JornalCana 232 (Maio/2013)

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Ribeirão Preto/SP Maio/2013 Série 2 Nº 232 R$ 20,00 Colher sem parar Material rodante eficaz permite colheita contínua Sidnei Brito, Nivaldo Gonçalves Santos e Henrique Perucelo, da Vtrack no Brasil

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Colher sem parar

Transcript of JornalCana 232 (Maio/2013)

Ribeirão Preto/SP Maio/2013 Série 2 Nº 232 R$ 20,00

Colher sem parar

Material rodante eficaz permite colheita contínua Sidnei Brito, Nivaldo Gonçalves Santos

e Henrique Perucelo, da Vtrack no Brasil

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Maio/2013ÍNDICE DE ANUNCIANTES4

ACESSÓRIOS INDUSTRIAISBGL 19 34518210 26

FRANPAR 16 21334383 62ACIONAMENTOSRENK ZANINI 16 35189001 23ACOPLAMENTOSVEDACERT 16 39474732 106AÇOSFRANPAR 16 21334383 62

TUPER 47 36315000 67AÇOS INOXIDÁVEISMARC-FIL 18 39056156 52ANTI - INCRUSTANTESPRODUQUÍMICA 11 30169619 60ANTIBIÓTICOS - CONTROLADORES DEINFECÇÕES BACTERIANASBETABIO / WALLERSTEIN 11 38482900 16

PRODUQUÍMICA 11 30169619 60ÁREAS DE VIVÊNCIAALFATEK 17 35311075 3AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTODWYLER 11 26826633 45AUTOMAÇÃO INDUSTRIALDIMENSIONAL 19 34467400 99

JEFFERSON ENGENHARIA 16 36225744 106

METROVAL 19 21279400 36

ZANARDO 18 31171195 10AUTOPEÇASCOBRA ROLAMENTOS 11 50336400 107BALANCEAMENTOS INDUSTRIAISVIBROMAQ 16 39452825 104BOMBASAUTO PEÇAS MAURÍLIO 16 36260716 82

BOMBAS GEREMIA 51 35798400 72

GARDNER DENVER NASH 19 37658000 48

LEMASA 19 39358755 33

REZENFLEX 19 34121144 13BRONZE E COBRE - ARTEFATOSFERRUSI 16 39464766 50CALDEIRARIACSJ METALÚRGICA 19 34374242 14

MARC-FIL 18 39056156 52CALDEIRASENGEVAP 16 35138800 104CAMINHÕESUTILITÁRIOS RIB PRETO 16 36181987 102

VOLVO 41 33178111 51CAMINHÕES - PEÇAS E SERVIÇOSBRN BRASIL 19 35432255 4

VOLVO 41 33178111 51CARREGADEIRASLIEBHERR BRASIL 12 31284200 15

CARRETASALFATEK 17 35311075 3

CARROCERIAS E REBOQUESRANDON 54 32092165 83

RODOBIN CANAVIEIRO 18 36083400 90

SERGOMEL 16 35132600 55

CENTRÍFUGASVIBROMAQ 16 39452825 104

COLETORES DE DADOSMARKANTI 16 39413367 4

COLHEDORAS DE CANACASE IH 41 21077400 65

SANTAL 16 21016622 2

TRACAN / TMA 16 34565400 31

COMÉRCIO E DISTRIBUIÇÃO DECOMBUSTÍVEISSHELL BRASIL 21 21710400 57

COMÉRCIO EXTERIORMULTIMODAL 13 32236767 30

CONSTRUÇÃO CIVIL - INSUMOSA2 INTER 17 81142340 74

CONSULTORIA/ENGENHARIA INDUSTRIAL EMPRAL 19 34348866 35

CONTROLE DE FLUIDOSMETROVAL 19 21279400 36

CORRENTES INDUSTRIAISPROLINK 19 34234000 9

DECANTADORESCSJ METALÚRGICA 19 34374242 14

DEFENSIVOS AGRÍCOLASAGRÁRIA 16 36902200 39

BASF 11 30432125 85

IHARA 15 32357914 70

DESTILARIASCONGER 19 34391101 66

EDITORAPROCANA BRASIL 16 35124300 91

ELETROCALHASDISPAN 19 34669300 64

ENERGIA ELÉTRICA - COMERCIALIZAÇÃOCPFL SERVIÇOS 19 37562755 53

ENERGIA ELÉTRICA - ENGENHARIA ESERVIÇOSCPFL SERVIÇOS 19 37562755 53

SANARDI 17 32262555 68

ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVILCONGER 19 34391101 66

ENGEVAP 16 35138800 104

ENTIDADESUNICA 11 30934949 77

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃOANSELL 11 33563100 20

DIMENSIONAL 19 34467400 99

DISTRINOX 16 39698080 103EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ELÉTRICOSDIMENSIONAL 19 34467400 99ESPECIALIDADES QUÍMICASPRODUQUÍMICA 11 30169619 60

EVAPORADORESCSJ METALÚRGICA 19 34374242 14FEIRAS E EVENTOSMULTIPLUS 16 21328936 69

PROCANA BRASIL 16 35124300 91

SINATUB TECNOLOGIA 16 39111384 8

STAB 82 33279632 37FERRAMENTASBUSSOLA 16 32219000 27

DURAFACE - DURAPARTS 19 35473539 43

LEMAGI 19 34431400 48FERRAMENTAS PNEUMÁTICASHANNA 19 34514811 66

LEMAGI 19 34431400 48

PARKITS 19 34218485 38

FERTILIZANTESAGROLATINO 16 33837575 21

CATAFÓS 16 3690-4900 25

PRODUQUÍMICA 11 30169619 60

FILTROS INDUSTRIAISMARC-FIL 18 39056156 52

MECAT 62 35031155 7

FIOS E CABOSNAMBEI FIOS E CABOS 11 50568900 45

FUNDIÇÃOFERRUSI 16 39464766 50

SIMISA 16 21051200 63

GRÁFICASÃO FRANCISCO GRÁFICA 16 21014151 95

GUIDASTESLIEBHERR BRASIL 12 31284200 15

IMPLEMENTOS AGRÍCOLASDMB 16 39461800 59

SANTAL 16 21016622 2

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E CONTROLEMETROVAL 19 21279400 36

INSUMOS AGRÍCOLASPRODUQUÍMICA 11 30169619 60

IRRIGAÇÃOGERMEK 19 36827070 33

ISOLAMENTOS TÉRMICOSISOVER 11 22024734 101

REFRATÁRIOS RIBEIRÃO 16 36265540 105

LOGÍSTICA E TRANSPORTESTRANSESPECIALISTA 16 21057870 87

LUBRIFICANTESSHELL BRASIL 21 21710400 57

MANCAIS E CASQUEIROSBRN BRASIL 19 35432255 4

BUSSOLA 16 32219000 27

DURAFACE - DURAPARTS 19 35473539 43

MANGUEIRAS E CORREIASCONTUFLEX 11 29418044 17

REZENFLEX 19 34121144 13

SUPRIR 16 21026500 24

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS AGRIMEC 55 32227710 84

CASE IH (COM) 41 21077400 75

CASE CE 31 33449999 65

METAGRO - FAMA DO BRASIL16 36260029 11

SOLLUS 18 34211100 29

TATU MARCHESAN/CIVEMASA 16 33828282 100

METAISFERRUSI 16 39464766 50

METAIS PERFURADOSSTORK 19 32499571 52

MOENDAS E DIFUSORESBRUMAZI 16 39468777 61

FERRUSI 16 39464766 50

RENK ZANINI 16 35189001 23

SIMISA 16 21051200 63

MONTAGENS INDUSTRIAISCONGER 19 34391101 66

ENGEVAP 16 35138800 104

NUTRIENTES AGRÍCOLASIHARA 15 32357914 70

PRODUQUÍMICA 11 30169619 60

UBYFOL 34 33199500 5

ÔNIBUS - FRETAMENTOGRUPO RAÇA 18 39189999 71

PEÇAS E ACESSÓRIOS AGRÍCOLASCANAMAQ 18 33228960 58

DURAFACE - DURAPARTS 19 35473539 43

POLICANA - FCN 19 30350921 47

PENEIRAS ROTATIVASVIBROMAQ 16 39452825 104

PLAINASAGRIMEC 55 32227710 84

PLANTADORAS DE CANADMB 16 39461800 59

SANTAL 16 21016622 2

TRACAN / TMA 16 34565400 31

PLANTAS INDUSTRIAISBRUMAZI 16 39468777 61

CSJ METALÚRGICA 19 34374242 14

PNEUSATX DO BRASIL 16 35053200 56

COMERCIAL RODRIGUES 16 35135230 76

PRODUTOS QUÍMICOSBETABIO / WALLERSTEIN 11 38482900 16

PRODUQUÍMICA 11 30169619 60

REDUTORES INDUSTRIAISBONFIGLIOLI DO BRASIL 11 43371806 40

RENK ZANINI 16 35189001 23

REFRATÁRIOSREFRATÁRIOS RIBEIRÃO 16 36265540 105

ROLAMENTOSCOBRA ROLAMENTOS 11 50336400 107

SAÚDE - CONVÊNIOS E SEGUROSSÃO FRANCISCO SAÚDE 16 08007779070 79

SOFTWARESTOTVS 19 30276600 89

SOLDAS INDUSTRIAISAGAPITO 16 39479222 106

SUPRIMENTOS DE SOLDAUTP BOHLER 11 56948377 12

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃOAVANZI 11 21014069 19

TELECOMUNICAÇÃO/RADIOCOMUNICAÇÃO AVANZI 11 21014069 19

DIMENSIONAL 19 34467400 99

RADIOPLAN 16 39756495 102

TINTAS E REVESTIMENTOSPERFORTEX 19 35261100 58

TRADINGS - MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS BRN BRASIL 19 35432255 4

REUNION 16 36235384 44

TRANSBORDOSDMB 16 39461800 59

METAGRO - FAMA DO BRASIL16 36260029 11

SANTAL 16 21016622 2

TRACAN/TMA 16 34565400 31

TRANSPORTADORES INTERNOSMARC-FIL 18 39056156 52

TRATORESCASE IH 41 21077400 65

MASSEY FERGUSON 51 34628000 41

TRACAN / TMA 16 34565400 31

VALTRA 11 47952000 108

TROCADORES DE CALORAGAPITO 16 39479222 106

BARRIQUAND DO BRASIL 16 34215145 46

MARC-FIL 18 39056156 52

TUBOS E CONEXÕESCONTUFLEX 11 29418044 17

FRANPAR 16 21334383 62

TUPER 47 36315000 67

UNIFORMESGUARDIAN DX 16 39676476 104

VÁLVULAS INDUSTRIAISAUTO PEÇAS MAURÍLIO 16 36260716 82

DURCON-VICE 11 44477600 28

FOXWALL 11 46128202 18

FRANPAR 16 21334383 62

JEFFERSON ENGENHARIA 16 36225744 106

VALEQ 21 31011224 72

VÁLVULAS SF 19 31243124 22

YGB 11 27187787 88

ZANARDO 18 31171195 10

VEDAÇÕES E ADESIVOSREZENFLEX 19 34121144 13

VEDAÇÃO BRASIL 19 32386566 73

VEDACERT 16 39474732 106

Í N D I C E D E A N U N C I A N T E S

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Maio/2013 CARTA AO LEITOR 5

NOSSOS PRODUTOS

Anuário da CanaBrazilian Sugar and Ethanol Guide

www.jornalcana.com.brO Portal do setor sucroalcooleiro

JornalCanaA Melhor Notícia do Setor

Prëmio BesiBio Brasil

BIO & SugarInternational Magazine

Mapa Brasil de Unidades Produtoras de

Açúcar e Álcool

Prêmio MasterCanaOs Melhores do Ano no Setor

PRESIDENTEJosias Messias - [email protected]

GERENTE DE OPERAÇÕESFábio Soares Rodrigues - [email protected]

ADMINISTRAÇÃO� Controle e PlanejamentoAsael Cosentino - [email protected]� EventosRose Messias - [email protected]� FinanceiroAdriele Passos - [email protected] Macena - [email protected]� Recursos HumanosAbel Martins - [email protected]

REDAÇÃO� Edição Luiz Montanini - [email protected] � Coordenação e FotosAlessandro Reis [email protected]� Editor de Arte - Diagramação José Murad Badur� Consultor TécnicoFulvio Machado� ReportagemAndréia Moreno - [email protected]é Ricci - [email protected]� Arte Gustavo Santoro� RevisãoRegina Célia Ushicawa

ASSINATURAS EEXEMPLARESRose Messias [email protected]

MARKETING /PUBLICIDADE� ComercialGilmar Messias 16 [email protected] Milán - 16 [email protected] Giaculi 16 [email protected] Michelle Freitas 16 [email protected]

NOSSA MISSÃOProver o setor sucroalcooleiro de

informações sérias e independentes sobre fatos eatividades relacionadas à cultura da cana-de-açúcar

e seus derivados, visando:� Apoiar o desenvolvimento sustentável, humano,

tecnológico e socioeconômico;� Democratizar o conhecimento, promovendo o

intercâmbio e a união entre seus integrantes;� Ser o porta-voz da realidade e centro de

informações do setor; e� Manter uma relação custo/benefício que propicie

parcerias rentáveis aos clientes e aos demaisenvolvidos.

O MA IS L ID O!

Fone 16 3512 4300 Fax 3512 4309Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia

14096-030 - Ribeirão Preto - [email protected]

ISSN 1807-0264

Artigos assinados (inclusive os dasseções Negócios & Oportunidades eVitrine) refletem o ponto de vista dosautores (ou das empresas citadas).JornalCana. Direitos autorais ecomerciais reservados. É proibida areprodução, total ou parcial, distribuiçãoou disponibilização pública, por qualquer meio ou processo, sem autorizaçãoexpressa. A violação dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 eparágrafos, do Código Penal) com pena de prisão e multa; conjuntamentecom busca e apreensão e indenização diversas (artigos 122, 123, 124, 126,da Lei 5.988, de 14/12/1973).

Tiragem auditada pelos

12.000 exemplaresPublicação mensal

í n d i c e

www.jornalcana.com.br

c a r t a a o l e i t o rJosias Messias [email protected]

Coadjuvante ou

protagonista?“Um marco regulatório para os biocombustíveis é fundamental para que o setor

possa alavancar investimentos com segurança”. Esta reivindicação, feita em 2009, peloentão Secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária eAbastecimento, Manoel Bertone, tinha o objetivo de, atendida, estabelecer um modeloinstitucional que garantisse racionalidade nas decisões tomadas pelo governo,especialmente em momentos de dificuldade.

Quatro anos depois, e com uma crise instalada, o setor continua a reivindicarpolíticas públicas relevantes – como se pode verificar pelas matérias publicadas naspáginas 18 a 20 desta edição. As recentes ações do governo, como a volta dos 25% demistura do etanol na gasolina, a desoneração do PIS/Cofins do biocombustível e oreajuste dos preços do combustível fóssil foram consideradas medidas paliativas porboa parte dos representantes do setor. O que reclamam, com razão, é por políticas delongo prazo que só podem dar resultados efetivos caso seja decretado o marcoregulatório do setor.

Paradoxalmente, enquanto vira as costas ao centenário setor sucroenergético, ogoverno abre os braços a novos outros. Neste abril, o ministro das Minas e Energia,Edison Lobão, garantiu a representantes que dará encaminhamento político ao marcoregulatório do setor da indústria do biodiesel e que o encaminhará ao CongressoNacional. Ficou acertado que, uma vez concluídas as tratativas políticas dentro dogoverno, Lobão chamará os empresários do setor à Brasília para apresentar a íntegra dotexto da nova legislação. Ele não se comprometeu com prazos, mas falou que trabalharápara que tudo aconteça rapidamente. Por sua vez, o marco do setor sucroenergéticocontinua engavetado há anos.

Constatação como esta coloca o setor sucroenergético, todo seu valor agregado etudo o que ele representa para a economia brasileira, como mero coadjuvante na cadeiaprodutiva e o biodiesel como protagonista.

O próprio setor admite que deve se empenhar em cumprir seu papel – como mostraa matéria publicada nas páginas 10 a 12. Ao cumpri-lo, possivelmente pretendaconquistar a atenção do governo a fim de que ele pare de trocar furtivamente de canalquando o mercado, especialmente o de etanol, apresenta cenas de dificuldades.

Em vez de fingir que o problema não é dele, que o governo assuma o que apregoa —que energia é fator de segurança nacional — e entre de vez em cena, como protagonistaque também é, e dê capítulo final a este drama.

PERDOAR PRA SER PERDOADO“E perdoa-nos as nossas dívidas, assim

como nós perdoamos aos nossos devedores”(Condição para receber perdão,

estabelecida por Jesus no livro de Mateus)

Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8

Cana Livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9

Mercado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10 a 22� PROBLEMA NOSSO!

� Brasil precisa dobrar produção para atender demanda até 2020

� Etanol brasileiro deve recuperar competitividade até 2014

� AGROENERGIA PRECISA DE LIDERES

Administração & Legislação . . . . . . . . . . . . . . . .24 a 32� Novo cenário cria perspectiva positiva para o etanol

� Espaço Gerhai: A arte de comunicar

Tecnologia Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33 a 60� Espaço Fitotécnico: Para mudar resultados é preciso mudar os métodos

� CANA À MILANESA

� Vinhaça em compostagem é insumo de primeira

� Entrevista: Tâmara Cláudia de Araújo Gomes, pesquisadora da Embrapa

� Material rodante eficaz permite colheita contínua

� Prevenção é a melhor receita para a boa saúde de tratores

� Solução de equação decide melhor momento para a reforma

Usinas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .62

Tecnologia Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .66 a 78� Laboratório controla a eficiência industrial

� Planetários participam ativamente da eficiência industrial

� Aquisição de rolamentos deve avaliar diversos fatores

Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .80 a 84� Câmara aprova subsídio de R$ 0,40/litro para produção de etanol no NE

� ABAIXO O DESPERDÍCIO!

Saúde & Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .86 a 88� Fumar é prejudicial à “saúde” do canavial

Perfil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .90� Pais do carro flex: Entrevista com Francisco Nigro

Setor em Destaque . . . . . . . . . . . . . . . .92 a 97� Cobertura do Prêmio BestBIO 2013

Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . .98 a 106

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Maio/2013AGENDA8

A C O N T E C E U A C O N T E C E

GSO SE REÚNE PELA PRIMEIRA VEZ EM 2013No último dia 5 de abril, o GSO - Grupo de Saúde Ocupacional - se reuniu na

cidade de Limeira (SP) para a realização de seu primeiro encontro técnico em 2013.Na ocasião foram abordados temas sobre segurança e saúde do trabalho, que contoucom a participação de profissionais de vários ramos de atividades. Coube a MárioMárcio dos Santos, diretor presidente do grupo, abrir o evento, apresentando aspautas do dia. Logo depois, o palestrante Roberto Pessoa falou sobre “Lockout /Tagout”, tema que compõe alguns itens da NR 10 (Norma Regulamentadora que tratade segurança em instalações e serviços em eletricidade), tão falada nos últimos tempos.

BIOENERGIA Aconteceu de 18 a 23 de março, em Brasília/DF, a Semana de Bioenergia que

reuniu mais de 70 representantes de países dos cinco continentes. O evento foipromovido pela Global Energy Partnership (GBEP), o Ministério das RelaçõesExteriores, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e a EmbrapaAgroenergia, com o apoio da OEA, do Departamento de Estado dos Estados Unidos eda empresa Raízen.

MECANIZAÇÃO AGRÍCOLAO Pecege – Esalq - USP realizou no mês de abril, em Piracicaba (SP) a 3ª Oficina

de Planejamento e Gerenciamento de Sistemas Mecanizados Agrícolas. Cronograma:13/04 – Planejamento operacional e econômico de sistemas mecanizados; 14/04 –Gestão de frotas; 27/04 – Modelagem matemática para controle de frota; 28/04Gestão de processos.

AGRISHOW A 20º Feira Internacional de

Tecnologia Agrícola em Ação acontece de29 de abril a 3 de maio de 2013, emRibeirão Preto (SP). www.agrishow.com.br

PRÊMIO MASTERCANA CENTRO-SUL

Acontecerá no dia 26 de agosto de2013, em Sertãozinho (SP), o MasterCanaCentro-Sul, evento que homenageará asprincipais personalidades do segmentosucroenergético. Simultaneamente,acontecerá ainda o PRÊMIOMASTERCANA SOCIAL, fruto daparceria entre a ProCana Brasil e o Gerhai. www.mastercana.com.br [email protected]

PRÊMIO MASTERCANA BRASILO evento de premiação exclusiva dos

100 MAIS INFLUENTES DO SETORacontecerá dia 21 de outubro, em SãoPaulo.www.mastercana.com.br [email protected]

PRÊMIO MASTERCANA NORTE-NORDESTE

Dia 26 de novembro, Recife (PE) serápalco de mais uma edição do tradicionalprêmio MasterCana Norte-Nordeste.

www.mastercana.com.br [email protected]

CURSOS SINATUB 2013MAIO 13 a 15 – Curso/Treinamento

de Análise de Vibração – RibeirãoPreto/SP

16 e 17 – Curso/Treinamentode Balanceamento de Rotores –Ribeirão Preto/SP

20 a 22 – Curso/Treinamentode PCM e Confiabilidade daManutenção – Ribeirão Preto/SP

JUNHO 06 e 07 – Curso de Caldeiras,

Vapor e Energia – RibeirãoPreto/SP

JULHO31/07 a 02/08 –

Curso/Treinamento de Balanço deMassa e Energia – Ribeirão Preto/SP

AGOSTO13 a 16 – Curso/Treinamento

de Vasos de Pressão - RibeirãoPreto/SP

SETEMBRO10 a 13 – Curso/Treinamento

de Gestão de Projetos - RibeirãoPreto/SP

26 e 27 - Curso de Moenda eDifusor – Ribeirão Preto/SP

OUTUBRO17 e 18 – Curso de

Manutenção Preditiva e Inspeção deEquipamentos – Ribeirão Preto/SP

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Maio/2013 CANA LIVRE 9

Barralcool comemora DiaInternacional da Mulher

O coordenador do Projeto Doce Vida,Júlio Cesar, realizou no último dia 16 demarço, a comemoração ao DiaInternacional da Mulher. O evento que já étradição, realizado pelo sexto anoconsecutivo contou com uma gincana,proporcionando clima de descontração eainda o sorteio de brindes para ascolaboradoras do Grupo Barralcool.

A atividade contou com aapresentação musical dos alunos doProjeto Doce Vida, que puderamhomenagear mais de 80 mulheres.

Expedição canavieira inicia segunda fase

No dia 21 de abril, a ReunionEngenharia, iniciou a segunda fase daExpedição ‘Cantões da Cana’ paracomemorar os 20 anos de trabalho daempresa. Uma maratona de mais de 10 milquilômetros já foi percorrida durante a Fase 1e, na Fase 2, a distância pré estabelecida é denove mil quilômetros em, aproximadamente,90 dias. Nesta fase, serão visitados cerca de 60locais das regiões de Piauí, Ceará, Rio Grandedo Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas,Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro,Leste de Minas Gerais e Norte de São Paulo.A ProCana Brasil é uma das patrocinadorasdo projeto. Informações: (11) 4156 6688 ou(16) 3877 2790.

Açúcar brasileiroem Feira do Canadá

De 30 de abril a 2 de maio,compradores de Toronto noCanadá terão a oportunidade deconhecer de perto o açúcarorgânico brasileiro. Isso porque aJalles Machado, de Goiás, estarápresente no evento com o AçúcarItajá. De acordo com LucasLeonardo Costa Galdioli, gerentecomercial, 2013 será um anomuito importante para a JallesMachado, pois participará dasprincipais feiras internacionais deprodutos orgânicos com o objetivode expor para o mercado mundialas embalagens de 1 libra, 4 librase 10 libras. "Hoje, nosso açúcarorgânico de 10 libras já écomercializado na segunda maiorrede de supermercados (Costco)dos Estados Unidos”, revela ogerente.

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PROBLEMA NOSSO!Pedro Mizutani, da Raízen, afirma que além do governo, setor também precisa agir para retomar crescimento

ANDRÉ RICCI, DE SÃO PAULO

Nos últimosmeses, dirigentesde entidades, usinas, e representantes dosetor sucroenergético solicitam medidas delongo prazo, e aguardam soluções por partedos parlamentares. Mas, e as unidades,estão preparadas para retomar a produçãocaso as políticas surjam?

Essa foi a temática do painel moderadopor Josias Messias, presidente da ProCanaBrasil, que contou com a participação dePedro Mizutani, vice-presidente da Raízen; eChristophe Akli, diretor presidente daBiosev, durante o do Sugar & Ethanol,promovido pela F.O Licht´s, em marçoúltimo.

“É claro que falta política pública, mas

o governo não vai resolver o problemasozinho. O problema é nosso, do setor e dogoverno. Cabe às unidades e grandes gruposinvestir em gestão e tecnologia. A Raízen,por exemplo, investiu na última safra R$ 80milhões por ano, valor baixíssimo secomparado aos rendimentos que tivemos, jáque moemos R$ 600 milhões. O total nãorepresenta nem R$ 0,30 por tonelada decana que direcionamos para esta área. Istoreflete o quanto precisamos investir”,analisa Mizutani.

Se o setor não investir, não sobreviverá.Por menor que seja a usina é precisoinvestir. Investir é como fazer a “lição decasa”, respondeu Mizutani, quandoquestionado sobre como as empresaspodem investir em um momento decontensão de gastos.

O executivo acredita que gestão e

aprendizado não são os únicos gargalos dosetor e que semelhantemente a qualqueroutro segmento, para que haja venda épreciso divulgar bem, o produto emquestão. “Precisamos investir no marketing.Nós não sabemos vender nosso produto.Hoje, o único concorrente é a gasolina,ainda assim, não sabemos valorizar o etanolpara o povo brasileiro. É preciso ressaltar osbenefícios ecológicos embutidos nobiocombustível, da geração de empregos detoda nossa cadeia produtiva, enfim; elencaras várias qualidades que nosso produtopossui. A imagem do etanol precisa serprioridade”, observou Mizutani.

Estudos apontam que nos próximostrês anos, cerca de 60 das 330 usinas deetanol e açúcar da região Centro-Sul podemencerrar suas atividades. Para evitar queesta derrocada continue, Josias Messias,

presidente da ProCana Brasil, sugeriu açõesque podem ser utilizadas pelos gestores,independente do porte da unidade. “Trêspontos são fundamentais para qualquerusina: estratégia, gestão corporativaprofissional e otimização dos processos, cominvestimentos em ferramentas de TI. Sóassim é possível sobreviver às intempériesdo mercado”, garante Messias.

Para Christophe Akli, diretorpresidente da BioSev, a curva deaprendizado do setor é contínua, fazendocom que a cada safra, novas lições sejamaplicadas. “Quando um segmento passa porum período de rápida expansão, elegeralmente sofre consequências danosas.Cabe ao setor se readaptar com eficiência àsmudanças que nele acontecem, como, porexemplo, a eliminação da queima da cana”,explicou Akli.

Mizutani: o governo não vai resolver o problema sozinho

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Prova deque um trabalhoadministrativo benfeito e que oferecemargem de crescimento mesmo em ummomento economicamente frágil, a Raízenprevê para a safra 2013/14 um aumentode 10 % na produção de etanol e de açúcar.

De acordo com o vice-presidente daempresa, Pedro Mizutani, o incremento naprodutividade virá da recuperação previstana região Centro-Sul. "É cedo para falarsobre produtividade, já que isso dependedo clima e do ponto de maturação, mas aexpectativa é moer cerca de 60 milhões detoneladas", afirmou.

No último ciclo, diversas usinasretardaram o início da safra, assim comopostergaram seu final, a fim de obter ummelhor aproveitamento da matéria-prima.Para este ano, o executivo da Raízen dizque ainda não é possível mensurar operíodo de duração da colheita. Na últimasafra, a Raízen processou 56,2 milhões detoneladas de cana.

Otimista, Mizutani confirma asexpectativas de que a produção de etanolcrescerá em decorrência da demandaprevista. "Neste ano teremos mais etanol.As chances do biocombustível remunerartão bem quanto o açúcar existe", estimou.

Com relação ao açúcar, Mizutaniacredita que o percentual de canadestinada à produção, ao menos no Centro-Sul, cairá para 46,5 %, se comparado comos 49% do ciclo anterior.

