JornalCana 247 (Agosto/2014)

84
Ribeirão Preto/SP Agosto/2014 Série 2 Nº 247 R$ 20,00 GUARDIÕES DA PRODUTIVIDADE Quem são e o que pensam os executivos que driblam crises econômicas, adversidades climáticas e pragas para elevar o rendimento dos canaviais Pedro Carnaúba, gerente agrícola da Usina Coruripe, AL

description

Guardiões da Produtividade

Transcript of JornalCana 247 (Agosto/2014)

Ribeirão Preto/SP Agosto/2014 Série 2 Nº 247 R$ 20,00

GUARDIÕES DAPRODUTIVIDADE

Quem são e o que pensam

os executivos que driblam

crises econômicas,

adversidades climáticas

e pragas para

elevar o rendimento

dos canaviais

Pedro Carnaúba,

gerente agrícola da

Usina Coruripe, AL

JC 247 7/23/2014 1:44 PM Page 1

JC 247 7/23/2014 1:44 PM Page 2

JC 247 7/23/2014 1:44 PM Page 3

Agosto 2014ÍNDICE DE ANUNCIANTES4

Í N D I C E D E A N U N C I A N T E SACIONAMENTOSRENK ZANINI 16 35189001 63

ACOPLAMENTOSVEDACERT 16 39474732 82

AGRICULTURA DE PRECISÃOTRIMBLE 19 31192184 7

ANTI - INCRUSTANTESPRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 38

ANTIBIÓTICOS - CONTROLADORES DEINFECÇÕES BACTERIANASPRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 38

ÁREAS DE VIVÊNCIAALFATEK 17 35311075 3

AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTODWYLER 11 26826633 17

AUTOMAÇÃO INDUSTRIALAUTHOMATHIKA 16 35134000 8

ENDRESS + HAUSER 11 50334333 43

METROVAL 19 21279400 42

BALANCEAMENTOS INDUSTRIAISVIBROMAQ 16 39452825 82

BIG BAG'SBONSUCESSO 19 32891333 66

SOLUÇÕES 16 38182305 81

BOMBAS HIDRÁULICASHELIBOMBAS 16 33335252 55

BRONZE E COBRE - ARTEFATOSFERRUSI 16 39464766

TERMOMECÂNICA 11 43669930 16

CABINASCPFL SERVIÇOS 19 37562755 59

CABOS DE AÇOOKUBO 16 35149966 11

CALCÁRIOCALCÁRIOS ITAÚ 16 30198110 54

CALDEIRASENGETUBO 19 34343433 57

ENGEVAP 16 35138800 64

PROBOILER ENGENHARIA 19 34343433 57

CARRETASALFATEK 17 35311075 3

CARROCERIAS E REBOQUESRODOTREM 18 36231146 74

SERGOMEL 16 35132600 10

CENTRÍFUGASVIBROMAQ 16 39452825 82

COLETORES DE DADOSMARKANTI 16 39413367 4

COLHEDORAS DE CANACASE IH 41 21077400 15

COMBATE A INCÊNDIO - EQUIPAMENTOS ESERVIÇOSARGUS 19 38266670 27

CONSULTORIA/ENGENHARIA INDUSTRIALBOSCH ENGENHARIA LTDA 19 33018101 62

CPFL BRASIL 19 37953900 59

CONTROLE BIOLÓGICOKOPPERT DO BRASIL 15 34719090 41

CONTROLE DE FLUIDOSMETROVAL 19 21279400 42

CORRENTES AGRÍCOLASSUDAMÉRICA 11 55484226 79

CORRENTES INDUSTRIAISPROLINK 19 34234000 13

DECANTADORESVLC 19 38129119 18

DEFENSIVOS AGRÍCOLASBASF 11 30432125 23 E 35

BAYER 11 56947251 84

DUPONT 11 41668683 51

IHARA 15 32357914 33

KOPPERT DO BRASIL 15 34719090 41

DESTILARIASCONGER 19 34391101 62

EDITORAPROCANA BRASIL 16 35124300 47 E 67

ELETROCALHASDISPAN 19 34669300 50

ENERGIA ELÉTRICA - COMERCIALIZAÇÃOCPFL BRASIL 19 37953900 59

ENERGIA ELÉTRICA - ENGENHARIA ESERVIÇOSCPFL BRASIL 19 37953900 59

PROBOILER ENGENHARIA 19 34343433 57

ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVILCONGER 19 34391101 62

ENGEVAP 16 35138800 64

PROBOILER ENGENHARIA 19 34343433 57

ENTIDADESGERHAI 19 34562298 77

EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ELÉTRICOSAPS COMPONENTES 11 56450800 65

AUTHOMATHIKA 16 35134000 8

EQUIPAMENTOS HIDRÁULICOSHELIBOMBAS 16 33335252 55

PARKER HANNIFIN 12 40093591 19

ESPECIALIDADES QUÍMICASPRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 38

QUÍMICA REAL 31 30572000 36

FEIRAS E EVENTOS10º CONGRESSO GATUA 16 33294281 44

PROCANA BRASIL 16 35124300 47 E 67

REED ALCANTARA 58 E 71

FERRAMENTASLEMAGI - SP 19 34431400 64

FERRAMENTAS PNEUMÁTICASLEMAGI - SP 19 34431400 64

PARKER HANNIFIN 12 40093591 19

FERTILIZANTESPRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 38

YARA BRASIL 16 997419549 45

FIBRA DE VIDROPETROFISA 41 36261531 37

FIOS E CABOSCORDEIRO CABOS 16 38182305 81

GRÁFICASÃO FRANCISCO GRÁFICA 16 21014151 75

IMPLEMENTOS AGRÍCOLASDMB 16 39461800 25

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E CONTROLEMETROVAL 19 21279400 42

TESTO 19 37315800 81

INSUMOS AGRÍCOLASPRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 38

INTERCAMBIÁVEISMETALQUIP 17 35319600 32

ISOLAMENTOS TÉRMICOSISOVER 11 22024814 12

LIMPEZA E ESTERILIZAÇÃO DE BAGSDESTAK IDEIAS 17 33611575 69

MANUTENÇÃO INDUSTRIALBUSCARIOLI 11 26183611 48

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS AGRÍCOLASCASE IH 41 21077400 15

MATERIAIS RODANTESITR SOUTH AMERICA 11 33407555 29

FERRUSI 16 39464766

TERMOMECÂNICA 11 43669930 16

MOENDAS E DIFUSORESRENK ZANINI 16 35189001 63

MONTAGENS INDUSTRIAISCONGER 19 34391101 62

ENGETUBO 19 34343433 57

ENGEVAP 16 35138800 64

NUTRIENTES AGRÍCOLASIHARA 15 32357914 33

KIMBERLIT 17 32791500 53

PRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 38

UBYFOL 34 33199500 5

PENEIRAS ROTATIVASVIBROMAQ 16 39452825 82

PLANTADORAS DE CANADMB 16 39461800 25

PLANTAS INDUSTRIAISBOSCH ENGENHARIA LTDA 19 33018101 62

PRODUTOS QUÍMICOSBERACA SABARÁ 11 26435000 39

PRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 38

REDUTORES INDUSTRIAISBONFIGLIOLI DO BRASIL 11 43371806 28

RENK ZANINI 16 35189001 63

SAÚDE - CONVÊNIOS E SEGUROSSÃO FRANCISCO SAÚDE 16 08007779070 83

SOLDAS INDUSTRIAISAGAPITO 16 39479222 82

COMASO ELETRODOS 16 35135230 34

MAGISTER 16 35137200 21

SUPRIMENTOS DE SOLDACOMASO ELETRODOS 16 35135230 34

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃOAGM TECH SOLINFTEC 18 36212182 31

AVANZI 11 21014069 70

TELECOMUNICAÇÃO /RADIOCOMUNICAÇÃOAVANZI 11 21014069 70

TRANSBORDOSDMB 16 39461800 25

TESTON 44 33513500 2

TRATAMENTO DE ÁGUA/EFLUENTESVLC 19 38129119 18

TRATORESCASE IH 41 21077400 15

TROCADORES DE CALORAGAPITO 16 39479222 82

TUBOS DE CONCRETOENGETUBO IND. 19 34343433 57

TUBOS E CONEXÕESPETROFISA 41 36261531 37

TURBINASSIEMENS JUNDIAÍ 11 45854676 49

VÁLVULAS INDUSTRIAISFOXWALL 11 46128202 26

TECNOVAL 16 39449900 61

VEDAÇÕES E ADESIVOSFLUKE 19 32733999 78

PARKER HANNIFIN 12 40093591 19

VEDACERT 16 39474732 82

VENTILAÇÃO INDUSTRIALVLC 19 38129119 18

JC 247 7/23/2014 1:44 PM Page 4

Agosto 2014 CARTA AO LEITOR 5

NOSSOS PRODUTOSPUBLICAÇÕES

JornalCana - O MAIS LIDO!Anuário da Cana

Brazilian Sugar and Ethanol GuideA Bíblia do Setor!JornalCana Online

www.jornalcana.com.brBIO & Sugar

International MagazineMapa Brasil de Unidades Produtoras

de Açúcar e Álcool

EVENTOS

Prêmio MasterCanaTradição de Credibilidade e Sucesso

Prêmio BestBIO BrasilUm Prêmio à Sustentabilidade

Fórum ProCanaUSINAS DE ALTA PERFORMANCE

SINATUB TecnologiaLiderança em Aprimoramento Técnico e

Atualização Tecnológica

DIRETORIAJosias Messias [email protected]� Controladoria Mateus Messias [email protected]

REDAÇÃO� Editor Luiz Montanini - [email protected] � Coordenação e FotosAlessandro Reis - [email protected]� Editor de Arte - Diagramação José Murad Badur� ReportagemAndréia Moreno - [email protected]é Ricci - [email protected] Barci - [email protected] Bernardes - [email protected]� Arte Gustavo Santoro� RevisãoRegina Célia Ushicawa

ADMINISTRAÇÃO� Gerente AdministrativoLuis Paulo G. de Almeida [email protected][email protected]@procana.com.br

TIC E PLANEJAMENTOAsael Cosentino [email protected]

EVENTOS E PÓS-VENDASThaís Rodrigues [email protected]

MARKETING� Gerência Fábio Soares [email protected]� Assistente Lucas [email protected]

PUBLICIDADE� ComercialGilmar Messias 16 [email protected] Milán 16 [email protected] Giaculi 16 [email protected]

ASSINATURAS EEXEMPLARES11 3512.9456www.jornalcana.com.br/assinaturas

NOSSA MISSÃOProver o setor sucroenergético de informações

relevantes sobre fatos e atividades relacionadas àcultura da cana-de-açúcar e seus derivados, e

organizar eventos empresariais visando:� Apoiar o desenvolvimento sustentável do setor

(humano, socioeconômico, ambiental etecnológico);

� Democratizar o conhecimento, promovendo ointercâmbio e a união entre os integrantes;

� Manter uma relação custo/benefício que propicieparcerias rentáveis aos clientes e demaisenvolvidos.

O MA IS L ID O!

Fone 16 3512.4300 Fax 3512 4309Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia

14096-030 — Ribeirão Preto — [email protected]

ISSN 1807-0264

Artigos assinados (inclusive os das seções Negócios &Oportunidades e Vitrine) refletem o ponto de vista dos autores(ou das empresas citadas). JornalCana. Direitos autorais ecomerciais reservados. É proibida a reprodução, total ouparcial, distribuição ou disponibilização pública, por qualquermeio ou processo, sem autorização expressa. A violação dosdireitos autorais é punível como crime (art. 184 e parágrafos,do Código Penal) com pena de prisão e multa; conjuntamentecom busca e apreensão e indenização diversas (artigos 122,123, 124, 126, da Lei 5.988, de 14/12/1973).

í n d i c e

www.jornalcana.com.br

c a r t a a o l e i t o rJosias Messias [email protected]

Tudo para salvar a safra

"A cadeia produtiva do etanol, uma das mais promissoras que o país tinha em2010, passa por um processo de destruição", observou o colunista J. R. Guzzo narevista Exame de abril deste ano.

“O setor sucroalcooleiro está "moendo usinas, e não cana", lamentou, em maioúltimo, Mônika Bergamaschi, Secretária de Agricultura e Abastecimento do Estado deSão Paulo.

As duas frases acima refletem a seriedade da situação econômica das usinas,sinalizando a necessidade de medidas externas urgentes para que mais usinas nãoterminem a safra "moídas" pelos prejuízos e dívidas. Jogadas para escanteio pela Copado Mundo e pelo momento político, e pressionadas pelo clima e pelo mercado, asusinas lutam para salvar a safra.

Nesta edição mostramos algumas usinas e grupos que estão superandodificuldades e se destacando por desempenho. A Raízen se mantém como líder emvendas. A Lincoln Junqueira apresenta melhor performance em lucro ajustado e aUsina Coruripe é a primeira colocada no ranking das maiores empresassucroenergéticas do Nordeste, Norte e Centro-oeste e oitava posição no ranking geraldas 50 maiores companhias do agronegócio brasileiro. O Anuário da Cana 2014,pronto para ser lançado agora em agosto, durante a Fenasucro, traz dados como estese mais.

Desde o início deste ano temos mostrado nas edições do JornalCana especiaismostrando quem são e o que pensam os principais executivos em cada área do setor.Nesta, trazemos três importantes nomes da área agrícola que têm tido sucesso emcriar condições para a elevação do rendimento da cana em toneladas por hectare,mesmo em meio a muitas adversidades (pg 40 a 42). São executivos agrícolas quedriblam com classe as adversidades.

Estes e outros fatos demonstram que o setor segue a rota do desenvolvimento pelaprodutividade, buscando formas para superar-se a si mesmo. Tudo para salvar estasafra, enquanto torce para que em outubro o Brasil experimente uma profundamudança em sua política econômica, que não continue desperdiçando a biomassacomo solução alimentícia e energética. Afinal, a esperança é a última que morre.

Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6

Usina do Bem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 e 9

Política . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10 a 12� Setor teme que governo use aumento da mistura de forma eleitoreira

Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13 a 29� Usinas superam dificuldades e se destacam por desempenho

� Valor do ATR precisa de 40% de reajuste para tirar produtor do vermelho

� Costa Rica é craque no futebol e nos canaviais

Mercado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .30 a 33� Subprodutos da cana-de-açúcar são utilizados em cosméticos artesanais

Administração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34 a 38� Jornal da Pedra Agroindustrial comemora marca histórica

Tecnologia Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .40 a 56� Ações de pestes na cana contabilizam perdas de 20% ao ano

� Executivos agrícolas driblam com classe as adversidades

� Irrigação é inócua sem manejo do canavial e solo fértil

� Novas variedades ganham espaço no Nordeste

Eventos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .57

Tecnologia Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .58 a 69� Fersucro promove diálogo entre produtores nordestinos

� Diagnóstico rápido é fundamental para o sucesso da fermentação

� Microdestilaria soluciona formação de mão de obra

Pesquisa & Desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . . . .70 a 74� Brasil e Inglaterra firmam parceria para desenvolvimento de tecnologias

� Estados Unidos preparam-se para uma nova era energética

� Pesquisas identificam caminhos para desenvolvimento da cana-energia

� Levedura descoberta na Santa Adélia faz sucesso na Europa

Destaques do Setor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .76

Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . . .78 a 82

CEM POR CENTO“E outra semente caiu em

boa terra, e deu fruto: um a cem, outro a sessenta e outro a trinta”

(Parábola do semeador, contada por

Jesus, no livro de Mateus, capítulo 13, verso 8.)

Agosto 2014AGENDA6

A C O N T E C E U A C O N T E C E

BIOENERGIA BRITÂNICA Em meados de junho foi

realizada no Centro BrasileiroBritânico em São Paulo (SP), a“Conferência de Biocombustíveis2014. O evento reuniu empresas epesquisadores de universidadesbrasileiras para estreitar relaçõesentre brasileiros e ingleses no âmbitodo desenvolvimento de tecnologiaspara o setor sucroenergético. Alémdisto, discutiu o futuro dabioenergia, focando emsustentabilidade, tecnologia e opapel desta fonte na mitigação dasmudanças climáticas. “Ficou claro ointeresse britânico em desenvolveralgo relativo ao setor sucroenergéticono Brasil”, avaliou Flávio Castelar,diretor executivo do Apla — ArranjoProdutivo Local do Álcool, um dosapoiadores da conferência.

GRADUAÇÃO EM BIOCOMBUSTÍVEIS A Fatec — Nilo de Stéfani em

Jaboticabal (SP). oferece curso gratuitode graduação em biocombustíveis.Contempla a produção debiocombustíveis sólidos, como madeira ebiomassa; líquidos, como etanol ebiodiesel e gasosos, como biogás, alémde outras atividades relacionadas aosetor, como a produção de açúcar,bioeletricidade, gestão de subprodutos,dentre outras. O curso é oferecido pelamanhã, das 8h20 às 11h50 e à noite,das 19h às 22h30, com 40 vagas cada. Ocurso é semestral.

www.fatecjab.edu.br

FENASUCROA Fenasucro&Agrocana acontece de

26 a 29 de agosto, em Sertãozinho (SP),oferecendo aos visitantes aoportunidade de explorar toda a cadeiade produção: preparo do solo, plantio,tratos culturais, colheita,industrialização, mecanização eaproveitamento dos derivados da cana-de-açúcar.

www.fenasucro.com.br

FÓRUM PROCANAO Fórum ProCana 2014 – Usina de

Alta Performance acontece no mesmodia do Prêmio BestBIO, 18 de setembro,em Ribeirão Preto (SP). Colocará emdiscussão casos que apresentamresultados comprovados, de curto prazo,no incremento da rentabilidade e dacompetitividade das usinas; além demodelos de negócios sustentáveis,compatíveis com a diversidade dedesafios e da alta volatilidade domercado sucroenergético.

www.bestbio.com.br

10º CONGRESSO ANUAL GATUAAcontece de 25 a 27 de novembro,

em Ribeirão Preto (SP) o 10º CongressoAnual Gatua — Grupo das Áreas deTecnologia das Usinas de Açúcar,

Etanol e Energia. A edição 2014pretende atrair seu maior público,oferecendo um conjunto de novidadestecnológicas ligadas ao setorsucroenergético. Hardwares, softwares,serviços e soluções, além de palestras etemas também voltados às áreaindustrial, agrícola, financeira econtroladoria, RH, entre outras.

www.congresso.gatua.com.br

MASTERCANA CENTRO-SULEm 2014, a edição Centro-Sul do

MasterCana terá novidades. Uma delas é amudança de local. Será realizado no dia 25de agosto, em Ribeirão Preto (SP). OMasterCana Nordeste acontece em 13 denovembro, em Recife (PE). Por último, em25 de novembro será realizado oMasterCana Brasil, em São Paulo, capital.

www.mastercana.com.br

Flávio Castelar,

diretor executivo do Apla

BESTBIOO Prêmio BestBIO acontece em 18 de setembro, em Ribeirão Preto (SP). É uma

iniciativa independente que tem por objetivo incentivar a sustentabilidade atravésda divulgação e reconhecimento dos melhores cases da bioeconomia brasileira, comênfase no desenvolvimento e geração de energias limpas e renováveis.

www.bestbio.com.br

JC 247 7/23/2014 1:44 PM Page 6

JC 247 7/23/2014 1:44 PM Page 7

Agosto 2014USINA DO BEM8

Tonon promove campanha do agasalhoRepresentantes da Tonon recolhem roupas para doação e transporte

Cerca de 400 peças de roupas foramdoadas pelos colaboradores da TononBioenergia durante o mês de junho para aCampanha do Agasalho de Bocaína (SP). Aempresa também cedeu 150 cobertores àPrefeitura de Maracaju, cidade onde estálocalizada a Unidade Vista Alegre (UVA).

Leila Azambuja, primeira-dama deMaracaju, conta que o apoio que a TononBioenergia deu à campanha foifundamental para que a prefeitura dacidade alcançasse sua meta. “Isso provaque a empresa realmente se preocupa como bem-estar da nossa população”, disse.

No dia 25 de junho, alunos do“Programa Aprendizagem Rural – JovemAgricultor do Futuro” realizaram uma visitaà Destilaria Generalco, do Grupo Aralco,para conhecer todo o processo defabricação de etanol. Ao todo, foram 35participantes, divididos em duas turmas,uma com 17 alunos, nas atividades

matinais e outra com 18 alunos, nasatividades vespertinas.

A ação faz parte do Projeto MenorAprendiz, onde os alunos têm aulas teóricase práticas sobre cultivos de variadasespécies de monocultura, e hortaliças emcanteiros, fazendo uso de práticas orgânicasde produção sem uso de agrotóxicos.

Alunos visitam destilaria

RETIFICAÇÃO� Elismar Dorneles da Silva é quem aparece na foto da página 48, edição 246 doJornalCana, na matéria “Projetos sociais de usinas revelam talentos esportivos”. Ele jogaatualmente no América de Morrinhos, time da segunda divisão de Goiás.

� Diferentemente do que foi publicado na lista das 66 usinas que deixaram de moer desde2008, na página 18 da edição 246, a unidade Ibirá, do Grupo Da Pedra, seguenormalmente suas atividades.

O combustível verde e sustentávelmovimentou os motores da frota de apoioda Fifa durante a Copa do Mundo noBrasil. Os carros flex da Hyundai, modeloHB20 Edição Copa do Mundo da FIFA,rodaram pelas ruas e estradas do Brasilmovidos com etanol.

Segundo a Unica — União daIndústria de Cana-de-açúcar, que enaltecee parabeniza a iniciativa do “Football forthe Planet”, programa ambiental oficial daFIFA que tem por objetivo atenuar oimpacto negativo de suas atividades sobre o

meio ambiente. Para a Unica a adoção doetanol é uma das medidas para evitar,reduzir e neutralizar as emissões dedióxido de carbono (CO2) lançado naatmosfera.

Para o consultor em Emissões eTecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Alfred Szwarc, ainiciativa do programa da FIFA éextremamente adequada, pois o etanol decana, quando comparado com a gasolina,reduz em até 90% as emissões de gasescausadores das mudanças climáticas.

A Associação Esportiva JallesMachado promoveu, no dia 5 de julho, o 7º“Arraiá do Canaviar”. O evento contoucom a participação dos colaboradores dasusinas Jalles Machado e da Unidade OtávioLage, que participaram da tradicionalquadrilha, além de assistirem a shows demúsica sertaneja.

O evento contou com a presença dodiretor-presidente da Jalles Machado,Otávio Lage de Siqueira Filho. “Agradeço atodos que ajudaram a realizar essa festaque já é tradição na nossa empresa. Umanoite para toda a família, muito animada edivertida. Parabéns aos organizadores e atodos que participaram”, disse.

Etanol abasteceu frota da Fifa na Copa

Arraial na Jalles Machado

Evento contou com a participação dos

colaboradores das usinas Jalles Machado e

da Unidade Otávio Lage

Interior do HB20 Edição Copa do Mundo, movido a etanol, utilizado pela FIFA

Agosto 2014 USINA DO BEM 9

Usina revela talentos da fotografia emconcurso interno

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Quem poderia imaginar que dentrodas usinas sucroenergéticas poderiamexistir tantos talentos da fotografia? Foi oque as unidades Madhu e Revati daRenuka do Brasil, no interior de São Paulo,descobriram ao promover um concursofotográfico interno em Comemoração aoDia Mundial do Meio Ambiente.

O Concurso foi lançado no dia 12 demaio e divulgado aos colaboradores dausina. O tema do concurso foi “Para você, oque representa o Meio Ambiente?”.

O vencedor foi Marcos Ribeiro,supervisor da elétrica, automação ecogeração da Renuka do Brasil, quefotografou um casal de canarinhos. “Nãoesperava ganhar. Fotografei a imagemdurante as férias na casa de meus pais, nacolônia de uma usina hidrelétrica. Me sintofeliz por fotografar o meio ambiente, poispara mim, representa a grandeza de Deuscomo criador do universo”, avalia.

A premiação foi realizada no dia 6 dejunho, no encerramento da Campanha daSemana do Meio Ambiente, e os prêmios

oferecidos foram: um tablet para o 1º lugar,uma máquina fotográfica digital para o 2ºlugar, uma bicicleta para o 3º lugar e umjantar para o 4º lugar.

