e depois novamente em casa no mesmo lugar mas continua defendendo que isso eacute comum por ser um esporte de muito contato fiacutesico Vitoacuteria tambeacutem afirma que o esporte precisa ser mais divulgado o que ajudaria a desvincu-lar essa imagem de jogo violento que tem hoje

Vencer as barreiras de um esporte que ainda daacute os primeiros passos no paiacutes eacute outro desafio segundo as joga-doras O BH Rugby participa de pelo menos um campeonato por ano e para custear as viagens aleacutem da mensali-dade paga por elas ao clube Como haacute poucos patrocinadores eacute preciso fazer rifas e caixinhas para ajudar nas despe-sas das viagens que tecircm custo variado de acordo com o nuacutemero de jogadoras que participam dos torneios

Em Setembro de 2006 o time femi-nino do BH Rugby conquistou o pri-meiro tiacutetulo ao vencer o Campeonato da Independecircncia de 7-a-side em Var-ginha no Sul de Minas Em Outubro de 2007 conquistou o Torneio de 7-a-side de Satildeo Joseacute dos Campos a primeira etapa do Circuito Brasileiro de Rugby

Rugby no BrasilO Brasil conheceu o rugby no seacuteculo

XIX e foi Charles Miller o mesmo que trouxe o futebol para o Brasil que em 1895 organizou o primeiro time de rugby brasileiro em Satildeo Paulo Mas somente em 1925 o rugby comeccedilou a ser praticado com mais regularidade no Brasil no Campo dos Ingleses per-tencente ao Satildeo Paulo Athletic Club (SPAC) em Pirituba Satildeo Paulo

Durante o periacuteodo de 1926 a 1940 foram organizados jogos interesta-duais entre clubes paulista e carioca aleacutem de jogos internacionais contra os Springboks da Aacutefrica do Sul em 1932 e contra a seleccedilatildeo Britacircnica em 1936

De 1941 a 1946 os jogos foram inter-rompidos devido agrave Segunda Guerra Mundial sendo retomados em 1947

Em 1960 foi formada a Alianccedila Rugby Football Club constituiacuteda por jogadores ingleses franceses argenti-nos e brasileiros No dia 6 de outubro de 1963 foi fundada a sede em Satildeo Paulo da Uniatildeo de Rugby do Brasil com a finalidade de organizar e dirigir o rugby brasileiro No ano seguinte a entidade patrocinava o III Campeonato Sul-Americano de Rugby quando o Brasil conquistou o vice-campeonato

A partir de 1971 comeccedilou a se desenvolver lentamente o rugby Infanto-Juvenil em Satildeo Paulo e em 20 de Dezembro de 1972 foi fundada a Associaccedilatildeo Brasileira de Rugby em substituiccedilatildeo agrave Uniatildeo de Rugby do Bra-sil sendo reconhecida pelo Conselho Nacional de Desportos (CND) A par-tir daiacute o esporte vem ganhando adep-tos no paiacutes do futebol e se populari-zando deixando para traacutes a imagem de violento

1 - Pilar

2 - Hoker

3 - Pilar

4 - Segunda linha

5 - Segunda linha

6 - Asa (tercera linha) 7 - Asa (tercera Linha)

8 - Oitavo (uacuteltimo na formaccedilatildeo do scrum)

PasseNo rugby soacute eacute possiacutevel passar a bola para o lado ou para traacutes sendo que os avanccedilos satildeo decorrentes das corridas com posse de bola Soacute eacute permitido passes para frente com pon-tapeacutes No chute soacute podem perseguir a bola aleacutem do chutador aqueles jogadores que estiverem em linha ou atraacutes do mesmo do momento do pontapeacute

Tackle ou placagemO tackle eacute feito agarrando-se o jogador adver-saacuterio que estaacute com a bola e jogando-o ao chatildeo para que se possa fazer a tentativa de tomada da posse de bola atraveacutes do ruck

RuckQuando um jogador eacute tackleado ele solta a bola e eacute formado um ruck Jogadores dos dois times se jogam em cima daquele que estaacute ao chatildeo e tentam empurrar a bola para o seu lado do campo com o detalhe de que natildeo eacute permitido mover a bola com as matildeos

MaulOcorre quando trecircs jogadores sendo um portador da bola e os outros dois um de cada time estatildeo em contato A diferenccedila entre o ruck e o maul eacute que no uacuteltimo a bola natildeo se encontra no chatildeo e sim na matildeo do jogador Os jogadores devem manter a cabeccedila e os ombros acima da linha da cintura Natildeo eacute per-mitido tirar os jogadores do maul a natildeo ser que esse seja do time adversaacuterio e esteja do lado errado do maul

ScrumO scrum ou formaccedilatildeo ordenada geralmente eacute usado apoacutes uma jogada irregular ou em alguma penalidade O HalfScrum da equipe que natildeo cometeu a infraccedilatildeo insere a bola no meio de um ldquotuacutenelrdquo formado pelas duas primeiras linhas de cada equipe para que os jogadores de sua equipe consigam ganhar a posse da bola Qualquer jogador alheio a formaccedilatildeo ordenada tem que estar a 10 m da mesma

LateraisQuando a bola sai pela lateral do campo eacute realizado um alinhamento para que a bola volte ao jogo O Hoker da equipe lanccedila a bola no meio das duas linhas formadas Um joga-dor de cada equipe eacute levantado no ar para tentar agarrar a bola Quando a bola eacute posta na lateral o outro time pode repocirc-la rapida-mente para dentro de campo se esta cruzar a linha de cinco metros sem formaccedilatildeo de linhas

MarkQuando a equipe adversaacuteria chuta a bola e o jogador da outra equipe a pega sem quicar no chatildeo e dentro da aacuterea dos 22 metros ele pode chamar um mark ou pedir marco que eacute a possibilidade de se dar um chute sem o perigo de ser placado Serve como um fator de proteccedilatildeo para a defesa da equipe que pediu o marco pois interrompe o jogo e o time tem direito a um pontapeacute livre de onde o mark foi pedido

Algumas jogadas do Rugby

Esquema de jogo

BH RUGBY

12ordm BI do ExeacutercitoRua Timbiras com Barbacena Barro Preto Belo Horizonte - MG

Belo H

s sendo umLateraisQuQQQuQuQuQuQuQuananandodoodododd a bola saaaai peela lattererererala ddddoooo cacacacampmpmpmpmm oooooooo eacuteeacuteeacuteeacute

Ariel PalaciosTeacutecnico do BHRugby

312

6

45

789

10

111213

1514

9 - Half Scrum 10 - Apertura 11 - Ponta cego

12 - Primer centro

13 - Segundo Centro

14 - Ponta aberto

15 - Fullback

16-17 - Rugbyindd 216-17 - Rugbyindd 2 12209 92753 AM12209 92753 AM

O Ponto

18 bull CulturaBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Liacutevia Martins e Flaacutevia Leatildeo - 6 ordm periacuteodo

LUCAS RAGE VICTOR DUARTE RENAN BORGES

2ordm PERIODO

Desde 2004 os belo-hori-zontinos vecircm recebendo visi-tas ilustres nas diversas linhas de transporte puacuteblico da capi-tal Jaacute passaram pelos ocircnibus escritores como Gonccedilalves Dias Machado de Assis Castro Alves e muitos outros Calma eles natildeo estatildeo rodando por aiacute como passageiros estatildeo pre-sentes por meio de suas obras Eacute o projeto Leitura para Todos

Idealizado e organizado pelo Programa de Ensino Pesquisa e Extensatildeo A Tela e o Texto do curso de Letras da Universi-dade Federal de Minas Gerais (UFMG) o projeto Leitura para Todos tem o objetivo de levar literatura agrave grande populaccedilatildeo belo-horizontina de maneira dinacircmica e acessiacutevel

O que natildeo falta ao passa-geiro eacute escolha na hora de ler Satildeo oferecidas obras dos mais variados estilos desde crocircni-cas machadianas a poemas de Gonccedilalves Dias passando por composiccedilotildees musicais de Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes

Atraveacutes do site do projeto (wwwletrasufmgbratelaeo-texto) jovens autores tambeacutem podem enviar seus textos e jaacute

passam de 155 publicaccedilotildees deste cunho envolvidas na ini-ciativa O projeto contempla hoje 280 carros em 26 linhas distintas

Impressos em frente e verso e laminados os textos satildeo afi -xados na parte traseira dos assentos e apresentam faacutecil acesso Cada veiacuteculo possui uma meacutedia de vinte lacircminas dispostas ao longo dos assen-tos de maneira para atingir todos os passageiros Os textos satildeo trocados de trecircs em trecircs meses As formataccedilotildees variam de acordo com o tema e a forma luacutedica com a qual algu-mas obras satildeo expostas busca atrair o leitor relutante

RepercussatildeoAs estrateacutegias para atrair o lei-

tor apesar de criativas natildeo agra-daram a todos ldquoA letra eacute muito pequena entatildeo eu natildeo leio muitordquo diz Amanda Dias usuaacute-ria da linha Circular 01 (SC01) e moradora de Betim Estudante e morador da Savassi tambeacutem usuaacuterio da linha Guilherme Carvalho concorda ldquonatildeo atrai natildeo chama a atenccedilatildeo Fica ali mas a gente nem vecirc direito falta alguma coisa para chamar mais a atenccedilatildeo do pessoalrdquo

O maior problema aparenta ser a combinaccedilatildeo entre trans-porte puacuteblico e leitura uma vez que nem todos os passageiros podem se sentar durante a via-

gem ldquoEacute interessante para quem vai sentado mas quem estaacute de peacute natildeo aproveita muitordquo aponta Amanda Dias

Mas a iniciativa possui uma linha de admiradores para quem o incentivo agrave cultura e a dissemi-naccedilatildeo da literatura natildeo passam despercebidos Moradora do Taquaril e usuaacuteria da linha 9503 Vanusa dos Santos se entusiasma com o projeto ldquoAs histoacuterias satildeo legais Tem algumas que eu tenho ateacute vontade de levar para casa e ler para os meus fi lhos Eu jaacute li quase todas sempre que acabo de ler a minha jaacute estou logo pegando a do ladordquo afi rma Ilza Ferreira Gomes moradora de Venda Nova e usuaacuteria da

linha Circular 02 (SC02) tambeacutem divide o entusiasmo de Vanusa ldquoAcho excelente Incentiva a lei-tura A primeira coisa que eu faccedilo quando entro no ocircnibus eacute pegar um texto para lerrdquo

Segundo a coordenadora do projeto e do Programa A Tela e o Texto da FALE-UFMG Maria Antonieta Pereira a repercus-satildeo do projeto natildeo poderia ser melhor ldquoTemos recebido mui-tos textos novos e comentaacuterios dos leitores No mecircs que vem entraraacute em circulaccedilatildeo o texto de um usuaacuterio sobre o Leitura para Todosrdquo afi rma

De acordo com Maria Anto-nieta a maioria dos textos rece-bidos eacute de qualidade Para sele-cionaacute-los o criteacuterio utilizado eacute o valor literaacuterio ldquoFicam de fora apenas os textos que apresen-tarem linguagem vulgar ou de cunho agressivo Mas isso eacute rarordquo conclui

Mais do que uma degustaccedilatildeo literaacuteria muitos vecircem no projeto um passatempo que possibi-lita distraccedilatildeo durante as longas viagens de volta para casa ou em direccedilatildeo ao trabalho ldquoVocecirc comeccedila a ler e nem vecirc o tempo passarrdquo diz Jidalva da Silva moradora de Ibiriteacute e usuaacuteria da linha 3052 Guilherme Carvalho acrescenta ldquoEacute bacana porque a gente natildeo tem nada para fazer no ocircnibus entatildeo a gente lecirc no caminhordquo

Projeto Leitura para TodosFoto Divulgaccedilatildeo BHTrans

Com cinco anos de existecircncia iniciativa ainda passa despercebida por muitos passageiros de ocircnibus

Faz-de-conta domina a literaturaLivros com tramas e personagens fantaacutesticos encabeccedilam listas de mais vendidos

GABRIELA CAMPOLINA

5ordm PERIacuteODO

As aventuras de um bruxi-nho um mundo rodeado por robocircs que de repente passam a ter sentimentos o romance entre uma jovem e um vampiro a cegueira repentina A fi c-ccedilatildeo oferece um mundo rico de possibilidades estimulantes O autor fi ca livre para propor novas abordagens construir cenaacuterios - diferentes daqueles que estamos acostumados O leitor pode se deliciar com estoacuterias divertidas e impossiacuteveis na vida real mas que povoam a sua mente e satildeo apaixonantes

Para o doutorando em Lite-ratura de Liacutengua Portuguesa e professor da Universidade Fumec Luis Henrique Barbosa o sucesso desses livros pode ser atribuiacutedo ao grande poder da miacutedia ldquoHoje em dia eacute difiacutecil esca-

par dessa infl uecircncia ateacute mesmo para quem tenta fugir um pouco dissordquo Segundo o professor os meios de comunicaccedilatildeo criam um tipo de ldquomodardquo

Atualmente o livro que estaacute no topo dos mais vendidos eacute ldquoA Cabanardquo do canadense William Young que narra a histoacuteria de Mackenzie Allen Philip perso-nagem principal de uma trama que envolve questotildees religiosas ao desconstruir os estereoacutetipos de Deus e Jesus apresentados respectivamente como uma mulher negra grande e gorda e um jovem do Oriente Meacutedio que conserta e constroacutei coisas Outro sucesso de venda foram os livros da seacuterie Crepuacutesculo (Twilight) que conta a histoacuteria de uma ado-lescente que se apaixona por um vampiro recentemente adap-tada para o cinema

Os best-sellers de fi cccedilatildeo jaacute tomaram as salas de cinema haacute

um tempo Em termos de adap-taccedilatildeo literaacuteria escritores tendem a achar que o fi lme deve ser fi el ao texto Jaacute os cineastas enten-dem que a linguagem das telas eacute outra e que o compromisso do cinema eacute com os espectadores natildeo com os leitores Os escrito-res defendem a fi delidade os cineastas natildeo

O sucesso de longas como ldquoO senhor dos aneacuteisrdquo ldquoHarry Pot-terrdquo ldquoEu Robocircrdquo ldquoEnsaio sobre a cegueirardquo ldquoEntrevista com um vampirordquo de repente virou febre Todos parecem querer ldquoviajarrdquo por um mundo desconhecido

Os leitores principalmente os mais jovens querem ver seus livros personagens e aventuras preferidas de uma forma mais real Segundo Luis Henrique ldquoa miacutedia faz bom marketing e ainda tem o peso das peliacuteculas que direcionam ainda mais o foco do interesse do puacuteblicordquo E

independente das inuacutemeras criacute-ticas quanto a isso o sucesso eacute certo O exemplo eacute o das seacuteries Harry Potter e Twi-light - ambos best-sellers mundiais

A internet eacute tambeacutem um terreno que contribui para popularidade crescente da chamada literatura da moda de acordo com o pro-fessor Luis Henrique a litera-tura se tornou muito diversifi -cada ldquoHaacute um grande aumento por exemplo na lsquoliteratura de blogrsquo Muitos blogueiros escrevem histoacuterias que depois viram livrosrdquo diz Falando especifi camente sobre os livros de fi cccedilatildeo ele argu-menta que muito desse sucesso estaacute em foacutermulas que deram certo e se repetiram no avanccedilo da tecnologia na busca por res-postas e na tentativa de ldquofugardquo da rotina do dia-a-dia ldquoAinda assim eacute difiacutecil dizer porquecirc Eacute como

querer saber o motivo pelo qual muita gente escuta certo tipo de muacutesica ou assiste a certos tipos de fi lme Cada um tem uma razatildeo Tambeacutem natildeo podemos esquecer que estamos falando de moda E moda vai e voltardquo

criacute-sso as

m

o dem srdquote

18 - Literaturaindd 118 - Literaturaindd 1 12209 92644 AM12209 92644 AM

O Ponto

PEDRO LEONE

7ordm PERIacuteODO

A Faculdade de Ciecircncias Humanas da Fumec (FCH) lanccedilou no dia 20 de novem-bro a oitava ediccedilatildeo da revista ldquoMediaccedilatildeordquo de cunho cientiacute-fi co A publicaccedilatildeo que desta vez trouxe como tema central ldquoMiacutedas Audiovisuais e Proces-sos Identitaacuteriosrdquo representa um marco da revista por fortalecer a

periodicidade das produ-

ccedilotildees acadecircmicas da faculdade como reinteraram os diretores Antocircnio Marcos Nohmi Joatildeo Batista de Mendonccedila Filho e Th aiumls Estevanato em evento rea-lizado na data de lanccedilamento no auditoacuterio da FCH A revista passa ainda por uma reestrutu-raccedilatildeo editorial jaacute que a partir da proacutexima ediccedilatildeo natildeo conta mais com a professora Claudia Cha-ves Fonseca como editora que passa o cargo para o professor Rodrigo Fonseca e Rodrigues

Segundo Rodrigo um dos proacuteximos passos na consoli-daccedilatildeo da ldquoMediaccedilatildeordquo no mer-cado eacute a ampliaccedilatildeo dos pontos de distribuiccedilatildeo da publicaccedilatildeo sendo inclusive distribuiacuteda em bibliotecas de outras institui-ccedilotildees de ensino Aleacutem disso Rodrigo adiantou o tema-base da nona ediccedilatildeo jaacute sob seu comando que seraacute ldquoComuni-caccedilatildeo e estudos interdiscipli-naresrdquo Nela de acordo com o novo editor uma das metas seraacute ampliar o leque de assun-tos tratados e mostrar o caraacuteter plural da comunicaccedilatildeo

Outra meta para os proacuteximos nuacutemeros da revista eacute divulgar a

chamada para artigos em outros paiacuteses com a publicaccedilatildeo de textos traduzidos com exclusividade pela revista para o portuguecircs

Alunos como destaqueA novidade da oitava ediccedilatildeo

segundo a editora Claudia Cha-ves fi ca por conta da publica-ccedilatildeo da resenha ldquoEacutetica no ensino

de jornalismordquo de autoria das alunas do oitavo periacuteodo de jornalismo Ana Luacutecia Bahia e Marina Rigueira Para as alu-nas que dizem ter interesse em seguir a carreira acadecircmica a oportunidade eacute interessante por ser uma primeira experiecircn-cia na aacuterea O artigo segundo Ana Luacutecia e Marina eacute fruto de

um projeto de iniciaccedilatildeo cientiacute-fi ca e a primeira publicaccedilatildeo de cunho acadecircmico de ambas

A revista ldquoMediaccedilatildeordquo tem periodicidade semestral e teve nesta oitava ediccedilatildeo tiragem de mil exemplares reunindo dez artigos de professores pes-quisadores e profi ssionais da comunicaccedilatildeo social

Editor e diagramador da paacutegina Equipe O Ponto

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Miacutedias bull 19

FABIANA SOARES

7ordm PERIacuteODO

Kotler publicou sua biacuteblia do marketing e de repente todo mundo sabia como posicionar uma marca Entatildeo veio a Era Digital e desafi ou todas agecircncias de publicidade e profi ssionais de marketing Quais foram esses desafi os O que devemos levar em consideraccedilatildeo para posicio-nar uma marca online Eu com meu mero mas engajado conhe-cimento elaborei alguns toacutepi-cos que podem dar um rumo ao posicionamento digital

1) Pense e esteja OnlineO primeiro item eacute oacutebvio e pre-

cede todos os outros Se vocecirc quer entrar no mundo digital vocecirc tem que estar online A comunicaccedilatildeo digital eacute instantacirc-nea e interativa e se sua marca natildeo estaacute laacute quando um usuaacuterio a procura ele vai clicar na outra que estiver mais proacutexima Entatildeo

esteja sempre disponiacutevel e mais importante abrace a interaccedilatildeo Natildeo adianta estar online e pen-sar offl ine Converse e escute os usuaacuterios hoje eles satildeo tatildeo importantes no posicionamento de sua marca quanto a televisatildeo foi na deacutec de 50 O que nos leva ao segundo toacutepico

2) O usuaacuterio constroacutei a sua marca

Hoje o modelo de comuni-caccedilatildeo eacute interativo O internauta descobriu que pode produzir a mensagem e natildeo soacute recebecirc-la pacifi camente Entatildeo ele pode dizer que seu produtoserviccedilo eacute muito ruim ou muito bom e teraacute vaacuterias pessoas para ouviacute-lo E natildeo adianta querer abafar a sua voz isso soacute vai pegar mal e natildeo vai controlar a propagaccedilatildeo da mensagem (lembra do caso da Daniela Cicarelli) Entatildeo o que resta aacutes marcas eacute monitorar Vocecirc pode estar sempre alerta ao que estatildeo dizendo sobre vocecirc na web

eacute como um feedback instantacirc-neo e se estiverem falando bem oacutetimo mas se falarem mal per-gunte porque peccedila desculpas e desconstrua a imagem ruim que aquele usuaacuterio tem sobre sua marca Mas cuidado para natildeo invadir o espaccedilo virtual dele

3) Cuidado O usuaacuterio pode natildeo querer te ouvir

Vocecirc monitora sua marca na web e resolve entrar na discussatildeo dos usuaacuterios sobre sua marca Vaacute com calma Ele provavelmente vai estar em uma rede social conversando com seus amigos e de repente vocecirc vira um inva-sor inoportuno Hoje o usuaacuterio quer ouvir e daacute mais credibi-lidade a fala de seu ldquoamigo de rederdquo do que na auto-afi rmaccedilatildeo de uma marca Ele quer ouvir o que sua rede social tem a dizer e natildeo vocecirc Entatildeo uma estrateacutegia muito mais efi ciente de conver-sar com o usuaacuterio eacute sendo um usuaacuterio ou tendo como porta voz

algum usuaacuterio infl uente E se um usuaacuterio fala bem da sua marca daqui a pouca seratildeo dois quatro seis