LINHA DE CRÉDITOSobre a recente declaração do ministro

Edison Lobão, afirmando que os produtoresde etanol têm à disposição uma linha decrédito de R$ 7 bilhões e não a utilizam,

Mizutani respondeu com uma crítica. “Nósutilizamos sim, seja através do ProRenova,financiamento de máquinas e implementos,ou qualquer outro programa. O problema éque o cadastro das usinas não está zerado, o

que tem dificultado o acesso ao crédito. Éum processo cíclico. Como falta um cadastroadequado, as usinas não podem acessar aslinhas do BNDES. É muito burocrático,infelizmente”, reprochou. (AR)

Raízen estima aumento de 10% na produção de etanol e açúcar

Colheita mecanizada em canavial da Usina Jataí, da Raízen

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FABIANA MARQUES, DE SÃO PAULO

Para atender à demandaprojetada para 2020, o Brasilprecisa dobrar sua produção de cana-de-açúcar e criar 100novas usinas. A avaliação foi feita pela atual presidente daUnica, Elizabeth Farina, no dia 19 de março, durante aconferência Sugar and Ethanol, em São Paulo. Dados daentidade também mostraram que para abastecer omercado doméstico e reter 50% do market shareinternacional, o setor precisará aumentar sua produção deaçúcar em 15,7 milhões de toneladas até 2020.

Questionada se o Brasil terá condições de alcançaresses objetivos, Farina replicou que para que issoaconteça, há necessidade da definição de políticaspúblicas e regras claras, que permitam novosinvestimentos e a recuperação da competitividade dosetor sucroenergético.

“Creio que é possível. Temos condições de atenderessa produção. Temos espaço e terra suficientes, podendoproduzir de maneira sustentável. Mas isso depende davelocidade com que se criem regras claras. Quanto maisdemorar, mais difícil será”, afirmou.

De acordo com dados da Unica, em 2015 o paísatingirá sua capacidade máxima de processamento decana e a expansão da produção só será possível com aintrodução de nova capacidade de processamento eamplo investimento em novas tecnologias. O ritmo dessecrescimento será determinado pelas condições demercado no Brasil e no mundo, assim como políticaspúblicas específicas para o etanol.

Uma das alternativas para o incremento na produçãode etanol, segundo Farina, é o etanol celulósico, tambémconhecido como de segunda geração. Dados da Unica

mostraram que com inovações tecnológicas comoagricultura de precisão, melhoramento genético da cana eetanol de segunda geração será possível aumentar aprodutividade em até 24,5 litros por hectare.

De acordo com Farina é preciso que o governo definamedidas que estabeleçam o preço dos combustíveis a

longo prazo, o que daria previsibilidade aos envolvidos.É fundamental saber qual será a regra de formação

dos preços. “Para virarmos este jogo, precisamosressuscitar os investimentos, o que só acontecerá sevislumbrarmos políticas de preço dos combustíveisbrasileiros”, disse.

Elizabeth Farina: temos espaço e terra suficientes para produzir de maneira sustentável

Brasil precisa dobrar produção para atender demanda até 2020

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14 MERCADO Maio/2013

Na opinião dapresidente da Unica,Elizabeth Farina, a indústria sucroenergética passa poruma expressiva transformação estrutural, produtiva eeconômica, pela qual outras indústrias já passaram eque somente um conjunto de regras claras querestaurem a competitividade do etanol pode mudar osentimento negativo do setor.

Para Farina, o fechamento de 40 usinas nosúltimos cinco anos não representam o fim da atividadecanavieira, mas é um reflexo de um penoso processo dereestruturação produtiva.

“Espero que através de políticas tributárias, quereconheçam os amplos benefícios econômicos, sociais eambientais do biocombustível de cana, o setor possainiciar um processo de retomada de crescimento,”afirmou. Para ela, os empresários do setor tambémprecisam fazer a lição de casa, reduzindo custos deprodução, gerando ganhos de eficiência e investindoem novas tecnologias.

Em entrevista exclusiva ao JornalCana no final desua apresentação, Farina considerou que umaeventual retomada do imposto sobre a venda decombustíveis fósseis, a Cide, (Contribuição deIntervenção no Domínio Econômico), cuja alíquotaatualmente está zerada, pode reverter-se em umbenefício ao setor. “Retomado, o tributo melhora arentabilidade do etanol, sendo um modo de valorizaras externalidades, transformando-as em incentivospara o investimento”.

A presidente da Unica também comentou sobre a bioeletricidade. Dados apresentados pelaexecutiva, mostraram que atualmente a cogeração deenergia elétrica responde por apenas 3% da matrizenergética brasileira. E é responsável peloabastecimento de 8% da rede, enquanto seu potencial éde 18%. “Produzimos pouco em relação ao potencialque poderíamos ter. De fato, há uma perspectiva departicipação importante da bioeletricidade na matrizenergética brasileira. Existem pontos que apenas apolítica pública pode definir, não apenas osinvestimentos privados”. (FM)

Setor precisa

fazer “lição

de casa”

Elizabeth Farina

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FABIANA MARQUES, DE SÃO PAULO, SP

O etanolbrasileiro deverárecuperar um pouco sua competitividadenessa temporada e se tornará mais atrativoproduzi-lo em 2013/1014. A afirmação foifeita pelo diretor da consultoria alemã daF.O. Licht, Christopher Berg, durante oevento Sugar and Ethanol Brazil realizadono Brasil, na cidade de São Paulo, no dia 19de março.

Segundo dados divulgados por Bergdurante sua apresentação, o país deveráproduzir 26,4 bilhões de litros de etanol em2013/2014, em comparação a 23,5 bilhõesde litros em 2012/2013. Desse total, 24, 35bilhões de litros será usado comocombustível.

Apesar do aumento na produção, nãohá justificativa forte para esperar grandesníveis de exportação para esta temporada. Aprevisão é que as exportações possamalcançar 3,55 bilhões de litros em2012/2013, mas devem cair ligeiramente,chegando a 3,32 bilhões de litros em2013/2014. "O Brasil é capaz de exportargrandes volumes se houver o incentivoadequado. Há espaço para um crescimentorazoável”, disse Berg.

Em relação ao mercado norte-americano, o consultor afirmou que hámuitas incertezas e que tudo dependerámuito da economia. As exportações tendem

a cair, pois ficaram menos atrativas após ofim dos subsídios que a indústria recebia dogoverno. “Os Estados Unidos passaram demaior importador a maior exportador eagora devem voltar a importar”, explicou oconsultor.

A seca e as novas condições de mercado

nos Estados Unidos para o etanol causaramuma queda na produção, dezenas de usinasfecharam as portas ao longo da temporada.Além disso, o limite de taxa de mistura doetanol à gasolina, chamado de Blend Wall,também contém o crescimento da produção.

Na União Europeia, a situação do

etanol está totalmente atrelada a fatorespolíticos. Enquanto a agenda política dobloco para os bicombustíveis não estiverfinalizada, o que não tem data para ocorrer,os investimentos no setor ficarão parados, oque coloca a indústria do etanol na Europaem risco.

Etanol brasileiro deve recuperar competitividade até 2014

Christopher Berg: o Brasil é capaz de exportar grandes volumes se houver o incentivo adequado

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A produçãode açúcar natemporada 2013/14 do Centro-Sul do Brasil,maior região produtora do mundo, será 5,8%maior que em 2012/2013. A previsão é quesejam produzidas 36,2 milhões de toneladasa partir de 585 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, informou a consultoria F.O. Licht.No ciclo antérico foram produzidas 34,1milhões de toneladas. Segundo o analistasênior de commodities da F.O. Licht, StefanUhlenbrock, o Brasil vai produzir a maiorquantidade de açúcar na história.

De acordo com dados da consultoria, oexcedente global de açúcar para estatemporada será de aproximadamente 10milhões de toneladas, o maior em décadas.Este aumento é devido uma produção maiordo que o estimado no Brasil, China, México eoutros países. A expectativa é que em2013/2014 também haja excedente.

Em relação aos preços, Uhlenbrockafirmou que há poucas indicações de umarecuperação iminente e apontou algunsdesafios como a política brasileira para oetanol e a congestão nos portos como fatores

que podem dar suporte para que os preços semantenham em queda no curto prazo.

A China deve continuar importandovolumes significativos de açúcar neste ano,especialmente do Brasil, podendo alcançar2,7 milhões de toneladas no ano. “Haverácrescimento da produção doméstica daChina, mas o país ainda assim precisa refazerseus estoques, então continuarão a importar.Já em 2013/14 as importações devem voltarao número normal, de 1,5 milhão toneladas”,disse.

A União Europeia está às voltas com

revisão da política agrícola comum do bloco.O parlamento europeu quer postergar aextinção das cotas de produção de açúcar nobloco e os preços mínimos para o açúcar debeterraba por mais cinco anos, em 2020, aoinvés de 2015. Na opinião de Uhlenbrock, adecisão só será tomada no segundo semestredeste ano. “Por hora, o que se sabe é queenquanto essas taxas de importaçãoexcessivas estiverem em vigor, as vendas aomercado doméstico devem ser maislucrativas que as exportações na maior partedo tempo”, explicou. (FM)

Produção de açúcar no Brasil crescerá 5,8% na temporadaStefan Uhlenbrock: Brasil produzirá maior quantidade de açúcar da história

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FABIANA MARQUES, DE SÃO PAULO

Representantes do setorsucroenergético brasileiroreunidos para um debate na conferência Sugar &Ethanol, promovida pela F.O Licht, que aconteceu no dia19 de março em São Paulo, foram unânimes ao afirmarque o Governo deixa muito a desejar em relação apolíticas públicas para o setor.

Segundo Luiz Carlos Carvalho, presidente da Abag —Associação Brasileira do Agronegócio, as condições para osetor voltar a acelerar dependem das políticas públicas.“Há quatro safras atrás produzimos 600 milhões detoneladas de cana. Na última safra 586. Sem incentivo doGoverno, demoramos quatro anos para voltar à produção

de antes”, afirmou.Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e

atual coordenador do Centro de Agronegócio da FGV,não mediu as palavras ao falar dos problemasenfrentados pelo setor sucroenergético. "Este paineldeveria se chamar ‘a falta de política pública no setorsucroenergético’, brincou fazendo referência ao título dopainel Políticas Públicas para superar os desafios dopresente e estabelecer condições propícias ao crescimentodo setor sucroenergético.

O ex-ministro da Agricultura foi enfático ao falar damaneira como o setor canavieiro é tratado "É umaestupidez a forma como é feito aqui. Comida qualquerpaís produz, agroenergia não. É preciso ter terra, planta esol. É lamentável não tratar a cana-de-açúcar como umamatéria-prima fundamental para o país".

Na opinião de Rodrigues faltam líderes mundiais,especialmente na área de energia renovável. Ele disse quejá propôs ao governo brasileiro a criação de umaSecretaria da Agroenergia, que cuidaria exclusivamentedos itens da área. "Este é um problema mundial, nãoexclusivamente brasileiro. Mas aqui, já fiz essa propostaao governo, que não vingou. Todo mundo tem umdiagnóstico, mas ninguém apresenta medidas efetivas. Osresponsáveis pelas políticas públicas já sabem que elassão necessárias, mas não a fazem. Falta atitude", disse.

Sobre a importância do segmento para o país, opresidente do Grupo Maubisa, Maurílio Biagi Filhoressaltou a superioridade do setor brasileiro. “Todos ospaíses morrem de inveja do nosso mix de produção. Sóaqui produzimos açúcar e etanol dessa maneira.Precisamos valorizar este trabalho”, finalizou.

AGROENERGIA PRECISA DE LÍDERESRoberto Rodrigues, Luiz Carlos Carvalho e Maurílio Biagi Filho

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O presidenteda Orplana —Organização de Plantadores de Cana daRegião Centro-Sul do Brasil, Ismael Perina,se mostrou preocupado com a falta deposicionamento do Governo. “A distânciaentre os setores privado e o público é muitogrande. Ninguém quer saber de nada, todomundo empurra com a barriga. Essa é aimpressão que temos por parte do governo”,alertou.

Em relação às medidas tomadas pelogoverno no início do ano, como o aumento

da mistura de etanol na gasolina, além doreajuste do preço do combustível fóssil, orepresentante acredita que as ações nãobastam e precisam acontecer no tempo certo.“Boa parte da perda de produtividade nosúltimos anos vem da falta de investimentosdos produtores pela falta de renda. Claroque tivemos problemas climáticos, mas afalta de política pública, principalmente emrelação ao etanol, foi determinante parafazer com que os produtores tivessem umgolpe violento na produtividade”.

Questionado sobre a necessidade de

investimentos por parte dos produtores,Perina os defendeu, fazendo referência aprogramas sociais do governo atual. “Eu nãotenho ´bolsa auxílio produtor rural´. Se euarriscar, vou quebrar”, disse.

Uma das soluções que poderia melhorara remuneração do produtor, segundo opresidente da Orplana, é a bioenergia, quetem sido descartada constantemente por faltade estrutura. “Por falta de política pública,muito resíduo tem ficado no campo, masinfelizmente hoje, para os produtores, quantomais palha mando pra usina, mais se

deprecia o valor que se recebe”, disse.Representando a ANP — Agência

Nacional do Petróleo, Gás Natural eBiocombustíveis, o assessor de diretoria doórgão, Luís Eduardo Duque Dutra,defendeu que "políticas públicas em energiasão extremamente difíceis de seremrealizadas". Apesar disso, Dutra afirmou queé prioridade da ANP fazer do álcoolcombustível, um combustível de verdade. “Osetor deve retomar o crescimento. É umprocesso lento e peço a vocês paciência",rogou. (FM)

Produtores precisam de incentivos para investirLuís Eduardo Duque Dutra, da ANP, rogou paciência aos produtores Ironia de Ismael Perina: “Não temos bolsa auxílio produtor rural”

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Fundo promove fusão entre Tonon e Paraíso BioenergiaNegociação envolveusanção de dívida, troca de ações e R$ 50milhões em dinheiro

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

No início de março, o Grupo TononBioenergia, que conta com duas usinas,Vista Alegre, localizada em Maracaju, MS eSanta Cândida, em Bocaina, SP,incorporou a Usina Paraíso Bioenergia, deBrotas, interior de São Paulo.

Por trás da negociação está o fundo deprivate equity FIP Terra Viva, da gestoraDGF Investimentos, criado em 2008 parainvestir em projetos de etanol. Desde então,o fundo adquiriu participação em trêsgrupos do setor sucroenergético, sendoquatro usinas. Além do Grupo Tonon eUsina Paraíso, a Usina Alvorada, situadaem Minas Gerais, também faz parte doportfólio do fundo.

A operação envolveu três pontos:primeiro a sanção da dívida líquida de R$243 milhões da Paraíso, sendo R$ 50milhões pagos em dinheiro e outros R$ 120milhões em troca de ações. A partir deagora, a família que controla a Tonondetém 58% de participação no negócio, oFIP Terra Viva 35% e os acionistas 7%.

De acordo com uma fonte de mercado,nos últimos anos a Paraíso evoluiu

positivamente seu valor acionista, tornandopossível sua incorporação em um grupomaior.

Na safra 2012/13, a Tonon, em suasduas unidades, moeu cerca de 5 milhões detoneladas de cana-de-açúcar. Já a Paraíso,registrou no mesmo período de moagem,1,8 milhão de toneladas.

Com a incorporação, o desempenho

do Grupo Tonon subirá para 8 milhões detoneladas de cana, somadas as moagensdas três unidades, já na safra 2013/14. Acapacidade da Tonon será expandida paraatingir 9,5 milhões de toneladas de canaem 2015/16.

Na unidade mineira, com sede emAraporã, os investimentos chegam a R$160 milhões, originados de uma parceria

com a CPFL Energia, que pretende instalaruma unidade de cogeração de energia combiomassa de 50 megawatts (MW) decapacidade.

Desde sua criação, o FIP Terra Viva jáinvestiu R$ 260 milhões nas participaçõesminoritárias dos três grupos, que juntostêm capacidade de moer 10 milhões detoneladas de cana-de-açúcar por safra.

Usina Paraíso Bioenergia

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Por falta de infraestruturapara manuseeio, unidades estão perdendoem produtividade

ANDRÉ RICCI, DE SÃO PAULO

Entre os anos 2001 e 2002, épocado então presidente Fernando HenriqueCardoso, foi pedido, em caráter deurgência, que o país reduzisse em 20% oconsumo de eletricidade. Desde então, acada período de estiagem, surgemrumores sobre “apagões”, termoutilizado para caracterizar oracionamento de energia promovido pelogoverno.

De acordo com Mark Lyra, CEO daCosan Biomassa, que participou de umdos painéis realizados na conferência

F.O.Licht´s Sugar & Ethanol Brazil, emSão Paulo, no dia 18 de março, é precisoencontrar alternativas que aumentem a

produção de energia elétrica no país,como a biomassa, por exemplo.

Pesquisas indicam que cerca de 90

milhões de toneladas de palha sãodeixadas nos canaviais brasileiros a cadasafra. O material poderia ser utilizadocomo incremento na geração de energiaelétrica, ainda mais com o avanço damecanização, como lembra oespecialista. “Além de ser umaalternativa muito importante nesteprocesso, a biomassa se utiliza da palhada cana, que com a chegada damecanização, aumentou bastante noscanaviais”, explica o CEO da Cosan.

Não bastasse todo descaso, a palhatem sido taxada como um problema aoinvés de solução. Isso porque com a faltade infraestrutura para manuseá-la, asunidades estão perdendo emprodutividade, o que deveria ser evitado.“Além de todos os problemas quesabemos que houveram no setorsucroenergético, a queda na produçãotambém se deve ao excesso de palha nocampo. Quanto mais palha, pior aprodução”, adverte.

Ex-presidente da Unicacomentou o atual cenáriodo setor sucroenergético,que para ele, precisa demedidas efetivas

Durante o mês de março, o ex-presidenteda União da Indústria de Cana-de-Açúcar(Unica), Marcos Jank, foi mais um a criticar afalta de políticas públicas para o setorsucroenergético. Segundo o representante, oatual cenário deve incentivar ainda mais aoferta de etanol anidro, em detrimento dohidratado, o que pode desestimular o mercadoflex no país.

Jank taxou o processo como "anidrizaçãodo setor”, fator que vem ocorrendo já há alguns

anos por conta da falta de competitividade doetanol hidratado, que tem seus preços atreladosao da gasolina. "A falta de política vai matar ocarro flex", disse.

Ainda segundo o especialista, as medidasanunciadas até o momento são medidaspaliativas, já que devem melhorar as margensdas empresas, mas não são suficientes paraassegurar a retomada dos investimentos. "Nãose trata de uma crise do etanol e sim do setor decombustível", lembrando que no ano passado aPetrobras registrou grande prejuízo no país.

Como alternativa, Jank defendeu a voltada incidência Contribuição de Intervenção noDomínio Econômico (Cide) sobre acomercialização da gasolina. A alíquota foizerada pelo Governo Federal em meados doano passado, com o objetivo de neutralizar oaumento dos preços da gasolina sobre ainflação. (André Ricci)

Falta de política pública pode matar carro flex

Por enquanto, a palha ainda é problema

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Setor deverácomercializar maiorvolume do produto devidoao aumento da misturado anidro na gasolina eao reajuste de preço doderivado de petróleo

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

A produção superavitária de açúcar, aadoção de medidas que afetam a produçãoe o consumo de etanol no Brasil e ainclusão do biodiesel, fabricado a partir dasoja, como combustível avançado nosEstados Unidos, que passa a ser umconcorrente direto do produto brasileiro,formam um novo e complexo cenário paraa gestão da comercialização no setorsucroenergético. Este quadro – conforme aopinião de especialistas – cria,principalmente para o etanol, umaperspectiva mais positiva em relação aosanos anteriores.

A safra 2013/14 terá inclusive maiordisponibilidade de matéria-prima. Amoagem de cana-de-açúcar deverá saltarde 530 milhões de toneladas – resultadoobtido no Centro-Sul no ciclo 2012/13 –para 580 a 590 milhões de toneladas na

atual safra, afirma Martinho Seiiti Ono,diretor da SCA Etanol do Brasil. Apesardisso, o açúcar deve se manter – analisa –nos níveis de produção do ano passadodevido à queda de preço em decorrênciada elevação da oferta.

“Não temos neste ano aquelavantagem competitiva que o açúcarconseguiu em relação ao etanol nasúltimas três safras”, comenta. De acordocom Ono, o Brasil tem oportunidadeagora, com o reajuste da gasolina em

janeiro, que elevou a competitividade dohidratado, e o aumento da mistura doanidro na gasolina, de 20% para 25%, apartir de 1º de maio, de comercializar umsubstancial volume de etanol no mercadointerno.

Essas medidas adotadas pelo governo— aumento da gasolina e elevação damistura — dão uma resposta positiva parao setor no curto prazo, opina MartinhoOno. “E, agora, a tão esperadadesoneração do PIS/Cofins – que não

tinha sido oficializada até o início de abril– vai ajudar o hidratado a ter melhorremuneração e elevar a competitividade doproduto em relação à gasolina”, observa.

Para que ocorra uma retomada deinvestimentos no setor, com a ampliaçãodo número de usinas e da produção, existea necessidade da implantação de umapolítica pública mais consistente, maissegura e especialmente rentável para que oetanol tenha maior participação na matrizenergética, diz o diretor da SCA.

Novo cenário cria perspectiva positiva para o etanol

Martinho Seiiti Ono, diretor

da SCA Etanol do Brasil Reajuste da gasolina em janeiro elevou a competitividade do hidratado

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Maio/2013 ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO 25

O cenário do etanol estácomeçando a mudar, ratifica LuizGustavo Junqueira Figueiredo, diretorcomercial da Usina Alta Mogiana, deSão Joaquim da Barra, SP. Segundoele, o governo federal tem entendidoque o etanol é uma solução para osproblemas que afetam a produção e oabastecimento de combustível no país.Por isso, está mantendo maior diálogocom o setor, o que é bastante positivo,comenta.

“É compreensível imaginar que oetanol tenha ficado em segundo planona ordem de prioridade energética dogoverno para combustíveis líquidosquando o Brasil descobriu as reservasenormes de pré-sal”, afirma. De acordocom ele, a Petrobras não estáconseguindo aumentar a produção depetróleo mesmo com o pré-sal, poisexistem problemas na exploraçãodestas reservas.

“O país virou importador degasolina devido à dificuldade daprodução brasileira em acompanharesse crescimento de demanda. Não fazsentido importar por um longo prazoum derivado de petróleo se tem etanolaqui no Brasil que vira solução para oproblema”, comenta. Ele enfatiza queo país precisa diminuir as suas

importações por causa da balançacomercial, devido aos problemaslogísticos e também pela redução dageração de emprego.

“O etanol hidratado que foi o‘patinho feio’ do setor nos últimos anostem agora condições propícias dedemonstrar o seu valor”, diz. Naavaliação dele, o ideal seria o governo,acabar com a defasagem de preço dagasolina doméstica em relação ao valorda gasolina internacional. Mas, isto émuito difícil de acontecer, no curtoprazo, por causa da política decombate a inflação.

Luiz Gustavo Figueiredo observaque a desoneração do PIS/Cofins e umnovo aumento da gasolina entre 5% e10% – o que ele não considera difícil deocorrer – poderá representar umaumento de rentabilidade do hidratadoentre 15% e 20%. “Numa commodityter entre 15% a 20% a mais depotencial de margem é muitosignificativo”, ressalta.

Como consequência desse novocenário, o diretor comercial da AltaMogiana acredita que este ano será desurpresas agradáveis para o etanol. Oaçúcar poderá ser beneficiado também– avalia – pela menor oferta desseproduto no mercado. (RA)

Biocombustível vira soluçãopara abastecimento no país

Luiz Gustavo Junqueira Figueiredo: Petrobras tem encontrado

dificuldades para aumentar a produção de petróleo mesmo com o pré-sal

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“A comercialização é muitocomplexa. É uma fonte espetacular paraa gestão de usinas desde que seja feitacom profissionalismo e bem estruturada.Não há mais espaço para oamadorismo”, comenta Tarcilo RicardoRodrigues, diretor executivo daBioagência. Segundo ele, a necessidadedas unidades e grupos sucroenergéticosterem um planejamento estratégico ecomercial aumenta ainda mais emdecorrência do atual cenário. “Aarbitragem de preço de açúcar e etanolapresenta, nesse momento, uma margemapertada”, constata.

Qualquer movimento pode provocarmudanças no panorama. “Essesmovimentos são dinâmicos”, observa. Deacordo com ele, no início de abril poderiaser um pouco mais vantajoso produziretanol em consequência da redução dopreço da gasolina, do aumento damistura de anidro na gasolina – de 20%para 25% – e das condições não tãofavoráveis para a comercialização deaçúcar. Em vinte dias – exemplifica –, asituação pode ser alterada.

É preciso ter uma boa leitura domomento e avaliar com critério aspossibilidades para os meses

subsequentes, afirma Tarcilo Rodrigues,que é também presidente do ConselhoAdministrativo da International Ethanol

Trade Association – Ietha. Existe anecessidade – ressalta – da realização deum trabalho de inteligência de mercado.

Nos últimos anos, o açúcar apresentavauma situação mais estável. “Agora, estásendo preciso arbitrar”, afirma.

O diretor executivo da Bioagênciaobserva que uma alternativa, nestemomento, é assumir compromissosmenores – caso isto seja possível – nacomercialização de açúcar e etanol. Destamaneira, as unidades sucroenergéticasterão maior flexibilidade para anegociação de seus produtos de acordocom as condições de mercado.

Tarcilo Rodrigues enfatiza que asusinas precisam estar preparadas para atomada de decisão a partir da análise deoportunidades e tendências. Para isto,devem contar com o trabalho deprofissionais especializados que tenhamfoco na gestão da comercialização. Umasolução, nessa área, é a contratação deempresas com expertise nodesenvolvimento de negócios.

A gestão comercial de unidades egrupos sucroenergéticos – afirma – deveestar estruturada para dar respostas àsmudanças que ocorrem rapidamente.Um exemplo é a avaliação correta –observa – dos efeitos que serãoproporcionados pela desoneração doPIS/Cofins. (RA)

“Uma das questões que deve estar hojeno radar dos agentes de mercado, quepouca gente está enxergando, é acompetitividade que o setor pode ganhar emMinas Gerais”, observa Luiz GustavoJunqueira Figueiredo, diretor comercial daUsina Alta Mogiana. “Esse Estado é muitoimportante no consumo de combustívelveicular. É o segundo maior mercadobrasileiro”, enfatiza.

Segundo ele, o etanol hidratado quenão era tão viável, em termos de preço em

Minas Gerais está se tornando umaalternativa interessante para o mercado. Oproduto no Estado teve inclusive“progressos” – avalia – na sua tributaçãoconsiderada elevada. O ICMS do etanol quejá foi de 22%, está hoje em 19%. E o ICMSda gasolina passou de 25% para 27%. “Comum possível novo reajuste da gasolina, maisa desoneração do PIS/Cofins, o etanolhidratado pode ter um desempenhosurpreendente em Minas. O mercadomineiro é muito pujante”, destaca. (RA) Destilaria da Companhia Energética Vale do São Simão, em Minas Gerais

Radar dos agentes de mercado precisa estar direcionado para MG

Panorama complexo requer profissionalização da gestão

Tarcilo Ricardo Rodrigues: tomada de decisões a partir da análise de oportunidades e tendências

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O açúcar conta com mercado livre,maduro e consolidado; o de etanol estáainda em processo de definição, comparaTarcilo Rodrigues, da Bioagência. Naavaliação dele, o foco da comercializaçãodo etanol, nesse momento, é o mercadointerno. Apesar da melhoria dacompetitividade desse biocombustível nopaís estar vinculada à criação de políticaspúblicas, ele considera que é melhornegociar a adoção de medidas com ogoverno brasileiro do que depender dedecisões de outros países. De acordo comele é possível conversar no Brasil comquem controla os preços dos combustíveis.

A redução de tributos – diz – podeproporcionar também benefícios para oetanol.

Tarcilo Rodrigues observa que paíseseuropeus ainda mantêm barreirastarifárias para o etanol. Os Estados Unidosderrubaram a taxação do etanol importadodo Brasil, mas passaram a considerar –alerta – o biodiesel como combustívelavançado, o que poderá criar dificuldadespara o produto brasileiro. Além do setortrabalhar junto ao governo federal para amelhoria das condições de produção ecomercialização do etanol, é preciso estaratento à questão de redução de custo –

ressalta – para que ocorra a melhoria decompetitividade do produto.

O presidente do ConselhoAdministrativo da Ietha enfatiza que oetanol ainda tem um processo longo pelafrente para contar com um mercadomaduro. Ele comenta que a criação docontrato futuro do anidro pelaBMF&Bovespa é mais uma etapa nessatrajetória. “O efeito ainda é pequeno. Fazpouco tempo que isto aconteceu. Mas, essemercado vai se desenvolver. Nenhumacommodity se torna uma commodityverdadeira sem um contrato futuro”,afirma. (RA)

Concorrência dobiodiesel geraindefinições naexportação

A exportação de etanoltambém passa por um momentode indefinições. A formação depreços do produto ficou maiscomplexa à medida que o produtobrasileiro não concorre apenascom o etanol de milho, mastambém com o biodiesel –considerado combustível avançadonos Estados Unidos – que é desoja, observa Luiz GustavoJunqueira Figueiredo, da AltaMogiana.

