Ensino e Aprendizagem de LEM DIRETORIA DE ENSINO DA REGIÃO DE SÃO CARLOS EQUIPE DE LEM 01/11/2013.
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Centro Estadual de Educação Básica para
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José dos Pinhais
R u a Benjamin Claudino Ferreira, 1846 / 1862
Telefones: 283-6549 / 3035-1245 / 3035-1623 / 3035-1628
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SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO 1
2. IDENTIFICAÇÃO 2
3. CURSOS AUTORIZADOS/RECONHECIDOS 3
4. HISTÓRICO 4
5. FORMA DE ORGANIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO 6
6 OBJETIVO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 8
7 PERFIL DO EDUCANDO 9
8 CARACTERIZAÇÃO DO CURSO 11
9. NÍVEL DE ENSINO 13
10. FREQUÊNCIA 17
11. EXAMES SUPLETIVOS 17
12. AÇÕES RELATIVAS À FORMAÇÃO CONTINUADA 17
13. ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO 18
14. RECURSOS HUMANOS 19
15. A ESCOLA E SUAS CONCEPÇÕES 23
16. OPERACIONALIZANDO A ESCOLA 31
17. INSTANCIAS COLEGIADAS 32
18. MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO 49
19. LABORATÓRIO 49
20. RECURSOS TECNOLÓGICOS 50
21. BIBLIOTECA ESCOLAR 51
22. DVDTECA 52
23. PROPOSIÇÕES DE DIRETRIZES PARA AVALIAÇÃO DO
DESEMPENHO DOS DOCENTES, PEDAGOGOS E FUNCIONÁRIOS
52
24. O TRABALHO PEDAGÓGICO E A PRÁTICA DOCENTE A PARTIR DO
CURRÍCULO ENQUANTO NUCLEO DO PPP
53
25. PROJETOS INTEGRADOS AO CURRÍCULO ESCOLAR 53
26. IMPLANTAÇÃO DE NOVOS PROJETOS 58
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27. LINHAS GERAIS DE AÇÃO A SEREM EFETIVADAS PELA
COMUNIDADE ESCOLAR
60
28. IMPLANTAÇÃO DE PROPOSTAS DA SEED 60
29. PROPOSTAS IMPLANTADAS 62
30. PROCESSO DE AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO, PROMOÇÃO E
RECUPERAÇÃO DE ESTUDO
63
31. CONCEPÇÃO, CONTEÚDOS E SEUS RESPECTIVOS
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
67
32. AVALIAÇÃO ISTITUCIONAL DO PPP 69
33. PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 70
33.1 Língua Portuguesa 70
33.2 Matemática 85
33.3 História 99
33.4 Geografia 110
33.5 Ciências 118
33.6 Biologia 128
33.7 Química 147
33.8 Física 161
33.9 Sociologia 170
33.10 Filosofia 181
33.11 LEM - Inglês 189
33.12 Arte 198
3313 Educação Física 210
34. GRADE CURRICULAR 231
35. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 233
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1. APRESENTAÇÃO
Este Projeto Político Pedagógico significou em sua construção, o repensar, o
refletir e a incorporação de novas ideias e formas democráticas que serão acrescidas a
prática educativa.
Numa perspectiva emancipatória de transformação da educação, o que exigirá
compromisso político pedagógico dos profissionais dessa escola pública.
Através do presente, se objetiva mostrar questões sobre a escola e como vem
sendo o seu funcionamento no decorrer dos anos.
Também é importante dizer, que as ideias que sustentam este Projeto Político
Pedagógico, são decorrentes dos encontros e trocas entre educadores, frutos da formação
continuada realizada pela SEED/DEJA/ESCOLAS, no decorrer dos anos, que culminaram
na construção coletiva das Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos do
Estado do Paraná, deste Projeto Político Pedagógico e da Proposta Pedagógica das várias
escolas que ofertam essa modalidade de ensino.
É interessante registrar também que este Projeto Político Pedagógico,
além das considerações feitas acima, foi organizado a partir dos pressupostos
teóricos evidenciados, entre outros, por Ilma Passos Alencastro Veiga (1998) que
afirma:
O projeto político pedagógico da Escola não visa simplesmente a um “arranjo da Escola, mas a uma qualidade em todo processo vivido”. O projeto pedagógico é um documento que não se reduz à dimensão pedagógica, nem muito menos ao conjunto dos projetos e planos isolados de cada professor em sua sala de aula. O projeto pedagógico é, portanto, um produto específico que reflete a realidade da Escola situada em um contexto mais amplo que influencia e que pode ser por ela influenciado. Em suma, é um instrumento clarificador de ação educativa da Escola em sua totalidade. (VEIGA, 1998, p.9-10)
A mesma autora ainda enfatiza que existem vários caminhos para a
construção do Projeto Político Pedagógico, mas destaca como movimentos
necessários à construção e a reconstrução como dinâmica avaliativa das ações
pedagógicas e educativas do universo escolar, destacando como base o marco
situacional, o conceitual e o operacional, que embora distintos são interdependentes.
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2. IDENTIFICAÇÃO
Identificação da Instituição Formulário 01
1 – Denominação da instituição
Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de São José dos
Pinhais - Ensino Fundamental e Médio.
2 – Endereço
Rua: Capitão Benjamin Claudino Ferreira, 1846 – 1852
3 – Bairro
Centro
4 – Município
São José dos Pinhais
5 - Estado
Paraná
6 – NRE
Área Metropolitana - Sul
7 – CEP
83.005 - 390
8 – DDD
(41)
9 – Telefone
3283-6549 − 3035-1245
10 – Fax
3283-6549
11 – E-mail
12 – Site
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13 – Entidade mantenedora
Governo do Estado do Paraná
14– CNPJ/MF
76.416.965/0001-21
15– Local e data
São José dos Pinhais, 30 de março de 2010.
16 – Assinatura
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3. CURSOS AUTORIZADOS/RECONHECIDOS
Cursos autorizados / reconhecidos
Formulário 02
1 – Cursos autorizados
Cursos autorizados Número das
autorizações
Ensino Fundamental 476/97
Ensino Médio 267/2001
2 – Cursos reconhecidos
Cursos reconhecidos Número dos
reconhecimentos
Ensino Fundamental 2.747/00
Ensino Médio 267/2001
3 – Observações
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4. HISTÓRICO
O Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de São
José dos Pinhais - Ensino Fundamental - foi criado pela Resolução 476/97 de 12 de
fevereiro de 1997. Mantido pelo Governo do Estado do Paraná, é um órgão
subordinado ao Departamento de Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de
Estado da Educação.
Caracteriza-se como uma unidade educacional devidamente adequada às
exigências e necessidades do aluno jovem/adulto, engajado na força de trabalho.
Apresenta metodologias de ensino individualizado e coletivo, através de momentos
presenciais e diversificação no processo de atendimento no que se refere aos
conteúdos, métodos e organização didático-escolar.
O Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de São
José dos Pinhais, tem por finalidade, atendendo o disposto nas constituições
Federal e Estadual, na Lei 9394/96 e nas Deliberações 016/95 e 005/98, Parecer
314/96, Parecer 545/2000; Deliberação 004/99,014/99 e 008/00 do Conselho
Estadual de Educação, ofertar cursos e Exames do Ensino Fundamental e Ensino
Médio, destinados à preparação de jovens e adultos utilizando uma metodologia de
desenvolvimento intelectual dos educandos.
Iniciou suas atividades no ano de 1997 como CES - Centro de Estudos
Supletivos de São José dos Pinhais, situado na Rua Manoel Ribeiro de Campos,
480 em prédio particular, locado pelo Governo do Estado e autorizado a implantar e
desenvolver Exames de Equivalência e o curso Supletivo de 1º Grau - Função
Suplência de Educação Geral.
Em cumprimento à Resolução 3.120/98 de 31/08/98, que determinava que
os Centros de Estudos (CES) passassem para Centro de Educação Aberta,
Continuada à Distância (CEAD). A nossa Escola passou a denominar-se Centro de
Educação Aberta, Continuada à Distância de São José dos Pinhais - Ensino
Fundamental.
A partir de 1999, com a criação de Programas de Educação Especial
Supletiva, a Escola passou a prestar atendimento a alunos portadores de
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necessidades especiais. No mesmo ano, em razão de necessidade de escolarização
da população do município, a Escola passou a ofertar a modalidade de Exames de
Suplência em nível de Ensino Fundamental e Médio na condição de Posto de
Aplicação subordinado ao CEAD - Pólo da Lapa.
A partir de 15/12/1999, pela Resolução N° 4561/99 do Diretor Geral da
Secretaria de Estado da Educação determinando que os Centros de Educação
Aberta Continuada a Distância - CEAD, mantidos pelo Governo de Estado do
Paraná passem a denominar-se Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e
Adultos. Dessa forma, nossa Escola passou a denominar-se CEEBJA - Centro
Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de São José dos Pinhais -
Ensino Fundamental.
Tendo em vista as novas metodologias educacionais adotadas pelos
CEEBJAs, exigindo cada vez mais os momentos presenciais dos educandos e o
crescente número de educandos assistidos nos diversos Projetos e Programas
ofertados, bem como a execução de Exames de Suplência, tornaram o espaço físico
inadequado às novas exigências educacionais. Nesse sentido, com o apoio do
Núcleo Regional de Educação da Área Metropolitana Sul e da Prefeitura Municipal
de São José dos Pinhais, foi alterado a partir de 10 de Janeiro de 1999 o domicílio
do Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos para a Rua
Benjamin Claudino Ferreira, 1846. Prédio particular, locado pela Prefeitura do
Município. Esta mudança foi autorizada pela Resolução 2.066/2000 de 12 de Junho
de 2000.
O Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de São
José dos Pinhais teve autorização de funcionamento de seu Estabelecimento pela
Res. Nº 476/97 de 13/03/97, reconhecimento do Ensino Fundamental pela Res. Nº
2.747/2000 de 22 de setembro de 2000, autorização de funcionamento do Ensino
Médio pela Res. N° 267/01 de 20/02/01 e ainda a Res. N° 2988/2001 que autoriza e
reconhece o funcionamento da modalidade de Educação de Jovens e Adultos
semipresencial e, consequentemente, autoriza a cessação do Ensino Supletivo.
A modalidade de Educação de Jovens e Adultos semipresencial foi
autorizada e reconhecida a partir de 2001 e vigora até dezembro de 2005. Quando,
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então, se tem a cessação de modalidade semipresencial e o atendimento passa a se
dar de forma presencial, a partir do ano de 2006. Essa alteração foi autorizada e
reconhecida através da Resolução 3956/06 DOE 14-09-06.
Este Centro Educacional para jovens e adultos, a partir de 2006, passou a
ofertar Ensino Fundamental – fase II e Ensino Médio, seguindo a legislação vigente
da SEED em relação à inserção do aluno.
5. FORMA DE ORGANIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
O CEEBJA de São José dos Pinhais tem a organização do seu trabalho
pedagógico em todos os níveis na modalidade de ensino de jovens e adultos, segue
as orientações expressas nas Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais e nas
Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos do estado do Paraná.
O regime da oferta da Educação Básica para Jovens e Adultos é de forma
presencial, por disciplina, no Ensino Fundamental – fase II e Ensino Médio.
A organização curricular na organização do Ensino Fundamental – fase II
é composta pelas disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática, Ciências Naturais,
História, Geografia, LEM – Inglês, Arte e Educação Física. As disciplinas do Ensino
Médio contemplam Língua Portuguesa e Literatura, Matemática, História, Geografia,
Biologia, Química, Física, Filosofia, Sociologia, LEM– Inglês, Arte e Educação Física.
Os conteúdos e componentes curriculares estão organizados na Proposta
Pedagógica Curricular deste Estabelecimento de Ensino, em conformidade com as
Diretrizes Nacionais e Estaduais e com as Diretrizes da Educação de Jovens e
Adultos do Estado do Paraná.
Os conteúdos curriculares na Educação Básica para Jovens e Adultos
observam:
I- difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e
deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e a ordem democrática;
II- respeito a diversidade;
III- orientação para o trabalho.
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A Educação de Jovens e Adultos, Ensino Fundamental – fase II e Ensino
Médio é ofertada neste Estabelecimento de Ensino de forma presencial, com a
seguinte organização:
I- coletiva e individual, no Ensino Fundamental – fase II e no Médio;
II- componentes curriculares organizados por disciplina;
III- 1.200 horas (1.440 horas-aula), distribuídas entre as disciplinas
conforme consta na Matriz Curricular;
IV- Conteúdos que integram a educação básica, contidos na Proposta
Pedagógica Curricular, desenvolvidos ao longo da carga horária total estabelecida
para cada disciplina da Base Nacional Comum;
V- garantia de cem por cento dos conteúdos que integram a Proposta
Pedagógica Curricular da disciplina;
VI- oferta de cem por cento do total da carga horária distribuída na Matriz
Curricular do Ensino Fundamental – Fase II e do Ensino Médio;
VII- oferta de 04(quatro) horas – aula diária por turno, matutino, vespertino
e noturno.
O Estabelecimento de Ensino oferta os Exames de Suplência, quando
credenciado pela Secretaria de Estado da Educação, que compreendem a Base
Nacional Comum do Currículo, habilitando o prosseguimento de estudos.
Os Exames realizar-se-ão:
a) para a conclusão do Ensino Fundamental – fase II, aos maiores de
quinze anos;
b) para a conclusão do Ensino Médio, aos maiores de dezoito anos.
Os critérios utilizados para a aplicação os Exames seguirão as normas
complementares emanadas pelo Conselho Estadual de Educação e instruções da
Secretaria do Estado da Educação.
Este estabelecimento de Ensino desenvolve Ações Pedagógicas
Descentralizadas – APEDs efetivadas em situações de evidente necessidade,
dirigidas a grupos sociais com perfis e necessidades próprias e onde não há oferta
de escolarização para jovens, adultos e idosos, respeitada a Proposta Pedagógica
Curricular e o Regimento Escolar, autorizado pela Secretaria de Estado da
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Educação, seguindo instrução própria. As APEDs são ofertadas nos bairros são-
joseenses, nos níveis de Ensino Fundamental II e Médio na organização presencial
e coletiva, no período noturno.
Oferta, também, em todos os níveis e modalidades de ensino o
atendimento educacional especializado aos alunos com necessidades educacionais
especiais, nas áreas de deficiência intelectual, deficiência visual, surdez, deficiência
física neuromotora, condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos,
neurológicos ou psiquiátricos.
6. OBJETIVO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Assim como estabelece a Lei Nº 9394/96, Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, em seu Título II, Dos Princípios e Fins da Educação Nacional,
Art. 2º,... Tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo
para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho, esta Instituição de
Ensino tem por objetivo, fornecer a jovens, adultos e idosos uma educação de
qualidade, de forma a aproximá-los, de fato, do exercício consciente de sua
cidadania e da melhoria de suas condições de vida, seja no trabalho, nas relações
com o outro ou na elevação de sua autoestima.
Para a efetivação deste objetivo faz-se necessário um conjunto de ações
envolvendo todo o coletivo da escola e a seleção de instrumentos, estratégias,
conteúdos, recursos e procedimentos que venham a favorecer a existência de um
ambiente de aprendizagem.
E o esforço coletivo culmina na elaboração desta Proposta Pedagógica,
documento norteador de todas as ações desenvolvidas na Escola e de todas as
decisões tomadas pelas pessoas envolvidas direta ou indiretamente no processo
ensino-aprendizagem neste Estabelecimento de Ensino.
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6.1 Objetivos
O CEEBJA de São José dos Pinhais tem como objetivos:
◘ GARANTIR a democratização do saber sistematizado, visando o
desenvolvimento intelectual de jovens, adultos e idosos, através de
organização e metodologia diferenciada, apropriada à realidade trabalhada.
◘ Desenvolver ações pedagógicas descentralizadas, efetivadas em situações
de evidente necessidade, dirigidas a grupos sociais com perfis e necessidades
próprias e onde não haja oferta de escolarização para jovens, adultos e idosos.
◘ Proporcionar a escolarização de qualidade àqueles que não tiveram acesso
ou continuidade de estudos no Ensino Fundamental e Médio na idade própria.
E ainda, enquanto modalidade de ensino que atende educandos trabalhadores,
tem o compromisso com a formação humana e com o acesso a cultura geral,
de modo que os educandos venham a participar política e produtivamente das
relações sociais, demonstrando comportamento ético e compromisso político,
através do desenvolvimento da autonomia intelectual e moral.
◘ Construir uma escola pautada na gestão democrática, com vistas a contribuir
para a construção da verdadeira sociedade democrática.
7. PERFIL DO EDUCANDO
O Perfil do educando do CEEBJA São José dos Pinhais em muito se
assemelha ao perfil do educando da EJA apresentado pelas Diretrizes Curriculares
da Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná.
Esse aluno não obteve escolarização, ou não deu continuidade aos seus
estudos por fatores, muitas vezes, alheios à sua vontade, por exemplo, a
necessidade de trabalhar, a ausência de estímulos, dificuldade de acesso, entre
outros.
A demanda que procura este Centro de Educação é composta por jovens,
adultos, idosos, pessoas com necessidades especiais, moradores do campo,
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agricultores, profissionais liberais, trabalhadores assalariados advindos das grandes
indústrias instaladas neste município.
A prática tem nos indicado que estes educandos:
◘ são dotados de conhecimento de mundo;
◘ possuem experiências pessoais e profissionais muito diversificadas;
◘ aprendem conteúdos significativos segundo suas vivências e interesses;
◘ percebem metas com clareza;
◘ participam ativamente das atividades propostas;
◘ conseguem superar suas dificuldades pessoais, quando alcançam os
objetivos esperados;
◘ depositam grande expectativa em relação à escola para a mudança das suas
condições de vida.
E que o apoio da família é fator decisivo para a permanência e sucesso
destes educandos na escola.
Atualmente, este Centro tem atendido uma grande quantidade de
adolescentes, que diferentemente do aluno adulto não está aqui por falta de
oportunidade, mas sim, por conta de um processo educacional fragmentado,
marcado por frequente exclusão e reprovação no Ensino Fundamental e Médio
regulares.
Nota-se que para diferentes horários e locais de atendimento pode-se
encontrar perfis distintos, o turno da manhã é geralmente procurado pelos mais
jovens ou por aqueles que trabalham tarde e noite, também os que precisam de
atendimento especial. No período da tarde, o alunado é formado na sua maioria por
donas de casa que aproveitam o horário que seus filhos estão na escola regular,
para se dedicar aos estudos, e ainda, atende àqueles trabalhadores do turno da
noite, vigias, trabalhadores das indústrias em 3º turno, entre outros, como também
por jovens entre quinze a dezoito anos que de alguma forma ficaram à margem do
processo de escolarização do ensino regular. O turno da noite caracteriza-se como
alternativa para todos aqueles que trabalham em horário comercial na cidade e
proximidades.
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As ações pedagógicas descentralizadas atendem a demanda específica
de cada região, no período noturno. Ora agricultores, ora oleiros, meeiros, pequenos
proprietários de terras, autônomos e outros.
Uma característica importante observada em nosso alunado quando
buscam sua reinserção no processo educativo formal é a sua baixa autoestima, mas
que ao longo do processo de escolarização esses indivíduos adquirem
autoconfiança e realimentam suas esperanças e objetivos de vida.
Em síntese, o atendimento à escolarização de jovens, adultos e idosos,
não se refere exclusivamente a uma característica etária, mas a articulação desta
modalidade com a diversidade sociocultural de seus educandos.
Há que se considerar os diferentes perfis, a fim de se estruturar diferentes
formas de atendimento a essa demanda de alunos.
8. CARACTERIZAÇÃO DO CURSO
O CEEBJA de São José dos Pinhais tem como finalidade a oferta de
escolarização de jovens, adultos e idosos que buscam dar continuidade a seus
estudos no Ensino Fundamental – fase II ou Médio. Assegurando-lhes
oportunidades apropriadas, considerando suas características, interesses, condições
de vida e de trabalho, mediante ações didático-pedagógicas coletivas e/ou
individuais.
Este Estabelecimento de Ensino contempla também o atendimento a
educandos com necessidades educativas especiais. E são atendidos segundo os
pressupostos da inclusão, necessários no processo pedagógico, com adequação às
necessidades dos educandos, e corresponde ao ensino socialmente significativo
conforme legislação vigente e regulamentação da SEED.
O atendimento ofertado é presencial na organização individual e coletiva,
organizado por disciplina, com avaliação no processo e contempla o total de carga
horária estabelecida na legislação vigente, nos níveis de Ensino Fundamental – fase
II e Médio, nos três turnos: matutino, vespertino e noturno.
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Os estudos presenciais são desenvolvidos de modo a viabilizar processos
pedagógicos, tais como:
◘ pesquisa e problematização na produção do conhecimento;
◘ desenvolvimento da capacidade de ouvir, refletir e argumentar;
◘ registros, utilizando recursos variados (esquemas, anotações, fotografias,
ilustrações, textos individuais e coletivos), permitindo a sistematização e
socialização dos conhecimentos;
◘ vivências culturais diversificadas que expressem a cultura dos educandos,
bem como a reflexão sobre outras formas de expressão cultural.
Em ambos os atendimentos, os estudos apóiam-se nos materiais didáticos
ofertados pela entidade mantenedora, que apesar da defasagem, ainda servem de
suporte no desenvolvimento das atividades pedagógicas. Bem como em materiais
elaborados pela equipe de professores das diferentes áreas do conhecimento, nos
recursos físicos como biblioteca, laboratórios e nos recursos tecnológicos que a
escola dispõe.
O tempo de conclusão do curso e das disciplinas vem determinado pela
carga horária que o aluno deve cumprir, aliada a organização de oferta da escola e
do tempo disponível do aluno para comparecimento às aulas.
Para que o processo seja executado a contento, são estabelecidos planos
de estudos, atividades e organizados em um Guia de Estudos, o qual é
disponibilizado aos educandos, a fim de que estes tenham acesso a todas as
informações sobre a organização da modalidade.
8.1 Organização Coletiva
Programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um
cronograma que estipula o período, dias e horários das aulas, com previsão de início
e término de cada disciplina, oportunizando ao educando a integralização do
currículo. A organização coletiva destina-se, preferencialmente, àqueles que têm
possibilidade de frequentar com regularidade as aulas, a partir de um cronograma
pré-estabelecido.
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A mediação pedagógica ocorrerá priorizando o encaminhamento dos
conteúdos de forma coletiva, na relação professor e educandos, considerando os
saberes adquiridos na história de vida de cada educando e objetivando a sua
promoção.
8.2 Organização Individual
A organização individual destina-se àqueles educandos trabalhadores que
não têm possibilidade de frequentar com regularidade as aulas, devido às condições
de horários alternados de trabalho e para os educandos que foram matriculados
mediante classificação, por meio de aproveitamento de estudos ou reclassificação
ou, ainda, desistentes quando, no momento de reativação de sua matrícula, não há
turma organizada coletivamente para a sua inserção. Programada pela escola e
oferecida aos educandos por meio de um cronograma que estipula os dias e
horários das aulas, contemplando o ritmo próprio do educando, nas suas condições
de vinculação à escolarização e nos saberes já apropriados.
No atendimento individual, não existe organização de turmas, mas
programação de dias e horários de atendimento para que o aluno possa escolher,
dentre esses, em quais deseja participar, de acordo com a sua disponibilidade de
tempo, contemplando mais intensamente a relação pedagógica personalizada e o
ritmo próprio do educando nas suas condições de vinculação à escolarização e nos
saberes apropriados.
9. NÍVEL DE ENSINO
9.1 Ensino Fundamental – Fase I
A oferta de Ensino Fundamental – Fase I atende jovens, adultos e idosos
não alfabetizados e/ou aqueles que não concluíram as séries iniciais do Ensino
Fundamental, com o objetivo de continuidade dos estudos e conclusão da educação
básica. Esta oferta de modalidade de ensino fica sob total responsabilidade da
Secretaria de Educação do Município de São José dos Pinhais.
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9.2 Ensino Fundamental – Fase II
Ao se ofertar estudos referentes ao Ensino Fundamental – Fase II, este
Estabelecimento Escolar terá como referência as Diretrizes Curriculares Nacionais e
Estaduais, que consideram os conteúdos ora como meios, ora como fim do processo
de formação humana dos educandos.
Visa, ainda, o encaminhamento para a conclusão do Ensino Fundamental
e possibilita a continuidade dos estudos para o Ensino Médio, promovendo este
aluno humanamente e culturalmente.
9.3 Ensino Médio
O Ensino Médio neste Estabelecimento Escolar terá como referência em
sua oferta, os princípios, fundamentos e procedimentos propostos nas Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – Parecer 15/98 e Resolução n.º 02 de
07 de abril de 1998/CNE, nas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação de
Jovens e Adultos e nas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica.
9.4 Educação Inclusiva
Este Estabelecimento de Ensino contempla, também, o atendimento a
educandos com necessidades educativas especiais, inserindo estes no conjunto de
educandos da organização coletiva ou individual, priorizando ações que oportunizem
o acesso, a permanência e o êxito dos mesmos no espaço escolar, considerando a
situação individual de cada educando.
Uma vez que esta terminologia pode ser atribuída a diferentes grupos de
educandos, desde aqueles que apresentam deficiências permanentes até aqueles
que, por razões diversas, fracassam em seu processo de aprendizagem escolar. A
legislação assegura a oferta de atendimento educacional especializado a todos
aqueles que apresentam necessidades educativas especiais, tais como:
1. Deficiência mental, física/neuromotora, visual e auditiva;
2. Condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou
psiquiátricos;
3. Superdotação/altas habilidades.
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É importante destacar que “especiais” devem ser consideradas as
alternativas e as estratégias que a prática pedagógica deve assumir para remover
barreiras para a aprendizagem e participação de todos os alunos.1
Desse modo, desloca-se o enfoque do especial ligado ao educando para o
enfoque do especial atribuído à educação. Mesmo que os educandos apresentem
características diferenciadas decorrentes não apenas de deficiências, mas, também,
de condições sócioculturais diversas e econômicas desfavoráveis, eles terão direito
a receber apoios diferenciados daqueles normalmente oferecidos pela educação
escolar.
Garante-se, dessa forma, que a inclusão educacional realize-se,
assegurando o direito à igualdade com equidade de oportunidades. Isso não
significa o modo igual de educar a todos, mas uma forma de garantir os apoios e
serviços especializados para que cada um aprenda, resguardando-se suas
singularidades. A Escola oferece atendimento itinerante a 15 educandos portadores
de necessidades especiais, realizada por professor com formação especializada.
9.5 Ações Pedagógicas Descentralizadas
Este Estabelecimento Escolar desenvolverá Ações Pedagógicas
Descentralizadas, efetivadas em situações de evidente necessidade, dirigidas a
grupos sociais com perfis e necessidades próprias e onde não haja oferta de
escolarização para jovens, adultos e idosos, respeitada a Proposta Pedagógica e o
Regimento Escolar, desde que autorizado pela SEED/PR, segundo critérios
estabelecidos pela mesma Secretaria em instrução própria.
As APEDs – Ações Pedagógicas Descentralizadas têm o seu
funcionamento no período noturno.
Atualmente, as Ações Pedagógicas Descentralizadas atendem as
comunidades das seguintes localidades são-joseense:
1 CARVALHO, R.E. Removendo barreiras à aprendizagem. Porto Alegre, 2000, p.17.
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Bairro Escola Municipal
Rio Pequeno Almir Ferraz
Vila Quississana Aníbal Ribeiro Leal
Jardim Independência Castro Alves
Campo Largo da Roseira Clodoaldo Naumann
Planta São Marcos Eugênia da Cruz Santos Talamini
Jardim Fabíola Ezaltina Camargo Meiga
Jardim Ipê Irmã Maria Eufrásia Torres
Jardim Brasil - Guatupê Jorge Nascimento
Jardim Itália Leonilda Ravaglio Trevisan
Cidade Jardim Maria Vidal Novaes
Jardim Izaura Nossa Senhora Aparecida
Vila Rocco III Olavo Bilac
Jardim Cristal Paulo Pimentel
Vila Braga Pedro Moro Redeschi
Borda do Campo Pref. Francisco Ferreira Claudino
Jardim Anemari I – Borda do Campo Prof. Maria Leni Haluch de Bastos
Afonso Pena Professora Elvira Pilotto Carrano
Vila Nova Professora Terezinha Toczek
9.6 Dados Estatísticos
Segundo o último senso - Maio/2010 - esta Instituição de Ensino atende,
na Sede e APEDs, 3.963 educandos, sendo 2.135 matriculados no Ensino
Fundamental – fase II e 1.828 no Ensino Médio, distribuídos na organização
individual e, na sua maioria, na organização coletiva, em 109 turmas.
Os educandos inseridos na organização individual são atendidos no
CEEBJA - Sede, nos períodos matutino, vespertino e noturno. Os educandos
inseridos na organização coletiva - na Sede - também nos três períodos, distribuídos
em 24 turmas do Ensino Fundamental - fase II e 39 turmas do Ensino Médio,
totalizando 63 turmas. E nas APEDs - em Escolas Municipais - no período noturno,
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em bairros são-joseense, atendendo as necessidades e especificidades do público
local , oferta 23 turmas do Ensino Fundamental - fase II e 23 turmas do Ensino
Médio, totalizando 46 turmas.
10. FREQUÊNCIA
A carga horária prevista para as organizações individual e coletiva é de
100% (cem por cento) presencial no Ensino Fundamental – Fase II e no Ensino
Médio, sendo que a frequência mínima na organização coletiva é de 75% (setenta e
cinco por cento) e na organização individual é de 100% (cem por cento), em sala de
aula.
11. EXAMES SUPLETIVOS
Este Estabelecimento Escolar ofertará Exames Supletivos, atendendo ao
disposto na Lei n.º 9394/96, desde que autorizado e credenciado pela Secretaria de
Estado da Educação, por meio de Edital próprio emitido pelo Departamento de
Educação e Trabalho, através da Coordenação da Educação de Jovens e Adultos.
12. AÇÕES RELATIVAS À FORMAÇÃO CONTINUADA
Mulheres e homens, somos os únicos seres que, social e historicamente,
nos tornamos capazes de aprender. Por isso, somos os únicos em que
aprender é uma aventura criadora, algo, por isso mesmo muito mais rico do
que meramente repetir a lição dada. Aprender para nós é construir,
reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e
a aventura do espírito. (Paulo Freire)
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Tendo em vista, sermos seres em busca de constante crescimento
intelectual e cultural, de aperfeiçoamento, de reconstrução, mudança, e
principalmente, pela importância de todos os profissionais que atuam na gestão,
ensino e apoio pedagógico neste CEEBJA terem o profundo conhecimento e estudo
constante da função social da EJA, do perfil dos educandos jovens, adultos e idosos;
das Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais de EJA; bem como as legislações
e suas regulamentações inerentes à Educação e, em especial, à Educação de
Jovens e Adultos, para que todos os segmentos desta Instituição de Ensino, em
sintonia, possam atender as especificidades desta modalidade educacional,
garantindo a ação mediadora entre o educando e os saberes, de forma que o
mesmo assimile estes conhecimentos como instrumentos de transformação de sua
realidade social, é que o CEEBJA de São José dos Pinhais pretende continuar
incentivando os profissionais de todos os segmentos deste estabelecimento a
participarem efetivamente da formação continuada, através dos eventos promovidos
pela SEED e Núcleo de Educação, como Seminários de Educação e cursos de
aperfeiçoamento na Universidade do Professor - em Faxinal do Céu, Itinerante,
grupos de estudo, Projeto Folhas e OAC e nas demais proposições dessa entidade
mantenedora. Este Centro pretende, também, elaborar programas de capacitação
visando o aprimoramento técnico-teórico-metodológico, através de eventos
sistemáticos para troca de experiências e aperfeiçoamento, através de seminários,
palestras, debates, oficinas e grupos de estudo, especialmente nas semanas
pedagógicas. Bem como assegurar a continuidade das reuniões quinzenais por área
de conhecimento na Hora Atividade, nas quais já acontecem troca de experiências,
elaboração e organização de materiais pedagógicos e avaliações do processo de
ensino-aprendizagem.
13. ESTÁGIO NÃO-OBRIGATÓRIO
Este Estabelecimento Escolar, em consonância com as orientações da
SEED, oportunizará o estágio não-obrigatório, como atividade opcional,
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desenvolvido no ambiente de trabalho, conforme a Lei Federal nº 11.788, de 25 de
setembro de 2008.
14. RECURSOS HUMANOS
14.1 Administrativo
Nome Função Formação
Ilisete Maria Moletta Foggiatto Diretora História
Francisca Vieira Lima Diretor auxiliar Matemática
Roseli de Fátima Silva Diretor auxiliar Letras
Isabela Maria Ponciano Pupulin Equipe Pedagógica Pedagogia
Levi Mendonça de Lima Equipe Pedagógica Pedagogia
Maria Auxiliadora Cancelier Equipe Pedagógica Pedagogia
Marcelo Ferreira Equipe Pedagógica Pedagogia
Nilsa Sanada Equipe Pedagógica Pedagogia
Rute Ivete Percicote Equipe Pedagógica Pedagogia
Simone Schermak Equipe Pedagógica Pedagogia
Luciane Ribas Coord. Geral de APED Letras
Isabel Cristina Zaperlon Trevisan Coord. Itinerante de APED Ciências Biológicas
Gilmar Antonio Turok Coord. Itinerante de APED Matemática
Reginaldo Pazinatto Coord. Itinerante de APED Educação Física
Rosélis de Fátima Buher Machado Coord. Itinerante de APED Letras
Vaniclei Terezinha Pazini dos Santos Coord. Itinerante de APED Educação Física
Valérie de Morais Secretária Letras
Carla Crisciane Plaffenzeller Apoio/Técnico Administrativo Ensino Médio
Helio Osmar Ronkoski Apoio/Técnico Administrativo Enino Médio
Maria do Pilar Mansur Martins Apoio/Técnico Administrativo Administração
Raquel Rocha de Souza Apoio/Técnico Administrativo Administração
Sonia Maria Correia Apoio/Técnico Administrativo Pedagogia
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Nome Função Formação
Silvana do Rocio S. F. Moletta Apoio/Técnico Administrativo Ensino Medio
Tatiana Maria Ronkoski Apoio/Técnico Administrativo Ensino Médio
Marina Florandir Alves Apoio/Técnico Administrativo Ensino Médio
Alceu Marques Viana Auxiliar de Serviços Gerais Ensino Médio
Carla Aparecida B. Santos Cordeiro Auxiliar de Serviços Gerais Ensino Médio
Cristiane Correia de Oliveira Auxiliar de Serviços Gerais Ensino Médio
Judith Maria Giachini Ramos Auxiliar de Serviços Gerais Ensino Médio
Maria de Lourdes Pereira Auxiliar de Serviços Gerais Ensino Fundamental
Maria Eluiza Torres Auxiliar de Serviços Gerais Ensino Médio
Maria Fortunato da Silva Auxiliar de Serviços Gerais Ensino Médio
Maria Inez dos Santos Souza Auxiliar de Serviços Gerais Ensino Fundamental
Maria Luiza Varosquim Da Cal Auxiliar de Serviços Gerais Ensino Médio
Neuza Maria da Silva Auxiliar de Serviços Gerais Ensino Médio
Vilmar Cordeiro Simão Auxiliar de Serviços Gerais Ensino Fundamental
14.2 Corpo Docente
Professor(a)
Nível de Atuação Disciplina de
Atuação Formação Acadêmica EF EM
Adeline de Fátima M. Ribeiro X Química Química
Adilson Silva de Araujo X X Geografia Estudos Sociais
Adriana Setim X X Língua Portuguesa Letras
Adriane Igerski X X Língua Portuguesa Letras
Ana Isabel Contador Iglesias Schultz X X LEM-Inglês Letras
Ana Maria da Silva X Filosofia Ciências Sociais
Andréia Salete Busatta Faccini X X Ciências / Biologia Ciências/Biologia
Antonio Flávio Claras X X Matemática Matemática
Audálio Teixeira de Lima X X Matemática Ciências/Matemática
Caio Augusto Massera Fernandes X X História História
Carlos Augusto Ribas X X Matemática Administração
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Professor(a)
Nível de Atuação Disciplina de
Atuação Formação Acadêmica EF EM
Carlos Eduardo M dos Santos X X Ciências / Biologia Ciências Biologicas
Carmelita Backes Steffens X X Matemática Matemática
Clarice do Rocio de Lima de Araújo X X LEM-Inclês Letras
Claudinéia Maria de Siqueira Calixto X X História História
Cristiane Alves X X Língua Portuguesa Letras
Denise Golfieri X X LEM-Inglês Letras
Denise Tavares X X Língua Portuguesa Letras
Diego Galvão Boing X X Matemática Matemática
Edgar Schmidt X X Geografia Geografia
Edilton José Niewadomski X X LEM-Inglês Letras
Edson Cario Lamp X X História Est.Sociais/História
Eliana M. e Silva Lascouski X X Arte Musica
Elizane Camargo Comin X X Língua Portuguesa Letras
Elói Pereira de Melo X X Língua Portuguesa Letras
Eva Regina Sanches X Matemática Ciências/Biologia
Fabiano Lourenço da Silva X Biologia Biologia
Fabiano Setim X X História Est.Sociais/História
Fernanda Abade R.Bozza X X Língua Portuguesa Letras
Fernanda Mazetto Bezerra X X Educação Física Educação Física
Fernando Cesar Messias de Paula X X Língua Portuguesa Letras
Fernando Franciosi X X Geografia Ciências Sociais
Franciele Luci Matucheski Foggiatto X X Educação Física Educação Física
Franciele Stasiak Camargo X X Língua Portuguesa Letras
Francisca Irmã Basil X X História História
Giovani Lucas Miranda X X Matemática Ciências/Biologia
Henrique Voth Junior X X Língua Portuguesa Letras
Henrique Weyne Duarte X X História História
Iara Roberta Ferreira X X LEM-Inglês Letras
Igor Monteiro X X Língua Portuguesa Letras
Ivanilza Ramos Brancaglião X X Arte Ed. Art./Artes Plást.
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Professor(a)
Nível de Atuação Disciplina de
Atuação Formação Acadêmica EF EM
Ivone Shueda X X Língua Portuguesa Letras
Jandira Alves Santos X Ciências Ciências/Matemática
Jaqueline Evelyn Persegona X X Ciências Ciências Biológicas
João Carlos das Neves X X História Geografia
Joicecler Diniz da Silveira X X
Matemática Ciências/Metodologia
Matemática/Física
Juliana dos Santos X X Matemática Ciências/Mat.
Juliani X Ciências Ciências Biológicas
Juliano Alves Silva X X Geografia Geografia
Karin Cristiane Lamp X X Matemática Matemática
Keli Daiane Camargo X Química Química
Letícia Fernandes de França X X Geografia Geografia
Luiz Alberto Boeing X X História História
Luiz Daniel de Oliveira X X Ciências / Biologia Ciências /Química
Luiz Marcos Lepienski X Biologia Ciências Biológicas
Luzia Macedo de Oliveira X X Língua Portuguesa Letras
Mabel Catarina Foggiatto X X Matemática Matemática
Marcia Regina Souza X Química Química
Marcos Roberto Lopes X X Matemática Ciências Biológicas
Margarete dos Santos X X Língua Portuguesa Letras
Maria de Fátima Fernandes Gomes X X Geografia Est. Soc./História
Maria do Rosário Toasa Caldeira X X Língua Portuguesa Letras
Maria Rosária Aristides Concatto X X Ciências / Biologia Ciências/Biologia
Mariane do Rocio Nenevê X Física Física
Mario Fernando Zanona X Filosofia Filosofia
Milena Franciosi X Ciências Ciências Biológicas
Milene Kinast Silva X X Educação Especial Pedagogia Educação Especial
Miriam Nunes X X LEM-Inglês Letras
Nádia Lidiane T.Custódio Costa X X Matemática Matemática
Nilvane Cristina dos Santos X Física Matemática
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Professor(a)
Nível de Atuação Disciplina de
Atuação Formação Acadêmica EF EM
Nilza Machado X X Matemática Matemática
Patrícia Braga Fonseca X X Língua Portuguesa Letras
Raphaela Dalcomini de Macedo X X Geografia Geografia
Renato Pereira da Silva X Física Física (cursando)
Richard Fernando Costa X X Educação Física Educação Física
Roselete Aparecida Freire X X Matemática Ciências Econômicas
Mat.(cursando)
Sandra Aparecida dos Santos X X Língua Portuguesa Letras
Sérgio Roberto Molletta X X Educação Física Educação Física
Simone Cristine Souza X X Geografia História (cursando)
Simone Geanne de Moraes X Química Química
Solange Pereira X X Língua Portuguesa Letras
Sueli Sinja X X Língua Portuguesa Letras
Thincia Camargo X Filosofia Direito/História
Vagner Solamone X X Matemática Ciências/Matemática
Vanessa de Morais X X Língua Portuguesa Letras
Vicente Garcia X X Matemática Matemática
Vilma Aparecida de Oliveira X X LEM-Inglês Letras
Willian Cordeiro dos Santos X X Geografia História
Wilma Gonçalves Ortega X X LEM-Inglês Letras
15. A ESCOLA E SUAS CONCEPÇÕES
Conforme as Diretrizes Curriculares de Educação de Jovens e Adultos, a
EJA enquanto modalidade educacional atende a educandos trabalhadores e tem
como finalidade e objetivo o compromisso com a formação humana e com o acesso
à cultura geral, de modo que os educandos venham a participar política e
produtivamente das relações sociais, com o comprometimento ético e o
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compromisso político, através do desenvolvimento da autonomia intelectual e moral.
Segundo KUENZER (2000)
a educação deve voltar-se para uma formação na qual os educandos
trabalhadores possam aprender permanentemente, refletir criticamente, agir
com responsabilidade, participar do trabalho e da vida coletiva, comportar-
se de forma solidária, acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais,
enfrentar problemas novos construindo soluções originais com agilidade e
rapidez, a partir da utilização metodologicamente adequada de
conhecimentos científicos e sócio-históricos.
Pinto (1994), conceitua a educação, em sentido amplo, referindo-se a
existência humana em toda a sua duração e em todos seus aspectos. Educação é a
formação do homem pela sociedade, ou seja, é o processo pelo qual a sociedade
atua constantemente sobre o desenvolvimento do ser humano no intento de integrá-
lo no modo de ser social vigente e de conduzi-lo a aceitar e buscar os fins coletivos.
A tendência progressista é relevante neste contexto, pois defende que a realidade
social poderá ser transformada através da mudança de consciência da população.
Mediante isso, o papel da escola possui fundamental importância, pois consiste na
preparação do educando para o mundo e suas contradições, propiciando-lhe uma
participação organizada e ativa na democratização da sociedade.
Para que a escola seja o espaço destinado a essa formação humana e ao
acesso à cultura geral dos educandos, é importante que este planejamento esteja
centrado em uma gestão democrática que implique na participação efetiva e intensa
de todos os segmentos da comunidade escolar que de forma direta ou indireta
deverão estar presentes nas ações educativas decididas pela mesma, e com isso,
oferecer condições para ela se planejar buscando atender aos anseios da
comunidade da qual faz parte. Isso é confirmado por VEIGA, quando afirma que "é
preciso desencadear um movimento no sentido de organizar o trabalho pedagógico
na concepção de planejamento participativo e emancipador" (in VEIGA, 1998).
Numa gestão democrática é fundamental construir uma nova forma de organizar as
relações entre os sujeitos que fazem parte do contexto da escola, por meio da
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implementação de instrumentos e mecanismos democráticos na prática escolar, de
modo a ampliar e redimensionar as diversas instâncias colegiadas existentes como
o Conselho Escolar, a APAF, entre outros. Sabendo que possuem papéis, funções
e responsabilidades diferentes, mas que pressupõe que todas as especificidades
devam ser organizadas a partir dos mesmos fins, metas e objetivos educacionais.
Dentre as instâncias colegiadas, citaremos a APAF que consiste num órgão de
representação dos professores, alunos e funcionários que juntos analisam,
discutem, assistem, intervém, se necessário, e representam os reais interesses da
comunidade escolar, contribuindo, dessa forma, para a melhoria da qualidade do
ensino público. Outro órgão importante dentro do processo de gestão democrática é
o Conselho Escolar que é representativo da comunidade escolar, de natureza
deliberativa, consultiva, avaliativa e fiscalizadora, sobre a organização e realização
do trabalho pedagógico e administrativo da Instituição Escolar em conformidade
com as políticas e diretrizes educacionais da SEED e o Conselho de Alunos
formado por alunos representantes de turma que compõem o Conselho de seu
turno. É importante ressaltar que toda a comunidade escolar possui
responsabilidades coletivas e funções individuais que culminam em um mesmo
objetivo que consiste na efetivação do Projeto Político Pedagógico, documento,
este, norteador do trabalho escolar, pois consiste em um instrumento poderoso para
a gestão democrática da escola pública na formação da consciência coletiva, para a
mudança de hábitos tanto dos educandos quanto de seus familiares. Pois o
processo educativo enquanto fenômeno social mais abrangente não pode estar
desvinculado de tudo o que ocorre fora da escola, em especial no âmbito familiar.
Para a escola desempenhar o seu papel educativo, ela tem que ter presente a
continuidade entre a educação, família e escola.
Complementando a afirmação acima, FREIRE (2002) relata que,
o que importa é que a escola de nossa atualidade eduque seu aluno e
suas famílias no sentido da responsabilidade social e política, de que
somos tão carentes ainda. Responsabilidade que só se ganha vivendo.
Que só se obtém inserindo em projetos onde seja ela experimentada.
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Importante destacar, portanto, que a escola necessita da participação
efetiva e consciente de todos os envolvidos no processo educativo para que a
mesma possa desempenhar as suas funções.
Além disso, é necessário, também ressaltar a importância de "romper"
paradigmas da escola tradicional e construir uma relação dialética entre as
disciplinas que compõem o currículo escolar e a realidade do educando. Sendo o
currículo processo, movimento, percurso, como a etimologia da palavra indica,
revelando a trajetória político pedagógica da escola, seus sucessos e insucessos,
fracassos e vitórias, ele não pode reduzir-se a conteúdos disciplinares devendo ser
constantemente avaliado e reavaliado, este trabalho somente poderá ser
consolidado através dessa constante reflexão sobre o currículo escolar e a visão
interdisciplinar do conhecimento em ação conjunta dos educadores e equipe técnico-
-pedagógica. Entretanto, o currículo na EJA deve ser entendido, como uma forma de
organização abrangente, onde os conteúdos culturais relevantes estejam articulados
à realidade na qual o educando se encontra, viabilizando um processo integrador
dos diferentes saberes, a partir da contribuição das diferentes áreas/disciplinas do
conhecimento. Assim, podemos ter a escola que queremos buscando a relação
estrita entre o saber científico e o empírico, ampliando-o e sistematizando-o
considerando, ainda, o currículo oculto pautado na valorização do ser humano,
indispensável na prática pedagógica. Libâneo (1990) na sua literatura afirma que
aprender é um ato de conhecimento da realidade concreta, isto é, da situação real
vivida pelo educando e, só tem sentido se resulta de uma aproximação crítica da
realidade. Esse conhecimento somente é construído quando vivenciado, ou seja,
quando o educando adquire uma visão mais clara, concreta, unificadora do mesmo,
associando o conhecimento empírico, senso comum, ao saber científico. A
aprendizagem somente é efetivada quando ela é problematizadora,
conscientizadora, principalmente porque reconhece que seus educandos são
sujeitos histórico-sociais, capazes de transformar a realidade.
Segundo as DCEs, é a partir da construção do conhecimento que os
jovens, adultos e idosos passam a se reconhecer como sujeitos do processo,
confirmando saberes adquiridos para além da educação escolar, na própria vida,
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numa consistente comprovação de que esta modalidade de ensino é uma forma de
construção e de apropriação de conhecimentos para o mundo do trabalho e para o
exercício da cidadania, ressignificando as experiências acumuladas trazidas por
eles.
Sendo assim, para a concretização de uma prática pedagógica e
administrativa verdadeiramente voltada à formação humana, é necessário que o
processo ensino-aprendizagem, na Educação de Jovens e Adultos, seja coerente
com:
◘ O seu papel na socialização dos sujeitos, agregando elementos e valores que
os levem a emancipação e à afirmação de sua identidade cultural;
◘ O exercício de uma cidadania democrática, reflexo de um processo cognitivo
crítico e emancipatório, com base em valores como respeito mútuo,
solidariedade e justiça;
◘ Os três eixos articuladores do trabalho pedagógico com jovens, adultos e
idosos – cultura, trabalho e tempo, proposta para a organização metodológica
das práticas pedagógicas da EJA.
O primeiro é a cultura que compreende toda forma de produção de vida
material e imaterial e compõe um sistema de significações envolvido em todas as
formas de atividade social. Como elemento de mediação humana torna-se objeto da
educação que se traduz na escola, em atividade curricular. Se a cultura abarca toda
a forma de produção humana, inclui também o trabalho e todas as relações que ele
perpassa.
O trabalho, segundo eixo norteador, é a ação pela qual o homem
transforma a natureza e, nesse processo, transforma-se a si mesmo. É produção
histórico-cultural, é princípio educativo, se constitui, portanto, em um dos eixos do
currículo.
O terceiro eixo é o tempo que segundo as Diretrizes Curriculares da EJA,
abrange três dimensões: O físico que está relacionado com o calendário escolar que
organiza e controla o tempo de ação pedagógica. O tempo vivido que está
associado à experiência profissional do professor através de cursos e ação docente.
O tempo vivido que diz respeito às experiências sociais e escolares dos educandos.
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O último compreende o tempo que a organização escolar disponibiliza para a
escolarização e socialização do conhecimento. E ainda, o tempo de que o aluno
dispõe para se dedicar aos afazeres escolares internos e externos exigidos pelo
processo educativo. A organização do tempo escolar será ofertada de forma
presencial individual e coletiva, levando em consideração o tempo escolar nas suas
três dimensões.
É inerente a organização pedagógico-curricular da EJA, a valorização dos
diferentes tempos necessários à aprendizagem dos educandos da EJA,
considerando os saberes adquiridos na informalidade das suas vivências e do
mundo do trabalho, face à diversidade de suas características.
E ainda, conforme as Diretrizes Curriculares Estaduais de Educação de
Jovens e Adultos no Estado do Paraná, versão preliminar, deve-se considerar que:
◘ A EJA deve constituir-se de uma estrutura flexível, pois há um tempo
diferenciado de aprendizagem e não um tempo único para todos os educandos,
bem como os mesmos possuem diferentes possibilidades e condições de
reinserção nos processos educativos formais;
◘ O tempo que o educando jovem, adulto e idoso permanecerá no processo
educativo tem valor próprio e significativo, assim sendo, cabe à escola superar
um ensino de caráter enciclopédico, centrado mais na quantidade de
informações do que na relação qualitativa com o conhecimento;
◘ Os conteúdos específicos de cada disciplina, deverão estar articulados à
realidade, considerando sua dimensão sócio-histórica, vinculada ao mundo do
trabalho, à ciência, às novas tecnologias, dentre outros;
A escola é um dos espaços em que os educandos desenvolvem a
capacidade de pensar, ler, interpretar e reinventar o seu mundo, por meio da
atividade reflexiva. A ação da escola será de mediação entre o educando e os
saberes, de forma que o mesmo assimile estes conhecimentos como instrumentos
de transformação de sua realidade social.
O currículo na EJA não deve ser entendido como na pedagogia
tradicional, que fragmenta o processo de conhecimento e o hierarquiza nas matérias
escolares, mas sim, como uma forma de organização abrangente, na qual os
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conteúdos culturais relevantes estão articulados à realidade na qual o educando se
encontra, viabilizando um processo integrador dos diferentes saberes, a partir da
contribuição das diferentes áreas/disciplinas do conhecimento.
Sendo assim, o presente projeto objetivará no desenvolvimento de
conteúdos e nas formas de tratamento metodológico: compreender que os
educandos da Educação de Jovens e Adultos são sujeitos sócio-histórico-culturais,
com conhecimentos e experiências acumuladas, com tempo próprio de formação e
aprendizagem; oportunizar a ressignificação da concepção de mundo e dos próprios
educandos; entender que o processo educativo deve trabalhar no sentido de ser
síntese entre a objetividade das relações sociais e a subjetividade, de modo que as
diferentes linguagens desenvolvam o raciocínio lógico e a capacidade de utilizar
conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio-históricos; possibilitar trajetórias de
aprendizado individuais com base na referência, nos interesses do educando e nos
conteúdos necessários ao exercício da cidadania e do trabalho; fornecer subsídios
para que os educandos tornem-se ativos, criativos, críticos e democráticos.