4) O boca-a-boca casou com a internet e teve um fi lho fofoqueiro O viral

O viral nasceu graccedilas a velo-cidade e o tamanho da rede Enquando na tv temos uma pessoa falando para outras 11 milhotildees na rede sua marca pode falar com esse mesmo nuacutemero de pessoas e essas pessoas com outras 11 milhotildees de pessoas em uma velocidade muito mais raacutepida que a de um Vt de 30rdquo Esse potencial de propagaccedilatildeo da men-sagem eacute bom e ruim Bom por permitir uma comunicaccedilatildeo mais efi ciente em termos de tempo e ruim pois uma vez lanccedilada na rede eacute impossiacutevel acompanha-la A melhor maneira entatildeo de se utilizar um viral eacute ser cuida-doso com o que se quer propa-gar Pense se aquela mensagem

eacute realmente relevante se natildeo vai criar uma imagem negativa e se eacute sufi cientemente criativo para que os usuaacuterios queiram compartilhaacute-lo O viral tem sido a menina dos olhos de muitos criativos publicitaacuterios e de seus clientes pois tem um custo rela-tivamente baixo e pode alcanccedilar um grande nuacutemero de pessoas mas tambeacutem tem grandes riscos de ser um total fracasso

A internet aidna tem muito a nos ensinar e tentei colo-car acima um pouco do que jaacute consegui obeservar Mas ainda tenho uma grande curiosidade que ateacute hoje ningueacutem conseguiu me explicar como se cobra por estrateacutegias digitais Como men-surar em dinheiro um viral por exemplo Como apresentar uma estimativa de custos honesta para o cliente quando tudo que se tem eacute uma ideacuteia Se algueacutem tiver essa resposta meu email eacute fabzsoaresgmailcom

E agora Joseacute A festa acabou a luz apagou e ta todo mundo na web

Original publicado em httpestagiocriativoblogspotcomO texto natildeo sofreu ediccedilatildeo nem correccedilotildees ortograacutefi cas a pedido da autora

A equipe de professores e convidados que participaram da organizaccedilatildeo da 8ordm ediccedilatildeo da revista

Mediaccedilatildeo chega ao seu oitavo nuacutemeroRevista da Faculdade de Ciecircncias Humanas da FUMEC coloca o tema ldquoMiacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuteriosrdquo em debate e tem como desafi o para os proacuteximos nuacutemeros ampliar a chamada para o envio de artigos acadecircmicos a pesquisadores de outros paiacuteses

8ordf ediccedilatildeo da revista trata das Miacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuterios

19 - Mediacaoindd 119 - Mediacaoindd 1 12209 93123 AM12209 93123 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

20 bull Cultura Editora e diagramadora da paacutegina Amanda Lelis - 7ordm periodo

COLCHAde retalhos

CU

RT

Are

talh

os

Ajude a costurar nossa colcha balaioretalhosgmailcom

Ir aleacutem da superfiacutecie

Que o espelho mostra

(e que o ego gosta)

VontadeBaacuterbara Rodrigues

Midori aki

hatake dandan

akaku naru

GuntaiJoatildeo Paulo Borges

Outono verde

o campo aos poucos

fi ca vermelho

ExeacutercitoJoatildeo Paulo Borges

Frederico PortoOde ao pensamento

Todo momento eacute hora de aventura e fantasia

E comeccedila ao raiar do dia

Crianccedilas vatildeo agrave escola e cantam a melodia

E a imaginaccedilatildeo se mistura com a nostalgia

O vento o sol a neve e a tempestade

Amanhatilde eacute o ontem criado com amizade

E Deus em seu computador

Natildeo procura responder

A mensagem deixada seraacute criada por vocecirc

E sem fi m com mais delongas

O encanto se apaixona

E comeccedila a respirar

Pensamento que viraacute

Eu que natildeo amo vocecircGabriela Gois

Era tudo novo ali No puro prazer na inocecircncia ele repousava a cabeccedila sobre o meu

colo segurando minha matildeo fi rmemente Ao longe o sol ia se despedindo deixando uma

leve e uacutenica brisa no fi m de tarde abafado Noacutes trocaacutevamos algumas palavras bobas meu

coraccedilatildeo disparava quando via aquele sorriso sincero Era tudo parte de um comeccedilo de

vida uma iniciaccedilatildeo no mundinho chato e triste que eacute o amor Tatildeo perfeito calmo irreal

verdadeiro e tiacutemido A rua estava vazia eu permanecia em silecircncio enquanto ele brin-

cava com meus dedos em suas matildeos magrelas e brancas

- E quando tudo isso acabar

- Como assim ndash suspirei afagando seu cabelo bagunccedilado

- A gente vai crescerhellipMudar Talvez um dia nossos rostos se apaguem

- Eu natildeo seihellipTalvez um dia noacutes vamos estar adultos andando em alguma cidade no

meio do caos e nos reconhecemos por um sorriso Eu largaria meu namorado vocecirc sua

vida boecircmia e noacutes podemos fugir pra Franccedila

- Vocecirc eacute tatildeo boba

- E vocecirc eacute tatildeohellip

Seus laacutebios tocaram os meus delicadamente nada invasivo Eram macios tinham

sabor de chocolate branco O que aconteceu internamente natildeo haacute como descrever nada

comparado agrave felicidade instantacircnea de uma roupa nova Natildeo era algo bem melhor que

isso Era tudo tatildeo maacutegico e delicioso nada de preocupaccedilotildees Eacuteramos dois na calccedilada os

peacutes no chatildeo quente as matildeos entrelaccediladas os sorrisos carregados de felicidade

Hoje eu ainda olho para aquela foto estranha no fundo da caixa Ele estaacute longe pro-

vavelmente apagou meu rosto Eu natildeo consigo sentir nada comparado agravequilo nada que

faccedila meu coraccedilatildeo disparar como aquele dia Eu soacute amei uma vez eu tinha onze anos um

metro e sessenta e cinco e era boba

Larissa Cardoso Borges

Deixa a mente vagar

Sem rumo sem freio

Deixa as palavras fl uiacuterem

Pulsando pelo seu corpo ateacute chegarem ao destino fi nal

Matildeo que freneticamente escreve

Tentando organizar o fl uxo de emoccedilotildees de sensaccedilotildees

Raacutepido pensar fugaz aliacutevio

O papel suporta as minhas ideacuteias

Devaneios

GuriaRodrigo Guimaratildees Pena

quando dedo se lambia

tudo era mar-de-rosas

tu levavas vida em verso

eu te via toda prosa

e tu eras tatildeo pequena

tatildeo cheirosa tatildeo macia

que o chorar ou fazer cena

era manha da guria

hoje a vida te vecirc bela

tatildeo faceira tatildeo formosa

mas meus olhos vecircem aquela

que foi meu botatildeo de rosa

Sozinha

No mato

Sem teto

Comida

Companhia

Ou cobertor

Sem rastro

Barulho

Eu-soacute

Sozinha

Na terra

Deitada ateacute dissolver no tempo

QuererAmanda Lelis

Amanda Lelis

E o que vai ser agora

se tudo em mim for

silecircncio

DuacutevidaAmanda Lelis

20 - Colcha de retalhosindd 120 - Colcha de retalhosindd 1 12209 92543 AM12209 92543 AM

Page 15: Jornal O Ponto - novembro de 2009

O Ponto Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Leone - 7ordm periacuteodo Comportamento bull 15

Pouco mais de quatro meses apoacutes a sua morte em 25 de junho deste ano Michael Jackson con-tinua a mostrar porque eacute con-siderado o Rei do Pop O docu-mentaacuterio ldquoTh is is itrdquo em exibiccedilatildeo nos cinemas continua gerando comentaacuterios dos mais diversos tipos No entanto nenhum espec-tador tem duacutevidas do quanto Jackson merecia este tiacutetulo

O longa mostra os bastidores dos ensaios da uacuteltima turnecirc de Michael Jackson que natildeo che-gou a acontecer devido agrave morte precoce do cantor O lanccedilamento da obra agitou o mundo real ndash e virtual Enquanto os ingressos eram vendidos a uma velocidade exorbitante (soacute em Londres foram mais de 30 mil ingressos nas pri-meiras 24 horas) na rede o nome do cantor estaacute nos Trending Topics

do Twitter desde a noite de estreacuteia do documentaacuterio Ou seja o Reio do Pop estaacute entre os assuntos mais comentados do microblog

Logo que chegou aos cinemas os ldquotwitteirosrdquo de plantatildeo jaacute posta-ram suas impressotildees sobre o fi lme O criacutetico de cinema Pablo Villaccedila escreveu ldquomesmo longo e visual-mente desinteressante pinta uma imagem tatildeo favoraacutevel de MJ que indagamos por que natildeo fez algo assim antesrdquo Como costuma fazer com as obras que assiste Villaccedila daacute sua nota 3 em 5

A atriz Elizabeth Taylor fatilde e amiga de Michael Jackson tam-beacutem recorreu ao microblog para divulgar suas impressotildees ldquoReal-mente acredito que este fi lme deveria ser indicado em todas as categorias possiacuteveis Eacute a obra cinematograacutefi ca mais brilhante

que jaacute virdquo escreveu Taylor Mas tambeacutem haacute opiniotildees contraacuterias A ldquotwitteirardquo Laura Andrade critica o fi lme por considerar desneces-saacuterio mostrar a cruel realidade dos uacuteltimos dias do artista

O sucesso do documentaacute-rio eacute tatildeo grande que a Sony Pictures Entertainment jaacute anunciou que poderaacute esten-der o periacuteodo de exibiccedilatildeo que em princiacutepio seria de apenas duas semanas Com o longa mais tempo em cartaz o lanccedilamento do DVD foi adiado para o iniacute-cio do proacuteximo ano Mas para quem eacute fatilde a espera vai valer a pena jaacute que o DVD vai conter mais trecircs horas de extras que incluem cenas dos ensaios e versotildees ineacuteditas de videoclipes

No dia 22 de outubro a estu-dante Geisy Arruda de 20 anos foi exposta agrave vergonha puacuteblica pelos seus colegas na faculdade Uniban em Satildeo Bernardo do Campo As injuacuterias foram desde chingamentos ateacute ameaccedilas de lin-chamento e estupro sendo moti-vadas pelo vestido curto da aluna

O fato que ocorreu durante o horaacuterio de aula causou tanto tumulto na faculdade que as aulas foram interrompidas Cen-tenas de alunos foram para os corredores do Campus protestar e Geisy teve que sair acompa-nhada de escolta policial

O fato ganhou repercussatildeo nacional depois que um viacutedeo da retirada da aluna pela poliacutecia

sob gritos de colegas xingando passou a circular na internet

O viacutedeo publicado no site de viacutedeos Youtube teve milhares de acessos No Orkut foram criadas dezenas de comunidades para falar do assunto

Vaacuterios comentaacuterios na inter-net se ploriferaram nos textos sobre o assunto Ricardo aluno da Uniban disse no blog de Luiz Nassif estar chateado com o escacircndalo e em outro comen-taacuterio Josueacute Mecenas chamou os alunos de hipoacutecritas

No site da revista Marie Claire profi ssionais da moda se mani-festaram ldquo O brasileiro eacute o povo menos chauvinista em termos vestimentais So haacute restriccedilotildees

para homens por conta do com-plexo de machismordquo

A jornalista Eacuterica Palomino tambeacutem afi rmou no site ldquoEu pensei que minissaia havia sido inventada haacute 40 anos e natildeo fosse mais novidaderdquo A socioacuteloga Miriam Abramovay no site do Correio Brasiliense afi rmou que a atitude dos estudantes eacute vio-lenta agressiva e conservadora

Ainda no Twitter tambeacutem houve quem sugerisse que a garota fez algo aleacutem de usar uma minissaia Em comentaacuterio na rede social Ana Paula Bertoni disse que outro protesto aconteceu na Uniban Dessa vez os colegas da aluna agredida se manifestaram com narizes de palhaccedilo

O Rio de Janeiro ganhou des-taque na imprensa nas uacuteltimas semanas por motivos tanto posi-tivos quanto negativos A Cidade Maravilhosa foi escolhida como sede das Olimpiacuteadas de 2016 e dias depois pautou os noticiaacuterios com a guerra do traacutefi co O assunto tambeacutem invadiu as redes sociais (blogs Twitter Orkut entre outras) depois da derrubada de um heli-coacuteptero no Morro dos Macacos

O jornalista Carlos Castilho em um artigo intitulado ldquoDo tiro ao Twitterrdquo no site Observatoacuterio da Imprensa tocou numa ques-tatildeo interessante e pertinente ao contexto ldquopoliacutecia X crime organizadordquo Numa pesquisa recente destinada aos Estu-dos de Seguranccedila e Cidadania

provou-se que os policiais con-sideram os blogs como uma fer-ramenta poliacutetica ameaccediladora e subversiva para as tradicionais hierarquias que regem os quar-teacuteis no Brasil Apesar disso os blogs policiais podem mexer com a verticalizaccedilatildeo que pre-domina hoje na estrutura mili-tar expondo o que haacute de errado dentro das corporaccedilotildees e colo-cando em xeque as hierarquias

Espelhado no modelo norte-americano de amostragem de viacutetimas por guerras civis o site Rio Body Count foi criado para contabilizar por aproximaccedilatildeo o nuacutemero de viacutetimas na guerra do traacutefi co no Rio de janeiro mas jaacute foi desativado na Web

Sobre a atual violecircncia no

Morro dos Macacos o publicitaacute-rio e morador do bairro da Tijuca no Rio de Janeiro Gabriel Wardil 24 informou por meio de seu Twitter que o medo e a impo-tecircncia satildeo gerais e que as pessoas estatildeo mudando a rotina por causa da violecircncia ldquoEstamos no meio de uma guerra onde natildeo haacute como se defender e sendo governados pelo crime e terrorrdquo declarou

Comunidades do Orkut viacutedeos no Yotube posts em blogs satildeo exemplos de ferra-mentas que datildeo forccedila e auto-nomia para a voz da populaccedilatildeo Enquanto o Legislativo toma decisotildees a portas fechadas a Internet se torna um ambiente democraacutetico considerada por muitos como a nova Aacutegora

Arte Pedro Leone 7ordmG

Foto Bruno Gonzales em blog de Jorge Schweitzer

Guerra do traacutefi co no Rio de Janeiro se espalha na web

Textos nesta paacutegina escritos por Ana Carolina Amariz Flaacutevia Leatildeo Gabriel Assunccedilatildeo Jaime Hosken Liacutevia Martins Paula Sampaio Fernando Kelysson Gabriela Machado Michele Cristina Nathalia Magalhatildees Raiacutessa Rodrigues Rodrigo Otoni (6ordmG)

ldquoEu pensei que minissaia havia sido inventada haacute 40 anos e natildeo fosse mais novidaderdquoMiriam Abramovay socioacuteloga

Rei do Pop rouba cena no Twitter

Minissaia leva a motim de universitaacuterios

Guerra no Morro dos Macacos invade Web

14-15 - Redes Sociaisindd 214-15 - Redes Sociaisindd 2 12209 93048 AM12209 93048 AM

O Ponto

16 bull EsporteBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacuteginaPedro Gontijo e Clarisse Simatildeo - 6ordm periodo

O Rugby

Passados os anos as regras e nuacuteme-ros de participantes foram variando podendo hoje ser praticado com 15 10 ou 7 (conhecido como 7-a-side) joga-dores em cada time que se dividem em dois grupos ldquoOs Fowards satildeo jogadores maiores em tamanho e mais pesados enquanto os Backs satildeo mais raacutepidos menores mais leves e mais aacutegeis Eles atacam com velocidade passam a bola mais raacutepido mas tambeacutem haacute choquesrdquo explica Ariel Palacios treinador do time feminino do BH Rugby o maior da capital mineira

Durante a partida soacute eacute possiacutevel pas-sar a bola para o lado ou para traacutes sendo que os avanccedilos satildeo decorrentes das corridas com posse de bola Soacute eacute permitido passe para frente com pon-tapeacutes e no chute soacute podem perseguir a bola aleacutem do chutador aqueles joga-dores que estiverem em linha ou atraacutes do mesmo no momento do pontapeacute

Muitas vezes o esporte passa a ima-gem de violento mas seus praticantes defendem opiniatildeo contraria ldquoPassa essa imagem porque dentro de campo haacute um contato intenso entre os joga-dores A agressividade eacute inerente ao jogordquo explica Vitoacuteria ex-jogadora do BH Rugby

Um fator interessante e que ajuda a aliviar as tensotildees do jogo eacute o chamado terceiro tempo Promovido pelo time da casa esse eacute o momento em que os jogadores conversam fazem amizades cantam brincam bebem e discutem os lances da partida apoacutes o jogo e eacute uma das tradiccedilotildees do Rugby

Em Minas Gerais aleacutem do BH Rugby existem mais dois times expressivos ambos em Varginha O Minas Rugby nascido em 1995 e o Varginha Rugby criado em 2000 Inconfidentes e Poccedilos de Caldas no interior do estado pos-suem equipes menores e algumas outras cidades jaacute esboccedilam um esforccedilo para montar uma estrutura para o esporte entre elas Nova Lima Juiz de Fora Viccedilosa Uberlacircndia Governador Valadares e Nova Era

Apesar do aumento significativo da procura pelo esporte o Rugby ainda

sofre com falta de verbas para financiar as viagens dos atletas para as competi-ccedilotildees nacionais e internacionais A fim de contornar a situaccedilatildeo jogadores e equipe teacutecnica se viram como podem Alguns fazem uma poupanccedila onde todo mecircs uma quantia de dinheiro eacute depositada outros vendem brindes como camisetas rifas e adesivos e os mais corajosos posam para fotos Foi o caso da seleccedilatildeo brasileira de rugby feminino Para poder participar do Mundial de Dubai realizado em marccedilo deste ano criaram um calendaacuterio com fotos sensuais das proacuteprias jogadoras Um meio de chamar a atenccedilatildeo das pessoas e arrecadar dinheiro para a viagem Natildeo ganharam o campeonato mas garantiram o 10ordm lugar no ranking mundial

Vida de JogadoraJogadora haacute um pouco mais de dois

anos no BH Rugby Marina conheceu o esporte atraveacutes de amigos de Satildeo Paulo mas quem a incentivou a jogar foi uma amiga de trabalho ldquoUm dia fui para conhecer os treinos e fiqueirdquo Amigos e familiares a questionavam sobre por que natildeo fazer ballet ou jazz atividades tradicionalmente femini-nas mas Marina afirma que apesar de jaacute ter tentado natildeo combina com ela de jeito algum A jogadora comenta tam-beacutem que nunca teve rivalidade com outras jogadoras ldquoSomente dentro do campo alguns olhares e puxotildees de cabelos mas fora do campo o terceiro tempo tira a tensatildeo um poucordquo afirma a atleta

O administrador Mathias Klaus namora haacute dois anos a jogadora do BH Rugby Maria Clara Ele acompanha sua namorada em todos os jogos e diz natildeo sentir ciuacutemes dos treinos que ela faz com o time masculino de Rugby ldquoSem-pre que daacute eu saio com a turma toda pra tomar umasrdquo Mathias confessou que reza sempre para que sua namo-rada saia do campo sem um arranhatildeo pois a jogadora jaacute quebrou a claviacutecula e o nariz mas afirma que o esporte ajuda no relacionamento ldquoO namoro eacute

Encerrada a partida o jovem estudante William Webb Ellis inconfor-mado com a derrota do seu time agarra a bola com as matildeos e sai cor-rendo em direccedilatildeo ao gol adversaacuterio - Que velocidade Surpreendidos seus adversaacuterios entram na corrida para tentar impedi-lo Agarrado pelas pernas o pequeno Willian vai ao chatildeo e vecirc a bola esvair-se de suas matildeos Dessa cena que causou estranheza durante um jogo de futebol na Inglaterra em 1823 surgiu a ideacuteia inicial de um novo esporte o Rugby

O Rugby eacute um dos esportes mais populares do mundo e cada vez mais vem ganhando adeptos pelo Brasil desmistifi cando a fama de esporte violento e deixando de ser comparado ao futebol americano

MARINA CAMISASSA

RENATA WILLIG 2ordmPERIODO

Fotos Pedro Gontijo

em trecircs tempos

16-17 - Rugbyindd 116-17 - Rugbyindd 1 12209 92745 AM12209 92745 AM

O Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Gontijo e Clarisse Simatildeo - 6ordm periodo

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Esporte bull 17

oacutetimo quando ela estaacute estressada ela desconta no campo e com as rivaisrdquo

Jogadora do BH Rugby de dezem-bro de 2005 ateacute Julho de 2007 Vitoacuteria nunca praticou outro esporte Ela fra-turou o braccedilo durante uma partida e depois novamente em casa no mesmo lugar mas continua defendendo que isso eacute comum por ser um esporte de muito contato fiacutesico Vitoacuteria tambeacutem afirma que o esporte precisa ser mais divulgado o que ajudaria a desvincu-lar essa imagem de jogo violento que tem hoje

Vencer as barreiras de um esporte que ainda daacute os primeiros passos no paiacutes eacute outro desafio segundo as joga-doras O BH Rugby participa de pelo menos um campeonato por ano e para custear as viagens aleacutem da mensali-dade paga por elas ao clube Como haacute poucos patrocinadores eacute preciso fazer rifas e caixinhas para ajudar nas despe-sas das viagens que tecircm custo variado de acordo com o nuacutemero de jogadoras que participam dos torneios

Em Setembro de 2006 o time femi-nino do BH Rugby conquistou o pri-meiro tiacutetulo ao vencer o Campeonato da Independecircncia de 7-a-side em Var-ginha no Sul de Minas Em Outubro de 2007 conquistou o Torneio de 7-a-side de Satildeo Joseacute dos Campos a primeira etapa do Circuito Brasileiro de Rugby

Rugby no BrasilO Brasil conheceu o rugby no seacuteculo

XIX e foi Charles Miller o mesmo que trouxe o futebol para o Brasil que em 1895 organizou o primeiro time de rugby brasileiro em Satildeo Paulo Mas somente em 1925 o rugby comeccedilou a ser praticado com mais regularidade no Brasil no Campo dos Ingleses per-tencente ao Satildeo Paulo Athletic Club (SPAC) em Pirituba Satildeo Paulo