Para Martinho Ono, da SCA,se a exportação de etanol atingir amesma performance do anopassado, o resultado poderá serconsiderado positivo. Com o novocenário, proporcionado pelaconcorrência do biodiesel, eleacredita que os números poderãoficar até um pouco abaixo emrelação à 2012. “O comprador vaiestar olhando a arbitragem, levandoem conta o valor do etanol no Brasile o preço do biodiesel de soja nomercado americano”, diz. (RA)

Mercado interno deve ser o foco da comercializaçãoContrato futuro do anidro pela BMF&Bovespa ainda é incipiente

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Os ganhos proporcionados por umagestão eficiente na comercialização deprodutos podem se tornar maisinteressantes caso sejam acompanhadospor um trabalho maduro e profissional naárea logística. Grandes grupossucroenergéticos desenvolvem uma gestãode qualidade com planejamento a médio elongo prazos, observa Priscilla BiancarelliNunes, coordenadora administrativa doEsalq-Log – Grupo de Pesquisa e Extensãoem Logística Agroindustrial. “Quemconsegue se planejar, faz uma logísticabenfeita”, ressalta.

Essas empresas desenvolvemprogramas para fornecedores, como o debonificação. Fazem contratos de quatro,cinco safras, com reajuste combinado entreas partes e descarga preferencial nosterminais, detalha Priscilla Nunes. “Osfornecedores são parceiros mesmo”,afirma. Segundo ela, existem players nomercado muito maduros que não ficamesperando ações do governo na árealogística. “Investem em infraestrutura,terminal, compram equipamentos, dãocondição para uma operação interessante,uma operação atrativa”, relata.

A gestão profissionalizada não é, noentanto, a predominante no setorsucroenergético. “O problema é que hámuita usina que não está conseguindo ter

uma visão de planejamento”, constata. Deacordo com a coordenadora do Esalq-Log,falta profissionalismo nessa atividade.“Existe muita informalidade. O pessoal nãose relaciona direito”, comenta. Ela observaque não ocorre o cumprimento, emdiversos casos, do que foi combinado emrelação a horário, volume a sertransportado, etc. “As falhas acontecemdos dois lados”, afirma.

Priscilla Nunes diz que otransportador precisa fazer a lição de casa.Deve ter, por exemplo, equipamento novo epróprio. “Esse negócio de ficar agregandoterceiro já não é mais bem visto nomercado de açúcar”, observa. O prestadorde serviço precisa ter rastreador,certificação ambiental e um seguro decarga benfeito.

Se a usina fizer uma gestão complanejamento poderá proporcionar tambémmelhores condições de trabalho para otransportador. Pode oferecer – exemplifica –a movimentação de açúcar o ano todo e nãoapenas durante os meses de colheita eprodução. Neste caso, não pagaria um preçode frete tão elevado como o praticado nopico de safra. “Quem não vai querer essetipo de acordo?” – indaga. Ela mesmoresponde: “Vai ‘chover” transportador paraa usina que fizer esse tipo de proposta,oferecendo algo atrativo”. (RA)

Logística benfeita depende de planejamento

Priscilla Biancarelli Nunes: gestão profissionalizada no

escoamento da produção não é predominante no setor

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O setor sucroenergético precisa deuma melhor condição logística, que podeser ajustada a médio e longo prazos, paraaumentar a sua exportação, afirmaMartinho Seiiti Ono, diretor da SCA Etanoldo Brasil. “Hoje temos uma situaçãocomplicada. Faltam trens, dutos, tancagem,calados nos portos para absorver navios”,constata.

Na avaliação dele, mesmo com oaumento do volume fabricado no Brasil, aparticipação do etanol brasileiro nomercado externo deverá ser de 10% a 20%do total da produção nacional. “Istopoderá acontecer daqui a 5 a 10 anos àmedida que o país tiver uma produçãocrescente”, comenta. Ele alerta que o Brasilnão se preparou para contar com umainfraestrutura logística adequada.

“Outros produtos mais competitivos ecom demandas mais acentuadas para

exportação do que o etanol têm enfrentadogargalos. Há muita gente deixando partedo lucro na fila do porto e na margem daestrada. Isso é muito negativo para um paísque é exportador de commodities”, diz.

Em relação ao etanol, ele não acredita,exceto se ocorrer uma mudança brusca,que o produto viverá a expectativa deexportação que havia em 2006 e 2007quando se falava que o petróleo era finito eque seria suficiente apenas para ospróximos 30 ou 40 anos. “O etanol vai serum produto, dependendo logicamente depolíticas públicas, com forte vocaçãodoméstica e com alguma participaçãointernacional para cobrir uma necessidadepontual do etanol avançado dos EstadosUnidos ou em outro país e também paraatender a demanda crescente gerada pelouso do produto – não carburante – no setorindustrial”, pondera. (RA)

O bom relacionamento com ofornecedor não é o único requisito para arealização de uma gestão eficiente na árealogística. A diminuição de custos nessa áreaexige também a realização deinvestimentos em armazenagem, comoalternativa para driblar a sazonalidade queafeta toda a cadeia sucroenergética. Para oprocesso de produção, a usina adquireuma colhedora com o objetivo de utilizá-ladurante sete meses da safra e deixa o seuinvestimento parado no restante doperíodo, observa Priscilla Nunes. Na árealogística, a situação não é diferente: osrecursos são usados em um determinadoperíodo do ano.

“Existe um desencontro entreinvestimento em equipamento e retornodesse investimento por causa dasazonalidade. Isso é ruim para todo mundoque está na cadeia”, avalia. No caso deuma colhedora – e de outros equipamentos–, há um impacto no custo de produção dasusinas e também no equilíbrio financeirodos fabricantes e fornecedores dessasmáquinas devido à concentração da

demanda em alguns meses. A mesma coisa acontece com a

aquisição de um caminhão paratransportar açúcar. “O investimento vai serdiluído em sete meses de transporte deaçúcar. Nos outros cinco, o equipamentonão será usado. Mas, é preciso pagar porele. Essa situação também desequilibra acadeia, incluindo quem está ofertando oserviço e quem está demandando, o queacaba refletindo no preço de frete. Asazonalidade impacta diretamente no custodo serviço logístico”, analisa.

A realização de investimentos emarmazéns para açúcar e tanques para aestocagem de etanol cria condições paramudanças, afirma a coordenadora doEsalq-Log. Desta maneira, as unidadessucroenergéticas poderão escoar suaprodução durante todos os meses do ano,evitando a concentração da distribuição deseus produtos no pico de safra. Segundoela, além de investir em armazenagem, aempresa precisa ter fluxo de caixa pararealizar um planejamento adequado desuas vendas durante todo o ano. (RA)

Parte do lucro fica na fila doporto e na margem da estrada

Faltam trens, dutos, tancagem e maiores calados nos portos para absorver navios

Redução de custo exigeinvestimento em armazenagem

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Internamente, usinassofrem com problemas decomunicação, causandointerferência no rendimentodos colaboradores

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

"A comunicação é uma arte. Não éfeita apenas com palavras, mas com gestos,olhares e ações". Desta forma, BeatrizResende, gerente de RH da Usina Batataisdeu o tom inicial da segunda reunião doGerhai — Grupo de Estudos em RecursosHumanos na Agroindústria - em 2013, emRibeirão Preto, SP. De acordo com ela, olíder que não dissemina informações comtransparência, metas, diretrizes, e diálogoaberto com seus colaboradores,dificilmente se manterá em seu cargo. Istoporque, a má comunicação afeta oambiente, a gestão e a própria liderança doencarregado. "No setor, este é um problemacrônico e cultural", avalia a profissional.

Beatriz, que também é presidente doGerhai, lembra que o RH tem umimportante papel neste processo.“Sabemos que esse aprendizado precisapassar por um profissional especializado.Mas a parceria com o RH nessa gestãointerna das relações é primordial”.

Questionada sobre quais os possíveismecanismos para aperfeiçoar acomunicação, a atual presidente do Gerhaiindica que as usinas precisam seremodelar, levando em consideração quenão envolve investimentos financeiros,mas, mudanças de comportamento. “É umponto que se encontra nas mãos dos líderese gestores e não em uma ferramenta

tecnológica ou algum projetoextraordinário. Este é um aspecto que faltano segmento em geral”, observa.

O tema também foi discutido no PDC– Programa de DesenvolvimentoContinuado, ministrado pela comunicólogae psicóloga, Nanci Capel Pilares. “Oprocesso de aperfeiçoamento nacomunicação começa através de uma buscapor autoconhecimento e relacionamentocom outros”, acredita Pilares. Por se tratarde um problema cultural, ou seja,enraizado – avalia – a transformação seinicia através da sensibilização doscolaboradores.

“Não há receita para a comunicação.Ela acontece na medida em que as pessoastomam consciência dos seus papéis”,afirma. Nanci Capel Pilares. Explica que épreciso instruir os colaboradores para queusem as palavras certas e tenham umapostura adequada, levando emconsideração suas particularidades.

A psicóloga alerta que o papel dacomunicação não é levado a sério, o quenos dias atuais, tornou-se perigoso. Já que,saber lidar com os colaboradores, que são amaior matéria-prima de uma empresa, éfundamental. “Todos estes fatoresinterferem no clima do dia a dia, na culturaorganizacional e no engajamento. Aimpressão que temos é que tudo caminhaperfeitamente, mas lá no campo, porexemplo, o líder pode não saber secomunicar com seus subordinados. Orelacionamento entre eles não é próximo.Isso faz a diferença”, completa.

Pilares, previne os gestores em relaçãoaos seus comportamentos. “O clima égerado pelas pessoas, influenciadas poruma boa postura, bom humor e açõeseficientes. A comunicação vai além dodiscurso e gestos podem valer mais quepalavras”, completou.

A ARTE DE

COMUNICAR

Público na reunião do Gerhai

Beatriz Resende: gestos comunicam mais Nanci Capel Pilares pede melhor comunicação

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ANDRÉ RICCI, DE RIBEIRÃO PRETO

Na mais recente reunião do GrupoFitotécnico, realizada em 9 de abril, emRibeirão Preto, SP, Marcos Landell,pesquisador do Centro de Cana do InstitutoAgronômico (IAC), apontou que parte docaminho para a retomada do crescimento naprodução agrícola do setor é a adoção denovas variedades de cana-de-açúcar. “Temosinformações que algumas das novasvariedades têm potencial produtivo acima de11% em relação ao grupo varietal usadoatualmente. Quanto mais rápido entrarem nomercado, melhor será o resultado”, afirmou.

Na ocasião, mais de 100 pessoasestiveram presentes e puderam acompanharo debate sobre a produção de mudas decana-de-açúcar. Entre outros pontos, foiapresentado o trabalho realizado pelo IAC,denominado M.P.B — Mudas Pré-Brotadas.

A tecnologia é capaz de realizar umamudança na forma de produção de mudas,substituindo a distribuição de colmos comosemente pelo novo sistema. “A baixa naprodutividade vivida nos últimos ciclos sedeve, entre outros pontos ao uso excessivode mudas, que brotam diversas gemas, quebrigam por água, luz e nutrientes. Isso afetaa produtividade da cana de primeiro corte”,explicou Marcos Landell.

A nova tecnologia trabalha através deum sistema de multiplicação que poderácontribuir para a produção rápida demudas, unindo elevado padrão defitossanidade, vigor e uniformidade deplantio. O objetivo é alcançar o aumento deeficiência e ganhos econômicos naimplantação de viveiros, replantio de áreascomerciais e renovação e expansão de áreasde cana-de-açúcar.

Sobre as perspectivas para as safrasconsequentes, Marcos Landell esclarece,

que para mudar o cenário atual o setorprecisa rever os métodos aplicados. “Noúltimo ano, em novembro, fizemos umareunião que deixou claro a adoção de novasvariedades de cana pelos produtores. Maisde 50% dos entrevistados indicaram aadoção de variedades lançadas nos últimosoito anos. Isso é um ótimo indicador e nosdeixa muito satisfeito”, garantiu.

Contudo, os resultados destesinvestimentos devem aparecer só na safra2014/15. O pesquisador aposta no trabalhorealizado na entressafra, além do clima, quetem favorecido muitas regiões até omomento. “As chuvas estão bemdistribuídas. O manejo nutricional, assimcomo o controle de mato estão bemtrabalhados e domina-se melhor o plantiomecânico, que foi um dos causadores daredução de produtividade nos últimos anos.Estes fatores impulsionarão a produtividadejá neste ciclo”, acredita Marcos Landell.

Marcos Landell indica a adoção de novas

variedades para retomar produtividade

Participantes do Fitotécnico em reunião

Para mudar resultados épreciso rever os métodos

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Sistema de colheitaainda precisa dealternativas para reduzirquantidade de impurezasminerais e vegetais

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

As impurezas minerais e vegetaiscontinuam causando transtornos para asunidades sucroenergéticas. Pesquisas,estudos e propostas buscam alternativaspara reduzir a quantidade de terra, palha,folhas verdes, ponteiros – transportadosdo campo para a indústria –, que tiveramum aumento significativo com ocrescimento da colheita mecanizada decana-de-açúcar. De acordo comespecialistas, as alternativas para resolvereste problema incluem o desenvolvimentode variedades mais adequadas para ocorte mecanizado, mudanças nascolhedoras, melhoria da sistematização daárea e até o lançamento de novoequipamento que modifica os conceitosincorporados nessa operação.

“O processo de colheita mecânica dehoje apresenta várias deficiências. Umadelas está relacionada ao nível deimpurezas minerais e vegetais”, afirmaOscar Braunbeck, coordenador doprograma agrícola do LaboratórioNacional de Ciência e Tecnologia doBioetanol – CTBE. Na opinião dele, dápara reduzir muito pouco a quantidade deimpurezas no atual sistema. Segundo ele,o problema é intrínseco ao processoadotado. “A colhedora tomba e deixa acana encostada no chão. O cortador debase joga terra em cima. Parece quepassou ‘farinha de rosca’, fazendo o que

se chama de ‘cana à milanesa’. Depois osrolos alimentadores retiram bastantedessa terra. Mas, a que está aderida, nãosai mais”, detalha.

No caso da impureza vegetal, umaalternativa é aumentar a velocidade doextrator primário da colhedora. Estamedida provoca – questiona – umaumento das perdas de cana boa que fica

no campo. “Ganha-se de um lado, masperde-se de outro”, comenta. OscarBraunbeck observa que o sistema de cortede base favorece a elevação das impurezasminerais. “As colhedoras têm 40 ou 50HP instalados no corte de base. Além decortar a cana, que precisa de muito poucapotência, leva muita terra. Se não fizeristo, acaba deixando toco”, relata.

“As perdas de campo, proporcionadaspelas colhedoras hoje são da ordem de10%, mas ninguém fala nisso. Uma grandeparte fica na forma de perdas invisíveis.Fala-se em 3%. Mas, no fundo todo mundosabe que é maior. Se quisermos aumentara competitividade, melhorar a saúdefinanceira do setor, temos que trabalharnestas coisas”, argumenta.

Colheita mecanizada: cortador de base joga terra em cima da cana causando efeito ‘farinha de rosca’

CANA À MILANESA

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A presença indesejada das impurezas noprocesso industrial ocasiona alguns problemas.Além de provocar desgaste em componentes daplanta industrial, aumenta a cor do açúcardependendo do tipo de terra que entra na usina,prejudica a qualidade desse produto e aumenta aquantidade de torta de filtro, afirma OscarBraunbeck. Para o coordenador do programaagrícola do CTBE, os sistemas de limpeza a secoajudam a diminuir a quantidade de impurezas,mas apresentam baixa eficiência. “Precisammelhorar. É uma instalação grande, que não é tãobarata”, comenta.

Na opinião dele, a solução deste problemaestá relacionada à mudança de conceitos. Opróprio CTBE está desenvolvendo uma máquinachamada de Estrutura de Tráfego Controlado(ETC), voltada para a realização do plantio deprecisão, adubação e colheita, que deverá mudarparadigmas no corte mecanizado. Uma dasinovações da “frente de colheita”, que seráincorporada a este equipamento, está no corte debase flutuante dotado de um sistema quepossibilitará o acompanhamento da superfície dosolo, destaca Oscar Braunbeck.

Além de reduzir as perdas de cana no campo,este recurso da ETC vai diminuir a quantidade deimpurezas durante a realização da colheitamecanizada. Com menor demanda de potência, ocorte de base – informa – reduzirá também oconsumo de combustível. “A colhedora consomemais ou menos um litro de diesel por toneladacolhida; queremos chegar a meio litro ou 600 ml”,compara. Está sendo desenvolvido também umprocesso – revela – para separar e picar a palha, oque aumentará a densidade da carga notransporte dessa biomassa, junto com a cana-de-açúcar, para a indústria.

A Estrutura de Tráfego Controlada, que estásendo desenvolvida em parceria com a empresaJacto, de Pompéia, SP, terá unidades comerciaisno campo até 2017, prevê o coordenador doprograma agrícola do Laboratório Nacional deCiência e Tecnologia do Bioetanol. Odesenvolvimento dos protótipos do equipamentodeverá ocorrer até 2015. A chamada “frente decolheita” da ETC será testada em um trator nospróximos meses e a partir de novembro nopróprio equipamento. (RA)

Novo equipamento terá recurso para reduzir impurezas

Sistemas de limpeza a seco diminuem quantidade de impurezas, mas apresentam baixa eficiência

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A colheita mecanizada de cana cruaprovocou um aumento significativo dasimpurezas vegetais, afirma Júlio Vieira deAraújo, gerente agrícola da Usina SãoJosé da Estiva, de Novo Horizonte, SP. Asusinas chegam a transportar para aindústria de 50 até 130 quilos em casosmais extremos – revela – dessasimpurezas por tonelada de cana.

“O aceitável seria ficar na faixa de5% a 7%, o equivalente de 50 a 70 quilospor tonelada. O ideal seria zero. Palha,folha, ponteiro, processados junto com acana, não são desejáveis, pois não têmaçúcar”, constata. Segundo ele, essasimpurezas atrapalham a extração da canae a queima do bagaço na caldeira.

Júlio Araújo lembra que o aumentodas impurezas vegetais é uma das

consequências da mecanização dacolheita. “No corte manual, a gentequeimava a cana e a palha. Havia maisterra”, diz. De acordo com ele, agorahouve uma inversão: diminuiu aimpureza mineral, mas aumentou avegetal.

Na avaliação do gerente agrícola daSão José da Estiva, os maiores problemascom impurezas minerais ocorrem emáreas com solos arenosos. No caso deaumento de adversidades no campo,decorrentes da chuva e da másistematização do terreno, há também umaumento – observa – da quantidade deterra colhida junto com a matéria-prima.

“O corte mecanizado de cana é muitodifícil. Deve ser feito com sol, chuva,umidade, geada. Tem que pisar em cima

dela. Por isso, é preciso estar sempreatento para diminuir os problemas.Colher alface é fácil. Ninguém pisa nele.Corta, põe na caixa e leva embora”,compara.

O treinamento da equipe e a boasistematização do plantio de cana sãoprocedimentos – afirma – que podemcontribuir de imediato para a diminuiçãoda quantidade de impurezas durante acolheita mecanizada.

De acordo com o gerente agrícola,algumas medidas podem reduzir demaneira significativa as impurezasvegetais. Uma delas é o desenvolvimentode variedades que facilitem o processo decolheita mecânica. Ele afirma que existetambém a necessidade de aprimoramentodo sistema de limpeza da colhedora. (RA)

Com a assinatura do ProtocoloAgroambiental – que definiu prazos para ofim da queima da palha –, o cortemecanizado teve um crescimento muitorápido e, em decorrência disto, surgiramos problemas, segundo Oscar Braunbeck,do CTBE. O sistema que está sendoutilizado nas colhedoras – constata – era oúnico disponível. Não houve tempo para odesenvolvimento de novas tecnologias.

Uma das consequências dessasituação foi o aumento da quantidade deterra, transportada para a indústria. Eleobserva que o índice de impureza mineralfica atualmente de 0,5% a 0,7%. Durante operíodo em que o corte manual – informa –utilizava carregadora com rastelo rotativo,o que ocorreu predominantemente nadécada de 90, este índice estava entre 0,2%a 0,3%. Para a obtenção deste resultado, oequipamento precisava ser bem operado eo rastelo ter boa manutenção.

Até meados dos anos 80, quando seusava carregadora sem rastelo, aquantidade de impurezas minerais nocorte manual oscilava de 1% a 1,2%,

compara o coordenador do programaagrícola do CTBE. Ele observa que acarregadora com rastelo deixou de ser

usada a partir do avanço da colheitamecanizada. Apesar de reduzir asimpurezas, o rastelo tinha o inconveniente

– relata – de exigir a troca periódica de correntes que se desgastavam com aterra. (RA)

Quantidade de terra oscila de acordo com o sistema utilizado

Treinamento e sistematização diminuem problemas

Amostragem de cana

na Usina São José da Estiva

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Reciclagem do resíduoresulta em benefíciosexcepcionais ao solo

CARLOS ALBERTO PACHECO, DE SÃO PAULO

Vinhoto, vinhaça, tiborna ou restilo.São alguns nomes para um mesmo resíduo.Até então considerada pastosa e que cheiramal, a vinhaça não é apenas o material quesobra após a destilação fracionada do caldode cana-de-açúcar, um simples fertilizante,ração animal ou uma ameaça ao meio

ambiente. É muito além disso, segundo osespecialistas. Na verdade, tudo depende dobom uso que se faz da vinhaça. Há temposdescobriu-se um fato interessante: areciclagem da vinhaça pelo método dacompostagem pode resultar em insumo deexcepcional valor agronômico. Os estudos jácomeçaram nessa direção, como mostra aUnidade de Execução de Pesquisas de RioLargo, AL, da Embrapa TabuleirosCosteiros, em Sergipe.

A produção e o uso do composto serãovalidados em áreas comerciais daCooperativa Pindorama, na cidadealagoana de Coruripe. As ações sãointegradas de pesquisa e validação

envolvendo também outras duas unidadesda Embrapa – Instrumentação e Semiárido,além do Ifal — Instituto Federal deEducação, Ciência e Tecnologia de Alagoase a Ufal —Universidade Federal de Alagoas.A cooperativa é parceira da pesquisa desdeo início dos estudos experimentais,conforme informou ao JornalCana, apesquisadora de Manejo de Solos daEmbrapa Tabuleiros Costeiros, TâmaraCláudia de Araújo Gomes (veja matéria napágina 42).

No final de 2012, o diretor-presidenteda entidade, Klécio Santos, disse à imprensaque o objetivo é cumprir uma ambiciosameta em cinco ou seis anos. Ele não só

acredita no sucesso da compostagem doresíduo – e isso ele revela a interlocutorespróximos – como em outro processo.“Queremos atingir 80% da nossa área comirrigação de vinhaça, água e água delavagem”, declarou. Santo refere-se àfertirrigação. Trata-se de uma técnica deadubação que utiliza a água para levarnutrientes ao solo. Neste caso, aplicam-sefertilizantes diluídos em água de irrigaçãoou certos resíduos orgânicos líquidos, comoa própria vinhaça. Os resultados são bemsatisfatórios e já sabidos. A grandeexpectativa, contudo, é assistir a vinhaçaproduzindo nutrientes. Todos querem verisso, afinal.

Vinhaça em compostagem é insumo de primeiraCanal de vinhaça: alternativa de fertirrigação

Santos: objetivo é irrigar 80% da área

com vinhaça, água e água de lavagem

RENAN ASSUNÇÃO DE MATOS

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Vinhaça aumenta o pH e atividade biológica do soloAo longo do tempo, estudiosos têm se

dedicado a estudos comparando diferentescompostos orgânicos. Os pesquisadores daEmbrapa, Antonio Dias Santiago eRaffaella Rossetto, possuem trabalhovoltado à adubação orgânica. De acordocom eles, “o uso de vinhaça e torta de filtro,resíduos importantes da agroindústriacanavieira, representam importantesaportes de matéria orgânica e de potássio efósforo, respectivamente”.

Eles entendem que o resíduo, além deser uma magnífica fonte de potássio,também é fonte de nutrientes, como

nitrogênio, cálcio, magnésio, zinco e cobre.“A vinhaça é recomendada conforme afertilidade do solo e o tipo de mostoresponsável por sua obtenção. Suaaplicação nas propriedades agrícolas temsido responsável por aumentos de pH enotável elevação da atividade biológica dosolo”, afirmaram.

Outro estudo foi desenvolvido peloengenheiro civil pela UniversidadeEstadual de Campinas (Unicamp) e doutorpelo Instituto Nacional Politécnico deToulouse (França), Fernando Fernandes,junto com a engenheira civil pela

Universidade de Londrina (PR) e doutorapela Escola Politécnica da USP, SandraMárcia Cesário Pereira da Silva. O trabalhofoi batizado de “Compostagem de ResíduosAgroindustriais Utilizando Tecnologia deCompostagem de Baixo Custo”.

Em relação à vinhaça, ospesquisadores perceberam que sua acidez,utilizada para umedecer algunsexperimentos, não afetou o nível deatividade microbiológica deles próprios.Foi observada queda inicial de pH emquatro pontos. Fernandes e Sandraconcluíram que “os resultados abrem

perspectivas para compostagem de baixocusto de resíduos vegetais de baixo teor denutrientes, coprocessando um efluentelíquido (vinhaça), que, além de seuinteresse em nutrientes minerais, resolve demaneira econômica o problema daincorporação da água necessária aoprocesso de compostagem”. O resíduo nãocompromete a atividade microbiológica dosdiversos experimentos com base emparâmetros físico-químicos, ou seja,aeração - aumenta ou reduz o teor de váriassubstâncias, umidade, relação carbono-nitrogênio e porosidade. (CAP)

Pátio de compostagem comercial em Pindorama

Raffaella Rossetto: vinhaça e torta

de filtro são importantes aportes

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CARLOS ALBERTO PACHECO, DE SÃO PAULO

A pesquisadora Tâmara Cláudia deAraújo Gomes, atua na área de Manejo deSolos da Embrapa Tabuleiros Costeiros.Seus trabalhos de pesquisa em áreascomerciais na Cooperativa Pindorama -ainda experimentais - apresentamresultados e devem apresentar perspectivasotimistas, em médio prazo. Tâmaraacredita que a compostagem é umaestratégia eficiente na reciclagem davinhaça. “Sem irrigação complementar,condição na qual o experimento foidesenvolvido em área da cooperativa, o usodo composto na cana proporcionoudesempenho semelhante ao da canaconvencional”, afirmou. O JornalCana aentrevistou com exclusividade sobre oassunto.

JornalCana – Já existem resultadospalpáveis quanto à compostagem devinhaça nas áreas da CooperativaPindorama?

Tâmara Gomes - Ainda não. O quetemos são resultados experimentais. Nomomento, estamos iniciando esforçosquanto à validação dos resultadosexperimentais em escala comercial junto àcooperativa. Veja bem: acredito que a‘prova dos nove’ deverá ser encerrada até ofinal de 2014 quando teremos dadosagronômicos e econômicos em pátio decompostagem e cultivo comercial da cana.Neste meio tempo teremos também obtidoresultados que não foram contemplados nafase anterior da pesquisa. Deveremos obterinformações quanto à mineralização eliberação dos nutrientes dos compostos, deforma a podermos subsidiar melhor umprograma de aplicação dos compostos emcultivos de cana.

Quais são os benefíciosproporcionados por esse composto?

Em termos objetivos posso dizer que ouso da vinhaça na compostagemproporcionou um composto final comcapacidade de troca de cátions superioràquele onde o líquido utilizado foi a água.Cada quilo da mistura de resíduos sólidosutilizada foi capaz de reciclar 5 litros devinhaça. Sem irrigação complementar,condição na qual o experimento foidesenvolvido em área da CooperativaPindorama, o uso exclusivo do composto nacana proporcionou desempenhosemelhante ao da cana convencional (cercade 90 toneladas por hectare), com avantagem de interferir positivamente sobresua qualidade industrial.

Em recente artigo de sua autoriapublicado na imprensa, você mencionoua realização de pesquisas com foco naredução do consumo de fertilizantesminerais em cultivos de cana-de-açúcar.

Exatamente. Os resultados mostraramque a compostagem é uma estratégiaeficiente na reciclagem da vinhaça.

Quando foram realizadas essaspesquisas e qual foi o modus operandi?

Vou mencionar uma pesquisaimportante, desenvolvida em campodurante o período compreendido entre2006 e 2011 pela Embrapa TabuleirosCosteiros. Na ocasião, executamos três ciclosde compostagem (com seis formulaçõesdistintas e a torta de filtro pura, maturadadurante o mesmo período dos compostosestudados) e aplicação dos mesmos emexperimento, durante três ciclos de cultivoda cana-de-açúcar – durante as fases decana-planta e duas socas.