Os estudos presenciais serão desenvolvidos de modo a viabilizar
processos pedagógicos, tais como: pesquisa e problematização na produção do
conhecimento; desenvolvimento da capacidade de ouvir, refletir e argumentar;
registros, utilizando recursos variados (esquemas, anotações, fotografias,
ilustrações, textos individuais e coletivos), permitindo a sistematização e socialização
dos conhecimentos; vivências culturais diversificadas que expressem a cultura dos
educandos, bem como a reflexão sobre outras formas de expressão cultural.
Em relação à Educação Inclusiva, a EJA também atende portadores de
necessidades especiais e busca priorizar ações educacionais específicas e que
oportunizem o acesso, a permanência e o êxito desses educandos no espaço
escolar. A educação inclusiva reconhece que todos podem aprender, respeita as
diferenças, prepara as estruturas e os sistemas de ensino, suas metodologias, e tem
a abordagem de ensino centrada no aluno, ao invés de centrar no currículo escolar.
Educação Especial pode ser atribuída a diferentes grupos de educandos, desde
aqueles que apresentam deficiências permanentes até aqueles que por razões
diversas, fracassam em seu processo de aprendizagem escolar. A legislação
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assegura a oferta de atendimento educacional especializado aos educandos que
apresentam necessidades educativas especiais decorrentes de deficiências mental,
física/neuromotora, visual e auditiva; condutas típicas de síndromes e quadros
psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos; e superdotação/altas habilidades.
Conforme (CARVALHO, 2001), “é importante destacar que “especiais” devem ser
consideradas as alternativas e as estratégias que a prática pedagógica deve assumir
para remover barreiras para a aprendizagem e participação de todos os educandos”.
Desse modo, desloca-se o enfoque do especial ligado ao educando para o enfoque
do especial atribuído à educação. Mesmo que os educandos apresentem
características diferenciadas decorrentes não apenas de deficiências, mas, também,
de condições sócio-culturais diversas e econômicas desfavoráveis, eles terão o
direito a receber apoios diferenciados daqueles normalmente oferecidos pela
educação escolar. Garante-se, dessa forma, que a inclusão educacional realize-se,
assegurando o direito à igualdade com equidade de oportunidades. Isso não
significa o modo igual de educar a todos, mas uma forma de garantir os apoios e
serviços especializados para que cada um aprenda, resguardando-se suas
singularidades.
Outro fator importante dentro do processo de ensino aprendizagem
consiste na avaliação. Luckesi (1986), afirma que a avaliação pode ser entendida
como "um julgamento de valor sobre manifestações relevantes da realidade, tendo
em vista uma tomada de decisão". O juízo de valor "significa uma afirmação
qualitativa, sobre um dado objeto, a partir de critérios pré-estabelecidos". É um
julgamento fundado nos conhecimentos necessários sobre o objeto de estudo. O
julgamento emergirá, portanto, dos indicadores da realidade. A tomada de decisão
implica em posicionamento frente aos resultados obtidos. É a chamada ação,
avaliação, reflexão, análise dos resultados obtidos e posterior ação, utilização de
diferentes métodos para se chegar a um resultado mais positivo, ou seja, o
aprendizado.
Conforme as Diretrizes Curriculares de EJA, a avaliação não pode ser um
mecanismo para classificar, excluir ou promover o aluno, mas um parâmetro da
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práxis pedagógica, tomando os erros e os acertos como elementos sinalizadores
para o seu replanejamento.
Na avaliação da aprendizagem é fundamental a análise da capacidade de
reflexão dos educandos frente às suas próprias experiências. E, portanto, deve ser
entendida como processo contínuo, descritivo, compreensivo que oportuniza uma
atitude crítico-reflexiva frente à realidade concreta.
Conforme orientações contidas no artigo 24, da LDBEN 9394/96, a
avaliação educacional compreende os seguintes princípios:
◘ Investigativa ou diagnóstica: possibilita ao professor obter informações
necessárias para propor atividades e gerar novos conhecimentos;
◘ Contínua: permite a observação permanente do processo ensino-
aprendizagem e possibilita ao educador repensar sua prática pedagógica;
◘ Sistemática: acompanha o processo de aprendizagem do educando,
utilizando instrumentos diversos para o registro do processo;
◘ Abrangente: contempla a amplitude das ações pedagógicas no tempo/ escola
do educando;
◘ Permanente: permite um avaliar constante na aquisição dos conteúdos pelo
educando no decorrer do seu tempo/escola, bem como do trabalho pedagógico
da escola.
Considerando que os saberes e a cultura do educando devem ser
respeitados como ponto de partida real do processo pedagógico, a avaliação
contemplará, necessariamente, as experiências acumuladas e as transformações
que marcaram o seu trajeto educativo, tanto anterior ao reingresso na educação
formal, como durante o atual processo de escolarização.
16. OPERACIONALIZANDO A ESCOLA
A operacionalização do Projeto Político Pedagógico deste Centro Estadual
de Educação Básica para Jovens, Adultos e Idosos se dará através da Gestão
Escolar, processo que rege o funcionamento da Escola compreendendo a tomada
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de decisão conjunta do planejamento, execução, acompanhamento e avaliação das
questões pedagógicas, envolvendo a participação de toda a comunidade escolar.
A comunidade escolar, ou seja, o conjunto constituído pelo corpo docente,
discente, especialistas em educação, funcionários e sociedade civil, protagoniza a
ação educativa da escola. E através desse processo político irá discutir, deliberar,
planejar, solucionar problemas criando encaminhamentos, acompanhando,
controlando e avaliando o conjunto das ações voltadas ao desenvolvimento desta
Instituição.
A gestão escolar, como decorrência do princípio constitucional
democrático e colegiado, terá como órgão máximo de direito o Conselho Escolar e
como órgão cooperador a APAF - Associação de Professores, Alunos e
Funcionários do CEEBJA.
17. INSTÂNCIAS COLETIGADAS
17.1 Conselho Escolar
Este Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos tem
constituído um Conselho Escolar com representantes da direção, equipe técnico-
pedagógica, educadores, educandos e representantes da sociedade.
Esse Conselho é um órgão Colegiado, representativo da Comunidade
Escolar, de natureza consultiva, deliberativa, avaliativa e fiscalizadora, sobre a
organização e realização do trabalho pedagógico e administrativo da instituição
escolar em conformidade com as políticas e diretrizes educacionais da SEED,
observando a Constituição, a LDB, o Projeto Político Pedagógico e o Regimento
Escolar, para o cumprimento da função social e específica da escola.
1º - A função deliberativa, refere-se à tomada de decisões relativas às diretrizes
e linhas gerais das ações pedagógicas, administrativas e financeiras quanto ao
direcionamento das políticas públicas, desenvolvidas no âmbito escolar;
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2º - A função consultiva refere-se à emissão de pareceres para dirimir dúvidas
e tomar decisões quanto às questões pedagógicas, administrativas e
financeiras, no âmbito de sua competência;
3º - A função avaliativa refere-se ao acompanhamento sistemático das ações
educativas desenvolvidas pela unidade escolar, objetivando a identificação de
problemas e alternativas para melhoria de seu desempenho, garantindo
cumprimento das normas da escola bem como, a qualidade social da instituição
escolar;
4º - A função fiscalizadora refere-se ao acompanhamento e fiscalização da
gestão pedagógica, administrativa e financeira da unidade escolar, garantindo a
legitimidade de suas ações.
A ação do Conselho Escolar estará fundamentada nos seguintes
pressupostos:
◘ Educação é um direito de todos os cidadãos;
◘ A escola deve garantir o acesso e permanência a todos que pretendem
ingressar no ensino público;
◘ A universalização e a gratuidade da educação é um dever do Estado;
◘ A construção contínua e permanente vinculada a um projeto de sociedade;
◘ Qualidade de ensino e competência político-pedagógica são elementos
indissociáveis num projeto democrático de escola pública;
◘ O trabalho pedagógico escolar, numa perspectiva emancipadora, é
organizado numa dimensão coletiva;
◘ A democratização da gestão escolar é responsabilidade de todos os sujeitos
que constituem a comunidade escolar;
◘ A gestão democrática privilegia a legitimidade, a transparência, a
cooperação, a responsabilidade, o respeito, o diálogo e a interação em todos os
aspectos pedagógicos, administrativos e financeiros da organização de trabalho
escolar.
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Os objetivos do Conselho Escolar são:
Realizar a gestão escolar numa perspectiva democrática, contemplando o
coletivo, de acordo com as propostas educacionais contidas no Projeto Político
Pedagógico da Escola;
Constituir-se em instrumento de democratização das relações no interior
da escola, ampliando os espaços de efetiva participação da comunidade escolar nos
processos decisórios sobre a natureza e a especificidade do trabalho pedagógico
escolar;
Promover o exercício da cidadania no interior da escola, articulando a
integração e a participação dos diversos segmentos da comunidade escolar na
construção de uma escola pública de qualidade, gratuita e universal;
Estabelecer políticas e diretrizes norteadoras da organização do trabalho
pedagógico na escola, a partir dos interesses e expectativas histórico-sociais, em
consonância com as orientações da SEED e a legislação vigente;
Acompanhar e avaliar o trabalho pedagógico desenvolvido pela
comunidade escolar, realizando as intervenções necessárias, tendo como
pressuposto o Projeto Político Pedagógico da escola;
Garantir o cumprimento da função social e da especificidade do trabalho
pedagógico da escola, de modo que a organização das atividades educativas
escolares esteja pautada nos princípios da gestão democrática.
São atribuições do Conselho Escolar:
◘ Aprovar e acompanhar a efetivação do Projeto Político Pedagógico da escola;
◘ Analisar e aprovar o Plano anual da Escola, com base no Projeto Político
Pedagógico da mesma;
◘ Criar e garantir mecanismos de participação efetiva e democracia na
elaboração do Projeto Político Pedagógico bem como do Regimento Escolar,
incluindo suas formas de funcionamento aprovados pela comunidade escolar;
◘ Acompanhar e avaliar o desempenho da escola face às diretrizes, prioridades
e metas estabelecidas no Plano Anual, redirecionando as ações quando
necessário;
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◘ Definir critérios para utilização do prédio escolar, observando os dispositivos
legais emanados da mantenedora e resguardando o disposto no Artigo 10 da
Constituição do Estado do Paraná, sem prejuízo ao processo pedagógico da
escola;
◘ Analisar projetos elaborados e/ou em execução por quaisquer dos segmentos
que compõem a comunidade escolar, no sentido de avaliar sua importância no
processo educativo;
◘ Analisar e propor alternativas de soluções à questão da natureza pedagógica,
administrativa e financeira, detectadas pelo próprio Conselho Escolar, bem
como as encaminhadas, por escrito, pelos diferentes participantes da
comunidade escolar, no âmbito de sua competência;
◘ Articular ações com segmentos da sociedade que possam contribuir para a
melhoria da qualidade do processo ensino-aprendizagem;
◘ Elaborar e/ou reformular o Estatuto do Conselho Escolar sempre que se fizer
necessário, de acordo com as normas da SEED e legislação vigente;
◘ Definir e aprovar o uso dos recursos destinados à escola mediante Planos de
Aplicação, bem como prestação de contas desses recursos, em ação conjunta
com a APAF;
◘ Discutir e analisar, rejeitar ou aprovar propostas de alterações no Regimento
Escolar encaminhadas pela comunidade escolar;
◘ Apoiar a criação e o fortalecimento de entidades representativas dos
segmentos escolares;
◘ Promover regularmente, círculos de estudos, objetivando a formação
continuada dos Conselheiros a partir de necessidades detectadas,
proporcionando um melhor desempenho do seu trabalho;
◘ Aprovar e acompanhar o cumprimento do Calendário Escolar observada à
legislação vigente e diretrizes emanadas da SEED;
◘ Discutir e acompanhar a efetivação da proposta curricular da escola,
objetivando o aprimoramento do processo pedagógico, respeitadas as diretrizes
emanadas da SEED;
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◘ Estabelecer critérios para aquisição de material escolar e/ou de outras
espécies necessárias à efetivação da proposta pedagógica da escola;
◘ Avaliar periodicamente e sistematicamente, as informações referentes ao uso
dos recursos financeiros, os serviços prestados pela Escola e resultados
pedagógicos obtidos;
◘ Encaminhar, quando for necessário, às autoridades competentes, solicitação
de verificação, com fim de apurar irregularidades de diretor, diretor auxiliar e
demais profissionais da escola, em decisão tomada pela maioria absoluta de
seus membros, em Assembléia Extraordinária convocada para tal fim, com
razões fundamentadas, documentadas e devidamente registradas;
◘ Assessorar, apoiar e colaborar com a direção em matéria de sua
competência e em todas as suas atribuições.
Portanto este Conselho Escolar será um fórum permanente de debates,
de articulações entre os vários setores da escola, tendo em vista o atendimento das
necessidades educacionais e os encaminhamentos necessários à solução de
questões pedagógicas, administrativas e financeiras, que possam interferir no
funcionamento da mesma.
Este Conselho encaminhará ações que visem à organização e o
funcionamento da escola, de acordo com o PPP e as políticas educacionais da
SEED, responsabilizando-se pelas deliberações.
17.2 Conselho de Alunos
Este Centro de Educação tem constituído também um Conselho de
Alunos, formado por dois educandos representantes de cada turma, que constituem
o Conselho em seu turno, eleitos no início de cada módulo, os quais são os elos
entre os Educandos de suas turmas, Professores, Equipe Pedagógica, Direção do
Colégio e demais segmentos da comunidade escolar colaborando para efetiva
gestão democrática desta instituição. Faz parte das atribuições do Conselho de
Alunos interagir com o Conselho Participativo, participar da avaliação Institucional e
demais reuniões, sempre que convocado.
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Compete aos Representantes:
◘ Participar de reuniões do Conselho de Alunos – representantes de turma –
em seu turno, sempre que convocado;
◘ Representar a turma junto aos professores, equipe pedagógica e direção;
◘ Comunicar avisos solicitados pela equipe pedagógica e/ou direção do
CEEBJA;
◘ Assessorar e fazer chegar ao conhecimento do professor titular qualquer
ocorrência da sala de aula;
◘ Alertar o professor e/ou equipe pedagógica sobre caso de colegas faltosos,
visando a manutenção desses educandos na sala de aula e evitando a evasão
escolar;
◘ Colaborar na integração de novos colegas;
◘ Zelar pela organização, atitude de estudo e trabalho do grupo cooperando
para a manutenção da rotina diária de sala de aula;
◘ Procurar realizar as diferentes atribuições, privilegiando o trabalho coletivo e
participativo.
17.3 APAF
A APAF, Associação de Professores, Alunos e Funcionários do CEEBJA,
pessoa jurídica de direito privado, é um órgão de representação do corpo docente e
discente da escola, de utilidade pública, não tendo caráter político partidário,
religioso, racial e nem fins lucrativos, não sendo remunerados os seus Dirigentes e
Conselheiros, tratando-se de trabalho voluntário e constituído por prazo
indeterminado.
17.3.1 Objetivos da APAF
Discutir, no seu âmbito de ação, sobre ações de assistência ao educando, de
aprimoramento do ensino e integração família/escola/comunidade, enviando
sugestões, em consonância com a Proposta Pedagógica, para apreciação do
Conselho Escolar e Equipe Pedagógica e Administrativa.
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Prestar assistência aos educandos, professores e funcionários, assegurando-
lhes melhores condições de eficiência escolar, em consonância com a Proposta
Pedagógica do Estabelecimento de Ensino;
Buscar a integração dos segmentos da sociedade organizada, no contexto
escolar, discutindo a política educacional, visando sempre a realidade dessa
comunidade;
Proporcionar condições ao educando para participar de todo o processo
escolar com apoio da APAF e do Conselho Escolar;
Representar os reais interesses da comunidade escolar, contribuindo, dessa
forma, para a melhoria da qualidade do ensino, visando uma escola pública, gratuita
e universal;
Promover o entrosamento entre todos os segmentos da comunidade escolar,
através de atividades sócioeducativas, culturais e desportivas, ouvindo o Conselho
Escolar;
Gerir e administrar os recursos financeiros próprios e os que lhes forem
repassados através de convênios, de acordo com as prioridades estabelecidas em
reunião conjunta com o Conselho Escolar, com registro em livro ata;
Colaborar com a manutenção e conservação do prédio escolar e suas
instalações, conscientizando sempre a comunidade sobre a importância desta ação.
Compete à APAF
◘ Acompanhar o desenvolvimento da Proposta Pedagógica, sugerindo as
alterações que julgar necessárias ao Conselho Escolar do Estabelecimento de
Ensino, para deferimento ou não;
◘ Observar as disposições legais e regulamentares vigentes, inclusive
Resoluções emanadas da SEED, no que concerne à utilização das
dependências da Unidade Escolar para a realização de eventos próprios do
Estabelecimento de Ensino;
◘ Estimular a criação e desenvolvimento de atividades para educandos,
educadores, funcionários assim como para a comunidade, após analise do
Conselho Escolar;
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◘ Promover palestras, conferências e grupos de estudo envolvendo todos os
segmentos da comunidade escolar, a partir de necessidades apontadas por
esses segmentos;
◘ Reunir-se com o Conselho Escolar para definir o destino dos recursos
advindos de convênios públicos mediante a elaboração de planos de aplicação,
bem como reunir-se para a prestação de contas desses recursos, com registro
em ata;
◘ Mobilizar a comunidade escolar, na perspectiva de sua organização enquanto
órgão representativo, para que esta comunidade expresse suas expectativas e
necessidades;
◘ Celebrar convênios com Poder Público para o desenvolvimento de atividades
curriculares, implantação e implementação de projetos e programas nos
Estabelecimentos de Ensino da Rede Pública Estadual, apresentando plano de
aplicação dos recursos públicos eventualmente repassados e prestação de
contas ao Tribunal de Contas do Estado do Paraná dos recursos utilizados.
17.4 Comunidade Escolar
A Comunidade Escolar deste CEEBJA é composta por Educandos,
Educadores, Direção, Equipe Pedagógica, Funcionários e de todos os envolvidos no
cotidiano escolar. Através da participação, em sintonia, de todos efetiva-se o
processo educacional transformando a escola em um ambiente descentralizado,
mais democrático e transparente.
17.4.1 Papel da Comunidade Escolar
17.4.1.1 Direção
A Equipe de Direção deste CEEBJA é composta por um Diretor e dois
Diretores auxiliares, com designação por ato próprio.
O Diretor deve administrar o Centro de Educação Básica para Jovens e
Adultos, junto com o Conselho Escolar, coordenando a execução de um plano de
trabalho, construído coletivamente, no sentido de elevar os padrões de qualidade do
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estabelecimento escolar. Na ausência do Diretor, o Diretor auxiliar assume essa
função dando continuidade ao trabalho executado na escola.
Compete ao Diretor:
◘ Convocar integrantes da comunidade escolar para a elaboração do Plano
Anual de Trabalho do estabelecimento, submetendo-o à apreciação e
aprovação do Conselho Escolar;
◘ Elaborar os planos de aplicação financeira, a respectiva prestação de contas
e submeter à apreciação do Conselho Escolar;
◘ Elaborar e submeter à aprovação do Conselho Escolar as diretrizes
específicas de administração deste estabelecimento, em consonância com as
normas e orientações gerais da Secretaria de Estado da Educação;
◘ Coordenar a implementação das Diretrizes Pedagógicas, aplicar normas,
procedimentos e medidas administrativas, de acordo com instruções da
Secretaria de Estado da Educação;
◘ Supervisionar as atividades dos órgãos de apoio, administrativo e pedagógico
do estabelecimento;
◘ Coordenar e supervisionar os serviços da secretaria escolar;
◘ Deferir as matrículas, no prazo estipulado pela legislação;
◘ Abrir espaço para discussão, avaliação e intercâmbio, interno e externo das
práticas escolares;
◘ Implementar uma gestão participativa, estimulando o desenvolvimento das
responsabilidades individuais e promovendo o trabalho coletivo do
Estabelecimento de Ensino;
◘ Coordenar toda a equipe escolar, tendo em vista o cumprimento dos objetivos
propostos para a EJA;
◘ Coordenar a equipe pedagógica (diretor auxiliar, coordenadores, pedagogos
e educadores) para a elaboração e implementação do plano de trabalho.
◘ Administrar os serviços de apoio às atividades escolares, de modo a
estimular a participação desses serviços nos processos decisórios da escola;
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◘ Negociar, com competência, para harmonizar interesses divergentes, levando
em conta as necessidades de todos os envolvidos direta ou indiretamente;
◘ Solicitar ao NRE, suprimento e cancelamento de demanda de funcionários e
educadores do estabelecimento, observando a legislação vigente;
◘ Administrar os recursos financeiros;
◘ Controlar a frequência de educadores e funcionários;
◘ Adquirir e controlar material de consumo e permanente;
◘ Acompanhar e validar a Avaliação de Apropriação de Conteúdos por
Disciplina;
◘ Executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora.
Compete ao Diretor auxiliar:
◘ Coordenar reuniões sistemáticas de estudos junto à equipe;
◘ Orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos para cada
disciplina;
◘ Subsidiar a Direção, com critérios, para definição do Calendário Escolar, de
acordo com as orientações do NRE;
◘ Analisar e emitir parecer sobre aproveitamento de estudos, em casos de
recebimento de transferências, de acordo com a legislação vigente;
◘ Participar, sempre que convocado, de cursos, seminários, encontros e grupos
de estudos;
◘ Coordenar a elaboração e execução da Proposta Pedagógica da escola;
◘ Acompanhar o processo de ensino, atuando junto aos educadores e
educandos, no sentido de analisar os resultados da aprendizagem e traçar
planos de recuperação.
17.4.1.2 Professor Pedagogo
O professor Pedagogo deve buscar a efetivação do currículo escolar, num
processo dinâmico, contínuo, sistemático e integrado aos demais profissionais
envolvidos.
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Cabe ao Professor Pedagogo:
◘ Discutir com toda equipe pedagógica, alternativas de trabalho, que motivem
os educandos durante o seu processo escolar;
◘ Planejar alternativas de trabalho a partir de indicadores educacionais
(evasão, repetência, transferências expedidas e recebidas e outros);
◘ Subsidiar a elaboração de plano de trabalho e ensino, a partir de diagnóstico
estabelecido;
◘ Acompanhar e avaliar a implementação das ações estabelecidas nos planos
de trabalho;
◘ Buscar aprimoramento profissional constante, seja nas oportunidades
oferecidas pela mantenedora, pelo Estabelecimento ou por iniciativa própria;
◘ Realizar estudos para definição de apoio aos educandos que apresentem
dificuldade de aprendizagem, para que a escola ofereça todas as alternativas
possíveis de atendimentos;
◘ Coordenar e supervisionar as atividades administrativas referentes à
matrícula, transferência, classificação e reclassificação, aproveitamento de
estudos e conclusão de cursos;
◘ Participar de análise e discussão dos critérios de avaliação e suas
consequências no desempenho dos educandos;
◘ Promover a participação do Estabelecimento de Ensino nas atividades
comunitárias;
◘ Pesquisar e investigar a realidade concreta do educando historicamente
situado, oferecendo suporte ao trabalho permanente do currículo escolar;
◘ Integrar a presidência do Conselho Escolar, em caso da ausência do Diretor,
quando não houver Diretor Auxiliar.
17.4.1.3 Coordenações de Ações Pedagógicas Descentralizadas
As Coordenações de Ações Pedagógicas Descentralizadas –
Coordenação Geral e Coordenação Itinerante, bem como a Coordenação de
Exames Supletivos, têm como finalidade a execução dessas ações pelo
Estabelecimento Escolar, quando autorizadas e regulamentadas pela mantenedora.
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Cabe ao Coordenador de Ações Pedagógicas Descentralizadas:
Coordenador Geral
◘ Receber e organizar as solicitações de Ações Pedagógicas Descentralizadas;
◘ Organizar os processos dessas Ações para análise pelo respectivo NRE;
◘ Elaborar os cronogramas de funcionamento de cada turma da Ação;
◘ Digitar os processos no Sistema e encaminhar para justificativa da direção do
Estabelecimento;
◘ Acompanhar o funcionamento de todas as turmas de Ações Pedagógicas
Descentralizadas vinculadas ao Estabelecimento;
◘ Acompanhar a matrícula dos educandos e a inserção das mesmas no
Sistema;
◘ Organizar a documentação dos educandos para a matrícula;
◘ Organizar as listas de frequência e de notas dos educandos;
◘ Enviar material de apoio didático para as turmas das Ações Pedagógicas
Descentralizadas;
◘ Responder ao NRE sobre todas as situações dessas turmas;
◘ Organizar o rodízio dos educadores nas diversas disciplinas, garantindo o
atendimento aos educandos de todas as turmas;
◘ Orientar e acompanhar o cumprimento das atividades a serem executadas
durante a hora atividade dos educadores;
◘ Realizar reuniões periódicas de estudo que promovam o intercâmbio de
experiências pedagógicas e a avaliação do processo ensino-aprendizagem;
◘ Elaborar materiais de divulgação e chamamento de matrículas em
comunidades que necessitam de escolarização;
◘ Acompanhar a ação dos Coordenadores Itinerantes;
◘ Tomar ciência e fazer cumprir a legislação vigente;
◘ Prestar à Direção, à Equipe Pedagógica do Estabelecimento e ao NRE,
quando solicitado, quaisquer esclarecimentos sobre a execução da
escolarização pelas Ações Pedagógicas Descentralizadas sob sua
coordenação;
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◘ Executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora.
Coordenador Itinerante
◘ Acompanhar o funcionamento in loco das Ações Pedagógicas
Descentralizadas;
◘ Atender e/ou encaminhar as demandas dos educadores e dos educandos;
◘ Verificar o cumprimento do horário de funcionamento das turmas;
◘ Observar e registrar a presença dos educadores;
◘ Atender a comunidade nas solicitações de matrícula;
◘ Solicitar e distribuir o material de apoio pedagógico;
◘ Solicitar e distribuir as listas de frequência e de nota dos educandos;
◘ Encaminhar as notas e frequências dos educandos para digitação;
◘ Acompanhar o rodízio de educadores, comunicando à Coordenação Geral
qualquer problema neste procedimento;
◘ Solicitar e organizar a documentação dos educandos para a matrícula;
◘ Acompanhar o funcionamento pedagógico e administrativo de todas as
turmas das Ações Pedagógicas Descentralizadas sob sua responsabilidade;
◘ Participar das reuniões pedagógicas e da hora atividade, juntamente com os
educadores;
◘ Executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora.
17.4.1.4 Coordenação de Exames Supletivos
Cabe ao Coordenador de Exames Supletivos
◘ Tomar conhecimento do edital de exames;
◘ Fazer as inscrições dos candidatos, conforme datas determinadas no edital;
◘ Verificar o número mínimo de candidatos inscritos para que os exames
possam ser executados;
◘ Digitar, no sistema, a inscrição dos candidatos;
◘ Conferir a inserção das inscrições dos candidatos no Sistema por meio da
emissão de Relatório de Inscritos;
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◘ Solicitar credenciamento de outros espaços escolares, quando necessário,
para execução dos exames;
◘ Solicitar, por e-mail ou ofício, com o conhecimento do NRE, as provas em
Braille e as ampliadas, das etapas a serem realizadas, quando for o caso;
◘ Solicitar, por e-mail ou ofício, com o conhecimento do NRE, para o DET -
Departamento de Educação e Trabalho / SEED, autorização para a realização
de quaisquer bancas especiais;
◘ Comunicar ao NRE todos os procedimentos tomados para realização dos
Exames;
◘ Receber os materiais dos Exames Supletivos nos NREs;
◘ Capacitar a(s) equipe(s) de trabalho do Estabelecimento para a realização
dos Exames Supletivos, quanto ao cumprimento dos procedimentos, em
especial a organização e o preenchimento do cartão resposta;
◘ Acompanhar a aplicação das provas, para que transcorram com segurança e
tranquilidade, em conformidade com os procedimentos inerentes aos Exames;
◘ Divulgar as atas de resultado.
17.4.1.5 Docentes
O Corpo Docente será composto por profissionais qualificados, admitidos
para atuarem na rede pública estadual de ensino, segundo critérios estabelecidos
pela entidade mantenedora, serão responsáveis por disciplinas constantes na matriz
curricular.
Os docentes de EJA deverão apresentar perfil que contemple:
◘ Compromisso com a Proposta Pedagógica da EJA;
◘ Visão global do currículo e dos princípios de sua organização;
◘ Postura interdisciplinar e contextualizada;
◘ Planejamento de estratégias pedagógicas;
◘ Conhecimento da função social da EJA;
◘ Busca de aprimoramento profissional constante, seja por meio de
oportunidades oferecidas pela mantenedora, pelo Estabelecimento de Ensino
ou por iniciativa própria;
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◘ Espírito de coletividade;
◘ Compromisso com as ações regulares e extra curriculares desenvolvidas pelo
Estabelecimento de Ensino;
◘ Disponibilidade de horário de acordo com sua carga horária docente;
◘ Disposição para o trabalho coletivo.
Aos docentes cabe também
◘ Definir e desenvolver o seu plano de ensino, conforme orientações das
Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais de EJA e da Proposta
Pedagógica deste Estabelecimento Escolar;
◘ Conhecer o perfil de seus educandos jovens, adultos e idosos;
◘ Utilizar adequadamente os espaços e materiais didático-pedagógicos
disponíveis, tornando-os meios para implementar uma metodologia de ensino
que respeite o processo de aquisição do conhecimento de cada educando
jovem, adulto e idoso deste Estabelecimento;
◘ Organizar, acompanhar e validar a Avaliação da Apropriação de Conteúdos
por Disciplina;
◘ Executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora;
O docente suprido neste Estabelecimento de Ensino deverá atuar na sede
e nas Ações Pedagógicas Descentralizadas, bem como nos Exames
Supletivos. Deverá atuar em todas as formas de organização do curso: aulas
presenciais coletivas e individuais.
17.4.1.6 Secretaria e Apoio Administrativo
A secretaria é o setor que tem em seu encargo, todo registro de
escrituração escolar e correspondência do Estabelecimento de Ensino. Este serviço
é coordenado e supervisionado pela Direção, ficando a ela subordinado.
O cargo de Secretário(a) é exercido por um profissional devidamente
qualificado para o exercício desta função. Portanto, a organização, a minúcia, a
seriedade daqueles que ocupam este ambiente têm, obrigatoriamente, que fazer
parte de todas as suas ações.
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Compete ao Secretário:
◘ Distribuir as tarefas decorrentes dos encargos da Secretaria aos seus
auxiliares;
◘ Organizar e manter em dia a coletânea de leis, regulamentos, diretrizes,
ordens de serviço, circulares, resoluções e demais documentos;
◘ Rever todo o expediente a ser submetido a despacho do diretor;
◘ Apresentar ao diretor, em tempo hábil, todos os documentos que devam ser
assinados;
◘ Executar os registros na documentação escolar referentes à matrícula,
transferência, classificação, reclassificação, aproveitamento de estudos e
conclusão de cursos;
◘ Manter organizado o arquivo ativo e inativo da vida escolar do educando;
◘ Comunicar à Direção toda a irregularidade que venha ocorrer na Secretaria;
◘ Manter atualizados os registros escolares dos educandos no sistema
informatizado, considerando a organização da EJA prevista na Proposta
Pedagógica.
Aos profissionais que executam esta função, secretários e apoio administrativo,
cabe a tarefa de:
◘ Conhecer a Proposta Pedagógica, Regimento Escolar e a Legislação que
rege o registro de documentação escolar do educando;
◘ Efetuar os registros sobre o processo escolar e arquivar a documentação em
pastas individualizadas, expedindo toda a documentação: declarações, fichas
de controle de notas e frequência individual e coletivo, certificados, históricos
escolares, transferências, relatórios finais, estatísticas, e outros documentos,
sempre que necessário;
◘ Atender os educandos, educadores e o público em geral informando sobre o
processo educativo, veiculado pelo Estabelecimento de Ensino;
◘ Utilizar somente as matrizes curriculares autorizadas pelo órgão competente;
◘ Participar de reuniões, encontros e/ou cursos, sempre que convocados e por
iniciativa própria, com o intuito de aprimoramento profissional;
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◘ Auxiliar em todas as atividades desenvolvidas pela escola;
◘ Atender às solicitações do Diretor;
◘ Providenciar o material utilizado nos recursos materiais (computadores,
impressoras, fotocopiadora, entre outros) e conservá-los em bom estado;
◘ Providenciar, quando necessário, serviços de artes gráficas, impressão e
reprodução de materiais, com a devida autorização da Direção;
◘ Racionalizar os serviços sob sua responsabilidade para uma melhor
produtividade;
◘ Não permitir o uso de material e/ou máquinas por pessoas estranhas a esse
setor;
◘ Receber, estocar e controlar o material de consumo, de limpeza e
equipamento;
◘ Solicitar à secretaria a reposição de material de consumo e de peças de
equipamentos;
◘ Manter atualizado o sistema de acompanhamento do educando,
considerando a organização da EJA prevista nesta proposta.
17.5 Ações Desenvolvidas pelas Instâncias Colegiadas
Visando o pleno desenvolvimento de uma gestão democrática, meta deste
Estabelecimento de Ensino, na busca de uma educação de qualidade, com
relevância social, sob uma perspectiva de fortalecimento dos aspectos
administrativos, físicos e pedagógicos, integrando ações voltadas ao crescimento e
desenvolvimento humano e educacional de todos os indivíduos da comunidade, é
que através de ações específicas das Instâncias Colegiadas pretende-se:
◘ dar continuidade a busca de um espaço adequado para a Sede do CEEBJA;
◘ continuar o fortalecimento destas instâncias colegiadas, possibilitando a
participação mais ativa nas decisões, estimulando mais sugestões e idéias nas
definições de metas e atividades do estabelecimento;
◘ incentivar constante a formação continuada de docentes e demais
funcionários da escola;
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◘ apoiar a equipe de coordenadores das disciplinas proporcionando-lhes
melhores condições para o desenvolvimento do trabalho;
◘ dar sequência as reuniões bimestrais com os diferentes segmentos escolares
a fim de diagnosticar, analisar e sanar as necessidades administrativas,
pedagógicas e materiais;
◘ colaborar ativamente no gerenciamento de verbas para obtenção de recursos
mateirais para dinamização das práticas pedagógicas tanto na Sede como nas
APEDs.
18. MATERIAIS DE APOIO DIDÁTICO
Serão adotados os materiais indicados pelo Departamento de Educação e
Trabalho/Coordenação de Educação de Jovens e Adultos, da Secretaria de Estado
da Educação do Paraná, como material de apoio. Bem como outros materiais
didáticos, elaborados pelo corpo docente, que atendam as necessidades específicas
dos educandos deste CEEBJA.
19. LABORATÓRIO
Conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Artigo 35, Inciso IV,
“É essencial a compreensão dos fundamentos científico-tecnológico dos processos
produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina”.
Por concordar que o laboratório é um recurso didático poderoso, que a
experiência deve estar intimamente relacionada aos conhecimentos teóricos e,
ainda, que mais do que fornecer informações, é fundamental que o ensino se volte
ao desenvolvimento de aptidões que permitam ao educando lidar com as
informações, compreendê-las, elaborá-las, enfim, para que ele possa entender o
mundo e nele interagir de forma crítica, fazendo uso dos conhecimentos adquiridos,
é que este Estabelecimento de Ensino, apesar de não possuir espaço físico
suficiente para a organização de seu Laboratório de Química Física, Ciências e
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Biologia, mas tendo em vista o novo conceito, expresso no parecer n° 095/99 do
Conselho Estadual de Educação de que laboratório pode ser qualquer espaço,
dentro e fora da escola, como por exemplo, o pátio da escola, a beira do mar, o
bosque ou a praça pública, explicita a não obrigatoriedade de espaço específico e
materiais predeterminados, para a concretização de experimentos nos
estabelecimentos de ensino, reforçando o princípio pedagógico da contextualização,
visa que as atividades nos diferentes espaços assumam papel de suma importância
no processo ensino-aprendizagem, auxiliando os educandos no encaminhamento
metodológico de temas ou assuntos em estudos, potencializando as atividades
experimentais, facilitando a compreensão de conceitos ou fenômenos, propiciando a
participação ativa destes educandos e diferentes possibilidades de interagirem com
o meio em que vivem. Em relação ao material de laboratório deste Centro, será
disponibilizado em sistema de organização por agendamento, de maneira que todas
as turmas - Sede e APEDs - que dele necessitar possam assim utilizá-lo.
20. RECURSOS TECNOLÓGICOS
Vivemos em tempos de "globalização do conhecimento", quando o
cidadão deve dominar as tecnologias existentes. Assim sendo, a informática na
escola será a possibilidade de construir estratégias e habilidades necessárias para
compreensão e inserção no mundo atual com novas formas de expressão e
comunicação. Neste enfoque será tratada como um recurso e estratégia para
garantir e ampliar a qualidade do processo ensino-aprendizagem.
Este Estabelecimento de Ensino oportunizará, ainda, a seus educandos
jovens, adultos e idosos, através dos recursos tecnológicos que dispõe, como tv, tv
pen drive, vídeo, DVD, retro projetor, CD player e data show, o trabalho com as
diferentes linguagens tecnológicas e representações, por terem estas, papel
preponderante na formação de pessoas melhor qualificadas para o convívio e a
atuação na sociedade, conscientes de seus compromissos para com as
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transformações de seu contexto, a valorização humana e a expressão da
criatividade.
21. BIBLIOTECA ESCOLAR
Como justificar a importância dos livros dentro de um mundo globalizado,
com informações online, acessíveis de qualquer ponto do planeta. Onde celulares
substituem o diálogo, o contato pessoal e até o aperto de mão. Não é tão difícil
assim, pois, a leitura, a contação de histórias, o registro escrito dos fatos e da
evolução da humanidade contada através dos livros exerce um fascínio sobre muitas
pessoas. Este fato é, atualmente, uma das justificativas para a existência das
bibliotecas, que apesar de sua evolução para adequarem-se ao mundo moderno e
às novas tecnologias, ainda possuem na sua essência um clima propício ao estudo,
à concentração e que guarda no silêncio de seu ambiente, o respeito implícito aos
autores, escritores e leitores que as frequentam.
A biblioteca escolar deste CEEBJA tem um papel muito especial, tendo em
vista a heterogeneidade do grupo de educandos em uma mesma turma, esta
configura-se em local onde o jovem, adulto ou o idoso pode buscar conhecimentos,
tendo seu tempo respeitado. Onde o ritmo acelerado de um, não se conflitua com o
ritmo mais lento do outro, porque a leitura é realizada a partir do ritmo de
entendimento de quem lê.
Este Estabelecimento de Ensino objetiva, ainda, a ampliação de seu
acervo bibliográfico e o incentivo permanente à leitura através de campanhas
periódicas, do Clube da Leitura e da execução de atividades que busquem a
identidade cultural de nossa escola.
Compete ao profissional dinamizador da Biblioteca:
◘ Constituir um espaço de contato com a leitura e a pesquisa para educadores,
educandos e comunidade escolar;
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◘ Viabilizar o empréstimo de livros para educandos através da criação de
sistema integrado;
◘ Agilizar, em cooperação com o corpo docente, atividades que estimulem a
leitura.
22. DVDTECA
Diante da demanda por inovação na sala de aula, o CEEBJA apoia-se na
utilização de recursos audiovisuais de cunho educativo e cultural para dar suporte ao
processo de ensino-aprendizagem. Mais que um material de apoio didático para
educadores e educandos, a DVDTECA será um acervo educacional que servirá
como fonte de dados de pesquisa, desenvolvimento das aulas e aprimoramento
pessoal, tendo em vista que enriquece o dia a dia, despertando o interesse e a
atenção dos alunos. Pois a partir da exploração da sensibilidade e do aspecto lúdico
das imagens e do som, o audiovisual aciona mecanismos de raciocínio que
resgatam conceitos na bagagem cultural do indivíduo e incentivam a construção do
conhecimento. Por esta razão, o CEEBJA está ampliando sua "DVDTECA", para
melhor atender as necessidades dos educadores e educandos e demais segmentos
da comunidade escolar. Em seu acervo encontram-se disponíveis vários títulos,
podendo assim tornar as aulas de todas as disciplinas cada vez mais dinâmicas.
23. PROPOSIÇÃO DE DIRETRIZES PARA AVALIAÇÃO GERAL DO
DESEMPENHO DOS DOCENTES, PEDAGOGOS E FUNCIONÁRIOS
Esta Instituição de Ensino, uma escola pautada na gestão democrática,
realizará sua Avaliação Institucional por meio de mecanismos criados pelo
Estabelecimento de Ensino e/ou por meio de mecanismos criados pela Secretaria de
Estado da Educação, contará com a participação efetiva do Conselho de Alunos e
de todos os segmentos da comunidade escolar. Ocorrerá anualmente, no final do
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ano letivo, e subsidiará a organização do Plano de Ação do estabelecimento para o
ano subsequente.
24. O TRABALHO PEDAGÓGICO E A PRÁTICA DOCENTE A PARTIR DO
CURRÍCULO ENQUANTO NÚCLEO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO.
Para efetivação e sucesso desse Projeto Político Pedagógico todos os
segmentos da comunidade escolar, direção, equipe pedagógica, docentes, discentes
e equipe de apoio estarão efetivamente envolvidos no processo de implementação,
análise e transformação do ambiente escolar, visando melhoria na qualidade
educacional da Instituição.
Ele requer o envolvimento, direto ou indireto, de toda a comunidade
escolar que constantemente será desafiada pelo desconhecido. A renovação das
práticas educacionais torna-se uma questão de sobrevivência da escola. Porém esta
renovação é complexa, primeiro porque perpassa por todos os aspectos da prática
pedagógica; segundo, porque exige abertura dos envolvidos no processo com a
vontade política de mudar; e terceiro, porque os meios para concretizar as
aspirações devem estar em consonância com o contexto histórico concreto.
25. PROJETOS INTEGRADOS AO CURRÍCULO ESCOLAR
25.1 Semana Cultural e Esportiva
Visando sociabilizar e congregar a comunidade escolar, este Centro de
Educação promove, anualmente, a Semana Cultural e Esportiva, ofertando esporte,
lazer e entretenimento aos educandos e comunidade, através de competições,
campeonatos, recreações e apresentações artísticas e culturais.
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25.2 Mostra de Estudos
Os temas de estudo das aulas direcionam, motivam e articulam a
construção do conhecimento dos educandos da EJA, propiciando diferentes leituras
de mundo, de cidadania participativa, reflexiva e crítica. Em busca da valorização
das produções dos educandos e do resgate da autoestima, o CEEBJA promove,
anualmente, um evento cultural, aberto para visitação de toda a comunidade escolar
e são-joseense, no qual são expostos os diferentes trabalhos realizados pelos
educandos da Sede e APEDs durante o ano letivo e também de trabalhos manuais
desenvolvidos por membros dos diversos segmentos da comunidade escolar.
25.3 Mostra de Profissões
A Mostra de Profissões visa oferecer subsídios para os educandos do
CEEBJA, visitantes dos demais colégios são-joseenses e comunidade, para
ampliação de suas perspectivas em relação à continuidade de seus estudos e aos
vários campos profissionais, facilitando suas escolhas em relação as áreas ou
profissões. O evento configura-se em um ciclo de minipalestra sobre o perfil do
profissional, panorama do atual mercado de trabalho, cursos ofertados, ENEM ,
Programas de Expansão do Governo Federal - ampliação do acesso à Universidade
e salas interativas, onde serão apresentados cursos técnicos e de graduação
ofertados em nossa região e mostradas as especificidades de cada um deles
através de conversas e recursos de multimídia. O encontro anual contará com a
participação de diferentes instituições convidadas como Universidades, Faculdades
locais e SENAI.
25.4 Olimpíada do Conhecimento
A Olimpíada do Conhecimento consiste num evento promovido
anualmente, sendo realizada exclusivamente para jovens, adultos e idosos
matriculados no CEEBJA de São José dos Pinhais. Como qualquer evento, a
Olimpíada exigirá uma preparação específica. As provas consistem na resolução de
questões de conhecimento de todas as áreas. Com prova específica para o Ensino
Fundamental – fase II e outra para Ensino Médio. Este trabalho envolverá todos os
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educandos da escola, despertando a sociabilidade, o respeito de uns para com os
outros durante a competitividade e motivando os educandos a dar continuidade a
seus estudos. Serão premiados os alunos vencedores nos dois níveis de ensino.
25.5 Tecnologia e Mídia a serviço da aprendizagem
Tecnologia e Mídia a serviço da aprendizagem consiste na implementação
do uso das TVs pen drive em sala de aula. Através do uso de pequenos vídeos
coletados e selecionados para complementação das explicações dos educadores,
sobre os conteúdos trabalhados nas aulas. Considerando-se o fato de que um
recurso áudio visual, sem dúvida, é um elemento facilitador da
aprendizagem, pretende-se intensificar o uso desse mecanismo em todas as áreas
do conhecimento.
25.6 Projeto Visitação
Através do programa de visitação a espaços culturais, o CEEBJA
proporciona a educadores e educandos momentos de contato com a cultura e
sensibilização, ampliando o conhecimento de mundo dos educandos, aliando a
teoria à prática, fortalecendo e complementando o ensino da educação formal,
através de visitações monitoradas a museus, teatro, cinema, escola de linguagens,
cidades Históricas - Paranaguá e Lapa, biblioteca pública, Parque da Ciência,
Jardim Botânico, Industrias localizadas em São José dos Pinhais e feiras.
25.7 O Inglês e o Cotidiano
A língua inglesa pode ser aprendida com diferentes propósitos e
abordagens. No Brasil, em nossas atividades diárias, precisamos, na maioria das
vezes, compreender textos e palavras em inglês, seja para obter informações na
Internet, comprar determinados produtos ou desempenhar outras funções rotineiras,
tais como a leitura de correspondências. Este projeto visa levar o educando a
perceber e valorizar a importância do conhecimento do idioma e palavras utilizadas
no dia a dia, podendo dessa forma melhorar sua qualidade de vida em relação à
informação. Será desenvolvido no espaço fora da escola visando um contato maior
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com situações reais que envolvem a Língua Inglesa e terá a mediação do professor
da área.
25.8 Adote um Amigo
A solidariedade é um caminho para a amizade (amor ético), a mais bela
forma de relação social, a que mais gera valores e amplia a liberdade humana. É no
espírito de solidariedade que muitas vezes se constrói amigos. E para se ter amigos,
é preciso ser amigo. E isso se conquista através da solidariedade.
O Projeto “Adote um Amigo” consiste no desenvolvimento de dinâmicas de
grupo no início de cada módulo - organização coletiva, de forma que cada educando
seja solidário e adote um outro educando como amigo até o final do módulo,
colaborando durante este para a êxito e a permanência do mesmo na escola. O
objetivo principal é diminuir o índice de evasão escolar dentro da Instituição.
25.9 Projeto Oficinas
◘ “Navegando no Mundo Virtual”
As tecnologias, em suas diferentes formas e usos, constituem-se em um
dos principais agentes de transformação da sociedade, pelas modificações que
exercem nos meios de produção e por suas consequências no cotidiano das
pessoas. Nas últimas décadas, a tecnologia vem se expandindo, ocupando espaços
cada vez maiores no cotidiano das pessoas. A escola, como um organismo vivo não
poderia ficar inerte. A utilização da informática educativa em sala de aula vem em
resposta à necessidade de mudanças e reestruturações pedagógicas. Essa nova
tecnologia educacional entra em consonância com os Parâmetros Curriculares
Nacionais que indicam que os alunos devem ser capazes de "saber utilizar
diferentes fontes de informações e recursos tecnológicos para adquirir e construir
conhecimentos". Os benefícios que podem ser obtidos com o uso desta nova
ferramenta educacional são muitos, entre eles o desenvolvimento da autonomia, da
criatividade, da cooperação, da concentração, das habilidades de comunicação e de
estrutura lógica do pensamento. Com o intuito de proporcionar o acesso a essa
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tecnologia, é que o CEEBJA oferta , a seus educandos e comunidade escolar, o
curso básico de informática/internet.
◘ Conversando com os fios
Artesanato - alternativa de trabalho, relaxamento e cidadania. O
artesanato, em suas várias formas, é uma atividade que propicia um relaxamento,
tanto mental quanto físico, estimulando a concentração, a memória e a coordenação
motora, sendo, portanto, indicado para pessoas de todas as idades. Ao se trabalhar
com artesanato é possível, também, a obtenção de ganhos, sejam adicionais ou
efetivos, sendo um tipo de trabalho mais livre - possível de ser aliando ao horário de
estudo - executado em casa e posteriormente comercializado. Desta forma a oficina
“Conversando com os fios” visa oportunizar a educandos e comunidade escolar o
aprendizado das técnicas do fuxico, tear, crochê e tricô, propiciar-lhes momentos de
bem estar, alternativa de uma possível fonte de renda viável e de baixo custo e o
exercício da sua cidadania.
◘ Dança de Salão
A dança de salão é uma atividade física que pode ser feita por pessoas de
todas as idades e nunca sai de moda. Sem contra indicações, é uma opção para
quem quer se exercitar e manter a forma. Ela é vista como forma preventiva de
doenças articulares, como artrose ou artrite e também de doenças circulatórias.
A dança de salão oferece uma série de benefícios a quem a pratica, como
flexibilidade, melhora do condicionamento aeróbio, perda de peso, desenvolve a
musculatura corporal de forma integrada e natural, melhora a postura, aprimora a
coordenação motora, aperfeiçoa a noção de ritmo e percepção espacial, permite
uma melhora na autoestima e quebra de diversos bloqueios psicológicos, como a
timidez, a depressão, entre outros. A dança em geral é um meio de liberar toda a
energia, de se descontrair, animar. Possibilita convívio e aumento do rol de
relações sociais e ela torna-se uma excelente opção de lazer. Mais do que trabalhar
o corpo, a dança de salão vai além, envolve corpo e mente, fazendo com que ambos
atuem de forma terapêutica um sobre o outro. Tendo em vista os benefícios físicos e
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mentais proporcionados pela dança de salão, o CEEBJA oferece, semanalmente,
aulas de dança, visando a melhoria da qualidade de vida desta comunidade escolar.
26. IMPLANTAÇÃO DE NOVOS PROJETOS
26.1 Seminário de Educação
Esta Instituição tem como meta e desafio organizar seu I Seminário de
Educação, voltado a profissionais da EJA e comunidade são-joseense. Este
Seminário terá como objetivo proporcionar um espaço de reflexão, atualização,
desenvolvimento e debates, integrando saberes, socializando e avaliando
experiências de educação de EJA, através de palestras, mesa redonda e oficinas, a
fim de delinear novas perspectivas para a efetiva atuação pedagógica na formação
de cidadãos críticos, criativos e atuantes para que possam interagir com o meio em
que vivem.
26.2 Circuito de Palestras
Este Centro de Educação tem como meta organizar um circuito de
palestras com profissionais de diversas áreas do conhecimento, oportunizando a
abordagem e debate de temas que contribuam de forma incisiva para a melhoria da
qualidade de vida desta comunidade escolar.
26.3 Motivação
Esse projeto consiste na realização de palestras com especialistas de
diversas áreas, dinâmicas de grupo e de autoconhecimento contribuindo para
melhorar a motivação e a autoestima do educador. No encontro serão previstas
atividades recreativas e dinâmicas, que poderão ser trabalhadas em sala de aula
buscando também o resgate da autoestima do educando.
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26.4 Novos Programas Espaços Culturais, Científicos e Tecnológicos
O CEEBJA visa a ampliação de seu roteiro de visitação a espaços
culturais, científicos e tecnológicos com o objetivo de inserir cada vez mais os
jovens, adultos e idosos desta Instituição Escolar a um processo ativo de
conhecimento crítico, apropriação consciente e consequente valorização de sua
herança cultural, o que possibilitará o fortalecimento de seus conhecimentos e dos
sentimentos de identidade e cidadania. Auxiliando-os a fazer a leitura do mundo que
os rodeia, instigando-os a compreender o universo sóciocultural e a trajetória
histórico-temporal em que está inserido. Faz parte deste novo roteiro cultural os
Museus Oscar Niemayer, Paranaense, Rosa Cruz, do Expedicionário, da Imagem e
do Som, Alfredo Andersen, Museu de Arte Contemporânea do PR, Museu Popular e
itinerantes, visita ao zoológico de Curitiba entre outros. E do roteiro científico e
tecnológico, o Estação Ciência, Planetário e laboratórios de empresas são-joseense.
26.5 Mostra de Talentos
Visando incentivar e valorizar as produções artísticas da comunidade
escolar do CEEBJA, bem como criar espaço para despertar novos talentos, esta
Instituição de Ensino pretende promover um Evento voltado à divulgação, exposição
e apresentação de trabalhos. Momento de integração dos educandos do CEEBJA
Sede e APEDs.