Durante o periacuteodo de 1926 a 1940 foram organizados jogos interesta-duais entre clubes paulista e carioca aleacutem de jogos internacionais contra os Springboks da Aacutefrica do Sul em 1932 e contra a seleccedilatildeo Britacircnica em 1936

De 1941 a 1946 os jogos foram inter-rompidos devido agrave Segunda Guerra Mundial sendo retomados em 1947

Em 1960 foi formada a Alianccedila Rugby Football Club constituiacuteda por jogadores ingleses franceses argenti-nos e brasileiros No dia 6 de outubro de 1963 foi fundada a sede em Satildeo Paulo da Uniatildeo de Rugby do Brasil com a finalidade de organizar e dirigir o rugby brasileiro No ano seguinte a entidade patrocinava o III Campeonato Sul-Americano de Rugby quando o Brasil conquistou o vice-campeonato

A partir de 1971 comeccedilou a se desenvolver lentamente o rugby Infanto-Juvenil em Satildeo Paulo e em 20 de Dezembro de 1972 foi fundada a Associaccedilatildeo Brasileira de Rugby em substituiccedilatildeo agrave Uniatildeo de Rugby do Bra-sil sendo reconhecida pelo Conselho Nacional de Desportos (CND) A par-tir daiacute o esporte vem ganhando adep-tos no paiacutes do futebol e se populari-zando deixando para traacutes a imagem de violento

1 - Pilar

2 - Hoker

3 - Pilar

4 - Segunda linha

5 - Segunda linha

6 - Asa (tercera linha) 7 - Asa (tercera Linha)

8 - Oitavo (uacuteltimo na formaccedilatildeo do scrum)

PasseNo rugby soacute eacute possiacutevel passar a bola para o lado ou para traacutes sendo que os avanccedilos satildeo decorrentes das corridas com posse de bola Soacute eacute permitido passes para frente com pon-tapeacutes No chute soacute podem perseguir a bola aleacutem do chutador aqueles jogadores que estiverem em linha ou atraacutes do mesmo do momento do pontapeacute

Tackle ou placagemO tackle eacute feito agarrando-se o jogador adver-saacuterio que estaacute com a bola e jogando-o ao chatildeo para que se possa fazer a tentativa de tomada da posse de bola atraveacutes do ruck

RuckQuando um jogador eacute tackleado ele solta a bola e eacute formado um ruck Jogadores dos dois times se jogam em cima daquele que estaacute ao chatildeo e tentam empurrar a bola para o seu lado do campo com o detalhe de que natildeo eacute permitido mover a bola com as matildeos

MaulOcorre quando trecircs jogadores sendo um portador da bola e os outros dois um de cada time estatildeo em contato A diferenccedila entre o ruck e o maul eacute que no uacuteltimo a bola natildeo se encontra no chatildeo e sim na matildeo do jogador Os jogadores devem manter a cabeccedila e os ombros acima da linha da cintura Natildeo eacute per-mitido tirar os jogadores do maul a natildeo ser que esse seja do time adversaacuterio e esteja do lado errado do maul

ScrumO scrum ou formaccedilatildeo ordenada geralmente eacute usado apoacutes uma jogada irregular ou em alguma penalidade O HalfScrum da equipe que natildeo cometeu a infraccedilatildeo insere a bola no meio de um ldquotuacutenelrdquo formado pelas duas primeiras linhas de cada equipe para que os jogadores de sua equipe consigam ganhar a posse da bola Qualquer jogador alheio a formaccedilatildeo ordenada tem que estar a 10 m da mesma

LateraisQuando a bola sai pela lateral do campo eacute realizado um alinhamento para que a bola volte ao jogo O Hoker da equipe lanccedila a bola no meio das duas linhas formadas Um joga-dor de cada equipe eacute levantado no ar para tentar agarrar a bola Quando a bola eacute posta na lateral o outro time pode repocirc-la rapida-mente para dentro de campo se esta cruzar a linha de cinco metros sem formaccedilatildeo de linhas

MarkQuando a equipe adversaacuteria chuta a bola e o jogador da outra equipe a pega sem quicar no chatildeo e dentro da aacuterea dos 22 metros ele pode chamar um mark ou pedir marco que eacute a possibilidade de se dar um chute sem o perigo de ser placado Serve como um fator de proteccedilatildeo para a defesa da equipe que pediu o marco pois interrompe o jogo e o time tem direito a um pontapeacute livre de onde o mark foi pedido

Algumas jogadas do Rugby

Esquema de jogo

BH RUGBY

12ordm BI do ExeacutercitoRua Timbiras com Barbacena Barro Preto Belo Horizonte - MG

Belo H

s sendo umLateraisQuQQQuQuQuQuQuQuananandodoodododd a bola saaaai peela lattererererala ddddoooo cacacacampmpmpmpmm oooooooo eacuteeacuteeacuteeacute

Ariel PalaciosTeacutecnico do BHRugby

312

6

45

789

10

111213

1514

9 - Half Scrum 10 - Apertura 11 - Ponta cego

12 - Primer centro

13 - Segundo Centro

14 - Ponta aberto

15 - Fullback

16-17 - Rugbyindd 216-17 - Rugbyindd 2 12209 92753 AM12209 92753 AM

O Ponto

18 bull CulturaBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Liacutevia Martins e Flaacutevia Leatildeo - 6 ordm periacuteodo

LUCAS RAGE VICTOR DUARTE RENAN BORGES

2ordm PERIODO

Desde 2004 os belo-hori-zontinos vecircm recebendo visi-tas ilustres nas diversas linhas de transporte puacuteblico da capi-tal Jaacute passaram pelos ocircnibus escritores como Gonccedilalves Dias Machado de Assis Castro Alves e muitos outros Calma eles natildeo estatildeo rodando por aiacute como passageiros estatildeo pre-sentes por meio de suas obras Eacute o projeto Leitura para Todos

Idealizado e organizado pelo Programa de Ensino Pesquisa e Extensatildeo A Tela e o Texto do curso de Letras da Universi-dade Federal de Minas Gerais (UFMG) o projeto Leitura para Todos tem o objetivo de levar literatura agrave grande populaccedilatildeo belo-horizontina de maneira dinacircmica e acessiacutevel

O que natildeo falta ao passa-geiro eacute escolha na hora de ler Satildeo oferecidas obras dos mais variados estilos desde crocircni-cas machadianas a poemas de Gonccedilalves Dias passando por composiccedilotildees musicais de Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes

Atraveacutes do site do projeto (wwwletrasufmgbratelaeo-texto) jovens autores tambeacutem podem enviar seus textos e jaacute

passam de 155 publicaccedilotildees deste cunho envolvidas na ini-ciativa O projeto contempla hoje 280 carros em 26 linhas distintas

Impressos em frente e verso e laminados os textos satildeo afi -xados na parte traseira dos assentos e apresentam faacutecil acesso Cada veiacuteculo possui uma meacutedia de vinte lacircminas dispostas ao longo dos assen-tos de maneira para atingir todos os passageiros Os textos satildeo trocados de trecircs em trecircs meses As formataccedilotildees variam de acordo com o tema e a forma luacutedica com a qual algu-mas obras satildeo expostas busca atrair o leitor relutante

RepercussatildeoAs estrateacutegias para atrair o lei-

tor apesar de criativas natildeo agra-daram a todos ldquoA letra eacute muito pequena entatildeo eu natildeo leio muitordquo diz Amanda Dias usuaacute-ria da linha Circular 01 (SC01) e moradora de Betim Estudante e morador da Savassi tambeacutem usuaacuterio da linha Guilherme Carvalho concorda ldquonatildeo atrai natildeo chama a atenccedilatildeo Fica ali mas a gente nem vecirc direito falta alguma coisa para chamar mais a atenccedilatildeo do pessoalrdquo

O maior problema aparenta ser a combinaccedilatildeo entre trans-porte puacuteblico e leitura uma vez que nem todos os passageiros podem se sentar durante a via-

gem ldquoEacute interessante para quem vai sentado mas quem estaacute de peacute natildeo aproveita muitordquo aponta Amanda Dias

Mas a iniciativa possui uma linha de admiradores para quem o incentivo agrave cultura e a dissemi-naccedilatildeo da literatura natildeo passam despercebidos Moradora do Taquaril e usuaacuteria da linha 9503 Vanusa dos Santos se entusiasma com o projeto ldquoAs histoacuterias satildeo legais Tem algumas que eu tenho ateacute vontade de levar para casa e ler para os meus fi lhos Eu jaacute li quase todas sempre que acabo de ler a minha jaacute estou logo pegando a do ladordquo afi rma Ilza Ferreira Gomes moradora de Venda Nova e usuaacuteria da

linha Circular 02 (SC02) tambeacutem divide o entusiasmo de Vanusa ldquoAcho excelente Incentiva a lei-tura A primeira coisa que eu faccedilo quando entro no ocircnibus eacute pegar um texto para lerrdquo

Segundo a coordenadora do projeto e do Programa A Tela e o Texto da FALE-UFMG Maria Antonieta Pereira a repercus-satildeo do projeto natildeo poderia ser melhor ldquoTemos recebido mui-tos textos novos e comentaacuterios dos leitores No mecircs que vem entraraacute em circulaccedilatildeo o texto de um usuaacuterio sobre o Leitura para Todosrdquo afi rma

De acordo com Maria Anto-nieta a maioria dos textos rece-bidos eacute de qualidade Para sele-cionaacute-los o criteacuterio utilizado eacute o valor literaacuterio ldquoFicam de fora apenas os textos que apresen-tarem linguagem vulgar ou de cunho agressivo Mas isso eacute rarordquo conclui

Mais do que uma degustaccedilatildeo literaacuteria muitos vecircem no projeto um passatempo que possibi-lita distraccedilatildeo durante as longas viagens de volta para casa ou em direccedilatildeo ao trabalho ldquoVocecirc comeccedila a ler e nem vecirc o tempo passarrdquo diz Jidalva da Silva moradora de Ibiriteacute e usuaacuteria da linha 3052 Guilherme Carvalho acrescenta ldquoEacute bacana porque a gente natildeo tem nada para fazer no ocircnibus entatildeo a gente lecirc no caminhordquo

Projeto Leitura para TodosFoto Divulgaccedilatildeo BHTrans

Com cinco anos de existecircncia iniciativa ainda passa despercebida por muitos passageiros de ocircnibus

Faz-de-conta domina a literaturaLivros com tramas e personagens fantaacutesticos encabeccedilam listas de mais vendidos

GABRIELA CAMPOLINA

5ordm PERIacuteODO

As aventuras de um bruxi-nho um mundo rodeado por robocircs que de repente passam a ter sentimentos o romance entre uma jovem e um vampiro a cegueira repentina A fi c-ccedilatildeo oferece um mundo rico de possibilidades estimulantes O autor fi ca livre para propor novas abordagens construir cenaacuterios - diferentes daqueles que estamos acostumados O leitor pode se deliciar com estoacuterias divertidas e impossiacuteveis na vida real mas que povoam a sua mente e satildeo apaixonantes

Para o doutorando em Lite-ratura de Liacutengua Portuguesa e professor da Universidade Fumec Luis Henrique Barbosa o sucesso desses livros pode ser atribuiacutedo ao grande poder da miacutedia ldquoHoje em dia eacute difiacutecil esca-

par dessa infl uecircncia ateacute mesmo para quem tenta fugir um pouco dissordquo Segundo o professor os meios de comunicaccedilatildeo criam um tipo de ldquomodardquo

Atualmente o livro que estaacute no topo dos mais vendidos eacute ldquoA Cabanardquo do canadense William Young que narra a histoacuteria de Mackenzie Allen Philip perso-nagem principal de uma trama que envolve questotildees religiosas ao desconstruir os estereoacutetipos de Deus e Jesus apresentados respectivamente como uma mulher negra grande e gorda e um jovem do Oriente Meacutedio que conserta e constroacutei coisas Outro sucesso de venda foram os livros da seacuterie Crepuacutesculo (Twilight) que conta a histoacuteria de uma ado-lescente que se apaixona por um vampiro recentemente adap-tada para o cinema

Os best-sellers de fi cccedilatildeo jaacute tomaram as salas de cinema haacute

um tempo Em termos de adap-taccedilatildeo literaacuteria escritores tendem a achar que o fi lme deve ser fi el ao texto Jaacute os cineastas enten-dem que a linguagem das telas eacute outra e que o compromisso do cinema eacute com os espectadores natildeo com os leitores Os escrito-res defendem a fi delidade os cineastas natildeo

O sucesso de longas como ldquoO senhor dos aneacuteisrdquo ldquoHarry Pot-terrdquo ldquoEu Robocircrdquo ldquoEnsaio sobre a cegueirardquo ldquoEntrevista com um vampirordquo de repente virou febre Todos parecem querer ldquoviajarrdquo por um mundo desconhecido

Os leitores principalmente os mais jovens querem ver seus livros personagens e aventuras preferidas de uma forma mais real Segundo Luis Henrique ldquoa miacutedia faz bom marketing e ainda tem o peso das peliacuteculas que direcionam ainda mais o foco do interesse do puacuteblicordquo E

independente das inuacutemeras criacute-ticas quanto a isso o sucesso eacute certo O exemplo eacute o das seacuteries Harry Potter e Twi-light - ambos best-sellers mundiais

A internet eacute tambeacutem um terreno que contribui para popularidade crescente da chamada literatura da moda de acordo com o pro-fessor Luis Henrique a litera-tura se tornou muito diversifi -cada ldquoHaacute um grande aumento por exemplo na lsquoliteratura de blogrsquo Muitos blogueiros escrevem histoacuterias que depois viram livrosrdquo diz Falando especifi camente sobre os livros de fi cccedilatildeo ele argu-menta que muito desse sucesso estaacute em foacutermulas que deram certo e se repetiram no avanccedilo da tecnologia na busca por res-postas e na tentativa de ldquofugardquo da rotina do dia-a-dia ldquoAinda assim eacute difiacutecil dizer porquecirc Eacute como

querer saber o motivo pelo qual muita gente escuta certo tipo de muacutesica ou assiste a certos tipos de fi lme Cada um tem uma razatildeo Tambeacutem natildeo podemos esquecer que estamos falando de moda E moda vai e voltardquo

criacute-sso as

m

o dem srdquote

18 - Literaturaindd 118 - Literaturaindd 1 12209 92644 AM12209 92644 AM

O Ponto

PEDRO LEONE

7ordm PERIacuteODO

A Faculdade de Ciecircncias Humanas da Fumec (FCH) lanccedilou no dia 20 de novem-bro a oitava ediccedilatildeo da revista ldquoMediaccedilatildeordquo de cunho cientiacute-fi co A publicaccedilatildeo que desta vez trouxe como tema central ldquoMiacutedas Audiovisuais e Proces-sos Identitaacuteriosrdquo representa um marco da revista por fortalecer a

periodicidade das produ-

ccedilotildees acadecircmicas da faculdade como reinteraram os diretores Antocircnio Marcos Nohmi Joatildeo Batista de Mendonccedila Filho e Th aiumls Estevanato em evento rea-lizado na data de lanccedilamento no auditoacuterio da FCH A revista passa ainda por uma reestrutu-raccedilatildeo editorial jaacute que a partir da proacutexima ediccedilatildeo natildeo conta mais com a professora Claudia Cha-ves Fonseca como editora que passa o cargo para o professor Rodrigo Fonseca e Rodrigues

Segundo Rodrigo um dos proacuteximos passos na consoli-daccedilatildeo da ldquoMediaccedilatildeordquo no mer-cado eacute a ampliaccedilatildeo dos pontos de distribuiccedilatildeo da publicaccedilatildeo sendo inclusive distribuiacuteda em bibliotecas de outras institui-ccedilotildees de ensino Aleacutem disso Rodrigo adiantou o tema-base da nona ediccedilatildeo jaacute sob seu comando que seraacute ldquoComuni-caccedilatildeo e estudos interdiscipli-naresrdquo Nela de acordo com o novo editor uma das metas seraacute ampliar o leque de assun-tos tratados e mostrar o caraacuteter plural da comunicaccedilatildeo

Outra meta para os proacuteximos nuacutemeros da revista eacute divulgar a

chamada para artigos em outros paiacuteses com a publicaccedilatildeo de textos traduzidos com exclusividade pela revista para o portuguecircs

Alunos como destaqueA novidade da oitava ediccedilatildeo

segundo a editora Claudia Cha-ves fi ca por conta da publica-ccedilatildeo da resenha ldquoEacutetica no ensino

de jornalismordquo de autoria das alunas do oitavo periacuteodo de jornalismo Ana Luacutecia Bahia e Marina Rigueira Para as alu-nas que dizem ter interesse em seguir a carreira acadecircmica a oportunidade eacute interessante por ser uma primeira experiecircn-cia na aacuterea O artigo segundo Ana Luacutecia e Marina eacute fruto de

um projeto de iniciaccedilatildeo cientiacute-fi ca e a primeira publicaccedilatildeo de cunho acadecircmico de ambas

A revista ldquoMediaccedilatildeordquo tem periodicidade semestral e teve nesta oitava ediccedilatildeo tiragem de mil exemplares reunindo dez artigos de professores pes-quisadores e profi ssionais da comunicaccedilatildeo social

Editor e diagramador da paacutegina Equipe O Ponto

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Miacutedias bull 19

FABIANA SOARES

7ordm PERIacuteODO

Kotler publicou sua biacuteblia do marketing e de repente todo mundo sabia como posicionar uma marca Entatildeo veio a Era Digital e desafi ou todas agecircncias de publicidade e profi ssionais de marketing Quais foram esses desafi os O que devemos levar em consideraccedilatildeo para posicio-nar uma marca online Eu com meu mero mas engajado conhe-cimento elaborei alguns toacutepi-cos que podem dar um rumo ao posicionamento digital

1) Pense e esteja OnlineO primeiro item eacute oacutebvio e pre-

cede todos os outros Se vocecirc quer entrar no mundo digital vocecirc tem que estar online A comunicaccedilatildeo digital eacute instantacirc-nea e interativa e se sua marca natildeo estaacute laacute quando um usuaacuterio a procura ele vai clicar na outra que estiver mais proacutexima Entatildeo

esteja sempre disponiacutevel e mais importante abrace a interaccedilatildeo Natildeo adianta estar online e pen-sar offl ine Converse e escute os usuaacuterios hoje eles satildeo tatildeo importantes no posicionamento de sua marca quanto a televisatildeo foi na deacutec de 50 O que nos leva ao segundo toacutepico

2) O usuaacuterio constroacutei a sua marca

Hoje o modelo de comuni-caccedilatildeo eacute interativo O internauta descobriu que pode produzir a mensagem e natildeo soacute recebecirc-la pacifi camente Entatildeo ele pode dizer que seu produtoserviccedilo eacute muito ruim ou muito bom e teraacute vaacuterias pessoas para ouviacute-lo E natildeo adianta querer abafar a sua voz isso soacute vai pegar mal e natildeo vai controlar a propagaccedilatildeo da mensagem (lembra do caso da Daniela Cicarelli) Entatildeo o que resta aacutes marcas eacute monitorar Vocecirc pode estar sempre alerta ao que estatildeo dizendo sobre vocecirc na web

eacute como um feedback instantacirc-neo e se estiverem falando bem oacutetimo mas se falarem mal per-gunte porque peccedila desculpas e desconstrua a imagem ruim que aquele usuaacuterio tem sobre sua marca Mas cuidado para natildeo invadir o espaccedilo virtual dele

3) Cuidado O usuaacuterio pode natildeo querer te ouvir

Vocecirc monitora sua marca na web e resolve entrar na discussatildeo dos usuaacuterios sobre sua marca Vaacute com calma Ele provavelmente vai estar em uma rede social conversando com seus amigos e de repente vocecirc vira um inva-sor inoportuno Hoje o usuaacuterio quer ouvir e daacute mais credibi-lidade a fala de seu ldquoamigo de rederdquo do que na auto-afi rmaccedilatildeo de uma marca Ele quer ouvir o que sua rede social tem a dizer e natildeo vocecirc Entatildeo uma estrateacutegia muito mais efi ciente de conver-sar com o usuaacuterio eacute sendo um usuaacuterio ou tendo como porta voz

algum usuaacuterio infl uente E se um usuaacuterio fala bem da sua marca daqui a pouca seratildeo dois quatro seis

4) O boca-a-boca casou com a internet e teve um fi lho fofoqueiro O viral

O viral nasceu graccedilas a velo-cidade e o tamanho da rede Enquando na tv temos uma pessoa falando para outras 11 milhotildees na rede sua marca pode falar com esse mesmo nuacutemero de pessoas e essas pessoas com outras 11 milhotildees de pessoas em uma velocidade muito mais raacutepida que a de um Vt de 30rdquo Esse potencial de propagaccedilatildeo da men-sagem eacute bom e ruim Bom por permitir uma comunicaccedilatildeo mais efi ciente em termos de tempo e ruim pois uma vez lanccedilada na rede eacute impossiacutevel acompanha-la A melhor maneira entatildeo de se utilizar um viral eacute ser cuida-doso com o que se quer propa-gar Pense se aquela mensagem

eacute realmente relevante se natildeo vai criar uma imagem negativa e se eacute sufi cientemente criativo para que os usuaacuterios queiram compartilhaacute-lo O viral tem sido a menina dos olhos de muitos criativos publicitaacuterios e de seus clientes pois tem um custo rela-tivamente baixo e pode alcanccedilar um grande nuacutemero de pessoas mas tambeacutem tem grandes riscos de ser um total fracasso

A internet aidna tem muito a nos ensinar e tentei colo-car acima um pouco do que jaacute consegui obeservar Mas ainda tenho uma grande curiosidade que ateacute hoje ningueacutem conseguiu me explicar como se cobra por estrateacutegias digitais Como men-surar em dinheiro um viral por exemplo Como apresentar uma estimativa de custos honesta para o cliente quando tudo que se tem eacute uma ideacuteia Se algueacutem tiver essa resposta meu email eacute fabzsoaresgmailcom