O que se pode dizer em relação aoscompostos?

Acompanhamos o comportamento dealgumas variáveis bioquímicas, biológicas eespectroscópicas durante o período deprocessamento, em 150 dias. Avaliamostambém o efeito da aplicação dos compostossobre o comportamento da matéria orgânicae características do solo, em termosquímicos e espectroscópicos, como já disse,bem como o comportamento produtivo equalidade industrial da cana. Defendi tesede doutorado a respeito junto àUniversidade Federal Rural dePernambuco, em que menciono detalhescomo a pesquisa foi feita e os resultadosalcançados.

Em artigo publicado na imprensa, asenhora afirmou que, sob a perspectivado solo, a prática de retornar os resíduospara o campo é fundamental. Por quê?

Reitero minhas considerações nopresente artigo. Quando os resíduos voltampara o campo, há a devolução de nutrientesfundamentais que estarão disponíveis paraos cultivos posteriores. Há, ainda, amanutenção da matéria orgânica e estruturado solo, que propicia maior resistênciacontra a erosão. Os resíduos têm potencialpara, direta ou indiretamente, afetar diversosprocessos químicos, físicos e biológicos dosolo intimamente relacionados com amanutenção de sua capacidade para darsuporte à produção agrícola. Os solostendem a ser mais produtivos quando amatéria orgânica é adicionada regularmente.

A senhora desenvolveu outrotrabalho ligado à cana-de-açúcar, não?

Sim. Em 2012, preparei um trabalhointitulado “Características fenológicas decana-de-açúcar adubada com fertilizantesminerais adicionados de substânciashúmicas”. Em linhas gerais, realizei cultivode inverno das variedades de canaRB867515 e RB92579, as quais foramadubadas com diferentes fertilizantes eadição de substâncias húmicas nascondições edafoclimáticas do Estado deAlagoas. Verificou-se que a primeiravariedade apresentou maior índice de áreafoliar (IAF) e toneladas de cana porhectare (TCH), enquanto a segunda exibiu maior número de colmo por metrolinear (NCM).

Vinhaça na compostagem pode aumentar qualidade industrial da cana

Tâmara Cláudia de Araújo Gomes

ENTREVISTA - Tâmara Cláudia de Araújo Gomes

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Plantadora de cana e colhedora deespaçamento variável sãoalguns dos lançamentosvoltados ao setor

FULVIO PINHEIRO MACHADO,

CONSULTOR DO JORNALCANA

Nova plantadora de cana, colhedorade espaçamento variável e computadoresde bordo de última geração são algumasdas novidades voltados ao setorsucroenergético que poderão ser vistosnesta vigésima edição da Agrishow —Feira Internacional de TecnologiaAgrícola em Ação.

O evento, de 29 de abril a 3 de maiode 2013, no Polo Regional deDesenvolvimento Tecnológico dosAgronegócios do Centro-Leste, em RibeirãoPreto, SP, prevê a presença de cerca de790 expositores. A feira destaca os setoresde agricultura de precisão, agriculturafamiliar, armazenagem (silos e armazéns),associações de classe, centros de pesquisa euniversidades, corretivos, fertilizantes edefensivos, equipamentos desegurança/EPI, equipamentos para

irrigação e ferramentas. Serviços como:financiamentos, serviços financeiros eseguros, implementos agrícolas, máquinasagrícolas, máquinas para construção,

peças, autopeças e pneus, pecuária,produção de biodiesel, revistas epublicações técnicas, sacarias eembalagens, sementes, software e

hardware, telas, arames e cercas, válvulas,bombas e motores e veículos — aviões,caminhões e utilitários, também serãoapresentados no evento.

É SHOW. AGRISHOW!

Agrishow terá cerca de 790 expositores

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A Auteq Telemática está lançando um computadorde bordo, o CBA 3200 PLM. O equipamento, além deregistrar tudo que acontece no veículo no qual estáinstalado, agrega o trabalho de posto de leitura móvel(PLM).

Os computadores de bordo podem ser instalados emcaminhões e veículos agrícolas e têm como objetivo aredução de custos por meio do controle do consumo decombustível; consumo de peças e mão de obra demanutenção; tempo do veículo parado por baixaprodutividade do operador/motorista, por falhas delogística ou por acidentes e tempo gasto com registro deinformações do campo e erro nestes registros.

Suas principais funcionalidades são: registro de todosos excessos em relação aos parâmetros de operaçãopredefinidos pelo cliente; emissão de nota de avaliação decada motorista/operador, o que geralmente condiciona aremuneração variável dos motoristas e operadores; registroeletrônico semiautomático do certificado eletrônico decarga; consistência de informações registradas no campoem dois níveis, contra tabelas do cliente de valores válidos econsistência situacional (comparação do status informado,atividade ou motivo de parada, contra a informaçãocoletada pelos sensores).

O novo computador CBA 3200 PLM tem comoprincipal objetivo eliminar a operação de coleta dasinformações dos computadores de bordo da frota. Oequipamento geralmente é instalado em um caminhãocomboio e desta forma, enquanto o comboio presta serviçosno campo, normalmente de abastecimento dos veículos nafrente de trabalho, o PLM aproveita para coletarautomaticamente os registros dos computadores dosveículos de uma frente, via Wi-Fi, eliminando a necessidadede coleta de dados com PDA.

A transferência dos registros coletados para o banco

de dados é realizada no posto de abastecimento. Para isso,o equipamento conta com 4 GB de memória não volátil ecoleta totalmente automática (via Wi-Fi). A funcionalidadeaproveita o tempo de parada para abastecimento parafazer a coleta e proporciona confiabilidade da informação.

Entre as características herdadas do CBA 3200 estão:entrada para 16 sensores; GPS interno de 50 canais;comunicação Wi-Fi e GPRS; conectividade Can e RS232;quatro saídas para atuadores; teclado numérico de 20teclas; e display gráfico com resolução de 128 x 64 pixels

transflectivo com backlight. O equipamento é totalmentevedado à prova de água e poeira e resistente à vibração etrepidação.

A excelência e a robustez dos produtos Auteq podemser comprovadas em números. Ao longo de sua história, aempresa registra mais de 16 mil equipamentos instalados,sendo que a maioria deles não requer manutenção mesmodepois de dez anos de uso contínuo. os produtos da Auteqsão comercializados pelos concessionários John Deere emtodo o Brasil. (FPM)

Computador de bordo garante precisão na coleta de dados

CBA 3200 PLM facilita a coleta de dados de todos os veículos de uma frente de trabalho

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Grupo AGCO traz novidades nas linhas Massey Ferguson, Santal e Valtra

Na linha Santal, marca com forte presença no setorsucroenergético que desde 2011 passou a sercomercializada pela Valtra, e a partir de junho próximotambém pela Massey Ferguson, o destaque é para olançamento da Plantadora de Cana Santal PDM2, querealiza simultaneamente em duas linhas o ciclo completode operações do plantio: abertura do sulco, adubação,distribuição das mudas, aplicação de defensivo,fechamento do sulco. Estarão presentes também na feira ascolhedoras de cana S-5010 que possui um sistema rodantede esteiras que proporciona melhor distribuição de carga

oferecendo a menor compactação do solo e baixos danos àssoqueiras.

O conjunto de esteiras da S-5010 demonstrou emtestes de campo ter de 20% a 40% mais robustez que outrosmodelos tradicionais, além de contar com soluçõesinovadoras com capacidade de colheita para todas ascondições encontradas nos canaviais.

A Valtra está lançando os tratores da nova linha BHGIII, que foi totalmente inovada, com nova cabine, sistemahidráulico, novo design que melhora muito o raio de giro.Novos modelos farão parte dessa nova linha que chegapara ampliar as opções de potência, são os BH 135i(137cv), BH200 (200cv) e o BH210i (210 cv). Os modelosseguem os padrões globais dos tratores Valtra, direcionadosàs particularidades das atividades agrícolas brasileiras.

Outro destaque na feira será a exposição dos tratoresda Série S, com 293 e 353 cv, máquinas de alta potência

que colaboram com a ampliação da produtividade dasáreas agrícolas. A linha pesada representa cerca de 40% domercado de tratores Valtra, e seu principal diferencial é atransmissão AVT (AGCO Variable Transmission), umatecnologia de transmissão para tratores de alta potênciaque dispensa a troca de marcha, melhorando aperformance dos tratores e reduzindo o consumo decombustível.

A Massey Ferguson estará apresentando sua linha detratores pesados MF8600, MF Dyna-6 com transmissãointeligente e MF7100, apropriados para as atividades dalavoura canavieira.

Outro lançamento das linhas Valtra e Massey é oAutoGuide 3000, piloto automático que possui um novoterminal touch screen, o C3000, que facilita a utilização detodas as funções. Ele trabalha com correção de sinalautônoma, decimétrica e RTK.

Plantadora faz ciclo completo e simultâneo do plantio em duas linhasPlantadora Santal PDM2 em campo

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Coerente com seu histórico no desenvolvimento detecnologias para o setor sucroenergético, a Case IHapresenta na Agrishow uma nova tecnologia para omercado de colheita de cana-de-açúcar na América Latina,sua nova colhedora de espaçamento variável, a série A8800Multi Row.

Projetada para atender à crescente demanda porredução de custos operacionais, a colhedora de cana, dasérie A8800 Multi Row, possui um exclusivo e patenteadosistema de divisores de linha, que tem como característica aflexibilidade de atender à colheita em diferentesespaçamentos por ser ajustável mediante as necessidadesdo produtor.

Segundo Fábio Balaban, especialista de marketingpara colhedoras de cana da Case IH para América Latina,o sistema de divisores de linhas é configurado paratrabalhar em diversos tipos de canaviais. “Esse novosistema desenvolvido pela Case IH, atende tantoespaçamentos reduzidos como combinados. A colhedoraA8800 Multi Row ainda possibilita a colheita de linhasadjacentes de 1,5m, totalizando 3m de largura de cortemecanizado”, destaca Balaban.

Além da colhedora Multi Row, a Case IH estaráexpondo as colhedoras de cana-de-açúcar da série A8000,modelo 2013, que apresentam uma série de novascaracterísticas que garantem melhor desempenho aoequipamento e à rentabilidade da operação da colheitamecanizada.

“As novidades que desenvolvemos para a série A8000,modelo 2013, incluem características estruturais de chassi,motor e principalmente nos requisitos de segurança,seguindo as normas NR-12 para trabalho em máquinas eequipamentos, garantindo maior ergonomia eprincipalmente facilitando o acesso a pontos demanutenção do equipamento. Já em relação ao software,

há alterações também nos padrões de velocidade durante odeslocamento”, explica Balaban.

O novo modelo das colhedoras de cana-de-açúcar,série A4000, também chega ao mercado com uma série deinovações, garantindo maior qualidade da matéria-prima eaumento na capacidade produtiva do equipamento.

As novidades incluem melhorias no sistema dealimentação da máquina, com a inserção de divisores delinha externos; despontador com pratos reunidores; umanova concepção no sistema hidráulico, com maior fluxo,aumentando o sistema de transporte através dos rolostransportadores; novo motor, mais potente no exaustorprimário, aumentando a capacidade de limpeza.

A Case IH também faz na Agrishow o lançamentocomercial da versão 2013 do simulador das colhedoras decana série A8800. O equipamento usa tecnologia de ponta,que usa realidade virtual para capacitação de mão de obrae ganha uma nova versão, agora com 16 módulos, que vãodo modo iniciante ao avançado, estando agora disponívelem toda a rede de concessionários da marca.

O equipamento foi desenvolvido para treinar umademanda crescente de mão de obra especializada para osetor. Simulando virtualmente as condições reais decolheita, a tecnologia permite que o trabalhador sejaadequadamente treinado sem que haja necessidade demobilizar colhedoras que estejam em trabalho. (FPM)

Colhedora de espaçamento variável é lançada

Máquina da série A8000 da Case IH

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Para que o transporte de cana entreo campo e a indústria se faça de maneiraadequada são necessárias carroceriasespeciais que apresentem robustez edurabilidade para enfrentar as condiçõesseveras de trabalho que se apresentam nalavoura canavieira.

A Randon S.A. Implementos eParticipações, empresa sediada em Caxiasdo Sul-RS, foi uma das empresas pioneirasa desenvolver produtos específicos para otransporte da cana-de-açúcar no mercadonacional, atuando nesse segmento desde ofinal da década de 1980.

Atendendo às exigências domercado, voltado ao transporte da canapicada, a empresa desenvolveu o“Rodotrem Canavieiro”, com dimensõesde 12,50 metros em cada semirreboque,utilizado para a formação de rodotremem operações de colheita mecanizada.

Com tara aproximada de 11.000 Kg,o equipamento possui chassi central,basculamento superior, descarga por hilo,além de patola mecânica comacionamento pneumático e instalaçãoelétrica totalmente em LED.

Dispondo de capacidade para um

volume de carga de até 90m³ de cana emcada caixa de carga, o produto apresentamaior estabilidade em função do centrode gravidade mais baixo, além de maiorvolume de carga de cana transportada.

Sempre atenta ao mercado e visandoatender com eficiência a cadeia logísticana qual está inserida o Corte,Carregamento e Transporte (CCT), aRandon está desenvolvendo novascombinações, com materiais alternativos,que são projetos inovadores que aliamalta tecnologia e os mais modernosprocessos de fabricação. Esses novos

projetos visam a redução de tara, oaumento da produtividade e a otimizaçãodos resultados dos transportadores eusinas.

Dentro do segmento canavieiro, alinha de produtos da Randon não serestringe às carrocerias canavieiras etambém produz Bases para Tanques deVinhaça; Semirreboques “CarregaTudo” para o transporte de maquináriose equipamentos agrícolas; Tanques parao transporte de etanol e SemirreboquesBasculantes para o transporte doaçúcar. (FPM)

Transporte canavieiro necessita ser resistente e durávelRodotrem Canavieiro: dimensões de 12,5m em cada semirreboque

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A FCN Tecnologia Ltda, empresa sediada emPiracicaba-SP, desenvolveu e oferece ao mercado doisequipamentos que multiplicam eficiência das máquinasna colheita mecanizada.

O primeiro deles é a Policana 2L, que é umdispositivo acoplável às laterais das colhedoras de cana,independentemente de marca ou modelo, de esteiras oupneus, que duplica a densidade de colheita nosespaçamentos utilizados de 1,4 e 1,5 metros, comaplicação estendida aos alternados 0,90m x 1,60m.

Esse dispositivo opera da seguinte forma: à medidaque, na primeira entrada no canavial, a colhedora sedesloca colhendo a fileira de cana a sua frente, a Policana2L corta a fileira ao lado, encostando-a na seguinte, deforma contínua e organizada, criando a chamada "ruagorda".

A colhedora poderá então, durante seu trânsito decolheita de retorno, recolher e processar essas duasfileiras acumuladas. Simultaneamente, utilizando a outralateral do dispositivo, será realizada uma operaçãosemelhante, cortando e encostando a próxima linha naseguinte.

Esse procedimento ocorre sucessivamente, e até quese esgote a última fileira de cana dessa quadra, e assim,toda a cana seja colhida de duas em duas linhas por vez.

Em função de seu modo de operação, a Policana 2Ltraz diversas vantagens: é ecologicamente correta, poisdiminui o nível de emissão de gases de efeito estufa, reduzo desgaste do material rodante da colhedora, o consumode óleo diesel por tonelada de cana colhida e o trânsitodentro do talhão, por trabalhar de duas em duas fileirasde cana, o que também reduz a agressão à soqueira, fatoimportante para a manutenção da longevidade docanavial e a impureza mineral, entre outras vantagens.

Mais de 120 unidades da Policana 2L já estão emuso em usinas de diversos estados brasileiros e tambémno exterior.

O outro equipamento desenvolvido pela FCNTecnologia é a Cort-I-Cana, um dispositivo acoplável emcarregadoras de cana convencionais, independentementede marca e modelo realizando o mesmo trabalho daPolicana 2L, com a diferença que ao trabalharsimultaneamente duas fileiras de cana, pode gerar linhas“gordas” com duas ou três fileiras adensadas em umaúnica que será recolhida pela colhedora em seu formatoconvencional de colheita de uma única linha.

Desta maneira, com a Cort-I-Cana, é possível areutilização das carregadoras existentes nas usinas queanteriormente eram usadas para carregar a cana inteiracortada manualmente no campo e que agora com acolheita mecanizada se tornaram ociosas.

Entre os clientes que adotaram a Cort-I-Cana estãoas unidades da Odebrecht Agroindustrial do PoloProdutivo de São Paulo (Alcídia e UCP), a unidadeItapagipe da Bunge e a Agroterenas de ParaguaçuPaulista-SP e ACP Bioenergia de Teodoro Sampaio-SP. (FPM)

Acessórios incrementam a produtividade da colheita mecanizada

Plantadoras brasileirastambém são usadas em outros países

A DMB Máquinas e Implementos Agrícolas Ltda,empresa localizada na cidade de Sertãozinho, Estado de SãoPaulo, desde seu início esteve atenta às necessidades do setorcanavieiro, desenvolvendo e produzindo implementos para acultura da cana-de-açúcar, que hoje também estão presentesem todas as áreas canavieiras do Brasil e também em outrospaíses produtores de cana da América do Sul, AméricaCentral, Caribe e África.

São subsoladores, sulcadores, cobridores, cultivadores"quebra-lombo", cultivadores para cana crua e queimada,carretas para distribuição de torta de filtro, adubadeiras desuperfície, adubadores para cana crua com aplicação emprofundidade, aplicadores de inseticidas em soqueiras,desenleiradores para cana crua.

Com o crescimento da mecanização da cultura da cana-de-açúcar, e com a participação de clientes produtores eentidades de pesquisa do setor, como o CTC-Centro deTecnologia Canavieira, a DMB desenvolveu e fabricaplantadoras de cana, inclusive para os espaçamentosespeciais, como o duplo alternado.

A Plantadora PCP 6000 destina-se a realizar o plantiomecanizado da cana-de-açúcar, fazendo todas as operaçõesdo plantio da cultura de uma só vez em 2 linhas, comdesempenho operacional de aproximadamente 0,8 a 1 hapor hora.

O tracionamento é feito por trator com potência mínimasugerida de 180 HP, através de torre com engate em 3 pontoscom articulação tipo pino-bola para facilitar as manobras ecaracteriza-se pela grande simplicidade de funcionamento.

A plantadora é equipada com cobridor oscilante paraos dois sulcos de plantio composto por dois rolosacamadores dos rebolos no fundo do sulco, quatro discoscôncavos fixados em braços oscilantes com regulagem deângulo de trabalho e dois rolos compactadores decantoneiras que comprimem a terra sobre os rebolos,evitando a formação de bolsas de ar.

Opcionalmente, a PCP 6000 pode ser equipada com umkit aplicador de fungicida composto de um tanque comcapacidade para 600 litros de calda, que é fixado na lateralda caçamba da plantadora, duas bombas elétricas, sendouma para agitação da calda e outra para pulverização e doissuportes com 3 bicos cone cheio cada um, fixados dentro dasbicas, que dão um banho de fungicida nos rebolos conformedescem na bica, antes de caírem no sulco de plantio. (FPM)

A Cort-I-Cana no campo

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Material rodante eficaz permite colheita contínua Empresa oferece desde afabricação do materialrodante até assistênciatécnica própria

ANDRÉ RICCI, DE LOUVEIRA, SP

Retomar o crescimento do setorsucroenergético passa, entre outros pontos,pela melhora na gestão das usinas. No quediz respeito à produtividade, por exemplo,a pressão é por melhores resultados com amesma quantidade de matéria-prima.Neste ponto, o bom rendimento domaquinário é de fundamental importância,haja visto que uma colhedora emmanutenção significa uma indústriaparada.

De origem italiana e com sede emLouveira, São Paulo, a Vtrack, empresaque atua na fabricação de materiaisrodantes para o setor canavieiro, tem sefirmado no mercado brasileiro por seuconjunto de soluções. Única a fabricar,distribuir e oferecer assistência técnica, aempresa tem em seu fundador, o italianoCavaliere del Lavoro Ivano Passini, aexperiência necessária para atender osegmento.

Já há 40 anos no ramo, Passiniescolheu Nivaldo Gonçalves Santos paragerir a empresa no Brasil, inaugurada em

2009. Quem nos conta um pouco destahistória é o próprio Santos, que atua nosegmento desde 1979.

JornalCana: Como a empresachegou ao Brasil?

Nivaldo Gonçalves Santos: Opresidente da empresa, Cavaliere delLavoro Ivano Passini, já fabricava osprodutos da marca Vtrack na Europa. Como crescimento do mercado agrícolabrasileiro, ele me convidou para trazê-la aoBrasil. Montamos nossa equipe eresolvemos focar no mercado

sucroenergético. Logo no início elaboramosum produto diferenciado, com um novodesenho e outra composição química deaço, pontos importantes na questão domelhor desempenho. Depois de todo esteprocesso, notamos que o mercado gostariade algo diferente. Pensamos em criarnossas próprias unidades de serviço, quehá um ano e meio vem sendo implantada.

Como vocês atuam em um mercadotão competitivo?

Conosco, a cobertura é do começo aofim. Todos os pontos, desde a venda até

assistência técnica, podem ser resolvidosem um único lugar. Não trabalhamos comterceiros.

E o que isso pode trazer debenefício efetivo ao empresário?

O cliente não tem a dor de cabeça deficar procurando o responsável porqualquer tipo de problema. Ele se remete anós, que resolvemos em pouco tempo porconhecer todo o sistema. Tenho o contatode todos os meus colaboradores, conheçocada um pelo nome. Esse tipo de trabalhotraz um feedback diferenciado.

Colaboradores da Vtrack no Brasil, com Nivaldo Gonçalves Santos: equipe especializada e experiente

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Confiança como ponto principalCom cinco centros de serviços, localizados em

Sertãozinho (SP), Maringá (PR), Assis (SP), Andradina(SP) e Olímpia (SP), além da sede em Louveira (SP), aVtrack investe em busca da confiança do cliente.

Com atendimento 24 horas, a empresa conta comuma grande quantidade de peças de reposição, alémde um trabalho criterioso feito por todos oscolaboradores. “Todo início de safra vamos para ocampo. Evitamos ficar dentro do escritório, poisqueremos ver a máquina trabalhando. Temos contatodireto com o operador da máquina, que sabe melhordo que ninguém seu rendimento. Até mesmo o pessoalda Itália quando vem nos visitar vai para o canavial”,explica Henrique Perucelo, gerente de negócios daempresa.

Nivaldo Gonçalves Santos, diretor da Vtrack,confirma as informações. “Uma empresa é feita deinformações. Temos técnicos dentro das usinas queficam em tempo integral para supervisionar o serviço.Acho isso muito importante. Somos atuantes equeremos os melhores resultados”, diz.

Por ter todos os processos integrados a própria

empresa, o técnico explica que caso algum problemaapareça, o tempo para que seja resolvido é bem menor.“Quando nossa assistência é acionada, vamos para ocampo com total conhecimento sobre o produto. Édiferente de um distribuidor, que precisaria entrar emcontato com nossa engenharia para solucionar aquestão. Tempo é dinheiro e temos consciência dapreocupação do cliente”, complementa.

Outro importante ponto trata das chamadas“medições”, realizadas mensalmente. O trabalhoconsiste no monitoramento de todos os produtosvendidos, assim como a orientação a cada um de seuscompradores. “Oferecemos, além dos números, umlaudo fotográfico. A maioria faz apenas o escrito. Issotorna o processo mais funcional, já que temos aresposta exata ao cliente”.

Sobre uma possível expansão, Santos diz que aempresa vem planejando os próximos passos, mas queainda não pode divulgá-los. “Primeiro estamosfortalecendo os centros de serviços atuais, com maisequipamentos. Mas a ideia é sim, expandir nessaárea”, finaliza.

Centro de Serviços em Maringá, PR Centro de Serviços em Andradina, SPCentro de Serviços em Sertãozinho, SP

Centro de Serviços em Assis, SP

Centro de Serviços em Olímpia, SP

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Checagem inclui extensa lista de itens

Existe uma série de itens que precisam ser verificadosdurante a realização da manutenção preventiva, relacionaLuiz Nitsch. É necessário checar o correto funcionamento dopainel de instrumentos, o estado do eixo direcional – folgasexcessivas, ruídos anormais, vazamentos. geometria(convergência) –, além de fazer o exame externo do motor(correias, vazamentos, ruídos anormais, níveis de fluidos,ventilador, etc). A avaliação da eficiência e equalização dosfreios do trator – ressalta – é outro procedimento importante.

Na época certa é preciso fazer a regulagem de válvulase/ou revisão de bicos injetores convencionais. “Se foremeletrônicos, seguir recomendações do fabricante”, observa. Notempo certo deve ser feita também a substituição de filtros decombustível, óleo e filtro do motor e fluido de refrigeração. Achecagem da folga axial da árvore de manivelas, o popularvirabrequim; do curso livre do pedal da embreagem – amedida usual é de 20 a 25 mm de folga ou curso livre – e daspressões de aplicação das embreagens, caso a transmissão sejahidráulica, são outros exemplos de itens relevantes que devemser avaliados. “Qualquer valor manométrico 10% abaixo domínimo especificado é razão para interditar a máquina e‘interná-la no hospital’, ou seja, na oficina central”, alerta. (RA)

As usinas devem fazer a manutenção detratores em suas próprias oficinas sempre que istofor possível, opina Luiz Nitsch. De acordo com ele,grandes grupos nacionais e multinacionais estãotentando executar quase todos os serviços“domesticamente”. O consultor reconhece queempresas de menor porte apresentam dificuldadesmaiores para a manutenção de tratores comtransmissões hidráulicas, com ou sem comandos esensores eletrônicos.

O ferramental necessário para executar umtrabalho de qualidade – constata – tem preçoelevado, justificando a escolha de terceiros,geralmente concessionários, que realizam osserviços mais complicados. De maneira geral, achamada manutenção primária – trocas de óleos efiltros, lubrificação com graxa, ajustes básicos defreios, das embreagens convencionais, de geometria

de direção, conservação de pneus, baterias ecorreias – é executada "em casa”, afirma o diretor daSigma Consultoria Automotiva.

O problema mais comum – revela – nos tratoresagrícolas de pneus é o desgaste prematuro daembreagem, majoritariamente causado poroperação equivocada. “Mas, superaquecimentos domotor gerados por entupimento externo do radiadorpor palhas, raízes e folhas secas, quebra deengrenagens de transmissão por trancos einoperância do sistema de ar-condicionado dacabine fazem parte do dia a dia da manutençãoagrícola das usinas. Não se pode esquecer tambémdas transmissões hidráulicas, muito sensíveis aproblemas técnicos quando mal operadas ousubmetidas a cargas que excedem às suascapacidades de transmitir torque para as rodastrativas”, detalha. (RA)

Serviços devem ser executados em oficinas Empresas de menor porte apresentam, no entanto, dificuldadespara a realização de procedimentos mais complicados

Manutenção preditivatambém é indicada pararevelar se alguma“doença” começa a seinstalar no equipamento

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

A manutenção preventiva deve seradotada habitualmente para que sejamevitados problemas com tratores agrícolas,afirma o engenheiro mecânico Luiz Nitsch,diretor da Sigma Consultoria Automotiva,de Bauru, SP. A aplicação destametodologia deve ser feita por meio dachecagem de uma lista de itens queeventualmente precisam ser reparados.Mas, não é só isto. “A preventiva deve seraliada da preditiva, cujo embrião é umlaboratório de análises físico-químicas, queavalia os lubrificantes líquidos removidosperiodicamente dos vários compartimentosdas máquinas”, explica. Este procedimentoocorre geralmente na troca doslubrificantes.

A preditiva sinaliza com precisão esegurança caso alguma "doença" começa a

se instalar no trator, permitindo que setome ações para combatê-la em tempo,evitando danos maiores, de acordo com odiretor da Sigma. “Infelizmente, o que sevê na prática em muitas usinas é amanutenção corretiva esquema "bombeiro",ou seja, somente quando o trator apresentaalgum problema é que a manutenção,

pontual, é executada”, comenta.A receita é simples para fazer a

manutenção adequada: o profissional daárea deve, inicialmente, conversar com ooperador da máquina, extraindo deleinformações que possam indicar osurgimento de alguma anomaliaimportante – recomenda Luiz Nitsch. “Ele

é a pessoa mais categorizada para orientaro técnico que fará a revisão preventiva.Depois disto e já de posse das informaçõesdo laboratório de análises de lubrificante,haverá uma lista de verificações, que podeter algumas variações de acordo com amarca e tipo do trator-alvo”, observa.