As fotografias ficaram em exposiçãonas Usinas Madhu e Revati de 29 de maioa 2 de junho, onde os funcionáriospuderam votar na foto preferida. SegundoAna Graciano, assessora de imprensa daempresa, a eleição teve 770 votos. Anaexplica que a ideia partiu do setor de meioambiente da empresa. “As 89 fotosinscritas no concurso foram avaliadas porum fotógrafo profissional, Cleber Grecco”,que afirmou que as fotos estavam muitointeressantes e criativas. “Além de

colaboradores, vocês possuem artistas”,comentou.

As fotos também foram avaliadas porum comitê técnico composto por setefuncionários da empresa. “Todoselogiaram as fotos selecionadas. Odepartamento de meio ambiente, querecebeu as fotos, se surpreendeu pelaqualidade e criatividade das imagens”,contou a assessora de imprensa da usina.

Ana Graciano explica que o objetivofoi atingir todas as áreas da empresa. “Comas fotos recebidas, constatamos que oobjetivo foi cumprido. A premiação foi umamaneira de incentivar a participação noconcurso, e envolver os funcionários com a

Campanha de Meio Ambiente. Além daspremiações para os quatro primeiroslugares, todos os outros participantesreceberam um kit de presente como formade agradecimento”, conta.

BOA RELAÇÃO COM MEIO AMBIENTE

Mostrar a relação da culturacanavieira com o meio ambiente foi oobjetivo do segundo colocado, LuisHenrique Ferreira, advogado dodepartamento jurídico da Renuka do Brasilno interior de São Paulo, ao procurar omelhor local para fotografar.

Durante a competição, o fotógrafo nashoras vagas, saiu com uma colega detrabalho em busca do “click” perfeito. “Saíbuscando nas fazendas da usina o localperfeito, em meio ao canavial, e querepresentasse o respeito que o setor tempela natureza. Foi quando minha amigadisse que uma imagem do pôr do sol pordetrás do capim, típica dos canaviais,poderia ser a combinação perfeita para oque procurava. Ali mesmo me deitei e fiz afoto, que particularmente, foi a minhapreferida entre as que tirei no dia”, lembra.

Segundo o advogado, atualmente asusinas têm uma relação de respeito pelomeio ambiente. “O setor segue a legislaçãoe é consciente com o seu papel em prol danatureza”, analisa.

EM BUSCA DO CLIQUE PERFEITO

AS 4 MELHORES FOTOS E SEUS AUTORES

1º lugar — Marcos Antonio Ribeiro (Manutenção Elétrica)

3º lugar — Rodrigo Fernandes Pires (Tecnologia Agrícola)

2º lugar — Luís Henrique Ferreira (Jurídico)

4º lugar — Wilson Deoclécio Nunes dos Santos (Financeiro)

Fotos do concurso em exposição para julgamento

JC 247 7/23/2014 1:44 PM Page 9

10 POLÍTICA Agosto 2014

Setor teme que governo use aumento da mistura de forma eleitoreiraANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

A liderança sucroenergética criticanovamente a presidente Dilma Rousseff eseus companheiros, dos ministérios daAgricultura e das Minas e Energia.

Tudo começou em janeiro deste ano,quando a Unica — União da Indústria deCana-de-Açúcar reivindicou aumento damistura de etanol na gasolina, de 25% para27,5%. A medida traria fôlego tanto para aPetrobras, que se endivida cada vez mais,quanto ao setor, que passa por sua piorcrise.

Representantes da ANP e do Mapa,decidiram estudar a viabilidade do pleito,

para comprovar que a alteração não traráprejuízo aos consumidores, e exigiramgarantias de que o setor é capaz de atendera demanda — equivalente ao acréscimo de1 bilhão de litros de etanol.

O setor se colocou à disposição paraauxiliar no levantamento das informações.Mas o governo postergou o assunto.Finalmente, graças à insistência do setor, oministro das Minas e Energia, EdisonLobão, se pronunciou no início de junho.“O assunto é estudado pelo ministério deMinas e Energia e pelo Centro de Pesquisasda Petrobras para verificar as condiçõestécnicas para o aumento da mistura. Se oresultado for positivo, nós a faremos”,afirmou Lobão, prevendo que o estudo

levará três meses para ser concluído. O aparente avanço na verdade foi um

retrocesso. Elizabeth Farina, presidente daUnica, compreende que a demora anulouos benefícios que o aumento da misturatraria, uma vez que no período em que osresultados do estudo forem publicados, omix de produção da safra já estarádefinido, impossibilitando a produçãonecessária de etanol exigida pelo governo.

O que causa estranheza é que o prazoestabelecido para a conclusão dos estudoscoincide com as eleições presidenciais eabre precedente para a interpretação deque o governo quer aprovar a lei naesperança de resgatar o apreço doeleitorado sucroenergético. Isto, porque a

popularidade da presidente Dilma está emfranca decadência com o setor há um bomtempo.

A presidente não compareceu aosúltimos expressivos eventos que envolviamo setor, como o Top Etanol, realizado pelaUnica, que contou com a presença de seusdois principais concorrentes ao cargopresidencial, que apresentaram suaspropostas às lideranças e produtorescanavieiros.

Nos bastidores do setor,representantes demonstraram que sãofavoráveis a mudança na legenda do poderexecutivo, pois acreditam que esta será asolução que o setor, outrora reluzente,precisa para voltar a brilhar.

Dilma Rousseff e Edison Lobão: governo posterga estudos sobre aumento da mistura para período eleitoral

JC 247 7/23/2014 1:44 PM Page 10

JC 247 7/23/2014 1:44 PM Page 11

Agosto 2014POLÍTICA 12

Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar PE

Programa financiará projetos de inovação agrícola até 2018

Usinas comemoramsubvenção ao etanol

Quando o setor industrial nordestino recebeu a notíciade que o Governo Federal aprovou a lei 13.000 de 18 dejunho, que autoriza política pública para o etanol daregião, comemorou. Para Renato Cunha, presidente doSindaçúcar PE, sindicato que representa as usinas doEstado, o Governo Federal agiu com decência e equilíbriona aprovação da lei, face a seca da safra 2012/13, que foi amaior dos últimos 50 anos, quando a produção só emPernambuco caiu 24%. “Esse mecanismo ajuda nobloqueio das quebradeiras da agroindústria da cana nanossa região, e inicia uma recuperação de grandes perdassofridas, além de colaborar com a retomada dacompetitividade”. Conforme a lei, as usinas receberão R$0,25 por litro de etanol produzido no período.

PAISS Agrícola vaifinanciar R$ 1,9 bi

O PAISS Agrícola, programa voltado ao segmentosucroenergético, vai financiar R$ 1,9 bilhão em projetos deinovação agrícola até 2018. O programa é desenvolvidopela Finep — Financiadora de Estudos e Projetos e peloBNDES — Banco Nacional de DesenvolvimentoEconômico e Social.

O volume a ser financiado, divulgado pelo jornalValor Econômico, é quase 30% superior ao orçamentoinicial do programa, de R$ 1,48 bilhão. De acordo com odiretor de inovação da Finep, Fernando Ribeiro, o editaldo PAISS já previa a possibilidade de ampliação doorçamento.

Serão apoiados 35 planos de negócio apresentadospor 29 empresas. Eles foram selecionados a partir dos 61planos de negócios inscritos e habilitados no programa,que somavam demanda de R$ 4,52 bilhões. Ribeiro negoua possibilidade de uma nova edição do programa porenquanto, bem como descartou o desenvolvimento deoutro tema no âmbito do Inova Empresa.

Otávio Lage Filho éeleito presidente doConselho do Sifaeg

No final de junho, associados do Sifaeg e doSifaçúcar, sindicatos que representam os produtores deetanol e açúcar em Goiás, elegeram os novosintegrantes dos Conselhos Deliberativo e Fiscal dasduas entidades e também os delegados junto à Fieg. Onovo presidente do Conselho Deliberativo é o diretor-presidente da Jalles Machado, Otávio Lage de SiqueiraFilho. O mandato vai até junho de 2017, emsubstituição a Segundo Braoios Martinez que presidiu oConselho ao longo dos últimos 12 anos.

Otávio Lage de Siqueira Filho

JC 247 7/23/2014 1:44 PM Page 12

Agosto 2014 PRODUÇÃO 13

Agronegócio impulsionaeconomia brasileira e setor integra lista das maioresempresas do país

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Números do IBGE — InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatísticaapontam que o PIB — Produto InternoBruto cresceu 2,3% em 2013, 1% maisque no ano anterior. O setor agrícola foio que mais cresceu, com alta de 7%,

maior valor desde 1996.O setor sucroenergético, que desde

2008 passa por uma crise que paralisoua moagem de 65 usinas — de acordocom pesquisa do Anuário da Cana —,mantém sua força.

Prova disto, é o número de usinas egrupos produtores de todo o Brasilmencionadas na lista das 400 maioresdo agronegócio, publicada na edição“Melhores & Maiores” da revistaExame.

Com base nos dados, a ProCanaEstatísticas elaborou um comparativoelencando os destaques em vendas,crescimento, lucro ajustado erentabilidade no ano safra 2013. Vejaos resultados a seguir:

Usinas superam dificuldades e se destacam por desempenho

RANKING DE VENDAS

Unidade Produtora Vendas em 2013 ( US$ Milhões)

Raízen 3,380.8Biosev 1,766.8Usaçúcar 862Lincoln Junqueira 832.9Guarani S.A. 801.4Zilor 728.6Odebrecht 704.9Usina Coruripe 612.7GVO 595.8Usina São Martinho/Iracema 592.1

RANKING DE CRESCIMENTO

Unidade Produtora CrescimentoOdebrecht 49.00%Agro Energia Santa Luzia 44.80%Destimel 42.60%Usina Santa Fé 31.10%Usina Eldorado 30.70%Jalles Machado 24.50%Grupo Balbo 19.35%Nova Fronteira 19.10%Adecoagro Vale do Ivinhema 19.00%Usina Sonora 18.70%

RANKING DE LUCRATIVIDADE

Unidade Produtora LucroUS$ Milhões)

Lincoln Junqueira 110.6Usaçúcar 79.6Raízen 45.3Usina Colombo 44.6Clealco 33.6Grupo Balbo 31.3Usina S. Manoel 30.4Usina São Martinho/Iracema 28.3Usina Coruripe 27.2Usina Ipiranga 19.3

RANKING DE RENTABILIDADE

Unidade Produtora RentabilidadeDestimel 31.00%Uberaba 26.40%Usina Olho D'agua 21.90%Grupo Balbo 20.05%Ferrari Agroindústria 20.00%Coprodia 19.00%Clealco 17.20%Usina São Luiz 16.10%Usina Santa Isabel 15.90%Usina São José da Estiva 14.60%

JC 247 7/23/2014 1:44 PM Page 13

Agosto 201414 PRODUÇÃO

Com capacidade instalada paraprocessar 66 milhões de toneladas damatéria-prima por safra, a companhia,controlada pela Cosan e pela Shell, possui24 usinas de cana-de-açúcar no Centro-Sul.

Juntas, têm capacidade de produzir cercade 2 bilhões de litros de etanol e 4 milhõesde toneladas de açúcar. No ano safra 2013,registrou US$ 3,380 milhões em vendas,sendo a líder neste quesito.

IpirangaUsina IpirangaOdebrecht obtém crescimento em vendas

A Odebrecht Agroindustrial aumentouem 49% suas vendas de 2012 para 2013.Inicialmente denominada ETH Bioenergia,a empresa investiu mais de R$ 9 bilhõesem nove unidades agroindustriaislocalizadas em quatro estados brasileiros(São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Mato

Grosso do Sul) desde 2007, quando entrouno segmento. As unidades possuemcapacidade instalada para a moagem de 40milhões de toneladas de cana e produçãode 3 bilhões de litros de etanol, 700 miltoneladas de açúcar e 3.100 GWh deenergia elétrica.

A Usina Ipiranga Açúcar e Álcool,que controla duas usinas em São Paulo,sendo uma em Mococa e outra emDescalvado, teve na safra 2013/14, lucrolíquido de R$ 68,6 milhões, 73% acima

dos R$ 39,6 milhões registrados noexercício anterior. A receita líquida daempresa cresceu 18,7%, para R$ 596,9milhões, ante os R$ 502,2 milhões do ciclo2012/13.

O Grupo Lincoln Junqueira, quecompõe as unidades Alto Alegre e AltaMogiana, registrou US$ 110.6 milhões emlucro ajustado no ano safra 2013, sendodestaque neste quesito. A empresa mantéma performance dos últimos anos, tanto queno anterior recebeu o troféu na categoria

Estratégia & Gestão do PrêmioMasterCana Brasil, promovido pelaProCana Brasil. Na época, os critérios sebasearam no exercício de 2012, quando aempresa se destacou no topo do ranking deperformance econômica entre os gruposprodutores sucroenergéticos.

Lincoln Junqueira obteve melhor performance Raízen líder em vendas

Usina Tarumã, do Grupo Raízen

Usina Alto Alegre

Usina Alcídia, do Grupo Odebrecht

JC 247 7/23/2014 1:44 PM Page 14

JC 247 7/23/2014 1:44 PM Page 15

Agosto 2014PRODUÇÃO16

CoruripeA Usina Coruripe foi a primeira colocada no ranking

das maiores empresas sucroaenergéticas do Nordeste-Nortee Centro-oeste e oitava posição no ranking geral das 50maiores companhias do agronegócio das regiões brasileirascitadas.

Entre os dados, a pesquisa revela que a empresa é aoitava geradora de empregos diretos. No quesitoinvestimentos, ficou na 66ª colocação, entre as 100 maioresdo país devido à aquisição de terras, veículos eimplementos agrícolas, expansão da lavoura e ampliaçãode fábricas em Iturama e Carneirinho. “Temos trabalhadomuito para reduzir nossos custos e produzir mais commenos. Vamos continuar investindo no crescimento, semperder o foco na sustentabilidade e segurança”, afirmouJucelino Sousa, presidente da usina.

Hoje, a Usina Coruripe Matriz em Alagoas integra oGrupo Tércio Wanderley, que conta ainda com quatrounidades industriais em Minas Gerais: Iturama, CampoFlorido, Limeira do Oeste e Carneirinho, além da CoruripeEnergética.

Usina Unialco, de Guararapes (SP)

Usina Coruripe

Unidade moeu 2 milhões de toneladas;

40% mais do que no ano anterior

Destimel é a mais rentávelGeadas fizeram com que parte da produção

paranaense de cana-de-açúcar fosse perdida em 2013.Contudo, nem o clima conseguiu atrapalhar o desempenhoda Destimel, destilaria com duas unidades de etanol nonorte do Estado. A unidade moeu 2 milhões de toneladasde cana, 40% mais do que no ano anterior, e faturou 92milhões de dólares. Obteve a melhor taxa de rentabilidadedo setor, chegando a 31%. “O segredo foi aumentar aprodução com a mesma estrutura, o que reduziu o custofixo”, diz Gastão de Souza Mesquita, presidente daDestimel à revista Exame.

Grupo UnialcoO Grupo Unialco, possui duas unidades produtoras, a

Usina Unialco, de Guararapes (SP) e a Usina Alcovale, deAparecida do Taboado (MS). O grupo tem expectativa demoer até 3,6 milhões de toneladas durante a safra2014/15. Inicialmente, previa moer até 3,8 milhões detoneladas, mas a forte estiagem que atingiu a região deAraçatuba (SP), onde fica uma das unidades da empresa,mudou os planos. Ainda assim, a previsão supera amoagem passada, quando foram processadas 3,4 milhõesde toneladas de cana.

JC 247 7/23/2014 1:44 PM Page 16

Agosto 2014 PRODUÇÃO 17

A Tonon Bioenergia, grupo com trêsusinas — Santa Cândida, em Bocaina(SP), Paraíso, em Brotas (SP) e VistaAlegre, de Maracaju (MS) —, temexpectativa de moer 8 milhões detoneladas de cana. A empresa, que atua

na fabricação de açúcar (granuladorefinado e VHP) e etanol anidro ehidratado, produtos comercializados noBrasil e no exterior, planeja expandir suacapacidade para 10 milhões de toneladasem 2016/17.

TononEmpacotamento de açúcar na usina Santa Cândida, de Bocaina (SP)

Raízen 3,380.80 Biosev 1,766.80 Usaçúcar 862.00 Lincoln Junqueira 832.90 Guarani S.A. 801.40 Zilor 728.60 Odebrecht 704.90 Usina Coruripe 612.70 GVO 595.80 Usina São Martinho/Iracema 592.10 Renuka 485.50 Usina Colombo 450.00 Cerradinho BIO 445.00 Usina da Pedra 415.80 Clealco 353.80 Abengoa Agroindústria 277.00 Tonon 272.90 Grupo Balbo 272.30 Usina Santa Isabel 271.50 Usina Batatais 270.30 Usina Santa Adélia 247.80 Adecoagro Vale do Ivinhema 228.40 Usina Delta 204.90 Usina Santa Cruz 203.90 Agroindustrial Santa Juliana 182.40 Usina Bazan 176.20 Usina S. Manoel 175.60 Jalles Machado 175.10 Nova Fronteira 174.60 Usina Santa Fé 173.30 Agro Energia Santa Luzia 172.20 Usina São João 171.70

Usina São José (SP) 162.70 Grupo Colombo 158.70 Usina São José da Estiva 156.20 Usina Ipiranga 154.80 Bioenergetica Vale do Paracatu 140.60 Barralcool 133.40 Usina Furlan 132.30 Usina Pitangueiras 124.90 Ferrari Agroindústria 123.00 Usina São Luiz 120.80 Coprodia 120.40 Pedro Afonso Açúcar e Bioenergia118.40 Unialco 117.00 Umoe 104.40 Usina São Domingos 104.30 Usina Eldorado 101.60 Usina Ester 100.70 Uberaba 96.30 Usina Jacarezinho 93.30 Destimel 92.00 Della Coletta 89.70 Usina São José (PE) 85.80 Agropecuária NS Carmo 82.10 Usina Olho D'agua 79.50 Aralco 79.50 Agrovale 78.30 Iaco 77.00 Usina Iacanga 75.90 Agroterenas 75.20 Usina Trapiche 74.20 Usina Sonora 74.20 Usina Alvorada 73.80

NOME VENDAS EM 2013( US$ MILHÕES)

NOME VENDAS EM 2013( US$ MILHÕES)

RANKING DE VENDAS LÍQUIDAS EM 2013

FONTE: ‘Melhores & Maiores’ da revista Exame

JC 247 7/23/2014 1:44 PM Page 17

Agosto 201418 PRODUÇÃO

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Com uma produção deaproximadamente 400 mil toneladas decana-de-açúcar, o produtor Sérgio DonizettiPavani sofre com a evolução do preço médiodo ATR — Açúcares Totais Recuperáveis.

De acordo com dados do Consecana —Conselho de Produtores de Cana-de-açúcar,Açúcar e Etanol do Estado de São Paulo, ovalor registrado em junho foi de R$ 0,4666por quilo. “O que é pago não é compatívelcom os gastos. Para manter os investimentosna produção de cana, é necessário ajustarem 40% o valor do quilo de ATR”, afirmaPavani.

Ao analisar os valores registrados nosúltimos anos é possível perceber uma queda

considerável. Em abril de 2011, porexemplo, o valor era R$ 0,5704 por quilo.Nesta safra, não passou de R$ 0,4802. “Ascontas não fecham e o endividamento sóaumenta. É preciso melhorar o Consecanaou encontrar novas formas deremuneração”, sugere Pavani.

A preocupação faz sentido. Paralelo aqueda da remuneração, segue o contínuoaumento nos custos para se produzir, fatoque tem esvaziado ainda mais o caixa doprodutor, refletindo negativamente no fimda safra. “Todos os investimentos estão

ficando de lado, inclusive os tratos culturais.Assistiremos a mais uma queda deprodutividade. É só esperar pra ver”.

O custo da produção de canaaumentou e a liderança do setor estáconsciente disto. No início do ano, ElizabethFarina, presidente da Unica — União daIndústria de Cana-de-Açúcar, disse quedurante os anos de crescimento do setor,entre 2002 e 2010, o custo de produçãoagrícola chegava a 15 dólares por tonelada.Hoje, está na casa dos 30 dólares portonelada.

Pavani, que produz cana na região deSão José do Rio Preto (SP), lembra quediversas normas são criadas e, além deonerar o trabalho, não levam emconsideração as particularidades dosegmento. “Temos que lidar com umalegislação trabalhista que não foi feita para ocampo. Temos também exigências naquestão do transporte rodoviário que são deprimeiro mundo, mas o serviço oferecido éde terceiro mundo. É preciso ter fé, já que aluz no fim do túnel está apagada e quempode acendê-la, está cego”, finaliza.

Valor do ATR precisa de 40% de reajuste para tirar produtor do vermelho

Área de coleta de amostragem através de sonda obliqua

Sérgio Donizetti Pavani, produtor

JC 247 7/23/2014 1:44 PM Page 18

JC 247 7/23/2014 1:44 PM Page 19

Agosto 2014PRODUÇÃO20

VALORIZAÇÃO DO ATR NA SAFRASAFRA ..........................................................VALOR2007/08................................................-18.31%2008/09.................................................26.52%2009/10.................................................44.62%2010/11.................................................35.54%2011/12 ...............................................-11.34%2012/13................................................-10.13%2013/14 .................................................10.47%

EVOLUÇÃO DO PREÇO MÉDIO DO ATR NAS ÚLTIMAS 6 SAFRAS

COMPORTAMENTO DO ATRSAFRA MÊS

Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar2013/2014 0.4470 0.4363 0.4416 0.4415 0.4436 0.4441 0.4412 0.4637 0.4831 0.4812 0.4867 0.49382014/2015 0.4802 0.4602

Fonte: ProCana Estatísticas

DESEMPENHO DO ATR NESTA SAFRASAFRA 2014/15Abr .............................................................2.75%Mai .............................................................4.16%

COMPORTAMENTO DO ATR EM JUNHOEM RELAÇÃO ÀS SAFRAS ANTERIORESSAFRA ..........................................................VALOR2008/09.......................................................11%2009/10.......................................................20%2010/11.......................................................13%2011/12..................................................47.36%2012/13 ..................................................-5.43%2013/14 ..................................................-6.10%

JC 247 7/23/2014 1:44 PM Page 20

Agosto 2014 PRODUÇÃO 21

PATRICIA BARCI, DE RIBEIRÃO PRETO

A seleção de futebol da Costa Rica,pequeno país localizado na AméricaCentral, com apenas cinco milhões dehabitantes, será lembrada pelos brasileirospelo bom desempenho na Copa do Mundoda FIFA, realizada no Brasil, depois de terdesbancado três campeões mundiais,inclusive a Itália.

Fora dos gramados e dentro doscanaviais, o país também é craque. Nosúltimos anos, a Costa Rica se destaca entreos produtores da América Central naprodução de etanol. De acordo cominformações do Apla — Arranjo ProdutivoLocal do Álcool, o país caminha paraproduzir etanol de cana-de-açúcar em largaescala, e assim reduzir ou substituir porcompleto o uso de combustíveis fósseis emsua frota de veículos.

Para alcançar esta proeza, o paísprecisa de investimentos do governo,através de políticas mais claras. Aindaassim, o setor no país avança. A Recope,por exemplo, que é a companhia petroleiraestatal, constrói uma unidade deprocessamento de biocombustíveis. Alémdisso, o governo elabora um plano para odesenvolvimento do setor nos próximosanos. “Tamanha é a importância do setorno país que o Congresso Latino Americanodos Técnicos Açucareiros acontecerá naCosta Rica em agosto deste ano, na semana

que antecede a Fenasucro, em Sertãozinho(SP)”, explica Flávio Castelar, diretorexecutivo do Apla.

CULTIVOO cultivo de cana-de-açúcar foi

desenvolvido na Costa Rica desde asegunda metade do século XIX, e hoje aplantação se estende por cerca de 50 milhectares, em regiões como Guanacaste, ValeCentral, Pacífico Central, Caribe e Brunca.Ao todo as unidades produtoras esmagamcerca de 4,4 milhões de toneladas de cana,de acordo com a Laica — La Liga AgrícolaIndustrial de la Caña de Azúcar.