E agora Joseacute A festa acabou a luz apagou e ta todo mundo na web

Original publicado em httpestagiocriativoblogspotcomO texto natildeo sofreu ediccedilatildeo nem correccedilotildees ortograacutefi cas a pedido da autora

A equipe de professores e convidados que participaram da organizaccedilatildeo da 8ordm ediccedilatildeo da revista

Mediaccedilatildeo chega ao seu oitavo nuacutemeroRevista da Faculdade de Ciecircncias Humanas da FUMEC coloca o tema ldquoMiacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuteriosrdquo em debate e tem como desafi o para os proacuteximos nuacutemeros ampliar a chamada para o envio de artigos acadecircmicos a pesquisadores de outros paiacuteses

8ordf ediccedilatildeo da revista trata das Miacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuterios

19 - Mediacaoindd 119 - Mediacaoindd 1 12209 93123 AM12209 93123 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

20 bull Cultura Editora e diagramadora da paacutegina Amanda Lelis - 7ordm periodo

COLCHAde retalhos

CU

RT

Are

talh

os

Ajude a costurar nossa colcha balaioretalhosgmailcom

Ir aleacutem da superfiacutecie

Que o espelho mostra

(e que o ego gosta)

VontadeBaacuterbara Rodrigues

Midori aki

hatake dandan

akaku naru

GuntaiJoatildeo Paulo Borges

Outono verde

o campo aos poucos

fi ca vermelho

ExeacutercitoJoatildeo Paulo Borges

Frederico PortoOde ao pensamento

Todo momento eacute hora de aventura e fantasia

E comeccedila ao raiar do dia

Crianccedilas vatildeo agrave escola e cantam a melodia

E a imaginaccedilatildeo se mistura com a nostalgia

O vento o sol a neve e a tempestade

Amanhatilde eacute o ontem criado com amizade

E Deus em seu computador

Natildeo procura responder

A mensagem deixada seraacute criada por vocecirc

E sem fi m com mais delongas

O encanto se apaixona

E comeccedila a respirar

Pensamento que viraacute

Eu que natildeo amo vocecircGabriela Gois

Era tudo novo ali No puro prazer na inocecircncia ele repousava a cabeccedila sobre o meu

colo segurando minha matildeo fi rmemente Ao longe o sol ia se despedindo deixando uma

leve e uacutenica brisa no fi m de tarde abafado Noacutes trocaacutevamos algumas palavras bobas meu

coraccedilatildeo disparava quando via aquele sorriso sincero Era tudo parte de um comeccedilo de

vida uma iniciaccedilatildeo no mundinho chato e triste que eacute o amor Tatildeo perfeito calmo irreal

verdadeiro e tiacutemido A rua estava vazia eu permanecia em silecircncio enquanto ele brin-

cava com meus dedos em suas matildeos magrelas e brancas

- E quando tudo isso acabar

- Como assim ndash suspirei afagando seu cabelo bagunccedilado

- A gente vai crescerhellipMudar Talvez um dia nossos rostos se apaguem

- Eu natildeo seihellipTalvez um dia noacutes vamos estar adultos andando em alguma cidade no

meio do caos e nos reconhecemos por um sorriso Eu largaria meu namorado vocecirc sua

vida boecircmia e noacutes podemos fugir pra Franccedila

- Vocecirc eacute tatildeo boba

- E vocecirc eacute tatildeohellip

Seus laacutebios tocaram os meus delicadamente nada invasivo Eram macios tinham

sabor de chocolate branco O que aconteceu internamente natildeo haacute como descrever nada

comparado agrave felicidade instantacircnea de uma roupa nova Natildeo era algo bem melhor que

isso Era tudo tatildeo maacutegico e delicioso nada de preocupaccedilotildees Eacuteramos dois na calccedilada os

peacutes no chatildeo quente as matildeos entrelaccediladas os sorrisos carregados de felicidade

Hoje eu ainda olho para aquela foto estranha no fundo da caixa Ele estaacute longe pro-

vavelmente apagou meu rosto Eu natildeo consigo sentir nada comparado agravequilo nada que

faccedila meu coraccedilatildeo disparar como aquele dia Eu soacute amei uma vez eu tinha onze anos um

metro e sessenta e cinco e era boba

Larissa Cardoso Borges

Deixa a mente vagar

Sem rumo sem freio

Deixa as palavras fl uiacuterem

Pulsando pelo seu corpo ateacute chegarem ao destino fi nal

Matildeo que freneticamente escreve

Tentando organizar o fl uxo de emoccedilotildees de sensaccedilotildees

Raacutepido pensar fugaz aliacutevio

O papel suporta as minhas ideacuteias

Devaneios

GuriaRodrigo Guimaratildees Pena

quando dedo se lambia

tudo era mar-de-rosas

tu levavas vida em verso

eu te via toda prosa

e tu eras tatildeo pequena

tatildeo cheirosa tatildeo macia

que o chorar ou fazer cena

era manha da guria

hoje a vida te vecirc bela

tatildeo faceira tatildeo formosa

mas meus olhos vecircem aquela

que foi meu botatildeo de rosa

Sozinha

No mato

Sem teto

Comida

Companhia

Ou cobertor

Sem rastro

Barulho

Eu-soacute

Sozinha

Na terra

Deitada ateacute dissolver no tempo

QuererAmanda Lelis

Amanda Lelis

E o que vai ser agora

se tudo em mim for

silecircncio

DuacutevidaAmanda Lelis

20 - Colcha de retalhosindd 120 - Colcha de retalhosindd 1 12209 92543 AM12209 92543 AM

Page 16: Jornal O Ponto - novembro de 2009

O Ponto

16 bull EsporteBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacuteginaPedro Gontijo e Clarisse Simatildeo - 6ordm periodo

O Rugby

Passados os anos as regras e nuacuteme-ros de participantes foram variando podendo hoje ser praticado com 15 10 ou 7 (conhecido como 7-a-side) joga-dores em cada time que se dividem em dois grupos ldquoOs Fowards satildeo jogadores maiores em tamanho e mais pesados enquanto os Backs satildeo mais raacutepidos menores mais leves e mais aacutegeis Eles atacam com velocidade passam a bola mais raacutepido mas tambeacutem haacute choquesrdquo explica Ariel Palacios treinador do time feminino do BH Rugby o maior da capital mineira

Durante a partida soacute eacute possiacutevel pas-sar a bola para o lado ou para traacutes sendo que os avanccedilos satildeo decorrentes das corridas com posse de bola Soacute eacute permitido passe para frente com pon-tapeacutes e no chute soacute podem perseguir a bola aleacutem do chutador aqueles joga-dores que estiverem em linha ou atraacutes do mesmo no momento do pontapeacute

Muitas vezes o esporte passa a ima-gem de violento mas seus praticantes defendem opiniatildeo contraria ldquoPassa essa imagem porque dentro de campo haacute um contato intenso entre os joga-dores A agressividade eacute inerente ao jogordquo explica Vitoacuteria ex-jogadora do BH Rugby

Um fator interessante e que ajuda a aliviar as tensotildees do jogo eacute o chamado terceiro tempo Promovido pelo time da casa esse eacute o momento em que os jogadores conversam fazem amizades cantam brincam bebem e discutem os lances da partida apoacutes o jogo e eacute uma das tradiccedilotildees do Rugby

Em Minas Gerais aleacutem do BH Rugby existem mais dois times expressivos ambos em Varginha O Minas Rugby nascido em 1995 e o Varginha Rugby criado em 2000 Inconfidentes e Poccedilos de Caldas no interior do estado pos-suem equipes menores e algumas outras cidades jaacute esboccedilam um esforccedilo para montar uma estrutura para o esporte entre elas Nova Lima Juiz de Fora Viccedilosa Uberlacircndia Governador Valadares e Nova Era

Apesar do aumento significativo da procura pelo esporte o Rugby ainda

sofre com falta de verbas para financiar as viagens dos atletas para as competi-ccedilotildees nacionais e internacionais A fim de contornar a situaccedilatildeo jogadores e equipe teacutecnica se viram como podem Alguns fazem uma poupanccedila onde todo mecircs uma quantia de dinheiro eacute depositada outros vendem brindes como camisetas rifas e adesivos e os mais corajosos posam para fotos Foi o caso da seleccedilatildeo brasileira de rugby feminino Para poder participar do Mundial de Dubai realizado em marccedilo deste ano criaram um calendaacuterio com fotos sensuais das proacuteprias jogadoras Um meio de chamar a atenccedilatildeo das pessoas e arrecadar dinheiro para a viagem Natildeo ganharam o campeonato mas garantiram o 10ordm lugar no ranking mundial

Vida de JogadoraJogadora haacute um pouco mais de dois

anos no BH Rugby Marina conheceu o esporte atraveacutes de amigos de Satildeo Paulo mas quem a incentivou a jogar foi uma amiga de trabalho ldquoUm dia fui para conhecer os treinos e fiqueirdquo Amigos e familiares a questionavam sobre por que natildeo fazer ballet ou jazz atividades tradicionalmente femini-nas mas Marina afirma que apesar de jaacute ter tentado natildeo combina com ela de jeito algum A jogadora comenta tam-beacutem que nunca teve rivalidade com outras jogadoras ldquoSomente dentro do campo alguns olhares e puxotildees de cabelos mas fora do campo o terceiro tempo tira a tensatildeo um poucordquo afirma a atleta

O administrador Mathias Klaus namora haacute dois anos a jogadora do BH Rugby Maria Clara Ele acompanha sua namorada em todos os jogos e diz natildeo sentir ciuacutemes dos treinos que ela faz com o time masculino de Rugby ldquoSem-pre que daacute eu saio com a turma toda pra tomar umasrdquo Mathias confessou que reza sempre para que sua namo-rada saia do campo sem um arranhatildeo pois a jogadora jaacute quebrou a claviacutecula e o nariz mas afirma que o esporte ajuda no relacionamento ldquoO namoro eacute

Encerrada a partida o jovem estudante William Webb Ellis inconfor-mado com a derrota do seu time agarra a bola com as matildeos e sai cor-rendo em direccedilatildeo ao gol adversaacuterio - Que velocidade Surpreendidos seus adversaacuterios entram na corrida para tentar impedi-lo Agarrado pelas pernas o pequeno Willian vai ao chatildeo e vecirc a bola esvair-se de suas matildeos Dessa cena que causou estranheza durante um jogo de futebol na Inglaterra em 1823 surgiu a ideacuteia inicial de um novo esporte o Rugby

O Rugby eacute um dos esportes mais populares do mundo e cada vez mais vem ganhando adeptos pelo Brasil desmistifi cando a fama de esporte violento e deixando de ser comparado ao futebol americano

MARINA CAMISASSA

RENATA WILLIG 2ordmPERIODO

Fotos Pedro Gontijo

em trecircs tempos

16-17 - Rugbyindd 116-17 - Rugbyindd 1 12209 92745 AM12209 92745 AM

O Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Gontijo e Clarisse Simatildeo - 6ordm periodo

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Esporte bull 17

oacutetimo quando ela estaacute estressada ela desconta no campo e com as rivaisrdquo

Jogadora do BH Rugby de dezem-bro de 2005 ateacute Julho de 2007 Vitoacuteria nunca praticou outro esporte Ela fra-turou o braccedilo durante uma partida e depois novamente em casa no mesmo lugar mas continua defendendo que isso eacute comum por ser um esporte de muito contato fiacutesico Vitoacuteria tambeacutem afirma que o esporte precisa ser mais divulgado o que ajudaria a desvincu-lar essa imagem de jogo violento que tem hoje

Vencer as barreiras de um esporte que ainda daacute os primeiros passos no paiacutes eacute outro desafio segundo as joga-doras O BH Rugby participa de pelo menos um campeonato por ano e para custear as viagens aleacutem da mensali-dade paga por elas ao clube Como haacute poucos patrocinadores eacute preciso fazer rifas e caixinhas para ajudar nas despe-sas das viagens que tecircm custo variado de acordo com o nuacutemero de jogadoras que participam dos torneios

Em Setembro de 2006 o time femi-nino do BH Rugby conquistou o pri-meiro tiacutetulo ao vencer o Campeonato da Independecircncia de 7-a-side em Var-ginha no Sul de Minas Em Outubro de 2007 conquistou o Torneio de 7-a-side de Satildeo Joseacute dos Campos a primeira etapa do Circuito Brasileiro de Rugby

Rugby no BrasilO Brasil conheceu o rugby no seacuteculo

XIX e foi Charles Miller o mesmo que trouxe o futebol para o Brasil que em 1895 organizou o primeiro time de rugby brasileiro em Satildeo Paulo Mas somente em 1925 o rugby comeccedilou a ser praticado com mais regularidade no Brasil no Campo dos Ingleses per-tencente ao Satildeo Paulo Athletic Club (SPAC) em Pirituba Satildeo Paulo

Durante o periacuteodo de 1926 a 1940 foram organizados jogos interesta-duais entre clubes paulista e carioca aleacutem de jogos internacionais contra os Springboks da Aacutefrica do Sul em 1932 e contra a seleccedilatildeo Britacircnica em 1936

De 1941 a 1946 os jogos foram inter-rompidos devido agrave Segunda Guerra Mundial sendo retomados em 1947

Em 1960 foi formada a Alianccedila Rugby Football Club constituiacuteda por jogadores ingleses franceses argenti-nos e brasileiros No dia 6 de outubro de 1963 foi fundada a sede em Satildeo Paulo da Uniatildeo de Rugby do Brasil com a finalidade de organizar e dirigir o rugby brasileiro No ano seguinte a entidade patrocinava o III Campeonato Sul-Americano de Rugby quando o Brasil conquistou o vice-campeonato

A partir de 1971 comeccedilou a se desenvolver lentamente o rugby Infanto-Juvenil em Satildeo Paulo e em 20 de Dezembro de 1972 foi fundada a Associaccedilatildeo Brasileira de Rugby em substituiccedilatildeo agrave Uniatildeo de Rugby do Bra-sil sendo reconhecida pelo Conselho Nacional de Desportos (CND) A par-tir daiacute o esporte vem ganhando adep-tos no paiacutes do futebol e se populari-zando deixando para traacutes a imagem de violento

1 - Pilar

2 - Hoker

3 - Pilar

4 - Segunda linha

5 - Segunda linha

6 - Asa (tercera linha) 7 - Asa (tercera Linha)

8 - Oitavo (uacuteltimo na formaccedilatildeo do scrum)

PasseNo rugby soacute eacute possiacutevel passar a bola para o lado ou para traacutes sendo que os avanccedilos satildeo decorrentes das corridas com posse de bola Soacute eacute permitido passes para frente com pon-tapeacutes No chute soacute podem perseguir a bola aleacutem do chutador aqueles jogadores que estiverem em linha ou atraacutes do mesmo do momento do pontapeacute

Tackle ou placagemO tackle eacute feito agarrando-se o jogador adver-saacuterio que estaacute com a bola e jogando-o ao chatildeo para que se possa fazer a tentativa de tomada da posse de bola atraveacutes do ruck

RuckQuando um jogador eacute tackleado ele solta a bola e eacute formado um ruck Jogadores dos dois times se jogam em cima daquele que estaacute ao chatildeo e tentam empurrar a bola para o seu lado do campo com o detalhe de que natildeo eacute permitido mover a bola com as matildeos

MaulOcorre quando trecircs jogadores sendo um portador da bola e os outros dois um de cada time estatildeo em contato A diferenccedila entre o ruck e o maul eacute que no uacuteltimo a bola natildeo se encontra no chatildeo e sim na matildeo do jogador Os jogadores devem manter a cabeccedila e os ombros acima da linha da cintura Natildeo eacute per-mitido tirar os jogadores do maul a natildeo ser que esse seja do time adversaacuterio e esteja do lado errado do maul

ScrumO scrum ou formaccedilatildeo ordenada geralmente eacute usado apoacutes uma jogada irregular ou em alguma penalidade O HalfScrum da equipe que natildeo cometeu a infraccedilatildeo insere a bola no meio de um ldquotuacutenelrdquo formado pelas duas primeiras linhas de cada equipe para que os jogadores de sua equipe consigam ganhar a posse da bola Qualquer jogador alheio a formaccedilatildeo ordenada tem que estar a 10 m da mesma

LateraisQuando a bola sai pela lateral do campo eacute realizado um alinhamento para que a bola volte ao jogo O Hoker da equipe lanccedila a bola no meio das duas linhas formadas Um joga-dor de cada equipe eacute levantado no ar para tentar agarrar a bola Quando a bola eacute posta na lateral o outro time pode repocirc-la rapida-mente para dentro de campo se esta cruzar a linha de cinco metros sem formaccedilatildeo de linhas

MarkQuando a equipe adversaacuteria chuta a bola e o jogador da outra equipe a pega sem quicar no chatildeo e dentro da aacuterea dos 22 metros ele pode chamar um mark ou pedir marco que eacute a possibilidade de se dar um chute sem o perigo de ser placado Serve como um fator de proteccedilatildeo para a defesa da equipe que pediu o marco pois interrompe o jogo e o time tem direito a um pontapeacute livre de onde o mark foi pedido

Algumas jogadas do Rugby

Esquema de jogo

BH RUGBY

12ordm BI do ExeacutercitoRua Timbiras com Barbacena Barro Preto Belo Horizonte - MG

Belo H

s sendo umLateraisQuQQQuQuQuQuQuQuananandodoodododd a bola saaaai peela lattererererala ddddoooo cacacacampmpmpmpmm oooooooo eacuteeacuteeacuteeacute

Ariel PalaciosTeacutecnico do BHRugby

312

6

45

789

10

111213

1514

9 - Half Scrum 10 - Apertura 11 - Ponta cego

12 - Primer centro

13 - Segundo Centro

14 - Ponta aberto

15 - Fullback

16-17 - Rugbyindd 216-17 - Rugbyindd 2 12209 92753 AM12209 92753 AM

O Ponto

18 bull CulturaBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Liacutevia Martins e Flaacutevia Leatildeo - 6 ordm periacuteodo

LUCAS RAGE VICTOR DUARTE RENAN BORGES

2ordm PERIODO

Desde 2004 os belo-hori-zontinos vecircm recebendo visi-tas ilustres nas diversas linhas de transporte puacuteblico da capi-tal Jaacute passaram pelos ocircnibus escritores como Gonccedilalves Dias Machado de Assis Castro Alves e muitos outros Calma eles natildeo estatildeo rodando por aiacute como passageiros estatildeo pre-sentes por meio de suas obras Eacute o projeto Leitura para Todos

Idealizado e organizado pelo Programa de Ensino Pesquisa e Extensatildeo A Tela e o Texto do curso de Letras da Universi-dade Federal de Minas Gerais (UFMG) o projeto Leitura para Todos tem o objetivo de levar literatura agrave grande populaccedilatildeo belo-horizontina de maneira dinacircmica e acessiacutevel

O que natildeo falta ao passa-geiro eacute escolha na hora de ler Satildeo oferecidas obras dos mais variados estilos desde crocircni-cas machadianas a poemas de Gonccedilalves Dias passando por composiccedilotildees musicais de Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes

Atraveacutes do site do projeto (wwwletrasufmgbratelaeo-texto) jovens autores tambeacutem podem enviar seus textos e jaacute

passam de 155 publicaccedilotildees deste cunho envolvidas na ini-ciativa O projeto contempla hoje 280 carros em 26 linhas distintas

Impressos em frente e verso e laminados os textos satildeo afi -xados na parte traseira dos assentos e apresentam faacutecil acesso Cada veiacuteculo possui uma meacutedia de vinte lacircminas dispostas ao longo dos assen-tos de maneira para atingir todos os passageiros Os textos satildeo trocados de trecircs em trecircs meses As formataccedilotildees variam de acordo com o tema e a forma luacutedica com a qual algu-mas obras satildeo expostas busca atrair o leitor relutante

RepercussatildeoAs estrateacutegias para atrair o lei-

tor apesar de criativas natildeo agra-daram a todos ldquoA letra eacute muito pequena entatildeo eu natildeo leio muitordquo diz Amanda Dias usuaacute-ria da linha Circular 01 (SC01) e moradora de Betim Estudante e morador da Savassi tambeacutem usuaacuterio da linha Guilherme Carvalho concorda ldquonatildeo atrai natildeo chama a atenccedilatildeo Fica ali mas a gente nem vecirc direito falta alguma coisa para chamar mais a atenccedilatildeo do pessoalrdquo

O maior problema aparenta ser a combinaccedilatildeo entre trans-porte puacuteblico e leitura uma vez que nem todos os passageiros podem se sentar durante a via-

gem ldquoEacute interessante para quem vai sentado mas quem estaacute de peacute natildeo aproveita muitordquo aponta Amanda Dias

Mas a iniciativa possui uma linha de admiradores para quem o incentivo agrave cultura e a dissemi-naccedilatildeo da literatura natildeo passam despercebidos Moradora do Taquaril e usuaacuteria da linha 9503 Vanusa dos Santos se entusiasma com o projeto ldquoAs histoacuterias satildeo legais Tem algumas que eu tenho ateacute vontade de levar para casa e ler para os meus fi lhos Eu jaacute li quase todas sempre que acabo de ler a minha jaacute estou logo pegando a do ladordquo afi rma Ilza Ferreira Gomes moradora de Venda Nova e usuaacuteria da

linha Circular 02 (SC02) tambeacutem divide o entusiasmo de Vanusa ldquoAcho excelente Incentiva a lei-tura A primeira coisa que eu faccedilo quando entro no ocircnibus eacute pegar um texto para lerrdquo

Segundo a coordenadora do projeto e do Programa A Tela e o Texto da FALE-UFMG Maria Antonieta Pereira a repercus-satildeo do projeto natildeo poderia ser melhor ldquoTemos recebido mui-tos textos novos e comentaacuterios dos leitores No mecircs que vem entraraacute em circulaccedilatildeo o texto de um usuaacuterio sobre o Leitura para Todosrdquo afi rma