26.6 Soletrando
Visando resgatar a importância de conhecer a Língua Portuguesa,
despertar o interesse pela nova ortografia, aprofundar o conhecimento e aumentar o
vocabulário dos educandos jovens, adultos e idosos do CEEBJA de São José dos
Pinhais, é que se propõe o concurso “Soletrando”. Do qual poderão participar todos
os alunos regularmente matriculados no CEEBJA – Sede e APEDs, oportunizando-
os o aperfeiçoamento da língua e premiações.
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26.7 Oficinas Relâmpago
Visando atender aos interesses da comunidade escolar, o projeto Oficinas
visa oferecer um ciclo de mini cursos de 4horas aula semanal cada, a fim de
capacitar interessados em diferentes técnicas de artesanato, reciclagem, origami,
decoração e outros, os quais poderão, até mesmo, gerar uma nova fonte de renda
para os educandos e demais membros da comunidade escolar.
27. LINHAS GERAIS DE AÇÃO A SEREM EFETIVADAS PELA
COMUNIDADE ESCOLAR
27.1 Conselho Participativo
Esta Instituição de Ensino pretende criar o Conselho Participativo, o qual
envolverá os educandos, membros do Conselho de Alunos, educadores, direção,
equipe pedagógica e comunidade. O Conselho participará de encontros que
ocorrerão no decorrer dos módulos, onde serão socializadas as conquistas
realizadas no período, aprendizagens significativas, dificuldades de aprendizagem,
sugestões e definições para superação, desafios e metas do grupo a serem
cumpridas posteriormente.
28. IMPLANTAÇÃO DE PROPOSTAS DA SEED
Este Centro de Educação visa também desenvolver as propostas de
trabalho:
28.1 Educação Fiscal
Para integrar-se a comunidade e sociedade civil organizada, este Centro
de Educação pretende desenvolver projetos na área de Educação Fiscal, conforme
prevê a portaria interministerial n 413, de 31 de dezembro de 2.002 (DOU de
2.1.2003), que define competência dos órgãos responsáveis pela implementação do
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Programa Nacional de Educação Fiscal – PNEF, buscando parcerias com empresas
de São José dos Pinhais que proporcionem a criação de obras e eventos que
promovam o desenvolvimento cultural, resgatando aspectos históricos e envolvendo
a comunidade no sentido de valorizar nossa cultura local.
28.2 Cultura Afrodescendente
As diretrizes que norteiam a Proposta Curricular, composta pelas
disciplinas do Ensino Fundamental e Médio, preveem a abordagem contextualizada
da Cultura Afro descendente. Assim sendo, o CEEBJA de São José dos Pinhais
pretende ampliar o trabalho com a temática para todas as disciplinas, nos conteúdos
em que esteja presente a influência, participação e a história do povo africano e
seus descendentes e abordará o assunto através de debates, pesquisas e temática
diversificada interdisciplinarmente.
28.3 Estudo sobre o Estado do Paraná
Os estudos sobre Estado do Paraná, tema já integrante dos conteúdos
curriculares de Geografia e História, serão trabalhados interdisciplinarmente, através
de atividades que possam contribuir para o desenvolvimento da criticidade dos
educandos, no entendimento da realidade social atual do Estado onde vivem, no
contexto social, cultural e político do país.
28.4 CELEM
Este Centro Estadual de Educação visando oportunizar cursos de línguas
aos educandos jovens e adultos trabalhadores, bem como a todos os demais
segmentos da comunidade escolar, pretende implantar o CELEM - Centro de
Línguas Estrangeiras Modernas – oferta extracurricular e gratuita de ensino de
Línguas Estrangeiras nas escolas da rede pública do Estado do Paraná, destinado a
alunos, professores, funcionários e à comunidade, tendo em vista já ter o projeto
aprovado, mas ainda não autorizado.
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28.4 Biblioteca do Professor
Visando uma expressiva ampliação do acervo bibliográfico da biblioteca
escolar à disposição de educadores, educandos e de toda comunidade, esta
Instituição de Ensino pretende continuar reivindicando junto à mantenedora a
aquisição da Biblioteca do Professor.
29. PROPOSTAS IMPLANTADAS
29.1 Viva Escola
O Programa Viva a Escola contempla atividades que devem partir das
necessidades educacionais e culturais da comunidade escolar presentes no Projeto
Político Pedagógico da escola, segundo a definição apresentada pela SEED. Porém,
diante da complexa estrutura da Educação de jovens e adultos, em sua organização
por módulos e consequentemente a rotatividade de alunos, não foi possível a
adaptação da formatação do projeto à distribuição de carga horária do professor.
Lembramos que em 2008/2009 a escola foi contemplada com autorização da
aplicação do projeto Literatura em Cena, sendo cancelado no ano de 2009 pelo fato
de não se manter a demanda mínima de alunos, devido às mudanças contínuas de
horários por parte dos alunos. E para que possamos novamente contemplá-lo será
necessário algumas adaptações deste programa para a modalidade de ensino da
EJA.
29.2 SAREH
O Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar objetiva o
atendimento educacional aos educandos, que se encontram impossibilitados de
frequentar a escola em virtude de situação de internamento hospitalar ou tratamento
de saúde, permitindo-lhes a continuidade do processo de escolarização, a inserção
ou a reinserção em seu ambiente escolar. Embora sabemos que a modalidade
escolar da Educação para Jovens e Adultos é muito dinâmica quanto ao tempo real
de escolarização (início e término dos blocos disciplinares), atendemos esses
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educandos sempre que necessário, priorizando sobretudo a permanência dos
mesmos dentro do processo escolar. Bem como, é realizado o atendimento aos
educandos amparados pelas leis federais 1044/69 - doença infecto contagiosa ou
impeditiva de frequência às aulas e Lei 6202/71- licença maternidade - amparo legal
com abono de faltas, com atestado médico, onde o aluno recebe atividades
domiciliares tendo garantido a efetivação de seu processo educativo.
30. PROCESSOS DE AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO, PROMOÇÃO E
RECUPERAÇÃO DE ESTUDO.
30.1 Concepção de Avaliação
A avaliação é compreendida como uma prática que alimenta e orienta a
intervenção pedagógica. É um dos principais componentes do ensino, pelo qual se
estuda e interpreta os dados da aprendizagem. Tem a finalidade de acompanhar e
aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos educandos, diagnosticar os resultados
atribuindo-lhes valor. A avaliação será realizada em função dos conteúdos
expressos na proposta pedagógica.
Na avaliação da aprendizagem é fundamental a análise da capacidade de
reflexão dos educandos frente as suas próprias experiências. E, portanto, deve ser
entendida como processo contínuo, descritivo, compreensivo que oportuniza uma
atitude crítico-reflexiva frente a realidade concreta.
A avaliação educacional, neste Estabelecimento Escolar, seguirá
orientações contidas no artigo 24, da LDBEN 9394/96, que compreende os
seguintes princípios:
◘ Investigativa ou diagnóstica: possibilita ao professor obter informações
necessárias para propor atividades e gerar novos conhecimentos;
◘ Contínua: permite a observação permanente do processo ensino-
aprendizagem e possibilita ao educador repensar sua prática pedagógica;
◘ Sistemática: acompanha o processo de aprendizagem do educando,
utilizando instrumentos diversos para o registro do processo;
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◘ Abrangente: contempla a amplitude das ações pedagógicas no tempo/escola
do educando;
◘ Permanente: permite um avaliar constante na aquisição dos conteúdos pelo
educando no decorrer do seu tempo/escola, bem como do trabalho pedagógico
da escola.
Os conhecimentos básicos definidos nesta proposta serão desenvolvidos
ao longo da carga horária total estabelecida para cada disciplina, conforme a matriz
curricular, sendo avaliados presencialmente ao longo do processo ensino-
aprendizagem.
Considerando que os saberes e a cultura do educando devem ser
respeitados como ponto de partida real do processo pedagógico, a avaliação
contemplará, necessariamente, as experiências acumuladas e as transformações
que marcaram o seu trajeto educativo, tanto anterior ao reingresso na educação
formal, como durante o atual processo de escolarização.
A avaliação processual utilizará técnicas e instrumentos diversificados, tais
como: provas escritas, trabalhos práticos, debates, seminários, experiências e
pesquisas, participação em trabalhos coletivos e/ou individuais, atividades
complementares propostas pelo professor, que possam elevar o grau de
aprendizado dos educandos e avaliar os conteúdos desenvolvidos.
É vedada a avaliação em que os educandos sejam submetidos a uma
única oportunidade de aferição. O resultado das atividades avaliativas será
analisado pelo educando e pelo educador, em conjunto, observando quais são os
seus avanços e necessidades, e as consequentes demandas para aperfeiçoar a
prática pedagógica.
30.2 Procedimentos e Critérios para Atribuição de Notas
◘ As avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com
finalidade educativa;
◘ Para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02 (duas) a
06 (seis) notas, de acordo com a disciplina, que corresponderão às
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provas individuais escritas e também a outros instrumentos avaliativos
adotados, durante o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o
educando se submeterá na presença do professor, conforme descrito no
regimento escolar;
◘ A avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem,
sendo os resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez
vírgula zero);
◘ Para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0
(seis vírgula zero), de acordo com a Resolução n.º 3794/04 – SEED;
◘ O educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada
registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de
estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao
processo de apropriação dos conhecimentos;
◘ A média final corresponderá à média aritmética das avaliações
processuais, sendo que cada registro final de avaliação processual
deverá ter nota igual ou superior a 6,0 (seis vírgula zero);
◘ Os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados
em documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a
regularidade e autenticidade da vida escolar do educando;
◘ O educando portador de necessidades educativas especiais, será
avaliado não por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de
desenvolver.
30.3 Recuperação de Estudos
A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese
de construção do conhecimento, de aceitá-lo como parte integrante da
aprendizagem, possibilitando a reorientação dos estudos. Ela se dará
concomitantemente ao processo ensino-aprendizagem, considerando a apropriação
dos conhecimentos básicos, sendo direito de todos os educandos,
independentemente do nível de apropriação dos mesmos.
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A recuperação será também individualizada, organizada com atividades
significativas, com indicação de roteiro de estudos, entrevista para melhor
diagnosticar o nível de aprendizagem de cada educando.
Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos
conteúdos básicos, será oportunizada a recuperação de estudos por meio de
exposição dialogada dos conteúdos, de novas atividades significativas e de novos
instrumentos de avaliação, conforme o descrito no Regimento Escolar.
30.4 Aproveitamento de Estudos
O Aproveitamento de Estudos deste CEEBJA se dará conforme Artigos
125, 126 e 127 da seção XI do Regimento Escolar deste Estabelecimento.
Art. 125 - Os estudos concluídos com êxito serão aproveitados.
Parágrafo Único - A carga horária efetivamente cumprida pelo aluno, no
Estabelecimento de Ensino de origem, será transcrita no Histórico Escolar, para fins
de cálculo da carga horária total do curso.
Art. 126 - Na Educação de Jovens e Adultos, o aluno poderá requerer
aproveitamento integral de estudos de disciplinas concluídas com êxito , por meio de
cursos organizados por disciplina, por etapas, cuja matrícula e resultados finais
tenham sido realizados por disciplina ou através de Exames Supletivos,
apresentando a comprovação de conclusão.
Art. 127 - O aluno oriundo por série/período/etapa/semestre concluída
com êxito, poderá requerer na matrícula inicial da disciplina, à partir de 2009,
paproveitamento de estudos, mediante apresentação de comprovante de conclusão
da série/período/etapa/semestre a ser aproveitada:
Parágrafo 1 – Para o Ensino Fundamental – fase II e Ensino Médio, o
aproveitamento de estudos de série ou período(s)/ etapa(s)/ semestre(s) concluídos
com êxito, equivalente(s) à conclusão de uma série de ensino regular, será de 25%
da carga horária total de cada disciplina da EJA
Parágrafo 2 – A última série/ período/ etapa/ semestre, de cada nível de
ensino, não será aproveitada.
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Parágrafo 3 - Considerando o aproveitamento de estudos, o aluno
deverá cursar a carga horária restante de todas as disciplinas constantes na Matriz
Curricular e obter as seguintes qualidades de registros de notas.
30.5 Classificação e Reclassificação
Para a classificação e reclassificação, este Estabelecimento de Ensino
utilizará o previsto na legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento
Escolar.
31. CONCEPÇÃO, CONTEÚDOS E SEUS RESPECTIVOS
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS.
A investigação dos temas geradores ou da temática significativa do povo,
tendo como objetivo fundamental a captação dos seus temas básicos, só a
partir de cujo conhecimento é possível a organização do conteúdo
programático para qualquer ação com ele, se instaura como ponto de
partida do processo da ação, como síntese cultural. (FREIRE, 2005. p. 209.
Grifos nossos)
A Concepção, Conteúdos e Encaminhamentos Metodológicos, a seguir
apresentados, foram organizados em regime de colaboração coletiva, envolvendo os
educadores da rede pública estadual das diversas áreas do conhecimento, nos
cursos de formação continuada promovidas pela Secretaria de Estado da Educação
do Paraná.
31.1 Encaminhamentos Metodológicos
A concepção proposta para as ações pedagógicas desenvolvidas na Fase
do Ensino Fundamental é a dialógica, reflexiva e crítica, voltada para questões
sociais, culturais, políticas, dentre outras, compreendendo o educando como sujeito
que participa e interfere na construção histórica da sociedade em que vive.
Reconhecendo a especificidade desse nível de ensino, o perfil do
educando, a diversidade cultural destes sujeitos e suas experiências socialmente
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construídas, o trabalho pedagógico é efetivado, considerando a participação coletiva
do educando e do educador e ainda, a relevância e a possibilidade de articulação
das questões locais e universais de forma interdisciplinar.
A partir da definição de temáticas, articuladas aos conteúdos a seguir
relacionados, as práticas pedagógicas devem privilegiar estratégias que contemplem
as diferentes linguagens verbal ou alfabética e não verbal, icnográfica (leitura de
imagens, desenhos, filmes, outdoors) e cinética (sonora, olfativa, tátil, visual e
gustativa), para que o educando reconheça as diferentes formas de falar, escrever e
interpretar, bem como os efeitos dessas linguagens.
A problematização dos temas possibilita ao educando a aprendizagem de
novos conhecimentos, por meio da articulação entre os saberes e experiências
acumuladas e os saberes científicos, utilizando as várias linguagens textuais e
situações-problema como mediadores do processo de construção individual e
coletiva de conhecimento. Essa possibilidade de diálogo entre educador e educando
poderá revelar o conhecimento prévio que possuem sobre o assunto.
Outros fatores, tais como: fonte, interlocutor, data, local, suporte de texto,
contexto histórico, autor, entre outros, contribuem para a contextualização da
temática definida. Esses elementos também contribuem para localizar informações
explícitas, implícitas e para que o educando possa estabelecer relação com outros
textos a partir da leitura alfabética. Esta deve destacar elementos da construção dos
gêneros de apresentação do texto verbal. Isso compreende o discurso histórico,
político, econômico, filosófico, científico, senso comum, entre outros, que
possibilitem a compreensão dos diversos pontos de vista para que o educando
possa posicionar-se diante das diferentes situações do cotidiano. Além disso, a
pesquisa orientada poderá favorecer outras possibilidades de compreensão da
temática em estudo.
A reflexão sobre as temáticas permite a abordagem dos conteúdos e
articulação entre os eixos de cada disciplina garantindo, dessa forma, a
interdisciplinaridade. Nesse sentido, a prática pedagógica deve facilitar a integração
entre os diferentes saberes.
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As atividades desenvolvidas a partir da leitura e análise de cada área do
conhecimento devem culminar com uma produção oral ou escrita que revele o
posicionamento a respeito do assunto, bem como o nível de aprendizagem do
educando.
O texto verbal ou não verbal produzido pelo educando indica os conteúdos
apreendidos ou não no processo ensino-aprendizagem e que permitem o
redirecionamento do trabalho pedagógico e ainda subsidiam a avaliação.
A avaliação deverá se constituir num processo contínuo, diagnóstico,
dialético, devendo ser tratada como parte integrante do processo ensino-
aprendizagem e está diretamente relacionada ao encaminhamento metodológico
adotado. Portanto, os critérios de avaliação precisam ser claros e conhecidos pelos
educandos.
Toda produção, verbal ou não verbal, será avaliada servindo para orientar
a prática pedagógica do educador, bem como possibilitar ao educando rever sua
forma de estudar. Nesse processo, o erro assume um caráter mediador, permitindo
ao educando e ao educador redirecionar a prática pedagógica.
32. AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
Conforme LUCKESI, a avaliação pode ser entendida como um julgamento
de valor sobre manifestações relevantes da realidade, tendo em vista uma tomada
de decisão. Além de defender o julgamento de valor como parte importante do ato
de avaliar, SCRIVEN afirma que não basta informar sobre o sucesso de um
programa. É preciso que se avalie os efeitos colaterais imprevisíveis, as metas, os
erros e outros.
Partindo desses princípios e visto ser o Projeto Político Pedagógico
construído continuamente, pois, enquanto produto é, também processo incorporando
ambos numa interação possível, é que se dará a avaliação institucional do Projeto
deste Centro de Educação. Será participativa, contínua e paralela a sua execução,
envolvendo todos os segmentos da comunidade escolar: Corpo Docente, Discente,
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Equipe de Apoio, Conselho Escolar e Conselho de Alunos, através de reuniões
trimestrais, pesquisa de campo e assembléias. Visando um julgamento de valor e
consequentemente uma tomada de decisão, analisando amplamente todos os
pontos positivos, negativos e antes imprevisíveis, para garantir os devidos ajustes,
adequações, complementações e implementações para efetiva execução e êxito do
mesmo. A fim de oportunizar uma educação de qualidade aos jovens, adultos e
idosos de São José dos Pinhais, para que esta contribua de forma significativa,
garantindo a democratização do saber sistematizado, com acesso à cultura geral
para que possam interagir política e produtivamente no meio onde vivem, com
comportamento ético e compromisso político, através do desenvolvimento da
autonomia integral e moral.
33. PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
ENSINO FUNDAMENTAL - FASE II E ENSINO MÉDIO
33.1 Disciplina de Língua Portuguesa
Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio
33.1.1 Apresentação da Disciplina
Considerando-se as indicações das Diretrizes Curriculares Estaduais da
Educação de Jovens e Adultos que propõem o compromisso com a formação
humana e com o acesso à cultura geral, bem como o respeito à diversidade cultural,
à inclusão e ao perfil do educando, o estudo da linguagem na organização da
proposta pedagógica do ensino de Língua Portuguesa está pautado na concepção
sociointeracionista, a qual dá ênfase ao uso social dos diferentes gêneros textuais. É
nos processos educativos, e notadamente nas aulas de Língua Materna, que o
estudante brasileiro tem a oportunidade de aprimoramento de sua competência
lingüística, de forma a garantir uma inserção ativa e crítica na sociedade. É na
escola que o aluno, e mais especificamente o da escola pública, deveria encontrar o
espaço para as práticas de linguagem que lhe possibilitem interagir na sociedade,
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nas mais diferentes circunstâncias de uso da língua, em instâncias públicas e
privadas. Nesse ambiente escolar, o estudante aprende a ter voz e fazer uso da
palavra, numa sociedade democrática, mas plena de conflitos e tensões.
Nesse sentido, a escola está sendo entendida como um espaço onde se produz o
conhecimento e tem por objetivo propiciar uma formação intelectual, cognitiva e
política, por meio de pesquisas, leituras, estudos que favoreçam o respeito aos
diferentes falares e aos saberes próprios da cultura do educando, preparando-o para
produção de seu próprio texto, oral ou escrito, adequado às exigências dos diversos
contextos sociais.
As Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa, 2008 foi também o
instrumento que norteou o presente trabalho, considerando-se os princípios que a
fundamentaram, para que o educando do CEEBJA - São José dos Pinhais tenha na
sociedade uma efetiva participação crítica, constante, transformadora, com vistas a
uma educação dinâmica e democrática.
33.1.1.1 A Importância Histórica da Disciplina
No período colonial, a língua mais utilizada pela população era o tupi. O
português “era a língua da burocracia (ILLARI, 2007 sp/p) ou seja, a língua das
transações comerciais, dos documentos legais. Somente nas últimas décadas do
século XIX, a disciplina de Língua Portuguesa passou a integrar as disciplinas
clássicas, sobretudo o latim, restando ao Português um espaço sem relevância
(LUZ-FREITAS, 2004).
O conteúdo gramatical ganhou a denominação de Português em 1871,
data em que foi criado, no Brasil, por decreto imperial, o cargo de Professor de
Português. O ensino de Língua Portuguesa manteve a sua característica elitista até
meados do século XX, quando se iniciou, no Brasil, a partir da década de 1960, um
processo de expansão de ensino primário, público, o qual incluiu, entre outras
ações, a ampliação de vagas e, em 1971, a eliminação dos chamados exames de
admissão (FREDERICO E OSAKABE, 2004).
Na década de 70, além disso, outras teorias a respeito da linguagem
passaram a ser debatidas, entre elas a Linguística Textual, que apresenta como
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objeto o texto, considerando o sujeito e a situação de interação, estuda os
mecanismos de textualização.
O ensino de Língua Portuguesa fundamenta-se então, em exercícios
estruturais, técnicas de redação e treinamento de habilidades de leitura.
Com relação à literatura, até meados do século XX, o principal instrumento do
trabalho pedagógico eram as antologias literárias, com bases nos cânones. Nos
anos 70, o ensino de Literatura restringiu-se ao então segundo grau, com
abordagens estruturalistas e/ou historiográficas do texto literário. Ainda nesta
década, houve uma tentativa de rompimento com essas práticas. Entretanto, a
abordagem do texto literário mudou apenas para uma metodologia que se centrava
numa análise literária simplificada, com ênfase em metodologia que se centrava
numa análise literária simplificada, com ênfase em questionários sobre personagens
principais e secundários, tempo e espaço da narrativa.
Considerando o percurso histórico da disciplina de Língua Portuguesa na
Educação Básica brasileira, e confrontando esse percurso com a situação de
analfabetismo funcional, de dificuldade de leitura compreensiva e produção de textos
apresentadas pelos alunos, segundo os resultados de avaliações em larga escala e,
mesmo, de pesquisas acadêmicas – as Diretrizes Curriculares Estaduais de Língua
Portuguesa requerem, neste momento histórico, novos posicionamentos em relação
às práticas de ensino, seja pela discussão crítica dessas práticas, seja pelo
envolvimento direto dos professores na construção de alternativas.
Essas considerações resultaram, nas DCE, numa proposta que dá ênfase
à língua viva, dialógica, em constante movimentação, permanentemente reflexiva e
produtiva.
Para que o ensino da disciplina atinja seus objetivos é importante pensar
sobre a metodologia. Se o trabalho com a Língua deve considerar as práticas
lingüísticas que o aluno traz ao ingressar na escola, é preciso que a partir disso, seja
trabalhada a inclusão dos saberes necessários ao uso da norma padrão e acesso
aos conhecimentos para os multiletramentos, a fim de constituírem ferramentas
básicas no aprimoramento das aptidões linguísticas dos estudantes.
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É tarefa da escola, possibilitar que seus alunos participem de diferentes
práticas sociais, que utilizem a leitura e a oralidade, com a finalidade de inseri-los
nas diversas esferas de interação. Se a escola desconsiderar esse papel, o sujeito
ficará à margem dos novos letramentos, não conseguindo se constituir no âmbito de
uma sociedade letrada.
Dessa forma a Língua Portuguesa terá seu grau de importância, pois terá
proporcionado à inserção de todos os que frequentam a escola pública em uma
sociedade cheia de conflitos sociais, raciais, religiosos e políticos de forma ativa,
marcando, assim, suas vozes no contexto em que estiverem inseridos.
33.1.1.2 Objetos de Estudos
O ensino de Língua Portuguesa seguiu, e em alguns contextos ainda
segue, uma concepção de linguagem que não privilegia, no processo de aquisição e
no aprimoramento da língua materna, a história, o sujeito e o contexto, como
destaca Travaglia (2000), pautando-se no repasse e na mera nomenclatura da
gramática tradicional.
As Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa (2008), documentos este
que subsidiou todo o presente trabalho, assumem uma concepção de linguagem que
não se fecha “na sua condição de sistema de formas (...), mas abre-se para a sua
condição de atividade e acontecimento social, portanto, estratificada pelos valores
ideológicos” (RODRIGUES, 2005, p. 156). Dessa forma, a linguagem é vista como
fenômeno social, pois nasce da necessidade de interação (política, social,
econômica) entre os homens.
As palavras estão carregadas de conteúdos ideológicos, elas “são tecidas
a partir de uma multidão de fios ideológicos e servem de trama a todas as relações
sociais em todos os domínios” (BAKHTIN/VOLOCHINOV, 1999, p. 41).
É preciso que a escola seja um espaço que promova, por meio de uma
gama de textos com diferentes funções sociais, o letramento do aluno, para que ele
se envolva nas práticas de uso da língua – sejam de leitura, oralidade e escrita. E
quanto a tal não há referência somente quanto ao indivíduo que não sabe ler e
escrever, mas usa socialmente a leitura e a escrita, pratica a leitura e escrita,
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posiciona-se e interage com as exigências da sociedade diante das práticas de
linguagem, demarcando a sua voz no contexto social.
O professor de Língua Portuguesa precisa, então, propiciar ao educando a
prática, a discussão, a leitura de textos das diferentes esferas sociais (jornalística,
literária, publicitária, digital, etc.). Tais práticas discursivas abrangem, além de textos
escritos e falados, a integração da linguagem verbal com outras linguagens
(multiletramentos): “[...] (as artes visuais, a música, o cinema, a fotografia, a
semiologia gráfica, o vídeo, a televisão, o rádio, a publicidade, os quadrinhos, as
charges, a multimídia e todas as formas infográficas ou qualquer outro meio
linguageiro criado pelo homem), percebendo seu chão comum (são todas práticas
sociais, discursivas) e suas especificidades (seus diferentes suportes tecnológicos,
seus diferentes modos de composição e de geração de significados FARACO, 2002,
p. 10).
A leitura dessas múltiplas linguagens, realizada com propriedade, garante
o envolvimento do sujeito com as práticas discursivas, alterando “seu estado ou
condição em aspectos sociais, psíquicos, culturais, políticos, cognitivos, linguísticos
e até mesmo econômicos (SOARES, 1998, p. 28)”.
Portanto, pode-se afirmar que o texto, em suas diferentes formas de
apresentação ou gêneros, se constrói no aspecto sóciocomunicativo por meio dos
fatores pragmáticos funcionais, em constante interação entre os sujeitos.
Os gêneros, segundo BAKHTIN (1997, p.179), são caracterizados pelo conteúdo
temático, pelo estilo e pela construção composicional, que numa esfera de utilização
apresentam tipos relativamente estáveis de enunciados, tais como o conto, o relato,
o texto de opinião, a entrevista, o artigo, o resumo, a receita, a conta de luz, os
manuais, entre outros. A escolha do gênero depende do contexto imediato e,
conseqüentemente, da finalidade a que se destina, dos destinatários e do conteúdo.
O trabalho com a diversidade de gêneros textuais possibilita o confronto de
diferentes discursos sobre a mesma temática e ainda, permite uma metodologia
“interdisciplinar com atenção especial para o funcionamento da língua e para as
atividades culturais e sociais” (MARCUSCHI, 2005, p.18). Além disso, contribui para
que o educando perceba a organização e os elementos de construção dos
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diferentes gêneros ou tipos textuais para que o educando possa reconhecer a
finalidade, as características e produzir textos, seja do tipo narrativo, descritivo,
argumentativo ou expositivo, entre outros.
A enunciação é dotada de tema e significação. O tema dá sentido na
realização da enunciação, uma vez que ele é determinado não só pelas formas
linguísticas, mas também pelos elementos não verbais da situação. Segundo
Bakhtin (1986, p. 132) “toda palavra usada na fala real possui não apenas tema e
significação no sentido objetivo, de conteúdo, desses termos, mas também um
acento de valor ou apreciativo, isto é, quando um conteúdo objetivo é expresso (dito
ou escrito) pela fala viva, ele é sempre acompanhado por um acento apreciativo
determinado. Sem acento apreciativo não há palavra”.
O tema e a significação indicam as particularidades de estilo e composição
do enunciado, esclarecendo a que gênero pertence o texto, se é composto por um
ou por diferentes tipos de discurso, considerando um acento de valor, ou seja,
“convém discernir igualmente o grau de firmeza ideológica, o grau de autoritarismo e
de dogmatismo que acompanha a apreensão do discurso” (Bakhtin, 1986, p.149).
Nesse enfoque há que se considerar o contexto de produção e o conteúdo temático
que o sujeito utiliza para produzir um texto, envolvendo os três mundos distintos,
interiorizados por ele: o mundo físico, o mundo social e o mundo subjetivo. Assim, o
contexto de produção ou a situação comunicativa exercem influências na forma
como um texto se apresenta.
Ler um texto, nessa perspectiva, significa perceber o contexto histórico,
social, econômico, filosófico e político em que ele se insere, assim como a ideologia,
a finalidade do texto, a posição do autor e o possível interlocutor, dentre outros
elementos tais como a escolha pela linguagem utilizada, os elementos gramaticais e
seus efeitos na construção do texto nos diferentes gêneros textuais nos momentos
de reflexão sobre a língua.
33.1.1.3 Justificativa
É na escola que um imenso contingente de alunos que frequentam as
redes públicas de ensino tem a oportunidade de acesso à norma culta da língua, ao
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conhecimento social e historicamente construído e à instrumentalização que
favoreça sua inserção social e o exercício de cidadania. Contudo, a escola não pode
trabalhar só com a norma culta, porque não seria democrática, seria a histórica e
elitista.
O que precisa ficar muito claro para os interlocutores e não está se
propondo aqui o abandono do conhecimento gramatical e tampouco impede que o
professor apresente regras gramaticais para os alunos, visto que toda língua é
constituída de uma gramática e de um léxico (ANTUNES, 2003). Vale considera que,
ao utilizar uma língua, usamos normas fonológicas, morfológicas, sintáticas e
semânticas. Contudo, é importante esclarecer a diferença entre regras de gramática
e o ensino de nomenclaturas e classificações. As regras, segundo Antunes, 2003,
servem para orientar o uso das unidades da língua, são normas.
Por conseguinte, as nomenclaturas e classificações não são regras de uso
da língua, mas “apenas questões metalinguísticas”, segundo reintera Antunes (2003,
p. 87).
E o mesmo autor afirma que: “dessa forma, são regras, por exemplo, a
descrição de como empregar os pronomes; de como usar as flexões verbais para
indicar diferenças de tempo e de modo; de como estabelecer relações semânticas
entre partes do texto (relações de causa, de tempo, de comparação, de oposição e
etc.); de quando e como usar o artigo indefinido e o definido; de quando e de como
garantir a complementação do verbo ou de outras palavras, de como expressar
exatamente o que se quer pelo uso da palavra adequada, no lugar certo, na posição
certa (ANTUNES, 2003, p. 86)”.
33.1.2 Objetivos Gerais da Disciplina
Tendo em vista a concepção de linguagem como discurso que se efetiva
nas diferentes práticas sociais, o processo de ensino-aprendizagem na disciplina de
língua, busca:
◘ empregar a língua oral em diferentes situações de uso, saber adequá-la a
cada contexto e interlocutor, reconhecer as intenções implícitas nos discursos
do cotidiano e propiciar a possibilidade de um posicionamento diante deles;
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◘ desenvolver o uso da língua escrita em situações discursivas por meio de
práticas sociais que considerem os interlocutores, seus objetivos, o assunto
tratado, além do contexto de produção;
◘ analisar os textos produzidos, lidos e/ou ouvidos, possibilitando que o aluno
amplie seus conhecimentos linguístico-discursivos;
◘ aprofundar, por meio da leitura de textos literários, a capacidade de
pensamento crítico e a sensibilidade estética, permitindo a expansão lúdica da
oralidade, da leitura e da escrita;
◘ aprimorar os conhecimentos linguísticos, de maneira a propiciar acesso às
ferramentas de expressão e compreensão de processos discursivos,
proporcionando ao aluno condições para adequar a linguagem aos diferentes
contextos sociais, aprimorando-se, também, da norma padrão.
É importante ressaltar que tais objetivos e as práticas deles decorrentes
supõem um processo longitudinal de ensino e aprendizagem que se inicia na
alfabetização, consolida-se no decurso da vida acadêmica e não se esgota no
período escolar, mas se estende por toda a vida.
33.1.3 Conteúdos
33.1.3.1 Conteúdos Estruturantes
Durante muito tempo, o ensino de Língua Portuguesa foi aplicada por
meio de conteúdos legitimados no âmbito de uma classe social dominante e pela
tradição acadêmica/escolar. Esses conteúdos, por sua vez, não conseguiram tornar
Universal o domínio das práticas linguísticas, principalmente as referentes à norma
padrão, que constitui a norma legitimada e prestigiada no contexto da sociedade
brasileira. Na década de 80, realizaram-se algumas pesquisas na área da linguística,
pautando-se na concepção interacionista de linguagem para o ensino/aprendizagem
de Língua Materna.
A seleção do Conteúdo Estruturante está relacionada com o momento
histórico-social. Na disciplina de Língua Portuguesa, assume-se a concepção de
linguagem como prática que se efetiva nas diferentes instâncias sociais, sendo
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assim o Conteúdo Estruturante da disciplina que atende a essa perspectiva é o
discurso como prática social.
Na abordagem de cada gênero, é preciso considerar o tema (conteúdos
ideológicos), a forma composicional e o estilo (marcas linguísticas e enunciativas).
Ao trabalhar como o tema do gênero selecionado, o professor proporciará ao aluno a
análise crítica do conteúdo do texto e seu valor ideológico, selecionando conteúdos
específicos, sejam para a prática de leitura ou de produção (oral e/ou escrita), que
explorem discursivamente o texto. Para essa análise, é preciso considerar o
interlocutor do texto, a situação de produção, a finalidade, o gênero ao qual
pertence, entre outros aspectos.
Também as marcas linguísticas devem ser abordadas no trabalho com os
gêneros, para que o aluno compreenda os usos da língua e os sentidos
estabelecidos pela escola de um ou de outro elemento linguístico. Essas marcas
linguísticas apresentam “traços da posição enunciativa do locutor e da forma
composicional do gênero” (ROJO, 2004, p. 196). Para o aluno observar e refletir
sobre esses recursos linguísticos e enunciativos do texto (como: modalizadores,
operadores, argumentativos, recursos de referenciação, modos verbais, pontuação,
etc).
Nessas abordagens, as práticas de leitura, oralidade, escrita e análise
linguística serão contempladas. Vale ressaltar que o papel do professor diante
dessas práticas: “sua função não se reduz apenas a “transmitir”, a “repassar”, ano
após ano, conteúdos selecionados por outros; mas alguém que também produz
conhecimento [...]” (ANTUNES, 2007, p. 156). O professor é quem tem o contato
direto com o aluno e com as suas fragilidades linguístico-discursivas, seleciona os
gêneros (orais e escritos) a serem trabalhados de acordo com as necessidades,
objetivos pretendidos, faixa etária, bem como os conteúdos, sejam eles de oralidade,
leitura, escrita e/ou análise linguística.
33.1.3.2 Conteúdos Básicos
Para a seleção de conteúdos básicos do Ensino Fundamental e Médio,
bem como para as práticas discursivas, foram utilizados os seguintes critérios: o
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perfil do educando da EJA; a diversidade cultural; a experiência social construída
historicamente e os conteúdos significativos a partir de atividades que facilitem a
integração entre os diferentes saberes. É importante destacar que embora os
conteúdos sejam os mesmos para os dois níveis de ensino, o que difere é o grau de
complexidade dos textos apresentados para a reflexão sobre a linguagem.
Para isso, é importante que o educador dê significado ao objeto do
conhecimento, lance desafios aos educandos, incentive os questionamentos e
exerça a função de mediador da aprendizagem, valorizando a interação.
33.1.3.3 Organização dos Conteúdos Básicos
Ensino Fundamental – Fase II e Médio
Variedades Linguísticas
◘ Norma culta, norma-padrão, dialetos, gírias, regionalismos, outras formas de
registros.
◘ Funções da linguagem.
◘ Linguagem verbal e não-verbal.
Gêneros Discursivos
◘ Elementos da construção dos diferentes gêneros discursivos e tipos de textos
(instrucional, poético, narrativo, histórias em quadrinhos, poesia, música,
fábula, anedota, crônica, acróstico, bilhete, carta pessoal, biografia,
autobiografia, piadas, relatos, experiências vividas, textos informativo científico,
jornalístico, publicitário, entrevistas, sinopse, classificados, charge, exposição
oral, notícia, texto descritivo, narrativo, filme, romance, conto, texto
argumentativo, Curriculum Vitae, Carta de apresentação), entre outros. Esses
gêneros discursivos se apresentam dentro dos critérios de ensino-
aprendizagem inseridos dentro das práticas de oralidade, escrita e leitura.
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◘ Análise do discurso: linguagem, aspecto formal, finalidade, estilo, ideologia,
posição do autor, ideologia, contexto histórico, social, econômico, político,
marcas linguísticas, vozes sociais, relação de causa e conseqüência entre as
partes do texto, semântica, sintaxe de concordância e de regência, entre
outros.
◘ Elementos coesivos e coerência textual: unidade temática, elementos lógico-
discursivos, tese, organização dos parágrafos, contexto discursivo, interlocutor,
idéia central, sequência lógica, progressão, retomada dos elementos
coesivos, título como elemento coesivo entre outros.
◘ Discurso direto e indireto.
◘ Recursos visuais, sonoros, olfativos, gráficos, etc.
◘ Relações referenciais: elipse, repetição, sinais de pontuação.
◘ Aspectos formais do texto: acentuação, pontuação, ortografia, paragrafação,
título, legibilidade, aceitabilidade, entre outros.
◘ Ambiguidade como recurso de construção do texto.
◘ Ambiguidade como problema de construção do texto.
◘ Informações explícitas, implícitas e intertextualidade.
◘ Relações entre imagem e texto.
Elementos Gramaticais na Construção do Texto
◘ Pontuação e seus efeitos de sentido na construção do texto: vírgula, ponto-e-
vírgula, ponto final, ponto de interrogação, exclamação, dois pontos, aspas,
parênteses, travessão, reticências, entre outros.
◘ Emprego da crase na construção do texto.
◘ Classes de palavras: substantivo, adjetivo, verbo, preposição, conjunção,
artigo, numeral, pronome, advérbio e interjeição na construção do texto.
◘ Sujeito e predicado na construção do texto.
◘ Vozes do verbo na construção do texto.
◘ Adjunto adnominal e complemento adnominal na construção do texto.
◘ Aposto e vocativo na construção do texto.
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◘ Orações coordenadas, subordinadas, reduzidas e intercaladas na construção
do texto.
◘ Concordância verbal e nominal na construção do texto.
◘ Colocação pronominal na construção do texto.
◘ Figuras de linguagem na construção do texto.
◘ Formação de palavras: prefixo, sufixo, radical, derivação e composição.
Para o Ensino Médio devem ser acrescidos os seguintes conteúdos de
Literatura:
◘ Arte literária e as outras artes.
◘ História e literatura.
◘ Os gêneros literários e os elementos/recursos que os compõem.
◘ Periodização e estilos de época da literatura brasileira: O Quinhentismo
brasileiro (literatura de informação), Barroco, Arcadismo, Romantismo,
Realismo e Naturalismo, Parnasianismo, Simbolismo, Vanguardas Europeias,
Pré-Modernismo, Modernismo.
◘ Os períodos literários e a relação com o período histórico, as artes e o
cotidiano.
33.1.4 Encaminhamento Metodológico
A concepção assumida em Língua Portuguesa pressupõe ações
pedagógicas pautadas na construção do conhecimento de forma crítica, reflexiva,
engajada na realidade, de modo a privilegiar a relação teoria-prática, na busca da
apreensão das diferentes formas de apresentação do saber. Nesse sentido, a
organização do planejamento pedagógico pressupõe a reflexão sobre a linguagem a
partir de temáticas que exploram os diferentes gêneros discursivos e tipos de textos,
com o objetivo de analisar as práticas de linguagem, ou seja, leitura, oralidade e
escrita.
A prática de leitura pressupõe a análise de diferentes linguagens, seja na
forma verbal ou não-verbal: iconográfica (imagens, desenhos, filmes, charges,
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outdoors, entre outros), cinética (sonora, olfativa, tátil, visual e gustativa) e
alfabética, nos diferentes níveis.
Os diferentes níveis de leitura constituem-se num meio para identificar,
nos diversos gêneros, os elementos de construção do texto, localizar as informações
explícitas, subentender as implícitas, fazer ligação entre o conhecimento do
educando e o texto, bem como estabelecer relações intertextuais.
Os gêneros discursivos apresentados aos educandos precisam contemplar as
possíveis situações de uso social da linguagem nas atividades propostas, tendo por
objetivo identificar a finalidade do texto, a posição assumida pelo autor, o contexto
social, político, histórico, econômico, filosófico, entre outros, com destaque para as
variedades linguísticas, os mecanismos gramaticais e os lexicais na construção do
texto.
Nesse contexto, salienta-se a importância de apreender os dados sobre o
autor (biografia), a fonte referencial (data, local, suporte de texto), além do
interlocutor a quem se destina o texto.
Os mecanismos gramaticais e lexicais não são estudados de forma
descontextualizada ou com a intenção da apropriação da metalinguagem, mas a
partir do texto para que o educando possa reconhecê-los como elementos de
construção textual dos gêneros estilísticos e do cotidiano, uma vez que o objetivo do
ensino da língua é orientar para o uso social da linguagem, de acordo com a norma
padrão.
Para isso, faz-se necessária a prática orientada da produção oral e escrita de textos
dos diferentes gêneros do discurso. O desenvolvimento dessa prática é importante
porque o texto do educando revela, além do conhecimento de mundo, os conteúdos
aprendidos e apreendidos e os que devem ser priorizados no planejamento do
educador.
Cabe assim, aos professores de Língua Portuguesa e Literatura a
promoção do amadurecimento do domínio discursivo da oralidade, da leitura e da
escrita, para que os estudantes compreendam e possam interferir nas relações de
poder com seus próprios pontos de vista, fazendo deslizar o signo-verdade-poder
em direção a outras significações que permitam, aos mesmos estudantes, a sua
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emancipação e a autonomia em relação ao pensamento e às práticas de linguagem
imprescindíveis ao convívio social. Esse domínio das práticas discursivas
possibilitará que o aluno modifique, aprimore, reelabore sua visão de mundo e tenha
voz na sociedade.
33.1.5 Avaliação
A avaliação precisa ser entendida como instrumento de compreensão do
nível de ensino-aprendizagem dos alunos em relação às práticas de linguagem:
oralidade, leitura, escrita, para que o educador possa reencaminhar seu
planejamento.
O processo avaliativo deve ser coerente com os objetivos propostos e com
os encaminhamentos metodológicos. Desse modo, a avaliação deve ser dialética, ou
seja, o educando confronta-se com o objeto do conhecimento, com participação
ativa, valorizando o fazer e o refletir. Sendo assim, o erro no processo ensino-
aprendizagem indica os conteúdos que devem ser retomados. Portanto, o trabalho
com as práticas de linguagem deve partir das necessidades dos educandos.
É imprescindível que a avaliação em Língua Portuguesa e Literatura
sejam um processo de aprendizagem contínuo e dê prioridade à qualidade e ao
desempenho do aluno durante o período de estudos.
Para que as propostas das Diretrizes de Língua Portuguesa se efetivem na sala de
aula, é imprescindível a participação pró-ativa do professor. Engajado com as
questões de seu tempo, tal professor respeitará as diferenças e promoverá uma
ação pedagógica de qualidade a todos os alunos, tanto para derrubar mitos que
sustentam o pensamento único, padrões pré-estabelecidos e conceitos
tradicionalmente aceitos, como para construir relações sociais mais generosas e
includentes.
33.1.6 Referências Bibliográficas
ANTUNES, I. Aula de português: encontro & interação. São Paulo: Parábola, 2003.
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_____. Muito além da Gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho. São Paulo: Parábola, 2007. BAKHTIN, M. (Volochinov). Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo. Hucitec, 1986. _____. Problemas da poética de Dostoievski. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1997.
_____. M. (Volochinov). Marxismo e filosofia da linguagem. Trad. De Michel Lahud e Yara Frateschi. 9ª ed. São Paulo: Hucitec, 1999. _____. Os gêneros do discurso na perspectiva dialógica da linguagem: A abordagem de Bakhtin. (UFSC). In: MEURER, J. L.. BONINI, A., MOTTA-ROTH, D (orgs.). Gêneros: teorias, métodos, debates. São Paulo: Parábola, 2005. FARACO, C. A. Área de Linguagem: algumas contribuições para sua organização. In: KUENZER, Acácia. (org.) Ensino Médio – Construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. 3ª. ed. São Paulo: Cortez, 2002.
_____. Linguagem & diálogo: as ideias lingüísticas do círculo de Bakhtin. Curitiba: Criar, 2003.
FREDERICO, E. Y.; OSAKABE, H. PCNEM – Literatura. Análise crítica. In: MEC/SEB/Departamento de Políticas de Ensino Médio. Orientações Curriculares do Ensino Médio. Brasília: 2004. MARCUSCHI, L. A. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
_____. Gêneros textuais: configuração, dinamicidade e circulação. In: KARWOSKI, Acir Mário, GAYDECKZA, Beatriz, BRITO, Karim S. (Orgs.) Gêneros textuais: reflexões e ensino. União da Vitória: Gráfica Kaygangue, 2005. PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos no Estado do Paraná (versão preliminar), Curitiba, 2004. _____. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa, Curitiba, 2008. RODRIGUES, R. H. Os gêneros do discurso na perspectiva dialógica da linguagem: A abordagem de Bakhtin. (UFSC). In: MEURER, J. L.BONINI, A., MOTTA-ROTH, D (orgs.). Gêneros: teorias, métodos, debates. São Paulo: Parábola, 2005. ROJO, R. H. R. Linguagens, Códigos e suas tecnologias. In: MEC/SEB/Departamento de políticas do Ensino Médio. Orientações Curriculares do Ensino Médio. Brasília: 2004.
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SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998. TRAVAGLIA, L. C. Gramática e Interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1o e 2o graus. 5 ª. ed. São Paulo: Cortez, 2000.
Referências On-Line
ILLARI, R. Lingüística e Ensino da Língua Portuguesa com língua materna. (UNICAMP). Artigo disponível em: <www.estacaodaluz.org.br> (Museu da Língua Portuguesa). Acesso em: 28-08-2007. LUZ-FREITAS, M. S. E a Língua Portuguesa tornou-se disciplina curricular. (PUC-SP e FEFI-MG). Disponível em: <http://www.filologia.org.br/revista/33/04> 2004. Acesso em: 28-08-2007). SOARES, M. Que professor de Português queremos formar? (UFMG). Disponível em:<http://www.unb.br/abralin/index.php?id=8&boletim=25&tema=13>. Associação Brasileira de Lingüística. Boletim 25 (08/2001). Acesso em: 08/05/2006.
33.2 Disciplina de Matemática
Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio
33.2.1 Apresentação da Disciplina
A Educação Matemática é um importante ramo do conhecimento humano.
A sua origem remonta à antigüidade clássica greco-romana. Os gregos conceberam
a Matemática como um dos conteúdos da filosofia, portanto, como um dos
instrumentos da arte de conhecer o mundo em sua totalidade.
Dessa forma, o educador além de dominar os conteúdos matemáticos,
deve também conhecer os fundamentos histórico-filósoficos da Matemática, e ainda,
o(s) processo(s) pelo(s) qual(is) o educando aprende; aquisição do conhecimento.
Nesse sentido, é importante que o educador tenha conhecimento das
práticas pedagógicas que norteiam o ensino da Matemática na atualidade. Para
tanto, é necessário resgatar o processo educacional vivenciado, especialmente, a
partir da década de 60 do século passado.
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O ensino da Matemática, desde então, tem sofrido alterações na sua
forma de organização e de conceber os conteúdos. Pode-se destacar as seguintes
fases: até meados de 1960, prevaleceu a chamada “Matemática Tradicional”, em
que predominava a valorização do conteúdo desvinculado da prática e com ênfase
na memorização de regras. Depois, surgiu o “Movimento da Matemática Moderna”,
cujo objetivo principal era a unificação dos vários campos da Matemática, tais como,
a Aritmética, a Álgebra e a Geometria. O seu grande objetivo era o trabalho
pedagógico por meio da linguagem dos conjuntos, mas que ficou reduzida a um
simbolismo exagerado a ser memorizado pelo aluno.
Os membros da comissão do Movimento da Matemática Moderna, por sua
vez, assinalaram vários defeitos no currículo tradicional difundido, afirmando a
importância de se abandonar o conteúdo tradicional em favor dos novos conteúdos,
entre eles a álgebra abstrata, a topologia, a lógica simbólica e a álgebra de Boole.
Vejamos como Morris Kline exemplifica, como sugestão, uma aula de
Matemática, nos moldes da Matemática Moderna:
“A professora pergunta:
― Por que 2 + 3 = 3 + 2 ?
― Porque ambos são iguais a 5 – respondem os educandos sem hesitar.
― Não, a resposta exata é porque a propriedade comutativa da soma assim
o sustenta.
― A segunda pergunta é: Porque 9 + 2 = 11 ?
Novamente os educandos se apressam a responder:
― 9 e 1 são 10 e mais um é 11.
― Está errado! – exclama a professora.- A resposta exata é que pela
definição 2, 9 + 2 = 9 + (1 + 1) ... .
Vê-se, portanto, neste exemplo que as propriedades dos Números
Naturais, Teoria dos Conjuntos, se sobrepõe ao algoritmo da adição, Aritmética, no
mesmo conjunto numérico. No caso, essa sobreposição faz com que a professora
classifique as respostas indicadas pelos educandos como erradas, e, logo a seguir,
a mesma reforça novamente a resposta correta através da propriedade comutativa.
(PETRONZELLI, 2002, pp.40-1)
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Com o advento da Lei 5692/71, a ênfase passou a ser a metodologia,
justificada pela necessidade do aluno poder desenvolver toda sua potencialidade, ou
seja, valorizou-se a manipulação de materiais concretos, relegando-se a segundo
plano a fase de automação, priorizando-se o atendimento à criança em sua fase de
desenvolvimento, mas descuidando-se da sistematização dos conhecimentos
matemáticos sócio-históricos acumulados pela humanidade. A grande dificuldade
dos educadores foi, então, a passagem do concreto para o abstrato, o que é
fundamental para a matemática.
Na atual proposta pedagógica para a EJA, procura-se a interação entre o
conteúdo e as formas. A perspectiva, nesse sentido, é estabelecer uma relação
dialética - teoria e prática - entre o conhecimento matemático aplicado no processo
de produção da base material de existência humana e as manifestações teórico-
metodológicas que estruturam o campo científico da própria Matemática. Dessa
forma, o ensino da Matemática deve ser concebido de modo a favorecer as
necessidades sociais, tais como: a formação do pensamento dialético, a
compreensão do mundo social e natural, a ciência como obra decorrente do modo
de cada sociedade - Grega, Feudal, Moderna – produzir a vida.
Concebida desta forma, a Educação Matemática desempenhará um papel
fundamental na aquisição da reflexão filosófica por parte dos educandos, isto é, da
consciência crítica que supera o senso comum que toma a aparência das coisas
como sendo verdades absolutas, ou seja, a Matemática deve ser vista, como uma
ciência viva e dinâmica, produto histórico, cultural e social da humanidade.
Ao revelar a Matemática como uma produção humana, demonstrando as
necessidades e preocupações das diferentes culturas em diferentes épocas e ao
relacionar os conceitos matemáticos de hoje com os construídos no passado, o
educador permite que o educando reflita sobre as condições e necessidades que
levaram o homem a chegar até determinados conceitos, ou seja, o educador estará
proporcionando no processo de ensino-aprendizagem a reflexão da construção da
sobrevivência dos homens e da exploração do universo, dessa forma, estará
caracterizando a relação do homem com o próprio homem e do homem com a
natureza.
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O produto do desenvolvimento da humanidade pode ser demonstrado
através da historicidade. Isto indica que ao trabalhar nos bancos escolares a
abstração, o conhecimento sistematizado e teórico, o educando entenderá o avanço
tecnológico, a elaboração da ciência, a produção da vida em sociedade.
Portanto, a abordagem histórica da matemática permite ao educando
jovem, adulto e idoso, compreender que o atual avanço tecnológico não seria
possível sem a herança cultural de gerações passadas. Entretanto, essa abordagem
não deve restringir-se a informações relativas a nomes, locais e datas de
descobertas, e sim ao processo histórico, viabilizando com isso a compreensão do
significado das idéias matemáticas e sociais.