O consultor destaca inclusive que otreinamento de operadores é “crucial eimperativo” para a boa conservação detratores. “Aliás, a causa comum da maioriados problemas mecânicos, hidráulicos,elétricos e eletrônicos nos tratores agrícolasé a operação temerária”, afirma. Segundoele, com a falta de profissionaisqualificados para operar os modernostratores nacionais e importados, osproblemas nessas máquinas tiveramaumento significativo.

Operação muito bem executada emanutenção com qualidade formam obinômio que rege o sucesso na utilização detratores de pneus por empresas do setorsucroenergético, ressalta Luiz Nitsch.Segundo ele, as usinas e destilarias, queeram reticentes em relação a essasquestões, começaram a compreender nosúltimos anos a importância dessasatividades. “Atualmente a rarefação deprofissionais qualificados tem atrapalhadoo progresso das intenções das empresasque perseguem estas metas”, diz. (RA)

Prevenção é a melhor receita para a boa saúde de tratores

Luiz Nitsch: o filósofo da manutenção

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É preciso levar em contadiversos fatores, como:idade do canavial,produtividade, mercado eoportunidade de negócio

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

A decisão sobre o melhor momentopara a realização da reforma de canaviaisexige a solução de uma equação compostapor variáveis agronômicas e econômicas,que apresenta complexidade determinadapelas particularidades de cada situação.Não existe receita única que indique qual éo melhor caminho para se resolver essaquestão. Não há também resposta únicaque defina qual é a hora certa para arenovação.

Depende de cada usina, da região ondeela está instalada, do mercado e até mesmoda existência – ou não – de crise no setor,pondera Antonio Marcos Iaia, coordenadordo Programa de Melhoramento Genético deCana-de-Açúcar da Universidade Federal deMato Grosso (PMGCA/UFMT).

Os fatores agronômicos e econômicosestão – ressalta – interrelacionados. “Nãotem como optar, isoladamente, por um oupor outro”, observa. Produtividade da área

em relação ao rendimento médio obtido,situação da terra – própria ou arrendada –,mercado, oportunidade de negócio sãoalguns aspectos que devem serconsiderados, avalia

A questão da produtividade temgrande peso nessa tomada de decisão. Se ausina ou o fornecedor de cana estiver comum resultado muito abaixo doeconomicamente viável, a tendência éreformar, afirma o engenheiro agrônomoGustavo Nogueira, gerente do

departamento técnico da Associação dosPlantadores de Cana do Oeste do Estado deSão Paulo (Canaoeste), de Sertãozinho, SP.Mas, até isto é relativo.

Por que o produtor vai investir em umnovo canavial se os preços de açúcar eetanol estiverem tão baixos no momento detomada de decisão? - questiona GustavoNogueira. Em diversos casos, aremuneração não paga nem mesmo o custode produção, constata. “O plantio é caro.Custa mais do que R$ 5 mil por hectare”,

afirma. Ele lembra que a partir da crise de2008 houve uma redução significativa darenovação de canaviais, porque amanutenção dos índices médios de reformatornou-se economicamente inviável.

“Está ocorrendo agora uma retomadada reforma, porque a produtividade ficou láembaixo. Juntou tudo: falta deinvestimento, fatores climáticos,envelhecimento dos canaviais. Existe anecessidade da renovação. Em 2012, oíndice já foi bem melhor”, diz.

Solução de equação decide melhor momento para a reforma

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Peso da produtividade e do número de cortes variam conforme a performance de cada área

Nesta matemática agronômico-financeira há outras questões importantes aserem resolvidas. A reforma do canavial deveser decidida a partir de que idade eprodutividade do canavial? A respostatambém não é tão simples assim. “Aavaliação desses fatores depende do potencialde cada ambiente de produção”, resumeGustavo Nogueira. Uma determinadaprodutividade pode ser parâmetro para arenovação de uma área que apresentarendimento agrícola elevado. Mas, pode nãoser fator decisivo para um ambiente deprodução com baixa performance.

“Em um ambiente bom, o resultadode 65 toneladas por hectare (TCH) podeser o rendimento do canavial no sextocorte, o que torna-se um indicador para areforma. Um canavial em um ambienteruim pode estar com essa mesmaprodutividade no quarto corte, ou atémenos”, exemplifica Antonio Iaia, que étambém professor do curso de Agronomiada UFMT. É preciso considerar o potencialde produção de cada área. Além disso, ascaracterísticas da variedade utilizada

devem ser levadas em conta nessaavaliação.

Segundo Gustavo Nogueira, aprodutividade de 70 TCH é consideradareferência para se pensar na possibilidadede renovação. “Mas, em 2011, aprodutividade média foi 68 TCH. Se osetor fosse olhar para este fator, teria quearrancar tudo. A produtividade acabasendo uma variável relativa”, ressalta.

Em relação à idade do canavial, amédia considerada para a reformageralmente é de cinco cortes, observa ogerente técnico da Canaoeste. O fornecedorde cana costuma reformar o canavial comuma idade um pouco mais avançada emcomparação às usinas, informa. De acordocom ele, há situações bem diferenciadas emrelação à idade das plantações no setorsucroenergético. “Existem canaviais com 9,

10, 11 e até 12 cortes. Tem de tudo”, diz.“O planejamento ideal para reforma

seria na faixa de 20%. Mas fica entre 16 e18% da área de cultivo”, afirma. O índicepredominante em situação de normalidade– informa – é de 16%. Segundo AntonioMarcos Iaia, regiões que apresentammaiores restrições em relação àprodutividade acabam renovando de 20%a 22% da área. (RA)

Avaliação deve considerar potencial de ambiente de produção

Média considerada para a reforma geralmente é de cinco cortes

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Infestação de uma áreapor pragas, doenças ouervas daninhas tambémintegra equaçãoagronômico-financeira

Os fatores produtividade e idade docanavial estão também relacionados àsituação de mercado na hora de avaliaruma decisão sobre a realização de reforma.“Não dá para desconsiderar o aspectoeconômico”, enfatiza Antonio Marcos Iaia.Uma boa oportunidade de negócio, mesmocom a produtividade baixa, pode sermotivo para o adiamento da renovação.“Se o produto final está dando dinheiro, oque importa se a produtividade diminuiu?”– indaga.

A disponibilidade de áreas e o custodo arrendamento também interferem nadecisão, segundo o professor da UFMT.Uma unidade sucroenergética que tembom “estoque” de terra, não precisa fazerarrendamento, conta com o canavialamortizado e não vai utilizar esta área para

nada, não terá nenhum prejuízo –exemplifica –, caso resolva ampliar onúmero de cortes. “É diferente a situaçãode uma usina localizada onde não há sobrade terra e que está arrendando área. Se aprodutividade estiver lá embaixo, é melhorreformar mesmo. O que pesa é essaanálise”, diz.

Outra variável que integra essaequação agronômico-financeira é ainfestação de uma área por pragas,

segundo Gustavo Nogueira, da Canaoeste.“O canavial pode ser novo, mas apresentauma grande infestação de migdolus ousphenophorus, por exemplo, de difícilcontrole, e tem uma produtividade baixa.Então a melhor decisão poderá ser arealização da reforma”, pondera. No casode doenças, a situação é semelhante. “Trêsanos atrás quando começou a ferrugemalaranjada que atacou canaviais, algunsprodutores tomaram a decisão de reformar

áreas com variedades altamente suscetíveisporque a produtividade caiu. Foi um fatorpreponderante para a realização dareforma”, recorda.

Outro aspecto a ser considerado é apresença significativa de ervas daninhas emuma determinada área. “Nesta situação, háum desleixo do produtor que deixa o canavialabandonado”, critica. Mas, se houvernecessidade de escolher para reforma entreuma área A e uma área B, que apresentam amesma idade e a mesma produtividade, aopção será pelo canavial que estiver commais falha e maior infestação de plantasdaninhas, constata o gerente dodepartamento técnico da Canaoeste.

O rendimento agrícola é determinantepara a renovação do canavial no caso deincidência de pragas, doenças e ervasdaninhas, ressalta Antonio Marcos Iaia.“Se o canavial tiver praga, mas apresentaruma produtividade alta, dificilmente adecisão será pela reforma. A não ser emuma situação muito extrema em que ocorraa presença de uma praga nova em umaárea pequena, numa reboleira, daí amelhor decisão pode ser a realização dareforma”, comenta. (RA)

Oportunidade de negócio pode determinar adiamento

A decisão de renovação do canavialdeve ser acompanhada por outra medida: arotação de cultura. Apesar de não ser umfator preponderante para definir ou mesmoantecipar a reforma, o plantio de uma novacultura após o cultivo da cana gerabenefícios relevantes. “Se o produtoratribuir os custos de produção e de preparodo solo o amendoim utilizado na rotação,por exemplo, acaba diminuindo o custoinicial para o plantio de cana. Além disso, éuma forma de manter o uso racional daterra, porque se obtém mais receita com amelhoria das condições do solo para a

cultura de maior interesse”, comentaAntonio Iaia.

Nas regiões típicas de cerrado, comono Centro-Oeste brasileiro, essa medida éconsiderada fundamental. “Se não houverrotação nessas áreas, a produtividade ficacomprometida”, constata. Segundo oprofessor da UFMT, nas regiões de cerradoonde não se usa a adubação verde como acrotalária, a soja tem sido a culturapreferida para a realização da rotação coma cana-de-açúcar por produtores de MatoGrosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e partede Minas Gerais. (RA)

Rotação de cultura gera receita emelhora condições do solo

Nas regiões de cerrado a rotação de culturas, com a soja, é considerada fundamental

Migdololus: quando há infestação, o controle se torna difícil

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A importância dos agricultores para odesenvolvimento e sucesso da indústriasucroenergética do Brasil foi destacada noencontro anual do Grupo Guarani com seusfornecedores de cana, realizado na sexta-feira(05/04), em Barretos (SP). Para o diretorexecutivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Eduardo Leão de Sousa, essetipo de acontecimento ajuda a estreitar asrelações comerciais e demonstra oreconhecimento da Guarani quanto ao papelfundamental desta parceria.

“É preciso estimular esta cooperação. Osetor sucroenergético não pode prescindir dopapel dos produtores rurais, responsáveis pelaprodução de mais de um terço da cana moídano País, e o fortalecimento contínuo destaparceria vai condicionar o crescimentosustentável do setor,” explicou o executivo querepresentou a entidade no evento. Cerca de milprodutores agrícolas e dirigentes empresariaisparticiparam do evento que marcou também oinício da moagem da Guarani, uma dasassociadas da Unica.

Para o diretor-presidente da Guarani,Jacyr Costa Filho, a indústria da cana tem valor

estratégico, social, ambiental e econômico parao País, por isso precisa cativar várias frentes. “Omercado requer atuação institucional, na qualtemos que buscar o apoio político, dasociedade e de nossos parceiros. Assimpoderemos melhorar a produtividade e reduziros custos,” afirmou.

Durante a apresentação dos projetosinstitucionais da Guarani, o destaque ficoucom a palestra do diretor agrícola do Grupo,Jaime Stupiello, que detalhou o apoio dadopela empresa a seus fornecedores por meio doprojeto “Guarani em Campo.” “É um trabalhode estreitamento de relações. A Guarani não sepreocupa somente com a parte técnica, mastambém com assuntos como sucessão familiar,gestão e sustentabilidade dos nossosprodutores,” disse Stupiello.

Lideranças políticas presentes no eventofrisaram o apoio que dedicam ao setor, entreeles a secretária de Agricultura eAbastecimento, Mônika Bergamaschi e osecretário do Meio Ambiente, Bruno Covas,ambos do governo paulista; o deputado federalDuarte Nogueira e os deputados estaduaisItamar Borges, Beth Sahão e Antônio Mentor.

Há cerca de seis meses, a UsinaCoruripe Matriz deu início ao processopara a obtenção da certificação decontrole alimentar FSSC 22000 (FoodSafety System Certification), cujoobjetivo é assegurar que toda a cadeiaprodutiva do Açúcar Cristal Coruriperespeita rigorosos critériosinternacionais de qualidade, higiene esegurança. Nos últimos dias, a unidaderecebeu a recomendação, que significamais um passo em busca do certificadoFSSC 22000.

Segundo o Presidente daCoruripe, Jucelino Sousa, essereconhecimento coloca o produto daempresa em um novo patamar dequalidade. “Essa conquista ratifica ocompromisso histórico da UsinaCoruripe na produção de produtos dealta qualidade e com aresponsabilidade socioambiental”,afirmou Sousa.

Para alcançar este resultado, a

empresa teve de realizar treinamentosespecíficos com seus colaboradores,para formar os auditores internos e osmultiplicadores, sob orientação dosconsultores Hércules Lira e MárciaLessa, da empresa Inprocess.

A coordenadora do Controle deQualidade, Roseanne Silva, falou sobrea importância do trabalho. “Ter umacertificação como a 22000 representaum grande avanço para nossa empresae a participação dos colaboradores éfundamental para tal conquista”,finalizou.

A Coruripe conta com umaunidade matriz em Alagoas e quatrofiliais no Triângulo Mineiro. Juntas,devem moer 11,78 milhões detoneladas de cana e produzir 20,14milhões de sacas de açúcar e 347,35milhões de litros de etanol. A empresatem capacidade total de moagem de 13milhões de toneladas/ano e cerca de8.000 colaboradores diretos.

Na contramão do atual cenáriosucroenergético brasileiro, a BambuíBioenergia, antes chamada TotalAgroindústria Canavieira S/A, dobrou acapacidade de produção de sua planta,viabilizando, assim, a venda de etanol parapostos de combustíveis. Desta maneira,neste ano, a empresa deixa de produzir550 mil litros/dia do biocombustível epassa a contar com capacidade deprodução de 1, 1 milhão de litros/dia deetanol e fornecimento de energia elétrica,que passou de 8 para 38 MW/h depotência.

Neste processo, a unidade contou como apoio de uma empresa especialista na

gestão de energia. “A proposta de operar aunidade fabril com segurança, eficiência ecom o menor número de pessoas foimantida com a ampliação. Essa é aprimeira planta do segmento de etanol com100% de tecnologia Ethernet naautomação”, explica André FontanetiMarino, vice-Presidente da unidade deindústria da Schneider Electric Brasil.

“Com o aumento da capacidade deprodução a usina pode ampliar em mais de400% a oferta de fornecimento de energiaelétrica para a concessionária que atende oEstado de Minas Gerais”, afirma WilliamGalante Fontes, coordenador de utilidades,elétrica e automação da Bambuí.

Bambuí investe em eficiência energética para dobrar capacidade

Coruripe é recomendada àcertificação FSSC 22000

Grupo Guarani inicia moagem comevento para produtores de cana

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Temas como: análise devibração; balanceamentode rotores; caldeiras,vapor e energia; vasos depressão, entre outros,farão parte dos encontros

Aprimorar os conhecimentos técnicos,sem dúvida, é um fator importante para osucesso dos profissionais, econsequentemente, das empresas em queatuam. No setor sucroenergético, porexemplo, a cada início de safra, diversasinovações tecnológicas são implantadas.Sabendo dessa necessidade, a Sinatub, nomercado de 2001, elaborou um calendáriocom diversos cursos e treinamentosvoltados para todos os profissionais da áreaindustrial.

Com apoio da ProCana Brasil -empresa que edita o JornalCana, Anuárioda Cana, revista BIO&Sugar, entre outros -os eventos contarão com técnicosespecializados, oferecendo informaçõesatuais de toda tecnologia disponível paraequipamentos, acessórios, projetos enormas dentro do um processo industrial.

Temas como: Análise de Vibração;Balanceamento de Rotores; Caldeiras,Vapor e Energia; Balanço de Massa eEnergia; Vasos de Pressão; Caldo,Filtragem e Fermentação; estarão entre ostemas abordados ao longo do ano.

Mais informações através do telefone:(16) 3911-1384 ou pelo email:[email protected].

Sinatub define calendário de cursos e treinamentos

AGENDA 2013

MAIO 13 a 15 – Curso/Treinamento de

Análise de Vibração – RibeirãoPreto/SP

16 e 17 – Curso/Treinamento deBalanceamento de Rotores –Ribeirão Preto/SP

20 a 22 – Curso/Treinamento de PCMe Confiabilidade da Manutenção –Ribeirão Preto/SP

JUNHO 6 e 7 – Curso de Caldeiras, Vapor e

Energia – Ribeirão Preto/SPJULHO31/7 a 2/8 – Curso/Treinamento de

Balanço de Massa e Energia –Ribeirão Preto/SP

AGOSTO13 a 16 – Curso/Treinamento de Vasos

de Pressão - Ribeirão Preto/SP SETEMBRO10 a 13 – Curso/Treinamento de

Gestão de Projetos - RibeirãoPreto/SP

26 e 27 - Curso de Moenda e Difusor– Ribeirão Preto/SP

OUTUBRO17 e 18 – Curso de Manutenção

Preditiva e Inspeção deEquipamentos – Ribeirão Preto/SP

A DEFINIR• Curso de Tratamento de Caldo,

Filtragem e Fermentação• Curso de Automação e Produção

Industrial

Normas regem osparâmetros da produçãodo açúcar e etanol

FULVIO PINHEIRO MACHADO,

CONSULTOR DO JORNALCANA

A necessidade de medir e avaliar nãosó a qualidade do produto final, mastambém a da matéria-prima existe desdeos primórdios da indústria açucareira.

A princípio, mesmo queempiricamente ou com instrumentosrudimentares pela ótica atual, já seprocurava estabelecer padrões quepermitissem avaliar o andamento doprocesso de produção do açúcar.

À medida que o processo se tornavamais complexo pelo uso de novosequipamentos ou pelas exigências domercado consumidor, um maior númerode parâmetros da produção passaram aser controlados, dando origem aolaboratório industrial.

No entanto, para que essas mediçõese análises tivessem um significadouniversal era necessária umapadronização de métodos e unidades eassim surgiu a Icumsa (InternationalCommission for Uniform Methods ofSugar Analysis) em 1897, que passou adefinir padrões e métodos analíticos paraa indústria açucareira global desde então.

A partir daí foram definidas a escala°S para a determinação da sacarose porpolarimetria, além de outrasmetodologias aplicáveis à indústria,sempre revistas de tempos em tempos emfunção da própria evolução de novosmétodos analíticos ou de equipamentosque se baseiem em novas formas dedeterminação.

Assim, aos métodos instrumentais de

análise que a princípio se baseavam emdensimetria, polarimetria e colorimetria epH, muitos outros foram introduzidos aolongo do tempo, visando resultados maisprecisos e economia de tempo.

Essa foi a evolução dos laboratóriosindustriais que hoje são indispensáveisnas usinas modernas, tanto paradeterminação da qualidade da matéria-prima, como do produto final, passandopela análise das perdas em cada fase doprocesso produtivo, o que em últimainstância fornece parâmetros para seavaliar a rentabilidade da indústria.

Na atualidade, para as usinasbrasileiras que além do açúcar tambémproduzem etanol, além dosprocedimentos da Icumsa para o açúcar,devem ser observadas as NBR aplicáveisdeterminadas pela ANP, órgãoresponsável pelas normas na produção equalidade do etanol combustível.

Laboratório controla a

eficiência industrial

Laboratórios são cada vez mais importantes

na moderna indústria sucroenergética

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A Alem Mar é uma empresa fornecedora de umavasta gama de instrumentos para laboratório, cuja origemestá fortemente ligada ao setor sucroenergético, pois osprimeiros instrumentos e equipamentos que a empresaimportou quando fundada há mais de seis décadas atrás,foram justamente por demanda das usinas da época.

Atualmente, sua linha de instrumentos eequipamentos de medição abrange vários setores deatividade.

Entre outros produtos para o setor sucroenegético, aempresa ressalta sua parceria com a Bellingham + StanleyLtd., empresa sediada no Reino Unido, distribuindo sualinha de produtos e mantendo uma equipe de assessoriacientífica altamente especializada para auxiliar seusclientes.

Destacam-se entre os produtos desta linha, oSacarímetro automático ADS480 NIR para uso tanto nasindústrias sucroalcooleiras quanto em centros depesquisa. O equipamento é dotado de um conjunto óticode alta qualidade, que permite leituras de concentraçãode açúcar em comprimento de onda na região doinfravermelho, sem necessidade de adição declarificadores às amostras, bastando a filtragem para aretirada de partículas sólidas, o que o torna bastanteprático e eficaz.

A Alem Mar também dispõe do conjunto SacarímetroADS420 e Refratômetro RFM712, ambos da Bellingham+ Stanley, utilizados na análise de Brix e sacarose parapagamento de cana (PCTS). Empregando componenteseletrônicos de última geração, esses instrumentospermitem medições de amostras com baixa transmitância.Os resultados são medidos e mostrados continuamente,permitindo fácil percepção e estabilidade da leitura.

No Brasil os usuários da Bellingham + Stanleycontam com a Alem Mar para um pós-venda altamente

habilitado nas mais sofisticadas inovações tecnológicas, euma equipe técnica treinada pelo fabricante,contribuindo para um atendimento diferenciado, preciso

e de qualidade, coerente com a tradição de uma empresa de mais de 65 anos dedicados à instrumentaçãoanalítica. (FPM)

Equipamentos de precisão atualizam os laboratórios das indústrias

Linha Bellingham e Stanley para a indústria sucroenergética

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Usinas modernas exigem váriasatividades laboratoriais

Com a ampliação da produção pelas usinas e osurgimento de novas técnicas na lavoura, o laboratóriopassou a expandir sua atuação para além da área industrial.

Análises de solo passaram a receber atenção para quese fizesse a adubação e correção adequadas a cada fração daárea agrícola, de modo a aumentar a produtividade dalavoura e ao mesmo tempo utilizar fertilizantes e corretivosde forma mais adequada.

Dependendo da extensão da área agrícola, as análisesde solo passaram a demandar um volume de trabalho quemuitas vezes não era comportado pelo laboratório industrial,tornando-se necessária a criação de um laboratório somentepara as atividades agrícolas.

Com o surgimento do controle de pragas por métodosbiológicos, através de insetos que naturalmente atacampragas, como a broca-da-cana, surgiu uma nova atividadeparalela à agrícola, que foi a multiplicação desses insetospara que depois atuem na lavoura.

Na produção do etanol, surgiu a necessidade de secontrolar a atividade das leveduras, sua viabilidade e apresença de microrganismos infectantes no mosto quepossam diminuir o rendimento da fermentação. Assim, maisuma vez, o laboratório da indústria expandiu suasatividades, passando a executar análises microbiológicas.

A crescente mecanização da lavoura e o uso deequipamentos que fazem uso de lubrificação também naindústria, juntamente com a preocupação com custos,motivou diversas unidades produtoras a montar umlaboratório específico para a análise de lubrificantes,possibilitando um melhor controle da sua efetividade,

reduzindo trocas aleatórias e prolongando a vida útil dosequipamentos com ganhos consequentes em rentabilidade.

Mas de todas essas atividades, certamente foi a adoçãodo pagamento da cana pelo teor de sacarose que motivou a

descentralização das atividades do laboratório industrial,tanto pelo volume de processamento necessário, como pelanecessidade de estar próximo à recepção de cana naindústria. (FPM)

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Multiplicação de insetos para controle biológico

Atividades do laboratório se multiplicam

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Todo laboratório necessita de vidrariase reagentes para poder executar suasmúltiplas funções. Na indústriasucroenergética não é diferente. Éfundamental para que os trabalhos corramda melhor forma possível que todo omaterial esteja disponível e que os reagentessejam adequados e possuam qualidadeassegurada.

A Rezenflex Produtos para Laboratórioé uma empresa que atua há 8 anos nadistribuição de produtos para laboratório,como: reagentes, equipamentos e acessóriospara todo o Brasil. Ao longo deste período aempresa firmou parcerias com os maisconceituados fabricantes do mercado. A altaqualidade dos produtos e a agilidade doatendimento em função dos estoqueslocalizados em diferentes regiões do país,possibilitam o atendimento das necessidadesdos laboratórios da indústria sucroenergéticade forma adequada às necessidades.

Na área de reagentes a empresa

trabalha com Ácidos, Hidróxidos, Solventes,Corantes, Indicadores, Soluções, entre outrosde marcas reconhecidas no mercado, como:Merck, Carlo Erba, F. Maia, Vetec, JT BakerSynth, Dinâmica, Digimed, Difco e Cinetica.

A empresa também oferece uma linhacompleta de vidrarias e acessórios como:Vidrarias Calibradas, Porcelanas, Plásticos,Metais, Carrinhos da CAR LAB®,Termômetros, Produtos em Aço Inox. Entreas marcas fornecidas estão a Pyrex,Vidrolabor, Schott, Uniglas, Sartorius,Chiarotti, J. Prolab, Nalgon, Incoterm, HG,TechVision, Schleicher & Schuell e Sartorius.

A Rezenflex também dispõe de umalinha de equipamentos das marcas Digimed,Quimis, Fisatom, Atago, Digipet, Equitherm,Optilab, Brand e outros. São agitadoresmecânicos e magnéticos, balanças,condutivímetros, homogenizadores, mantas aquecedoras, medidores pH,moinhos, placas aquecedoras, refratômetrose outros. (FPM)

Embrapa usaequipamento paraidentificar substânciasgeradas por leveduras

A espectrometria de massas é uma dasferramentas em que a EmbrapaAgroenergia, sediada em Brasília-DF, estáinvestindo para obter resultados maisrápidos e precisos nas pesquisas querealiza. Com o objetivo de melhorar aqualificação da equipe, a pesquisadoraPatrícia Abdelnur e o analista José AntônioRibeiro, estiveram na Alemanha, ondeparticiparam de treinamentos na empresaBruker, fabricantes de equipamentosanalíticos e realizaram visitas técnicas aunidades do Max Planck Institute.

Tanto no treinamento na Brukerquanto nas visitas técnicas às unidades doMax Planck, os profissionais da EmbrapaAgroenergia tiveram como principalobjetivo a busca de subsídios para aspesquisas da unidade que utilizam ametabolômica. Esta é utilizada para estudodos produtos do metabolismo de umorganismo.

“Esta é uma etapa importante naspesquisas porque a espectrometria demassas aplicada a amostras com númeroelevado de compostos, como em estudosfocados em metabolômica, gera muitosdados que precisam ser processados eanalisados com recursos debionformática”, explica a pesquisadora.

Em um dos projetos de pesquisa, porexemplo, os cientistas a utilizam ametabolômica para identificar assubstâncias geradas pelas levedurasdurante a produção do etanol a partir dediferentes tipos de açúcares. Ospesquisadores utilizarão os dados obtidospara definir alvos de melhoramento

genético dos microrganismos, de modo aempregá-los de forma eficiente naprodução de etanol celulósico, que tambémé chamado de segunda geração ou 2G.

Nos trabalhos com etanol, ospesquisadores utilizarão a espectrometriade massas para desenvolver metodologiasultrarrápidas e com menor geração deresíduos para caracterizar matérias-primaspromissoras para produção do combustívela partir de celulose e hemicelulose como obagaço de cana e o capim-elefante.

A principal vantagem daespectrometria de massas é o fato de sermais sensível e seletiva do que outrosmétodos. Além disso, não exige grandesquantidades de amostras, podendotrabalhar até com concentrações menoresdo que as nanomolares. Dessa forma, émais amigável ambientalmente, já queutiliza menos solventes e reagentes,gerando menos resíduos. (FPM)

Espectrometria de massas auxiliana obtenção de etanol 2G

Vidrarias e reagentes sãoessenciais nos laboratórios Pesquisadores da Embrapa

no Max Planck Institute

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Redutores planetários daTGM completaram oitosafras em operação

FULVIO PINHEIRO MACHADO

CONSULTOR DO JORNALCANA

Através de ações e soluções que visam amaximização dos resultados energéticos, aeficiência industrial é um dos objetivos maisalmejados, principalmente nas unidades quecomercializam energia elétrica na forma decogeração ou necessitam reduzir o consumointerno em um programa de otimização.

O sistema de extração do caldo estácada vez mais eficiente, não só pelo maiorcuidado com a configuração das moendas,mas também através da eletrificação eindividualização dos acionamentos porredutores planetários, é o que afirma VicenteJúnior, Coordenador Comercial da TGMTransmissões.

“Ao compararmos os rendimentos dosacionamentos dos planetários com outrastecnologias, há uma grande e indiscutívelvantagem para os acionamentos complanetários rolo a rolo, podendo ter ganhosde eficiência de até 17%, transformando essadiferença em energia elétrica paracomercialização”, complementa.

No final de 2012, os planetários TGMcompletaram oito safras em operação, o que

constitui um montante de mais de 1.300equipamentos em pleno funcionamentonestes anos.

Em condições normais, a manutençãodos planetários é planejada ao final do ciclode cinco safras, sendo realizada uma revisãopadrão com a substituição dos itens sujeitosa desgaste normal, como retentores,rolamentos e filtros.