Costa Rica é craque no futebol e nos canaviais

RAIO X DO SETOR NA COSTA RICA

� Cultiva 50 mil hectares� Esmaga 4,4 milhões de toneladas

de cana� Produz 400 mil toneladas de

açúcar

Fonte: Laica — La Liga AgrícolaIndustrial de la Caña de Azúcar

Corte mecanizado de cana na Costa Rica

JC 247 7/23/2014 1:44 PM Page 21

Agosto 2014PRODUÇÃO 22

As condições climáticas tropicais,consideradas adequadas para cultivo dacana-de-açúcar, se impõem diante dadependência que o país tem deimportação de petróleo. Produzir etanol éo meio para que o país se torneautossuficiente em produção decombustível veicular, conforme estudorealizado pelo Coordenador do ProgramaHemisférico de Agroenergia eBiocombustíveis do IICA, o brasileiroFrederique Abreu, conforme estudoencomendado pelo Apla. “Produziretanol em larga escala, é a opção paracompetir no setor de biocombustíveis ebioenergia”, constata Abreu.

Entretanto, o pesquisador esclareceque para atingir esta meta a legislação daCosta Rica deve ser revista, para asseguraro uso obrigatório da mistura de etanol nagasolina, além de incentivar seu uso, queatualmente compõe 8% na mistura com agasolina. Além disso, o país pode exportarseu excedente. Os principais destinos doetanol do país são Holanda e EstadosUnidos, aponta o estudo.

ENERGIADentro da política energética, a

Costa Rica faz parte daqueles queapresentam resultados positivos eencorajadores na utilização de biomassapara geração de energia elétrica,

juntamente com Austrália, Belize,Guatemala, Estados Unidos, China eprincipalmente o Brasil, que para os

produtores costarriquenhos é referênciana cogeração através da queima dobagaço de cana-de-açúcar. (PB)

Dados da Laica — Liga AgrícolaIndustrial da Cana-de-Açúcar da CostaRica e da Dieca — Diretoria de PesquisaExtensão Canavieira, mostram que oambiente no país é favorável para aimplementação de uma agricultura deprecisão, com a finalidade de diminuir oscustos e aumentar a produtividade, dentrode um ambiente cada vez maissustentável.

Há uma demanda interna crescentepor álcool anidro e etílico para combustívele bebidas, assim como a produção deaçúcar para produtos de confeitaria, alémda energia elétrica que pode ser geradaatravés da biomassa.

No âmbito do desenvolvimentoindustrial, o país se destaca na produção deprodutos orgânicos, tendo um trabalho dequalidade no controle de pragas. (PB)

Desafios futurosMáquinas para corte mecanizado em canavial costarriquenho

QUEDA NAPRODUÇÃO DE AÇÚCAR

A cada ano, o setor produz oitomilhões de sacas de 50 quilos de açúcar,dos quais 40% são para exportação e os60% restantes para consumo local.

Dados do setor no país indicam que aCosta Rica tem exportado cada vez menosao longo dos anos. Na safra de 2012/13,por exemplo, o país exportou cerca de 111mil toneladas de açúcar, o que equivale auma queda de 31% em relação à safra2011/12. Na safra 2013/14, estima-se quea Costa Rica exporte cerca de 106 miltoneladas de açúcar.

Para se ter uma ideia da queda, emsafras anteriores, como a 2009/10, a CostaRica exportou cerca de 154 mil toneladasde açúcar, principalmente para o Canadá,Rússia e Estados Unidos.

Ivannia Chávez, diretora deexportações da Laica — Liga AgrícolaIndustrial da Cana-de-Açúcar da CostaRica afirma que as exportações refletem aqueda na produção de cana-de-açúcar, quetem sido prejudicada por fortes chuvas noinício das colheitas, principalmente entrenovembro e dezembro. (PB)

Costa Rica é autossuficiente em combustível

De acordo com a Apla, as usinas daCosta Rica estão divididas por zonas.

Na zona Turrialba estão as usinasAtirro e Juan Viñas. Na zona Pacífico estãoas usinas Argentina, Costa Rica, Porvenir,Providencia, San Ramón e Victoria. Nazona San Carlos ficam as usinas Cutris,Quebrada Azul e Santa Fé. Na ZonaGuanacaste estão as usinas El Palmar,Catsa, El Viejo e a maior e mais destacadado setor na Costa Rica, a Toboga.

A Taboga é atualmente, a maiorprodutora de açúcar na Costa Rica e temcapacidade de moagem de sete miltoneladas de cana-de-açúcar por dia, comprodução de cerca de 1,8 milhão de sacasde 50 kg de açúcar. Sua destilaria produzcerca de 25 milhões de litros de álcoolanidro e também para produção debebidas. O álcool anidro produzido naCosta Rica é certificado pela Agência deProteção Ambiental Americana. (PB)

USINAS DIVIDIDAS POR ZONAS

Usina Atirro, em Turrialba

Condições climáticas do país colaboram com cultivo

JC 247 7/23/2014 1:45 PM Page 22

JC 247 7/23/2014 1:45 PM Page 23

Agosto 2014PRODUÇÃO24

PATRICIA BARCI, DE RIBEIRÃO PRETO

As exportações de açúcar doPaquistão caíram 46,12% desde julho de2013 até maio de 2014. Dados daAssociação das Usinas de AçúcarPaquistanesas revelaram que em onzemeses foram exportados cerca de 580 miltoneladas ao preço de 255,8 milhões dedólares, em comparação com as cerca de950 mil toneladas, rendendo cerca de 475milhões de dólares, no mesmo período doano passado.

Essa queda é resultado das políticasadotadas pelo governo do país, querestringem as exportações a quantidades

insatisfatórias diante de estoquesabarrotados de açúcar.

Durante o mês de junho, produtoresde açúcar, protestaram no país para quetivessem o direito de exportarem seusexcedentes de produção, sem precisaremde autorização do governo. O presidenteda Associação, Punjab, Riaz Qadeer, disseque o último prejuízo foi no mês de junho,quando o setor deixou de ganhar cerca de700 mil dólares. De maneira que, aquantidade excedente nos estoques,disponíveis para tal finalidade, iriaexceder as quotas para exportaçãoimpostas pelo governo, de 250 miltoneladas de açúcar para os meses demaio e junho.

Produção de açúcar em Cuba foi 12%abaixo do esperado, com 1,6 milhões detoneladas, de acordo com o jornal HavanaTimes. Porta-voz da Azcuba —Organización Superior de Dirección GrupoAzucarero, disse à imprensa que apenasseis províncias do país cumpriram asestimativas de produção, estabelecidaspara as 49 refinarias em operação.

O rendimento também demonstradeficiência no setor, com 43 toneladas decana por hectare, quando a médiamundial fica acima de 60 toneladas. Parapiorar, este é o segundo ano consecutivo

que o país não cumpre as metas deprodução.

Na safra de 2012/13, a produçãoficou 11% abaixo do plano, que de acordocom especialistas, é resultado daineficiência do processo industrial, como afalta de treinamento dos trabalhadoresenvolvidos nas usinas de açúcar, dentreoutros problemas de gestão.

Registros históricos mostram que, noauge da revolução, mais de 150 refinariasde açúcar estavam em operação, comprodução estimada em mais de 6 milhõesde toneladas, na época.

Giro do setor

CUBA

A maioria das usinas de açúcar nosEstados do Norte da Índia, especialmenteem Uttar Pradesh, estão com dívidas maiselevadas do que o valor de seus estoques;consequentemente o governo do paísconcordou em ficar com estas fábricas,para assim, pagar os atrasos com osagricultores, com uma cláusula depagamento obrigatório, para só entãogarantir os incentivos que foramrecentemente anunciados, como o aumentodo imposto sobre importação de 15% para40%, entre outros, de acordo com o jornal“Business Standard” da Índia.

ÍNDIA

Na Etiópia, do total de 10 usinas deaçúcar, que serão construídas como partedo GTP — Plano de Transformação eCrescimento do País Africano, sete delasoperarão ainda em 2014, de acordo cominformações da “Ethiopian News Agency”.Dentre elas estão a Tendaho 1 e 2, Omo-Kuraz 1, a Kesem, e a Tana Beles e Arjo-Dedesa e espera-se que a produção deaçúcar no país chegue a 1,58 milhão detoneladas por ano. O Plano prevê que empoucos anos, a Etiópia terá 10 usinas comcapacidade de produção anual total de2,25 milhões de toneladas.

ETIÓPIA

Para popularizar o uso debiocombustíveis, o governo do Vietnãafirma que o etanol será vendido emtodas as localidades do país até 2015,de acordo com Shangaidaily.com. Emjulho de 2013, o JornalCana já haviareportado que apesar das intenções dogoverno, biocombustível erapraticamente desconhecido no Vietnã.

De acordo com o porta-voz, desdeentão, produtores têm se preparadopara vender o E5 ou 5% de etanol nagasolina, em pelo menos seteprovíncias em 2014. Estas áreasincluem a capital Hanói, além das

principais cidades do Sul e do Nortecomo Ho Chi Minh, Hai Phong e DaNang, entre outras.

O país tem atualmente seisunidades produtoras debiocombustível a partir da mandioca,com capacidade de produzir cerca de535 milhões de litros de etanol porano. Com base nesta capacidade, asusinas poderiam atendercompletamente a demanda do país porbiocombustíveis até ano que vem.Atualmente, o preço do E5 é o mesmoque o preço da 92-RON, nome dado àgasolina mais utilizada no país.

VIETNÃUma nova unidade

produtora de açúcar eetanol, no Estado de Kogi,na Nigéria, tem previsãode produzir cerca 100 miltoneladas de açúcar etambém etanol, numprojeto que terá suaprimeira fase finalizadaem 18 meses, de acordocom CajNews África.

O governador doEstado, Idris Wada, emvisita à unidade estasemana, se mostrou satisfeito com oresultado do projeto, localizado numaregião conhecida como Jamata.

“Esta empresaproporcionou empregospara nada menos que milindígenas no Estado. Estaregião precisavadesesperadamente deinvestidores respeitáveispara aproveitarem os seusrecursos abundantes”,disse.

Ele acrescentou que ogoverno continuará aincentivar os investidoresa irem para o Estado e

que o governo os ajudará a superarem osdesafios que podem encontrar, casodecidam fazer negócios no país.

NIGÉRIA

Idris Wada, governado do

Estado de Kogi, na Nigéria

Transporte de cana-de-açúcar no Paquistão

PAQUISTÃO

Usina açucareira cubana

JC 247 7/23/2014 1:45 PM Page 24

Agosto 2014 PRODUÇÃO 25

Em 11 de julho, a Biosul – Associaçãodos Produtores de Bioenergia de MatoGrosso do Sul apresentou dados referentesà safra 2014/15 na região. Até o momento,o volume processado de cana foi de 11,98milhões de toneladas, valor 3,96% menorem relação ao mesmo período da safraanterior.

Observando apenas a segundaquinzena de junho, foram processados3,223 milhões de toneladas de cana e oATR – Açúcares Totais Recuperáveis portonelada atingiu 119,11 kg, número 3,37%menor que o registrado no mesmo períodoem 2013.

Roberto Hollanda Filho, presidente da

Biosul, disse que o clima ruim no início dasafra e a colheita de cana que ainda nãoestava no ponto de corte fizeram com que aquantidade de cana moída e a qualidadefossem baixas. “A partir de agora, aexpectativa é de que a safra entre no seuritmo normal, buscando crescimento de6,7% em relação ao ano passado”, afirmaHollanda.

Em relação à produção, foramfabricados 309 mil toneladas de açúcar,quantidade 24,45 % menor que oregistrado no último ciclo. Já a produção deetanol registrou a 650 milhões de litros debiocombustível produzidos, valor 0,40%maior que na safra passada.

Clima ajuda e colheita segue em ritmoacelerado no Mato Grosso do Sul

Tempo seco acelera

safra no Centro-SulA moagem de cana no Centro-Sul do

País atingiu 202,94 milhões de toneladasaté 1º de junho, de acordo com dadosdivulgados em 11 de julho pela Unica –União da Indústria de Cana-de-Açúcar. Naúltima safra, o valor foi de 182,74 milhõesde toneladas, gerando aumento de 11,05%.

Antonio de Padua Rodrigues, diretortécnico da entidade, fala sobre osresultados. “A comparação dos dadosapurados entre os meses de junho desteano com o do ano passado deve ser feitacom cautela. No último ciclo, as chuvasintensas e o aumento no número de diasparados pelas usinas impactaramseveramente a colheita. Neste ano,

entretanto, o cenário foi oposto: o climaseco praticamente não gerou qualquerinterrupção das atividades de colheita dacana”, afirmou.

O representante diz ainda que o climaexcessivamente seco tem preocupado osprodutores devido à expressiva queda norendimento dos canaviais colhidos. “Aindanão concluímos as estatísticas referentes àprodutividade agrícola de junho, mas jápodemos afirmar que ao final desta safraela deverá ficar aquém daquelainicialmente prevista, com prejuízo à ofertade cana-de-açúcar e possível antecipaçãodo término da moagem em várias regiõesprodutoras”.Roberto Hollanda Filho, presidente da Biosul

Antonio de Padua Rodrigues: queda no rendimento dos canaviais preocupa produtores

JC 247 7/23/2014 1:45 PM Page 25

Agosto 2014PRODUÇÃO26

Trapiche chega ao final da safracom 1,7 milhão de t moídas

Em 246 dias de atividade na safra 2013/14, a UsinaTrapiche, localizada no município de Sirinhaém, PE, moeu1,71 milhão de toneladas com eficiência de 407,1 toneladaspor hectare. Estas resultaram em 133 mil toneladas deaçúcar e 25 mil metros cúbicos de etanol anidro. Naprodução de açúcar, o tipo refinado foi o enfoque daempresa, representando 96,5% do total, com 128 miltoneladas. Os 3,5% restantes foram do tipo demerara, queteve produção de 4,6 mil toneladas.

O rendimento do quilo de açúcar em relação àtonelada de cana ficou em 86,33. A usina produziu 100%de etanol anidro.

Minas gerais moeu até 1º de julho 34,93% do previsto

Em Minas Gerais a colheita da cana-de-açúcartotalizou 20,78 milhões de toneladas até 1º de julho, valorcorrespondente a 34,93% do total previsto. O númerotambém mostra um avanço de 8,89% frente ao volumecolhido em igual período anterior. Os dados foramdivulgados pela Siamig – Associação das IndústriasSucroenergéticas de Minas Gerais.

Ainda de acordo com a associação, a concentração deATR – Açúcares Totais Recuperáveis atingiu 120,61 kg portonelada de cana, volume 0,68% maior em relação anoanterior. O clima seco é o grande fator para o avanço nacolheita e melhoria na qualidade da matéria-prima.

No acumulado da safra, a produção de açúcarregistrou 984,4 mil toneladas, volume 9,51% superior aoregistrado em igual período produtivo. Já a produção deetanol chegou a 862,5 mil metros cúbicos, volume 9,66%maior que o registrado em igual período da safra 2013/14.

Formado por quatro usinas, o Grupo Toledo moeu3,34 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra2013/14, sendo 74% destinada à produção de açúcar. Comforte abastecimento de matéria-prima, 71% da canaesmagada na usina foi de origem própria. Fornecedoresenviaram 16% do total. Seguindo o enfoque regional doNordeste, local que abriga três usinas do grupo, Capricho,Sumaúma e Paisa; a produção total das quatro unidadespreteriu o açúcar, com produção total de 8,22 milhões desacos, oriundos de 2,57 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. O etanol, produzido em maior escala pela unidadeIbéria, localizada no município de Borá, no Estado de SãoPaulo, teve produção de 96,22 mil litros, com a usinapaulista responsável por aproximadamente 60%.

Grupo Toledo esmagou 3,34 milhões

Do montante colhido, 74% da

moagem foi destinada à produção de açúcar

Colheita totalizou 20,78 milhões

de toneladas até 1º de julho

Usina obteve eficiência de 407,1 toneladas por hectare

JC 247 7/23/2014 1:45 PM Page 26

JC 247 7/23/2014 1:45 PM Page 27

Agosto 2014PRODUÇÃO28

Nos próximoscinco anos, em2019/20, oconsumo decombustíveispoderá ser de 19bilhões de litrosde hidratado, 14,1bilhões de litrosde anidro e 42,2bilhões de litrosde gasolina,segundoestimativas.

Apenas paraatender àdemanda deetanol no período,considerando queo status atualpermaneçainalterado, anecessidademínima de canapoderá atingir21,6 milhões detoneladas em2015/16, 21,9 milhões em 2016/17, 22,3milhões de toneladas em 2017/18, 22,6

milhões de toneladas em 2018/19 e 23milhões de toneladas em 2019/20.

Com 116 anos de história, UsinaEster busca recorde de moagem

Setor precisa moer

23 mi de t para atender

demanda de 33 bi de litros

Usina Ester iniciou sua moagem no dia 5 de abril

Em busca de uma safra recorde, aUsina Ester, fabricante de açúcar e etanol,iniciou sua moagem no dia 5 de abril. Ameta é ultrapassar as 2 milhões detoneladas, além de obter produtividadeagrícola, referente a produção de canaprópria, de 84,0 toneladas por hectare. Noquesito eficiência industrial, a empresa

trabalha com a meta de 93,1%, já emeficiência agroindustrial, o valor é de 10,3toneladas por hectare. Localizada emCosmópolis, interior de São Paulo, a usinamoeu 1.932.648 toneladas de cana nasafra 2013/14. Em 2 de março,comemorou 116 anos de existência, sendofundada em 1898.

JC 247 7/23/2014 1:45 PM Page 28

Agosto 2014 PRODUÇÃO 29

A maior trading de açúcar e etanol domundo, Copersucar, revisou sua estimativada safra 2014/15 no Centro-Sul, indicandouma moagem de 565 milhões de toneladas,5 milhões a menos que o estimadoinicialmente. A informação foi dada pelopresidente do conselho da companhia, LuisRoberto Pogetti, ao The Wall StreetJournal.

A expectativa é que sejam produzidas32 milhões de toneladas de açúcar e 24,6bilhões de litros de etanol, dos quais 22milhões de toneladas de açúcar e 1 bilhão

de litros de etanol serão destinados paraexportação. Em sua primeira estimativa, aCopersucar projetava produção de 32milhões de toneladas de açúcar e 25,4bilhões de litros de etanol.

Pogetti acredita também que omercado global de açúcar deve registrardéficit de 3 milhões de toneladas. Issoporque o mercado ainda não assimilou osefeitos da severa estiagem sofrida no iníciodo ano no Brasil. “Acho que ainda veremosuma elevação dos preços do açúcar nospróximos meses”, explicou.

Coruripe colheu 1,08 milhãode toneladas no 1º trimestre

Copersucar reduz estimativa demoagem em 5 milhões no CS

Terminal da Copersucar, no Porto de Santos

Usina Coruripe

Localizada no município que dá nome àunidade, a Usina Coruripe, no Estado deAlagoas, divulgou recentemente seus dadosrelativos às safras passadas. Em 2013/14, aunidade moeu 2,927 milhões de toneladas decana, sendo 1,823 milhão de toneladas decana própria, oriundas das seis fazendas queabastecem a usina. Os fornecedoresentregaram 1,104 milhão de toneladas decana-de-açúcar.

O começo do ano já fora proveitoso paraa matriz, que colheu 38% a mais em relaçãoa dezembro de 2013. A evolução mensal dasafra para a Coruripe teve acréscimo de 57%entre janeiro e março deste ano, período emque 1,087 milhão de toneladas foram

colhidas. Entre os meses de setembro edezembro do ano passado, o somatório decana colhida foi de aproximadamente 735,3mil toneladas. Nos três meses iniciais de2014, a usina colheu 59% de toda sua área, oque resultou em acréscimo de 47% detoneladas colhidas em relação aos quatroúltimos meses de 2013, nos quais apenas41% da área havia sido colhida.

Como resultado, a produção de2013/14 gerou aproximadamente 67,87milhões de litros de etanol, sendo 62,72milhões de anidro e 5,15 milhões dehidratado. Para o açúcar, foco da regiãonordestina, a produção atingiu 5,21 milhõesde sacas de 50 kg.

JC 247 7/23/2014 1:45 PM Page 29

Agosto 2014PRODUÇÃO 30

Subprodutos da cana-de-açúcar são utilizados emcosméticos artesanais

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Além de contribuir com a melhora domeio ambiente, produtos à base decana-de-açúcar, também colaboram

com a beleza. A engenheira química LindaCristina de Oliveira, constata em estudo,que os insumos provenientes da cana-de-açúcar possuem propriedades com as quaisé possível produzir produtos de beleza.

Sais sódicos e de zinco do PCA — ÁcidoPrirrolidona Carboxílico, glicoproteína,hidrogeis de sacarose e o ácido glutâmico —um agente neutralizante ou controlador depH — agem como aditivos, melhorando ahidratação e a maciez dos cabelos. “Osderivados do açúcar possuem propriedadescicatrizantes, anticongelantes e crioterápicase são considerados conservantes naturais”,afirma.

A engenheira química explica que osal sódico do PCA caracteriza-se por ser

umectante em formulações para pele,sendo também biodegradável e nãopegajoso ao toque; apresenta efeitoantiestático quando usado em formulaçõesde xampus, proporcionando maciez aoscabelos. Por sua vez, a glicoproteína —mistura de açúcar e proteína com ação

hidratante — atua sobre a redensificaçãodérmica, com estímulo à síntese decolágeno do tipo I e IV e elastina.

O fabricante de cosméticos artesanaisveganos e sustentáveis, de Curitiba (PR),“Feito Brasil”, lançou diversos produtosderivados de um ingrediente obtido a partir

da fermentação do melaço da cana.Espumas de banho, com fragrâncias deaçaí e ameixa; gel de ducha, com perfumede caju e carambola; xampu refrescantecapilar e corporal; espuma de banholíquida; sabonetes em barra — com formatode discos de vinil, e águas perfumadas,compõem o portfólio da empresa. “Nossosprodutos são derivados do ácido glutâmico,um aminoácido presente no NMF — fatornatural de hidratação, que apresentaexcelentes propriedades umectantes. Oaminoácido é um mecanismo natural dapele, que consiste em reter água nos tecidosmantendo sua hidratação", explica AndreiaSanfelice, farmacêutica responsável pelosprodutos.

Ela conta que nos produtos paralimpeza da pele, esse ativo derivado dacana proporciona sensação agradável apósenxágue, minimizando possíveis efeitos deirritação e ressecamento da pele,mantendo-a macia e hidratada após obanho. Nos produtos para cabelo, essemesmo ativo melhora a maleabilidade,promove maciez e sedosidade, e aindareduz a eletrostática dos fios evitando queeles se quebrem ao pentear.

Nas águas perfumadas, ele atua comoum agente umectante, pois possuicomposição similar ao NMF, mantendo ahidratação da pele. “Vale lembrar quedevido à sua biodegradabilidade éconsiderado ecologicamente seguro esustentável, pois ainda é possível utilizá-lono processo a frio de fabricação”, completaa farmacêutica responsável.

O açúcar também é uma opçãoutilizada nos salões de cabelereiros. A DalieCoiffer, fabricante de produtos cosméticosde Cravinhos (SP), comercializa o KitCliente Vip Açúcar, com xampu,condicionador e máscara. Ele prometepenetrar profundamente no córtex parareparação do substrato proteico danificado,onde se encontra a cistina e a arginina.Segundo o fabricante é rico em enzimaslacto, que condicionam e hidratam osubstrato dos cabelos elásticos,fortalecendo-os, interrompendo orompimento dos fios, por excessivaelasticidade.

DOCE PERFUME

Sabonetes em barra — com formato de discos de vinil

Águas perfumadas feitas com ingredientes à base de cana

JC 247 7/23/2014 1:45 PM Page 30

JC 247 7/23/2014 1:45 PM Page 31

Agosto 2014PRODUÇÃO 32

Até os famosos aderiram ao doceperfume dos cosméticos de cana-de-açúcar.Prova disso é que no início de 2013, acantora norte-americana Britney Spearslançou sua 12ª fragrância em parceria coma Elizabeth Arden, a Island Fantasy. Onome muito sugestivo promete lhe remetera uma fragância floral frutal, e a sensaçãode uma rápida viagem para uma ilhatropical, segundo o fabricante.

O perfume contém notas de jasmim,frésia e violeta misturados com um

coquetel de frutas cítricas, tangerina,clementina, frutas vermelhas e melancia.Ainda tem notas de almíscar suave e cana-de-açúcar, qpara fazer com que o aromanão fique excessivamente doce. O frascoacompanha o desenho da linha Fantasy,agora nas cores azul e verde, em versões de50 ml e 100 ml.