Mas, além de compreender que o conhecimento matemático é sócio-
histórico, faz-se necessário que o educando estabeleça relações entre os elementos
internos da própria Matemática - conteúdos escolares - e os conceitos sociais.
Esse conhecimento prescinde de um tratamento metodológico que
considere a especificidade da Educação de Jovens e Adultos - EJA e deve constituir
o ponto de partida para todo o ensino-aprendizagem da Matemática, ou seja, os
educandos devem ter oportunidades de contar suas histórias de vida, expor os
conhecimentos informais que têm sobre os assuntos, suas necessidades cotidianas,
suas expectativas em relação à escola e às aprendizagens em matemática.
Embora, os jovens, adultos e idosos, com nenhuma ou pouca
escolaridade, dominem algumas noções básicas dos conteúdos matemáticos que
foram apreendidas de maneira informal nas suas vivências, a EJA tem a função de
transformar essas noções elementares, conceitos espontâneos, em conceitos
científicos, fazendo o educando dominar a Linguagem Matemática e suas
Representações, os Conceitos Matemáticos e Sociais, os Cálculos e os Algoritmos,
a História da Matemática e a Resolução de Problemas.
A compreensão e apreensão desses pressupostos metodológicos por
parte dos educandos e dos educadores, dão significado aos conteúdos escolares a
serem ensinados e estudados. Embora seja importante considerar que esses
significados também devem ser explorados em outros contextos, como por exemplo,
nas questões internas da própria Matemática e em problemas históricos.
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Desconsiderar esses pressupostos metodológicos na Educação de
Jovens e Adultos uma prática centrada no desenvolvimento do pensamento linear e
fragmentado, numa concepção de ciência imutável, estabelecendo definitivamente o
rompimento entre o lógico e o histórico, entre o conteúdo e as formas, entre a teoria
e a prática, entre a lógica formal e a lógica dialética, entre a totalidade e as
unidades, enfim, entre o mundo social e natural.
A Educação Matemática deve ter, então, os seus pressupostos bem
definidos e delimitados, uma vez que a teoria se desdobra em “prática científica”:
Ao professor, como um profissional do ensino, é dada a responsabilidade não só de dominar a teoria como a de inscrevê-la no universo de um cotidiano que a justificaria(...). As abstrações reunidas na teoria, organicamente dispostas em definições e conceitos, devem transitar por um caminho inverso. O professor precisa demonstrar a utilidade ou funcionamento do sistema teórico no real. A teoria precisa transmutar-se em dados ou exemplos concretos, que garantam, justifiquem ou expliquem o já defendido (hipoteticamente) no discurso. Nesse sentido, a teoria precisa desmembrar-se, na voz do professor, no relato de múltiplas interações ou mediações que repõem o problema no rastro de sua solução.(NAGEL, pp. 3-4, 2003) (Grifos nossos)
Nessa perspectiva, há de se considerar como ponto de partida a
construção do conhecimento, os saberes desenvolvidos no decorrer da vivência dos
educandos, que se manifestam em suas interações sociais e compõem suas
bagagens culturais, que são freqüentemente desconsiderados na prática pedagógica
da EJA. No entanto, a superação desses saberes e a incorporação dos conceitos
científicos são trabalhos que a escola deve planejar e executar.
A aquisição do conhecimento matemático não se inicia, para o educando
adulto, apenas quando ele ingressa num processo formal de ensino. Essa aquisição
já vem se dando durante todo o decorrer de sua vida. O indivíduo que não teve
acesso a escolarização, foi obrigado, no confronto com suas necessidades
cotidianas, a adquirir um certo saber que lhe possibilite a superação dessas
necessidades. Mas, se sua situação nas relações sociais de produção lhe exige a
aquisição desse saber, essa mesma situação, impedindo-lhe a escolarização, lhe
impede o acesso às formas elaboradas de conhecimento matemático.
É importante enfatizar que, os conteúdos matemáticos quando abordados
de forma isolada, não são efetivamente compreendidos nem incorporados pelos
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educandos como ferramentas eficazes para resolver problemas e para construir
novos conceitos, pois, é perceptível que o conhecimento só se constrói plenamente
quando é mobilizado em situações diferentes daquelas que lhe deram origem, isto é,
quando é transferível para novas situações. Isto significa que os conhecimentos
devem ser descontextualizados, abstraídos, para serem novamente
contextualizados, isto é, fazer a transposição didática.
Nesse sentido, a educação matemática para o educando jovem, adultos e
idoso deve ter como objetivo a reversão do atual quadro em que se encontra o
ensino da Matemática, ou seja, a definição dos conteúdos anteriormente
fragmentados deve ser visto em sua totalidade, sem o qual não é possível querer
mudar qualquer prática pedagógica consistente.
Dessa forma, é necessário que o ensino de Matemática e o seu
significado sejam restabelecidos, visto que, o ensino e a aprendizagem de
Matemática devem contribuir para o desenvolvimento do raciocínio crítico, da lógica
formal e dialética, da coerência e consistência teórica da Ciência – o que transcende
os aspectos práticos. Com isso faz-se necessário repensar o ensino de Matemática,
pois o processo de emancipação política e social da humanidade estão diretamente
ligados ao domínio do conhecimento. Ele é parte constitutiva da elaboração do
pensamento reflexivo.
33.2.2 Encaminhamento Metodológico
Para dimensionar o papel da Matemática na formação do jovem, adulto e
idoso é importante que se discuta a natureza desse conhecimento, suas principais
características e seus métodos particulares, e ainda, é fundamental discutir suas
articulações com outras áreas do conhecimento.
As diversas contingências históricas têm levado os educadores a deixar
de lado a importância do conhecimento teórico, no entanto, é de fundamental
importância que o(a) educador(a) tenha clareza que, sem o qual, não é possível
mudar qualquer prática pedagógica de forma significativa. Com isso, só se tem
conseguido mudanças superficiais no que se refere à reposição de conteúdos, por
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meio de estratégias metodológicas tradicionais que não levem os educandos a uma
transposição didática.
É perceptível que, a mera seleção de conteúdos não assegura o
desenvolvimento da prática educativa consistente. É necessário garantirmos, como
dissemos anteriormente, a relação entre a teoria e a prática, entre o conteúdo e as
formas, entre o lógico e o histórico.
Portanto, é de suma importância que o educador se aproprie dos
encaminhamentos metodológicos do ensino da Matemática, e acrescente, esses
elementos a reflexão pedagógica da Educação de Jovens e Adultos.
Nessa perspectiva, a
contextualização do saber é uma das mais importantes noções pedagógicas que deve ocupar um lugar de maior destaque na análise da didática contemporânea. Trata-se de um conceito didático fundamental para a expansão do significado da educação escolar. O valor educacional de uma disciplina expande na medida em que o aluno compreende os vínculos do conteúdo estudado com uma contextualização compreensível por ele(...). O desafio didático consiste em fazer essa contextualização sem reduzir o significado da ideias matemáticas que deram ao saber ensinado.” (PAIS, 2001, pp. 26-27).
De forma equivocada, a abordagem de determinados conceitos
fundamentais na construção do conhecimento matemático é muitas vezes suprimida
ou abreviada, sob a alegação de que não fazem parte do cotidiano dos educandos.
Tal concepção de ciência e de conhecimento viabiliza na escola uma visão
reducionista da Matemática, cuja importância parece ficar restrita a sua utilidade
prática; ao pragmatismo.
Nesse contexto, a noção de contextualização permite ao educador uma
postura crítica priorizando os valores educativos, sem reduzir o seu aspecto
acadêmico (PAIS, 2001, p.27).
O processo de seleção dos conteúdos matemáticos escolares, envolve
um desafio, que implica na identificação dos diversos campos da Matemática e o
seu objeto de estudo; processo de quantificação da relação do homem com a
natureza e do homem com o próprio homem.
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No entanto, não devemos deixar de identificar os conteúdos escolares
matemáticos que são socialmente relevantes para a EJA, pois os mesmos devem
contribuir para o desenvolvimento intelectual dos educandos.
As Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos da Secretaria
de Estado da Educação do Paraná, versão preliminar, em seu capítulo “Orientações
Metodológicas”, aponta quatro critérios para a seleção de conteúdos e das práticas
educativas. São eles:
◘ a relevância dos saberes escolares frente à experiência social construída
historicamente.
◘ os processos de ensino e aprendizagem, mediatizados pela ação docente junto
aos educandos.
◘ a organização do processo ensino-aprendizagem, dando ênfase às atividades
que permitem a integração entre os diferentes saberes.
◘ as diferentes possibilidades dos educandos articularem singularidade e
totalidade no processo de elaboração do conhecimento.
Nessa forma de organização curricular, as metodologias são um meio e
não um fim para se efetivar o processo educativo. É preciso que essas práticas
metodológicas sejam flexíveis, e que adotem procedimentos que possam ser
alterados e adaptados às especificidades da comunidade escolar.
Nessa perspectiva, é de suma importância evidenciar que o ensino-
aprendizagem de Matemática sejam permeados pela(os): Resolução de Problemas;
Modelagem Matemática; Mídias Tecnológicas; Etnomatemática, História da
Matemática; Investigações Matemáticas. Estes elementos devem permear a
Metodologia de Ensino da Matemática, pois eles expressam a articulação entre a
teoria e a prática, explicitando no ato pedagógico a relação entre o signo, o
significado e o sentido dos conteúdos escolares nos diversos contextos sociais e
históricos.
Em especial, pode-se utilizar a Modelagem Matemática que possibilita ao
aluno um conhecimento matemático de forma interdisciplinar, incentivando a
pesquisa sobre temas de extrema importância na formação dicente, como História e
Cultura Afrobrasileira e Africana, História do Paraná e Meio-Ambiente. Afinal, esta
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metodologia de ensino-aprendizagem parte de uma situação/tema e sobre este
desenvolve questões, que serão respondidas mediante o uso de ferramental
matemático e das discussões sobre o tema em questão.
É importante enfatizar que a relação de conteúdos não deve ser seguida
linearmente, mas desenvolvida em conjunto e de forma articulada, proporcionando
ao educando a possibilidade de desenvolver a capacidade de observar, pensar,
estabelecer relações, analisar, interpretar justificar, argumentar, verificar,
generalizar, concluir e abstrair. Dessa forma, serão estimulados à intuição, a
analogia e as formas de raciocínio indutivo e dedutivo.
Os conteúdos matemáticos presentes no ensino fundamental, a serem
ensinados nas escolas de EJA, estão organizados por eixos. São eles: números e
álgebra, grandezas e medidas, geometrias, funções, tratamento da informação, que
compreendem os elementos essenciais da organização curricular.
Os eixos e seus respectivos conteúdos deverão ser trabalhados de forma
articulada. Esta relação pode ser viabilizada entre os eixos e/ou entre os conteúdos.
É importante ter clareza da especificidade de cada eixo, bem como, que
estes não devem ser trabalhados de maneira isolada, pois, é na inter-relação entre
os conteúdos de cada eixo, entre os eixos de conteúdos e entre os eixos
metodológicos, que as idéias matemáticas ganham significado.
Os conteúdos matemáticos presentes no Ensino Médio, a serem
ensinados nas escolas de EJA, deverão propiciar o desenvolvimento de conceitos:
numéricos, algébricos, geométricos e gráficos e da mesma forma, devem ser
trabalhados como um conjunto articulado. Isso significa que o tratamento dos
conteúdos em compartimentos estanques deve dar lugar a uma abordagem em que
as conexões sejam favorecidas e destacadas.
Utiliza-se o computador como mais uma ferramenta, não deixando de
lado o dicionário, a lousa, a apostila e as listas de atividades elaboradas pelos
professores. Também de extrema importância é o aprendizado e uso da calculadora,
principalmente no Ensino Médio. Vídeos de curta duração que ilustram e fixam o que
foi exposto e discutido em sala, de uma forma dinâmica, passados na TV pendrive,
tornam as aulas atrativas e possibilitam ao aluno fazer a relação entre as tecnologias
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e os conteúdos. Análise de revistas, jornais e folhetos promocionais é uma das
metodologias usadas para que o aluno torne-se crítico e aprenda a conferir e
verificar a veracidade de anúncios dos meios de comunicação.
Nesse contexto, a avaliação em Matemática na EJA deve permitir ao
educador fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e qualitativos da
apreensão do conhecimento pelo educando, estabelecendo inter-relações entre o
conhecimento matemático e o contexto social. É função do educador diagnosticar as
dificuldades dos alunos e criar oportunidades diversificadas para que possam
expressar seu conhecimento. Deve-se possibilitar ao educando manifestações
escritas, orais e de demonstração, podendo explorar o uso de materiais
manipuláveis, como calculadora e computador.
É fundamental que a avaliação seja coerente com a metodologia utilizada
pelo educador, bem como, com os objetivos que se pretende alcançar, visto que,
esta tem a finalidade de fornecer informações do processo de desenvolvimento do
educando - a ele mesmo e ao educador. Essas informações permitem ao educador,
uma reflexão crítica sobre a sua prática pedagógica, no sentido de captar seus
avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão
sobre o que fazer para superar os obstáculos, uma vez que os educandos possuem
diferentes tempos de aprendizagem.
O processo avaliativo deve ser um recurso pedagógico, que considera
erros e acertos como elementos sinalizadores para seu replanejamento, ou seja,
toma o erro como ponto de partida para rever caminhos, para compreender e agir
sobre o processo de construção do conhecimento matemático.
No que se refere à avaliação em matemática, considerando o perfil do
educando jovem, adulto e idoso, pontua-se alguns indicativos a serem contemplados
pelos educadores:
◘ considerar todas as formas de raciocínio, ou seja, os procedimentos/métodos
utilizados pelo educando para resolver uma determinada situação-problema;
◘ resultado não é o único elemento a ser contemplado na avaliação
matemática, pois, mesmo que este não esteja de acordo, ele pode ter utilizado-
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se de métodos coerentes, equivocando-se em apenas parte do processo de
desenvolvimento do raciocínio matemático.
◘ erro deve ser considerado como ponto de partida para rever caminhos,
compreendendo todo o processo de construção do conhecimento matemático.
Os instrumentos avaliativos utilizados na disciplina de Matemática na EJA
são provas, listas de exercícios, jogos, trabalhos de pesquisa, construção de tabelas
e gráficos, sínteses expostas em cartazes, apresentações orais, maquetes e
elaboração de folhetos promocionais.
Os critérios decorrem dos conteúdos, cabe ao professor definir esses
critérios que serão utilizados para avaliar o conhecimento dos alunos e, desta forma,
acompanhar o processo de aprendizagem dos mesmos. Também é preciso ressaltar
que, de um modo geral, é preciso verificar se o aluno comunica-se
matematicamente, oral ou por escrito; compreende, por meio da leitura, o problema
matemático; elabora um plano para a resolução de problemas; encontra meios
diversos para a resolução de um problema matemático; realiza o retrospecto da
solução de um problema.
Portanto, a avaliação da aprendizagem matemática considerada como
mecanismo diagnóstico, deverá englobar todas as instâncias que compõem a
escola: currículo, planejamento, metodologia, conteúdos, o educando, o educador e
a própria escola.
Entendida como processo, a avaliação deverá possibilitar uma constante
elaboração e reelaboração não só do conhecimento produzido, mas da ação
pedagógica como um todo.
33.2.3 Conteúdos
Ensino Fundamental- FaseII
Números e Álgebra
◘ Sistema de numeração decimal.
◘ Algarismos indo-arábico.
◘ Conjunto dos números naturais.
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◘ Operações com números naturais.
◘ Conjunto dos números inteiros.
◘ Operações com números inteiros.
◘ Conjunto dos números racionais.
◘Operações com números racionais.
◘ Monômios e polinômios.
◘ Equação do 1º grau.
◘ Regra de três simples.
Grandezas e Medidas
◘ Sistema monetário.
◘ Medidas de comprimento.
◘ Medidas de área.
◘ Medidas de volume.
Geometria
◘ Geometria plana.
◘ Geometria espacial.
Funções
◘ Plano cartesiano.
◘ Função afim.
Tratamento da informação
◘ Estatística.
◘ Porcentagem.
◘ Juros simples
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Ensino Médio
Números e Álgebra
◘ Razão e proporção.
◘ Grandezas diretamente e inversamente proporcionais.
◘ Regra de três simples e composta.
◘ Números decimais em forma de potência de 10, notação científica e
potências de expoente negativo.
◘ Radicais em forma de potência.
◘ Propriedades da potenciação.
Grandezas e Medidas.
◘ Relações métricas no triângulo retângulo.
◘ Relações trigonométricas no triângulo retângulo.
Geometrias
◘ Geometria plana.
◘ Geometria espacial.
Funções
◘ Função afim.
◘ Função quadrática.
◘ Sequências.
◘ Progressão Aritmética.
◘ Progressão Geométrica.
Tratamento de Informação
◘ Análise combinatória.
◘ Probabilidade.
◘ Estatística.
◘ Matemática financeira: porcentagem e juros compostos.
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33.2.4 Referências Bibliográficas
Matemática: livro do estudante: ensino fundamental/coordenação Zuleika de Felice Murrie. – Brasília: MEC: INEP, 2002 Matemática: matemática e suas tecnologias: livro do professor: ensino fundamental e médio/ coordenação Zuleika de Felice Murrie. – Brasília: MEC: INEP, 2002 BICUDO, M. A. V. e GARNICA, ª V. M. Filosofia da educação matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2001. BOYER, C. B. História da matemática. Tradução: Elza F. Gomide. São Paulo> Edgard Blucher, 1974 BRASIL, Ministério da Educação. Secretária de Educação Fundamental, Proposta Curricular para a educação de jovens e adultos: segundo segmento do ensino fundamental: 5ª a 8ª série: introdução, 2002 DUARTE, Newton. O ensino de matemática na educação de adultos. São Paulo: Cortez, 1994. FONSECA, Maria da Conceição F.R. Educação Matemática de Jovens e Adultos: especificidades, desafios e contribuições. Belo Horizonte: Autêntica, 2002. FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. MATO GROSSO DO SUL, Secretária de Estado de Educação. Subsídios de matemática. V, 8ª: 1 ed. Campo Grande: 2000. MIORIM, Maria Ângela. Introdução à história da Matemática. São Paulo: Graal, 1973. PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares da Educação de jovens e adultos no Estado do Paraná – DCE. Versão preliminar. Jan/2005. PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental no Estado do Paraná – DCE. Versão preliminar. Jan/2005. PAIS, L. C. Didática da matemática – uma análise da influência francesa. Belo Horizonte: Autêntica, 2001. SMOLE, K. S., DINIZ, M. I. Ler escrever e resolver problemas. Porto Alegre: ARTMED, 2001. NAGEL, Lízia Helena. Em questão: profissionalismo no ensino. Maringá: UEM, 2003(texto digitado)
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PETRONZELLI, Vera Lúcia Lúcio. Educação Matemática e a aquisição do conhecimeto matemático: alguns caminhos a serem trilhados, 2002. (Dissertação de Mestrado, UTP),166p.
33.3 Disciplina de História
Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio
33.3.1 Apresentação da Disciplina
A História é um conhecimento construído pelo ser humano em diferentes
tempos e espaços. É a memória que se tornou pública, em geral, expressão das
relações de poder. De acordo com BEZERRA, (2003 pg. 42) “o objetivo primeiro do
conhecimento histórico é a compreensão dos processos e dos sujeitos históricos, o
desvendamento das relações que se estabelecem entre os grupos humanos em
diferentes tempos e espaços”.
Ao entendermos a Historia devemos delimitar claramente o nosso objetivo,
a história é algo acabado, não está sujeita a mudanças experimentais, porém
tornam-se viva devida as mudanças de conjecturas contemporâneas que
determinam quais as perguntas a, serem feitas, a este passado da humanidade
Diferentes historiadores e sujeitos históricos contam a História a partir de
sua visão de mundo. Nesse sentido não há uma verdade única, mas sim aquela que
foi tecida por um grupo social. Trata-se de um conhecimento científico, que precisa
ser interpretado.
Sua origem mais remota na Grécia antiga representada por Heródoto, por
um longo período a narrativa histórica era apreendida pela oralidade e repassada
pelo mesmo, com a erudição os meios científicos pós século XVIII normatizaram a
ciência enquanto método experimental, definido e comprovado laboratorialmente,
porém a história enquanto disciplina, sobre tal entendimento, não faz jus ao mesmo,
devido à limitação em comprovar fatos passados via experimental, a lógica da
disciplina é definida por questionamentos presentes rastreados em vestígios
históricos que podem vir a ser validados. Os metódicos por muito entrelaçaram a
narrativa histórica aos grandes fatos de ruptura social e principalmente política e aos
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personagens ditos heróis. Em contra partida os marxistas definiram na luta de
classes o foco de seu estudo. Os Annales do início do século XX pulverizaram os
temas a serem estudados. Tematizando e sobre tudo entendendo que todos podem
ser um agente da própria história. No decorrer do século por volta dos anos 60 uma
corrente esquerdista denominada nova escola inglesa relembra Marx, mas sutil e
com um ar social preocupados nas lutas de classes. Os culturalistas dos anos
setenta extremamente criticados pela diversidade excessiva reformulam as falhas
técnicas entrelaçando micro e macro história e nos anos noventa é amplamente
aceita como estudo a linha cultural que no início do século XXI é compreendida por
história temática.
A disciplina trata de toda ação humana no tempo em seus múltiplos
aspectos: econômicos, culturais, políticos, da vida cotidiana, de gênero, etc. Para se
perceber como sujeito da História, o educando precisa reconhecer que essa ação
transforma a sociedade, movimenta um espiral de mudanças, na qual há
permanências e rupturas.
O sujeito da História deve ser conhecedor dos problemas, das ideologias e
que só com uma visão holística do mundo e da sociedade ele se entenderá como
cidadão ativo e conhecedor de seus direitos e de seus deveres.
No caso referente à educação de jovens e adultos ao oportunizarmos o
estudo à história estamos confirmando os valores humanos e a cidadania, e sobre
tudo retificando a força do trabalho dos jovens adultos brasileiros.
Além do que, os conteúdos estruturantes norteiam um traçado claro da
sociedade ocidental e oriental: O tempo histórico, a cultura e o trabalho estão
intrinsecamente ligados e desmembrados nas apostilas didáticas em materiais
paradidáticas e nas avaliações.
Sendo assim, a historiografia voltada a lutas de classes, tem o seu valor,
porém em um mundo dinâmico e diversificado a cultura temática deve e pode ser
apreciada sobre tudo ao transformarmos à em conteúdos a serem debatidos junto
aos discentes: a luta das mulheres é amplamente entendida ao estudarmos história
de gênero, as conquistas dos negros, enquanto direitos civis, mudanças percebidas
nas estruturas sócio-políticas, entre outros...
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Entendemos que o adulto já possui de forma empírica o conhecimento
temporal cabe ao docente dinamizar e possibilitar o educado o processo socrático
rumo ao saber científico. Outro fator de extrema importância no ofício educacional é
a interdisciplinaridade: não adentraremos aqui em uma discussão delimitadora
destinada a identificar a quem cabe o mérito do que... Mas aonde podemos ampliar
nossos saberes, pelo exemplo ao discutirmos a segunda guerra poderemos muito
bem nos valer dos conhecimentos da física e pensarmos juntos no que é uma
bomba atômica... Desmistificar termos como a evolução... Que outrora levou o
homem a julgar melhor ou pior determinados setores da sociedade, ver nascimento
da antropologia cultural.
Na Educação de Jovens e Adultos deve-se levar em consideração o fato
de que os seus educandos possuem maior experiência de vida e que essa
modalidade tem como finalidade e objetivos o compromisso com a formação humana
e o acesso à cultura geral. A diversidade presente na sala de aula, a partir dos
diferentes perfis sociais, deve ser utilizada a favor do trabalho pedagógico no ensino
de História. Pode-se recorrer às diferenças para estabelecer comparações, levantar
diferentes concepções de mundo e ainda buscar trabalhar com o respeito e a
aceitação das diferenças.
(...) é preciso ter claro que esse processo de ensino fundamenta-se em uma
cognição situada, ou seja, as idéias prévias dos estudantes e dos
professores, advindas do contexto de suas experiências e de seus valores
culturais, devem ser reestruturadas e sistematizadas a partir das idéias ou
dos conceitos que estruturam as disciplinas de referência. (DCE, 2008.
p.29)
É preciso que o ensino de História na Educação de Jovens e Adultos seja
dinâmico e que o educando perceba que a História não está sepultada, mas em
constante transformação. Nesse sentido, pode-se tomar sempre como ponto de
partida e de chegada o próprio presente, onde estão inseridos educandos e
educadores. Há que se considerar que o passado explica o presente, mas também o
presente explica o passado. Isso não significa, no entanto, que se possa abrir mão
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do rigor na interpretação do passado, pois não se pode incorrer em anacronismos ou
em posturas teleológicas. É preciso estimular o interminável diálogo entre o
presente e o passado levando em consideração as especificidades de cada contexto
histórico.
Outro sentido dado á História é a busca da superação das carências
humanas fundamentadas por meio de um conhecimento constituído por
interpretações históricas. Essas interpretações são compostas por teorias que
diagnosticam as necessidades dos sujeitos históricos. Já a finalidade do ensino de
História é a formação de um pensamento histórico a partir da produção do
conhecimento. Esse conhecimento é provisório, configurado pela consciência
histórica dos sujeitos.
O ensino de História possibilita demonstrar e confirmar que nossa cultura
nacional não possui uma única fonte, mas muitas; que nossa linguagem e
nossos costumes não se desenvolveram isolados, imune aos movimentos
mundiais dos povos; que toda sociedade, sempre que se trate de sua
sobrevivência, tem de responder e se adaptar a elementos sobre os quais
não possui nenhum controle. [...] Um estudo das raízes da sociedade
ajudará as crianças a apreciar as crenças, as culturas e os usos sociais de
outras sociedades que estudem, sejam essas sociedades contemporâneas
ou mesmo sociedades somente exploráveis pelo olho do historiador.
(PLUCKROSE 1996 apud SCHMIDT; CAINELLI, 2004, p. 27)
É fundamental que o educador de História não atue como reprodutor de
um conhecimento pronto, de uma coleção inesgotável de fatos do passado. Mas, que
torne possível desconstruir na sala de aula os múltiplos olhares da História, criar
argumentos que possam concordar ou discordar de um autor, tomar posição diante
do que já ocorreu e ainda está ocorrendo. Não se pode ser um cidadão pleno sem
que se realize uma análise crítica dos caminhos percorridos ao longo da história.
Por fim, reconhecer que esses sujeitos são produtores de signos e
utopias, capazes de transformar a natureza e escrever sua própria História.
Portanto, a História é uma construção coletiva em que todos os sujeitos tem um
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papel principal e suas ações são de suma importância para uma participação
consciente na transformação da sociedade e do mundo em que vivem.
33.3.2 CONTEÚDOS Ensino Fundamental
Cultura Trabalho Tempo
Identidade Cultural
◘ Construção do Sujeito Histórico:
o homem um sujeito histórico, atuação do sujeito histórico-memória.
◘ Produção do Conhecimento Histórico:
conceito de ciência histórica, como o historiador reconstrói a história?
diferentes temporalidades, fontes históricas, patrimônio cultural, a origem do
homem e o começo dos tempos.
◘ Encontro Entre Diferentes Culturas: o Paraná no Século XV, ocupação do
espaço paranaense, o domínio cultural e político europeu, principais etnias,
dominação e resistência, patrimônio cultural paranaense.
Terra e Propriedade nos Diferentes Períodos Históricos
◘ Diferentes Modos de Distribuição da Terra:
Capitalista, socialista, primitiva, feudal e escravista.
◘ Concentração de Terras no Brasil:
Capitanias hereditárias, sesmarias, reduções, engenhos, rendeiros/meeiros
Quilombos, comunidades indígenas, leis de terras, imigração européia.
◘ Tentativas de Reforma Agrária no Brasil República:
Plano de metas, reforma de base, ditadura militar, proposta de Tancredo
Neves, a questão da terra nos governos; Fernando Henrique Cardoso e Luiz
Inácio Lula da Silva.
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◘ Conflitos Agrários pela Terra no Brasil:
Canudos, Contestado, ligas camponesas, demarcação das terras indígenas,
luta dos povos da floresta, movimento dos trabalhadores rurais sem terra.
O Estado e as Relações de Poder
◘ Estado Neoliberal: origem, emprego, flexibilização dos direitos sociais,
neoliberalismo no Brasil .
◘ Estado Ditatorial e Totalitário: ditadura militar no Brasil, ditadura na América
espanhola, princípios fundamentais do totalitarismo, contexto da Segunda
Guerra.
◘ Estado Populista: o populismo no Brasil e na América espanhola.
◘ ESTADO INTERVENCIONISTA: revolução de 1930, Crise de 1929,
Constituição de 1934.
◘ Estado Oligárquico: Coronelismo, Revolução Federalista no Paraná,
Tenentismo.
◘ Estado Liberal Clássico: Século das Luzes, Imperialismo, Primeira Guerra
Mundial.
◘ Formação do Estado Nacional: O Estado Absolutista, O poder da Igreja no
Brasil colônia. Separação entre Estado e Igreja no Brasil.
Cidadania e Trabalho
◘ Cidadania e Participação: Conceitos de Cidadania e trabalho, direitos civis,
políticos e sociais.
◘ Cidadania em Outras Sociedades: Sociedade árabe, sociedade chinesa,
Grécia e Roma. Servidão feudal.
◘ Construção da Cidadania no Mundo Contemporâneo: o humanismo no
renascimento cultural ,Revoluções burguesas e Iluminismo, formação da classe
operária, relação capital e trabalho. Apartheid.
◘ Desafios e Obstáculos na Construção da Cidadania Brasileira: trabalho
escravo e infantil, movimento operários e sociais, a Constituição cidadã de 1988
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Ensino Médio
Cultura Trabalho Tempo
Diversidade Cultural
◘ Construção do Sujeito Histórico: o homem/mulher como sujeitos históricos,
formação da identidade e alteridade, História local.
◘ Produção do Conhecimento Histórico: história como ciência, natureza e
cultura, diferentes temporalidades, fontes históricas, as primeiras civilizações,
patrimônio cultural.
◘ Diferentes Culturas: dominação e resistência na formação da sociedade
brasileira, o mundo árabe, a cosmovisão africana., cultura oriental, os diversos
Brasis.
Relações de Poder e Movimentos Sociais
◘ A Relação Colonizador/Colonizado na América: domínio cultural e político
europeu, assimilação e aculturação.
◘ História da Escravidão no Brasil e nos Estados Unidos: trabalho escravo,
formas de resistência, movimentos abolicionistas, guerra de secessão.
◘ Liberalismo e Neoliberalismo: Estado liberal clássico, as idéias iluministas,
a partilha do mundo, Primeira Guerra Mundial.
◘ Século Xx Mudanças e Permanências: formação dos estados totalitários, o
mundo em guerra, descolonização afro-asiática, movimentos sociais no pós-
guerra, conflitos culturais na América espanhola.
◘ Formação do Estado Nacional: emancipação política das colônias
americanas, a construção do estado brasileiro, o período republicano.
◘ Lutas pela Posse da Terra: conflitos agrários pela posse da terra no Brasil e
na América espanhola, conflito árabe-israelense.
33.3.3 Encaminhamento Metodológico
De acordo com as contribuições da historiografia, nas últimas décadas a
aprendizagem histórica se efetiva quando o conhecimento passa a ser experiência
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para o educando no sentido de que ele se aproprie do que aprendeu para ler e
explicar o seu mundo.
No mundo contemporâneo um constante (re) pensar sobre a cultura
escolar é fundamental para acompanhar as mudanças que ocorrem quotidianamente
e que implicam diretamente na vida de educandos e educadores. Nesse sentido, a
partir de discussões teórico-metodológicas significativas e que colocam o educando
na centralidade do processo ensino-aprendizagem, pretende-se contribuir para uma
prática de qualidade e de reflexão nas ações pedagógicas.
Para isso, propõem-se a abordagem dos conteúdos a partir de temáticas,
no ensino de História, para os educandos (as) da Educação de Jovens e Adultos
rompendo, dessa forma, com a narrativa linear e factual num diálogo permanente
com a realidade imediata sobre a qual se constituem os diversos saberes. Pretende-
se com isso priorizar uma prática pautada na associação ensino-pesquisa e no uso
de diferentes fontes e linguagens.
Nessa perspectiva, exige-se uma abordagem problematizadora dos
conteúdos de História, em que educadores e educandos possam dialogar e nesse
diálogo, propiciar condições de pensar, argumentar e fundamentar suas opiniões
através dos conteúdos socialmente significativos relacionados ao contexto político e
social, reconhecendo a pluralidade étnica e cultural onde esses sujeitos estão
inseridos.
Esta problematização deve propiciar uma análise crítica da realidade
social, distinguindo-se da “educação bancária” em que o educador apresenta os
conteúdos aos educandos, impondo-lhes um saber desprovido de reflexão (FREIRE,
1987).
É impossível, ensinar tudo a todos, desta forma se faz necessário a
seleção e a escolha de conteúdos essenciais que possibilitem o êxito no processo
ensino-aprendizagem e permitam satisfazer as necessidades dos educandos,
respeitando suas especificidades, objetivando sua formação humanista e a busca de
sua autonomia intelectual e moral.
Considerando a concepção do ensino de História pautada pela linha da
cultura, optou-se por três eixos articuladores: Cultura, Trabalho e Tempo, que
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também orientam o documento das Diretrizes Curriculares para EJA no Estado do
Paraná. Esses eixos estabelecem relações entre si e articulam-se às temáticas que
por sua vez articulam-se aos conteúdos, sendo que o eixo Tempo, presente nessa
concepção, refere-se ao tempo histórico.
Os conteúdos selecionados foram organizados em quatro temas plurais no
Ensino Fundamental: Identidade e Cultura; Estado e Relações de Poder; Terra e
Propriedade; Cidadania e Trabalho e três temas para o Ensino Médio: Diversidade
Cultural; Relações de Poder e Movimentos Sociais; Mundo do Trabalho e Cidadania.
É importante que na abordagem desses conteúdos o educador crie situações de
aprendizagem, que respeitem o perfil dos educandos da EJA e possibilitem o diálogo
entre os conceitos construídos cientificamente e a cultura do educando,
considerando a sua História de vida, o ambiente cultural e a identidade do grupo.
A abordagem pode ser realizada partindo do não conhecido ao conhecido
ou do conhecido ao conhecido de outra forma. Os conteúdos não devem ser
trabalhados de forma isolada ou compartimentada, o estudo deve se dar de forma
abrangente no tempo e no espaço, como por exemplo, no que refere as questões
sociais, as contradições, a Histórica local, conteúdos estes que estabeleçam relação
entre o local e o global e possibilitem aos educandos, compreender as semelhanças
e diferenças, as permanências e as rupturas do contexto histórico.
Transformar os conteúdos em “situações problemas” é imprescindível para
demonstrar a relevância do que se vai estudar. O questionamento deve levar a
reflexão crítica e permanente, possibilitando a construção de saberes socialmente
significativos para que o educando interfira no sentido de transformar a sociedade,
em que vive. Dessa forma o ensino de História será sempre possibilidade e nunca
determinação.
É essencial no processo ensino-aprendizagem que a teoria esteja em
sintonia com a prática, respeitando os níveis de compreensão dos educandos sobre
a própria realidade.
Em suma, esse processo deve contribuir para formar um educando leitor e
escritor, que se aproprie dos conhecimentos históricos, a partir da leitura, análise e
interpretação de diversas linguagens, bem como da produção de textos orais e
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escritos, que valorizem o fazer e o refletir. Também é importante que o educando da
EJA possa ampliar a sua leitura de mundo percebendo-se como sujeito da História
na busca da autonomia e da cidadania.
33.3.4 Avaliação
“Avaliar é sempre um julgamento de valor e é importante que se defina
quais são as finalidades, os objetivos e os critérios desse processo, tanto para quem
avalia como para quem será avaliado”. (CANALI; SCHMIDT, 2004, p. 147).
A avaliação deve estar a serviço da aprendizagem de todos os alunos,
permeando o conjunto das ações pedagógicas, e não como elemento externo a este
processo.
“O processo avaliativo que a escola pratica deve estar fundamentado em
uma concepção teórica que a comunidade escolar compreenda e o tenha claro, para
não dicotomizar discurso e prática.”.(DCE da EJA, p.41)
As práticas de caráter classificatório, autoritário, que desviam da função da
aprendizagem e do projeto político pedagógico da escola, devem ser refutadas. As
avaliações devem ser diagnósticas, compreendidas como fenômeno compartilhado,
podendo ser retomadas e reorganizadas pelo professor, considerado a
especificidade que é o ensino da EJA.
“A avaliação é um meio e não um fim em si. É um processo contínuo,
diagnóstico,
dialético, e deve ser tratada como integrante das relações de ensino-
aprendizagem”. (CD da EDA, p. 42)
Neste sentido, o papel do professor é de suma importância, o qual deverá
identificar as facilidades e dificuldades de seu grupo de alunado, partindo desse
pressuposto para a organização das avaliações.
Os saberes e a cultura do educando devem ser respeitados como ponto
de partida real, realizando a avaliação a partir das experiências acumuladas e das
transformações que marcaram o seu trajeto educativo. A avaliação será significativa
se estiver voltada para a autonomia dos educandos.
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Considerando essas prerrogativas e os conteúdos já mencionados nesse
documento, alguns critérios de avaliação devem ser considerados no processo e
ensino e aprendizagem da disciplina de História:
◘ Reconhecer relações (sociedade, cultura) no passado e na atualidade;
◘ Dimensionar, em diferentes temporalidades, as relações sociais, discernindo:
características, contextos, mudanças, permanências, continuidades e
descontinuidades;
◘ Identificar laços de identidade e/ou diferenças entre relações de trabalho, de
poder e culturais do presente e do passado;
◘ Reconhecer a diversidade de documentos históricos;
◘ Organizar e classificar idéias: oralmente, por escrito e outras formas de
comunicação.
Considerar a diversidade de aprendizado e níveis culturais dos alunos
requer seja pensado pelo professor metodologias de avaliação diferenciadas. No
CEEBJA, dentre outros instrumentos de avaliação estão: a prova objetiva, alternada
com questões dissertativas; a apresentação de seminários, trabalho de recortes e
confecção de cartazes, interpretação de imagens (TV Pendrive); elaboração de
narrativas históricas.
Pautados no princípio da educação que valoriza a diversidade e
reconhecem as diferenças, o processo avaliativo como parte integrante da
práxis pedagógica deve estar voltado para atender as necessidades dos
educandos, considerando o seu perfil e a função social da EJA, isto é, o seu
papel na formação da cidadania e na construção da autonomia. (DCE da
EJA, 2006, p. 42)
33.3.5 Referencias Bibliográficas
BITTENCOURT, Circe (Org.). O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1998. BLOCH, Marc. Introdução à História. Lisboa, Portugal: Europa-América, 1997.
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CABRINI, Conceição et. al. O ensino de História: revisão urgente. São Paulo: Brasiliense, 1986. DAVIES, Nicholas (Org.). Para além dos conteúdos no ensino de História. Niterói: Eduff. DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA - História – SEED, 2008. DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS, Secretaria de Estado da Educação do Paraná, 2006. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo, Paz e Terra, 1987. KARNAL, Leandro (Org.). História na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2003. SCHMIDT, Maria Auxiliadora; CANALLI, Marlene. Ensinar História – Pensamento e Ação no Magistério. São Paulo: Scipione, 2004. SILVA, Marcos A. da (Org.). Repensando a História. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1984. SILVA, Thelma Nobre Machado Bittencourt & RABELLO, Heloisa de Jesus. O ensino da História. Niterói, RJ: Eduff, 1992.
33.4 DISCIPLINA DE GEOGRAFIA
Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio
33.4.1 Apresentação da Disciplina
Atualmente, a grande velocidade com que vem ocorrendo as
transformações no espaço planetário, tem levado a escola a rever conceitos e
metodologias, pois esses refletem diretamente nos elementos fundamentais do
ensino da Geografia.
Para iniciar a reflexão sobre o ensino de Geografia se colocam algumas
questões: O que é Geografia? Para que serve? Como ensinar Geografia?
Para responder a essas questões, faz-se necessário esclarecer que a
Geografia como ciência, sofreu ao longo da história profundas transformações, tanto
em nível teórico quanto metodológico. Até as primeiras décadas do século XX,
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predominavam nas escolas concepções tradicionais e os livros se limitavam a uma
Geografia puramente descritiva e enumerativa, tipo catálogo. Os educandos eram
obrigados a memorizar listas intermináveis de nomes e números, ou confundiam a
Geografia com a topografia e a cartografia.
Esta Geografia tradicional, centrada na observação e na descrição
principalmente do quadro natural estrutura-se em três aspectos: os físicos, os
humanos e os econômicos.
Os aspectos físicos, nesta concepção, são considerados os mais
importantes. Abrangem especialmente a hidrografia (rios, bacias hidrográficas, redes
fluviais e tudo o que se refere ao mundo das águas); o relevo (planícies, planaltos,
serras – ou seja, as formas da superfície terrestre); o clima ( calor, frio, geada, neve
e estados do tempo em geral); e a vegetação (florestas, campos, cerrados, caatinga
e temas relacionados à distribuição das espécies vegetais pela superfície terrestre).
Os aspectos humanos referem-se ao homem “inserido” no quadro natural,
como se a paisagem tivesse sido moldada para recebê-lo e fornecer-lhe suas
“dádivas”, ou seja, seus recursos: solo, água, animais, vegetais e minerais, por
exemplo.
Por fim, na parte econômica busca-se explicar como o homem explora e
transforma o ambiente por meio das atividades econômicas, expressas pela
seguinte ordem: extrativismo, agricultura, pecuária, indústria, comércio, serviços e
meios de transporte – a circulação no território.
Observa-se que, na Geografia tradicional, o ensino desenvolve-se por
meio de blocos (Geografia física, humana e econômica) que não se relacionam nem
internamente, nem entre si, desarticulados no espaço e no tempo. Na Geografia
física, por exemplo, não é estabelecida uma relação entre clima, solo, relevo e
hidrografia, faz-se uma descrição sem correlações entre os elementos. Com tudo
isso, segundo MORAES (1993, p.93), no Brasil, “a partir de 1970, a Geografia
Tradicional está definitivamente enterrada; suas manifestações, dessa data em
diante, vão soar como sobrevivências, resquícios de um passado já superado”.
Assim, se faz necessário repensar o ensino e a construção do
conhecimento geográfico, bem como a serviço de quem está esse conhecimento.
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Qual o papel do ensino de Geografia na formação de um cidadão crítico da
organização da realidade socioespacial.
33.4.1.1 Objeto de Estudo
A partir da compreensão do espaço geográfico como “um conjunto
indissociável, solidário e também contraditório de sistemas, de objetos e sistemas de
ações, não considerados isoladamente, mas como quadro único no qual a história
se dá”, Santos (1996, p.51), propõe uma concepção de geografia que possibilite ao
educando desenvolver um conhecimento do espaço, que o auxilie na compreensão
do mundo, privilegiando a sua dimensão socioespacial. Para MORAES (1998,
p.166), “formar o indivíduo crítico implica estimular o aluno questionador, dando-lhe
não uma explicação pronta do mundo, mas elementos para o próprio
questionamento das várias explicações. Formar o cidadão democrático implica
investir na sedimentação no aluno do respeito à diferença, considerando a
pluralidade de visões como um valor em si”.
33.4.1.2 Justificativa
Desse modo, à Geografia escolar cabe fornecer subsídios que permitam
aos educandos compreenderem a realidade que os cerca em sua dimensão
espacial, em sua complexidade e em sua velocidade, onde o espaço seja entendido
como o produto das relações reais, que a sociedade estabelece entre si e com a
natureza. Segundo CARLOS (2002, p.165) “A sociedade não é passiva diante da
natureza; existe um procedimento dialético entre ambas que reproduz espaços e
sociedades diferenciados em função de momentos históricos específicos e
diferenciados. Nesse sentido, o espaço é humano não porque o homem o habita,
mas porque o produz”.
Compreender as contradições presentes no espaço é o objetivo do
conhecimento geográfico, ou seja, perceber além da paisagem visível.
Torna-se urgente, assim, romper com a compartimentalização do
conhecimento geográfico. Neste sentido, faz-se necessário considerar o espaço
geográfico a partir de vários aspectos interligados e interdependentes, os fenômenos
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naturais e as ações humanas, as transformações impostas pelas relações sociais e
as questões ambientais de alcance planetário, não desprezando a base local e
regional.
Nesse contexto, o homem passa a ser visto como sujeito, ser social e
histórico que produz o mundo e a si próprio. Segundo CAVALCANTI (1998, p.192)
“O ensino de geografia deve propiciar ao aluno a compreensão de espaço
geográfico na sua concretude, nas suas contradições, contribuindo para a formação
de raciocínios e concepções mais articulados e aprofundados a respeito do espaço,
pensando os fatos e acontecimentos mediante várias explicações”.
O ensino de Geografia comprometido com as mudanças sociais revela as
contradições presentes na construção do espaço, inerentes ao modo como homens
e mulheres transformam e se apropriam da natureza. Nesta perspectiva, há que se
tornar possível ao educando perceber-se como parte integrante da sociedade, do
espaço e da natureza. Daí a possibilidade dele poder (re)pensar a realidade em que
está inserido, descobrindo-se nela e percebendo-se na sua totalidade, onde
revelam-se as desigualdades e as contradições. Sob tal perspectiva, o ensino de
Geografia contribui na formação de um cidadão mais completo, que se percebe
como agente das transformações socioespaciais, reconhecendo as temporalidades
e o seu papel ativo nos processos.
33.4.2 Objetivos da Disciplina
Nesse contexto, a Geografia explicita o seu objetivo, de analisar e
interpretar o espaço geográfico, partindo da compreensão de que o espaço é
entendido como produto das múltiplas, reais e complexas relações, pois, como
mostra SANTOS (2001, p.174) “vive-se em um mundo de indefinição entre o real e o
que imagina-se dele”. E, em conformidade com RESENDE (1986, p.181) “é preciso
reconhecer a existência de uma saber geográfico, que é próprio do educando
trabalhador, um saber que está diretamente ligado com sua atitude intelectiva,
respondendo sempre ao seu caráter social, objetivo, de um todo integrado, um
espaço real”.
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33.4.3 Conteúdos
33.4.3.1 Conteúdos Estruturantes
Considerando a concepção do ensino de Geografia, numa perspectiva
crítica e dialética e tendo em vista que no seu encaminhamento metodológico é
fundamental considerar os saberes que os educandos trazem consigo, vinculados a
sua história de vida, optou-se pela organização do currículo de Geografia, em quatro
dimensões: Dimensão Econômica, Dimensão Política, Dimensão Sócio-Ambiental,
Dimensão Cultural e Demográfica.
Essas dimensões estabelecem relações entre si e permitem a
compreensão da totalidade do espaço geográfico. Vale ressaltar, que a totalidade
aqui não é a soma, mas o conjunto da formação socioespacial. A compreensão da
migração campo-cidade, por exemplo, só ganha sentido quando a ela se relaciona a
estrutura fundiária, a questão da má distribuição das terras, a industrialização das
grandes metrópoles, a periferização e a qualidade de vida em si.
O conjunto das dimensões: econômica, política, sócio-ambiental e cultural
e demográfica, articula-se as temáticas expostas no quadro de conteúdos. Dessa
maneira, os conteúdos selecionados, devem ser trabalhados nas suas inter-
relações, rompendo-se com a compartimentalização e com a linearidade do
conhecimento geográfico, possibilitando a explicitação do processo de produção do
espaço pelas sociedades.
Cabe ao professor, como mediador na construção do conhecimento, criar
situações de aprendizagem, tomando como ponto de partida as experiências
concretas dos educandos no seu local de vivência, seja uma área rural, uma aldeia
indígena ou no meio urbano, de modo a permitir a resignificação de sua visão de
mundo.
33.4.3.2 Conteúdos Básicos
Os conteúdos propostos são os mesmos para o Ensino Fundamental e
para o Ensino Médio. A abordagem dos conteúdos, deve ser diferenciada nos níveis
de ensino a partir do grau de aprofundamento e de complexidade dos textos.
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Os conteúdos devem ser trabalhados em diferentes escalas: local,
regional, nacional e mundial. São eles:
◘ Formação e transformação das paisagens naturais e culturais;
◘ Dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de
exploração e produção;
◘ As diversas regionalizações do espaço geográfico brasileiro e paranaense;
◘ A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração do território
brasileiro;
◘ O espaço rural e a modernização da agricultura;
◘ A agropecuária: práticas extensiva e intensiva;
◘ Estrutura fundiária brasileira e as relações de trabalho no campo;
◘ As relações entre campo e cidade na sociedade capitalista;
◘ A revolução técnico-científica-informacional e os novos arranjos;
◘ A evolução demográfica, a distribuição espacial da população brasileira e os
indicadores estatísticos;
◘ Movimentos migratórios e suas motivações no espaço geográfico;
◘ Manifestações socioespaciais da diversidade cultural;
◘ A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a
urbanização;
◘ A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re)organização do
espaço geográfico;
◘ O comércio e suas implicações sócioespaciais;
◘ A circulação de mão-de-obra, das mercadorias e da informação;
◘ A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração do espaço;
◘ A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado;
É necessário que o educador perceba que o espaço geográfico só pode
ser entendido em sua totalidade, sendo que os recortes de análise espacial, devem
ser apenas procedimentos operacionais para decompor o espaço, para depois
recompô-lo, sobretudo para facilitar a compreensão do educando.
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33.4.4 Encaminhamento Metodológico
Percebe-se que a prática metodológica no tocante ao ensino de
Geografia, tem sido assentada em aulas expositivas, na leitura de textos e em
questionários com respostas pré-determinadas, tendo como objetivo a memorização
dos conteúdos. Porém, tal prática tem se mostrado insuficiente para que se
concretize a construção do conhecimento geográfico. Portanto, faz-se necessário
repensar a metodologia para que, de fato, se assegurem os objetivos a que a
disciplina de Geografia se propõe.
É preciso que o educando se perceba enquanto sujeito, como produto e
ao mesmo tempo transformador do espaço, por meio de suas ações e até mesmo
de suas omissões.
É importante que a escolha da metodologia possibilite ao educando
mecanismos de análise e reflexão sobre sua condição. Segundo FREIRE (1983,
p.61): “não há educação fora das sociedades humanas e não há homens isolados”,
portanto, é importante a valorização dos saberes que os educandos possuem e que
foram acumulados ao longo de suas existências. Esses saberes devem ser o ponto
de partida para a construção de outros saberes. No caso da Geografia, tais
pressupostos se tornam mais evidentes e necessários.
A realidade dos educandos deve ser valorizada e a metodologia deve
tornar os conteúdos significativos para que, por intermédio do diálogo, se busque
explicitar e oportunizar a observação, a análise e a reflexão, categorias essenciais
para o desenvolvimento de “um olhar geográfico” da realidade, ou seja, do mundo
vivido.
Nessa perspectiva a problematização surge como metodologia para a
abordagem dos conteúdos ou temas. Problematizar significa levantar questões
referentes ao tema e ao cotidiano dos educandos, o que implica em expor as
contradições que estão postas, buscar explicações e relações e construir conceitos.
Exemplo: ao trabalhar o tema “Indústrias no Brasil”, escolher uma indústria local e
questionar:
◘ Qual a necessidade de termos uma indústria na nossa cidade?
◘ Quais mudanças foram provocadas por sua instalação?
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◘ Qual a sua importância para o município, estado, país?
◘ Qual sua importância para a população?
◘ Por que ela se instalou nessa região?
◘Como é seu processo produtivo?
◘ Quais impactos vem causando no ambiente?
Se não houver indústria local, problematizar a razão disso e questionar se
é necessário uma indústria para garantir qualidade de vida na comunidade ou na
cidade.
A problematização pressupõe que se estabeleça o diálogo, ou seja, que o
educando seja ouvido, o que significa envolve-lo na construção do conhecimento.
33.4.5 Avaliação
Nessa perspectiva, para que a avaliação cumpra o seu papel como parte
integrante do processo ensino-aprendizagem, se faz necessário definir o objetivo da
atividade avaliativa e o conteúdo a ser avaliado. E ainda utilizar instrumentos
diferenciados, analisar e qualificar os resultados, para que a partir deles o educando
possa refletir e opinar sobre os saberes construídos e os conhecimentos
organizados e para que o educador possa rever a sua prática pedagógica.
A avaliação deve contemplar situações formais e informais e utilizar
diversas linguagens.