De acordo com Maria Anto-nieta a maioria dos textos rece-bidos eacute de qualidade Para sele-cionaacute-los o criteacuterio utilizado eacute o valor literaacuterio ldquoFicam de fora apenas os textos que apresen-tarem linguagem vulgar ou de cunho agressivo Mas isso eacute rarordquo conclui

Mais do que uma degustaccedilatildeo literaacuteria muitos vecircem no projeto um passatempo que possibi-lita distraccedilatildeo durante as longas viagens de volta para casa ou em direccedilatildeo ao trabalho ldquoVocecirc comeccedila a ler e nem vecirc o tempo passarrdquo diz Jidalva da Silva moradora de Ibiriteacute e usuaacuteria da linha 3052 Guilherme Carvalho acrescenta ldquoEacute bacana porque a gente natildeo tem nada para fazer no ocircnibus entatildeo a gente lecirc no caminhordquo

Projeto Leitura para TodosFoto Divulgaccedilatildeo BHTrans

Com cinco anos de existecircncia iniciativa ainda passa despercebida por muitos passageiros de ocircnibus

Faz-de-conta domina a literaturaLivros com tramas e personagens fantaacutesticos encabeccedilam listas de mais vendidos

GABRIELA CAMPOLINA

5ordm PERIacuteODO

As aventuras de um bruxi-nho um mundo rodeado por robocircs que de repente passam a ter sentimentos o romance entre uma jovem e um vampiro a cegueira repentina A fi c-ccedilatildeo oferece um mundo rico de possibilidades estimulantes O autor fi ca livre para propor novas abordagens construir cenaacuterios - diferentes daqueles que estamos acostumados O leitor pode se deliciar com estoacuterias divertidas e impossiacuteveis na vida real mas que povoam a sua mente e satildeo apaixonantes

Para o doutorando em Lite-ratura de Liacutengua Portuguesa e professor da Universidade Fumec Luis Henrique Barbosa o sucesso desses livros pode ser atribuiacutedo ao grande poder da miacutedia ldquoHoje em dia eacute difiacutecil esca-

par dessa infl uecircncia ateacute mesmo para quem tenta fugir um pouco dissordquo Segundo o professor os meios de comunicaccedilatildeo criam um tipo de ldquomodardquo

Atualmente o livro que estaacute no topo dos mais vendidos eacute ldquoA Cabanardquo do canadense William Young que narra a histoacuteria de Mackenzie Allen Philip perso-nagem principal de uma trama que envolve questotildees religiosas ao desconstruir os estereoacutetipos de Deus e Jesus apresentados respectivamente como uma mulher negra grande e gorda e um jovem do Oriente Meacutedio que conserta e constroacutei coisas Outro sucesso de venda foram os livros da seacuterie Crepuacutesculo (Twilight) que conta a histoacuteria de uma ado-lescente que se apaixona por um vampiro recentemente adap-tada para o cinema

Os best-sellers de fi cccedilatildeo jaacute tomaram as salas de cinema haacute

um tempo Em termos de adap-taccedilatildeo literaacuteria escritores tendem a achar que o fi lme deve ser fi el ao texto Jaacute os cineastas enten-dem que a linguagem das telas eacute outra e que o compromisso do cinema eacute com os espectadores natildeo com os leitores Os escrito-res defendem a fi delidade os cineastas natildeo

O sucesso de longas como ldquoO senhor dos aneacuteisrdquo ldquoHarry Pot-terrdquo ldquoEu Robocircrdquo ldquoEnsaio sobre a cegueirardquo ldquoEntrevista com um vampirordquo de repente virou febre Todos parecem querer ldquoviajarrdquo por um mundo desconhecido

Os leitores principalmente os mais jovens querem ver seus livros personagens e aventuras preferidas de uma forma mais real Segundo Luis Henrique ldquoa miacutedia faz bom marketing e ainda tem o peso das peliacuteculas que direcionam ainda mais o foco do interesse do puacuteblicordquo E

independente das inuacutemeras criacute-ticas quanto a isso o sucesso eacute certo O exemplo eacute o das seacuteries Harry Potter e Twi-light - ambos best-sellers mundiais

A internet eacute tambeacutem um terreno que contribui para popularidade crescente da chamada literatura da moda de acordo com o pro-fessor Luis Henrique a litera-tura se tornou muito diversifi -cada ldquoHaacute um grande aumento por exemplo na lsquoliteratura de blogrsquo Muitos blogueiros escrevem histoacuterias que depois viram livrosrdquo diz Falando especifi camente sobre os livros de fi cccedilatildeo ele argu-menta que muito desse sucesso estaacute em foacutermulas que deram certo e se repetiram no avanccedilo da tecnologia na busca por res-postas e na tentativa de ldquofugardquo da rotina do dia-a-dia ldquoAinda assim eacute difiacutecil dizer porquecirc Eacute como

querer saber o motivo pelo qual muita gente escuta certo tipo de muacutesica ou assiste a certos tipos de fi lme Cada um tem uma razatildeo Tambeacutem natildeo podemos esquecer que estamos falando de moda E moda vai e voltardquo

criacute-sso as

m

o dem srdquote

18 - Literaturaindd 118 - Literaturaindd 1 12209 92644 AM12209 92644 AM

O Ponto

PEDRO LEONE

7ordm PERIacuteODO

A Faculdade de Ciecircncias Humanas da Fumec (FCH) lanccedilou no dia 20 de novem-bro a oitava ediccedilatildeo da revista ldquoMediaccedilatildeordquo de cunho cientiacute-fi co A publicaccedilatildeo que desta vez trouxe como tema central ldquoMiacutedas Audiovisuais e Proces-sos Identitaacuteriosrdquo representa um marco da revista por fortalecer a

periodicidade das produ-

ccedilotildees acadecircmicas da faculdade como reinteraram os diretores Antocircnio Marcos Nohmi Joatildeo Batista de Mendonccedila Filho e Th aiumls Estevanato em evento rea-lizado na data de lanccedilamento no auditoacuterio da FCH A revista passa ainda por uma reestrutu-raccedilatildeo editorial jaacute que a partir da proacutexima ediccedilatildeo natildeo conta mais com a professora Claudia Cha-ves Fonseca como editora que passa o cargo para o professor Rodrigo Fonseca e Rodrigues

Segundo Rodrigo um dos proacuteximos passos na consoli-daccedilatildeo da ldquoMediaccedilatildeordquo no mer-cado eacute a ampliaccedilatildeo dos pontos de distribuiccedilatildeo da publicaccedilatildeo sendo inclusive distribuiacuteda em bibliotecas de outras institui-ccedilotildees de ensino Aleacutem disso Rodrigo adiantou o tema-base da nona ediccedilatildeo jaacute sob seu comando que seraacute ldquoComuni-caccedilatildeo e estudos interdiscipli-naresrdquo Nela de acordo com o novo editor uma das metas seraacute ampliar o leque de assun-tos tratados e mostrar o caraacuteter plural da comunicaccedilatildeo

Outra meta para os proacuteximos nuacutemeros da revista eacute divulgar a

chamada para artigos em outros paiacuteses com a publicaccedilatildeo de textos traduzidos com exclusividade pela revista para o portuguecircs

Alunos como destaqueA novidade da oitava ediccedilatildeo

segundo a editora Claudia Cha-ves fi ca por conta da publica-ccedilatildeo da resenha ldquoEacutetica no ensino

de jornalismordquo de autoria das alunas do oitavo periacuteodo de jornalismo Ana Luacutecia Bahia e Marina Rigueira Para as alu-nas que dizem ter interesse em seguir a carreira acadecircmica a oportunidade eacute interessante por ser uma primeira experiecircn-cia na aacuterea O artigo segundo Ana Luacutecia e Marina eacute fruto de

um projeto de iniciaccedilatildeo cientiacute-fi ca e a primeira publicaccedilatildeo de cunho acadecircmico de ambas

A revista ldquoMediaccedilatildeordquo tem periodicidade semestral e teve nesta oitava ediccedilatildeo tiragem de mil exemplares reunindo dez artigos de professores pes-quisadores e profi ssionais da comunicaccedilatildeo social

Editor e diagramador da paacutegina Equipe O Ponto

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Miacutedias bull 19

FABIANA SOARES

7ordm PERIacuteODO

Kotler publicou sua biacuteblia do marketing e de repente todo mundo sabia como posicionar uma marca Entatildeo veio a Era Digital e desafi ou todas agecircncias de publicidade e profi ssionais de marketing Quais foram esses desafi os O que devemos levar em consideraccedilatildeo para posicio-nar uma marca online Eu com meu mero mas engajado conhe-cimento elaborei alguns toacutepi-cos que podem dar um rumo ao posicionamento digital

1) Pense e esteja OnlineO primeiro item eacute oacutebvio e pre-

cede todos os outros Se vocecirc quer entrar no mundo digital vocecirc tem que estar online A comunicaccedilatildeo digital eacute instantacirc-nea e interativa e se sua marca natildeo estaacute laacute quando um usuaacuterio a procura ele vai clicar na outra que estiver mais proacutexima Entatildeo

esteja sempre disponiacutevel e mais importante abrace a interaccedilatildeo Natildeo adianta estar online e pen-sar offl ine Converse e escute os usuaacuterios hoje eles satildeo tatildeo importantes no posicionamento de sua marca quanto a televisatildeo foi na deacutec de 50 O que nos leva ao segundo toacutepico

2) O usuaacuterio constroacutei a sua marca

Hoje o modelo de comuni-caccedilatildeo eacute interativo O internauta descobriu que pode produzir a mensagem e natildeo soacute recebecirc-la pacifi camente Entatildeo ele pode dizer que seu produtoserviccedilo eacute muito ruim ou muito bom e teraacute vaacuterias pessoas para ouviacute-lo E natildeo adianta querer abafar a sua voz isso soacute vai pegar mal e natildeo vai controlar a propagaccedilatildeo da mensagem (lembra do caso da Daniela Cicarelli) Entatildeo o que resta aacutes marcas eacute monitorar Vocecirc pode estar sempre alerta ao que estatildeo dizendo sobre vocecirc na web

eacute como um feedback instantacirc-neo e se estiverem falando bem oacutetimo mas se falarem mal per-gunte porque peccedila desculpas e desconstrua a imagem ruim que aquele usuaacuterio tem sobre sua marca Mas cuidado para natildeo invadir o espaccedilo virtual dele

3) Cuidado O usuaacuterio pode natildeo querer te ouvir

Vocecirc monitora sua marca na web e resolve entrar na discussatildeo dos usuaacuterios sobre sua marca Vaacute com calma Ele provavelmente vai estar em uma rede social conversando com seus amigos e de repente vocecirc vira um inva-sor inoportuno Hoje o usuaacuterio quer ouvir e daacute mais credibi-lidade a fala de seu ldquoamigo de rederdquo do que na auto-afi rmaccedilatildeo de uma marca Ele quer ouvir o que sua rede social tem a dizer e natildeo vocecirc Entatildeo uma estrateacutegia muito mais efi ciente de conver-sar com o usuaacuterio eacute sendo um usuaacuterio ou tendo como porta voz

algum usuaacuterio infl uente E se um usuaacuterio fala bem da sua marca daqui a pouca seratildeo dois quatro seis

4) O boca-a-boca casou com a internet e teve um fi lho fofoqueiro O viral

O viral nasceu graccedilas a velo-cidade e o tamanho da rede Enquando na tv temos uma pessoa falando para outras 11 milhotildees na rede sua marca pode falar com esse mesmo nuacutemero de pessoas e essas pessoas com outras 11 milhotildees de pessoas em uma velocidade muito mais raacutepida que a de um Vt de 30rdquo Esse potencial de propagaccedilatildeo da men-sagem eacute bom e ruim Bom por permitir uma comunicaccedilatildeo mais efi ciente em termos de tempo e ruim pois uma vez lanccedilada na rede eacute impossiacutevel acompanha-la A melhor maneira entatildeo de se utilizar um viral eacute ser cuida-doso com o que se quer propa-gar Pense se aquela mensagem

eacute realmente relevante se natildeo vai criar uma imagem negativa e se eacute sufi cientemente criativo para que os usuaacuterios queiram compartilhaacute-lo O viral tem sido a menina dos olhos de muitos criativos publicitaacuterios e de seus clientes pois tem um custo rela-tivamente baixo e pode alcanccedilar um grande nuacutemero de pessoas mas tambeacutem tem grandes riscos de ser um total fracasso

A internet aidna tem muito a nos ensinar e tentei colo-car acima um pouco do que jaacute consegui obeservar Mas ainda tenho uma grande curiosidade que ateacute hoje ningueacutem conseguiu me explicar como se cobra por estrateacutegias digitais Como men-surar em dinheiro um viral por exemplo Como apresentar uma estimativa de custos honesta para o cliente quando tudo que se tem eacute uma ideacuteia Se algueacutem tiver essa resposta meu email eacute fabzsoaresgmailcom

E agora Joseacute A festa acabou a luz apagou e ta todo mundo na web

Original publicado em httpestagiocriativoblogspotcomO texto natildeo sofreu ediccedilatildeo nem correccedilotildees ortograacutefi cas a pedido da autora

A equipe de professores e convidados que participaram da organizaccedilatildeo da 8ordm ediccedilatildeo da revista

Mediaccedilatildeo chega ao seu oitavo nuacutemeroRevista da Faculdade de Ciecircncias Humanas da FUMEC coloca o tema ldquoMiacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuteriosrdquo em debate e tem como desafi o para os proacuteximos nuacutemeros ampliar a chamada para o envio de artigos acadecircmicos a pesquisadores de outros paiacuteses

8ordf ediccedilatildeo da revista trata das Miacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuterios

19 - Mediacaoindd 119 - Mediacaoindd 1 12209 93123 AM12209 93123 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

20 bull Cultura Editora e diagramadora da paacutegina Amanda Lelis - 7ordm periodo

COLCHAde retalhos

CU

RT

Are

talh

os

Ajude a costurar nossa colcha balaioretalhosgmailcom

Ir aleacutem da superfiacutecie

Que o espelho mostra

(e que o ego gosta)

VontadeBaacuterbara Rodrigues

Midori aki

hatake dandan

akaku naru

GuntaiJoatildeo Paulo Borges

Outono verde

o campo aos poucos

fi ca vermelho

ExeacutercitoJoatildeo Paulo Borges

Frederico PortoOde ao pensamento

Todo momento eacute hora de aventura e fantasia

E comeccedila ao raiar do dia

Crianccedilas vatildeo agrave escola e cantam a melodia

E a imaginaccedilatildeo se mistura com a nostalgia

O vento o sol a neve e a tempestade

Amanhatilde eacute o ontem criado com amizade

E Deus em seu computador

Natildeo procura responder

A mensagem deixada seraacute criada por vocecirc

E sem fi m com mais delongas

O encanto se apaixona

E comeccedila a respirar

Pensamento que viraacute

Eu que natildeo amo vocecircGabriela Gois

Era tudo novo ali No puro prazer na inocecircncia ele repousava a cabeccedila sobre o meu

colo segurando minha matildeo fi rmemente Ao longe o sol ia se despedindo deixando uma

leve e uacutenica brisa no fi m de tarde abafado Noacutes trocaacutevamos algumas palavras bobas meu

coraccedilatildeo disparava quando via aquele sorriso sincero Era tudo parte de um comeccedilo de

vida uma iniciaccedilatildeo no mundinho chato e triste que eacute o amor Tatildeo perfeito calmo irreal

verdadeiro e tiacutemido A rua estava vazia eu permanecia em silecircncio enquanto ele brin-

cava com meus dedos em suas matildeos magrelas e brancas

- E quando tudo isso acabar

- Como assim ndash suspirei afagando seu cabelo bagunccedilado

- A gente vai crescerhellipMudar Talvez um dia nossos rostos se apaguem

- Eu natildeo seihellipTalvez um dia noacutes vamos estar adultos andando em alguma cidade no

meio do caos e nos reconhecemos por um sorriso Eu largaria meu namorado vocecirc sua

vida boecircmia e noacutes podemos fugir pra Franccedila

- Vocecirc eacute tatildeo boba

- E vocecirc eacute tatildeohellip

Seus laacutebios tocaram os meus delicadamente nada invasivo Eram macios tinham

sabor de chocolate branco O que aconteceu internamente natildeo haacute como descrever nada

comparado agrave felicidade instantacircnea de uma roupa nova Natildeo era algo bem melhor que

isso Era tudo tatildeo maacutegico e delicioso nada de preocupaccedilotildees Eacuteramos dois na calccedilada os

peacutes no chatildeo quente as matildeos entrelaccediladas os sorrisos carregados de felicidade

Hoje eu ainda olho para aquela foto estranha no fundo da caixa Ele estaacute longe pro-

vavelmente apagou meu rosto Eu natildeo consigo sentir nada comparado agravequilo nada que

faccedila meu coraccedilatildeo disparar como aquele dia Eu soacute amei uma vez eu tinha onze anos um

metro e sessenta e cinco e era boba

Larissa Cardoso Borges

Deixa a mente vagar

Sem rumo sem freio

Deixa as palavras fl uiacuterem

Pulsando pelo seu corpo ateacute chegarem ao destino fi nal

Matildeo que freneticamente escreve

Tentando organizar o fl uxo de emoccedilotildees de sensaccedilotildees

Raacutepido pensar fugaz aliacutevio

O papel suporta as minhas ideacuteias

Devaneios

GuriaRodrigo Guimaratildees Pena

quando dedo se lambia

tudo era mar-de-rosas

tu levavas vida em verso

eu te via toda prosa

e tu eras tatildeo pequena

tatildeo cheirosa tatildeo macia

que o chorar ou fazer cena

era manha da guria

hoje a vida te vecirc bela

tatildeo faceira tatildeo formosa

mas meus olhos vecircem aquela

que foi meu botatildeo de rosa

Sozinha

No mato

Sem teto

Comida

Companhia

Ou cobertor

Sem rastro

Barulho

Eu-soacute

Sozinha

Na terra

Deitada ateacute dissolver no tempo

QuererAmanda Lelis

Amanda Lelis

E o que vai ser agora

se tudo em mim for

silecircncio

DuacutevidaAmanda Lelis

20 - Colcha de retalhosindd 120 - Colcha de retalhosindd 1 12209 92543 AM12209 92543 AM

Page 17: Jornal O Ponto - novembro de 2009

O Ponto

Editor e diagramador da paacutegina Pedro Gontijo e Clarisse Simatildeo - 6ordm periodo

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Esporte bull 17

oacutetimo quando ela estaacute estressada ela desconta no campo e com as rivaisrdquo

Jogadora do BH Rugby de dezem-bro de 2005 ateacute Julho de 2007 Vitoacuteria nunca praticou outro esporte Ela fra-turou o braccedilo durante uma partida e depois novamente em casa no mesmo lugar mas continua defendendo que isso eacute comum por ser um esporte de muito contato fiacutesico Vitoacuteria tambeacutem afirma que o esporte precisa ser mais divulgado o que ajudaria a desvincu-lar essa imagem de jogo violento que tem hoje

Vencer as barreiras de um esporte que ainda daacute os primeiros passos no paiacutes eacute outro desafio segundo as joga-doras O BH Rugby participa de pelo menos um campeonato por ano e para custear as viagens aleacutem da mensali-dade paga por elas ao clube Como haacute poucos patrocinadores eacute preciso fazer rifas e caixinhas para ajudar nas despe-sas das viagens que tecircm custo variado de acordo com o nuacutemero de jogadoras que participam dos torneios

Em Setembro de 2006 o time femi-nino do BH Rugby conquistou o pri-meiro tiacutetulo ao vencer o Campeonato da Independecircncia de 7-a-side em Var-ginha no Sul de Minas Em Outubro de 2007 conquistou o Torneio de 7-a-side de Satildeo Joseacute dos Campos a primeira etapa do Circuito Brasileiro de Rugby

Rugby no BrasilO Brasil conheceu o rugby no seacuteculo

XIX e foi Charles Miller o mesmo que trouxe o futebol para o Brasil que em 1895 organizou o primeiro time de rugby brasileiro em Satildeo Paulo Mas somente em 1925 o rugby comeccedilou a ser praticado com mais regularidade no Brasil no Campo dos Ingleses per-tencente ao Satildeo Paulo Athletic Club (SPAC) em Pirituba Satildeo Paulo

Durante o periacuteodo de 1926 a 1940 foram organizados jogos interesta-duais entre clubes paulista e carioca aleacutem de jogos internacionais contra os Springboks da Aacutefrica do Sul em 1932 e contra a seleccedilatildeo Britacircnica em 1936

De 1941 a 1946 os jogos foram inter-rompidos devido agrave Segunda Guerra Mundial sendo retomados em 1947

Em 1960 foi formada a Alianccedila Rugby Football Club constituiacuteda por jogadores ingleses franceses argenti-nos e brasileiros No dia 6 de outubro de 1963 foi fundada a sede em Satildeo Paulo da Uniatildeo de Rugby do Brasil com a finalidade de organizar e dirigir o rugby brasileiro No ano seguinte a entidade patrocinava o III Campeonato Sul-Americano de Rugby quando o Brasil conquistou o vice-campeonato

A partir de 1971 comeccedilou a se desenvolver lentamente o rugby Infanto-Juvenil em Satildeo Paulo e em 20 de Dezembro de 1972 foi fundada a Associaccedilatildeo Brasileira de Rugby em substituiccedilatildeo agrave Uniatildeo de Rugby do Bra-sil sendo reconhecida pelo Conselho Nacional de Desportos (CND) A par-tir daiacute o esporte vem ganhando adep-tos no paiacutes do futebol e se populari-zando deixando para traacutes a imagem de violento

1 - Pilar

2 - Hoker

3 - Pilar

4 - Segunda linha

5 - Segunda linha

6 - Asa (tercera linha) 7 - Asa (tercera Linha)

8 - Oitavo (uacuteltimo na formaccedilatildeo do scrum)