Nesta última manutenção deentressafra foi a vez dos redutores, quecompletaram este ciclo de cinco anos. No

entanto, após laudos técnicos realizados emequipamentos de vários clientes, muitosplanetários se mostraram estar em perfeitascondições para operar em mais uma safra,sem necessidade de manutenção, devido àsótimas condições em que se encontravam.

“Os redutores destes clientes tiveramsua vida nominal estendida, semnecessidade de manutenção, por seguiremcorretamente as orientações técnicas deoperação do equipamento, respeitando oslimites preconizados de fator de serviço

(torque), além de serem assistidos pormanutenção preventiva e preditiva, noscuidados com o óleo lubrificante, trocas defiltros, hibernação feita corretamente nasparadas e outros detalhes constantes dasrecomendações técnicas do manual deoperação”, explica Júnior.

“O fato desses redutores realizaremmais uma safra, por estarem em ótimascondições, atesta a qualidade, a performancee a confiabilidade dos planetários TGM”,finaliza Júnior.

Planetários participam ativamente da eficiência industrial

Planetários TGM na unidade Conquista do Pontal da Odebrecht Agroindustrial

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O aumento do índice de preparo decana (open-cells) pelos modernossistemas de preparo de cana comdesfibradores foi vantajoso, pelo maioríndice de extração obtido no conjunto demoendas, no entanto, também aumentoua preocupação com o bagacilho no caldoextraído.

A primeira tentativa de se eliminareste problema foi através do uso depeneiras estáticas, mas rapidamente sepercebeu que sua limpeza era dificultosae a presença de áreas mortas nacirculação de caldo, se tornaram um focode infecção, com a proliferação demicrorganismos. Além disso, comoapresentavam uma vazão limitada, eranecessário a montagem de uma bateriade peneiras, sendo maior o númerodelas, quanto maior fosse a moagem.

Essa situação só foi resolvida com oadvento das peneiras rotativas, que alémde possuírem maior área, permitiam umalimpeza e assepsia adequadas.

A Equilíbrio, empresa deSertãozinho-SP, ao longo dos anos temdesenvolvido sua linha de peneirasespecialmente projetadas para afiltragem do caldo misto, inclusivefabricando as telas de ranhuraslongitudinais em aço inoxidável, que

conferem maior robustez e imunidade àcorrosão. Um aperfeiçoamento dessesistema foi o uso de uma segundapeneira, com tela de malha mais fina,operando à pressão. Deste modo a taxade retenção de sólidos aumentouadicionalmente em 60%, em minerais ematéria orgânica, representada pelobagacilho.

Segundo Carlos Alberto Jorge,diretor da Equilíbrio, “ são muitos osganhos proporcionados por um segundopeneiramento utilizando a PRP - PeneiraRotativa à Pressão. Com a retenção dosbagacilhos e minerais que prejudicavamo restante do processo é possívelidentificar menor manutenção nostrocadores de calor, nas bandejas dacoluna de destilação e também nascentrífugas de vinho. Analisando afermentação, identificamos ainda, menosimpurezas no mosto, melhorando aeficiência da fermentação”. Acrescenta,“em um teste efetuado pela Fermentec,observou-se que houve o aumento naconcentração de levedo nas centrífugasde vinho, menor desgaste dos bicos nascentrífugas e a redução dos insumosutilizados nos processos de produção deetanol, como polímeros, dispersantes eespumantes”. (FPM)

Peneiragem dupla possibilita um caldo misto mais limpo

Peneira Rotativa à Pressão em operação

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A Simisa tem fornecido ao mercado,com tecnologia da Empral Piracicaba,moendas para cana e para secagem emdifusores que possuem uma série decaracterísticas inovadoras tanto emmateriais como em técnicas construtivas.

A primeira dessas característicaspioneiras é o cabeçote hidráulico sembucha de bronze, dotado pistão revestidocom Carbodur 135, uma técnica derevestimento que aumenta a resistência aodesgaste e permite um fino acabamento. Asrótulas são esféricas e o cabeçote émontado com chavetas inclinadas,assegurando a rigidez do conjunto noscastelos e facilitando a operação dedesmontagem, resultando em menormanutenção.

A área de regulagem foi aumentadasignificativamente para proporcionar umamaior capacidade de moagem. Os eixos sãoprojetados para serem mais robustos, commaior fator de serviço e utilizando raioslongos que são usinados em máquinas decontrole numérico (CNC), diminuindoconsequentemente o nível de tensões

A moenda possui vedação hermética,construída completamente em açoinoxidável, com borracha nitrílica revestidacom teflon, para se obter maior vida útildos casquilhos e eixos.

O fundo dos dentes dos rodetes deacionamento são usinados, o que reduz aprobabilidade de trincas prematuras,contribuindo dessa maneira para o

aumento da durabilidade dessecomponente.

Os rolos da moenda são fornecidos aocliente completamente montados, commancais, vedações, rodetes e demais

componentes, tornando desnecessária aajustagem no local da instalação, o queagiliza o processo de montagem e reduzcustos.

As flanges do rolo superior são

fornecidas já revestidas com solda dura, oque amplia sua vida útil e tornadesnecessária essa operação na usina.

As moendas Simisa/Empral sãocapazes de atingir um índice de 97,5% deextração e são fornecidas em tamanhos quevão desde 900 x 1.400mm (35” x 55”) até1.570 x 2.650mm (62”x104”), sendo estaúltima uma das maiores já fabricadas anível mundial, capaz de moer 47.000 TCDem um único conjunto de moagem, e foifornecida à Unidade Eldorado daOdebrecht Agroindustrial, localizada emRio Brilhante-MS.

A Simisa/Empral também fabricamoendas especiais para secagem emsistemas de extração dotados de difusor.Para tanto, essa linha possui umdimensionamento diferenciado quepossibilita o trabalho com pressãohidráulica mais elevada, eliminando anecessidade de um segundo terno.

Além da linha de moendas, aSimisa/Empral também fabrica o DVU,um desfibrador apropriado para usinasque moem integralmente cana picadaoriunda da colheita mecanizada. O DVUdispensa o tradicional jogo de facas queantecede o desfibrador e possibilita que aalimentação de cana seja feita por esteirade lona, tornando desnecessária a esteirametálica que é convencionalmenteutilizada na função de transportar a canada recepção até ao primeiro terno demoenda. (FPM)

Inovações aumentam a performance do preparo e extração

Moenda Simisa/Empral representa o estado da arte

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Os equipamentos dos setores deRecepção, Preparo e Extração têm-seevoluído consideravelmente nos últimosanos possibilitando, tanto em moendascomo em difusores, atingir novospatamares de capacidade e extração.

Em grande parte, estes resultadosforam obtidos não só pela evoluçãotecnológica no projeto e construção dessesequipamentos, mas também pelaimplantação de sistemas de automatizaçãoque permitiram um controle “fino” detodos os parâmetros importantes para

maximizar tanto a capacidade de moagemcomo a extração de caldo.

A Run Time Automação é uma dasempresas que tem se dedicado aodesenvolvimento de projetos e integraçãode equipamentos de automatização para ossetores de Recepção, Preparo e Extraçãonas modernas usinas sucroenergéticas.

Em termos básicos, seu Sistema deControle para Moendas MD-RT-1000 atuana velocidade da mesa alimentadora e nasesteiras de cana de forma a uniformizar aalimentação de cana tanto em moendas,como em difusores.

Nas moendas, através de sensorescapacitivos instalados nos alimentadoresDonelly, o sistema atua na velocidade dasturbinas ou nos motores elétricos doacionamento de maneira a evitar tantosobrecargas de alimentação que poderiamresultar em embuchamentos, como falta decana, o que diminuiria a quantidade dematéria-prima processada por unidade detempo.

O Sistema MD-RT-1000 da Run Timeé baseado em um ou mais CLPs(Controladores Lógicos Programáveis) ediversos tipos de sensores aplicáveis aospontos de referência para o controle eproteção, como os de velocidade etemperatura.

A comunicação com sistemassupervisórios, autônomos ou fazendo partede um COI-Centro de OperaçõesIntegradas, é efetuada por redes operandoem protocolos de comunicação industriais,como o Modbus RTU, por exemplo.

Todas as variáveis e ações de controlee intertravamento são configuráveis pelousuário, assim como as telas de operação,que mostram as diversas variáveis doprocesso e alarmes em situações deemergência. (FPM)

Nos projetos de implantação de usinasdo tipo “greenfield” e também naremodelação de usinas existentes com ointuito de aumentar a produção de energia apartir da queima do bagaço, gerandoexcedentes comercializáveis, os difusores têmsido uma opção para equipar o setor deextração das usinas produtoras de açúcar eetanol em substituição aos tradicionaisconjuntos de moenda.

A Sermatec Zanini, localizada emSertãozinho-SP, que fabrica uma extensalinha de produtos para as usinassucroenergéticas, produz difusores de até15.000 TCD que operam através de correntesque arrastam lentamente o colchão de canadesfibrada sobre o fundo do difusor, que édotado de placas perfuradas para permitir oescoamento do caldo à medida que o colchãode cana progride no interior do difusor.

O caldo é aquecido e retorna a umponto anterior no sentido longitudinal doequipamento para realizar a embebição docolchão de cana e o processo de difusão. Nopercurso da cana, afofadores acionados pormotores elétricos revolvem o colchão paraevitar a compactação e surgimento decaminhos preferenciais que podem afetar aeficiência da operação.

A Sermatec Zanini destaca que entre asvantagens no uso desse tipo de equipamentoestão a maior eficiência na extração de caldo,que atinge o patamar de 98%, e a menornecessidade de energia, pois o difusor usaapenas 3% da energia mecânica totalnecessária em um conjunto convencional demoendas de seis ternos acionados porturbinas a vapor de simples estágio.Considerando uma fibra de 12.5% na cana,essa economia representa um ganho deaproximadamente 10 MW por cada 1.000toneladas de cana processada pelo difusor.que é estimada em torno de 30% danecessária às moendas convencionais.

Embora não prescindam das moendaspara os processos de desague e secagem dobagaço, o difusor também apresenta umcusto de manutenção significativamentemenor, da ordem de 35 a 40% quandocomparado a um conjunto de moendas.

Um outro aspecto vantajoso aosdifusores é a simplificação das obras civis,pois eles podem ser montados ao tempo,sem a necessidade de prédios paracobertura, nem de bases reforçadas, comoas utilizadas para o conjunto de moendas, oque reduz consideravelmente os custos deimplantação. (FPM)

Difusores concorrem com asmoendas no setor de extração

Difusores Sermatec Zanini

Sistema permite obter

uniformidade da

recepção à extração

Marcelo Bovo, da Run Time

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Para cada usina existe um modelo denegócio adequado. Buscar a melhoreficiência produtiva depende das escolhasdos equipamentos críticos e para o Setor deExtração este fator recai em tipos deacionamentos.

“Quando avaliamos o portfólio edesempenho nas vendas dos redutores, aRenk Zanini se destaca com equipamentosque possuem alto torque, o que significaefetivamente a transmissão de torque, nãocomo assist drives” afirma Jamile Golfetto,gerente de marketing.

Para as moendas com alta capacidade,como é uma tendência atual, os redutorestendem a ser mais robustos e todo oprocesso de desenvolvimento e fabril édiferenciado, pois o redutor é concebidovisando altas exigências de torque.

“A Renk Zanini fabrica todos os tiposde acionamentos para moendas, tantoParalelos como Planetários. Para oacionamento Central, o redutor de eixosparalelos com divisão de torque Torqmax®

possui mais de 22 safras em operação, commais de 270 unidades vendidas; oequivalente a 1.350 redutores planetários,e todos em plena operação, comreconhecido histórico de desempenho, semparada ao longo destes anos”, explica agerente de marketing.

“Com a internacionalização da gestãodas usinas, o resultado do investimento delongo prazo tem sido fator preponderantenas decisões, e neste quesito o redutorTorqmax 2.0® se destacou nas vendastanto no mercado interno como externo.Nossa base instalada de redutor Torqmax®

representa uma capacidade de moagem de125 milhões de tonelada/ano (TCA),conforme cálculo de consultores e daengenharia de aplicação da Renk Zanini.Os números da capacidade de extraçãodemonstram a robustez do produto e suaaplicação no acionamento principal dasmoendas” destaca Golfetto.

Para acionamento Central, comredutor planetário, a Renk Zanini lançouem 2012, o Pentamax 2.0 e o Fleximax 2.0

para acionamentos rolo a rolo. “A ideia dedesenvolver os novos produtos surgiudevido à dúvida do mercado em utilizarredutores paralelos ou planetários, e com olançamento foi possível unir o que cada umtem de melhor e complementar toda alinha de acionamentos, atualizando-ostecnologicamente”, explica Golfetto.

A nova versão possui primeiro estágiode redução com eixos paralelos e todos osporta-planetas são suportados porrolamentos, "conferindo maior robustez ao

produto frente às oscilações de carga.Houve ainda uma otimização estrutural doconjunto através de análises por elementosfinitos, resultando em maior robustez nospontos de maior exigência e esforços; e hájanelas de inspeção em pontos estratégicosque facilitam a inspeção de rotina", explicao gerente de inovação e tecnologia, GustavoWeber.

Jorge Zampollo, gerente de aplicaçãodestaca ainda os redutores para Difusor:“Com eixos coaxiais, estágios planetários,

fixados no eixo do Difusor, acionado pormotor elétrico, com giro da carcaçaimpedido através do braço de torquefixado à fundação de concreto. Suasprincipais características são: construçãocompacta, baixo peso , altaconfiabilidade de operação, excelentedesempenho, alto rendimento , altadurabilidade, baixo índice demanutenções, comprovadas através deacompanhamento das diversas unidadesem operação desde 1985”.

Surgem novas opções para acionamento de moendas

Planetários Pentamax 2.0 instalados na usina Seresta, AL

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Produto exige cuidadosdurante manuseio,instalação e lubrificaçãopara que desempenho sejasatisfatório

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

A aquisição de rolamentos de qualidadeé essencial para o funcionamento adequadode diversos equipamentos que integram asplantas industriais de usinas e destilarias. Oprocesso de fabricação, o tratamento térmicodo material empregado e a pureza do açosão itens de extrema importância queprecisam ser considerados na escolha dessesprodutos, segundo o engenheiro de aplicaçãoda área mecânica Rodrigo de Paula Pereira,supervisor de Engenharia da NSK Brasil.Além disso, a precisão dimensional, a

embalagem, a qualidade do lubrificante – nocaso de rolamentos blindados e vedados –são outros aspectos que devem ser levadosem conta, afirma.

Por serem componentes mecânicos dealta precisão, os rolamentos exigem diversoscuidados durante o seu manuseio, transportee armazenamento. Se isto não ocorrer,mesmo que sejam utilizados produtos deelevada qualidade, o desempenho esperadopoderá não ser obtido, de acordo comRodrigo Pereira. É fundamental, porexemplo, que o produto e a área adjacentesejam mantidos mais limpos possível. “Asujeira, inclusive a invisível a olho nu,apresenta efeito nocivo sobre os rolamentos”,observa.

“Choques pesados durante o manuseiodos rolamentos provocam escoriações eesmagamentos, que resultam em falhas. Emcasos extremos podem ocorrer lascamentos etrincas”, detalha. As mãos devem estarsempre limpas – afirma – para o manuseiode rolamentos, pois a transpiração pode setornar a causa da oxidação. “Se possível,

usar luvas”, diz. O supervisorde Engenharia da NSKrecomenda a utilização deferramentas apropriadaspara a manipulação derolamentos, sem improvisos.

A instalação – corretaou não – também afeta aprecisão, a vida e odesempenho dos rolamentos,constata Rodrigo Pereira. Osrolamentos devem serdesembalados – orienta –somente no momento da realização dainstalação. É preciso verificar também alimpeza, dimensões e acabamento das peçasconjugadas. Todas as recomendaçõestécnicas de instalação e lubrificação devemser seguidas de maneira criteriosa.

A realização de inspeção periódica doproduto para que seja maximizada a vidaútil dos rolamentos é outra recomendação doengenheiro da NSK. Durante a operação, ainspeção tem a finalidade de determinar operíodo de substituição dos rolamentos e

intervalos para relubrificaçãopor meio da investigação daspropriedades do lubrificante eda avaliação de fatores, como:temperatura de operação,vibração e ruído.

Nos períodos de inspeçãoda máquina e substituição depeças é necessário verificar –esclarece – as condições dapista para a checagem da

existência de danos. “É precisoconfirmar se o rolamento pode ser

‘reutilizado’ ou deve ser substituído”, diz. Alubrificação também interfere na vida útil dorolamento. “Deve ser usado lubrificanteadequado, na quantidade correta e nomomento exato”, afirma o supervisor deEngenharia da NSK, que disponibiliza parao setor sucroenergético rolamentosautocompensadores de rolos esféricos SérieHPS, rolamentos de rolos cilíndricos SérieEM-EW, rolamentos de esferas de contatoangular Série HPS, rolamentos fixos deesferas, entre outras opções. (RA)

Reforma corrige diversostipos de problemas em mais de 80% doscasos, ampliando a vida útil de rolamentos

A recuperação de rolamentos mudouparadigmas no setor sucroenergético, afirmao engenheiro químico Weber Capozzi, diretorda Intacta Rolamentos, que criou edesenvolveu tecnologia para oreaproveitamento deste produto, que éutilizado em difusor, redutor de moenda,peneira rotativa, centrífuga de açúcar,picador, desfibrador, entre outrosequipamentos. Mais de 5.000 rolamentosforam reformados pela empresa nos últimostrês anos, o que proporcionou uma economiade R$ 60 milhões para o setor, segundo odiretor da Intacta. A empresa já atendeumais de 300 usinas. A disponibilidade doequipamento, no caso de recuperação, ocorrenum prazo mais curto – compara – emrelação ao tempo necessário para a compra erecebimento de um novo produto.

A reforma resolve os problemas emmais de 80% dos casos – enfatiza –,garantindo no mínimo uma vida útil a maispara o rolamento. “A grande maioria dosnossos clientes já reformou mais de duasvezes”, diz. Mas, existe caso dereaproveitamento de rolamento por seisvezes, informa Weber Capozzi. O processode recuperação corrige diversos tipos deproblemas, como desgaste provocado porcarga concentrada, folga na gaiola ou noanel superior, oxidação e desgaste nosrolos, superaquecimento, alta rugosidade,fadiga. O custo da reforma é variável, mas

pode representar uma economia de até80% em relação à aquisição de um produtonovo.

De acordo com o diretor da Intacta,além das vantagens econômicas, a reformade rolamentos apresenta um balançoambiental bastante positivo. Emcomparação ao processo de fabricação deum produto novo, a recuperação geraeconomia de energia de 96% a 98%. Aeconomia de massa é de 98% e a reduçãona geração de resíduos, acima de 96%. Oconsumo de água, equivalente a menos de2% em relação ao que é gasto nafabricação, é voltado apenas – detalha -para lavar o rolamento com a finalidade deretirar graxa. “A geração de gasespoluentes é zero na recuperação, enquantohá uma geração grande de CO2 e outrostipos de gases na produção do novo”,afirma Weber Capozzi, que fez mestradoem engenharia de materiais na área derecuperação de rolamentos de açosespeciais na Escola Politécnica daUniversidade de São Paulo (USP). (RA)

Nos setores de recepção, preparo eextração das usinas são empregados umgrande número de equipamentos rotativos,como: motores, redutores, esteiras, entreoutros, que trabalham em condições severas.

Esses equipamentos, em sua grandemaioria, empregam rolamentos em seusacionamentos. Sendo partes vitais dessesequipamentos, onde qualquer falha podeimplicar em paralisação, ou mesmo quebra, osrolamentos devem receber uma atençãoespecial, não só em sua instalação, mastambém quanto à sua procedência.

Entre as técnicas existentes para semanter em ordem esses componentes, asanálises de vibração são particularmente úteisna determinação da condição de operação dosmúltiplos rolamentos instalados. Édesnecessário dizer que esses componentesdevem trabalhar na faixa de temperaturaespecificada pelo fabricante e contar com umalubrificação adequada, isenta decontaminantes.

De posse dos dados organizados em umsoftware de manutenção preditiva é possíveldeterminar um histórico da vida útil dosrolamentos, prevendo-se não só suasubstituição antes que possa apresentar falhas,mas também comparar modelos de diversosfabricantes e se estabelecer o tipo ótimo a serusado para cada aplicação.

A aquisição de rolamentos parareposição requer um fornecedor deidoneidade reconhecida. Como exemplo, aCobra Rolamentos possui atendimentodiferenciado e cobertura nacional através de22 unidades estrategicamente distribuídas nasprincipais cidades brasileiras e vem seexpandido com a inauguração de novas filiaispara estar cada vez mais perto de seus clientes,colaborando com a redução de itens dereposição nas usinas, pois mantém um

estoque diversificado sob demanda para seusclientes, acessado online por seusrepresentantes comerciais. Isto facilitasobremaneira o atendimento das necessidadesde seus clientes em tempo reduzido.

Em relação aos acionamentos, outro itemrelevante se refere aos diversos tipos deacoplamentos utilizados, que não só devemestar conformes com a aplicação, mas tambémserem observadas suas características dedesalinhamento permitidas, para que nãosofram ruptura ou quebra prematura porestarem operando fora das especificações dosfabricantes.

Acoplamentos “caseiros” ouinapropriados para a aplicação podem causardanos ou abreviar severamente a vida útil deequipamentos, com elevados custos dereparação e de horas paradas. Vale também aobservação de que estes itens críticos para aboa operação devem ser adquiridos defornecedores idôneos para que tenham odesempenho e a durabilidade prevista. (FulvioPinheiro Machado)

Rolamentos devem receber cuidado especialnos setores de recepção, preparo e extração

Recuperação muda

paradigmas e gera economia

Rolamentos são partes vitais dos

equipamentos rotativos

Rolamentos de esferas de contato angular

Aquisição de rolamentos deve avaliar diversos fatores

Autocompensadores

de rolos esféricos

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Pesquisascomprovam que sozinho,o setor sucroenergéticobrasileiro não será capazde suprir a demandamundial porbiocombustíveis, por issoestudiosos têm avaliado asmelhores plantas paracomplementá-la.Descobertas recentessobre as plantas quepodem ser consideradasalternativas ecomplementares àprodução de etanol,obtido a partir dabiomassa, são apresentadas por MarcosSilveira Buckeridge, professor do Instituto deBiociências da Universidade de São Paulo,condutor de um estudo sobre as“Perspectivas para a pesquisa sobre obioetanol no Brasil e os principais avançosobtidos em experimentos com genes capazesde aumentar a produção de biomassa deplantas como milho, arroz, sorgo,miscanthus e beterraba açucareira”.Buckeridge e a equipe no Instituto Nacionalde Ciência e Tecnologia do Bioetanol - umdos INCTs estabelecidos no Estado de SãoPaulo em parceria do Conselho Nacional deDesenvolvimento Científico e Tecnológico(CNPq) com a Fapesp - desenvolveram oCrop Bioenergy Performance Index (CBPI),um índice para avaliação do desempenho decada uma delas na produção de bioenergia.

“Até o momento percebemos que osorgo tem superado os demais índices, tantoem rendimento como em tempo de ciclo. O

miscanthus também podeser uma boa propostapara o sul do Brasil, quetem clima temperado e éonde esta espécie crescebem”, diz.

A equipe fez umlevantamento por meio depublicações de quanto seproduz em toneladas/haem média no mundo dasprincipais culturascandidatas a produtorasde bioetanol; sobre ocomprimento dos ciclos,quanto entra e sai deenergia e sua razão para

cultivá-las. “Dividimos esses valores pelonúmero de meses do ciclo da planta emultiplicamos pelo valor de produção, ouseja, a razão entre a entrada e saída deenergia para cultivar essa planta, dividimospelo cumprimento do ciclo, e multiplicamospelo rendimento. Descobrimos que quantomais longo o ciclo, menos produzirá no ano”,lembra.

Na prática, explica o pesquisador, osresultados mostram que ao se verificar váriascaracterísticas agrícolas relacionadas àprodutividade, entrada e saída de energia decada sistema agrícola, uso de água no sistemae o ciclo das plantas produtoras de etanol, acana não é necessariamente a melhor espécievegetal para produzir bioenergia no planeta.“Na realidade, o sucesso de cada espéciedepende mais de onde a planta está sendousada e de quanto ela está inserida dentro dosistema socioeconômico e político local”,ressalta. (AM)

E por falar em benefícios, a situaçãodos fornecedores de cana do Nordeste não éboa, já que no dia 3 de abril, após apresidente Dilma Rousseff anunciar açõespara amenizar prejuízos provocados pelaseca nordestina, a votação de projeto de leique autoriza subvenção a agricultores daregião foi travada por senadoresgovernistas. O projeto, é originário damedida provisória 587, que libera auxílioemergencial aos agricultores afetados pelamaior estiagem dos últimos 50 anos, não foivotado pelos parlamentares na ocasião eseguia trancada no Senado até um novoencontro. No dia 4 de abril, após acordoentre líderes parlamentares no SenadoFederal, o projeto de lei foi aprovado. Agoraa MP segue para sanção da presidenteDilma Rousseff.

Para o presidente da Asplan daParaíba, Murilo Paraíso, esta foi umaconquista importante para o setorcanavieiro, que ainda sofre com as perdascausadas pela seca. “Esta decisão foi muitoimportante para todos os canavieirosnordestinos que estão amargando asperdas. Temos alguns produtoresparaibanos, por exemplo, que tiveramquebra de mais de 50% em sua safra esteano por falta de chuva e tudo indica que,para esses produtores, a próxima safratambém está comprometida. Alguns jáperderam 30% de seus campos porque achuva ainda não veio a contento”, explicouo dirigente.

O presidente da União Nordestina dosProdutores de Cana (Unida), AlexandreAndrade Lima, aproveitou para dizer queconfia no discernimento da Presidência daRepública para a sanção da matériarapidamente. “Agradecemos a decisão dossenadores e confiamos na sanção

presidencial o mais breve possível”,ressaltou, agradecendo o apoio dossenadores e, em particular, ao deputadofederal Pedro Eugênio (PT-PE), autor daemenda que incluiu a ajuda emergencial aoscanavieiros na MP 587.

A Câmara dos Deputados aprovou aMP 587/12 no dia 19 de março. O setor teveuma perda na produção de quase 40% emfunção da estiagem que atingiu o Nordesteno ano passado. Essa seca também foiconsiderada a pior dos últimos 40 anos, deacordo com a Asplan.

A Unida explica que cerca de 21 milfornecedores nordestinos de cana atingidospela seca podem ser beneficiados com a MP587. Segundo a proposta, cada pequeno emédio agricultor será beneficiado com R$ 10por tonelada de cana fornecida às usinas nasafra 2011/12, limitada a 10 mil t. (AM)

Produtores de etanol e fornecedores de canaamargam prejuízos, mas seguem confiantescom pautas

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

No último dia 10 de abril, a aprovaçãoda medida de incentivo à produção deetanol do Nordeste causou euforia naclasse produtora da região, apesar do climade tristeza com a segunda safra consecutivade seca intensa. O texto incluso na MedidaProvisória 594/12 foi aprovado emPlenário mesmo diante de ressalvas daoposição, que o havia rejeitado da MP587/12. Segundo o documento, a Uniãofica autorizada a conceder diretamente aosprodutores de etanol, ou por meio de suascooperativas ou sindicatos, R$ 0,40 porlitro de etanol produzido e comercializadona safra 2011/12. Renato Cunha,

presidente do Sindaçúcar/PE, explica quepor 363 votos a 92, a medida agora seguepara o Senado e para aprovação dapresidente Dilma Rousseff. “Confiamosque o Senado e a presidente sesensibilizarão com nosso pleito. A cana éum dos principais pilares da economia doNordeste. Não queremos abrir mão denossa atividade, depois de mais de 400anos de história. O etanol possui diversosbenefícios ambientais e ainda sofre com osproblemas de competitividade com a

gasolina. A Câmara entendeu anecessidade de investimentos narecuperação e manutenção da safra atual eda próxima, que sofrerá com a falta dechuvas”, lembra Renato Cunha.

O Sindaçúcar admite que 77 usinas doNorte-Nordeste poderão ser beneficiadas,sendo 15 delas de Pernambuco. Osparlamentares ressaltaram que a propostavai garantir a manutenção dos empregosdo setor na região, que gera mais de 300mil postos de trabalho.

O autor da emenda que incluiu osubsídio na MP, o deputado RaimundoGomes de Matos, revelou que a medida vaigarantir a manutenção de empregos, alémde manter o PIB do Nordeste. O subsídiovale para as usinas localizadas nas áreas deatuação das Superintendências deDesenvolvimento do Nordeste (Sudene) eda Amazônia (Sudam).