Os objetos da avaliação no ensino de Geografia, são os três eixos
mencionados: Espaço, Relações Sociais e Natureza. A partir deles, utilizar-se-á da
descrição, da representação, da interpretação, da localização e da análise para a
compreensão das transformações que se processam no espaço e na maneira como
homens e mulheres organizam e produzem o espaço por eles vivido.
Dessa forma, o educador deve encaminhar as ações do dia-a-dia,
possibilitando a construção de conceitos e, ao mesmo tempo, acompanhando o
desenvolvimento da aprendizagem dos educandos, para que, de fato, possa se
efetivar a construção da sua autonomia e cidadania plena.
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33.4.6 Referências Bibliográficas
CARLOS, Ana Fani A. A Geografia brasileira hoje: Algumas reflexões. São Paulo: Terra Livre/AGB, vol. 1, nº 18, 2002. CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos, (org.) Geografia em sala de aula: Práticas e Reflexões. Porto Alegre, RS: Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul/AGB, 1999. CAVALCANTI, L.S. Geografia: escola e construção de conhecimentos. Campinas: Papirus, 1998. FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. MORAES, Antonio C R. Geografia: Pequena História Crítica. São Paulo: Hucitec, 1993. MOREIRA, Ruy. O que é Geografia. São Paulo: Brasiliense, 1981. RESENDE, M.S. A . Geografia do aluno trabalhador. São Paulo: Loyola, 1986. RODRIGUES, Neidson. Por uma nova escola. São Paulo: Cortez, 1987. SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1996. _______ Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2001.
33.5 Disciplina de Ciências Naturais
Ensino Fundamental – Fase II
33.5.1 Apresentação da Disciplina
A Educação de Jovens e Adultos - EJA, no Estado do Paraná, de acordo
com suas Diretrizes Curriculares e em consonância com as discussões realizadas
com os educadores da rede pública estadual de ensino, apresenta os fundamentos
teóricos, metodológicos e avaliativos do ensino de Ciências, que norteiam a
elaboração da proposta curricular desta disciplina.
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Partindo do pressuposto que a ciência não se constitui numa verdade
absoluta, pronta e acabada, é indispensável rever o processo de ensino e
aprendizagem de Ciências no contexto escolar, de modo que o modelo tradicional
de ensino dessa disciplina, no qual se prioriza a memorização dos conteúdos, sem a
devida reflexão, seja superado por um modelo que desenvolva a capacidade dos
educandos de buscar explicações científicas para os fatos, através de posturas
críticas, referenciadas pelo conhecimento científico.
É necessário distinguir os campos de atuação da ciência, seus contextos
e valores, como também, os objetivos dispensados à disciplina de Ciências no
contexto escolar. Para tanto,
deve-se reconhecer que a ciência é diferente da disciplina escolar ciências.
A ciência realizada no laboratório requer um conjunto de normas e
posturas. Seu objetivo é encontrar resultados inéditos, que possam explicar
o desconhecido. No entanto, quando é ministrada na sala de aula, requer
outro conjunto de procedimentos, cujo objetivo é alcançar resultados
esperados, aliás planejados, para que o estudante possa entender o que é
conhecido. A ciência sabe como procurar mas não conhece resultados de
antemão. O ensino, ao contrário, conhece muito bem quais são os
objetivos a encontrar, mas as discussões de como proceder para alcançá-
los apontam para diferentes caminhos. Existe portanto uma diferença
fundamental entre a comunicação de conhecimento em congressos
científicos, entre cientistas, e a seleção e adaptação de parcelas desse
conhecimento para ser utilizado na escola por educadores e educandos.
(BIZZO, 2002, p.14)
Nessa perspectiva, a disciplina de Ciências tem como fundamento o
conhecimento científico proveniente da ciência construída historicamente pela
humanidade.
Os fatos cotidianos e os conhecimentos adquiridos ao longo da história
podem ser entendidos pela interação das várias áreas do conhecimento, revelando a
importância da Química, da Física, da Biologia, da Astronomia e das Geociências,
que se complementam para explicar os fenômenos naturais e as transformações e
interações que neles se apresentam.
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Os fenômenos não são explicados apenas por um determinado
conhecimento, portanto, é importante estabelecer as relações possíveis entre as
disciplinas, identificando a forma com que atuam e as dimensões desses
conhecimentos, pois o diálogo com as outras áreas do conhecimento gera um
movimento de constante ampliação da visão a respeito do que se estuda ou se
conhece.
Outro aspecto a ser desenvolvido pelo ensino de Ciências na EJA é a
reflexão sobre a importância da vida no Planeta. Isso inclui a percepção das
relações históricas, biológicas, éticas, sociais, políticas e econômicas, assim como, a
responsabilidade humana na conservação e uso dos recursos naturais de maneira
sustentável, uma vez que dependemos do Planeta e a ele pertencemos.
O caminho evolutivo da ciência promoveu o avanço tecnológico que deve
ser discutido no espaço escolar, de tal maneira que o educando possa compreender
as mudanças ocorridas no contexto social, político e econômico e em outros meios
com os quais interage, proporcionando-lhe também o estabelecimento das relações
entre o conhecimento trazido de seu cotidiano e o conhecimento científico e,
partindo destas situações, compreender as relações existentes, questionando,
refletindo, agindo e interagindo com o sistema.
Essa relação entre ciência e tecnologia, aliada à forte presença da
tecnologia no cotidiano das pessoas, já não pode ser ignorada no ensino
de Ciências, e sua ausência aí é inadmissível. Consideram-se, ainda, os
efeitos da ciência/tecnologia sobre a natureza e o espaço organizado pelo
homem, o que leva à necessidade de incluir no currículo escolar uma
melhor compreensão do balanço benefício-malefício da relação ciência-
tecnologia (DELIZOICOV; ANGOTTI; PERNAMBUCO, 2002, p.68-69).
É importante que o educando tenha acesso ao conhecimento científico a
fim de compreender conceitos e relações existentes entre o ambiente, os seres vivos
e o universo, numa concepção flexível e processual, por meio do saber questionador
e reflexivo. Da mesma forma, se faz necessário possibilitar ao educando perceber os
aspectos positivos e negativos da ciência e da tecnologia, para que ele possa atuar
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de forma consciente em seu meio social e interferir no ambiente, considerando a
ética e os valores sociais, morais e políticos que sustam a vida.
O conjunto de saberes do educando deve ser considerado como ponto de
partida para o processo de ensino e aprendizagem, estabelecendo relações com o
mundo do trabalho e com outras dimensões do meio social.
As Ciências Naturais são compostas de um conjunto de explicações com
peculiaridades próprias e de procedimentos para obter essas explicações
sobre a natureza e os artefatos materiais. Seu ensino e sua aprendizagem
serão sempre balizados pelo fato de que os sujeitos já dispõem de
conhecimentos prévios a respeito do objeto de ensino. A base de tal
assertiva é a constatação de que participam de um conjunto de relações
sociais e naturais prévias a sua escolaridade e que permanecem presentes
durante o tempo da atividade escolar (DELIZOICOV; ANGOTTI;
PERNAMBUCO, 2002, p.131).
Dessa forma, é importante que o ensino desenvolvido na disciplina de
Ciências na EJA, possibilite ao educando, a partir de seus conhecimentos prévios, a
construção do conhecimento científico, por meio da análise, reflexão e ação, para
que possa argumentar e se posicionar criticamente.
33.5.2 Encaminhamento Metodológico
Na medida em que se acredita numa Ciência aberta, inacabada, produto
da ação de seres humanos inseridos num contexto próprio relativo ao seu tempo e
espaço e, no estudo na disciplina de Ciências, como uma das formas de resgate e
de construção de melhores possibilidades de vida individuais e coletivas, há que se
optar por uma metodologia de ensino e de aprendizagem adequada à realidade do
educando da EJA, em consonância com as Diretrizes Curriculares Estaduais
propostas para esta modalidade de ensino. Segundo RIBEIRO (1999, p.8),
criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da
organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais
nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de
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instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois
para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de
agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o
maior progresso possível dos educandos, considerando a diversidade que
inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos.
Nessa perspectiva, destaca-se a importância de propiciar aos educandos,
a compreensão dos conceitos científicos de forma significativa, ou seja, que o
conhecimento possa estar sendo percebido em seu contexto mais amplo, não
somente nos afazeres diários, mas na forma de perceber a realidade local e global,
o que lhe permitirá posicionar-se e interferir na sociedade de forma crítica e
autônoma. Para tanto, o educador da EJA deve partir dos saberes adquiridos
previamente pelos educandos, respeitando seu tempo próprio de construção da
aprendizagem, considerando
◘ que o educador é mediador e estimulador do processo, respeitando, de forma
real, como ponto de partida, o conjunto de saberes trazidos pelos educandos;
◘ as experiências dos educandos no mundo do trabalho;
◘ a necessária acomodação entre o tempo e o espaço do educando, ainda, o
tempo pedagógico e o tempo físico;
◘ as relações entre o cotidiano dos educandos e o conhecimento científico.
Nesse aspecto, ressalta-se a importância de trabalhar a disciplina de
Ciências de forma contextualizada, ou seja, com situações que permitam ao
educando jovem e adulto a inter-relação dos vínculos dos conteúdos com as
diferentes situações com que se deparam no seu dia a dia. Essa contextualização
pode acontecer a partir de uma problematização, ou seja, em lançar desafios que
necessitem de respostas para determinadas situações. “A essência do problema é a
necessidade (...), um obstáculo que é necessário transpor, uma dificuldade que
precisa ser superada, uma dúvida que não pode deixar de ser dissipada" (SAVIANI,
1993, p.26). As dúvidas são muito comuns na disciplina de Ciências, devendo ser
aproveitadas para reflexão sobre o problema a ser analisado, e assim, para o
educador, o desafio consiste em realizar esta contextualização, sem reduzir os
conteúdos apenas à sua aplicação prática, deixando de lado o saber acadêmico.
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Um aspecto importante a ser considerado no trabalho com a disciplina de
Ciências é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do
pensamento da Ciência, propiciando condições para que o educando perceba o
significado do estudo dessa disciplina, bem como a compreensão de sua linguagem
própria e da cultura científica e tecnológica oriundas desse processo.
É importante salientar o uso criativo das metodologias pelo educador, que
será indispensável em todos os momentos do seu trabalho, bem como o olhar atento
e crítico sobre a realidade trazida pelos educandos.
A busca de soluções para as problematizações constitui-se em referência
fundamental no ensino de Ciências. Quando elaborada individual ou coletivamente
deve ser registrada, sendo valorizados os saberes trazidos pelos educandos e a
evolução do processo de aprendizagem. É importante lembrar que a cultura
científica deve ser incentivada mesmo que de forma gradual, respeitando o tempo
de cada grupo ou indivíduo.
Uma estratégia comum em Ciências é a utilização de experimentos e
práticas realizadas em laboratório. É importante que seja definido com clareza o
sentido e o objetivo dessa alternativa metodológica, visto que muitas vezes,
situações muito ricas do cotidiano são deixadas de lado em detrimento do uso do
laboratório. Deve-se considerar a possibilidade de aproveitamento de materiais do
cotidiano, assim como lugares alternativos, situações ou eventos para se
desenvolver uma atividade científica. A utilização de experimentos e práticas
realizadas em laboratório devem ser vistas como uma atividade comum e
diversificada e que não abrem mão do rigor científico, devendo ser acompanhada
pelo professor. Segundo BIZZO (2002, p.75),
é importante que o professor perceba que a experimentação é um
elemento essencial nas aulas de ciências, mas que ela, por si só, não
garante bom aprendizado. (...) a realização de experimentos é uma tarefa
importante, mas não dispensa o acompanhamento constante do professor,
que deve pesquisar quais são as explicações apresentadas pelos
educandos para os resultados encontrados. É comum que seja necessário
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propor uma nova situação que desafie a explicação encontrada pelos
educandos.
Um outro aspecto a ser considerado no trabalho docente, é a utilização do
material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal forma
que não seja o único recurso a ser utilizado pelo educador. A respeito do livro
didático, BIZZO (2002, p. 66), propõe
que ele deve ser utilizado como um dos materiais de apoio, como outros
que se fazem necessários, cabendo ao professor, selecionar o melhor
material disponível diante de sua própria realidade, onde as informações
devem ser apresentadas de forma adequada à realidade dos educandos.
Ao pensar na organização dos conteúdos, o educador deve priorizar
aqueles que possam ter significado real à vida dos educandos jovens e adultos. Os
conteúdos devem possibilitar aos mesmos a percepção de que existem diversas
visões sobre um determinado fenômeno e, a partir das relações entre os diversos
saberes, estimular a autonomia intelectual dos mesmos, através da criticidade, do
posicionamento perante as situações-problemas e da busca por mais
conhecimentos. Os conteúdos podem ser organizados sem a rígida sequência linear
proposta nos livros didáticos. Para tanto, deve ser avaliada a relevância e a
necessidade desses conteúdos, assim como a coerência dos mesmos no processo
educativo.
O processo avaliativo precisa ser reconhecido como meio de desenvolver
a reflexão de como vem ocorrendo o processo de aquisição do conhecimento por
parte do educando. A verificação da aquisição do conhecimento deve ser ponto de
partida para a revisão e reconstrução do caminho metodológico percorrido pelo
educando e, principalmente, pelo educador.
O ensino de Ciências na EJA deve propiciar o questionamento reflexivo
tanto de educandos como de educadores, a fim de que reflitam sobre o processo de
ensino e aprendizagem. Desta forma, o educador terá condições de dialogar sobre a
sua prática a fim de retomar o conteúdo com enfoque metodológico diferenciado e
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estratégias diversificadas, sendo essencial valorizar os acertos, considerando o erro
como ponto de partida para que o educando e o educador compreendam e ajam
sobre o processo de construção do conhecimento, caracterizando-o como um
exercício de aprendizagem.
Partindo da ideia de que a metodologia deve respeitar o conjunto de
saberes do educando, o processo avaliativo deve ser diagnóstico no sentido de
resgatar o conhecimento já adquirido pelo educando permitindo estabelecer relações
entre esses conhecimentos. Desta forma, o educador terá possibilidades de
perceber e valorizar as transformações ocorridas na forma de pensar e de agir dos
educandos, antes, durante e depois do processo.
A avaliação não pode ter caráter exclusivamente mensurável ou
classificatório, deve-se respeitar e valorizar o perfil e a realidade dos educandos da
EJA em todos os seus aspectos, oportunizando-lhe o acesso e a permanência no
sistema escolar. Há necessidade, tanto por parte do educador, quanto da
comunidade escolar, de conhecer o universo desses educandos, suas histórias de
vida e suas trajetórias no processo educativo, visto que, cada um seguirá seu
próprio caminho, dentro dos seus limites. Portanto, a avaliação tem como objetivo
promover um diálogo constante entre educador e educandos, visando o seu êxito
nos estudos e, de modo algum, a sua exclusão do processo educativo.
33.5.3 Conteúdos
É indispensável que a organização dos conteúdos da disciplina de
Ciências na proposta curricular esteja vinculada ao espaço e ao tempo de estudo
dos educandos e à experiência cotidiana destes, procurando apresentar os
conteúdos como instrumentos de melhor compreensão e atuação na realidade.
Ao pensar nessa organização, o educador deve priorizar os conteúdos
que possam ter significado real à vida dos educandos, possibilitando-lhes a
percepção das diversas abrangências sobre um determinado fenômeno. Dessa
forma, o ensino de Ciências não pode se restringir apenas ao livro didático ou ao
material de apoio. “A seleção de conteúdos é tarefa do professor; ele pode produzir
uma unidade de ensino que não existe no livro ou deixar de abordar um de seus
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capítulos, pode realizar retificações ou propor uma abordagem diferente” (BIZZO,
2000, p.66).
Considerando as Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação de
Jovens e Adultos e as especificidades desta modalidade de ensino, principalmente
no que tange ao tempo de ensino do educador e o tempo de aprendizagem dos
educandos, a proposta de conteúdos essenciais da disciplina de Ciências,
contempla:
Universo.
◘ Sistema Solar.
◘ Planeta Terra.
◘ Matéria e Energia.
◘ Materiais, Átomos e Moléculas.
◘ Ligações, Transformações e Reações Químicas.
◘ Tipos de Energia, Movimentos, Leis de Newton.
◘ Calor, Ondas, Luz, Eletricidade e Magnetismo.
◘ Água, Ar e Solo.
◘ Desequilíbrios Ambientais.
◘ Biosfera.
◘ Ecossistemas.
◘ Seres Vivos.
◘ Organismo Humano.
◘ Saúde e Qualidade de vida.
◘ Biotecnologia.
◘ Ciência, Tecnologia e Sociedade.
33.5.4 Referências Bibliográficas
BIZZO, Nélio. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002. BORGES, R. M. R. Em debate: cientificidade e educação em Ciências. Porto Alegre: SE/CEC/RS, 1996.
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CANIATO, R. O céu. São Paulo: Ática, 1990. _____. O que é astronomia. São Paulo: Brasiliense, 1981. _____. A terra em que vivemos. Campinas: Papirus, 1985. CHASSOT, A. I. Catalisando transformações na educação. Ijuí: Editora Unijuí, 1994. _____. Para que(m) é útil o ensino? Canoas: Editora da ULBRA, 1995. _____.A ciência através dos tempos. São Paulo: Moderna, 1994. CHASSOT, A. I. & OLIVEIRA, R. J. (Org.) Ciência, ética e cultura na educação. São Leopoldo: Unisinos, 1998. DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A. Metodologia do ensino de Ciências. São Paulo: Cortez, 1992. DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. .A.; PERNAMBUCO, M. A. Ensino de Ciências: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002. GASPAR, Alberto. Experiências de Ciências para o Ensino Fundamental. São Paulo: Ática, 2003. GIL-PEREZ, D. & CARVALHO, A. M. P. Formação de educadores de ciências: tendências e inovações. São Paulo: Cortez. HAMBERGER, A. I. & LIMA, E.C. A. S. Pensamento e ação no ensino de ciências. São Paulo: Instituto de Física, 1989. KRASILCHIK, M. O professor e o currículo das ciências. São Paulo: EPU/USP, 1987.OLIVEIRA, Renato José de. A escola e o ensino de ciências. São Leopoldo: Unissinos, 2000. RIBEIRO, Vera Masagão. A formação de educadores e a constituição da educação de jovens e adultos como campo pedagógico. Educação & Sociedade. v.20, n. 68, Campinas: UNICAMP, dez, 1999. SANTOS, Boaventura de Sousa. Um discurso sobre as ciências. São Paulo: Cortez, 2001. SAVIANI, Dermeval. A filosofia na formação do educador. In: _______. Do senso comum à consciência filosófica. Campinas: Autores Associados, 1993.
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33.6 Disciplina de Biologia
Ensino Médio
33.6.1 Apresentação da Disciplina
A Educação de Jovens e Adultos - EJA, no Estado do Paraná, de acordo
com suas Diretrizes Curriculares e em consonância com o documento apresentado
como a segunda proposta preliminar das Diretrizes Curriculares Estaduais para o
ensino Médio de Biologia da Rede Estadual de Ensino do Paraná, apresenta os
fundamentos teóricos, metodológicos e avaliativos do ensino de Biologia, que
norteiam a elaboração da proposta curricular desta disciplina.
Partindo do pressuposto que a ciência não se constitui numa verdade
absoluta, pronta e acabada, é indispensável rever o processo de ensino e
aprendizagem da Biologia no contexto escolar, de modo que o modelo tradicional de
ensino dessa disciplina, no qual se prioriza a memorização dos conteúdos, sem a
devida reflexão, seja superado por um modelo que desenvolva a capacidade dos
educandos em buscar explicações científicas para os fatos, através de posturas
críticas, referenciadas pelo conhecimento científico.
Devemos também fazê-lo conhecer o processo histórico da disciplina de
Biologia, para que ele se perceba realmente dentro desse contexto. Por isso a
humanidade sempre estudou os seres vivos. Nos seus primórdios, o ser humano
aprendeu a utilizar as plantas e os animais em seu proveito. Aprendeu a evitar
plantas venenosas e como tratar os animais, alem de adotar técnicas de caça.
Partindo também dos conhecimentos acerca da utilidade e da época de frutificação
de variados vegetais, desenvolveu a agricultura, aprendendo a garantir de maneira
mais constante e previsível, o sustento das comunidades. Os conhecimentos na
área da biologia, embora empíricos e como exercício prático do dia a dia, existem já
desde a época da pré-história. Prova disso são as representações de seres vivos em
pinturas rupestres.
O estudo da vida emergiu em várias civilizações e culturas ao longo do
tempo histórico. Na Mesopotâmia, sabia-se já que o pólen podia ser utilizado para
fertilizar plantas. Os povos orientais também tinham conhecimento do fenômeno de
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polinização em palmeiras e do fenômeno de dimorfismo sexual em variadas
espécies vegetais.
Na Índia, textos descrevem variados aspectos da vida das aves. Egípcios
e babilônicos tinham já um conhecimento apreciável de anatomia e fisiologia de
várias formas de vida. Na Mesopotâmia, animais eram mantidos naquilo que hoje
podemos considerar como sendo os primeiros jardins zoológicos.
No Egito, eram usados baixos relevos e papiros para fazer a
representação anatômica do corpo humano e de outros animais. A prática do
embasamento utilizado pelo povo egípcio requeria já um amplo conhecimento das
propriedades de plantas e óleos de origem vegetal.
Aristóteles tornou-se, na Antiguidade clássica, num dos mais influentes e
importantes naturalistas. Atingiu tal estatuto, fruto do seu aturado trabalho de
observação da natureza, sobretudo no que diz respeito ao comportamento e
características dos animais e plantas. Desenvolveu trabalho relacionado com a
categorização dos seres vivos, tendo sido o primeiro a formular um sistema de
classificação, baseado na distinção entre animais com sangue e animais sem
sangue. Constatou a existência de órgãos homólogos e análogos em vários grupos
de seres vivos. Sendo assim, seu trabalho foi tão importante que a sua influência e
idéias perduraram durante séculos.
Na Roma Antiga, Plínio, o Velho é conhecido pelos seus conhecimentos
em botânica e natureza em geral. Mais tarde, Galeno tornou-se um pioneiro nas
áreas da medicina e anatomia.
Na Idade Média às ciências biológicas, obteve alguns avanços neste
período. Muitos estudiosos de medicina começam a orientar o seu trabalho também
para as áreas da zoologia e botânica.
É precisamente no mundo árabe que as ciências naturais mais se
desenvolveram. Muita da literatura da Grécia Antiga, incluído as obras de
Aristóteles, foi traduzida para árabe.
De particular relevo encontra-se o trabalho de al-Jahiz (776-869): Kitab al
Hayawan (Livro dos animais). Nesta obra, o autor discorre sobre variados assuntos,
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entre eles os que dizem respeito à organização social de insetos (especialmente
formigas), à psicologia e comunicação animal.
Assim entendemos que o objetivo da ciência natural não é simplesmente
aceitar as afirmações de outros, mas investigar as causas que operam na natureza.
Capa da obra de Lineu: Systema Naturae em 1628, William Harvey mostra que o
sangue circula pelo corpo todo e que é bombeado pelo coração. Com a descoberta
do microscópio por Antony van Leeuwenhoek, por volta de 1650, abre-se um
pequeno grande mundo que até então havia escapado do olhar atento dos cientistas
e curiosos.
O trabalho na área da história natural das plantas foi impulsionado por
Giovanni Bodeo da Stapel, em 1644, de forma quase enciclopédica.
Em 1658, Jan Swammerdam tornou-se o primeiro a observar eritrócitos,
enquanto que Leeuwenhoek, por volta de 1680, observou pela primeira vez
espermatozóides e bactérias.
Durante estes dois séculos, grande ênfase foi dada à classificação,
nomeação e sistematização dos seres vivos. O expoente máximo desta atividade foi
Lineu. Em 1735 publicou o seu sistema taxonômico, baseado nas semelhanças
morfológicas entre seres vivos e na utilização de uma nomenclatura binominal
(nomes científicos) em latim.
Em 1833, foi sintetizada artificialmente a primeira enzima (diastase): uma
nova ciência, a bioquímica, começa a dar os primeiros passos.
Por volta de 1880, Robert Koch introduziu métodos para fazer crescer
culturas puras de microorganismos, utilizando placas de Petri e nutrientes
específicos. A disciplina da bacteriologia começava assim a tomar forma. Introduziu
também aquilo a que se viria a chamar de postulados de Koch, permitindo através
da sua utilização, a determinação concreta de que um microorganismo provoca uma
doença específica.
A geração espontânea, crença que afirmava a possibilidade de poder
aparecer vida a partir de matéria não viva, foi finalmente desacreditada por via de
experiências levadas a cabo por Louis Pasteur.
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Schleiden e Schwann propõem a sua teoria celular em 1839. Esta teoria
tinha como princípios básicos o fato da célula ser a unidade básica de constituição
dos organismos e o de que todas as células serem provenientes de células
preexistentes.
O naturalista britânico Charles Darwin, no seu livro A Origem das
Espécies (1859) descreve a seleção natural como mecanismo primário da evolução.
Esta teoria se desenvolveu no que é agora considerado o paradigma central para
explicação de diversos fenômenos na Biologia
Em 1866, a genética dá os seus primeiros passos graças ao trabalho de
um monge austríaco, Gregor Mendel. Nesse ano, formulou as suas leis da
hereditariedade.
Em 1869, Friedrich Miescher descobre aquilo a que ele chamou de
nucleína (tratava-se de um preparado rude de DNA).
O citologista Walther Flemming, em 1882, tornou-se o primeiro a
demonstrar que os estágios diferenciados da mitose não eram frutos de artefatos de
coloração das lâminas para observação microscópica. Assim, estabeleceu-se que a
mitose ocorre nas células vivas e além disso, que o número cromossômico duplicava
mesmo antes da célula se dividir em duas. Em 1887, August Weismann propôs que
o número cromossômico teria que ser reduzido para metade, no caso das células
sexuais (gametas).
Mesmo no início do século XX, em 1902, o cromossomo foi identificado
como a estrutura que alberga os genes. Desta forma, o papel central dos
cromossomos na hereditariedade e nos processos de desenvolvimento foi
estabelecido.
Ainda no início do século, deu-se a unificação da ideia de evolução por
seleção natural com os processos da genética mendeliana, produzindo a chamada
síntese moderna.
Oswald Avery, em 1943, mostrou que era o DNA e não as proteínas, que
compunham material genético dos cromossomos. Em 1953, James Watson e
Francis Crick mostraram que a estrutura do DNA era em forma de dupla hélice. Esta
última descoberta aliada à descoberta da primeira enzima de restrição em 1968 e da
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técnica de PCR em 1983, proporcionou o impulso da ciência a que hoje damos o
nome de biologia molecular.
Enquanto que o processo de clonagem em plantas era já conhecido há
milênios, foi só em 1951 que o primeiro animal foi clonado pelo processo de
transferência nuclear.
Em 1965, foi demonstrado que células normais em cultura dividiam-se
apenas um número limitado de vezes (o limite de Hayflick), envelhecendo e
morrendo depois. Por volta da mesma altura, descobriu-se que as células-tronco
eram uma exceção a esta regra e começou-se o seu estudo exaustivo. O estudo das
células-tronco totipotentes começou a ser crucial para se entender a biologia do
desenvolvimento, levando também a esperança de aparecimento de novas
aplicações médicas de importância relevante.
A partir de 1983, com a descoberta dos genes, muitos dos processos de
morfogênese dos organismos, do ovo até ao adulto, começaram a ser descobertos.
Portanto é necessário distinguir os campos de atuação da ciência, seus
contextos e valores, como também, os objetivos dispensados à disciplina de Biologia
no contexto escolar para que o nosso educando tenha paixão e entendimento da
disciplina.
Segundo as Diretrizes Curriculares de Biologia - Ensino Médio, desta
Secretaria de Estado da Educação, “é objeto de estudo da Biologia o fenômeno vida
em toda sua diversidade de manifestações. Esse fenômeno se caracteriza por um
conjunto de processos organizados e integrados, quer no nível de uma célula, de um
indivíduo, ou ainda, de organismos no seu meio. Um sistema vivo é sempre fruto da
interação entre seus elementos constituintes e da interação entre esse mesmo
sistema e os demais componentes de seu meio. As diferentes formas de vida estão
sujeitas a transformações que ocorrem no tempo e no espaço, sendo, ao mesmo
tempo, transformadas e transformadoras do ambiente”.
Nas Diretrizes, ainda, afirma-se que “ao longo da história da humanidade
várias foram as explicações para o surgimento e a diversidade da vida, de modo que
os modelos científicos conviveram e convivem com outros sistemas explicativos
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como, por exemplo, os de inspiração filosófica ou religiosa. Elementos da História e
da Filosofia tornam possível, aos educandos, a compreensão de que há uma ampla
rede de relações entre a produção científica e os contextos sociais, econômicos e
políticos. É possível verificar que a formulação, a validade ou não das diferentes
teorias científicas está associada a seu momento histórico.”
As Diretrizes do Ensino Médio para a disciplina de Biologia consideram
que “o conhecimento do campo da Biologia deve subsidiar a análise e reflexão de
questões polêmicas que dizem respeito ao desenvolvimento, ao aproveitamento de
recursos naturais e a utilização de tecnologias que implicam em intensa intervenção
humana no ambiente, levando-se em conta a dinâmica dos ecossistemas, dos
organismos, enfim, o modo como a natureza se comporta e a vida se processa.
Sabe-se que desde o surgimento do planeta Terra, a espécie humana, ou Homo
sapiens, não foi o ser predominante, e muito menos, o ser vivo mais importante
dentre todos os diversos seres vivos que por aqui passaram. Por outro lado, ao
longo deste processo de humanização, que durou aproximadamente três milhões de
anos, o homem criou a linguagem, a escrita e a fala, diferenciando-se de todas as
demais formas de vida. Isso possibilitou ao homem a socialização, a organização
dos espaços físicos, a fabricação de instrumentos utilitários e o início das atividades
agrícolas”.
Ressaltam também, “o papel da Ciência e da sociedade como pontos
articuladores entre a realidade social e o saber científico. Cabe aos seres humanos,
enquanto sujeitos históricos atuantes num determinado grupo social, reconhecerem
suas fragilidades e buscarem novas concepções sobre a natureza (...) É preciso que
estes sujeitos percebam que sua sobrevivência, enquanto espécie, depende do
equilíbrio e do respeito a todas as formas de vida que fazem do planeta o maior ser
vivo conhecido”.
É importante que o educando jovem e adulto tenha acesso ao
conhecimento científico a fim de compreender conceitos e relações existentes entre
o ambiente, os seres vivos e o universo, numa concepção flexível e processual, por
meio do saber questionador e reflexivo. Da mesma forma, se faz necessário que
perceba os aspectos positivos e negativos da ciência e da tecnologia, para que
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possa atuar de forma consciente em seu meio social e interferir no ambiente,
considerando a ética e os valores sociais, morais e políticos que sustentam a vida.
Há relevância também para o educando sobre a importância de seu
conhecimento em relação às Leis nº 10.639\03 e nº ll.645\08 as quais a disciplina
de Biologia tem procurado interagir com a percepção dos índios e dos afro
brasileiros e africanos sobre a saúde, a vivência com a biodiversidade, com o uso
das plantas medicinais e venenosas, em relação ao plantio da flora e a sua culinária,
o contato com a fauna, descobrindo assim as possíveis doenças existentes e que
estão acometendo as comunidades, o uso da genética para relacionarmos com a Lei
de Mendel e mostrarmos quão é importante essa relação de afinidades, das
possibilidades genéticas com relação as raças existentes.
Em conformidade também com a Lei nº 9795\99 - Política Nacional de
Políticas de Educação Ambiental, deve se estabelecer e mostrar de forma clara, as
regras existentes para o educando sobre a importância e a relevância que se tem
em relação ao ambiente em que se vive, para que entendam, o porquê da
preocupação com o meio ambiente, as transformações que ocorrem com a natureza
(as mudanças climáticas, entre outras), etc.
33.6.2 Encaminhamento Metodológico
O conjunto de saberes do educando deve ser considerado o ponto de
partida para o processo de ensino e aprendizagem, estabelecendo relações com o
mundo do trabalho e com outras dimensões do meio social.
Conforme as Diretrizes Curriculares para a disciplina de Biologia - Ensino
Médio – SEED-PR, “na escola, a Biologia deve ir além das funções que já
desempenha no currículo escolar. Ela deve discutir com os jovens
instrumentalizando-os para resolver problemas que atingem direta ou indiretamente
sua perspectiva de futuro”.
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As Diretrizes, ainda, consideram que
para a discussão de todas estas características socioambientais e do papel
do ensino formal de Biologia, as relações estabelecidas entre professor-
aluno e aluno-aluno são determinantes na efetivação do processo ensino-
aprendizagem, e para isto, há necessidade de leitura e conhecimento sobre
metodologia de ensino para que as aulas de Biologia sejam dinâmicas,
interessantes, produtivas, e resultem em verdadeira aprendizagem.
Ressaltam também que, “pensar criticamente, ser capaz de analisar fatos
e fenômenos ocorridos no ambiente, relacionar fatores sociais, políticos, econômicos
e ambientais exige do aluno investigação, leitura, pesquisa. No ensino de Biologia,
diferentes metodologias podem ser utilizadas com este propósito. A metodologia de
investigação, por exemplo, permite ao aluno investigar a realidade buscando
respostas para solucionar determinados problemas”.
Na medida em que se acredita numa Ciência aberta, inacabada, produto
da ação de seres humanos inseridos num contexto próprio relativo ao seu tempo e
espaço e, ainda na disciplina de Biologia, como forma de resgate e de construção de
melhores possibilidades de vida individuais e coletivas, há que se optar por uma
metodologia de ensino e aprendizagem adequada à realidade do aluno da EJA.
Segundo RIBEIRO (1999, p.8),
criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da
organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais
nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de
instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois
para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de
agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o
maior progresso possível dos educandos, considerando a diversidade que
inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos.
Nessa perspectiva, destaca-se a importância de propiciar aos educandos,
a compreensão dos conceitos científicos de forma significativa, ou seja, que o
conhecimento possa estar sendo percebido em seu contexto mais amplo, não
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somente nos afazeres diários, mas na forma de perceber a realidade local e global,
o que lhe permitirá posicionar-se e interferir na sociedade de forma crítica e
autônoma. Para tanto, o educador da EJA deve partir dos saberes adquiridos
previamente pelos educandos, respeitando seu tempo próprio de construção da
aprendizagem, considerando
◘ que o educador é mediador e estimulador do processo, respeitando, de forma
real, como ponto de partida o conjunto de saberes trazidos pelos educandos;
◘ as experiências dos educandos no mundo do trabalho;
◘ a necessária acomodação entre o tempo e o espaço do educando, o tempo
pedagógico e o físico, visto que os mesmos interferem na sua “formação”
científica;
◘ as relações entre o cotidiano dos educandos e o conhecimento científico.
Nesse contexto, ressalta-se a importância de trabalhar a disciplina de
forma contextualizada, ou seja, com situações que permitam ao educando jovem e
adulto a interrelação dos vínculos do conteúdo estudado com as diferentes situações
com que se deparam no seu dia a dia. Essa contextualização pode-se dar a partir de
uma problematização, ou seja, em lançar desafios que necessitem de respostas
para determinadas situações. “A essência do problema é a necessidade (...), um
obstáculo que é necessário transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma
dúvida que não pode deixar de ser dissipada” (SAVIANI, 1993, p.26)”. As dúvidas
são muito comuns na disciplina de Biologia, devendo ser aproveitadas para reflexão
sobre o problema a ser analisado, e assim, para o educador, o desafio consiste em
realizar esta contextualização, sem reduzir os conteúdos apenas à sua aplicação
prática, deixando de lado o saber acadêmico.
Um aspecto importante a ser considerado no trabalho com a disciplina de
Biologia é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do
pensamento da Ciência, propiciando condições para que o educando perceba o
significado do estudo dessa disciplina, bem como a compreensão de sua linguagem
própria e da cultura científica e tecnológica oriundas desse processo, podendo se
utilizar de jornais, revistas e até mesmo o uso do computador (como citado acima,
como uma arma tecnológica).
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É importante salientar o uso criativo das metodologias pelo educador, a
qual sita-se o uso de algumas tecnologias hoje apresentadas como o uso do
computador para pesquisas de variados assuntos de forma a ampliar o
conhecimento do educando, da TV com o pen drive, uso do DVD, também a
utilização do retroprojetor em sala, e a utilização do quadro negro (conhecido por
todos) e que será indispensável em todos os momentos do seu trabalho, bem como
o olhar atento e crítico sobre a realidade trazida pelos educandos.
A busca de soluções para as problematizações constitui-se em referência
fundamental no ensino de Biologia. Quando elaborada individual ou coletivamente
deve ser registrada, sendo valorizados os saberes trazidos pelos educandos e a
evolução do processo de aprendizagem. É importante lembrar que a cultura
científica deve ser incentivada mesmo que de forma gradual, respeitando o tempo
de cada grupo ou indivíduo.
Uma estratégia comum em Biologia é a utilização de experimentos e
práticas realizadas em laboratório. É importante que seja definido com clareza o
sentido e o objetivo dessa alternativa metodológica, visto que muitas vezes,
situações muito ricas do cotidiano são deixadas de lado em detrimento do uso do
laboratório. Deve-se considerar a possibilidade de aproveitamento de materiais do
cotidiano, assim como espaços alternativos, situações ou eventos para se
desenvolver uma atividade científica. Visitações as Universidades com o intuito de
ampliar e fortalecer o que se fala com o que se vê, visitas a exposições dentro da
área, e até mesmo trazer outras pessoas da área da saúde para darem a sua
contribuição e ampliar o conhecimento. A utilização de experimentos e práticas
realizadas em laboratório devem ser vistas como uma atividade comum e
diversificada e que não abrem mão do rigor científico, devendo ser acompanhada
pelo professor. Segundo BIZZO (2002, p.75),
é importante que o professor perceba que a experimentação é um
elemento essencial nas aulas de ciências, mas que ela, por si só, não
garante bom aprendizado. (...) a realização de experimentos é uma tarefa
importante, mas não dispensa o acompanhamento constante do professor,
que deve pesquisar quais são as explicações apresentadas pelos
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educandos para os resultados encontrados. É comum que seja necessário
propor uma nova situação que desafie a explicação encontrada pelos
educandos.
Um outro aspecto a ser considerado no trabalho docente, é a utilização do
material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal forma
que não seja o único recurso a ser utilizado pelo educador. A respeito do livro
didático, BIZZO (2002, p. 66) propõe que ele deve ser utilizado como um dos
materiais de apoio, como outros que se fazem necessários, cabendo ao professor,
selecionar o melhor material disponível diante de sua própria realidade, onde as
informações devem ser apresentadas de forma adequada à realidade dos
educandos.
Ao pensar na organização dos conteúdos, o educador deve priorizar
aqueles que possam ter significado real à vida dos educandos jovens e adultos. Os
conteúdos devem possibilitar aos mesmos a percepção de que existem diversas
visões sobre um determinado fenômeno e, a partir das relações entre os diversos
saberes, estimular a autonomia intelectual. Os conteúdos podem ser organizados
sem a rígida sequência linear proposta nos livros didáticos. Para tanto, deve ser
avaliada a relevância e a necessidade dos mesmos, bem como a coerência dos
mesmos no processo educativo.
O processo avaliativo precisa ser reconhecido como meio de desenvolver
a reflexão, de como vem ocorrendo o processo de aquisição do conhecimento por
parte do educando. A verificação da aquisição do conhecimento deve ser ponto de
partida para a revisão e reconstrução do caminho metodológico percorrido pelo
educando e, principalmente, pelo educador.
O ensino de Biologia na EJA deve propiciar o questionamento reflexivo
tanto de educandos como de educadores, a fim de que reflitam sobre o processo de
ensino e aprendizagem. Desta forma, o educador terá condições de dialogar sobre a
sua prática a fim de retomar o conteúdo com enfoque metodológico diferenciado e
estratégias diversificadas, sendo essencial valorizar os acertos, considerando o erro
como ponto de partida para que o educando e o educador compreendam e ajam
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sobre o processo de construção do conhecimento, caracterizando-o como um
exercício de aprendizagem.
Partindo da ideia de que a metodologia deve estar respeitando o conjunto
de saberes do educando, o processo avaliativo deve ser diagnóstico no sentido de
resgatar o conhecimento já adquirido pelo educando permitindo estabelecer relações
entre esses conhecimentos podendo utilizar na sua forma de avaliação, o uso de
seminários com seus alunos, de forma organizada em equipes, os debates em sala
com relação a algum filme relacionado com o tema trabalhado em sala ou até
mesmo um tema trazido pelo educando para que se realize o debate, trabalhos
feitos em sala para que sejam entregues e corrigidos pelo educador sendo discutido
posteriormente em sala com os mesmos ou apresentação de maquetes, trabalhos
artesanais (de um assunto que assim se possa fazer), provas com questões
discursivas e objetivas (com níveis que compreendam questões fáceis, médias e
difíceis), discussões sobre os mais variados temas propostos pelo educador ou
educando quando ele trouxer átona algum assunto de relevância e de interesse
deles, entre outros. Desta forma, o educador terá possibilidades de perceber e
valorizar as transformações ocorridas na forma de pensar e de agir dos educandos,
antes, durante e depois do processo.
A avaliação não pode ter caráter exclusivamente mensurável ou
classificatório, visto que o ensino de Biologia deve respeitar e valorizar a realidade
do educando em todos os seus aspectos, principalmente naqueles que deram
origem à sua exclusão do processo educativo.
33.6.3 Conteúdos
A proposta de sugestão de conteúdos básicos para a elaboração do
currículo da disciplina de Biologia na Educação de Jovens e Adultos – EJA,
fundamenta-se nas “Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino Médio”, da
Secretaria de Estado da Educação do Paraná– SEED – PR.
É importante considerar que a organização dos conteúdos curriculares da
disciplina de Biologia na EJA tem o objetivo de contemplar as necessidades e o
perfil dos educandos desta modalidade de ensino da Educação Básica.
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Segundo as Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino Médio – SEED-
PR,
os conteúdos básicos são entendidos como os saberes mais amplos da
disciplina que podem ser desdobrados nos conteúdos pontuais que fazem
parte de um corpo estruturado de saberes construídos e acumulados
historicamente e que identificam a disciplina como um campo do
conhecimento. Dentro da perspectiva dos conteúdos escolares como
saberes, o termo "conteúdo" não se refere apenas a fatos, conceitos ou
explicações destinados aos educandos para que estes conheçam,
memorizem, compreendam, apliquem, relacionem, etc. Hoje, o critério que
decide se certos conhecimentos concretos devem ser incluídos no currículo
não se restringe ao seu valor epistemológico e aceitação como
conhecimento válido: a relevância cultural, o valor que lhes é atribuído no
âmbito de uma cultura particular em um determinado momento histórico,
entra em cena.
Segundo as Diretrizes, estabelecer os conteúdos básicos para o ensino
de Biologia requer uma análise desse momento histórico, social, político e
econômico que vivemos; da relevância e abrangência dos conhecimentos que se
pretendem serem desenvolvidos nessa modalidade de ensino; da atuação do
professor em sala de aula; dos materiais didáticos disponíveis no mercado; das
condições de vida dos educandos e dos seus objetivos. A decisão sobre o que e
como ensinar Biologia no Ensino Médio deve ocorrer de forma a promover as
finalidades e objetivos dessa modalidade de ensino e da disciplina em questão. Não
se trata de estabelecer uma lista de conteúdos em detrimento de outra por
manutenção tradicional ou por inovação arbitrária. Referimo-nos aos conceitos e
concepções que têm a ver com a construção de uma visão de mundo; outros
práticos e instrumentais para a ação, e ainda aqueles que permitem a formação de
um sujeito crítico. Precisaremos estabelecer conteúdos básicos que, por sua
abrangência, atendem às realidades regionais e, ao mesmo tempo garantem a
identidade da disciplina.
Na proposta, elaborada a partir das discussões com os educadores do
Ensino Médio Regular, propõe-se ampliar a integração entre os conteúdos básicos,
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destacando os aspectos essenciais sobre a vida e a vida humana que vão ser
trabalhados por meio dos conhecimentos científicos referenciados na prática.
A sugestão de conteúdos básicos estão descritos a seguir:
Organização e
Distribuição
dos Seres Vivos
Biodiversidade
Processo de
Modificação dos
Seres Vivos
Implicações
dos Avanços
Biológicos no
Contexto da
Vida
◘ Organização celular
e molecular:
-membrana,
-citoplasma e núcleo
-divisão celular
-tecidos
◘ Os seres vivos e o
ambiente
◘ Saúde
◘ Biomas terrestre e
aquáticos
◘ Ecossistemas
◘ Ciclos
Biogeoquímicos
◘ Desequilíbrio
ambiental urbano e
rural
◘ Origem e evolução da
vida
◘ Origem das espécies
◘ Genética,
◘ Embriologia,
◘ Fisiologia comparada
◘ Ciência e saúde
◘ Pesquisas
- Científicas
- Biológicas
◘ Bioética
◘ Biotecnologia
Ainda no que consta nas Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino
Médio – SEED-PR, há a justificativa para a organização e distribuição dos
Conteúdos básicos, descrita a seguir:
Os Conteúdos básicos de Biologia ao mesmo tempo agrupam as
diferentes áreas da Biologia e proporcionam um novo pensar sobre como relacioná-
los sem que se perca de vista o objetivo do ensino da disciplina no Ensino Médio. A
nova proposta pretende modificar a estrutura firmada pela trajetória que o ensino de
Biologia vem atravessando nestas últimas décadas. Estabelece os conteúdos
básicos e um novo olhar de forma a relacioná-los com seus conteúdos pontuais sob
os pontos de vista vertical, transversal e horizontal, procurando uma lógica dialética
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que leve o professor a integrá-los e relacioná-los de maneira que o aluno não tenha
mais uma visão fragmentada da biologia.
◘ Organização e distribuição dos seres vivos (ORGANIZAÇÃO DOS SERES
VIVOS)
O estudo acerca da organização dos seres vivos, iniciou-se com as
observações macroscópicas dos animais e plantas da natureza.
Somente com o advento da invenção do microscópio por Robert Hooke
século XVII, com base nos estudos sobre lentes de Antonie von Leewenhoeck, o
mundo microscópico até então não observado foi evidenciado à luz da Ciência e da
Tecnologia.
A descoberta do mundo microscópico colocou em xeque várias teorias
sobre o surgimento da vida e proporcionou estudos específicos sobre as estruturas
celulares. Como exemplos desta influência têm-se o estudo da anatomia das células
das plantas pelo holandês Jan Swammerdam e, o aperfeiçoamento das Teorias
Evolucionistas ambas no séc. XVII.
No séc. XIX, à luz destas descobertas e Teorias, o alemão Christian
Heineich Pander e o estoniano Karl Ernst von Baer desenvolveram estudos sobre a
embriologia que estabeleceram as bases para estudos da Teoria Celular. Hugo von
Mohl descobriu a existência do núcleo e do protoplasma da célula; Walther Fleming
estudou o processo de mitose nos animais e Eduard Strasburger estudou este
processo nas plantas.
Assim, como relatam GAGLIARD & GIORDAN (apud BASTOS, 1998, p
255), a relação entre o nível microscópico e o macroscópico é um conceito básicos:
uma vez que o aluno tenha adquirido poderá entender que a compreensão de todos
os fenômenos de um ser vivo requer um conhecimento dos níveis. Justifica-se este
conteúdo básico por ser a base do pensamento moleculares subjacentes biológico
sobre a organização celular do ser vivo, relacionando-a com a distribuição dos seres
vivos na Natureza, o que proporcionará ao aluno compreender a organização e o
funcionamento dos fenômenos vitais e estabelecer conexões com os demais
conteúdos básico da disciplina.
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◘ Biodiversidade
A curiosidade humana sobre os fenômenos naturais e a necessidade de
caçar para se alimentar e vestir, tentar curar doenças, entre outras atividades vitais,
fizeram com que o homem passasse a estudar e observar a Natureza. Tem-se
registros deste conhecimento biológico empírico das atividades humanas, através
das representações de animais e plantas nas pinturas ruprestes realizadas nas
cavernas e também de alguns manuscritos deixados pelos Babilônios por volta do
ano 1800 a.C.
A organização dos seres vivos começou a ser registrada em documentos
com o Filósofo Aristóteles, que viveu no século IV a.C. e através de suas
observações ele escreveu o livro “As Partes dos Animais”. Seu discípulo Teofasto
deteve-se mais aos estudos das plantas, iniciando uma pré-classificação dos
vegetais agrupando-as em espécies afins. Pelos seus estudos detalhados dos
órgãos vegetais e descrição dos tecidos que as formam, Teofasto é considerado o
fundador da anatomia vegetal.
Percebe-se que as primeiras áreas da Biologia foram a zoologia e a
botânica, não só pela curiosidade e necessidade, mas também pela facilidade de
observação.
Justifica-se estudá-las pelos mesmos motivos dos povos antigos que
seria conhecer a diversidade de plantas e animais que habitam a Terra, qual sua
utilidade para a nossa sobrevivência e a sobrevivência de todos os seres vivos.
Além destes aspectos, há a necessidade de se estudar outras
implicações decorrentes da história da humanidade que permeiam hoje as
atividades agrícolas, de manejo de Florestas, o mau uso dos recursos naturais, a
destruição das espécies de animais e vegetais, a construção de cidades em lugares
impróprios para habitação, como também, a influência da tecnologia em nosso
cotidiano. Esclarecer que ao estudar a Biodiversidade estaremos diante de grandes
desafios diante do progresso científico
“O significado científico, econômico e ético do estudo da diversidade
biológica deve ser compreendido pelos educandos, não só como análise de
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espécimes, mas entendendo que a observação e sistematização do
observado é uma atividade científica relevante que se consolida nos
sistemas de classificação e na taxionomia.” (KRASILCHIK,2004)
◘ Processo de modificação dos seres vivos (MECANISMOS BIOLÓGICOS)
No século XVII com a invenção do microscópio pelo holandês Antonie van
Leewenhoock (ROOSI, 2001), a biologia chamada celular e molecular tiveram um
grande avanço significativo em suas descobertas. Marcelo Malpighi examinou
grande quantidade de tecidos animais e vegetais, Robert Hooke descobriu a
estrutura celular, e os primeiros micoorganismos, inicialmente denominados
animáculos, foram observados (ROSSI, 2001).
Houve muitos avanços tecnológicos decorrentes do advento do
microscópio, inclusive a formulação de novas teorias sobre o surgimento da vida,
colocando à prova teorias tão dogmáticas como foi a Teoria da Geração
Espontânea. Diferentes ideias transformistas foram se consolidando entre os
cientistas, mas o grande marco para o mundo científico e biológico foi a publicação
do livro “Origens das Espécies” de Charles Darwin, no século XIX. Foi também, na
mesma época que Louis Pasteur, demonstrou o papel desempenhado pelos
microorganismos no desenvolvimento de doenças infecciosas e realizou estudos
sobre a fermentação.
No século XX com o advento da invenção do microscópio eletrônico foi
possível em 1953, a descoberta do DNA (ácido desoxirribonucléico), material
químico que constitui o gene. Foram desenvolvidas técnicas de manipulação do
DNA, que permitem modificar espécies de seres vivos; produzir substâncias como a
insulina, através de bactérias; criação de cabras que produzem remédios no leite;
criação de plantas com toxinas contra pragas e, de porcos com carne menos
gordurosa. Além disso, a terapia gênica tem sido bastante estudada com fins de
eliminar doenças geneticamente transmitidas.
A Biologia ajuda a compreender melhor essas e outras técnicas que
podem transformar a nossa vida e aprofundar o conhecimento que temos de nós
mesmos. Daí a importância do seu estudo, dar o mínimo de conhecimento a todas
as pessoas, para que elas possam opinar e criticar a utilização dessas técnicas, uma
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vez que o controle delas e a aplicação destas descobertas científicas são função
importante da própria sociedade.
◘ Implicações dos avanços biológicos no contexto da vida (MANIPULAÇÃO
GENÉTICA)
Os avanços científicos atuais permitiram que a genética e a biologia
molecular alcançassem uma formidável capacidade tecnológica, que se torna cada
vez mais efetiva, como, por exemplo, em poder-se modificar substancialmente um
vírus, bactérias, plantas, animais e os próprios seres humanos. (SIDEKUM, 2002)
Esse acelerado desenvolvimento científico e tecnológico nos deixa
atordoados, sem saber exatamente até onde podemos chegar e do que realmente
podemos nos apropriar, mas por outro lado, estes avanços nos proporcionam um
enorme conhecimento sobre a natureza, nos colocando muitas vezes acima dela.