PasseNo rugby soacute eacute possiacutevel passar a bola para o lado ou para traacutes sendo que os avanccedilos satildeo decorrentes das corridas com posse de bola Soacute eacute permitido passes para frente com pon-tapeacutes No chute soacute podem perseguir a bola aleacutem do chutador aqueles jogadores que estiverem em linha ou atraacutes do mesmo do momento do pontapeacute

Tackle ou placagemO tackle eacute feito agarrando-se o jogador adver-saacuterio que estaacute com a bola e jogando-o ao chatildeo para que se possa fazer a tentativa de tomada da posse de bola atraveacutes do ruck

RuckQuando um jogador eacute tackleado ele solta a bola e eacute formado um ruck Jogadores dos dois times se jogam em cima daquele que estaacute ao chatildeo e tentam empurrar a bola para o seu lado do campo com o detalhe de que natildeo eacute permitido mover a bola com as matildeos

MaulOcorre quando trecircs jogadores sendo um portador da bola e os outros dois um de cada time estatildeo em contato A diferenccedila entre o ruck e o maul eacute que no uacuteltimo a bola natildeo se encontra no chatildeo e sim na matildeo do jogador Os jogadores devem manter a cabeccedila e os ombros acima da linha da cintura Natildeo eacute per-mitido tirar os jogadores do maul a natildeo ser que esse seja do time adversaacuterio e esteja do lado errado do maul

ScrumO scrum ou formaccedilatildeo ordenada geralmente eacute usado apoacutes uma jogada irregular ou em alguma penalidade O HalfScrum da equipe que natildeo cometeu a infraccedilatildeo insere a bola no meio de um ldquotuacutenelrdquo formado pelas duas primeiras linhas de cada equipe para que os jogadores de sua equipe consigam ganhar a posse da bola Qualquer jogador alheio a formaccedilatildeo ordenada tem que estar a 10 m da mesma

LateraisQuando a bola sai pela lateral do campo eacute realizado um alinhamento para que a bola volte ao jogo O Hoker da equipe lanccedila a bola no meio das duas linhas formadas Um joga-dor de cada equipe eacute levantado no ar para tentar agarrar a bola Quando a bola eacute posta na lateral o outro time pode repocirc-la rapida-mente para dentro de campo se esta cruzar a linha de cinco metros sem formaccedilatildeo de linhas

MarkQuando a equipe adversaacuteria chuta a bola e o jogador da outra equipe a pega sem quicar no chatildeo e dentro da aacuterea dos 22 metros ele pode chamar um mark ou pedir marco que eacute a possibilidade de se dar um chute sem o perigo de ser placado Serve como um fator de proteccedilatildeo para a defesa da equipe que pediu o marco pois interrompe o jogo e o time tem direito a um pontapeacute livre de onde o mark foi pedido

Algumas jogadas do Rugby

Esquema de jogo

BH RUGBY

12ordm BI do ExeacutercitoRua Timbiras com Barbacena Barro Preto Belo Horizonte - MG

Belo H

s sendo umLateraisQuQQQuQuQuQuQuQuananandodoodododd a bola saaaai peela lattererererala ddddoooo cacacacampmpmpmpmm oooooooo eacuteeacuteeacuteeacute

Ariel PalaciosTeacutecnico do BHRugby

312

6

45

789

10

111213

1514

9 - Half Scrum 10 - Apertura 11 - Ponta cego

12 - Primer centro

13 - Segundo Centro

14 - Ponta aberto

15 - Fullback

16-17 - Rugbyindd 216-17 - Rugbyindd 2 12209 92753 AM12209 92753 AM

O Ponto

18 bull CulturaBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Liacutevia Martins e Flaacutevia Leatildeo - 6 ordm periacuteodo

LUCAS RAGE VICTOR DUARTE RENAN BORGES

2ordm PERIODO

Desde 2004 os belo-hori-zontinos vecircm recebendo visi-tas ilustres nas diversas linhas de transporte puacuteblico da capi-tal Jaacute passaram pelos ocircnibus escritores como Gonccedilalves Dias Machado de Assis Castro Alves e muitos outros Calma eles natildeo estatildeo rodando por aiacute como passageiros estatildeo pre-sentes por meio de suas obras Eacute o projeto Leitura para Todos

Idealizado e organizado pelo Programa de Ensino Pesquisa e Extensatildeo A Tela e o Texto do curso de Letras da Universi-dade Federal de Minas Gerais (UFMG) o projeto Leitura para Todos tem o objetivo de levar literatura agrave grande populaccedilatildeo belo-horizontina de maneira dinacircmica e acessiacutevel

O que natildeo falta ao passa-geiro eacute escolha na hora de ler Satildeo oferecidas obras dos mais variados estilos desde crocircni-cas machadianas a poemas de Gonccedilalves Dias passando por composiccedilotildees musicais de Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes

Atraveacutes do site do projeto (wwwletrasufmgbratelaeo-texto) jovens autores tambeacutem podem enviar seus textos e jaacute

passam de 155 publicaccedilotildees deste cunho envolvidas na ini-ciativa O projeto contempla hoje 280 carros em 26 linhas distintas

Impressos em frente e verso e laminados os textos satildeo afi -xados na parte traseira dos assentos e apresentam faacutecil acesso Cada veiacuteculo possui uma meacutedia de vinte lacircminas dispostas ao longo dos assen-tos de maneira para atingir todos os passageiros Os textos satildeo trocados de trecircs em trecircs meses As formataccedilotildees variam de acordo com o tema e a forma luacutedica com a qual algu-mas obras satildeo expostas busca atrair o leitor relutante

RepercussatildeoAs estrateacutegias para atrair o lei-

tor apesar de criativas natildeo agra-daram a todos ldquoA letra eacute muito pequena entatildeo eu natildeo leio muitordquo diz Amanda Dias usuaacute-ria da linha Circular 01 (SC01) e moradora de Betim Estudante e morador da Savassi tambeacutem usuaacuterio da linha Guilherme Carvalho concorda ldquonatildeo atrai natildeo chama a atenccedilatildeo Fica ali mas a gente nem vecirc direito falta alguma coisa para chamar mais a atenccedilatildeo do pessoalrdquo

O maior problema aparenta ser a combinaccedilatildeo entre trans-porte puacuteblico e leitura uma vez que nem todos os passageiros podem se sentar durante a via-

gem ldquoEacute interessante para quem vai sentado mas quem estaacute de peacute natildeo aproveita muitordquo aponta Amanda Dias

Mas a iniciativa possui uma linha de admiradores para quem o incentivo agrave cultura e a dissemi-naccedilatildeo da literatura natildeo passam despercebidos Moradora do Taquaril e usuaacuteria da linha 9503 Vanusa dos Santos se entusiasma com o projeto ldquoAs histoacuterias satildeo legais Tem algumas que eu tenho ateacute vontade de levar para casa e ler para os meus fi lhos Eu jaacute li quase todas sempre que acabo de ler a minha jaacute estou logo pegando a do ladordquo afi rma Ilza Ferreira Gomes moradora de Venda Nova e usuaacuteria da

linha Circular 02 (SC02) tambeacutem divide o entusiasmo de Vanusa ldquoAcho excelente Incentiva a lei-tura A primeira coisa que eu faccedilo quando entro no ocircnibus eacute pegar um texto para lerrdquo

Segundo a coordenadora do projeto e do Programa A Tela e o Texto da FALE-UFMG Maria Antonieta Pereira a repercus-satildeo do projeto natildeo poderia ser melhor ldquoTemos recebido mui-tos textos novos e comentaacuterios dos leitores No mecircs que vem entraraacute em circulaccedilatildeo o texto de um usuaacuterio sobre o Leitura para Todosrdquo afi rma

De acordo com Maria Anto-nieta a maioria dos textos rece-bidos eacute de qualidade Para sele-cionaacute-los o criteacuterio utilizado eacute o valor literaacuterio ldquoFicam de fora apenas os textos que apresen-tarem linguagem vulgar ou de cunho agressivo Mas isso eacute rarordquo conclui

Mais do que uma degustaccedilatildeo literaacuteria muitos vecircem no projeto um passatempo que possibi-lita distraccedilatildeo durante as longas viagens de volta para casa ou em direccedilatildeo ao trabalho ldquoVocecirc comeccedila a ler e nem vecirc o tempo passarrdquo diz Jidalva da Silva moradora de Ibiriteacute e usuaacuteria da linha 3052 Guilherme Carvalho acrescenta ldquoEacute bacana porque a gente natildeo tem nada para fazer no ocircnibus entatildeo a gente lecirc no caminhordquo

Projeto Leitura para TodosFoto Divulgaccedilatildeo BHTrans

Com cinco anos de existecircncia iniciativa ainda passa despercebida por muitos passageiros de ocircnibus

Faz-de-conta domina a literaturaLivros com tramas e personagens fantaacutesticos encabeccedilam listas de mais vendidos

GABRIELA CAMPOLINA

5ordm PERIacuteODO

As aventuras de um bruxi-nho um mundo rodeado por robocircs que de repente passam a ter sentimentos o romance entre uma jovem e um vampiro a cegueira repentina A fi c-ccedilatildeo oferece um mundo rico de possibilidades estimulantes O autor fi ca livre para propor novas abordagens construir cenaacuterios - diferentes daqueles que estamos acostumados O leitor pode se deliciar com estoacuterias divertidas e impossiacuteveis na vida real mas que povoam a sua mente e satildeo apaixonantes

Para o doutorando em Lite-ratura de Liacutengua Portuguesa e professor da Universidade Fumec Luis Henrique Barbosa o sucesso desses livros pode ser atribuiacutedo ao grande poder da miacutedia ldquoHoje em dia eacute difiacutecil esca-

par dessa infl uecircncia ateacute mesmo para quem tenta fugir um pouco dissordquo Segundo o professor os meios de comunicaccedilatildeo criam um tipo de ldquomodardquo

Atualmente o livro que estaacute no topo dos mais vendidos eacute ldquoA Cabanardquo do canadense William Young que narra a histoacuteria de Mackenzie Allen Philip perso-nagem principal de uma trama que envolve questotildees religiosas ao desconstruir os estereoacutetipos de Deus e Jesus apresentados respectivamente como uma mulher negra grande e gorda e um jovem do Oriente Meacutedio que conserta e constroacutei coisas Outro sucesso de venda foram os livros da seacuterie Crepuacutesculo (Twilight) que conta a histoacuteria de uma ado-lescente que se apaixona por um vampiro recentemente adap-tada para o cinema

Os best-sellers de fi cccedilatildeo jaacute tomaram as salas de cinema haacute

um tempo Em termos de adap-taccedilatildeo literaacuteria escritores tendem a achar que o fi lme deve ser fi el ao texto Jaacute os cineastas enten-dem que a linguagem das telas eacute outra e que o compromisso do cinema eacute com os espectadores natildeo com os leitores Os escrito-res defendem a fi delidade os cineastas natildeo

O sucesso de longas como ldquoO senhor dos aneacuteisrdquo ldquoHarry Pot-terrdquo ldquoEu Robocircrdquo ldquoEnsaio sobre a cegueirardquo ldquoEntrevista com um vampirordquo de repente virou febre Todos parecem querer ldquoviajarrdquo por um mundo desconhecido

Os leitores principalmente os mais jovens querem ver seus livros personagens e aventuras preferidas de uma forma mais real Segundo Luis Henrique ldquoa miacutedia faz bom marketing e ainda tem o peso das peliacuteculas que direcionam ainda mais o foco do interesse do puacuteblicordquo E

independente das inuacutemeras criacute-ticas quanto a isso o sucesso eacute certo O exemplo eacute o das seacuteries Harry Potter e Twi-light - ambos best-sellers mundiais

A internet eacute tambeacutem um terreno que contribui para popularidade crescente da chamada literatura da moda de acordo com o pro-fessor Luis Henrique a litera-tura se tornou muito diversifi -cada ldquoHaacute um grande aumento por exemplo na lsquoliteratura de blogrsquo Muitos blogueiros escrevem histoacuterias que depois viram livrosrdquo diz Falando especifi camente sobre os livros de fi cccedilatildeo ele argu-menta que muito desse sucesso estaacute em foacutermulas que deram certo e se repetiram no avanccedilo da tecnologia na busca por res-postas e na tentativa de ldquofugardquo da rotina do dia-a-dia ldquoAinda assim eacute difiacutecil dizer porquecirc Eacute como

querer saber o motivo pelo qual muita gente escuta certo tipo de muacutesica ou assiste a certos tipos de fi lme Cada um tem uma razatildeo Tambeacutem natildeo podemos esquecer que estamos falando de moda E moda vai e voltardquo

criacute-sso as

m

o dem srdquote

18 - Literaturaindd 118 - Literaturaindd 1 12209 92644 AM12209 92644 AM

O Ponto

PEDRO LEONE

7ordm PERIacuteODO

A Faculdade de Ciecircncias Humanas da Fumec (FCH) lanccedilou no dia 20 de novem-bro a oitava ediccedilatildeo da revista ldquoMediaccedilatildeordquo de cunho cientiacute-fi co A publicaccedilatildeo que desta vez trouxe como tema central ldquoMiacutedas Audiovisuais e Proces-sos Identitaacuteriosrdquo representa um marco da revista por fortalecer a

periodicidade das produ-

ccedilotildees acadecircmicas da faculdade como reinteraram os diretores Antocircnio Marcos Nohmi Joatildeo Batista de Mendonccedila Filho e Th aiumls Estevanato em evento rea-lizado na data de lanccedilamento no auditoacuterio da FCH A revista passa ainda por uma reestrutu-raccedilatildeo editorial jaacute que a partir da proacutexima ediccedilatildeo natildeo conta mais com a professora Claudia Cha-ves Fonseca como editora que passa o cargo para o professor Rodrigo Fonseca e Rodrigues

Segundo Rodrigo um dos proacuteximos passos na consoli-daccedilatildeo da ldquoMediaccedilatildeordquo no mer-cado eacute a ampliaccedilatildeo dos pontos de distribuiccedilatildeo da publicaccedilatildeo sendo inclusive distribuiacuteda em bibliotecas de outras institui-ccedilotildees de ensino Aleacutem disso Rodrigo adiantou o tema-base da nona ediccedilatildeo jaacute sob seu comando que seraacute ldquoComuni-caccedilatildeo e estudos interdiscipli-naresrdquo Nela de acordo com o novo editor uma das metas seraacute ampliar o leque de assun-tos tratados e mostrar o caraacuteter plural da comunicaccedilatildeo

Outra meta para os proacuteximos nuacutemeros da revista eacute divulgar a

chamada para artigos em outros paiacuteses com a publicaccedilatildeo de textos traduzidos com exclusividade pela revista para o portuguecircs

Alunos como destaqueA novidade da oitava ediccedilatildeo

segundo a editora Claudia Cha-ves fi ca por conta da publica-ccedilatildeo da resenha ldquoEacutetica no ensino

de jornalismordquo de autoria das alunas do oitavo periacuteodo de jornalismo Ana Luacutecia Bahia e Marina Rigueira Para as alu-nas que dizem ter interesse em seguir a carreira acadecircmica a oportunidade eacute interessante por ser uma primeira experiecircn-cia na aacuterea O artigo segundo Ana Luacutecia e Marina eacute fruto de

um projeto de iniciaccedilatildeo cientiacute-fi ca e a primeira publicaccedilatildeo de cunho acadecircmico de ambas

A revista ldquoMediaccedilatildeordquo tem periodicidade semestral e teve nesta oitava ediccedilatildeo tiragem de mil exemplares reunindo dez artigos de professores pes-quisadores e profi ssionais da comunicaccedilatildeo social

Editor e diagramador da paacutegina Equipe O Ponto

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Miacutedias bull 19

FABIANA SOARES

7ordm PERIacuteODO

Kotler publicou sua biacuteblia do marketing e de repente todo mundo sabia como posicionar uma marca Entatildeo veio a Era Digital e desafi ou todas agecircncias de publicidade e profi ssionais de marketing Quais foram esses desafi os O que devemos levar em consideraccedilatildeo para posicio-nar uma marca online Eu com meu mero mas engajado conhe-cimento elaborei alguns toacutepi-cos que podem dar um rumo ao posicionamento digital

1) Pense e esteja OnlineO primeiro item eacute oacutebvio e pre-

cede todos os outros Se vocecirc quer entrar no mundo digital vocecirc tem que estar online A comunicaccedilatildeo digital eacute instantacirc-nea e interativa e se sua marca natildeo estaacute laacute quando um usuaacuterio a procura ele vai clicar na outra que estiver mais proacutexima Entatildeo

esteja sempre disponiacutevel e mais importante abrace a interaccedilatildeo Natildeo adianta estar online e pen-sar offl ine Converse e escute os usuaacuterios hoje eles satildeo tatildeo importantes no posicionamento de sua marca quanto a televisatildeo foi na deacutec de 50 O que nos leva ao segundo toacutepico

2) O usuaacuterio constroacutei a sua marca

Hoje o modelo de comuni-caccedilatildeo eacute interativo O internauta descobriu que pode produzir a mensagem e natildeo soacute recebecirc-la pacifi camente Entatildeo ele pode dizer que seu produtoserviccedilo eacute muito ruim ou muito bom e teraacute vaacuterias pessoas para ouviacute-lo E natildeo adianta querer abafar a sua voz isso soacute vai pegar mal e natildeo vai controlar a propagaccedilatildeo da mensagem (lembra do caso da Daniela Cicarelli) Entatildeo o que resta aacutes marcas eacute monitorar Vocecirc pode estar sempre alerta ao que estatildeo dizendo sobre vocecirc na web

eacute como um feedback instantacirc-neo e se estiverem falando bem oacutetimo mas se falarem mal per-gunte porque peccedila desculpas e desconstrua a imagem ruim que aquele usuaacuterio tem sobre sua marca Mas cuidado para natildeo invadir o espaccedilo virtual dele

3) Cuidado O usuaacuterio pode natildeo querer te ouvir

Vocecirc monitora sua marca na web e resolve entrar na discussatildeo dos usuaacuterios sobre sua marca Vaacute com calma Ele provavelmente vai estar em uma rede social conversando com seus amigos e de repente vocecirc vira um inva-sor inoportuno Hoje o usuaacuterio quer ouvir e daacute mais credibi-lidade a fala de seu ldquoamigo de rederdquo do que na auto-afi rmaccedilatildeo de uma marca Ele quer ouvir o que sua rede social tem a dizer e natildeo vocecirc Entatildeo uma estrateacutegia muito mais efi ciente de conver-sar com o usuaacuterio eacute sendo um usuaacuterio ou tendo como porta voz

algum usuaacuterio infl uente E se um usuaacuterio fala bem da sua marca daqui a pouca seratildeo dois quatro seis

4) O boca-a-boca casou com a internet e teve um fi lho fofoqueiro O viral

O viral nasceu graccedilas a velo-cidade e o tamanho da rede Enquando na tv temos uma pessoa falando para outras 11 milhotildees na rede sua marca pode falar com esse mesmo nuacutemero de pessoas e essas pessoas com outras 11 milhotildees de pessoas em uma velocidade muito mais raacutepida que a de um Vt de 30rdquo Esse potencial de propagaccedilatildeo da men-sagem eacute bom e ruim Bom por permitir uma comunicaccedilatildeo mais efi ciente em termos de tempo e ruim pois uma vez lanccedilada na rede eacute impossiacutevel acompanha-la A melhor maneira entatildeo de se utilizar um viral eacute ser cuida-doso com o que se quer propa-gar Pense se aquela mensagem

eacute realmente relevante se natildeo vai criar uma imagem negativa e se eacute sufi cientemente criativo para que os usuaacuterios queiram compartilhaacute-lo O viral tem sido a menina dos olhos de muitos criativos publicitaacuterios e de seus clientes pois tem um custo rela-tivamente baixo e pode alcanccedilar um grande nuacutemero de pessoas mas tambeacutem tem grandes riscos de ser um total fracasso

A internet aidna tem muito a nos ensinar e tentei colo-car acima um pouco do que jaacute consegui obeservar Mas ainda tenho uma grande curiosidade que ateacute hoje ningueacutem conseguiu me explicar como se cobra por estrateacutegias digitais Como men-surar em dinheiro um viral por exemplo Como apresentar uma estimativa de custos honesta para o cliente quando tudo que se tem eacute uma ideacuteia Se algueacutem tiver essa resposta meu email eacute fabzsoaresgmailcom

E agora Joseacute A festa acabou a luz apagou e ta todo mundo na web

Original publicado em httpestagiocriativoblogspotcomO texto natildeo sofreu ediccedilatildeo nem correccedilotildees ortograacutefi cas a pedido da autora

A equipe de professores e convidados que participaram da organizaccedilatildeo da 8ordm ediccedilatildeo da revista

Mediaccedilatildeo chega ao seu oitavo nuacutemeroRevista da Faculdade de Ciecircncias Humanas da FUMEC coloca o tema ldquoMiacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuteriosrdquo em debate e tem como desafi o para os proacuteximos nuacutemeros ampliar a chamada para o envio de artigos acadecircmicos a pesquisadores de outros paiacuteses

8ordf ediccedilatildeo da revista trata das Miacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuterios

19 - Mediacaoindd 119 - Mediacaoindd 1 12209 93123 AM12209 93123 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

20 bull Cultura Editora e diagramadora da paacutegina Amanda Lelis - 7ordm periodo

COLCHAde retalhos

CU

RT

Are

talh

os

Ajude a costurar nossa colcha balaioretalhosgmailcom

Ir aleacutem da superfiacutecie

Que o espelho mostra

(e que o ego gosta)