Já o deputado Mendonça Filho disseque o governo pode ser responsabilizadopela crise dos produtores de etanol, quesegundo ele, é decorrente dointervencionismo indevido praticado pelogoverno, que segura o preço do etanol.Apenas o PT e o PSOL votaram contra osubsídio. O líder do governo, deputadoArlindo Chinaglia, argumentou que nemsempre o que é justo cabe no orçamento.

A MP 594 foi editada pelo governopara ampliar em R$ 85 bilhões o limite definanciamento do Programa deSustentação do Investimento (PSI),operado pelo Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico e Social(BNDES). O texto aprovado em Plenárioincluiu diversos pontos na MP.

Senado aprova subvenção do NE Método identifica plantascomplementares à produção

Murilo Paraíso: conquista importante para o

setor que sofre com perdas causadas pela seca

Marcos Silveira Buckeridge: Cana

necessita de um contexto político

favorável para avançar

Câmara aprova subsídio de R$ 0,40/litro para produção de etanol no NE

Câmara dos Deputados votando Medida Provisória 594/12

GUSTAVO LIMA/CÂMARA DOS DEPUTADOS

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Unidades encontrammeios de economizar ereduzir em até 50% oconsumo de água

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

A água é um bem natural de sumaimportância para o mundo. Por isso,diversas iniciativas e melhorias têm sidoimplementadas com o objetivo de reduzir eotimizar o consumo desse recurso, epreservar cada vez mais o meio ambiente.No setor sucroenergético alagoano, umausina, há cerca de seis anos, conseguiureduzir seu consumo de água em 50%.

Trata-se da Coruripe, que por meio detecnologias industriais e agrícolasconseguiu passar de um consumo de 10mil m³/hora para 5 mil m³/hora.

Segundo Valdir Costa, coordenadorde sistema de gestão ambiental daCoruripe, para a significativa redução, aempresa implantou spray de refrigeraçãodas águas oriundas das colunasbarométricas através do circuito fechado,uma Estação de Tratamento de Efluentesem parceria com o departamento dequímica da Universidade Federal deAlagoas, e reutiliza água de lavagem decana. No campo, houve a implementaçãodo sistema de irrigação por gotejamento hámais de dez anos, onde a unidadeeconomizou 25% de água, energia e mãode obra, em uma área de 2.205 ha de

cana. “Para a Usina Coruripe, estatecnologia está em expansão. Reduzimos odesperdício de água substituindotubulações móveis por tubulações fixas,bem como a eliminação de canais decondução por tubos de PVC e CPRFV, quesão considerados equipamentos de longaduração”, explica Costa.

A empresa realiza palestras deconscientização durante a entressafra,além de banners colados em pontosestratégicos para conscientizar osfuncionários e evitar desperdício de água.“O Nordeste passa pela maior seca dosúltimos 60 anos. Sendo assim, a Coruripecompreende que a água é um recursonatural primordial para a manutenção desua planta, bem como, dos seuscanaviais”, comenta Valdir Costa.

Canais por tubulações pressurizadasNa safra passada, a Barralcool, de Barra

dos Bugres, MT, substituiu o sistema antigo decanais de vinhaça por tubulaçõespressurizadas. O engenheiro ambiental doGrupo, Sidney Marques Júnior, diz que até omomento foram investidos aproximadamenteR$ 20 milhões em 46 Km de tubulação quedeverão beneficiar 10 mil hectares de cana.“A implementação inicial levouaproximadamente um ano para ser concluídae o restante será realizado gradualmente”,lembra.

Marques explica que esta novatecnologia de “fertirrigação de canaviais” estábaseada no princípio ambiental inteligente dareciclagem dos nutrientes contidos navinhaça, os quais foram extraídos do solo pelaprópria cultura da cana-de-açúcar. “Oobjetivo do projeto de fertirrigação éracionalizar o uso agrícola da totalidade dosresíduos líquidos industriais quanto aosaspectos técnicos, econômicos e ambientais,com o objetivo de garantir alguns benefícioscomo: a substituição total ou parcial da

adubação mineral convencional,aproveitando o grande potencial fertilizanteda vinhaça para realizar a “reciclagem denutrientes”, especialmente do potássio que seapresenta em maior concentração; atenuaçãodas deficiências hídricas da cultura canavieirae melhor aproveitamento dos nutrientesaplicados, proporcionados pelas águasresiduárias industriais reutilizadas; aumentomédio de 2 a 5 t/ha da produtividade agrícoladas socarias, em função da irrigação realizadae pela incorporação ao solo de matériaorgânica e nutrientes contidos na vinhaça;aumento da longevidade das soqueirasfertirrigadas em até cinco cortes,proporcionados pela irrigação realizada e pelaincorporação ao solo de matéria orgânica enutrientes contidos na vinhaça e naeliminação dos riscos de contaminação desolos e poluição de águas superficiais esubterrâneas, através da aplicação de dosesagronômicas racionais conforme asnecessidades hídricas e nutricionais dacultura canavieira”, comenta. (AM) Nova tecnologia de fertirrigação de canaviais: princípio ambiental inteligente

ABAIXO O DESPERDÍCIO!

Valdir Costa, coordenador de sistema de

gestão ambiental da Coruripe

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A Jalles Machado, de Goiás, tambémentende bem de preservação de recursoshídricos, e de uso racional da água em todasas etapas de seu processo agroindustrial. Odesenvolvimento de ações no sentido demitigar possíveis problemas com escassez deágua, como a construção de reservatóriosartificiais para armazenamento de água emperíodos chuvosos para uso durante aestação de seca, onde a chuva é bastanteescassa na região, rendeu à Jalles Machado oPrêmio ANA – Agência Nacional das Águas,do Ministério do Meio Ambiente, em 2008,com o Tema “Conservação e Uso Racionalda Água”.

Com o case “Gestão de recursos hídricosna Jalles Machado”, ela foi a única empresada Região Centro-Oeste e do setorsucroenergético no Brasil a estar na finaldesse prêmio. No trabalho foram descritasações para o uso racional dos recursoshídricos no ambiente industrial e também noagrícola. “A implantação de um circuitofechado de reutilização, programas derecuperação de nascentes e matas ciliares e oprograma de educação ambiental para osrecursos hídricos demonstram a preocupaçãoda empresa com a questão da escassez de

água no mundo”, ressalta o engenheiro IvanCésar Zanatta, gestor de Qualidade e MeioAmbiente – SGI.

A empresa mantém ainda o Programade Práticas de Uso Racional do Solodesenvolvido pelo Departamento Agrícola eque visa conservar o solo para que osrecursos hídricos não sofram asconsequências de seu manejo inadequadocom erosões e assoreamentos dos cursos deágua; o Programa Controle de Erosão paraevitar o consequente assoreamento doscorpos d’água nas áreas de plantio deculturas de cana-de-açúcar, soja e crotalária;o Programa de Controle Biológico de Pragas,voltado à produção de um agente de combatenatural da broca da cana-de-açúcar evitandoa contaminação do ambiente com defensivosagrícolas; o Programa de Uso Racional daÁgua no Ambiente Industrial, para omáximo reaproveitamento da água noprocesso de produção do açúcar e do álcoolatravés de circuitos fechados; o Programa deUso Racional da Água no Ambiente Agrícolacom ações que envolvam os corpos hídricoscomo barramentos, projetos de irrigação etambém no monitoramento da qualidade daságuas. (AM)

Através da parceria com a prefeiturade Lins e a Sabesp, a Renuka do Brasilparticipou no dia 21 de março, na EscolaEstadual 21 de Abril de um evento sobre aimportância da água com estande, ondereuniu mais de 2 mil pessoas. "Distribuímos1.000 sacolas ecológicas de garrafas pets e1.000 canetas ecológicas feitas de papelreciclado. Ainda no estande, as criançastiveram oportunidade de participar de umaatividade onde relatavam como é possíveleconomizar água", diz Ana Graciano,assessora da empresa. Em seguida, esteveàs margens de rios da região com a solturade 3 mil peixes nativos para a atividade.

No mesmo contexto, a AçucareiraGuaíra promoveu no dia 22 de março, uma

palestra sobre importância do destinoadequado do óleo de cozinha usado,utilizando-se da reciclagem, evitando assima contaminação da água e do solo. Segundoo eng° ambiental, Anderson Malerba, apósa palestra, foram recolhidos os óleos usadosdoados pelos colaboradores e também oóleo do refeitório da Empresa, totalizando114 litros e convertidos em 28 litros de óleolimpo. "O óleo usado arrecadado peloprojeto será transformado em biodiesel pelaBrejeiro, e o conteúdo limpo foi doado aAssociação de Pais e Amigos dosExcepcionais (APAE) de Guaíra. Após asatividades, as duas Empresas distribuírambrindes aos colaboradores queparticiparam da ação", diz.

Uso consciente da água Ana Graciano: campanha para economizar água

Ivan César Zanatta, gestor de Qualidade e Meio Ambiente, da Jalles Machado

Gestão dos recursos hídricos rende resultados

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RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

Fumar não prejudica somente a saúdede quem adota este hábito. Pode causartambém sérios danos à “sobrevivência” deplantações de cana-de-açúcar,principalmente quando bitucas de cigarrossão lançadas do interior de carros quecirculam em estradas que beiram áreas decana. Esses tocos encontram em folhas secasum meio propagador para o fogo que causagrandes prejuízos para a atividadesucroenergética e para o meio ambiente.

No período mais seco do ano, entremaio e novembro, ocorre um aumentosignificativo de incêndios em canaviais. Abituca de cigarro está entre os maioresresponsáveis por essas ocorrências. Mas, aperda de controle do fogo utilizado para aqueima da palha da cana – ainda adotadana colheita manual –, ou mesmo para alimpeza de algumas áreas, é a principalcausa de incêndios, segundo SérgioCeccarelli, diretor da Ceccarelli CSI – Centroda Difusão Científica e Tecnológica emSegurança contra Incêndio, que realizapesquisa e cursos nessa área.

O vandalismo e a ação criminosa,motivada por vingança em alguns casos,estão também entre as causas mais comunsque desencadeiam incêndios em canaviais,afirma o especialista. Mas, existem fatoresmenos corriqueiros que agem comoestopim, entre os quais raios – poucosfrequentes no período de seca –, fagulhas deescapamentos de caminhões e até mesmoum pedaço de garrafa quebrada sobre a

palha que vira uma lente de vidro,concentrando o raio de sol. Isto é difícil deocorrer, mas também acontece, observaSérgio Ceccarelli.

De acordo com ele, existem algumasalternativas para prevenir e combaterincêndios em canaviais. Plantar cana emáreas mais distantes das margens derodovias, por exemplo, diminui aocorrência de incêndios por causa de tocosde cigarros. A instalação de torres de

observação em pontos estrategicamentelocalizados pode detectar princípio deincêndio em áreas de cana de usinas,facilitando o controle.

Para o diretor da Ceccarelli CSI, oPlano de Auxílio Mútuo, com aparticipação das unidades sucroenergéticase o Corpo de Bombeiros é alternativa eficazpara a extinção de incêndios. Ele observaque é importante as usinas contarem combrigadas formadas por integrantes bem

preparados. Além disso, Sérgio Ceccarellidefende o uso de aviões agrícolas – quefazem a pulverização de agroquímicos – nocombate a incêndios. Nessas operações, oabastecimento é feito – informa – com águae um produto conhecido como líquidoretardante de chamas que tem elevadaeficiência. Usinas podem viabilizar o usode aviões – propõe – a partir de acordoscom empresas que atuam na área deaviação agrícola.

Fumar é prejudicial à “saúde” do canavial

Além das bitucas, queimada fora de controle, vandalismo e ações criminosas provocam incêndios nas plantações

Outro recurso para a extinção do fogoem plantação de cana é o kit para combatea incêndio em canaviais, lançadorecentemente pela Argus, de Vinhedo, SP,que utiliza um Líquido Gerador deEspuma - LGE - de Classe A, umconcentrado de espuma sintético. “Aadaptação nos caminhões pipas e o usocombinado com esguichos de espuma é

extremamente simples”, afirma oengenheiro mecânico José de OliveiraAssunção, presidente da Argus.

De acordo com ele, estudos realizadosnos Estados Unidos demonstram que acapacidade da água em extinguir o fogo éaumentada em aproximadamente quatrovezes somente com a adição deste tipo deLGE específico para classe A. (RA)

LGE aumenta eficiência daágua na extinção do fogo

Equipamento moderno é aliadoimportante durante o combate

A utilização deequipamentosmodernos e eficientes éum aliado importantepara a extinção dofogo em lavouras decana-de-açúcar. OAgribomba,disponibilizado pelaGascom, deSertãozinho, SP, é umasolução que executa funções de combate aincêndios em vegetações de qualquer porte,fazendo rescaldos e aceiros em todos ostipos de áreas, segundo Cássia CarolineBoccardo, do departamento de marketingda empresa.

Com vários modelos e capacidadesdisponíveis, esse equipamento édesenvolvido sob medida para asnecessidades de cada cliente, apresentando– afirma –baixa incidência de paradas emínimos custos de manutenção. OAgribomba combate incêndios eminstalações em geral e os que ocorrem emresíduos agroindustriais.

De acordo com Cássia Caroline, o

equipamento tem funções adicionais: fazirrigação por aspersão nas áreas de plantio,realiza o tratamento do solo por irrigaçãoem operações de apaga-poeira ecompactação de solo, lava com eficáciaveículos, tratores, colheitadeiras, máquinase implementos, além de pisos e instalaçõesem geral.

O maior volume de vendas doAgribomba ocorre entre maio e setembropor causa da seca. “Mas, devido a suascaracterísticas, é procurado ao longo de todoo ano”, observa. O equipamento precisaestar sempre de sentinela – enfatiza – para aproteção do patrimônio e das máquinas dasunidades sucroenergéticas. (RA)

Agribomba: solução que executa funções de combate a incêndios

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Incêndios em colhedoras também causamtranstornos em áreas de cana. “Essasocorrências são muito frequentes porquedurante a safra as máquinas operam emcondições extremamente severas, em altastemperaturas decorrentes de operaçõescontínuas, em circunstâncias muitas vezesagravadas pelo atrito dos componentes dascolhedoras e por vazamentos de combustível eóleos”,explica José de Oliveira Assunção,presidente da Argus.

Segundo ele, a combinação de materiaiscombustíveis –palha, óleo diesel, óleohidráulico, entre outros – associada às diversasfontes de ignição, como alta temperatura datubulação de exaustão do motor, curtos-circuitos em cabos elétricos e atritos de partesmetálicas, proporciona um ambientealtamente favorável a um princípio deincêndio, muitas vezes com gravesconsequências.

As perdas geradas por incêndios nessesequipamentos são bastante significativas –comenta Assunção –, pois uma colhedora de

cana custa em média R$ 800 mil.“Outrosprejuízos são a queima do canavial, asinterrupções na cadeia produtiva, os acidentescom as pessoas envolvidas no processo dacolheita mecanizada e os danos ao meioambiente”, detalha.

Para combater a ocorrência de problemascausados pelo fogo em colhedoras, a Arguscomercializa um sistema pré-engenheirado,fabricado pela empresa americana Amerex,que é projetado para avisar o operador damáquina sobre um princípio de incêndio,suprimir automaticamente, de forma rápida eeficiente, o início de incêndio e evitar a suaprogressão para outras áreas.

O Kit de Combate a Incêndio Argus paraColhedoras de Cana – como é tambémconhecido esse sistema –está disponível nasversões básica que dispõe apenas deacionamento manual e a completa comacionamento automático e manual. “Caso ausina não tenha previsto em seu orçamentouma verba para aquisição do kit completo,poderá adquirir a versão básica nesta safra efazer o upgrade para a completa assim quedesejar”, sugere José de Oliveira Assunção.

Ele informa que a empresa já instalouaproximadamente 300 kits somente emcolhedoras de cana. “Na última safra,reduzimos a zero as perdas por incêndio nasmáquinas protegidas”, ressalta.

(Renato Anselmi)

Kit evita danos para colhedoras, plantações e meio ambiente

Kit para combate a

incêndio em canaviais

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Francisco Nigro conta ahistória do surgimento domotor bicombustível, a gasolina e ou a etanol

André Ricci, de São Paulo

Em entrevista exclusiva, opesquisador Francisco Nigro trazdetalhes do desenvolvimento datecnologia, que completa 10 anos em2013. Nascido em Bocaina, interior de SãoPaulo, Francisco Nigro já figura hoje norol dos principais nomes da indústriaautomobilística brasileira. Professor daEscola Politécnica da Universidade deSão Paulo, ele é um dos “pais” do carroflex. A tecnologia completa 10 anos em2013, desde que o primeiro modelo, umVolkswagen Gol, com tecnologia daMagneti Marelli, chegou às ruas, emmarço de 2003.

A partir de então, de acordo comnúmeros divulgados pela Anfavea -Associação Nacional dos Fabricantes deVeículos Automotores, o volume total deveículos flex licenciados no Brasil chegoua aproximadamente 18,2 milhões emnovembro de 2012.

Ao lado de Pedro Camargo Neto,outro importante nome no processo deimplementação da tecnologia, Nigro foihomenageado no Prêmio BestBIO 2013,como “Honra ao Mérito emBiocombustíveis” (veja coberturacompleta da premiação a partir da página92).

Nesta entrevista, o pesquisador contadetalhes de seus estudos, lutas políticas ebusca pelo apoio das usinas paraemplacar o carro flex. Confira:

JornalCana: Conte-nos um pouco dasua carreira.

Francisco Nigro: Fiz minha vida todaem dois lugares. Inicialmente fuitrabalhar no IPT — Instituto de PesquisasTecnológicas do Estado de São Paulo - nafabricação de máquinas de usinagem, edepois comecei a dar aula na Politécnica.Era tempo integral no IPT e parcial naPoli. Depois de 40 anos me aposentei, mascontinuo dando aula.

Como surgiu a ideia do motor flex?Quando voltei do Canadá, onde fiz

doutorado, estava começando o programado álcool no Brasil e o IPT resolveu criarum grupo para ajudar a desenvolvercombustíveis renováveis. Recrutamos

engenheiros recém-formados na Poli paraajudar. Como eu era chefe do laboratóriode máquinas e os profissionais nãotinham onde ficar, acabaram entrando nomeu grupo. Mas motores não eram minhaespecialidade, eu lidava com máquinas.Quando os jovens apareceram comecei afazer e supervisionar relatórios. Entãoprecisei me dedicar aos motores. Estudei,aprendi e gostei.

Como foi a aceitação da tecnologia nopaís?

Nessa época, em 1977, o GovernoFederal queria que as montadorasfabricassem veículos a álcool e elas semantinham reticentes quanto a isso. Atecnologia já existia na época, já queconversões eram feitas. O primeiro casofoi o de um fusca, que era muito “gastão”,e com a conversão, compensou pelarelação custo-benefício. O Governo entãocriou o “Centro de Apoio Tecnológico”,formado por institutos e universidadesespalhadas pelo Brasil todo, ondediscutíamos tecnologias de motor.Ganhamos até um dinamômetro parafazer testes. Nós ensinávamos as retificasa fabricarem os motores a álcool, elasfaziam, nós testávamos e então sehomologava a empresa a fazer aconversão do motor. Os postos sóabasteciam os carros convertidosoficialmente.

Como o governo se posicionava emrelação ao álcool?

Eles mantinham o preço do álcool50% menor que o da gasolina, então todomundo queria usar. Nessa época, o paísestava passando por problemasfinanceiros, gastava quase tudo paraimportar gasolina. O preço estava ruim,havia o medo de faltar, e com tudo isso,ninguém queria comprar carro agasolina. A maioria transformava seusveículos para abastecer com álcool. Foiuma época importante, pois aprendemosmuito com os problemas queapareceram.

Quando o cenário começou a mudar?Em 1979, mais ou menos, a pressão

nas montadoras aumentou muito. Apopulação queria o carro a álcool. A Fiattinha montado uma fábrica em MinasGerais, mas ninguém comprava carro, asituação econômica do país não permitia.Foi então que surgiu o primeiro carro aálcool, o Fiat 147.

O senhor citou reuniões ondedifundia-se o conhecimento. Comofuncionavam especificamente?

Os encontros do Centro de ApoioTecnológico continuaram no país inteiro.A cada três meses nos reuníamos parafalar sobre as novidades, descobertas einovações. Quando as montadorasresolveram fabricar motores a álcool,

essas reuniões passaram a ser umaespécie de simpósio, e com isso, foicrescendo o movimento pró-álcool.

Qual foi o momento mais difícil?Depois que o preço do petróleo

começou a cair todos os combustíveisalternativos entraram em baixa. Sobrou oálcool, que não “morreu” por pouco.Passamos por uma fase muito ruim. Porvolta de 1999, o preço do álcool despencoupela falta de demanda. Foi então quecomeçamos a estudar uma saída para oálcool, surgindo o carro flex.

E como difundiram a novidade?Aconteceu um seminário dos 100

anos do IPT, onde chamamos o pessoaldos governos Federal e Estadual,montadoras e representantes do setorsucroenergético. Uma semana antesalguns usineiros se reuniram e decidiramnão apoiar o flex. Ainda assim fizemos oseminário, com informações trazidas dotrabalho feito nos EUA. Depois comecei aser convidado para falar em Brasília, ondeexplicava o que era possível fazer e qual orendimento. Foi neste período que opessoal de marketing da Volkswagendetectou uma demanda pela tecnologia,produzindo, em seguida, o primeiromodelo. Foi pura jogada de marketing.

Em algum momento pensou que nãodaria certo?

Sempre tive convicção que trariaresultado. Na minha maneira de ver omaior desafio não foi tecnológico. Claroque houve alguns aspectos, mas nadatecnicamente muito difícil.

Como avalia a situação do etanolatualmente?

Complicada. O governo tenta puxaruma recuperação econômica peloconsumo, tendo como ação a manutençãodo preço da gasolina. Na minha maneirade ver, nenhuma economia aguenta estetipo de medida. Não dá para segurar, épreciso investimento. Outra questão é opreço da terra, que subiu muito no país.Isso afetou diretamente os investimentosna parte agrícola. É absurdo o patamarem que se encontram os custos deprodução.

Qual a saída?O Governo assumir um plano de

longo prazo, com regras claras eprevisibilidade. Não dá para continuarcom o setor estrangulado como vemoshoje, precisando investir e nãoencontrando meios para isso.

ERA UMA VEZ O CARRO FLEX

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Evento homenageou, entre outros nomes, os “pais” do carro flex, Pedro Camargo e Francisco Nigro

André Ricci, de São Paulo, SP

Na noite do dia 19de março, em SãoPaulo, as melhoresempresas debioeconomiasustentável e seusdestaques individuaisestiveram reunidos na segunda edição doPrêmio BestBIO, promovido pela ProCanaBrasil, empresa que edita o JornalCana,Anuário da Cana e revista BIO&Sugar.

O encontro teve como objetivodestacar os melhores cases e profissionaisdo país nas áreas de biocombustíveis,bioenergia, bioeletricidade, biotecnologia eresponsabilidade ambiental e empresarial.

Marcelo Severi, gerente comercial daTGM, esteve presente no evento eressaltou a importância do prêmio. “Éextremamente necessário investir emtecnologias para a geração de energiasrenováveis. O Prêmio BestBIO valorizajustamente isso, as empresas e pessoasque trabalham neste sentido”, destacou.

No ano em que se comemora os 10anos do carro flex, Pedro Camargo Neto,atual presidente da Abipecs — Associação

Brasileira da Indústria Produtora eExportadora de Carne Suína; e FranciscoNigro, professor da Escola Politécnica daUniversidade de São Paulo, foramhomenageados pelo BestBIO.

Ambos são considerados os “pais” datecnologia, exercendo papéisfundamentais no desenvolvimento eimplementação do veículo flex. “Comopesquisador de longa data, sempreprocurei algo onde o Brasil levassevantagem competitiva em relação aosdemais países. E justamente nossa área,agricultura e seus derivados, faz adiferença. Em certo momento, percebi quea única coisa que eu poderia fazer para

contribuir com o país era trabalhar comcombustíveis renováveis. Sempre tivemosa convicção de que o flex era uma solução,uma inovação, e que dependeria apenas domercado. Deu certo e hoje vemos umavasta frota equipada com a tecnologia”,disse Nigro.

Alfred Szwarc, consultor de emissõese tecnologia da Unica – União da Indústriade Cana-de-Açúcar -, levou o prêmio de“Man Of The Year” na categoria“Biocombustíveis”. Ao falar da honraria,lembrou do intenso trabalhodesenvolvido. “É uma honra estar aqui ereceber a homenagem, que divido comtodos os companheiros da Unica, que

trabalham e defendem commuito ardor a questão dosbiocombustíveis. É um temaimportante, que tratamoscom muito prazer. Digo quedefender os biocombustíveisnão é um trabalho, mas sim,uma missão”, disse.

Já William LeeBurnquist, gerente deDesenvolvimentoEstratégico e coordenadorde Biotecnologia do CTC –Centro de TecnologiaCanavieira, também foipremiado e falou sobre osbenefícios no melhoraproveitamento da

bioenergia. “Estamos vendo os desafiosque o setor tem enfrentado para aumentarsua produtividade. Acredito que abiotecnologia possa ser uma ferramentamuito importante neste processo”,explicou.

Newton Martins, executivo da BBE,falou sobre a inciativa da ProCana Brasil.“Estamos aqui para incentivar o setor etambém apoiar a iniciativa de congregartoda a cadeia produtiva, englobando aparte agrícola, industrial e tambémcomercial. Nosso objetivo é gerar energiaatravés da biomassa e buscamos parceriascom o setor sucroenergético para isso”,finalizou.

Ações voltadas ao meio ambienteproporcionaram à unidade oprêmio durante o BestBIO 2013

André Ricci, Da Redação

Sustentabilidade se tornou uma dasáreas mais importantes dentro dasempresas. Gerenciá-la de maneiraeficaz pode garantir a permanência dohomem neste planeta, que a cada dianecessita de mais ações e menospoluentes. A Usina Açucareira Guaíra éum exemplo deste compromisso com omeio ambiente. Em março a unidade foipremiada durante o BestBIO 2013,como “Empresa do ano emSustentabilidade”.

Em comemoração ao “Dia Mundialda Água”, por exemplo, a usinapromoveu uma parceria com o “ProjetoReviva o Óleo”, oferecendo aoscolaboradores diversas atividadesambientais. Entre elas, uma palestrasobre a importância de se destinaradequadamente o óleo de cozinha,oferecendo como alternativa, o processode reciclagem.

Eduardo Junqueira da Motta Luiz,sócio-diretor da empresa, recebeu otroféu e pontuou o bom trabalhodesenvolvido por seus colaboradores.“Quero agradecer a todos pelo esforçoem manter o ambiente do Brasil mais

limpo. Nós sabemos que não é fácilestar em ordem com todos os órgãosambientais. É extremamente

complicado. Mas com muito trabalhoestamos conseguindo atingir estesobjetivos”, disse.

Outras ações também são mantidas,como o Programa de Gestão AmbientalIntegrada: CIPAE (Comissão Interna dePrevenção a Poluição Ambiental daEmpresa); Monitoramento Interno;Controle de Poluição Atmosférica;Coleta Seletiva; Gerenciamento deResíduos; Estação de Tratamento deEfluentes; Reutilização da Água;Conservação das Áreas de PreservaçãoPermanente (APP); Reflorestamento;adesão ao Protocolo Agroambientaldesde 2009 cumprindo todas diretrizes;5° ano consecutivo 100% ColheitaMecanizada sem queima; Cogeração deenergia elétrica; Programas deEducação Ambiental; execução dos 3Rs(Reduzir, Reciclar e Reaproveitar),diminuindo a exploração dos recursosnaturais e contribuindo com aqualidade do meio ambiente.

“A conquista de mais este prêmio éresultado de todo um trabalho emequipe perante a execução doPrograma, onde através de suas açõesde gerenciamento ambiental possuicomo premissa básica, odesenvolvimento sustentável,apresentando uma nova forma dedesenvolvimento econômico e social,preservando o meio ambiente eproporcionando uma melhor qualidadede vida”, disse o engenheiro ambientalda Guaíra, Anderson Malerba.

Usina Açucareira Guaíra é a Empresa do Ano em Sustentabilidade

Eduardo Junqueira foi homenageado

Parceria com o Projeto Reviva o Óleo em comemoração ao Dia Mundial da Água

BestBIO premia os melhores da bioeconomia

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Maio/2013 SETOR EM DESTAQUE 93

Empresa foi uma daspatrocinadoras do prêmioBestBIO 2013

Andréia Moreno, Da Redação

A edição 2013, doPrêmio BestBIO, queaconteceu no dia 19 demarço, na capitalpaulista, destacou osmelhores cases eprofissionais do paísnas áreas de biocombustíveis, bioenergia,bioeletricidade, biotecnologia eresponsabilidade ambiental e empresarial.O evento, promovido pela ProCana Brasil,

contou com o patrocínio do Grupo TGM -Turbinas e Transmissões, e com apresença de Marcelo Severi, gerentecomercial da TGM.