É importante o estudo da biotecnologia, dos avanços científicos e de suas
implicações éticas e morais na sociedade, para que os estudantes no caso, de
biologia, possam discutir questões como nutrição, saúde, emprego e preservação do
ambiente que indiretamente influenciam suas vidas.
A análise de fenômenos biotecnológicos serve também para diminuir a
divisão entre a escola e o mundo em que os estudantes vivem, na medida em que
estes podem constatar as relações entre a pesquisa científica e a produção
industrial ou a tecnologia tradicionalmente usada em sua comunidade. A busca das
raízes científicas destas tecnologias tradicionais e de maneiras de aprimorá-las, a
fim de que melhor sirvam à necessidade de elevar a qualidade de vida é uma forma
de vincular o ensino à realidade em que vive o aluno. (KRASILCHIK, 2004, p. 186)
Quanto às questões éticas, a atual discussão sobre a manipulação
genética do ser humano provoca inúmeras controvérsias sobre o uso da tecnologia
(biotecnologia) e as perspectivas de mudanças de valores morais. Para CHAUÍ,
1995, “nossos sentimentos e nossas ações exprimem nosso senso moral” e movidos
pela sensibilidade, somos capazes de reagir, de questionar, de nos manifestar
contra ou a favor de determinadas atitudes para procurar esclarecer ou resolver
problemas.
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Porém, questões sobre aborto, eutanásia, clonagem, transgenia, geram
dúvidas quanto à decisão a ser tomada e põem à prova, além do nosso senso moral,
nossa consciência moral, “... pois exigem que decidamos o que fazer, que
justifiquemos para nós mesmos e para os outros as razões de nossas decisões e
que assumamos todas as consequências delas, porque somos responsáveis por
nossas decisões”. (CHAUÍ, 1995).
Caberá ao professor de Biologia indicar temas de discussão ética e
auxiliar o aluno na análise “à luz dos princípios, regras e direitos alternativos, além
de levar em conta a avaliação intuitiva do aluno” (KRASILCHIK, 2004).
33.6.4 Referências Bibliográficas
BAPTISTA, G.C.S. Jornal a Página da Educação, ano 11, nº 118, dez 2002. BASTOS, F. História da Ciência e pesquisa em ensino de ciências. In: NARDI,R. Questões Atuais no Ensino de Ciências. São Paulo: Escrituras,1998. BIZZO, Nélio. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002. _____. Manual de Orientações Curriculares do Ensino Médio, MEC, Brasília, 2004. BERNARDES,J.A .& FERREIRA, F. P. de M. Sociedade e Natureza. In: CUNHA, S.B. da & GUERRA,A.J.T. A Questão Ambiental. Diferentes Abordagens. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. CARRETRO, Mario. Construir y enseñar las ciencias experimentales. Aique Grupo Editor. Argentina. FRIGOTTO, Gaudêncio, CIAVATTA, Maria. Ensino Médio: ciência, cultura e trabalho. Secretaria de Educação Média e Tecnológica – Brasília: MEC, SEMTEC, 2004. KRASILCHIK, Myriam. Prática de Ensino de Biologia. 4ª ed. revisado e ampliado. – São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2004. _____. O professor e o currículo das ciências. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1987. KUENZER,A . Z. Ensino Médio: Construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2002. MEC/SEB – Orientações Curriculares Nacionais do Ensino Médio. Brasília, 2004.
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MORIN,E. O Pensar Complexo e a Crise da Modernidade. In: GUIMARÃES,M. A formação de Educadores a Ambientais Campinas, São Paulo: Papirus, 2004. RIBEIRO, Vera Masagão. A formação de educadores e a constituição da educação de jovens e adultos como campo pedagógico. Educação & Sociedade. v.20, n. 68, Campinas: dez, 1999. SAVIANI, Dermeval. Do senso comum à consciência filosófica. Campinas: Autores associados, 1993, p.20-28. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Departamento de Ensino Médio. Texto elaborado pelos participantes do “I e II Encontro de Relações (Im) pertinentes”. Pinhais (2003) e Pinhão (2004). SIDEKUM,A. Bioética: como interlúdio interdisciplinar. Revista Centro de Educação. vol.27,n.º 01. Edição 2002, disponível em www.ufsm.br/ce/revista/index.htm
33.7 Disciplina de Química
Ensino Médio
33.7.1 Apresentação da Disciplina
A Química é uma ciência que estuda a composição, estrutura e propriedades
da matéria, suas interações e os efeitos produzidos sobre ela, ao se acrescentar ou
extrair energia em qualquer de suas formas. Através de técnicas específicas o
homem tem desenvolvido formas de sintetizar e purificar várias substâncias
químicas.
Como disciplina escolar, a Química faz parte da matriz curricular do Ensino
Médio.Especificamente, na Educação de Jovens e Adultos, possui uma carga
horária de 128 horas, distribuídas em 32 encontros e tem como objetivo global
fornecer aos alunos, de forma contextualizada, os conhecimentos necessários para
a compreensão das transformações químicas que ocorrem sobre a matéria e assim
permitir a construção e a reconstrução dos significados dos conceitos científicos,
educando o indivíduo para a cidadania.O ponto de partida da prática pedagógica
são os conteúdos estruturantes: Matéria e sua natureza, Biogeoquímica e Química
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sintética, os quais possibilitarão0 uma abordagem do objeto de estudo da Química
de forma mais ampla.Para isto, o processo ensino-aprendizagem deve ser
desenvolvido considerando as concepções prévias dos alunos e assim levá-los ao
aumento do conhecimento científico.
33.7.1.1 Objeto de Estudo
A Química têm como objeto de estudo a natureza da matéria, suas
propriedades, suas transformações e a energia envolvida nessas transformações.
33.7.1.2 Justificativa
O conhecimento químico está inserido na vida humana e está interligado
aos demais campos do conhecimento.Segundo BELTRAN, a Química está
relacionada ás necessidades básicas dos seres humanos – alimentação, vestuário,
saúde, moradia, transporte, etc. – e todo o mundo deve compreender isto tudo.Ela
não é uma ciência de eventos ruins que polui e provoca catástrofes como alguns,
infelizmente, pensam.Esses preconceitos existem, inclusive, devido à forma como os
meio de comunicação divulgam e aos mecanismos ideológicos que a sociedade
utiliza para encontrar um bode expiatório na ausência de políticas públicas para a
utilização adequada do meio ambiente.Sem um conhecimento de Química, ainda
que mínimo, é muito difícil um indivíduo conseguir posicionar-se em relação a todos
esses problemas e, em conseqüência, exercer efetivamente sua cidadania.Sendo
assim, o aprendizado de Química implica que os alunos compreendam as
transformações químicas que ocorrem no mundo físico de forma abrangente e
integrada e assim possam julgar como fundamental as informações advindas da
tradição cultural, da mídia e da própria escola e tomar decisões automaticamente,
enquanto indivíduos e cidadãos. Portanto, o estudo da nos levará a compreender
as transformações químicas que ocorrem no mundo para o aprendizado de Química
implica que os alunos compreendam as transformações químicas que ocorrem no
mundo físico de forma abrangente e integrada e assim possam julgar com
fundamentos as informações advindas da tradição cultural, da mídia e da própria
escola e tomar decisões autonomamente, enquanto indivíduos e cidadãos.
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As Diretrizes Curriculares para a Educação Básica, propõe a formação de
sujeitos que construam sentidos para o mundo, que compreendam criticamente o
contexto social e histórico de que são frutos e que, pelo acesso ao conhecimento,
sejam capazes de uma inserção cidadã e transformadora na sociedade. Assim o
conhecimento químico não deve ser entendido como um conjunto de conhecimento
isolado, pronto e acabado, mas, sim uma construção da mente humana em
contínua mudança.
Portanto o papel do professor é trabalhar esses conteúdos fragmentados
de forma mais contínua possível, favorecendo a compreensão dos conteúdos
científicos e não somente a memorização. Fornecer conhecimentos básicos da
Química que serão base para a introdução de conhecimentos mais específicos no
decorrer do curso, facilitando novos aprendizados através da conexão entre os
diversos conteúdos da disciplina resgatando a importância do estudo da Química.
A Química de uma forma generalizada, instrumentaliza o aluno a
desenvolver um aspecto crítico, o pensamento científico e estabelecer uma relação
melhor entre o meio ambiente, a ciência e seu próprio corpo, diferenciando e
classificando os fenômenos químicos e suas particularidades , além de motivá-lo a
saber exigir os benefícios da aplicação do conhecimento químico para toda a
sociedade.
A Química tem forte presença no suprimento de demanda de novos
produtos, que é cada vez maior nas áreas surgidas nos últimos anos: biotecnologia,
química fina, pesquisas direcionadas para oferta de alimentos e medicamentos,
entre outras. Essas questões podem e devem ser abordadas nas aulas de Química
por meio de uma estratégia metodológica que propicie a discussão de aspectos
sócio-científicos, ou seja, de questões ambientais, políticas, econômicas, éticas,
sociais e culturais relativas à ciência e à tecnologia. (SANTOS, 2004).
É importante despertar no aluno a responsabilidade pelo meio ambiente,
a formação ética, a coletividade e a interdisciplinaridade e o posicionamento em
relação aos inúmeros problemas da vida moderna, como poluição, recursos hídricos,
energéticos, reservas minerais, uso de matérias-primas, fabricação e uso de
medicamentos, importação de tecnologia, fabricação de explosivos e outros,
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oportunizando ao aluno materiais variados que permitam o incentivo do uso de seu
senso crítico.
33.7.1.3 Importância Histórica
A Química, assim como toda ciência, está inserida em um contexto
histórico-político que não pode ser desconsiderado, portanto é de grande
importância a abordagem histórica da Química. Os alquimistas europeus buscavam
o elixir da vida eterna e a pedra filosofal (prática de transmutação dos metais em
ouro). Dedicavam-se a esses procedimentos, mas agiam de modo hermético,
ocultista, uma vez que a sociedade da época era contra essas práticas por acreditar
tratar-se de bruxaria. Os estudos dos modelos Atômicos, é considerado um marco
central no desenvolvimento da Química como ciência, pois foi tema amplamente
discutido pelos químicos do século XIX. Cabe à disciplina de Química analisar o
contexto em que esses modelos foram elaborados, suas modificações e evoluções
ao longo da história. Cientistas como Lavoisier, Whöler e Mendeleev evoluíram e
deram início à fase moderna da química. Mendeleev organizou uma classificação
dos elementos químicos seguindo o mesmo princípio da periodicidade de
propriedades em função dos pesos atômicos e chegou a um grau de precisão
científica que seus contemporâneos não atingiram e talvez por isso a “lei periódica
das propriedades dos elementos” e a respectiva tabela ficaram indelevelmente
ligados a seu nome.
O estudo do momento histórico, facilita o entendimento de como a
Química evoluiu no passar dos anos, desde descobertas atômicas, estudos
biogeoquímicos e suas tecnologias e a evolução da Química sintética. Além disso, a
importância histórica da Química torna-se indiscutível quando se analisa o uso de
armas químicas que foram utilizadas em vários momentos da História.
O conhecimento química, atrelado ao conhecimento técnico, favorece o
desenvolvimento de numerosas indústrias. A fabricação de materiais, iniciada após a
Revolução Industrial, possibilitou um aumento notável no crescimento das indústrias
de petróleo e derivados, entre eles os plásticos e vários tipos de polímeros. A
importância Histórica da Química, está relacionada também com a evolução da
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medicina, com a descoberta do ácido acetilsalicílico (AAS), antibióticos e seu grande
impacto na sociedade.
Dentre as descobertas e avanços científicos, nas últimas quatro décadas
do século XX passou-se a conviver com a crescente miniaturização dos sistemas de
computação, com o aumento de sua eficiência e ampliação do seu uso, o que
constitui uma era de transformações nas ciências que vêm modificando a maneira
de se viver. Esse período, marcado pela: descoberta de novos materiais, engenharia
genética, exploração da biodiversidade, obtenção de diferentes combustíveis, pelos
estudos espaciais e pela farmacologia; marca o processo de consolidação científica,
com destaque à Química, que participa das diferentes áreas das ciências e colabora
no estabelecimento de uma cultura científica, cada vez mais arraigada no
capitalismo e presente na sociedade, e, por conseguinte, deve ser enfatizada na
escola.
Com essa visão histórica, conclui-se que a Química não é uma ciência de
estudo isolado, verificando que sua evolução implica em mudanças históricas e até
mesmo políticas.
33.7.2 Conteúdos
Conteúdos Básicos e Estruturantes
◘ Matéria e sua Natureza;
◘ Biogeoquímica;
◘ Química Sintética.
Matéria e sua Natureza
◘ estrutura da matéria;
◘ substância;
◘ misturas e métodos de separação;
◘ fenômenos físicos e químicos;
◘ estrutura atômica;
◘ distribuição eletrônica;
◘ tabela periódica;
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◘ ligações químicas;
◘ funções químicas;
◘ reações químicas;
◘ radioatividade.
Nesse conteúdo estruturante a Química se define como ciência e inicia-se
a conexão com os demais conteúdos estruturantes favorecendo através do estudo
da matéria e sua natureza, o melhor entendimento dos demais conteúdos
estruturantes da Química.
No estudo de “Matéria e sua Natureza” a abordagem da história da
Química torna-se fundamental para a compreensão de teorias e, em especial, dos
modelos atômicos. A concepção de átomo é imprescindível para que se possam
entender os aspectos macroscópicos dos materiais com que o ser humano está em
contato diário e perceber o que ocorre no interior dessas substâncias, ou seja, o
comportamento atômico-molecular.
O conhecimento das substâncias, dos materiais e suas propriedades
auxiliam outras áreas do conhecimento e cabe ao professor fazer tal relação. É
importante o conhecimento de reações químicas e suas causas, bem como a
compreensão da formação das ligações químicas e suas implicações na propriedade
dos materiais. As reações químicas, como a formação da ferrugem por exemplo,
permitem observar um comportamento macroscópico da matéria. Entretanto,
microscopicamente, ocorre o movimento de elétrons de um elemento químico para
outro, possibilitando então a abordagem de conteúdos específicos como distribuição
eletrônica e ligações químicas. O estudo das ligações químicas deve ser introduzido
de forma interligada com a composição do átomo e suas propriedades periódicas e
eletronegatividade.
O Estudo da Tabela Periódica não deve limitar-se ao simples estudo dos
grupos e elementos, mas sim entender o motivo de tal distribuição periódica, as
propriedades dos elementos e enfatizar a relação com a distribuição eletrônica no
diagrama de Linus Pauling.
Quando se trabalha o conteúdo básico Radioatividade, é necessário
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abordá-lo para além dos conceitos químicos, de modo que se coloquem em
discussão os aspectos históricos, políticos, econômicos e sociais diretamente
relacionados ao uso da tecnologia nuclear e das influências no ambiente, na saúde e
nas possíveis relações de custo benefício do uso dessa forma de energia.
Biogeoquímica
◘ soluções;
◘ termoquímica;
◘ cinética química;
Biogeoquímica é a parte da Geoquímica que estuda a influência dos
seres vivos sobre a composição química da Terra, caracteriza-se pelas interações
existentes entre hidrosfera, litosfera e atmosfera e pode ser bem explorada a partir
dos ciclos biogeoquímicos (RUSSEL, 1986, p. 02).
Adota-se o termo biogeoquímica como forma de entender as complexas
relações existentes entre a matéria viva e não viva da biosfera, suas propriedades e
modificações ao longo dos tempos para aproximar ou interligar saberes biológicos,
geológicos e químicos.
O estudo de soluções deve ser fundamentado no estudo científico, porém,
deve ser focado em exemplos simples de fácil entendimento dos alunos enfatizando
o entendimento científico e não apenas exercícios matemáticos.
O estudo da energia das reações químicas, Termoquímica, deve ser
abordado de forma a reconhecer a influência das ligações químicas nessa energia e
a importância em se conhecer e dominar tal estudo. O conhecimento da
Termoquímica permite controlar melhor o consumo de energia e aproveitar melhor a
energia das reações químicas.
As abordagens dos ciclos globais – do carbono, enxofre, oxigênio e
nitrogênio suas interações na hidrosfera, atmosfera e litosfera – são imprescindíveis
para explorar as funções químicas e permitir a descaracterização da dicotomia entre
Química Orgânica e Inorgânica. Existem, também, compostos em proporções
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menores, tais como óxido nitroso (N2O), óxido nítrico (NO), dióxido de nitrogênio
(NO2), ácido nítrico (HNO3) e amônia (NH3) que reagem quimicamente e estão
relacionados aos problemas ambientais contemporâneos, tais como: chuva ácida,
poluição atmosférica, aerossóis atmosféricos e diminuição da camada de ozônio.
O ciclo do nitrogênio é um dos mais importantes da natureza e
responsável por um processo dinâmico de intercâmbio entre a atmosfera, a matéria
orgânica e os compostos inorgânicos. Todo processo que transforma o N2 da
atmosfera em compostos de nitrogênio chama-se fixação de nitrogênio. Um número
expressivo de bactérias converte o nitrogênio gasoso em amônia (NH3) ou íons
amônio (NH4), a partir de redução catalizada por enzimas, etapa essa conhecida
como fixação biológica de nitrogênio, sendo que 90% da fixação é natural.
A cinética química, por sua vez, deve ser estudada enfatizando o
conhecimento de catalisadores, teoria das colisões e fatores que aceleram as
reações Químicas. Todo esse conhecimento científico, deve ser trazido para o aluno
a partir de conhecimentos que ele já possui, porém esse conhecimento deve ser
trabalhado de forma a relacioná-lo com a ciência explicando suas causas e não
apenas seus efeitos.
Química Sintética
◘ química do carbono;
◘ hidrocarbonetos;
◘ funções oxigenadas;
◘ polímeros;
◘ funções nitrogenadas;
Esse conteúdo estruturante tem sua origem na síntese de novos produtos
e materiais químicos e permite o estudo dos produtos farmacêuticos, da indústria
alimentícia (conservantes, acidulantes, aromatizantes, edulcorantes), dos
fertilizantes e dos agrotóxicos.
Nesse conteúdo, deve ser enfatizado as propriedades do átomo de
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carbono e suas implicações na grande variedade de produtos.
No conteúdo estruturante de Química Sintética, torna-se primordial o
entendimento básico das funções orgânicas, sua identificação e regras de
nomenclatura, as características particulares do átomo de carbono em relação aos
outros elemento.
Todo o conteúdo científico deve ser voltado para a realidade do aluno,
formulando a ciência nesse conhecimento existente. Deve ser abordado também a
Bioquímica através do estudo das proteínas, glicídeos, ácidos graxos entre outros.
Outro estudo de importância relevante são os compostos organometálicos, uma vez
que tem grande importância industrial e na medicina.
33.7.3 Objetivos Gerais da Disciplina
◘ conhecer a estrutura dos átomos e íons e suas distribuições eletrônicas;
◘ reconhecer os elementos na Tabela Periódica de acordo com suas
distribuições eletrônicas e suas propriedades periódicas;
◘ conhecer as ligações químicas e as propriedades dos compostos formados;
◘ conhecer as forças intermoleculares e seus efeitos nas propriedades físicas
dos compostos;
◘ reconhecer os diferentes tipos de reações químicas;
◘ compreender que na ocorrência de uma reação química existe a
possibilidade de liberação ou absorção de calor e que essa liberação
energética é aproveitada pelo homem;
◘ conhecer formulação, nomenclatura e propriedades funcionais dos
hidrocarbonetos, das funções orgânicas oxigenadas, nitrogenadas,
halogenadas e outras;
◘ identificar os principais açúcares, sua origem e aplicação;
◘ compreender o funcionamento das pilhas e as leis da eletroquímica;
◘ conhecer e compreender as principais emissões radioativas nucleares;
◘ conhecer os processos de fissão e fusão nuclear e relacioná-los com a
obtenção de energia.
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33.7.4 Encaminhamento Metodológico
É preciso superar a mera transmissão de conteúdos realizada ano após
ano com base na disposição sequencial do livro didático tradicional e que apresenta,
por exemplo, uma divisão entre Química Orgânica e Química Inorgânica, que afirma,
entre outros aspectos, a fragmentação e a linearidade dos conteúdos químicos, bem
como o distanciamento da Química em relação a outros saberes. É preciso
desvencilhar-se de conceitos imprecisos, desvinculados do seu contexto.
Quanto à seleção dos conteúdos, propõe-se que o ponto de partida para
a organização dos conteúdos curriculares sejam os conteúdos estruturantes e seus
respectivos conceitos e categorias de análise. A partir dos conteúdos estruturantes o
professor poderá desenvolver com os alunos os conceitos que perpassam o
fenômeno em estudo, possibilitando o uso de representações e da linguagem
química no entendimento das questões que devem ser compreendidas na
sociedade.
É importante que o processo pedagógico parta do conhecimento prévio
dos estudantes, no qual se incluem as ideias pré-concebidas sobre o conhecimento
da Química, ou as concepções espontâneas, a partir das quais será elaborado um
conceito científico.
Nessa proposta curricular, o foco no estudo da Química será no estudo do
conhecimento químico e suas relações, onde os cálculos matemáticos devem
auxiliar o desenvolvimento do conhecimento químico e não priorizá-lo.
As atividades experimentais, utilizando ou não o ambiente de laboratório
escolar convencional, podem ser o ponto de partida para a apreensão de conceitos
e sua relação com as ideias a serem discutidas em aula. Em uma aula experimental
com materiais simples e de fácil aquisição, ou mesmo uma visualização de uma
reação química em vídeo, possibilita a abordagem de diversos fenômenos químicos,
podendo ser o ponto de partida para o início de uma aula, onde a compreensão de
conceitos e sua visualização concretizam o ensino e o professor atua como
mediador do que o aluno vê e os conceitos científicos envolvidos.
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O uso de textos, análise de rótulos de embalagens e aplicação de
exercícios globalizantes, também são formas de concretizar o ensino, colocando em
discussão durante as aulas.
A utilização de trechos de filmes também são formas de enriquecer uma
aula expositiva, entretanto, deve-se atentar para que o foco não se disperse do
objetivo que é o conhecimento científico e ensino da Química como ciência.
33.7.5 Avaliação
A avaliação, nesta perspectiva, visa contribuir para a compreensão das
dificuldades de aprendizagem dos alunos, com vistas às mudanças necessárias
para que essa aprendizagem se concretize e a escola se faça mais próxima da
comunidade, da sociedade como um todo, no atual contexto histórico e no espaço
onde os alunos estão inseridos. Não há sentido em processos avaliativos que
apenas constatam o que o aluno aprendeu ou não aprendeu e o fazem refém
dessas constatações, tomadas como sentenças definitivas. Se a proposição
curricular visa à formação de sujeitos que se apropriam do conhecimento para
compreender as relações humanas em suas contradições e conflitos, então a ação
pedagógica que se realiza em sala de aula precisa contribuir para essa formação.
Em Química, o principal critério de avaliação é a formação de conceitos
científicos. A partir de conhecimentos prévios dos alunos e seu contexto social,
serão construídos ou reconstruídos os conhecimentos científicos de Química,
enfatizando que muitos conhecimentos estão em constante mudanças e algumas
teorias não podem ser consideradas verdades absolutas. A formação de sujeitos
críticos também é um instrumento de avaliação. A avaliação tradicional não deve ser
a única forma de avaliação, devendo diversificar com leituras, debates, aulas
experimentais entre outros. Deve-se enfatizar, que a avaliação teórica e prática não
são desvinculadas. É necessário fazer com que o aluno perceba que a avaliação é
um processo constante e não uma série de obstáculos.As provas escritas, por sua
vez, serão meios pelos quais o domínio do aluno em relação à compreensão
conceitual, interpretação de texto e entendimento de contextos poderão ser
examinados e que ela deverá ser um momento de aprendizagem, pois permite a
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percepção dos avanços e das dificuldades encontradas pelo aluno no que diz
respeito ao conteúdo avaliado.
Finalmente vale ressaltar que é necessário que os critérios e instrumentos
de avaliação fiquem bem claros também para os alunos, de modo que se apropriem
efetivamente de conhecimentos que contribuam para uma compreensão ampla do
mundo em que vivem. Para isto, ela compreenderá as orientações da LDBEN
9394/96, contidas no artigo 24, será investigativa ou diagnóstica e propiciará a
obtenção de informações que permitirá a proposta de atividades geradoras de
novos conhecimentos: continua, o que permitirá ao educador repensar a sua prática
pedagógica; sistemática, utilizando vários instrumentos para registro do processo;
abrangente, ampliando as ações pedagógicas no tempo-escola do educando;
permanente, permitindo um avaliar constante na aquisição dos conteúdos por parte
do educando.
Os critérios propostos serão desenvolvidos ao longo da carga horária total
estabelecida para esta disciplina, conforme a matriz curricular.
É necessário fazer com que o aluno perceba que a avaliação é um
processo constante e não uma série de obstáculos.As provas prescritas, por sua
vez, serão meios pelos quais o domínio do aluno em relação a compreensão
conceitual, interpretação de texto e entendimento de contextos poderão ser
examinados e que ela deve ser um momento de aprendizagem, pois permite a
percepção dos avanços e das dificuldades encontradas pelo aluno no que diz
respeito ao conteúdo avaliado.
A recuperação será feita de forma contínua, ao longo do ano, propiciando
ao aluno um segundo momento de rever e discutir os erros e conceitos mais
importantes, e assim, consolidar seus conhecimentos. Acontecerá através da
resolução e revisão das avaliações realizadas, exercícios complementares e novas
avaliações.
33.7.5.1 Critérios de avaliação
O aluno deverá estar apto a
◘ reconhecer a evolução e os avanços nos modelos atômicos;
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◘ utilizar corretamente a tabela periódica fazendo conexão com as ligações
químicas e distribuição eletrônica;
◘ entender o porquê os átomos formam ligações químicas, diferenciando
corretamente os tipos de ligações químicas e suas propriedades e
características;
◘ diferenciar fenômenos físicos e químicos;
◘ diferenciar substância pura e mistura e conhecer os métodos de separação;
◘ reconhecer e utilizar as propriedades gerais das funções químicas,
identificando caráter ácido e básico de acordo com as teorias ou com
experimentos; Entender a escala de pH e indicadores ácido-base como
instrumentos de análise química;
◘ reconhecer e entender como ocorre uma reação de neutralização;
◘ efetuar corretamente cálculos básicos de concentração de soluções,
◘ entender os cálculos termoquímicos e a conservação da energia;
◘ conhecer a teoria das colisões e a relação entre velocidade da reação e
temperatura;
◘ entender como fatores externos influenciam a velocidade das reações e a
utilidade dos catalisadores;
◘ diferenciar o processo de pilha e de eletrólise;
◘ reconhecer as formas de alterar o equilíbrio da reação;
◘ conhecer os processos de fissão e fusão nuclear e relacioná-los com a
obtenção de energia;
◘ reconhecer as propriedades do átomo de carbono e a implicação da
tetravalência para formação de compostos orgânicos;;
◘ reconhecer os diferentes tipos de hidrocarbonetos e suas nomenclaturas,
reconhecendo também sua importância no mundo moderno e identifica os
hidrocarbonetos na composição do petróleo;
◘ reconhecer as funções oxigenadas e nitrogenadas e sua importância
industrial e usos no cotidiano;
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33.7.5.2 Instrumentos de avaliação
◘ seminários;
◘ avaliação teórica;
◘ trabalhos;
◘ relatórios;
◘ exercícios.
33.7.6 Referências Bibliográficas
FELTRE, Ricardo. Química – Volumes 1, 2 e 3. Editora Moderna. 4a edição. São Paulo. 1994. LEMBO, Antônio. Química – Realidade e Contexto – Volume 1, 2 e 3. Editora Ática. São Paulo. 1999. COVRE, Geraldo J.. Química – O Homem e a Natureza – Volume 1, 2 e 3. Editora FTD. São Paulo. 2000. REIS, Marta. Completamente Química. Editora FTD. São Paulo. LEE, J. D. Química Inorgânica não tão Concisa. Editora Edgard Blucher. São Paulo. PERUZZO, T.M. CANTO, E.L.; Química, vol.único, ed.Moderna. 2006. RUSSEL, J.B. Química geral. São Paulo: McGraw-hill,1986. DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA : QUÍMICA – 2008 BELTRAN, N. O.; CISCATO, C. A .M Química. São Paulo: Cortez, 1991. Revista Química Nova e Química Nova na Escola da Sociedade Brasileira de Química, www.sbq.org.br Revista Ciência & Ambiente, publicação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Endereço eletrônico: www.ufsem.br/cienciaeambiente Revista Brasileira de História da Ciência. Endereço eletrônico: http://www.ifi.unicamp.br/~ghtc/sbhc.htm.
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33.8 Disciplina de Física Ensino Médio
33.8.1 Apresentação da Disciplina
No Paraná, e em todo o país, no final da década de 1970 e início da
década seguinte, sob a euforia originada pelo fim da ditadura militar, pela
perspectiva de abertura democrática e de eleições diretas imediatas para
presidência da república e governos estaduais, muitos puderam manifestar um
discurso político de defesa dos menos favorecidos, inclusive no meio educacional.
A pedagogia histórico-crítica é exemplo desse momento. No Paraná, as
idéias de teóricos e educadores como Dermeval Saviani mobilizaram as discussões
e as ações para implementação dessa perspectiva pedagógica, que tiveram início,
primeiramente, na prefeitura de Curitiba e, depois, na rede estadual. Desse
movimento, nasceram o Currículo Básico e os documentos de Reestruturação do
Ensino de 2º Grau, entre eles o referente à disciplina de Física.
Publicada em 1993, essa proposta de reestruturação do ensino, inclusive
de Física, para as escolas paranaenses, buscava propiciar ao aluno uma sólida
educação geral voltada à compreensão crítica da sociedade para enfrentar as
mudanças e atuar sobre elas, condição improvável sem a aquisição do
conhecimento científico. Além disso, o entendimento da relação ciência-tecnologia,
do processo de elaboração da ciência e sua aplicação à tecnologia, evitaria a
apresentação da ciência como verdade absoluta – à margem da sociedade – e
contribuiria para o desenvolvimento da criticidade dos estudantes.
Esse processo político-educacional, todavia, foi interrompido porque as
novas demandas da educação no país, na década de 1990, passaram a ser
orientadas por diversos documentos oriundos de organismos financeiros
internacionais,como por exemplo, no Paraná, o Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID).
A educação deveria, então, estar voltada à competitividade, numa
sociedade cada vez mais dominada por recursos tecnológicos de última geração. A
necessária reforma educacional para esse fim foi concretizada com a Lei de
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Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) n. 9.394/96, com as Diretrizes
Curriculares Nacionais e com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Nos
textos desses documentos verificam-se referências à necessidade de formação de
cidadãos polivalentes, criativos e capazes de adaptação permanente às novas
formas de produção, e reorientação quanto à formação e a qualificação profissional
para que se alcance a qualidade e a competitividade.
O uso da tecnologia na educação, especialmente os recursos
computacionais, passou a ser exigência do novo padrão de formação e qualificação.
Nos documentos do Programa Expansão, Melhoria e Inovação no Ensino Médio do
Paraná (Proem),de 1994, essa ideia foi usada como justificativa para reformular o
Ensino de 2ºGrau no Estado (Paraná/SEED Programa Expansão, Melhoria e
Inovação no Ensino Médio – 1993) face à nova configuração brasileira e mundial,
exposta à acirrada competição. Tal concepção implicava reorientar a formação e a
qualificação profissional para melhorar a qualidade e a competitividade.
No Paraná, antes da publicação dos PCN, entre 1997-98, ocorreu uma
discussão por áreas de conhecimento, para implementar a reforma proposta pelo
PROEM, exigindo-se que os Projetos Pedagógicos (PP) das escolas se
fundamentassem na Pedagogia das Competências. Assim, foi desconsiderado o
artigo 3° da LDB que supõe um ensino baseado nos princípios da “liberdade de
aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber” e,
“pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas” (LDB n. 9.394/1996, Art. 3,
parágrafos II e III).
A partir de 2003, foi proposta uma mobilização coletiva para elaboração de
novas diretrizes curriculares estaduais, considerando-se a necessidade de um
documento crítico para orientar a prática pedagógica nas escolas paranaenses e o
lapso de tempo em que o professor ficou à margem dessas discussões. Propôs-se,
então, encontros para discussões curriculares de modo que o professor se
reencontrasse com o campo do conhecimento de sua formação inicial para retomar
o que é específico de sua disciplina e, a partir dela, estabelecer uma prática de
ensino que contemple relações interdisciplinares.
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O tratamento dos conteúdos sob enfoque disciplinar prossegue porque
entende-se que as disciplinas escolares estão vinculadas a campos de
conhecimentos que, embora estejam em constante construção, são socialmente
reconhecidos e não devem ser generalizados, nem esvaziados.
Estas Diretrizes buscam construir um ensino de física centrado em
conteúdos e metodologias capazes de levar os estudantes a uma reflexão sobre o
mundo das ciências, sob a perspectiva de que esta não é somente fruto da
racionalidade científica. É preciso ver o ensino da física “com mais gente e com
menos álgebra, a emoção dos debates, a força dos princípios e a beleza dos
conceitos científicos (MENEZES, 2005).
Entende-se, então, que a física, tanto quanto as outras disciplinas, deve
educar para cidadania e isso se faz considerando a dimensão crítica do
conhecimento científico sobre o Universo de fenômenos e a não neutralidade da
produção desse conhecimento, mas seu comprometimento e envolvimento com
aspectos sociais,políticos, econômicos e culturais.
O ponto de partida da prática pedagógica são os conteúdos estruturantes,
propostos nestas Diretrizes Curriculares com base na evolução histórica das ideias e
dos conceitos da Física. Para isso, os professores devem superar a visão do livro
didático como ditador do trabalho pedagógico, bem como a redução do ensino de
Física à memorização de modelos, conceitos e definições excessivamente
matematizados e tomados como verdades absolutas, como coisas reais. Ressalta-se
a importância de um enfoque conceitual para além de uma equação matemática,
sob o pressuposto teórico de que o conhecimento científico é uma construção
humana com significado histórico e social.
33.8.2 Objetivos da disciplina
O ensino de Física terá um significado real quando a aprendizagem partir
de idéias e fenômenos que façam parte do contexto do aluno, possibilitando analisar
o senso comum e fortalecer os conceitos científicos na sua experiência de vida,
aproximando o aluno do ato de pensar, refletir, buscando a formação de uma
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consciência mais crítica, tornando possível a aproximação de outras formas de ver,
conceber e interpretar problemas comparando as diferentes soluções.
◘ Utilizar e compreender tabelas, gráficos e relações matemáticas;
◘ Ser capaz de diferenciar e traduzir as linguagens matemáticas, discursivas e
gráficas;
◘ Ser capaz de emitir juízos de valor em relação a situações sociais que
envolvam aspectos físicos e ou tecnológicos relevantes ( uso de energia, impactos,
uso de tecnologia específica, etc.);
◘ Desenvolver a capacidade de investigação física, classificar, organizar,
sistematizar,
◘ identificar regularidade, estimar ordens de grandeza, compreender o conceito
de medir, fazer hipóteses, testar;
◘ Conhecer fontes de informações e formas de obter informações relevantes,
sabendo interpretar notícias científicas;
◘ Reconhecer a Física enquanto construção humana, aspectos de sua história
e relações com o contexto cultural, social, político e econômico.
33.8.3 Encaminhamento metodológico
É importante que o processo pedagógico, na disciplina de Física, parta do
conhecimento prévio dos estudantes, no qual se incluem as concepções alternativas
ou concepções espontâneas. O estudante desenvolve suas concepções
espontâneas sobre os fenômenos físicos no dia-a-dia, na interação com os diversos
objetos no seu espaço de convivência e as traz para a escola quando inicia seu
processo de aprendizagem.
Por sua vez, a concepção científica envolve um saber socialmente
construído e sistematizado, que requer metodologias específicas para ser abordada
no ambiente escolar. A escola é, por excelência, o lugar onde se lida com esse
conhecimento científico,historicamente produzido.Porém, uma sala de aula é
composta de pessoas com diferentes costumes,tradições, pré-conceitos e idéias que
dependem de sua origem cultural e social, dessa forma esse ponto de partida deve
ser considerado.
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Por isso, o conhecimento deve-se processar contra um conhecimento
anterior. Na realidade, toda aquisição de conhecimento deve superar um
conhecimento preexistente,que pode funcionar como obstáculo à aquisição do novo
saber. A cristalização de verdades revela-se como impedimentos ao avanço do
saber, [pois] a crença em uma verdade definitiva não é uma vantagem para o
avanço da ciência, porque se torna um grave entrave, por impedir o aparecimento de
idéias e conceitos que neguem o saber estabelecido.
O tratamento dado, pelo professor, ao conhecimento existente e prévio
dos estudantes deve ser bastante relativizado, para permitir a aquisição dos novos.
O professor deve,na realidade, trabalhar a formação de seus alunos de tal modo que
os leve a perceberem que não há um conhecimento definitivo e que o saber que eles
trazem Não se constitui numa verdade pronta e acabada, mas que pode funcionar
como uma barreira a formulações de novos saberes (CARVALHO FILHO, 2006, p.
12).
No trabalho com os conteúdos de ensino, seja qual for a metodologia
escolhida, é importante que o professor considere o que os estudantes conhecem a
respeito do tema para que ocorra uma aprendizagem significativa.
Em outros termos: é para problematizar o conhecimento já construído pelo
aluno que ele deve ser apreendido pelo professor; para aguçar as
contradições e localizar as limitações desse conhecimento, quando cotejado
com o conhecimento científico, com a finalidade de propiciar um
distanciamento crítico do educando ao se defrontar com o conhecimento
que ele já possui e, ao mesmo tempo, propiciar a alternativa de apreensão
do conhecimento científico (DELIZOICOV. In: PIETROCOLA, 2005, p.132).
Como poderiam os estudantes formular questões sobre algo que não
conhecem? Ou ainda, como eles podem explicitar questões que os inquietam, mas
não sabem como perguntar? Nesses casos, torna-se imprescindível que o professor
cumpra a função de uma espécie de “informante científico”13. Para ir além do limite
da informação e atingir a fronteira da formação, é preciso uma mediação não-
aleatória, feita pelo conhecimento físico, num processo organizado e sistematizado
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pelo professor. As construções dos estudantes são modelos que tentam descrever o
real, aproximando-se de uma ciência aristotélica. No entanto, percebe-se que a
produção do conhecimento atual produz uma ruptura com o conhecimento vulgar e o
professor deve ensinar ciências, na perspectiva da Ciência, destacando o modelo de
formulação do saber e procurando desenvolver metodologias que levem os
estudantes a desligarem-se dos conhecimentos que trouxeram para a sala de aula
(CARVALHO FILHO, 2006, p. 8).
O professor deve mostrar ao estudante que o seu conhecimento não está
pronto e acabado, mas que deve ser superado. Muitas das idéias dos estudantes já
foram consideradas pelos cientistas, pois também o conhecimento científico não se
constitui em uma verdade absoluta e definitiva. A História, Filosofia e Epistemologia
da Física podem ajudar o professor neste trabalho, pois propiciam uma maior
compreensão dos processos científicos. Tem-se por objetivo que professor e
estudantes compartilhem significados na busca da aprendizagem que ocorre quando
novas informações interagem com o conhecimento prévio do sujeito e,
simultaneamente, adicionam, diferenciam, integram, modificam e enriquecem o
saber já existente, inclusive com a possibilidade de substituí-lo.
Para Tavares (2004), a partir do conhecimento físico, o estudante deve ser
capaz de perceber e aprender, em outras circunstâncias semelhantes às
trabalhadas em aula, para apropriar-se da nova informação e transformá-la em
conhecimento. Então, qualquer que seja a metodologia, o professor deve buscar
uma avaliação cujo sentido seja verificar a apropriação do respectivo conteúdo, para
posteriores intervenções ou mudança de postura metodológica.
33.8.4 Organização dos conteúdos
Conteúdo estruturante: Movimento
Mecânica:
◘ A Física e suas relações com outras ciências;
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◘ Cinemática escalar, ponto material, corpo extenso, repouso, referencial,
movimento, trajetória, velocidade escalar média e instantânea, movimento
uniforme, aceleração, movimento uniformemente variado;
◘ Queda dos corpos;
◘ Cinemática vetorial;
◘ Composição de movimentos.
Dinâmica:
◘ Forças;
◘ Primeira lei de Newton ou Princípio da Inércia;
◘ Segunda lei de Newton ou Princípio Fundamental da Dinâmica;
◘ Terceira lei de Newton – Ação ou Reação;
◘ Gravitação universal;
◘ Trabalho, potência e rendimento;
◘ Conservação da energia;
◘ Conservação da quantidade de movimento.
Hidrostática:
◘ Fluídos, densidade e pressão;
◘ Princípio de Pascal;
◘ Princípio de Arquimedes.
Conteúdo estruturante: Termodinâmica
Termometria: ◘ Calor e temperatura;
◘ As escalas termométricas;
Calorimetria:
◘ Calor sensível e calor latente;
◘ Calor específico, capacidade térmica;
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◘ Princípio fundamental da trocas de calor;
◘ Dilatação térmica.
Termodinâmica:
◘ Leis da termodinâmica;
◘ Máquinas térmicas.
Conteúdo estruturante: Eletromagnetismo
Óptica Geométrica:
◘ Princípios fundamentais;
◘ Reflexão da luz;
◘ Refração da luz;
◘ A óptica da visão
◘ Ondas;
◘ Acústica;
◘ Eletricidade;
◘ Eletromagnetismo;
◘ Tópicos de Física Moderna
33.8.5 Avaliação
A avaliação é compreendida como uma prática que alimenta e orienta a
intervenção pedagógica. É um dos principais componentes do ensino, pelo qual se
estuda e interpreta os dados da aprendizagem. Tem a finalidade de acompanhar e
aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos educandos, diagnosticar os resultados
atribuindo-lhes valor. A avaliação será realizada em função dos conteúdos
expressos na proposta pedagógica.
Na avaliação da aprendizagem é fundamental a análise da capacidade de
reflexão dos educandos frente às suas próprias experiências. E, portanto, deve ser
entendida como processo contínuo, descritivo, compreensivo que oportuniza uma
atitude crítico-reflexiva frente à realidade concreta.
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A avaliação educacional, nesse Estabelecimento Escolar, seguirá
orientações contidas no artigo 24, da LDBEN 9394/96, e compreende os seguintes
princípios:
necessárias para propor atividades e gerar novos conhecimentos;
◘ contínua: permite a observação permanente do processo ensino-
aprendizagem e possibilita ao educador repensar sua prática pedagógica;
◘ sistemática: acompanha o processo de aprendizagem do educando,
utilizando instrumentos diversos para o registro do processo;
-
escola do educando;
◘ permanente: permite um avaliar constante na aquisição dos conteúdos pelo
educando no decorrer do seu tempo-escola, bem como do trabalho pedagógico da
escola.
Os conhecimentos básicos definidos nesta proposta serão desenvolvidos
ao longo da carga horária total estabelecida para cada disciplina, conforme a matriz
curricular, com oferta diária de 04 (quatro) horas-aula por turno, com avaliação
presencial ao longo do processo ensino-aprendizagem.
Considerando que os saberes e a cultura do educando devem ser
respeitados como ponto de partida real do processo pedagógico, a avaliação
contemplará, necessariamente, as experiências acumuladas e as transformações
que marcaram o seu trajeto educativo, tanto anterior ao reingresso na educação
formal, como durante o atual processo de escolarização.
A avaliação processual utilizará técnicas e instrumentos diversificados, tais
como: provas escritas, trabalhos práticos, debates, seminários, experiências e
pesquisas, participação em trabalhos coletivos e/ou individuais, atividades
complementares propostas pelo professor, que possam elevar o grau de
aprendizado dos educandos e avaliar os conteúdos desenvolvidos.
É vedada a avaliação em que os educandos sejam submetidos a uma
única oportunidade de aferição. O resultado das atividades avaliativas será
analisado pelo educando e pelo professor, em conjunto, observando quais são os
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seus avanços e necessidades, e as conseqüentes demandas para aperfeiçoar a
prática pedagógica.
33.8 6 Referências Bibliográficas
Diretrizes Curriculares de Física para o Ensino Médio. Diretrizes Curriculares de Física para o Eja. ALVARENGA, Beatriz & MÁXIMO, Antônio. Física. Volume completo. São Paulo, Ed. Scipione,1997. BONJORNO, Regina. Física Completa. Volume único. 2 ed. São Paulo: FTD, 2001. BRASIL/MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais: PCN+ Ensino Médio. Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. Brasília: MEC/SENTEC, 2002. CHAVES, Affonso & Reichmann. Física: Mecânica. Volume 1. Rio de Janeiro, 2002. LOPES, A. R. C. Conhecimento Escolar: ciência e cotidiano. Rio de Janeiro: EDURG, 1999.
33.9 Disciplina de Sociologia
Ensino Médio
33.9.1 Apresentação da Disciplina
A Sociologia por seu surgimento e desenvolvimento pode ser considerada
uma ciência tipicamente capitalista. É na sociedade capitalista que a Sociologia
encontra ambiente para se constituir enquanto ciência. O surgimento da sociedade
capitalista juntamente com a industrialização coloca a necessidade de se pensar as
consequências da transformação e do desenvolvimento. É sociedade capitalista
européia que a Sociologia surge como a ciência que “resolverá” os problemas que a
industrialização, a urbanização e a proletarização irão colocar. Marcada pelo
positivismo, a Sociologia nasce com o objetivo de propor soluções para uma
sociedade que parecia desintegrar-se.
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O período de conformação do capitalismo foi marcado por profundas
mudanças na organização social que fizeram com que seus contemporâneos
buscassem explicações racionais para os fenômenos sociais com os quais
conviviam. A Revolução Francesa, que se iniciou em 1789, significou o fim dos
privilégios feudais da nobreza e a ascensão de uma nova classe ao poder: a
burguesia. A Revolução Industrial, que se inicia na Inglaterra no final do século VXIII,
altera o modo de vida das pessoas e a organização do espaço de vida e de trabalho,
dando condições materiais para o surgimento de outra nova classe: o proletariado.
Assim, o capitalismo o surgimento do capitalismo com sua nova forma de
organização das relações sociais e de trabalho, traz em seu bojo questões
econômicas, culturais, políticas que necessitam de respostas. Surgem então os
pensadores da Sociologia que buscam dar conta destas questões através da
elaboração de teorias explicativas dessa dinâmica social, sob diversos olhares e
posicionamentos políticos.
Com Augusto Comte (1798-1857) surge o termo Sociologia, no quarto
tomo de sua obra Curso de Filosofia Positiva, de 1839. Este autor buscará criar um
método específico para o estudo da sociedade, já que acreditava que a ciência
deveria ser usada na organização das mesmas e afirmando que a ordem levaria ao
progresso.
Émile Durkheim (1858-1917) será influenciado pelo positivismo de Comte,
colocando-se como principal objetivo a consolidação da Sociologia, mediante a
definição de seu objeto de estudo e de seu campo de atuação. Para Durkheim, o
sujeito faz parte da sociedade e a sociedade o compõe, então, só poderemos
entender as partes (indivíduos) pelo todo (sociedade). Assim a sociedade deve ser
compreendida como um conjunto cuja existência própria,
independentemente de manifestações individuais, exerce sobre cada ser
humano uma coerção exterior, a partir de pressões e obrigatoriedade
porque, de alguma forma ela não „cabe‟ na sua totalidade, na mente de
cada indivíduo (SEED, 2006, p.21).
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Dessa forma, a precedência da sociedade sobre os indivíduos faz com
que a cooperação seja necessária à organização social. Tal cooperação só pode
existir no consenso, daí caber à educação papel fundamental nesse processo.
Em Max Weber (1864-1920) a orientação vai num outro sentido. Para ele
o indivíduo aparece como o portador da racionalidade e intencionalidade, e é
compreendendo esta racionalidade e intencionalidade será possível entender a
sociedade. Contudo, não é possível entender a sociedade em sua totalidade, mas
sim aqueles recortes da sociedade selecionados para o pesquisador. Para ele,
compreender a sociedade é analisar os comportamentos movidos pela
racionalidade dos sujeitos em relação aos outros, é compreender o agir dos
homens que se relacionam uns com os outros, de acordo com um cálculo e
uma finalidade que tem por base as regras (SEED, 2006, p.22).
A sociedade moderna estaria, então, marcada pelo desenvolvimento da
racionalidade, rumando à “burocratização”. Caberia, pois, à educação o papel de
(...) prover os sujeitos de conteúdos especializados, eruditos, e de
disposições que os predisponham a ter condições – conduta de vida e
conhecimento especializado – necessárias para realizar suas funções de
perito na burocracia profissional (SEED, 2006, p.22).
Outro autor relevante para o entendimento da sociedade capitalista é Karl
Marx (1818-1883). Muito embora Marx não esteja preocupado com a constituição de
uma ciência, suas reflexões são importantes para a compreensão das sociedades.
Buscando compreender a sociedade capitalista e apontar uma direção para sua
transformação, Marx desvenda os mecanismos de exploração e manutenção das
relações sociais apontando o fato de as sociedades estarem divididas em classes.
Marx enunciou “(...) como lei de validade geral que a história das sociedades é
movida pela luta entre as classes sociais” (SEED, 2006, p.21). Ainda de acordo com
o autor, a educação é um mecanismo que, conforme seu conteúdo de classe, pode
oprimir ou emancipar o homem.
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Desde então, a Sociologia se propõe a entender, explicar e questionar os
mecanismos de produção, organização, domínio, controle e poder institucionalizados
ou não, que resultam em relações sociais de maior ou menor exploração ou
igualdade, possibilitando aos indivíduos compreender e atuar de forma efetiva sobre
a realidade que os cercam.
Como disciplina da grade curricular no ensino brasileiro, a Sociologia
passa por várias fases. A introdução da disciplina de Sociologia nos currículos
brasileiros começa nos cursos secundários e remonta ao início da República. No
governo provisório da República, a Sociologia aparecia como disciplina obrigatória
do 7º ano do curso secundário. Mas já em 1901 é retirada do currículo, retornando
em 1925. Nos anos 30, a Sociologia torna-se novamente obrigatória no ensino
secundário para quem pretendesse frequentar curso superior nas áreas de Direito,
Medicina, Engenharia, Arquitetura e Normal Superior. Em 1934, com a criação da
Universidade de São Paulo, começa a se manifestar uma preocupação com a
formação de professores secundários (principalmente para a Escola Normal) e de
corpo técnico para o governo. Neste primeiro período, dessa forma, o que da força à
Sociologia é a sua presença na Escola Normal como disciplina que pudesse retirar a
educação de um estado pré-científico. Percebe-se, então, que a Sociologia no
Brasil, assim como em seu surgimento na sociedade francesa, estava impregnada
de um caráter positivista. E, em última instância, pode se dizer que era essa sua
positividade que a fazia presente no currículo da Escola Normal.
Mediante a Reforma Capanema (1942), o ensino secundário perde o seu
caráter formativo, assumindo uma função mais preparatória. Com esta reforma a
Sociologia perde o seu espaço no ensino secundário, pois a escola não forma mais,
apenas prepara. Por outro lado, a disciplina ganha força no ensino superior,
integrando os cursos de Filosofia e Ciências Sociais. Até meados da década de
1970 a Sociologia não aparece, ou aparece de maneira muito esporádica, nas várias
reformas curriculares. Somente a partir de 1974, com a oposição ao governo militar
conquistando algumas cadeiras no Senado, ocorre a proposta de introduzir a
Sociologia no Ensino Médio.
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A partir da década de 80 são propostas várias alterações no chamado 2º
grau. Entre estas propostas destaca-se a divisão do 2º grau em dois cursos distintos:
o profissionalizante e o de formação geral. A Filosofia aparece como disciplina do
núcleo comum do curso de formação geral, mas não a Sociologia.
Entre 1997 e 2001 tramitou uma proposta de inclusão da Sociologia como
disciplina obrigatória no Ensino Médio. Contudo, o então presidente Fernando
Henrique Cardoso vetou a aprovação da lei, usando como argumentos a falta de
profissionais da área, o aumento dos gastos públicos que a inclusão da disciplina
acarretaria, o fato de que os conteúdos da disciplina já estavam contemplados de
alguma maneira em outras disciplinas e que a obrigatoriedade feriria a autonomia
das escolas.
Esta proposta vetada pelo presidente teve como origem um Projeto de Lei
do então deputado Padre Roque do Partido dos Trabalhadores do Paraná, que
alterava a Lei de Diretrizes e Bases, tornando obrigatório o ensino de Filosofia e
Sociologia em todas as escolas de Ensino Médio no país. Após várias tentativas de
aprovar o aprovar a lei, ela foi sancionada pelo Senado da República no dia 18 de
setembro de 2001 (CARVALHO, 2004).