Seguindo a linha para pele, há doisanos, um grupo de alunos da Fatec, queparticipavam do SIFE Brasil 2012 —campeonato onde equipes criam

oportunidades econômicas em diferentesgrupos com necessidades específicas,capacitaram as mulheres do EspaçoArtesão na produção de sabonete esfoliantecom o bagaço da cana.

Seguindo a tendência do uso doaçúcar, principalmente no que se refere aossalões de cabeleireiros, a Care Liss, lançouum pó descolorante com os grãos em suaformulação. Esse é o Care Liss Açúcar queexiste em quatro versões para todos os tiposde cabelos e pelos.

Até mesmo alisante de cabelo contémcana em sua fórmula. No passado, umfabricante de cosméticos havia lançado umtratamento sem formol indicado paracabelos loiros, crespos, coloridos ou commechas, que prometia alisar as madeixas.Mas o grande diferencial do produto era seuenriquecimento com aminoácidos da cana-de-açúcar, que ajudavam a reparar e tratarfios danificados, potencializando o efeito daescova, de acordo com o fabricante naépoca. (AM)

Cantoras norte-americanas aderem a perfume extraído da canaBritney Spears, uma das artistas que gostam de perfumes exóticos

JC 247 7/23/2014 1:45 PM Page 32

Agosto 2014 PRODUÇÃO 33

Os sabões glicerinados — basesglicerinadas — necessitam de água e certadosagem de açúcar para sua elaboração.Mas uma ideia desenvolvida emCampinas, SP, pelo engenheiro mecânicodoutor, especialista em administração egerência de materiais, serviços eprodução, Elvio Gregolin, há quase quatroanos, quebrou esse paradigma. “O sabãonatural de cana Soapness não utiliza estesingredientes na sua forma tradicional.Desde as primeiras etapas de obtenção dosabão bruto, toda a água é substituída porcaldo de cana (garapa), mesmo durante apreparação da lixívia de sódio. O açúcar,que normalmente é utilizado na sua formarefinada, é substituído integralmente peloaçúcar natural contido no caldo da cana”.

De acordo com ele, osaproximadamente 15% de açúcarencontrado no caldo são suficientes paraisso. Atualmente, cada sabão de 120gramas custa R$ 5,50.

Gregolin explica que na sua versãomais sofisticada, o sabão final écomposto de duas partes. “A primeira éum sabão elaborado com óleos de cocobabaçu e óleo de palma com a lixíviapreparada com a garapa. Depois dapasta de sabão pronta e estabilizada (masainda quente) é enriquecida com umaalta dosagem de açúcar mascavo,garantindo a ela um aroma bempronunciado de rapadura. Depois de fria,esta pasta (com cerca de 10% de umidade

apenas) é extrudada na forma de grãosutilizando um simples moedor de carneadaptado para este fim. Os grãosformarão a parte interna do sabãoglicerinado final, numa dosagemaproximada entre 40 e 50% do peso finaldo sabão”, diz.

Na segunda parte da elaboração,uma base glicerinada é fabricada a partirda combinação de sabão de óleos debabaçu e palma, álcool de cereais, açúcarmascavo, caldo de cana e glicerina. “Oresultado final é a obtenção de um sabãode banho extremamente suave para apele, tanto para uso corporal como facial,resultado do contato direto do açúcar napele”, lembra.

O engenheiro afirma que a ideiasurgiu na procura de sustentabilidade esimplicidade do produto final. “Tambémbusquei elementos representativos danossa cultura. Como o acesso a óleos maisexóticos (abundantes no Norte eNordeste) é difícil aqui em São Paulo, ojeito foi buscar outras alternativas”,afirma.

Por mês o artesão entre outros tiposde sabões, fabrica e vende cerca de 60unidades do sabão de cana, que são muitoprocurados por clientes naturalistas, comoBia Zen, sócia proprietária do RestauranteRaízes Zen, de Campinas, que também orevende. “Eu adoro esse produto. Elerende muito, faz boa espumação e tem umaroma agradável”, avalia. (AM)

Garapa vira sabão

Sabão natural de cana-de-açúcar

JC 247 7/23/2014 1:45 PM Page 33

Agosto 2014ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO34

Colaboradora do GrupoAralco conta sobretrajetória de 30 anos emum dos tradicionaisgrupos do setor

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

A assistente de benefícios do GrupoAralco, Marilsa Aparecida Lima, traz nabagagem quase 30 anos de história.Apesar de jovem, a colaboradora de 47anos, ingressou no setor no início doProalcool, quando a oferta de recursospara a assistência social era grande. Aos18 anos, tornou-se auxiliar e mais tarde,com a aposentadoria de outrasfuncionárias passou a liderar a área.

Posteriormente, cursou umauniversidade e realizou o sonho de ter umdiploma na área. Marilsa conta que aoingressar na usina, depois de uma rápidapassagem por um banco da cidade deGeneral Salgado, SP, havia uma explosãode crescimento devido aos investimentos doProalcool e a meta da unidade produtoraera moer um milhão de toneladas de cana.

Ela diz que conquistou seu diplomade assistente social com muito sacrifício,pois estudava à noite em São José do RioPreto. “Foi muito prazeroso poderestudar. Agradeço também o apoio daempresa por subsidiar parte de meusestudos”, diz.

Entre as recordações, existiramalgumas tristes por conta de acidentes,mas pelo fato de acompanhar de perto afamília passava a ser positiva aconvivência, e sem dúvida o fato marcoutodos os envolvidos. “Vivo um pouco da

vida dos funcionários desde sua entradana empresa, casando-se e vendo seusfilhos trabalharem no Grupo”, lembra.

A assistente social explica que existiaum guarda mirim há alguns anos, quecresceu e hoje trabalha no departamentocontábil da empresa. “O Robson Alvessempre foi muito próximo de mim e umamigo. Sou feliz por saber que influencieias pessoas e isso mudou seus destinos. Aomesmo tempo me sinto um poucofrustrada por não poder ajudar a todos damesma forma. Eu vi muitas pessoasevoluindo e outras que não cresceram.Sou feliz pelos que vi crescer e triste pelosque não evoluíram”, relata.

Quando perguntado se queraposentar, Marilsa é enfática em dizer queainda tem muita disposição e que nãopretende parar tão cedo. “Quero umavelhice em paz e tranquila e saber que fuiimportante dentro da empresa. Sinto oreconhecimento por meu trabalho, ocarinho e o respeito que as pessoas têmpor mim”, enfatiza.

Entre os desafios de 30 anos atrás,Marilsa lembra que apesar de nunca sesentir descriminada, a área não tinhatanto acesso a reuniões gerais.“Atualmente tudo é diferente, há muitoespaço para crescer. Os próximos desafiossão ter maior aproximação com os

funcionários da outras unidades. Daquelaépoca sinto falta das pessoas que se forame do desenvolvimento e da pujança dosetor sucroenergético. Eu acredito que osetor irá se recuperar financeiramente eque haverá incentivos. Aqui háfuncionários engajados por essaconquista, é preciso ter pensamentopositivo”, lembra.

Para a profissional, a área de serviçosocial representa tudo na sua vida. “Éparte do que sou e do que eu tenho. OGrupo Aralco faz parte de mim. Agradeçopelo espaço que me deram paradesenvolver meu trabalho e o respeito detodos por mim”, finaliza.

GENTE QUE FAZ!

Marilsa Lima, durante atendimento em uma das usinas do Grupo Aralco

JC 247 7/23/2014 1:45 PM Page 34

JC 247 7/23/2014 1:45 PM Page 35

Agosto 2014ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO36

O assistente social precisa ter a vocação em ajudar aopróximo e tentar o melhor para sua área dentro daempresa, visando a qualidade de vida dos funcionários. Foipor esse objetivo que a assistente de benefícios, MarilsaAparecida Lima, trabalha há quase 30 anos pelo GrupoAralco. Um dos direitos concedidos pelo trabalho dacolaboradora há 12 anos é o Auxilio Óculos, que subsidiaparte da compra das tão sonhadas lentes. “Me lembro queantigamente alguns funcionários não faziam os óculos porfalta de condições financeiras. Então busquei junto adiretoria esse benefício e no mesmo instante fui atendida”,avalia.

Também me recordo dos trabalhos voluntários junto àcomunidade de General Salgado, onde nasci e vivi parte deminha vida. “Eu sentia necessidade de ajudar asinstituições como creches, asilos e sempre recorria para aempresa, que sempre ajudava. A empresa dava um auxílioalimentação por mais de 10 anos para compra dealimentos à Apae, também um benefício que a assistênciasocial conquistou”, lembra.

Outro fato que marcou sua vida foi oacompanhamento de gestantes que trabalhavam naempresa.

Segundo ela, na Generalco havia uma funcionária doNordeste, recém-chegada na cidade, que ao ser contratadana época para o corte de cana, engravidou de gêmeos.“Uma grande equipe se empenhou por ajudá-la já quemorava em condições precárias. “Foi uma luta para trazê-la para área interna da empresa, mas no final,conseguimos. Arrecadamos roupas para os bebês, móveis,uma enfermeira iria medir sua pressão em casa e as suascondições de vida melhoraram. Ela foi trabalhar noambulatório contando soros reidratantes, como auxiliar deprodução. Depois que as crianças nasceram ela voltou paraa terra natal. Foi uma experiência muito marcante e que

nos sensibilizou”, diz. Outro programa que ajudou a lançar há dois anos foi o

“Aprendizagem Rural - Jovem Agricultor do Futuro. Opúblico-alvo deste programa são os filhos de produtores etrabalhadores rurais. Os participantes precisam ter idademínima de 14 anos e máxima de 17 anos. “O programa seiniciou com 35 crianças que desempenham trabalho junto

ao Senar e plantam, colhem e cuidam de animais nasdependências do Clube da Associação dos Funcionários deGeneral Salgado, SP. Durante o lançamento as criançasnão sabiam sobre os benefícios e salários, inclusive dosregistros como funcionários. O programa fez tanto sucessoque este ano tinha mais de 100 jovens interessados em seinscrever”. (AM)

Colaboradora lutou por direitos dos funcionários

Marilsa Lima assina contrato dos menores aprendizes do Grupo Aralco

JC 247 7/23/2014 1:45 PM Page 36

Outubro/2013 ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO 37

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

Com o objetivo de atingir os diferentespúblicos da Pedra Agroindustrial, com sedeem Serrana, SP, a área de comunicaçãodesse grupo sucroenergético utiliza, demaneira eficiente, diversos veículos eferramentas. Um deles, no entanto, temdestaque especial. Trata-se do jornalObservador que conquistou em maio umaexpressiva marca em suatrajetória: a publicaçãoda edição de número500.

O Observadordesempenha um papelestratégico no processode comunicação daempresa, que possuiquatro unidades (usinasda Pedra, Buriti, Ibirá eIpê). “Utilizado comoferramenta de trabalhopara os funcionários, trazinformaçõesinstitucionaisabrangentes e detalhadasque buscam a unidadedo grupo. É também umimportante instrumentode integração e um elo de

relacionamento entre os trabalhadores efamiliares com a empresa”, comenta ÉrikaMoretini, coordenadora de Comunicaçãoda Pedra Agroindustrial.

O jornal cumpre também o papel delevar informação para fora da empresa –afirma. O Observador é distribuído emdiversas instituições educacionais,prefeituras, sindicatos, fornecedores eparceiros de cana das cidades na área deatuação da empresa. Quando foi fundado

em 1970, o jornal já tinha inclusive oobjetivo de aproximar a comunidade dacidade de Serrana à Usina da Pedra. “Aolongo dos anos, diversas mudançasaconteceram, seja no formato, tipo depapel, impressão e também em relação aopúblico-alvo”, detalha Érika Moretini. E,desde 2009 está também disponível paraconsulta no sitewww.pedraagroindustrial.com.br.

Considerado o principal veículo decomunicação daempresa, esse jornalcompletou 40 anos dehistória em dezembro de2010. Em comemoraçãoa essa data houveinclusive, a divulgação aolongo de um ano, de umaretrospectiva doObservador. Em 2011,quando a PedraAgroindustrial completou80 anos de atividades,uma edição especial doObservador publicou oselo comemorativo e umaretrospectiva histórica daempresa e do jornal pormeio de depoimentos defuncionários e vastoarquivo de imagens.

Jornal da Pedra Agroindustrial

comemora marca histórica

ATIVIDADES SÃO BASTANTEABRANGENTES

O trabalho de comunicação com opúblico interno e externo da PedraAgroindustrial vai muito além dapublicação do Observador. Outrasferramentas importantes são utilizadasnesse processo, como o jornal mural “FiqueInformado”, site, e-mails institucionais,boletins, programa de visitas “PortasAbertas”.

As atividades da área de comunicaçãoda Pedra Agroindustrial, voltadas àdiversos públicos, são bastanteabrangentes, incluindo veículos decomunicação interna, ações deresponsabilidade social e relacionamentocom a comunidade, assessoria à confecçãode campanhas e materiais de divulgaçãointerna e externa e assessoria de Imprensa.

Há ainda a participação em eventos devalorização dos funcionários como Relógiode Ouro, Bate Papo de Ouro, programaPapai Noel, Projeto Mulher, Programa deMalas Prontas, detalha Érika Moretini. Deacordo com ela, a equipe do departamentode comunicação é corporativa, ou seja, atuanas quatro unidades da empresa,desenvolvendo e disponibilizandoferramentas adequadas às estratégias eplanejamento do grupo.

Edição de número 500 do Observador, que tem

mais de 40 anos de existência, foi publicada em maio

JC 247 7/23/2014 1:45 PM Page 37

Agosto 2014ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO38

A área de comunicação da NardiniAgroindustrial atua em várias frentes paraatender a todos os stakeholders da usina –que está localizada em Vista Alegre doAlto, SP –, resume a jornalista MoniseCenturion, que atua como analista decomunicação e marketing da empresa.

“Os projetos e as ações decomunicação contam com a colaboraçãode todos os setores, incluindo as áreasadministrativa, agrícola, automotiva eindustrial”, informa. O departamento de

comunicação da usina Nardini estávinculado à área de Recursos Humanos eà diretoria da empresa.

Para facilitar a circulação dainformação em todos os níveishierárquicos dentro da organização –afirma Monise Centurion –, a Nardiniconta com site, a revista interna“Atuação”, de veiculação trimestral, e oscanais internos de comunicação: murais,emails e um sistema interno de mensagensinstantâneas.

Todos os setores participam deações desenvolvidas na Nardini

Atividades nessa áreafazem a conexão daspolíticas e diretrizesestratégicas da empresaao pensamento de toda aorganização

O engajamento dos funcionários detodos os departamentos tem sidofundamental para que as iniciativas dosetor de comunicação sejam bem-sucedidas. “Todos os departamentos sãofontes de informação. É a partir deles epara eles que buscamos novidades,realizamos ações, campanhas, planejamose aplicamos propostas que visamdisseminar a comunicação de maneiraeficaz”, afirma Érika Moretini.

Na opinião dela, a compreensão daspessoas em relação ao papel que acomunicação exerce como fonte deinformação segura, motivação, diálogo eintegração a torna importante para aidentidade do grupo e valorização daspessoas que nele atuam.

“A área de comunicação da PedraAgroindustrial parte do princípio de que

sua ação é orientada para tornar comum:objetivos, estratégias e resultados daempresa, incluindo as áreas deresponsabilidade social e ambiental”,enfatiza. De acordo com ela, utilizandoseus vários recursos, a comunicação faz aconexão das políticas e diretrizesestratégicas da empresa ao pensamento de

toda a organização. O trabalho tem sido incessante.

“Nosso desafio é aliar tradição cominovação e para isso visamos utilizar outroscanais de comunicação e não apenas ostradicionalmente conhecidos”, comenta.Érika Moretini informa que novaspropostas da área de comunicação estão

em fase de avaliação por parte da diretoriada empresa. Alguns projetos já foramaprovados recentemente, como odesenvolvimento de uma campanha decomunicação interna que utilizaráintervenções artísticas – destaca – eexposições nas dependências da empresa,entre outras iniciativas.

Comunicação desenvolve papel importante para a integração

Vista Panorâmica da Nardini Agroindustrial

Érika Moretini, coordenadora de Comunicação da Pedra Agroindustrial

JC 247 7/23/2014 1:45 PM Page 38

JC 247 7/23/2014 1:45 PM Page 39

Agosto 2014TECNOLOGIA AGRÍCOLA40

QUEM SÃO E O QUE PENSAM OS EXECUTIVOS DO SETOR!

Executivos têm aincumbência de criarcondições para a elevaçãodo rendimento emtoneladas por hectare

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

Os desafios dosexecutivos da áreaagrícola de unidades egrupossucroenergéticos sãoenormes. Elesprecisam driblar a falta de recursos por causade crises econômicas, adversidadesclimáticas, problemas causados porinfestação de doenças e pragas, entre outrosimprevistos.

Uma das funções desses profissionais éatuar como “guardiões” da produtividadeagrícola e, sempre que possível, criarcondições para a elevação do rendimento emtoneladas por hectare (TCH), o aumento daATR e a melhoria da eficiência operacional.

Entre os profissionais de destaque nessaárea, inclui-se Marcelo Stábile Ulian, gerentede planejamento agrícola da UAG – UsinaAçucareira Guaíra, de Guaíra, SP, que tem

batido recordes em produtividade e obtidouma performance agrícola bastante positiva.

Na safra 2013/14, por exemplo, essaunidade sucroenergética alcançou aprodutividade média de 103,5 TCH. Alémdisso, tem um elevado índice de performanceagrícola, a partir de um critério que consideraa combinação do resultado em tonelada porhectare, idade média do canavial e ATR.

“A nossa ideia é sempre trabalhar emcima da eficiência, buscando maiorlongevidade possível, extraindo de cada cicloo melhor resultado possível”, afirma Marcelo

Ulian. Com uma área de cana de 35 milhectares e uma moagem em torno de 2,9milhões a 3 milhões de toneladas, a Guaíratornou-se referência no setor por causatambém dos investimentos em tecnologia.

Mas, não é só isto. O canavial na Guaíraé muito bem cuidado – ressalta o gerente deplanejamento agrícola. “O controle de pragase de ervas daninhas é muito benfeito” –exemplifica.

O planejamento das atividades agrícolasé outro ponto forte dessa unidadesucroenergética. “Envolve tudo o que a gente

vai fazer, como a definição dos percentuaisde reforma; as variedades que precisamosexpandir; percentuais de precoce, média etardia; planejamento da colheita; uma sériede coisas que são fundamentais”, afirma.

Segundo ele, os resultados positivos dausina estão vinculados à boa capacitaçãotécnica da equipe. Além disso, a área agrícolatem uma interação muito grande com adiretoria. “Temos reuniões semanais. Assoluções dos problemas são muito rápidas,diferentes de outras empresas que demoram,em diversos casos, para resolver as coisas”,constata.

“É um desafio continuar a obter essesresultados. Agricultura é uma empresa combarracão a céu aberto. O fator climático pesabastante”, avalia.

Marcelo Ulian tem quase toda a suatrajetória profissional ligada à UAG. Em1987, teve a sua primeira passagem pelausina quando trabalhou no laboratório daindústria durante uma safra. No final de1991, retornou à Guaíra – onde está até hoje– como técnico agrícola, para atuar na áreade topografia.

Com o passar dos anos, tornou-seencarregado de planejamento e topografia.Formado em “Tecnologia em Logística”,Marcelo Ulian desenvolveu ainda atividadesrelacionadas ao meio ambiente. Em 2008,assumiu o cargo de gerente de planejamentoagrícola.

Executivos agrícolas driblam as adversidades com classe

Marcelo Stábile Ulian, gerente de planejamento agrícola da UAG

JC 247 7/23/2014 1:45 PM Page 40

Agosto 2014 TECNOLOGIA AGRÍCOLA 41

QUEM SÃO E O QUE PENSAM OS EXECUTIVOS DO SETOR!

Um dos segredosdo sucesso da UsinaGuaíra é a utilizaçãode diversas práticasdiferenciadas quecontribuem para oaumento da produtividade agrícola e aelevação da eficiência operacional.

A inovação tecnológica faz parte do dia adia dessa unidade sucroenergética. A UAGrealiza experimentos, por meio de parceriascom empresas e instituições, para a avaliaçãode novas variedades e tecnologias.Atualmente, estão sendo feitos testes, porexemplo, com o sistema de mudas pré-brotadas (MPB) e com adubo organomineral,informa o gerente de planejamento agrícola,Marcelo Ulian, que tem também a função decoordenar a execução das atividades nocampo.

Em 2009, essa unidade sucroenergéticaatingiu o índice de 100% de colheitamecanizada de cana crua – revela. Amecanização do corte foi iniciada, na UAG,em 2000.

A adoção de medidas nessa área estáassociada à preocupação da Guaíra com asustentabilidade e o meio ambiente – comenta– e também à visão da própria diretoria deque a palha traz muitos benefícios à lavoura.

Outro avanço é a mecanização de 100%do plantio, porque havia necessidade defechar o ciclo em relação à mão de obra, que

era utilizada anteriormente no corte e noplantio manual – conta Marcelo Ulian. Com amecanização da colheita, não seria maisviável usá-la apenas no plantio.

“Tínhamos anteriormente a questão dasfalhas. Ainda se trabalha bastante nisso. Mas,reduzimos esse problema. Agora o plantiomecanizado está quase tão bom como omanual”, diz. Segundo ele, a quantidade demudas é ainda um pouco alta em relação aosistema não mecanizado. A Guaíra utiliza de16 a 18 toneladas de cana por hectare.

A usina adota, sempre que possível, arotação com soja nas áreas de reforma,observa o gerente de planejamento agrícola. O

plantio de cana é feito diretamente napalhada da soja e da cana. E o da sojadiretamente na palha da cana. “Nósmexemos o mínimo possível no solo. Fazemosisto somente quando é preciso incorporarcalcário ou onde há compactação”, afirma.

O uso de piloto automático em 100% doplantio é outra prática diferenciada dessaunidade sucroenergética. A usina utiliza ataxa variável na aplicação de corretivos. ”Estatecnologia possibilita a racionalização dealguns insumos. Isto ocorre não apenas porcausa da economia. É uma questão desustentabilidade”, avalia.

Outra solução tecnológica de destaque,

utilizada pela Guaíra é o controle biológico depragas, como no caso da broca. “Este tipo decontrole é bastante eficiente. Mas, precisa serbem direcionado”, observa.

Não são todas as novidades que têmaceitação na UAG. No caso do espaçamentodo plantio, por exemplo, a usina utiliza oconvencional, de 1,50 metro. “Somosconservadores nessa questão. Temos algumasreservas em relação ao duplo alternado. Éalgo muito teórico ainda. Existe também anecessidade, nesse sistema, de mudar toda afrota de colhedora. Adotamos o convencionalem toda a área. Não temos nem testes comduplo alternado”, comenta Marcelo Ulian.

Desafio é transformar inovação tecnológica em eficiência operacional

Corte mecanizado em lavoura da Usina Guaíra

JC 247 7/23/2014 1:45 PM Page 41

Agosto 2014TECNOLOGIA AGRÍCOLA42

QUEM SÃO E O QUE PENSAM OS EXECUTIVOS DO SETOR!

Entre os momentos marcantesda trajetória profissional doengenheiro agrônomo Pedro JoséPontes Carnaúba, gerente agrícola daUsina Coruripe, de Coruripe, AL,destacam-se as suas atividadesrelacionadas à implantação de sistemas de irrigação nessaunidade sucroenergética.

Em março de 1988, ele iniciou a sua trajetóriaprofissional na usina alagoana – onde sempre trabalhou –como coordenador de irrigação. Naquela época, a Coruripecontava com 8 mil hectares irrigados. O uso desses sistemasfoi sendo ampliado e hoje são utilizados emaproximadamente 25 mil hectares.

“Implantamos novas tecnologias, formamos a equipenessa área que conta atualmente com 1.000 pessoas”,informa. Há 14 meses, Pedro Carnaúba assumiu o cargode gerente agrícola da empresa.

Engenheiro agrônomo formado pela UniversidadeFederal da Paraíba, ele tem curso de especialização emGestão Agrícola na Copersucar, fez MBA em GestãoInternacional de Negócios e em Gestão Estratégica doAgronegócio pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Para implantar a tecnologia de irrigação de maneiramais ampla na usina, houve a necessidade de ruptura comalguns paradigmas – revela. “Os níveis de adubação, asvariedades utilizadas antigamente até a implantação dairrigação deixaram de ser referência”, conta.