VontadeBaacuterbara Rodrigues

Midori aki

hatake dandan

akaku naru

GuntaiJoatildeo Paulo Borges

Outono verde

o campo aos poucos

fi ca vermelho

ExeacutercitoJoatildeo Paulo Borges

Frederico PortoOde ao pensamento

Todo momento eacute hora de aventura e fantasia

E comeccedila ao raiar do dia

Crianccedilas vatildeo agrave escola e cantam a melodia

E a imaginaccedilatildeo se mistura com a nostalgia

O vento o sol a neve e a tempestade

Amanhatilde eacute o ontem criado com amizade

E Deus em seu computador

Natildeo procura responder

A mensagem deixada seraacute criada por vocecirc

E sem fi m com mais delongas

O encanto se apaixona

E comeccedila a respirar

Pensamento que viraacute

Eu que natildeo amo vocecircGabriela Gois

Era tudo novo ali No puro prazer na inocecircncia ele repousava a cabeccedila sobre o meu

colo segurando minha matildeo fi rmemente Ao longe o sol ia se despedindo deixando uma

leve e uacutenica brisa no fi m de tarde abafado Noacutes trocaacutevamos algumas palavras bobas meu

coraccedilatildeo disparava quando via aquele sorriso sincero Era tudo parte de um comeccedilo de

vida uma iniciaccedilatildeo no mundinho chato e triste que eacute o amor Tatildeo perfeito calmo irreal

verdadeiro e tiacutemido A rua estava vazia eu permanecia em silecircncio enquanto ele brin-

cava com meus dedos em suas matildeos magrelas e brancas

- E quando tudo isso acabar

- Como assim ndash suspirei afagando seu cabelo bagunccedilado

- A gente vai crescerhellipMudar Talvez um dia nossos rostos se apaguem

- Eu natildeo seihellipTalvez um dia noacutes vamos estar adultos andando em alguma cidade no

meio do caos e nos reconhecemos por um sorriso Eu largaria meu namorado vocecirc sua

vida boecircmia e noacutes podemos fugir pra Franccedila

- Vocecirc eacute tatildeo boba

- E vocecirc eacute tatildeohellip

Seus laacutebios tocaram os meus delicadamente nada invasivo Eram macios tinham

sabor de chocolate branco O que aconteceu internamente natildeo haacute como descrever nada

comparado agrave felicidade instantacircnea de uma roupa nova Natildeo era algo bem melhor que

isso Era tudo tatildeo maacutegico e delicioso nada de preocupaccedilotildees Eacuteramos dois na calccedilada os

peacutes no chatildeo quente as matildeos entrelaccediladas os sorrisos carregados de felicidade

Hoje eu ainda olho para aquela foto estranha no fundo da caixa Ele estaacute longe pro-

vavelmente apagou meu rosto Eu natildeo consigo sentir nada comparado agravequilo nada que

faccedila meu coraccedilatildeo disparar como aquele dia Eu soacute amei uma vez eu tinha onze anos um

metro e sessenta e cinco e era boba

Larissa Cardoso Borges

Deixa a mente vagar

Sem rumo sem freio

Deixa as palavras fl uiacuterem

Pulsando pelo seu corpo ateacute chegarem ao destino fi nal

Matildeo que freneticamente escreve

Tentando organizar o fl uxo de emoccedilotildees de sensaccedilotildees

Raacutepido pensar fugaz aliacutevio

O papel suporta as minhas ideacuteias

Devaneios

GuriaRodrigo Guimaratildees Pena

quando dedo se lambia

tudo era mar-de-rosas

tu levavas vida em verso

eu te via toda prosa

e tu eras tatildeo pequena

tatildeo cheirosa tatildeo macia

que o chorar ou fazer cena

era manha da guria

hoje a vida te vecirc bela

tatildeo faceira tatildeo formosa

mas meus olhos vecircem aquela

que foi meu botatildeo de rosa

Sozinha

No mato

Sem teto

Comida

Companhia

Ou cobertor

Sem rastro

Barulho

Eu-soacute

Sozinha

Na terra

Deitada ateacute dissolver no tempo

QuererAmanda Lelis

Amanda Lelis

E o que vai ser agora

se tudo em mim for

silecircncio

DuacutevidaAmanda Lelis

20 - Colcha de retalhosindd 120 - Colcha de retalhosindd 1 12209 92543 AM12209 92543 AM

Page 18: Jornal O Ponto - novembro de 2009

O Ponto

18 bull CulturaBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

Editor e diagramador da paacutegina Liacutevia Martins e Flaacutevia Leatildeo - 6 ordm periacuteodo

LUCAS RAGE VICTOR DUARTE RENAN BORGES

2ordm PERIODO

Desde 2004 os belo-hori-zontinos vecircm recebendo visi-tas ilustres nas diversas linhas de transporte puacuteblico da capi-tal Jaacute passaram pelos ocircnibus escritores como Gonccedilalves Dias Machado de Assis Castro Alves e muitos outros Calma eles natildeo estatildeo rodando por aiacute como passageiros estatildeo pre-sentes por meio de suas obras Eacute o projeto Leitura para Todos

Idealizado e organizado pelo Programa de Ensino Pesquisa e Extensatildeo A Tela e o Texto do curso de Letras da Universi-dade Federal de Minas Gerais (UFMG) o projeto Leitura para Todos tem o objetivo de levar literatura agrave grande populaccedilatildeo belo-horizontina de maneira dinacircmica e acessiacutevel

O que natildeo falta ao passa-geiro eacute escolha na hora de ler Satildeo oferecidas obras dos mais variados estilos desde crocircni-cas machadianas a poemas de Gonccedilalves Dias passando por composiccedilotildees musicais de Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes

Atraveacutes do site do projeto (wwwletrasufmgbratelaeo-texto) jovens autores tambeacutem podem enviar seus textos e jaacute

passam de 155 publicaccedilotildees deste cunho envolvidas na ini-ciativa O projeto contempla hoje 280 carros em 26 linhas distintas

Impressos em frente e verso e laminados os textos satildeo afi -xados na parte traseira dos assentos e apresentam faacutecil acesso Cada veiacuteculo possui uma meacutedia de vinte lacircminas dispostas ao longo dos assen-tos de maneira para atingir todos os passageiros Os textos satildeo trocados de trecircs em trecircs meses As formataccedilotildees variam de acordo com o tema e a forma luacutedica com a qual algu-mas obras satildeo expostas busca atrair o leitor relutante

RepercussatildeoAs estrateacutegias para atrair o lei-

tor apesar de criativas natildeo agra-daram a todos ldquoA letra eacute muito pequena entatildeo eu natildeo leio muitordquo diz Amanda Dias usuaacute-ria da linha Circular 01 (SC01) e moradora de Betim Estudante e morador da Savassi tambeacutem usuaacuterio da linha Guilherme Carvalho concorda ldquonatildeo atrai natildeo chama a atenccedilatildeo Fica ali mas a gente nem vecirc direito falta alguma coisa para chamar mais a atenccedilatildeo do pessoalrdquo

O maior problema aparenta ser a combinaccedilatildeo entre trans-porte puacuteblico e leitura uma vez que nem todos os passageiros podem se sentar durante a via-

gem ldquoEacute interessante para quem vai sentado mas quem estaacute de peacute natildeo aproveita muitordquo aponta Amanda Dias

Mas a iniciativa possui uma linha de admiradores para quem o incentivo agrave cultura e a dissemi-naccedilatildeo da literatura natildeo passam despercebidos Moradora do Taquaril e usuaacuteria da linha 9503 Vanusa dos Santos se entusiasma com o projeto ldquoAs histoacuterias satildeo legais Tem algumas que eu tenho ateacute vontade de levar para casa e ler para os meus fi lhos Eu jaacute li quase todas sempre que acabo de ler a minha jaacute estou logo pegando a do ladordquo afi rma Ilza Ferreira Gomes moradora de Venda Nova e usuaacuteria da

linha Circular 02 (SC02) tambeacutem divide o entusiasmo de Vanusa ldquoAcho excelente Incentiva a lei-tura A primeira coisa que eu faccedilo quando entro no ocircnibus eacute pegar um texto para lerrdquo

Segundo a coordenadora do projeto e do Programa A Tela e o Texto da FALE-UFMG Maria Antonieta Pereira a repercus-satildeo do projeto natildeo poderia ser melhor ldquoTemos recebido mui-tos textos novos e comentaacuterios dos leitores No mecircs que vem entraraacute em circulaccedilatildeo o texto de um usuaacuterio sobre o Leitura para Todosrdquo afi rma

De acordo com Maria Anto-nieta a maioria dos textos rece-bidos eacute de qualidade Para sele-cionaacute-los o criteacuterio utilizado eacute o valor literaacuterio ldquoFicam de fora apenas os textos que apresen-tarem linguagem vulgar ou de cunho agressivo Mas isso eacute rarordquo conclui

Mais do que uma degustaccedilatildeo literaacuteria muitos vecircem no projeto um passatempo que possibi-lita distraccedilatildeo durante as longas viagens de volta para casa ou em direccedilatildeo ao trabalho ldquoVocecirc comeccedila a ler e nem vecirc o tempo passarrdquo diz Jidalva da Silva moradora de Ibiriteacute e usuaacuteria da linha 3052 Guilherme Carvalho acrescenta ldquoEacute bacana porque a gente natildeo tem nada para fazer no ocircnibus entatildeo a gente lecirc no caminhordquo

Projeto Leitura para TodosFoto Divulgaccedilatildeo BHTrans

Com cinco anos de existecircncia iniciativa ainda passa despercebida por muitos passageiros de ocircnibus

Faz-de-conta domina a literaturaLivros com tramas e personagens fantaacutesticos encabeccedilam listas de mais vendidos

GABRIELA CAMPOLINA

5ordm PERIacuteODO

As aventuras de um bruxi-nho um mundo rodeado por robocircs que de repente passam a ter sentimentos o romance entre uma jovem e um vampiro a cegueira repentina A fi c-ccedilatildeo oferece um mundo rico de possibilidades estimulantes O autor fi ca livre para propor novas abordagens construir cenaacuterios - diferentes daqueles que estamos acostumados O leitor pode se deliciar com estoacuterias divertidas e impossiacuteveis na vida real mas que povoam a sua mente e satildeo apaixonantes

Para o doutorando em Lite-ratura de Liacutengua Portuguesa e professor da Universidade Fumec Luis Henrique Barbosa o sucesso desses livros pode ser atribuiacutedo ao grande poder da miacutedia ldquoHoje em dia eacute difiacutecil esca-

par dessa infl uecircncia ateacute mesmo para quem tenta fugir um pouco dissordquo Segundo o professor os meios de comunicaccedilatildeo criam um tipo de ldquomodardquo

Atualmente o livro que estaacute no topo dos mais vendidos eacute ldquoA Cabanardquo do canadense William Young que narra a histoacuteria de Mackenzie Allen Philip perso-nagem principal de uma trama que envolve questotildees religiosas ao desconstruir os estereoacutetipos de Deus e Jesus apresentados respectivamente como uma mulher negra grande e gorda e um jovem do Oriente Meacutedio que conserta e constroacutei coisas Outro sucesso de venda foram os livros da seacuterie Crepuacutesculo (Twilight) que conta a histoacuteria de uma ado-lescente que se apaixona por um vampiro recentemente adap-tada para o cinema

Os best-sellers de fi cccedilatildeo jaacute tomaram as salas de cinema haacute

um tempo Em termos de adap-taccedilatildeo literaacuteria escritores tendem a achar que o fi lme deve ser fi el ao texto Jaacute os cineastas enten-dem que a linguagem das telas eacute outra e que o compromisso do cinema eacute com os espectadores natildeo com os leitores Os escrito-res defendem a fi delidade os cineastas natildeo

O sucesso de longas como ldquoO senhor dos aneacuteisrdquo ldquoHarry Pot-terrdquo ldquoEu Robocircrdquo ldquoEnsaio sobre a cegueirardquo ldquoEntrevista com um vampirordquo de repente virou febre Todos parecem querer ldquoviajarrdquo por um mundo desconhecido

Os leitores principalmente os mais jovens querem ver seus livros personagens e aventuras preferidas de uma forma mais real Segundo Luis Henrique ldquoa miacutedia faz bom marketing e ainda tem o peso das peliacuteculas que direcionam ainda mais o foco do interesse do puacuteblicordquo E

independente das inuacutemeras criacute-ticas quanto a isso o sucesso eacute certo O exemplo eacute o das seacuteries Harry Potter e Twi-light - ambos best-sellers mundiais

A internet eacute tambeacutem um terreno que contribui para popularidade crescente da chamada literatura da moda de acordo com o pro-fessor Luis Henrique a litera-tura se tornou muito diversifi -cada ldquoHaacute um grande aumento por exemplo na lsquoliteratura de blogrsquo Muitos blogueiros escrevem histoacuterias que depois viram livrosrdquo diz Falando especifi camente sobre os livros de fi cccedilatildeo ele argu-menta que muito desse sucesso estaacute em foacutermulas que deram certo e se repetiram no avanccedilo da tecnologia na busca por res-postas e na tentativa de ldquofugardquo da rotina do dia-a-dia ldquoAinda assim eacute difiacutecil dizer porquecirc Eacute como

querer saber o motivo pelo qual muita gente escuta certo tipo de muacutesica ou assiste a certos tipos de fi lme Cada um tem uma razatildeo Tambeacutem natildeo podemos esquecer que estamos falando de moda E moda vai e voltardquo

criacute-sso as

m

o dem srdquote

18 - Literaturaindd 118 - Literaturaindd 1 12209 92644 AM12209 92644 AM

O Ponto

PEDRO LEONE

7ordm PERIacuteODO

A Faculdade de Ciecircncias Humanas da Fumec (FCH) lanccedilou no dia 20 de novem-bro a oitava ediccedilatildeo da revista ldquoMediaccedilatildeordquo de cunho cientiacute-fi co A publicaccedilatildeo que desta vez trouxe como tema central ldquoMiacutedas Audiovisuais e Proces-sos Identitaacuteriosrdquo representa um marco da revista por fortalecer a

periodicidade das produ-

ccedilotildees acadecircmicas da faculdade como reinteraram os diretores Antocircnio Marcos Nohmi Joatildeo Batista de Mendonccedila Filho e Th aiumls Estevanato em evento rea-lizado na data de lanccedilamento no auditoacuterio da FCH A revista passa ainda por uma reestrutu-raccedilatildeo editorial jaacute que a partir da proacutexima ediccedilatildeo natildeo conta mais com a professora Claudia Cha-ves Fonseca como editora que passa o cargo para o professor Rodrigo Fonseca e Rodrigues

Segundo Rodrigo um dos proacuteximos passos na consoli-daccedilatildeo da ldquoMediaccedilatildeordquo no mer-cado eacute a ampliaccedilatildeo dos pontos de distribuiccedilatildeo da publicaccedilatildeo sendo inclusive distribuiacuteda em bibliotecas de outras institui-ccedilotildees de ensino Aleacutem disso Rodrigo adiantou o tema-base da nona ediccedilatildeo jaacute sob seu comando que seraacute ldquoComuni-caccedilatildeo e estudos interdiscipli-naresrdquo Nela de acordo com o novo editor uma das metas seraacute ampliar o leque de assun-tos tratados e mostrar o caraacuteter plural da comunicaccedilatildeo

Outra meta para os proacuteximos nuacutemeros da revista eacute divulgar a

chamada para artigos em outros paiacuteses com a publicaccedilatildeo de textos traduzidos com exclusividade pela revista para o portuguecircs

Alunos como destaqueA novidade da oitava ediccedilatildeo

segundo a editora Claudia Cha-ves fi ca por conta da publica-ccedilatildeo da resenha ldquoEacutetica no ensino

de jornalismordquo de autoria das alunas do oitavo periacuteodo de jornalismo Ana Luacutecia Bahia e Marina Rigueira Para as alu-nas que dizem ter interesse em seguir a carreira acadecircmica a oportunidade eacute interessante por ser uma primeira experiecircn-cia na aacuterea O artigo segundo Ana Luacutecia e Marina eacute fruto de

um projeto de iniciaccedilatildeo cientiacute-fi ca e a primeira publicaccedilatildeo de cunho acadecircmico de ambas

A revista ldquoMediaccedilatildeordquo tem periodicidade semestral e teve nesta oitava ediccedilatildeo tiragem de mil exemplares reunindo dez artigos de professores pes-quisadores e profi ssionais da comunicaccedilatildeo social

Editor e diagramador da paacutegina Equipe O Ponto

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Miacutedias bull 19

FABIANA SOARES

7ordm PERIacuteODO

Kotler publicou sua biacuteblia do marketing e de repente todo mundo sabia como posicionar uma marca Entatildeo veio a Era Digital e desafi ou todas agecircncias de publicidade e profi ssionais de marketing Quais foram esses desafi os O que devemos levar em consideraccedilatildeo para posicio-nar uma marca online Eu com meu mero mas engajado conhe-cimento elaborei alguns toacutepi-cos que podem dar um rumo ao posicionamento digital

1) Pense e esteja OnlineO primeiro item eacute oacutebvio e pre-

cede todos os outros Se vocecirc quer entrar no mundo digital vocecirc tem que estar online A comunicaccedilatildeo digital eacute instantacirc-nea e interativa e se sua marca natildeo estaacute laacute quando um usuaacuterio a procura ele vai clicar na outra que estiver mais proacutexima Entatildeo

esteja sempre disponiacutevel e mais importante abrace a interaccedilatildeo Natildeo adianta estar online e pen-sar offl ine Converse e escute os usuaacuterios hoje eles satildeo tatildeo importantes no posicionamento de sua marca quanto a televisatildeo foi na deacutec de 50 O que nos leva ao segundo toacutepico

2) O usuaacuterio constroacutei a sua marca

Hoje o modelo de comuni-caccedilatildeo eacute interativo O internauta descobriu que pode produzir a mensagem e natildeo soacute recebecirc-la pacifi camente Entatildeo ele pode dizer que seu produtoserviccedilo eacute muito ruim ou muito bom e teraacute vaacuterias pessoas para ouviacute-lo E natildeo adianta querer abafar a sua voz isso soacute vai pegar mal e natildeo vai controlar a propagaccedilatildeo da mensagem (lembra do caso da Daniela Cicarelli) Entatildeo o que resta aacutes marcas eacute monitorar Vocecirc pode estar sempre alerta ao que estatildeo dizendo sobre vocecirc na web

eacute como um feedback instantacirc-neo e se estiverem falando bem oacutetimo mas se falarem mal per-gunte porque peccedila desculpas e desconstrua a imagem ruim que aquele usuaacuterio tem sobre sua marca Mas cuidado para natildeo invadir o espaccedilo virtual dele

3) Cuidado O usuaacuterio pode natildeo querer te ouvir

Vocecirc monitora sua marca na web e resolve entrar na discussatildeo dos usuaacuterios sobre sua marca Vaacute com calma Ele provavelmente vai estar em uma rede social conversando com seus amigos e de repente vocecirc vira um inva-sor inoportuno Hoje o usuaacuterio quer ouvir e daacute mais credibi-lidade a fala de seu ldquoamigo de rederdquo do que na auto-afi rmaccedilatildeo de uma marca Ele quer ouvir o que sua rede social tem a dizer e natildeo vocecirc Entatildeo uma estrateacutegia muito mais efi ciente de conver-sar com o usuaacuterio eacute sendo um usuaacuterio ou tendo como porta voz

algum usuaacuterio infl uente E se um usuaacuterio fala bem da sua marca daqui a pouca seratildeo dois quatro seis

4) O boca-a-boca casou com a internet e teve um fi lho fofoqueiro O viral

O viral nasceu graccedilas a velo-cidade e o tamanho da rede Enquando na tv temos uma pessoa falando para outras 11 milhotildees na rede sua marca pode falar com esse mesmo nuacutemero de pessoas e essas pessoas com outras 11 milhotildees de pessoas em uma velocidade muito mais raacutepida que a de um Vt de 30rdquo Esse potencial de propagaccedilatildeo da men-sagem eacute bom e ruim Bom por permitir uma comunicaccedilatildeo mais efi ciente em termos de tempo e ruim pois uma vez lanccedilada na rede eacute impossiacutevel acompanha-la A melhor maneira entatildeo de se utilizar um viral eacute ser cuida-doso com o que se quer propa-gar Pense se aquela mensagem

eacute realmente relevante se natildeo vai criar uma imagem negativa e se eacute sufi cientemente criativo para que os usuaacuterios queiram compartilhaacute-lo O viral tem sido a menina dos olhos de muitos criativos publicitaacuterios e de seus clientes pois tem um custo rela-tivamente baixo e pode alcanccedilar um grande nuacutemero de pessoas mas tambeacutem tem grandes riscos de ser um total fracasso

A internet aidna tem muito a nos ensinar e tentei colo-car acima um pouco do que jaacute consegui obeservar Mas ainda tenho uma grande curiosidade que ateacute hoje ningueacutem conseguiu me explicar como se cobra por estrateacutegias digitais Como men-surar em dinheiro um viral por exemplo Como apresentar uma estimativa de custos honesta para o cliente quando tudo que se tem eacute uma ideacuteia Se algueacutem tiver essa resposta meu email eacute fabzsoaresgmailcom

E agora Joseacute A festa acabou a luz apagou e ta todo mundo na web

Original publicado em httpestagiocriativoblogspotcomO texto natildeo sofreu ediccedilatildeo nem correccedilotildees ortograacutefi cas a pedido da autora

A equipe de professores e convidados que participaram da organizaccedilatildeo da 8ordm ediccedilatildeo da revista

Mediaccedilatildeo chega ao seu oitavo nuacutemeroRevista da Faculdade de Ciecircncias Humanas da FUMEC coloca o tema ldquoMiacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuteriosrdquo em debate e tem como desafi o para os proacuteximos nuacutemeros ampliar a chamada para o envio de artigos acadecircmicos a pesquisadores de outros paiacuteses

8ordf ediccedilatildeo da revista trata das Miacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuterios

19 - Mediacaoindd 119 - Mediacaoindd 1 12209 93123 AM12209 93123 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

20 bull Cultura Editora e diagramadora da paacutegina Amanda Lelis - 7ordm periodo

COLCHAde retalhos

CU

RT

Are

talh

os

Ajude a costurar nossa colcha balaioretalhosgmailcom

Ir aleacutem da superfiacutecie

Que o espelho mostra

(e que o ego gosta)