Fazendo uma rápida análise do histórico da disciplina no Brasil, é possível
perceber que a presença da Sociologia nas grades curriculares está associada à
alternância dos períodos democráticos.
Com a volta da obrigatoriedade da disciplina nos currículos do Ensino
Médio, faz-se necessário a discussão e a reflexão acerca da organização dos
conteúdos e do sentido do ensino desta disciplina. A Lei 9394/96 coloca duas
finalidades no ensino de Sociologia: a primeira é propiciar ao aluno, por via do
conhecimento sociológico, a construção de uma postura mais crítica e reflexiva
diante da realidade que o cerca. A segunda finalidade está ligada ao processo de
mundialização do capital, processo que gera um redimensionamento e
redirecionamento de dimensões políticas e sócio-culturais.
Apesar de estarem delimitadas as finalidades na LDB, que atuam como
eixos norteadores, é preciso levar em conta que o desenvolvimento do pensamento
crítico e o entendimento da realidade não se dá pela aprendizagem de algum tipo
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específico de conteúdo. Mais do que apresentar como preocupação exclusiva o
domínio teórico de conceitos e categorias sociológicas, a disciplina de Sociologia
deve pautar-se pela procura do despertar no aluno uma visão crítica aliada ao
conhecimento da sua realidade social. O estudo da Sociologia permite, dessa
maneira, perceber que os elementos que fazem parte da vida social são
"construídos", sendo passíveis de uma "desconstrução" ou de uma "nova
construção".
É neste contexto que se faz necessária inclusão desta disciplina da
Educação de Jovens e Adultos, tendo em vista que a mesma tem o compromisso
com a formação humana e o acesso à cultura geral, a Sociologia contribuirá no
desempenho de tal tarefa, na medida em que propicia aos educandos a
possibilidade de uma maior compreensão da sociedade em que vive e da realidade
social que o cerca.
33.9.2 Objetivos Gerais da Disciplina
A modalidade de Educação de Jovens e Adultos apresenta algumas
especificidades em relação ao Ensino Médio regular. Segundo Oliveira (2001), três
campos contribuem para a definição de quem é o adulto que frequenta a Educação
de Jovens e Adultos:
1º) a condição de não-crianças;
2º) a condição de excluídos da escola;
3º) a condição de membros de determinados grupos sociais.
Dessa forma os jovens e adultos da EJA possuem um saber que não é
escolar, mas que é importante no processo de aprendizagem e no cotidiano dos
alunos. A incorporação dos saberes que os jovens e adultos possuem é essencial
para atribuir significados à prática educacional e pedagógica, uma vez que estes
alunos têm uma grande carga de experiências e conhecimentos ligadas ao
enfrentamento da vida, ao mundo do trabalho, ao contato com o mundo burocrático.
Tais conhecimentos e experiências, que se constituem em saberes não escolares,
devem ser “transformados” em conhecimentos pela experiência escolar. Somente
assim a modalidade de Educação de Jovens e Adultos poderá ser uma ação
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educativa positiva. Ou seja, quando emancipar o sujeito da EJA e não apenas
executar uma “diplomação” que ateste sua passagem pelos bancos escolares.
Neste sentido, a disciplina de Sociologia não deve se limitar à transmissão
de conhecimentos e de teorias sociológicas, mas a um enfrentamento que propicie
aos alunos refletir sobre a sua realidade mais imediata e sobre o mundo social que o
cerca. Contudo, esta reflexão deve ter como base de sustentação os conhecimentos
fornecidos pela Sociologia, escapando assim do senso comum e das visões
preconceituosas e estereotipadas.
De maneira mais esquematizada, o objetivo geral da disciplina se
apresenta da seguinte maneira:
◘ Despertar no aluno a compreensão crítica da realidade em que vive e de si
mesmo;
◘ Construir um nível de leitura da realidade, pensando-a sociologicamente;
◘ Perceber as diferenças sociais, ressaltando os anseios de cada uma delas;
◘ Perceber a dinâmica dos movimentos sociais e suas causas;
◘ Debater a cidadania no âmbito da sociedade contemporânea de consumo.
33.9.3 Organização dos Conteúdos
Conteúdos Estruturantes e Conteúdos Básicos
A esquematização dos conteúdos em forma de tópicos, da maneira como
colocada abaixo, não significa que os conteúdos específicos serão trabalhados de
forma fechada. Pelo contrário, deve existir uma situação relacional que ligue os
conteúdos entre si.
1. O surgimento da Sociologia e o desenvolvimento das teorias sociológicas.
◘ Contexto histórico do surgimento da Sociologia;
◘ O desenvolvimento teórico da Sociologia a partir da análise dos clássicos da
Sociologia: Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx.
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2. A produção sociológica no Brasil.
◘ O desenvolvimento da Sociologia no Brasil.
3. Processo de socialização e as instituições sociais.
◘ Processo de socialização;
◘ Análise das instituições sociais escolar, religiosa e familiar;
◘ Instituições de ressocialização: prisões, manicômios, educandários, asilos.
4. Cultura e Indústria cultural.
◘ Conceito de cultura e seu desenvolvimento;
◘ Diversidade e identidade cultural;
◘ Indústria cultural, meios de comunicação de massa e sociedade de consumo.
◘ Cultura afro-brasileira, africana e indígena.
5. Trabalho, produção e classes sociais.
◘ O processo de trabalho e de desigualdades sociais: castas, estamentos e
classes sociais;
◘ Globalização e relações de trabalho: novas formas de trabalho e
precarização;
◘ A urbanização recente do Estado do Paraná.
33.9.4 Encaminhamentos Metodológicos
Como ressaltado anteriormente, a Sociologia no ensino Médio apresenta-
se sob uma perspectiva crítica. Isto é,
trata-se de propiciar ao aluno do Ensino Médio os conhecimentos
sociológicos, de maneira que alcance um nível de compreensão mais
elaborado em relação às determinações históricas nas quais se situa e,
também, fornecendo-lhe elementos para pensar possíveis mudanças
sociais ((DIRETRIZES CURRICULARES DE SOCIOLOGIA PARA A
EDUCAÇÃO BÁSICA, 2008. p. 92).
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Nesse sentido, como apontam as Diretrizes Curriculares (2008), tanto
professor quanto aluno são pesquisadores de suas realidades sociais. Contudo, as
indagações levantadas pelos “pesquisadores” deverão ser indagações sociológicas,
de cunho teórico e científico. Considerar professor e aluno como “pesquisadores” de
sua realidade social – e, portanto, leitores críticos dela – colabora para que o
processo de ensino-aprendizagem não caia num cientificismo acadêmico, onde as
teorias e problematizações trazidas no textos se distanciem da realidade social.
De forma esquematizada, os recursos metodológicos compreenderão:
◘ O espaço da sala de aula e o quadro negro;
◘ O livro público didático de Sociologia;
◘ Outras bibliografias, como as citadas nas referências;
◘ Recursos audiovisuais: filmes, documentários e músicas;
◘ Notícias de jornais, revistas e sites;
◘ Pesquisa empírica.
33.9.5 Avaliação
A avaliação na disciplina de Sociologia deve articular os conteúdos
propostos com uma leitura crítica da realidade social. Isto significa que os
conhecimentos trabalhados em sala de aula devem ser instrumentos capazes de
“desnaturalizar” as relações sociais, o contexto onde o aluno e professor estão
inseridos. Mais do que a leitura e o conhecimento dos textos e teorias sociológicas,
o professor deve buscar, juntamente com o aluno, uma leitura da realidade social.
Assim, é necessário articular os conceitos básicos da disciplina com a prática social,
a capacidade de argumentação teórica e a fuga da leitura rápida e superficial do
senso comum (DIRETRIZES CURRICULARES DE SOCIOLOGIA PARA A
EDUCAÇÃO BÁSICA, 2008).
De forma esquematizada, dentro da perspectiva colocada acima, os
instrumentos de avaliação compreenderão:
◘ Avaliação escrita;
◘ Relatórios de pesquisas empíricas e teóricas;
◘ Participação e desenvolvimento das atividades propostas;
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Em relação aos conteúdos estruturantes serão observados os seguintes
critérios:
No conteúdo estruturante “O surgimento da Sociologia e o
desenvolvimento das teorias sociológicas” espera-se que o aluno compreenda a
Sociologia como uma ciência moderna e recente, entendida como um produto da
sociedade capitalista, que representa a ruptura de uma sociedade anterior, trazendo
novas formas de sociabilidade e de interpretação do mundo e de pensamento. Em
relação ao desenvolvimento das teorias clássicas, o aluno deverá entender o
pensamento produzido pelos clássicos da Sociologia como um esforço de leitura
científica e racional da nova realidade que surgia, relacionado esta leitura clássica à
sua realidade.
No segundo conteúdo estruturante, “A produção sociológica no Brasil”, é
importante que o aluno compreenda através da transição histórica da proclamação
da república como a sociedade brasileira se encontrava excluída do processo
histórico, econômico e político.
Em “Processo de socialização e Instituições sociais”, espera-se que o
aluno compreenda a importância do papel de cada instituição para a sociedade e
para o indivíduo.
Dentro do conteúdo estruturante “Cultura e Indústria cultural”, um primeiro
critério de avaliação é a compreensão do conceito de cultura e a partir dele a
construção de um questionamento sobre a diversidade, e sua identidade enquanto
sujeito de uma cultura. Outro critério de avaliação refere-se à compreensão da
influência dos meios de comunicação e sua atuação como ferramenta de dominação
ideológica sobre a sociedade e os indivíduos.
No conteúdo estruturante “Trabalho, produção e classes sociais”, aluno
deverá perceber que através do desenvolvimento do sistema capitalista ocorreu a
divisão entre as classes sociais e o domínio dos meios de produção, o que
fundamenta as desigualdades sociais. A partir disso, espera-se que o aluno
compreenda a dinâmica do trabalho na sociedade moderna e sua relação com a
organização social em geral.
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33.9.6 Referências Bibliográficas
CARVALHO, L. M. G. (org). Sociologia e Ensino em debate: experiências de Sociologia no Ensino Médio. Ijuí: Unijuí, 2004. CORDI, C. (et all.). Para filosofar. São Paulo: Scipione, 2005. DEMO, P. Sociologia: uma introdução crítica. São Paulo: Ática, 1981. FERRETTI, C. J. (et all.). Tecnologias, trabalho e educação: um debate multidisciplinar. Petrópolis: Vozes, 2003. FORACCHI, M. M.; MARTINS, J.S. (orgs). Sociologia e Sociedade: leituras de introdução à Sociologia. Rio de Janeiro: LTC, 1977. GIDENS, A. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005. HARVEY, D. Condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 1998. LARAIA, R. B. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Zahar, 1986. MARTINS, C. B. O que é Sociologia. São Paulo: Brasiliense, 2006. OLIVEIRA, M. K. Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem. In: RIBEIRO, Vera Masagão. (Org.). Educação de Jovens e adultos: novos leitores, novas leituras. 1a Ed. Campinas/São Paulo, 2001, v. 01, p. 15-43. OLIVEIRA, P. S. Introdução à Sociologia. São Paulo: Ática, 2004. OLIVEIRA, M. K. Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem. In: RIBEIRO, Vera Masagão. (Org.). Educação de Jovens e adultos: novos leitores, novas leituras. 1a Ed. Campinas/São Paulo, 2001, v. 01, p. 15-43. PARANÁ (Estado). Secretaria da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares de Sociologia para a Educação Básica. Curitiba, 2006. RODRIGUES, A. T. Sociologia da Educação. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. SACRISTÁN, J.G.; GÓMEZ, A. I. P. Compreender e transformar o ensino. Porto Alegre: Artmed, 2000. TOMAZI, N. Iniciação à Sociologia. São Paulo: Atual, 2000.
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33.10 Disciplina De Filosofia
Ensino Médio
33.10.1 Apresentação da Disciplina
A origem da Filosofia na Grécia Antiga nasce como conhecimento
racional, ela foi uma interrogação sobre os elementos essenciais da vida, como:
quem somos? o que é o conhecimento? o que é ser justo? o que é democracia?
qual o caminho e a chave da felicidade humana?
A Filosofia ao trabalhar com conceitos teóricos, não significa que ela nos
distancia da vida, ao contrário, serve para que voltemos nosso olhar para o
cotidiano, questionando, buscando respostas que justifiquem a nossa existência. Dar
condições de confrontar o próprio pensamento com todos os outros, e posicionar-se
num mundo complexo e conflitivo.
As Diretrizes Curriculares de Filosofia pontuam que ao se tratar de ensino
de Filosofia é pertinente retomar a questão de que ensina-se a Filosofia ou a
filosofar? Para Kant, “não há filosofia que se possa aprender; só se pode aprender a
filosofar”. Isso significa que para ele não é possível separar a filosofia da atitude de
filosofar, pois, a filosofia é sobretudo uma atitude, um pensar permanente dos
acontecimentos do cotidiano da nossa história. Portanto, o termo refletir é retomar o
próprio pensamento, voltar para si mesmo e colocar em questão o que já se
conhece. O ensino de Filosofia se posiciona não como posse da verdade, mas como
sua busca.
Os gregos buscaram responder essas questões partindo da compreensão
do mundo através do mito, das explicações da vida através da criação de vários
mitos para preservar a memória histórica e buscar um significado para os fatos
políticos, econômicos e sociais. A imaginação fértil deste povo criou figuras
mitológicas das mais diversas, que habitavam o mundo material, influenciando na
vida do povo da Grécia Antiga. Agradar uma divindade era condição fundamental
para atingir bons resultados na vida material e direcionavam a conduta moral desse
povo. A Filosofia, surge como proposta de superação do visão mitológica do mundo
para a compreensão da realidade fundamenta no pensamento racional.
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A Filosofia, que tem a sua origem na Grécia antiga, traz consigo o
problema de seu ensino a partir do embate entre o pensamento de Platão ( 428-354
A.C., nascido em Atenas) e as teorias dos sofistas. Naquele momento, tratava-se de
compreender a relação entre o conhecimento e o papel da retórica no ensino. Por
um lado, Platão admitia que, sem uma noção básica das técnicas de persuasão, a
prática do ensino da Filosofia teria efeito nulo sobre os jovens. Assim, a Filosofia
praticada pelos sofistas se limitava a criar uma técnica de persuasão, de
convencimento do ouvinte, através do uso de discursos. A Filosofia, desta forma,
estaria favorecendo a quem nesse momento?
A Filosofia Antiga se caracteriza inicialmente pela preocupação com as
questões de ordem cosmológica, indagações sobre a natureza e o seu
ordenamento. Num outro momento, a filosofia amplia suas discussões e passa a
investigar elementos referentes a condição humana, como exemplo: a origem do
mundo, as leis que regem o universo, o espaço que o homem ocupa no cosmos, e a
questão da ética e da política.
No período da Idade Média o que temos a dizer sobre o desenvolvimento
da Filosofia? Com a contribuição dos historiadores podemos compreender que a
Filosofia na fase medieval era fortemente marcada pelo teocentrismo, pensamento
de características muito diferentes das que prevaleciam no período anterior. Após o
fim do Império Romano a Igreja estabelece o poder eclesiástico, fundamentado nos
teóricos cristãos. A função dessas teologias políticas era a ordenação, a
hierarquização e o controle da sociedade através da argumentação da lei divina.
Nesse contexto, a Filosofia saí do espaço público de discussão e passa a ser
“exclusiva” da Igreja. A Filosofia da Idade Média, nos seus dois grandes períodos,
Patrística (séc. II ao VIII) e Escolástica (séc. IX ao XIV).
Na modernidade, a busca da autonomia da razão, promove
paulatinamente a substituição do pensamento teocêntrico pelo pensamento
antropocêntrico. A Filosofia torna-se independente da Teologia e os pensadores
passam a tratar de questões filosófico-científicas (Racionalismo, Empirismo,
Criticismo). Assim ser moderno significa valorizar o homem (antropocentrismo), é
separar o campo da fé e da razão.
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A partir do final do século XIX, a Filosofia é marcada pelo pluralismo de
ideias, o que permite pensar de maneira específica cada um dos conteúdos
estruturantes, caracterizando o pensamento e perspectiva da história do
pensamento da Filosofia.
No Brasil, a Filosofia como disciplina figura nos currículos escolares desde
o ensino jesuítico, ainda nos tempos coloniais sob as leis do Ratio Studiorum −
documento publicado em 1599, que segundo Ribeiro (1978) objetivava a
organização e o planejamento do ensino dos Jesuítas, numa perspectiva de
canonização do povo brasileiro com base em elementos da cultura europeia.
Com a Proclamação da República, a Filosofia passou a fazer parte dos
currículos oficiais, até mesmo como disciplina obrigatória. Essa presença não
significou, porém, um movimento de crítica à configuração social e política brasileira,
que oscilou entre a democracia formal, o populismo e a ditadura. Na década de 1930
com a política educacional da era Vargas (especialmente na constituição de 1937)
percebe-se em que os currículos escolares são fundamentados no desenvolvimento
da educação técnica profissional, de nível secundário e superior direcionados para o
interesse da economia nacional, padrão esse que predominou até 1961.
A LDB n. 4.024/61 extinguiu a obrigatoriedade do ensino de Filosofia e,
com a Lei n. 5.692/71, durante a ditadura, a Filosofia desapareceria dos currículos
escolares do Segundo Grau, sobretudo por não servir aos interesses políticos,
econômicos e ideológicos do período, ou seja, a ditadura militar.
A partir da década de 1980, com o processo de abertura política e de
redemocratização do país, as discussões e movimentos pelo retorno da Filosofia ao
Ensino Médio (à época, denominado Segundo Grau) ocorreram em vários estados
do Brasil.
A partir da LDB n. 9.394/96, o ensino de Filosofia, no Nível Médio,
começou a ser discutido, embora a tendência das políticas curriculares oficiais fosse
a de manter a Filosofia em posição de saber transversal às disciplinas do currículo.
Essa posição está expressa no veto de 2001 do então presidente Fernando
Henrique Cardoso ao projeto de lei que propunha o retorno da Filosofia e da
Sociologia como disciplinas obrigatórias no Ensino Médio.
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Em agosto de 2006, o parecer CNE/CEB n. 38/2006, que tornou a
Filosofia e a Sociologia disciplinas obrigatórias no Ensino Médio, foi homologado
pelo Ministério da Educação pela Resolução n. 04 de 16 de agosto de 2006. No
Estado do Paraná, foi aprovada a lei n. 15.228, em julho de 2006, tornando a
Filosofia e a Sociologia obrigatórias na matriz curricular do Ensino Médio. Assim
percebemos, que o ensino de Filosofia é caracterizado por idas e vindas na história
da educação brasileira.
Ao avaliar a concepção histórica da Filosofia e a sua trajetória no ensino
de educação no Brasil, podemos melhor perceber que o sentido da introdução a
Filosofia, não é formar filósofos, mas sim despertar e aprimorar a reflexão filosófica,
a partir do contato com as ideias de grandes pensadores, ampliando dessa forma
nossa compreensão do mundo, para podermos continuar pensando por conta
própria.
Desta forma, o ensino da Filosofia no EJA está baseado na compreensão
não apenas do conhecimento teórico, mas no questionamento da realidade e no
movimento em torno das respostas de forma livre e emancipadora do pensamento e
ações do nosso aluno.
33.10.2 Objetivos da Disciplina
A Filosofia apresenta-se como conteúdo filosófico e também como um
conhecimento que possibilita ao educando da EJA, o desenvolvimento de um estilo
próprio de pensamento que leve a capacidade de superar a situação dada e não
escolhida.
No ensino da EJA, o desafio inicial é desenvolver no aluno as
potencialidades que a caracterizam, como:
◘ capacidade de indagação e critica;
◘ poder de sistematização, de fundamentação;
◘ domínio de conceitos;
◘ uso de argumentação teórica que influencie no seu cotidiano;
◘ desejo de transformação enquanto indivíduo e ser social.
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O universo de entendimento do aluno do EJA é uma visão de mundo
influenciada por laços culturais de origem, vivência familiar, social e profissional.
Esse aluno tem uma noção de mundo relacionada ao ver e ao fazer, assim ao
estabelecer como objetivo o retorno à escola esse aluno tem um olhar voltado para a
aprendizagem, mas um olhar curioso, olhar que investiga, que analisa. Então, a
dimensão pedagógica que se tem do ensino da Filosofia na EJA , é proporcionar um
espaço de criação e provocação do pensamento original da busca da compreensão,
da investigação e da criação de novas possibilidades, de uma nova condição
humana.
33.10.3 CONTEÚDOS
Conteúdos Estruturantes e Conteúdos Específicos
Os Conteúdos estruturantes foram elaborados com base na orientação
das Diretrizes Curriculares, porém os conteúdos específicos podem sofrer
alterações.
Conteúdo Estruturante: Mito e Filosofia
Conteúdos específicos:
◘ A história do mito;
◘ A relação do Mito e Filosofia;
◘ O Mito na atualidade.
Conteúdo Estruturante: Teoria do conhecimento
Conteúdos específicos:
◘ O que é Filosofia;
◘ O que é conhecimento;
◘ Possibilidade do conhecimento: ceticismo e dogmatismo;
◘ O problema da verdade.
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Conteúdo Estruturante: Ética
Conteúdos específicos:
◘ Ética e Moral;
◘ Ética e Violência;
◘ Liberdade: autonomia do sujeito e a necessidade das normas.
Conteúdo Estruturante: Filosofia e Política
Conteúdos específicos:
◘ Política e Ideologia;
◘ Cidadania participativa.
Conteúdo Estruturante: Estética
Conteúdos específicos:
◘ Filosofia e arte;
◘ Estética e sociedade.
33.10.4 Encaminhamento Metodológico
O ensino da Filosofia no Ensino Médio apresenta-se numa perspectiva de
emancipação humana do pensamento, estimulando o aluno a pensar sobre a sua
própria realidade com coerência e senso crítico. Podemos dizer que o ensino da
Filosofia “na escola pode significar o espaço de experiência filosófica, espaço de
provocação do pensamento original, da busca, da compreensão, da imaginação, da
investigação, da análise e da criação de conceitos” (DIRETRIZES CURRICULARES
DE FILOSOFIA PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA, 2008, p. 51).
A aula de Filosofia na EJA deve estar na perspectiva de quem dialoga com
a vida, uma análise atual, fazendo uma abordagem contemporânea que
remeta o educando a sua própria realidade. Assim, os conteúdos serão
estudados com o auxílio de textos filosóficos, que devem fornecer subsídios
para que o aluno possa pensar o problema, pesquisar, fazer as co-relações
e ampliar a sua visão de mundo.
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Os recursos metodológicos utilizados serão:
◘ O espaço da sala de aula e o quadro negro;
◘ O livro público didático de Filosofia;
◘ Outras bibliografias, como as citadas nas referências;
◘ Recursos audiovisuais: filmes, documentários e músicas;
◘ Notícias de jornais, revistas e sites;
◘ Pesquisa empírica;
◘ TV pen drive.
33.10.5 Avaliação
Para Kohan e Waksman (2002), o ensino de Filosofia tem uma
especificidade que deve ser levada em conta no processo de avaliação. A Filosofia
como prática, como discussão com o outro e como construção de conceitos
encontra seu sentido na experiência de pensamento filosófico. O educador deve
perceber o processo de desenvolvimento do aluno quanto a superação do senso
comum para a formação de um conhecimento mais elaborado pautado na ciência.
A avaliação de Filosofia se inicia com a mobilização para o
conhecimento, por meio da análise comparativa do que o estudante pensava antes e
do que pensa após o estudo. Com isso, torna-se possível entender a avaliação
como um processo de construção do conhecimento.
Com base nesta perspectiva de trabalho, os instrumentos de avaliação
serão:
◘ Avaliação escrita;
◘ Relatórios de pesquisas empíricas e teóricas;
◘ Participação e desenvolvimento das atividades propostas.
Para que se realize o encaminhamento dos conteúdos estruturantes
serão observados os seguintes critérios:
O conteúdo estruturante, “A história do Mito e a relação entre Mito e
Filosofia”, deseja-se resgatar o conceito do mito na Grécia Antiga para que o aluno
perceba que o homem sempre se preocupou em buscar respostas sobre o mundo.
O aluno analisará que o Mito estabelecia uma conduta moralizante na sociedade
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antiga (Grécia), bem como, a importância da Filosofia em superar as explicações
fundamentadas no Mito. E na atualidade, como perceber que os meios de
comunicação exercem uma forte influência em nossa vida, relacionando o mito no
mundo contemporâneo.
O próximo conteúdo, “Teoria do conhecimento” é uma discussão que
estimula o aluno a repensar sobre o conhecimento fundamentado na razão, para se
aproximar da certeza e da verdade, auxiliando o indivíduo a agir com coerência no
seu cotidiano.
O seguinte conteúdo, “Ética e Moral”, o interesse é levar o aluno a
analisar que a Ética é uma forma de reflexão sobre o comportamento, hábitos e
costumes do indivíduo na sociedade. A Ética é discutida numa perspectiva de
escolha fundamentada na razão, com o intuito de superar os conflitos na vida
cotidiana.
A ”Filosofia e Política”, é um conteúdo em que se discute com o aluno
qual a concepção que se faz atualmente da política, ou seja, como ocorreu a
depreciação e a banalização do poder político em nosso cotidiano e como reverter
essa situação.
O conteúdo estruturante, “Estética” proporcionará ao aluno compreender
sobre as diversas formas de manifestação artísticas existentes no seu cotidiano e
espera-se que o aluno perceba a criação da padronização do belo, do gosto na
sociedade.
33.10.6 Referências Bibliográficas BORNHEIM, G. O sujeito e a norma. In. NOVAES, A. Ética. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. BRASIL. Ministério de Educação. Orientações curriculares do ensino médio. Brasília. MEC/SEB, 2006.
CORBISIER, R. Introdução à filosofia. 2 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,1986, v.1.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O que é a filosofia? Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992. (Coleção Trans).
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FAVARETTO, C.F. Notas sobre o ensino da filosofia. In: ARANTES, P. E. et all (Org.). A filosofia e seu ensino. Petrópolis/São Paulo: Vozes/Educ, 1995. FILOSOFIA. Vários autores. Curitiba: SEED-PR, 2006. 336 p. (Livro Didático Público)
GALLO, S.; KOHAN, W. O. (Orgs). Filosofia no Ensino Médio. Petrópolis: Vozes, 2000.
KANT, I. Crítica da razão pura. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1985. KOHAN; WAKSMAN. Perspectivas atuais do ensino de filosofia no Brasil. In: FÁVERO, A; KOHAN, W.O.; RAUBER, J.J. Um olhar sobre o ensino de filosofia. Ijuí: Ed. da UNUJUÍ, 2002. MARX, K. A questão judaica. In: __________. Manuscritos econômico-filosóficos. Tradução Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 1993. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Proposta curricular para o ensino de filosofia no 2.º grau. Curitiba, 1994.
REALE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia: patrística e escolástica. São Paulo: Paulus, 2003. RUSSELL, B. Os problemas da filosofia. Tradução António Sérgio. Coimbra: Almedina, 2001.
SEVERINO. A J. O ensino de filosofia: entre a estrutura e o evento. In: GALLO; S., DANELON; M., CORNELLI, G., (Orgs.). Ensino de filosofia: teoria e prática. Ijuí: Ed. Unijuí, 2004. VASCONCELLOS, C. do S. A construção do conhecimento em sala de aula. São Paulo: Libertad, 2000.
33.11 DISCIPLINA DE LEM – INGLÊS
Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio
33.11.1 Apresentação da Disciplina
Língua Estrangeira Moderna – LEM – é um espaço em que se pode
ampliar o contato com outras formas de perceber, conhecer e entender a realidade,
tendo em vista que a percepção do mundo está, também, intimamente ligada às
línguas que se conhece. Ela se apresenta como um espaço de construções
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discursivas contextualizadas que refletem a ideologia das comunidades que a
produzem. Desta maneira, o trabalho com LEM parte do entendimento do papel das
línguas nas sociedades como mais do que meros instrumentos de acesso à
informação: as LEM são também possibilidades de conhecer, expressar e
transformar modos de entender o mundo e construir significados. (SEED,2005). Sua
importância hoje no mundo e, mais especificamente, no mundo do trabalho, faz com
que o ensino e a aprendizagem dessa língua adquiram uma importância cada vez
maior no currículo da Educação de Jovens e Adultos.
É um instrumento de inclusão social a partir do momento em que
oportuniza o acesso a outras comunidades e conhecimentos, permitindo o
alargamento de horizontes e a expansão das capacidades interpretativas e
cognitivas dos educandos. Através da LEM se reconhece a diversidade cultural, e
torna-se possível oportunizar o educando a vivenciar criticamente a cultura do outro
ao mesmo tempo em que valoriza a própria.
Segundo Gimenez (2005), a língua se constitui como um espaço de
comunicação intercultural, exercendo “o papel de mediadora das relações entre
pessoas de diferentes línguas maternas”, tendo em vista que existe,
aproximadamente, mais de 300 milhões de falantes nativos e mais de 1 bilhão de
usuários no mundo todo, sendo a língua principal em livros, jornais, aeroportos e
controle de tráfego aéreo, negócios internacionais e conferências acadêmicas,
ciência, tecnologia, medicina, diplomacia, esportes, competições internacionais,
música pop e propaganda.
Partindo desse pressuposto, a LEM é um instrumento para que o
educando seja capaz de construir e não somente consumir o conhecimento
oferecido por outros, propiciando “reflexões sobre a relação entre língua e sociedade
e, consequentemente, sobre as motivações subjacentes às escolhas linguísticas em
situações de comunicação (oral e escrita).” (PARANÁ, 2005).
Ao serem expostos às diversas manifestações da língua na sociedade, os
educandos podem entender as implicações político-ideológicas.
E de acordo com os pressupostos teóricos das Diretrizes Curriculares de
Língua Estrangeira Moderna do Estado do Paraná, objetiva-se que a língua
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estrangeira tenha uma importância crucial na formação do aluno, sobretudo do
ensino público que, pela sua condição social, não dispõe de todos os meios de
acesso á informação e à criticidade no trato com as mesmas. Nesse contexto, o
papel da escola é colaborar na formação do cidadão, de tal forma que ele ou ela
possa, pela mediação do conhecimento científico, estético e filosófico, compreender
a realidade que o cerca e ser capaz de nela intervir.
33.11.2 Conteúdos
33.11.2.1 Conteúdos Estruturantes
No caso da língua Inglesa na EJA, dadas as características, o trabalho
parte da exploração de diversos gêneros textuais que propiciam a exposição do
educando a língua dentro de um contexto de interação verbal, como espaço de
produção de sentidos possibilitando a análise e estudo de sua estrutura, servindo
também como ponte para criar a interação entre as habilidades em cada contexto.
O conteúdo estruturante Discurso como prática social será priorizado
através da leitura, oralidade e escrita. Servindo-se de materiais reais e textos
autênticos para a construção de significados com a interação ativa dos educandos.
Os textos serão selecionados a partir das necessidades e sugestões dos alunos
desta modalidade de ensino, visando, não apenas os objetivos de natureza
linguística e sim os fins educativos com diversos graus de complexidade da estrutura
lingüística, permitindo assim, estabelecer relações entre as ações individuais e
coletivas.
Além dos temas sugeridos pelos alunos, será também trabalhado, através
de textos e afins os temas sugeridos pela lei 10.639/03 e 13.381/01 que visa a
discussão da História e Cultura Afro-brasileira e Africana, da História do Paraná e as
questões ambientais.
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Ensino Fundamental – Fase II
1. Textos (escritos, orais, visuais, dentre outros)
◘ Identificação de diferentes gêneros textuais, tais como: informativos,
narrações, descrições, poesias, tiras, correspondência, receitas, bulas de
remédios, folders, outdoors, placas de sinalização, rótulos e embalagens e etc.;
◘ Identificação da ideia principal de textos. (skimming);
◘ Identificação de informações específicas em textos. (scanning);
◘ Identificação de informações expressas em diferentes formas de linguagem
(verbal e não verbal);
◘ Inferência de significados a partir de um contexto;
◘ Trabalho com cognatos, falsos cognatos, afixos, grupos nominais, etc.
1.1.Foco Linguístico
◘ Substantivos;
◘ Adjetivos;
◘ Pronomes: pessoais, possessivos demonstrativos, e interrogativos;
◘ Verbo to be e there to be (formas: afirmativa, interrogativa e negativa);
◘ Tempos verbais: presente simples e contínuo, passado simples regular e
irregular de verbos mais comuns) e futuro com Will;
◘ Imperativo: formas afirmativa e negativa;
◘ Preposições (in, on, at, from, to...);
◘ Advérbios de tempo, lugar e frequência.
1.2.Vocabulário Básico
◘ Saudações, apresentações horas, família, partes do corpo, cores, dias da
semana, meses, estações do ano, profissões, roupas, animais, locais públicos,
condições do tempo, partes da casa, refeições, adjetivos, numerais (cardinal e
ordinal);
◘ Identificação da idéia principal de textos. (skimming);
◘ Identificação de informações específicas em textos. (scanning).
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Ensino Médio
1. Textos (escritos, orais, visuais, dentre outros)
◘ Identificação de diferentes gêneros textuais, tais como: informativos,
narrações, descrições, poesias, tiras, correspondência, receitas, bulas de
remédios, folders, outdoors, placas de sinalização, rótulos e embalagens e etc.;
◘ Identificação da ideia principal de textos. (skimming);
◘ Identificação de informações específicas em textos. (scanning);
◘ Identificação de informações expressas em diferentes formas de linguagem
(verbal e não verbal);
◘ Inferência de significados a partir de um contexto;
◘ Trabalho com cognatos, falsos cognatos, afixos, grupos nominais, etc.;
◘ Inferência de significados das palavras a partir de um contexto. (cognatos,
etc..).
1.1 Foco Linguístico
◘ Tempos verbais: presente simples e contínuo, passado simples (regular e
irregular) e contínuo e futuro com will e going to, nas formas afirmativas;
◘ interrogativa e negativa;
◘ Comparativo e superlativo. (graus dos adjetivos);
◘ Verbos modais: can, may, could, should, must;
◘ Substantivos contáveis e incontáveis;
◘ Some, any, no e derivados.
1.2 Vocabulário
◘ O vocabulário relacionado aos temas abordados nas unidades de estudo.
33.11.3 Encaminhamento Metodológico
O trabalho a ser desenvolvido com a língua segue uma abordagem onde a
língua é vista como instrumento de interação, investigação, interpretação, reflexão e
construção, norteada pelos três eixos articuladores: cultura, trabalho e tempo. Nessa
concepção, levará em consideração a realidade do educando, valorizando sua
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bagagem de conhecimentos e respeitando suas necessidades e características
individuais, na certeza de que o jovem e o adulto aprendem melhor e desenvolvem
maior autonomia e responsabilidade quando se vê envolvido no processo de ensino
e aprendizagem.
Há que se pensar que ao ensinar uma LEM deve-se buscar a
autenticidade da Língua, a articulação com as demais disciplinas e a relevância dos
saberes escolares frente à experiência social construída historicamente pelos
educandos.
Para a definição das metodologias a serem utilizadas, é necessário levar
em conta que o educando é parte integrante no processo e deve ser considerado
como agente ativo da aprendizagem, visto que ele traz saberes e estes vão interagir
com os saberes que ele vai adquirir.
Na busca desta interação, busca-se uma metodologia que leve em
consideração que as habilidades da LEM – leitura, escrita, compreensão oral e
compreensão auditiva – não são únicas, elas interagem de acordo com o contexto e
precisam ser vistas como plurais complexas e dependentes de contextos
específicos. A língua não pode ser entendida como algo fechado ou abstrato, na
forma de uma gramática, onde toda a formação, o aspecto vivo da LEM, sua
capacidade de transformar em contextos diferentes.
Portanto, as metodologias a serem aplicadas devem levar em conta,
principalmente, o contexto em que estão sendo aplicadas, de acordo com suas
necessidades levem o educando a criarem significados, posto que estes não vem
prontos na linguagem.
33.11.4 Conteúdos
Ensino Fundamental – Fase II
No caso da língua Inglesa na EJA, dadas as características, o trabalho
parte da exploração de diversos gêneros textuais que propiciam a exposição do
educando à língua dentro de um contexto, possibilitando a análise e estudo de sua
estrutura, servindo também como ponte para o criar a interação entre as habilidades
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em cada contexto. Propiciando reflexão dos elementos discursivos, textuais,
estruturais e normativos.
1. Textos (escritos, orais, visuais, dentre outros)
◘ Identificação de diferentes gêneros textuais, tais como: informativos,
narrações, descrições, poesias, tiras, correspondência, receitas, bulas de
remédios, folders, outdoors, placas de sinalização, rótulos e embalagens e etc.;
◘ Identificação da ideia principal de textos. (skimming);
◘ Identificação de informações específicas em textos. (scanning);
◘ Identificação de informações expressas em diferentes formas de linguagem
(verbal e não verbal);
◘ Inferência de significados a partir de um contexto;
◘ Trabalho com cognatos, falsos cognatos, afixos, grupos nominais, etc.
1.1 Foco Linguístico
◘ Substantivos;
◘ Adjetivos;
◘ Pronomes: pessoais, possessivos demonstrativos, e interrogativos;
◘ Verbo to be e there to be (formas: afirmativa, interrogativa e negativa);
◘ Tempos verbais: presente simples e contínuo, passado simples regular e
irregular de verbos mais comuns e futuro com Will;
◘ Imperativo: formas afirmativa e negativa;
◘ Preposições (in, on, at, from, to...);
◘ Advérbios de tempo, lugar e frequência.
1.2 Vocabulário Básico
◘ Saudações, apresentações horas, família, partes do corpo, cores, dias da
semana, meses, estações do ano, profissões, roupas, animais, locais públicos,
condições do tempo, partes da casa, refeições, adjetivos, numerais (cardinal e
ordinal);
◘ Identificação da ideia principal de textos. (skimming);
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◘ Identificação de informações específicas em textos. (scanning).
Ensino Médio
1.Textos (escritos, orais, visuais, dentre outros)
◘ Identificação de diferentes gêneros textuais, tais como: informativos,
narrações, descrições, poesias, tiras, correspondência, receitas, bulas de
remédios, folders, outdoors, placas de sinalização, rótulos e embalagens e etc.;
◘ Identificação da ideia principal de textos. (skimming);
◘ Identificação de informações específicas em textos. (scanning);
◘ Identificação de informações expressas em diferentes formas de linguagem
(verbal e não verbal);
◘ Inferência de significados a partir de um contexto;
◘ Trabalho com cognatos, falsos cognatos, afixos, grupos nominais, etc.;
◘ Inferência de significados das palavras a partir de um contexto. (cognatos
etc..).
1.1 Foco Linguístico
◘ Tempos verbais: presente simples e contínuo, passado simples (regular e
irregular) e contínuo e futuro com will e going to, nas formas afirmativas,
interrogativa e negativa;
◘ Comparativo e superlativo. (graus dos adjetivos);
◘ Verbos modais: can, may, could, should, must;
◘ Substantivos contáveis e incontáveis;
◘ Some, any, no e derivados.
1.2 Vocabulário
◘ O vocabulário relacionado aos temas abordados nas unidades de estudo.
33.11.5 Avaliação
A avaliação objetiva favorecer o processo de ensino e aprendizagem e
considerando-se a característica desta modalidade de ensino EJA, alguns fatores
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deverão ser levados em conta: o conhecimento prévio do aluno, a heterogeneidade
dos alunos no ambiente da sala de aula, suas histórias de vida, vivências, idade e
interesses.
O processo de avaliação não deverá ser visto como um fim e sim como
um meio de aprendizagem. Deverá ser levados em conta o envolvimento do aluno,
sua participação e seus limites.
A avaliação, nesta perspectiva, visa contribuir para a compreensão das
dificuldades dos alunos e proporcionar ao professor subsídios para uma prática
pedagógica diferenciada que vise solucionar tais dificuldades contribuindo para a
formação do aluno de maneira que este tenha, através da avaliação, uma
aprendizagem continuada.
A recuperação é um direito do aluno e objetiva a retomada de conteúdos
para se concretizar a aprendizagem não atingida. No processo de recuperação os
conteúdos deverão ser revistos de forma diferenciada para que se atinja o objetivo
da aprendizagem.
Os alunos deverão ser avaliados através de múltiplas atividades
diferenciadas dentro e fora do espaço da sala de aula. Atividades que não vise
somente à memorização de conteúdo específico, mas atividades que sejam
reflexivas e compreensíveis, não sendo um mecanismo para classificar, excluir ou
promover o aluno, mas sim um recurso pedagógico para se repensar e planejar uma
nova práxis pedagógica tais como:
◘ trabalhos em duplas e individuais;
◘ apresentações orais de trabalhos em equipe realizados em sala;
◘ participação das atividades e exercícios propostos em sala;
◘ atividades de interpretação de textos, individuais e em duplas;
◘ produção de mini textos;
◘ produção de trabalhos com cartazes;
◘ testes escritos individuais e em duplas;
◘ discussão dos temas sugeridas nos textos.
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33.11.6 Referências Bibliográficas
PENNYCOOK, Alastair. English and the discourses of Colonialism. London: Routledge. 1999. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental da Rede de Educação Básica do Estado do Paraná: Língua Estrangeira Moderna. Versão Preliminar. 2005 GIMENEZ, Telma. Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental da Rede de Educação Básica do Estado do Paraná: Língua Estrangeira Moderna.
33.12 Disciplina de Arte
Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio
33.12.1 Apresentação da Disciplina
Encontramos o ensino da Arte presente no Brasil desde o século XVI,
com a ação dos jesuítas. A Arte era parte dos ensinamentos, cujo objetivo principal
era a catequização dos grupos que aqui habitavam e que incluía a Retórica, a
Literatura, a Escultura, a Pintura, a Música e as Artes Manuais. Com a expulsão dos
jesuítas pelo Marquês de Pombal e a posterior Reforma Educacional Brasileira
(1792-1800) – Reforma Pombalina - o ensino da Arte tornou-se irrelevante e o
Desenho, por exemplo, foi associado à Matemática na forma de Desenho
Geométrico.
Mesmo com o incentivo de D. João VI ao ensino da Arte no início do
século XIX – o que resultou na Academia de Belas Artes do Rio de Janeiro (1826) –
nas escolas, o ensino ainda era influenciado pelo Iluminismo, priorizando a área
científica. Essa visão foi ratificada na 1ª. Reforma Educacional do Brasil República
em 1890, realizada por Benjamin Constant, cujo objetivo ainda era valorizar a
Ciência e a Geometria. A partir de 1931, com a implantação do ensino da Música por
meio do Canto Orfeônico, o ensino da Arte fez-se presente no primeiro projeto de
educação pública de massa.
No Paraná, em 1954, foi criada a Escola de Artes no Colégio Estadual, na
cidade de Curitiba, envolvendo Artes Plásticas, Teatro e Música.
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O ensino da Arte somente passa a ser obrigatório nas escolas brasileiras
em 1971, com a Lei 5692/71, porém, com conteúdo reduzido, fundado em uma visão
tecnicista e entendendo o educador de Artes como um profissional polivalente, ou
seja, aquele que deve dominar os conteúdos de Artes Plásticas e Música. Em 1996,
a Lei de Diretrizes e Bases da Educação ratifica a obrigatoriedade do ensino da Arte
na Educação Básica, porém, a Arte passa a compor a área de Linguagens, Códigos
e suas Tecnologias, abrangendo Música, Artes Visuais, Dança e Teatro.
Esse breve passeio pela história nos dá uma ideia dos conceitos que
permearam a educação de Artes no Brasil, abrangendo desde um caráter religioso,
com a catequização dos nativos, até aquela com fins puramente tecnicistas.
Passamos de um extremo a outro, do “sensibilizador” para o “científico racional”. É
importante frisar que a educação pública no Brasil até o início do séc. XX estava
voltada para uma elite basicamente masculina. Verificamos também que, após a
expulsão dos jesuítas, o pensamento iluminista e positivista foi preponderante no
ensino público brasileiro.
Atualmente, o trabalho na disciplina de Arte exige do educador reflexões
que contemplem a arte efetivamente como área de conhecimento fundamental na
formação dos educandos.
Quando Regina Migliori (1993 p.14) propõe uma “perspectiva de
abordagem global” como sendo “a possibilidade de lidarmos com tudo o que se nos
apresenta e não somente com os aspectos artificialmente eleitos”, a ideia é que se
busque uma nova leitura da realidade. O entendimento de Migliori nos remete para
uma perspectiva de uma formação omnilateral,2 crítica e autônoma dos educandos,
ou seja, “temos que aprender a lidar com as divergências de forma não excludente”
(MIGLIORI, 1993 p. 14).
Quando privilegiamos a produção artística de um determinado grupo,
povo ou etnia, fragmentamos a realidade e automaticamente criamos um juízo de
valor no qual os recortes do conhecimento que fazemos passam a ser os 2 Explicar omnilateralidade em função do trabalho e da educação nos reporta no tempo em que o
homem tinha a necessidade de conhecimento do todo, ou seja, pensar o objeto, fazer o objeto e vender o objeto. Como na educação, que se preocupava com as ciências exatas, as artes, a sociologia, e o espiritual, quando os quatro eixos eram de extrema importância e tinham o mesmo peso em valor.
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verdadeiros ou os únicos. “Essa visão fragmentada, geradora dos incluídos e
excluídos, gera uma outra verdade cruel: a marginalidade que não é alternativa”
(MIGLIORI. 1993 p.14). Isso implica que ao apresentarmos em nossa seleção de
conteúdos curriculares outras vozes que estão presentes na ação histórica da
construção do conhecimento, possibilitamos aos educandos outras leituras
diferentes daquelas que vêm sendo oficialmente apresentadas.
A Arte – fruto da percepção e da necessidade da expressão humana –
revela a realidade interior e exterior ao homem e à mulher. Essa expressão artística
é concretizada utilizando-se de sons, formas visuais, movimentos do corpo,
representação cênica, dentre outras, que são percebidas pelos sentidos. Isso
contribui para outras possibilidades de leituras da realidade e, portanto, com mais
subsídios para repensá-la. O objetivo dessa proposta é gerar um ser reflexivo,
autônomo e inserido criticamente na realidade em que vive. A Arte nos ajuda nesse
processo, na medida em que nos fornece uma simbologia própria e portanto, outras
leituras do mundo que nos cerca. Segundo Isabel Marques3:
Um dos elementos essenciais que caracteriza o ensino da Arte no
ambiente escolar é o fato de que, na escola, temos a possibilidade de
relacionar, questionar, experimentar, refletir e contextualizar os trabalhos
artísticos a fim de que façam sentido em nossas próprias vidas e na
construção da sociedade brasileira.
A discussão em torno da arte como linguagem pondera o entendimento
de que a arte não apenas suscita sentimentos, mas pressupõe uma relação de
transmissão e recepção de ideias, ou seja, de comunicação. Portanto, a Arte aqui é
entendida como linguagem, que se utiliza de símbolos e de elementos próprios que
estão presentes na Dança (movimento e não movimento), na Música (sons), no
Teatro (dramatização) e nas Artes Visuais (forma e luz).
Ler o produto artístico em suas diversas relações, nos diversos prismas e
no que tange aos seus significados socialmente construídos pressupõe que o
3 Esta citação é transcrição da fala da Profª Dra Isabel Marques no Simpósio Estadual de Educação
Artística, Paraná abril, 2005.
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produto artístico como seja um “veículo portador de significado” (ver Bakhtin 1995,
p.132). Nesse sentido, os símbolos são fundamentais para a vida social, pois é por
meio deles que nos comunicamos e manifestamos nossa capacidade de sentir e de
pensar.
Na cultura escolar, os saberes são apropriados pela escola de maneira
singular, dando-lhes um sentido pedagógico (Sacristan J.G., 2001). Na escola, esse
trabalho, resignifica os saberes e os conceitos científicos produzidos na sociedade.
É com base nestes pressupostos que trataremos a Arte como linguagem.
Linguagem artística.
33.12.2 Encaminhamento Metodológico
O encaminhamento metodológico para a disciplina de Artes do ensino
fundamental e médio da Educação de Jovens e Adultos da rede pública do Estado
do Paraná está fundamentado nas Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA, onde
estão identificados três eixos articuladores: cultura, trabalho e tempo. Com base
nesses eixos que norteiam o currículo na EJA, elegemos ARTE E ESTÉTICA, ARTE
E IDENTIDADE e ARTE E SOCIEDADE como eixos específicos da disciplina de
Artes, dos quais derivarão as temáticas propostas e os conteúdos que serão
desenvolvidos em células de aula.
33.12.2.1 Arte e Estética
“Hoje se utiliza o termo estética para indicar... no campo das belas artes,
uma concepção especial, uma maneira de fazer, uma escola ou tendência
determinada.” (Zamacois, 1986)
A experiência estética se revela com a sensibilização, com a descoberta
do olhar, um encontro com as emoções, libertando o ser para perceber o mundo em
si e ao seu redor, permitindo um pensar filosófico, crítico e reflexivo. Aurélio
Buarque de Holanda Ferreira, em seu Dicionário da Língua Portuguesa, apresenta,
dentre outros, os seguintes significados para a palavra estética: “1- estudo das
condições e dos efeitos da criação artística. 2- (...) estudo racional do belo, quer
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quanto à possibilidade da sua conceituação, quer quanto à diversidade de emoções
e sentimentos que ele suscita no homem”.
Partindo dessas definições e as ampliando, a Estética aqui é entendida
como sendo “toda teoria que se refira à beleza ou à arte" (Pareyson, 1997, p. 2),
sendo ela derivada de uma experiência filosófica ou concreta. E por ser uma
reflexão sobre a experiência, inclui-se aqui o fazer artístico, que é a manipulação
dos elementos da linguagem artística, presentes nas Artes Visuais, na Música, no
Teatro e na Dança. Portanto, entendemos que ao adotar um eixo articulador para a
disciplina de Arte baseado no entendimento acima exposto, devemos possibilitar as
experiências estéticas e compreender como aproximar e proporcionar o olhar
estético para as produções artísticas e para o cotidiano. E assim sendo, “o
educando da EJA torna-se sujeito na construção do conhecimento mediante a
compreensão dos processos de trabalho, de criação, de produção e de cultura.
“(Diretrizes Curriculares para a Educação de Jovens e Adultos, p. 30)
33.12.2.2 Arte e Identidade
É comum ouvirmos falar de crise de identidade, mas o que é identidade e
como essa identidade se revela a partir da arte que produzimos? A identidade está
em crise?
O que é identidade? É idêntico, igual, registro... Para o dicionário Houaiss
identidade é: 1- estado que não muda <a identidade das impressões digitais> 2-
consciência da persistência da própria identidade, 3- o que faz com que uma coisa
seja a mesma que outra, 4- conjunto de características e circunstâncias que
distinguem uma pessoa ou uma coisa e graças às quais é possível individualizá-la.
A identidade singulariza e faz com que nos sintamos diferentes dos
demais. Identificar pode ser aplicado a indivíduos e grupos, ou seja, tornar idêntico,
fazer (se) reconhecer, distinguir traços característicos como gosto, música, festas,
folguedos, crenças de grupos urbanos, rurais, etnias e outros tantos que usam da
linguagem artística para expressar-se e assinar suas características sociais,
antropológicas e psicológicas.
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Diferentes modos de vida social são constituídos a partir das ideias que
as pessoas têm sobre si, e das práticas que emergem dessas idéias e como afirma
Candau (2002, p. 24), “identidade é um conceito polissêmico, podendo representar o
que uma pessoa tem de mais característico ou exclusivo e ao mesmo tempo, indica
que pertencemos ao mesmo grupo”, a identidade cultural de um indivíduo ou grupo
permite que este seja localizado em um sistema social. Em um mundo onde as
mudanças são rápidas, face à globalização e aos eventos tecnológicos e científicos
vertiginosos, a arte é um dos elementos que faz parte da identidade dos povos. As
mudanças globais aceleradas influenciam a identidade dos indivíduos e a sua
manifestação artística.
Podemos ver com Marques (2003, p. 157) que não se domina um país
pela invasão territorial, mas principalmente pela superposição e diluição de
repertórios culturais e sociais. Caso nossos repertórios não estejam enraizados de
forma significativa, ou seja, relacional, consciente e crítica, poderemos ser
massacrados pela pasteurização de ideias estéticas.
A nossa identidade pessoal e social é um importante mediador das
relações com os demais. A proposta deste eixo temático na Educação de Jovens e
Adultos do Ensino Fundamental e Médio do Estado do Paraná preocupa-se em uma
educação pela arte que transmita significados que estão próximos da vida concreta
do educando, produzindo aprendizagem. É um processo que mobiliza tanto os
significados e os símbolos quanto os sentimentos e as experiências a que se
propõe.