Segundo ele, tornou-se necessário o desenvolvimentode novos materiais e novas práticas junto a UniversidadeFederal de Alagoas (Ufal), Embrapa, Ridesa, CTC e outrasinstituições científicas e empresas. Alguns experimentosestão sendo feitos, com a finalidade de avaliar variedadesadequadas à realidade da região e às novas tecnologias.

“Começamos com um sistema muito poucotecnológico que era o de elevação do lençol freático, ou seja,a irrigação de baixo índice de eficiência nas várzeas.Depois, passamos para aspersão convencional. Emseguida, aspersão com pivô. E, por último, o gotejamentoque é o top da tecnologia”, detalha.

Com uma área de cana com cultivo próprio de 30 milhectares, a Usina Coruripe tem uma área irrigada de24.500 hectares. O sistema que predomina é o de aspersãocom carretel, que é utilizado em 19 mil hectares. “Mas, oque está mais se adequando à nossa realidade,proporcionando maior crescimento de produtividadeagrícola, é o de gotejamento”, afirma.

Apesar de ter um custo bem maior de implantação, ogotejamento apresenta um resultado bastante expressivo –ressalta. De acordo com ele, as áreas não irrigadas tiveram,no último ano, uma produtividade em torno de 50toneladas por hectare, enquanto as áreas irrigadas comgotejo estão acima de 100 TCH.

“É uma opção para a sustentabilidade do nossonegócio”, diz. Esse sistema é utilizado em 2.400 hectaresna Coruripe. E o pivô lateral é adotado em 3100 hectares.

Com a irrigação, está sendo possível manter aprodutividade acima de 70 TCH, mesmo com a seca dosúltimos anos. “Estávamos com uma produtividade de 82TCH, que baixou para 70 TCH. Mas, vamos subir napróxima safra para 75 TCH e no ciclo seguinte, 82 TCHnovamente. Queremos alcançar 85 TCH e ficar oscilandoentre 80 e 90 toneladas por hectare”, planeja.

A implantação da irrigação nos canaviais dessa usinaalagoana está sendo acompanhada pela introdução denovas tecnologias. “Além do desenvolvimento de novasvariedades, estamos utilizando o sistema mudas pré-brotadas (MPB) para o replantio em canaviais queapresentam falhas em decorrência, por exemplo, de umainfestação de broca”, observa. As mudas pré-brotadaspossibilitam também a redução do prazo para a utilizaçãode novas variedades – afirma.

A usina utiliza a adubação verde na cana de dezoitomeses, está iniciando a implantação da colheita mecanizada efaz experimentos com o equipamento Penta visando acanteirização – informa. “O grande momento, na minhatrajetória foi a implantação de todo o sistema de irrigação naCoruripe. E, agora, o desafio é manter a usina comlucratividade e com uma gestão agrícola sustentável”, enfatiza.

Sistemas de irrigação fazem parte da trajetória de Pedro Carnaúba

Pedro Carnaúba: é preciso romper paradigmas

JC 247 7/23/2014 1:45 PM Page 42

JC 247 7/23/2014 1:45 PM Page 43

Agosto 2014TECNOLOGIA AGRÍCOLA44

PATRÍCIA BARCI E WELLINGTON BERNARDES,

DE PIRACICABA, SP

Aconteceu nos dias 22 e 24 de julho oI Workshop Internacional sobre CadeiaSucroenergética, em Piracicaba, SP. Oevento, sediado no Anfiteatro daEngenharia da Esalq, foi resultado daparceria entre o Grupo Hugot —Bioenergia,da USP de Piracicaba, com a Universidadede Georgia e o Sugar Processing ResearchInstitute, dos Estados Unidos.

Foram abordados quatro temasdurante os painéis do workshop,considerados cruciais para a otimização daprodução sucroenergética: qualidade dematérias-primas: produção de energia;processos industriais; novas tecnologias eprocessos; e política, ambiente esustentabilidade.

As 23 palestras discorridas noanfiteatro da universidade acompanharamos temas centrais do evento e interligarama evolução tecnológica da cadeia produtivada cana-de-açúcar com as soluções paravencer os atuais gargalos produtivos epolíticos do setor nacional e internacional.

Para o professor da Esalq, FábioMarin, um dos participantes, é umaoportunidade de trocar experiências e umachance dos palestrantes internacionaisentenderem o que se passa com nossosetor. “Não existe outra maneira deentender o que se passa aqui no Brasil a

não ser estando aqui e sentindo na pele. Láde fora é muito difícil compreender comexatidão o que chamamos de crise. Alémdisso, é uma ótima maneira de trocarideias para desenvolvimento de novastecnologias”, disse.

O professor e pesquisador da Unespde Jaboticabal, SP, Marcos MarquesOmir, abordou no primeiro dia a questãoda qualidade da cana-de-açúcar com acolheita mecanizada. Para opesquisador, há diferenças sobre a visão

de qualidade entre produtor e cliente,sendo que o primeiro está preocupadocom o fornecimento de matéria-primaem adequação às exigências docomprador, e este, vincula à qualidade ovalor desta.

Workshop Internacional discute o atual cenário do setor

Público presente no workshop da Esalq

JC 247 7/23/2014 1:45 PM Page 44

Agosto 2014 TECNOLOGIA AGRÍCOLA 45

Marcos Marques Omir, relatou que oprocesso de colheita é crucial paramanutenção do produto obtido emcampo, e para isso é preciso atençãosobre este processo. “O operador dacolhedora deve ter consciência quequalquer erro nesta etapa acarretará emprejuízos para a geração dos produtossucroenergéticos”, explica. Marquesrelatou os principais erros cometidos na

colheita: uso de velocidade da colhedoraacima da qual esta fora projetada; faltade sistematização do canavial, que geraerros no processo de corte; edesligamento de sopradores de palha dascolhedoras. Tais práticas contribuempara incrementos de impurezas, quegeram redução produtiva dos produtos,inclusive da nova tecnologia, o etanolcelulósico.

Erros no processo de colheita acarretam prejuízos

Marcos Marques Omir, professor e pesquisador da Unesp de Jaboticabal

Fábio Marin, professor da Esalq

JC 247 7/23/2014 1:46 PM Page 45

Agosto 2014TECNOLOGIA AGRÍCOLA46

Aspersão convencionalainda predomina noNordeste, principalmenteem áreas agrícolas comdeclives elevados

WELLINGTON BERNARDES, DE MACEIÓ (AL)

O setor sucroenergético nordestinoenfrenta uma variável presente há anosna região, a falta de chuvas. O clima secoé responsável pela diminuição daprodutividade dos canaviais no Nordeste.A ferramenta mais eficaz para combatereste decréscimo é conhecida nos canaviaisnordestinos e sua aplicação está cada vezmais difundida.

A irrigação da cana-de-açúcar podesuprir as necessidades que as condiçõesclimáticas não atendem, é já estácomprovada em diferentes talhões. AUsina Coruripe, localizada na cidadehomônima, no Estado de Alagoas, jáaplica com sucesso o manejo da irrigação.

Oito fazendas realizam oabastecimento com cana própria, sendoque 81% de toda essa área é irrigada, sãoquase 21,2 mil hectares irrigados quepossibilitaram que a TCH – Tonelada decana por hectare, chegasse a média de73,88, aumento de 34% em relação a áreanão irrigada, que ficou em 55,06.

A também alagoana, Usina Caeté,sitiada no município de São Miguel dosCampos, irriga 80% de toda sua área,com TCH médio de 79,03, enquanto os20% de sequeiro apresentaram apenas47,4. Para o pesquisador da Ufal –Universidade Federal de Alagoas, IêdoTeodoro, a irrigação não pode atuarsozinha, sem o manejo do canavial e dafertilidade do solo não haverá resultadopositivo. “A manutenção ou até mesmo oaumento dos rendimentos dessescanaviais deve ser almejado através dereplantio e aprimoramento do manejo dairrigação no sentido de evitarentupimentos para melhorar auniformidade da distribuição da água edotação de rega”, explica.

A aplicação da vinhaça pode auxiliarneste processo, como explica AntônioCarlos Fonseca Pimentel, da usina Caeté.“A vinhaça auxilia o enraizamento emprofundidade, melhorando a oxigenaçãodo solo, o desenvolvimento radicular, omelhor aproveitamento da água pelasplantas e aumenta a eficiência defertilizantes”, afirma.

Para Carlos Henrique Farias,pesquisador da destilaria Miriri, sitiadaem Santa Rita, na Paraíba, irrigação efertilidade caminham juntos para ummanejo mais eficiente da cultura. “Airrigação da cana-de-açúcar no Nordestebrasileiro deve ser acompanhada de umplano de nutrição para a cultura”,explica. Para o pesquisador há fortecorrelação entre a lâmina de água

aplicada e a qualidade da cana-de-açúcar. Jânio de Souza, pesquisador na

UFCG — Universidade Federal deCampina Grande, que estudou aimportância da irrigação para odesenvolvimento da cultura, afirma quesem esta, a produtividade decrescerá. “Ouso da irrigação na cultura da cana-de-açúcar no Nordeste é essencial para ocrescimento, desenvolvimento e aumentode produtividade.

A aspersão convencional aindapredomina na região, principalmente emáreas agrícolas com declives elevados,devido à facilidade de manejo dessesistema com relação aos outros. Ossistemas de irrigação mecanizados comoos autopropelidos, pivô central, pivôrebocável e linhas laterais móveis sãomuito usados nos tabuleiros costeiros daregião e proporcionam grandes aumentosde produtividade”, explica.

SEQUEIROPara os canaviais localizados na

costa Leste do Nordeste, há tolerância deaté 30% da região que será cultivada sobo sistema de sequeiro, Iêdo Teodoro,explica que nestas regiões aprodutividade é menor. “É possível quealguns locais adotem o sistema de plantioem sequeiro para pequenas áreas,contudo, a irrigação tem papelfundamental para suplantar o déficithídrico regional”, observa.

A área não irrigada da Coruripe nasafra 2013/14 foi de aproximadamente3,9 mil hectares, com TCH de 49,29,enquanto a área irrigada exclusivamentecom pivô, apresentou ganhos emprodutividade de 63,9% em relação aárea de sequeiro.

Irrigação é inócua sem manejo do canavial e solo fértil

Região cultivada sob o sistema de sequeiro

Iêdo Teodoro, pesquisador da Ufal

PRECIPITAÇÃO NESTASAFRA PARA AS

USINAS EM ALAGOASDados referentes ao período

de janeiro a junho/2014

USINA TOTAL (MM)Cachoeira 1124.2Caeté 878.96Capricho 780.277Coruripe 601.15Marituba 631.66Porto Alegre 1024.62Porto Rico 667.305Paisa 898.7Serra Grande 818.7Seresta 664.9Sinimbu 801Santa Clotilde 1009.2Santa Maria 1215.69Santo Antônio 1171.5Sumaúma 992.8Terra Nova 885.75Utinga Leão 990.94Triunfo 671.2

FONTE: ProCana Brasil

JC 247 7/23/2014 1:49 PM Page 46

JC 247 7/23/2014 1:49 PM Page 47

Agosto 2014TECNOLOGIA AGRÍCOLA48

WELLINGTON BERNARDES, DA REDAÇÃO

As condições climáticas brasileiras sãograndes catalizadores para a multiplicaçãode pragas em canaviais do país. A culturada cana-de-açúcar, manejada com altatecnologia, pode criar o ambiente favorávelao desenvolvimento destes organismos,capazes de influenciar negativamente aprodutividade.

Segundo a Embrapa — EmpresaBrasileira de Pesquisa Agropecuária, emtodo o mundo, a ação de pestes na cana-de-açúcar contabiliza perdas de 20% ao ano.São mais de 80 pragas catalogadas para acultura, destas, seis são consideradasprincipais pela constante presença eelevados prejuízos.

A broca do colmo, Diatraeasaccharalis, é a praga mais letal à cultura.Em sua fase de lagarta, se alimenta docolmo da planta, criando galerias. Comoresultado do ataque, há diminuição dopeso, enraizamento aéreo e redução desacarose. Para uma produtividade de 80toneladas por hectare, as perdasocasionadas pela broca, para cada 1% deintensidade de infestação são de 616 quilosde cana, 28 quilos de açúcar e 16 litros deálcool, aproximadamente.

O controle biológico, com a vespaCotesia flavipes, para redução da populaçãode lagartas nos canaviais tem se mostradoeficiente. As formigas também são pragas

danosas, com atuação na parte aérea daplanta, o ataque destes insetos reduz a áreafolhear pela desfolha causada, diminuindo acapacidade fotossintética da planta.

Os cupins atuam de formageneralizada, causam danos aos toletes,colmos e rizomas, o controle destes insetosdeve ser feito com produtos químicos ourotação de culturas, sempre integrado como monitoramento de incidência. As pragas

de solo também causam grande perdas.Nematoides, como o Meloidogyne javanicapodem reduzir a produção de colmos ematé 43%, resultando em prejuízos próximosa 20% na cultura.

A cigarrinha-da-raiz, Mahanarvafimbriolata, também apresentou aumentode incidência no campo. Este inseto foibeneficiado com a colheita da cana crua,método que mantém a umidade do solo

alta, já que há deposição de biomassaneste, propiciando condições excelentespara a reprodução da cigarrinha.

O bicudo da cana-de-açúcar,Sphenophorus levis, é a praga mais recentenos canaviais. Semelhante aos bicudo doalgodoeiro, o inseto, que se desenvolve empedaços de cana fermentados no solo, já foiencontrado em mais de 40 municípios doEstado de São Paulo.

Ações de pestes na cana contabilizam perdas de 20% ao ano

Diatraea saccharalis, a broca: a praga mais letal à cana

JC 247 7/23/2014 1:49 PM Page 48

Agosto 2014 TECNOLOGIA AGRÍCOLA 49

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Os produtores estão preocupados comos prejuízos que o Sphenophorus levis,popularmente chamado de “bicudo dacana”, que inicialmente atacou os canaviaispaulistas e se espalhou por lavouras deoutras regiões.

Em Minas Gerais, há seis anos, a WDAgroindustrial, do Grupo Detoni, foiapresentada a larva, capaz de causarprejuízos da ordem de 30 toneladas de canapor hectare, além de reduzir a longevidadedo canavial.

Desde então, a usina, que produzaçúcar e etanol, trabalha no combate eprevenção da praga. Medidas de controlerecomendadas por pesquisadores e tambémalgumas soluções desenvolvidas por seuscolaboradores são alguns dos artifícios. “Ocontrole é realizado de duas formas: opreventivo em cana planta e o curativo emcana soca”, explica Jorge Carlos Detoni,diretor da WD.

No primeiro caso é feito o tratamentodiretamente nos toletes, que são inseridos emum recipiente apropriado, contendo caldacom água e inseticida. Depois de submersos,os toletes são encaminhados para asplantadoras.

No caso do tratamento curativo,realizado em cana soca, a planta recebeaplicação de inseticida com o cortador desoqueira. “Observamos sempre a questão

climática. Se está seco, usamos uminseticida. Com clima úmido, o produto éoutro”, esclarece Detoni.

O diretor da WD faz um alerta aosprodutores sobre a importância do trabalhopreventivo, já que depois de inserida a praga,os prejuízos causados são imediatos. “Asperdas nas áreas atacadas são significativas,afetando, até, 30% da produção a cada ano”.

Localizada em João Pinheiro (MG), aWD Agroindustrial iniciou sua trajetóriaproduzindo apenas etanol, incorporando afabricação de açúcar anos mais tarde.Atualmente, tem 100% de sua colheitamecanizada e conta com capacidade demoagem de 1,5 milhão de toneladas de cana,além de ser capaz de fabricar 40 milhões delitros de etanol e 150 mil toneladas deaçúcar.

Após dar sequência no trabalho, a WDAgroindustrial tem colhido os resultados.Jorge Carlos Detoni, diretor da usina, é quemexplica os detalhes. “Todos os recursos queutilizamos têm refletido diretamente nosnúmeros da produção. Já obtivemosaumento de produtividade”.

O representante da usina mineiralembra ainda que as condições, tanto desolo, como de clima, mudamconstantemente, e isso faz com que aspesquisas para o controle da doença nãoparem. “Mantemos vários experimentos decontrole desta praga junto a empresas dedefensivos, controle biológico e institutoscomo IAC e Embrapa”, afirma. Sphenophorus levis, o “bicudo da cana”, causa prejuízos em lavouras mineiras

O SETOR ESTÁ BICUDO

JC 247 7/23/2014 1:49 PM Page 49

Agosto 2014TECNOLOGIA AGRÍCOLA50

A complexidade no combate aoSphenophorus levis fez com que o GrupoFitotécnico reservasse uma de suas reuniõespara tratar do assunto em encontro realizado noprimeiro semestre. “Escolhemos debater obicudo da cana pois é a principal praga noEstado de São Paulo e já migrou para outrasregiões. É preciso tirar as dúvidas dosagricultores, compartilhar experiências eestratégias para combatê-lo”, disse MarcosLandell, pesquisador do IAC e coordenador doGrupo.

A preocupação se dá pela necessidade deaumento na produção. A cada safra, as usinasse veem obrigadas a produzir mais com menos,tornando cada etapa do processo fundamental.Landell explica que com os atuais métodos detrabalho é possível render mais no campo.“Temos meios de gerar saltos importantes naprodutividade do Centro-Sul.”.

Por fim, Landell lembra que um controleefetivo de pragas, utilização de métodos deagricultura de precisão, nutrição, novasvariedades, qualidade de mudas, entre outros,podem trazer resultados significativos. “Claroque todos estes itens precisam estar alinhadoscom um bom planejamento. Juntos, podem,num futuro próximo, resultar em um saltoimportante de produtividade”, explicou. (AR)

Controle efetivo traz aumento de produtividade

Marcos Landell, pesquisador do IAC

DISPERSÃO ATRAVÉS DAS MUDAS

� As larvas do Sphenophorus levis (Bicudo dacana) alimentam-se do rizoma da planta,provocando a morte dos perfilhos,comprometendo o vigor e brotação da soqueira

� Provocam drástica queda de produtividade,podendo em caso de grandes infestações,reduzir uma cana planta em apenas doiscortes

� Os seguidos ataques nas áreas de soqueirasgeram perdas cumulativas nos cortes,obrigando a reformas precoces do canavial

� Com restrita capacidade de voo, o bicudoda cana é dispersado através das mudasretiradas de local infestado e levado a novostalhões

FONTE: ProCana Brasil

JC 247 7/23/2014 1:49 PM Page 50

JC 247 7/23/2014 1:49 PM Page 51

Agosto 2014TECNOLOGIA AGRICOLA52

WELLINGTON BERNARDES, DE MACEIÓ (AL)

Para que haja sucesso de uma planta emcampo, não basta o suprimento de suasnecessidades fisiológicas, como irrigação efertilidade do solo. O êxito do material vegetal emum ambiente depende de seu DNA. Sabendo destacondição, usinas e produtores de cana-de-açúcarrealizam constantes testes com diferentes variedadespara identificar as mais adaptadas às condiçõeslocais.

Na região Nordeste, que produziu 49,5 milhõesde toneladas de cana na safra passada, as usinasinvestem em pesquisas sobre variedades parareforçar seus canaviais contra intempériesclimáticas. A Usina Santo Antônio, em São Luiz do

Quitunde, (AL), trabalha em parceria com a Ridesa— Rede Interuniversitária para o Desenvolvimentodo Setor Sucroenergético, há mais de dez safras.

O resultado desta parceria é o sucesso davariedade RB 951541, que começou na safra2004/05 com 121 hectares plantados. Hoje, aexpectativa da usina é plantar aproximadamentecinco mil hectares do material na safra 2014/15. Atambém alagoana Usina Coruripe, localizada nomunicípio que dá nome à unidade, plantou 18variedades em seus canaviais na safra 2013/14.

A empresa obteve aproximadamente 42,36%da variedade RB 92579, que representou 840,8 miltoneladas de cana, plantados em 13 mil hectares,que representa quase a metade dos canaviais daempresa, 44,27%. Para 2014/15 a intenção deplantio é reduzir a mesma.

Novas variedades ganham

espaço no Nordeste

PRINCIPAIS VARIEDADES UTILIZADAS

USINA CORURIPEVariedades . . . . . .Área Colhida (ha) . . .TCH . . . . . . .ATR

(Kg)RB92579 . . . . . . .11014.68 . . . . . . . . . .76.33 . . . . . .135.72RB93509 . . . . . . .5804.22 . . . . . . . . . . .67.26 . . . . . .137.92RB867515 . . . . . .3835.87 . . . . . . . . . . .58.85 . . . . . .132.59SP791011 . . . . . .1490.19 . . . . . . . . . . .48.19 . . . . . .131.39RB845210 . . . . . .763.69 . . . . . . . . . . . .59.75 . . . . . .140.2

CAETÉVariedades . . . . . .Área Colhida (ha) . . .TCH . . . . . . .ATRRB92579 . . . . . . .2236 . . . . . . . . . . . . . .65.4 . . . . . . .127.83SP81-3250 . . . . .2018 . . . . . . . . . . . . . .62.76 . . . . . .121.6SP92-1631 . . . . . .1815 . . . . . . . . . . . . . .70.31 . . . . . .129.51VAT90-212 . . . . . .1779 . . . . . . . . . . . . . .86.3 . . . . . . .130.68

DESEMPENHO DA RB 951541

10 safras na Usina Santo Antônio

SAFRA . . . . . . . . .Área (ha) . . . . . . . . . .TCH . . . . . . .ATR04/05 . . . . . . . . . .121 . . . . . . . . . . . . . . .94 . . . . . . . . .128.3405/06 . . . . . . . . . .158 . . . . . . . . . . . . . . .86 . . . . . . . . .144.5906/07 . . . . . . . . . .191 . . . . . . . . . . . . . . .100 . . . . . . .135.9707/08 . . . . . . . . . . .201 . . . . . . . . . . . . . . .101 . . . . . . .138.8508/09 . . . . . . . . . .300 . . . . . . . . . . . . . . .86 . . . . . . . . .139.5709/10 . . . . . . . . . .770 . . . . . . . . . . . . . . .85 . . . . . . . . .132.6710/11 . . . . . . . . . .1181 . . . . . . . . . . . . . .97 . . . . . . . . .127.2111/12 . . . . . . . . . .1655 . . . . . . . . . . . . . .91 . . . . . . . . .129.4612/13 . . . . . . . . . .2003 . . . . . . . . . . . . . .75 . . . . . . . . .134.0713/14 . . . . . . . . . .3450 . . . . . . . . . . . . . .83 . . . . . . . . .121.04FONTE: ProCana Brasil

Variedade RB 951541 se destaca dentre as novas cultivares nordestinas

JC 247 7/23/2014 1:49 PM Page 52

Agosto 2014 TECNOLOGIA AGRICOLA 53

PLANTAS PROMISSORAS Variedades testadas em unidades nordestinas

Variedades TCH ATR TATR_HA TipoRB01494 112 139.41 15.61 Irrigado precoceRB01640 159 142.21 22.61 Irrigado tardioRB03611 152 154.68 23.51 Irrigado hiper precoceRB05638 153 156.2 23.89 Irrigado TardioRB05642 160 159.64 25.54 Irrigado TardioRB05643 152 155.42 23.62 Irrigado TardioRB05876 144 150.37 21.65 Irrigado TardioRB06404 104 124.53 12.95 Irrigado TardioRB07312 101 140.57 14.19 Irrigado Tardio

Alagoas plantou doze

variedades diferentes

Antônio José Rosário de Souza, pesquisador da Ufal

As variedades RB 93509 eRB951541 ganharão mais espaço,representando 26,43% e 16,19%,respectivamente. Primeira unidade dogrupo Carlos Lyra, a Usina Coruripe,localizada no município de São Migueldos Campos, em Alagoas, plantou emsuas fazendas doze variedades diferentes,porém a distribuição foi mais homogêneapara os materiais mais produtivos naregião. A RB 92579 foi plantada em23,29% da área, enquanto a SP81-3250teve 14,32%.

O professor Antônio José Rosário deSouza, pesquisador da redeinteruniversitária na Ufal — Universidade

Federal de Alagoas, observa que as usinasnordestinas e produtores não esperammais a liberação do material para iniciarsua utilização. “Elas estão testando mais,arriscando em áreas maiores paraconseguir resultados mais expressivos.Isso traz segurança inclusive paraprodutores próximos, que acompanhamos resultados do vizinho e passam a testardentro de suas porteiras”, explica.