Segundo o gerente, o Prêmio BestBIOvaloriza as empresas e pessoas quetrabalham em prol da geração de energiasrenováveis. “Não é fácil investir emtecnologia e sustentar este trabalho, porisso é fundamental incentivar. O eventotambém estimula e homenageia as fontesalternativas e contempla a missão da TGMde produzir equipamentos de vanguardaque garantam a sustentabilidade nas suasaplicações”, comenta.

E neste sentido, de acordo com Severi,estão focadas as soluções TGM que

contemplam os aspectos socioambientaisdo cliente e da sociedade. “A empresapossui programas que atendem acomunidade e enxerga as necessidadesdos clientes com turbinas e planetáriosque atendem a geração de bioeletricidadee que consequentemente, garantem asustentabilidade da região”, diz.

Severi relata que através dessasturbinas é possível contribuir com ageração de energia renovável a partir dabiomassa. “Elas auxiliam na redução daemissão de carbono e na redução dedependência de outras fontes geradoras,como termoelétricas a gás, carvão ehidrelétricas”, lembra.

Maximizar a eficiência em plantas

existentes - Atualmente, a demanda porenergia elétrica vem aumentando em todosos setores industriais. De acordo comSeveri, para que se tenha um crescimentoeconômico sustentável, há umanecessidade de um fornecimento constantee confiável de energia elétrica para agarantia do processo produtivo.“Aplicando-se turbinas a vapor eplanetários para atender às demandas deenergia do processo e realizando achamada cogeração, garante-se umaenergia certa e independente dassuscetíveis flutuações da rede pública,obtendo melhorias em confiabilidade eflexibilidade de operação da plantaindustrial”, finaliza.

QUEREMOS PARCERIAS —“Incentivamos o setor e

também apoiamos a iniciativade congregar toda a cadeia

produtiva, englobando a parteagrícola, industrial e também

comercial. Nosso objetivo égerar energia através da

biomassa e queremosparcerias com o setor

sucroenergético para isso”.Newton Martins,

executivo da BBE

PRÊMIO VALORIZABIOINVESTIMENTOS —“Sabemos que não é fácilinvestir em tecnologiapara a geração deenergias renováveis esustentar este trabalho,por isso incentivariniciativas como esta doPrêmio BestBIO éfundamental”.Marcelo Severi, gerenteda assistência da TGM

Grupo TGM incentiva geração de energias renováveis

OS LAUREADOS DO BestBIO

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Melhor Case em BioenergiaGuilherme Barreto - Usina SãoMartinho “Quero agradecer pela oportunidade departicipar desta premiação e dizer, emnome do Grupo São Martinho, queesperamos sempre ajudar o setor a ser umareferência na área de bioenergia”.

Honra ao Mérito em BioenergiaCarlos Roberto Silvestrin, vice-presidente da Cogen “É muito importante estar aqui hoje ereceber esta honraria. Todos nós temos umpouco de contribuição para o sucesso destesetor de bioenergia, que é muito importantepara o país. Obrigado a todos que fazemparte deste segmento”.

Empresa do Ano emResponsabilidade AmbientalClayton Alvarenga – Usina RioVermelho “É muito importante para nós que estamosno chão da fábrica, que temos comoobjetivo produzir etanol, açúcar e energia,descobrir que através deste trabalhopodemos contribuir com o meio ambiente,tornando-o realmente sustentável”.

Honra ao Mérito emBiocombustíveisFrancisco Nigro - professor daEscola Politécnica daUniversidade de São Paulo “Como pesquisador de longa data, sempreprocurei algo onde o Brasil levassevantagem competitiva em relação aosdemais países. E justamente nossa área,agricultura e seus derivados, faz adiferença. Em certo momento, percebi quea única coisa que eu poderia fazer paracontribuir com o país era trabalhar comcombustíveis renováveis. Sempre tivemosa convicção de que o flex era uma solução,uma inovação, e que dependeria apenas domercado. Deu certo e hoje vemos umavasta frota com a tecnologia. Obrigado”.

Honra ao Mérito emBiocombustíveisJaime Finguerut - pesquisadorCTC, representando PedroCamargo Neto, ex-secretário deprodução e comercialização doMinistério da Agricultura“Considero que o carro flex, apesar damodéstia do Nigro, é uma inovação enormee que permitiu que chegássemos até aquiefetivamente. O Brasil talvez seja o únicopaís do mundo que tem essa oportunidadedo consumidor decidir qual combustívelusar. E isso, com certeza, é uma inovaçãoenorme e que inclusive permite quecontinuemos desenvolvendo tecnologiasnessa área importante. Assim que eu puder,entregarei o prêmio ao real ganhador”.

Empresa do Ano emSustentabilidadeEduardo Junqueira da Motta Luiz- Usina Açucareira Guaíra“Quero agradecer a todos pelo esforço emmanter o ambiente do Brasil limpo. Nóssabemos que não é fácil, que estar emordem com todos os órgãos ambientais éextremamente complicado. Mas com muitotrabalho estamos conseguindo atingirestes objetivos. Fiz questão de comparecerpessoalmente dada a importância doprêmio”.

Empresa do Ano emResponsabilidade EmpresarialEdilberto Bannwart - Guarani “Quando falamos na questão de acidentesde trabalhos, não analisamos somente aárea de segurança, nem apenas aslideranças que atuam neste segmento.Muitos outros fatores influenciam noquesito redução de acidentes. O programa“Risco Zero” que desenvolvemos naGuarani incentiva, valoriza, reconhece epremia os colaboradores da usina. Acreditoque por isso estamos alcançando bonsresultados e em decorrência surgemprêmios tão importantes como este”.

CONHEÇA OS LAUREADOS DO BestBIO 2013

Melhor Case em BioeletricidadeGeraldo Donizetti de OliveiraHomem - Renuka do Brasil (UsinaRevati)“Essa iniciativa do Josias Messias é muitoimportante. O setor sucroenergético temgrande importância na matriz energéticabrasileira, e nós estamos apenascomeçando nesta área. Esperamos aindaeste ano alcançar níveis mais altos dedistribuição de energia elétrica gerada dabiomassa”.

PATROCÍNIO MASTER APOIO

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FLASHES DO BestBIO

CONHEÇA OS LAUREADOS DO BestBIO 2013

Inovação na Produção deBioenergia (Biotecnologia)Luis Fernando Rosa - da Bioflex -GraalBio “É um prazer muito grande participar de umencontro como este. Quero agradecer aoJosias Messias pela iniciativa, que comeste evento contribui para odesenvolvimento do Brasil em uma área tãoimportante, que pode fazer muita diferençano mundo. É importante este esforço poruma renovação do Brasil, para quetenhamos um país mais forte e justo, quevai ser lembrado no futuro pelo trabalhoque vocês têm realizado no setor. Parabéns.”

Man Of The Year em BiotecnologiaWilliam Lee Burnquist - CTC “Agradeço a todos os organizadores desteevento por reconhecer a liderança do CTC –Centro de Tecnologia Canavieira – tem naárea de biotecnologia. Estamos vendo osdesafios do setor para aumentar aprodutividade e acreditamos que abiotecnologia será uma ferramenta muitoimportante para alcançar esses objetivostão complicados”.

Man Of The Year emBiocombustíveisAlfred Szwarc - Unica “É muito bom este tipo de evento, pois alémdos prêmios, podemos rever grandesamigos. É uma honra estar aqui e receber ahomenagem, que divido com todos oscompanheiros da Unica – União daIndústria de Cana-de-Açúcar - quetrabalham e defendem com muito ardor aquestão dos biocombustíveis. É um temaimportante, que tratamos com muito prazer,pois ele é muito importante para o Brasil e omundo. Defender os biocombustíveis não éum trabalho, mas quase uma missão”.

Inovação emBiocombustíveis/BioquímicaDario Costa Gaeta - ParaísoBioenergia (Biotecnologia) “É uma honra receber este prêmio em um

momento tão importante para abiotecnologia. Sabemos que precisamosevoluir e contribuir com o meio ambiente.Por isso a importância do prêmio”.

Man of The Year na área deBioenergia João Alberto F. de Abreu - Raízen “Quero ressaltar a importância desteprêmio, que vale muito para nós. Agradecerao nosso time de colaboradores, que no diaa dia busca superar todos os desafios. Soba liderança do Pedro Mizutani, trabalhamosjuntos e isso faz com que os resultados setornem mais fáceis”.

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Oficina de reparos emmotores, conversores,PLC e IHM

A busca por ciclos produtivos eficazeshoje é quase uma obrigação para quem querpermanecer em destaque em um mercadocada vez mais competitivo. A indústria fazsua parte investindo fortemente em novosequipamentos de ponta, porém, por diversosfatores, nem sempre as capacitações de suasequipes de manutenção acompanham esteritmo, abrindo um abismo entre o real e onecessário para manter-se uma instalaçãoem perfeito estado de conservação ecorrendo o risco de colocar todoinvestimento em dúvida.

Várias opções existem no mercadopara auxílio pontual, mas nem sempresatisfazem por completo as necessidades doparque industrial, seja por capacidadelimitada, por falta de estrutura ou mesmoinvestimentos. Com a finalidade depreencher esta lacuna e ofertar umasolução completa ao mercado é que aSonepar, a maior distribuidora demateriais elétricos da América Latina,anunciou em fevereiro deste ano, a uniãode dois grandes nomes do ramo demanutenções em conversores CA e CC,Automação e Redes Industriais. A ASIAutomação e a Dimensional Service agora

são uma só: Dimensional ASI Service.Nasce então uma das maiores

empresas de manutenção industrial noBrasil:

� Colaboradores especializados ehomologados pelos maioresfabricantes elétricos;

� Oficina de reparos em motores,

conversores, PLC e IHM;� Peças de reposição originais a pronta

entrega, logística de venda e plantão24 horas;

� Oficinas móveis para manutençõesprogramadas ou reparos em campo.

Com o compromisso de ir muito alémde simples intervenções pontuais.Pretende implementar junto às plantasoperacionais, planos de conservaçãoatravés de avaliações específicas dasinstalações, criação de rotinas para coletade dados. E aproveitar ao máximo dafuncionalidade que os novosequipamentos disponibilizam para estarsempre à frente de situações críticas,evitando paradas não programadas emuniciar com informações técnicas asequipes de manutenção. Desta forma,transformarão realmente uminvestimento em algo robusto e eficaz,aumentando a disponibilidade dosequipamentos ao longo do ciclo produtivoe customizando os investimentos emmanutenções de grande porte.

O segmento sucroenergético poderáagora ter a solução completa em umúnico fornecedor, Dimensional ASIService.

Dimensional Brasil 19 3446.7400www.dimensional.com.br

Transporte e logística ganham espaço exclusivo e seminário na Fenasucro

Dimensional oferece solução completa para manutenções

É impossível tratar de questões dosetor sucroenergético sem lidar com osdesafios de Transporte e Logística para essaindústria. Atualmente, segundoespecialistas, a logística representa custo de10% do PIB nacional, valor que poderia sermenor se o país dispusesse de melhorinfraestrutura. Atrasos nas entregas,acidentes, prejuízo e perdas de vidasconsomem cerca de R$ 22 bilhões anuais.Com base nesta realidade, o Ceise Br(Centro Nacional das Indústrias do SetorSucroenergético e Biocombustíveis) e aReed Multiplus, empresa associada à ReedExhibitions Alcantara Machado criam umaárea exclusiva para Transporte e Logísticana Fenasucro - 21ª Feira Internacional deTecnologia Sucroenergética, além deseminário dedicado somente ao assunto,sob a coordenação da Escola Superior deAgricultura Luiz de Queiroz, da USP.

O lançamento oficial da inclusão donovo módulo na Fenasucro aconteceu naprimeira semana de abril, em Sertãozinho econtou com a participação de diversaslideranças do setor, entre elas, AntonioEduardo Toniello Filho, presidente doCeise Br; Manoel Ortolan, presidente daCanaoeste; Daniel Rossi, gerente deTransporte Ferroviário da Rumo Logística;Helder Gosling, diretor Comercial e deLogística do Grupo São Martinho; RicardoAmadeu da Silva, diretor do Comitê deLogística do Ceise Br; Augusto Balieiro,diretor da Reed Multiplus, entre outros.

Na ocasião, José Vicente Caixeta Filho,professor do Grupo de Pesquisa e Extensãoem Logística Agroindustrial da EscolaSuperior de Agricultura Luiz de Queiroz(Esalq-USP) palestrou sobre os desafios eentraves do setor, afirmando que ascarências da logística de transporte sãoobstáculos para o crescimento do Brasil. “Énecessário ter uma gestão integrada, queenvolva todos os atores e possa garantir acompetitividade do sistema”. Caixeta alertou

também que este movimento orquestradoque envolve infraestrutura de transporte,armazenamento e escoamento é primordialpara a conquista de uma eficiênciaoperacional e diminuição dos custos dotransporte, que correspondem por 30% doscustos da produção e estão afastando o paísdo mercado internacional. “A discussãodessa temática na Fenasucro vai trazer paraa comunidade como um todo, uma série depráticas logísticas bem-sucedidas que não é

de conhecimento geral, como o caso do setorsucroenergético, que conseguiu alternativaspara escoar a sua produção. O professorcitou o exemplo da Usina São Martinho quetem parceria com a Rumo Logística paraserviços logísticos de transbordo e transporteferroviário de açúcar.

Reed Multiplus16 2132.8936www.reedmultiplus.com.br

José Vicente Caixeta Filho, Daniel Rossi, Ricardo Amadeu da Silva, Manoel Ortolan, Helder Gosling, Antonio Eduardo Toniello Filho e Augusto Balieiro

Colaboradores especializados e homologados pelos maiores fabricantes elétricos

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POR DANE AVANZI*

Costumo dizer que quem não sabe oque quer comprar, acaba comprando o queo mercado quer vender, e, tratando-se deprojetos, dificilmente as necessidades dosusuários serão atendidas sem que um bomtermo de referência determine quais aspremissas que o fornecedor licitante deveatender.

Neste contexto, o erro mais comum quetenho observado no campo daradiocomunicação, inclusive entreprofissionais de TIC, é definir qualtecnologia deve ser utilizada antes deconhecer a realidade dos usuários que defato irão utilizar o produto ou serviçocontratado.

Outro ponto importante é a falta deuma simulação de gastos para saber quantocustará conservar o parque que está sendoadquirido. A partir desses pontos, dúvidasimportantes quanto a modalidade deaquisição começam a ser respondidas.Manter um parque de rádios é como manteruma frota de veículos. O mais barato é aaquisição dos produtos. Custos indiretoscomo: licenciamento, taxas da Anatel,instalação e contrato de manutenção comtempo mínimo de atendimento devem sercomputados. Uma planilha da estimativados gastos de reposição dos principais itensdo parque de rádios também é indicada.Conhecer a legislação que rege o serviço de

licenciamento, bem como saber se o produtoé homologado pela Anatel, é defundamental importância para prevenirmultas e outras sanções.

No ambiente de empresas debioenergia, por exemplo, cadadepartamento tem uma necessidadeespecífica. Na maioria das indústrias hojeexiste o COI (Centro de OperaçõesIntegradas). Geralmente cada processopossui um rádio, seja portátil ou de base,

dedicado a um canal exclusivo paragerenciamento eficaz e eficiente daquelarotina.

Uma vez dissecada a necessidade docliente, o gestor de TIC pode começar aescrever o termo de referência, pois saberáexatamente quais as necessidades dosusuários que utilizarão o sistema. O planejamento e a elaboração demecanismos capazes de tornar o processo deaquisição e funcionamento qualitativo,

garantirá vida longa ao projeto.

*Dane Avanzi é advogado, empresário dosetor de engenharia civil, elétrica e detelecomunicações, Diretor Superintendentedo Instituto Avanzi, ONG focada na defesado consumidor de Telecomunicações

Avanzi11 2101.4021www.itavanzi.org.br

Como adquirir produtos e serviços de radiocomunicação com qualidade

Cada processo possui rádio com canal exclusivo para gerenciamento eficaz e eficiente

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Riper permite ao agricultorplanejar a colheita

A Ihara, fabricante de defensivosagrícolas, amplia o portfólio com olançamento do Riper, maturador paracana-de-açúcar que permite acúmuloprecoce de sacarose, elevando os níveis deATR (Açúcares Totais Recuperáveis).

Segundo o gerente de Produtos daIhara, Lucio Rezende, o Riper permite aoagricultor o melhor planejamento dacolheita, pois proporciona aumento nosníveis de ATR e manutenção desses índicespor um período maior. “O Riperproporciona ao agricultor tanto a opção dacolheita antecipada como a colheita tardiada cana, pois aumenta os níveis de ATR apartir da segunda semana após aplicação eos mantém estáveis por um períodomaior”, explica Rezende.

Os resultados obtidos com omaturador são variáveis de acordo com aépoca de aplicação. Entre as vantagens doRiper, destaca-se ainda a segurança, pois oproduto não afeta a safra seguinte e nãotem problemas de volatilização.

Com o lançamento do Riper, quelevou seis anos para ser desenvolvido até aaprovação do registro, a Ihara pretendeampliar seu portfólio para cultura da Cana-de-açúcar e oferecer ao mercado umproduto de excelência. O início da

comercialização do Riper está previsto parajaneiro de 2013.

A CANA-DE-AÇÚCAR NO BRASILNos últimos 25 anos, a produção de

açúcar no Brasil passou de 202.868 miltoneladas para 602.193 mil toneladas. Oetanol também teve um crescimentoexpressivo, aumentando a produção emmais de 200%. Além do crescimento daárea de produção, que passou de 3,9milhões de hectares para 8,4 milhões dehectares, outro importante fator para oaumento da produção foi o rendimentomédio por área.

A melhoria da produtividade agrícola

deve-se a diversos fatores, como: novasvariedades, manejo da cultura,conservação de solos, fertilização ecorreção adequada do solo, rigor nocontrole de pragas, doenças e plantasdaninhas e extensão da safra de cana, sejapor antecipação ou postergação dacolheita, que torna o período deindustrialização mais longo, possibilitandoo cultivo e colheita de áreas mais extensas.

SOBRE A IHARAA Ihara atua desde 1965 no mercado

e possui em seu portfólio mais de 60produtos para as mais diversas culturas, eproduz fungicidas, herbicidas, inseticidas e

produtos especiais. O trabalho da Ihara vai além de

apenas levar produtos ao agricultor. Aempresa oferece seus serviços sempre com ointuito de auxiliar o produtor rural a obteruma melhor produtividade com a maiorqualidade possível e de forma sustentável,além de estabelecer parcerias estratégicascom outras empresas do setor para melhoratender o agricultor, oferecendo-lhe umamaior gama de opções para auxiliá-lo aresolver seus problemas na lavoura.

Ihara15 3235.7797www.ihara.com.br

Ihara lança maturador para cana-de-açúcar

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Na maior feira agrícola da América Latina, aAgrimec, de Santa Maria/RS, mostra o que tem de melhorpara cana-de-açúcar, irrigação, preparo do solo,terraplanagem, colheita, pós-plantio, fenação, entre outraslinhas.

Mas o destaque entre os implementos expostos naAgrishow 2013, que acontece de 29 de abril a 3 de maio,em Ribeirão Preto (SP), estão os produtos da linhaCanavieira, entre eles o Cultivador Quebra-LomboRotativo com Aplicador de Herbicida e a tradicionalPlaina Niveladora Multilâminas. Para o cultivo orgânico,será levada a Capinadeira Rotativa de LâminasHelicoidais – Rotacarp.

O “Quebra-Lombo”, como é conhecido, é indicado nonivelamento do solo nas entrelinhas, bem como no sulcoda planta, preparando a área para a colheita mecanizadada cana. Entre os atributos e benefícios, alguns chamam aatenção: o Quebra-Lombo movimenta a terra através desulcadores. Possui um conjunto de lâminas em “V”, queao mesmo tempo em que aplainam, distribuem os excessosde terra para dois conjuntos de lâminas helicoidaisrotativas que desmancham os torrões, jogando a terra nossulcos ao pé da cana, não danificando a planta.

Já a Plaina Niveladora Multilâminas, disponível em 7modelos, é indicada para aplainar diretamente o terreno,sem necessidade de preparo prévio, deixando a lavourapronta para dissecar e receber o plantio direto, eliminandoos desníveis – microrrelevos – causados por implementos,torrões, taipas, cupins, etc. A Plaina NiveladoraMultilâminas é usada também para melhorar odesempenho das plantadeiras, permitindo excelente

colheita com a plataforma da máquina rente ao solo. Cultivo de orgânicos - Também será destaque no

evento a capinadeira rotativa de lâminas helicoidais, aconhecida Rotacarp.

Alternativapara os produtoresque estão optando pelaagricultura orgânica, é idealpara uso na capina dasentrelinhas nos cultivos orgânicosde feijão, milho, soja, sorgo, batata inglesa,amendoim e demais culturas plantadas em linha.

Constantemente atualizado, o produto oferece umanova dimensão na tarefa de capina mecânica, já queutiliza os recursos da própria terra para o cultivo, sem ouso de agentes químicos, possibilitando um manejosustentável dos recursos do meio ambiente.

Na Agrishow, a Agrimec está localizada no estandeC2D (Avenida C, entre as ruas 2 e 3).

Agrimec 55 3222.7710 www.agrimec.com.br

Agrimec aposta em tecnologia exclusiva para linha canavieira e cultivo orgânico

Cultivador quebra-lombo

rotativo com aplicador de herbicida

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Maio/2013NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES104

Estudo de plantio e colheita de canaserão apresentados em simpósio

Este ano o Gape — Grupo de Apoio àPesquisa e Extensão, orientado peloprofessor doutor Godofredo Cesar Vitti,organiza o VI Simpósio de Tecnologia deProdução de Cana-de-açúcar.

O evento que ocorrerá na UnimepCampus Taquaral apresentará o que há demais atual e pertinente em toda cadeiaprodutiva da cana-de-açúcar, abordandocinco temáticas principais:“Sustentabilidade: Aspectos Sociais,Econômicos e Ambientais”, “Fertilidade eNutrição”, “Mecanização e Sistematização:Estudos de Caso em Plantio e Colheita”,“Manejo de Fitossanitários eBioestimulantes” e “Novas Tecnologias doSetor Sucroenergético”.

Serão três dias de simpósio, que seiniciará no dia 10 de julho às 13h30, comabertura do Ex-Ministro da AgriculturaRoberto Rodrigues e irá até o dia 12 de julhoàs 18 horas. Na quinta-feira à noite serárealizado jantar beneficente em prol doEspaço Pipa — (Promovendo Inclusão,Partilhando Ações), entidade sem finslucrativos que atende pessoas com síndromede down em Piracicaba, SP.

As inscrições devem ser feitas através daFealq— Fundação de Estudos Agrários “Luizde Queiroz”.

Beatriz Sette19 3417.2138www.simposiocana.com.br

Time de pesquisadores mostrará o que há de atual na cadeia produtiva da cana-de-açúcar

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Equipamento da Sergomelem parceria com o CTC seadequa à legislaçãovigente de balança

Em tempo de crise, as unidadesbuscam produtos que primam pelaqualidade e durabilidade. O conceito vai deencontro ao que pensa Osvaldo Gomes,fundador da Sergomel Mecânica Industrial.Localizada no município de Sertãozinho(SP), considerado polo do segmento, aempresa se especializou na fabricação deequipamentos rodoviários para otransporte de cana-de-açúcar.

Além dos requisitos citados acima, asmontadoras deste tipo de produto precisamse adequar às várias exigências feitas pelogoverno, que por sua vez, não apoia arealização de mais pesquisas na área. Em2012, com apoio do CTC – Centro deTecnologia Canavieira, a Sergomeldesenvolveu o Rodotrem Domex,equipamento feito com aço de altaresistência e, que entre outras vantagens, seadequa à legislação de balança vigente.

“Hoje, com os equipamentosexistentes, o mercado trabalha comveículos acima do peso de balança. O quefizemos foi desenvolver um produto feitocom aço de alta resistência, que reduz em35% a tara do equipamento. Todo esse

trabalho perdurou durante cinco anos, masconseguimos algo que se adeque ao quepede a legislação”, diz Vagner Gomes,gerente comercial da empresa.

Para ele, o maior entrave nodesenvolvimento do produto foi manter aqualidade do equipamento. “Conseguimoschegar em um outro conceito, tendo umequipamento único e diferenciado. Com oselementos utilizados em sua fabricação,depois de muitas pesquisas, conseguimosalcançar a redução de peso e a resistênciamecânica”, explica.

Desde o seu lançamento, o RodotremDomex deu início ao processo desubstituição das frotas das usinas, quepode ser concluída em alguns anos. “Nãosabemos quanto tempo este trabalho podelevar. Depende muito das condições demercado. Mas é algo que não tem volta. Asusinas precisam se adequar à legislação.Por isso, continuamos trabalhando paraaprimorar ainda mais nossos serviços”,concluiu.

A Sergomel atende todo o territórionacional e oferece ampla estrutura demáquinas e equipamentos utilizados namanutenção dos produtos oferecidos aosclientes, além de produzir reboque canavieiro,semirreboque canavieiro, carroceria, prancha,entre outros produtos do setor.

Sergomel Mecânica Industrial16 3513.2600www.sergomel.com.br

Peso e resistência tornam-se aliados com o Rodotrem Domex

Sergomel, de Osvaldo Gomes, recebeu prêmio MasterCana Centro-Sul 2012

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A cada dia que passa, o Brasil conquistaníveis mais altos de desenvolvimento. No quediz respeito a EPIs, o país vem incorporandonovas técnicas e tecnologias para nãodepender da importação de produtos oumatéria-prima.

Um exemplo claro desta conquista é aGuardian DX, uma empresa especializadaem Uniformes Especiais, certificada nosmais capacitados laboratórios internacionais.Situada na cidade de Ribeirão Preto, emsede própria de aproximadamente 5.000metros², ocupa as primeiras posições nomercado de uniformes regulamentados pelaNR10 — calor irradiado por fogo repentino earco elétrico.

A Guardian DX foi a primeira empresabrasileira certificada na tecnologia 88-12com matéria-prima 100% nacional,completando assim todo o portfólio demateriais regulamentados pela NR-10 -100% algodao, 88-12, para-aramida, meiamalha e denin.

Esses produtos foram grande destaque

na FISP, uma das maiores feiras mundiaisdo segmento de segurança no trabalho queaconteceu em São Paulo. Todo estetrabalho rendeu à empresa o selo TOPFire, concedido pela Santanense. Estaqualidade se estende também aosuniformes da linha helanca, brim eherbicida específicos para a agricultura,indústria e comércio.

Quem ganha com isto, além do Brasil éclaro, são os trabalhadores, que tem àdisposição EPIs elaborados para o públicobrasileiro, cada vez mais confortáveis, leves eadequados ao risco a qual estão expostos.Guardian DX, uma empresa prepara paraatender todas especificações e customizaçõesdos clientes, onde as vestimentas deixam deser produtos secundários para serem parteda imagem da empresa, representandoinovação e tecnologia em Uniformes e EPI.

Guardian DX Uniformes Especiais16 34410171www.guardiandx.com.br

A Franpar Comércio de Peças eAcessórios Industriais Ltda atua nomercado de montagens industriais desde2003, sob direção do empresário Franciscode Assis Parisi Júnior e está situada nacidade de Ribeirão Preto/SP. Como trata-se de empresa familiar, passou por umarecente reestruturação tanto nas suasinstalações, que hoje contam com mais de10 mil metros quadrados, para melhorescondições de armazenagem e estocagemdas mercadorias.

A Franpar também reestruturou seusprincipais fornecedores em busca demelhores preços e qualidade para atender acrescente demanda do mercado atual.Também firmou novas parcerias não sócom fornecedores, mas também com seus

clientes e colaboradores englobando todosos ‘stakeholders’ nessa nova fase daempresa. Em função do seu amplo estoquea Franpar tem condições hoje de atendervários segmentos de montagem industrial acurto prazo. Com isso nossos clientes nãoganham só com preço e qualidade, mastambém com agilidade no prazo de entrega.

Estamos prontos para atender omercado de manutenção de usinas naentressafra, assim como os demais segmentos.A Franpar está localizada na AvenidaMarechal Costa e Silva, 3914, no ParqueIndustrial Tanquinho em Ribeirão Preto, SP.

Franpar16 2133.4383www.franpar.com.br

Explosão do NR 10 no BrasilEstande da Guardian DX em evento sucroenergético

Franpar reestrutura principaisfornecedores para melhorespreços e qualidade

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