Quando um indivíduo desenvolve sua percepção estética e tem
consciência do poder destas representações, textos e imagens na produção das
identidades, compreende a força persuasiva da arte, no sentido de criar e reforçar
representações que possuímos como indivíduos e como identidade coletiva.
33. 12.2.3 Arte e Sociedade
... concernem à determinação social da atividade artística, seja do ponto de
vista da finalidade social das obras – por exemplo, o culto religioso ou o
mercado de arte – seja o lugar ocupado pelo artista – por exemplo, iniciado
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numa seita secreta, financiado por um mecenas renascentista, profissional
liberal ligado ao mercado de arte, etc – seja das condições de recepção da
obra de arte – a comunidade de fieis, a elite cultivada e economicamente
poderosa, as classes populares, a massa, etc. (CHAUÍ, 2003, p. 153)
A arte não é uma produção fragmentada ou fruto de modelos aleatórios ou
apartados do contexto social nem tampouco mera contemplação, e sim, uma ciência
que trabalha com o conhecimento presente em diferentes instâncias sociais.
A profunda relação entre arte e sociedade é possível na medida em que
pensarmos a arte como construção social e não como um dom natural, talento ou
mera produção. As pessoas são construções sociais que necessariamente influem e
são influenciados pelo fazer e pensar arte. A música rap, por exemplo, constrói um
determinado tipo de consciência social, propaga os conhecimentos de um grupo
popular, que são absorvidos e muitas vezes até revivificados em outras formas
artístico-culturais. A abordagem crítica e intertextualizada é necessária para que no
cotidiano se problematizem as relações entre arte e sociedade e se permita, assim,
a formação de sínteses pessoais enriquecedoras. Em outras palavras, o conceito de
arte e sociedade abrange grandes temas da vida social como: a relação do homem
com o trabalho; as relações de gênero; a ocupação do espaço urbano e outros.
Também através deles podemos compreender, inclusive, a influência da indústria
cultural, segundo a qual, muitas vezes a (pseudo) cultura de massa tenta impor uma
ordem social passiva e alienada. Em contrapartida, o conhecimento da arte em seu
aspecto social, deve desvelar-se de modo que o ser humano possa pertencer,
dialogar e transformar a realidade que o circunda.
No que concerne à Educação de Jovens e Adultos, não podemos perder
de vista as concepções de mundo e de sociedade que queremos construir e
vivenciar com os educandos, pois o grande desafio do trabalho pedagógico em arte
nos dias de hoje não se resume somente em aceitar e respeitar a diversidade, mas
principalmente em trabalhar, partilhar, dialogar e recriar conjuntamente a fim de
educar para uma sociedade mais justa e igualitária.” Ação da escola será de
mediação entre o educando e os saberes, de forma que o mesmo assimile estes
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conhecimentos como instrumentos de transformação de sua realidade social”
(Diretrizes Curriculares para a Educação de Jovens e Adultos,p. 31).
Os temas de estudo são temas que direcionam, motivam e articulam a
construção do conhecimento em arte, propiciando diferentes leituras de mundo, de
cidadania participativa, reflexiva e crítica. O educador escolherá um tema de estudos
abrangente e articulado entre os eixos – identificados na disciplina de Arte e os
indicados nas Diretrizes Curriculares para a EJA – de maneira a englobar o
conteúdo que fará parte do planejamento da célula de aula. Os temas de estudo
terão a flexibilidade necessária para que possam ser adequados ao contexto dos
educandos.
Os temas de estudo são perpassados por um processo, denominado
“validação”, ou seja, o tema só será adequado para continuar o planejamento se
passar positivamente pelas seguintes perguntas:
1. É relevante? É importante? Para quem? Perpassa pelos eixos definidos nas
Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA - Cultura, Trabalho e Tempo?;
2. Gera conhecimento em arte? Perpassa pelos eixos Arte e Identidade, Arte e
Sociedade e Arte e Estética?
3. É abrangente? Contempla o local e o global (regional, nacional e mundial)? É
flexível?
4. É possível adequá-lo às necessidades dos educandos da EJA (Idade,
condições físicas, espaciais, etc)?
Uma vez escolhido o tema de estudo, o próximo passo é a elaboração da
célula de aula, que serão compostas por (MARQUES, 2001, p.91-102):
. Textos – Repertórios.
2. Subtexto – Elementos da linguagem (conteúdos da disciplina).
3. Contexto – Elementos históricos, sociais e culturais.
33.12.3 Conteúdos
Ensino Fundamental e Médio
Cada linguagem artística possui um elemento básico por meio do qual ela
se manifesta, ou seja: o som (Música), o movimento e o não movimento (Dança), a
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forma e a luz (Artes Visuais) e a dramatização (Teatro). Destes elementos básicos
derivam-se os elementos de linguagem específicos da arte. Portanto, os conteúdos
para o Ensino Fundamental e Médio devem contemplar os elementos formais de
cada linguagem artística - Música, Teatro, Dança e Artes Visuais - sua articulação e
organização com a composição e movimentos e períodos. Esses elementos
permitirão ao educando ler e interpretar o repertório, assim como elaborar o seu
próprio trabalho artístico. A leitura, interpretação e produção artística avalia a
apreensão por parte dos educandos dos conteúdos propostos na célula de aula.
1. Artes Visuais
a) Elementos Formais:
◘ Ponto;
◘ Linha;
◘ Superfície;
◘ Volume;
◘ Luz;
◘ Cor;
◘ Textura.
b) Composição:
◘ Bidimensional
◘ Tridimensional;
◘ Figurativa;
◘ Abstrata;
◘ Simetria;
◘ Estilização;
◘ Deformação.
c) Alguns Movimentos e Períodos da História da Arte Ocidental:
◘ Abstracionismo;
◘ Cubismo;
◘ Impressionismo;
◘ Renascimento;
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◘ Barroco;
◘ Arte Brasileira;
◘ Arte Paranaense.
2. Música
a) Elementos formais:
◘ som;
◘ qualidade do som:
◘ altura;
◘ duração;
◘ intensidade;
◘ timbre;
◘ densidade.
b) Composição:
◘ Elementos da Música: melodia, ritmo, harmonia;
◘ Escala diatônica;
◘ Gêneros: folclórico, popular, indígena, étnico;
◘ Técnicas: vocal, improvisação, instrumental, mista.
c) Movimentos e Períodos:
◘ Música Ocidental;
◘ Popular Brasileira;
◘ Indústria Cultural;
◘ Música Contemporânea.
3. Teatro
a) Elementos Formais:
◘ personagem;
◘ ação;
◘ espaço cênico;
b) Composição:
◘ Enredo;
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◘ Leitura dramática;
◘ Signos da representação teatral: figurino, cenografia, iluminação,
maquiagem, sonoplastia: tragédia, comédia, drama.
c) Movimentos e períodos:
◘ Teatro Grego;
◘ Medieval;
◘ Renascentista;
◘ Teatro Popular;
◘ Teatro pobre;
◘ Teatro do oprimido;
◘ Vanguardas teatrais.
4. Dança
a) Elementos formais:
◘ Movimento corporal;
◘ Tempo;
◘ Espaço.
b) Elementos do movimento:
◘ corpo: articulações, superfícies, membros, tronco, quadril, cabeça;
◘ espaço: kinesfera (amplitudes), progressões espaciais, tensões espaciais,
projeções espaciais, orientação espacial, forma;
◘ ações: torcer, gesticular, inclinar, deslocar, rodar, parar, cair, expandir,
recolher, saltar;
◘ dinâmicas: peso, espaço, tempo, fluência;
◘ relacionamentos.
33.12.4 Referências Bibliográficas
CAMPOS, Neide P. A construção do olhar estético crítico do educador. Florianópolis: UFSC, 2002. CANDAU, Vera Maria (org.). Sociedade, educação e cultura: questões e propostas. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2002.
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CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2003. BAKHTIN, Mikhail (Volochínov). Marxismo e filosofia da linguagem. Trad. Michel Lahud e Yara F. Vieira. 7ª ed. São Paulo: Hucitec, 1995. BOURO, S.B. Olhos que pintam: a leitura de imagens e o ensino da arte. São Paulo: Educ/Fapesp/Cortez, 2002. FERRAZ, M.; FUSARI, M. R. Metodologia do ensino de Arte. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 1993. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário da Língua Portuguesa. 3ª ed. Curitiba: Positivo, 2004. FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 12ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. _____________ Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 8ª ed. São Paulo: Terra e Paz, 1998. _____________ A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 1995. HOUAISS,Antônio e Vilar, M.de S.Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. 1ª ed.Rio de Janeiro: Objetiva, 2001 LABAN, Rudolf. Domínio do Movimento. São Paulo: Summus, 1978. MARQUES, Isabel A. Ensino de dança hoje: textos e contextos. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2001 _________________. Dançando na escola. São Paulo: Cortez, 2003. MIGLIORI, R. Paradigmas e educação. São Paulo: Aquariana, 1993. OSTROWER, Fayga P. Universo da arte, 7ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1991. PAREYSON, L. Os problemas da estética. São Paulo. Martins Fontes, 1997. SACRISTAN J.G. A escolarização transforma-se em uma característica antropológica das sociedades complexas. In: A educação Obrigatória: seu sentido educativo e social. Porto Alegre: ARTMED, 2001. SANTAELLA, Lucia. (Arte) & (Cultura): Equívocos do elitismo. São Paulo: Cortez, 3ª.Ed, 1995. SILVA, Tomas Tadeu. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 2ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.
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ZAMACOIS, Joaquin. Temas de estética y de historia de la música. Barcelona: Labor,1986.
33.13 Disciplina de Educação Física
Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio
33.13.1 Apresentação da Disciplina
Desde as primeiras sistematizações que o conhecimento sobre as práticas
corporais recebe em solo nacional, ocorridas a partir de teorias oriundas da Europa,
a Educação Física vivenciou várias transformações conceituais, significativas.
Concepções que se subjugaram sob a égide de conhecimentos da área médica, da
instrução física militar, esportivação, corrente da psicomotricidade, recreacionista,
desenvolvimentista, crítico-superadora e crítico-emancipatória, dentre outras não
menos importantes, neste contexto.
Sua histórica, no Brasil, está baseada em contextos de transformações
educacionais aliadas com mudanças políticas e sociais. Desencadeando uma
renovação nos seus conhecimentos científicos, produzidos por referenciais das
ciências naturais e das ciências humanas, especialmente a partir da década de 80, o
que proporcionou novos significados para o âmbito escolar e acadêmico da área
(Tani et al, 1988; Freire,1989; Kunz, 1994).
No contexto das teorizações críticas em Educação e Educação Física, no
final da década de 1980 e início de 1990, no Estado do Paraná, tiveram início às
discussões para a elaboração do Currículo Básico (PARANÁ, 2008, p.45).
Assim, vivenciamos nos últimos quinze anos a afirmação gradativa do
ensino da Educação Física em suas várias abrangências, no meio escolar, numa
perspectiva cultural. E é a partir desse referencial que se propõe essa disciplina
como área de estudo da cultura humana, ou seja, que estuda e atua sobre o
conjunto de práticas ligadas ao corpo e ao movimento, criadas pelo homem ao longo
de sua história. Trata-se, portanto, privilegiar nas aulas de Educação Física além da
aprendizagem de movimentos, a aprendizagem para e sobre o movimento.
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Neste sentido, como enfatizam Taborda e Oliveira (apud PARANÁ, 2005,
p.10) os objetivos da Educação Física devem estar voltados para a humanização
das relações sociais, considerando a noção de corporalidade, entendida como a
expressão criativa e consciente do conjunto das manifestações corporais
historicamente produzidas. Esse entendimento permite ampliar as possibilidades da
intervenção educacional dos educadores de Educação Física, superando a
dimensão meramente motriz de uma aula, sem, no entanto negar o movimento como
possibilidade de manifestação humana e, desse modo contemplar o maior número
possível de manifestações corporais explorando os conhecimentos já trazidos pelos
educandos e a sua potencialidade formativa.
Segundo Soares et al (1992, p. 50) a Educação Física é conceituada
como:
... uma prática pedagógica que, no âmbito escolar, tematiza formas de
atividades expressivas corporais como: o jogo, esporte, dança e a ginástica,
formas estas que configuram uma área de conhecimento que podemos
chamar de cultura corporal. Esses conteúdos expressam um
sentido/significado nos quais se interpenetram.
A partir desse entendimento a proposta para a disciplina de Educação
Física deve favorecer o estudo, a integração e a reflexão da cultura corporal de
movimentos, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la,
instrumentalizando-o para usufruir das atividades proposta em beneficio da sua
inserção social, levando-o a descobrir motivos e sentidos nas práticas corporais que
favoreçam o desenvolvimento de atitudes positivas, contemplando assim todas as
manifestações corporais e culturais, partindo da realidade local para as diferentes
culturas.
Visando romper com a maneira tradicional como os conteúdos tem sido
tratados na Educação Física, faz-se necessário integrar e interligar as práticas
corporais de forma mais reflexiva e contextualizada, o que é possível por meio dos
Elementos Articuladores4.
4 A proposta dos Elementos Articuladores se aproxima daquilo que Pistrak (2000) denomina por Sistema de Complexos
Temáticos, isto é, aquilo que permite ampliar o conhecimento da realidade estabelecendo relações e nexos entre os fenômenos sociais e culturais. A organização do trabalho pedagógico através de um sistema de complexo temático garante
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Tais elementos não podem ser entendidos como conteúdos paralelos,
nem tampouco trabalhados apenas teoricamente e/ou de maneira isolada. Como
articuladores dos conteúdos, podem transformar o ensino da Educação Física na
escola, respondendo aos desafios anteriormente descritos.
Cabe aos educadores de Educação Física mediar o processo de ensino-
aprendizagem deflagrado nas aulas de Educação Física quanto à construção de um
ambiente que proporcione ao aluno a aprendizagem dos conteúdos significativos
para o seu processo de conhecimento e desenvolvimento, incrementando sua
capacidade para tomar decisões relacionadas à atividade física, isto é, movimento
corporal humano.
Assim, a Educação física deve ser trabalhada sob o viés de interlocução
com disciplinas variadas, que permitam entender o corpo em sua complexidade; ou
seja, sob uma abordagem biológica, sociológica, psicológica, filosófica e política
justamente por sua constituição interdisciplinar (PARANÁ, 2008, pg. 19).
Entendendo a escola como um espaço que, dentre outras funções, deve
garantir o acesso aos alunos ao conhecimento produzido historicamente pela
humanidade, cabe, neste sentido, e partindo de seu objeto de estudo e de ensino,
Cultura Corporal, a Educação Física se inserir neste projeto garantindo o acesso ao
conhecimento e à reflexão crítica das inúmeras manifestações ou práticas corporais
historicamente produzidas pela humanidade, na busca de contribuir com um ideal
mais amplo de formação de um ser humano crítico e reflexivo, reconhecendo-se
como sujeito, que é produto, mas também agente histórico, político, social e cultural.
33.13.2 Encaminhamento Metodológico
(...) a possibilidade de melhorar de vida. Alguns vislumbram a continuidade
dos estudos após o término do Ensino Médio e os demais procuram no
diploma a possibilidade de melhorar a sua situação no emprego. A clareza
dessas expectativas se desdobra em estratégias mais concretas para que os
uma compreensão da realidade atual de acordo com o método dialético pelo qual se estudam os fenômenos ou temas articulados entre si e com nexos com a realidade atual mais geral, numa interdependência transformadora. O complexo, segundo Pistrak (2000), deve estar embasado no plano social, permitindo aos estudantes, além da percepção crítica real, uma intervenção ativa na sociedade, com seus problemas, interesses, objetivos e ideais (Diretrizes Curriculares da Educação Física,SEED-PR,2008).
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estudantes persigam seus objetivos e tenham maior motivação para a
permanência na escola. (OLIVEIRA, p.96)
Percebe-se uma relação conflitante entre escola e trabalho, como se um
excluísse o outro. O trabalho determina na vida do aluno os limites do estudo, do
lazer e do descanso, isso se dá devido à necessidade de sobrevivência e ao nível
sócio econômico e cultural que pertencem. Segundo FRIGOTTO (2002, p. 12), “Por
isso o trabalho é humanamente imprescindível.”
Portanto constatam-se que essas condições de vida geram nos alunos o
estresse, o cansaço físico e intelectual, as dificuldades de aprendizagem, o baixo
rendimento escolar e consequentemente, para alguns, o abandono escolar. Esses
aspectos são confirmados pelos índices de reprovação, abandono e aprovação por
conselho de classe no estabelecimento de ensino.
Apesar de tantos obstáculos na trajetória dos alunos muitos continuam na
escola a busca de mudar sua condição, conciliando o estudo com o trabalho e
falando de seus projetos futuros para modificar a realidade de suas vidas.
Neste contexto, a Educação de Jovens e Adultos – EJA atende um público
diverso (jovens, adultos, idosos, povos das florestas, ribeirinhos, indígenas,
populações do campo, entre outros) que não teve acesso ou não pode dar
continuidade à escolarização, mesmo por fatores, normalmente, alheios a sua
vontade. Esses educandos possuem uma gama de conhecimentos adquiridos em
outras instâncias sociais, visto que, a escola não é o único espaço de produção e
socialização de saberes. O atendimento a esses educandos não se refere,
exclusivamente, a uma determinada faixa etária, mas a diversidade sócio-cultural
dos mesmos.
Se considerarmos que os educandos frequentadores dessa modalidade
de ensino encontram-se em grande parte, inseridos no mundo do trabalho, é
importante que o trabalho pedagógico nas aulas de Educação Física seja compatível
com as peculiaridades dessa parcela de educandos. Desse modo, a aprendizagem
do movimento deve ceder espaço às práticas que estejam direcionadas para e sobre
o movimento, focalizando preponderantemente aspectos relacionados ao
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desenvolvimento de atitudes favoráveis à realização de atividades físicas e ao
aprofundamento do entendimento de conceitos relacionados a essas atividades.
Numa primeira aproximação, tendemos a nos precipitar na constatação
da incompatibilidade quase paradoxal de se relacionar a Educação Física com
adolescentes, adultos e até idosos na escolarização de Jovens e Adultos. Se nos
apoiarmos, por exemplo, nas práticas tradicionais que enfatizam atividades como as
“bicicletas” do futebol ou os saques “viagem ao fundo do mar” do voleibol como
referências absolutas das possibilidades de movimento corporal humano e como
tipos de conteúdo e de aprendizagem presentes na Educação Física, de fato sua
adequabilidade será mínima.
Podemos assumir, portanto, que o propósito da intervenção do professor
que atua no campo da Educação Física no contexto da EJA é potencializar as
possibilidades de participação ativa de pessoas com demandas educacionais
específicas, em programas com foco na atividade física/movimento corporal
humano. Igualmente, há que se considerar que a sustentação para ações
pedagógicas direcionadas ao processo de escolarização dessas mesmas pessoas
encontra-se em fase de construção, carecendo ainda da produção de conhecimento
capaz de contribuir para a consolidação da participação da Educação Física nessa
modalidade de ensino.
Duas questões essenciais precisam nortear e servir de eixo orientador
para os trabalhos pedagógicos da disciplina de Educação Física com jovens e
adultos:
Quem são os educandos da EJA?
Como pode ser desenvolvida a Educação Física para esses educandos?
Compreendendo o perfil do educando da EJA, a Educação Física deverá
valorizar a diversidade cultural dos educandos e a riqueza das suas manifestações
corporais, a reflexão das problemáticas sociais e a corporalidade “entendida como a
expressão criativa e consciente do conjunto das manifestações corporais
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Avaliação
Sequênciação
Trabalho
Cultura
historicamente produzidas” (PARANA, 2005), considerando os três eixos
norteadores do trabalho com a EJA que são a cultura, o trabalho e o tempo5.
É, portanto, imprescindível que tempo, cultura e trabalho se manifestem
na prática pedagógica do educador, expressando idéias e ações relacionadas a:
sequenciação (organização do conteúdo em função do tempo escolar),
comprometimento na condução do processo ensino-aprendizagem (efetivação da
aprendizagem dos conteúdos) e avaliação do trabalho pedagógico (critérios de
acompanhamento das consequências do processo ensino-aprendizagem), conforme
representados na figura 1:
A Educação Física na Educação de Jovens e Adultos representa
importante possibilidade de contato dos educandos com a diversidade da cultura
corporal de movimento, sem perder de vista o papel da EJA, que segundo
KUENZER (apud PARANÁ, 2005, p. 28), deve estar voltado para uma formação na
qual os educando - trabalhadores possam aprender permanentemente; refletir
criticamente; agir com responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e
da vida coletiva; comportar-se de forma solidária; acompanhar a dinamicidade das
mudanças sociais; enfrentar problemas novos construindo soluções originais com
agilidade e rapidez.
O planejamento das aulas para o perfil do educando da EJA necessita de
um levantamento junto aos mesmos, de como foram suas aulas e experiências
anteriores, para haver maior clareza de como o educador poderá planejar o trabalho
5Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos no Estado do Paraná.
Tempo Comprometimento
Figura 1: relação dos eixos tempo, cultura e trabalho com a intervenção pedagógica.
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pedagógico. Outra perspectiva a ser considerada é o trabalho com a cultura local,
buscando a origem de suas práticas, transformações e diferenças em cada região.
Desse modo, os conteúdos a serem abordados devem levar em conta as
características peculiares do perfil de educador dessa modalidade de ensino, seja de
caráter presencial ou semipresencial. Os conteúdos que apresentamos –
constituintes da cultura corporal de movimento – devem ser selecionados em função
do projeto pedagógico elaborado pela escola, considerando os interesses dos
educandos observados nas interações iniciais com o educador.
Vários são os princípios que abrangem o ensino da Educação Física
(BETTI, 2002), destacando-se: o Princípio da Inclusão que tem como meta a
participação e reflexões concretas e efetivas de todos os membros do grupo,
buscando reverter o quadro histórico da área de seleção entre indivíduos aptos e
inaptos para as práticas corporais, resultando na valorização exacerbada no
desempenho e da eficiência, e consequentemente na exclusão do educando.
O Princípio da Diversidade aplica-se à construção da aprendizagem na
escolha de objetivos e de conteúdos, que ampliem as relações entre os
conhecimentos da cultura corporal de movimento e o perfil dos sujeitos da
aprendizagem. Com isso pretende-se legitimar as possibilidades de aprendizagem
que se estabelece nas dimensões afetivas, cognitivas, motoras e sócio-culturais dos
educandos.
Já no Princípio da Autonomia a relação com a cultura corporal de
movimento, não se dá naturalmente, mas é fruto da construção e do esforço
conjunto de educadores e educandos através de situações concretas e
significativas. A busca da autonomia pauta-se na ampliação do olhar da escola
sobre o nosso objeto de ensino e aprendizagem. Essa autonomia significa a
possibilidade de construção pelo educando dos seus conceitos, atitudes e
procedimentos, ao invés de simples reprodução e memorização de conhecimentos.
Tais princípios precisam estar presentes ao se buscar uma aprendizagem
significativa, entendida como a aproximação entre o conhecimento do educando e o
construído ao longo do tempo, não perdendo de vista que os mesmos estão
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inseridos numa cultura e expressam uma aprendizagem social regida por uma
organização política e social.
O professor deve mediar o trabalho pedagógico para que o educando
compreenda o seu “eu” e o relacionar-se com o outro, a partir do conhecimento do
seu corpo, como instrumento de expressão e satisfação de suas necessidades,
respeitando experiências anteriores e dando-lhe condições de adquirir e criar novas
formas de expressão.
A avaliação proposta para a EJA entende a necessidade da avaliação
qualitativa e voltada para a realidade. Proceder a avaliação da aprendizagem clara e
consciente, é entendê-la como processo contínuo e sistemático de obter
informações, de perceber progressos e de orientar os educandos para a superação
das suas dificuldades. Reforçando este pensamento Vasconcelos apud PARANÁ
(1994, p. 44) diz que:
…o professor que quer superar o problema da avaliação precisa a partir de
uma autocrítica: abrir mão do uso autoritário da avaliação que o sistema lhe
faculta e autoriza; rever a metodologia do trabalho em sala de aula;
redimensionar o uso da avaliação (tanto do ponto de vista da forma como
do conteúdo); alterar a postura diante dos resultados da avaliação; criar
uma nova mentalidade junto aos educandos, aos colegas educadores e aos
pais.
Atualmente, a perspectiva tradicional de avaliação cede espaço para uma
nova visão que procura ser mais processual, abrangente e qualitativa. Não deve ser
um processo exclusivamente técnico que avalia a práxis pedagógica, mas que
pretende atender a necessidade dos educandos considerando seu perfil e a função
social da EJA, com o reconhecimento de suas experiências e a valorização de sua
história de vida. Isso torna-se essencial para que o educador reconheça as
potencialidades dos educandos e os ajude a desenvolver suas habilidades para que
os mesmos atinjam o conhecimento na busca de oportunidades de inserção no
mundo do trabalho e na sociedade.
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A avaliação deverá, portanto compreender formas tais como: a linguagem
corporal, a escrita, a oral, por meio através de provas teóricas, de trabalhos, de
seminários e do uso de fichas, por exemplo, proporcionando um amplo
conhecimento e utilizando métodos de acordo com as situações e objetivos que se
quer alcançar. Devemos levar em consideração que educando idosos, ou com
menos habilidades, os com necessidades especiais e o grau de desenvolvimento
que possuem, bem como as suas experiências anteriores
Pautados no princípio que valoriza a diversidade e reconhece as
diferenças, a avaliação precisa contemplar as necessidades de todos os educandos.
Nesse sentido, sugere-se o acompanhamento contínuo do desenvolvimento
progressivo do aluno, respeitando suas individualidades. Desse modo a avaliação
não pode ser um mecanismo apenas para classificar ou promover o aluno, mas um
parâmetro da práxis pedagógica, tomando os erros e os acertos como elementos
sinalizadores para o seu replanejamento. Dentro dessa perspectiva, para que a
avaliação seja coerente e representativa é fundamental que a relação entre os
componentes curriculares se apóie em um diálogo constante.
É importante lembrar no princípio da inclusão de todos na cultura corporal
de movimento. Assim, a avaliação deve propiciar um autoconhecimento e uma
análise possível das etapas já vencidas no sentido de alcançar os objetivos
propostos.
33.13.3 Conteúdos
Os conteúdos são definidos como conhecimentos necessários à
apreensão do desenvolvimento sócio-histórico das próprias atividades corporais e à
explicitação das suas significações objetivas. Os mesmos foram estruturados de
forma a garantir aprendizagens novas e significativas, despertando o interesse e a
atenção dos educandos a consciência da necessidade de atitudes favoráveis a
prática de atividades físicas ao longo da sua vida, valorizando a cultura corporal,
logo “a cultura humana é uma cultura corporal, uma vez que o corpo realiza as
intenções humanas” (FREIRE, 2003 p. 34).
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Desse modo a Educação Física deve considerar conteúdos e práticas que
contemplem:
◘ a relação entre o conhecimento social e escolar do educando;
◘ a identidade e as diferenças sócio-culturais dos educandos na proposição
das praticas educativas;
◘ ensino com base na investigação e na problematização do conhecimento;
◘ as diferentes linguagens na medida em que se instituem como significativas
na formação do educando;
◘ as múltiplas interações entre os diferentes saberes;
◘ articulação entre teoria, prática e realidade social;
◘ atividades pedagógicas que priorizem o pensamento reflexivo.
Estes conteúdos deverão pressupor e serem pautados na interlocução
com outras disciplinas, permitindo entender a Cultura Corporal em sua
complexidade, ou seja, na relação com as múltiplas dimensões da vida humana,
tratadas tanto pelas ciências humanas, sociais, da saúde e da natureza.
Sejam fundamentados nas reflexões sobre as necessidades atuais de
ensino perante os alunos, na superação de contradições e na valorização da
educação. Por isso, é de fundamental importância considerar os contextos e
experiências de diferentes regiões, escolas, professores, alunos e da comunidade.
Tais consequências, na prática pedagógica da educação física, vão para
além da preocupação com a aptidão física, a aprendizagem motora, a performance
esportiva, etc.
Nesse sentido, Escobar apud PARANÁ (2008, p. 52) propõe-se a
discussão a respeito da disciplina de Educação Física, levando-se em conta que o
trabalho é categoria fundante da relação ser humano/natureza e ser humano/ser
humano, pois dá sentido à existência humana e à materialidade corporal que
constitui “um acervo de atividades comunicativas com significados e sentidos
lúdicos, estéticos, artísticos, místicos, antagonistas”. Dessa forma, a materialidade
corporal se constitui num longo caminho, de milhares de anos, no qual o ser humano
construiu suas formas de relação com a natureza, dentre elas as práticas corporais.
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Em COLETIVO DE AUTORES (1992) encontramos a proposição de que a
ação pedagógica da Educação Física deve estimular a reflexão sobre o acervo de
formas e representações do mundo que o ser humano tem produzido, exteriorizadas
pela expressão corporal em jogos e brincadeiras, danças, lutas, ginásticas e
esportes. Essas expressões podem ser identificadas como formas de representação
simbólica de realidades vividas pelo homem.
33.13.3.1 Elementos Articuladores
Tomando por base a proposta dos Elementos Articuladores, que se
aproxima daquilo que Pistrak (2000) apud Paraná (2008, pg. 53) denomina por
Sistema de Complexos Temáticos, isto é, aquilo que permite ampliar o
conhecimento da realidade estabelecendo relações e nexos entre os fenômenos
sociais e culturais e visando romper com a maneira tradicional como os conteúdos
têm sido tratados na Educação Física, faz-se necessário integrar e interligar as
práticas corporais de forma mais reflexiva e contextualizada. O que é possível por
meio dos Elementos Articuladores.
Tais elementos não podem ser entendidos como conteúdos paralelos,
nem tampouco trabalhados apenas teoricamente e/ou de maneira isolada. Como
articuladores dos conteúdos, podem transformar o ensino da Educação Física na
escola, respondendo aos desafios anteriormente descritos.
Assim, propõem-se os seguintes elementos articuladores (PARANÁ,
2008, p. 53):
◘ Cultura Corporal e Corpo;
◘ Cultura Corporal e Ludicidade;
◘ Cultura Corporal e Saúde;
◘ Cultura Corporal e Mundo do Trabalho;
◘ Cultura Corporal e Desportivização;
◘ Cultura Corporal – Técnica e Tática;
◘ Cultura Corporal e Lazer;
◘ Cultura Corporal e Diversidade;
◘ Cultura Corporal e Mídia.
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O corpo sendo entendido em sua totalidade (ser humano é o seu corpo,
que sente, pensa e age) seus aspectos subjetivos de valorização – ou não – do
corpo. Analisado sob uma perspectiva crítica da construção hegemônica do
referencial de beleza e saúde, veiculado por mecanismos mercadológicos e
midiáticos, os quais fazem do corpo uma ferramenta produtiva e um objeto de
consumo.
Ao vivenciar os aspectos lúdicos que emergem das e nas brincadeiras, o
aluno torna-se capaz de estabelecer conexões entre o imaginário e o real, e de
refletir sobre os papéis assumidos nas relações em grupo.
A articulação do corpo com a saúde permite entendê-la como uma
construção que supõe uma dimensão histórico-social, contrária à tendência
dominante de conceber a saúde como simples volição (querer) individual. Na esteira
dessa discussão, propõem-se alguns elementos a serem considerados como
constitutivos da saúde, dentre eles: Aspectos anátomo-fisiológicos da prática
corporal, Lesões e primeiros socorros, Doping, Estilo de Vida Ativo (nutrição,
prevenção, atividades físicas, relacionamento).
Entendendo que os cuidados com a saúde não podem ser atribuídos tão
somente a uma responsabilidade do sujeito, mas sim, compreendidos no contexto
das relações sociais, por meio de práticas e análises críticas dos discursos a ela
relativos.
O mundo do trabalho torna-se elemento articulador dos Conteúdos
Estruturantes da Educação Física, na medida em que concentra as relações sociais
de produção/assalariamento vigentes na sociedade, em geral, e na Educação Física,
em específico. Um exemplo dessas relações pode ser verificado em Gebara (2002),
ao explicitar a passagem do amadorismo à profissionalização esportiva. Com isso, o
professor poderá debater com seus alunos as consequências da profissionalização e
o assalariamento de diversos atletas, vinculados às diferentes práticas corporais.
Outra dimensão relacionada, diretamente, à reordenação do mundo do
trabalho é o caráter de (in) utilidade que a Educação Física tem assumido no
processo de formação do aluno. Com a reestrutura produtiva, o trabalhador preterido
deve contornar as tarefas laborais com a máxima flexibilidade, isto é, deve saber
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trabalhar em equipe, tomar decisões rapidamente, ter noções, ainda que gerais, de
informática, a fim de manusear as novas tecnologias. Com efeito, a Educação Física
que, outrora esteve associada à formação corporal do aluno visando adequá-lo ao
modelo de produção social, perde sua centralidade, ficando relegada o segundo
plano (NOZAKI, 2001).
A esportivação poderá ser discutida pelo professor e seus alunos sob o
enfoque das contradições presentes nesse processo. Ou seja, a esportivização das
práticas corporais, visto que no ensino de Educação Física é preciso compreender o
processo pelo qual uma prática corporal é institucionalizada internacionalmente com
regras próprias e uma estrutura competitiva e comercial e o que tem levado para um
segundo plano os aspectos criativos da expressão corporal.
Os princípios do esporte vão além de enfocar apenas a técnica e a tática,
sem perder a capacidade de se relacionar e refletir sobre quaisquer manifestações
corporais, bem como a importância do aprendizado destas diferentes técnicas e
elementos táticos. Do contrário, corre-se o risco de reduzir ainda mais as
possibilidades de superar as velhas concepções sobre o corpo, baseadas em
objetivos focados no desenvolvimento de habilidades motoras e no treinamento
físico, por meio das conhecidas progressões pedagógicas.
Promover experiências significativas no tempo e no espaço, de modo que
o lazer se torne um dos elementos articuladores do trabalho pedagógico e que, por
meio dele, os alunos reflitam e discutam estas diferentes formas de lazer em
distintos grupos sociais, em suas vidas, na vida das famílias, das comunidades
culturais, e a maneira como cada um deseja e consegue ocupar seu tempo
disponível.
As aulas de Educação Física podem revelar-se excelentes oportunidades
de relacionamento, convívio e respeito entre as diferenças, de desenvolvimento de
idéias e de valorização humana, para que o outro seja considerado, e que esses
universos dialoguem entre si para que os alunos convivam com as diferenças e
estabeleçam relações corporais ricas em experimentações.
Propiciar a discussão das práticas corporais transformadas em espetáculo
e, como objeto de consumo, diariamente exibido nos meios de comunicação para
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promover e divulgar produtos. São diversos veículos de comunicação que podem
servir de referência, quais sejam: programas esportivos de rádio e televisão, artigos
de jornais, revistas, filmes, documentários, entre outros, que propiciam momentos de
discussão e reflexão sobre: a supervalorização de modismo, estética, beleza, saúde,
consumo; os extremos sobre a questão salarial dos atletas; os extremos de padrões
de vida dos atletas; o preconceito e a exclusão; a ética que permeia os esportes de
alto nível, entre outros aspectos que são ditados pela mídia.
33.13.4 Conteúdos
33.13.4.1 Conteúdos Estruturantes
Entendidos como os conhecimentos de grande amplitude, conceitos ou
práticas que identificam e organizam os campos de estudos de uma disciplina
escolar, considerados fundamentais para compreender seu objeto de estudo/ensino.
Constituindo-se historicamente e legitimados nas relações sociais, os Conteúdos
Estruturantes da Educação Física para a Educação Básica devem ser abordados em
complexidade crescente, isto porque, em cada um dos níveis de ensino os alunos
trazem consigo múltiplas experiências relativas ao conhecimento sistematizado, que
devem ser consideradas no processo de ensino/aprendizagem.
A Educação Física e seu objeto de ensino/estudo, a Cultura Corporal,
deve, ainda, ampliar a dimensão meramente motriz. Para isso, os conteúdos podem
ser enriquecidos com experiências corporais das mais diferentes culturas,
priorizando as particularidades de cada comunidade.
Baseado nesta perspectiva propõe-se a articulação do trabalho docente
em torno dos seguintes conteúdos estruturantes: saúde, esportes, jogos, ginástica,
dança, luta e lazer.
Ultrapassando a tendência dominante de conceber a saúde como
investimento individual, o conteúdo deve oferecer condições de articular o individual
com o cultural, social e político. Ou seja, a saúde é um bem que se adquire, além de,
pelas atividades físicas e corporais, por intermédio de: alimentação, saneamento
básico, moradia, educação, informação e preservação do meio ambiente, enfim, o
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direito de acesso às condições mínimas para uma vida digna. Esse conteúdo
permite compreender a saúde como uma construção que requer uma dimensão
histórico-política e social.
O esporte pode ser abordado pedagogicamente no sentido de esportes
“da escola” e não “na escola”, como valores educativos para justificá-lo no currículo
escolar da EJA. Se aceitarmos o esporte como prática social, tema da cultura
corporal, devemos questionar suas normas resgatando os valores que privilegiam o
coletivo sobre o individual, o compromisso da solidariedade e respeito humano, que
se deve jogar com o outro e não contra o outro. Por isso esse conteúdo deve ser
apresentado aos educandos de forma a criticá-lo, promovendo a sua resignificação,
e sua adaptação a realidade que a prática cria e recria, colocando-o como um meio
e não fim em si mesmo.
Os jogos oportunizam ao jovem e ao adulto experimentar atividades
prazerosas, que envolvam partilhas, negociações e confrontos que estimulem o
exercício de reflexão sobre as relações entre as pessoas e os papéis que elas
assumem perante a sociedade, bem como a possibilidade de resgatar as
manifestações lúdicas e culturais.
O estudo da ginástica pretende favorecer o contato do educando com as
experiências corporais diversificadas, seu caráter preventivo, modismo, melhora da
aptidão física, tem o objetivo de conscientizar os educandos de seus possíveis
benefícios, bem como os danos causados pela sua prática inadequada ou incorreta.
A dança a ser trabalhado na EJA contribui para o desenvolvimento,
conhecimento e ritmo do corpo. Ao relacionar-se com o outro, cada gesto representa
sua história, sua cultura, como manifestação de vida, por meio de um processo
continuo de integração e relacionamento social.
A luta, como conteúdo deverá ser tratada sob o enfoque relacionado-se
sua importância, esclarecendo aos alunos as suas funções, inclusive apresentando
as transformações pelas quais passaram ao longo dos anos. De fato, as lutas se
distanciaram, em grande parte, da sua finalidade inicial ligada às técnicas de ataque
e defesa, com o intuito de autoproteção e combates militares, no entanto, ainda hoje
se caracterizam como uma relevante manifestação da cultura corporal.
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Apesar de estarem associadas ao contato corporal, a chutes, socos,
disputa, quedas, atitudes agressivas, entre outros, elas não se resumem apenas a
técnicas, que também são importantes de serem transmitidas, pois os alunos devem
ter acesso ao conhecimento que foi historicamente construído. O desenvolvimento
de tal conteúdo pode propiciar além do trabalho corporal, a aquisição de valores e
princípios essenciais para a formação do ser humano, como, por exemplo:
cooperação, solidariedade, o autocontrole emocional, o entendimento da filosofia
que geralmente acompanha sua prática e, acima de tudo, o respeito pelo outro, pois
sem ele a atividade não se realizará. Bem como, devem ser abordadas de maneira
reflexiva, direcionada a propósitos mais abrangentes do que somente desenvolver
capacidades e potencialidades físicas. Dessa forma, os alunos precisam perceber e
vivenciar essa manifestação corporal de maneira crítica e consciente, procurando,
sempre que possível, estabelecer relações com a sociedade em que vive.
O estudo sobre o lazer proporciona reflexões a cerca do uso do tempo
livre, com atividades que lhe propiciem prazer, descontração, alegria, socialização,
conscientização clareza das necessidades e benefícios que serão adquiridos e que
contribuam para o seu bem estar físico, mental e social.
Os conteúdos propostos poderão ser distribuídos de forma informativa,
prática ou teórica e poderão ser modificados de acordo com cada realidade. Os
conteúdos esporte, jogos, dança, lutas, lazer e ginástica são comuns ao Ensino
Fundamental e ao Ensino Médio, o conteúdo saúde mantêm a especificidade de
cada ensino.
Conteúdos Ensino Fundamental - Fase II e Ensino Médio
Ensino Fundamental 1. Esporte
◘ Futebol;
◘ Handebol;
◘ Voleibol;
◘ Basquetebol;
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◘ Atletismo;
◘ Futsal;
◘ Tênis de mesa;
◘ Xadrez.
2. Jogos
◘ Jogos cooperativos;
◘ Jogos de tabuleiro.
3. Dança
◘ Dança de salão;
◘ Dança Folclórica.
4. Lutas
◘ Capoeira;
◘ Judô;
◘ Karate;
◘ Taekwondo.
5. Ginástica
◘ Ginástica artística;
◘ Ginástica rítmica;
◘ Ginástica de academia.
6. Saúde
◘ Definição de saúde;
◘ Atividade Física, Aptidão Física e Saúde;
◘ Atividade física na produção de saúde;
◘ Composição Corporal;
◘ Sedentarismo;
◘ Postura Corporal;
◘ Anabolizantes e suas conseqüências;
◘ Controle de frequência cardíaca.
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Ensino Médio
1. Esporte
◘ Futebol;
◘ Futsal;
◘ Handebol;
◘ Voleibol;
◘ Basquetebol;
◘ Atletismo;
◘ Tênis de mesa;
◘ Xadrez.
2. Jogos
◘ Jogos populares;
◘ Jogos competitivos;
◘ Jogos cooperativos;
◘ Jogos de tabuleiro;
◘ Jogos intelectivos.
3. Dança
◘ Dança folclórica;
◘ Dança de salão.
4. Saúde
◘ Definição de saúde;
◘ Estilo de Vida;
◘ Qualidade de Vida: o fator Stress;
◘ Qualidade de Vida: o fator hábitos alimentares.
5. Ginástica
◘ Ginástica geral;
◘ Ginástica de academia;
◘ Ginástica rítmica.
6. Lutas
◘ Taekwondo;
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◘ Karate;
◘ Kung fu;
◘ Muay thai;
◘ Boxe;
◘ Greco romana;
◘ Capoeira;
◘ Jjiu-jitsu;
◘ Judô;
◘ Sumo.
7. Lazer
◘ Conceitos;
◘ Origem;
◘ Tempo Livre;
◘ Benefícios a saúde.
33.13.5 Referências Bibliográficas BETTI, M.; ZULIANI. L.R. Educação Física: uma proposta de diretrizes pedagógicas. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte. Guarulhos I(I): 73-81.2002
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COLL, C. Psicologia e currículo: uma aproximação psicopedagógica à elaboração do currículo escolar. 2. Ed. São Paulo: Ática, 1997.
COLL, C.; POZO, J.I.; SARABIA, B.; VALLS, E. Os conteúdos na reforma: ensino e aprendizagem de conceitos, procedimentos e atitudes. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
CORBIN, C.B. The field of Physical Education: common goals, not common roles. JOPERD, Reston, p.79-87, 1993.
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FREIRE, J.B.; SCAGLIA, A. J. Educação como prática corporal. São Paulo: Scipione, 2003.
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FRIGOTO, G. Educação e a crise do capitalismo real. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 2000.
KUNZ, Elenor. Transformação didático-pedagógica do esporte. Ijuí: Unijuí, 1994.
LOVISOLO, H. Educação Física: a arte da mediação. Rio de Janeiro: Sprint, 1995.
NEIRA, M. G.; MATTOS. Educação Física na Adolescência: construindo o conhecimento na escola. São Paulo: Phorte, 2004.
NETO, L. P. X. ; ASSUNÇÃO, J. R. Saiba mais sobre Educação Física. Rio de Janeiro: Âmbito Cultural Edições, 2005.
OLIVEIRA, M. J. C. de. Trajetórias escolares de alunos trabalhadores do ensino médio noturno: o significado da volta à escola. Dissertação (Mestrado em Educação) - Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1994.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental da Rede de Educação Básica do Estado do Paraná: Educação Física, 2005.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental da Rede de Educação Básica do Estado do Paraná: Educação Física, 2008.
PISTRAK, M. Fundamentos da escola do trabalho. São Paulo: Expressão popular, 2000.
SANTO, D. L. Tendências e expectativas da educação física escolar. In: I Semana de Educação Física, 1993, São Paulo. Anais... São Paulo: Universidade São Judas Tadeu – Departamento de Educação Física, 1993.v. 1.
SAVIANI, D. Escola e democracia. 35. Ed. Campinas: Autores Associados, 2002.
SOARES, C. L.; et all . Metodologia do ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992.
SOUZA, E. S. VAGO. T. M. Trilhas e Partilhas: Educação Física na Cultura escolar e nas práticas sociais. Belo Horizonte: Ed. dos Autores 1997.
SPOSITO, M. P. Trabalhador-estudante: um perfil do aluno do curso superior noturno. São Paulo: Loyola, 1989.
TANI, Go et al. Educação física escolar: fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista. São Paulo: EPU/EDUSP, 1988.
ZABALA, A. Aprendizaje significativo: el professor como movilizador de lãs competências de sus educandos. In: SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO E SOCIEDADE, 6., 1997, São Paulo. Anais São Paulo: Grupo Associação de Escolas Particulares, 1997. p.1-39.
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________. (Org.). Como trabalhar os conteúdos procedimentais em aula. 2. Ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.
Bibliografia Sugerida
BETTI, M. Por uma teoria da prática. Motus Corporis, Rio de Janeiro, v.3, n.2, p.73-127, dez. 1996.
BRACHT, V.; PIRES, R.; GARCIA, S.P.; SOFISTE, A. F. S. A prática pedagógica em educação física: a mudança a partir da pesquisa-ação. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v.23, n.2, p. 9-30, jan. 2002.
BRASIL. Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em: < http://www.ufop.br/graduação/idbtext.html.>. Acesso em: 8 jan. 2001.
CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Resolução CNE/CEB nº 1, de 5 de julho de 2000. Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Brasília, 2000.
GUEDES, D. P.; GUEDES, J. E. R. P. Implementação de programas de Educação Física escolar direcionados à promoção da saúde. Revista Brasileira de Saúde Escolar, Campinas, v. 3 n.1/4, p. 67-75, 1994.
LAWSON, H.A. Education for social responsibility: preconditions in retrospect and in prospect. QUEST, Champaign, n.51, p.116-149, 1999.
LOVISOLO, H. Hegemonia e legitimidade nas ciências dos esportes. Motus Corporis, Rio de janeiro, v.3, n.2, p.51-72, dez. 1996.
MANOEL, E. J. Desenvolvimento motor: implicações para a Educação Física escolar. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, v.8, n.1, p.82-97, 1994.
MARCELLINO, N. C. Estudos do lazer: uma introdução. 3 ed. Campinas: Autores Associados, 2002.
MATVEEV, A.P. Educação física escolar: teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Grupo Palestra Sport, 1997.
MENDES, D. de S. Formação continuada de professores de Educação Física: uma proposta de educação para a mídia e com a mídia. In: III Congresso Sulbrasileiro de Ciências do Esporte, Anais eletrônicos... Santa Maria: 20 a 23 set. 2006.
OLIVEIRA, A. A. B. Educação Física no ensino médio - período noturno: um estudo participante. Revista Movimento, Porto Alegre, n. 12, p. 05-13, 2000.
PARANÁ. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Básico para a Escola Pública do Estado do Paraná. Curitiba, 1997.
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34. MATRIZ CURRICULAR
34.1 Ensino Fundamental – Fase II
MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E
ADULTOS
ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II
ESTABELECIMENTO: CEEBJA SÃO JOSÉ DOS PINHAIS
ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná
MUNICÍPIO: São José dos Pinhais NRE: Área Metropolitana Sul
ANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2009 FORMA: Simultânea
CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1440/1452 H/A ou 1200/1210 HORAS
DISCIPLINAS Total de
Horas
Total de
horas/aula
LÍNGUA PORTUGUESA 226 272
ARTES 54 64
LEM - INGLÊS 160 192
EDUCAÇÃO FÍSICA 54 64
MATEMÁTICA 226 272
CIÊNCIAS NATURAIS 160 192
HISTÓRIA 160 192
GEOGRAFIA 160 192
ENSINO RELIGIOSO* 10 12
Total de Carga Horária do Curso 1200/1210 horas ou 1440/1452 h/a
*DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO
E DE MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O EDUCANDO.
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34.2 Ensino Médio
MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E
ADULTOS ENSINO MÉDIO
ESTABELECIMENTO: CEEBJA SÃO JOSÉ DOS PINHAIS
ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná
MUNICÍPIO: São José dos Pinhais NRE: Área
Metropolitana Sul
ANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2009 FORMA: Simultânea
CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1440 H/A ou 1200 HORAS
Disciplinas Total de Horas Total de horas/aula
LÍNGUA PORT. E LITERATURA 174 208
LEM – INGLÊS 106 128
ARTE 54 64
FILOSOFIA 54 64
SOCIOLOGIA 54 64
EDUCAÇÃO FÍSICA 54 64
MATEMÁTICA 174 208
QUÍMICA 106 128
FÍSICA 106 128
BIOLOGIA 106 128
HISTÓRIA 106 128
GEOGRAFIA 106 128
TOTAL 1200 1440
Total de Carga Horária do Curso 1200 horas ou 1440 h/a
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35. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Maria Conceição Pereira de. Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos, a Grande Conquista, Arte & Cultura. 1ª Edição, 1999. BRASIL. CEB. Parecer 011. Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação de Jovens e Adultos, 2000. BRASIL. SEED/DEJA. Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos no Estado do Paraná, 2005. BRZEZINSKI, Iria. LDBEN Interpretada: diversos olhares se entrecruzam. São Paulo: Cortez, 1997. CARNEIRO, Moaci Alves. LDBEN fácil. Petrópolis, RJ : Vozes, 1998. (5ª) Conferência Internacional sobre Educação de Adultos (V CONFINTEA). Conselho Estadual de Educação - PR Deliberação 011/99 – CEE. Deliberação 014/99 – CEE. Deliberação 005/98 –CEE. Deliberação 008/00 – CEE. Indicação 004/96 – CEE. Parecer 095/99 – CEE (Funcionamento dos Laboratórios). Conselho Nacional de Educação Parecer 011/2000 – Diretrizes Curriculares Nacionais de EJA. Parecer 004/98-Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. Parecer 015/98 –Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Resolução 03/98 – CEB. Constituição Brasileira – Artigo 205. DELORS, J. Educação : Um tesouro a descobrir. São Paulo : Cortez ; Brasília, DF : MEC : UNESCO, 1998. DEMO, Pedro. A Nova LDBEN – Ranços e Avanços. Campinas, SP : Papirus, 1997. DI PIERRO; Maria Clara. A educação de Jovens e Adultos na LDBEN. DI PIERRO; Maria Clara. Os projetos de Lei do Plano Nacional de Educação e a Educação de Jovens e Adultos. Decreto 2494/98 da Presidência da República. Decreto 2494/98 da Presidência da República. LDBEN nº 9394/96.
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DRAIBE, Sônia Miriam; COSTA, Vera Lúcia Cabral; SILVA Pedro Luiz Barros. Nível de Escolarização da População. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. P. 77, 1996. FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido: Paz e Terra, 4 ed.2005. http://www.salesianoitajai.g12.br/?p=ccp LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública. São Paulo : Loyola, 1990. LUCK, H. Perspectivas da Gestão Escolar e Implicações quanto à formação de seus gestores. Em aberto, Brasília. v. 17. 11-33. fev/jun. 2000. LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação de Avaliação Escolar. 4ed. São Paulo: Cortez, 1996. PINTO, Álvaro Vieira. Sete lições sobre a educação de adultos. São Paulo: Cortez, 1994. REIS, Edmerson dos Santos. Projeto Político Pedagógico: moda, exigência ou tomada de consciência?. In.: BELLO, José Luiz de Paiva. Pedagogia em Foco, Rio de Janeiro, 2001. Disponível em http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/gppp01.htm. SCRIVEN, Michael. The methody of evalution. In WORTHEN, Blaine R. & SANDERS, James R. Educational evaluation: Theory and practice. Worthington, USA: Charles A. Jones, 1973. In Projeto para Avaliação Continuada das Disciplinas dos Cursos de Graduação da UFV, jan. 2002. SILVA, Eurides Brito da. A Educação Básica Pós-LDBEN. SOUZA, Paulo Nathanael Pereira de; SILVA, Eurides Brito da. Como entender e Aplicar a Nova LDBEN. 1ª Ed. São Paulo: Pioneira Educ., 1997. VEIGA, Ilma Passos A (org.). Projeto Político Pedagógico da escola. Campinas: Papirus, 1995