Durante a 11ª Fersucro, em Maceió,a rede interuniversitária apresentou noveclones promissores para a regiãoNordeste, todos testados em usinas, emambiente irrigado e todos tiveram TCHsuperior a 100 e ATR superior a 124.

JC 247 7/23/2014 1:49 PM Page 53

Agosto 2014TECNOLOGIA AGRICOLA54

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

Muita coisa tem mudado nas lavourasde cana-de-açúcar nos últimos anos. Anecessidade de conciliar otimização derecursos e elevação da produtividadetornou obrigatória a busca por novaspráticas e tecnologias. Para atenderdemandas e desafios gerados por estecenário, as pesquisas desenvolvidas pelasáreas de melhoramento genético deempresas e instituições públicas têmdisponibilizado materiais que estãoagregando valor às plantações de cana.

As novas variedades apresentamcaracterísticas que proporcionam ganhosimportantes para as unidadessucroenergéticas, como resistência àsdoenças e pragas, adaptação àmecanização, alta produtividade no mesmoespaço já plantado e tolerância ao estressehídrico, exemplifica Marcos VirgílioCasagrande, gerente de desenvolvimentode produtos do CTC – Centro deTecnologia Canavieira. “Além disso,atualmente temos a ferramenta dabiotecnologia que pretende trazer saltos deprodutividade que irão atender àsdemandas do setor”, comenta.

A expansão da fronteira agrícola dacana-de-açúcar é outro componenteimportante da nova realidade da atividade

sucroenergética no país, que tem ampliadoa demanda por soluções e inovações noprocesso de produção. O CTC lançourecentemente sua primeira série devariedades regionais, ou seja, desenvolvidasespecificamente para um tipo de solo eclima, informa Marcos Casagrande.

A série 9000 – que inclui as variedades

CTC9001, CTC9002 e CTC9003 – possuicaracterísticas necessárias para um bomdesempenho no cerrado brasileiro. Deacordo com testes já realizados, essasvariedades, se bem manejadas, chegam aatingir até 29% a mais de produtividade,afirma o gerente de desenvolvimento deprodutos. “Atualmente, o CTC está

trabalhando em alguns projetos com focotanto em melhoramento genéticoconvencional, como no uso da biotecnologiae em breve teremos novidades”, observa.

Mas, para que seja possível a obtençãode resultados satisfatórios, é necessário umposicionamento de variedades conforme osambientes edafoclimáticos, que sãoconsiderados um dos três pilares vitais paraobtenção de produtividade, segundo oexecutivo do Centro de TecnologiaCanavieira. Os outros dois são: boasvariedades e manejo adequado da cultura.

O conceito de ambiente de produçãoestá diretamente associado atualmente àalocação correta de variedades nas áreas decana. Para auxiliar o produtor nessaatividade, o CTC criou os ambientes deprodução edafoclimático (solo + clima). Sãocinco categorias de solo, de A a E, sendo acategoria A composta pelos melhores solos ea E pelos piores. Quanto ao clima, sãotambém cinco categorias de I a V, sendo acategoria I a mais propícia para odesenvolvimento da cana-de-açúcar e a V amenos favorável – explica MarcosCasagrande.

“Ao cruzarmos os dois grupos, temos25 possibilidades edafoclimáticas, da maisfavorável A I até a mais restritiva E V. Estamatriz também é fundamental para darsuporte ao programa de produção regionalde variedades CTC”, afirma.

Existem diversos fatores que devemser levados em conta no manejo da culturapara que as novas variedades de cana-de-açúcar tenham um desempenho de acordocom o seu potencial genético e produtivo.

Segundo o gerente dedesenvolvimento de produtos do CTC, épreciso conhecer profundamente ascaracterísticas de solo e clima dos locais deplantio, respeitar a “bula” derecomendação técnica das variedades,utilizar mudas de qualidade comprovada.

Há ainda outros procedimentos quedevem ser observados, como conduzir ocanavial de maneira eficiente –controlando ervas daninhas e pragas –,realizar a colheita com equipamentoadequado e mão de obra especializada,detalha.

“É necessário lembrar que aprodutividade depende do alinhamento detecnologias, as quais devem estar emharmonia com o ambiente e com asplantas”, comenta. (RA)

RESULTADOS POSITIVOS DEPENDEM DE MANEJO ADEQUADO

Novas variedades proporcionam ganhos significativos

Material desenvolvido para o cerrado proporciona até 29% a mais de produtividade

Marcos Virgílio Casagrande, gerente de desenvolvimento de produtos do CTC

JC 247 7/23/2014 1:49 PM Page 54

JC 247 7/23/2014 1:49 PM Page 55

Agosto 2014TECNOLOGIA AGRICOLA56

O cuidado especial com a nutrição éoutro fator importante para que a cana-de-açúcar se desenvolva e expresse todo opotencial produtivo, afirma MaristelaChimello, gerente de agroindústria daMosaic Fertilizantes. “As plantas precisamdos nutrientes em volume e em formabalanceada”, enfatiza.

Segundo ela, a adubação correta develevar em consideração a necessidade dacana-de-açúcar em função da produtividadedesejada e a quantidade de nutrientespresentes no sistema. Essas informaçõespodem ser obtidas por meio da coleta eanálise do solo.

Aspectos como análise foliar, histórico epotencial da lavoura instalada tambémcolaboram na definição do manejo daadubação –observa. “A produtividade élimitada pelo nutriente presente em menorquantidade em relação à necessidade da

planta, o que na agronomia chamamos deLei dos Mínimos”, comenta.

Com um suprimento adequado denutrientes no plantio do canavial, é possívelestabelecer, desde o início, uma lavoura dealta produtividade – diz. “Um bom exemplodisso é a larga disponibilização de fósforo (P)no solo, que pode induzir a um maiorcrescimento inicial, tanto em perfilhamentoscomo em diâmetro de colmo”, diz.

Maristela Chimello enfatiza que a boareposição dos nutrientes na cana, além demanter o rendimento em toneladas porhectare em níveis maiores, também ajuda aelevar a longevidade do canavial e amelhorar os índices de ATR e POL. Emdiversas situações, no entanto, a adubaçãocorreta não é adotada – constata –,adicionando-se à cultura apenas nitrogênio(N) e potássio (K), o que reduz muito adisponibilidade de nutrientes no sistema.

De acordo com ela, pesquisasacadêmicas e alguns consultores têmrecomendado cuidados especiais nareposição de nutrientes, o que inclui aaplicação de cálcio (Ca) e magnésio (Mg) viacalagem, e de nitrogênio (N), fósforo (P),potássio (K), enxofre (S) e micronutrientesvia fertilizantes. No caso da cana-de-açúcar,zinco, boro, cobre, magnésio e molibdêniosão os micronutrientes mais frequentementerepostos – informa.

O sucesso da adubação dependetambém da eficiência da fonte defertilizantes. Existem diversos produtos dequalidade disponíveis no mercado. AMosaic, por exemplo, dispõe de umacompleta linha de fertilizantes. A gerente deagroindústria afirma que entre as soluçõesda empresa para cana-de-açúcar, as quemais se destacam são as linhas de produtosMicroEssentials, ATR+ e K-Mag. (RA)

As características positivas das novasvariedades podem “cair por terra”, casonão seja observado, por exemplo, umfundamento da produção agrícola decana-de-açúcar que é considerado básico,apesar de não ser seguido em diversassituações: a utilização de mudas sadias,cultivadas de maneira adequada.

Com esta preocupação, algumasempresas e instituições têm desenvolvidotrabalhos diferenciados nessa área. ABasf é uma delas. Lançou em junho doano passado o AgMusa, um sistema dealta tecnologia para a produção de mudassadias de cana-de-açúcar a partir deviveiros básicos formados com variedadesnobres e mais produtivas, que sãoatualmente fornecidas pelo CTC, IAC eRidesa.

Esse projeto, que começou a serdesenvolvido em 2010, criou condiçõespara a construção de um processo deprodução de mudas pré-germinadas emlarga escala para atender a demanda domercado, afirma Cássio Teixeira, gerentede marketing do AgMusa.

A técnica utilizada para apropagação industrial das mudas ésimples, mas possui parâmetrosoperacionais rigorosos – observa.“Partindo de material (cana adulta)sabidamente sadio de um provedor devariedade ocorre a extração das gemas naunidade industrial da Basf”, diz.

Em seguida, é feito um tratamentodessas gemas com um “pacote” deagroquímicos da empresa. “A germinaçãoocorre em um ambiente controlado”,informa.

O processo produtivo integrado doAgMusa, desde a origem da matéria-prima até a entrega do viveiro plantado,conta com práticas adequadas de manejoque garantem a identidade genética,rastreabilidade e sanidade das mudas.

“Não há mistura varietal. Essa cananão possui doenças sistêmicas, comoraquitismo e escaldadura. Isso faz toda a

diferença para que produtores e usinastenham um canavial de alta expressãoprodutiva”, ressalta.

Com sessenta dias de vida nomínimo, as mudas são transplantadas,nos viveiros das usinas, com raízesformadas e geralmente com três pares defolhas.

O sistema proporciona um aumentode produtividade de até 40% de gemasviáveis em relação aos sistemasconvencionais de produção de mudas,conforme apontam levantamentosiniciais. Em consequência disto, a áreapara formação de mudas torna-se menor.

A Basf pode oferecer soluçãocompleta para a usina e o produtor.“Neste caso, o viveiro é entregueplantado, tratado, protegido e comgarantia de qualidade”, afirma. CássioTeixeira. Mas, o modelo de negócio pode

ser customizado de acordo com ointeresse e a necessidade do cliente.

Outro diferencial desse sistema é asimplicidade do plantio – destaca ogerente de marketing. A Basf desenvolveuinclusive uma plantadora específica parao AgMusa

O processo produtivo desse sistemaacelera a disponibilidade de novasvariedades para as unidadessucroenergéticas, o que possibilita aantecipação da rentabilidadeproporcionada pelos novos materiais –comenta.

No método convencional demultiplicação e formação de viveiros, amultiplicação de uma nova variedadedemora aproximadamente seis anos antesdo uso comercial. Com o AgMusa, oprocesso pode ser reduzido para três anos– compara. (RA)

Adubação correta contribui para cana expressar o seu potencial

Maristela Chimello

Cássio Teixeira

Muda sadia é essencial para o processo de produção agrícola

Sistema garante identidade genética, rastreabilidade e sanidade, aumentando quantidade de gemas viáveis

JC 247 7/23/2014 1:49 PM Page 56

Agosto 2014 EVENTOS 57

BestBIO 2014 amplia período de inscrições Usinas terão até 29 deagosto para inscreveremcases; evento encerraráFórum ProCana 2014 -Usinas de Alta Performance

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

As usinas terão até dia 29 de agostopara inscreverem seus cases no PrêmioBestBIO deste ano. O evento, quereconhece as melhores empresas eprofissionais da bioeconomia brasileira,está repleto de novidades em 2014. Eleserá o evento social de encerramento doFórum ProCana 2014 - Usinas de AltaPerformance e acontecerá em RibeirãoPreto, SP, no dia 18 de setembro. Asinscrições devem ser feitas através do site:www.bestbio.com.br/cases.

O BestBIO 2014 irá destacar os cases eprofissionais do país nas áreas debiocombustíveis, bioenergia,bioeletricidade, biotecnologia eresponsabilidade ambiental e empresarial.“As usinas e empresas relacionadas aosegmento devem participar para mostrarsua força, ressaltar os investimentos e atecnologia empregada”, diz Josias Messias,presidente da ProCana Brasil empresapromotora do evento.

Em 2013, William Lee Burnquist,gerente de Desenvolvimento Estratégico ecoordenador de Biotecnologia do CTC –Centro de Tecnologia Canavieira, foipremiado com o troféu “Man Of The Year– Biotecnologia” e falou sobre os benefíciosno melhor aproveitamento da bioenergia.“Estamos vendo os desafios que o setor temenfrentado para aumentar suaprodutividade. Acredito que abiotecnologia possa ser uma ferramentamuito importante neste processo”,explicou.

O BestBIO conta com o apoio dasprincipais entidades da área, como a Unica— União da Indústria de Cana-de-açúcar,Apla — Arranjo Produtivo Local do Álcool,Anace — Associação Nacional dosConsumidores de Energia, Cogen —Associação da Indústria de Cogeração deEnergia, CBCN — Centro Brasileiro paraConservação da Natureza eDesenvolvimento Sustentável, Renabio —Rede Nacional de Biomassa para Energia,Sindustrial Engenharia e SBAG —Sociedade Brasileira de Agrosilvicultura.

SOBRE O FÓRUM O Fórum ProCana 2014 - Usinas de

Alta Performance é um evento com oobjetivo de apresentar aos empresários eexecutivos do setor, casos de resultadoscomprovados no incremento darentabilidade e da competitividade dasusinas.

O programa do Fórum, que serárealizado no mesmo dia e local do PrêmioBestBIO Brasil 2014, inclui temas comoModelos de negócios sustentáveis,compatíveis com a diversidade dedesafios e a alta volatilidade do mercadosucroenergético; Alternativas inovadorasna reestruturação & capitalização dasempresas; Metodologias consagradas naredução de custos e melhorias deeficiência nos processos; e Tecnologias emestágio comercial que permitem alcançarpleno potencial agroindustrial da cana-de-açúcar. O evento conta com o patrocínioda Ami Brasil e apoio da SindustrialEngenharia.

SERVIÇO

Prêmio BestBIO Brasil 2014 e FórumProCana 2014 - Usinas de AltaPerformance

Data: 18/9/2014Local: Ribeirão Preto (SP)www.bestbio.com.br/casesMais informações: fone 16 3512.4300

[email protected]

Willian Burnquist, um dos laureados do BestBIO 2013

JC 247 7/23/2014 1:49 PM Page 57

Agosto 2014TECNOLOGIA INDUSTRIAL58

Fersucro promove diálogo entre produtores nordestinosWELLINGTON BERNARDES, DE MACEIÓ (AL)

Considerado o maior evento do setorsucroenergético para as regiões Norte eNordeste, a 11ª Fersucro, aconteceu nosdias 9 e 11 de junho, no Centro deConvenções, em Maceió (AL). A feira levoupara os mais de dois mil visitantes,aproximadamente 30 exposiçõestecnológicas ligadas à cadeia produtiva doaçúcar e etanol.

Paralelamente ocorreu o XXXISimpósio da Agroindústria da Cana-de-açúcar de Alagoas, que reuniu mais de 700participantes para acompanhar as 43palestras, sobre temas ligados às áreasagrícola, industrial e administrativa. Para oorganizador da feira e presidente da STABLeste, Cândido Carnaúba Mota, a feira éuma ferramenta que fortalece o diálogoentre os envolvidos no setor sucroenergéticono Estado de Alagoas e região. “Um eventodeste nível, que promove o debate científicoe congrega expositores com portfóliotecnológico de última geração, possibilita aarticulação e a capacitação dos agentes dosetor sucroenergético”, explicou.

Para Cândido, ainda com todos osentraves que o setor enfrenta é importanteque haja eventos como este para estimular epreparar todos os envolvidos, e garante queo retorno dos participantes é o maiorestímulo para continuidade do evento.“Mesmo com as dificuldades que o setor

passa, ouvi agradecimentos de váriosparticipantes, que ressaltaram aimportância da feira para demostrar queacreditamos no setor e em nosso Estado”,conclui.

Para Jorge Sandes Torres, membro daequipe técnica do Sindaçúcar Alagoas, afeira cumpre o papel de apresentar novastecnologias e permite que se crie um espaçopara que haja o acesso a tais ferramentas.“A Fersucro existe como uma oportunidadede mostrar o que tem de mais moderno nosetor sucroenergético; os debates queacontecem nas inúmeras palestras surgem

como instrumentos para discutir o acesso atais tecnologias”, explicou.

A Fersucro deste ano contou a palestrainaugural do presidente da Abag, LuizCarlos Corrêa de Carvalho, que comentou oatual cenário sucroenergético nacional emundial. “O momento é bom, porémestamos morrendo na praia. A demandapelos produtos do setor é crescente, mas hádificuldades para geração desta oferta.Como faremos, até 2045, para gerar asnovas 44 milhões de toneladas de açúcarnecessárias para atender a demandamundial?”, indagou ao público presente.

Debates na área agrícola abordaram omanejo da irrigação em canaviais, uso denovas variedades e o comportamento dassafras no Nordeste. A sala administrativareuniu as discussões sobre a melhor gestãode usinas, como reduzir os acidentes noambiente de trabalho e maneiras de incluirprofissionais portadores de deficiências. Aparte industrial do simpósio contou com aapresentação de tecnologias e soluçõespara as etapas de produção do açúcar eetanol, como a exposição de técnicas paraa redução de custos e aumento daeficiência.

Participantes nos corredores da Fersucro

JC 247 7/23/2014 1:49 PM Page 58

JC 247 7/23/2014 1:49 PM Page 59

Agosto 2014TECNOLOGIA INDUSTRIAL60

Estande da Alcolina Estande da Artnor Estande da Gasil

Marcos Fontanetti e Thiago Falcão, da Raesa Estande da John Deere Estande da Valtra

Equipe da Volvo Marcos Germek, da Germek Equipe da TGM

WELLINGTON BERNARDES, DE MACEIÓ (AL)

Uma das principais feiras do setorsucroenergético do Norte/Nordeste, a 11ª ediçãoda Fersucro aconteceu de 9 a 11 de julho noCentro de Convenções de Maceió. Durante os trêsdias empresas expuseram seus produtos,oferecendo serviços e contribuindo para ageração de negócios. Para o presidente da STABLeste, o engenheiro agrônomo Cândido CarnaúbaMota, com onze anos de existência no setor, afeira é um evento consolidado nacionalmente e éhoje uma das maiores oportunidades que o setorpossui para a geração de grandes negócios.“Quem investe na feira sabe que o retorno égarantido. Participar é ter a certeza de quegrandes negócios serão feitos”, garanteCarnaúba. Em um espaço amplo, moderno eclimatizado os visitantes puderam conferir aapresentação e desenvolvimento de novastecnologias do setor, além da exposição deequipamentos, serviços e produtos. Confira osmelhores momentos:

O SETOR MARCA

PRESENÇA NO

NORDESTE

Cândido Carnaúba Mota, presidente da STAB Leste

JC 247 7/23/2014 1:49 PM Page 60

Agosto 2014 TECNOLOGIA INDUSTRIAL 61

Método cria condiçõespara que antibiótico seja usado na dose certa, para controle da contaminaçãobacteriana

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

Alta performance nas diferentesetapas do processo de produçãoagroindustrial tem sido o grande trunfo deunidades sucroenergéticas, visando aeliminação ou a redução dos efeitos“perversos” da crise. Na fermentaçãoetanólica, o foco não é diferente. A meta éafastar qualquer ameaça, em qualquerponto, que possa contribuir para o baixorendimento.

Medidas preventivas e corretivasadequadas e, principalmente, odiagnóstico preciso são, neste caso, aliadosimportantes para combater e controlar acontaminação bacteriana que pode serresponsável pela redução de até 30% daprodução de etanol.

Uma dorna com um milhão de litros aserem fermentados consegue umaprodução de 10% de etanol, ou seja, 100mil litros, caso sejam observadas umarelação de 108UFC/ml de leveduras por106UFC/ml de bactérias – exemplifica obiomédico Mário César Souza e Silva,diretor da MC Desinfecção Industrial, deRibeirão Preto, SP.

Se houver um aumento dacontaminação, com uma constatação de108UFC/ml de leveduras por 107UFC/mlde bactérias, o rendimento fermentativopode cair, no entanto, para 7% a 8%. Aredução de três pontos percentuaisequivale, nesse mesmo exemplo, à perdade 30 mil litros, ou seja, 30% por dornafermentada.

Esse processo – que tem a duração dedez a doze horas – ocorre duas vezes pordia. No final da safra, caso nada seja feito,o prejuízo se torna enorme, calcula MárioCésar.

A necessidade de estancar aquantidade de etanol que sai pelo “ralo”da destilaria devido à competição dasbactérias com as leveduras pela sacaroseexige uma intervenção ágil e segura quepossa reverter esse processo. Pensandonisto, a MC Desinfecção Industrial lançouo Kit MC de Diagnóstico Rápido, que é ummétodo cromogênico utilizado paraquantificar a contaminação bacteriana decaldos do processo fermentativo, incluindomosto, fermento (cuba tratada e nãotratada) e dorna de fermentação.

Com o uso do kit, o tempo para

diagnosticar o nível de contaminaçãobacteriana do processo fermentativo é de30 a 60 minutos – enfatiza o diretor daMC. Além de possibilitar uma ação rápida,essa tecnologia cria condições para que oproduto – antibiótico ou antimicrobiano –seja utilizado na dosagem certa, semabuso.

O kit possui metodologia patenteadaque utiliza plaqueamentos prévios porPetrifilm, com uma série de diluiçõescorrigidas, explica Mário César, que é oidealizador dessa tecnologia, testada emmais de 50 usinas durante quatro anos depesquisa.

“Fiz mais de 14 mil plaqueamentos aolongo desse período para ter uma estatísticade confiabilidade do resultado”, ressalta.

Lançado no final de 2012, o kit tem

gerado ganhos significativos. “A utilizaçãodessa metodologia possibilitou umaumento de 1,5% durante a safra 2013/14na produção de etanol de uma unidade deMinas Gerais, o que equivale a algo entreoito a nove milhões de reais”, afirma.

Há também benefícios ambientaisrelevantes. O diagnóstico preciso damicrobiota bacteriana contaminante evitaa utilização de antibiótico de formaindiscriminada, como ocorre em diversasunidades sucroenergéticas, constata MárioCésar, que é microbiologista especializadoem desinfecção industrial. O uso de grandequantidade do produto – alerta – criacondições para o surgimento daschamadas bactérias multirresistentes, quesão consideradas um sério problema desaúde pública.

Diagnóstico rápido é fundamental para o sucesso da fermentação

Kit MC de Diagnóstico Rápido

JC 247 7/23/2014 1:49 PM Page 61

O diagnóstico eficiente e ágilda contaminação bacteriana é umrecurso estratégico para aobtenção de resultados positivosna fermentação. A altaperformance nesta etapa doprocesso de produção de etanolnão está associada apenas aorendimento elevado. Dependetambém de muita mudança,inovação tecnológica, capacitaçãode pessoal, educação continuada,afirma Mário César Souza e Silva,que atuou como professoruniversitário das disciplinas demicrobiologia e imunologia de1984 a 2005.

O diretor da MC DesinfecçãoIndustrial lembra que apreocupação com o desempenhoda fermentação deve começarcom os cuidados adotados para apreservação da qualidade damatéria-prima transportada do campo para a indústria. “Aimpureza que está sendo carreada para a indústria é moídajunto com a cana. Aumenta sensivelmente a possibilidadede contaminação”, observa.

Diversas bactérias são provenientes do campo, diz omicrobiologista. “O corte mecanizado pica a cana empedaços. Cada ápice desse pedaço tem sacarose emexposição. Sacarose é alimento para bactéria. Por isso, acana tem que chegar na usina o mais rápido possível”,

constata.Segundo ele, as unidades sucroenergéticas precisam

adotar medidas preventivas para assegurar a qualidade dafermentação. Uma delas deveria ser a utilização de águatratada na diluição do mel secundário proveniente dafábrica de açúcar, o que não é uma prática utilizada pelasusinas. “Essa água bruta está fornecendo bactéria para oprocesso, aumentando ainda mais a competitividade com asleveduras padrões”, avalia. (RA)

Alta performance depende de

inovação e capacitação de pessoas

Agosto 2014TECNOLOGIA INDUSTRIAL62

Mário César Souza e Silva, diretor da MC Desinfecção Industrial

Programa verifica resultadosgerados no laboratório

É necessário também rastrear a matéria-prima emdiversos pontos do processo de produção, para que seobtenha um diagnóstico mais preciso e um controle maisespecifico, destaca Mário César. Além de disponibilizar oKit de Diagnóstico Rápido, a MC tem inclusive váriassoluções voltadas à melhoria do rendimento dafermentação etanólica.

Essa empresa de Ribeirão Preto montou, por exemplo,um programa de gerenciamento estatístico por regressãolinear, ou seja, um estudo mais aprofundado de estatísticaque possibilita a checagem de valores do PCTS ¬–Pagamento de Cana por Teor de Sacarose – até afermentação.