VontadeBaacuterbara Rodrigues

Midori aki

hatake dandan

akaku naru

GuntaiJoatildeo Paulo Borges

Outono verde

o campo aos poucos

fi ca vermelho

ExeacutercitoJoatildeo Paulo Borges

Frederico PortoOde ao pensamento

Todo momento eacute hora de aventura e fantasia

E comeccedila ao raiar do dia

Crianccedilas vatildeo agrave escola e cantam a melodia

E a imaginaccedilatildeo se mistura com a nostalgia

O vento o sol a neve e a tempestade

Amanhatilde eacute o ontem criado com amizade

E Deus em seu computador

Natildeo procura responder

A mensagem deixada seraacute criada por vocecirc

E sem fi m com mais delongas

O encanto se apaixona

E comeccedila a respirar

Pensamento que viraacute

Eu que natildeo amo vocecircGabriela Gois

Era tudo novo ali No puro prazer na inocecircncia ele repousava a cabeccedila sobre o meu

colo segurando minha matildeo fi rmemente Ao longe o sol ia se despedindo deixando uma

leve e uacutenica brisa no fi m de tarde abafado Noacutes trocaacutevamos algumas palavras bobas meu

coraccedilatildeo disparava quando via aquele sorriso sincero Era tudo parte de um comeccedilo de

vida uma iniciaccedilatildeo no mundinho chato e triste que eacute o amor Tatildeo perfeito calmo irreal

verdadeiro e tiacutemido A rua estava vazia eu permanecia em silecircncio enquanto ele brin-

cava com meus dedos em suas matildeos magrelas e brancas

- E quando tudo isso acabar

- Como assim ndash suspirei afagando seu cabelo bagunccedilado

- A gente vai crescerhellipMudar Talvez um dia nossos rostos se apaguem

- Eu natildeo seihellipTalvez um dia noacutes vamos estar adultos andando em alguma cidade no

meio do caos e nos reconhecemos por um sorriso Eu largaria meu namorado vocecirc sua

vida boecircmia e noacutes podemos fugir pra Franccedila

- Vocecirc eacute tatildeo boba

- E vocecirc eacute tatildeohellip

Seus laacutebios tocaram os meus delicadamente nada invasivo Eram macios tinham

sabor de chocolate branco O que aconteceu internamente natildeo haacute como descrever nada

comparado agrave felicidade instantacircnea de uma roupa nova Natildeo era algo bem melhor que

isso Era tudo tatildeo maacutegico e delicioso nada de preocupaccedilotildees Eacuteramos dois na calccedilada os

peacutes no chatildeo quente as matildeos entrelaccediladas os sorrisos carregados de felicidade

Hoje eu ainda olho para aquela foto estranha no fundo da caixa Ele estaacute longe pro-

vavelmente apagou meu rosto Eu natildeo consigo sentir nada comparado agravequilo nada que

faccedila meu coraccedilatildeo disparar como aquele dia Eu soacute amei uma vez eu tinha onze anos um

metro e sessenta e cinco e era boba

Larissa Cardoso Borges

Deixa a mente vagar

Sem rumo sem freio

Deixa as palavras fl uiacuterem

Pulsando pelo seu corpo ateacute chegarem ao destino fi nal

Matildeo que freneticamente escreve

Tentando organizar o fl uxo de emoccedilotildees de sensaccedilotildees

Raacutepido pensar fugaz aliacutevio

O papel suporta as minhas ideacuteias

Devaneios

GuriaRodrigo Guimaratildees Pena

quando dedo se lambia

tudo era mar-de-rosas

tu levavas vida em verso

eu te via toda prosa

e tu eras tatildeo pequena

tatildeo cheirosa tatildeo macia

que o chorar ou fazer cena

era manha da guria

hoje a vida te vecirc bela

tatildeo faceira tatildeo formosa

mas meus olhos vecircem aquela

que foi meu botatildeo de rosa

Sozinha

No mato

Sem teto

Comida

Companhia

Ou cobertor

Sem rastro

Barulho

Eu-soacute

Sozinha

Na terra

Deitada ateacute dissolver no tempo

QuererAmanda Lelis

Amanda Lelis

E o que vai ser agora

se tudo em mim for

silecircncio

DuacutevidaAmanda Lelis

20 - Colcha de retalhosindd 120 - Colcha de retalhosindd 1 12209 92543 AM12209 92543 AM

Page 19: Jornal O Ponto - novembro de 2009

O Ponto

PEDRO LEONE

7ordm PERIacuteODO

A Faculdade de Ciecircncias Humanas da Fumec (FCH) lanccedilou no dia 20 de novem-bro a oitava ediccedilatildeo da revista ldquoMediaccedilatildeordquo de cunho cientiacute-fi co A publicaccedilatildeo que desta vez trouxe como tema central ldquoMiacutedas Audiovisuais e Proces-sos Identitaacuteriosrdquo representa um marco da revista por fortalecer a

periodicidade das produ-

ccedilotildees acadecircmicas da faculdade como reinteraram os diretores Antocircnio Marcos Nohmi Joatildeo Batista de Mendonccedila Filho e Th aiumls Estevanato em evento rea-lizado na data de lanccedilamento no auditoacuterio da FCH A revista passa ainda por uma reestrutu-raccedilatildeo editorial jaacute que a partir da proacutexima ediccedilatildeo natildeo conta mais com a professora Claudia Cha-ves Fonseca como editora que passa o cargo para o professor Rodrigo Fonseca e Rodrigues

Segundo Rodrigo um dos proacuteximos passos na consoli-daccedilatildeo da ldquoMediaccedilatildeordquo no mer-cado eacute a ampliaccedilatildeo dos pontos de distribuiccedilatildeo da publicaccedilatildeo sendo inclusive distribuiacuteda em bibliotecas de outras institui-ccedilotildees de ensino Aleacutem disso Rodrigo adiantou o tema-base da nona ediccedilatildeo jaacute sob seu comando que seraacute ldquoComuni-caccedilatildeo e estudos interdiscipli-naresrdquo Nela de acordo com o novo editor uma das metas seraacute ampliar o leque de assun-tos tratados e mostrar o caraacuteter plural da comunicaccedilatildeo

Outra meta para os proacuteximos nuacutemeros da revista eacute divulgar a

chamada para artigos em outros paiacuteses com a publicaccedilatildeo de textos traduzidos com exclusividade pela revista para o portuguecircs

Alunos como destaqueA novidade da oitava ediccedilatildeo

segundo a editora Claudia Cha-ves fi ca por conta da publica-ccedilatildeo da resenha ldquoEacutetica no ensino

de jornalismordquo de autoria das alunas do oitavo periacuteodo de jornalismo Ana Luacutecia Bahia e Marina Rigueira Para as alu-nas que dizem ter interesse em seguir a carreira acadecircmica a oportunidade eacute interessante por ser uma primeira experiecircn-cia na aacuterea O artigo segundo Ana Luacutecia e Marina eacute fruto de

um projeto de iniciaccedilatildeo cientiacute-fi ca e a primeira publicaccedilatildeo de cunho acadecircmico de ambas

A revista ldquoMediaccedilatildeordquo tem periodicidade semestral e teve nesta oitava ediccedilatildeo tiragem de mil exemplares reunindo dez artigos de professores pes-quisadores e profi ssionais da comunicaccedilatildeo social

Editor e diagramador da paacutegina Equipe O Ponto

Belo Horizonte 30 de novembro de 2009

Miacutedias bull 19

FABIANA SOARES

7ordm PERIacuteODO

Kotler publicou sua biacuteblia do marketing e de repente todo mundo sabia como posicionar uma marca Entatildeo veio a Era Digital e desafi ou todas agecircncias de publicidade e profi ssionais de marketing Quais foram esses desafi os O que devemos levar em consideraccedilatildeo para posicio-nar uma marca online Eu com meu mero mas engajado conhe-cimento elaborei alguns toacutepi-cos que podem dar um rumo ao posicionamento digital

1) Pense e esteja OnlineO primeiro item eacute oacutebvio e pre-

cede todos os outros Se vocecirc quer entrar no mundo digital vocecirc tem que estar online A comunicaccedilatildeo digital eacute instantacirc-nea e interativa e se sua marca natildeo estaacute laacute quando um usuaacuterio a procura ele vai clicar na outra que estiver mais proacutexima Entatildeo

esteja sempre disponiacutevel e mais importante abrace a interaccedilatildeo Natildeo adianta estar online e pen-sar offl ine Converse e escute os usuaacuterios hoje eles satildeo tatildeo importantes no posicionamento de sua marca quanto a televisatildeo foi na deacutec de 50 O que nos leva ao segundo toacutepico

2) O usuaacuterio constroacutei a sua marca

Hoje o modelo de comuni-caccedilatildeo eacute interativo O internauta descobriu que pode produzir a mensagem e natildeo soacute recebecirc-la pacifi camente Entatildeo ele pode dizer que seu produtoserviccedilo eacute muito ruim ou muito bom e teraacute vaacuterias pessoas para ouviacute-lo E natildeo adianta querer abafar a sua voz isso soacute vai pegar mal e natildeo vai controlar a propagaccedilatildeo da mensagem (lembra do caso da Daniela Cicarelli) Entatildeo o que resta aacutes marcas eacute monitorar Vocecirc pode estar sempre alerta ao que estatildeo dizendo sobre vocecirc na web

eacute como um feedback instantacirc-neo e se estiverem falando bem oacutetimo mas se falarem mal per-gunte porque peccedila desculpas e desconstrua a imagem ruim que aquele usuaacuterio tem sobre sua marca Mas cuidado para natildeo invadir o espaccedilo virtual dele

3) Cuidado O usuaacuterio pode natildeo querer te ouvir

Vocecirc monitora sua marca na web e resolve entrar na discussatildeo dos usuaacuterios sobre sua marca Vaacute com calma Ele provavelmente vai estar em uma rede social conversando com seus amigos e de repente vocecirc vira um inva-sor inoportuno Hoje o usuaacuterio quer ouvir e daacute mais credibi-lidade a fala de seu ldquoamigo de rederdquo do que na auto-afi rmaccedilatildeo de uma marca Ele quer ouvir o que sua rede social tem a dizer e natildeo vocecirc Entatildeo uma estrateacutegia muito mais efi ciente de conver-sar com o usuaacuterio eacute sendo um usuaacuterio ou tendo como porta voz

algum usuaacuterio infl uente E se um usuaacuterio fala bem da sua marca daqui a pouca seratildeo dois quatro seis

4) O boca-a-boca casou com a internet e teve um fi lho fofoqueiro O viral

O viral nasceu graccedilas a velo-cidade e o tamanho da rede Enquando na tv temos uma pessoa falando para outras 11 milhotildees na rede sua marca pode falar com esse mesmo nuacutemero de pessoas e essas pessoas com outras 11 milhotildees de pessoas em uma velocidade muito mais raacutepida que a de um Vt de 30rdquo Esse potencial de propagaccedilatildeo da men-sagem eacute bom e ruim Bom por permitir uma comunicaccedilatildeo mais efi ciente em termos de tempo e ruim pois uma vez lanccedilada na rede eacute impossiacutevel acompanha-la A melhor maneira entatildeo de se utilizar um viral eacute ser cuida-doso com o que se quer propa-gar Pense se aquela mensagem

eacute realmente relevante se natildeo vai criar uma imagem negativa e se eacute sufi cientemente criativo para que os usuaacuterios queiram compartilhaacute-lo O viral tem sido a menina dos olhos de muitos criativos publicitaacuterios e de seus clientes pois tem um custo rela-tivamente baixo e pode alcanccedilar um grande nuacutemero de pessoas mas tambeacutem tem grandes riscos de ser um total fracasso

A internet aidna tem muito a nos ensinar e tentei colo-car acima um pouco do que jaacute consegui obeservar Mas ainda tenho uma grande curiosidade que ateacute hoje ningueacutem conseguiu me explicar como se cobra por estrateacutegias digitais Como men-surar em dinheiro um viral por exemplo Como apresentar uma estimativa de custos honesta para o cliente quando tudo que se tem eacute uma ideacuteia Se algueacutem tiver essa resposta meu email eacute fabzsoaresgmailcom

E agora Joseacute A festa acabou a luz apagou e ta todo mundo na web

Original publicado em httpestagiocriativoblogspotcomO texto natildeo sofreu ediccedilatildeo nem correccedilotildees ortograacutefi cas a pedido da autora

A equipe de professores e convidados que participaram da organizaccedilatildeo da 8ordm ediccedilatildeo da revista

Mediaccedilatildeo chega ao seu oitavo nuacutemeroRevista da Faculdade de Ciecircncias Humanas da FUMEC coloca o tema ldquoMiacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuteriosrdquo em debate e tem como desafi o para os proacuteximos nuacutemeros ampliar a chamada para o envio de artigos acadecircmicos a pesquisadores de outros paiacuteses

8ordf ediccedilatildeo da revista trata das Miacutedias Audiovisuais e Processos Identitaacuterios

19 - Mediacaoindd 119 - Mediacaoindd 1 12209 93123 AM12209 93123 AM

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

20 bull Cultura Editora e diagramadora da paacutegina Amanda Lelis - 7ordm periodo

COLCHAde retalhos

CU

RT

Are

talh

os

Ajude a costurar nossa colcha balaioretalhosgmailcom

Ir aleacutem da superfiacutecie

Que o espelho mostra

(e que o ego gosta)

VontadeBaacuterbara Rodrigues

Midori aki

hatake dandan

akaku naru

GuntaiJoatildeo Paulo Borges

Outono verde

o campo aos poucos

fi ca vermelho

ExeacutercitoJoatildeo Paulo Borges

Frederico PortoOde ao pensamento

Todo momento eacute hora de aventura e fantasia

E comeccedila ao raiar do dia

Crianccedilas vatildeo agrave escola e cantam a melodia

E a imaginaccedilatildeo se mistura com a nostalgia

O vento o sol a neve e a tempestade

Amanhatilde eacute o ontem criado com amizade

E Deus em seu computador

Natildeo procura responder

A mensagem deixada seraacute criada por vocecirc

E sem fi m com mais delongas

O encanto se apaixona

E comeccedila a respirar

Pensamento que viraacute

Eu que natildeo amo vocecircGabriela Gois

Era tudo novo ali No puro prazer na inocecircncia ele repousava a cabeccedila sobre o meu

colo segurando minha matildeo fi rmemente Ao longe o sol ia se despedindo deixando uma

leve e uacutenica brisa no fi m de tarde abafado Noacutes trocaacutevamos algumas palavras bobas meu

coraccedilatildeo disparava quando via aquele sorriso sincero Era tudo parte de um comeccedilo de

vida uma iniciaccedilatildeo no mundinho chato e triste que eacute o amor Tatildeo perfeito calmo irreal

verdadeiro e tiacutemido A rua estava vazia eu permanecia em silecircncio enquanto ele brin-

cava com meus dedos em suas matildeos magrelas e brancas

- E quando tudo isso acabar

- Como assim ndash suspirei afagando seu cabelo bagunccedilado

- A gente vai crescerhellipMudar Talvez um dia nossos rostos se apaguem

- Eu natildeo seihellipTalvez um dia noacutes vamos estar adultos andando em alguma cidade no

meio do caos e nos reconhecemos por um sorriso Eu largaria meu namorado vocecirc sua

vida boecircmia e noacutes podemos fugir pra Franccedila

- Vocecirc eacute tatildeo boba

- E vocecirc eacute tatildeohellip

Seus laacutebios tocaram os meus delicadamente nada invasivo Eram macios tinham

sabor de chocolate branco O que aconteceu internamente natildeo haacute como descrever nada

comparado agrave felicidade instantacircnea de uma roupa nova Natildeo era algo bem melhor que

isso Era tudo tatildeo maacutegico e delicioso nada de preocupaccedilotildees Eacuteramos dois na calccedilada os

peacutes no chatildeo quente as matildeos entrelaccediladas os sorrisos carregados de felicidade

Hoje eu ainda olho para aquela foto estranha no fundo da caixa Ele estaacute longe pro-

vavelmente apagou meu rosto Eu natildeo consigo sentir nada comparado agravequilo nada que

faccedila meu coraccedilatildeo disparar como aquele dia Eu soacute amei uma vez eu tinha onze anos um

metro e sessenta e cinco e era boba

Larissa Cardoso Borges

Deixa a mente vagar

Sem rumo sem freio

Deixa as palavras fl uiacuterem

Pulsando pelo seu corpo ateacute chegarem ao destino fi nal

Matildeo que freneticamente escreve

Tentando organizar o fl uxo de emoccedilotildees de sensaccedilotildees

Raacutepido pensar fugaz aliacutevio

O papel suporta as minhas ideacuteias

Devaneios

GuriaRodrigo Guimaratildees Pena

quando dedo se lambia

tudo era mar-de-rosas

tu levavas vida em verso

eu te via toda prosa

e tu eras tatildeo pequena

tatildeo cheirosa tatildeo macia

que o chorar ou fazer cena

era manha da guria

hoje a vida te vecirc bela

tatildeo faceira tatildeo formosa

mas meus olhos vecircem aquela

que foi meu botatildeo de rosa

Sozinha

No mato

Sem teto

Comida

Companhia

Ou cobertor

Sem rastro

Barulho

Eu-soacute

Sozinha

Na terra

Deitada ateacute dissolver no tempo

QuererAmanda Lelis

Amanda Lelis

E o que vai ser agora

se tudo em mim for

silecircncio

DuacutevidaAmanda Lelis

20 - Colcha de retalhosindd 120 - Colcha de retalhosindd 1 12209 92543 AM12209 92543 AM

Page 20: Jornal O Ponto - novembro de 2009

O PontoBelo Horizonte 30 de novembro de 2009

20 bull Cultura Editora e diagramadora da paacutegina Amanda Lelis - 7ordm periodo

COLCHAde retalhos

CU

RT

Are

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Ajude a costurar nossa colcha balaioretalhosgmailcom

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Que o espelho mostra

(e que o ego gosta)

VontadeBaacuterbara Rodrigues

Midori aki

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GuntaiJoatildeo Paulo Borges

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ExeacutercitoJoatildeo Paulo Borges

Frederico PortoOde ao pensamento

Todo momento eacute hora de aventura e fantasia

E comeccedila ao raiar do dia

Crianccedilas vatildeo agrave escola e cantam a melodia

E a imaginaccedilatildeo se mistura com a nostalgia

O vento o sol a neve e a tempestade

Amanhatilde eacute o ontem criado com amizade

E Deus em seu computador

Natildeo procura responder

A mensagem deixada seraacute criada por vocecirc

E sem fi m com mais delongas

O encanto se apaixona

E comeccedila a respirar

Pensamento que viraacute

Eu que natildeo amo vocecircGabriela Gois

Era tudo novo ali No puro prazer na inocecircncia ele repousava a cabeccedila sobre o meu

colo segurando minha matildeo fi rmemente Ao longe o sol ia se despedindo deixando uma

leve e uacutenica brisa no fi m de tarde abafado Noacutes trocaacutevamos algumas palavras bobas meu

coraccedilatildeo disparava quando via aquele sorriso sincero Era tudo parte de um comeccedilo de

vida uma iniciaccedilatildeo no mundinho chato e triste que eacute o amor Tatildeo perfeito calmo irreal

verdadeiro e tiacutemido A rua estava vazia eu permanecia em silecircncio enquanto ele brin-

cava com meus dedos em suas matildeos magrelas e brancas

- E quando tudo isso acabar

- Como assim ndash suspirei afagando seu cabelo bagunccedilado

- A gente vai crescerhellipMudar Talvez um dia nossos rostos se apaguem

- Eu natildeo seihellipTalvez um dia noacutes vamos estar adultos andando em alguma cidade no

meio do caos e nos reconhecemos por um sorriso Eu largaria meu namorado vocecirc sua

vida boecircmia e noacutes podemos fugir pra Franccedila

- Vocecirc eacute tatildeo boba

- E vocecirc eacute tatildeohellip

Seus laacutebios tocaram os meus delicadamente nada invasivo Eram macios tinham

sabor de chocolate branco O que aconteceu internamente natildeo haacute como descrever nada

comparado agrave felicidade instantacircnea de uma roupa nova Natildeo era algo bem melhor que

isso Era tudo tatildeo maacutegico e delicioso nada de preocupaccedilotildees Eacuteramos dois na calccedilada os

peacutes no chatildeo quente as matildeos entrelaccediladas os sorrisos carregados de felicidade

Hoje eu ainda olho para aquela foto estranha no fundo da caixa Ele estaacute longe pro-

vavelmente apagou meu rosto Eu natildeo consigo sentir nada comparado agravequilo nada que

faccedila meu coraccedilatildeo disparar como aquele dia Eu soacute amei uma vez eu tinha onze anos um

metro e sessenta e cinco e era boba

Larissa Cardoso Borges

Deixa a mente vagar

Sem rumo sem freio

Deixa as palavras fl uiacuterem

Pulsando pelo seu corpo ateacute chegarem ao destino fi nal

Matildeo que freneticamente escreve

Tentando organizar o fl uxo de emoccedilotildees de sensaccedilotildees

Raacutepido pensar fugaz aliacutevio

O papel suporta as minhas ideacuteias

Devaneios

GuriaRodrigo Guimaratildees Pena

quando dedo se lambia

tudo era mar-de-rosas

tu levavas vida em verso

eu te via toda prosa

e tu eras tatildeo pequena

tatildeo cheirosa tatildeo macia

que o chorar ou fazer cena

era manha da guria

hoje a vida te vecirc bela

tatildeo faceira tatildeo formosa

mas meus olhos vecircem aquela

que foi meu botatildeo de rosa

Sozinha

No mato

Sem teto

Comida

Companhia

Ou cobertor

Sem rastro

Barulho

Eu-soacute

Sozinha

Na terra

Deitada ateacute dissolver no tempo

QuererAmanda Lelis

Amanda Lelis

E o que vai ser agora

se tudo em mim for

silecircncio

DuacutevidaAmanda Lelis

20 - Colcha de retalhosindd 120 - Colcha de retalhosindd 1 12209 92543 AM12209 92543 AM