Os gráficos, disponibilizados pelo programa, criamcondições para o estudo das curvas de possibilidade e deconfiabilidade – explica – que permitem verificar se osresultados gerados nos laboratórios são reais. “É outranovidade”, enfatiza. (RA)

Kit proporciona diagnóstico mais preciso

JC 247 7/23/2014 1:50 PM Page 62

JC 247 7/23/2014 1:50 PM Page 63

Agosto 2014TECNOLOGIA INDUSTRIAL64

A adoção de medidas preventivas éconsiderada estratégica para o controle dacontaminação bacteriana no processo defermentação. A Denusa – Destilaria NovaUnião –, de Jandaia, GO, por exemplo, tema preocupação de reduzir a quantidade deimpurezas minerais e vegetais,transportadas do campo para a indústriajunto com a matéria-prima. “Índice elevadocontribui para o aumento dacontaminação”, observa a química NeusaMaria Aoki, gerente de produção industrialda unidade.

Para diminuir o volume de impurezas,a Denusa implantou, entre outras medidas,a remuneração variável (RV) quepossibilita a obtenção de ganhos adicionaisconforme o cumprimento de determinadasmetas. Essa prática tem dado certo. Aunidade obtém resultados consideradospositivos em relação à média do setorsucroenergético: transporta nove quilos deimpureza mineral por tonelada de cana ede 10% a 11% de vegetal por tonelada dematéria-prima – informa Neusa Aoki.

A colheita mecânica de cana crua temexigido atenção especial em relação àquantidade de impurezas. Mas, ao mesmotempo, evita os problemas decontaminação por causa da exsudaçãoproporcionada pela queima que é utilizadano corte manual – compara. Com a cana

colhida mecanicamente – a Denusa tem98% de corte mecanizado –, é preciso levarem contar a maior área de exposição damatéria-prima à contaminação, avalia. “Ofato de ser picada, fica mais exposta. Mas,aí tem a questão do tempo de transporte eprocessamento dessa matéria-prima.Ninguém pode ficar estocando cana”, diz.

Outro fator preventivo usado naDenusa é a assepsia da moenda, destaca agerente de produção. “Não usamosbactericida. Fazemos limpeza com águaquente. Foi o método que apresentoumelhores resultados”, revela. Segundo ela,o nível de infecção nas dornas da unidadetem sido 106 ou 107. Além da assepsia damoenda, outra prática importante é otratamento eficiente do caldo – enfatiza.

Neusa Aoki considera também odiagnóstico preciso outro fator relevante parapossibilitar o bom rendimento dafermentação. Na safra passada, a unidadeexperimentou o Kit MC de DiagnósticoRápido. De acordo com ela, o métodoapresenta elevada eficiência. “Dá paraconseguir em duas ou três horas, o quedemora 24 horas no sistema convencional.Isto em termos de controle de infecção é quasetempo real. Além da contagem é possívelidentificar onde é o foco. Há maior precisão.É possível fazer a avaliação em vários pontosao mesmo tempo”, afirma. (RA)

Medidas preventivas diminuemcontaminação bacteriana

Redução de impurezas e assepsia de moenda diminuem contaminação

JC 247 7/23/2014 1:50 PM Page 64

Agosto 2014 TECNOLOGIA INDUSTRIAL 65

A realização da fermentaçãoetanólica, sem transtornos e imprevistos,depende também da utilização deequipamentos eficientes, projetados demaneira correta, que tenham pintura,material e fabricação em conformidadecom as exigências e especificações danorma API 650, informa Sérgio ReisMalaquias, diretor da Metalúrgica RioGrande, de Igarapava, SP.

De acordo com ele, os problemas maiscomuns com dornas de fermentação, quenão têm um processo de fabricação dequalidade, estão relacionados à pinturainterna devido à falta de um tratamentoadequado. Precisa ter micragem correta,suportar alta temperatura e seguir tambémas especificações da norma – observa.

Diversas unidades sucroenergéticasnão estão preocupadas com isto – constata.“Acham que pode ser feita de qualquerjeito”, comenta. Mas, se a pintura não forexecutada de maneira correta começa asoltar e a contaminar o vinho, aumentandoa população de bactérias. “Compromete afermentação inteira”, enfatiza.

Há casos ainda mais graves, apesarde raros. “Teve dorna que caiu devido àfalta de fusão de solda ou por causa daestrutura que não suportou oequipamento. Isto é erro de projeto”,afirma.

Para assegurar a eficiência deequipamentos utilizados na fermentação, aMetalúrgica Rio Grande – que fabrica

dornas, cubas e torres de CO2 para estaetapa do processo – segue rigorosamenteas exigências da API 650, garante SérgioMalaquias.

A empresa fabrica, transporta emonta os equipamentos. Além disso, podedesenvolver o projeto conforme anecessidade do cliente. Há diversosdetalhes que precisam ser observados. Nocaso da dorna é necessário estar atento aofundo do equipamento que impacta na

performance da fermentação, observa odiretor da Metalúrgica Rio Grande.

“O fundo depende do tamanho e dosistema que o cliente vai utilizar nafermentação (batelada ou contínua). Se forbatelada, geralmente a opção é trabalharcom 45 graus. Não pode ser menos do queisto. Se o projeto for do cliente e tiverproblema em relação ao fundo da dorna, agente questiona. Não deixamos fazererrado”, comenta.

A preocupação da Metalúrgica RioGrande é com a qualidade em todo oprocesso de fabricação do produto, afirma.A empresa possui inclusive a ISO 9000(sistema de gestão da qualidade). “Na áreade chaparia, todo o processo é rastreado,desde a compra da chapa até a fabricaçãodo equipamento. Se uma chapa dessastrincar ou tiver algum problema na usina,há como identificar o fornecedor. As chapassão todas certificadas”, detalha. (RA)

Fabricação de dornas deve seguir exigências da norma API 650

Equipamentos de qualidade evitam transtornos e imprevistos

JC 247 7/23/2014 1:50 PM Page 65

Agosto 2014TECNOLOGIA INDUSTRIAL66

Com a casa arrumada, bactericida desempenha papel importanteAlém de reduzir acontaminação bacteriana,produto natural torna-seopção para quemcomercializa leveduras

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

As usinas sempre tiveram problemasde contaminação bacteriana devido àqualidade da matéria-prima. O processo decolheita tanto manual quanto mecanizadoarrasta muitas impurezas e, porconsequência, bactérias, avalia FernandoFeitosa, diretor da Hopsol, empresa quecomercializa bactericidas naturais para ocontrole da contaminação no processo defermentação.

“Processos eficientes de limpeza dacana-de-açúcar ajudam a diminuir aincidência de bactérias”, afirma. Segundoele, boas práticas de produção dentro dasusinas, como limpeza CIP, controle detemperaturas no processo, uso de águatratada, entre outros procedimentos,também contribuem para a manutençãoda contaminação em níveis aceitáveis.

Com a “casa arrumada”, o uso decoadjuvantes de tecnologia para controlede bactérias, como os extratos de lúpuloBetaBio, TetraBio e IsoBio, desempenhampapel importante para o aumento daeficiência produtiva, enfatiza FernandoFeitosa. Esses produtos são fabricados pelaHopsteiner nos Estados Unidos edistribuídos pela Wallerstein no Brasil, queé representada comercial e tecnicamentepela Hopsol – que tem a parceria daLallemand na comercialização.

Entre esses bactericidas naturais, oBetaBio 45 é o mais antigo, estandodisponível no mercado desde 2007. Oproduto tem apresentado desempenhosimilar aos antibióticos utilizados paracontrole de bactérias, afirma Fernando

Feitosa. “Além disso, a rotação deprincípios ativos possibilita que asbactérias não criem resistências”, observa.

Pesquisas, realizadas pela Fermentecdesde 2004, apontam inclusive que oBetaBio 45 proporciona redução nacontaminação bacteriana, melhorandoinclusive índices produtivos – informa.

Para quem comercializa levedura, asegurança do produto tem sidofundamental devido à ausência de

resíduos maléficos à saúde humana eanimal – afirma. Ele destaca também osbenefícios proporcionados pelosbactericidas naturais para a segurança dotrabalhador, pois diversos casos de câncerestão relacionados à ocupaçãoprofissional e mais especificamente àexposição a produtos químicos. Essesprodutos não deixam resíduos tóxicos e,em decorrência disso, não agridem o meioambiente.

Desde o ano passado, a Wallersteinestá distribuindo no mercado brasileiro oIsoBio e o TetraBio, também extratos delúpulo que são comercializados no setorcervejeiro há mais tempo. “O principalindicador do desempenho dos nossosprodutos é o rendimento na produção deetanol”, diz. É isso o que demonstra arelação custo- benefício vantajosaproporcionada pelo uso desses bactericidasnaturais – enfatiza.

Fernando Feitosa, diretor da Hopsol

Sistema de limpezaeficiente evitaproliferação demicroorganismos

Para evitar a proliferaçãode microorganismosindesejáveis no processo defermentação é necessáriocontar com um sistemaeficiente de assepsia dasdornas. O desenvolvimento deum projeto nessa área precisaconsiderar, entre outrosparâmetros – segundoespecialistas da área –,impacto, distância e padrãodo jato.

O sistema de limpeza devecontar também com a menorvazão possível visando aredução de custos comenergia. O processo delimpeza mais recomendado é oautomático de alta pressão –há ainda o automático debaixa pressão e o manual –,pois é considerado maiseficiente e consome menorquantidade de água, entreoutras vantagens.

JC 247 7/23/2014 1:50 PM Page 66

JC 247 7/23/2014 1:50 PM Page 67

Agosto 2014TECNOLOGIA INDUSTRIAL68

Biomédica fala de sua sagae da grande descoberta dadécada de 1990 quetransformou o processo defabricação de etanol

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Há 28 anos, a analista de laboratórioda Usina Santa Adélia, Maria AngélicaGarcia, biomédica especializada emmicrobiologia industrial trabalha naunidade e traz na bagagem uma história devitórias dentro do setor. Formada embiomedicina na década de 1980, desdecriança se interessa por laboratórios porachar interessante o processo detransformação nos diversos experimentos.Ela descobriu a SA1, uma cepa de leveduraque foi selecionada de um processo embatelada para fabricação de etanol comreciclo total de células. A levedura fazsucesso pelo mundo, principalmente naEuropa.

Prestes a se aposentar, a pesquisadoraque contribuiu de forma significativa naspesquisas de importantes leveduras parafabricação de etanol, fala ao JornalCanasobre a levedura utilizada na Usina SantaAdélia.

JornalCana — Como iniciou suacarreira no setor até chegar à descobertada levedura?

Maria Angélica Garcia — Comapenas um ano de experiência no setor, naépoca eu sempre solicitava o anúncio daUsina que trabalhava em Minas para umjornal de Ribeirão Preto. Como eu tinha

interesse em voltar para região e trabalharcom pesquisas fui atrás da oportunidade efui contratada pela Santa Adélia. Na época“áurea do setor” iniciamos junto com oCTC o desenvolvimento de novas

metodologias que facilitariam os cálculosde rendimento e aproveitamento damatéria-prima. Em seguida, iniciamos osestudos para selecionar as cepas (leveduraSaccharomyces cerevisiae) que mais se

adaptavam ao processo fermentativo. Essainiciativa foi motivada por duas infestaçõesde leveduras não fermentativas (selvagens)como eram chamadas.

Foi nesse momento queconseguiram isolar a levedura SA1?

A safra de 1990 foi muito tranquila,iniciada com fermento de panificaçãoItaiquara. Foi então que resolvemosconhecer com qual fermento estávamostrabalhando. Aí veio a surpresa, fizemos asculturas, isolamos a cepa em questão quefoi encaminhada para o CTC e depois paraa Unicamp onde foi feita a cariotipagem.Descobrimos que não era nenhuma daslinhagens conhecidas, então foi batizada deSA1 (Santa Adélia 1). Desde então,trabalhamos com o "nosso fermento".

Como se sente ao saber que deixouum legado super importante nomercado?

Sinto-me muito bem por participardessa descoberta, pois é uma contribuiçãopara a melhoria do setor sucroenergético.Antes eram só as leveduras de panificaçãoque precisavam de um tempo maior parase adaptarem à produção do etanol.

Depois essa levedura foicomercializada para a Europa?

Algum tempo depois, essa cepa, juntocom mais algumas já isoladas, foramadquiridas por uma empresa francesaLallemand que trabalhava com o processode multiplicação de leveduras no Canadá.Desde então, a cepa SA1 está no mercadooferecendo resultados satisfatórios e sendoindicada por grandes estudiosos do setor.

Sua área de interesse sempre foi amicrobiologia?

A microbiologia foi meu maiorinteresse no período acadêmico e continuaaté hoje. Trabalhar na Usina sempre foigratificante, mesmo com o fim do “TempoÁureo” vivido pelo setor. A Santa Adélianunca deixou de olhar para esse trabalho,oferecendo à equipe do laboratório ascondições necessárias para odesenvolvimento desse trabalho. Não atuosomente na fermentação, todas asatividades relacionadas à microbiologia emgeral fica sob minha responsabilidade. Aságuas industriais, consumo humano,açúcar (produto final), também são deresponsabilidade (avaliação de coliformes,bactérias, etc) do laboratório demicrobiologia.

O que representa a Santa Adélia nasua vida?

Estar há 28 anos na Santa Adélia sóme traz orgulho, pois sempre pude contarcom a confiança da empresa. No ano de2015, encerro o tempo de contribuiçãopara a aposentadoria. É bem difícil falarem parar, ainda não tenho nada definido,mas pretendo passar meus conhecimentose experiência para os mais novos do setor.

ENTREVISTA - Maria Angélica Garcia, biomédica especializada em microbiologia industrial

Levedura descoberta na Santa Adélia faz sucesso na Europa

Levedura descoberta pela pesquisadora Maria Angélica Garcia

JC 247 7/23/2014 1:50 PM Page 68

Agosto 2014 TECNOLOGIA INDUSTRIAL 69

Microdestilaria soluciona formação de mão de obra WELLINGTON BERNARDES, DE MACEIÓ (AL)

A complexidade envolvida no processoindustrial de produção do etanol é grande,por isto, há carência de mão de obraespecializada que consiga compreender ofluxograma produtivo. Percebendo acarência de treinamentos voltados para aindústria do etanol, o Senai Alagoasdesenvolveu um equipamento que permiteuma visão total da produção de álcoolcombustível.

O equipamento foi batizado como“microdestilaria”. Ela funciona como umausina de etanol em proporções reduzidas, eengloba desde a moagem da cana atéanálises qualitativas do etanol. A unidade étoda informatizada, os processos ocorrematravés da operação de seu sistema, damesma forma como ocorre em escalaindustrial.

Segundo o coordenador de área doSenai Alagoas, Jean Barbosa Cavalcante, afunção da microdestilaria é levar para asusinas, operadores com conhecimento prévio

do processo. “As usinas sempre tiverammuita dificuldade para formar profissionais,o que geralmente ocorria no chão de fábrica.Assim, era delegado a um funcionário umaatividade que ele não possuía total domínio”,explica.

Como a unidade permite análisesquímicas e microbiológicas, é umaferramenta importante para a pesquisa de

processos industriais do etanol. Comoexemplo, os seguintes testes podem serrealizados na microdestilaria: análisequímica de caldo, preparação de mosto,análise de proliferação de leveduras e análisede qualidade da cana.

O custo da microdestilaria pode chegar a500 mil reais. O equipamento já foidifundido para outros Senais do país, além

de universidades e institutos federais.Segundo André Francisco de Araújo,instrutor de instrumentação industrial doSenai, atualmente funcionam 14 unidadesno Brasil, e a demanda por este equipamentoé continua. Comumente, as usinas seinteressam em capacitar seus funcionáriosnas unidades Senais que já contam com aestrutura e instrutores.

Jean Barbosa Cavalcante, coordenador de área do Senai Alagoas

ÁREAS PROFISSIONAISENGLOBADAS PELAMICRODESTILARIA� Instrumentação e Controle de

Processo� Operador de produção de álcool� Operador de processo de

preparação de mosto� Operador de processo de

fermentação e de controle do brix� Operador de trocadores de calor� Operador de sistemas de

destilação� Operador de sistemas de controle

de processos industriais � Operador de sistemas de controle

de inspeção do produto final� Segurança de processo de

fabricação

JC 247 7/23/2014 1:50 PM Page 69

Agosto 2014TECNOLOGIA INDUSTRIAL70

PATRÍCIA BARCI, DE RIBEIRÃO PRETO, SP

No encontro "Conferência deBiocombustíveis 2014" realizado dia 10 dejunho, no Centro Brasileiro Britânico emSão Paulo, capital, empresas epesquisadores de universidades brasileirasdemonstraram que é possível estabeleceruma cooperação entre Brasil e Inglaterrano desenvolvimento de tecnologias para osetor sucroenergético. Um dos temasabordados foi o desenvolvimento detecnologia para fabricação de etanol desegunda geração ou 2G.

A exemplo de outros países europeus,que já têm grandes investimentos nessaárea, como a recém-inaugurada unidade deCrescentino, na Itália, a Inglaterra semostra bastante interessada em se associar

à experiência brasileira, na produção decombustível de segunda geração.

O tema, no entanto, está longe de seruma unanimidade, principalmente entreprodutores europeus. Há cerca de um ano,cerca de dois meses antes da inauguraçãoem Crescentino, Phil New, presidente daBP Biofuels, empresa global decombustíveis, com sede inclusive no Brasil,para desenvolvimento de tecnologia parafabricação de biocombustíveis, disse ementrevista à Reuters, que a empresa nãotinha planos de investir em etanol desegunda geração na Europa. "Não

pensamos em investir em etanol 2G naEuropa pela simples razão de que não hácerteza suficiente sobre as quais condiçõesfuturas do mercado de biocombustíveis naEuropa”, disse.

Ironia, ou não, recentemente, a BP, fezparceria com uma unidade produtora debiocombustíveis na Grã-Bretanha, atravésde uma joint-venture com a Vivergo. Aplanta, que usa o trigo como matéria-prima,teve que lidar com a menor safra dacultura, no país, em mais de uma década, econsequentemente, o país teve que importarbiocombustíveis no perído 2013/14.

Brasil e Inglaterra firmam parceria para desenvolvimento de tecnologias Apla vêparceria combons olhos

Brasileiros e ingleses afinal,parecem ter muitas razões paradiscutirem sobre o desenvolvimentode etanol de segunda geração. ParaFlávio Castelar, diretor executivodo Apla- Arranjo Produtivo Localdo Álcool, um dos apoiadores daConferência, o tema tem sido cadavez mais constante e vê com “bonsolhos” o interesse de umdesenvolvimento conjunto entre osdois países.

“Ficou claro o interessebritânico em desenvolver algorelativo ao setor sucroenergético noBrasil. Foi uma troca deexperiência entre brasileiros eingleses, ou seja, o que podemosfazer por eles e o que eles podemfazer por nós. Além disso, foireafirmada a importância doetanol de segunda geração paramanter a competitividade dosetor”, disse. (PB)

Phil New, presidente da BP Biofuels

Típico ônibus inglês de dois andares movido a etanol

JC 247 7/23/2014 1:50 PM Page 70

JC 247 7/23/2014 1:50 PM Page 71

Agosto 2014TECNOLOGIA INDUSTRIAL72

A União Europeiainicialmente, estabeleceu umameta de uso de biocombustíveisem 10%, para todos os veículos até2020. No entanto, com a criseeconômica que se abateu sobre aEuropa nesses últimos anos e otemor pela alta do preço dosalimentos, ou pelo seu uso nafabricação de biocombustíveis, apolítica climática deixou de serprioridade do ponto de vistaeconômico para os governanteseuropeus. Consequentemente, noano passado, o ParlamentoEuropeu decretou, em votação, umlimite de apenas 6% como meta douso de biocombustíveis nostransportes dos países que fazemparte da União Europeia,deixando-os cada vez mais longeda meta de 10% em 2020.

Autoridades dizem que a proposta energética eclimática da Comissão Europeia provavelmente vai incluiruma meta compulsória de redução de emissões de 35% a40% até 2030. Mas as metas seriam aplicadas à UniãoEuropeia como um todo, não a cada país individualmente.

Alguns membros temem pela generalização daspolíticas, que apenas em teoria teriam sucesso homogêneo,mas que dificilmente englobariam as necessidades de cadapaís e suas particularidades econômicas, principalmentecom questões relativas à agricultura e a produção de

biocombustíveis.Para especialistas, desde então, a produção de etanol

de segunda geração, para países europeus, com poucoespaço para cultivo, parece ser a solução mais viável, paraque assim as metas possam ser cumpridas, sem que istointerfira na produção ou no preço de culturas usadas comoalimento.

“Temos discutido muito sobre etanol de segundageração, além da produção de açúcar, em todos os eventosdo setor”, disse Ian Bacon, presidente da Tate and LyleSugars. (PB)

20 eventos aproximarãoo Reino Unido e o Brasil

Alex Ellis, Embaixador britânico no Brasil, anunciouque cerca de 20 eventos, irão acontecer no períodoaproximado de um ano, com o intuito de buscar aaproximação entre o Reino Unido e o Brasil, para umintercâmbio de negócios e ideias.

“Os bicombustíveis são assunto prioritário emreuniões de sustentabilidade e é vital que conheçamos astendências mais inovadoras e de vanguarda para avançarem um tema tão delicado e urgente. O Reino Unido é asede de diversas empresas e instituições ligadas ao setor debioenergia e biocombustíveis e a embaixada esperaaproximar brasileiros e britânicos além de estimular ageração de cooperações futuras”, afirma. (PB)

Meta de uso de biocombustíveis de 10%em 2020 é considerada inalcançável

Simon Gibbons, diretor operacional e Ian Bacon, presidente da Tate and Lyle Sugars

Alex Ellis, Embaixador britânico no Brasil

JC 247 7/23/2014 1:50 PM Page 72

Agosto 2014 PESQUISA & DESENVOLVIMENTO 73

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Apesar da ciência tentar reinventar acana em busca de mais etanol, os desafiosprovam que a tarefa não é fácil. Tanto, quehá 14 anos, a bióloga e doutora embioquímica, Gláucia Mendes de Souza,coordena várias iniciativas em genômica decana-de-açúcar e tenta superar os desafiosda biotecnologia dessa cultura no país.Atualmente coordena uma rede depesquisa em biomassa interessada emestudar os aspectos básicos da biologia dacana, gerar plantas transgênicas eferramentas biotecnológicas. Ao presidir oBioen — Programa Fapesp de Pesquisa emBioenergia, Gláucia trabalha em duasimportantes linhas de pesquisas: avaliaçãoglobal da sustentabilidade da expansão debioenergia e nos estudos da biomassa dacana para desenvolvimento da cana-energia. Em entrevista exclusiva, apesquisadora explica quais os próximosdesafios dos projetos e as etapas para setornarem realidade.

JornalCana — Como está o projetoda “Cana-energia”?

Gláucia Mendes de Souza — Durantenossas análises identificamos genes quepoderiam participar da chamada partiçãode carbono, pois 1/3 do carbono da canaestá na forma de açúcar. Buscávamosgenes que poderiam aumentar aprodutividade da cultura e identificamospontos que poderiam ser utilizados nomelhoramento para a cana-energia.

Agora os pesquisadores se focam naidentificação de genes para melhorar o teorde fibra, alterar a partição de carbono, ecriar uma cana mais tolerante a seca, achamada cana-energia. Finalizamos osequenciamento do genoma referencial dacana. Esse trabalho conta com aparticipação da Microsoft, pois esse genomaé tão gigante e complexo que a empresatopou o desafio de desenvolver umalgoritmo que separa os mais de 100cromossomos da cana. Em seguida vamospublicar um primeiro conjunto de dados decromossomos, artigo muito importante parao melhoramento e biotecnologia da planta.

Como surgiu a cana? Há algumaspesquisas nesse sentido?

Criada pelo homem, os cultivaresmodernos surgiram há 200 anos de umcruzamento de duas espécies. Para a cana-energia temos que encontrar o gene dosancestrais mais produtivos para aumentara fibra, e por isso resolvemos sequenciar osancestrais.

Utilizamos cultivares da Ridesa, daSerra do Outro, AL, que resultou nosequenciamento da cultivar SP 80-3280. Apartir disso será possível encontrarcandidatos, genes completos e desenvolverferramentas de biotecnologia tanto paramelhoramento tradicional, como pelatransgenia.

Esse estudo será um passo a maispara produção da cana-energia?

Exatamente, através dosequenciamento espontâneo descobrimosmuitos genes que trabalham na montagemda parede celular da cana (fibra). Já temosesse conjunto de genes do ancestral que émais tolerante a seca e resistente àdoença.

Então teremos que desenvolvertransgênicos, testá-los e aplicá-los. Porenquanto estamos na etapa de prospecção,em busca de informações e agora teremosque aplicá-las. O estudo da Fapesp possui oescopo mais abrangente e ataca a maioriados aspectos necessários para desenvolverconhecimento fundamental para melhorara produção de energia de forma sustentável.

Em quanto tempo o etanolcelulósico a partir da cana-energiadeverá chegar ao mercado?

Em média leva-se 10 anos para surgiruma nova cultivar. Existem cultivarescom mais fibras, mas ainda não garantemos melhores resultados na fermentação,na hidrólise. Demora muito tempo paraver se essa cultivar funciona do ponto devista de engenharia de processos, e antesde 10 anos não teremos plantações paraetanol celulósico no Brasil e faremos combagaço. Mas ao aprender a partir ocarbono será possível desenvolver umacana desenhada para produção decompostos químicos diferentes baseadosem biomassa.

Quais os números ideais quegostaria de chegar?

A produtividade da safra atual2013/14 é de 74 toneladas/ha, mas opotencial teórico é 384 t/ha. Estamosmuito longe, porém imaginamos apossibilidade de atingirmos 200 t/ha. Ogrande debate mundial desustentabilidade é como prover essabiomassa. Será que o setor consegueatingir esse potencial? Nunca iremoschegar ao número teórico, mas já existeum jardim varietal de 200 toneladas porha, contudo as canas não ficam em pé,pois as ligações de carbonos da fibradiminuíram e a planta tomba.

Quais os resultados da AvaliaçãoGlobal da Sustentabilidade da Expansãode Bioenergia?

Estamos com quase todos os capítulosprontos da avaliação global da bioenergia,e publicaremos os resultados em outubro,no evento “Brazilian Bioenergy Scienceand Technology Conference (BBEST)”,realizado em outubro, em Campos deJordão, SP . Trata-se de uma visão globaldesse cenário, uma visão de cientista, poisexistem muitos conhecimentos acumuladose tentamos sintetizar e priorizar o que émais importante para aumento daprodução de bioenergia no mundo. Nocomeço de 2015 deveremos promover umevento na Fapesp para divulgar estasdescobertas.

O que falta para as pesquisas embioenergia avançarem no país?

Falta o Brasil desenvolver suaindústria de biotecnologia, de energia, defármacos, de biodiversidade, mas não háplataforma para inovação nasuniversidades. Uma patente leva 14 anospara ser analisada e isso não é condizentecom o que acabei de expor. Essa tecnologiaacaba não sendo rapidamente absorvidapela sociedade porque não conseguimosinovar. E nossa indústria não consegue sercompetitiva e nem aproveitar o seupotencial sustentável. Os programasfederais da cana não evoluíram nos últimosanos e não há políticas alinhadas com opotencial do setor.

ENTREVISTA - Gláucia Mendes de Souza, pesquisadora

Pesquisas identificam caminhos para desenvolvimento da cana-energia

Em dez anos teremos plantações para etanol celulósico no Brasil

JC 247 7/23/2014 1:50 PM Page 73

Agosto 2014PESQUISA & DESENVOLVIMENTO74

Estados Unidos preparam-se para uma nova era energéticaWELLINGTON BERNARDES, DA REDAÇÃO

Com pacotes milionários deinvestimentos, a maior economia domundo se prepara para os novos desafiosda geração de energia: desenvolvertecnologias sustentáveis e reduzir adependência de combustíveis fósseis. Comessa preocupação, o Secretário daAgricultura americano Tom Vilsack,anunciou em junho a liberação de 14,5milhões de dólares para geração de energialimpa.

Desta quantia, o Instituto Nacional deAlimentos e Agricultura, vinculado aoUSDA – Departamento de Agricultura doEstados Unidos, proverá 2,5 milhões dedólares que serão destinados aofinanciamento de companhias que desejamsubstituir suas tecnologias baseadas emcombustíveis fósseis para tecnologiasrenováveis, movidas à biocombustível.

Os outros 12 milhões de dólares serãoinvestidos no desenvolvimento tecnológicode biorrefinarias, através do programaamericano de assistência em energia.Indústrias, que tenham iniciado suasatividades em junho de 2008 ou antes,podem receber investimentos para aplicarem tecnologias de produção de calor ou deenergia à base de bioenergia, geradosatravés de biomassa. “Esses investimentosdo USDA fazem parte do plano estratégicoem energia da administração Obama, ebeneficiarão nossa economia assim comonosso meio ambiente”, afirmou Vilsack.

Para o secretário, os investimentosnessas tecnologias sustentáveis sãobenéficos para a manutenção do clima epara fortalecer o desenvolvimentoeconômico rural do país, além dereduzirem a dependência de fontesexternas de combustíveis fósseis.

Em convergência com a nova políticaenergética americana, o DOE -Departamento de Energia dos EstadosUnidos liberou 100 milhões de dólarespara a pesquisa em bioenergia no país. O

Objetivo do programa é acelerar odesenvolvimento de tecnologias que tornema bioenergia mais acessível e produtivapara o país, a expectativa do DOE, é que opaís avance em técnicas de produção,armazenamento e de utilização da mesma.

Segundo o Secretário de Energiaamericano, Ernest Moniz, os investimentosem tecnologias de geração de bioenergiaproduzirão também um importantedesenvolvimento tecnológico para o país.“Estamos mobilizando alguns de nossosmaiores talentos científicos para unir foçase buscar importantes avanços que definirãoa base energética americana no futuro”,afirmou. “O fundo de apoio que lançamos

possibilitará inovações tecnológicas ecientíficas na área de biocombustíveis”,concluiu.

O DOE recebeu várias propostas deprojetos científicos. Dos duzentos enviadosao departamento, 32 foram selecionados ereceberão o fundo de apoio, que será de 2 a4 milhões de dólares por ano para cadacentro de pesquisa. Entre aprovados, 23projetos estão em universidades.

O Departamento de Marinha dosEstados Unidos também alinhado com asegurança energética americana, lançouuma licitação para obter pelo menos 37milhões de galões de biocombustíveis“drop-in”, que possuem em sua

constituição hidrocarbonetos e sãocompatíveis com a mecânica de aviões enavios.

A meta é adicionar o “drop-in” aoscombustíveis oficiais F-76 e J-5, utilizadosem navios e aviões respectivamente. Amedida visa atender o pedido da Agênciade Defesa Logística, feito no dia 9 dejunho. As licitações iniciaram no mês dejulho; a entrega dos combustíveis estámarcada para 1º de abril de 2015. Aespecificação de ambos combustíveis, F-76e J-5, permitem a adição de até 50% decomponentes derivados dehidrocarbonetos, como é o caso dobiocombustível “drop-in”.

Ernest Moniz: nossos maiores talentos científicos estudarão novas energias

JC 247 7/23/2014 1:50 PM Page 74

JC 247 7/23/2014 1:50 PM Page 75

Agosto 2014DESTAQUES DO SETOR76

O setor sucroenergético receberá amaior turbina fabricada no Brasil. Oequipamento Siemens, de 73,4 MW depotência fará parte da expansão de umadas principais plantas da Usina Delta, emMinas Gerais, que terá capacidade degeração total de 376.503 MWh/ano,quantidade suficiente para abastecer maisde 200 mil residências por ano. A turbinaSiemens está em fase de produção nocomplexo industrial de Jundiaí (SP) e deveentrar em operação no fim de 2015.

O projeto visa a otimização da usinade açúcar e álcool a fim de maximizar ageração de energia durante os períodos desafra e entressafra, por meio daimplementação do ciclo regenerativo. Estasolução influencia positivamente norendimento da operação, contribuindopara geração adicional de energia. Nestecontexto, a Delta terá capacidade parasuprir a necessidade de consumo interno, ecomercializar os excedentes para o SistemaIntegrado Nacional.

Siemens produz maior

turbina fabricada no Brasil

Planetário em acionamento

central é seguro e eficiente

Por Fábio Rodrigues – [email protected]

Destaque-seSugestões de divulgação de lançamento de produtos, informativos, anúncios de contratações epromoções de executivos e demais notas corporativasou empresariais devem ser enviadas a FábioRodrigues, email: [email protected]

Renk Zanini tem novo diretor

No mês de maio, o engenheiroReinaldo Lourenço assumiu o cargo deDiretor Comercial na empresa RenkZanini. Profissional com mais de 30 anosde experiência na área comercial deredutores de velocidade, Reinaldo será oresponsável pelas negociações referentesaos mercados interno e externo.

Reinaldo Lourenço

Este ano, a aplicação dos planetárioscompletou uma década de operação nomercado sucroenergético. Nestepropósito, a TGM se tornou pioneira nosetor ao desempenhar com credibilidadeas inovações tecnológicas em busca daeficiência industrial e dacompetitividade. Ao longo desses anos, amultinacional brasileira comprovou suaeficiência, segurança e operação nomercado para acionamento de moendase difusores.

Ao consagrar o funcionamento emgrandes plantas industriais, a aplicação deplanetários TGM apresentou ótimosresultados com 10 safras de sucesso nosetor e vida útil estendida. Segundo aempresa, em um estudo comparativo épossível analisar o quanto o G3 Full é maiseficiente, considerando o conjuntorelacionado às perdas mecânicas.

De acordo com o coordenadorcomercial da unidade de negócios detransmissões, Vicente de Paula SilvaJunior, esta eficiência é superior erepresenta uma economia significativa eganhos energéticos. “O G3 Full éincomparável, além de ser uma máquinamais robusta, é mais confiável e permitegrandes aplicações. A durabilidade

também é maior nos rolamentos e aindividualização de lubrificação dá maiorconfiabilidade à máquina”, descreveu.

Outros pontos que merecem destaqueda terceira geração de redutores são: ciclode manutenção de até 10 safras garantidaspelo dimensionamento dos rolamentospara 100 mil horas, além de possuíremtratamento superficial em Black Oxide, que

contribui com a redução do atrito entre oscomponentes, sistema individualizado delubrificação e a segurança commonitoramento e proteção eletrônicaatravés dos sistemas Monitork e Protetork,que permitem operação em elevados níveisde torque.

Nos últimos anos, o planetário foi omais vendido.

A AGCO anunciou Alberto Netocomo novo diretor de manufatura dafábrica de colheitadeiras do grupo, emSanta Rosa (RS). Graduado emengenharia mecânica pelaUniversidade Federal de Santa Maria(RS) e engenharia de produção pelaUniversidade Federal do Rio Grande

do Sul, o executivo possui experiêncianas áreas de produção, processos dedesenvolvimento e implementação dedesigner baseado em LeanManufacturing, acumulandopassagem por importantes empresas,como Monitowoc, Randon, KeplerWeber, Volkswagen, Audi do Brasil e

Jonh Deere. Alberto assume ocomando da planta de Santa Rosacom o desafio de manter os altosíndices de qualidade e excelênciaoperacional conquistados nafabricação de toda a linha decolheitadeiras de grãos das marcasMassey Ferguson e Valtra.

AGCO anuncia nova diretoria da fábrica de colheitadeiras Projeto da Siemens dispensa o uso do redutor com acionamento direto para o gerador

G3 Full máquina mais robusta e mais confiável

JC 247 7/23/2014 1:50 PM Page 76

JC 247 7/23/2014 1:50 PM Page 77

Agosto 2014NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES78

Para a John Deere, cada detalhe fazdiferença. Com esse conceito a empresaoferece para o mercado sucroenergético umportfólio completo para obter rentabilidadee produtividade nas lavouras, por meio dealta tecnologia e elementos inovadores.

Os principais destaques da empresasão as novas versões canavieiras dos jáconsagrados pulverizadores 4630 e 4730,que chegam aos lugares mais remotos dalavoura. Sua alta qualidade e desempenhorepresentam uma produtividade diária 6%maior, devido ao seu raio de giro evelocidade de aplicação.

As versões são equipadas comproteções adicionais e banco para instrutor,além do sistema AMS de agricultura deprecisão e pingentes opcionais. Com maisfacilidade para manobras e total eficiênciaoperacional, proporciona menos pisoteionas cabeceiras e 25% menos tempo gastocom manutenção. Indicado parapropriedades de até dois mil hectares, opulverizador 4630 para cana possui 165cavalos, motor agrícola John Deere e tanquede solução de 2.261 litros.

Já o 4730 para cana, indicado paragrandes propriedades é um pulverizadormaior, com 245 cavalos, barra de aplicaçãode 30,5 metros e tanque de solução de3.028 litros. “Os produtos garantem, alémde qualidade de aplicação em diferentescondições de trabalho, facilidade demanutenção, alta produtividade e baixoconsumo. Deste modo, o agricultor tem

maior proteção às culturas e controle deinfestações, com rendimento operacional elucratividade”, diz Luís Paiva, especialistaem tratos culturais da John Deere.

Os pulverizadores 4630 e 4730 paracana são fabricados na unidade da JohnDeere em Catalão (GO). Como parte daestratégia de expansão e fortalecimento da

empresa no setor, a fábrica recebeu, emmarço de 2014, um investimento de US$40 milhões para aumentar em 30% acapacidade de produção de pulverizadorese colhedoras de cana. “O setor canavieiro sedesenvolve rapidamente e a John Deereinveste em tecnologia para levar aosprodutores sistemas que tornem o processo

de produção da cana-de-açúcar cada vezmais seguro e eficiente”, afirma CelsoSchwengber, diretor de vendas paraAmérica Latina da John Deere.

John Deere19 3318.8330www.deere.com.br

Pulverizadores para cana da John Deere trazem rendimento

Pulverizadores 4630 e 4730 chegam aos lugares mais remotos da lavoura

JC 247 7/23/2014 1:50 PM Page 78

Agosto 2014 NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES 79

O controle de volume de etanol nostanques de armazenamento étradicionalmente feito por medições manuaisque geram imprecisão na medição eoferecem riscos ao operador. Com autilização de radares para medição contínuade nível é possível controlar o volume,identificar perdas, reduzir custos e riscoscom mão de obra para medição manual,além de garantir a segurança contratransbordo.

Os radares Endress+Hauser oferecem omelhor custo-benefício em aplicações detanques de etanol. Desenvolvidos com a maisalta tecnologia existente no mercado,oferecem precisão e medição direta emdistância, o que elimina erros de mediçãoprovocados por variações de temperatura.

Aliados à tecnologia de transmissão semfio WirelessHart, dispensa investimentoscom cabeamento no parque de tanques.Mesmo um radar padrão pode se tornar uminstrumento sem fio, sem necessidade deaquisição de instrumentos específicos, pormeio da tecnologia simplificada adotada.

A empresa é uma das líderes mundiaisem tecnologias e soluções de instrumentaçãoaplicadas à indústria, com forte presença nasusinas. A empresa é líder global eminstrumentação de medição, serviços esoluções para engenharia de processoindustrial. O grupo emprega mais de 11 mil

funcionários no mundo inteiro, gerando umavenda líquida de 1,8 bilhão de euros em2013.

ESTRUTURACom centros de vendas dedicados e

uma forte rede de parceiros, aEndress+Hauser assegura suportecompetente no mundo inteiro. Nossoscentros de produção em 11 países atendemas necessidades dos clientes e asespecificações de forma rápida e efetiva. Ogrupo é gerenciado e coordenado por umaempresa de holding em Reinach, Suíça.Como um negócio de família bem-sucedido,a empresa está estabelecida paraindependência e autonomia contínuas.

PRODUTOSA Endress+Hauser fornece sensores,

instrumentos, sistemas e serviços paramedição de nível, vazão e temperatura, bemcomo análises e aquisição de dados. Aempresa oferece suporte aos clientes pormeio de engenharia de automação, logísticae serviços e soluções de TI. Nossos produtosestabelecem padrão de qualidade e detecnologia.

Endress+Hauser11 5033.4333www.br.endress.com

Radares Endress+Hauser tem melhor custo-

benefício em aplicações de tanques de etanolMicropilot Wireless fabricado

pela Endress+Hauser

JC 247 7/23/2014 1:50 PM Page 79

Agosto 2014NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES80

O mercado possui diversas opções deprocessos de soldagem, e a escolha domais indicado para cada aplicação develevar em conta as características físicas dapeça e metalúrgicas do metal de base,assim como as propriedades do materialrevestido e o custo.

Quando é necessário obter uma ligaespecial, os processos mais indicados sãoos eletrodos revestidos e arames tubulares.Os processos apresentam algumasdiferenças que são detalhadas a seguir.

O processo de eletrodo revestido foi opioneiro e ainda é muito utilizado, poisnão necessita de equipamentoscomplexos, consumíveis, tem baixo custo eopera em amperagens mais baixas. Aprincipal desvantagem é a baixaprodutividade.

O processo de arames tubulares

apresenta como principal vantagem umamaior produtividade e também permiteautomatização do processo, diminuindoassim o custo de mão de obra. Comodesvantagem exige maior investimento emequipamentos e os consumíveis têm ummaior custo.

Nos últimos 10 anos, visandoprincipalmente um aumento deprodutividade, houve um grande aumentono uso de arames tubulares. Paraacompanhar esta mudança de mercado, aComaso Eletrodos está lançando sua linhade arames tubulares de fabricaçãoprópria, visando com isso dar mais opçõesaos seus clientes.

Comaso 16 3513.5230www.comaso.com.br

Comaso Eletrodos lança linha de arames tubulares

Colunas em aço inox são solução paracorrosão no sistema de sulfitação

Atenta às necessidades domercado, a Aperam trabalha nodesenvolvimento de aplicações,buscando o desenvolvimento dasetapas produtivas. O novo case desucesso foi constatado no sistemade sulfitação: o enxofre é queimadoem fornos rotativos em que opróprio calor da combustão funde oelemento, oxidando o dióxido deenxofre, que por sua vez, segue emfluxo ascendente pela garrafa ondeé resfriado para temperaturasinferiores a 200 ºC, evitando aformação de trióxido de enxofre.

Em seguida, o SO2, solúvel emágua, entra em contato com o caldoem contra corrente, ocorrendoentão a sulfitação. A fase úmidadeste processo é a mais agressivaaos materiais empregados. Alémdas altas temperaturas das etapasanteriores, que funcionam comocatalisador para reações que levam àoxidação e corrosão, estão presentes osácidos sulforoso e sulfúrico, extremamentecorrosivos, principalmente ao aço carbonoconvencional.

Devido às condições extremas, asolução ideal é alterar a especificação dascolunas para Aço Inox Aperam AISI 317Lque possui em sua composição química

maiores níveis de cromo, níquel emolibdênio, oferecendo resistência àcorrosão, superior até mesmo ao 316L.

Arcelormittal – Acesita11 3818.1821www.aperam.com

Aço Inox Aperam AISI 317L

oferece maior resistência à corrosão

JC 247 7/23/2014 1:50 PM Page 80

Agosto 2014 NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES 81

A Fenasucro é um dos eventos degrande referência em tecnologia eintercâmbio comercial para usinas eprofissionais, no Brasil e em 40 paísesdiferentes. Por isto, a Metalúrgica RioGrande sempre atenta em seu ramo deatuação participa há 7 anos da Fenasucro,entendendo a importância do evento parao setor.

A empresa contribui para o eventocom o seu conhecimento e expertise emfabricação de equipamentos como:reservatórios de etanol; montagem maisrápida do mercado, com tecnologia demacacos eletromecânicos.

Dispensa guindaste, calandragem dechapas, minimiza a utilização deandaimes, trabalhando em níveloperacional baixo, permitindo que sejamontado e soldado 50% mais rápido doque o método com guindaste.

A empresa provê maior segurançagarantindo melhor qualidade em:caldeiraria leve, caldeiraria pesada,montagem industrial, fabricação deequipamentos, usinagem em geral,fabricas de açúcar e etanol, fábricas defertilizante.

Conhecida como referência emmontagem de reservatórios de etanol, aMetalúrgica Rio Grande é uma empresafocada em soluções tecnológicas para oramo sucroenergético. Possui uma equipecomercial experiente e com rápidaatuação nas respostas a seus clientes.

SOBRE A EMPRESAA partir de uma iniciativa dos próprios

funcionários que se uniram e fundaram em21 de setembro de 1999 a Cooper —Caldeiraria dos Produtores de Artigos paraCaldeiraria Industrial. A empresa iniciou suasatividades em 5 de novembro de 1999 emuma área construída com cerca de 5 mil m².

Em 5 de janeiro de 2008 mudou sua

razão social para CCRG EquipamentosIndustriais LTDA e passou seu nome fantasiade Cooper Caldeiraria Rio Grande paraMetalúrgica Rio Grande que conta hoje comuma área construída de 10 mil m² e uma áreatotal de 100 mil m².

Todo processo de produção da empresabusca atingir maior qualidade e eficiênciapara o mercado. Munidos de equipamentos

modernos e eficientes de alta tecnologia emengenharia, o planejamento interno da fábricafavorece a dinâmica da produção,contribuindo para rapidez da montagem eexcelência do produto final.

Metalúrgica Rio Grande16 3173.8100www.metalurgicariogrande.ind.br

Metalúrgica Rio Grande participa da Fenasucro pelo 8º ano consecutivo

Montagem de tanques de armazenamento para a Logum Logistíca

JC 247 7/23/2014 1:50 PM Page 81

Agosto 2014NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES82

A APS Componentes Elétricos, atravésda parceria com a empresa ABB, passou aatuar na distribuição e prestação deserviços elétricos, com o objetivo de ser umcentro de excelência no atendimento dosprodutos e soluções ABB. “Oferecemos aomercado produtos e serviços para projetose instalação de soluções completas paramodernização, automação de sistemas ereparos, retrofits/reprojetos, manutençãopreditiva, preventiva e corretiva. Nossaassistência técnica oferececomissionamento e startup, manutençãoem campo ou em laboratório, inversores defrequência CA, CC, softstarters, estudopara correção de fator de potência,substituição de disjuntores antigos poroutros de última geração através de kit’sretrofiting, sempre preservando asegurança de seus profissionais e dosistema”, afirma Alexandre Leal, gerentegeral da APS.

A empresa fornece ao mercadosucroenergético inversores de frequência,soft-starters, chaves seccionadoras,disjuntores em baixa e média tensão,banco de capacitores, instrumentaçãoelétrica e de processos.

Segundo Alexandre Leal, gerentegeral, a empresa foi fundada em 2000 como objetivo de ser um distribuidor

diferenciado de produtos e serviços ABB.“A parceria oferece ao mercado acesso atoda a tecnologia da marca ABB,oferecendo soluções e fornecimento deequipamentos de forma ágil e simplificadacom foco na necessidade do cliente. A APSé um canal de distribuição quecomplementa e viabiliza o atendimento dequalquer cliente independente do seuporte, desde aplicações residenciais até asindustriais mais complexas”, diz.

APS11 2870.1000 www.apscomponentes.com.br

A Isover oferece aomercado nacional o isolanteUltimate, uma nova lãmineral, com soluções quegarante ambientesconfortáveis termicamente eacusticamente paraconstruções de aço ealumínio, que atendeprontamente ao requisito deproteção contra incêndioclasse A60, suportando até750ºC.

O Ultimate proporcionaisolamento térmico eacústico de alto desempenhopara criar ambientesconfortáveis. O produto defácil instalação se adapta aqualquer estrutura graças à suaalta flexibilidade, que reduz o número derecortes.

Além disso, devido a sua altacompressibilidade, cada pacote de materialpode conter até 40% mais material que aslãs convencionais. Por isso, o novo produtoresulta em economia de custos,armazenagem, transporte e reduzindopossíveis acidentes com a mão de obrainstaladora.

O principal diferencial da empresa

está em atender às necessidades, cada vezmais desafiadoras, da indústriasucroenergética, em economia de energia,oferecendo excelente desempenho, comredução significativa de peso — cerca de38% mais leve do que a lã de rochaconvencional.

Isover Saint-Gobain0800 055.3035www.isover.com.br

Isolamento térmico e acústicoUltimate cria ambientes confortáveis

Parceria entre APS e ABB facilita distribuição de produtos

Produto da Isover se adapta a

qualquer estrutura, pois tem alta flexibilidade

APS passou a atuar na distribuição e

prestação de serviços elétricos

JC 247 7/23/2014 1:50 PM Page 82

JC 247 7/23/2014 1:50 PM Page 83

JC 247 7/23/2014 1:50 PM Page 84